AAI em revista #67

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MERCADO A valorização do projeto de arquitetura de interiores no setor imobiliário Página 8

AGÊNCIA BRASIL

PROFISSÃO A fiscalização da prática da Reserva Técnica pelo CAU/BR em debate Páginas 12 e 13

PROJ E TO Um bairro planejado sob os conceitos do Novo Urbanismo começa a ser criado em Pelotas Página 14

Rigor e proteção O estado do Rio Grande do Sul torna mais rigorosa a legislação para prevenção e proteção contra incêndios, para evitar tragédias como a ocorrida na boate Kiss, em

E N T R E V I S TA A trajetória da arq. e urb. Vera Fabrício, referência na profissão para muitas gerações Páginas 20 e 21

Santa Maria, em janeiro do ano passado. A Lei Complementar 14.376 incrementa as medidas de segurança e muda os parâmetros técnicos e conceituais até então utilizados. Dentre as mudanças estão as novas exigências para a classificação de risco das edificações e a análise do tipo de uso do imóvel. “Com essas modificações, as edificações deverão ser concebidas para serem seguras e não apenas projetadas para receberem, depois de prontas, sistemas de proteção contra fogo”, salienta o comandante do Corpo de

Ano XI | abri/mai/jun | 2014

#67

Publicação da Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS

Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Eviltom Pereira Diaz.

Páginas 4, 5 e 6


segurança, nos mais diferentes aspectos. A chamada de capa conduz a uma matéria especial sobre a nova legislação gaúcha que pretende tornar mais rigoroso o planejamento das edificações no que se refere à prevenção e a proteção contra incêndios. A responsabilidade dos profissionais é grande, a medida que o potencial térmico de combustão dos

a a i br a s i l / r s

editorial

Nesta edição da AAI em revista tratamos de

REunião-almoço “A íntima relação entre a auto-estima, o amor e a carreira profissional”. Esse foi o tema da reunião-almoço de março, apresentada pela psicóloga e psicoterapeuta Iara Camaratta Anton. O evento foi realizado no hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, e contou com a presença do presidente do CAU/RS, arq. e urb. Roberto Py.

materiais de acabamento empregados, com móveis, tecidos de cortinas, carpetes e gesso,

GOP TEM EDIÇÃO atualizada

passa a ser considerado na classificação de

O Guia de Orientação Profissional AAI Brasil/RS 2013, lançado em novembro, está à venda na UniRitter e, também, na secretaria da Entidade, onde a publicação é comercializada junto com um exclusivo CD interativo. Informações: secretaria@aaibrasilrs.com.br

risco das edificações. Agora, também, é necessário elaborar os Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndios, os PPCIs, para obtenção do alvará junto aos bombeiros. Sem eles, as prefeituras não podem conceder as licenças para funcionamento. Estamos atentos à legislação e às responsabilidades inerentes ao dia a dia dos profissionais. É por isso, também, que trazemos uma matéria

aai capta novos associados Em março de 2013 foi lançada a primeira etapa para captação de novos associados, por meio de incentivos aos atuais sócios. Entre em contato com a AAI Brasil/RS, por e-mail, para obter mais informações: secretaria@aaibrasilrs.com.br.

sobre o debate realizado entre a diretoria da AAI e empresários em torno da prática da chamada Reserva Técnica. O objetivo é esclarecer quanto ao Código de Ética e Disciplina do CAU/ BR. Essas são apenas algumas das reportagens

Parceiros AAI Brasil/RS 2014

Estas empresas garantiram participação nos eventos e projetos da AAI Brasil/RS.

produzidas por nossa equipe para essa 67ª edição da AAI em revista, que está renovada, atualizada e mais moderna. A publicação passa a ser, agora, apenas digital, permitindo a incorporação de novas tecnologias, gradativamente. Mais novidades vêm por aí. Boa leitura. Arq. e urb. Silvia Barakat Presidente AAI Brasil/RS - 2014-2015

apoio editorial exclusivo JORNALISTA RESPONSÁVEL DIRETORIA - Gestão 2014/2015 Letícia Wilson (Reg. 8.757) e urb. Silvia Monteiro Barakat aaiemrevista@aairs.com.br Vice-Presidência Arq. e urb. Cármen Lila Gonçalves Pires Colaboração diretoria de exercício profissional Arq. e urb. Flávia Bastiani Tatiana Gappmayer (Reg. 8.888) diretoria de Relações Acadêmicas Arq. e urb. Maria Bernadete Sinhorelli e Rua Edu Chaves, 125 CONSELHO EDITORIAL Arq. e urb. Elisabeth Sant’Anna São João Arq. e urb. Gislaine Saibro diretoria de comunicação / relacionamento Arq. e urb. Ana Paula Bardini Porto Alegre/RS Letícia Wilson diretoria de MARKETING Arq. e urb. Andres Luiz Fonseca Rodrigues CEP 90240-620 COMERCIALIZAÇÃO diretoria de organização de eventos Arq. e urb. Cezar Etienne Machado de Araújo Fone 51 3228.8519 Projetato Assessoria e Comunicação www.aaibrasilrs.com.br diretoria financeira / tesouraria Arq. e urb. Gislaine Saibro 51 3239.2273 - 51 8858.6556 projetato@projetato.com.br Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista EDIÇÃO GRÁFICA e de seus editores. Não publicamos matérias pagas. Todos os direitos são reservados. Publicação trimestral, com distribuição Evaldo Tiburski | Tiba dirigida a arquitetos e urbanistas, entidades de classe, instituições de ensino e empresas do setor. Órgão oficial da AAI Brasil/RS. Presidência Arq.



especial

Nova legislação gaúcha contribui para a concepção de edificações mais seguras contra incêndios

Segurança acima de tudo Assim como o Japão, a Indonésia, a China e tantos outros países que vivenciaram grandes tragédias e aprenderam com elas, o Rio Grande do Sul tenta evitar, com a criação da Lei Complementar 14.376 (LC 14.376), que aconteçam novamente casos como o do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, ocorrido em janeiro do ano passado e que resultou na morte de 242 pessoas. Sancionada pelo governador Tarso Genro em 26 de dezembro de 2013, a legislação reúne as normas de prevenção e proteção contra eventos dessa natureza e traz uma série de alterações, incrementando as medidas de segurança e mudando os parâmetros técnicos e conceituais até então utilizados. Um dos mais significativos avanços refere-se às novas exigências para a classificação de risco das edificações, antes limitadas à altura e área da construção: situação que acabava por caracterizar com o mesmo perigo de incêndio fábricas de gelo e indústrias de fogos de artifícios que ocupassem espaços com dimensões iguais. 4


DIVULGAÇÃO / CORPO DE BOMBEIROS DO RS

Critérios para atividades e

A partir de agora, serão considerados também

dezembro passado, por todas as edificações er-

registro de especialização de

o tipo de uso do imóvel, capacidade de lotação,

guidas a partir dessa data, mesmo que a regula-

Engenharia de Segurança do

controle e extração da fumaça e carga de incên-

mentação das normas técnicas ainda esteja sen-

dio, que avalia o potencial térmico de combustão

do efetuada pelos Bombeiros – a previsão é de

dos materiais de acabamento empregados, des-

conclusão nos próximos meses. As construções

de a estrutura até móveis, tecidos de cortinas,

que passaram ou passarão por reforma ou ade-

carpetes, gesso e outras matérias-primas presen-

quação, alteração de ocupação, uso ou capaci-

tes no local. “Com essas modificações, as edifi-

dade de lotação, ampliação de área construída,

cações deverão ser concebidas para serem se-

aumento na altura ou modificação de carga de

guras e não apenas projetadas para receberem,

incêndio também têm que se adaptar à legisla-

depois de prontas, sistemas de proteção contra

ção para obter o Alvará de Prevenção e Proteção

fogo”, salienta o comandante do Corpo de Bom-

Contra Incêndios (APPCI), expedido pelo Corpo

beiros do Rio Grande do Sul, coronel Eviltom Pe-

de Bombeiros. Sem ele, as prefeituras não podem

reira Diaz. Através de grupos de estudo, a cor-

fornecer as licenças de funcionamento.

Trabalho do cau/br

I seja portador de certificado de conclusão de curso de especialização, em nível de pós-graduação, em Engenharia de Segurança do Trabalho.

II

poração está trabalhando na reformulação dos

Conforme a lei, o APPCI terá prazo de valida-

critérios a serem observados para a elaboração

de de um a três anos, de acordo com a classifi-

seja portador de

dos Planos de Prevenção e Proteção Contra In-

cação quanto ao uso e ao risco de carga de in-

certificado de curso

cêndio (PPCIs), atendendo à legislação e tornan-

cêndio das edificações ou áreas. As de médio e

de especialização em

do o processo mais claro e técnico. “Estamos ava-

alto risco, como boates, depósitos de gás e com-

Engenharia de Segurança

liando uma maneira de desburocratizar o proce-

bustíveis, por exemplo, serão vistoriadas anual-

dimento, principalmente, para as construções e

mente. Ficam excluídas dessas exigências as cons-

áreas de risco de incêndio até 750 m2 e menos

truções residenciais unifamiliares e aquelas uni-

de 12 metros de altura, sem perder a credibilida-

familiares instaladas no pavimento superior de

de do método”, adianta o coronel Eviltom.

ocupação mista com até dois andares e acessos

do Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho.

Para o autor da lei, o deputado estadual Adão

independentes. Após a regulamentação, os mu-

Villaverde, a LC 14.376 define de forma transpa-

nicípios terão prazo de um ano para adequarem

rente as responsabilidades e atribuições de pro-

suas leis municipais à LC 14.376. Já as unidades

prietários, bombeiros e prefeituras e estabelece

que não se encaixam nos perfis acima descritos

o que cada imóvel precisa para a prevenção con-

contarão com, no máximo, cinco anos para pro-

tra incêndio. “Além disso, ela é rigorosa quanto à

moverem os ajustes necessários. Outra determi-

fiscalização, às inspeções, aos licenciamentos e

nação é que lugares de eventos ou reuniões com

dias da extinção do curso

às sanções”, acrescenta Villaverde. As novas re-

mais de 200 pessoas serão obrigados a conta-

referido no item anterior.

gras devem ser observadas, desde o dia 27 de

rem com a presença de bombeiro ou brigadista.

III seja portador de registro de Engenharia de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho, dentro de 180

5


AGÊNCIA BRASIL

DIVULGAÇÃO / CORPO DE BOMBEIROS DO RS

especial

Um dos PRINCIPAIS AVANÇOS SÃO AS novas exigências para a classificação de risco das edificações, antes limitadas à altura e área da construção. COM A CRIAÇÃO DA LEI, ESPERA-SE EVITAR GRANDES TRAGÉDIAS, COMO A OCORRIDA NA BOATE KISS, EM SANTA MARIA, HÁ POUCO MAIS DE UM ANO

6

OPORTUNIDADE PARA O APERFEIÇOAMENTO

que acaba refletindo na agilidade da emissão

quer dúvida quanto à aceitação de PPCIs execu-

dos APPCIs, e que a contratação de novos ser-

tados por arquitetos e urbanistas.

Um dos pontos positivos da legislação, segundo

vidores é essencial.

Pela lei, os Planos de Prevenção e Proteção

o presidente do CAU/RS, arq. e urb. Roberto Py

A responsável pela Unidade Técnica do CAU/

Contra Incêndios devem ser elaborados por pro-

Gomes da Silveira, é a possibilidade prevista (no

RS, arq. e urb. Maríndia Izabel Girardello, reforça

fissionais da Arquitetura e Urbanismo ou Enge-

artigo 20) de que os PPCIs sejam aprovados pe-

que a LC 14.376 revoga uma lei de 1997, incorpo-

nharia devidamente registrados em seus conse-

lo corpo técnico dos Bombeiros. “Isso já cons-

rando um conjunto de normas e conhecimentos

lhos profissionais, não especificando a necessi-

titui elemento importante para uma maior qua-

adquiridos nos últimos 16 anos. “Seguramente a

dade da especialização em Engenharia de Segu-

lificação dos planos”, ressalta. Com o tempo,

nova legislação é mais restritiva e exigente, o que

rança do Trabalho. Maríndia ressalta que a Reso-

acredita Py, os quadros técnicos poderão incor-

pode criar, em um primeiro momento, dificulda-

lução 10 do CAU/BR permite o exercício da es-

porar arquitetos e engenheiros, dando melhores

des para os profissionais que elaboram planos e

pecialização de Engenharia de Segurança do Tra-

condições de diálogo entre a corporação e os

projetos de prevenção e proteção contra incên-

balho, no âmbito das atividades próprias de Ar-

profissionais que fazem os projetos. O coman-

dios”, observa. Entre os aspectos relevantes da

quitetura e Urbanismo, exclusivamente, ao arqui-

dante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande

normatização, apontados por ela, está a incorpo-

teto e urbanista que atenda a um dos critérios

do Sul, coronel Eviltom Pereira Diaz, afirma que

ração do CAU/RS e do Registro de Responsabi-

definidos e tenha essa habilitação anotada em

existe um déficit de pessoal na corporação, o

lidade Técnica (RRT) ao texto, eliminando qual-

seu registro profissional no Conselho.



M E R C ADO

Construtoras e incorporadoras apostam no projeto de interiores das áreas comuns como diferencial de vendas

Em busca do encantamento O mercado imobiliário sempre esteve atento –

evitar a desvalorização desses espaços, constru-

ção para esses profissionais e se transformou em

e procurando antecipar-se – às mudanças econô-

toras e incorporadoras passaram a investir na con-

um diferencial na divulgação dos produtos imobi-

micas, sociais e culturais que impactam diretamen-

tratação de arquitetos e urbanistas para a elabo-

liários. “Todos ganham com isso. A companhia,

te na forma de viver e de trabalhar das pessoas. A

ração de projetos de Arquitetura de Interiores que

que potencializa suas vendas; o arquiteto de inte-

insegurança crescente nas cidades, as dificuldades

garantissem a qualidade das áreas comuns de suas

riores, que vê seu trabalho valorizado; e o com-

de mobilidade urbana e a falta de tempo levaram

edificações. Essa situação, que vem ganhando for-

prador, que se encanta com o aproveitamento dos

as empresas a desenvolverem empreendimentos

ça nos últimos anos, abriu um forte campo de atua-

espaços e sabe que esse é um custo que não terá

residenciais com um número cada vez maior de eduardo liotti / DIVULGAÇÃO

áreas comuns, tornando os condomínios uma versão contemporânea dos antigos clubes. Outro fator que contribui para esse cenário é a contínua diminuição do tamanho dos imóveis, decorrente da redução da média do número de habitantes por unidade e do adensamento provocado pela escassez de terrenos em áreas consideradas nobres.

do condomínio

Em um primeiro momento, esses complexos eram

horizontal

comercializados e entregues aos futuros morado-

construído pela

res com os espaços de lazer vazios, ficando a cri-

incorporadora melnick even em

tério dos condôminos definirem como iriam mo-

eldorado do

biliar e equipar hall de entrada, salões de festas e

sul. o projeto

salas de ginástica, por exemplo. Situação que re-

de ARQUITETURA DE interiores foi

sultava, muitas vezes, em ambientes desocupados,

desenvolvido

utilizados para fins diferentes de seu objetivo ini-

pelo escritório

cial ou com padrão que destoava do restante da estrutura. Por pressão dos compradores e para 8

salão principal

roseli melnick arquitetura e interiores


tiva é uma realidade em todos os perfis de cons-

dente da AsBEA/RS, arq. e urb. Cristina Azevedo.

truções: residenciais, comerciais e de todos os

Encantamento é também a palavra empregada

padrões”, relata o executivo de uma das maiores

pelo vice-presidente do Sinduscon-RS, engenhei-

incorporadoras do Rio Grande do Sul. Ele infor-

ro civil Aquiles Dal Molin Júnior, para descrever o

ma que os projetos da empresa têm sido desen-

impacto que o projeto de Arquitetura de Interio-

volvidos por equipes multidisciplinares formadas

res causa nos clientes. “Eles observam a academia,

por arquitetos e urbanistas especialistas em edi-

a piscina e o playground prontos e isso desperta

ficações, paisagismo e interiores.

Vanessa Bohn / DIVULGAÇÃO

eduardo liotti / DIVULGAÇÃO

mais adiante no condomínio”, afirma a vice-presi-

salão de jogos projetado pela souza&campello arquitetos associados para um dos prédios da dibdib construtora e incorporadora em porto alegre. ao lado, o mesmo tipo de ambiente no condomínio da melnick even

a empolgação em todos os integrantes da família

Dinâmico, o setor da construção civil já identi-

a necessidade de inclusão de espaços externos pa-

e agrega valor”, pondera. A arq. e urb. Cristina

fica novas tendências. Tanto o vice-presidente do

ra o passeio com os animais de estimação e, tam-

Campello, experiente nesse tipo de projeto, con-

Sinduscon-RS como a arq. e urb. Cristina Cam-

bém, da integração dos salões de festas com os

corda e complementa: “o morador consegue vi-

pello apontam para uma redução na variedade

espaços gourmets, potencializando o aproveitamen-

sualizar os benefícios de usar aquela infraestrutu-

de espaços de lazer disponibilizados e, ao mes-

to de ambos. Ela acredita que salas exclusivas pa-

ra e enxerga o todo do sonho que está compran-

mo tempo, para uma ampliação daqueles mais

ra computadores e de salão de beleza devem dei-

do. É um pacote completo”. Ela salienta, ainda, que

utilizados pelos moradores, como salão de festas,

xar de compor o portfólio dos empreendimentos

esse movimento traz reconhecimento e amplia o

academia, piscinas ao ar livre e aquecida, play-

futuros. O dirigente do Sinduscon-RS detalha que,

mercado para os arquitetos de interiores, que mui-

ground, brinquedoteca, quadras poliesportivas e

para a obtenção do habite-se, não é exigido que as

tas vezes são procurados pelos condôminos daque-

quiosque com churrasqueiras. “Isso não significa

áreas comuns estejam equipadas. Elas devem, sim,

le prédio para planejarem os seus apartamentos.

diminuir o tamanho da área de convivência e, sim,

atender às determinações dos códigos de edifica-

O diretor de Incorporação da Melnick Even,

focar na melhoria dos ambientes que realmente

ção e planos diretores de cada município e cumprir

Marcos Colvero, reforça que a entrega das áreas

são usados, aumentando-os e permitindo o aces-

com o estabelecido no Código de Defesa do Con-

condominiais equipadas está qualificando o re-

so a mais pessoas”, explica Dal Molin.

sumidor, no que se trata de entregar tudo aquilo

sultado final dos empreendimentos. “Essa inicia-

Outro item importante ressaltado por Cristina é

que foi anunciado através de publicidade. 9


d e ta l h e

na definição do acabamento do mobiliário, os arquitetos e urbanistas consideram os usos, as características técnicas da solução, os demais elementos e o efeito visual pretendido

Mais que estética

10

projetos da arq. e urb. cíntia aguiar, que costuma combinar lâminas naturais de madeira e detalhes em laca

“Se o piso do ambiente apresentar um revesti-

quem decide tecnicamente e propõe é o arquite-

fícies de madeira. “A laca é o acabamento mais

mento de tom escuro, os acabamentos terão co-

to”, enfatiza a arq. e urb. Marta Peixoto, professo-

nobre”, avalia Cíntia. Além de imprimir sofistica-

res claras. Se as paredes forem coloridas, os mó-

ra da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

ção ao móvel, a gama de cores disponível é ou-

veis serão mais neutros”. Essa é a lógica seguida

UniRitter, tanto na graduação quanto no mestra-

tra característica positiva apontada pela profis-

pela arquiteta e urbanista Cíntia Aguiar na defi-

do e na pós em Arquitetura de Interiores. Para

sional. Por outro lado, ela cita o alto preço da

nição do material que utilizará no mobiliário. “Tu-

ela, a definição do material a ser empregado está

aplicação e a baixa resistência do material como

do vai depender do projeto proposto”, resume,

diretamente ligada ao uso que o móvel terá, tan-

pontos negativos. “Ela realmente é mais frágil e

referindo-se à identidade visual que pretende es-

to no sentido operacional como de caracteriza-

não é adequada a todos os ambientes”, lamenta.

tabelecer. “Se for para deixar o ambiente mais

ção. “A melamina é uma alternativa barata e ra-

Em seus projetos, a profissional costuma combi-

aconchegante, valem as texturas amadeiradas.

zoável para a cozinha, por exemplo, onde a laca

nar diferentes efeitos. A laca associada a mate-

Se for para conferir amplitude, os claros ajudam”,

é desaconselhada porque pode descascar mais

riais como metal e vidro em um mesmo móvel

complementa. Esse é o tipo de orientação que

facilmente devido à umidade. Esse acabamento

apresenta um resultado particular muito especial,

Cíntia costuma prestar aos clientes, apresentan-

fica muito bem na sala ou no closet”, sugere.

na opinião de Cíntia. Marta Peixoto interessa-se

do a eles as melhores opções e as questões téc-

Comumente adotada pelos profissionais da área

por novos materiais, tecnologias e rejeita as cha-

nicas. “O cliente participa das decisões, expressa

há cerca de 40 anos, a laqueação é uma das téc-

madas tendências. Suas preferências são a ma-

desejos, deixa claro a atmosfera que gosta, mas

nicas que permanece sempre em alta em super-

deira natural e a laca, quando precisa de cor.



pr o f i s s ã o

Diretoria da AAI Brasil/RS e empresários DEBATEM a prática do comissionamento de arquitetos e urbanistas pela especificação de produtos e serviços

Valorização profissional em debate A partir da publicação do novo Código de Ética e Disciplina pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), em setembro do ano passado, muitas discussões surgiram a respeito da chamada Reserva Técnica (RT). Em seu item 3.216, o documento estabelece que arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber qualquer honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mercadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus contratantes.

café da manhã realizado no dia 25 de março pela diretoria da aai brasil/rs com parceiros comerciais da entidade e outros empresários convidados. uma nova reunião já está agendada para junho

Parceiros comerciais da AAI Brasil/RS e outros empresários procuraram a Entidade para discutir a questão. Assim, a diretoria realizou um café da manhã em março para tratar da prática da RT. No evento, todos foram informados do novo Código de Ética e de como o Conselho pretende implementar a sua divulgação e fiscalização pela arq. e urb. Gislaine Saibro, diretora da AAI Brasil/RS. Em conjunto com a AAI, os empresários têm a expectativa de tratar a situação de forma qualificada, sendo que parece claro pa12


o que está previsto no código de ética do cau/br:

O arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber, sob qualquer pretexto, qualquer honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mercadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus contratantes, conforme o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010.

ra todos que a sociedade deve ter acesso às in-

de outros profissionais sobre as nossas atribui-

tretanto, a prática não é uma exclusividade do

formações para também se posicionar, segundo

ções e competências; a atuação dos arquitetos

segmento da Arquitetura de Interiores. “Ela tam-

Gislaine. Vale ressaltar que, há muitos anos, a

‘empregados’, mas sem a formalização de con-

bém ocorre, eventualmente, em execução de obras

prática de pagamento e recebimento de comis-

trato de trabalho nos escritórios e empresas”, elen-

civis ou em contratos públicos”, pondera Tiago.

sões pela especificação de produtos e serviços

ca o arq. e urb. Tiago Holzmann da Silva, presi-

O enfrentamento a essa realidade é um dever do

já vem sendo discutida pela AAI Brasil/RS, com

dente do IAB/RS.

CAU, como fiscalizador da atuação dos arquite-

associados e lojistas.

tos e urbanistas, defende o presidente do IAB/

consequências da rt

RS. “E é uma obrigação das entidades colabora-

o debate ganhou força com a reforma do Códi-

Para o presidente do CAU/RS, arq. e urb. Rober-

rem para a transformação dessa prática em pos-

go Penal brasileiro, especialmente em relação ao

to Py, a prática da RT é nociva. “Ao aceitar ou

sibilidade de cobrar honorários adequados de

artigo 172 do PLS 236/2012, que tramita em fase

exigir a chamada ‘Reserva Técnica’, além de pra-

forma transparente e honesta”, considera.

final no Senado Federal.

ticar deslealdade com o seu contratante, ele vio-

O Código de Ética do CAU qualificou a cobran-

la, maliciosamente, um princípio profissional im-

ça de RT como falta ético-disciplinar e o CAU/RS,

portante: a livre concorrência”, complementa.

em suas rotinas de fiscalização, coíbe essa con-

Além da publicação do novo Código de Ética,

O momento que vivencia o mercado da Arquitetura e Urbanismo nos últimos anos, a partir da criação do Conselho próprio, em 2010, vem for-

Na opinião da presidente do Saergs, arq. e urb.

duta. “Trata-se de uma infração de difícil materia-

talecendo as entidades representativas da classe

Andréa dos Santos, a qualidade da arquitetura e

lidade, pois a comprovação da conduta – de quem

nos debates de questões históricas da profissão.

a satisfação do cliente são alguns dos princípios

recebe e de quem oferece a vantagem – é bastan-

“Poderíamos citar outros maus exemplos de prá-

básicos da profissão que ficam comprometidos

te difusa, de vestígios muito obscuros. Além disso,

ticas que temos de começar a combater, por exem-

com a existência da chamada RT. “Coibimos qual-

qualquer ação fiscalizatória e punitiva do CAU só

plo: os trabalhos realizados sem o Registro de

quer alternativa remuneratória que possa des-

pode se dar sobre a pessoa do arquiteto infrator,

Responsabilidade Técnica, que deixam desassis-

qualificar ou colocar em xeque a qualidade de

podendo a prática, por parte do fornecedor, ficar

tidos o profissional e o cliente; as licitações de

um projeto e a respeitabilidade profissional”. A

sem sofrer qualquer espécie de reprimenda”, ex-

menor preço ou pregão eletrônico, que aviltam

dirigente classifica a prática como uma “imorali-

plica Roberto Py. “E teremos um enorme reforço

o valor do nosso trabalho em detrimento dos de-

dade antiética” que ocorre tanto por parte dos

nessa luta se a legislação federal também apontar

sejados concursos públicos de projeto; a incursão

profissionais como dos empresários do setor. En-

nesse sentido”, destaca o presidente do CAU/RS. 13


pr o j e t o

viver

com base nos conceitos do novo urbanismo, um bairro totalmente planejado está sendo criado em pelotas

Para

Atrair a convivência. Essa é a concepção bá-

mente’, ou seja, facilidade de andar em todos os

sica do projeto desenvolvido pela equipe da Jai-

pontos. A maior distancia será de quatro quadras”,

me Lerner Arquitetos Associados para o em-

argumenta o arq. e urb. Milton Naigeboren, da

preendimento Quartier, que começa a ser cons-

Jaime Lerner Arquitetos Associados. “O que a

truído em Pelotas pela Joal Teitelbaum Escritó-

gente persegue, nesse projeto, é refletir esse con-

rio de Engenharia e pela Guapo Capital Group,

ceito de cidade desejável, cidade ideal, buscando

com previsão de entrega para 2017. “Estamos

paradigmas europeus. Projetamos quadras pe-

trazendo aquilo que as cidades foram perdendo

quenas e prédios não muito altos de maneira a

e que precisam ganhar de novo”, sintetiza o arq.

criar uma paisagem agradável para quem vai mo-

e urb. Jaime Lerner, referindo-se à integração

rar e trabalhar nesse local”, complementa o arq.

das funções e ao senso de comunidade. Dos 30

e urb. Paulo Kawahara, outro membro da equipe.

hectares do novo bairro, dez são de área verde,

O conceito adotado é o do chamado Novo Ur-

com lagos e piers, trilhas para caminhada, qua-

banismo, que prioriza a ocupação inteligente e a

dras poliesportivas e complexo de lazer que es-

qualidade de vida dos cidadãos. “Um bairro pla-

de 300 mil metros

nejado é algo sustentável, ele funciona por si só”,

quadrados, o

tarão abertos à população.

14

Ocupando uma área

empreendimento segue

O ponto forte será um passeio verde central,

enfatiza o empresário Joal Teitelbaum. Um meti-

com 30 metros de largura e 400 metros de ex-

culoso plano foi desenvolvido dentro dos crité-

integrando áreas

tensão, com espaços de convivência e playgrounds,

rios da certificação internacional LEED ND (Neigh-

comerciais e residenciais.

circundados por edifícios residenciais com comér-

borhood Development), específica para bairros,

cio de conveniência no térreo. Padaria, open shop-

considerando preservação ambiental, baixa emis-

ping, mercado e outros pontos de comércio ou

são de carbono, gestão de energia, água e resí-

serviço devem estar numa distância de até 400

duos, ciclovias e previsão de transporte público

metros das residências. “O conceito é o do ‘local-

limpo para atender todo o empreendimento.

a proposta de uso misto,

o projeto é assinado pelo escritório jaime lerner arquitetos associados



roteiro

Das construções em art déco até a revitalização de um bairro industrial voltado para as artes, a mais latina das cidades norte-americanas oferece muito mais que outlets e belas praias

Diversidade em Miami Tatiana Gappmayer

texto e fotos

Se fosse preciso resumir Miami em apenas uma palavra, a escolhida seria – sem dúvidas – eclética. A mistura de culturas, idiomas e costumes que se observa nas ruas está refletida também na arquitetura que pontua e diferencia as localidades que compõem essa cidade da Flórida, nos Estados Unidos. Passado e presente, modernidade e patrimônio histórico, demonstram a realidade de aliar desenvolvimento à preservação de símbolos de outras eras. Observa-­se essas características nas casas com ares mediterrâneos de Coral Gables, nos prédios contemporâneos da área central com sua mescla

o contraste de estilos fica mais perceptível em Miami Beach e South Beach. Se de um lado as

de vidro e aço, na presença latina nas edificações da Calle Ocho, que

palmeiras indicam o caminho para a praia, de outro – ao longo da famosa Ocean Drive – estão

concentra boa parte da comunidade cubana, e nas fábricas e arma-

conservadas dezenas de construções em art déco, erguidas na década de 1930, no período que compreende a Grande Depressão e o início da Segunda Guerra Mundial

zéns recuperados de Wynwood. Após o auge da Segunda Guerra Mundial, a região, que engloba também as Avenidas Collins e Lincoln, passou por uma fase de degradação nos anos 1970 e 1980. Situa-

fachada de uma

ção que mudou apenas com a chegada da década seguinte, quando um grupo forma-

das casas de

do por apoiadores das artes, arquitetos, fotógrafos e outros artistas conseguiu junto ao governo a definição do lugar como Distrito Histórico e, com isso, os recursos e incentivos necessários para começar a revitalização desses edifícios. A restauração trouxe vida nova aos elementos geométricos e decorativos das fachadas, assim como destacou as linhas retas características desse movimento. O trabalho 16

detalhe da

estilo art decó restauradas. Acima, o imponente hotel biltmore, em coral gables


o grafite da dupla brasileira os gêmeos em um dos armazéns transformados em galeria de arte em Wynwood; a arquitetura moderna do prédio da orquestra sinfônica new world centre, projetado pelo arquiteto frank gehry; e algumas das diversas edificações históricas de estilo art decó restauradas e requalificadas para novos usos

realizado por arquitetos possibilitou ainda a mo-

do local, a NW 2 Avenue e seus arredores, em

brasileiros Os Gêmeos –, o ambiente possui ba-

dernização e a utilização desses espaços para

Midtown Miami, concentram hoje cerca de 70 ga-

res, loja de materiais de pintura e de design e rea-

distintas funções, como hotéis, restaurantes e ba-

lerias de arte, lojas de design e de antiguidades,

liza festas em suas dependências. Complementa

res que atraem o mais variado público durante o

bares e cafeterias que conquistam pelo visual grá-

a galeria ao ar livre um jardim para que as pes-

dia e a noite. O Colony e o Cardozo Hotel são íco-

fico, contemporâneo e colorido de suas fachadas.

soas possam ficar contemplando as grandes te-

nes dessa arquitetura, inaugurados em 1935 e 1939,

Essa nova ocupação rendeu ao lugar a designa-

las e outras instalações artísticas.

respectivamente. Além disso, ressaltou a arte pre-

ção atual de Distrito das Artes. As melhorias na

sente nas sacadas de ferro, janelas e portas, os

área tiveram início em 2009, passando a reunir

detalhes e cores dos pisos internos e incorporou,

pessoas interessadas nas mais variadas manifes-

de vez, o clássico neon dos anos 1980 na identi-

tações culturais, como apresentações de dança

ficação de cada prédio, remetendo a filmes ro-

e de música, encontros de food trucks (comida

dados na cidade como o remake de Scarface.

de rua) e de street art. É nesse bairro que há um dos maiores espaços

o distrito das artes

a céu aberto do mundo para a exposição de arte

Distante das praias e dos shoppings, uma região

em grafite: o Wynwood Walls, que oferece visi-

vem atraindo muitos moradores e turistas: Wyn-

tação gratuita. Além de unir arte – foram convi-

wood. Formado por vias largas e antigos arma-

dados artistas de diversos países para estampa-

zéns e galpões, resquícios da origem industrial

rem os muros dessa espécie de parque, como os 17


a a i br a s i l / r s

posse da nova diretoria, homenagens e confraternização marcaram o evento de fim de ano da aai brasil/rs, comemorativo ao dia do arquiteto

Dedicação renovada No evento de fim de ano da AAI Brasil/RS, realizado em dezembro, a Entidade deu posse à sua nova diretoria, para a gestão 2014-2015. A arq. e urb. Silvia Barakat permaneceu na presidência, acompanhada por alguns colegas da antiga diretoria. Novos membros somaram-se à composição, como os arquitetos e urbanistas Flávia Bastiani, Andres Luiz Fonseca Rodrigues, Cezar Etienne Machado de Araújo e Gislaine Saibro, ex-presidente da Associação. O grupo pretende dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado e

18

A arq. e urb. silvia barakat (C) permanece à frente da aai brasil/

ampliar as ações. “A AAI Brasil/RS tem participado ativa-

Graciolli, da Puxadores & Cia, foi a agraciada, pela

mente junto com o IAB, a ASBEA e o SAERGS, integrando

parceria estabelecida com a AAI desde o princípio

membros são Andres Luiz Fonseca

o Colegiado Permanente das Entidades do CAU/RS e tra-

de suas atividades, há 26 anos. Na categoria “Arqui-

Rodrigues, Ana Paula Bardini,

tando de assuntos relativos a profissão. A AAI considera que

teto”, a homenagem foi para a arq. e urb. Vera Fabrí-

gislaine saibro, Elisabeth

todas as áreas de atuação são muito importantes e sua va-

cio de Carvalho, uma das primeiras arquitetas do Rio

Cármen Lila Gonçalves Pires,

lorização é um trabalho contínuo”, destaca Silvia Barakat.

Grande do Sul. Formada na FAU/UFRGS em 1951,

Maria Bernadete Sinhorelli e

Vera continua em plena atividade, aos 84 anos. “O

Cezar Etienne Machado de Araújo

NOITE DE HOMENAGENS

destaque veio, principalmente, por sua atuação co-

Durante o evento, foram anunciados os vencedores do Prê-

mo arquiteta e como docente, pelo comprometimen-

mio Destaque AAI Brasil/RS, eleitos pelos associados da En-

to com a arquitetura e pelo seu profissionalismo”,

tidade. Na categoria “Corporativo”, a empresária Terezinha

enfatiza a presidente da AAI Brasil/RS, Silvia Barakat.

rs na gestão 2014/2015. Os demais

Sant’Anna, Flávia Bastiani,


Na sequência, os profissionais participantes da edição 2014 da AAI em revista - Arquitetos; a arq. e urb. Vera Fabrício, agraciada com o prêmio Destaque AAI Brasil/RS, entre as arquitetas e urbanistas Silvia Barakat e Cármen Lila Gonçalves Pires; a entrega do Anuário da AAI Brasil/RS à arq. e urb. Máira Ritter, vencedora do concurso que elegeu a imagem da capa da publicação; a empresária Terezinha Graciolli, da Puxadores & Cia, que recebeu o prêmio na categoria “Corporativo”; e a despedida de Marilese Muller, da Arte Sul, e os boas-vindas a Alexsander de Souza, que passará a comercializar os produtos da AAI

Antes da apresentação da edição 2014 da AAI em revista – arquitetos, suspense na revelação da imagem vencedora do concurso para a capa da publicação. Dentre todas as apresentadas, seis foram finalistas e, dessas, a imagem principal apresentada pela arq. e urb. Máira Ritter foi a contemplada. A despedida de Marilese Muller, da Arte Sul, foi comunicada aos presentes. A empresária se afastou para dedicar-se a outra área de atuação. A empresa teve participação fundamental na criação da AAI em revista, há onze anos, e para a viabilidade financeira desse e de outros projetos da Entidade. Alexsander de Souza, da empresa Projetato Assessoria e Comunicação, assumiu a comercialização dos produtos da Associação. Após o jantar e a entrega dos brindes aos participantes, o evento foi encerrado com o show da banda Big Rider. 19


e n t r e v i s ta

A arquiteta e urbanista em atividade há mais tempo no ESTADO nem pensa em parar de trabalhar. por sua trajetória profissional, vera fabrício foi homenageada com o PRÊMIO destaque da aai brasil/rs

Protagonista O Brasil passava por significativas transformações na economia, na cultura, na arquitetura quando, em 1951, Vera Fabrício Carvalho formava-se em Arquitetura e Urbanismo no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Carioca de nascimento e gaúcha de coração, ela deixava a universidade empolgada com a construção de Brasília. Teve a oportunidade de conhecer e conviver com grandes nomes da arquitetura moderna brasileira, como Oscar Niemeyer, Rino Levi, os Irmãos Roberto, entre outros. Aliás, a efervecência da área naquele período a influenciaram a seguir a profissão. “Foi realmente o resultado da leitura das notícias publicadas sobre arquitetura brasileira na época”, confessa. Um ano depois de formada, participou de um curso de extensão em Planejamento Arquitetônico em Paris, na França. Em 1954, especializou-­se em Planejamento Hospitalar pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil, em São Paulo, – ano em que retornou à Faculdade de Arquitetura da UFRGS, como professora titular. No entanto, seus primeiros trabalhos foram de residências unifamiliares e do hotel Samuara, em Caxias do Sul. Em parceria com o arq. e urb. Roberto Félix Veronese – outro expoente da arquitetura moderna brasileira, atuou em projetos de hotéis em Itajaí, Joaçaba e Laguna, em Santa Catarina. Logo em seguida, foi convidada a colaborar com a administração da 20

aos 84 anos, a arq. e urb. vera fabrício continua atuando em seu escritório, na capital gaúcha, onde mora desde a infância. Sua carreira é marcada por importantes trabalhos na área da saúde, como o projeto de interiores do hospital de clínicas de porto alegre


acervo aai brasil/rs

“Em minha opinião, a arquitetura que está sendo desenvolvida hoje não tem a expressão e a representatividade de décadas passadas. Talvez faltem, realmente, ícones arquitetônicos.”

Santa Casa de Misericórdia e, em função dessa

tos arquitetônicos e de análise de projetos de hos-

reconhecimento

atividade, participou da equipe multiprofissional

pitais em todo o País. Em seu portfólio também

Durante a sua trajetória, desde o início das ativi-

encarregada do planejamento para a implanta-

estão o Hospital Materno Infantil de Porto Alegre

dades do Instituto dos Arquitetos do Brasil, no

ção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “Fui

– vencedor do concurso realizado pela Secretaria

RS, Vera acompanhou toda a luta da classe pela

então absorvida pela área da saúde, exercendo

Estadual de Saúde, um trabalho desenvolvido em

conquista de um conselho profissional próprio.

diversas atividades no setor e me dedicando qua-

equipe com o arq. e urb. Nelson Souza; o Hospi-

“Com o CAU os arquitetos conquistaram seu es-

se exclusivamente a ela”, conta Vera. Quando as-

tal Mãe de Deus, para o qual também projetou a

paço”, comemora a arquiteta, lamentando, con-

sumiu, o Hospital de Clínicas estava parcialmente

Unidade de Terapia Intensiva; a Maternidade Má-

tudo, o declínio da expressividade da arquitetura

construído, mas incompleto internamente, tanto

rio Totta; o Instituto do Câncer – hoje Hospital

brasileira no mesmo período.

em relação às instalações básicas como no pla-

Santa Rita, incluindo o Centro Cirúrgico; centros

Vera Fabrício, como é chamada, detém o re-

nejamento geral para atender às necessidades do

médicos em Porto Alegre e em Lajeado; posto de

gistro de número 12 do Conselho de Arquite-

complexo, com 700 leitos. A profissional dedicou-­

saúde na Vila Santa Rosa, na Capital; e a reformu-

tura e Urbanismo. “Ser considerada a arquite-

se a esse trabalho durante anos, com toda a sua

lação do Centro Cirúrgico e do Centro Obstétrico

ta e urbanista em atividade há mais tempo no

equipe, enfrentando os mais diversos desafios.

do Hospital de Reumatologia de Porto Alegre.

Rio Grande do Sul e uma das mais experientes

Aos 84 anos, Vera continua em plena ativida-

do País é realmente um orgulho para mim”, en-

de, mas “aposentada” da área da saúde. Seus

fatiza ela, que se emocionou ao receber o Prê-

Credenciada pelo Ministério da Educação e Cul-

projetos atendem a clientes particulares. “Enquan-

mio Destaque da AAI Brasil/RS, em dezembro

tura como consultora técnica para assuntos de

to tiver boa saúde e trabalho não pretendo pa-

do ano passado. “Merecê-lo, depois de tantos

Arquitetura Hospitalar desde 1975, participou de

rar”, reforça a profissional, mãe de dois filhos –

anos de exercício profissional, foi muito grati-

comissões organizadoras de concursos de proje-

um arquiteto e urbanista e uma relações públicas.

ficante”, afirma.

Esse é considerado por ela, o trabalho mais expressivo de sua carreira.

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GA L E R IA

Na Expo Revestir, realizada em março em São Paulo, a marca suíça Franke lançou o forno My Menu, eletro que reúne a mais alta tecnologia. Um aplicativo permite ao usuário escolher uma receita pelo seu smartphone e enviar a informação ao forno, que se programa automaticamente e envia uma mensagem ao celular quando o prato estiver pronto. As receitas individuais podem ser agregadas em duas, três ou quatro podem ser elaboradas e prepaFotos: divulgação

radas simultaneamente, sem que sabores e aromas se misturem. Essa função colabora para a economia de energia. Leia mais em www.franke.com.br

A Tramontina apresentou na Expo Revestir os cachepôs Belt e Belt Color, fabricados em aço inox, com design exclusivo. Em formato circular, possuem Em seu estande na Expo Revestir, a Portobello mostrou as aplicações da nova linha,

rodízios para facilitar o deslocamento e a manutenção. Mais detalhes em www.tramontina.com.br

Habitat Natural ID em diversos ambientes. A coleção traz novas cores, formatos e referên-

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cias estéticas. Os lançamentos abrangem a

Em parceria com o escritório de design Índio da Costa, a Fabrimar apresentou a

reprodução de materiais naturais, como ma-

linha Lucca na Expo Revestir, com uma novidade no mercado de metais sanitários:

deira, mármore e concreto, mosaicos, azule-

a mistura entre o tradicional metal cromado com o polímero, disponibilizando co-

jaria, pastilhas e um novo grupo com apa-

res variadas. Composta por misturadores, torneiras de bancadas e ducha higiêni-

rência similar a de rochas semipreciosas. Mais

ca, a Lucca procura mesclar tecnologia e inovação para garantir descontração e

informações em www.portobello.com.br

sofisticação aos banheiros e lavabos. Saiba mais em www.fabrimar.com.br


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P R OD U TOS & SE R VI Ç OS


você ainda não é parte da AAI? A primeira e única Entidade do Brasil exclusivamente de arquitetos e urbanistas que atuam em Arquitetura de Interiores. A Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul - AAI-RS foi criada em 1997, em Porto Alegre/RS; o objetivo é a valorização do exercício profissional, divulgando a produção dos associados e esclarecendo o mercado quanto as particularidades da atividade. Em 2009, passou a chamar-se AAI Brasil/RS, Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - Seccional RS, congregando a entidade nacional também fundada no Estado, a Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - AAI Brasil.

por que participar? A AAI Brasil/RS promove a troca de experiências entre seu associados, incentiva o aprimoramento profissional, propondo o debate sobre a Arquitetura e Urbanismo; busca o estabelecimento de procedimentos uniformes para os aspectos principais do exercício profissional, promovendo a valorização da Arquitetura de Interiores; com outras entidades, sugere ações de para a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da Arquitetura de Interiores nos âmbitos estadual e nacional.

Arquiteto e urbanista, faça parte de um grupo especial de profissionais!

venha para a AAI: Para saber mais: AAI Brasil/RS www.aaibrasilrs.com.br e 51 3228 8519 Projetato Assessoria projetato@projetato.com.br www.facebook.com/aaibrasilrs twitter: @aaibrasilrs


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