Editorial Sports Outside
José Kunz Editor chefe
A Stamina vai de encontro a natureza e leva você para praticar os esportes mais radicais e inusitados, dando dicas dos melhores picos, do que levar, e o que comprar para não tornar sua aventura uma furada.
Gabriela Benvegnú Editora Chefe
Gabriela Benvegnú presidente do grupo STM
A Capa William Adams Foto by Manuel Costa
Cordilheira
Branca 2009
No próximo dia 27 de junho os montan histas Luiz Felipe Moura e Carla Baldan Dias embarcarão para Lima (Peru) com o objetivo de escalar várias montanhas na Cordilheira Branca, algumas com mais de 6.000 metros de altitude.
A expedição já conta com um blog : www.expecordilheirabranca.blogspot. com/) que será atualizado regularmente, sempre que eles estiverem em Huaraz.
Eles são membros do Grupo de Escalada Esportiva e Montanhismo da Unicamp - GEEU e já participaram de várias outras expedições, sendo a última delas na Cordilheira Real (Bolívia) em julho de 2008. De Lima eles irão para Huaraz (3090 m), a principal cidade do vale localizado entre a Cordilheira Branca e a Cordilheira Negra. A cidade de Huaraz servirá de base para a dupla realizar as várias ascensões. O programa da expedição prevê uma fase de aclimatação onde eles pretendem escalar o Urus (5495 m) e o Ishinca (5530 m). Depois os montanhistas partirão para a escalada de três outras montanhas: Pisco (5760 m), Copa (6188 m) e Chopi calqui (6354 m).
O que levar : 1. Mapa 2. Bússola 3. Lanternas, 4. Comida extra 5. Roupa extra 6. Óculos de sol 7. Estojo de primeiros socorros 8. Canivete 9. Fósforos protegidos da água 10. Iniciador de fogo
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Canyoing O Canyoning pode ser definido para um leigo como uma espécie de alpinismo praticado em cachoeiras. Mas o esporte vai muito além do rapel em cachoeiras, envolve tudo que diz respeito a exploração do ambiente dos canyons e dos rios em garganta. O Canionismo é muito extenso, mas a vitrine dessa prática é o rapel em cachoeiras, que se denomina como "cascading", e é amplamente praticado no Brasil. O conceito e premissas do Canionismo é o de ser uma atividade de baixo impacto no convívio com o ambiente natural e interferir o mínimo possível nesses locais. A emoção, obviamente, é o maior atrativo para os praticantes que se apaixonam pela exploração de canyons. E a adrenalina, se é que se pode chamar assim, se apresenta nas situações novas e inesperadas. A falta de técnica, equipamentos e principalmente o despreparo do grupo pode levar a sérios riscos. A má avalia-
ção de uma situação e escolha incorreta do equipamento pode bloquear um esportista sob uma queda d’água e conseqüentemente levá-lo a morte. Os riscos são vários: desde quedas de pedras sobre os praticantes, até o risco
de afogamento em águas brancas.
Todas as regiões e "chapadas" onde nascem os rios mais acidentados servem de palco para o Canyoning. Dentro os locais
já conhecidos no Brasil para essa prática, destacam-se: as Chapadas da Diamantina (BA) e dos Veadeiros (GO) e as escarpas da Serra do mar em São Paulo e Paraná; os grandes canyons da Serra Geral entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os grupos e associações começaram a surgir recentemente no Brasil e ainda não contam com força suficiente para a formação de uma federação, passo importante para a padronização das técnicas e procedimentos de segurança. As empresas que mais apóiam essa prática são as fabricantes de equipamentos como: PETZL, empresa francesa; a CAMP, empresa italiana; e a GUL, empresa inglesa de confecção de roupas de neoprene..
Poder voar hoje com a segurança de amanhã torna-se possível com o Emotion. Este parapente de U-Turn não só preencheu todos os requisitos para a classe DHV 1, como também para a nova normatização CEN européia na categoria 1. Nosso Emotion também é construído de maneira a preencher facilmente os mais altos e exigentes padrões que são esperados a partir deste ano. Os testes do Emotion foram realizados pelo DHV no final do mês de Agosto de 2007, já sob os requerimentos da nova normatização. Mesmo tendo sido realizados com a carga máxima, e com a exigente demanda tanto em relação à resistência aos colapsos quanto à saída rápida e fácil de uma espiral estabilizada, em ambas o U-Turn Emotion certificou-se inquestionavelmente a categoria 1, tanto para as novas e rígidas normas do DHV quanto para as novas normas CEN. O aspecto do Emotion é de fato ligeiramente reduzido em relação ao BodyGuard, modelo de referência como o mais seguro parapente DHV 1.
http://br.xtremeparagliding.com
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Sacha Haim
é o campeão de 2009 no
O piloto paulista Sacha Haim justificou o nº 1 que leva no balão em 2009 e ganhou pela sexta vez a competição. Ele apresentou uma regularidade exemplar durante os cinco dias e, mesmo perdendo a última prova para seus maiores adversários, foi o campeão do 21º Festival Internacional de Balonismo. “Sinceramente, achei que tinha perdido”, confessou Haim no almoço festivo de premiação, lembrando a sensação com que terminou a competição, enquanto vibrava muito com a vitória em companhia da mulher, dos filhos, de toda a sua equipe e dos amigos. Nesta manhã aconteceram as duas últimas tarefas no Festival Internacional de Torres. Um fly In para o Parque do Balonismo, com o X colocado no pé do mastro, onde estava também colocada uma chave valendo um carro 0 km, oferecido pela Pinho Veículos.
O piloto Fabio Passos chegou até o mastro, mas não conseguiu pegar a chave. Sacha Haim pontuou bem nesta tarefa, seguindo o balão raposa, que foi pousar na Praia de Fora. A chegada dos balões no alvo da praia foi um espetáculo e apesar do resultado “não muito bom”, segundo Sacha, sua performance lhe garantiu o primeiro lugar no Festival. Nesta tarde acontece ainda um último voo fiesta, valendo uma moto 0 km. Em segundo lugar na prova ficou o francês Olivier Devillas, que também era o segundo colocado na classificação. Melo descontou 188 pontos do líder e Devillas, 173; mas a diferença era um pouco maior e Sacha Haim ainda conseguiu terminar o maior Festival de Balonismo da América Latina na frente, mas apenas com 56 pontos de vantagem sobre o francês Devillas. Melo ficou em terceiro lugar e os irmãos paranaenses Caio (campeão do ano passado) e Leandro Chemin, respectivamente, foram quarto e quinto colocados. O paulista Fábio Passos, vice-campeão
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do ano passado, fez o bom público que madrugou no Parque do Balonismo neste feriado de Tiradentes vibrar intensamente ao dar a impressão que teria sucesso na Prova da Chave, a primeira da manhã e que valia um Celta zero quilômetro. Ele encontrou a corrente de vento certa, fez uma aproximação muito boa, mas a poucos metros do mastro o balão desviou levemente e não permitiu a ele ficar com o maior prêmio do Festival. No final, Passos terminou na oitava colocação. O mau tempo do domingo, justamente o dia que deveria levar maior público ao Parque Municipal Odilo Webber Rodrigues, frustrou a expectativa da Prefeitura de Torres, de atingir a marca de 150 mil pessoas. Mas a movimentação no Parque do Balonismo sábado, segunda e terça-feira entusiasmou os organizadores. A Air Show Sports, a Ultragaz e a Prefeitura já fazem planos para 2010: “A população de Torres merece o título de capital brasileira do balonismo pela maneira como nos recebe a cada ano. Em 2010 estaremos aqui outra vez. Prometemos trazer mais de 40 balões e preparar grandes surpresas como foram os balões de forma este ano”, afirmou Bruno Schwartz, responsável pela organização técnica da competição.
Saiba mais sobre: Sacha Haim Sacha Haim, tricampeão Brasileiro de Balonismo, começou sua carreira como navegador do pai aos 11 anos. Hoje, aos 32 traz em seu currículo uma extensa lista de conquistas com participação em muitos eventos nacionais e internacionais. Segundo Sacha, a família existe por causa da montanha e fica fácil entender tamanho entusiasmo pela vida outdoor. Os avós se conheceram esquiando na Europa. Os pais, Salvator e Silvia, se conheceram no Clube Alpino Paulista, escalando. Sacha, assim como os pais e os avós, também pratica diversos esportes. Montanhismo, espeleologia, pára-quedismo, vela e esqui (neve e água) são alguns deles, porém o Balonismo foi o que acabou recebendo sua maior dedicação. Dedicação esta que lhe rendeu rapidamente frutos: foi o mais novo Campeão Brasileiro, com apenas 19 anos (seu breve de piloto ficou pronto antes mesmo que sua habilitação para conduzir veículos). A competição como mostra o currículo do Sacha é sem duvida levada muito a sério, porém a paixão por viajar e pela aventura também têm lugar de destaque. Sacha conhece o Brasil bastante bem, sobrevoou 14 estados Brasileiro em aventuras, filmagens e expedições. Completou, voando em 13 paises, os 5 continentes: Américas (Sul e Norte), Europa, África, Ásia e Oceania.
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Windsurf: Dicas para a prática do esporte
Técnicas de apnéia melhoram o desempenho no mergulho livre Quem gosta de água sabe que a apnéia pode ser mais do que uma simples suspensão da respiração. Esta capacidade de controlar o tempo sem ar permite um contato íntimo entre o mergulhador e o calmo ambiente aquático. O mergulho livre, modalidade mais simples do turismo sub e com maior adesão de praticantes, passa a ser uma atividade com maior rendimento se os mergulhadores souberem usar melhor as técnicas de apnéia.
Quando começamos a velejar de Windsurf achamos que planar é difícil mas, é exatamente o contrário do que pensamos. Os equipamentos do Windsurf moderno são construídos para o planeio e a cada ano estão ficando mais eficientes para isto. Planar é apenas um pequeno passo do velejo em ventos fracos, a única diferença é a velocidade que estamos, realmente no início você poderá sentir um frio na barriga. Para iniciar o planeio é necessário basicamente de: 1. Vento de acordo com o equipamento, 2. Dominar o velejo em ventos fracos (posição de velejo), A postura de velejo é importantíssima para iniciar o planeio, quanto mais extendido estiverem as costas, braços e pernas mais eficiente será a força aplicada a vela e distribuindo-a para que impulsione o equipamento para frente. DICAS FUNDAMENTAIS: - Nunca veleje sozinho no mar. - Use sempre colete salva-vida de baixa flutuação, - Mas lembre-se que a prancha é seu melhor salvavidas. - Nunca se separar dela dentro d’água. - Sem preferência manobre com antecedência e com definição. - Mesmo com preferência evite sempre acidentes.
Apesar de ser considerado um esporte de risco, na medida em que requer boa resistência – principalmente dos músculos do coração – e que submete o corpo às mais difíceis condições debaixo da água, o mergulho de apnéia pode ser útil mesmo no lazer, e sem maiores riscos para o praticante. Desenvolver esta habilidade – que exige preparo físico e mental – não é pré-requisito para o mergulho livre, mas pode fazer com que ele seja muito mais aproveitado. Quanto mais tempo sem respirar, mais a pessoa pode descer em direção ao fundo do mar. E o contato com as maravilhas do mundo subaquático passa a ser maior também. “O mergulho livre é um esporte democrático”, afirma José Rafael Esteves, proprietário da operadora Captain Dive, em Campinas. “Mesmo com um pequeno investimento, e muitas vezes com um pouco de curiosidade, você já consegue praticar uma das modalidades do mergulho”, explica. Apesar de tudo, a prática da apnéia sem acompanhamento é perigosa, já que a pessoa pode sofrer o que chamamos de “apagamento” ou “blecaute”, ou seja, perda súbita da consciência em função da falta de oxigênio. Se a pessoa está sozinha, pode se afogar.
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Em 2010, tem Olimpíadas de Inverno, em Vancouver, no Canadá. E se engana quem pensa que o Brasil não tem nada com isso. Só nessa temporada, 32 atletas participaram de 223 provas em cinco modalidades. E, na próxima edição dos Jogos, o país terá Jacqueline Mourão e Leandro Ribella, no esqui cross country; Jhonathan Longhi e Maya Harrisson ou Anna Breigutu (as duas têm índice olímpico, então, a representante brasileira nos Jogos será definida pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve), no esqui alpino; e, provavelmente, Isabel Clark no snowboard. A carioca é a mais conhecida de todos, principalmente depois do espetacular e inédito nono lugar que conseguiu nos Jogos de Turim-2006. Seu desempenho foi bom na primeira temporada. De setembro do ano passado a março desse ano, ela disputou oito etapas da Copa do Mundo, um Campeonato Mundial e duas etapas da Copa NorteAmericana de Snowboard, das quais saiu vencedora. Atualmente, é 12ª do ranking mundial. No snowboard, apenas as 25 primeiras (das 40 que estão na disputa) se classificam para os Jogos. — Essa é a minha melhor temporada no snowboard. Até então, a melhor colocação havia sido no ano passado, quando fiquei em 18º. Acho que ainda é cedo para dizer que estou classificada, mas, se for bem na Argentina, ficarei bem mais próxima da vaga — afirma ela.
Isabel está no Rio, onde fica até 15 de junho. Enquanto não começa a temporada de neve no Hemisfério Sul, ela aproveita para curtir a cidade, rever família e amigos e matar saudade de casa. No meio disso tudo, malha, claro, para não perder o condicionamento físico. Depois, vai para o Chile, onde termina a preparação para as etapas da Copa do Mundo restantes, que classificam para Vancouver: em setembro, em Chapelco, na Argentina; em dezembro nos Estados Unidos, e em janeiro, na Suíça e na Áustria. - Agora é verão no Hemisfério Norte e na Europa, então, o pessoal relaxa um pouco, treina menos. Eu terei dois meses e meio até a etapa na Argentina. Isso vale ouro porque, durante a competição, não sobra tempo, é só manutenção. É uma prova depois da outra - explica ela.
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A história O jet ski é um produto com marca registrada da Kawasaki, uma das fábricas que produzem embarcações do tipo moto-aquática. O primeiro jet ski foi concebido pela Kawasaki Motors do Japão, quando um dos diretores solicitou ao departamento de desenvolvimento de produtos que criasse um “brinquedo” a motor para ser oferecido de presente aos melhores clientes. Durante vários anos a Kawasaki foi a única a fabricar motos-aquáticas e só depois de pelo menos dez anos é que surgiram outros modelos produzidos por outras fábricas, como a Bombardier, Yamaha e Polaris. Há pelo menos duas décadas as pessoas que estavam envolvidas com o jet ski decidiram promover pequenas corrias e gincanas, que foram apoiadas pela própria Kawasaki, já que naquela época ela era a única fabricante de jet skis. Criou-se também a Associação Internacional de Jet Ski (IJSBA), que passou a cuidar dos interesses das pessoas que possuíam jet skis e a promover as competições. Com a entrada de novos fabricantes no mercado, a Associação passou a se chamar Internacional Jet Sports Boating Association. A sigla continuou a mesma, mas a Associação passava a cuidar dos interesses dos competidores e adeptos de moto-aquáticas de qualquer marca e modelo. Atualmente, a IJSBA conta com mais de 30 países filiados que divulgam e promovem o esporte dentro das normas e regras internacionais e uniformes.
No Brasil, o jet ski é representado pela Associação Brasileira de Jet Ski (BJSA), que foi fundada em 1992 e tem como principal objetivo normalizar, regulamentar e defender a imagem do esporte, dentro das regras internacionais ditadas pela IJSBA.
Atletas O Brasil conta com vários atletas de destaque no jet ski. Um deles é o catarinense de Jaraguá do Sul, Alessander Lenzi. O atleta, que pratica o esporte há 14 anos, já adquiriu uma coleção invejável de títulos nacionais e internacionais e é o detentor do maior número de títulos do mundo.
Em 1995, começou a disputar campeonatos internacionais. O atleta é o primeiro e único piloto brasileiro a se consagrar campeão mundial de jet ski na categoria Freestyle Profissional. É também tricampeão paulista (1997, 1998 e 1999), nove vezes campeão brasileiro (1998, 99, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006), bicampeão mundial de Manobras nas Ondas, tricampeão do Circuito Mundial da União Internacional de Motonautica (UIM) e bicampeão da Copa do Mundo de Jet Ski. Um outro nome de destaque é o gaúcho Nélio Azeredo, que compete pela categoria Runabout 1600 Modified. O atleta foi campeão brasileiro na categoria em 2006 e, em 2005, foi campeão brasileiro na categoria Runabout 800 Stock.
Tudo começou como uma brincadeira para Lenzi, que foi percebendo que tinha jeito pro jet ski. O atleta comprou um Kawasaki e, com uma roupa de surf emprestada para os dias mais frios, começou a treinar. O primeiro campeonato que disputou foi o Circuito Catarinense de Jet Ski, em 1993, e, desde então, não parou mais. Logo no ano seguinte foi campeão catarinense, campeão paranaense e vice-campeão paulista.
O goiano Célio Vinícius também não fica para trás. Em 2006 se consagrou heptacampeão mundial e carrega no currículo mais nove títulos nacionais. A história de vitórias do atleta começou no hotel que a família possuía em Tocantins, já que este possuía um jet para divertir os hóspedes. Na época que começou a pilotar, Célio tinha apenas sete anos.
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Logo se apaixonou pelo esporte e, quanto tinha 13 anos, seu pai conseguiu uma liminar para que o filho pudesse participar das competições locais, já que a idade mínima para participar de competições de jet era de 16 anos. O esforço do pai valeu a pena, e Célio foi campeão goiano na categoria novatos. Em 1998, ficou em 1º lugar na categoria Sport Stock e em 3º na categoria Sport Superstock do Campeonato Brasileiro. Para ganhar mais experiência, resolveu participar de um campeonato mundial e foi o piloto mais jovem a participar do campeonato que reúne os melhores do mundo. Aos 16 anos, foi mais uma vez campeão goiano, paulista e brasileiro. Foi também novamente aos Estados Unidos para disputar o mundial e terminou em 1º em duas categorias: a Expert Sport Limited e a Sport Superstock. Em 2000, foi morar nos Estados Unidos para correr o circuito norte-americano. Venceu sete das oito provas disputadas e sagrouse campeão norte-americano de jet na Sport Superstock. Também venceu o brasileiro pela quarta vez. No ano seguinte, ainda morando nos Estados Unidos, foi novamente campeão norteamericano. Em águas brasileiras, correu pela primeira vez com jet stand up e conseguiu vencer na categoria Ski Stock. Nos Estado Unidos não conseguiu o titulo na categoria profissional, e resolveu voltar a morar no Brasil.
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Rally dos Sertões passa a ser ecologicamente correto Trabalho, realizado há oito anos, inclui distribuição cartilhas de conscientização, cinzeiros ecológicos, coletores de óleo e outros materiais que minimizam o impacto ambiental da prova Principal categoria fora de estrada do país e segunda principal prova off road do mundo, o Rally dos Sertões completa 17 edições em 2009. Proporcional a sua tradição e tamanho será o trajeto da prova, que ultrapassará os cinco mil quilômetros. Desvendando belas paisagens em lugares paradisíacos, o rally cruzará sete estados, Goiás, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, entre os dias 23 de junho e 3 de julho. Além de sua enorme estrutura, o rally conta com emocionantes disputas na ‘pista’ e durante todo o trajeto da corrida, pedaços de veículos, peças, pneus e outros resíduos, como óleo e combustível, são sempre deixados para trás. Para que toda essa grande sujeira produzida tenha um destino correto, a organização da prova realiza, desde 2001, uma ação ambiental que percorre todas as trilhas e acampamentos utilizados durante a competição. O trabalho ecológico durante o Rally dos Sertões é dividido em duas frentes: a “Limpa Trilha”, que percorre todo o caminho utilizado pelos veículos participantes do rally, recolhendo restos de carenagem, pneus, pedaços de vidro, óleo e combustíveis; e o segundo time, que atua nos acampamentos montados nas cidades que recebem a competição,
coletando todo tipo de lixo deixado. “Somos quatro pessoas no grupo. Três trabalham no ‘Limpa Trilha’ e uma atua nos acampamentos. Essa pessoa conta com auxílio de seis voluntários da prefeitura de cada cidade”, explica Carlos Andrade, o Carlão, um dos responsáveis pelo trabalho da equipe ambiental. A equipe distribui cartilhas de conscientização, cinzeiros ecológicos, coletores de óleo, sacolas plásticas para carro, sacos de lixo de 100 litros e outros materiais. Além disso, o time ecológico conta com dois apoios importantes: das prefeituras de cada município e de postos de gasolina da região. “Os postos oferecem os latões para o recolhimento do óleo utilizado pelos veículos e as prefeituras atuam na seleção do pessoal que ajuda no trabalho dos acampamentos”, comenta Carlão. Com o lema “Deixe o local por onde passou da mesma forma como o encontrou”, o trabalho ecológico não se resume apenas a recolher os detritos, mas também a destinar corretamente o material, gerando inclusive a coleta seletiva em localidades onde nunca foram realizadas antes. “Após a nossa passagem pela cidade de Mossoró-RN em 2008, o município passou a implantar a coleta seletiva”, conta Carlão, que faz um balanço da 16ª ediçao da aventura off road. “Em 2008, tivemos poucos acidentes e não houve nenhum caso de vazamento de óleo em rios. Por isso recolhemos menos lixo em relação a 2007. No ano passado foram 900kg, e em 2007 reunimos uma tonelada de material nas trilhas. Fora da trilha, recolhemos de duas a três toneladas por acampamento no ano passado. Ao todo, foram
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mais de 10 toneladas de lixo recolhidas”, acrescenta. Apesar do belo trabalho de limpeza, esse não é o maior foco de Carlão. “O nosso maior objetivo é a conscientização dos participantes, principalmente como forma preventiva. Também queremos aperfeiçoar o sistema de coleta e o gerenciamento correto dos resíduos”, diz. “Ao terminar o Sertões, a Ação Ambiental espera tornar todos os envolvidos no evento e as comunidades cada vez mais conscientes de sua responsabilidade”. Dois anos após o início da atuação no Sertões, a equipe introduziu um dos mais importantes materiais de trabalho do grupo, o absorvente industrial ecológico, produto feito para absorver e conter vazamentos de óleo e combustível, tanto na terra quanto na água. “Mesmo com as inovações no início do trabalho, o maior resultado de todos estes anos foi a conscientização de todos os participantes do evento, como pilotos, navegadores, mecânicos, imprensa e todos os outros”, finaliza Andrade.
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