A ÁFRICA ENQUANTO CONSTRUÇÃO DISCURSIVA E MIDIÁTICA: A PROPAGANDA COLONIAL E A “INVENÇÃO” DO “OUTRO” Jonas A. Nascimento1 Resumo: Por que as imagens que temos de África e dos africanos são tão depreciativas e deformadas? Por qual razão a África ocupa um lugar tão desprivile giado em nossas imagens e imaginações? Partindo destas questões iniciais, esse breve artigo busca en tender como se deu o processo de construção discur siva e midiática da alteridade africana, ou de sua “in venção”, a partir de múltiplos discursos — científico, religioso, político, literário, cinematográfico, etc. Tais discursos basearamse, e baseiamse, frequentemen te, num “regime de autoridade” decorrente de rela ções desiguais de poder e conhecimento entre o Oci dente e o mundo nãoocidental. O distanciamento “antropológico” e “biológico” dos africanos, como “outros”, parece perpetuarse. Buscase aqui, portan to, suscitar uma discussão concisa que possibilite, no entanto, compreender e questionar a condição de marginalidade que a África — e tudo que lhe diz res peito — ocupa em nosso pensamento e imaginário ocidental. PalavrasChave: África. Propaganda Colonial. Discur so. Cinema.
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Doutorando do Programa de PósGraduação em Sociologia na Universidade Federal de Pernambuco. Endereço eletrônico: jonas.anasc@gmail.com. Grau Zero — Revista de Crítica Cultural, v. 5, n. 2, 2017 | 17