BOLETIM MENSAL
DEZEMBRO/2019
Um legado de amor dado por Deus aos Filhos da Pobreza
o carisma tem também M as um valor e uma função hu-
"
mana na vida do consagrado: é, de fato, a revelação definitiva do eu ideal, ou seja, daquilo que a pessoa é e é chamada a ser... O carisma é o seu “nome” (Ratio FPSS). Neste mês de dezembro, nos Irmãos da Toca de Assis, Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento, celebramos o aniversário de fundação do nosso instituto religioso. Muitas pessoas perguntam: quem são? O que fazem e como vivem? Somos um instituto de vida religiosa consagrada de natureza laical, recebemos como carisma de Deus a vocação de ser adoração e amor aos pobres e abandonados, vivemos de maneira simples a ser sempre uma profecia ao mundo atual. Assim, desde o dia 3 de dezembro de 1995 os irmãos consagrados Filhos da Pobreza vêm sendo a resposta atualizada de Deus à humanidade, pois são chamados a ser “adoração e amor aos pobres” com a missão de apontar como seta pela vivência eu-
carística os pobres e necessitados. A identidade dos Filhos da Pobreza está fundamentada nos dois pilares carismáticos: adoração e amor aos pobres. Somos consagrados a Deus e pelos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, assim, na vivência do nosso carisma somos um pequeno fragmento de todo o corpo místico de Cristo Jesus. Espalhados pelo Brasil e na missão do Equador, os consagrados Filhos da Pobreza perpetuam nas suas vidas o sonho de Deus para esse instituto religioso. No cuidado com cada pessoa em situação de rua e com aqueles que têm a oportunidade de ser acolhidos em nossas casas religiosas, testemunhamos o Evangelho vivo no mundo na certeza do que diz o Senhor: “Todas as vezes que fizestes a um destes pequeninos, foi a mim que o fizestes...”. Nossa inspiração em São Francisco de Assis é ser a resposta do beijo no leproso, o abraço à Dama Pobreza, o rosto de Cristo aos necessitados,
mas ser para o mundo aquilo que por primeiro somos em Deus, Seus adoradores, que tem essa fonte inesgotável como que uma centelha de amor nos atrai para Si. Diante dessa sublime vocação religiosa somos gratos pelo nosso chamado, pela nossa história e de modo especial por termos como nome a pobreza do Santíssimo Sacramento. A finalidade do instituto, visando à glória de Deus, consiste em exaltar e reparar o augustíssimo Sacramento do Altar, buscando e promovendo a plena participação do Sacrifício Eucarístico e o seu prolongamento por meio da adoração, além de aliviar o sofrimento dos pobres abandonados de rua, buscando a restauração de sua dignidade de filhos de Deus. Assim, testemunhamos de forma missionária o Santo Evangelho, especialmente o amor do Verbo encarnado e crucificado.
Ir. Cordeiro Humilis Maria do Madeiro da Cruz
filhos da pobreza do santíssimo sacramento
C
elebrar o Natal é reviver os acontecimentos da nossa salvação, pois “Cristo continua a estar no mundo por meio da Igreja”¹ por meio dos sacramentos, sobretudo pela Eucaristia, na qual “a lógica da encarnação atinge a sua consequência extrema. Nela encontra sua coroação aquele caminho para o homem, que impeliu Jesus a despojar-Se dos privilégios da divindade, para tomar a condição de servo (cf. Fl 2,6-7)”² . Por causa de nós Ele “Se fez pobre, embora fosse rico, para nos enriquecer com a Sua pobreza” (2Cor 8,9). Entre as pessoas divinas, só a respeito do Filho podemos falar de Deus ter assumido a pobreza. Não é possível afirmar propriamente a pobreza a Deus Pai nem ao Espírito Divino, mas somente à segunda Pessoa Divina e, exclusivamente, a partir da Sua encarnação. Foi assim que o Verbo iniciou por nós, homens, a obra de salvação³. Em que consiste essa pobreza? O fato de Jesus ter nascido em um estábulo não é nada diante do Seu aniquilamento em assumir nossa natureza criada. A pobreza
de Cristo está antes no ser: “Ele esvaziou-Se a Si mesmo, e assumiu a condição de servo” (Fl 2,7). Ele Se fez nosso irmão divino, partilha da nossa condição sem deixar o que é: Deus. “O que há de mais pobre para Deus que a forma de servo? Que de mais humilde que a comunhão com nossa natureza?” 4. A criação e a encarnação são obras divinas, mas a encarnação supera a criação do universo. Na criação, Deus como que “transborda” para fora de Si criando os seres do nada, na encarnação o movimento parece inverso, porque o “transbordar” divino é por meio do esvaziamento da segunda pessoa divina, o Verbo. Deus esteve sempre presente na criação, mas quando o Verbo esvaziou-Se a Si mesmo, fez-Se carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14) coroou toda criação. Na encarnação, Cristo inicia o Seu ser servo que na cruz Se manifestará: “E, achado em figura de homem, humilhou-Se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2,8). Na Eucaristia,
Ele continua: “Estou no meio de vós como aquele que vos serve” (Lc 22,27). Porque o Filho do Homem veio “para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28). Somos convidados a ter os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2,5), então, qual resposta melhor para dar-lhe senão a que o deu Sua mãe: “Eu sou a Serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua palavra”? (Lc 1,38). Pois “a encarnação de Deus, o seu fazer-Se carne deve continuar até ao fim dos tempos (...). Cristo bate. Também hoje Ele tem necessidade de pessoas que, por assim dizer, lhe põem à disposição a própria carne” (Bento XVI, 29/9/2007). 1São João Paulo II (Angelus 18/8/1985). 2São João Paulo II (Angelus 19/7/1981). 3Catecismo da Igreja Católica, nº 606. ⁴São Gregório de Nissa (De beatitudinibus, I).
Ir. Sara Maria, FPSS filhas da pobreza do santíssimo sacramento
ento
GRANDE MISTÉRIO DE ESPERANÇA NO SALVADOR
se fez pobre para os pobres.” (2Cor J esus 8,9) Nosso Senhor Jesus Cristo é o nosso
Salvador, Aquele que Se fez pequenino em uma manjedoura só por amor. No pequeno presépio de Belém faltou tudo, Ele esvaziou-Se desde o primeiro momento nesse grande mistério de amor. Como não encher-se de esperança para a chegada do nosso Salvador? Nas casas do Instituto Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento, o Natal é esperado por acolhidos e religiosos com grande alegria, em oração e convivência fraterna com amigos e benfeitores. Na Casa São Pio, em Fortaleza, uma das casas de acolhimento do Instituto Filhos da Pobreza do Santíssimo Sacramento, tudo é preparado para o dia de Natal, com a montagem da árvore, orações, encontro com voluntários e benfeitores que procuram os acolhidos para os presentear e preparar a festa. Ou seja, o clima dessa linda festa toma conta de todo o lar, na esperança do Salvador que vem pobrezinho para todos os pobres em perfeita caridade. Na pobreza franciscana de amar, esperar o Menino Jesus pequenino e preparar a manjedou-
ra simples, os acolhidos são envolvidos pelo grande mistério de esperança no Salvador ao sentir-se amados por Ele, que Se fez pobre pela humanidade. “Em 1223, São Francisco de Assis criou em Greccio, na Itália, o primeiro presépio da história. Foi um presépio vivo, com moradores da pequena localidade representando o Menino Jesus na manjedoura, Nossa Senhora, São José, os reis magos, os pastores e os anjos. Os animais também eram reais: o boi, o burrico, as ovelhas.”¹ Irmãos, enchamo-nos de esperança para a chegada do Salvador que fez tudo por amor por todos nós, os pobres. Vem, Menino Jesus!
1https://pt.aleteia.org/2015/12/15/sao-francisco-de-assis-o-criador-do-presepio/
filhos da pobreza do santíssimo sacramento
ACOMPANHE NOSSAS ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS NO INSTAGRAM E FACEBOOK
AJUDE-NOS, ENTRE EM CONTATO CONOSCO! Nossa família é formada pelos institutos religiosos dos Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, ajudando-os você ajuda a Toca de Assis!
tocadeassis BOLETIM MENSAL TOCA DE ASSIS Dezembro • 2019
Periodicidade: mensal • Distribuição: gratuita • Tiragem: 5.000 exemplares Direção: Ir. Xavier e Ir. Maria Fernanda • Revisão: Marcus Facciollo Editor: Rafael Belucci • Diagramação: Ana Carolina Andrade