Publicação da Fraternidade de Aliança- Toca de Assis- Setembro de 2012
Revista de
AssiS
FORMAÇÃO COMO CONVIVER COM O SOFRIMENTO
QUALIDADE DE VIDA CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DO ALONGAMENTO
Consciência Política
QUAL DEVE SER A POSTURA CRISTÃ DIANTE DA POLÍTICA NACIONAL PARA QUE AS PROMESSAS DA BANDEIRA DE FATO SE CUMPRAM?
ÍNDICE
az e Bem! A Revista Toca de Assis de setembro está repleta de temas e reflexões indispensáveis a nossa vida cristã! No Artigo Especial, por exemplo, você encontrará dicas de como exercer sua cidadania nas próximas eleições através de um voto consciente, pois “A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, a serviço dos homens”. Assim como a política, nossa vida é permeada por outras situações, e muitas vezes o é sofrimento nos aflige de alguma maneira e devemos saber enfrenta-lo. Descubra como, na nossa editoria de Formação. No Toca em Palavras, você conhecerá o belo trabalho dos nossos leigos que carregam consigo o nosso carisma através do Cenáculo Mariano entre as famílias. Ainda nesta edição, a Missão “San Jose” de Quito abriu as portas e nos contou um pouco sobre como é a Toca fora do Brasil. Confira o Toca em Ação! Irmão Justino e Wilson Cachago testemunham suas vidas no Coração da Toca e no Toca em Retalhos. Para ter Qualidade de Vida conheça os benefícios do alongamento! Toca na Atualidade traz uma pesquisa que mostra que casais com filhos são mais felizes! Na coluna Tocarte deste mês, Irmão Tarcísio explora o tema comédia. É possível rir sem apelar para a vulgaridade? E para as crianças, nosso amiguinho Thisco conta um pouco da história de São Pio no Toca Kids. Desejamos uma boa leitura à todos! Que Deus e Nossa Santa Mãe os abençõe! Redação Central São José
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TOCA EM PALAVRAS
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TOCA EM RETALHOS
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ARTIGO ESPECIAL
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TOCA E QUALIDADE DE VIDA
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TOCA NA ATUALIDADE
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Fraternidade de Aliança Toca de Assis CNPJ: 02019254/0001-87 www.tocadeassis.org.br Central São José Rua Amador Bueno, 45, Vila Industrial Campinas/SP. CEP: 13035-030 benfeitoria@tocadeassis.org.br Fone: (19) 3886-7086
TOCARTE
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SAV- Serviço de Animação Vocavional vocacionalmasc@tocadeassis.org.br vocacionalfem@tocadeassis.org.br
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Revista Toca de Assis Publicação mensal e interna da Fraternidade Presidente: Ir. Gabriel do Verbo de Deus Vice: Ir. Maria dos Anjos do Mistério da Cruz
TOCA LOJA
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EDITORIAL
Setembro/ 2012
EXPEDIENTE Departamento de Captação de recursos: Cláudia Moraes, Gabriela Saldanha, Fernando Zanin, Leonardo Souza, Maria do Carmo Pereira. Editor chefe: Ir. Tarcísio de Jesus Jornalista: Gabriela Saldanha Projeto gráfico: Gabriela Saldanha Diagramação: Gabriela Saldanha Revisão ortográfica: Luciana Marcolino Impressão e tiragem: 10.000 exemplares Colaboradores nesta edição: Dom Aloísio Roque Oppermann; Rômulo Argento; Wellington Coelho da Silva; Irmão Justino (Missão Qito-EC); Wilson Cachago; Gabriela Saldanha; Fernando Nunes; Camila Volpi Bianchi; Irmã Tassiele; Felipe Aquino; Irmão Tarcísio e Jânio Garcia.
Há vantagens no
diálogo?
TOCA PARA A IGREJA
O Concílio, através de vários de seus documentos, recomenda à Igreja dialogar com representantes de outras religiões (Unitatis Redintegratio), e com o mundo moderno (Gaudium et Spes). Vamos completar 50 anos do início do magno Conclave, e os frutos do diálogo continuam desidratados. Os Socialistas prosseguem em suas audácias materialistas (um pouco abalados pelos reveses do comunismo); as Feministas ateias continuam apresentando suas propostas de corrigir o Criador (também em dúvidas por evidentes “teimosias” da natureza primordial); os Protestantes vão em frente reconhecendo a desunião, mas favorecendo novas separações de força centrífuga; os Ateus, verificando a fraca organização das religiões monoteístas, estão cada vez mais destemidos em seus argumentos de força aparente. Continuamos muito convictos de que “conosco está o Senhor do universo” (Sl 46, 8), mas isso não nos enche de corajosas iniciativas, expondo-nos à conversa aberta. Não houve conversões, nem de ateus, nem de protestantes, nem de feministas exacerbadas. Então, é ingenuidade querer dialogar? O diálogo seria uma figueira estéril? Vamos partir para o enfrentamento? É bom nos convencermos de que ser apenas “adversários civilizados” ou até “inimigos corteses” não é suficiente. A finalidade da atitude dialogal não é fazer a cabeça do adversário, ou querer que ele capitule e “entregue os pontos”. Conhecendo a natureza humana, sabemos que isso jamais acontecerá. Dialogando, descobrimos que os outros nem sempre são tão maus assim. Compreendemos que o arcabouço da nossa fé católica é harmonioso e muito lógico. Nele não divisamos erros, mas a necessidade de correções e adaptações aos tempos modernos. Concluímos que o nosso defeito está em não colocarmos em prática o que a fé nos pede. Permanecemos insensíveis perante os apelos de conversão. O diálogo pode abrir perspectivas novas! Olhemos para o escritor ateu por excelência, que enriqueceu com seus livros, Dawkins. Num diálogo público, reconheceu que não tem mais tanta certeza de que Deus não existe. Agora prefere ser chamado de agnóstico e não de ateu. Um dia se cumprirá a previsão do Apocalipse: “as nações todas, prostradas, haverão de adorar-vos” (15, 4).
Dom Aloísio Roque Oppermann SCJ Arcebispo de Uberaba/MG
MÃE DA IGREJA Nossa Senhora das Dores
Minha Mãe dolorosa, não vos quero deixar sozinho a chorar, não; eu quero acompanhar-vos também com as minhas lágrimas. Esta graça vos peço hoje; alcançai-me uma contínua lembrança e uma devoção terna à paixão de Jesus e à vossa, a fim de que todos os dias que me restam de vida, me sirvam somente para chorar as vossas dores, e as do meu Redentor. Elas me alcançarão o perdão, a perseverança, o céu, onde espero depois recrear-me em vós e cantar as misericórdias infinitas de Jesus, por toda a eternidade. Amém. Setembro/ 2012 Em 15 de setembro a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora das Dores!3
FORMAÇÃO A acolhida cristã do
sofrimento
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m dos aspectos mais temidos na vida humana é o sofrimento. A sociedade contemporânea, hiperativa, tende a meditar pouquíssimo sobre esse assunto. Ou melhor, medita constantemente em como livrar-se rapidamente desse incômodo visitante. A mesma sociedade, determinada a esquivar-se de todo penar, apressa-se em encontrar tecnologias que garantam um perene bem-estar físico, mas esquece-se que esses avanços não suprem a totalidade das necessidades humanas e que, frequentemente, ignoram que o ser humano é composto por alma e corpo. Enquanto o homem for tratado como ser meramente imanente encontrar-se-á relegado a viver sob o espectro de incompletude e falta de sentido. Existem questões que não podem ser resolvidas somente sob o aspecto material. Por exemplo, a reação diante da morte e da enfermidade. Muitas vezes, essas situações não podem ser solucionadas por meio de qualquer método terapêutico ou tecnológico. Todavia, o conceito de sofrimento tem sua essência desafiada ao olharmos sob a perspectiva cristã. Cabe ressaltar que o cristianismo não é uma doutrina estóica, na qual a apatia é tida como instrumento para a paz e felicidade. Ao contrário, o cristianismo convida a viver a integralidade rumo à perfeição. Como todo ser humano, o cristão também sofre: o cálice amargo da imprevisibilidade das tragédias o surpreende. O segredo de sua serenidade não está em técnicas de imperturbabilidade, nos confortos medicinais ou psicológicos, na força da doutrina ou no esforço de esquecer as causas. Tampouco se encontra na alienação da verdade. A fortaleza dos cristãos, diante de dolorosos momentos, fundamenta-se em saber que são cuidados por um Deus Perfeito e, por definição, sempre Bom. Esse Deus, por eles não ignorado, tomou o rumo do sofrimento, não quis só motivá-los à força de Sua Palavra, mas com Seu próprio corpo trilhou o caminho da dor. Em geral, os homens que sofrem sentem-se mais compreendidos por outros que tenham sofrido dor semelhante às suas. Há um crescimento de grupos de apoio onde os membros mais antigos estão dispostos a dividirem experiências, aconselhar e amenizar um pouco mais as consequências do sofrer. Se entre os humanos, imperfeitos e limitados, pode-se encontrar auxílio, tanto mais podemos dar sentido e reconfortarmo-nos sobre o auxílio divino. Cristo pode entender o sofrimento humano porque Ele, que não tem pecado, assumiu, sobre Si próprio, o pecado (fonte de todo sofrimento) de todos e, com isso, uma infinidade de dores. Sejam dores físicas ou morais, não quis escapar de nenhuma. Cristo Jesus, nestas horas, torna-se o melhor companheiro, pois, “homem das dores provado no sofrimento”, dá o apoio eficaz a todo homem que o procura.
As guinadas da vida tendem a amadurecer esse convívio com Deus. O cristianismo prega uma crescente busca pela perfeição, que compreende em imitar o perfeito modelo, Cristo, o Senhor, que não pede mais do que se possa suportar. Ao redor do leito de um enfermo verdadeiramente cristão não se presencia as raias do desespero, as murmurações penuriosas comuns do fantasma da morte, o choro revoltoso de seus queridos... Surpreendentemente, encontram-se não os frutos da morte, mas lições que nos fazem repensar a vida, valores que superam a ocasião, reformulações de conduta pessoal e moral. Não é preciso comentar sobre as intervenções milagrosas de Deus em diversas ocasiões, pois não são esses testemunhos que validam o cristianismo. O cristão, contra toda a lógica mundana, assume o sofrimento como via unitiva com Deus, pois o cristão tem a chance de, a cada sofrimento, unir-se a Jesus Cristo, segunda pessoa da Santíssima Trindade, que sofreu na cruz pelos pecados de toda humanidade. É dessa unidade que tais homens tão penosamente carregados exalam, sem perceber, elevadas virtudes, o Bom Odor de Cristo!
“O cristão, contra toda a lógica mundana, assume o sofrimento como via unitiva com Deus!”
A fortaleza, admirável virtude, pode ser mensurada pelo mal suportado. O homem unido a Cristo torna-se participante de Sua fortaleza. Aderindo Àquele que soube sofrer a dor das dores, acaba por compreender o papel do sofrimento em sua vida. A participação na vida de Deus, por meio do mesmo caminho que Ele trilhou, viabiliza uma verdadeira fonte de graças. 4
Setembro/ 2012
Rômulo Argento Seminarista da Arquidiocese do Rio de Janeiro/RJ
Cenáculo C
TOCA EM PALAVRAS Nosso carisma vive sob a interseção da Virgem Mãe!
omeço essa partilha dizendo essas palavras de Madre Tereza: “Eu não nasci para o sucesso, nasci para a fidelidade!” Quando a amada Toca de Assis foi embora de nossa cidade, Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, as pessoas falavam: “E agora, como vocês vão ficar se não têm mais a missão?”. Nós falávamos para eles assim: “A missão foi, mas nós ficamos e somos referência! Nós somos o carisma! Então a missão não foi embora, pois continuamos aqui e isso basta!” Sendo assim, fomos buscar a resposta de Deus para o tempo em que viveríamos no ‘abandono’. Como costumamos dizer:“Tão perto e tão longe, tão longe e tão perto”. Tendo a confiança em Nosso Senhor, Ele nos impulsionou para que fôssemos ao Rio de Janeiro. Lá, estava o Irmão Gabriel que, na época, era o Ministro Geral do Instituto Masculino. Através do Irmão Gabriel, buscamos algo que pudéssemos viver em nossa cidade, dentro do carisma. O interessante é que, foi justamente nessa época que aos morros da cidade estavam sendo ocupados pelo Exército. Grande parte das pessoas estava saindo de lá amedrontadas. E, nós, lá estávamos para ouvir o que Deus tinha para nos falar. E aconteceu como era com aqueles profetas que saem para ouvir ao Senhor e seguem Seus passos na fé. Foi maravilhoso sair ao encontro da escuta de Deus. Para nós, o carisma vem do Alto, e que não pertence ao homem e nem a carne. O Ir. Gabriel que nos falou sobre o Cenáculo que seria meditado pelos leigos e que teríamos uma Irmã, a Maria da Glória, e um Irmão, o Lourenço. Eles seriam os responsáveis pela vida laical, ou seja, a vida dos leigos. Voltamos para a nossa cidade e esperamos em Deus. Um mês depois, houve um retiro em Macaé em que as imagens peregrinas de Nossa Senhora de Fátima foram abençoadas. E, com essas imagens, nós rezaríamos o santo terço nas famílias (Cenáculo com Maria). A Irmã Maria da Glória foi até a nossa cidade para explicar e passar todas as informações sobre o Cenáculo. A partir dessa partilha, surgiu o grande desejo de realizarmos o Natal em nossa cidade. Mas, o mais bonito e mais maravilhoso de tudo isso, foi a nossa ida até o nosso bispo, Dom Roberto Francisco, pedir a benção dele para que pudéssemos realizar o Natal da Toca e o Cenáculo com as famílias. Ele ficou muito feliz ao saber que o carisma continuava em nossa cidade. E, recebendo a benção do nosso bispo, fizemos um Natal da Toca maravilhoso, realizado por leigos! Hoje vivemos a realidade do Cenáculo. Ele acontece da seguinte maneira: fechamos o círculo com mais de 12 famílias que rezam os doze passos com a Virgem Maria.Teremos, no mês de outubro, nosso primeiro retiro que já está agendado para os dias 19, 20 e 21. O local será divulgado em breve para todos os leigos. Teremos, também o nosso 2º Natal da Toca. Gostaria de deixar um recado para todos os leigos desse carisma: se formos fiéis à nossa vocação primaz (no meu caso, por exemplo, é o matrimônio que eu chamo de “minha igreja doméstica”), o Senhor nos dará tudo por acréscimo. O Senhor é maravilhoso e nos dá tudo que é bom para nossa felicidade. Esse testemunho retrata um pouco daquilo que está em meu coração. Sou casado há 20 anos com a Cláudia e temos três filhos: Mickaella, João Pedro e João Paulo. Trabalho na área de Wellington Coelho da Silva Leigo da Fraternidade radioterapia com “acelerador linear”. Toca de Assis Nunca desista de ser fiel, pois a fidelidade nos levará para o Céu. Paz e Bem!
LITURGIA Ato penitencial “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia apagai a minha iniqüidade.” Salmo 50,3 Para participarmos da Santa Missa, precisamos, primeiramente de humildade. O sacerdote nos convida a termos um coração contrito diante da infinita misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso pedimos: “Senhor tende piedade de nós” “Cristo tende piedade de nós” “Senhor tende piedade de nós” Somo chamados a reconhecer as nossas fraquezas, os nossos pecados e pedimos a graça de Deus de não mais pecarmos. O Ato Penitencial não é para ficarmos abatidos com nossos pecados. É para olharmos pra frente, olhar para Aquele que acima de tudo “não veio pra condenar, mas para salvar” (cf. Jo 12,47).
São Boaventura já dizia “A Santa Missa é a obra na qual Deus coloca sob os nossos olhos todo o amor que Ele nos tem; é, de certo modo, a síntese de todos os benefícios que Ele nos faz”. Lembrando que o Ato Penitencial não nos isenta do Sacramento da Penitência, que é de modo singular importantíssimo para participarmos dignamente dos Santos Mistérios de Cristo Nosso Senhor, principalmente quando cometemos pecado grave ou mortal. Após a oração de perdão, dada pelo sacerdote, somos chamados a louvar e bendizer seu Santo Nome! Mas, nós veremos o Hino de Louvor na próxima edição da Revista da Toca! Até lá! Setembro/ 2012
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ORAÇÃO Ato de Contrição de São Pio X Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador, Pai e Redentor meu, Por ser vós quem sois e porque vos amo sobre todas as coisas, pesa-me de todo o meu coração de vos ter ofendido, proponho firmemente a emenda de minha vida para nunca mais pecar, apartar-me de todas ocasiões de ofender-vos, confessar-me e cumprir a penitência que me foi imposta. Vos ofereço, Senhor, minha vida, obras, e trabalhos em satisfação de todos os meus pecados e assim como vos suplico, assim confio em vossa bondade e misericórdia infinitas que me perdoareis pelos méritos de vosso preciosíssimo sangue, paixão e morte e me dareis graça para emendar-me e perseverar em vosso santo serviço até o fim de minha vida. Amém! 6
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CORAÇÃO DA TOCA A procura da Verdade!
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az e Bem! Meu nome é Irmão Justino Humilis do Santíssimo Sangue e sou religioso Filho da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Aqui, vai um pouco da minha história. Meu nome de Batismo é Ednei Aparecido Carvalho Freitas. Nasci em Três Lagoas, interior do Mato Grosso do sul. Tenho 29 anos e há nove anos me dedico ao serviço do Reino de Deus integralmente dentro deste instituto. Para que eu pudesse compreender melhor esta inclinação ao carisma dos Filhos da Pobreza, tive que conhecer melhor o meu passado. Descobri que minha vida era marcada pela busca da verdade desde a infância. Desde muito cedo, tive curiosidade e ousadia para conhecer as coisas. O conhecimento me fascina; o homem e sua maneira de pensar, os acontecimentos históricos, ler livros, saber de tudo um pouco. Veio a adolescência e seus conflitos “existenciais”. Deixei me levar por minhas fragilidades e más intenções. Assim, a busca pela verdade foi se tornando cada vez mais um abismo escuro. Havia a falta de esperança, a solidão, a falta de auto-confiança, as dúvidas... Tudo isso me atormentava. Mas, foi por pouco tempo... Por providência, conheci na escola um jovem
que era pastor de uma comunidade evangélica e que argumentava contra a Igreja Católica e sua doutrina. Eu participei da Catequese e recebi todos os sacramentos. Entretanto, não era comprometido com meu batismo e minha religião. Era um católico medíocre! Mas, esse jovem me despertou a curiosidade de conhecer aquilo que já conhecia, só que agora com profundidade. Entrei em um seminário de vida no Espírito Santo da Renovação Carismática. E, apesar de toda a experiência mística que tive, o meu fascínio foi saber que na Santa Doutrina Católica estava a verdade que voltou a dar sentido à minha vida. Por fim, decididamente, assumi minha fé, o meu compromisso batismal. Mais adiante, aos 18 anos, decidi me entregar totalmente a Deus por meio da vida consagrada. Conheci várias congregações. No entanto, a vida fraterna e a expressão de amor à Igreja me convenceram a entrar na Fraternidade Toca de Assis. Já faz nove anos que estou neste caminho. Estou feliz por encontrar nos pobres e no Santíssimo Sacramento, as verdades tão essenciais para que eu consiga entender minha existência, e minha vocação. Professei meus primeiros votos e assumi o nome de Justino, que foi um santo mártir filosofo que conheceu o cristianismo por buscar a Verdade. Atualmente, vivo na missão de Quito, no Equador, nossa primeira missão fora do Brasil. Aqui, tenho a graça de aprender de uma cultura diferente da nossa. Cultura essa cheia de significados e que me leva a abrir a mente para novas formas de evangelização . Peço a Deus que me conceda a graça de seguir adiante. que eu seja dócil à Sua vontade, adorando ao Seu Filho no Santíssimo Sacramento e levando Sua Vida àqueles que perderam suas vidas, manifestando, assim, esse carisma maravilhoso em terras estrangeiras.Jesus sacramentado, nosso Deus amado! Testemunho do Irmão Justino Humilis do Santíssimo Sangue, da Missão de Quito-EC
“A fé e o amor vêm por causa TOCA EM RETALHOS da esperança...” Os irmãos me levaram a um psicólogo e a um psiquiatra. Com eu nome é Wilson Cachago, tenho 35 anos e nascí
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Colossenses 1:5
na cidade de Quito, no Equador. Minha infância foi marcada pelo desprezo do meu pai. Sempre apresentei problemas de conduta e adaptação. Minha mãe me aceitava, mas era muito submissa ao meu pai. O desprezo e os maus tratos me obrigaram a viver nas ruas desde os 13 anos de idade. Aprendi a pedir esmolas para sobreviver, a trabalhar em restaurantes e como ajudante de padeiro. A solidão, o desamor e o frio, consequentemente, me levaram à bebida. Com o passar do tempo, meus problemas de conduta foram aumentando e não tinha a ajuda de ninguém. Há quatro anos, os irmãos brasileros da Fraternidade Toca de Assis, através da missão de ajudar aos pobres, em um dia de pastoral de rua, me encontraram em mal estado de saúde. Nessa época, já tinha, muita vontade de mudar de vida, pois já estava cansado da rua, da bebida e das mulheres. Os irmãos me acolheram na Toca por cerca de dois anos e meio. Esse tempo foi suficiente para que eu recebesse a ajuda em minha recuperação, a minha (re)inserção familiar, social e laboral. Foi um caminho árduo, mas não foi impossível. Com carinho e esperança, dei início a um novo estilo de vida e sempre com a proteção de Deus.
essa ajuda, pude descobrir meu problema e tratá-lo adequadamente. Além disso, os irmãos conseguiram uma vaga no Centro de Apoio a Descapacitados – MIES – onde desenvolvi várias atividades. A parte mais difícil do caminho foi a reconciliação familiar. No começo, muitas vezes, perdia a esperançca, principalmente com relação ao meu pai. Entretanto, tentávamos muitas vezes. E, com perseverança, alcancei o meu objetivo que era ser aceito pela minha família. Agradeco aos irmãos da Toca de Assis pela ajuda, pois através deles, eu consegui um emprego em uma fábrica chamada Vicunha (onde trabalho atualmente). Agradeço, de forma especial, à assistente social Tanya Nolivos que foi muito importante no reencontro com minha familia através da terapia familiar de reconciliação. Hoje, gracas a Deus e ao meu trabalho, continuo com o tratamento psicológico e o mais importante: vivo com meus pais sou feliz! Sempre visito os irmãos da Toca de Assis e agradeço a Deus por esta oportunidade de voltar a ter esperança!
Casa “San Jose”/ Quito-EC
A
Testemunho do ex-acolhido Wilson Cachago, da Missão de Quito-EQ
TOCA EM AÇÃO
missão masculina em Quito, no Equador, foi inaugurada em 2008. Esta casa pertence à Cúria Metropolitana de Quito. A Cúria nos emprestou esta casa para que possamos exercer nosso apostolado no acolhimento dos pobres de rua. Desde o início da missão moram na casa somente consagrados, mas a partir de agosto, deste ano, tornou-se um local para a formação de aspirantes e postulantes. Nesta missão, temos, também temos um irmão consagrado que é responsável, junto com o orientador vocacional de São Paulo, pelos vocacionados de alguns países de língua espanhola. Além do acolhimento dos pobres de rua, temos a pastoral que realiza suas ações nos dias de terça-feira à noite pelas ruas da cidade. A pastoral conta com as irmãs e os leigos que fazem parte da missão. Queremos dar graças a Deus e a Santíssima Virgem de Guadalupe por esta Missão da “Casa San Jose”, em Quito. Por tudo que Deus tem realizado e realiza nesta Missão. Demos graças, também, pelo apoio e dedicação dos missionários do Instituto que tanto colaboram em prol desta Missão. Que você possa colocar em suas orações essa missão que Deus confiou ao nosso Instituto no Equador.
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ARTIGO ESPECIAL
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Consciência política:
você tem?
ste é um assunto um tanto quanto “áspero”, não é mesmo?! A palavra política, hoje, soa como algo tão distante, diria até, inacessível, capaz de despertar em nós um sentimento de desconfiança, ou o chamado “pé atrás”. Contudo, não deveria ser assim... Originário do grego politikós, o vocábulo significa tudo o que se refere à cidade (pólis), ou seja, aquilo que é urbano, civil, público. Não demorou muito para que a expressão ficasse conhecida em toda Grécia Antiga, graças a uma das obras de Aristóteles (384-322 a.C), intitulada Política. Em seus escritos, o filósofo mostra que o homem é, por essência, um ser sociável, e que é fundamental que a política faça parte da vida de todos. As reflexões e ações que visam o bem comum devem ser o cerne da vida em sociedade: “Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas, e que inclui todas as outras, tem, mais que todas, este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade, e é a comunidade política” (Política, 1252a). Somos, pois, essa comunidade! Mas, de lá para cá, é triste notar o quanto os interesses particulares de alguns têm esmagado a necessidade da maioria. No Brasil, por exemplo, basta fazermos uma breve retrospectiva histórica para constatarmos que uma onda de corrupção se instalou no Congresso Nacional, ou melhor, indo contra todas as probabilidades geográficas, diria que Brasília, capital do nosso país, foi atingida por uma Tsunami de falta de ética e de relativismo moral. São inúmeros os crimes cometidos por aqueles que deveriam nos representar! “Mensalão” (2005), “Dólar na Cueca” (2005), “Operação dominó” (2006), “Caso Carlinhos Cachoeira” (2012) (...) são apenas alguns dos nomes da extensa lista dos escândalos na esfera do poder público. “A corrupção dos políticos é hoje uma das maiores queixas da sociedade: o seu impacto deformador escandaliza o povo, desestimula a virtude e fomenta o cinismo na juventude. A igreja, consciente das graves consequências dessa patologia da vida pública, pretende favorecer o desencadeamento de um grande esforço nacional, a fim de erradicar a praga da corrupção, que corrói o exercício da democracia”. (Dom Cláudio Hummes. Diálogo com a cidade, 2005, pág 99). A realidade, de fato, é desestimulante! Mas nós, cristãos, não podemos encarar tais problemas com tolerância e aceitação. É preciso romper o silêncio para que os contra-valores não se apropriem do nosso subconsciente por usucapião! É necessária, urgentemente, uma “radical renovação pessoal e social” que assegure, verdadeiramente, a ordem e o progresso em nosso meio. O Beato João Paulo II nos exorta e ensina dizendo: “Os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum... Todos e cada um têm o direito e dever de participar da política, embora em diversidade e complementaridade de formas, níveis, funções e responsabilidades. As acusações de arrivismos, idolatria de poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o ceticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública.” Devemos também, de forma digna e sensata, assumir que temos uma parcela de culpa (mesmo que mínima) na condição em que o Brasil se encontra. “Ou fizemos escolhas erradas, ou deixamos que os outros a fizessem”. A ética está em extinção! Reverter essa caótica situação não será fácil, mas já passa da hora! Comecemos por nós mesmos! Por nossas atitudes dentro de casa, dentro da família, na nossa rua, no bairro, e assim por diante! Sabemos que boa parte da população, além da carência dos requisitos básicos (moradia, alimentação, saneamento, educação, saúde), não possui acesso à informação. É por estes que devemos lutar! Para isso, precisamos de um amadurecimento político que nos tire desse “estado de letargia”. No Concílio Vaticano II, a ação laboriosa dos cidadãos já
era vista como algo indispensável e fundamental para a vida social: “A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, a serviço dos homens” (Christifidelis laici, 42). Conscientes de que o voto é uma das ferramentas que podem alterar a política nacional, este, aliado à nossa postura coerente, não devem estar pautados por simpatia, achismos, promessas ou (pior) chantagens. É preciso escolher com seriedade quem será nosso porta-voz, ou seja, quem assumirá a lícita autoridade política: “A autoridade política é, portanto, necessária em função das tarefas que lhe são atribuídas e deve ser um componente positivo e insubstituível da convivência civil. A autoridade política deve garantir a vida ordenada e reta da comunidade, sem tomar o lugar da livre atividade dos indivíduos e dos grupos, mas disciplinando-a e orientando-a, no respeito e na tutela da independência dos sujeitos individuais e sociais, para a realização do bem comum.” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja). Para nos ajudar sobre essa importânte escolha, deixo as 10 dicas orientadas pelos Bispos do estado de Minas Gerais* º. Tomar consciência da importância da política e do valor do seu voto. “Voto não tem preço, tem consequências”. º. Verificar se o candidato ama o povo ao qual ele deve servir. Em primeiro lugar, deve-se olhar o projeto político do partido e do candidato para verificar se visa realmente o bem do povo. O político que ocupa cargo público deve ser um servidor do povo. º. Examinar se o candidato assume verdadeiramente o compromisso social. Só se deve votar num candidato comprometido com o povo e não naquele que apenas faz belos discursos na campanha eleitoral. O eleitor deve votar em candidatos que manifestem atitudes coerentes, demonstradas por seu passado limpo, honesto e comprometido com as causas populares. Suas propostas políticas e sociais devem ser concretas, com possibilidade de serem executadas e voltadas para o bem do povo. º. Observar se o candidato respeita seus adversários. O candidato que, em sua campanha eleitoral, só sabe atacar e desrespeitar a imagem dos candidatos de outros partidos, não merece o nosso voto. Política verdadeira não se faz na base do ataque pessoal e sim a partir de propostas e programas concretos. É preciso acabar com a politicagem dos ataques pessoais de quem trata os adversários políticos como se fossem inimigos. º. Não considerar nenhum candidato como representante da Igreja. A Igreja não tem partido nem aponta candidato. O compromisso da Igreja é com a vida, a dignidade humana, a justiça, o bem comum e com a ética na política. Entretanto, os cristãos leigos, individualmente ou em grupos, podem assumir, em nome próprio, posição político-partidária e apoiar aqueles candidatos que assumem valores éticos e cristãos. º. Não votar em candidatos, cujos projetos atentam contra a família ou contra a vida humana. É indispensável ver a relação do candidato com a defesa da dignidade e a promoção da pessoa humana e da vida, em todas as manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Aqui se deve lembrar, sobretudo, do que diz respeito à legalização do aborto e da eutanásia. º. Fiscalizar aqueles que forem eleitos e exigir deles absoluta transparência administrativa. O eleitor deve acompanhar o desempenho daqueles que forem eleitos, pois, o voto é uma espécie de procuração para que o eleito aja em nome daqueles que o elegeram. º. Colocar em prática a lei contra a corrupção eleitoral (n. 9.840 de 1999). Eleitor consciente não vende e não troca seu voto. É preciso quebrar o círculo vicioso de candidatos que corrompem eleitores, e eleitores que corrompem candidatos. Quem vende o voto está vendendo a sua própria dignidade. Quem compra voto, compra a consciência do eleitor. Quem compra e quem vende voto está se degradando em sua dignidade. º. Levar em conta a Lei da Ficha Limpa já em vigor. Não se trata de uma lei para alterar a atual Lei 9.840/99, mas sim de incluir novos critérios de inelegibilidade, baseados na vida pregressa dos candidatos. Agora, com a Lei da Ficha Limpa, poderemos evitar que candidatos condenados pela justiça concorram às eleições e venham a ocupar cargos públicos. º. Não anular seu voto nem votar em branco. Se fizer isto, o eleitor poderá beneficiar um candidato que não merece o seu voto.
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Fonte: Portal Ecclesia
Peçamos a intercessão de São Tomas Moro (1478-1535), padroeiro dos políticos para que nos auxilie nas próximas eleições em outubro. São Tomas Moro, rogai por nós!
Gabriela Saldanha, Jornalista; Depto. de Captação de Recursos Central São José- Campinas/SP
TOCA E QUALIDADE DE VIDA
ALONGAR ! Como é bom
Hoje em dia, muito ouvimos falar de doenças ligadas ao estresse e problemas relacionados à nossa coluna vertebral. Não é a toa que os “calmantes” e os “anti-inflamatórios” estão sempre a nosso alcance, seja na bolsa, em casa ou no carro, não é mesmo?! Mas, antes de recorrer aos remédios, há uma forma simples e saudável para tratar de tais problemas, e até mesmo para preveni-los:Alongar-se! Entre os diversos benefícios que o alongamento (e, por consequência, o ganho de flexibilidade) pode trazer para nosso dia-a-dia, é possível mencionar alguns muito propícios ao contexto da qualidade de vida, como: A família Toca de Assis possui um tesouro centenário! o aumento na organização É uma pessoa muito especial, que neste mês de setembro comemora e relaxamento das fibras 100 anos de idade! Eva Holanda Veras chegou na Missão de Fortaleza-CE em 2007. musculares; Ela foi trazida pelo Pe. Apolônio, pois morava sozinha e não tinha mais condições a diminuição de tensão de se cuidar. O que sabemos sobre sua história de vida foi contada por ela mesma... na coluna vertebral; Filha única de Úrsula Holanda Veras e Francisco Holanda da Silva (um rico fazendeiro do interior do Ceará), ainda criança, Eva sentiu a morte da mãe. Assim, o pai que tinha melhora a postura; se tornado viúvo, casou-se novamente. Eva conta que era maltratada por sua madrasmelhora a circulação ta... Com o tempo, formou-se em teatro no colégio Imaculada Conceição. Atuava no sanguínea e as funções teatro Jose de Alencar (um dos mais famosos do estado do Ceará). respiratórias; Hoje, não conhecemos a existência de nenhum parente, mas os amigos que a coalivia o estresse. nheceram quando ainda jovem, contam que Eva saía todas as tardes para as suas Para que se alcance tais apresentações no teatro, pois era o que mais gostava de fazer. “Evinha” (como a chamamos carinhosamente), apesar dos 100 anos é uma seresultados, é importante nhora muito esperta e saudável! Consegue se alimentar sozinha; anda; canta; dança; que se procure a ajuda de reza e recebe a todos que vem visitar a nossa casa com músicas pois ela é muita um profissional da área acolhedora!!! Sua canção preferida é: “Caranguejo mais o siri foi tomar banho no cocó...”Eva da Educação Física, faz aniversario, mas nós é que somos presenteadas com o dom maravilhoso de sua evitando possíveis lesões vida que, para nós, é a presença do próprio Cristo que se manifesta no coração dos musculares! nossos pequeninos! E aí, vamos alongar?! “A vocação do cristão é a santidade em todo momento da vida.
Exemplo de longevidade
* * ** *
Camila Volpi. Bianchi Profissional de Educação Física 10
Setembro/ 2012
Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura e depois também no outono e no inverno da velhice.” (João Paulo II). Veja mais fotos no Mural da Toca: pg. 13
Filhos tornam o I
casamento mais
sso é o que prova uma pesquisa feita por cientistas de Glasgow, no Reino Unido O que deixa você feliz? Pensar no sorriso do seu filho, passar horas brincando com ele ou vendo aquele DVD no sofá pela 10ª vez? Pois uma pesquisa realizada pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido, acaba de comprovar: casais que têm filhos são mais felizes. E quanto maior o número de filhos, maior é a satisfação. O coordenador da pesquisa, Luis Angeles, acredita que o resultado é simples de entender: quando responderam sobre as coisas mais importantes de suas vidas, a maioria das pessoas casadas colocou os filhos no topo da lista. E a influência das crianças na satisfação dos pais está relacionada à maneira com que a família passa as horas de lazer e a satisfação da família com a vida social.
feliz!
TOCA NA ATUALIDADE
Fontes: http://www.gla.ac.uk/media/media_110444_en.pdf http://www.springerlink.com/content/a34114m070112044/
Confirma-se o ensinamento de Deus e da Igreja: “A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (Familiaris Consortio, 28).
“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (GS, 50; HV, 11; FC, 29). “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade”. (Sl 126,3-5) “A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”. (Cat.§ 2373). “Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (§ 2378).
O Papa João Paulo II disse: “Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoem a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Nasce, assim, uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais. Pense, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida. “Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (Familiaris Consórtio, 30). Disse Papa João Paulo II: “Não tenham medo da vida.” Prof. Felipe Aquino, doutor em Física pela UNESP felipeaquino@cancaonova.com 11 Setembro/ Site 2012 do autor: www.cleofas.com.br
TOCARTE
Comédia sem sem apelação apelação Comédia Outro dia estava lendo o L’Osservatori Romano (Semanário de notícias da Igreja) e uma matéria me chamou muita atenção. O Jornal falava de“100 metri dal paradiso”, um filme italiano, de comédia, que fala com leveza e humor sobre o Vaticano (sem as habituais apelações que geralmente se coloca nos assuntos ligados à nossa Igreja). O filme fala de uma equipe formada por padres e freiras preparados para representar o Vaticano na disputa das olimpíadas de Londres. Esse filme deve demorar um pouco até chegar ao Brasil, mas o artigo do L’Osservatori nos deixa curiosos para vê-lo. Isso me fez refletir: “É possível fazer humor sem apelações?”. À primeira vista, parece algo difícil. Tudo o que temos visto de humor na televisão ou no cinema parece sempre ter necessidade de apelar para a linguagem vulgar e a aparência erótica para ter graça. Muitas dessas criações encontram um nome específico: besteirol. Pior ainda é quando, com o intuito de “arrancar” risadas do espectador, o nome de Deus é usado e as coisas sagradas são misturadas à imoralidade. Parece que, aos poucos, o ser humano vai perdendo a noção da moral e do respeito. No palco do “vale tudo” é permitido ofender, humilhar, desrespeitar culturas e valores. Tudo isso para que se consiga aplausos e alguns segundos de fama e satisfação pessoal. E, geralmente, quem dá ibope a esse tipo de entretenimento são os pseudocatólicos. Já se foi o tempo dos programas de humor para a família... Era comum o pai e a mãe se sentarem na sala com os filhos para desfrutarem de um momento de boas risadas. Mas, o que falta então para se fazer humor sem apelações? Primeiramente, faltam opções. As TVs católicas não têm opções atrativas neste quesito. Aos poucos, temos visto aparecer o Stand up Comedy Católico. Não temos ainda bons teatros católicos.
No meio secular, é muito difícil encontrar opções sadias. No cinema, podemos “salvar” raras comédias românticas, mas com restrição de idade. Nem mesmo o que é destinado ao público infantil é livre de palavras chulas e incitações apelativas. Na TV, os programas de humor estão cada vez mais sem graça e com uma carga de apelação muito forte. Na internet, como o palavrão é mais politicamente correto, o besteirol imoral não tem hora nem limites. E, para não terminar esse artigo com tanta carga de pessimismo eu digo que é possível fazer humor sem os itens citados acima. Quando estudava, fui convidado para participar de uma peça de teatro no encerramento do ano letivo. A peça tinha um texto muito simples que se repetia muitas vezes de formas diferentes. Era isso que a deixava engraçada. Quando já estava na Toca, me pediram uma ideia de teatro para uma festa. Falei daquele peça e, depois disso, ela se tornou “febre” nas festas da Toca. As cenas e os roteiros foram alterados, mas a essência continuou igual: fazer algo simples, engraçado, explorando os sentimentos e as formas bem exageradamente. Na Toca, esse teatro é conhecido como “o pastel estragado”, mas o original chamava-se “a última cena”. No set de gravação de uma novela, o diretor reúne o elenco para gravar a última cena. Não satisfeito com o resultado, ele modifica a forma de interpretação. Pede drama, comédia, música, dança, guerra...O engraçado é ver um texto tão simples, de várias formas, e isso bem exagerado. A última vez que montei essa peça foi para um evento em Dourados. Foi muito gratificante ver aquelas pessoas rindo muito. Depois agradeciam porque há muito tempo não riam tanto sem a necessidade de apelação. É possível fazer humor sem apelação e eu desafio os artistas católicos a serem criativos para oferecer boas opções às pessoas cansadas do besteirol.
Para este mês, minha dica é o filme brasileiro “O Tapete Vermelho”. Trata-se de uma homenagem muito boa ao ícone do cinema brasileiro Mazzaropi. Uma comédia super leve que vai agradar toda a família. Com uma belíssima interpretação de Matheus Nachtergaele e Gorete Milagres, o filme conta a jornada de uma família que sai do sossego de seu sítio para levar o filho ao cinema um filme do Mazzaropi. Você vai se divertir com a simplicidade e a demonstração muito bem humorada da cultura do povo caipira.
Irmão Tarcísio, FPSS ministrosp@fpss.org.br
Mural da
Retiro e Renovação dos votos das Filhas da Pobreza da Região São Francisco (Irmãs do Nordeste)
Dona Eva Holanda Veras (acolhida da Missão de Fortaleza-CE)
ExpoCatólica 2012
Pandora Escola de Artes
S達o pio e o santo anjo
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Setembro/ 2012
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