Segredos históricos são revelados elizmente, eles não foram bem sucedidos! Estamos falando de líderes de países que, em épocas de sangrenta opressão, tentaram com muito esforço abater UFOs para dominar sua tecnologia e, até mesmo, construir naves semelhantes as de nossos visitantes espaciais. Hitler foi o mais notório deles, um esforçado senhor da guerra que sabia que os extraterrestres detinham alta tecnologia astronáutica, coisa que cobiçava doentiamente. Seguindo seus passos vinha, logo atrás, Mussolini, que já era um cuidadoso observador das ações de alienígenas em nosso planeta antes mesmo de impor à Itália seu regime fascista. Eles não foram os únicos que tentaram derrubar UFOs ou construir seus próprios veículos voadores, mas foram os que com mais afinco tentaram. Da união de ambos os ditadores, em certo momento da Segunda Grande Guerra, planos detalhados e mirabolantes surgiram para tentar a captura das misteriosas naves que já cortavam os céus europeus. Esta edição de UFO Especial, coordenada por Roberto Pintucci, traz textos que mostram até que ponto a sanha bélica desses dois personagens chegaram a ameaçar seriamente o futuro do planeta.
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Editorial: Extraterrestres observam de perto a humanidade
Descoberto o hangar onde os militares escondem seus UFOs!
Princípios da engenharia reversa na desmontagem de discos voadores
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A corrida armamentista leva inimigos a buscar tecnologia alienígena
Naves exóticas superam a mais ousada ficção científica
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Veja a seção Shopping UFO, com edições anteriores, livros, DVDs e vários outros produtos na página
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EDITORIAL CONVIDADO
UFOs observa O
USAF
ano era 1945. Enquanto as tropas do eixo se rendiam aos aliados, que culminou com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo respirava um pouco mais aliviado, acreditando que os horrores da eliminação em massa haviam, enfim, terminado. Para a maioria das pessoas, a guerra nada mais foi do Roberto Pintucci, editor convidado que uma encarniçada luta de forças, um combate entre o bem e o mal. Naquele momento, discutiam-se as condições para a rendição e a manutenção da paz. Pouco lotos e ex-combatentes, é bastante natural assim que na segunda metade dos anos a pouco o mundo estava tomando conhe- acreditar nessas suposições por falta de 90 e início do século XXI esses mesmos cimento dos horrores cometidos, embora melhor explicação. Isso não quer dizer, raros documentos, cuja existência era igos reais motivos que levaram boa parte porém, que tais objetos não tenham de norada, começaram a chegar às mãos dos da humanidade a mergulhar na barbárie fato origem alienígena, até porque pe- pesquisadores italianos, por intermédio de lo que se sabe – ou se sabia até então –, ummisteriosocorrespondentedenominado ainda sejam pouco conhecidos. Em âmbito ufológico é de pleno co- tanto as forças do eixo quanto os aliados de Senhor X. Com base nas documentanhecimento dos pesquisadores que antes, não dispunham de tecnologia ou conhe- ções recebidas e informações contidas nos durante e depois das batalhas, princi- cimento técnico suficientes para construir diversos relatórios remetidos pelo mesmo, palmente aquelas realizadas no ar, tan- aeronaves em forma de disco e mais ve- uma nova história ufológica começou a to aviões aliados quanto inimigos eram lozes que os aviões de guerra. Partindo tomar forma nos últimos tempos. Hoje, alegações de avistamentos de constantemente perseguidos por objetos desse pressuposto, o caminho mais lógico voadores não-identificados. Sendo assim, para se chegar a verdade seria através UFOs registrados nos Estados Unidos, coera comum acharem que se tratavam de da pesquisa e interpretação de antigos mo os nove objetos não-identificados obserengenhos desconhecidos, projetados e documentos secretos da época, não só pe- vados pelo piloto norte-americano Kenneth construídos por seus oponentes. Apesar las provas fotográficas, que aliás eram de Arnold e a queda de um estranho artefato péssima qualidade aéreo na localidade de Roswell, não parede pouco estudados na maioria das ve- cem mais ser aceitas sem que se faça alguns desde então, devizes, mas sim pelos questionamentos. São documentos oficiais, do principalmente relatórios e cartas emitidos por governos e órgãos de controle à escassez de inforenviadas pelas mais de informações da época, que nos fazem mações sobre o asdiversas agências praticamente tercerteza de que o primeiro sunto, é muito cosecretas de infor- caso concreto de uma queda ou pouso de mum se atribuir a mação, constituí- uma aeronave alienígena na Terra teria origem extraterresdas por pessoas li- ocorrido não nos EUA, como sempre se tre a tais artefatos. gadas diretamente diz, mas sim na Europa, mais precisamenMesmo sem nunca aos regimes fascis- te na Itália. Não é de hoje que estranhos ter presenciado alguma vez qualquer Uma das raras imagens dos protótipos que tas, na Itália, e mais casos de avistamentos naquele país estão um dos fenômenos a Força Aérea Norte-Americana (USAF) tarde os nazistas, classificados como os mais impressionantes na Alemanha. Foi ocorridos em todo o mundo. relatados pelos pi- construiu para imitar UFOs em vôo 4
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Aliens no Passado UFOs Fascistas
am a humanidade
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por seus fabricantes. Devido às suas características incomuns, freqüentemente são confundidas com UFOs. Agradeço a participação de dois ufólogos italianos conceituados e renomados internacionalmente: Alfredo Lissoni, autor do livro Os Enigmas do Vaticano [Editora Madras, 2005] e Roberto Pinotti, editor das publicações UFO Notiziario e Archeomisteri e correspondente da Revista UFO na Itália, além de ser autor de dezenas de livros sobre Ufologia ainda não publicados no Brasil. Obrigado a todos aqueles que participaram direta ou indiretamente da produção desta revista, bem como a autorização de publicação das imagens do arquivo pessoal de Lissoni. Boa leitura!
Quem é Roberto Pintucci oberto Pintucci, editor convidado desta edição, tem formação técnica em mercadologia e trabalha na área de microfinanças. É ufólogo e membro do Conselho Editorial da Revista UFO desde 2003, tendo colaborado com textos próprios e traduções em diversas edições, com destaque para as matérias publicadas em UFO Especial 27 sobre Marte, além de outras abordando temáticas relacionadas à exploração do Planeta Vermelho, sua especialidade. Seu endereço é: Caixa Postal 4277, Agência Central, 01061-970 São Paulo (SP). E-mail: roberto.pintucci@ufo.com.br. Os convidados de Pintucci serão apresentados ao final de seus artigos.
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Luciano Stancka
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Playfuls
Já na época do grande Império Romano, tanto soldados quanto os próprios imperadores relatavam avistamentos de numerosos scudi volanti ou escudos voadores nos céus, principalmente em Roma, centro das atividades políticas do país, e nas fronteiras do império, palco de inúmeras e sangrentas batalhas contra povos estrangeiros. Esses objetos, tais como os avistados pelos pilotos durante a Segunda Guerra, apelidados de Foo-fighters [Os chamados “guerreiros fantasmas” do folclore da guerra], eram freqüentemente observados antes, durante e depois das batalhas. Apresentavam, aparentemente, os mesmos formatos e causavam espanto em quem tivesse o privilégio de acompanhar suas evoluções pelo céu na época. Mesmo sendo assustadoras e totalmente desconhecidas, a convivência entre os homens da Terra e esses objetos, e quem quer que os controlassem, sempre pareceu pacífica. Jamais houve um caso documentado em que uma agressão deliberada partisse desses visitantes. Além disso, não podemos afirmar com 100% de certeza que as aeronaves avistadas durante a Segunda Guerra eram, de fato, extraterrestres.
Sonhos de dominação — O principal fato era que os nazistas tinham um enorme poder para colocar em prática seus projetos técnicos. Para eles a questão ética era somente um detalhe e não propriamente uma barreira capaz de impedir a realização dos sonhos de dominação do Führer. Sendo assim, nada impedia que as aeronaves não convencionais da época fossem fruto apenas e tão somente da criatividade humana. Em contrapartida, é aceitável o fato de que para a realização desses projetos pode ter sido utilizada tecnologia terrestre inspirada numa técnica baseada em algo desconhecido, possivelmente alienígena. Com relação aos avistamentos relatados na época dos grandes Césares, poucos podem ser levados em consideração, uma vez que não se dispõe de uma prova documental fotográfica mas somente relatos, ainda que igualmente impressionantes. Na UFO Especial deste mês apresentamos justamente uma visão diferenciada, a de que “nem tudo o que reluz é UFO”, como diz o ufólogo paulistano Fábio Bettinassi, um dos colaboradores desta edição. Há mais de 15 anos ele se dedica ao estudo de temas insólitos. Juntamente com seus pais, administra em Araxá (MG) uma biblioteca temática sobre UFOs com mais de 5 mil volumes e milhares de associados cadastrados. Sua contribuição nesta edição é voltada ao estudo das atuais aeronaves não convencionais, a maior parte pertencente à Força Aérea Norte-Americana (USAF) e algumas ainda em fase de testes – por isso mantidas em segredo
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UFOs Fascistas
Descoberto o Alfredo Lissoni, convidado
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s pesquisas sobre os arquivosX de Benito Mussolini seguem adiante e a cada dia novos elementos confirmam a autenticidade dos documentos, delineando pouco a pouco um quadro cada vez mais completo e intrigante, composto de abafamentos, ações de guerrilha e tramas tecidos para colocar um véu de silêncio a uma incômoda verdade. Hoje, a mídia de massa, brutalmente censurada nos anos 30, está empenhada a uma vingança “moral”, dando amplo espaço a esse vácuo deixado pelo período dos 20 anos da época fascista: os registros foram mostrados por Roberto Pinotti no programa Speciale Tg1, dedicado aos UFOs e exibido por um canal italiano, durante o qual, entre outras coisas, a própria Aeronáutica resolveu abrir seus arquivos. A coluna Tentazione [Tentação] do jornal italiano Il Giorno dedicou anos atrás uma página inteira aos documentos fascistas, uma detalhada investigação levada a cabo pelo jornalista Gabriele Moroni. Foi o próprio Il Giorno o primeiro a levantar a hipótese, segundo indicações minhas, de que o disco voador recuperado pelos fascistas, na manhã daquele dia 13 de junho de 1933, estivesse escondido nas instalações da base de Siai Marchetti, em Vergiate ou Sesto Calende, duas localidades que fazem divisa com a província de Varese. Chegaram a identificar os locais graças a uma série de elementos coincidentes. Em primeiro lugar, o local 6
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da aterrissagem devia estar localizado na região milanesa ou na Lombardia. Isso era demonstrado pelo fato dos envelopes Stefani, que se referiam à recuperação do objeto, tivessem partido do Escritório Telegráfico de Milão e não, por exemplo, personagens. A história oficial nos diz de Roma ou de outra sede jornalística que Ítalo Balbo era habituado a ir até periférica. A cidade de Vergiate encon- suas empresas aéreas partindo mesmo tra-se na província de Varese, sendo que de Sesto Calende – ou melhor, pelo campróximo dali está localizada Sesto Calende, po de vôo da adjacente Vergiate. Eredia, perto do Rio Ticino, divisa com Novara. responsável pelo escritório meteorológiEm Sesto Calende e Vergiate, além co do Estado, fornecia a Balbo as condida vizinha Santa Anna, a Siai Marchetti ções atmosféricas para os vôos oceânicos. tinha suas próprias instalações, onde eram Após a guerra, esse personagem tornouconstruídos os aviões militares. Nessa ci- se “curiosamente” um dos maiores infadade, estavam localizados os escritórios tigáveis céticos sobre o Fenômeno UFO. Ainda, outras indicações levavam as administrativos e em Vergiate as instalações propriamente ditas. Em Santa Anna atenções para a região de Varese. Em prihavia terrenos que mais tarde hospeda- meiro lugar, o fato é que, após a recuperariam outras instalações. Também em Sesto ção do disco, foi o próprio jornal da cidade, Calende e em Vergiate estavam as casas o Cronaca Prealpina, do dia 20 de junho de Italo Balbo e Filippo Eredia, seu braço daquele mesmo ano, a dar a notícia com direito. Balbo, conforme soubemos por ênfase na existência de formas de vida em intermédio dos documentos arquivados, Marte, em contato com homens da Terra. era um dos comandantes do Gabinete Em segundo lugar, o fato de que nos anos RS-33 e estava em estreito contato com imediatamente posteriores ao período Guglielmo Marconi, como demonstra um do pós-guerra continuasse a circular na artigo publicado nas páginas do jornal região o boato de que eram mantidos na La Será, do dia 15 de julho de 1933, sobre cidade de Vergiate os discos voadores teralguns telegramas amigáveis entre os dois restres. Investiguei pessoalmente o Caso Dezembro 2005 – Edição Especial 39
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Outro protótipo da USAF, construído e mantido num hangar da Base Aérea de McDill. Em geral, esses veículos não deram certo. Tinham capacidade de vôo de algumas centenas de metros apenas, e autonomia baixíssima
USAF
o hangar do disco!
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Dano causado por raio — Está dito que nos últimos tempos diversas teorias sobre os arquivos fascistas foram veiculadas em inúmeras publicações, falando em parte da queda, ainda que nos documentos comentasse de um “pouso”, do disco voador de 1933.Aventava-se a hipótese de um dano causado por um raio, claramente inspirado nos fatos ocorridos em Roswell. Desde o início de minhas pesquisas, era suficiente controlar o boletim meteorológico do Observatório de Brera, em Milão, para excluir a priori a hipótese de que naquele dia o céu estava parcialmente encoberto, eventualmente chuvoso. Não havia sinais de temporais. Mas mesmo por esse motivo, saltava aos olhos, como uma mentira mal orquestrada, a notícia de que um misterioso “bólido de luz” precipitado naquela noite, sobre a pequena estrada que ligava Magenta e Novara, fosse apenas um simples e banal relâmpago.Aúnica publicação que se arriscava a relatar a notícia – com um certo atraso – era o jornal Domenica del Corriere, do dia 09 de julho daquele ano. Referia-se superficialmente a cinco operários, um dos quais foi ferido gravemente, vitimado por um único relâmpago. Não podia ignorar a conexão com o documento senatorial do Gabinete RS-33, que impunha sempre uma explicação astronômica a esses fatos. Jamais escrevi antes dessa descoberta, porque eu precisava ter segurança disso [No fundo, nos dias imediatamente precedentes ou sucessi8
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como se procuvos ao pouso do rassem cancelar UFO haviam sisua identidade do divulgadas para sempre – diversas explida mesma forcações muito ma que aconseconvencionais lhavam as carsobre quedas tas emitidas na de raios]. Stefani. Lapidar Somente há era a citação nos alguns meses documentos da pude finalmenGuarda Naciote ter as provas nal Republicadefinitivas que na de Sesto Caeu procurava. lende, sobre alUm amigo miguns elementos litar forneceuque entraram na me um mapa clandestinidada Aeronáutide, como um ca norte-amecerto Moretti e ricana que inTiferi, de Sesdicava o desloto Calende. A camento tático “conversão” de dos principais Moretti deveaeroportos italianos nos anos Documento que revela a estrutura do disco voa- ria ter ocorrido após 1940. Até 40. No norte da dor Hanubu, encontrado nos arquivos secretos da 06 de setembro Itália, a maior Seção de Segurança Nazista, em Berlim daquele ano, Alconcentração era mesmo em torno do território mila- do Moretti era ainda um estimado dirigente do regime. Parecia estar ligado ao fato de nês. Era evidente que qualquer engenho que no mesmo período o Gabinete RS-33 que tivesse sido recuperado na região seria ocultado no hangar aeronáutico de confian- terminasse as investigações sobre UFOs e passasse toda a documentação aos nazistas. ça mais próximo. Vergiate estava ligada diretamente ao Gabinete RS-33 e não só Três anos depois, Moretti decidiu rebelar-se. isso. Graças a uma preciosa colaboração O incêndio dos galpões da Siai Marchetti, descobri que nos escritórios administrati- na cidade de Vergiate é datado como senvos de Sesto Calende trabalhava um fun- do de 17 de março de 1943, mas os danos causados pelo mesmo nós nunca sabemos. cionário chamado Aldo Moretti. Lembram-se do misterioso Caso Moret- Não é dito, também, na papelada deixada pelo Gabinete RS-33, quanta documentati, do qual os documentos fascistas diziam ção – ou materiais – fora deixada para as que não se podia comentar a não ser em particular, dada a delicadeza e a particula- ávidas mãos nazistas após 1940. Não podemos mais estabelecer se em ridade do ocorrido? Moretti era citado em uma das cartas Stefani endereçada a um Vergiate, na época do incêndio, estivesse ainda o disco, ou simples fragmentos do misterioso Alfredo – imagino que pudesse UFO, ou menos do que isso, singelos papéis, tratar-se de um dos jornalistas da Anno XIII. “Se me pede um conselho, ei-lo: não fotografias secretas e esboços da aeronave. diga a ninguém, repito, a ninguém, e isso Provavelmente, esse material foi destruído pra sempre, ainda que sempre exista uma inclui os parentes mais próximos, sobre o que você viu”, aconselhava a carta. Havia esperança que possa haver cópias dos arquitambém outro Moretti entre os funcio- vos. Um de nossos colaboradores lembrou nários da Siai Marchetti. Seu nome foi de uma mostra de desenhos do pós-guerra, realizados antes de 1947, por “doentes indicado em um boletim satírico editado pela mesma companhia, chamado ZIC, mentais” da Itália. Entre os tantos esboços referido como “funcionário da D.O”, pro- bizarros, alguns deixavam claro tratar-se de discos voadores, desenhados por um vavelmente da Direção Operativa. Mas o que esse mesmo Moretti devia manter no “louco” antes que se começasse a falar sobre UFOs. Seria o misterioso personagem mais absoluto sigilo? Havia incendiado o autor dos desenhos, o mesmo citado nos hangar que mantinha o disco voador, ou papéis fascistas como o “caso análogo cono que restava dele! Nos arquivos republicanos, o solerte e cluído com recuperação em manicômio?” fiel funcionário era dado como um perigoso Identificar na região de Sesto e Vergiate os guerrilheiro. Os papéis que se referiam a locais do primeiro acobertamento ufológico da idade contemporânea nos força a refletir. ele eram, no entanto, muito vagos, quase International UFO Museum
de Tradate, Varese. Em 1950, o operário Bruno Facchini se deparou em um bosque com um disco voador pousado e com seus ocupantes. Como lembrança dessa experiência, Facchini levou sempre consigo sobre o abdômen os efeitos de uma descarga elétrica provocados por um fecho de luz disparado em sua direção pelos extraterrestres, empenhados em realizar sobre o disco um trabalho de soldagem. O que poucos sabem é que quando Facchini se deparou com o artefato, pensou logo se tratar de um protótipo mantido em Vergiate pelos Estados Unidos. Mesmo os norte-americanos, durante a guerra, bombardearam por cerca de nove vezes as instalações Marchetti, de Vergiate, na tentativa de destruir algo a todo custo. Pouparam apenas Sesto Calende, ainda que estivesse localizada próxima a uma estratégica ponte de ferro sobre o Rio Ticino. Talvez, por terem o conhecimento do fato de que nas referidas instalações repousassem preciosos documentos, os mesmos tivessem decidido manter intacta a cidade de Sesto. Terminada a guerra nos anos 50, a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) apressou-se em colocar as mãos sobre os estabelecimentos de Vergiate, logo transformados em hangares para manutenção dos aviões norte-americanos. Outros elementos ainda me forçaram a levar as investigações nessa direção.
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UFOs Fascistas Em primeiro lugar, Sesto Calende encontrase na região do Ticino. Nossos leitores na Itália bem sabem que há tempos imemoriais o “triângulo” que vai do Ticino, na região de Pavia até Novara abrangendo a ponta de Varese, é compreendido como uma região de intensa atividade ufológica. O dossiê relativo em questão é muito volumoso. Seria apenas mais um caso ou os fatos estariam ligados aos eventos ocorridos em 13 de junho de 1933? Uma teoria análoga foi proposta também pelo Projeto Hessdalen [Atividade realizada no Vale de Hessdalen, na Noruega, onde fluía uma intensa ação ufológica nos anos 80. Segundo os estudiosos do projeto, 85% dos UFOs eram luzes avistadas em céu escuro e o restante eram objetos aéreos vistos em céu claro].
Aviões militares — Mesmo naquela ocasião
Arquivo UFO
as repetidas e continuadas aparições ufológicas foram explicadas por alguns como um incidente alienígena. Estamos nos campos das suposições. Sabemos, porém, que nos dias sucessivos à recuperação da vida dos funcionários das localidades envolvidas foi inesperadamente perturbada. Os dirigentes da empresa Macchi, de Varese, outra sociedade empenhada em construir aviões militares, juntamente com a Marchetti, foram substituídos pelo engenheiro Paolo Foresio, então fiel ao regime da época. Em Milão, o comandante de polícia Pietro Bruno era removido e substituído pelo comandante de Trieste, Gaetano Laino. No dia 26 do mesmo mês, na presença do excelentíssimo prefeito, oficial Fornaciari, o secretário federal do fascismo, cônsul Erminio Brusa, que evidentemente sabia demais, era transferido e substituído pelo novo secretário federal Rino Parenti. E não só. Provavelmente a milícia fascista havia rastreado toda a região “incriminada”. De outra maneira não poderia ser explicada a inesperada mobilização dos “fidelíssimos” das cidades de Cuggiono, Como e Brianza. Procuravam algo? Ou escondiam algo? É fato que na imprensa da época, mais precisamente do dia 17 de junho daquele ano, era alertada sobre “os comandantes do fascismo, os chefes das centúrias e os ajudantes do sistema, os jovens em combate” da cidadezinha de Cuggiono, que nesse caso está localizada nas vizinhanças de Varese e Milão. A mobilização estendia-se até Como, onde no dia 23 de junho era preparado um imponente encontro dos camisas negras [Como eram conhecidos os fascistas italianos, em virtude do uniforme que usavam]. Poucos dias Edição Especial 39 – Dezembro 2005
após a aterrissagem do não para a seguranUFO chegava a Miça dos cidadãos, mas As caixas contendo os lão ninguém menos do sim, pela salvaguarda que a rainha. A versão de suas próprias insarquivos de Mussolini não oficial veiculada pela tituições. Infelizmentinham revelações históricas te, fizeram o trabalho imprensa foi de que se tratava simplesmente de impacto, mas guardavam os bem feito. A caça aos de uma visita ao Hosdocumentos é uma tapital Maior de Milão. dossiês secretos do fascismo e refa desesperada. Em Talvez para se enconprimeiro lugar, essa documentos ufológicos trar os cinco viajantes pesquisa é uma luta — FREDERICO PELIZZARI, contra o tempo. As feridos na queda do historiador poucas testemunhas disco voador? Seguindo a luz desses novos que se lembram de elementos, assume um significado diverso algo estão se calando lentamente [Receno incessante bombardeio pela mídia atra- temente faleceu, aos 73 anos, vítima de vés do qual o regime procurava, em meia câncer no pâncreas, o soldado italiano página, convencer a si e a população em que colaborou com os serviços secretos geral que a própria Aeronáutica fosse ainda ingleses no estudo das fotos dos Foo-fia melhor do mundo. Isso ocorria freqüen- ghters]. Ainda mais dramática é a pesquisa temente sobre as revistas femininas, como dos memoriais dos membros do Gabinete sempre, interessadas em outros assuntos RS-33. Não é sabido se Mussolini tenha bem diferentes. alguma vez falado da comissão ufológica Mesmo lá, a lavagem cerebral era con- aos seus mais estreitos colaboradores ou tínua, desde as páginas da revista Eva à às pessoas que estiveram ao seu lado nos catolicíssima Alba – que em 16 de julho seus últimos instantes de vida. Durante 60 de 1933 dedicava suas capas às Asas Ita- anos foi pároco de Madalena na cidade de lianas – e a revista Lei, que apresentou Cagliari, responsável por recolher as úlum trecho sobre as aviadoras. O regime timas confissões do Duce e do qual teria temia claramente uma perda de autoridade, recebido em custódia misteriosos diários, tanto é que Mussolini em pessoa teve de de cuja existência continuou negando. rebater na primeira página do fidelíssimo quotidiano da época La Sera, poucos dias Segredo de Mussolini — Faleceu na cidade após a aterrissagem, que o Estado Fascista de Bréscia, em 1996, o último partigiano não era somente um “guardião noturno [Nome dado ao seguidor de um partido ou que se ocupava da segurança pessoal dos partidário, ou mais especificamente, um cidadãos”. Assim, logo naquelas primei- guerrilheiro que opera dentro das linhas ras horas da manhã a polícia secreta fas- inimigas] que poderia saber alguma coicista havia trabalhado de guardiã noturna, sa, o professor Aldo Gamba, da cidade de Gargnano, que após a libertação foi responsável pela polícia militar no norte da Itália. Os jornalistas chegaram a Gargnano, vindos de todo o mundo para entrevistá-lo sobre as caixas secretas que Mussolini procurou manter a salvo antes de seu fuzilamento. E Gamba respondia: “Não direi nada a ninguém sobre o conteúdo e finalidade daquelas caixas”. No entanto, quando estava com seus amigos, tocava freqüentemente no assunto. Em 29 de abril de 1945 dizia, na qualidade de chefe da polícia militar, que fez “com que uma das caixas, contendo o arquivo secreto
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Roberto Pinotti, presidente do Centro Ufológico Nacional (CUN), na Itália, apresentou recentemente documentos que comprovam o envolvimento de Mussolini com o Fenômeno UFO nos anos 30 e 40, inclusive com planos de construir uma máquina voadora discóide :: www.ufo.com.br ::
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UFOs Fascistas de Mussolini, fosse seqüestrada e consignada regularmente às autoridades do nascente Estado Republicano”. Talvez graças a isso foi possível descobrir que a República Social Italiana possuía um certo Gabinete RS. “Existiam ainda outras quatro caixas contendo atas e escrituras da secretária de Mussolini – confessava Gamba –, duas foram afundadas no Lago de Garda. Para obter uma segura e rápida imersão, foram amarradas junto a grandes e pesadas pedras. As outras duas, em 18 de abril, em Gargnano, foram carregadas sobre um pequeno caminhão com outro material da secretaria. No mesmo dia, durante à tarde, Mussolini também deixou a cidade de Gargnano”.
Serviço secreto — As duas caixas foram
Coranix
abandonadas na prefeitura de Milão, onde se desenrolou o último e breve Conselho dos Ministros. Em 29 de abril, consegui com que uma dessas caixas fosse recuperada. A segunda havia desaparecido. Um lapso. Para o historiador Federico Pelizzari é necessário levar em consideração que na tarde em 26 de abril o Comitê de Libertação Nacio- dos Ministros, documentos sobre biografias nal havia ocupado a prefeitura de milanesa, fascistas etc”, conclui Pelizzari. Recenteonde no dia 27 havia se instalado Riccardo mente faleceu também Franco Campetti, Lombardi, prefeito da Libertação. “Com artesão que havia recebido a ordem dos ele, chegaram os patriotas improvisados e fascistas de construir as famosas caixas. guardas de finanças, que teriam encontrado Foi ele que, em 1993, desmentiu publicaas caixas já abertas”. Os atuais envelopes mente que as caixas encontradas no fundo do Gabinete RS-33 terminaram então nas das águas do Lago de Gargnano [Aberta mãos de um partigiano? “Abandonados no com grande ênfase na presença de Aleslocal, foram encontrados documentos de sandra Mussolini] fossem aquelas que Mussolini dos anos 1921, 1925, 1927, 1936 continham os documentos mais secretos e 1940. Da outra caixa, no entanto, nem do Duce. Tais caixas não devem ser consombra. Aldo Gamba supunha que o mate- fundidas com o ouro de Dongo, que segunrial tivesse terminado do o semanário suíço nas mãos dos serviços L’Hebdo teriam sido secretos norte-ameriescondidas não muicanos ou soviéticos”, to distantes do Lago afirma Pelizzari. de Genebra, e que jaÉ, talvez possa mais teriam caído nas ter sido casualidade mãos dos partisãos que após a guerra tanresponsáveis pelo futo norte-americanos zilamento do Duce. como soviéticos coAs caixas de Dongo meçaram a construir continham os arquivos aeronaves discóides, roubados pelos fasciscomo AVRO nortetas e deveriam servir americano e o Gapara o nascimento de lonska russo. “Enum pequeno feudo fim, a caixa que hamussoliniano na Suívia sido recuperada ça, na Espanha ou na desapareceu durante América. As caixas de a transferência para Gargnano guardavam, Roma. Todavia, ela em vez disso, os dosnão continha revela- Benito Mussolini sabia que os discos voa- siês super secretos do ções históricas de im- dores vistos naquela época eram máquinas fascismo. É possível, pacto, e sim, apenas assim que mantivespoderosas e, pensando que tais artefatos uma mistura de atos fossem de origem alemã, se aliou a Hitler. sem também em seu públicos, de relações interior os arquivos Contudo, pouco tempo depois percebeu sobre os Conselhos ufológicos. Como, no que eram extraterrestres 10 :: www.ufo.com.br ::
entanto, o misterioso Senhor X pôde por as mãos nesses papéis originais, tenho uma teoria bem precisa, que espero comprovar em breve. Das fontes oficiais, por outro lado, não há modo viável de se obter qualquer resposta e isso não é novidade. Como exemplo, os papéis trocados entre Winston Churchill e Mussolini foram procurados em vão no Palácio Chigi e não há traços da sua passagem pelos arquivos reservados da Presidência do Conselho da época dos governos de De Gasperi. Nada se sabe também do fronte partigiano. Do Gabinete RS-33 não há nenhum traço de sua existência nos arquivos da Associação Nacional da Resistência Partisã e a Fundação Marconi de Bolonha também não nos dá nenhuma resposta. Teria algum outro documento secreto escapado da censura? Isso ainda é um mistério. A Casa Feltrinelli, a vila da cidade de Gargnano de onde Mussolini governou a República Social e onde poderiam estar ocultados outros documentos, foi inesperadamente adquirida por um magnata, nesse caso, norte-americano...
Comunicações alienígenas — Relativamente mais simples foi indagar os membros do Gabinete RS-33. De lá emergiram loucas convicções! Em 1973, numa sala da Caxton Hall de Londres, o astrônomo escocês Duncan Lunan apresentava aos colegas um diagrama de ecos de rádio (LDE) captados em 1928, pelo professor C. Stoermer, na Noruega. Os ecos eram, segundo Lunan e o astrônomo Bracewell, os que havia estudado em 1960: radiofreqüências terrestres que tinham sido captadas pelos alienígenas e reenviadas para a Terra com uma série precisa de pausas, como uma forma Dezembro 2005 – Edição Especial 39
UFOs Fascistas Jornal La Domenica del Corriere, o único jornal da época que teve a ousadia de publicar relatos de possíveis contatos ufológicos. Uma de suas edições referia-se superficialmente a cinco operários, um dos quais foi ferido gravemente por um fenômeno, descrito pelas vítimas como um “bólido de luz”
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paço. Esclareceria também o papel do projetista Gaetano Arturo Crocco, outro membro do mesmo gabinete e o primeiro na Itália a estudar, desde 1906, a auto-rotação mediante uso da hélice dos aviões. Quem melhor do que ele podia entender o funcionamento de um disco voador? Dele, o jornalista aeronáutico Cesare Falessi, um grande amigo de Gaetano, confirmou-me sua fixação por viagens pelo espaço. Tal afirmação está documentada também pelo estudioso Franco Fiorio. “O grande cientista e pioneiro astronáutico italiano Crocco, demonstrou, já no ano de 1950, como, mediante um melhor aproveitamento da energia de fusão nuclear, o alcance de velocidades próximas à da luz seria possível e como isso permitiria ultrapassar, dentro dos limites da vida humana, os confins de nosso sistema solar até distâncias próximas de 34 anos-luz, onde haveria em torno de 480 estrelas fixas semelhantes ao nosso Sol, cada uma delas sendo circundada com seu provável conjunto de planetas”, destaca. Quanto a Marconi, esse teria citado
de mensagem inteligente, mais ou menos como no filme Contato [1996]. Segundo Lunan, os ecos foram reenviados para a Terra por uma sonda extraterrestre oriunda da estrela Epsilon, da Constelação de Boote, e de onde teria partido há cerca de 13 mil anos. Além da bondade dessas conclusões, o que me deixou maravilhado foi descobrir que Marconi – chefe do Gabinete RS-33 e convencido da existência de comunicações alienígenas – fosse absolutamente ciente da existência dessas radiomensagens. Isso explicaria porque ele próprio teria sido encarregado de comandar o Gabinete RS-33 e porque junto a outro membro da mesma comissão, Giancarlo Vallauri, analisar o radar para interceptar os intrusos do es-
os Ecos de Stoermer em um memorando enviado à Real Academia da Itália – cujos membros, ou parte deles, também teriam ocupado postos dentro do Gabinete RS33 – e lido na cidade de Trento no dia 07 de setembro de 1930. “Em 1928 – declarou o físico – o professor Stoermer, de Oslo, anunciou ter podido confirmar algumas observações feitas pelo engenheiro Hals a respeito da existência de rádio-ecos recebidos alguns segundos depois da transmissão dos sinais”. Dado que a velocidade das ondas elétricas é de cerca de 300 mil km/s, é necessário supor que as ondas causadoras do eco percorram em certos casos uma ou mais centenas de quilômetros. De fato, no decurso de uma conferência tida em Edimburgo, o professor Stoermer expressou sua dúvida sobre o fato de que algumas ondas detectadas nas diversas transmissões fossem, na verdade, reflexo da órbita lunar. Nesse caso, o próprio Gaetano Crocco insistia que nosso satélite deveria ser colonizado. Estaria o Majestic12 fascista convencido de que houvesse alguém mais sobre a Lua?
Alfredo Lissoni é jornalista, professor de religião, escritor e sócio do Centro Ufológico Nacional da Itália (CUN). Há muitos anos trabalha com temas ligados à Ufologia. Atuou como colaborador do Nuovo Giornale di Bergamo e tem em seu currículo diversas colaborações para as principais revistas do gênero: Notiziario UFO, Dossier Alieni, Giornale dei Misteri etc. É consultor de programas de televisão de cunho ufológico e autor de 17 livros sobre Ufologia. Sua mais recente obra é Os Enigmas do Vaticano, lançada neste ano no Brasil pela Editora Madras. Seu e-mail é: alliss@tin.it. Este texto foi traduzido por Roberto Pintucci, consultor da Revista UFO e editor convidado.
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Retroengenha
Alfredo Lissoni, convidado
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USAF
saga dos arquivos fascistas se- voadores, seja pelo enorme abismo tec- Após a guerra, seguido da queda de um gue adiante. À luz dos últimos nológico que nos separa dos extrater- UFO em Roswell, Novo México, Estados documentos obtidos por diver- restres ou pela falta de matérias-primas Unidos, os americanos tentaram repetir sas fontes podemos estabelecer – principalmente combustível alienígena. o mesmo experimento, mas não houve que após ter recebido de Benito sucesso na replicação do sistema de proMussolini os arquivos do Gabinete RS-33, pulsão original. A reviravolta definitiva Adolf Hitler colocou em prática em 1938, nas pesquisas ocorreu em 19 de janeiro através de seus projetistas, a construção de 2001. Sabíamos que grupos de ufódos Fliegende Scheiben [Discos voadologos céticos havia tempos procuravam res terrestres] com base na engenharia desacreditar, seja atuando na Itália ou reversa alienígena. Como ponto de parem outros países, a versão dos arquivos tida utilizou-se o projeto relativo a um secretos fascistas. O motivo era facilmente objeto pronto, procurando reconstruir compreensível: eles queriam demonstrar seu funcionamento. O objetivo era criar que existia uma Ufologia secreta naquele revolucionários aviões discóides, com os período, antes de seu nascimento oficial. quais o Führer [Título adotado por Hitler] Isso significava demolir as teorias céticas, esperava despedaçar a espinha dorsal Avrocar era o protótipo de uma nave de combate segundo as quais os UFOs eram somente das forças aliadas. Evidentemente, não de alta tecnologia que em tese produziria a um mito sócio-psicológico gerado pela foi possível recriar totalmente os discos velocidade de 500 km/h em grande altitude ansiedade pós-guerra, alimentado pela 12 :: www.ufo.com.br ::
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UFOs Fascistas
aria alienígena
ficção científica e pelo o medo da Guerra Fria. Era então fundamental identificar as testemunhas ou os protagonistas daqueles distantes eventos. Há algum tempo, recebemos uma carta de Livio Milani, ufólogo da região da Lombardia, Itália, apaixonado pelo tema desde a infância e que havia lido parte de nossos estudos anteriores sobre os arquivos secretos de Mussolini. Ele alegava ter conhecido um projetista, falecido pouco depois e que supostamente havia trabalhado para o Gabinete RS-33. Naquele mesmo ano, em janeiro, eu o havia encontrado em sua casa, em Maderno, próximo ao Lago de Garda, Itália. “Conheço pessoalmente uma senhora que mora em minha cidade, cujo pai, anos atrás quando ainda era vivo, Edição Edição Especial Especial 39 39 –– Dezembro Dezembro 2005 2005
falou-me sobre o projeto de um rotor de energia eletromagnética – responsável por transformar a energia cinética em energia mecânica de rotação – que seria utilizado em um disco ou prato voador, como dizia. Falei com esse projetista, o senhor D. G. O nome dele foi ocultado a pedido de sua filha e mantido nos arquivos do Centro Ufológico Nacional (CUN)”, afirma Milani. Já naquela época ele dizia ter criado um projeto de disco voador, mas que, honestamente, não acreditava na existência dos mesmos. Até então, ninguém sabia nada sobre os arquivos fascistas. Mas algum tempo atrás, enquanto conversávamos sobre assuntos diversos com sua filha, voltamos a falar sobre UFOs. Relembrando o pai, ela disse-me que durante a guerra ele havia trabalhado
em Roma em segredo, junto a um gabinete que se ocupava do estudo de novas aeronaves para o fascismo. No entanto, na época em que tive a oportunidade de falar com D. G., desconhecia esse fato. Aquele homem mantinha-se muito esquivo quando falávamos sobre esses assuntos. A própria filha nada sabia a respeito. Após a guerra ele foi transferido para Milão e nos anos 70, finalmente, foi para a região de Garda, onde haviam sido consumadas as disputas pela criação da República de Salò. Perguntei à filha de D. G. se havia algum material sobre o assunto e ela verificou entre os papéis de seu pai algo interessante. Entregoume 10 páginas do projeto de um disco voador, os originais em papéis finos e algumas cópias em carbono. Milani me :: www.ufo.com.br :: 13
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Dados sobre os projetos de um disco voador confirmam e encerram o episódio dos “arquivos fascistas”
UFOs Fascistas maneiras procurou trazer para si a paternidade da invenção e por esse motivo riscou as faixas onde estava identificado o nome de seu idealizador, não desejando evidentemente que se descobrissem os bastidores de sua militância fascista. Não encontramos mais ninguém disposto a nos falar de coração aberto sobre aquele período. Porém, D. G. havia desenhado somente a parte exterior do disco voador, a coroa circular e as asas. Não havia desenhos da parte interna do artefato. Se existiram, podem ter sido perdidos, destruídos ou mesmo roubados. Se não existiram, era plausível que D. G. houvesse estudado somente a parte externa do disco de Vergiate [Objeto voador não identificado recuperado pelos fascistas, na manhã de 13 de junho de 1933. Muitos acreditam que estivesse escondido nas instalações da base de Siai Marchetti, em Vergiate ou Sesto Calende, duas localidades que fazem divisa com a província italiana de Varese]. Isso pode ser confirmado por parte dos arquivos, onde é mencionado que os técnicos eram obrigados a trabalhar somente por um período relativamente breve junto aos discos voadores, claramente com o intuito de fragmentar as informações e impedir que os envolvidos tivessem conhecimento detalhado do projeto. Voltamos ao doutor Luis Lopez, físico e engenheiro de informática, além de especialista em Ufologia, para obtermos um parecer técnico. Sobre o discomet, Lopez declarou: “O disInternational UFO Museum
passou os originais, feitos em papéis de seda, para que os estudássemos. Além das 10 folhas medindo 1 m de comprimento por 50 cm cada, recebemos uma relação de mais 10 cópias com anotações no original, feitas à caneta pelo autor. A documentação que nos foi entregue é excepcional e parece concluir definitivamente o tema dos arquivos fascistas, que datam de 12 de julho de 1965. As folhas contendo 17 desenhos são antigas, mas sem data. Mostram inequivocamente o projeto de um disco voador que D. G. pretendia patentear em Milão, mas alguém ou algo evidentemente o impediu e os papéis permaneceram ocultos até o dia de sua morte. Ainda que na carta que acompanhava os projetos, assinada pelo projetista, declarasse não ter as noções precisas da Aeronáutica, tal trabalho demonstrava uma apurada perícia técnica e precisão típica dos engenheiros. O projeto era, por assim dizer, bem definido para ser considerado apenas um modelo imaginário. Ele deveria ter trabalhado efetivamente na construção de uma aeronave discóide e havia conservado, ao menos em sua mente, as especificações. Após a guerra, procurou reconstruir sobre os papéis o modelo, tentando atribuir a ele sua paternidade.
Protótipo da aeronave Kugelblitz Flugkreisel, conhecida como “o disco voador de Adolf Hitler”. Em sua estrutura seria instalado um canhão eletromagnético e um projetor de microondas, que literalmente queimariam os inimigos
vel. Era bastante evidente que D. G. havia trabalhado em um projeto de engenharia alienígena. Não queria se misturar à perigosa questão dos discos voadores e, por esse motivo, sempre procurou guardar para si o segredo, mantendo mesmo sua filha sem as informações. Além disso, para não revelar seu passado, decidiu realizar algumas vistosas correções à relação de papéis que seriam apresentados ao escritório de patentes – o que explicaria, talvez, o porquê dos manuscritos jamais terem sido entregues –, correO parecer do especialista — Não conhe- ções essas muito visíveis na cópia assinada que está em nosso poder, na qual D. G., em cia o funcionamento dos motores das naves certo momento, substituía a denominação alienígenas e por isso inseriu no projeto alguns pequenos foguetes. Interrogava-se, de disco voador por um menos conhecido no entanto, sobre qual seria seu combustí- “disco-cometa” ou “discomet”! De todas as
Os militares chefiados por Hitler, na Alemanha, e Mussolini, na Itália, tinham planos engenhosos para construção de diversas máquinas voadoras, cuja tecnologia seria captada de naves extraterrestres eventualmente abatidas ou estudadas por eles. Estes são alguns de seus modelos
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Imagens Arquivo UFO
Alguns modelos de UFOs terrestres
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O primeiro UFO verdadeiro uitos questionamentos ainda persistem que se parece seja mesmo aquilo que se pensa ser. UFOs – cerca de três vezes mais do que as asas sobre quando e como foi o início dos E então, quem tem razão? Hoje, provavelmente, voadoras –, cálculo feito com base nas dimencontatos ufológicos. Pesquisadores temos condições de dizer, visto que parte daquilo sões aparentes e em função da distância dos questionam até hoje as referências e informa- que se sabe foi publicado pela revista norte-ameri- objetos, que podem estar certos ou errados. ções sobre isso, especialmente o avistamento cana Fate, dedicada como poucas a impor na mídia Não há evidentemente muito a ser dito, a não de Kenneth Arnold, ocorrido em 24 de junho a forma dos objetos avistados por Kenneth Arnold ser o fato de que Arnold tinha então avistado de 1947, que teria visto enfileirados nove – que depois escreveu um livro a quatro mãos, não UFOs, mas sim, paradoxalmente, as nove objetos que sulcavam o ar como “pratinhos juntamente com o diretor da revista, Ray Palmer, “asas voadoras” da Northrop – uma das quais lançados na água” – o que teria originado o intitulado The Coming of the Saucers [A Chegada foi usada depois para algumas cenas do filme termo discos voadores, cunhado pelos jor- dos Discos]. Então, temos que nos perguntar de de ficção científica de George Pal, A Guerra dos nalistas da época. Especialistas acreditam que que maneira a capa da revista foi realizada. Agora Mundos [1953], em que lança a bomba atômica tal avistamento fosse na realidade relativo ao temos a resposta. A própria Fate inspirou-se cla- contra os marcianos invasores – o que, nesse vôo da Flying Wing [Asas voadoras] da corpo- ramente nas fotografias publicadas, 15 dias depois caso, não muda absolutamente nada. De fato, ração Northrop, derivados da Horten nazista, do “primeiro” avistamento de Arnold, pelo jornal os UFOs já haviam sido observados bem antes ao longo da costa do Pacífico, da Califórnia The Arizona Republic e efetuadas nos céus de Pho- de 1947, em todos os lugares. Quem estuda o ao Estado de Washington, até os confins do enix, Arizona, pela testemunha ocasional William problema, sabe e sempre soube disso. E, asMonte Rainier. Há registros que mostram os A. Rhodes: duas imagens que deixaram no filme o sim, talvez jamais tenha considerado Kenneth nove protótipos e toda a esquadrilha no solo, rastro da existência de um UFO. Arnold um ícone a ser venerado. Até porque sobre a pista californiana de Muroc Air Field. o avistamento do primeiro UFO verdadeiro Alguns revelam que havia razão para tal afir- Ícone a ser venerado — Nela havia uma aero- não é dele nesse caso e sim de toda a humamação. Para efeito de comparação, o desenho nave semicircular, no centro da qual elevava-se um nidade, que desde sempre observou, tanto dos objetos avistados por Arnold, feito por ele pequeno ponto. Seria um furo circular na estrutura? ontem como hoje, esses misteriosos intrusos mesmo, mostra uma forma de meia lua, mui- Uma cabine? Isso era bem diferente, então, daquilo nos céus de todo o mundo. que fora avistado por Arnold. E foi assim que os to afilada, tendo no centro uma cabine para UFOs fotografados por Rhodes tornaram-se tamo piloto – na prática, a mesma silhueta da asa bém os de Arnold, sendo imposta na primeira e voadora da Northrop, derivada da Horten definitiva versão a “meia-lua”. Pode-se questionar alemã, feita entre 1946 e 1947. Tudo claro e resolvido? Sim e não. Sim, a alta velocidade calculada por Arnold para seus porque a comparação é lícita e até muito evidente. Não, pois outras pessoas tanto nos Estados Unidos quanto na Espanha haviam denunciado tal semelhança que, sozinha, evidentemente, não basta para concluir que aquilo
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Roberto Pinotti, convidado
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dos desmentiam a primeira impressão, como por exemplo a afirmação de que nosso homem não tivesse conhecimentos aeronáuticos. Sobre esse último ponto concordou conosco um especialista em astronáutica ao qual mostramos os desenhos. Essa aparente contradição podia ser resolvida de uma única maneira: D. G. não confiando em ninguém, havia conscientemente redigido uma relação genérica, pelo temor que o pequeno projeto lhe fosse ilegalmente subtraído pelo escritório de patentes de Milão – temos conhecimento de casos análogos. O receio, porém, prevaleceu, dado o tipo do projeto e da comoção que o mesmo poderia causar. Isso é também demonstrado pelo fato de que seu suposto autor, D. G., apesar de todo o trabalho envolvido, decidisse esconder o projeto, mantendo ocultos os relatórios. Ao se transferir de cidade jamais tratou desse assunto com alguém, nem mesmo com sua própria filha. Somente anos depois, já velho, cansado e próximo de seu fim, fez algumas confidências a um amigo interessado no assunto dos discos voadores. Mas ainda resta a dúvida: o que haveria ocorrido com D. G. durante sua permanência na região milanesa para forçá-lo a esconder para sempre seus projetos de um disco voador italiano? Talvez jamais saibamos a resposta, ainda que a Ufologia seja uma matéria em constante progresso e a pesquisa prossiga a cada dia. É esperado que no futuro se consiga resolver também esse mistério. Todas as notícias sobre a vida “secreta” de D. G. parecem ter sido destruídas, perdidas entre os bombardeios romanos e os incêndios dos arquivos. Resta-nos apenas um testemunho indireto que nos confirma sua participação em um certo comitê secreto. Quando pudermos demonstrar definitivamente a colaboração de D. G. ao Gabinete RS-33, se isso realmente um dia acontecer, o círculo estará fechado. Com essa descoberta, nossa investigação poderá dar-se como concluída. Tínhamos os documentos fascistas que nos falavam da recuperação de um disco. Identificamos o hangar que o havia obrigado. Não podendo mais esperar para colocar as mãos no objeto, provavelmente reencontramos os papéis que o descreviam detalhadamente ou que teriam nele se inspirado. Veremos agora o que nos reserva o futuro. NASA
co, por si só, poderia voar, uma vez que se baseia em um princípio análogo ao do helicóptero, mas ao contrário, a hélice, nesse caso, está colocada fora do corpo que deseja elevar”. Entretanto, segundo ele existem ao menos outras três dificuldades a serem resolvidas. “Em primeiro lugar, o controle da velocidade da coroa como forma de reduzir ao máximo as forças centrífugas que poderiam interferir no funcionamento dos mecanismos externos, como as asas e os propulsores”, afirmou. Segundo ele, outra dificuldade é o controle dos mecanismos da cabine Provas incontestáveis revelavam uma faceta de comando. As estruturas para movimenta- obscura da aeronáutica nazista, não apenas reção das asas – regulagens angulares, válvulas ferente à estranheza das formas aerodinâmicas que controlam a alimentação dos propulsores dos aviões, mas a criação de uma série de novas – foram pensadas como partes fixas da coroa, tecnologias de propulsão mas acionadas por energia elétrica desde o interior do disco. “Outro problema é a ve- utilização no espaço, dado que sua construlocidade da coroa: se fosse muito elevada, ção foi projetada para trabalhar utilizando o causaria problemas ao combustível. A mesma ar da atmosfera terrestre. Por outro lado, os força poderia criar um mau funcionamento pequenos foguetes que foram montados no dos mecanismos em movimento, montados aparelho para seu vôo horizontal poderiam sobre a coroa. O protótipo até poderia al- impelir o artefato pelo espaço, uma vez que çar vôo, compensando os ângulos das asas os propulsores foram baseados no mesmo com a superfície das mesmas e a potência princípio de deslocamento de massa. Sobre dos motores, reduzindo a velocidade da a estabilidade e o rendimento do protótipo, coroa. O projetista, porém, não trata do nada se pode dizer mas, em teoria, levantapeso e da velocidade de rotação da coroa ria vôo. “Temos, porém, que fazer um estue nem da potência dos motores. No estudo, do, baseado e realizado somente utilizando esses detalhes foram deixados em branco”, princípios já conhecidos”, destaca Lopez. A destaca o pesquisador. relação assinada por D. G. mostrava diverO projeto não trata também do siste- sos aspectos desconcertantes. Claramente, o ma de comando da coroa circular desde disco ilustrado nos papéis, ainda que tivesse o interior do núcleo central, além de não sido alguma vez construído (ou reconstruído), mencionar a forma de abertura e fecha- não havia jamais alcançado as fases finais mento do carburante e dos três motores, de vôo. Por isso, algumas especificações a reação, a forma como o combustível técnicas não eram mencionadas. seria queimado dentro dos motores, nem como os mesmos seriam ligados ou desli- Retroengenharia alienígena — Está claro gados. Isso vale também para a abertura, que em 1985 D. G. havia trabalhado sem ter fechamento e o grau de inclinação das três meios econômicos e técnicos para realizar um asas, das quais se diz somente que podem protótipo. Seguramente, havia se inspirado ser controladas mediante um sistema de no disco de Vergiate e realizado uma vercontatos elétricos. são doméstica – e talvez um pouco ingênua Reiteramos que com o auxílio de peque- – com foguetes, baseado em algumas particunos condutores poderiam ser transmitidos laridades, como uma coroa circular rotativa, ao disco os impulsos elétricos de comando, certamente em dissonância com um projeto com um princípio análogo ao usado pelos de retro-engenharia alienígena. Por um lamodernos trens. D. G. não nos diz nada so- do, sua relação parecia bastante volumosa bre a instrumentação do aparelho. Afirma, e pouco técnica, valendo-se de uma linguano entanto, que num futuro próximo o dis- gem amadora, a ponto de permitir acreditar co poderia ser utilizado para a Astronáutica. que o inventor improvisado tivesse sido inTodos os sistemas de navegação espacial fluenciado e condicionado pelo imaginário são efetivamente baseados no princípio de acerca dos discos voadores. Por outro lado, deslocamento de massa. Nesse caso, a ae- certas referências técnicas, mas sobretudo a ronave em questão seria inadequada para precisão e os detalhes dos desenhos incluí-
Este texto foi traduzido por Roberto Pintucci, consultor da Revista UFO e editor convidado. Dezembro 2005 – Edição Especial 39
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Nave descon
O cenário de guerra, nos anos 40, prop que, entre outras coisas, tinha a tecnol Roberto Pinotti, convidado
E
começou a ser discutida, nos debruçamos na tentativa de identificar os detalhes do cenário técnico-militar em que a batalha acontecia. E nos parece correto e necessário falar de todos os envolvidos. Logo após as investigações históricas chegamos à conclusão de que, na época, as divisões da Régia Aeronáutica italiana que atuariam na interceptação do intruso através do envio de aviões de caça poderiam ser somente as seguintes:
ste é o cenário mais realista da ocorrência registrada sobre as cidades de Veneza e Mestre, Itália, em 1936. Dados mostram que o período fascista foi o mais “ufológico”. Relativamente ao avistamento de um UFO nos céus das referidas localidades em agosto de 1936, mencionado nos documentos recebidos pelo Centro 1º agrupamento — Caça terrestre da Ufológico Nacional (CUN), em 1996, e base de Campoformido, em Udine. sucessivamente periciados e autenticados, um dado de notável importância é 4º agrupamento — Caça terrestre da base aquele constituído pela notícia que “da de Gorizia, então comandada pelo duque base vizinha haviam partido dois caças, Amedeo d’Aosta. mas mesmo a 130 km não foram capazes de perseguí-lo”. Essa informação merece 6º agrupamento — Caça terrestre da mais investigações. Desde que a questão base de Campoformido, em Udine.
52º agrupamento — Caça terrestre da base de Ghedi, na Bréscia, que mesmo tendo sido constituída em 01 de julho de 1936 tinha a maioria de seus pilotos ainda em treinamento, o que a torna pouco aceitável. Os aviões empregados eram os Fiat CR-32 para todas as divisões envolvidas na operação. Para o período tratava-se de uma ótima aeronave de caça, caracterizada pela velocidade máxima de 375 km/h, com velocidade de cruzeiro de 340 km/h, pela possibilidade de alcançar em apenas nove minutos a altitude de 5 mil metros. Além disso, apresentava um armamento adequado: duas metralhadoras de 12,7 mm. Das bases citadas acima, utilizando a velocidade de cruzeiro, esses aparelhos poderiam alcançar os céus de Veneza e Mestre sem problemas. A região palco do avistamento, de fato, distava em linha reta pelo ar em 120 km de Campoformido, a 100 km de Gorizia e a 160 km de Ghedi, em Bréscia. Outros aeroportos num raio de 100 km serviam como base de aeronaves de bombardeio ou de reconhecimento. Mas vamos além. A carta que nos foi encaminhada diz que os “caças” voavam à cerca de 130 km/h, uma velocidade então não muito elevada e isso permitiria concluirmos que não se tratava verdadeiramente de aviões de caça. É mais
Jim Nichols
O grande sonho dos nazistas, em especial Hitler, era ter um disco voador inteiramente funcional, que pudesse suplantar os inimigos 20 :: www.ufo.com.br ::
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nhecida sobre nós!
piciava o surgimento de uma corrida armamentista logia extraterrestre como objetivo
Raven Images
provável que as duas aeronaves tenham aceitar é que mais verossípartido de Pádua, Itália, então base após alertamil. Aeronaoperacional da II Zona Aérea Territo- dos por alarves oriundas rial (ZAT). Isso porque as várias ZAT, me tenham de Udine, Goque subdividiam o território italiano, feito decolar rizia, Camformavam na época Esquadrilhas Au- dois Caproni poformido e tônomas. Tais divisões serviam para CA-100, com Ghedi, ainda o treinamento dos pilotos em serviço a finalidade que relativana ZAT e para os pilotos da reserva. de intercepmente não Nesse ponto, falta verificar a situa- tar o mistetão distantes, ção territorial da época. Com efeito, rioso objeto. dificilmente em 1936 o material de vôo era com- A dupla teria teriam conposto por quatro tipos de aeronaves: tido a possi- Vôo de teste executado por um avião regular da seguido chebilidade de USAF e um protótipo com asas em formato circular, gar a tempo Caproni CA-100 — Com velocidade má- alcançar seu realizado ainda na década de 50 no local. Os xima de 165 km/h e velocidade de cruzeiro objetivo em dados acima [Velocidade em que a nave tem o maior cerca de 20 a 25 minutos, “colhendo” são frutos de várias investigações e pesraio de ação, com qual deve se deslocar o artefato no ar. Tudo claro? Talvez. quisas históricas cruzadas, pelas quais, entre dois pontos ou durante um certo Ainda há mais. É importante levar em em particular, o Centro Ufológico Naespaço de tempo] em 130 km/h. consideração também o pequeno mas cional Italiano (CUN) agradece ao sócio equipado aeroporto de San Niccoló del Giulio Perrone e Salvatore Marcelletti, Romeo R05 — Com velocidade máxi- Lido, em Veneza, escala turística e tam- ambos de Roma: dois velhos pilotos com ma de 175 km/h e velocidade de cruzeiro bém militar, além de sede das oficinas know how como o de poucos. em 140 km/h; aeronavais para a reparação e revisão dos aviões militares das bases vizinhas. Breda BA15 — Com velocidade máxima Não é correto, assim, excluir a presença Roberto Pinotti é jornalista científico e atuou code 180 km/h e velocidade de cruzeiro em de qualquer avião nesse trecho, e quase mo sociólogo no campo aeroespacial para a Agência 145 km/h; certamente do mesmo modelo daqueles Espacial Italiana e Espanhola, além da International Space University de Strasburgo, Universidade de que teriam partido de Pádua. Breda BA19 — Com velocidade máxima No caso de uma decolagem sob alar- Florença e no Projeto SETI. É presidente do Centro de 220 km/h e velocidade de cruzeiro em me, a hipótese de dois caças partirem Ufológico Nacional (CUN) e diretor das revistas UFO 180 km/h. de San Niccoló teria permitido a esses Notiziario e Archeomisteri. É um dos mais respeitaúltimos percorrerem uma distância de dos ufólogos da Comunidade Ufológica Mundial, Essa última aeronave era utilizada apenas 10 km em linha reta da cidade de sendo o “capo di tutti capi” da Ufologia na Itália e também para o treinamento acrobático. Mestre, local dos eventos, em pouco mais correspondente da Revista UFO em seu país. Seu Se considerarmos o fato de que a distân- de cinco minutos de vôo. Um cenário ex- endereço é: Via Senese 138, I – 50124 Florença, cia de Pádua, em linha reta, do local tremamente realista, que se adapta muito Itália. E-mail: italintel@katamail.com. Este texto onde os fatos ocorreram, não supera os bem aos fatos em questão e que torna foi traduzido por Roberto Pintucci, consultor da 60 km, o quadro mais realista que se pode tal hipótese, como toda possibilidade, a Revista UFO e editor convidado. Edição Edição Especial Especial 39 39––Dezembro Dezembro2005 2005
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Fábio Bettinassi, convidado mais secreto e importante avião militar de espionagem foi revelado. Tratava-se do projeto Oxcart A-12, responsável pelo início da produção e lançamento das aeronaves de baixa vulnerabilidade, com avançadas técnicas de furtividade visual e eletrônica [Características que visam melhorar a capacidade de sobrevivência das aeronaves em combate, sendo que na guerra eletrônica do futuro a combinação de tais elementos será primordial], que hoje resultaram nos aviões B2 e F-18. O projeto em questão foi encomendado pela Agência de Inteligência Norte-americana (CIA) para
substituir os aviões de espionagem U-2, atingido por um míssil soviético durante um vôo de reconhecimento sobre a União Soviética. A empresa Lockheed foi apelidada de Skunk Works. Invisibilidade — O que os engenhei-
ros não imaginavam é que através do projeto Oxcart, poucos anos depois, nasceria o lendário avião norte-americano de combate Blackbird SR-71, e isso marcaria uma fase em que aviões militares não teriam mais a tradicional aparência característica, pois a crescente necessidade de melhorar a aerodinâmica, alcançar a invisibilidade passando despercebidos pelos radares e confundir os serviços de inteligência, levaria a imaginação dos cientistas aeronáuticos a produzir aeronaves cuja estética mais se assemelhava aos conhecidos UFOs descritos nos livros de ficção científica. O fantasma da Guerra Fria assombrou os militares dos Estados Unidos, mostrando que os modelos convencionais táticos Playfuls
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esde a Segunda Guerra Mundial os militares dos EUA investem em tecnologias experimentais para a criação de aeronaves cada vez mais indetectáveis pelo inimigo. A história desses aviões desconhecidos, classificados como Black Aircrafts, sempre esteve cercada por segredos e falsas informações. Para entendermos porque tais artefatos foram construídos e qual sua finalidade precisamos ter uma idéia das forças poderosas que atuaram na mente dos oficiais, cientistas e os governantes das superpotências bélicas que regem o mundo. Sem isso, não teremos noção da amplitude da história que se esconde por trás dos fatos. Em uma tarde de 1962, o piloto de testes Louis Schalk, funcionário da fábrica de aviões militares Lockheed Martin, foi levado até um hangar metálico na base de Groom Lake, localizada no coração do deserto do Nevada, também conhecida como Área 51. Quando as portas se abriram, o
Naves exóticas su 22 :: www.ufo.com.br ::
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UFOs Fascistas Aliens no Passado
uperam a ficção Edição Especial 39 – Dezembro 2005
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Alemães criaram o projeto de espionagem e os norte-americanos adotaram a tecnologia, produzindo aviões tão incríveis que se tornaram lendas aeroespaciais
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Retratações formais — Sempre que um avião de reconhecimento dos EUA era abatido ou avistado executando missões sobre território inimigo, um impasse diplomático abria mais uma página na guerra de nervos entre norteamericanos e soviéticos, exigindo retratações cordiais, declarações formais e desgastantes 24 :: www.ufo.com.br ::
procedimentos burocráticos. A solução foi adotar o silêncio e a falsa informação. Para tanto, novos aviões foram desenhados, usando formatos cujo design confundia sua origem industrial. Também não tinham logomarcas, textos ou qualquer identificação nas peças
ção humana. Livros como Eram os Deuses Astronautas [1970] de Erich von Däniken, viraram best-sellers. Os hippies falavam de discos voadores e as crianças tinham bonecos verdes de marcianos. Todos viviam na era espacial, o que foi a justificativa perfeita. É sábio e prudente crer na atividade alienígena e na vida inteligente extraplanetária, mas para tal é importante estar consciente de que os militares munidos de alta tecnologia se aproveitaram do Fenômeno UFO verdadeiro para esconder suas manobras, dissolvendo-as na casuística do folclore popular, produzindo tal efeito na cultura ocidental que cidades brasileiras e dos EUA até construíram pistas de pouso para discos voadores. O pensamento cartesiano no qual nós ocidentais estamos imersos, nos oferece um gabarito de formas tridimensionais associadas a conceitos que nos levam a pensar e concluir de maneira previsível. É aqui que entram as teorias do médico italiano Cesare Lombroso, que no século XIX iniciou uma pesquisa objetivando dar respaldo científico ao fato de que determinadas características físicas presentes nos indivíduos produzem reações e comportamentos predeterminados. Isso forneceu uma série de parâmetros para se analisar pessoas, podendo prever seu comportamento observando suas características físicas e intelectuais. Federation for American Scientists
de aeronaves não mais se adaptavam porque o novo combate não era entre tropas ou tanques atuando na frente de batalha. Eles precisavam investir em inteligência e espionagem, as únicas ações capazes de se adiantar às manobras do inimigo, conseguindo obter grande vantagem de tempo e precisão na defesa ou contra-ataque. A guerra neste ponto passou a ser mais dependente da informação do que do poder de fogo. Um boato bem disseminado poderia abalar a estrutura política ou militar de um país, causando mais desordem que a detonação de um explosivo. Mas somente estar bem informado não era suficiente. A partir do momento em que estrategistas obtiveram mapas e fotografias bem definidas do adversário, feitas pelos Blackbird SR-71, tornou-se preciso criar dispositivos de ataque eficientes e discretos, explorando ao máximo o elemento surpresa na forma de aviões de bombardeio capazes de executar missões sem o conhecimento do inimigo. A empresa Skunk Works e a concorrente Northrop criaram uma corrida armamentista particular, movida pelo desejo incessante de cientistas e administradores de estar sempre na vanguarda da tecnologia bélica, cujo principal beneficiário era o governo dos EUA, que passou a dispor de maravilhas da engenharia militar. Temos que considerar que o desenvolvimento de armas de alta tecnologia envolveu o povo norte-americano em todos os aspectos. Universidades, centros de pesquisa, empresas e um exército de milhões de homens e mulheres trabalhavam direta ou indiretamente na crescente indústria, entusiasmados com o pensamento de que, apesar de estarem criando máquinas de matar, contribuíam para um mundo melhor, eliminando a ameaça de povos cuja história e interesse ofereciam riscos ao seu modo de vida. O envolvimento da população foi tamanho que um operário da secreta fábrica de bombas atômicas de Henford, ao ser questionado pelo vizinho sobre o que era feito lá, respondeu: “Passamos o dia fazendo salsichas”.
A tecnologia Stealth, que quer dizer invisibilidade e confere a certos aviões norte-americanos impressionante destreza, pode ter sido copiada de UFOs
da fuselagem. Para completar o cenário, diversos pilotos e controladores de vôo foram treinados em idiomas indígenas complexos totalmente desconhecidos pelos lingüistas soviéticos. Com esse novo aparato, a presença de qualquer avião espião no espaço aéreo da ex-URSS era imediatamente negada pela CIA, enquanto os militares norte-americanos simplesmente diziam não saber do que se tratava, classificando o fenômeno como um UFO [Unidentified Flight Object]. Depois tudo era arquivado e tratado como uma espécie de mito aeroespacial. A palavra UFO, também conhecida como OVNI [Objeto Voador Não Identificado], foi criada para classificar objetos ou fenômenos em suspensão aérea cujas características, objetivos e tecnologia, fossem inexplicáveis ou não encontrassem similar em nossa tecnologia. Assim uma infinidade de fenômenos meteorológicos, como nuvens de gases, irradiações solares, efeitos magnéticos, aviões sem identificação e luzes no céu foram automaticamente classificados como UFO, por conseqüência, sem esclarecimento. A grande farsa da contra-cultura dos UFOs estava criada e, desde então, por “coincidência” explodiu uma febre de revelações antropológicas. Institutos arqueológicos e universidades exibiram incríveis achados antigos em forma de aeronaves discóides e deuses das estrelas que supostamente teriam visitado a Terra no decorrer da evolu-
Telurgia planetária — Um dos pensamentos surgidos diz que as pessoas costumam temer aquilo que não conhecem. Outros mostram que muitos tendem a atribuir características religiosas ou paranormais a fenômenos naturais produzidos pela bioquímica e telurgia planetária. Com essa previsibilidade da personalidade catalogada e enumerada verificou-se que para ter acesso aos íntimos do inimigo e ao mesmo tempo confundi-lo, seria necessário construir máquinas de guerra com formatos diretamente associados a fatores empíricos, religiosos e dogmáticos presentes na enciclopédia mitológica da humanidade. Com a abordagem de Lombroso aplicada ao design, máquinas e bens de consumo vendidos para o público adotaram elementos estéticos e semânticos padronizados em um contexto filosófico oriundo daquilo que esperamos delas. Assim os projetistas de aparelhos de espionagem concluíram que seria uma ótima idéia disfarçar mecanismos para espionar pessoas ou países em máquinas Dezembro 2005 – Edição Especial 39
UFOs Fascistas reator nuclear compacto de peso leve usado como fonte de energia para todo o conjunto eletromecânico. Dois foguetes Nuclear Thermal Rocket Engine [Motor nuclear a jato térmico ou NTRE] impulsionam a nave vertical ou horizontalmente. O NTRE usa hidrogênio e oxigênio pressurizado, o reator aquece o hidrogênio líquido, injetando-o junto com oxigênio líquido em velocidade supersônica. Então ambos os materiais queimam em uma câmara de explosão, produzindo enorme quantidade de energia cinética. Além disso, pela capacidade antigravitacional o TR3-B pode fazer manobras que contrariam as leis da física tradicional. O projeto secreto do TR3-B, que consumiu 30 anos de pesquisa, surpreende pelo aparato futurístico. O cientista Richard Boylan diz que o sistema de antigravidade desenvolvido nos laboratórios Lawrence Livermore, chamado de MFD, consiste em um anel acelerador circular de 70 cm de largura constituído de bário, cálcio e ouro. O mercúrio é injetado a 250 mil atmosferas e sob um fluxo de energia extremo dentro do anel. Tal elemento passa a girar na velocidade de 50 mil rpm [Rotações por minuto] criando um campo magnético tão intenso que seria capaz de abrir uma fenda na gravidade ao redor, seguindo a premissa do físico Albert Einstein, que dizia “qualquer objeto girando distorce a gravidade ao seu redor”. Quando o sistema está em operação pode-se ver no centro da nave uma luz vermelha muito intensa, o que leva a crer que muitos avistamentos ao redor do mundo podem estar relacionados ao TR3-B. Um exemplo é o caso da famosa fotografia de um UFO triangular voando sobre a Bélgica. No final dos anos 90, o oficial de inteligência da Força Aérea Norte-Americana (USAF), Ed Fouche, ligado diretamente ao projeto do TR3-B, declarou: Avanços da tecnologia militar — Quando se “Os alienígenas não somente andam entre nós, trata de unir a física moderna com a tecno- como trabalham conosco, criando uma nova logia de aeronaves, os EUA se superaram geração de tecnologia humano-alienígena”. com o TR3-B, um avião triangular movido No incrível mundo secreto das aeronaves mia energia nuclear capaz de produzir uma ruptura eletromagnética na gravidade da Terra. Segundo Richard Boylan, o TR3-B é uma plataforma de reconhecimento e espionagem com tempo indefinido de operação. Atinge 35 mil metros de altitude usando Mach 9 [Unidade de medida equivalente a 3.062.61 m/s] e sua velocidade pode chegar a Mach 50 [Equivalente a 17.014.5 m/s]. Todo o interior da nave é cercado pelo Magnetic Flux Field Disrupter [Campo magnético de ruptura ou MFD], unidade que produz um vortex – uma espécie de redemoinho de ar O modelo aeronáutico TR3-B, com formato trian– capaz de neutralizar os efeitos da gravidade gular, foi inspirado em discos voadores de mesmo com 89% de eficiência. No centro existe o formato, registrados nos anos 80 e 90 Edição Especial 39 – Dezembro 2005
litares sigilo total é a ordem, por isso bases secretas foram construídas nos lugares mais inóspitos dos Estados Unidos, onde cientistas de diversas nacionalidades operam sob patrocínios bilionários. Este mundo complexo e perigoso estava imerso em mistérios, lançados pelo próprio governo para esconder dos inimigos detalhes capazes de abortar um projeto de bilhões de dólares e anos de pesquisa. Tal era o nível de acobertamento, que diversos projetos realizados até hoje nunca foram confirmados oficialmente. Podemos entender a razão conhecendo algumas das muitas aeronaves secretas utilizadas pelos EUA nos dias atuais e, assim, imaginar como serão nos próximos 20 ou 40 anos.
Armas poderosas — Projetado pela empresa Northrop Gummar e construído em cooperação com a Divisão de Aeronaves Militares da Boeing, General Eletric e Hughes Inc., o B2 Spirit tornou-se o mais famoso avião com tecnologia Stealth [Que visa tornar objetos tangíveis em naves invisíveis, não sendo detectáveis quando possível. É usada para atacar alvos de comunicação, liderança e sistemas de defesa aérea] da mídia mundial. Foi empregado para bombardeio nas guerras travadas pelos EUA contra os países do mundo árabe. Sua função é lançar armas nucleares e convencionais sobre o inimigo. A maioria delas faz parte do Comando Aéreo de Forças Nucleares dos EUA, sendo que a primeira unidade foi entregue no início de 1987 com o curioso nome de Fatal beauty [Beleza fatal] pintado no nariz da aeronave. Outras unidades receberam definições curiosas como Espírito do Mississipi, Navio Pirata e Nave do Inferno. O B2 Spirit possui todas as capacidades Stealth e obteve êxito em mais de 10 mil missões. Foram produzidos 165 deles, mas oficialmente só 21 são reconhecidos. Ao custo de US$ 2 bilhões [Mais de R$ 4.525 bilhões] a unidade, o poderoso Spirit carrega até 150 toneladas de armamento e tem autonomia de vôo de 9.600 km sem reabastecer. Quatro motores a jato GE produzem 32 toneladas de empuxo [Resultado de todas as forças de pressão que atuam sobre o corpo] levando o morcego negro até 15 m de altitude. A velocidade é subsônica. A capacidade de invisibilidade é uma combinação da redução de emissões de raios infravermelhos, acústica de motores e fuselagem, além de eletromagnetismo e interação visual com radares. A maioria dos sistemas de camuflagem e interatividade do B2 são mantidas em sigilo total. Saído da Lockheed Skunk Works, o Aurora é considerado como o sucessor do Blackbird SR-71. No projeto iniciado em 1980 foram investidos US$ 10 Arquivo do Autor
comuns do cotidiano. Aos poucos as pessoas se condicionaram a conceber o mundo pelo óbvio, sem desconfiar que um prendedor de gravata pode ser uma micro-câmera e um botão de rosa pode conter um microfone escondido. O pensamento de que os objetos do mundo moderno são construídos dentro de uma expectativa de nosso próprio ego explica porque não compreendemos obras antigas de significado cósmico, como a grande pirâmide do Egito, o Stonehenge e outros obeliscos baseados em uma geometria sagrada repleta de simbolismo, inacessível à mentalidade materialista de hoje. Isso levou os projetistas a desenhar aviões parecidos com muitas coisas, exceto com aviões. Diante dessa nova realidade, o design das aeronaves militares de reconhecimento e espionagem passou a desafiar as leis da física. As asas retas deram lugar ao triângulo, o círculo e a elipse substituíram as linhas retilíneas dos aviões, motores que operavam na horizontal foram para a vertical. A engenharia aeronáutica, entre erros e acertos, dominou as formas estranhas e posteriormente ganhou computadores capazes de manter a estabilidade do conjunto. Aviões atuais como o B-2 não existiriam se não fosse o sistema de auxílio de estabilidade em tempo real, manipulado por computadores que ajustam dezenas de partes móveis da fuselagem continuamente para assim compensar a instabilidade. Hoje a maioria das aeronaves de espionagem são Trans-Atmospheric Vehicle [TAV – Veículo de transporte atmosférico], ou seja, podem ultrapassar a atmosfera e atuar na região orbital da Terra, pois a tendência em um futuro próximo e já ocorrendo é a guerra eletrônica espacial travada entre grandes potências a centenas de quilômetros de altitude, utilizando armamento eletromagnético e naves não tripuladas.
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Programa de espionagem — O projeto HyperX foi inaugurado pela NASA em 24 de março de 1997, no Centro de Pesquisas de Langley, em Hampton, EUA. Trata-se de uma série de aeronaves não tripuladas compactas experimentais que atingirão mais de Mach 10 [3 402.9 m/s], cerca de 10 vezes a velocidade do som. O projeto de cinco anos vai demonstrar novas tecnologias de propulsão hipersônicas para operar na atmosfera e em altitudes orbitais. Quando o protótipo do Hyper-X decolar será mantido por um motor convencional a jato, que o conduzirá próximo a Mach 5, equivalente a 1,7 km/s. Neste momento um foguete entrará em operação levando-o a velocidades superiores e extremas altitudes. O combustível desses foguetes é o próprio oxigênio do ar, que comprimido e aquecido sob alta pressão explode violentamente. Esse sistema elimina os tradicionais combustíveis líquidos, tornando a aeronave mais leve e apta para carregar mais equipamentos. Os primeiros quatro vôos de teste do Hyper-X foram executados no segundo semestre de 1999. Aaeronave que mais parece um disco voador foi revelada pelos militares em 1967, como parte de um extenso programa para a criação de naves de espionagem, com características completamente diferentes dos aviões conhecidos. Foi codificada como Fighter Long-Range Tactical Air Command Future Forces [Flitaff]. As naves ficavam baseadas em Fort Worth, Texas, e mais tarde foram transferidas para James Connolly, também no Texas. 26 :: www.ufo.com.br ::
O “disco voador”, como foi apelidado, tinha cerca de 40 m de diâmetro – comparado com a envergadura de um B-47 Stratojet. O Flitaff podia alcançar até 265 mil pés de altitude [80.770 m]. Oficiais que conheceram o avião diziam que podia atingir mais de Mach 10. De acordo com o projeto, o Flitaff possui vários tipos de motores conjugados, com capacidades de quebrar a velocidade de 17.500 milhas/h [Cerca de 28.157 km/h], o necessário para entrar em órbita da Terra. A elaboração dessa aeronave foi mais secreta que o projeto Manhattan [Ou mencionado formalmente como Distrito de Engenharia de Manhattan, foi um esforço durante a Segunda Guerra para desenvolver as primeiras armas nucleares pelos EUA com o apoio do Reino Unido e do Canadá], que resultou na primeira bomba atômica. Em 1951, o astronauta Gordon Cooper, da missão Mercury 7 [Missão tripulada para orbitar a Lua], avistou, enquanto pilotava um F-86 a 45 mil pés de altitude [13.710 m], seis discos prateados voando em velocidades muito superiores a qualquer avião conhecido. Tentou segui-los mas eles desapareceram em grande altitude. Anos depois Cooper reconheceu os artefatos prateados como aeronaves Flitaff. Além deste programa espião há ainda o projeto Pegasus, que se trata de uma linha de aeronaves triangulares não tripuladas com a finalidade de reconhecimento e espionagem. Tem capacidade Stealth, baixo ruído e dispersão infravermelha. Foi desenhado em março de 2001 pela Northrop Grumman e é constituída de cerâmica e polímeros. Muitas informações são mantidas em sigilo. No entanto, a Força Aérea dos EUA se prepara para a integração entre espaço e atmosfera. Assim, começou em 2002 o projeto Large Regional Study Área [Estudo regional de uma grande área ou LRSA]. Trata-se de uma aeronave tripulada transatmosférica de ataque, com a função de patrulhar e estudar a Terra, além de atuar na guerra eletrônica. O objetivo é colocar essa aeronave em funcionamento a partir de 2020, tempo necessário para que novas tecnologias
sejam incorporadas, configurando-a como o avião de bombardeio padrão do futuro. Ao custo unitário de US$ 3 bilhões [Mais de R$ 6.787 bilhões], o TR3-B é a mais fascinante aeronave tripulada já construída. Trata-se de um triângulo com cantos arredondados usado para reconhecimento e espionagem. Saiu das pranchetas do projeto Aurora, que idealizou outras naves secretas. Seu primeiro vôo foi no começo dos anos 90. A plataforma de design exótico possui motores aeroespaciais nucleares desenvolvidos especialmente para este projeto e capazes de distorcer a gravidade, chamados de Magnetic Flux Field Disrupter (MFD). Seu revestimento metálico externo é sensível a estímulos elétricos, podendo assim mudar de cor, eliminar reflexos e absorção por radar.
Realidade virtual — Além de ter tecnologia Stealth seus sistemas eletrônicos de camuflagem virtual podem projetar intencionalmente uma falsa aeronave nas telas dos radares de observação, simulando um vôo comercial ou outras variedades de objetos voadores, assim como pode representar também uma esquadrilha em formação ou simular diversas naves em locais diferentes simultaneamente. Construído pela Boeing como um modelo de demonstração de tecnologia, esta aeronave tripulada de reconhecimento fez seu primeiro vôo em outubro de 1996. Altamente secreto, o BBOP realizou 38 manobras experimentais com grande sucesso. De performance subsônica, foi incorporado ao padrão industrial aeronáutico dos EUA e por isso revelado ao público recentemente. Tem como características principais o baixo custo de manutenção, com-
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bilhões [Cerca de R$ 22.626 bilhões] para a construção de 10 aeronaves. O Aurora atinge Mach 5 [1.701.45 m/s] com altitude máxima de operação de 100 mil pés [30.480 metros]. Nestas condições a temperatura da fuselagem pode atingir 600° C. O projeto Aurora foi definido para ser o sucessor do Blackbird SR-71. Existem vários modelos e rumores apontam que sua produção em escala se iniciou em 1987. Considerado um dos mais bem guardados segredos da aviação moderna, o Aurora atinge Mach 6 [Cerca de 2.041.74 m/s] com a finalidade de reconhecimento e espionagem. O motor utiliza um curioso sistema de detonação por pulso. O princípio Stealth segue o padrão usado no F-117. De acordo com um engenheiro aposentado da Skunk Works, “com o Blackbird SR-71 os inimigos podiam vê-lo mas não tocá-lo, agora com o Aurora eles nem saberão que estivemos lá”. Em 1991, o Aurora acompanhou a queda do regime soviético, o acidente na usina nuclear de Chernobyl e fez um levantamento fotográfico completo para o início da Guerra do Golfo.
Outro projeto até então secreto da Força Aérea Norte-Americana (USAF) que previa a construção de aviões a jato em formato circular
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Armamentos de Hitler — A casuística ufológica européia durante a Segunda Guerra Mundial foi em parte relacionada a projetos de aeronaves secretas de formato incomum desenvolvidas pelos engenheiros Edição Especial 39 – Dezembro 2005
do Terceiro Reich. Os primeiros sinais oficiais surgiram no começo da década de 50, quando o jornal alemão Der Spiegel noticiou o fato com fotografias e relatórios técnicos. Em 1959, o major do Exército alemão Rudolph Lusar escreveu o polêmico livro Armas Secretas da Segunda Guerra Mundial [1959], alertando a população sobre as armas incríveis criadas pelas forças de Hitler. No capítulo intitulado Discos Voadores: Uma Seqüência de Provas Incontestáveis revelava uma faceta obscura da Aeronáutica nazista, não apenas referente à estranheza das formas aerodinâmicas dos aviões, mas também uma série de novas tecnologias de propulsão, naves não tripuladas teleguiadas e tecnologia Stealth. Tudo começou em 1941, quando alguns engenheiros alemães e um italiano levaram ao Führer desenhos de uma aeronave em forma de disco voador cuja velocidade, autonomia e altitude superavam de longe
os mais avançados aviões da época. Em 1944, o protótipo estava pronto. Equipado com turbinas a jato da BMW, foi chamado de Kugelblitz Flugkreisel. Além de um formato exótico, a aeronave teria instalado uma espécie de canhão eletromagnético e um projetor de microondas na parte inferior, para literalmente queimar o inimigo em solo. Quando o engenheiro Rudolph Schriver morreu, em 1950, para espanto geral foram encontrados diversos documentos secretos escondidos em seu apartamento, contendo fotos e planos de construção de gigantescos discos voadores.
Documentos secretos —A nave UFO Kugelblitz Flugkreisel fez seu vôo inaugural com sucesso em 04 de fevereiro de 1945, elevando-se até 11.450 m em apenas três minutos. Seguindo depois em trajetória reta, atingiu a velocidade de 1.960 km/h. Mas até o protótipo estar bem ajustado 18 pilotos de testes morreram devido a panes mecânicas.
Um UFO nos anos 30? Equipe UFO númeras são as pessoas e os relatos de avistamento de UFOs ao longo da história. Muitos são descritos durante momentos cruciais da humanidade, entretanto são as pessoas mais humildes que nos revelam interessantes informações sobre este assunto. Como é o caso do senhor A. Pozzy Markbreiter, que viajava de carro nas imediações da cidade de Baura, em Ferrara, Itália, quando inesperadamente foi surpreendido por uma luz intensa que iluminou a estrada na qual caminhava, como se fosse uma máquina com vários faróis acesos, que ofuscavam a visão. Qual não foi sua surpresa quando se deu conta de que a luz vinha de cima e era emanada de dois grandes corpos prateados e luminosos que se moviam no céu, um no rastro do outro. Vinham de sudeste a noroeste. Impressionado por aquilo que presenciava, a testemunha seguiu com o olhar as duas “coisas” até uma altura de cerca de 35° sobre o horizonte, quando os objetos cruzaram pelo seu trajeto. Não chegou a ouvir qualquer som que anunciasse a chegada dos bólidos. As duas aeronaves pas-
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saram velozes e silenciosas, sem criar qualquer fenômeno de distúrbio atmosférico. Outro caso intrigante é do geômetra L. Cariolato, da cidade de Malo, província de Vicenza, Itália. Apaixonado por astronomia, teve a oportunidade de observar um fenômeno insólito. No dia 06 de dezembro de 1937, às 17h35, viu um objeto luminoso que atravessava o céu em direção sul de seu ponto de observação. Suas dimensões eram de aproximadamente um terço do diâmetro aparente da Lua. O que impressionou a testemunha foi o comportamento anormal do fenômeno, o qual chamou de meteoro. “Ele tinha um efeito diferente e se movia com uma trajetória paralela ao horizonte, deixando para trás um longo rastro esfumaçado. Na metade de seu percurso, dividiu-se em duas partes iguais que continuaram a viagem em fila indiana, um atrás do outro”, destaca. O observador calculou a altitude em cerca de 25 graus em relação à linha do horizonte. Fenômeno similar e de características análogas foi anotado naquele mesmo dia pelo senhor Montalbetti, arcebispo de Trento. Essas informações foram relatadas e divulgadas pelo periódico Coelum, volume VII, em dezembro de 1937.
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ponentes descartáveis, design baseado em modelos de realidade virtual, fácil construção e todas as características Stealth de vanguarda, além de grande autonomia de vôo e baixo consumo. Um relatório publicado na revista norte-americana Aviation Week and Space Technology, em 1991, descreveu “uma asa voadora triangular” como um avião desenvolvido pela empresa Northrop, seguindo os padrões visuais do F-117 Nighthawk. O projeto recebeu o nome de TR3-A e foi apelidado de Black Manta. Foi desenvolvido para espionar as áreas do Alasca, Okinawa, Panamá e Reino Unido e pode ser encontrado em operação até hoje. É classificado como Tactical High Altitude Penetrator [Penetrador tático de grande altitude ou THAP]. O TR3-A de tão secreto tem uma aura envolta em mistérios. Várias fontes negam sua existência, mas são vários episódios documentados no Congresso dos EUA envolvendo a colaboração da alta cúpula do governo, cientistas e oficiais de patente. Idealizado por uma empresa canadense no início dos anos 50, o Avrocar VZ-9 é um perfeito disco voador. Desenhado como uma aeronave VTOL – de decolagem vertical – era para ser usado pelo exército e Força Aérea Norte-Americana (USAF). O conceito revolucionário utilizava uma potente turbina central operando na vertical, sugando o ar e soprando-o para baixo, mantendo o disco flutuante. Duas turbinas menores horizontais o impeliam para frente. O Avrocar era pilotado por duas pessoas, com dois cockpits laterais e cúpulas de vidro. O projeto foi definido para produzir velocidade de 500 km/h a grande altitude, mas foi abandonado porque era muito instável e nunca subiu mais que 2 m de altura. Mas as Forças Armadas dos EUA gostaram da idéia e nos anos seguintes aperfeiçoaram o projeto criando o Flitaff, iniciando uma série de projetos secretos utilizando o disco circular como plataforma geométrica experimental. Uma curiosidade sobre o Avrocar VZ-9 é que foi projetado no Canadá pelo engenheiro alemão refugiado doutor Richard Miethe, que junto com sua equipe criou na fábrica de Peenemunde, na Alemanha, o disco voador de Hitler chamado de Kugelblitz Flugkreisel.
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Em 27 de setembro de 1995, em Cornwall (Reino Unido), David Morris fotografou um estranho avião em forma de triângulo sendo reabastecido por um KC-135 e escoltado por dois F-111.
Junkers Jumo 004, com 900 kg de empuxo cada um. Levando em consideração a tecnologia da época, a autonomia dessa aeronave era surpreendente, podendo executar missões de 3.100 km sem reabastecer. Mas os alemães não eram apenas ótimos engenheiros mecânicos, eles contavam com excelentes físicos, matemáticos e estudiosos de diversas ciências fundamentais. Hitler sonhava com uma espécie de energia livre capaz de movimentar o desenvolvimento do novo mundo dominado pelo nazismo. Movidos por esse sonho, os cientistas passaram a investigar as propriedades do eletromagnetismo e sua aplicação no campo bélico, resultando em aeronaves discóides como o RFZ-5, Haunebu e VRIL, ambos verdadeiros discos voadores de grandes proporções.
Nem tudo que reluz é UFO — De acordo com documentos da Seção de Segurança da Força Paramilitar Nazista (SS), em agosto de 1939, o RFZ-5 fez seu primeiro vôo experimental em Neu Schabenland, região do continente Antártico, ultrapassando a velocidade de 4.500 km/h e mais tarde 15 mil km/h. Posteriormente, o Haunebu II, com 26 m de diâmetro, atingiu a velocidade de 6 mil km/h com autonomia de vôo de 55 horas e capacidade para 20 pessoas. O Haunebu III, com 70 m de diâmetro e autonomia de oito semanas de vôo, podia transportar até 32 pessoas. No inverno de 1944, uma nova nave chamada VRIL-7 sobrevoou o mar Báltico, com 120 m de diâmetro. Quando as forças aliadas invadiram as instalações secretas da SS em Berlin, no final da segunda grande guerra, os oficiais
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O Haunebu III, um dos projetos mais aprimorados da época do sonho de dominação do nazismo
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ficaram pasmos com a quantidade de projetos e máquinas misteriosas encontradas. Os desenhos e protótipos não destruídos pelos nazistas em fuga foram rapidamente levados para as bases militares dos Estados Unidos para serem estudados por especialistas. De acordo com análises dos peritos em Aeronáutica, os alemães estavam décadas adiante na tecnologia alternativa de energias e aviões secretos. Somando isso ao fato da presença de Richard Miethe, o construtor do Kugelblitz, no Canadá e EUA após a guerra, podemos concluir que o projeto dos aviões UFO norte-americano foi inspirado nos feitos dos alemães do terceiro Reich. Longe de insinuar que todos os efeitos UFO são causados por aeronaves secretas, é bom ressaltar que durante a jornada humana na Terra povos antigos cuja sabedoria é desconhecida a nós, ocidentais, registraram diversas manifestações de seres interplanetários munidos de naves luminosas em formatos variados, que consideravam serem deuses. Magníficos impérios de outrora, como incas, egípcios, caldeus, persas, chineses e indianos possuíam uma mitologia rica em deuses, seres e aeronaves vindas das estrelas, que algumas vezes até os auxiliavam com ensinamentos e mensagens esclarecedoras. Seres alienígenas e naves extraplanetárias atuaram sobre a Terra e o fazem até hoje. Isso é inegável, independente da opinião dos céticos ortodoxos, cujo pensamento parou na Idade Média e não mais evoluiu. Na época atual, em que o ser humano vive dilemas dolorosos criados pelo seu próprio desenvolvimento desarmônico, fica clara a necessidade de considerarmos os fenômenos da Terra por um ponto de vista investigativo mais amplo, de maneira a se buscar não apenas uma verdade única, mas trilhar diversas possibilidades que nos ajudem a criar um quadro de opções cada vez mais lúcido e baseado nas múltiplas realidades que nos cercam. Como a Ufologia caminha para se tornar umas das mais esclarecedoras filosofias do futuro, é fundamental que adotemos uma postura que nos conduza a um estudo ufológico racional, abandonando a forma cartesiana do pensamento tradicional e colocando os fenômenos à prova, porque no gigantesco universo em que estamos inseridos, com suas múltiplas dimensões paralelas, faz bem pensar que nem tudo que reluz é UFO. Federation for American Scientists
O projeto secreto foi executado nas fábricas de Peenemunde, Stettin, Essen e Dortmund, na Alemanha. O aparelho era totalmente blindado e os motores em vôo reto usavam como combustível uma mistura de hélio. Poderia decolar na vertical em apenas 16 segundos através das turbinas giratórias carburando uma mistura de álcool e oxigênio líquido sob alta pressão. O aspecto visual pode ser resumido como um disco de 14,4 m, com turbinas embaixo de um anel interno que girava como uma grande hélice, presa por uma esfera central fixa e imóvel, onde se localizava a cabine de comando pressurizada com aparelhos eletrônicos e radares. Embaixo da cabine havia duas turbinas para movimentá-lo para frente. De acordo com relatórios oficiais da Luftwaffe encontrados pelas forças aliadas, em 17 de abril de 1944, pode ser vista a seguinte anotação feita pelo engenheiro Richard Miethe, um dos construtores da nave. “No dia de hoje, sob testemunha de três coronéis da Luftwaffe, executamos um vôo sobre o mar Báltico e a aeronave Kugelblitz se comportou muito bem. Estava equipada com 12 turboreatores BMW modelo 28 e atingiu 20.803 m de altitude e no segundo vôo, 24.200 m. O conjunto mecânico desenvolve 5.500 cavalos no eixo central e com apenas 22 m cúbicos da mistura de hélio são suficientes para 16 horas de vôo. Estamos estudando novos aperfeiçoamentos, inclusive a adoção de um motor elétrico alimentado por uma fonte nuclear”. O primeiro vôo desta aeronave futurista para os padrões da época foi em janeiro de 1945. O design foi criação de Walter e Reimar Horten das indústrias Gothaer Waggonfabrick. Ambos os engenheiros eram ex-oficiais da Luftwaffe. Nos primeiros testes da aeronave HO-IX superou as expectativas em velocidade e modernismo, mas o projeto foi interrompido pelo ataque das tropas norte-americanas. A atuação do HO-IX era de bombardeio e caça de combate. Possuía dois motores
Fábio Bettinassi é publicitário em Araxá (MG), ufólogo e articulista do site Ufovia [www.viafanzine. yan.com.br/ufovia]. Seu endereço é: Rua Dulce Santos Guimarães 270, 38183-406 Araxá (MG). E-mail: fabio.araxa@uol.com.br. Dezembro 2005 – Edição Especial 39
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Dezembro 2005 – Edição Especial 39
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Conselho editorial Editor: A. J. Gevaerd Co-editores: Claudeir Covo Marco Antonio Petit Reginaldo de Athayde Conselheiro Especial: Rafael Cury Presidentes de honra: Irene Granchi Flávio A. Pereira Ombudsman: Rogério Cintra Chola Staff: Danielle R. Oliveira (gerente) Tiana Freitas (atendimento) Lucelho Paraguassú Pinto Produção: Évelin Gomes da Silva (redação) Fabiana Silvestre (redação) Soraia Korcsik Medeiros (artefinal) Mauro Inojossa (colaborador) Internet: Daniel F. Gevaerd (webdesigner) Victor Fogaça (webmaster) Analistas de suporte: Carlos A. Q. Costa Felipe H. Manso Consultores jurídicos: Ritva Cecília Vieira Antonio Vieira Ubirajara F. Rodrigues Coordenadores: Alexandre Gutierrez (Notícias) Marcos Malvezzi Leal (Traduções) Pepe Chaves (Relações públicas) Rogério Chola (Revista UFO no Yahoogrupos) Rodrigo Branco (Revista UFO no Orkut) Consultores de arte: Alexandre Jubran Jamil Vila Nova Márcio V. Teixeira Philipe Kling David
Aldo Novak Guarulhos Alexandre Calandra Americana Alexandre Carvalho Borges Salvador Alonso V. Régis Morro do Chapéu Ana Santos Salvador Analígia S. Francisco Rio de Janeiro Ann Druffel Califórnia Antonio Faleiro Passa Tempo Arismaris Baraldi Dias São Paulo Ataíde Ferreira da Silva Neto Cuiabá Atila Martins Rio de Janeiro Atílio Coelho São Paulo Budd Hopkins Nova York Candida Mammoliti Suíça Carlos Airton Albuquerque Fortaleza Carlos Alberto Machado Curitiba Carlos Alberto Millan São Paulo Carlos Mendes Belém César Vanucci Belo Horizonte Chica Granchi Rio de Janeiro Cláudio Brasil São Paulo Cláudio T. Suenaga São Paulo Colin Andrews Connecticut Daniel Muñoz Cuernavaca Daniel Rebisso Belém Dom Fernando Pugliesi Maceió Elaine Villela Niterói Elisângela Anderson Pelotas
Eloir Varlei Fuchs Itaqui Enrico Baccarini Florença Fernando A. Ramalho Brasília Francisco Baqueiro Salvador Gener Silva Araçatuba Gilberto Santos de Melo João Pessoa Guillermo Gimenez Buenos Aires Jackson Camargo Curitiba Jayme Roitman São Paulo Jaime Maussán Ciudad de México Jeferson Martinho São Paulo João Oliveira Campo dos Goitacazes Jorge Facury Ferreira Sorocaba José Antonio Roldán Barcelona José Augusto Fonseca Barra do Garças José Estevão M. Lima Belo Horizonte José Ricardo Q. Dutra Barbacena José Victor Soares Gravataí Júlio César Goudard Curitiba Laura Maria Elias São Paulo Liliana Núñez Santiago Luciano Stancka e Silva São Paulo Márcio V. Teixeira Lisboa Marco Túlio Chagas Belo Horizonte Marcos César Pontes Houston Marisol Roldán Barcelona Martha Malvezzi Leal São Paulo Michel Facury Ferreira Sorocaba
Nelson Vilhena Granado São Paulo Nick Pope Londres Pablo Villarrubia Mauso Madri Paola Harris Roma Paulo R. Poian Araras Paulo Rogério Alves São Paulo Paulo Santos São Paulo Pedro Luz Cunha Brasília Pedro Campos Guarulhos Philip Mantle Londres Renato A. Azevedo São Paulo Ricardo Varela S. José Campos Roberto Affonso Beck João Pessoa Roberto Pintucci São Paulo Roberto S. Ferreira Guarulhos Rodolfo Heltai São Paulo Rodrigo Branco Santos Roger Leir Califórnia Romio Cury Curitiba Rubens J. Villela São Paulo Thiago Luiz Ticchetti Brasília Thomas Van Flandern Seattle Vanderlei d’Agostino Santo André Vladimiro Bibolotti Milão Wagner Borges São Paulo Wallacy Albino Guarujá Welington Faria Varginha Wendell Stein Sumaré
Correspondentes internacionais Ahmad Jamaludin Malásia Ananda Sirisena Sri Lanka Anthony Choy Peru Antonio Costa Índia Ariel Sanchéz Uruguai Auguste Meessen Bélgica Barry Chamish Israel Boris Shurinov Rússia Darush Bagheri Irã Enrique C. Rincón Venezuela Gabor Tárcali Hungria George Schwarz Áustria Gildas Bourdais França Giuliano Marinkovicc Croácia Glennys Mackay Austrália Guido Ferrari Suíça
Haktan Akdogan Turquia Hans Petersen Dinamarca Ian Hussex Holanda Ion Hobana Romênia Ivan Mohoric Eslovênia Javier Sierra Espanha Joaquim Fernandes Portugal John MacBright Escócia Kiyoshi Amamiya Japão Jorge Alfonso Ramirez Paraguai Jorge Martín Porto Rico Júlio Lopéz Santos Panamá Just Bell Camarões Luiz Etcheverria Equador Luciana Boutin Guiana Francesa Michael Hesemann Alemanha
Odd-Gunnar Røed Noruega Ricardo V. Navamuel Costa Rica Roberto Banchs Argentina Roberto Pinotti Itália Robert Lesniakiewicz Polônia Rodrigo Fuenzalida Chile Russell Callaghan Inglaterra Santiago Yturria Garza México S. O. Svensson Suécia Stanton Friedman Canadá Sun-Shi Li China Sup Achariyakul Tailândia Tahari Muhassa Polinésia Timo Koskeniemmi Finlândia Tunne Kellan Estônia Wendelle Stevens Estados Unidos Wendy Brown Nova Zelândia
Tradutores voluntários Alexandre F. Borges, Ana Lúcia Sarcia, Andrea Zorzetto, Ângelo Miranda, Edson Ovídio Alves, Edgar I. Smaniotto, Edilson Kaoru Hashida, Eduardo Rado, Eric Boutin, Fernando Balian, Fernando Fratezi, Giovanna Martire, Kátia Rotmeister, Leonardo Rizzo Pípolo, Marco Aurélio Gomes Veado, Marcos Roberto Ribas, Marcos Vinicius Lopes, Marcus Vinicius S. Gonçalves, Neide Tangary, Paulo César G. Santos Júnior, Pedro Marinho, Ricardo A. Arruda Campos, Valdemar Biondo Júnior, Vanderlei Dallagnolo, Wagner Jose Pereira da Silva, Wanderley Pandolpho Moraes, Wilton M. Sobrinho
Mythos Editora: Helcio de Carvalho (Diretor executivo) Dorival Vitor Lopes (Diretor financeiro) Flávio F. Soarez (Editor de arte) Alex Alprim (Coordenador proj. especiais) Ailton Alipio (Coordenador de produção)
UFO Especial é um dos veículos de divulgação das atividades do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), produzido em parceria com a Mythos Editora Ltda. Mythos Editora Ltda.: Redação e administração: Rua Andrade Fernandes 283, 05449-050 São Paulo (SP) – Fone/fax: (11) 3021-6607. E-mail: mythosed@uol.com.br – Website: www.mythoseditora.com.br. Impressão: Esta revista foi impressa sem uso de fotolitos pela Gráfica São Francisco. Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Distribuidora S. A. Distribuidor exclusivo para Portugal: Midesa. Os artigos publicados são escolhidos pelo CBPDV, sendo que as matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da direção da revista.