cacicao
Director: David Sousa Pinheiro // Telem. 912 334 728 // geral.cacicao@gmail.com // www.cacicao@com
online
NºZERO
Mensal
DEZEMBRO 2013
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nova época de caça tenta fintar a crise
Jacinto amaro teme pelo futuro da caça
Montaria em Serpa rendeu 13 javalis as últimas montarias do ano em destaque p6-08 | Santarém recebe mais uma edição da expoCaça p10 | consultório médico p22 | espaço do leitor p24-26 | outros prazeres p28-29 | classificados p30 | consultório médico p22 | exposições caninas p40
editorial Um novo projecto virado para o futuro! É
com agrado que vejo nascer o Jornal Cacicão. Um jornal pensado há vários meses e que desde então nos tem levado parte do tempo em teorias sobre o que os caçadores/leitores gostariam de ver/ ler. Sei que ainda temos muito a melhorar, ainda assim arriscámos e demos o nosso melhor para esta primeira edição, ao conceber este jornal que pretende abordar temas como a caça, os cães e os acessórios. Queremos dar notícias sobre caça maior e caça menor, na canicultura arriscar especiais sobre raças portuguesas, acompanhar monográficas e provas de parar, esclarecer questões de saúde animal, trazer as mais recentes novidades sobre armas e munições e dar a conhecer as histórias dos nossos leitores. Assim será o Cacicão. Não queremos ser mais um jornal, queremos ser “o” jornal de eleição dos amantes da caça e do tiro. Sei que esta não é tarefa fácil, mas nada se
ficha técnica Director David pinheiro Redacção Vânia Clemente
consegue sem esforço, trabalho e dedicação, é por isso que contamos com a ajuda de todos vós para tornar este jornal diferente, com temas actuais e adaptados ao contexto da caça em Portugal. Tudo isto numa altura em que a caça parece ser um sector esquecido pelas autoridades competentes no nosso país, mesmo quando é um sector fonte de riqueza. Há que garantir o peso social deste sector, aproximá-lo das camadas jovens, dos associados e das associações, há que revitaliza-lo e encará-lo como fonte de desenvolvimento económico e social, principalmente junto das zonas rurais. Temas que gostaríamos de vir a abordar em edições seguintes, sinal de que haveria mudanças no sector e que o Jornal Cacicão continuaria de pé! Desejo para que assim seja! David Sousa Pinheiro - director
sumário álvaro amaro promete valorizar as federações
Vânia Clemente ..................................................................
nova organização melhorou acessibilidade à saúde canina
5e6
Carlos Ferreira, Veterinário .......................
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Paulo Campos, Director da FNCP ..........................
11 a 15
Direcção Comercial Vânia Clemente Paginação António Vieira Propriedade Cacicão, Unipessoal contacto sdfdfdfdgdgfdgfdgffgfdgfd
Reorganização das reservas está a ser muito positiva
exposições caninas com cada vez maiores participantes podengo português, nascido para caçar
Carlos Ferreira ..................................................
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Manuel Silva, Criador .........................................................................
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Reorganização das reservas está a ser muito positiva
Paulo Campos, Director da FNCP ..........................
nova organização melhorou cuidados de saúde canina
Carlos Ferreira, Veterinário ................................
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entrevista
Álvaro Amaro promete valorizar federações Que balanço faz do 1º ano de funcionamento do Agrupamento de Centros de Saúde a que pertence - ACES Ribatejo? Foi claramente um processo muito desgastante, mas muito aliciante. Não consistiu apenas na “montagem” dum novo modelo organizativo e funcional para os Cuidados de Saúde Primários, porque, no nosso caso, em particular, fomos ainda confrontados com a necessidade de desenvolver um conjunto muito significativo de tarefas, pesadas, respeitantes à extinção da Ex-Sub-Região de Saúde de Santarém, que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo nos ia solicitando que desenvolvêssemos, o que nem sempre foi fácil e que gerou enorme desgaste físico e muito, muito, mental, se é que é possível não associá-los. Não foi fácil porque “mexia” com pessoas e com procedimentos e motivar para algo que não era conhecido, partindo
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duma cultura organizativa institucional já com dezenas de anos e alicerçada em bons trabalhadores, muitos deles especializados em tarefas que em muitos casos foram extintas, ou localizadas em nível organizacional diferente, como compreenderá, foi árduo e jogou com muitos afectos. As organizações também são feitas de afectos. Felizmente a grande maioria dos trabalhadores compreendeu o esforço que estávamos a desenvolver. A tudo isto acresceu ainda a circunstância deste ACES, ao contrário dos restantes? integrar um Centro de Saúde que tinha uma cultura não coincidente com a dos outros Centros de Saúde que o completaram, por ser oriundo, até então, dum outro espaço gestionário. Refiro-me ao Centro de Saúde da Azambuja com os seus mais de 23 mil utentes e sete locais
de prestação de cuidados. Não nos podemos ainda esquecer que muito deste trabalho coincidiu com a necessidade de desenvolver procedimentos conducentes ao controlo da gripe pandémica “Gripe A”, que nos exigiu a criação de um Serviço de Atendimento à Gripe – SAG, que, por decisão superior, passou a ser referência distrital, ultrapassando largamento a abrangência deste ACES. No caso concreto deste serviço que funcionou durante o período considerado de maior incidência da pandemia, entre Agosto e Outubro de 2009, houve necessidade de criar todas as condições físicas para a sua instalação, de forma muito célere, cumprindo as regras rigorosas da Direcção Geral de Saúde e afectar os recursos humanos e materiais exigidos. Isso foi conseguido, com enorme sucesso, na unidade de saúde de S. Nicolau, em S. Domingos, em Santarém, tendo-
entrevista se contado com o empenho de todos os profissionais que lá colaboraram, muitos deles de forma inexcedível. Aproveito ainda para dizer que a obra de adaptação, a informação para todos os profissionais envolvidos, população, forças “vivas”, (PSP, GNR, Bombeiros, etc.) e comunicação social foi concretizado em tempo recorde. Recebemos indicação no dia 7 de Agosto para criarmos o “Serviço” e dez dias após tudo estava preparado para o seu início. Como é evidente isso só foi possível devido ao planeamento que esteve subjacente. Aliás, foi este planeamento que nos levou “à descoberta”nstalar duas das USF logo que tenhamos as obras de adaptação concretizadas. Muitas outras possibilidades foram equacionadas mas nenhuma reunia as condições das do espaço onde o serviço veio a funcionar, não chegando, por isso mesmo, para este ACES, a passar de mais do que meras hipóteses. O que melhorou com esta organização social? Muita, mas mesmo muita coisa. Se me permite, refiro algumas delas: Conseguimos duplicar o número de Unidades de Saúde Familiar, vulgarmente conhecidas por USF´s, que como sabemos trata-se de uma unidade que assenta numa equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos, a quem compete garantir a acessibilidade aos cuidados de saúde individuais a todos os utentes nela inscritos, no mínimo entre as 8 e as 20 horas, nos dias úteis, recorrendo a mecanismos de inter-substituição quando da ausência de qualquer um dos profissionais da equipa a que pertence o utente. tam cuidados de saúde e apoio social de âmbito domiciliário.
Álvaro Amaro promete valorizar federações Muita, mas mesmo muita coisa. Se me permite, refiro algumas delas: Conseguimos duplicar o número de Unidades de Saúde Familiar, vulgarmente conhecidas por USF´s, que como sabemos trata-se de uma unidade que assenta numa equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos,
a quem compete garantir a acessibilidade aos cuidados de saúde individuais a todos os utentes nela inscritos, no mínimo entre as 8 e as 20 horas, nos dias úteis, recorrendo a mecanismos de inter-substituição quando da ausência de qualquer um dos profissionais da equipa a que pertence o utente. tam cuidados deciliário.
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espaço do leitor
Conseguir demover cães quando perante a Caça não é fácil Vou relatar o que se passou, há duas épocas, com o meu cão de parar a caçar à geral. Marcamos uma volta com dois grupos (um de três e o outro de quatro caçadores) de forma a termos hipótese de atirar às perdizes - que eram o nosso objectivo principal - mais para o meio da manhã quando as metêssemos em terrenos onde costumam dar mão. Coube-me o grupo mais pequeno e a volta pelas cotas altas de um cerro com montado de sobro e giestais e silvados mais fechados. Como era eu, dos três, o que melhor conhecia o termo, fiz a ponta pela cumeada onde um aramado marca a extrema com a ZCA adjacente. Caminhamos uma meia hora sem novidades e sem que o cão desse com Caça. No alto, o canito pareceu apanhar ventos e, a passo, virou para a cerca, procurou uma passagem (do lado de lá o coberto era ainda mais forte e espinhoso) e desapareceu-me da vista silenciosamente para a concessão vizinha. Decorrido um par de minutos e umas dezenas de metros, sem que tornasse a aparecer, comecei a chamá-lo assobiando como faço sempre. Não só não apareceu, como eu não o ouvia do lado de lá do aramado e das placas, que estavam a uns vinte metros à minha esquerda. Parei, contrariado, e insisti na chamada, des-
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ta vez, com os assobios de impaciência que ele bem conhece. Estive, assim, um par de minutos mais e já os meus dois companheiros de caçada, mais em baixo, tinham parado também, aguardando que eu retomasse a caçada. De súbito o mato, umas dezenas de metros para trás e do lado de lá da vedação, começou a quebrar com ruídos fortes e o meu cão ganiu marcada, aflitiva e insistentemente ao mesmo tempo que se iniciava um concerto de roncos agressivos. Entrei em pânico, à medida que os ganidos se intensificavam e corri rapidamente, como pude, ao local berrandolhe o nome bem alto. Os roncos e os ganidos persistiram uma boa dezena, ou mais, de segundos enquanto fazia o caminho. Cheguei lá ao mesmo tempo que o cão atravessava o cercado de um salto e deixava, mesmo, pêlo e pele no arame farpado. Com uma vista de olhos, notei que parecia bem e apenas mancava um pouco da pata posterior esquerda. Olhei, então, para lá do aramado onde me encostava já e, aí a uns dez metros, vi uma porca que teria bem umas cinco arrobas e quatro ou cinco javalis do tamanho do meu cão. Pareceu-me que por lá havia mais. A porca ainda me fez um ameaço de investida batendo os maxilares, mas
parou a meio caminho. Dei meia volta, chamei o cão que não se tinha afastado muito e por lá andava, juntei-me aos outros dois companheiros que não tinham tido tempo para reagir e examinei então o canito. Apesar de fortemente sovado e bastante mordido no peito (devem-no ter virado de ventre) e numa pata traseira, por sorte não passava tudo de contusões e de golpes pequenos e superficiais, pelo que, perante a vontade do animal em continuar como se nada tivesse acontecido, prosseguimos com a caçada. Devo dizer que, se tivesse tido necessidade de safar o cão ou se a porca me tivesse atacado efectivamente, teria usado a espingarda, mesmo que com cartuchos de chumbo 6, como era o caso. Mas a verdade é que, passada uma hora e tal e umas boas centenas de metros de Caça, já na outra ponta, num outro cabeço com matagal bem fechado, o meu cão quis repetir a graça de se ir meter onde não era chamado, apesar da “sova” anterior e dos meus chamamentos já que, desta vez avistei de pronto os animais em fuga, Parei-o, é um facto, mas o instinto fê-lo tardar em obedecer e esquecer a prudência que o episódio anterior recomendava. Luís Paiva Porto
entrevista
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto. Ili, nosu in timis. Utellerfes firmis confece ressilic re, movis ca rei sen trebati, vid fitanducit, ut actum orus crit auc.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto. Ili, nosu in timis.
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espaço do leitor
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino quer depois como cão adulto. Com a idade desta foto (uns 3/4 meses) papei muitos jantares à custa dele. Recordo um. Uma noite fui com um
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto. Com a idade desta foto (uns 3/4 meses) papei muitos jantar.
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Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida.
O melhor cachorro
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Sou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino depois como cão adulto.
Tive o melhor cão que jamais me passou pelas mãos. Quer como cachorro, pela rápida aprendizagem durante o treino quer depois como cão adulto. Com a idade desta foto (uns 3/4 meses) papei muitos jantares à custa dele. Recordo um. Uma noite fui com um grupo de amigos jantar a casa dos meus pais onde tinha os cães. Soltei-o para ele se passear lá pelo quintal (com +/- 1 h e vedado) enquanto nós jantávamos um belo pica-no-chão, preparado pela minha mão, numa sala tipo adega típica (privada) que os meus pais tinham no résdo-chão da casa. Depois de jantar já o cachorro se passeava entre nós lá pela sala. Comecei a contar as façanhas do bicho e houve um que não se acreditou. Bom, eram seguramente umas 11 ou meia-noite, portanto escuro como breu. O cão ficou dentro da sala com a porta fechada e o meu amigo veio cá fora atirar um pano num atado com uma pedra no interior para o arremesso poder ser o mais longe possível. Nem eu nem o cão vimos para onde ele atirou o pano. Soltei o cão e á ordem de buscar, o cão levantou o focinho começou a sorver os ventos (fazia um barulho com as narinas que quase parecia um motor de rega. Arrancou pelo meio do milho e não demorou mais de 2/3 minutos estava ao pé de nós com o farrapo. Tinha apostado naquela ocasião a 5 contos que serviram para comprar outro galo para comermos em conjunto. E como este meu amigo outros se lhe seguiram. Quando tinha 6 meses ia buscar á água (mesmo debaixo de água) com uma perfeição extraordinária. Uma noite na terra da minha sogra em Cerva - Ribeira de Pena, fui ao café e mandei-o sentar á porta do café, enquanto eu entrei e fui á casa de banho. Quando ia a sair apercebime que na esplanada as pessoas insistentemente chamavam por ele mas
ele não lhes passava cartão. Deixeime estar só a apreciar o pessoa e a atitude do cão. Ás tantas lá resolvi sair e sentar-me numa mesa onde estava o grande caçador, atirador, poeta, filósofo e nas horas vagas advogado, Dr. Vaz de Carvalho. Gostou muito do cão. Bebemos um café, tomamos um whiskie. O Dr. passa-me um cheque para as mãos de 100 contos. Eu olhei o cheque, ri-me e devolvi-lho com esta afirmação: “Sr. Dr. o cheque é seu. O cão é meu!”. Começou a caçar deveria ter aí uns oito/nove meses. Fazia paragens e cobros, de redondo ou de ferido como poucos cães adultos, com a particularidade de entrar na água com um á vontade fantástico. Perdi muitas horinhas com ele durante o tempo de treino. Saia da empresa muitas vezes 9/10 da noite e ás vezes sem jantar ia correr com o cão por estes montes fora. Cheguei a medir as distâncias com o carro 6 a 8 kms em média. Com treinos de obediência e busca pelo meio. Chegava a casa muitas vezes para jantar à uma ou duas da manhã, para no dia seguinte muitas vezes me levantar ás seis. Quem quer a bolota trepa. E este cão era excepcional e eu não podia desperdiça-lo com um mau treino. Tive o máximo de cuidado para não praticar erros que havia praticado em cães anteriores. Fiz deste cão uma coisa do outro mundo. Infelizmente o que é bom depressa acaba e morreu pouco depois do ano de idade por incúria nos acompanhamentos sanitários dos quais eu não tive rigorosamente culpa nenhuma. Nunca mais tive nenhum cão. Inclusivamente dei os outros (pais) que tinha e acabei com o canil. Grande Jimbo. Grande Cão. Juro que acabo aqui este escrito com as lágrimas nos olhos. Abraço a todos. Fernando Coutinho
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