Treino do jovem atleta

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20 de Novembro de 2010

TREINO DO JOVEM ATLETA

Ant贸nio Medeiros


APRESENTAÇÃO  Nome: __  Associação: __  Prática pedagógica: ___  Expectativas acerca da Disciplina: __  Definição de Jovem Atleta: ___


AVALIAÇÃO:  Presença (20%); Participação (20%); Trabalho (60%).  Menção de Aprovado ou não aprovado.

 O TRABALHO:  Trabalho de Grupo ou…  Trabalho Individual; 

(10 págs. no mínimo; letra Arial 12; 1,5 de espaçamento entre linhas).


 ESTRUTURA DA DISCIPLINA  Das 15 às 18H:  Abordagem teórica 1 – das 15 às 16H30;  Intervalo – 16H30 às 16H45;  Abordagem teórica 2 – das 16H45 às 18H00;

 Das 18H00 às 19H00:  Continuação, ou;  Trabalho de grupo e avaliação.  A avaliação pode ser posterior…


INTRODUÇÃO Mais do que nunca, o instrutor marcial deve ser um bom formador e educador !! Mas será que estamos preparados para tal responsabilidade? Será que estamos mais interessados na formação dos nossos alunos ou naquilo que eles poderão vir a dar-nos? Olhamos para eles como um ser em crescimento ou como um ser com potencialidades?


INTRODUÇÃO Bem orientado e gerido - proporciona vários benefícios;

Ai que dor!!

Bem enquadrado – deve respeitar as características da criança Atletas de topo da “Pirâmide Desportiva”, beneficiaram de um desenvolvimento desportivo adequado; Treinadores – Responsabilidade de campo. Consubstanciação das orientações superiores.

Olha mãe o que eu já consigo fazer!


QUESTÕES GERAIS

I I i

O QUE É UMA CRIANÇA? O QUE É UM INSTRUTOR/TREINADOR/MESTRE? O QUE É QUE PRETENDEMOS? O QUE VAMOS FAZER? COMO ACTUAMOS? COMO CONSTRUIR UMA SESSÃO PRÁTICA? ETC…


DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO  Desenvolvimento: Diferentes mudanças que o indivíduo regista ao longo da vida;  Desenvolvimento Desportivo: Um processo que permite ao atleta melhorar as suas performances;  Maturação: Processo de regulação genética que determina o momento, a intensidade e a cadência com que se realizam as alterações corporais . Este processo não é igual para todos os indivíduos, daí que possamos dizer que a

 Idade Biológica ≠ Idade


Desenvolvimento Desportivo O Desenvolvimento Desportivo (Ver Tabela 1 pág. 7): 1. Ciclo do desenvolvimento desportivo : Carga, Recuperação, Super-compensação e Carga; Para tal tem que haver continuidade Para haver continuidade tem que haver motivação Steady State


DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO 2. Processo complexo e prolongado realizado tendo em conta o respeito pelas etapas de desenvolvimento! Etapas de crescimento (caracterização clássica): 1ª infância (0 - 3 anos); 2ª infância (3 - 7 anos); 3ª infância (7/8 - 12/13 anos) (10/11 - 12/13 anos  pré-puberdade); Puberdade (12/13 aos 15 anos). - Estatura, desejo sexual, aventura e descoberta, pensamento abstracto, etc…


DESENVOLVIMENTO DESPO RTIVO Classificação segundo fases de aquisição dos gestos motores (Tabela 2):

Movimentos reflexos – bébé (já vêm à nascença);

Movimentos rudimentares – < 2 anos (movimentos toscos); Movimentos fundamentais - 2 aos 6/7 anos (ex: andar e correr); Movimentos especializados – > de 8 anos.


DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO 3. Processo constante mas descontínuo, no que diz respeito aos ciclos e fases do treino; 4. Dependente factores físicos, psicológicos e/ou sociais. Determinação da maturação biológica: 1. Idade esquelética (Raios X cervical, mão e pulso); 2. Idade de Maturação sexual; 3. Idade dentária; 4. Idade Morfológica(percentil).


Tabela 2 – Pirâmide do desenvolvimento motor (segundo Gallahue, 1989)

 Barreira da eficiência – Momento crítico  Formação desportiva deve ter um “timing” correcto e sem saltos de etapas.


DETECÇÃO DE TALENTOS Talento : Atleta com condições endógenas óptimas e que sob adequada estimulação exógena tem fortes possibilidades de sucesso.

Factores Endógenos: 1. Potencial genético (pais, avós, etc.); 2. Potencial morfológico (altura, etc.); 3. Potencial fisiológico (capacidades inatas de velocidade, etc.); 4. Potencial psicológico (capacidade de enfrentar adversidades, etc.);


DETECÇÃO DE TALENTOS Factores Exógenos: 1. Estilo de vida – alimentação, horas de sono, etc.; 2. Vida privada – relação com os pais, etc.; 3. Condições ambientais – influência da escola, treinadores, dirigentes, etc; 4. Condições de treino e competição – volume e intensidade de treino, número e qualidade das Competições.


DETECÇÃO DE TALENTOS Talento Desportivo (técnica) e Talento Motor (fisiologia e morfologia).

Talento Motor

Talento Desportivo

T. Desportivo Especial

Iniciação

Orientação

Especialização

Detecção

Selecção

Promoção

Recrutamento

Probabilidade de êxito

Êxito

A detecção do Talento - da fase motora à fase desportiva.

“Talento Desportivo Especial” - atletas especiais que sobressaem de todos os outros por algum motivo. A 1. 2. 3. 4. 5. 6.

D.T. é um processo: De recrutamento com etapas; Versátil, quanto à aplicação (pode sofrer reestruturações); De selecção criteriosa (tem critérios); De controlo da evolução (avaliação); Com acções e estratégias (orientação específica); Culmina num prognóstico de capacidades gerais e específicas.


DETECÇÃO DE TALENTOS Critérios de selecção para o Taekwondo: 1. Perseverança, disciplina e concentração; 2. Tempo de reacção e força explosiva; 3. Capacidade anaeróbia láctica elevada; 4. Boa flexibilidade nos membros inferiores.

Avaliação dos critérios: Quadros e grelhas de avaliação da condição físic psíquica e técnica:

Nome José …

n bandal (10’’)/Dir.

n bandal (10’’)/Esq.

Meeestreee!!!!! …


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Dados interessantes:  Em estudos recentes em Portugal apenas surgem nos rankings do escalão sénior:  11% do escalão infantil;  13% do escalão iniciado;  26% do escalão juvenil.  CONCLUSÕES?!


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Dados interessantes:  Idades recomendadas para iniciação desportiva:  Desportos individuais - dos 8 –12 anos;  Modalidades colectivas - 8-14 anos;

 CONCLUSÕES?!


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Aspectos a ter em conta no treino de crianças: 1. Processos de crescimento e maturação  constantes mas descontínuos (ex: tabela 3). 2. Crescimento  grandes gastos energéticos. Solicitações extra podem causar prejuízos no crescimento. 3. Capacidades motoras  momentos próprios de manifestação, solicitação e especialização (tabela 4).


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Para termos “campeões”: Desenvolvimento Progressivo + variado + adaptado Habilidades desportivas complexas; Técnicas Desportivas  aplicação especializada das Técnicas Corporais. Quanto mais Estas forem desenvolvidas mais Aquelas têm possibilidade de sucesso.


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Acontece devido a: 1. Pressões sociais (Relevância social e económica); 2. Falta de formação dos treinadores (etapas evolutivas

relevadas para segundo plano, aparecendo, nas alturas erradas, estímulos prematuros e especializados);

3. Fenómenos de aceleração biológica –

associados à melhoria de condições sociais das últimas décadas;

4. Quadros competitivos desajustados (jovens como instrumentos de glória e de realização).


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Consequências da especialização precoce: 1. Insucesso nas etapas posteriores; 2. Encurtamento do sucesso desportivo de alto nível; 3. Esgotamento prematuro das capacidades de prestação; 4. Abandono da carreira desportiva!!!


A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Especialização precoce OU Preparação Multilateral Respeitar as etapas de crescimento psico-fisiológico e de desenvolvimento desportivo. Impõem-se certas necessidades: 1. Nas 1ªs etapas dar prioridade à preparação multilateral; 2. Adequação do treino à idade biológica; 3. Ênfase nas técnicas em virtude das capacidades funcionais; 4. Privilegiar a velocidade, as capacidades coordenativas e a mobilidade articular; 5. Variedade de estímulos de treino; 6. Valorização do jogo. (Tabela 5)


O VALOR DO JOGO

(TABELA 6)

“JOGO” Livre expressão de uma motivação intrínseca Urgência de exploração sem embaraços

Inerente a este jogo estão diversos factores: 1. 2. 3. 4. 5.

Necessidade de afirmação e de ser melhor; Prazer pelo desafio e pela dificuldade vencida; Gosto pelo secreto, pela simulação e pelo disfarce; Alegria de improvisar; Alegria do movimento.


O VALOR DO JOGO

(TABELA 6)

“JOGO” A criança é um ser super-apto para o jogo. Qualquer pretexto, instrumento ou situação é sempre utilizado para jogar e para brincar. Conclusões mais concretas e interessantes: Muita repetição e pouca variabilidade  aborrecimento; Muita complexidade e rigidez 


O VALOR DO JOGO

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Sete tipos de jogos: “Faz-de-Conta” (ex: meditação – toca e imita); lúdico-desportivos (ex: Caçador); Construção (ex: exploração de materiais); Perseguição (ex: toca e foge; mitt´s venenosos); Coordenação (ex: saltar à corda); Transição/Deslocamento (ex: Cadeiras, arcos); Naturais (ex: saltar, correr…).

No Taekwondo, tendo em conta a natureza marcial e de combate: 1. Jogos com contacto físico:

De preensão; De toque; 2. Jogos sem contacto físico;


COMPETIÇÃO PARA CRIANÇAS:

-----. ------

O que deve ser: -

Ocupação lúdico-desportiva; Experiências educativas e pedagógicas; Mais aprendizagem e avaliação motora; Promoção do gosto pela actividade físicodesportiva; - Despertar o interesse pelos aspectos da actividade desportiva (regras, técnicas, etc.); - Menor formalismo possível - Clima facilitador de demonstrações dos progressos individuais.


COMPETIÇÃO PARA CRIANÇAS O que não deve ser: Uma estrutura competitiva para formar campeões: “Ser campeão. Uma realidade só compreensível e bem assumida para estruturas cognitivas preparadas.”

Um momento de insucesso desportivo: “Perdi pai! Desculpa!”

Uma marca difícil de suprimir: “Já não quero combater mais!”


COMPETIÇÃO PARA CRIANÇAS Não deve ser um momento de: Frustração: “O facto de premiarmos uma criança e não premiarmos as outras, constitui um grave erro pedagógico e é uma condenação injusta que os perdedores jamais irão esquecer.”

Diferenciação qualitativa: “Não existe nenhum problema quanto à diferença, à excepção de quando essa diferença soa a inferioridade, mediocridade e incompetência.”

Humilhação: “Dar a entender à criança que ela não é das melhores, quando nas bancadas estão os pais, os avós e os amigos, é uma humilhação e um erro imperdoável.”

Promoção de seres individualistas e egoístas: “A criança, ao sentir-se superior, coloca-se num patamar privilegiado, tendendo a considerar os outros inferiores e, como consequência, a construir uma personalidade egocêntrica.”


PROPOSTAS PARA UM REGULAMENTO DE PROVAS INFANTIS (6 AOS 9 E 10 AOS 13 ANOS) 1. Tendo em vista aspectos anatomo-fisiológicos - 2 escalões: - Dos 6 aos 9 anos – período pré competitivo; - Dos 10 aos 13 anos – período competitivo adaptado; 2. Sempre com todas as protecções possíveis; 3. Período pré competitivo: 3.1. Divisão em sexo, em peso e experiência competitiva e/ou técnica: de 9º Kup a 5º Kup e acima de 4º Kup; 3.2. Categorias de peso: mini e maxi (peso inferior/superior a ___); 3.3. Um praticável de 4 x 4 metros; 3.4. 3 rounds de 1 minuto; 3.5. atribuição da vitória após todos os combates. Cada praticante deveria fazer o mesmo número de combates, entre 1 e 3, e só no final seriam atribuídos alguns prémios, tais como: - O melhor combatente; O mais disciplinado; O mais dinâmico, etc. 3.6. Avaliação por um colectivo de 3 juízes de acordo com o ponto 6. Somente toques ao colete. Evitar os contactos violentos; 3.7. Evitar sancionar o atleta, enveredando por uma explicação e um esclarecimento pedagógico;


PROPOSTAS PARA UM REGULAMENTO DE PROVAS INFANTIS (6 AOS 9 E 10 AOS 13 ANOS) 3.8. Situações especiais para o período pré competitivo.  Deverão surgir comportamentos de medo, receio e até de choro por parte das crianças. O árbitro deverá permitir um intervalo de tempo suficiente para que o atleta converse com o seu treinador. Se mesmo assim a criança não quiser continuar o combate, deve-se respeitar a sua vontade e os seus sentimentos. Se possível, na atribuição dos prémios, deve-se contemplar a criança com um prémio especial, como por exemplo o “prémio coragem”, explicando-lhe que já foi um acto de coragem ela ter subido ao espaço de combate. 4. Período competitivo adaptado: 4.1. Praticável de 8 x 8; 4.2. 3 rounds de 1,5 minutos.


O Jogo ”O Rabo da Raposa”

 Idades: Entre os 6 e os 12 anos.  Objectivos: - Treino da coordenação ao nível da defesa e ataque// treino de resistência; - Serve de aquecimento.  Descrição: - Num espaço amplo e limitado, os atletas retiram o cinto e colocam uma das pontas dentro das calças, ficando o resto de fora (cauda). Cada atleta tentará tirar o cinto dos seus colegas pisando-o até este cair.  Variantes: - Em vez do cinto utilizar uma corda ou um elástico. - Tentar retira a corda com as mãos.  Regras: - Os jogadores deslocam-se livremente pelo espaço de jogo; - Ao sinal de início cada jogador deve tentar retirar o maior número de cordas dos adversários, pisando ou agarrando com as mãos, consoante a variante; sem contacto físico; - Não se pode agarrar o cinto/corda de forma a impedir que o tirem. - Deve-se definir previamente o tempo de jogo; - O último a manter a corda ganha.


JOGOS DE TOQUES E/OU PREENSÕES  Idades: Todas  Objectivos: Os mesmos que o anterior.  Descrição: Num espaço reduzido (cerca de 9 m2); 2 atletas em oposição; Cada atleta tentará realizar as seguintes acções, sendo que cada uma representa um jogo distinto: a) Tocar com uma das mãos no ombro do adversário; b) Tocar com uma mão nos joelhos do adversário; c) Agarrar o cinto do adversário; d) Agarrar o adversário pelas costas; e) Pisar ao de leve com a ponta do pé, o pé do adversário; Etc.  Variantes: - Pode-se adoptar a mistura de vários toques e/ou preensões.  Regras: - Os jogadores deslocam-se livremente pelo espaço de jogo e ao sinal de início cada jogador deverá tentar efectuar o máximo número de toques e /ou preensões no adversário; - Definir previamente o número de toques/preensões e/ou o tempo de jogo; - O jogador que conseguir o maior número de toques/preensões é o vencedor.


JOGOS DE COMBATE Idades: Todas Objectivos: Velocidade, concentração, estratégia. Descrição: Espaço reduzido; 2 atletas em oposição; Cada atleta tenta realizar as seguintes acções, sendo que cada uma representa um jogo distinto: a) Guarda aberta; o 1º realiza troca de apoios ao que o 2º deverá responder em Bandal Tchagui com a perna da frente; o 1º deverá evitar o contacto; b) Guarda aberta; o 1º realiza um pequeno salto ao que o 2º deverá responder em Bandal Tchagui com a perna de trás; o 1º deverá evitar o contacto; c) Guarda fechada; o 1º realiza troca de apoios ao que o 2º deverá responder em Bandal Tchagui com a perna de trás; o 1º deverá evitar o contacto; d) Guarda fechada; o 1º realiza um pequeno salto ao que o 2º deverá responder em Bandal Tchagui com a perna da frente; o 1º deverá evitar o contacto; e) Guarda fechada; à voz ou apito o 1º deverá atacar em Bandal Tchagui com a perna da frente; o 2º deverá evitar o contacto e contra-atacar; f) Guarda aberta; à voz ou apito o 1º deverá atacar em Bandal Tchagui com a perna de trás; o 2º deverá evitar o contacto e contra-atacar; Etc. Regras: Os jogadores devem revelar claramente a acção inicial; ao sinal de início, intercaladamente, deverão tentar efectuar o máximo número de toques: Definir previamente o número de toques/preensões e/ou o tempo de jogo; O jogador que conseguir o maior nº de toques/preensões é o vencedor.


TRABALHO DE GRUPO e AVALIAÇÃO 1. Escolher um estudo de entre os que se apresentam no Manual; 2. 30 minutos de análise em grupos de 2 a 4 elementos; 3. Máximo de 10 minutos de apresentação.


CONCLUSÕES 1. O fundamento da actividade do treinador é o

2. 3. 4. 5.

praticante desportivo, como pessoa de personalidade específica, e não um instrumento que produz resultados. O treino é um processo objectivo e programado, e não um conjunto de processos deixados ao acaso e sob as forças das circunstâncias. Os treinos para crianças devem incluir a manutenção da alegria, o gosto pela prática e a confirmação dos valores do desporto. O grande objectivo é o desenvolvimento harmonioso de todas as componentes da sua personalidade. O sucesso a curto prazo é o caminho mais curto para o insucesso.


Muito Obrigado! 916008667 toze_vfx@hotmail.com antjosmed@gmail.com


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