Eighteen - Extra

Page 1

Bem-vindas ao final do meu livro. Aqui é o lugar onde eu posso dizer o que quiser sobre o que acabei de escrever. Então vamos direto ao ponto. Essa história é real? Sim e não. Muitas (e quando eu falo muitas, quero dizer muitas) das coisas nesse livro são 100% reais, mas ele está no gênero de ficção por alguma razão. Ele é baseado na minha própria história quando eu tinha 18 anos, mas com certeza eu a embelezei um pouco. A primeira coisa que gostaria de falar é sobre a Anaheim High School. Sim, muitas das coisas sobre esse lugar eram verdade, o primeiro capítulo é 99,9% real. Aquilo realmente aconteceu comigo. Eu já tinha créditos escolares sobrando, mas ainda assim eles me disseram que eu só ia me formar se tivesse aulas noturnas de matemática, ciências, educação física e direção. Anaheim tinha esses problemas quando eu estava lá, em 1987, e com certeza tem seus problemas hoje em dia. Mas aquele conselheiro (que não se chamava Bowman) realmente se importava e realmente me ajudou quando precisei. Além disso, a


garota que eu xinguei nunca tentou me bater. Eu a vi em uma festa mais tarde naquele semestre, e estava tudo bem. Eu também não tinha nenhum problema com as crianças. Elas eram boas crianças. O nome Shannon veio da minha melhor amiga de infância, que passei em Ohio. Eu a vi alguns meses atrás e depois de conversarmos sobre todas as merdas que fizemos juntas, eu disse a ela que ia fazer uma personagem em sua homenagem, porque nós éramos LOUCAS. Completamente loucas, na adolescência. E ela disse faça isso. Então obrigada, Shan. Eu te amo, vadia. Espero que você goste desse livro. Se eu pudesse escrever um chamado 16, nós duas estaríamos lá, mas eu tenho certeza que esse livro seria imediatamente banido devido a escapadas sexuais de menores de idade e uso extremo de drogas ;) #MalditaShannon Jana me pergunta o tempo todo como diabos eu ainda estou viva depois dessa viagem ao passado. Eu apenas tenho sorte de ter superado esse lado selvagem cedo, eu acho. Eu mudei tudo sobre a minha família, exceto a parte onde nós vivíamos, porque sinceramente, vocês não precisam saber sobre isso. Mas foi dramático o bastante para me dar a ideia para esse livro. E eu vou dizer a vocês, a única coisa boa sobre o meu aniversário de dezoito anos foi Sunday. Ele é real, mas as coisas não aconteceram exatamente como eu escrevi, e o seu nome não era Danny, era Geoff. Falei com ele há alguns anos no


Facebook e foi muito legal. Ele me lembrou do J tatuado sobre o seu coração, e eu o lembrei de como o meu 18º aniversário foi um desastre :) E embora ele realmente fosse um traficante de drogas, ele era o Sunday. Toda a sua personalidade era a de Sunday. Ele vai ser para sempre o cara que cuidou de mim quando eu tive infecção de ouvido. Dr. Geoff, ele dizia. “Apenas me chame de Dr. Geoff”. Quando ele conseguiu seu primeiro apartamento depois que nós terminamos, ele me ligou e disse, “Venha aqui. Eu tenho esse lugar, mas ninguém com quem dividir ele”. Então ele me buscou e me levou lá. Apenas escrever isso me faz sorrir, porque nós sentamos no chão e ele me perguntou se eu gostaria de ver sua arma debaixo da cama. Ele saiu do mundo das drogas, desde que nós namoramos. Eu estava meio “Nah, eu acho que não, obrigada”. Mas então ele sorriu e disse “Você quer ver o meu pente de balas, Julie?” #MalditoSunday Nós rimos e ele então me mostrou suas armas. Eu fiz oohs e ahhs com ele. Eu nem consigo imaginá-lo do jeito que as pessoas o veem hoje em dia. Eu apenas vejo aquele sorriso, aquela noite, sentados no chão do seu quarto no seu primeiro apartamento. Eu só o vi mais uma vez depois disso, porque nós seguimos por direções totalmente opostas. Ele me ligou logo depois do nascimento da minha filha e veio nos ver. E logo depois que eu saí de Orange Country e comecei uma nova vida em outro lugar. O que me leva aos personagens. Eu acho que todas as pessoas com nomes na história são pessoas


reais, mas de novo, a história foi contada de forma a deixar todos de fora. Então Danny, você não era Sunday, mas você ainda assim era um grande amigo. Phil não era traficante há muito tempo, ele também era um dos meus favoritos, mas tinha um cara que vivia na casa no fim do beco que mexia comigo de vez em quando. Ele era uma boa lembrança do meu 18º aniversário, e não por essa razão. E um cara que eu sabia que vivia naquela casa do outro lado da Broadway foi minha inspiração para Mateo, mas nós nunca namoramos. Rocky era real e eu a descrevi exatamente como ela aparentava naquela época. O Danny do livro na verdade era um cara chamado Mark (deixei Geoff de fora da história por razoes que vocês podem imaginar) e nós éramos conhecidos. Ele era o garoto sentado ao meu lado quando eu tive o colapso no Capítulo Um, e ele realmente contou para todos os seus amigos sobre mim, então foi assim que eu encontrei as minhas pessoas daquele último semestre. A loja de videogames era uma sorveteria chamada Mr. Happy e o dono também era meu amigo. Eu comi naquele restaurante, aquele policial vivia no caminho que levava até minha casa e eu namorei um homem muito mais velho e fiz muitas coisas sujas com ele, mas ele não era meu professor do turno da noite e eu não tinha 18 anos (ainda). Nem perto disso. HAHAHAH. Eu fui para cinco escolas secundárias e a única de que me formei em Anaheim, e não na escola em que comecei o Ensino Médio em San Diego, é a foto de


grupo de 1987 da turma do último ano reunida nos degraus da frente. Eu estava usando uma camiseta do Van Halen. Eu era preguiçosa na escola. Eu sou inteligente. Simplesmente nasci assim. Assim como Rook1, de Tragic, nasceu alta, magra e linda, eu nasci inteligente. Mas eu era preguiçosa na escola porque eu podia ser. Não era nada bom para mim ser inteligente. As pessoas assumiam que eu era idiota e me levou muito mais tempo para aprender a lição que Shannon aprendeu no final desse livro. Tudo que vale a pena requer esforço. A Colônia, como essa seção de Anaheim é chamada, era o meu esconderijo. Aquelas pessoas e muitas das suas histórias são reais. Eu escrevi Eighteen em duas semanas e meia, entre Anarchy Found e o final de Rook and Ronin, porque o mundo já estava todo ali. Os personagens já estavam ali. Ele estava escrito antes que eu o escrevesse porque eu tinha vivido aquilo. O que me leva à razão de eu ter escrito esse livro. Eu vi o post de uma blogueira de livros que dizia que ela estava cortando os laços com o gênero New Adult. Ela tinha vários pontos válidos. Muita angústia, muito drama, muito de tudo. Eu não acho que ela conseguia se envolver com a história. Mas eu consigo me envolver com todo esse drama. Meus dezoito anos foram difíceis. Provavelmente foi uma das épocas mais difíceis da 1

É outro livro da autora.


minha vida porque eu estava à deriva. Minha família não era unida. Isso me atrapalhava, e começou muito antes de eu me mudar para a Califórnia na metade do primeiro ano. Mas o drama que foi trocar de escolas no meio do último ano foi sim real e esmagador. É por isso que eu comecei a escrever livros New Adulto, em primeiro lugar. Rook, em Tragic, também estava à deriva. E as pessoas me perguntaram algumas vezes com qual das minhas personagens femininas eu mais me identificava, e embora haja muito de Veronica em mim, Rook ainda ganha. Então eu escrevi esse livro para pessoas que conseguem se identificar com o drama e a angústia. Eu escrevo todos os meus livros para elas. Cada livro está cheio de pessoas deslocadas e anti-heróis porque durante toda minha vida eu fui uma deslocada, e embora eu tivesse amigos bons (ou não seria amiga deles), nunca foi da forma tradicional. Não me entendam mal, eu gosto de ser uma deslocada. Eu não dou a mínima para o que as pessoas pensam. Eu vivo minha vida do jeito que quero porque não me importo de ser uma deslocada. Eu gosto de estar à margem. E coloco todo esse sentimento nos meus livros. As pessoas gostam de Rook porque elas se identificam com a sua luta, elas admiram a sua força e querem que ela encontre o seu final feliz. Eu acho que encontrei o meu final feliz nos livros, assim como muitos de vocês. Quando o gênero New Adult estava apenas começando, as pessoas ficaram loucas por ele. Desde


então ele foi morrendo, mas histórias que falam dos nossos processos de amadurecimento nunca ficam velhas. São histórias com as quais podemos nos identificar. Alguns anos atrás, quando escrevi Tragic, algumas pessoas até me perguntaram se o gênero New Adult era necessário e eu me lembrei de escrever um post no meu blog, New Adult Addiction, explicando porque achava que isso era relevante. Havia um pouco dessa história naquele post. A razão pela qual ele é relevante é que nem todos querem histórias doces. Com certeza, as pessoas leem ficção para escapar da realidade, mas nem todos querem heroínas perfeitas que são salvas por um cara bilionário perfeito e têm o final perfeito e cheio de filhos. As pessoas querem um pouco de realidade nas suas histórias. Elas querem angústia e drama. Elas querem ler sobre os riscos que nunca correram, o medo que nunca sentiram, e a vitória dos personagens, quando eles chegam lá. Ou talvez elas tenham corrido o risco, tenham sentido o medo e chegaram/não chegaram lá. Talvez elas se identifiquem do jeito que eu me identifico, e apenas querem saber se isso é normal. Que outras pessoas passaram por esses processos de amadurecimento também. De qualquer forma, eu escrevo para essas pessoas. E se você não gosta do que eu escrevo, bem, há um bilhão de outros livros aí. Fique com eles. Eu vou apenas continuar cuidando das minhas coisas.

Julie.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.