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Overbooking de verão

Spas

IHRSA 2011

Sua academia lotou?

Eles mudaram de perfil para se

O que vai rolar no mais importante evento

E agora, o que fazer?

tornarem mais lucrativos

mundial do trade, em São Francisco (EUA)

FitnessBusiness LATIN AMERICA

nov/dez 2010 no 50

Especial

da a c s u b Em ita e f r e p a d bati s monitore Relógios/ binar s para tur cardíaco o treino

publicação especial

I cobiçada ca Fusões e aquisições agitam a indústria do bem-estar no Brasil. Grandes “tubarões” vindos de outros mares já começam a circular por aqui. O que fazer para se mostrar atrativo a investidores e o que essas operações influenciam o setor?

Marcelo Schulman, presidente da Vita Derm, analisa o crescimento da indústria de cosméticos que levou o País ao posto de 3º maior mercado consumidor mundial nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS 3


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Sumário CAPA Fusões e aquisições movimentam o setor do bem-estar no Brasil. Grandes “tubarões” internacionais já circulam por esses mares

Entrevista

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Marcelo Schulman, presidente da Vita Derm, analisa o crescimento da indústria de cosméticos no País

E mais: 05 Termômetro 06 Vitrine/Websurf 18 Eventos

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IHRSA 2011 (EUA) 24 Inovação Plataforma vibratória 30 Mercado & Tendências Pesquisa USP/Instituto Fitness Brasil 32 Gestão/RH Sua academia lotou? E agora, o que fazer? 36 Marketing A receita do bom e-mail marketing 39 Mercado & Tendências O design faz toda a diferença 40 Mercado & Tendências Spás: eles mudaram de concepção 44 Políticas Públicas Circuito para idosos - São Paulo (SP) 48 Gestão/RH O Ecad e as academias 54 Caso de Sucesso Luciano D´Elia 56 Equipamentos & Cia Relógios/Monitores cardíacos 58 Artigo nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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Editorial Fisgar peixe grande

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embro-me quando pescava com familiares, ainda criança, era o menor da turma e, então, havia uma espécie de “barreira de proteção” em torno da minha pessoa, como se apenas os mais adultos e experientes pudessem adentrar o leito do rio, com as águas já acima da linha da cintura. Eu ficava apenas ali, com um tímido anzol, pescando filhotes de peixe que se aventuravam em águas mais rasas. Os mais velhos sempre exclamavam: “acalme-se menino, em breve você adquire tamanho para entrar conosco lá no meio da lagoa ou até mesmo de barco e vai pegar seus tucunarés”. Custava a acreditar que esse dia chegaria. E não é que chegou mesmo? Com o Brasil foi a mesma coisa, quando iniciamos no fitness, tínhamos a noção do imenso potencial do País, mas o rio estava muito mais para pegar lambari, naquela época, do que para pescar um imenso pintado. No entanto, insistimos, investimos e, hoje, vemos a pujança da indústria do bem-estar por aqui, tanto que o rio tornou-se um imenso oceano de possibilidades. Somos a isca de vez, mas nos damos ao luxo de criar e ditar tendências, escolhendo agora qual “peixão” queremos fisgar. Em 2010, logo no mês de janeiro, trouxemos na capa da Fitness Business a escolha do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e as implicações que essa decisão trará para os profissionais do wellness. Não diferente disso, encerramos o ano, abordando que um grande número de investidores internacionais, verdadeiros tubarões dessa indústria, como é o caso da rede norteamericana Beverly Hills Weight Loss & Wellness, já começam a anunciar sua chegada no País e futuras parcerias.

Movimento que irá se acentuar com a virada do ano. Sem dúvida, 2011 promete em termos de fusões, aquisições, abertura de capital na bolsa etc. Dê uma olhada na matéria de capa e tire suas reflexões. É importante estar preparado para quem deseja se mostrar atrativo aos olhos do mercado e de investidores. A própria Madonna, agora atacando de empresária do setor, já comunicou sua intenção de abrir uma filial da Hard Candy Fitness no Brasil e estaria à procura de parceiros. No mais, só nos resta agradecer pelo excelente ano que tivemos, pelo apoio dos parceiros e desejar boas vindas aos que chegam para incrementar o mercado, somando esforços nessa pescaria que, há muito tempo, deixou de ser feita com rede e sarrafo e tornou-se algo profissional. Boa leitura. Feliz Ano Novo. Waldyr Soares Presidente do Instituto Fitness Brasil

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FitnessBusiness LATIN AMERICA

Conselho Editorial

Presidente do Instituto Fitness Brasil: Waldyr Soares CEO e Presidente da IHRSA: Joe Moore Fitness Brasil Contato: Gustavo de Almeida gustavo@fitnessbrasil.com.br IHRSA Contato: Jacqueline Antunes ja@ihrsa.org

Projeto Editorial e Redação

Rua Sud Menucci, 154 – Vila Mariana CEP: 04017-080 – São Paulo – SP – Brasil Tel./Fax: (11)5080-9100 Diretora de redação: Leila Gasparindo – MTB 23.449 legaspar@tramaweb.com.br Editora-chefe: Helen Garcia – MTB 28.969 helen@tramaweb.com.br Editor-assistente: Adriano Zanni – MTB 34.799 adriano@tramaweb.com.br Reportagens: Adriano Zanni, Francisco Arruda, Juliana Lanzuolo e Simone Bernardes Colaboradores desta edição: Andréa Maciel Aquino, Fernanda da Silva e Cássia Chicolet Projeto gráfico e diagramação: Arthur Siqueira Revisão: Gisele C. Batista Rego Para assinar e/ou anunciar: Fone: (11) 5095-2699 priscila@fitnessbrasil.com.br Impressão: Gráfica Ideal A Fitness Business Latin America é uma publicação bimestral da Fitness Brasil e IHRSA. É editada pela Trama Comunicação que não se responsabiliza por informações, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. A tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é comprovada pela BDO Trevisan. Parceiros Oficiais


termometro_ Sob medida A Technogym, empresa fabricante de equipamentos de ginástica, inaugurou, em novembro, sua primeira loja e showroom em Nova York, Estados Unidos. A loja oferecerá produtos, serviços e soluções para desenvolver projetos sob medida que possam ser utilizados dentro das próprias residências. Marcus Eave, personal trainer de diversas celebridades, guiará os clientes dentro do novo espaço da Technogym e experimentará juntamente com eles as novidades. O serviço de treino pessoal é assegurado também depois da compra, graças à assistência domiciliar.

Mercado em crise O aumento significativo de 5% para 23% do valor dos impostos cobrados sobre os serviços oferecidos pelas academias de Portugal pode fazer que, pelo menos, um terço dos empresários da área feche as portas dos estabelecimentos no País. “Desde o anúncio feito pelo governo, o número de cancelamentos de filiação em clubes tem subido a níveis nunca vistos antes. Ao menos 30% das academias de ginástica devem deixar de funcionar em 2011”, alerta Pedro Ruiz, CEO da Vivafit, uma das maiores redes de academias de Portugal.

Madonna ataca de empresária fitness A cantora pop que já vendeu milhões de álbuns em todo o mundo lançou a rede de academias “Hard Candy Fitness”. A Cidade do México foi o local escolhido para receber a primeira unidade com 2.787 m2, aulas de dança e fitness inspirados nas sessões de malhação da cantora. Entre os convidados para a inauguração da academia, estavam o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, e Carlos Slim Domit, filho do homem mais rico do mundo, Carlos Slim. No início de dezembro, Madonna anunciou que a inauguração da segunda unidade da Rede acontecerá em Moscou, na Rússia, entre março e abril de 2011. Outros países como Brasil e Argentina também estão na lista de futuros investimentos da cantora no setor.

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websurf_

Calculadora da saúde A ferramenta foi criada pela empresa de convênio médico Unimed para que os internautas descubram sua idade interior. De forma lúdica e divertida, os usuários respondem perguntas sobre alimentação, saúde e estilo de vida. O resultado mostra a idade interior de cada um. Os dados podem ser compartilhados com amigos por meio da interação da ferramenta com sites de redes sociais como Facebook, Orkut e Twitter. Interessou? Acesse o site www.idadeinterior.com.br e saiba se você anda levando uma vida saudável!

Campanhas de sucesso As campanhas da academia norte-americana Leo’s Sport Club desenvolvidas especialmente para um canal da marca no Youtube têm gerado muitos elogios entre especialistas e também internautas. Isso porque a academia é pioneira na criação de peças inovadoras que utilizam a internet para se relacionar e atingir seus públicos. Vale conferir a página da Leo’s Sport Club em www.youtube.com

vitrine_ Livro de cabeceira O Instituto Fitness Brasil, em parceria com a Universidade da Inteligência, lançou o livro Ser mais saudável e melhorar o seu bem-estar. A obra reúne artigos assinados por 22 especialistas que abordam temas relacionados ao bem-estar, saúde, qualidade de vida, educação física, fitness, carreira, medicina, longevidade e cuidados especiais com a saúde. Um coquetel no Camarote Reebok da Loja do São Paulo Futebol Clube, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, marcou o lançamento da obra. Cerca de 200 convidados ilustres marcaram presença no evento. Preço: R$ 43,90 Onde encontrar: livrarias Nobel e Saraiva ou pelos sites www.fitnessbrasil.com.br e www.drjofurlan.com.br.

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Para enfrentar o sol Proteção com estilo é o que oferece a viseira Haai da SKARP. O acessório foi confeccionado com X-Bio, tecido inteligente que possui fator de proteção FPU 50+, que bloqueia mais de 98% dos raios UVA e UVB. A viseira também possui ação bacteriostática, tecnologia que evita proliferação de bactérias causadoras do cheiro de suor. A modelagem anatômica e elástico de regulagem na parte traseira ainda proporcionam conforto aos usuários. O produto está disponível nas cores preta, branca, cinza e estampado. Preço: R$ 44,90 Onde encontrar: www.skarp.com.br


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Entrevista Marcelo Schulman

Sem manchas, tonificada

e longe das impurezas Alheia às “alergias” que assolaram a indústria do bemestar no período pós-crise, setor de cosméticos registra anualmente taxas de crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Marcelo Schulman, presidente da Vita Derm, analisa as razões que levam o País ao patamar de terceiro maior mercado consumidor de produtos e serviços estéticos. O que o bem-estar tem a ver com isso tudo?

Por Adriano Zanni

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ano era 1984. Estávamos em pleno auge da aeróbica, difundida à exaustão por atrizes consideradas ícones de beleza, como a norte-americana Jane Fonda. Na mesma esteira das vaidades, estava também a indústria de cosméticos que, desde aquela época, despontava como um dos mais promissores nichos de negócios do século que estava por vir.

fotos: crédito

É certo que dos tempos “áureos” do fitness, nos anos 80, ao conceito de bem-estar e qualidade de vida que vivenciamos hoje, o cenário evoluiu consideravelmente. No entanto, não foi apenas a tecnologia que se reinventou. A própria ascensão das classes sociais menos favorecidas, que passaram a ter acesso a mais serviços de beleza e saúde, assim como o aumento da qualidade de vida da população, fizeram que a cadeia do bem-estar abrisse um leque de oportunidades, com nichos de negócios amplamente interligados.

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Nesse sentido, o judeu Marcelo Schulman pode ser considerado um visionário, quando há 16 anos fundou a Vita Derm, uma dos maiores fabricantes nacionais de cosméticos nas áreas de estética facial, corporal e capilar. Iniciou suas atividades como uma farmácia de manipulação e hoje conta com mais de 600 postos de vendas espalhados em todo o País, além de sua rede de franquias Day Clinic, projetando crescimento de 30% em relação ao faturamento obtido em 2009.


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Entrevista Marcelo Schulman

Fábrica da Vita Derm localizada no bairro da Água Branca, zona oeste de São Paulo (SP), com 5 mil m² de área construída

Em entrevista exclusiva, Schulman fala também sobre a “batalha” travada junto ao Congresso Nacional e ao governo com vistas à redução das taxações que incidem sobre os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, um tratamento que perdura há anos, mas que está bem próximo de surtir seus primeiros efeitos, segundo o executivo. Fitness Business - Como está estruturada hoje a Vita Derm? Marcelo Schulman - A marca atua em todos os estados, sendo representada pela sua rede de franquias Day Clinic e por mais de 600 pontos de venda. Até o final de 2010, esperamos crescer 30% em relação ao faturamento do ano passado. Esse crescimento se deu por causa da ampliação no canal do varejo. Nos últimos seis meses, dobramos o número de pontos de venda em que a marca está presente e, em 2011, nós esperamos conquistar outros 600 locais. O portfólio da marca é composto por mais de 300 cosméticos hipoalergênicos, destinados aos profissionais de beleza e aos consumidores finais. As linhas de produtos contam com itens para tratamento facial, corporal, capilar, masculino, bemestar e perfumaria. Fitness Business - Como o senhor analisa essa mudança de paradigma,

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do conceito fitness para o wellness? De que forma essa transformação tem impulsionado o setor de cosméticos? Marcelo Schulman - Analiso de forma muito positiva a mudança do conceito. Hoje, as pessoas estão mais conscientes e buscam bem-estar. Elas sabem que, para ter um corpo esbelto, é necessário o conjunto de várias ações, como a aplicação diária de cosméticos específicos à pele e/ou tratamento, alimentação balanceada, exercícios regulares e sempre ter serenidade para evitar ou lidar com os períodos de estresse, que são cada vez mais comuns em nossas vidas. Fitness Business – Com base nisso, quais as perspectivas de crescimento para o setor de cosméticos nos próximos anos? Marcelo Schulman - As perspectivas para este setor são excelentes. Esta é uma das poucas áreas que vêm crescendo dois dígitos de alguns anos para cá, bem acima do PIB. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil já é o terceiro maior consumidor de produtos e serviços de beleza. Entre os fatores responsáveis por essa expansão, destacam-se a evolução da tecnologia e o consequente aumento da qualidade dos produtos na-

cionais, a ascensão das classes C e D, o aumento da expectativa de vida, além dos lançamentos que têm atendido às necessidades dos consumidores. Fitness Business - O que esperar de incentivos para o setor em termos de políticas públicas para os próximos meses? O setor discute atualmente algum tipo de ajuste nas políticas tributárias e fiscais? Marcelo Schulman - Esperamos que haja uma redução da carga tributária sobre higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, o que acreditamos que vá acontecer, pois este é um segmento muito representativo para a economia do País e o governo está sensível à questão. Esta medida tornaria as empresas muito mais competitivas e fortaleceria ainda mais esse mercado. Fitness Business - Em termos de competitividade, como está posicionada a indústria brasileira de cosmético frente às principais indústrias mundiais? O que trazemos de colaboração a esse mercado em termos de inovação e estratégia de negócios? Marcelo Schulman - A indústria brasileira está muito bem posicionada, pois investe forte em tecnologia.


Por acompanhar tanto as tendências de mercado é que se torna preparada para concorrer com as marcas internacionais em nível de igualdade. Fitness Business - Como o senhor analisa o papel das academias e clubes de saúde enquanto divulgadores do uso de cosméticos em benefício da saúde? Vocês desenvolvem algum tipo de ação para atingir esses canais formadores de opinião? Marcelo Schulman – A academia é um canal direto com o consumidor e saúde e beleza andam juntas. Não dá para ser um ícone de beleza sem qualidade de vida e associar estes dois segmentos – academias e cosméticos – é um viés de negócio que vejo com muita eficiência. No momento, temos como projeto para 2011 estreitar o relacionamento com as academias por meio de eventos e comercialização de produtos e serviços da marca em suas dependências. Fitness Business - Nos anos 80 e 90, tivemos o início da corrida em busca do corpo perfeito e de padrões de beleza muito acentuados. De que forma a indústria de cosméticos pegou carona nisso? Marcelo Schulman - Entendendo as necessidades dos consumidores e criando

produtos mais eficientes para problemas que incomodavam as mulheres, como a celulite. Em paralelo, muitas indústrias desenvolveram uma conscientização entre seu público-alvo que se resume no uso regular de cremes, em forma de tratamento, além de uma alimentação balanceada e da necessidade de atividades físicas regulares. Atualmente, é isso que uma cliente quer: cosmético eficaz, mas com princípios ativos que, usados a longo prazo, tragam muito mais benefícios. Fitness Business - Como o senhor analisa o varejo de cosméticos pela internet? É um meio confiável? Marcelo Schulman - As vendas por meio do e-commerce não param de crescer no Brasil. Esse é um mercado muito promissor que, em 2009, faturou em torno de R$ 10 bilhões e este ano promete crescer ainda mais. O índice de confiança dos consumidores que compram pela internet está em um patamar muito satisfatório, resultado da boa qualidade de atendimento, facilidade de compra e da entrada das grandes marcas. O medo de comprar online ainda representa uma barreira para o e-commerce, mas as empresas têm aprimorado cada vez mais as ferramentas de segurança, tornando as transações muito mais confiáveis.

Fitness Business - A Vita Derm está plugada de que forma às novas mídias? Vocês desenvolvem algum tipo de estratégia nesse sentido para chegar ao consumidor mais eficazmente? Marcelo Schulman - A Vita Derm é uma marca com forte presença nas redes sociais, com perfis no Twitter, Orkut, Facebook e YouTube. Além disso, possui um blog – Beleza Hoje – que traz diversas dicas de beleza, sugestões de produtos e informações sobre eventos desenvolvidos ou apoiados pela empresa. Frequentemente, produzimos alguns concursos culturais em que, para participar, os internautas têm de interagir com a marca para concorrer a prêmios, como produtos e inscrições para congressos. Mas as lojas franqueadas – em shoppings e de rua – são também canais de vendas eficazes, pois associam o comércio de produtos com o de serviços. Tais unidades ensinam o cliente a usar corretamente os cosméticos que adquirem e facilitam o acesso às diversas massagens e tratamentos estéticos. É um diferencial e vai ao encontro do chamado marketing sensorial ou de experimentação, contribuindo para a fidelização do cliente. nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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Fusões e aquisições no wellness

Que venham os grandes tubarões Em um mar agitado e com cheiro de bons negócios, é praticamente impossível não atrair o interesse de grandes grupos internacionais. Saiba, então, o que sua empresa deve fazer para não se sentir um peixe fora d’água dentro desse imenso aquário, principalmente se tratando de fusões e aquisições

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quecido internamente, o cenário wellness brasileiro desperta cada vez mais a atenção de grupos internacionais, interessados em adentrar, ou mesmo, em ampliar suas bases de negócios. Estratégias de penetração de mercado adotadas pelos investidores costumam estar sedimentadas na busca por parceiros para firmar sociedades, ou então, para realizar transações comerciais – de compra e venda – com o objetivo de facilitar a abertura de portas.

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Nesse sentido, fusões e aquisições passaram a ditar o ritmo ao longo dos últimos cinco anos na indústria do bem-estar. Mas, antes de colocar o negócio à venda diante do interesse de um investidor internacional, especialistas alertam: há inúmeras lições de casa que precisam ser feitas.

Um dos grupos que parece ter seguido a cartilha e que acaba de anunciar a chegada ao Brasil, prevista para o primeiro semestre de 2011, é a companhia norte-americana Beverly Hills Weight Loss & Wellness. “Acreditamos que o País experimentará um grande crescimento no fitness. Estudamos os indicadores brasileiros e decidimos introduzir novos negócios como forma também de dar continuidade ao crescimento da Contours Express. Sem dúvida, o Brasil apresenta uma realidade bastante atrativa hoje”, enfatiza Daren Carter, CEO do grupo Contours Express International, rede de franquias que possui academias em todos os continentes e também responsável pelas operações da Beverly Hills Weight Loss & Wellness.


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Fusões e aquisições no wellness

divulgação

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O nível de penetração da indústria fitness junto às variadas camadas da população continua a subir e isso mostra que a demanda ainda é muito forte Frabrizio Balli, Gold’s Gym Peru

A! Bodytech: investimentos de R$ 120 milhões para expansão dos negócios por meio de aquisições de outras redes

“O Brasil é um mercado altamente competitivo e sofisticado. A escala populacional e a dimensão global do cenário resultam em oportunidades enormes de crescimento. O nível de penetração da indústria fitness junto às variadas camadas da população continua a subir e isso mostra que a demanda ainda é muito forte”, salienta Frabrizio Balli, CEO da Gold’s Gym Peru, rede de academias presente na Ásia, Europa, Austrália e América Latina e que também estuda realizar operações em solos tupiniquins. Indicadores de mercado ratificam a opinião dos investidores. Segundo relatório publicado pela consultoria PricewaterhouseCoopers, entre janeiro e outubro deste ano, foram registradas 613 transações envolvendo fusões e aquisições no País. Número recorde, e cerca de 20% maior ao verificado no mesmo período de 2009. Para Thiago Scuro, professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan Escola de Negócios e executivo da Brunoro Sport Business, o aumento do número de operações dessa natureza no mercado wellness é um processo comum a um segmento novo, que se cons-

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tituiu primeiramente de forma muito pulverizada, com pequenos empreendedores, e que agora demonstra uma curva de crescimento contínua. “Os empresários brasileiros estão mais capitalizados, o volume de investimento estrangeiro nas nossas empresas vem crescendo e o mercado entra nessa onda. A tendência é ver a consolidação de grandes grupos que vão responder por uma parcela significativa do cenário. A outra parte ficará com as academias de bairro, mais modestas”, prevê Scuro. Adiantando etapas Talvez um dos cases de maior expressividade no Brasil em relação a processos de fusões ou aquisições seja o do grupo A! Body Tech, cuja sede está localizada no Rio de Janeiro. “Por intermédio de fusões, a rede de academias A! Body Tech vem crescendo muito, comprou a Fórmula, que é uma referência no mercado paulista, e agora está em um processo acelerado de expansão”, destaca Scuro. Para o professor e consultor esportivo, a opção de adquirir uma empresa é uma boa estratégia a ser adotada por quem pretende ampliar a capilaridade


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da rede e o leque de atividades oferecidas aos clientes. “Quando a A! Body Tech decidiu adquirir a Fórmula, ela pulou algumas etapas, como a conquista de público e referência da marca. Dessa forma, essa transação foi uma alternativa muito viável para o crescimento sustentado, aumento do faturamento e do volume de negócios”, explica. Durante esse processo de expansão, a rede investiu, de 2008 até o momento, mais de R$ 120 milhões, valor que, em 2015, pode chegar a R$ 400 milhões. Além disso, a empresa pretende realizar abertura de capital na bolsa de valores. “O objetivo é fazer uma oferta primária e secundária de ações para continuarmos crescendo, consolidando o mercado e o retorno do capital investido aos sócios”, afirma Luiz Urquiza, presidente da A! Body Tech. O crescimento da rede virá por meio de novas aquisições, fusões, crescimento orgânico e parcerias com shopping centers de todo o Brasil. Adquirir outras redes de academia é parte da estratégia de expansão e estamos sempre analisando as oportunidades de mercado”, ressalta Urquiza, que pretende chegar ao

ano de 2015 com 85 unidades para atender 150 mil alunos. Estratégia diversificada Na contramão da tendência, mas com metas não menos ousadas, a Bio Ritmo pretende abrir 12 novas unidades. “Preferimos o crescimento orgânico, construindo nossos próprios clubes”, afirma Edgard Corona, CEO da rede localizada em são Paulo (SP).

O objetivo é fazer uma oferta primária e secundária de ações para continuarmos crescendo, consolidando o mercado e o retorno do capital investido aos sócios Luiz Urquiza, A! Body Tech

Segundo o executivo, não faz parte dos planos da Bio Ritmo adquirir uma rede de academias ou mesmo se unir a um grupo internacional. O empresário ressalta que, entre as ações que planeja para expandir os negócios estão continuar investindo no time de profissionais e na qualidade dos serviços, além de um significativo investimento em técnicas e novas tecnologias. Independentemente da estratégia adotada, um consenso entre empresários e especialistas é o bom momento que o mercado brasileiro atravessa como explica Luiz Urquiza: “Acreditamos que o percentual da população que pratica exercícios regulares em academia irá crescer nos próximos cinco anos, pasnov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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Fusões e aquisições no wellness

sando dos atuais 2,4% para 4,5%. Este aumento será resultado de fatores como melhor distribuição de renda, maior conscientização das pessoas quanto à prática regular de exercícios físicos como medida preventiva de saúde, envelhecimento mais saudável da população e eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, complementa. Aprender a vender o peixe Para as empresas que pretendem participar de fusões e aquisições, consultores recomendam haver um negociador à frente das operações. “Para fazer compra e venda de uma empresa é preciso ter alguém que saiba lidar com essa linguagem. Assim, você cria um valor para a sua marca também”, afirma Alexandre Pierantoni, sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers. O consultor afirma que tais operações também podem se configurar como importantes ferramentas de negócios, uma vez que há um grande número de fusões de empresas de pequeno e médio portes com vistas ao oferecimento de melhores serviços e fortalecimento dos empreendedores e das próprias empresas. Já Thiago Scuro aconselha as empresas que tiverem a ambição de ser adquiridas por grandes grupos a se comportarem como eles. “É preciso deixar de ter aquela visão de bairro, de empresa familiar e ter um processo de gestão, planejamento, controle orçamentário e valores bemdefinidos. Além de construir uma base administrativa que possibilite ao investidor conhecer o seu trabalho”, salienta. Em transações de fusões e aquisições, alguns fatores não podem ser esquecidos, como fazer uma boa avaliação do negócio

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que está sendo adquirido, ter um bom plano de transição e incorporação dessa empresa ao grupo, além de cultivar o respeito aos regionalismos e aos hábitos. “O ser humano é reativo a mudanças, então, se ela não for bem construída, corremos o risco de perder clientes durante a fase transitória”, afirma Scuro. De fora para dentro Para o investidor estrangeiro que deseja entrar no mercado brasileiro, Daren Carter, CEO do grupo Contours Express International, destaca dois aspectos fundamentais: “Primeiramente, é preciso saber se a empresa que está adquirindo o negócio tem capital suficiente. Eu aconselho a ter em caixa, pelo menos, o triplo da quantidade de dinheiro que idealizam gastar na operação. Depois, você deve ter um grande parceiro no País em que está buscando a inserção. Se não fosse por nosso sócio brasileiro, por exemplo, nunca teríamos feito tanto sucesso por aqui”, diz. Fabrício Balli acrescenta: “Um estudo de mercado amplo e completo também deve ser feito. Demografia, poder aquisitivo, demanda local, concorrência, entre outros fatores, devem ser analisados conjuntamente. As regras do jogo são diferentes em cada país e ter um sócio local que esclareça e interprete essas informações é sempre recomendável”, pondera o CEO da Gold’s Gym Peru.


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Eventos

30th IHRSA INTERNATIONAL CONVENTION & TRADE SHOW

Razões para ir a

São Francisco

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em 2011

A 30ª edição da IHRSA, maior feira mundial de negócios do bem-estar, acontece em março, nos Estados Unidos, em uma das cidades mais cosmopolitas do planeta. Motivação e oportunidades são as palavras que nortearão o evento que deve reunir mais de 350 expositores Por Adriano Zanni

Colaborou Jacqueline Antunes (de Boston, EUA)

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anhada pelo oceano Pacífico e rodeada por 42 colinas, São Francisco possui uma das paisagens naturais mais encantadoras dos Estados Unidos. Além de abrigar a Golden Gate, famoso cartão postal, a cidade é ancoradouro de boas oportunidades e reduto da diversidade étnica e cultural, o que inspira a criação de modelos de negócios inovadores. O cenário, portanto, é mais do que favorável para receber a 30ª edição da IHRSA International Convention & Trade Show, entre 16 e 19 de março de 2011, que reunirá convidados de 90 países, mais de 150 palestras educativas e workshops, um trade show com 350 expositores, além do Fórum Latino-Americano de negócios voltados ao bem-estar.


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30th IHRSA INTERNATIONAL CONVENTION & TRADE SHOW

Segundo Joe Moore, presidente e CEO da International Health, Racquet and Sports club Association (IHRSA), os temas centrais dos debates são motivação, disciplina e a criação de novas oportunidades como alternativas para o crescimento sustentado das academias e clubes de saúde.

“O nosso mercado evoluiu consideravelmente, ao longo desses 30 anos, quanto a seu alcance global por intermédio também de estratégias de penetração realizadas por grandes redes ao redor do mundo, assim como da sofisticação dos produtos e serviços oferecidos. É uma feira importante para a troca de experiências entre gestores e empresários, que tem como foco o aprendizado colaborativo”, diz Moore.

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Para engrossar o coro foram convidados alguns dos maiores keynotes internacionais, mentores de pesquisas e diversas obras publicadas sobre essas questões dentro das empresas. Daniel Pink é uma das atrações do evento.

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Autor de quatro best-sellers provocantes sobre o mundo dos negócios em mutação, o palestrante revela, em seu último livro (Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us), que o segredo para a alta performance e satisfação hoje é a necessidade profundamente humana de dirigir nossas próprias vidas, para aprender, criar coisas novas e fazer melhor por nós mesmos e nosso mundo. Com base em dados que revelam que as pessoas precisam de motivação intrínseca ao invés de externa, o trabalho de Pink revoluciona a forma como olhamos para o desempenho e a motivação. Perspectiva que vai ao encontro da temática central de outra palestra agendada para o evento a ser proferida por Tony Hsieh: Felicidade um Caminho para o Resultado, Paixão e Propósito. Tony é CEO da Zappos.com, empresa de venda de calçados on-line que alcançou um crescimento fenomenal por meio de abordagens revolucionárias de marketing, recursos humanos e atendimento ao cliente. O keynote falará sobre a cultura organizacional da empresa e de que forma se torna possível contagiar a todos sobre a missão e os valores de uma instituição com vistas ao aumento da lucratividade.

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Eventos

30th ihrsa • Mais de 150 palestras educativas e workshops • Trade show com mais de 350 expositores • Programação especial com tradução simultânea para o espanhol • Fórum Latino-Americano • Eventos sociais – Abertura, Planeta IHRSA e Recepção de Encerramento • Oportunidades de networking • Discussão de tendências futuras


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30th IHRSA INTERNATIONAL CONVENTION & TRADE SHOW

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Eventos

Atrações turísticas Para quem pretende aproveitar o evento e ainda fazer um tour pelos arredores, é bom saber que São Francisco reúne atrações para os aficionados por natureza, história, gastronomia e arquitetura. O prédio central em formato de agulha, batizado de TransAmerica Pyramid, por exemplo, é o principal ícone arquitetônico do centro financeiro. O bondinho puxado por cabos subterrâneos – um sistema único no mundo – é outra grande atração turística de São Francisco. Das oito linhas originalmente existentes, agora só restam três e, mesmo assim, porque a população não permitiu que eles fossem extintos. O passeio vale o investimento, pois se torna possível visitar os principais vilarejos da cidade, entre eles, o China Town, um dos maiores bairros chineses dos Estados Unidos, repleto de antiguidades e culinária exótica. Na região à beira-mar, entre o Pier 39 e o Fisherman’s Wharf, existem dezenas de barcos oferecendo roteiros pela baía de São Francisco, ou então, passeios mais longos, em mar aberto. O Pier 39

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é um gigantesco parque de diversões sobre as águas, ideal para quem curte aventuras radicais. O Fisherman’s Wharf já é uma lenda da cidade. Na beira da baía, este antigo atracadouro de pescadores agora é um ponto turístico animadíssimo, com diversos restaurantes, museu de cera e lojinhas de todo tipo. Chegou a hora do almoço e você não sabe aonde ir? Fácil, ao longo da avenida Columbus, no bairro North Beach, você vai encontrar dezenas de simpaticíssimos restaurantes italianos, alguns simples, com mesinhas

nas calçadas, outros sofisticados, onde todo mundo veste paletó e gravata. À tarde, visite a Golden Gate, cartão postal da cidade, inaugurada em maio de 1937. Para quem quiser ver a ponte de um bom ângulo, há duas alternativas: embarcar num dos passeios marítimos que zarpam de hora em hora do cais do Fisherman’s Wharf e que costumam passar por baixo dela, ou então, visitar o Golden Gate National Recreation Area. Este parque, um dos recantos mais bonitos da cidade, é formado por uma sucessão de áreas verdes, simpáticas, repletas de penhascos, o que exige certo fôlego.

de olho no passaporte Fique atento à obtenção e à renovação de visto para entrada nos Estados Unidos. O Consulado Americano está marcando entrevistas com bastante antecedência. As inscrições para a 30th IHRSA International Convention & Trade Show podem ser feitas pelo site www.ihrsa.org/ convention. Informações e contato com Jacqueline Antunes, pelo email ja@ihrsa.org, ou por telefone (+1) 617-316-6742.


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Inovação

Plataforma vibratória

Boas vibrações para os negócios Academias de ginástica e estúdios voltados ao treinamento funcional investem na aquisição de equipamentos para diversificar pacote de atividades, o que ajuda a criar novos nichos de mercado para empresários e profissionais Por Adriano Zanni

n

o cenário wellness, o que costumeiramente chamamos de treinamento funcional parece realmente representar uma tendência em relação não apenas à demanda por profissionais competentes para ministrá-lo, mas também como oportunidade para a descoberta de novos nichos de negócios, sobretudo em academias focadas em um atendimento personalizado ou mesmo instaladas dentro de condomínios, clubes de serviços e empresas. Situada no Jockey Club Brasileiro, na lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre da capital fluminense, a academia Fisilabor viu na aquisição de equipamentos voltados ao treinamento funcional uma oportunidade para ampliar o número de atividades oferecidas a seus 500 alunos, além de conseguir ampliar os índices de fidelização e, consequentemente, a rentabilidade. A unidade com cerca de 400 m² de área construída, frequentada por um público elitizado e com idades acima dos 30 anos, queria encontrar novas maneiras de promover experiências diferenciadas aos usuários e começou a buscar alternativas para a equação. Apesar de já ofertarem

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adriano zanni


Foi então que, em 2009, a Fisilabor resolveu apostar nos exercícios realizados em cima de uma plataforma vibratória, do fabricante Power Plate, como maneira de atrair um número maior de praticantes, sobretudo do sexo feminino, interessados em exercícios físicos para tonificar músculos e, ao mesmo tempo, reduzir medidas e combater vilões como a celulite. O investimento inicial para aquisição de um único equipamento foi de R$ 32 mil. Sem dúvida, um valor de alto risco para os proprietários. Além dis-

daniel oliveira

atividades como pilates, yoga e aulas de ginástica localizada, constataram, por intermédio de análises de mercado, que era preciso inovar.

Fisilabor, no Rio, utilizou aulas diferenciadas feitas com o auxílio da plataforma para impulsionar número de alunos

so, estratégias adotadas inicialmente para a divulgação do novo serviço quase colocaram tudo a perder, segundo Fernando Valle, diretor de Marketing e Operações da Fisilabor.

“Escondíamos o equipamento em uma sala e não aproveitávamos a rotatividade de alunos na academia para promovê-lo. Acabamos criando um concorrente para o personal trainer dentro de nosso

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Inovação

Plataforma vibratória

espaço. Aguardamos um ano para ver o faturamento e a satisfação dos clientes em torno da utilização do equipamento. Como ficou abaixo da expectativa, decidimos tomar outro caminho”, conta Valle. Quem não é visto... A saída foi levar a plataforma para a sala de musculação, certificando todos os professores da academia sobre seu uso e oportunizando o acesso ao equipamento para clientes durante exercícios de alongamento supervisionado, com duração de apenas cinco minutos. “Criamos também uma política de remuneração que interessasse ao personal e o trouxesse para nosso lado, como deve ser. Para nós, os professores são parceiros de sucesso e não meros aproveitadores de nosso investimento, como muitos donos de academia acreditam. A adesão foi sen-

sacional. Ficou mais rentável dar aulas na plataforma e os alunos ficaram extremamente satisfeitos”, complementa o diretor de Marketing e Operações. O faturamento das aulas realizadas em cima do equipamento cuja tecnologia teve origem na Holanda subiu 115% no primeiro mês após a adoção da nova estratégia, fazendo com que o pay back em relação a sua aquisição fosse atingido em apenas oito meses. A meta agora é cativar também o público masculino, já que 90% dos usuários do Power Plate na Fisilabor são mulheres. Dificuldade que promete ser solucionada com o mais recente lançamento feito pelo fabricante: o modelo pro6. A grande novidade fica por conta de uma tecnologia que transfere a vibração através de cabos de alta resistência para os músculos dos membros superiores. À medida que a velocidade de execução do exercício aumenta, o sistema proporciona maior resistência, intensificando o treinamento.

divulgação

“Os cabos triplicam as possibilidades de exercícios quando comparados aos modelos anteriores, que permitiam apenas atividades de isometria para os braços. A tecnologia também é uma grande aliada do treinamento funcional, pois permite que grupamentos superiores e inferiores sejam trabalhados proporcionalmente, além de ajudar alunos em processo de recuperação de perda de massa muscular e com dificuldades motoras”, garante Guilherme Marques, diretor Comercial do escritório da Power Plate no Brasil.

Mercado em ascensão Outros modelos de aplicabilidade da plataforma recaem geralmente sobre estúdios especializados em treinamento funcional, onde a estratégia de negócios está focada em públicos mais reduzidos que lançam mão de personal trainers que os atendem individu-almente e com hora marcada. Na Vila Nova Conceição, um dos metros quadrados mais caros e disputados pela elite da capital paulista, funciona o primeiro estúdio da América Latina especializado na utilização de plataformas vibratórias para realização de atividades físicas. A Kowarick Vibration Academy, fundada em 2002, tem hoje cerca de 120 alunos e deseja ampliar em até 50% sua capacidade de atendimento nos próximos anos. O estúdio começou com apenas duas máquinas e focado em usuários que buscavam algum tipo de reabilitação por intermédio de exercícios feitos com menos carga. Os investimentos iniciais para elaboração do espaço chegaram a R$ 200 mil e são fruto de um amplo estudo de mercado e pesquisas acerca da tecnologia feitas por seu proprietário, o norte-americano Rick Kowarick. O empresário, que conta em seu currículo com mais de 35 mil aulas ministradas em cima da plataforma, revela que, atualmente, apenas 30% do público usuário do Power Plate possui algum tipo de necessidade especial e enxerga com otimismo o crescimento deste nicho, porém, alerta: “não se trata de modismo, mas uma maneira de fazer exercícios de forma mais consciente. Há toda uma estrutura que promove a certificação dos profissionais aptos a trabalhar com o equipamento. Isso é muito importante para quem pretende investir na oferta de aulas dessa natureza”, complementa. Kowarick diz que o ticket médio das aulas em seu estúdio gira em torno

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de R$ 70 por 30 minutos de atividades, e o preço pode chegar a R$ 55 dependendo da frequência do aluno. Cerca de 60% dos usuários realizam treinamentos com meia hora de duração. Outros 30% optam por 40 minutos de aula e apenas 10% chegam a fazer uma hora ininterrupta. “Atualmente, temos oito máquinas em funcionamento e pretendemos adquirir outras novas. Em 2008, atingimos crescimento de 63% em relação ao faturamento. No entanto, tivemos a crise econômica, no início de 2009, e o índice e crescimento despencou para 26% no ano passado. O mercado ainda é um pouco cético em relação à adoção de novos métodos de treinamento. Algumas pessoas são desinformadas e acreditam que a plataforma consiste em uma espécie de ginástica passiva, mas a proposta nada tem a ver com isso. Pelo contrário. Nesse caso, os educadores físicos são os maiores aliados do negócio, pois são eles que irão disseminar os benefícios que as atividades

feitas em cima da plataforma trazem”, atesta Kowarick. Amplitude A estratégia utilizada pela Power Plate para difusão de seus equipamentos em escala mundial diz respeito, em partes, à associação da plataforma vibratória com o tipo de treinamento físico executado por atletas de esportes que exigem alta performance. Entre os garotos-propaganda mais ilustres estão, por exemplo, os tenistas Rafael Nadal e Serena Williams, além de astros do golfe mundial e jogadores da NBA. A empresa também fechou recentemente acordo com a equipe Williams de Fórmula 1 para cessão de equipamentos com vistas ao treinamento de seus pilotos e da equipe de mecânicos. O brasileiro Rubens Barrichello é um dos beneficiados. Durante o Grande Prêmio Brasil, realizado no início de novembro, o personal trainer da equipe britânica, Nicholas Harris, concedeu entrevista

A máquina ajuda a ter uma visão mais holística sobre o próprio corpo humano, estabilizando as áreas da coluna cervical, ombro e quadril, que são constantemente exigidas dentro do cockpit Nicholas Harris, equipe williams

exclusiva na qual apontou os benefícios das atividades realizadas nas plataformas para os pilotos, não apenas no aspecto físico, mas também emocional. “A principal coisa que procuramos atingir em nossa preparação física e mental é de melhorar a capacidade de resistência a situações de extrema pressão. Toda vez que fazemos uma sessão de treinamento, procuramos reduzir o nível de estresse do corpo. A máquina ajuda a ter uma visão mais holística sobre o próprio corpo humano, estabilizando as áreas da coluna cervical, ombro e quadril, que são constantemente exigidas dentro do cockpit e onde estão dois terços de nossos músculos”, complementa Harris. “Posso realmente sentir os benefícios do aparelho, em especial para alongamento. Normalmente, eu me sinto forte depois de uma corrida e saio do carro de maneira mais solta e flexível. É também uma ótima maneira de incrementar a resistência para lidar com as forças gravitacionais que atuam sobre nosso corpo em corridas de alta velocidade”, diz Rubens Barrichello. nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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Mercado & tendências Pesquisa USP/Instituto Fitness Brasil

No Brasil,

72% das academias

não têm prédio próprio Esse e outros dados impactantes para o setor são revelados em uma pesquisa inédita desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Instituto Fitness Brasil

o

mercado nacional de academias é formado por pequenas e médias empresas. No País, 72% delas não têm prédio próprio e 71% possuem apenas uma unidade, com faturamentos anuais que não ultrapassam R$ 244 mil. Esses e outros dados impactantes fazem parte de uma pesquisa inédita que está sendo realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Administração Esportiva (GPEA), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Fitness Brasil.

Ainda segundo a pesquisadora, a ideia é que a pesquisa seja feita periodicamente, mostrando a evolução do setor, o que beneficiaria também os gerentes dos estabelecimentos. “O princípio básico da gestão é o monitoramento do que está acontecendo no mercado. Quando oferecemos essas informações, o gestor pode observar tendências, conhecer as fragilidades e pontos fortes do mercado e, assim, ampliar seu leque de produtos e serviços”, ressalta.

O estudo, que ouviu 279 empresários do setor, demonstrou ainda que o preço da mensalidade em 38% desses estabelecimentos está abaixo de R$ 100. No que diz respeito à contratação de profissionais, a maioria dos empresários adere ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 60% dos casos. Apenas 1% dos empreendedores contratam colaboradores por meio de cooperativas.

Para Waldyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil, a definição de critérios de classificação pode impulsionar a indústria de equipamentos. “Os fabricantes vão conhecer mais as academias para quem estão vendendo”, comenta. O estudo completo dará origem a um documento que contém os critérios oficiais de classificação das academias brasileiras, que será divulgado pelo GPEA até março de 2011.

“Atualmente, os estudos do setor usam critérios diferentes para classificar as academias de acordo com seu porte: número de usuários, espaço físico, número de funcionários. A iniciativa inédita propõe um padrão para conhecer melhor a realidade brasileira das academias e, assim, gerar o desenvolvimento da área”, afirma Flávia Bastos, professora da USP e coordenadora do projeto.

Cenário global Fora do Brasil, as pesquisas sobre wellness não são uma novidade. Anualmente, a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) coleta dados do setor em todo o mundo e os divulga em publicações próprias, como a CBI Magazine. Na edição de julho de 2010, a revista divulgou uma lista com as 25 maiores academias do mundo.

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Entre as empresas citadas, a única empresa brasileira é a A! Body Tech, que apresentou um aumento em relação a seu faturamento em 2009 da ordem de 60%, o segundo maior do mundo no período mensurado. A pesquisa levou em conta informações como o número de filiais, quantidade de franquias e público total atendido. O resultado completo do estudo está disponível (em inglês) no site www.ihrsa.org/ magazine-downloads.

Raio x O estudo também revelou a relação dos serviços oferecidos pelas academias brasileiras, em maior ou menor escala. Tome nota! Atividades regulares Musculação - 90% Ginástica - 79% Serviços adicionais Avaliação física - 90% Lojas de roupa - 43% Nichos menos explorados Crossfit ou condicionamento físico - 4% Atividades circenses - 3% Fonte: USP/Instituto Fitness Brasil


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Sua academia lotou? E agora, o que fazer?

Overbooking

de verão A estação mais quente do ano traz consigo uma grande quantidade de clientes para as academias. Mas até que ponto seu negócio está efetivamente preparado para receber esse contingente?

o

termo é de origem inglesa e ficou demasiadamente conhecido na aviação civil nos últimos tempos. Traduz uma prática realizada em todo mundo que consiste na venda de bilhetes aéreos em quantidade maior que a disponível em um voo, considerando a média de passageiros desistentes em voos anteriores.

Das poltronas das aeronaves lotadas, fato muito comum nessa época, para a fila de espera diante de esteiras, bicicletas ergométricas e demais

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aparelhos na sala de musculação completamente tomada, o sentimento assemelha-se: impaciência e irritação. O overbooking nas academias tornou-se um grande problema para empresários e gestores, principalmente quando não existe um bom planejamento. De acordo com a Associação Brasileira de Academias (ACAD), durante a estação mais quente do ano, ocorre uma elevação de cerca de 30% no número de alunos matriculados. Mas se o crescimento é inevitável e bem-vindo aos olhos do mercado, fica a pergunta: como realizar uma boa administração neste período de modo a fidelizar quem se matriculou e a não descontentar os já assíduos frequentadores? Investir em um atendimento eficaz, adquirir novos equipamentos, ministrar aulas criativas e fazer que o aluno perceba que malhar não deve ser apenas algo sazonal, e sim uma tarefa contínua para a manutenção e cultivo de uma boa saúde são aspectos que devem ser levados em consideração. A estratégia da “promoção de verão” é coisa do passado e só funciona se houver uma continuidade das ações, é o que garantem especialistas. Segundo Saturno de Sousa, diretor técnico da Academia Bio Ritmo, em São Paulo, a fidelização só é conquistada quando as academias oferecem seus serviços baseados na qualidade e não na geração de uma disputa de preços. “O aluno deve vivenciar uma experiência, observar que obterá resultados com a prática constante de

exercícios. Por isso, desenvolvemos uma metodologia que permite um período de experimentação antes que a pessoa adquira nosso plano”, destaca Sousa. O diretor técnico denomina a vivência como “carro-chefe” da Bio Ritmo, que vem acompanhado de estratégias de fidelização no verão. “O primeiro passo que damos para prestar um atendimento eficaz aos nossos clientes acontece cerca de três meses antes da temporada, por volta de outubro, quando aumentamos o nosso contingente, contratamos mais profissionais para a recepção, consultores de vendas e professores”, pontua. Os consultores e recepcionistas realizam uma semana de treinamento, já para os professores a adaptação é de cerca de três meses. “Aumentamos também nosso quadro de funcionários de manutenção e limpeza, visto que ocorrem mais problemas em função do maior trânsito de pessoas e também das chuvas de verão”. Estimular o fluxo Outra estratégia é o planejamento do tour do aluno na academia. “Analisamos sua chegada, utilização de aparelhos e vestiário. Nesse período, os novos alunos procuram serviços básicos como ergometria, aulas de alongamento, abdominais e ginástica localizada. Sabendo disso, quando a pessoa chega à academia já encontra banners próximos, por exemplo, das esteiras com a divulgação de uma aula de bike, que ocorre em uma hora, em uma sala que permite reunir mais pessoas e, como isso, desafogamos a entrada da academia e os vestiários”, exemplifica Sousa.

a fidelização só é conquistada quando as academias oferecem seus serviços baseados na qualidade e não na geração de uma disputa de preços Saturno de Sousa, Bio Ritmo

Rodolfo Salles, professor de educação física, acredita que a aquisição de novos aparelhos também é fundamental, isso sem falar das aulas que têm como base a criatividade, o ritmo e são de fácil assimilação. “Tudo isso auxilia a gerar encantamento nos alunos. Costumamos também disponibilizar os aparelhos que fazem mais sucesso na entrada da academia e os mais simples no fundo, que são os preferidos dos novos clientes por eles ainda não terem tanta experiência. Isso permitirá maior transitabilidade no local”, avalia. O educador físico explica que o quadro de alunos durante o verão é representado por 53% de mulheres e 47% de homens. E elas utilizam as academias de forma mais diversificada e os homens preferem mesmo a prática da musculação. O que também acontece na Vibe Academia, localizada na zona oeste de São Paulo. “Os homens costumam procurar as academias durante o ano nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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Sua academia lotou? E agora, o que fazer?

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gestão/rh

todo e as mulheres mais no verão. Elas preferem atividades como boxe, musculação, pilates. Os homens frequentam aulas de jiu-jítsu, Muay Thai e de bike”, enfatiza Roberto Zogbi, coordenador e sócio-proprietário da Vibe. Fatores externos E quando o assunto é lucro, Roberto conta que até os fenômenos naturais interferem, pois observou que, quando ocorre o La Niña, o movimento do segundo semestre do ano na academia é bem mais forte em função da ausência de chuvas. Porém, quando acontece o El Ninõ, o segundo semestre pode ser considerado fraco, por conta da ocorrência de maior pluviosidade. “Quando começa a chover em São Paulo, por exemplo, as pessoas entram em pânico e querem ir para a casa e as academias acabam sendo prejudicadas”. Mas a chuva parece não ser páreo para as estratégias criativas de Roberto e sua equipe. Para animar os alunos, são elaboradas aulas especiais como ginástica de Carnaval,

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bike ao ar livre, ducha para refrescar, apresentações de banda ao vivo e distribuição de bebidas eletrolíticas para que ninguém fique desidratado. Além das aulas animadas, os novos alunos da Vibe Academia contam também com a vivência da experimentação, onde fazem uma avaliação física e ganham 15 treinos ou 45 dias para se exercitarem. Após esse período passam por uma reavaliação que elucida os resultados obtidos e, em seguida, é montado o próximo treino.

Caprichar no atendimento, cobrar bastante dos profissionais e estar atento às possíveis reclamações e dicas feitas pelos alunos é o caminho Roberto Zogbi, Vibe academia

E quando a questão é fidelização, Roberto explica que o segredo é fugir das promoções para que não ocorra a superlotação. Caprichar no atendimento, cobrar bastante dos profissionais e estar atento às possíveis reclamações e dicas feitas pelos alunos é o caminho. Ideia que vem ao encontro da filosofia de Laudelino Aparecido Gallo, coordenador da academia K@2, no bairro do Morumbi, em São Paulo. “Temos de vender o que podemos oferecer com um atendimento primordial, bons aparelhos, realizar ma-

nutenções constantes das máquinas e da estrutura da academia. Postura que vem dando certo, pois atualmente temos a fidelização de diversos alunos após o período do Carnaval, situação que há alguns anos não acontecia”, finaliza.



marketing A receita do bom e-mail marketing

Correio lucrativo Comunicado virtual é alternativa econômica para arrebanhar clientes e fixar sua marca no mercado Por Juliana Lanzuolo

O

mês de fevereiro de 2010 foi muito fraco em adesão de alunos na academia Corpus, há 12 anos no mercado de Curitiba (PR). Preocupada com esse quadro atípico para a época, Edriene Guilherme, gerente de vendas, pensou em alternativas para revertê-lo. “Normalmente, o pessoal volta das férias e nos procura para retomar os exercícios, mas, neste ano, não foi o que aconteceu. Então, em parceria com a agência de publicidade com a qual trabalhamos, ‘bolamos’ uma

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estratégia para trazer nossos alunos de volta. Resgatei antigos contatos e disparei um e-mail marketing com uma promoção que rendeu aumento de aproximadamente 35% no número de matrículas no mês de março”, conta Edriane. Walter Hamann, sócio-diretor da Olimpo Publicidade, empresa que elabora as ações de marketing para a Corpus, explica que a estratégia foi recorrer não somente ao envio de promoções, mas também às redes sociais, fixando a marca entre os internautas.


De acordo com um estudo realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), o principal meio de acesso à internet no Brasil é o e-mail. Com isso, o envio de mensagens eletrônicas com conteúdo de marketing tem papel importante para as empresas no relacionamento com clientes. “O e-mail é a principal ferramenta de comunicação no mundo atual. Primeiramente, porque é a empresa que irá determinar o tipo de informação e a frequência de envio. Em segundo lugar, porque é mais eficiente na geração de negócios e na fidelização da marca”, afirma Paulo Kendzerski, diretor de marketing da WBI Brasil, empresa gaúcha que desenvolve soluções integradas em comunicação on-line e aplicações web.

Siga os mandamentos Paulo Kendzerski elenca os quesitos e observações que servem de guia para um e-mail marketing criativo e atraente:

Autorização

Sempre trabalhe com destinatário opt-in (aqueles que autorizam o recebimento).

Privacidade

Informe sua política de privacidade de forma clara no site e no corpo do e-mail.

Cancelamento

Deixe a opção opt-out sempre ativada. Assim, o usuário pode cancelar o recebimento quando desejar.

Frequência

Controle a frequência de comunicação.

E-mail agradável

Leves, atraentes e sem anexos.

Assunto

Seja simples. Coloque no assunto o teaser do e-mail.

Links

Abuse deles no corpo do e-mail.

Contato

Esquive-se dos spams Mas como praticar tal estratégia adequadamente sem prejudicar o receptor, ou então, ser classificado como emissor de mensagens indesejadas?

Não se esqueça de deixar claro suas informações de contato.

Personalização

Kendzerski explica que o ideal é enviar e-mails somente quando for autorizado pelo destinatário. É preciso também conhecer as regras antispam que os provedores utilizam, evitando que os e-mails autorizados sejam classificados como tal.

Personalize o comunicado não somente com o nome do destinatário, mas também com a informação, oferta ou notícia.

Marca

Construa a sua. Identifique sua empresa.

Segundo o especialista, a ferramenta pode ser usada para captar prospects, divulgar produtos e serviços, reforçar ou desenvolver uma marca, criar ou aprimorar o relacionamento com os alunos, além de aumentar a base de clientes cadastrados no site da empresa. Na academia de Curitiba, as ações são pensadas mensalmente de acordo com a demanda. “Já trabalhamos com desconto, envio de brindes, arrecadação de roupas e brinquedos para instituições carentes. O importante é impactar o aluno dentro ou fora da academia”, explica Walter Hamann. Edriane se lembra de uma promoção que eles lançaram durante o inverno. “Fixamos logo o slogan: o que te faz sair de casa com chuva e frio? Só um bom desconto. Conseguimos excelentes resultados, já que reduzir o valor das mensalidades é sempre um bom atrativo”, comenta.

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marketing A receita do bom e-mail marketing

“Uma mensagem que utilizar no assunto palavras em letras maiúsculas ou termos como frete grátis, promoção, compre já, irá receber uma pontuação muito alta, será classificado como spam e não será entregue a seu destinatário. Com muitos envios simultâneos, as empresas podem cair na lista negra dos provedores e seu domínio ou IP podem ser bloqueados, impedindo que os usuários destes provedores recebam seus comunicados”, explica o diretor de marketing. A empatia com os clientes também contribui para que os e-mails não sejam descartados. “Nós consideramos somente as pessoas conhecidas da empresa na elaboração do mailing. Dentre eles estão: alunos ativos, inativos e os seguidores das mídias sociais da Corpus. Dificilmente o destinatário descarta os comunicados, pois primamos pelo bom relacionamento entre os clientes e a academia. Mas quando isso

Paulo Kendzerski, WBI Brasil

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Benefícios Para extrair o melhor resultado do e-mail marketing, é importante planejar adequadamente para evitar extremos: abusar do envio ou deixar um espaço grande entre um comunicado e outro.

Kendzerski ressalta dois benefícios da estratégia. Um deles referente à ativação e lembrança da marca, “já que toda vez que os usuários recebem o e-mail e verificam o conteúdo, estão identificando a marca da empresa, mantendo-a na mente”. O outro está ligado diretamente aos resultados. “Toda vez que um usuário recebe um e-mail e clica nele, é disparado um processo de negócio imprescindível para seu sucesso. Temos exemplos de empresas nas quais 20% do faturamento provêm do e-mail marketing”, conclui.

É importante alinhar o objetivo ao tipo de comunicado on-line que irá ser disparado. Veja mais dicas do especialista: Objetivos

Tipos de e-mail marketing

Comunicação

Newsletter Release para a imprensa

Geração de vendas

Up e cross selling (aumento de vendas e vendas cruzadas) Aquisição de prospects

Formação de mailing Indicação

Marc elo A mara l

“Toda vez que um usuário recebe um e-mail e clica nele, é disparado um processo de negócio imprescindível para seu sucesso. Temos exemplos de empresas que 20% de seu faturamento provêm do e-mail marketing”

acontece, recebemos o aviso e, assim, vamos atualizando os dados”, comenta.

Suporte

Respostas a solicitações de suporte e SAC Extratos

Relacionamento

Confirmação de inscrição em eventos, concursos, campanha etc.


Mercado & tendências O design faz toda a diferença

Criativos e funcionais Designers brasileiros conquistam mercado com projetos inovadores. Profitness recebe premiações por aparelhos da linha de musculação e “bike indoor”

sido selecionados por outra comissão julgadora, em agosto. Além dos troféus Prêmio Senai-SP Excellence Design destinados aos vencedores, todos os 52 produtos receberam o Selo Senai-SP de Excelência em Design. Divulgação

o

desenho industrial é uma das quatro formas de registro de propriedade industrial existentes no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão federal responsável por concessão de patentes de software e de marcas.

Segundo relatório divulgado pelo INPI, os empreendedores brasileiros aumentaram o volume de invenções que demandam a formalização do design. O número de registros de desenhos industriais cresceu 43% somente na última década. Apenas para ter uma ideia da evolução, foram feitos, no ano 2000, 3,6 mil pedidos junto ao órgão. Em 2009, foram contabilizados outros 5,1 mil. A Profitness, fabricante de equipamentos para academias de ginástica, é uma das empresas que contribuem para engrossar essas estatísticas. Reconhecida pelos investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, a empresa recebeu, em novembro, dois prêmios do Serviço Nacional da Indústria de São Paulo (Senai-SP) pelos projetos da bike indoor NOOXI e da linha de musculação Origym. A cerimônia de premiação ocorreu no Teatro do Sesi, e os vencedores em diversas categorias foram escolhidos por um júri composto de representantes de instituições de ensino e especialistas em design entre um total de 52 produtos que haviam

Afonso Lodovico, diretor comercial da Profitness, recebeu a premiação em cerimônia que reuniu mais de 300 convidados

De acordo com Sheila Brabo, gerente do Senai-SP, a intenção do prêmio é valorizar o design aliado a novas técnicas, materiais alternativos e tecnologias de ponta na concepção e desenvolvimento de produtos. “Pretendemos destacar a importância do conhecimento em design na formação dos profissionais, como também as suas múltiplas aplicações pela indústria paulista”, complementa Walter Vicioni Gonçalves, diretor do Senai-SP.

De 2000 a 2009, o INPI recebeu mais de

48,6 mil

pedidos de registro de patentes de designs

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Mercado & tendências A nova concepção dos spas

Relaxar

dá dinheiro 40 Fitness Business | nov/dez 2010


Com faturamentos médios mensais que podem chegar a R$ 25 mil, os spas tornaram-se atrativa opção de investimento, principalmente em grandes centros urbanos, onde todos querem “apenas” fugir do estresse Por Juliana Lanzuolo

a

partir da década de 1980, o Brasil começou a abrir as portas para um novo segmento de negócios voltado ao público obeso ou com sobrepeso, cujo objetivo era emagrecer. Uma sucessão de atividades físicas obrigatórias, dietas hipocalóricas e acompanhamento médico interdisciplinar compunham a rotina dos pacientes dos spas. “O conceito inicial tinha um tom de sacrifício em que as pessoas se enxergavam distantes da família e dos amigos, em uma corrida contra o tempo para eliminar peso, comendo pouco, praticando uma série de exercícios, supervisionadas por uma equipe médica”, diz Margot Verrino, gerente administrativa do Resort e Spa Recanto das Águas, em Balneário Camboriú (SC). A gerente conta que, aos poucos, foi sentindo a necessidade de considerar um espaço para receber os filhos dos internos. Hoje, o estabelecimento disponibiliza atividades de recreação no resort para as crianças, enquanto os pais são submetidos aos tratamentos. “O que também mudou é que, anteriormente, os frequentadores contavam os dias para deixarem o spa, quando hoje desejam permanecer com prazer, pois estão em busca de qualidade de vida, bem-estar e da reeducação alimentar”, afirma Margot. O conceito foi se remodelando conforme a demanda de mercado e perfil dos clientes. Bem-estar, tratamentos relaxantes e cuidados com a mente são os novos pilares dos spas modernos. Os tratamentos de emagrecimento e estética ainda estão nos menus oferecidos por essas clínicas, mas já não são os principais requisitos exigidos pelos frequentadores, pelo menos nos spas urbanos.

“O estresse passou a ser o principal motivo pelo qual os clientes buscam hoje um spa, aliado, claro, a programas de beleza e rejuvenescimento. Enquanto o emagrecimento não tinha um perfil de idade claramente definido, o novo usuário de spa tem entre 40 e 60 anos, é economicamente ativo e busca ter uma aparência jovem”, afirma Tânia Ginjas, proprietária da Salon & Spa Club, empresa de consultoria e gestão no segmento. “Spas” urbanos Beleza e relaxamento a poucos metros de casa ou do trabalho. É nesse filão que spas urbanos e clínicas de bem-estar apostam para conquistar cada vez mais adeptos aos tratamentos estéticos, mas que não podem tirar uma semana para relaxar em locais mais afastados. É possível montar um spa urbano em salas comerciais, casas ou em parcerias com hotéis. Eles podem oferecer serviços iguais aos centros de beleza distantes das cidades grandes. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC) o retorno do investimento leva, em média, dois anos. O chamariz atual desses centros é oferecer o day spa ou o half day spa, no qual o cliente passa o dia, ou parte dele, fazendo tratamentos de beleza e relaxamento. A Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas) estima que haja em torno de mil spas no País, com faturamento mensal médio de R$ 25 mil por unidade. Ao todo, o segmento gira em torno de R$ 300 milhões de faturamento anual. “Nos últimos anos, os spas ampliaram seus produtos e serviços, correlacionando-os à saúde e ao bem-estar, benefícios que o consumidor em geral procura. Por isso, o mercado está em franca

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Mercado & tendências A nova concepção dos spas

expansão e, para 2011, projetamos um crescimento de 20%”, afirma Gustavo Albanesi, presidente da Associação. Antigamente, frequentar spa era privilégio do cliente premium. Hoje, os estabelecimentos partem rumo à popularização e criam nichos específicos de atendimento, tentando se aproximar das camadas com menor poder aquisitivo, mas que se dariam ao luxo de passar um fim de semana em um estabelecimento como esse. “O consumidor passou a buscar esse tipo de experiência quando está em férias nos centros urbanos, daí mais uma demanda a ser atendida pelo day spa. Além disso, os preços têm se ajustado gradativamente para atender às diferentes classes sociais”, explica Tânia Ganjias. A consultora ressalta também a ação de sites promocionais e de marketing que impulsionam o mercado. Outro exemplo foi o Spa Week, cuja primeira edição, em abril de 2010, tornou mais acessíveis os serviços estéticos. Somente em São Paulo, o evento reuniu mais de 30 spas, que ofereceram massagens, hidratações e outros serviços por um preço fixo e mais baixo que o encontrado normalmente.

fotos: Divulgação

Elas são a maioria A mulher ainda é o cliente em potencial, totalizando 70% do público

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que procura pelos serviços oferecidos. “Elas frequentam os spas para fazer tratamentos de beleza, terapias à base de água, massagens como shiatsu e reflexologia e até consultas de ayurveda, linha indiana que analisa as zonas de energia do ser humano”, explica Tânia. A clientela masculina, embora em menor número, cresce em ritmo constante e já constitui 20% do público dos spas. “O perfil desse grupo é o executivo que vive sob alta pressão e está atento a sua boa condição mental e emocional”, diz a consultora. Os 10% restantes são pessoas da terceira idade, que buscam a longevidade com qualidade de vida. Para os curiosos de plantão vale lembrar que a palavra spa deriva da expressão latina “salus per aquam”, que significa “saúde pela água”, em função do fato dos primeiros estabelecimentos datarem da época do Império Romano, quando eram comuns os tratamentos termais feitos em casas de banho. Para Tânia, a mudança na concepção do setor trouxe à tona esse conceito. “Como dizia o famoso médico grego Hipócrates, a receita de saúde é um banho aromático e uma massagem diária. O homem moderno resgatou isso e, desde então, centros de beleza e bem-estar se multiplicaram nas cidades”, conclui.


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políticas públicas

São Paulo (SP)

Na contramão do sedentarismo Procurando deixar de lado o estigma de metrópole “preguiçosa”, calcada em hábitos noturnos, São Paulo cria espaços públicos voltados à prática de atividades físicas. Alguns deles já têm até mesmo fila de espera

Divulgação

Por Adriano Zanni

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ão precisa ir muito longe. Levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde, realizado em 2008, revela: um em cada cinco paulistas é sedentário ou não pratica atividade física de maneira adequada para manter a saúde em dia. Até aí, nenhuma novidade aparente. Quem se recorda da pesquisa, que ouviu 2,6 mil pessoas de ambos os sexos, acima de 14 anos, de diferentes faixas etárias, escolaridade, classes sociais e profissões na cidade de São Paulo e em

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São Paulo (SP)

Divulgação

políticas públicas

Basta um “pulinho” até a mesma academia, no extremo da zona sul paulistana, e verificar a longa lista de espera de pessoas interessadas em utilizar o espaço. Seis meses após sua implementação, já são mais de mil cidadãos na fila. Outros 365 já desfrutam da unidade que está bem próxima de chegar a sua capacidade limite: 420 usuários. Expectativa certeira Segundo Marivaldo Luiz Ferraz, coordenador do Núcleo de Esporte e Lazer do CEU Campo Limpo, a alta demanda já era uma realidade aguardada em função do aumento de consciência por parte da população em relação aos benefícios da atividade física para prevenir o surgimento de doenças e aumentar a longevidade.

a adoção de campanhas e políticas públicas voltadas à qualidade de vida trouxeram novo alento também aos profissionais ligados à atividade física Mary Elisabeth de Mello Mandina, CEU Campo Limpo

outras 13 regiões do estado, sabe que 19,4% desses entrevistados não atendem, portanto, às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o acúmulo de 30 minutos de atividades físicas diárias. Também não precisa ir muito longe para relembrar uma matéria da própria Fitness Business, na edição 47, que abordava justamente a inauguração de espaços que tendem a mudar esse cenário, como a academia recéminstalada no Centro Educacional Unificado (CEU), no bairro Campo Limpo, na capital paulista, para ver que iniciativas em prol do conceito de bem-estar começavam a surgir. Se, ainda assim, restavam dúvidas quanto à importância das atividades físicas no cotidiano das pessoas, mesmo aquelas menos esclarecidas, e como o poder público deve centrar esforços e investimentos para a adoção de políticas preventivas em vez de dedicar-se exclusivamente à ampliação de postos de saúde e hospitais, não precisa ir muito longe novamente.

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“Apesar do pouco tempo de existência do projeto, temos recebido inúmeros relatos, por parte dos alunos, informando que já perderam peso, estão mais dispostos e ativos e até conseguiram controlar a hipertensão. Tais relatos de sucesso e melhoria na vida dos usuários nos motiva a realizar um trabalho de atendimento cada vez melhor. Pretendemos atender a cerca de 600 alunos, mas, para isso, será preciso envolver um número maior de parceiros e profissionais”, destaca. Para Mary Elisabeth de Mello Mandina, gestora do CEU Campo Limpo, a adoção de campanhas e políticas públicas voltadas à qualidade de vida trouxeram novo alento também aos profissionais ligados à atividade física. “O prefeito Gilberto Kassab e o secretário de Educação Alexandre Alves Schneider entenderam o quanto seria benéfico para a população, principalmente no que diz respeito à prevenção de doenças causadas pela falta de atividade física, como diabetes, osteoporose e hipertensão. Essa


implementação foi uma ação pioneira, promovendo o acesso das pessoas carentes a um equipamento relativamente caro e quase inacessível à comunidade das regiões mais periféricas da cidade”, complementa. Novos horizontes Em novembro, São Paulo deu o pontapé inicial a outro importante projeto que promete levar qualidade de vida às pessoas com mais de 50 anos. O pioneiro Circuito de Exercícios para Equilíbrio e Prevenção de Quedas de Idosos foi idealizado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) e deve abrir diversas frentes de trabalho para educadores físicos e fisioterapeutas na capital paulista.

O circuito foi elaborado na UniSant’Anna, instituição de ensino localizada na zona norte de São Paulo, onde os fisioterapeutas desenvolveram os protocolos de aula, com os exercícios de aquecimento, alongamento, as estações de trabalho e o desaquecimento.

tras áreas públicas e a adesão foi tamanha que, agora, o projeto será permanente”, destaca Rossa. Para o especialista nesse tipo de atividade, há uma certa carência de propostas de exercícios viáveis, técnica e economicamente, para a prevenção de quedas nessa faixa etária da população. O circuito conta com 12 estações, podendo ser iniciado em qualquer uma delas e completado em cerca de 30 minutos. Durante a primeira fase de treinamentos, foram realizadas dez sessões, duas vezes por semana, de 45 minutos cada, em 26 indivíduos idosos. O resultado da pesquisa, que será publicado em 2011, mostrou que os exercícios de equilíbrio promoveram a melhora significativa entre os escores obtidos pela Escala de Equilíbrio de Berg no pré e no pós-teste, e redução considerável do risco de quedas (redução do Índice de Possibilidade de Queda – IPQ) entre os idosos que aderiram

ao programa, explicita Marcelo, que faz questão de ressaltar a importância das parcerias público-privadas para que mais ações dessa natureza sejam levadas até a comunidade. A ONG Instituto Fitness Brasil aderiu ao projeto e deve divulgar por intermédio do site www.fitnessbrasil.com.br vagas existentes para profissionais de educação física e fisioterapia interessados em prestar serviços nos circuitos de forma remunerada. O valor da hora-aula deve girar em torno de R$ 50. Além disso, o Instituto viabilizará a doação de acessórios esportivos para realização das atividades propostas por meio de parcerias que estão sendo firmadas com fabricantes.

Divulgação

Segundo o professor Marcelo Muniz Rossa, um dos coordenadores do projeto, outra etapa da metodologia de trabalho consistiu na aplicação de um questionário de avaliação, feito com todos os idosos que adentraram ao circuito com o objetivo de mensurar o risco de queda aos quais estavam expostos, bem como a frequência com que tais incidentes aconteciam. “Também desenvolvemos atividades para serem feitas em dias de chuva. Tudo isso se transformará em um manual que acompanhará a instalação de futuros circuitos que implementaremos junto com as Secretarias Municipais de Esportes e da Saúde. Já realizamos diversas ações em parques da capital e ounov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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gestão/rh

O Ecad e as academias

shutterstock

Dançando conforme

a música Mais de 8 mil estabelecimentos já aderiram à Lei dos Direitos Autorais que regulamenta a utilização do som ambiente em suas dependências

Por Simone Bernardes

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ão é de hoje que especialistas e profissionais das mais diversas áreas travam debates em torno de uma questão bastante polêmica: os direitos autorais. Para regulamentar as ações que envolvem o assunto, o Brasil revogou, em 1998, a Lei Federal 9.610, ou Lei dos Direitos Autorais, criada ainda no final da década de 1970, dando origem a um novo texto.


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O ECAD e as academias

A legislação atual determina que toda pessoa física ou jurídica, como promotores de eventos, donos de estabelecimentos comerciais, hotéis, salões de festas, redes de comunicação, entre outros, que faça uso de músicas em locais de frequência coletiva deve efetuar o pagamento da retribuição autoral. O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) é o órgão responsável por arrecadar e distribuir os direitos autorais provenientes da execução pública musical no País. O gerente-executivo de Arrecadação do Ecad, Márcio Fernandes, explica que a finalidade dessas ações é fazer que o empresário compreenda a importância de valorizar o trabalho de compositores e artistas. “Como em qualquer outra atividade, quem cria a obra deve receber o devido reconhecimento e tem o direito de autorizar seu uso por terceiros”, afirma.

Ecad possui mais de

8 mil academias

shutterstock

gestão/rh

cadastradas. Desse total,

menos de 1%

já recebeu alguma notificação pelo não cumprimento da lei agências credenciadas. Os representantes do órgão são responsáveis por fazer as visitas aos estabelecimentos que utilizam música, além de realizar cadastros e informar sobre a importância da retribuição autoral, a existência da Lei dos Direitos Autorais, como é feita a distribuição, as possíveis sanções e medidas judiciais previstas caso o usuário não efetue o pagamento.

O Ecad possui 28 unidades próprias espalhadas pelo Brasil e outras 136

panorama de arrecadação De acordo com levantamentos feitos pelo Ecad no mercado de academias do Brasil, o número de estabelecimentos que aderem à lei cresce a cada ano. O gráfico abaixo mostra esses índices:

23,7% 20,7% 17,1%

“O valor cobrado de cada estabelecimento é calculado com base na metragem das áreas sonoras. Em São Paulo (SP), por exemplo, cada 10 m2 corresponde a R$ 46,96. Esses números variam de uma região para outra”, completa Fernandes. O site do Ecad (www. ecad.org.br) disponibiliza uma calculadora que informa as taxas e valores completos de cada estabelecimento. A favor da maré Ainda segundo o gerente-executivo de Arrecadação, os empresários e gestores de academias revelam-se muito conscientes em relação à importância de respeitar a lei. “O Ecad possui mais de 8 mil academias cadastradas. Desse total, menos de 1% já

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recebeu alguma notificação pelo não cumprimento da norma desde que ela foi reformulada”, enfatiza.

as fatias do bolo O Ecad é administrado por dez associações que representam os titulares de obras musicais como intérpretes, produtores fonográficos, músicos e editores nacionais e estrangeiros que a elas são filiados. Veja como é feita a distribuição de valores arrecadados pelo órgão:

7,5%

17%

75,5%

Francisco Alder é um dos empresários do setor fitness que cumprem a legislação por acreditar na importância do que ela estabelece. “Vale a pena seguir a determinação, uma vez que a música é uma ferramenta imprescindível aos negócios que tocamos”, ressalta. Alder é proprietário das duas unidades da academia Gym e também da Fitseven, localizadas em São Luís, no Maranhão. Somadas as áreas sonorizadas dos três estabelecimentos, o empresário paga o valor de arrecadação sobre 1.100 m 2. “Acho o valor justo e trata-se de uma despesa fixa em meu orçamento”, finaliza.


Fitness Brasil

2011 Programe já sua agenda: as maiores feiras de bem-estar do ano estão com data marcada e você não pode faltar!

21 a 24 de abril • Santos, SP

14 a 16 de julho • Rio de Janeiro, RJ

1 a 3 de setembro • São Paulo, SP

30 de setembro a 2 de outubro • Salvador, BA

www.fitnessbrasil.com.br 52 Fitness Business | nov/dez 2010


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caso de sucesso

Luciano D’Elia

Filho de peixe e

le cresceu dentro da academia e o resultado não poderia ser outro: a paixão pelos esportes e a busca pela qualidade de vida. Luciano D’Elia, 35 anos, paulistano, casado, pai de dois filhos, afirma ter o pai como espelho quando o assunto é direcionamento de carreira. Poderia ter sido mais um no cenário, mas resolveu ir além, tornou-se pioneiro de uma modalidade conhecida como treinamento funcional, propagada aos quatros cantos do planeta, mas que pouco contamina ainda o universo das academias. Hoje, o empresário dedica boa parte de seu tempo à sociedade composta pela Body Systems, o Portal da Educação Física e a W12, que integram a Tribes Company. Sua empresa, a Core 360º, nada de braçada quando o assunto é capacitação de educadores físicos para trabalharem com treinamento funcional. Somente em 2010, 800 professores passaram pelos cursos ministrados por Luciano e sua equipe. O empreendedor espera um crescimento de 100% em relação ao faturamento obtido no ano anterior. “Ter vivido nesse ambiente durante tanto tempo, junto do meu pai, com certeza foi decisivo e teve uma influência positiva na minha orientação. Mas o fato é que interferir de maneira saudável na vida das pessoas, trabalhando com saúde e movimento e, desde o início, com o treinamento funcional me deu a possibilidade de criar, inovar, ampliar as possibilidades do mercado”, diz.

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BERÇO ESPLÊNDIDO Meu pai, Ricardo D’Elia, foi um dos pioneiros do fitness no Brasil e empreendedor de academias como Marathon, Companhia Athletica, Physis e Fórmula, criando as primeiras grandes redes. Desde que me entendo por gente, estive ao lado dele e com meus irmãos dentro da academia, diariamente, vivendo de maneira bastante intensa o dia a dia e o ambiente do negócio. Sempre estive envolvido com esportes desde muito cedo, começando com o caratê, passando por várias artes marciais como jiu-jítsu, capoeira e também ginástica olímpica, basquete, entre outros. PRIMEIROS PASSOS Meu trabalho com treinamento funcional começou em 1998. Fazia a preparação de lutadores de jiu-jítsu. Na época, tinha uma academia chamada Única, em Moema, na zona sul de São Paulo, em que comecei a adaptar exercícios para conseguir fazer com que os treinamentos desses atletas pudessem se tornar mais específicos. Em uma viagem aos Estados Unidos, vi que começava a surgir um termo que definiria uma forma diferente de os atletas treinarem, que era o functional training. Trouxe a modalidade para o Brasil e, a partir daí, me envolvi com a preparação de atletas das mais diversas atividades esportivas. Os resultados começaram a ser tão bons que, em 2000, decidi que começaria a disseminar esse conceito, promovendo cursos gratuitos. Como resultado, promovi o primeiro evento internacional de treinamento funcional, em outubro de 2001. Comecei um trabalho com o Sesc-


São Paulo de introdução do treinamento funcional em todas as suas unidades. MASSIFICAÇÃO O clima foi se tornando tão positivo que, em 2006, fui convidado pela Nike para lançar um produto novo, o tênis Nike Free, com um evento de treinamento funcional, que reuniu 500 pessoas. Observando a demanda, percebi que havia chegado o momento que esperava desde 1998: a aplicação do treinamento funcional em larga escala, no Brasil todo. JOGO DE XADREZ Comecei a planejar qual seria a melhor forma de estruturar o negócio de modo que permitisse essa expansão. Numa reunião sobre esse tema com meu pai, falando a respeito do mercado, comentamos que a única empresa que fazia isso com sucesso no Brasil era a Body Systems, liderada por Paulo Akiau. Conhecíamos o Paulo desde os tempos da Fórmula Academia, quando ele e meu pai trabalharam juntos. Sugeri marcarmos uma reunião para falarmos sobre certificação em treinamento funcional. Foi o xeque-mate para criação do Core 360º, que surgiu depois de um ano de muitas conversas. A VIRADA DO TABULEIRO Não houve apenas um, mas vários momentos decisivos que ajudaram a construir esse caminho de conquistas. O mais importante foi em 2007, quando decidi abrir mão de meus

outros negócios, do meu estúdio e da empresa de consultoria, para me dedicar ao novo projeto em parceria com a Body Systems. A sociedade trouxe-me exatamente o que precisava: logística, distribuição e inteligência empresarial. Isso faz toda a diferença em nossos resultados. DUROS NA QUEDA Quando comecei a falar de treinamento funcional, há mais de dez anos, tinha todo tipo de reação negativa. Com o passar dos anos, a reação diminuiu, mas outros desafios surgiram, principalmente em relação à viabilidade e à aplicabilidade prática do conceito. Sempre encarei as dificuldades como desafios e oportunidades, o que sempre favoreceu que avançasse. VERSATILIDADE Hoje, o termo treinamento funcional gera bastante interesse. Nossa marca está baseada na aplicação prática de 12 anos, nas referências científicas mais atuais, no trabalho de mais de 80 colaboradores no Brasil e no exterior. Nós existimos para atender uma necessidade de nossos clientes: o personal trainer, o fisioterapeuta e o preparador físico. Vejo o treinamento funcional como treinamento de movimento, uma solução completa de condicionamento físico, onde se treina para explorar todo potencial que o corpo possui, seja você um atleta de alto nível ou uma criança, um idoso ou alguém que busca melhorar a forma física.

CALCANHAR DE AQUILES É fato que o treinamento funcional vem sendo apontado como tendência mundial, mas ainda não é um produto encontrado nas academias. Isso acontece por vários motivos. Os principais, na minha visão, são a falta de uma metodologia bem-estabelecida, falta de um espaço próprio para a prática dessa atividade e a não formatação da embalagem para apresentação ao cliente. NATURALMENTE EMPREENDEDORES Em janeiro de 2011, inauguraremos o primeiro Centro Oficial de Treinamento do Core 360º, onde ofereceremos a possibilidade de vivência prática de nossa metodologia. Atualmente, temos 40 colaboradores entre a operação do escritório, treinadores, a área de pesquisa e desenvolvimento e a equipe comercial. Em 2010, tivemos 250 cursos de formação, número que irá dobrar em 2011. Cerca de 2.800 professores passaram por nossos treinamentos e projetamos um crescimento de 100% para o ano que vem. Quanto às tendências, vejo um cenário onde Brasil cria as tendências e não mais as segue. Somos um país com economia forte e que sediará, na mesma década, Copa do Mundo e Olimpíadas. Esse cenário gera a possibilidade real de sermos, em curto tempo, a maior potência mundial do fitness. Então, mais do que olhar para fora para enxergar tendências, creio que nosso foco está em olhar para dentro e aproveitar nosso potencial para inovar e criar. nov/dez 2010 | FITNESS BUSINESS

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equipamentos & cia_

Relógios / Monitores cardíacos

Em busca da

batida perfeita Os novos recursos de relógios e monitores cardíacos auxiliam os praticantes de atividades físicas na melhoria de seu desempenho

Estimativa de gasto calórico

Por simone bernardes

Os relógios e monitores cardíacos deixaram de se ater apenas ao cronômetro para tornarem-se ainda mais funcionais durante a prática de exercícios físicos. Diversas marcas lançam, a todo o momento, produtos que unem diversos recursos tecnológicos que auxiliam os praticantes na melhoria de seu

desempenho. “Quanto maior o número de informações disponibilizado pelos aparelhos, melhor será o desempenho nas atividades”, afirma Mauro Guiselini, diretor do Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa e especialista na área.

Monitor de treino

Confira o quadro comparativo e escolha o modelo ideal!

Frequência cardíaca

Diferencial

garantia

preço onde encontrar

56 Fitness Business | nov/dez 2010


AR7200 – Armani

PM 18 - Beurer

FT1 TRA/BLK - Polar

TI5J985 – Timex

Controle da zona-alvo de exercício e memória que registra o tempo total de exercício

Sistema que o ritmo ideal de passos para cada atividade. Também possui controle de velocidade para cada exercício

Medidor de consumo de caloria e gordura

Contador que registra até 99.999 passos. Além de programa de intervalos

Sensor de atividade que calcula o número de passos e um programa que sugere a zona-alvo de treinamento

Registra batimentos de 30 e 180 bpm

Aponta os batimentos cardíacos ideais para a melhora do condicionamento físico

Calcula média e o máximo da frequência cardíaca

Aponta os batimentos cardíacos e calcula a média de batimentos em cada atividade. Também possui controle de batimentos com alarme sonoro

Sensor meteorológico indica a previsão do tempo

Informações sobre a capacidade aeróbica

Resistência à água

Equipado com GPS fornece leitura dos pontos cardeais durante o percurso

1 ano

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Artigo Carlos Dranger

Não basta uma boa marca.

É preciso saber

utilizá-la

q

uando avaliamos a forma e a utilização das marcas pelas empresas, independentemente do segmento ou do porte, podemos notar uma verdadeira proliferação no uso indevido da imagem pelas companhias. No entanto, a marca deve ser vista como expressão de valor e, dessa forma, antes de aplicá-la desordenadamente, é preciso avaliar onde, quando e por que devemos expor o principal símbolo da companhia.

Carlos Dranger é diretor associado da Cauduro Associados e arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1974). Dirigiu o setor de comunicações da Olivetti do Brasil. Como diretor de Criação, foi responsável por inúmeros Projetos de Identidade de Marca para grandes empresas brasileiras. Foi diretor da ADG Associação dos Designers Gráficos, possui diversos projetos e artigos publicados no Brasil e no exterior

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Na maioria dos casos, o que vemos é o uso da marca como expressão de posse, ou seja, como um registro de propriedade. As companhias aplicam a marca para reforçar que aquele material, ou equipamento, pertence a ela. Porém o objetivo da exposição não deve ser demarcar território, mas contribuir para a valorização da marca e da empresa. Quando utilizada indiscriminadamente, a exposição, ao invés de criar valor, gera um resultado contrário e conduz a sua banalização. De modo geral, há alguns conceitos que devem ser claros para uma boa gestão de marca. O primeiro, e o mais importante, é não utilizar a marca como carimbo. Não podemos automatizar o uso da marca, aplicando-a em tudo que vemos pela frente. É necessário sempre questionar a razão pela qual a marca deve ser aplicada nos materiais. Casos de materiais degradáveis ou sujeitos à depreciação, por exemplo,

capachos, lixeiras, guardanapos etc. Nós queremos ver nossa marca pisada, suja, deteriorada? Quando a aplicação for por uma questão fiscal ou jurídica, o recomendável é utilizar apenas a razão social. Assim, podemos elencar alguns locais onde não devemos incluir a marca: placas de trânsito ou de segurança, sinalização de serviços, paredes de instalações industriais, caixas d’água, chaminés, etiquetas de patrimônio (como as incluídas em computadores e mobiliário, por exemplo), equipamentos diversos genéricos, que não têm relação com a atividade da empresa, entre outros. Considerando o objetivo de sempre agregar valor, a marca deve ser utilizada em locais que demonstre esta valorização. De modo geral, ela deve estar em nosso peito e em nossa mente; assim, a aplicação em uniformes e capacetes é recomendada. Também devemos expor nossa marca para aqueles que chegam à companhia, o que significa sempre incluí-la nas portarias, recepções, identificação de prédios, setores ou áreas específicas. Se há a necessidade de dialogar com consumidores ou clientes, as mensagens também devem ser assinadas com a marca para reforçar a credibilidade necessária. Marca não é registro de propriedade. Marca é expressão de valor.


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