Ano 13 - nº 68 - dezembro 2010
Criativas e
funcionais as Embalagens aperfeiçoaram-se e assumiram novas funções ao longo dos tempos. A mais recente é conectar os consumidores aos sites dos produtos e das empresas
Gelatina para todos Mitos e verdades sobre o produto que traz inúmeros benefícios à saúde. Tortuguita já aderiu ao sabor
na mão certa Instituto Arcor apoia programa que ajuda a combater a violência e a exploração sexual de menores nas estradas brasileiras
Machu Picchu As ruínas das primeiras civilizações que habitaram as Américas, a natureza exuberante e a culinária sofisticada
03 perspectiva Nos trilhos do crescimento
04 expressão
Caio Ribeiro: um ponto fora da curva. Ex-jogador de futebol e atual comentarista esportivo fala sobre carreira, filhos, responsabilidade social e a Copa do Mundo de 2014
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EXPEDIENTE A Revista IMPULSO é produzida sob a responsabilidade da área de Marketing da ARCOR Brasil e dirigida a seus colaboradores, clientes e parceiros comerciais.
campanhas & ideias Hotsite de Natal: mais lúdico, mais interativo
Coordenação: Meire de Souza – Gerente de Serviços de Marketing
campanhas & ideias
Conselho editorial:
Novos comerciais de TV para Tortuguita e Poosh Fizz! viram sucesso na internet
Jorge Conti, Gabriel Porciani, Rodrigo Peçanha, Otameiry Furtado, Sandra de Souza e Célia Aguiar
Colaboradores:
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capa Embalagens. Elas tornaram-se mais funcionais e encaram agora um novo desafio: conectar o consumidor aos sites das empresas e produtos
Juliano Almeida, Margareth Moura e Caroline Oliveira
Projeto editorial: Trama Comunicação
Diretora de redação: Leila Gasparindo MTb: 23.449
Editora-chefe: Helen Garcia MTb: 28.969
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vida saudável Os benefícios da gelatina, nossa amiga de todas as horas
Editor-assistente: Adriano Zanni MTb: 34.799
Reportagens: Adriano Zanni e Juliana Lanzuolo
Revisão gramatical e ortográfica: Gisele C. Batista Rego
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viagens & gastronomia Ruínas de antigas civilizações, natureza exuberante e gastronomia refinada: tudo isso faz parte de Machu Picchu, no Peru
atitude cidadã Projeto Na Mão Certa, apoiado pelo Instituto Arcor, ajuda a combater a violência e a exploração sexual infantil nas estradas do Brasil
Revisão, desenhos e imagens: Gilberto Colorni
Projeto gráfico e design: Arthur Siqueira
Impressão: A.R. Fernandez Tiragem: 6.000 exemplares Entre em contato conosco: Suas sugestões, críticas e ideias contribuirão com nossa publicação. E-mail: impulso@arcor.com
capital humano
Twitter: @ArcordoBrasil
Programa de Oportunidades Internas (POI): desenvolvimento de talentos e fidelização de colaboradores
23 nossa gente
Juliana dos Santos Oliveira, colaboradora da área de Trade Marketing, revela como deu uma guinada em sua trajetória pessoal e profissional
Arcor Brasil Ltda. Rua Olimpíadas, 205 – 16º andar CEP 04551-000 - São Paulo – SP Tel.: (11) 3046-6800
Revista Impulso PERSPECTIVA
Nos trilhos do
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O ano de 2010 encerra-se com a certeza de esperanças renovadas e de indicadores ainda melhores para os negócios nos meses que virão. Os resultados conquistados pelas equipes de todas as áreas da empresa, neste período, confirmam a continuidade do crescimento virtuoso do grupo Arcor no território nacional. Já no primeiro trimestre, levamos ao mercado importantes e diferenciados lançamentos como o Tortuguita Gelatina e Poosh! Fizz, com significativos investimentos em campanhas publicitárias, veiculadas nacionalmente em canais abertos e fechados de televisão. Apresentamos também o inovador biscoito Triunfo Menos Sal, que é sucesso junto a seu público. Na Páscoa 2010, importante evento sazonal da companhia, consolidamos nossa posição e confirmamos, mais uma vez, a preferência dos consumidores pelos chocolates Arcor, desenvolvidos para todas as idades. Para este Natal, elaboramos uma linha de produtos especiais que já podem ser encontrados em milhares de pontos de venda. Produzimos os Panettones Arcor, Aymoré, Triunfo e Noel que chegam ao consumidor
repletos de novidades, com lindas embalagens para presente, design diferenciado, moderno e atrativo, reforçando nossa relação com as famílias brasileiras e o espírito natalino. Nós sabemos que todo esse sucesso é fruto de muito trabalho, excelentes parcerias, produtos de qualidade, preço justo e respeito a nossos clientes e consumidores. A responsabilidade com que tratamos nosso negócio é nosso maior orgulho! Para 2011, fica o compromisso de seguirmos trilhando o caminho do crescimento sustentável e o entusiasmo e a satisfação em comemorarmos, juntos, os 30 anos de atuação no Brasil e os 60 anos do Grupo Arcor no mundo. Que saibamos levar adiante tudo aquilo que plantamos durante essa trajetória, mas sem medo de mudar, ampliar visões e apresentar novos conceitos. Um feliz Natal a todos e um ano-novo de muitas realizações e prosperidade! Muito obrigado. Mario Pagani Presidente da Arcor Brasil
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Revista Impulso EXPRESSão
Pendurar as chuteiras? Que nada! Sh
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Caio Ribeiro, definitivamente, conquistou seu lugar como comentarista esportivo. Provou ser um ponto fora da curva quando o assunto é inserção de ex-jogadores de futebol em programas televisivos. Em entrevista, ele comenta as razões do sucesso por trás da bela estampa e do sorriso carismático em frente às câmeras
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Depois de consagrar-se como jogador de futebol, ele abandonou os gramados mais cedo do que normalmente acontece com os outros atletas para dedicar-se à carreira de comentarista esportivo. Ao lado de Tiago Leifert, apresentador do Globo Esporte, Caio Ribeiro demonstrou desenvoltura não só com a inseparável Jabulani, apelido dado à bola de futebol utilizada na última Copa do Mundo, mas também com o microfone e as improvisações no programa Central da Copa, sucesso de audiência. O programa aproximou o universo do futebol das mulheres e crianças com uma linguagem simples e bem-humorada e rendeu visibilidade ao atleta conhecido pela passagem no São Paulo. Pai de primeira viagem, aos 35 anos, Caio esbanja humildade e afirma que, como qualquer outra pessoa pública, só tem o microfone à disposição, o que não o torna diferente de ninguém. Como anda sua vida pessoal com a chegada do pequeno João? A gravidez de sua esposa, a estilista Renata Decousseau, coincidiu com sua atuação como comentarista no Central da Copa. Como você conseguiu conciliar dois momentos tão importantes?
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Caio Ribeiro - Durante a Copa do Mundo, fiquei praticamente 40 dias no Rio de Janeiro e a minha esposa ficava aqui em São Paulo. Nos víamos aos finais de semana quando ela ia para o Rio ficar comigo. Foi tranquilo, porque ela sabe a importância do evento e, graças a Deus, a gravidez dela foi supertranquila, não deu nenhum susto, então, deu pra conciliar bem. Em sua opinião, até que ponto a imagem de um ex-jogador consagrado de futebol inspira novas gerações? Caio Ribeiro - Olha, eu acho que são duas coisas diferentes. Minhas conquistas como jogador abriram portas para que eu me tornasse comentarista da TV Globo. Mas, hoje, eu vivo uma nova fase. Acho que a minha carreira como jogador dá credibilidade aos meus comentários. Desde que eu passei a sonhar em ser jogador e de ter uma imagem pública, tento passar exemplos positivos. É até natural, porque eu pelo menos me considero uma pessoa do bem: nunca me envolvi em nenhum escândalo. De que maneira você pretende transmitir isso para seu filho? Caio Ribeiro - Pretendo passar os valores
Zé Paulo Cardeal - TV Globo
que os meus pais me passaram. O valor da família, de respeito aos mais velhos, de saber se portar, de agradecer e de pedir desculpa quando estiver errado. E eu fui criado em um ambiente muito gostoso. Meus pais me deixavam livre para tomar minhas decisões, mas sempre estiveram ao meu lado, me mostrando o que era certo ou errado. Isso é o que eu e minha esposa pretendemos transmitir ao nosso filho. O que pensa sobre a área de responsabilidade social em nosso País? Como você analisa as iniciativas do governo nesse sentido e a adesão de empresas privadas às causas solidárias? Você já ministrou palestras para uma das unidades da rede de escolas Meninos da Vila sobre táticas de futebol e responsabilidade social. Esse trabalho é frequente? Caio Ribeiro - Tudo o que envolve criança faço com o maior prazer e não cobro nada por isso, pois estamos falando em educação, que é fundamental para melhorar o País. Eu e outros jogadores consagrados, que estão ou não ativos, fazemos jogos beneficentes ao longo do ano. Em dezembro, faremos um grande em Taubaté para ajudar a Apae e a instituição do Cafú (Alimentando Sonhos). Em relação à iniciativa privada ou responsabilidade social do nosso governo, eu estou meio descrente, pois não adianta termos leis se elas não são executadas. Nós descobrimos um monte de coisa errada que geram escândalos na mídia, revoltam as pessoas, mas, depois de um ano, todos já esqueceram. Eu não sou aquele cara que reclama e fica de braços cruzados. Acho que temos que fazer nossa parte. Mas sabemos que há empresas no país que se destacam nessa área e desenvolvem excelentes iniciativas socioambientais. Como foi trabalhar na Copa do Mundo? Quais experiências você levou para sua carreira como comentarista? Caio Ribeiro - Minha primeira Copa foi muito gratificante. Primeiramente, pela repercussão, porque eu sempre analisei o evento como torcedor ou como ex-jogador. Agora,
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Zé Paulo Cardeal - TV Globo
Revista Impulso EXPRESSão
No horário do almoço, o comentarista faz dupla dinâmica com o sempre descontraído apresentador Tiago Leifert: sinergia dentro e fora da “telinha”
eu vejo de outra forma: as pessoas nos ouvindo e sendo influenciadas de alguma forma pelos nossos comentários. Como é atuar com o Tiago Leifert? O que vocês trocam de figurinhas nos bastidores? Caio Ribeiro - O Tiago é um cara excepcional, sempre de bom humor e me deu toda a liberdade para trabalhar. Atuar com ele no Central da Copa foi o grande divisor de águas na minha carreira, já que o programa tinha um formato muito parecido com o que procuramos fazer no Globo Esporte, porém era algo inédito. A diferença é que tentamos transmitir o futebol com um pouco mais de bom humor, fazendo com que a mulher, a criança e o adolescente se identifiquem com o assunto, sem perder o conteúdo, a importância da notícia. O mais gratificante foi ouvir das meninas que o futebol era uma coisa chata, mas que, com a nossa abordagem, passou a ser legal de assistir. Assim como ele, você é um cara ligado nas mídias sociais, como Orkut, Facebook e Twitter? Caio Ribeiro - Eu tenho Orkut, que perdeu um pouco de espaço e estou resistindo ao Twitter, apesar de ouvir do Tiago que estou atrasado, que passou da hora de entrar (risos). Mas acho importante estar antenado a essas novidades tecnológicas.
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O Brasil irá sediar a próxima Copa. Quais suas expectativas em relação ao desenvolvimento social do País por conta de um campeonato dessa envergadura? Caio Ribeiro - Acho que o futebol é analisado muito como resultado e, é claro, que ele é importante. Mas se pensarmos em sediar a Copa apenas para sermos campeões, será um evento qualquer. Minha expectativa gira em torno da administração do dinheiro e da prestação de contas. Que nos inspiremos em Barcelona para se valer do evento para a melhoria do País na segurança, nos transportes e na infraestrutura das cidades que receberão os jogos. Para mim, será frustrante se o evento acabar e o Brasil continuar igual. Vai ter muito investimento, gerar muito emprego, além do fato de que estaremos em evidência, pois, na sequência, teremos as Olimpíadas. Então, se a preocupação for apenas a vitória, perderemos uma chance única de progredir. E o Mano Menezes no comando da seleção? Caio Ribeiro - Estou muito otimista. Acho que ele é um cara competente e equilibradíssimo, que vai somar ao talento da nova safra de craques como Neymar e Ganso, que estarão no auge daqui a quatro anos. Acho que a gente vai brigar pelo título, sim! E como é manter a isenção nos comentários em um País onde todos são apaixonados por futebol e têm suas predileções? Caio Ribeiro - O que me ajuda bastante é que eu perdi esse lado torcedor. Eu não tenho mais time. Juro! Existe até uma briga aqui em casa, porque a família por parte dos meus pais é toda são-paulina e a família da minha esposa é palmeirense. Aí, eu falo que quem vai decidir para qual time quer torcer é o meu próprio filho, ele será livre para escolher. Aí, o meu pai fica bravo e fala que ele vai ter que torcer para o time do pai. Eu respondo: “Paulo, o pai dele não tem mais time”. E meu pai retruca: “Tem sim! O pai dele é são-paulino”! (risos).
Revista Impulso CAMPANHAS & IDEIAS
Mais mágico, mais divertido e saboroso! Assim será o fim de ano dos consumidores, pelo menos no que depender do hotsite de Natal da Arcor, que traz concurso cultural, dicas natalinas e uma novidade para os internautas: os paper toys
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O novo hotsite de Natal Arcor espera estreitar o relacionamento com os consumidores e aproximá-los de suas marcas de Panettones em um ambiente virtual totalmente interativo e super “plugado” nas diversas mídias sociais (Facebook, Orkut e Twitter). Com layout moderno e fácil navegação, traz diversas opções de entretenimento para os internautas, como o concurso cultural “Livro Momentos Mágicos”, no qual os participantes concorrem a cestas de Natal recheada de produtos. Para participar, o usuário deve se cadastrar e enviar uma frase de até 140 caracteres contando com quem dividiria seu panetone de Natal e por quê?
Basta fazer o upload de uma foto sua ou de alguém especial, escolher um paper toy entre as quatro opções disponíveis (Papai Noel, Mamãe Noel, boneco de neve e duende), contar um momento mágico que viveu ao lado dessa pessoa e compartilhar com os amigos via Facebook, Orkut e Twitter.
A mensagem será publicada no livro Momentos Mágicos e o internauta também poderá divulgar sua frase nas mídias sociais ou enviá-la por e-mail para seus amigos. As dez frases mais votadas pelos visitantes do site serão premiadas.
Além destas ferramentas, na seção Dicas, o usuário encontra indicações de site para sorteio de amigo secreto pela internet, links que contam um pouquinho mais sobre a história da data, além de dicas preciosas que ajudam na decoração da mesa natalina, na recepção dos convidados para a ceia e a montar a emblemática árvore de Natal.
Interatividade Outra grande novidade do hotsite é o aplicativo que permite criar paper toys que são modelos em miniaturas, feitos em papel, para recortar e montar. Um jeito simples e divertido de compartilhar os momentos mágicos do Natal.
Sem contar, é claro, poder conferir toda a linha de Panettones das marcas Arcor, Triunfo, Aymoré e Noel, com seus deliciosos sabores e embalagens que são verdadeiros presentes. Agora é só acessar www.natalarcor.com.br e se divertir!
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Revista Impulso CAMPANHAS & IDEIAS
Sucessos
de audiência Arcor lança novas campanhas publicitárias para Tortuguita e Poosh! Fizz. Ambos os produtos ganharam filmes que circularam pelos principais canais abertos e fechados de televisão e também pela web
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No segundo semestre de 2010, dois produtos ganharam novas campanhas publicitárias veiculadas nacionalmente em canais abertos e fechados de televisão. Para divulgar o novo sabor gelatina de morango da irreverente Tortuguita, a equipe de marketing retomou a clássica brincadeira de criança de tocar a campainha de uma casa e se esconder. “No filme, a Tortuguita marrom faz uma visita para a Tortuguita branca. Para importuná-la, passa a tocar a campainha e a se esconder. Na quarta vez consecutiva em que a campainha toca, a Tortuguita branca abre a porta e acaba acertando seu amigo. Ao vê-lo amassado atrás da porta, ela se surpreende com o recheio de gelatina, novidade exclusiva da marca”, conta Gabriel Porciani, diretor de Marketing de Chocolates e Guloseimas.
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Intitulada “Agora tem Tortuguita com recheio de gelatina”, a campanha traz uma comunicação objetiva e clara, valorizando o grande diferencial de combinar chocolate com um recheio exclusivo. Além disso, o produto mantém a composição rica em cálcio, ferro e vitaminas. Segundo Porciani, o novo filme lança mão da tradição das personagens principais para promover os diferenciais acerca do novo produto. Para o desenvolvimento da campanha foram investidos valores significativos com a expectativa de fazer com que os consumidores se identifiquem ainda mais com a marca e experimentem o novo recheio, único na categoria. Desde o seu lançamento, a Tortuguita é recomendada pelos consumidores das mais distintas faixas etárias que criaram comunidades no Orkut e no Facebook e acessam com frequência os vídeos postados no Youtube. Marketing viral Já o filme do novo chicle Poosh! Fizz reforça o slogan “Sabor intenso como a amizade”, por meio de um clipe com um grupo de garotos dançando e onde se observam também grafismos que representam a efervescência do produto. Gabriel Porciani explica que o objetivo é mostrar aos consumidores que a Arcor está antenada às tendências de mercado, ressaltando o investimento na criação de sensações diferenciadas. “O novo chicle é o único no mercado com a sensação fizz e recheio em pó efervescente ácido no sabor morango”, completa. O filme tem um visual arrojado que representa a marca com modernidade, diferenciando-a dos concorrentes. Outra novidade é o carimbo na casquinha do chicle, reforçando para o consumidor que Poosh! é um produto extremamente original.
Para estrelar o filme, a Arcor convidou Gaae Mendes, adolescente que se tornou uma das mais novas celebridades na internet e entre os teens. A estratégia funcionou e o vídeo superou as expectativas em números de visualizações na web. O sucesso das campanhas veiculadas na internet explica o porquê de as empresas estarem substituindo o antigo boca a boca pela divulgação na web, contando também com as redes sociais. “A mensagem se espalha rapidamente e é uma ferramenta eficaz que complementa a estratégia maior de promoção do produto”, afirma Marcelo Cruz, coordenador do curso de Marketing da Universidade Metodista de São Paulo. O conceito de marketing viral advém da biologia e faz alusão à rapidez com que a mensagem atinge o público destinado. “Para compor uma estratégia dessa natureza, a empresa recorre a vídeos, e-mail, mensagens de texto, entre outras ferramentas. Mas, para surtir efeito, é imprescindível que o conteúdo desperte alguma reação em quem recebe a mensagem”, ressalta o consultor. Marcelo Cruz também alerta que a segmentação de mercado é fundamental antes de se optar pelo marketing viral em uma campanha, pois a rapidez com que a mensagem é difundida pode conferir fortes impactos à imagem e à reputação de uma marca. “No caso da Tortuguita, com seu novo recheio, e do chicle Poosh Fizz, o consumo é maior entre crianças e adolescentes, mas quem os compra, geralmente, são os pais. Por isso, além de recorrer à internet, a empresa tem de atentar para a disponibilidade e qualidade do produto e a Arcor fez devidamente a lição de casa. Ainda nesse sentido, o monitoramento da ação também é importante para conferir se o efeito produzido corresponde ao desejado”, recomenda.
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Surpreenda-se
com elas!
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Mais multifuncionais e seguindo apelos sustentáveis, as embalagens encaram agora um novo desafio: o de conectar o consumidor com os sites dos produtos e da própria empresa, ampliando as oportunidades de relacionamento
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O ser humano sempre precisou delas. Do início da agricultura, há 12 mil anos, quando para armazenar as colheitas surgiram os primeiros vasos de estocagem, passando pelo barril de madeira, que foi fundamental nas grandes navegações, nos quais era possível armazenar água, farinha, carne salgada e pólvora, até chegar à Revolução Industrial, as embalagens assumiram a imprescindível função de conservar melhor os produtos e embelezá-los para que se tornassem mais atraentes, uma vez que a produção em grande escala começava a gerar excedentes.
Talvez por esse motivo a indústria, sobretudo do setor alimentício, não tenha medido esforços em pesquisa e desenvolvimento de novas formas de acondicionar produtos. Segundo estudo macroeconômico da Associação Brasileira de Embalagens (Abre), realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a produção física no País cresceu 16,29%, no primeiro semestre de 2010, em relação a igual período de 2009. Em valores, os fabricantes nacionais devem registrar, neste ano, faturamento líquido de aproximadamente R$ 40 bilhões.
Na opinião de especialistas, como Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM, em São Paulo, e docente do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem, do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, o grande salto de qualidade foi dado a partir do surgimento dos supermercados onde os consumidores passaram a interagir fisicamente com os produtos, sem mediações.
Para Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre, as perspectivas não poderiam ser mais promissoras em um mercado acostumado a crescer anualmente cerca de 4%. A consultora revela-se otimista com os investimentos efetuados pela indústria, sempre muito atenta aos novos hábitos de consumo e modelos de compra, interessada em estabelecer um relacionamento pós-venda ainda mais eficiente com seus clientes por meio da comunicação implícita em cada projeto.
“Ao assumir a função de comunicar e vender sozinha o produto, a embalagem alcançou a maturidade, abrindo o caminho que a levou a se transformar no que é hoje, um fator decisivo no novo cenário competitivo”, alerta.
“A embalagem se tornou um veículo de comunicação entre consumidor e empresa. Mais do que vender o produto, ela repassa slogans, ser-
Para o ano de 2010, a previsão é de crescimento em torno de 10% quanto à produção nacional de embalagens Fonte: Abre/FGV
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ve para realçar o posicionamento institucional daquela companhia perante o público. Hoje, já vemos inúmeras embalagens direcionando o consumidor para os sites das organizações e para as mídias sociais, despertando a atenção das pessoas para os valores daquela organização”, diz a diretoraexecutiva da Abre. Novos horizontes É certo que dos vasos de estocagem e barris das grandes navegações até os produtos que encontramos atualmente nas gôndolas, a indústria de embalagens já atravessou diversas ondas, e algumas delas vieram para ficar. O conceito sustentável e as inúmeras exigências legais, estabelecidas por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), ou expostas no próprio Código de Defesa do Consumidor, passaram a ditar novos conceitos, uma vez que alteraram gradativamente a comunicação não apenas em relação às características técnicas dos produtos, expostas nas embalagens, mas também sobre o modo como esses podem “saltar aos olhos” das pessoas nas prateleiras. Outras mudanças foram motivadas pelo próprio perfil dos chamados neoconsumidores. Assim, a embalagem tornou-se mais midiática, interativa, compacta e, até mesmo, sensorial para lidar com a geração de hoje. No entanto, elas continuam a representar a grande força motriz no ponto de venda (PDV). Segundo o Popai, instituto que realizada diversos estudos sobre PDV, 81% das decisões de compra no Brasil ocorrem nesse local, em que a embalagem tem papel decisivo. “Aquelas embalagens lançadas no mundo nos últimos cinco anos reduziram seu tamanho médio pela metade. Isso se deve ao modo de vida dos consumidores, que mudou radicalmente. O fator determinante foi o novo papel da mulher na sociedade. Atuante e protagonista, ela não tem mais tempo suficiente para cozinhar, cuidar da casa, da roupa e das crianças. Tudo teve de se tornar mais prático e conveniente. Junte-se a isso a redução no tamanho das famílias e o crescimento do público single”, destaca Mestriner. O desenvolvimento socioeconômico do Brasil é outro aspecto que contribuiu para essa mudança de paradigmas no jeito de embalar as coisas. O controle das metas de inflação fez que o consumidor deixasse de estocar produtos e passasse a visitar o supermercado com maior frequência, recorrendo a produtos com menores quantidades ou semiprontos. Além disso, o crescimento do País demanda maior sofisticação em relação aos objetos de consumo e, por conta disso, uma exigência de melhores embalagens, principalmente para produtos com funcionalidade ampliada e características específicas. “Por exemplo, existem aqueles
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produtos para consumo nas residências, outros para quando se está em trânsito, outros para o lanche na escola. Cada um deles passou a ser focado em ocasiões de consumo e as embalagens tiveram de se adaptar a isso”, aponta Luciana. No entanto, a diretora-executiva da Abre alerta para o fato de que o Brasil é um país de regionalismos, com diferentes características. “Há famílias que ainda optam por fazer a compra do mês e, assim, preferem produtos com embalagem maior, mais robusta. É preciso entender constantemente esse fluxo de comportamento para projetar algo que caia exatamente no gosto daquela fatia de público. Estudar o mercado sempre é a chave para o sucesso”, diz.
Evolução das embalagens Arcor
Resultados expressivos É o que tem feito a área de Design de Embalagens da Arcor do Brasil, ao longo dos últimos anos. Um dos casos de maior repercussão diz respeito à nova embalagem do chicle Poosh! para a qual foi realizado um amplo estudo de mercado. “Nossa principal meta era criar uma marca global, com alta atratividade no PDV e que fosse capaz de superar os concorrentes. A embalagem foi completamente modernizada, incluindo novo logotipo. Este trabalho, feito internamente, teve o envolvimento de todas as áreas da empresa”, destaca Gilberto Colorni, gerente de Design da Arcor Brasil. O resultado da mudança de logotipia foi surpreendente. Já nos primeiros meses de exposição do produto, no início de 2008, houve um significativo aumento das vendas, da ordem de 32%, se comparado ao mesmo período do
ano anterior. O feito fez que, a partir da transformação, o chicle Poosh! se tornasse líder de vendas em todo o País. Outro projeto interessante foram as novas embalagens do biscoito BreakUP. A marca necessitava de uma melhor performance comercial, como também de uma repaginação. A mudança foi ainda mais radical. A estrutura visual da embalagem foi virtualmente dividida em três setores: definição de sabor (cor), produto (foto) e marca (logotipo). “Aproveitamos a tendência global pelo design limpo e criamos um layout com um logotipo forte e uma estrutura visual simples, conferindo uma personalidade diferente do padrão desta categoria de produto para chamar atenção do jovem de hoje, que deseja ter individualidade e autenticidade. O projeto foi colocado no mercado no segundo semestre de 2010 e os primeiros meses de vendas, comparados com o mesmo período do ano passado, apontam um aumento de 11% na comercialização da linha de biscoitos BreakUP”, comemora Colorni.
embalagem do bem A sustentabilidade tornou-se estratégica para as empresas fabricantes de embalagens quando surgiram estudos em torno de seu impacto sobre o meio ambiente. A empresa de Pesquisa GFK realizou recentemente uma análise para medir o peso do conceito atrelado à preservação do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas no processo de escolha dos produtos e concluiu que ele já tem importância significativa. “A própria Política Nacional de Redução de Resíduos Sólidos alterou substancialmente a indústria da embalagem no Brasil à medida que exigiu o desenvolvimento de projetos que atendam efetivamente os dispositivos legais quanto à destinação do material que já foi consumido, o que inclui a coleta seletiva e o reaproveitamento do mesmo”, complementa Luciana Pellegrino. Para a diretora-executiva da Abre, o País possui uma legislação de rotulagem bastante completa, tanto a que diz respeito à metrologia, estipulada pelo Inmetro, com itens como data de validade e serviço de atendimento ao consumidor, quanto a que diz respeito às informações nutricionais, trazidas pela Anvisa. “Sem dúvida, isso representa um avanço. A tendência é que tenhamos um número cada vez maior de informações contidas nas embalagens à medida que as exigências forem se tornando pontuais”, diz.
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A amiga de todas as horas Ela reduz a flacidez da pele, previne a celulite, fortalece unhas e cabelos. Mais do que “enfeitar” a geladeira com seu colorido, a gelatina tem inúmeros benefícios para a saúde
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Com diversas cores, aromas, sabores e formas, pouca gente resiste à tentação de consumir gelatina, principalmente as crianças. Repletas de atributos que auxiliam na manutenção da saúde e da beleza, o produto pode ser adquirido em folhas, em pó, com ou sem sabor, ao natural ou em cápsulas, e suas propriedades trazem inúmeros resultados benéficos.
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“A gelatina vendida nos supermercados é extraída do colágeno, especialmente o de origem bovina. Ela contém uma série de fragmentos de proteínas que fornecem aminoácidos, fundamentais para os ossos e regeneração de algumas articulações”, explica Marina Romanini, nutricionista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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A docente aponta também para uma corriqueira comparação que se costuma fazer entre a gelatina comercializada nos supermercados e o colágeno in natura vendido em algumas casas de suplementos alimentares. “São produtos que reúnem diferentes e múltiplas funções. O colágeno in natura pode ser acrescentado na alimentação ou usado como base
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Muitas das indicações para consumir gelatina provêm do resultado da síntese do colágeno, que ocorre apenas a partir da absorção dos nove aminoácidos essenciais presentes no produto. Pesquisas mostram que, a partir dos 25 anos, o organismo diminui a produção de colágeno. No entanto, tal substância não deixa de ser essencial no processo de rejuvenescimento e de reparação celular. “Por isso, é recomendado sempre ingerir alimentos que favoreçam a sua síntese”, complementa a nutricionista. De olho na balança Para os adeptos das dietas de baixa caloria, a gelatina é uma boa alternativa, pois a versão light do produto apresenta sabor adocicado que substitui a sobremesa e provoca sensação de saciedade, além de ser rica em sais minerais e isenta de carboidrato, gordura e colesterol. “Uma pequena porção consumida diariamente ajuda a pele a manter-se mais firme, ou seja, ajuda a retardar a flacidez. Mas vale ressaltar que a gelatina apenas previne e não trata o problema”, afirma Marina. A nutricionista explica ainda que o colágeno possui pouca influência no aspecto e evolução da inimiga número um das mulheres: a celulite.
matriz na qual os minerais se fixam e os deixam fortes, resistentes e brilhantes. Mas, para as vaidosas de plantão, vale o alerta: o uso tópico ou de máscaras à base da gelatina comercial não tem efeito algum. De olho nos tendões e nos ligamentos, a gelatina revela-se ainda uma grande amiga das cartilagens e da matriz extracelular dos outros tecidos. O consumo fortalece as estruturas, auxiliando na prevenção e recuperação de lesões. “Cabe ressaltar que a formação do colágeno depende, entre outras substâncias, da presença da vitamina C. Portanto, uma alimentação equilibrada e variada é a base para uma vida mais saudável”, encerra Marina.
Ingredientes Duas caixas de gelatina de diferentes sabores; Uma maçã grande Modo de preparar Corte a maçã em pequenos pedaços; Despeje-os em uma panela e ferva duas xícaras de água; Depois, use a água da maçã para dissolver um dos sabores de gelatina; Despeje mais duas xícaras de água fria e os pedaços de maçã; Leve à geladeira e, quando estiver dura, faça o outro sabor, conforme indicado pelo fabricante, sem fruta; Despeje por cima do outro sabor já pronto, com cuidado para não furar; Polvilhe coco ralado por cima e leve à geladeira novamente. Pronto!
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para máscaras de tratamento de pele. Mas a gelatina em si é apenas fonte da substância, cujos benefícios podem ser averiguados somente mediante os processos de ingestão e digestão”, esclarece.
Simples e saborosa Deu fome, abriu o armário e não avistou nenhum doce pela frente. Não se desespere. Separamos uma receita fácil e rápida, a Gelatina Dupla!
Arcor na sua vida A Tortuguita Gelatina une o delicioso chocolate a um recheio com sabor morango, proporcionando uma combinação perfeita de paladares e textura. Vale ressaltar que a novidade contém benefícios nutricionais relevantes, como zero gordura trans na porção, enriquecimento com cálcio e ferro, além de ser fonte de vitaminas e livre de corantes artificiais. A marca 7 Belo também cresceu com a chegada da linha Gelatin: balas de gelatina em diversos formatos, cores e texturas, com todo o sabor da tradicional 7 Belo e 0% de gordura.
O consumo da gelatina também contribui para a boa aparência das unhas e dos cabelos. Isso acontece porque o colágeno forma uma
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revista impulso Revista Impulso expressão vIAGENS & GASTRONOMIA
Os mistérios de
Machu Picchu
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Antiga capital do Império Inca, a cidade ficou coberta pela vegetação durante séculos e hoje é fonte inesgotável de cultura e paisagens deslumbrantes
Construído no século 15, o local é, provavelmente, a expressão mais contundente e “viva” do Império Inca, tanto em função da localização inicial e características geológicas, quanto por sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade original ainda se encontra intacta, o restante foi reconstruído – o que facilmente se reconhece graças à diferença de encaixe que existe entre as pedras. A construção original traz pedras maiores e com encaixes estreitos entre as rochas. Uma das paradas obrigatórias é o Vale Sagrado dos Incas, localizado entre Cuzco Machu Picchu. Composta por muitos rios, que caem pelos vales, a região está repleta também de monumentos arqueológicos e povoados indígenas, além de reunir a maior riqueza paisagística e cultural do Peru.
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“O vale do rio Urubamba é o Vale Sagrado. A linha de trem que une as duas cidades (trajeto que dura em torno de três horas e meia) segue o curso deste rio. A partir de Cuzco, há uma excursão que toma um dia todo em direção ao Vale Sagrado e leva o turista ao vilarejo de Pisac, às ruínas de Ollantaytambo e ao mercado de Chinchero. Outras excursões legais são Maras e Moray, onde se costuma praticar rafting e outros esportes de aventura”, orienta Claudia Valle, agente de turismo da TGK, em São Paulo (SP). Ela conta que a visita a Machu Picchu costuma levar um dia inteiro e que o percurso até as ruínas pode ser feito
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Cercada por um profundo e mágico silêncio, a cidade de Machu Picchu é conhecida como a maior geradora de energia vital do planeta e pelo misticismo que paira sobre a região. Também chamada de Cidade Perdida dos Incas, trata-se de um ponto pré-colombiano bem conservado, localizado a 2,4 mil metros de altitude, no vale do rio Urubamba, no Peru.
de trem ou por meio de trilhas. A mais famosa é a trilha inca que dura quatro dias e três noites, com acampamentos. Aos pés da montanha onde estão as ruínas fica o povoado de Águas Calientes (hoje também chamado Machu Picchu Pueblo) com hotéis, restaurantes, lojas de souvenirs. Há também uma famosa estação de banhos terapêuticos, resultado de falhas geológicas de caráter vulcânico, por onde fluxos térmicos se infiltram e aquecem as águas subterrâneas. Estas afloram à superfície em forma de fontes e piscinas naturais com diferentes graus de temperatura – que variam de 20ºC a 89ºC. “O grande diferencial de Machu Picchu é que foi um lugar secreto até mesmo para os incas. Nem todas as pessoas sabiam de sua existência. Quando os espanhóis chegaram para conquistar Cuzco, não conseguiram chegar a Machu Picchu. As ruínas só foram descobertas em 1911, pelo historiador Hiram Bingham”, explica. Dicas valiosas Os brasileiros precisam apenas da cédula de identidade para entrar no Peru. O visto é dispensável para permanências de até 90 dias, período permitido para turismo e negócios. Mas é preciso tomar algumas precauções, como a vacina contra a febre amarela, além da própria altitude. “Os principais sintomas do soroche, como os peruanos costumam dizer, são dores de cabeça e enjoo. Mas sentir ou não esse mal-estar vai depender muito de como o corpo se adapta à altitude”, explica Cláudia. Ela recomenda que não sejam feitos grandes esforços no dia do desembarque em Cuzco. Prefira caminhadas leves e sem afobação para que o corpo se acostume. Beba bastante água e opte por um cardápio leve. Lembre de respirar fundo e calmamente
para oxigenar bem o cérebro e o corpo. “Beber chá de coca ajuda, pois tem propriedade vasodilatadora, não é alucinógeno. Eles preparam a bebida pura ou misturada a algumas outras ervas, como camomila, o que torna o sabor mais agradável”, conta. Culinária apimentada A cozinha peruana traz uma variedade imensa de batatas, diferentes tipos de milhos, quiwicha, entre outros ingredientes preparados com técnicas milenares, aliadas ao preceito da alta gastronomia. O preferido à mesa dos peruanos é o cebiche, peixe branco cru marinado no limão, que é normalmente mais ácido que o peixe brasileiro. “O segredo do cebiche é prepará-lo com ingredientes bem frescos. O nosso prato é feito na hora e não marinamos o peixe por muito tempo no limão para não cozinhá-lo. O chamado leite de tigre, resultado da marinada com cebola, alho e demais ingredientes, é feito separadamente para receber o peixe minutos antes de ser servido”, explica Fabio Barbosa, chef de cozinha do La Mar, em São Paulo (SP). O prato costuma vir acompanhado de batatadoce, que ameniza o aji – pimenta típica do Peru. Para beber, os adeptos da culinária novoandina costumam ser fiéis ao pisco, uma aguardente de uva que está para os peruanos como a cachaça está para os brasileiros. Barbosa alerta apenas para o teor de 40% de álcool em sua composição, o que pode surpreender os apreciadores da bebida.
A Arcor é logo ali A atuação do Grupo Arcor no Peru começou em 1994 apenas com a comercialização de cerca de 30 produtos provenientes de outras plantas vizinhas, principalmenteda da Argentina. A excelente localização estratégica fez que, em apenas dois anos, o Grupo investisse na construção de uma planta industrial própria. A inauguração ocorreu em 18 de setembro de 1996, na cidade de Chancay, distante 84 km ao norte da capital, Lima. Na ocasião, a estrutura era bastante enxuta e contava apenas com cozinha, oito máquinas de moldagem e uma máquina de ensacamento. Os negócios por lá cresceram tanto que, atualmente, são oito linhas de produção alocadas em dez hectares.
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exploração! Instituto Arcor é uma das organizações parceiras do Programa “Na Mão Certa” cujo objetivo é mobilizar governos, empresas e organizações do terceiro setor em torno do enfrentamento mais eficaz da exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras
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Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas ligam o Brasil de norte a sul, de leste a oeste. Você já imaginou a dificuldade para monitorar todas essas rodovias sob os mais variados aspectos?
Para ajudar a combater o problema, a organização Childhood Brasil criou, em 2006, o Programa “Na Mão Certa”, que visa mobilizar governos, empresas e terceiro setor em torno de soluções efetivas contra o abuso de menores, cometido nas rodovias.
Quando se trata de exploração sexual infantil nas estradas brasileiras, a situação é ainda mais complicada e exige uma somatória de esforços por parte de autoridades públicas, empresas, organizações não governamentais e cidadãos comuns.
“Quando uma empresa adere ao programa, indicamos que seja escolhido um representante dela para ser o nosso ponto de contato. Essa pessoa receberá orientações sobre a importância da causa e também sobre os instrumentos que o programa disponibiliza. Depois, a empresa elege outro porta-voz para receber informações mais técnicas de modo a capacitar os motoristas de caminhão para se tornarem agentes de proteção”, detalha Rosana Junqueira, coordenadora do programa.
A distância até a completa resolução do assunto parece longa de se percorrer, em um caminho bastante tortuoso. É uma via de mão dupla, que envolve tanto a conscientização por parte das famílias que moram em torno das estradas Brasil afora, quanto dos próprios motoristas que trafegam por elas, principalmente os caminhoneiros. Só para ter uma ideia, em outubro de 2010, a Polícia Rodoviária Federal identificou mais de 1,8 mil pontos de risco de exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras, e 67,5% deles estão localizados em áreas urbanas.
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Ela explica também que o “Na Mão Certa” oferece instrumentos de educação continuada, além de fornecer uma coleção de guias sobre direitos humanos, meio ambiente, saúde, entre outros temas, nos quais a situação da exploração é abordada transversalmente. A partir da disseminação do conteúdo, cada instituição signatária planeja suas ações para multiplicar esse conhecimento.
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Palestras e encontros regionais com profissionais que utilizam as estradas por conta da carreira que exercem são a tônica do Programa criado em 2006
A Arcor foi uma das primeiras a aderir e, junto a outras organizações, assumiu o compromisso de engajar-se em iniciativas contrárias à exploração sexual. “O mote do projeto vai ao encontro do principal foco de atuação do Instituto, que é a educação de crianças e adolescentes. Aliar os compromissos foi tarefa das mais produtivas”, diz Sergio Asís, presidente do Instituto Arcor. Ponto de partida O “Na Mão Certa” teve início quando, a pedido da Childhood Brasil, o Núcleo de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) realizou uma pesquisa com 239 caminhoneiros para elaborar um perfil desse tipo de profissional. Na oportunidade, também foi avaliado como ele percebe e o quanto se envolve com a temática da exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas brasileiras. O levantamento demonstrou que os caminhoneiros têm, em média, 38 anos, e 15 anos de profissão, com remuneração entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Apenas quatro entre dez possuem veículo próprio. E oito entre dez cumprem rotas que cruzam estados, o que os leva a passar 20 dias de um mês na boleia de um veículo. A má qualidade das estradas e a violência são seus maiores riscos. No entanto, cerca de 40% dos entrevistados admitirem ter feito programas sexuais com crianças e adolescentes a um custo médio de R$ 18. “No final de outubro, promovemos um encontro para sensibilizar os empresários de Campinas (SP) por considerarmos as rodovias que ligam a cidade aos arredores um possível foco do problema. No mesmo local, já havíamos desenvolvido projeto de educação continuada com os motoristas de nossas transportadoras. Na ocasião, pouco após o lançamento do programa, conseguimos que cerca de 80% deles aderissem ao pacto, o que é um grande feito”, revela Neusa Reis, coordenadora de Programas e Projetos do Instituto Arcor.
Curva perigosa Considerar um caminhoneiro que explora menores como alguém inescrupuloso é uma avaliação quase que imediata para a maioria das pessoas. Mas o estudo da universidade gaúcha mostrou que boa parte dos profissionais não tem noção de que, ao aceitar fazer o programa, participa de exploração sexual, e muito menos de que essa prática prejudica o desenvolvimento da criança e do adolescente. Os depoimentos recolhidos atestam a falta de conhecimento sobre o alcance do problema. Há uma crença ingênua de que os caminhoneiros ajudam meninas quando oferecem comida, carona ou dinheiro em troca de favores sexuais. Eles não se veem, portanto, como abusadores, na medida em que não enxergam as meninas como crianças, mas mulheres já iniciadas na vida sexual. Em quatro anos de atuação, o programa “Na Mão Certa” conta com mais de 800 empresas signatárias e 800 guias distribuídos. “Nós temos um comitê de gestão participativa que, com a ajuda das instituições parceiras, está trabalhando no desenvolvimento do projeto para os próximos cinco anos. Mas posso adiantar que vamos qualificar mais as empresas e desenvolver outras formas de educação continuada para intensificar as ações”, afirma Rosana, coordenadora do programa.
40% dos caminhoneiros entrevistados admitiram já ter feito programas sexuais com crianças e adolescentes encontrados às margens das rodovias do País Fonte: Estudo do Núcleo de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Um olhar para nós mesmos Desenvolver talentos internamente não só ajuda na ascensão da carreira de muitos profissionais, como também colabora para a motivação e retenção dos funcionários e aumenta o índice de produtividade da empresa
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No entanto, essa cultura organizacional nem sempre é consenso entre a maioria das empresas. Por vezes, o colaborador acaba tendo de buscar melhores oportunidades de trabalho e remuneração fora do ambiente onde já atua, ou seja, no próprio mercado de trabalho. A área de Capital Humano da Arcor do Brasil, desde 2008, implantou o Programa de Oportunidades Internas (POI) que
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A importância do elogio é inegável. Uma palavra de incentivo ou reconhecimento vinda de um gestor pode fazer a diferença para que o elogiado se motive a progredir e a aceitar novos desafios, o que pode se desdobrar em futuras promoções e ascensão profissional.
“Em 2007, com o resultado da pesquisa de clima organizacional, percebemos que a oportunidade de crescimento e desenvovimento era uma das questões mais relevantes citadas pelos nossos colaboradores. A partir dessa constatação, lançamos o POI, definindo critérios transparentes e padronizados para que todos tenham oportunidades justas de crescimento. Além disso, estabelecemos que todas as oportunidades de crescimento seriam prioritariamente oferecidas aos colaboradores da Arcor. Isto é, só partiríamos para um recrutamento externo após esgotarmos as possibilidades internas. Este processo contribui para a valorização, crescimento e retenção de nossos colaboradores e, consequentemente, é muito positivo para a Arcor”, diz Patricia Granizo, Gerente de Desenvolvimento de Capital Humano, sediada no escritório Continental Square, em São Paulo (SP). Em 2010, 60% das vagas oferecidas pelo POI foram preenchidas por profissionais internos. Foi o que aconteceu com Anderson Homem Dias, cujo desempenho e talento o ajudaram a ser contemplado pelo POI. Em 2000, o colaborador dava início a sua carreira na Arcor como temporário atuando como ajudante de produção na linha de Waffer na planta de Campinas (SP). Em 2001, foi efetivado e, desde então, foi promovido três vezes até chegar à área de tratamento de efluentes, na qual começou a atuar como operador de utilidades, em junho de 2010. “A rotina de trabalho no setor de produção me colocou em contato com alguns processos de controle de qualidade, o que me motivou a ingressar no curso de técnico em química. Mais tarde, tive a oportunidade de estagiar nessa área também”, conta Anderson. A formação rendeu a ele a possibilidade de concorrer à vaga de operador de utilidades.
“O POI deu movimento a minha carreira e sinto que não preciso procurar a ascensão fora daqui. Pretendo complementar meus estudos com a graduação em química ou em meio ambiente e me capacitar ainda mais”, declara. A proatividade e a qualidade do trabalho desempenhado por Anderson são referendados por seu atual gestor, André Luis Gomes de Lima, Engenheiro de Segurança do Trabalho da planta de Campinas, que enxerga o programa como sinônimo de agilidade em relação à tramitação dos processos burocráticos, uma vez que, recorrendo a um colaborador da Arcor, a empresa economiza tempo e recursos em treinamentos extras, assim como em transmitir a política, a missão e os valores da Companhia para o novo ocupante do cargo. “O antigo colaborador já está adaptado aos trâmites internos. Além do que, sua ascensão contribui para a retenção e também influencia positivamente no clima organizacional”, ressalta André. Troca de experiências Antes de dar início à elaboração do programa, a Arcor realizou um benchmarking com outras empresas, conversando com vários profissionais para verificar quais as práticas comuns entre as instituições adeptas a esse tipo de política interna.
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tem como premissas: oferecer oportunidades de desenvolvimento e crescimento prioritariamente a seus colaboradores efetivos, dandolhes a oportunidade de subir na carreira quando da abertura de uma nova vaga.
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O estudo gerou a criação de uma ferramenta que funciona da seguinte forma: ao surgir uma vaga para cargos até o nível de coordenação, o funcionário da Arcor toma conhecimento por meio da intranet e quadros de aviso e tem prioridade em candidatar-se antes que a oportunidade seja lançada ao mercado.
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Para isso, basta que o profissional esteja efetivo, exerça a mesma função há pelo menos um ano na empresa, se enquadre no perfil da vaga divulgada, converse com seu superior imediato a respeito da decisão de candidatar-se à vaga existente e preencha a Ficha de Inscrição. Depois de atender a esses requisitos, o candidato será rigorosamente avaliado pela equipe de Capital Humano e pelo requisitante da vaga. Para os cargos de gerência, o processo é idêntico no que diz respeito aos critérios de avaliação. A diferença é que as vagas não são divulgadas nos meios de comunicação internos da empresa. A seleção é feita por meio do Planejamento de Recursos Estratégicos (PRE), do Sistema de Gestão do Desempenho (SGD), entre outras ferramentas disponíveis ao Capital Humano.
nos últimos anos por meio de maior investimento no desenvolvimento dos profissionais em iniciativas como o SGD, o Programa de Desenvolvimento de Líderes (PDL), cursos de idiomas e de MBA”, afirma. Ciro Domenico Mariani, Gerente de Marketing do Negócio de Chocolates e gestor imediato de Anderson, considera fundamental um ambiente organizacional que evidencie as oportunidades existentes para os profissionais internos e avalie positivamente o desempenho de seu novo colaborador. “Ao chegar, ele demonstrou muita maturidade e humildade, pontos fundamentais para sua rápida integração com a equipe. Anderson recebeu a promoção com muito entusiasmo e energia, fatores essenciais para alcançar o sucesso em suas novas atribuições”, diz. Visão de mercado Programas como o POI destacam a preocupação da empresa em mapear as competências e dar o devido valor ao próprio grupo antes de recorrer ao mercado, além de padronizar os processos seletivos.
Anderson Freire começou sua carreira na Arcor há seis anos na área de exportação, na planta de Rio das Pedras (SP). Desde então, acumulou três promoções antes de ser contemplado pelo POI, quando passou a ocupar a função de Gerente de Produto Sênior do Negócio de Chocolates – Páscoa.
Elmano Nigri, presidente da empresa Arquitetura Humana e consultor em gerenciamento estratégico de recursos humanos, considera a iniciativa como uma das melhores opções para que as instituições consigam aumentar seus índices de produtividade. Mas para alcançar resultados satisfatórios e diminuir também o turnover, o especialista alerta que é preciso que os gestores estejam atentos aos três aspectos que compõem o perfil do funcionário: conhecimento, comportamento e competência.
Dentre os fatores que colaboraram para seu sucesso, ele ressalta o dinamismo da Arcor e a postura cooperativa entre os colaboradores. “Isso reflete diretamente em oportunidades para todos. Quanto às ferramentas, é notável a evolução
“De nada adianta contemplar o colaborador com uma nova oportunidade sem estar certo de que, em primeiro lugar, ele tenha aptidão para ocupar a cadeira nova. Os treinamentos serão ineficazes se ele não tiver as características comportamentais indicadas para a função em questão”, orienta Nigri.
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Os olhos atentos, ávidos por um futuro promissor e os traços delicados apenas camuflam a intensa e desafiadora trajetória de Juliana Oliveira dos Santos que, aos 26 anos, considera ter enfrentado, nos últimos dois, experiências que valem por uma vida inteira.
Um mês depois, seu potencial foi reconhecido e a atendente foi remanejada para a área administrativa da Arcor, ainda em regime de terceirização. Após muito empenho e a comprovação de habilidades, surgiu oportunidade no trade marketing e Juliana foi incorporada como colaboradora efetiva.
Assim que atingiu a maioridade e apenas com o Ensino Médio concluído, assumiu todos os gastos de casa e tornou-se responsável pela irmã caçula. “Minha mãe enfrentou o baque de dois falecimentos consecutivos na família e teve que partir para o Nordeste para cuidar da minha avó. Por isso, não tive condições financeiras nem tempo para estudar”, explica.
“Sabia que minha escolha foi bastante arriscada, pois nem sempre as empresas se atentam para o funcionário terceirizado. Mas, a partir do momento que entrei aqui, pude perceber que aquela função era o primeiro degrau de uma escada, principalmente porque a Arcor oferece essa possibilidade e ajuda no desenvolvimento dos potenciais de seus funcionários”, lembra.
O peso das responsabilidades recaía também sobre o próprio corpo. Na época, Juliana pesava 120 kg e trabalhava em uma pequena empresa como assistente administrativo. Depois de enfrentar situações constrangedoras e tratamentos hostis, até mesmo por parte do namorado, resolveu encarar uma cirurgia de redução do estômago. “Considero a cirurgia como um divisor de águas em minha vida. Depois da recuperação, abri mão de um cargo em uma empresa modesta por uma vaga temporária de três meses no call center da Arcor, enquanto colaboradora terceirizada”, conta. Divulgação
Para muitas pessoas, eles se tornam possíveis com boas doses de perseverança e determinação. Basta uma oportunidade, e mesmo os maiores deles estão logo ali, ao alcance das mãos
Hoje, com apenas 68 kg, a também estudante de psicologia dá continuidade aos planos: deseja atuar com pessoas que sofram de transtornos alimentares. Animada com os trabalhos na Arcor, ela comemora o reconhecimento diário de seus colegas e gestores que lhe dão autonomia para desempenhar funções nunca antes imaginadas. “Posso dizer que sou uma pessoa sem tempo, porque ser feliz me consome. Depois da guinada que dei na minha vida, me pego agradecendo baixinho a Deus por ter me aberto caminhos tão promissores e espero continuar correspondendo às funções que me são confiadas”, diz Juliana.
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Nossas vidas recheadas de amor e momentos mรกgicos. Feliz 2011!
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