Prontos para expandir

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

ANO XXV NÚMERO 277 JANEIRO 2019

Sondagem da CNT identifica disposição dos transportadores em fazer de 2019 o “ano da virada”. Para isso, é fundamental o aporte do governo


TRANSFORMAR VIDAS, ESSA É A NOSSA MISSÃO. O SEST SENAT tem a missão de transformar a realidade do transporte brasileiro e contribuir para elevar a competitividade dos transportadores por meio da educação profissional, da promoção da saúde e da melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do setor. Acesse o site www.sestsenat.org.br e encontre a Unidade mais próxima a você!


Valdimir Arnhold Motorista de Ă´nibus

Meu desenvolvimento pessoal e profissional com os cursos do SEST SENAT foi enorme. Sem falar nos tratamentos de saĂşde gratuitos. Foi um grande ganho.

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REPORTAGEM DE CAPA Transportadores ouvidos pela reportagem mostram otimismo para expandir as operações em 2019. Cenário positivo foi apresentado na décima edição da Sondagem Expectativas do Transportador, divulgada pela CNT PÁGINA 20

­­­­T R A N S P O R T E A T U A L ANO XXV | NÚMERO 277 | JAN 2019

ENTREVISTA • Clésio Andrade fala sobre os 25 anos à frente da CNT, do SEST SENAT e do ITL página 8

FERROVIÁRIO

Estações de metrô se transformam em galerias de arte em todo o país página

28 AÉREO

Companhias de baixo custo começam a operar voos no Brasil

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

página CONSELHO EDITORIAL Bruno Batista Harley Andrade Helenise Brant João Victor Mendes Myriam Caetano Nicole Goulart

esta revista pode ser acessada via internet:

edição

www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

Cynthia Castro - MTB 06303/MG Livia Cerezoli - MTB 42700/SP diagramação

Gueldon Brito e Jorge A. Dieb revisão

Filipe Linhares

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 SAUS, Quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP: 70070-010 • Brasília (DF)

atualização de endereço: atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 60 mil exemplares

AQUAVIÁRIO

As regras do universo do transporte realizado em alto-mar página

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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RODOVIÁRIO

INFRAESTRUTURA

Conheça os detalhes do Programa Rota 2030

Nova rodada de leilões começa em março

página

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TECNOLOGIA

INOVAÇÃO

Startups do Conecta contribuem para soluções do transporte

Sistema CNT inaugura novo espaço

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página

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SEST SENAT • Cursos têm contribuído para o aumento da competitividade das empresas página

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Agora você pode encontrar todos os boletins da CNT no mesmo lugar. w w w. c n t. o r g . b r

Seções Duke

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Editorial

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Mais Transporte

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Tema do Mês

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CIT

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Alexandre Garcia

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ITL

Site reúne projetos para o transporte página

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CNT TRANSPORTE ATUAL

Duke

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CNT TRANSPORTE ATUAL

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‘‘Em 2019, seguimos fortes, confiantes e dispostos a dialogar com o governo em busca de soluções.” EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADE

2019, um ano decisivo

O

ano mal começou e já impõe grandes desafios ao setor transportador. De um lado, há uma forte expectativa em torno das reformas do Estado e da retomada da economia. De outro, preocupações com o futuro do Sistema S. Em sua décima edição, a Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador mostra que os empresários estão otimistas quanto ao desempenho da economia, à geração de empregos e à renovação da frota, entre outros temas relacionados ao setor. A agenda liberal apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tem potencial para ativar o crescimento econômico e impulsionar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável. As reformas de modernização do Estado, especialmente a da Previdência, vão sinalizar os novos tempos. Outra urgência é o programa de privatizações e concessões. Trazer a iniciativa privada para o setor de infraestrutura é o caminho mais rápido e seguro para destravar a economia. Esperamos que, desta vez, não se repitam os velhos erros. Os projetos devem estar bem formatados; os contratos precisam ser claros e objetivos para dar segurança jurídica e devem oferecer retorno atraente para que os investidores nacionais e estrangeiros voltem a acreditar no Brasil. A expectativa dos transportadores é que as demonstrações de intenção do governo, de acelerar os investimentos em infraestrutura de transporte se convertam rapidamente em resultados concretos. O futuro do Sistema S é um dos temas que tem gerado muita especulação de alto risco. Antes de tomar qualquer atitude em relação a essas

instituições de grande relevância para o setor produtivo brasileiro, esperamos que o presidente Jair Bolsonaro abra um canal de diálogo com as Confederações. Temos a certeza de que, quando o governo conhecer de perto o trabalho do SEST SENAT, compreenderá que, em vez de reduzir o seu financiamento, o melhor para o país é ampliar os serviços hoje prestados aos trabalhadores do transporte. Ao contrário do que tem sido divulgado de maneira genérica, o SEST e o SENAT, entidades da terceira geração do Sistema S, atuam de maneira integrada, sem desvios de função, com estruturas enxutas e dedicadas exclusivamente à missão de promover a saúde e a qualificação profissional dos trabalhadores. Sempre de forma gratuita. Só em 2018, foram 10,6 milhões de atendimentos em odontologia, fisioterapia, psicologia, nutrição, formação, qualificação e aperfeiçoamento profissional. Hoje, o SEST SENAT, com suas 148 Unidades Operacionais instaladas em todo o país, é uma referência graças à excelência dos seus serviços e à qualidade da sua gestão, que segue rigorosamente todos os preceitos das mais modernas e transparentes organizações do mundo. Esse é um patrimônio dos trabalhadores e de todo o setor transportador. Em 2019, seguimos fortes, confiantes e dispostos a dialogar com o governo em busca de soluções. O ponto de partida deve ser a preservação das conquistas e o respeito ao passado. O primeiro passo deve ser a realização das reformas e a garantia de fortes investimentos em infraestrutura. É com essa base que vamos gerar empregos e recuperar a posição do Brasil entre as nações mais desenvolvidas do mundo.


ENTREVISTA

CLÉSIO ANDRADE PRESIDENTE DA CNT, DO ITL E DOS CONSELHOS NACIONAIS DO SEST E DO SENAT

25 anos

de dedicação ao transporte da

N

REDAÇÃO

os últimos 25 anos, o transporte brasileiro expandiu as suas operações, profissionalizou a sua atuação e conquistou um espaço significativo na economia do país. O Sistema CNT foi protagonista de inúmeras dessas conquistas e desses avanços. Em duas décadas e meia, a atuação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte) e do ITL (Instituto de Transporte e Logística) sempre esteve focada no desenvolvimento da atividade transportadora, contribuindo e prestando serviços para transportadores e trabalhadores de todos os modais. “No entanto, poderíamos ter ido mais longe se o Estado tivesse dado a prioridade necessária à expansão e à modernização da infraestrutura do país”, afirma Clésio Andrade, presidente da CNT e dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT. De acordo com ele, esse é um dos principais gargalos que ainda impe-

dem a elevação da produtividade e da competitividade das empresas do setor. Clésio Andrade assumiu a presidência da CNT em 1993. Naquele mesmo ano, liderou um movimento dos transportadores brasileiros para a criação do SEST SENAT, que presta serviços gratuitos de educação profissional e de assistência à saúde aos trabalhadores do setor. Anos depois, também esteve à frente da implantação do ITL, instituto voltado para a formação de gestores. Em 2019, o empresário mineiro deixa a presidência do Sistema CNT. Acompanhe, na


entrevista a seguir, um balanço desses 25 anos de dedicação ao transporte brasileiro. No período em que o senhor esteve à frente do Sistema CNT, o Brasil teve seis presidentes (já considerando o atual), enfrentou um impeachment, viu seus índices de investimentos em infraestrutura subirem, mas também viveu a sua maior recessão econômica. Qual a sua avaliação do transporte brasileiro em meio a esses cenários? O Brasil mudou muito. Conquistou uma economia complexa e diversificada, cresceu e se colocou como uma das nações mais promissoras do mundo. O setor de transporte foi um dos responsáveis por esse movimento. Nos últimos 25 anos, o setor transportador se profissionalizou, se expandiu, incorporou novas tecnologias e adotou novos modelos de gestão. A CNT, com seus estudos e suas pesquisas, deu direção e suporte a esse processo. Nesse período, também implantamos o SEST SENAT em todas as regiões do país. Com isso, garantimos a formação de mão de obra qualificada, capaz de levar

adiante o nosso projeto de desenvolvimento do setor de transporte no Brasil. Fizemos a nossa parte. No entanto, poderíamos ter ido mais longe se o Estado tivesse dado a prioridade necessária à expansão e à modernização da infraestrutura do país. Esse tem sido um dos maiores entraves ao desenvolvimento sustentável e à elevação dos índices de produtividade e competitividade das empresas brasileiras. O senhor, à frente da CNT, do SEST SENAT e do ITL, sempre atuou para que a Confederação fosse protagonista da defesa de temas de interesse do transportador, como a aprovação do CTB, a Lei Seca, o combate ao roubo de cargas. Qual outra luta marcante nesses últimos 25 anos? Temos atuado incansavelmente na construção e defesa de um sistema de transporte robusto e eficiente, com fortes investimentos em infraestrutura e desenvolvimento da integração e da multimodalidade. Um país com as dimensões e com a diversidade econômica e social do Brasil depende de uma boa infraestrutura de

transporte para se desenvolver. Não há outro caminho. Também empunhamos, há décadas, a bandeira da modernização do Estado brasileiro, que precisa ser mais leve, mais enxuto, menos oneroso para a sociedade e favorável à livre iniciativa. Por isso, as privatizações, concessões e reformas, como a da Previdência, são tão importantes. O Estado não pode ser um peso para o cidadão, nem pode colocar o futuro das pessoas em risco. O Estado precisa se concentrar nas políticas essenciais, como nas áreas de saúde, educação e segurança; reduzir custos; equilibrar as contas; acabar com a burocracia; e construir um sistema tributário mais simples e justo. Após isso, as empresas e os investidores terão segurança e confiança para investir, gerar empregos e promover o crescimento econômico em todas as direções. De forma geral, qual o balanço desses anos de atuação em defesa do setor de transporte brasileiro? Qual a principal conquista nesse período tanto para o trabalhador quanto para o transportador?

O nosso balanço é muito positivo. Além do salto de qualidade e da expansão do setor transportador brasileiro, que já citei, tivemos outras grandes conquistas nas duas últimas décadas e meia. Hoje, o transportador e os trabalhadores do setor são valorizados e reconhecidos. Muito desse resultado se deve à atuação da CNT, do SEST SENAT e do ITL. Hoje, o SEST SENAT é reconhecido pela excelência na prestação de serviços 100% gratuitos para os trabalhadores e seus familiares. Em 25 anos, realizamos mais de 129 milhões de atendimentos em especialidades como fisioterapia, psicologia, nutrição, odontologia, além de formação e capacitação profissional nos mais diversos campos de conhecimento. Os trabalhadores têm à sua disposição mais de 600 cursos presenciais e a distância. Ao mesmo tempo, contribuímos decisivamente para o alcance de outras conquistas, como a Lei do Motorista, o Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas, a criação do vale -transporte. Com os estudos e as pesquisas da CNT, colaboramos decisivamente para a for-


mulação de políticas públicas de transporte mais adequadas à necessidade do país. Em 1993, a criação de um serviço para atender o trabalhador do transporte era apenas um sonho, utilizando as suas próprias palavras. Como o senhor disse, o SEST SENAT já ultrapassou a marca dos 129 milhões de atendimentos em todo o país. O que isso significa para o setor de transporte? Isso significa profissionalização do setor e maior empregabilidade para os trabalhadores; mais qualidade de vida para os trabalhadores e seus familiares; mais empregos, renda e desenvolvimento regional e nacional. A existência do SEST SENAT, neste momento, significa que daremos condições para que os trabalhadores e as empresas se atualizem e possam acompanhar o rápido desenvolvimento tecnológico, que está mudando radicalmente o setor de transporte. Hoje, a CNT, o SEST SENAT e o ITL se tornaram referência para o desenvolvimento e a inovação no setor transporta-

“Temos atuado incansavelmente na construção e defesa de um sistema de transporte robusto e eficiente.” dor. Sem esse investimento que estamos fazendo, as empresas e os trabalhadores do transporte correriam o risco de serem tragados pela revolução tecnológica, e o Brasil poderia perder um espaço importante no cenário global. Estamos garantindo que motoristas façam treinamentos em modernos simuladores de direção e em outras tecnologias de ponta, como as lousas digitais conectadas à internet. Além disso, disponibilizamos diversos cursos a dis-

tância, que facilitam o acesso de quem não tem muito tempo para estar na sala de aula. Trouxemos para o dia a dia do setor transportador conhecimentos inéditos que fomos buscar nos melhores centros de inovação do mundo. Entre eles, cito as universidades de Stanford e Singularity, a Embry-Riddle Aeronautical University (ERAU) – maior universidade do mundo especializada em aviação – e a renomada Deutsche Bahn, líder mundial em educação na área de mobilidade de passageiros e logística, além de contarmos com a Fundação Dom Cabral, instituição brasileira reconhecida mundialmente. Estamos olhando para a frente, para o futuro. Nenhuma outra instituição brasileira, seja pública, seja privada, tem a expertise, a abrangência, a capacidade instalada e o conhecimento que nós temos sobre o transporte no Brasil. Aquele sonho que começamos a concretizar em 1993 nos trouxe para muito além do que podíamos imaginar. E vamos seguir em frente porque os transportadores querem e o Brasil precisa.

A CNT sempre trabalhou junto ao SEST SENAT, produzindo dados e informações sobre o setor. Qual avaliação o senhor faz dessa atuação da Confederação nos últimos 25 anos? Não podemos esquecer da sincronia entre as atividades do SEST SENAT, da CNT e do ITL, pois isso tem sido um grande trunfo para o setor de transporte. Enquanto o SEST SENAT cuida da formação e do bem-estar dos trabalhadores, a CNT analisa e avalia todos os cenários nos quais o setor transportador está inserido, identifica problemas, antecipa riscos e prospecta oportunidades. Já o ITL investe na qualificação da gestão das empresas. Nesses últimos 25 anos, a CNT realizou mais de 300 estudos, pesquisas, análises e outras ações sobre os diferentes modais e sobre temas de interesse do setor. Acompanhamos a economia, analisamos os impactos das medidas governamentais e atuamos junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Também mostramos como a sociedade pensa e se comporta em diferentes momentos da vida nacional.


Nossos projetos buscam oferecer alternativas aos transportadores para que eles desempenhem sua atividade com menos custos, mais qualidade e menos impacto ao meio ambiente. Ao mesmo tempo, atuamos institucionalmente na defesa dos interesses dos transportadores junto aos poderes da República, aos organismos internacionais e às organizações da sociedade civil. Esse entrosamento e essa precisão nos campos de atuação de cada entidade são fundamentais para o próximo salto de desenvolvimento do setor de transporte e da economia brasileira. Temos um tripé destinado à prestação de serviços para o setor transportador e para o Brasil. A última edição da Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador, divulgada pela CNT em dezembro, mostra o otimismo dos empresários em relação ao novo governo. Em sua opinião, a que se deve esse posicionamento? Nós, transportadores, estamos confiantes de que as mudanças empreendidas pelo governo serão muito positivas

para a nossa atividade e para o nosso país. O projeto liberal do governo inclui as reformas do Estado, como a Reforma da Previdência e a Tributária, e um aprofundamento da Reforma Trabalhista. Além disso, prevê um amplo e consistente programa de privatizações e concessões; a ampliação dos investimentos em infraestrutura; e a criação de um ambiente favorável ao investidor privado. Essa é a agenda prioritária dos transportadores, portanto, há motivos para otimismo. As propostas que vêm sendo apresentadas, uma vez colocadas em prática, contribuirão decisivamente para a consolidação do ambiente de que o país precisa para retomar o crescimento econômico, voltar a gerar empregos e melhorar a vida de todos os brasileiros. Na contramão dessa agenda positiva, o governo Bolsonaro sinalizou que pode fazer cortes no financiamento do Sistema S. Isso pode trazer algum risco para os avanços e as conquistas do SEST SENAT? Sem dúvidas. Estamos em um momento de expansão e pre-

Clésio Andrade assume a presidência em 1993

paração do setor transportador para se adequar à revolução tecnológica em curso e, também, para dar suporte à recuperação da economia.

O transporte é uma área que dá suporte e mobilidade a todos os setores da economia. Qualquer recuo nesse processo pode representar perdas irre-


“A CNT, o SEST SENAT e o ITL se tornaram referência para o desenvolvimento e a inovação no setor transportador.” Trabalhos técnicos da CNT contribuem para o desenvolvimento do transporte

paráveis para os transportadores e para o Brasil. Temos mais de 12 milhões de desempregados no país, principalmente, por falta de qualificação profissional. Temos graves problemas de mobilidade nas cidades e alta demanda de expansão do transporte de carga para dar vasão à produção nacional, que precisa e deve crescer nos próximos anos. O melhor ou pior desempenho dessas e de outras áreas passa pelo SEST SENAT. Não é hora de reduzir investimentos em qualificação e aumento de produtividade e competitividade.

Desonerar a folha de pessoal das empresas é uma medida necessária, mas nem tudo pode ser retirado sem causar prejuízos às empresas e à economia. Não é fato que um corte aleatório no financiamento do Sistema S seria um incentivo à geração de empregos. O que gera emprego é uma expansão consistente das oportunidades ao empreendedor; a redução da burocracia; a organização e simplificação do sistema tributário; o investimento em infraestrutura; o incentivo ao capital privado. O Brasil pre-

cisa de políticas abrangentes e de grande impacto para gerar milhões de empregos em um curto espaço de tempo. Nós queremos discutir essas questões com o governo. Não somos contra mudanças e adequações no Sistema S. O que nós queremos é levar conhecimento e informação para que o governo tome decisões levando em consideração as especificidades das entidades, as demandas de cada setor e os impactos de eventuais mudanças. É possível mudar sem comprometer serviços essenciais,

prestados com eficiência, transparência e baixo custo. Como o senhor vê o futuro da CNT, do SEST SENAT e do ITL? Eu sou muito otimista em relação ao futuro das entidades de defesa e de desenvolvimento do setor de transporte. Esse é um patrimônio dos trabalhadores, das empresas e do Brasil, cuja relevância é incontestável. Como eu disse há pouco, vivemos um momento histórico em que o conhecimento, a inovação e a capacidade de


SEST SENAT ultrapassa a marca de 129 milhões de atendimentos

adaptação são basilares para o desenvolvimento das pessoas, a sobrevivência das empresas e a soberania nas nações. A revolução do século 21 está apenas começando. As novas tecnologias são tão disruptivas que sequer conseguimos projetar com segurança como será o mundo nos próximos 20, 30, 50 anos. Só temos a certeza de que as mudanças serão profundas. Nesse cenário, instituições como a CNT, o SEST SENAT e o ITL são ainda mais necessárias do que foram nas déca-

das passadas. Um país com os problemas e com o potencial do Brasil não pode abrir mão de instrumentos de desenvolvimento dos trabalhadores e das empresas. Já estamos prontos para essa nova fase. A CNT, o SEST SENAT e o ITL alcançaram maturidade e estão se renovando em todas as suas dimensões. Nosso legado são instituições enxutas, transparentes, eficientes e comprometidas exclusivamente com as necessidades essenciais dos trabalhadores, com a valoriza-

ção e com a defesa dos interesses dos transportadores. Caberá às novas gerações completar a transição para o futuro. A partir da base sólida que construímos, há muito a ser feito. Com seus estudos e suas pesquisas, a CNT tem muito a contribuir para a sociedade e para o governo na reconstrução do Brasil. O SEST SENAT e o ITL são a conexão importante entre os trabalhadores e as novas demandas do mercado e entre os transportadores e os novos desafios que se apresentam no setor de transporte.

O novo presidente da CNT e dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT, Vander Costa, escolhido por consenso entre os representantes dos transportadores, é o nome certo para conduzir esse processo. Damos a ele todo o nosso apoio. Estou certo de que a CNT, o SEST SENAT e o ITL terão vida longa e relevância ainda maior na vida dos trabalhadores, na valorização e na defesa dos interesses dos transportadores e, certamente, na história do Brasil. l


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MAIS TRANSPORTE Asas inovadoras

DIVULGAÇÃO | BOEING

A Boeing trabalha no desenvolvimento de um novo modelo de asas que reduz o consumo de combustível ao mesmo tempo em que aumenta a velocidade média das aeronaves, diminuindo o tempo das viagens. A asa Transonic TrussBraced Wing tem formato de treliça, com um segmento superior e outro inferior. Um avião que possui esse equipamento poderia voar a 980 km/h em voo de cruzeiro, entrando na velocidade transônica, superior à dos voos comerciais atuais (entre 800 km/h e 900 km/h). O projeto ainda está em fase de pesquisa, e a ideia é operar modelos com essa asa a partir de 2030.

ADOBE STOCK

Reconhecimento facial para embarcar Algumas cidades da China já estão realizando testes para o embarque de passageiros em ônibus por meio de reconhecimento facial. Para utilizar o serviço, o usuário precisa baixar um aplicativo, fazer o cadastro e enviar

uma selfie. A partir daí, a câmera no ônibus faz o reconhecimento da imagem em um segundo. Os veículos não possuem catracas, e o pagamento é realizado a partir do cruzamento com os dados bancários dos passageiros.


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Contratações no transporte

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Após três anos sentindo os efeitos da crise econômica, o setor de transporte finalmente reagiu. Entre janeiro e dezembro de 2018, foram criadas mais de 29 mil vagas com carteira assinada. Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Os segmentos que mais expandiram foram o de transporte rodoviário de cargas (com 35,6 mil vagas) e o de armazenamento e atividades auxiliares dos transportes (com 10,3 mil). Em compensação, aquaviário e aéreo continuaram a retrair, com extinção, respectivamente, de 478 e 284 postos de trabalho.

DIVULGAÇÃO | CODESP

Aumento de movimentação em 2019 O Porto de Santos (SP), que completa 127 anos de atividade em 2019, espera um aumento de 2,5% na movimentação de cargas em 2019. No total, são esperados que 136,4 milhões de toneladas em cargas passem pelo cais. Em 2018, de acordo com projeção divulgada pela Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), o porto movimentou 133,1 milhões de toneladas, um incremento de 2,5% em relação ao ano anterior. Além da movimentação, o porto também bateu o recorde de desembarques: 38,82 milhões de toneladas, 6,9% maior que 2017.


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Você já imaginou como será o carro de Fórmula 1 em 2050? Pois, saiba que a McLaren não só pensou, como também já colocou a ideia no papel. Em janeiro, a McLaren Applied Technologies, empresa irmã da escuderia de Fórmula 1, revelou o conceito “MCLExtreme”, um veículo elétrico de tração traseira, que pode atingir 500 km/h. Com uma bateria dobrável moldada ao pacote aerodinâmico, a tecnologia do carro incluiria uma inteligência artificial como copiloto, além de “pneus auto regenerativos”. Quem viver verá.

Primeiro SUV elétrico do Brasil Os elétricos estão chegando e o Brasil irá conhecer ainda em 2019 o primeiro SUV movido a propulsão elétrica vendido em solo brasileiro. Essa é a aposta da JAC Motors, que traz o iEV 40. O modelo proporciona emissão zero de poluentes e necessita de somente oito horas

para ser recarregado em uma tomada comum de 220 volts. O consumo é equivalente ao de um chuveiro elétrico de boa qualidade. Com capacidade total de energia da bateria de 40 kWh, o modelo possui autonomia de 300 km e pode ir de 0 a 100 km/h em 11 segundos.

DIVULGAÇÃO | JAC

F1 de 2050

DIVULGAÇÃO | MCLAREN

MAIS TRANSPORTE


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Falecimento O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, expressa enorme pesar pelo falecimento do empresário José Fioravanti, ocorrido no último dia 4 de fevereiro. “Perdemos um grande companheiro que, com sua capacidade de diálogo e de articulação, muito contribuiu na construção do SEST SENAT e no fortalecimento da CNT”. Fioravanti foi vice-presidente da CNT e presidente da seção dos Transportadores Autônomos de Passageiros e de Cargas da Confederação. Presidiu a Fetacesp (Federação dos Taxistas Autônomos do Estado de São Paulo) e foi diretor e delegado sindical da Fencavir (Federação Nacional dos Taxistas e Transportadores Autônomos de Passageiros). Nascido em Presidente Prudente (SP) em 27 de dezembro de 1933, Fioravanti dedicou a vida ao transporte. Foi fundador, presidente e membro atuante em diversas entidades do setor e, assim, participou ativamente de relevantes conquistas para o transporte brasileiro. Como representante dos transportadores autônomos, atuou para a obtenção da isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para veículos novos e isenção de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para os taxistas. Em 2018, ele foi agraciado com a Medalha JK – Mérito do Transporte Brasileiro, no grau Grã-Cruz, entregue pela CNT como reconhecimento por sua inestimável contribuição para o transporte brasileiro.

Terceiro mais pontual do mundo

ARQUIVO SISTEMA CNT

O Aeroporto Internacional de Brasília foi eleito o terceiro mais pontual do mundo na categoria grande porte – que opera entre 10 milhões e 20 milhões de passageiros por ano – pela consultoria internacional OAG, especializada em aviação. No topo do ranking, estão os aeroportos de Osaka (Japão) e Honolulu (Havaí). De acordo com a pesquisa, o terminal de Brasília foi pontual em 86,08% dos pousos e das decolagens, tornando os trajetos com tempo de espera inferior a 15 minutos ao programado. O aeroporto brasiliense é o terceiro mais movimentado do país, ficando atrás apenas de Guarulhos e Congonhas (SP). O aeroporto ainda possui a maior capacidade de pista do Brasil, podendo operar um voo a cada 53 segundos, já que tem duas pistas funcionando de forma simultânea.

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MAIS TRANSPORTE RNTRC dez anos depois

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ARQUIVO CNTA

ara desenvolver a atividade do transporte rodoviário de cargas, empresas, cooperativas e transportadores autônomos precisam estar cadastrados no RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas). A medida vale desde 2009 e é uma exigência para todos os que atuam no segmento logístico rodoviário. Trata-se de uma identificação e certificação dos profissionais e dos veículos emitida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Para a obtenção do registro, o solicitante deve apresentar uma

série de documentos conforme sua área de atuação. Após quase dez anos do início da exigência do registro, a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) avalia a medida como essencial para o segmento. A entidade enfatiza que o RNTRC trouxe uma série de benefícios ao transportador e aos usuários do serviço, como, por exemplo, a inibição da atuação de motoristas sem qualificação na atividade. “O cadastro padronizado do transportador regulariza a atividade e oficializa a contratação do frete com a identificação

formal do contratado, inibindo a atuação de agentes sem qualificação”, avalia o assessor jurídico da CNTA, Cleverson Kaimoto. Além disso, o registro reflete maior segurança ao contratante, já que traz informações específicas do transportador e retirou do mercado as ETC (Empresas de Transporte de Cargas) irregulares. Antes do registro, não havia parâmetros reais da competitividade do setor, nem da distribuição e composição da frota. A regulamentação permitiu a mensuração constante da quantidade de transportadores estabele-

cidos no país, do total de veículos por categoria e da idade média dessa frota. “O RNTRC serve como ferramenta para revelar dados reais do transporte rodoviário de cargas, como quantidade de veículos e idade da frota, formando uma base de dados que nos permite traçar um perfil do caminhoneiro, o que nos auxilia a conhecê-lo melhor e direcionar a atuação dos entes sindicais com mais eficiência” explica Kaimoto. *Conteúdo de responsabilidade da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos)


Acesse o relatório

Veja reportagem especial na edição de fevereiro


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REPORTAGEM DE CAPA

Janela de

oportunidades Transportadores estão ansiosos para expandir suas operações, revela Sondagem da CNT. Para dar a largada, setor aguarda contrapartida do governo em infraestrutura e ambiente regulatório por

GUSTAVO T. FALLEIROS


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ão havia o que comemorar em agosto de 2018. Naquele mês, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revisou para baixo a previsão do PIB (Produto Interno Bruto). O diagnóstico era que a greve dos caminhoneiros, em maio, havia paralisado a atividade econômica e o país sentiria os efeitos por muito tempo. O ano estava liquidado, disseram os analistas mais severos. Seis meses depois, o céu desanuviou. Após quatro anos de crise, há sinais de recuperação no ar. A inflação tem viés de queda. A taxa básica de juros se estabilizou. O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, acaba de alcançar seu patamar recorde. A população elegeu o presidente Jair Bolsonaro com esperança de renovação política. Tudo isso contribuiu para abrir o apetite do setor produtivo. O momento de otimismo foi flagrado em detalhes pela Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2018, da CNT. Em sua décima edição, o estudo ouviu 776 empresas, entre representantes dos segmentos rodoviário (de cargas e de passageiros), metrofer-

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roviário de passageiros, ferroviário de cargas, aquaviário e aéreo. Os dados confirmam um 2018 de avanços modestos e a persistência de problemas graves, como roubos de cargas e baixa qualidade das rodovias. A novidade é o alinhamento em torno de um projeto de desenvolvimento. Por exemplo, 85,2% dos transportadores sondados creem que o novo governo será capaz de solucionar os problemas de infraestrutura do país. Existe vontade de dar certo. Cabe agora ao Executivo acertar o passo. “Os empresários do setor querem ampliar suas frotas e aumentar o ritmo das suas atividades. A proposta de um mercado mais aberto, aliada à intensificação do programa de concessões e à continuidade de reformas estruturantes, poderá munir o país das condições necessárias para a melhoria da infraestrutura de transporte”, aponta Clésio Andrade, presidente da CNT. “É inegável que temos um enorme potencial, mas precisamos de ações que transmitam segurança, com um marco regulatório adequado e um ambiente de negócios amigável”, assevera.

Dias melhores virão 76,6% 48,5% 45% preveem queda da taxa de juros

esperam uma taxa de juros menor

46,4% 41,8%

creem que a inflação será menor

apostam na redução da carga tributária

ADOBE STOCK

dos entrevistados esperam um PIB maior em 2019


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De volta à carga uma movimentação no exterior, querendo trazer investimentos para o Brasil. Economia não é uma ciência exata, envolve expectativa”, analisa. Assertivo, o empresário lista as condições para o país deslanchar: “Reforma da Previdência e a desburocratização da gestão de tributos. Quando isso for realizado, acho que teremos anos de prospe-

ridade e crescimento sustentável do PIB”. Helou tem consciência de que a Braspress é uma exceção no cenário nacional quando rejeita um 2018 estagnado, com a frota circulando “meio vazia”. “A ociosidade não se fez sentir para nós. Não porque houve aquecimento econômico. Em vez de contemplar a recessão, lançamos novos produtos”, argumenta.

Comparado a 2017, o percentual de viagens vazias em 2018: 13,8% Reduziu 71,6% Ficou estável 8,9% Aumentou 5,7% NS/NR

ARQUIVO SISTEMA CNT

“Janeiro de 2019 já nos deu um start de mais movimentação de carga do que no ano passado – um aumento de 21%”, declara Urubatan Helou. O presidente da Braspress está atento aos sinais e vê com naturalidade o reposicionamento do mercado. “O otimismo não é fruto do acaso. Só a mudança de conceito ideológico já atraiu forças positivas. Percebe-se


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Com os pés no chão Christian Goes, diretor da Sambaíba Transportes Urbanos, dona de uma das maiores frotas de ônibus do país, faz um balanço objetivo da história recente. “Nos últimos seis anos, a gente teve uma perda de passageiros na ordem de 8%. Afirmar que essa perda foi decorrente da entrada do transporte por aplicativo seria temerário. O problema econômico foi grave, e é claro que isso atingiu a atividade, principalmente em nível municipal”, afirma. Hoje, ele reconhece um cenário renovado. “A gente já havia percebido esse otimismo, ainda mais depois da troca de governo. Tendo a população como termômetro, é natural entrar no clima. A gente não

vai na contramão disso”, reconhece. Conforme a Sondagem, o modal nunca esteve tão confiante no aumento do investimento público e na iminente melhoria da infraestrutura de transporte urbano. O estudo verificou, ainda, que 61,9% acreditam que o ambiente de negócios estará mais favorável à atividade da sua empresa. Quando olha para a realidade da Sambaíba, Goes avalia que a prestação do serviço será aperfeiçoada em 2019, mas “a ideia não é necessariamente aumentar a frota, mas, sim, o número de lugares ofertados. Isso significa, por exemplo, trocar três ônibus pequenos por dois grandes, com tecnologia superior e mais conforto para o passageiro”.

Comparado a 2018, qual a sua expectativa para o volume de investimentos públicos em infraestrutura de transporte urbano em 2019? 100,0%

80,0%

57,3%

60,0%

40,0%

34,7%

6,0%

2,0%

0,0% Reduzirá

Será mantido

Aumentará

NS / NR

ARQUIVO SISTEMA CNT

20,0%


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Rodovias aguardam manutenção “Entendo que, com a composição da equipe e as ações vistas até agora, o governo está no caminho certo. Eles estão reestruturando agências e, se for bem feito, haverá ganhos pela frente. Agora, isso é a médio e longo prazos. Principalmente, porque a gente está falando de infraestrutura, e nós somos carentes dela”, reflete Florisvaldo Hudinik, presidente da Princesa dos Campos, viação paranaense de passageiros. Ele toca em um ponto essencial levantado pela Sondagem:

para 83,2% dos transportadores rodoviários de passageiros, a malha pavimentada existente é regular, ruim ou péssima. Ademais, 74,9% disseram que a quantidade das rodovias é insuficiente. Negativos, esses dados haviam sido antecipados pela Pesquisa CNT de Rodovias. “As condições das rodovias ainda são um dos principais fatores de insegurança no transporte de passageiros”, diagnostica Paulo Porto Lima, diretor-executivo da Expresso Guanabara, de Fortaleza (CE). Lima é taxativo quanto à neces-

sidade de aportes públicos para a superação desse gargalo: “Compartilhamos que o novo governo deve avançar muito na melhoria da infraestrutura, pois essa, sim, é uma das principais atribuições de um Estado que se dispõe a melhorar as condições de produção”. Apesar dessa ressalva, o modal segue firme na convicção de que 2019 será um ano excepcional. Um fator que poderia atrapalhar o quadro de bonança é o preço do combustível. Na Sondagem, os empresários se mostraram preocupados com

eventuais “mexidas” na política de preços da Petrobras. “A gente entende que vai haver um maior controle, não de preço, mas das políticas de aumento do diesel”, acredita Hudinik. “Sendo esse um insumo tão importante, sua volatilidade gera um impacto grande, e não há gestão que consiga amenizá-lo. Então, acredito que eles terão cuidado com os reajustes. Sabemos que a Petrobras tem de se manter equilibrada para os acionistas, mas há outros aspectos”, afirma.

O(A) Sr.(a). está preocupado(a) com uma possível nova alteração na política de preços da Petrobras a partir de janeiro de 2019?

77,6% Sim 19,6% Não

ARQUIVO SISTEMA CNT

2,8% NS/NR


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Águas turvas, por enquanto Cada modal tem seus desafios, e os do aquaviário não são pequenos, sobretudo em águas fluviais. A Sondagem mostra que, para 84,0% das empresas entrevistadas, a quantidade de vias navegáveis é insuficiente. Conhecedor dessa realidade, Dodó Carvalho vê com cautela a onda de otimismo. “Logística é o primeiro ponto a ser pensado para não se perder o boom do crescimento”, pondera. Carvalho é sócio-proprietário da SC Transportes, atuante no Amazonas, e vê o desenvolvimento da região atrelado ao investimento público. “Quando o governo fala em entregar para o setor privado toda a infraestrutura, algumas questões preocupam, pois nem tudo, principalmente aqui na Amazônia, interessa ao setor privado. Então, é preciso ter a mão do governo, criando as

condições necessárias”, pontua. A Sondagem abordou, ainda, a percepção sobre os Terminais de Uso Privado, a frustração quanto ao sistema Porto Sem Papel e a qualidade dos serviços prestados pelos portos que operam em regime de 24 horas. Chama a atenção, porém, o aumento dos casos de roubo de cargas. “Por conta das ações dos piratas, já existem muitas indústrias que não querem suas cargas transportadas por esse modal”, observa Carvalho. “Isso transcende a questão da segurança dos estados – a gente compreende que os rios da Amazônia são federais. Por isso, a gente clama por uma polícia hidroviária federal que forneça tranquilidade tanto para os passageiros quanto para os donos das cargas”, defende o empresário.

O(A) Sr.(a) percebeu aumento dos casos de roubo na navegação em território brasileiro em 2018? 65,9% Sim 26,8% Não

ADOBE STOCK

7,3% NS/NR


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Situação sobre os trilhos Algo diferente ocorre com o transporte ferroviário de cargas: ele foi pouco afetado pela crise econômica de 2014 e, mesmo durante a recessão, apresentou crescimento no volume de cargas transportadas. O crescimento implica um novo risco — o de que o sistema sature diante da demanda. Diante da pergunta sobre a quantidade de ferrovias no Brasil, os entrevistados não titubearam: 100% responderam “insuficiente”. Assim, os investimentos não podem tardar. A MRS Logística,

concessionária que opera a chamada Malha Regional Sudeste da Rede Ferroviária Federal, prefere analisar a situação segundo duas categorias: investimentos em novas ferrovias e investimentos nas ferrovias existentes. “No primeiro caso, acreditamos haver grandes oportunidades. Embora a MRS não tenha relação com projetos greenfield (aqueles em fase de planejamento, que ainda não saíram do papel), o objetivo de destravar os investimentos está no centro dos planos do governo para o

setor. Os processos de renovação antecipada surgem como um dos meios para o financiamento do setor como um todo”, afirmou a concessionária por meio da assessoria de imprensa. “No segundo, o das ferrovias existentes, eles vêm acontecendo, de forma bastante acentuada, desde que a iniciativa privada assumiu o sistema ferroviário nacional. Ao todo, as concessionárias investiram R$ 92 bilhões ao longo desses últimos 20 anos. O salto em produtividade, tecnologia e segurança foram proporcionais

a esses volumes revertidos”, completou. Quanto ao metroferroviário de passageiros, a Sondagem iluminou algumas questões operacionais. Por exemplo, 60% dos transportadores concordam com o sistema de bandeiras tarifárias para a energia elétrica; 80% acreditam que a implantação de pedágios urbanos pode contribuir para o aumento da procura pelo transporte do sistema; e 100% defendem que as gratuidades determinadas em lei sejam financiadas pelo Estado.

Comparado a 2018, qual a sua expectativa para o volume de investimentos nas ferrovias em 2019? 100,0%

80,0% 66,7% 60,0% 50,0% 33,3%

33,3%

16,7%

20,0% 0,0% 0,0%

Reduzirá

0,0%

0,0% Será mantido Público

Aumentará

NS/NR

Privado

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40,0%


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No céu como na terra? A recuperação ensaiada pelos outros modais já foi alcançada pelo setor aéreo. A procura por voos das companhias brasileiras aumentou 15,7% de janeiro a outubro de 2018 em, relação ao mesmo período de 2017. Novamente, essa pujança tem a desvantagem de que a estrutura opera sempre no limite. Se crescer mais, pode colapsar. Por isso, para 75% dos executivos ouvidos pela Sondagem, a quantidade de aeroportos é insuficiente.

Para o Grupo Latam Airlines, “o governo federal precisa criar condições para o país desenvolver a perspectiva de um novo ciclo de crescimento e realizar as reformas tributária e política”. A nota enviada pela companhia complementa, tocando na questão dos combustíveis: “Essas ações são fundamentais para atrair os investimentos prioritários que tragam ganhos de produtividade e competitividade ao Brasil. No caso da aviação, isso significa ter atenção aos temas sensíveis e às oportunidades

tributárias, como a composição do preço do querosene de aviação, que deve se alinhar às práticas mundiais do setor aéreo.” Outro questionamento presente na Sondagem é sobre o capital estrangeiro nas aéreas brasileiras. Verificou-se que 75% consideram esse aporte um avanço. A Latam também se manifestou favoravelmente, mas fez a seguinte ressalva: “É fundamental que existam condições igualitárias de competitividade entre as empresas aéreas brasileiras e as internacionais,

garantindo a reciprocidade. Hoje, o setor aéreo nacional enfrenta barreiras estruturais que elevam seus custos, como gargalos de infraestrutura e legislação trabalhista restritiva.” (leia mais nas páginas 32, 76 e 77). Nesse cenário, certo é que o programa de concessões aeroportuárias do governo continuará – e é saudado pelo setor como uma garantia de que os investimentos em infraestrutura chegarão. O otimismo, nesse caso, se justifica plenamente. l

O(A) Sr.(a) avalia que a quantidade de aeroportos no Brasil é: 75,0% Insuficiente 25,0% Suficiente 0,0% Mais do que necessária

ARQUIVO SISTEMA CNT

0,0% NS/NR


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Alívio para o olhar Estações de metrô investem em espaços culturais para levar arte e cultura para usuários por

CARLOS TEIXEIRA

DIVULGAÇÃO | METRÔ RIO

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FERROVIÁRIO

DIVULGAÇÃO | TRENSURB

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A

arte existe porque a vida não basta”, dizia o poeta maranhense Ferreira Gullar, citando a importância que a arte tem em nos trazer um algo a mais para os olhares além das coisas cotidianas da vida. Em tempos de um mundo tão agitado, no qual pessoas se deslocam de casa para o trabalho sobre o asfalto quente, passando entre carros, ônibus, motos, buzinas, caminhões e tudo o que compõe a luta diária por espaço em grandes cidades, ter um tempo para olhar uma obra de arte pode trazer um frescor em meio ao barulho que nos acompanha sobre o olhar frio do concreto que nos rodeia.

DIVULGAÇÃO | METRÔ RIO

DIVULGAÇÃO | METROFOR

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ADOBE STOCK

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Justamente para dar esse refresco diário na caminhada do trabalhador para o seu local de trabalho, diversas estações de metrô apostam na exposição de obras de arte em seus espaços. De mosaicos do pintor e escultor Athos Bulcão, no Metrô de Brasília, a esculturas de Alfredo Ceschiatti, no Metrô de São Paulo, passando pelo painel Epopéia Rio-grandense, Missioneira e Farroupilha, do artista Danúbio Gonçalves, no Metrô de Porto Alegre, ou pela música de Gilberto de Gil retratada em um painel no Rio de Janeiro, as estações espalhadas pelo Brasil têm permitido transformar viagens em visitas a galerias de arte.


O Metrô de São Paulo foi pioneiro nessa iniciativa com a colocação da obra “Garatuja”, do artista Marcelo Nitsche, na inauguração da Estação Sé, em 1978. A partir desse momento, foi posta em prática a ideia de transformar as estações em galerias de arte subterrâneas como forma de aproximar o cidadão das mais diversas manifestações culturais. Esculturas de Alfredo Ceschiatti e murais de Renina Katz, Cláudio Tozzi e Mário Gruber estão entre os primeiros trabalhos expostos. Em 1986, foi criado o programa Linha da Cultura. O metrô passou a disponibilizar gratuitamente espaços para artes visuais, performances, exposições fotográficas, apresentações musicais e teatrais. Desde então, as

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estações do metrô paulistano se transformaram em uma verdadeira galeria de arte contemporânea, composta de murais, instalações, pinturas e esculturas de renomados artistas plásticos do cenário brasileiro e internacional, como Aldemir Martins, Tomie Ohtake, Antonio Peticov, Denise Milan, Gontran Guanaes, Geraldo de Barros, Amélia Toledo, entre outros. A coordenadora de ação cultural do Metrô de São Paulo, Ana Mazzone, destaca que, desde o início, o projeto se destacou. “Sempre fomos conscientes de que os olhos dos passageiros do metrô passariam pelas obras com a mesma velocidade dos trens, mas guardariam fragmentos nas suas memórias, entre

cores, formas e significância de cada uma delas. Aproveitar os frios espaços de concreto cinza para oferecer arte, exposições e outros eventos foi algo tão bem aceito que cresceu e encantou a população que transita pelas estações.” Para manter uma diversificada oferta cultural, atualmente, o Metrô de São Paulo possui parceria com quatro museus da cidade. Em suas dependências, estão instaladas as salas do Museu Lasar Segall, na Estação Santa Cruz; Arte Sacra, na Estação Tiradentes; Vitrine do Theatro São Pedro, na Estação Marechal Deodoro; e Vitrines do Masp, localizadas na estação Trianon-Masp. O acervo conta com 91 obras de arte distribu-

MUNDO AFORA

A iniciativa de transformar estações de metrô em galerias de arte vem de outros países. Veja algumas das estações consideradas as mais bonitas do mundo:

ídas por 37 estações frequentadas por mais de 3 milhões de pessoas diariamente. De acordo com a diretora-executiva da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Roberta Marchesi, é importante usar esses espaços comunitários para dar acesso ao cidadão brasileiro à cultura, com exposição de esculturas e pinturas, apresentações de dança, canto e teatro. “Os operadores procuram sempre apresentar essas ações em suas estações para levar a arte aos milhares de usuários diários que passam pelos sistemas brasileiros”, destaca ela. Em Brasília, as obras de arte também estão presentes

DIVULGAÇÃO | T-CENTRALEN

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DIVULGAÇÃO | RUSSIATRAIN.COM

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KOMSOMOLSKAYA,

T-CENTRALEN,

MOSCOU, RÚSSIA

ESTOCOLMO, SUÉCIA

Uma mistura de palácio barroco e galeria de arte com um registro histórico da União Soviética

A rocha natural do local foi escavada e deixada à mostra com arcos rústicos decorados


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a oportunidade de conhecer mais a nossa cultura e a história do bairro de Ipanema.” No sul do país, a história começou na estação Mercado, no Metrô de Porto Alegre. Desde 1986, um mural do artista Clébio Sória narra a história e o folclore do Rio Grande do Sul. Os imponentes 450 metros quadrados são divididos em 17 painéis, pintados como parte das comemorações do primeiro ano de operação da linha da Trensurb. Já na praça que dá acesso à estação Mercado, está exposto o painel Epopéia Rio-grandense, Missioneira e Farroupilha, do artista Danúbio Gonçalves. A obra é composta por 555 lajotas e porcelanatos pintados manualmente.

HOLLYWOOD/VINE,

WESTRIEDHOF,

Conta com projetores antigos, esculturas de automóveis e serve de acesso para a Calçada da Fama de Hollywood

Gigantescas lâmpadas coloridas, com tons azuis, amarelos e vermelhos, sugerem um auditório

LOS ANGELES, ESTADOS UNIDOS

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“Há uma enorme dificuldade de se retomar o espaço público como um espaço de convivência e de troca de experiências. A arte, por ser universal, pode ser um canal entre as emoções de pessoas, trazendo para dentro da estação uma energia importante, vital para humanizar esses espaços”, afirma o gerente de comunicação integrada do Metrô, Jânio Ayres. Das estações para os vagões. No Ceará, a aposta foi no grafite feito nos próprios trens. Criado há 15 anos, o projeto Wholetrain foi uma iniciativa dos artistas OSGEMEOS e ISE, com o apoio do setor privado. Hoje, já são 15 trens pintados em Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte, um deles em homenagem ao cantor Belchior. l

DIVULGAÇÃO | WESTRIEDHOF

Gilberto Gil que exalta a beleza da capital fluminense. O painel é de autoria dos artistas Ozi e Coletivo Nata Família e foi feito com técnicas de pintura em spray, pôster arte e estêncil. Na estação Nossa Senhora da Paz, é possível ver a história de Ipanema e dos seus personagens retratada em um painel de 32 metros de comprimento com 3.000 azulejos. A jornalista Patricia Reis Oliveira, de 47 anos, passa pelo local todos os dias e afirma que o painel é um alívio para o olhar. “Eu acredito que mesmo quem está com pressa percebe. Para mim, a arte é uma válvula de escape, ainda mais no Rio de Janeiro. Essas obras ainda são uma marca registrada para o turista, que tem

DIVULGAÇÃO | HOLLYWOODVINE

e encantam os passageiros. “Passo por aqui quase todos os dias, e as obras tornam o ambiente mais agradável”, conta o chefe de cozinha, Dimitri Prospe, ao passar em frente à obra do artista plástico Marcos Decat França, na estação 102 Sul. A obra de 7 metros por 1,8 metro, doada ao metrô, traz uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer e à cidade. “Também existe o sentido de cultivar a arte dentro das pessoas, pois a pintura acaba trazendo algo de melhor para dentro da gente.” No Metrô do Rio de Janeiro, foi instalado, na estação Cinelândia, em 2017, o painel “Aquele Abraço”. A obra leva o nome da canção composta por

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MUNIQUE, ALEMANHA


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AÉREO

Operação de

baixo

custo

Recentes mudanças regulatórias ocorridas no setor aéreo brasileiro, como a franquia de bagagens, atraem empresas estrangeiras de operação low-cost por

DIEGO GOMES


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O

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transporte aéreo brasileiro ensaia uma nova realidade mercadológica. Companhias aéreas estrangeiras low-cost – que atuam com baixo custo de operação e oferecem tarifas mais baratas do que as das empresas tradicionais do setor – começam a ampliar a oferta de passagens internacionais no país. Essa nova rota foi traçada graças à resolução 400, aprovada em dezembro de 2016, que buscou alinhar as regras da aviação brasileira a padrões internacionais. O principal ponto de atração das estrangeiras que, agora, chegam ao país tem sido a desregulamentação da bagagem, que permite às companhias cobrar pelo despacho das malas. Diante disso, já é possível voar para o exterior desembolsando bem menos em voos low-cost. Para tanto, o passageiro pode adquirir uma passagem sem os benefícios que incidem sobre o valor da tarifa normal, como escolha de assentos e mudança de voo. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que existem quatro companhias low-cost já com processos em andamento no Brasil. A chilena Sky Airline retornou no ano passado ao país e já está operando. Os primeiros trechos oferecidos são de voos que partem de Santiago, no Chile, para o Rio de Janeiro e Florianópolis – já com previsão de voos para São Paulo neste ano.

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Também com autorização para voar no Brasil, a Avianca Argentina faz parte do grupo que gerencia a Avianca, mas tem autonomia para operar livremente. Por esse motivo, a empresa consegue oferecer voos entre São Paulo e Buenos Aires com preços mais atrativos, em que pese a companhia nacional afirme que não se trate de uma operação de baixo custo. A empresa opera no Brasil desde julho de 2018 e possui um A320 para fazer as viagens. Já comercializando passagens no Brasil – por possuir autorização jurídica –, está a norueguesa Norwegian, terceira maior companhia low-cost da Europa. O primeiro voo para o Brasil será a rota Londres-Rio de Janeiro. A previsão de estreia da operação é o final de março, com quatro voos semanais e tarifas médias de R$ 1.200. Em fase final de tratativas com a Anac, a argentina Flybondi pretende operar em diversas capitais brasileiras, como Fortaleza, Recife, Salvador, Natal, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Os voos para Buenos Aires pousam no aeroporto militar de El Palomar. Viabilidade As companhias aéreas low-cost surgiram nos Estados Unidos, mas foi na Europa onde elas se popularizaram, na década de 1990, em decorrên-

cia das liberações concedidas pelos governos, que permitiam que essas empresas circulassem livremente, com autonomia na definição de preços e rotas. O especialista em aviação civil e diretor de operações da Two Flex Aviation, Francisco Conejero Perez, aposta no êxito desse nicho mercadológico no Brasil, mas ressalta que é importante conceituar a operação por se não se referir apenas a “vender passagens baratas”. “Ela se baseia na mudança dos paradigmas dos produtos oferecidos, nas características do serviço, na forma de operação das rotas, nas estratégias de marketing e divulgação e nos canais de distribuição, com o objetivo de se incorrer nos menores custos possíveis, cobrando tarifas

mais baixas que as da concorrência”, diz. Dentro dessa lógica, explica Perez, as empresas de baixo custo se valem de aviões novos que, por consequência, são mais eficientes e exigem menos manutenção. Além disso, todas as aeronaves da frota são do mesmo modelo a fim de reduzir a complexidade do treinamento de colaboradores A tripulação é mais jovem, e os assentos não reclinam, o que permite acomodar mais poltronas. Além disso, nessas aeronaves, vendem comida e usam aeroportos secundários, que cobram taxas menores. Ainda é cedo para determinar a consolidação desse modelo no Brasil e se esse conseguirá preservar a essência das tradicionais companhias de baixo custo mais conhecidas na Europa e nos


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DIVULGAÇÃO | NORWEGIAN

Estados Unidos. Para rentabilizar a operação, o professor Perez pondera que as companhias estrangeiras precisam negociar valores de combustível, de impostos e de taxas aeroportuárias, bem como utilizar aeroportos secundários, o que, na sua visão, pode ser um problema por aqui, já que o Brasil não trabalha – pelo menos não de maneira massificada – esse conceito de terminal. Mas há outro fator que pode contribuir para atrair mais empresas de baixo custo: a liberação de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas que atuam no Brasil, o que foi definido no final de 2018, por meio de medida provisória. O limite anterior era de 20% (leia mais sobre o assunto na seção Tema do Mês, nas pági-

nas 76 e 77). “Esse segmento é pujante e acaba sendo um driver, um condutor das ações das grandes empresas aéreas. Então, a concorrência é movida pelo que fazem essas empresas low-cost. As grandes precisam dessa concorrência. Quanto mais abrir o mercado e facilitar a entrada dessas empresas, melhor para o passageiro, que vai sempre ter mais opções”, afirma o pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Alessandro Oliveira. Gargalos domésticos Apesar dessa real abertura do mercado aéreo brasileiro, restam gargalos que dependem de legislação, como a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação

de Mercadorias e Serviços) que incide sobre o querosene de aviação (QAV) – um pleito antigo das companhias brasileiras, mas que não pesa sobre as estrangeiras que ingressam no país. Isso porque o tributo incide apenas sobre o abastecimento das aeronaves de companhias estabelecidas no país. “O Brasil é o único país do mundo que cobra um imposto estadual (ICMS) sobre o combustível dos aviões, com alíquotas que variam de 12% a 25%, dependendo do estado”, comenta Oliveira sobre a impossibilidade de uma empresa low-cost genuinamente brasileira ou de uma estrangeira se estabelecer no país para oferecer esses serviços. Na avaliação dele, é importante que o setor esteja alinhado com a competitividade em outros países. “É justo que a carga tributária seja compatível com a internacional. Mas esse é um problema brasileiro mais macro, que envolve uma reforma tributária. É difícil argumentar que um setor merece tratamento especial, sendo que todos sofrem com essa carga. O certo é esperar uma reforma ampla e uma simplificação de impostos.” Segundo o pesquisador, as companhias aéreas daqui ainda são submetidas a regras mais onerosas do que as de outros países, como a obrigatoriedade de ressarcir os passageiros em voos cancelados devido a causas naturais.

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Em nota, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) se declara favorável à abertura regulatória, qualificando-a como essencial para o Brasil, uma vez que fomenta novos negócios, mas chama atenção para os elevados custos da aviação brasileira. “O setor aéreo tem um custo extra de R$ 2,7 bilhões com a atual precificação do combustível dos aviões. Esse valor refere-se a 2017 e leva em conta toda a atividade de aviação no país, incluindo a regular (doméstica e internacional), geral e militar, entre outras.” Sobre essa questão, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) trabalha em um projeto para dar mais transparência à formação dos preços dos combustíveis. O documento está em consulta pública até 15 de agosto. A Abear, juntamente com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e a Alta (Associação de Transporte Aéreo da América Latina e Caribe), espera ter acesso à fórmula de precificação do QAV para poder contribuir com sugestões que tragam mais eficiência e competitividade ao transporte aéreo. “A Abear, a Iata e a Alta fazem um alerta sobre a importância de o combustível dos aviões ter uma fórmula de precificação mais transparente e que reduza os custos do setor, beneficiando os passageiros”, afirma o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. l


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AQUAVIÁRIO

Um mar deconflitos O transporte realizado pelo mar está sujeito a inúmeras disputas. Na falta de Netuno, Deus dos Mares, quem resolve é o Direito Marítimo por

GUSTAVO T. FALLEIROS


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A

s correntes marítimas não conhecem Estados, nem bandeiras. Frias ou quentes, as massas de água migram segundo lógica própria e influenciam na pesca, na vida marinha e no clima. A constância da natureza contrasta com a hiperatividade do ser humano, esse eterno contestador. Desde as primeiras navegações, verificou-se a necessidade de esti-

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pular regras para o trânsito de barcos e navios nos oceanos, pois os conflitos eram muitos. Tanto na antiguidade como nos dias atuais, um foco corriqueiro de disputas é o comércio. “O litígio mais frequente são as ações de avaria, manejadas pelos interesses pela carga. Aí você está falando de importadores e exportadores, a depender da modalidade da contratação. Ou, o que é muito comum, de segu-

radoras contra o transportador da carga”, ensina Godofredo Mendes Vianna, sócio do escritório Kincaid - Mendes Vianna Advogados Associados e presidente da Comissão de Direito Marítimo, Portuário e do Mar da OAB-RJ. A Justiça também se ocupa bastante do não pagamento do frete e da chamada sobrestadia ou demurrage — o atraso nas operações de carga e

descarga nos portos além da tolerância estipulada. Segundo Vianna, que também é professor de Direito Marítimo na FGV (Fundação Getulio Vargas), esses são bons exemplos de litígios de natureza contratual, pautados pelo acordo entre as partes e que, em geral, surgem do descumprimento de alguma obrigação ou do desequilíbrio do contrato. Até aí, já é um mundo de situações que

AJUDA DOS ÁRBITROS Cada vez mais, os conflitos marítimos vêm sendo dirimidos pela arbitragem, uma via totalmente privada. Para a solução ser rápida e econômica, as partes envolvidas precisam fazer um exercício de se anteciparem aos eventuais problemas e estipularem cláusulas que ajudem na resolução. Pode-se eleger um árbitro ou um tribunal arbitral da confiança dos envolvidos e o mais isento possível. Se proferida no exterior, a sentença precisará ser homologada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) para produzir efeitos em território brasileiro.

LIMITES DO ESPAÇO MARÍTIMO Quanto mais escuro o tom de azul, mais distante da costa e mais profundas as águas.

MAR TERRITORIAL

ZONA CONTÍGUA

12 milhas náuticas (22km)

24 milhas náuticas (44 km)

Considerando parte do território soberano do país

Extensão da soberania com o objetivo de evitar infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários


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UMA MANCHA NO LITORAL PAULISTA Na primeira quinzena de janeiro deste ano, uma substância amarronzada se espalhou pelo litoral paulista. As suspeitas recaíram sobre um cargueiro de bandeira chipriota, que foi proibido de atracar no Porto de Santos até que o caso fosse apurado. Pelo cheiro forte e pela coloração, o líquido aparenta ser fertilizante. O material recolhido está sob análise em laboratório. Tanto a Marinha quanto o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) podem penalizar o armador. As multas da autoridade ambiental podem chegar a R$ 50 milhões.

podem “complicar”, mas isso é só o começo. “Veja os casos de colisão. É responsabilidade civil pura, com observância dos critérios da culpa: negligência, imprudência e imperícia”, afirma o especialista, que chama a atenção para as várias consequências de um único evento. “Acidentes impor-

tantes são assim. Pode haver perda da carga ou atraso na operação. Pode acontecer de o casco ser perfurado e o óleo derramar. Com o derramamento, sofre o turismo do município, e os pescadores serão Certamente, prejudicados. haverá uma ação civil pública por poluição, um procedimento

ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA

200 milhas náuticas (370 km) Área em que o Estado costeiro tem direitos especiais de exploração, inclusive dos recursos marinhos e do petróleo

administrativo para a aplicação de multa e um inquérito perante a Capitania dos Portos”, detalha. Cada aspecto de um incidente como esse precisa ser analisado com lupa, pois a legislação pertinente é extensa. Como as operações envolvem diversos países, surgem dúvidas sobre

a jurisdição e o foro da causa. Felizmente, há alguns consensos compartilhados na sociedade internacional. Avisos aos navegantes São muitos os costumes que ditam a boa convivência nos oceanos. Parte importante dessas regras não escritas recebeu

ÁGUAS INTERNACIONAIS Também chamadas de “alto-mar”, são zonas marítimas que não se encontram sob a jurisdição de nenhum Estado

FONTE: CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR


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um tratamento formal com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, também conhecida por Montego Bay, por ter sido firmada nessa

VOCÊ SABIA? AMAZÔNIA AZUL Esse é o apelido dado à zona econômica exclusiva do Brasil por ocupar uma área equivalente à da floresta (3.660.955 km2).

DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE É o direito de toda embarcação estrangeira, civil ou militar de passar pelo mar territorial de um determinado país, desde que respeite as leis dos visitantes.

AVARIA GROSSA Ocorre quando o capitão do navio precisa sacrificar parte da carga em nome de um bem maior (não afundar, por exemplo). Nessa situação, os prejuízos podem ser divididos entre o armador e os proprietários das mercadorias.

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cidade jamaicana em 1982. Nela, estão descritos conceitos fundamentais para se entender “o que está em jogo”, como mar territorial, zona contígua e zona econômica exclusiva (na página 45). O documento traz uma lista de compromissos a serem assumidos pelos signatários, faz recomendações sobre a fauna marinha, estipula regras de jurisdição e cria o Tribunal Internacional do Direito do Mar, para julgar as controvérsias. O Brasil participa dessa convenção e de outras igual-

mente relevantes, como a que dispõe sobre a água de lastro dos navios (veja box), mas precisa se atualizar, alerta Vianna. “O país está bastante defasado quanto à subscrição e ratificação de tratados de navegação. Quase 80 textos com essa matéria aguardam análise”, diz. A ONU, por sinal, centraliza essa pauta em uma agência própria, a IMO (Organização Marítima Internacional, da sigla em inglês), considerada a mais alta autoridade em padronização para a segurança naval e

controle da poluição marítima. As resoluções editadas pelo órgão são vinculantes e geram grande impacto. Uma das mais polêmicas é a que reduz a taxa de enxofre permitida no combustível de embarcações. “Os Estados vão ter que se ajustar até 2020. Ou os armadores terão que adotar um equipamento chamado scrubber, que é caro e vai onerar a operação, ou precisará existir um combustível com maior grau de refino”, informa Vianna. Como diz o ditado, muita água ainda vai rolar.

O CASO DO MEXILHÃO DOURADO Derramamentos de óleo são incidentes náuticos que claramente podem afetar vários países e exigir esforços em conjunto. Há, porém, situações menos óbvias que merecem atenção de transportadores e autoridades. Uma delas é o sistema de água de lastro, inventado para proporcionar estabilidade às embarcações. Eis o problema: essa água pode estar contaminada ou “importar” espécimes exóticos, com consequências imprevisíveis. Foi assim com o mexilhão dourado, um molusco de origem asiática que se tornou uma praga na Argentina nos anos 1990 e, hoje, pode ser encontrado até no sul da Bahia. Estudiosa sobre o assunto, a advogada Jéssica Cipriano elenca uma série de problemas. “O mexilhão se acopla em superfícies e danifica as estruturas de hidrelétricas,

aumentando em quatro vezes a necessidade de manutenção dos equipamentos. É também um ser hiperfiltrador, o que deixa a água mais translúcida e ameaça diversas espécies de algas. Além disso, não é consumível pelo ser humano, prejudica a pesca e entope tubulações de esgoto”, enumera alguns dos problemas causados pelos moluscos. A ONU reconheceu a gravidade da situação. Em setembro de 2017, passou a vigorar a Convenção Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos dos Navios, com regras severas para tratar a água de lastro (sistema BWT) e evitar esse tipo de proliferação (veja a edição 262 da CNT Transporte Atual). No caso do mexilhão, não há muito a ser feito. Brasil e Argentina nunca chegaram a identificar a embarcação contaminante e sequer foram indenizados.


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INCIDENTES EMBLEMÁTICOS EM ÁGUAS BRASILEIRAS 15 DE NOVEMBRO DE 2004 O navio de bandeira chilena Vicunã, carregado com 11 mil toneladas de metanol, explodiu três vezes e afundou totalmente. Acredita-se que possam ter vazado entre 3 e 4 milhões de litros de combustíveis, o maior vazamento em 20 anos na Baía de Paranaguá (PR). Houve mortes dos tripulantes e de muitas espécies da fauna marinha. Os pescadores locais foram proibidos de pescar e, por esse motivo, o governo do estado repassou cerca de 1,7 milhão às famílias dos pescadores. A mancha de óleo atingiu mais de 30 km. A Cattalini, o P&I, a agência marítima da embarcação e a Sociedad Naviera Ultragas, proprietária da embarcação, foram multadas em R$ 250 mil diários, cada uma.

16 DE NOVEMBRO DE 2011 O navio plataforma FPSO Cidade de São Paulo, de propriedade da empresa Modec, ao efetuar a troca de água de lastro, acabou ocasionando o vazamento de 10 mil litros de óleo na Baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), e recebeu multa equivalente a R$ 10 milhões.

27 DE JUNHO DE 2012 O navio Mercante Seawind, de bandeira panamenha, transportava granito para a Itália quando teve que ancorar em Fortaleza para abastecer. Em virtude de irregularidades detectadas pela Capitania dos Portos e por questões relativas à Justiça do Trabalho, o navio ficou retido por 11 meses, quando começou a afundar em 27 de junho de 2012. Em consequência disso, houve um derramamento de 8 mil litros de óleo.

5 DE ABRIL DE 2013 Durante o abastecimento, uma das válvulas do terminal Tebar (Terminal Marítimo Almirante Barroso), da Transpetro, localizado em São Sebastião (SP), apresentou um problema que ocasionou o vazamento de 3.500 litros de óleo no mar. A empresa foi multada em R$ 10 milhões pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

16 DE MARÇO DE 2015 Durante a operação ship to ship entre os navios Gothenburg e Buena Suerte, no píer do terminal marítimo da Transpetro, em Angra dos Reis, ocorreu o derramamento de 560 litros de óleo na Baía da Ilha Grande, dentro da Área de Proteção Ambiental Tamoios. O Inea multou a empresa em R$ 2,38 milhões pelo vazamento. (FONTE: GODOFREDO MENDES VIANNA, COM A COLABORAÇÃO DE MUNIQUE DE SOUZA MENDES)

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RODOVIÁRIO

Rota para a

indústria

automotiva Sancionado no fim de 2018, o Rota 2030 define regras e permite maior previsibilidade de ações; política, porém, não traz novidades sobre emissões dos pesados e recebe críticas por benefícios fiscais por

O

DIEGO GOMES

Brasil, enfim, conta com um novo conjunto de regras a serem seguidas pela indústria nacional, após quase um ano sem regime automotivo. O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Rota 2030, sancionado em 8 de novembro do ano passado, estabelece requisi-

tos para todos os veículos novos comercializados no mercado brasileiro, sejam nacionais, sejam importados, abarcando diversos aspectos dessa atividade. O novo programa está previsto para vigorar até 2032 e será dividido em três fases: de 2018 a 2022; de 2023 a 2027; e de 2028 a 2032, sendo que as metas estipuladas pelo governo contemplam apenas a primeira fase.


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A indústria automobilística celebra a política por possibilitar maior previsibilidade de ações na área de inovação tecnológica, segurança e sustentabilidade dos carros comercializados em território nacional, mas há questionamentos sobre o retorno efetivo à sociedade ao conceder benefícios fiscais a um setor que já é lucrativo e consolidado. O certo é que o Rota 2030 vem para suprir a lacuna deixada pelo fim do Inovar-Auto, que vigorou entre 2012 e 2017. Na prática, o programa estabelece o quanto as fabricantes instaladas no Brasil precisarão investir e, a partir dessa premissa, o quanto os modelos serão avançados, econômicos e seguros e quanto custarão. Também determina quais novas tecnologias serão desenvolvidas por aqui, metas de eficiência energética dos modelos e itens de segurança obrigatórios nos próximos anos. Também estão previstos descontos tarifários mediante

investimentos em áreas como nanotecnologia, inteligência artificial, conectividade e autonomia veicular. Com as deduções de impostos a serem pleiteadas pelas empresas, estima-se que o setor automotivo receba, anualmente, incentivos da ordem de R$ 1,5 bilhão. Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Megale, trata-se de um marco para toda a cadeia automotiva brasileira, por permitir mais previsibilidade para a tomada de decisões e investimentos, e ampliar a competitividade da indústria nacional perante o mundo. “É uma grande vitória um programa de longo prazo que tem em sua essência a valorização da engenharia nacional e da pesquisa e desenvolvimento no país. A indústria automobilística brasileira está extremamente satisfeita e otimista com a publicação do Rota 2030”, diz. Megale avalia que a política pode render avanços significativos ao Brasil

com o aumento da eficiência energética dos produtos e a implantação de um calendário de introdução de novas tecnologias. “Os próximos anos serão de enormes transformações.” Metas e benefícios Segundo o presidente da Anfavea, para acessar os incentivos fiscais de até R$ 1,5 bilhão por ano, as fabricantes de veículos deverão investir até R$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, anualmente, e aprimorar a eficiência energética dos seus veículos em 11% em cinco anos. Cada fabricante deve alcançar a média de 1,65 mj/ km (megajoule por quilômetro, ou o quanto de energia é gasto por quilômetro), considerando os seus modelos. Dessa forma, um carro menos eficiente pode ser compensado por outro com melhor desempenho. Por conta disso, as empresas devem aderir obrigatoriamente ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.

A empresa que se habilitar ao programa poderá deduzir 10% do total dos dispêndios realizados em pesquisa e desenvolvimento no Brasil do IRPJ (Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). De acordo com o texto da nova política, esses investimentos poderão ser concretizados por meio de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de programas prioritários de apoio ao desenvolvimento industrial e tecnológico para o setor automotivo e sua cadeia. Caso a empresa realize investimentos em itens considerados estratégicos, poderá ter uma dedução adicional do IRPJ e CSLL podendo chegar a 12,5%. Outra novidade trazida pela nova regulamentação é que, pela primeira vez, caminhões e ônibus terão também suas metas de eficiência energética. O processo, contudo, deve levar um tempo. Na primeira


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etapas do

Programa primeira fase: 2018 e 2022

segunda fase: 2023 e 2027

terceira fase:

2028 e 2032

importarem peças sem produção equivalente no país – que, hoje, já possuem alíquota reduzida de imposto de importação a 2% dentro do regime chamado ex-tarifário – terão tal alíquota zerada. Em contrapartida, deverão aportar, em estudos e desenvolvimento, o equivalente a esses 2% por meio de fundos já existentes ou parcerias com instituições de ciência e tecnologia, universidades, organizações independentes etc. “Ao focar sua atuação nos próximos anos na prestação de serviços, cuja representatividade na receita total das montadoras, segundo estudos

mundiais, tende a se elevar de 1% para 25% até 2025, o setor estará incorporando o papel de prestador de serviços de mobilidade, com benefícios reais em termos de aumento da empregabilidade para a sociedade brasileira, que deverá se preparar adequadamente para fazer frente aos novos desafios profissionais”, explica o coordenador acadêmico de cursos automotivos da FGV (Fundação Getulio Vargas), Antônio Jorge Martins. Críticas Mas nem tudo é motivo para celebração. O diretor da Unafisco Nacional

(Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), Mauro José Silva, afirma que o programa não tem justificativa para o interesse público e contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal. O cerne da crítica se concentra no fato de não terem sido apresentados estudos para comprovar o eventual retorno dos benefícios fiscais à sociedade. “Não há preocupação com a geração de emprego. Essa política foi feita para dar benefícios às empresas para que elas façam aquilo que já deveriam fazer para serem competitivas. ARQUIVO SISTEMA CNT

fase, entre 2018 e 2022, serão realizados na segunda, entre 2023 e 2027 – que coincidirá com a entrada em vigor da fase P8 do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares), com os novos padrões tecnológicos para os veículos pesados –, deve haver a definição das bases de eficiência energética e as metas a serem alcançadas até 2032; e na terceira, entre 2028 e 2032, será o período de verificação do cumprimento das metas da indústria. O Rota 2030 estipula também mecanismos para o desenvolvimento da cadeia de autopeças. As empresas que


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ELETRIFICAÇÃO

Carros híbridos e elétricos tímidos Em nota, o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima explica que a regulamentação traz apenas um aceno à flexibilização para a compra de carros híbridos e elétricos. “Não houve uma ação forte para abrir caminho para o veículo elétrico. Em relação à descarbonização, os elétricos são fundamentais”, diz

nota emitida pela entidade. O IPI, que hoje é de 25%, passará para 7% a 20%, de acordo com a eficiência energética dos carros híbridos e elétricos. Além de não zerar a alíquota, como fizeram governos de outros países, a política não entra em vigor imediatamente e só passará a valer a partir de novembro

deste ano. O Fórum argumenta que o Brasil não precisaria subsidiar a compra desse tipo de veículo, como fazem outros países, sob risco de causar uma distorção no mercado, porém, defende a eliminação da carga tributária por um determinado período “enquanto essa indústria se desenvolve um pouco”.

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A forma como carros elétricos e híbridos foram contemplados no Rota 2030 também foi considerada tímida por especialistas. Para eles, em vez de oferecer uma redução significativa para os veículos não poluentes, há apenas uma pequena redução imposto sobre o IPI (Produtos Industrializados).

Outra crítica ao programa tem relação com o período definido por algumas instituições como “excessivamente longo” para a implementação das metas de eficiência energética de ônibus e caminhões.

Em nota, o Iema (Instituto do Meio Ambiente) sustenta que o Brasil dispõe de vasto conhecimento técnico na área e pode também recorrer à experiência acumulada em outras partes do mundo na

adoção de padrões de eficiência energética para veículos pesados. Vale lembrar que, no Brasil, os veículos pesados são grandes emissores de gases poluentes. “As metas de eficiência energé-

tica para veículos pesados, como caminhões, são importantes para o Brasil enfrentar os desafios da descarbonização da sua economia e buscar autossuficiência na oferta de óleo diesel.”


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Segurança Veículos brasileiros terão que atender a padrões Um dos principais avanços do Rota 2030 é o incentivo a empresas que adotarem, em seus veículos, itens de segurança, sejam ativos, sejam passivos. Confira a lista:

Obrigatórios* • Pontos de fixação para cadeirinhas infantis: a partir de 2020 • Controle eletrônico de estabilidade: obrigatório para novos projetos a partir de 2020 e para carros novos em 2022

A ser regulamentado e sem prazo para ser obrigatório* • Alerta de frenagem emergencial • Assistente de frenagem emergencial • Aviso de afivelamento dos cintos de segurança • Aviso de manutenção em faixa • Câmera de ré • Construção do primeiro volume do chassi voltada à redução de lesões ao pedestre em caso de atropelamento • Gravador de dados de acidentes de trânsito • Novas regras para buzinas • Novas regras para retrovisores • Novas regras sobre dobradiças e fechaduras • Novas regras sobre reforços de estruturas contra impactos frontais e traseiros • Reforços estruturais contra impactos laterais • Regras específicas de veículos autônomos • Regras específicas de veículos voltados a clientes PCD (pessoa com deficiência)

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* Pelo Contran


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INFRAESTRUTURA

Governo realiza, entre março e abril, nova rodada de leilões de aeroportos, portos e ferrovias; intenção é atrair cada vez mais investidores privados para os projetos de infraestrutura do país por

EVIE GONÇALVES


D

esde que assumiu, o novo governo tem reforçado a necessidade de se manter um forte diálogo com a iniciativa privada. Em seu discurso de posse, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou em tom enfático: “O sucesso desse trabalho depende dos investidores privados, da parceria e de soluções em conjunto. A gente sempre se ressentiu do protagonismo da iniciativa privada, e isso está mudando”, garantiu. As parcerias já começam no primeiro trimestre deste ano, quando acontecem os primeiros leilões de infraestrutura da gestão Bolsonaro. No total, serão licitados 12 terminais aeroportuários, dez terminais portuários e a operação de um trecho da Ferrovia Norte-Sul. Os leilões estão previstos para acontecer na Bolsa de Valores de São Paulo, entre os dias 15 de março e 2 de abril, cada um com características específicas à operação do setor de transporte. No caso dos terminais aeroportuários, o leilão será dividido em três blocos, sendo eles no Nordeste, no Sudeste e no Centro-Oeste. Assim, os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa (PB),

Campina Grande (PB), Cuiabá (MT), Sinop (MT), Rondonópolis (MT), Alta Floresta (MT), Vitória (ES) e Macaé (RJ) saem da administração da Infraero e passam a ser controlados pela iniciativa privada. O investimento previsto para os três blocos é de R$ 3,5 bilhões. No setor portuário, todo o foco está voltado à movimentação e armazenagem de combustíveis. Para tanto, serão licitados três terminais em Cabedelo (PB), cinco em Belém (PA), um em Vila do Conde (PA) e um em Vitória (ES). Todos os projetos integram o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), herdado da gestão de Michel Temer, e devem gerar investimentos da ordem de R$ 629 milhões. Por fim, uma das licitações mais esperadas na área de infraestrutura é a da Ferrovia Norte-Sul. Com a concessão da operação de um trecho de 1.537 km, a linha férrea estará completamente interligada, por direito de passagem, de Santos (SP) a Itaqui (MA). Com isso, passa a integrar um grande corredor de movimentação de cargas no país, favorecendo sobretudo o agronegócio, em especial o transporte de milho e soja, que ainda ocorre essencialmente pelo modal rodoviário e sobrecarrega a malha rodoviária nacional.

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FERROVIÁRIO

Concessão da Ferrovia Norte-Sul R$ 2,8 bilhões em investimentos

ITAQUI

AÇAILÂNDIA CARAJÁS

PORTO NACIONAL

MIRITITUBA

SINOP

SANTOS

ESTRELA D’OESTE

Ferrovia Carajás Ferrovia VLI

O trecho a ser concedido vai de Estrela d’Oeste (SP) a Porto Nacional (TO), com valor mínimo de outorga de R$ 1,35 bilhão, investimentos previstos de R$ 2,8 bilhões e prazo de concessão de 30 anos. A estimativa do Ministério da Infraestrutura é que, ao final da concessão, a ferrovia passe de uma movimentação de 1,7 milhão de toneladas para 22,7 milhões de tone-

Porto Nacional até Estrela d'Oeste Ferrovia Rumo ALL

ladas. Ainda que a linha já tenha 95% das obras concluídas, a licitação não foi realizada até então por questões polêmicas, como o direito de passagem entre as malhas conectadas à linha férrea. No Tramo Norte, a ferrovia corresponde ao trecho entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO) e é operada pela VLI desde 2007. O Tramo Central

Ferrogrão

compreende o trecho entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), operado pela Valec desde 2015. Já o Tramo Sul está compreendido entre Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela d’Oeste (SP), com obras em fase de finalização. A ferrovia também possui conexões com a malha da Rumo ALL até o porto de Santos (SP) e com a malha da Estrada de Ferro Carajás até o Porto de

Itaqui. Na prática, a empresa que vencer a licitação deverá operar com direito de passagem nas malhas das outras concessionárias para chegar até os portos. De acordo com Frederico Bussinger, da Katálysis Consultoria e Investimentos, a Norte-Sul funciona como uma espécie de ilha, em que um trem, para acessar um porto, depende


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FERROVIÁRIO

Audiências públicas da Ferrogrão poderão ser retomadas O governo conseguiu reverter uma liminar da Justiça Federal no Pará que determinava que fossem feitos estudos ambientais novos e paralisava as audiências públicas realizadas para a concessão da Ferrogrão, ferrovia que vai interligar o Mato Grosso e o Pará.

Com isso, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) pode dar prosseguimento ao processo de aprovação da audiência, que foi paralisado em novembro do ano passado, e enviar os estudos de viabilidade para análise do TCU (Tribunal de Contas da União), etapa que precede a publicação do

edital em caso de aprovação dos estudos. Em seu discurso de posse, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que essa ferrovia é o projeto mais desafiador da sua gestão. “É uma ferrovia que tem carga. Ela faz todo sentido e será uma revolução para o agronegócio do Brasil”, disse.

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de outras cinco linhas férreas. Segundo ele, para haver o direito de passagem, será necessário um acordo entre o vencedor, a VLI e a Rumo. Só assim a carga chegará aos portos nos extremos do país de maneira eficiente. “Além do direito de passagem claro e competitivo, também é preciso equacionar as articulações intermodais e as interfaces para o desenvolvi-

mento regional. O escoamento não deve ser o único objetivo a ser perseguido”, avalia o especialista. Aeroportos O leilão dos aeroportos também é uma grande aposta, porque se trata da primeira iniciativa de licitações em bloco, com aeroportos de grande porte dando sustentabilidade

aos menores. Além disso, os editais trazem novidades, como a extinção do valor de outorga fixo, além da possibilidade de uma mesma empresa vencer o leilão para quaisquer dos três blocos e de não estabelecer limites para a participação de concessionárias de terminais já concedidos. “O fato de outras concessionárias poderem participar

é vantajoso. Entretanto, se por um lado se reduzem as barreiras de entrada no leilão, por outro, pode haver a criação de monopólios regionais. Seria interessante a entrada de novos atores”, avalia Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios. Ele acredita que a licitação em blocos é uma boa solução porque os aeroportos


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AÉREO

Concessões Aeroportuárias R$ 3,5 bilhões em investimentos

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Bloco Centro-Oeste Bloco Nordeste Bloco Sudeste

regionais serão melhor geridos pelos investidores privados do que pela Infraero, podendo até mesmo obter lucro. De acordo com o especialista, é vantajoso o fato de o governo sinalizar um horizonte de vários leilões até o fim do mandato, culminando com a licitação da Infraero no fim do

processo. Segundo sinalizações da pasta da Infraestrutura, a próxima rodada deve ocorrer em 2020, também dividida em três blocos, a saber: um no Sul, centrado em Curitiba (PR); outro no Norte, centrado em Manaus (AM); e um na região central, centrado em Goiânia (GO). Até 2022, devem ocorrer

novas licitações de terminais, como Belém (PA), Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). “A iniciativa privada é o melhor caminho a ser seguido. Isso não tem volta por duas razões. Primeiro, porque o governo não tem mais recursos para administrar os aeroportos. Em segundo lugar, por-

que os investidores privados já demonstraram que são mais eficientes tanto em construir quanto em operar. Isso é incontestável. A própria Infraero reconhece isso”, acredita em relação à intenção do governo em manter relações cada vez mais próximas com a iniciativa privada.


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AQUAVIÁRIO

Concessões Portuárias R$ 629 milhões em investimentos

CABEDELO

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BELÉM

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Belém - 5 terminais licitados Cabedelo - 3 terminais licitados

Portos O pesquisador do Núcleo de Estudos Portuários, Marítimos e Territoriais da Unisanta (Universidade Santa Cecília), Adílson Luiz Gonçalves, avalia que o governo está no caminho certo quando pretende estreitar o diálogo com o setor privado. Mas enfatiza que é

necessário focar na atração de investimentos. “Isso depende de uma série de variáveis, tais como: segurança jurídica e regulatória; estabilidade social, política e econômica; agilidade nos processos de licenciamento ambiental; e, principalmente, visão estratégica de Estado”, considera.

Vila do Conde - 1 terminal licitado Vitória - 1 terminal licitado

Para o setor portuário, além das licitações, o especialista avalia que ainda são necessárias ações diversas, como descentralizar a gestão, criar condições de competitividade equilibrada entre portos públicos e privados, qualificar e aprimorar a mão de obra, reduzir a burocracia, raciona-

lizar a tributação, investir na melhoria de acessos aos portos e na diversificação da matriz de transporte, atrair atividades industriais de alta tecnologia e valor agregado e baixo impacto ambiental para as proximidades das instalações portuárias, além de agilizar os licenciamentos ambientais.l


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TECNOLOGIA

Conexões

inovadoras Conecta contribui para soluções no setor de transporte; startups vencedoras do programa participam de treinamento no Vale do Silício


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CARLOS TEIXEIRA

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ocê sabe o que a Apple, IBM, Google, Microsoft, Dell, Facebook, Twitter, Intel, HP, eBay, LinkedIn, Netflix e Yahoo têm em comum? Todas essas empresas nasceram no Vale do Silício, localizado na Califórnia, nos Estados Unidos. Essa região é a maternidade e o lar de gigantes do ramo da tecnologia, computação, componentes eletrônicos, redes e internet. O nome Silício vem do elemento químico número 14, da tabela periódica, o segundo mais abundante no planeta, só perdendo para o oxigênio.


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“Finalizamos o programa superando todas as nossas expectativas” Harley Andrade,

Diretor da área institucional da CNT

É também a matéria-prima básica para a microeletrônica e eletrônica na produção de chips e transistores. Foi lá que as cinco startups vencedoras do Conecta – Programa de Impulso a Startups, desenvolvido pela CNT em parceria com o BMG UpTech, participaram dos treinamentos na sede da Plug and Play. Ao longo de um mês, as vencedoras tiveram a oportunidade de ter contato com investidores para que pudessem entrar em mercados internacionais e expandir o desenvolvimento de soluções para o setor de transporte.

De acordo com o diretor da CNT para assuntos internacionais, Harley Andrade, essa última etapa do programa teve como objetivos proporcionar novos conhecimentos e ampliar o leque de investimentos das vencedoras do Conecta. “Foi muito importante, pois as startups puderam conhecer de perto a realidade de um ambiente voltado para a inovação. Tivemos vários feedbacks positivos. As startups tiveram monitoria com empresas do ramo e a oportunidade de crescer e expandir os negócios além das nossas fronteiras. Finalizamos o programa superando todas as nossas expectativas e, hoje, posso dizer

que cumprimos a nossa missão”, afirma ele. O CEO da Everlog, plataforma de gestão de fretes para o embarcador, com foco na recuperação de valores pagos indevidamente, Rodrigo Favero, destaca a experiência de estar em um ambiente que respira inovação. “Encontramos os melhores mentores e grandes corporações e investidores. Além disso, tivemos a oportunidade de conhecer grandes empresas e ver de perto um ambiente voltado às inovações.” Favero ainda frisa que o período em que estiveram no Vale do Silício mudou a perspectiva e ampliou os horizontes da empresa. “Tivemos contato com


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Programa recebeu + de 400 inscritos

um novo modelo de negócios, a oportunidade de ver a melhor forma de vender a nossa solução e, também, como se relacionar com o cliente.” O Vale do Silício foi criado há mais de 60 anos, após a Segunda Guerra Mundial, quando os americanos viram a necessidade de criar uma região de incentivo aos campos científicos e tecnológicos como mais uma etapa da Guerra Fria travada contra a União Soviética. Ao longo do tempo, empresas foram chegando e fincando os pés na região, principalmente devido aos seus benefícios fiscais, o que também atraiu as Universidades, gerando, assim, um

ciclo de tecnologia, educação e pesquisa. O fundador da dLieve Tecnologia Logística, plataforma de gestão em tempo real de entregas, Patrick Rocha, cita que uma das grandes experiências foi justamente ter participado de grandes eventos, entre eles a feira especializada em blockchain (bases de registros e dados distribuídos e compartilhados para criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado). “Por lá, fala-se muito em blockchain, e tivemos a oportunidade de participar desse evento, no qual tivemos contato com outras startups

de logística que nos trouxeram outros tipos de conhecimento e agregaram muito para o nosso negócio”, destaca ele. Além do aprendizado, as startups do Conecta tiveram a oportunidade de prospectar novos clientes por meio de contatos feitos durante o período em que estiveram no Vale do Silício. “Estabelecemos contatos com vários clientes. Também crescemos muito como empresa, validamos o nosso modelo de negócios e, assim, teremos um retorno grande como empresa”, afirma Igor Espírito Santo, diretor-executivo da Trackage, startup de monitoramento inteligente

de processos, empilhadeiras, tratores e cargas. O CEO da Arbache, Alexandre Azevedo, também salienta a importância de poder vivenciar o ecossistema do Vale. “O principal ganho que tivemos foi o fato de conseguirmos vivenciar e participar de um ecossistema muito rico, fluido e rápido na troca de informações. Outro ponto de destaque é a união de atores que dificilmente podemos encontrar no mesmo lugar e com o mesmo objetivo. A troca de informações e a velocidade na tomada de decisões são muito positivas.” A Arbache atua com gamificação empresarial.


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SOLUÇÕES DESENVOLVIDAS PELAS STARTUPS VENCEDORAS DO CONECTA ARBACHE Gamificação empresarial em people analytics, uso de mecânicas e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado. Usada para áreas como vendas e trade marketing, treinamentos, recursos humanos, gestão de pessoas, gerenciamento de tarefas, programas de fidelidade, marketing, branding, entre outros.

TRACKAGE O Trackage possibilita o envio de informações e alertas, em tempo real, do objeto monitorado via aplicativo em sistemas operacionais Android e iOS. O dispositivo utiliza tecnologia GPS e diversos sensores, que permitem o monitoramento inteligente de processos, empilhadeiras, tratores, cargas, frotas e demais ativos industriais.

DLIEVE TECNOLOGIA LOGÍSTICA Plataforma de gestão em tempo real de entregas, que engloba otimização de rotas, alerta de atrasos, chat com o motorista, previsão do horário de chegada, visibilidade em tempo real e assinatura digital.

EVERLOG Plataforma de gestão de fretes para embarcadores dos mais diversos segmentos, com foco na recuperação de valores pagos indevidamente e na segurança no frete. Evita cobranças irregulares de transportes não realizados, cobranças duplicadas ou com valores indevidos, além de redução do risco fiscal e maior controle de frete.

BYEBNK Soluções financeiras em blockchain (moeda virtual) e impulso da cultura de blockchain nas organizações. Conta com aplicativo que reúne funções como wallet, exchange, pagamentos e transferências.

Para Theo Lamonier, fundador da ByeBnk, especializada em soluções financeiras em blockchain, destaca o crescimento enquanto empresa e como os treinamentos auxiliarão no desenvolvimento de novas soluções tecnológicas. “Tivemos a oportunidade de observar como as empresas mais inovadoras do mundo trabalham, sua política de

desenvolvimento, sua cultura e seus caminhos traçados para o crescimento. Isso refletiu em melhoria do nosso produto e do nosso plano de negócios e será o alicerce do crescimento da nossa empresa para os anos seguintes”, finaliza. Legado O Conecta deixa um legado para transporte brasileiro ao

investir em startups que desenvolvem tecnologias para solucionar os problemas do setor. O presidente ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais), Francisco Cardoso, destaca como o programa pode transformar o setor de transporte brasileiro. “As startups que foram beber na fonte da inovação, no Vale do Silício, irão modificar o setor.

O Conecta atraiu centenas de startups com ideias inovadoras e disruptivas para a melhoria da gestão de empresas de carga, passageiros e outros modais. Com o programa, a CNT seguiu sua missão de inovar e investir na capacitação e na transformação do mindset de empresários e executivos do setor de transporte. Com isso, poderemos enfrentar o desafio do presente


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“O Conecta atraiu centenas de startups com ideias inovadoras e disruptivas para a melhoria da gestão de empresas” Francisco Cardoso, Presidente da ABTI

Para conhecer mais sobre as soluções apresentadas pelas startups que participaram do Conecta, acesse:

e do futuro para que possamos entregar um serviço de maior valor para os nossos clientes e usuários”, conclui. Além das cinco vencedoras, outras duas startups do programa participaram como convidadas dos treinamentos no Vale do Silício: a Biosolvit, que desenvolve soluções em biotecnologia, e a Órbita Tecnologia, visão computacional para indústria

4.0, que oferece solução para o modal ferroviário. O Conecta foi lançado em março de 2018 e recebeu mais de 400 inscrições. Na primeira fase, foram escolhidas 50 startups, que passaram por um treinamento presencial no campus da FDC (Fundação Dom Cabral), em Minas Gerais. Na fase seguinte, uma triagem selecionou 25 startups que participaram de oito

encontros presenciais também na FDC, além de atividades com representantes de empresas do setor de transporte. Para a escolha das vencedoras, foram avaliadas questões referentes às tecnologias propostas e à aplicabilidade ao setor de transporte, além de fatores relacionados à gestão e à governança. l


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Espaços pensar grande

para

A CNT, o SEST SENAT e o ITL inauguram salas equipadas com tecnologia de ponta, destinadas a potencializar processos de aprendizagem e tomada de decisão por

À

GUSTAVO T. FALLEIROS

s vezes, tudo o que a gente precisa é de um “click”, uma boa ideia. Grandes empresas sabem disso e investem em práticas e ambientes que estimulem a criatividade e a produtividade dos seus colaboradores. Atentos ao que há de mais moderno em

gestão, a CNT, o SEST SENAT e o ITL (Instituto de Transporte e Logística) inauguraram, no edifício-sede da Confederação Nacional do Transporte, localizado em Brasília, duas salas que prometem potencializar ao máximo os processos de aprendizagem e tomada de decisão.


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so da equipe de tecnologia do SEST SENAT, que criou e configurou 90 dashboards (painéis de controle) para a operação, com uma gigantesca possibilidade de cruzamento de dados. A ferramenta foi desenvolvida a partir do software fornecido pela empresa alemã SAP, representada no Brasil pela SQL Tech. O aproveitamento da tecnologia foi tão exitoso que chamou atenção da SQL, que apoia a participação do Sistema CNT em uma competição internacional destinada a consagrar as empresas mais avançadas no uso da BI. “Com imenso orgulho, o Sistema CNT se coloca na van-

guarda dos recursos tecnológicos em prol da gestão. A nossa sala de inteligência foi recentemente apresentada aos presidentes dos Conselhos Regionais do SEST SENAT, e posso dizer que os resultados do ano que passou e os objetivos que queremos alcançar daqui para a frente ficaram perfeitamente ilustrados com a ajuda dessa ferramenta”, elogia Clésio Andrade, presidente da CNT e dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT. Clésio ressalta ainda, que, em médio prazo, os dados disponibilizados ajudarão a aumentar a produtividade e a reduzir os custos operacionais do Sistema.

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Tecnologia inovadora O Espaço de Inovação Denisar Arneiro — Sala Fly Thinking foi concebido nos mínimos detalhes para favorecer a fluidez da informação e o compartilhamento de conhecimentos. O conceito de conectividade pode ser observado desde o projeto arquitetônico até a escolha do mobiliário. As cinco salas do complexo têm layouts altamente flexíveis, configurados conforme a necessidade. As paredes, por exemplo, podem ser removidas e dar lugar a um amplo salão. Além disso, há uma área de convivência equipada com balcão e mesas no estilo bistrô, ideal para momentos de

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Inaugurada em dezembro do ano passado, a sala BI (Business Intelligence) está localizada no 13º andar do prédio da CNT. Conceito cada vez mais difundido no mundo corporativo, a inteligência de negócios diz respeito a processos de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte à gestão de negócios. Em outras palavras, a BI reúne os elementos que contribuem para decisões de sucesso. A nova sala conta com 17 painéis com resultados dos atendimentos realizados pelo SEST SENAT – um para cada Conselho Regional – e um telão com o panorama nacional. Operados com o toque das mãos, esses monitores dão acesso a um mundo de números, resultados e estatísticas. Facilmente “clicáveis” e de navegação intuitiva, os principais filtros dizem respeito ao número de atendimentos, despesas, receitas e quadro pessoal das mais de 148 Unidades Operacionais do SEST SENAT. A atualização ocorre em tempo real. Por trás dessa interface amigável, há o trabalho inten-

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integração. A capacidade total é de cerca de cem pessoas sentadas. Porém, o diferencial da Fly Thinking são os recursos multimídia. Além da internet sem fio com alta velocidade, o ambiente conta com um sistema sofisticado de projetores de imagem e som. As salas temáticas (veja box) são equipadas com lousas digitais interativas, de tecnologia touch; e paredes revestidas com lousas de vidro branco, apropriadas para anotações com pincel atômico. A Sala de Conferência tem todos os recursos necessários para transmissões ao vivo e reuniões virtuais, com participantes no Brasil ou no exterior. Todas essas funcionalidades podem ser usadas simultaneamente, visto que os sistemas são independentes e os ruídos, controlados pelas divisórias acústicas.

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“Com a abertura da Fly Thinking, nos alinhamos a uma tendência mundial de uma estrutura voltada para a inovação. Não tenho dúvida de que esse é um passo importantíssimo para desenvolver o conhecimento sobre o transporte e fortalecer a nossa cultura institucional”, enfatiza a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart. O espaço já está sendo utilizado a pleno vapor para sediar videoconferências e reuniões executivas marcadas por agendamento. Além disso, é palco de cursos diversos, entre eles os gerenciados pelo ITL e ministrados pela FDC (Fundação Dom Cabral). Por sinal, a inauguração da sala, em dezembro passado, foi com a presença de alunos do Programa Avançado de Capacitação do Transporte que participam da Especialização

em Gestão de Negócios. “O ganho para a aprendizagem é inegável”, exalta João Victor Mendes, diretor-executivo do ITL. “Percebemos, hoje, que as ferramentas oferecidas, ao facilitar um diálogo mais horizontal entre alunos e educadores, proporcionam insights que não ocorreriam de outra forma”, acrescenta. Como o nome indica, o Espaço de Inovação Denisar Arneiro — Sala Fly Thinking homenageia uma personalidade crucial para o transporte nacional. Empresário e político, Denisar Arneiro batalhou pela edição da lei n.º 8.706, de 1993 – legislação que criou o SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte). Arneiro faleceu em julho de 2017, aos 90 anos de idade. l

CÓDIGO DE CORES

Exceto a Sala de Conferência, os demais ambientes que compõem o complexo Fly Thinking seguem um esquema de cores voltado para o cumprimento de objetivos específicos:

LARANJA É a cor da criatividade. Também remete à urgência da inovação e da transformação Palavras-chave: inovação, inventividade, emoção, transformação, positividade, novo

VERDE É a cor do crescimento. Também está associada à renovação e à prosperidade Palavras-chave: crescimento, liberdade, renovação, renascimento, paz, economia

AZUL É a cor da produtividade. Também se conecta com a inteligência e a profundidade Palavras-chave: segurança, confiança, produtividade, harmonia, leveza, valorização, trabalho, lealdade, inteligência

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CIANO É a cor do otimismo. Estimula o trabalho em equipe, aumenta a disposição para lidar com as ações do dia a dia e transmite tranquilidade Palavras-chave: energia, disposição, ânimo, tranquilidade, paz


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VO OS Q U E SA LVAM VI DAS As companhias aéreas nacionais contribuem para o maior sistema público de transplantes do mundo, transportando gratuitamente mais de 9 mil órgãos e tecidos por ano no Brasil.

Saiba mais sobre o programa Asas do Bem: asasdobem.com.br abear.com.br

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P iU Co m un ic a

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Em toda a empresa Com serviços para todos os níveis de operação e gestão e capilaridade em todo o país, o SEST SENAT é a resposta para atender às necessidades das empresas e dos trabalhadores do transporte por

DIEGO GOMES e NATÁLIA PIANEGONDA

FOTOS | ARQUIVO SISTEMA CNT


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esmo com o advento da tecnologia e de suas imponentes máquinas e equipamentos, a máxima de que empresas são feitas por pessoas ainda parece ser irrefutável. É por meio do capital humano que a gestão, a inovação, o posicionamento de mercado e o relacionamento com a sociedade se tornam realidade. E a consciência do valor dos colaboradores – independentemente do seu cargo dentro da hierarquia – é refletida na forma como a organização maneja esse capital. A chave para isso pode estar no incentivo sistemático à qualificação e à promoção da qualidade de vida. E é aí onde o SEST SENAT entra.

À medida que as demandas de mercado se avolumam e ganham novos contornos, a capacitação, percebida enquanto processo continuado, adquiriu status de prioridade nas estratégias de gestão de pessoas. Além disso, as empresas vêm encarando o desafio de mitigar os efeitos das rotinas de trabalho entre os colaboradores. No caso do setor de transporte, o SEST SENAT desempenha papel de parceiro das empresas nessa missão, com opções de cursos, presenciais e a distância, que vão desde a parte administrativa e operacional até a alta direção. “O SEST SENAT nasceu de um desejo de oferecer aos trabalhadores do transporte oportunidades de desenvolvimento profissional de alto nível, assim como assistência social e de saúde de ótima qualidade. Buscamos a profissionalização de todos os níveis das empresas do setor, de modo a induzir o desenvolvimento”, afirma a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart. É justamente com essa mentalidade que a mineira Tora Transportes, uma das maiores operado-


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ras logística do Brasil e do Mercosul, estabeleceu parceria com o SEST SENAT para oferecer serviços a todos os seus colaboradores. Segundo a gerente de recursos humanos da empresa, Daniela França, eles capacitam na instituição todo o pessoal que opera equipamentos: motoristas, operadores de empilhadeira, equipe de segurança do trabalho. A média e a alta direção também estão contando com o SEST SENAT, por meio dos projetos de inovação desenvolvidos em parceria com o ITL (Instituto de Transporte e Logística). “É uma iniciativa muito importante, tendo em vista o envolvimento da nossa alta direção, que conheceu e teve acesso a todos os serviços e treinamentos do SEST SENAT. Hoje, a gente consegue desenvolver desde a equipe da alta direção até os operadores, principalmente os motoristas, que são o nosso carro-chefe, por conta da segurança nas estradas.” Ela conta que, para a empresa, é importante ter a equipe bem treinada, porque isso traz produtividade e redução de custos. “Encaramos como estratégica a atualização desses profissionais. Nossos técnicos de saúde e segurança do trabalho, motoristas e instrutores têm feito os cursos presenciais do SEST SENAT. A alta direção, desde 2018, também está investindo nas especiali-

zações disponíveis. Enquanto os diretores estão treinando e oxigenando seus conhecimentos, reforçam a importância disso para toda a empresa.” A gerente informa ainda que a parte administrativa começará a ser qualificada neste ano com a educação a distância. “Fizemos uma imersão no portfólio de cursos, identificamos as necessidades de desenvolvimento de cada membro da equipe e, a partir disso, os colaboradores passam a receber os cursos da EaD do SEST SENAT que eles deverão fazer.” Em todos os lugares A parceria que a Planalto, empresa de transporte rodoviário interestadual, de Porto Alegre (RS), mantém com o SEST SENAT transcende os “muros” da sede da organização. O gerente de treinamento, Luciano Fontana, explica que, em função da rede de assistência de abrangência nacional oferecida pelo SEST SENAT, é possível aprimorar o desempenho dos profissionais onde quer que eles estejam. Segundo ele, independentemente do lugar onde o motorista esteja, ele consegue ter acesso aos treinamentos. “Temos à disposição um portfólio de forma disseminada em todas

as bases do SEST SENAT. A gente consegue aproveitar melhor, já que a empresa tem uma grande área de atuação”, diz. Fontana destaca também a possibilidade de oferecer treinamentos específicos aos colaboradores com o suporte do SEST SENAT. “Em 2017 e 2018, a gente fez trabalhos específicos para áreas de atendimento, como comissários, cobradores, auxiliares de embarque, fiscais. Cada grupo de profissionais exige um conhecimento, um desenvolvimento diferente. Sem falar, obviamente, na

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equipe de motoristas. São mais de 500 na empresa, contando as parcerias que atuam no dia a dia conosco.” Com tais opções, comenta o gerente, é possível desenvolver um trabalho bem produtivo, capacitando o profissional de modo a aprimorar sua atuação junto aos clientes, à empresa “e, por que não dizer, a ele como fator humano, no seu desenvolvimento”. O legal disso tudo é conseguir conciliar esses cursos não só no SEST SENAT em Porto Alegre mas também nas outras unidades pelo Brasil”, conclui.


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SOB MEDIDA SEST SENAT oferece cursos para atender a necessidades específicas

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Além de oferecer gratuitamente mais de 450 cursos presenciais e 200 a distância, dentro do portfólio nacional, o SEST SENAT trabalha com a customização de conteúdos para atender a demandas específicas das empresas do setor de transporte de cargas e de passageiros. Em 2018, foram realizadas dezenas de cursos customizados, entre livres e outros que abordam temas regulamentados por legislações estaduais ou municipais. Além disso, as 148 unidades espalhadas por todo o país podem fechar parcerias com empresas locais e, a partir de cursos do portfólio nacional do SEST SENAT, adaptá-los de acordo com a necessidade. Gestão e futuro Para o SEST SENAT, assim como a capacitação operacional, a de líderes também é necessária e fundamental. Isso inspira e motiva equipes, criando um efeito cascata dentro da empresa. Por esse motivo, a instituição, com o apoio do ITL, busca qualificar gestores com o objetivo de tornar o setor mais competitivo. O Programa Avançado de Capacitação do Transporte oferece três especializações para todos os modais, de cargas e de passageiros. São eles: Especialização em Gestão de Negócios, ministrada pela Fundação Dom Cabral; Certificação Profissional Internacional: Aviation Management, desenvolvido pela Embry-Riddle Aeronautical University, dos Estados Unidos; Certificação Internacional em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroferroviários, ministrado pela Deutsche Bahn, da Alemanha. A gerente corporativa de aeroportos da GOL Linhas

Aéreas, Camila Bisinoto Borges, que se formou, em 2018, na turma da certificação voltada ao setor aéreo, afirma que a especialização contribui, de maneira decisiva, para sua carreira. “Ela traz uma transversalidade de áreas que, muitas vezes, você não tem por trabalhar tanto tempo na mesma função.” E, nesse contexto, a empresa também ganha: “De forma geral, me sinto muito mais capaz de tomar decisões que agreguem valor para a companhia.” Para pensar o presente e o futuro do transporte brasileiro, refletindo sobre as necessidades e possibilidades de melhoria, com novas tecnologias e propostas inovadoras, o SEST SENAT, com o apoio técnico da CNT e do ITL, também trabalha no desenvolvimento de projetos que contribuem para a geração de conhecimento e o aprimoramento do capital humano. Nos projetos “Inovação e Tecnologias Exponenciais para o Transporte” e “Preparando Lideranças, Multiplicadores e Profissionais do Transporte


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para Inovar”, o SEST SENAT mantém parceria com a Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, e a HSM, plataforma de conhecimento que faz ponte entre o cenário global e a realidade brasileira, e representante exclusiva da Singularity University no Brasil. Dentro dessa proposta, no ano passado, uma comitiva de gestores do setor participou, em setembro, da Extensão

Internacional Vale do Silício 2018 para compreender os mecanismos da inovação e a melhor maneira de aplicá-los para solucionar os problemas do transporte brasileiro. A diretora da Ouro e Prata, empresa de transporte de passageiros de Porto Alegre (RS), Luana Fleck, esteve no grupo e destaca a oportunidade de estar em contato com novas tecnologias, metodo-

ATENDIMENTO COMPLETO Além dos treinamentos, o SEST SENAT oferece serviços nas áreas de saúde, esporte e lazer. Em 2018, foram mais de 10,6 milhões de atendimentos nas áreas de promoção social e desenvolvimento profissional. Um crescimento de 21,7% em relação ao ano de 2017. O número é recorde em 25 anos de atuação da instituição. Para saber mais:

logias inovadoras e pessoas que vivem a mesma realidade. “Não adianta brigar com uma tendência que está vindo. Devemos, sim, caminhar junto a ela. Então, Stanford e o Vale do Silício foram oportunidades que eu tenho muito a agradecer. Foi um presente – eu encaro assim – que o SEST SENAT trouxe para o setor, para fazer com que a gente pense”, celebra Luana.

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Segundo ela, nessa experiência, foi possível ter acesso a tecnologias e empresas que têm o que há de melhor e mais inovador no mundo, especialmente no setor de transporte. “Trouxe muita reflexão para mim, pessoalmente, em relação à forma de gestão da empresa e como a gente está conduzindo os negócios, os planejamentos e a tomada de decisões.” l


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O transporte a um clique

Repositório Digital do Transporte divulga cases de sucesso de publicações sobre o setor, tecnologia e inovação por

CARLOS TEIXEIRA


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IMAGENS | ADOBE STOCK

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ão basta apenas construir novos pensamentos ou novas ações para o setor de transporte. É preciso haver, também, a construção de uma memória organizacional que mantenha o fluxo de conhecimento e aprendizagem. A informação precisa chegar às empresas para que os cases testados com sucesso possam ser reproduzidos nos diferentes modais. Ao pensar na criação de um novo acervo para o transporte, o ITL (Instituto de Transporte e Logística) implementou o Repositório Digital do Transporte por meio da Biblioteca do Transporte. A nova plataforma, que é a primeira do Brasil no setor transportador, chegou para gerenciar e ampliar o acesso a publicações digitais sobre o transporte e áreas a ele relacionadas, como infraestrutura, gestão, logística, tecnologia e inovação. O diretor-executivo do ITL, João Victor Mendes, ressalta

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que a iniciativa é um legado que o ITL começa a deixar para o setor, com projetos implantados nas empresas e feitos em sala de aula. “A implementação do Repositório Digital do Transporte vai ao encontro do nosso objetivo de fomentar um novo transporte no Brasil. Para isso, era preciso disponibilizar um banco de dados com estudos e informações estratégicas e relevantes sobre o setor. Com isso, conseguimos refletir o compromisso do ITL, da CNT e do SEST SENAT de difundir a informação com acesso livre”, conclui. Implantado em dezembro, o Repositório disponibiliza, entre as suas publicações, os projetos aplicativos dos cursos do Programa Avançado de Capacitação do ITL - Especialização em Gestão de Negócios, ministrado pela Fundação Dom Cabral; da Certificação Internacional Aviation Management, aplicada pela Embry-Riddle Aeronautical

University; e os projetos aplicativos da primeira turma da Certificação Internacional em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroviários, ministrada pela Deutsche Bahn Rail Academy, que se encerra em maio de 2019. Além das certificações oferecidas pelo ITL, o Repositório Digital também disponibilizará publicações eletrônicas do Sistema CNT, como pesquisas e estudos. A diretora de programas de pós-graduação e MBA da FDC, Silene Magalhães, destaca que os projetos aplicativos desenvolvidos pelos alunos da Especialização em Gestão de Negócios já foram feitos com foco na utilidade para o setor de transporte. “Em primeiro lugar, os projetos foram pensados para integrar os diversos modais, em busca de soluções para as demandas do setor. Em segundo lugar, para a aplicação dos conhecimentos e conteúdos apresentados. Por fim, para a

implementação das propostas nas empresas e no setor, para que, assim, pudéssemos gerar inovação e resultados concretos”, explica. Sobre a disponibilização dos trabalhos no Repositório Digital, Silene frisa que a inovação é de suma importância e pode servir de inspiração para outras empresas e organizações do setor que possuem demandas semelhantes. “Muitas empresas já estão sendo beneficiadas com a implantação desses projetos. Levantamento feito pela Fundação Dom Cabral aponta que 62% dos trabalhos estão em fase de implantação ou foram totalmente implantados. A herança da plataforma digital será a disponibilização de inúmeros temas, que passam pela sustentabilidade, gestão de pessoas, infraestrutura, logística e operações, entre outros”, finaliza. Acessos Desde a sua implantação, o Repositório Digital já teve quase 400 downloads e quase mil aces-


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sos. Um dos cases de sucesso é o da turma de Especialização em Gestão de Negócios, de 2018, de Belo Horizonte (MG). Os alunos abordaram o treinamento com realidade virtual para motoristas, no segmento de transporte rodoviário. Outro trabalho teve como tema a mobilidade e a agilidade de vendas no transporte de passageiros sobre trilhos no Rio de Janeiro, feito por uma turma do Rio de Janeiro (RJ), de 2017. Na área de aviação, há projetos sobre bagagem de segurança e desempenho no tempo no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Outros falam sobre melhoria da eficiência logística e da recuperação de aeronaves em terra, assuntos abordados pelos alunos de uma turma de São Paulo, de 2017. O diretor-executivo para as Américas Central e do Sul, da Embry-Riddle, Fábio Campos, destaca que os estudos e cases, em sua maioria, podem ser aplicados a diversas ins-

tituições. “Percebemos também que, muitas vezes, esses projetos valem para diversos modais, com as devidas adaptações. Algumas práticas do aéreo, que é altamente enxuto, são aplicadas em empresas de transporte rodoviário.” Campos ainda destaca que a Embry-Riddle é uma universidade online dos Estados Unidos, com uma presença digital forte. “Poder formar um legado no Brasil, juntamente com o nosso parceiro ITL, é de grande orgulho e valia para nós”, conclui. O diretor de desenvolvimento de negócios da Deutsche Bahn Rail Academy, para a América Latina, Gustavo Gardini, ressalta que a plataforma será fundamental para a troca de experiências. “Essa é uma grande contribuição para o setor de transporte e logística e, também, para os cursos de instituições internacionais no Brasil. Para a Deutsche Bahn, é um privilégio participar da

plataforma. Os trabalhos servirão de fonte de consulta para profissionais do setor de transporte a fim de que eles possam se aprofundar em temas de suas empresas com uma facilidade maior. Além disso, o mais importante é que eles podem ser compartilhados”. Fóruns de discussão A pesquisa no site do Repositório Digital pode ser feita por autor, turma, data de publicação ou temas, como logística, produtividade, custos, estratégia, entre outros. A elaboração foi realizada por meio do software livre DSpace, que é um projeto colaborativo da MIT Libraries e da Hewlett-Packard Company, implementado em mais de 1.500 instituições em todo o mundo, que divulgam a produção científica. O software foi projetado para fomentar a criação de repositórios digitais com funções de armazenamento, gerenciamento, preservação e visibilidade da

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produção intelectual. Permite a criação de fóruns para se debaterem os temas de interesse. O sistema foi instituído de forma que possa ser simplesmente adaptado. Além disso, o DSpace, por ser um software livre, não exige a necessidade de plug-ins nas máquinas. Assim, consegue preservar conteúdos como vídeos e áudios. l

Quer saber mais sobre os principais cases de sucesso produzidos em sala de aula pelo ITL? A solução para a sua empresa pode ser encontrada em um clique: repositorio.itl.org.br


EDUCAÇÃO, INOVAÇÃO, PESQUISA E INTELIGÊNCIA O Instituto de Transporte e Logística - ITL atua para promover a gestão de alta performance e elevar a competitividade do setor de transporte.


A instituição desenvolve o Programa Avançado de Capacitação do Transporte, que oferece 3 cursos gratuitos:

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS Teoria e prática alinhadas às novas tendências de gestão empresarial. Desenvolvimento de visão crítica e empreendedora sobre o transporte. Ministrada pela FDC (Fundação Dom Cabral), uma das 12 melhores escolas de negócios do mundo.

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL AVIATION MANAGEMENT Expertise, conhecimento e tecnologia aeronáutica. Aulas com especialistas da Embry-Riddle Aeronautical University, a maior e única universidade totalmente especializada em aviação e aeroespaço.

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL EM GESTÃO DE SISTEMAS FERROVIÁRIOS E METROFERROVIÁRIOS Primeiro curso do segmento no Brasil. Foco em operação logística e ferroviária. Desenvolvido pela Deutsche Bahn, grupo líder em educação e serviços de mobilidade de passageiros e logística.

Acesse www.itl.org.br e saiba mais sobre o instituto.

INÍCIO


TEMA DO MÊS

A abertura do capital estrangeiro nas empresas aéreas

Capital estrangeiro nas aéreas: realidade e mais competitividade GUILHERME AMARAL

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GUILHERME AMARAL Especialista em Direito Aeronáutico do ASBZ Advogados

pós muitos anos de debate, o governo federal alterou, por meio da medida provisória n.º 863, publicada em 13 de dezembro de 2018, o limite do capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Se antes estrangeiros só podiam ter 20% do capital votante de uma empresa, agora, passaram a poder ter até 100% a partir da publicação da MP que alterou o texto do Código Brasileiro de Aeronáutica. Herança de um tempo de guerras em que os aviões eram vistos como patrimônio estratégico, além de item relevante no cardápio de economias mais fechadas e protecionistas, o limite de capital estrangeiro ainda é realidade em diversos países. Apesar de muitos cobrarem reciprocidade para sua extinção, a verdade é que essa limitação não fazia sentido para a nossa economia, e sua extinção vem em boa hora, mesmo que outros países não ofereçam ao capital brasileiro a mesma oportunidade. A indústria da aviação consome muito capital já que, além de demandar equipamentos caríssimos, sua operação diária

também demanda a aplicação de recursos em altíssimo volume. Manutenção, combustível, mão de obra e o gasto com aeroportos e navegação aérea são relevantes e é difícil pensar em uma companhia aérea que não tenha passado por dificuldades de fluxo de caixa. Diante dessa realidade, a barreira ao capital estrangeiro era um limitador para que as companhias brasileiras pudessem se capitalizar por meio de investidores estrangeiros para fazer frente a todas essas despesas. Ao olhar por esse lado, a liberação deveria ser comemorada por todas as aéreas brasileiras e, por consequência, por todos os consumidores, pois, já que as empresas podem investir mais, em tese, deve haver uma competição de mais alto nível, o que favorece o passageiro. Por outro lado, no entanto, a liberação de 100% de capital estrangeiro em uma companhia aérea brasileira abre espaço para a entrada de grupos internacionais em nosso mercado. Se uma das gigantes mundiais desejar abrir aqui uma filial brasileira e brigar pelo mercado doméstico, a partir de agora, poderá fazer isso.

Nesse ponto, embora uma medida como essa ainda seja improvável para o momento atual, a visão das companhias aéreas brasileiras tende a não ser positiva, já que abre espaço para mais competição e derruba uma proteção de mercado. Mas, para o mercado como um todo, principalmente para os passageiros, mais competição, principalmente com a atração de empresas de modelos diferentes, tende a ser sempre uma coisa boa. Assim, olhando-se esse movimento de liberação do capital estrangeiro ao lado de um movimento recente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de desregulamentação do setor, com a extinção da franquia obrigatória de bagagem, por exemplo, abre-se espaço para que outras empresas, de outros mercados e com outros modelos, como as low-cost europeias que se espalharam pelo mundo, pensem agora no Brasil. A medida demorou para ser efetivada, mas surge em um bom momento, quando o mercado brasileiro se encontra modernizado, menos regulado e vive novamente a esperança de dias melhores.


Do protecionismo à abertura do capital estrangeiro nas aéreas ADALBERTO FEBELIANO

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Segunda Guerra Mundial nem acabara e, em 7 de dezembro de 1944, 54 países assinaram a Convenção de Chicago. O objetivo do acordo foi desenvolver o tráfego aéreo internacional, que muito se beneficiou dos avanços tecnológicos aportados à aviação durante a guerra; da relativa abundância de mão de obra treinada para pilotar, manter e organizar operações de aviões; e da infraestrutura aeroportuária construída. Os Estados Unidos, mais do que o país anfitrião, foi o idealizador da Convenção e defendia uma política liberal de “céus abertos”, em que o tráfego entre países seria livremente explorado. Já os países da Europa, destroçados pela guerra e sem infraestrutura nem recursos para investirem na nova indústria, assumiram uma posição muito mais conservadora e cautelosa. Os europeus defendiam que cada país seria soberano para autorizar ou não a exploração do transporte aéreo com outras nações. A posição europeia saiu vitoriosa, e o seu viés protecionista moldou a atuação da indústria nos 50 anos seguin-

tes. O princípio da soberania de cada país sobre os direitos de tráfego aéreo fez com que fosse desenvolvida uma estrutura peculiar de acordos bilaterais. Em essência, os países concediam-se mutuamente o direito de explorar voos entre si por meio de empresas nacionais, ou seja, sediadas e controladas por cidadãos nativos. O transporte aéreo internacional era atividade de Estado – planejada, organizada, implementada e controlada segundo os interesses nacionais, muitas vezes em claro confronto com os interesses comerciais. O protecionismo e o protagonismo estatais criaram uma estrutura de negócios extremamente fragmentada. Para se ter uma ideia, somente a IATA, a associação internacional das empresas aéreas, que reúne as maiores empresas do setor, possui 294 membros. A essas devem ser somadas mais algumas centenas de empresas, que não têm abrangência internacional ou que são pequenas demais para se associarem à organização. Tal multiplicidade, fragmentação e protecionismo começam

a mudar. Em 1993, foi assinado o primeiro acordo de joint venture para explorar um mercado específico, entre a KLM e a Northwest. Logo depois, começa o desenvolvimento de alianças globais para a complementação de serviços, como Star Alliance, One World e Sky Team. Além disso, os países passam a entender que os serviços aéreos devem ser seguros, eficientes e de qualidade, respeitando os direitos dos passageiros e cobrando tarifas tão baixas quanto possível. Diante do novo cenário, a nacionalidade dos proprietários das empresas deixa de ser relevante. A medida provisória 863, assinada por Michel Temer no fim de 2018, portanto, nada mais faz do que sinalizar aos investidores estrangeiros que o Brasil está em sintonia com as tendências mais modernas da indústria e que a prestação de serviços adequados de transporte aéreo para os brasileiros é uma prioridade nacional. Resta saber se a nova política não seria mais proveitosa se fosse precedida de negociações diplomáticas que pudessem garantir ao país acesso equivalente a mercados exteriores relevantes.

ADALBERTO FEBELIANO Vice-presidente de Operações Aéreas da Modern Logistics


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O futuro do transporte – dos Flintstones aos Jetsons POR GABA JR.

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ntre os dias 17 e 19 de NOV/DEZ de 2018, a Câmara urante o processo de criação –doCITmundo e mesmo Interamericana de Transportes realizou a XXX antes de oGeral homem existir,naDeus já sabia que asHotel coiAssembleia Ordinária, Cidade do Panamá, sas Grand precisariam mudar Tudo já senumerosas movia na Sheraton Panamá, da de quallugar. participaram o homem, que passou o que natureza atédoschegar delegações 15 países das américas, além adedecidir autoridades e para ondeeiria. Desde então, o homem foi mudando de diplomáticas governamentais. lugar e imitandodea natureza, achando o melhor clima para O Conselho Representantes aprovou a filiação de viver.entidades: Inicialmente, descobriu onde teria extrair seu três Federação dasde Empresas de que Transportes de alimento e, por posteriormente, deveria Ao Passageiros Fretamento doonde Estado de Sãoproduzi-lo. Paulo - FRESP aperfeiçoar a produçãodee querer trocar do seu Transporte produto exce(Brasil); a Federação Empresários de dente –por outro de que precisava, a CNT. Bem,União não Carga FEDETRANSCARGA (Colômbia)surgiu e a Corporação nesse –momento. necessidadeO deSecretáriotransporfoi exatamente de Transportadores UTRANS A(Colômbia). tar derealizou forma organizada emdo razão do geral a outorga tornou-se da Medalhaessencial da Ordem Mérito Ao visitarmos o incrível do aumento da população. Interamericano de Transportes (OMITRans) às acervo seguintes “nosso” Museu donoTransporte, localizado Edifício Kieling, CNT em personalidades Grau Diário: AfrânionoRogério Brasília, podemos acompanhar a evolução desse processo presidente da SETCERGS (Brasil); Jesús Guillermo Clementee exercitar a nossamilitar imaginação a vida desses Rolas, ex-adido navalcom (Venezuela); Mariapioneiros Cecilia do transporte. E como população alimentada e feliz Anan, coordenadora da uma comissão Jovens CIT (Argentina); quer temperar alimentos, vez Rica). esses Marjorie Lizanomelhor Páez, seus presidente da mais CCTU uma (Costa pioneiros vão da Europa atéFuentes a Ásia, aPeralta, pé, em cavalos ou em No Grau Cônsul: Fernando presidente do caravelas.Peru; A continuação nós já sabemos, nada disso Capítulo Martinho Ferreira de Moura,mas presidente da seria possível emNo escala a roda. Daniel Ramón Indart, ANTTUR (Brasil). Grau sem Embaixador: O vapor impulsionou transportePedro marítimo, os motores presidente do Capítulo oArgentina; Josée de Oliveira a combustão popularizaram automóvel. mesmaCampos forma, Lopes, presidente da ABTC o(Brasil); SilvioDa Vasco esses modais evoluíram. Seu meio de transporte pode Jorge, presidente da CBC (Brasil); Larissa Del Carmen já Barreto ser elétrico, chega até você de celular e que sua Revete, diretora-executiva davia CIT.aplicativo Entre as autoridades encomenda jáa pode vir de esteve drone até a sua casa. A incrível prestigiaram Assembleia, o ministro da Presidência velocidade mudanças, quequem em uma década mudou o do Panamá, das Salvador Sánchez, também foi agraciado setorConselho mais quecom ema todo um OMITRans, século, fará um ano pelo Medalha no com grau que Embaixador. transforme mais a década este. Saímos da A Comissão de que Jovens CIT, emanterior sua 2ª aedição, foi exitosa idade pedras ecom chegamos rapidamente acomo uma Inovações realidade em suadas execução, temas diversificados antes só imaginada desenhos animados. Tecnológicas; Pymes; oemFuturo do Transporte; Motivação e Novos E qual será oentre próximo passo? A próxima mudança? O empreendedores, outros. próximo desafio? Previsões bastante previam Não menos importante, tornamos públicosrecentes os resultados das desemprego em massa quanto maiordiretivo fosse adaautomação. Na eleições do Biênio 2018-2020 do corpo CIT: foi reeleito para oos cargo de secretário-geral Vicente Caleffi; para o prática, países com maior taxa Paulo de automação e conectivicargo de subsecretário-geral Oscar Grenald Castillo (Panamá);

para o cargo de diretor da região Andina Nelson Chávez Vallejo dade forampara justamente aqueles apresentaram os meno(Equador); o cargo de diretorque da região do Cone Sul Mauro res índices(Uruguai). de desemprego. A para avaliação Borzacconi Por último, o cargodos de especialistas diretor regional de para do Norte, das Central e Caribe, Julio quea América houve adaptação atividades e de queArtemio novos foi Juárez Morán, in memoriam, falecidodas quatro dias após o término empregos foram criados diante novas necessidades. da XXX Assembleia Geral Ordinária. Se antes precisávamos nos empenhar para capacitar mais motoristas, o objetivo de hoje é capacitar nossa força de trabalho para novas atividades dentro do setor. E nisso a CNT tem investido sabiamente. Na verdade, a única certeza que temos é que tudo mudará, e muito rápido. Tão rápido que qualquer demora em implementar uma tecnologia implicará o fim desta. Qualquer previsão diversa será pura especulação. Em tempo, recomendamos a leitura deste texto antes que se torne obsoleto.


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urante el proceso de creación del mundo e incluso antes del hombre existir, Dios ya sabía que las cosas necesitarían cambiar de lugar. Todo ya se movía en la naturaleza hasta llegar el hombre, que pasó a decidir lo qué iba y hacia dónde. Desde entonces, el hombre ha ido cambiando de lugar e imitando la naturaleza, hallando el mejor clima para vivir, inicialmente de donde extraer su alimento y posteriormente en donde producirlo. Al perfeccionar la producción y querer cambiar su producto excedente por otro que necesitaba, surgió la CNT... ¡bien, no fue exactamente en este momento!! La necesidad de transportar de forma organizada se ha vuelto esencial por el aumento de la población. Al visitar el increíble acervo de “nuestro” museo del Transporte,

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ubicado en el Edificio CNT en Brasilia, podemos acompañar la evolución de ese proceso y ejercitar nuestra imaginación con la vida de esos pioneros del transporte. Y como la población alimentada y feliz quiere aderezar mejor sus alimentos, una vez más estos pioneros van desde Europa hasta Asia, a pie, en caballos o en carabelas. La continuación ya lo sabemos, pero nada de eso sería posible en escala sin la rueda. El vapor impulsó el transporte marítimo y los motores de combustión popularizaron el automóvil, y de la misma forma estos modales evolucionaron. Su medio de transporte ya puede ser eléctrico y llega hasta usted vía app de celular, y su pedido ya puede venir de drone hasta su casa. La increíble velocidad de los cambios, que en una década ha cambiado el sector más que en todo un siglo, hará que un año transforme más que la década anterior a éste. ¡Salimos de la edad de las piedras y llegamos rápidamente a una realidad antes solo imaginada en dibujos animados! ¿Y cuál será el próximo paso? ¿El próximo cambio? ¿El próximo desafío? Las previsiones bastante recientes preveían un desempleo masivo cuanto mayor fuera la automatización. En la práctica, los países con mayor tasa de automación y conectividad fueron justamente aquellos que presentaron los menores índices de desempleo. La evaluación de los expertos fue que hubo adaptación de las actividades y que nuevos empleos se crearon ante las nuevas necesidades. Si antes necesitábamos comprometernos para capacitar a más conductores, el objetivo hoy es capacitar a nuestra fuerza de trabajo para nuevas actividades dentro del sector. ¡Y en eso la CNT ha invertido sabiamente! En verdad, la única certeza que tenemos es que todo cambiará, y muy rápido. Tan rápido que cualquier demora en implementar una tecnología implicará su fin. Cualquier previsión diferente será pura especulación. En tiempo, recomendamos la lectura de este texto antes que se quede obsoleto!


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logística, como ciência, é repleta de paradigmas, a começar por sua conceituação, sobre a qual não conseguimos obter uma unanimidade nas diferentes escolas ou entre os estudiosos do assunto. Mas quem trabalha com a prática logística sabe muito bem que a chegada da Internet das Coisas e toda a virtualidade proporcionada por um simples celular vêm transformando o ambiente logístico de maneira acelerada. O que é o Uber, Cabify ou Airbnb? Simplesmente softwares. O consumo mundial vai, aos poucos, passando da propriedade do produto para a conveniência de um serviço. O que podem fazer as empresas e indústrias que apenas fabricam produtos? Uma das respostas pode ser: servitizar. A logística é um dos grandes diferenciais da cadeia de valor, seja no comércio, na indústria ou nos serviços. A virtualidade trouxe uma impaciência quase genética das gerações que vêm surgindo no mercado de trabalho e na clientela de um negócio, e o modelo tradicional de logística já não atende, ou o faz parcialmente. O futuro do consumo exigirá sustentabilidade. As novas gerações que nos sucedem iniciam um processo de desvalorização da posse de um produto em detrimento do uso deste para atender a uma determinada necessidade. O que torna determinante para a logística é que, atendida essa necessidade, o produto perde o valor para aquele que o adquiriu, ou seja, para quem fez o uso. o diaemblemático 9 de NOV/DEZ 2018, o comandante O caso dasdebicicletas para locaçãoda emMarinha, muitas esquadra Bacellar Leal Ferreira,pela foi cidadesalmirante do mundodeserve para Eduardo ilustrar um pouco a mudança cominfluenciando a outorga da Medalha qual o agraciado consumo vem decisões.de Ordem do Mérito Interamericano dos oferecido Transportes em nome dos 18 Assim, o serviço pelo(OMITrans) produto é mais significativo países-membros daoCâmara de Transportes. e relevante do que produtoInteramericana em si. Em seutendência gabinete,interessante em Brasília-DF, o almirante Ferreira Outra dessas geraçõesLeal é que não recebeu do secretário-geral CIT, Paulo Caleffi,em a conse preocupam muito em sedamanter por Vicente longo tempo um decoraçãoounosegrau Embaixador, o maisA elevado da Ordem, pela emprego fidelizar como cliente. competição vem sendo inestimável contribuição sua distinguida trajetóriadomilitar cada vez mais acirrada, eem a inovação e a criatividade que see oferece ainda são determinantes. Portanto, servitizar é oferecer esse valor perceptível ao

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cliente e consumidor, que deve sentir, perceber e aceitar a mudança. Com isso, produtores e prestadores de serviços devem oferecer valor percebido e sentido pelo cliente. Na verdade, a servitização é um termo acadêmico, porém não técnico. Contudo, aos poucos, se tornará mais uma técnica de logística, e softwares estarão otimizando a utilização da servitização como uma real ferramenta logística de negócio. progresso no setorpode de transporte. Também estiveram presentes ser a transformação de um produto para A servitização na solenidade o presidente da Câmara Brasileira Contêineres, um serviço, contudo não com fórmulas diretas,demas, sim, de Silvio Vasco Campos Jorge; a Sra. Prisco Leal Ferreira, maneira muito customizada, poisChristiani muitos fatores influenciam, esposa do almirante Leal Ferreira, de outras altas autoridatais como região, cultura, idadealém do consumidor, preço etc., des militares e diretoresdos daserviços CIT. visando à valorização na oferta de valor, tradicioA CIT, mediante a outorga da medalha OMITrans, reconhece nalmente centrada no mero produto. software e estão mudando a relevância do de Poder Naval perceberam do Brasil noisso cumprimento da sua As empresas seus modelos, saindo de da segurança venda e instalação seusdeprodutos missão constitucional nacional, dos de paz, caráter para venderem licenças. humanitário e deapenas logística. O mercado e a logística são parcelas dessa equação e se interagem, como coração e pulmão.


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Servitización PROF. DR. MARCELO AUGUSTO DE FELIPPES

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a logística, como ciencia, está repleta de paradigmas. A comenzar por su conceptualización, que no logramos obtener una unanimidad en las diferentes escuelas o estudiosos del asunto. Pero quien trabaja con la práctica logística sabe muy bien que la llegada de la Internet de las Cosas y toda virtualidad proporcionada por un simple teléfono smartphone, viene transformando el ambiente logístico de manera acelerada. ¿Qué es el Uber, Cabify o AirBnb? Simplemente software. El consumo mundial va poco a poco pasando de la propiedad del producto para la conveniencia de un servicio. ¿Qué pueden hacer las empresas e industrias que sólo fabrican productos? Una de las respuestas puede ser: SERVITIZAR. La logística es uno de los grandes diferenciales de la cadena de valor, ya sea en el comercio, la industria o los servicios. La virtualidad trajo una impaciencia casi genética de las generaciones que vienen surgiendo en el mercado de trabajo y en la clientela de un negocio, y el modelo tradicional de logística ya no atiende, o lo hace parcialmente.

El futuro del consumo ordenará la sostenibilidad. Las nuevas generaciones que nos suceden inician un proceso de desvalorización de la posesión de un producto en detrimento del uso del mismo para atender una determinada necesidad. Lo que hace determinante para la logística es que atendida esa necesidad, el producto pierde el valor para aquel que lo adquirió, o sea, hizo el uso. El caso emblemático de las bicicletas para alquiler en muchas ciudades del mundo sirve para ilustrar un poco el cambio por el cual el consumo viene influenciando decisiones. Así, el servicio ofrecido por el producto es más significativo y relevante que el producto en sí. Otra tendencia interesante de estas generaciones, es que no se preocupan mucho en mantenerse por largo tiempo en un empleo o en fidelizarse como cliente. La competencia viene siendo cada vez más fuerte y la innovación y la creatividad de lo que se ofrece todavía es determinante. Por lo tanto, SERVITIZAR es ofrecer ese valor perceptible al cliente y consumidor, que debe sentir, percibir y aceptar el cambio. Con ello, productores y prestadores de servicios deben ofrecer valor percibido y sentido por el cliente. En realidad, la Servitización es una palabra académica y no técnica. Sin embargo, poco a poco se convertirá más una técnica de logística y software estarán optimizando la utilización de la Servitización como una real herramienta logística de negocio. La Servitización puede ser el cambio de un producto para un servicio, sin embargo no con fórmulas directas, pero sí de manera muy singular, ya que muchos factores afectan, tales como, región, cultura, edad del consumidor, precio, etc., objetivando a la valorización de los servicios en la oferta de valor, tradicionalmente centrada en el mero producto. Las empresas de software percibieron esto y están cambiando sus modelos, saliendo de la venta e instalación de sus productos, para vender sólo licencias. El mercado y la logística son parcelas de esa ecuación y se obran recíprocamente a si mismos, como corazón y pulmón.

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Firme ao volante

motorista foi me buscar no aeroporto de Chapecó, a fim de me transportar até um compromisso próximo: uma palestra. Notei que era diferenciado, educado, cortês e, sobretudo, um excelente motorista. Como sou entusiasta do trânsito seguro, eu me senti em boas mãos. Dirigia com segurança, no limite de velocidade; calculava previamente a trajetória; obedecia aos sinais; guardava distância segura dos outros veículos; sinalizava mudanças de direção; regulava a velocidade com o acelerador, e não com o freio. Quando passávamos por um prédio moderno e extenso, que parecia uma grande fábrica, ele revelou o segredo: “Eu me formei motorista ali. Estudei e fiz cursos de direção ali, no SENAT.” Como brasileiro, fiquei orgulhoso por testemunhar resultados práticos de um curso na minha segurança na estrada. Fiquei pensando em quantos motoristas de ônibus, de caminhões e de outros veículos teriam passado pelos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. Interessado, descobri que, além dos cursos naquela e em outras instalações, há cursos a distância para motoristas, desde a primeira habilitação; cursos avançados de direção defensiva, direção preventiva, mecânica e manutenção e atualização para condutores de cargas perigosas; cursos para cobradores de ônibus e motoristas que trabalham nos diversos tipos e tamanhos de transporte de cargas e de passageiros, com o uso de simuladores de direção. Palestras e cursos de gestão em transporte também estão nos currículos. Senti segurança com o volante estando nas mãos desse egresso do SENAT, mas ele também

sentiu mudança: com o trabalho valorizado, viu aumentar seu salário. No transporte de cargas, a produtividade e a renda aumentaram, sem falar na segurança. Na direção de ônibus, ocorreu a mesma coisa. O sistema foi criado há 25 anos e, por ano, considerando também dependentes, atende milhões de pessoas só na formação e no aperfeiçoamento profissional. Eu apenas relatei um episódio ocorrido em Chapecó, mas escolas assim estão em todos os estados, e 105 usam simuladores de direção. Além disso, estão acompanhadas do Serviço Social do Transporte, que atende motoristas e suas famílias em um sistema sustentado pelas contribuições do próprio setor. Por exemplo, um motorista acidentado que precisa de fisioterapia é atendido nesse serviço social. Mencionei fisioterapia e fiquei bastante surpreso ao saber que até a postura na direção é objeto do atendimento social e profissional do sistema. Motoristas que passam horas na boleia, se não adotarem posturas corretas, com o tempo, terão problemas nas articulações, nos músculos e nos tendões – não se forem discípulos atentos dos cursos do SENAT e dos fisioterapeutas do SEST. Eu soube que o transporte urbano de passageiros também conta com motoristas e cobradores com a formação de excelência dos cursos do SENAT. O meio ambiente também é beneficiado, porque se ensina até como economizar combustível e poluir menos. Quem dera se, em todos os veículos de cargas e de passageiros, pudesse estar ao volante um motorista como o que me transportou na região de Chapecó.



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