Revista Transporte Atual - OUT/2010

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XVI NÚMERO 182 OUTUBRO 2010

T R A N S P O R T E

A T U A L

Investir dá resultado Pesquisa CNT de Rodovias 2010 mostra melhoria nos indicadores como reflexo dos investimentos em infraestrutura no Brasil nos últimos anos

LEIA ENTREVISTA COM ADALBERTO MALUF, DA FUNDAÇÃO CLINTON




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REPORTAGEM DE CAPA Pesquisa CNT de Rodovias 2010 chega à sua 14ª edição e mostra que houve melhora significativa nas condições das rodovias brasileiras. O levantamento ocorreu de 3 de maio a 8 de junho e envolveu 15 equipes de pesquisadores Página 30

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ANO XVI | NÚMERO 182 | OUTUBRO 2010

ENTREVISTA

FORDLÂNDIA

Adalberto Felício Maluf Filho fala sobre mobilidade

A cidade que Henry Ford tentou erguer na selva amazônica

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ESTOCOLMO • Eleita a Capital Verde da Europa, cidade sueca define metas ousadas para zerar emissão de poluentes e se torna exemplo para o mundo

CAPA PESQUISA CNT DE RODOVIAS

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ILEGALIDADE

FÓRUM NTC

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • revista@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF) PUBLICIDADE Delta Publicidade e Marketing Janira Chagas (31) 3262-2990 | 9667-9419 ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

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imprensa@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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Encontro discute os Ônibus clandestinos desafios no combate rodam nos centros ao roubo de cargas urbanos e rodovias PÁGINA

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CONGRESSO ABTC

Intermodalidade e a renovação de frota foram debatidas PÁGINA

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cnt.org.br

PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2010

TRADIÇÃO • Pescadores artesanais espalhados pela costa nacional encaram as adversidades do mar guiados pelo conhecimento adquirido nas pequenas embarcações PÁGINA

Confira o hotsite especial da publicação: www.sistemacnt.org.br/pesquisacntrodovias/2010

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As notícias mais importantes do mundo do transporte disponível para áudio e download. Acesse: www.sistemacnt.org.br/ portal/webCanalNoticiasCNT/ radio.aspx.

PROSEFER

Programa mostrará diagnóstico dos gargalos urbanos PÁGINA

RÁDIOWEB

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CICLO DE PALESTRAS SEST SENAT

Seções Alexandre Garcia

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Humor

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Mais Transporte

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Boletins

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Debate

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Opinião

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Cartas

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As atividades da Semana de Educação no Trânsito pelo país PÁGINA

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São oito palestras realizadas em todas as 136 unidades do SEST SENAT. Cidadania, frete, manutenção de veículos, primeiros socorros, combate a incêndios e saúde são alguns dos temas abordados. Confira mais detalhes em http://www.sestsenat.org.br.

E MAIS Despoluir • Projeto do programa • Notícias sobre meio ambiente

Canal de Notícias • Textos, fotos e vídeos sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte • Conferências • Cursos • Estudos e pesquisas

Sest Senat • Cursos e palestras • Voluntariado e colocação no mercado de trabalho

O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual

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“Na ponta de um assalto na estrada ou em depósito de carga, há sempre alguém que mandou ou garante a colocação do produto do roubo” ALEXANDRE GARCIA

O roubo e as leis

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rasília (Alô) - Os fichas-sujas tiveram mais de 8 milhões de votos. Numa eleição que foi antecedida por um julgamento que deveria ter chamado a atenção dos eleitores: o Supremo condenou à prisão, pela primeira vez, um deputado federal. O deputado Tatico, dono de uma rede de supermercados nos arredores de Brasília, foi condenado a sete anos de prisão... em regime semiaberto e, imaginem, ainda que tenha sido sentenciado na Corte Suprema, os advogados dele ainda têm direito de pedir explicações ao Tribunal... Enquanto isso, o deputado continuou em campanha eleitoral e ficou longe de ser reeleito. Não terá mais imunidade em outro processo-crime contra ele, por roubo de carga. Muita carga roubada foi encontrada nas prateleiras e depósitos dos supermercados Tatico. O procurador-geral da República e o ministro-chefe da Controladoria Geral da União têm dito que as leis penais não podem ser lenientes, frouxas, boazinhas com os corruptos. No caso de carga roubada, o exemplo é típico. Na ponta de um assalto na estrada ou em depósito de carga, há sempre alguém que mandou, estimulou, encomendou ou garante a colocação do produto do roubo. E, diante do porte da ação criminosa, raramente é alguém pequeno. No caso Tatico, havia alguém com imunidade parlamentar e votos. No Rio de Janeiro, foram afastados e presos policiais rodoviários federais, da cúpula da superintendência estadual. Achacavam transportadores para custear a campanha de depu-

tado federal de um deles. É claro que depois da conquista da imunidade parlamentar, a tentação seria manter o esquema de propina, para reforçar o caixa da reeleição e garantia a boavida da quadrilha. São dois pequenos exemplos ocorridos na campanha eleitoral que passou, que mostram como é difícil trabalhar num país com leis fracas e com fraquezas que debilitam funções do Estado, como as de fazer as leis, aplicá-las e fazer com que sejam cumpridas. A engrenagem legal está cheia de dentes rachados e quebrados. Fica difícil rodar a economia. O pior é que faz anos que se bate nessa tecla. O custo Brasil é alto por causa da insegurança pública, da insegurança jurídica, da fraqueza das instituições. Se alguém perguntar por que não acontece assim no Uruguai ou no Chile, vai saber que é uma questão cultural. Eles nunca endeusaram o jeitinho, jamais entronizaram a malandragem, não são coniventes com os fora da lei. Cada cidadão, desde a escola primária, é formado como um guardião da lei e das instituições. A discussão nacional sobre a diferença entre um ficha suja e a ficha limpa ajuda, mas não resolve. É preciso mais. Tampouco bastam campanhas erráticas e indignações passageiras. Isso tem que ser metido na cabeça das novas gerações desde o lar e da escola, bem cedo. Ou cada vez mais vamos ter eleitos, com imunidade, envolvidos em roubo de carga, de obras, de impostos, ante um país aturdido e sem reação.


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“Infelizmente, não existe solução para a mobilidade urbana baseada em cidades com mais de 500 mil habitantes. Seria como combater a ENTREVISTA

Municípios par POR

Iniciativa Clinton pelo Clima, ligada à Fundação Clinton, dos Estados Unidos, tem desenvolvido ações no Brasil voltadas para a área de transporte. Neste ano, as cidades de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo começam a testar várias tecnologias de ônibus híbridos, dentro de um programa implementado com recursos da fundação e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ao comentar sobre o caminho que as grandes cidades devem seguir para aliar a melhoria do transporte à questão ambiental, o diretor da Iniciativa Clinton pelo Clima, em São Paulo, Adalberto Felício Maluf Filho, cita que “a solução ideal, dentro das nossas possibilidades, seria a destinação de mais espaço viário para os ônibus, formando uma ampla rede de transporte público acessível a todos pela superfí-

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CYNTHIA CASTRO

cie”. O sistema BRT (Bus Rapid Transit) é apontado como uma solução mais factível do que o metrô. Em maio de 2011, São Paulo será sede do 4º Encontro sobre Mudanças Climáticas, o Climate Summit, promovido pela prefeitura, com apoio da Iniciativa Clinton pelo Clima e da Rede C40. Leia a seguir a entrevista por e-mail com o representante da fundação. Como será o Climate Summit? O que o encontro poderá trazer de mudanças? O Summit da Rede C40 (Climate Leadership Group) é o encontro de cúpula dos prefeitos e autoridades políticas mais relevantes das grandes cidades do mundo. É o encontro mais importante da rede. Proporciona a troca de experiências e o lançamento de programas conjuntos. Representa

uma tentativa dos governos subnacionais de transformar a ordem política global, dominada pelos governos federais. As grandes cidades querem ser ouvidas e ter voz ativa para influenciar os governos nacionais a levarem sua agenda de mitigação e adaptação à nova realidade climática. Por que São Paulo? As outras edições ocorreram em Londres, Nova York e Seul. São Paulo competiu com cidades como Buenos Aires, Bogotá e Amsterdã para trazer o Summit. Ganhou por ter saído na frente na luta pelo clima no hemisfério sul. Com o pioneirismo na aprovação da lei do clima municipal, o programa de inspeção veicular e um grande programa de ampliação das áreas verdes, São Paulo foi reconhecida e recompensada pelo painel

de especialistas para ser a sede do próximo Summit. Como funciona o trabalho da Rede C40 e da Iniciativa Clinton pelo Clima? A Rede C40 visa trocar experiências e reunir o poder de atuação conjunta das maiores cidades do mundo para desenvolver soluções, produtos e serviços para a economia de baixo carbono. A Iniciativa Clinton pelo Clima foi criada junto à Rede C40 para atuar como um braço operacional. E, assim, desenvolver programas e projetos em diversas áreas junto às cidades, em especial nos temas de eficiência energética, construções sustentáveis, novas tecnologias de transporte urbano, na promoção de projetos de corredores rápidos de ônibus (BRT) e sistemas cicloviários. Trabalhamos em programas como a luta contra


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no transporte privado individual obesidade com roupas mais largas”

alisados os desmatamentos, a promoção da energia solar e térmica, o armazenamento do carbono e a mitigação das emissões junto ao setor privado. O senhor considera que a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em 2009 em Copenhague, avaliada por muitos como um fracasso, pode colocar em xeque outros trabalhos? Não necessariamente. As negociações sobre o clima são complexas e difíceis de serem concluídas no curto prazo. Só devem se concretizar depois de muito planejamento e simulações sobre todos os cenários. Temos que entender que as negociações ocorrem em dois níveis: no internacional e internamente em cada país. Por isso, são tão demoradas. De qualquer maneira, a definição de

uma linha de base comum para comparação e um compromisso, mesmo que voluntário, dos grandes países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, trouxeram a negociação para um novo patamar. Agora o mundo aguarda o Senado norte-americano e uma postura mais ativa dos grandes países em desenvolvimento. E como está a situação brasileira? Infelizmente, alguns políticos ainda veem as negociações globais sobre o clima como um possível “obstáculo” ao crescimento do país, o que deixa nosso empresariado com medo. A realidade, no entanto, é que se discutem os caminhos para desenvolver as novas tecnologias do futuro e a transição natural à economia de baixo carbono. As empresas norte-americanas,

japonesas, chinesas e europeias foram muito importantes para levar a agenda para frente, pois veem oportunidades de negócios. Só espero que nosso parque produtivo não acorde muito tarde, pois as negociações do clima podem demorar, mas um dia vão terminar. E, assim, colocar novos paradigmas para o desenvolvimento econômico e o comércio global. Como o senhor avalia a postura do Brasil em relação às políticas públicas? A postura do governo federal me parece um pouco incerta. Fomos proativos ao anunciar uma agenda de estabilização do crescimento das emissões e, posteriormente, tentamos liderar um processo positivo para

incorporar os outros países em desenvolvimento nas negociações globais. Porém, mais tarde, não lideramos um amplo processo de debate e negociação interna para dar mecanismos para que nossa indústria possa fazer uma transição tecnológica, bem como não criamos ferramentas eficazes contra o desmatamento. A revisão do Código Florestal, em debate no Congresso, demonstra como o Brasil corre riscos significativos de não ter como cumprir o que prometeu. Falta também integrar as ações? A integração de políticas, planos e programas nas diversas esferas políticas no Brasil ainda é um grande gargalo das


políticas públicas. Teríamos muito a ganhar com as negociações climáticas, já que todos os setores teriam que negociar e chegar a consensos. Na área de transporte, o que precisa evoluir? A mobilidade urbana nas grandes cidades precisa evoluir muito. O modelo norte-americano, baseado em amplas avenidas e na promoção do transporte individual, gerou externalidades coletivas muito significativas. Os congestionamentos crescentes e os impactos negativos na saúde pública, bem como os altos custos e dificuldades de acesso universal ao transporte público, em função da prioridade dada ao transporte privado (em recursos, políticas públicas e uso do viário urbano), geraram distorções enormes em nossas cidades. Infelizmente, não existe solução para a mobilidade urbana baseada no transporte privado individual em cidades com mais de 500 mil habitantes. Seria como combater a obesidade com roupas cada vez mais largas. Não funciona. A solução passa por quais medidas? A solução ideal, dentro das nossas possibilidades, seria a destinação de mais espaço viá-

rio para os ônibus, formando uma ampla rede de transporte público acessível a todos pela superfície. É ilusão achar que os metrôs, sejam eles subterrâneos ou os modelos aéreos (tipo monotrilhos), poderiam resolver os problemas de congestionamentos, já que a demanda adicional por mobilidade será sempre maior do que a nova oferta desses modais, cada vez mais caros e complexos. Temos que avançar com os corredores de ônibus segregados (BRT – Bus Rapid Transit), com estações fechadas e pagamento antecipado, inventados por Curitiba e aperfeiçoados por Bogotá, Pequim e outras metrópoles. O BRT é a solução mais factível? Os sistemas de ônibus rápidos em um sistema em redes troncais com linhas alimentadoras, associados à prioridade no viário e com subsídios públicos, seriam o melhor caminho para transformar as grandes cidades. Atualmente, mais de cem cidades pelo mundo constroem sistemas BRT, enquanto os metrôs são cada vez mais raros, e os monotrilhos quase nunca conseguem superar os desafios econômicos e técnicos. Sonhos e ilusões futuristas são inimigos da realidade e perigosos para os

TRANSPORTE URBANO Destinar mais espaço viário para

“Apoiamos programas de testes para veículos híbridos e elétricos, bem como a utilização dos combustíveis limpos”

cofres públicos. Temos que implementar soluções testadas que funcionem hoje. A Fundação Clinton executa um trabalho em quantos países e voltado para quais frentes? A Fundação Clinton, criada pelo ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, trabalha em todos os cantos do mundo. Surgiu com o objetivo de combater a falta de acesso aos remédios para a Aids na África. Negociou e reduziu em mais de 95% os valores dos remédios e criou uma ampla rede de logística para distribuição desses medicamentos na África. Com o passar do tempo, foi crescendo e expandindo sua atuação, para as questões do clima, do desenvolvimento sus-


LUIZ COSTA/SMCS/DIVULGAÇÃO

os ônibus garante melhor mobilidade

tentável, da pobreza global e ainda da diminuição da obesidade. Mais recentemente, para a reconstrução do Haiti. O incentivo a novas tecnologias é um dos pontos de trabalho na área de transporte. Quais ações a fundação defende nesse setor? Acreditamos que o mundo caminha para a eletrificação e o uso de novas tecnologias de combustíveis limpos. Apoiamos o desenvolvimento de programas de testes para veículos híbridos e elétricos, bem como a utilização dos combustíveis limpos, como o etanol (da cana-de-açúcar), como parte da solução para uma economia de baixo carbono. Queremos demonstrar aos formuladores de políticas públicas

“Mais de cem cidades pelo mundo constroem sistemas BRT, enquanto os metrôs são cada vez mais raros” que a viabilidade econômica dessas novas tecnologias já é realidade e que os países (e governos) que liderarem esse processo podem colher bons frutos. Quais serão as tecnologias do futuro e quem produzirá? A resposta, certamente, estará associada aos governos que apoiarem a pesquisa e a inovação. Se perdermos o bonde do desenvolvimento tecnológico, corremos o risco de ter um parque industrial obsoleto e perder oportunidades de desenvolvimento econômico em nossos países no futuro. A fundação está desenvolvendo um programa de testes de ônibus híbridos no Rio de

Janeiro, São Paulo, Curitiba e na capital colombiana, Bogotá. Em que consiste o programa? O programa de testes com ônibus híbridos na América Latina, com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), pretende testar diversas tecnologias e realidades de operação de ônibus para subsidiar os governos locais sobre os benefícios e desafios associados a cada diferente aplicação tecnológica. O programa tem um componente de incentivo ao desenvolvimento tecnológico local, já que um dos objetivos é apoiar novas parcerias para o desenvolvimento de tecnologias híbridas na América Latina com empresas e fornecedores locais. Os testes já começaram? Várias tecnologias híbridas serão testadas? Os testes começam neste semestre. Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro serão as primeiras a testarem os diferentes modelos e tecnologias de veículos híbridos. Queremos apoiar o desenvolvimento de híbridos com etanol e outras tecnologias. Quanto mais inovação, melhor será o desenvolvimento do setor automo-

tivo pesado no Brasil. E, assim, o uso dessas tecnologias em nossas cidades. Há outras iniciativas em andamento no Brasil – no transporte ou em outra área? Trabalhamos com as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro na identificação de oportunidades para projetos de eficiência energética, novos projetos de ciclovias e melhorias na operação de ônibus. Em Palhoça (SC), o projeto Pedra Branca foi selecionado como uma boa prática de como se planejar bairros sustentáveis e trazer novas tecnologias ao futuro do planejamento urbano. Qual é o obstáculo para que as novas tecnologias limpas possam ser colocadas em prática no transporte? Primeiro, a integração de políticas públicas. Vivemos uma falta de comunicação enorme entre os diferentes governos e uma ausência de fóruns institucionais para integrar políticas públicas de diferentes temas. O setor produtivo deveria liderar o processo de inovação para as tecnologias do futuro. Mas, para isso, ele precisaria do apoio dos governos, institutos de pesquisa e da academia. l


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MAIS TRANSPORTE Segurança no trânsito A Dalçoquio venceu a 18ª edição do Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito na categoria transportadora de carga e ou passageiros, na região Sul. A empresa concorreu ao prêmio com o programa Motorista Nota 10, desenvolvido desde 2008. Os condutores da empresa iniciam o semestre com a

nota 10, aqueles que não cometem infrações continuam com a pontuação inicial. No final da etapa, recebem 50% da remuneração do semestre. Os trabalhos inscritos no Prêmio Volvo foram analisados por uma comissão julgadora. A entrega do prêmio está prevista para outubro.

AUTOMÓVEL Salão completa meio século

DALÇOQUIO/DIVULGAÇÃO

Salão do Automóvel

SEGURANÇA Dalçoquio ganhou prêmio da Volvo

Um dos maiores eventos automobilísticos do país chega aos 50 anos e promete uma edição histórica para celebrá-los. O 26º Salão do Automóvel, de 27 de outubro a 7 de novembro no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A organização prevê recorde em modelos e lançamentos nessa edição. O Salão deste ano espera

receber 600 mil visitantes, que terão a oportunidade de conferir de perto 42 marcas diferentes, entre nacionais e importadas. O número é superior à edição de 2008, quando 36 montadoras estiveram presentes. Ao todo, estarão expostos 450 modelos de veículos. O evento é aberto ao público. Mais informações no site www.salaodoautomovel.com.br.

Agência on-line

Histórias de sucesso

A agência de viagens on-line Rumbo iniciou suas operações no Brasil em setembro. A empresa, com sedes na Espanha e Portugal, focará seus serviços na venda de passagens aéreas, hotéis, pacotes e cruzeiros, entre outros itens. Segundo a assessoria da Rumbo, a grade de produtos será ampliada para

A Ciclo, entidade voltada para o treinamento e desenvolvimento de executivos, realiza nos dias 20 e 21 de outubro o 24° Simpósio Ciclo – Cadeia de Valor, Supply Chain & Logística, no Centro Empresarial de São Paulo, na capital paulista. Serão apresentados, durante os dois dias do evento, 12 cases de sucesso, divididos em vários

oferecer mais opções, tanto para o segmento de lazer quanto de viagens a negócios. As instalações da agência permitem atendimento direto com os clientes. “Nosso objetivo é ser uma agência de referência no mercado brasileiro de viagens on-line”, afirma Domenico Palma, diretor-geral da Rumbo Brasil.

temas e apresentados por empresas de diversos setores. O melhor case será premiado. A programação prevê palestras com o conselheiro executivo Paul Bender; o jornalista Joelmir Beting e os consultores Zake Sabbag, Alexandre Cassiano Horta e Maurício Goldstein. As inscrições podem ser feitas por meio do Portal Supply Chain.


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CAMINHONEIROS

Melhor Motorista do Brasil Elegância no ar A Helibras apresentou um novo conceito em configuração interna de helicóptero para o modelo EC145. A proposta é uma versão executiva configurada pela Mercedes-Benz. Com a parceria, o EC145 terá uma versão com o interior desenvolvido pelo Mercedes-Benz Advanced Design Studio, a ser comercializada em 2011. Segundo a companhia, trata-se de um projeto conjunto

entre a Eurocopter (controladora da Helibras) e a montadora, que desenvolveu um projeto de elegância para helicópteros de uso privado, com a utilização de materiais, arranjos e iluminação interna inspirados em veículos da fabricante de automóveis alemã. O EC145 Stylence tem capacidade para até oito passageiros e um ou dois pilotos, com velocidade de 246 km/h. DIEGO RENDEL/HELIBRAS/DIVULGAÇÃO

baiano Fernando Pitanga sagrou-se o melhor motorista de caminhão do Brasil. Ele ergueu o troféu no dia 12 de setembro, depois de vencer Delmar Rodrigues Pereira, do Mato Grosso do Sul, e João Maria Vanderlei de Oliveira, de Santa Catarina, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente. A terceira edição da disputa promovida pela Scania premiou Pitanga com um caminhão de prêmios no valor de R$ 25 mil; uma viagem com acompanhante para a Suécia; R$ 5.000 em dinheiro e um notebook. O segundo colocado faturou uma viagem com acompanhante para um resort no Brasil; R$ 3.000 em dinheiro; um jogo de pneus e

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um notebook. Para o terceiro lugar, o prêmio foi uma viagem com acompanhante a um resort brasileiro; R$ 2.000 em dinheiro e um notebook. A Scania preparou as provas com alto grau de dificuldade. O objetivo era testar a habilidade dos competidores ao executar manobras difíceis em lugares com espaço limitado, além de avaliar o conhecimento deles em relação à segurança e à direção segura e eficaz. Os três finalistas ganharam ainda o treinamento Multiplicador Master Drive Scania, na fábrica da montadora, em São Bernardo do Campo (SP). O concurso Melhor Motorista de Caminhão do Brasil contou com mais de 28 mil inscritos. SCANIA/DIVULGANAO

CONFORTO Helibras apresenta novo conceito de helicóptero

Reserva de marcas A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disponibilizou mais um serviço on-line. Desde setembro, a reserva de marcas (conjunto de letras que identificam as aeronaves, conhecida também como matrícula ou prefixo) pode ser realizada via Internet. A escolha é feita pelo proprietário na fase inicial de

registro, antes da documentação obrigatória para voar. Segundo a Anac, a medida faz parte dos projetos de modernização e aprimoramento dos processos internos da agência, para tornar mais rápido e eficiente o atendimento aos usuários. O serviço está disponível no site da entidade: www.anac.gov.br.

CAMPEÕES Vencedores da disputa da Scania

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MAIS TRANSPORTE AUDI/DIVULGAÇÃO

1822 O livro pretende mostrar o Brasil que a corte de D. João deixava para trás ao retornar a Lisboa, em 1821. Do mesmo autor de 1808, que foi um sucesso de vendas. De: Laurentino Gomes, Ed. Nova Fronteira, 328 págs., R$ 35,90

Audi apresenta polvo robótico em Londres

Não Há Silêncio Que Não Termine: Meus Anos de Cativeiro na Selva Colombiana Relata a experiência da autora como prisioneira das Farc durante seis anos, em meio à fome, à doença e às humilhantes condições impostas pelos sequestradores. De: Ingrid Betancourt, Ed. Cia das Letras, 560 págs., R$ 35

Chamado de “polvo robótico”, a máquina, utilizada na linha de montagem da fabricante de automóveis alemã, recebeu em cada uma das oito pontas luzes de LED dos faróis do modelo R15 TDI. Os pontos de luz emitidos do equipamento reproduziram no céu de Londres mensagens enviadas por internautas

Empresa amplia a frota de aviões A ABSA Cargo Airline incorporou mais um Boeing 767-300F à sua frota. O avião é o terceiro cargueiro da empresa e tem capacidade para transportar até 57 toneladas. O cargueiro opera nas rotas domésticas e

internacionais da empresa. A aeronave dará suporte a toda malha internacional atendida pela ABSA e sustentabilidade aos projetos de crescimento da malha doméstica. Atualmente, a empresa opera em mais de 30 destinos de

cinco continentes, além das duas rotas domésticas. A ABSA espera ampliar ainda mais sua capacidade de transporte de carga, com a chegada do primeiro Boeing 777-200F para sua frota, em 2012.

Risco e Regulação: Por que o Brasil Enfrentou Bem a Crise Financeira e Como Ela Afetou a Crise Mundial Aborda desde as raízes (norte-americanas) da crise à história e ao desenvolvimento atual de mercado brasileiro. De: Fábio Giambiagi e Márcio Garcia, Ed. Campus, 336 págs., R$ 59,90


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PANCARY/DIVULGAÇÃO

Vidros elétricos

PAMCERT Aparelho promete facilitar vida das empresas

Novo produto para a logística A Autofax e a Pamcary anunciaram um novo equipamento para o setor logístico que promete combater as principais falhas e fragilidades dos processos atuais. Chamado de Pamcert, o aparelho visa pontos chaves como o recebimento e a certificação digital, nos padrões da ICP – Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira), dos canhotos fiscais, pagamento de frete e gestão da frota, trazendo mais

lucros e facilidades para seus clientes. Além disso, o Pamcert promove o envio de dados por meio de um terminal wireless que aperfeiçoa a comunicação entre os participantes da cadeia. Por meio de um portal, os clientes têm acesso a informações logísticas que permitem obter um panorama de gestão de toda a cadeia de entrega para a tomada de decisão.

A Pósitron lançou novos kits de vidros elétricos para o mercado brasileiro. Os automóveis Peugeot 207, Volkswagen Saveiro, Renault Sandero e Logan (modelo 2010) podem receber o novo acessório quatro portas dianteiro, equipamento que automatiza as duas portas frontais dos veículos. Os automóveis GM Classic e os novos Gol e Voyage, da Volkswagen, também podem ser

equipados com kits para as quatro portas, além dos conjuntos já disponíveis. Uma das vantagens é o acionamento pelo período de um minuto, mesmo depois de a ignição ser desligada. Outro diferencial é a integração com o alarme da marca, que aciona os vidros automaticamente. A instalação dos vidros elétricos é feita pela furação original do carro.

POSITRON/DIVULGAÇÃO

VIDROS Lançados novos kits do produto para o mercado

Selo “Quatro Rodas”

Investimento em gestão

A certificação de oficina IQA-Cesvi agora passa a se chamar ‘Oficina Certificada Quatro Rodas’. A mudança é em virtude da parceria do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) e do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) com a revista “Quatro Rodas”. A certificação, antes restrita às oficinas de funilaria e pintura, também se estenderá às empresas de

A Trip Linhas Aéreas anunciou um investimento de US$ 30 milhões na adoção de novos softwares de gestão de serviços. A empresa escolhida pela companhia é a SabreSonic Customer Sales and Service, que desenvolve um sistema de reservas focado no cliente e na geração de receita considerado de ponta. De acordo com a Trip, o investimento em novos

reparação mecânica. O selo contribui para que consumidores e companhias de seguros identifiquem os estabelecimentos que oferecem serviços de mecânica, funilaria e pintura com qualidade técnica. As oficinas aprovadas recebem uma placa com o nome do selo, ampliando sua visibilidade para os clientes e sendo divulgadas nos canais de comunicação “Quatro Rodas”.

sistemas é uma forma de aumentar a produtividade e suportar o crescimento da companhia. Entre os serviços está um conjunto de soluções que fornece as melhores ferramentas de planejamento e gerenciamento das operações em importantes áreas como tripulação, planejamento de voos, gestão de frota e integração de dados.


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MAIS TRANSPORTE RODO LINEA/DIVULGAÇÃO

Dutos em debate

BENEFÍCIO Sistema funciona sem taxa de adesão

A Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção) promove nos dias 19 e 20 de outubro o 4º Seminário Endutos, no Rio de Janeiro (RJ). Com o tema “Novas Aplicações de END (Ensaios Não Destrutivos), Capacitação e Certificação de Mão de Obra para Inspeção em Dutos”, o evento pretende atingir profissionais que buscam aperfeiçoamento, conhecimento e qualificação nas atuais técnicas

do setor dutoviário. Serão apresentados trabalhos técnicos, pesquisas e informações. Os participantes poderão fazer uma visita, no dia 21, ao CTDUT (Centro de Tecnologia de Dutos), onde conhecerão um laboratório de testes, pesquisa e treinamentos, e as instalações do local, incluindo o Laboratório de Integridade Estrutural. As vagas são limitadas. Os interessados devem se inscrever antecipadamente. ABENDI/DIVULGAÇÃO

Consórcio Rodo Linea A fabricante de implementos rodoviários Rodo Linea lançou um serviço de consórcio próprio, o Consórcio Nacional Rodo Linea. O novo serviço é uma parceria da empresa com a administradora Gaplan. O objetivo é gerar mais benefícios e facilidades na comercialização dos implementos rodoviários para empresas e transportadores autônomos. O

consórcio Rodo Linea não opera com taxa de adesão e fundo de reserva. Atua com planos de 36 meses para 36 participantes. A taxa de administração é de 11%, com taxa opcional de seguro de vida de 0,05%. Inicialmente, o grupo de lançamento irá atingir Curitiba e região metropolitana, no Paraná. A primeira assembleia está marcada para outubro.

SEMINÁRIO Oportunidade para aperfeiçoamento profissional

Transportar 2010

Vagão bobineiro

De 27 a 29 de outubro acontece no Expo Unimed Curitiba a Transportar 2010 (Feira de Transporte Intermodal e Logística). Organizada pelo Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná), a feira, realizada a cada dois anos, deve reunir mais

A FCA (Ferrovia Centro Atlântica) e a produtora de vagões ferroviários AmsterdMaxion firmaram parceria para o transporte de bobinas de aço. A empresa vai produzir um vagão especial para atender à siderúrgica ArcelorMittal, cliente da operadora ferroviária. O vagão

de 50 expositores. Estarão presentes as principais montadoras de veículos e equipamentos; distribuidoras de combustíveis; fornecedores de pneus e peças; transportadoras de cargas em geral; além de empresas de logística, seguros, monitoramento e finanças.

plataforma foi transformado em um vagão bobineiro, com 14 metros de comprimento e 4,3 metros de altura. Possui dois pisos e um sistema de portas com tecnologia e material seguros, que não permite a entrada de água. A previsão é de que a FCA receba 40 vagões.


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CASTROL/DIVULGAÇÃO

Mercado aquecido

PROTEÇÃO Produto possui pacote de aditivos

A Aerie Aviação Executiva atingiu a marca de US$ 100 milhões em volume de vendas de aeronaves. Em seis anos de operações, a empresa comercializou 60 aeronaves executivas. A Aerie trabalha em parceria com a Fortune Jet há mais de dois anos para a negociação de aeronaves nos Estados

Unidos. A Fortune Jet soma mais de 320 aeronaves vendidas nos últimos 20 anos. Juntas, as duas empresas fizeram a venda de 20 aeronaves. A Aerie Aviação Executiva atua no mercado especialmente com turboélices, jatos e helicópteros executivos. AERIE/EGOM/DIVULGAÇÃO

Lubrificante para caminhão A Castrol lançou o lubrificante CRB Turbo SAE 15W40. O produto foi desenvolvido para atender a demanda crescente do mercado de caminhões turbinados ou convencionais. O CRB possui um pacote de aditivos para proteger o motor nas altas temperaturas e em condições severas de serviço como subidas e descidas. O lubrificante permite ainda preservar a vida útil dos veículos.

De acordo com a Castrol, o CRB proporciona maior economia com menor remonta, dispensando a necessidade de esfriamento do motor. O lubrificante expande a possibilidade de uso para veículos com mais de 16 anos de circulação, oferecendo os benefícios da tecnologia sintética associada à proteção às altas temperaturas, evitando a queima de óleo. DAFRA/DIVULGAÇÃO

DESEMPENHO Modelo inaugura nova faixa de cilindrada

VENDAS Aerie alcança a marca de US$ 100 milhões

Brasil recebe nova scooter A Dafra Motos e a SYM (nova parceira da fabricante brasileira) lançam um novo conceito em moto no Brasil. O max scooter Citycom 300i, reconhecido internacionalmente pelo conforto e ótimo desempenho, é equipado com motor OHC (Over Head Camshaft) de 263,7 cm3, quatro

tempos, monocilíndrico e sistema de injeção eletrônica. Sucesso em mercados globais, especialmente entre consumidores de países como Espanha, França, Itália e EUA, o modelo inaugura uma nova faixa de cilindrada entre os scooters e conta também com freios a disco.


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HISTÓRIA

Sonho amazônico Livro “Fordlândia” conta a história da cidade que Henry Ford tentou erguer no meio da selva amazônica no início do século passado POR LETICIA

eterminado, arrojado e empreendedor. Esses atributos podem resumir um pouco da personalidade do norte-americano Henry Ford, industrial que ergueu um dos maiores impérios da indústria automotiva mundial. Suas ideias mudaram a cultura industrial com a introdução da mecanização do trabalho e da produção em massa. No final de 1920, a fábrica da Ford em Dearborn, Michigan (EUA), iniciou suas atividades na linha de montagem. Foi a maior planta industrial da época, com 93 edifícios, milhares de

D

SIMÕES

metros quadrados de área construída e 100 mil trabalhadores. A fábrica tinha sua própria fundição, e os caminhões e trens levavam sílica, minério e carvão para fazer vidro, eletricidade e siderurgia. O único item não produzido era a borracha. Em 1927, o industrial decidiu edificar, em meio à selva amazônica brasileira, uma estrutura para o cultivo do látex. Começava então a construção da cidade que ficou conhecida como Fordlândia. A história de Fordlândia foi narrada por Greg Grandin, escritor compatriota de Ford. Seu livro intitulado “Fordlândia: Ascensão e


JOHN PITSAKIS/DIVULGAÇÃO


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ARQUIVO HENRY FORD

ESPERANÇA Fordlândia guarda a história de brasileiros que buscavam um futuro promissor

Queda da Cidade Esquecida de Henry Ford na Selva” foi publicado nos Estados Unidos em 2009 e lançado, em setembro, pela editora Rocco no Brasil. Segundo Grandin, a motivação para o livro veio do que ele chama de choque de opostos. “De um lado está Henry Ford, que reduziu a produção industrial ao componente mais simples, com a linha de montagem. Do outro, está a Amazônia, que tem uma das mais diversas e complexas áreas ecológicas do planeta. Pode-se imaginar que o confronto entre esses dois seria muito intenso.” O “confronto” a que o autor se refere diz respeito aos equí-

vocos cometidos por Ford e seus engenheiros norte-americanos na Amazônia. A história confirma que o industrial, que não possuía conhecimento sobre o cultivo de seringais, precipitouse e assentou as seringueiras de maneira errada. Plantadas muito próximas entre si, tornaram-se o local ideal para a proliferação de pragas agrícolas. Além disso, o terreno de Fordlândia não era propício para o plantio de seringais. A terra era infértil, pedregosa e nenhum dos gerentes da Ford tinha experiência para o empreendimento. Apesar do insucesso,

Fordlândia guarda a história de milhares de brasileiros que migraram para o local em busca de um futuro promissor. A gleba de terra de Fordlândia foi adquirida por Henry Ford por meio de uma concessão do então governador do Pará, Dionísio Bentes. A área totalizava 14.568 quilômetros quadrados, próxima ao município de Santarém (atual município de Aveiro), às margens do rio Tapajós. Grandin afirma que a produção do látex, necessário para a confecção de pneus para os automóveis da Ford (então dependentes da borracha produzida por colônias britânicas), não foi o único

MUDANÇA Para Grandin, cidade

incentivo do industrial para construir Fordlândia. “Ele usou grande parte da sua fortuna tentando conter as forças do capitalismo que ele, de alguma forma, desencadeou. Ford estava insatisfeito com o militarismo e a urbanização. Não gostava do consumismo e do crédito barato. A partir de 1920, ele sofreu sucessivas derrotas políticas.” Para o autor, a cidade foi uma tentativa que Ford encontrou de exportar sua visão da reforma em país estrangeiro, uma vez que ele percebeu que não seria capaz de fazê-la nos EUA. Para produzir o livro, Grandin pesquisou os arquivos da Ford


PERFIL

Um apaixonado empreendedor ARQUIVO HENRY FORD

foi uma tentativa de Ford exportar sua visão da reforma em país estrangeiro

Motor Company e esteve em Fordlândia por duas vezes. “Conversei com alguns americanos que são filhos de ex-trabalhadores e cresceram em Fordlândia, e com brasileiros que trabalharam lá.” Os descendentes de Henry Ford não participaram do projeto literário. “Escrevi uma carta para seu bisneto e seu tetraneto. O neto de Ford me enviou uma nota curta desejando boa sorte. Imagino que eles não estavam interessados em falar de um fracasso épico”, diz o autor. Fordlândia mais parecia uma pequena cidade norte-americana com suas casas pré-fabricadas. Ford imprimiu sua cultura na

gleba. “Ele despertou os trabalhadores a cuidar de flores e hortas, a comer pão e arroz integral, a consumirem latas de pêssegos Michigan e farinha de aveia. Nos fins de semana, a empresa organizava quadrilhas e recitações de textos do poeta norte-americano Henry Longfellow”, conta Grandin. O hospital que Ford construiu na cidade, de acordo com o autor, oferecia gratuitamente serviços de saúde para os trabalhadores e suas famílias. “O edifício foi projetado por Albert Kahn, o renomado arquiteto que construiu edifícios famosos de Detroit, incluindo o Palácio de Cristal.”

Henry Ford nasceu na fazenda da família em Wayne County, Michigan, em 1863. Ainda na infância, o pai deixou a responsabilidade dos reparos das máquinas da fazenda a cargo de Henry. Começava ali seu interesse por motores. Na adolescência, trabalhou como reparador de relógios. Reconstruía os mesmos relógios dezenas de vezes. Aos 16 anos, ele se muda para Detroit, para trabalhar como aprendiz de operador de máquinas em duas empresas. Em 1895, ele se transfere para as oficinas da Eagle Motor Works, onde trabalhou como mecânico. Dois anos mais tarde, constrói seu primeiro motor, movido a gasolina. Já casado, Henry Ford tornou-se engenheiro-chefe da Edison Illuminating Company. Com um bom salário e tempo disponível, Ford pode se dedicar aos motores. Aos 40 anos, ele forma, com outros 11 investidores, a Ford Motor Company, em 1903. Ford reduziu os custos de produção adaptando a linha de montagem para construir carros simples. O Ford T foi apresentado em outubro de 1908. Ele apresentava muitas inovações, como o volante do lado esquerdo. Dez anos depois do primeiro veículo, metade dos carros na América do Norte era

modelo T. Em cinco anos, Ford se tornou o maior produtor automotivo do mundo. Mas foi em 1914 que o mundo se rendeu ao brilhantismo de Henry Ford – o industrial estabeleceu o pagmento de US$ 5 diários aos seus funcionários. O valor, à época, era mais que o dobro do que os operários recebiam. Ford chamou a iniciativa de "wage motive”, ou salário de motivação. O “wage motive” atraiu para a Ford os melhores mecânicos de Detroit, diminuindo consideravelmente a rotativadade dos empregados, o que culminou no aumento da produtividade e na redução de custos com treinamentos. Em 1926, com as vendas do T em declínio e com as insistentes tentativas de seu filho Edsel Ford – já presidente da companhia – em convencê-lo a produzir um novo modelo, Henry Ford cede. Ele cria, com técnicos especializados, o motor e o chassi Model A, produzido até 1931. Ford também fabricou motores para aviões. Henry Ford é reconhecido ainda hoje como o idealizador da mecanização do trabalho, da produção em massa e da padronização de maquinário. O pai da indústria automobilística morreu aos 83 anos, em Dearborn, Michigan.


ARQUIVO HENRY FORD

EXTENSÃO A área de terra adquirida por concessão totalizava 14.568 quilômetros quadrados

Fordlândia possuía água encanada, uma praça central, calçadas, gramados bem cuidados, sala de cinema, lojas de calçados, perfumes e sorvetes, piscinas, campos de tênis e um campo de golfe. O clássico modelo T da montadora era comum nas ruas pavimentadas. Em seu auge, 3.000 brasileiros trabalhavam na cidade, muitos deles migrantes do Nordeste atingido pela seca. Quem também se aventurou para narrar a saga de Henry Ford na Amazônia brasileira foi o documentarista Marinho Andrade. Produzido pela Grifa Mixer e com roteiro de Daniel Augusto, o documentário

“Fordlândia” está sendo finalizado. A expectativa é que seja lançado ainda este ano. Andrade seguiu para o Pará em 2009, dez anos depois de ler uma pequena reportagem sobre Fordlândia. “Fui para Belém e naveguei três dias pelo rio Amazonas. Cheguei a Santarém e segui pelo rio Tapajós por 12 horas, em um barco gaiola, até chegar a Fordlândia. Fiquei pensando na dificuldade de se chegar ao local na década de 1920.” De acordo com Andrade, dois grandes navios saíram de Detroit rumo ao Pará, carregados da estrutura do que seria Fordlândia. “Máquinas para gerar energia, tratores, itens

domésticos, prataria, porcelana, mobília. Tudo isso ficou parado por meses em Santarém, dentro dos navios, aguardando o rio Tapajós subir para chegarem ao local.” Ele conta que, por volta de 1930, Fordlândia era um verdadeiro caos, devido à grande quantidade de pessoas que chegavam em busca de emprego. “A triagem era muito difícil. Gente de todo o país chegava. Iam a pé, de barco, da maneira que conseguiam. Muitas vidas foram perdidas no trajeto.” A cultura que Henry Ford empregou em Fordlândia acabou causando um protesto dos trabalhadores, que ficou conhecido como “revolta do quebra panela”.

GERAÇÕES Marinho Andrade, Charles Townsend (sua mulher) e América

As refeições dos empregados tinham como base o espinafre, hortaliça incomum para os brasileiros que se radicaram na cidade. “Pela refeição, a Ford aplicava um desconto nos salários. A empresa aboliu bares e bordéis.” Fordlândia existiu por 20 anos (de 1927 a 1947), mas, nesse período, não produziu látex suficiente para suprir dois dias de funcionamento das fábricas da montadora nos Estados Unidos. “Henry Ford não ouvia as pessoas, não contava com nenhum especialista em floresta. Ele levou lenhadores e engenheiros e seu projeto fracassou”, afirma o documentarista. Grandin concorda que a “autossuficiência” de Ford acabou por


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DANIEL CARNEIRO/DIVULGAÇÃO

ROBERTO SANTOS FILHO/DIVULGAÇÃO

Townsend (nasceu em Fordlândia e retornou depois de 54 anos) entre Ronney Conceição (antiga moradora e sua ama) e Daniel Augusto (da esq. para dir.)

determinar o fim de Fordlândia. “Ele insistiu em plantar as seringueiras juntas, o que, efetivamente, criou um gigante incubador de pragas. A queima das folhas, os fungos e as lagartas devastaram a primeira plantação. Então, ele criou outra, a 144 quilômetros dali, que também não sobreviveu.” A segunda tentativa de Ford foi feita onde hoje está localizado o município paraense de Belterra. O historiador Paulo Daniel Sousa Almada, técnico de gestão e planejamento da Paratur, órgão oficial de turismo do Estado do Pará, afirma que, para essa segunda experiência, Henry Ford contratou um botânico, mas a produção de borracha também não foi suficien-

te. “Depois da Segunda Guerra Mundial, e com a morte de seu único filho, Henry Ford preferiu encerrar o projeto.” Ainda se encontram alguns ex-trabalhadores de Fordlândia residindo em Aveiro e Belterra. Greg Grandin diz que a aparência atual da cidade lembra muito a empresa deserta de Ford em Michigan: velhos e descascados edifícios industriais, janelas quebradas e detritos. “A parte norteamericana de Fordlândia parece uma cidade fantasma, com a selva rastejando em volta das casas”, diz o escritor. Marinho Andrade diz que a energia é proveniente de um gerador e a luz elétrica, em alguns pontos, é for-

EQUÍVOCO Terreno não era propício para o plantio de seringais

necida por duas horas ao dia. “A maioria dos residentes são aposentados. Existem até hoje duas escolas da época do Ford, mantidas pelo Estado.” Segundo Almada, muitos turistas chegam a Belterra. “Eles vêm visitar a Floresta Nacional do Tapajós e, por via rodoviária, têm que passar por Belterra. Muitos pedem para parar e observar a cidade. Uma cidade norte-americana no meio da Amazônia é algo que chama a atenção.” De acordo com ele, em 2005, a Paratur, com o Ministério do Turismo, criou o roteiro "Amazônia do Tapajós: Selva e História". O projeto envolve os municípios de Santarém e Belterra. l

SERVIÇO Fordlândia: Ascensão e Queda da Cidade de Henry Ford na Selva Editora: Rocco Autor: Greg Grandin Páginas: 400 Preço: 45


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MEIO AMBIENTE

Exemplo que vem da Suécia Estocolmo, Capital Verde da Europa, define metas ousadas para zerar emissão de poluentes POR

m exemplo que vem do outro lado do oceano. Uma cidade com uma qualidade de vida invejável, que recicla 25% de todo o lixo produzido e mantém 760 km de ciclovias construídas na área metropolitana. Essas são apenas algumas das iniciativas adotadas por Estocolmo, a capital da Suécia. A cidade foi eleita este ano a Capital Verde da Europa, dentro de um projeto lançado pela Comissão Europeia. O

U

CONSCIÊNCIA

LIVIA CEREZOLI

prêmio tem a intenção de melhorar as condições de vida da população e o meio ambiente como um todo. A cada ano, uma cidade será escolhida para servir de exemplo e assumir a liderança nesse trabalho, com a apresentação das iniciativas adotadas e da partilha de experiências, pensamentos e ideias com outras cidades. No próximo ano, Hamburgo, na Alemanha, será agraciada com o título.

Em Estocolmo, os projetos ambientais tiveram início há cerca de cem anos, com a implantação de uma estação de tratamento de água na cidade. Depois de 1950, vieram programas de aquecimento solar, desenvolvimento de redes de transportes públicos e a introdução de combustíveis renováveis. Atualmente, quase a totalidade dos prédios e das casas da capital sueca é coberta com painéis solares e armazenam

essa energia em caldeiras para o uso no longo inverno da região. Parte da energia também é gerada pela queima de 73,5% do lixo doméstico. A coleta seletiva é uma prática comum a todos os moradores. O lixo é separado (papel, alumínio, vidro e orgânico) e depositado em recipientes específicos, dotados de um mecanismo de sucção a vácuo por canos que percorrem o subterrâneo dos bairros até os depósitos de coleta. De lá, os


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HANS BJURLING/DIVULGAÇÃO

AMBIENTAL Coleta seletiva é prática comum a todos os moradores de Estocolmo; crianças aprendem a separar papel, alumínio, plástico e lixo orgânico

Estocolmo recicla

25% do lixo produzido

caminhões recolhem o material por sugadores. O sistema de reaproveitamento da água da chuva implantado em Hammarby Sjöstad, o bairro ambiental modelo de Estocolmo, já está sendo desenvolvido em outras áreas da cidade. Além disso, a capital sueca oferece parques e áreas verdes preservadas a menos de 300 metros da casa de quase 95% dos moradores da cidade. No setor de transporte,

Estocolmo também tem bons exemplos a serem seguidos. Um quarto do transporte coletivo urbano utiliza combustível renovável. O etanol é importado do Brasil. Outra parte dos veículos é movida por um tipo de mistura gasosa de dióxido de carbono e metano, produzida naturalmente pela ação de bactérias em matérias orgânicas. Até 2006, 3,1% de todo o combustível consumido na Suécia era renovável. Para

que esse índice crescesse ao longo dos anos e atingisse quase 80% da frota, o país introduziu a chamada “lei da bomba”, na qual todos os postos de combustível que vendem mais de 3.000 metros cúbicos de gás ou diesel por ano são obrigados a fornecer pelo menos um tipo de combustível renovável. Na Suécia, as pesquisas com etanol começaram em 1980 e, hoje, o país está entre os líderes mundiais na utilização do


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HISTÓRIA

Cidade foi fundada no século 13 Localizada na parte litorânea da Suécia, Estocolmo foi fundada em meados do século 13. Desde 1634 é a capital do país e abriga a sede do governo e do parlamento sueco. A cidade de 807.301 habitantes ocupa uma área de 337,30 km2 no mar Báltico. Estocolmo está situada num arquipélago de 14 ilhas e ilhotas, unidas por 57 pontes, na região onde o lago Mälaren encontra o mar. Seu relevo é de planície, chegando, no máximo, a 200 metros de altitude em alguns pontos. Além de ser considerada a Capital Verde da Europa, a cidade também carrega, desde 1998, o título de Capital Europeia da Cultura devido à existência de várias das instituições culturais, incluin-

Quase

80% da frota usa combustível renovável

do teatros, ópera e museus. Em Estocolmo, existem dois prédios – o Palácio Drottningholm e o Skogskyrkogården – que são patrimônios culturais da humanidade, de acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Estocolmo foi sede da Copa do Mundo de futebol em 1958, quando o Brasil ganhou o primeiro dos seus cinco títulos mundiais. Antes, em 1912, a cidade já havia sediado os Jogos Olímpicos. A cerimônia que concede os prêmios Nobel em literatura, física, química e medicina tem acontecido quase sempre no Conservatório Real de Estocolmo (Stockholms Konserthus) e eles são formalmente concedidos pelo rei da Suécia

combustível. Segundo a embaixada sueca no Brasil, departamentos de pesquisa do país permitiram a produção do etanol a partir de celulose, um método mais eficaz do que a produção baseada em grãos. De acordo com Linda Persson, gerente de projeto do programa Primeira Capital Europeia Verde 2010, foi a jun-

COLETA Caminhões de lixo usam sistema

ção de todas essas iniciativas ambientais desenvolvidas por um longo período que permitiu à cidade alcançar o título que ela tem hoje. “Não foi apenas um departamento ou uma única ação que levou a esse status. Estocolmo é hoje uma cidade verde, limpa, de clima inteligente e interligada em todas as áreas”, diz.

As iniciativas não ficam restritas a Estocolmo. A preocupação ambiental sempre foi pauta de discussões em toda a Suécia. Em cem anos, o país conseguiu dobrar sua área de florestas graças a políticas como a que obriga a indústria madeireira a compensar cada árvore cortada com quatro novas mudas e a investir parte


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ENVAC/DIVULGAÇÃO

CAPITAL VERDE DA EUROPA Iniciativas adotadas por Estocolmo • Sistema de gestão permite que os aspectos ambientais sejam incluídos em orçamentos, planejamento operacional, elaboração de relatórios e acompanhamento • Prédios e casas possuem painéis para captação de energia solar • Em Hammarby Sjöstad, o bairro ambiental modelo de Estocolmo, a água da chuva é reaproveitada, encaminhada para estação de tratamento e se transforma em água potável para as casas • A cidade tem como objetivo ser livre de combustíveis fósseis até 2050 • Existe coleta seletiva em todos os bairros. O lixo é separado e descartado em recipientes específicos, dotados de sistema de sucção a vácuo por canos que percorrem o subterrâneo do bairro até depósitos de coleta. De lá, os caminhões o recolhem também por sugadores • O lixo orgânico se transforma em adubo ou gás, e os resíduos não recicláveis são encaminhados para uma usina de incineração também geradora de energia

de sucção a vácuo por canos que percorrem o subterrâneo do bairro

de seu rendimento em pesquisas voltadas para o meio ambiente e energia. Além disso, o governo também oferece subsídios para empresas que quiserem investir em iniciativas ambientais. Além de uma integração entre governos e de planejamento urbano eficiente a médio e longo prazos, o envol-

vimento dos mais de 800 mil habitantes da capital sueca também foi fundamental para garantir a eficiência das medidas ambientalmente corretas adotadas pela cidade. Porém, tudo tem seu preço e o comprometimento da população foi conseguido por meio da aplicação de multas e da taxação de serviços públicos.

• Um quarto do transporte coletivo urbano utiliza combustível renovável • Foi instituído um pedágio para reduzir a circulação de veículos no centro da cidade • Cidade mantém espaços verdes a menos de 300 metros da casa de pelo menos 95% dos moradores • Nos lagos e nos canais de água limpa existem 24 praias oficiais, onde se pode nadar ou pescar Fontes: http://international.stockholm.se e Embaixada da Suécia no Brasil


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“Eles têm excelentes serviços LAURA VALENTE, DIRETORA DO ICLEI

OBJETIVOS AMBIENTAIS DA SUÉCIA As 16 metas foram aprovadas pelo Congresso e devem ser alcançadas até 2020 • Reduzir o impacto climático • Manter o ar limpo • Realizar apenas oxidação natural • Manter o ambiente não tóxico • Manter uma camada de ozônio de proteção • Manter o ambiente seguro quanto à radiação • Evitar a eutrofização (gradativa concentração de matéria orgânica acumulada nos ambientes aquáticos) • Manter lagos e córregos floridos • Manter a boa qualidade da água dos lençóis freáticos • Proporcionar um ambiente marinho estável, áreas costeiras e arquipélagos floridos • Os pântanos e áreas alagadas devem ser prósperos • As florestas devem ser sustentáveis • Manter uma variedade de paisagens agrícolas • Manter uma paisagem montanhosa generosa • Proporcionar um bom ambiente construído • Manter uma rica diversidade de animais e plantas Fonte: http://international.stockholm.se

REDUÇÃO DE IMPACTOS Suécia tem metas para

Para lidar com os problemas de trânsito existentes no centro da cidade, por exemplo, foi criada em 2007 uma taxa de congestionamento. Desde então, o tráfego de veículos na região diminuiu cerca de 20% e as filas em torno do centro da cidade tiveram redução de 30% a 50%, dependendo do horário. A decisão também permitiu reduzir em 14% as emissões de gases de efeito estufa no

centro e aproximadamente 3% no restante do município. O imposto é nacional e aplicado das 6h às 18h30 a todos os veículos registrados na Suécia. A taxa pode chegar ao máximo de 6 euros por dia. O valor é pago mensalmente por meio de uma notificação enviada ao proprietário do veículo. A decisão do governo local foi muito questionada no início, mas, atualmente, 70% da população apoia a decisão. Para Laura Valente, diretora

do Iclei (Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais) no Brasil, órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), a integração existente entre os diversos níveis de governo na Suécia permitiu que o país e a cidade de Estocolmo alcançassem sucesso em suas iniciativas. Além disso, lembra a dirigente, o planejamento estratégico da cidade foi fundamental. “Precisamos fazer planeja-

Cidade está situada em arquipélago de

14 ilhas


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de educação, saúde, transporte e lazer”

JOHAN TÖPEL/DIVULGAÇÃO

ALISDAIR MCDIARMID/DIVULGAÇÃO

REÚSO Casas do bairro Hammarby Sjöstad reaproveitam a água da chuva

ONDE FICA RAIO X Área total: 216 km2 Terrestre: 188 km2 Água: 28 km2 População: 807.301 habitantes (2009) Curiosidade: Formada por 14 ilhas localizadas

manter a qualidade do ar e da água

mento e colocar as ações necessárias em prática.” O Iclei desenvolve e gerencia campanhas e programas que abordam questões de sustentabilidade local e protegem bens comuns globais (como qualidade do ar, clima e água), fazendo a ligação entre a ação local e as metas e objetivos de acordos internacionais. Laura é favorável também à criação de mecanismos restritivos ao uso do automóvel,

no mar Báltico

como foi feito na capital da Suécia com a criação do pedágio e até mesmo o rodízio, que já é aplicado há alguns anos em São Paulo. Porém, ela ressalta que, para as medidas funcionarem, é preciso criar mecanismos alternativos para a locomoção das pessoas. “É claro que ninguém gosta de pagar imposto e, na Suécia, a carga tributária é alta. A diferença é que por lá o dinheiro é revertido em benefícios para a

população. Eles têm excelentes serviços de educação, saúde, transporte e lazer”, afirma. Para o futuro, Estocolmo mantém metas ainda mais ousadas. O programa Visão 2030 elenca uma série de projetos a serem desenvolvidos na cidade com o objetivo de reduzir ainda mais as emissões de CO2. Entre as principais propostas está a adoção de biocombustíveis ou eletricidade em toda a frota de veículos da cidade. Até 2015, a

capital espera reduzir a taxa de emissão por habitante de quatro para três toneladas de carbono. Segundo o governo local, para isso, a companhia de energia da cidade deve substituir 50% do carvão usado na geração de energia por fontes alternativas. Para 2050, a meta é ainda mais audaciosa: zerar as emissões de todos os habitantes da cidade com a criação de inúmeras áreas verdes e reciclagem ou reaproveitamento de 100% do lixo. l


REPORTAGEM DE CAPA

Mudanรงa d


FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS

Pesquisa CNT de Rodovias 2010 comprova melhora, mas aponta para a necessidade de se manter os investimentos

e patamar


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POR CYNTHIA

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CASTRO

o último ano, houve uma melhora nas condições das rodovias brasileiras. Os números da Pesquisa CNT de Rodovias 2010, divulgados no dia 14 de setembro, mostram que tem havido uma mudança positiva no cenário geral do país. Conforme o levantamento, 14,7% da extensão pesquisada é classificada como ótima, 26,5% como boa e 33,4% regular. Os percentuais de ruim e péssima são de 17,4% e 8%, respectivamente. Em relação às rodovias classificadas como boas, por exemplo, houve um aumento de 9 pontos percentuais. Em 2009, 17,5% da malha rodoviária analisada foi considerada boa e 13,5%, ótima. As regulares somaram 45%; as ruins, 16,9%, e as péssimas,7,1%. A pesquisa, realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e pelo Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), chegou em 2010 à 14ª edição. Durante 37 dias (de 3 de maio a 8 de junho), 15 equipes de pesquisadores avaliaram as condições de conservação do pavimento,

N

BR-040 Trecho da rodovia no Rio de Janeiro; pesquisa avalia também a malha

Em relação ao estado geral,

26,5% das rodovias são boas

da sinalização e da geometria viária de 90.945 km de rodovias federais e estaduais pavimentadas. Comparativamente ao levantamento de 2009, é possível observar melhorias também na extensão do pavimento classificado como ótimo ou bom, de 8,3 pontos percentuais. Em relação à sinalização, houve melhora na extensão dos trechos classificados como ótimos ou bons, de 5,7 pontos percentuais. Na avaliação do presidente

da CNT e do Conselho Nacional do Sest Senat, Clésio Andrade, esses números positivos constatados em 2010 são um “reflexo claro dos maiores investimentos em infraestrutura” no Brasil nos últimos anos. “Tem havido um esforço do governo do presidente Lula em melhorar a situação das rodovias. Esse aumento da destinação de recursos voltados para o setor de transporte reflete na melhoria observada na pesquisa”, diz Clésio Andrade.


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METODOLOGIA

Aprimoramento garante exatidão

Foram analisados

90.945 km de rodovias

rodoviária concedida à iniciativa privada

De 2007 a agosto de 2010, o governo Lula investiu R$ 27,71 bilhões em infraestrutura de transportes. Já no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002, o investimento foi de R$ 4,15 bilhões. A Pesquisa CNT de Rodovias avalia a situação das rodovias a partir da perspectiva dos usuários, tanto sobre o aspecto da segurança como do desempenho. Além do estado de conservação das rodovias, são registrados

os pontos críticos e também é feita a classificação da situação por tipo de gestão, pública ou concedida. Os pontos críticos representam situações que podem configurar risco considerável ou potencial para os usuários, comprometendo as condições de segurança no tráfego de veículos. Entre eles, estão buracos grandes, erosão na pista, pontes caídas e quedas de barreira. Em 2010, houve redução no número total de pontos críticos identificados,

A necessidade de se conhecer as reais condições de conservação das rodovias brasileiras motivou a CNT a realizar em 1995 a primeira edição da Pesquisa CNT de Rodovias. Ao longo de todas as outras edições, a extensão total da malha rodoviária pavimentada pesquisada tem sido ampliada, passando de 15.710 km, em 1995, para 90.945 km, este ano. Nesse período, também vem sendo aprimorada a metodologia, que se baseia em normas técnicas de engenharia viária e permite a identificação de elementos necessários ao planejamento do transporte e também à gerência das rodovias. Os pesquisadores recebem treinamentos teóricos e práticos específicos durante um mês, antes de iniciarem o trabalho em campo. Durante o período da coleta de dados, eles têm de preencher formulários com os dados observados por onde passam, em relação à geometria da via, à

pavimentação e à sinalização das rodovias em análise. Desde 2004, a pesquisa abrange toda a malha de rodovias federais pavimentadas, sendo também avaliados trechos de rodovias estaduais selecionados de acordo com critérios de relevância. Volume de tráfego de veículos (obtido com órgãos oficiais), importância socioeconômica e estratégica para o desenvolvimento regional e contribuição para integração com outros modos de transporte são considerados. Com a realização da pesquisa CNT de Rodovias 2010, a confederação e Sest Senat pretendem difundir informações importantes sobre a infraestrutura rodoviária, para que políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e atividades de ensino e pesquisa resultem em ações que possam promover o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros.

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RANKING DAS LIGAÇÕES AS 10 MELHORES Colocação Ligações 1º São Paulo (SP) – Itaí (SP) – Espírito Santo do Turvo (SP) 2º São Paulo (SP) – Limeira (SP) 3º Piracicaba (SP) – Mogi Mirim (SP) 4º Bauru (SP) - Itirapina (SP) 5º São Paulo (SP) - Uberaba (MG) 6º Rio Claro (SP) – Itapetininga (SP) 7º Campinas (SP) – Jacareí (SP) 8º Araraquara (SP) – São Carlos (SP) – Franca (SP) - Itirapuã (SP) 9º Catanduva (SP) - Taquaritinga (SP) – Ribeirão Preto (SP) 10º Sorocaba (SP) – Cascata (SP) – Mococa (SP)

Rodovias que compõem SP-255, SP-280/BR-374 SP-310/BR-364, SP-348 SP-147, SP-147/BR-373 SP-225/BR-369 BR-050, SP-330/BR-050 SP-127, SP-127/BR-373 SP-065, SP-340 SP-255, SP-310/BR-364, SP-318, SP-334, SP-345 SP-322, SP-322/BR-265, SP-323, SP-330/BR-050, SP-351 SP-075, SP-340, SP-342, SP-344

Classificação Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo Ótimo

AS 10 PIORES Colocação 100º 101º 102º 103º 104º 105º 106º 107º 108º 109º

Rodovias que compõem BA-030/BR-030, BA-160, BR-122, BR-135, MG-122/BR-122 BR-163, PR-467/BR-467 BR-158 BA-460, BA-460/BR-242, TO-040, TO-280 BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163,PR-582/BR-163 BR-153, BR-230, PA-153/BR-153 BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA 447, PA-475, PA-483, TO-336 GO-174 BR-174 BR-222

Classificação Ruim Ruim Ruim Ruim Ruim Ruim Ruim Ruim Ruim Péssimo

Ligações Curvelo (MG) – Ibotirama (BA) Dourados (MS) – Cascavel (PR) Jataí (GO) – Piranhas (GO) Natividade (TO) – Barreiras (BA) Barracão (PR) – Cascavel (PR) Marabá (PA) – Wanderlândia (TO) Belém (PA) – Guaraí (TO) Rio Verde (GO) – Iporá (GO) Manaus (AM) – Boa Vista (RR) – Pacaraíma (RR) Marabá (PA) – Dom Eliseu (PA)

• A pesquisa avaliou 109 ligações rodoviárias • São trechos regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da Federação

Equipe de pesquisa ficou

37

dias em campo

RECURSOS

Investimentos precisam ser mantidos Na matriz de transporte do Brasil predomina o modal rodoviário, com aproxidamente 63% de participação. Em seguida, está o ferroviário, com 20%. Os dados são da extinta Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes), ligada ao Ministério dos Transportes. Além da importância para as operações comerciais

dentro e fora do Brasil, mais de 90% dos passageiros utilizam as rodovias brasileiras para deslocamento. Dessa forma, pela avaliação da Pesquisa CNT de Rodovias 2010, é necessário haver investimentos contínuos que garantam a manutenção da malha atual e a sua ampliação. Na análise socioeconômi-

ca das rodovias, incluída no levantamento da CNT, consta que o setor de transporte sofreu uma situação de subinvestimentos ao longo de vários anos. Entretanto, “nos anos mais recentes tem havido uma tentativa de recuperação dos investimentos federais em transporte”, que precisam ser contínuos e crescentes.


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Gestão concessionada Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Gestão concessionada Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não

BR-101 Muitas rodovias tiveram o pavimento classificado como ótimo

passando de 193 ocorrências, em 2009, para 109. A pesquisa avalia também as condições das rodovias por unidade da Federação e por região. O Estado de São Paulo concentra as rodovias que receberam as melhores notas. Na avaliação do estado geral, é possível constatar que 81,2% estão em estado considerado ótimo ou bom. De acordo com a avaliação da pesquisa, “tal fato pode ser decorrente da presença maciça de rodovias concedidas à iniciativa privada”, nas quais se verifica que a manutenção e o fluxo regular de

investimento produzem resultados favoráveis aos usuários. De qualquer forma, a pesquisa mostra melhorias também nas rodovias que não são concedidas à iniciativa privada. Ao se verificar os resultados das três características analisadas na pesquisa (pavimentação, sinalização e geometria da via), é possível perceber que em grande parte dos Estados os maiores percentuais de classificação ótima se concentram no quesito pavimentação. Em Alagoas, por exemplo, onde foram pesquisados 729 km,

79,1% do pavimento foi considerado ótimo. No Rio Grande do Sul, esse percentual de pavimento ótimo foi de 62,9%. No item geometria, são analisadas, entre outras, variáveis como o tipo de rodovia (se é de pista simples ou dupla, com canteiro ou barreira central), se tem faixa adicional de subida (terceira faixa). A pesquisa também avalia a existência de pontes e viadutos e suas respectivas condições, em relação à presença de acostamentos e defensas. Quanto à sinalização, Roraima apresenta o maior

Houve redução de

193 109 para

pontos críticos


PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2010 Conheça os principais dados da pesquisa Extensão pesquisada

km

Gestão pública

76.393

Gestão concessionada

14.552

Federais

61.851

Estaduais

29.094

TOTAL

90.945

Extensão por região Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste TOTAL

km 9.301 25.644 26.166 16.166 13.668 90.945

AVALIAÇÃO - EXTENSÃO TOTAL DAS RODOVIAS Estado geral

2009 Km

2010 7,1% 13,5%

16,9%

Km

Ótimo

12.053

Bom

15.660

Regular

40.335

Ruim

15.150

15.858

Péssimo

6.354

7.291

Pavimento

2009 Km

Ótimo

34.459

Bom

6.494

Regular

36.006

17,5%

3,9% 10,2% 38,5%

40.471

7,3%

29.810

8.738

40,1%

9.706 2.220

2009 12,0%

18.105 16,5% 39,9%

35.770 10.714

12.019

Péssimo

10.756

15.485

2009

Bom

14.592

Regular

25.189

25.408

29,9% 20,9%

16,3% 28,1%

19,9% 21,9%

28,0%

2010

4,8%

Km 4.284

17,0% 13,2%

19.928

Regular

Ótimo

9,6%

Km

19,6%

12,0%

Ruim

Geometria da via

44,5%

32,8%

2010

Km 14.747

10,7%

Km

9.097

Bom

2,4%

2010

3.496

17.565

33,4%

30.326

Ruim

Ótimo

26,5%

24.092

45,0%

8,0% 14,7%

13.378

Péssimo

Sinalização

17,4%

Km 4.143 18.653 24.430

Ruim

18.717

17.193

Péssimo

26.770

26.526

4,5% 29,2% 18,9%

20,5% 26,9%


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Avaliação – Por tipo de gestão Extensão pública Estado geral 2009 Km Ótimo 5.998 Bom 10.847 Regular 37.252 Ruim 14.886 Péssimo 6.354 TOTAL 75.337 Extensão concessionada Estado geral Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo TOTAL

2009 Km 6.055 4.813 3.083 264 14.215

% 8,0 14,4 49,4 19,8 8,4 100

2010 Km 5.421 19.350 28.678 15.672 7.272 76.393

% 7,1 25,3 37,6 20,5 9,5 100

% 42,6 33,9 21,7 1,9 100

2010 Km 7.957 4.742 1.648 186 19 14.552

% 54,7 32,6 11,3 1,3 0,1 100

Algumas variáveis pesquisadas Pavimento • Condição de superfície (perfeito, ondulado, buracos etc) • Pavimento do acostamento • Ponto crítico

percentual de classificação péssima (77,7%), seguido do Amapá (76,5%). Nessa variável, são analisados aspectos das sinalizações horizontal e vertical. A visibilidade das faixas centrais e laterais, as placas de limite de velocidade e de indicação também estão entre os itens observados pelos pesquisadores.

Geometria da via • Tipo de rodovia (pista simples, pista dupla) • Faixa adicional de subida (3ª faixa) e sua condição • Condição de pontes e viadutos Algumas indicações km 11.926 27.504 14.605 80.634

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BR-242 Pesquisa também avalia geometria da via

Sinalização • Faixas centrais e laterais • Placas de limite de velocidade • Visibilidade e legibilidade das placas • Defensas

Pavimento em estado ruim ou péssimo Sinalização em estado ruim ou péssimo Placas encobertas pelo mato Predominância de pista simples de mão dupla

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% 13,1 30,2 16,0 88,7

Corredores A pesquisa da CNT analisa 27 corredores rodoviários distribuídos em todo o país. São extensões de grande relevância para o escoamento da produção industrial e agropecuária e

para o transporte de passageiros. Os corredores têm como origem e destino as capitais brasileiras e incluem as principais rodovias do país, com denso fluxo de tráfego, que efetivamente garantem a integração do território nacional. O único corredor que recebeu a classificação no estado geral como ótimo foi o de São Paulo (SP) – Belo Horizonte (MG), que tem 566 km e inclui as rodovias federais BR-381 e BR-262. E o único classificado como ruim é o corredor Manaus (AM) – Boa Vista (RR), com 778 km, formado pela BR-174 e AMT-174. Já o corredor mais extenso, Vitória (ES) –


CORREDORES RODOVIÁRIOS • A pesquisa analisou as condições de 27 corredores • Eles têm como origem e destino as capitais brasileiras • Incluem as principais rodovias do país, com denso fluxo de tráfego, que efetivamente garantem a integração do território nacional • São extensões de grande relevância para o escoamento da produção industrial e agropecuária e para o transporte de passageiros


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IMPACTOS

Via inadequada interfere no custo Rodovias em situação inadequada interferem diretamente no custo operacional do transporte de bens e de pessoas. Quanto pior a qualidade do pavimento, por exemplo, menor será a velocidade de tráfego e maior a demora para a entrega de cargas e viagens de passageiros. Conforme dados da Pesquisa CNT de Rodovias, rodovias com buracos podem reduzir a velocidade em 8,5 km/h e rodovias com pavimento totalmente destruído, em 31,8 km/h. As condições do pavimento afetam também os custos operacionais dos veículos. Há um gasto adicional de combustível, devido às acelerações e frenagens constantes.

Velocidade chega a ser reduzida em

8,5 km/h em rodovias com buracos

Também se desgastam os pneus, freios, câmbio e motor. Além desses impactos econômicos, há ainda efeitos ambientais negativos, em consequência do mau estado de conservação das rodovias. Frenagens e acelerações constantes aumentam o consumo de combustível e contribuem para o crescimento da emissão de poluentes. Uma rodovia em bom estado de conservação pode resultar em até 5% de economia no consumo de combustível, em relação a uma rodovia com estado de conservação inadequado. As rodovias em situações inadequadas também geram impactos sociais, aumentando os riscos de acidentes e de óbitos.

Cuiabá (MT), foi classificado como regular. Ele inclui as rodovias BR-040, BR-050, BR-060, BR070, BR-101, BR-163, BR-262, BR364, BR-365 e BR-381. Também são analisadas no levantamento da CNT as ligações rodoviárias. São trechos regionais que interligam um ou mais Estados. Essas extensões têm importância socioeconômica e recebem um volume significativo de veículos de cargas e/ou passageiros. A partir delas, é feito um ranking de 109 ligações. As dez melhores, todas consideradas ótimas, estão sob gestão conces-

BR-407 Pesquisa analisa extensão pavimentada

sionada e ficam em São Paulo. Uma delas passa por Uberaba (MG), na BR-050. A pior ligação está no Pará, entre Marabá e Dom Eliseu, na BR-222, trecho considerado péssimo. A Pesquisa CNT de Rodovias também faz o levantamento de outros tipos de infraestrutura ao longo das estradas de rodagem brasileiras, denominadas infraestruturas de apoio. Entre elas, destacam-se postos de abastecimento, borracharias, oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes, praças de pedágio em operação, passarelas e faixas de pedestres.

Essas infraestruturas de apoio não são consideradas para pontuação nas unidades da pesquisa, mas são de grande importância no planejamento das viagens, em especial das empresas e dos caminhoneiros autônomos. De qualquer forma, a existência delas contribui para a segurança dos usuários, inclusive para os pedestres, e também para a segurança da viagem. l Leia mais sobre a Pesquisa CNT de Rodovias 2010 no site www.cnt.org.br


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TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Por mais segurança Fórum da NTC&Logística discute os desafios para combater o roubo de cargas e acidentes POR

cada ano, 35 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil. Além da perda dessas vidas que são interrompidas antes da hora, há um gasto no país de R$ 28 bilhões, que inclui saúde, previdência, custos materiais, inclusive para o resgate das vítimas, entre outros. A falta de segurança no trânsito causa também outro problema grave que gera prejuízos e riscos aos motoristas: o roubo de cargas e de veículos. No total, são 380 mil veículos roubados por ano no Brasil e um volume de cargas correspondente a R$ 1 bilhão. Esses problemas e os desafios para encontrar as soluções foram

A

CYNTHIA CASTRO

debatidos em Brasília, na sede da CNT, durante o 5º Fórum Nacional de Segurança no Transporte de Cargas, promovido no dia 30 de setembro pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). O presidente da entidade, Flávio Benatti, destacou que “é sempre bom discutir e conscientizar o setor das mazelas que o trânsito pode proporcionar, pois acidentes com caminhões são geralmente graves”. E, além da necessidade de se incentivar a segurança na condução veicular, Benatti reforçou que há uma preocupação grande também em se garantir a segurança patrimonial.

CONSCIENTIZAÇÃO

O vice-presidente da NTC, José Hélio Fernandes, destacou que a segurança é algo que vem sendo trabalhado dentro das empresas, mas é muito importante esse encontro anual para buscar soluções para todos os problemas. José Hélio é diretor da CNT, e Benatti é o presidente da seção de Transporte de Cargas. De acordo com o diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Alfredo Peres, a Lei Seca, instituída há pouco mais de dois anos, reduziu em 10% as mortes, o que representa 3.500 vidas poupadas anualmente. Entretanto, ele reconhece que a situação do Brasil em relação ao número de

acidentes e vítimas fatais ainda é muito grave. “Tivemos uma redução, mas é pouco ainda. Os números são muito altos”, admite. De acordo com Peres, um fator que contribui para o aumento de acidentes e mortes no país é também a maior presença de motocicletas no trânsito. “Esses acidentes envolvendo motocicletas são geralmente graves ou fatais”, diz. Durante o fórum da NTC, o diretor do Denatran e dois engenheiros do órgão apresentaram o Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos) e o Simrav (Sistema Integrado de Monitoramento e


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JÚLIO FERNANDES

O presidente da NTC, Flávio Benatti, destacou a importância de se discutir medidas para a segurança no trânsito

Registro Automático de Veículos), que estão sendo implantados no Brasil. O Siniav prevê a instalação de uma placa eletrônica nos veículos que permite a identificação. Os órgãos de trânsito do país terão de junho de 2011 a junho de 2014 para instalar o sistema que deve atender toda a frota circulante. Nas vias públicas, serão colocadas antenas, que farão a leitura dos dados dos veículos quando eles passarem. O sistema pode facilitar a gestão do tráfego e também ser útil em blitz ou outras operações policiais. Já o Simrav prevê que os veículos saiam de fábrica com um

dispositivo de segurança. Esse equipamento terá duas funções: a de bloqueio automático, para evitar o furto, e a de localização, que permite saber onde o veículo está. Para ativar a função localização, o proprietário terá de contratar uma empresa particular, se quiser. Já o bloqueio acontecerá automaticamente em caso de furto, sem haver necessidade de contratação. Segundo Peres, em fevereiro do próximo ano, os veículos começam a sair de fábrica com o dispositivo. “A ideia é que as empresas, na hora em que ocorrer um problema, possam passar a informação para uma área de segurança. A partir

daí, a Secretaria de Segurança começa a monitorar o veículo. É isso que se pretende com a criação desse sistema nacional”, diz o diretor do Denatran. De acordo com Peres, não há uma estimativa da possível redução de furtos e roubos. Entretanto, ele afirmou que empresas de seguro informam que a instalação de sistemas de rastreamento e localização proporcionam a recuperação em mais de 90% dos casos. O novo equipamento deve aumentar o preço dos veículos em até US$ 200 (ou cerca de R$ 340). Uma das palestras do fórum da NTC expôs os novos equipamentos

existentes no mercado e a evolução da tecnologia na área de segurança de transporte de cargas. O inspetor Alvarez de Souza Simões, da Coordenação Geral de Operações da Polícia Rodoviária Federal, destacou a importância de se conhecer mais o problema do roubo de cargas e trabalhar de forma integrada com polícias Militar e Civil e com órgãos como Ministério Público, entre outros. “É importante se discutir mais para conhecer melhor o problema e poder ter assim um enfrentamento mais qualificado. Enfrentar a receptação é fundamental porque só existe o roubo de carga porque tem alguém que recebe”, disse o policial, ao reforçar que as ações para melhorar o rastreamento serão essenciais para ajudar no combate ao crime. Também foi apresentado no fórum da NTC o projeto Vida no Trânsito, que está sendo desenvolvido pelo Ministério da Saúde, dentro de uma proposta da OMS (Organização Mundial da Saúde). Cinco capitais brasileiras – Belo Horizonte, Campo Grande, Teresina, Palmas e Curitiba - irão desenvolver ações para evitar dois tipos de infrações principais: o uso de álcool e volante e o excesso de velocidade. l




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TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Pirataria na estrada

Ônibus clandestinos realizam o transporte de passageiros em centros urbanos e rodovias de norte a sul do país POR LIVIA CEREZOLI

pirataria, prática ilegal que gera prejuízos enormes para a indústria nacional, também onera o setor de transportes. Atraídos por um preço menor das passagens, passageiros de todo o país embarcam em ônibus clandestinos que não oferecem, na maioria das vezes, condições mínimas de segurança. São viagens quase diárias que têm a cidade de São Paulo como destino principal. Veículos antigos e motoristas despreparados transportam passageiros principalmente pela BR-116, uma

A

das principais rotas dos clandestinos. As viagens se originam, com maior frequência, em cidades do Maranhão (São Luís, Imperatriz, Porto Franco Codó, Barra do Corda), Ceará (Fortaleza, Mombaça, Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu), Piauí (Teresina, Parnaíba, Picos, Esperantina) e Pernambuco (Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe), segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Além dessas rotas, também existe grande incidência de operadores clandestinos

em Goiânia. A cidade fica exatamente no ponto de conexão entre os Estados do Nordeste, onde a prática do transporte ilegal é maior, e São Paulo. Os transportadores rodoviários clandestinos atuam de duas maneiras diferentes. Em alguns casos, eles estacionam os ônibus em locais próximos aos terminais rodoviários e utilizam aliciadores para recolher passageiros. Em outros, os operadores ilegais instituem determinados locais da cidade como terminais fixos de embarque e

desembarque. Neste último, as empresas se passam por agências de turismo ou fretamento para vender passagens. Segundo a ANTT, o transporte fretado de passageiros é caracterizado como serviço prestado por empresas credenciadas (detentoras de Certificado de Registro para Fretamento), em circuito fechado (interestadual e internacional), sem implicar o estabelecimento de serviços regulares, não podendo usar terminais rodoviários nem vender passa-


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ILEGALIDADE Viagens em ônibus clandestinos oferecem mais riscos de acidentes e oneram o setor de transporte

gens. As empresas devem apresentar relação de passageiros transportados e emitir nota fiscal, por viagem, com prévia autorização da agência. As sanções para quem não cumpre esse tipo de exigência estão previstas na resolução nº 233/2003 da ANTT. O valor das multas varia entre R$ 1.169,62 e R$ 4.678,48 e, ainda, dependendo da irregularidade, a transferência dos passageiros para serviços regulares com os custos da continuidade da viagem pagos pelo transportador infrator. O veículo do

ROTA DA CLANDESTINIDADE Saiba quais são as principais cidades de onde partem os ônibus ilegais ORIGEM Estado Maranhão Ceará Piauí Pernambuco Goiás DESTINO Estado São Paulo

Cidades São Luís, Imperatriz, Porto Franco Codó, Barra do Corda Fortaleza, Mombaça, Crato, Juazeiro do Norte e Iguatu Teresina, Parnaíba, Picos e Esperantina Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe Goiânia Cidades São Paulo Fonte: ANTT

mesmo fica no posto de fiscalização como garantia do pagamento das despesas. Para o presidente da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), Renan Chieppe, a penalidade aplicada aos operadores flagrados na ilegalidade é muito branda. De acordo com ele, decisões judiciais têm permitido a liberação dos veículos que voltam a circular de forma ilegal. “Precisamos de uma punição mais severa que, definitivamente, acabe com esse tipo de atividade.” De acordo com ele, a clandestinidade caminha na contramão de todas as conquistas já alcançadas pelo setor nos últimos anos, tanto para benefícios dos passageiros como para melhorar a qualidade do serviço prestado. “Trabalhamos com veículos cada vez mais modernos e menos poluentes, adequamos nossos serviços para prestar um atendimento de qualidade aos passageiros, temos leis trabalhistas fortalecidas, um setor regulamentado com leis rígidas e uma carga de impostos alta. Com todos esses benefícios, por que ainda se permite a prática do transporte ilegal no país?” A ANTT afirma que realiza


INSEGURANÇA

Irregularidade não dá garantia Um dos direitos dos passageiros previstos em lei, de acordo com a ANTT, é receber da transportadora, em caso de acidente, imediata e adequada assistência. Para isso, as empresas regulares de transporte mantêm sempre a contratação de um seguro para cobrir as eventuais despesas ocasionadas por acidentes, o que não ocorre nas empresas clandestinas. “Os passageiros que viajam sem o contrato do seguro não têm a menor garantia de nada. Eles não têm a quem recorrer em caso de acidentes”, afirma Renan Chieppe, presidente da Abrati. De acordo com Chieppe, outras garantias previstas em lei podem não ser cumpridas na prática do transporte clandestino. Entre elas estão o direito de receber o dinheiro pago pela passagem em caso

operações de fiscalização com frequência nas estradas do país tentando coibir esse tipo de crime. A agência define os pontos de fiscalização nas rodovias tomando por base levantamentos dos percursos utilizados pelos transportadores clandestinos e suas rotas de fuga. Atualmente, segundo a ANTT, o sistema regular de transporte rodoviário de passageiros é formado por 2.032 empresas intermunicipais, interestaduais e internacionais que utilizam 70 mil ônibus para transportar, em média, 1,7 bilhão de passageiros ao ano. Um dos maiores problemas da ilegalidade é a segurança dos passageiros. Pela lei, os

de desistência ou cancelamento da viagem, a gratuidade do bilhete para idosos e deficientes físicos e o cumprimento de rotas e horários pré-determinados (veja quadro ao lado). Além dos direitos, a lei também prevê algumas obrigações que devem ser cumpridas pelos passageiros, como obedecer às normas para transportar crianças, alimentos e animais, zelar pela conservação dos bens e equipamentos por meio dos quais lhes são prestados os serviços e, ainda, levar ao conhecimento do órgão de fiscalização as irregularidades de que tenha conhecimento. O contato com a ANTT pode ser feito nos principais terminais rodoviários do país, em sala de atendimento exclusiva, ou pela ouvidoria da agência (0800 61 0300 ou ouvidoria@antt.gov.br).

motoristas só devem dirigir pelo período máximo de oito horas diárias. A troca de condutor deve ser realizada em pontos específicos e com infraestrutura de apoio. Além disso, também é proibida a permanência de dois motoristas dentro de um mesmo veículo durante a viagem. “O motorista precisa estar bem descansado quando assumir o controle da direção. Nas empresas clandestinas não existe essa preocupação e é comum apenas dois motoristas dividirem o controle do veículo durante uma viagem de 50 horas”, afirma o presidente da Abrati. Além de colocar a vida dos

RISCOS DO TRANSPORTE ILEGAL Veja quais os prejuízos causados pela clandestinidade • Crescimento dos congestionamentos nos centros urbanos • Aumento da emissão de gases poluentes • Aumento da criminalidade • Deterioração da indústria nacional de ônibus e equipamentos • Informalidade nas relações trabalhistas • Desrespeito a compromissos sociais, como a cobrança de taxas diferenciadas para grupos específicos de passageiros Fonte: NTU

PERCURSO

passageiros em risco, o transporte ilegal gera grandes prejuízos para as empresas que operam de forma regular. A Viação Itapemirim, uma das empresas com a maior cobertura nacional – cerca de 70% do território brasileiro – estima que 537 mil passageiros deixam de ser transportados por ela, ao ano, devido ao serviço ilegal. “No mercado atendido pela Itapemirim (23 Estados mais o Distrito Federal), acreditamos que cem empresas clandestinas também atuem. Considerando uma média de 35 passageiros por viagem, deixamos de transportar mais de 500 mil

passageiros ao ano”, diz José Valmir Casagrande, diretorcomercial da empresa. Em valores reais, a empresa deixa de receber R$ 91,2 milhões ao ano, levando em conta uma passagem de R$ 170 (preço médio). A Itapemirim transportou, em 2009, 3,4 milhões de passageiros. As rotas percorridas pela empresa variam entre 600 km e 3.000 km. A viação só não atua nos Estados do Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Para Casagrande, muito mais que a punição severa, é importante que sejam criados mecanismos para retirar definitivamente os veículos clandestinos


TRANSITOAOVIVO.COM

DIREITOS DO PASSAGEIRO Saiba quais são as responsabilidades e obrigações durante a viagem 1. Estar garantido pelo Seguro de Responsabilidade Civil contratado pela transportadora, sem prejuízo da cobertura do seguro obrigatório de danos pessoais 2. Ser transportado com pontualidade, segurança, higiene e conforto, do início ao término da viagem 4. Transportar, gratuitamente, bagagem no bagageiro com até 30 kg, volume máximo de 300 decímetros cúbicos e de maior dimensão de um metro, bem como volume no porta-embrulhos limitado a 5 kg e dimensões compatíveis 5. Ser indenizado por extravio ou dano da bagagem transportada no bagageiro 6. Receber a diferença do preço da passagem, quando a viagem se faça, total ou parcialmente, em ônibus de características inferiores às daquele contratado 7. Receber auxílio alimentação e hospedagem da transportadora nos casos de venda de mais de um bilhete de passagem para a mesma poltrona, interrupção ou retardamento da viagem 8. Receber da transportadora, em caso de acidente, imediata e adequada assistência 9. Transportar, sem pagamento, crianças de até 6 anos incompletos, desde que não ocupem poltronas, observadas as disposições legais 10. Receber a importância paga, no caso de desistência da viagem. Nesse caso, o transportador tem o direito de reter até 5% do valor ou revalidar o bilhete de passagem para outro dia ou horário, desde que, em ambos os casos, se manifeste com antecedência mínima de três horas em relação ao horário de partida Mais informações no site www.antt.gov.br Fonte: ANTT

Cidade de São Paulo é destino preferido de ônibus que não são legalizados

de circulação, por meio de um programa de incentivo para a renovação de frota. “Geralmente, os veículos ilegais têm muito mais do que os dez anos de uso aceitos pela lei e já foram descartados pelas empresas regulares. É preciso dar o destino correto a eles e não permitir que os mesmos voltem a rodar pelas estradas.” A clandestinidade também afeta o transporte público urbano de passageiros. Segundo a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), essa atividade ilegal não está restrita às grandes cidades brasileiras, mas acontece em todos os

centros urbanos, independentemente do tamanho, características socioeconômicas ou localização. Nas cidades, o sistema clandestino é constituído basicamente por proprietários individuais, que atuam em veículos próprios (vans, kombis ou micro-ônibus), em horários e rotas estabelecidos por eles – geralmente os de maior fluxo de passageiros e rentabilidade – e sem o compromisso da garantia de gratuidade nas passagens prevista em lei em algumas cidades. Segundo Marcos Bicalho dos Santos, diretor-superintendente da NTU, mesmo que

nos últimos anos tenha sido registrada uma queda nesse tipo de atividade ilegal, o problema do transporte clandestino ainda causa desequilíbrio econômico do sistema regular e provoca perda de qualidade do serviço prestado. “Felizmente, nos últimos anos, passou a existir um controle mais eficiente nas cidades brasileiras para evitar que operadores ilegais realizassem o transporte de passageiros. O governo percebeu que a ilegalidade trazia prejuízos e decidiu agir.” Santos acredita que as campanhas de conscientização realizadas pelo setor empresa-

rial e as iniciativas de fiscalização do poder público são os dois fatores responsáveis pela queda do número de transportadores ilegais nos centros urbanos do país. Porém, para ele, ainda é preciso fazer mais. “O monitoramento constante é a única forma de coibir esse tipo de crime”, afirma. De acordo com o superintendente da NTU, o setor aguarda a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei nº 166/2010 que define as diretrizes da política nacional de mobilidade urbana, incluindo como responsabilidade do poder público o combate ao transporte clandestino de passageiros. l


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CONGRESSO ABTC

É preciso integrar Encontro em Natal discutiu temas relevantes do transporte, como a importância da intermodalidade e a renovação de frota POR CYNTHIA CASTRO

urante três dias do mês de setembro, representantes do setor de transporte de todo o país se reuniram em Natal (RN) no 11º Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas. A necessidade de se investir nos diferentes modais de transporte, sempre com a preocupação de se promover a integração entre eles, foi um dos pontos

D

defendidos no encontro. As palestras e debates também abordaram de maneira enfática a importância da implantação no Brasil de um programa para renovar a frota de caminhões. O congresso, promovido pela ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga) em parceria com a CNT e outras entidades, reuniu cerca de 750 pessoas. Foi elaborada a Carta

de Natal, com sugestões de todos os participantes, para ser entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao novo presidente ou presidenta do Brasil, a órgãos governamentais e também senadores e deputados. Uma das propostas contidas no documento é que se coloque em prática no país “um plano de integração nacional para a atividade de transporte

de cargas, com a sofisticação logística necessária a patrocinar a multimodalidade imprescindível às peculiaridades do território brasileiro”. O documento ratifica a necessidade de adotar sempre no país medidas estimuladoras do aperfeiçoamento da infraestrutura, em especial em relação ao setor de transporte. A Carta de Natal também pede que sejam fomentadas


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FOTOS CÉLIO FREIRE/DIVULGAÇÃO

DEBATES Abertura do Congresso da ABTC, em Natal; encontro reuniu representantes de todos os modais de transporte

parcerias com o setor público, na busca de uma melhor qualificação da mão de obra transportadora. E cita o trabalho modelo desempenhado pelo Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte). Durante a abertura, o presidente da ABTC e vice-presidente da CNT, Newton Gibson, destacou também a atuação do

Sest Senat, que “é o sonho dos transportadores, em benefício das famílias. Permite o aprimoramento profissional dos trabalhadores em transporte, o acesso médico e odontológico e também oferece infraestrutura para a prática de esportes, lazer e cultura”. Sobre a intermodalidade, Gibson disse que a ABTC e a CNT têm trabalhado no sentido de fortalecer a integração de

todos os modais. Ele ressaltou que para que o custo operacional do transporte seja reduzido, podendo refletir no preço dos produtos e no estímulo à economia do país, é fundamental que todos os modais estejam integrados. “Os preços dos produtos agrícolas, por exemplo, às vezes se tornam menos competitivos em função do custo do frete. Para se tirar os produ-

tos do local onde são produzidos e viabilizar o transporte, há um custo alto”, disse o presidente da ABTC. Alguns participantes destacaram que nos últimos anos houve avanços no Brasil, no sentido de se trabalhar pelo fortalecimento dos modais. Entretanto, eles ressaltaram que é preciso manter os investimentos. “Um segmento, praticamente, não vive


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PROPOSTAS

Desafios para a renovação de frota Os desafios para que o Brasil possa implantar um programa de renovação da frota de caminhões foram apresentados pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), durante o 11º Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas, em Natal (RN). A confederação também apresentou experiências de sucesso no México, Espanha e Argentina, que foram relatadas durante um seminário realizado na sede, em Brasília, em agosto. “Essa questão da renovação da frota tem sido uma bandeira da CNT e é um assunto de extrema importância, tanto para a redução dos custos, do aumento da segurança, como para a melhoria do meio ambiente”, disse o presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga) e vice-presidente da CNT, Newton Gibson. Durante a palestra “Renovação da Frota de Caminhões: Experiências Internacionais e Desafios Brasileiros”, também foi apre-

sentado o Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhões, o RenovAR, elaborado pela CNT. Nesse plano, a confederação sugere as principais ações que o Brasil precisa desenvolver. Quase a metade (45%) da frota de caminhões do país – cerca de 600 mil veículos – tem mais de 20 anos de uso e 270 mil (20%) mais de 30 anos. Essa frota antiga gera problemas sociais, econômicos e ambientais. No Brasil, o primeiro desafio a ser vencido é a eliminação da dificuldade de acesso ao crédito para a aquisição de veículos novos, especialmente para os caminhoneiros autônomos. Entre os caminhões com mais de 30 anos, 88% pertencem aos autônomos, que têm dificuldade para obter financiamentos. Outro ponto importante é a retirada de circulação dos veículos mais velhos e a viabilização de centros de reciclagem. É necessário que se elabore políticas públicas em parceria com a iniciativa privada.

No México, a participação do governo foi fundamental para a elaboração de um projeto de renovação da frota de caminhões, que começou a ser viabilizado em 2003. Pelo menos 12 mil veículos já foram sucateados. Quando o transportador deseja trocar o caminhão antigo, consegue um desconto de até 15% na aquisição de um novo. Para isso, precisa deixar o veículo antigo em algum centro de reciclagem autorizado. Na Argentina, a reciclagem está ligada também a uma tentativa de se reduzir os furtos, roubos e a consequente venda de peças. Nos últimos cinco anos, foram processados 10 mil carros em um centro de reciclagem. E na Espanha há em operação pelo menos 955 centros de reciclagem de veículos. A reciclagem é feita pela iniciativa privada, e há uma lei na União Europeia obrigando que os veículos sejam despoluídos antes de virarem sucata.

PALESTRA

sem o outro. É importante ter ações que permitam que todos possam trabalhar bem e com o menor custo possível”, disse o presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário), Meton Soares. Ele citou que “o grande peso da balança comercial se faz por portos e navios e que a grande massa rodoviária e ferroviária se destina aos portos”. Por isso, é preciso trabalhar na intermodalidade. Na opinião de Soares, a SEP (Secretaria de Portos)


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CARTA DE NATAL Veja algumas propostas • Pleitear a adoção de medidas fortalecedoras da infraestrutura do país, em especial aquelas ligadas ao setor de transporte de cargas • Defender a aproximação do setor transportador com o BNDES • Fomentar parcerias com o setor público, na busca de uma melhor qualificação da mão de obra transportadora • Estimular a busca pela eficiência nas empresas de transporte, com diminuição dos custos na prestação de serviços e melhoria na relação custo-benefício • Adotar medidas que beneficiem a acessibilidade às pessoas portadoras de limitações físicas • Ampliar as pesquisas e estudos sobre as ações necessárias à preservação do meio ambiente, colaborando com o desenvolvimento sustentável • Adoção de um plano de integração nacional para a atividade de transporte de cargas, com a sofisticação logística necessária a patrocinar a multimodalidade imprescindível às peculiaridades do território brasileiro Fonte: ABTC

O consultor em economia Raul Velloso destacou o bom momento do Brasil

deu alguns passos importantes ao implementar o PND (Programa Nacional de Dragagem) e o projeto Porto sem Papel, que visa desburocratizar as operações portuárias. Entretanto, ele considera que é necessário avançar mais. O presidente da Fenamar (Federação Nacional das Agências de Navegação), Glen Gordon Flinday, afirmou que o congresso da ABTC foi muito importante para estreitar a conversa entre os diferentes modais. “Não adianta portos eficientes, com calados profundos, se a carga não conse-

gue chegar ao navio. Também não adianta ter rodovias modernas, duplicadas, se os navios não puderem aportar.” O exemplo bem-sucedido da Vale foi citado pelo presidente da Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo), Flávio Benatti. “Muitas vezes me pergunto se a Vale exporta minério ou se na realidade ela exporta um grande projeto logístico. E, inserido nisso, está o minério. A Vale consegue baratear muito os custos.” Durante o congresso da ABTC, alguns participantes

comentaram também sobre a expectativa em relação aos projetos que os novos governantes, tanto no âmbito federal como nos governos estaduais, irão colocar em prática. Representantes da área de transporte de passageiros defenderam, por exemplo, a implantação de sistemas de ônibus BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, na sigla em inglês). O presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Otávio Cunha, considera que os próximos governantes precisam priorizar ações que melhorem a mobili-

dade urbana e, nesse sentido, o BRT se apresenta como uma solução. “Os grandes centros urbanos registram cada vez mais congestionamentos. Isso significa mais custos e viagens demoradas. Os corredores de BRT representam uma saída para oferecer um serviço de maior qualidade e rapidez.” E na área de transporte rodoviário de cargas, os participantes destacaram a necessidade de um projeto que permita renovar a frota de caminhões do Brasil. “Os caminhoneiros autônomos têm muita dificuldade em conseguir comprovar a renda para adquirir


INOVAÇÃO

Benefícios são destacados Uma palestra que empolgou o público presente no congresso da ABTC em Natal foi sobre o tema “Inovação: O gap entre criatividade e empreendedorismo”, realizado no último dia do evento. O presidente da consultoria Sapiens Sapiens Desenvolvimento Integral, Eugênio Mussak, destacou que há oportunidades fantásticas no mercado de trabalho para aquelas pessoas que aceitarem e promoverem mudanças e inovações. Coragem, persistência e propostas relevantes são características que proporcionam essa criação de oportunidades. O consultor citou que por trás dos grandes fatos históricos mundiais estão sempre os líderes, que têm como marca de personalidade a capacidade de proporcionar mudanças. “O líder é aquele que consegue mudar o comportamento dos outros, por meio de novas ideias.” De acordo com Mussak, a mudança é uma marca registrada de nosso tempo. Ele citou, por exemplo, a multiplicação do conhecimento, o avanço das tecnologias, a velocidade da comunicação e as novas especialidades profissionais e modelos de negócio. Tudo isso exige uma adaptação constante. O palestrante enfatizou a necessidade de se adaptar às mudanças e citou três fatores psicológicos que precisam ser superados no trabalho: o medo, o modelo mental e o instituto de pre-

servação. “As pessoas sentem medo porque mudar significa enfrentar o desconhecido. Mas a inovação mora exatamente aí, em fazer algo novo, em mudar.” Mussak destacou que o medo é bom em certo ponto, porque alerta para o perigo. Mas, ao mesmo tempo, é ruim porque pode paralisar. Então, é necessário aliar coragem ao medo, analisar os perigos que determinada ação pode representar, administrar o medo e ter coragem para propor e colocar em prática novas ideias, desde que elas sejam relevantes. Superar o modelo mental, que, segundo ele, são as crenças e hábitos, é também um grande desafio. O consultor citou que há pessoas que fazem questão de impedir as mudanças dentro das empresas exatamente porque as novas ações irão mexer nas zonas de conforto. O que Mussak chama de instinto de preservação significa, segundo ele, energia. “Todo processo de mudança vai gastar energia. Muitas pessoas não querem gastar essa energia, por isso, preferem não mudar e continuar na zona de conforto.” Entretanto, ele ressaltou o destaque que os líderes podem obter no mercado de trabalho, exatamente pela capacidade de superar todos esses fatores, mudar o pensamento e atitudes e também propor bons projetos. Ele disse que em empresas que não admitem o erro não há cultura de inovação.

CRESCIMENTO Jornalista Carlos Sar

“A inovação mora exatamente aí, em se fazer algo novo, em mudar” EUGÊNIO MUSSAK, CONSULTOR

um veículo novo. É preciso haver uma facilidade maior para que eles possam adquirir o equipamento”, disse o presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes. TROFÉU Na abertura do congresso, foi entregue o troféu O Transportador à chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Nélida Ester Zacarias Madela. A homenagem foi para o ministro Paulo Passos, que não pôde compa-


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ECONOMIA

Palestras abordam bom cenário

denberg abordou motivos da estabilidade

recer porque estava na Alemanha, onde participou de uma feira do setor ferroviário. O presidente da CNT, Clésio Andrade, esteve presente na cerimônia de abertura. O congresso foi realizado em um hotel da Via Costeira de Natal. Próximo do auditório, foi montada uma Feira Automotiva, com estandes de montadoras e de outras empresas que desenvolvem trabalhos relacionados ao setor de transporte. O Sest Senat de Natal expôs os serviços oferecidos. E o Despoluir

Alguns palestrantes do 11º Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas destacaram o bom momento econômico que o Brasil tem vivido. O consultor em economia Raul Velloso abriu a palestra “Bonança Externa, Recuperação dos Investimentos e Retomada Sustentada do Crescimento Econômico Brasileiro” dizendo que “o mundo quer o Brasil”. De acordo com Velloso, o mundo tem hoje uma forte demanda pelo Brasil, em várias dimensões. Esse fato, ele diz, tem implicações para a economia em qualquer segmento, e é preciso estar preparado para não perder a oportunidade. “Essa história começou a partir de 2002, 2003. E a primeira forma de demonstrar que o mundo quer mais o Brasil é que aumentou fortemente a demanda pelos produtos que o Brasil pode exportar.” Segundo Velloso, “o mundo não quer somente nossos produtos de exportação, quer os papéis do Brasil, quer mandar capital para cá, quer um pedaço de uma empresa, quer investir no mercado imobiliário brasileiro”.

O jornalista Carlos Alberto Sardenberg, âncora do programa CBN Brasil e comentarista econômico da Rede Globo, apresentou um panorama geral da economia do Brasil. Ele expôs alguns motivos que fizeram o país conquistar a situação econômica que tem hoje e atribuiu o crescimento, entre 2003 e 2008, a três fatores principais: estabilidade macroeconômica, forte crescimento global e também ao crescimento acelerado da China, que aumentou suas importações. “Estamos acostumados a conhecer a China como exportadora, especialmente de produtos manufaturados baratos. A China faz isso, mas ao longo do tempo tornouse grande importadora. É a maior produtora mundial de minério de ferro e, ao mesmo tempo, a maior importadora mundial de minério de ferro. Passou a importar alimentos. O Brasil e outros países, como a Austrália, pegaram uma carona espetacular no crescimento da China.”

(Programa Ambiental do Transporte), desenvolvido pela CNT desde 2007, foi apresentado em um estande da Fetronor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste) e do Setcern (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Rio Grande do Norte). Representantes de todos os modais de transporte, de diferentes regiões do país, estiveram presentes nos três dias de congresso em Natal. Ao final do evento, o presidente de honra da CNT, Thiers Fattori, destacou que um dos pontos mais relevantes foi exatamente a união de pessoas de Estados diferentes. “Este evento conseguiu unir todas as regiões do país. Estiveram aqui pessoas do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, Amazonas, Maranhão, muita gente de São Paulo. Esta integração é uma das coisas mais importantes para o setor, que é espalhado pelo país todo e também para fora. E o programa do congresso foi muito bem estruturado, de tal maneira que as pessoas vão sair daqui melhor do que chegaram”, avaliou Thiers Fattori. l


AQUAVIÁRIO

POR LETICIA

SIMÕES

pesca artesanal, uma das atividades mais tradicionais do Brasil, resiste ao tempo. Seja pela falta de recursos ou por opção, os milhares de pescadores artesanais espalhados pela costa nacional encaram as adversidades do mar guiados pelo conhecimento adquirido dentro das pequenas embarcações. Sem sistemas tecnológicos como o GPS – que permite determinar o posicionamento do barco via satélite –, comum nas naus comerciais, eles seguem mar adentro em busca do pescado. Mesmo com a falta de tecnologia, não há, por parte dos órgãos de fiscalização marítima e de pesca, dados que comprovem acréscimo significativo no índice de acidentes marítimos. A Cipanave (Comissão de Investigação e Prevenção dos Acidentes da Navegação), órgão ligado à Marinha do Brasil, confirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que entre os anos de 2008 e 2009 não foi observado aumento substancial no

A

Tradição e so Milhares de pescadores artesanais espalhados pela guiados pelo conhecimento adquirido dentro das número de IAFN (Inquéritos Administrativos sobre Acidentes e Fatos da Navegação), sobretudo na região Nordeste, onde se encontram 396.152 pescadores artesanais. A maior parte desses pescadores, porém, está concentrada no Pará, na região Norte do país. Nesse Estado, estão 194.909 pesca-

dores, segundo dados do MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura). De acordo com a Cipanave, em 2009, foram registrados pelo Distrito Naval de Belém 210 acidentes marítimos. Este ano, até julho, esse distrito obteve 88 registros. Já o Nordeste registrou 245 acidentes no último ano. Em 2010, até

julho, o total foi de 159. A entidade afirma que as principais causas dos acidentes da navegação estão relacionadas ao erro humano. Imprudência, negligência e imperícia dos responsáveis pelas embarcações são apontadas pela entidade como os fatores determinantes dos acidentes marítimos registrados.


EDUARDO MARTINS/AGÊNCIA A TARDE/FUTURA PRESS

brevivência costa nacional encaram as adversidades do mar pequenas embarcações, sem ajuda de tecnologia Conforme definido pela Lei da Pesca, as embarcações da pesca artesanal são aquelas definidas como de pequeno porte, com tamanho total igual ou menor que 20AB (Arqueação Bruta – medida adimensional, que mede o volume de água deslocada por uma embarcação), que corresponde a aproximadamente 15 metros.

A DPC (Diretoria de Portos e Costas) afirma que as embarcações de pesca com AB maior ou igual a 50 ou com comprimento total maior ou igual a 15 metros são obrigadas a participar do Preps (Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite), instituído em 2006. Um dos objetivos centrais do

Preps é dar apoio à fiscalização da atividade pesqueira e minimizar conflitos entre as atividades de pesca industrial e artesanal. A compra do equipamento GPS é de responsabilidade do proprietário da embarcação, com as empresas homologadas pela autoridade marítima. As embarcações artesanais

têm avançado mar adentro em busca de espécies raras e de maior valor de mercado. Segundo a Cipanave, o limite para o avanço no mar depende do tipo de embarcação e de sua utilização. Segundo a assessoria da entidade, esse limite não está relacionado com a distância da costa. A responsabilidade da distância a ser percorrida é do comandante da embarcação. Os limites são determinados em função dos requisitos técnicos da construção do barco, de sua autonomia, seu emprego e também em função dos equipamentos de salvatagem (conjunto de meios e procedimentos para salvaguardar a vida humana no mar, como boia de emergência, por exemplo), navegação e comunicação adotados pela embarcação. A Cipanave afirma que todos os requisitos são apresentados no momento da inscrição da embarcação com o órgão fiscalizador, no caso, a Marinha do Brasil. A assessoria do MPA afirma que o limite do avanço está baseado em uma “distância de segurança”. Essa é estabelecida pela Marinha para cada embarcação e é discriminada


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A PESCA MARINHA* Região Norte Produção de pescado: 1,1 milhão de toneladas Espécies mais comuns: bagres, peixes demersais, camarão rosa, caranguejos, mexilhões e ostras Região Nordeste Produção de pescado: 332 mil toneladas Espécies mais comuns: atuns e afins, peixe de fundo, peixes demersais, sardinhas, camarão de águas rasas, caranguejos, lagosta, mexilhões e ostras Região Sudeste Produção de pescado: 196 mil toneladas Espécies mais comuns: peixes demersais, sardinhas, atuns e afins, camarão de águas rasas, caranguejos, polvos e lulas Região Sul Produção de pescado: 255 mil toneladas Espécies mais comuns: peixes demersais, sardinhas, atuns e afins, águas rasas, polvos e lulas * Dados de 2007 Fonte: Ibama

RENTABILIDADE As

“Pescamos com barcos pequenos e é muito difícil ir longe com esse tipo de nau” VALDENIZE BORCEM, PRESIDENTE DA COLÔNIA DE PESCADORES DE MARACANÃ

no documento de inscrição da embarcação. Em geral, segundo o ministério, essas embarcações devem permanecer na área que permita a navegação visual, com pontos de referência em terra, podendo chegar a até 20 milhas náuticas (aproximadamente, 32 quilômetros). O biólogo Roberto Vilhena do Espírito Santo, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, órgão ligado à UFPA (Universidade Federal do Pará), afirma que a produção pesqueira tem

diminuído. “A frota artesanal de pequena escala, que atua com a costa, já superexplotou (extraiu) os recursos ali encontrados. Só resta aos pescadores mirarem para locais pouco explorados.” As espécies mais procuradas pelos pescadores, segundo ele, são a pescada amarela e o pargo. Esses peixes são mais rentáveis no mercado, o que explica o avanço das pequenas embarcações. “A frota pesqueira paraense dedicada a certos recursos, como a pescada amarela, tem

buscado pesqueiros mais longínquos, como os do Amapá, que são menos explorados, para manterem-se economicamente viáveis.” Pescadora há 30 anos, Valdenize Borcem Costa dos Santos preside a Colônia de Pescadores de Maracanã, município localizado a 160 km de Belém. Ela diz que na região onde pesca não há muitos acidentes. “Os mais comuns não têm a ver com colisão entre embarcações. Às vezes, acontece de um pescador se ferir no exporão do


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PAULO O. DE ALMEIDA/FUTURA PRESS

espécies mais procuradas pelos pescadores de pequenas embarcações são a pescada amarela e o pargo

próprio pescado. São coisas normais da atividade.” Quanto ao avanço mar adentro, Valdenize conta que os pescadores seguem até onde suas embarcações conseguem chegar. “Pescamos com barcos pequenos e é muito difícil ir muito longe com esse tipo de nau.” Na região de Maracanã, as espécies mais comuns são de pescada, gurijuba, pratiqueira, serra e camarão. Antônio do Socorro Santos é pescador há mais de 20 anos. Ele faz parte da Colônia de Pescadores de Bragança (PA).

Santos confirma que muitos pescadores se arriscam em busca do pargo, peixe considerado raro e de grande valor comercial. “Procuramos o pargo durante todo o dia. Esse peixe vale mais no mercado, é um peixe para exportação.” As pequenas embarcações não possuem equipamentos que permitam sua localização em alto-mar. Os pescadores afirmam não possuírem recursos para o ingresso ao Preps, que obriga a instalação de GPS nos barcos. A Cipanave, por sua vez, res-

salta não possuir dados que comprovem que a ausência de aparelhos como o GPS seja preponderante na ocorrência de acidentes envolvendo barcos artesanais e outros de maior porte. Santos acredita que os riscos são inerentes à profissão, independente dos recursos dos barcos. “Depois que se está no mar, a favor ou contra o vento, nos arriscamos. O avanço no mar depende do tamanho do barco, vamos por rumo”. Ele afirma que o único navegador utilizado pelos

pescadores da Colônia de Bragança é um artefato feito por eles mesmos, chamado de plumo. “É uma pedra feita de chumbo, amarrada numa corda e jogada no fundo do mar para medir a profundidade. Esse é nosso único guia.” Mesmo enfrentando as dificuldades e contrariedades do tempo para garantir seu pescado, Santos diz nunca ter sofrido qualquer acidente marítimo. “O que acontece sempre são imprevistos relacionados ao clima. Com outras embarcações nunca houve acidente.” A fiscalização, de acordo com a Cipanave, é realizada por meio de ações sem aviso prévio. A inspeção naval se divide em duas ações distintas: a verificação documental, tanto da tripulação quanto da embarcação; e a verificação das reais condições de material e de equipagem da embarcação, em conformidade com a Norman (Normas de Autoridade Marítima) aplicáveis ao tipo de embarcação fiscalizada. O MPA afirma que todas as embarcações de pesca devem ser registradas e permissionadas também pelo ministério. A limitação quanto ao tipo de espécie pescada e sua quantidade são fornecidas conforme o tipo de permissão, como, por exemplo, número máximo de armadilhas por tamanho de embarcação, para determinado tipo de pesca. l




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FERROVIÁRIO

Segurança para a cidade Prosefer será apresentado em dezembro e mostrará diagnóstico dos gargalos nos perímetros urbanos POR

laborado pela Diretoria de Infraestrutura Ferroviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o Prosefer (Programa Nacional de Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas) tem como objetivo diagnosticar e elaborar soluções para a eliminação dos principais gargalos do setor nos perímetros urbanos. O levantamento dos pontos críticos, programado para ser apresentado em fevereiro deste ano, ainda passa por revisão. Apesar do atraso, concessionárias e entidades ligadas ao modal têm boas perspectivas em relação à execução das obras que serão propostas.

E

LETICIA SIMÕES

O Prosefer contemplava, a princípio, 13 corredores. De acordo com Geraldo Lourenço, diretor de Infraestrutura Ferroviária do Dnit, ao longo do desenvolvimento dos trabalhos foram incluídos mais quatro corredores. A Ecoplan Engenharia, vencedora da licitação realizada em outubro de 2008, é a responsável pelo levantamento do diagnóstico dos 17 corredores. “Esse incremento completa parte da malha do Nordeste”, diz Lourenço. Segundo o diretor, esses corredores foram selecionados por terem grande volume diário de trens atravessando cidades e conglomerados urbanos. “Nessa extensão ferroviária estão cidades que possuem áreas críticas, com

necessidade de intervenções urgentes.” A maior parte dos corredores do programa está concentrada nas regiões Sudeste e Sul. O Prosefer atuará numa extensão total de 14.948,5 quilômetros. Em relação ao atraso na apresentação do diagnóstico elaborado pela Ecoplan, o diretor afirma que uma data já está estabelecida. “O contrato teve seu prazo revisto. A conclusão está prevista para dezembro deste ano. O Dnit concluiu suas considerações e a Ecoplan trabalha na entrega da versão final dos relatórios dos 13 primeiros corredores.” Segundo o Dnit, os diagnósticos dos quatro corredores incorporados posterior-


ISRAEL ANTUNES/FUTURA PRESS

mente estão sendo entregues e também revisados. No diagnóstico foram relatados os gargalos de cada um dos corredores e as respectivas intervenções. Lourenço enfatiza que todas as propostas do Prosefer são baseadas nos estudos das condições atuais e no fluxo de trens das cidades. Não há dúvida, segundo ele, de que as passagens de nível sejam um dos pontos mais críticos nas áreas urbanas. “O programa definiu as intervenções levando em conta a densidade demográfica, o número de passagens de nível nas áreas urbanas e o alto risco de acidentes em função da visibilidade dos cruzamentos. Muitas cidades apresentam esse problema, como Juiz de Fora e Betim (MG), Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, São José do Rio Preto, Ourinhos e Valinhos (SP), Ponta Grossa, Paranaguá e Maringá (PR), Rio Grande e Pelotas (RS) e Pires do Rio (GO).” Em dezembro, o Dnit apresentará um portfólio do diagnóstico, quando, então, as propostas do Prosefer serão conhecidas. “A Ecoplan apresentará em seu trabalho um primeiro critério de priorização para os investimentos. Nessa etapa, o Dnit estudará e definirá, com base nas prioridades técnicas e econômicas do governo, quais intervenções serão licitadas. Serão licitados projeto, estu-


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PASSAGENS DE NÍVEL

CNT mapeou o problema Um dos gargalos mais urgentes do modal ferroviário brasileiro são as passagens de nível. Em virtude delas, as composições reduzem a velocidade, o que gera maior gasto com combustível e perda da eficiência e de prazos. As passagens de nível, nos últimos anos, têm sido protagonistas de vários acidentes em áreas urbanas. De acordo com o Dnit, as passagens de nível respondem por um dos pontos mais críticos do diagnóstico do Prosefer, que será apresentado em dezembro. De acordo com a Pesquisa CNT de Ferrovias, o Brasil possui 12.289 passagens de nível. Desse total, 2.659 estão em estado crítico, sendo que pelo menos 276 são consideradas prioritárias. A pesquisa propõe como solução para o gargalo a implementação de um programa específico de obras nos cruzamentos, viabilizando recursos físicos e financeiros. Em setembro, dois acidentes envolvendo passagens de nível ganharam repercussão. No dia 8, uma composição da ALL (América Latina Logística) colidiu com um ônibus do transporte coletivo em Americana, a 125 km de São Paulo.

O acidente provocou a morte de nove pessoas e outras 17 ficaram feridas. A composição tinha 70 vagões carregados de soja. O ônibus foi arrastado pelo trem e as vítimas ficaram presas às ferragens. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito de Americana, o ônibus não respeitou a sinalização de parada feita por um vigilante da via férrea. Essa passagem de nível possui placas indicativas e sinal sonoro. O acidente está sendo apurado. No dia 9, um veículo de passeio parou sobre a passagem de nível em Ibaté, a 247 km de São Paulo. A passageira Jaqueline Viviane Soares não resistiu aos ferimentos e morreu. O motorista teve ferimentos graves. O carro foi arrastado, depois se colidir violentamente com o trem. Na oportunidade, testemunhas confirmaram que o motorista não respeitou a sinalização. A Pesquisa CNT de Ferrovias constatou que, para combater os problemas mais urgentes do modal ferroviário, terão de ser investidos, pelo menos, R$ 25,8 bilhões, sendo R$ 8,1 bilhões para a solução de problemas constatados e R$ 17,7 bilhões para a expansão da malha.

Corredores Prosefer 1 – Belo Horizonte – Juiz de Fora – Barra do Piraí – Sepetiba 2 – São Paulo – Barra do Piraí 3 – Araguari – Belo Horizonte – Vitória 4 – Alto Araguaia - Santa Fé do Sul – Araraquara – Campinas – Santos 5 – Maringá – Apucarana – Ponta Grossa – Curitiba – Paranaguá 6 – Anápolis – Uberaba – Campinas – Mairinque 7 – Porto União – Mafra – São Francisco do Sul 8 – Porto Alegre – Lages – Curitiba 9 – Apucarana – Ourinhos – Rubião Júnior 10 – Uruguaiana – Cacequi – Pelotas – Rio Grande 11 – Belo Horizonte – Montes Claros – Salvador 12 – Corumbá – Bauru – Mairinque – Santos 13 – Cacequi – Santa Maria – Porto Alegre 14 – Ferrovia Tereza Cristina 15 – São Luis – Teresina – Fortaleza 16 – Arrojado - Itabaiana - Recife – João Pessoa 17 – Itaboraí - Vitória

dos ambientais e, posteriormente, a obra indicada”, afirma o diretor. Algumas cidades inclusas nos 17 corredores trabalham em projetos que constarão no Prosefer. “Existem municípios que estavam com sua demanda elencada com o Dnit. Projetos estão em andamento ou em processo de licitação e obras já foram iniciadas. Araraquara, Bauru, Santo Amaro,

Pindamonhangaba (SP), Curitiba (PR), Joinvile e São Francisco do Sul (SC), Divinópolis e Patrocínio (MG), São Félix e Candeias (BA) e Barra Mansa (RJ), entre outras, são exemplos”, diz Lourenço. Parte dos recursos para a realização das obras do Prosefer será proveniente da União. O Dnit estuda estabelecer parcerias com Estados, municípios e con-


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Fonte DNIT

cessionárias para a execução das intervenções. A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) tem trabalhado para incentivar o projeto do Dnit. “A ANTF e suas associadas têm incentivado o programa desde antes da homologação do resultado da licitação”, afirma Ellen Capistrano Martins, assessora técnica da

ANTF. Ela enfatiza que, mesmo sem o resultado do diagnóstico, o programa será de grande valia para o modal. “Esse documento ajudará o governo federal no planejamento da redução dos principais entraves na infraestrutura do setor ferroviário, especificamente nas malhas concedidas da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.)”

A FTC (Ferrovia Tereza Cristina) opera uma malha de 164 km de linhas férreas, localizada no sul de Santa Catarina, perpassando 12 municípios. Toda a malha da FTC está incluída no Prosefer. João Marcelo Fernandes Mendes, assessor jurídico da concessionária, diz que a empresa forneceu dados técnicos para fomentar o estudo do programa. “Características da malha, carga transportada, velocidade operacional, projeção de crescimento, ocorrências ferroviárias. Foram repassados todos os dados que pudessem contribuir na avaliação da influência que os chamados pontos críticos têm sobre a operação ferroviária.” A expectativa da FTC é que as soluções propostas pelo Prosefer sejam implementadas. “A execução de obras que eliminem os conflitos entre as operações ferroviárias e as funções urbanas são urgentes.” Para ele, com a construção de viadutos e a retirada de invasões da faixa de domínio toda a sociedade tem a ganhar. “Haverá maior segurança para as comunidades que residem às margens da via férrea, bem como para os condutores rodoviários que necessitam cruzar a ferrovia”, diz. Com as obras, destaca, as concessionárias podem oferecer mais segurança aos colaboradores e obter a melhoria na operação ferroviária. Na malha operada pela FTC, o assessor enfatiza dois pontos considerados pela empresa prioritá-

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rios e urgentes: eliminação das passagens de nível e remoção para as invasões da faixa de domínio. “A construção de um viaduto para solucionar o problema da passagem de nível da avenida Centenário, em Criciúma (SC), eliminaria cinco passagens em um local de grande fluxo de veículos e trens. O outro ponto é a retirada das famílias que residem no primeiro quilômetro da faixa de domínio do ramal Rio Fiorita, na mesma cidade, com a alocação da comunidade em local seguro e com infraestrutura necessária.” A FTC, segundo Mendes, esteve presente nas reuniões do Dnit e da Ecoplan para apresentação das ações que vêm sendo desenvolvidas no Prosefer. A MRS Logística opera na malha regional sudeste, com extensão de 1.674 km. Para Sérgio Carrato, gerente corporativo de concessão e arrendamento da empresa, o Prosefer dará o aporte necessário para o maior problema enfrentado pelas concessionárias – os conflitos urbanos. “A malha ferroviária tem passagens de nível e invasão das faixas de domínio em quantidade excessiva. É uma situação conflituosa, de cunho social. As concessionárias não têm como fazer remoção de comunidades ou eliminar as passagens de nível. Por isso, o programa é essencial para o modal.” Na opinião de Carrato, o Prosefer vai contribuir para melhorar o ciclo operacional fer-


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ANTF/DIVULGAÇÃO

SAIBA MAIS SOBRE O PROSEFER Objetivo Diagnosticar e elaborar soluções para a eliminação dos principais gargalos do modal ferroviário nos perímetros urbanos. Atuação Dezessete corredores ferroviários, em uma extensão total de 14.948,5 km Situação atual Os diagnósticos dos pontos críticos estão sendo revisados pela DIF (Diretoria de Infraestrutura Ferroviária) do Dnit Cronograma Os diagnósticos serão apresentados em dezembro Investimento estimado R$ 5 bilhões (segundo levantamento feito pelo programa em maio de 2009) Fonte: Dnit

PESQUISA Foram identificadas 327 invasões de faixas de domínio

roviário. “Todas as concessionárias trabalham para crescer e mudar a matriz do transporte. É preciso condições mais seguras com a eliminação dos conflitos para que o setor aperfeiçoe sua velocidade comercial.” De acordo com o PNLT (Plano Nacional de Logística e Transporte), o modal ferroviário é responsável por 25% da carga transportada no Brasil. De acordo com o gerente, a MRS acompanhou os trabalhos preliminares do Prosefer. Ele acredita que o setor, a partir do momento em que o diagnóstico for apresentado, precisa ficar atento para que as propostas sejam cumpridas. “O trabalho é sério e estritamente técnico.

Contudo, sua execução vai depender do orçamento da União. O setor tem de trabalhar para que o Dnit demonstre aos órgãos cabíveis que a implementação do programa é urgente. Creio que o Prosefer será feito gradualmente.” Baseado em estudo entregue pela Ecoplan em maio de 2009, o Dnit estima que o montante para as obras do Prosefer chegue a R$ 5 bilhões. “Os estudos contemplaram soluções de contornos, de passagens de desnível como viadutos, e passagens inferiores, como passarelas”, afirma o diretor Geraldo Lourenço. A Pesquisa CNT de Ferrovias, apresentada em dezembro de 2009, identificou 327 invasões de

faixas de domínio. O estudo relata que a falta de um melhor ordenamento dos espaços urbanos às margens das ferrovias afeta a qualidade de vida da população e as operações ferroviárias, gerando maior risco de acidente e menor produtividade do serviço. Sobre as passagens de nível, a pesquisa identificou 2.659 em estado crítico. O estudo diz que é preciso implantar um programa de obras nesses cruzamentos, priorizando ações em municípios onde há casos mais críticos. O levantamento da CNT mostra problemas que ocorrem, principalmente, em áreas urbanas, como compartilhamento de linhas de trens de carga com trens de pas-

sageiros; manobras de trens em cidades com crescimento desordenado que paralisam o tráfego de veículos e de pessoas e acessos aos portos comprometidos. O estudo indica que serão necessários R$ 54,5 bilhões em 67 projetos prioritários definidos. “O desafio da infraestrutura de transporte no Brasil é melhorar cada modo de transporte e principalmente avançar nas reformas a médio prazo, de forma que a intermodalidade e a integração logística sejam os eixos das políticas públicas, assim como as decisões de investimentos para eliminar os gargalos existentes e quanto à expansão das malhas”, afirma Ellen Capistrano Martins, da ANTF. l



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SEST SENAT

Transporte seguro Atividades educativas e culturais orientaram os trabalhadores em transporte e a comunidade POR

LIVIA CEREZOLI

odo mundo muito mais seguro. Esse foi o tema da Semana de Educação no Trânsito 2010, realizada pelo Sest Senat em todo o país entre os dias 18 e 25 de setembro. O evento faz parte da Semana Nacional de Trânsito, desenvolvida anualmente pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), órgão do Ministério das Cidades. Neste ano, o foco foi a importância do uso do cinto de segurança e da cadei-

T

rinha para transportar crianças nos veículos. Em todas as unidades do Sest Senat espalhadas pelas cinco regiões do país foram realizadas palestras, blitze educativas e atividades culturais e de lazer. Cerca de 200 mil pessoas participaram das atividades. As palestras abordaram temas como direção preventiva, criança segura no carro, obrigatoriedade do uso do cinto de segurança nos transportes


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SEST SENAT/FEIRA DE SANTANA/DIVULGAÇÃO

FEIRA DE SANTANA (BA) No auditório montado na praça do Fórum, foram ministradas palestras sobre o transporte seguro de crianças


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SEST SENAT/JUIZ DE FORA/DIVULGAÇÃO

POUSO

JUIZ DE FORA (MG) Cerca de 600 motoristas foram atendidos em três dias de ação

escolares, ajuste correto do cinto nos passageiros, cintos de segurança e sistemas de retenção para crianças e o papel dos pais na educação para o transporte seguro. Em parceria com os agentes de trânsito, o Sest Senat também realizou blitze educativas em pontos como semáforos, faixas de pedestre e postos da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Em Juiz de Fora (MG), as

Cerca de

200 mil pessoas participaram das atividades

blitze aconteceram nas rodovias MG-353 e na BR-040. Cerca de 600 motoristas receberam orientações durante os três dias de ação. A unidade do Sest Senat também realizou palestras educativas na sede da Guarda Mirim e em empresas da cidade. No domingo, para encerrar a semana, a unidade foi aberta a toda comunidade e ofereceu serviços nas áreas de saúde, lazer, esporte e cul-

tura, além da distribuição de brindes. Em Feira de Santana (BA), o Sest Senat participou das atividades na praça do Fórum, em parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito, a Superintendência Municipal de Trânsito Terrestre, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. No auditório montado no local, foram ministradas palestras sobre o transporte seguro de crianças. O tema também


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SEST SENAT/POUSO ALEGRE/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT/CAMPO GRANDE/DIVULGAÇÃO

ALEGRE (MG) Carreata percorreu as principais ruas e avenidas da cidade

foi levado pelo Sest Senat para dentro das empresas de transporte da cidade e outras 13 escolas das redes estadual e municipal de Feira de Santana. Com o slogan “Segurança no banco de trás evita acidentes fatais”, a campanha deste ano do Denatran tem como objetivo principal reduzir as lesões e mortes no trânsito. Uma pesquisa realizada pela SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia)

indica que apenas 11% dos passageiros utilizam o cinto no banco traseiro. Segundo o levantamento, o risco de morte em um acidente no qual os passageiros não utilizam o cinto de segurança nesse banco é cinco vezes maior. Além do cinto de segurança, a Semana do Trânsito também abordou a necessidade da utilização correta do chamado dispositivo de retenção, popularmente conhecido como bebê conforto,

CAMPO GRANDE (MS) Crianças e adolescentes recebem orientação

Campanha do Denatran visa reduzir lesões e mortes no trânsito

cadeirinha ou assento de elevação, e como esse equipamento pode evitar a morte de milhares de crianças ao ano no país. De acordo com o Denatran, diferente do que muitas pessoas imaginam, o cinto de segurança não é a forma mais segura para transportar crianças em veículos e, por isso, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) editou a resolução nº 277, em junho de 2008, obrigando o uso do dispositivo de


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TRANSPORTE SEGURO DE CRIANÇAS Conheça as determinações do Contran

Menores de 1 ano • Uso obrigatório de cadeirinhas conversíveis, conhecidas como bebê conforto, no banco traseiro

De 1 a 4 anos • Uso obrigatório de cadeirinha no assento traseiro

De 4 a 7,5 anos • Uso obrigatório de elevador de assento no banco traseiro

De 7,5 a 10 anos • Transporte obrigatório no banco traseiro, sem cadeirinha

LONDRINA (PR) Unidade realizou atendimento no

Exceções para o transporte no assento dianteiro • Quando o veículo for dotado exclusivamente desse banco, quando esse for o único assento de passageiro com cinto de três pontos ou quando a quantidade de crianças com a idade indicada exceder a lotação do banco traseiro.

Táxis, ônibus e vans escolares • Sem exigências Fonte: Contran

segurança para transportar crianças menores de sete anos em carros de passeio (veja as regras no quadro ao lado). Desde 1º setembro deste ano, a multa para quem descumprir a regra é de R$ 191,54 e sete pontos na carteira, além da retenção do veículo até que seja efetuada a compra do equipamento. Em Londrina (PR), as atividades do Sest Senat na

Semana do Trânsito foram focadas nesse ponto. Em parceria com a Escola Prática Educativa de Trânsito, a unidade realizou demonstração do uso correto das cadeirinhas no estacionamento de uma rede de hipermercados. No pátio do estacionamento, também foi montado um simulador de acidentes utilizando um banco de veículos sobre trilhos que era solto e


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SEST SENAT/LONDRINA/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT/CARIACICA/DIVULGAÇÃO

estacionamento de um hipermercado

parava bruscamente. Seguros pelo cinto de segurança, os participantes puderam sentir o impacto de uma batida e assim perceber a real importância do cinto. As ações da unidade ainda contaram com blitz educativa na BR-369, realizada em parceria com a PRF e a concessionária Econorte, que administra o local. O Sest Senat Cuiabá (MT), na região Centro-Oeste do

CARIACICA (ES) PM faz vistoria preventiva em motocicletas e checa documentos

país, trabalhou o tema de forma lúdica. O teatro de fantoches foi o meio utilizado para passar a mensagem da importância do uso do cinto para as crianças. Palestras para o público adulto completaram a programação. A equipe do Sest Senat de Manaus (AM) estabeleceu parceria com as empresas de transporte da região. Foram visitadas oito empresas de

Apenas

11% das pessoas usam o cinto traseiro

transporte de cargas e passageiros na capital amazonense para também passar orientações sobre o uso correto da cadeirinha e a necessidade do cinto de segurança no banco traseiro. Durante toda a semana, foram realizadas palestras sobre o assunto para os funcionários dessas empresas e realizadas aulas de ginástica laboral, com dicas para melhorar a postura. l


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IDET

Transporte coletivo urbano bate recorde Retorno das férias causa movimentação superior a 1 bilhão de passageiros em agosto; total supera mês em 2008 e 2009

O

de cargas industriais por terceiros cresceu apenas 0,6% em volume movimentado. Deste modo, em agosto, o modal movimentou 3,4% menos cargas industriais do que no mesmo mês de 2008, desacelerando a recuperação pós-crise. Neste mês de agosto, o transporte urbano coletivo ultrapassou pela terceira vez no ano a marca de 1 bilhão de passageiros transportados, crescendo 7,9% em relação ao mês anterior. O total movimentado foi um recorde para agosto, superando em 7,2% e 4,8% o número de passageiros transportados para o mesmo mês em 2009 e 2008, respectivamente. Após o mês de férias, o transporte interestadual de passageiros sofreu queda de 9,2% no total transportado. Apesar disso, ainda transpor-

tou mais passageiros que no mesmo mês de 2008 e 2009, 11,3% e 6,9% a mais. Já o transporte rodoviário intermunicipal manteve o crescimento, movimentando 2,3% mais passageiros no mês de agosto. Esta situação foi contrária ao comportamento esperado para o mês, que é típico de baixa. O transporte ferroviário de cargas continua a crescer e, em julho, transportou 5,5% a mais do que o mês anterior. Assim, no acumulado deste ano, o modal já transportou 18,3% mais toneladas que no mesmo período do ano passado, mas ainda está 1,8% aquém do volume transportado em 2008. Apesar disso, este mês o modal superou em 0,9% o total transportado em agosto daquele ano, indicando que a tendência é superar o total transportado em 2008 até o fim de 2010.

O modal de transporte aquaviário de cargas apresentou queda no mês de julho, com reduçnao de 1,9% no volume total transportado. Mesmo assim, isso não pesou muito sobre o patamar transportado no trimestre maio-julho, que foi 52,2% e 17,0% superior ao total movimentado no mesmo período de 2009 e 2008. No mês de agosto mantevese estável o transporte de passageiros pelo modal aeroviário, crescendo apenas 0,4% em relação ao mês anterior. O Idet CNT/Fipe-USP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do setor de transporte no Brasil. l

8

modal rodoviário de cargas continua a crescer, com mais 1,0% no total transportado em agosto. O acumulado no segundo semestre é 5,0% superior ao dos dois primeiros meses do semestre anterior. Comparativamente aos meses de julho e agosto do ano passado, o transporte este ano é 6,1% maior. A manutenção do crescimento no transporte de cargas rodoviárias este mês se deveu, principalmente, às cargas agrícolas e outras cargas, com elevação de 1,3%. O movimento mensal mantémse estável, o que se verifica pela taxa de crescimento média que é de apenas 0,3% ao mês, este ano, acumulando entre janeiro e agosto um crescimento de 2,0% no total transportado. Já o transporte rodoviário

Para a versão completa da análise, acesse www.cnt.org.br. Para o download dos dados, www.fipe.org.br


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ESTATÍSTICAS DO TRANSPORTE BRASILEIRO Transporte Rodoviário de Cargas Industriais por Terceiros

Transporte Rodoviário de Cargas - Total

55

105 Milhões de toneladas

Milhões de Toneladas

110

100 95 90

50

45

85 40

80 jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

2008

out

nov

2009

jan

dez

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

2008

2010

Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano

out

nov

2009

dez 2010

Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros

1050

63

990

Milhões de Passageiros

Milhões de Passageiros

60

930

870

57 54 51 48

810

45 jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set 2008

out

nov

2009

jan

dez

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set 2008

2010

out

nov

2009

dez 2010

Transporte Aquaviário de Cargas

Transporte Ferroviário de Cargas 50

75

45

65 Milhões de Toneladas

Milhões de Toneladas

fev

40 35 30

55 45 35

25

25

20 jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago 2008

set

out 2009

nov

dez 2010

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

2008

out

2009

nov

dez

2010

Fonte: Idet CNT/Fipe-USP


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FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM* Total Nacional* Total Concedida* Concessionárias Malhas concedidas

BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

PAVIMENTADA

Federal Estadual Coincidente Estadual Municipal Total

NÃO PAVIMENTADA

61.920 17.197 111.375 27.342 217.834

TOTAL

13.775 75.695 6.224 23.421 111.474 222.849 1.236.128 1.263.470 1.367.601 1.585.435

Malha rodoviária concessionada Adminstrada por concessionárias privadas* Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS - UNIDADES Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semirreboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

15.809 14.745 1.064

2.016.493 363.717 674.451 584.083 13.907 40.000 25.120 105.000

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM Companhia Vale do Rio Doce/FCA MRS Logística S.A. ALL do Brasil S.A. Outras Total

9.863 1.674 7.304 9.473 28.314

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)

87.150 2.624 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.273 2.611

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais Domésticos Pequenos e aeródromos

33 33 2.498

AERONAVES - UNIDADES A jato Turboélice Pistão Total

820 1.700 9.354 11.874

173

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo Portos

42 40

FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso

141

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias

29.817 28.314 11 12

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

44.000 29.000 13.000 1.148

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES* Investimentos da União por Modal acumulados no ano até Agosto/2010 (R$ 2.993,3 milhões) - Liquidados (em R$ milhões)

Orçamento de Investimentos Ministério dos Transportes (Agosto/2010)

20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0

16,4

R$ bilhões

R$ 2.294,7 (76,7%)

R$ 604,1 (20,2%) R$ 63,9 (2,1%)

6,8 R$ 30,5 (1,0%)

2,9 Rodoviário

Autorizado Total pago Investimento liquidado Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

CIDE

(R$ Milhões)

Arrecadação no mês Agosto/2010 Arrecadação no ano (2010) Investimentos em transportes pagos (2010) CIDE não utilizada em transportes (2010) Total Acumulado CIDE (desde 2002)

700 5.012,0 2.077,3 2.934,7 61.623,0

Valores Pagos (CIDE) Não Utilizado

Aquaviário

Ferroviário

Outros

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - AGOSTO/2010 2009 PIB (% cresc a.a.) -0,2 Selic (% a.a.) 8,75 IPCA (%) 4,31 (4) Balança Comercial 25,3 Reservas 239,64(5) Internacionais Câmbio (R$/US$) 1,74

acumulado em 2010

últimos 12 meses

Expectativa para 2010

8,88(1)

9,0(1)

3,14(3) 11,68(4)

4,49(3) 17,08(4)

7,34 11,00 5,07 15,00

266,10(5)

-

-

10,75

(2)

1,76(6)

1,79

70 60 50 40 30 20 10 0 2 200

Observações:

61,6

1 - Taxa de Crescimento do PIB para o 1º Semestre 2010 e acumulada em 12 meses até Setembro/2010 2 - Meta Taxa Selic conforme Copom 01/09/2010 3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até Setembro/2010 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até Setembro/2010

25,2

5 - Posição dezembro/2009 e Setembro/2010 em US$ Bilhões 6 - Câmbio de fim de período Agosto/2010, média entre compra e venda

3 200

4 200

Arrecadação Acumulada

5 200

6 200

7 200

8 200

9 200

0 201

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (Agôsto/2010), IBGE e Focus - Relatório de Mercado (03/09/10), Banco Central do Brasil.

Investimento Pago Acumulado

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

8

R$ bilhões

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 373,0 BILHÕES (PLANO CNT DE LOGÍSTICA - 2010)


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CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2010

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 136,15 114,62 47,78 48,45 25,43 1.574,56

SETOR

Mudança no uso da terra Transporte Industrial Outros setores Energia Processos industriais Total

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2007 A 2009

2010 ATÉ JULHO

228.866

335.456

Aprovação no período 85,63% 88,97%

90,52%

86,77%

Rodoviário Aéreo Outros meios Total

(%) 90,46 5,65 3,88 100

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

Estrutura do Despoluir Federações participantes Unidades de atendimento Empresas atendidas Caminhoneiros autônomos atendidos

Japão EUA Europa

Caminhões Veículos leves Comerciais leves - Diesel Ônibus Total

MILHÕES DE

Rodoviário Ferroviário Hidroviário Total

PARTICIPAÇÃO

2006

2007

2008

2009

Diesel 39,01 Gasolina 24,01 Álcool 6,19

41,56 24,32 9,37

44,76 25,17 13,29

44,29 25,40 16,47

TIPO

2010 (ATÉ JULHO) 27,67 16,95 7,97

* Em partes por milhão de S - ppm de S

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - AGOSTO 2010 1,8% 1,2% 32,2%

Corante 1,2% Aspecto 32,2%

(%) 96,6 2 1,4 100

CONSUMO POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)

1.800 ppm de S

(substituição de 11% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

m3 32,71 0,69 0,48 33,88

MODAL

500 ppm de S

Diesel interior

(%) 44 39 10 7 100

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

50 ppm de S

(grandes centros urbanos)

PARTICIPAÇÃO

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

10 ppm de S 15 ppm de S 50 ppm de S Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades do Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife Diesel metropolitano

CO2 t/ANO 36,65 32,49 8,33 5,83 83,30

VEÍCULO

21 70 5.641 6.288

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Brasil

CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

AGOSTO

14.001

(%) 76,30 8,60 7,30 3,12 3,10 1,60 100

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

TOTAL

92.589

PARTICIPAÇÃO

8

44,7%

Pt. Fulgor 16,1% Enxofre 4,0% Teor de Biodiesel 44,7% Outros 1,8%

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

16,1%

4,0%

Trimestre Anterior

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - AGOSTO 2010 15

1,3

SE

3,8

3,8

4,0 1,8

SC

2,2

RO

3,1

9,5 1,2

2,1

PR

RN

0,8

PI

4,2

4,4 2,0

0,9

1,8

8,7 5,2 2,9

2,1

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“É preciso estudar tendências, investir em novos recursos e manter o sistema de ensino em comunicação com o mercado de trabalho” DEBATE

Como fazer para atender a demanda do mercado por mão de

Há necessidade de mudar a estrutura de ensino ROSEMARY BETHANCOURT

escassez de mão de obra levou o Brasil a bater recorde de sobra de vaga no mercado de trabalho. O principal motivo para o não preenchimento dos postos é a falta de qualificação, o que compreende o baixo nível de escolaridade, carência de preparo técnico e pouca experiência. Imagine que, enquanto um empresário desenvolve o seu plano estratégico de negócios, muitas vezes sem saber ainda se é viável ou não, já precisa disparar as contratações. Por um lado, isso é muito bom, pois somente assim os gestores de novos empreendimentos irão capacitar os empregados antes da abertura da empresa ou da adequação do negócio. Mas, por outro lado, os custos de mão de obra direta e indireta sobem, com a contratação antecipada e provavelmente ociosa nos primeiros meses. Para atender à essa demanda futura, o plano estratégico de negócios ganha mais um componente prioritário, que até então era

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ROSEMARY BETHANCOURT Gerente de treinamento da Catho Online

tratado apenas como mais um parâmetro. Agora, no entanto, a mão de obra entra para a categoria de ponto estratégico independente, pois a possibilidade de não haver disponibilidade de pessoas capacitadas para iniciar as operações pode impactar diretamente nos resultados do negócio. Nesse tipo de situação, muitas vezes, sem saída, as empresas, por iniciativa própria, desenvolvem parcerias com instituições especializadas, com o objetivo de capacitar sua mão de obra de maneira mais rápida e totalmente focada na sua necessidade. Mas esta não deve ser uma responsabilidade somente das empresas, é necessário iniciativa para mudar a estrutura de ensino, onde as escolas possam, pelo menos a partir do ensino médio, capacitar seus alunos para atender a demanda do mercado de trabalho atual. Mas para isso é preciso estudar tendências, investir em novos recursos e manter o sistema de ensino em comunicação constante com o mercado de trabalho. Esse é um desafio para o

sistema educacional, em geral, e para as escolas de formação profissional, em particular. Apesar dos reconhecidos avanços quantitativos dessas instituições, a defasagem qualitativa ainda é enorme. Todos os dias nos deparamos com notícias sobre os segmentos que estão em alta no mercado, mas para atender à esta demanda é necessário elaborar uma estrutura para capacitar as pessoas de maneira imediata, sem necessariamente esperar pelo ensino superior. Na verdade as causas da falta de mão de obra especializada no mercado já são bem conhecidas, e não há outra saída senão investir em pesquisas e planejamento. Para isso, é necessário alinhar a demanda das empresas com os recursos do poder público também para o ensino no nível técnico. Somente dessa forma será possível conhecer as necessidades para programar os investimentos em formação e atender a demanda do mercado de maneira mais imediata.


“O segredo é adquirir conhecimento constante e aprender algo novo todos os dias, mas é preciso transformar o conhecimento em prática”

obra qualificada?

Conhecimento: ferramenta essencial para a evolução IRENE AZEVEDO

er qualificação profissional é uma constante nos dias de hoje para todos que desejam ingressar no mercado de trabalho. No entanto, é necessário entender que estamos falando de mão de obra qualificada. Quando nos referimos ao conhecimento, fazemos ligação ao saber – que é a informação adquirida por meio dos estudos. Ensino técnico, graduação, pós-graduação, especialização e fluência em idiomas, como inglês e espanhol, tornam-se diferenciais importantes, dependendo do que se almeja em uma carreira. Experiências e cursos no exterior, além de fluência em outras línguas, também são aspectos que fazem muita diferença no currículo de um indivíduo. Engana-se quem pensa que a qualificação está vinculada apenas à formação educacional. É necessário ter habilidades e saber colocá-las em prática. Estou falando do saber fazer, que é a capacidade de realizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas em conformidade com determinados padrões exigidos. Para isso, é importante que o indiví-

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duo procure estar sempre aprendendo algo de novo dentro das empresas – aquilo que chamamos de movimentação lateral. Quando sentimos que já não é mais possível crescer, talvez seja a hora de mudar. Nesse momento, o profissional deve procurar, inclusive, um novo segmento de mercado que tornará seu perfil profissional ainda mais atraente, mas é preciso manter em mente que mudar de emprego é correr um risco. Antes de tomar qualquer decisão, é preciso ser ponderado e avaliar se a empresa onde está realmente não lhe oferece mais nenhuma oportunidade de aprendizado e crescimento dentro da organização. Um profissional iniciante no mercado de trabalho pode trocar de emprego a cada três anos sem que isso prejudique seu currículo, mas após dez anos no mercado, antes de tomar qualquer decisão, é preciso que uma possível mudança seja ponderada e analisada para diminuir os riscos de insatisfação futura. Escolher outra organização para desempenhar um trabalho a cada sete ou dez anos é um movimento que garante estabilidade e aprendizado constante.

O ponto primordial na vida profissional é possuir as devidas qualificações, ou seja, seu comportamento deve envolver habilidades e traços de personalidade diretamente relacionados com o que você quer e o que faz. Nesse caso, só aqueles que se conhecem bem e estão alinhados com seu propósito de vida conseguem desempenhar com maestria seu trabalho e ainda suportar os desafios do mundo moderno, que exige agilidade – e isso só se atinge com equilíbrio. Quantos profissionais você conhece que julgam saber qual é sua missão de vida, seu propósito? Muitos nem sabem reconhecer suas fortalezas, seus defeitos e suas paixões. Como, então, atender à essa demanda do mercado? O segredo é adquirir conhecimento constante e aprender algo novo todos os dias, mas é preciso transformar o conhecimento em prática. Isso pode ser feito dentro da organização em que está, em segmentos diversos e também em suas vivências no cotidiano familiar e com os amigos. O mais importante de tudo é identificar e desenvolver suas paixões por meio do autoconhecimento.

IRENE AZEVEDO Consultora sênior da DBM América Latina, consultoria especializada em gestão do capital humano



CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2010

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“Estamos entrando em um novo patamar de desenvolvimento. O momento é de renovada esperança e de redobrada atenção”

CLÉSIO ANDRADE

OPINIÃO

Um país cada dia melhor

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melhora nas condições das rodovias brasileiras, apontada na Pesquisa CNT de Rodovias 2010, deve ser comemorada. Avaliados 90.945 km de rodovias pavimentadas, segundo os resultados da 14ª edição do estudo, 26,5% foram classificadas como boas, contra 17,5% do levantamento de 2009 e 15,6% do ano anterior. O mesmo desempenho se observa quando são analisadas as rodovias consideradas ótimas: 14,7% neste ano, 13,5% em 2009 e 10,5% em 2008. Mas esses números não devem ser encarados como fato isolado. O certo é que o Brasil melhorou nos últimos anos e os resultados dos fortes investimentos do atual governo em infraestrutura de transportes, capitaneados pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), começam a aparecer com mais intensidade. Nos três anos e meio do segundo mandato do presidente Lula foram alocados um montante superior a R$ 27 bilhões para o setor contra R$ 4 bilhões nos quatro anos da segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso. Entre os brasileiros, mais do que o sentimento, tem-se a certeza de que o futuro chegou. Consequentemente, o que comemoramos com as melhorias nas rodovias, apontadas pela Pesquisa CNT 2010, é a mudança do Brasil. Estamos entrando em um novo patamar de desenvolvimento econômico e social. E se o momento é de renovada esperança, é também de redobrada atenção. Sobretudo, pelos rumos que o país vai tomar, a partir do dia 1º de janeiro de 2011.

Apesar dos reconhecidos avanços, há muito ainda a ser feito. Os desafios para a modernização de portos e aeroportos ainda estão postos, aguardando os investimentos necessários. A retomada da infraestrutura ferroviária deve ser meta contínua para que o Brasil possa pensar em logística com intermodalidade. Portanto, devemos não esquecer que ainda há muito por se fazer antes que atinjamos padrões ideais. Mas cheio de esperanças pelo que já está sendo feito. Livres de matizes político-ideológicas, não se atribua aos transportadores a ingratidão de não reconhecer o governo Lula como o maior agente das transformações vivenciadas atualmente. Com o fim de seu governo e o início da nova gestão, devemos manter nosso estado permanente de vigília para exigirmos que não se reduzam nem se introduzam descontinuidade nos investimentos em infraestrutura. Após mais de 25 anos de estagnação nos investimentos em infraestrutura de transporte, foi confirmado o que sempre soubemos: sem as amarras das rodovias maltratadas, de ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos abandonados, o Brasil finalmente pode dar o salto desenvolvimentista que os brasileiros e todo o mundo sempre esperaram desta nação. A reconstrução da economia e da autoestima nacionais, bem mais que o estado de conservação das rodovias, foi a grande constatação da nossa 14ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade PRESIDENTE DE HONRA DA CNT Thiers Fattori Costa

OUTUBRO 2010

Marcus Vinícius Gravina Tarcísio Schettino Ribeiro José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli José Nolar Schedler Mário Martins

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES imprensa@cnt.org.br

VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho Ilso Pedro Menta TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Antônio Pereira de Siqueira

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini Eduardo Ferreira Rebuzzi Paulo Brondani Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa

Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Dirceu Efigenio Reis Éder Dal’ Lago André Luiz Costa José da Fonseca Lopes Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Braatz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva Moacir da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay Hernani Goulart Fortuna TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli José Carlos Ribeiro Gomes Paulo Sergio de Mello Cotta Marcelino José Lobato Nascimento

DIRETORIA

Ronaldo Mattos de Oliveira Lima

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

José Eduardo Lopes

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Jacob Barata Filho José Augusto Pinheiro

Fernando Ferreira Becker Pedro Henrique Garcia de Jesus

SEMINÁRIO

CIDADANIA

Muito boa a reportagem “Desafios do Brasil e exemplos de fora”. O RenovAR é um excelente projeto, pois traz benefícios ao meio ambiente e, principalmente, aos trabalhadores autônomos do setor de transporte. A melhoria de acesso ao crédito, com certeza, irá contribuir com a retirada de circulação de veículos antigos. A CNT está de parabéns pelo Programa Despoluir.

Bela matéria sobre ônibus adaptados. O trabalho de inclusão digital que a ONG Juriti está realizando no Nordeste é maravilhoso. O Expresso Digital serve de exemplo para as empresas que têm como objetivo contribuir com o desenvolvimento da cidadania e, consequentemente, do país.

Jorge Viana São Paulo - SP

Gostei da matéria “Ilha da prosperidade” da revista CNT Transporte Atual nº 181. Macaé se tornou uma cidade próspera, mas só foi possível porque o governo e os empresários investiram no município. Espero que o desenvolvimento chegue a outras cidades brasileiras.

TRANSPORTE PÚBLICO Parabéns pela reportagem “Produto para exportação” da edição nº 181. A criatividade dos brasileiros é incrível. Desenvolveram a tecnologia do sistema BRT, mas só em Goiânia e Curitiba o projeto foi implantado. As cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 não podem perder a oportunidade de implantar o BRT.

Jorge Afonso Quagliani Pereira Eclésio da Silva

Janaina de Souza Campinas - SP

José Maria São Caetano - PE HELICÓPTEROS

Sônia Rodrigues Macaé - RJ

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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