EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
CNT
ANO XVII NÚMERO 190 JUNHO 2011
T R A N S P O R T E
AT UA L
No peso certo Dnit pretende colocar em funcionamento 238 postos de pesagem nas rodovias federais LEIA ENTREVISTA COM JOSÉ LUIZ PORTELLA, ESPECIALISTA EM TRANSPORTE
4
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
CNT
REPORTAGEM DE CAPA
TRANSPORTE ATUAL
Para tentar coibir o excesso de peso em caminhões e ônibus, o Dnit deve implantar 238 postos de pesagem no Brasil até 2013; carga além do permitido contribui para problemas como deterioração do asfalto e menor segurança nas rodovias Página 28
ANO XVII | NÚMERO 190 | JUNHO 2011
ENTREVISTA
José Luiz Portella defende melhoria de metrô e ônibus PÁGINA
8
LOGÍSTICA REVERSA • Seminário na CNT aponta oportunidades para o setor de transporte com a Política Nacional de Resíduos Sólidos
CAPA JÚLIO FERNANDES/CNT
PÁGINA
RECONHECIMENTO
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho
FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)
TECNOLOGIA
Transportadores Montadora vai homenageiam produzir novo presidente da CNT câmbio no Brasil PÁGINA
18
PÁGINA
36
ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:
www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br
EDITORA RESPONSÁVEL
Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]
20
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:
atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares
ENSINO
CONCESSÕES
Faculdade do Transporte abre vestibular
Editais de três aeroportos saem até dezembro
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
PÁGINA
40
PÁGINA
44
CNT TRANSPORTE ATUAL
www.
cnt.org.br
AMIR KLINK ABRE CICLO DE CONFERÊNCIAS Klink vai falar sobre liderança e superação de desafios no dia 28 de junho, em Brasília (DF). Leia entrevista exclusiva com o navegador: cnt.org.br/agencia
CRUZEIROS MARÍTIMOS • Mapeamento lista os desafios para o mercado brasileiro, principalmente para a Copa de 2014; assunto foi discutido em encontro na CNT PÁGINA
54 SEST SENAT LANÇA MAIS CURSOS ON-LINE
COMBUSTÍVEIS
FERROVIA
Transporte de carga Uso de software garante redução e passageiros é do consumo debatido nos EUA PÁGINA
48
PÁGINA
50
Em agosto, quatro novos cursos estarão disponíveis: gestão de projetos, inglês básico, espanhol básico e DST/Aids – da prevenção ao tratamento. Aguarde!
NOVAS FOTOS INFRAESTRUTURA
Seções Alexandre Garcia
6
Humor
7
Mais Transporte
14
Boletins
70
Debate
78
Opinião
81
Cartas
82
Viadutos e pontes serão recuperados PÁGINA
60
JUNHO 2011
Homenagem de lideranças do setor de transporte ao senador Clésio Andrade (PRMG) e imagens do seminário sobre Logística Reversa e o Setor de Transporte: flickr.com/photos/agenciacnt
E MAIS Despoluir • Conheça o programa • Acompanhe as notícias sobre meio ambiente
Canal de Notícias • Textos, álbuns de fotos, boletins de rádio e matérias em vídeo sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo
Escola do Transporte • Conferências, palestras e seminários • Cursos de aperfeiçoamento • Estudos e pesquisas • Biblioteca do Transporte
Sest Senat • Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes
CICLO DE PALESTRAS SEST SENAT 2011 SEST SENAT
Ciclo de palestras vai priorizar saúde e educação PÁGINA
66
São oito temas: adolescência, gestão do estresse, saúde bucal, saúde da coluna, financiamento de veículos pesados, legislação básica para o transporte de cargas, meio ambiente e relacionamento interpessoal. Participe: sestsenat.org.br
O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual
5
“Os EUA têm quase dez vezes mais veículos do que nós. E todos circulam. O excesso de veículos é compensado por vias expressas e suspensas” ALEXANDRE GARCIA
Muito trânsito rasília (Alô) - Nas cidades brasileiras está cada vez mais usada a expressão “peguei trânsito”. As pessoas justificam atrasos no asfalto dizendo que pegaram trânsito. A expressão é um paradoxo, porque se há trânsito, não há justificativa para chegar atrasado. Acontece que “trânsito” virou sinônimo de congestionamento. É a parte final da expressão “congestionamento de trânsito”. Como a primeira palavra da expressão tem seis sílabas e 16 letras e demoraria para ser pronunciada (perdendo-se um tempo adicional ao que se já perdeu no engarrafamento), optouse pelo trissílabo “trânsito”. Inútil economia de tempo. O trânsito ficou infinitamente mais demorado que pronunciar “congestionamento”. E, no fundo, o que era para indicar movimento, passou a significar o contrário. E não ficamos por aí. Nas rodovias que vêm das fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, tráfego já está quase significando tráfico. Só o que não muda é o trânsito, em seus dois significados. O número de veículos aumenta; o país quer ter mobilidade nas cidades e quer viajar e trans-
B
portar pelas estradas, mas está cada vez mais difícil. A gente se pergunta o que falta. Dirão todos que falta investimento em transporte, em trânsito. Aí vem a segunda interrogação: como falta investimento se não falta dinheiro? Basta ver a arrecadação crescente. No ano passado, trabalhamos 148 dias para sustentar o Estado em todos os seus níveis. Neste ano, trabalhamos 149 dias. Chilenos, mexicanos, argentinos trabalham pouco mais de 90 dias para pagar impostos. Nosso território tem uma área parecida com a dos Estados Unidos. Eles têm quase dez vezes mais veículos do que nós. E todos circulam. O excesso de veículos, como em Los Angeles, é compensado por vias expressas e suspensas. Aqui, na nossa lentidão para tomar providências, estamos falando em Copa do Mundo tardiamente. Estádios estão atrasados, aeroportos atrasados, mas, sobretudo, estamos esquecendo das vias terrestres. Não pensem que nossos visitantes estão acostumados com “trânsito”. Eles estão acostumados é com trânsito sem aspas. Transitam. Transporte coletivo eficiente e estrutura rodoviária que atende a demanda.
CNT TRANSPORTE ATUAL
Duke
JUNHO 2011
7
“Eles devem harmonizar-se, devem interagir de forma sinérgica. é que houve uma opção pelo transporte rodoviário sem agregar ENTREVISTA
JOSÉ LUIZ PORTELLA
Todos modais são im POR
s melhorias das conexões entre sistemas de metrô e de ônibus e a implantação de políticas de restrição ao uso do automóvel nas cidades são algumas medidas apontadas pelo engenheiro civil José Luiz Portella como fundamentais para melhorar o trânsito desses grandes centros. Ele também considera que, ao se falar de mobilidade urbana e transporte, é imprescindível pensar no uso e parcelamento do solo. Portella é colunista do site “Folha.com” e sócio-diretor da empresa Portella, JLPP & Associados – Gerenciamento e Consultoria de Projetos. Entre 2007 e 2010, ele foi secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.
A
CYNTHIA CASTRO
Em 2002, foi secretário-executivo do Ministério do Esporte e Turismo e, em 1998, ministro interino dos Transportes. Ao comentar sobre a Copa de 2014 no Brasil, Portella diz que esta será também uma oportunidade para o país mostrar ao mundo algumas potencialidades que ainda são desconhecidas. Ele considera que é o momento de o país investir na qualificação profissional, especialmente na área de turismo, pois “uma população com habilitações para serviços mais qualificados” poderia ser o maior legado dos eventos esportivos. Veja a seguir a entrevista. No artigo “‘Sem’ anos de lentidão”, o senhor aborda o problema do trânsito.
Quais os principais erros cometidos no Brasil ao longo de várias décadas para chegarmos à situação que estamos hoje? Primeiro, ter escolhido a matriz rodoviária de forma muito destacada. Todos os modais são importantes. Devem harmonizar-se, devem interagir de forma sinérgica. O que ocorreu é que houve uma opção pelo transporte rodoviário sem agregar os outros modais, que foram esquecidos ou sequer implantados, como as hidrovias, que são poucas. Depois foi não iniciar o metrô rapidamente por volta de 19401950, o que teria propiciado mais linhas em funcionamento e um custo por volta da metade do atual.
O senhor considera que as soluções para o trânsito passam por políticas habitacionais. Como se dá esse processo? É possível adequar essas ações à realidade hoje? Sem dúvida. A política de transporte mais importante é a do uso e parcelamento do solo. É a forma como você usa o solo da cidade, pois isso é o que provoca as interações. Colocar a habitação perto do trabalho resolve o problema de forma radical. Em São Paulo, a Barra Funda e a Sé, regiões com muito emprego e poucos habitantes, se ocupadas por cidadãos da zona leste, vão facilitar sobremaneira a vida dessas pessoas. É possível, há espaço, cabe fazer.
O que ocorreu (no Brasil) os outros modais”
ARQUIVO PESSOAL
portantes Ao comparar o Brasil com outros países que têm bons exemplos de mobilidade urbana, o senhor citaria algo que ainda precisa evoluir muito por aqui? Sim. O número de conexões entre metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em São Paulo. Mas, em geral, aumentar também as conexões, sobretudo a integração da estação com o destino por meio de terminais de ônibus, táxi, estacionamentos e bicicletas. E políticas de restrição ao carro. O que não quer dizer necessariamente pedágio, mas, sobretudo, o encurtamento das viagens com conexão com os modais referidos. Nas regiões metropolitanas, o que é preciso ser feito entre capitais e cida-
des do entorno para melhorar o trânsito? É preciso integrar projetos de transporte? De que forma? Mais metrô, conexões, integração com outros modais. Principalmente adequar os trajetos dos ônibus ao metrô, criar a hierarquia do transporte. Depois, os táxis e vans se adaptam aos ônibus. Depois a bicicleta. Por último, vem o carro. Além de, sempre que possível, substituir os motoboys por bikeboys. Bikeboys? Como seria isso? Já existe alguma experiência de sucesso nesse sentido? Os bikeboys consistem em um projeto social que visa ajudar jovens com dificuldade
de emprego, colocando-os no mercado de trabalho como entregadores. Também é uma alternativa para diminuir o número de motoboys na cidade. Atualmente existem algumas empresas que fazem serviço de bike-frete. A diferença das empresas de motoboys é que essas empresas pegam serviços apenas dentro de um raio de 10 quilômetros. Que avaliação o senhor faz sobre o trânsito da cida-
de de São Paulo? O metrô é o maior do país, mas ainda insuficiente. Várias ações têm sido implantadas, mas a cidade praticamente para em vários momentos. Há solução? Sim, há. É realizar o plano de expansão dos transportes metropolitanos. Já em ação. Ir até a conclusão, em 2014. Realizar as interações já citadas, encurtar as viagens de carro, criar uma ousadíssima política de estacionamentos
com vários prédios ao longo da cidade e perto das estações para tornar as ruas totalmente disponíveis para os veículos de transporte de massa. Implantar coordenação semafórica na cidade de São Paulo, que não existe. Realizar projetos geométricos de médio porte para facilitar fluidez e implantar uma ampla infra para bicicleta nas marginais e avenidas de fundo de vale, para permitir que o modal cresça e se imponha, além de um sistema amplo de informação que mostre o movimento de todos os modais, em tempo real, nos celulares de todas as pessoas, para que elas, com todas as conexões e integrações projetadas, possam escolher o melhor jeito e trajeto de se locomoverem. O senhor diz que o grande desafio das políticas públicas é a continuidade. Nesse sentido, o que é importante destacar em relação à Copa no Brasil, Olimpíadas e transporte? Garantir uma estrutura eficaz e rápida de implantação dos projetos que seja acompanhada de meios de avaliação permanentes e que
sejam acionados não só no tempo das obras. E assegurar que o que está sendo implantado vá trazer benefícios permanentes, para não vermos o vexame Pan-Americano do Rio, que deixou elefantes brancos abandonados até hoje, sem que ninguém responda por isso. O BRT (Bus Rapid Transit) é a principal aposta para a mobilidade urbana. O senhor acha que o sistema será eficiente na Copa e depois? Para mim, a principal aposta é o metrô. Nada melhor do que ele. O BRT vem depois. É bom onde não cabe metrô e para completá-lo. Sem dúvida, há lugar para ele. Acho que o sistema será útil durante e depois, se bem integrado ao metrô. Em 2002, o senhor foi secretário-executivo do Ministério do Esporte e Turismo. Qual a sua avaliação sobre o legado que a Copa deve deixar para as atividades turísticas no Brasil? Infelizmente, pelo jeito que estamos evoluindo, vai deixar pouco legado. Mas deveriam
MOBILIDADE Aumento excessivo do número de auto
“Para mim, a principal aposta é o metrô. Nada melhor do que ele. O BRT vem depois”
ser transporte, logística de eventos e uma infra melhor no turismo, que ainda é precária, embora tenha melhorado. A segurança poderia dar grande avanço também, principalmente na inteligência, identificando os grupos de vândalos que são sempre os mesmos e ficam impunes. De que forma a violência atrapalha o desenvolvimento do turismo no Brasil ou pode atrapalhar esses eventos esportivos? O senhor considera que a ati-
JÚLIO FERNANDES/CNT
“Esse seria, talvez, o maior legado (dos eventos esportivos): uma população com habilitações para serviços mais qualificados”
além de belas praias? O senhor considera que pode ser uma boa oportunidade também para o maior desenvolvimento dos turismos ecológico e histórico? A Copa deveria ser o momento de promoção maior de um país que é visto pelo mundo como o país do futebol. É a oportunidade de mostrar o que não se conhece do Brasil, mostrar o potencial imenso. O turismo ecológico também. Sem dúvida, embora acredite que o mundo já olha o Brasil por esse prisma. Cabe exaltá-lo. Porém, o mais importante seria mostrar o que temos e o mundo desconhece.
rente, não deve haver problemas dessa natureza? Não preocupa, pois haverá um esquema especial de segurança. As torcidas organizadas não entrarão nos jogos como hoje, haverá um cadastramento e dificilmente se conseguiria comprar muitas cadeiras unidas, tornando as torcidas Nos jogos de futebol do esparsas. Além do que, há uma Brasil, há brigas de torcida, unificação das torcidas para depredações, entre outros torcer pelo Brasil. problemas graves, inclusive com morte. Isso preocuA Copa deve mostrar pa na Copa? Ou, como o para o mundo potenciais perfil dos visitantes é dife- turísticos do Brasil que vão
E o que o mundo precisa conhecer? Primeiro lugar, os pontos turísticos podem fugir do eixo Rio-São Paulo / Amazonas-Foz do Iguaçu. Pegando o Carnaval, que é um símbolo, temos um belo Carnaval em Olinda, por exemplo, que pode se tornar mais conhecido. O conhecimento de atividades locais. Por exemplo, São Paulo não é só gastronomia, temos mais coisas. Nós somos a sétima economia do mundo. O país permite investimento de fora,
móveis complica o trânsito a cada dia
vidade deveria estar mais evoluída em um país tão diversificado? Sim, deveria. Penso que na Copa e nas Olimpíadas haverá um sistema especial. Teremos poucos problemas. A questão é depois. Não deixar nada para depois.
em todas as áreas. Investir no Brasil é bom. Como o senhor avalia a questão da rede hoteleira? O que precisa ser feito? Em cidades como Brasília, por exemplo, há espaço para mais vagas de hotel, pósCopa. Mas como fica a situação em outras, como Belo Horizonte? Algumas cidades não comportam uma grande expansão hoteleira. A Copa dura 30 dias, quatro ou cinco jogos em cada cidade. No caso de Belo Horizonte, essa expansão teria que estar no Plano de Turismo da cidade, pois se não houver utilização dos hotéis pós-Copa, não faz sentido a instalação de uma grande estrutura, não faz sentido o jogo ser lá. A falta de mão de obra qualificada na área do turismo é uma preocupação? Sim, é. Hoje, com o crescimento, há falta de mão de obra qualificada em quase todos os setores. Esse seria, talvez, o maior legado: uma população com habilitações para serviços mais qualificados. É nisso que todos nós, principalmente a área pública, deveríamos estar mergulhados até a cabeça. E não vejo isso. Infelizmente. l
14
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
TORTUGA/DIVULGAÇÃO
MAIS TRANSPORTE Dentista na estrada A Ford Caminhões, que desde 2000 promove o projeto “Sorrindo”, incrementou um modelo Cargo 815 para a campanha deste ano. A novidade é a área externa, equipada para orientações sobre higiene bucal com
todo o aparato necessário. O caminhão abriga um consultório odontológico completo e roda estradas de todo o Brasil prestando atendimento gratuito aos caminhoneiros e à comunidade.
PRODUTIVIDADE Produto oferece mais resistência e durabilidade
FORD CAMINHÕES/DIVULGAÇÃO
Câmaras para a agricultura
HIGIENE Caminhão da Ford roda o país prestando atendimento
A Tortuga lançou câmaras de ar dirigidas exclusivamente para maquinários e implementos agrícolas. Chamadas AG 2018 e AG 4538, as novas câmaras possuem mais borracha em sua composição, proporcionando mais resistência e durabilidade. De acordo com a Tortuga, tais características permitem
CBTU abre inscrições
Autoparts 2011
A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) abriu inscrições para o 7º Concurso de Monografia. A finalidade é estimular o estudo e o desenvolvimento de projetos na área de transporte urbano de passageiros sobre trilhos. Este ano o tema é "Desenvolvimento de um novo padrão urbano sustentável: o papel do sistema de transporte de passageiros sobre trilhos". Podem participar
A Autoparts 2011(Feira de Autopeças, Equipamentos e Serviços) será realizada entre os dias 6 e 9 de julho, no Parque de Eventos Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS). O evento é um dos principais canais de apresentação de produtos e serviços do setor automotivo do sul do país. “Hoje, 70% do consumo do setor é feito no mercado
candidatos de qualquer formação acadêmica e nacionalidade, que possuam diploma de nível superior, além de estudantes que estejam cursando os dois últimos anos da graduação. Aos três primeiros ganhadores serão concedidos prêmios de R$ 10 mil, R$ 6.000 e R$ 3.000, respectivamente. As inscrições podem ser efetuadas até o dia 4 de setembro, no site da entidade.
ao agricultor enfrentar os desafios do trabalho no campo, aumentando sua produtividade. A linha agrícola da empresa possui ainda as câmaras de ar Plus Transbordo, criadas para veículos utilizados na cultura canavieira. O produto garante qualidade e vida útil prolongada para que o maquinário permaneça em constante atividade.
independente e é preciso preservar o negócio. A feira é uma ótima oportunidade para que as empresas do segmento estejam presentes e obtenham excelentes resultados”, afirma Osmar Gottschefsky, presidente da Comissão Organizadora da Autoparts. O evento é bianual, realizado nos anos ímpares.
CNT TRANSPORTE ATUAL
15
JUNHO 2011
FORD/MCC/DIVULGAÇÃO
Simulador de caminhão A Iveco criou um simulador de caminhão adaptado dentro de uma cabine original. A ação contempla as estratégias da montadora referentes ao lançamento do Stralis NR Eurotronic. O jogo de direção funciona com um trajeto projetado no vidro frontal da cabine, por meio de um retroprojetor externo. Para dar a sensação de realismo, foi aplicada uma película especial
para escurecer totalmente o vidro e intensificar a projeção. A impressão visual, segundo a Iveco, é a de um cinema interativo. O projeto possibilita a sensação de dirigibilidade de um caminhão automatizado. O simulador permaneceria exposto no aeroporto de Confins (MG) até o dia 16 deste mês. Depois, a Iveco vai utilizar o equipamento em feiras e exibições em todo o país.
MOSTRA Modelos da marca Mustang expostos em Curitiba
IVECO/DIVULGAÇÃO
Dez anos do Mustang Clube
TECNOLOGIA Equipamento da Iveco será mostrado em feiras
O MCC (Mustang Clube de Curitiba) comemorou 10 anos de fundação no dia 16 de maio, com a décima reunião anual dos sócios. O evento reuniu 50 exemplares da marca, expostos ao público da capital curitibana. Vários modelos contemplaram a mostra, como os fabricados em 1965 e 1966, passando por exemplares
de 1995, até as modernas e atraentes versões de 2011. Na oportunidade, os membros do MCC elegeram o novo presidente da entidade, Sione Simacoski, que comandará o clube pelos próximos dois anos. De acordo com a Ford, o Mustang poderá ser vendido no Brasil, a partir de 2013, com importação oficial da marca.
Parceria para o pré-sal
Caminhão feito de plástico
A Petrobras está desenvolvendo um estudo de viabilidade técnica do uso de dutos flexíveis para tornar viável a exploração de petróleo na área do pré-sal. A estatal firmou um acordo com a Japan Oil, Gas and Metals National Corporation (Companhia Japonesa de Óleo, Gás e Metais). É a segunda parceria entre as
A norte-americana UPS, maior empresa de logística do mundo, criou um caminhão de entregas feito de plástico. A notícia foi publicada pelo site de tecnologia GizModo. De acordo com o texto, o veículo é reciclável e consome combustível de forma eficiente. Os painéis dos novos caminhões serão feitos de
duas empresas, que iniciaram o trabalho conjunto em 2005, com a assinatura de um memorando de entendimentos para colaboração em atividades de mútuo interesse nas áreas de exploração e produção de petróleo e gás, entre outros setores. O desenvolvimento do projeto está previsto para ser concluído em dezembro de 2014.
plástico ABS, material rígido e leve, que apresenta flexibilidade e resistência na absorção de impacto. A cobertura de plástico reduz o peso do caminhão em 450 quilos. A UPS espera aumentar em 40% a eficiência em combustível, com a economia de mais de 300 milhões de litros de diesel por ano.
16
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
MAIS TRANSPORTE STADTBUS/DIVULGAÇÃO
Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda Da hiperinflação ao Plano Real, passando pelos congelamentos, autora mostra como os brasileiros sofreram até a estabilização da moeda. De: Miriam Leitão, Ed. Record, 476 págs., R$ 39,90
Realidade Re-Vista Livro pretende desvendar a fórmula utilizada pela equipe de redação da revista “Realidade” (1966-1976), traz histórias de bastidores e revela casos em off de muitas reportagens. De: José Hamilton Ribeiro e José C. Marão, Ed. Realejo, 436 págs., R$ 70
Prevenção ao câncer nas ruas de Bagé A Stadtbus Transportes colocou nas ruas de Bagé (RS) um ônibus com o objetivo de apoiar a luta contra o câncer de mama. O veículo começou a circular no dia 8 de maio e permanecerá em atividade até o final do ano. Motorista e cobradora são mulheres. Na parte traseira, mensagem explica o apoio à campanha.
Recorde de vendas GRUPO EFFA/DIVULGAÇÃO
O Grupo Effa, representante das marcas Effa e Lifan, comemorou seu recorde de vendas em abril, com a comercialização de 1.857 unidades vendidas no atacado. O dado foi divulgado em maio. De acordo com a empresa, em relação ao mês anterior, o crescimento das vendas foi de 176%. No acumulado
de 2011, as vendas atingiram o volume de 5.336 veículos, um crescimento de 430%, em relação ao mesmo período de 2010. O modelo mais vendido é a picape Hafei, em suas diversas configurações. O modelo teve 1.376 unidades comercializadas em abril.
EFFA Crescem vendas no país
Bric: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul: uma perspectiva de cooperação internacional A obra contempla dez capítulos que discutem a tentativa de afirmação desses países no cenário mundial. De: Paulo Borba Casella, Ed. Atlas, 184 págs., R$ 49,90
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
17
FERROESTE/DIVULGAÇÃO
TAM expande área de atuação A TAM Aviação Executiva estendeu sua área de atuação com o acordo firmado com a General Electric Aviation e passa a ser um centro de serviços autorizados para os motores turboélice M601 e H80, da GE. A companhia vai oferecer aos clientes um pacote completo de manutenção, serviços de retirada e instalação. De acordo com o termo assinado, a GE Aviation vai
suprir a TAM com apoio material e formação. Atualmente existem mais de 1.600 motores M601 em serviço no mundo, acumulando mais de 17 milhões de horas de voo em 30 tipos de aeronaves. Já o H80, uma evolução do M601, segue em testes de voo com o avião Thrush 510G e, depois de certificado, deverá equipar aeronaves comerciais, de aviação geral, utilitárias e agrícolas.
RECUPERAÇÃO Operação remove 12 vagões no Paraná
TAM/DIVULGAÇÃO
Retirada de vagões
ATUAÇÃO TAM firma acordo com a General Electric
A Ferroeste e a ALL (América Latina Logística) concluíram em maio a retirada dos vagões sinistrados que estavam próximos aos trilhos do município de Nova Laranjeiras, na região central do Paraná. Doze vagões foram removidos. Para a operação, foram necessários dois guindastes de 50 e de 70
toneladas de capacidade, um caminhão munck, veículo com braço hidráulico usado para cargas e descargas de máquinas, e uma escavadeira hidráulica. A ação teve custo total de, aproximadamente, R$ 100 mil. Os vagões foram levados pela ALL para suas oficinas, em Ponta Grossa (PR), a fim de serem recuperados. MERCEDES-BENZ/DAIMLER/DIVULGAÇÃO
Homenagem pelos 60 anos Para celebrar os 60 anos do caminhão Unimog, produzido pela Mercedes-Benz desde 1951, a montadora alemã apresentou o Unimog Concept, na fábrica de Wörth, Alemanha. O design do veículo conceito teve inspiração em uma espécie de rã venenosa e recebeu na carroceria um tom
verde brilhante. A alusão ao anfíbio se deve à possibilidade que o Unimog tem de rodar tanto na água quanto na terra. O veículo foi construído com o atual chassi Unimog U 5000. Ele tem rodas cromadas maciças, desenhos em forma de estrela e molas em vermelho brilhante.
RÃ Design do Unimog, da Mercedes-Benz, lembra o réptil
18
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
EVENTO
Trabalho reconhecido Transportadores e trabalhadores do transporte ofereceram jantar em homenagem à atuação do presidente da CNT e senador Clésio Andrade DA REDAÇÃO
ideranças do setor de transporte se reuniram em Brasília (DF), no último dia 25 de maio, para homenagear o presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade (PR-MG), pelos mais de 40 anos de atuação em defesa dos interesses da atividade. O evento, organizado por líderes do setor, grandes transportadores e trabalhadores, contou com a presença de
L
mais de 300 pessoas, entre empresários e trabalhadores do setor. Representando todos os presentes, o presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga) e da Fetracan (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Nordeste), Newton Gibson, destacou a atuação do presidente à frente da CNT. “Sua atuação é marcada pela modernização e
inserção dos transportadores nos grandes debates nacionais, não sendo ocioso relembrar os diversos projetos implementados na sua gestão, como o Plano CNT de Transporte e Logística e as pesquisas anuais sobre os modais.” Em seu discurso, o presidente da ABTC também lembrou o início da carreira de Clésio Andrade, aos 11 anos, como cobrador de ônibus, e sua atuação em diversas enti-
dades representativas como a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), a Fetram (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado de Minas Gerais) e o Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte). “O seu empenho em benefício do transporte nos enche de vigor e esperança sobre a certeza de um futuro sólido
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
19
FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT
REPRESENTAÇÃO Newton Gibson, presidente da ABTC, falou em nome das lideranças do setor
HOMENAGEM Presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade reafirmou compromisso de trabalhar pelos interesses do setor de transporte
como expectativa que se convola permanentemente em realidade”, afirmou Gibson. Na presidência da CNT desde 1994, Clésio Andrade trabalhou para a fundação do Sest (Serviço Social do Transporte) e do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), entidades que têm como missão desenvolver e disseminar a cultura do transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional do trabalhador.
Em agradecimento à homenagem, o senador lembrou as conquistas do setor em todos esses anos. “O resultado de nosso trabalho tem surtido efeito na qualidade de vida dos trabalhadores e tem sido reconhecido em todo o país”, disse. E, lembrando as palavras do ex-presidente Juscelino Kubitschek, de que o desenvolvimento de um país só acontece com investimentos
TRABALHADORES José Célio Alvarenga, diretor da CNTTT durante discurso no evento
em energia e transporte, Clésio Andrade reafirmou seu compromisso de continuar batalhando pelos interesses do setor no cargo político que assumiu em janeiro deste ano. “Assim como na Confederação Nacional do Transporte, estarei empenhado em honrar as expectativas dos transportadores brasileiros no Senado Federal. Confiante e muito mais comprometido.” Para o diretor da CNTTT
(Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres), José Célio de Alvarenga, o setor transportador só tem a ganhar com o nome de Clésio Andrade junto à base de apoio da presidente Dilma Rousseff. “Como mineiro, tenho orgulho da atuação de Clésio como vice-governador do Estado entre 2003 e 2006. Ele nunca mediu esforços para trabalhar pelo povo mineiro e agora, vai lutar pelo desenvolvimento do país.” l
LOGÍSTICA REVERSA
Oportunidade p Representantes dos setores público e privado se re
ALE CABRAL/ FUTURA PRESS
ara o transporte únem em seminário realizado pelo Despoluir na CNT
22
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
JÚLIO FERNANDES/CNT
POR CYNTHIA CASTRO
Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei nº 12.305/2010), que institui no país a obrigatoriedade da logística reversa, pode ser uma grande oportunidade para o setor de transporte. Pela legislação, aprovada no ano passado, as cadeias produtivas terão de se organizar para viabilizar o retorno de seus produtos após o uso – seja para o reaproveitamento, reciclagem ou para dar a destinação ambientalmente adequada. Com essa obrigatoriedade, torna-se cada vez mais necessária a atuação de empresas que viabilizem esse retorno. Entretanto, os prazos já estão definidos, e há inúmeras questões a serem resolvidas para que as ações sejam colocadas em prática. O assunto foi discutido durante o Seminário sobre Logística Reversa e o Setor de Transporte, realizado na CNT no dia 9 de junho, pelo Despoluir (Programa Ambiental do Transporte). Desde 2007, a CNT e o Sest Senat desenvolvem o programa Despoluir.
A
“O primeiro passo significativo é o aumento do volume de cargas” ADALBERTO PANZAN, DA ASLOG
O presidente do Conselho Deliberativo da Aslog (Associação Brasileira de Logística), Adalberto Panzan, disse que se abre uma avenida de oportunidades, como se fosse uma autopista bem moderna. “O primeiro passo significativo é o aumento do volume de cargas transportadas no país. O segundo é que vamos aumentar a ocupação dos veículos de carga. Vamos começar a balancear certos
fluxos de regiões diferentes. Haverá melhor performance operacional do setor”, avalia Panzan. Mas ele afirmou também que há algumas “lombadas” nesse caminho, que precisam ser corrigidas. O representante da Aslog destacou a necessidade de se resolver questões das legislações, em todos os níveis de governo, e citou como exemplo o transporte de cargas perigosas. De acordo
com Panzan, há controvérsias sobre o que é ou não perigoso, há diferenças entre legislações federais, estaduais e municipais. “O resumo é que há uma fantástica nova estrada se abrindo, mas precisamos dirigir com atenção.” De acordo com Panzan, a estrutura física (rodovias) capaz de atender à nova demanda já existe. Os procedimentos logísticos também são conhecidos. Portanto, a princi-
CNT TRANSPORTE ATUAL
LEGISLAÇÃO
Cidadão comum precisa estar atento a seus hábitos Sensibilizar o consumidor para que ele contribua para a implantação da logística reversa é uma das ações importantes para viabilizar a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Durante o seminário na CNT, os palestrantes abordaram a necessidade de cada pessoa estar atenta aos seus hábitos e dar o descarte correto para os produtos, como pilhas,
pal recomendação da Aslog neste momento é que o setor observe a nova legislação como uma oportunidade. “Se você se adequar e também atender à lei, terá uma belíssima estrada a percorrer.” Na avaliação do presidente do CLRB (Conselho de Logística Reversa do Brasil), Paulo Roberto Leite, a logística reversa se apresenta como um “negócio excelente” e vai se destacar quem fizer o trabalho
baterias, pneus, plásticos. O presidente do CLRB, Paulo Roberto Leite, considera que os consumidores têm um peso grande na execução da logística reversa. Mas ele destaca que para que a população em geral possa cumprir o seu papel a favor do meio ambiente e da legislação, é imprescindível implantar as medidas necessárias para que o descarte de produtos
melhor e também quem entrar primeiro nesse ramo de atuação. Aqueles que se dedicarem o mais rapidamente possível devem se diferenciar. Leite alerta que as oportunidades de negócios não são somente para o setor de transporte, mas para outros prestadores de serviços. De qualquer forma, ele faz questão de ressaltar a relevância do setor nesse assunto. “O transporte é o primeiro a ser chamado por-
possa acontecer. “Precisa ter onde colocar esses objetos, em pontos específicos ou viabilizando a coleta na casa dos consumidores. Se não for implantada uma conveniência logística para o cidadão comum, ele não vai se envolver”, afirmou Leite, ao comentar ainda que a legislação diz que o setor privado é o responsável pelo retorno dos produtos e resíduos.
que não se faz absolutamente nada sem transporte.” O presidente do conselho destacou também que o custo da logística reversa é mais alto e afirmou que, na logística convencional, em torno de 50% a 60% dos custos são, geralmente, devido ao transporte. “Retornar produtos é muito mais complicado do que levar para o mercado. Na ida, tudo vai empilhado, paletizado, arrumado nas carretas. Mas a volta
JUNHO 2011
23
é em desordem, a densidade do transporte é menor. Portanto, torna-se mais caro”, disse Leite. O presidente do CLRB enfatizou que, neste momento de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, é imprescindível a abertura de espaço para a discussão do assunto e envolvimento de todos os setores. “Essa oportunidade que a CNT dá aos especialistas para apresentarem a logística reversa de forma mais conceitual é muito importante. Senão, forma-se confusão. Alguns acham que a logística reversa é aquilo que mexe com o lixo. É também. Outros pensam que se refere à reciclagem. Se refere também. Mas não é só isso. Tem uma complexidade bem maior”, disse. A gerente de resíduos perigosos do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Zilda Maria Faria Veloso, também destacou a importância do envolvimento do setor de transporte nesse e em outros temas que envolvem meio ambiente e sustentabilidade. “A CNT vem se antecipando na questão do gerenciamento dos resíduos.” Zilda explicou os pontos principais da política e afir-
24
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
JÚLIO FERNANDES/CNT
“Não se faz absolutamente nada sem transporte” PAULO ROBERTO LEITE, DO CLRB
MARQUES&MARQUES/DIVULGAÇÃO
mou que a lei reúne princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados pela União isoladamente ou em parceria com os Estados, municípios e o Distrito Federal. O objetivo é a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos abrange o gerenciamento de todos os resíduos. Mas, inicialmente, estão sendo feitos estudos para a implementação da
SAIBA MAIS “Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada” Fonte: MMA
CONSCIÊNCIA Lixo deve ser encaminhado para coleta seletiva
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
CASES
Empresas relatam experiências de sucesso na aplicação da logística reversa JÚLIO FERNANDES/CNT
Dois cases de sucesso na aplicação da logística reversa no Brasil foram conhecidos durante o seminário realizado na CNT: o da ADS Micrologística e o exemplo dos Correios. A ADS Micrologística faz coletas em todo o Brasil, em 3.300 pontos diferentes. São coletados resíduos tecnológicos como pilhas, baterias, aparelhos de telefone celular e outros. Esses resíduos são enviados para São Paulo, onde são consolidados e encaminhados para a destinação correta, que pode ser, por exemplo, a reciclagem ou o reprocessamento. “Alguma indústria ou empresa contrata o nosso serviço. Somos uma empresa de logística que operacionaliza a coleta para esta outra empresa que, voluntariamente ou por meio de legislação, resolveu aderir (à logística reversa)”, disse o gerente operacional, Bruno Fernandes. Segundo ele, por mês, são coletadas em média 15 toneladas de resíduos tecnológicos. Em oito anos de atuação em logística reversa, a ADS foi aumentando a sua capilaridade de coleta. De acordo com Fernandes, atualmente mais empresas estão preocupadas com a logística reversa. Também aumentou a consciência do consumidor sobre o descarte correto de muitos produtos. Além da logística reversa chamada de pós-consumo, que se refere ao geren-
ciamento de produtos já utilizados, há também a logística reversa chamada de pós-venda, que abrange produtos devolvidos pelos consumidores, como aparelhos com defeito, entre outros casos. Os Correios são referência na atuação em logística reversa pós-venda nos segmentos de comércio eletrônico e telefonia, principalmente. No ano passado, foram movimentadas 3 milhões de encomendas de logística reversa pós-venda. “O início (do trabalho voltado para essa área) foi em 2000 por causa do comércio eletrônico. O consumidor começou a poder adquirir o produto em casa. Então, além da solução de entrega, era preciso atender à solução reversa, caso houvesse desistência da compra, por exemplo”, disse o chefe do Departamento Comercial de Encomendas dos Correios, Ricardo Fogos. De acordo com Fogos, a logística reversa pós-venda tem como objetivo principal a fidelização do cliente – manter o cliente satisfeito para que ele volte a consumir produtos da mesma empresa. “Muito mais do que um produto, o consumidor quer comprar um serviço. A logística reversa pós-venda oferece a comodidade de não ter que ir pessoalmente a uma assistência técnica, enfrentar uma fila”, comenta.
FIDELIZAÇÃO Ricardo Fogos destaca atendimento ao cliente JÚLIO FERNANDES/CNT
EXPANSÃO Bruno Fernandes diz que ADS aumentou coleta
25
26
CNT TRANSPORTE ATUAL
logística reversa em cinco cadeias prioritárias: eletroeletrônicos, descarte de medicamentos, embalagens, óleos lubrificantes e lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. Já há resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que tratam do gerenciamento de pilhas e baterias, pneus e agrotóxicos. “A logística reversa vai ser objeto de um termo de compromisso entre os setores. Teremos uma minuta de acordo setorial. E esses acordos vão estipular as metas de redução de resíduos”, disse a representante do MMA. O cumprimento das medidas deve ocorrer até 2014. O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, afirmou que o setor de transporte tem o desafio de planejar suas ações e se preparar para atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos. “A demanda vai crescer e vai fazer com que os operadores planejem melhor suas operações. Eles terão que se adequar a essa nova movimentação, que é mais complexa em relação ao acondicionamento do produto. Vai haver necessidade de mais investimento e maior preparação do setor.”
JUNHO 2011
ENTREVISTA
“Trabalhar em conjunto é a primeira dica” A gerente de resíduos perigosos do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Zilda Maria Faria Veloso, afirma que tentar resolver os problemas e as oportunidades de maneira conjunta é o primeiro passo para que o setor de transporte se adeque à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Zilda também diz que a participação dos consumidores é fundamental para que as ações de logística reversa tenham o efeito esperado. Leia abaixo a entrevista. Como a senhora avalia a participação do setor de transporte na discussão da logística reversa? O trabalho da CNT é muito importante. O setor de transporte é o veículo de viabilização da logística. Eu acompanho o Despoluir desde que foi lançado. É uma tarefa proativa importante. O setor está se mobilizando como gestor do gerenciamento dos resíduos que gera. Tem sido edu-
cativo. É visível a melhoria do sistema de transporte na educação de motoristas e empresas. Assim, fica bem mais fácil porque alguns setores vão ter que elaborar planos de gerenciamento de resíduos. Como o transporte pode se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos? Trabalhar em conjunto é a primeira dica. Tentar resolver os problemas da cadeia e as oportunidades que se oferecem de maneira conjunta. A política é complexa, trata de diversos órgãos do governo federal, de empresários, comerciantes, consumidores. A sociedade inteira mobilizada a favor de um gerenciamento adequado. Então, a primeira coisa é o setor trabalhando em conjunto. Ser atuante, participar, procurar saber soluções, dicas e atender ao que for sendo colocado de legislações, normas e regras de gerenciamento de resíduos.
A lei estabelece o prazo até 2014. Vai ser possível estruturar o que é preciso até lá? Eu sou bastante otimista e acho que sim. Estamos trabalhando muito para que isso aconteça. Temos visto setores, como o de transporte, extremamente empenhados em nos ajudar nessa tarefa. Os maiores desafios estão voltados para os empresários ou para os consumidores? São muitos os desafios. Mas acho que os empresários estão sensibilizados. Temos essa experiência no Conselho Nacional de Meio Ambiente. Acho que o grande desafio será o consumidor, que é heterogêneo. Não sabemos como ele pode se comportar. Observamos que em locais diferentes, camadas diferentes da população têm comportamentos próprios sobre a disponibilização dos resíduos para a coleta.
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
JÚLIO FERNANDES/CNT
supermercado foi impactante. Houve redução substancial. Hoje vemos no supermercado e restaurante as pessoas recusando a sacola.
DEBATE Zilda Veloso diz que dois acordos setoriais devem ser fechados neste ano
De que forma o consumidor poderá ajudar? São várias ações. Analisar bem o que coloca no seu lixo hoje é o primeiro caminho. Se você mora em edifício residencial, de prédios e apartamento, por exemplo, pode identificar se tem alguém do seu condomínio, funcionário, ou mesmo catador, que recolhe o lixo. O segundo passo é
analisar a vida útil do lixo que tem em casa. Será que preciso trocar de celular e TV todo ano ou de dois em dois anos? Será que não posso prolongar a vida útil desse bem? Ou deixar bateria usada em local para atendimento adequado? O consumidor tem que analisar o seu lixo e como ele se comporta em relação ao seu lixo. Sempre
com a ideia de prolongar a vida útil ou reduzir (o volume de lixo). Mas muita gente pensa que a ação individual não faz a diferença. O que a senhora diria? Tenho uma experiência boa. A campanha recente que o Ministério do Meio Ambiente fez das sacolas plásticas de
Em 2011, qual a principal estratégia na Política Nacional de Resíduos Sólidos? O nosso esforço para este ano é concluir pelo menos dois acordos setoriais. Estamos negociando com os setores. Temos cinco em estudos (eletroeletrônicos, descarte de medicamentos, embalagens, óleos lubrificantes e lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista). Alguns estão mais adiantados, mas dependem do estudo de viabilidade técnica e econômica. A ideia, que foi um pedido da ministra (Izabella Teixeira, do Meio Ambiente), é que (as discussões) com duas cadeias sejam finalizadas, e os acordos estejam publicados até o final do ano. Mas eu não posso ainda falar quais são. l
27
JÚLIO FERNANDES/CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
29
REPORTAGEM DE CAPA
Controle de peso Postos de pesagem serão expandidos no Brasil para fiscalizar excesso de carga em caminhões e ônibus POR
CYNTHIA CASTRO
aminhões e ônibus com excesso de peso levam problemas graves para as rodovias, contribuindo para a deterioração mais rápida do pavimento e para a redução da segurança, pois aumentam os riscos de acidentes. Carga em excesso dificulta a frenagem, facilita o tombamento e proporciona outras situações negativas. No Brasil, a expansão das balanças nas rodovias, por meio do PNP (Plano Nacional de Pesagem), tem trazido uma expectativa de mais controle e redução de parte dos problemas. Em 2010, foram fiscalizados 10,5 milhões de veículos. Desse total,
C
680 mil (6,5%) estavam com excesso de peso. No ano anterior, os 48 postos que estavam funcionando fiscalizaram 6,63 milhões de veículos, sendo que 460 mil (7,06%) apresentavam peso acima do permitido. No percentual geral dos registros desse tipo de infração, estão os caminhões semirreboque, que somaram 45,6% do total em 2010. Em seguida, estão os caminhões rígidos (sem articulação), correspondendo a 22,07% das infrações, e os caminhões com mais de uma articulação (16,33%). Os ônibus somaram 16%. “O estrago que esse excesso de
POR DENTRO DA LEI Veja o que diz a resolução nº 258, do Contran
“O programa vai trazer benefícios grandes.
• Nenhum veículo poderá transitar com PBT, PBTC ou com peso por eixo superior ao fixado pelo fabricante • Não pode ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade tratora • A fiscalização deve ser feita por equipamento de pesagem (balança rodoviária) ou, na impossibilidade, pela verificação de documento fiscal • Haverá tolerância de 5% sobre os limites de pesos regulamentados em relação ao peso bruto e de 7,5% no eixo, em caso de fiscalização com balança
LUIZ CLÁUDIO VAREJÃO, COORDENADOR-GERAL DE OPERAÇÕES RODOVIÁRIAS DO DNIT
Se o PBT e o PBTC estão corretos, mas há excesso de peso em algum dos eixos • A carga deverá ser remanejada ou efetuado o transbordo • O veículo somente poderá prosseguir viagem depois de sanar a irregularidade Peso verificado acima do PBT ou do PBTC • O veículo só poderá prosseguir depois de efetuar o transbordo • O agente poderá dispensar o remanejamento ou o transbordo de produtos perigosos, produtos perecíveis, cargas vivas e passageiros
MULTAS Por excesso de peso bruto e por eixo Valor Inicial - R$ 85,13 Aumento - a multa é acrescida a cada 200 kg ou fração de excesso de peso apurado: Até 600 kg: R$ 5,32 De 601 kg a 800 kg: R$ 10,64 De 801 kg a 1.000 kg: R$ 21,28 De 1.001 kg a 3.000 kg: R$ 31,92 De 3.001 kg a 5.000 kg: R$ 42,56 Acima de 5.001 kg: R$ 53,20 Por excesso de capacidade máxima de tração Até 600 kg: R$ 85,13 Entre 601 kg e 1.000 kg: R$ 127,69 Acima de 1.000 kg: R$ 191,54 Fonte: Contran
peso acarreta no pavimento é muito grande, sem contar os outros riscos à segurança”, afirma o coordenador-geral de operações rodoviárias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Cláudio dos Santos Varejão. Atualmente, 71 postos de pesagem estão em funcionamento no Brasil e nos próximos dois meses outros seis devem ser viabilizados. Em 2005, quando o PNP começou a ser implantado, eram apenas 13. A primeira
fase do plano determinou o reparo ou recuperação de 77 postos. E a segunda fase, iniciada neste ano, prevê a construção de outros 161 (94 fixos e 67 móveis), totalizando 238. Até o final de junho, deve ficar pronto o edital de licitação para a expansão desse controle. A expectativa do Dnit é que no primeiro semestre de 2013 todos esses postos estejam implantados. “Alguns podem começar a funcionar ainda em 2012”, diz Varejão. Para
MATO GROSSO Balança de pesagem na BR-364; rodovias federais deve
cobrir os 57 mil km de rodovias federais, o número deveria ser maior, conforme apontam alguns especialistas. Varejão reconhece, entretanto, que o custo de implantação dos postos é muito alto e diz também que o aumento na fiscalização será significativo, pois o Brasil tinha 13 postos em 2005 e passará a ter 238. “Esse programa vai trazer benefícios grandes para a sociedade. Mas o processo todo, de mudança, não é tão simples.”
Ele diz que é importante ampliar ainda mais os pontos de pesagem no Brasil, mas afirma que é preciso considerar sempre qual é o investimento possível, já que há a necessidade de investimentos permanentes. Isso para não correr o risco de não haver recursos para manter os equipamentos e os pontos instalados. Alguns representantes dos transportadores autônomos consideram que a implantação das balanças de pesagem nas rodovias brasileiras tem
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
31
Mas o processo de mudança não é tão simples”
PUGÁS/DNIT/DIVULGAÇÃO
PREJUÍZO
Vida útil de rodovia tem redução significativa Uma rodovia com forte característica para o transporte de cargas pode ter sua vida útil reduzida mais da metade, dependendo do excesso de peso que passa por ela, conforme explica a doutora em engenharia civil Liedi Bernucci, especialista em pavimentação asfáltica. Ela é também professora titular do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação. Segundo Liedi, não basta somente controlar o PBT (Peso Bruto Total) do caminhão, mas também o peso por
eixo e a distância entre os eixos. Um caminhão pode estar com o PBT dentro da legalidade, mas se a distribuição da carga não estiver correta, isso acarretará em danos ao pavimento. De acordo com a professora, a proporção dos defeitos no pavimento devido ao excesso de carga é muito elevada. Liedi explica que, se um caminhão trafegar com 20% de excesso de carga no eixo traseiro simples de rodas duplas, o dano causado ao pavimento será equivalente a aproximadamente dois caminhões trafegando com o carregamento permitido nos eixos.
“Ou seja, nesse caso, 20% de excesso de peso significa aumento de cerca de 100% do dano que o caminhão (com a quantidade de carga correta) causaria ao pavimento.” A especialista em pavimentação asfáltica destaca que o caminhoneiro e o transportador também ganham quando o transporte acontece dentro da lei. “Se um pavimento que deveria durar dez anos passa a durar somente quatro pelo excesso de peso, começam os buracos na pista e vão ocorrer problemas. Pode haver quebra da suspensão, desgaste do pneu, maior gasto de combustível”, diz Liedi.
rão ter 238 pontos de pesagem até 2013
aspectos positivos. Além de proporcionar menos danos ao asfalto e de levar mais segurança às rodovias, as balanças contribuirão para uma concorrência mais justa dentro do próprio setor. A opinião é do presidente da Fecam (Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Eder Dal’Lago. Segundo ele, há caminhões bitrem trafegando no Brasil com até 20 toneladas a mais do que o permitido. “Esses
caminhões estão estragando o frete do autônomo. Estão prejudicando o caminhoneiro que trabalha direito. A carga que teria que ser levada por dois caminhões acaba sendo transportada somente por um. É uma barbaridade isso que está acontecendo”, afirma. Na avaliação de Dal’ Lago, será positivo para o país o funcionamento efetivo das balanças, mas ele diz que o projeto deve ser viabilizado o mais rapidamente possível. “Queremos ver isso sair do
papel. Sempre falam de balanças, mas há uma demora grande para colocar os equipamentos funcionando.” Na segunda fase do Plano Nacional de Pesagem do Dnit, estão previstos oito pontos de pesagem no Rio Grande do Sul e outros oito em Santa Catarina. “Se isso acontecer, vai ser realmente muito bom. Mas preciso chamar a atenção para outras duas coisas. Esses novos postos têm que funcionar 24 horas para que os motoristas não planejem
passar na rodovia no momento em que estiverem fechados. E também é necessário incentivar os governos a implantar balanças nas rodovias estaduais.” O diretor-técnico da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Neuto Gonçalves dos Reis, afirma que o setor é a favor do controle de peso dos veículos, tanto pela questão da segurança e da conservação do pavimento como também sob
NOVOS POSTOS DE PESAGEM Confira as rodovias onde serão instalados 161 postos RODOVIA ACRE BR-364 ALAGOAS BR-101 BR-101 BR-423 BR-423 BR-101 BR-104 BR-316 AMAZONAS BR-174 BR-319 BR-319 BAHIA BR-101 BR-407 BR-101 BR-101 BR-101 BR-101 BR-135 BR-242 BR-242 BR-110 BR-242 BR-330 CEARÁ BR-116 BR-116 BR-116 BR-116 BR-222 BR-020 ESPÍRITO SANTO BR-101 BR-259 BR-262 BR-259 GOIÁS BR-153 BR-153 BR-050 BR-050 BR-153 BR-153 BR-020 BR-060 BR-060 BR-060 BR-070 BR-070 BR-060 BR-364 BR-364 BR-060 BR-364 BR-364 MARANHÃO BR-222 BR-316 BR-316 BR-135 BR-135
MUNICÍPIO Rio Branco Novo Lino Porto Real do Colégio Ouro Branco Delmiro Gouveia São Miguel dos Campos Murici Maravilha Rio Preto da Eva Local previsto Local previsto Rio Real Juazeiro Cruz das Almas Cruz das Almas Gandu Aurelino Leal Riachão das Neves Lagedinho Oliveira dos Brejinhos Alagoinhas Seabra Ubaitaba Aquiraz Chorozinho Barro Barro São Gonçalo do Amarante Caucaia Linhares João Neiva Viana do Castelo João Neiva Uruaçu Uruaçu Cristalina Catalão Hidrolândia Jaraguá Flores de Goiás Alexânia Goianapolis Goianapolis Cocalzinho de Goiás Cocalzinho de Goiás Rio Verde Mineiros Mineiros Rio Verde Jataí Jataí Santa Inês Peritoró Peritoró Itapecuru-Mirim Miranda do Norte
RODOVIA MINAS GERAIS BR-116 BR-251 BR-122 BR-116 BR-381 BR-267 BR-356 BR-262 BR-262 BR-265 BR-265 BR-265 BR-459 BR-459 BR-354 BR-365 BR-153 BR-251 BR-262 BR-262 BR-262 BR-354 BR-494 BR-040 BR-251 BR-365 BR-365 BR-452 BR-452 MATO GROSSO DO SUL BR-158 BR-158 BR-267 BR-262 BR-262 BR-163 BR-163 BR-163 BR-060 MATO GROSSO BR-163 BR-163 BR-163 BR-174 BR-070 BR-070 PARÁ BR-010 BR-010 BR-153 BR-153 PARAÍBA BR-101 BR-230 BR-101 BR-104 BR-230 PERNAMBUCO BR-101 BR-232 BR-101 BR-104 BR-104 BR-408
MUNICÍPIO Pedra Azul Grão Mogol Montes Claros Além Paraíba São Gonçalo do Rio Abaixo Argirita Muriaé Matipó São Domingos do Prata Prados Prados Itumirim Pouso Alegre Sta Rita do Sapucaí Cana Verde Pres Olegário Centralina Unaí Moema Moema Campos Altos Formiga Cláudio São Gonçalo do Abaeté Unaí Indianópolis Indianópolis Tapuirama Tapuirama Cassilândia Paranaíba Bataguassu Três Lagoas Três Lagoas Dourados Nova Alvorada do Sul Nova Alvorada do Sul Campo Grande Rondonópolis Diamantino Nova Mutum Pontes e Lacerda Primavera do Leste Primavera do Leste Paragominas Ipixuna do Pará Marabá Marabá Mamanguape Santa Rita Caapora Queimadas Pocinhos Goiana São Caetano Ribeirão Toritama Agrestina Carpina
RODOVIA PIAUÍ BR-135 BR-226 BR-343 BR-020 BR-230 BR-316 BR-020 PARANÁ BR-476 BR-153 BR-476 BR-153 RIO DE JANEIRO BR-356 BR-493
MUNICÍPIO Riachão das Neves Teresina Floriano Picos Dom Expedito Lopes Teresina Pio IX São Mateus do Sul Japira São Mateus do Sul General Carneiro
Campos dos Goytacazes Local previsto - obra de terraplenagem será realizada pelo Dnit BR-493 Local previsto - obra de terraplenagem será realizada pelo Dnit RIO GRANDE DO NORTE BR-304 Mossoró BR-304 Mossoró BR-101 São José de Mipibu BR-226 Macaíba BR-110 Mossoró BR-304 Mossoró BR-405 Mossoró RONDÔNIA BR-364 Ariquemes BR-364 Porto Velho RORAIMA BR-174 Boa Vista RIO GRANDE DO SUL BR-153 Severiano de Almeida BR-158 Frederico Westphalen BR-158 Cruz Alta BR-472 Itaqui BR-285 Pejuçara BR-392 São Sepé BR-158 Palmeira das Missões BR-158 Panambi SANTA CATARINA BR-280 Guaramirim BR-470 Ilhota BR-470 Lontras BR-470 São Cristovão do Sul BR-282 Águas Mornas BR-153 Irani BR-163 Dionísio Cerqueira BR-282 Catanduvas SERGIPE BR-101 Nossa Senhora do Socorro BR-101 Cristanópolis BR-235 Nossa Senhora do Socorro TOCANTINS BR-153 Wanderlândia BR-153 Barrolândia BR-153 Gurupi Fonte: Dnit
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
“É necessário incentivar os governos a implantar balanças nas rodovias estaduais“ EDER DAL’LAGO, PRESIDENTE DA FECAM
DNIT/DIVULGAÇÃO
CONCEDIDAS
Sobrecarga é preocupação
LIMITES Há controvérsias sobre índices definidos
o ponto de vista econômico. “Se houver controle de peso, vai precisar de mais caminhões para transportar a mesma carga. Isso melhora o frete.” Conforme Reis, é ilusão pensar que a sobrecarga trará uma receita a mais para o transportador. Ele lembra que o peso em excesso acarreta em mais custos operacionais. “A manutenção do caminhão será mais cara. O veículo vai quebrar, terá mais problemas nos pneus, na suspensão e no
chassi. Vai perder velocidade na estrada e consumir mais combustível.” De acordo com o diretortécnico da NTC, algumas críticas do setor são que, além de existirem poucos equipamentos em funcionamento, os pontos de pesagem não funcionam 24 horas. Reis ressalta também que o setor reivindica uma tolerância maior na multa por eixo, de 11%. Atualmente, a lei determina 7,5% de tolerância para a multa por eixo e 5% para a
Nas rodovias concedidas à iniciativa privada, cabe às concessionárias fornecer, instalar e operar as balanças rodoviárias. As multas, entretanto, não são aplicadas por elas, mas pelos poderes concedentes ou pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via. Conforme o coordenador técnico da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), Gil Guedes, o controle do excesso de peso é uma das preocupações centrais. “A prática da sobrecarga, infelizmente arraigada em nosso país, é a principal causa da deterioração e do envelhecimento precoce de nossos pavimentos, além de resultar desgaste prematuro nos veículos e contribuir para o aumento e o agravamento dos acidentes nas rodovias”, diz Guedes. Ele destaca dois aspectos importantes a serem controlados. Um deles é o excesso de carga no PBT (Peso Bruto Total) ou no PBTC (Peso Bruto Total Combinado). O segundo é o excesso de carga nos eixos ou conjunto de eixos. O motivo da necessidade
desse duplo controle, conforme Guedes, é que o excesso no PBT ou no PBTC determina o colapso de pontes e viadutos. E o excesso em eixos e conjuntos de eixos deteriora o pavimento. Nas rodovias concedidas, há 122 balanças – 24 localizadas nas rodovias concedidas federais, 59 nas concessões estaduais de São Paulo, 24 nas concessões estaduais do Paraná, quatro nas concessões estaduais do Rio Grande do Sul e 11 nas concessões localizadas nos demais Estados. No geral, o excesso de peso é detectado em menos de 0,5% dos veículos fiscalizados, segundo Guedes. “Embora as concessionárias operem pouco mais de 15 mil km de rodovias em nove Estados, a maior concentração de balanças ocorre nos 5.265 km de rodovias estaduais concedidas de São Paulo”, comenta o coordenador técnico da ABCR. A quantidade e a operação das balanças seguem as especificações dos respectivos contratos de concessão.
33
CONVÊNIO
Universidade estuda tecnologia Para desenvolver a tecnologia e tentar baixar os custos do sistema de pesagem em rodovias, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) assinaram um termo de cooperação, com validade até 2012. Uma das propostas é tornar a pesagem mais rápida, economizando o tempo do motorista e também gerando menos gastos ao Dnit. Atualmente, os caminhões são direcionados para uma balança de préseleção, onde passam a 60 km/h. Os que estiverem corretos seguem em frente logo depois. Os que não estiverem são direcionados a uma balança de precisão. Nos 161 postos a serem instalados até 2013, será implantada uma mudança para acelerar a operação. A pré-seleção acontecerá na pista principal da rodovia, na velocidade permiti-
da na via. Dessa forma, quem estiver dentro do limite não perderá tempo. Só terão de reduzir a velocidade aqueles com excesso de peso. No futuro, a ideia é que todo o processo seja feito na pista principal. Não haverá a pré-seleção, conforme informa o pesquisador em transportes e logística Marcio RL Paiva, da UFSC. Ele é o coordenador técnico do projeto de pesagem, em parceria com o Dnit. “Queremos tornar o controle de sobrepeso mais eficiente.” Segundo Paiva, as balanças para a pesagem em movimento utilizam sensores em forma de placa, que recebem o peso das rodas e os transmitem a outros sensores. Pelo convênio entre a universidade e o Dnit, têm sido feitos testes de tecnologias em uma pista de Araranguá (SC). ESCOLHA Novos pontos de
pesagem do peso bruto total. Mas ele afirma que, por questões operacionais, é necessária a permissão para um percentual maior. Investimento O governo federal vai investir nesse projeto de pesagem R$ 1,1 bilhão, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O valor será destinado a projetos, construção dos postos, equipamentos, operação e manutenção. De acordo com o
coordenador de operações do Dnit, em 2005, o Exército começou a fazer um estudo, em parceria com o departamento, para a implantação das balanças. A definição de onde esses pontos de pesagem seriam implantados se deu a partir desse estudo, que levou em consideração informações como volume de tráfego, pesquisa de origem e destino e mapeamento dos produtos transportados. Os postos de pesagem
operam com equipamentos fixos e móveis. Os veículos que estão passando na pista são pesados inicialmente quando trafegam a uma velocidade de 60 km/h em balanças chamadas de seletivas. Se for indicado algum excesso, o veículo é direcionado para as balanças de precisão, onde passam com velocidades de até 10 km/h. Se for confirmado o excesso, o motorista é direcionado a um pátio e recebe na mesma hora a notificação para poste-
rior autuação. Em alguns casos, de acordo com a lei, é efetuado o remanejamento da carga excessiva, eliminando o excesso em algum eixo do veículo. Mas se o peso bruto total for excedido, é necessário fazer o transbordo para outro veículo. Entretanto, quando há produtos perigosos ou perecíveis e quando há passageiros, a legislação permite a liberação do veículo, conforme explica Varejão. A Pesquisa CNT de Rodovias 2010 constatou uma
PUGÁS/DNIT/DIVULGAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL
35
JUNHO 2011
“Queremos tornar o controle de sobrepeso mais eficiente” MARCIO PAIVA, COORDENADOR TÉCNICO DO PROJETO DE PESAGEM
Fiscalização Veículos com excesso de peso Ano
Fiscalizados
Acima do peso
Percentual (%)
Postos em operação
2010
10,5 milhões
680 mil
6,5
71
2009
6,63 milhões
460 mil
7,06
48
Infração por tipo de veículo (caminhões e ônibus) Tipo
Percentual 2010 (%)
Percentual 2009 (%)
Semirreboque (1 articulação)
45,6
42,46
Rígido (sem articulação)
22,07
23,58
Trem (mais de 1 articulação)
16,33
18,88
Ônibus
16
15,08
Fonte: Dnit
pesagem foram escolhidos após estudos
melhoria na extensão do pavimento classificado como ótimo ou bom de 8,3 pontos percentuais, em relação ao levantamento de 2009. Conforme o representante do Dnit, os 71 postos de pesagem, em funcionamento em 2010, já devem ter surtido efeito na conservação do pavimento. Entretanto, Varejão afirma que não é possível estimar se há relação com a constatação da pesquisa da CNT. “É importante lembrar que também houve muito investimento do
governo federal nas rodovias, levando à melhoria das condições”, diz o coordenador de operações do Dnit. Algumas estimativas do departamento apontam que, se não houver qualquer plano de pesagem no país, é possível calcular anualmente um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em relação a danos no pavimento das rodovias. “É importante destacar que, se não há excesso de carga, o recurso que está sendo destinado para a recuperação precoce
do pavimento poderia ir para outros investimentos na malha, para ampliação da capacidade”, diz Varejão. Penalidade Na avaliação do coordenador de operações do Dnit, a penalidade por excesso de carga é branda. Segundo ele, a multa é de R$ 85,13, podendo ser maior, conforme a irregularidade. “A média costuma ser R$ 181, o que é muito pouco pelo estrago que um veículo com excesso de peso pode fazer.”
Segundo Varejão, o Dnit tem a intenção de articular para que essa penalidade venha a ser aumentada. Estudos estão sendo feitos, com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), na área de implantação dos postos de pesagem. A ideia do Dnit é, no futuro, propor alterações nas legislações, inclusive no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), para que a multa aplicada seja proporcional ao estrago feito na rodovia. l
TECNOLOGIA
POR MIRIAM GOMES CHALFIN
partir de 2012, a Volvo começa a produzir, em sua fábrica de Curitiba (PR), o câmbio eletrônico I-Shift para ônibus e caminhões. A planta industrial já começou a ser adaptada para atender à linha de produção nacional, em torno de 20 mil caminhões e de mil ônibus rodoviários de longa distância por ano. Segundo o gerente de Engenharia de Vendas da Volvo do Brasil, Álvaro Menoncin, a empresa está investindo R$ 25 milhões na adaptação, de olho num mercado promissor. Em 2006, quando a caixa eletrônica – importada da fábrica localizada na cidade de Köping, na Suécia, sede mundial do Grupo Volvo – chegou ao Brasil, a demanda era de apenas 3% da produção. Hoje, já atingiu a casa dos 70%. No caso dos ônibus rodoviários, desde 2007, 100% da produção é embarcada com a tecnologia. Para Menoncin, o crescimento está diretamente liga-
A
DEMANDA Linha de montagem de motores da Volvo, em
Segurança Câmbio eletrônico para ônibus e caminhões do aos benefícios que o equipamento traz ao motorista e ao transportador. “As vantagens vão desde o conforto e segurança ao dirigir até a redução do custo operacional”, diz o gerente. Ele explica que a caixa I-Shift não tem
pedal de embreagem. No modo automático, o motorista usa apenas os pedais de aceleração e não precisa se preocupar em trocar marchas. Um ganho e tanto para o caminhoneiro – por exemplo, no trajeto de São Paulo (SP) a
Porto Alegre (RS), cerca de 1.060 km, o motorista teria de fazer de 600 a 650 trocas de marcha. No caso de ônibus de longa distância, não são necessárias tantas trocas de marcha, mas o câmbio eletrô-
VOLVO/DIVULGAÇÃO
Curitiba (PR); fabricante está fazendo adaptações no local para a produção do câmbio eletrônico no próximo ano
e economia será produzido no Brasil a partir de 2012 nico permite maior conforto aos passageiros, já que não há arrancadas bruscas nem ruídos. “No caso de ônibus, a característica é que ele transporta carga viva. O principal ganho é a segurança, já que o motorista fica o tempo todo
com as duas mãos ao volante e não precisa olhar para a alavanca de marcha nem fazer trocas”, diz Gilcarlo Prosdócimo, engenheiro de Vendas da Volvo Bus Latin America. Segundo ele, para a empresa de ônibus, uma das
vantagens é a economia de combustível, cerca de 5% em relação aos veículos convencionais. “Além disso, é registrada uma economia significativa na manutenção, como 30% a menos no desgaste de pneus e no mínimo o dobro de
vida da embreagem.” E o motorista começa e termina a viagem descansado, já que não precisa trocar marchas em semáforos ou congestionamentos. No fim das contas, essa facilidade traz ganhos aos condutores, já que evita o esforço repetitivo de troca de marchas como no sistema convencional. “Os motoristas de ônibus e caminhões sofrem várias lesões no ombro devido ao tipo de câmbio. A lesão ocorre por causa do movimento amplo da marcha, da força gerada para sua troca e, principalmente, pela repetição do movimento nas constantes mudanças. O movimento repetido, agregado à força, causa um desgaste articular e inflamações musculares e de tendões, levando ao afastamento temporário do motorista”, afirma o fisioterapeuta Aloysio Murta Dias Duarte, do Sest Senat de Belo Horizonte (MG). Segundo ele, durante a troca de marcha, os movimentos gerados são basicamente dois: o de flexão (para frente) e o de extensão (para trás). “Isso faz com que
38
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
ocorra um fortalecimento exagerado de apenas um grupo muscular, gerando um desequilíbrio articular com possíveis lesões.” Como funciona O sistema eletrônico I-Shift é um computador avançado que alivia o peso da caixa em 70 Kg. A Unidade Eletrônica de Controle da caixa verifica a inclinação da rodovia e o peso bruto do veículo e seleciona automaticamente a marcha mais adequada. Basta acelerar e frear. O motorista pode escolher também a forma de conduzir: econômica ou de potência. O sistema também inibe trocas indevidas de marchas, garantindo que o veículo rode com o motor em condição otimizada. No modo manual, um simples toque em um botão troca as marchas. Ao otimizar a rotação do motor, o consumo de combustível é reduzido. Álvaro Menoncin afirma que, segundo pesquisas feitas com clientes que usam a caixa eletrônica, o gasto com combustível fica de 3% a 5% menor em cada viagem. A Golden Cargo, transportadora paulista que tem uma
VANTAGENS Equipamento facilita a troca de marchas e pode garantir redução
“O principal ganho é a segurança. O motorista fica o tempo todo com as mãos ao volante” GILCARLO PROSDÓCIMO, VOLVO
frota de 26 carretas Volvo, é uma das empresas que optaram pelo câmbio I-Shift. O gerente de manutenção da Golden, Marcello Pierri, conta que duas carretas rodam com o sistema e que a economia de combustível já atingiu 8% por quilômetro. “Essa diferença paga a manutenção mensal do veículo.” Os condutores também aprovam o câmbio automático já que se cansam menos nas viagens. “O equipamento diminui o esforço e reflete na segurança para a condução. O motorista se
dedica mais ao trajeto, fica mais concentrado na rodovia. Com isso, reduz-se o número de acidentes”, diz Pierri. O conforto e a segurança também são destacados pelo engenheiro mecânico da Expresso Princesa dos Campos, de Ponta Grossa (PR), Raphael Diego Collares. A empresa de ônibus tem hoje uma frota de 305 veículos, 36 deles com o I-Shift. Aqui também entra a questão da economia de combustível: no mínimo 10% ao mês, fora a redução dos custos de manu-
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
39
SEST SENAT/SÃO VICENTE/DIVULGAÇÃO
de até 5% no consumo de combustível e 30% na manutenção de veículos
tenção. “Temos veículos que chegam a rodar 600 mil quilômetros sem precisar trocar a embreagem. Se fosse num carro normal, não passaria dos 350 mil quilômetros”, afirma. O caminhoneiro Carlos Alves Maciel, 48 anos, aprova a novidade. “Já fiz viagens longas usando o sistema e não tive nenhum problema. O modelo com o I-Shift não exige muita força e eu não preciso trocar a marcha com tanta frequência.” Maciel acrescenta também que o câmbio eletrô-
“Movimentos repetidos causam desgaste articular e inflamações musculares” ALOYSIO MURTA DIAS DUARTE, FISIOTERAPAUTA
nico é fácil de manusear e facilita o trabalho do motorista, evitando o cansaço. “Ao dirigir um veículo que não exige muito esforço, você se sentirá mais descansado durante o dia, durante o expediente. Isso é um fator relevante que diminui o risco de acidentes causados por cansaço, estresse no trânsito etc. Depois do expediente, você se sente menos cansado, dorme e acorda mais disposto.” Assim como nos automóveis, o câmbio automático em caminhões e ônibus torna o veículo pelo menos 20% mais caro. “O valor dessa diferença se paga com a economia mensal de combustível e com outros ganhos que você não consegue mensurar, como a segurança maior e menor número de acidentes”, diz Marcello Pierri. O instrutor Domingos Silva, do Conselho Regional do Sest Senat de Minas Gerais, destaca que o grande ganho do sistema automático é o uso de marcha apenas na parada. “No modo mecânico, a redução de trocas chega a 38%. O conforto e a segurança têm atraído cada vez mais motoristas, que fazem treinamento
de 16 horas para aprender a usar o sistema da Volvo. Em 2010, foram treinados 600 motoristas de carreta. Neste ano, já foram cerca de cem. A demanda está crescendo.” Álvaro Menoncin, da Volvo, acrescenta que a empresa possui instrutores também para atuar nas cerca de 80 concessionárias da marca, espalhadas pelo Brasil, ou na própria empresa do cliente. A Scania também trabalha com câmbio automatizado de marchas, adaptado ao câmbio manual. Trata-se do Opticruise, que minimiza o trabalho de troca de marchas para o motorista e proporciona uma condução mais uniforme, de forma a otimizar o uso de combustível. O sistema está disponível para os veículos da marca produzidos no Brasil desde 2001, segundo informou a assessoria de imprensa da fábrica. O principal ponto que pode ser observado pelos proprietários de frotas é a redução da influência do motorista nos resultados da operação, o que contribui na redução de custos em freios, embreagem, combustível e trem de força, entre outros. l
40
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
EDUCAÇÃO
Para atender o mercado Faculdade de Tecnologia do Transporte abre vestibular para as primeiras turmas dos cursos de tecnologia em transporte terrestre e em logística POR
crescimento da economia nacional faz aumentar também a busca por profissionais especializados. E, diante das novas perspectivas de mercado, surge uma lacuna: falta mão de obra preparada para atender às novas exigências das empresas. Uma pesquisa divulgada em maio pela consultoria Manpower revela que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de falta de mão de obra. Em primeiro lugar está o Japão, onde a população está envelhecendo,
O
OPORTUNIDADE
LIVIA CEREZOLI
e, em segundo, a Índia, uma economia emergente que cresce acima da média mundial. A sexta edição do levantamento foi realizada com 40 mil empregadores em 39 países durante o primeiro trimestre de 2011. Segundo os dados da Manpower, 57% dos 876 empregadores brasileiros ouvidos encontram dificuldade em preencher funções e posições dentro de suas organizações. Os cargos com a maior escassez de talentos são técnicos em produção, operações, engenharia e
manutenção, seguidos por engenheiros e motoristas. O país que sediará dois grandes eventos esportivos – Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 – e passa por um momento de realização de grandes obras também convive com a falta de mão de obra nas áreas de gestão dos setores de transporte e logística. De acordo com Rudney Pereira Júnior, gerente de projetos do Grupo Foco, que atua na área de seleção de talentos, todas as posições que tenham alguma relação com a área de infraestrutura enfren-
tam o problema da deficiência de pessoal. “Infelizmente, o mercado ainda não forma profissionais em número suficiente para atender a demanda que está sendo gerada. Desde o nível mais básico até o mais graduado, falta pessoal”, afirma ele. Segundo o gerente, a busca por profissionais para preencher as vagas existentes em empresas de transporte e logística podem durar entre 20 e 30 dias, dependendo das exigências para o cargo. “As duas carreiras são bastante promissoras e é
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
41
CNT/DIVULGAÇÃO
SAIBA MAIS Conheça os cursos e o processo seletivo CURSOS DE GRADUÇÃO Tecnólogo em Logística Duração: 2 anos Modalidade: presencial Tecnólogo em Transporte Terrestre Duração: 2 anos Modalidade: presencial PROCESSO SELETIVO AGENDADO Exigências • Somente poderão inscrever-se candidatos que possuam certificado de conclusão do ensino médio Locais para inscrição • Pessoalmente, na Secretaria da Faculdade de Tecnologia do Transporte, SAUS Quadra 1, Bloco J, 5° andar – Ala B - Edifício CNT, Brasília De segunda a sexta, das 9h às 20h • Pela Internet, no site www.factransporte.edu.br INFORMAÇÕES (61) 3315-7243 ou secretaria@factransporte.edu.br Fonte: Faculdade de Tecnologia do Transporte
Instituição oferece cursos para atender a demanda crescente de profissionais
necessário investir em formação para alcançar um bom lugar no mercado.” Para Yun Young Cha, consultora de logística e contrato da Hays Brasil, empresa especializada em recrutar profissionais para média e alta gerência, a formação tecnológica tem o diferencial de ser totalmente voltada para a atuação no mercado. “Ela é mais focada e menos generalista. Isso traz resultados mais rápidos para a empresa.” Pereira Júnior acredita que as empresas estão cada vez mais abertas a esse tipo de
formação técnica que alia o conteúdo à prática das atividades de uma forma mais específica. Segundo a consultora da Hays Brasil, para atuar na gestão das áreas de logística e transporte, as empresas procuram profissionais com visão ampla de mercado, que tenham conhecimentos de informática e inglês, noções de economia e saibam se relacionar com os demais setores da instituição. Faculdade Para quem se interessou e pretende investir nessa área,
a Faculdade de Tecnologia do Transporte, instituição vinculada à CNT (Confederação Nacional do Transporte do Transporte), oferece os cursos de graduação tecnológica em transporte terrestre e em logística, ambos com duração de quatro semestres. As inscrições para o primeiro processo seletivo estão abertas até o dia 11 de julho, e o início das aulas está previsto para 1º de agosto. Podem se inscrever os candidatos que possuam certificado de conclusão do ensino médio. A faculdade conta com um
corpo docente formado por mestres e doutores e tem como proposta formar tecnólogos, com visão crítica e pensamento inovador, conforme as necessidades do mercado e que exercerão funções estratégicas como gerentes e executivos. A aproximação da instituição com as lideranças e empresários do setor de transporte, por meio da CNT, possibilita aos estudantes contato com as rotinas das empresas, em todo o país e a realização de estágios, estudos e pesquisas. l
44
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
AVIAÇÃO
Editais até dezembro Aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília serão os primeiros concedidos à iniciativa privada; Confins e Galeão estão na lista POR CYNTHIA
edital de concessão de pelo menos três aeroportos brasileiros deve ficar pronto até o final deste ano. O governo federal anunciou no dia 31 de maio a decisão de realizar concessões para os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). De acordo com o modelo definido, as concessões serão feitas por meio das SPEs (Sociedades de Propósito Específico), a serem constituídas por investidores privados. A Infraero (Empresa Brasileira
O
CASTRO
de Infraestrutura Aeroportuária), estatal que administra os aeroportos brasileiros, deverá ter participação de até 49% e a iniciativa privada, de 51%. A SPE, que será uma empresa privada, ficará responsável por novas construções e pela gestão desses aeroportos. De acordo com nota divulgada pela Secretaria de Aviação Civil, “como acionista relevante das SPEs, a Infraero participará das principais decisões da companhia”. Em abril deste ano, o governo federal já havia anunciado a
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
45
INFRAERO/DIVULGAÇÃO
46
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
RECURSOS
Regionais receberão R$ 102 milhões Dezoito aeroportos regionais de 12 Estados brasileiros deverão receber recursos do governo federal. A Secretaria de Aviação Civil aprovou a liberação de R$ 102,3 milhões de investimentos, e os repasses serão feitos via convênio com os governos estaduais. Até o início de dezembro, devem ocorrer o detalhamento do convênio e as assinaturas. A medida vai atender à primeira fase do plano de investimentos do Profaa (Programa Federal de Auxílio a Aeroportos). Na avaliação da Abetar (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional), o anúncio é positivo, entretanto a verba ainda é insuficiente. “É preciso muito mais para que amenizemos os problemas nos aeroportos secundários. Até o final de 2011, 14 aeroportos que atendem a aviação regional correm o risco de encerrar suas atividades, caso não obtenham os recursos necessários para atender às solicitações previstas na resolução nº 115 da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil)”, afirma o presidente da Abetar, Apostole Lazaro Chryssafidis. Segundo ele, entre as exigências, está a aquisição de caminhão de combate a incêndio, uma das maiores dificuldades encontradas devido ao alto custo. Um estudo da Abetar, que deve ser divulgado neste semestre, analisou a infraestrutura de 174 aeroportos em todo o Brasil. A entidade sugere ao governo federal que o Profaa passe a aceitar emendas parlamentares para ampliar a captação de verbas. Os aeroportos que poderão receber os recursos ficam localizados nas seguintes cidades: Marechal Thaumaturgo (AC), Barreiras (BA), Vitória da Conquista (BA), Iguatu (CE), Linhares (ES), Anápolis (GO), Bacabal (MA), Campo Grande (MS), Dourados (MS), Breves (PA), Fernando de Noronha (PE), Cabo Frio (RJ), Ji-Paraná (RO), Caxias do Sul (RS), Vacaria (RS), Passo Fundo (RS), Rio Grande (RS) e Santo Ângelo (RS). (Aerton Guimarães)
ADIADO Concessão do aeroporto
intenção de conceder aeroportos para a iniciativa privada, como uma medida fundamental para dar a agilidade necessária às obras, até a realização do Mundial. No dia 31 de maio, foram divulgados esses primeiros detalhes sobre prazos e formato das concessões. O anúncio foi feito depois de uma reunião no Palácio do Planalto entre a presidente Dilma Rousseff, prefeitos e governadores das cidadessede da Copa de 2014 sobre as
Infraero pode ficar com até
49% no novo modelo de concessão
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
47
ALEX DE JESUS/O TEMPO/FUTURA PRESS
EM ESTUDO
Mais participação estrangeira Outra medida relacionada à aviação e que afeta diretamente as empresas brasileiras está para ser votada no plenário da Câmara. São as propostas de mudanças no Código Brasileiro de Aeronáutica (PL nº 6716/09). As mudanças no Código de Aeronáutica estão previstas em substitutivo aprovado em 2010 por uma comissão especial que analisou o PL nº 6716/09 e outros 31 projetos de lei sobre o tema. Uma das principais mudanças é a permissão para que as aéreas nacionais tenham até 49% de capital estrangeiro com direito a voto. Hoje, esse limite é de 20%. O texto também estabelece
novas regras em benefício dos passageiros, como o direito a refeições e meios de comunicação em caso de duas horas de atraso no voo, e hospedagem ou transporte para casa após três horas de atraso. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já disciplinou o assunto ao determinar que a empresa forneça mecanismos de comunicação (Internet e telefonemas) depois de uma hora de atraso. E, a partir de duas horas, alimentação (lanche e bebida). Somente depois de quatro horas de atraso é obrigatório arranjar acomodação ou transporte para o domicílio, se o embarque ocorrer na cidade do usuário.
de Confins (MG) ainda está em estudos
providências para o evento esportivo. “A gente tem que mostrar que a Copa vai sair e que temos capacidade para fazer a melhor das Copas”, disse a presidente. A metodologia e os demais critérios do edital de concessão serão elaborados por empresas especializadas, devendo estar prontos em dezembro deste ano. De acordo com a Secretaria de Aviação Civil, a Infraero continuará a implementar os investimentos previstos no seu planejamento estratégico.
Na ocasião do anúncio, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, informou que as medidas anunciadas visam atender à demanda para os próximos anos, inclusive para o período da Copa de 2014. Bittencourt afirmou também que o governo continua realizando os estudos para a concessão de mais dois aeroportos: Confins (MG) e Galeão (RJ). Os editais de concessões dos três primeiros aeroportos deverão definir o tempo des-
Investimento na aviação regional vai beneficiar
12 Estados
sas futuras concessões e as regras, como, por exemplo, se a mesma empresa poderá participar da disputa de mais de um negócio. Durante a reunião no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff também pediu a governadores e prefeitos que trabalhem para acelerar as obras nos estádios para o Mundial de Futebol. Sobre as concessões dos aeroportos de Confins, em Minas Gerais, e do Galeão, no Rio de Janeiro, até o fechamento desta edição não havia ainda a previsão do governo sobre quando ficariam prontos os editais. Pelas previsões da Infraero, os aeroportos diretamente relacionados às 12 cidades-sede receberão mais de R$ 5 bilhões de investimentos. Para os aeroportos de Confins e do Galeão, estavam previstos R$ 408,6 milhões e R$ 687,4 milhões, respectivamente. No de Confins, haverá reforma e modernização do terminal de passageiros, adequação do sistema viário e reforma e ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios. No Galeão, o terminal de passageiros 1 será reformado e será concluída a reforma do terminal de passageiros 2. l
48
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
FERROVIÁRIO
Troca de experiências Exemplos brasileiros no setor ferroviário de cargas e de passageiros são apresentados em Miami POR
s medidas necessárias para o fortalecimento do transporte ferroviário de cargas e de passageiros no Brasil e em outros países foram discutidas durante o Latin Rail 2011, conferência do setor realizada em Miami (EUA) em maio. Doze brasileiros, entre representantes do setor público e empresários, participaram do encontro e trocaram experiências com outros representantes do modal. O desenvolvimento de tecnologias pela indústria ferroviária e a importância dos trens turísticos foram alguns
A
CYNTHIA CASTRO
temas abordados em relação ao Brasil. O presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate, falou sobre commodities e o setor ferroviário. “O transporte de minério de ferro, grãos e açúcar está crescendo muito nesse modal.” Um balanço divulgado pela ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) no início do ano mostrou que de 1997 a 2010 houve uma elevação de 86% na movimentação de cargas pelas ferrovias do país. Esse aumento foi impulsionado,
principalmente, pelo transporte de produtos siderúrgicos e commodities agrícolas, como soja, milho e arroz. As inovações tecnológicas que vêm agregando valor a esse modal de transporte também foram abordadas pelo presidente da Abifer. De acordo com Abate, antes das concessões para a iniciativa privada (entre 1996 e 1998), um vagão para transporte de minério levava em torno de 95 toneladas. Hoje, com toda a tecnologia desenvolvida, os vagões estão levando 128 toneladas. “Isso possibilita
um aumento de produtividade fabuloso.” A Abifer tem atualmente 51 empresas associadas, que representam mais de 90% da massa ferroviária do país, conforme o presidente da associação. Segundo Abate, além de abastecer o mercado interno, essa indústria também tem se destacado nas exportações. Outro assunto abordado pelo representante da Abifer no Latin Rail foi o transporte ferroviário por contêineres, que cresceu “muito na última década”, mas ainda apresenta um potencial enorme de expansão. Cargas de alto valor agregado, como eletrodomésticos, motores e partes de veículos, podem ser transportadas por contêineres. Segundo Abate, antes das concessões eram transportados, por ano, pelo modal ferroviário, aproximadamente 3.500 contêineres. Hoje são cerca de 300 mil. “É um crescimento expressivo, mas esses 300 mil representam 3% do mercado de movimentações de contêineres no Brasil. A maioria ainda vai pelo modal rodoviário.” De acordo com o presidente da Abifer, foi muito positivo poder mostrar um pouco do setor em um evento internacio-
CNT TRANSPORTE ATUAL
49
JUNHO 2011
ANTF/DIVULGAÇÃO
FERROVIAS NO BRASIL Malha Trechos operados pela iniciativa privada: 28.465 km (carga) Frota 1997: 1.154 locomotivas e 43.816 vagões 2010: 3.130 locomotivas e 99.531 vagões Acidentes (por milhão trens.km) 1997: 75,5 2010: 15,3 Movimentação de cargas (em toneladas) 1997: 253,3 milhões 2010: 471 milhões
DEMANDA Mercado de passageiros tem crescido 9% ao ano e transportou quase 2 milhões em 2010
nal e também ouvir como as ferrovias estão se desenvolvendo em outros países. “É importante haver essa troca de experiências e saber quais são as perspectivas futuras do campo ferroviário por parte dos operadores, da indústria, dos fornecedores.” O diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, destacou que nos últimos anos tem havido uma maior participação do Brasil no modal ferroviário e citou que são quase 29 mil km de ferrovias. A expectativa é de que sejam viabilizados mais
6.000 km até 2015. “O Brasil vai bem de trem”, diz Vilaça, ao comentar a frase que é o slogan da campanha institucional da ANTF. Passageiros Na área de transporte de passageiros, um representante brasileiro que esteve no congresso em Miami foi o diretor-comercial da Serra Verde Express (com matriz em Curitiba) e vice-presidente da Abottc (Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos Culturais), Adonai Arruda Filho. Os 27 trens turísticos e cul-
turais em operação no Brasil foram apresentados por Arruda, que também explicou como funciona o sistema de legislação brasileira para as novas operações, as dificuldades e pontos positivos. De acordo com o vice-presidente da Abottc, o mercado tem crescido em média 9% ao ano, em número de passageiros. Em 2010, foram quase 2 milhões de pessoas transportadas. Também estão aumentando os trechos explorados e as solicitações de projetos. “Acho que o momento está positivo, estão aumentando os investi-
Fonte: ANTF
mentos. Uma das dificuldades é que não temos muito material rodante – vagão, locomotiva”, comenta Arruda. No Brasil, um dos trens turísticos mais tradicionais é o do morro do Corcovado, no Rio de Janeiro. Por ano, quase 1 milhão de passageiros são transportados, de acordo com o vice-presidente da Abottc. “Uma situação que poucas pessoas sabem é que esse trem veio antes do Cristo. Ajudou na construção.” Na avaliação de Arruda, o congresso em Miami foi muito positivo para o intercâmbio de informações. l
50
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
COMBUSTÍVEL
Controle eficiente Tecnologia ajuda a reduzir o consumo e a eliminar custos, além de beneficiar o meio ambiente POR
combustível é um dos itens determinantes para o valor final de um frete. Em alguns casos, pode chegar a 30% do custo variável por quilômetro rodado pelo veículo. Por isso, o desperdício do insumo é sinônimo de problemas para a empresa transportadora, bem como para o cliente, que poderá ter embutido, em sua conta final, o repasse desses gastos desnecessários. Nessas horas, de acordo com fornecedores e empresários do setor, a tecnologia torna-se uma ferramenta
O
MIRIAM GOMES CHALFIN
importante para evitar perdas financeiras e ajudar a melhorar a logística da empresa. O uso de software de gerenciamento de frota, garantem os transportadores, pode reduzir o consumo de combustíveis em até 10%. Para quem acredita que o índice de redução de consumo é baixo, empreendedores afirmam que a economia já é significativa. “O que vier para economizar é lucro para nós”, diz Vander Francisco Costa, proprietário da Vic Logística, com sede em Contagem (MG). Há
cerca de cinco anos, o empresário vinha procurando um sistema cuja tecnologia GPS abrangesse várias regiões do país. Depois de recorrer a dois sistemas diferentes – em meio a inúmeros serviços oferecidos no Brasil –, foi só há seis meses que a transportadora mineira encontrou uma solução que a atendesse nesse quesito, o sistema desenvolvido pela Ecofrotas. “Ao contrário dos outros sistemas, conseguimos reduzir o consumo de combustível já no primeiro mês de uso”, diz Costa. O empresário
estima que a redução do consumo de combustível nos últimos meses pela frota própria, composta por cerca de 300 veículos, esteja em torno de 10%. Na avaliação de Carlos Eduardo Nunes, diretor-geral da Nuntec Soluções Inteligentes, de Tubarão (SC), a sobrevivência das empresas que dispõem de frotas depende de uma gestão baseada na eficiência. “O combustível é a maior fatia do bolo do custo para o empreendedor. Mal gerenciado, resulta em prejuízos.” Especializada no desenvolvimento de sistemas
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
51
NUNTEC/DIVULGAÇÃO
QUADRO COMPARATIVO Frotcom Brasil • Sistema baseia-se no posicionamento GPS e comunicações GPRS • A partir de qualquer computador, conectado à Internet, os usuários podem controlar seus veículos: saber a hora em que o carro foi ligado e desligado e até quando o motorista excedeu a velocidade • O serviço inclui todas as comunicações e rastreamento de veículos, sendo possível monitorar todo o território do Brasil CTF (Controle Total de Frotas) • Veículos são equipados com um dispositivo interligado do hodômetro ao bocal do tanque • Os postos, por sua vez, são dotados de unidades controladoras interligadas aos bicos das bombas, onde são instalados antenas e um sistema de envio de dados • Quando um veículo credenciado posiciona-se para o abastecimento, o dispositivo automaticamente se identifica com a antena do bico da bomba • No momento do abastecimento, a antena registra, na unidade controladora do posto, todas as informações sobre o abastecimento GTA, Nuntec • Sistema automatiza todos os tipos de bombas de baixa e alta vazão de postos e comboios de abastecimentos, assim como hardwares de captura automática (wirelles) de hodômetro e horímetro de veículos, máquinas, caminhões e embarcações, gerando um controle maior sobre o abastecimento e evitando irregularidades
para gestão e operação de postos e comboios de abastecimento na modalidade wireless, a Nuntec tem hoje 5.000 veículos automatizados, entre máquinas de agronegócios, tratores e embarcações de pesca industrial. Com o uso da solução de controle da frota, a empresa estima que a economia no consumo de combustível gire em torno de 3% a 10%. “Com a análise dos relatórios obtidos após a implantação do sistema, o contratante pode descobrir que é possível utilizar 1,5
litro de combustível por hora em vez de 2,5 litros que antes eram gastos. Um sistema permite identificar onde se gasta desnecessariamente e corrigir esse erro”, diz Nunes. Outra vantagem, de acordo com ele, é que o cliente pode conferir as informações da frota após o término do abastecimento. Elas são disponibilizadas por meio de relatórios de médias de consumo por veículo, motoristas, período ou qualquer outra forma. A CTF Technologies do Brasil, de São Paulo, também
atua no ramo. Ariê Halpern, presidente da empresa, diz que ela foi uma das primeiras do tipo a operar no país, já em 1998. Hoje, gere cerca de 100 mil veículos em todas as regiões brasileiras. O sistema informatizado da CTF integra postos de abastecimento, frotas e bancos e funciona sem a interferência humana. A partir do momento em que o bico da bomba entra no tanque de combustíveis, a quilometragem do veículo é registrada. O sistema emite as faturas, e o débito é feito auto-
maticamente na conta do cliente. O presidente da CTF ressalta ainda que o sistema pode ser instalado em posto de abastecimento interno das empresas. O desvio de trajeto também é outra situação que pode ser sanada a partir de um software de gestão de frota. “Um sistema de controle da frota não só gerencia o uso do combustível, mas também faz o rastreamento, indicando se a rota determinada está sendo cumprida. Tudo isso pode ser acompanhado pelo gestor por meio da
52
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
MEIO AMBIENTE
Gerenciamento traz impactos ambiental e social A frota nacional hoje, segundo levantamento do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), é de quase 65 milhões de veículos. Toda essa quantidade de automóveis emite anualmente cerca de 171,1 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). A economia de combustível, segundo os especialistas, significa reduzir também a poluição. “Um sistema de gerenciamento da frota não somente é eficiente para diminuir os custos, mas tem impactos ambiental e social. Mesmo que a redução no consumo de combustível, por exemplo, seja somente de 10%, isso já é um ganho para o meio ambiente”, afirma o engenheiro ambiental Orílio Machado Borges Neto, da Verde Mata Engenharia Ambiental, de Belo Horizonte (MG). Aliado ao gerenciamento da frota,
o especialista sugere o plantio de árvores. “É o que chamamos de sequestro de carbono. As espécies absorvem grandes quantidades de gás carbônico presentes na atmosfera”, afirma. Programas de inspeção veicular, na opinião de Orílio Neto, também são eficientes. Na capital paulista, uma das soluções encontradas para amenizar a poluição causada por veículos foi a implantação do Programa de Inspeção Veicular Ambiental, iniciada em 2008 com a frota diesel, o combustível mais poluente. Em 2009, o projeto foi ampliado para 100% da frota de motos e para os automóveis registrados na capital entre 2003 e 2008. Desde 2010, 100% de todas as frotas diesel, motos e automóveis, obrigatoriamente, devem fazer a inspeção, completando assim o processo de implantação do
programa. No ano passado, passaram pela inspeção veicular cerca de 3 milhões de veículos. A medida, de acordo com a Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, visa minimizar as emissões de poluentes pelos veículos registrados na cidade, buscando estimular seus proprietários a fazer a manutenção adequada e manter as emissões de poluentes dentro dos padrões recomendados pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente). Em nota, o órgão comemorou os resultados do programa: no ano passado, foram eliminados “virtualmente” das ruas de São Paulo mais de 750 mil veículos. Isso porque os carros continuam circulando, mas regulados. Assim, passam a consumir menos combustível e emitir menos poluentes. ECONOMIA
Software pode gerar
10% de redução no combustível
Internet”, destaca José Cláudio Curado, diretor-geral da goiana Frotcom Brasil. Em operação no país desde 2010, a Frotcom tem hoje cerca de cem veículos cadastrados no sistema. Por meio do site da empresa, o empreendedor consegue visualizar a hora em que o motorista ligou o carro até o momento em que o motor foi desligado. O sistema também avisa quando o condutor exce-
deu a velocidade de 80 km/h. Tudo isso por meio de um dispositivo, menor que uma caixa de fósforos, instalado no veículo. E as soluções não se restringem somente aos grupos corporativos. No ano passado, a CTF lançou o PitStop, voltado para usuários particulares e empresas com características urbanas. Para abastecer o veículo, é necessário adquirir um chip, que é instalado no para-
brisa do carro. Ao chegar ao posto de combustíveis, o veículo é identificado pelo adesivo e o motorista reconhecido por meio de um leitor digital. “Ideal para o pai que paga o combustível do filho que vai para a faculdade, por exemplo. Ele pode ter uma cota diária de abastecimento e, ao chegar a esse limite, a bomba imediatamente para o abastecimento”, diz Ariê Halpern. Os créditos
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
53
FÁBIO DE LIMA/TRANSMARTINS/DIVULGAÇÃO
TRANSMARTINS
Economia de 8.000 litros/mês O controle manual da frota não foi suficiente para que a Transmartins, com sede em Belo Horizonte (MG), conseguisse economizar os gastos com combustível e manutenção dos seus veículos. Na tentativa de reduzir os custos, a empresa optou, em 2006, pela implantação de um sistema que gerenciasse toda a frota, desde a segurança até o combustível consumido. Cinco anos depois, os resultados são considerados satisfatórios pela diretoria da transportadora. “O consumo mensal de combustível girava em torno de 80 mil litros. Hoje, não passa dos 72 mil”, diz o presidente da empresa, Ulisses Martins. A economia da empresa não parou por aí. Martins estima que conseguiu reduzir em 16% o custo com a manutenção dos pneus. O software utilizado por ele também se mostrou eficien-
te na identificação do excesso de carga. “Se o cliente diz que estamos transportando 26 toneladas, mas na verdade há duas toneladas a mais, o sistema nos permite identificar o peso, pois isso faz com que o consumo de combustível aumente. Se com 26 toneladas conseguimos consumir 2,2 km/l, com 28 toneladas há o aumento de 15% na viagem.” O presidente da Transmartins diz ainda que o gerenciamento de forma manual atendia somente ao básico das necessidades da transportadora, como o consumo de pneus e de combustível. “Hoje, com o sistema eletrônico, conseguimos até mesmo identificar a causa do aumento do consumo de um veículo. Definitivamente, esse tipo de gerenciamento é fundamental atualmente, para não haver perdas financeiras para a empresa”, destaca.
Transmartins utiliza sistemas de gerenciamento de frota desde 2006
“Combustível é a maior fatia do bolo do custo para as empresas” CARLOS EDUARDO NUNES, NUNTEC
podem ser adquiridos por meio da Internet. Mas com tantos softwares de gestão de frota por aí, são os transportadores que dão dicas na hora de contratar um sistema que atenda às necessidades de logística da empresa. “Na hora de escolher um sistema de gestão de frota eficaz, o transportador precisa ter um produto que atenda às exigências da empresa e ter o
controle rigoroso da frota. Se isso não for privilegiado, o contratante terá problemas ao invés de uma solução”, diz Ulisses Martins, presidente da Transmartins, de Belo Horizonte (MG). Ele diz ainda que, além da solução para as perdas financeiras decorrentes do consumo exagerado do combustível, o gerenciamento sustentável deve ser observado durante a escolha
do sistema. “Hoje, sabemos que os veículos a diesel são os que mais poluem o meio ambiente. Se o sistema consegue obter a eficiência na redução do consumo do produto, certamente a poluição será menor. Sem falar que, para obter a licença ambiental para operar, a organização precisa estar dentro das normas vigentes. Isso inclui a frota que será utilizada por ela”, diz Martins. l
54
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
AQUAVIÁRIO
Mapeamento dos cruzeiros Seminário em Brasília apresenta primeira etapa de estudo sobre mercado no Brasil POR CYNTHIA
mercado de cruzeiros marítimos tem crescido em ritmo acelerado no Brasil, passando de pouco mais de 27 mil passageiros em 2000/2001 para 720.621 em 2009/2010. E há projeções de que a procura aumente na próxima temporada, quando pelo menos 17 navios deverão estar na costa brasileira, entre outubro deste ano e maio de 2012. As embarcações também estão sendo esperadas para servirem
O
CASTRO
de hoteis flutuantes que contribuam para sanar o déficit de leitos na rede hoteleira de algumas cidades-sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Mas esse crescimento exponencial não veio acompanhado da infraestrutura necessária para atender à demanda. E algumas iniciativas têm sido implementadas agora para tentar oferecer aos portos condições de ampliar a atividade. No dia 11 de
maio, na sede da CNT em Brasília, representantes do setor participaram de um seminário, em que foi apresentada a primeira versão do Estudo sobre o Mercado de Cruzeiros Marítimos no Brasil. Outros cinco encontros estão programados para terminarem até agosto, quando o levantamento deve ser concluído. O estudo é fruto de um convênio do Ministério do Turismo com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura
PÍER MAUÁ
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
55
RICARDO KURTZ/DIVULGAÇÃO
Terminal de passageiros do porto do Rio de Janeiro; pelo menos sete portos brasileiros receberão recursos para investirem em terminais para a Copa de 2014
PORTO DO RIO
Terminal de passageiros receberá R$ 314 mi O terminal de passageiros do porto do Rio de Janeiro receberá, até então, o maior montante de recursos: R$ 314 milhões. A principal obra é a implantação de um cais em formato de Y, que permite a atracação de seis navios de grande porte simultaneamente, ou até oito embarcações, dependendo das dimensões. De acordo com a Companhia Docas do Rio de Janeiro, com a ampliação da capacidade do terminal, a movimentação de passageiros de cruzeiros marítimos por temporada poderá aumentar em mais de 200% – de 600 mil turistas/ano para 1,5 milhão. A previsão é que as obras sejam iniciadas em dezembro deste ano. O diretor-presidente da Companhia Docas, Jorge Luiz de Mello, diz que o novo cais otimi-
za a operação no porto e atende ao compromisso da companhia de receber seis navios para servirem de hotel durante as Olimpíadas e também poderá auxiliar o atendimento aos turistas na Copa do Mundo, se for necessário. “A grande vantagem é poder receber seis navios (no cais em Y) e ainda permitir o uso da estrutura atual. No mesmo local onde hoje paramos dois navios, poderemos chegar a oito – seis no cais em Y e mais dois no cais contínuo”, diz Mello, ao ressaltar que haverá uma otimização das operações. Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas, o novo cais vai contribuir para que os navios de passageiros não ocupem a área destinada para os navios de carga. Pelas leis internacionais, o transpor-
te de passageiros tem prioridade sobre as cargas. Na época de maior movimentação no porto do Rio, durante a temporada de navios de cruzeiros, há dias que essas embarcações precisam atracar no espaço destinado a cargas, conforme reconhece Mello. O diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Tiago Pereira Lima, afirmou durante o Seminário Mercado de Cruzeiros Marítimos no Brasil que os operadores portuários na área de cargas não precisam se preocupar porque os terminais de passageiros não irão ocupar áreas operacionais. “Não podemos deixar que a criação de um setor venha trazer um gargalo para outro setor existente. Isso é uma garantia”, afirmou. COMPANHIA DOCAS DO RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO
EXPANSÃO Cruzeiros
CAIS EM Y Seis ou oito navios poderão atracar em espaço que hoje param dois
Sustentável). A empresa Merco Shipping foi contratada pelo Ibrasi para desenvolver e coordenar o trabalho. Durante cerca de um ano de levantamento, foram visitados praticamente todos os portos do Brasil e também alguns do exterior. Entre as recomendações preliminares do estudo estão a necessidade de investimento na infraestrutura, no aparelhamento dos terminais portuários de passageiros e um apoio maior aos municípios onde os portos estão instalados. “As cidades precisam de recursos para per-
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
57
“As cidades precisam de recursos para permitir que o turismo ocorra adequadamente” ALUISIO SOBREIRA, DIRETOR DA MERCO SHIPPING
CYNTHIA CASTRO
marítimos atraíram 27 mil passageiros na temporada 2000/2001 e 720.621 em 2009/2010; expectativa é mais crescimento
mitir que o turismo ocorra adequadamente. Ninguém quer ver, por exemplo, um museu maltratado, um monumento histórico depredado. Ninguém quer visitar um logradouro que não ofereça as condições mínimas”, diz o diretor da Merco Shipping, Aluisio Sobreira. Outra conclusão apontada nessa primeira fase do estudo é a necessidade de proporcionar uma nova formatação à participação do Brasil na convenção anual que acontece em março nos Estados Unidos, o Seatrade
Cruise Shipping Miami. Sobreira destaca que nesse evento é definida a grade de roteiros de cruzeiros marítimos e novas rotas. E com a realização dos eventos esportivos no Brasil, torna-se ainda mais necessário atrair os olhares dos donos e operadores de navios. “A ideia é utilizar a oportunidade como um meio de levar ao conhecimento dos armadores e operadores de turismo de cruzeiros marítimos o cenário brasileiro e suas potencialidades. E aproveitar para disseminar a cultura e
“Vamos propor a capacitação para que seja oferecido um serviço melhor” LUIZ GUSTAVO MACHADO, DIRETOR-EXECUTIVO DO IBRASI
o turismo do nosso país, divulgando todos seus portos e terminais de passageiros, além de apresentar produtos brasileiros, a exemplo do que fazem outros países como Estados Unidos, França, Espanha, Itália”, afirma o diretor da Merco Shipping. O diretor-executivo do Ibrasi, Luiz Gustavo Machado, também destaca a necessidade de o Brasil atrair mais navios, especialmente durante a Copa, e investir nas áreas de embarque e desembarque de passageiros. Machado afirma que é preciso ainda definir ações para a qualificação dos profissionais que trabalham em navios de cruzeiro. Ele lembra que a legislação determina que 25% da mão de obra dos navios precisa ser de brasileiros. “Vamos propor a capacitação desse pessoal para que seja sempre oferecido um serviço melhor, de mais qualidade”, diz Machado. Conforme o diretor do Ibrasi, o estudo vai tentar também mudar a visão das pessoas sobre a competição existente entre a rede hoteleira de algumas cidades brasileiras e os navios de cruzeiros. “O período em que o turista do cruzeiro fica em algum
“Não podemos deixar que a criação de um setor venha trazer um gargalo para outro” TIAGO PEREIRA LIMA, DIRETOR DA ANTAQ
PORTOS Investimentos para a Copa (em milhões)* Manaus – R$ 89, 4 • Adaptação dos armazéns 3 e 4 para terminal marítimo de passageiros • Adaptação do terminal zero para guarda de bagagens • Melhoria na conexão (ponte) entre o terminal e o cais flutuante das torres • Ampliação de 200 m nos cais flutuantes • Adaptação e urbanização do pátio de contêineres para estacionamento interno Fortaleza (Mucuripe) – R$ 105,9 (em revisão – R$ 181,5)* • Implantação de terminal marítimo de passageiro • Construção de cais para alocar um berço multiuso • Pavimentação e urbanização de via interna de acesso • Construção de estacionamento • Disponibilização de leitos para a Copa • Dotar o porto de infraestrutura para receber navios de turismo Natal – R$ 53,7 (em revisão – R$ 70)* • Adaptação de frigorífico e de galpão existentes para criação de terminal marítimo de passageiros • Aumento do cais • Pavimentação e urbanização da área do porto • Fornecimento de leitos para a Copa • Dotar o porto de infraestrutura para atracação de navios de turismo
• Implantação de estacionamento • Oferecimento de leitos para a Copa • Disponibilização pós-copa de infraestrutura para fortalecimento do turismo • Modernização e revitalização do porto Salvador – R$ 36 • Projeto prevê integração entre porto e cidade • Adaptação do armazém 2 para servir como terminal marítimo de passageiro • Urbanização da área portuária Rio de Janeiro – R$ 314 (em revisão - R$ 322)* • Implantação de píer em forma de Y, com seis berços de atracação para navios de passageiros • Ações para ampliação de leitos para turistas durante as Olimpíadas e a Copa de 2014 • Modernização do porto para depois dos eventos esportivos Santos – R$ 119,9 (em revisão – R$ 410)* • Melhoramento de cais para atracação de navios de cruzeiros • Implantação de via interna para facilitar deslocamento de turistas • Oferecimento de leitos para a Copa Total: R$ 740,7*
Recife – R$ 21,8 • Adaptação do Armazém 7 • Construção de anexo • Pavimentação e urbanização do entorno do terminal marítimo de passageiros
* A SEP aponta a necessidade de mais recursos para algumas obras (totalizando cerca de R$ 1 bilhão) Fontes: Antaq, SEP
CONFORTO
lugar, como Ilha Bela, em São Paulo, por exemplo, é pequeno. O que a gente percebe é que as pessoas fazem a viagem de navio, gostam do lugar e depois retornam para passar um tempo maior, buscando a rede hoteleira”, afirma. Com esse estudo, a proposta é oferecer um conhecimento amplo sobre os problemas do setor e apresentar possíveis soluções. O diretor da Merco Shipping explica que o trabalho pode ser realimentado e tem uma dinâmica própria. “Pode
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
59
CYNTHIA CASTRO
GARGALOS Problemas a serem resolvidos em portos de todo o país Berços: ainda insuficientes para a nova demanda; inadequados em relação aos novos navios Conflitos: urbanos e de meio ambiente Acessos: dificuldades e falta de diversificação de modais Cadeia de informações: expectativa com o projeto Porto sem Papel, da SEP, que prevê desburocratização; maior atratividade de capital privado; manutenção da profundidade (dragagem) Fonte: Antaq
Navios oferecem ambientes diferentes para atrair todos os gostos; próxima temporada deve ter pelo menos 17 no Brasil
“Com as obras, vamos poder receber navios de passageiros de forma adequada” ANTÔNIO MAURÍCIO FERREIRA NETO, DIRETOR DA SEP
servir como fonte de consulta. Qualquer interessado poderá utilizá-lo, seja para investir, para participar como passageiro ou para tomar atitudes em termos de planejamento estratégico.” Investimentos Durante o seminário no edifício da CNT, representantes do governo federal falaram sobre os investimentos que têm sido feitos para melhorar o atendimento aos passageiros de navios de cruzeiros. Dentro dos recursos do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) da Copa, estão previstos R$ 740,7 milhões para serem investidos em terminais de passageiros de sete portos que receberão passageiros durante o Mundial de Futebol: Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. “São obras de realinhamento de cais, como em Santos; de construção de novo cais, no Rio de Janeiro; de construção de terminais como em Fortaleza. As diversas intervenções deixarão um legado para o setor. Poderemos receber navios de
passageiros de forma adequada”, garante Antônio Maurício Ferreira Neto, diretor de revitalização e modernização portuária da SEP (Secretaria de Portos). Conforme Ferreira, até dezembro de 2013, essas obras estarão prontas. Segundo ele, os R$ 740,7 milhões já estão garantidos, mas é possível que as obras precisem de mais recursos, chegando a R$ 1 bilhão. Para isso, a SEP sugere que deve haver realocação de verbas de algumas obras do PAC 2, que seriam menos urgentes. l
RIO GRANDE DO SUL Ponte sobre o rio Uruguai, BR-153, KM 0
DNIT/RS/DIVULGAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
61
INFRAESTRUTURA
Recuperação de pontes Licitação para as primeiras obras deverá ser aberta em junho, segundo o Dnit POR
MIRIAM GOMES CHALFIN
elo menos 500 pontes começarão a ser recuperadas, em todo o Brasil, ainda este ano. A meta é do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que já tem verba garantida de R$ 4,8 bilhões, do governo federal e com financiamento do Banco Mundial, a serem gastos até 2014. A recuperação faz parte do Proarte (Programa de Reabilitação de Obras de Arte Especiais), lançado no final do ano passado com o
P
objetivo de revitalizar 2.500 pontes, viadutos e pontilhões. Segundo o coordenadorgeral da Unidade de Programas Especiais do Dnit, Francisco Thormann, se a situação das outras obras de arte não for tão crítica nos levantamentos que estão sendo feitos, o número total a ser revitalizado poderá chegar a 5.000. O objetivo é deixar todas elas em perfeitas condições para a trafegabilidade. Hoje, esse total de
62
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
ARTE RECUPERADA Confira os projetos já aprovados para licitação Localização
Obra de arte
Orçamento (R$)
Rio Grande do Sul BR-285, KM 233
Ponte sobre o rio Ligeiro
1.155.919
BR-153, KM 0
Ponte sobre o rio Uruguai
7.818.308
BR-285, KM 504,70
Ponte sobre o rio Ijuizinho
7.101.649
BR-472, KM 119,19
Ponte sobre o rio Buricá
3.344.467
Ponte sobre o rio Itajaí-Açu 2
6.265.609
Santa Catarina BR-470, KM 112,60 BR-470, KM 126,40
Ponte sobre divisa Lontra/Ibirama
382.832
BR-470, KM 90,45
Ponte sobre o rio Itajaí-Açu 1
5.187.816
BR-470, KM 49,97
Viaduto sobre a rua Samuel Morse
242.677
BR-470, KM 59,50
Ponte sobre o rio do Texto
2.715.609
BR-101, KM 11
Ponte sobre o rio da Fazenda
2.643.444
BR-101, KM 36,30
Ponte sobre o rio Itamambuca
2.161.839
BR-101, KM 49,90
Ponte sobre o rio Tavares
1.937.387
BR-459, KM 30,10
Viaduto E.F.C.B.
1.773.409
BR-459, KM 26,20
Viaduto E.F.C.B. (USP)
1.693.277
Ponte sobre o riacho Jiboia
1.002.043
BR-104, KM 25,30
Ponte sobre o riacho Seco
1.324.462
BR-423, KM 81,50
Ponte sobre o riacho Sossego
450.314
BR-423, KM 59,50
Ponte sobre o riacho Mandacaru
563.297
BR-423, KM 70,20
Ponte sobre o riacho Taboleiro
600.337
BR-232, KM 195,60
Ponte sobre o rio Ipojuca 2
1.321.100
BR-423, KM 57
Pontilhão KM 57
260.608
São Paulo
RIO GRANDE DO SUL
Alagoas BR-104, KM 11,18
Pernambuco
Maranhão BR-402, KM 36,90
Ponte sobre o rio Munim
7.753.607
BR-402, KM 39,30
Ponte sobre o rio Una
BR-402, KM 134,90
Ponte sobre o rio Imperial
3.333.448
BR-316, KM 464,16
Ponte sobre o rio Codozinho
5.646.560
BR-316, KM 467,38
Ponte sobre o rio Cigano
5.490.236
3.187.293
Fonte: Dnit
SANTA CATARINA Ponte sobre o Rio
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
63
DNIT/RS/DIVULGAÇÃO
FERNANDO GONÇALVES/FUTURA PRESS
Ponte sobre o rio Ligeiro, BR-285, Km 230
SANTA CATARINA Ponte sobre o rio Texto, BR-470, Km 59,50
FERNANDO GONÇALVES/FUTURA PRESS
Itajaí-Açu 2, BR-470, Km 112,60, em Apiúna
pontes, viadutos e pontilhões sob a responsabilidade do Dnit, se colocado lado a lado, soma uma extensão total de 264 quilômetros. Thormann afirma que as superintendências regionais do órgão nos Estados já fizeram o levantamento das obras de arte em situação crítica e problemática, justamente as que passarão por obras neste primeiro momento. Numa segunda etapa, serão agraciados os corredores de exportação. De acordo com o levantamento, o Estado de Alagoas é o que apresenta o maior número de obras de arte em situação crítica: 72. Minas Gerais, que tem a maior malha
rodoviária, aparece em segundo lugar, com 59. Depois vêm os Estados do Paraná (47), Ceará e Mato Grosso (38 cada) e o Rio Grande do Sul (33). Pernambuco e Espírito Santo têm os melhores índices: respectivamente duas e três pontes que precisam de intervenção. A licitação para as 500 primeiras obras deverá ser aberta em junho. O detalhamento dos projetos executivos deve durar três meses. O metro quadrado custará R$ 2.300, incluindo os serviços de restauro, alargamento e reforço. As pontes terão largura de 13 metros, para ter acostamento dos dois lados. “Todas ficarão com a mesma
“É a primeira vez que fazemos um programa desse tipo, em nível nacional, para prevenção” FRANCISCO THORMANN, DNIT
64
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
FERNANDO GONÇALVES/FUTURA PRESS
SANTA CATARINA Ponte sobre a rua Samuel Morse, BR-470, Km 49,97, em Blumenau
largura da rodovia”, explica o coordenador-geral do Dnit. Além disso, haverá reforço estrutural para suportar 45 toneladas de esforço. Os projetos prontos serão encaminhados para aprovação das superintendências regionais. Até agora, já foram encaminhados os projetos dos Estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Maranhão, São Paulo, Santa Catarina e Alagoas. Com o programa, o Dnit vai montar um banco de dados de todas as obras de arte espalhadas pelo Brasil. A partir de análises de engenheiros, será possível saber, por exemplo, a data da fundação da obra de
arte. “É a primeira vez que fazemos um programa desse tipo, em nível nacional, para prevenção. Privilegiamos esse trabalho para que não ocorram problemas futuros”, destaca Thormann. Com o Proarte, o Dnit espera evitar interdições, como a que ocorreu na ponte que fica no Km 455 da BR-381, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. No dia 20 de abril deste ano, a ponte cedeu e foi interditada. A via liga a capital mineira ao Espírito Santo e ao sul da Bahia. Com o fechamento da passagem, foram criados desvios por Santa Luzia, Caeté,
Dnit conta com
R$ 4,8 bi para serem gastos em obras até 2014
Sabará, Ouro Preto e Mariana, o que tem causado transtornos para as cidades e uma maior quilometragem nas viagens. A previsão é que uma nova ponte seja construída em seis meses. Da região Sudeste, Minas é o Estado com o maior número de pontes e viadutos que precisam ser restaurados. As obras de arte em situação crítica estão localizadas em 16 rodovias federais, sendo a BR-116 a campeã, com 13. Oito delas ficam localizadas no município de Leopoldina, na Zona da Mata mineira. Em todo o Estado, precisam de revitalização nada menos que 67.802 metros quadrados de área. l
66
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
SEST SENAT
Educação e saúde em foco Ciclo de Palestras trabalha temas relacionados à saúde e à educação em transporte em todas as unidades do país POR
epois dos bons resultados alcançados no ano passado, o programa Ciclo de Palestras do Sest Senat traça novas metas para 2011. Até o final do ano, 350 mil pessoas devem participar das ações que já estão sendo realizadas nas unidades. Em 2010, foram mais de 280 mil participantes e, desde a sua criação, em 2007, foram mais de 840 mil pessoas atendidas. O Ciclo de Palestras tem como objetivo principal dar continuidade à capacitação das pes-
D
LIVIA CEREZOLI
soas em atividades relacionadas ao setor de transporte, preparando-as para um mercado de trabalho competitivo. Dessa forma, o Sest Senat acredita que os trabalhadores terão maior nível de empregabilidade. Além disso, o programa pretende levar informações sobre prevenção de doenças e outros temas relacionados às questões sociais e de saúde, promovendo uma melhora na qualidade de vida, além da contribuição no resgate da cidadania dessas pessoas. Ao todo, oitos temas – quatro
relacionados à área da saúde e quatro voltados para a educação em transporte – estão sendo trabalhados nas 137 unidades em funcionamento nas cinco regiões do país. Todos eles são apresentados em forma de palestras presenciais ministradas por especialistas no Sest Senat ou nas empresas de transporte com o auxílio de recursos audiovisuais como vídeos e slides, além de apresentações de experiências em situações específicas. Cada conteúdo abordado também integra uma cartilha que
é distribuída aos participantes durante os encontros. Neste ano, os temas relacionados à saúde são “Adolescência”, “Gestão do estresse”, “Saúde bucal” e “Saúde da coluna”. Na área de educação para o transporte estão sendo trabalhados os temas “Financiamento de veículos pesados”, “Legislação básica para o transporte de cargas”, “Meio ambiente” e “Relacionamento interpessoal”. A cada ano, os assuntos a serem discutidos são sugeridos pelas próprias unidades do Sest
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
67
FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
OPORTUNIDADE Programa do Sest Senat possibilita o contato com as questões sociais e fortalece a promoção da cidadania
Senat a partir de sondagens realizadas com os usuários durante os atendimentos realizados. Na palestra sobre adolescência são abordadas questões relacionadas à mudança do corpo, à sexualidade, ao uso de drogas, ao bullying e à preparação para a vida adulta. Segundo a psicóloga da unidade de Contagem (MG), Adriana Osterne Segato, o tema é voltado tanto para os próprios adolescentes como para os pais que precisam saber lidar com as transformações de seus filhos. “O adolescente de hoje é diferente
dos adolescentes que os pais foram. Por isso, é preciso adaptações para entender os questionamentos e os conflitos dessa fase da vida”, explica ela. Adriana também ministra a palestra “Gestão do estresse” no Sest Senat Contagem. O encontro tem como objetivo preparar as pessoas para lidar com as pressões diárias sem prejudicar o bem-estar e a saúde e apresenta formas de gerir o estresse pessoal e no trabalho. “O estresse é um dos principais males do século e um problema que precisa ser
tratado. As pessoas ainda não têm essa consciência, por isso, discutir o assunto é tão importante”, afirma. Na palestra sobre saúde bucal são apresentados os principais riscos que a placa bacteriana, a cárie dentária, a doença periodontal (relacionada à gengiva) e outros problemas oferecem para a saúde de forma geral. E, completando os temas que integram a área da saúde, profissionais de fisioterapia do Sest Senat abordam os cuidados diários que é preciso ter com a colu-
na. É cada vez mais comum pessoas com dores e desconforto nas costas, originados por uma série de descuidos e maus-tratos constantes. A palestra alerta sobre a importância de se preservar a coluna e, assim, garantir mais saúde e qualidade de vida principalmente para os motoristas que passam várias horas do dia na mesma posição. Os temas relacionados ao financiamento de veículos pesados e à legislação para o transporte de cargas foram elaborados especificamente para os
68
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
CICLO DE PALESTRAS 2011 Veja os temas que estão sendo trabalhados ADOLESCÊNCIA • Trabalha as questões da mudança do corpo, sexualidade, uso de drogas, bullying e preparação para a vida adulta GESTÃO DO ESTRESSE • Prepara as pessoas para lidar com as pressões sem prejudicar o bem-estar e a saúde. Apresenta formas de gerir o estresse pessoal e no trabalho SAÚDE BUCAL • Aborda os principais riscos que a placa bacteriana, a cárie dentária, a doença periodontal e outros problemas oferecem para a saúde SAÚDE DA COLUNA • Trabalha os sintomas das dores na coluna, a postura correta, os cuidados
ABRANGÊNCIA A cada ano, oito temas
diários que se deve ter e o momento exato de procurar auxílio médico FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS PESADOS • Apresenta as principais linhas de financiamento existentes no mercado, além dos requisitos mínimos exigidos para financiar um veículo LEGISLAÇÃO BÁSICA PARA O TRANSPORTE DE CARGAS • No conteúdo estão o Código Nacional de Trânsito, as regras para o RNTRC, além de infrações, multas, limites de peso, transporte internacional e de produtos perigosos MEIO AMBIENTE • A palestra aborda o impacto ambiental causado pela ação humana e apresenta soluções para reduzir esse tipo de problema RELACIONAMENTO INTERPESSOAL • Entre os principais conceitos trabalhados estão a importância do relacionamento entre as pessoas e como administrar conflitos e se comunicar melhor
condutores de caminhões. Ambos são apresentados durante os cursos de qualificação oferecidos pelo Sest Senat em todas as regiões do Brasil. O primeiro apresenta as principais linhas de financiamento existentes no mercado, como o Procaminhoneiro, o arrendamento mercantil e o Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), além dos requisitos mínimos exigidos para financiar um veículo. O segundo traz as exigências do Código Nacional de Trânsito, as regras para o RNTRC (Registro Nacional dos Transportadores
Rodoviários de Cargas) e ainda infrações, multas, limites de peso, transporte internacional e de produtos perigosos. “Nossa proposta, ao trabalhar esse assunto, é fazer com que os motoristas percebam como é importante cumprir as regras existentes. Mostramos, por exemplo, que dirigir de forma consciente, na velocidade adequada, evita problemas futuros, como o pagamento de multas e até gastos extras devido a acidentes”, explica o instrutor do Sest Senat de Cariacica (ES), Eduardo Carvalho Santos. Presente também nos cursos
CNT TRANSPORTE ATUAL
69
JUNHO 2011
O ALCANCE DO PROGRAMA Veja a participação nos anos anteriores EVOLUÇÃO 900
847.503
800 700 600 500 400 280.371
300 200
205.452
226.310
2008
2009
135.370 100 0 2007 Participantes
2010
Total Fonte: Sest Senat
diferentes são trabalhados em todas as unidades do Sest Senat do país
e em outras campanhas desenvolvidas pelo Sest Senat, o tema meio ambiente tem lugar de destaque na programação do Ciclo de Palestras. O conteúdo aborda o impacto ambiental causado pela ação humana e apresenta soluções para reduzir esse tipo de problema Dessa forma, o Sest Senat espera contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e preocupados com a preservação e elaboração de soluções para os principais problemas ambientais. “Trabalhamos com os motoristas as questões relacionadas ao consumo consciente
de água e energia, por exemplo. Mostramos que eles podem ter uma grande economia em casa se isso for feito de forma adequada”, conta o instrutor do Sest Senat de Araraquara (SP), Adriano Amâncio Parreira. De acordo com ele, grande parte dos motoristas, principalmente aqueles que transportam produtos perigosos, já tem essa consciência ambiental e realiza ações de cuidado ao meio ambiente. Para Parreira, a forma como o tema é abordado nas palestras garante um alcance muito maior. “Os motoristas se tornam multiplicadores. Eles
levam as cartilhas que são distribuídas para casa e outras pessoas têm acesso ao material.” O último dos oitos temas que compõe o Ciclo de Palestras 2011 está diretamente ligado ao relacionamento interpessoal dentro de casa, entre amigos e nas empresas. Segundo Eliane Martins de Oliveira Trindade, psicóloga que ministra a palestra e instrutora da unidade do Sest Senat de Goiânia, o assunto vem sendo usado para auxiliar a integração, resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. “Trabalhar este tema facilita a comunicação,
estabelecendo uma boa relação com o outro, melhorando o convívio familiar, profissional e social”, ressalta ela. Entre os principais assuntos discutidos estão a resolução de conflitos, a motivação, os valores éticos, as competências humanas, como conhecimento, habilidades e atitudes, a comunicação, a criatividade e o comprometimento. As palestras seguem até o final do ano em todas as unidades do país. Empresas de transporte interessadas em participar da programação devem procurar o Sest Senat mais próximo para agendar a palestra. l
70
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
IDET
Rodoviário de cargas fecha abril em queda Modal apresentou recuo de 4,4% em relação a março
F
diferentemente da atual conjuntura de controle inflacionário e tendência à redução da atividade econômica. A movimentação de carga industrial por terceiros apresentou variação negativa de 4,3% em relação a março, acompanhando a queda da produção industrial. Quando comparada à movimentação deste tipo de carga no mesmo período do ano passado, a variação é de apenas 0,5%. Já o transporte rodoviário de outras cargas registrou decréscimo de 4,6% em relação ao mês anterior. Apesar disto, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o segmento apresentou crescimento de 2% no volume de cargas transportadas. No que se refere ao transporte urbano de passageiros, em decorrência do menor número de dias úteis, todas as regiões apresentaram queda no número de passageiros. Foram transportados, em abril, 960 milhões de pessoas em todo o país, 3,3% a menos que no mês anterior.
O segmento rodoviário interestadual de passageiros apresentou, em abril, acréscimo de 2,8% em relação ao mês anterior. Já a relação passageiros x quilômetros teve baixa de 0,6%, indicando viagens mais curtas em relação a março. No comparativo ao mesmo período de 2010, percebe-se acréscimo de 9,7%. Esta configuração está relacionada aos feriados da Semana Santa e de Tiradentes, que foram próximos este ano. O aumento da movimentação via terrestre indica uma maior opção por este modal. A movimentação de cargas nos terminais portuários bateu novo recorde para o mês de março. Foram transportadas, pelos portos brasileiros, 70 milhões de toneladas de cargas, 3,2% a mais que no mês anterior. Em comparação a março de 2010, houve incremento de 2,2% no total transportado pelo modal. No mês de março, o modal ferroviário de cargas transportou 39,5 milhões de TU e produziu 22,5 bilhões de TKU, resultados 9,4% e
15,9%, respectivamente, superiores a fevereiro de 2011. Em comparação ao mesmo período de 2010, evidencia-se crescimento de 2% na movimentação de cargas por este tipo de via. Tomado, por fim, o modal aéreo de passageiros, observa-se aumento de 2,2% em abril, comparado ao o mês anterior. A movimentação doméstica, dados de embarque, teve aumento de 2,5%, enquanto a movimentação internacional apresentou variação negativa de 0,2%. O resultado evidencia a preferência dos passageiros por destinos nacionais no feriado da Semana Santa. A variação em relação a abril de 2010 foi de 29,3%. O Idet CNT/Fipe-USP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do setor de transportes no Brasil.
8
oram transportadas 96 milhões de toneladas de bens pelas rodovias brasileiras em abril. Assim, o modal rodoviário de cargas apresentou queda de 4,4% no volume deslocado em relação ao mês de março. É preciso considerar, porém, que em decorrência da Semana Santa, o mês de abril teve um número reduzido de dias úteis. Em comparação ao mês de abril de 2010, percebe-se um incremento de 700 mil toneladas, ou seja, variação de 0,7%. Do total de carga rodoviária em abril, 46% eram cargas industriais transportadas por terceiros, contra 54% de outras cargas, que engloba, entre outros, produção agrícola, fertilizantes, combustíveis e produtos de extrativismo. No mês de abril de 2010 a participação das cargas industrializadas era de 55%, mas é importante destacar que naquele período o país apresentava um cenário econômico diverso do atual. A taxa de crescimento industrial em 2010 estava consideravelmente alta,
Para a versão completa da análise, acesse www.cnt.org.br. Para o download dos dados, www.fipe.org.br
CNT TRANSPORTE ATUAL
71
JUNHO 2011
ESTATÍSTICAS DO TRANSPORTE BRASILEIRO Transporte Rodoviário de Cargas - Total
Transporte Rodoviário de Cargas Industriais por Terceiros
110
65 60
s
100 95
s
s
s
s
s
s
s
s
s
s
s
90
Milhões de toneladas
Milhões de Toneladas
105
55
45
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
2008
set 2009
out
nov
2010
dez
fev
mai
jun
s
mar
abr
jul
ago
set
2008
s
s
out
2009
nov
2010
dez 2011
Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros
1.100
8.500
s
s
s s
1.000 950
s
s
s
s
s
s
s
s s
850
Milhões de Passageiros
8.00
1.050 Milhões de Passageiros
jan
s
2011
Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano
7.500
s
7.00
s
6.500
s
6.00
s
s
s
mar
abr
mai
s
s
ago
set
s
s
s
5.500
800
5.00 jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul 2008
ago
set
2009
out
nov
2010
jan
dez
fev
40
s s
s
s
s
70
s
s
s
s
30
Milhões de Toneladas
s
s
s
2009
out
nov
2010
dez 2011
Transporte Aquaviário de Cargas 80 75
s
jul 2008
50 45
jun
2011
Transporte Ferroviário de Cargas Milhões de Toneladas
s
s s
s
35
80
35
s
s
s
40
85
900
s
50
s
65 60 55
s
s
jan
fev
s
s
s
s
jul
ago
s
s
s
out
nov
s
50 45 40 35
25
30 jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
2008
ago
2009
set
out
2010
nov
dez
2011
mar
abr
mai
jun
2008
2009
set
2010
dez
2011
Fonte: Idet CNT/Fipe-USP
72
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
IDET
BALANÇO
Análise do desempenho do transporte no acumulado de 2011 s primeiros quatro meses do ano foram de grande movimentação para o setor de transportes. Impulsionado pela movimentação de safra agrícola, combustíveis, produção mineral e industrial, o primeiro quadrimestre apresentou crescimento na movimentação de cargas em comparação com o mesmo período de 2010. A recuperação do comércio internacional, principalmente o de commodities, garantiu crescimento para os modais ferroviário e aquaviário. No primeiro quadrimestre do ano foram transportadas cerca de 400 milhões de toneladas de carga pelo modal rodoviário, 5,5% a mais que o mesmo período do ano anterior. A região sudeste permanece o principal ponto de partida das cargas transportadas no país, originando 52% do total transportado em 2011. A região sul participou com 22% das cargas transportadas, enquanto norte (4,1%), nordeste (11,3%) e centrooeste (10,7%) somaram 26% das cargas transportadas no quadrimestre. O volume de carga industrial transportada por tercei-
O
ros, que apresentou crescimento mensal médio de 2,6% nos três primeiros meses do ano, fechou abril em queda. Os primeiros quatro meses do ano somam 182 milhões de toneladas deste tipo de carga. O volume é 2% superior ao movimentado no primeiro quadrimestre do ano anterior. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial acumulada no ano teve crescimento de 1,6%, porém no mês de abril o indicador do IBGE revelou queda de 2,1% no segmento. Houve, ainda, redução da utilização da capacidade instalada, ou seja, aumento de ociosidade de fatores produtivos da indústria. A redução do fluxo da produção industrial sinaliza redução do dinamismo econômico, reflexo, entre outros, das recentes medidas antiinflacionárias adotadas pelo governo. As expectativas de mercado indicam desaceleração econômica mais acentuada no segundo semestre, o que se traduz por queda do volume de bens transacionados e transportados no país. Embora o período seja
caracterizado por um ritmo menor de crescimento econômico, a tendência não se aplica ao setor agrícola nacional. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país terá safras recordes este ano, com crescimento de cerca de 6% em relação à safra 2009/2010 colhida ano passado. Até o momento, já foram colhidas as safras de sorgo, feijão (1ª e 2ª safras), milho (1ª safra), arroz irrigado (74%) e soja (100%). O volume das safras já colhidas chega, em algumas culturas, a 30% a mais que no ano anterior, como é o caso das safras de soja e feijão. Como reflexo do dinamismo percebido no setor agrícola e na indústria de combustíveis, o transporte de outras cargas somou 217 milhões de toneladas transportadas de janeiro a abril de 2011. Na comparação com o mesmo período do ano passado, percebe-se crescimento de 9% na movimentação desse tipo de carga. Na mesma tendência da produção agrícola, a comercialização de fertilizantes apresentou crescimento considerável nos primeiros qua-
tro meses do ano. Outro importante produto transportado pelo modal rodoviário são os combustíveis. Apesar do aumento do preço, atribuído à alta do petróleo no mercado internacional, o consumo aumentou no primeiro quadrimestre, em relação ao ano passado. O volume distribuído de gasolina teve incremento de 8%, enquanto o de etanol hidratado foi de 2% quando comparado ao mesmo período de 2010. Essa variação positiva da comercialização de gasolina está relacionada, além do crescimento da frota, à alta do preço do álcool. Este combustível apresentou alta de preço de cerca de 30%, em média, no primeiro quadrimestre do ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Com isso, houve estímulo ao abastecimento com gasolina pela frota de veículos flex. No tocante à movimentação de passageiros pelo modal rodoviário, o quadrimestre revelou crescimento de 3% no transporte coletivo urbano. A região que teve o menor número de passagei-
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
DOUGLAS DANIEL/FUTURA PRESS
MOVIMENTAÇÃO Safra agrícola, combustíveis, produção mineral e industrial impulsionaram o setor de transporte no início do ano
ros transportados no acumulado do ano é a Norte (87 milhões de passageiros). O maior número de passageiros é da região sudeste (2,2 bilhões), por ser esta a região mais populosa do país. O Estado de São Paulo é recordista na movimentação de passageiros, sendo que apenas na região metropolitana de São Paulo transitam mais passageiros do que o observado nas outras regiões do país individualmente. No que se refere à movimentação portuária, o primeiro trimestre apresentou crescimento de 18% no volume de cargas transportadas em relação ao mesmo período de 2010. O porto
de Santos, principal porto nacional e terceiro maior da América Latina na movimentação de contêineres (Colón e Balboa, ambos no Panamá, ultrapassaram o porto de Santos, em 2010 nesse quesito), segundo ranking da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), após apresentar incremento de 20,4% em 2010, em relação a 2009, já acumula em 2011 recordes mensais de movimentação nos três primeiros meses do ano. A movimentação nos terminais portuários foi favorecida pelo aumento do comércio internacional (importações e exportações) que dá sinal de recuperação após a queda sofrida em decorrência
da crise econômica mundial. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, três regiões fecharam o primeiro quadrimestre com saldos positivos no balanço comercial. O sudeste apresentou o maior superávit (US$ 3,2 bilhões), seguido pelo centrooeste (US$ 2,3 bilhões) e norte (US$ 891 milhões). No embalo da alta do comércio internacional, a exportação de minério de ferro teve aumento de 3% do volume transacionado, em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram produzidas 71 bilhões de toneladas do minério. Destes, 90% são
exportados. Além de ter impacto na movimentação portuária, a produção do minério incrementa, ainda, as movimentações do modal ferroviário. O transporte interno da commodity (principal bem na pauta de exportações do país) é feito por ferrovias, devido às suas características de volume e peso. Assim, como conseqüência da maior produção de minério de ferro, o modal ferroviário de carga registrou aumento para TU e TKU, além de 4,4% de crescimento em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior. Foram transportadas, em 2011, 114 milhões de toneladas pelas ferrovias. l
73
74
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas
BOLETIM ESTATÍSTICO
MAIO - 2011
RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO
PAVIMENTADA
Federal Estadual Coincidente Estadual Municipal Total
29.637 28.465 11 12
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
13.462 5.551 113.451 1.234.918 1.367.382
76.496 22.865 219.999 1.261.745 1.581.105
63.034 17.314 106.548 26.827 213.723
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários
15.114 1.195
2.183.430 426.919 808.076 629.769 13.976 40.000 25.120 105.000
FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias
11.738 8.066 1.674 6.987 28.465
MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)
92.814 2.919 1.670
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas
12.289 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais Domésticos Pequenos e aeródromos
32 35 2.498
173 AERONAVES - UNIDADES A jato Turbo Hélice Pistão Total
AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total
122 37
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
139
44.000 29.000 13.000 1.148
873 1.783 9.513 12.505
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
Rodoviário
485.625
61,1
Ferroviário
164.809
20,7
Aquaviário
108.000
13,6
Dutoviário
33.300
4,2
Aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
CNT TRANSPORTE ATUAL
75
JUNHO 2011
BOLETIM ECONÔMICO
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*
R$ bilhões
Investimentos em Transporte da União Dados Atualizados Maio/2011
20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Investimos em Transporte da União por Modal (Total Pago Acumulado - até maio/2011) (R$ 4,3 bilhões) 0,31 ( 8%)
17,99
0,29 ( 7%) 0,004 (0,1%)
3,48 (84%)
0,05 (1%)
4,13
3,98 0,15
Autorizado Valor Pago do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.
CIDE
(R$ Milhões)
Arrecadação no mês Maio/2011 Arrecadação no ano (2011) Investimentos em transportes pagos (2011) CIDE não utilizada em transportes (2011) Total Acumulado CIDE (desde 2002)
884,0 2.948,0 34,0 2.914,0 67.297,0
Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE
80 70
67,3
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Aéreo
Outros
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - MAIO/2011
PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial4 Reservas Internacionais5 Câmbio (R$/US$)6
2010
acumulado em 2011
7,50 10,75 5,91 16,88
-
últimos 12 meses
Expectativa para 2011
-
4,00 12,50 6,27 20,00
12,00 3,23 5,03
6,51 23,09
288,6
330,89
-
1,75
1,63
1,62
60 Observações:
50
2 - Taxa Selic conforme Copom20/05/2011
28,3
3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até maio/2011 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até maio/2011
20
5 - Posição dezembro/2010 e maio/2011 em US$ Bilhões
10 0
6 - Câmbio de fim de período maio/2011, média entre compra e venda
2 200
3 200
4 200
Arrecadação Acumulada
5 200
6 200
7 200
8 200
9 200
0 201
1 201
Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (maio/2011), IBGE e Focus - Relatório de Mercado 20/05/11), Banco Central do Brasil.
Investimento Pago Acumulado
CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.
8
R$ bilhões
1 - Taxa de Crescimento do PIB 2010 e acumulada em 12 meses
40 30
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES (PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)
76
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 47,78 48,45 1.574,56
SETOR
Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Outros setores Geração de energia Total
BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS
PARTICIPAÇÃO
(%) 76,30 8,90 8,60 3,12 3,10 100
* Inclui processos industriais e uso de energia
NÚMEROS DE AFERIÇÕES EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE 2011
2007 A 2010
TOTAL
ATÉ MARÇO
ABRIL
40.844
15.568
448.917
87,85%
88,81%
87,19%
392.505
Rodoviário Aéreo Outros meios Total
Aprovação no período 87,05%
CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15
MODAL
(%) 90,46 5,65 3,88 100
PARTICIPAÇÃO
EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO
Estrutura do Despoluir Federações participantes Unidades de atendimento Empresas atendidas Caminhoneiros autônomos atendidos
CO2 t/ANO 36,65 32,49 8,33 5,83 83,30
VEÍCULO
21 70 6.743 8.118
Caminhões Veículos leves Comerciais leves - Diesel Ônibus Total
PARTICIPAÇÃO
(%) 44 39 10 7 100
QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL* Japão EUA Europa
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE
(grandes centros urbanos)
Diesel interior
MILHÕES DE
500 ppm de S
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)* TIPO
2006 2007
2008
2009
2010
2011 (ATÉ MARÇO)
Diesel 39,01 Gasolina 24,01 Etanol 6,19
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - ABRIL 2011 0,8% 0,0% 28,6%
41,56 24,32 9,37
44,76 25,17 13,29
44,29 25,40 16,47
49,23 29,84 15,07
11,60 8,06 2,94
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)
8
49,6%
Pt. Fulgor 10,9% Enxofre 10,1% 10,9%
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
10,1%
Trimestre Anterior
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - ABRIL 2011 20
(%) 96,6 2 1,4 100
50 ppm de S
* Em partes por milhão de S - ppm de S
Teor de Biodiesel 49,6% Outros 0,8%
PARTICIPAÇÃO
Rodoviário Ferroviário Hidroviário Total
1.800 ppm de S
(substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)
Corante 0,0% Aspecto 28,6%
m3 32,71 0,69 0,48 33,88
MODAL
Frotas cativas de ônibus urbanos das regiões metropolitanas da Baixada Santista, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife. Diesel metropolitano
Brasil
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
10 ppm de S 15 ppm de S 50 ppm de S
Trimestre Atual
18,8
% NC
15 10
0
8,0
5,1 2,7
5 0,0
AC 0,0 0,0
AL 2,7 2,7
AM 18,8 16,3
0,0
1,0
AP 0,0 0,0
BA 1,0 1,2
4,0
1,5
0,0
0,0
CE 1,5 2,0
DF 0,0 0,0
ES 4,0 4,5
GO 0,0 0,0
1,0
MA 1,0 1,4
5,2 2,0
MG 5,1 9,0
MS 2,0 1,1
3,6 2,2
1,5
MT 5,2 7,9
PA 1,5 2,0
2,0
3,7
4,9
0,2
PB 3,6 5,2
PE 2,2 3,0
PI 0,2 0,0
0,0
PR 2,0 2,7
RJ 3,7 3,8
RN 4,9 4,9
RO 0,0 0,0
RR 8,0 3,7
2,0
1,2
0,9
RS 1,2 1,5
SC 0,9 0,8
2,7
2,4 0,0
SE 2,0 2,6
SP 2,4 2,9
TO 0,0 0,0
Brasil 2,7 3,4
“O Banco Central tem reagido de forma parcimoniosa, ajustando os instrumentos de política monetária para trazer a inflação para baixo” DEBATE
O Brasil corre risco de perder o controle da inflação?
Compromisso com a inflação baixa e estável está mantido ROGÉRIO MORI
comportamento recente da inflação brasileira tem representado um tema de grande preocupação nos meios econômicos nos últimos meses. De fato, desde fins do ano passado, a inflação tem se mostrado cada vez mais pressionada, sendo que, no início de 2011, essa trajetória mostrou um comportamento ainda mais preocupante em função das altas dos preços dos alimentos e dos reajustes de tarifas de transportes em algumas capitais. Adicionalmente, a recuperação dos preços internacionais de commodities também se refletiu, em alguma medida, em pressões adicionais do lado da inflação brasileira ao longo dos últimos meses. Com isso, a inflação medida pelo IPCA (índice referência para o regime de metas para inflação) registrou alta acumulada em 12 meses superior a 6,5% e se distanciou cada vez mais do centro da meta, de 4,5%. Em função disso, desde fins de 2010, o Banco Central tem atuado no sentido de combater as pressões inflacionárias.
O
ROGÉRIO MORI Professor de macroeconomia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas-SP
Os instrumentos utilizados pelo BC foram os mais diversos nesse período, mas o principal ainda tem sido as elevações na meta da taxa básica de juros – Selic – nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária). Esses ajustes da política monetária visam explicitamente afetar a evolução da demanda agregada e compatibilizá-la a um ritmo mais moderado, de forma a exercer menor pressão sobre os preços domésticos. Embora o aperto da política monetária tenha se iniciado há alguns meses, leva algum tempo até que esses ajustes se façam sentir plenamente sobre a evolução da demanda agregada e dos preços. Essas defasagens são inerentes do processo da política monetária e tendem a levar de seis a nove meses para serem totalmente efetivas. Com isso, é natural que o cenário de inflação mais pressionada permaneça por mais algum tempo antes que a inflação venha a ceder. Na verdade, é bem provável que a inflação venha a recuar em alguma medida em meados do ano em fun-
ção das quedas que deverão ocorrer em alguns itens do grupo alimentação. Ainda assim, é provável que o Banco Central siga calibrando a taxa de juros brasileira para cima, de forma a criar uma convergência mais explícita da inflação para o centro da meta. A análise conjunta dos elementos expostos sugere que a inflação brasileira em 2011 deverá ser superior à verificada no ano passado. É possível também que o patamar verificado situe-se acima do limite superior da meta estabelecida para o IPCA, de 6,5%. É importante ressaltar, no entanto, que as indicações do governo são de que o compromisso com a inflação baixa e estável está mantido. Nesse sentido, o Banco Central tem reagido de forma parcimoniosa, ajustando os instrumentos de política monetária de forma a trazer a inflação brasileira para baixo novamente. O gradualismo imposto pelo BC é natural em um contexto em que devem ser evitados exageros que levem a uma desaceleração desnecessária da atividade econômica.
“A política macroeconômica está submetida a uma pressão social que não permite ao governo qualquer descuido sobre o tema”
Controle é conquista social com ressonância política CREOMAR LIMA CARVALHO DE SOUZA
nflação, palavra constituída de três sílabas e que em momento recente da história brasileira simbolizou um desafio de difícil solução para os tomadores de decisão do Estado nacional. Contudo, desde a consolidação do Plano Real em meados dos anos 90, passou a considerar que a palavra supracitada, bem como seus efeitos mais daninhos – como a perda de poder aquisitivo da população e a destruição da capacidade de investimento dos governos nacionais – tivessem sido apagados da vivência social deste país. No ano de 2011, porém, surgem algumas considerações acerca da possibilidade de perda de controle da inflação por parte do governo. Na análise dessa afirmação, buscar-se-á aqui uma abordagem distinta das usuais. Ao invés de uma busca exaustiva de gráficos, tabelas e índices, a questão será abordada sobre outra premissa. O controle inflacionário é visto aqui como uma conquista social com ressonância polí-
I
tica. Isso quer dizer que a política macroeconômica está submetida a uma pressão social que não permite ao governo qualquer descuido sobre o tema. E quais as consequências da perspectiva aqui apresentada? A primeira resposta ao questionamento proposto está diretamente ligada ao fato de que a classe política tem seu sucesso eleitoral vinculado ao bem-estar econômico da população. Isso significa que a sobrevivência de um ente político ou do partido a ele vinculado está diretamente ligada no tempo, a percepção popular de que a sobrevivência se dá de maneira mais facilitada. Ou seja, quanto melhor as condições econômicas da população mais resultados eleitorais serão conseguidos pelo grupo identificado como responsável por tal processo. O argumento anteriormente exposto nos leva ao segundo ponto abordado, a percepção dos políticos sobre a demanda – controle inflacionário. Nesse aspecto especificamente há uma
interligação entre o resultado das percepções dos cidadãos em termos eleitorais e a forma como os políticos analisam tais questões. Resumidamente, se o cidadão pode votar ou deixar de votar em um político por considerá-lo pouco comprometido com a causa em foco, os políticos por sua vez se utilizam dos resultados dessa percepção para marcarem suas ações. Aparentemente pode-se afirmar que a interação entre os dois pontos abordados cria na atual conjuntura política nacional a necessidade da classe política atuar de maneira consistente no concernente ao controle inflacionário. Entenda-se por consistência a necessidade de manter um viés econômico tendo em vista os efeitos políticos resultantes de uma alteração de curso. O reforço a essa afirmativa se dá, sobretudo, pela proximidade do ciclo eleitoral municipal e a necessidade do novo governo federal de manter apoios importantes para a governabilidade.
CREOMAR LIMA CARVALHO DE SOUZA Professor de relações internacionais do Ibmec-DF
CNT TRANSPORTE ATUAL
JUNHO 2011
81
“O desafio de qualificar profissionais é grande, mas a disposição dos transportadores é maior ainda”
CLÉSIO ANDRADE
OPINIÃO
Formação de motoristas crescimento da economia brasileira nos últimos anos colocou toda a sociedade diante de um grande desafio: onde encontrar profissionais em quantidade suficiente e com a qualificação necessária para preencher as inúmeras vagas de trabalho abertas em todos os segmentos produtivos, especialmente no setor transportador? Posso afirmar, sem medo de errar, que a Confederação Nacional do Transporte está dando um passo importantíssimo no sentido de oferecer mão de obra capacitada para o setor, com o lançamento do Programa Nacional de Formação de Novos Motoristas de Ônibus, Caminhões e Carretas. Por meio dele, serão formados 67 mil novos motoristas profissionais por ano e elevada de forma substancial a oferta de mão de obra especializada, o que atenderá a carência verificada atualmente no setor de transporte de carga e de passageiros. Para viabilizar o cumprimento dessa meta, serão utilizadas as instalações das unidades do Sest Senat (Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) em todo o país, unidas em um esforço conjunto para evitar a falta de profissionais nesse setor vital para a economia: o transporte. Caberá também ao Sest Senat a aplicação
O
do conteúdo teórico e o desenvolvimento da parte prática, em parceria com as empresas de cargas e de passageiros. O público-alvo do programa são os motoristas recém-habilitados sem experiência com o setor, que terão a opção de escolher a formação para a condução de caminhões, carretas e ônibus (urbano e interurbano). A iniciativa educacional está sendo implementada em parceria com o Ministério do Trabalho e se alia à proposta de estímulo ao acesso da população ao ensino técnico e a cursos profissionalizantes pelo Pronatec, o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica. O desafio é grande, mas a disposição dos transportadores é maior ainda. Com absoluta certeza, a disponibilidade de motoristas profissionais especializados para as empresas de transporte e a maior oferta de educação para trabalhadores no setor permitirão a inclusão de novos cidadãos no mercado formal de trabalho. A ação liderada pela Confederação Nacional do Transporte vem ao encontro dos anseios da sociedade, atende as necessidades do mercado e garante a sustentabilidade econômica da atividade transportadora. Garantindo, dessa forma, um futuro melhor para o trabalhador em transporte e para o país.
82
CNT TRANSPORTE ATUAL
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade PRESIDENTE DE HONRA DA CNT Thiers Fattori Costa
JUNHO 2011
Victorino Aldo Saccol José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
DOS LEITORES imprensa@cnt.org.br
VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro
MOBILIDADE URBANA Gostei muito da entrevista com o secretário nacional de Transporte e Mobilidade publicada na revista CNT Transporte Atual do mês de maio. É bom saber que o poder público reconhece que o passo inicial para melhorar nossos sistemas de transporte urbano é o planejamento de ações a médio e longo prazo. Espero que com a Copa, nossas cidades se tornem mais preparadas.
desenvolvimento do país. Parabéns aos governos estaduais e ao federal que vem proporcionando a implantação de novas empresas no Nordeste do país. Acredito que temos potencial para crescer ainda mais e, para isso, os investimentos precisam ser bem aplicados. Paulo Sérgio Castro Recife/PE ENTREVISTA
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Dirceu Efigenio Reis Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Eduardo Lopes Fernando Ferreira Becker Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante Eclésio da Silva
Dárcio Peres Campos São Paulo/SP EXEMPLO JAPONÊS Fiquei impressionado com a rapidez que o Japão conseguiu recuperar o trecho de uma rodovia destruída depois do terremoto de março deste ano. Felizmente, não sofremos com ações da natureza desse tipo, mas nossas rodovias precisam de bastante atenção. Será que um dia conseguiremos chegar a esse nível de eficiência? André Junqueira Goiânia/GO NORDESTE A reportagem “Nordeste como solução”, da edição nº 189 da revista CNT Transporte Atual deixa claro que os incentivos fiscais têm papel fundamental no
Sou educadora e gostei muito da entrevista com Cláudio de Moura Castro, publicada no mês passado pela revista CNT Transporte Atual. Concordo que a qualidade da educação no Brasil ainda precisa ser melhorada, principalmente no nível fundamental, mas acredito que estamos no caminho certo. Os sistemas de avaliação criados pelo MEC (Ministério da Educação) auxiliam na busca de soluções mais eficazes. Regina Célia Damaceno Governador Valadares/MG
CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes