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CNT
REPORTAGEM DE CAPA CNT e Sest Senat abrem inscrições para o Programa de Formação de Motoristas. Objetivo é formar 66,9 mil novos profissionais por ano para atender a demanda crescente do mercado de trabalho em todo o país Página 20
TRANSPORTE ATUAL ANO XVII | NÚMERO 192 | AGOSTO 2011
ENTREVISTA
Sandro Magaldi fala do uso de grandes ideias no trabalho PÁGINA
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CONGRESSO DA ABTC • Investimento em multimodalidade e práticas ambientais nas empresas de transporte são debatidos em encontro
CAPA SCANIA/DIVULGAÇÃO
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AEROVIÁRIO
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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho
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Trajeto entre Rio Terminais de e Petrópolis será carga brasileiros reduzido em 5 km se destacam PÁGINA
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EDITORA RESPONSÁVEL
Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]
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atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares
ROUBO DE CARGAS
AQUAVIÁRIO
Cresce o total de ocorrências em Santa Catarina
Setor se reúne com direção da SEP e Antaq
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
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18º PRÊMIO CNT DE JORNALISMO
VAGÃO DO CONHECIMENTO • Projeto da ALL mostra como é o funcionamento de um trem a alunos de escolas públicas em seis Estados brasileiros PÁGINA
BLINDAGEM
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PREVENÇÃO
Empresas investem Sest Senat e Ministério da Saúde cada vez mais na segurança da frota assinam convênio PÁGINA
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SEST SENAT
Seções Alexandre Garcia
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Humor
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Mais Transporte
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Transpo-Sul
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Boletins
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Debate
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Opinião
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Cartas
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Itabuna (BA) ganha unidade no dia do aniversário PÁGINA
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E MAIS Projeto Despoluir
As inscrições para a 18ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo serão encerradas no dia 5 de setembro. Não perca o prazo. Confira o regulamento no site especial do prêmio e participe. Serão pagos R$ 90 mil em prêmios, em seis categorias: Impresso, Rádio, TV, Internet, Fotografia e Especial Meio Ambiente.
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Escola do Transporte A página eletrônica do Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes do Sest Senat está de cara nova. Moderna, dinâmica e de fácil navegação, traz notícias, fotos, vídeos e integração com o facebook, o twitter e o flickr. Acesse sestsenat.org.br/esca.
Sest Senat • Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes
MULTIMÍDIA HOMENAGEM
Sest Senat comemora o Dia do Motorista em todo o país PÁGINA
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“A Cide desde 2001 incide sobre combustíveis e, teoricamente, destina-se à infraestrutura de transportes. Um dinheirão que poderia aliviar o Custo Brasil” ALEXANDRE GARCIA
O Custo Brasil rasília (Alô) - A primeira vez que senti o Custo Brasil embarcado em caminhões foi quando, em visita a Petrolina, soube da perda de frutas transportadas de lá para o litoral. Isso faz umas duas décadas e, desde então, parece que nada melhorou. As frutas que são embarcadas do Alto São Francisco para Frankfurt chegam fresquinhas e íntegras, embora viajem uns 10 mil quilômetros. Têm o privilégio de ir pelo céu. As que vão pela terra, por Pernambuco ou pela Bahia, estão sujeitas aos mesmos percalços que em qualquer outro lugar do país. E não são apenas as condições das estradas que fazem a carga sacolejar. Se fosse apenas isso, o custo seria menor que uns 10 ou 20 ou 30% de perda nas condições do produto. No papel vai tudo bem: afinal, existe a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que desde 2001 incide sobre combustíveis e que, teoricamente, destina-se à infraestrutura de transportes. Um dinheirão, que poderia aliviar o Custo Brasil. E o que se vê? Isso que aí está, revoltando a cidadania prejudicada. O
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país precisa de rodovias, de ferrovias, de aeroportos. O Brasil não precisa de corrupção. Estão confundindo o objetivo. O alvo é o bem comum, não o bem de indivíduos notórios, de grupos ou de partidos. Enquanto isso, morremos de inveja da China, que construiu uma ponte marítima com 42 km de comprimento, a um custo equivalente a R$ 57 milhões o quilômetro, enquanto a duplicação da ponte do rio Guaíba, em Porto Alegre, está estimada em R$ 400 milhões o quilômetro. Num país de distâncias que chegam a mais de 4.300 km em linha reta, você percebe como é insensato transportar de caminhão, a conta-gotas, cargas a distâncias superiores a mil quilômetros. E o país não tem trem, como deveria ter. Você lê notícias que nos envergonham, depois vê na Internet como Israel faz ferrovia, à razão de 1,5 km por dia. Vê a China inaugurando um trem-bala num trajeto de 1.400 km, o mais extenso do mundo, enquanto o nosso, com uma terça parte desse percurso, fica patinando. É que na China corrupção pode dar pena de morte.
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“O grande diferencial competitivo são as pessoas. Uma empresa individuais dos colaboradores. Quanto mais qualificado o conjunto, ENTREVISTA
SANDRO MAGALDI
Não podemos parar d POR
elar pela qualidade dos profissionais e criar um contexto no ambiente de trabalho para que os funcionários sintam-se desafiados, reconhecidos e motivados são algumas ações que as organizações devem adotar rumo ao crescimento. O vice-presidente de Clientes e Negócios do Grupo TV1, de comunicação, Sandro Magaldi, destaca que a empresa é um repositório de talentos humanos e cabe a seus líderes criar um contexto que extraia o melhor de cada um, gerando uma organização em alta performance. Ele alerta para a necessidade de o profissional buscar sempre mais conhecimentos e não se acomodar. Mestre em administração, especializado em marketing, Magaldi é professor do MBA da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e
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CYNTHIA CASTRO
autor dos livros “Vendas 3.0” e “Movidos por Ideias”. Leia a seguir a entrevista. O senhor diz que ter acesso a cérebros que fazem a diferença é fundamental para uma corporação. É mais importante do que investir em tecnologia e aumento de pessoal? A tecnologia só existe para servir ao homem. Desconheço qualquer ferramenta tecnológica que tenha condições de gerar um diferencial competitivo para uma empresa por si só. O que vemos são insucessos quando a empresa realiza investimentos em tecnologia sem considerar a interface com as pessoas. O grande diferencial competitivo das empresas são as pessoas. Uma empresa nada mais é do que o conjunto das competências individuais de seus colaboradores. Quanto mais qualificado o conjunto, mais competente será a empresa.
Como conciliar a busca pelo profissional das grandes ideias e a redução de custos? Essa é uma questão bastante instigante. Deparamo-nos com um contexto totalmente novo no mercado corporativo: o aquecimento da economia trouxe o aquecimento do mercado de trabalho. Um dos maiores desafios para as empresas é compatibilizar o equilíbrio financeiro e prosperidade com os investimentos em salários. A resposta para esse desafio reside muito no entendimento de que as pessoas não são movidas exclusivamente pelo salário. É inegável que esse é um elemento importante para a prosperidade pessoal, mas imaginar que apenas com ótimos salários será possível atrair os melhores talentos é um equívoco. Há outras questões importantes? Pesquisas mostram que as
melhores empresas para se trabalhar não são aquelas que pagam os melhores salários. As pessoas dão mais valor a respeito, qualidade do ambiente de trabalho, possibilidade de crescimento e evolução pessoal, entre outros fatores. É necessário investir no ambiente de trabalho, criando um contexto em que as pessoas se sintam desafiadas, reconhecidas e motivadas. Ao se criar esse ambiente, a atração de excelentes profissionais será consequência. Só um último ponto, que se refere até quanto a empresa está disposta a investir nesses profissionais. A resposta irá variar de empresa para empresa. A boa qualidade do profissional deve ser priorizada? Temos de zelar pela qualidade de nossos profissionais e ser intolerantes com aqueles que não estiverem alinhados com a visão do negócio. Por vezes,
é o conjunto de competências mais competente a empresa”
ARQUIVO PESSOAL
e aprender deparo-me com organizações que são reticentes em aumentar seus investimentos para atrair ou reter aqueles com potencial para fazer a diferença em seu negócio, porém, são tolerantes com profissionais acomodados, descomprometidos. É necessário coragem para agir visando os interesses da organização. O profissional criativo deve estar presente desde o nível gerencial ao operacional? Em um dos capítulos do livro “Movidos por Ideias”, buscamos quebrar um paradigma a respeito do talento nas organizações. Uma crença aponta que existe um universo limitado de pessoas com talentos extraordinários. São aqueles profissionais que têm destaque e são tratados como estrelas. É uma visão equivocada. Toda pessoa tem um talento. Alguns talentos são mais adequados em determinado contexto.
Mas a empresa é um repositório de talentos humanos e cabe a seus líderes criar um contexto que extraia o melhor de cada um, gerando uma organização em alta performance. Essa mesma visão se aplica à criatividade. Por qual motivo a criatividade deve estar limitada a um pequeno número de seres iluminados? Estabelecer uma visão como essa cria um limitador que poda a disseminação da criatividade. Teremos um verdadeiro desperdício de talentos que não encontram espaço para apresentar suas ideias. É fundamental criarmos um espaço adequado para que talentos floresçam e as pessoas deem o seu melhor. No transporte, o senhor citaria algum exemplo em que a criatividade foi essencial para trazer mais lucro ou aumentar a produtividade? Um dos modelos de negócio
inovadores originário no mercado de transporte e que, posteriormente, acabou se disseminando em diversos setores de forma avassaladora foi a chamada estratégia ‘low fare, low cost’ (“baixa tarifa, baixo preço”), executadas pela primeira vez pela companhia aérea norte-americana Southwest Airlines. Por meio de uma inovação no modelo de negócios, essa organização revolucionou o setor aéreo mundial, desenvolvendo uma estrutura de custos enxuta em sua operação e repassando essa economia para o preço das passagens. Para colocar essa estratégia em pé, foi necessário estabelecer um novo modelo de relacionamento com fornecedores, verticalizar operações não
relacionadas ao negócio essencial e utilizar a tecnologia da informação de forma estratégica. E o resultado foi positivo? O resultado foi a conquista, em curto espaço de tempo, de participação expressiva no competitivo mercado aéreo norte-americano, levando todas as organizações do setor a repensar sua forma de atuação (além de gerar fusões como a da United com a Continental). Além disso, outros filhotes com o mesmo modelo de negócios floresceram pelo mundo de forma bem-sucedida, como a irlandesa Ryanair e, no Brasil, a Gol (no lançamento) e a Azul. O fundador David Neeleman também é fundador da norte-ameri-
cana Jet Blue, que adota o mesmo modelo de negócios e foi uma das companhias aéreas que mais cresceu nos últimos tempos, mesmo durante a recente crise econômica que trouxe fortes reflexos ao setor nos Estados Unidos. No livro “Movidos por Ideias”, o senhor fala sobre “o que não muda em um mundo onde tudo muda”. O que não muda? Não muda aquilo que é essencial na gestão. O risco de termos um contexto corporativo que se caracteriza pela alta velocidade das mudanças é perdermos a perspectiva de que existem conceitos fundamentais que são essenciais para a boa gestão e nos levarmos pelos modismos. Recorro no livro à visão de dois dos principais pensadores do ‘management’ mundial (já falecidos): Theodore Levitte e Peter Drucker. É surpreendente quando retomamos a visão desses pensadores, construídas há mais de cinco décadas, e nos damos conta de sua atualidade. Peter Drucker cunhou o termo “profissionais do conhecimento” no final da década de 40 e ainda hoje muitas empresas não entendem que seu ativo mais valioso são as pessoas. Que elas não devem ser tratadas como máquinas, seres burros, limitados.
O que deve fazer o profissional dividido entre um emprego burocrático e de bom salário e um emprego com pior condição de trabalho, mas maior possibilidade de desenvolvimento de habilidades? Essa é uma pergunta complexa, pois temos de respeitar as decisões individuais. Como diz o ditado: “cada um sabe onde lhe dói o calo”. Mas convido o leitor a uma reflexão. Está claro que existe uma longevidade limitada em um contexto no qual o profissional não tem um ambiente estimulante para o seu desenvolvimento e se apega exclusivamente ao salário. Mais cedo ou mais tarde, por uma decisão pessoal ou não, esse ciclo irá se encerrar. Quando isso ocorrer, as perspectivas que ficam para o profissional são para lá de sombrias, já que não investiu em seu potencial e seu repertório ficou muito limitado, perdendo atratividade para o mercado de trabalho. Sugiro estabelecermos um plano de evolução profissional que considere o foco no curto prazo, sem perder a perspectiva do longo. Mesmo em uma situação desestimulante em que o principal fator motivacional é o salário, temos de nos movimentar continuamente rumo a nossa evolução. Historicamente, o principal elemento motivador de grandes conquistas na humanidade foi o
CRIATIVIDADE Sandro Magaldi defende que toda pessoa
“Devemos selecionar as empresas nas quais almejamos investir tempo expressivo de nossa existência”
inconformismo. Quando perdemos esse inconformismo, nos acomodando com o status atual, corremos o risco de perder a perspectiva de evolução pessoal. O risco não compensa. Algumas pessoas são mais criativas e inovadoras. Essas características podem ser desenvolvidas? É natural que existem pessoas com aptidões distintas. Assumindo a premissa de que somos seres pensantes com capacidade para mudar contexto e desenvolver cenários, é plausível supor que essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Para alguns, esse processo será mais simples, porém
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“Cabe aos líderes criar um contexto que extraia o melhor de cada um” tem um talento a ser desenvolvido
existe um caminho. Todo o processo de evolução pessoal e profissional tem relação íntima com a busca do conhecimento. Nesse caso, a lógica é a mesma. Para quem almeja desenvolver um perfil mais criativo, o caminho passa, inexoravelmente, por buscar cada vez mais conhecimento e conteúdos relacionados ao tema. Vivemos em um contexto em que a capacitação é um processo contínuo sem prazo para acabar. Nunca mais poderemos parar de estudar, aprender, buscar novos conhecimentos.
proceder em uma organização que resiste ao novo? Da mesma forma que uma empresa seleciona os profissionais que deseja contratar, devemos selecionar as empresas nas quais almejamos investir tempo expressivo de nossa existência. Esse aspecto ganha ainda mais força em um ambiente corporativo em evolução como o atual, em que as opções para o trabalhador qualificado são inúmeras. Existe sempre a opção de agir como um agente de mudanças, “empurrando” a organização rumo a um novo caminho. O fato concreto, porém, é que existe a possibilidaO senhor escreveu o artigo de de a empresa não desejar a “Pressões extremas e resis- mudança. Dessa forma, todos os tências a mudanças”. Como esforços poderão ser em vão,
gerando frustração e desmotivação. O que não é recomendável nem aceitável é acomodar-se em um contexto que não lhe oferecerá nada em troca. Os tempos mudaram e hoje a mobilidade profissional é muito maior. Qual a dica para que a exposição de uma ideia não seja vista como intromissão no trabalho do colega? Como saber a hora de falar? Existe um elemento que se aplica a todos os contextos: o uso do bom senso. Uma organização é uma entidade como outra qualquer, em que as questões políticas e de interesse pessoal se fazem presentes. É fundamental entender o funcionamento da empresa para poder integrar-se à sua cultura de forma efetiva e bem-sucedida. De acordo com essa cultura, o profissional terá referências de como, quando e onde se posicionar para ser ouvido de fato. Uma empresa com perfil conservador pode abafar talentos? A questão do estímulo aos talentos não está relacionada necessariamente ao perfil da organização. Temos organizações conservadoras e tradicionais que ostentam em seus quadros profissionais altamente talentosos. Uma boa referência sobre isso
são algumas empresas públicas no Brasil, que possuem entre seus colaboradores profissionais muito talentosos. Da mesma forma, empresas mais dinâmicas podem abafar talentos se não adotarem uma gestão proativa, orientada ao desenvolvimento das pessoas e à criação de espaços propícios para sua evolução. O discurso da sustentabilidade tem se fortalecido. As empresas que desprezarem ações com esse objetivo serão menos competitivas? Inegavelmente. E por um motivo bastante simples. A despeito de todas as questões sociais, que não são menos relevantes, o fato fundamental é que os consumidores não toleram mais empresas que não respeitam a sociedade. Com o amadurecimento da sociedade e de seus consumidores, temos um ambiente que não dará espaço para as empresas que não respeitarem sua licença de operar no ambiente social. Como já dizia Peter Drucker, o principal objetivo de uma organização é gerar valor para a sociedade. Como consequência, a sociedade lhe recompensa com o lucro. Sempre que uma empresa não respeitar esse preceito, ela estará negando sua própria existência. O resultado já sabemos: quantas empresas que eram referência no passado simplesmente não existem mais? l
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MAIS TRANSPORTE AMSTEDMAXION/DIVULGAÇÃO
Embraer entrega 76 aviões A Embraer fechou o primeiro semestre deste ano com 76 aeronaves entregues, entre jatos comerciais e executivos. O total de encomendas fechadas foi da ordem de US$ 15,8 bilhões. No segundo trimestre de 2011, a
empresa fez a entrega de 25 aviões comerciais e de 23 jatos privados. O crescimento nas vendas tende a continuar. A Embraer Defesa e Segurança anunciou a efetivação do contrato de venda de oito aeronaves Super Tucano para a Indonésia. EMBRAER/DIVULGAÇÃO
ENCOMENDA Vagões chegam à Transnordestina
Transnordestina recebe vagões
COMÉRCIO Embraer projeta crescimento
Antes do prazo previsto, a fabricante AmstedMaxion entregou, no início de julho, os primeiros vagões à Transnordestina Logística S.A.. Os carros vão operar no transporte de lastro e plataformas modelo PET, para transporte de trilhos e dormentes. A previsão é de que a
empresa entregue todos os 455 vagões encomendados até julho de 2012. A Transnordestina terá uma extensão de 1.728 quilômetros e ligará o município de Eliseu Martins, no Piauí, aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará.
Fusão no setor logístico
Fórum Internacional de Logística
A ALL (América Latina Logística) e a Ouro Verde Transportadora firmaram, em julho, acordo operacional para a fusão de suas unidades. Com foco no transporte rodoviário, a nova empresa terá gestão própria e recebeu o nome de Ritmo Logística. A organização terá atuação, principalmente, no
As inscrições para o 17º Fórum Internacional de Logística foram iniciadas. O evento será realizado no período de 12 a 14 de setembro, no hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro (RJ). Um dos destaques do fórum é a divulgação de pesquisas inéditas, que têm grande relevância para as empresas e para os negócios em diferentes
agronegócio e em operações de produtos de alto valor agregado. A Ritmo terá capital formado 65% pela ALL e 35% pela Ouro Verde. A empresa conta com uma equipe de 720 colaboradores, receita de, aproximadamente, R$ 300 milhões, e uma frota de ativos com 224 cavalos mecânicos e 474 carretas.
áreas. Nos três dias de evento, mais de 70 apresentações, entre painéis e casos de sucesso serão ministradas. Simultaneamente ao fórum, acontece a Expo.Logística, feira de produtos, serviços e soluções. Os organizadores destacam que a feira complementa o ambiente de networking do evento.
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TECNOLOGIA
Encontro de Ferrovias
Banco monitora coração
A data e o local de realização do 3º Encontro de Ferrovias ANTF (Associação Nacional de Transportadores Ferroviários) foram alterados. O evento, antes programado para
s engenheiros da Ford Europa desenvolveram um banco de carro capaz de monitorar o batimento cardíaco do motorista. O sistema, ainda em teste, tem seis sensores instalados no encosto. Eles captam os sinais eletrônicos do coração por meio da roupa, sem contato com a pele, permitindo a ligação remota com centros médicos e sistemas de segurança do veículo. De acordo com Achim Lindner, médico do Centro
agosto, será realizado nos dias 27 e 28 de outubro, no Espaço Viva Hall, em Juiz de Fora (MG). Nesta edição, as principais discussões serão em torno das inovações tecnológicas do sistema ferroviário de cargas. SETCEMG/DIVULGAÇÃO
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Europeu de Pesquisa e Inovação da Ford, embora ainda seja um projeto de pesquisa experimental, a tecnologia de monitoramento cardíaco a bordo pode se tornar, no futuro, um avanço muito importante para os motoristas dos carros da marca. Os testes de rodagem mostraram que o sistema é capaz de realizar medições altamente precisas em 98% do tempo em que o motorista estiver dirigindo. FORD/DIVUGAÇÃO
ELEITO Sérgio Luiz Pedrosa assume o Setcemg
Setcemg tem novo presidente O administrador de empresas Sérgio Luiz Pedrosa, diretor-geral da Transpedrosa, foi eleito presidente do Setcemg (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais). Ele substitui Ulisses Martins Cruz e vai ficar à frente da entidade mineira pelos
próximos três anos. Durante a solenidade de posse, Pedrosa falou sobre os desafios que terá como dirigente do sindicato, entre eles, o de diminuir o número de mortes causadas por acidentes nas estradas e o de resgatar e valorizar a profissão de motorista.
TESTE Sensores instalados no encosto do banco
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MAIS TRANSPORTE PORTO DO RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO
João Goulart - Uma Biografia Historiador tentar resgatar a história do ex-presidente brasileiro, deposto pelo golpe militar de 1964. De: Jorge Ferreira, Ed. Civilização Brasileira, 714 págs., R$ 59,90
Os 33: A Milagrosa Sobrevivência e o Dramático Resgate dos Mineiros no Chile Autor acompanhou em detalhes a história dos mineiros soterrados em agosto de 2010. De: Jonathan Franklin, Ed. Agir, 288 págs., 34,90
Escola no Porto atrai visitantes O projeto Escola no Porto, em Rio Grande (RS), registrou mais de 2.000 visitantes no primeiro semestre deste ano, entre estudantes do ensino médio e fundamental e universitários gaúchos. A meta é mostrar a atividade portuária. Para participar, as escolas interessadas devem agendar as visitas previamente.
Anuário do transporte aéreo A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) apresentou em julho o Anuário do Transporte Aéreo 2010. O documento traz informações revisadas e consolidadas de 31 companhias aéreas brasileiras e de 57 empresas estrangeiras, que realizaram voos de passageiros e cargas com
origem ou destino ao Brasil no ano passado. Em 2010, o número de passageiros embarcados em voos regulares e não regulares nas empresas brasileiras, com origem no Brasil para qualquer destino, cresceu 22%, comparado a 2009. Foram 74 milhões de embarques, sendo 71 milhões
em voos domésticos e 2 milhões em voos internacionais. As principais companhias aéreas brasileiras registraram índices de regularidade acima dos 90%. Ainda segundo o anuário, dessas empresas, a maioria registrou, aproximadamente, 80% no índice de pontualidade.
E se Obama fosse africano? Autor aborda de modo corajoso e criativo os principais impasses da África contemporânea. De: Mia Couto, Ed. Companhia das Letras, 208 págs., R$ 35
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PÓSITRON/DIVULGAÇÃO
CARGAS
Corredor de exportação Ferroeste anunciou a criação de um corredor de exportação, que deverá ser distribuído em estruturas logísticas nas cidades paranaenses de Cascavel, Guarapuava, Araucária, Maringá, Ponta Grossa e Paranaguá. O projeto será executado com a Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná), à Claspar (Empresa Paranaense de Classificação de Produtos) e ao Porto de Paranaguá. Avaliado em R$ 11 milhões, o corredor será dotado de grandes silos, instalados nas cidades que dão acesso ao porto. Os pátios da Codapar, hoje subutilizados, serão readequados com estacionamento, refeitórios, banheiros e
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PRATICIDADE Novo modelo de alarme para motos
Alarmes para motos A Pósitron apresentou ao mercado mais três modelos diferenciados de alarmes DuoBlock para motocicletas: o Pro G5; o FX G5 e o PX G5, com radiofrequência. O Pro G5 tem características simples de instalação e praticidade no manuseio. O produto conta com apenas dois botões para ligar e desligar o alarme e possui garantia de um ano. O FX G5 é um dispositivo intermediário e está disponível nas linhas Universal, com
aplicação em qualquer motocicleta, e na Dedicada. Essa solução foi desenvolvida para os modelos Titan 125, 150 Fan, Honda Bros 150, Bis, CB300, YBR 125, Fazer 250, XTZ e Teneeré 250. O PX G5 com radiofrequência é o modelo top. Possui controle de presença e conta com a função incorporada “botão secreto”, dispositivo posicionado em local oculto na motocicleta. O produto está disponível na linha Universal e possui garantia de dois anos.
logística de TI (tecnologia da informação) interligada ao porto. Os estacionamentos de caminhões servirão para armazenar temporariamente as cargas e classificar os granéis destinados à exportação. A descida de veículos será controlada pela administração do porto, eliminando as filas. A expectativa é que o projeto aumente a velocidade do fluxo de liberação de cargas dos atuais 1.800 caminhões para 4.100 caminhões ao dia. A Ferroeste estima aumentar sua produção em 35%, antes mesmo da ampliação prevista das linhas. O presidente da ferrovia, Maurício Querino Theodoro, afirma que o investimento será diluído em cinco ou seis anos.
Agilidade nos aeroportos
Presença brasileira nos EUA
Os CGAs (Centros de Gerenciamento Aeroportuário) do Aeroporto Internacional do Galeão e do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, entraram em operação no dia 22 de julho. Os centros têm como objetivo gerir a operacionalidade dos aeroportos em tempo real, conceber e implantar medidas para melhorar o fluxo operacional e aprimorar o atendimento aos passageiros e aeronaves. Os CGAs operam 24
A Railway Interchange 2011 será realizada de 18 a 21 de setembro, no Centro de Convenções de Minneápolis (EUA), e reunirá empresas de comunicação, sinalização, manutenção, mecânica, engenharia, passageiros, estruturas e vias do setor ferroviário, em uma área de 92 mil m2. A participação da delegação brasileira na feira está sendo coordenada pelo presidente-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, e pelo presidente
horas por dia e reúnem representantes da Infraero, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Polícia Federal, Receita Federal, vigilâncias Sanitária e Agropecuária, além de companhias aéreas. Os aeroportos internacionais de Guarulhos (SP), Brasília (DF) e Confins (MG) já contam com esse tipo de apoio. O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será o próximo terminal a instalar o CGA.
da Abifer, Vicente Abate. O estande do Brasil terá 100 m2 e tem o apoio do Ministério das Relações Exteriores. O objetivo da coordenação brasileira é reunir o maior número de representantes da indústria metroferroviária e das operadoras ferroviárias de cargas e passageiros no Pavilhão Brasileiro, para promover o intercâmbio de informações, intensificar a divulgação dos produtos e serviços nacionais e prospectar novos clientes.
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MAIS TRANSPORTE FERROVIAS
Caminhão a gás A Volvo Trucks lançou no mercado europeu o Volvo FM Metano-Diesel. O novo caminhão é movido por uma mistura de combustíveis com até 75% de gás. A tecnologia de eficiência de combustível
amplia as possibilidades operacionais do veículo, reduzindo consideravelmente as emissões de CO2. O caminhão foi projetado para operações do transporte pesado, em longas distâncias. VOLVO/DIVULGAÇÃO
Marco regulatório oram publicadas no último dia 20 de julho, no Diário Oficial da União, três resoluções referentes ao novo marco regulatório do setor ferroviário do Brasil. As novas regras, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), têm como objetivo criar um ambiente mais competitivo no setor. As resoluções permitem o uso da capacidade ociosa de uma linha férrea por terceiros, desde que tenham os próprios vagões e trens, garantem que uma concessionária possa receber ou entregar cargas na malha de outro consórcio e possibilitam ainda que as concessionárias
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requerentes do direito de passagem possam fazer investimentos de expansão quando não houver capacidade ociosa nos trechos ferroviários em questão. A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) informa que ainda está estudando as alterações em todos os seus aspectos técnicos, operacionais, econômicos e jurídicos. “Temos plena confiança de que conseguiremos chegar ao formato ideal, para que a evolução do marco regulatório seja compatível com as atuais demandas do crescimento econômico do país”, afirma nota divulgada pela associação.
EFICIÊNCIA Tanque de GLV liquefeito da Volvo
ITS 2011 em Santa Catarina
Design automotivo
Entre os dias 14 e 16 de setembro será realizada a quarta edição do ITS 2011 (Itajaí Trade Summit), em Itajaí, Santa Catarina. O evento é destinado aos profissionais de grandes, médias e pequenas empresas exportadoras, prestadoras de serviços e equipamentos. O ITS é considerado um dos encontros mais
A partir do dia 27 de agosto, o Núcleo de Cultura da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) oferece o curso “Alias Automotive”. O objetivo é qualificar profissionais que desejam atuar na área de criação e design automotivo. O curso estimula o uso de ferramentas 3D para a criação de modelos de automóveis. As aulas serão ministradas pelo
qualificados da área de logística, transporte e comércio internacional das regiões Sul e Sudeste do Brasil e do Mercosul. No ano passado, foram 8.800 visitantes e mais de 70 expositores, com crescimento de 35% em relação a 2009. A expectativa da organização é de que o número de participantes cresça ainda mais nesta edição.
professor Antonio Carlos Corbacho, pós-graduado em gestão estratégica de projetos pela Faap, e que atua há 26 anos em design na indústria automobilística. O curso acontece sempre aos sábados, das 9h às 13h no campus da Faap em São Paulo (SP). Inscrições e informações em www.faap.br<http://www.faap.br/> ou pelo telefone (11) 3662-7313.
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Fábrica de locomotivas em MG A Caterpillar anunciou, no dia 26 de julho, a construção de uma fábrica de locomotivas em Sete Lagoas (MG). O empreendimento será realizado pela MGE Equipamentos e Serviços Ferroviários Ltda., subsidiária brasileira da Progress Rail, filial da Caterpillar no Brasil. A empresa planeja fazer investimentos significativos
para modernizar a antiga oficina de locomotivas da FCA, instalada no local da futura fábrica. A unidade vai montar e fabricar locomotivas Electro-Motive Diesel, em uma área de 12 mil metros quadrados. Segundo a empresa, a nova unidade poderá criar até 600 empregos diretos, quando estiver funcionando com sua capacidade total. CATERPILLAR/PROGRESS RAIL/DIVULGAÇÃO
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RENAULT
Escritório móvel eguindo a tendência de veículos conceito desenvolvidos por diversas montadoras, a Renault apresentou seu quarto modelo dentro dessa ótica: o Frendzy. O carro elétrico teve seu desenho inspirado no design de aviões de formatos diferenciados, como o Airbus Beluga. A ideia é oferecer ao condutor a possibilidade de “mutação”, adaptando o carro para os dias de trabalho e para os dias de lazer. Uma grande tela instalada do lado de fora permite a divulgação de mensagens úteis, como o nível de carga elétrica
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do carro. O conceito de escritório móvel fica ainda mais evidente nas outras possibilidades de interatividade oferecidas, como o tablet conectado ao painel de bordo. Durante o fim de semana, o carro se “transforma” em um veículo para a família, com um banco de passageiro confortável e um grande banco traseiro. O Frendzy tem um tablet tátil, que desliza para fora do encosto do motorista, permitindo a exibição de filmes ou jogos. O veículo possui também uma lousa para desenhos, integrada na porta deslizante. RENAUT/DIVULGAÇÃO
DEMANDA Unidade poderá gerar até 600 empregos diretos
Programa de trainee Estão abertas, até o dia 2 de setembro, as inscrições para o programa de trainee ALL (América Latina Logística) 2012. O processo seletivo tem duração de 12 meses e está dividido em etapas: triagem dos currículos inscritos pela Internet, provas on-line, dinâmica de grupo e entrevistas. Ao todo, serão selecionadas 20 pessoas que terão salário compatível
com o mercado, além de benefícios como participação nos resultados da empresa. Para se inscrever é preciso ter concluído a graduação, em qualquer área de formação, entre dezembro de 2009 e 2011; ter inglês fluente e domínio das ferramentas de informática. Inscrições pelo site www.alltrainee.com<http://www.all trainee.com/>
MUTANTE Carro para o trabalho e para o lazer
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REPORTAGEM DE CAPA
Seja um motori CNT e Sest Senat lançam Programa de Formação de Motoristas pa
JĂ&#x161;LIO FERNANDES/CNT
sta profissional ra o Mercado de Trabalho; 66,9 mil devem ser formados por ano
“Esse programa é muito importante e vai atender à demanda cada vez mais crescente de motoristas de caminhão e ônibus” CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT
POR
CYNTHIA CASTRO
mercado de trabalho está aberto para motoristas de ônibus e caminhão. Há estimativas de que existam hoje, no Brasil, 50 mil vagas desocupadas por não haver profissional em número suficiente com os atributos que a atividade exige. Para tentar suprir essa demanda e impulsionar o setor de transporte e o desenvolvimento do país, a CNT e o Sest Senat lançaram oficialmente, neste mês, o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho. Serão desenvolvidos três cursos específicos em todas as unidades do país, em parceria com empresas de transporte rodoviário de cargas e de passageiros: cursos de formação para motorista de caminhão, para motorista de carreta e para motorista de ônibus. A meta é formar 66,9 mil profissionais no período de um ano, a partir do envolvimento de todas as unidades do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. Todos os cursos são gratuitos e realizados em quatro módulos (básico, intermediário, especialização e prático). A carga horária mínima é de 160 horas aula. Quem se interessar deve fazer a inscrição na
O
OPORTUNIDADE Os cursos oferecidos pelo Sest Senat para a
Internet (www.sestsenat.org.br), diretamente na unidade do Sest Senat ou pelo telefone 0800728 2891. Será feita uma triagem entre os inscritos, que devem ser habilitados em uma das seguintes categorias: C, D ou E. O aluno terá de assinar um termo de adesão ao programa, comprometendo-se a ingressar no setor de transporte após a conclusão do curso.
“A CNT, por meio do Sest Senat, está lançando esse programa, que é muito importante, com o objetivo de atender à demanda cada vez mais crescente no país”, afirma o presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade. Ele destaca que os jovens aprenderão sobre direção defensiva, direção econômica, legislação, entre outros
assuntos. “Vão receber todo o preparo para trabalhar em transportadoras ou empresas de ônibus”, diz Clésio Andrade. A elaboração do material didático e as aulas teóricas são de responsabilidade do Sest Senat. As unidades operacionais ficam responsáveis também por incentivar as empresas de transporte de
Saiba mais Conheça o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho, implementado pelo Sest Senat e CNT OBJETIVO: estimular o crescimento do país, voltado para o setor de transporte, preparando novos motoristas para o mercado de trabalho META: formar 66.900 alunos por ano, nas atividades de transporte de cargas e de passageiros, nas unidades do Sest Senat espalhadas por todo o Brasil JÚLIO FERNANDES/CNT
CURSO: serão três modelos (para caminhão, carreta e ônibus), com carga horária mínima de 160 horas aula por curso • Formação para Motorista de Caminhão • Formação para Motorista de Carreta • Formação para Motorista de Ônibus CONTEÚDO - Motorista de Caminhão e de Carreta Módulos básico e intermediário: • A postura profissional do condutor de transporte de cargas • Segurança, meio ambiente e saúde • Legislação de trânsito básica • Visão sistêmica no transporte • Relacionamento interpessoal • A qualidade na prestação de serviços de transporte de cargas • Tipos de cargas e veículos • Documentação do transporte de cargas • Prevenção ao roubo de cargas • Legislação de trânsito avançada • Mecânica básica • Condução segura e econômica • Operação do cavalo mecânico • Noções de segurança em situações de emergência • Transporte de carga geral Módulos de especialização (o aluno fará a opção pelo tipo de transporte): • Carga viva • Cana-de-açúcar • Grãos • Mudanças • Frutas, verduras • Veículos (cegonheiro) • Lixo urbano • Produtos farmacêuticos • Valores • Carga frigorificada • Produtos perigosos (todos farão) • Cargas indivisíveis
formação de motoristas serão gratuitos
sua região a participarem do programa. Já as empresas que fizerem parte da iniciativa disponibilizarão veículos apropriados para os treinamentos. O conteúdo oficial do programa de formação é uma referência para que as unidades elaborem os cursos, podendo alterar disciplinas e cargas horárias de acordo com
CONTEÚDO - Motorista de Ônibus Todos os módulos: • Legislação de trânsito • Direção defensiva • Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social • Relacionamento interpessoal • Saúde e segurança no trabalho • Trabalhador em transporte amigo do meio ambiente • Legislação de trânsito avançada • Direitos humanos, sociais e trabalhistas • Equipamentos de segurança e de controle de tecnologia embarcada • Funcionamento e manutenção do veículo – mecânica básica para ônibus • Condução segura e econômica • A profissão do condutor de transporte urbano de passageiros • Direitos e deveres do cidadão no transporte urbano de passageiros • Legislação de trânsito avançada 2 • Qualidade na prestação de serviços: transporte urbano de passageiros • Excelência profissional para motoristas de transporte de passageiros • Condução segura e econômica
Inscreva-se www.sestsenat.org.br, 0800 7282891 ou em uma das unidades do Sest Senat Fonte: Sest Senat
a demanda regional, desde que seja respeitada a carga horária mínima de 160 horas. As aulas teóricas acontecem nas unidades do Sest Senat, e as práticas, em local adequado e seguro, que pode ser na própria unidade, nos pátios das empresas ou outros locais. Para melhorar a qualidade das aulas, o Sest Senat está adquirindo simuladores de direção, que recriam situações com todas as dificuldades enfrentadas pelos motoristas de caminhão e ônibus – seja em relação ao tempo, ao relevo ou outros desafios do trabalho. Até meados do mês de julho, os representantes do Sest Senat tinham visitado em torno de 600 empresas de transporte. Mais de 200 aderiram à iniciativa. E agora, com o lançamento oficial do programa, a expectativa é conseguir mais parceiros. De acordo com Clésio Andrade, além de preparar o profissional, o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho tem como ponto positivo a aproximação desses alunos com as empresas e, em muitos casos, a garantia do emprego. O Sest Senat de Goiânia já firmou parceria com a Rápido Araguaia Transportes e com a HP Transportes, na área de
CARTEIRA GRÁTIS
Proposta sugere que governo viabilize CNH Uma das dificuldades iniciais do jovem que deseja ingressar na profissão de motorista é conseguir dinheiro para tirar a primeira habilitação e também para a futura alteração de categoria. Só para a primeira habilitação, é necessário pagar em torno de R$ 1.000. Para as demais categorias, cerca de R$ 1.500. No mês de julho, o presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, enviou um ofício aos governadores de todos os Estados e aos prefeitos das capitais solicitando apoio. A ideia é que os governos e prefeituras viabilizem ações que ajudem o jovem a conseguir a carteira. “O governo precisa criar as condições para que os jovens possam tirar a primeira habilitação, contribuindo assim para que o volume de mão de obra de motoristas cresça com o tempo, e o Sest Senat possa formar mais motoristas profissionais”, diz Clésio Andrade. O senador e presidente da CNT se encontrou também com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Um dos assuntos discutidos foi a carência de motoristas profissionais para o trans-
passageiros, e com a transportadora São Expedito, no transporte de cargas. Outras empresas foram contatadas e há possibilidade de aderirem ao programa. Até o final do mês de julho, pelo menos quatro turmas já estavam acertadas, com a contratação certa de alguns alunos. Na opinião da diretora da unidade, Joabete Xavier
porte de cargas e de passageiros. Clésio Andrade solicitou à ministra que o governo federal possa subsidiar uma proposta de gratuidade na obtenção da primeira habilitação para os interessados em ingressar no mercado de trabalho do transporte. Pernambuco O Estado de Pernambuco tem uma experiência bem-sucedida de incentivo à inserção. Em 2007, foi lançado o programa CNH Popular, com a meta de conceder 100 mil carteiras de habilitação grátis, até 2014. Em 2008, foram concedidas 4.080; em 2009, 4.967 e, em 2010, 11.120. Neste ano, o número deve chegar a 15 mil. Conforme a presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Pernambuco, Fátima Bezerra Costa, a ideia surgiu para incentivar a inserção desses motoristas no mercado de trabalho na área de transporte. “Foi uma proposta de inclusão produtiva muito bem-aceita. Traz um retorno extremamente positivo para o desenvolvimento do Estado.” O Detran está tentando contabilizar os dados da inserção no mercado de trabalho, a par-
Souza Costa, é muito importante a participação das empresas nesse novo programa. “Essas parcerias envolvem o empresário no processo de formação. Isso aproxima a gestão e a coordenação da unidade do Sest Senat das empresas, na busca da profissionalização do setor de transporte”, diz Joabete. Atualmente, o Brasil tem
tir da obtenção gratuita da carteira. Mas, segundo Fátima, é difícil obter o retorno. De qualquer forma, ela garante que os benefícios para o Estado fazem valer a pena a concessão gratuita. Segundo a presidente do departamento, para tirar a carteira A ou B custa entre R$ 600 e R$ 700. A mudança de categoria, para C, D ou E, fica entre R$ 900 e R$ 1.200. O CNH Popular é voltado para a população de baixa renda. Para concorrer, os candidatos devem preencher um dos seguintes requisitos: estar desempregado há mais de um ano, ter renda familiar até três salários mínimos, ser um trabalhador que recebe até dois salários mínimos, ser aluno da rede pública, entre outras situações. É um programa direcionado tanto para a primeira habilitação como para a mudança de categoria. “O Nordeste tem uma demanda enorme para a profissão de motorista de caminhão e também de ônibus. E a tendência é que tanto a região como todo o Brasil continuem precisando muito desse profissional”, considera.
cerca de 1,4 milhão de caminhões. A economia do país está crescendo e tem aumentado também o volume de obras de infraestrutura, criando assim maior necessidade de movimentação de produtos diversos. Como mais de 60% do transporte de cargas do país se dá pelo modal rodoviário, a tendência é que a necessidade de mão de obra
“A carteira de habi extremamente posi FÁTIMA BEZERRA COSTA, PRESIDENTE DO DETRAN DE
de motoristas profissionais seja muito grande, ainda por vários anos. Os números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também mostram que o mercado da venda de veículos pesados está aquecido e indicam a necessidade de profissionais que saibam operar bem esses equi-
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litação grátis traz um retorno tivo para o desenvolvimento do Estado”
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OPORTUNIDADE
PERNAMBUCO
Mercado aberto para mulheres SEST SENAT GOIÂNIA/DIVULGAÇÃO
O mercado de trabalho na área de transportes está aberto também para as mulheres, oferecendo inúmeras possibilidades. Algumas empresas têm um forte efetivo feminino e destacam diferenciais, como o maior cuidado com o veículo e a carga, melhor relacionamento com os passageiros e outros clientes. Nos cursos já oferecidos pelo Sest Senat, tem sido comum a presença de mulheres. Cristina Santos Satelis, 25, moradora de Goiânia, é aluna do curso de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho e está com o emprego garantido em uma transportadora, parceira da unidade do Sest Senat da capital de Goiás. Ela atuava na área de call center, mas sempre teve vontade de trabalhar no transporte rodoviário. Com irmão caminhoneiro, Cristina despertou o interesse pela profissão em algumas viagens feitas com ele. “O caminhão nos permite
viajar, conhecer pessoas e lugares. Penso também que vou conseguir ganhar mais e realizar muitos sonhos.” Cristina faz questão de ressaltar que o Sest Senat ofereceu a oportunidade que ela precisava para obter a formação necessária. “O Sest Senat foi a chave que abriu a porta para um desejo que eu sempre tive, o de ser caminhoneira. Adorei o curso, aprendi muita coisa importante sobre tecnologia, entre outras questões do transporte rodoviário”, afirma. O diretor-operacional e comercial da Transportes São Expedito, parceira do Sest Senat de Goiânia, José Costa Pereira Filho, afirma que a empresa tem interesse em destinar postos de trabalho para as mulheres. “Elas são cuidadosas, desempenham bem a função de caminhoneira. Mas considero que o perfil da mulher está mais voltado para as rotas de pequenas distâncias, em torno de 500 km.”
INTERESSE Cristina Santos Satelis sempre teve o desejo de ser caminhoneira
pamentos. Em 2010, as vendas bateram recordes. Foram vendidos mais de 157 mil caminhões e mais de 28 mil ônibus. Um aumento de 43,5% e 25,6%, respectivamente, em relação a 2009. Passageiros Além da necessidade de mais motoristas profissionais, é preciso aumentar a qualifi-
cação para que eles atendam bem às demandas e saibam operar com eficiência os veículos cada vez mais tecnológicos. Nesse contexto, os cursos de formação do Sest Senat terão papel fundamental, na opinião do presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Otávio Cunha. “Esse programa que está
sendo lançado pela CNT vem em boa hora. O Sest Senat sempre terá uma grande importância na formação, qualificação e atualização dos profissionais. Há vagas que precisam ser preenchidas no mercado”, diz Cunha. O presidente da NTU destaca que a demanda por motoristas de ônibus tem aumentado muito nos últimos anos.
E, nesse momento em que as grandes cidades sofrem cada vez mais com os congestionamentos causados pelo excesso de veículos na rua, torna-se mais necessário investir em projetos de mobilidade urbana, com maior priorização do serviço de ônibus coletivo. Com isso, tende a ser maior a necessidade de atuação do motorista profissional.
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CARREIRA
“É uma profissão muito boa” O brasiliense Rafael Barbosa de Carvalho, 23, está se qualificando para estar bem preparado para conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. Formado em enfermagem, Carvalho decidiu mudar de profissão para tentar melhorar sua remuneração. A escolha foi inspirada na atividade de seus tios. Ele quer ser caminhoneiro. Durante o mês de julho, o brasiliense estava fazendo o curso de Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos (conhecido como Mopp), na unidade do Sest Senat de Samambaia, no Distrito Federal. Ele conta que já atuou como enfermeiro, mas considera que o caminhão oferecerá melhores oportunidades. “Estou buscando me qualificar para atuar na área que eu quero. Sei que o mercado de trabalho está aberto e necessita de profissionais bem preparados”, diz. Na opinião de Carvalho, o Programa de Formação de Motoristas
para o Mercado de Trabalho, lançado neste mês pelo Sest Senat e pela CNT, vai ser uma boa oportunidade para quem deseja se preparar. Wedson Pereira de Lima, 30, também está buscando a qualificação profissional para conseguir um emprego na área de transporte. Ele já trabalhou como motorista de caminhão e agora pretende seguir carreira na área de transporte de passageiros, viajando em ônibus interestaduais. “Não adianta só saber dirigir. As empresas estão buscando profissionais qualificados. Tem que conhecer bem o caminhão, entender de informática, mecânica, de direção segura”, comenta. A ideia de trabalhar como motorista de ônibus surgiu a partir da profissão do pai, já falecido, que também atuava nessa área. “Acho que é uma profissão muito boa, com oportunidades. O convívio com as pessoas deve ser também muito interessante.”
PRODUÇÃO Vendas de caminhões e ônibus bateram recordes;
O presidente da NTU considera que a implantação de sistemas de BRTs (Bus Rapid Transit) em algumas cidades brasileiras vai aumentar ainda mais a necessidade de motoristas bem preparados, com uma formação melhor. “Nesses corredores, serão operados veículos diferenciados, que requerem uma especialização maior do motorista”, comenta Cunha. O BRT é a grande aposta de obras de mobilidade urbana nas 12 cidades-sede da Copa
de 2014 no Brasil. Estão previstas pelo menos 20 linhas desse sistema, que promete dar maior agilidade às viagens de ônibus, com veículos que oferecem tecnologia mais avançada e operam em corredores exclusivos, aumentando a velocidade comercial. Atualmente, conforme Otávio Cunha, há no Brasil em torno de 110 mil ônibus operando no serviço de transporte urbano. Se considerar que para cada veículo é necessário ter pelo menos dois moto-
MAURÌCIO DE SOUZA/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS
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“Não adianta só saber dirigir. As empresas estão buscando profissionais qualificados” WEDSON LIMA, ALUNO DO SEST SENAT
SEST SENAT GOIÂNIA/DIVULGAÇÃO
necessidade de motoristas tende a aumentar
ristas e dois cobradores, são cerca de 440 mil profissionais na operação direta. No Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho, várias parcerias entre o Sest Senat e empresas de transporte de passageiros já foram firmadas. Na unidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, foi firmada uma parceria com dois grupos que atuam na região metropolitana: a viação Mauá e o grupo Rio Ita. Até o final de julho, estavam sendo formadas duas tur-
FORMAÇÃO Sest Senat é responsável pela parte teórica; empresas contribuem na prática
mas. As disciplinas teóricas são ministradas no Sest Senat, e a parte prática, no pátio das empresas de ônibus. Na opinião do diretor da unidade de São Gonçalo, Henriques Amaral, o programa que está sendo lançado neste mês vai ter muito sucesso porque a procura pela qualificação e formação é muito grande. Ele considera que mais de 80% dos alunos dos cursos de transporte de passageiros dessa unidade do Sest Senat conseguem colocação no mer-
cado. “Na região metropolitana do Rio, há milhares de vagas em aberto. As empresas estão enfrentando dificuldades para contratar. Esse programa de formação vai ser muito positivo também porque haverá um maior número de profissional capacitado”, diz Amaral. No Sest Senat de Curitiba (PR), por enquanto, as parcerias também foram feitas com o setor de transporte de passageiros. Pelo menos quatro empresas trabalharão com o Sest Senat: Cidade Sorriso, Cristo Rei, Viação Sul e
Marechal/Glória. Ficaram acertadas seis turmas para o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho. Serão formados inicialmente 135 alunos. “Os empresários colocaram suas dificuldades para nossa equipe, do Sest Senat. Muitos consideram que esse novo programa lançado agora poderá ser uma boa solução para o problema”, diz a coordenadora de desenvolvimento profissional da unidade de Curitiba, Liliane Gonçalves Bachmann. l
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CONGRESSO ABTC
Integração e sustentabilidade Investimento em multimodalidade e práticas ambientais nas empresas de transporte são debatidos durante encontro em Belo Horizonte POR
necessidade de investir na integração dos diferentes modais de transporte no Brasil e em ações de sustentabilidade dentro das empresas foi destaque durante o 12º Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas, realizado em Belo Horizonte (MG), pela ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga). Cerca de 500 participan-
A
CYNTHIA CASTRO
tes, incluindo transportadores de todo o país, estiveram reunidos nos dias 3, 4 e 5 de agosto. O presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, participou da cerimônia de abertura e ressaltou a importância de o Brasil investir em infraestrutura de transportes, inclusive na construção de diversos terminais multimodais por todo o país. Ele citou números do Plano CNT de Transporte e
Logística 2011, que sugere o montante de R$ 405 bilhões a serem aplicados em obras em todos os modais. O congresso da ABTC oferece o troféu “O Transportador” a personalidades que se destacam no setor. Neste ano, Clésio Andrade foi o homenageado. Ele disse que o prêmio é o reconhecimento a todos os transportadores brasileiros, que têm garra e são ousados para enfrentar os problemas.
“Confesso que fiquei muito emocionado e grato. O transportador brasileiro é o verdadeiro bandeirante deste país, principalmente por enfrentar as dificuldades que encontramos no dia a dia para transportar as riquezas e as pessoas”, disse o presidente da CNT e do Sest Senat. Ao final do encontro, foi elaborado o documento intitulado “Carta de Belo Horizonte”, que
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FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT
PREMIAÇÃO Senador Clésio Andrade, presidente da CNT e do Sest Senat, recebe o troféu “O Transportador” das mãos do presidente da ABTC, Newton Gibson
será enviado à presidente Dilma Rousseff; às direções do Senado e Câmara; aos ministérios dos Transportes, Cidades e Fazenda, entre outros órgãos. O incentivo à multimodalidade, a discussão e regulamentação sobre a atividade transportadora, o desenvolvimento de projetos para qualificar mão de obra estão entre os pedidos. A carta pede ainda o estímulo à prática de políticas empre-
sariais com foco na sustentabilidade e sugere que o Plano CNT de Transporte e Logística deve ser um modelo adotado como projeto reestruturador da matriz do transporte nacional. De acordo com o presidente da ABTC e vice-presidente da CNT, Newton Gibson, o congresso em Belo Horizonte reforçou mais uma vez que a logística é uma ferramenta essencial da competitividade.
O encontro mostrou também que as dificuldades da atividade empresarial e o atual cenário de negócios desenham um novo perfil de liderança, para que as organizações possam se desenvolver em busca do crescimento. Foram abordados ainda temas como a crise econômica mundial e a capacidade brasileira de enfrentar os desafios gerados pelo cenário internacional.
A sustentabilidade na atividade empresarial foi outro tema de destaque nas discussões. “A ABTC se preocupa muito com os assuntos que estão surgindo no mundo e busca orientar os empresários para que eles acompanhem essa evolução. Meio ambiente e sustentabilidade são de grande importância, e o empresário precisa encarar esses temas com responsabilidade”, disse Newton Gibson.
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“O transportador é o verdadeiro bandeira CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT
PRÉ-SAL
Mais empregos e nova logística Maior desenvolvimento da logística, mais pesquisa e empregos são algumas oportunidades geradas para o Brasil a partir do descobrimento e exploração do pré-sal. Até 2016, só na área do petróleo, o país vai precisar de mais de 200 mil pessoas trabalhando, conforme afirmou o comentarista econômico da Globo News George Vidor, na palestra sobre “A atuação do Brasil frente à crise econômica mundial: capacidade do país de enfrentar seus gargalos, aproveitar seu potencial e o papel do setor de transporte na construção do futuro”. Segundo ele, atualmente, as encomendas de navios, plataformas, sondas, embarcações e outros equipamentos necessários para a indústria do petróleo somam quase 300 unidades. Vidor comentou que se em uma plataforma de petróleo trabalham em torno de 200 pessoas, há
uma retaguarda enorme de outros profissionais para que tudo funcione. Para que a exploração do pré-sal possa acontecer, os conceitos de logística terão de mudar e inúmeras oportunidades já estão sendo criadas, de acordo com o palestrante. “Para o helicóptero ir e voltar 300 km, será necessária toda uma logística especial. Terá que ter uma base de apoio no meio do caminho. Tudo isso muda um pouco a logística, e as condições de exploração são muito inusitadas para a indústria”, afirmou. De qualquer forma, apesar de serem grandes as oportunidades, Vidor destacou que tanto na indústria do petróleo como em outras áreas ligadas ao setor de transporte, o Brasil precisa enfrentar alguns desafios. Entre eles, a necessidade de formação de mão de obra e o maior investimento em infraestrutura.
MERCADO Jornalista George Vidor destacou
“A ABTC se preocupa muito com os assuntos que estão surgindo no mundo” NEWTON GIBSON, PRESIDENTE DA ABTC
A coordenadora de projetos especiais da CNT, Marilei Menezes, falou sobre “Otimização da gestão pela implementação de boas práticas ao meio ambiente e a importância da incorporação da sustentabilidade nas empresas”. Marilei destacou iniciativas positivas de uma empresa de transporte, citando a gestão de emissões e de combustível, manutenção preventiva, direção econômica, gestão de óleos lubrificantes, de baterias, pneus, resíduos e reúso da água.
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nte desse país, pelas dificuldades que encontramos no dia a dia”
LIDERANÇA
Para empresário, talento deve ser valorizado No encerramento do congresso da ABTC, ao falar sobre “Velocidade das mudanças: o novo perfil da liderança”, o empresário Carlos Alberto Júlio afirmou que nada é mais importante em uma organização do que o talento individual de cada profissional. Segundo ele, quanto mais diversos forem os talentos de uma empresa, maiores serão a sinergia e a qualidade do trabalho geral. Quanto maior a capacidade de reproduzir diferentes
talentos em uma organização, mais diversa ela será. “A competitividade está na sinergia que vem da soma dos diferentes”, disse o palestrante, que também é professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Segundo ele, ser líder é bater metas por meio da equipe. Ele afirmou que tanto a liderança como a gestão devem estar ligadas a três ações primordiais: foco, disciplina e organização. E
essas habilidades, especialmente o foco, também têm relação com a capacidade que um líder precisa ter de dizer não em algumas situações. Júlio disse ainda que os líderes e gestores de uma organização precisam ter sempre em mente que é preciso fazer diferente e estar aberto às mudanças. “Quem tem um olhar positivo sobre as mudanças só vê oportunidades, e quem tem um olhar negativo só vê problemas.”
as oportunidades do país com o pré-sal
“A partir da adoção das ações sustentáveis, há também redução de custos, melhoria do retorno financeiro, geração de valor, novas fontes de renda, impacto positivo à imagem e à marca da empresa, entre outros benefícios”, destacou Marilei. Durante o congresso, a coordenadora de projetos especiais da CNT também anunciou que o projeto de Redução de Emissões de Poluentes por Caminhões e Ônibus, realizado
pelo Despoluir – Programa Ambiental do Transporte –, chegou à marca de 500 mil aferições. Marilei foi aplaudida pela plateia durante o anúncio. Integração Tanto para melhorar a questão ambiental como a econômica, a integração entre os diferentes modais de transporte foi amplamente defendida no congresso da ABTC. O presidente da
Área do petróleo deve precisar de mais de
200 mil pessoas no Brasil
Fenamar (Federação Nacional das Agências de Navegação), Glen Gordon Findlay, também presidente da seção de transporte aquaviário da CNT, ressaltou que no transporte de cargas não se pode investir em um só modal. “Não adianta, por exemplo, o trabalho para termos portos mais profundos para o navio atracar, se eu não puder entregar a carga direito porque a rodovia não está duplicada. Os acessos terrestres e aquaviários
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“Quem tem um olhar positivo sobre as mudanças só vê oportunidades, e quem tem um olhar negativo só vê problemas” CARLOS ALBERTO JÚLIO, PROFESSOR DA ESPM E FGV
têm de ser feitos em um plano integrado”, disse Findlay. O presidente da Fetcesp (Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado de São Paulo), Flávio Benatti, presidente da seção de transporte de cargas da CNT, destacou que o Brasil se tornará mais competitivo a partir dos investimentos em infraestrutura. “Se não tivermos investimento tanto no setor marítimo, como no rodoviário, ferroviário, em ter-
minais de integração, a intermodalidade ficará só no discurso”, afirmou Benatti. A proximidade dos eventos esportivos no Brasil – a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – torna ainda mais urgentes os investimentos em infraestrutura de transportes, conforme destacou Waldemar Araújo, presidente da Fetram (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de
Minas Gerais) e conselheiro da CNT. “Todos os modais precisam estar fortalecidos para termos um bom desempenho durante a Copa, não só para os estrangeiros, como também para os brasileiros.” Além das palestras e painéis de discussão, foi realizada pela ABTC a Feira Automotiva. O diretor da Deva Veículos, Robinson Romanholli, ressaltou a importância do congresso e da feira, que integram diferentes seg-
mentos do setor de transporte. Romanholli destacou uma parceira com o Setcemg (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais) para o treinamento de motoristas de caminhão. “Cedemos um caminhão para que seja investido na formação dos motoristas. É importante formar mais mão de obra no setor”. (Leia sobre formação de motoristas na matéria de capa, na página 20). l
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RODOVIA
Rio mais perto de Petrópolis Concessionária quer construir nova pista na estrada da subida da serra, que encurtará a viagem em 5 km POR CYNTHIA
cidade do Rio de Janeiro vai ficar um pouco mais perto de Petrópolis, pelo menos para quem viajar de carro, ônibus, moto ou caminhão. Está prevista a construção de uma nova pista de subida, mais larga e com menos curvas, que encurtará o trajeto em 5 km, passando de 25 km para 20 km. E a previsão é de redução de pelo menos 20 minutos na viagem, em situações normais. Além disso, a conclusão da obra deve evitar atrasos ainda maiores, quando algum veículo muito comprido transita pela pista sinuosa ou quando ocorrem acidentes e tombamentos. Por enquanto, a Concer, conces-
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CASTRO
sionária que opera o trecho, está esperando a licença de instalação, concedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A previsão é que os trabalhos sejam iniciados ainda em 2011 e executados em três anos. No início de agosto, o projeto já tinha sido aprovado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que aguardava manifestação do Ministério dos Transportes para autorizar o início dos trabalhos. O custo da obra está estimado em R$ 830 milhões. “É uma obra que visa melhorar a infraestrutura rodoviária do Estado do Rio de Janeiro para
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FOTOS CONCER/DIVULGAÇÃO
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REPERCUSSÃO
Boa expectativa entre usuários Para alguns usuários da BR-040, no trecho entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, é boa a expectativa com a construção da nova subida da serra. O presidente da Fetranscarga (Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Rebuzzi, destacou que se as obras conseguirem mesmo reduzir o tempo de viagem, será muito positivo. Na avaliação de Rebuzzi, um ganho importante será a redução das curvas, já que o traçado menos sinuoso deverá permitir um tráfego mais rápido. O presidente da Fetranscarga também ressaltou benefícios para os passageiros que fazem turismo na região e, principalmente, para os moradores de Petrópolis que trabalham no Rio de Janeiro. “Essa rodovia tem um forte apelo turístico, liga a região serrana de alto poder aquisitivo. Além disso, Petrópolis é também cidade
dormitório para muitas pessoas que trabalham no Rio. E há ainda um grande fluxo do transporte de cargas. O setor fica otimista com as melhorias em rodovias”, diz Rebuzzi. O engenheiro e professor Hostílio Ratton, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também afirmou que se as obras forem realizadas, conforme as informações da Concer, possivelmente haverá melhorias para os usuários da rodovia. Ele comenta que os veículos pesados, de porte grande, contribuem para reduzir a velocidade da rodovia, já que o traçado contém muitas curvas. “Essas pistas são bem antigas, tanto a de subida como a de descida. Estão ultrapassadas sob o ponto de vista de projeto, de tecnologia. A princípio, acredito que a obra trará melhorias de fluidez e de capacidade operacional para a rodovia”, diz o engenheiro da UFRJ.
SIMULAÇÃO VIRTUAL Subida da serra terá 20 km; pistas serão mais largas
"Essas pistas são bem antigas, a de subida e a de descida" HOSTÍLIO RATTON, UFRJ
sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, ressalta o presidente da Concer, Pedro Jonsson. De acordo com o presidente da concessionária, as principais justificativas para o empreendimento estão na necessidade de ampliar a capacidade desse trecho da BR040 para atender à crescente demanda do tráfego de cargas e de passageiros. A obra também tem o objetivo de aumentar a segurança para o tráfego de carretas e veículos longos. Conforme a Concer, hoje há dificuldades no
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BR-040 Saiba mais sobre o trecho que passa por Petrópolis Do Rio de Janeiro a Juiz de Fora Movimentação: 2010 – 26,6 milhões de veículos (13,4 milhões de pesados) 2009 – 24,4 milhões de veículos (11,7 milhões de pesados) Extensão: 180,4 km Cidades: Em MG - Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira No RJ – Levy Gasparian, Três Rios, Areal, Petrópolis, Duque de Caxias, Rio de Janeiro Praças de pedágio: Três: KM 104,4 (Duque de Caxias/RJ), KM 45,5 (Areal/RJ), KM 816,7 (Simão Pereira/MG) Acidentes: 1.265 (de janeiro a abril de 2011) Do Rio de Janeiro a Petrópolis Movimentação: 81.671 veículos passaram pelo posto de pedágio de Xerém entre 30/12/2010 e 2/1/2011 Extensão: 25 km (passará para 20 km) Cidades: Petrópolis, Duque de Caxias, Rio de Janeiro Praças de pedágio: Uma: KM 104,4 (Duque de Caxias/RJ) Acidentes: 326 (de janeiro a abril de 2011) Fonte: Concer
e muitas curvas devem ser eliminadas
trânsito da subida, que é sinuoso e não conta com acostamentos em toda a sua extensão. O projeto da Nova Subida da Serra prevê a construção de uma pista no trecho da BR-040 entre os municípios de Duque de Caxias (a partir do KM 102) e Petrópolis (no KM 82). São 20 km de novo trecho. O trajeto atual, de 25 km, foi aberto em 1928. Nessa nova pista, estão previstos 12 viadutos, 11 pontes, sete alargamentos de obras de arte especiais, sete passagens inferiores e um túnel com extensão aproximada de 4,7 km. De
acordo com informações da Concer, será o maior túnel rodoviário do Brasil. Movimentação Para se ter uma ideia do movimento nesse trecho entre Rio de Janeiro e Petrópolis, no último feriado de Réveillon, a praça de pedágio de Xerém, na entrada da capital fluminense, recebeu 81.671 veículos entre os dias 30 de dezembro e 2 de janeiro. O trecho da BR-040 administrado pela Concer fica compreendido entre o Rio e Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Nesses 180,4 km, tem sido registrado um aumento no tráfego de veículos nos últimos anos. Em 2010, passaram por esse trecho 26,6 milhões de veículos, sendo 13,4 milhões de pesados. No ano anterior, ficou registrado o tráfego de 24,4 milhões de veículos, sendo 11,7 milhões de pesados. Além do aumento do tráfego na BR-040 durante os eventos esportivos, o presidente da Concer destacou também que há outros investimentos de porte no Rio de Janeiro, que demandarão maior circulação de tráfego na rodovia.
Jonsson citou a construção do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, o Polo Petroquímico em Itaboraí, a construção e operação do complexo do Grupo EBX (no Porto de Açu), a recuperação da indústria naval fluminense, o Polo Gás-Químico em Duque de Caxias e também a proximidade da rodovia com os portos de Sepetiba e do Rio de Janeiro. No trecho de subida da serra, foram registrados 326 acidentes entre janeiro e abril deste ano. No mesmo período, em todo o trecho concessionado da rodovia (do Rio a Juiz de Fora), houve 1.265 ocorrências. Atualmente, o trecho sob concessão da BR-040 apresenta três praças de pedágio, situadas no KM 104,4 (Duque de Caxias/RJ), KM 45,5 (Areal/RJ) e KM 816,7 (Simão Pereira/MG). O projeto não prevê a construção de praças adicionais, mas o remanejamento da atual praça do KM 104,4 para o KM 102, ainda em Duque de Caxias. Após as obras, a nova via será usada para a subida da serra de Petrópolis. Conforme informações da Concer, a ideia é que a rodovia atual possa ser transformada em uma estrada parque, ficando como opção de passeio para quem quiser fazer uma viagem diferente. Mas ainda não está certo se isso será feito. l
AÉREO
POR LETICIA SIMÕES
m meio à infraestrutura precária do transporte aéreo brasileiro, os terminais de carga de alguns aeroportos têm se sobressaído. Prova dessa eficiência pode ser comprovada por meio da pesquisa realizada pela publicação norteamericana “Air Cargo World Magazine”, que classificou os Tecas dos aeroportos internacionais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Manaus (AM) e Galeão (RJ) entre os dez melhores da América Latina. Apesar da posição de evidência, alguns usuários apontam que melhorias precisam ser executadas para que esses terminais possam alcançar ainda mais qualidade no serviço prestado. As classificações dos Tecas na pesquisa, que avalia complexos logísticos no mundo inteiro, certificando os melhores posicionados no ranking final com um atestado de excelência, foram em categorias distintas. O Teca de Viracopos recebeu a melhor avaliação global no ranking da América Latina, na categoria de 100 mil a 199 mil toneladas movimentadas por ano, tendo a maior nota do ranking em desempenho, valor e alfândega.
E
AVALIAÇÃO Pesquisa da “Air Cargo World Magazine” classificou os
Incentivo Terminais de carga de quatro aeroportos internacionais O Terminal de Carga do Galeão ficou em terceiro lugar na mesma categoria e recebeu a maior nota, com o Terminal de Carga de Buenos Aires, na avaliação de facilidades. O complexo logístico do aeroporto de Manaus ficou em quinto lugar na categoria facilidades, enquanto o Terminal de Carga de Guarulhos foi indicado como o quarto melhor da América Latina, no ranking de avaliação global, na categoria de movimentação acima
de 200 mil toneladas por ano. O Teca Guarulhos ficou em terceiro lugar, com o terminal de Bogotá, no desempenho oferecido. Valdir Santos, presidente do Sindasp (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), acredita que os terminais poderiam estar ainda mais bem classificados, caso os acessos viários dos Tecas também recebessem maior investimento. “As distribuições e a quantidade
de armazéns e pistas também deixam a desejar. Os terminais têm atendido com certa dificuldade as necessidades do comércio exterior brasileiro.” Segundo ele, com a tendência de crescimento do setor, as exigências para um atendimento mais qualificado irão aumentar ainda mais. O dirigente diz que as demandas dos Tecas brasileiros são distintas, se comparadas às dos demais aero-
FOTOS INFRAERO/DIVULGAÇÃO
Tecas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (foto), Manaus e Galeão entre os dez melhores da América Latina
à eficiência do Brasil se destacam em ranking da América Latina portos latino-americanos avaliados na pesquisa. “A movimentação de cargas no Brasil é muito maior e a cultura de movimentação é diferente. As legislações aduaneiras são diversas, por isso, cada país tem atuações singulares em seus terminais de carga”, avalia. Por meio de sua assessoria, a Infraero afirma que o resultado da pesquisa é “positivo para o Brasil”. Segundo a empresa, o fato de os terminais estarem bem classifica-
dos “contribui para a consolidação do país como um grande hub (centro) de cargas para as demais nações da América Latina, além de ocupar posição de destaque na cadeia logística internacional”. Para Cristina Bishop, diretora de produto aéreo da DHL Global Forwarding, empresa com atuação nos quatro terminais de carga classificados, os Tecas atendem bem à demanda de cargas, mas deixam a desejar em períodos de
maior volume, como, por exemplo, nos meses que antecedem as festas de fim de ano. “De setembro a novembro, há muita dificuldade para o usuário dos terminais de carga brasileiros. Em eventos específicos, como na última Copa do Mundo, quando houve uma demanda grande especialmente por televisores, também houve um gargalo físico. Isso afeta bastante a velocidade das operações em alguns aeroportos.”
De acordo com a diretora, o grande desafio do setor é conseguir uma adequação mais rápida para o aumento de demanda e volume, em períodos de maior movimentação nos terminais. Pedro Olavarria, gestor-comercial da World Carrier Express, empresa que também atende todos os Tecas ranqueados pelo levantamento, concorda que uma logística mais eficaz nas temporadas de maior demanda é necessária. “Em determinados dias e horários há muitas filas nos terminais de carga. É preciso rever os processos e a infraestrutura para esses momentos específicos. Os Tecas têm de contar com funcionários qualificados para absorver todo o aumento de volume de cargas.” Na opinião de Cristina, a classificação dos Tecas dentro do universo latino-americano pode ser entendida tanto como mérito quanto obrigação. “Um país que vislumbra crescimento deve entender a necessidade de se investir em boa infraestrutura de aeroportos para acompanhar a demanda. Apesar de alguns desafios, especialmente para todo o volume de cargas que virá com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016,
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PERFIS DOS TECAS VIRACOPOS Estrutura: áreas para armazenagem de cargas de importação, exportação, perdimento, cargas especiais (câmara frigorífica, carga viva, carga restrita), cargas perigosas e anexo de serviços Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação: 2009: 186.213 2010: 266.022 Principais cargas movimentadas (2010): Automotivos, metalmecânico, informática, eletroeletrônico, telecomunicações. GUARULHOS Estrutura: armazéns de importação, exportação, carga nacional, courier, perdimento e cargas especiais Total de cargas movimentadas (em toneladas)/Importação e exportação: 2009: 275.219 2010: 382.327 Principais cargas movimentadas (2010): Farmacêutica, automobilística e aeronáutica, além de perecíveis e animais vivos GALEÃO Estrutura: Armazéns de carga viva, carga restrita, importação, exportação, prédios administrativo e de manutenção, pátio com 15 posições de estacionamento para aeronaves Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação: 2009: 66.663 2010: 85.728 Principais cargas movimentadas (2010): Farmacêutica, petróleo (equipamentos para plataforma), automotivo e tecnologia MANAUS Estrutura: três terminais/armazéns de cargas de importação e exportação, equipados com sistema de transelevador no processo de armazenagem da carga com capacidade de 12 mil toneladas por mês Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação: 2009: 144.390 2010: 203.766 Principais cargas movimentadas (2010): Insumos para o polo industrial, peças para produção de motocicletas e automóveis, eletroeletrônicos e peixes ornamentais Fonte: Infraero
GALEÃO Terminal de carga de aeroporto internacional, no Rio de Janeiro,
o desenvolvimento nos terminais é positivo.” Olavarria alega que a posição notória dos terminais brasileiros é importante para o mercado nacional, uma vez que o setor logístico tende a crescer. “Esses quatro Tecas são responsáveis por um volume enorme de cargas. Espero que a pesquisa incentive a manutenção do nível de serviço oferecido e que os terminais continuem investindo para atender o aumento da demanda, que é iminente.” Santos, do Sindasp, enfatiza que a infraestrutura tanto de acesso como interna dos arma-
zéns deixa a desejar. “Viracopos e Guarulhos sofrem com problemas de acesso, de falta de armazéns, de estacionamento para caminhões e para os usuários. Esses detalhes comprovam as dificuldades e a falta de planejamento em longo prazo.” Para o dirigente, providências para mudar o cenário são urgentes. “O crescimento do comércio exterior brasileiro depende disso. A rapidez na entrega dos produtos para os clientes, dentro dos prazos internacionalmente aceitos, é fundamental para o êxito das operações.”
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MELHORIAS NOS TERMINAIS VIRACOPOS Ampliação do transelevador Expansão do Complexo Logístico Valores investidos em 2010: R$ 23,79 milhões Valores orçados para os próximos investimentos: R$ 166,25 milhões GUARULHOS Reforma dos Tecas e do prédio administrativo Construção do Terminal Modular Estruturado Valores investidos em 2010: R$ 38, 23 milhões Valores orçados para os próximos investimentos: R$ 24,65 milhões GALEÃO Expansão do Terminal de Exportação Aquisição de transelevador frigorificado Valores investidos em 2010: R$ 4,13 milhões Valores orçados para os próximos investimentos: R$ 43,61 milhões MANAUS Modernização do transelevador Reforma geral dos Tecas 1 e 2 Estacionamento para caminhões Implantação da área de manutenção no Teca Adequação da área de fumigação e construção de pit stop Ampliação do depósito de cargas valiosas Implantação da Central de Atendimento ao Cliente do Teca Valores investidos em 2010: R$ 33,5 milhões Valores orçados para os próximos investimentos: R$ 19,6 milhões Fonte: Infraero
recebeu a maior nota na avaliação de facilidades, junto com Buenos Aires
A Infraero ressalta que a eficácia dos Tecas classificados está amparada nos investimentos que a empresa tem realizado ao longo dos anos, tanto em infraestrutura física quanto em equipamentos e tecnologia. Segundo a assessoria, melhorias vêm sendo realizadas em alguns terminais, como em Manaus e Florianópolis. O emprego de transelevadores (grandes estruturas automatizadas para armazenamento de carga) nos Tecas de Guarulhos, Viracopos, Manaus e Galeão também é apontado como fator de agilidade e segu-
rança nas operações de processamento das cargas. A empresa confirma que o aperfeiçoamento da cadeia logística é uma de suas metas contínuas. Segundo a entidade, o plano de investimentos prevê melhorias ininterruptas nos terminais de carga. Os investimentos previstos para o período de 2011 a 2015 são da ordem de R$ 570 milhões. Algumas ações já foram iniciadas, como a construção do novo complexo logístico do Aeroporto Internacional de Porto Alegre e as reformas e ampliações do complexo de Manaus.
Outras intervenções de destaque são o projeto de ampliação de Viracopos, que, segundo a Infraero, vai dobrar a capacidade de processamento de cargas do terminal, e a implantação do Teca Farma, complexo de armazenagem automatizada e climatizada específico para produtos químicos farmacêuticos, no Aeroporto Internacional do Galeão. Cristina Bishop, da DHL, reconhece o crescimento do setor logístico e considera o atual panorama nacional promissor. “Salvador e Curitiba são exemplos dessa expansão. Existe muita con-
centração de cargas nos aeroportos de São Paulo. Muitas vezes, essas mercadorias são destinadas às regiões Norte e Nordeste, por isso, desenvolver e viabilizar aeroportos em outros Estados e regiões se tornam necessidades para um país de dimensões enormes como o Brasil.” Ela afirma que os investimentos são bem-vindos e necessários. “Os processos devem ser cada vez mais rápidos para atender à demanda e evitar a necessidade de espaço adicional nos armazéns, fato que torna a operação mais cara para todos os envolvidos.” l
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ROUBO DE CARGAS
alerta foi ligado. Transportadores que trafegam pelas rodovias de Santa Catarina estão assustados com o aumento das ações criminosas de roubo e furto de cargas no Estado. Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, por meio da Delegacia Geral da Polícia Civil catarinense, revela que aumentaram 52% o número de furtos e roubos ligados às cargas, entre janeiro e o início de junho deste ano, comparados com o mesmo período de 2010. No ano passado, o número de ocorrências nesse intervalo foi de 190. O total geral de atendimentos relativos ao crime, até 9 de junho último, chegou a 287. A Fetrancesc (Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina) vem trabalhando na divulgação dos dados, com o objetivo de chamar a atenção das autori-
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Ocorrência cresce no Sul Pesquisa mostra aumento de 52% nas rodovias de Santa Catarina; Paraná e Rio Grande do Sul também sofrem ações POR
dades e discutir alternativas para o combate ao delito. Para Pedro Lopes, presidente da entidade, falta planejamento de segurança nas rodovias de Santa Catarina. “O que chama a atenção é que em cidades da Região Metropolitana de Florianópolis, em um raio de aproximadamente 20 km da capital, foram 58 ocorrências no semestre.” O levantamento da Polícia Civil aponta que a delegacia regional com o maior número
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de registros de roubo e furto de cargas foi a do município de Itajaí, a pouco mais de 90 km de Florianópolis, com 36 registros. As cargas mais visadas pelos criminosos são cigarros, derivados de petróleo, veículos, gêneros alimentícios, materiais de construção e eletroeletrônicos. Lopes afirma que os números divulgados pela polícia foram formatados a partir da quantidade de boletins de ocorrências feitos nas dele-
gacias regionais do Estado. Para ele, não basta apenas o registro do crime. O dirigente destaca que as investigações devem ter sequência, pois esse é um caminho para combater o roubo e furto de cargas. “Os transportadores reivindicam uma delegacia especializada para esse tipo de delito. Com isso, as esferas federal e estadual estariam envolvidas e conectadas.” O foco dos criminosos são as rodovias federais. “O levan-
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FELIPE CHRIST/FUTURA PRESS
INSEGURANÇA A BR-282 sofre muito com o roubo de cargas, aponta levantamento realizado em Santa Catarina
tamento dessas estradas apontou 13 ocorrências só em fevereiro deste ano. A BR-153 (ligação entre Santa Catarina com Paraná e Rio Grande do Sul) e a BR-282 (que liga Florianópolis à Argentina), nos trechos localizados no oeste catarinense, são as mais visadas”, revela Lopes. O BPMRv-SC (Batalhão de Polícia Militar Rodoviária do Estado de Santa Catarina), por meio de sua assessoria de comunicação, confirma
que, nos últimos dois anos, apenas três registros de roubo ou furto de cargas foram realizados pela corporação nas estradas estaduais catarinenses. Procurado pela reportagem, o Nucom (Núcleo de Comunicação) do DPRF-SC (Departamento de Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina) não se pronunciou a respeito dos números da Polícia Civil e não informou quais ações estão sendo fei-
tas para combater o furto e o roubo de cargas nas estradas federais do Estado. Lopes destaca que as transportadoras têm um custo muito elevado para assegurar os caminhões e, por esse motivo, muitas não contratam seguradora. “É preciso desembolsar, em média, R$ 6.500 por mês de seguro. Para uma empresa que paga prestações de R$ 11 mil mensais pelo caminhão, é um investimento inviável. Assim, elas se tornam vulneráveis.”
A Transbeve Transportes, com sede em Lages (SC), transporta cerveja para toda a região Sul. A empresa teve dois caminhões roubados entre janeiro e junho deste ano. O diretor Genir Storrmowski afirma que as duas ocorrências foram em postos de gasolina. “Uma delas aconteceu na região de Itajaí, em um local bastante movimentado. Nas duas oportunidades, os bandidos estavam armados e os
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“Em algumas ODACIR ROMAN, CONLOG - CONCÓRDIA LOGÍSTICA
DELITOS
Estados esperam por delegacia especializada Paraná e Rio Grande do Sul, Estados limítrofes a Santa Catarina, também não possuem uma delegacia especializada para os crimes de furto e roubo de cargas. Assim como os catarinenses, paranaenses e gaúchos vêm sofrendo com o crime em suas rodovias. Os departamentos de Polícia Rodoviária Federal do Paraná e do Rio Grande do Sul não informaram à reportagem quais são os números do crime nos respectivos Estados. Sérgio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná), afirma que a ausência de uma delegacia especializada dificulta o levantamento real do roubo e furto de cargas no Estado. Por isso, ele diz, o número de ocorrências relativas ao crime é especulativo. “Algumas ocorrências do inte-
motoristas ficaram sem alternativa.” Segundo o diretor, a ação criminosa ocorreu quando os motoristas pararam para jantar. “Os caminhões são rastreados por satélite, mas as ações dos bandidos são muito rápidas. Os criminosos usam de muita violência e os motoristas são orientados a não resistir às abordagens.” O prejuízo da Transbeve, somente com as duas cargas roubadas, foi de, aproximadamente, R$
rior não são comunicadas. Os números repassados pela polícia à Fetranspar são de 23 comunicados de roubo de cargas por mês, em todo o Paraná.” De acordo com Malucelli, apesar de não contar com uma delegacia especializada, as autoridades paranaenses vêm trabalhando com ações pontuais que têm dado resultado. “Nos seis primeiros meses deste ano, seis quadrilhas de roubo e furto de cargas foram detidas no Estado.” Para o dirigente, a instalação de uma delegacia específica para tratar do roubo e do furto de cargas é a saída para diminuir as ações criminosas no Paraná. “Com a criação da delegacia a ação da polícia será focada nesse delito. Equipes especializadas serão criadas e preparadas para combater o crime. O trabalho será mais efetivo.”
180 mil. Uma das carretas não foi encontrada até o fechamento desta edição. Storrmowski diz que a violência já o faz pensar em mudar de atividade. “As ocorrências estão crescendo e, para uma empresa do porte da Transbeve, é um fator que inviabiliza o trabalho. Os motoristas estão receosos e andam com muito medo.” De acordo com o diretor, uma das alternativas encontradas foi a de transportar a
Paulo Caleffi, presidente da Fetransul (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul), afirma que hoje são direcionados 12% da receita das transportadoras para a segurança da frota e da carga. “Há uma escalonada do roubo e furto de cargas. Todos os anos os números aumentam, pois o setor não tem como coibir.” Para Caleffi, existem possibilidades para se evitar o crime, mas os bandidos estão sempre à frente das alternativas encontradas pelas autoridades e pelas empresas. “Os ladrões não se organizaram. Foi a sociedade que se desorganizou. Quando a indústria e o comércio fecham as portas, o bandido muda o foco e vai para o lado mais fácil. Os caminhões tornaram-se alvo para esses criminosos.”
carga em comboio, mas ele ressalta que a ação ainda é insuficiente. “Nem nos postos de combustíveis os profissionais estão seguros. É preciso investir em segurança urgentemente.” Odacir Roman, diretor de operações da Conlog – Concórdia Logística, com sede no município de Concórdia, no oeste catarinense, diz que uma das saídas encontradas pela empresa para tentar fugir do cerco de bandidos foi
restringir os horários de viagem. “Em algumas regiões de Santa Catarina, os caminhões evitam rodar entre as 23h e as 5h. Em outros locais, a restrição de tráfego começa a partir das 22h. Um dos pontos críticos é a travessia de Curitiba. Nesse trajeto, também é preciso evitar alguns horários e tipos de carga.” Segundo Roman, a Conlog oferece treinamento para os motoristas e possui um departamento de gerencia-
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regiões, os caminhões evitam rodar entre as 23h e as 5h”
RICARDO SILVA/FUTURA PRESS
NÚMEROS DO CRIME Registros de roubo e de furtos de cargas em Santa Catarina* 2010: 190 2011: 287 * De janeiro a 9 de junho, em cada período Prejuízo causado pelo roubo e furto de cargas na região Sul em 2010 Santa Catarina: R$ 3.927.600 Paraná: R$ 2.777.800 Rio Grande do Sul: R$ 1.242.500 Fontes: Delegacia Geral da Polícia Civil de Santa Catarina e Apisul Administradora e Corretora de Seguros
ALVO Roubo de cargas tem sido mais frequente em rodovias federais que cortam Santa Catarina
mento de risco. O carro-chefe da empresa é o transporte de polietileno e produtos de limpeza e higiene. O diretor diz que as cargas são bastante visadas pelos bandidos. “Acredito que o policiamento nas áreas de risco tem de ser intensificado.” De acordo com ele, a iniciativa da Fetrancesc vai ao encontro do que os transportadores catarinenses consideram o caminho ideal para o combate ao roubo e ao furto de cargas
no Estado. “Discutir melhor as alternativas e propor a troca de ideias entre o setor e as autoridades é fundamental para encontrar soluções.” Lopes, da Fetrancesc, afirma que uma das propostas da entidade é que o efetivo policial de Santa Catarina seja dobrado. “O Estado necessita de, no mínimo, 480 policiais atuando na malha rodoviária. Santa Catarina é um polo turístico e o volume de tráfego aumenta na alta temporada. Além disso, está mapeado para
ser um ‘dormitório’ para a Copa do Mundo de 2014, em virtude de suas praias, e por estar localizado entre duas cidades-sede, Curitiba e Porto Alegre. A segurança das rodovias, de modo geral, é muito preocupante.” Encontros mensais com autoridades, representantes do setor e deputados que formaram uma Frente Parlamentar para tratar especificamente do crime nas rodovias catarinenses serão o próximo passo para o combate ao roubo e ao furto de cargas em
Santa Catarina, diz o dirigente. “As reuniões servirão para planejar as ações. Uma das propostas a serem debatidas será um projeto de lei que obrigue os fiscais da Fazenda a irem atrás dos produtos roubados. Uma vez encontrados, será exigida a documentação dos produtos a quem estiver comercializando-os. Assim, torna-se possível confiscar o estoque.” Segundo Lopes, o setor vai intensificar a defesa pela criação de leis mais rigorosas para combater o delito. l
AQUAVIÁRIO
POR CYNTHIA CASTRO
ais prazo para a implantação do projeto Porto sem Papel e alterações na nova norma sobre as ETCs (Estações de Transbordo de Cargas) estão entre as principais reivindicações feitas pelo setor aquaviário durante duas reuniões no final de julho e início de agosto. Empresários do modal se encontraram na sede da CNT em Brasília com diretores da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e da SEP (Secretaria de Portos). Na primeira reunião, com a Antaq, a pauta de discussão incluiu o pedido de alteração em relação às ETCs, a exigência de comprovação do recolhimento do imposto sindical pelas empresas e a adequação do valor das multas aplicadas. Sobre as ETCs, locais que movimentam cargas de uma embarcação para um terminal ou de um terminal para a embarcação, atendendo à navegação interior, o pedido é para que a Antaq
M
Articulaçã Setor se reúne com direção da SEP e Antaq; entre reveja alguns pontos da resolução 1.555. Uma das exigências dessa norma é que as ETCs só podem se situar fora da área do porto organizado. De acordo com o vice-presidente da
CNT, Meton Soares, também presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário), essa exigência, que ainda não
entrou em vigor, trará problemas sérios. Soares citou a situação de Belém (PA), que será afetada negativamente por essa medida. “Se for mantida essa determinação, simplesmente não terá como
RÔMULO SERPA/DIVULGAÇÃO
o de soluções os assuntos, Estação de Transbordo de Cargas e Porto sem Papel operar. Todas as empresas estão dentro do porto organizado”, disse Soares. José Rebelo, do Sindarpa (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre e das Agências de Navegação no
Estado do Pará), sugeriu que a Antaq flexibilize essa resolução, viabilizando assim a legalização das empresas em relação às ETCs. “Ninguém quer ficar ilegal. Mas queremos que a Antaq esteja atenta aos problemas.”
De acordo com Rebelo, além da questão da localização fora da área do porto organizado, há outros vários problemas referentes à ETC que precisam ser solucionados. Ele citou o excesso de
burocracia, a duplicidade de informações exigidas e destacou questões em relação à posse do terreno onde ficam instaladas as ETCs. “É importante entender que o terminal faz parte da empresa de
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“Vamos buscar solucionar o que for preciso para que possamos ter um incentivo cada vez maior à navegação interior” FERNANDO FIALHO, DIRETOR-GERAL DA ANTAQ
navegação.” Os representantes do setor também reclamaram do alto valor das multas aplicadas ao aquaviário, especialmente ao comparar com outros modais do transporte. O diretor-geral da agência, Fernando Fialho, comentou que as ETCs foram criadas para incentivar a navegação fluvial. De acordo com Fialho, a Antaq tem trabalhado junto com a CNT na busca de uma solução para essa e outras questões. Ele citou que muitas dificuldades sobre a ETC envolvem questões fundiárias, mas a ideia é tentar superar os problemas até o
final do ano, quando está prevista a entrada em vigor da norma. “Vamos buscar solucionar o que for preciso para que possamos ter um incentivo cada vez maior à navegação interior”, disse Fialho. Durante a reunião, representantes do aquaviário no Estado de Rondônia mostraram problemas enfrentados no rio Madeira. O vice-presidente da CNT destacou a importância de o Brasil aproveitar o potencial hidroviário e investir na sinalização e nos terminais. “O Brasil tem um potencial de hidrovias que nunca foi aproveitado. No Madeira, por exemplo, vimos
que há problemas graves lá. É necessário investir nesse potencial.” SEP No dia 10 de agosto, o setor aquaviário se reuniu com a direção da SEP. Outro encontro com os representantes da secretaria havia ocorrido cerca de dois meses antes. Na reunião de agosto, o secretário-executivo, Mário Lima, falou sobre o andamento de algumas reivindicações que já tinham sido feitas pelo setor. O secretário-executivo deu um retorno sobre o andamento de algumas obras de dragagem e derrocagem em por-
tos brasileiros. No porto de Cabedelo (PB), Mário Lima afirmou que 90% da dragagem está concluída. Ele disse que houve atraso na finalização devido à descoberta de 150 mil metros de material duro, que não constavam no projeto inicial. A previsão agora é que os trabalhos sejam retomados em setembro e concluídos em outubro. Sobre o porto de Vitória, o edital com o relançamento das obras deve sair até o final de agosto. O secretário-executivo disse ainda que a dragagem do porto de Maceió está incluída no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). A
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JÚLIO FERNANDES/CNT
JÚLIO FERNANDES/CNT
“O Porto sem Papel representa um avanço grande na modernização dos portos. O Brasil terá mais agilidade na movimentação portuária”
“O Brasil tem um potencial de hidrovias que nunca foi aproveitado. É necessário investir nesse potencial” METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT
MÁRIO LIMA, SECRETÁRIO-EXECUTIVO DA SEP
previsão de início dos trabalhos é para 1º de março de 2012, e a conclusão em final de janeiro de 2013. Outro retorno do secretário é que será encaminhada na SEP a sugestão sobre a participação dos agentes marítimos nos CAPs (Conselhos de Autoridade Portuária), feita anteriormente. Porto sem Papel O setor aquaviário solicitou à SEP um prazo maior para a implantação do projeto Porto sem Papel nas cidades de Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ), previsto para ser iniciado em agosto e setembro nesses Estados.
Entretanto, o secretário-executivo informou que as datas estão mantidas e que essa é uma decisão do ministro da SEP, Leônidas Cristino. No início de agosto, o Porto sem Papel teve início no porto de Santos. Outro pedido durante a reunião com a SEP foi para que, nesse primeiro momento, pudesse funcionar um sistema híbrido, com o sistema de informações totalmente informatizado, mas também o uso do papel, caso seja necessário prestar as informações manualmente, se algum problema ocorrer. Mas o secretário-executivo
também afirmou que esse sistema híbrido não seria possível. “O lançamento e a solução dos problemas serão simultâneos. Vamos cumprir os prazos, e os usuários podem ficar tranquilos porque teremos um projeto absolutamente bem instalado”, garantiu o secretárioexecutivo da SEP. O presidente da Fenamar, Glen Gordon Findlay, afirmou que o setor é totalmente a favor do projeto Porto sem Papel, que visa desburocratizar as operações portuárias e dar maior agilidade ao tempo de atracação e desatracação dos navios e também à opera-
ção em si. Entretanto, Findlay defendeu que há a necessidade de um período de adaptação maior nesse momento inicial do sistema, pois se ocorrer algum problema na via eletrônica, os navios ficam sem poder atracar, atrasando todo o processo. Em Santos, pelo menos seis navios tiveram atrasos nos primeiros dias de implantação do Porto sem Papel. “O importante é concluir os primeiros ajustes e corrigi-los antes de expandir o projeto para outros portos”, afirmou Findlay. Ele também é presidente da seção de transporte aquaviário da CNT. l
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FOTOS CAMILA FAIÇAL CRUZ
FERROVIÁRIO
Nos trilhos do conhecimento Projeto da ALL mostra o funcionamento de um trem a estudantes de escolas públicas em seis Estados POR
LETICIA SIMÕES
esde 2008, estudantes das escolas públicas localizadas nas cidades ao longo da malha operada pela ALL (América Latina Logística) têm a oportunidade de conhecer e entender a operação ferroviária dentro do próprio vagão. Os quatro carros que compõem o projeto Vagão do Conhecimento e Vagão Ambiental percorrem, todos os anos, dezenas de municípios de seis Estados brasileiros, aproximando crianças e jovens do modal. Em 2010, o projeto recebeu mais de 90 mil alunos. Fernanda Tonet, gerente corporativa da ALL, afirma que o objetivo do programa é levar educação e cultura de forma itinerante para a comunidade lindeira. “Formatado com apresentações lúdicas, ele leva os estudantes para dentro dos vagões. As abordagens feitas pelos educadores ligam a história do
D
trem à realidade das comunidades, além de disseminar os projetos da concessionária.” O cronograma das cidades que recebem os vagões é decidido a cada início de ano pelo departamento de marketing da ALL e pelo CCO (Centro de Controle de Operações) da concessionária. O CCO é responsável pela avaliação dos melhores dias e horários para que os carros possam realizar as atividades, sem comprometer a operação diária dos trens que trafegam pela malha. Os carros do projeto ficam estacionados por uma semana, para atender o maior número possível de estudantes. Os vagões recebem alunos dos 5 aos 14 anos, em dois períodos. Participam, em média, mais de cem estudantes por dia. Além do maquinista, os carros contam com um educador em cada vagão, uma equipe de seis assistentes e mais um auxiliar, esco-
CALENDÁRIO DE VISITAS Confira as próximas cidades a receberem o projeto* Setembro Três Lagoas (MS) Miranda (MS) Corumbá (MS) São José do Rio Preto (SP) Santa Fé do Sul (SP) Cruz Alta (RS)
lhido no município onde o projeto estiver. Fernanda afirma que o programa é revisado anualmente, para se adequar e estar constantemente atualizado. As apresentações e atividades desenvolvidas nos vagões sofrem adaptações conforme a faixa etária dos estudantes. O educador Valmor Pappi está à frente do programa desde o início. Ele diz que o ambiente, completamente diferente das salas de aula das escolas, propicia maior interesse e curiosidade dos participantes. “Os estudantes absorvem 100% das informações repassadas. As respostas positivas vêm por meio da redação, redigida após as apresentações. Os textos demonstram como eles se envolvem com o projeto.” Quatro carros contemplam o programa – dois para o Vagão do Conhecimento e dois para o Vagão Ambiental. O atual formato existe há três anos. No primeiro ano do projeto, os conceitos sobre meio ambiente e sustentabilidade eram passados em um mesmo carro. No Vagão do Conhecimento, os alunos assistem a palestras sobre a importância do trem e a história do modal. “A maioria das cidades lindeiras progrediu a partir da linha do trem. Esse destaque é muito bem discutido com os estudantes”, diz Pappi.
Outubro Ourinhos (SP) Aparecida do Taboado (MS) Irati (PR) Alto Taquari (MT) Novembro Alto Taquari (MT) Londrina (PR) Apucarana (PR) Uvaranas (PR) Curitiba (PR) Dezembro Maringá (PR) Alto Araguaia (MT) Iguaçu (PR) *O projeto não contemplará municípios de Santa Catarina no segundo semestre Fonte: ALL
INICIATIVA Programa da ALL percorre,
Segundo ele, as apresentações mostram o lado positivo da atividade e demonstram aos alunos que o modal leva desenvolvimento e progresso para as comunidades. “Não raro, os educadores encontram certa resistência por parte dos alunos pelo fato de a cidade ser cortada pela linha férrea. Existem os conflitos como o barulho, o apito. É exposto que tudo isso tem importância para a operação e eles passam a ter outro entendimento sobre a atividade ferroviária.” Ainda dentro dessa temática, o maquinista da composição apresenta uma palestra sobre a segurança na linha do trem.
Instruções para não jogar pedra nos carros, não colocar objetos na linha, não surfar nos vagões e não soltar pipas próximo aos trilhos são repassadas. “O foco é mostrar o perigo dessas ações e conscientizar os estudantes”, afirma o educador. Na segunda etapa do Vagão do Conhecimento, os participantes têm palestras sobre cultura brasileira. Aspectos como gastronomia, música, esporte e o folclore de cada região são discutidos. “Lendas regionais e brasileiras como o Negrinho do Pastoreio, típica do Rio Grande do Sul, a Gralha Azul, no Paraná, o Curupira, no Mato Grosso, e tan-
tas outras são apresentadas. Cada aluno recebe um papel com um desenho dos personagens para pintar. Esse trabalho se transforma em um fantoche para a oficina de brinquedos”, diz Pappi. O Vagão do Conhecimento reserva ainda um espaço dedicado à inclusão digital. No Vagão Ambiental, os estudantes são recebidos em um enorme salão, preparado com data show, onde são exibidos vídeos e slides sobre a preservação da natureza, sobre a água e seu ciclo e o meio ambiente. Pappi afirma que o objetivo das temáticas não é mais conscientizar, e, sim, sensibilizar os partici-
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“Os alunos absorvem 100% das informações repassadas. Eles se envolvem com o projeto” todos os anos, dezenas de municípios, aproximando crianças e jovens do modal
pantes. “As crianças já são conscientes dos cuidados que todos devem ter em relação à natureza, pois o tema é recorrente. A sensibilização dos grupos é que vai contribuir para as ações vida afora. São mostradas fotos chocantes de degradação ambiental, com poluição de rios e destruição de matas.” O vagão traz surpresas para os alunos. Em uma das atividades, eles são incentivados a participar da chamada Caixa dos Sentidos. Nesse momento, os participantes tocam diversos tipos de materiais, sem vê-los, e tentam, por meio do tato, descobrir quais são eles. Há ainda uma palestra dedicada à reciclagem de materiais.
Yago Henrique Vieira, de 7anos, estudante do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Estadual Antônio de Oliveira Bueno Filho, da cidade de Araraquara (SP), participou do projeto pela primeira vez, em agosto. “O que mais gostei foi da Caixa dos Sentidos”, diz o aluno. De acordo com ele, o aprendizado fora da sala de aula é muito prazeroso. “As atividades nos vagões contribuem para a vida de todos os participantes porque podemos aplicar o que foi ensinado pelas palestras e pelos vídeos. Agora, eu me interesso mais pelo meio ambiente.”
VALMOR PAPPI, EDUCADOR
Os ensinamentos apreendidos sobre a preservação da natureza e sobre como a destruição do planeta tem avançado foram os que mais chamaram a atenção de Yago. O estudante afirma ainda que, sempre que tiver oportunidade, vai participar do programa. Pappi diz que a expectativa é que os vagões permaneçam por muito tempo em atividade. “Não há nada semelhante no país e as temáticas são inesgotáveis. Uma mesma cidade é atendida em um ano, com atividades para certa faixa etária. Por isso, o projeto pode retornar com apresentações direcionadas a outras idades.” De acordo com Fernanda
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Tonet, o programa desenvolvido pelo Instituto ALL de Educação e Cultura tem dado o retorno esperado. “A aceitação é grande. Os vagões conseguem atender a um número bastante expressivo de municípios. Esse acompanhamento é feito com os coordenadores das turmas. Temos também uma pesquisa de satisfação e registros de agradecimento das prefeituras. Dessa maneira, medimos o quão positivo é o projeto.” Segundo ela, a ALL prepara uma nova ação, com formato similar ao dos vagões do Conhecimento e Ambiental. O Projeto Monteiro Lobato será realizado dentro de um caminhão, que chegará aos municípios lindeiros das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, por onde passa a malha da concessionária. O foco é estimular a leitura por meio de grupos e de contadores de histórias. “A empresa sempre busca alternativas para estar mais perto das comunidades. Esse projeto vai atingir um número maior de pessoas que sofrem a interferência da operação ferroviária”, diz a gerente. As questões de segurança também serão salientadas nesse novo projeto. O programa ainda passa por formatação e não tem data definida para ser iniciado. l
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SEGURANÇA
Blindagem chega às ruas Crescem os pedidos de orçamento pelo serviço, que precisa ser autorizado pelo Exército brasileiro POR LETÍCIA
s recursos para garantir a segurança da frota vão de tecnologias como o monitoramento via satélite a expedientes mais comuns, como batedores que acompanham o veículo em toda a rota. Um procedimento que há muito é uma realidade nas grandes cidades tem chamado a atenção das transportadoras: a blindagem de veículos de carga. Empresas que executam o serviço afirmam que o interesse pela blindagem de caminhões tem aumentado, com o crescimento do número de pedidos de cotação. Na prática, ainda há poucos veículos de carga sendo blindados no Brasil.
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SIMÕES
A blindagem de qualquer categoria de veículo depende de autorização prévia do Exército brasileiro. A licença para o serviço deve ser solicitada pela empresa que executará a blindagem. O controle é realizado por meio de placa, chassi e dados do proprietário. As informações dos veículos autorizados para blindagem são disponibilizadas pelo Exército aos órgãos estaduais de trânsito. A AutoLife Blindagens, com sede em São Paulo (SP), iniciou suas atividades em 1999. Há três anos, começou a blindar caminhões. Desde então, dois veículos de carga foram blindados na empresa, que, brevemente, fará
a blindagem de outros 120, todos de uma mesma frota. O diretor Ricardo Mendonça de Barros diz que a empresa registra, em média, três consultas semanais sobre a blindagem em caminhões. “Fábricas de equipamentos eletroeletrônicos, empresas de gerenciamento de risco, seguradoras e transportadoras têm procurado mais informações sobre o serviço.” De acordo com ele, as cotações são feitas, principalmente, por empresas que transportam ou produzem produtos farmacêuticos, eletrônicos e cigarros. A Tecno Blindagem, sediada em Cotia (SP), faz blindagem em caminhões desde 2002. Em oito anos,
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AUTOLIFE/DIVULGAÇÃO
TENDÊNCIA Blindagem de caminhões começa a ganhar espaço na frota brasileira
apenas quatro veículos de carga foram blindados. Leandro Simi Moreira, diretor da empresa, diz que a procura maior continua sendo pela blindagem dos carros de passeio. Christian Conde, presidente da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), afirma que não existem pesquisas que comprovem o aumento das blindagens em caminhões, mas o setor tem “percebido” o crescimento da demanda pelo serviço. “Os delitos na estrada são constantes, principalmente, roubo de cargas. Por isso, muitas transportadoras recorrem aos batedores. A blindagem de caminhões chega como um artefato para minimizar os riscos”, diz o dirigente. O assessor de segurança da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Paulo Roberto de Souza, ressalta que a blindagem de caminhões tem sido pontual. “Apenas algumas empresas recorrem ao serviço. A blindagem é um recurso caro e é preciso usar de maneira seletiva.” A opção em blindar veículos de carga, alerta Souza, deve levar em conta o custo-benefício da operação. “Grande parte das empresas que recorrem à blindagem possuem frota de centenas de caminhões, em que apenas poucas ou uma unidade são blindadas. A blindagem generalizada
“A blindagem é uma ferramenta eficaz para a proteção CHRISTIAN CONDE, PRESIDENTE DA ABRABLIN
TRANSPORTE DE VALORES
Equipamento mínimo é obrigatório A blindagem ganhou força no Brasil, a partir de 2000, em virtude da violência praticada principalmente nos grandes centros urbanos. O serviço, antes concentrado em São Paulo, já conta com blindadores no Nordeste e Sul do país. A blindagem é obrigatória para veículos que executam o transporte de valores. A Polícia Federal é responsável por emitir um certificado de vistoria, que autoriza a utilização dos veículos especiais pelas empresas que fazem esse tipo de transporte. Os veículos dessa categoria são obrigados por lei a trafegar com um nível mínimo de blindagem. A AutoLife desenvolve e constrói veículos com blinda-
gem pesada desde 2001. De acordo com Ricardo Mendonça de Barros, diretor da empresa, os níveis de blindagem para os veículos de transporte de valores variam entre o 3 e o 4. “Esses carros são como verdadeiros cofres ambulantes. A blindagem nesses níveis suporta disparos de armas muito pesadas, como os de fuzis AR15 ou FAL, por exemplo.” Segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), o nível balístico de blindagem mais utilizado no Brasil é o 3A. “Ele suporta disparos de armas de grosso calibre, como pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum, maior arma de mão existente” afirma
Leandro Simi Moreira, diretor da Tecno Blindagem . Ele diz que um dos avanços da blindagem é o vidro duplo de policarbonato (substância altamente resistente a impactos e a chamas). O acessório é mais leve e contribui para que a alteração no peso do veículo seja menor depois de blindado. O diretor confirma que, desde 2000, o mercado de blindagem para veículos de passeio registra crescimento. “Há 11 anos o setor de blindagem está em franca expansão, com aumento de demanda a cada ano.” De acordo com a Abrablin, o custo médio da blindagem para um veículo de passeio, em 2010, era de R$ R$ 47,9 mil. LEI A
ainda não é uma realidade no segmento de carga.” Conde, por sua vez, acredita que o número de caminhões blindados tende a aumentar. “A blindagem é uma ferramenta bastante eficaz para a proteção da carga em alguns traslados. Blindar caminhões que transportam cargas de grande valor agregado vem se tornando uma alternativa plausível para o setor.” As empresas confirmam que a blindagem para cargas segmentadas não vale a pena. A blindagem de um caminhão pode variar de R$ 50 mil a R$ 80 mil, conforme o
modelo do veículo e a aplicação do recurso – somente na cabine ou também no baú. O método para a blindagem de caminhões é o mesmo empregado no processo para carros, porém, com quantidade maior de materiais, devido ao tamanho do veículo. Os tipos de blindagem são classificados por níveis e levam em consideração o impacto do projétil, tendo como base o calibre do armamento. No Brasil, os níveis de blindagem seguem a norma de resistência balística ABNT-NBR nº 15.000, que obedece aos padrões nacionais e internacionais.
Moreira, da Tecno Blindagem, afirma que o mais indicado para caminhões é o nível de blindagem 3, que resiste a disparos de fuzil FAL. “Com esse nível de blindagem, o veículo é capaz de suportar múltiplos disparos de armas de grosso calibre, como de um fuzil AR15. Abordagens criminosas nas estradas são feitas, geralmente, com esse tipo de arma.” Barros diz que a eficácia da blindagem em caminhões já pode ser comprovada na prática. Ele conta que um dos caminhões blindados pela AutoLife foi abordado por criminosos no trajeto
entre Manaus e São Paulo. “O motorista dormiu e os assaltantes abriram o baú de alumínio pelo teto. Mas se depararam com uma parede de aço e desistiram da ação.” Nesse caso, o baú do caminhão também foi blindado. Os veículos têm algumas partes desmontadas para receber os materiais balísticos. O nível da blindagem a ser empregada é que vai determinar os tipos de vidros, chapas e mantas de aço a serem utilizados. Conde, da Abrablin, enfatiza que é preciso treinamento dos condutores para evitar que a
da carga em alguns traslados”
TABELA BALÍSTICA CONFORME NORMA ABNT-NBR Nº 15.000 Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto balístico
PAULO ASSIS/FUTURA PRESS
Nível 1: Munição: .22 Long Rile High Velocity/ Velocidade inicial: 320 metros em, aproximadamente, 10 segundos/ Número de impactos: 5 Munição: .38 Special Round Nose Chumbo/ Velocidade inicial: 254 metros em, aproximadamente, 15 segundos/Número de impactos: 5 Nível 2-A: Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 332 metros em, aproximadamente, 12 segundos/ Número de impactos: 5 Munição: 357 Magnum Joint Soft Point/ Velocidade inicial: 381 metros em, aproximadamente, 12 segundos/ Número de impactos: 5 Nivel 2: Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 358 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5 Munição: 357 Magnum Joint Soft Point/ Velocidade inicial: 425 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5 Nível 3-A: Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 426 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5 Munição: .44 Magnun Semi WadCutter Gas Check/ Velocidade inicial: 426 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5 Nível 3: Munição: 7,26 x 51 Full Metal Jacketed (.308 Winchester) / Velocidade inicial: 838 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5 Nível 4: Munição: .30 – 06 Armor Piercing / Velocidade inicial: 868 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impacto: 1 Fonte: Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem)
blindagem é obrigatória para os veículos que fazem o transporte de valores
carga fique vulnerável. “Há situações como o abastecimento do caminhão, por exemplo. O motorista de um veículo blindado deve saber como agir em toda a operação do transporte.” A distribuidora de medicamentos Imifarma, com atuação em Estados do Norte e do Nordeste brasileiro, recorreu à blindagem de parte da frota para minimizar os prejuízos com os roubos de carga. Alex Damasceno, gerente de logística da empresa, afirma que, antes da decisão de blindar os caminhões, o índice de assaltos era alto. “O transporte mais efetivo é feito
para o sul do Pará. Há dois anos, desde que investimos na blindagem, não houve mais registros.” Conforme Damasceno, antes de ter os veículos blindados, a média de assaltos aos caminhões da Imifarma era de 4 a 6 por mês. A empresa blindou 5 dos 15 caminhões da frota. “Os veículos que circulam dentro do perímetro urbano não necessitam de blindagem. As cargas que seguem pelas estradas é que são visadas pelos criminosos”, revela o gerente. O investimento da Imifarma foi de R$ 50 mil para cada cabine blin-
dada. As blindagens foram feitas em São Paulo. Damasceno diz que o valor do seguro do caminhão blindado não sofre alterações. “O contrato da Imifarma com a seguradora prevê que, em caso de assalto, o agravo chegue a 50% do valor do seguro.” Segundo ele, os motoristas da empresa recebem treinamento interno sobre toda a operação, além de participarem de cursos oferecidos pela seguradora que presta serviço à Imifarma. A Perfecs Logística faz planos para blindar parte da frota em breve. A empresa passará a trans-
portar produtos eletrônicos da região Norte para a Sudeste. “Essa operação necessita da adoção de diversas soluções de segurança. A blindagem é uma delas”, afirma Luis Freitas, diretor da empresa. Freitas diz que o investimento em blindagem nos caminhões dependerá dos contratos a serem firmados. “O caminhões serão blindados à medida que a empresa fechar cargas que demandem maior segurança para o seu transporte. É preciso ficar atento ao mercado e oferecer total segurança e confiança ao contratante.” l
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TRANSPO-SUL
Necessidade de equilíbrio Congresso em Porto Alegre coloca em discussão os gargalos existentes para o desenvolvimento da multimodalidade no setor POR LIVIA
om recordes de público e de negócios, a 13ª edição da Transpo-Sul (Feira e Congresso de Transporte e Logística) discutiu um dos principais entraves para o pleno desenvolvimento do transporte nacional: a necessidade de integração entre os modais. Realizada entre os dias 13 e 15 de julho, no Centro de Eventos da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre (RS), a feira reuniu apro-
C
CEREZOLI
ximadamente 12 mil pessoas e gerou R$ 100 milhões em negócios. O evento foi organizado pelo Setcergs (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul) com apoio da Fetransul (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul), da CNT e do Sest Senat. “Nossas expectativas foram superadas. Ficamos, mais uma vez, satisfeitos com os resultados obtidos. A Transpo-Sul,
além de ser um grande palco de negócios, é uma oportunidade para se discutir os principais assuntos relacionados ao setor de transporte”, afirmou José Carlos Silvano, presidente do Setcergs. Para Paulo Vicente Caleffi, presidente da Fetransul e membro da diretoria da CNT, os resultados alcançados ao longo dos anos consolidam a Transpo-Sul como um importante evento no cenário nacional. No painel “Multimodalidade e o futuro do transporte no
Brasil”, representantes dos cinco modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aéreo, aquaviário e dutoviário – afirmaram que a multimodalidade, além de ser eficiente, torna o transporte de cargas mais rápido e mais sustentável. Porém, a falta de planejamento e de investimento no setor impede a atividade. De acordo com Rodrigo Vilaça, presidente-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) e presidente da seção de trans-
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FOTOS ROCHA/SETCERGS/DIVULGAÇÃO
PARTICIPAÇÃO Lideranças do setor e autoridades políticas estiveram presentes na 13ª edição do evento
porte ferroviário da CNT, é preciso melhorar cada modo de transporte em particular e, principalmente, avançar nas reformas em médio prazo, de forma que a multimodalidade e a integração logística sejam os eixos das políticas públicas nacionais nos próximos anos. “O sistema de transporte no Brasil não é equilibrado porque faltaram investimentos em determinados setores, como as ferrovias. Nossa malha ferroviária hoje não é satisfatória. Temos pouco mais
de 28 mil quilômetros de trilhos, quando o ideal seriam 52 mil. Precisamos avançar para o interior do país”, afirmou. Segundo o Ministério dos Transportes, o modal rodoviário corresponde hoje a 58% da matriz de transporte de cargas no país, enquanto o ferroviário responde por 25%, o aquaviário, por 13%, o dutoviário, por 3,6%, e o aéreo, por 0,4%. Na visão de Cloraldino Severo, ministro de Estado de Transportes no governo João Figueiredo (1982-1985), a con-
centração da economia do país nas regiões Sul e Sudeste – 74% do fluxo de cargas se originam nessas áreas – consolida a forte tendência do uso do transporte rodoviário no país. De acordo com ele, a geografia da região, a característica e o estágio de desenvolvimento econômico, a qualidade e o tamanho dos lotes, e as distâncias médias de deslocamento das cargas são decisivas na escolha do modal. “A priori, nenhum modo de transporte é mais importante. Porém, nos
últimos anos, o modal rodoviário em todo o mundo vem se firmando como modalidade básica no transporte interno do país, principalmente nas pontas da cadeia.” Gustavo Costa, gerentegeral de cabotagem e serviços da Aliança Navegação e Logística acredita que a utilização da multimodalidade é possível desde que sejam realizadas obras de melhorias nos acessos aos portos. “A possibilidade de transportar produtos em contêineres já é um ponto positivo para que essa integração exista. O contêiner permite que o produto seja transferido para todos os modais da cadeia sem sofrer perdas durante o processo de carga e descarga. O que falta agora é dar condição para que essa transferência aconteça”, explica ele. No setor aéreo, mesmo que o volume de cargas transportadas anualmente tenha passado de 534 mil toneladas em 2001 para 1 milhão de toneladas em 2010, ainda existe um longo caminho a percorrer, reconhece Saulo Pedroso da Silva, gerente de infraestrutura e logística operacional da Infraero (estatal que administra 67 aeroportos).
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PREMIAÇÃO
Setcergs apoia soluções logísticas A cerimônia de entrega da quarta edição do Prêmio Setcergs (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul) de Logística também foi realizada durante a 13ª Transpo-Sul, em Porto Alegre (RS). Pela primeira vez, uma mulher foi a vencedora na categoria universitária. A estudante Carolina Fleith, da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), apresentou um mecanismo capaz de melhorar os processos de estocagem de materiais dentro de um hospital da capital gaúcha. Segundo ela, durante a elaboração do trabalho, um dos principais problemas constatados foi a dificuldade de movimentação dentro do armazém, o que ocasio-
nava o transporte inadequado de determinados produtos e a consequente perda de materiais. “O local era muito apertado, com rampas de acesso inadequadas. Elaborei uma proposta de circulação dentro do armazém que será capaz de evitar os transtornos existentes”, afirma a estudante. A premiação, criada em 2007, tem por objetivo incentivar a produção acadêmica na busca de soluções cada vez mais eficientes para o setor. “Nossa intenção é interligar o ambiente acadêmico à atividade empresarial e assim, oferecer melhores oportunidades de desenvolvimento do setor”, afirmou José Carlos Silvano, presidente do Setcergs. MOVIMENTAÇÃO Feira
A empresa é responsável hoje pela operação de 34 terminais de carga no país e deve investir R$ 42 milhões em sistemas informatizados em quatro deles até o ano que vem. “Como somos uma empresa pública, nossas tarifas são regulamentadas e não existem margens para descontos, talvez esse seja um dos motivos para a pouca procura do serviço. De qualquer forma, estamos investindo na ampliação do recebimento de cargas marítimas”.
Com a expectativa de atingir 5% da matriz de transporte nacional até 2025, o sistema dutoviário enfrenta desafios ainda maiores. Além de ter custo alto de implantação – para cada quilômetro de dutos são gastos US$ 1 milhão –, o modal precisa aumentar a capacidade operacional e minimizar os riscos de vazamentos, uma vez que os produtos transportados (gás e minério) podem contaminar o solo. O Brasil tem hoje 20 mil km de dutos. O gasoduto Brasil-
Bolívia, com 3.150 km, é o mais importante da malha e um dos maiores do mundo em extensão. “O duto tem um custo inicial alto, mas a operação do sistema é barata. Acredito que em curto prazo, dada a conjuntura econômica do país, o modal dutoviário sairá do desconhecimento para ser um importante sistema de transporte no Brasil”, afirma Roberto Tejadas, diretor-presidente da Sulgás (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul). A empresa
transporta gás natural pelos 523 km de dutos existentes no Estado e, até 2015, deve investir R$ 347 milhões na ampliação de mais 504 km da malha. Debates A regulamentação do trabalho dos motoristas de cargas, principalmente daqueles que trabalham no transporte internacional, também foi discutida durante o congresso. Em forma de audiência pública, transportadores e trabalhadores do setor apresenta-
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PALESTRA
Postura profissional foi debatida No encerramento da 13ª edição da Transpo-Sul, o administrador de empresas e comentarista da TV Globo e da rádio CBN, Max Gehringer, falou sobre mundo corporativo para uma plateia de quase 1.000 pessoas. De forma descontraída, ele apresentou dicas valiosas para alcançar o sucesso profissional em empresas de diferentes ramos de atuação. Para o administrador, a realidade do setor de transporte é um retrato do que acontece no país: faltam técnicos para preencher as vagas de trabalho existentes e por isso, é importante investir em formação profissional. De acordo com Gehringer, o crescimento profissional também depende de regras de convivência dentro das empresas. “É preciso aprender
a conviver, entender e escutar as pessoas, principalmente quando se atinge posições de gerência. Você sempre pode ter duas posturas: ser um muro e dizer sempre não, ou ser uma ponte e escutar e analisar. Foi isso que fiz em toda a minha vida profissional. Por isso digo que o segredo do sucesso é saber ouvir.” Além disso, estar aberto às mudanças é mais um ponto importante para o sucesso na carreira. Para o administrador, existe atualmente uma geração de jovens ambiciosos que não quer morrer dentro de uma única empresa. “Eles precisam de conhecimentos novos com uma frequência maior do que há anos. A percepção da carreira mudou. Não é mais errado ter vários contratos na carteira profissional.”
recebeu mais de 12 mil pessoas e gerou negócios de R$ 100 milhões este ano
ram suas contribuições à proposta de criação do Estatuto do Motorista, do senador Paulo Paim (PT-RS). “Queremos construir uma legislação que atenda a todos os envolvidos na atividade transportadora, por isso estamos levando em consideração cinco pontos essenciais: o combate ao alto número de acidentes, o respeito ao trabalhador, ao empreendedor, a responsabilidade do Estado e os diretos e deveres de todos que atuam no transporte ter-
restre buscando segurança jurídica”, afirmou Paim. Representantes do setor de cargas apresentaram proposta sobre as definições da jornada de trabalho que devem constar na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Segundo o documento, os motoristas não poderão dirigir por mais de quatro horas ininterruptas, ficando obrigados a observar intervalo mínimo de descanso de 30 minutos a cada período e um intervalo de uma hora para refeição.
A proposta também dispõe sobre o tempo de espera, muito comum no transporte internacional, devido aos procedimentos de fiscalização nas aduanas. As horas que o motorista ficar aguardando a carga ou descarga do veículo no embarcador ou destinatário, ou a fiscalização da mercadoria transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias e que excederem a jornada normal de oito horas, não devem ser computadas como hora extra se não forem supe-
riores a 24 horas semanais e 90 horas mensais. Além disso, na proposta está a criação de pontos de apoio nas rodovias brasileiras. Para estradas privatizadas, os novos contratos já devem ser elaborados com essa exigência e nos já existentes, as concessionárias devem implantar os pontos em até um ano. Nas rodovias não concedidas, a sugestão é para que sejam criadas PPPs (Parcerias Público-Privadas) para a instalação dos pontos de apoio. l
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CONVÊNIO
Aliados contra a Aids Sest Senat e Ministério da Saúde assinam acordo de cooperação para estimular a prevenção às DSTs POR
costumados a movimentar as riquezas do Brasil, os trabalhadores do transporte – principalmente os caminhoneiros – podem também levar às estradas orientações de saúde. Esse é o objetivo de um convênio firmado entre o Sest Senat e o Ministério da Saúde, que prevê ações de prevenção às DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) no setor de transporte. A parceria foi assinada oficialmente durante a 22ª Feira do Caminhoneiro, em Guarulhos (SP), no dia 23 de julho. Durante a solenidade, o
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ROSALVO JÚNIOR
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da atuação dos caminhoneiros como multiplicadores das mensagens de prevenção à Aids e outras DSTs. “O setor de transporte não é o problema, mas é parte da solução. É preciso não ter medo de fazer o diagnóstico precoce dessas doenças”, disse. Ele afirmou que o governo gasta, em média, R$ 1 bilhão por ano para garantir o tratamento a 210 mil brasileiros portadores do vírus HIV. O presidente de honra da CNT, Thiers Fattori Costa, ressal-
tou que a iniciativa faz parte do projeto Sest Senat na Luta contra a Aids, campanha lançada no Carnaval deste ano que já sensibilizou 2 milhões de pessoas em todo o Brasil. Até o final do ano, a meta é levar as ações a mais 1 milhão de trabalhadores em transporte. “Promover a saúde é estimular o desenvolvimento do país. Não há prosperidade se a população não for saudável.” O motorista Gilvan Pereira da Silva, caminhoneiro há 32 anos, era um dos presentes à feira e aprovou essa preocupação do Sest Senat com a saúde do trabalhador. Autônomo, ele
explica que, durante algumas viagens, fica longe da família e não sobra muito tempo para cuidar do bem-estar. “Esse apoio é importante para sabermos se a nossa saúde está em dia, se precisamos de algum cuidado.” Segundo o Ministério da Saúde, 469 testes foram realizados durante os três dias da Feira do Caminhoneiro. Nenhum dos que fizeram o exame rápido foi identificado como portador do vírus HIV. As ações do acordo de cooperação preveem, por exemplo, a produção de um curso on-line gratuito e um filme curta-metragem sobre o tema, que servirá de material de apoio para palestras e eventos, uma forma de transmitir as mensagens de forma mais didática e estimular a reflexão. Campanhas de vacinação contra as hepatites virais, cujo estímulo à prevenção também está previsto no convênio, devem acontecer nas unidades do Sest Senat. O programa Comandos de Saúde nas Rodovias – projeto desenvolvido pelo Sest Senat em parceria com a Polícia Rodoviária Federal – também tem participação no convênio. A previsão é que em 30
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EDSON F. SILVA/DIVULGAÇÃO
PARCERIA Thiers Fattori (esq.) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante assinatura de convênio
CAMINHONEIRO
Feira comemora duas décadas de tradição Saúde, bem-estar, lazer e negócios. Tudo estava reunido em um só lugar para atender aos motoristas durante a 22ª Feira do Caminhoneiro. Há mais de duas décadas, o posto Sakamoto 2, localizado na rodovia Presidente Dutra, cede espaço à feira para acolher os trabalhadores do transporte e seus familiares. “No início, o evento era pequeno, tinha características de uma pequena reunião voltada aos caminhoneiros, sempre em homenagem a São Cristóvão (padroeiro dos motoristas e viajantes). A ideia era aproveitar a grande quantidade de motoristas que
trafegam pela região”, explica o coordenador do evento, Orivaldo Quatrini. Segundo ele, a feira sempre acontece nos dias 23, 24 e 25 de julho, não importa o dia da semana. Não faltaram atividades para marcar o Dia do Motorista. Além do convênio para prevenção às DSTs, os interessados em cuidar da saúde tiveram apoio do Sest Senat. Desde a fundação da unidade em Guarulhos, há 12 anos, a equipe é parceira da feira e leva alguns dos seus serviços aos visitantes. Peças de teatro, distribuição de brindes e um espaço para recreação também fizeram a alegria da criançada. As principais montadoras
de caminhões também apresentaram as novidades da indústria e levaram informações técnicas sobre os produtos oferecidos. Uma oportunidade para aproximar clientes e empresas. Outro destaque, um dos mais procurados durante o evento, foi a pista exclusiva montada para teste-drive com seis marcas diferentes. O encerramento contou com uma cerimônia de benção das chaves dos motoristas e um show do padre Juarez de Castro. Ao todo, mais de 30 mil pessoas participaram do evento, durante os três dias (leia mais sobre o Dia do Motorista na página 68).
pontos estratégicos, localizados em todos os Estados, os motoristas das rodovias e estradas federais recebam orientações de prevenção ao HIV, além do convite para a vacinação contra as hepatites virais. Outro destaque é a capacitação, feita pelos técnicos do ministério, para implantar o teste rápido de detecção do HIV nas 138 unidades do Sest Senat presentes no país. Para realizá-lo, Fattori colocou à disposição toda a infraestrutura necessária – equipe de saúde para treinamento específico, espaço físico, aconselhamento após os testes e encaminhamento, se for preciso, ao SUS (Sistema Único de Saúde) local. O Sest Senat não foi escolhido para ser um dos parceiros da campanha por acaso. Segundo o ministro, o canal de diálogo aberto com os motoristas e a credibilidade do trabalho desenvolvido são diferenciais. “Quando ganhamos um parceiro como esse, com papel tão importante na qualificação profissional deste setor, nós podemos reforçar essas mensagens de saúde que queremos levar aos motoristas e seus familiares”, disse Padilha. l
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SEST SENAT
Bahia ganha mais uma unidade Inauguração do Sest Senat em Itabuna ocorreu no dia do aniversário da cidade, em 28 de julho POR KATIANE
Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) inaugurou, dia 28 de julho, sua unidade em Itabuna (BA), localizada na avenida José Soares Pinheiro, 2.056, Centro. A unidade de Itabuna é a sétima do Sest Senat no Estado da Bahia, que passa agora a ter 138 unidades inauguradas em todo o país. O senador Clésio Andrade, presidente da CNT e do Sest
O
RIBEIRO
Senat, esteve presente na inauguração. Para ele, “este é um projeto grandioso que vai atender toda a cidade de Itabuna e principalmente aos trabalhadores em transporte que, com o avanço constante da tecnologia, precisam se qualificar cada vez mais para atender esse crescente mercado de trabalho”. A unidade foi inaugurada no dia do aniversário da cidade. “A inauguração dessa unidade é um presente para a
cidade de Itabuna, que está fazendo 101 anos, e aos trabalhadores em transporte que precisam se qualificar, pois têm uma função muito importante que é transportar vidas”, afirmou o governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, durante o evento. A unidade de Itabuna está instalada em uma área de aproximadamente 40 mil metros quadrados, com uma área construída de 4.000 metros, e vai levar seus servi-
ços a uma região dinâmica economicamente, com destacada atividade na indústria. A cidade é um importante entreposto comercial do Estado, situada às margens da BR-101. Com uma infraestrutura completa para a realização de cursos, a unidade de Itabuna possui sete salas de aulas e um laboratório de informática. Para atendimento na área de saúde, possui sala de fisioterapia, clínica psicológica, consultório oftalmológico e
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JÚLIO FERNANDES/CNT
AVANÇO Senador Clésio Andrade, presidente da CNT e do Sest Senat, destacou a importância da inauguração da unidade em Itabuna
oito cadeiras de dentistas. Conta também com um auditório para 140 pessoas. A diretora do Sest Senat de Itabuna, Nácia Christina Martins, ressalta que o objetivo é atender aos trabalhadores em transporte, bem como toda a comunidade do município. De acordo com a diretora, na área de capacitação já estão previstos os cursos de Direção Preventiva com Primeiros Socorros, Noções de Informática Básica,
Capacitação DidáticoPedagógico para Instrutores, Qualidade no Transporte Urbano de Passageiros, entre outros. Para as atividades de lazer e esportivas, o Sest Senat mantém piscina semiolímpica, piscina infantil, parque infantil, quatro churrasqueiras, duas quadras poliesportivas e dois campos de futebol soçaite gramados. A nova unidade tem capacidade para realizar 1.800 atendimentos odontoló-
gicos e 1.500 atendimentos médicos mensais. “Hoje é um dia muito feliz pra mim, pois sou transportador há 50 anos e nada me engrandece mais que inaugurar essa unidade em Itabuna, que irá qualificar e trazer satisfação e bemestar ao trabalhador”, disse o presidente do Conselho Regional do Sest Senat Nordeste e da Fetrabase (Federação das Empresas de Transportes dos Estados da
Bahia e Sergipe), Antônio Carlos Melgaço Knittel. Além dos trabalhadores do setor e seus familiares, o Sest Senat, considerando a disponibilidade de vagas, também atende a comunidade. Para o prefeito de Itabuna, José Nilton de Azevedo Leal, “a entrega dessa unidade tem significado incalculável, pois vai atender uma classe trabalhadora que merece ter esse atendimento de cursos, lazer e cultura”. l
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DIA DO MOTORISTA
Um dia para comemorar Motoristas foram homenageados com ações de saúde e atividades de lazer realizadas nas unidades do Sest Senat de todo o país POR
LIVIA CEREZOLI
elo segundo ano consecutivo, as comemorações do Dia do Motorista (25 de julho) foram realizadas com a primeira etapa do projeto Transporte e Cidadania nas unidades do Sest Senat. A data é dedicada a São Cristóvão, considerado o padroeiro dos motoristas. O projeto, realizado anualmente, tem como objetivo promover a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional dos trabalhadores do setor, princi-
P
palmente dos motoristas, focando na construção coletiva da cidadania. Durante todo o mês de julho, as unidades ofereceram, aos motoristas e seus familiares, orientações na área de saúde (odontológica, médica, tratamento da coluna e combate às drogas com a presença de fisioterapeutas e psicólogos), atividades de lazer, esporte e cultura, além de palestras sobre meio ambiente. Nas primeiras ações já realizadas, mais de 140 mil
ATENDIMENTO
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SEST SENAT FORTALEZA/DIVULGAÇÃO
Motoristas profissionais participam de exames médicos oferecidos pela unidade do Sest Senat de Fortaleza (CE)
pessoas foram atendidas. A programação se estende até dezembro. Em Fortaleza (CE), as homenagens tiveram início no dia 24 de julho. Mais de 1.300 taxistas participaram das homenagens realizadas no Clube do Taxista. Durante todo o dia, eles receberam orientações sobre DST/Aids e realizaram testes de glicemia e aferição de pressão arterial. No dia 28 foi a vez dos motoristas de ônibus urbanos e rodoviários participarem das comemorações. O auditório da unidade do Sest Senat da capital cearense se transformou em um palco artístico para a realização do 3º Encontro dos Talentos do Transporte na música e no humor. O encerramento da festa aconteceu no dia 31, no Posto São Cristóvão. Aproximadamente 1.300 caminhoneiros foram recebidos com um café da manhã e participaram de atividades como vacinação, aferição de pressão arterial, testes de glicemia, corte de cabelo e palestra sobre saúde. Acompanhe nas fotos a seguir como foram as comemorações em outras unidades do Sest Senat no país. l
CHAPECÓ (SC)
CUIABÁ (MT) SEST SENAT CHAPECÓ/DIVULGAÇÃO
A
BELÉM (PA)
tradicional procissão de São Cristóvão, realizada há 98 anos, marcou as comemorações do Dia do Motorista na capital paraense. A programação começou com uma missa realizada no Santuário de Fátima. Depois, os devotos seguiram em carreata por nove bairros da cidade até a unidade do Sest Senat, onde foi oferecido um almoço em homenagem aos motoristas.
A
mente 4.000 veículos. Durante o evento foi realizada a tradicional bênção dos carros, caminhões e ônibus e servido um churrasco em homenagem aos profissionais.
festa de São Cristóvão aconteceu no dia 24 de julho e reuniu aproximadamente 4.500 pessoas. As atividades tiveram início pela manhã, com a cele-
A SEST SENAT BELÉM/DIVULGAÇÃO
festa em homenagem ao padroeiro dos motoristas, realizada no dia 24 de julho, em parceria com a Paróquia de São Cristóvão e empresas de transportes, reuniu aproximada-
FEIRA DE SANTANA (BA)
festa do Dia do Motorista foi realizada no domingo, dia 24, e contou com a presença de trabalhadores do setor de transportes, seus familiares e a comunidade em geral. A unidade do Sest Senat ofereceu atividades recreativas, esportivas e musicais, além da distribuição de brindes.
A
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SEST SENAT CUIABÁ/DIVULGAÇÃO
CARIACICA (ES) m parceria com a prefeitura, o Sest Senat realizou mais de 5.000 atendimentos durante todo o dia 23 de julho no bairro Rio Branco. Foram realizados consultas e exames médicos, e oferecidos serviços de emissão de documentos (carteira de identidade, CPF e título de eleitor e carteira profissional).
E
SEST SENAT CARIACICA/DIVULGAÇÃO
bração de uma missa em homenagem ao padroeiro dos motoristas. A festa foi encerrada com a disputa do campeonato de futebol e a realização do baile dos motoristas.
CARUARU (PE) SEST SENAT FEIRA DE SANTANA/DIVULGAÇÃO
ação foi realizada em parceria com o Grupo Votorantim, durante todo o dia 25 de julho. A equipe de profissionais das áreas médica e odontológica
A
do Sest Senat ministrou palestras sobre saúde bucal e saúde da coluna na sede da empresa, além de oferecer café da manhã e almoço aos motoristas. l SEST SENAT CARUARU/DIVULGAÇÃO
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IDET
Transporte rodoviário de cargas cresce em junho Variação em 12 meses e no acumulado anual também registra aumento
O
gas, inclusive a safra agrícola, deve aumentar em 2011 em comparação com 2010. A tonelagem-quilômetro total (carga industrial por terceiros e outras cargas) apresentou variação de 3,3% na movimentação mensal, sendo que a tonelagemquilômetro industrial transportada por terceiros apresentou variação de 2,7% ao mês, enquanto tonelagem-quilômetro de outras cargas apresentou variação de 4,2% em junho. No que se refere ao transporte coletivo urbano, percebeu-se uma queda de 5,2% no número de passageiros transportados, típica do mês, dadas as férias escolares no fim de junho. A queda de passageiros transportados pelas vias urbanas foi evidenciada em todas as regiões do país. Ao todo, foram transportados 974,5 milhões de passageiros e a quilometragem rodada somou 560,6 milhões de quilômetros. O segmento rodoviário interestadual apresentou em junho
decréscimo de 1,9% nos passageiros transportados e alta de 4,0% nos passageiros x quilômetro, indicando a realização de viagens mais longas em comparação com as do mês anterior. Comparando junho de 2011 com junho de 2010, verifica-se que o segmento interestadual registrou acréscimo de 8,9% nos passageiros transportados e de 8,2% em passageiros x quilômetro. O transporte portuário apresentou, em maio, queda de 1,7% na movimentação mensal. Apenas a região Sudeste apresentou variação negativa, porém o peso dessa região no total nacional levou à queda no número do país como um todo. Em maio, o modo ferroviário transportou 43,8 milhões de TU e produziu 24,2 bilhões de TKU, resultados 5,6% e 1,3%, respectivamente, superiores a abril de 2011. Para a TU, o resultado representa recorde mensal, 1,28% superior a maio de 2010. No primeiro trimestre de 2011, o modo ferroviá-
rio de carga somou 114,9 milhões de toneladas úteis – TU e 63,9 bilhões de toneladas quilômetros úteis – TKU, valores respectivamente, 4,3% e 3,4% superiores aos do primeiro trimestre de 2010. O modo aeroviário apresentou em junho queda de cerca de 4,0% na movimentação mensal. A movimentação doméstica (dados de embarque), responsável por 89,1% da movimentação total, teve queda de 3,9% no mês, sendo que a movimentação regional foi responsável por 3,4% da movimentação total doméstica. A variação em relação a junho/2010 foi de 21,3% e o acumulado anual apresentou variação de 21,3%. O Idet CNT/Fipe-USP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do setor de transporte no Brasil. l
8
modo rodoviário de cargas apresentou aumento no mês de junho na tonelagem transportada (variação de 2,9% ao mês). A tonelagem industrial por terceiros apresentou variação de 1,7% na movimentação mensal. E na comparação com os valores obtidos ano passado, nota-se aumento de 1,4% na variação dos últimos 12 meses e aumento de 1,1% no acumulado anual. A tonelagem de outros produtos apresentou variação de 4,0% na movimentação em relação a maio de 2011. Comparando com junho de 2010, vemos uma variação de 6,7% no total de carga transportada, enquanto o acumulado anual apresentou variação de 7,6%. Em termos de safra agrícola, segundo o IBGE, há previsão de safra recorde em 2011, com aumento de 8,0% em relação ao ano anterior com uma área a ser colhida 5,3% maior. Isto demonstra que o volume de outras car-
Para a versão completa da análise, acesse www.cnt.org.br. Para o download dos dados, www.fipe.org.br
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ESTATÍSTICA DA MOVIMENTAÇÃO DO TRANSPORTE BRASILEIRO Transporte Rodoviário de Cargas - Total
Transporte Rodoviário de Cargas Industriais por Terceiros
110
65 60
s
100 95
s
s
s
s
s
s
s
s
s
s
s
90
Milhões de toneladas
Milhões de Toneladas
105
55
45
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
2008
set 2009
out
nov
2010
dez
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jun
s
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abr
jul
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set
2008
s
s
out
2009
nov
2010
dez 2011
Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros
1.100
8.500
s
s
s s
1.000 950
s
s
s
s
s
s
s
s s
850
Milhões de Passageiros
8.00
1.050 Milhões de Passageiros
jan
s
2011
Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano
7.500
s
7.00
s
6.500
s
6.00
s
s
s
mar
abr
mai
s
s
ago
set
s
s
s
5.500
800
5.00 jan
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abr
mai
jun
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out
nov
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dez
fev
40
s s
s
s
s
70
s
s
s
s
30
Milhões de Toneladas
s
s
s
2009
out
nov
2010
dez 2011
Transporte Aquaviário de Cargas 80 75
s
jul 2008
50 45
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2011
Transporte Ferroviário de Cargas Milhões de Toneladas
s
s s
s
35
80
35
s
s
s
40
85
900
s
50
s
65 60 55
s
s
jan
fev
s
s
s
s
jul
ago
s
s
s
out
nov
s
50 45 40 35
25
30 jan
fev
mar
abr
mai
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dez
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mar
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Fonte: Idet CNT/Fipe-USP
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FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas
BOLETIM ESTATÍSTICO
MAIO - 2011
RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO
PAVIMENTADA
Federal Estadual Coincidente Estadual Municipal Total
29.637 28.465 11 12
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
13.462 5.551 113.451 1.234.918 1.367.382
76.496 22.865 219.999 1.261.745 1.581.105
63.034 17.314 106.548 26.827 213.723
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários
15.114 1.195
2.126.341 426.919 808.076 629.769 13.976 40.000 25.120 105.000
FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias
11.738 8.066 1.674 6.987 28.465
MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)
92.814 2.919 1.670
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas
12.289 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais Domésticos Pequenos e aeródromos
32 35 2.498
173 AERONAVES - UNIDADES A jato Turbo Hélice Pistão Total
AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total
122 37
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
139
44.000 29.000 13.000 1.148
873 1.783 9.513 12.505
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
Rodoviário
485.625
61,1
Ferroviário
164.809
20,7
Aquaviário
108.000
13,6
Dutoviário
33.300
4,2
Aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
CNT TRANSPORTE ATUAL
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AGOSTO 2011
BOLETIM ECONÔMICO
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*
R$ bilhões
Investimentos em Transporte da União Dados Atualizados Julho/2011
20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Investimentos em Transporte da União por Modal (Total Pago Acumulado - até julho/2011) (R$ 6,79 bilhões) 0,70 ( 10,3%)
17,73
0,35 ( 5,1%)
5,67 (83,4%)
6,79
0,07 (1,0%)
5,43 1,36
0,005 (0,1%)
Autorizado Valor Pago do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.
CIDE
(R$ Milhões)
Arrecadação no mês Junho/2011 Arrecadação no ano (2011) Investimentos em transportes pagos (2011) CIDE não utilizada em transportes (2011) Total Acumulado CIDE (desde 2002)
747,0 4.491,0 1.362,0 3.129,0 68.840,0
Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE
80 68,8
70
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Aéreo
Outros
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JULHO/2011
PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial4 Reservas Internacionais5 Câmbio (R$/US$)6
2010
acumulado em 2011
últimos 12 meses
Expectativa para 2011
7,50 10,75 5,91 16,88
4,17
-
3,94 12,50 6,31 20,90
12,50 3,87 12,97
288,58
6,71 25,26 344,90
1,75
1,55
1,56
60 Observações:
50
2 - Taxa Selic conforme Copom 20/07/2011
29,2
3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até julho/2011 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até julho/2011
20
5 - Posição dezembro/2010 e julho/2011 em US$ Bilhões
10 0
6 - Câmbio de fim de período julho/2011, média entre compra e venda
2 200
3 200
4 200
Arrecadação Acumulada
5 200
6 200
7 200
8 200
9 200
0 201
1 201
Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (julho/2011), IBGE e Focus - Relatório de Mercado 22/07/11), Banco Central do Brasil.
Investimento Pago Acumulado
CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.
8
R$ bilhões
1 - Taxa de Crescimento do PIB 2011 e acumulada em 12 meses
40 30
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES (PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)
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CNT TRANSPORTE ATUAL
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EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 47,78 48,45 1.574,56
SETOR
Mudança no uso da terra Industrial * Transporte Outros setores Geração de energia Total
BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS
(%) 76,30 8,90 8,60 3,12 3,10 100,00
PARTICIPAÇÃO
* Inclui processos industriais e uso de energia
NÚMEROS DE AFERIÇÕES EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE 2011
2007 A 2010
TOTAL
ATÉ MAIO
JUNHO
74.737
16.328
483.570
88,22%
88,10%
87,26%
392.505
Rodoviário Aéreo Outros meios Total
Aprovação no período 87,05%
CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15
MODAL
(%) 90,46 5,65 3,88 100
PARTICIPAÇÃO
EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO
Estrutura do Despoluir Federações participantes Unidades de atendimento Empresas atendidas Caminhoneiros autônomos atendidos
CO2 t/ANO 36,65 32,49 8,33 5,83 83,30
VEÍCULO
21 7.219 70 8.608
Caminhões Veículos leves Comerciais leves – Diesel Ônibus Total
(%) 44,00 39,00 10,00 7,00 100
PARTICIPAÇÃO
QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL* Japão EUA Europa
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE
(grandes centros urbanos)
Diesel interior
(%) 96,60 2,00 1,40 100
MILHÕES DE
PARTICIPAÇÃO
50 ppm de S
Rodoviário Ferroviário Hidroviário Total
500 ppm de S
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)* TIPO
1.800 ppm de S
(substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)
2006 2007
2008
2009
2010
Diesel 39,01 Gasolina 24,01 Etanol 6,19
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JUNHO 2011 1,3% 1,3%
41,56 24,32 9,37
44,76 25,17 13,29
44,29 25,40 16,47
49,23 29,84 15,07
20,14 13,97 4,27
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)
35,8%
8
38,4%
Pt. Fulgor 15,9% Enxofre 7,3% Teor de Biodiesel 38,4% Outros 1,3%
7,3%
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
15,9%
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - JUNHO 2011 15
2011 (ATÉ MAIO)
* Em partes por milhão de S - ppm de S
Corante 1,3% Aspecto 35,8%
m3 32,71 0,69 0,48 33,88
MODAL
Frotas cativas de ônibus urbanos das regiões metropolitanas da Baixada Santista, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife. Diesel metropolitano
Brasil
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
10 ppm de S 15 ppm de S 50 ppm de S
Trimestre Anterior Trimestre Atual
13,4
% NC
9,3 10 5 0
0,9
1,1
0,0
AC 0,0 0,0
AL 0,9 1,9
AM 13,4 11,4
0,0
0,4
0,8
AP 0,0 0,0
BA 0,4 0,5
CE 0,8 1,3
0,0
DF 0,0 0,0
ES 1,1 2,8
0,9 0,6
0,6
GO 0,6 0,0
MA 0,6 0,6
MG 0,9 2,6
1,8
3,0 0,6
MS 1,8 2,7
MT 3,0 2,7
PA 0,6 0,8
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
0,7
PB 0,7 2,4
3,1
2,4
PE 2,4 2,1
0,4
0,3
PI 0,4 0,2
PR 0,3 0,9
1,4 0,7
0,0
RJ 3,1 3,6
RN 1,4 3,2
RO 0,0 0,0
RR 9,3 11,1
RS 0,7 0,6
1,3
2,2
SC 1,3 0,7
SE 2,2 0,7
2,1
1,6 0,0
SP 2,1 1,7
TO 0,0 0,0
Brasil 1,6 1,8
“É possível facilitar ainda mais a atividade dos pequenos negócios para promover o desenvolvimento sustentável da economia” DEBATE
A burocracia ainda é um entrave para o Brasil crescer?
País avançou muito, mas ainda há desafios a superar CARLOS ALBERTO DOS SANTOS
os últimos anos, o Brasil avançou muito no processo de redução da burocracia, embora seja possível simplificar e facilitar ainda mais a atividade dos pequenos negócios para promover o desenvolvimento sustentável da economia. Um marco importante no sentido de tornar o ambiente de negócios mais favorável às micro e pequenas empresas é o Simples Nacional, uma cesta de tributos recolhidos num documento único. O Simples Nacional unificou o recolhimento de oito tributos – seis federais (IRPJ, IPI, PIS, Cofins, CSLL e Contribuição Patronal Previdenciária – INSS patronal) mais o ICMS (estadua), e o ISS (municipal). Esse sistema diminuiu o peso da tributação para as empresas. Dependendo do caso, a redução ultrapassa 70%. Além da forte redução da carga tributária, há uma simplificação do processo de recolhimento que facilita e agiliza os procedimentos de arrecadação no país. Foi uma minirreforma tributária com repercussão positiva, principalmente nas empresas de pequeno porte que faturam até R$ 240 mil.
N
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS Diretor técnico do Sebrae Nacional
Simplificação radical também ocorreu com o Empreendedor Individual, um avanço histórico na reversão da informalidade. Por meio da Internet, o Empreendedor Individual abre formalmente seu negócio. Hoje, mais de 1,3 milhão deles tem CNPJ e direitos previdenciários, recolhendo menos de R$ 30 por mês. O Simples Nacional e o Empreendedor Individual são exemplos que evidenciam as possibilidades surgidas da vontade política dos legisladores. Utilizam as modernas técnicas de informação e comunicação para simplificar e desburocratizar as empresas. Apontam as possibilidades e melhoram o ambiente de negócios, mas é desejável que isso se expanda para o restante da economia. Recentemente, um novo passo foi dado no sentido de estimular a atividade empresarial no país. Um decreto da presidente Dilma Rousseff criou uma nova modalidade de empresa no país. A Empresa Individual de Responsabilidade (Eirel) elimina a exigência legal de um sócio, que nem sempre é necessário, e contribui para simplificar e desburocratizar os pequenos negó-
cios, conferindo mais dinamismo à nossa economia. São mecanismos que aumentam o grau de liberdade do empreendedor para que possa concentrar nos seus desafios cotidianos e menos em procedimentos burocráticos. Mas os avanços não vão se limitar a essas conquistas que efetivamente reduzem os trâmites burocráticos e impulsionam o empreendedorismo no país. O PL nº 591 tramita no Congresso Nacional e, se aprovado, o texto legal ampliará os benefícios do Simples Nacional, elevando o teto para efeito de enquadramento das empresas nesse regime tributário diferenciado e permite a exclusão do valor exportado do teto do faturamento exigido para entrada no sistema, entre outros benefícios. A essa proposição soma-se o PLP 123/06, denominado Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Os avanços são muitos, os desafios também. Entre eles, a municipalização da lei que vai estender a desburocratização, a simplificação e a inserção dessas empresas no processo de contratação de produtos, bens e serviços pelas administrações municipais.
“Antevejo dificuldades de ordem política e administrativa para que se implante no Brasil um abrangente programa de desburocratização”
Um dos maiores empecilhos à nossa competitividade JOÃO GERALDO PIQUET CARNEIRO
pergunta de se a burocratização é um entrave ao desenvolvimento do país, respondo enfática e convictamente que sim, e acrescento que talvez seja um dos maiores empecilhos à nossa competitividade interna e externa, em médio e longo prazos. É óbvio que quanto mais alto o grau de centralização administrativa, quanto mais numerosas as exigências de natureza formal, quanto mais arraigada a desconfiança do administrador público em relação aos cidadãos e as empresas – mais lento e ineficaz será o processo decisório que produz e assegura o desenvolvimento econômico. A segunda indagação – bem mais complexa – é saber se seremos capazes de promover a desburocratização, corrigir as distorções acumuladas ao longo dos anos e, desta forma, inserir o Brasil entre os países plenamente desenvolvidos. Refiro-me não só à eficiência econômica, mas também e, principalmente, ao aprimoramento das relações entre o governo e a cidadania, para torná-las mais democráticas. Em princípio, acredito que seja viável revitalizar a adminis-
À
tração pública e reduzir a burocratização, até porque temos experiência e recursos humanos necessários para tanto. O Brasil foi pioneiro em reformas administrativas altamente inovadoras. O Programa Nacional de Desburocratização, de 1979, trouxe o cidadão comum e a pequena empresa para o centro das preocupações reformadoras. Várias das iniciativas hoje consagradas (Estatuto da Micro e Pequena Empresa, Juizados Especiais de Pequenas Causas) datam da primeira metade dos anos 80. Algumas de nossas organizações administrativas são modelares, como o BNDES, o Banco Central e a Secretaria do Tesouro Nacional. Antevejo, porém, dificuldades de ordem política e administrativa de vulto para que se implante no Brasil um sólido e abrangente programa de desburocratização. A burocratização é um processo histórico que remonta aos primórdios da colonização. Suas características mais evidentes subsistem até os tempos atuais – a centralização administrativa, o formalismo jurídico e o princípio da desconfiança. Houve, porém, mudanças qualitativas de vulto. Temos hoje a burocratização
“moderna”, que se vale do avanço tecnológico das comunicações, em especial a Internet, para criar, multiplicar e aprofundar os controles sobre a vida das pessoas e das empresas. Cada órgão da administração federal tem o poder de criar exigências e comunicá-las genericamente pelo seu site. Decretos, portarias e atos de menor hierarquia são editados independentemente de informações sobre o seu custo para a sociedade e as reais vantagens para a administração e o governo em geral. Apesar desses entraves burocráticos, o país vem crescendo. Mas há nuvens se formando no horizonte. Os problemas de logística são sabidamente complexos. A indústria doméstica está estagnada. A carga tributária brasileira, em torno de 35% do PIB, é outro fator de desestímulo ao investimento industrial. Os encargos burocráticos e fiscais sobre o emprego e o capital são menores em outros países do que no Brasil. Finalmente, para continuar crescendo é imprescindível promover-se uma ampla descentralização administrativa JOÃO GERALDO PIQUET CARNEIRO do governo federal em direção Advogado, sócio de Veirano Advogados Presidente do Instituto Helio Beltrão aos Estados e municípios.
CNT TRANSPORTE ATUAL
AGOSTO 2011
81
“A qualidade do transporte realizado em um país é um indicativo de seu grau de desenvolvimento”
CLÉSIO ANDRADE
OPINIÃO
A educação no transporte
A
sustentabilidade desejada para o sistema econômico brasileiro depende da modernidade da indústria, da agricultura e dos serviços, que por sua vez necessitam de uma boa capacidade de transporte e logística para a distribuição da produção e deslocamento das pessoas. Portanto, a atividade transportadora é essencial e estratégica para a consolidação de qualquer economia. A qualidade do transporte realizado em um país é um indicativo de seu grau de desenvolvimento. O crescimento econômico experimentado pelo Brasil nos últimos anos vem exigindo novos desafios dos transportadores. A expansão das empresas para atender o aumento da demanda se coloca como o principal deles, e a necessidade de mão de obra especializada tem sido o grande gargalo para os empresários transportadores. Estimativas apontam para a carência de 50 mil motoristas em empresas transportadoras. Na questão da capacitação de trabalhadores para o setor de transporte, os transportadores buscam soluções permanentes para renovação de mão de obra qualificada. O Sest Senat conta em seu portfólio mais de 200 cursos voltados para a qualificação profissional. Desde o início deste mês de agosto, o Sest Senat abriu as inscrições para os cursos do Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho. O programa vai formar 67 mil profissionais por ano, em todo o Brasil. Os cur-
sos são gratuitos e serão realizados em todo o país, nas unidades do Sest Senat. Mais de 200 empresas transportadoras já estão associadas ao programa, oferecendo condições para as aulas práticas em seus caminhões e ônibus. A parceria está ocorrendo de maneira tal que a grande maioria dos alunos deve sair dos cursos com emprego garantido. O esforço que os transportadores estão fazendo para preparar sua mão de obra e suprir as necessidades do setor deve ser acompanhado por uma contrapartida do governo em investimentos sistemático em educação e por uma iniciativa governamental para atender definitivamente as carências brasileiras de uma infraestrutura de transporte. Não há como almejar um desenvolvimento sustentável tratando dos problemas apenas em caráter emergencial. Todos sabem o que deve ser feito, o governo, as entidades representativas e o conjunto da sociedade. Nossa parte, nós estamos fazendo. É preciso educação de qualidade para se formar mão de obra especializada. Com trabalhadores capacitados, o crescimento e a sustentabilidade da economia superam um de seus principais empecilhos. O setor transportador, com a iniciativa do Sest Senat, rompe assim o gargalo da renovação da mão de obra especializada, dando as condições para que a atividade cumpra sua missão e o país mantenha seu projeto superior de desenvolvimento.
82
CNT TRANSPORTE ATUAL
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade PRESIDENTE DE HONRA DA CNT Thiers Fattori Costa
AGOSTO 2011
Victorino Aldo Saccol José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
DOS LEITORES imprensa@cnt.org.br
VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro
QUATRO ANOS DE DESPOLUIR Gostaria de parabenizar a CNT pela iniciativa de criar o programa Despoluir. É bom saber que existe essa preocupação ambiental e que, acima de tudo, os resultados são efetivos. Precisamos mesmo de pessoas engajadas em causas assim. Que no próximo aniversário o programa tenha ainda mais novidades para comemorar.
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Dirceu Efigenio Reis Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Eduardo Lopes Fernando Ferreira Becker Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante Eclésio da Silva
publicada na edição de julho da revista CNT Transporte Atual. Sou motorista de caminhão há quase 20 anos e adoro viajar. Sempre preparo as minhas viagens como se fosse uma expedição. É diferente de estar no mar, mas acho que a emoção que sinto é tão grande como a do Amyr Klink. Gerson Moreira Governador Valadares / MG ACESSIBILIDADE
Décio Antunes Peixoto Bragança Paulista / SP TRÂNSITO BRASILEIRO O Brasil precisa mesmo de uma solução urgente para resolver o problema das mortes no trânsito. Não podemos mais fechar os olhos para esse tipo de tragédia. Fiquei muito feliz em poder conhecer, pela revista CNT Transporte Atual, a realidade de países como a Espanha e a Austrália que têm investido em ações eficientes. Acredito que, com boa vontade, conseguiremos bons resultados também. Helen Maria Pinheiro São Paulo / SP AMYR KLINK
Fiquei feliz em saber pela revista CNT Transporte Atual que muitos municípios brasileiros estão oferecendo serviço de transporte público acessível aos portadores de necessidades especiais. Sou usuária do sistema em Porto Alegre (RS). Por aqui as linhas funcionam bem, mas ainda é preciso ampliar a oferta. São poucos os ônibus adaptados existentes na cidade. Carlos Figueiredo Porto Alegre / RS
CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br
Gostei muito da entrevista com o navegador Amyr Klink
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