Revista CNT Transporte Atual - Outubro/2011

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XVII NÚMERO 194 OUTUBRO 2011

T R A N S PO R T E

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Os chineses estão chegando Caminhões fabricados na China terão venda intensificada no Brasil a partir de 2012; montadoras planejam a instalação de fábricas no país

ENTREVISTA COM EMERSON DE ALMEIDA, PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL




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REPORTAGEM DE CAPA Em 2012, pelo menos três novas representantes e distribuidoras de montadoras da China começam a vender caminhões importados no Brasil; todas têm programação de instalar fábricas de veículo pesado nos próximos anos Página 20

TRANSPORTE ATUAL ANO XVII | NÚMERO 194 | OUTUBRO 2011

ENTREVISTA

Presidente da FDC fala sobre união de empresa e escola PÁGINA

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PATRIMÔNIO NAVAL • Mostra Barcos do Brasil pode ser visitada no Iphan, em Brasília, até 18 de novembro; são 89 réplicas

CAPA INTERVENÇÃO DE SAULO TIRONI

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

HÍBRIDOS

MENOS POLUENTE

Ônibus testados mostram bons resultados

Aeronave gasta 20% menos combustível

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ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

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EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]

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ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares

TAXI POINT

CAMPO GRANDE

Feira recebeu mais de 3.000 visitantes em SP

Estação acelera entrada em ônibus urbano

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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CICLO DE CONFERÊNCIAS O filósofo Mario Sergio Cortella é o convidado do III Ciclo de Conferências promovido pela CNT, Escola do Transporte e Sest Senat. Cortella vai falar sobre as mudanças no mundo dos negócios, competência nas organizações, gestão do conhecimento e importância de iniciativas diante das adversidades. A apresentação é gratuita e está marcada para o dia 10 de novembro, às 19h, na sede da CNT, em Brasília.

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO • Unidades em

MOTORISTAS

todo o país realizam ações educativas e orientam motoristas e pedestres sobre segurança no trânsito

Estão abertas as inscrições para o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho do Sest Senat. Os interessados podem preencher o formulário disponível no endereço eletrônico www.sestsenat.org.br, na unidade Sest Senat mais próxima ou pelo telefone 0800 728 2891. Os cursos são destinados à qualificação de condutores para o transporte de cargas e de passageiros. Participe!

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SEGURANÇA

INVESTIMENTOS

Equipamentos reduzem riscos de roubos

Rio de Janeiro atrai interesse em várias áreas

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CARAVANA

FERROVIÁRIO

Seções Alexandre Garcia

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Humor

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Feira Negócios nos Trilhos chega à 14ª edição PÁGINA

Mais Transporte

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Anpet

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Boletins

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Debate

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Opinião

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Cartas

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A Caravana Todos Contra a Pedofilia promete mobilizar trabalhadores do transporte e comunidades do estado de Minas Gerais. Liderada pelos senadores Clésio Andrade e Magno Malta, tem o apoio do Sest Senat e da CNT. Assista aos vídeos, áudios e reportagens na Agência CNT.

E MAIS Projeto Despoluir • Conheça o programa • Acompanhe as notícias sobre meio ambiente

Canal de Notícias • Textos, álbuns de fotos, boletins de rádio e matérias em vídeo sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo.

Escola do Transporte • Conferências, palestras e seminários • Cursos de Aperfeiçoamento • Estudos e pesquisas • Biblioteca do Transporte

Sest Senat • Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes

O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual

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“As empresas podem tentar fazer a cabeça dos motoristas. Está em jogo a vida do condutor, a carga e a segurança dos que compartilham da estrada” ALEXANDRE GARCIA

A saúde do motorista rasília (Alô) - Ivonildo morreu na cabina do caminhão, despencando barranco abaixo, na Régis Bittencourt. Testemunhas contaram que o veículo simplesmente saiu da estrada. Não derrapou, não freou, não foi cortado por ninguém. Saiu, simplesmente. E a vida de Ivonildo saiu com ele. Junto, uma viúva e três filhos. Mais as prestações da nova TV e do pequeno lote em que ele pretendia construir. Achava que poderia, enfim, ter uma casa, porque aceitava trabalho sem parar. Sem descansar. Ia levando. O rebite ajudava. Uma cachacinha em cima também. Andava cansado, mas pensava na família ter mais conforto, enquanto esperava a sua volta. Nunca mais voltou. Ninguém achou defeito do caminhão. Foi Ivonildo quem apagou. Boa parte dos acidentes na estrada é assim. O motorista apaga. De cansaço, de álcool, de sedentarismo que mata. Não sobra tempo para caminhar, exercitar-se, ter comida saudável. Sentado na boleia, comendo o prato feito da beira da estrada, reforçando a cervejinha com cachaça, exagerando na linguiça e no pão sem o menor controle do colesterol, da pressão, dos glicídios e lipídios, lá vai mais um Ivonildo descendo o barranco com a carga atrás de si.

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Algumas transportadoras são rigorosas com os exames periódicos de seus motoristas, principalmente as que transportam passageiros, mas não há como controlar os avulsos. O sedentarismo avoluma a barriga, e a circunferência da cintura é o sinal de alerta. Se a cintura chegou aos 100 centímetros, começa o perigo. Vêm juntos a diabetes e a pressão alta, turbinadas pelas tensões da estrada, o cansaço, a má alimentação, o álcool, os estimulantes contra o sono. Ivonildo, antes de morrer, já tinha visto cavalos na pista – que nunca existiram. Já tinha levado sustos com as lanternas traseiras do ônibus em frente a girar, trocando de lado. Viu luzes, fantasmas, e foi se acostumando com isso. Até que nada mais viu. É difícil evitar isso. As empresas podem tentar fazer a cabeça dos motoristas. E precisam. Está em jogo a vida do condutor, o veículo, a carga e a segurança de todos os que compartilham da estrada. A família também precisa saber que o chefe corre perigo de vida se não balancear a necessidade com a ambição. Perder a vida é um custo muito alto para ganhar uns trocados a mais por mês. Perder a carga fica muito caro perto do custo de uma boa campanha para fazer a cabeça do motorista. Vale a pena tentar. Apostar na saúde do motorista dá lucro.


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“Mais que uma função, a carreira executiva pressupõe virtudes abertura para o aprendizado contínuo e inovação, persistência e ele ENTREVISTA

EMERSON DE ALMEIDA

Excelência em POR

ão existe uma receita fechada para o mundo dos negócios, mas para o professor Emerson de Almeida, fundador e presidente da FDC (Fundação Dom Cabral), o segredo do sucesso das grandes empresas pode estar no diálogo entre academia e prática profissional. A FDC foi classificada, neste ano, como a quinta melhor escola de negócios do mundo, segundo o Ranking da Educação Executiva 2011 do jornal “Financial Times”. Criada em 1976, dentro do Centro de Extensão da Universidade Católica de Minas Gerais, a Dom Cabral se diferencia de outras escolas tradicionais de negócios por atuar junto, e não para as empresas. Segundo Almeida, o método de ensino desenvolvido permite que a própria empresa

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LIVIA CEREZOLI

descubra não só os problemas existentes, mas a raiz deles. É o famoso método “ensinar a pescar e não dar o peixe”, afirma ele. E o reconhecimento internacional ainda foi além. Os chamados programas fechados, cursos customizados que oferecem conteúdos alinhados à estratégia e às necessidades específicas de cada uma das empresas, foram classificados em terceiro lugar pelo mesmo ranking. Para se ter uma ideia da qualidade da Dom Cabral, a norte-americana Harvard Business School foi classificada em quarto lugar na mesma categoria. Para o professor, a consolidação do status internacional da instituição está diretamente relacionada às parcerias desenvolvidas com importantes escolas de negócios mundo afora.

Atualmente, são mais de 400 parceiros em diversos países que favorecem o compartilhamento de experiências, a construção de novos modelos de gestão e a aplicação de soluções práticas e efetivas. A instituição mantém três campi: dois em Minas Gerais - em Nova Lima e em Belo Horizonte e um na cidade de São Paulo. Formado em Economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e mestre na mesma área pela University of Paris e pelo Institut d’Étude du Développment Économique et Social, Almeida dirigiu as negociações para a implantação das alianças com universidades e centros de estudos em diversos países como França, Estados Unidos e Canadá. Atualmente está dirigindo as negociações para a implantação de uma rede

de contatos entre escolas de negócios da América Latina e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Em entrevista à CNT Transporte Atual, ele fala sobre o sucesso da Fundação Dom Cabral, a necessidade de investir cada vez mais em conhecimento e as oportunidades de crescimento que surgem no Brasil. Acompanhe a seguir os principais trechos. Em 2011, a Fundação Dom Cabral foi classificada como a quinta melhor escola de negócios do mundo, pelo “Financial Times”. Nenhum outro centro educacional do país chegou perto dessa marca. O que faz a FDC ser diferente? Nosso modelo de relacionamento com nossos parceiros e


como dedicação, vado espírito de servir”

FOTOS PAULO MÁRCIO E GUILHERME BERGAMINI/FDC DIVULGAÇÃO

ensino clientes. Nós trabalhamos com as empresas, e não para as empresas. Acreditamos que o conhecimento também pode ser encontrado dentro das organizações. Nós procuramos identificar e sistematizar esse conhecimento e, a partir daí, facilitamos o compartilhamento, unindo a teoria que nossos professores detêm com a prática empresarial que cada participante traz consigo. Uma das linhas de trabalho da FDC é a educação executiva. No que ela consiste? É o aprimoramento profissional e organizacional de empresários, executivos e organizações. A educação executiva busca também o aprimoramento do indivíduo como pessoa, dentro de conceitos éticos. É garantir o futuro e

a evolução da empresa e do profissional, mas também é garantir uma sociedade mais justa, mais digna e com condições menos discrepantes. Acredito que a educação executiva possibilita – ou deveria possibilitar - uma perspectiva futura maior e melhor para a sociedade.

mento das empresas e das pessoas só é possível por meio de uma aproximação entre a academia e o meio corporativo.

Qual a importância da união entre escola e empresa? Todo trabalho feito pela Fundação Dom Cabral se baseia no princípio dessa cooperação e na troca mútua de experiências. Esse relacionamento é o que o mercado tem precisado cada vez mais. É universal a predominância do distanciamento prejudicial entre a academia e o mercado. A FDC nasceu a partir da identificação dessa dificuldade. O desenvolvi-

Qual é o perfil dos alunos que chegam para estudar na Fundação? Que tipo de deficiências eles têm? O perfil de nossos participantes é muito diversificado. Nossa variedade de programas é bem extensa e atende diversas demandas do mercado em diferentes momentos da vida executiva, tanto das organizações quanto dos profissionais. Se olharmos para nossa especialização, teremos participan-

tes mais jovens, que saíram há pouco da faculdade e que estão buscando conhecimento para conseguirem uma melhor colocação no mercado. Se analisarmos a PCSS (Parceria para o Crescimento Sustentado e Sustentável) teremos médias empresas que tiveram um crescimento acima do previsto e que agora buscam a longevidade e a relevância para a sociedade. Se avaliarmos o PGA (Programa de Gestão Avançada) veremos dirigentes que buscam dar a suas organizações um padrão global de gestão. Temos vários perfis com necessidades muito diferentes.


Existe uma “receita” para ser seguida durante a formação profissional? Quais as etapas a serem vencidas durante uma formação continuada? Não. Se existisse receita, a Fundação Dom Cabral seria algo completamente diferente. É o fato de não existir um “caminho certo” que nos possibilita ter a visibilidade que temos hoje. Nos diferenciamos da consultoria exatamente nesse ponto. A consultoria chega com um pacote pronto e diz: “faça isso e tudo voltará a funcionar”. Nós não fazemos isso. Estamos mais interessados em descobrir, junto com a empresa, qual a raiz do problema e vamos formular uma solução não somente para aquele problema, mas para vários que possam ocorrer no futuro e que teriam como base a mesma deficiência. Nós sempre procuramos ensinar a pescar e não dar o peixe. O que podemos aconselhar é que o profissional se mantenha sempre atualizado, reinvente-se e tente prever os movimentos do mercado. Que exigências são cobradas dos atuais executivos? Qual o tipo de formação e o perfil que eles devem ter? Mais que uma função, a carreira executiva pressupõe virtudes como dedicação, abertura para o aprendizado contínuo e inovação,

persistência e elevado espírito de servir. Acrescentaria que a habilidade para a interação pessoal é tão importante, se não mais importante, do que a qualificação técnica. Como o senhor avalia as lideranças no mundo dos negócios brasileiro, atualmente? Existem dois aspectos que devem ser levados em consideração. Do ponto de vista da gestão, os brasileiros avançam muito bem, principalmente depois da abertura da economia no início da década de 1990. Os empresários foram atrás da modernização da gestão em todos os segmentos e isso fez com que as empresas brasileiras conquistassem um lugar de destaque dentro do panorama mundial. Sobre a ótica estratégica, no entanto, o avanço é abaixo do necessário. Os empresários parecem esquecer que a empresa só vai bem, se a sociedade for bem. A empresa existe para criar resultados econômicos e, ao mesmo tempo, gerar resultados para a sociedade. Essa é a visão moderna. No entanto, boa parte dos empresários permanece com a visão pequena do curto prazo. Muitas empresas brasileiras estão em fase de globalização e estão levando os seus executivos para fora do país. Onde

ATUAÇÃO Fundação Dom Cabral mantém

“A empresa existe para criar resultados econômicos e, ao mesmo tempo, gerar resultados para a sociedade”

acontece a capacitação desses profissionais? Nossas escolas têm condições de preparar pessoas para exercer esses cargos? A maior dificuldade não é a “condição de preparo” das escolas, mas diferenças culturais entre os mercados. Poucas escolas estão prontas para preparar as pessoas para exercer cargos que nas grandes multinacionais se intitulam como “responsáveis pela mobilidade internacional”. Cargos que já existem em grandes multinacionais europeias e americanas e que, na maior parte das vezes, são exercidos pelo próprio CEO (chefe-executivo, da sigla em inglês) ou pelo diretor de recursos humanos. A gestão


“As pessoas são o bem mais precioso de uma empresa. Sem elas, a empresa simplesmente não existe” unidades em Minas Gerais e São Paulo

internacional de recursos humanos é uma consequência natural de um processo de internacionalização, e a FDC está desenvolvendo um projeto intitulado Gestor Global, que surgiu a partir da indagação sobre como as nossas empresas têm lidado com o desafio da gestão de pessoas nessa nova realidade.

está dentro da visão estratégica mencionada há pouco. Se a empresa investe em seu pessoal, isso trará benefícios para o profissional, para a empresa e, consequentemente, para a sociedade. Todos saem ganhando. Na FDC, preferimos usar a palavra “colaborador”. É isso que cada pessoa faz: colabora com sua parte para que o todo As empresas brasileiras seja beneficiado. deveriam investir mais em forQual o objetivo da Fundação mação dos seus profissionais ou essa é uma responsabilidade Dom Cabral em manter um Núcleo de Estudos sobre exclusiva dos funcionários? As empresas devem investir Infraestrutura e Logística? Qual mais. As pessoas são o bem a contribuição que o núcleo mais precioso de uma empresa. espera oferecer para o país? Estudos sobre infraestrutuSem elas, a empresa simplesmente não existe. Investir neles ra e logística se tornaram fun-

damentais para a competitividade das empresas e para a adaptação da sua gestão corporativa diante do quadro de problemas e gargalos que a infraestrutura brasileira apresenta. Estudar as características logísticas e o ambiente da infraestrutura brasileira é fator essencial para se ter uma gestão de processos e estratégias empresariais adaptadas à realidade brasileira. O Núcleo de Estudos em Infraestrutura e Logística pode trazer importantes contribuições no contexto das pesquisas, indicadores de desempenho, diagnósticos de operações e estratégias de distribuição e de movimentação de cargas e passageiros no Brasil. A constituição de um local de pesquisas sobre o assunto contribui para aumentar o nível das informações que poderão se transformar em conteúdos para as soluções educacionais que os nossos parceiros e clientes necessitam para a tomada de decisões em relação às suas operações nacionais. Além disso, muitas informações geradas no núcleo poderão contribuir para que o poder público tenha elementos para a definição dos projetos que servirão de base para o aumento da competitividade das empresas que aqui operam.

Com a sua experiência na área de gestão, como o senhor avalia as condições estruturais do Brasil na organização de grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016? O Brasil vive uma experiência nova que é a organização de eventos mundiais, e isso traz uma série de desafios que nos exigirão construir linhas de aprendizagem, muitas vezes sem referências anteriores. Pela falta de investimento consistente ao longo das décadas, somada a uma ausência de planejamento estratégico em longo prazo, o país encontra-se em condições estruturais um tanto precárias, principalmente em mobilidade urbana, sistemas aeroportuários e de transmissão de dados, além de uma necessidade significativa de mão de obra especializada. Por isso, teremos que construir tudo no prazo adequado, como outros países fizeram, o que vai exigir de toda a sociedade um permanente sinal de alerta em relação ao cumprimento dos orçamentos, à entrega dos projetos nos prazos combinados etc. O Brasil pode transformar os eventos de 2014 e 2016 em uma grande oportunidade para transmitir uma imagem de país moderno, que se preocupa com a sustentabilidade e o respeito a compromissos assumidos. l




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MAIS TRANSPORTE Expo Viver, Ver e Rever 2011 A edição deste ano da Expo Viver, Ver e Rever, realizada pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, acontece nos dias 26 e 27 de novembro, no Memorial da América Latina, na capital paulista. O tradicional evento reúne os aficionados por ônibus e caminhões

antigos que, por meio da exposição dos veículos, podem acompanhar a evolução desse mercado. Os ônibus e caminhões que compõem a exposição são de propriedade de montadoras e empresas de transporte, além de colecionadores. O evento é aberto ao público.

SALÃO Evento deve reunir mais de 300 modelos

PRIMEIRO CLUBE DO ÔNIBUS ANTIGO BRASILEIRO/DIVULGAÇÃO

Veículos antigos

HISTÓRIA Exposição reúne ônibus antigo em São Paulo

Rio Infraestrutura A Rio Infraestrutura (Feira de Produtos e Serviços para Obras de Infraestrutura) será realizada entre os dias 16 e 18 de novembro, no Riocentro, na capital fluminense. A primeira edição, realizada ano passsado, registrou mais de 6.000 compradores, com

mais de R$ 55 milhões em negócios gerados. Os profissionais do setor podem efetuar seu credenciamento, gratuitamente, no site do evento: www.rioinfra.com.br. A entrada só será permitda mediante apresentação de credenciamento e de convite.

Será realizado entre os dias 24 e 27 de novembro o Salão Internacional de Veículos Antigos, no Pavilhão Oeste Anhembi, em São Paulo (SP). O evento visa promover o resgate histórico automobilístico por meio da exposição de automóveis clássicos antigos, da moda, da música e de palestras técnicas. O tema escolhido para este ano é “A evolução do auto-

móvel”. A organização informa que os proprietários que desejam expor seu veículo devem preencher o formulário no site do salão. Haverá uma préseleção para a inscrição definitiva. A estimativa é de que o evento reúna 300 veículos antigos e mais de 30 mil visitantes durante os quatro dias. Durante o salão acontece também um leilão de veículos antigos.

Gestão de frotas personalizada A Guberman reformulou seu software de gestão de frotas para atender de forma mais especializada pequenas, médias e grandes empresas. A nova versão do Frota SaaS traz opções de mais de 20 módulos e centenas de funcionalidades. Nesse formato, o uso do software ficará mais econômico e escalonável, já que o cliente poderá incluir e retirar

módulos conforme o uso, o orçamento e a disponibilidade da operação. O novo SaaS tem ainda uma série de novos módulos, como a integração a outros softwares de gestão empresarial, soluções de automação de abastecimento e de pedágios e automação de pneus. A tecnologia permite que os processos de inspeção de pneus sejam todos feitos de forma digital.


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PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

AÉREO

Novo sistema de controle Sistema Sagitario (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional) desenvolvido no Brasil vai permitir o aprimoramento do controle de tráfego aéreo, além de contribuir para a elevação dos níveis de segurança operacional. De acordo com a FAB (Força Aérea Brasileira), o programa será implantado em todos os quatro Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) e deverá substituir o atual sistema X-4000. O Sagitario já está em funcionamento nos Cindacta 2 e 3, sediados em Curitiba (PR) e Recife (PE), respectivamente. Aproximadamente, R$ 9 milhões foram investidos no desenvolvimento do software. Outros R$ 15 milhões

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devem ser aplicados na implantação do sistema nas outras unidades de controle de tráfego, assim como no treinamento dos operadores. Segundo a FAB, até o final deste ano, o Sagitario deve ser implantado em Brasília, no Cindacta 1. O software permite, por exemplo, a sobreposição de imagens meteorológicas sobre a imagem do setor sob controle, para acompanhar a evolução de mau tempo em determinada região do país. Os planos de voo também podem ser editados graficamente sobre o mapa, possibilitando inserção, remoção e reposicionamento de pontos do plano e cancelamento de operações, o que permitirá ao controlador acompanhar melhor a evolução do que estava previamente planejado para o voo.

LOCALIZACÃO Duto tem 216 km de extensão

Lula-Mexilhão inicia operação O gasoduto Lula-Mexilhão iniciou sua operação na Bacia de Campos em setembro. Trata-se do duto rígido submarino de maior profundidade e comprimento do Brasil, com 216 quilômetros de extensão, 18 polegadas de diâmetro e pressão de operação de 250 bar (unidade de pressão). Ele liga o campo de Lula à plataforma de Mexilhão, localizada em águas rasas na Bacia de Santos. O duto parte de uma profundidade de água de 2.145 metros, onde está interligado ao navio-plataforma Cidade de

Angra dos Reis, no campo de Lula, até chegar a 172 metros, onde é conectado à plataforma de Mexilhão, de propriedade da Petrobras. Com capacidade para escoar até 10 milhões de metros cúbicos por dia, o gasoduto transportará o gás produzido pelo Polo Pré-Sal daquela bacia. O projeto vai contribuir ainda para o escoamento do gás natural das plataformas destinadas ao desenvolvimento da primeira fase do Pré-sal da Bacia de Santos.

RENAULT/DIVULGAÇÃO

Duster brasileiro no mercado

LANÇAMENTO Renault fabrica novo modelo no país

A Renault do Brasil iniciou em outubro a fabricação do esportivo utilitário Duster. O desenho externo do veículo remete à robustez. A versão brasileira, além de novos tecidos, também conta com novas espumas dos bancos, com as partes laterais mais realçadas, se comparada à versão comercializada na Europa. De acordo com a Renault, o Duster tem o maior espaço inter-

no da categoria. O porta-malas conta com capacidade para até 475 litros e o banco traseiro pode ser rebatido. O veículo chega ao mercado com cinco versões e duas opções de motor: 1.6 16V Hi-Flex, presente nas versões de entrada, Expresion e Dynamique; e 2.0 16V Hi-Flex, que equipa as versões Dynamique, Dynamique Automático e Dynamique 4x4.


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MAIS TRANSPORTE FORD/DIVULGAÇÃO

O Ladrão no Fim do Mundo Como o inglês Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes de seringueiras da floresta amazônica para a Inglaterra no século 19. De: Joe Jackson, Ed. Objetiva, 448 págs., R$ 49,90

Justa Aracy de Carvalho chefiava o setor de passaportes no consulado do Brasil na Alemanha e salvou a vida de judeus vítimas do nazismo. De: Monica Raisa Schpun, Ed. Civilização Brasileira, 518 págs., R$ 49,90

Bicicleta elétrica urbana A bicicleta elétrica E-Bike Concept da Ford tem sistema de tração formado por um motor na roda dianteira e bateria de íons de lítio no quadro. Possui autonomia de até 85 km com carga completa e inteligência eletrônica para prevenir sobrecarga, queda de voltagem, sobreaquecimento e curto-circuito.

Financiamento mantém média de crescimento Balanço divulgado pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) aponta que o mês de julho manteve a média de crescimento do saldo total de crédito automotivo do primeiro semestre de 2011, alcançando

a marca de R$ 196,2 bilhões. Segundo o levantamento, o crescimento foi de 14,6% em comparação a julho de 2010. A entidade ressalta que no ano passado o aumento foi de 18,1%, no comparativo com o ano anterior, 2009. O crescimento, divulga a Anef,

segue ocorrendo a taxas decrescentes. A entidade projeta a manutenção dessa tendência até o fim do ano. A estimativa é de que a carteira de financiamento alcance um aumento de 10% em 2011 contra o resultado de 2010.

Pequena História das Grandes Ideias Várias questões contextualizadas com o auxílio de referências como Aristóteles, Freud e Steve Jobs. De: Martin Burckhardt, Ed. Tinta Negra, 176 págs., R$ 34,90


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AQUAVIÁRIO

Eficiência dos portos s principais entraves para o desenvolvimento, a modernização e o aumento da eficiência do setor portuário brasileiro serão discutidos durante a terceira edição do evento Portos e Terminais, que acontece entre os dias 28 e 30 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ). Representantes de nove portos e hidrovias regionais, especialistas no setor e representantes do poder público estarão reunidos para tratar de temas como gestão portuária dos portos nacionais, informações e benefícios do Programa Brasileiro de Dragagem, burocracia portuária e desenvolvimento regional. Os participantes também terão a oportunidade de se atualizar sobre o código de segurança portuária atual e discutir questões ligadas à cabotagem. Entre os órgãos que já

O TranspoQuip 2011 A 4ª edição do TranspoQuip América Latina (Encontro das Indústrias de Infraestrutura para Transporte) será realizada de 22 a 24 de novembro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Os quatro principais temas da exposição e do programa paralelo de conferências são: construção;

proteção e segurança; gerenciamento e operações; e conforto do usuário. O evento reúne vendedores e compradores de equipamentos e serviços para rodovias, ferrovias, estações, portos, vias fluviais e aeroportos. DIVULGAÇÃO

confirmaram presença estão a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a SEP (Secretaria de Portos), a Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário), além de universidades e empresas privadas. O evento é organizado pelo IQPC (International Quality e Productivity Center), uma multinacional de informação empresarial, com sede nos Estados Unidos e escritórios em dez países. O grupo tem como missão levar conteúdo atrativo e atualizado para executivos, promovendo, assim, o desenvolvimento de diversos setores da economia. As inscrições podem ser feitas pelo telefone: (11) 3463-5600 ou pelo e-mail atendimento@iqpc.com. Mais informações no site www.portoseterminais.com.

EDIÇÃO 2011 Encontro acontecerá em novembro

Melhor empresa de logística

Embraer cria nova empresa

A DHL Supply Chain foi eleita a melhor prestadora de serviços logísticos do Brasil, com o primeiro lugar no Prêmio Ilos de Logística 2011. O reconhecimento foi concedido à DHL pelo sexto ano consecutivo. O Prêmio Ilos é entregue anualmente pelo Instituto Ilos de Logística e Supply Chain. Na

Parceria entre a Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems Ltda., criou a empresa Harpia Sistemas S.A., com sede em Brasília. O foco da companhia será a exploração do mercado de veículos aéreos não tripulados, conhecidos como Vant. As ações compreendem marketing, desenvolvimento, integração de

edição de 2011, participaram 500 profissionais de grandes indústrias brasileiras. Além de receber a premiação, a DHL foi eleita a principal empresa de logística dos setores de alimentos e bebidas; eletroeletrônico; higiene, limpeza, cosméticos e farmacêuticos.

sistemas, comercialização e fabricação, suporte pós-venda de Vant, bem como simuladores e atividades de modernização de sistemas aviônicos. De acordo com a Embraer, a empresa oferecerá soluções mais abrangentes em sistemas complexos, aumentando, assim, a oferta de produtos genuinamente brasileiros no mercado de defesa e segurança.


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MAIS TRANSPORTE BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

Vendido primeiro Volvo P7 A Volvo do Brasil vendeu o primeiro caminhão com a nova tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva, na tradução para o português). Esse processo transforma materiais particulados e NOx (óxido nitroso) em vapor de água e nitrogênio. O procedimento de pós-tratamento de emissões está adequado aos requisitos ambientais da legislação Euro 5/Proconve P7, que regulamenta as emissões de CO2 dos veículos

que trafegam em território brasileiro. A venda do modelo FH 460cv 6x2 foi feita pela Auto Sueco, concessionária da marca em São Paulo. O comprador foi o empresário José Antonio Netto, que possui um caminhão semirreboque cegonheiro, com o qual atende a empresa Transauto. O veículo transporta automóveis zero quilômetro por todo o Brasil. O novo caminhão será entregue em janeiro de 2012.

TESTE Caminhão circula movido a GNV

Testes com gás natural VOLVO/DIVULGAÇÃO

As transportadoras Braspress e Jamef Encomendas Urgentes iniciaram testes-piloto em caminhões abastecidos com gás natural. O veículo utilizado pela Braspress tem imagem diferenciada, destacando que é uma unidade movida a gás natural. O layout do caminhão, chamado de Braspress ECO2, informa que o veículo deixará de

jogar poluentes no meio ambiente, melhorando a qualidade de vida da população. Já a Jamef firmou parceria com a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo). O gerente de GNV (Gás Natural Veicular) da Comgás, Richard Jardin, diz que a expectativa é reduzir de 20% a 30% o custo operacional do veículo, que é 100% movido a gás natural.

Reativação de ramal

NOVIDADE Caminhão Volvo atende à legislação ambiental

A ALL (América Latina Logística) fechou contrato com a Agrovia para atender à logística de escoamento de açúcar da região de Barretos (SP) para o Porto de Santos. Segundo a concessionária, o acordo deve gerar uma movimentação adicional de 2,5 milhões de toneladas por ano de açúcar pela malha da ALL. A

Agrovia investiu R$ 110 milhões, incluindo a construção de um novo terminal na região de Barretos e a capacitação do trecho ferroviário de 174 km. Leonardo Recondo, superintendente de commodities da ALL, prevê que a conclusão das obras e o início da nova operação aconteçam, no máximo, em 18 meses.


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LANÇAMENTO

MAN quer se consolidar no segmento extrapesado ela primeira vez na América do Sul, os caminhões da marca Volkswagen terão motorização MAN - já em montagem no Brasil. A novidade foi anunciada pela MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen, em evento voltado para a imprensa especializada, realizado no Rio de janeiro, no mês de setembro. Os dois primeiros modelos “made in Brazil” produzidos na fábrica da MAN Latin America, em Resende (RJ), pretendem consolidar a presença da montadora no segmento de extrapesados. Os dois produtos seriam lançados para o público durante a 18º Fenatran – Salão Internacional do Transporte – no Anhembi, em São Paulo, de 24 a 28 de outubro, e a previsão da montadora é de que as primeiras unidades sejam entregues a partir de março de 2012. Com os dois modelos, o grupo MAN Latin America, que atualmente comercializa apenas os caminhões e ônibus da Volkswagen, aumenta sua presença no mercado. Os dois novos produtos entram no segmento acima de 57 toneladas e com motorização superior a 400 cv – categoria que ainda não tinha representantes no grupo. “Além dos veículos produzidos no Brasil, trabalharemos com os veículos MAN fabricados na Europa”, anunciou Antônio

P

Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America. A montadora anunciou a sua primeira venda especial de caminhões MAN no Brasil. A compra foi feita pela empresa Megaciaba, “que já utiliza os caminhões Man na Europa e está vindo para o Brasil para atuar no transporte de equipamentos de geração de energia eólica”, explicou José Ricardo Alouche, diretor de vendas, marketing e pós-vendas. Ao todo, 25 novos modelos de caminhões Volkswagen e quatro novos modelos MAN – sendo dois importados da Alemanha – compõem a linha 2012 da montadora e reforçam ainda mais a sua participação de mais de 30% do mercado brasileiro.

“Com os lançamentos, a MAN Latin America se coloca com potencial para consolidar ainda mais a liderança da marca”, destaca Cortes. A montadora é a maior exportadora de caminhões do Brasil. A linha 2012 de produtos da Volkswagen Caminhões e Ônibus foi totalmente renovada para atender às normas do Proconve 7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entram em vigor em janeiro de 2012. Os novos caminhões passam a utilizar a tecnologia Euro 5. A novidade está no desenvolvimento de sistemas de tratamento dos gases de escape que permitem reduzir significativamente as emissões de poluentes para os veículos com moto-

res de ciclo diesel. Existem dois tipos de tecnologia disponíveis: o SCR - Selective Catalyst Reduction (Redução Catalítica Seletiva) e o EGR - Exhaust Gas Recirculation (Recirculação de Gases de Exaustão). “Todos os novos modelos utilizam o Euro 5, e aproveitamos ainda a oportunidade para implementar um pacote expressivo”, acrescenta Cortes. O conceito Advantech, criado pela montadora, traz para as linhas Delivery, Worker e Constellation inovações como mudanças no design interno e externo das cabines, novos elementos eletrônicos que garantem aumento da vida da embreagem, redução do consumo de combustível e segurança na condução do veículo. (Kátia Maia) MAN/DIVULGAÇÃO

MODELOS Man lança novos caminhões fabricados no Brasil

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Caminhões chi a novidade do Pátio da gigante chinesa Dongfeng. Em 2012, da China serão vendidos no país; montadoras


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DONGFENG/AURIUM TRADING/DIVULGAÇÃO

REPORTAGEM DE CAPA

POR

mercado de caminhões no Brasil, tão aquecido nos últimos anos e com previsão de continuar com as vendas em alta, está atraindo as montadoras chinesas. Em 2012, pelo menos três novas representantes e distribuidoras de montadoras da China começam a vender caminhões importados no Brasil e há programação de instalação de fábricas por aqui. Uma delas é a Dongfeng, maior fabricante de caminhões da China considerada uma das três gigantes chinesas. Com faturamento anual superior a US$ 42 bilhões e sede na cidade industrial de Wuhan (província de Hubei), vendeu mais de 600 mil unidades de caminhões no ano passado e está presente em mais de 35 países. A Aurium Trading & Investimentos, representante oficial e distribuidora exclusiva dos produtos Dongfeng no Brasil, já tem um escritório em funcionamento em Belo Horizonte (MG), onde fica a sede da empresa. Neste mês de outubro, três modelos (pesado, semipesado e médio) embarcam para o Brasil para ser testados tecnicamente. Eles vão trafegar por diferentes regiões e experimentar todas as condições de rodovias. No final do ano, outros cinco modelos começam a passar pelo processo de homologação para receber as licenças

O

neses são mercado mais caminhões importados planejam instalar fábricas

CYNTHIA CASTRO

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de órgãos como o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A previsão é que em meados de 2012, os caminhões Dongfeng, produzidos na China, estejam no mercado brasileiro. Os veículos têm tecnologia Euro 5 (em vigor na Europa), que corresponde às determinações da fase P7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que começa a vigorar no Brasil em 2012. A P7 traz a obrigatoriedade de que os caminhões vendidos no Brasil a partir do próximo ano tenham tecnologias mais avançadas nos motores, permitindo assim menores índices de emissão de poluentes. Para isso, será utilizado por esses veículos pesados um óleo diesel com menor teor de enxofre, o S-50. “É prioridade do Estado chinês incentivar suas empresas a aprofundarem suas relações comerciais com o Brasil. E é prioridade da Dongfeng ter o Brasil como mercado chamariz”, diz o presidente da Aurium Trading & Investimentos, representante da Dongfeng, João Sampaio Vianna.

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DONGFENG Em 2012, caminhões começam a ser importados

“É prioridade da Dongfeng ter o Brasil como mercado chamariz” JOÃO SAMPAIO VIANNA, DA AURIUM TRADING & INVESTIMENTOS

A maioria das vendas da montadora é realizada dentro do mercado chinês. Mas, nos últimos cinco anos, a empresa começou a intensificar a expansão para outros países, e o Brasil é um mercado prioritário. Na África, no Oriente Médio, no leste europeu e em alguns países da América do Sul, as vendas estão consolidadas, conforme Vianna. Já está certo que a Dongfeng vai instalar uma fábrica em Minas Gerais, até o final de 2015.

Mas a cidade ainda está sendo escolhida. De acordo com Vianna, no futuro, o Brasil poderá vir a ser o polo exportador para a América Latina. Assim que as vendas dos caminhões importados forem iniciadas, no ano que vem, a empresa deverá ter pelo menos 25 unidades de concessionárias. Segundo Vianna, os maiores grupos de frotistas do país serão os concessionários. Ele faz questão de ressaltar


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DONGFENG/AURIUM TRADING/DIVULGAÇÃO

AUMENTO DE IPI

Empresas garantem preço competitivo

no Brasil; empresa terá fábrica até 2015

que a Dongfeng tem um compromisso com o mercado brasileiro, com os frotistas e com os autônomos, que é demonstrado de duas formas. “A primeira é composta por um tripé: 1) serviço - boa rede de concessionárias, oferta de pósvenda e manutenção diferenciadas, 2) garantia superior aos concorrentes nacionais e 3) preço competitivo. E a segunda é o compromisso de erguer a fábrica até o final de 2015. Entendemos que o mercado quer mais opções e vie-

As montadoras chinesas prometem se firmar no mercado brasileiro de maneira competitiva, oferecendo preços acessíveis e serviços diferenciados. O aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículo importado obrigou as empresas a reavaliar alguns pontos de seus projetos, mas elas garantem que irão investir. “A mudança no IPI nos fez repensar a forma do nosso negócio como um todo. Mas o mercado continua sendo prioritário. Estamos vindo para agregar valor”, diz o presidente da Aurium Trading & Investimentos, representante oficial e distribuidora exclusiva dos produtos Dongfeng no Brasil, João Sampaio Vianna. O assessor comercial e de marketing da Shacman

no Brasil, João Miguel Capussi, afirma que as mudanças impactam na composição de preço. Entretanto, ele garante os investimentos. “Temos que nos adaptar. Mas uma empresa do porte da Shacman, presente em 50 países e que decide ingressar no mercado brasileiro, não pode ter um imposto como empecilho. Vamos tentar posicionar nossos preços de forma que possamos transferir o mínimo possível para o cliente final.” As chinesas afirmam que terão preços competitivos. Segundo o representante da Dongfeng, os caminhões serão mais baratos do que os já comercializados no Brasil, mas os preços não serão tão agressivos. Uma das propostas, conforme Vianna, é focar o trabalho

no pós-venda. “Nossa estratégia comercial se baseia em competitividade, assistência técnica, manutenção e garantia.” A elevação do IPI foi anunciada em meados de setembro. A alta foi de 30 pontos percentuais nas alíquotas de carros e caminhões com menos de 65% de conteúdo nacional. Antes, o IPI sobre os importados variava de 7% a 25%. Com a medida, passou para 37% a 55%. Na última semana de setembro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse à imprensa nacional que “as empresas sérias que querem vir desenvolver produtos no Brasil terão suas propostas examinadas”, em uma possível referência à flexibilização do IPI para alguns importados.

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TRANSPORTADORAS

Momento de expectativa A chegada das montadoras chinesas é vista com bons olhos por representantes do transporte, que esperam um impacto no preço dos caminhões. O controller da Braspress, Tayguara Helou, considera que, de forma geral, o número de fornecedores é restrito no Brasil. “Temos poucos fornecedores de pneus, de combustível, de autopeças e de caminhões. Isso eleva os preços e não se percebe tanta preocupação com a qualidade. Um caminhão no Brasil custa de 60% a 65% mais caro do que nos Estados Unidos e na Europa, onde os veículos têm tecnologia bem mais avançada”, afirma. Helou destaca que “a vinda das montadoras chinesas é muito mais do que positiva, pois se abre um leque de opções para o transportador”. E, na opinião dele, não é preciso ter resistência sobre a qualidade dos caminhões chineses. “As montadoras asiáticas trabalham em nível de excelência e qualidade elevado.” O presidente da Mira Transportes, Roberto Mira, também considera que a

vinda das chinesas deverá ser positiva, especialmente para forçar uma nova política de preços. “É preciso baixar o preço dos caminhões brasileiros, que são os mais caros do mundo. A vinda de outras empresas aumenta as opções.” Mira ressalta a preocupação com o fornecimento de peças, manutenção e com a continuidade dessas empresas no Brasil. “No passado, já houve problemas. Algumas vieram e depois saíram do país, deixando os transportadores em uma situação complicada.” O presidente da Empresa de Transportes Martins (de Belo Horizonte/MG), Ulisses Martins, concorda que a vinda das marcas chinesas traz boas expectativas, tanto em relação aos preços como sobre a disponibilidade de veículos. “A demanda por caminhões no Brasil está muito grande, e há um temor de que a indústria não consiga atender. Esses caminhões chineses serão mais uma opção. E há uma ótima expectativa em relação à implantação das fábricas no Brasil”, diz Martins.

SHACMAN Expectativa é vender

“A vinda das chinesas abre opções para o transportador” TAYGUARA HELOU, DA BRASPRESS

mos para ficar”, afirma. Alguns diferenciais, citados por Vianna, são o motor Cummins, fabricado na China, mas similar ao fabricado no Brasil, e a caixa de câmbio ZF. Outra chinesa que iniciará suas atividades com a importação de caminhões e depois a instalação de uma fábrica no território nacional é a Shacman, fabricante de caminhão pesado, acima de 16 toneladas. A importadora e distribuidora da marca, a Metro-


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METRO-SHACMAN/DIVULGAÇÃO

mil caminhões no próximo ano; centro de distribuição será em Tatuí (SP)

Shacman, instalada em Tatuí, no Estado de São Paulo, também está otimista com o mercado brasileiro. Os caminhões estão homologados e serão apresentados no final de outubro, durante a Fenatran - Salão Internacional do Transporte, que acontece em São Paulo. Em dezembro, começam a desembarcar no Brasil os lotes comerciais. Serão cem veículos por mês, conforme informações

“O Brasil é um dos principais mercados de caminhão” JOÃO MIGUEL CAPUSSI, DA METRO-SHACMAN

do assessor comercial e de marketing da Shacman no Brasil, João Miguel Capussi. A projeção da Metro-Shacman é que sejam vendidos mil caminhões em 2012. O centro de distribuição será em Tatuí, e devem iniciar a operação em janeiro sete concessionárias (Sorocaba, Santarém, Santos, São Paulo, Recife, Fortaleza e Natal). Depois, a ideia é expandir essa rede de concessionárias para 28 cidades do Brasil. Nesse início de operação, serão comercializados cinco modelos de caminhão: três cavalos mecânicos (TT 420 6x4, TT 385 6x4, TT 385 4x2) e dois modelos de caminhão rígido (LT 385 6x4, DT 385 6x4). Os caminhões Shacman são produzidos na cidade de Xi´an, na província Shaanxi. O assessor comercial afirma que os componentes têm tecnologia europeia e norte-americana. No ano passado, foram fabricados 140 mil caminhões pesados em Xi´an. A maioria é vendida dentro da China, e o restante, exportado para mais de 50 países. No ano que vem, os caminhões Shacman começam a ser importados no Brasil, e a segunda fase da estratégia de exploração do mercado brasileiro também prevê a construção de uma fábrica. Durante a Fenatran, no final de

outubro, representantes da direção da montadora estarão no Brasil e, conforme Capussi, “serão negociadas as bases para a instalação da fábrica”. A finalização da discussão sobre o assunto deve ocorrer no Brasil. Por enquanto, não há informações oficiais sobre o local, sobre a data de inauguração e qual o valor a ser investido. “A Shacman tem projetos para ser uma empresa global. E, para isso, tem que estar nos principais mercados de caminhão. O Brasil é um dos principais, só fica atrás da China, da Europa e dos Estados Unidos”, diz o representante da Metro-Shacman. Centro de distribuição Em abril do ano passado, a Elecsonic (Sinotruk Brasil), importadora dos caminhões chineses Sinotruk, iniciou a primeira comercialização do modelo Howo no Brasil. Desde então, já foram vendidos mais de 850 caminhões, e a projeção é fechar este ano com 1,1 mil unidades comercializadas. A Elecsonic foi constituída em 2009 por 11 sócios brasileiros e está localizada no município de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Desde quando iniciou as operações no Brasil, a empresa


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SINOTRUK/DIVULGAÇÃO

SINOTRUK Importadora já comercializou 850 caminhões no Brasil

“Vamos cumprir a meta (sobre concessionárias) com um ano de antecedência” JOEL ANDERSON, DA SINOTRUK BRASIL

inaugurou 28 concessionárias. Há uma previsão de chegar a 42 até o final deste ano. “Assumimos o compromisso com a Sinotruk China de inaugurar 25 concessionárias até dezembro e chegar a 42 pontos em 2012. Vamos cumprir a meta com um ano de antecedência”, disse, recentemente, o diretor-geral da Sinotruk Brasil, Joel Anderson. Com forte operação na América do Sul, em países como Venezuela, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Argentina, a empresa

produziu 219 mil caminhões em 2010. E, a partir de 2015, deve desenvolver os planos de implantação de uma fábrica no Brasil. No último mês de julho, a Sinotruk Brasil inaugurou o centro de distribuição de peças, no Paraná. Com área construída de 2,4 mil m2, o centro de distribuição abriga 2,7 mil itens da linha Howo. A previsão da empresa é chegar a 4,2 mil itens até janeiro de 2012, com a chegada da linha de caminhões A7. Esses veículos estarão preparados para atender

FOTON

às normas do Proconve. O modelo A7 será apresentado ao público durante a Fenatran, no final do mês de outubro, em São Paulo. Também durante a Fenatran, será lançada oficialmente a Foton Aumark do Brasil, responsável pela importação e distribuição dos caminhões da marca Foton. Na ocasião, serão apresentados os três primeiros caminhões a ser comercializados no país: Aumark 1031 (semileve), 1051 (leve) e 1089 (leve). Os veículos saem de fábrica


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FOTON AUMARK DO BRASIL/DIVULGAÇÃO

VENDAS 2011

Anfavea prevê novos recordes Em 2011, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) está prevendo novos recordes nas vendas de veículos pesados no Brasil. De janeiro a agosto, foram vendidos mais de 110 mil caminhões. A assessoria de comunicação da Anfavea informou que, atualmente, há oito fabricantes no país e outros investimentos já anunciados. Conforme a assessoria, essa é uma das provas de que há um interesse grande pelos caminhões hoje fabricados no Brasil. Sobre a chegada das montadoras chinesas, a Anfavea afirma que “desde que as regras sejam cumpridas, a concorrência é

leal”. A entidade considera que o interesse das chinesas está relacionado ao amplo mercado brasileiro, que deve aumentar as vendas de caminhões nos próximos anos, devido aos investimentos em infraestrutura, aos eventos esportivos, à necessidade de renovação de frota. Em relação à crítica sobre os preços praticados no Brasil, a Anfavea não comentou. Mas reforçou a informação sobre as oito fabricantes e destacou que “o caminhão brasileiro está em todo lugar”. Em 2010, as exportações foram para países da América do Sul, América Central, África, Ásia e América do Norte (somente México).

Modelos de caminhão a ser importados em 2012 estarão na Fenatran

“A demanda no Brasil é superior à capacidade produtiva” LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, DA FOTON

com freios ABS e ar-condicionado de série. A empresa tem três unidades de vendas e serviços programadas: a sede, em Várzea Paulista, e as concessionárias Anchieta e Guarulhos, todas em São Paulo. A comercialização está programada para ter início nos primeiros meses de 2012. E, no primeiro ano, devem estar funcionando de seis a dez pontos de vendas. A empresa está realizando estudos para instalar uma fábrica no Brasil em 2015.

“A demanda no Brasil é superior à capacidade produtiva. Há espaço para novos entrantes, de forma que se equilibrem mais os preços e a qualidade. A China tem hoje uma capacidade enorme produtiva em diversos setores e com caminhões não é diferente. Já há alguns anos, estão investindo em tecnologia e seus pátios produtivos são de última geração”, afirma o presidente da Foton Aumark do Brasil, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Ele destaca que há uma ten-

dência no crescimento de caminhões urbanos em função do aumento das restrições de circulação em algumas cidades e também há muita necessidade de caminhões pesados para o transporte nas rodovias. “Entendemos que as principais rotas serão cobertas pelos caminhões pesados e extrapesados, ficando a movimentação dos grandes centros de distribuição, que já existem e que serão criados nos próximos anos, a cargo dos caminhões semileves.” l


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PATRIMÔNIO NAVAL

Navegar na história Exposição de 89 réplicas de embarcações utilizadas em rios, lagoas e na costa marítima brasileira pode ser vista até 18 de novembro POR

isitar a mostra Barcos do Brasil, na nova sala de exposição do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em Brasília (DF), é navegar em um pouco na história naval do país. São 89 réplicas de embarcações utilizadas ao longo dos anos em rios, em lagoas e na costa marítima do Brasil. As peças podem ser visitadas de segunda a sextafeira, das 9h às 19h, até o dia 18 de novembro. A entrada é gratuita. Pela primeira vez,, em uma mesma exposição, estão reunidos todos os modelos que fazem parte da Coleção Alves Câmara Século 21, inspirada na coleção original, composta por

V

LIVIA CEREZOLI

42 modelos de barcos tradicionais brasileiros encomendados em 1908, pelo então ministro da Marinha, o almirante Alves Câmara, aos Estados brasileiros. Naquela época, a preocupação do almirante era registrar os principais barcos tradicionais do Brasil que, já no início do século 20, corriam o risco de desaparecer. As peças originais fazem parte do acervo do Espaço Cultural da Marinha, com sede no Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, as réplicas foram sendo construídas sem muitos critérios de tamanho e material, mas em 2005, com o incentivo do navegador Amyr Klink e o apoio do Iphan,

RIO


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FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

PATRIMÔNIO Embarcações fazem parte da coleção Alves da Câmara Século 21

DE JANEIRO Alvarenga - barco extinto

SANTA CATARINA Canoa bordada – barco em uso


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ALAGOAS E PERNAMBUCO Barcaça de três paus – barco extinto

Patrimônio naval brasileiro já identificou mais de

200 tipos de embarcações

foi iniciado o trabalho de produção das peças em escala. Hoje, três modelistas - Carlos Heitor Chaves, Conny Baumgart e Luiz Lauro Pereira Júnior - são responsáveis pelas embarcações construídas em escala 1:25. De acordo com Maria Regina Weissheimer, arquiteta do Iphan e uma das coordenadoras da exposição, para a produção de cada uma das peças é realizada uma extensa pesquisa histórica e iconográfica prévia, possibilitando aos modelistas a análise das proporções das embarcações e a identificação dos detalhes mais importantes a partir dos quais são produzidos os esboços.

Além disso, a pesquisa permite identificar os barcos que ainda estão sendo usados no país, os que já foram extintos e os que correm o risco de desaparecer ao longo dos anos, como é o caso da canoa bordada de Santa Catarina, que mesmo em pequena escala, ainda é utilizada para a pesca da tainha, entre os meses de abril e junho. Também merecem destaque as bianas típicas do Maranhão, as barcaças de três paus de Alagoas e Pernambuco, o barco recôncavo e as baleeiras da Bahia, o alvarenga do Rio de Janeiro e as jangadas de tábuas do Ceará. Até o

momento, mais de 200 embarcações já foram identificadas no país. Entre os principais materiais utilizados para a construção das embarcações estão a madeira, a corda, a palha e os tecidos que reproduzem com perfeição as velas de algumas jangadas, canoas, barcaças e saveiros. As peças chamam a atenção pela riqueza de detalhes. Além da reprodução fiel dos modelos, as réplicas ganharam movimento. São pequenos bonecos que simulam a atuação de pescadores e outros personagens que utilizavam e ainda utilizam os barcos para transportar os mais diversos produ-


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BAHIA Barco recôncavo – embarcação extinta

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CEARÁ Jangada de tábuas – barco em uso

tos: peixe, gado, alimentos e passageiros. Todo o trabalho integra o projeto Barcos do Brasil, lançado pelo Iphan em 2008, com o objetivo de preservar e valorizar o patrimônio naval brasileiro e o trabalho desenvolvido pelos homens e mulheres do mar. l

SERVIÇO Exposição Barcos do Brasil Visitação: até 18 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h Local: Sala Mário de Andrade, Sede do Iphan, Brasília (SEPS Quadra 713/913, Bloco D, Edifício Lucio Costa)

MARANHÃO Biana – barco em uso


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HÍBRIDOS

Resultados positivos Fundação Clinton testa tecnologias mais limpas de ônibus no Brasil e constata redução de consumo e de emissões POR

Fundação Clinton encerrou em setembro a primeira fase de testes de ônibus híbridos, realizados desde junho, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Até o final de outubro, os resultados finais devem ser divulgados. Mas, em setembro, os números preliminares já apontavam que os ônibus que utilizam tecnologias mais limpas geram benefícios ao meio ambiente.

A

CYNTHIA CASTRO

“Os testes foram bastante positivos, e os resultados iniciais se mostraram muito promissores, tanto na redução do consumo de combustível como na redução da emissão de poluentes”, disse o diretor da Iniciativa Clinton pelo Clima, em São Paulo, Adalberto Felício Maluf Filho. A fundação, do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, está realizando um programa de testes de ônibus híbridos com diferentes tec-

nologias. Na segunda fase do programa, serão testados veículos de passageiros nas cidades de Curitiba, Bogotá, Colômbia, e mais uma vez, São Paulo. Esses novos testes estão previstos para fevereiro ou março de 2012. Por enquanto, quatro ônibus híbridos foram testados com tecnologias que envolvem motores a diesel convencional e bateria e também diesel de cana-de-açúcar e bateria. O diretor da Iniciativa

Clinton pelo Clima explica que os testes acontecem sempre com outro ônibus convencional, chamado de sombra. Os dois trafegam sem passageiros, porém é colocado um peso correspondente à capacidade máxima dentro dos veículos. Os testes acontecem em todos os horários do dia e em trajetos diferentes, como subidas, descidas e paradas em pontos de ônibus. Assim, é possível fazer a comparação


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ADRIANO ISHIBASHI/FUTURA PRESS

“Temos capacidade industrial, científica e intelectual para produzir híbridos” LUIS CARLOS PIMENTA, PRESIDENTE DA VOLVO BUS LATIN AMERICA

com maior precisão. Na segunda fase do programa, serão testados híbridos articulados de 18 metros de comprimento. Com o aumento dos corredores exclusivos de ônibus, previstos no Brasil, há uma tendência de que os veículos articulados sejam cada vez mais utilizados, conforme lembra Maluf Filho. Também passarão por testes um ônibus elétrico plugin (carregado na tomada), um ônibus a etanol, um trólebus

convencional (eletricidade adquirida por rede aérea), um autotrolley (elétrico com recarga rápida, sem rede aérea) e quatro híbridos convencionais (bateria e diesel). Um desses híbridos normais utilizou 100% diesel de canade-açúcar. Depois de todos os testes, será feita uma avaliação técnica e econômica sobre a viabilidade de implantação dos ônibus híbridos em operações comerciais e sobre os investi-

mentos em tecnologias. A previsão de conclusão do projeto é para junho de 2012. No total, serão investidos no programa US$ 7,2 milhões, sendo US$ 1,5 milhão proveniente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Segundo Maluf Filho, o restante dos recursos virá da Fundação Clinton, de fornecedores (como montadoras parceiras) e também das prefeituras envolvidas.


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VOLVO/DIVULGAÇÃO

NO BRASIL

Volvo fabricará ônibus mais limpo A montadora Volvo vai começar a fabricar ônibus híbrido, movido a eletricidade e a diesel, a partir do próximo ano, em sua fábrica, em Curitiba. A empresa é uma das parceiras da Fundação Clinton nos testes que vêm sendo realizados no Brasil. E, conforme a assessoria de imprensa da montadora, esses testes contribuíram para a decisão da fabricação no Brasil, pois mostraram a viabilidade técnica e provocaram uma reação positiva na sociedade. Segundo a assessoria da Volvo, as operadoras de transporte coletivo urbano de Curitiba irão comprar 60 ônibus híbridos assim que começar a produção. A fábrica de caminhão, ônibus e motores da capital do Paraná será ampliada. A decisão sobre os híbridos foi anunciada em junho pelo presidente mundial da Volvo Bus, Hakan Karlsson. Além da unidade fabril de Curitiba, as operações da Volvo na Índia e no México disputavam a planta de híbridos. A operação brasileira será a primeira a fabricar híbridos fora da Suécia. “Temos capacidade industrial, científica e intelectual para produzir híbridos e um

grande mercado potencial”, declarou Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America, na época do anúncio. Boa parte do desenvolvimento do novo produto será feita localmente, uma vez que será necessário desenvolver a tecnologia híbrida com os parceiros que produzem as carrocerias, conforme informa a montadora. Segundo Luis Carlos Pimenta, pesou muito na decisão pela produção no Brasil a grande aceitação que o ônibus híbrido teve no país em testes com a nova tecnologia. Também colaborou para a escolha da fábrica local o grande potencial de vendas de chassis desse tipo para os BRTs (Bus Rapid Transit). “Temos certeza de que esse sistema continuará em expansão, justamente por conta de suas vantagens: maior capacidade de transporte, menos emissões de poluentes e mais conforto para os passageiros”, disse o presidente da Volvo Bus Latin America, ao reforçar ainda que aposta que a Copa do Mundo e as Olimpíadas demandarão a aquisição de veículos mais limpos e ambientalmente corretos.

ACEITAÇÃO Montadora já tem encomenda de híbridos

A Fundação Clinton trabalha em vários países do mundo. De acordo com Maluf Filho, a entidade surgiu com o objetivo de combater a falta de acesso aos remédios para a Aids na África. Com o passar do tempo, foi crescendo e expandindo sua atuação para as questões do clima, do desenvolvimento sustentável, da pobreza global e, ainda, pela diminuição da obesidade. Uma das importantes frentes de trabalho da entidade é o apoio ao desenvolvimento de programas de testes para

veículos híbridos e elétricos, e também a utilização dos combustíveis limpos, como o etanol. Em entrevista concedida à CNT Transporte Atual, na edição nº 182, de outubro de 2010, Maluf Filho afirmou que uma das propostas é “demonstrar aos formuladores de políticas públicas que a viabilidade econômica dessas novas tecnologias já é realidade e que os países (e governos) que liderarem esse processo podem colher bons frutos com a indústria inovadora nos seus territórios”. l



AÉREO

DA REDAÇÃO

ma aeronave mais leve, mais econômica e menos poluente projetada para voar longas distâncias. Essa é a principal definição do Boeing 787 Dreamliner que foi entregue à ANA (All Nippon Airways), dia 26 de setembro, em cerimônia realizada na fábrica onde o avião foi montado, em Everett, nos Estados Unidos. No dia seguinte, a aeronave pousou no aeroporto de Tóquio, no Japão, por volta das 9h (às 21h, no horário de Brasília). O Dreamliner só realizará voos comerciais após os procedimentos de certificação, o que deve acontecer, segundo a assessoria da empresa, até o final deste mês. Os voos de teste da aeronave somaram mais de mil horas. A primeira rota internacional do 787 está prevista para acontecer entre Tóquio e Hong Kong, seguida por Tóquio e Pequim,

U


Boeing entrega aeronave que consome 20% menos combustível e permite voos longos sem escalas

FOTOS BOEING/DIVULGAÇÃO

Decolou


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BOEING 787 DREAMLINER Conheça os detalhes Pedidos de companhias aéreas • 821 Capacidade para passageiros • De 200 a 300, dependendo das configurações Capacidade por modelo • 223 assentos no 787-8 • 259 assentos no 787-9 • 296 assentos no 787-3

RECEPÇÃO Centenas de pessoas participaram da entrega do novo B-787 Consumo de combustível • 20% mais eficiência de combustível que aviões do mesmo tamanho Emissões • 20% menos que aviões de tamanho similar Relação custo milha/assento que aviões do mesmo tamanho • 10% melhor Fonte: Boeing

no final do ano, e por Tóquio e Frankfurt, no início de 2012. Segundo a Boeing, o Dreamliner foi construído com plástico reforçado com fibra de carbono em substituição às ligas metálicas tradicionalmente usadas nos aviões - o que deixa a aeronave mais leve do que outras de mesmo tamanho – e consome 20% menos combustí-

vel que o B-767, que tem tamanho similar, além de ter maior autonomia. O presidente da Boeing, Jim McNerney, ressaltou, durante a cerimônia de entrega, que o 787 Dreamliner é uma inovação na aviação comercial desde que o Boeing 707 foi apresentado aos passageiros do mundo há mais de 50 anos.

Aeronave possui capacidade para até

300 passageiros


AEROPORTOS BRASILEIROS

Governo apresenta estudos para concessões A SAC (Secretaria de Aviação Civil) apresentou ao TCU (Tribunal de Contas da União), no dia 13 de outubro, os estudos técnicos e econômicos para a concessão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos, em Campinas (SP), e Brasília (DF) até maio de 2012. O tribunal deve analisar o primeiro estágio das concessões, que envolve a viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental. Os documentos apresentados pela secretaria preveem que cada concessionária destine um percentual de sua receita bruta, durante o contrato ao Fundo Nacional de Aviação Civil. Os recursos arrecadados serão investidos em obras de melhorias em outros aeroportos. Em Guarulhos, o valor mínimo definido para a concessão foi de R$ 2,29 bilhões, e a empresa concessionária deverá destinar 10% de sua receita bruta ao Fundo durante os 20 anos

em que administrará o aeroporto. Em Brasília, o lance mínimo chegou a R$ 75 milhões e a previsão é que a concessionária destine 2% da sua receita durante os 25 anos de contrato. Já em Viracopos, o contrato de concessão elaborado pelo governo prevê a destinação de 5% da receita no período de 30 anos. O valor do lance mínimo para a concessão chegou a R$ 521 milhões. Além disso, as empresas deverão investir, durante o prazo de concessão, R$ 4,71 bilhões em Guarulhos, R$ 6,27 bilhões em Viracopos e R$ 2,21 bilhões em Brasília. Um mesmo investidor não poderá ter participação em mais de um aeroporto. A Secretaria de Aviação Civil ainda não definiu a data exata do leilão, mas a previsão inicial era o dia 22 de dezembro. As concessões serão feitas por meio de SPEs (Sociedades de Propósito Específico), constituídas por investidores privados, com participação de

até 49% da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), estatal que administra 67 aeroportos em todo o país. A SPE, que será uma empresa privada, ficará responsável por novos investimentos e pela gestão desses aeroportos. O anúncio das concessões dos aeroportos foi feito em maio deste ano, durante reunião no Palácio do Planalto entre a presidente Dilma Rousseff, prefeitos e governadores das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Na ocasião, o ministro-chefe da SAC, Wagner Bittencourt, afirmou que as privatizações visam atender à demanda crescente dos aeroportos para os próximos anos, inclusive para o evento esportivo. Além dos três processos de concessão, o governo estuda abrir o processo para outros dois terminais: Confins (MG) e Galeão (RJ). Porém, ainda não existe definição sobre prazo de lançamento de editais.

O avião tem capacidade para levar de 200 a 300 passageiros, dependendo da configuração de assentos, e foi projetado para ter fácil manutenção, aceitando tanto motores da General Electric como da Rolls-Royce. O 787 permite que as companhias ofereçam rotas sem paradas, além de apresentar uma série de novas tecnologias que oferecem mais conforto e segurança aos passageiros. Inicialmente, a entrega da aeronave estava prevista para acontecer em 2008, antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, mas problemas de produção causaram o atraso. A companhia japonesa já fez um pedido de 55 aparelhos. “O Dreamliner vai nos permitir oferecer padrões incomparáveis de serviço e conforto para nossos passageiros e irá desempenhar um papelchave nos planos de expansão internacional da ANA”, afirmou o presidente da companhia japonesa, Shinichiro Ito, durante a entrega da aeronave. l


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TAXI POINT

Expectativa superada Feira recebeu mais de 3.000 visitantes e mostrou dois produtos exclusivos POR LETICIA

portunidades de negócios, tendências e especialização no serviço prestado foram a tônica da Taxi Point (Feira Brasileira dos Fornecedores para o Setor de Táxi) deste ano. A quarta edição do evento, considerado uma referência para o setor, aconteceu no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP), nos dias 16 e 17 de setembro, reunindo mais de 3.000 visitantes durante os dois dias da feira.

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SIMÕES

Organizado pela Cipa Feira Milano, a Taxi Point deste ano superou as expectativas de negócios. Segundo a empresa, foram movimentados mais de R$ 11 milhões. “O evento contou com uma forte participação dos profissionais do segmento e conseguiu proporcionar um ambiente relevante e único, em sua categoria, para troca de informações e de aprimoramento”, afirmou José Roberto Sevieri, diretor de operações da Cipa. A Autocab Brasil foi uma

ABRAN

das empresas participantes. Os visitantes puderam conferir no estande, com exclusividade, dois novos produtos voltados para cooperativas. O Textback oferece um retorno personalizado ao cliente, fornecendo o status da corrida. A partir da chamada, o cliente recebe mensagens via SMS sobre o agendamento, o nome do motorista, o modelo e a identificação do veículo, além da localização do táxi. “Tratase de um diferencial para o taxista se destacar em um

mercado cada vez mais competitivo”, enfatiza Marcelo Sicsu, diretor-presidente da Autocab. A empresa apresentou ainda uma bina automatizada, também dirigida para cooperativas. O sistema oferece ao operador o cadastro do cliente, as opções das rotas já percorridas por ele, além de memorizar os últimos trajetos solicitados por cada freguês cadastrado. A participação na Taxi Point culminou em três


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OSIRIS BERNARDINO / DIVULGAÇÃO

GÊNCIA Feira contou com apresentações que abordaram temas legislativos, comportamentais e de marketing

importantes contratos para a Autocab. “A participação foi ótima e a expectativa é de que os produtos ganhem ainda mais mercado, com novos clientes. A feira é muito atrativa para o setor”, conclui Sicsu. Além dos estandes com uma variada gama de serviços e equipamentos voltados para a categoria, a Taxi Point contou com apresentações que abordaram temas legislativos, comportamentais e de marketing.

Para José Fioravanti, presidente da Fetacesp (Federação dos Taxistas Autônomos do Estado de São Paulo), a Taxi Point é a oportunidade que o setor tem para acompanhar as novidades oferecidas pelo mercado. “Esse evento eleva a categoria e vem crescendo. Isso é possível constatar pelo volume de visitantes que aumenta a cada edição.” Fioravanti destaca que sindicatos e entidades de outros Estados também estiveram presentes. “O

evento, além de atualizar os profissionais, promove uma grande confraternização. Representantes de Minas Gerais, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul, entre outros, prestigiaram a feira.” O dirigente acredita que a Taxi Point tende a crescer. “Os representantes que não puderam comparecer a essa edição já adiantaram que estarão presentes em 2012.” Natalício Bezerra Silva, presidente do Sinditáxi-SP (Sindicato dos Taxistas

Autônomos de São Paulo), afirma que a receptividade dos motoristas em relação ao evento é positiva. “Todos gostam muito de conferir os estandes e conhecer as novidades.” Ele diz que a presença de representantes de outros Estados legitima a importância que o evento tem para a categoria. A organização da Taxi Point disponibilizou ao público a realização gratuita de alguns exames de saúde. Os visitantes também puderam se divertir com os test drives oferecidos pelas montadoras presentes. As companhias apresentaram facilidades para a aquisição de novos veículos, como a isenção de taxas de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) e de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Sevieri, do Grupo Cipa, destaca que a feira cumpriu seu objetivo de valorizar o profissional, além de propiciar informação e novidades em um único local. A próxima Taxi Point está programada para os dias 18 e 19 de agosto de 2012, também no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. l




Soluções efic

Campo Grande investe em ações para a mobilida PegFácil reduz tempo de embarque de 7 para m


AGETRAN/DIVULGAÇÃO

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PASSAGEIROS

POR

ma solução simples para o transporte coletivo urbano de cidades de médio porte tem surtido efeito positivo em Campo Grande. Nos últimos meses, a capital do Mato Grosso do Sul implantou três estações pré-pagas de ônibus, conhecidas como PegFácil, e pelo menos outras três já estão programadas. O embarque de passageiros, que na hora de pico chegava a demorar sete minutos, reduziu para menos de um minuto. Essa é uma das várias estratégias que vêm sendo implementadas no município para melhorar a mobilidade urbana e para oferecer maior qualidade de vida à população. As ações incluem também a implantação de corredores exclusivos, a ampliação da bilhetagem eletrônica e dos elevadores para portadores de necessidades especiais, entre outras iniciativas. As três estações PegFácil funcionam no entorno da praça Ary Coelho, na área central. Nos períodos de maior movimento no transporte coletivo, entre as 6h e as 19h30, os pontos de ônibus convencionais se transformam nessas estações. Foi construída uma estrutura em cada um desses pontos (na calçada da praça), com a instalação de catracas eletrônicas, cabine com atendente para o recebimento em dinheiro e para a venda de crédito para quem quer recarregar o cartão. O embarque acontece no interior da

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ientes

de urbana; estação menos de 1 minuto

CYNTHIA CASTRO

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SEGURANÇA

Sistema só aceita cartão eletrônico No último ano, Campo Grande vinha registrando de três a quatro assaltos a ônibus diariamente, a maioria a mão armada. Para tentar melhorar a segurança, a passagem paga em dinheiro está sendo substituída pelo cartão eletrônico. Desde 26 de agosto, pelo menos 47 ônibus articulados só recebem o pagamento por meio do cartão. Em outubro, as linhas alimentadoras começam a não aceitar dinheiro. E, em 2012, a proposta é estender a medida para 100% da frota. A ideia de se retirar o dinheiro do ônibus partiu de um pedido do sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo de Campo Grande, que procurou o Ministério Público Estadual para solicitar que a medida fosse implementada. Os trabalhadores queriam reduzir o índice de assaltos, e o pedido foi acatado pelo Ministério Público. Dois termos de ajustamento de conduta - envolvendo trabalhadores, empresários e poder público - foram assinados para dar legitimidade jurídica à implantação da bilhetagem. Em agosto deste ano, foi publicado um decreto municipal obrigando a implantação. “A onda de assaltos estava crescendo muito e havia a necessidade de adotar medidas para preservar a vida dos motoristas e dos passageiros”, afirma o procurador de Justiça Aroldo José de Lima, coordenador de defesa do consumidor. A exigência, que por enquanto está restrita aos

ônibus articulados, já repercutiu positivamente em todo o sistema, mesmo em linhas que ainda aceitam o pagamento em dinheiro. Até 26 de agosto, 40% das passagens eram pagas em dinheiro. Menos de um mês depois, o índice havia caído para 25%, segundo o presidente da Fetramar (Federação das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia), João Rezende Filho, também diretor da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano) de Campo Grande. Para o procurador de Justiça, essa é a prova de que a população está de acordo com a alteração. “Os passageiros estão aderindo porque querem tranquilidade no transporte coletivo. A segurança proporcionada pelo car-

tão eletrônico é boa para quem conduz e para quem usa o ônibus.” Cerca de 50% dos ônibus de Campo Grande possuem câmera. Entretanto, o dispositivo não estava sendo suficiente para coibir os assaltos. Segundo o diretor de transportes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Lúcio Murilo Barros, mais de 90% dos assaltos são praticados por menores de idade, e um dos adolescentes chegou a ser apreendido oito vezes em 15 dias pela mesma ocorrência. Os motoristas do transporte urbano de Campo Grande Evanilson Alves Silva e Nilson Gonçalves de Araújo afirmam que já é possível sentir a segurança. “Estamos trabalhando com mais tranquilidade. Melhorou o atendimento, porque as viagens se tornaram mais rápidas, e reduziram os assaltos”, avalia Silva. CYNTHIA CASTRO

TRABALHO CONJUNTO O presidente da Fetramar, João Rezende (esq.), e o procurador Aroldo José de Lima

estação, pelas portas traseiras dos ônibus, depois que o cliente já efetuou o pagamento. Dessa forma, há um ganho na agilidade no processo de embarque. “É um ponto de ônibus, com uma estrutura maior. No horário do rush, o pagamento é feito antes do embarque. Depois, o local volta a ser um ponto convencional. É uma alternativa econômica e prática”, diz o presidente da Fetramar (Federação das Empresas de Transporte Rodoviário de


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Raio X do transporte • 545 ônibus • 5 empresas • 230 mil passageiros/dia • 93% da frota com elevadores • 50% com câmeras

PEGFÁCIL Campo Grande tem três estações; pagamento antes do embarque dá agilidade ao sistema de transporte

Passageiros dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia), João Rezende Filho, também diretor da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano) de Campo Grande. É preciso três funcionários para o funcionamento de cada estação do PegFácil: a atendente, que efetua as vendas, e dois auxiliares, que agilizam o processo de embarque. Outra grande vantagem da iniciativa, conforme João

Rezende, é que esses empregados só trabalham no horário de funcionamento da estação, das 6h às 19h30. “É uma solução interessante e simples, com grande repercussão no transporte urbano de passageiros, em termos de ganho de qualidade e de velocidade”, diz. O diretor-geral da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade Júnior, considera que é uma solução apropriada para uma cidade do porte de

“As soluções precisam estar adequadas à realidade de cada cidade” RUDEL TRINDADE JÚNIOR, DIRETOR-GERAL DA AGETRAN

Campo Grande, que tem quase 800 mil habitantes. Trindade lembra que não adianta pensar em soluções como as estações tubo de Curitiba (PR), que são bem mais caras, ou mesmo adotar outras alternativas difíceis de serem viabilizadas. “As soluções precisam estar adequadas à realidade de cada cidade. Esse padrão de embarque e desembarque para cidades de médio porte, adotado no PegFácil, pode ser aplicado também em outros municípios com populações entre 500 mil e 1 milhão de habitantes”, comenta Trindade. O custo médio de uma estação PegFácil, incluindo estrutura física e todos os equipamentos, inclusive câmeras de filmagem, é em torno de R$ 45 mil. As três que estão funcionando atualmente foram implantadas e são operadas pela Assetur. Mas, conforme Rudel Trindade, pelo menos as próximas três serão instaladas com recursos da prefeitura, e a operação continuará sendo


INVESTIMENTOS

Expectativa para o PAC da mobilidade Uma grande expectativa entre os setores público e privado de Campo Grande é em relação aos recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades. O município inscreveu no Ministério das Cidades o Programa de Investimento para a Melhoria da Mobilidade Urbana, que lista projetos prioritários. A previsão é receber R$ 280 milhões para a realização das obras. Se os recursos do PAC chegarem, o número de estações PegFácil será ampliado para 41.

Também estão incluídas nas obras a construção de mais quatro terminais de integração, a reforma e a ampliação dos terminais existentes, a implantação de três corredores exclusivos (64 km), a aquisição de equipamentos, entre outras intervenções. “São várias medidas a serem implantadas com o objetivo de priorizar o transporte coletivo”, diz o diretor-geral da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade Júnior. O PAC Mobilidade Grandes Cidades vai destinar R$ 18

bilhões para obras de mobilidade, sendo R$ 6 bilhões de orçamento geral da União e R$ 12 bilhões de financiamento. Para municípios entre 700 mil e 1 milhão de habitantes, como Campo Grande, o limite máximo de participação da União no conjunto de propostas é de R$ 280 milhões. No final do mês de setembro, o Ministério das Cidades informou que estava analisando as propostas recebidas de todo o Brasil. Os projetos estão sendo avaliados e poderão ser feitas readequações. AGETRAN/DIVULGAÇÃO

CORREDOR EXCLUSIVO Projeto na avenida Afonso Pena; cidade quer receber R$ 280 milhões do PAC

“Estamos priorizando a qualidade do transporte”

NELSON TRAD FILHO, PREFEITO

feita pela associação das empresas de transporte. A proposta das estações pré-pagas foi baseada em uma experiência do Chile, que também implantou o embarque rápido nas horas de pico. A praça Ary Coelho está sendo revitalizada, e as três estações no entorno dela passarão por uma remodelagem, com melhoria no piso, na iluminação e na cobertura. O transporte público de Campo Grande tem 545 ônibus e 230 mil passageiros dia-

riamente. Cinco empresas atuam na cidade, e a idade média da frota é de três anos e meio. Em 1991, o município começou a implantar o SIT (Sistema Integrado de Transporte). Atualmente, são oito terminais de integração. Em 2000, começou a funcionar a bilhetagem eletrônica. Hoje, 93% da frota possui elevadores para cadeirantes ou outros passageiros com dificuldade de locomoção, e a meta é chegar a 100% no ano que vem.

O prefeito do município, Nelson Trad Filho, afirmou que algumas iniciativas têm sido priorizadas para melhorar a mobilidade urbana e evitar a migração da população do transporte público para o individual. “Temos notado, em função do aumento do poder aquisitivo de grande parte dos brasileiros, que está crescendo o número de veículos de duas ou quatro rodas. Isso gera um congestionamento natural nas grandes cidades. Estamos, então,


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MAZÃO RAMIRES/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT

Parceria para formação A Prefeitura de Campo Grande será parceira do Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) na realização do Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho, que pretende formar 66,9 mil motoristas profissionais de ônibus e caminhões em todo o Brasil. Em setembro, o prefeito da capital do Mato Grosso do Sul, Nelson Trad Filho, cedeu o espaço do autódromo da cidade para a realização das aulas práticas. Ao receber em seu gabinete o presidente do Conselho Regional Centro-Oeste 2 do Sest Senat (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia), João Rezende Filho, e a diretora da unidade de Campo Grande, Andréia Castanheira, o prefeito se mostrou aberto a novas parcerias.

“Desenvolver a qualificação profissional é algo essencial. Diversos empresários, de diferentes áreas, que vêm em busca de novos investimentos, nos perguntam se temos condições de ajudar a treinar mão de obra”, comentou o prefeito, ao ressaltar que as obras de infraestrutura no país, em diferentes setores, necessitam de mais profissionais do transporte. No programa de formação, o Sest Senat é responsável pelas aulas teóricas e pela elaboração do material didático. A parte prática é realizada em parceria com empresas de transporte, que cedem ônibus e caminhões. Em Campo Grande, no início de setembro, pelo menos um ônibus já havia sido cedido pela Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano).

ACESSO Mais de 90% da frota de ônibus de Campo Grande possui elevadores

“Todos os elevadores trazem muita facilidade”

JOSÉ GERALDO SIQUEIRA, VENDEDOR

priorizando a qualidade do transporte público.” Segundo o prefeito, algumas medidas com esse objetivo são a modernização da frota feita em parceria com os empresários; a melhora da credibilidade, com o cumprimento dos horários e maior agilidade no transporte. O prefeito citou ainda a implantação de corredores de ônibus. Em meados de setembro, foi inaugurado o corredor da avenida Duque de Caxias, com 7,5 km em cada sentido.

“Serão inaugurados mais dois corredores (Lagoa e Imbirussu).” Outras medidas importantes citadas pelo prefeito são o PegFácil e o uso exclusivo de cartões para o pagamento de passagens (leia o texto na página 46). Muitos usuários do transporte coletivo de Campo Grande têm aprovado as iniciativas. A estudante Geyzibel Santana, 17, comentou que as estações PegFácil trazem benefícios também para a segurança. “Diminuíram os assaltos, pois agora a gente não precisa

mexer em dinheiro na hora do tumulto, antes de entrar no ônibus. É só pagar com o cartão e, quando entra no ônibus, já está tudo resolvido.” O vendedor José Geraldo Siqueira, 53, que é cadeirante e trabalha em um terminal de ônibus de Campo Grande, considera que o sistema tem melhorado bastante. “Todos os elevadores que já funcionam hoje trazem muita facilidade.” O diretor da Assetur afirmou que em 2012, toda a frota terá elevadores. l


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ROUBO DE CARGAS

Tecnologia em prol da segurança Transportadoras investem até 12% do faturamento em gerenciamento de risco para reduzir prejuízos POR

violência nas estradas impulsionou as transportadoras a investir no quesito segurança para evitar prejuízos com o roubo e o furto de cargas. Muitas delas possuem centros de gerenciamento de risco dentro das próprias companhias. Outras investem até 12% do faturamento total em suas centrais de controle para sustentar toda a estrutura de monitoramento e manter as tecnolo-

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LETICIA SIMÕES

gias empregadas atualizadas. Levantamento feito pela NTC&Logística aponta que, em 2010, foram registradas mais de 12 mil ocorrências de furto e de roubo de cargas em todo o Brasil, o que ocasionou um prejuízo de R$ 880 milhões ao setor. Os números, se comparados aos de 2009, tiveram ligeira queda. Naquele ano, segundo a pesquisa, foram 13.500 ocorrências, que significaram um prejuízo de R$ 900 milhões.

As ocorrências tiveram redução de 4,81% no período. Para os gestores, a diminuição dos registros está diretamente ligada aos investimentos que as transportadoras de carga vêm fazendo ao longo dos anos no gerenciamento de risco. A Braspress mantém, há 17 anos, estrutura própria para a gestão da carga. Atualmente, cem colaboradores fazem parte da equipe de gerenciamento de risco. Luis Marcondes, gerente nacional de risco da empresa,

afirma que a opção em não terceirizar o serviço tem a ver com a cultura da companhia. “Todos os anos a estrutura passa por aperfeiçoamentos. Anualmente, 4,5% do faturamento é revertido para o departamento.” As tecnologias aplicadas ao monitoramento e ao rastreamento de frotas são desenvolvidas por diversas empresas e marcas, tanto nacionais quanto importadas. As transportadoras encontram um vasto merca-


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do à disposição para estruturar seus departamentos de gestão de risco. “Além dos rastreadores, diversos aparatos necessários para uma proteção dupla ou tripla de toda a frota são empregados pela Braspress”, afirma Marcondes. A empresa possui uma frota de mais de mil veículos. Todos eles, diz o gerente, são rastreados. “O setor de gerenciamento e de monitoramento faz o estudo do

melhor conjunto de equipamentos para determinado veículo e mercadoria transportada, levando em consideração a rota programada e os locais de carga e descarga.” Segundo Marcondes, há muito tempo não existem abordagens às cargas transportadas pela Braspress nas rodovias. Já nos perímetros urbanos, a realidade é diferente. “Os meliantes sabem das tecnologias empregadas, do treinamento e do pronto

atendimento nas estradas. Porém, as cargas continuam sendo abordadas nas cidades, mas esse número tem caído vertiginosamente, devido à especialização contínua da empresa nos recursos de segurança.” Ele ressalta que, para cada região urbana, a Braspress traça um estudo com a melhor solução possível para não comprometer a operação e cumprir os prazos. A meta do departamento de geren-

ciamento de risco, diz o gerente, é zerar as ocorrências de furto e de roubo de cargas também nas áreas urbanas. A TNT passou a investir no gerenciamento de risco a partir de 2007. “Essa aplicação é parte de um processo. As ações para diminuição de perdas vão muito além de rastreadores e escoltas. A empresa também atua forte em procedimentos para o transporte da carga, no controle de infor-


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LEVANTAMENTO

Total de ocorrências reduzido A NTC&Logística divulgou em agosto estatísticas sobre o roubo de cargas no país. A ausência de dados oficiais motivou a entidade a produzir o levantamento, feito há 13 anos. Os roubos de carga no Brasil, em 2010, apresentaram pequena diminuição no número de ocorrências e nos prejuízos, com relação ao ano anterior. Foram registradas 12.850 ocorrências em rodovias, volume 5% menor do que em 2009, com 13.500. Os prejuízos também tiveram ligeira queda. Em 2010, foram R$ 880 milhões, ante os R$ 900 milhões de 2009. Paulo de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística, afirma que 75% dos roubos de carga de todo o país estão concentrados nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. “O fato de esses Estados terem apresentado uma queda sutil nas abordagens criminosas acaba por influenciar os demais registros em todo o país.” Para Souza, a queda das ocorrências se deve às ações de autoridades e entidades no combate ao crime. “A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo reativou o Procarga. Já no Rio de Janeiro, o Sindicarga (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e

Logística do Rio de Janeiro) tem um trabalho forte com o policiamento ostensivo. Os dois Estados tiveram ações mais efetivas, o que justifica essa redução.” O Procarga foi criado em 1997 e funcionou ativamente por quatro anos. O programa foi reativado em junho de 2009. De acordo com a SSPSP, em 2010, São Paulo registrou redução de 6,2% nas ocorrências de roubo de cargas, com 482 casos a menos que em 2009. Apesar das quedas registradas em São Paulo e Rio de Janeiro, a região Sudeste ainda concentra o maior índice de roubo de cargas em todo o Brasil, com 79,94% de ocorrências. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram índices menores, com 2,03% e 2,19%, respectivamente. No Nordeste, o número de roubos foi de 7,21%, enquanto na região Sul, o número de ocorrências foi de 8,63%. Eletroeletrônicos, componentes de informática, cigarros, alimentos e produtos farmacêuticos são o alvo preferido dos bandidos, conforme mostra o estudo da NTC&Logística. A maior incidência de roubo de cargas, aponta a pesquisa, ocorre nas rodovias próximas aos grandes centros urbanos, já que nesses locais há maior movimentação de veículos e produtos.

mação e na cultura preventiva. Todos esses itens formam a cadeia de proteção”, afirma Maciel Lastoria, diretor de riscos da TNT. A empresa possui uma frota de 2.500 veículos. De acordo com Lastoria, todos fazem parte do plano de gerenciamento de risco, mas alguns não necessitam ser rastreados. “Tudo depende do perfil da carga e da rota. A TNT opera rotas em todo o país, ligando 5.000 municí-

pios, em um total de 7.000 localidades.” A empresa atende também viagens para Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru. Na TNT, o gerenciamento de risco divide a carga por tipo e limite de valores transportados. “O plano de gerência para cargas de alto valor agregado trouxe uma diminuição considerável nas abordagens criminosas. Gerenciar o risco significa também assumir parte dele”, afirma o diretor.


DIOGO MOREIRA/FUTURA PRESS

PREVENÇÃO A adoção de rastreadores depende do plano de gerenciamento de cada empresa de transporte

“Diversos aparatos necessários para a proteção da frota são empregados” LUIS MARCONDES, BRASPRESS

A estrutura é terceirizada, ficando a cargo da própria transportadora a supervisão e o controle dos processos. São 60 profissionais da TNT dedicados à segurança e ao risco e dezenas de terceiros envolvidos na operação de segurança, rastreamento e demais procedimentos. “Todos passam por reciclagens, de acordo com as revisões nos planos. A empresa atende clientes com características específicas

de carga e de risco, por isso, o treinamento é imprescindível”, afirma Lastoria. A transportadora se utiliza de tecnologias via satélite, via celular e por radiofrequência, além de rastreadores portáteis. Parte desses componentes foi adquirida com a aquisição de duas empresas, a Expresso Mercúrio e a Expresso Araçatuba. O diretor afirma que as transportadoras devem se manter atualizadas, pois

novas aplicações e metodologias surgem quase que diariamente. “A TNT conta hoje com tecnologia de rastreamento portátil, que pode ser usada dentro da própria carga. Outras inovações ficam por conta da tecnologia de monitoramento de imagens a distância, além da melhoria do software de rastreamento e de computadores de bordo.” Celso Luchiari, presidente da Transportadora Americana, afirma que os investimentos em gerenciamento de risco feitos pelas empresas do transporte de cargas surgiram como estratégia logística. “Há 20 anos, as companhias iniciaram as aplicações nos equipamentos de monitoramento. Os aparelhos eram caros e não tinham como foco a segurança. O panorama mudou e, com o aumento dos roubos e dos furtos de cargas, essa tecnologia vem auxiliando o setor para minimizar as abordagens criminosas.” A Americana atua em todo o Brasil. Luchiari destaca que 80% do risco de roubos e de furtos ocorrem a um raio de 150 km dos grandes centros urbanos. “Nesses locais se concentram os distribuidores de consumo. Para essas rotas são necessárias outras apli-


PADRÃO ÚNICO

Projeto propõe ações com uso de radiofrequência Para tentar mitigar as ações criminosas de cargas em todo o Brasil, o governo federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Receita Federal e das secretarias de Fazenda dos Estados, formatou as bases do projeto denominado Brasil ID (Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias). A proposta é criar um padrão único para identificar, rastrear e autenticar as mercadorias em produção e circulação em todo o território nacional, por meio da tecnologia de radiofrequência. O Brasil ID propõe a utilização de Nota Fiscal Eletrônica para todas as mercadorias. Além disso, o projeto prevê a estruturação de serviços de rastreamento e a verificação de autenticidade dos produtos, que poderão ser desenvolvidos pelos setores público e privado, de acordo com a demanda e as necessidades do mercado. Segundo informações disponíveis no site do projeto, o objetivo do Brasil ID é promover a segurança e a otimização de comércio e circulação de produtos, obedecendo ao padrão e ao modelo de operação proposto. Uma infraestrutura tecnológica de hardware e software que garanta a identificação e o monitoramento das mercadorias será implantada em todas as unidades da federação. Essa logística ficará a cargo das secretarias de Fazenda dos Estados e da Receita Federal. Ainda de acordo com o site, para a execução do projeto, o governo federal vai regula-

mentar em todo o país a tecnologia de radiofrequência. As bases do Brasil ID preveem o desenvolvimento de softwares especializados para a integração, gestão e geração de dados e controles inteligentes que vão propiciar mais agilidade e eficiência à fiscalização nos postos fiscais, comandos volantes e auditorias nas empresas, a partir das interações entre os sistemas dos Estados e do projeto. Procurado pela reportagem, o Ministério da Ciência e Tecnologia não informou o cronograma nem qual é a previsão para que o Brasil ID entre em vigor. O projeto foi apresentado pelo governo em agosto de 2009. Para Celso Luchiari, presidente da Transportadora Americana, o acompanhamento de toda a mercadoria, como propõe o projeto, diminuirá as ações criminosas. “Identificar o receptador dessas cargas roubadas vai inibir muito esse tipo de crime. Será uma medida extraordinária para o setor.” Outra alternativa que poderá contribuir para o combate ao roubo e ao furto de cargas ainda aguarda por regulamentação. Conhecida como Lei Negromonte, a lei complementar nº 121, de 9 de fevereiro de 2006, de autoria do então deputado federal Mário Negromonte, atual ministro das Cidades, cria o de Nacional Sistema Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas. Sancionada com vários vetos, a lei articula a ação

das polícias e dos órgãos fazendários federais e estaduais, por meio da criação de um banco de dados unificado. O texto propõe ainda que o fabricante identifique, na nota fiscal, o lote e a unidade do produto transportado, entre outras ações. O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), órgão vinculado ao Ministério das Cidades, por meio de sua assessoria de imprensa, não soube confirmar se há alguma previsão para que a Lei Negromonte entre em vigor. Segundo a assessoria, duas resoluções, hoje instituídas no Código de Trânsito Brasileiro, tiveram como base propostas citadas no texto da lei complementar nº 121. Uma delas é o Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos). O Siniav obriga que o licenciamento de todo veículo automotor, elétrico, reboque e semirreboque somente seja validado a partir de placas eletrônicas instaladas nos veículos, nas antenas leitoras, nas centrais de processamento e nos sistemas informatizados. A identificação via Siniav é feita por tecnologia de radiofrequência. O gerente nacional de risco da Braspress, Luís Marcondes, defende maior celeridade para que as alternativas propostas para o combate ao roubo e ao furto de cargas entrem em vigor. “O setor convive com um grande desfalque de fiscalização na malha rodoviária, o que gera facilidade para a atuação de quadrilhas.”

FOCO Os sistemas

cações e tecnologias, como blindagens. Existem trechos e cargas que demandam até três rastreadores em um mesmo veículo.” A empresa tem um modelo misto de gerenciamento de risco, com parte da estrutura terceirizada. “Todo o equipamento pertence à Americana. A gestão da central e as instalações são terceirizadas. Os veículos são monitorados pela companhia de gerência de risco que, com a seguradora, traça as normas para cada


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RENATO COBUCCI/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS

de segurança adotados pelas empreas têm evitado o crescimento do roubo de cargas nos perímetros urbanos

mercadoria transportada.” Cinquenta profissionais entre próprios e terceirizados atuam na gerência de risco da empresa. Desde a instalação da estrutura, a Americana contou com mais de 1.500 equipamentos de rastreamento, com configurações diversas. “Os aparelhos ficam obsoletos e é preciso buscar novos fornecedores, que tenham alternativas dinâmicas de atendimento, com alta tecnologia. O mercado evolui e é preciso acom-

panhá-lo”, diz Luchiari. Segundo o mandatário, aproximadamente 10% do faturamento da Americana é destinado ao treinamento da equipe de gestão de riscos e à aquisição de novos equipamentos e tecnologias. Célia Megale Biagiotti, diretora financeira da Atlas Brasil Transportes & Logística, diz que o setor sempre se mobilizou na busca de medidas preventivas contra o roubo e o furto de cargas. As ações isoladas,

“Existem trechos e cargas que demandam até três rastreadores no mesmo veículo” CELSO LUCHIARI, TRANSPORTADORA AMERICANA

segundo ela, não alcançam resultados expressivos. “Por isso, as empresas investem em segurança. Os centros de gerenciamento de risco conseguem diminuir as ações criminosas, mas sozinhos não vão eliminar o problema.” A Atlas iniciou seus investimentos na gerência de risco há 18 anos. A estrutura está instalada na sede, que emprega dois sistemas de gerenciamento, ambos importados. “Doze por cento do faturamento é destinado a esse setor. O investimento minimizou em 15% as ocorrências de roubo e de furto de cargas, desde a implantação”, afirma Célia. De acordo com a diretora, somente este ano, a Atlas investiu R$ 1 milhão em atualizações dos sistemas de monitoramento e gerenciamento de risco e no incremento da frota de 400 veículos. “Essas aplicações variam conforme a necessidade. As versões dos programas utilizados passam por atualizações constantes, e novos sensores chegam ao mercado invariavelmente. A gerência de risco deve ser efetiva e acompanhar a evolução dos equipamentos disponíveis.” l


RIO DE JANEIRO

Braรงos abertos p Estado atrai interesse de investidores estrangeiros e


PEDRO KIRILOS/RIOTUR/DIVULGAÇÃO

ara investimentos nacionais; de 2011 a 2013 estão previstos R$ 181 bilhões


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CYNTHIA CASTRO

Estado do Rio de Janeiro está passando por um momento de grandes investimentos, uma oportunidade para o maior desenvolvimento econômico e turístico, geração de empregos, ciência e tecnologia. A realização dos eventos esportivos (Copa de 2014 e Olimpíada de 2016) obriga a melhoria da mobilidade urbana, dos aeroportos, da rede hoteleira, entre outros inúmeros fatores, inclusive aqueles ligados diretamente ao esporte. Mas grande parte do montante previsto vem de áreas ligadas à exploração do petróleo, indústria naval e polo petroquímico. O Estado também atrai o interesse para a atividade siderúrgica, expansão da indústria automobilística, entre vários outros segmentos. Até o ano de 2020, há estimativas de investimentos no Estado em torno de US$ 160 bilhões, conforme informa o diretor comercial da Rio Negócios, Antônio Carlos Dias. “É um momento extraordinário. E esse momento não é somente agora. Se refere a uma década daqui pra frente, tanto no Estado como na capital.” A Rio Negócios é uma agência público privada, que tem como obje-

O

PORTO MARAVILHA Com revitalização, região portuária terá atrativos culturais e comerciais; demoli

tivo receber as empresas investidoras que desejam se instalar na capital e fomentar o desenvolvimento. Em setembro, a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) divulgou o estudo Decisão Rio 20112013, que aponta que o Estado fluminense deverá receber R$ 181 bilhões de investimentos públicos e privados neste perío-

do. Do total de recursos, em torno de 75% (R$ 137,4 bilhões) correspondem à área industrial – soma da indústria da transformação (R$ 29,5 bilhões) e da Petrobras (R$ 107,9 bilhões). Alguns destaques, conforme a Firjan, são o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e a siderurgia. Somam-se a esses, a construção de dois estaleiros, um da

Marinha do Brasil e outro da OSX, voltado para a construção de plataformas e embarcações de apoio. De acordo com o estudo da Firjan, a proximidade logística do Rio de Janeiro com outros grandes Estados brasileiros permite fácil acesso a um elevado percentual do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Em relação ao petróleo, a


NECESSIDADE

Segurança ainda é grande desafio ALEXANDRE MACIEIRA/RIOTUR/DIVULGAÇÃO

Empresas nacionais e estrangeiras estão com os olhares voltados para o Rio de Janeiro. Mas a cidade e o Estado precisam se preparar para corresponder às expectativas e continuar atraindo o interesse dos investidores. Oferecer infraestrutura suficiente e conseguir melhorar de fato a segurança pública, evitando os roubos e assassinatos constantes, estão entre os desafios principais. “O Rio está em um momento excelente para atrair muita coisa boa, mas não pode falhar em alguns fatores básicos. Não podem acontecer, por exemplo, acidentes como esse do bondinho de Santa Tereza (que descarrilou em agosto, matando seis pessoas e ferindo mais de 50). Além de atender os moradores, o bondinho é muito turístico. Um acidente como esse gera desconfiança de todos, em vários sentidos”, diz o presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transportes da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Eduardo Rebuzzi, também presidente da Fetranscarga (Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro).

Rebuzzi destaca a necessidade de se melhorar também a segurança. Ele considera que as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) têm trazido resultados positivos, entretanto ressalta que não adianta somente a repressão armada. É preciso investir em projetos sociais que levem educação, lazer e outras oportunidades aos aglomerados. “Para ter um resultado efetivo, a mudança tem que ser pela base, pela educação, pela oferta de maior civilidade aos moradores.”

De acordo com Rebuzzi, depois da ocupação do Morro do Alemão, no final do ano passado, a população começou a sentir maior sensação de segurança. Entretanto, ele citou que nos últimos meses, alguns registros têm trazido preocupação. No início de setembro, por exemplo, um arquiteto de 33 anos foi assassinado em Ipanema. A Polícia Militar admitiu o aumento de crimes praticados por pessoas em motocicleta, em bairros como Ipanema e Leblon. GUTO MAIA/FUTURA PRESS

RISCO Acidente com bonde matou seis pessoas em agosto CYNTHIA CASTRO

ção de viaduto da Perimetral preocupa

federação cita que a produção possui dimensão nacional, que será ampliada com a exploração das reservas do pré-sal. “Tais fatores estruturais têm, conjuntamente, gerado tamanha força atrativa, que levaram diversas empresas multinacionais e nacionais à decisão de instalar seus centros de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologia no Estado, em especial

AÇÃO Município tem expandido unidades pacificadoras em morros, mas criminalidade é alta


MOVIMENTO

Mais empresas aéreas no Galeão O momento de grandes investimentos no Estado fluminense tem tido reflexo no aumento de voos do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Em 2011, iniciaram as operações no Galeão as empresas Azul e Alitalia. Até o final do ano, haverá voos da Lufthansa e da KLM. Em janeiro de 2012, a Emirates inaugura a rota Dubai-Rio-Buenos Aires. Atualmente, operam no Galeão seis companhias nacionais e 17 internacionais. Muitas estão ampliando os voos diários. Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), “o Galeão vem atraindo o interesse de companhias estrangeiras que decidiram voltar a operar no aeroporto”. O diretor-geral da Emirates no Brasil, Ralf Aasmann, disse que o Rio de Janeiro é um mercado muito importante no contexto brasileiro e representa boa parte da receita da companhia no Brasil. “A cidade oferece inúmeras possibilidades de negócios

como o pré-sal, além dos grandes eventos esportivos dos próximos anos.” Em 3 de janeiro de 2012, o novo voo sairá pela manhã de Dubai e chegará ao Rio de Janeiro. Partirá do Rio, no final da tarde, com destino a Buenos Aires. Da Argentina, a aeronave retorna ao Rio e segue para Dubai. O voo será operado por um Boeing 777-300ER, oferecendo oito assentos na primeira classe, em suítes privativas, 42 assentos reclináveis na classe executiva e uma cabine de classe econômica, com 304 assentos. Na avaliação do gerente de aeroporto da Air France e KLM, António Jorge Assunção, a abertura de novos voos no Galeão e o retorno de algumas companhias estão ligados ao momento de grandes investimentos na cidade e Estado. “Os eventos estão chegando e sentimos a demanda de mercado. Não é somente turismo. Nosso foco principal são os negócios, os investimentos do pré-sal e outros.” Atualmente, a

Air France tem dois voos diários do Rio para Paris, e a KLM inicia em novembro com três voos semanais para Amsterdã, na Holanda. Uma grande preocupação é em relação à necessidade de melhor infraestrutura e conforto aos usuários. “O aeroporto do Galeão oferece algumas situações que são uma vergonha. Outro dia, o elevador do estacionamento estava estragado, não havia luz nas escadas. Tem que melhorar muita coisa”, disse o presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transportes da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Eduardo Rebuzzi. A Infraero informou que está em andamento uma série de intervenções, como a conclusão do terminal de passageiros 2 e a revitalização e modernização do terminal 1, onde alguns serviços foram concluídos. A empresa garante que as obras estarão concluídas até a Copa de 2014. EMIRATES/DIVULGAÇÃO

POTENCIAL Exploração

EXPANSÃO Em janeiro de 2012, Emirates começa a operar voo Dubai/Rio/Buenos Aires

no parque tecnológico existente junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro”, descreve o estudo da federação das indústrias. O diretor comercial da Rio Negócios destaca também a expansão da cadeia automobilística, com atração de novas montadoras; a revitalização da área portuária, com o projeto Porto Maravilha, as melhorias no transporte, entre outras medi-


EVENTOS ESPORTIVOS Confira algumas obras na cidade do Rio de Janeiro que têm ligação com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 Região olímpica Barra BRT Transcarioca • Ligará a Barra ao Galeão PAULO FURTADO/FUTURA PRESS

BRT Transoeste • Ligará Campo Grande e Santa Cruz à Barra, beneficiando o Recreio, Guaratiba, Barra de Guaratiba, Sepetiba e outras localidades BRT Transolímpica • Ligará a Barra à av. Brasil, na altura de Deodoro Parque Olímpico Rio 2016 • Está em um dos quatro núcleos olímpicos dos jogos de 2016 e concentra maior número de equipamentos esportivos Parque dos Atletas • Será um parque público de lazer construído em uma área de 220 mil m2 Vila dos Atletas • Terá 48 edifícios de 12 andares, totalizando 2.448 apartamentos Região olímpica Maracanã BRT Transbrasil • Inclui cinco terminais (Deodoro, Margaridas, Missões, Fiocruz e Centro) Entorno do Engenhão • Urbanização e requalificação dos espaços públicos no entorno do estádio, buscando melhorias viárias, construção de passarelas e novos acessos para pedestres Maracanã • O estádio será todo reformado e estão previstas melhorias nos acessos e revitalização do entorno, com a construção de área de lazer com ciclovias e praças Porto Maravilha • A revitalização da zona portuária incluirá projetos de infraestrutura urbana, ações habitacionais, criação do novo polo cultural e de entretenimento VLT Centro • Integrador da região portuária, passará pelos principais equipamentos culturais e turísticos da região

de petróleo e siderurgia são responsáveis por grandes investimentos no RJ

das. “A cidade se posiciona como sede da tomada de decisões. Tudo isso gera um cenário muito promissor.” Dias lembra que a preparação e realização dos eventos esportivos mundiais também têm sido motivos para outras melhorias no Rio de Janeiro. Conforme a pesquisa da Firjan, os investimentos relacionados à Copa e Olimpíadas somam pelo

menos R$ 11,5 bilhões, incluindo infraestrutura de transporte, rede hoteleira e outras ações ainda não detalhadas. A Rio-Negócios projeta que o potencial de crescimento da rede hoteleira em números de quartos no Rio de Janeiro será de 26,9% até dezembro de 2013. Mas o diretor-comercial lembra que esse aumento não se dará somente em conse-

Fonte: Empresa Olímpica Municipal (www.transparenciaolimpica.com.br)

quência dos eventos esportivos. “O que está acontecendo é que a dinâmica da petroquímica, óleo e gás, montadoras etc está gerando empregos e trazendo necessidades a longo prazo. A rede hoteleira está percebendo isso”, afirma. Ao se pensar em várias áreas que estão crescendo, especialmente em relação à indústria do petróleo, construção e operação

de embarcações, torna-se também necessário obter mão de obra especializada. Dias cita que nas próximas décadas haverá abertura de vagas de trabalho em diferentes setores, que necessitarão de mão de obra disponível e de qualidade. A Empresa Olímpica Municipal lista uma série de obras relacionadas aos eventos esportivos. A Vila dos Atletas dos Jogos Rio


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GRANDES INVESTIMENTOS Veja algumas áreas do Estado do Rio de Janeiro que deverão receber R$ 181 bilhões, das iniciativas pública e privada, entre 2011 e 2013 Setor industrial • Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) • Construção da siderúrgica da Ternium, dentro do Complexo Industrial do porto do Açu • Ampliação da planta da Gerdau • Construção de dois estaleiros. Um da Marinha e outro da OSX (voltado para construção de plataformas e embarcações de apoio)

Infraestrutura • Investimentos em energia (inclusive projeto da terceira usina nuclear e usina termoelétrica a carvão) • Transporte, logística e desenvolvimento urbano (BRTs, Porto Maravilha, entre outros) • Saneamento básico

EVENTOS ESPORTIVOS Jogos olímpicos • Infraestrutura de transporte • Rede hoteleira e outros investimentos

OUTROS PROJETOS POTENCIAIS (ALÉM DOS R$ 181 BI)

• Trem-bala Rio de Janeiro-São Paulo • Siderúrgica chinesa Wisco, que deverá se instalar no Complexo Industrial do Porto do Açu • Mais investimentos no Complexo Industrial do Porto do Açu (usina termoelétrica movida a gás natural e cimenteiras)

2016, que será construída na Barra da Tijuca, terá 48 edifícios de 12 andares, totalizando 2.448 apartamentos de três e quatro quartos. A vila oferecerá acomodação aos atletas e delegações dos países participantes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

• Construção da nova base de exploração de petróleo da Petrobras, com foco no pré-sal • Construção de hoteis, por diversas redes internacionais de turismo • Construção de torres e empreendimentos comerciais no centro do Rio de Janeiro e na Barra da Tijuca Fonte: Firjan

Transporte Melhorar o sistema de transporte urbano, reduzindo os engarrafamentos na cidade, é um dos importantes desafios para a realização dos

eventos esportivos. Conforme informações da Empresa Olímpica Municipal, até 2016, serão implantadas pelo menos quatro linhas de BRT (Bus Rapid Transit). A integração dos BRTs com trens, barcas e metrô deverá garantir um aumento do uso de transportes de alta capacidade de 16% para 50%, conforme informações da Empresa Olímpica Municipal. O BRT da Transcarioca ligará a Barra da Tijuca ao aeroporto do Galeão, passando por


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EMPRESA OLÍMPICA MUNICIPAL/DIVULGAÇÃO

Projeto do Parque Olímpico que será construído na Barra da Tijuca

bairros da zona norte. A expectativa inicial desse projeto é atender cerca de 400 mil passageiros/dia. Também está prevista a implantação do sistema de VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), ligando o aeroporto Santos Dumont à região portuária. O subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, citou a importância das obras nas linhas do metrô. A construção da linha 4, entre Ipanema e a Barra, tem previsão de transportar 230 mil

passageiros por dia. “O legado desse compromisso olímpico é que vai melhorar muito a mobilidade”, diz Pinho. Na avaliação do presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transportes da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Eduardo Rebuzzi, a implantação de BRTs e a extensão do metrô contribuirão para a maior qualidade do transporte. Entretanto, Rebuzzi se mostrou preocupado com a mobilidade na área central do Rio de Janeiro, quando começar a

demolição do elevado da Perimetral, na área portuária. Essa obra está inserida no projeto Porto Maravilha e faz parte da proposta de reurbanização da região. “Temos ali uma avenida de grande importância para a circulação viária. O fluxo, tanto na parte superior como na inferior, é enorme. Durante as obras, a situação vai ficar complicada, e a preocupação é se depois as novas vias conseguirão atender à demanda”, diz Rebuzzi. O projeto do Porto Maravilha pretende requalificar a área portuária da cidade do Rio de Janeiro, onde hoje há muitos galpões abandonados. O processo de revitalização segue a tendência de áreas de outros países, como Puerto Madero, em Buenos Aires, na Argentina. A proposta é promover a reestruturação da região. O projeto abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, que tem como limites as avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco, e Francisco Bicalho. Haverá instalação de estabelecimentos culturais, gastronômicos, mais moradias e escritórios. “O Porto Maravilha vai permitir que a cidade possa se expandir. Vai dar fôlego ao Rio de continuar crescendo, com uma boa quantidade de área dispo-

nível utilizável”, afirma o diretor da Rio Negócios. E para que a cidade e o Estado consigam atender as demandas que chegam com os novos investimentos, Dias reconhece que é necessário vencer alguns desafios. Ele cita a necessidade de mão de obra em diferentes áreas de atuação, a execução dos projetos de transporte e urbanização na velocidade necessária e a atenção ao investidor que se interessa pelo Rio de Janeiro. “No caso do trânsito, por exemplo, pretendemos antes das Olimpíadas mudar a matriz de transporte da cidade, passando de 16% para 50% da população servida pelo transporte de massa. Se conseguirmos essa meta, vai dar um alívio muito grande”, avalia. Para o cidadão comum, fica a boa expectativa de crescimento, mas, ao mesmo tempo, alguns temores, como a garantia da segurança e a realização das obras necessárias antes do início dos eventos esportivos. “O trânsito do Rio é extremamente complicado em vários horários do dia. Estamos a menos de três anos da Copa do Mundo. Será mesmo que vão conseguir implantar tudo que é necessário até lá?”, diz o estudante de história Lucas Barbosa. l


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FERROVIÁRIO

Mais espaço para bons negócios Tradicional feira do setor chega à 14ª edição com um terço dos participantes de outros países POR LETICIA SIMÕES

ão Paulo recebe, entre os dias 8 e 10 de novembro, um dos principais eventos do setor ferroviário. A feira Negócios nos Trilhos chega à 14ª edição com estimativas de superar o número de expositores do ano passado. Serão 14 mil metros quadrados de área, a maior de todas as edições. Um segundo pavilhão do Expo Center Norte vai ser utilizado para abrigar os estandes, e a organização afirma que um terceiro pavilhão pode ainda ser requisitado, conforme a procura dos expositores.

S

Gerson Toller, diretor-executivo da Revista Ferroviária, empresa responsável pela realização da feira, afirma que a evolução do evento está pautada no incremento que a indústria ferroviária nacional ganhou nos últimos anos. “O mercado e a economia brasileira vêm se desenvolvendo positivamente. Um terço dos expositores é oriundo de outros países, como China, Espanha e Estados Unidos. A resposta a esse crescimento é a expansão da Negócios nos Trilhos.” Somente em agosto, diz Toller, quatro novas fábricas de mate-

rial ferroviário tiveram suas obras iniciadas no Brasil. Em Sete Lagoas (MG), serão produzidas locomotivas; em Itupeva (SP), freios ferroviários; em Araraquara (SP), trens elétricos; e no Rio de Janeiro serão fabricados monotrilhos. “Há cinco anos, o setor contava com 335 fornecedores de material ferroviário. De lá para cá, 30 fabricantes se instalaram no país, com indústrias inteiramente novas, ou empresas de autopeças que converteram parte da atividade para o modal.” Ele acredita que a indústria

ferroviária nacional terá um grande ano no país. “Este ano, o setor deve comercializar, aproximadamente, R$ 3,8 bilhões. Boa parte desses negócios é fechada durante a feira, embora seja difícil projetar um valor exato. Encomendas de equipamentos para infraestrutura ferroviária são contratos em longo prazo. Praticamente todos os fornecedores desse tipo de material estarão presentes como expositores”. O formato da Negócios nos Trilhos segue o mesmo padrão desde a sua primeira edição.


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FOTOS ARGOSFOTO

EXPANSÃO Feira Negócios nos Trilhos chega à 14ª edição e ocupará 14 mil metros quadrados de área

Paralelamente à feira, acontecem seminários, nos quais o setor debate o planejamento para o ano seguinte, apresentações técnicas e três premiações. O Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária, que está em seu oitavo ano, é dirigido aos técnicos das indústrias e demais funcionários das operadoras. Os trabalhos apresentam inovações para a construção de vagões. No Prêmio Alstom de Tecnologia Metroferroviária, que chega a sua sétima edição, são inscritos trabalhos de fabricantes de trens elétricos. Já no 2º Prêmio EDLP

(Estação da Luz Participações) de Produtividade do Cliente Ferroviário, concorrem pesquisas sobre inovações ferroviárias, apresentadas pelos usuários de trens metropolitanos, que versam sobre a produtividade do serviço oferecido nos terminais. Toller destaca que o objetivo das premiações é homenagear toda a cadeia produtiva da indústria ferroviária. Os prêmios serão entregues no dia 8 de novembro. A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) estará presente no painel "Necessidades de

Equipamentos Ferroviários das Ferrovias Brasileiras", programado para o dia 9. Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da entidade, afirma que o debate é importante para o setor, já que por meio dele as concessionárias têm acesso às novidades de mercado e a tudo o que envolve os equipamentos estrangeiros. “Discute-se importação, exportação, onde buscar oportunidades e exemplos mundo afora, além das ofertas que a indústria brasileira tem para apresentar aos operadores.” Segundo Vilaça, um dos principais focos do evento é permitir

a interação de todo o setor com as novidades e as projeções do mercado. “O envolvimento de empresas brasileiras e internacionais pode representar prospecções de negócios em um horizonte de cinco anos.” A MRS Logística participará do debate sobre os planos de negócio para as ferrovias de carga em 2012. Eduardo Parente, presidente da concessionária, afirma que a empresa vai manter o ritmo de investimentos no ano que vem. “Dessa maneira, a MRS garante a expansão dos volumes transportados. Durante a feira, expomos para toda a cadeia os detalhes do planejamento.” Para Parente, o cenário se manterá positivo. “Os investimentos realizados pelas concessionárias capacitou o setor a crescer por meio da melhoria da eficiência do sistema, aumentando a competitividade. Com novos incrementos, haverá um impacto importante no aumento da penetração do modal ferroviário na matriz de transportes nacional.” O dirigente afirma que a presença na Negócios nos Trilhos é a oportunidade que os operadores ferroviários têm de identificar novas oportunidades de mercado. A MetrôRio, empresa que administra as operações do metrô carioca, participa este ano


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do painel “Planos de Negócios das Operadoras Metropolitanas”. De acordo com o diretor de relações institucionais Jourbert Flores, o metrô do Rio de Janeiro vai continuar investindo na expansão da frota. “Foram adquiridos 114 carros, que vão compor 19 trens. O primeiro deles deve chegar no início do próximo ano e, no decorrer de 2012, os demais deverão ser entregues.” Ele adianta que os novos carros têm ar-condicionado, são mais potentes que os atuais e vão contribuir economicamente para a operação, uma vez que reduzirão o consumo de energia em 20%. Flores acredita que os trens metropolitanos voltaram à pauta da infraestrutura de transportes. “Esse tipo de deslocamento se tornou uma alternativa viável para as cidades. O setor se tornou pujante novamente e a troca de experiências durante a Negócios nos Trilhos é muito importante. As empresas compartilham seus projetos e vários deles podem ser repetidos em outras companhias.” A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também participa do painel. A empresa espera concluir até o final do próximo ano a extensão da Linha 8 – Diamante, entre Itapevi e Amador

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FORMATO Paralelamente à feira, acontecem seminários, apresentações técnicas e três premiações

Bueno, trecho com mais de 6 km de vias e operação de trens metropolitanos, que está suspensa para as obras de modernização. “O objetivo é atualizar a via permanente e a rede aérea, implantando os mesmos sistemas que as outras linhas estão recebendo, além de reconstruir as estações Amador Bueno e Santa Rita. No total, o investimento é de R$ 66,8 milhões”, afirma Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, diretor de Planejamento da CPTM. Atualmente, as seis linhas da companhia passam por obras de infraestrutura, com implantação de novos sistemas de sinalização e controle de tráfe-

go, telecomunicações, energia, rede aérea e via permanente. A previsão é que as obras sejam concluídas até 2013. Ribeiro diz que eventos voltados para o setor, com o alcance da Negócios nos Trilhos, geram oportunidades para novos fornecedores e investidores. “O debate quanto à necessidade de manutenção e de ampliação dos investimentos no transporte público de passageiros sobre trilhos de alta capacidade é imprescindível para viabilizar as metrópoles brasileiras, por todos os benefícios econômicos, sociais e ambientais que esses sistemas proporcionam.”

A feira Negócios nos Trilhos é aberta apenas para os profissionais do mercado ferroviário. O credenciamento dos visitantes pode ser feito no endereço eletrônico do evento. l

SERVIÇO Negócios nos Trilhos 2011 De 8 a 10 de novembro, das 14h às 20h Local: Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme – São Paulo (SP) Mais informações: http://revistaferroviaria.com.br/nt2011


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ANPET

Estímulo à pesquisa e à produtividade Vencedores do Prêmio CNT de Produção Acadêmica serão conhecidos em novembro DA REDAÇÃO

s dez vencedores da 16ª edição do Prêmio CNT de Produção Acadêmica serão conhecidos no início de novembro, durante o 25º Congresso de Pesquisa e Ensino em Transporte, que será realizado em Belo Horizonte (MG). Neste mês de outubro, os trabalhos inscritos estão sendo avaliados. Também será divulgado no congresso em Minas Gerais o livro “Transporte e Transformação”, com os projetos vencedores na edição de 2010. O prêmio foi criado em 1996, por meio de uma parceria da CNT e da Anpet (Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes). A proposta é incentivar a pes-

O

quisa e estimular a descoberta de tecnologias e formas de gestão que contribuam para a melhoria da produtividade e da competitividade do setor. Os trabalhos científicos premiados abordam temas como transporte de cargas e passageiros, logística, soluções tecnológicas e gestão. Nas produções há, por exemplo, soluções para a redução de custos operacionais nas empresas, aumento de qualidade e desempenho dos serviços, propostas ou estudos de regulamentação do setor e iniciativas de responsabilidade socioambiental. Os trabalhos são analisados pelo Comitê Científico da Anpet e por uma comissão julgadora, constituída por especialistas em transporte da CNT. l

PREMIADOS EM 2010 Veja os títulos dos trabalhos que estarão no livro “Transporte e Transformação” • Variação sistemática da preferência em modelos de escolha de modo no acesso terrestre e aeroportos, considerando a confiabilidade do tempo de viagem • Aplicação da análise envoltória de dados na avaliação da eficiência de rodovias federais concessionadas • Entendendo a rede de atores de um projeto de transporte urbano: caso do VLT de Brasília • Análise comparativa da eficiência energética entre os ciclos de vida do gás natural veicular comprimido e da energia termelétrica a gás para uso final em automóveis leves • Proposta de sistema BRT com segmento de faixa exclusiva única bidirecional • O uso da microssimulação na avaliação do desempenho da segurança viária • Programação de veículos com múltiplas garagens: soluções de apoio ao processo de licitação de linhas urbanas • Uma aplicação da busca tabu para o problema do carregamento no transporte de carga parcelada • Sistema de transporte rodoviário de cargas: uma proposta para sua estrutura e elementos • Adaptação do HCM 2000 para análise da capacidade e do nível de serviço em rodovias de pista simples no Brasil


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SEST SENAT

Trânsito sem acidentes Unidades realizam ações educativas em todo o país e orientam motoristas e pedestres sobre segurança no trânsito POR

om o tema “Todos juntos por um trânsito sem acidentes”, as unidades do Sest Senat em funcionamento no país promoveram diversas atividades durante a Semana Nacional de Educação no Trânsito, realizada entre os dias 18 e 25 de setembro. Foram realizadas palestras, blitze educativas, apresentações teatrais, gincanas, exposições e outras ações que abordaram a importância do envolvimento tanto de pedestres quanto de motoristas no cumprimento das regras de trânsito e na redução do número de mortes em decorrência dos acidentes.

C

LIVIA CEREZOLI

Neste ano, o tema central da Semana Nacional de Educação no Trânsito, definido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), trabalhou as ações da Década de Ação pela Segurança no Trânsito – 2011 a 2020. O programa, lançado oficialmente em 11 de maio deste ano, pela ONU (Organização das Nações Unidas), estabelece o prazo de dez anos para que os 178 países que assinaram o acordo reduzam em até 50% as mortes causadas por acidentes de trânsito. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), esses acidentes são a nona causa de mortes no mundo. O Brasil

ocupa o quinto lugar entre os recordistas, atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Os dados mais recentes do Sistema de Informação de Mortalidade, do Ministério da Saúde, mostram que, em 2008, foram registradas 38.273 mortes no trânsito brasileiro. O Sest Senat participa da Semana Nacional de Educação no Trânsito com o objetivo de conscientizar e de educar as pessoas para a manutenção de um trânsito mais seguro. Mais de 920 mil pessoas já participaram das ações. Em Poços de Caldas, Minas Gerais, as atividades foram realizadas em parceria com o DER (Departamento de Estradas de

Rodagem), a Polícia Rodoviária Estadual e o Demutran (Departamento Municipal de Trânsito). Mais de 1.200 motoristas foram abordados nas três blitze educativas realizadas na entrada e na região central da cidade. Eles receberam material educativo e orientações sobre os cuidados que devem ter ao dirigir nas cidades e nas rodovias do país. Durante a semana, também foram exibidos vídeos sobre o tema para alunos do 1º ao 5º ano do Colégio Municipal Vicentina Massa. Segundo o coordenador do Senat de Poços de Caldas, Renan De Biagi Naves Resende, o resultado das ações de 2011 superou as expectativas. “A cada ano, percebemos que mais pessoas estão se envolvendo na causa. Os motoristas estão cada vez mais conscientes da responsabilidade que eles têm no trânsito”, afirma ele. Para a coordenadora-geral de qualificação do fator humano no trânsito do Denatran, Cristina Hoffman, as ações educativas, principalmente as blitze, são importantes para chamar a população para repensar as atitudes que são praticadas no trânsito. “As regras existentes precisam ser cumpridas porque o único objetivo delas é a manutenção da vida.” Acompanhe a seguir as atividades desenvolvidas em outras unidades do Sest Senat.


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69

SEST SENAT POÇOS DE CALDAS/DIVULGAÇÃO

CONSCIENTIZAÇÃO Em Poços de Caldas (MG), motoristas foram orientados sobre comportamento no trânsito


ANÁPOLIS (GO)

SÃO VICENTE (SP) SEST SENAT ANÁPOLIS/DIVULGAÇÃO

om apresentações teatrais exibidas durante toda a semana nas principais ruas da cidade, o Sest Senat e a CMTT (Companhia Municipal de Trânsito e Transportes) de Anápolis conscientizaram pedestres e motoristas sobre a importância de respeitar as faixas de pedestres. Também foram distribuídos panfletos educativos nas escolas da

C

cidade e realizado um passeio ciclístico. “É interessante perceber, a cada abordagem, que a conduta dos pedestres e motoristas no trânsito vem mudando. Eles já reconhecem as suas responsabilidades. As campanhas educativas contribuem para isso”, diz Ana Paula Miranda Fernandes, instrutora do Sest Senat.

RIO BRANCO (AC) a capital do Acre, a Semana Nacional de Trânsito foi realizada em parceria com o Detran (Departamento de Trânsito) e a Ciatran (Companhia de Polícia Militar de Trânsito) de Rio Branco. Durante cinco dias, o Sest Senat participou de blitze educativas rea-

N

a cidade do litoral paulista, as atividades da Semana Nacional do Trânsito foram voltadas para a educação de crianças e adolescentes. Em parceria com a prefeitura de São Vicente, a Viação Piracicabana e a Polícia Rodoviária Estadual, o Sest Senat ofereceu palestras, apresentações teatrais e outras atividades lúdicas para mais

N

JOÃO PESSOA (PB) lizadas nas ruas mais movimentadas e que registram o maior número de acidentes da cidade. Mais de 5.000 motoristas e pedestres foram abordados e alertados sobre a importância de respeitar as faixas de pedestres e, assim, reduzir os índices de atropelamentos. SEST SENAT RIO BRANCO/DIVULGAÇÃO

ais de 1.600 pessoas, entre estudantes, motoristas e pedestres, participaram das atividades desenvolvidas pelo Sest Senat na capital paraibana, entre os dias 19 e 23 de setembro. Foram realizadas palestras em escolas, associações e empresas de transporte sobre a importância da educação para um

M


CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2011

71

SEST SENAT SÃO VICENTE/DIVULGAÇÃO

CARIACICA E VIANA (ES) o Espírito Santo, as principais ações estiveram voltadas para a conscientização de pedestres e motociclistas. Em parceria com o Detran (Departamento de Trânsito) do Espírito Santo, o Sest Senat de Cariacica realizou mais de 30 mil abordagens e distribuiu material educativo nos dez terminais de ônibus urbanos da

N

Grande Vitória. Em Viana, no dia 22, a blitz educativa realizada na rodovia José Sette contou com a participação de aproximadamente 450 motociclistas. A ação foi desenvolvida em parceria com o BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito) do Espírito Santo. Também foram realizadas palestras educativas em escolas públicas. SEST SENAT CARIACICA/DIVULGAÇÃO

de 900 alunos das redes municipal e estadual de ensino. A semana foi encerrada com a realização do Transporte e Cidadania que contou com atividades de esporte, lazer, cultura, recreação, educação para a saúde e prestação de serviços ao cidadão. Mais de 12 mil pessoas participaram do evento no dia 25 de setembro.

BLUMENAU (SC) SEST SENAT BLUMENAU/DIVULGAÇÃO

trânsito seguro e sem acidentes, além de gincana, exposição e blitze educativas nos principais pontos da cidade. As ações contaram com a parceria da Associação Nordestina de Resgate e Administração de Emergência, Cooperativa de Transporte Escolar, ONG Etev (Educar para o Trânsito, Educar para a Vida) e Colégio Líder.

Semana do Trânsito foi marcada por palestras educativas oferecidas pelo Sest Senat em parceria com o 23º Batalhão de Infantaria de Blumenau e com a empresa de transportes Canarinho, com sede em Jaguará do Sul (SC). Aproximadamente 200 pessoas, entre jovens soldados e motoristas profissionais, receberam orientações sobre a importância de cada um ser responsável pelo trânsito. “É difícil mudar a cultura que as pessoas têm sobre o trânsito, mas acreditamos que é possível. Nossa ideia ao oferecer as palestras educativas é justamente essa”, afirma Maurício Dalpiazi, l gerente da unidade.

SEST SENAT JOÃO PESSOA/DIVULGAÇÃO

A


72

CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2011

FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas

BOLETIM ESTATÍSTICO

SETEMBRO - 2011

RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

29.637 28.465 11 12

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

Federal 63.117 Estadual Coincidente 17.417 Estadual 106.548 Municipal 26.827 Total 213.909

13.337 5.488 113.451 1.234.918 1.367.194

76.454 22.905 219.999 1.261.745 1.581.103

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

15.114 1.195

2.230.647 443.044 836.464 650.886 13.976 40.000 25.120 105.000

FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias

11.738 8.066 1.674 6.987 28.465

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)

92.814 2.919 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.289 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais Domésticos Pequenos e aeródromos

32 35 2.498

173 AERONAVES - UNIDADES A jato Turbo Hélice Pistão Total

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total

122 37

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

139

44.000 29.000 13.000 1.148

873 1.783 9.513 12.505

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


CNT TRANSPORTE ATUAL

73

OUTUBRO 2011

BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

R$ bilhões

Investimentos em Transporte da União Dados Atualizados Setembro/2011

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Investimentos em Transporte da União por Modal (Total Pago Acumulado - até Setembro/2011) (R$ 8,93 bilhões)

17,72

1,09 ( 12,3%)

8,91

0,44 ( 5,0%)

7,26 (81,3%)

6,38

0,11 (1,3%)

2,53

0,01 (0,1%)

Autorizado Valor Pago do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

CIDE - 2011

(R$ Milhões)

Arrecadação no mês Setembro/2011 Arrecadação no ano (2011) Investimentos em transportes pagos (2011) CIDE não utilizada em transportes (2011) Total Acumulado CIDE (desde 2002) valores pagos em infraestrutura (CIDE) não utilizado (CIDE)

848,0 6.114,0 1.044,0 5.070,0 70.463,0 17%

83%

Obs.: são considerados todos os recursos não investidos em infraestrutura de transporte.

80 70 60 50 40 30 20 10 0 2 200

Ferroviário

Aquaviário

Aéreo

Outros

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2011

PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial4 Reservas Internacionais5 Câmbio (R$/US$)6

2010

acumulado em 2011

últimos 12 meses

Expectativa para 2011

7,50 10,75 5,91 16,88

4,17

-

3,51 11,00 6,52 25,00

12,00 3,56 19,98

288,58

7,23 28,54 350,09

1,75

1,60

1,68

70,4 Observações: 1 - Taxa de Crescimento do PIB 2011 e acumulada em 12 meses. 2 - Taxa Selic conforme Copom 31/08/2011

33,3

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até setembro/2011 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até setembro/2011. 5 - Posição dezembro/2010 e setembro/2011 em US$ Bilhões 6 - Câmbio de fim de período setembro/2011, média entre compra e venda.

3 200

4 200

5 200

Arrecadação Acumulada CIDE

6 200

7 200

8 200

9 200

0 201

1 201

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (Setembro/2011), IBGE e Focus - Relatório de Mercado 23/09/11), Banco Central do Brasil.

Investimento Pago Acumulado

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente é cobrada sobre a comercialização e importação de gasolina (R$ 0,19/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte.Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vingentes.

8

R$ bilhões

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

Rodoviário

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES (PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)


74

CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2011

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS • Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS ESTRUTURA

NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2011

2007 A 2010 392.507 Aprovação no período 87,05%

TOTAL

ATÉ JULHO

AGOSTO

108.527

18.588 89,18%

88,18 %

519.622 87,36%

Federações participantes

21

Unidades de atendimento

71

Empresas atendidas

7.400

Caminhoneiros autônomos atendidos

8.860

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado

Conheça abaixo uma das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

Passageiro

FEDERAÇÃO FENACAM FETRANSPORTES FETRABASE FETCESP FETRANCESC FETRANSPAR FETRANSUL FETRACAN FETCEMG FENATAC FETRANSCARGA FETRAMAZ FETRANSPORTES FETRABASE FETRANSPOR FETRONOR FETRAM FEPASC CEPIMAR FETRAMAR FETRANORTE FETRASUL FETERGS

UFS ATENDIDAS

TELEFONE

PR e MG ES BA e SE SP SC PR RS AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA MG DF, TO, MS, MT e GO RJ AC, AM, RR, RO, AP e PA ES BA e SE RJ RN, PB, PE e AL MG SC e PR CE, MA e PI MS, MT e RO AM, AC, PA, RR e AP DF, GO, SP e TO RS

41.3347-1422 27.2125-7643 71.3341-6238 11.2632-1010 48.3248-1104 41.3333-2900 51.3374-8080 81.3441-3614 31.3490-0330 61.3361-5295 21.3869-8073 92.2125-1009 27.2125-7643 71.3341-6238 21.3221-6300 84.3234-2493 31.3274-2727 41.3244-6844 85.3261-7066 65.3027-2978 92.3584-6504 62.3598-2677 51.3228-0622

8

SETOR Autônomo

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

Em 2012, está prevista para entrar em vigor a fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) para veículos pesados. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) considera que este fato terá impactos significativos no setor, uma vez que novos elementos farão parte do dia a dia do transportador rodoviário. Nesse contexto, a CNT elaborou a presente publicação, com o objetivo de disseminar informações importantes sobre o que está por vir. O trabalho apresenta ao setor as novas tecnologias e as implicações da fase P7 em relação aos veículos, combustíveis e aos ganhos para o meio ambiente. 1,9 2,0


CNT TRANSPORTE ATUAL

75

NOVEMBRO 2011

BOLETIM AMBIENTAL EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 47,78 48,45 1.574,56

SETOR

Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Outros setores Geração de energia Total

(%) 76,30 8,90 8,60 3,12 3,10 100,00

PARTICIPAÇÃO

MODAL

MILHÕES DE

m3

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

32,71

96,60

Ferroviário

0,69

2,00

Hidroviário

0,48

1,40

33,88

100,00

*Inclui processos industriais e uso de energia

Total

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

Rodoviário Aéreo Outros meios Total

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

PARTICIPAÇÃO

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)* TIPO

CO2 t/ANO 36,65 32,49 8,33 5,83 83,30

Caminhões Veículos leves Comerciais leves – Diesel Ônibus Total

2010

2011

Diesel

(%) 44,00 39,00 10,00 7,00 100,00

39,01

41,56

44,76

44,29

49,23

28,86

Gasolina 24,01

24,32

25,17

25,40

29,84

19,62

9,37

13,29

16,47

15,07

6,22

Etanol

6,19

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009 60,00%

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

50,00% 40,00%

Comerciais Leves (Otto) Automóveis * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV

CO2 30,00% NOx 20,00% CO NMHc 10,00% MP 0,00% MP

GNV

Motocicletas

Caminhões Pesados

Ônibus Ônibus Urbanos Caminhões médios Comerciais Leves Rodoviários (Diesel)

Japão EUA Europa

10 ppm de S 15 ppm de S de 10 a 50 ppm de S Frotas cativas de ônibus urbanos das regiões metropolitanas da Baixada Santista, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife. Diesel metropolitano

Caminhões Leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - AGOSTO 2011

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Brasil

2009

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009

CO2 NOx NMHc CO CH4 MP

2008

(ATÉ JULHO)

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO VEÍCULO

2006 2007

0,9% 0,0% 35,8% 36,8%

50 ppm de S 1,9%

500 ppm de S

24,5%

(grandes centros urbanos)

Diesel interior

Corante 0,0% Aspecto 35,8%

1.800 ppm de S

(substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Teor de Biodiesel 36,8% Outros 0,9%

Pt. Fulgor 24,5% Enxofre 1,9%

* Em partes por milhão de S - ppm de S

% NC

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - AGOSTO 2011 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Trimestre Anterior Trimestre Atual

7,2 5,9

4,3 4,3

4,0

0,0

AC 0,0 0,0

AL 4,0 2,2

AM 7,2 8,4

0,0

1,0

AP 0,0 0,0

BA 1,0 0,8

1,2

1,6

1,5

DF 0,0 0,0

0,9

ES 1,6 1,6

GO 1,5 0,3

MA 0,6 0,6

MG 1,6 1,1

MS 0,9 1,5

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

3,6 2,2

1,7

0,6

0,0

CE 1,2 1,5

1,6

2,6

MT 5,9 6,0

PA 1,7 1,1

PB 4,3 3,2

PE 2,6 3,6

0,4

0,9

PI 0,4 0,4

PR 0,9 0,9

0,8

0,0

RJ 2,2 2,2

RN 1,9 1,6

2,6 1,9

1,9

RO 0,0 0,0

0,9 0,0

RR 4,3 5,2

RS 0,8 0,8

SC 0,9 1,2

SE 3,6 2,2

SP 2,6 2,9

TO 0,0 0,0

Brasil 1,9 2,0


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

EFEITOS CARACTERÍSTICAS

SAÚDE HUMANA

Monóxido de carbono (CO)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis1 e de fontes fixas industriais2.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

Dióxido de Carbono (CO2)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis1 e de fontes fixas industriais2.

Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis1 e fixas2, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais3.

Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

MEIO AMBIENTE

Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

Compostos orgânicos voláteis (COVs)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis1 e processos industriais3.

Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida4. tendência para problemas respiratórios.

Ozônio (O3)

Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Dióxido de enxofre (SO2)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis1 e processos industriais3.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, nãoinflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida4, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

Material particulado (MP)

Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.

8

1. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 2. Fontes fixas: Centrais elétricas e termoeléctricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 3. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 4. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br



“O plano de voo da autoridade monetária tem se baseado na avaliação de que o impacto da crise externa no Brasil é desinflacionário” DEBATE

Quais os principais desafios para o Brasil crescer em um

Nova política econômica é estratégia arriscada RAFAEL BACCIOTTI

o contrário da crise de 2008, os problemas atuais na zona do euro estão menos relacionados a um risco sistêmico de falência de instituições financeiras, mas ao aumento do endividamento público e do risco de insolvência em algumas economias (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha) e à percepção de menor crescimento também nas economias maduras. Apesar das operações de resgate anunciadas, os investidores continuam reticentes com a situação desses países. O cenário básico para a economia internacional é de baixo crescimento das economias avançadas, ainda que com uma contraposição das economias emergentes. No Brasil, na última reunião do Comitê de Política Monetária, a taxa básica de juros foi reduzida em 0,50 ponto percentual. O plano de voo da autoridade monetária tem se baseado na avaliação de que o impacto da crise externa no Brasil é desinflacionário e em um cenário de cumprimento das metas fiscais,

A

RAFAEL BACCIOTTI Economista da Tendências Consultoria Integrada

levando a inflação para o centro da meta já em 2012. Em primeiro lugar, faltam evidências de que as implicações do cenário internacional para a economia brasileira sejam desinflacionárias, pelo menos sem que haja uma evolução mais dramática lá fora. Pelo lado da composição câmbio e commodities, a desvalorização do real não tem sido acompanhada por queda expressiva nos preços das commodities. Pelos canais de atividade, crédito e confiança, observa-se uma desaceleração em curso, mas nada que sugira uma desaceleração advinda da crise, e mais decorrentes das medidas restritivas adotadas pelo governo, como a elevação da taxa Selic até julho, a redução das despesas fiscais e a elevação de compulsório para moderar a expansão do crédito. O atual governo sinaliza que a resposta brasileira ao cenário internacional será dada por uma combinação de afrouxamento monetário com política fiscal mais restritiva. O governo desenha uma política econômica com uma série de objetivos: (a) manutenção da infla-

ção, (b) redução da taxa de juros, (c) defesa da indústria, (d) desvalorização cambial e (e) aumento dos investimentos, para citar apenas alguns. A equipe econômica, entretanto, parece ignorar os trade-offs entre esses objetivos. A autoridade monetária, por outro lado, não trabalha mais como contraponto ao experimentalismo na política econômica, o que revela um peso maior a uma meta mínima para o crescimento econômico. Os custos de não cumprimento da banda e de uma inflação ascendente são elevados e, ao focar em uma inflação abaixo do teto da meta, o governo minimiza os efeitos políticos das alterações no regime de metas e evita a perda de popularidade. Esse novo foco da política econômica traz uma situação complicada, dado que os riscos de não cumprimento da meta ao longo do tempo se tornam mais elevados. Em termos de crescimento, os benefícios são limitados pelas restrições de oferta (infraestrutura e mercado de trabalho), e não de demanda, o que traz impactos sobre preços, e não sobre produção.


“País precisa fazer as reformas fiscal, tributária, previdenciária, trabalhista e política e aumentar os investimentos públicos”

cenário de (quase) recessão?

Situação preocupa e exige fazer o dever de casa EDSON ROFFÉ BORGES

Brasil insiste em manter uma política macroeconômica que tem como principais instrumentos de ação a política cambial, num “realismo artificial”, pois a taxa de câmbio não é determinada apenas pelo saldo da balança comercial e pelo volume de reserva de divisas; uma política fiscal de crescente e injusta carga tributária, até para compensar o aumento da sonegação e das renúncias; uma política financeira apoiada em taxas de juros recordes, que se refletem no aumento do endividamento financeiro que já supera a dívida creditícia original, limitando o dinamismo do mercado interno eleito como o segundo mais importante “motor” do crescimento. A confirmar isso basta analisar o crescente aumento no índice de inadimplência, que, de alguma forma, é produzida e alimentadora das altas taxas de juros. Essa política macroeconômica vinha funcionando com razoável sucesso, mesmo sem resolver os problemas estruturais, porém, num quadro econômico internacional bem comportado, que desabou a partir de 2008 com a crise financeira.

O

Ademais, a rigor, o Brasil não adotou nenhuma política econômica explicitamente destinada a, no mínimo, mitigar os efeitos que a crise gerou na economia, que em 2011 começam a ser vistos, sobretudo com a queda dos investimentos produtivos privados e com a diminuição na geração de empregos, em especial na indústria de transformação. Quem pensava que a crise de 2008 era uma simples “marolinha” e que o Brasil era uma “ilha” protegida, pode ver agora que a realidade é outra, bastando destacar o seguinte: 1. O crescimento do PIB este ano e possivelmente em 2012 será em torno de 4%, aquém do que se vinha tendo até recentemente; 2. A demanda agregada cresce em ritmo cada vez menor; 3. As importações de manufaturados de consumo durável cada vez mais substituem os similares nacionais e quebram empresas nacionais, sobretudo as pequenas e médias; 4. Graças às altas taxas de juros e ao lucro retornável, a entrada de capital continua crescendo em busca de proteção e rápido retorno; 5. Esses ingressos vêm com-

pensando o déficit em transações correntes, que este ano já cresceu 2,5%, e garantiu as reservas superiores a US$ 300 bilhões; 6. Essa reserva de divisas tem também seu lado perverso: lá fora rende algo como 1% ao ano, enquanto a rolagem da nossa dívida pública interna (hoje em R$ 1,7 trilhão) tem um custo anual próximo dos 12%; 7. Em que pese o recente aumento dos preços, a taxa de inflação ainda se mostra sob controle, mas já começa a pesar no bolso dos trabalhadores de menor renda, sobretudo nos bens de consumo final. Diante desse quadro preocupante, o país precisa fazer o dever de casa, que inclui as reformas fiscal e tributária, da previdência, trabalhista e política, afora o aumento nos investimentos públicos, sobretudo para resolver os estrangulamentos na infraestrutura econômica e social; ampliar os gastos em educação, pesquisa e tecnologia; mudar as políticas financeira e creditícia, cujos beneficiários são os bancos e instituições financeiras, e EDSON ROFFÉ BORGES enfrentar a monstruosa dívida Vice-presidente da Federação Nacional dos Economistas e consultor econômico pública interna.



CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2011

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“Sabemos que uma das razões para a falta de motoristas profissionais é o preço alto para tirar o documento”

CLÉSIO ANDRADE

OPINIÃO

Carteira Nacional de Inclusão

A

pesar dos incontestáveis avanços sociais e econômicos que o Brasil experimenta nesses últimos anos, ainda vivemos em um país com uma expressiva camada da população formada por pessoas muito pobres. Os governos atual e o anterior tiveram o mérito de incluir na pauta dos temas relevantes nacionais o combate à mais extrema pobreza. A inclusão social com ampliação da capacidade de consumo tem sido a estratégia do governo para esse segmento da população. Porém, não bastam apenas ações assistencialistas, são necessárias políticas criativas que promovam o crescimento e a autossuficiência dos indivíduos. Em setembro passado, apresentamos no Senado um projeto de lei para garantir a Carteira Nacional de Habilitação gratuita para pessoas cuja renda familiar mensal seja inferior a R$ 1.635, subsidiada com recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). A medida beneficia aqueles que vão obter a primeira carteira e/ou os que querem mudar de categoria. Sabemos que uma das razões para a falta de motoristas profissionais é o preço alto para tirar o documento. Considerando as aulas práticas e teóricas de mecânica, cidadania, condução dos veículos, entre outras, que devem fazer parte da boa formação de um profissional, o investimento é de aproximadamente R$ 1.500. Hoje, o setor de transporte precisa de 40 mil motoristas profissionais para contratação imediata, porém não há mão de obra disponível no mercado. Carência que já é uma ameaça à expansão das empresas. O

preenchimento dessas vagas representa o fortalecimento da economia, implica na criação de mais empregos em outros setores das empresas, mas principalmente na inserção instantânea de 40 mil famílias no mercado de consumo e a porta de saída, para muitos, dos programas sociais do governo. Habilitar para a condução profissional de veículos 40 mil pessoas custaria um máximo de R$ 60 milhões, valor que julgamos irrelevante, diante dos resultados sociais e econômicos que comprovadamente atingiremos com a inclusão desses cidadãos, e irrisório diante da capacidade de arrecadação da Cide, que deve atingir a casa dos R$ 8,63 bilhões este ano. Se somarmos a iniciativa do projeto de lei ao Programa de Formação de Motoristas desenvolvido pelo Sest Senat para formar novos profissionais em cursos gratuitos por todo o Brasil, temos aí ações de peso que merecem a consideração de toda a sociedade, pela capacidade efetiva de transformar realidades adversas. As inscrições estão abertas em todas as unidades do Sest Senat, onde os cursos serão realizados. O público-alvo da formação são motoristas recémhabilitados sem experiência no setor de transporte. O projeto de lei nº 593/2011 tramita no Senado Federal e pode receber emendas. Chamamos a atenção de toda a sociedade, especialmente de meus pares parlamentares, para a importância da aprovação desse projeto de lei, sobretudo pela oportunidade de alcançarmos um número significativo de pessoas que ainda margeiam a possibilidade de uma vida mais digna, que afinal almejamos para cada um dos brasileiros.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade PRESIDENTE DE HONRA DA CNT Thiers Fattori Costa

OUTUBRO 2011

Victorino Aldo Saccol José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES

VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes

Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva

CELULAR NO TRÂNSITO Parabéns à revista CNT Transporte Atual pelo alerta feito na reportagem “Inimigo Íntimo”, da edição nº 193, sobre o risco do uso do celular ao volante. É impressionante como as pessoas não cumprem as regras de trânsito e não têm medo de se envolverem em acidentes. Como vamos reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020, como se propôs o governo, se os nossos motoristas ainda praticam atitudes desse tipo? Precisamos de mais educação e conscientização nas ruas das nossas cidades. Lúcio Vaz Alcântara Marília/SP

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Roque Fernando Ferreira Becker Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante Eclésio da Silva

NOVA PISTA RIO/PETRÓPOLIS Acompanhei todas as etapas das construções das novas variantes entre essas duas cidades (Rio de Janeiro e Petrópolis). Sempre achei que faltava a solução do trecho relatado, na edição de agosto de 2011, pela exposição simples e objetiva da jornalista Cynthia Castro, dando informação sobre a intenção de construir um novo trecho que substituirá a rodovia

usada por D. Pedro para ir de carruagem do Rio para Petrópolis. Apenas um comentário: o Rio de Janeiro não ficará mais perto de Petrópolis; ficará mais perto de todas as cidades até Brasília, nossa capital. Parabéns e obrigado pela boa notícia. Paulo Roberto Mendes Gonçalves Belo Horizonte/MG ÔNIBUS DE LUXO Sempre preferi viajar de ônibus e, agora, depois de ler na revista CNT Transporte Atual sobre as inovações que as empresas estão oferecendo, fico ainda mais empolgada para fazer novas viagens. Quando busco uma empresa de ônibus sempre verifico a qualidade do serviço oferecido. Para mim, conforto e segurança são essenciais sempre. Cláudia Torres Maringá/PR

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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