Revista CNT Transporte Atual 207

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XVIII NÚMERO 207 DEZEMBRO 2012

T R A N S P O R T E

A T U A L

Problemas

continuam

Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral das vias em comparação ao ano passado LEIA ENTREVISTA COM SÉRGIO SALOMÃO, PRESIDENTE DA ABRATEC




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CNT TRANSPORTE ATUAL

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REPORTAGEM DE CAPA Pesquisa CNT de Rodovias indica piora no estado geral das rodovias brasileiras; 62,7% da extensão avaliada apresenta alguma deficiência e houve aumento nos problemas de sinalização, presentes em 66,2% dos trechos Página 20

CNT TRANSPORTE ATUAL

ANO XVIII | NÚMERO 207 | DEZEMBRO 2012

ENTREVISTA

Sérgio Salomão aborda transporte por contêineres PÁGINA

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OPORTUNIDADE • Em palestra na sede da CNT, Max Gehringer destaca a importância de estudar para aproveitar as chances do mercado

CAPA Pesquisa CNT de Rodovias 2012

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COMÉRCIO EXTERIOR

RECONHECIMENTO

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

CNT e Anpet Porto francês ganha premiam trabalhos pelo 2º ano o título científicos de melhor europeu PÁGINA

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ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

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EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]

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ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

TECNOLOGIA

REGIME AUTOMOTIVO

Salão do Automóvel O que propõe o mostra novidades Inovar-Auto, lançado em São Paulo pelo governo PÁGINA

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REVISTA CNT NO IPAD A Revista CNT Transporte Atual traz uma novidade: a publicação ganhou uma versão para iPad. Ficou mais fácil ler uma das principais revistas sobre transporte do país. É só baixar gratuitamente o aplicativo “Revista CNT” na App Store e fazer o download das edições novas a cada mês. Para quem não tem tablet, continuam valendo as versões impressa e eletrônica no Issu.

PRÊMIO CNT DE PRODUÇÃO ACADÊMICA

FERROVIA • A polêmica Estrada de Ferro Madeira-Mamoré completa cem anos de inauguração e busca o reconhecimento com o título de Patrimônio da Humanidade PÁGINA

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TRANSPORTE AÉREO

SONDAGEM

Simpósio alerta para cuidado com a manutenção

Empresários ficam mais cautelosos no final de 2012

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PARCERIA

Seções Alexandre Garcia

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Mais Transporte

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Boletins

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Debate

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Opinião

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Cartas

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CNT e Sest Senat aderem a projeto de redução de acidentes PÁGINA

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SEST SENAT

Dia das Crianças é comemorado nas unidades PÁGINA

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Anualmente dez trabalhos são homenageados no Prêmio CNT de Produção Acadêmica, criado para incentivar a pesquisa e estimular o estudo de tecnologias que contribuam com o progresso do transporte. Confira, na Agência CNT, a lista dos trabalhos vencedores da edição 2012. Todos serão publicados na próxima edição do livro “Transporte em Transformação”. http://www.cnt.org.br/Paginas/ Agencia_Noticia.aspx?n=8624

MÍDIAS SOCIAIS Sabia que os modelos de cadeirinha para transportar crianças variam de acordo com a idade e o peso? Na página da Agência CNT no Facebook você encontra esta e outras orientações para não infringir a lei e cuidar da segurança no trânsito. Curta e compartilhe as nossas campanhas. www.facebook.com/cntbrasil

E MAIS Programa Despoluir • Conheça os projetos • Acompanhe as notícias sobre meio ambiente

Canal de Notícias • Textos, álbuns de fotos, boletins de rádio e matérias em vídeo sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte • Conferências, palestras e seminários • Cursos de Aperfeiçoamento • Estudos e pesquisas • Biblioteca do Transporte

Sest Senat • Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Notícias das unidades • Conheça o programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual

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“Pesquisa mostra que o morador de nossas cidades maiores perde 80 minutos por dia no trânsito. Dá mais de 20 dias num ano” ALEXANDRE GARCIA

O congestionamento final

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rasília (Alô) - A venda de automóveis na Europa caiu para os níveis de 20 anos atrás. É um pouco a crise financeira, mas é principalmente o fato de que as cidades europeias têm um eficiente transporte de massa – metrô e trem – transporte público que funciona – ônibus e bondes – e muita bicicleta em suas ciclovias. Há pouco estive em Berlim e vi que os funcionários da Embaixada do Brasil vão para o trabalho de bicicleta e suas famílias usam esse transporte para ir para a escola, o supermercado, as diversões. Como não precisam de carro, nem compram. E há os que usam o veículo para a atividade que é dita no seu nome: passeio. Grandes montadoras europeias estão no Brasil. Agora até a BMW, de Munique. O Brasil é um mercado promissor. Milhões de pessoas estão podendo comprar carro financiado em baixas prestações. Os impostos são altíssimos – e o governo reconhece isso dando abatimento no IPI para estimular a atividade das montadoras. Os juros também são altos, mas parece que não há preocupação com o endividamento. Não se acredita que vá acontecer o que ocorreu na Espanha. Por outro lado, a margem de lucro das montadoras no Brasil está entre as mais altas do planeta. Uma festa bem brasileira. Todo mundo espera voltar feliz e bêbado para casa. Jayme Lerner me disse semana passada que tem vontade de esmagar os automóveis como se

fossem insetos. Baratas. Que eles são a raiz dos grandes problemas de mobilidade nos centros urbanos. Mesmo cidades menores já não têm onde estacionar. E os congestionamentos de carros – mesmo com alternância de placas pares com ímpares – prejudicam todos os demais meios de transporte. Ônibus com 50 passageiros não andam por causa de 50 automóveis conduzindo o mesmo número de pessoas. Agora se divulga uma pesquisa mostrando que o morador de nossas cidades maiores perde 80 minutos por dia no trânsito. Oitenta vezes 365 dias dá mais de 20 dias num ano. Aos 50 anos de vida, jogamos fora dois anos inteiros. Isso sem contar a redução de expectativa de vida pelos abalos que a saúde sofre a cada dia que se vê o tempo se esvair na lentidão do tráfego. E o que tem feito o país para resolver isso? Estaríamos esperando a chegada do Big One? O grande congestionamento em que ninguém mais conseguirá andar para frente, para trás ou para os lados? As grandes cidades estão dando avisos todos os dias, há décadas. Cidades planejadas, como Brasília, Belo Horizonte e Goiânia já viram sucumbir o planejamento, esmagado pela grande quantidade de carros, que só existem nas ruas porque não há um transporte coletivo eficiente. Quem pretende continuar fabricando e vendendo carros precisa se juntar aos governos para dar solução. Se quiserem sobreviver, têm que ajudar as cidades a sobreviverem.


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"A movimentação de contêineres nos portos nacionais tem Há uma utilização crescente para o acondicionamento seguro

ENTREVISTA

SÉRGIO SALOMÃO - PRESIDENTE DA ABRATEC

Transporte por c POR

presidente da Abratec (Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público), Sérgio Salomão, destaca que tem havido um aumento do transporte por contêineres nos portos brasileiros, inclusive para cargas, como minério, açúcar e soja. Segundo ele, 70% da carga geral negociada no comércio internacional é transportada em contêineres. Para que o setor portuário possa melho-

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CYNTHIA CASTRO

rar o seu desempenho, o presidente da Abratec destaca a necessidade de haver fortes investimentos para eliminar as dificuldades nos acessos aos terminais. Esse problema, segundo Salomão, significa "os verdadeiros gargalos que estrangulam a movimentação e o escoamento das cargas". O presidente da associação também defende a manutenção do marco regulatório do setor e considera que é necessário ainda redu-

zir a burocracia. A Abratec representa as empresas vencedoras de licitações e arrendatárias de terminais especializados na movimentação e armazenagem de contêineres. Conforme dados da entidade, essas empresas empregam 9.500 colaboradores e operam 13 terminais em todo o país. Em 2011, esses terminais responderam por 74% da movimentação de contêineres nos portos brasileiros, de acordo com

informações da Abratec. Leia a seguir, trechos da entrevista com o presidente da associação. O senhor defende a preservação do marco regulatório do setor portuário? A Abratec defende a manutenção do marco regulatório do setor porque entende que o serviço portuário é público e tem que ser tratado por meio de licitação pública.


ABRATEC/DIVULGAÇÃO

crescido 10% ao ano. da carga geral"

ontêiner Quais pontos principais citaria que precisam ser preservados e por quê? O marco regulatório atual é favorável à atividade portuária e à sua expansão. A prova é que, por meio do sistema portuário brasileiro, a corrente de comércio exterior passou de US$ 100 bilhões, em 1996, para US$ 480 bilhões, em 2011. Portanto, é inexplicável a tendência de alteração do marco regulatório, até porque o estudo "Por-

tos 2021", elaborado pelo Instituto Ilos, mostra que existe capacidade atual e futura do segmento portuário de contêineres para atender às demandas do comércio exterior. Qual foi a proposta desse estudo? O objetivo do estudo foi subsidiar o governo com dados isentos e rigorosamente técnicos com relação à realidade portuária brasileira no segmento de contêineres e

projeção desse setor até o ano de 2021. A conclusão é que, além de não haver estrangulamento na capacidade dos terminais de contêineres do país, as previsões para 2021 são positivas por conta de obras de expansão e adequação já autorizadas e

possíveis de ser realizadas pelos terminais, por meio de investimentos que totalizarão R$ 10,6 bilhões. O que o senhor espera do plano de investimento em logística na área portuária que deve ser anun-


ciado em breve pelo governo federal? O que traz maior preocupação? Já que é investimento em logística, será muito providencial que trate da insuficiência e da deficiência dos acessos aos terminais. Esses são os verdadeiros gargalos que estrangulam a movimentação e o escoamento das cargas, gerando intervalos ociosos profundamente lesivos à competitividade dos produtos brasileiros. Nesse contexto, obviamente, inserem-se as cargas conteinerizadas. As dificuldades de acesso para entrada e saída das cargas nos portos impactam negativamente na operação dos terminais. O senhor considera que deve haver estabilidade regulatória para que os investidores se sintam seguros para fazer aportes financeiros no setor. Citaria um exemplo? No segmento de contêineres, os investimentos privados já aprovados e possíveis totalizarão R$ 10,6 bilhões até 2021. Referidos investimentos só se justificarão se houver estabilidade regulatória para que sejam efetiva-

TECON SANTOS Terminal administrado pela Santos Brasil trabalha com operação de

dos. Retrocessos regulatórios causarão arrependimento aos investidores que acreditaram no modelo atual, o que se comprova por meio do sucesso obtido com a abertura de capital de empresas que operam terminais de contêineres em portos públicos. Em relação à redução de custos nos portos, o que é necessário? Anteriormente à privatização dos serviços portuários, o exportador pagava em torno de US$ 600 para movimentar o seu contêiner nos portos brasileiros. Atualmente, o valor gira em torno de US$ 250,

"No segmento de contêineres, os investimentos privados já aprovados e possíveis totalizarão R$ 10,6 bilhões até 2021"

o que já se mostra muito próximo dos parâmetros internacionais. Portanto, no que se refere à operação portuária, os custos atuais já foram significativamente reduzidos. A razão é que a atividade portuária passou a ser executada por gestão privada, com modernas técnicas e práticas operacionais, aliadas a investimentos expressivos. É preciso mudar a gestão dos portos? O Brasil necessita de gestão portuária moderna que busque eficiência e redução de custos. Nesse sentido, as autoridades portuárias de-


SANTOS BRASIL/DIVULGAÇÃO

contêineres e logística; nos últimos dois anos, empresa investiu R$ 750 milhões

vem estar imunes a interferências outras que não sejam de caráter técnico. Certamente, o governo está atento ao assunto e saberá adotar providências que produzam práticas de boa gestão. Atualmente, qual é o percentual de cargas transportadas por contêineres no Brasil, em termos de volumes e valores? A movimentação nos portos brasileiros tem sido crescente. Em 2011, foram movimentados 8,2 milhões de TEUs, o que representou aumento de 9% comparativamente ao ano de 2010. Esti-

ma-se aumento de 10% na movimentação em 2012. Tem havido um crescimento nos últimos anos? A movimentação de contêineres nos portos nacionais tem crescido na ordem de 10% ao ano. A expansão da movimentação decorre da utilização cada vez mais crescente do contêiner como instrumento para o acondicionamento seguro da carga geral. Não bastasse isso, verifica-se atualmente a utilização do contêiner no transporte de outras cargas específicas, a exemplo do minério, do açúcar e da soja, o que

"O Brasil necessita de gestão portuária moderna que busque eficiência e redução de custos" confirma que a conteinerização é um processo crescente no Brasil e no mundo. O que é necessário para que aumente a participação do transporte por contêineres nos portos? A conteinerização é um processo crescente no Brasil e no mundo. A prova é que 70% da carga geral negociada no comércio internacional é transportada em contêineres. Portanto, o Brasil está devidamente inserido na rota do contêiner. Qual a importância da cabotagem e o que é preci-

so fazer para incentivar esse transporte? Outra prova de que o marco regulatório atual produziu um sistema portuário adequado às necessidades do país é que já se verifica o ressurgimento da navegação de cabotagem, no que se refere ao transporte de cargas conteinerizadas. O desenvolvimento que se verifica atualmente na região Nordeste pode ser considerado como fator de grande impacto no crescimento da cabotagem no país, pois tanto a demanda por matéria-prima e a oferta de produtos acabados tendem a aumentar as transações na região. Estimativas dão conta de que o crescimento médio da cabotagem será entre 6% e 7% ao ano até 2021. O projeto Porto sem Papel tem funcionado? Qual a avaliação do senhor sobre a burocracia na atividade portuária? A burocracia, quase sempre, gera períodos improdutivos. Portanto, medidas que proporcionem desburocratização também geram velocidade operacional e, portanto, são necessárias e bem-vindas. l


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MAIS TRANSPORTE JÚLIO SANTOS / DIVULGAÇÃO

Agrale comemora 50 anos Para comemorar seu cinquentenário, a fabricante brasileira Agrale anunciou um ciclo de crescimento com novos produtos e outras inovações. A empresa prevê crescimento e espera superar R$ 1 bilhão de faturamento este ano. Hoje, a fabricante conta com quatro parques industriais, três deles localizados em Caxias do Sul (RS) e um em Mercedes, província de Buenos Aires, na Argentina. A

aposta da companhia é sua nova linha de caminhões, que já recebeu prêmios nacionais e internacionais, além do desenvolvimento de veículos com combustíveis alternativos e de fontes renováveis, como o Agrale Marruá Elétrico e o ônibus híbrido diesel-elétrico Hybridus. Focando o crescimento, a montadora também credita suas fichas na tecnologia de tração 4x4 para mini e micro-ônibus.

INOVAÇÃO Agrale aposta em novos produtos FORD/DIVULGAÇÃO

História O modelo Ford Ka chegou à marca de 850 mil unidades produzidas no Brasil.


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RECORDE

Grupo gaúcho realiza maior transporte do país grupo gaúcho Darcy Pacheco, especializado no atendimento a grandes obras e empreendimentos, realizou a maior operação de transporte intermunicipal do Rio Grande do Sul e a maior do Brasil, em termos de profissionais envolvidos (aproximadamente 300 colaboradores) e pela altura total do transporte, que chegou a 9,20 metros. Foram transportados equipamentos como tanques de mais de 50 toneladas, partin-

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do de Triunfo à Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), em Canoas. Os equipamentos para a ampliação da Refap foram importados da Itália e permaneceram no Porto de Rio Grande até a liberação dos processos de importação. De lá, seguiram para o Porto de Triunfo, em dois dias de viagem. Durante o trajeto rodoviário, todas as vias foram interditadas, por causa das dimensões dos equipamentos que ocuparam toda a pista. A ope-

ração contou com quatro viaturas de escoltas credenciadas e duas viaturas da Polícia Militar, durante os três dias de transporte, em um percurso de 67 quilômetros, que contou ainda com vias alternativas. O gerente de logística do Grupo Darcy Pacheco, Newvani Cirolini Corrêa, afirma que durante toda a operação foi necessário o desligamento e algumas alterações nas redes de energia elétrica e telefônica. “Nas redes de transmissão de energia foi

preciso fazer o aterramento dos equipamentos para evitar descargas elétricas, tendo em vista a proximidade com a rede de transmissão.” A empresa comunicou previamente os municípios sobre a operação. Para Corrêa, a quantidade de pessoas e empresas envolvidas foi o grande desafio da ação. “O envolvimento de todos permitiu à empresa concluir o planejamento e ser responsável por esse recorde nacional em transporte rodoviário.” NEWVANI CIROLINI CORREA/DIVULGAÇÃO

PARTICIPAÇÃO Operação de transporte contou com a presença de 300 colaboradores

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MAIS TRANSPORTE JORGE ALMUNI RUIZ/DIVULGAÇÃO

Nos bastidores da Fiat O livro conta a história da Fiat, detalhando desde os primeiros dias da empresa, em 1899, à turbulência que levou à sua fusão com a Chrysler em meio à crise de 2008, e também como seu CEO, Sergio Marchionne, conseguiu levantar as duas empresas e ainda como a Fiat rapidamente fez a Chrysler dar lucro. De: Jennifer Clark, Ed. Saraiva, 350 págs., R$ 49

VLT da CAF premiado na Espanha A CAF, fabricante dos VLTs (veículos leves sobre trilhos) de Zaragoza (Espanha), ganhou o prêmio Light Rail Awards 2012, na categoria Melhor Projeto Mundial do Ano. Além de fornecer os VLTs, foi responsável pela sinalização da linha. Os veículos têm capacidade para mais de 300 passageiros

Ferrovia transporta mais de 106 mi toneladas A EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas) fechou o terceiro trimestre deste ano com 37,2 milhões de toneladas transportadas, entre minério de ferro e carga geral. Com o volume transportado no período,

até o mês de setembro, a EFVM alcançou a marca de 106,6 milhões de toneladas transportadas. Do volume total movimentado no terceiro trimestre, 30,2 milhões de toneladas

corresponderam ao transporte de minério de ferro. Já o volume de carga geral alcançou 7 milhões de toneladas. A ferrovia transportou nesse intervalo quase 243 mil passageiros.

Transporte Marítimo de Petróleo e Derivados Oferece ao leitor a oportunidade de conhecer um panorama geral sobre os fundamentos do transporte marítimo e estudar o funcionamento dessa atividade na indústria de petróleo e derivados, além dos aspectos comercial, operacional e técnico desse segmento da navegação e das diversas modalidades de fretamento. De: Pedro Paulo Saraceni, Ed. Interciência, 154 págs., R$ 44


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Investimento na frota A Locar, empresa que atua no segmento de transportes especiais e içamentos de cargas e pessoas, anunciou a compra de dez cavalos mecânicos superpesados da Scania, com tracionamento de cargas acima de 300 toneladas. A companhia vai adquirir também 40 linhas de eixo autopropelidas (equipamento de última geração, guiados pelo operador por meio do controle remoto). Os equipamentos devem passar a incorporar a frota da empresa até o fim do ano.

Sugestões de viagem on-line A companhia aérea KLM lançou no Brasil e em outros dez países a nova versão do aplicativo KLM Travel Predictions, que já era disponibilizado em outras 12 nações, como EUA, Inglaterra, Índia, Singapura e Itália. Ao fazer uma leitura completa do perfil, bem como as atividades do usuário no Facebook, o aplicativo une informações baseadas inteiramente nos interesses e dados pessoais de cada um a eventos que estão acontecendo ao redor do mundo, incluindo também os amigos do usuário.

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CAMPEÕES

Melhor Caminhoneiro do Brasil quarta edição da competição Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, promovida pela Scania, teve o gaúcho Vinícius de Moraes como o grande campeão. Ele alcançou as maiores notas na última etapa, realizada no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, derrotando 23 finalistas. O segundo lugar ficou com o paranaense Fabiano Medeiros da Silva, seguido pelo carioca Jorge Pereira de Araújo, que conquistou a terceira colocação. Moraes levou para casa um

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pacote de prêmios no valor de R$ 30 mil, distribuído em aparelhos eletrônicos, móveis e eletrodomésticos; jogo de pneus; além de R$ 6.000 em dinheiro e uma viagem com acompanhante para conhecer a matriz da Scania, na Suécia. Silva e Araújo receberam uma viagem com acompanhante para um resort, um jogo de pneus; um curso Master Driver ministrado nas dependências da Scania; um kit promocional; além da premiação em dinheiro de R$ 3.500 e R$ 2.500, respectivamente. A Scania e o Sest Senat

disponibilizaram aos 47 mil inscritos (recorde de todas as edições da competição) um curso on-line gratuito com o tema “Atendimento Eficaz”. Em cada final regional, os seis caminhoneiros mais bem classificados ganharam um curso de treinamento em uma das escolas de motorista apoiadas pela Scania. O Sest Senat também ofereceu um curso de sua grade do 4º ao 6º lugar nas rodadas da segunda fase. Já os classificados do 4º ao 15º lugar receberam um curso de direção econômica, oferecido pela Scania. SCANIA/DIVULGAÇÃO

NO PÓDIO Os primeiros colocados festejam a premiação

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EMIRATES/DIVULGAÇÃO

MAIS TRANSPORTE Ligações a bordo A Emirates lançou o serviço de aparelhos móveis para aeronaves A380 e alcançou mais um avanço na comunicação a bordo. Graças à parceria com a OnAir, passageiros do A380 podem manter contato por meio de ligações ou do banco de dados do celular ao longo

de todo o voo. O serviço está incluído no OnAir Wi-Fi, disponível nas aeronaves A380 da Emirates. O sistema permite que os passageiros utilizem seus celulares para fazer ligações e enviar mensagens a bordo com facilidade compatível ao contato feito em terra.

CONFORTO Serviço permite o uso do celular JOÃO BOSCO/DIVULGAÇÃO

Testes com ônibus movido a GNV A Iveco assinou convênio para testar um ônibus Eurorider movido a GNV (Gás Natural Veicular) no transporte metropolitano da Grande Belo Horizonte. O acordo foi firmado entre a montadora, a

Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais), a Setop (Secretaria de Estado de Transportes e Obras) e o Sintram (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Metropolitano). O

acordo faz parte de um projeto para avaliar o desenvolvimento e a adaptação do veículo nas condições reais, com duração inicial de seis meses. O combustível utilizado será fornecido pela

Gasmig, sem custos. Motores movidos a GNV emitem 95% menos óxido de nitrogênio, substância que causa chuva ácida e agride a camada de ozônio, e 99% menos material particulado.


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Fetrancesc completa 25 anos de trabalho

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destacou a importância das relações com os poderes Executivo e Legislativo e com as diferentes entidades profissionais e da sociedade, todas elas alicerces do crescimento e do respeito conquistados nesses 25 anos. “O Jubileu de Prata é um começo para fortalecer ainda mais o setor, com a representação não apenas do setor de cargas, mas também de passageiros (rodoviário e urbano), fretamento e coletivo urbano. Precisamos unir forças para sermos mais competitivos, pois o mundo acelera”, lembrou Lopes. Desde 1987, a Fetrancesc atua

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Parâmetros portuários

COMEMORAÇÃO

s 25 anos de atuação da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina) foram comemorados em cerimônia realizada dia 23 de outubro, no Lira Tênis Clube, em Florianópolis (SC). Representantes do setor de transporte de cargas do Estado de Santa Catarina se reuniram para celebrar as conquistas dos últimos anos e também traçar novas metas e desafios para o futuro. O presidente da entidade, Pedro Lopes, salientou a atuação de cada um dos empresários ligados à federação e

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na inovação de conceitos do transporte de cargas, na inserção do setor nas principais decisões e debates tomados pelas esferas governamentais e entidades empresariais e da sociedade civil e subsidia o transportador com mecanismos que fortalecem a trajetória empresarial. A federação também atua na área educacional, seja na elevação do nível de escolaridade de seus colaboradores, seja na formação de novos profissionais para o mercado de trabalho ou ainda na qualificação de quem já está atuando por meio de parcerias com entidades, como o Sest Senat. FETRANCESC/DIVULGAÇÃO

CELEBRAÇÃO Aniversário da Fetrancesc foi comemorado em outubro

A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Santa Catarina, em conjunto com a Delegacia da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul, emitiu a portaria nº 48/cpsc, elevando os parâmetros dos navios mercantes que atracam nos Portos de Itapoá e São Francisco do Sul, no Complexo Portuário da Babitonga. Em São Francisco do Sul passam a operar navios de até 310 m de comprimento e 40 m de largura. Em Itapoá, navios de até 334 m de comprimento e 46 m de largura. Embarcações com até 286 m de comprimento e 40 m de largura poderão efetuar suas manobras nos períodos diurno e noturno.

Manual no celular A Mitsubishi Motors lançou um aplicativo para celulares que permite ao cliente acessar todas as informações do manual do proprietário. O aplicativo está disponível para duas plataformas: IOS, no Iphone, por meio da App Store; e Android, em celulares como Samsung Galaxy, por meio da Google Play. Quem preferir pode acessar o aplicativo pelo site www.aplicativomitmanuais.com.br do próprio aparelho celular. Nesse modo, o cliente será redirecionado à página de download do gadget.


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MAIS TRANSPORTE Início das operações logísticas A Braspress, tradicional empresa de entregas, iniciou as atividades de seu braço logístico, a Braspress Logística. A sede fica em Barueri, Região Metropolitana de São Paulo. No centro de distribuição será realizada uma gestão integrada das operações de recebimento; conferência; armazenagem; processamento de pedidos;

controle de qualidade; adequação de produtos nas embalagens e etiquetagens; expedição; montagens de kits; sistema de inventário; gestão de transporte; controles sistêmicos e gráficos e consultoria logística e fiscal. As informações sobre as operações logísticas podem ser obtidas em tempo real. BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

NICHO Sede da empresa está localizada em Barueri (SP)

ÔNIBUS LITERÁRIO

Conhecimento por meio do tra Redenção Turismo iniciou este ano uma viagem diferente a bordo de um antigo ônibus da frota da empresa, levando cultura e entretenimento para estudantes de todas as idades. O veículo foi restaurado e transformado em uma biblioteca móvel, com um grande salão de piso emborrachado colorido e baús repletos de livros. Batizado de “Circulando Livro e Mente”, o projeto nasceu por meio da parceria entre a empresa e a Editora Casa Cultura, que já realizava trabalhos pedagógicos nas escolas da região de Taubaté, no interior paulista. Segundo Alex Cunha, gerente de marketing da Redenção, a ideia de utilizar os veículos da frota em um projeto social era antiga. “A empresa tinha o ônibus, mas faltava experiência para decidir o conteúdo a ser trabalhado. A editora já possuía conhecimento nesse tipo de iniciativa e optamos em dar ‘mobilidade’ ao trabalho que a Casa Cultura já desenvolvia.” Todas as questões que envolvem o ônibus, como preservação, limpeza, custos de manutenção mecânica, combustível, e o motorista ficam a cargo da Redenção. “O veículo é entregue revisado e apto para que o trabalho seja feito de maneira segura e garantida”, destaca Cunha.

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A Casa Cultura é a responsável por todo o conteúdo dos programas pedagógicos e ações lúdicas. O projeto conta com consultoras profissionais e estudantes de Pedagogia, Letras, Psicologia, Educação Física e Teatro para conduzir as atividades. A faixa etária do público que participa do Circulando Livro e Mente é variada. “Quando o projeto é aplicado em escolas, o foco são crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental com idade entre 2 e 14 anos. Quando participamos de eventos em praças, comunidades carentes ou programações literárias, o objetivo é atrair pais e familiares das crianças para passarem um tempo em contato com a leitura”, diz André Luiz Cabral de Vasconcelos, gerente de projetos da Casa Cultura. De acordo com ele, a ideia é fazer o estudante entrar no ônibus, participar de uma atividade interna (seja leitura ou contação de história) e convidá-lo para uma atividade externa. “Já houve oportunidades em que o veículo tornouse uma sala de leitura internamente e uma oficina de escrita do lado de fora.” Vasconcelos diz que o acervo é fruto de arrecadações feitas pelas escolas da região do Vale do Paraíba (SP) para a editora e para a ONG


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FOTOS PROJETO LIVRO E MENTE/DIVULGAÇÃO

nsporte Instituto Mundo a Fazer, que também apoia o projeto. “Parte desses livros é disponibilizada no ônibus, enquanto outras ações promovem doações a comunidades carentes, além de projetos de troca de livros e o ‘Estantes Solidárias’, em que os visitantes podem levar um livro para casa, à sua escolha, mediante a produção de textos dedicados ao projeto.” Desde o lançamento, em julho último, aproximadamente 5.000 pessoas já participaram, considerando visitantes de eventos e ações abertas à comunidade. Em escolas, com trabalhos específicos para os estudantes, são mais de 3.000 crianças e jovens leitores atendidos pelo Circulando Livro e Mente. “A meta é atingir 10 mil visitantes até o final deste ano”, afirma o gerente. Segundo ele, os contatos para 2013 estão a todo vapor. “Já existe a consulta para levarmos o ônibus a localidades fora da região em que atuamos. Teremos que analisar as possibilidades para fecharmos.” Cunha, da Redenção, considera o projeto “um grande salto para a empresa”. “Ele gerou um retorno muito positivo e hoje consolida a companhia como uma das grandes colaboradoras da sociedade. Poder levar o conhecimento adiante, por meio da atividade do transporte, é mais do que gratificante.” (Por Leticia Simões)

ADAPTADO Ônibus usado pela Redenção Turismo para divulgar cultura

OBJETIVO Meta do projeto é atingir 10 mil visitantes até o fim do ano

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REPORTAGEM DE CAPA

Piora o estado das rodovias 16ª Pesquisa CNT aponta que 62,7% da extensão investigada apresenta problemas POR

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estado geral das rodovias do país piorou no último ano, com 62,7% (60.053 km) dos trechos avaliados na Pesquisa CNT de Rodovias 2012 apresentando algum tipo de deficiência. Em 2011, esse índice foi de 57,4%. Houve um aumento nos problemas de sinalização, presentes em 66,2% dos trechos

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avaliados neste ano, enquanto em 2011 o percentual foi de 56,9%. Faixas centrais desgastadas ou inexistentes ocorreram em 29,1% da extensão total pesquisada. Placas encobertas pelo mato, em 2,4%. Na avaliação do presidente da CNT, senador Clésio Andrade, essa é uma questão que precisa ser solucionada


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FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2012

GO-060 Estudo constatou aumento nos problemas de sinalização, presentes em 66,2% dos trechos avaliados no país


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com urgência. “A boa sinalização é fundamental para garantir a maior segurança dos motoristas e passageiros que trafegam pelas rodovias do Brasil. É muito importante investir fortemente para melhorar a sinalização e também para solucionar outros problemas constatados no pavimento e na geometria viária”, afirma Clésio Andrade. A pesquisa da CNT avalia aspectos do pavimento, sinalização e geometria da via de 100% da malha federal pavimentada e das principais rodovias estaduais pavimentadas. Também estão incluídas na pesquisa as rodovias concessionadas. Neste ano, foram pesquisados 95.707 km durante 37 dias, entre 25 de junho e 31 de julho. Os resultados são apresentados por tipo de gestão (pública ou concedida), por tipo de rodovia (federais ou estaduais), por região e por Unidade da Federação. O estudo mostra que os locais onde existem trechos concedidos para a iniciativa privada apresentam uma qualidade bem superior à

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BR-476 Motoristas precisam redobrar a atenção para driblar os riscos nas rodovias


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RANKING DE LIGAÇÕES • A pesquisa faz o ranking de 109 ligações • São trechos regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da federação • As ligações têm importância socioeconômica e volume significativo de tráfego de cargas e de passageiros MELHORES Posição Nome 1° São Paulo (SP) - Limeira (SP) 2° São Paulo (SP) - Itaí (SP) - Espírito Santo do Turvo (SP) 3° Bauru (SP) - Itirapina (SP) 4° Barretos (SP) - Bueno de Andrade (SP) 5° RibeirãoPreto (SP) - Borborema (SP) 6° Limeira (SP) - São José do Rio Preto (SP) 7° São Paulo (SP) - Uberaba (MG) 8° Rio Claro (SP) - Itapetininga (SP) 9° Catanduva (SP) - Taquaritinga (SP) - Ribeirão Preto (SP) 10° São Paulo (SP) - Taubaté (SP) PIORES Posição 100° 101° 102° 103° 104° 105° 106°

Nome Porto Velho (RO) - Rio Branco (AC) Jataí (GO) - Piranhas (GO) Marabá (PA) - Dom Eliseu (PA) Manaus (AM) - Boa Vista (RR) - Pacaraíma (RR) Barracão (PR) - Cascavel (PR) Alta Floresta (MT) - Cuiabá (MT) Brasília (DF) - Palmas (TO)

107°

Belém (PA) - Guaraí (TO)

108° 109°

Natividade (TO) - Barreiras (BA) Rio Verde (GO) - Iporá (GO)

encontrada nas rodovias mantidas pelos governos estaduais ou federal. O Estado de São Paulo, por exemplo, tem praticamente 50% da extensão pesquisada classificada como ótimo. As regiões que ficaram melhor classificadas em termos de qualidade rodoviária foram o Sudeste e o Sul, onde há maior concentração de rodovias concedidas. O presidente da CNT consi-

Rodovias Classificação SP-310/BR-364, SP-348 ótimo SP-255, SP-280/BR-374 ótimo SP-225/BR-369 ótimo SP-326/BR-364 ótimo SP-330/BR-050, SP-333 ótimo SP-310/BR-364, SP-310/BR-456, SP-330/BR-050 ótimo BR-050, SP-330/BR-050 ótimo SP-127, SP-127/BR-373 ótimo SP-322, SP-322/BR-265, SP-323, SP-330/BR-050,SP-351 ótimo SP-070 ótimo

Gestão concedida sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

Rodovias Classificação BR-364 ruim BR-158 ruim BR-222 ruim BR-174 ruim BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163, PR-582/BR-163 ruim BR-163, BR-364, MT-320 ruim BR-010, DF-345/BR-010, GO-118, GO-118/BR-010, TO-010, TO-050, TO-050/ BR-010, TO-342 ruim BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483, TO-336 ruim BA-460, BA-460/BR-242, TO-040, TO-280 ruim GO-174 péssimo

Gestão concedida não não não não não não

dera que é necessário dar agilidade ao processo de concessões de rodovias para a iniciativa privada e também antecipar o cronograma de obras, exatamente para que o país possa deixar de ter perdas econômicas e também sociais. “A participação da iniciativa privada permite o investimento contínuo na manutenção e na solução dos problemas, proporcionando assim rodovias muito mais

seguras para os motoristas e passageiros e maior eficiência no transporte de cargas.” No ranking de 109 ligações rodoviárias feito pela pesquisa, as dez primeiras colocadas têm extensão concessionada e estão localizadas no Estado de São Paulo. As ligações são trechos representados por uma ou mais rodovias de grande importância para o transporte de cargas e de passageiros.

não não não não

“A boa sinalização é fundamental para garantir a maior segurança” SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT


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ESTUDO DE CASO

Custo operacional mais de 20% maior ao comparar duas rotas A 16ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias traz um estudo de caso sobre como a diferença na qualidade do pavimento impacta diretamente no custo do transporte. Ao comparar duas rotas, com aproximadamente as mesmas extensões, entre os municípios de São Paulo e Belém do Pará, é possível perceber uma diferença de custo operacional de mais de 20%, dependendo do caminho que se escolher seguir, na comparação com um trajeto em condições ideais. Na rota 1, a maior parte das rodovias tem um pavimento avaliado como ótimo ou bom, sendo que apenas o trecho de 104 km utilizado na BR-262 é regular. O resultado disso é uma elevação de apenas 6% no custo do

transporte, quando comparado a uma rota formada apenas por rodovias com o pavimento ótimo. Já a rota 2 é formada por rodovias com o pavimento de pior qualidade. Em 589 km da rota, o pavimento é regular. Outros 448 km foram classificados como péssimo. Como consequência, o aumento no custo operacional do corredor foi de 28%, em comparação a uma rota que apresentasse apenas trechos ótimos. O estudo trabalha com um corredor rodoviário utilizado, principalmente, no transporte de carga fracionada e no transporte de passageiros. A primeira rota avaliada passa por seis Estados nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A extensão total

BR-101 Pesquisa analisa geometria da via, pavimento e sinalização

é de 2.941 km, sendo a maior parte do trajeto na BR-153, de Campo Florido (MG) até Wanderlândia (TO). A rota alternativa, de 3.002 km, tem trajeto similar à rota 1 até Talismã (TO). A partir daí, enquanto a rota 1 passa da BR-153 para a BR-226, o caminho alternativo segue na mesma BR até Guaraí (TO), quando entra na TO-336. Regiões De forma geral, ao avaliar o aumento médio no custo operacional do transporte no país devido às condições do pavimento, o índice é de 23%. Na região Norte, esse custo adicional é bem superior à média, chegando a 43,2%. Nordeste e Centro-Oeste apresentam esse aumento

bem próximo à média nacional, com 22,1% e 23,8%, respectivamente. Já o Sudeste e o Sul, apresentam menor impacto, com índices de 18,9% e 17,7%. Esses problemas no pavimento deixam as movimentações cada vez mais lentas e mais caras. Toda vez que a infraestrutura não se encontra em boas condições de uso, os caminhões demoram mais tempo para fazer uma mesma viagem, consomem mais combustível, emitem mais poluente, têm desgaste maior e precisam de mais manutenção. Conforme foi demonstrado na Pesquisa CNT de Rodovias, o custo do transporte tem um incremento de 23%, em média, devido às condições ruins do pavimento.

Na análise geral dos resultados, o Estado que apresentou a pior condição foi o Acre. Um Estado de pequena extensão territorial onde se constatou que 0,9% dos trechos avaliados foram classificados como bons e 38% como péssimos. O estudo aponta que há um agrupamento de condições mais precárias nas rodovias das regiões Norte e Nordeste do país.


CORREDORES PARA O TRANSPORTE DE CARGA INDUSTRIAL


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CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA

Em 2011, foram

188,9 mil acidentes nas rodovias federais


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BR-282 (SANTA CATARINA) Rodovias do Sul e do Sudeste apresentam melhores condições

Os dados mostram que há um problema crônico das rodovias brasileiras quanto à questão da geometria viária. Isso porque grande parte das rodovias foi construída há mais de 30 anos, mas o cenário mudou muito. Basta verificar que nos últimos anos, tem havido quebras sucessivas de recorde de vendas de veículos. Só de 2009 para cá, entraram em circulação mais de 12 milhões de novos veículos no país. E isso demanda

uma infraestrutura viária de maior capacidade. Pelos índices da pesquisa da CNT, 88,1% (84.351 km) da extensão pesquisada é de pista simples de mão dupla e 39,4% (37.964 km) não possuem acostamento. Os pesquisadores constataram a ocorrência de 221 pontos críticos, como erosão na pista, queda de barreira, ponte caída ou buraco grande. Em 2011, foram identificados 219. A pesquisa mostrou

que houve um aumento de 36% nas erosões da pista, em relação aos dados de 2011. Esses pontos críticos representam situações que configuram risco considerável ou potencial para os usuários das rodovias, comprometendo as condições de segurança para o tráfego de veículos. Acidentes Além de contribuir para um maior custo para o transporte de cargas, as más con-

O estudo identificou

221 pontos

críticos nos trechos avaliados


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dições das rodovias também refletem em um problema grave: a insegurança. Em 2011, foram registrados 188,9 mil acidentes nas rodovias federais policiadas. Cerca de 6.000 acidentes a mais do que em 2010. Mais de 28 mil pessoas sofreram lesões graves em acidentes rodoviários em 2011 e outras 8.500 morreram. O custo com acidentes em rodovias federais foi de R$ 15,7 bilhões em 2011. Além das perdas de vidas, esse custo anual é maior do que o volume investido em rodovias pelo governo no ano passado, que foi de quase R$ 12 bilhões. Recursos A CNT estima que a necessidade de investimento para a modernização da infraestrutura rodoviária no Brasil seja de cerca de R$ 177 bilhões, a serem aplicados na construção de novas rodovias e em obras de duplicação, pavimentação, recuperação, entre outras intervenções. Somente a recuperação do pavimento necessita de mais de R$ 15 bilhões. De acordo com a CNT, algumas rodovias que preci-

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“As concessões permitem o investimento contínuo na manutenção e na solução dos problemas” SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

sam de investimentos são a BR-101, na Bahia; a BR-262, no Espírito Santo e em Minas Gerais; a complementação da duplicação da BR-040, entre Brasília e Rio de Janeiro, mais especificamente no trecho de Minas Gerais; e investimentos na BR-163, no Mato Grosso. Paralelamente a essas obras de construção ro-

doviária, a CNT considera que é preciso expandir as outras modalidades do transporte. No mês de agosto, o governo federal anunciou o Programa de Investimentos em Logística, que prevê R$ 133 bilhões a serem investidos via concessões de rodovias e ferrovias no país. Para as rodovias, estão previstos

R$ 42 bilhões que devem ser utilizados em duplicação, construção e manutenção dos trechos selecionados. Na avaliação da CNT, o início do programa é uma boa sinalização do governo, uma vez que a iniciativa privada tem condições de executar obras com mais agilidade e de gerir esses trechos de


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Em 2012, foram

95.707 km avaliados no país pela pesquisa BR-174 Estudo identificou 221 pontos críticos, como buracos, queda de barreiras e outros

forma mais eficiente. Entretanto, a CNT avalia que é preciso dar celeridade à implantação dessas concessões, antecipando os cronogramas dos projetos. Meio ambiente A falta de infraestrutura rodoviária adequada também traz problemas para o meio

ambiente. O comprometimento do pavimento, por exemplo, contribui para aumentar o consumo de combustível e para elevar a emissão de poluentes. Uma rodovia em bom estado de conservação pode resultar em até 5% de economia no consumo em relação a uma rodovia com estado de conservação inadequado.

Se o pavimento de todas as rodovias do país tivesse sido classificado como ótimo ou bom na pesquisa da CNT de 2012, seria possível proporcionar uma economia de 616 milhões de litros de óleo diesel. Isso corresponderia, em média, a R$ 1,29 bilhão e uma redução da emissão de 1,6 megatonela-

da de CO2 – principal gás de efeito estufa. A primeira Pesquisa CNT de Rodovias foi realizada em 1995. Neste ano de 2012, o estudo chegou à 16ª edição. As informações auxiliam no planejamento dos transportadores, na formulação de planos de manutenção de rodovias e na elaboração de políticas públicas para o setor de transporte. l


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ESCOLA DO TRANSPORTE

“Nunca pare de estudar” O administrador Max Gehringer destacou, na sede da CNT em Brasília, a importância de se fazer sempre novos cursos POR CYNTHIA

studar sempre, mantendo-se preparado para alguma nova oportunidade no mercado de trabalho, é uma das dicas do administrador de empresas, comentarista da rádio CBN e da TV Globo, Max Gehringer. Ele esteve na sede da CNT, em Brasília, durante o IV Ciclo de Conferências promovido pela confederação, pela Escola do Transporte e

E

CASTRO

pelo Sest Senat, no final de outubro. Ao comentar sobre a própria carreira, Gehringer lembrou que nunca parou de estudar e destacou que vale a pena fazer cursos, mesmo que não haja uma aplicação imediata para o novo conhecimento. Isso porque quando surge uma oportunidade, terão mais vantagens os profissionais que já tiverem se preparado. “A ma-

neira que vamos nos diferenciar é fazendo aquilo que os outros não fizeram ou não fazem. As coisas que consigo agregar por meio do estudo é que irão me diferenciar.” De forma bem-humorada, Max Gehringer abordou diversas situações do mercado de trabalho. Destacou a importância de cursos oferecidos pela Escola do Transporte, pelo Sest Senat e por outras entidades. E

afirmou que há um grande espaço no Brasil para os profissionais que atuam na área técnica. O administrador destacou ainda que é importante saber conciliar formação com experiência e afirmou que o maior montante de desempregados no Brasil compreende jovens de até 25 anos de idade. “São jovens com curso superior completo, mas que nunca trabalharam. Conseguir alguma coisa rápido quando se tem 18 anos é importante. Não adianta ficar empilhando diploma”, orientou. Saber como lidar com as pessoas e também estar atento sobre como se portar dentro de uma empresa foram outras dicas passadas por Gehringer. Segundo ele, é importante “entender de gente” para atuar com qualidade em qualquer área. O profissional precisa também ter discernimento para entender qual a postura é reconhecida dentro da empresa que se trabalha. “Descobri que gente é igual em qualquer lugar. Se eu entender de gente, não preciso entender o resto.” Outra dica para os profissionais é que eles aproveitem a


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FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

CARREIRA Com bom humor, Max Gehringer atraiu a atenção da plateia, passando dicas para o sucesso profissional

“No mercado de trabalho, bateu o rótulo na testa, é difícil conseguir se livrar”

hora de trabalhar pesado, para conseguirem mais tarde uma recompensa. “É possível ter uma excelente qualidade de vida e uma carreira muito bemsucedida. Mas não ao mesmo tempo. Então, você tem que escolher. É preciso aproveitar o momento de ralar para um dia decidir o que é qualidade de vida para você”, afirmou. Sobre o fato de permanecer muitos anos na mesma empre-

sa, Gehringer considera que cada profissional deve avaliar o motivo. Se for porque a empresa traz satisfação profissional e pessoal, não há problema. Mas se a motivação para não procurar uma mudança for o medo do novo, é hora de reavaliar essa postura. “Eu acho maravilhoso (permanecer na mesma empresa por muitos anos), a não ser que seja por medo da vida, medo de

se arriscar ou por desespero do que existe lá fora. Se não for esse o motivo, acho que uma pessoa que trabalha 25 anos no mesmo lugar e está sorrindo de manhã quando chega e está sorrindo de tarde quando vai embora fez o melhor negócio da vida”, considera. Leia nas páginas a seguir trechos da entrevista com Max Gehringer.


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ENTREVISTA

É preciso estar preparado para as oportunidades no mercado, diz Max Ao falar por mais de duas horas para uma plateia formada por profissionais que atuam no transporte e também em outras áreas, o administrador de empresas, comentarista da Rádio CBN e da TV Globo, Max Gehringer, deu várias dicas para se obter sucesso na carreira. Uma delas é encontrar o equilíbrio para saber como se portar e não ter pressa demais para que as coisas aconteçam. Qual dica você daria para o profissional do transporte – seja ele motorista, dono de empresa? Esse é um setor que se parar o Brasil para. Tem pouca coisa que pode parar o Brasil e o transporte é uma delas. Uma das vantagens da Escola do Transporte é proporcionar cursos que vão fazer a diferença. No caso do transporte de passageiros, por exemplo, em relação à Copa no Brasil, o atendimento se torna ainda mais importante. Tanto no transporte de cargas, no escolar, no táxi, esse é um setor que tem grande oferta de emprego. E a Escola do Transporte oferece cursos que podem fazer com que a pessoa se destaque.

Os profissionais precisam estar atentos às oportunidades? O que eu sinto no mercado de trabalho é que a preocupação é muito imediatista. Ninguém está pensando no que eu posso fazer agora que vai ser bom para a minha vida inteira. As pessoas pensam no que podem fazer agora que será bom para elas hoje à tarde. Se eu fizer dez cursos, quantos vão ser úteis para mim? Três talvez. Mas um deles vai ser fundamental. Você nunca sabe qual é a oportunidade que vai pintar na sua frente. Então, os que estiverem melhor preparados vão levar vantagem.

Essa mentalidade serve para o mercado de trabalho, mesmo que você não esteja abrindo um negócio? Tudo na vida é uma questão de encontrar o equilíbrio. Eu posso ser teimoso desde que eu entenda em que momento a corda arrebenta. E se ela arrebentar, de que lado eu estou na corda. Posso ir puxando, insistindo, pedindo, discutindo. Mas tem momentos que eu preciso saber a hora de parar. Eu, por exemplo, não consigo escutar uma coisa sem fazer uma piada. Hoje isso funciona muito a meu favor. Mas quando eu era auxiliar de produção, o supervisor não gostava. É preciso saber a hora.

É preciso um pouco de teimosia no contexto do empreendedorismo ou mesmo para conseguir bons resultados na carreira? Para mim, a principal característica do empreendedor brasileiro é a teimosia. Quando você vê alguém que abre um negócio, quebra e desiste é porque esse não é para ser empreendedor mesmo. O bom empreendedor no Brasil é aquele que quebra e abre outro negócio até acertar um. É teimoso mesmo.

Quando você avalia sua própria carreira, consegue perceber alguns erros que devem ser evitados? Tentei há algum tempo recapitular os erros que cometi e faltou tela no computador. É uma quantidade. Cometi os erros que todos cometem. Pressa demais para que as coisas aconteçam. Não entender que o chefe é a pessoa que vai decidir a minha vida. Não entender que não fui contratado para avaliar o meu chefe. Não saber a hora de falar sério e de

brincar. São erros que todos cometem e que todos são perdoados por eles pela primeira vez. A repetição do erro começa a criar uma imagem que começa a ser perigosa. No mercado de trabalho, bateu o rótulo na testa, é difícil conseguir se livrar dele. E qual é a parte boa na avaliação de sua carreira? Não parar de estudar. Nunca parei de estudar. Estudava de tudo. É bem provável que 70% das coisas que eu estudei ainda não me serviram. Mas no dia que eu precisar, eu tenho o curso ou tenho a experiência. Outra coisa muito importante para o jovem. O maior contigente de desempregados no Brasil é formado por jovens até 25 anos, com curso superior e que nunca trabalharam. Conseguir alguma coisa rápido quando se tem 18 anos é importante. Não adianta ficar empilhando diploma. Se o processo for em uma empresa privada, o que a empresa vai querer é o equilíbrio entre a experiência acadêmica e a experiência prática. A melhor escola e a melhor faculdade podem até garantir a entrada, mas não garantem a permanência.


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Gehringer O modo de vestir influencia no mercado de trabalho? Influencia no modo como as pessoas te veem, até em termos de promoção. Pode reparar que as pessoas que são promovidas se parecem, porque elas se parecem com a maneira como a organização se veste. Isso não significa que exista a descrição de um traje. Às vezes, a gente lê em uma revista: “se vista assim”. E isso não é verdade. Tem empresa em que se trabalha de tênis, jeans e camiseta. Há outras em que se trabalha de terno, gravata. As mulheres, quase de longo, cabelo preso, sem tatuagem aparente, sem piercing. Em outras, não tem problema usar piercing. Então, tem que se perguntar como é que a empresa se veste de modo geral? Como é que o diretor se veste, o presidente se veste, o gerente se veste? Quem foi promovido ou conseguiu alguma coisa especial nos últimos dois anos? Eles, por acaso, se parecem com o pessoal de cima? Normalmente, sim. Então eu tenho duas opções. Eu posso me vestir do jeito que a organização quer que eu me vista e ter mais oportunidades ou me vestir

MAX GEHRINGER

do jeito que eu quero e ter menos oportunidades. Ficar muitos anos na mesma empresa pode ser sinônimo de uma carreira bem-sucedida ou não há essa relação? Eu acho isso maravilhoso, a não ser que seja por medo da vida, medo de se arriscar ou por desespero do que existe lá fora. Se não for esse o motivo, acho que uma pessoa que trabalha 25 anos no mesmo lugar e está sorrindo de manhã quando chega e está sorrindo de tarde quando vai

embora fez o melhor negócio da vida. Por que ficar pulando de um lado para o outro, se ela encontrou o lugar onde ela é feliz? É que nem casamento. Ah, estou casado há 15 anos, então vou me separar. Mas, por quê? Ah, está todo mundo se separando. Isso não é um bom motivo. E o contrário, pular demais de um emprego para o outro? Existem pessoas que não conseguem resistir, e o mercado está mais receptivo, isso é verdade. Antes era uma des-

graça, agora é acúmulo de experiência. Então, também depende do motivo pelo qual a pessoa sai. Se ela foi demitida cinco vezes é um problema seríssimo. Se ela saiu cinco vezes para ganhar mais, é alguém que a gente presta atenção. Mas, para mim, é tudo uma questão de como é que eu me sinto melhor. Eu estou fazendo isso por que todo mundo está fazendo ou estou fazendo isso por que me sinto bem? l Com Aerton Guimarães, Érica Abe, Kátia Maia e Livia Cerezoli

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PESQUISA CIENTÍFICA

Reconhecimento acadêmico CNT e Anpet premiam trabalhos universitários sobre soluções para o transporte durante congresso em Joinville (SC) POR

s vencedores da 17ª edição do Prêmio CNT de Produção Acadêmica foram homenageados no dia 30 de outubro, em Joinville (SC), durante a realização do 26º Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte. Dos 450 trabalhos científicos inscritos, dez foram premiados. A proposta da premiação é incentivar a pesquisa e estimular novas descobertas de tecnologias e formas de gestão que con-

O

LIVIA CEREZOLI

tribuam para a melhoria da produtividade e da competitividade do setor. Os critérios de seleção dos trabalhos levam em conta a originalidade, a atualidade, a relevância para a atividade transportadora, o rigor científico e a clareza nas exposições do conteúdo e da conclusão. A entrega do prêmio foi feita pelo vice-presidente da seção de transporte de cargas da CNT e presidente da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transportes de Cargas

e Logística no Estado de Santa Catarina), Pedro Lopes. O prêmio, criado em 1996, é uma parceria entre a CNT e a Anpet (Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte) e tem como objetivo principal incentivar a pesquisa e estimular a descoberta de inovações que contribuam para a melhoria da produtividade e competitividade do setor de transporte no país. Com a premiação, a CNT reitera seus esforços para aproximar

o meio acadêmico dos empresários do setor. Ao mesmo tempo, a confederação promove o incentivo à produção acadêmica, oferecendo possibilidades de aplicações práticas para os projetos premiados e apresentando aos transportadores soluções, reflexões e oportunidades de aperfeiçoamento da atividade, proporcionando um transporte de mais qualidade à sociedade. Para o presidente da Anpet, Orlando Fontes Lima Júnior, es-


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ANPET/DIVULGAÇÃO

INOVAÇÃO Cerimônia de entrega do 17º Prêmio CNT de Produção Acadêmica, que estimula descobertas tecnológicas

sa iniciativa é um importante canal de relacionamento entre a teoria e a prática. “É um incentivo para a comunidade de pesquisadores em transportes continuar buscando e desenvolvendo temas úteis para o setor. Para as empresas, permite conhecer os avanços de ponta em temas de seus interesses que normalmente não teriam acesso”, explica ele, que também é professor do Departamento de Geotecnia e Transportes da Faculda-

de de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp (Universidade de Campinas). De acordo com Pedro Lopes, presidente da Fetrancesc, é importante ressaltar os trabalhos científicos de alta qualidade premiados durante o evento. “O conteúdo de todos eles tem uma relação direta com as situações vivenciadas no setor de transporte. O material apresenta soluções futuras para os problemas que enfrentamos hoje”, afirma.

Os trabalhos inscritos devem ser de fácil implementação e abordar questões, como soluções para os problemas reais enfrentados pelo transportador, desenvolvimento de ferramentas de gestão empresarial ou estratégicas, soluções para a redução de custos operacionais, soluções para o aumento de qualidade e desempenho dos serviços, soluções tecnológicas, soluções logísticas, gestão de recursos, propostas ou estudos de regulamen-

tação para o setor e responsabilidade social e ambiental. Os trabalhos foram analisados pelo Comitê Científico da Anpet e por uma comissão julgadora especialmente constituída por especialistas em transportes da CNT. As relações entre o estilo de vida e a escolha modal, a segurança viária, a relação fluxo-velocidade em rodovias brasileiras, a mobilidade sustentável e a alocação de berços para múltiplas cargas estão entre os


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17º PRÊMIO CNT DE PRODUÇÃO ACADÊMICA

PUBLICAÇÃO

Vencedores em 2012

Livro reúne trabalhos

Trabalho: Relações fluxo-velocidade para rodovias de pista simples no Brasil Autores: José Elievam Bessa Júnior e José Reynaldo Setti

Anualmente, a publicação “Transporte em Transformação” reúne os trabalhos premiados no Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte. Em 2012, o livro chegou à sua 16ª edição. A proposta da publicação é servir como ferramenta de pesquisa no meio empresarial e também como referência bibliográfica para novas pesquisas dentro da academia. A cada ano, o livro traz os dez melhores trabalhos premiados no ano anterior. De acordo com Helena Beatriz Bettella Cybis, diretora científica da Anpet e coordenadora do Lastran (Laboratório de Sistemas de Transportes) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a publicação do livro permite que a comunicação entre o setor e o meio acadêmico seja realizada de ma-

Trabalho: Estudo das relações entre o estilo de vida e a escolha modal: uma análise de classes latentes Autores: Alexandre Henrique Silva, Ronny Marcelo Aliaga Medrano e Pastor Willy Gonzales Taco Trabalho: Modelo de desempenho de irregularidade longitudinal desenvolvido com base em dados da rede de rodovias em tratamento superficial duplo do Estado da Bahia Autores: Sérgio Pacífico Soncim, José Leomar Fernandes Júnior e Luis Edmundo Prado de Campos Trabalho: Procedimento para avaliação de projetos de rodovias rurais visando a segurança viária Autores: Márcia Lopes Rodrigues de Souza e Maria Alice Prudêncio Jacques Trabalho: Capacidade e relação fluxo-velocidade em autoestradas e rodovias de pista dupla paulistas Autores: Gustavo Riente de Andrade e José Reynaldo Setti Trabalho: Desenho automático de mapas octalineares de rede de transporte público utilizando algoritmo genético Autores: Marcelo de Lima Galvão, Marcus Vinicius Lamar e Pastor Willy Gonzales Taco Trabalho: Proposta de um modelo matemático para o problema de alocação de berços para múltiplas cargas (PAB-MC) com restrições temporais e espaciais Autores: Rodrigo de Alvarenga Rosa, Leandro Colombi Resendo e Felippe Tose Lopes Trabalho: Uma avaliação retrospectiva de Belém do Pará sob a ótica da mobilidade sustentável Autores: Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho e Antônio Nélson Rodrigues da Silva Trabalho: Método probabilístico para identificação de zonas de acumulação de acidentes Autores: António Fidalgo Couto e Sara Ferreira Trabalho: Avaliação da ecoeficência nas operações portuárias com a utilização da análise relacional Grey Autores: Ilton Curty Leal Junior, Max Anderson da Silva Mendes, Vanessa de Almeida Guimarães e Aline Aparecida de Moraes Ribeiro

principais temas presentes nos trabalhos vencedores. De acordo com Lima Júnior, o resultado do prêmio entregue em Joinville confirma o crescimento significativo da qualidade da pesquisa em transportes no Brasil ao longo dos anos. “Em algumas áreas já somos criadores e difusores de tecnologia, como é o caso do desenvolvimento dos

neira bastante eficiente. “Geralmente, o setor não tem acesso direto ao que está sendo produzido nas universidades e a publicação do livro facilita isso”, explica. Os exemplares são distribuídos para as entidades representativas do setor de transporte e para as universidades que oferecem cursos voltados para a área. O download do livro também pode ser realizado pelo endereço http://bit.ly/QrxEgk.

BRTs (ônibus de trânsito rápido, da sigla em inglês) e na área de pavimentação em solos tropicais, para citar apenas dois exemplos.” Todos os dez artigos serão publicados no livro “Transporte em Transformação XVII”, que será lançado em 2013. Durante o Congresso foi lançado o livro com os premiados em 2011 (veja mais no texto acima). l



QUALIDADE Porto francês de Le Havre, que fica no norte do país

AQUAVIÁRIO

POR

LETICIA SIMÕES

porto francês de Le Havre alcança, pelo segundo ano consecutivo, o título de melhor porto europeu. A escolha foi feita pela “Cargonews Asia”, principal publicação de comércio exterior no continente asiático. Le Havre faz parte do maior complexo portuário da França, conhecido pela sigla Haropa (instituído este ano), que concentra ainda os portos de Paris e Rouen. A localização privilegiada, além da eficiência nas operações, são apontadas como primordiais para o êxito do porto, que já recebeu comitivas brasileiras para a troca de experiências. O prêmio foi concedido ao porto de Le Havre em Xangai. A cerimônia, realizada em junho, contou com a presença dos principais embarcadores e operadores logísticos da Ásia. A votação teve mais de 16 mil eleitores entre importadores, exportadores e empresas ligadas à cadeia logística asiática. O porto francês concorreu com outros grandes terminais europeus, como Antuérpia (Bélgica), Hamburgo (Alemanha) e Roterdã (Holanda). Le Havre está situado ao norte da França, na embocadura do rio Sena, no eixo entre o canal da Mancha e o mar do Norte, na extensão de mar que pertence à cidade francesa de mesmo nome.

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Modelo d Le Havre, na França, recebe o título de O acesso marítimo ao porto não depende de canais e eclusas, pois ele é aberto em alto-mar. Essas características permitem aos armadores instalarem centros de distribuição no continente europeu e facilitam as operações de transbordo e cabotagem para outros portos. Le Havre é a porta de entrada para os navios da Europa e para os que partem da América do Norte e do extremo oriente rumo à costa oeste europeia. O engenheiro civil Jean-Pierre

Bernard, delegado do Complexo Haropa no Brasil, Chile e Mercosul, afirma que Le Havre foi totalmente destruído em 1945, com a Segunda Guerra Mundial. Foi a partir daí que o porto começou a reescrever sua história de forma significativa. “Havia a possibilidade de reconstruí-lo fora da cidade. Essa foi a escolha dos responsáveis pela obra. Graças a ela, entrada e saída são feitas sem que haja necessidade de trafegar pelo município.” Segundo Bernard, a opção em

construir o porto em alto-mar possibilita também sua expansão. “Le Havre é o único porto no norte da Europa que tem espaço para ampliação, sem interferir com a cidade. Portos normais, como o de Santos, não têm essa facilidade. No Brasil, apenas os complexos de Pecém (CE) e Suape (PE) têm condições de crescer sem interferir no aspecto urbano.” Em 2005, Le Havre inaugurou o “Port 2000”. Trata-se de um portacontêiner operado por três empre-


FOTOS COMPLEXO PORTUÁRIO HAROPA/DIVULGAÇÃO

e eficiência melhor porto europeu pela segunda vez consecutiva sas que se associaram aos três maiores armadores de contêineres do mundo. O cais linear possui 4,2 quilômetros de extensão, sendo o segundo maior da Europa. Segundo Bernard, a retroárea (área de pátio) do Port 2000 tem, pelo menos, 500 metros de largura totalmente livres. “Com essa estrutura moderna, Le Havre ampliou sua capacidade, e os investimentos vão continuar para aumentar cada vez mais essa habilidade”, afirma o representante da Haropa.

O complexo portuário concentra a maior movimentação de contêineres da França, com 2,8 milhões de TEUs por ano. Somente Le Havre é responsável por 80% dessa movimentação, com 2,3 milhões de TEUs, anualmente. O desembaraço aduaneiro no porto é executado em menos de seis minutos. O porto passou por algumas mudanças em sua gestão. De acordo com Bernard, em 1992, com a primeira reforma portuária da França, foram privatizadas algu-

mas operações por meio de concessões. Com isso, os estivadores de Le Havre foram integrados como funcionários nas empresas operadoras. “A partir de então, não houve mais problemas de greve no porto. Até 2008, a autoridade portuária ainda era responsável pela gestão de toda a operação. Houve uma segunda mudança, que definiu que ela seria a gestora do território. Sua responsabilidade passou a ser o acesso marítimo”, explica o dirigente.

De acordo com ele, a autoridade portuária francesa passou a cuidar exclusivamente da linha de cais e da segurança interna, desenvolvendo o acesso ao porto coordenado à multimodalidade e à qualidade do meio ambiente de toda a região de Le Havre. “Desde 2011, a autoridade portuária não interfere na operação comercial, que fica a cargo dos próprios operadores.” Outro aspecto de destaque do porto é a tecnologia aplicada. Apenas 2% das operações em Le


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RADIOGRAFIA DO PORTO Havre são feitos com contato físico. “Essa porcentagem equivale a cargas com virtuais problemas, que passam pelo sistema de controle para analisá-las e separálas, quando for o caso. Isso é possível graças à parceria entre os operadores portuários e a alfândega francesa”, diz Bernard. A eficiência do porto chamou a atenção do modal aquaviário brasileiro. De acordo com Bernard, o porto de Le Havre mantém ações de intercâmbio com o Brasil há pelo menos 14 anos. Dezessete portos brasileiros têm escala no terminal francês. A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) enviou, em 2009, um grupo de técnicos para conhecer os portos franceses, entre eles, Le Havre. De acordo com a assessoria da agência, as peculiaridades operacionais e gerencias dos terminais da França motivaram a autarquia a enviar seus especialistas para vivenciar a rotina dos terminais. Segundo a Antaq, a integração da comunidade com o porto, a facilidade observada no relacionamento entre o terminal e a aduana, a aplicação de recursos que eliminam parte da burocracia (semelhante ao projeto Porto sem Papel, instituído pela Secretaria Especial de Portos), a eficiência na gestão das áreas no porto, com base no

plano de desenvolvimento e zoneamento, e a integração entre a torre de operação com a autoridade marítima foram aspectos que atraíram a comitiva. A agência afirma que a experiência serviu para mostrar a necessidade de maior integração da comunidade portuária brasileira, como aduana, gestores de terras públicas e órgãos ambientais, para buscar, com maior comprometimento, o crescimento da atividade no país. Para Meton Soares, presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário), Le Havre pode se orgulhar de sempre ter sido “muito bem organizado e estruturado”. Segundo o dirigente, o porto francês acompanha a eficiência de outros grandes portos europeus, como Antuérpia e Hamburgo, tornando-se também uma referência do modal em todo o mundo. “A desburocratização é primordial na maioria dos portos internacionais. No Brasil, o ‘Porto sem papel’ deve ser incorporado por todos os órgãos ligados à operação para que o país melhore nesse aspecto.” A desburocratização de Le Havre é apontada por Fábio Furlan, diretor comercial da SDV Brazil, como um dos principais pontos de eficácia do porto. A SDV opera no

Localização: norte da França, na embocadura do rio Sena Movimentação de contêineres: 2,3 milhões de TEUs/ano Principais cargas: vinhos e destilados (maior porto exportador do mundo), biocombustíveis, cerais, café, malte, açúcar, cacau Escalas diárias de navios porta-contêineres: 10 Mão de obra: 40 mil empregos diretos e 120 mil empregos indiretos Agentes de segurança: 130 O Complexo Portuário Haropa possui 2,6 milhões de metros quadrados Fonte: Complexo Portuário Haropa

terminal desde 1974, transportando cargas variadas, como helicópteros, autopartes, materiais siderúrgicos, metal, artigos médicos e de luxo. “O porto possui ótimas estruturas e vias de acesso. Le Havre é sempre pró-ativo na busca de soluções conjuntas com seus parceiros e colaboradores”, diz Furlan. A Cesportos-SC (Comissão de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis de Santa Catarina) também enviou uma comitiva ao porto, em maio deste ano. “A Comissão vai implantar um programa de intercâmbio internacional de informa-

RECONHECI

ções sobre segurança portuária, buscando o alinhamento dos portos e terminais catarinenses com os melhores do mundo. Le Havre é uma referência também nesse quesito”, afirma Reinaldo Garcia Duarte, coordenador da Cesportos-SC e da comitiva catarinense. De acordo com ele, a troca de conhecimento sobre as medidas de segurança adotadas nos portos europeus traz reflexos positivos para a segurança portuária de Santa Catarina. “O intercâmbio de informações sobre os sistemas e procedimentos de segurança com outros


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MENTO Comitiva da Cesportos-SC entrega placa a diretor do porto Le Havre

portos contribui para que a comissão e seus supervisores continuem adotando as mais acertadas medidas e procedimentos de segurança.” Duarte diz que cada integrante da comitiva elaborou um relatório com as respectivas impressões acerca dos procedimentos e equipamentos de segurança utilizados pelos portos, além das estruturas portuárias como um todo. “Rodovias, hidrovias e ferrovias intermodais são, entre outros, aspectos que estão muito à frente das vias de acesso dos portos brasileiros.”

O coordenador afirma que os relatórios são confidenciais. “O conteúdo vai servir de subsídio para ações a serem implantadas no Brasil e, também, como registro para que a segurança nos portos de Santa Catarina acompanhe a eficiência dos terminais internacionais.” Bernard, da Haropa, afirma que Le Havre é o primeiro porto da Europa e o segundo do mundo a ter a certificação ISO 28.000, norma específica para a gestão de riscos e para a segurança na cadeia logística, que reúne requisitos internacionais para mitigar

erros dessa tipificação. O primeiro a conquistar a certificação foi o porto de Houston, nos EUA. Outro contato estabelecido entre Le Havre e o Brasil foi feito com a visita de um grupo de professores da UFPA (Universidade Federal do Pará) ao porto. Segundo Roberto Pacha, diretor da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA, o grupo seguiu para a França, em 2011, com o objetivo de que fossem concretizadas futuras cooperações científicas entre os engenheiros de Le Havre e os docentes da universidade. “Existem grandes chances de que se formalize um intercâmbio entre os técnicos de Le Havre e a Faculdade de Engenharia Naval da UFPA. O departamento tem interesse em conhecer a tecnologia naval francesa e tentar absorvê-la no Brasil”, afirma Pacha. De acordo com ele, nada ainda foi oficializado e não há data prevista para que a cooperação seja firmada. Jean-Pierre Bernard ratifica que a Haropa está aberta a receber novas comitivas. “Meu papel como delegado do Complexo é facilitar as relações e trocas de experiências entre Brasil e França, o que fortalece o comércio internacional entre os dois países.” Ele destaca que a crise mundial abalou todo o comércio internacional, e Le Havre, assim como os portos de Paris e Rouen, sentiu o efei-

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to. “As importações provenientes da Ásia reduziram 10% com esse colapso econômico. Em contrapartida, o que foi exportado para aquele continente e para o Brasil não teve redução. Produtos como vinhos, por exemplo, contribuíram para manter os níveis de exportação para os dois destinos.” A ILS Cargo mantém parceria com a Qualitair & Sea Carga para operar em Le Havre desde 2007. A empresa transporta, em média, 500 TEUs anuais para o porto com serviços de valor agregado, como contagem de peças, repesagem, embalagem e emissão de documentos. Célia Pinho, diretora-geral do ILS Cargo Group, destaca que Le Havre é o maior porto exportador de vinhos e destilados do mundo, com movimentação de 800 milhões de garrafas por ano. “O porto francês está em constante processo de crescimento, destacando-se na Europa tanto por sua acessibilidade quanto pela confiabilidade de serviço, crescimento de linhas regulares para mais de 500 portos no mundo, rapidez nas operações de carga e descarga e acesso rodoviário com sistema de agendamento de horário, que permite operações gate in/out (recepção, entrega e vistoria) em menos de 40 minutos”, afirma a diretora. l




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TECNOLOGIA

Do que os carros são capazes Com motores cada vez mais leves e potentes, os veículos primam pela segurança e pela interação com o motorista, mas nem todas as novidades são acessíveis aos brasileiros POR

potência do motor e a velocidade alcançada nas vias já não são mais os únicos diferenciais no momento da escolha de um novo modelo de veículo. Tecnologia embarcada, itens que garantem mais segurança e conforto e maior possibilidade de interação estão entre as principais atra-

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LIVIA CEREZOLI

ções para motoristas aficionados ou não por automóveis. Hoje, já existem no mercado mundial carros que abrem as portas por meio de leitura biométrica, que estacionam de maneira automática, que avisam sobre interdições na pista ou proximidade de outro veículo, que acionam o sistema de ar-condicionado

antes mesmo de o motorista chegar ou ainda que permitem a mudança de cores da pintura externa. Muitas dessas tecnologias, mesmo que ainda não estejam disponíveis nos veículos comercializados no Brasil ou que nunca cheguem por aqui, foram apresentadas na 27ª edição do Salão Internacional

do Automóvel, realizado no Parque Anhembi, em São Paulo. A maior feira de automóveis do país reuniu 49 marcas que apresentaram 500 modelos entre os dias 24 de outubro e 4 de novembro. Mais de 700 mil pessoas visitaram os estandes dos 113 expositores presentes no evento. A Volvo apresentou o On


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VOLVO/DIVULGAÇÃO

CONFORTO Sistema localiza a vaga e realiza sozinho a manobra para estacionar os veículos Volvo

Call App, um aplicativo que permite aos motoristas monitorar e controlar diversas funções do veículo a distância, por meio de smartphones e tablets. Segundo Paulo Solti, presidente da Volvo Cars para o Brasil e para a América Latina, com o aplicativo é possível localizar o veículo em caso de roubo, checar se o carro

está com as portas abertas e fechá-las a distância, verificar o nível de combustível, a quilometragem rodada, o consumo médio por litro, os alertas de manutenção, acionar a buzina e o pisca-alerta para permitir a localização do veículo em estacionamentos, além de acionar o sistema de ar antes de o motorista en-

trar no veículo. “Nossa intenção, com esse sistema, é garantir mais conforto e segurança aos nossos consumidores”, diz o presidente. A montadora também apresentou no salão o V40, o primeiro carro a ter airbag para pedestres. “Localizado no capô do veículo, o equipamento minimiza o impacto em

casos de atropelamento”, diz Solti. O veículo, que só será lançado oficialmente no Brasil em 2013, também tem sistema que auxilia o motorista a encontrar uma vaga para estacionar. Um sensor detecta o tamanho da vaga e realiza a manobra. Ao motorista cabe apenas acelerar e frear. Priorizando a segurança


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dentro dos veículos, a TRW, empresa fornecedora de equipamentos para o setor automotivo, desenvolveu uma nova tecnologia que facilita a utilização do cinto de segurança. O facilitador é um pequeno braço acoplado ao regulador de altura da coluna do veículo onde está instalado o cinto e que se estende automaticamente a até 30 cm, toda vez que alguém se senta em um dos bancos dianteiros. O sistema, apresentado inicialmente nos Estados Unidos, tem previsão de ser desenvolvido para fins comerciais a partir de 2016. O novo equipamento evita, ainda, que as tiras do cinto se torçam no momento da utilização e assim reduzam a eficiência do equipamento. A TRW mantém plantas em Limeira (SP), Engenheiro Coelho (SP) e Lavras (MG) e fornece sistemas de freio, direção e suspensão, cintos de segurança, volantes de direção, airbags, componentes eletrônicos, sistemas de fixação, módulos de suspensão dianteira e traseira para a indústria automotiva nacional.

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CONFORTO Land Rover trocou a manopla do câmbio automático

“Nossa intenção, com esses sistemas, é oferecer mais conforto e segurança aos nossos consumidores” PAULO SOLTI, VOLVO

Com um pacote de tecnologia já incluído em praticamente todos os seus modelos, a alemã Mercedes-Benz trabalha para desenvolver um conjunto de medidas que tornem os carros cada vez mais leves e eficientes. Segundo Dirlei Dias, gerente sênior de vendas e marketing da marca no Brasil, os veículos da Mercedes já estão 18% mais econômicos no consumo de combustível. Agora, o que deve sofrer alterações em um futuro próximo é a relação condutor-automóvel. Os

veículos ficarão cada vez mais interativos. “Alguns dos nossos modelos já possuem o Attencion Assist, um sistema que desperta o motorista por meio de vibrações no volante e som quando percebe que ele está sonolento e já não controla mais o carro corretamente. Em dois anos, teremos esse equipamento disponível em 100% dos nossos carros”, afirma Dias. Porém, algumas tecnologias que a Mercedes-Benz oferece em seus modelos na Europa, talvez nunca cheguem


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LAND ROVER/DIVULGAÇÃO

TRW/DIVULGAÇÃO

por um seletor giratório de velocidades

ao Brasil por falta de infraestrutura adequada, destaca o gerente. É o caso do Active Blind Spot Assist, um sistema que alerta o motorista quando ele for mudar de faixa e existir um risco de colisão com outro veículo que não pode ser visualizado por estar no ponto cego do retrovisor. Se mesmo assim o condutor insistir em realizar a mudança de faixa, o automóvel reduz por conta própria a velocidade, minimizando assim o impacto. “Para o funcionamento desse tipo de tecnologia, pre-

AUXÍLIO Sistema da TRW facilita a utilização do cinto de segurança

cisamos ter interação com a sinalização das ruas e das rodovias, mas isso ainda não existe por aqui”, destaca. Outro sistema que já está sendo testado na Europa, mas também depende de infraestrutura para ser implantado por aqui, é o C2X, uma espécie de rede social de automóveis. Os carros são ligados entre si e à infraestrutura de controle do tráfego por meio de uma rede. Cada veículo irá manter os outros atualizados sobre a situação do trânsito a cada momento. Em situações em

Este ano, mais de

700 mil pessoas visitaram o Salão do Automóvel

que os motoristas têm dificuldade em ver o que está acontecendo na estrada à sua frente, a tecnologia C2X pode ajudar a evitar colisões traseiras e engavetamentos, transmitindo informações sobre uma freada de emergência, por exemplo. O sistema ainda pode controlar os semáforos de acordo com a demanda, otimizando o fluxo dos automóveis. A mesma ressalva é feita pelo gerente nacional de vendas da Audi no Brasil, Thiago Lemes, que destaca o atraso na implantação obrigatória dos rastreadores nos veículos. “Esse sistema permite ter a telemetria dos automóveis e, se os semáforos das cidades forem inteligentes, isso pode facilitar, por exemplo, a punição para quem ultrapassar o sinal vermelho. Pode até ajudar na cobrança dos estacionamentos rotativos nos grandes centros e dos pedágios nas rodovias.” A obrigatoriedade da implantação dos rastreadores consta no Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos) criado


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pela lei complementar nº 121/2006. Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o sistema é composto por placas de identificação veicular eletrônica instaladas nos veículos, antenas leitoras, equipamentos de configuração, sistemas informatizados e bases de dados nacional e locais. Mesmo que a lei seja de 2006, o início do funcionamento está previsto apenas para janeiro de 2013. A conclusão com emplacamento de toda a frota é para julho de 2014. Além da falta de infraestrutura, para o gerente de marketing do produto da Volkswagen, Henrique Sampaio, o custo elevado de importação também impede que algumas tecnologias cheguem aos consumidores brasileiros, como é o caso da transmissão automática de marchas. O câmbio automático, existente nos Estados Unidos desde a década de 1950, só agora começa a ser popularizado por aqui. “Não existe ainda produção nacional de transmissão automática no Brasil, o que encarece o veículo com essa tecnologia”, afirma. Na linha Jaguar-Land Rover, o câmbio automático é

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SEGURANÇA Tecnologia Mercedes-Benz auxilia motoristas a identificar

“Para essa tecnologia funcionar, precisamos ter interação com a sinalização e isso ainda não existe aqui” DIRLEI DIAS, MERCEDES-BENZ

ainda mais tecnológico. A manopla foi substituída por um seletor giratório que possibilita ao condutor ter mais espaço dentro do veículo. O sistema existe em toda a linha diesel com câmbio de oito velocidades da Land Rover e em todos os modelos da linha Jaguar, inclusive os comercializados no Brasil. A alavanca do freio de estacionamento também foi substituída por um pequeno botão, que pode ser acionado por meio do seletor. No entanto, existe um alento para a tecnologia automoti-

va brasileira. Com a aprovação do novo regime automotivo – que entrou em vigor em 3 de outubro deste ano –, a expectativa é que o mercado nacional não fique assim tão defasado em relação ao restante do mundo e que novas tecnologias sejam desenvolvidas por aqui. O novo regime tem como objetivo o aumento do conteúdo regional medido pelo volume de aquisições de peças e insumos das empresas instaladas no país, investimento em engenharia e inovação e aumento da eficiência


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MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO

SALÃO DO AUTOMÓVEL/DIVULGAÇÃO

a presença de outros veículos na via

energética. Todos esses fatores serão levados em consideração para a obtenção de benefícios tributários (leia mais sobre o regime na página 50). Segundo Sampaio, a dificuldade da entrada de tecnologias no país também ocorre com os carros híbridos ou 100% elétricos. “Fora do Brasil, existe incentivo para o uso dessas tecnologias. A Volkswagen tem os modelos, mas não consegue vender aqui devido ao custo.” Prova dessa realidade é a chegada ao Brasil do Toyota

EXPOSIÇÃO Grande parte das tecnologias foi apresentada durante o Salão Internacional do Automóvel

Prius. Lançado mundialmente em 1997, o híbrido tem valor de mercado de aproximadamente US$ 20 mil (R$ 40 mil), mas vai ser comercializado no Brasil, a partir de janeiro de 2013, pela montadora japonesa, por R$ 120 mil, podendo sofrer alterações por causa de questões macroeconômicas, segundo Luiz Carlos Andrade Júnior, vice-presidente comercial da Toyota Mercosul. O sistema de motorização elétrica também é o grande diferencial dos modelos da Peugeot vendidos fora do

“Não existe ainda produção de transmissão automática no Brasil, o que encarece o veículo com essa tecnologia” HENRIQUE SAMPAIO, VOLKSWAGEN

país. “Não privamos os consumidores brasileiros de ter a tecnologia disponível em outros países, mas existem alguns impeditivos, como os híbridos”, diz Sérgio Davico, diretor de produtos da Peugeot. Ele explica que os carros de passeio movidos a tração elétrica e a combustão na Europa usam o diesel como combustível principal, o que não ocorre no Brasil e, por isso, a tecnologia híbrida por aqui deve ser diferenciada e adequada ao uso da gasolina e do etanol. l


REGIME AUTOMOTIVO

POR LIVIA

CEREZOLI

lançamento do Inovar-Auto (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores) mexeu com os planos das montadoras já instaladas no Brasil e com as que planejam se instalarem por aqui. Durante o 27º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo (SP), várias empresas afirmaram que ainda estão em fase de avaliação das novas exigências previstas no programa para definir os investimentos dos próximos anos. Instituído pelo decreto nº 7.819, de 3 de outubro deste ano, o programa tem como objetivo apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos veículos e das autopeças, conforme consta no texto publicado no “Diário Oficial da União”. Pelo novo regime, as mon-

O

Em fase de Montadoras ainda estudam novos investimentos depois do tadoras com fábricas instaladas no Brasil serão beneficiadas com a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), desde que invistam em pesquisa, desenvolvimento, engenharia nacional e produzam carros menos poluentes e mais econômicos. O programa abrange tam-

bém as multinacionais com projetos de instalarem unidades fabris no país. O programa vale de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2017. Os veículos com 70% ou mais de nacionalização – existem etapas fabris a serem cumpridas no Brasil ao longo dos cinco anos de validade do

programa -, importados do Mercosul ou dentro da cota de importação do México, não serão tributados com os 30 pontos percentuais extras do IPI que já vigora no país desde o ano passado. De acordo com o diretor de relações institucionais e governamentais do Grupo Re-


FIAT/DIVULGAÇÃO

NACIONALIZAÇÃO Programa federal prevê redução de IPI para veículos com 70% de produção brasileira

adaptação lançamento do programa Inovar-Auto pelo governo federal nault-Nissan, que já mantém plantas de produção no Brasil, Antonio Prataviera Calcagnotto, o regime deve permitir a entrada de novas tecnologias no país. “O potencial do Brasil nessa área ainda é pequeno e precisa ser desenvolvido”, diz. De qualquer forma, o executivo garante que as empresas ainda

estão negociando ajustes em alguns itens que constam no novo acordo para só depois confirmarem os novos investimentos em solo nacional. As montadoras deverão cumprir pelos menos três das quatro exigências constantes no novo acordo para terem direito aos incentivos fiscais

oferecidos pelo regime automotivo. A primeira delas é cumprir um índice mínimo de etapas de fabricação de veículos dentro do Brasil. Para os leves, até 2017, o número de etapas deve chegar a oito e, para os pesados, a dez. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento também de-

vem passar de 0,15% da receita bruta operacional, em 2013, para 0,5% ao final do programa. Além disso, os investimentos em engenharia e tecnologia industrial básica e capacitação de fornecedores também deverão passar de 0,5%, em 2013, para 1% em 2017. Por último, o decreto prevê que as montadoras devam aderir ao Programa de Etiquetagem Veicular definido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e estabelecido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), com percentuais mínimos que vão de 36% dos novos produtos comercializados no próximo ano até 100% da frota em 2017. “O prazo é bastante apertado, mas as fábricas estão em fase de estudos em relação aos novos rumos da produção automobilística nacional. De qualquer maneira, estamos trabalhando para oferecer um carro mais econômico e eficiente aos consumidores”, afirma Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat.


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INVESTIMENTOS

Montadoras anunciam fábricas Para se adequar ao novo regime automotivo brasileiro, algumas montadoras já anunciaram investimentos em fábricas no país. Durante o Salão Internacional do Automóvel 2012, realizado em São Paulo, pelo menos seis montadoras confirmaram o início da produção de seus modelos no Brasil nos próximos anos. A BMW deve investir R$ 300 milhões na construção de sua planta em Santa Catarina. A montadora ainda não detalhou o projeto que foi entregue ao governo federal no início de outubro e aguarda aprovação. Mas, de acordo com presidente da BMW do Brasil, Jörg Henning Dornbusch, a fábrica começará a ser erguida em abril do próximo ano e terá capacidade de produção de 30 mil unidades ao ano. A chinesa Changan está investindo US$ 280 milhões na construção de uma fábrica em Anápolis (GO) para a produção de veículos de passageiros. A montadora também anunciou investimentos de US$ 200 milhões em uma segunda unidade fabril, em Linhares (ES). A nova fábrica será construída em parceria com a também chinesa Haima e a sulcoreana Ssangyong.

De acordo com Abdul Ibraimo, presidente da Districar, importadora que representa as três marcas, ainda não existe definição sobre quais os modelos serão produzidos na fábrica capixaba. “Nossa expectativa é ter capacidade de produção entre 50 mil a 70 mil unidades nos próximos cinco anos”, afirma ele. A também chinesa Chery apresentou no salão o Celer, o primeiro carro da marca que será produzido no Brasil. A unidade fabril, que já está em construção em Jacareí (SP), recebeu investimento de US$ 400 milhões e deve produzir cerca de 150 mil unidades ao ano a partir do final de 2013. O anúncio da vinda das asiáticas para o Brasil teve início com a Jac Motors, que está construindo sua planta em Camaçari (BA) com investimento de R$ 900 milhões e capacidade para 100 mil veículos por ano. Outras montadoras também se mostraram dispostas e construírem fábricas no Brasil para se enquadrarem no novo regime automotivo, como é o caso da Audi e da Jaguar. Porém, nenhuma delas detalhou os projetos e os investimentos.

INVESTIMENTO A Chery é uma das montadoras que já iniciaram

Na cerimônia de abertura do salão, a presidente Dilma Rousseff defendeu o programa, afirmando que o Brasil precisa cuidar da sua indústria nacional. “O Inovar-Auto é um apoio a produção automobilística brasileira. Precisamos gerar tecnologia dentro do nosso país. Precisamos agregar valor à nossa produção industrial.” De acordo com Cledorvino Belini, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o mercado brasilei-

ro tem potencial para comercializar mais de 5 milhões de novos veículos por ano até 2020. Neste ano, o volume de vendas, incluindo caminhões e ônibus, deve chegar a 3,8 milhões de unidades, 200 mil a mais do que em 2011. “Nossas fábricas têm previsão de investimentos de mais de R$ 60 bilhões nos próximos anos para atingir esse patamar”, afirmou ele também durante a cerimônia de abertura do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. Para as montadoras que


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CHERY/DIVULGAÇÃO

O NOVO REGIME AUTOMOTIVO Veja quais são as exigências do Inovar-Auto VALIDADE De 1/1/13 a 31/12/17 QUEM PODE PARTICIPAR • Empresas já instaladas no Brasil • Aquelas que têm projetos de instalação no país • Empresas que apenas comercializam veículos, mas não produzem no Brasil, desde que respeitem a cota de importação definida (4.800 unidades/ano) REGRAS As empresas deverão cumprir pelo menos três das quatro exigências impostas pelo novo regime para ter acesso aos benefícios fiscais REQUISITOS PARA EMPRESAS Exigências Etapas fabris no Brasil (leves) Etapas fabris no Brasil (pesados) Investimento em pesquisa e desenvolvimento* Investimento em engenharia e tecnologia* Programa de etiquetagem**

2013 6 8 0,15% 0,5% 36%

2014 7 9 0,30% 0,75% 49%

2015 7 9 0,5% 1% 64%

2016 8 10 0,5% 1% 81%

2017 8 10 0,5% 1% 100%

* Em relação ao total da receita bruta ** Em relação ao total da frota Fonte: “Diário Oficial da União”

a construção de unidade fabril no país

vendem veículos de países sem acordo comercial bilateral com o Brasil, o Inovar-Auto prevê que a cota de importação não pode ultrapassar 4.800 unidades por ano para receber o benefício. Acima disso, os veículos passam a ser tributados com os 30 pontos percentuais extras do IPI. As novas regras devem reduzir drasticamente a venda de veículos importados no país, segundo Flávio Padovan, presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos

Automotores) e diretor-presidente da Jaguar-Land Rover no Brasil. De acordo com os dados da associação, que representa 29 marcas, de janeiro a agosto deste ano, a média de venda de veículos importados no Brasil foi de 12 mil por mês, mas o número caiu para 5.000 carros em setembro, justamente pelo impacto da cobrança do IPI. A expectativa da Abeiva é fechar o ano de 2012 com 120 mil unidades vendidas. “Nosso setor representou, em 2011, apenas 6,01% do to-

tal de veículos vendidos no país. Por isso, acredito que atribuir a cota máxima de importação de 4.800 unidades por ano não atende aos anseios de parte significativa de nossas associadas. O tratamento não isonômico é injusto e prejudica principalmente o consumidor brasileiro que perde a capacidade de livre escolha com a limitação de oferta de produtos a preços justos”, diz Padovan. A mesma opinião tem o presidente da Kia Motors no Brasil, José Luiz Gandini. Para

ele, o justo seria ter uma base proporcional ao histórico de cada montadora. “Ao instituir a cota para os importados sem os 30 pontos adicionais do IPI, o governo utilizou a maneira mais lógica, mas nivelou por baixo, como se fôssemos uma importadora de uma loja só”, diz. A Kia, no último ano, comercializou 77.194 veículos no Brasil. De acordo com Gandini, já existe a negociação da implantação de uma fábrica da marca no Brasil, mas não há definições sobre local ou prazos. l


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MEMÓRIA

Ousadia secular Ao completar cem anos, a polêmica ferrovia Madeira-Mamoré busca reconhecimento como Patrimônio da Humanidade POR

unca se soube exatamente o valor gasto nem o número de vidas perdidas durante a construção de uma das ferrovias mais famosas do mundo, mas é inegável a contribuição da Estrada de Ferro MadeiraMamoré para o desenvolvimento de uma das regiões mais inóspitas do Brasil.

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LIVIA CEREZOLI

A ferrovia, que rasgou 366 km na selva amazônica entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em Rondônia, completou cem anos de inauguração no dia 1º de agosto deste ano. O nome da estrada de ferro se deve aos rios existentes no seu traçado, o Madeira e o Mamoré. Durante todo esse século, a história da ferrovia foi marcada por atos de co-

ragem, empreendedorismo, dificuldades, ousadia e descaso com a memória de uma das maiores obras de engenharia já realizadas no Brasil. Hoje, restam apenas 8 km de trilhos que estão sendo recuperados pelo Consórcio Construtor Santo Antônio, responsável pela instalação da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no rio Ma-

deira. “Para liberar a licença da construção da usina foram impostas compensações ambientais e culturais, como a revitalização de parte da ferrovia”, explica Beto Bertagna, superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Rondônia. O trecho deve receber, até 2014, um trem turístico.


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FOTOS ACERVO/IPHAN

MADEIRA-MAMORÉ Nome de ferrovia na selva amazônica, entre Porto Velho e Guajará-Mirim, é em homenagem aos rios existentes ao longo do seu traçado

Atualmente,

8 km de trilhos estão sendo recuperados

Além disso, o consórcio também está investindo R$ 8,8 milhões na recuperação da grande oficina da ferrovia, que funcionará como museu e como centro de manutenção dos trens que voltarão a circular no trecho. “Essa é uma forma de preservar a memória de uma ferrovia tão importante para o país. Mesmo que

ela não tenha tido o desempenho econômico previsto, contribuiu para o desenvolvimento social e para a proteção das fronteiras nacionais”, afirma Bertagna. O trecho a ser revitalizado é tombado pelo Iphan desde 2005 e agora busca o reconhecimento como Patrimônio da Humanidade com a Unesco (Organiza-

ção das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Desde o início deste ano, estão sendo colhidas assinaturas que reconhecem a importância da ferrovia. Segundo Ricardo Leite, coordenador do Comitê PróCandidatura da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré a Patrimônio Cultural da Humanidade, o projeto também conta com o envol-


OS 100 ANOS DA FERROVIA Principais fatos da história da Madeira-Mamoré

1872 – Primeira tentativa

1903 – Brasil e Bolívia

1907 – Percival Farquhar

1931 – Alegando que a

de construção de uma ferrovia na região amazônica

assinam o Tratado de

funda a Madeira-Mamoré Railway Co. e compra a concessão de construção da estrada de ferro

ferrovia era deficitária, a

Petrópolis. Em troca das terras do Acre, o Brasil

1878 – Segunda tentativa

assume o compromisso

de início de construção. Foram instalados 7 km de trilhos

de construir a Estrada

1912 – Em 1º de agosto, a

de Ferro Madeira-Mamoré

Madeira-Mamoré é inaugurada

vimento dos governos federal, estadual e municipal de Porto Velho, além de entidades públicas e privadas. “A estrada de ferro é uma das páginas mais fantásticas da história do Brasil. Ela foi um marco civilizatório na Amazônia, além de ser um exemplo de cooperação internacional”, afirma Leite, que também é procurador federal. Entre os pouco mais de 900 itens que constam na lista da Unesco de Patrimônios da Humanidade, 19 são brasileiros, como a cidade histórica de Ouro Preto (MG), o Plano Piloto de Brasília (DF), a cidade do Rio de Janeiro (RJ) e o complexo de áreas protegidas do Pantanal (MS e MT). A única estrada de ferro que faz parte da lista é a de Semmering, na Áustria. A ideia da construção da ferrovia surgiu na Bolívia, em 1846, com o engenheiro José Augustin Palácios. Ele convenceu as autoridades locais de que a melhor saída para os produtos bolivianos era pelo Oceano Atlântico, atravessando a Bacia Amazônica. “Além das dificuldades físicas para transpor a cordilheira dos Andes, a Bolívia estava impedida pelo Peru e pelo Chile de escoar a produção de borracha pelas terras desses países devido a questões políticas. A solução era mesmo o Bra-

PRODUÇÃO

De livro a minissérie A construção da Madeira-Mamoré representa um capítulo tão importante da história do Brasil que inspirou várias publicações e até foi transformada em série de televisão. Com títulos como “Trem-Fantasma” e “A Ferrovia do Diabo”, os livros relatam o cotidiano dramático dos homens que trabalharam duro para finalizar a ferrovia. Uma das histórias mais conhecidas talvez seja a que foi transformada em minissérie. “Mad Maria”, exibida pela TV Globo em 2005, foi inspirada no livro homônimo de Márcio Souza, publicado em 1980. O título do livro e da minissérie é uma junção da palavra inglesa mad – que significa louca, representando o sonho ufanista de construir a ferrovia – e Maria, nome das antigas locomotivas movidas a carvão que rodavam pelos trilhos. Segundo o portal Memória Globo, a abertura de “Mad Maria” foi produzida

a partir de fotos do americano Dana Merrill, fotógrafo que acompanhou todas as etapas da construção da ferrovia, de 1907 a 1912. As fotos selecionadas foram intercaladas com imagens gravadas pela equipe de produção da minissérie em Rondônia. “Um fio vermelho percorria o caminho dos trilhos da estrada de ferro, simbolizando o sangue derramado na construção do empreendimento”, afirma texto publicado no portal.

Madeira-Mamoré Railway Company interrompe o tráfego. O governo brasileiro nomeia um interventor e a administração da ferrovia passa a ser brasileira


1972

– Em 10 de julho, a ferrovia é desativada

1981 – Volta a operar num trecho de 7 km para fins turísticos

2000 – Trecho é desativado por completo

2005 – Em 2 de novembro,

2006 – Em 28 de

2011 – O Iphan autorizou o

uma composição transporta convidados para a missa de Finados no Cemitério da Candelária, em memória às centenas de operários que faleceram durante a construção da ferrovia. Em 10 de novembro, a ferrovia é tombada pelo Iphan

dezembro, o Ministério

início das obras de restauração da grande oficina da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

da Cultura homologou, por meio da portaria nº 108, o tombamento como Patrimônio Cultural Brasileiro

CONSTRUÇÃO Mais de 20 mil trabalhadores de diferentes países vieram para o Brasil

2012

– A histórica ferrovia completa 100 anos de inauguração

sil”, explica Bertagna, do Iphan de Rondônia. Pelo menos duas tentativas fracassadas de implantar a ferrovia foram iniciadas entre 1872 e 1878. Porém, foi com a assinatura do Tratado de Petrópolis que a estrada de ferro ganhou forma e saiu do papel. O documento assinado em 17 de novembro de 1903 previa a incorporação do Acre, que antes pertencia à Bolívia, ao território brasileiro em troca de pagamento de indenização de 2 milhões de libras e da construção da ferrovia. O responsável pela construção da Madeira-Mamoré foi o norte-americano Percival Farquhar. Depois de instalada a Madeira-Mamoré Railway Company, mais de 20 mil trabalhadores de 25 diferentes nacionalidades desembarcaram no Brasil para assentar os trilhos. “Foram cinco anos (1907 a 1912) de muito trabalho e de perdas humanas pelos mais variados motivos”, conta o pesquisador Anísio Gorayeb. Pelo menos 1.593 pessoas morreram no hospital da Candelária, infraestrutura montada na selva amazônica em 1908 para atender as vítimas das doenças tropicais, como malária, pneumonia, sarampo, beribéri, entre outras. “Estima-se que no total mais de


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PARA SABER MAIS Alguns livros publicados sobre o tema

“Trem-fantasma – Ferrovia Madeira-Mamoré”

“Madeira-Mamoré – Imagem e Memória”

“Caminhos da Ilusão – Madeira-Mamoré martírios”

Autor: Francisco Foot Hardman Editora: Companhia das Letras

Autor: Autor: Marcos Santilli Editora: Memória Discos e Edições

Autor: Renato Ignácio da Silva Editora: Renig

“Em Trilhos na Selva: o Dia a Dia dos Trabalhadores da Ferrovia Madeira-Mamoré” Autor: Rose e Gary Neeleman Editora: Bei Editora

“Madeira-Mamoré – do Gênio Humano ao Abandono” Autor: Antônio Ocampo Editora: editado pelo próprio autor

“A Ferrovia do Diabo” Autor: Manoel Rodrigues Ferreira Editora: Melhoramentos

6.200 pessoas morreram durante o período de construção da ferrovia por conta das doenças e também dos conflitos com os índios”, lembra Gorayeb. Segundo o pesquisador, depois de construída, a MadeiraMamoré amargou prejuízos. A Malásia passou a produzir borracha a preços mais competitivos, e o produto boliviano e brasileiro sofreu uma queda brusca nas exportações. “A ferrovia nunca deu o lucro esperado. Farquhar pensava que a região se desenvolveria mais do


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HISTÓRIA Pesquisadores defendem preservação de ferrovia, mas reconhecem que reestruturação da linha é inviável

que realmente aconteceu”, afirma Gorayeb. Em 1931, alegando que a ferrovia era deficitária, a MadeiraMamoré Railway Company interrompeu o tráfego. O governo brasileiro nomeou um interventor, e a administração da ferrovia passou a ser brasileira. Os trens rodaram até 1966, quando um decreto do governo federal determinava a erradicação total da ferrovia. “Nessa época, o governo militar brasileiro passou a privilegiar a construção de rodovias. Foi assim que surgiram

as BR-364 e BR-425, que acompanham, em grande parte, o traçado da ferrovia”, relata o procurador Ricardo Leite. A Madeira-Mamoré ainda funcionou até 1972 realizando o transporte de materiais e pessoas para a construção das rodovias. Depois disso, ela acabou abandonada. Em 1981, houve uma tentativa de reativação para fins turísticos nos 7 km iniciais. Porém, em 2000, ela estava paralisada novamente. “Em 2005, a ferrovia estava em situação de extrema calamidade”, destaca

“A estrada de ferro é uma das páginas mais fantásticas da história do Brasil” RICARDO LEITE, DO COMITÊ PRÓ-CANDIDATURA

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Beto Bertagna, do Iphan. Foi a partir daí que começou o processo de tombamento. Atualmente, pesquisadores da história da estrada de ferro são unânimes em afirmar que o projeto foi ousado demais e que hoje não existira nenhuma chance de reativação dos trilhos, porém, a Madeira-Mamoré trouxe contribuições significativas para o país. “Não teríamos o Acre em nosso território e a cidade de Porto Velho e o Estado de Rondônia dificilmente existiriam”, diz Ricardo Leite, do Comitê Pró-Candidatura. A cidade de Porto Velho tem 428.527 habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e abriga as duas maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento): as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. Para o pesquisador Anísio Gorayeb, a Madeira-Mamoré nunca teve papel fundamental para o transporte de produtos na região Norte do país e, hoje, a reestruturação da linha é inviável. “De qualquer forma, ela faz parte da história do Brasil e precisa ser preservada. Temos visitantes do mundo inteiro que chegam aqui atrás da história da Madeira-Mamoré”, diz. l


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TRANSPORTE AÉREO

Segurança na manutenção Simpósio promovido no Sest Senat do DF alerta alunos sobre a responsabilidade da profissão POR

lunos do Sest Senat participaram do 2º Simpósio de Segurança de Voo na Manutenção, promovido na unidade de Samambaia, no Distrito Federal. Durante todo o dia de sábado, em 27 de outubro, eles receberam informações e tiveram acesso a dados passados pelo Seripa 6 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e

A

CYNTHIA CASTRO

pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Desde maio deste ano, o Sest Senat de Samambaia oferece o curso de mecânico de manutenção aeronáutica. O treinamento também é oferecido na unidade de Belo Horizonte (MG). Com a realização do simpósio, os alunos puderam se conscientizar ainda mais sobre a importância de levar a sério o trabalho nessa área.

“Adoro aviação e acho que a participação nesse seminário é muito importante para todos nós, alunos, ficarmos cada vez mais conscientes de que aviação não é brincadeira. Tem que trabalhar com muito cuidado e segurança”, disse Edcarlos Rodrigues Araújo, que é auxiliar administrativo. Para o colega dele, Gladstone Mesquita, o curso que está fazendo no Sest Senat representa uma oportunidade para

ampliar as chances de trabalho. “Meu interesse veio principalmente da curiosidade de descobrir essa nova área e tentar entrar nesse mercado, que deve oferecer muitas oportunidades”, disse Mesquita. O aluno Marivaldo Pereira Santos está fazendo o curso por apostar que a aviação é uma área que promete continuar oferecendo vagas no próximo ano. Ele cita que a cidade


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FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

QUALIFICAÇÃO Alunos do curso de mecânico de manutenção aeronáutica do Sest Senat de Samambaia

de São Paulo tem uma frota enorme de helicópteros e que a região de Macaé, no Rio de Janeiro, também tem espaço para quem trabalha com manutenção. “Essa área é muito boa, e é ótimo o suporte que o Sest Senat tem dado para quem quer atuar com mecânica de aeronave. O laboratório é excelente, e estou gostando muito de tudo.” O curso tem três especialidades: célula de aeronaves,

grupo motopropulsor e aviônicos. Há um módulo básico comum com 300 horas/aula, e cada especialidade tem 710 horas/aula. Concluir uma delas dura em torno de nove meses. A especialidade chamada de célula de aeronaves aborda a parte de estrutura do avião. O curso do grupo motopropulsor trata dos motores convencionais, turbo-hélice e jatos. E a especialidade aviônicos aborda as

partes elétrica e eletrônica, navegação e transmissão de dados. O coordenador de desenvolvimento profissional na unidade de Samambaia, Haroldo Willuweit, afirmou que a procura tem sido significativa e que o Sest Senat tem trabalhado para formar mão de obra de qualidade nessa área. Alerta Durante o Simpósio de Se-

gurança de Voo na Manutenção, os representantes do Seripa e do Cenipa passaram diversos dados abordando questões de segurança e também de acidentes. Em uma avaliação dos acidentes da aviação geral nos últimos dez anos, em 29,8% das ocorrências estavam presente o problema de falha de motor. E ao considerar essa motivação para o acidente, ficaram constatadas tam-


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bém falhas recorrentes nos serviços de manutenção e supervisão das aeronaves. “É muito importante ficar atento e tomar todos os cuidados necessários. O bom profissional da área de manutenção conhece bem a sua importância para garantir a segurança de voo”, disse o tenente-coronel Valter Barreto Silva, chefe do Seripa 6, que abrange os Estados do Mato Grosso, Tocantins e Goiás e o Distrito Federal. Os representantes do Cenipa e do Seripa mostraram alguns exemplos de acidentes que poderiam ter sido evitados, como um ocorrido no início de 2009, no qual a aeronave teve uma parada súbita de motor após a decolagem porque os cabos de controle lateral estavam invertidos e foi também constatada rachadura no bloco do motor. O tenente-coronel Barreto destacou que a prevenção é fundamental quando se fala em segurança de voo. “Há um mercado amplo para esse profissional, mas é muito importante que nesse momento do curso os alunos já estejam conscientes sobre medidas de prevenção e sobre outros cuidados que o trabalho requer.” Quando ocorre um acidente aéreo e não se sabe de imediato

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DIVERSIDADE Entre os temas abordados no curso do Sest Senat, estão as estruturas das aeronaves, siste

“É importante estar consciente sobre as medidas de prevenção” TENENTE-CORONEL BARRETO, DO SERIPA 6

qual o fator que contribuiu ou provocou a ocorrência, geralmente, o primeiro elemento que aparece sob suspeita é exatamente alguma falha na manutenção, conforme destacou o tenente-coronel Jocelyn Santos, integrante da Divisão de Formação e Aperfeiçoamento do Cenipa. O fator meteorológico também pode levar a algum erro na operação do piloto, de acordo com Santos, bem como a falha ou má interpretação das informações de tráfego aéreo. Há

ainda o perigo aviário, entre outras situações que podem levar a algum acidente. No dia do simpósio no Distrito Federal, o tenente-coronel Santos passou algumas dicas para os alunos do curso do Sest Senat que pretendem atuar na área de manutenção de aeronaves. “A primeira delas é ter muita força de vontade. O profissional dessa área precisa gostar de engenharia mecânica. Tem que ter interesse por esse assunto.”


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CURSO MECÂNICO DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA Conheça os temas das disciplinas • Instrumentos • Inspeção de aeronaves • Procedimentos de pista

Módulo básico • Matemática • Desenho técnico de aeronaves • Física • Inglês técnico • Aerodinâmica • Materiais de aviação e processos • Tubulações e conexões • Combustíveis e sistemas de combustível • Eletricidade • Peso e balanceamento • Geradores e motores elétricos de aviação • Ferramentas manuais e de medição • Princípios da inspeção e regulamentação da manutenção • Regulamentação da aviação civil • Regulamentação da profissão de mecânico • Primeiros socorros • Segurança de voo

Especialização Grupo Motopropulsor • Teoria e construção de motores de aeronaves • Sistemas de admissão e de escapamento • Sistema de combustível do motor • Sistemas de ignição e elétrico do motor • Sistema de partida do motor • Sistemas de lubrificação e de refrigeração do motor • Sistema de proteção contra o fogo no motor • Hélices • Remoção e instalação de motores • Operação e manutenção do motor • Inspeção de motores • Procedimentos de pista

Especialização célula de aeronaves • Estruturas de aeronaves e sistemas de controle de voo • Entelagem e pintura • Reparos estruturais • Soldagem • Sistemas de proteção contra os efeitos da chuva e do gelo e contra o fogo • Sistemas hidráulicos e de trens de pouso • Sistemas pneumáticos, de pressurização, de ar-condicionado e de oxigênio • Sistemas elétricos • Sistemas de comunicação e de navegação

Especialização aviônicos • Instrumentos • Sistemas elétricos de aeronaves • Sistemas elétricos de partida e de ignição de motores • Sistemas elétricos de proteção contra os efeitos da chuva e do gelo e contra o fogo • Eletrônica I – Semicondutores • Eletrônica II – Técnicas digitais • Sistemas de comunicação e de navegação • Inspeção de aeronaves • Procedimentos de pista

mas elétricos e hidráulicos e aerodinâmica

Ter um bom conhecimento de inglês também é fundamental para que o trabalho seja de qualidade. “Muitas aeronaves são compradas no exterior, e os documentos são em inglês. Precisa saber pelo menos o inglês técnico aeronáutico. Saber, por exemplo, como diz fuselagem em inglês, parafuso. Tem que ter um conhecimento da língua”, disse Santos. Outra dica importante passada por ele é que o profissional da área de manutenção

precisa ser uma pessoa com elevado grau de concentração, que esteja sempre atenta a detalhes e que não faça o trabalho com pressa. “Tem que ter aquela busca pela perfeição. Não adianta ser prático demais e não ser cuidadoso no que faz.” O integrante da Divisão de Formação e Aperfeiçoamento do Cenipa comentou que nos acidentes provocados por falhas na manutenção é comum a constatação de problemas,

Curso oferecido no Sest Senat tem

3 especializações

Fonte: Manuais de cursos da Anac

como negligência em relação a procedimentos padrões, desrespeito ao tempo de troca de materiais, falta de consulta aos manuais e uso de material não certificado. “Ocorre também a presença de improviso. Em aviação, buscar o caminho mais curto não é o melhor. Sempre digo que aerovia não tem acostamento. Então, não adianta a pressa demais. Tem que fazer tudo com muito cuidado, buscando ser o mais perfeito possível.” l


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MERCADO

Cautela nos investimentos Empresários do setor de transporte não devem ampliar frotas no final de 2012, revela sondagem da CNT POR ROSALVO

cenário econômico de 2012, avaliado pela segunda sondagem “Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário” realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), revela que os transportadores de cargas estão mais cautelosos com o nível de investimentos na atividade. De acordo com o levantamento, publicado no segundo semestre deste ano, 65% dos transportadores não adquiriram veículos pesados em 2012, e mais da metade (55,6%), pro-

O

STREIT

vavelmente, deve encerrar o ano sem novas aquisições. A segunda fase da pesquisa da CNT revela as expectativas econômicas dos transportadores rodoviários no segundo semestre deste ano. Durante o mês de agosto, dirigentes de empresas de transporte de cargas e transporte de passageiros urbanos ou rodoviários responderam a um questionário que identifica as percepções em relação à economia do país. A íntegra do relatório está disponível na página da Confederação na Internet (www.cnt.org.br).

Os números da sondagem já tiveram reflexo direto no mercado de vendas de caminhões e ônibus. Levantamento da Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores) aponta que, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, 113.937 caminhões novos foram licenciados. No mesmo período de 2011, foram 143.781 unidades comercializadas - variação negativa de 20,8%. Somente no mês de outubro, a queda foi de 9,1%, passando de 13.880 novos veículos de carga licenciados, em 2011, contra 12.620, neste ano.

No caso dos ônibus, o acumulado de janeiro a outubro registrou queda de 15,3% - 28.138 unidades licenciadas, em 2011, contra 23.833, em 2012. A redução é ainda mais acentuada se apenas o mês de outubro for analisado: o licenciamento total de ônibus caiu de 2.934, no ano passado, para 1.997 no mesmo período deste ano. Retração de 31,9%. No início de 2012, com um cenário mais otimista de crescimento da economia, a primeira etapa da sondagem da CNT apurou que quase 67% dos empresários pretendiam renovar a frota. Segundo a última pesquisa, a redução das vendas ocorreu porque os transportadores “esperavam um maior impacto da crise internacional no país, o que representa uma expectativa pessimista em relação ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e um impacto negativo na receita bruta esperada.” Dados do relatório Focus do Banco Central, divulgados no final de outubro, indicam que a estimativa de expansão da economia este ano é de 1,57%. A taxa é menor que o aumento de 2,7% registrado em 2011, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A entrada em vigor da fase P7 do Proconve (Programa de Con-


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REPRODUÇÃO/CNT

FACILIDADE

CNT oferece simulador Para auxiliar os transportadores autônomos e as empresas na busca de um novo veículo ou na renovação da frota, a CNT criou, em setembro deste ano, o Simulador de Financiamento de Veículos. A ferramenta apresenta as diversas opções de financiamento disponíveis no mercado com base nas regras vigentes. O sistema, simples e de fácil acesso, está disponível no site da CNT (www.cnt.org.br). O usuário deve informar, inicialmente, se é transportador autônomo ou empresa, preencher os dados com a renda bruta ou o faturamento e, em seguida, fornecer informações sobre o valor aproximado do veículo que será adquirido e se já possui outros financiamentos. Os da-

trole de Poluição do Ar por Veículos Automotores) para veículos pesados é outro fator que pode explicar a queda nas vendas de veículos pesados neste ano. Muitos transportadores anteciparam as compras no final do ano passado porque a nova tecnologia, apesar de ser menos poluente, representou aumento do custo do veículo (entre 15% e 20%) e do combustível (estimado em 20%). Sobre as principais atividades ligadas ao setor, a sondagem da CNT revela que a maioria dos transportadores acredita na redução da receita bruta (41,1%),

do número de viagens (44,4%) e do volume de carga e quantidade de passageiros transportados (38,9%). No primeiro semestre, quando foi realizada a primeira sondagem, 57,8% dos entrevistados apostavam no aumento da receita bruta em 2012, número que baixou para 24,4% após seis meses. Sobre a contratação formal de empregos, aumentou para 31,1% a parcela dos que acreditam na redução da oferta de novas vagas de trabalho – em março, a taxa era de 16,6%. Também aumentou o número de transportadores que acredita

em uma elevação no custo dos insumos. Para 84,4%, o preço do óleo diesel deve aumentar, 85,6% esperam elevação em lubrificantes e 77,8% apostam em preços mais altos para pneus. Em março, a sondagem da CNT revelou que as taxas eram de 60,2%, 68,5% e 73,4%, respectivamente. Financiamentos De acordo com a pesquisa da CNT, 48,3% dos empresários entrevistados devem utilizar as linhas de financiamento do Procaminhoneiro e 10,3% do PSI (Programa de Sustentação do Investi-

dos pessoais do transportador ou os da empresa não são solicitados. O simulador calcula o valor da prestação mensal do financiamento e permite que o transportador compare, ao mesmo tempo, até quatro linhas de crédito diferentes. São apresentadas as opções de valores de entrada, prazos para pagamento, taxa de juros e carência de cada um dos financiamentos. O programa também avalia o percentual de comprometimento da renda ou do faturamento nas diferentes opções de financiamento. O objetivo da CNT, com essa nova ferramenta, é permitir uma economia financeira e de tempo para os transportadores.

mento) para uma possível ampliação da frota ainda neste ano. Com juros mais acessíveis – a taxa cobrada pelos dois programas baixou de 5,5% ao ano para 2,5% –, a CNT avalia que as condições são vantajosas e devem ser aproveitadas. O benefício é válido até 31 de dezembro e o prazo máximo de parcelamento é de 120 meses. O Procaminhoneiro pode ser utilizado para a aquisição de caminhões e implementos rodoviários (novos e usados), enquanto os recursos do PSI destinam-se somente à compra de caminhões novos. l


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PARCERIA

Mobilização pela vida CNT e Sest Senat aderem oficialmente ao projeto do governo federal para reduzir o número de acidentes de trânsito no país POR

romover o respeito às regras de trânsito e incentivar a mudança para um comportamento mais seguro, ético e solidário, visando a redução de mortes ou da gravidade de lesões às vítimas de acidente em rodovias e vias urbanas. Esse é o principal objetivo da CNT e do Sest Senat ao aderir ao Parada: Pacto Nacional pela Redução de Acidentes. O programa foi lançado pelo Ministério das Cidades como resposta ao desafio pro-

P

LIVIA CEREZOLI

posto pela ONU (Organização das Nações Unidas) de reduzir em até 50% o número de acidentes fatais no mundo durante a Década para Segurança Viária, entre 2011 e 2020. A cerimônia de adesão ao programa foi realizada no dia 7 de novembro, na sede da CNT em Brasília, e contou com a presença do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, da diretora-geral do Sest Senat, Maria Tereza Pantoja, do presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de

Transportes Urbanos), Otávio Vieira da Cunha Filho, além de outros representantes do setor de transporte urbano de passageiros. Com a adesão, a CNT e o Sest Senat passam a fazer parte do grupo de entidades e empresas que, por meio de ações de conscientização e educativas, ajudam a reduzir a violência no trânsito do Brasil. A proposta do Sest Senat é mobilizar 1 milhão de pessoas com a realização de campanhas educativas, seminários e

palestras, produção de vídeo e outras ações de conscientização. O Sest Senat acredita que essa campanha contribuirá para as questões da segurança viária, quer seja nas rodovias ou vias urbanas, e com isso espera que a sociedade passe a zelar mais por suas vidas e pela vida do próximo. Os números mais recentes de acidentes no trânsito são do Ministério da Saúde e mostram que, em 2010, 42.844 pessoas morreram nas estradas e ruas do país. Segundo


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JÚLIO FERNANDES/CNT

CONSCIENTIZAÇÃO A CNT e o Sest Senat passam agora a fazer parte do grupo de entidades e empresas que ajudam o país a reduzir a violência no trânsito

“A parceria é extremamente importante porque possibilita que mais pessoas conheçam o Pacto” AGUINALDO RIBEIRO, MINISTRO DAS CIDADES

dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil ocupa a quinta colocação entre os países com o maior número de mortes no trânsito. “Essa parceria com a CNT e o Sest Senat é extremamente importante porque possibilita que mais pessoas conheçam o Pacto. A capilaridade da rede instalada do Sest Senat, presente em todo o país, é fundamental para o desenvolvimento e a ampliação do programa”, afirmou o ministro Aguinaldo Ribeiro.

A NTU também assinou o Pacto. Além de atividades de conscientização dos motoristas, a associação comprometeu-se a disponibilizar espaços publicitários em parte dos ônibus urbanos para difusão da campanha. “Esse é um programa ousado e importantíssimo para a preservação das vidas. Infelizmente, as pessoas têm se acostumado com as perdas no trânsito e isso não é normal”, disse Otávio Vieira da Cunha, presidente da NTU.

Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o Brasil tem uma frota de 74.689.706 veículos em circulação. Desse total, 2.354.052 são caminhões, 508.175 ônibus e 313.667 micro-ônibus. Estimativas da Polícia Rodoviária Federal mostram que 35% das mortes ocorridas no trânsito são decorrentes de acidentes com automóveis, 29% com motocicletas, 16% com caminhões, 11% com bicicletas e 2,7% com ônibus e micro-ônibus. l


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SEST SENAT

m mês inteiro de atividades voltadas para o público infantil. Durante o mês de outubro, as unidades do Sest Senat de todo o país realizaram ações em comemoração ao Dia das Crianças 2012. Milhares de crianças participaram das programações nas unidades que contaram com palestras educativas, atividades culturais, esportivas, de lazer. O evento esteve voltado para os filhos dos trabalhadores em transporte, alunos de escolas públicas e crianças da comunidade em geral. Nas palestras, os principais temas trabalhados foram saúde bucal, alimentação saudável, jovem aprendiz e preservação ambiental. Entre as atividades lúdicas de recreação foram realizados jogos educativos, competições esportivas (natação, futebol ou jogos de tabuleiro), pintura facial, mini-horta comunitária, piquenique, oficinas de música

U

Hora da alegria Unidades de todo o país realizaram diversas atividades para comemorar o Dia das Crianças POR

e brinquedos, apresentações teatrais e sorteios de brindes. De acordo com o presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, oferecer uma programação voltada para as crianças é mais uma forma de garantir qualidade de vida para

LIVIA CEREZOLI

a família do trabalhador em transporte. “Um dos objetivos do trabalho desenvolvido pelo Sest Senat é valorizar o transportador e sua família, e por isso mesmo é tão importante realizar eventos desse tipo. A sociedade tem o dever de cuidar

para que todas as crianças tenham seus direitos garantidos e cresçam saudáveis e felizes”, afirma ele. Em Cariacica, no Espírito Santo, mais de 800 crianças, acompanhadas dos pais, participaram das atividades realizadas


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FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

CARIACICA (ES) Crianças participaram de oficinas de culinária durante comemoração na unidade

no Sest Senat. O evento contou com atividades culturais, de esporte e de lazer e teve como objetivo principal oferecer mais qualidade de vida às famílias dos trabalhadores do setor de transporte e à comunidade em geral. Além de diversas ativida-

des de recreação, as crianças tiveram a oportunidade de participar de uma oficina de culinária para aprender a produzir macarrão e cupcakes. Para Eliomar Rossati, diretor da unidade, o evento cumpriu a missão a qual se propôs: ofere-

cer momentos de alegria, integração e convívio social para as crianças. “Tivemos uma participação bem grande da comunidade que vive na região onde a unidade está localizada, por isso tenho certeza que a decisão de realizar esse evento foi cor-

reta. O Sest Senat tem também como objetivo cuidar da comunidade onde ele está inserido e promover o desenvolvimento da mesma”, destaca ele. Acompanhe a seguir as atividades realizadas em outras unidades do Sest Senat.


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PIRACICABA (SP)

VIDEIRA (SC) ma parceria do Sest Senat de Videira e da Alfa Transportes reuniu mais de 10 mil pessoas no Parque Central de Caçador, em Santa Catarina, no dia 12 de outubro. Os Doutores da Alegria fizeram a festa da criançada. Foram sorteadas bolas, bonecas, carrinhos, bicicletas e outros brinquedos. Quem

U

passou pelo parque também pôde participar de diversas atividades de recreação, como exibição de filmes, contação de histórias, além de brincadeiras diversas. No evento ainda foram realizadas palestras sobre higiene bucal, educação no trânsito, prevenção de incêndios e alimentação infantil.

MANAUS (AM) esgatar antigas brincadeiras, como corrida de saco, pula corda, queimada, futebol e mímica foi o foco central das atividades realizadas pelo Sest Senat Manaus. Em parceria com a Escola Municipal Poeta Mário Quintana, a unidade reuniu mais de 220 crianças em sua área de lazer, no dia 11 de outubro, para uma manhã de recreação. A proposta da atividade foi promover a interação entre os pequenos, proporcionando a realização de atividades físicas, ao mesmo tempo em que aprendiam e se divertiam.

R


CNT TRANSPORTE ATUAL

DEZEMBRO 2012

71

BRASÍLIA (DF) comemoração do Dia das Crianças foi dividida em dois eventos. No dia 6 de outubro, a programação contou com show de mágicas, palhaços, apresentações culturais, esculturas com bexigas, distribuição gratuita de pipoca e algodão-doce e muitas brincadeiras. Durante a festa foram sorteadas bicicletas, uma viagem e outros prêmios fornecidos pelas empresas parceiras (Trevo, Rodomeu, Supricel, Voal, Piracema, Agência Monte Alegre Turismo e Caixa Econômica Federal). No dia 27, palestras abordaram temas relacionados ao comportamento das crianças, como a hiperatividade, e as oficinas artísticas de pintura e dança movimentaram o Dia das Crianças.

ais de 500 crianças especiais participaram das atividades promovidas pelo Sest Senat de Brasília (DF) para celebrar o Dia das Crianças. Os alunos dos centros de Ensino Especial do Distrito Federal foram recebidos na unidade com uma programação extensa que contou com competições esportivas em diversas modalidades, recreação e também brincadeiras nas piscinas. Instrutores do Sest Senat e monitores dos centros de ensino auxiliavam as crianças na participação de todas as atividades.

A

M

REGENTE FEIJÓ E PRESIDENTE PRUDENTE (SP) comemoração do Dia das Crianças foi realizada de forma conjunta pelas unidades de Presidente Prudente e Regente Feijó, em São Paulo, durante o evento “Transporte e Cidadania”. Mais de 1.200 pessoas participaram das atividades nas áreas de educação, de saúde, de lazer, de cultura e de esporte. Um dos destaques do dia foi a oficina de meio ambiente. As crianças receberam informações sobre a importância da preservação ambiental e do plantio de árvores e cada uma delas ganhou uma muda para ser plantada. l

A


Estat铆stico, Econ么mico, Despoluir e Ambiental


FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas

30.051 28.614 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

Federal 64.165 Estadual Coincidente 17.255 Estadual 110.842 Municipal 26.827 Total 219.089

12.817 5.173 111.334 1.234.918 1.364.242

76.982 22.428 222.176 1.261.745 1.583.331

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas 15.365 Administrada por operadoras estaduais 1.195 FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

2.354.052 481.307 936.917 708.231 16.640 40.000 22.870 105.000

11.738 8.066 1.674 7.136 28.614

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)

100.924 3.045 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.289 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos Internacionais Aeroportos Domésticos Outros aeródromos - públicos e privados

32 34 2.638

173

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos

122 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso

156

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

44.000 29.000 13.000 1.549

505 918 5.749 6.711 13.883

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


74

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DEZEMBRO 2012

BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

R$ bilhões

Investimentos em Transporte da União (dados atualizados outubro/2012)

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumulado - até outubro/2012) (R$ 8,10 bilhões)

17,78

0,825 (10%)

8,10 5,14

0,308 (4%)

6,928 (85%)

2,96

0,047 (1%)

Autorizado Valor Pago do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

CIDE - 2012

(R$ Milhões)

Arrecadação no mês setembro/2012 Arrecadação no ano (2012) Investimentos em transportes total pago* em 2012 (com recursos de 2012 e de anos anteriores)1 Investimentos em transportes total pago* em 2012 (apenas com recursos de 2012)2 CIDE não utilizada em transportes (2012) Total Acumulado CIDE (desde 2002) O Decreto nº 7.764 (junho de 2012) zerou a alíquota da CIDE. Não haverá arrecadação a partir dessa data.

1,0 2.735 2.584 1.894 841 76.000

* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores. 1 - inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores. 2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente. Obs: são considerados todos os recursos não investidos em infraestrutura de transporte.

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

Rodoviário

Aquaviário

Ferroviário

Aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - OUTUBRO/2012

PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial4 Reservas Internacionais5 Câmbio (R$/US$)6

2011

acumulado em 2012

últimos 12 meses

expectativa para 2012

2,7 11,00 6,50 29,79

0,62

1,18

1,54 7,25 5,45 18,45

7,25 3,77 15,72

5,28 22,46

352,01

377,75

1,87

2,02

2,01

90 76,0

Observações: 1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2012 2 - Taxa Selic conforme Copom 10/10/2012

54 35,8

36

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até outubro/2012 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até outubro/2012 (US$ bilhões) 5 - Posição dezembro/2011 e outubro/2012 em US$ bilhões

18

6 - Câmbio de fim de período 31/10/2012, média entre compra e venda

0

9 6 8 7 5 4 2 3 0 1 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 Arrecadação Acumulada CIDE

2 201

Investimento Federal Pago Acumulado

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. A partir do Decreto nº 7.764 de 22.06.2012, as alíquotas da CIDE ficam reduzidas a zero. O antigo decreto nº 7.591 (outubro de 2011) estabeleceu as alíquotas de R$0,091/litro (para a gasolina) e de R$0,047/litro (para o diesel). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte. Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.

Fontes: Receita Federal (setembro/2012), COFF - Câmara dos Deputados (outubro/2012), IBGE e Focus - (Relatório de Mercado 26/10/2012), Banco Central do Brasil.

8

R$ bilhões

72

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES (PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)


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75

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS ESTRUTURA

NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2007 A 2011

2012 ATÉ SETEMBRO

OUTUBRO

168.813

12.741

590.470 Aprovação no período 87,50%

TOTAL 772.024

Federações participantes

20

Unidades de atendimento

68

Empresas atendidas 90,02%

Caminhoneiros autônomos atendidos

88,13%

92,12%

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado. FEDERAÇÃO FETRANSPORTES

11.2632-1010

FETRANCESC

SC

48.3248-1104

FETRANSPAR

PR

41.3333-2900

FETRANSUL

RS

51.3374-8080

FETRACAN

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

81.3441-3614

FETCEMG

MG

31.3490-0330

FENATAC

DF, TO, MS, MT e GO

61.3361-5295

RJ

21.3869-8073

AC, AM, RR, RO, AP e PA

92.2125-1009

ES

27.2125-7643

BA e SE

71.3341-6238

RJ

21.3221-6300

RN, PB, PE e AL

84.3234-2493

FETRAM

MG

31.3274-2727

FEPASC

SC e PR

41.3244-6844

CEPIMAR

CE, MA e PI

85.3261-7066

FETRAMAR

MS, MT e RO

65.3027-2978

AM, AC, PA, RR e AP

92.3584-6504

FETRASUL

DF, GO, SP e TO

62.3598-2677

FETERGS

RS

51.3228-0622

FETRANSPORTES FETRABASE FETRANSPOR FETRONOR

FETRANORTE

O governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da aprovação da Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. O objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel B, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.

8

71.3341-6238

SP

FETRAMAZ

Passageiros

27.2125-7643

BA e SE

FETRANSCARGA

Conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

TELEFONE

ES

FETCESP

FETRABASE

Carga

UFs ATENDIDAS

10.664

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

SETOR

9.178

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

Em Janeiro de 2012, entrou em vigor a fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) para veículos pesados. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) considera que este fato tem impactos significativos no setor, uma vez que novos elementos fazem parte do dia a dia do transportador rodoviário. Nesse contexto, a CNT elaborou a presente publicação, com o objetivo de disseminar informações importantes a respeito do tema. O trabalho apresenta ao setor as novas tecnologias e as implicações da fase P7 em relação aos veículos, combustíveis e aos ganhos para o meio ambiente.


76

CNT TRANSPORTE ATUAL

DEZEMBRO 2012

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

2009 EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Geração de energia Outros setores Total

(%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Rodoviário Aéreo Outros meios Total

38,49

Ferroviário

0,83

2%

1,08

3%

1,18

3%

Hidroviário

0,49

1%

0,14

0%

0,14

0%

35,68 100%

37,7

100%

36,38

% 97%

(até agosto)

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

44,76

44,29

49,23

52,26

36,38

Gasolina 25,17

25,40

29,84

35,49

25,77

Etanol

16,47

15,07

10,89

6,20

PARTICIPAÇÃO

13,29

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc) ** Dados atualizados em 05 de outubro de 2012.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

60% 50% 40% CO2 NOx CO NMHc MP

30% 20% 10% 0%

Automóveis GNV Comerciais Leves (Otto) Motocicletas * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV ** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

Ônibus Urbanos

Caminhões Pesados

Japão EUA Europa

Ônibus Caminhões Comerciais Leves Rodoviários (Diesel) médios

Caminhões Leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - SETEMBRO 2012

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s)*

Brasil

% 97%

VOLUME

34,46

39,81 100%

Diesel

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009**

CO2 NOx NMHc CO CH4

VOLUME

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2008 2009 2010 2011 2012**

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

Rodoviário

VOLUME

Total

*Inclui processos industriais e uso de energia

MODAL

2011

2010 % 97%

MODAL

10 15 10 a 50

1,9%

1,2%

18,6% 22,8%

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama e Cascavel. PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará. PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita. SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, Nova Odessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, Santa Bárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, Santo André, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São José dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

35,8%

50** 17,9%

20,4%

500 ou 1800***

Demais estados e cidades * Em partes por milhão de S – ppm de S ** Municípios com venda exclusiva de S-50 *** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

Teor de Biodiesel 22,8% Outros 1,9%

Pt. Fulgor 20,4% Enxofre 17,9%

Corante 1,2% Aspecto 35,8%

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - SETEMBRO 2012

Trimestre Anterior 29,5

30

Trimestre Atual

25

18,4

% NC

20

15 10 5

9,0

2,9

2,0

0,0

1,4

0,9

BA 1,4 0,6

CE 0,9 1,6

4,2

2,0

DF 4,2 4,3

ES 2,0 2,0

7,8 2,2

1,9

0,0

MA 2,2 1,3

MG 1,9 2,5

MS 0,0 0,0

2,2

2,7

2,3

1,7

1,5

2,0

PA 2,2 4,0

PB 2,7 2,9

PE 2,3 2,6

PI 1,7 2,1

PR 1,5 1,5

RJ 2,0 2,2

5,7

9,5 0,0

1,6

1,7

0,0

1,5

RS 1,6 1,0

SC 1,7 1,9

SE 0,0 0,7

SP 1,5 1,2

2,3

0

AC 0,0 0,0

AL 2,9 3,8

AM 18,4 18,4

AP 2,0 1,9

GO 9,0 9,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

MT 7,8 6,2

RN 5,7 5,3

RO 0,0 0,0

RR 29,5 29,5

TO 9,5 9.5

Brasil 2,3 2,4


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

EFEITOS SAÚDE HUMANA

1

Monóxido de carbono (CO)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

Dióxido de Carbono (CO2)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

MEIO AMBIENTE

Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

Compostos orgânicos voláteis (COVs)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.

Ozônio (O3)

Dióxido de enxofre (SO2)

Material particulado (MP)

Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

8

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel como substância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br


“O crescimento da ferrovia se dará pela transferência das cargas rodoviárias para ferrovia, cabotagem, hidrovia e pela multimodalidade” DEBATE

Como o aumento da malha ferroviária pode mudar a logística

A ferrovia sozinha contribui muito pouco RENATO PAVAN

ntes de avaliar a presente questão devemos colocar alguns pontos para entender o problema. Em primeiro lugar gostaria de lembrar que o Brasil transporta 1,8 bilhão de toneladas de carga/ano, sendo que 450 milhões pela ferrovia, ou seja, 25%, dos quais 350 milhões de minério de ferro. Dos 100 milhões restantes, 20 milhões são de soja, sobrando 80 milhões de toneladas para outras cargas. Posto isso devemos considerar: 1 - As distâncias competitivas dos modais de transporte são: 500 km para a rodovia, 1.000 km para a ferrovia e 2.000 km para a hidrovia. Se considerarmos que 70% da população brasileira e das atividades econômicas estão a 300 km da costa, a competição com a rodovia é bastante árdua. 2 - Os Estados Unidos possuem 360 mil km de ferrovia, enquanto o Brasil apenas 10 mil kms úteis. A matriz de transporte americana é 34% ferrovia, 25% hidrovia e 26% rodovia, enquanto no Brasil é 25% ferrovia, 14% hidrovia e 60% rodovia. Sem o minério de ferro, a matriz brasileira é 7% ferro, 71% rodo e 18% hidro. A perspectiva de crescimento da ferrovia em curto prazo está em

A

RENATO PAVAN Sócio da Macrologística Consultoria, possui mais de 30 anos de experiência em projetos de infraestrutura de transporte

cima do minério de ferro, havendo a estimativa de crescer cerca de 300 milhões de toneladas, considerados os projetos da Vale, EBX e outras mineradoras. O crescimento da ferrovia não será no curto prazo e se dará pela transferência das cargas rodoviárias para a ferrovia, cabotagem e hidrovia e pela multimodalidade. 3 - A maioria das ferrovias brasileiras foram construídas há mais de cem anos para atender a demanda da época, que era café, boi, madeira, charque, alimentos e passageiros. Hoje, com poucas exceções, a malha serve muito pouco, não apenas pela deteriorização, mas também pela tecnologia e traçado atual inadequados e porque as cargas pelas quais foram construídas já não mais existem ao longo do traçado atual, exigindo um alto custo rodoviário para atingi-las, o que na maioria das vezes inviabiliza seu uso. 4 - Isso nos leva a necessidade de projetar novas ferrovias, não por trechos, mas por Eixos de Transporte, analisando sua viabilidade dentro de todas as alternativas possíveis, e sua complementação com outros modais, terminais e portos que, infelizmente, estão saturados. Para tanto, há

que se elaborar um planejamento estratégico da infraestrutura de transporte dentro do conceito “Door to door integrated Logistics”, integrando as diversas regiões brasileiras e os modais de transporte mais competitivos e menos poluentes. Querer atrelar a implantação de ferrovias a agenda política é um suicídio institucional. Felizmente, a presidente Dilma criou a EPL para exercer esse papel e escolheu para presidila Bernardo Figueiredo que, além de ser um dos expoentes da logística de transporte no Brasil e no exterior, tem ainda uma atuação política altamente competente. 5 - Outro fator preocupante é o baixo investimento em infraestrutura de transporte, que tem sido de 0,5% do PIB, enquanto Rússia, China e Índia investem 4%. Na pesquisa elaborada pelo “Fórum Econômico Mundial” entre 142 países, o Brasil está em 114° lugar em qualidade da infraestrutura, sendo rodovia 118°, ferrovia 98°, portos 130° e aerovia 122°. A ferrovia sozinha poderá contribuir muito pouco em médio prazo para mudar a logística no Brasil, mas como parte integrante de Eixos de Transporte multimodais contribuirá bastante.


“A combinação de investimentos em educação e infraestrutura representa o segredo de sucesso da maioria dos países”

no Brasil?

O desafio de uma matriz de transporte mais competitiva JOÃO GUILHERME ARAUJO

ecente e felizmente temos recebido uma série de boas notícias e informações sobre uma tardia, mas nem por isso menos relevante, atenção diferenciada do governo brasileiro com relação aos desafios de competitividade de nosso país e o especial papel de sua infraestrutura e logística nesse cenário. Com satisfação, vimos anúncios de planos de atuação e visão de planejamento integrado e em longo prazo para nosso sistema logístico. A economia e seus sistemas globalizados trazem para as disputas de comércio internacional e arena competitiva a urgência e a relevância do tema infraestrutura. Não seria exagero dizer que a combinação de investimentos em educação e infraestrutura representa o segredo de sucesso da maioria dos países mais competitivos do mundo. Desde os anos 70/80 que nosso país não investe significativamente nos seus sistemas de transporte e infraestrutura. Naquele período, investíamos algo da ordem de 2% do PIB em transportes por ano. Depois caiu para a casa de 0,1% a 0,2%. Com méritos, nos últimos anos, o governo tem lançado iniciativas que subiram

R

esse número para a casa de 0,3% a 0,4%. Se considerarmos os recém-anunciados planos de investimento para o setor rodoviário e ferroviário, podemos, com sorte e melhor capacidade de execução, chegar em 0,5% a 0,7%. A matriz de modais de transporte no Brasil é extremamente concentrada no modal rodoviário. Vivemos em um país de dimensões continentais, com uma concentração populacional e econômica costeira e que vive o desafio de integrar seu interior de extrema riqueza extrativa, mineral e agropecuária com seu consumo doméstico e os pontos de saída para o resto do mundo (portos e, em menor escala, aeroportos). Nesse sentido, afirmamos que o espaço ocupado pela malha ferroviária brasileira atualmente é bastante menor que o seu adequado potencial de utilização. O Brasil apresenta uma malha ferroviária de baixíssima densidade com um conjunto total de 29 mil km de linhas férreas atualmente, dos quais, por volta de 18 mil km realmente operacionais. O anúncio dos investimentos previstos pelo governo é uma ótima novidade, dado que iremos agregar um total de 10 mil km de linha pa-

ra o atual sistema. Diferente do pacote rodoviário que foi focado em conservação, melhorias e duplicações de estradas atuais, o plano ferroviário visa construir novas capacidades de transporte ferroviário majoritariamente em trechos ainda não servidos. Até mesmo por isso, seus desafios de planejamento e execução são maiores, visto que partem de uma mudança evolutiva no modelo de concessão e marco regulatório do setor e estão direcionados para trechos ainda não existentes, o que aumenta em muito a complexidade dos projetos conceituais, estimativas de demanda e projeções econômico-financeiras para os trechos. A ferrovia é sempre muito competitiva para distâncias superiores a 400-500 km e cargas acima de 15 toneladas. São as seguintes as características clássicas de uma carga ferroviária: grandes volumes, concentração de origem e destino, alta densidade de peso, baixa densidade de valor, em geral matérias primas e insumos básicos. Estamos falando do perfil característico de nossas commodities e, portanto, grande parte de nossa carteira de produtos de desempenho mundial.

JOÃO GUILHERME ARAUJO Diretor de Desenvolvimento de Negócios do Ilos - Instituto de Logística e Supply Chain



CNT TRANSPORTE ATUAL

DEZEMBRO 2012

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“Os investimentos em infraestrutura elevam a demanda agregada, a capacidade produtiva da economia e a competitividade” CLÉSIO ANDRADE

OPINIÃO

Preocupações com o crescimento

E

leições costumam marcar tempos de esperanças e de expectativas. É nesse clima de conclusão de campanhas eleitorais e maturação dos resultados das urnas que mudo o enfoque com que venho, há anos, sugerindo e cobrando soluções para a logística nacional. O objetivo de sempre é a defesa da competitividade da produção nacional no mercado global, com redução de custos e do desperdício de tempo, ao lado do aumento da segurança de nossas vias de transporte, onde se perdem 8,5 mil vidas por ano. Perdas em boa parte evitáveis com intervenções em nossas vias de tráfego. É de conhecimento comum que investimentos em logística, ou seja, na construção, duplicação e melhoria de estradas e ferrovias, portos e aeroportos, e obras correlacionadas são um dos principais instrumentos de impulsão do crescimento. Os investimentos em infraestrutura elevam a demanda agregada, a capacidade produtiva da economia e a competitividade de todos os atores. Apesar disso, nos últimos 20 anos, a média anual dos investimentos públicos no segmento tem girado entre 1,82% a 2,07% do PIB. Este último percentual, referente ao ano passado, equivale a R$ 85,7 bilhões. Desse total, a União financiou R$ 39,5 bilhões (0,95% do PIB); os Estados, R$ 28,7 bilhões (0,69% do PIB); e os municípios, R$ 17,5 bilhões (0,42%). Números da Secretaria do Tesouro Nacional. São valores muito abaixo da necessidade e que poderiam ser mais expressivos se o país contasse com um estoque de projetos prontos, deficiência que poderá ser minimizada em futuro próximo, a partir da efetiva implantação da Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL), em boa hora criada pela presidente Dilma, pela Medida Provisória nº 576, já aprovada por Comissão Mista do Congresso por mim presidida.

O maior exemplo recente do acerto da receita de crescimento citada é a China, com os resultados que a levaram rapidamente ao posto de segunda economia mundial. Nos primeiros oito anos deste século, a China cresceu nada menos do que 261%. Evolução baseada em investimentos em infraestrutura, principalmente logística, em um país que consegue investir praticamente metade de seu PIB, ou seja, 50% de tudo que produz. Invertendo a proposição de investir para crescer, vale a pergunta sobre como enfrentar a retomada do crescimento programada para 2013 sem a respectiva ampliação e melhoria de nossa infraestrutura logística. O governo brasileiro anuncia a retomada do ritmo de pelo menos 4% de crescimento, frente aos pífios 2,7% do ano passado e cerca de 1,5% neste ano. Como enfrentar esse crescimento se nossas estradas, portos e aeroportos estão saturados; a mão de obra está escassa para as necessidades; a poupança nacional é mínima e o governo não tem recursos para investir? As dores do crescimento entre crianças e adolescentes preocupam os pais, mas sinalizam o futuro, o amadurecimento, a independência e a realização adulta. As preocupações com o crescimento de um país e com o desenvolvimento de uma nação angustiam seus dirigentes e seus cidadãos, mas também podem estimular a busca de soluções. Por isso, a pertinência e a oportunidade da pergunta sobre o que fazer, ou como fazer, para que as deficiências em infraestrutura de transporte não asfixiem a retomada do crescimento brasileiro programada para os próximos anos. Apesar das ondas de otimismo que geram, preocupações com o crescimento são sempre boas por natureza. Publicado originalmente no jornal “Estado de Minas”


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CNT TRANSPORTE ATUAL

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

DEZEMBRO 2012

José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo

Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Roque

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro

Fernando Ferreira Becker

Victorino Aldo Saccol

Eclésio da Silva

Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante

EXEMPLO DE VIDA Emocionante a entrevista com Ricky Ribeiro do portal Mobilize-Mobilidade Urbana Sustentável. É sempre bom perceber que, mesmo diante das dificuldades, ainda existem pessoas que se preocupam com o coletivo. Pensar na valorização dos espaços públicos das cidades é essencial para oferecer qualidade de vida à população. A revista CNT Transporte Atual está de parabéns ao abrir espaço para a discussão do tema.

transporte com o Programa de Investimentos em Logística do governo federal possam mesmo ser concretizadas. O Brasil precisava desse alento em sua infraestrutura de transporte. De qualquer forma, R$ 133 bilhões não parecem suficientes para atender toda a demanda do país. Aguardamos ansiosos pelo anúncio do novo plano que vai contemplar portos e aeroportos. Adriano Aguiar Feira de Santana/BA ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS

Priscila Mascarenhas Rio de Janeiro/RJ TRANSAMAZÔNICA O projeto de construção da BR-230, que corta o Nordeste e o Norte brasileiros, foi mesmo ousado e polêmico, mas a estrada, no trecho onde já foi aberta, precisa de asfalto. A população que vive por lá não pode ficar isolada. Entendo a necessidade de preservação da floresta e o baixo fluxo de veículos de cargas que passam pelo trecho, mas é preciso garantir o direito de ir e vir das pessoas.

O projeto do designer Marcelo Tomaz, de Ribeirão Preto (SP), apresentado na edição de novembro da revista CNT Transporte Atual merece ser incentivado e apoiado. Conhecer e preservar a história do país é o ponto inicial para desenvolver projetos futuros. Além da bela iniciativa, as fotografias feitas por Marcelo são lindas e merecem ser mostradas. Visitei o site que ele mantém e gostei muito do resultado. Uma aula de história ferroviária. Paulo Henrique Costa Bauru/SP

Gilberto Teles Sobrinho Santarém/PA CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

INVESTIMENTOS FEDERAIS Espero que as expectativas dos empresários do setor de

SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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