edIção InformatIva da cnt
CNT
ano XXI número 242 novembro 2015
T R A N S P O R T E
AT UA L
Risco e desperdício Pesquisa CNT de Rodovias ultrapassa 100 mil km avaliados e mostra que mais da metade da extensão tem problemas no pavimento, na sinalização ou na geometria da via
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CNT
REPORTAGEM DE CAPA Pesquisa cnt de rodovias 2015 ultrapassa a marca de 100 mil km avaliados. Levantamento aponta que as deficiências no pavimento, na sinalização ou na geometria das vias geram um prejuízo de r$ 46,8 bilhões. Página 16
TRANSPORTE ATUAL ano XXI | número 242 | novembro 2015
ENTREVISTA
eduardo biavati fala sobre violência no trânsito PágIna
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TRANSPORTE AÉREO • cnt divulga primeiro estudo sobre o setor. Preço do combustível e infraestrutura ainda são desafios PágIna
CAPA PesquIsa cnt de rodovIas 2015
ONU
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL aloisio carvalho bernardino rios Pim bruno batista etevaldo dias Lucimar coutinho nicole goulart
FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar ceP 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:
EDITOR
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:
americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]
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Publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das Pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares
os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
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HIDROVIÁRIO
conferência debate acordo promove propostas para integração entre reduzir acidentes brasil e uruguai PágIna
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PágIna
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FENATRAN
DESPOLUIR
em ano de crise, feira busca alternativas
encontro nacional abordou desafios para 2016
PágIna
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PágIna
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www.
cnt.org.br
CNT lança publicações de interesse para o setor
FAIXAS DE DOMÍNIO • construções às margens de rodovias e de ferrovias elevam os riscos de acidentes, causando impacto nos custos do transporte PágIna
PONTO DE PARADA
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COPA SOCIETY
antt apresenta o campeonato tem projeto a ser instalado foco no trabalhador na br-116/sc/Pr do transporte PágIna
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PágIna
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SEST SENAT
Seções duke
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opinião
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mais transporte
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ação social
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boletins
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tema do mês
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alexandre garcia
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cartas
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destaques do projeto Polos olímpicos PágIna
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no último mês, a cnt divulgou três publicações que acompanham o desempenho do setor de transporte em diferentes cenários. a tradicional Pesquisa cnt de rodovias mostrou que 57,3% das vias analisadas têm alguma deficiência no estado geral. uma novidade foi o estudo transporte e economia – transporte aéreo de Passageiros. esse foi o primeiro trabalho da cnt em relação ao modal aéreo. Já a sondagem expectativas econômicas do transportador – 2015 revelou forte pessimismo entre os transportadores que esperam crescimento econômico somente em 2017. todas as publicações estão disponíveis, na íntegra, no site da confederação nacional do transporte. acesse: www.cnt.org.br .
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“ao oferecer informações à sociedade, colaboramos para solucionar gargalos e possibilitamos o planejamento estratégico do setor” OPINIÃO
cLésIo andrade
Estudos para impulsionar o transporte e ajudar o Brasil
A
companhar o desempenho do setor de transporte em diferentes cenários políticoeconômicos é fundamental para ter uma visão sistêmica dessa área, que mantém conexões com todos os setores produtivos da economia brasileira. À luz dessa perspectiva, procuramos divulgar, periodicamente, diversos estudos e pesquisas com dados e análises do setor transportador. são indicadores, informações e diagnósticos relativos a todos os modais, que identificam gargalos e oportunidades de investimento no brasil. neste mês de novembro, divulgamos dois importantes estudos sobre áreas imprescindíveis ao nosso desenvolvimento. o primeiro deles foi a Pesquisa cnt de rodovias, o mais completo levantamento sobre as condições das rodovias brasileiras, que chegou à sua 19ª edição, ultrapassando 100 mil quilômetros avaliados. a partir dela, nas duas últimas décadas, temos oferecido uma abrangente radiografia da qualidade de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais também pavimentados. buscamos, assim, indicar os rumos para o brasil aperfeiçoar sua infraestrutura rodoviária, uma vez que os investimentos destinados à área, no período, mostraram-se insuficientes para garantir qualidade das nossas rodovias. dessa forma, esperamos contribuir para promover a eficiência das operações dos transportadores, a competitividade do país e a segurança de passageiros e motoristas.
tão estratégico quanto o transporte rodoviário, o setor aéreo cresceu significativamente na última década. Isso pode ser confirmado pelo expressivo aumento do número de pessoas que passaram a utilizar tal serviço. ciente dessa nova condição, lançamos o primeiro trabalho da cnt com foco nesse segmento: o estudo transporte e economia – transporte aéreo de Passageiros. com ele, reafirmamos nosso compromisso de assegurar a representatividade do setor de transporte de passageiros e de logística, sempre almejando o fortalecimento de todos os modais. reconhecemos os notórios avanços do aeroviário da última década, mas entendemos que esse mercado ainda apresenta um enorme potencial a ser explorado. Precisamos investir em infraestruturas aeroportuária e aeronáutica, e solucionar os atuais entraves, como o elevado preço do combustível de aviação. Para isso, debater o tema e identificar ações que eliminem as barreiras são medidas necessárias para garantir um novo ciclo de expansão do setor. as indicações e análises apresentadas nesses estudos da cnt podem ser utilizadas como referência para a definição de estratégias e planos de ação integrados e a aplicação correta e eficaz dos recursos. acreditamos que, ao oferecer tais informações à sociedade, colaboramos para solucionar gargalos da atividade transportadora, possibilitamos o planejamento estratégico do setor e fazemos a nossa parte para o país garantir a retomada definitiva do desenvolvimento social e econômico.
“é preciso promover o uso da faixa, reocupar a rua, garantir a fiscalização, é boa para todos os pedestres e, surpreendentemente, ótima para
ENTREVISTA
EDUARDO BIAVATI - socIóLogo
Violência no t Por
brasil é o quarto país do mundo em número de mortes no trânsito. e, entre os fatores que nos fazem “ostentar” essa posição, está a dificuldade de integrar equipes, orçamentos e comando em um planejamento multidisciplinar voltado para o trânsito. a afirmação é do sociólogo eduardo biavati. de acordo com ele, a violência no trânsito é um fenômeno multicausal por definição e isso explica, em grande medida, porque a sociedade brasileira e os gestores públicos têm enfrentado dificuldades para controlar e reduzir o alto número de mortes e lesões nas ruas e estradas do país. “simplesmente não conseguimos lidar com a questão ape-
O
LIVIA CEREZOLI
nas com as ferramentas convencionais. esse foi o passo fundamental de todos os países que conseguiram domar a violência no trânsito como a espanha ou a frança.” biavati é mestre em sociologia, escritor e consultor internacional em educação e segurança no trânsito. Implementou e coordenou, por mais de uma década, o Programa de Prevenção de acidentes de trânsito da rede saraH de Hospitais de reabilitação. no ano passado, lançou, em coautoria com o cartunista Ziraldo, uma coleção de livros de educação para o trânsito para crianças, publicada pela editora melhoramentos. nesta entrevista concedida à CNT Transporte Atual, ele de-
fende que os mecanismos de fiscalização utilizados no brasil sejam melhorados para reduzir o número de acidentes com mortes. acompanhe a seguir os principais trechos. Qual a relação entre o estado de conservação das rodovias e das vias urbanas e o alto índice de acidentes no país? a qualidade das estradas e das vias urbanas no brasil é muito baixa, com raras exceções. seria impossível ignorar que esse ambiente viário descuidado, malconservado e pouco sinalizado joga contra o avanço da segurança viária. os europeus entenderam, há bastante tempo, que a segurança no trânsito é uma conquista. vias seguras são
aquelas que, mesmo quando o usuário cometa um erro ou transgrida uma regra, elas irão protegê-lo na medida do possível, em vez de condená-lo à perda da vida. é o caso de muitas curvas em rodovias construídas há mais de 50 anos que não perdoam qualquer distração ou excesso de velocidade do motorista e contribuem para a perda da direção do veículo e a queda em um precipício, por exemplo. Como avalia a questão da formação dos motoristas no Brasil? Qual a relação disso com o elevado número de acidentes? a formação dos motoristas no brasil avançou muito desde 1997 seguindo as disposições
arquIvo PessoaL/dIvuLgação
mostrar que a prioridade todos os motoristas.”
rânsito do novo código de trânsito. ninguém poderia dizer hoje que nossos motoristas são menos preparados do que eram há quase 20 anos. o estágio em que nos encontramos, porém, está ainda muito aquém de preparar cidadãos para o uso seguro dos veículos motorizados. o processo de formação no brasil não dá conta da complexidade, especialmente, do trânsito rodoviário. basta observar em qualquer estrada a insegurança e os erros gravíssimos de cálculo em ultrapassagens, tanto de motoristas novatos como de motoristas com anos de habilitação. o resultado desse despreparo tem sido a alta mortalidade nas estradas do país.
Diante da situação em que vivemos hoje, os motoristas são vilões ou vítimas no trânsito? os motoristas de todos os veículos motorizados (automóveis, motocicletas e caminhões) são vilões porque caberia a eles controlar o fator fundamental da violência no trânsito: a velocidade. caberia a todos eles, também, zelar, como determina o código de trânsito, pela integridade dos usuários mais frágeis: os pedestres e ciclistas. não é isso, porém, que tem acontecido. as principais vítimas do trânsito brasileiro não estão dentro dos carros ou dos caminhões. O senhor defende, no livro “Rota de colisão”, a criação de mecanismos de controle
de velocidade para diminuir a violência no trânsito. Qual a realidade desse cenário hoje no Brasil? mecanismos de controle de velocidade são os radares. não existe nenhuma outra maneira nem tecnologia, atualmente, capazes de controlar a velocidade no trânsito. Precisamos de milhares de radares para cobrirem a maior parte da malha rodoviária nacional e, sobretudo, as avenidas principais de todas as metrópoles brasileiras.
Além dessa medida, quais outras deveriam ser adotadas para a melhoria da nossa segurança viária? uma medida crucial seria atualizar completamente os valores das infrações, já previstos no código de trânsito. esses valores estão defasados há quase 20 anos! somente o congresso nacional poderia reverter esse absurdo, mas, pelo que consta, sucessivos projetos de lei que tratavam do assunto sequer saíram das discussões na comissão de viação e transportes. a revisão dos valores
restabeleceria a força do código de trânsito e, por conseguinte, do trabalho de fiscalização. A aplicação de multas contribui efetivamente para garantir segurança no trânsito e disciplinar os motoristas? atualmente não, porque a multa financeira é apenas uma das penalidades previstas para muitas das infrações estabelecidas pelo código de trânsito. a penalização da conduta transgressora pode abranger muitos outros aspectos: a retenção do veículo, a suspensão e até a cassação da habilitação. o problema é que os órgãos de trânsito do brasil ainda não conseguiram se estruturar para a aplicação plena e rápida do conjunto de penalidades a que está sujeito o infrator de trânsito. A receita gerada com as multas tem sido destinada para campanhas de conscientização, como prevê o Código de Trânsito? claro que não e pouco se sabe para onde foi essa receita. o famoso funset (fundo nacional de segurança no trânsito), que deveria somar 5% do total de multas arrecadadas anualmente no país, nunca passou de um fundo bilionário fictício. tudo o que sabemos é que ele se tornou mais um mecanismo sistematicamente contingenciado para a formação do superavit primário das contas públicas.
As campanhas brasileiras de educação no trânsito são eficientes? as campanhas brasileiras são pífias! Para começo de conversa, elas não conseguem dialogar com o principal públicoalvo, que são os jovens. aliás, a impressão geral é de que elas não dialogam com ninguém. a ineficiência é ampliada pela falta de um calendário anual: nossas campanhas continuam sendo pontuais e curtas demais. Por último, as campanhas acontecem em “dessincronia” completa com uma estratégia de educação ou de fiscalização - é a velha história de cada um atirando para um lado. Como lidar com infratores reincidentes? os infratores reincidentes são, em geral, fortemente reincidentes. eles não representam, porém, nem 5% do total de infratores das regras de trânsito. Para os reincidentes, o código de trânsito já prevê penalidades agravadas. bastaria, talvez, aplicar todas as penalidades: suspensão da cnH por uma, duas, três vezes. em outros países, vale observar, a reincidência crônica obriga, por exemplo, a um acompanhamento e tratamento compulsório por psicólogos e psiquiatras. Já chegamos à metade do período definido como Década de Segurança no Trânsito. O
MULTAS valores das infrações de trânsito estão
“Existe uma miopia no Brasil quando falamos de segurança no trânsito: a cegueira está em não ver que os mais frágeis são as verdadeiras vítimas”
que de concreto conquistamos nesses cinco anos? uma década parece muito tempo, mas metade da atual já se passou e aí descobrimos porque a onu propôs uma década inteira para que os países alcançassem a estabilização e a redução da mortalidade no trânsito: porque a experiência internacional já havia comprovado que, em menos de 10 anos, é muito difícil consolidar qualquer resultado sustentável. avançamos pouco no quinquênio passado, mas seria injusto dizer que regredimos. o principal avanço foi um esforço geral de aproximação das áreas de gestão da saúde pública e do trânsito em todos os níveis da federação. Houve uma integração importantíssima
JúLIo fernandes/cnt
“O processo de formação no Brasil não dá conta da complexidade, especialmente, do trânsito rodoviário” defasados há 20 anos, segundo biavati
das várias forças de fiscalização municipal, estadual e federal. e finalmente começou a se formar o entendimento de que o ambiente viário e, mais do que isso, as cidades precisam rever a distribuição do espaço que hoje é dominado completamente pelos veículos motorizados. algumas capitais obtiveram grandes reduções da mortalidade como são Paulo, belo Horizonte, curitiba e Porto alegre, mas é claro que estamos distantes ainda de dizer que houve um avanço nacional. Desde quando foi instituída, a Lei Seca já passou por algumas alterações. Como o senhor avalia a sua eficácia? a Lei seca foi, talvez, uma das
mudanças mais importantes para a segurança viária no brasil desde o advento do atual código de trânsito. ela promoveu um avanço que o código não havia conseguido. a ruptura cultural foi dolorosa e muito surpreendente, ainda que não tenha sido capaz de mudar os hábitos de jovens e adultos. nós, homens e mulheres, bebemos muito no brasil e continuamos a perder muitas vidas no trânsito por causa do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Aproximadamente, 20% das pessoas que morrem no trânsito brasileiro são pedestres. As prioridades estão corretas? é mais do que isso: um quarto de todas as mortes é de
pedestres. quando vemos os dados por capitais, é ainda mais impressionante. em são Paulo, curitiba, Porto alegre e rio de Janeiro, quase a metade de todas as mortes é de pedestres. bastaria saber disso para concluir que as prioridades estão completamente equivocadas. existe uma miopia histórica no brasil quando falamos de segurança no trânsito: a cegueira está em não ver que os mais frágeis, mais humildes, menos escolarizados são as verdadeiras vítimas da violência no trânsito. falamos demais de motoristas e passageiros de veículos e esquecemos de que os mais frágeis estão morrendo porque inexiste uma calçada minimamente decente, porque inexiste uma faixa para travessia, porque a velocidade dos veículos é alta demais para se atravessar uma rua com segurança. São poucas as cidades brasileiras onde a faixa de pedestres é respeitada. Como ampliar isso? ampliamos o respeito à faixa de pedestres, para começo de conversa, implementando faixas de pedestres bem sinalizadas e iluminadas. se não há faixa, se há muito menos faixas do que seria necessário, nem mesmo o pedestre respeitará. a experiência de brasília foi clara quanto a isso: primeiro, a faixa
de pedestres de qualidade pintada no chão. brasília não fez 10 ou 100 faixas, foram mais de 3.000. basta pintar no chão? claro que não. é preciso promover o uso da faixa, reocupar a rua, garantir a fiscalização, mostrar que a prioridade é boa para todos os pedestres e, surpreendentemente, ótima para todos os motoristas. respeitar a faixa reduz, por si só, a velocidade geral do trânsito e, com menos velocidade, tudo acontece de maneira mais pacífica. O que podemos esperar do trânsito no futuro? que venceremos esse quadro de violência no qual nos metemos nas últimas décadas. eu tenho certeza de que não estamos condenados a morrer no trânsito e de que é possível encontrar um balanço mais justo e mais seguro, um modo de viver mais ativo, ao caminhar mais, pedalar mais, reduzir a dependência extrema do veículo, priorizar a expansão e a qualidade do transporte público. chegaremos lá por vontade política ou pelo simples fato demográfico de que somos uma sociedade que envelhece rapidamente: a proporção de idosos com mais de 60 anos será quadruplicada nas próximas décadas. seremos mais velhos e mais lentos, mas, também, mais seguros. a questão é que não podemos esperar e tolerar que, até lá, morram tantos brasileiros. l
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vIação urubuPungá/fotos PúbLIcas/dIvuLgação
MAIS TRANSPORTE Ataques a transporte público o Plenário do senado aprovou o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo. Pelo texto, atentados contra sistemas de transporte serão classificados como atos terroristas. a proposta já havia sido aprovada pela câmara dos deputados, mas como foi modificada pelos senadores deve retornar à casa de origem para apreciação. segundo o texto, será terrorismo “incendiar, depredar,
saquear, destruir ou explodir meios de transporte ou qualquer bem público ou privado”. além disso, também poderão receber essa classificação atentados contra pessoas, mediante violência ou grave ameaça, motivados por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado.
TRÂMITE Proposta foi aprovada no senado e segue para a câmara
trIcoastaL HorIZons/dIvuLgação
Biodiesel de 20% e 30%
MARCO mme estabeleceu regras de comercialização desse combustível
o mme (ministério de minas e energia) regulamentou o uso de misturas de biodiesel de 20% em frotas cativas, consumidores rodoviários atendidos por ponto de abastecimento e 30% em transporte ferroviário e uso agrícola e industrial. a portaria estabelece regras de comercialização do biodiesel destinado ao mercado autorizativo. o atendimento desse mercado, a partir do ano
que vem, será por meio dos leilões de biodiesel, que passarão a ter duas novas etapas adicionais: a etapa 2a, onde as usinas farão suas ofertas considerando exclusivamente os volumes ofertados e não vendidos durante o leilão regular; e a etapa 5a, onde as distribuidoras farão as aquisições para os clientes finais que tenham interesse em utilizar maiores volumes de biodiesel. JornaL das cIdades - mg/fotos PúbLIcas/dIvuLgação
Delegacia de roubo de cargas foi criada a delegacia de furtos e roubos do estado do Paraná, em curitiba e subordinada à divisão de crimes contra o Patrimônio. a iniciativa atende a reinvindicações do setor de transportes como o setcepar (sindicato das empresas de transporte de cargas no estado
do Paraná) a fetranspar (federação das empresas de transporte de cargas do estado do Paraná). o Paraná é o sétimo estado a criar uma delegacia especializada em roubo de cargas, unindo-se ao rio grande do sul, rio de Janeiro, minas gerais, goiás, bahia e Pernambuco.
INICIATIVA unidade especializada é a sétima no país
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sergIo aLberto/cnt
aPLIcatIvos
Tecnologia na navegação o sistema sigsindarma, que reúne informações das condições de navegabilidade de rios que banham a região norte do brasil, ganhou um aplicativo com versões para dispositivos móveis. com a nova ferramenta, os usuários poderão ter acesso aos níveis dos rios, à velocidade de ventos e à previsão do tempo em trechos de quatro estados. o sistema foi criado no amazonas pelo Intra (Instituto de Pesquisa em transportes) em parceria com o sindarma (sindicato das empresas de navegação fluvial no estado do amazonas).
também para auxiliar a navegação, o Instituto rumo ao mar desenvolveu o aplicativo de informações de segurança marítima “boletim ao mar” para smartphones. o objetivo é oferecer dados que ampliem a segurança da navegação no país. a iniciativa é uma parceria com a dHn (diretoria de Hidrografia e navegação) e o abrigo do marinheiro. as atividades referem-se à meteorologia, oceanografia, hidrografia, cartografia náutica, navegação e sinalização náutica. nesse primeiro momento, o aplicativo está disponível apenas para android.
Mobilidade em SP
Cálculo de frete
o projeto como viver em são Paulo sem carro e o Instituto de engenharia lançaram o aplicativo sP sem carro. a ferramenta orienta o deslocamento pela cidade de são Paulo por meio de diversos modais, como a pé, de bicicleta, ônibus, metrô e táxi, para os quais apresenta estimativa precisa de tarifa. é uma opção útil para quem não faz uso do automóvel, calculando tempo
a ntc&Logística (associação nacional do transporte de cargas e Logística) lançou o aplicativo frete empresa ntc, que traz a facilidade de calcular referenciais de valores do frete em relação ao peso da carga. a ferramenta está disponível para android e, em breve, estará, também, para ios. ela pode ser encontrada na Play store (google) ou acessada em qualquer computador, no site
de deslocamento e caminhos diferentes daqueles indicados por outros aplicativos para os veículos particulares. o aplicativo sP sem carro foi desenhado para ser usado em smartphones com o objetivo de oferecer opções de roteiro e tempo de deslocamento em modais alternativos ao carro. Para os transportes pagos (metrô, trens da cPtm ou táxi), ele apresenta o custo.
portalntc.org.br/appfrete. em sua primeira versão, a ferramenta calcula o frete-peso para cargas do tipo lotação e pede informações simples, como tipo de caminhão (opções vão de picape leve a caminhão extrapesado), distância, tempo de viagem, impostos, tonelagem e margem de lucro, o que possibilita resultados precisos ao transportador.
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MAIS TRANSPORTE Pac/dIvuLgação
Portos: leilão do primeiro lote o primeiro leilão de portos do governo federal estava previsto para o dia 9 de dezembro deste ano. as áreas que serão leiloadas estão localizadas nos portos de santos (sP) e vila do conde (Pa). a data foi definida pela antaq (agência nacional de transportes aquaviários). ao todo, três editais foram abertos: dois estão destinados ao arrendamento da área e infraestrutura para movimentação e armazenagem de granéis, sólidos vegetais no Porto de santos e no Porto de vila do conde; o terceiro é para movimentação e armazenagem de papel, celulose e carga geral no Porto de santos. o lote integra o primeiro bloco de áreas portuárias que serão leiloadas à iniciativa privada. ao todo, ele é composto de 29 áreas, localizadas em santarém, belém e vila do conde, no Pará, além de santos. o investimento total será de r$ 4,7 bilhões.
veZ/dIvuLgação
Importação de carros elétricos o governo deu o primeiro passo para a inserção do carro elétrico no brasil. a camex (câmara de comércio exterior) reduziu de 35% para até zero as alíquotas de importação para essa categoria de veículo – hoje praticamente inexistente no mercado brasileiro. os modelos à venda no brasil custam em torno de r$ 165 mil. em resolução publicada no diário oficial, a camex informou que a decisão foi tomada após amplo
debate sobre o tema. destacou que a medida busca inserir o brasil em novas rotas tecnológicas, disponibilizando ao consumidor veículos com alta eficiência energética, baixo consumo de combustíveis e reduzida emissão de poluentes. “tais medidas estão alinhadas à política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para produção nacional desses veículos”, destacou a camex.
PREÇO modelos à venda no brasil custam em torno de r$ 165 mil
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governo do Paraná/dIvuLgação
LIteratura
História das locomotivas editora memória do trem lançou o livro “Locomotivas elétricas da companhia Paulista de estradas de ferro”. a obra resgata a história da maior frota de locomotivas elétricas pertencente a uma única ferrovia brasileira, pioneira na introdu-
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ção da tração elétrica no país. as 240 páginas da publicação abordam desde aquisição até a retirada de serviço e baixa patrimonial, destacando para cada modelo o processo de compra, as características estéticas e técnicas e os procedimentos operacionais.
RECORDE valor liberado, segundo a seP, é o maior da história
Investimentos em Paranaguá o governo federal autorizou a liberação de r$ 394 milhões para a dragagem de aprofundamento dos canais externo e interno do Porto de Paranaguá (Pr). conforme a seP (secretaria de Portos), o valor é recorde para o setor de portos. após a conclusão dos trabalhos, o local será capaz de receber mais 10 mil toneladas de produtos por navio, o que poderá ampliar a
SERVIÇO Autor: rafael Prudente corrêa tassi Editora: memória do trem Ano: 2015 Formato: 21 x 28 cm Páginas: 240 em cores Ilustrações: mais de 430 fotos Vendas: www.trem.org.br
movimentação mensal de cargas em 315 mil toneladas. entre janeiro e setembro deste ano, a movimentação de cargas de Paranaguá chegou a 34 milhões de toneladas. ao longo de 2014, foram 47 milhões de toneladas. o Porto de Paranaguá é o segundo maior do país em movimentação e infraestrutura, atrás apenas do Porto de santos.
Contratação: exame toxicológico Pesquisa de pavimentos a partir de 2 de março de 2016, motoristas que trabalham com transporte rodoviário de cargas e de passageiros deverão realizar exame toxicológico no momento da contratação e do desligamento das empresas. a medida está prevista em uma portaria publicada em novembro pelos ministérios do trabalho e da Previdência social, que regulamentou os testes. o objetivo é identificar se
até 90 dias antes da coleta o profissional usou drogas como maconha, cocaína, crack, anfetaminas e metanfetaminas. além disso, os testes identificarão consumo de fármacos como codeína e morfina, que são analgésicos, e até remédios utilizados no tratamento contra obesidade feitos à base de anfetaminas, como anfepramona, femproporex e mazindol.
a via 040, concessionária responsável pela gestão do trecho de 936,8 quilômetros da br-040, entre brasília (df) e Juiz de fora (mg), em parceria com a antt (agência nacional de transportes terrestres), deu início às atividades do Laboratório de Pavimentação e solos, primeiro centro de estudos de minas gerais dedicado exclusivamente
à temática de pavimentos. o objetivo é pesquisar e entender o comportamento e desempenho dos materiais que compõem o piso de rodagem. o modelo de funcionamento do Laboratório, instalado na cidade de nova Lima (mg), prevê a capacitação de estudantes de engenharia civil.
Mais de
100 MIL KM AVALIADOS
Prejuízo de mais
pesquisa cnt de rodovias 2015
Pesquisa CNT de Rodovias indica 57,3% da extensĂŁo avaliada com alguma deficiĂŞncia no estado geral e 48,6% com problemas no pavimento
de R$ 46 bilhĂľes
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por
CYNTHIA CASTRO E LIVIA CEREZOLI
s deficiências do pavimento das rodovias brasileiras geram um prejuízo anual de r$ 46,8 bilhões ao país. a 19ª pesquisa cnt de rodovias, divulgada no início de novembro, constatou que 48,6% do pavimento dos trechos avaliados apresentam problemas. em relação ao estado geral (que inclui também a avaliação da sinalização e da geometria da via), 57,3% apresentaram algum tipo de deficiência, sendo que 6,3% estavam em péssimo estado, 16,1% ruim e 34,9% regular. a sinalização apresenta problemas em 51,4% da extensão avaliada, e a geometria da via em 77,2%. neste ano, o estudo da confederação nacional do transporte percorreu e avaliou mais de 100 mil quilômetros de rodovias pavimentadas por todo o país (100.763 km), um acréscimo de 2.288 km (2,3%) em relação à pesquisa de 2014. “esse marco demonstra ainda mais a relevância da pesquisa, tornando-se a cada ano uma referência maior para o setor de transporte, para o governo e para
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vários segmentos da sociedade”, destaca o presidente da cnt, clésio andrade. as condições ruins das rodovias brasileiras reduzem a segurança de quem circula por elas, aumentam o consumo de combustível e o tempo de viagem, além do custo de manutenção dos veículos, de lubrificantes, de pneus e de freios. nas vias onde o pavimento é considerado péssimo, o aumento chega a 91,5%. em rodovias ruins, o aumento é de 65,6%; em regulares, 41,0%. nas rodovias com pavimento bom, o incremento foi calculado em 18,8%. quando o pavimento é considerado ótimo, não há aumento do custo operacional. ao considerar a média de toda a extensão de rodovias avaliadas no Brasil, o impacto nesse custo operacional é de 25,8%, sendo que nas vias públicas o percentual é de 29,3% e nas concedidas, de 11,3%. de acordo com a pesquisa da cnt, o maior impacto no custo ocorre nas rodovias públicas da região norte (36,7%), onde existem muitos trechos com problemas graves no pavimento. e o
DEFICIÊNCIA problemas no pavimento aumentam
menor se dá na malha concedida do sudeste (7,6%). o diretor-executivo da cnt, Bruno Batista, destaca que os problemas das rodovias brasileiras tornam-se ainda mais graves com a constatação de que 86,5% dos trechos avaliados apresentam rodovias simples de mão dupla. “isso é o reflexo da malha antiga, com projeto ultrapassado, sem a capacidade para suportar o volume de tráfego brasileiro, que tem crescido muito nos últimos anos. pistas sim-
ples e sem acostamento fazem com que o motorista fique sem refúgio, caso aconteça algo no trajeto. É uma situação que contribui muito para o aumento do número de acidentes no Brasil”, diz Bruno Batista. em 42,1% da extensão avaliada, onde há curvas perigosas, não foi identificada qualquer placa de advertência nem defensas completas. Pontos críticos essas condições tornam-se ainda mais graves ao observar o
sustentaBilidade
Pavimento ruim eleva o consumo de diesel em 5% pesquisa cnt de rodovias 2015
rodovias em mau estado de conservação interferem na eficiência energética do transporte rodoviário e refletem diretamente nos custos das viagens e nas emissões de poluentes. Buracos na pista, ondulações e outros problemas obrigam os motoristas a reduzirem a marcha várias vezes durante uma viagem, o que aumenta o consumo de combustível.
o desperdício de diesel dos veículos que transitam em pavimentos inadequados é, em média, de 5%. em 2015, estima-se que seja gerado um prejuízo em torno de r$ 2,10 bilhões pelo consumo desnecessário de 749 milhões de litros de combustível. a emissão de co2, proveniente da queima do diesel excedente, deve atingir este ano 2 megatoneladas. o
prejuízo financeiro será agravado em 2015 pelo aumento do preço médio do litro do combustível, em torno de 15% em relação ao ano anterior. a pesquisa cnt de rodovias 2015 aponta que 48,6% da extensão avaliada em todo o Brasil apresenta algum tipo de problema no pavimento, sendo 35,4% regular; 10,1% ruim e 3,1% péssimo.
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
o custo operacional das empresas
número de pontos críticos identificados pela pesquisa cnt de rodovias. de 2014 para 2015, houve alta de 13,1%. no levantamento deste ano, foram identificados 327 trechos com pontos críticos, contra 289 no ano passado. durante a pesquisa de campo de 2015, foram registrados 230 trechos com buracos grandes, 74 erosões na pista, 19 quedas de barreira e 4 pontes caídas. os pontos críticos são situações atípicas que ocorrem ao
longo da via e podem trazer graves riscos à segurança dos usuários, além de custos adicionais de operação, devido à possibilidade de dano severo aos veículos, aumento do tempo de viagem e aumento do consumo de combustíveis. outro problema grave no Brasil é o baixo percentual de malha pavimentada, apenas 12,4% (231.229 km). “É necessário aumentar a pavimentação das rodovias para que o desenvolvimento do país seja interiorizado
e, assim, possamos chegar a lugares que hoje não conseguimos acesso fácil”, diz o diretor da cnt, vander costa, que também participou da divulgação da pesquisa em Brasília. ele ressaltou ainda que é imprescindível investir em ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Concessões a pesquisa cnt de rodovias mostra a diferença de qualidade entre os trechos públicos e aqueles concedidos à iniciativa
privada. um ano após o início das concessões rodoviárias realizadas por meio do pil (programa de investimentos em logística), já é possível verificar melhora significativa nos resultados das avaliações das rodovias concedidas, principalmente nesses novos trechos. de acordo com a pesquisa, 78,3% da extensão concedida avaliada teve o estado geral classificado como ótimo ou bom. apenas 21,7% foram classificados como regulares, ruins ou péssi-
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Governo federal
43,3% dos recursos são investidos os recursos para melhorar a infraestrutura de transporte são insuficientes e, além disso, o montante autorizado não é aplicado na velocidade necessária devido ao excesso de burocracia e outros problemas gerenciais do poder público. em 2015, até o mês de setembro, o governo federal havia investido apenas r$ 4,47 bilhões (43,3%) dos r$ 10,34 bilhões autorizados para ações de adequação, manutenção e construção de rodovias. conforme o último plano cnt de transporte e logística, de 2014, são necessários pelo menos r$ 293,88 bilhões na execução de 618 projetos para solucionar os problemas das rodovias brasileiras. se considerar todos os modais, o plano indica 2.045 intervenções e quase r$ 1 trilhão. entretanto, em 2014, o Brasil investiu apenas r$ 9,05 bilhões em rodovias. a expectativa é de que, em 2015, esse percentual apresente um valor ainda menor diante dos cortes provocados pelo ajuste fiscal do governo federal na
tentativa de restabelecer as contas nacionais. as possíveis consequências dessa contração dos recursos para o transporte são a paralisação de obras essenciais ao progresso do país e à retomada do crescimento das atividades produtivas, a deterioração adicional das condições da infraestrutura instalada do setor por falta de manutenção e o aumento do custo operacional dos transportadores. Cide neste ano, o governo voltou a cobrar a cide (contribuição de intervenção no domínio econômico). até setembro, foram arrecadados r$ 1,4 bilhão e apenas r$ 34,22 milhões (2,4%) investidos em infraestrutura de transporte. isso mostra uma tendência de se repetir o que ocorreu da última vez em que a cide foi cobrada no país. de 2002 a 2012, foram arrecadados r$ 76 bilhões, sendo que apenas r$ 25,7 bilhões (33,8% do arrecadado) foram investidos em infraestrutura de transporte.
ALERTA o diretor vander costa defende a ampliação
mos. em 2015, foram percorridos 19.804 km (19,7%) de rodovias concedidas e 80.959 km (80,3%) de rodovias sob gestão pública. nas vias geridas pelos governos federal e estaduais, a maior parte da extensão pesquisada (65,9%) apresenta algum tipo de deficiência no estado geral, sendo 38,7% regular, 19,4% ruim e 7,8% péssimo. somente 34,1% da extensão pública foram classificadas como ótimas ou boas. a diferença também ocorre nas outras variáveis. o pavimento das concedidas está ótimo ou bom em 79,5% da exten-
são avaliada; nas públicas, em 44,6%. o percentual de sinalização ótima ou boa é de 84,2% nas concedidas e de 39,8% nas públicas. em relação à geometria da via, 38,9% é o percentual de ótimo e bom nas concedidas e 18,8% nas públicas. Ligações neste ano, a ligação rodoviária entre Marabá e dom eliseu, no pará, formada pela Br-222, é a pior colocada no ranking de 109 ligações da pesquisa cnt de rodovias 2015. logo em seguida, em 108º lugar, está o trecho en-
CARACTERÍSTICAS PESQUISADAS serGio alBerto/cnt
PONTOS CRÍTICOS EM EVOLUÇÃO
da malha pavimentada das rodovias
tre natividade, no tocantins, e Barreiras, na Bahia, formado pelas rodovias Ba-460, Br-242, to040, to-280. essas ligações tiveram o estado geral classificado como ruim. as outras dez piores colocadas passam também pelos estados de Goiás, Minas Gerais, piauí, paraná, rio Grande do sul e pelo distrito federal. todas as dez melhores ligações, que tiveram o estado geral classificado como ótimo, estão localizadas no estado de são paulo, que tem a maior malha rodoviária concedida para a iniciativa privada. uma delas passa também por
CRESCIMENTO DA EXTENSÃO
Minas Gerais. a que ocupa o primeiro lugar no ranking é a são paulo-limeira, formada pelas rodovias sp-310, Br-364 e sp-348, classificada como ótima. as ligações são trechos formados por uma ou mais rodovias federais ou estaduais pavimentadas, com grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos de cargas e de passageiros. esses trechos interligam territórios de uma ou mais unidades da federação. Comparação apesar da análise da quali-
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iMpacto
Acidentes custam R$ 12,3 bilhões trafegar por vias com infraestrutura inadequada potencializa a ocorrência de acidentes. com os problemas na sinalização, os motoristas têm mais dificuldades de receber as instruções para uma condução correta. a geometria da via, que inclui curvas perigosas e falta de acostamento, pode comprometer a segurança, assim como buracos ou falhas no pavimento. em 2014, foram registrados 169.153 acidentes em rodovias fiscalizadas pela prf (polícia rodoviária federal). além da perda de vidas e das sequelas, há prejuízos financeiros. estima-se que os acidentes do ano passado geraram um custo de r$ 12,3 bilhões (cada ocorrên-
cia implicou um custo médio de r$ 72,70 mil). os acidentes com vítimas fatais têm o custo econômico médio mais elevado, r$ 646,76 mil por ocorrência, em razão das perdas da produção potencial dos indivíduos. além disso, os gastos com a saúde das pessoas acidentadas, os danos materiais e a perda de cargas são exemplos de custos mensuráveis. uma avaliação internacional feita em 140 países reflete as deficiências das rodovias brasileiras. segundo o ranking de competitividade do fórum econômico Mundial, divulgado em setembro de 2015, a qualidade das rodovias do Brasil encontra-se na 121ª posição, atrás de chile, uruguai, argentina e peru.
RANKING DE QUALIDADE DAS RODOVIAS - 2015
METODOLOGIA pesquisa avalia condições do pavimento,
dade das ligações rodoviárias ser divulgada anualmente na pesquisa cnt de rodovias, pouco tem sido feito para solucionar os entraves identificados naquelas com pior classificação. isso pode ser verificado ao comparar o resultado das últimas pesquisas que apontam dez ligações classificadas como as piores por vários anos. a Belém (pa) – Guaraí (to), formada pelas Br-222, pa-150, pa-151, pa-252, pa-287, pa-447, pa475, pa-483 e to-336, esteve por oito vezes entre as dez piores desde 2005, apesar de estar na
PLANEJAMENTO pesquisa cnt de rodovias 2015
CUSTOS DOS ACIDENTES
da sinalização e da geometria da via
posição 96 em 2015. a ligação Marabá – dom eliseu, no pará, no final do ranking deste ano, aparece entre as dez piores em sete das dez últimas pesquisas. do total da extensão dessas ligações, 83,2% foram classificadas como regular, ruim ou péssimo, ou seja, apresentam deficiências que comprometem o desempenho dos deslocamentos. somente as condições do pavimento geram um aumento no custo operacional de 40,2% nesses trechos. deficiências na sinalização em 80,7% da extensão e na geometria da via
(87,3%) reduzem a segurança dos usuários. para recuperar a infraestrutura rodoviária dessas dez ligações, seria necessário o montante de r$ 4,8 bilhões. a maior parte da extensão avaliada (97,8%) que ocupam as piores posições do ranking é formada por rodovias de pista simples de mão dupla. por outro lado, no topo do ranking, com as melhores classificações nas últimas dez pesquisas, estão rodovias concessionadas dos estados de são paulo e Minas Gerais. três delas sem-
pre estiveram entre as dez melhores: são paulo (sp) – uberaba (MG), formada pelas rodovias Br-050, sp-330/Br-050; são paulo – itaí (sp) – espírito santo do turvo (sp), formada pelas rodovias sp-255, sp-280/Br-374; e são paulo – limeira (sp), formada pelas rodovias sp-310/Br-364, sp-348. esta última foi a melhor colocada em 2015. as dez melhores apresentam 99,1% dos trechos avaliados considerados ótimos ou bons. apenas 10,6% das pistas são simples e de mão dupla, e o aumento do custo operacional de-
vido à qualidade do pavimento é de 2,8% nesses trechos. “a série histórica desse estudo consolidado revela a necessidade de priorizar o setor de transporte para que a logística se torne mais competitiva e para que o Brasil ofereça melhores condições de segurança para os transportadores e para a sociedade em geral”, diz clésio andrade. além disso, a pesquisa é um importante instrumento de consulta para os caminhoneiros autônomos atendidos nas unidal des do sest senat.
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POTENCIAL
estudo da cnt
mostra desafios do setor aéreo
Mais de 100 milhões de passageiros voam por ano no Brasil; alto preço de combustível e deficiência na infraestrutura de aeroportos comprometem crescimento por
CYNTHIA CASTRO E EVIE GONÇALVES
os últimos 14 anos, o número de pessoas que utilizaram o transporte aéreo no Brasil cresceu em proporções significativas. se em 2000, as empresas transportaram 32,92 milhões de passageiros, em 2014, foram 102,32 milhões – 210,8% a mais. com a liberdade tarifária e a diferenciação de preços, as aéreas conseguiram diminuir os valores das passagens. em 12 anos, a redução chegou a 43,1%. agora, a expectativa é que o setor continue atraindo mais pas-
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sageiros. o governo anunciou a intenção de chegar a 600 milhões em 2034. Mas, para que isso seja possível, é essencial resolver gargalos que dificultam o crescimento. os números e análises sobre o desempenho recente desse setor e o que é necessário para que os entraves sejam solucionados estão no estudo transporte e economia – transporte aéreo de passageiros, divulgado pela cnt em novembro. É o primeiro trabalho da confederação em relação ao modal aéreo. de acordo
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fotos nsporte aÉreo de passaGeiros/cnt
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com o presidente da cnt, clésio andrade, apesar da comprovada evolução do transporte aéreo de passageiros na última década, esse mercado ainda apresenta um enorme potencial a ser desenvolvido. “o aumento da demanda deve ser devidamente acompanhado do incremento das infraestruturas aeroportuária e aeronáutica. solucionar os atuais entraves e promover ações planejadas são iniciativas essenciais para que o setor continue atraindo mais passageiros”, afirma. entre os entraves, estão o alto preço do qav (querosene de aviação), principal insumo do setor. o combustível, que representa 37,3% do custo total das empresas, tem preço mais alto no Brasil do que em outros países. isso contribui para que as passagens para voos domésticos sejam mais caras que as de alguns voos internacionais. para se ter uma ideia, o custo do galão, saindo de Guarulhos/sp, é de us$ 4,60 se for para um voo doméstico e de us$ 3,38 se for para um voo com destino internacional. a lógica também pode ser percebida no caso do Galeão/rJ. para voos domésticos, o qav custa us$ 3,87 por galão. Já para
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PASSAGENS em 12 anos, redução no preço das tarifas no Brasil chegou a 43,1%
voos internacionais, o combustível custa us$ 3,37. um dos fatores que elevam o custo é o icMs (imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços), cuja alíquota varia de 11% a 25%, conforme o estado. “não podemos seguir convivendo com isso, sob pena de colocarmos em risco esse volume imenso de passageiros transportados. o acesso ao modal aéreo é uma conquista da sociedade. em alguns estados, tem mais gente se deslo-
cando de avião do que de ônibus”, explica o presidente da seção de transporte aéreo da cnt e também presidente da abear (associação Brasileira das empresas aéreas), eduardo sanovicz. a cnt defende uma alíquota máxima de 12% para a incidência do icMs no querosene de aviação. outro problema que emperra o crescimento do setor é a falta de investimento em infraestrutura aeroportuária. apesar dos avanços nos últimos anos, espe-
cialmente após as concessões, alguns aeroportos brasileiros ainda apresentam terminais de passageiros saturados ou em situação de alerta. entre os de maior movimento, os mais prejudicados são o de congonhas (sp), porto alegre (rs), fortaleza (ce), cuiabá (Mt), florianópolis (sc), vitória (es) e Goiânia (Go). É considerado saturado o aeroporto em que o número de passageiros atendidos extrapola em 100% a capacidade instalada do terminal de passageiros. quando
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PREÇO DO QAV, AEROPORTOS SELECIONADOS - 2014 (valores em US$ por galão americano)
COMPOSIÇÃO DO CUSTO DAS EMPRESAS AÉREAS, BRASIL - 2013 (valores em %)
chega a 80%, a situação é de alerta. a análise também integra o estudo da cnt. além disso, de acordo com a confederação, o Brasil precisa implementar pelo menos 200 projetos para ampliar e adequar a infraestrutura aeroportuária, o que totalizaria r$ 24,9 bilhões. se o nível de investimento federal for mantido, serão necessários cerca de 15 anos para a realização. essa demora faria com que novos investimentos se tornassem necessários. os números
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aeroportos - fnac
Concessionados recebem 60,4% dos recursos embora o objetivo do fnac (fundo nacional da aviação civil) seja desenvolver e fomentar a aviação civil e infraestruturas aeroportuária e aeronáutica em todos os aeroportos do país, cinco terminais concedidos - viracopos (sp), Guarulhos (sp), Brasília (df), Galeão (rJ) e confins (MG) - receberam, juntos, 60,4% do total de recursos investidos do fnac. isso significa que os outros 60 aeroportos administrados pela infraero recebem apenas 39,6%. desde 2013, r$ 8,86 bilhões foram arrecadados para investimentos no setor aeroviário - r$ 4,86 bilhões disponibilizados à infraero (empresa Brasileira de infra-
são do último plano cnt de transporte e logística. esses projetos identificados pela cnt visam a ampliação e a construção de aeroportos, melhorias na pista e adequação da estrutura. uma forma de acelerar a transformação do segmento aéreo é incentivar a colaboração do setor privado, conforme destaca o presidente clésio andrade. “a participação da iniciativa privada oferece uma gestão diferenciada para os aeroportos.”
estrutura aeroportuária) e r$ 4 bilhões permanecem no caixa do fnac. os recursos do fundo são provenientes da arrecadação do adicional tarifário (ataero), das outorgas de concessões aeroportuárias, dos rendimentos de aplicações financeiras, da parcela do aumento das tarifas de embarque internacional e de outros rendimentos. a destinação desse recurso é para a elaboração de estudos, planos e projetos da aviação civil, investimentos em infraestrutura aeroportuária e aeronáutica, formação e capacitação de profissionais, programas de gestão e segurança aeroportuária, fomento da aviação civil por meio de subsídios e contra-
prestação pecuniária do parceiro público em contratos de concessão. no atual modelo de concessões, os recursos arrecadados no processo retornam na forma de investimento para os próprios aeroportos concessionados, dado o elevado percentual de participação da infraero determinado nos editais do programa nas spe (sociedades de propósito específico). É necessário que se faça um ajuste do percentual de participação da estatal nas próximas concessões para corrigir as distorções do sistema aeroportuário. e, assim, liberar recursos para serem investidos nas demais infraestruturas aeroportuárias e aeronáuticas.
AVALIAÇÃO Mesmo com melhoria
NÚMERO DE VIAGENS POR HABITANTE (2000 - 2014)
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pac/divulGação
rankinG Mundial
Brasil melhora 18 posições
nas condições dos aeroportos, país ainda ocupa a posição 95 em ranking
nos terminais de passageiros considerados saturados ou em alerta, o atendimento não se dá de forma eficaz. as acomodações são insuficientes para atender o fluxo de passageiros, há longas filas para o check-in, demora na restituição de bagagens, aumento de atrasos, entre outras questões. “o Brasil ainda tem sérios problemas logísticos para solucionar. tem de haver investimentos, e o plano cnt de transporte e logística indica o que deve ser priorizado”, diz o diretor executivo da cnt, Bruno Batista.
a segurança das operações, contudo, está garantida, conforme destacou eduardo sanovicz. quando a capacidade instalada das pistas e pátios chega próximo do limite operacional, as autoridades (dcea) interrompem a alocação de novos voos nesses aeroportos. Mas isso implica em restrições à expansão do serviço de transporte aéreo. Potencial outro dado do estudo da cnt que comprova a possibilidade de crescimento do setor
após aumento dos investimentos nos aeroportos concessionados e na rede infraero, o Brasil melhorou 18 posições no ranking do feM (fórum econômico Mundial). em 2015, o país passou a ocupar a posição número 95, entre 140 países avaliados, contra a posição 113, no ano anterior. entre 2013 e 2015, foram investidos r$ 8,4 bilhões pelas concessionárias em cinco aeroportos. no mesmo período, o governo federal investiu r$ 8,3 bilhões em seus 60 aeroportos. o cenário, que ainda é ruim, já foi pior. em 2012, o Brasil ocupava o 134º lugar nesse ranking de competitividade, sendo que em 2010 a posição era 93. a queda na classificação ocorreu após os baixos investimentos em 2010 e 2011, que somaram apenas r$ 3,31 bilhões.
aéreo nacional é a comparação do número de viagens realizadas por brasileiros por ano em relação a outros países. enquanto no Brasil o índice atingiu 0,5 viagem por pessoa, em 2014, na austrália, por exemplo, o indicador foi de 2,44 viagens por ano. Já nos estados unidos, 2,10, e no canadá, 1,23. em 2000, o índice era de 0,19 no Brasil, o que mostra evolução de 163,2% no período. Mas ainda há espaço para a ampliação do mercado. diante desse cenário de ex-
essa situação levou o governo a priorizar as concessões aeroportuárias. assim, entre 2012 e 2013 foram concessionados os aeroportos de Guarulhos (sp), viracopos (sp), Brasília (df), Galeão (rJ) e confins (MG). em 2014, após os benefícios dos investimentos mais céleres e da gestão privada dos aeroportos concessionados, a classificação brasileira começou a dar sinais de melhora. Mesmo com o avanço, o Brasil ainda possui aeroportos menos eficientes que países como argentina (92ª), chile (36ª) e África do sul (14ª). para melhorar a qualidade dos terminais nacionais, é fundamental investir na recuperação dos já existentes e na construção de outros para aperfeiçoar o nível de serviço e a cobertura do transporte aéreo de passageiros no país.
pansão, as companhias aéreas tiveram aumento no aproveitamento dos voos dentro do país (assentos ocupados / assentos oferecidos) de 24,7% de 2000 para 2014. naquele ano, 64,4% dos assentos oferecidos eram ocupados. no último ano, a taxa foi de 80,3%. essa taxa de ocupação pode ser explicada pelo valor das tarifas, que apresentou reduções significativas nos últimos anos. em 2002, o valor médio de comercialização das passagens era de r$ 580,58. Já em 2014,
aviação reGional
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Subsídio será insuficiente para novas rotas os recursos previstos para a implementação de novas rotas regionais no âmbito do pdar (programa de desenvolvimento da aviação regional) podem ser insuficientes. conforme cálculo da cnt, somente nos cinco primeiros anos do programa, seriam destinados r$ 4,5 bilhões - mais da metade dos recursos disponíveis do fnac (fundo nacional da aviação civil) - para as rotas já operadas. sobrariam apenas r$ 2,4 bilhões para incentivar as novas ligações. a estimativa leva em consideração os assentos subsidiáveis,
esse valor caiu para r$ 330,25 – redução de 43,1% em 12 anos. a diminuição pode ser ainda maior se forem considerados os preços das passagens por faixas de valores. em 2002, 33,7% dos bilhetes foram vendidos por até
a frequência, o consumo de combustível por assento, a distância das rotas e o preço do combustível da aviação. a cnt acredita que, nesse momento inicial, deve ser avaliada a estratégia de se disponibilizar subsídios exclusivos às ligações comprovadamente deficitárias e àquelas na amazônia legal. a subvenção prevista na lei nº 13.097/15 deverá ser feita com recursos do fnac, mas apenas 30% podem ser destinados ao pdar. em relação à infraestrutura aeroportuária, que envolve construção, modernização e
r$ 400, percentual que chegou a 72,8% em 2014, o que significa que mais pessoas estão voando pagando tarifas menores. isso só foi possível devido à liberdade tarifária, que ampliou o controle das compa-
adequação dos aeroportos regionais, o governo anunciou investimento de r$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos. após três anos do lançamento do pdar, nenhum aeroporto regional saiu do papel. segundo a sac (secretaria de aviação civil), a infraestrutura está em fase final de planejamento. no início de novembro, 22 aeroportos estavam em estudos de viabilidade técnica, 19 em estudos complementares, 145 em estudos preliminares e 87 em anteprojeto para licenciamento ambiental. para os demais, não há informações.
nhias aéreas sobre seu gerenciamento de receitas e conferiu a possibilidade de executar a diferenciação de preços. essa liberdade tarifária, um dos pilares da concorrência no transporte aéreo
INVESTIMENTO cnt indica 200
brasileiro, estimula a competição no segmento. consequentemente, há redução do preço do serviço e a inclusão de passageiros de faixas de renda menores no mercado aéreo doméstico.
sac
Transporte aéreo está democratizado, diz ministro recentemente, a sac (secretaria de aviação civil) divulgou pesquisa que mostra que o setor está mais inclusivo, na medida em que pessoas com menor faixa salarial passam a ter mais acesso à aviação. quase a metade (45%) dos passageiros que viajaram de avião no ano passado tinham renda familiar entre dois e dez salários mínimos. de acordo com a pesquisa “o Brasil que voa – perfil dos passageiros, aeroportos e rotas do Brasil”, desses passageiros, 6,1% têm renda de até dois salários mínimos, o equivalente a r$ 1.576. 17,2% ganham entre dois e cinco salários e 21,7% recebem entre cinco e dez. para o ministro-chefe da sac, eliseu padilha, o incremento dessa parcela da população se deve às companhias aéreas, que, para manterem a concorrência e te-
rem a ocupação necessária das aeronaves, têm reduzido o valor das tarifas. “o transporte aéreo está democratizado. nós conseguiremos ver um crescimento de, no mínimo, 7% ao ano na demanda de passageiros para os próximos 20 anos.” o levantamento mostra que 75% dos passageiros domésticos compram passagens aéreas a menos de 30 dias da data do embarque. além disso, mais da metade dos passageiros compra suas próprias passagens. em relação aos embarques internacionais, mais de 70% dos passageiros viajam por lazer, 35,8% a negócios ou estudos. a pesquisa mostra ainda que passageiros de voos domésticos têm origem ou destino para 3.590 municípios. de todas as rotas, a rio de Janeiro (rJ) – vila velha (es) é a que os passageiros
mais gostariam de ver implantada, seguida por Blumenau (sc) – são paulo (sp) e campo Grande (Mt) – rio de Janeiro (rJ). no total, 150 mil passageiros foram ouvidos, em 2014, em 65 aeroportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do país. cada um dos entrevistados respondeu a 70 perguntas. a sac também divulgou outra pesquisa mostrando que aumentou a satisfação dos brasileiros com os aeroportos do país. de uma escala de um a cinco, a nota apurada no final do 3º trimestre de 2015 foi de 4,15. dos 13 mil entrevistados, 84% deram notas maiores do que quatro. em comparação com o mesmo período do ano passado, o aeroporto de Guarulhos (sp) foi o que mais evoluiu - 3,46 para 4,41. o aeroporto mais bem avaliado é o de curitiba (4,51).
INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2014, BRASIL - 2014
projetos de infraestrutura aeroportuária
com a diferenciação de preços, as empresas aéreas conseguem cobrar diferentes valores pelo mesmo voo com base no perfil do viajante. assim, aqueles que compram com antecedência têm mais flexibilidade
quanto ao dia da viagem e têm mais chances de conseguir melhores preços. Já os que não têm essas possibilidades pagam tarifas mais elevadas nos mesmos voos. as análises e sugestões do
estudo transporte e economia – transporte aéreo de passageiros contribuem para que os passageiros entendam melhor o setor de aviação. segundo eduardo sanovicz, isso é importante, inclusive, para que os usuários
entendam como ocorrem as diferenças de preços de passagens. “essa é uma contribuição bastante importante, elaborada pela equipe técnica da cnt. permite que o usuário tenha acesso a informações essenciais.” l
ONU
Por EVIE
GONÇALVES
nualmente, 1,25 milhão de pessoas morrem em todo mundo em decorrência de acidentes de trânsito. segundo dados da oms (organização mundial de saúde), pedestres, ciclistas e motociclistas são a população mais frágil e representam 50% desse valor. além disso, esse tipo de ocorrência representa a primeira causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. governos tentam implementar ações para mitigar os altos custos globais – estimados em us$ 1,85 trilhão ao ano - e impactos sociais das perdas, embora a política de crescimento do número de veículos continue existindo. só no brasil, entre 2003 e 2013, houve um incremento de 247% no número da frota. a fim de encontrar possíveis soluções para a equação número de veículos/acidentes, a capital federal sediou, em novembro, a 2ª conferência global de alto nível sobre segu-
A
Países contra conferência debate propostas para alavancar rança no trânsito. mais de 130 países-membros da onu (organização das nações unidas) participaram do evento e elaboraram a declaração de brasília, documento que apresenta propostas para atingir a meta da década mundial de ação pela segurança no trânsito de re-
duzir à metade os óbitos e as lesões até 2020. entre as medidas, o documento fala em aumentar de 15% para, pelo menos, 50% até 2020 a porcentagem de países com legislação que inclua os principais fatores de risco para acidentes de trânsito. são eles:
não uso de cinto de segurança; dispositivos de retenção para o transporte de crianças e de capacetes; direção sob a influência de álcool; e excesso de velocidade. a carta também cita a necessidade de medidas para implementar as regulamenta-
JúLIo fernandes/cnt
“O mundo em que vivemos não acordou para esse assunto que mata mais que tuberculose, malária e aids” ZOLEKA MANDELA embaIXadora da make roads safe
mortes no trânsito segurança e reduzir acidentes até 2020; custos chegam a us$ 1,85 trilhão ções de segurança veicular das nações unidas ou padrões equivalentes de âmbito nacional, de modo a garantir que os novos veículos tenham equipamentos como cintos de segurança, airbags e sistemas de segurança ativa, como freio abs e controle ele-
trônico de estabilidade (Leia mais na página 37). outro assunto abordado é a identificação de fatores de risco que levem à distração ou à diminuição da capacidade do condutor, como medicamentos que afetem a direção segura, fadiga, uso de
substâncias psicoativas, distrações visuais nas vias e uso de celulares. estratégias de policiamento e medidas de fiscalização com foco na redução de acidentes também fazem parte do documento, assim como a proteção dos pedestres e dos ciclistas, com
a implementação de calçadas, ciclovias e ciclofaixas. “você nunca imagina que a vida acaba de forma tão dolorosa. ninguém está imune. o mundo em que vivemos não acordou para esse assunto que mata mais que tuberculose, malária e aids”, afirmou Zoleka
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segurança
Tecnologia brasileira está defasada as tecnologias e os equipamentos de segurança obrigatórios utilizados na fabricação de veículos no brasil, e na maioria dos países latinoamericanos, estão 20 anos defasados. é o que apontam estudos do Latin ncaP (sigla, em inglês, para Programa de avaliação de carros novos para a américa Latina), que reúne entidades de diversos países. segundo a organização, a maioria dos automóveis daqui, especialmente os populares, equivale aos comercializados na europa em 1995. chama a atenção, por exemplo, a fragilidade da estrutura. desde 2010, 63 modelos – dos quais 62 comercializados no brasil – foram submetidos a testes de colisões frontais. ao todo, 31 receberam três estrelas ou menos na avaliação sobre a segurança dos ocupantes adultos, em uma classificação que vai de zero a cinco, porque, no impacto, não protegem de forma adequada motorista e passageiros. desses, 21 receberam uma ou nenhuma estrela. todos são carros populares. a avaliação sobre a segurança para as crianças é ainda pior: 48 receberam três estrelas ou menos, sendo que 13 uma ou nenhuma. conforme a presidente do Latin ncaP, nani rodriguez, as simulações são feitas de acordo com a norma de segurança frontal da onu (organização das nações unidas), que estabelece o limite
máximo de força que os ocupantes de um carro podem receber em uma colisão frontal a 64 km/h. segundo ela, mudar esse panorama passa, necessariamente, por uma atuação mais firme do poder público. “estão tornando obrigatório airbag e freio abs, mas não colocam a norma de impacto. nós comprovamos que carros com airbag e abs continuam sendo inseguros, porque a estrutura se desarma, é fraca. a norma das nações unidas é algo básico. se nossos governos implementam essa norma, é algo que durará. os governos deveriam exigir o mínimo de segurança para todos”, defende ela. nani rodriguez conta, ainda, que avaliações feitas pelo Latin ncaP demonstraram que, mesmo descontados os impostos e apesar de possuírem menos equipamentos de segurança, veículos comercializados na américa Latina são mais caros que os vendidos na europa. “é uma margem de lucro que os fabricantes estão tendo a custo de nossas vidas”. ainda, segundo ela, no caso do brasil, o tema ganha uma importância maior, já que é exportador de automóveis para países vizinhos. simulações indicam que em colisões frontais envolvendo veículos que cumprem a norma da onu, a força do impacto para os ocupantes é reduzida em 40%. (Natália Pianegonda)
ALERTA mortes de motociclistas
mandela, embaixadora da make roads safe, durante o discurso de abertura. a neta de nelson mandela perdeu a filha de 13 anos em um acidente de trânsito, em 2010. “as projeções anunciam crescimento de 30% de acidentes fatais até 2030. os prejuízos correspondem a 3% do PIb (Produto Interno bruto) mundial. no caso dos países em desenvolvimento, pode chegar a 5%. é uma situa-
ção preocupante”, alertou a presidente dilma rousseff, que também participou do evento. o brasil contabiliza muitas vítimas de trânsito. em 2013, foram 43 mil mortes por acidentes, sendo 24 mil por motos, 11 mil por veículos de passeio e 8 mil por pedestres. o sus (sistema único de saúde) recebeu 163 mil internações – 88 mil motociclistas, 43 mil pedestres e 15 mil motoristas de carros.
JúLIo fernandes/cnt
sergIo aLberto/cnt
TESTE veículo submetido à simulação de colisão frontal
OCORRÊNCIAS confira números de mortes e acidentes Dados mundiais • mortes ao ano
1,25 milhão
50% são pedestres, ciclistas e motociclistas
• custos ao ano
US$ 1,85 trilhão
Dados no Brasil • mortes ao ano
43 mil • Internações ao ano
146 mil representam 28% do total no brasil
dados do Ipea (Instituto de Pesquisa econômica aplicada) revelam que os custos por esse tipo de acidente representam r$ 43 bilhões ao ano. só as internações equivalem a r$ 244 milhões. várias medidas já foram implementadas a fim de diminuir os acidentes. a Lei seca, que pune condutores que ingeriram bebida alcoólica acima de limites estabelecidos é um dos
24 mil motociclistas 11 mil motoristas de carros 8 mil pedestres 88 mil motociclistas 43 mil pedestres 15 mil motoristas de carros
R$ 43 bilhões • custos ao ano
R$ 244 milhões fontes: oms e ministério da saúde
crédito ícones: freepik
principais exemplos. entre 2012 e 2013, a norma foi responsável pela redução de 6% no número de mortes no brasil. foi a primeira queda após mais de uma década de aumento. também existem legislações que determinam a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, das cadeirinhas para crianças, além do airbag e do freio abs para todos os veículos. a regulamentação dos
• custos ao ano
estabilizadores de segurança ainda depende de normatização do contran (conselho nacional de trânsito). além disso, o governo federal tem ações com foco no trânsito. segundo o ministro da Justiça, José eduardo cardozo, o programa rodovida, que atua nas rodovias federais, reduziu em 28% as mortes nas estradas, além de ter gerado economia de r$ 7 bilhões e 5,5 mil vi-
das poupadas. “nossa estratégia foi mudar a técnica de policiamento e acionar a fiscalização efetiva nos períodos de maior movimentação de veículos. agora, pretendemos levar essa fórmula para as rodovias estaduais e municipais”, afirmou. Motocicletas as motocicletas são um capítulo à parte nos casos de aci-
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DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA Países apresentaram propostas para reduzir pela metade
dentes de trânsito. em 2013, os óbitos em decorrência apenas das motos representaram 28% do total de mortes brasileiras, segundo dados do ministério da saúde. em números absolutos, foram 12 mil falecimentos, 88 mil internações e um custo de r$ 114 milhões para o sus. “se não fossem as motocicletas, o país apresentaria dados melhores”, afirmou o ministro da saúde, marcelo castro. a região nordeste liderou as
estatísticas com 19 mortes de motociclistas por 100 mil habitantes. em segundo lugar ficou a região norte do país, com 15 mortes a cada 100 mil habitantes, seguida da região sul, com sete óbitos para o grupo de 100 mil habitantes e da região sudeste, com uma taxa de mortalidade de quatro pessoas por 100 mil habitantes. Para o pesquisador eugênio diniz, da fundacentro, instituição que estuda saúde no trabalho e meio
ambiente, a questão exige atenção por parte dos governos. “Problemas culturais, sociais e econômicos interferem nos dados. não podemos analisá-los à parte. o assunto é sério e exige intervenção em vários ministérios.” os dados também são alarmantes mundo afora. no senegal, por exemplo, 60% dos acidentes de trânsito foram com motos, em 2014. em Paris, devido à grande cobertura do trans-
porte público, as motocicletas correspondem a apenas 1,5% da circulação de veículos, mas a taxa de acidentes chega a 24%. nos estados unidos, as motos são usadas de forma recreativa apenas por 1% da população. entretanto, o excesso de velocidade e uso de álcool por motociclistas é bem maior do que as infrações cometidas por condutores de outros veículos. o professor acredita que existem vários fatores para o
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controLe de estabILIdade
Apenas 9% da frota possui sistema
o número de óbitos e lesões até 2020
alto número de acidentes envolvendo motociclistas. entre eles está o excesso de velocidade, a frenagem brusca e a falta de estabilidade das motos. além disso, o veículo é mais barato e ágil, portanto, adquirido com maior frequência, sobretudo pelas pessoas de baixa renda. “a moto passou a substituir até o cavalo no meio rural”, explicou o ministro das cidades, gilberto kassab, durante o evento.
enquanto, no mundo, a estimativa é de que 63% da frota de veículos tenha o controle eletrônico de estabilidade, no brasil o índice é de 9%. o chamado esc é considerado uma das inovações mais importantes em segurança automotiva. ele age para garantir que o motorista tenha controle do carro em situações de risco, como curvas fechadas e pisos escorregadios, por exemplo. a obrigatoriedade do sistema na fabricação dos carros, ônibus e caminhões é uma das sete medidas consideradas essenciais pela onu (organização das nações unidas) para aumentar a segurança veicular e, assim, reduzir a quantidade de mortos e feridos no trânsito. os dados são do global ncaP, sigla em inglês para Programa global de avaliação de carros novos, que visa estimular a fabricação de veículos mais seguros em todo o mundo. conforme o global ncaP,
o não uso do capacete é outro fator que potencializa os riscos de mortes. a onu recomenda que os motoristas utilizem o equipamento de segurança de padrão internacional. entretanto, ele não é bem visto no brasil por dois motivos: pode custar mais de mil reais enquanto existem modelos nacionais que variam entre r$ 40 e r$ 80 - e não possui circulação de ar, ou seja, não é adequado para o clima tropical
desde 1995, pelo menos 188,5 mil acidentes com ferimentos foram evitados e mais de 6,1 mil vidas foram salvas na europa, onde a tecnologia é obrigatória. Para se ter uma ideia, hoje, 88% dos veículos europeus possuem o controle eletrônico de estabilidade. na américa do norte, o índice chega a 96%. Para a organização, o brasil precisa tornar a tecnologia item de fábrica para todos os modelos. a meta é de que 59% da frota do país esteja equipada com o esc até 2021, se aproximando, assim, do Japão (que deve chegar a 90% nos próximos anos), da europa (94% até 2021) e da américa do norte (98% até 2021). mas, por enquanto, a obrigatoriedade do uso da tecnologia na indústria automotiva ainda depende de normatização do contran (conselho nacional de trânsito). a partir de 2016, o Latin ncaP, Programa de avaliação de
brasileiro. além disso, eugênio diniz alerta para o fato de o equipamento proteger até determinado tipo de velocidade cerca de 50 km/h. mesmo assim, segundo ele, o risco de dirigir sem o equipamento é três vezes maior do que o de usá-lo. como possíveis soluções para o grande número de mortes envolvendo as motos, o professor sugere o acesso ao transporte público de qualidade para fazer com que os motoristas
carros novos para a américa Latina, que testa a segurança dos modelos comercializados nesta região do mundo, somente dará a avaliação máxima – cinco estrelas – para os modelos que tiverem o esc. Frenagem outra tecnologia apontada pela onu como uma das principais para reduzir o número de mortes no trânsito é o sistema aeb, sigla em inglês para frenagem automática de emergência. ele possui um sistema de monitoramento com radares, câmeras ou sensores óticos para detectar a proximidade de outros veículos e pedestres. a tecnologia faz o carro reduzir a velocidade caso o motorista não responda a uma situação iminente de colisão ou atropelamento. a estimativa do global ncaP é que o aeb reduza em 35% os danos causados em um acidente de trânsito. (Natália Pianegonda)
migrem de veículos. Pistas exclusivas para motocicletas também podem reduzir os acidentes. outra alternativa são os sistemas de freios nas motos, que são eficientes e diminuem os acidentes em 50%. em Paris, medidas como a obrigação do uso de luvas, controle técnico dois anos após a compra, placa do mesmo tamanho de carros e caminhões e melhoria das rodovias também surtiram efeitos positivos. l
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HIDROVIÁRIO
Integração fluvial acordo internacional que facilita transporte hidroviário entre brasil e uruguai já está em vigor. Iniciativa deve estimular navegação comercial na região Por
omo parte da política de investimentos em hidrovias do governo federal, brasil e uruguai assinaram, em novembro, um acordo para o transporte fluvial e lacustre internacional de carga e de passageiros. ele passou a permitir o acesso livre de empresas mercantes que atuam no transporte de cargas pela hidrovia brasiluruguai aos mercados de ambos os países. com isso, conforme explica o ministério dos transportes, será possível co-
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IMAGEM DE SATÉLITE
DIEGO GOMES
locar em prática ações já elaboradas e regulamentações que visam a facilitar a navegação comercial. umas das iniciativas previstas no tratado é a revitalização do transporte aquaviário de cargas entre Lagoa mirim (rs) e a Lagoa dos Patos (mg), além de intervenções em rios e portos que compõem a bacia da hidrovia brasil-uruguai. o acordo binacional, assinado em 2010 e promulgado no dia 23 de outubro, estabelece o alcance da
hidrovia, as autoridades responsáveis, além da criação de uma secretaria técnica, integrada por representantes brasileiros e uruguaios, para garantir sua efetiva aplicação. a hidrovia faz parte do corredor multimodal que ligará montevidéu a são Paulo, e terá 2.200 km de extensão. a secretaria técnica já está em atividade. o grupo é formado por membros do ministério dos transportes e da antaq (agência nacional de transportes aquaviários), pe-
lo brasil, e do mtoP (ministério de transportes e de obras Públicas), por meio da direção nacional de Hidrografia e da direção geral de transporte fluvial e marítimo, pelo uruguai. “a secretaria terá a incumbência de assessorar a tomada de decisão pelos chefes de delegação dos dois países no sentido de viabilizar a operação da Hidrovia, tanto no disciplinamento do tráfego fluvial quanto no monitoramento dos atores envolvidos no transporte fluvial”, explica
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guai, com ganhos para os dois países”, afirmou.
Projeto prevê a revitalização do transporte aquaviário de cargas entre rs e mg
o diretor geral do dnit (departamento nacional de Infraestrutura de transportes), valter casimiro. Por aqui, a hidrovia brasiluruguai abrange a Lagoa mirim e seus afluentes, especialmente o rio Jaguarão; o canal de são gonçalo e seus afluentes; os canais de acesso hidroviário ao porto de rio grande; a Lagoa dos Patos e seus afluentes; o rio guaíba e seus afluentes, especialmente os rios taquari, Jacuí, dos sinos, gravataí e caí, no esta-
do do rio grande do sul. no uruguai, contempla a Lagoa mirim e seus afluentes, especialmente os rios Jaguarão, cebollatí e tacuarí, no território uruguaio, além de portos e terminais reconhecidos pelos países. o diretor da antaq (agência nacional de transportes aquaviários), adalberto tokarski, avalia como estratégico o acordo entre os dois países: “esse acordo de livre navegação é importante para uma maior integração entre o brasil e o uru-
Hidrovia Brasil-Uruguai Projeto desenvolvido há 30 anos, a concretização Hidrovia brasil-uruguai, que faria a ligação de navio e trem entre montevidéu e são Paulo, segundo especialistas, evitaria quase 10 mil viagens de caminhões por ano, já que parte das mercadorias gaúchas poderia ser transportada na nova rota. Isso impactaria diretamente o meio ambiente: menos combustível, menos pneu, menos desgaste de rodovias. a expectativa é a de que também diminua o fluxo na br471, que leva até a fronteira com o uruguai. a redução de veículos na área é importante porque a estrada corta a reserva ecológica do taim, habitat de animais silvestres. sob o ponto de vista econômico, também há ganhos. Para 2015, a projeção seria de que 408 mil toneladas de produtos uruguaios fossem escoadas pelo porto de rio grande, segundo dados preliminares da ecoplan, empresa que faz estudo econômico sobre a hidrovia. se o projeto original da via for levado a cabo, ela funcionaria da seguinte forma: de montevideu até La charqueada, já
há trilho de trem. e de estrela, no rio grande do sul, até são Paulo, também. faltaria apenas ligação hidroviária de La charqueada, no uruguai, até estrela, conectando a Lagoa mirim à Lagoa dos Patos. na Lagoa mirim, o principal empecilho está no canal sangradouro, que precisa ser dragado. uma dragagem já foi feita em 2001, mas como não houve progresso no lado uruguaio, a operação não serviu de nada e precisará ser refeita. a previsão é de que se inicie ano que vem. navios de até três metros de profundidade poderão trafegar pela hidrovia. a lagoa mirim já teve franca navegação comercial em épocas passadas, principalmente, para passageiros e cargas. dessa forma, está se restabelecendo um tráfego que foi interrompido. “os uruguaios sempre reivindicaram a reabertura da navegação, especialmente nessa fase em que existem empresários interessados na exploração comercial dos portos de tacuary e La charqueada, localizados naquele país. os estudos de viabilidade estimam o volume de cargas que supera a 1,2 milhão de toneladas transportadas pela hidrovia da lagoa mirim para o ano de 2035”, informa valter casimiro. l
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FENATRAN
Alternativas à crise maior feira de caminhões da américa Latina reinventa-se com a presença de implementadores Por
mercado nacional de caminhões atravessa uma forte retração de 40% em relação ao ano anterior. em alguns segmentos, como o dos pesados, a queda nas vendas beira os 60%, segundo a anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos automotores). tal cenário contribuiu para esvaziar a 20ª edi-
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ção da fenatran, salão Internacional do transporte rodoviário de carga, promovido no mês de novembro, no anhembi, em são Paulo (sP). nove das 11 fabricantes de caminhões, em decorrência do delicado momento econômico pelo qual passa o país, abriram mão de participar do evento. apenas volvo e daf montaram estandes. a ausên-
cia da maioria dos fabricantes de veículos, no entanto, deu uma inusitada visibilidade aos implementadores, tradicionalmente ofuscados pelos vistosos estandes das marcas de caminhões, furgões e picapes. toda a cadeia produtiva do setor esteve representada por meio de 320 marcas expositoras, que apresentaram ao mercado as principais novida-
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des em caminhões, implementos rodoviários, produtos e serviços de gestão e rastreamento de frotas, autopeças e equipamentos. maior evento do setor na américa Latina, a fenatran é organizada e promovida pela reed exhibitions alcantara machado, com iniciativa da ntc&Logística (associação nacional de transportes de cargas e Logística) e anfavea, com apoio da anfir (associação nacional dos fabricantes de Implementos rodoviários), simefre (sindicato Interestadual da Indústria de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários) e abr (associação brasileira do segmento de reforma de Pneus). Presidente da ntc&Logística, José Hélio fernandes considera que essa edição foi marcada pela garra dos expositores. sobre a situação política e econômica do país, ele considera que o brasil conta com instituições sólidas e capazes de garantir o cumprimento da lei e o respeito à democracia. ele chama atenção, contudo, para os riscos do au-
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mento indefinido de juros e impostos, o que vem ocorrendo com o ajuste fiscal do governo. “nós já enfrentamos inúmeras crises. sabemos, por isso, que a nuvem ameaçadora hoje que paira sobre o brasil, embora apresente aspectos de muita turbulência, é só mais uma crise que haveremos de enfrentar”, declara. na abertura do evento, o presidente da anfavea, Luiz moan, anunciou que o governo federal reabriria o finamePsI, Programa de sustentação do Investimento, do bndes (banco nacional do desenvolvimento econômico e social), até o fim de novembro, fato amplamente comemorado, e que foi fundamental para a realização de negócios durante o evento. além disso, no último dia da feira, a caixa econômica federal e a anfir assinaram um acordo para oferecer linhas de capital de giro para a antecipação de contratos com fornecedores. o convênio também fornece condições especiais para o pagamento de despesas de 13º salário das empresas associadas à entidade, além de facili-
ABERTURA Presidente da ntc, José Hélio fernandes destaca o esforço dos 320 expositores
“A reabertura do PSI foi preponderante para o sucesso da Fenatran” LUIZ MOAN PresIdente da anfavea
tar a compra de implementos rodoviários novos. as linhas de crédito oferecem prazo de até 60 meses para pagamento e carência de até seis meses, sendo que, para a antecipação de contratos, a taxa de juros é a partir de 1,9% ao mês, enquanto no crédito para pagamento do 13º, a taxa é de 1,39% + tr. de acordo com a caixa, a partir da fenatran, o banco abriu linha de crédito
de pelo menos r$ 500 milhões, para financiamento de até 90% do valor de compra para implementos. em cinco dias, a fenatran reuniu 50.222 mil visitantes/compradores, vindos dos 27 estados brasileiros. em relação a compradores internacionais, 49 países estiveram presentes e puderam conferir as novidades de expositores líderes de mercado como a volvo caminhões e daf, e marcas
efIcIêncIa energétIca
Marcas expõem soluções para redução do consumo de diesel a preocupação com a redução do consumo do combustível, principal insumo do setor, deu o tom da maioria das apresentações e dos lançamentos. os expositores desdobram-se para mostrar que diversas medidas podem ser implementadas pelas empresas, incentivadas pelo poder público e desenvolvidas pela indústria automobilística, para assegurar eficiência energética. em comum, todos buscam estimular a conservação dos recursos naturais, a diminuição das emissões de poluentes e também a redução de custos para trabalhadores e empresas. os fornecedores de implementos para o setor rodoviário apresentaram o aço e o alumínio como as principais matérias-primas das novidades exibidas no anhembi. fábio silva, gerente técnico da ssab, siderúrgica sueca fornecedora de aço de alta resistência, explica que o aço se destaca nos quesitos durabilidade, resistência ao impacto e facilidade de manutenção. “é muito mais simples soldar e reparar peças em aço, além de ter um custo menor em relação ao alumínio”, pontua silva. Já a bZ automotive, fabricante de implementos para veículos pesados com 30 anos de mercado, lançou na feira sua nova linha de rodas forjadas em alumínio, com redução de peso em torno de 50%. “nos últimos 10 anos, praticamente 80% da frota do chile passou a utilizar rodas de alumínio, material que proporciona aumento de capacidade de carga justamente por reduzir o peso do caminhão, garantindo a resistência das rodas”,
explica Leandro Zweifel, gerente comercial da marca. o diretor comercial da área de rodas da alcoa, rodrigo Leal, esclarece que o motivo da diminuição do peso mantendo a resistência é o processo de fabricação. “as rodas de alumínio são forjadas em peças únicas, que passam por três estágios de prensa a frio. Isso faz com que o material continue maciço, eliminando a porosidade, o qual seria exposto a um processo de fundição. dessa forma, a resistência passa a ser cinco vezes maior”, diz. Pioneira na fabricação e engenharia de metais leves, a alcoa levou à fenatran uma das sensações do evento: o caminhão arte da eficiência com soluções inovadoras que aumentam a competitividade dos clientes e garantem redução do consumo de combustível. com diversos componentes fabricados em alumínio, a solução apresentada vai da cabine ao reboque, proporcionando significativa redução de peso, que pode chegar até uma tonelada por caminhão. foi a primeira vez que o veículo caminhão foi apresentado no brasil. “o alumínio é um metal infinitamente reciclável, que, por ter a mesma resistência que o aço e ser um terço mais leve, é a opção mais eficaz para atender às necessidades do segmento dos transportes. a alcoa investe no desenvolvimento de soluções que garantem maior eficiência no frete, economia de combustível, maior durabilidade de peças e menor emissão de poluentes”, declara celso soares, diretor de Laminados da alcoa américa Latina. o caminhão arte da eficiên-
cia apresenta uma nova geração de chassi 100% manufaturado em alumínio, desenvolvido em parceria com a metalsa, que reduz em 40% o peso da estrutura. além disso, o caminhão destaca diversos componentes como: portas, rodas, radiador, proteções laterais, engate de reboque (quinta roda), tanque de combustível, suporte da suspensão, eixo cardã e fixadores. Pneus econômicos no segmento de pneus, apresentado na feira, o desenvolvimento sustentável e os produtos ecologicamente eficientes foram as palavras de ordem entre as marcas. Para a Levorin Pneus, o brasil apresenta um forte mercado de reforma de pneus e a agenda da consciência ecológica está cada vez mais presente no público consumidor. diante dessa realidade, a empresa levou ao evento a linha Lev, tecnologia para reforma de pneus que proporciona uma densidade menor e promete até dobrar a durabilidade. a cantu Pneus, por sua vez, expôs uma evolução do krs50, seu carrochefe, que reduz em até 5% o consumo de combustível e tem entre 3% e 6% a mais de durabilidade. a meta da empresa é ambiciosa: pretende aumentar o faturamento em até 40% com a novidade. com o olhar no futuro, a alemã continental iniciou um estudo para a criação de um componente à base da planta dentede-leão, que começará a utilizar efetivamente nos próximos 20 anos. “a preocupação com o meio ambiente está presente em toda a linha da continental,
mas isso, com certeza, continuará a ser uma preocupação dentro da cadeia produtiva”, afirma fernando Peruzzo, gestor de produtos da divisão de Pneus da continental. a empresa já se prepara para a entrada em vigor, a partir de outubro do próximo ano, do Pbe (Programa brasileiro de etiquetagem). ele determina que todos os pneus produzidos aqui ou importados para o mercado brasileiro deverão receber uma etiqueta atestando a sua eficiência em três critérios: eficiência energética, aderência em piso molhado e emissão de ruídos. ainda no âmbito dos implementos rodoviários, a Librelato lançou uma série especial de produtos da linha leve. entre eles, destaca-se o graneleiro mais leve do brasil. com 12,5 metros, ele tem 7.600 kg, possui um novo painel e as laterais são revestidas com material polimérico. além disso, possui uma perfeita vedação da caixa de carga e é ecologicamente correto. a diminuição do peso proporciona ao cliente a possibilidade de um maior carregamento líquido. a votorantim metais-cba apresentou o primeiro protótipo de caminhão semirreboque feito 100% de alumínio – tipo silo – para transporte de carga a granel. desenvolvido em parceria com a brucal, empresa especializada na fabricação de implementos rodoviários, o silo de alumínio é quase duas toneladas mais leve quando comparado a similares feitos por outros tipos de matéria-prima, propiciando ganhos significativos de eficiência operacional e redução de custos na unidade produtiva.
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LANÇAMENTOS VOLVO - com o maior estande da história do evento (4 mil m2), a volvo apresentou os caminhões de sua nova linha f. Lançados no final do ano passado, os novos veículos da marca esperam alçar o transporte de cargas brasileiro, de vez, à era digital, com veículos completamente conectados por meio da tecnologia dynafleet. além disso, a montadora levou ao anhembi o cavalo mecânico fH 6x4 com o eixo suspensor, uma revolucionária tecnologia que desengata e levanta o segundo eixo de tração. a solução é indicada para aquelas operações de transporte que têm trajetos com pouca ou nenhuma carga. “é mais uma solução inteligente e inovadora que a volvo lança no brasil para proporcionar menor consumo de combustível e mais conforto nas operações de transporte”, diz bernardo fedalto, diretor de caminhões da volvo no brasil. DAF – a montadora holandesa lançou em são Paulo o modelo cf85, que fez sua estreia no mercado brasileiro. o modelo, produzido na fábrica da companhia em Ponta grossa, no Paraná, é oferecido em cavalo mecânico nas versões 4x2 e 6x2, equipados com o motor Paccar mX 12.9 litros, capaz de gerar potências de 360 cv ou 410 cv, além de duas opções de cabine, a sleeper e a space cab. o modelo atinge também índice de nacionalização que o habilita para o bndes finame. “da mesma maneira como ocorreu com o Xf105, executamos uma série de ajustes no cf85 brasileiro, com o objetivo de torná-lo totalmente adequado às condições de uso e necessidades do transportador local. e o resultado novamente foi surpreendente, com um caminhão forte, potente, seguro e bom de dirigir”, completa felix Hendricks, diretor de desenvolvimento de Produto da daf caminhões brasil. RANDON – a divisão de implementos marcou presença na maior feira de caminhões da américa Latina com um vasto portfólio de produtos das linhas leve e pesada. na oportunidade, a empresa anunciou o avanço da tecnologia ecoplate2 em sua linha, seis meses após ter apresentado ao mercado o graneleiro Linha r com ecoplate 2 nas laterais. NOMA – Há 48 anos no setor de carretas para diversos tipos de transporte no brasil, a noma levou como novidade para a fenatran o rodotrem basculante alumínio de 41m2, o mais leve e resistente do mercado. trata-se de um ançamento inédito no mercado brasileiro, capaz de proporcionar ganho real de pelo menos três toneladas por viagem ao transportador (a depender da configuração), e ainda permite alcançar menor consumo de combustível em função do uso de alumínio como matéria-prima e da tecnologia de suspensão pneumática. VALECARD – responsável por oferecer soluções integradas para gestão de benefícios, finanças e frotas, a valecard levou para o anhembi sua plataforma exclusiva para gerenciar abastecimento, manutenção e telemetria (rastreamento e monitoramento) de toda a frota com o apoio de um gestor dedicado. a tecnologia é uma ferramenta de gerenciamento para frotas de diferentes portes que integra todas as informações. Por meio dela, é possível reduzir custos, gerar relatórios de emissão de co2, fazer a gestão de pneus, indicar o tipo de combustível melhor para cada veículo de frota e outras novidades.
POSTIVO feira registrou mais
de implementos como randon, noma, Librelato, truckvan, rossetti e guerra, além de produtos e soluções inovadoras de empresas como valecard, Pamcard, autotrac, alcoa, angelLira, continental, entre outros. Para moan, o fato de o evento ter sido exitoso está “diretamente ligado à decisão ágil e extremamente acertada do governo de reabrir o PsI. sem tal medida, teríamos um ano de 10 meses, mas agora voltamos a ter um ano com 11 meses para comercialização. o fato foi, por-
“Essa é só mais uma crise que haveremos de enfrentar” JOSÉ HÉLIO FERNANDES, PresIdente da ntc&LogístIca
emIssão fenatran/dIvuLgação
Anfavea alerta para adulteração do Arla 32
de 6 mil oportunidades de negócio
tanto, preponderante para permitir que as empresas pudessem seguir com o planejamento já estabelecido, garantir a continuação das vendas e fortalecer a confiança dos investidores, que puderam apreciar durante o salão produtos com alto nível de inovação e tecnologia”. a participação da indústria de implementos rodoviários foi considerada satisfatória pelo segmento. foram registradas aproximadamente 6 mil oportunidades de negócios, revelou a anfir.
cerca de um terço dos caminhões euro 5 vendidos com sistema scr está burlando a utilização do arla 32. o agente redutor líquido à base de ureia é necessário no pós-tratamento dos gases de escape de parte dos veículos pesados a diesel produzidos desde 2012. “fizemos um levantamento que indica que o consumo de arla 32 está 32% abaixo do que deveria”, afirma elcio Luiz farah, diretor adjunto da afeevas (associação dos fabricantes de equipamentos para controle de emissões veiculares da américa do sul), durante debate promovido pela anfavea na feira. “tanto autônomos quanto grandes frotistas estão utilizando mecanismos que manipulam o sistema de injeção de arla 32 em seus veículos”, afirma o vice-presidente da anfavea, marco saltini. segundo ele, esse tipo de ação fica registrado na central de diagnose dos caminhões. Para a anfavea, é importante que
mesmo em um cenário em que o mercado de veículos pesados registra retração, volvo e daf anunciaram reajustes de preços para seus produtos. a volvo aumentou seus preços em 8% há duas semanas e fará novos reajustes trimestrais a partir de abril. "se não fizermos isso, vamos prejudicar toda a cadeia produtiva e os funcionários", disse o diretor comercial da volvo, bernardo fedalto, na fenatran. ele justificou que a marca acu-
usuários e frotistas não alterem veículos a fim de neutralizar o funcionamento do reagente, sob risco de crime ambiental. saltini alertou que a multa para essa infração pode chegar a r$ 50 milhões, além de perda da garantia do veículo e sua retenção. a alteração no veículo é efetuada para evitar gastos com o aditivo. os caminhões atuais vêm de fábrica com sistema eletrônico que diminui a potência do motor quando não há arla 32 no tanque. "consideramos mandatória a inspeção veicular dos veículos para questões de segurança e emissão de gases poluentes, bem como a importância de incentivos para a renovação da frota de veículos pesados. Praticamente 228 mil veículos no país tem mais de 30 anos de uso. esse número de caminhões antigos emite atualmente a mesma quantidade de poluentes que 5.600 novos emitiriam em 30 anos”. uma pesquisa realizada
Fenatran em números:
320 expositores
50 mil visitantes
pela ntc&Logística aponta a elevação de custos como principal motivo para as fraudes. “os caminhões P7 ficaram mais caros e o diesel (s50 e depois s10) também. Há ainda o custo do arla 32. tudo isso representou um gasto extra de r$ 1,2 mil a r$ 1,5 mil por mês para cada caminhão. o problema é que, ao insistir na fraude, o motorista vai pagar essa conta lá na frente”, alerta o diretor executivo da associação, neuto gonçalves dos reis. os veículos comerciais, caminhões e ônibus movidos a diesel fabricados a partir de 2012 têm de atender à legislação de emissões Proconve P7 (equivalente à euro 5). ela é alcançada com duas tecnologias: scr, que requer pós-tratamento dos gases de escape com injeção no catalisador do agente à base de ureia (o arla 32) ou pela egr, em que ocorre a recirculação dos gases de escape.
mula 15% de aumento de custos com matérias-primas, dólar, energia e pessoal "e precisa reequilibrar sua balança, porque está muito negativa". Já a daf anunciou aumentos de 8% a 10% para janeiro. man, mercedes-benz e scania também já haviam divulgado reajustes de 5% a 10% nas últimas semanas. o segmento vendeu, de janeiro a outubro deste ano, 61,3 mil caminhões, ante 111,2 mil em igual período do ano passado. l
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DESPOLUIR
Integração dos técnicos Profissionais que atuam no programa ambiental da cnt e do sest senat debateram os desafios para 2016 e compartilharam experiências Por
om o objetivo de promover intercâmbio de experiências e disseminar informações, a cnt (confederação nacional do transporte) e o sest senat (serviço social do transporte e serviço nacional de aprendizagem do transporte) realizaram, em
C
DIEGO GOMES
outubro, o vII encontro nacional do despoluir - Programa ambiental do transporte. a iniciativa é promovida há oito anos pelas duas instituições em parceria com federações e sindicatos nos estados. em dois dias, coordenadores e técnicos que atuam no programa foram qualifica-
dos e tiveram a oportunidade de dialogar e interagir com seus pares. com projetos em andamento em todo o território nacional, o despoluir busca promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente.
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fotos sergIo aLberto/cnt
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DEPOIMENTOS Aloisio Bremm, coordenador do Despoluir da Fetergs (RS) • “o programa, no rio grande do sul, tem tido uma grande aceitação. nós atendemos em torno de 160 empresas, entre metropolitanas e de longo curso. o evento é importante para a troca de experiências e a aplicação das técnicas. um dos desafios é levar esse programa, cada vez mais, às empresas de transporte. a maior parte delas tem conhecimento, mas precisamos ampliar as adesões.”
Roberto Teixeira de Freitas, coordenador do Despoluir da Fepasc (PR) • “essa é uma grande oportunidade para dirimir todas as dúvidas. elas surgem frequentemente, e esse encontro vem validar esse processo. curitiba sempre foi vista como cidade modelo, inclusive na questão ambiental, então, é lógico que o programa só vem a somar. ele é reconhecido pelas empresas, pelos órgãos ambientas e acaba contribuindo para fortalecer essa imagem da cidade e do estado.” Elizabete Salvino, técnica do Despoluir da Fecam (RJ)
EXPERIÊNCIA Profissionais debateram
• “é importante conhecer as experiências dos colegas para poder adicionar no meu trabalho. Hoje, o maior desafio é a conscientização e trabalhar em cima de disso para fazer o projeto valer. é conscientizar para as próximas gerações.” Marta Gusmão, coordenadora do Despoluir da Fetcemg (MG) • “o evento nos trouxe uma oportunidade excelente para troca de experiências e integração das equipes e também para conhecer os problemas e os desafios para 2016. com os temas sustentabilidade, gestão ambiental e consciência ecológica, temos percebido que o próprio transportador tem dado importância muito grande ao programa e tem aceitado as nossas abordagens. nossos eventos têm contribuído para promover uma maior integração entre os profissionais.”
de 2007 até outubro de 2015, por exemplo, já foram realizadas mais de 1,4 milhão de aferições. elas ajudam a reduzir a emissão de poluentes por meio de manutençåo regular dos motores. Já foram atendidas mais de 12,5 mil empresas e 14,4 mil caminhoneiros autônomos. a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, esclareceu, na abertura do evento, que o encontro re-
presenta uma oportunidade única para a troca de experiências e o aprendizado para a solução dos diversos desafios cotidianos. “a união de esforços consegue fazer com que se alcance o objetivo primordial desse programa, que é promover a saúde do trabalhador do transporte”, disse. os técnicos e coordenadores locais do despoluir conheceram, com mais detalhes, o tra-
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“O objetivo primordial do programa é promover a saúde do trabalhador em transporte”
legislação ambiental e tiveram demonstrações de mecânica de motores a diesel
balho realizado pelo Programa ambiental do transporte junto aos diversos atores do setor. eles são, além da cnt e do sest senat, entidades filiadas, poder público, montadoras e a indústria do petróleo. o coordenador nacional do despoluir, vinícius Ladeira, destacou os desafios e os objetivos do programa para 2016. eles estão voltados, principalmente, ao ganho de
eficiência energética do transporte rodoviário de cargas e de passageiros e à difusão de boas práticas, capazes de promover a diminuição do uso de recursos naturais pela atividade. sobre o evento, Ladeira também destacou a importância da integração daqueles que fazem o programa. foram repassadas ainda informações sobre legislação ambiental e sobre mecânica
NICOLE GOULART dIretora-eXecutIva nacIonaL do sest senat
de motores a diesel, a fim de orientar os técnicos sobre como deve ser feita a manutenção dos veículos reprovados nas aferições realizadas. essas aferições consistem na verificação da quantidade de material particulado (poluentes) presente na fumaça emitida pelos ônibus e caminhões. se o índice estiver de acordo com os limites fixados por normas ambientais, os veícu-
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los são aprovados e recebem o selo do despoluir. do contrário, os proprietários são orientados em relação à manutenção que deve ser feita, para regularizar a situação. com a finalidade de estimular iniciativas diversas nos estados, os participantes também conheceram exemplos de boas práticas e convênios firmados com órgãos públicos. a ideia é ampliar a atuação e o conhecimento sobre o despoluir entre os profissionais que atuam com o transporte rodoviário de cargas e de passageiros. Resultados o despoluir suscita o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e a sociedade em ações de conservação do meio ambiente. um dos carros-chefes da iniciativa são as aferições realizadas em ônibus e caminhões. além dos benefícios para o meio ambiente, as verificações ajudam os transportadores a reduzirem o custo operacional da atividade. Isso porque problemas mecânicos e falta de manutenção adequada também estão associados ao aumento do consumo de óleo, de combustível e de desgaste precoce de componentes dos veículos. l
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FAIXAS DE DOMÍNIO
busca de moradia ao longo das rodovias e ferrovias brasileiras tem colocado a vida de várias comunidades em risco. ao desrespeitar a faixa de domínio, limite de segurança que pode variar de 40 a 130 metros para as operações de caminhões e de trens, os moradores elevam o risco de acidentes nos trechos que, geralmente, estão em áreas urbanas. além da circulação de pedestres, animais pastando às margens das rodovias trazem riscos para a segurança. a invasão dos espaços ainda gera prejuízos à economia, aumentando o tempo e o custo do transporte. a redução da velocidade aumenta o tempo para a entrega das mercadorias o que encarece o preço das mesmas. a prática também proporciona outros prejuízos, como desgaste dos veículos, aumento da poluição e estímulo
A
Espaços invadidos desrespeito aos limites das margens de rodovias e de ferrovias eleva os riscos de acidentes e gera prejuízos ao transporte Por JANE
ao roubo de cargas. a invasão da faixa de domínio afeta diretamente o desenvolvimento de projetos de expansão, de segurança e a eficiência dos modais, pois, quando a faixa não está bem definida, há conflitos com os ocupantes irregulares, o que demanda ações judiciais, realocação de pessoas, e acaba interferindo
ROCHA
no cronograma dos projetos, atrasando obras e a entrega dos trechos rodoviários e ferroviários. segundo Pesquisa cnt de ferrovias 2011 no brasil há, pelo menos, 355 invasões nas áreas de domínio que representam uma área de, mais ou menos, 120.887 m2. a região sudeste tem o maior número
com, cerca de, 210 invasões. a antf (associação nacional dos transportadores ferroviários) afirma que há mais de 800 focos de invasões nas faixas de domínio das malhas concedidas. Já o dnit (departamento nacional de Infraestrutura de transportes) afirma que não há dados consolidados sobre as populações lo-
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WasHIngton cesar takeucHI/dIvuLgação
br-381
Ocupação afasta interessados a invasão da faixa de domínio é o principal entrave para a conclusão da licitação das obras de duplicação da br-381, que liga belo Horizonte (mg) a vitória (es). os editais para as obras nesse trecho foram lançados duas vezes, entre 2013 e 2014, mas em nenhuma das tentativas houve empresa interessada em realizar o trabalho. na vila da Luz, trecho da br381 localizado na região leste da capital mineira e considerado um dos mais perigosos do brasil, vivem, cerca de 1.500 famílias. a ocupação da área que pertence à união começou há 15 anos e afeta o perímetro entre 20 e 200 metros da rodovia. a distância entre a porta das casas mais próximas da br-381 e a pista de rolamento não chega a três metros. além disso, as ligações de água e eletricidade
do local são clandestinas. a desapropriação da faixa de domínio da região metropolitana de belo Horizonte é um trabalho complexo que envolverá o ministério Público federal, a Justiça federal, a defensoria Pública da união, além dos órgãos ambientais, sociais e as famílias que estão nesses locais. a duplicação da br-381 será dividida em 11 lotes, sendo que já há obras em andamento em seis. o trecho que fica entre Jaguaraçu (mg) e nova era (mg) é o mais avançado, com mais de 90% das obras concluídas. com a redução do número de operários durante o período chuvoso, o ritmo das obras caiu significativamente nos primeiros meses deste ano. a conclusão da duplicação deve ocorrer em 2019, dois anos depois da data inicial prevista.
REGULARIZAÇÃO O que é o ProFaixa? Programa federal de faixas de domínio que visa regularizar áreas dos perímetros urbano e rural nas laterais das vias, incluindo canteiros, pontes, viadutos, túneis e acostamentos de rodovias e de ferrovias em todo o país Quais etapas prevê? 1 - Levantamento preliminar, com a coleta de informações (no âmbito do dnit) sobre as faixas de domínios; levantamento de percursos, cidades e planos diretores; pesquisa de registros cartoriais 2 - Pesquisa documental: busca por matrículas nos cartórios e averiguação de processos de desapropriação antigos 3 - redefinição de faixas de domínios e levantamento dos limites físicos 4 - consolidação de proposta técnica: análise dos dados coletados e elaboração de peça técnica propondo nova delimitação para faixas de domínios 5 - reconhecimento de limites: aproximação com proprietários e acordo quanto aos limites e assinatura do termo 6 - ações judiciais: recuo de cercas e custos eventuais 7 - registro cartorial
RISCO construções não respeitam
calizadas nos limites das faixas de domínio. Já nas ferrovias, segundo Profaixa Para resolver o problema, o dnit iniciou em setembro deste ano o Profaixa (Programa federal de faixas de domínio), que visa regularizar áreas dos períme-
Limite de segurança pode chegar a 130 metros de margem
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ImPacto
Trens são obrigados a reduzir dnIt/dIvuLgação
as margens de segurança nas rodovias
tros urbano e rural nas laterais das vias, incluindo canteiros, pontes, viadutos, túneis e acostamentos de rodovias federais e de ferrovias em todo o país. o órgão realizará um levantamento de documentos para descobrir se há registros das áreas das faixas de domínio em nome da união ou de particulares. o
a redução de velocidade é um dos maiores problemas gerados pela invasão da faixa de domínio das ferrovias. muitas vezes, as locomotivas reduzem o ritmo de 40 km/h para 5 ou 10 km/h, aumentando o desgaste nos trens, o consumo de combustível e a poluição, gerando acidentes e estimulando o roubo de cargas. Para o consultor em logística, presidente da seção ferroviária da cnt (confederação nacional do transporte), rodrigo vilaça, a rede ferroviária federal s.a. é a grande responsável pelas invasões na faixa de domínio. segundo vilaça, a estatal, extinta em 2007, não cumpriu a obrigação de evitar as ocupações irregulares às margens das ferrovias brasileiras. “algumas moradias construídas irregularmente foram erguidas para atender funcionários da rede ferroviária. as construções deram sequência às invasões, principalmente, perto dos
intuito é formalizar a propriedade e as respectivas margens, identificando os terrenos e seus antigos donos, delimitando seus contornos e transferindo-os, definitivamente, para a união, podendo, assim, fazer adequações de capacidade como, por exemplo, uma duplicação. em seguida, o dnit fará a de-
centros urbanos”, explica. vilaça alerta ainda que há uma mobilização das concessionárias contra novas invasões. “é necessário um esforço enorme de políticos para solucionar o problema, principalmente nas grandes metrópoles e acessos portuários, onde há mais movimentação de pessoas. além disso, é importante que a concessionária fique responsável pela guarda do local”, justifica. vilaça afirma também que o setor ferroviário realizou, há cinco anos, um mapeamento das invasões de áreas de domínio onde transitam cargas e passageiros. “é preciso desburocratizar a solução, que depende de uma ação conjunta das concessionárias e dos governos estadual e municipal. é necessário oferecer áreas com financiamento público e privado para que as famílias possam ser removidas com segurança”, conclui.
“Precisamos dessas áreas livres e desimpedidas” ADAILTON CARDOSO DIAS dIretor de PLaneJamento e PesquIsa do dnIt
finição dos limites físicos. depois, o órgão fará a titulação das áreas. o Profaixa prevê ainda a criação de uma metodologia de monitoramento. a conclusão do projeto piloto está prevista para o fim de 2016. o programa tem prazo de execução de 20 anos. as rodovias serão as primeiras a serem regularizadas. a br-070 (df/go/mt) será pioneira. nela devem ser regularizados 460 quilômetros de invasão de faixa de domínio. na sequência, o programa atuará nas ferrovias. segundo o dnit, atualmente o governo federal é responsável por 120 mil quilômetros de rodovias, sendo 55 mil quilômetros pavimentadas, 65 mil quilômetros sem cobertura asfáltica, além de 28 mil quilômetros de ferrovias, mas não possui todos os registros desse patrimônio. Para o diretor de Planejamento e Pesquisa do órgão, adailton cardoso dias, o Profaixa é um marco regulatório necessário para acabar com a indefinição sobre os registros cartoriais dos terrenos localizados às margens das rodovias e ferrovias brasileiras. “é uma demanda que se impõe. nós precisamos dessas áreas livres e desimpedidas. o desafio é imenso”, avaliou dias. l
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PONTO DE PARADA
Segurança e conforto modelo, que será implementado no km 145 da br-116/sc/Pr deverá servir de referência para todas as rodovias concedidas do país Por
primeiro ponto de apoio para caminhoneiros do país será instalado no km 145 da br-116, entre santa catarina e o Paraná. a estrutura, que servirá de modelo para outras rodovias pedagiadas do brasil, cumprirá todos os requisitos definidos em na portaria nº 944/15 do ministério do trabalho e emprego, publicada em julho deste ano, com o objetivo de garantir condições de segurança e conforto aos trabalhadores. o projeto, apresentado pela antt (agência nacional de
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NATÁLIA PIANEGONDA
transportes terrestres) em outubro, foi desenvolvido pelo grupo arteris, responsável pela concessionária autopista Planalto sul, que administra a br116/sc/Pr. a implantação ocorrerá em uma área de 120 mil metros quadrados, em data a ser definida. quando estiver pronto, o ponto de apoio terá 120 vagas para estacionamento de caminhões, cozinha, área de descanso, sala de jogos, sala de treinamento, área para transbordo de cargas perigosas, consultórios médicos e odontológicos, barbearia, espaço masculino e es-
paço feminino, banheiros com chuveiros e área de amamentação. Haverá, ainda, segurança com guarita e controle na entrada e saída de caminhões. “esse projeto dará dignidade ao motorista e fará com que ele tenha mais qualidade de vida. também dará às empresas que investem no seu patrimônio a certeza de que, na estrada, haverá um local adequado para que o caminhão e o trabalhador estejam protegidos”, destaca o presidente da fetrancesc (federação das empresas de transporte de carga e Logística no
estado de santa catarina) e vice-presidente da seção de cargas da cnt (confederação nacional do transporte), Pedro de oliveira Lopes. a concepção do ponto de parada, segundo ele, começou a ser pensada em 2009 e incluiu consultas a caminhoneiros, a fim de compreender as principais necessidades desses profissionais. conforme o diretor-geral da antt, Jorge bastos, todas as concessionárias deverão implementar projetos semelhantes a esse nas outras rodovias. “elas estão apresentando à agência
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sergIo aLberto/cnt
bustíveis, a fim de saber quais estão interessados em serem reconhecidos como tais. mas, para que isso ocorra, os estabelecimentos deverão estar adequados às exigências fixadas pelo ministério do trabalho. segundo drummond, esses locais somente poderão cobrar pelo estacionamento se as áreas forem cercadas. além disso, o acesso a banheiros e chuveiros deverá ser gratuito.
PROJETO sérgio malucelli, presidente da fetranspar; Jorge bastos, diretor-geral da antt; Pedro Lopes, presidente da fetrancesc, e nicole goulart, diretora-executiva nacional do sest senat, durante apresentação da maquete (da esq. para a dir.)
propostas de locais para implantação, mas o modelo é esse. dependendo da extensão da concessão, haverá um ou dois pontos de parada”, explica. o diretor-superintendente da autopista Planalto sul, antonio cesar ribas sass, afirma que a proposta priorizou segurança, conforto e minimização dos impactos ambientais. se um caminhão com carga perigosa estiver com vazamento, por exemplo, ele será destinado a uma área onde o produto será coletado, por meio de reservatórios localizados abaixo do solo, e destinado ao trata-
mento mais adequado. o projeto, diz ele, está orçado em cerca de r$ 20 milhões. a obra terá início cerca de seis meses depois que todas as licenças ambientais forem concedidas. mas não há limite para isso ocorrer. quando a construção começar, deve causar impacto de r$ 0,15 a r$ 0,20 no pedágio, que hoje tem a tarifa básica de r$ 4,10. Pedro Lopes destaca que a iniciativa “também servirá como referência aos investidores privados que queiram desenvolver esse projeto em um ambiente que seja favorável principalmente na ques-
tão da segurança”. essa também é a aposta do secretário de Política nacional de transportes do ministério dos transportes, Herbert drummond, que acredita que o modelo poderá ser replicado por empresários interessados em prestar esse tipo de serviço em rodovias não concedidas. a nova Lei dos caminhoneiros (nº 13.103/2015), que entrou em vigor em abril deste ano, prevê que o governo federal torne públicos todos os pontos de parada e descanso do país. Para isso, o ministério dos transportes está realizando uma consulta a postos de com-
A portaria a portaria nº 944 proibiu o uso de banheiros químicos nos pontos de parada e descanso para caminhoneiros. os banheiros devem ser privativos e com porta. a regra estabelece também que haja, por sexo, um gabinete sanitário, um lavatório e um chuveiro por sexo, com água quente e fria, a cada 20 vagas de estacionamento para caminhões. as condições de higiene e conservação devem estar adequadas. a norma fixou prazo de um ano para adequação dos pontos de parada e descanso existentes. Pela Lei dos caminhoneiros, os motoristas profissionais devem ter um período de descanso de 11 horas entre jornadas de trabalho, sendo que pelo menos oito horas devem ser consecutivas. além disso, determina uma pausa para repouso a cada cinco horas e meia na direção. l
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COPA SEST SENAT
Praia Grande é a campeã fase final da copa society, disputada em natal (rn), encerra com chave de ouro competição voltada exclusivamente para o profissional do transporte Por
s quatro equipes que representam empresas do setor de transporte desembarcaram na capital do rio grande do norte para a fase final da copa sest senat de futebol 7 society no mês de outubro com o mesmo objetivo: conquistar o troféu de vencedor da edição
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LUIZ RENATO ORPHÃO
2015. com muita competência e após uma decisão emocionante, a equipe Praia grande, que representou a unidade de simões filho (ba), levantou a taça. a final foi disputada contra os gaúchos da sul nativa, da unidade de bento gonçalves (rs). os baianos receberam o troféu das mãos do ex-jogador
raí, tetracampeão do mundo com a seleção brasileira em 1994. a equipe araçatuba, de são gonçalo (rJ), ficou em terceiro lugar, e o time da rodonaves, da vila Jaguara (sP), terminou na quarta colocação. como era de se esperar, a decisão foi bem equilibrada e com boas oportunidades para as
duas equipes. no tempo regulamentar, a partida acabou empatada em 2 a 2. o título, pelo segundo ano seguido, foi decidido nos pênaltis. Praia grande sentiu menos a pressão e levou a taça com o 2 a 1 na disputa. gilson José de souza, mais conhecido como dingo, foi um dos destaques do time baiano na fase final. o motorista da Praia grande transportes, de 43 anos, que corre como um garoto, era um dos mais emocionados com a conquista. “é muito gratificante, treinamos toda terça e quinta, nosso treinador nos cobra muito, e essa é a hora boa de comemorar o título. foi um jogo muito duro. qualquer um que saísse daqui campeão, o título estaria em boas mãos, mas, graças a deus, a taça ficou com a gente”, disse. dingo reconhece, ainda, a importância do trabalho desenvolvido pela instituição, “é muito importante esse trabalho feito pelo sest senat para nós, trabalhadores do transporte. espero que continue esse incenti-
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FINAIS Jamile antunes, coordenadora de promoção social do sest senat; aloísio carvalho, diretor-adjunto,; nicole goulart, diretora-executiva nacional, e Jefferson dantas, diretor da unidade de natal, participam do pontapé inicial dos jogos da fase final (da esq. para a dir.)
COMEMORAÇÃO Jogadores levantam a taça da vitória na presença do tetracampeão raí
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vo porque, depois de uma semana de trabalho, ter um final de semana como esse, de lazer, unindo o útil ao agradável, é muito bacana.” o tetracampeão raí, que premiou todas as equipes, valorizou a competição, “são oito meses de mobilização por meio do esporte, algo saudável que integra as pessoas e, obviamente, isso é importante para a vida deles e para o trabalho.” eudo Laranjeiras, presidente do conselho regional nordeste II, seguiu a linha do ex-craque da camisa 10 e ressaltou o espírito da copa. “é um projeto muito importante porque incentiva a prática esportiva e, mesmo com a disputa, temos uma congregação muito grande dos profissionais do transporte, que é um dos objetivos da instituição”, afirmou. Já o anfitrião da grande festa, Jefferson dantas, diretor da unidade do sest senat de natal (rn), fez questão de agradecer a todos e colocar a cidade na disputa para sediar a próxima edição. “Para nós, foi uma satisfação, uma honra e uma alegria muito grande receber essa fase final da copa. embora o trabalho seja enor-
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EMPENHO atletas conciliaram os treinos com a jornada de trabalho
“É um momento de integração, de promoção à saúde” NICOLE GOULART dIretora-eXecutIva nacIonaL do sest senat
me, quando vimos isso aqui tudo pronto, é uma alegria muito grande, e natal (rn) já é uma forte candidata a sediar a final do próximo ano. gostaria de agradecer a todos os diretores que prestigiaram, à diretoria nacional, que confiou na sua capacidade de organizar o evento, e ao nosso presidente do conselho.” Bronze a equipe araçatuba, da uni-
dade de são gonçalo (rJ), ficou com o terceiro lugar. o time, que perdeu nas semifinais para os baianos de simões filho, conseguiram se reerguer e sair com a vitória na disputa do terceiro lugar contra os paulistas da rodonaves, que representam a unidade de vila Jaguara. contando com a boa atuação do atacante fábio do reis, cobrador da viação araçatuba, os cariocas venceram por
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DISPUTA equipe de são gonçalo venceu a partida que decidiu o terceiro lugar
6 a 3 e garantiram o terceiro lugar. o artilheiro, de 29 anos, também fez questão de parabenizar a organização da copa. “é uma dificuldade muito grande organizar uma competição dessa grandeza e só tenho a agradecer ao sest senat por essa oportunidade. viemos concentrados e em busca do título, porém, infelizmente, pegamos uma equipe muito boa nas semifinais, que é a equipe da bahia. mas conquis-
tamos o terceiro lugar e estamos de parabéns também.” Balanço a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, fez um balanço da competição e destacou o trabalho feito pelas unidades. "os méritos são, sem dúvida, das 64 unidades que participaram da competição. todo mundo se empenhou bastante pelo sucesso da copa, as empresas de transporte também con-
Neste ano,
5.912 atletas participaram dos jogos
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tribuíram muito, incentivando os profissionais a participar, porque acreditam que é um momento de integração, de promoção à saúde, e estamos muito felizes com o sucesso da competição", concluiu a diretora. exclusivo para trabalhadores em transporte de todo o brasil, a copa sest senat foi desenvolvida em 64 unidades espalhadas pelo país. Participaram da competição trabalhadores com vínculo no setor de transporte: caminhoneiros, taxistas, mototaxistas e motofretistas. a coordenadora de promoção social, Jamile antunes, fez questão de parabenizar a unidade que recebeu a decisão da copa. "conseguimos uma parceria muito boa com a unidade de natal para desenvolvermos um grande evento, um evento bem cuidado, bem planejado e que foi um sucesso", disse. a edição deste ano da copa sest senat contou com 438 equipes, 1.020 jogos e 5.912 atletas. foram arrecadadas, ainda, 1.133 cestas básicas. a competição foi divida em duas etapas: fase local e fase nacional. todas as partidas foram regidas de acordo com as regras oficias da cbf7 (confederação brasileira de futebol 7 society). l
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Alimentação saudável quarta etapa do projeto comandos de saúde nas rodovias foi realizada em 27 unidades da federação e no df Por
alimentação saudável foi o tema da quarta etapa de 2015 do projeto comandos de saúde nas rodovias realizado em outubro e novembro em 27 unidades da federação e no distrito federal. este ano mais de 12 mil caminhoneiros foram atendidos em várias rodovias do país. o evento é uma ação conjunta do sest senat e da Prf (Polícia rodoviária federal) que orienta motoristas sobre a importância dos
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JANE ROCHA
cuidados com a saúde e oferece exames rápidos e gratuitos, como aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, circunferência cervical e abdominal, acuidade visual e auditiva, frequência cardíaca e glicemia. os caminhoneiros são abordados nas rodovias brasileiras pelos agentes da Prf e convidados a participar da ação. a realização dos exames é sempre acompanhada por um médico que, quando necessário, encami-
nha o motorista para atendimento e tratamento na rede pública de saúde. ao final da bateria de exames, os caminhoneiros recebem um lanche saudável. o projeto comandos de saúde nas rodovias contou com a presença de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, promotores de esporte e lazer, odontólogos e educadores físicos. nessa edição também foi ofertado atendimento dermatológico, vacinas de hepatite b e febre amarela, além de
SAÚDE
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CUIDADOS caminhoneiros de sobral (ce) realizaram exames diversos e receberam lanches com frutas sergIo aLberto/cnt
nutricionista de brasília (df) indica os alimentos para o consumo nas rodovias
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JUIZ DE FORA (MG) teste detecta índice de gordura
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testes rápidos para detectar doenças sexualmente transmissíveis como sífilis e aids, orientação de saúde bucal e profilaxia, exame toxicológico, corte de cabelo, teste psicológico e avaliação do nível de estresse. em 2014, aproximadamente 14 mil profissionais foram atendidos. desde o lançamento do projeto, em 2006, mais de 91 mil motoristas participaram da ação. além de oferecer os serviços de saúde no comandos de saúde nas rodovias, o sest senat também oferece, nas 149 unidades espalhadas pelo país, atendimentos nas áreas de odontologia, fisioterapia, psicologia e nutrição, ações de educação para saúde, campanhas, palestras além de cursos para o desenvolvimento profissional dos trabalhadores em transporte. Melhores hábitos o tema alimentação saudável foi escolhido tendo em vista que no dia 16 de outubro comemorou-se o dia mundial da alimentação. o sest senat alinhou o projeto à campanha nacional incluindo ações educativas e de orientação sobre os bons hábitos de alimentação saudável para a prevenção de doenças.
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EXCESSOS motoristas mediram quantidade de glicose no sangue
Recebi orientações para consumir frutas e alimentos menos gordurosos” JOÃO FREITAS camInHoneIro
segundo a nutricionista do sest senat de brasília (df), mayla rodrigues, a dificuldade em encontrar alimentos saudáveis nas rodovias do país é um dos fatores que contribuem para que os caminhoneiros não se alimentem corretamente. “o principal erro cometido por esses profissionais é ficar muito tempo sem se alimentar e, quando param em postos de combustível, consomem alimentos gordurosos e industrializa-
dos que geram malefícios à saúde”, destaca. a orientação dos nutricionista do sest senat é que, sempre que possível, os caminheiros preparem sua própria refeição e deem preferência para frutas, verduras, alimentos frescos e evitem gorduras e frituras. o inspetor da Prf José teógenes abreu alerta que 2% dos motoristas que participam da ação são encaminhados imediatamente para o hospital por apresentarem
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“Melhorei minha alimentação após receber orientações na primeira edição do evento” ORIENTAÇÃO em maceió (aL), caminhoneiro recebe informações para incluir frutas e verduras no cardápio
sérios problemas de saúde e 34% são orientados a procurar tratamento médico. “no início do projeto havia resistência dos caminhoneiros, que alegavam pressa para entregar a carga. atualmente, a maioria quer participar da ação. a categoria não costuma realizar exames rotineiros e, por isso, é fundamental levar o atendimento para as rodovias”, reforça. Para o assessor da cnttt (confederação nacional dos trabalhadores em transportes terrestres),
tito Lopes, a iniciativa é bem-vinda pois os caminhoneiros não costumam procurar atendimento médico e nutricional por vontade própria. “é uma excelente oportunidade para os profissionais da categoria buscarem orientações e identificarem prováveis problemas de saúde. as orientações sobre alimentação saudável são imprescindíveis para quem faz todas as refeições fora de casa”, reconhece. o caminhoneiro João neto freitas, 41 anos, passava pela br-
070 a caminho de goiás quando foi abordado e participou pela primeira vez do comandos de saúde nas rodovias. durante a realização dos exames, ele descobriu que estava com o índice de massa corporal acima do ideal. “atuo há 21 anos nas rodovias brasileiras e preciso melhorar minha alimentação. recebi orientações importantes de como consumir frutas e alimentos menos gordurosos e vou adotá-las para melhorar a minha saúde”, afirma.
DONIZETE SILVA camInHoneIro
donizete silva, 52 anos, participou pela terceira vez do evento. caminhoneiro há 28 anos, ele conta que em nenhuma das edições anteriores foram identificados problemas de saúde. “melhorei minha alimentação após receber orientações na primeira edição do evento. não consumo mais frituras, carne gorda e refrigerantes. Percebi uma melhora significativa na saúde e na disposição para o trabalho”, admite. l
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SEST SENAT
Destaques no esporte atletas, filhos de trabalhadores do setor, têm conquistado medalhas em torneios e competições pelo país. futebol, vôlei e ciclismo são algumas das modalidades premiadas Por
s filhos dos profissionais do transporte que praticam esportes pelo Projeto Polos olímpicos, desenvolvido pelo sest senat desde 2012, têm se destacado cada vez mais no cenário nacional. entre as modalidades premiadas, estão o futebol, o vôlei e o ciclismo. e a prática de esportes tem mudado a vida desses atletas para melhor. é o caso de Lucas Luan de oliveira rosa, de 15 anos. Jogador de meio-campo
O
JANE ROCHA E ELISÂNGELA FREITAS
do time de futebol do sest senat de florianópolis (sc), o estudante do 1° ano do segundo grau começou a treinar na equipe aos 8 anos. além de Lucas, o time da unidade também conta com outros dois jogadores que são filhos de caminhoneiros: o goleiro Jonas Lopes Pereira nunes, de 14 anos, e o zagueiro Leonardo gonçalves baptista, de 15 anos. Há dois anos, o trio treina com outros oito jogadores da unidade. os atletas praticam futebol
por duas horas, quatro vezes por semana, no sest senat. este ano, o time já ganhou a taça da categoria sub-15 da 30ª copa ecológica do mercosul, realizada em rosana (sP). a competição contou com equipes de santa catarina, rio grande do sul, são Paulo, minas gerais, bahia, rio de Janeiro, mato grosso, Pará, Paraná, mato grosso do sul e também dos países sul-americanos chile, Paraguai e argentina. e os títulos não param por aí. segundo o treinador do time,
kleber abreu, o grupo já conquistou o primeiro lugar do campeonato citadino de florianópolis (sc), em 2014, e venceu o campeonato amador de futebol de charqueada (sP), em 2012. além disso, a equipe também foi campeã de pequenos torneios realizados na região. “eles têm talento, porém é imprescindível que as notas escolares dos atletas estejam boas ou serão suspensos das competições. sem rendimento escolar, não há jogos”, explicou abreu,
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fotos sest senat/dIvuLgação
TREINAMENTO filhos de caminhoneiros fazem parte da equipe de vôlei do sest senat de Passo fundo (rs)
que treina o time da unidade desde 2000. o caminhoneiro marcos aurélio de oliveira rosa, 45 anos, pai de Lucas Luan de oliveira rosa, conta que o filho frequenta o sest senat de florianópolis desde os 8 anos. Pai de três filhos, o caminhoneiro diz que o caçula sempre pediu para praticar esportes. “o futebol melhorou o rendimento escolar e proporcionou uma atividade saudável a ele. é importante manter a mente das crianças e dos
adolescentes ocupada com a prática esportiva” Vôlei os casos de sucesso no esporte não se resumem a uma modalidade. o time de vôlei do sest senat de Passo fundo (rs) também conta com atletas filhos de profissionais do transporte. scoty alberti, de 25 anos, faz parte da equipe de base masculina infanto-juvenil. filho de motorista de caminhão, o atleta profissional conta que co-
meçou a jogar como atacante de ponta aos 20 anos e se apaixonou pelo esporte. desde que começou a praticar vôlei, scoty alberti já conquistou cinco medalhas em diversos campeonatos pelo brasil. no torneio regional de vôlei de vacaria (rs), a equipe conquistou o ouro e na 1° copa cidade de não-me-toque (rs) de vôlei, o grupo levou o bronze. o sonho do atleta, que treina três vezes por semana, por duas horas, é participar do time ofi-
cial de canoas (rs) e depois seguir para a seleção brasileira. “o sest senat de Passo fundo (rs) oferece toda a estrutura necessária para que nossa equipe possa treinar e conseguir alcançar os nossos objetivos. além disso, sou orgulhoso de poder contar com o apoio do meu pai que, mesmo trabalhando nas estradas do país, torce por nossa equipe”, afirma scoty. emanuel Possa rettore, de 35 anos, também faz parte do time de vôlei de scoty alberti. filho de caminhoneiro e ex-profissional do transporte, o atleta da equipe masculina de alto rendimento de Passo fundo (rs) começou a praticar o esporte ainda na adolescência e se uniu a equipe do sest senat há dois anos. filho do proprietário da rtc Logística & transporte, ele conta que deixou as estradas em 2007 para se dedicar a empresa da família e ao esporte. “treinamos para enfrentar os times que disputam torneios regionais, mas o nosso foco são competições estaduais que têm maior visibilidade”, explicou o meio de rede. Ciclismo o ciclismo também tem lugar
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de destaque no sest senat. a equipe do Polo olímpico de rio claro (sP), por exemplo, tem marcado presença nas principais competições de são Paulo. na 1ª etapa do campeonato Paulista de mountain bike maratona, realizada em Pedreira (sP) em abril deste ano, a equipe foi destaque, com três campeões paulistas e um na elite. entre os vencedores, está stefani beatriz dos santos, de 14 anos. a atleta foi campeã da categoria feminina Juvenil. filha de caminhoneiro, a estudante começou a praticar ciclismo aos sábados, na unidade do sest senat, quando ia acompanhar o pai nos momentos de lazer. e os treinos geraram resultados positivos. stefani conquistou o quinto lugar no campeonato brasileiro Xco 2015 que ocorreu em Petrópolis (rJ). a ciclista também venceu a 1° etapa do campeonato Paulista 2015 Xco e o campeonato Interestadual 2015 Xco. João vítor castro fabri e Pedro barros fazem parte da equipe de ciclismo de rio claro. filhos de trabalhadores em transporte, os atletas têm se destacado nas competições que participam. Pedro iniciou na competi-
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DEDICAÇÃO stefani dos santos foi campeã na 1ª etapa do campeonato
ção de mountain bike e já conquistou alguns pódios nos torneios regionais. João vítor, de 13 anos, foi destaque no campeonato Paulista e Interestadual na categoria infanto juvenil. o atleta, que treina em Limeira (sP) desde janeiro deste ano, já participou de 10 competições e conquistou o terceiro lugar na maratona 100 km dos canaviais, realizada em ribeirão Preto (sP), com 900 atletas. Já na etapa circuito Paulista de mountain
bike de analândia (sP), ele levou o quarto lugar e, no circuito Paulista de mountain bike 2015 de mococa (sP), o quinto. “todos os incentivos oferecidos pelo sest senat me impulsionam na busca por mais medalhas. Pretendo seguir a carreira de ciclista e trazer muitas medalhas para a unidade.” O projeto em 2014, o Projeto alcançou mais de 11.500 jovens partici-
pantes nas diversas modalidades implantadas, tais como basquete, voleibol, natação, ciclismo, futebol, handebol, tênis de mesa. em 2015, o projeto desenvolveu muito em termos qualitativos e quantitativos, com 13 unidades operacionais do sest senat em todo o brasil desenvolvendo as diversas modalidades esportivas de natação, voleibol, tênis de mesa, basquetebol, rugby, futebol, handebol e ciclismo mountain bike. os aten-
Homenagem
Resultados são reconhecidos no dia 16 de novembro, o sest senat de rio claro (sP) recebeu uma medalha de honra ao mérito pelo desempenho dos atletas do projeto Polos olímpicos e, também, uma moção de aplausos da câmara municipal. o evento foi um reconhecimento dirigido aos atletas pelos resultados obtidos no ano de 2015. a homenagem também destaca a importância do projeto do sest senat, que incentiva a prática esportiva, melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores do setor e seus dependentes. desenvolvido nas instala-
ções da unidade, o Polo olímpico de ciclismo conta, atualmente, com 300 alunos das escolinhas de base e 40 atletas de alto rendimento. Para a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, o fato de os objetivos do projeto estarem sendo alcançados anualmente é motivo de comemoração. “essas conquistas tornam nossa instituição uma referência nacional na prática de atividades esportivas de qualidade. formamos atletas de nível para representar o país em competições olímpicas. o Polo
olímpico de ciclismo da unidade de rio claro, como também de outras unidades, é mais um caso de sucesso do sest senat.” também participaram do evento o presidente da câmara dos vereadores, João Zaine, o presidente do conselho regional do sest senat do estado de são Paulo, flávio benatti, a diretora da unidade de rio claro (sP), cristiane gobesso, o presidente do sindicato dos transportes de carga de Piracicaba e região, salvador cassano, e o secretário municipal de mobilidade urbana, José maria chiossi. foccus fotografIa/dIvuLgação
INCENTIVO a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, o presidente do conselho regional do sest senat do estado de são Paulo, flávio benatti, e a diretora da unidade de rio claro (sP), cristiane gobesso, participam do evento Paulista de mountain bike maratona
dimentos e as atividades já se aproximam do número de 7 mil participantes/alunos. os Polos olímpicos contam com centros de excelência em diversas modalidades olímpicas, proporcionando aos dependentes dos trabalhadores em transporte, atletas profissionais, semi-profissionais e amadores, espaços para a prática de esportes de alto rendimento. o projeto está instalado nas unidades de curitiba (Pr), flo-
rianópolis (sc), de manaus (am), de belo Horizonte (mg), de brasília (df), de são gonçalo (rJ), de Passo fundo (rs), santa maria (rs) e Pelotas (rs), de rio claro (sP), de são vicente (sP), de cariacica (es) e de colatina (es). os treinamentos são oferecidos nas modalidades: basquete, futebol, natação, vôlei, tênis de mesa, handbol, ciclismo e rugby, que constam na listagem dos esportes que serão disputados na olim-
píada de 2016, que acontecerá no rio de Janeiro (rJ). o objetivo é proporcionar aos trabalhadores em transporte, e seus dependentes, a oportunidade da prática de uma modalidade esportiva de rendimento e o desenvolvimento do espírito de competição, além de possibilitar aos alunos bem-estar físico, mental e social. Para o sest senat, a prática esportiva contribui positivamente para a educação, para a diminuição das de-
sigualdades, para o resgate de valores e de princípios e para a melhoria da saúde e da qualidade de vida. a perspectiva é que o projeto seja ampliado em breve. onde os polos já estão instalados, o sest senat espera aumentar as vagas disponíveis aos atletas. e as novas unidades devem passar a oferecer os treinamentos em diferentes modalidades olímpicas de alto l rendimento.
FERROVIÁRIO maLHa ferrovIárIa - eXtensão em km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas
30.499 28.996 11 12
BOLETIM ESTATÍSTICO
RODOVIÁRIO maLHa rodovIárIa - eXtensão em km TIPO
PAVIMENTADA
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
66.712 119.691 26.827 213.230
12.666 105.601 1.234.918 1.353.185
79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607
federal estadual municipal rede Planejada Total
maLHa rodovIárIa concessIonada - eXtensão em km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veícuLos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos nº de terminais rodoviários
19.463 1.195
2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173
AQUAVIÁRIO Infraestrutura - unIdades terminais de uso privativo misto Portos
35
materIaL rodante - unIdades vagões Locomotivas
103.517 3.472
Passagens de níveL - unIdades total críticas
12.289 2.659
veLocIdade médIa oPeracIonaL brasil eua
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO aeródromos - unIdades aeroportos Internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados
34 29 2.387
aeronaves regIstradas no brasIL - unIdades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo Privado outros Total
669 1.579 8.825 8.328 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
163
HIdrovIa - eXtensão em km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias
12.021 7.854 1.800 7.321 28.996
122
frota mercante - unIdades embarcações de cabotagem e longo curso
maLHa Por concessIonárIa - eXtensão em km aLL do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs Logística s.a. outras Total
41.635 20.956 2.055
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
rodoviário
485.625
61,1
ferroviário
164.809
20,7
aquaviário
108.000
13,6
dutoviário
33.300
4,2
aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
70
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BOLETIM ECONÔMICO
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até outubro/2015 (R$ 8,15 bilhões)
Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até outubro/2015)
1,46 (18,0%)
25
R$ bilhões
20 15,41
15
0,18 (2,2%)
4,87 (59,8%)
10
8,15
6,19
5
1,64 (20,1%)
1,95
0 autorizado
rodoviário valores Pagos do exercício
restos a Pagar Pagos
obs.: o total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.
aéreo
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - OUTUBRO/2015
RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até outubro de 2015) Recursos Disponíveis autorizado união dotação das estatais (Infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + Infraero) Investimento Total (Total Pago)
aquaviário
ferroviário
total Pago
15.416,63 2.390,80 17.807,44 4.874,69 1.463,36 413,88 2.369,72 9.121,65
Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de Investimentos das empresas estatais (sIga brasIL - senado federal). Notas: (A) atualizado em 03.11.2015 com dados acumulados (sIga brasIL) até 30.10.2015. (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.
2014 PIb (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 IPca (%)3 balança comercial6 reservas Internacionais4 câmbio (r$/us$)5
Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016
0,15* 11,75 6,41 -4,04
-2,07 14,25 8,52 12,23
-3,05 14,25 9,91 14,00
-1,51 13,00 6,29 26,30
363,55
361,23
-
-
2,65
3,86
4,00
4,20
Fontes: receita federal, sIga brasIL - senado federal, Ibge e focus (relatório de mercado 30/10/15), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do PIb para 2014 e 2015. (2) taxa selic conforme copom 21/10/2015 e boletim focus. (3) Inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) Posição dezembro/2014 e outubro/2015 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até outubro/2015. * a taxa de crescimento do PIb para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado até o 2º trimestre de 2015 a preços de mercado.
EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 Investimento total
ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,3 1,0 0,8 0,6 aquaviário (união+cia docas) 1,5 1,8 2,4 2,9 aéreo (união+Infraero) 15,6 15,6 13,7 14,2 Investimento Total
2011
2012 rodoviário
ferroviário
2013 aquaviário
2014 aéreo
2014 9,1 2,7 0,8 3,3 15,8
Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de Investimentos das empresas estatais (sIga brasIL - senado federal)
8
R$ bilhões correntes
Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)
* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
REGIÕES3
Estados
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total Pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná rio de Janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são Paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total
Rodoviário 50,32 136,30 0,02 49,25 395,89 46,79 0,00 27,50 56,01 97,81 447,43 74,21 105,50 180,01 14,54 203,01 1,00 71,35 65,07 5,39 24,68 41,49 267,56 329,17 74,76 2,54 82,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2.024,48 4.874,69
Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 22,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 109,77 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.329,46 1.463,36
Aquaviário 0,00 0,00 22,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 3,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19,47 56,75 0,00 2,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 60,72 175,94
Aéreo 0,46 0,00 2,32 0,00 8,31 0,00 0,00 0,02 4,81 0,17 0,57 0,00 2,75 0,00 0,15 3,35 0,00 0,36 0,55 0,00 0,49 0,14 0,38 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.612,33 1.637,18
Total 50,78 136,30 25,01 49,25 405,02 46,79 0,00 27,52 83,36 108,15 448,00 74,21 108,25 183,81 14,69 206,37 1,00 71,71 65,62 5,39 25,17 41,63 287,41 385,92 74,76 114,67 83,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.026,99 8.151,16
maiores desembolsos4 (total Pago acumulado até outubro de 2015)5
Ranking
Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região norte construção da ferrovia de Integração oeste-Leste - Ilhéus - caetite - ba manutenção de trechos rodoviários na região sul manutenção de trechos rodoviários na região centro-oeste manutenção de trechos rodoviários na região sudeste construção da ferrovia norte-sul ouro verde de goiás - são simão - go adequação de trecho rodoviário - Porto alegre - Pelotas - na br-116/rs construção da ferrovia de Integração oeste-Leste - Ilhéus - caetite - barreiras - ba construção da ferrovia norte-sul - santa vitória - Iturama - mg Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até outubro - 2015 Elaboração: confederação nacional do transporte *orçamento fiscal da união, atualizado em 03.11.2015 com dados acumulados (sIga brasIL) até 30.10.2015. Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
R$ milhões6 707,66 524,73 519,44 482,43 374,30 345,42 343,10 212,55 211,30 175,55 3.896,47 47,8%
Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: sIga brasIL (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a Pagar Pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor Pago + restos a Pagar Pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a outubro de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total Pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
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BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR
PROJETOS
a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o Programa ambiental do transporte desPoLuIr, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
• redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS * ESTRUTURA federações participantes 27
RESULTADOS
AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2015 (até outubro)
avaliações ambientais (até outubro/2015) 1.458.034 aprovação no período
86,13%
unidades de atendimento empresas atendidas 95 caminhoneiros autônomos atendidos * dados preliminares sujeitos a alterações.
12.788 14.460
1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0
1.458.034
4.734 2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto redução da emissão de Poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado. SETOR FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS
Carga (empresas)
Carga (autônomos)
Passageiros
Carga e Passageiros
fetramaZ ac, am, aP, Pa, ro e rr fetracan aL, ce, ma, Pb, Pe, PI, e rn fenatac df, go, ms, mt e to fetcemg mg fetransPar Pr fetranscarga rJ fetransuL rs fetrancesc sc fetcesP sP fecam-sP sP fecam-sc sc fecam-rs rs fecam-rJ rJ fetac-Pr Pr fetac-mg mg fetranorte ac, am, aP, Pa e rr fetronor aL, Pb, Pe e rn fetrans* ce, PI e ma fetrasuL df, go, sP e to fetram mg fetramar ms, mt e ro fePasc Pr e sc fetransPor rJ fetergs rs fetransPortes es fetrabase ba e se
COORDENAÇÃO
TELEFONE
raimundo augusto de araújo Jorge do carmo ramos Patrícia dante marta gusmão morais solange caumo renato nery carlos becker rodrigo oda sandra caravieri claudinei natal Pelegrini Jean biazotto danna campos vieira thompson bahiense felipe cuchaba regiane reis rafhael Pina adriana fernandes dias marcelo brasil vilma silva de oliveira milene rodrigues souza carlos alberto da silva corso roberto Luiz Harth t. de freitas guilherme Wilson aloisio bremm João Paulo da f. Lamas cleide da silva cerqueira
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* a fetrans corresponde à antiga cePImar, conforme atualização em julho de 2015.
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2015
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR: Materiais institucionais do Despoluir folder e portfólio
Série educativa de cartilhas com temas ambientais • os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro • meio ambiente: responsabilidade de cada um • caminhoneiro amigo do meio ambiente • queimadas: o que fazer? • Lixo: faça a sua parte! • aquecimento global • Plante árvores
Sondagem Ambiental do Transporte demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas de transporte rodoviário.
Caderno Oficina Nacional Transporte e Mudanças Climáticas exibe o resultado dos trabalhos de 89 representantes de 56 organizações, com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidade urbana, transferência modal e tecnologias veiculares.
A mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15 apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação brasileira na conferência das Partes das nacões unidas para mudança do clima.
A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no Brasil descreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.
Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargas Identifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursos naturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.
Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos e Renovação de Frota apresenta as diretrizes levantadas sobre o assunto no evento realizado pela cnt com a participação de especialistas da espanha, argentina e méxico.
A Fase P7 do Proconve e o impacto no Setor de Transporte apresenta as novas tecnologias e as implicações da fase P7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente. Procedimentos para preservação da qualidade do Óleo Diesel B elaborada para auxiliar a rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios a adoção de procedimentos para garantir a qualidade do óleo diesel b.
8
Caminhoneiros no Brasil: Relatório Síntese de Informações Ambientais – autônomos e empregados de frota Presta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais deste setor de transporte.
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
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CNT TRANSPORTE ATUAL
NOVEMBRO 2015
BOLETIM AMBIENTAL CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO
2010
2011
2012
2013
2014
diesel
49,23
52,26
55,90
58,57
60,03
gasolina
29,84
35,49
39,69
41,42
44,36
etanol
15,07
10,89
9,85
11,75
12,99
CONSUMO PARCIAL - 2015 (até setembro)** etanol 15% diesel 50%
gasolina 35%
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** dados atualizados em 27 de outubro de 2015.
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3) CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2014 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0
2010
rodoviário
2011
2012
ferroviário
2013
MODAL
2010
2011
2012
2013
2014
rodoviário
34,46
36,38
38,60
40,60
41,40
ferroviário
1,08
1,18
1,21
1,20
1,18
Hidroviário
0,13
0,14
0,16
0,18
0,18
35,67
37,70
39,97
41,98
42,76
2014
Hidroviário
Total
PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em mil m3)
BIODIESEL • biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. • as principais matérias-primas do biodiesel produzido no brasil são a soja (76,6%), o sebo bovino (19,7%) e óleo de algodão (1,2%). • atualmente, o diesel comercializado no brasil é o b7, isto é, composto por 7% de biodiesel e 93% de diesel de petróleo, em volume. * dados atualizados em 29 de outubro de 2015.
4.000
3.420
3.500 3.000 2.500
2.673
2.717
2.917
2011
2012
2013
2.945
2.386
2.000 1.500 1.000 500 0
2010
2014
PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR Industrial 8,9%
mudança no uso da terra 76,3%
geração de energia 3,1%
outros setores 3,0%
Rodoviário 7,8% Aéreo 0,5% Outros meios de transporte 0,4%
Transporte 8,7%
2015
(até setembro)
CNT TRANSPORTE ATUAL
75
NOVEMBRO 2015
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO fases Países
P1
P2
P3
-
0
I
brasil* Japão união europeia austrália eua rússia
P5
P6
P7
II III Proconve
Iv
v
P4
• Proconve - Programa de controle de Poluição do ar por veículos automotores. criado pelo conama, tem o objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica gerada pelos veículos automotores. o programa tem como base a regulamentação praticada na união europeia (euro) para veículos pesados.
s (ppm)
10
15
euro
50
china méxico índia áfrica do sul
500 - 2000
* de acordo com o artigo 5º da resolução anP nº 50 de 23.12.2013, o diesel s500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. no entanto, constata-se que o s10 já é comercializado em todos os estados brasileiros.
NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - MARÇO 2015 5.000
4.518
4.500 4.000 3.500 3.000 2.500
2.082
2.000 1.500 1.000 500 0
1.223
1.869 1.575
914
1.002
810
676 418 657 675 354 404 290 226 176 95 40 ac aL am aP ba ce df es go ma mg ms mt Pa Pb Pe
1.369 951 278 315
422 PI
51 Pr rJ rn ro rr rs
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - OUTUBRO 2015 aspecto outros 0,0% * corante (*) Percentual de reprovação do aspecto, por região: 4,3% 2,9% 0,0% (norte); 0,0% (nordeste): 0,0% (centro-oeste); 0,1% (sudeste) e 0,0% (sul).
teor de biodiesel 31,4%
Ponto de fulgor 20,0%
8
enxofre 41,4%
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
199 sc
233
se sP to
CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL 100% 90%
comerciais leves caminhões semileves caminhões leves caminhões médios caminhões semipesados caminhões pesados Ônibus urbanos micro-ônibus motocicletas Ônibus rodoviários automóveis
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
co
nmHc
noX
mP
cH4
rcHo
co - monóxido de carbono; mP - material particulado incluindo o mP proveniente da combustão e do desgaste do veículo; nmHc - hidrocarbonetos não-metano; cH4 - metano; nox – óxidos de nitrogênio; rcHo - aldeídos
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE
Poluentes monóxido de carbono (co) dióxido de carbono (co2)
Principais fontes resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
gás incolor, inodoro e tóxico.
Efeitos Saúde humana
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
resultado da queima de combustíveis, além de atividades gás tóxico, incolor, inodoro. agrícolas, pecuária, aterros explosivo ao adicionar a água. sanitários e processos industriais1.
causa asfixia se inalado, além de parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.
aldeídos (rcHo)
resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.
causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. aumenta a sensibilidade da pele. causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.
formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.
o no é um gás incolor, solúvel em água; o no2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.
o no2 provoca irritação nos pulmões. é capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.
resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
Provoca irritação e aumento na produção gás denso, incolor, não-inflamável de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas e altamente tóxico. respiratórios e cardiovasculares.
dióxido de enxofre (so2)
ozônio (o3)
Poluente secundário, resultado de gás azulado à temperatura reações químicas em presença da radiação solar. os hidrocarbonetos ambiente, instável, altamente não-metano (nmHc) são precursores reativo e oxidante. do ozônio troposférico.
resultado da queima incompleta material particulado de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais (mP) e do desgaste de pneus e freios.
material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.
Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.
causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causadores da chuva ácida.
causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.
causa irritação no nariz e garganta. altera o pH, os níveis de está relacionado a doenças respiratórias e pigmentação e a fotossíntese nos casos mais graves, ao câncer de pulmão. das plantas.
Processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.
8
Meio ambiente
diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. em grandes quantidades pode levar à morte.
metano (cH4)
óxidos de nitrogênio (nox)
1
Características
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“os custos dos prejuízos causados pelas mudanças climáticas e pelas mortes por poluição não são contabilizados nos custos dos veículos” TEMA DO MÊS
O que falta para o Brasil incentivar o uso e a produção
Custos mais elevados e falta de escala são empecílhos ENNIO PERES DA SILVA
m dezembro, quase todos os países do planeta se reunirão em Paris na coP21. a pauta é estabelecer um acordo para a redução das emissões de gases de efeito estufa, apontados pela grande maioria de especialistas como responsáveis pelas mudanças climáticas, cujos eventos extremos estão se agravando ano a ano. outro problema ambiental grave associado ao uso de veículos é a emissão de poluentes atmosféricos, principalmente nos grandes centros urbanos. milhões de pessoas perdem a vida todos os anos vítimas da exposição sistemática a esses compostos tóxicos, especialmente crianças e idosos. quais as alternativas para resolver esses problemas do setor de transporte? do ponto de vista tecnológico, um conjunto de ações está há tempos estabelecido: aumento da eficiência dos sistemas de propulsão (incluindo híbridos), substituição de combustíveis fósseis por renováveis e introdução de veículos de emissão “zero” (veículos elétricos). essas alternativas não são excludentes e, para melhores resul-
E
ENNIO PERES DA SILVA especialista em energias renováveis, professor da unicamp e coordenador do Laboratório de Hidrogênio do Instituto de física gleb Wataghin (IfgH)
tados, devem ser todas implementadas. o veículo capaz de fazer tudo isso é o elétrico, movido por baterias (ve) e/ou hidrogênio (vH). de fato, com eficiências muito superiores aos veículos convencionais (em torno de 80% e 40%, respectivamente), eles resolvem os problemas de emissão de gees e poluentes. deve-se observar que veículos a biocombustíveis reduzem a quase zero as emissões de gees, mas emitem poluentes, devido ao processo de combustão interna. entre esses dois tipos de veículos elétricos, observa-se em ambos a questão dos custos mais elevados que os convencionais. Isso ocorre porque os custos dos prejuízos causados pelas mudanças climáticas e pelas mortes por poluição não são contabilizados nos custos dos veículos e combustíveis convencionais, por enquanto. outro fator que pesa contra os elétricos é a escala. sabe-se que a disseminação desses veículos reduzirá significativamente seus custos, ainda mais nos vH, cuja tecnologia é mais recente e tem avançado de forma espantosa desde o início do século 21. entre esses dois modelos, a
disponibilidade no mercado de ves há alguns anos tem mostrado dificuldades em sua aceitação. além do preço, os problemas de tempo de recarga e a autonomia reduzida têm sido apontados como cruciais. mesmo subsídios oferecidos, como o norte-americano, não têm sido suficientes para incrementar de forma expressiva as vendas. nos vHs resta apenas o problema do preço. os últimos modelos, que deverão estar à venda em 2016, possuem tempos de abastecimento por volta de 5 minutos e autonomias próximas de 500 km. apesar de o governo obama ter apostado nos ves e descontinuado o programa de vHs de seu antecessor, o que levou empresas americanas e europeias a frearem seus desenvolvimentos, as empresas japonesas (Honda e toyota) evoluíram seus modelos (clarity e mirai, respectivamente), sendo que a Hyundai aproveitou para também tornar-se uma das empresas de ponta nessa tecnologia (tucson fuel cell). Portanto, 2016 marcará o início da solução definitiva dos principais problemas ambientais causados pelo setor de transporte. tomara.
“os desafios existem e, particularmente no brasil, envolvem a proliferação de postos de recarga e incentivos à geração individual de energia elétrica”
de veículos elétricos?
A definição custo-benefício definirá a decisão de compra RONALDO MAZARÁ JR.
ão restam dúvidas quanto aos efeitos benéficos da resolução 97 da camex (câmara de comércio exterior) que isenta automóveis elétricos, elétricos-plug-in e movidos a hidrogênio do imposto de importação, cuja alíquota de 35% onerava o custo e os preços em relação aos dos veículos a combustão. a medida tira uma grande carga dos preços dos veículos elétricos e poderá melhorar a oferta da tecnologia aplicada principalmente ao modelo de propulsão elétrica no brasil. é um atrativo a novos investimentos para a produção nacional de veículos de alta eficiência energética, baixo consumo e emissões reduzidas, que vem muito a calhar. um exercício rápido de cálculo mostra que o preço de um toyota Prius poderá abaixar de aproximadamente r$ 113 mil para r$ 74 mil e um bmW i3 de aproximadamente r$ 225 mil para r$ 147 mil. os ventos parecem mesmo soprar a favor. na mesma
N
semana em que a camex decidiu pela isenção do Imposto de Importação, a comissão Parlamentar de meio ambiente do senado federal aprovou projeto de lei para isenção total do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) aos elétricos à bateria ou híbridos a etanol produzidos no brasil, que inclui peças importadas e equipamentos de recarga. Parece fantástico se considerarmos que, atualmente, os veiículos híbridos e elétricos são taxados em até 25%, e os nacionais a combustão de 1.0 litro até 2.0 litros em 11%. o que falta então para encorajar o desenvolvimento da indústria local? os desafios existem e, particularmente no brasil, envolvem, por exemplo, a proliferação de postos de recarga e incentivos à geração individual de energia elétrica, como os que já existem em países da europa e nos estados unidos, onde se admite a possibilidade do abatimento da energia excedente ao ser devolvida
à rede (abatida da próxima conta de luz). aqui, onde há insolação e vento praticamente durante o ano todo, bem que poderiam ser criados estímulos ao uso de células fotovoltaicas e geradores eólicos, cujos custos estão caindo muito rapidamente à medida que seu uso se massifica mundialmente. outro ponto a ser discutido é o do desenvolvimento de mão de obra especializada de engenharia para o desenvolvimento ou a adaptação local desse tipo de veículo no país. no futuro, não haverá apenas carros a combustão, nem só elétricos. certamente, as tecnologias serão aplicadas onde fazem mais sentido, e o consumidor saberá distinguir as vantagens dos elétricos e híbridos sobre os convencionais, que vão além da energia mais barata e limpa - podem ser mais duráveis e de mais baixo custo de manutenção. acredito que a relação custo-benefício definirá facilmente a decisão de compra.
RONALDO MAZARÁ JR. engenheiro e membro da comissão técnica de veículos elétricos e Híbridos da sae brasIL
CNT TRANSPORTE ATUAL
NOVEMBRO 2015
81
“essa é a 19ª versão da pesquisa, sempre constatando a má qualidade das vias por onde circula a maior parte da riqueza do país” ALEXANDRE GARCIA
A constatação do perigo pesquisa da cnt, mais uma vez, constata o perigo potencial das estradas brasileiras. talvez o mais grave seja a deficiência na geometria da via, constatada em mais de 77% dos 100 mil quilômetros percorridos. fico me perguntando se as construtoras de estradas não têm equipamento para conferir a execução de seus projetos ou se há despreocupação com as vidas que rolam sobre pistas que desafiam as leis físicas da inércia e da gravidade. Pergunto também que tipo de fiscalização foi feita sobre as obras. se o solo cedeu, não é responsabilidade da natureza, mas da construtora. fica mais imperdoável quando se constata que, quando empreiteiras brasileiras fazem estradas nos estados unidos, o trabalho é de excelência. certamente, se a cnt as examinasse, a deficiência na geometria seria zero. outra questão grave é a falta de sinalização. em mais da metade das rodovias pesquisadas, havia deficiência nesse item. a sinalização tem que ser eficaz. dirige-se em boas estradas na base da confiança na sinalização. a sinalização confiável, além disso, de certa forma, induz o motorista a obedecê-la. o contrário estimula uma estrada sem lei e sem ordem. um ambiente para acidentes. a pesquisa mostra que quase 35% das rodovias pesquisadas podem ser classificadas como regulares. Penso que isso pelos padrões brasileiros. certamente um europeu rebaixaria a ruim uma estrada brasileira “regular”. costumo ironizar, dizendo que buraco
A
em estrada alemã só aconteceu durante a guerra, mas era logo consertado. a pesquisa mostra que quase metade do pavimento de nossas estradas está em mau estado. nossas estradas são medíocres, sofríveis, com festejadas exceções. Pobre de quem arrisca a vida nelas. não é para menos que cresceu muito a procura do transporte aéreo por parte das pessoas. as cargas, coitadas, ficam à mercê de assaltos e outras interferências, como buracos e demora, o que contribui para a deterioração de produtos e mercadorias. e não é segredo para ninguém o esgotamento físico e mental dos motoristas, gente que transporta mais de 60% de toda carga nacional. e não temos exatamente rodovias. a pesquisa mostra que 86,5% têm uma única pista com duas mãos. os veículos em direções opostas cruzam-se a um metro de distância lateral a velocidades que, somadas, chegam a 200 km/h. são estradinhas que seriam classificadas como locais ou vicinais na europa ou nos estados unidos. em 100 mil quilômetros pesquisados, só pouco mais de 13 mil quilômetros são de rodovias duplas. essa é a 19ª versão da pesquisa, sempre constatando a má qualidade das vias por onde circula a maior parte da riqueza do país. quer dizer, 19 alertas já foram dados, 19 diagnósticos foram feitos. mas o estado brasileiro tem sido incapaz de dar atenção ao problema. o pedágio que é cobrado em vidas e prejuízos materiais é assombroso. mas isso não assombra o suficiente o administrador público.
82
CNT TRANSPORTE ATUAL
NOVEMBRO 2015
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade PRESIDENTE DE HONRA José fioravanti VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
Lelis marcos teixeira José augusto Pinheiro victorino aldo saccol eudo Laranjeiras costa antônio carlos melgaço knittel José Luís santolin francisco saldanha bezerra João rezende filho dante José gulin mário martins
newton Jerônimo gibson duarte rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
meton soares Júnior
Luiz anselmo trombini urubatan Helou Irani bertolini Paulo sergio ribeiro da silva oswaldo dias de castro daniel Luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides Haiss Paulo vicente caleffi francisco Pelúcio
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da fonseca Lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
eurico divon galhardi Paulo alencar Porto Lima TRANSPORTE DE CARGAS
flávio benatti Pedro José de oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
edgar ferreira de sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
glen gordon findlay edson Palmesan TRANSPORTE FERROVIÁRIO
rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO
eduardo sanovicz Wolner José Pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) Luiz maldonado marthos José Hélio fernandes Jerson antonio Pícoli CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) andré Luiz Zanin de oliveira José veronez andré Luis costa eduardo ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra Leite
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
moacir da silva sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José Percides rodrigues sandoval geraldino dos santos renato ramos Pereira getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
marcos machado soares claudomiro Picanço carvalho filho moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloísio sobreira José rebello III José roque fernando ferreira becker raimundo Holanda cavalcante filho Jorge afonso quagliani Pereira eclésio da silva andré macena de Lima
escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
DOS LEITORES ENTREVISTA
REPORTAGEM DE CAPA
Interessante como o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei e da equipe feminina do rexona/ ades/ rio de Janeiro, bernardinho, fala sobre a disciplina. é fundamental sabermos o que pretendemos fazer para alcançar nossos objetivos. e sem a disciplina é impossível. ela é a ponte que liga os nossos sonhos às nossas realizações.
os prejuízos causados às transportadoras com a crise fazem o país retroceder cada vez mais. os empregos serão reduzidos e a circulação de mercadorias também. é lamentável ver o brasil paralisado. espero que o setor recupere no ano que vem.
Lúcia Vaz rio de Janeiro (rJ) SAÚDE NOS PORTOS muito positiva a ação do sest senat que oferece serviços de saúde aos trabalhadores do transporte que atuam nos portos brasileiros. orientar o trabalhador para que ele possa dar atenção à sua saúde faz toda diferença para essa categoria que não tem acesso aos serviços públicos de saúde. Parabéns ao sest senat. Maria de Souza Almeida fortaleza (ce)
Marta Eunice Rocha belo Horizonte (mg) ROUBO DE CARGAS a ação integrada da cnt e Pf (Polícia federal) com certeza reduzirá o roubo de cargas no brasil que só cresce. sistemas de informação de qualidade que consolidem dados da maioria dos estados melhorará as buscas pelos criminosos. a parceria entre os órgãos chega em boa hora. Guilherme Fasano Porto alegre (rs)
Cartas: saus, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes