edIção InformatIva da cnt
CNT
ano XXI número 243 dezembro 2015
T R A N S P O R T E
AT UA L
Momento de crise Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2015 mostra que a maioria está pessimista com a situação do país
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CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
CNT
REPORTAGEM DE CAPA sondagem expectativas do transportador, realizada pela cnt, mostra que a maioria dos empresários está pessimista em relação à economia do país. a expectativa é de melhoria somente a partir de 2017 página 18
TRANSPORTE ATUAL ano XXI | número 243 | dezembro 2015
ENTREVISTA
Irani bertolini fala sobre o momento econômico do país págIna
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PRÊMIO CNT • confederação reconhece trabalhos jornalísticos que discutiram o transporte de cargas e de passageiros no último ano págIna
CAPA reprodução sondagem eXpectatIvas econômIcas do transportador
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RAIOS
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL aloisio carvalho bernardino rios pim bruno batista etevaldo dias Lucimar coutinho nicole goulart
FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar cep 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:
EDITOR
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:
americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]
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publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares
os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
aéreas investem em segurança contra acidentes págIna
38 AQUAVIÁRIO
navio laboratório analisa qualidade da água págIna
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www.
cnt.org.br
Prêmio CNT: conheça os bastidores das melhores reportagens sobre transporte
FERROVIAS • trens de turismo resgatam memória nacional; depois de restaurada, locomotiva de guararema (sp) é a mais antiga a vapor em circulação no brasil págIna
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PESQUISA DE RODOVIAS
DESPOLUIR
série especial retrata situação do nordeste do país
tecnologia de pneus auxilia na redução de custos das empresas
págIna
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págIna
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SEST SENAT
Seções duke
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opinião
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mais transporte
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boletins
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tema do mês
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alexandre garcia
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cartas
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Instituição oferece cursos a distância para motoristas págIna
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a ideia da pauta, o processo de apuração e curiosidades sobre as melhores reportagens a respeito do tema transporte publicadas pela imprensa brasileira estão em uma série de matérias publicadas pela agência cnt de notícias. ela apresenta os bastidores e entrevistas com os vencedores da 22ª edição do prêmio cnt de Jornalismo. além disso, é possível conferir a íntegra das ganhadoras em todas as categorias (rádio, fotografia, Internet, Impresso, televisão, prêmio especial meio ambiente e transporte e grande prêmio cnt de Jornalismo) e fotos da cerimônia de premiação. acesse: www.cnt.org.br ou premiocnt.cnt.org.br.
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“o país só deve dar sinais de recuperação em 2017. vivemos uma fase que requer cuidados e medidas emergenciais para mitigar os efeitos da crise” OPINIÃO
cLésIo andrade
Pessimismo no transporte
O
ano de 2015 foi difícil para os brasileiros e para a sociedade como um todo. a crise econômica e a instabilidade política engessaram nossos setores produtivos e diminuíram substancialmente a oferta para as áreas meio. foi o caso do transporte. a atividade transportadora brasileira foi fortemente abalada por este período de retração, com a elevação de juros, da inflação, da tributação e do preço dos combustíveis. nesta edição da CNT Transporte Atual, destacamos mais um produto da confederação que contribui para uma leitura aprofundada do setor – a sondagem expectativas econômicas do transportador 2015. em consonância com este momento crítico pelo qual o país passa, o levantamento revela um quadro de pessimismo e falta de perspectiva de melhoria a curto prazo. os transportadores, já na sondagem do ano passado, não se mostravam otimistas. entretanto, o quadro se agravou e o horizonte não oferece respostas imediatas. estamos diante da pior expectativa em relação ao desempenho de suas atividades desde o início da sondagem da cnt, em 2012. o futuro é incerto para os transportadores, uma vez que a maior parte desses profissionais não confia na gestão econômica do atual do governo. para eles, o país só deve dar sinais de recuperação a partir de 2017. Isso comprova que vivemos uma fase que requer cuidados e medidas emergenciais para mitigar os efeitos da crise. um indicativo absolutamente preocupante desse fraco desempenho econômico e da retração da demanda dos setores produtivos é que a maior parte dos transportadores ouvidos na sondagem foi obrigada a reduzir seus quadros
de funcionários. adicionalmente a isso, muitos acreditam que, no próximo ano, não investirão em contratação formal de funcionários e adiarão projetos e investimentos. tal levantamento é um importante instrumento de análise conjuntural, útil a nossas autoridades e especialistas econômicos, já que ouvimos representantes de todos os modais (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), tanto de cargas quanto de passageiros. Isso diagnostica a expectativa dos empresários do transporte quanto aos rumos que o brasil está tomando. por esse motivo, faz-se necessário um pacto nacional entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil, a fim de implementar ações eficazes para que contornemos os efeitos da crise e voltemos ao caminho do desenvolvimento. Investir em infraestrutura de transporte e diminuir a carga tributária e a burocracia são algumas das medidas mais urgentes. ao lançar mão de tais estratégias, poderemos reduzir custos logísticos, proporcionaremos o aumento da competitividade e mostraremos que o setor transportador pode dar um grande impulso para a retomada do crescimento. sabemos que 2015 foi duro e implacável para toda a atividade transportadora e que o governo precisa agir rapidamente para que a crise não seja cada vez mais acentuada. mas estamos dispostos a ajudar o país a sair dessa situação. em 2016, mesmo com todos os gargalos e obstáculos, o setor de transporte continuará sendo um importante agente indutor das nossas riquezas e um componente indispensável a todas as cadeias produtivas.
“não se pode ficar esperando que as coisas melhorem. é preciso com fé no trabalho. ele é o que permitirá manter os empreendimentos
ENTREVISTA
IRANI BERTOLINI - dIretor presIdente da transportes
“Tocando o por
recisamos estar preparados para a retomada da economia”. é com essa postura que o empresário Irani bertolini tem enfrentado o momento de crise econômica pelo qual passa o brasil. diretor presidente da transportes bertolini e de outros empreendimentos, ele diz que 2015 foi um ano praticamente perdido, de expressiva redução das atividades. e espera a melhoria de perspectiva somente para o segundo semestre de 2016. Irani bertolini é gaúcho e atua no setor há cerca de 50 anos. segundo ele, é importante que os investimentos que geram riquezas e empregos sejam mantidos neste momento difícil do país. o empresário também defende a redução da buro-
“P
CYNTHIA CASTRO
cracia. a transportes bertolini é especializada em transporte rodofluvial, com matriz em manaus (am) e 25 filiais em diversos estados brasileiros. com frota própria de mais de 2.000 veículos rodoviários, a empresa atua também no transporte fluvial de cargas. na entrevista a seguir, além de crise na economia, o empresário fala de temas como a importância de melhorar a infraestrutura do rio madeira para incentivar o escoamento pelo arco norte e o projeto de construção de dirigíveis. A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador – 2015 mostra um pessimismo no setor sobre os rumos da economia, com perspectiva de retomada do crescimento somente
em 2017. Qual é a expectativa do senhor para este início de ano? com ou sem pessimismo, a orientação é a mesma: só o trabalho constrói. tivemos redução participativa no mercado, e o ano de 2015 consideramos perdido. mesmo assim, mantivemos os investimentos essenciais, pois precisamos estar preparados para a retomada da economia. nossa perspectiva é de que, a partir de agosto de 2016, já tenhamos um crescimento de demanda e os negócios se aquecerão. a instabilidade política provocou a crise econômica. os políticos organizam sua casa (executivo e Legislativo), volta a credibilidade e o consumo normaliza. O senhor atua há muitos anos no setor. Em todo esse pe-
ríodo houve algum momento que trouxe tanta preocupação como agora? Já atravessamos muitas crises nesses 50 anos em que estamos no setor de transporte. em cada crise, aprendemos como nos defender e saímos fortalecidos. esta crise que agora se apresenta e que provocou uma grande redução de consumo tem um efeito dominó, no qual as pedras caem sucessivamente. precisa de uma interrupção com um grande gesto que garanta ao consumidor sua volta ao mercado. esse gesto é a credibilidade. nossa preocupação é com os investimentos produtivos: esses não podem parar e gerarão riqueza e empregos.
arquIvo pessoaL/dIvuLgação
agir e contaminar as pessoas ativos. está dando certo” bertoLInI
barco” Como retomar essa credibilidade? O que precisa e pode ser feito neste início de 2016? a credibilidade voltará com um gesto de governo que seja um exemplo para o povo brasileiro. se não se pode ganhar mais, é necessário gastar menos. uma casa descontrolada, onde a desordem é geral, não pode educar seus filhos. todos aguardam um gesto positivo do governo. alguns gestos negativos são o aumento de impostos, o desacerto entre os três poderes, o descontrole com o dinheiro público, o desconhecimento sobre o que acontece na administração pública e tudo o que leva a população a não acreditar em quem faz política pública.
Quais investimentos produtivos não podem parar na área de transporte? os investimentos que garantem o cumprimento de contratos de longo prazo firmados entre o empresário transportador e o usuário de serviços. exemplo disso é a navegação fluvial, na qual os contratos são de até dez anos e o transporte é planejado com muita antecedência. são investimentos de alto valor e que precisam ser encomendados com antecedência. Como foi possível manter as atividades? o transporte rodoviário de cargas foi fortemente afetado. outras atividades das empresas bertolini sofreram menos.
canalizamos nosso esforço para as áreas de trabalho menos afetadas e “tocamos o barco”, ao pé da letra. não se pode ficar esperando que as coisas melhorem. é preciso agir e contaminar as pessoas com fé no trabalho. ele é o que permitirá manter os empreendimentos ativos. está dando certo. Quais atividades foram menos afetadas e quais têm sofrido mais neste momento? É possível estimar
a queda nos volumes transportados? os negócios relacionados com a agricultura foram os menos afetados, pois o setor continua produtivo. não houve queda no transporte de soja e milho. a queda de volume transportado se deu na carga geral, pelo modal rodoviário, especialmente linha branca e marrom (televisores, fogões, geladeiras etc) e móveis. O senhor atua fortemente no transporte rodoviário de
cargas e no hidroviário. Qual é hoje o principal problema que trava o crescimento do país? os empreendedores têm muitas iniciativas paralisadas pela burocracia. o licenciamento para implantar atividades produtivas é vencido pela teimosia dos que querem fazer as coisas. são muitas as exigências e, ao se terminar um processo, as licenças já obtidas venceram. é difícil superar tanta burocracia. as leis, os decretos, os regulamentos, as instruções normativas e tantas outras denominações para o que se pode e o que não se pode fazer criam uma instabilidade ao empreendedor que, mesmo querendo fazer bem feito, não sabe se está procedendo de forma correta. é muito difícil conhecer o todo, mesmo porque as regras do “jogo” mudam durante a “partida”. se o poder Legislativo trabalhasse para eliminar uma lei por dia, sem criar uma nova, ao longo de um período legislativo teriam feito um grande bem para o brasil. Qual exemplo o senhor citaria sobre essa mudança de regra do jogo que prejudica o transporte? a desoneração sobre a folha de pagamento. os custos foram programados conforme regra estabelecida e, logo em seguida, os percentuais foram significativamente majorados pelo governo. é
ruim a instabilidade de regras para contratos de longo prazo firmados pela iniciativa privada. O que tem impedido o aumento do escoamento pelo Arco Norte? temos que trabalhar bem e ligeiro para poder atender o que está programado para o arco norte. o licenciamento para a instalação dos portos é o primeiro entrave que precisa ser superado. os rios precisam de mais atenção para que sejam navegados com segurança: dragagem e sinalização ajudariam e muito. Como o senhor avalia a questão do rio Madeira? Que tipo de investimento precisa ser feito para que o Madeira se torne de fato uma hidrovia? a característica do rio madeira mudou depois da construção das hidrelétricas de santo antonio e girau. os canais naturais de navegabilidade e o nível das águas ficaram alterados. acidentes de encalhe têm preocupado os armadores que operam naquele rio. a dragagem, na hora propícia e no local certo, proveria os canais necessários e a sua correta sinalização permitiria uma navegação mais segura. Como foi essa alteração depois da construção das hidrelétricas? as águas do rio madeira escoavam por aluvião (enxurrada),
AMAZÔNIA transportes bertolini atua na área rodofluvial; empresa tem matriz
“Em cada crise, aprendemos como nos defender e saímos fortalecidos”
conforme a precipitação das chuvas, forçando a abertura de canais e por eles navegavam as embarcações. com a liberação contínua das águas por parte das hidrelétricas, os canais não se formam, ficando raso o fundo dos rios e com baixo calado. É possível estimar quais benefícios o transporte e o país poderiam ter caso o Madeira recebesse esses investimentos? perfeitamente. durante os meses de baixo calado a produtividade das balsas que navegam naquela hidrovia aumentaria até 50%. é um período de até quatro meses e as milhões de toneladas que poderiam ser escoadas nessa época podem ser mensuradas. ou-
cynthIa castro/dIvuLgação
“Já atravessamos muitas crises nesses 50 anos em que estamos no setor de transporte” em manaus e 25 filiais em outros estados
tra medição é na redução de acidentes e no tempo de viagem das embarcações. para navegar com segurança, durante os meses de baixo calado das águas, as balsas carregam apenas 50% de sua capacidade. como não há canais demarcados, a velocidade de navegação fica reduzida para metade e no período da noite é interrompida. com canais definidos para a navegação, mais profundos e sinalizados, o rio madeira pode ter navegação continuada. O transporte de passageiros por barcos na região amazônica ainda é caro em muitos casos. O que é preciso para reverter essa situação? não atuamos nesse seg-
região amazônica. Em que fase esse projeto está? são três fases distintas: a pesquisa, o aprendizado (projetos e protótipos) e a construção/operação dos equipamentos. as duas primeiras fases já estão superadas. neste momento, está em construção o primeiro dirigível fabricado no brasil e já tem data marcada para voar: 19 de maio de 2016, na cidade de são carlos, em são paulo. outro protótipo voará antes, em caráter experimental. temos recebido da anac, a agência reguladora da aviação civil brasileira, e da faa dos estados unidos da américa, muito apoio para que o projeto tenha êxito. Inicialmente, não se destinará para o transporte de cargas. mas suas múltiplas utilidades darão uma opção para negócios carentes de soluções. exemplo disso é o lançamento de linhas de transmissão de energia que, na região norte do brasil é dificultada pela falta de infraestrutura e pela necessidade de preservar o meio ambiente (as florestas). com a eletronorte desenvolvemos os equipamentos para os primeiros trabalhos dessa natureza. mais detalhes poderão ser vistos no site www.airshipdobrasil.com.br.
mento de transporte e somos pouco usuários. o que temos observado é o aprimoramento da navegação para o transporte de passageiros com barcos mais modernos e velozes, que encurtaram as distâncias. para isso, precisaria mais atenção por parte do governo com algum projeto de financiamento subsidiado e de fácil acesso para a melhoria das embarcações, melhores preços das passagens e mais conforto e segurança para os passageiros que, hoQuais benefícios pode traje, viajam em redes. zer. Que tipo de carga pode ser transportada? O senhor está desenvolveno equipamento é versátil e do um projeto de dirigível, que seu uso será principalmente em poderá transportar cargas na locais onde o acesso é difícil. pla-
neja-se um dirigível para 30 toneladas de carga útil e não competirá com os demais modais atualmente utilizados no transporte rodoviário e fluvial. poderá transportar tudo aquilo que fique dentro de sua capacidade de peso, mas com volumes ilimitados, sem utilizar infraestrutura de apoio (rodovias, portos, aeroportos etc). É para cargas de maior valor agregado? os dirigíveis terão muitas outras ocupações antes de serem utilizados para o transporte de cargas. vigilância de fronteiras, comunicações e muitas outras atividades antecederão o uso para o transporte. É possível estimar quando esse dirigível deverá atuar no transporte dessas cargas na região amazônica? temos que utilizar os dirigíveis naquilo onde a necessidade é premente. só depois é que pensaremos em transporte de cargas. não há tempo definido para isso. A ideia é viável economicamente e pode ser replicada para outras regiões do Brasil? os estudos nos apontam para a viabilidade econômica. os impedimentos são de ordem técnica e os estamos superando. Inicialmente, será utilizado nas necessidades da região norte do brasil e o futuro dirá sobre sua viabilidade em outras regiões. l
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Infraero/dIvuLgação
MAIS TRANSPORTE Aeroportos: mensagens em Libras as informações sobre voos exibidas em monitores nos aeroportos santos dumont (rJ) e congonhas (sp) localizados próximos aos portões de embarque e às esteiras de restituição de bagagens foram adaptadas para Libras (Linguagem brasileira de sinais). assim, as informações operacionais – como troca de portão e situação dos
voos (última chamada, embarque imediato) – são traduzidas automaticamente para Libras, o que propicia acessibilidade aos passageiros com deficiência auditiva, além de atender aos requisitos legais. por estar em fase de implantação, estão previstas futuras melhorias que serão efetivadas ao longo de 2016.
NOVIDADE a iniciativa está em operação no aeroporto santos dumont
amazon/dIvuLgação
Manual para voos de drones
LEI Licenciamento e autorização serão fixados pela anac
o decea (departamento de controle do espaço aéreo) regulamentou o uso do espaço aéreo brasileiro por drones. as regras estão previstas na Ica (Instrução do comando da aeronáutica) 100-40, e valem para usos que não sejam para esporte e lazer. os drones somente poderão acessar o espaço aéreo brasileiro após a emissão de uma autorização especial, que deve ser solicitada junto ao órgão regional do decea. a Instrução
esclarece como se dá o processo de solicitação e as informações necessárias para a autorização. em princípio, será proibido o voo sobre áreas povoadas e grupos de pessoas, exceto em situações específicas autorizadas pelos órgãos responsáveis. a Ica 100-40 fixa também os limites de altura. o decea dará início a uma regulamentação específica para drones utilizados para esporte e lazer e deve divulgar as normas em 2016. dhsp/dIvuLgação
Retomada da Tietê-Paraná a hidrovia tietê-paraná deve retomar suas operações em fevereiro de 2016, segundo a secretaria de agricultura e abastecimento do estado de são paulo. o ons (operador nacional do sistema) sinalizou que permitirá o restabelecimento dos níveis de navegação a partir desse período.
o transporte em seus rios foi suspenso no ano passado em função da redução da profundidade, decorrente da estiagem que afetou o sudeste à época. a água foi destinada, prioritariamente, para hidrelétricas, a fim de garantir a geração de energia elétrica para abastecer a região.
ESTIAGEM nível das águas impediu a navegação
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memórIa ?????
Presidente da CNT, Clésio Andrade, recebe homenagem da NTU presidente presidente dadacnt cnt(confe(conderação federação nacional nacional do transporte), transporte),clésio clésio andraande, drade, participou, participou, em nesta dezembro, quartada inauguração feira (9), da inauguração do centro dedodocucenmentação tro de documentação e memória dae memória ntu (associação da ntu (associação nacional das nacional empresas das de empresas transportes de transportes urbanos) e da urbagaleria nos) ede da ex-presidentes. galeria de ex-presidenrepresentantes tes. na ocasião, da instituição ele, que destacafoi o priram meiro o papel presidente, de clésiofoicomo homenao primeiro geadopresidente pela entidade. da associação. “num momento de grande dificuldade que o setor do transporte urbano vivia, o presidente clésio andrade teve a iniciativa e a atitude de criar uma entidade nacional que pudesse, naquele momento, trazer alguma pers-
O
pectiva para os empresários do setor”, relembrou o atual presidente-executivo da entidade, otávio vieira da cunha filho. ele também destacou a atuação de clésio andrade à frente da cnt e a criação do sest senat. “a ntu foi oo início início da da nossa nossa vida nas nas entidades entidades de classe, classe, quando começamos a buscar buscar uma amplitude amplitudenacional nacionalatravés através da unidade do setor de da unidade do setor de transportransporte e metropote urbano e urbano metropolitano”, dislitano”, clésio se clésiodisse andrade. ele andrade. ressaltou ele ressaltou de a capacidade a capacidade articulação de da articulação da associação paassociação para obter resultara dos obter para oresultados segmento, epara relem-o segmento, e relembrou funbrou da fundação: “a nósda coube, dação: nós coube, naquele naquele“amomento, iniciar isso.
momento, isso. fomos fomos todosiniciar nós. a partir daí, totodos a partir daí, todo do um nós. processo foi desenrolado um processo desenrolado em favor dessafoiunidade, que é em favor dessa unidade, que é muito forte”, complementou. muito forte”, complementou. a associação foi fundada em associação foi fundada 1987,a com o objetivo principalem de 1987, com o objetivo principal de representar as operadoras representar as operadoras de ônibus urbanos e metropolitaônibus urbanos e metropolitanos frente ao poder público e à nos frente civil. ao poder público e à sociedade sociedade civil. da ntu também a trajetória trajetóriapelo da presidente ntu também foi adestacada do foi destacada pelo presidente do conselho diretor, eurico divon conselho eurico divon galhardi. diretor, “essa entidade tem galhardi. “essaforte, entidade uma logomarca porquetem foi uma logomarca forte, porque foi adotada uma máxima: podemos adotada máxima:opodemos ter direitouma de semear que quiter direitomas de semear quisermos, seremoso que sempre sermos, seremos obrigadosmas a colher o quesempre planta-
obrigados a colher o que plantamos“, disse, relembrando o tramos“, disse, relembrando o trabalho executado pelo presidente balho presidente da cntexecutado na criaçãopelo e desenvolvida cntda naassociação. criação e desenvolvimento mento da associação. o presidente da cnt também o presidente da cntdetambém visitou o novo centro docuvisitou o novo centro da dentu. docu-o mentação e memória mentação e memória da ntu.peças o esespaço apresenta, com paço apresenta, com peçasconfecem miem miniatura, muitas niatura, confeccionadas cionadasmuitas artesanalmente, a hisartesanalmente, a história do tória do transporte no mundo, transporte no mundo, indesde a invenção dadesde roda,aaté venção da mais roda, até os meiosdemais os meios modernos lomodernos de locomoção cidacomoção nas cidades. anas iniciatides. a iniciativa de eurico divon va foi de euricofoidivon galhardi, galhardi, que dá ao espaço. que dá nome aonome espaço. segunsegundo aproximadamendo ele, ele, sãosão aproximadamente te peçasque quepodem podemser ser apreapremilmil peças ciadas ciadaspelos pelosvisitantes. visitantes. sergIo aLberto/cnt
RECONHECIMENTO eurico galhardi, presidente do conselho diretor da ntu; clésio andrade, presidente da cnt; e otávio vieira da cunha, presidente-executivo da ntu (da esq. para a dir.), durante o evento
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MAIS TRANSPORTE cpfL/dIvuLgação
Primeiro eletroposto rodoviário do Brasil a rodovia anhanguera, que liga a cidade de são paulo ao interior do estado, ganhou o primeiro eletroposto rodoviário do brasil. a iniciativa é fruto de uma parceria da ccr autoban (administradora da rodovia), da cpfL (maior grupo privado do setor elétrico brasileiro) e da rede graal, de postos de gasolina. o eletroposto ficará localizado no km 67 da rodovia anhanguera, na altura da cidade de Jundiaí. o posto graal recebeu um eletroposto universal doado pela fabricante europeia abb, que consegue se plugar a todos os modelos de carros elétricos disponíveis no mercado. a depender do veículo, será possível recarregar até 80% da bateria em apenas 30 minutos. o projeto tem o apoio da abve (associação brasileira de veículos elétricos).
appa/dIvuLgação
Acordo entre Brasil e Noruega brasil e a noruega assinaram um memorando de entendimento que tem como objetivo expandir e aprofundar a cooperação em matérias relacionadas ao transporte marítimo. os dois países querem facilitar o diálogo entre órgãos governamentais para desenvolver iniciativas no campo do transporte marítimo internacional,
serviços de apoio portuário, serviços de navegação de apoio marítimo, serviços auxiliares de transporte marítimo, afretamento de embarcações, entre outros. para a implementação da parceria, um comitê de coordenação se reunirá regularmente, a fim de definir atividades futuras, avaliar o progresso e os resultados obtidos.
OBJETIVO a intenção é criar novas oportunidades econômicas
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JúLIo fernandes/cnt
Preços dos combustíveis em alta os preços dos combustíveis mantiveram, em novembro, a trajetória de alta, segundo dados da anp (agência nacional do petróleo). o etanol foi o que mais encareceu. o preço médio do litro no país subiu r$ 0,21 entre outubro e novembro, passando de r$ 2,36 para r$ 2,57.
Já a gasolina foi comercializada, aos consumidores, a uma média de r$ 3,57 – r$ 0,09 mais do que no mês anterior. o diesel comum e o diesel s-10 aumentaram cerca de r$ 0,04 centavos o litro, cada. na bomba, o comum foi comercializado a uma média de r$ 2,96 e o s-10 a r$ 3,11.
NOVEMBRO etanol foi o que mais encareceu
ecovIas/dIvuLgação
Rodovias de SP sem fiscalização
ATRASO contrato para locação e operação venceu em abril
as principais rodovias paulistas estão há sete meses sem a fiscalização por radares fixos, que denunciam excesso de velocidade e checam se o veículo é roubado, furtado ou se possui pendências administrativas (licenciamento atrasado) ou judiciais. o motivo é a falta de um contrato de locação e operação dos equipamentos. o acordo anterior, de cinco anos, no
valor de r$ 32,2 milhões, venceu em abril, e o der (departamento de estradas de rodagem) não providenciou uma nova licitação. ao todo, havia 42 radares nas principais rodovias do estado. em nota, o der negou problemas com recursos e informou que um novo edital de licitação para a aquisição dos serviços está em elaboração, mas sem previsão de data. transporta brasIL/dIvuLgação
Transporte aéreo de órgãos o acordo que mantém uma rede nacional para facilitar o transporte aéreo de órgãos e tecidos para transplante foi renovado no início de dezembro e conta com novidades para ampliar e aprimorar o serviço. a partir de agora, os aviões também poderão levar medula óssea, o que é possível graças à criação de um fluxo específico de transporte, sem que o tecido
precise passar pela esteira de raio x, o que poderia deteriorá-lo. além disso, o acordo passa a incluir medidas de prevenção à perda de órgãos por meio de uma logística desburocratizada, incorpora novas empresas signatárias e melhora a comunicação entre parceiros envolvidos no processo de transporte de órgãos e tecidos, bem como de equipes médicas.
RENOVAÇÃO será possível transportar também medula óssea
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MAIS TRANSPORTE gta/dIvuLgação
Registro provisório no RNTRC a antt (agência nacional de transportes terrestres) divulgou dois esclarecimentos aos transportadores de cargas. um deles trata do registro provisório no rntrc (registro nacional de transportadores de cargas). o outro é sobre a modificação de frota dos autônomos. segundo o aviso, o registro provisório será concedido para novo transportador que não detenha posse ou propriedade de veículo
automotor de carga na categoria aluguel, registrado no detran (departamento de trânsito), para ser inserido no rntrc. em breve, será também concedido registro provisório a transportador que esteja com o certificado do rntrc vencido e não detenha posse ou propriedade de veículo automotor de carga na categoria aluguel e deseja se recadastrar no rntrc. mais informações: www.antt.gov.br.
COMUNICADO também trata da modificação de frota de transportadores autônomos
fIoL/dIvuLgação
Bahia tenta salvar ferrovia Fiol
PROJETO traçado final será redirecionado para malhado
com o objetivo de enfim concretizar o projeto da fiol (ferrovia de Integração oeste-Leste), o governo da bahia decidiu abrir mão, pelo menos por enquanto, do porto sul, um complexo de r$ 5,6 bilhões que pretendia construir em uma praia isolada, no litoral norte de Ilhéus (ba). agora, o plano é fazer com que o traçado final da ferrovia seja redirecionado para o atual porto de malhado,
que está localizado no centro de Ilhéus. a ideia é construir um centro logístico a cerca de 40 quilômetros de distância do cais de malhado, no entroncamento das rodovias br-101 e br-116, no município de uruçuca. a partir desse ponto, a carga da fiol seria descarregada dos vagões e enviada até o porto em caminhões, por uma rodovia estadual.
Dois bilhões para portos o primeiro leilão de arrendamento de áreas portuárias do brasil, realizado no início de dezembro, garantiu investimentos no setor portuário de mais de r$ 2 bilhões. desse total, r$ 1,4 bilhão seguirá para os cofres públicos; r$ 430,6 milhões referentes ao valor da outorga a ser pago pelos
futuros arrendatários e r$ 1 bilhão de recursos a serem pagos à codesp (companhia docas do estado de são paulo) pelo arrendamento ao longo de 25 anos de cada uma das três áreas leiloadas, no porto de santos. os arrendatários terão que fazer investir r$ 608 milhões em infraestrutura.
VALOR r$ 1,4 bi irá para os cofres públicos
CNT TRANSPORTE ATUAL
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gestão de tráfego
Sistema conecta operadores de transporte e passageiros volvo e a ericsson apresentaram, no começo de dezembro, como funciona a solução de gestão de tráfego e informações aos passageiros Its4mobility. o sistema, criado pela volvo, teve uma versão customizada para a américa Latina pela ericsson. a ferramenta conecta tanto os operadores de transporte quanto os passageiros com os ônibus em tempo real. o Its4mobility é utilizado com bastante sucesso pela rede metropolitana de transporte coletivo (rmtc), de goiânia (go). o sistema acompanha a circulação da frota em tempo real, indicando se os ônibus estão circulando
A
de acordo com o planejado, com a frequência adequada, cumprindo os horários planejados e mantendo a rota previamente definida. são informações que apontam ao gestor possíveis desvios, ajudam a identificar pontos críticos da operação e permitem o replanejamento da operação, ganhando eficiência e redução de custos. o principal diferencial do sistema é que, além de oferecer informações para o operador de transporte, elas também ficam acessíveis aos passageiros, que podem consultar os horários de chegada dos ônibus nos pontos de parada de cada uma das linhas. todas essas informações podem ser
acessadas pela internet, em aplicativos para smartphones, em totens nos terminais ou em pontos estratégicos, e por contato telefônico via call center, o que facilita o planejamento da viagem, evitando atrasos no deslocamento e longos períodos de espera. a solução é oferecida comercialmente pelas duas empresas, e a ericsson é a responsável pela implementação, suporte e manutenção da solução. a customização do sistema, além de atender as necessidades das cidades da américa Latina e caribe, irá garantir mais agilidade no suporte aos operadores de transporte e gestores públicos.
“estamos sempre buscando soluções que ofereçam aos nossos clientes produtos que contribuam com a melhoria da mobilidade urbana nas cidades e a qualidade de vida dos passageiros, com foco na redução dos custos operacionais e do tempo de viagens”, afirma Luis carlos pimenta, presidente da volvo bus Latin america. o sistema pode ser modulado, com diferentes pacotes, de acordo com sua necessidade de gestão e operação do sistema. além disso, é compatível com ônibus de qualquer marca, trens de superfície, vLt e barcos. (Luiz Renato Orphão) voLvo/dIvuLgação
TECNOLOGIA sistema oferece informações para o operador de transporte e também aos passageiros
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REPORTAGEM DE CAPA
perspectiva de melhoria só a partir de 2017 sondagem expectativas econômicas do transportador mostra que a maioria dos empresários está pessimista; 86,0% não confiam na gestão do governo e 79,1% demitiram em 2015 por
setor de transporte tem sido fortemente impactado por este momento de crise no brasil. é o que comprova a sondagem expectativas econômicas do transportador – 2015, realizada pela cnt (confederação nacional do trans-
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CYNTHIA CASTRO
porte) com representantes de todos os modais, tanto de cargas quanto de passageiros. o levantamento revela um quadro de pessimismo e falta de perspectiva de melhoria a curto prazo. a maioria (86,0%) dos transportadores entrevistados não confia na gestão
econômica do governo federal. praticamente a metade (49,0%) acredita que o país só voltará a crescer em 2017. outros 19,6% esperam crescimento somente em 2018. do total de entrevistados, 54,0% disseram que deverão ter redução da receita bruta
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reprodução sondagem eXpectatIvas econômIcas do transportador
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sergIo aLberto
na comparação com 2014. o fraco desempenho econômico e a retração da demanda dos setores produtivos têm levado a maior parte dos transportadores ouvidos na sondagem a reduzir seus quadros de funcionários. 79,1% deles tiveram que demitir em 2015 e apenas 58,2% contrataram no mesmo período. a situação deve se agravar em 2016, pois 29,3% acreditam que terão que reduzir suas contratações de mão de obra. “o momento é de alerta e inspira cuidados nos diversos segmentos do transporte. no ano passado, os transportadores já não se mostravam otimistas, mas, agora, a situação está ainda mais grave. é a pior expectativa em relação ao desempenho de suas atividades desde o início da sondagem da cnt, em 2012”, diz o presidente da confederação nacional do transporte, clésio andrade. foram ouvidos representantes dos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo, no período de 26 de agosto a 17 de setembro, em todo o brasil. no modal rodoviário de cargas, 36,4% dispensaram transportadores autônomos agrega-
CRISE maior parte dos transportadores espera redução de receita bruta em 2015
dos. no aquaviário, a maioria (57,5%) das ebns (empresas brasileiras de navegação) teve aumento do custo operacional. Já no ferroviário de cargas, 60,0% das empresas esperavam aumento no volume movimentado em 2015 e 2016. a sondagem também mostra as expectativas dos representantes do transporte urbano de passageiros por ônibus, do transporte metroferroviário, do rodoviário de passageiros e do aéreo. ao falar sobre crise na
economia, infraestrutura e atividade transportadora, os entrevistados também indicaram os principais entraves ao crescimento do setor. para 67,7%, a elevada carga tributária é um dos principais problemas. de acordo com clésio andrade, é necessário implementar estratégias eficazes para que o país retome o crescimento econômico e contorne os efeitos da crise. "Investir em infraestrutura de trans-
porte e diminuir a carga tributária e a burocracia são algumas das medidas mais urgentes. com essas ações, reduziremos custos logísticos, proporcionaremos o aumento da competitividade e mostraremos à sociedade que o setor transportador pode dar um grande impulso para a retomada do crescimento”, afirma o presidente da cnt. Leia a seguir as expectativas nos diferentes modais
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transporte rodovIárIo de cargas
55,9% esperavam receita bruta menor em 2015 desempenho das empresas do transporte rodoviário de cargas foi fortemente afetado pelas condições econômicas atuais do país. do total de entrevistados, 55,9% disseram que iriam terminar 2015 com receita bruta menor que a verificada em 2014. essa queda está relacionada à redução do número de viagens (para 53,5%) e do volume de cargas transportadas (para 56,9%). por ser uma atividade-meio, a demanda depende, basicamente, da trajetória econômica do país. grande parte dos empresários realiza o deslocamento de mercadorias industrializadas ou ligadas à indústria. assim, a retração industrial, que entre janeiro e setembro de 2015 estava acumulada em 7,4%, influenciou diretamente o segmento. enquanto 53,7% dos transportadores afirmaram ter contratado novos funcionários, 80,0% deles informaram ter demitido. a perspectiva para 2016 é de manutenção do desempenho do pIb (produto Interno bruto), com o agravamento dos indicadores de inflação, taxa de juros, câmbio e carga tributária. como consequência, 50,8% dos transportadores entrevistados esperam perceber a retomada do crescimento econômico somen-
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te em 2017, 18,9% deles em 2018, e 13,0% a partir de 2019. os transportadores indicam a inadequação da infraestrutura. para 65,9%, as vias são insuficientes. a sondagem evidencia o papel da iniciativa privada como possibilidade para a solução aos entraves relacionados à infraestrutura de transporte - 92,0% dos transportadores utilizam rodovias concessionadas pelas seguintes razões: única alternativa (61,8%), preferência por rodo-
vias conservadas (18,2%) e maior segurança (15,0%). Roubo a maioria dos transportadores rodoviários de cargas (57,2%) relatou ter percebido aumento no roubo de cargas, no último ano, nas áreas em que atuam. Já 27,9% apontaram que houve manutenção nos níveis de segurança. a cnt vem trabalhando junto à polícia federal, a fim de buscar uma integração entre os órgãos para fortalecer
CARGAS TRANSPORTADAS
o combate ao roubo de cargas no país. há estimativas de que em 2014 os prejuízos tenham chegado a r$ 1 bilhão. de acordo com a sondagem expectativas econômicas do transportador – 2015, a percepção de insegurança pode gerar mudanças de comportamento e criar problemas aos transportadores, como estresse, descanso reduzido ou a extensão de horas trabalhadas para evitar paradas em locais perigosos.
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TAMANHO DA FROTA (NÚMERO DE LOCOMOTIVAS) - 2016
transporte ferrovIárIo de cargas
Pontos críticos comprometem a eficiência das ferrovias uestões institucionais e a existência de pontos críticos anteriores às concessões comprometem a eficiência operacional das empresas de transporte ferroviário de cargas. ao comentar sobre pontos críticos, 100,0% afirmaram existir invasões de faixa de domínio e passagens em nível em suas malhas. os transportadores ferroviários são unânimes ao dizer que a solução desses problemas traria significativo aumento de eficiência operacional. além de reduzir a velocidade das composições, os pontos críticos aumentam o risco de acidentes. os acessos aos portos também são apontados por 100,0% dos transportadores como gargalos do sistema de transporte brasileiro. entre os principais problemas, 80,0% mencionaram a falta de infraestrutura para embarque e desembarque de cargas. a ausência de pátios de manobra foi citada por 40,0%. a questão regulatória aparece como entrave para o modal devido aos instrumentos de direito de passa-
Q
gem e à proximidade do vencimento das concessões. quando questionados a respeito de quais seriam os principais temas a serem priorizados pelo governo na questão regulatória, 100,0% das empresas citaram a revisão da resolução nº 2.695/2008 da antt, que estabelece procedimentos para a execução de obras na malha ferroviária. para 60,0%, é necessário padronizar regras de segurança para a circulação de trens e 60,0% indicam a necessidade de priorizar a criação
de um regulamento de segurança na circulação. Frota sobre o desempenho da economia brasileira, todos os empresários sondados no modal ferroviário esperam queda do pIb, aumento da inflação, da carga tributária, da taxa de juros e da taxa de câmbio em 2015. para 2016, 60,0% acreditam em redução da produção nacional. apesar disso e do aumento do custo do diesel ao longo do ano, o segmento espera aumentar sua receita bruta em 2015 e em 2016.
possivelmente, esse resultado tem relação com os contratos de longo prazo já firmados e com a consolidação de suas vantagens no transporte de determinadas mercadorias. assim, 60,0% dos entrevistados esperam aumento do volume de cargas transportadas em 2015 e 2016. a maioria (60,0%) disse que aumentaria a frota de locomotivas em 2015 aumentará em relação à de 2014, bem como o número de terminais. para 20,0%, também iria aumentar o número de vagões em 2016.
MAIOR PROBLEMA DOS ACESSOS TERRESTRES AOS PORTOS (respostas múltiplas - %)
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transporte urbano de passageIros por ônIbus
Segmento é o mais pessimista s empresários do transporte urbano de passageiros por ônibus têm as piores expectativas em relação à economia do país e os reflexos na atividade que realizam. para 86,2% que atuam tanto nos deslocamentos coletivos municipais quanto nos intermunicipais, o pIb brasileiro deveria ser menor em 2015 do que foi em 2014. e 60,9% acreditam que o resultado de 2016 também será negativo. esse forte pessimismo é resultado de um baixo grau de confiança no governo (85,5%). para 91,6%, as medidas do ajuste fiscal não serão suficientes para a retomada do crescimento econômico, que só será percebida em 2017. para atingir a meta definida de superavit primário para 2015, o governo federal realizou cortes no orçamento. no ministério das cidades, a redução foi de r$ 17,2 bilhões (54,2%) do montante previsto na Lei orçamentária anual. quando perguntados se esse corte dificultaria a realização de investimentos, 83,2% afirmaram que sim. além disso, 62,7% responderam que houve redução de recursos para investimentos em mobilidade urbana no município em que a empresa opera. para 60,9%, os aportes governamentais deveriam ser menores em 2015. a confirmação de diminuição de recursos a serem empregados em mobilidade urbana tende a agravar as condições das vias utilizadas. segundo 47,0%, a qualidade das vias
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de transporte é péssima ou ruim. os congestionamentos também representam um problema grave que gera consequências como aumento do consumo de combustível, falta de regularidade/pontualidade nos horários e até induzem usuários a migrar para o transporte individual. uma solução é utilizar mecanismos de priorização do transporte coletivo nos municípios. 50,6% disseram haver esse tipo de prioridade em seus municípios. entre os benefícios da priorização do transporte público estão: redução do tempo em trânsito dos veículos (65,5%), maior pontualidade nas rotas operadas (17,8%) e economia de combustível (9,5%).
AÇÕES COM IMPACTO POSITIVO PARA O TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS
BENEFÍCIOS DA PRIORIZAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO
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transporte metroferrovIárIo
Aumento da energia eleva custo operacional maioria (77,8%) dos transportadores metroferroviários teve aumento de custos operacionais em 2015. o preço do diesel e da energia foram fatores determinantes nessa elevação. a energia elétrica teve sua cobrança modificada com a introdução do sistema de bandeiras tarifárias, que definiu tarifas diferenciadas em determinados horários predefinidos - horário de pico de consumo de energia entre 18 horas e 20 horas. nesse sentido, 66,7% dos entrevistados confirmaram que o sistema de bandeiras teve impacto em suas empresas, e 66,6% disseram que o aumento foi de mais de 20,0% no custo desse insumo. ao serem questionados sobre quais ações poderiam melhorar o desempenho do transporte metroferroviário, 55,6% das empresas afirmaram que o deslocamento do horário de pico de energia elétrica para as operações metroviárias é a medida que geraria os melhores resultados operacionais. outros 33,3% citaram a isenção do Icms como ação de grande impacto nas operações. as empresas do segmento metroferroviário estão pessimistas quanto à recuperação da economia em 2016, com 88,9% esperando a retomada do crescimento somente em 2017. assim como o transporte urbano de passageiros por ônibus, o transporte metroferroviário foi impactado pelo corte de r$ 17,2 bilhões (54,2%) no orçamento do ministério das cidades. de acordo com 55,6% dos transportadores, esse corte dificultará a realização de obras de infraestrutura de transporte. além disso, 77,8% afirmaram que, no município de operação da empresa, houve redução dos investimentos em mobilidade urbana.
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CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA 2015
CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA 2016
PRINCIPAIS ENTRAVES À EXPANSÃO DAS LINHAS FÉRREAS
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transporte rodovIárIo de passageIros (InterestaduaL e InternacIonaL)
Desoneração de combustíveis é medida necessária desoneração de combustíveis é apontada por 66,7% dos entrevistados como a ação mais importante para as empresas do transporte rodoviário de passageiros interestadual e internacional. para 91,0%, a volta da cobrança da cide (contribuição de Intervenção sobre o domínio econômico) não é uma medida adequada por ser percebida como um custo adicional do segmento. de acordo com a sondagem, o quadro se agrava com a expectativa de que em 2016 o preço do diesel aumentará em relação a 2015 (que já mostrou aumento de 12,0% entre janeiro e outubro). outra perspectiva desfavorável está relacionada aos investimentos públicos em infraestrutura. para 62,2% dos empresários entrevistados, esse investimento foi reduzido em 2015. o pessimismo da maioria dos empresários sobre queda do pIb, em 2015 e em 2016, reflete-se nas expectativas do número de viagens e receita bruta. para 38,7% dos entrevistados, o resultado do número de viagens será menor ao final do ano de 2015 e 52,3% consideram que a receita bruta reduzirá. Já os custos operacionais
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terminarão o ano superiores aos registrados em 2014, na avaliação de 82,9% dos transportadores. alguns fatores que afetam os resultados do segmento são os benefícios de gratuidade para determinadas categorias de usuários. de acordo com os empresários, 39,6% transportam usuários beneficiados por gratuidades. desses, 18,7% afirmaram que o volume de gratuidades chega a ser superior a 20,0% do total de clientes transportados.
AÇÕES DO SETOR PÚBLICO QUE TERIAM MAIOR IMPACTO NA EMPRESA
JúLIo fernandes/cnt
EXPECTATIVA empresários esperam mais aumento do diesel em 2016
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INTERVENÇÕES QUE TRARÃO MAIORES BENEFÍCIOS PARA A OPERAÇÃO PORTUÁRIA (%)
transporte aquavIárIo
Queda da receita bruta é esperada por 57,5% omente 25,0% das ebns (empresas brasileiras de navegação) entrevistadas pela sondagem acreditam que a retomada da economia será percebida já em 2016, enquanto 55,0% citaram 2017 como o ano de início da recuperação. sobre suas atividades principais, apesar de menos pessimistas, 57,5% dos empresários esperavam queda de receita bruta; 47,5%, redução do número de viagens; e 42,5%, retração do volume de cargas em 2015. em relação ao custo operacional, 57,5% disseram que teriam aumento em 2015, tanto pela elevação do preço do diesel e dos lubrificantes quanto pela expectativa do ano de 2015 terminar com o valor das taxas portuárias mais elevadas. quase a metade dos empresários (47,5%) acredita nisso. Já em relação aos preços da praticagem, 37,5% das empresas acreditam que ainda é possível um aumento das tarifas cobradas em 2015 e 35,0%, em 2016. as principais cargas transportadas pelos empresários sondados são: cargas químicas (28,9%); veículos
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(14,2%); agrícolas (12,4%); outros produtos industrializados (9,8%); entre outros. os empresários do aquaviário também falaram sobre mão de obra. nos últimos seis meses, 42,5% afirmaram ter contratado. para 58,8% dos que contrataram, houve dificuldade em encontrar mão de obra qualificada no mercado. para solucionar as deficiências técnicas, 85,0% deles oferecem treinamento. essa dificuldade deve-se ao fato de o país só possuir dois centros de formação de oficiais e, por isso, 84,6% dos transportadores entrevistados apoiam a criação de novos centros de formação no país com a autorização da marinha do brasil. Dragagem as ações mais importantes para o transporte aquaviário são o programa continuado de dragagens, a liberação de construção de novos tups (terminais de uso privado) e derrocamentos em pontos estratégicos. segundo 38,4% dos transportadores do segmento aquaviário, um programa continuado de dragagem de portos seria a in-
TAXAS PORTUÁRIAS 2016
tervenção mais benéfica; 30,8% citaram a liberação e construção de novos tups e 15,4% apontaram a adequação dos acessos terrestres aos portos. Já em relação às vias navegáveis, as três ações mais citadas foram: programa continuado de dragagem em terminais hidroviários e vias navegáveis (37,0%); realização de derrocamentos em pontos estratégicos (29,6%); e adequação dos acessos terrestres (22,2%). tanto na navegação marítima como na navegação interior, os princi-
pais problemas são de infraestrutura. uma solução possível para melhorar a infraestrutura de transporte de navegação interior e marítima no país é a maior participação da iniciativa privada, aprovada por 90,0% dos entrevistados. mais da metade dos transportadores entrevistados no aquaviário (53,8%) afirma utilizar tups em suas atividades, sendo que 42,8% desses disseram que o principal motivo é a maior eficiência na operação e prestação dos serviços.
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transporte aéreo de passageIros
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EXPECTATIVA DE VOLUME DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS - 2016
Apesar da crise, empresas esperam mais passageiros expectativa no setor aéreo é de baixo crescimento econômico em 2015, sendo que 100,0% dos entrevistados esperam redução do pIb brasileiro, aumento da inflação e da taxa de câmbio do país, o que impacta diretamente a atividade desse segmento. e 83,3% acreditam na elevação da taxa de juros. ainda assim, 66,7% esperam que o número de passageiros aumentará em 2016, e 33,3% consideram que será mantido. para que essa expectativa se confirme e o setor continue mais acessível para os brasileiros, é necessário resolver alguns gargalos que travam o crescimento. todos os entre-
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vistados do setor aéreo citaram que o alto custo dos insumos é um problema grave. o qav (querosene de aviação) tem preço elevado no brasil, e a cnt defende a redução da alíquota de Icms incidente sobre o combustível. a proposta é que o país tenha uma alíquota máxima de 12,0%. a desvalorização do real frente ao dólar também comprometeu outro custo significativo dos transportadores aéreos brasileiros: os gastos com arrendamento de aeronaves (17,0% do custo operacional). a maior parte (83,3%) das companhias aéreas entrevistadas possui aeronaves arrendadas e é impactada signi-
ficativamente pelas oscilações do câmbio. todas as empresas aéreas aprovam a participação da iniciativa privada na gestão dos aeroportos. mas, apesar das melhorias nos concessionados, as empresas apontam a necessidade
de modernizar o sistema de tráfego aéreo. para 49,9%, é preciso melhorar o serviço de controle de tráfego aéreo; 16,7% citaram a infraestrutura aeroportuária e outros 16,7% apontaram o aumento da capacidade de pistas e de pátios. l
PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O SETOR AÉREO DE PASSAGEIROS (%)
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RECONHECIMENTO
por
NATÁLIA PIANEGONDA, THAYS PUZZI E ELISÂNGELA FREITAS
bom jornalismo a serviço do transporte e do brasil. a 22ª edição do prêmio cnt de Jornalismo premiou os melhores trabalhos que discutiram os problemas e as soluções do transporte brasileiro. a entrega do prêmio aconteceu no dia 9 de dezembro, no cIcb (centro Internacional de convenções do brasil), em brasília (df), e reuniu profissionais de comunicação, transportadores e autoridades. Logo após a cerimônia, a festa foi comandada pela banda Jota quest. o prêmio tem por objetivo estimular as redações dos veículos de imprensa brasileiros a produzir trabalhos a respeito da atividade transportadora, para que a sociedade reflita sobre a importância do setor no processo de desenvolvimento social e econômico do brasil. o grande vencedor da noite foi o especial “bicicletas 1 e 2”, exibido no programa cidades e soluções da globonews, apresentado pelo jornalista andré trigueiro. o trabalho tratou do uso da bicicleta como meio de locomoção. ao receber o troféu,
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Jornalis cnt homenageia reportagens que discu trigueiro destacou que 2015 foi o ano da bicicleta no brasil. “o cicloativismo ganhou mais espaço. e eu queria dedicar esse prêmio aos ciclistas que morreram em acidentes violentos no país, acreditando que a bicicleta é uma alternativa de transporte.” o prêmio cnt de Jornalismo, reconhecido como um dos mais tradicionais do país, é entregue em seis categorias: rá-
dio, fotografia, Internet, Impresso, televisão e meio ambiente e transporte. o melhor trabalho entre todos os inscritos recebe o grande prêmio cnt de Jornalismo. ao todo, foram distribuídos r$ 270 mil aos vencedores: r$ 60 mil para o grande prêmio e r$ 35 mil para cada uma das categorias. na categoria rádio, o troféu foi entregue ao jornalista Lucia-
no nagel, pela série “na boleia do caminhão aos confins do brasil”, exibida na rádio bandeirantes de porto alegre (rs). para a produção do trabalho, nagel pegou carona em dois caminhões por 17 dias e percorreu 6.000 quilômetros entre o rio grande do sul e o pará. a imagem vencedora da categoria fotografia é o registro de um acidente grave
sergIo aLberto/cnt
mo premiado tem os entraves e as soluções do transporte brasileiro realizado pelo fotógrafo bernardo coutinho, do jornal “notícia agora”, do espírito santo. o trabalho “mão fraterna” retrata a imagem de um homem estendendo a mão para auxiliar um caminhoneiro, logo após o veículo ter tombado. “quando vi aquela cena, não tive nem o que pensar, só registrar". com a reportagem “eles fi-
zeram foi morrer”, o jornalista Lúcio vaz venceu a categoria Internet. o trabalho falou das fraudes no transporte escolar no nordeste do país, que provocam até mortes de estudantes em razão das condições precárias do serviço. a matéria foi publicada pelo site brio media. "esse é um problema que é de todos. ainda há milhares de crianças transporta-
das por pau-de-arara nesse país", destacou. a série de reportagens “quando o mar vira estrada”, do repórter henrique gomes batista, do jornal “o globo”, venceu a categoria Impresso. o jornalista passou mais de duas semanas a bordo de um navio que realiza transporte de cargas pela costa brasileira para apresentar um retrato da cabotagem no brasil.
na categoria televisão, a vencedora foi a reportagem “a máfia do seguro obrigatório”, veiculada no fantástico, da tv globo. a matéria foi feita por edson ferraz e equipe. o material investigou as fraudes envolvendo o dpvat (seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres). “o difícil foi contar uma história que já havia sido
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foto forum/dIvuLgação
contada em outras reportagens. e o mais importante é isso: trabalhar em equipe”, disse ferraz, ao receber o prêmio, ressaltando a parceria dos colegas para a realização do trabalho. o prêmio especial meio ambiente e transporte foi para o trabalho “cemitérios de Lata”, do jornal “correio braziliense”, produzido pelos jornalistas Ivan Iunes, Warner bento filho e Leonardo cavalcanti. a série abordou o problema da destinação de meios de transporte que se transformam em sucata no brasil todos os anos. "somos da editoria de política, mas sempre discutíamos meio ambiente. então resolvemos trabalhar sobre a Lei de resíduos sólidos, que não trata da destinação desse material sem utilidade. e foi uma honra ter o reconhecimento desse trabalho", destacou Iunes. Seleção dos vencedores o processo de seleção dos trabalhos é realizado de maneira isenta em três etapas. Inicialmente, a comissão organizadora do prêmio verifica se todas as reportagens inscritas atendem aos requisitos do regulamento. depois, os trabalhos são avaliados por professores de comunicação, que definem os finalistas em cada uma das categorias. a última etapa é a avaliação da comissão julgadora, formada
SHOW banda Jota quest tocou sucessos da carreira durante o prêmio cnt de Jornalismo
por quatro jornalistas e um acadêmico da área de transporte. os critérios para a pontuação das reportagens levam em conta a criatividade, o esforço, a oportunidade, o impacto e o alcance dos trabalhos. a avaliação é realizada por meio de um sistema eletrônico. cada avaliador tem acesso somente a suas próprias notas.
participaram do corpo de jurados da 22ª edição do prêmio cnt de Jornalismo: domingos meirelles, âncora do repórter record Investigação e presidente da associação brasileira de Imprensa; ana dubeux, diretora de redação do jornal “correio braziliense”; bia sant’anna, diretora de con-
teúdo do portal Ig; milton Jung, âncora da rádio cbn, e Liedi bernucci, mestre em engenharia e professora da escola politécnica da usp (universidade de são paulo). Acompanhe a seguir detalhes de cada um dos trabalhos premiados.
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grande prÊmIo
tem ❛Amaisbicicleta utilidade na integração com o transporte público
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andré trigueiro e clésio andrade, presidente da confederação nacional do transporte
andré trigueiro globonews
Integração da bicicleta nas cidades ma reportagem que olhe atentamente para o atual debate em torno do uso da bicicleta como meio de transporte urbano. essa foi a motivação inicial do trabalho “bicicletas 1 e 2” desenvolvido pelo jornalista andré trigueiro e equipe. o material, exibido no programa cidades e soluções, da globonews, foi o principal vencedor da 22ª edição do prêmio cnt de Jornalismo. a reportagem abordou a mobilidade, as ciclovias, a integração com outros modais, a segurança dos ciclistas, os serviços de apoio, a polêmica em são paulo em torno das ciclovias e os argumentos de especialistas. além disso, a experiência dos usuários com a bicicleta em outras localidades do mundo, como no caso da holanda, também foi compartilhada. trigueiro conta que o tema ciclismo urbano já havia sido tratado no programa, em 2007, mas o fato de terem surgido
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muitas novidades e discussões, inclusive no âmbito político, fez com que a equipe sentisse a necessidade de trazer o assunto à tona, novamente, em abril de 2015. “nos últimos anos, muitas
questões foram levantadas pela sociedade e o debate ganhou novos contornos e protagonistas. por isso, percebemos a importância de trazer essas informações para o público. é preciso otimizar a mobilidade
urbana. e é nesse contexto que a bicicleta tem mais utilidade: na integração com o transporte público, quando se pode usá-la para percursos menores com o apoio de outros meios”, conclui. reprodução gLoboneWs/dIvuLgação
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fotografIa
Ato de solidariedade ma imagem que fala por si. um homem estende a mão em direção a um motorista preso dentro de um caminhão que acaba de tombar. o trabalho “mão fraterna”, do fotógrafo bernardo coutinho, do jornal “notícia agora”, do espírito santo, é o vencedor da categoria fotografia do 22º prêmio cnt de Jornalismo. antes da cena: equipes de reportagem se deslocavam pela br-101 norte, em serra (es), em um dia chuvoso. de repente, um caminhão ultrapassou os veículos, perdeu o controle e tombou. Imediatamente, todos pararam para prestar socorro. “fui ver se o motorista estava bem. percebi que ele, mesmo um pouco desnorteado, estava consciente. o repórter de uma emissora de televisão local, fez o mesmo. chamou o socorro e ficou segurando a mão dele, conversando para mantê-lo acordado, até o resgate chegar. era uma cena boa, uma cena forte que eu precisava registrar”, conta. coutinho colocou a máquina no chão, para captar o momento no melhor ângulo possível. “a imprensa, às vezes, é muito questionada. eu, que cubro polícia, já vi tanta coisa. apesar de a gente vivenciar isso todos os dias, temos um lado sensível e a atitude do repórter foi muito bacana. a primeira reação foi de ajudar e não colocar o microfone e nem ligar a câmera”, destaca. para o repórter fotográfico, que atua profissionalmente desde 2003, concorrer com profissionais de grande expressão nacional e ser reconhecido pelo trabalho que desenvolve foram as maiores satisfações. “eu não acreditava que estava entre os finalistas. quando recebi a ligação dizendo que fui o vencedor, fiquei praticamente sem reação.”
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o fotógrafo bernardo coutinho e Waldemar rocha Júnior, da fenamar (federação nacional das agências de navegação marítima)
uma cena forte que eu ❛Era precisava registrar bernardo coutinho
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Jornal “notícia agora”
reprodução JornaL notícIa agora/dIvuLgação
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rádIo
motorista ❛Opaga para estacionar, mas sem garantia de segurança
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Luciano nagel
francisco cardoso, da abtI (associação brasileira de transportadores Internacionais), e o jornalista Luciano nagel
rádio bandeirantes
Rotina dos caminhoneiros ideia do trabalho vencedor da categoria rádio do 22º prêmio cnt de Jornalismo surgiu numa conversa de corredor na rádio bandeirantes de porto alegre (rs). “a minha chefia disse que tinha um desafio para mim: viajar com os caminhoneiros e mostrar as dificuldades que eles enfrentam, passando um raio X das estradas”, conta o jornalista Luciano nagel. ele, que já havia vivenciado uma experiência semelhante em 2010, percorreu mais de 6.000 km entre uruguaiana (rs) e belém (pa) para produzir a série de reportagens “da boleia do caminhão aos confins do brasil”. a viagem de quase 20 dias permitiu ao jornalista conhecer e retratar detalhes das dificuldades vivenciadas pelos profissionais responsáveis por transportar cerca de 60% de toda a produção nacional, em rodovias precárias e expostos a riscos.
A
a questão mais destacada por nagel foi a insegurança com a qual os caminhoneiros precisam lidar pela ausência de pontos de parada em condições adequadas. “só tem postos de gasolina. o motorista abastece e paga para estacionar o caminhão no pátio e
dormir, mas sem garantia de segurança.” para retratar com clareza e realidade toda a vivência na produção do material, o jornalista utilizou recursos como deixar o gravador ligado enquanto o caminhão atravessava um trecho de rodovia esburacado. “eu
me esforcei ao máximo para o ouvinte tentar imaginar tudo, como se fosse uma radionovela. usei muito som ambiente. numa estrada esburacada, por exemplo, deixei o gravador ligado ao lado do motorista, e pegou todo barulho da trepidação, mais intenso nos buracos.” reprodução rádIo bandeIrantes/dIvuLgação
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Impresso
Vivi, na ❛prática, a realidade de quem trabalha nesse segmento
❛
geralda doca e eurico galhardi, da ntu (associação nacional das empresas de transportes urbanos)
henrique gomes batista Jornal “o globo”
Transporte marítimo oram dois meses de trabalho dedicado a uma grande reportagem. desses, 17 dias ininterruptos em um navio. o resultado: mais um prêmio de jornalismo e experiências incorporadas para a vida pessoal e profissional. talvez isso possa resumir, em poucas palavras, o processo de construção da série de reportagens “quando o mar vira estrada”, do jornalista henrique gomes batista, do jornal “o globo”, vencedora da categoria Impresso do 22º prêmio cnt de Jornalismo. para executar o trabalho, o jornalista pegou carona em uma embarcação por 7.000 quilômetros ao longo da costa brasileira, entre o porto de santos (sp) e manaus (am). “foi muito interessante, porque vivi, na prática, a realidade de quem trabalha nesse segmento. tentei fazer uma matéria pelo lado
F
humano, a partir do que vive a tripulação”, conta. vencedor pela terceira vez do prêmio cnt, batista destaca a importância do reconhecimento dos trabalhos jornalísticos. “o cnt é um dos prêmios mais tradicionais do país. realiza uma seleção de forma totalmente séria, com critérios.” o jornalista destaca também a importância de os veículos de comunicação valorizarem o melhor produto do jornalismo, que são as reportagens de fôlego. “a partir do momento que valoriza e reconhece essas matérias, também é um incentivo para que os veículos invistam no que é mais importante no jornalismo, que é a reportagem.” batista, que agora é correspondente do jornal “o globo” em Washington, nos estados unidos, foi representado na cerimônia de premiação pela jornalista geralda doca.
reprodução o gLobo/dIvuLgação
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reprodução brIo medIa/dIvuLgação
Internet
Mortes a caminho da escola les fizeram foi morrer” é o título instigante da reportagem que conquistou o prêmio cnt de Jornalismo na categoria Internet, do jornalista Lúcio vaz. basta, é claro, ler o trabalho para compreender tudo o que está por detrás da frase, forte e simples. “eles” são muitas crianças e adolescentes que perderam a vida a caminho da escola, vítimas do descaso das autoridades, cuja responsabilidade era oferecer transporte escolar seguro. vaz conta que foram dois anos de apuração realizada por vontade própria. tudo começou em abril de 2012, quando o jornalista percebeu que o tcu (tribu-
“E
nal de contas da união) constatou muitas fraudes em transporte escolar. ele decidiu, então, debruçar-se sobre cerca de 1.200 ----auditorias realizadas ao longo de dez anos. “tinha que ler tudo, cem páginas cada. porque nem sempre a informação sobre o transporte escolar vem no mesmo lugar e da mesma forma. e eu fui percebendo que muitas falavam de acidentes e mortes”, relembra. o repórter, cuja carreira se consoli-
dou em veículos impressos, disse que buscou explorar o potencial da internet na elaboração do conteúdo. “a internet dá possibilidades diferentes, com outras linguagens.” com a experiência de mais de uma década em conteúdos especiais, ele defende, também, que veículos de comunicação continuem investindo em reportagens de fôlego, capazes de provocar impacto e debate na sociedade, apesar da grande demanda da cobertura diária. sergIo aLberto/cnt
A internet dá ❛possibilidades diferentes, com outras linguagens
❛
Lúcio vaz
site brio media
o jornalista Lúcio vaz e ellen martins, da antf (associação nacional dos transportadores ferroviários)
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meIo ambIente e transporte
Ainda há espaço ❛para reportagens e temas que impactem diretamente o cidadão Jornal “correio braziliense”
os jornalistas Leonardo cavalcanti, Warner bento filho e Ivan Iunes e José hélio fernandes, da ntc&Logística (associação nacional do transporte de cargas e Logística)
Sucatas sem destino que fazer com automóveis, barcos, aviões e outros meios de transporte em final de vida útil? no brasil, mais de 4 milhões de toneladas de aço e outros materiais se transformam em lixo todos os anos. o problema foi apresentado na série de reportagens “cemitérios de Lata”, do jornal correio braziliense, vencedora do prêmio especial de meio ambiente e transporte. o trabalho, realizado pelos jornalistas Ivan Iunes, Warner bento filho e Leonardo cavalcanti, questiona a ausência de uma legislação voltada especificamente para a reciclagem de todo esse material e como isso impacta no meio ambiente e na qualidade de vida da população. “com a apuração, chegamos à conclusão de que a legislação ainda é muito inci-
O
piente. percebemos essa lacuna. nenhum órgão oficial conseguia explicar por que aquela quantidade de lixo ficava exposta nas ruas, sem punição, sem uma política específica”, afirma Iunes. alternativas para a destinação de sucatas também foram retratadas na série. foi o caso de um navio abandonado que se transformou em instalação artística. outra curiosidade foram os casos de investimentos estrangeiros na reciclagem contrapondo a realidade dos investimentos nacionais, que ainda não são vultosos. para Iunes, concluir um trabalho como esse e ainda ser reconhecido com a premiação, confirma que a reportagem é o princípio, o meio e o fim do jornalismo. “ainda há espaço para boas reportagens e bons temas que impactem diretamente o cidadão”, salienta.
reprodução correIo brazILIense/dIvuLgação
Ivan Iunes
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reprodução tv gLobo/dIvuLgação
teLevIsão
Máfia em pagamento de seguros matéria tem que ser popular, exclusiva e, sobretudo, tem que trazer algum benefício social”, afirma o jornalista investigativo edson ferraz, vencedor da categoria televisão, da 22ª edição do prêmio cnt de Jornalismo. para ele, essas são as características principais que compõem um trabalho jornalístico bem-sucedido. ferraz e sua equipe foram premiados com a reportagem “a máfia do seguro obrigatório”, exibida no fantástico, da tv globo. o trabalho investigou as fraudes envolvendo o dpvat (seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres). com uma apuração criteriosa dos fatos e a precisão das informações, a equipe percorreu, por dois meses, o interior da bahia levantando os dados sobre o desvio do dinheiro
“A
do seguro. a reportagem revelou que os prejuízos aos cofres públicos podem chegar a r$ 1 bilhão em todo o brasil. o material conta até a história de um homem que caiu do cavalo e recebeu o valor do seguro. para elucidar o crime e produzir o material foram feitos contatos com representantes da polícia federal, da polícia civil, do ministério público, de hospitais e ainda com pessoas que cometeram a
fraude, políticos que articulavam o esquema e a seguradora responsável pelo pagamento das indenizações. sobre a premiação, ferraz comemora e diz que foi inesperada. “não trabalhamos pensando em ganhar prêmios. por isso, foi uma surpresa, além do fato de ter nomes importantes concorrendo. considero o reconhecimento da cnt um grande incentivo para a nossa profissão”, declara. l sergIo aLberto/cnt
Considero o ❛reconhecimento da CNT um grande incentivo para a nossa profissão
❛
edson ferraz tv globo
airton pereira, da abear (associação brasileira das empresas aéreas), e a equipe vencedora da tv globo
AVIAÇÃO
por
EVIE GONÇALVES
om a chegada do período de chuvas, a incidência de raios aumenta consideravelmente. no brasil, em particular, as atenções para esse tipo de fenômeno meteorológico devem ser redobradas, já que, por ser o maior país de região tropical, possui, também, a maior incidência de descargas elétricas do planeta. anualmente, são 50 milhões de raios, 400 acidentes e 110 mortes, em média, estatística que o leva à sexta posição mundial no número de óbitos. cientes do cenário de risco, as companhias aéreas investem cada vez mais em tecnologia a fim de evitar acidentes. e as estatísticas comprovam: apesar das descargas, sobretudo entre outubro e abril, a aviação é segura e possui mecanismos para repelir os raios para as extremidades das aeronaves, mesmo em casos de fortes turbulências. segundo dados do Inpe (Instituto nacional de pesquisas espaciais), cada avião comercial é atingido, em média, de uma a três vezes por ano. mas, em 99% dos casos, os danos são ínfimos. a maioria das ocorrências nem
C
eLat/Inpe - fábIo Ito/dIvuLgação
Segurança contra raios Chuvas acendem alerta para alta incidência de descargas elétricas; companhias aéreas investem cada vez mais em tecnologia para evitar acidentes e garantem que voar é seguro
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chega a ser notificada pelas companhias ao cenipa (centro de Investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos). entre 2009 e 2015, o órgão registrou apenas 11 episódios envolvendo raios, sendo que, na maior parte deles, houve pequenos danos. nas situações mais extremas, foi verificado prejuízo do radar meteorológico – equipamento que identifica a formação de nuvens mais pesadas. mesmo assim, o aparelho parou de funcionar momentaneamente, mas depois retomou suas funções. em 50 anos, acredita-se que os raios podem ter influenciado em, no máximo, dez ocorrências de acidentes aéreos em todo o mundo. “nunca é uma palavra que não se deve dizer na aviação. entretanto, com a tecnologia avançada no processo de fabricação de uma aeronave é pouco provável que aconteça um acidente. os aviões estão sujeitos a descargas. eles são atingidos por raios constantemente e o máximo que ocorre são antenas danificadas e pequenos furos na fuselagem”, afirma o major aviador césar de medeiros silva Júnior, do cenipa. o pequeno número de ocorrências pode ser explicado por um fenômeno chamado gaiola de faraday. a estrutura externa da
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PREVENÇÃO asas e calda são os lugares do avião com maior
aeronave é metálica, normalmente composta de alumínio, que é um bom condutor de eletricidade. por causa do material, que funciona como uma blindagem, quando um raio atinge o avião, a corrente elétrica é conduzida para as extremidades e
garante, assim, proteção aos passageiros e à tripulação. essa mesma lógica se aplica a outros meios de transporte revestidos de metal, como carros, trens e navios (leia mais na página 45). de acordo com o coordenador do curso de ciências aero-
náuticas da pucrs (pontifícia universidade católica do rio grande do sul), hildebrando hoffmann, asas e calda são os lugares do avião com maior concentração de descargas elétricas. caso atinja a aeronave, o raio se dirige para esses pontos,
MORTES NO BRASIL
50 milhões
PERFIL DAS VÍTIMAS FATAIS por gênero 82%
de raios caem todos os anos no país goL/dIvuLgação
a cada
18%
50 óbitos no mundo,
1 ocorre no território nacional 121
mulheres
homens
84 75 am
por faixa etária
pa to
mt
100 go
97
mg
ms 103
25%
0-14 anos
sp pr
129
rs
90
15-24 anos
43%
263
127 Estados com mais mortes (dados de 2000 a 2014)
24%
25-59 anos
CIRCUNSTÂNCIA DAS FATALIDADES 25%
19%
atividades rurais
8%
11%
por estações do ano
dentro de casa próximo a um veículo embaixo de árvore
5%
8%
60 anos ou +
8%
5%
43%
33%
15%
9%
verão
primavera
outono
Inverno
19% Outros Jogando futebol
sob coberturas
na praia
(varandas, toldos, deques)
Nº DE VÍTIMAS REGISTRADAS 193 140 2000
2001
137 2002
123 106
93
2003
2004
125
2005
160
121
2008
113 2006
2007
89 2009
2010
82
113
99
98
2012
2013
2014
2011
Total: 1.789 mortes (Brasil 200-2014) fonte: grupo de eletricidade atmosférica - Inpe
concentração de descargas elétricas
em que, normalmente, estão instaladas as antenas de navegação e de comunicação. as antenas de navegação servem para que a tripulação saiba a posição da aeronave em relação ao solo. elas transmitem informações para as telas que ficam em
frente ao piloto, na cabine de comando. em caso de um raio danificar essa antena, o piloto fica sem a informação de forma direta. mas hildebrando garante que existem outras formas de obtenção do dado. “diferentes sistemas oferecem a mesma informação à
tripulação, como, por exemplo, o de aproximação por instrumentos. por meio de sinais de rádio, o piloto sabe se o avião está alinhado com o eixo da pista.” Já as antenas de comunicação – localizadas na calda do avião - permitem o diálogo entre
a tripulação e o centro de controle de tráfego aéreo ou entre os pilotos e controladores de voo. o sistema pode ficar incapacitado momentaneamente. contudo, assim como no sistema de navegação, também existem alternativas. “não existem casos de danos
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casos maIs comuns
80% das vítimas morrem ao ar livre as mortes por raios possuem causas diversas. segundo o Inpe (Instituto nacional de pesquisas especiais), 80% dos casos acontecem em ambientes abertos. entre 2000 e 2014, foram 1.789 óbitos, sendo 25% das ocorrências relacionadas a atividades rurais, 19% dentro de casa, 11% próximas a um veículo, 8% embaixo da árvore, 8% jogando futebol, 5% sob coberturas, 5% na praia e 19% relacionadas a outros episódios não mencionados. de acordo com o coordenador do grupo de eletricidade atmosférica, osmar pinto Júnior, entre os casos de acidentes ao ar livre, é muito comum pessoas próximas a meios de transporte serem atingidas. a lógica é simples. a estrutura metálica dos veí-
nesses dispositivos que tenham inviabilizado a continuidade do voo”, garante o coordenador. Aéreas além das antenas, as companhias aéreas possuem diversos mecanismos para evitar acidentes. a azul informou que atua com equipamentos modernos, chamados descarregadores estáticos, adaptados para cada tipo de aeronave. além disso, segundo a assessoria de imprensa da companhia, os radares meteorológicos facilitam a identificação
culos atrai os raios. Logo, se a pessoa estiver perto do carro, do lado de fora dele, corre riscos de ser surpreendida pela descarga elétrica. se estiver dentro, porém, está protegida. nesse caso, a explicação é a mesma da gaiola de faraday, dos aviões. o metal conduz a corrente elétrica para as extremidades dos veículos, o que faz com que ela se dissipe e não represente risco para quem está no interior. ele lembra de um caso próximo à araraquara, no interior de são paulo. relampejava muito no momento da aterrissagem de um avião. os pilotos, ao invés de esperarem os raios cessarem, resolveram descer e aguardar o ônibus que busca os passageiros e a tripulação embaixo da
de formações mais pesadas que, ocasionalmente, podem resultar em descargas elétricas. a goL também citou os radares meteorológicos e informou que qualquer sistema eletrônico da companhia é dotado de blindagem que protege a aeronave de sobrecargas externas. todos os aviões possuem controle de manutenção monitorado de acordo com as horas de voo, a quantidade de pousos ou o tempo de uso para que as tarefas de manutenção preventiva possam ser planejadas e realizadas. se-
asa do avião. resultado: um raio atingiu a aeronave e, como a tripulação estava ao lado de fora dela, acabou se acidentando. pessoas que trabalham no campo e que buscam abrigo da chuva debaixo de árvores também correm riscos. a explicação é que os raios caem frequentemente em lugares mais altos. cercas de arame também atraem as descargas elétricas, assim como a água do mar, que é salgada e, portanto, grande condutora de eletricidade. piscinas, rios e qualquer tipo de local com água devem ser evitados. as ocorrências dentro de casa também são comuns. pinto Júnior alerta para riscos associados a objetos ligados à rede elétrica, como chuveiro, telefone com fio e geladeira.
gundo a companhia, em caso de um avião ser atingido por um raio, o procedimento padrão é o voo prosseguir normalmente. após o pouso, a tripulação informa ao técnico de manutenção para que seja verificada a fuselagem da aeronave. Já a tam mencionou que possui, além dos equipamentos necessários para evitar acidentes, equipe especializada em prever e traçar rotas para que os aviões não cruzem em voo com tempestades elétricas severas. segundo nota da assessoria, a companhia
RISCO Locais como a água salgada, que
tecnoLogIa
Fuselagem de fibra nos próximos anos, a tendência no mercado aeronáutico é de que a fuselagem das aeronaves seja fabricada com material composto à base de fibra de carbono. mais leve do que o alumínio principal componente utilizado no revestimento das aeronaves esse elemento deve representar
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eLat/Inpe - frederIco vIebIg/dIvuLgação
TIPOS DE RAIOS eLat/Inpe/dIvuLgação
Positivos: ocorrem poucas vezes. representam de 5% a 10% dos casos. são mais intensos e duradouros. por isso, são mais perigosos.
eLat/Inpe/dIvuLgação
Negativos: ocorrem na maioria das vezes. representam de 90% a 95% dos casos. são mais fracos e têm duração menor, mas, ainda assim, causam riscos. fonte: Instituto nacional de pesquisas espaciais
é grande concutora de eletricidade, devem ser evitados no período de chuvas
de carbono é tendência no mercado aeronáutico economia de cerca de 20% de combustível. o grande impasse para a adoção da medida pela indústria é que, devido à menor condutividade elétrica do carbono, os efeitos dos raios podem aumentar, apesar dos constantes testes com descargas em laboratórios.
a principal crítica do mercado a esses testes é de que eles não conseguem reproduzir, em detalhes, todas as descargas emitidas na atmosfera. “será que essa estrutura, por ser menos metálica, coloca em risco as pessoas que estão dentro do avião?”, questiona o coordena-
dor do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe (Instituto nacional de pesquisas espaciais), osmar pinto Júnior. outras fabricantes, porém, argumentam que só será possível apurar os possíveis danos desse tipo de componente quando muitos aviões estiverem voando.
segue rigorosamente o programa de manutenção preventiva das aeronaves. nenhuma das aéreas afirmou ter sido vítima de acidentes envolvendo raios. Acidentes embora a tecnologia da aviação seja segura e as estatísticas comprovem isso, não é possível garantir que um raio não possa estar diretamente relacionado a um acidente. na década de 60, nos estados unidos, por exemplo, um raio atingiu o tanque de com-
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hIstórIa
Pesquisadores lançam livro em outubro, dois pesquisadores do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe (Instituto nacional de pesquisas espaciais), lançaram o livro “brasil: que raio de história”, com foco na dinâmica das descargas desde 1500 até os dias atuais. osmar pinto Júnior e Iara cardoso relatam os principais acidentes e tipos de mortes, além de tecerem discussão sobre o futuro dos raios no país.
segundo a sinopse, a bibliografia é fundamental para todos que, de alguma forma, se interessam pelo fenômeno meteorológico: dos cientistas aos engenheiros, passando pelos professores, alunos e apaixonados pela natureza, a aqueles que apenas querem saber como se proteger. o livro inclui levantamento inédito sobre as mortes por raios no brasil entre 2000 e 2014.
GUARULHOS fotógrafo capta momento em que aeronave
bustível de um avião e todos os passageiros e tripulantes morreram. recentemente, houve um caso na américa central. no momento do pouso, a aeronave foi atingida por uma descarga e acabou sendo partida ao meio. algumas pessoas morreram.
um caso emblemático foi o acidente da air france, em 2009, que caiu no oceano atlântico. segundo pinto Júnior, o avião entrou numa tempestade que congelou os dispositivos capazes de medir a altitude dele. assim, os pilotos ficaram sem a in-
segurança
“Não existe acostamento para o avião” eLat/Inpe - WILLIam soares/dIvuLgação
o avião é o meio de transporte mais seguro. a avaliação, do coordenador do curso de ciências aeronáuticas da pucrs (pontifícia universidade católica do rio grande do sul), hildebrando hoffmann, leva em conta o alto risco em caso de acidentes. por isso, segundo ele, a quantidade de equipamentos de segurança é bem maior nas aeronaves do que em outros modais. essas contam com sistemas de navegação, de controle, de automação (processos automáticos), de combustível e de
alimentação de motores. Já os carros, caminhões, ônibus, navios e trens possuem menos proteções justamente pela maior possibilidade de busca de socorro. “se um trem tiver que parar, está sobre os trilhos. um navio está sobre a água. não existe acostamento para o avião”, alerta. ele explica que todos os outros modais, porém, possuem mecanismos de proteção. os caminhões, por exemplo, possuem descarregadores eletrostáticos junto às rodas ou chas-
si, que funcionam como uma espécie de para-raios. os trens possuem rodas e trilhos metálicos, ou seja, a energia elétrica é dissipada para fora do veículo. os navios, por sua vez, também possuem para-raios nos mastros. além disso, a água salgada do mar é condutora e oferece proteção. “não conheço ocorrências de acidentes por conta de raios nos outros modais. as descargas podem afetar rádios, gps e equipamentos de navegação. mas a tripulação está protegida.”
PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES • não saia ou permaneça na rua durante as tempestades. se sair, procure abrigo em carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis, casas, prédios ou abrigos subterrâneos, como metrôs e túneis, em grandes construções com estruturas metálicas, e em barcos ou navios metálicos fechados • se estiver na rua, evite segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés, empinar pipas e aeromodelos com fio e andar a cavalo • evite celeiros, tendas ou barracos, veículos sem capota, como tratores, motocicletas ou bicicletas, e estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica • evite topos de morros, cordilheiras ou prédios, áreas abertas, campos de futebol ou golfe, estacionamentos abertos e quadras de tênis, proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas, trilhos, árvores isoladas e estruturas altas, como torres, linhas telefônicas e de energia elétrica • se estiver dentro de casa, evite usar telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica, ficar próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas, e tocar em qualquer equipamento ligado à rede elétrica • se estiver em local sem abrigo próximo e sentir pelos arrepiados ou pele coçando, ajoelhe-se e se curve para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles. não fique deitado fonte: Instituto nacional de pesquisas espaciais
passa próxima a uma descarga elétrica
formação precisa e continuaram subindo para locais com forte concentração de chuva. com isso, a aeronave perdeu a estabilidade, foi submetida a turbulências verticais intensas e entrou numa rota de queda livre. ele explica que a presença de
raios ao redor do avião ficou evidente após a degravação das caixas-pretas. um dos pilotos relata que o nariz do avião estaria esverdeado. “essa cor aparece quando existe um campo elétrico intenso”, explica. para o coordenador, várias perguntas sobre es-
se acidente ficaram sem resposta. “por que os pilotos não fugiram da tempestade? será que o radar não estava funcionando? nesse caso, será que o equipamento foi atingido por um raio de forma preponderante? ninguém nunca poderá saber.”
segundo ele, outras companhias visualizaram a tempestade e desviaram. ou seja, algum dispositivo de segurança pode ter sido atingido. “não podemos afirmar categoricamente que o avião está imune em 100% dos casos”, acredita. l
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AQUAVIÁRIO
equipe composta por cerca de 400 militares e 40 pesquisadores do Ieapm (Instituto de estudos do mar almirante paulo moreira) e das universidades federal do espírito santo, de são paulo, de vila velha e católica de santos tem a missão de avaliar as consequências para a fauna e flora da foz do rio doce e o impacto socioeconômico sobre a pesca e o turismo em Linhares (es) – região afetada pelo rompimento da barragem de fundão, localizada no subdistrito de bento rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de mariana, minas gerais. adquirido em 2013, como resultado de uma parceria estabelecida entre a marinha, ministérios da defesa e da ciência, tecnologia e Inovação, além das empresas petrobras e vale, o npqho (navio de pesquisa hidroceanográfico vital de oliveira) foi entregue à marinha no último mês de julho, e tem nessa a sua primeira grande missão.
A
Laboratório sobre águas navio de pesquisa oceanográfica da marinha monitora impacto da mancha de lama e resíduos na foz do rio doce por
batizado em homenagem ao patrono da hidrografia brasileira e herói de guerra vital de oliveira, o navio foi construído na china e teve custo total r$ 162 milhões. a plataforma de pesquisa pesa cerca de 3,5 mil toneladas e está equipada com o que há de mais avançado em termos de tecnologia hidroceanográfica. a embarcação dispõe de cinco laboratórios, um veículo operado remotamente
DIEGO GOMES
(rov, na sigla em inglês) que pode realizar explorações submarinas em profundidades de até 4 mil metros e equipamentos para captura de dados atmosféricos e monitoramento de mudanças climáticas. o comandante da marinha aluízio maciel explica que trata-se do navio mais novo da marinha do brasil, com capacidade de realizar todo tipo de pesquisa no mar, coletar da-
dos da coluna d'água do solo e do subsolo marinho. “a gente vai colocar esse navio em frente à área afetada, com diversos pesquisadores 24 horas pensando o problema. a ideia é medir a água, medir o solo e delimitar a extensão do problema, saber se está indo mais para o norte, mais para o sul ou mais para o mar. depois, vamos definir a melhor estratégia para solucionar o
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marInha do brasIL/dIvuLgação
problema o mais rápido possível”, diz. diversos aparelhos realizam medições de salinidade, toxicidade, temperatura e condutividade da água em tempo real, na superfície e em profundidades determinadas, enquanto cinco tipos diferentes de sonar fazem o mapeamento geológico e geofísico do fundo do mar e de camadas inferiores, nas quais se pode encontrar depó-
sitos de petróleo e gás natural. estas últimas funcionalidades, em particular, vão ser bastante úteis para a tarefa, uma vez que o nível de dispersão das partículas na água pode trazer um panorama mais claro acerca do impacto ambiental causado pelos resíduos tóxicos, da mesma forma que os sonares do navio podem revelar a extensão, a altura e do que se compõe a camada de rejeitos
minerais que se acumula sob o estuário do rio doce. muita expectativa cerca a divulgação da conclusão da pesquisa, dado o fato de que ela apresentará fatores importantes a serem considerados pelas autoridades competentes na punição aplicada aos responsáveis. “trouxemos vários equipamentos portáteis dos laboratórios do rio, para prosseguir essa análise
mais detalhada. vamos conseguir ter um resultado em até 24 horas de várias análises e, com isso, ir definindo a estratégia de coleta do navio lá na hora. outras terão que ir para o laboratório e aí demora um pouco mais. mas a intenção é mapear a área o mais rápido possível”, informa o comandante. o militar esclarece que a embarcação possui equipamentos, conhecidos como so-
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InspIração
Vital de Oliveira a escolha do nome para a embarcação não foi fortuita. morto em combate durante a guerra do paraguai (1864-1870), o capitãode-fragata manuel antônio vital de oliveira foi um renomado geógrafo e navegador. como hidrógrafo, ele realizou importantes pesquisas na costa entre os rios são francisco e mossoró, que foram largamente utilizados para a confecção
nares, com diversas frequências e, assim, vai ser possível delimitar, além da extensão, a altura da lama no local. “a principal importância de mapear o problema é saber como atacá-lo depois. vamos verificar se as ondas e as correntes estão ajudando a dissipar rapidamente o sedimento ou se está ficando re-
de cartas náuticas. essa, no entanto, não é a primeira homenagem rendida ao capitão-de-fragata: o vapor Itaúba foi incorporado à marinha brasileira em 1932, para exercer função de navio instrução. anos depois, durante a segunda guerra mundial, na função de navio auxiliar, vital de oliveira foi afundado por um submarino alemão, próximo à costa fluminense.
tido em alguma área específica”, declara. em relação a uma possível contaminação do solo ou dos organismos marinhos, o comandante destaca que especialistas na área de biologia vão monitorar a questão. “vamos analisar organismos que ficam fixados ao fundo do oceano. trazendo essa amostra para o
INVESTIMENTO o navio vital foi construído
laboratório, a gente consegue, com reagentes químicos, fazer as análises de quanto o sedimento está afetado”, disse. o npqho vital de oliveira destaca-se pela quantidade e qualidade dos equipamentos que traz a bordo, mas também por porte robusto (medindo 78 m por 20 m) e ampla capacidade operacional (o pe-
“A ideia é medir a água, medir o solo e delimitar a extensão do problema” ALUÍZIO MACIEL comandante da marInha do brasIL
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fotos fred LoureIro secom-es/dIvuLgação
FORÇA-TAREFA pesquisadores colhem amostras da água do rio doce...
na china e teve custo total r$ 162 milhões
ríodo de autonomia é estimado em 30 dias), que o põem na vanguarda da pesquisa oceanográfica atual. embora, à primeira vista, suas qualificações o inclinem para a atividade de pesquisa, o navio desempenha papel igualmente importante na ampliação da presença brasileira no atlântico sul e na zona equatorial,
...a ideia é medir a água, medir o solo e delimitar a extensão do problema
bem como na defesa das riquezas presentes nas jurisdições marítimas pertencentes ao brasil. esses três pontos concedem base ainda sólida para a ampliação dos limites da zona econômica exclusiva brasileira, prerrogativa a qual o brasil tem reivindicado da organização das nações unidas há alguns anos.
as pesquisas realizadas pelo vital de oliveira fornecem informações fundamentais acerca do perfil biológico, químico, geológico e geofísico da costa brasileira e das águas que a ladeiam, de modo a trazer, entre outras coisas, um conhecimento mais apurado sobre a vida marinha da região e dados que possibilitem
a composição de cartas náuticas mais precisas, o que tem impacto direto e positivo sobre a economia do país, seja para estabelecer parâmetros para pesca sustentável, seja para elaborar rotas de navegação mais rápidas e seguras, reduzindo sensivelmente os fretes e o preço ao consumidor final. l
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FERROVIÁRIO
História viva trens de turismo resgatam a memória ferroviária do país; admiradores têm 32 atrações de norte a sul, sendo a mais recente em guararema (sp) por EVIE
história da “velha senhora”, maior locomotiva a vapor em funcionamento no brasil, é antiga e remonta ao começo do século passado. construída em 1927, operava na estrada de ferro central do brasil e fazia o trajeto barra do piraí (rJ) são paulo (sp). foi assim até o começo dos anos 1970, época em que os trens a vapor foram substituídos pelos a diesel no país. receosos da imponente máquina ser desmanchada, como aconteceu com mui-
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GONÇALVES
tos trens, admiradores esconderam-na em uma linha desativada. assim, ficou abandonada por dez anos, debaixo de sol e de chuva. no fim da década, ela foi encontrada por operadores da antiga rffsa (rede ferroviária federal) e foi restaurada com nova finalidade: servir aos trens de turismo para resgatar a história do transporte ferroviário de passageiros no país. no fim dos anos 1980, foi abandonada novamente, tendo sido adquirida pela abpf (associação brasi-
leira de preservação ferroviária), em 1998, voltando a percorrer pequenos trajetos. até que cinco anos atrás foi escolhida como a locomotiva oficial do trem de guararema (sp), que começou a operar em outubro passado. até o início do funcionamento do trem, que faz o trajeto guararema – vila Luís carlos, em um total de 6,8km, várias etapas foram vencidas. a primeira delas foi outra restauração, em que a locomotiva foi totalmente desmontada e refeita.
esse processo levou quatro anos. além disso, entraves burocráticos fizeram com que a antt (agência nacional de transportes terrestres) só autorizasse o funcionamento da linha recentemente, o que retardou ainda mais o processo. “após três meses de operação, a procura tem sido muito boa. temos momentos bem cheios e o período das férias é movimentado na cidade. esperamos que a demanda aumente ainda mais”, afirma o diretor-secretário da abpf, bruno sanches. o trem opera sempre aos finais de semana e feriados e realiza duas viagens por dia, às 10h e às 15h. a viagem custa r$ 50,00 e dura cerca de duas horas e meia. além da locomotiva e dos carros de passageiros do século passado (um deles com mais de cem anos – também restaurado), o que já é uma atração à parte, os passageiros também têm acesso a uma vila ferroviária com bares, restaurantes, lojas e um pequeno museu. o trajeto, percorrido na velocidade máxima de 20km/h, integra a zona rural, o que embeleza ainda mais o percurso. o trem de guararema é apenas um entre os diversos trens de turismo no brasil. no total, são contabilizadas 32 atrações no país, sendo 26 integrantes da abottc (associação brasileira dos operadores de trens turísticos e culturais). a quilometragem total das linhas é pequena se considerada a extensão
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óskar sJostedt/dIvuLgação
ferroviária do país: dos cerca de 30 mil quilômetros de malha existentes, apenas 458 quilômetros são utilizados com finalidade histórica. entre os mais procurados está o trem do corcovado, no rio de Janeiro. todos os anos, mais de 600 mil pessoas são levadas ao cristo redentor pela centenária estrada de ferro do corcovado, passeio turístico mais antigo do país. Inaugurado em 1884 pelo imperador d. pedro II, o trem já levou papas, reis, príncipes, presidentes da re-
pública, artistas e cientistas em seus vagões. é também um passeio ecológico, pois atravessa a maior floresta urbana do mundo: o parque nacional da tijuca. diferentemente da maior parte dos trens de turismo, o funcionamento é diário, com saídas de meia em meia hora, tendo cada viagem duração de 20 minutos e extensão de quatro quilômetros. outra atração de visibilidade nacional é o trem do forró, que faz o trajeto recife (pe) – cabo de san-
to agostinho (pe). durante a viagem, os passageiros são animados por um trio de forró ao som de zabumba, triângulo e sanfona. cerca de 1.200 mil pessoas participam da festa, que sempre ocorre no período de festas juninas, aos finais de semana. o percurso de 84 quilômetros possui seis horas de duração e é percorrido na segunda linha mais antiga do país, tombada pelo Iphan (Instituto do patrimônio histórico e artístico nacional). o trem do vinho também é um
encanto à parte na serra gaúcha. a locomotiva a vapor percorre 23 quilômetros entre os municípios de bento gonçalves (rs), garibaldi (rs) e carlos barbosa (rs). a festa é animada por coral italiano, teatro e show. e na chegada das estações, os turistas são recebidos com vinhos típicos da região, além de suco de uva e espumante. Etapas o início da operação de um trem de turismo não é tarefa fácil.
LInhas
Abandono chega a 5.000 km Levantamento da abpf (associação brasileira de preservação ferroviária) revela que existem entre 4.000 quilômetros e 5.000 quilômetros de linhas abandonadas no país. a entidade, que tem o objetivo de resgatar a memória sobre trilhos nacional, se dedica a recuperar locomotivas antigas e malha subaproveitada, além de estações abandonadas. de acordo com o diretorsecretário da associação, bruno sanches, na época da privatização do sistema ferroviário, em 1997, a malha total da rffsa (rede ferroviária federal) considerada operacional era de cerca de 25 mil quilômetros. essa extensão foi repassada à iniciativa privada. o governo herdou a parte não-operacional. entretanto, no decorrer dos anos, muitos trechos em condições
de uso foram abandonados pelas concessionárias com a justificativa de que não havia demanda suficiente. para isso, as empresas fizeram acordo com a antt (agência nacional de transportes terrestres) para devolver os trechos. a abpf, que já opera em nove trens no país, pretende resgatar essa quilometragem subaproveitada. o processo, porém, não é fácil. “a gente nunca terá condições de cuidar de tudo porque não são só linhas, são vagões abandonados, sem falar nos prédios, nas estações e nos depósitos de carga. temos uma longa missão pela frente”. a expectativa é de que os próximos trens a serem implementados sejam os de cruzeiro (sp), curitiba (pr) e poços de caldas (mg). mas, todas as ideias ainda estão em fase de projeto.
PARANÁ trem da serra do mar percorre 110 km e foi eleito como uma das dez rotas mais bonitas do mundo
GUARAREMA com 88 anos, locomotiva foi restaurada
em alguns casos, pode levar até cinco anos. as dificuldades começam pelo número de órgãos envolvidos no processo. o dnit (departamento nacional de Infraestrutura de transportes) é o responsável pela cessão da malha e do material rodante da antiga rffsa (rede ferroviária federal) para operadores que desejam apostar em um novo projeto. o Iphan administra exclusivamente os bens históricos. Já a spu (secretaria de patrimônio da união) fica responsável pelas antigas edificações, como estações, por exemplo. por fim, a antt (agência nacional de transportes terrestres), além de vistoriar e autorizar o funcionamento da linha por meio
de uma outorga, também fiscaliza a operação regularmente. o processo pode ser feito de duas maneiras: o operador interessado aproveita uma ferrovia já concedida à iniciativa privada, normalmente para transporte de cargas, e negocia o transporte turístico com a própria detentora da concessão, ou entra com pedido de cessão de malha já existente, porém não concedida, junto ao dnit. antes disso, porém, é necessário um estudo de viabilidade com justificativa histórica, além de levantamento da rota e da concessionária que opera a malha, se for o caso. além da linha férrea, o dnit também disponibiliza o material rodante inutilizado. “quando o
fotos abottc/dIvuLgação
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PRINCIPAIS TRENS DE TURISMO • trem das montanhas capixabas - viana/es • trem das águas - são Lourenço/mg • trem das cachoeiras - rio acima/mg • trem da serra da mantiqueira - passa quatro/mg • trem do forró - recife/pe • trem da serra do mar paranaense - curitiba/pr • trem união da vitória/pr - porto união/sc • trem do corcovado - rio de Janeiro/rJ • trem do vinho - bento gonçalves/rs • trem das termas - piratuba/sc • estrada de ferro santa catarina - apiúna/sc • trem da serra do mar - rio negrinho/sc • trem moita bonita - paraguaçú paulista/sp • trem dos Imigrantes - são paulo/sp • trem cultural dos Ingleses - paranapiacaba/sp • trem caipira - são José do rio preto/sp • trem de guararema - guararema/sp • maria fumaça campinas a Jaguariúna campinas/sp
para o início da operação, em outubro
sistema foi privatizado, em 1997, as locomotivas a diesel foram transferidas pelo governo às concessionárias de carga. restaram poucas a vapor. quando solicitadas, essas normalmente são cedidas. caso o interessado queira explorar os outros vagões, é feito acordo de valor para uso com as próprias empresas, o que pode encarecer bastante o processo”, explica o presidente da abbotc, adonai filho. outra dificuldade é a recuperação do material rodante. segundo ele, só a reforma de um vagão custa, em média, entre r$ 150 mil e r$ 200 mil. o custo de transporte do trem até a oficina também é alto e, em alguns casos, chega a
TURISMO estrada de ferro santa catarina
r$ 150 mil. além disso, de acordo com o presidente da associação, as concessionárias cobram caro pelo “aluguel” da malha ou das locomotivas. no caso do trem de guararema, por exemplo, a abpf utiliza a malha da mrs Logística. a locomotiva, entretanto, é de propriedade da operadora. adonai acredita que, em termos de políticas públicas, o brasil está atrasado em comparação com outros países, sobretudo no que tange aos subsídios. “em vários países, o trem de carga tem que dar contrapartida para garantir o de turismo. aqui, temos a lei que obriga as concessionárias de trens de carga a viabilizarem duas linhas de passageiros por dia. entretanto,
fonte: associação brasileira dos operadores de trens turísticos e culturais
são as empresas que estabelecem o preço do uso da malha e as regras. o processo só anda após muita negociação”, lamenta. Mobilidade tradicionalmente, os trens de turismo operam em velocidades que não ultrapassam os 25km/h. além disso, os trechos são curtos, mas isso não é uma regra. o trem da serra do mar paranaense, que liga curitiba (pr) a paranaguá (pr) e foi eleito como uma das dez rotas mais bonitas do mundo, possui 110 quilômetros de extensão. o diretorexecutivo, da anptrilhos (associação nacional dos transportadores de passageiros sobre trilhos), rodrigo vilaça, defende o transporte
ferroviário com essa característica, ou seja, que integre turismo com mobilidade urbana, em maiores distâncias e velocidades. “é uma tarefa árdua diante da malha ferroviária e da infraestrutura que nós temos. precisamos, sim, admirar o passado, mas com a modernidade exigida pelo presente. além do resgate da história, também é necessário fazer com que os mais jovens passem a optar pelo trem”, argumenta. o trem pé-vermelho, que deve ligar as regiões metropolitanas de maringá (pr) e Londrina (pr) é outro exemplo, segundo ele, dessa integração. a ferrovia passará por 13 cidades percorrendo uma extensão de 150 quilômetros. l
PESQUISA CNT DE RODOVIAS - NORDESTE
por JANE
ROCHA
penas 6,5% das rodovias nordestinas têm estado geral de conservação considerado ótimo. é o que revela a 19ª edição da pesquisa cnt de rodovias realizada pela confederação nacional do transporte. segundo o estudo, somente 1.808 dos 27.555 quilômetros avaliados na região são considerados de excelente qualidade. a partir desta edição, a CNT Transporte Atual traz os detalhes da situação das rodovias de cada uma das cinco regiões do brasil. no nordeste, de acordo com o levantamento, a maior parte das rodovias avaliadas (56,1%) são consideradas péssimas, ruins ou regulares. a pesquisa aponta que 10.293 km são considerados bons; 9.282 km regulares; 4.091 km ruins; e 2.081 km, péssimos. o estudo avaliou aspectos como pavimento e sinalização contemplando extensões federais e estaduais pavimentadas. o levantamento aponta ainda que, em toda a região, são necessários r$ 11,5 bilhões de investimentos para a reconstrução, a restauração e a manutenção dos
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Rodovias dos trechos nordestinos avaliados 56,1% são
fotos pesquIsa cnt de rodovIas
precárias considerados péssimos, ruins ou regulares
trechos de rodovias danificadas. o professor do departamento de engenharia de transportes da ufc (universidade federal de ceará), Jorge soares, defende que as metodologias adotadas pelos órgãos do governo federal para a construção e recuperação das rodovias sejam atualizadas. “há 50 anos de atraso nas rodovias brasileiras. são técnicas e materiais utilizados na década de 1960 e que não atendem as demandas atuais. enquanto nos estados unidos as metodologias são revistas a cada 10 anos, no brasil leva-se meio século, no mínimo. o maior financiador de estudos e projetos de pesquisa americano é o órgão rodoviário federal. aqui não há investimentos em projetos e nem nos próprios órgãos”, critica. soares não se surpreende com as péssimas condições das rodovias nordestinas. o professor reforça ainda que a pavimentação antiga justifica a deformação permanente das rodovias. “não é à toa que as rodovias concessionadas têm qualidade melhor. a metodologia aplicada na construção e manutenção delas é bem mais moderna, com projetos bem feitos e bem executados. atualmente os órgãos públicos brasileiros não
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sem avanços
Infraestrutura atrasada prejudica a região o coordenador do mestrado em Logística e pesquisa operacional da ufc (universidade federal do ceará) e autor da proposta “estudos prospectivos sobre o desenvolvimento do nordeste”, João bosco arruda afirma que muitos dos investimentos realizados na década passada, principalmente no nordeste, voltaram-se para a recuperação dos modais sucateados e pouco se avançou na dotação de nova infraestrutura para fazer frente às demandas crescentes do desenvolvimento econômico do país. “o modal rodoviário, a despeito de sua atual grande densidade, carece de complementações de ligações do interior do nordeste aos novos polos regionais (cidades médias e arranjos produtivos locais) e de ligações entre esses polos, de forma a se criar uma rede
contam com laboratórios básicos quem dirá avançados”, conclui. segundo o ministério dos transportes não há previsão de investimentos públicos nas rodovias nordestinas pois o orçamento da união de 2016 ainda não foi aprovado no congresso nacional. Prejuízos a má qualidade da pavimentação das rodovias gera muitos prejuízos à economia do brasil.
de cidades com economias integradas”, defende. arruda reforça ainda que a atual hegemonia da rodovia na matriz modal regional de cargas tem criado grandes problemas e custos de manutenção para a malha rodoviária. o coordenador acredita que é necessário investir para fazer frente à recuperação, expansão e manutenção contínua do sistema rodoviário regional, com um caráter complementar ao futuro sistema troncal ferroviário. “o governo precisa alocar recursos no sentido de criar, expandir e manter um sistema de gestão de rodovias capaz de garantir a vida útil ótima dos pavimentos e possibilitar a operação da malha rodoviária com um aceitável nível de serviço ofertado aos seus usuários”, completa. arruda defende também
além da indústria, todos os setores produtivos que dependem do modal rodoviário são afetados. ao transitarem por vias saturadas ou mal conservadas, os veículos pesados apresentam o custo operacional maior, rodam menos, gastam mais combustível e efetuam menos entregas. além disso, o fato de os veículos cumprirem menos ciclos de entregas obriga as transportadoras a aumentar sua frota ou ter-
que a implantação da ferrovia nova transnordestina reduzirá significativamente os trechos rodoviários saturados na região. Isso deverá ocorrer pela atratividade que a ferrovia exercerá sobre as cargas potencialmente ferroviárias geradas pelos polos situados no interior e que demandarão os complexos portuários de suape (pe), pecém (ce) e Itaqui (ma). “quando se considera a implantação da ferrovia nova transnordestina percebe-se um significativo alívio dos acessos rodoviários aos portos de suape e pecém, desafogando as malhas rodoviárias já bastante congestionadas nas horas de pico, nas regiões metropolitanas de recife e de fortaleza. no mesmo sentido, os acessos rodoviários às capitais João pessoa (pb) e natal (rn) são bastante aliviados nesse cenário”, completa.
ceirizar serviços adicionais para atender a demanda colocando, assim, mais caminhões nas rodovias e, consequentemente, aumentando o preço dos produtos. segundo o estudo transporte & desenvolvimento - entraves Logísticos ao escoamento de soja e milho, realizado pela cnt, os estragos nas rodovias utilizadas para o transporte de soja e milho aumenta, em média, 30,5% o custo operacional para
ESTRAGOS rodovias do
o escoamento dos grãos. no norte e no nordeste o problema é mais grave com aumento médio de 48,3% no custo. de acordo com o coordenador do mestrado em Logística e pesquisa operacional da ufc (universidade federal do ceará), João bosco arruda, há uma significativa saturação nos eixos que ligam os complexos portuários de suape (pe), pecém (ce) e Itaqui (ma) aos polos de carga si-
CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AVALIADAS EM KM - REGIÃO NORDESTE
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS - EXTENSÃO TOTAL
nordeste em péssimo estado dificultam a circulação de veículos
tuados no interior da região bem como em relação aos acessos rodoviários às capitais João pessoa (pb) e natal (rn). “como consequência, as cargas que utilizam as malhas rodoviárias em direção às cidades-polos ou portos regionais fluem por muitos trechos com inadequadas condições de trafegabilidade. é necessário prever e alocar recursos no sentido de criar, expandir e manter
um sistema de gestão de rodovias capaz de garantir a vida útil ótima dos pavimentos e possibilitar a operação da malha rodoviária com um aceitável nível de serviço ofertado aos seus usuários”, defende. o vice-presidente da fetracan (federação das empresas de transporte de cargas e Logística do nordeste), nilson gibson sobrinho, está pessimista e afirma que não há perspectivas de investi-
mentos futuros nas rodovias nordestinas. “não há interesse das empresas concessionárias pois o fluxo de veículos nas rodovias federais é baixo. a única solução é a sensibilidade do governo federal em cumprir as metas estipuladas, porém fechamos o exercício fiscal de 2015 com deficit de r$ 120 bilhões”, argumentou. sobrinho afirma ainda que o atraso do reforço da pavimentação das rodovias de maior fluxo
e a lentidão na implantação do arco metropolitano que facilitará o acesso ao complexo Industrial e portuário de pecém são os maiores entraves do nordeste. “o governo precisa tirar o fluxo intenso da b-r 101, que corta o perímetro urbano da grande recife, com urgência. a precariedade das rodovias impede a competitividade e incide em maiores custos em função da lentidão do transporte”, defende. l
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DESPOLUIR
pneus
econômicos
de baixa resistência ao rolamento ou super single, modelos contribuem para a segurança, redução do consumo de combustível e emissão de gases poluentes por
s tecnologias utilizadas por fabricantes nos pneus oferecem uma série de benefícios para o consumidor como economia de combustível, segurança e redução na emissão de gases poluentes. de baixa resistência ao rolamento ou super single, os modelos oferecidos pelo mercado prometem
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JANE ROCHA
melhorar cada vez mais o desempenho dos veículos. as melhorias realizadas nos pneus geram grande efeito na redução de consumo de combustível. Isso porque o pneu é um dos principais responsáveis por dar resistência ao movimento do veículo enquanto ele tenta andar. esse tipo de pneu é desenvolvido especialmente
para suportar maior pressão fazendo o veículo rodar mais quilômetros com um gasto menor de combustível. estima-se que a resistência a rodagem dos pneus responde por 20% do consumo de combustível de um veículo perdendo apenas para o arrasto aerodinâmico e para a inércia da carroceria. o pneu de baixa resistência
ao rolamento, por exemplo, é produzido com diferentes componentes em borracha com tratamento especial e pressão mais elevada. a tecnologia minimiza a quantidade de energia necessária para movimentar o veículo. com uma baixa resistência ao rolamento, o pneu dissipa menos energia, contribui menos para as forças de re-
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fotos vInícIus LadeIra/cnt
sistência e, consequentemente, reduz o consumo de combustível e as emissões de dióxido de carbono (co2), gás que contribui para o aquecimento global. conhecido como pneu verde, ele também é produzido com óxido de silício, minério obtido nas cascas de arroz que reduz a resistência ao rolamento, prolonga a duração re-
duzindo a troca, poupando dinheiro e ajudando o meio ambiente. “esse tipo de pneu reduz em 5% o consumo de combustível. parece pouco, mas em grandes percursos a economia é perceptível. no final de 2013, a pirelli lançou uma nova linha de pneus deste modelo com estrutura que gera menos calor latente. o resultado é melhor
rolamento e, consequentemente, menos gastos”, explica o chefe de desenvolvimento de produtos truck da pirelli, rogério hasegava. Já o pneu super single, que substitui os dois tradicionais utilizados no eixo traseiro dos caminhões, possui uma nova concepção tecnológica que gerou uma construção muito
mais robusta. por ser mais leve que os duplos usuais, o super single reduz o peso em, aproximadamente, 900 quilos por conjunto de três eixos. além do ganho de carga útil, o pneu também traz benefícios como capacidade de carga unitária, economia de combustível devido à menor resistência ao rolamento, vanta-
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Impacto
Más condições das rodovias prejudicam o setor as más condições das rodovias brasileiras têm sido um empecilho para as empresas de transporte investirem nos pneus de baixa resistência ao rolamento ou super single. segundo o diretor superintendente da trelsa transporte especializado de Líquidos s.a, franco odorici, o desgaste desses tipos de pneus é muito grande quando a rodovia não possui pavimento adequado. “é o caso do nordeste e do norte do país. o estrago nessas regiões é tão grande que é necessário fazer trocas frequentes de pneus gerando um grande prejuízo. atualmente só utilizamos pneus de baixa resistência ao rolamento ou super single em algumas rodovias do estado de são paulo que possuem melhores condições de trafegabilidade ”, explica odorici. dos 120 veículos que fazem parte da frota própria da empresa carioca, 60 passaram pelo teste e utilizaram os pneus de baixa resistência ao rolamento ou super single de três fabrican-
gens ecológicas e de preservação de estradas pois o impacto dele no pavimento é mais uniforme do que o provocado pelo rodado duplo. desde 2013, a goodyear aposta no single nacional. batizado de regional rht 385/65r22,5, o pneu foi desenvolvido especialmente para as condições das rodovias brasileiras e fabricado no
tes diferentes. para odorici é mais vantajoso utilizar o modelo de pneu comum. “trata-se de uma tecnologia desenvolvida para rodovias de países europeus que contam com temperatura adequada. os modelos mais modernos são mais caros e não suportam circular em rodovias com más condições por muito tempo“, explica ele, que atua no mercado há 58 anos. o engenheiro de manutenção da transportadora americana, cláudio José seregati, concorda. dos 346 caminhões que fazem parte da frota da empresa que transporta cargas secas e fracionadas a granel, apenas 100 utilizam pneus de baixa resistência ao rolamento ou super single. ele conta que esses pneus são utilizados somente em algumas rodovias do sul e do sudeste. “o desempenho é excelente, mas não temos infraestrutura para utilizarmos em rodovias do país. para nos adaptar à realidade brasileira,
país. a companhia se baseou em pesquisas de tendências feitas pela indústria de caminhões. o estudo apontou que de 50% a 70% do transporte em percursos rodoviários de longa distância e regionais é feito em semireboques e reboques que são potenciais consumidores desses pneus. além disso, os argumentos em termos de economia são
procuramos colocar os caminhões que utilizam essa tecnologia em rodovias com condições melhores e, durante a noite, quando o asfalto está frio. assim preservamos nossos pneus”, explicou seregati. o diretor técnico da ntc&Logística e coordenador do decope (departamento de custos operacionais, estudos técnicos e econômicos), neuto gonçalves dos reis, defende a decisão de transportadores em utilizar pneus menos modernos por conta das más condições das rodovias brasileiras. ele reforça que apenas 12,4% das rodovias do brasil são pavimentadas sendo que a maioria está em estado péssimo, ruim ou regular. “na europa, onde pneus single predominam, os pavimentos são muito mais espessos. no brasil, geralmente, eles são muito esbeltos (finos) e, portanto, muito mais sujeitos a danos permitindo que os extralargos fiquem restritos a rodovias pavimentadas e boas”, explicou.
muitos, começando pelo investimento, que é menor. o valor cobrado em cada pneu super single é correspondente ao preço de um e meio dos convencionais. “esses pneus, de acordo com testes internos da goodyear, conseguem entregar como benefício a economia de até 4.000 litros de combustível para cada veículo da frota, uti-
INOVAÇÃO
lizando em todo o caminhão. é uma economia significativa. o pneu é o segundo maior custo para as frotas, o primeiro custo fica por conta do combustível”, reforça o gerente de marketing de pneus comerciais da goodyear, fabio garcia. Sondagem CNT de acordo com a sondagem cnt de eficiência energé-
COMPONENTES DO PNEU mais de 200 ingredientes compõem um pneu. todos eles têm papel vital na segurança, eficiência de energética, performance e sustentabilidade. esses componentes são divididos em cinco grupos: • borracha natural: o principal componente das camadas da banda de rodagem • borracha sintética: parte das bandas de rodagem dos pneus de carros, vans e veículos 4x4 • negro de fumo e sílica: usado como agente de reforço para melhorar a durabilidade • cabos de reforço metálicos e têxteis: o "esqueleto" do pneu, que cria a forma geométrica e oferece rigidez • Inúmeros agentes químicos: para propriedades exclusivas como a baixa resistência ao rolamento e aderência ultra-alta
pneu de baixa resistência ao rolamento minimiza a quantidade de energia necessária para movimentar o veículo
tica no transporte rodoviário de cargas 17,4% das empresas entrevistadas utilizam os pneus de baixa resistência e 15,1% usam os super single. foram realizadas 292 entrevistas considerando as empresas definidas como público-alvo desse estudo em âmbito nacional, segundo dados do cadastro do rntrc (registro nacional de transportado-
res rodoviários de cargas). com relação ao uso de pneus especiais, cerca de 60% dos entrevistados conhecem os pneus super single, enquanto apenas 42,1% conhecem os pneus de baixa resistência ao rolamento. o vice-presidente da abtc (associação brasileira de Logística e transporte de carga), nilson gibson sobrinho, consi-
dera a utilização abaixo das expectativas. “por ser um pneu que favorece a economia de combustível devido à baixa resistência ao rolamento e diante dos diversos benefícios, os modelos deveriam ser mais utilizados. soma-se a isso a falta de conhecimento dessa tecnologia”, argumenta. o consultor técnico da anIp (associação nacional da
fonte: michelin
Indústria pneumática), giovanni rossi, lembra que o coeficiente de resistência ao rolamento dos atuais pneus varia de 6 a 8 kg/t. segundo rossi, o número é baixíssimo em relação aos pneus diagonais utilizados no passado. “antigamente esse número girava em torno de 20 kg/t e deixava o rolamento do pneu mais pesado”, explica. l
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SEST SENAT
Tecnologia no treinamento cursos on-line de curta duração são especialmente construídos para atender as necessidades dos trabalhadores do setor de transporte por
tecnologia tem sido cada vez mais utilizada na educação. e os caminhoneiros sabem bem disso. os profissionais do transporte têm adotado ferramentas tecnológicas não apenas para estar em contato com familiares durante as viagens, ler notícias, acessar redes sociais, manter-se atualizados sobre o trânsito através de aplicativos e até conseguir trabalhos
A
JANE ROCHA
extras, mas, principalmente, para qualificar-se durante o tempo livre nas viagens. seja na boleia do caminhão, nas paradas para abastecer e descansar ou ainda nos cyber cafés, os caminhoneiros estão cada vez mais conectados com o mundo virtual e os benefícios que ele oferece. pelo aparelho celular, tablet ou até mesmo pelo computador os profissionais do transporte tem buscado qualificação de
acordo com o tempo disponível das viagens. no brasil, a oferta de cursos on-line no setor de transportes ainda é pequena, mas a tendência é que este mercado cresça. segundo a abed (associação brasileira de ensino a distância), o número de matrículas em cursos on-line multiplicou entre 2004 e 2013. apenas no ano passado foram ofertados 1.840 cursos desde o ensino fundamental até o doutorado.
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fotos sergIo aLberto/cnt
QUALIFICAÇÃO unidades do sest senat disponibilizam computadores para os motoristas realizarem cursos on-line
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“Com o Registro Nacional posso exercer regularmente o transporte rodoviário autônomo de cargas” SÉRGIO NUNES VIANA camInhoneIro
atento a isso, o sest senat está investindo cada vez mais na capacitação profissional via internet. os cursos a distância oferecidos pela instituição qualificam e atualizam os profissionais para o mercado de trabalho, oportunizando o acesso, especialmente àqueles com dificuldades de acompanhar uma formação presencial. os cursos são ofertados para trabalhadores do transporte, transportadores autônomos e dependentes.
NA BOLEIA sérgio nunes aproveita o tempo disponível no
desenvolvidos em formato autoinstrucional, os cursos preveem acesso a um ambiente virtual de aprendizagem, onde o aluno tem a flexibilidade e a autonomia de estudar de acordo com sua disponibilidade. os conteúdos são oferecidos em uma plataforma moderna e dinâmica na internet e estão especialmente organizados para quem tem dificuldades em conciliar os horários de estudo e de trabalho. eles podem ser acessados
pelo portal da ead sest senat (ead.sestsenat.org.br). estão disponíveis cursos de formação inicial e continuada, todos de curta duração e voltados à capacitação ou à atualização dos profissionais que já estão no mercado de trabalho ou que buscam qualificação, além de conteúdos sobre temas das áreas de logística, negócios, saúde e meio ambiente. entre as oportunidades oferecidas em cursos livres estão
Logística: custos e nível de serviços, Logística: gestão de transportes e armazenagem, dst/aIds - da prevenção ao tratamento, noções de meio ambiente e gestão de tempo. Já entre os cursos regulamentados oferecidos estão transportador autônomo de cargas - tac e responsável técnico - rt. todos os cursos são gratuitos. além dos cursos a distância, o sest senat também realiza provas eletrônicas para tac (transporta-
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eXperIÊncIas
Cursos on-line pelo mundo
caminhão para realizar curso a distância
dores autônomos de cargas) e rt (responsáveis técnicos) exigidas pela antt (agência nacional de transportes terrestres) para a obtenção do rntrc (registro nacional de transportadores autônomos de cargas). as provas são gratuitas para contribuintes do sest senat agendadas pela internet e realizadas presencialmente nas unidades operacionais do sest senat em funcionamento em todo o país. até novembro de 2015,
o modelo de cursos on-line já foi adotado para treinamento de motoristas profissionais em países como a áustria e o canadá. no canadá, por exemplo, os cursos a distância são contratados por empresas e por carreteiros autônomos. a ama (alberta motor association) que ministrava cursos presenciais há 70 anos agora está investindo na modalidade on-line. o grupo oferece cursos de gestão de fa-
43.247 matrículas foram realizadas em cursos a distância no sest senat. os cursos on-line custos e nível de serviço, gestão de estoques e armazenagem e tac (transportador autônomo de cargas) foram os mais procurados. de acordo com o especialista em educação a distância da unb (universidade de brasília), célio da cunha, o sucesso do treinamento on-line depende da qualidade do curso ofertado e da dis-
diga, direção defensiva e agressiva, direção de Inverno, dentre outros. as aulas virtuais contam com imagens, gráficos, vídeos, animações além de atividades e testes de múltiplas questões. em caso de dúvidas o aluno pode entrar em contato por e-mail ou telefone. Já os americanos criaram um projeto voltado para a educação rodoviária. o projeto oLI (operação salvavidas) tem como intuito evi-
“O sucesso do treinamento on-line depende da qualidade do curso e do tempo dedicado” CÉLIO DA CUNHA especIaLIsta da unb
tar e reduzir o número de acidentes que acontecem em cruzamentos de trens por meio de cursos gratuitos para motoristas de ônibus escolares e para carreteiros. “o aprendizado dos motoristas é facilitado pois eles utilizam vídeos simuladores que representam um vídeo game para aprender a dirigir com segurança perto das linhas de trem”, explicou a diretora e comunicação da oLI, Libby snipe.
ponibilidade de tempo dedicada pelo estudante. “é uma dobradinha que tem tudo a ver com os dias de hoje. o caminhoneiro não tem tempo e nem estará no mesmo lugar todos os dias. o comprometimento em dedicar algumas horas do dia para os estudos pode render bons frutos desde que haja responsabilidade pois não há a cobrança do professor “, explicou. segundo a coordenadora de desenvolvimento profissional do
CURSOS EAD DO SEST SENAT LIVRES Logística: custos e nível de serviços curso aborda os conceitos essenciais de custo de produção e logísticos, estratégias para a formação de preços, nível de serviço logísticos e construção de indicadores, além de abordar sistemas de avaliação de desempenho por indicadores Carga horária: 30 horas Conteúdo programático: Capítulo 1 - custo total de produção e custos logísticos Capítulo 2 - formação de preços e fretes Capítulo 3 - nível de serviço logístico ao cliente Capítulo 4 - Indicadores de nível de serviço no transporte e na logística Capítulo 5 - sistema de avaliação de desempenho por indicadores Logística: gestão de estoques e armazenagem o curso aborda os principais conceitos e práticas da gestão de estoques de mercadorias, além de abordar o planejamento, organização e controle da operação de terminais e de armazéns de carga Carga horária: 30 horas Conteúdo programático: Capítulo 1 - terminais de cargas e armazéns; Capítulo 2 - organização dos terminais e armazéns layout; Capítulo 3 - recepção, conferência e expedição de cargas nos armazéns e terminais; Capítulo 4 - gestão dos estoques; Capítulo 5 - sistemas de controle de estoques, compras e processamento de pedidos. DST/AIDS - Da Prevenção ao Tratamento aborda as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no brasil, como identificá-las, como preveni-las, como trata-las e quais os direitos que o cidadão têm por lei Carga horária: 12 horas Conteúdo programático: Módulo 1: o que são as dst e o que é a aIds Módulo 2: as dst: causas e dst mais comuns no brasil Módulo 3: aIds no brasil: como surgiu, fases e sintomas, formas de transmissão, teste e diagnóstico, tratamento Módulo 4: preconceito X direitos Módulo 5: mitos relacionados as dst Módulo 6: sexualidade com responsabilidade Noções de Meio Ambiente aborda o importante papel que o indivíduo desempenha nos assuntos ambientais, contribuindo para a formação de cidadão mais atuantes e preocupados com a preservação ambiental Carga horária: 12 horas Conteúdo programático: Unidade 01 - meio ambiente: responsabilidade de cada um Unidade 02 - aquecimento global Unidade 03 - plante árvores Unidade 04 - Lixo: faça a sua parte! Unidade 05 - dicas para o consumo consciente Unidade 06 - conclusão
Gestão de Tempo oferece a reflexão sobre a importância da gestão do tempo na atualidade e algumas dicas e estratégias que ajudarão a conciliar as inúmeras responsabilidades e desafios que são impostos no cotidiano Carga horária: 12 horas Conteúdo programático apresentação gestão do tempo: uma breve definição o tempo e você tempo e produtividade tempo de trabalho e tempo de lazer ou livre a mulher do nosso tempo gestão do tempo cotidiano REGULAMENTADOS Transportador Autônomo de Cargas – TAC elaborado com foco nas ações dos transportadores autônomos para que exerçam suas atividades profissionais com a qualidade e a segurança exigidas pelo mercado, conforme a resolução antt n° 4.799/2015 Conteúdo programático Módulo 1 - conhecimentos básicos do setor de transporte de cargas Módulo 2 - Legislação específica do transporte de cargas Módulo 3 - procedimentos operacionais do transporte de cargas Módulo 4 - qualidade na prestação de serviços de transporte de cargas Responsável Técnico – RT elaborado com foco nas ações dos responsáveis técnicos para que exerçam suas atividades profissionais com a qualidade e a segurança exigidas pelo mercado, conforme a resolução antt n° 4.799/2015 Conteúdo programático Módulo 1 - contextualização do transporte rodoviário de carga Módulo 2 - Legislação do transporte rodoviário de cargas Módulo 3 - operação de transporte Módulo 4 - tópicos especiais
CAPACITAÇÃO sérgio ferreira
PROVAS ELETRÔNICAS Prova TAC A Prova TAC – transportador autônomo de cargas é agendada pela internet e realizada presencialmente nas unidades operacionais do sest senat. visa a certificação de caminhoneiros interessados no registro nacional de transportadores rodoviários de cargas – rntrc, da antt Prova RT A Prova RT – responsável técnico também é agendada pela internet e realizada presencialmente nas unidades operacionais do sest senat. visa certificar responsáveis técnicos de empresas e cooperativas de transporte de cargas que buscam o registro nacional de transportadores rodoviários de cargas – rntrc
sest senat, katiane batista, a intenção é que a educação a distância da instituição continue crescendo e oportunizado aos trabalhadores do setor do transporte, seus dependentes e aos demais interessados o fácil acesso aos estudos e o preparo contínuo e progressivo para o mercado de trabalho. “com os nossos cursos, os alunos estudam de acordo com seus ritmos
CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
67
Até novembro de 2015,
43.247 matrículas foram realizadas no Sest Senat realizou o curso on-line de transportador autônomo de cargas pelo sest senat por exigência da empresa que o contratou
“A principal vantagem dos cursos é a flexibilidade” SÉRGIO DOS SANTOS FERREIRA camInhoneIro
e rotinas e podem ampliar os seus conhecimentos e a empregabilidade.” sérgio dos santos ferreira começou a trabalhar como caminhoneiro há um mês. o curso on-line do sest senat para transportador autônomo de cargas on-line foi uma exigência da empresa que o contratou. ele conta que a rotina na estrada não permite realizar
cursos presenciais, mas isso não o impede de conquistar mais um diploma para o currículo. “a principal vantagem dos cursos on-line é a flexibilidade. basta ter um computador conectado à internet para poder acessar o conteúdo programático do curso que pode ser feito em qualquer horário ou local de acordo com a minha disponibilidade”, avaliou.
para o autônomo sérgio nunes viana, 35 anos, o curso será de grande serventia no mercado de trabalho. com o fim das aulas on-line, o caminhoneiro já agendou a prova para a obtenção do certificado. “com o rntrc (registro nacional de transportadores rodoviários de cargas) posso exercer regularmente o transporte rodoviário autônomo de cargas”, comemorou. l
FERROVIÁRIO maLha ferrovIárIa - eXtensão em km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas
30.499 28.996 11 12
BOLETIM ESTATÍSTICO
RODOVIÁRIO maLha rodovIárIa - eXtensão em km TIPO
PAVIMENTADA
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
66.712 119.691 26.827 213.230
12.666 105.601 1.234.918 1.353.185
79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607
federal estadual municipal rede planejada Total
maLha rodovIárIa concessIonada - eXtensão em km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veícuLos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque ônibus interestaduais ônibus intermunicipais ônibus fretamento ônibus urbanos nº de terminais rodoviários
19.463 1.195
2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173
AQUAVIÁRIO Infraestrutura - unIdades terminais de uso privativo misto portos
35
materIaL rodante - unIdades vagões Locomotivas
103.517 3.472
passagens de níveL - unIdades total críticas
12.289 2.659
veLocIdade médIa operacIonaL brasil eua
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO aeródromos - unIdades aeroportos Internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados
34 29 2.387
aeronaves regIstradas no brasIL - unIdades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo privado outros Total
669 1.579 8.825 8.328 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
163
hIdrovIa - eXtensão em km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias
12.021 7.854 1.800 7.321 28.996
122
frota mercante - unIdades embarcações de cabotagem e longo curso
maLha por concessIonárIa - eXtensão em km aLL do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs Logística s.a. outras Total
41.635 20.956 2.055
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
rodoviário
485.625
61,1
ferroviário
164.809
20,7
aquaviário
108.000
13,6
dutoviário
33.300
4,2
aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
70
CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
BOLETIM ECONÔMICO
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até novembro/2015 (R$ 8,72 bilhões)
Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até novembro/2015)
1,57 (17,9%)
25
R$ bilhões
20 15,00
15
0,18 (2,1%)
5,25 (60,2%)
8,72
10
6,47
5
1,72 (19,7%)
2,24
0 autorizado
rodoviário valores pagos do exercício
restos a pagar pagos
obs.: o total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.
aéreo
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - NOVEMBRO/2015
RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até novembro de 2015) Recursos Disponíveis autorizado união autorizado das estatais (Infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + Infraero) Investimento Total (Total Pago)
aquaviário
ferroviário
total pago
15.008,29 2.390,80 17.399,10 5.252,22 1.565,38 447,20 2.557,68 9.822,48
Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de Investimentos das empresas estatais (sIga brasIL - senado federal). Notas: (A) atualizado em 02.12.2015 com dados acumulados (sIga brasIL) até 30.11.2015. os dados das empresas estatais estão acumulados até outubro de 2015. (B) para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.
2014 pIb (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 Ipca (%)3 balança comercial6 reservas Internacionais4 câmbio (r$/us$)5
Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016
0,15* 11,75 6,41 -4,04
-3,16 14,25 8,52 13,43
-3,19 10,38 15,00
-2,04 14,13 6,64 31,68
363,55
357,17
-
-
2,65
3,77
3,95
4,20
Fontes: receita federal, sIga brasIL - senado federal, Ibge e focus (relatório de mercado 27/11/15), banco central Observações: (1) expectativa de crescimento do pIb para 2014 e 2015. (2) taxa selic conforme copom 25/11/2015 e boletim focus. (3) Inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) posição dezembro/2014 e novembro/2015 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até novembro/2015. * a taxa de crescimento do pIb para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado até o 3º trimestre de 2015 a preços de mercado.
EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 Investimento total
ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,3 1,0 0,8 0,6 aquaviário (união+cia docas) 1,5 1,8 2,4 2,9 aéreo (união+Infraero) 15,6 15,6 13,7 14,2 Investimento Total
2011
2012 rodoviário
ferroviário
2013 aquaviário
2014 aéreo
2014 9,1 2,7 0,8 3,3 15,8
Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de Investimentos das empresas estatais (sIga brasIL - senado federal)
8
R$ bilhões correntes
Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)
* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
REGIÕES3
Estados
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total pago2 por modal de transporte) acre alagoas amapá amazonas bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão mato grosso mato grosso do sul minas gerais pará paraíba paraná pernambuco piauí rio de Janeiro rio grande do norte rio grande do sul rondônia roraima santa catarina são paulo sergipe tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total
Rodoviário 56,03 138,24 52,74 0,02 408,69 51,47 0,00 29,84 56,71 97,81 121,26 82,36 517,50 204,40 14,54 72,02 210,59 1,00 65,27 5,46 293,57 24,89 43,03 344,92 2,61 75,35 86,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2.195,10 5.252,22
Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 22,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 117,91 0,00 0,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.422,91 1.565,38
Aquaviário 0,00 0,00 0,00 22,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 3,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19,47 0,00 0,00 56,75 2,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 66,81 182,34
Aéreo 0,46 0,00 0,00 2,32 8,31 0,00 0,00 0,02 4,81 0,17 2,75 0,00 0,57 0,00 0,15 0,36 3,35 0,00 0,55 0,00 0,38 0,50 0,14 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.697,75 1.722,61
Total 56,49 138,24 52,74 25,02 417,82 51,47 0,00 29,86 84,48 108,15 124,01 82,36 518,07 208,20 14,69 72,38 213,94 1,00 65,82 5,46 313,43 25,39 43,17 401,67 123,19 75,35 87,56 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.382,58 8.722,55
Ranking
maiores desembolsos4 (total pago acumulado até novembro de 2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região norte construção da ferrovia de Integração oeste-Leste - Ilhéus - caetite - ba manutenção de trechos rodoviários na região sul manutenção de trechos rodoviários na região centro-oeste manutenção de trechos rodoviários na região sudeste construção da ferrovia norte-sul ouro verde de goiás - são simão - go construção da ferrovia de Integração oeste-Leste - Ilhéus - caetite - barreiras - ba adequação de trecho rodoviário - porto alegre - pelotas - na br-116/rs construção da ferrovia norte-sul - santa vitória - Iturama - mg Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até novembro - 2015
R$ milhões6 738,52 562,46 542,70 526,98 409,66 403,56 368,82 224,22 220,96 204,02 4.201,90 48,2%
Elaboração: confederação nacional do transporte *orçamento fiscal da união, atualizado em 02.12.2015 com dados acumulados (sIga brasIL) até 30.11.2015.
Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: sIga brasIL (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor pago + restos a pagar pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a novembro de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
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CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR
PROJETOS
a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o programa ambiental do transporte despoLuIr, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
• redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS * ESTRUTURA federações participantes 27
RESULTADOS
AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2015 (até novembro)
avaliações ambientais (até novembro/2015) 1.484.485 aprovação no período
85,99%
unidades de atendimento empresas atendidas 95 caminhoneiros autônomos atendidos
12.999 14.923
* dados preliminares, sujeitos a alterações.
1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 4.734 0 2007
1.484.485 1.235.589 1.033.455 820.587 590.470 392.524 100.839
228.860
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES para participar do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado. SETOR FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS
Carga (empresas)
Carga (autônomos)
Passageiros
Carga e Passageiros
fetramaz ac, am, ap, pa, ro e rr fetracan aL, ce, ma, pb, pe, pI, e rn fenatac df, go, ms, mt e to fetcemg mg fetranspar pr fetranscarga rJ fetransuL rs fetrancesc sc fetcesp sp fecam-sp sp fecam-sc sc fecam-rs rs fecam-rJ rJ fetac-pr pr fetac-mg mg fetranorte ac, am, ap, pa e rr fetronor aL, pb, pe e rn fetrans* ce, pI e ma fetrasuL df, go, sp e to fetram mg fetramar ms, mt e ro fepasc pr e sc fetranspor rJ fetergs rs fetransportes es fetrabase ba e se
COORDENAÇÃO
TELEFONE
raimundo augusto de araújo Jorge do carmo ramos patrícia dante marta gusmão morais solange caumo renato nery carlos becker rodrigo oda sandra caravieri claudinei natal pelegrini Jean biazotto danna campos vieira thompson bahiense felipe cuchaba regiane reis rafhael pina adriana fernandes dias marcelo brasil vilma silva de oliveira milene rodrigues souza carlos alberto da silva corso roberto Luiz harth t. de freitas guilherme Wilson aloisio bremm João paulo da f. Lamas cleide da silva cerqueira
(92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (61) 3361-5295 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (31) 3531-1730 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622 (27) 2125-7643 (71) 3341-6238
* a fetrans corresponde à antiga cepImar, conforme atualização em julho de 2015.
E-MAIL fetramaz@fetramaz.com.br fetracan@veloxmail.com.br coordenacao.despoluir@fenatac.org.br despoluir@fetcemg.org.br despoluir@fetranspar.org.br despoluir@fetranscarga.org.br cbecker@sestsenat.org.br financeiro2@fetrancesc.com.br despoluir@fetcesp.com.br fillipedespoluir@fecamsp.org.br jeanbiazotto@hotmail.com dannavieira@fecamrs.com.br thompbc@gmail.com fetacpr@hotmail.com coordenadoradespoluir@gmail.com despoluir.fetranorte.am@hotmail.com despoluir@fetronor.com.br marcelobrasil@fetrans.org.br federacao.despoluir@gmail.com despoluir@fetram.org.br fetramar@terra.com.br despoluir@fepasc.org.br meioambiente@fetranspor.com.br despoluir-rs@fetergs.org.br coordenacaodespoluir@fetransportes.org.br despoluir@fetrabase.org.br
2015
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR: Materiais institucionais do Despoluir folder e portfólio
Série educativa de cartilhas com temas ambientais • os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro • meio ambiente: responsabilidade de cada um • caminhoneiro amigo do meio ambiente • queimadas: o que fazer? • Lixo: faça a sua parte! • aquecimento global • plante árvores
Sondagem Ambiental do Transporte demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas de transporte rodoviário.
Caderno Oficina Nacional Transporte e Mudanças Climáticas exibe o resultado dos trabalhos de 89 representantes de 56 organizações, com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidade urbana, transferência modal e tecnologias veiculares.
A mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15 apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação brasileira na conferência das partes das nacões unidas para mudança do clima.
A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no Brasil descreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.
Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargas Identifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursos naturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.
Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos e Renovação de Frota apresenta as diretrizes levantadas sobre o assunto no evento realizado pela cnt com a participação de especialistas da espanha, argentina e méxico.
A Fase P7 do Proconve e o impacto no Setor de Transporte apresenta as novas tecnologias e as implicações da fase p7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente. Procedimentos para preservação da qualidade do Óleo Diesel B elaborada para auxiliar a rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios a adoção de procedimentos para garantir a qualidade do óleo diesel b.
8
Caminhoneiros no Brasil: Relatório Síntese de Informações Ambientais – autônomos e empregados de frota presta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais deste setor de transporte.
para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
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CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
BOLETIM AMBIENTAL CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO
2010
2011
2012
2013
2014
diesel
49,23
52,26
55,90
58,57
60,03
gasolina
29,84
35,49
39,69
41,42
44,36
etanol
15,07
10,89
9,85
11,75
12,99
CONSUMO PARCIAL - 2015 (até outubro)** etanol 15% diesel 50%
gasolina 35%
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** dados atualizados em 23 de novembro de 2015.
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3) CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2014 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0
2010
rodoviário
2011
2013
2012
ferroviário
MODAL
2010
2011
2012
2013
2014
rodoviário
34,46
36,38
38,60
40,60
41,40
ferroviário
1,08
1,18
1,21
1,20
1,18
hidroviário
0,13
0,14
0,16
0,18
0,18
35,67
37,70
39,97
41,98
42,76
2014
hidroviário
Total
PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em mil m3)
BIODIESEL • biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. • as principais matérias-primas do biodiesel produzido no brasil são a soja (76,6%), o sebo bovino (19,7%) e óleo de algodão (1,2%). • atualmente, o diesel comercializado no brasil é o b7, isto é, composto por 7% de biodiesel e 93% de diesel de petróleo, em volume. * dados atualizados em 30 de novembro de 2015.
4.000
3.420
3.500 3.000 2.500
2.673
2.717
2.917
2011
2012
2013
2.386
2.000 1.500 1.000 500 0
2010
2014
PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR Industrial 8,9%
mudança no uso da terra 76,3%
3.299
geração de energia 3,1%
outros setores 3,0%
Rodoviário 7,8% Aéreo 0,5% Outros meios de transporte 0,4%
Transporte 8,7%
2015
(até outubro)
CNT TRANSPORTE ATUAL
75
DEZEMBRO 2015
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO fases países
p1
p2
p3
-
0
I
brasil* Japão união europeia austrália eua rússia
p5
p6
p7
II III proconve
Iv
v
p4
• proconve - programa de controle de poluição do ar por veículos automotores. criado pelo conama, tem o objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica gerada pelos veículos automotores. o programa tem como base a regulamentação praticada na união europeia (euro) para veículos pesados.
s (ppm)
10
15
euro
50
china méxico índia áfrica do sul
500 - 2000
* de acordo com o artigo 5º da resolução anp nº 50 de 23.12.2013, o diesel s500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. no entanto, constata-se que o s10 já é comercializado em todos os estados brasileiros.
NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - MARÇO 2015 5.000
4.518
4.500 4.000 3.500 3.000 2.500
2.082
2.000 1.500 1.000 500 0
1.223
1.869 1.575
914
1.002
810
676 418 657 675 354 404 290 226 176 95 40 ac aL am ap ba ce df es go ma mg ms mt pa pb pe
1.369 951 278 315
422 pI
51 pr rJ rn ro rr rs
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - OUTUBRO 2015 aspecto outros 0,0% * corante (*) percentual de reprovação do aspecto, por região: 4,3% 2,9% 0,0% (norte); 0,0% (nordeste): 0,0% (centro-oeste); 0,1% (sudeste) e 0,0% (sul).
teor de biodiesel 31,4%
ponto de fulgor 20,0%
8
enxofre 41,4%
para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
199 sc
233
se sp to
CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL 100% 90%
comerciais leves caminhões semileves caminhões leves caminhões médios caminhões semipesados caminhões pesados ônibus urbanos micro-ônibus motocicletas ônibus rodoviários automóveis
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
co
nmhc
noX
mp
ch4
rcho
co - monóxido de carbono; mp - material particulado incluindo o mp proveniente da combustão e do desgaste do veículo; nmhc - hidrocarbonetos não-metano; ch4 - metano; nox – óxidos de nitrogênio; rcho - aldeídos
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE
Poluentes monóxido de carbono (co) dióxido de carbono (co2)
Principais fontes resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
gás incolor, inodoro e tóxico.
Efeitos Saúde humana
provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
resultado da queima de combustíveis, além de atividades gás tóxico, incolor, inodoro. agrícolas, pecuária, aterros explosivo ao adicionar a água. sanitários e processos industriais1.
causa asfixia se inalado, além de parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.
aldeídos (rcho)
resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.
causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. aumenta a sensibilidade da pele. causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.
formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.
o no é um gás incolor, solúvel em água; o no2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.
o no2 provoca irritação nos pulmões. é capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.
resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.
provoca irritação e aumento na produção gás denso, incolor, não-inflamável de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas e altamente tóxico. respiratórios e cardiovasculares.
dióxido de enxofre (so2)
ozônio (o3)
poluente secundário, resultado de gás azulado à temperatura reações químicas em presença da radiação solar. os hidrocarbonetos ambiente, instável, altamente não-metano (nmhc) são precursores reativo e oxidante. do ozônio troposférico.
resultado da queima incompleta material particulado de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais (mp) e do desgaste de pneus e freios.
material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.
provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.
causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causadores da chuva ácida.
causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.
causa irritação no nariz e garganta. altera o ph, os níveis de está relacionado a doenças respiratórias e pigmentação e a fotossíntese nos casos mais graves, ao câncer de pulmão. das plantas.
processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.
8
Meio ambiente
diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. em grandes quantidades pode levar à morte.
metano (ch4)
óxidos de nitrogênio (nox)
1
Características
para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
“falta compromisso dos gestores públicos, que precisam abandonar o discurso e partir para instituir a segurança viária como política pública” TEMA DO MÊS
O que falta para o Brasil cumprir a meta da ONU de reduzir a
As metas da ONU e a falta de compromissos PAULO GUIMARÃES
ecorridos cinco anos do início da década de ações para a segurança no trânsito, ainda é muito difícil saber se o brasil atingirá a meta proposta pela onu de reduzir em 50% a projeção de mortos no trânsito até 2020. Isso porque, apesar de o país ser signatário do acordo internacional, não foi estabelecida uma meta concreta de redução. o início de qualquer bom planejamento passa pela execução de um bom diagnóstico. a organização mundial de saúde reconhece as estatísticas brasileiras como confiáveis em seu relatório global e, de fato, temos uma boa base do ponto de vista nacional. porém, o brasil é um país com características extremamente regionalizadas e isso se reflete tanto no comportamento dos usuários do sistema viário quanto na capacidade de gestão e atuação do poder público para a redução de acidentes, tornando o diagnóstico dos fatores de risco regionais prejudicado. mesmo diante das dificuldades em se ter diagnósticos mais precisos, o brasil elaborou dois grandes projetos desde a sanção do código de trânsito brasileiro, em 1997. o primeiro foi a instituição da políti-
D
PAULO GUIMARÃES engenheiro, diretor-técnico do observatório nacional de segurança viária e responsável pelo núcleo de estudos e pesquisas da entidade
ca nacional de trânsito, que estabeleceu metas por meio de um conjunto de 54 ações prioritárias para a redução de acidentes, mas que, ao longo do tempo, não foram priorizadas e tão pouco atingidas. em 2010, o recém-instituído comitê nacional de mobilização pela saúde, segurança e paz no trânsito, formado por representantes dos governos e da sociedade, instituiu o plano nacional de redução de acidentes e segurança viária para a década de ações para a segurança no trânsito 2011-2020, e que, apesar de bem elaborado, jamais saiu do papel. o brasil é conhecido como o país detentor de uma das melhores legislações de trânsito do mundo e, de fato, temos um excelente código de trânsito. porém, decorridos quase 20 anos de sua vigência, ainda não foi totalmente implementado e já sofreu 28 alterações, além da publicação de 566 resoluções que o complementam. talvez isso nos indique o motivo da tradição brasileira de leis que “não pegam”, pois são tantas alterações que a legislação, apesar de boa, não tem credibilidade. os acidentes de trânsito assolam democraticamente toda a sociedade, vitimando pessoas de to-
dos os gêneros e classes sociais. talvez por isso ainda não seja visto como um problema grave. perante os olhos da nossa sociedade, o acidente de trânsito ainda é tido como algo fatídico, inevitável e componente de nosso cotidiano. falta compromisso dos gestores públicos, que precisam abandonar o discurso e partir para realmente instituir a segurança viária como uma política pública em suas metas governamentais. falta compromisso da iniciativa privada, que além de buscar aumentar a sua produtividade e reduzir seus prejuízos com os acidentes viários, necessita olhar a sociedade ao redor influenciando e fomentando ações de segurança sob o ponto de vista de sua responsabilidade social empresarial. e, acima de tudo, falta compromisso da própria sociedade, que precisa entender que o seu comportamento individual afeta o bem-estar coletivo. se o assunto for realmente levado a sério nessas três esferas, passaremos a entender que cada um de nós tem a sua parcela de contribuição. só assim entraremos no rumo certo para tornar o trânsito brasileiro mais seguro, ético e cidadão.
“não podemos mais aceitar ‘estradas do inferno’ e ‘curvas da morte’ como se fosse destino ou fatalidade a perda de vidas por quem ali passar”
violência no trânsito?
Os desafios da Década de Ação de Segurança no Trânsito DIZA GONZAGA
o mês de novembro deste ano, o brasil foi sede da 2ª conferência global de segurança no trânsito. não tive como não voltar no tempo quando, com muita emoção, vi o rosto do meu filho thiago estampado em um imenso painel na abertura da 1ª conferência que aconteceu em novembro de 2009, em moscou. na abertura dessa conferência, o presidente da rússia pediu um minuto de silêncio em memória às vítimas do trânsito do mundo. o nosso “brazil”, sim com z, foi representado pelo rosto do meu jovem e amado filho. nessa conferência, foi aprovada, por mais de 150 países que lá estavam, a proposta para a década de ação pela segurança no trânsito, que tem como principal objetivo a redução de 50% das mortes no trânsito no mundo até 2020. passados cinco anos, estamos exatamente no meio desta década e o mundo tem se desdobrado para cumprir a meta proposta pela onu. e os resultados já começam a aparecer. segundo relatório da oms (organização mundial da saúde) publicado em outubro, o número de acidentes estabilizou-se e caiu em 79 países. Infelizmente, no
N
nosso brasil, a taxa de mortalidade no trânsito subiu de 18,7 para 23,4 por 100 mil habitantes. e já se aproxima dos países africanos que detêm o título de trânsito mais perigoso do mundo, com taxas de 26,6 por 100 mil habitantes. nossas leis, entretanto, foram consideradas adequadas e algumas delas como a proibição de álcool x direção, a Lei seca, receberam notas favoráveis na sua implementação. exemplo disso é o rio grande do sul, que, embora seja o estado onde o consumo do álcool inicia mais cedo, aos 12 anos, tem na capital porto alegre o menor índice de mistura de álcool x direção entre as capitais brasileiras. certamente o trabalho de educação e conscientização que a fundação thiago de moraes gonzaga tem feito há quase duas décadas, aliado à fiscalização, tem sido decisivo para esse índice positivo. Isso reforça a nossa certeza de que o que precisamos é de programas permanentes, fiscalização eficiente, passando por investimentos no sistema viário, que no brasil está há muito defasado e precário. não podemos mais aceitar “estradas do inferno” e “curvas da morte” como se fosse des-
tino ou fatalidade a perda de vidas por quem ali passar. o que falta para o brasil sair desse ranking da morte, que coloca o nosso país entre os três mais violentos e que mais matam no trânsito do mundo é, antes de mais nada, comprometimento e vontade política de nossos governantes. os recursos do dpvat, por exemplo, que deveriam ser aplicados em programas voltados à prevenção de acidentes são contingenciados e utilizados para outros fins que não a educação e a prevenção. enquanto o governo economiza esses recursos, milhares de brasileiros perdem a vida nas ruas, avenidas e estradas do brasil. portanto, é preciso unir esforços, pois o que vivemos no nosso país é uma verdadeira guerra, que não tem mísseis, bombas ou fuzis, mas que é responsável pela principal causa de morte de crianças e jovens e que deixa, por ano, mais de 300 mil brasileiros mutilados e muitas vezes incapacitados pelas sequelas dos acidentes. precisamos de políticas sérias e permanentes, e não só de campanhas pontuais às vésperas de feriados, afinal, educação é processo contínuo e permanente.
DIZA GONZAGA presidente da fundação thiago de moraes gonzaga, que atua na segurança do trânsito. a fundação surgiu após o filho de diza falecer em um acidente de carro
CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
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“a responsabilidade pela circulação de veículos em boas condições de segurança não é apenas do estado, mas também do proprietário do veículo” ALEXANDRE GARCIA
Nossa vistoria obrigatória e gaulle nunca disse que o brasil não é um país sério. foi meu colega Luís edgar de andrade que interpretou uma frase do embaixador brasileiro na frança, mas a frase ficou. ficou porque é verossímil. há mil indícios de falta de seriedade. um deles é a falta, até hoje, de inspeção veicular, que é lei há quase 20 anos. o código de trânsito é de 1997 e seu artigo nº 104 estabelece inspeção de segurança obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo contran. À exceção do estado do rio de Janeiro, isso é letra morta. a polícia rodoviária federal diz que só sob sua jurisdição, isto é, só nas estradas federais, a falta de inspeção que fiscalize a segurança dos veículos é a causa de 7.000 acidentes por ano, com 160 mortes. se essa tendência for projetada para todas as demais estradas e vias urbanas chegamos a mais de 3.000 mortes anuais provocadas exclusivamente pela falta de segurança de veículos desprovidos da necessária manutenção regular. na capital do brasil, o tribunal de contas relatou, com fotografias, o estado dos ônibus que transportam a criançada das escolas públicas. portas amarradas, alçapões no chão do corredor, poltronas rasgadas. sucatas com 20 anos de uso e sem a menor manutenção. são ônibus contratados pelo próprio governo do distrito federal, sem fiscalização da secretaria de educação e do detran. o tribunal nem fala da ausência total de cintos de segurança em ônibus escolares. sem freio, com direção cheia de folga, com suspensão desgastada, imaginem o que pode acontecer com as crianças em caso de colisão ou capotagem. um retrato de como o brasil cuida de seu futuro. o artigo nº 103 do código de trânsito proíbe a circulação de veículos que não atendam aos requisitos legais de segurança. e daí? vejo veículos com farol queimado passarem diante de agentes de fiscalização e nada acontecer. pneus carecas são comuns em carros, ca-
D
minhões e ônibus. fico imaginando como estão freios, direção e suspensão de veículos assim. mas é bom reconhecer que a responsabilidade pela circulação de veículos em boas condições de segurança não é apenas do estado, mas também do proprietário do veículo. aqui no brasil não se pode entregar ao estado a responsabilidade pela segurança, como se as leis fossem para valer. a segurança pública, por exemplo, se estivesse apenas em mãos do estado, estaria ainda em pior situação. é por isso que pagamos, além dos impostos que nos dariam direito à segurança, sistemas privados que monitoram nossos veículos e nossas empresas e casas. e ainda assim temos uma matança de 150 brasileiros por dia em homicídios dolosos e milhares de assaltos diários. o mesmo acontece com a segurança veicular. não dá para esperar que o poder público fiscalize as condições de segurança dos veículos. se fiscalizasse, não veríamos tanta sucata rodando. resoluções do contran e portarias do denatran não têm retirado do asfalto veículos com pneus carecas, sem freios, com suspensão e direção desgastadas e enchendo de fumaça o ar que respiramos. cada proprietário de veículo, pessoa física ou jurídica, precisa assumir sua responsabilidade com a segurança de seus veículos. a crise financeira por que passamos não pode agravar a insegurança nas vias, a matança no asfalto, que faz o brasil ter uma perda de vidas superior a qualquer guerra. o estado brasileiro já provou ser ineficaz; as leis brasileiras têm ficado no papel, mas se não reagirmos a essa decadência, nos tornaremos a um tempo cúmplices e vítimas da falta de respeito à vida. a segurança de nossos veículos tem que ser rotina obrigatória. uma simples calibragem periódica de pneus pode fazer a diferença em uma curva, em uma frenagem ou em uma emergência.
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CNT TRANSPORTE ATUAL
DEZEMBRO 2015
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade PRESIDENTE DE HONRA José fioravanti VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
newton Jerônimo gibson duarte rodrigues
Lelis marcos teixeira José augusto pinheiro victorino aldo saccol eudo Laranjeiras costa antônio carlos melgaço knittel José Luís santolin francisco saldanha bezerra João rezende filho dante José gulin mário martins
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
meton soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da fonseca Lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
eurico divon galhardi paulo alencar porto Lima TRANSPORTE DE CARGAS
flávio benatti pedro José de oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
edgar ferreira de sousa norival de almeida silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
glen gordon findlay edson palmesan TRANSPORTE FERROVIÁRIO
rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO
eduardo sanovicz Wolner José pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) Luiz maldonado marthos José hélio fernandes Jerson antonio pícoli eduardo ferreira rebuzzi CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) andré Luiz zanin de oliveira José veronez andré Luis costa
escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz anselmo trombini urubatan helou Irani bertolini paulo sergio ribeiro da silva oswaldo dias de castro daniel Luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides haiss paulo vicente caleffi francisco pelúcio
DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA
ESPAÇOS INVADIDOS
os prejuízos causados pelas más condições das rodovias brasileiras geram atraso econômico irreparável para o país. é necessário investir nas rodovias para garantir a segurança de quem circula pelas estradas brasileiras e permitir que as mercadorias cheguem em todos os pontos do brasil. esses investimentos precisam ser feitos com urgência.
o desrespeito aos limites das margens de rodovias e ferrovias brasileiras eleva os riscos de acidentes e gera prejuízo no transporte. precisamos de uma solução imediata para resolver a questão da moradia das pessoas que residem nesse locais e permitir que o transporte brasileiro não seja afetado.
COPA SEST SENAT
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
moacir da silva sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José percides rodrigues sandoval geraldino dos santos renato ramos pereira nilton noel da rocha neirman moreira da silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
marcos machado soares claudomiro picanço carvalho filho moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloísio sobreira José rebello III José roque fernando ferreira becker
DIRETORIA
raimundo holanda cavalcante filho
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Jorge afonso quagliani pereira
Luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra Leite
andré Luiz macena de Lima
Renato Soares Itajaí (sc)
Bruno Almeida contagem (mg) ENTREVISTA excelente entrevista com o mestre em sociologia, escritor e consultor internacional de educação e segurança no trânsito, eduardo biavati. diariamente perdemos parentes e amigos em decorrência de acidentes. biavati alerta, na entrevista, que a velocidade é o fator fundamental da violência no trânsito. ele reforça ainda que as campanhas brasileiras não dialogam com o público-alvo, que são os jovens.
eclésio da silva
Andréa Siqueira parati (rJ)
acompanhei desde o início da competição o esforço e empenho dos jogadores da equipe praia grande que representou a unidade de simões filho (ba). parabéns aos atletas que participaram e a unidade do sest senat de simões filho (ba) que oferece toda a estrutura necessária para os caminhoneiros e dependentes praticarem atividades físicas. Luciana Antunes simões filho (ba)
Cartas: saus, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes