É hora de investir

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XXII NÚMERO 253 OUTUBRO 2016

T R A N S P O R T E

A T U A L

É HORA DE INVESTIR Pesquisa CNT de Rodovias chega à sua 20ª edição registrando problemas no estado geral da maioria dos trechos avaliados. A expectativa agora é que o governo faça fortes investimentos na infraestrutura de transporte para abrir os caminhos do desenvolvimento econômico do país

PROJETO DO SEST SENAT REALIZA 92 MIL ATENDIMENTOS EM UMA DÉCADA




REPORTAGEM DE CAPA - RODOVIÁRIO 20ª Pesquisa CNT de Rodovias constata problemas no estado geral de 58,2% dos trechos avaliados em todo o Brasil. Expectativa da CNT é que os investimentos em infraestrutura de transporte sejam retomados pelo governo Temer Página 20

CNT

TRANSPORTE ATUAL ANO XXII | NÚMERO 253 | OUTUBRO 2016

ENTREVISTA

CRESCER

Carlos Júlio, especialista em administração

Regras do projeto são definidas

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É HORA DE INVESTIR Pesquisa CNT de Rodovias chega à sua 20ª edição registrando problemas no estado geral da maioria dos trechos avaliados. A expectativa agora é que o governo faça fortes investimentos na infraestrutura de transporte para abrir os caminhos do desenvolvimento econômico do país

COMANDOS DE SAÚDE • Ações do SEST SENAT e da PRF completa dez anos com mais de 92 mil atendimentos ao trabalhador do transporte pÁGINA

CAPA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

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FERROVIÁRIO

Revista detalha obras atrasadas ou paralisadas

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Nicole Goulart Bruno Batista Aloisio Carvalho Helenise Brant Myriam Caetano

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Tiragem: 40 mil exemplares

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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AQUAVIÁRIO

Estudo propõe classificação de hidrovias pÁGINA

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AÉREO

Passagens podem incorporar até seis taxas invisíveis pÁGINA

52 ACORDO DE PARIS

Brasil ratifica meta de redução de emissões pÁGINA

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EaD

SEST SENAT abre mais de 100 novos cursos no país pÁGINA

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Opinião

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Mais Transporte

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Boas Práticas

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Boletins

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Tema do mês

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Cartas

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Fortaleza é tricampeã da copa do SEST SENAT pÁGINA

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“É chegado o momento de unirmos forças para sair do imobilismo e enfrentar os desafios. A aprovação da PEC 241 é apenas o primeiro passo” OPINIÃO

CLÉSIO ANDRADE

Evitar gastança é o começo

A

retomada da política econômica sustentável no Brasil começa com o equilíbrio dos gastos públicos. A aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº 241, que estabelece, para os próximos 20 anos, um teto de despesas governamentais correspondente à inflação do ano anterior é o primeiro passo que levará à retomada do desenvolvimento econômico nacional. Esperamos que a votação no Senado ocorra com a mesma celeridade registrada na Câmara dos Deputados. O país precisa dar um basta à gastança, condição essencial para superar seus problemas estruturais, abrindo caminho para os investimentos e as obras de infraestrutura que darão impulso e sustentação a um novo e duradouro ciclo de prosperidade nacional. O quadro de descontrole fiscal deve ser revertido imediatamente. Só em 2015, os gastos primários do governo federal chegaram a 19,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Este ano, devem atingir 20,1%. A dívida pública, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já compromete 70% do PIB, o que caracteriza uma situação de insolvência caso não sejam tomadas medidas de correção desse quadro. O desajuste nas contas públicas tem efeito dominó, afetando a economia como um todo: acelera a inflação, inibe os investimentos, sufoca as empresas, impede o crescimento e leva o país à beira do colapso. Um dos sinais mais dramáticos é o desemprego crescente, que já afeta mais de 12 milhões de trabalhadores e suas famílias.

A mensagem de austeridade a partir da aprovação de um novo regime fiscal, com medidas confiáveis de reequilíbrio das contas públicas, proporcionará uma rápida recuperação da credibilidade e da confiança do mercado na macroeconomia brasileira. Só assim, conseguiremos reduzir a pressão negativa, criando um ambiente mais saudável e propício ao investimento, especialmente mais atraente para o capital estrangeiro do qual o Brasil depende para responder à grande demanda por obras de infraestrutura. Não há mais tempo a perder. A crise política, que por mais de um ano deixou o país em suspenso, está superada. É chegado o momento de unirmos forças para sair do imobilismo e enfrentar os desafios, que são muitos. A aprovação da PEC 241 é apenas o primeiro passo desse processo. Além do rígido controle dos gastos públicos, é preciso viabilizar as reformas imediatamente, sendo as mais urgentes a trabalhista e a previdenciária sem esquecermos das reformas política, tributária e administrativa. Nesse sentido, o Congresso Nacional é chamado a tomar posição em defesa dos interesses maiores do país. O que se espera é que o Legislativo vote com celeridade todas as reformas e os demais projetos estruturantes para que tenhamos um Estado moderno, flexível e eficiente, capaz de levar adiante as políticas públicas de superação dos entraves ao crescimento econômico, proporcionando as condições para o desenvolvimento sustentável do Brasil.


“Este é o momento para as empresas investirem em inovação, planejamento estratégico e treinamento de quadros” ENTREVISTA

CARLOS JÚLIO - ESPECIALISTA EM ADMINISTRAÇÃO, PROF

''Teremos 30 anos de prosperidade'' por DIEGO

O

Brasil atravessa uma intensa crise econômica. A instabilidade política, o aumento da inflação e o desemprego, o baixo crescimento dos setores produtivos e a alta do dólar atingiram em cheio diversas áreas da economia, como a atividade transportadora. O cenário sociopolítico, contudo, já dá indicativos de melhorias no médio prazo, e o empresariado precisa estar preparado para superar este período de incertezas. O caminho, para isso, é investir em uma gestão descomplicada. Essa é a avaliação de Carlos Alberto Júlio, especialista em administração de empresas, profes-

sor da USP (Universidade de São Paulo), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e comentarista da Rádio CBN. Convidado pelo SEST SENAT para ministrar palestra no Workshop Compartilhando Experiências, realizado em setembro, em Brasília, com a presença de diretores e supervisores das unidades operacionais de todo o Brasil, Carlos Júlio conversou com a CNT Transporte Atual sobre a importância da gestão para que as empresas possam se estabelecer no mercado de maneira sustentável. Segundo ele, as empresas que se prepararam, investindo

GOMES

em inovação, planejamento estratégico e treinamento de quadros, não precisaram lançar mão de medidas e ajustes drásticos. Mas, na visão do comentarista, com as sinalizações do novo governo Temer, mesmo as organizações que vêm sofrendo os efeitos da crise podem se reerguer. “Agora, mais do que nunca, é o momento de criar um plano consistente para o seu negócio. Se você acredita que, quando sairmos da crise, teremos uns 30 anos de prosperidade (o que eu acredito que acontecerá), é importante estabelecer uma musculatura mínima para superar essa fase. ”

Como as empresas precisam se portar em períodos de retração econômica como o atual, que vem perdurando há mais de dois anos? A crise não impacta todas as empresas e setores da mesma maneira. A tendência, por exemplo, é que o setor de alimentação básica sofra menos os efeitos da crise econômica do que o de viagens e turismo, porque as pessoas podem deixar de viajar, mas não de comer. Dentro de setores específicos, como o de transporte, as empresas são impactadas diferentemente. Normalmente, a gente percebe empresas que têm um caixa maior, menos endivida-


VITOR SÁ/CNT

FESSOR E COMENTARISTA mento, tudo isso contribui. Mas, no fundo, o que está por trás é se a instituição é ou não bem gerida. A empresa que tem uma gestão bastante acurada é focada em resultados e sempre administra bem seus custos. A gente costuma dizer que custo é que nem unha: tem que cortar toda semana, não somente em períodos de crise. Na verdade, vencer a crise é aproveitar até mesmo o atual momento para rever conceitos de gestão. Temos que identificar quais são as ferramentas que o mundo da administração e gestão tem para oferecer, seja na área da produção, de finanças, controladoria, auditoria, marketing e vendas. Quais competências um gestor precisa ter para ser considerado bom e útil à organização? A primeira competência para um bom gestor é a sua capacidade de tomar decisões. A leniência, a procrastinação e o “deixa que amanhã eu faço” são características de um mau gestor, logo, de uma empresa mal administrada. Portanto, como tomar decisões? Não existe uma relação direta entre decisão e resultado, porque isso não é uma igualdade, mas sim uma inequação. Muitas das decisões que a gente vai tomar não serão as melhores,

ou podem até mesmo serem equivocadas. Nesse sentido, entra o segundo elemento, que é o grande aliado da boa decisão: o tempo. É ele que me permite errar, começar de novo para, então, acertar. Existe virtude nos erros, que é o aprendizado. Isso tem muita relação com a célebre frase de Nelson Mandela: “Eu nunca perco, ou eu ganho ou eu aprendo”. Quando se tem tempo, você consegue refazer a sua decisão sem maiores prejuízos. Por isso, uma má decisão é aquela que você, geralmente, é obrigado a tomar em cima da hora. Isso acontece em função de um mau diagnóstico do momento. Além disso,

decisão não é tomada apenas para resolver problemas, mas também para aproveitar oportunidades. A agilidade que você precisa ter para resolver problemas é a mesma, porque se o seu concorrente for leniente e você proativo, você sairá na frente, se posicionará e terá uma grande vantagem. A decisão é determinante, porque, no fundo, a estratégia está relacionada às escolhas que as pessoas fazem. Estratégia é o ‘como fazer’, logo, se eu não sei como, não tenho estratégia. E o que precede a estratégia numa organização? Em toda boa gestão, a defi-

nição da estratégia começa na meta. As empresas que têm foco na meritocracia desenvolveram vários instrumentos para que todos na sua estrutura tenham metas. Ou seja, o porteiro tem meta, o presidente, idem. Todo mundo precisa ter metas claras. Ser avaliado pelas suas metas é um critério justo e motiva as pessoas, uma vez que elas sabem porque estão ganhando mais ou menos, se entregaram mais ou menos. E não se trata de uma questão de mais horas, mas sim de resultados. E a meritocracia vem disso. Eu consigo fazer o que estão me pedindo no tempo que eu disponibilizo para a empresa? Ao fazer essa gestão, temos o


importante aspecto que é a liderança, que é você bater as metas com consistência e qualidade por meio da equipe. O líder não é aquele que bate as metas, e sim o que faz o time bater as metas tal qual um bom técnico de futebol. Portanto, o líder é aquele que sabe contratar bem, capacitar bem, colocar a pessoa certa no lugar certo e remunerar de acordo com a performance. A grande missão de uma liderança é treinar e delegar até não precisarem mais dele. Esse é um atributo importante de um chefe moderno. E o que vai definir se esse jogo será bem jogado é a execução, sem subestimar a estratégia, as pessoas e os processos. Se o Brasil tivesse uma cultura de gestão organizacional mais bem consolidada em todos os setores produtivos e de serviços, os efeitos da atual crise econômica não teriam sido tão intensos? Com certeza. No caso da gestão pública, por exemplo, a gente percebe que, além da corrupção, nos últimos anos, houve a desmontagem de uma gestão pública mínima que funcionava. Foi o maior dano ao país. A nossa maior perda foi o aparelhamento do Estado por pessoas que não necessariamente conheciam as funções para as quais foram nomeadas, desde os cargos mais altos. Exemplo disso está no momento em que o governo,

no auge da crise, decidiu apoiar consumo e gastar recursos, em vez de geri-los. No curto prazo, é claro, todo mundo gosta. Mas como manter? Portanto, dentro dessa questão da gestão, a empresa que se preparou bem, está, hoje, saindo-se bem. Digo isso por experiência própria. Faço parte de cinco conselhos de administração de empresas e, nelas, houve preparação ao longo dos últimos dois anos para a crise. E todas estão atravessando essa fase de maneira satisfatória. Essa preparação não consiste necessariamente em corte de pessoas, mas sim em rever algumas contratações, preparar melhor as pessoas, avaliar seus produtos, gerenciar melhor o estoque, entre outros aspectos. Gestão é boa informação com bom senso. E para as empresas que, hoje, precisam enxugar quadros, rever tamanho de frota (os transportadores, no caso), qual é a alternativa para contornar as implicações dessa crise? Não existe uma receita para todas as empresas, porque há cenários distintos. Pode haver uma empresa cuja frota é grande, mas não consegue vender caminhão; empresa que pode estar sem caixa ou que seu proprietário não se importa em vender bens pessoais para injetar na empresa, e tem os que não misturam caixas. Agora, mais do que nunca, é o momento de criar um plano consistente para o

“Gestão é boa informação com bom senso”

Carlos Júlio conside

seu negócio. Se você acredita que, quando sairmos da crise, teremos uns 30 anos de prosperidade (o que eu acredito que acontecerá), é importante estabelecer uma musculatura mínima para superar essa fase: número de pessoas, tamanho de frota, recursos que preciso ter para aproveitar quando o mercado melhorar. Em contrapartida, no curto prazo, se eu não cuidar do presente, não haverá futuro; mas, se eu não me preparar para o futuro, eu não fiz a lição de casa. Se você conseguir preservar, neste período de retração, aquilo que vai te tornar competitivo na época da bonança, eu não duvido de que você recuperará tudo de volta em um ou dois anos, porque você estará mais bem preparado que seu concorrente.

Por que o senhor acredita que o Brasil superará a crise econômica em breve e dará início a um período de prosperidade? Todos os principais economistas brasileiros estão prevendo isso baseados em curvas macroeconômicas. A minha análise, contudo, consiste no fato de que, aqui no Brasil, ainda está tudo por fazer, em termos de infraestrutura de transporte, de energia, deficit habitacional, padrão de consumo. No Brasil, com boa gestão, custos adequados e sem corrupção, há muito a se fazer. Dinheiro tem. O que falta é gestão; fazer os recursos chegarem à ponta. Quando se consegue ter um mínimo de eficiência na gestão, os resultados


VITOR SÁ/CNT

mento da empresa. Ou seja, ao mesmo tempo em que você está formando pessoas, está sendo gerado conhecimento para o seu negócio.

era que boas gestões passam pelo investimento em treinamento de pessoal

aparecem. Nesse sentido, o presidente Temer, assim que assumiu, montou uma equipe econômica com nomes indiscutíveis. O desafio, agora, é fazer esse grupo funcionar, mas o caminho já está pavimentado. Qual é o papel da educação corporativa para alcançar eficiência e produtividade nos processos? Os empresários precisam investir mais em capacitação dos seus quadros? O empresário precisa acreditar nessa questão da capacitação e, até mesmo, perder o pudor em relação à educação para os negócios. Um exemplo prático disso: se pegarmos o lucro de um ano da Embraer e dividirmos pelo do ITA (Instituto Tecnológico

de Aeronáutica), o resultado será equivalente a 50 anos de orçamento do instituto. Olha o que uma escola de referência proporciona. Infelizmente, essa não é a regra. Há chefes que pensam que, ao investir em treinamento dos seus funcionários, esses, uma vez capacitados, deixarão a empresa; assim, eles preferem ter quadros não capacitados e não atualizados, que não entendem do seu negócio e dos seus clientes. Já eu considero que a empresa é uma espécie de 4º grau na formação das pessoas. Eu já comandei estudos que compravam que as empresas que mais retêm bons quadros são as que mais investem em treinamento. O processo de capacitação e treinamento se confunde com o próprio planeja-

Em relação ao novo governo, o senhor considera que o foco em reformas estruturantes e investimento maciço em infraestrutura é o caminho para retomar o desenvolvimento econômico? Nós estamos muito atrasados em questões importantíssimas. A Previdência, por exemplo, custa praticamente 12% da arrecadação de impostos, sendo que 8% são para pagar juros. Precisamos modernizar o Estado, e isso significa que devem ser cumpridas as leis e que precisamos de mais agilidade para gerir o país. Há duas maneiras de se fazer a economia deslanchar: ou se apoia consumo ou investimento. Nosso maior erro nos últimos 13 anos foi focar somente no consumo. Ao voltar nossas atenções ao investimento, a estrada fica, o aeroporto fica, assim, barateia-se toda a infraestrutura. Por isso, considero as reformas trabalhista e previdenciária e a PEC 241, que limita os gastos públicos, imprescindíveis para retomarmos o desenvolvimento. Não podemos gastar mais do que for arrecadado.

Diante dessa proposta de limitação dos gastos públicos, qual é o principal desafio do governo? O desafio, agora, é gastar com mais inteligência. O governo focará nas questões realmente prioritárias, como saúde e educação. Se precisar construir um aeroporto, por exemplo, terá de recorrer à iniciativa privada, então. Por que o governo precisa ter um aeroporto cheio de lojas? Precisamos começar a entender o que é o Estado e o que significa a sua obrigação de fazer o bem comum. Estado é o público, e não o privado. Eu sou da teoria de que quanto menor a presença do Estado, melhor. Estado mínimo possível e eficiente, e não ausente, com o gestor público prestigiado, bem informado e bem remunerado. Qual conselho o senhor daria para os transportadores que estão sofrendo com o atual momento de retração econômica? Reduzam seus custos ao máximo possível, com inteligência. Não percam pessoas-chave. Visitem mais clientes e inovem. O maior inimigo das empresas, hoje, é a máxima “sempre fizemos assim”. Só que o cliente não quer que você faça mais assim. Esse é o caminho. Além disso, fique de olho no endividamento, porque não dá para pagar essa taxa de juros da atualidade. Livre-se dos endividamentos bancários, que são extremamente ● pesados.


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MAIS TRANSPORTE FOTOS PÚBLICAS/DIVULGAÇÃO

Valor da multa passou de R$ 1.915,00 para R$ 2.934,70

Contra o abuso, multa pesada Quem for pego pela Operação Lei Seca dirigindo alcoolizado ou se recusar a fazer o teste do bafômetro pagará multa pesada. Devido às mudanças na legislação de trânsito, o valor subiu de R$ 1.915,00 para R$ 2.934,70 e o motorista ainda terá a carteira de habilitação suspensa

ARQUIVO CNT

Etanol mais competitivo O Ministério de Minas e Energia estuda uma alteração na tributação do etanol para devolver competitividade ao setor. O estudo está sendo feito em parceria com os Ministérios da Fazenda e da Agricultura. A decisão de aquecer o mercado de etanol

pelo prazo de 12 meses. O motorista que falar ao celular enquanto dirige também está sendo penalizado com mais rigor: a infração passou de média para gravíssima. Quem estacionar indevidamente em vagas de idosos ou de deficientes perderá sete pontos na carteira.

vem após a Petrobras reduzir o preço dos combustíveis (o valor para as distribuidoras foi reduzido em 3,2% no caso da gasolina, e em 2,7%, para o diesel) que cria ainda mais dificuldades para o setor, já que a medida diminui a competitividade do etanol.

Valor para as distribuidoras foi reduzido em 3,2% no caso da gasolina

China dominará o mercado aéreo até 2024 AIR CHINA/DIVULGAÇÃO

O número de passageiros dentro do território chinês dobrará até 2025

A China deverá ultrapassar os EUA e se tornará o maior mercado de aviação do mundo em número de passageiros até 2024 segundo a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos). As viagens globais dos passageiros deverão aumentar e a maior parte desse crescimento virá da região Ásia-Pacífico em um momento em que as economias estão se expandindo e

mais pessoas podem pagar as passagens. O motivo da futura liderança é que mais chineses estão voando no mercado doméstico e internacionalmente. O número de pessoas que voam de avião apenas de localidades dentro do território chinês quase dobrará até 2025, passando para 927 milhões ao ano, contra 487 milhões em 2015, segundo projeções da Iata, e atingirá 1,3 bilhão em 2035.


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Consumo de ARLA 32 está 42% abaixo do estimado ARQUIVO CNT

Deixar de usar o produto aumenta a emissão de poluentes

O ARLA 32 é um reagente químico à base de ureia, necessário para atender à fase P7 do PROCONVE, regulamentado pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes veiculares na atmosfera. Dados da AFEEVAS (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul) mostram que seu con-

sumo está 42% menor que o necessário para a frota em circulação de veículos com tecnologia SCR. Em comparação ao último levantamento, o deficit no comparativo de consumo apresentou leve redução. A situação ainda é preocupante, uma vez que cada caminhão que não utiliza ARLA 32 em seu sistema ou compra produto fora das especificações aumenta em 4,5 vezes as emissões de óxidos de nitrogênio na atmosfera.

Apple revê projeto de direção autônoma PIXABAY/DIVULGAÇÃO

A Apple está revendo suas ambições automotivas. Em 2014, a empresa iniciou o Project Titan, com foco no desenvolvimento de um sistema de direção autônoma. O projeto tinha a ambição de fazer a diferença no setor automotivo que, segundo estimativas da consultoria McKinsey & Co., valerá US$ 6,7 trilhões por volta de 2030. A fabricante do iPhone mergulhou em uma enorme onda de contratações e projetava um

veículo para o início da década de 2020. A empresa esperava revolucionar os carros do mesmo modo que o iPhone conquistou o setor de aparelhos móveis em 2007. Porém, no fim de 2015, o Projeto estava arruinado por desentendimentos internos. No começo de 2016, o diretor do projeto, Steve Zadesky, que foi engenheiro da Ford Motor e um dos primeiros criadores do iPod, abandonou o Project Titan.

A fabricante do iPhone planejava criar um carro até 2020

Cérebro sobre trilhos A GE lançou uma plataforma de “supercérebro” que transforma locomotivas em centrais móveis de dados – ajudando a

tornar os trens mais inteligentes e rápidos. O GoLINC permite que as operadoras ferroviárias reúnam informações de

sensores e câmeras para entender melhor o fluxo do tráfego ferroviário e as condições dos trilhos. Ele usa os dados

para tomar decisões inteligentes, mesmo em viagens pelas Montanhas Rochosas ou pelo Deserto do Mojave.


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MAIS TRANSPORTE RIOGALEÃO/DIVULGAÇÃO

Balanço aéreo no 1º semestre A tarifa aérea média doméstica real no 1º semestre de 2016 foi de R$ 322,44, um aumento de 0,2% quando comparada ao mesmo período de 2015 quando a tarifa média doméstica foi de R$ 321,66. O número foi divulgado no 35º Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Já o valor do quilômetro voado foi de R$ 0,28838/km, uma redução real de 0,2% no 1º semestre de 2016, comparado à primeira metade de 2015. Cerca de 58,3% dos assentos comercializados entre janeiro e junho de 2016 correspondeu a tarifas aéreas domésticas inferiores a R$ 300,00. Assentos comercializados com tarifas inferiores a R$ 100,00 representaram 9,5% do total, e as tarifas superiores a R$ 1.500,00 representaram 0,4% no período de janeiro a junho de 2016. O Estado com a menor tarifa aérea doméstica média real foi o Espírito Santo, com R$ 260,30, e o maior foi Roraima, com R$ 560,31. Em termos de quilômetros voados, o Estado com o maior valor foi Minas Gerais, com R$ 0,3925/km, e o que apresentou o menor valor foi o Amazonas com R$ 0,2240/km.

Óleo diesel lidera ranking de produtos mais lucrativos do país O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, no último dia 19 de outubro, a lista dos 100 produtos industriais com os maiores valores de venda em 2014, ano do último levantamento desse

tipo. Os dados fazem parte da PIA-Produto (Pesquisa Industrial Anual). No topo da lista, está o óleo diesel, principal combustível dos ônibus, que lidera o ranking de produtos mais lucrativos no Brasil com

receita de R$ 75 bilhões. No ranking dos 3.441 produtos mais lucrativos, os quatro primeiros (óleo diesel, minério de ferro, automóveis e gasolina) geraram 9,7% da receita das vendas industriais em

2014, que foi de R$ 2,2 trilhões. Juntos, esses cem produtos renderam uma receita de R$ 1,1 trilhão ou 51,6% da receita total das empresas industriais com 30 ou mais funcionários.


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Carro compartilhado é a nova tendência global PREFEITURA DE FORTALEZA/DIVULGAÇÃO

Segundo a consultoria norte-americana McKinsey, serviços como o compartilhamento de automóveis representarão um mercado de US$ 1,5 trilhão em 2030 - cerca de 22% da receita gerada pelo setor no mundo. No Brasil, existe o Vamo (Veículos Alternativos para Mobilidade), lançado há um mês em Fortaleza por meio de parceria entre a prefeitura

e as empresas Enel, Hapvida e Serttel. Comum na Europa e nos Estados Unidos, o car sharing (carro compartilhado, em inglês) é uma mistura de táxi e carro de aluguel. O interessado faz um cadastro na empresa que disponibiliza o serviço e assina uma mensalidade, recebe um cartão e já pode usar os veículos, basta reservá-los por telefone ou pela internet.

Veículo chinês BYD do programa Vamo de Fortaleza

Shell anuncia US$ 10 bilhões em investimentos no Brasil A petrolífera anunciou em novembro que irá investir US$ 10 bilhões no Brasil ao longo dos próximos quatro anos. O investimento será feito em projetos associados à

Petrobras na exploração do petróleo da camada do pré-sal. O anúncio foi feito pelo presidente mundial da petrolífera, Ben van Beurden, no dia 10 de novembro, após

uma audiência com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. A multinacional integra um consórcio formado pela Petrobras e por outras empresas para explorar

o petróleo de áreas profundas. Atualmente, as empresas privadas respondem por 17,1% do óleo produzido no país, percentual que pode chegar a 30% em 10 anos. SHELL/DIVULGAÇÃO


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MAIS TRANSPORTE DETRANPR/DIVULGAÇÃO

Depende do sistema Dirigir sem o documento do veículo não necessariamente renderá uma multa ao proprietário. De acordo com o artigo 133 da Lei nº 13.281/16, o porte do documento do veículo, o Certificado de Licenciamento Anual, “será dispensado quando, no ato da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar se o veículo está licenciado”. Sendo assim, o proprietário acabaria sendo punido se, por qualquer

razão, o sistema estiver fora do ar ou o fiscal que fizer a abordagem não conseguir acessá-lo. Vale ressaltar que isso não isenta a obrigatoriedade de portar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida. Dirigir sem estar com a CNH ou o documento do veículo é infração leve, sujeita à multa de R$ 53,20 e mais três pontos na habilitação, além de o veículo ficar retido no local até a apresentação da documentação.

Dirigir sem a CNH é infração leve, sujeita à multa de R$ 53,20

Passageiros querem chegar mais rápido

O

s viajantes estão dispostos a pagar mais caro pelas passagens aéreas, contanto que cheguem mais rápido aos destinos. É o que aponta um levantamento realizado pelo portal Skyscanner (site gratuito de pesquisa e comparação de

viagens de avião). De acordo com a pesquisa, o consumidor paga, em média, US$ 8 por hora economizada para chegar mais rápido aos seus destinos. Para realizar o levantamento, o Skyscanner analisou as 100 rotas de voos de longa duração (distância entre 6 mil e 11 mil

quilômetros) mais populares do mundo e os preços pagos pelos passageiros. Por outro lado, se as viagens forem mais curtas, com duração menor que sete dias, os passageiros estão dispostos a pagar um valor adicional, entre US$ 1 e US$ 2 por ho-

ra, por voos mais curtos. O levantamento também apontou que a popularidade da rota e o número de companhias aéreas cobrindo a rota são fatores que influenciam o valor que os passageiros estão dispostos a pagar para tornar o voo mais curto. ARQUIVO INFLYGHT AÉREO


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Curitiba testa ônibus que consome 65% menos combustível

D

ando continuidade aos projetos de incentivo à eletromobilidade e às tecnologias de baixa emissão de CO 2 , a Volvo Bus Latin America iniciou, em agosto, um novo programa de testes de ônibus elétricos-híbridos, em Curitiba (PR). Três veículos circulam em uma linha de 22 km. O primeiro deles é movido a diesel. O segundo é híbrido convencional (diesel + elétrico) e o terceiro, mais moderno, é elétrico-híbrido, com bateria mais potente que o anterior e recarregável, a cada 10 km, em até seis minutos. A Revista CNT Transporte Atual conferiu o veículo, a convite da montadora. Em dois meses de operação, a Volvo constatou

que o ônibus elétrico-híbrido consome 65% menos combustível que o modelo movido a diesel e 30% menos que o híbrido convencional. Os testes apontam ainda que o veículo, em um ano de operação, deve consumir 15 mil litros a menos de combustível que um movido a diesel. A bateria do ônibus elétrico funciona da seguinte maneira: até 20 km/h, o motor utiliza o diesel como combustível. A partir dessa velocidade, o veículo obtém energia pela frenagem e passa a operar no modo elétrico. “As baterias possuem maior capacidade e a carga externa permite que o veículo opere por mais tempo em modo 100% elétrico. O ganho é a redução de consumo de diesel e de emissões de

poluentes”, afirma o engenheiro de vendas da empresa, Renan Schepanski. O ônibus possui outras vantagens, como rede wi-fi e sistemas que possibilitam a obtenção de informações como a emissão de poluentes e permitem que, em áreas específicas, o veículo não ultrapasse a velocidade máxima de 40 km/h, mesmo que o motorista acelere. Além disso, os passageiros sabem o horário de parada com precisão, por meio de um aplicativo. O veículo possui capacidade para 80 passageiros por viagem. Os testes em Curitiba serão realizados até janeiro de 2017, quando o veículo volta para a fábrica, na Suécia. Esse é o terceiro período de testes da Volvo com ônibus elé-

tricos. O primeiro começou em 2012, com 30 veículos híbridos convencionais, que ainda operam na cidade. Até o momento, nenhuma bateria necessitou de troca e a expectativa é que durem, pelo menos, dez anos. O programa faz parte da estratégia da prefeitura de Curitiba de implementar a eletromobilidade na cidade, uma vez que somente 2% da frota de 1.600 ônibus possui veículos elétricos. A meta é aumentar a estatística para 10%, até 2020. Enquanto isso, os ônibus híbridos são todos abastecidos por biocombustíveis. Outra medida já em vigor é a redução da idade média da frota de elétricos, que passou de 10 para 12 anos. (Por Evie Gonçalves) VOLVO/DIVULGAÇÃO

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BOAS PRÁTICAS NO TRANSPORTE - COMBATE AO USO DE DROGAS E ÁLCOOL

Exemplo de empenho Para ser referência, Expresso Princesa dos Campos investe no combate ao uso de drogas e na capacitação de seus profissionais por

O

transporte rodoviário interestadual de passageiros está diretamente relacionado à responsabilidade de transportar vidas e ao inalienável direito de ir e vir. De acordo com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o setor é responsável por uma movimentação superior a 140 milhões de usuários por ano. Por esse motivo, cada vez mais empresas vêm investindo em programas de combate ao uso

DIEGO GOMES

de drogas e álcool e em campanhas de conscientização e de capacitação dos seus profissionais como forma de assegurar mais qualidade de vida e melhorar a segurança nas rodovias. Com aproximadamente 1.400 profissionais, sendo cerca de 450 motoristas, a Expresso Princesa dos Campos, do Paraná, sabe dessa responsabilidade. A organização desenvolve ações permanentes para o combate ao uso de drogas e álcool por parte

dos seus profissionais. Além do teste obrigatório do bafômetro antes do início de cada jornada de trabalho, a empresa realiza blitze surpresas em todas as suas unidades. Também são promovidas palestras informativas e treinamentos regulares para a capacitação, a orientação e a atualização dos motoristas. Com mais de 80 anos de história e atuação em sete Estados brasileiros, a empresa transporta anualmente 11 milhões

de passageiros por 30,6 milhões de quilômetros. Na frota, são aproximadamente 300 ônibus e 150 caminhões para encomendas rápidas. Para garantir mais segurança aos passageiros e aos seus profissionais, o grupo adotou, no segundo semestre deste ano, um novo procedimento. Foi implantando um sistema de biometria – confirmação da identidade através das impressões digitais – para a realização do teste do bafô-


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FOTOS EXPRESSO PRINCESA DOS CAMPOS/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT

Referência em assistência O SEST SENAT investe em ações e campanhas voltadas para a proteção e a recuperação da saúde dos profissionais do transporte. Nas Unidades Operacionais, são disponibilizados atendimentos psicológicos aos motoristas, com orientações acerca dos riscos que a utilização de álcool e drogas pode trazer para a segurança do trânsito. Em todo o país, já foram realizados mais de 390 mil atendimentos. Os interessados podem procurar as Unidades para agendar o tratamento, que é gratuito. Neste ano, como forma de aprimorar o serviço, o SEST SENAT estabeleceu um acordo de cooperação com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sometro. “A aferição já é um procedimento padrão da empresa. Mas, a partir de agora, o processo ganha mais confiabilidade com a utilização da tecnologia. Essa é mais uma ação para o aperfeiçoamento das ferramentas de controle e segurança. Estamos utilizando os recursos tecnológicos para garantir mais transparência aos nossos profissionais”, explica o presidente da Princesa dos Campos, Florisvaldo Hudinik. Segundo ele, a empresa já tem um histórico de investir

bre Drogas), do Ministério da Justiça, para capacitar os psicólogos das Unidades que atuam nessa área. Além disso, a instituição também trabalha o tema em seus projetos nacionais, como o Comandos de Saúde nas Rodovias, realizado, há dez anos, em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o Transportando Saúde nas Cidades e o Saúde nos Portos. Anualmente, em agosto, também é realizada a “Semana de Mobilização para o Combate ao Uso de Drogas e Álcool nas Estradas”. Durante cinco dias, o SEST SENAT oferece palestras, blitze educativas e orientações sobre os riscos do consumo de drogas. em ações regulares dessa natureza há décadas. Para a contratação de profissionais, por exemplo, o processo de seleção contempla várias etapas, entre análise de currículo, testes práticos de direção e exames de saúde. No caso específico do toxicológico, são exigidos os itens contemplados na legislação específica do Código de Trânsito Brasileiro. Na ocorrência de problemas pontuais, principalmente relacionados ao uso de álcool,

informa o dirigente da empresa, todas as situações são tratadas de maneira responsável, com o rigor que elas exigem. “Oferecemos todo o suporte necessário, por meio de acompanhamento profissional, requalificação e apoio das entidades especializadas nesse tipo de situação”, diz. Atenção à saúde A Princesa dos Campos também possui um setor específico de atendimento à saúde dos trabalhadores, com acompanhamento do quadro clínico, estímulo à prática esportiva e atenção nutricional. Periodicamente, são realizados exames e palestras com orientações sobre o tema. Além disso, desenvolve treinamentos, alguns em parceria com o SEST SENAT, com foco em suas áreas de atuação. Re-

centemente, a equipe de mecânicos participou do curso de mecânica automotiva. Também está em andamento, com os motoristas, treinamento para o atendimento a grupos prioritários formados por idosos, pessoas com deficiência e crianças. “Para capacitar e atualizar os nossos profissionais, contamos com a parceria de entidades, como o SEST SENAT, na realização de cursos, treinamentos e palestras”, diz o presidente Hudinik. Segundo ele, a empresa tem a preocupação com a integridade de todos os profissionais que atuam em nome da Princesa dos Campos. “Entendemos que é fundamental repassar à comunidade a necessidade de um padrão de condução e conduta que seja adequado às leis de ● trânsito.”


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REPORTAGEM DE CAPA - RODOVIÁRIO

O DESENVO

Na 20ª edição, Pesquisa CNT de Rodovias constata probl A precariedade vem se repetindo ano após ano. A expect para dinamizar a infraestrutura de transporte e ab


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PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

OLVIMENTO PEDE PASSAGEM

blemas no estado geral da maioria dos trechos avaliados. tativa é que o governo fará os investimentos necessários brir os caminhos do crescimento econômico do país


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“Acreditamos no governo, que tem demonstrado preocupação com esses investimentos em infraestrutura de transporte e logística” Clésio Andrade, presidente da CNT PONTOS CRÍTICOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

por

A

CYNTHIA CASTRO

s informações acumuladas em 20 edições da Pesquisa CNT de Rodovias contam uma história de contradições e prejuízos. O Brasil desenvolveu uma política de transporte baseada no modal rodoviário, mas tem resistido a fazer os investimentos necessários para adequar a infraestrutura à demanda nacional. “Além de ter uma malha rodoviária insuficiente para as dimensões do país, as más condições das rodovias brasileiras são um entrave à expansão do capital produtivo e uma barreira que há décadas impede o pleno desenvolvimento econômico regional e nacional”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade. Para ele, o investimento maciço em infraestrutura é uma das condições para o Brasil sair da crise e voltar a crescer. "Acreditamos no governo, que tem demonstrado preocupação com esses investimentos em infraestrutura de transporte e logística.

O presidente Michel Temer compreende as necessidades do país e está empenhado em solucionar os problemas", afirma Clésio Andrade. Hoje, mais de 60% da carga e cerca de 95% dos passageiros brasileiros trafegam por rodovias precárias em sua maioria. Essa é uma situação constatada pela Pesquisa CNT de Rodovias, realizada pela Confederação Nacional do Transporte e pelo SEST SENAT. A primeira edição foi em 1995. De lá para cá, todas as 20 edições desse estudo mostraram que a maior parte dos trechos pesquisados apresentou problemas em seu estado geral de conservação. Na última pesquisa, divulgada no dia 26 de outubro passado, foram constatados problemas no estado geral de 58,2% da extensão avaliada. Em relação ao pavimento, 48,3% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Já nas variáveis sinalização e geometria foram verificadas falhas em 51,7% e em 77,9% dos trechos, res-

BR-101/BA - Erosão na pista PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

BR-226/CE - Trecho com buraco grande

pectivamente. A Confederação não compara os resultados gerais da série histórica já que, ao longo dos anos, o estudo foi sendo ampliado e a metodologia, aprimorada. Por exemplo, na primeira edição, em 1995, foram pesquisados 15.710 km, enquanto neste ano o estudo atingiu 103.259

quilômetros de rodovias. Em qualquer quilometragem pesquisada em todas as edições, o resultado foi sempre o mesmo: a maior parte dos trechos avaliados apresentou problemas nesses 22 anos do estudo, que só não foi realizado em 1998 e em 2008. O descaso com o modal


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PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

ESTRATÉGIA

A saída é investir pesado BR-354/MG - Queda de barreira PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

BR-367/MG - Ponte caída

rodoviário também fica evidente quando se constata que, dos 1.720.756 km de rodovias brasileiras, apenas 211.468 km (12,3%) são pavimentados. De acordo com Clésio Andrade, a falta de planejamento e de investimentos no volume necessário são erros que se repetem ano

a ano e colocam o Brasil na contramão das políticas sustentáveis exigidas no Século 21. “Os prejuízos não são apenas econômicos. O Brasil vem perdendo muitas vidas nas rodovias, além de acumular um impacto ambiental considerável, pois rodovias precárias contribuem para um maior consumo de

Para solucionar os problemas e modernizar as rodovias brasileiras, a CNT estima que são necessários R$ 292,54 bilhões. A maior parte do investimento, R$ 137,13 bilhões, deve ser destinada à adequação da capacidade por meio de duplicação de rodovias; outros R$ 98,33 bilhões iriam para a construção e pavimentação; e R$ 57,08 bilhões, para a recuperação de pavimentos. O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, diz que, com esse investimento, será possível alcançar uma infraestrutura rodoviária com a qualidade e as dimensões exigidas pelo país. Ele também destaca que a estratégia de melhoria do setor deve conjugar a gestão com a ampliação da participação da iniciativa privada. “As concessões têm se mostrado, historicamente, como um bom remédio para esse problema. Mas não é

um remédio universal para todos os males. Não temos condições de implantar rodovias concedidas em toda a malha, porque não existiria demanda para isso”, afirma Bruno Batista. Além disso, segundo ele, a ação do poder público é indispensável para garantir as condições de movimentação na malha não concedida e permitir a integração e o aumento da eficiência logística do país. O diretor-executivo da CNT ressalta que a continuidade do investimento, público ou privado, é o que garante a qualidade das rodovias. “No caso das concedidas, com a cobrança de pedágio, a manutenção adequada acaba sendo um processo mais natural. A conta que se faz hoje é que o custo do pedágio é mais vantajoso do que trafegar em rodovias inseguras e que geram maior gasto de manutenção e têm alto risco de acidentes.”

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CNT TRANSPORTE ATUAL

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AVALIAÇÃO DAS RODOVIAS PESQUISADAS Estado Geral

Pavimento

11,6% 30,2%

Sinalização 14,0%

44,5%

34,3%

Geometria da Via 5,0% 17,1% 27,9%

7,2% 34,6% 35,8% 17,3% 6,3%

combustível e provocam maior emissão de poluentes”. Pontos críticos O estudo da CNT mapeia os trechos de rodovias com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caídas e erosões, que comprometem a segurança e contribuem para aumentar o risco de acidentes. Na pesquisa deste ano, foram registrados 414 desses pontos críticos, 89% a mais do que em 2011 e 26,6% a mais do que em 2015, um problema que pode estar associado a cortes orçamentários para a manutenção e falta de planejamento. As contradições nas políticas de transporte provocam situações escandalosas, diz Clésio Andrade, ao comparar os gastos com manutenção de rodovias e acidentes. Em 2015, o valor investido em infraestrutura rodoviária pelo governo federal (R$ 5,95 bilhões) foi quase a metade do que o país gastou com acidentes apenas na malha federal (R$

9,9% 2,6%

29,1% 12,7% 9,9%

11,15 bilhões). Esses prejuízos envolvem danos materiais aos veículos e às cargas, tratamento de saúde e perda de vidas. No ano passado, foram registrados 121.438 acidentes nas rodovias federais policiadas, sendo 5.622 com mortes, uma situação dramática que,

18,2% 31,8%

segundo Andrade, poderia ser resolvida com investimentos adequados. Além do recurso para as rodovias ser insuficiente, o montante autorizado não é aplicado na velocidade necessária. A pesquisa da CNT indica que 2015 foi o ano em que

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

houve o menor volume de investimentos em rodovias desde 2011. No ano passado, o governo federal planejou investir R$ 9,37 bilhões, mas só conseguiu aplicar efetivamente 63,48% desse montante em rodovias. Já em 2016, até setembro, dos R$ 6,55 bilhões

CONTRADIÇÃO

Expansão da malha não acompanha frota A expansão da malha rodoviária pavimentada no Brasil não acompanha o ritmo de crescimento da frota de veículos. Nos últimos dez anos (de julho de 2006 a junho de 2016), a frota cresceu 110,4%, enquanto a extensão das rodovias federais aumentou somente 11,7%. Atualmente, a densidade da malha rodoviária pavimentada do Brasil é ainda muito pequena, principalmente quando comparada com a de outros países de

dimensão territorial semelhante. São aproximadamente 25 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km2 de área. Nos Estados Unidos, são 438,1 km por 1.000 km2 de área. Na China, 359,9 km; e na Rússia, 54,3 km. Ao analisar as regiões brasileiras, o Nordeste concentra o maior percentual de infraestrutura rodoviária (30,8%), seguido do Sudeste (19,3%), do Sul (18,5%), do Centro-Oeste (17,6%) e do Norte (13,7%).

Além desses problemas, grande parte dos trechos que têm pavimento não estão em bom estado. Com isso, o Brasil ocupa a 111ª posição no ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial, no quesito qualidade da infraestrutura rodoviária. O ranking divulgado em setembro deste ano analisou 138 países. Na América do Sul, alguns países com melhor avaliação são Chile (30ª), Uruguai (98ª) e Argentina (103ª).


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VITOR SÁ/CNT

Para a CNT, má qualidade das rodovias afeta a competitividade do Brasil

EVOLUÇÃO DA PESQUISA CNT DE RODOVIAS EM KM PESQUISADOS

81.944

84.382

87.592

92.747 89.552 90.945

98.475 95.707 96.714

100.763

103.259

74.681

56.798

38.838

45.294 47.103 41.867 42.815 43.283

15.710

1995 1996 1997 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2009 2010

2011

2012 2013 2014 2015 2016

Nota: A Pesquisa CNT de Rodovias não foi realizada anos de 1998 e de 2008. Nota: A nos Pesquisa CNT de Rodovias não foi realizada nos anos de 1998 e de 2008.


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Síntese da pesquisa

103.259 km avaliados

58,2%

com deficiência no estado geral 48,3%

com problemas no pavimento

51,7%

com problemas na sinalização

77,9%

com problemas na geometria da via

78,7%

das rodovias concedidas são ótimas e boas

32,9%

das rodovias públicas são ótimas e boas

414

pontos críticos

26,6%

aumento dos pontos críticos de 2015 para 2016

R$ 292,54 bi investimento necessário em rodovias R$ 137,13 bi

adequação de capacidade por meio de duplicações

R$ 98,33 bi

construção e pavimentação

R$ 57,08 bi

recuperação de pavimentos

24,9%

aumento médio do custo operacional devido aos problemas do pavimento

R$ 2,34 bi

desperdício de diesel devido à situação inadequada do pavimento

R$ 11,15 bi

gasto com acidentes na malha federal em 2015


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RECURSOS PRIVADOS

Rodovias concedidas são melhores Nos trechos de rodovias sob concessão da iniciativa privada, 78,7% tiveram o estado geral classificado como ótimo ou bom. Em 21,3%, foram identificados problemas no pavimento, na sinalização ou na geometria da via (regular, ruim ou péssimo). Ao avaliar o estado geral das rodovias sob gestão pública, a Pesquisa mostra uma situação inversa: 67,1% apre-

sentam algum tipo de deficiência e estão classificados como regular, ruim ou péssimo. O menor percentual, 32,9%, foi considerado ótimo ou bom. A CNT considera que a iniciativa privada é menos burocrática e mais eficiente, portanto, consegue definir a aplicação dos recursos de forma mais rápida. Para estimular a participação da iniciativa privada

autorizados para infraestrutura rodoviária, R$ 6,34 bilhões foram pagos. Desses, 80,65% são relativos a restos a pagar de anos anteriores. Do orçamento de 2016, foram pagos apenas 19,4%. O investimento em infraestrutura de transporte (em todos os modais) está sempre muito

abaixo do que o país precisa. Em 2015, representou apenas 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto), índice ligeiramente maior do que o constatado na primeira edição da Pesquisa CNT de Rodovias, que foi de 0,14% do PIB. O maior investimento em relação ao PIB, na série analisada pela CNT,

em infraestrutura de transporte, a CNT defende a necessidade de o governo federal incentivar projetos técnicos de qualidade. Também é fundamental garantir a manutenção dos contratos já firmados, conforme destaca o presidente da Confederação, Clésio Andrade. “É importante ter transparência e objetividade nas regras de renovação de contratos.”

ocorreu em 1975 (1,84%). Aumento de custos "A má qualidade dos pavimentos das rodovias brasileiras tem relação direta com um aumento médio de 24,9% do custo operacional do transporte", conforme destaca o diretor da CNT, José

Classificação do Estado GeralGERAL - Gestões Concedida e Pública CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO - GESTÕES CONCEDIDA E PÚBLICA Gestão Concedida

Gestão Pública

1,3% 0,1%

7,8%

5,0%

19,9% 39,0%

39,7%

21,1%

27,9%

38,2%

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

Hélio Fernandes, também presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). Nos trechos onde o pavimento é considerado péssimo, esse acréscimo no custo das transportadoras e dos motoristas autônomos pode chegar a 91,5%. Um pavimento de má qualidade causa mais desgaste das peças dos veículos, aumentando os gastos com manutenção, lubrificantes, pneus e também o consumo de combustíveis. “Isso afeta diretamente a competitividade do Brasil. Toda a nossa exportação, ou quase toda, passa pelo caminhão. Esse custo adicional é muito prejudicial na competição com outros países”, afirma Fernandes. Entre as regiões brasileiras, a Norte é a que tem as piores condições de pavimento e, consequentemente, o maior acréscimo de custo operacional ao transportador (34,3%). Já a Sudeste, que concentra rodovias concedidas, é a região onde há menos custo adicional (21,2%). O custo do transporte é maior nas rodovias públicas, onde o acréscimo adicional médio é de 28,7% contra 9,6% nas rodovias concedidas. Prejuízo bilionário A Pesquisa da CNT apontou também que as condições precárias das rodovias devem gerar um prejuízo aos transportadores de R$ 2,34 bilhões em 2016, somente devido ao


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PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2016

TRANSPORTADORES

Infraestruturas de apoio A Pesquisa CNT de Rodovias também coleta dados relativos à infraestrutura de apoio nos trechos percorridos (postos de abastecimento, borracharias, concessionárias de caminhões ou ônibus/oficinas mecânicas, restaurantes, lanchonetes e Corpo de Bombeiros). O intuito dessa coleta é auxiliar os transportadores rodoviários, especialmente os caminhoneiros autônomos, a identificar a presença de loconsumo desnecessário de mais de 770 milhões de litros de diesel. Veículos de carga que transitam em pavimentos inadequados são obrigados a fazer mais frenagens e acelerações do que realizam em pistas de boa qualidade e, por causa disso, o consumo médio de diesel é aproximadamente 5% maior. Além dos prejuízos ao transportador e ao consumidor final, o meio ambiente também é afetado. A estimativa da CNT é que a queima de diesel excedente contribuirá para a emissão desnecessária de 2,07 megatoneladas de CO2 em 2016. O cálculo considera a previsão de consumo para o ano e o preço de revenda do diesel comum, R$ 3,015 o litro

cais para descanso, suporte mecânico, alimentação, abastecimento etc. O resultado não interfere na classificação qualitativa das rodovias. A pesquisa traz também as unidades operacionais do SEST SENAT, que oferecem assistência ao trabalhador em transporte, nas áreas de formação profissional e saúde, além de atividades esportivas, culturais e sociais. São 147 unidades em todo o país. (média de janeiro a agosto de 2016). Qualquer visão de longo prazo, comprometida com o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país, deve levar em conta a infraestrutura de transporte e em especial o modal rodoviário, lembra Clésio Andrade. Ele ressalta que os momentos de crise, como o que o Brasil atravessa, são uma oportunidade de corrigir erros históricos como os apontados na Pesquisa CNT de Rodovias. “A retomada econômica do Brasil, nos próximos anos, ampliará as demandas por maior eficiência na infraestrutura de transporte e reforçará a percepção de que o país precisa dispor de rodovias com maior

Número de pontos críticos aumentou 26,6% em relação a 2015


CNT TRANSPORTE ATUAL

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RANKING

Pior ligação

R$ 20,00

18,67

R$ 18,00 R$ 16,00 R$ 14,00

13,63

12,88

R$ 12,00

11,98

12,02

8,36

9,05

11,21

10,27

R$ 10,00

No ranking de ligações rodoviárias, a pior colocada da 20ª edição passa por Tocantins e Bahia. É a ligação Natividade (TO) – Barreiras (BA), formada pela BA-460, BA 460/ BR-242, TO- 040 e TO-280. Em 2015, essa ligação ocupava o penúltimo lugar (108º). A pesquisa analisa 109 ligações rodoviárias. São trechos com uma ou mais rodovias, que têm importância para o transporte de cargas e de passageiros. Nesta edição, as 19 ligações do topo da lista são compostas por rodovias de São Paulo, Estado que concentra rodovias concedidas. A melhor ligação é a São Paulo-Limeira, formada pelas rodovias SP-310/BR-364, SP-348.

Transporte Rodoviário Investimento 2016 (acum. até setembro) Autorizado: R$ 6,55 bilhões Total pago: 6,34 bilhões

9,35

9,37

R$ 8,00

5,95

R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 2,00 2010

2011

2012

2013

Autorizado

2014

2015

Total pago Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil.

nível de qualidade. Dados atualizados e precisos a respeito da infraestrutura de transporte serão cada vez mais necessários para o planejamento das políticas públicas e privadas de desenvolvimento”, con-

clui Clésio Andrade, citando a Pesquisa CNT de Rodovias como um dos instrumentos estratégicos para o transportador, mas também para os gestores públicos e empresariais nas mais ● diversas áreas.

O relatório na íntegra, informações por Estado, fotografias e mapas estão disponíveis na internet:

www.cnt.org.br.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE - BRASIL - 1975 - 2015 - INVESTIMENTO/PIB (%) 2,0

1,8

1,84

1,82

1,6

1,4 1,40

1,2

1,22 1,10

1,0

1,02

1,03 0,91

0,8

0,82 0,70

0,6

0,70

0,68 0,54 0,58

0,4 0,39

0,40

0,2 0,15

0,20

0,22

0,28 0,30 0,18

0,16

0,14

0,20

0,19

0,24

0,33

0,28 0,19

0,16

0,23

0,25

0,36 0,29 0,30 0,29

0,24

0,19

0,12

0,0

2015

2013

2014

2011

2012

2010

2009

2007

2005

2006

2003

2004

2001

2002

1999

2000

1997

1998

1995

1996

1993

1994

1991

1992

1989

1990

1987

1988

1985

1986

1983

1984

1981

1982

1979

1980

1977

1978

1975

1976

0,07

2008

R$ Bilhões

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO - TOTAL PAGO E AUTORIZADO - 2010 - 2015 - R$ BILHÃO

Fonte: Elaboração CNT com dados do Siga Brasil.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

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INFRAESTRUTURA

Novas obras para 2017 Crescer prevê 11 projetos para o setor de transporte; cronograma e regras começam a ser definidos por

C

om a intenção de reformular o modelo de concessões e garantir a estabilidade regulatória, o governo federal lançou o Crescer. O projeto é uma iniciativa para recuperar a confiança e a credibilidade junto aos investidores nacionais e internacionais e, com isso, destravar os investimentos necessários. No total, 11 projetos de infraestrutura de transporte integram a lista de prioridades.

EVIE GONÇALVES

Alguns já estão em execução, mas precisam de aportes adicionais para serem finalizados. Outros ainda estão em fase de estudos. “A intenção do projeto, que integra o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), é realizar concessões com capital essencialmente privado, diferentemente do PIL (Programa de Investimentos em Logística), que previa investimentos públicos”, afirma o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa.

Na área de rodovias, o governo priorizou os trechos BR-364/365 e BR-101/116/290/386. O primeiro é um relevante corredor para escoamento da produção agroindustrial do sudeste goiano e do Triângulo Mineiro. A concessão dos 437 km da rodovia deve durar 30 anos e tem investimentos previstos da ordem de R$ 2,8 bilhões para duplicação, recuperação, manutenção e conservação da via. Já o segundo englo-

ba os corredores da Região Metropolitana de Porto Alegre e Entorno que estão saturados e necessitam de intervenções. As obras possibilitarão a ampliação da capacidade das pistas, o que vai garantir maior trafegabilidade e segurança, redução de acidentes e congestionamentos. Os recursos previstos são de R$ 12 bilhões. Pelas regras do Crescer, as duplicações poderão ser realizadas conforme o volume, eliminando a obrigatoriedade de


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31 VITOR SÁ /CNT

Cronograma das obras do Crescer

duplicação nos primeiros cinco anos. Os trechos serão duplicados quando atingirem um fluxo definido no edital. A oferta de serviços de socorro e atendimento ao usuário também será disponibilizada de acordo com as necessidades de cada trecho. No setor ferroviário, três linhas férreas estão previstas no programa: Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), NorteSul e Ferrogrão. A primeira já está em obras, mas necessita de aportes adicionais para a conclusão do trecho de 537 km entre Ilhéus (BA) e Caetité (BA). A obra está a cargo da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A e já recebeu R$ 1,8 bilhão de investimentos públicos, mas ainda precisa de aportes de mais R$ 1 bilhão para a sua finalização. A NorteSul também precisa de investimentos para a conclusão do trecho entre Anápolis (GO) e Estrela d’Oeste (SP). Após finalizado, terá a extensão de 1.537 km desde Porto Nacional (TO) até o município paulista.

Rodovias

Ferrovias

Editais: 1º semestre de 2017

Editais: 2º semestre de 2017

Leilão: 2º semestre de 2017

Leilão: 2º semestre de 2017

Portos

Aeroportos

Editais: 4º trimestre de 2016

Editais: 4º trimestre de 2016

Leilão: 2º trimestre de 2017

Leilão: 1º trimestre de 2017

O investimento previsto é de R$ 727 milhões (confira reportagem sobre obras ferroviárias na página 38). Já a Ferrogrão, ainda em estudos, será o novo corredor ferroviário para exportação agrícola pelo Arco Norte, a partir de Lucas do Rio Verde (MT), passando por Sinop (MT) até Itaituba (PA). Com 1.142 km de extensão, a previsão é transportar 13 milhões de toneladas, em 2020, e 42 milhões de toneladas, em 2050. O investimento necessário é de R$ 12,6 bilhões. A concessão terá 65 anos. “Aumentamos os prazos das futuras concessões para dar segurança jurídica e previsibilidade aos investidores, garantindo regras claras nos contratos”, ressalta o ministro. Entre as medidas já definidas para as ferrovias, estão a revogação do decreto que tratava da política de livre acesso ao Subsistema Ferroviário Federal (Open Access). As novas outorgas serão realizadas sob o modelo que melhor se adequar a cada caso, mas a

interoperabilidade será assegurada por meio do compartilhamento da infraestrutura – tráfego mútuo e direito de passagem. Na área portuária, o governo prevê as concessões dos Terminais de Combustíveis de Santarém (PA) e do Terminal para a Movimentação de Trigo, no Porto do Rio de Janeiro (RJ). Os do Norte do país servirão para o escoamento de granéis líquidos (diesel, gasolina, querosene e etanol) para abastecimento do Estado do Pará, com investimentos de cerca de R$ 30 milhões. Já o do Sudeste visa atender aos moinhos do Estado do Rio de Janeiro que abastecem também o Espírito Santo e o sul de Minas Gerais. O investimento para o segundo será de R$ 62,7 milhões. Pelas regras do Crescer, o arrendatário terá a obrigação de realizar investimentos mínimos exigidos no edital e também pagar o arrendamento mensal durante todo o período da concessão. Nos casos de prorrogação de prazo, o

arrendatário implementará o plano de investimentos com a realização de melhorias nos terminais. O setor aéreo também será beneficiado com as concessões dos aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Os leilões levarão em conta o maior valor de outorga, porém, montantes mínimos serão fixados respectivamente em R$ 122 milhões, R$ 210,9 milhões, R$ 1,1 bilhão e R$ 1,3 bilhão. Segundo a Resolução nº 5 do PPI, os vencedores pagarão, à vista, 25% do total da outorga fixa somado ao ágio ofertado. Essas outorgas serão crescentes, com carência nos cinco primeiros anos. Já as variáveis anuais serão de 5% e incidirão sobre a receita bruta. A Infraero não terá participação acionária nessa rodada. Os principais benefícios serão a construção e a ampliação de terminais de passageiros, das pistas de pouso e de decolagem e dos estacionamentos ● para veículos.


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FOTOS ARQUIVO SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

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SEST SENAT por DIEGO

GOMES

"E

u estava na BR-080 e, de repente, fui parado pela polícia; nem sabia do que se tratava. Quando percebi, estava fazendo exames que há anos não tinha oportunidade de fazer. Fiz alongamentos como se fosse um atleta. Após o atendimento, descobri que estou com a pressão alta e acima do peso. A partir de agora, vou cuidar da saúde. A gente que está na estrada, dia após dia, não tem tempo de se dedicar à saúde.” Esse é o depoimento de Ronaldo do Carmo de Souza, do Distrito Federal, 48 anos, dos quais 20 foram dedicados à vida de caminhoneiro. Ele é um dos mais de 92 mil profissionais que já passaram pelo Comandos de Saúde nas Rodovias, projeto do SEST SENAT e da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que, em 2016, completa dez anos. Ao longo de uma década, a parceria entre as duas instituições vem investindo em uma campanha socioeducativa que busca conscientizar e prestar serviços de saúde aos trabalha-

dores do transporte diretamente no seu local de trabalho: as estradas. Quatro vezes por ano, às margens das principais rodovias brasileiras, esses profissionais são abordados pelos agentes da PRF e convidados a participar da ação, que inclui exames, palestras e distribuição de brindes e materiais com informações úteis sobre temas do dia a dia da profissão. Em comum, todas as

ações têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos motoristas profissionais e, assim, contribuir para a segurança nas rodovias brasileiras. “Essa ação tem por finalidade reforçar, junto aos profissionais do transporte, a necessidade de manutenção da saúde para evitar acidentes de trânsito, além de obter indicadores estatísticos sobre o perfil

do nosso público-alvo. Também buscamos conscientizá-los sobre temas relacionados à saúde física e mental”, explica o presidente dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT e da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade. O presidente destaca o fato de a iniciativa ser tão bem-sucedida a ponto de inspirar outros projetos da instituição.


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Uma década de atenção aos caminhoneiros Comandos de Saúde nas Rodovias, projeto do SEST SENAT e da PRF, completa dez anos com mais de 92 mil atendimentos; iniciativa chama atenção para a saúde dos motoristas profissionais


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TRANSPORTANDO SAÚDE

Atenção nas cidades Lançado em maio deste ano, o Transportando Saúde nas Cidades já atendeu aproximadamente 4.200 taxistas e motoristas de ônibus em várias cidades do país. Desenvolvido pelo SEST SENAT, o projeto tem o objetivo de oferecer bem-estar e melhores condições de saúde aos trabalhadores do transporte. Até o fim do ano, o projeto deve passar por 42 cidades oferecendo serviços de saúde também aos motoristas de caminhão. A expectativa é atender 15 mil profissionais em todo o país. Durante os eventos, são realizados em locais de grande circulação desses profissionais, como cooperativas, departamentos de trânsito, pontos de táxis e terminais

rodoviários, os profissionais realizam testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, além de aferição de pressão arterial e de glicemia. Também são oferecidas orientações nutricionais, de saúde bucal, sobre trânsito seguro e aulas de ginástica laboral, com foco na prevenção de problemas da coluna. Os trabalhadores também são orientados quanto às ações de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes desenvolvidas dentro do projeto Proteger, do SEST SENAT. O objetivo é despertar nesses profissionais um olhar crítico sobre a temática e incentivá-los a se tornarem agentes de proteção social na redução desse tipo de crime. O Comandos é realizado quatro vezes ao ano

“Verificamos a necessidade de levar os atendimentos para outros pontos de atuação dos trabalhadores do setor. Daí surgiram ações como o Saúde nos Portos e o Transportando Saúde nas Cidades.” O projeto oferece um contraponto à falta de tempo dos caminhoneiros, habituados às longas jornadas de trabalho e a correr contra o tempo para cumprir prazos. Dessa forma, reforça a importância vital de realizar exames para a detecção e a prevenção de doenças, ajudando-os a se informar para cuidar mais da saúde. Os motoristas passam por exames

rápidos, como aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, circunferência cervical e abdominal, teste de acuidade visual e auditiva, frequência cardíaca, glicemia e vacinação. “Às vezes, eu até tenho a intenção de fazer algum exame de rotina importante, mas dificilmente temos acesso às cidades. Esse tipo de ação leva a ‘saúde’ até nós”, celebra José Ricardo Souto, 44 anos, caminhoneiro autônomo há 15 anos, em Rondonópolis (MT). A diretora executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, comenta que, pelo

tempo que ficam fora de casa, percorrendo rodovias do Brasil adentro, muitos profissionais revelam a indisponibilidade de procurar serviços de saúde. Por esse motivo, segundo ela, é necessário que sejam implementadas ações de intervenção direta e eficaz, por meio de estratégias educativas. “A educação em saúde é uma prática social, um processo que contribui para a formação e o desenvolvimento da consciência crítica das pessoas, acerca da condição da saúde, e estimula a busca de soluções e a organização para a saúde coletiva.” A diretora ainda salienta

que as ações do Comandos de Saúde nas Rodovias não possuem caráter fiscalizatório, mas sim de sensibilização para uma vida mais saudável e um trânsito mais seguro. A terceira etapa de 2016 do projeto foi realizada em outubro, em todo o país. Na saída do posto de atendimento montado na BR-080, que liga a capital Brasília ao Estado do Mato Grosso, André Luiz Silva Rodrigues, motorista profissional há cerca de 20 anos, rechaça a ideia de que seja um incômodo ser abordado na rodovia, no meio do seu percurso, para parar nessa blitz da


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ALERTA DA SAÚDE

Resultados de 2015 Dos 12 mil profissionais atendidos: • 16,31% são considerados tabagistas; • 44,09% fazem uso de bebidas alcoólicas; • 10,27% afirmaram sentir algum tipo de sonolência diurna; • 41,17% foram considerados acima do peso; • 36,57% apresentam algum tipo de obesidade; • 62,45% estão com a circunferência abdominal acima do considerado ideal; • 20,44% estão com a circunferência cervical alterada; • 65,12% estão com a gordura corporal alterada; • 23,60% são hipertensos; • 21,62% estão com a frequência cardíaca em estado de alerta; • 15,24% apresentam quadro de hiperglicemia; • 3,54% apresentam quadro de diabetes; • 5,85% possuem algum tipo de problemas auditivos em um ou nos dois lados da audição; • 3,53% têm problemas de ofuscamento na visão. Fonte: SEST SENAT

saúde. “Já participo há várias edições, e por conta desse projeto passei a ter mais consciência dos cuidados com a saúde. É importante demais esse tipo de ação. Não importa que isso te atrase um pouco. Tem que ter é mais”, diz o caminhoneiro, que convida seus colegas de profissão a não perderem as próximas oportunidades. “A boca é boa”, arremata com uma gíria da estrada. A última etapa de 2016 está prevista para o dia 24 de novembro. Os locais serão divulgados em breve no site do SEST SENAT (www.sestsenat.org.br). O policial rodoviário fede-

ral Daniel Rezende Bonfim atua há oito anos no Comandos e considera que, ao longo desse período, a iniciativa cresceu e ganhou projeção nacional, atraindo importantes atores institucionais, como os ministérios da Justiça e da Saúde. “Sempre que o motorista conhece o evento e vê todo o tratamento que é dispensado a ele, o profissional sai daqui com um sorriso de orelha a orelha, perguntando quando será a próxima edição.” Sobre a importância da ação para o aumento da segurança no trânsito, ele declara que é o tipo de iniciativa que consegue salvar

tanto a vida desses profissionais quanto a de outras pessoas que estão envolvidas nas rodovias. “A gente minimiza os ricos. Às vezes, o profissional, por conta do diagnóstico feito aqui, precisa suspender a viagem até normalizar a saúde.” Fatores de risco O Código de Trânsito Brasileiro exige que os motoristas realizem exames periódicos de saúde. Contudo, segundo estudos da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), esses somente o fazem a cada cinco

anos, por ocasião da renovação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “Trata-se de um período muito longo para profissionais que estão submetidos a múltiplos riscos, capazes de gerar doenças. São expostos diariamente a diversas condições de pouca higiene, má alimentação, locais inapropriados para parada, poluição sonora”, pondera o médico e diretor da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Júnior. Ele reitera que, além da falta de tempo, muitos motoristas profissionais, especialmente os autônomos, não têm acesso à assistência médica. “Isso faz com que eles negligenciem a própria saúde, aumentando sobremaneira as chances de se envolverem em acidentes de trânsito.” Segundo a Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros, publicada no início deste ano, apenas 44,6% desses trabalhadores procuram profissional de saúde para prevenção; 20,5% procuram apenas quando os sintomas da doença se agravam; e 19,2%, quando aparecem os primeiros sintomas. Desses, 36,7% relatam que não fazem exames preventivos; 47,2% relatam que realizam uma


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2010

10 ANOS COMANDOS

DE SAÚDE

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vez por ano; e 12,3%, duas vezes por ano. Foram entrevistados 1.066 caminhoneiros em todo o país. Nessa perspectiva, no decorrer dos 10 anos do Comandos de Saúde nas Rodovias, a partir dos dados coletados, foram identificados casos de hipertensão, obesidade, diabetes, triglicerídeos elevados, doenças visuais e auditivas e até mesmo casos soropositivos para o vírus HIV (confira dados na página 35). Nos casos de doenças confirmadas, os profissionais são orientados

Ao longo de uma década, o projeto ofereceu aos motoristas, nas rodovias, aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, teste de acuidade visual e auditiva, entre outros. Confira atendimentos realizados no período por todo o Brasil

2009

por um médico a fazerem um acompanhamento mais detalhado em um posto ou hospital mais próximo. “É nesse ponto que reside a importância de dar continuidade ao projeto para que esses trabalhadores possam ter acesso mais fácil à prevenção de doenças em seu próprio local de trabalho, as rodovias”, emenda Nicole Goulart. Segundo o policial rodoviário federal Daniel Rezende Bonfim, muitos acidentes são ocasionados por conta de problemas da saúde dos motoris-

2013

“Buscamos conscientizá-los sobre a saúde física e mental” CLÉSIO ANDRADE, prESIDENTE DoS CoNSELHoS Do SEST E Do SENAT E DA CNT

tas. “As condições de trabalho já não são fáceis, e se esse profissional não tiver um cuidado com a saúde, também pode comprometer a segurança da via.” Bonfim lamenta, contudo, o fato de muitos desses profissionais, de posse do diagnóstico e do encaminhamento médico (alguns até com agendamento), não levarem a cabo o tratamento. “Alguns têm a identificação de uma doença venérea, por exemplo. Às vezes, por vergonha, acabam não procurando assistência médica por falta


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de consciência.” O cirurgião-geral e médico da saúde da família Francisco Pereira, que atuou na última edição do Comandos, destaca que, somente em poucas horas de atendimento, identificou dois casos de motoristas com crises hipertensivas, que tiveram de ser encaminhados imediatamente ao hospital. “Também detectamos vários casos de hipertensão leve, que nem sequer haviam sido identificados ainda: pacientes que não usam medicação, diabéticos que desconheciam essa

condição.” Ele explica que, em função das especificidades da profissão, a maior parte das pessoas é sedentária e, que por conta disso, apresenta esses casos. A dermatologista Eliana Almeida Simões, que participa regularmente dos atendimentos do Comandos nas imediações do Distrito Federal, alerta para outro problema recorrente: a exposição excessiva solar sem a devida proteção. “A gente espera que cada trabalhador orientado seja um multiplicador na sua região,

na sua família, no ambiente de trabalho, em relação à prevenção do câncer de pele.” Ela informa que, entre os motoristas, principalmente os de pele mais clara, têm sido detectadas lesões pré-malignas na pele. Na avaliação de todos os profissionais ouvidos pela reportagem, a oportunidade para realizar avaliações médicas que poderão evitar doenças graves no futuro ou buscar o tratamento para alguma doença identificada durante a realização dos exames é

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única e deve ser expandida. Mineiro de Uberlândia, Pascal Joaquim de Almeida, 45 anos, caminhoneiro há 25 anos, conheceu os serviços do SEST SENAT por meio do Comandos de Saúde nas Rodovias. Ele defende a realização de mais edições ao longo do ano e tem uma sugestão: “Por causa da correria ‘danada’, esse tipo de ação é fundamental, ainda mais para mim, que sou autônomo. Também poderiam oferecer o exame de próstata. Isso é muito importante para ● nós.”


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VITOR SÁ/CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL

FERROVIÁRIO

por EVIE

GONÇALVES

O

cenário da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis (GO), parece distante de parte da realidade ferroviária brasileira. Ao invés de trilhos e dormentes sucateados, linhas bem conservadas e manutenção constante. A situação seria ideal se não fosse um detalhe: nenhum trem de carga passa pelo local. Na prática, a extensão de 855 km, que vai de Porto Nacional (TO) até a cidade goiana, está finalizada desde 2014, mas permanece inutilizada. A Revista CNT Transporte Atual visitou a linha férrea e apresenta, nesta reportagem, um mapeamento da situação das principais obras nas ferrovias do país. Entre as linhas em construção, existem casos como o da Norte-Sul que, embora possua boa parte da extensão concluída, depende do interesse do setor privado para o início das operações, mas há também intervenções com cronogramas atrasados ou simplesmente paralisados. É o caso da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-

Obras


Revista CNT Transporte Atual confere o andamento das principais obras em linhas férreas brasileiras; Norte-Sul, Fiol e Transnordestina são recordistas em atrasos e paralisações

sem fim


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VALEC/DIVULGAÇÃO

Quando concluída, a Fiol irá viabilizar o transporte de grãos na Bahia

Leste) e da Transnordestina, ambas na região Nordeste do país. “Um dos principais problemas do Brasil é a falta de investimento em bons projetos. Quando os estudos de viabilidade técnica e financeira são consistentes e prosseguem acompanhados de propostas de engenharia bem detalhadas, fica mais fácil prever tanto o orçamento total da ferrovia quanto eventuais surpresas durante a constru-

ção. Infelizmente, essa não é a realidade brasileira”, explica o engenheiro e consultor em mobilidade, transporte e logística, Marcelo Perrupato. Segundo ele, o resultado dessa falta de investimento prévio são linhas que demandam recursos quase sempre maiores do que a previsão inicial, o que acarreta atraso nas obras constantemente. Foi o que ocorreu com a Norte-Sul. A ferrovia começou a ser construída em 1987, quase

30 anos atrás, com o intuito de interligar as regiões Norte e Sul do país, entre os portos de Barcarena (PA) e Rio Grande (RS), em um percurso de 4.787 km. Inicialmente, somente 200 km foram construídos. Depois de um longo período de abandono, a obra ferroviária foi retomada no Governo Lula, em 2007, no trecho entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO) – o único em pleno funcionamento atualmente. Operada pela Vale, faz

a interligação com a Estrada de Ferro Carajás e transbordo junto ao Porto de Itaqui (MA). A obra foi concluída em 2010 e teve investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de R$ 1,65 bilhão. O trecho entre Porto Nacional e Anápolis foi iniciado em 2008 e finalizado em 2014 também com investimentos do PAC da ordem de R$ 4,28 bilhões. Desde então, a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.,


MAPA FERROVIÁRIO DO BRASIL N VENEZUELA GUIANA FRANCESA

SURINAME BOA VISTA

O

GUIANA

COLÔMBIA

L

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Porto de Santana

MACAPÁ

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BELÉM

Barcarena - PA

Porto de Itaqui

SÃO LUIS 151

MANAUS EF -

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Pátio de Aguiarnópolis Aguiarnópolis - TO Pátio de Araguaína Araguaína - TO Colinas do Tocantins - TO

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Pátio de Imperatriz Imperatriz - MA

Cruzeiro do Sul - AC

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Pátio de Porto Franco Porto Franco - MA Estreito - MA

54

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PERU

Vilhena - RO Polo de Vilhena

Gurupi - TO Figueirópolis - TO

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Porto de Suape

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Pátio de Porangatu Polo de Água Boa Polo de Crixás

Água Boa - MT

Pátio de Uruaçu

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GO

Pátio de Santa Helena

Porto de Salvador

Porangatu - GO

Correntina - BA

Caetité - BA

Polo de Jequié

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34

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Polo de Tanhaçu

BRASÍLIA

Porto de Ilhéus

MG

Polo de Anápolis

- 15

Santa Helena de Goiás - GO Itumbiara - GO

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- 35

4-

Quirinópolis - GO Polo de São Simão

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BELO HORIZONTE Estrela D'oeste - SP

Maracaju - MS

Terminal de Ilhéus Ilhéus - BA

1

EF

MS CAMPO GRANDE

Porto de Barra do Riacho

VITÓRIA

Pátio de Intercâmbio FNS e Ferroban de Estrela D' Oeste

Porto de Vitória

Panorama - SP Campos dos Goytacazes

Porto Murtinho - MS

SP Londrina - PR

PARAGUAI EF

- 15

1

CHILE

EF

Campinorte - GO Uruaçu - GO

Ouro Verde de Goiás - GO

GOIÂNIA

Polo de Goiânia

EF - 267

Porto de Aratu

SALVADOR

Terminal Multimodal do Sudeste da Bahia

Pátio de Santa Isabel Santa Isabel - GO

MACEIÓ

Porto de Barra dos Coqueiros

Pátio de Gurupi Terminal Intermodal do Sudeste do Tocantins Barreiras - BA Terminal Intermodal do Oeste da Bahia EF - 334

Polo de Lucas do Rio Verde

AL

Porto de Maceió

ARACAJÚ

BA

Lucas do Rio Verde - MT EF - 354 - FICO

JOÃO PESSOA Porto do Recife

PE

Porto Nacional - TO

EF - 151

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Porto de Cabedelo

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Pátio de Guaraí

Pátio de Porto Nacional EF

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Porto de Natal

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Balsas - MA

Pátio Palmeirante

Guaraí - TO

Porto de Areia Branca

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Eliseu Martins - PI

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“Um dos principais problemas do Brasil é a falta de investimento em bons projetos”

da de

Estra

Pátio de Açailândia Açailândia - MA

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Porto de Fortaleza

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Cascavel - PR

Porto de Itaguaí Porto de Angra dos Reis

RJ RIO DE JANEIRO

Porto do Rio de Janeiro

SÃO PAULO

Maringá - PR

Porto de São Sebastião

PR

Porto de Santos

Oceano Atlântico

CURITIBA Guarapuava - PR

Joinville - SC

Pato Branco - PR

Dionísio Cerqueira - SC

Santa Cecília - SC Chapecó - SC Itajaí - SC Herval Doeste - SC

São Miguel do Oeste - SC

ARGENTINA

Porto de Paranaguá

Frederico Westphalen - RS Palmeira das Missões - RS Passo Fundo - RS

SC

FLORIANÓPOLIS Porto de Imbituba

MARCELO PERRUPATO,

RS

CoNSULTor EM MoBILIDADE, TrANSporTE E LoGÍSTICA

EF - 151

Cruz Alta - RS

Santa Maria - RS

PORTO ALEGRE Cachoeira do Sul - RS

Pelotas - RS

Rio Grande - RS Porto de Rio Grande-RS

URUGUAI

INVESTIMENTO

Fundo de US$ 20 bilhões financiará obras no Brasil Líderes do Brasil e da China assinaram, em setembro, memorando de entendimento para a constituição de um fundo de até US$ 20 bilhões, sendo até US$ 15 bilhões de capital chinês e o restante de capital brasileiro para financiamento de projetos prioritários nos setores de infraestrutura nacionais. A constituição do fundo ocorre após a visita do

presidente Michel Temer à China, durante reunião da cúpula do G20. Entre os investimentos com grande potencial de aportes do fundo estão a ferrovia Bioceânica, que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico, conforme abordou a Revista CNT Transporte Atual, na edição de maio de 2015. Desde o ano passado, a China Railway Eryuan Engine-

ering Group desenvolve estudo de viabilidade para o trecho. De acordo com o Ministério do Planejamento, a integralização dos recursos ocorrerá projeto a projeto, conforme o comitê diretivo delibere a aprovação do investimento. A expectativa do governo brasileiro é que os aportes sejam oriundos do FI-FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servi-

ço), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de captação no setor privado. Além de transporte e logística, outros setores que poderão receber investimentos são energia e recursos minerais, tecnologia avançada, agricultura, agroindústria e armazenagem agrícola, manufatura e serviços digitais.


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INFRAESTRUTURA

CNT lista projetos prioritários A Pesquisa CNT de Ferrovias 2015 destacou dez projetos ferroviários prioritários para o país, totalizando R$ 99 bilhões em investimentos. Entre as intervenções consideradas essenciais pela Confederação Nacional do Transporte estão a conclusão da ferrovia Norte-Sul de uma ponta a outra do Brasil e a finalização de toda a extensão da Fiol e da Transnordestina. O levantamento tem como base o Plano CNT de Transporte e Logística, que elenca 213 obras em linhas férreas, somando R$ 281,7 bilhões. De acordo com a pesquisa, no ritmo atual de investimentos, seriam necessários

empresa pública responsável pela exploração da infraestrutura ferroviária nacional, executa a manutenção em três contratos bianuais de R$ 20 milhões cada, mesmo com o funcionamento da ferrovia paralisado. Segundo a assessoria da Valec, “todo o transporte a ser realizado nesse trecho depende da iniciativa privada, das negociações comerciais entre os operadores e seus clientes e do próprio interesse comercial dos operadores logísticos ferroviários em transportar nesse segmento”. Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira,

mais de 54 anos para que os projetos listados pela CNT fossem concluídos. Entre 2006 e 2014, o setor público investiu R$ 12,93 bilhões em ferrovias, de um total de R$ 19,16 bilhões autorizados. Já o setor privado investiu R$ 33,51 bilhões no mesmo período. Os dados revelam ainda que, embora os aportes em infraestrutura não tenham sido ideais, a produção ferroviária (toneladas transportadas por km) cresceu 28,9% nos oito anos. Nos principais corredores, as mercadorias que tiveram maior aumento de volume transportado foram milho, soja, produtos siderúrgicos e contêineres.

ainda não existem interessados em operar nesse trecho por dois motivos. Em primeiro lugar, porque o escoamento para o ArcoNorte pela ferrovia tornaria os preços dos fretes muito altos devido às longas distâncias, ou seja, o percurso rodoviário, realizado pela BR-158, BR-163 e BR-364, ainda é mais barato. Em segundo lugar, porque as obras até o município de Estrela d’Oeste (SP) não foram concluídas. O término dessas intervenções é fundamental, de acordo com ele, já que o município paulista é o ponto de partida para uma linha férrea que chega ao Porto de Santos, operada pela con-

cessionária ALL Malha Paulista. Com isso, os trens poderiam passar pelas duas ferrovias de forma integrada. Atualmente, embora exista uma linha férrea que liga Anápolis ao Porto de Santos, operada pela FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), a carga transportada pela Norte-Sul, caso estivesse funcionando, não poderia ser escoada diretamente do município goiano ao porto por uma questão técnica: diferença de bitolas (distância entre os trilhos). Enquanto a Norte-Sul foi toda construída com bitola larga (1,60 m), a FCA opera com a bitola métrica ou estreita (1 m),

Cerca de

3 mi

de toneladas de grãos poderão ser transportados a mais pela Norte-Sul


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VITOR SÁ/CNT

Manutenção da Ferrovia Norte-Sul está dividida em três contratos bianuais de R$ 20 milhões

ou seja, a mesma composição não pode fazer uso das duas linhas. Por isso, Ferreira considera a conclusão das obras até Estrela d’Oeste imprescindível, uma vez que a malha da ALL também possui bitola larga, o que abre a possibilidade de o mesmo vagão passar tanto pela Norte-Sul quanto pela ALL Malha Paulista. “A chegada da ferrovia até Estrela d’Oeste vai viabilizar o transporte de cerca de 3 milhões de toneladas de soja e milho produzidos em Goiás e em Mato Grosso pelo Porto de Santos”, ressalta. Atualmente, os grãos chegam de caminhão

a Anápolis e seguem de trem pela malha da FCA até o porto, o que obriga os transportadores a pagarem dois fretes, enquanto pagariam somente um, caso a Norte-Sul estivesse operando. O trecho de Anápolis a Estrela d’Oeste (682 km) está incluído no programa Crescer, lançado recentemente pelo Governo Temer (confira matéria na página 30). Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, 90% da obra está concluída e a previsão de término é fevereiro de 2018. O investimento para a finalização dessa obra é de R$ 727 milhões. O leilão para operação do trecho total

(Porto Nacional/Estrela d’Oeste) vai considerar o maior valor de outorga, sendo o prazo de concessão válido por 35 anos. A expectativa é de geração de 6.720 empregos diretos e de 68,4 milhões de toneladas de grãos transportados até o ano de 2051. Com a finalização dessas obras, a ferrovia Norte-Sul terá 2.261 km concluídos. Os trechos entre Açailândia - Barcarena, no Norte, e entre Estrela d’Oeste – Rio Grande, no Centro-Sul, possuem somente EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) finalizado, mas não têm prazo para serem licitados.

Fiol e Transnordestina A Fiol, que ligará Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA), em um trecho de 1.527 km, é um dos casos mais emblemáticos de obras ferroviárias atrasadas no país. As intervenções foram iniciadas em 2010, no trecho de 537 km entre Ilhéus e Caetité (BA) – o mais avançado -, mas não têm previsão de término. O trecho entre Caetité e Barreiras (BA) também foi iniciado, mas somente 33% dos trilhos foram entregues. Já o trecho entre Barreiras e Figueirópolis só possui EVTEA concluído. A ferrovia teria grande potencial para exportar miné-


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OUTUBRO 2016 VITOR SÁ/CNT

A conclusão das obras da Norte-Sul vai permitir maior exportação pelo Porto de Santos

rios e grãos produzidos na região. Entretanto, a conclusão das obras esbarra em dois problemas: a ausência de um porto em Ilhéus e a crise no valor dos minérios, que acarretou o fechamento da empresa de mineração na região. “A Fiol é um projeto inviável que ligará nada a coisa nenhuma, porque não há porto e nem carga para ser transportada. Além disso, o trecho que já foi construído corresponde somente à metade da extensão total da ferrovia, o que ainda inviabiliza o transporte”, afirma o presidente-executivo da Anut (Associação Nacional

dos Usuários do Transporte de Cargas), Luis Henrique Baldez. O programa Crescer prevê aportes de R$ 1 bilhão para a conclusão do trecho entre Ilhéus e Caetité, que deveria ter sido finalizado, pelo cronograma original, em dezembro do ano passado. Entretanto, segundo Baldez, se as obras não vierem condicionadas à decisão de construir um porto na região, a ferrovia vai passar pela mesma situação da NorteSul, ou seja, terá parte concluída, mas sem interessados na operação. “De que adianta passar carga pela ferrovia se não há porto para a exportação?”

“A Fiol é um projeto inviável que ligará nada a coisa nenhuma” LUIS HENRIQUE BALDEZ, prESIDENTE EXECUTIVo DA ANUT

Já na Transnordestina, que irá de Eliseu Martins (PI) aos Portos de Pecém (CE) e Suape (PE), em um trecho de 1.728 km de trilhos, a situação não é de atraso, mas sim de paralisação das obras. O motivo é o impasse entre o governo e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), acionista majoritária e responsável pela execução das intervenções na região. A empresa se comprometeu recentemente a desembolsar cerca de R$ 3,6 bilhões em recursos próprios no projeto, condicionando a verba a aportes do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste), outro acionista


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OBRAS FERROVIÁRIAS EVTEA concluído Em operação Construído

Ferrovia Norte-Sul 4.787KM

BARCARENA/PA

ESTRELA D’OESTE/SP

PALMAS/TO

ANÁPOLIS/GO

AÇAILÂNDIA/MA

PORTO DO RIO GRANDE/RS

PANORAMA/SP

PORTO SECO/GO

Em construção EVTEA concluído

Ferrovia Integração Oeste-Leste 1.527KM

RIO DAS FÊMEAS BARREIRAS/BA

TERMINAL ILHÉUS/BA

INÍCIO DA PONTE DO RIO SÃO FRANCISCO/BA

Transnordestina

Em construção Projetos futuros

1.728KM

PIQUET CARNEIRO/CE

FIGUEIRÓPOLIS/TO

PORTO DE PECÉM/CE

Lotes em execução Executado Lote contratado não mobilizado Em construção Projetos em revisão licenciamento ambiental

ACOPIARA/CE ELISEU MARTINS/PI

TRINDADE/PE

da linha férrea. Entretanto, o dinheiro não foi liberado por nenhum dos lados, o que fez a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) abrir processo de caducidade da obra e cogitar a possibilidade de repassar o controle à estatal Valec. A construção da ferrovia foi iniciada em 2006 e tinha previsão de conclusão em 2012, com aportes da ordem de R$ 5,4 bilhões. Após repactuação entre a CSN e o governo, a obra ficou

BELÉM DE MARIA/PE

MISSÃO VELHA/CE

SALGUEIRO/PE

“A Transnordestina é uma obra pública travestida de concessão” CLÁUDIO FRISCHTAK, CoNSULTor EM INFrAESTrUTUrA

CUSTÓDIA/PE

orçada em R$ 9,6 bilhões e passou a ter novo prazo de término para setembro deste ano. Ainda paralisada, um novo orçamento prevê investimentos de R$ 11,2 bilhões e o prazo de término foi prolongado para junho de 2020. Com isso, os atrasos já duram 90 meses e o custo da obra sofreu reajustes de mais de 100%. Até o momento, somente 52% do projeto foi executado. Quando concluída, a Transnordestina terá capacidade para escoar 30 milhões de

PORTO DE SUAPE/PE

toneladas anuais de produtos agropecuários, minerais e industriais. “A ferrovia é um projeto meritório, porque a região Nordeste precisa ser integrada. O problema é que a obra não é barata e o governo errou ao conceder as intervenções a uma controladora privada que se sustenta com dinheiro de fundos constitucionais. Trata-se de uma obra pública travestida de concessão”, acredita o consultor em infraestrutura, Cláudio ● Frischtak.


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ANTAQ/DIVULGAÇÃO

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AQUAVIÁRIO

por DIEGO

A

América do Sul conta com um sistema de cursos navegáveis naturais com cobertura e extensão que não são suficientemente aproveitados para a mobilidade de carga e de pessoas, revela estudo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), organismo regional da ONU (Organização das Nações Unidas). Para se ter uma ideia do potencial desperdiçado, somente no Brasil, país com uma das maiores redes hidrográficas do planeta, praticamente a metade (20.679 km) dos 41.635 km de vias navegáveis existentes não é economicamente aproveitada. A partir desse diagnóstico, a Cepal propõe um modelo de classificação fluvial para os países da América do Sul como ferramenta essencial para o desenvolvimento da navegação interior nos países da região. A elaboração do documento, apresentado e debatido durante a 9ª Conferência Internacional de Engenharia Costeira e Portuária em Países em Desenvolvimento, realizada

GOMES

em outubro, no Rio de Janeiro, pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e pela Pianc (Associação Mundial para a Infraestrutura de Transportes Aquaviários, na tradução livre para o português), contou com a participação de tomadores de decisão, especialistas e consultores técnicos da Argentina, da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, do Paraguai, do Peru e do Uruguai, entre outras autoridades. A rede de rios navegáveis na América do Sul se estende desde as bacias do Amazonas e do Paraguai-Paraná até os rios de menor tamanho e navegabilidade, ainda mais importantes para as populações e as economias locais por serem a única via de comunicação e acessibilidade. “Nessas regiões, os governos deveriam reconhecer que os rios navegáveis, como principais vias de transporte, complementam e às vezes substituem as rodovias; por esse motivo, deveriam receber tratamento e atenção igual aos outros modos de transporte”, afirma Azhar Jaimurzina. Com esse pano de fundo, a


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Integração hidroviária

Cepal propõe classificação das hidrovias sul-americanas como ferramenta de planejamento e implementação de políticas públicas

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INTERNACIONAL

Rota Brasil-Chile em xeque A pedido dos setores da indústria e do agronegócio, o governo federal está reavaliando a permanência do Brasil em um acordo marítimo com o Chile, o qual prevê que apenas navios de bandeiras brasileiras ou chilenas podem realizar o transporte de carga entre os dois países. O acordo foi firmado em 1974 para fomentar a indústria de transporte marítimo. Os representantes desses setores, entretanto, defendem sua extinção sob a alegação de que não houve o pretendido desenvolvimento, e que apenas duas subsidiárias brasileiras de grupos alemães se beneficiam. Além disso, afirmam que os custos logísticos no trecho Brasil-Chile são mais altos do que em rotas marítimas semelhantes. O Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), porém, se opõe a essa abertura

por considerar que as análises feitas sobre o acordo até aqui levaram em conta apenas uma pequena economia de frete, e não pesaram os impactos de tal decisão. Segundo o presidente do sindicato, Bruno Lima Rocha, caso o pleito seja atendido, o transit time (tempo em que uma carga leva para sair de um país para outro) triplicará, passando dos atuais 12 dias para até 45 dias, incluindo o período de transbordo. Rocha também alerta para os riscos de os armadores brasileiros perderem mercado e terem prejuízo. O movimento de cargas entre o Brasil e o Chile é de aproximadamente 700 contêineres por semana com o trade sendo feito por uma média de oito navios com capacidade de 3.800 contêineres. Por isso, é feita uma composição de cargas e a rota costuma passar por pa-

íses, como Argentina, Peru e eventualmente Uruguai. “Se for efetivamente denunciado como eles pretendem e não houver mais garantia dessa carga, vamos ter de sair desse mercado e devolver nossos navios, pois teremos problemas com os investimentos que as empresas fizeram”, afirma o presidente do Syndarma. Ele acrescenta que, quando empresas brasileiras ou chilenas não exercem preferência no trade, é feita uma “renúncia” (waiver) e a carga é circularizada, podendo ser transportada por navios de bandeira estrangeira, assim como acontece na cabotagem. Ele explica ainda que o número de contêineres por semana é baixo e que, regularmente, os navios levam contêineres de 40 pés e voltam com unidades de 20 pés. Na avaliação do dirigente do Syndarma, dificilmente surgirá opção de grandes

armadores estrangeiros para fazerem passagem pelos canais patagônicos, uma vez que ela está fora da rota dessas empresas. Ele salienta que não existem navios fazendo a rota passando pela costa atlântica e depois pela costa pacífica da América do Sul. “Ou fazem costa atlântica e vão para Estados Unidos ou passam no Canal do Panamá para ir à Ásia.” O diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Adalberto Tokarski, defende que sejam aprofundados os estudos para verificar a necessidade ou não da abertura do acordo. “As análises feitas até aqui indicam que o custo médio do transporte está elevado. As empresas de navegação apontam alguns fatores, como a escala, o volume e o trajeto pela parte sul do continente. Isso é questão de política pública, e precisamos simular os impactos positivos e negativos decorrentes de um eventual rompimento.” CNA/DIVULGAÇÃO


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ANTAQ/DIVULGAÇÃO

Rio Madeira é uma das principais vias navegáveis do Brasil

classificação proposta pela Cepal prevê três categorias às hidrovias da região: rios navegáveis de importância local, em que o transporte de passageiros e de cargas seja imprescindível ao desenvolvimento dos municípios nas imediações; hidrovias de importância nacional, essenciais à economia dos países; e hidrovias de importância internacional, aquelas que atendem a critérios internacionais de navegação (inspirado no modelo europeu). “Nesse cenário, uma classificação

sul-americana de vias de navegação fluvial permitiria determinar a capacidade atual da rede regional de navegação fluvial, além de destacar e monitorar seu desenvolvimento potencial.” Segundo o presidente da Pianc, Geoffroy Caude, uma classificação das hidrovias sul-americanas permitirá determinar a capacidade atual da navegação interior regional, bem como monitorar seu potencial. “Isso possibilitará o desenvolvimento sustentável da região.

Vocês terão uma rede, a mais homogênea possível, com flexibilidade para levar em consideração características regionais. Também será possível garantir a integração de diferentes bacias por meio de canais e vias adequadas, além da integração internacional do modal, o que otimizaria o transporte de cargas e de passageiros em todo o continente.” De acordo com o diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, é fundamental o desenvolvimen-

to da navegação com destaque para os rios que cortam países diferentes, como é o caso do Paraguai, que nasce no Brasil, passa pela Bolívia, pelo Paraguai, pela Argentina e vai até o Uruguai. “A hidrovia Uruguai-Brasil e, na Amazônia, o Rio Solimões, que passa por Peru e Colômbia, precisam de atenção. Também temos, na divisa Brasil-Bolívia, os rios Mamoré e Guaporé. Nos últimos anos, estamos tentando a ampliação e o aperfeiçoamento da navegação na região, pro-


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ANTAQ/DIVULGAÇÃO

Classificação permitirá determinar o potencial da navegação interior da região

movendo o desenvolvimento da América do Sul. A Cepal, ao se lançar nesse processo, é uma importante interlocutora.” Ele chama a atenção para a necessidade de investimentos no modal na região amazônica. “No caso específico dos rios da Amazônia, nós temos, na divisa Brasil, Peru e Colômbia, somadas as cidades, mais de 1 milhão de habitantes. E nós não temos uma interface, não há acordos efetivos, navegação planejada nem tampouco segurança. Nessa região, toda população e atividade econô-

mica poderia ser fortalecida, mas esbarra nas sucessivas alternâncias de interlocutores.” Diagnóstico Apesar de o modal aquaviário representar pouco mais de 10% da matriz de transporte no Brasil, o país pode ser considerado o mais evoluído da região em termos de informações sistematizadas sobre seus rios navegáveis. Essa é a visão do diretor do Departamento de Planejamento de Transportes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação

“Os rios deveriam receber a mesma atenção dos outros modais” AZHAR JAIMURZINA, rEprESENTANTE DA CEpAL

Civil, Eimair Bottega Ebeling. Ele informa que o país recentemente constituiu o Conselho Nacional da Gestão Hidroviária como forma de aproximar o tema das decisões estratégicas do setor, e que uma das prioridades é o fortalecimento do diálogo e da integração regional. De acordo com Ebeling, para efeito de colaboração ao processo de classificação, o Brasil possui um Plano Hidroviário Estratégico – estudo financiado pelo Banco Mundial, que busca viabilizar, por meio do modal


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ANTAQ/DIVULGAÇÃO

hidroviário, o aumento do transporte de carga no país. “O modal hidroviário pode ser mais bem explorado, e esse plano pode ser uma boa colaboração para a classificação, já que conta com a avaliação de 42 mil quilômetros de rios no Brasil, com 19 parâmetros que vão desde profundidade até o tipo de solo no fundo do rio, passando por identificação de áreas indígenas, quilombolas e ambientais. Isso pode servir para a uniformização do planejamento dentro da América do Sul.” A CNT também tem um estudo sobre as hidrovias brasileiras. A Pesquisa CNT de Navegação Interior (www.cnt.org.br/Pesquisa/ pesquisa-cnt-navegacao-interior) traz um panorama completo desse modo de transporte no Brasil, com as características da infraestrutura, a movimentação de cargas, os principais gargalos e as soluções para o aperfeiçoamento do sistema hidroviário nacional. Entre os principais problemas do setor identificados na pesquisa estão a ausência de manutenção nas vias navegáveis, a construção de usinas hidrelétricas sem a implantação de eclusas que permitam a navegação dos rios, o baixo nível de investimentos do governo, o alto custo de manutenção da frota e o excesso

Rio Paraguai integra quatro países: Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai

de burocracia. Também há outras iniciativas locais que podem oferecer insumos ao processo de classificação das vias navegáveis da América do Sul. O Uruguai projeta ampliar a navegação do Rio Uruguai até o quilômetro 800. A Colômbia e o Paraguai vêm trabalhando seus planos-mestres de transporte intermodal. Para o desenvolvimento efetivo da navegação interior, contudo, o doutor em engenharia de transportes e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB (Universidade de Brasília),

Joaquim Aragão, defende modelos alternativos de financiamento das obras de infraestrutura, considerando aspectos de sustentabilidade (fiscal, econômica, ambiental) e integração de projetos industriais com infraestrutura. “As PPPs (Parcerias PúblicoPrivadas) e as concessões, apesar de serem mecanismos convencionais válidos, e que devem ser utilizados, têm se mostrado insuficientes para dar conta da viabilidade dos empreendimentos no longo prazo. Precisamos aprofundar o debate sobre formas alternativas de financiamento de

vias navegáveis.” Nos próximos seis meses, sob coordenação da Cepal, os países interessados na proposta deverão levantar informações sobre suas hidrovias, incluindo mapas e documentos técnicos, além de indicarem representantes para participar das próximas reuniões. A Pianc, por sua vez, deverá apoiar a iniciativa, mobilizando especialistas com experiência no tema para participar das reuniões, além de, eventualmente, disponibilizar espaço na programação dos seus encontros periódicos dedicados a ● essa discussão.


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AÉREO por EVIE

Q

GONÇALVES

uando um viajante adquire uma passagem de avião, a única taxa discriminada no ato da compra é a de embarque. Entretanto, por trás do valor desembolsado, existem custos nem sempre conhecidos dos passageiros. Pelo menos seis tarifas invisíveis, previstas em lei, podem ser incorporadas aos bilhetes. Os valores, regulados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), da Aeronáutica, são cobrados das companhias aéreas, que revertem as obrigações de pagamento aos passageiros, dependendo da necessidade. Na prática, as tarifas aeroportuárias (de pouso, de permanência e de conexão) e de navegação aérea (de uso das comunicações e dos auxílios à navegação aérea em rota, em área de controle de aproximação e em área de controle de aeródromo) financiam a infraestrutura aeroportuária, como o uso dos balcões de check-in, das pistas de pouso e de decolagem, do estacionamento dos aviões e das áreas de manutenção, além de subsidiarem a comunicação

Tarifas invisíveis

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INFRAERO/DIVULGAÇÃO

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Passagens aéreas podem incorporar até seis taxas previstas em lei; empresas decidem quais serão cobradas dos passageiros

e a navegação no espaço aéreo. Segundo dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), essas tarifas representam cerca de 6% dos custos das companhias, que pagam mensalmente a obrigação à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). De janeiro a setembro de 2016, a estatal arrecadou R$ 1,3 bilhão com essas taxas (confira o detalhamento na página 55). “As tarifas são essenciais para custear os serviços oferecidos aos

passageiros e às companhias nos aeroportos. Uma das formas de bancar esses serviços é repassar o montante às passagens”, afirma o especialista em infraestrutura aeroportuária, Mozart Alemão. As tarifas de pouso e de permanência, tabeladas pela Anac, valem para todos os aeroportos do país e variam de acordo com a categoria de cada terminal e com a dimensão dos aviões. Na composição de custos, a agência reguladora também leva em

conta o tempo em que o avião fica no aeroporto. A tarifa de pouso serve para cobrir custos, como o desgaste das pistas. Já a de permanência é uma espécie de aluguel para que a aeronave estacione no terminal. As tarifas de conexão começaram a ser cobradas há dois anos. Em 2015, elas variaram de R$ 3,23 a R$ 7,53, por passageiro, dependendo da categoria do terminal. Elas bancam o uso do ambiente físico dos aeroportos, a cada conexão, como banhei-


ros e salas de embarque e de desembarque. A diferença entre essa taxa e a de embarque é que a primeira remunera o terminal de chegada do passageiro, e a segunda, o da partida. As empresas aéreas defendem que a cobrança dessa tarifa seja discriminada já que ela é paga pelo passageiro, como acontece com as taxas de embarque. “As companhias acabam sendo prejudicadas, porque o valor arrecadado é computado como receita e, portanto, pas-

sível de desconto do Imposto de Renda. No caso da taxa de embarque, as empresas aéreas apenas recolhem a quantia específica e a repassam à Infraero ou às concessionárias dos aeroportos concedidos, e não são tributadas por isso”, explica o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba. Segundo ele, se a cobrança fosse destacada no bilhete, o valor poderia ser cobrado apenas dos passageiros que fazem conexão. Mas, como não é, as empresas optam por

ratear o valor para todos os viajantes, mesmo os que fazem voos diretos, para baratear os custos. Outras tarifas são as decorrentes da navegação aérea. A de uso das comunicações e dos auxílios à navegação aérea em rota é cobrada porque o avião precisa ser monitorado durante todo o voo. Esse controle é feito pela Aeronáutica. Já as tarifas de uso das comunicações e dos auxílio-rádio à navegação aérea em área de controle de aproxi-

mação e em área de controle de aeródromo servem para a cobertura do avião na decolagem e na chegada da aeronave. “Essas tarifas existem para diferenciar a cobrança entre aeroportos internacionais e nacionais. Se um avião viaja de algum país da Europa até o Brasil, a tarifa de aeródromo é paga à autoridade aeronáutica europeia, e a de aproximação, à brasileira”, conta Emboaba. Ele ressalta que existem diferenciações nas taxas de acordo com o


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VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

Taxas aeroportuárias financiam a infraestrutura dos terminais

tamanho dos aeroportos, ou seja, a aproximação no aeroporto de Guarulhos (SP) é mais cara do que no de Porto Velho (RO). O consultor da Abear explica ainda que as empresas aéreas têm a discricionariedade de repassar essas taxas ou não aos passageiros, uma vez que a lógica da composição das tarifas é estabelecida de acordo com

a necessidade de estímulo à demanda. “Não há relação direta entre as despesas das empresas e as tarifas cobradas. Por exemplo, o custo de um voo na sexta ou no sábado é o mesmo para a companhia. Mas, como a procura por viagens no sábado é menor, as empresas optam por isentar os viajantes dessas taxas a fim de atrair passageiros”, explica.

A associação defende redução nos valores das tarifas para que as empresas continuem mantendo a autonomia na definição dos preços dos bilhetes. Só em 2015, houve reajuste de até 72,8% nas três taxas de navegação aérea. De 2012 a 2014, o aumento acumulado das taxas que incidem sobre áreas operacionais superou 180%, em média.

Passageiros O presidente da Andep (Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo), Cláudio Candiota, ressalta que “as taxas brasileiras são as mais altas do mundo, mesmo com aeroportos inferiores aos internacionais”. Por isso, segundo ele, os viajantes deveriam ter uma espécie


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VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

RECEITA Arrecadação da Infraero com tarifas aeroportuárias e de navegação aérea (jan a set/16) Tarifas de Embarque

R$ 645,7 milhões

Tarifas de Conexão

R$ 34, 5 milhões

Tarifas de Pouso

R$ 183,5 milhões

Tarifas de Permanência

R$ 24,3 milhões

Tarifas de Navegação Aérea

R$ 414,7 milhões

Total

R$ 1,302 bilhão

Fonte: Infraero

FOMENTO

FNAC receberá recursos Em dezembro, aproximadamente R$ 373,3 milhões, referentes ao Ataero (Adicional de Tarifas Aeroportuárias), percentual de 35,9% cobrado sobre as tarifas de embarque, de pouso, de permanência e de conexão, entre janeiro e setembro deste ano, serão repassados ao FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil). Os recursos bancam o desenvolvimento e o fomento do setor de aviação civil, sobretudo dos aeroportos de menor porte. O fundo é custeado pelas tarifas aeroportuárias. As companhias aéreas recebem a quantia no ato de venda das passagens e repassam ao operador do aeroporto (púbico ou con-

cedido). Esse, por sua vez, destina parte do montante à infraestrutura aeroportuária em áreas como esteiras de bagagens, salas de embarque, sanitários e elevadores. A outra parte é revertida ao FNAC. De todas as tarifas que custeiam o fundo, a única discriminada no valor da passagem é a de embarque. Ela é regulada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e varia de R$ 27,68 (voos domésticos) a R$ 109,13 (voos internacionais) nos aeroportos da Infraero. Nos terminais concedidos (Guarulhos, Viracopos, Brasília, Galeão e São Gonçalo do Amarante), os valores são diferenciados.

Receita da Infraero com tarifas soma R$ 1,3 bilhão esse ano

de prestação de contas de quais tarifas estão embutidas nos valores pagos, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor. Pelas regras, as empresas têm a obrigação de prestar informação adequada e clara aos clientes. Ele acredita que a discriminação das tarifas no ato da compra da passagem também poderia ser interessante para as empresas,

uma vez que a sociedade teria conhecimento da quantidade de impostos pagos pelas companhias. Só o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre o querosene de aviação, por exemplo, corresponde ao principal gasto e varia de 11% a 25% de acordo com cada Estado. Nos voos internacionais, não existe essa ● cobrança.


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SUSTENTABILIDADE

O desafio do transporte Brasil ratifica Acordo de Paris; setor de transporte tem pela frente a meta de reduzir a emissão de gases poluentes e a dependência dos combustíveis fósseis por DIEGO

O

presidente Michel Temer ratificou, em setembro, o Acordo de Paris, compromisso internacional para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, frear o aquecimento global. O documento havia sido previamente aprovado, no ano passado, por 197 países que participaram da COP21 (Conferência do Clima de Paris). O objetivo do Brasil, um dos primeiros países a confirmar a participação, é cortar as emissões de carbono em

GOMES

37% até 2025, com o indicativo de redução de 43% até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005. O Senado Federal aprovou, em agosto, o projeto que valida a adesão brasileira ao pacto, já apreciado, em julho, pela Câmara dos Deputados. A meta brasileira de redução de emissões de gases de efeito estufa prevê mudanças em todos os setores da economia e, em função disso, é tida por entidades de todo o mundo como uma das mais ambiciosas. No caso do

transporte, ela impõe ao setor o desafio de promover medidas de eficiência e melhorias na infraestrutura e no transporte público em áreas urbanas. Além disso, a intenção é contribuir com o aumento da participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis e ampliando a oferta de etanol. “Isso exigirá um grande esforço de aumento da oferta de biocombustíveis,

embora o Brasil já tenha um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de biocombustíveis, incluindo a cogeração de energia elétrica a partir da biomassa”, comenta o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. De acordo com o relatório “Estimativas Anuais da Emissão de Gases de Efeito Estufa para o Brasil”, elaborado pelo Observatório do Clima, baseado na metodologia do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima, da sigla em


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ARQUIVO CNT/DIVULGAÇÃO

Charte graphique

inglês), o item Energia apresenta crescente aumento das emissões, em razão da contribuição dos transportes. A representante da CNT (Confederação Nacional do Transporte) no Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), Patrícia Boson, chama a atenção para a predominância, na matriz de transporte brasileira, do modal rodoviário e sua elevada dependência dos combustíveis fósseis, especialmente gasolina e óleo diesel. Os demais

modais (aquaviário, ferroviário e aeroviário) somados não chegam a 10% do total de combustíveis fósseis consumidos pelo setor. “As emissões do transporte cresceram a uma média de 4,42% ao ano entre 2002 e 2012. O montante passou de 84 milhões de toneladas de CO2 em 1990, para 204 milhões de toneladas em 2012.” O expressivo crescimento do consumo de combustíveis fósseis e o consequente aumento das emissões transformaram o

setor numa grande fonte emissora de GEE (gases de efeito estufa). Esse é o motivo que levou o transporte a ser incluído na iNDC (Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada, na tradução livre para o português) brasileira, meta estabelecida no âmbito do Acordo de Paris. “Essa realidade é alimentada pela errática política de mobilidade urbana do país, baseada no estímulo à aquisição de automóveis e ao transporte individual, bem como na concentração do trans-

porte de cargas em caminhões”, explica a professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e ex-secretária nacional do meio ambiente, Suzana Kahn, que também é membro do IPCC. Para se ter uma ideia do que representa essa distorção, estudos do Mobilize, organização brasileira voltada à mobilidade urbana sustentável, indicam que 80% das emissões do transporte de passageiros derivam do uso de automóveis e 20%, do transporte coletivo, com desta-


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FERNANDA CARVALHO/FOTOS PÚBLICAS

AVIAÇÃO

Redução das emissões de CO2 Cerca de 180 países fecharam, em outubro, o primeiro acordo da história que estabelece as bases de um mercado de carbono para as emissões de gases-estufa da aviação internacional, não previsto no Acordo de Paris. A resolução foi aprovada em plenário pela Oaci (Organização Internacional da Aviação), em Montreal, no Canadá. Trata-se de um desenho para compensar o crescimento das emissões das companhias áreas, tendo como base o ano de 2020. Estima-se que a aviação civil internacional emita quase 2% do total de gases-estufa, número aproximado

ao de emissões de um país como o Canadá. O texto da Oaci prevê o crescimento nulo das emissões do setor a partir de 2020. O acordo terá duração de 15 anos e será dividido em duas fases. A primeira, de caráter voluntário, entrará em vigor em 2021 e se estenderá até 2026. A segunda será obrigatória para todos os países cuja indústria de transporte aéreo internacional esteja acima do limite mínimo estabelecido (0,5% RTK global, volume de toneladas/ quilômetros transportadas) e funcionará entre 2027 e 2035. O Brasil entrará nessa fase.

Acordo impõe desafio de mudar matriz energética

que para os ônibus. “A política adotada pelo governo federal de estimular, mediante renúncia fiscal seletiva, a compra de carros de passeio contribuiu decisivamente para agravar o problema, aumentando o consumo de combustível fóssil”, pondera Suzana. Ela explica que, em paralelo a esse processo, houve o congelamento dos preços da gasolina, alterando assim a paridade de valores entre esse combustível e o álcool, o que provocou

uma crise sem precedentes no setor sucroenergético, com consequente acréscimo das emissões por fonte veicular. Oportunidade Embora o Acordo de Paris seja legalmente vinculante, não está prevista nenhuma sanção a países que não cumpram as suas metas, estipuladas nas respectivas iNDCs. Em tempos de globalização, porém, investir nessa agenda ecologicamente sustentável pode representar oportu-

nidade de inaugurar uma nova era nos transportes, na visão de Patrícia Boson. “Essa é uma agenda que ora se apresenta como risco para o transportador, ora como oportunidade, mas que a todo o momento se impõe como um tema para reflexão, planejamento e atuação. E para a qual, podemos, atuar como meros receptores de uma agenda a ser construída por terceiros, ou como lideranças do segmento, sermos coautores de nossa própria agenda.”

Para Patrícia Boson, o transporte deve desempenhar papel de protagonismo nas discussões e encaminhamentos relacionados ao Acordo de Paris. Ela aponta a questão da precificação do carbono – na qual as empresas pagam impostos sobre o carbono emitido, e o mecanismo chamado de Cap and Trade, no qual é definido um teto de emissões permitidas. Empresas que ultrapassam esse índice podem negociar créditos com aquelas que deixaram de atingir o limite. Ambos os métodos incentivam as empresas a desen-


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DESPOLUIR

Incentivo ao desenvolvimento sustentável Com o objetivo de promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, o SEST SENAT financia e executa, com o apoio da CNT, há quase uma década, o Despoluir (Programa Ambiental do Transporte). Anualmente, o programa monitora a emissão de poluentes por parte de veículos movidos a diesel que realizam o transporte de passageiros e de cargas de for-

ma a diminuir o impacto da atividade no meio ambiente. Ainda em fase de testes, estão sendo implementadas duas novas ações: uma para estabelecer rotina de avaliação da qualidade do óleo diesel utilizado no setor de transporte, também por meio de avaliações regulares; e outra para incentivar o reúso de água por parte do transporte de passageiros. Essa última consiste em uma iniciativa para conhecer melhor as práticas já desenvolvidas pelo

setor e aprimorar as ações de melhorias ambientais. Os projetos propostos pelo Despoluir são realizados pelas federações, sindicatos e associações afiliadas, além de parcerias firmadas com os setores público e privado. O programa também atua na formulação e execução de políticas públicas nessa área, participando dos principais fóruns de discussão do tema, com destaque para o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

“Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e a qualidade de vida da população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como consequência a redução de custos, o aumento da eficiência operacional de empresas e caminhoneiros autônomos e a melhoria do relacionamento com os órgãos fiscalizadores”, explica o presidente da CNT e do SEST SENAT, Clésio Andrade.

SECOM/PR/DIVULGAÇÃO

Solenidade de ratificação do Acordo de Paris

volverem medidas de redução de emissões e, consequentemente, de custos. “Embora não tenha sido tratado diretamente no Acordo, na decisão por meio da qual ele foi aprovado, houve reconhecimento oficial à precificação de carbono como ferramenta importante de mitigação”, diz Patrícia. Para ela, se o segmento não atuar ativamente no desenvolvimento do tema, a taxação ganhará força em relação ao entendimento de que a precificação também pode ser base de merca-

dos compensatórios. Na visão dela, a taxação certamente impactará os custos do transporte. Na avaliação de Suzana Kahn, a não participação do segmento empresarial do transporte nas discussões sobre mecanismos e critérios para o alcance dessa meta poderá resultar em propostas de grande impacto econômico-financeiro para o setor, caso essa expansão não seja acompanhada por adoção de custos de produção de combustível compatíveis com os custos operacionais do transporte.

“Estar presente e acompanhar a pauta nos diversos fóruns de decisão, inclusive aportando conhecimento e informações, são a única maneira de influenciar as decisões em favor do empresariado do transporte. Cabe à CNT, como entidade que congrega todo o setor, catalisar o debate do tema, interagindo com a sociedade e o governo, na busca de novos caminhos que levem à sustentabilidade dos transportes, dando a sua decisiva contribuição para a consecução de uma economia de baixo carbono no Brasil.”

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, cada vez mais a imagem empresarial associada a boas práticas ambientais passa a ser fator diferencial, seja para participação em licitações de compras de produtos e serviços, seja para acesso a créditos em condições facilitadas e vantajosas, além do alcance a incentivos fiscais. “Essa boa imagem pode, até mesmo, abrir oportunidades para o mercado internacional”, conclui a representante da CNT no Conama, Patrícia ● Boson.


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SEST SENAT

Conhecimento a um clique SEST SENAT abre mais de 100 novos cursos de educação a distância; conteúdos destinados aos trabalhadores do transporte podem ser acessados até no celular por CARLOS

O

SEST SENAT é uma instituição que trabalha a favor da empregabilidade e do desenvolvimento profissional do trabalhador do transporte e de seus dependentes. Além dos cursos presenciais oferecidos em todas as Unidades do país, o SEST SENAT mantém à disposição de todos o EaD (Portal de Educação a Distância). Criado em 2004, o programa de educação a distância começou com

TEIXEIRA

videoaulas, ganhou volume e consistência ao longo dos anos, ingressou pelo mundo on-line com o avanço da internet e hoje está consolidado como uma importante plataforma de capacitação de trabalhadores que precisam de qualificação de uma forma rápida. Os cursos disponíveis são desenvolvidos e gerenciados pelo Departamento Executivo Nacional do SEST SENAT e têm como ponto de referência

para os momentos de atividades presenciais todas as 147 Unidades Operacionais da instituição espalhadas pelo Brasil. Para atender às novas demandas do mercado e do trabalhador do transporte, até março de 2017, 119 novos cursos gratuitos estarão disponíveis no portal EaD. A nova grade já está sendo implantada. Neste mês de novembro, foram lançados 31 cursos. Em dezembro, serão abertos mais 32; em feve-

reiro, 31; e em março, outros 24 estarão à disposição de todos os interessados. Do montante de cursos oferecidos, 23 são da área de transporte, 41 da área de gestão, 29 ligados à área de saúde, 20 cursos sociais e 6 na área de educação. Para a diretora executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, os cursos de educação a distância demonstram o envolvimento da instituição com as demandas que o merca-


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VITOR SÁ/CNT

do de trabalho exige atualmente. “O SEST SENAT trabalha em prol do desenvolvimento pessoal do trabalhador em várias áreas, como a saúde, a educação e também o transporte, que é a nossa especialidade e o que nos move. Essa é a nossa missão. E o Portal de Educação a Distância é uma importante ferramenta que o trabalhador pode utilizar. Ele é gratuito, flexível e de fácil acesso. É uma forma de educação aberta feita

exclusivamente para aumentar a empregabilidade do trabalhador do transporte e de seus familiares”, finaliza. Além de gratuitos, os cursos a distância ofertados pelo SEST SENAT possuem certificado. O aluno pode fazer mais de um curso ao mesmo tempo e os conteúdos podem ser acessados de diversos dispositivos, como computador, tablet e celular. Para se cadastrar, basta entrar no portal ead.sestsenat.org.

br. Após o cadastro, o aluno indica a Unidade Operacional mais próxima de sua residência, ou qualquer outra no território brasileiro, caso ele precise fazer algum teste ou prova presencial. Essa é a grande facilidade que o Portal de Educação a Distância traz para o aluno. Ele elimina barreiras financeiras por ser gratuito e leva para todos os cantos do país educação com a qualidade e a eficiência

que os cursos do SEST SENAT oferecem. Educação Buscando atender de uma forma ainda melhor e mais eficiente o trabalhador, em 2015, o Portal de Educação a Distância passou por uma reestruturação. Essa mudança trouxe no ano passado aproximadamente 12 milhões de acessos, além de mais de 30 mil matrículas realizadas nos cursos oferecidos.


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Cursos lançados em novembro

Cursos já oferecidos no portal

Área de transporte: • Mecânica Descomplicada • Conhecendo o Código de Trânsito Brasileiro – CTB • Legislação de Trânsito para o Transporte de Cargas

Área de logística: • Conceitos e Aplicações • Custos e Nível de Serviço • Gestão do Transporte e da Frota • Gestão de Estoques e Armazenagem

Área de saúde: • Saúde do Homem • Alcoolismo

Área de saúde: • DST/Aids - Da Prevenção ao Tratamento

Área de gestão: • CIPA - Conceitos e Implantação • Introdução às Rotinas Administrativas de uma Empresa de Transporte Área de educação: • Português • Redação Técnica

Área de gestão: • Gestão do Tempo Cursos regulamentados: • TAC - Transportador Autonômo de Cargas • RT - Responsável Técnico

Área social: • Planejando a Aposentadoria

E desde então, na busca por inovações e melhorias, novos cursos estão sendo oferecidos. Além da nova grade, o portal EaD possui atualmente nove cursos que são divididos em dois grupos: os cursos livres, que são de curta duração e os cursos regulamentados, que atendem às necessidades do setor do transporte e do mercado de trabalho.

Área de meio ambiente: • Noções de Meio Ambiente

Os cursos livres são gratuitos para toda a população e não exigem regulamentação ou autorização de órgãos específicos. Os cursos regulamentados são grátis para todos, exceto as provas que são pagas por aqueles que não são trabalhadores do transporte. Para se inscrever, o trabalhador só precisa apresentar a documentação na Unidade do SEST SENAT mais

próxima de sua casa. Os cursos regulamentados possuem normativa específica emitida por órgãos do Sistema de Transporte, como o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) e a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre). Mário Alexandre Silva, trabalhador autônomo, fez o curso de TAC (Transportador Autônomo de Cargas) pelo

portal EaD e destaca a importância para a sua carreira. “Devido à demanda do mercado, procurei me atualizar e o curso de educação a distância me ajudou bastante nesse processo. Além disso, os cursos são bem explicativos, de fácil acesso e com uma didática bem simples. Aprendi bastante e pretendo fazer um outro curso, só que


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VITOR SÁ/CNT

Em 2015, foram realizadas

30 mil

matrículas nos cursos oferecidos no portal EaD Acesse: ead.sestsenat.org.br

agora de língua portuguesa”. Entre os cursos em destaque atualmente estão os de TAC (Transportador Autônomo de Cargas) e o de RT (Responsável Técnico do Transportador Rodoviário de Cargas). Os cursos seguem a resolução ANTT 4799/2015 e são preparatórios para as provas, cujas respectivas certificações são pré-requi-

Porta EaD permite comodidade e pode ser acessado a qualquer momento

sitos para a obtenção do RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas). O Registro é uma exigência para o exercício regular do transporte rodoviário de cargas. A deliberação 293, de outubro de 2015, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), estabelece a aplicação das provas de TAC e RT pelo

SEST SENAT devido “à ampla capilaridade, à infraestrutura disponível e à sua função social”. Os cursos a distância oferecidos pelo SEST SENAT não possuem material impresso e o conteúdo é disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem. O aluno pode imprimir o caderno ou salvá-lo

no computador. Os cursos possuem certificação digital que é disponibilizado no ambiente do aluno após aprovação no curso e podem ser utilizados como horas extracurriculares na faculdade, preencher exigências em concursos públicos, participar de progressão funcional e provas ● de título.


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FOTOS VITOR SÁ/CNT

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SEST SENAT

Fortaleza é tricampeã

Organização Guimarães/Vitória vence os donos da casa em final da Copa Society disputada em Simões Filho (BA) por PRISCILA

A

qualidade técnica e a estrutura profissional mostram que a Copa SEST SENAT de Futebol 7 Society está longe de ser um torneio meramente amador. Em sua quinta edição, o maior campeonato voltado exclusivamente para o trabalhador do transporte – disputado desde o mês de março

MENDES

em todo o Brasil – reuniu 512 equipes e 7.078 jogadores de alto nível que deram um show dentro e fora de campo. “Além do trabalho do SEST SENAT, o sucesso da Copa vem do empenho das empresas de transporte que incentivam a prática esportiva e dos próprios trabalhadores que acredi-

tam que o futebol garante qualidade de vida e saúde. No SEST SENAT, nós construímos uma equipe unida no Departamento Executivo e nas unidades operacionais participantes que se empenharam muito na execução desse projeto”, ressaltou Nicole Goulart, diretora-executiva nacional do SEST SENAT.

Em clima de festa, quatro times desembarcaram em Simões Filho (BA) para disputar o título. Após uma decisão emocionante e acirrada, a equipe Organização Guimarães/Vitória, que representa a Unidade de Fortaleza (CE), conquistou a Copa SEST SENAT de Futebol 7 Society 2016. Os cearen-


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ses conseguiram impor o ritmo de jogo e venceram os donos da casa, a equipe Plataforma, por 3 x 2. Essa é a terceira vez que a equipe de Fortaleza levanta a taça nas cinco edições do campeonato. Já os paraenses da Viação Gomes e Gomes, que representam a unidade de Santarém (PA), ficaram com

o terceiro lugar. Na disputa, eles venceram os paulistas da Rodonaves, Unidade de Vila Jaguara (SP), por 6 x 2. Um dos destaques do time cearense, o cobrador Silvio Lima ressalta a importância do trabalho desenvolvido pela instituição em parceria com as empresas de transporte. “Essa é uma oportunidade que nós,

trabalhadores do setor, temos para praticar futebol em ótimos campos e com uma excelente estrutura. Graças à empresa que nos apoia, conseguimos conciliar semanalmente treino e trabalho, planejamos e conquistamos mais um título”, reconheceu. Nessa edição, os campeões receberam o troféu das mãos

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do ex-goleiro Zetti – tetracampeão do mundo com a seleção brasileira em 1994 e que fez história jogando pelo São Paulo. “É importante um evento como esse que democratiza o acesso ao esporte, em especial o futebol, e promove a união e a confraternização dentro e fora de campo. Tenho certeza de que esse espírito


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1º lugar EQUIPE ORGANIZAÇÃO GUIMARÃES/VITÓRIA UNIDADE FORTALEZA - CEARÁ

3º lugar EQUIPE VIAÇÃO GOMES E GOMES UNIDADE SANTARÉM - PARÁ

prevalece, inclusive, no dia a dia da empresa, contribuindo para que todos trabalhem melhor e com mais qualidade”, disse Zetti. Integração Para o presidente do Conselho do Regional do SEST SENAT Nordeste IV, Décio Sampaio Barros, a integração é o ponto alto da competição. “Foi uma honra

poder integrar gestores, coordenadores e trabalhadores de todo o país em um ambiente voltado para a promoção da saúde e do lazer”, agradeceu. A anfitriã da festa, a diretora da unidade de Simões Filho (BA), Daniella Dantas, também destacou a oportunidade de sediar a final. “É uma responsabilidade grande receber uma decisão da Copa SEST SENAT.

2º lugar EQUIPE PLATAFORMA UNIDADE SIMÕES FILHO - BAHIA

4º lugar EQUIPE RODONAVES UNIDADE VILA JAGUARA - SÃO PAULO

Mas foi muito gratificante. É um projeto que participamos desde a primeira edição e, por essa grande festa, valeu a pena receber todo mundo, depois de 30 dias intensos de trabalho”. Jamile Antunes, coordenadora de promoção social do SEST SENAT nacional, destacou a qualidade da competição. “Essa quinta edição consolidou ainda mais o sucesso da Copa SEST SENAT. Conseguimos ampliar

os números com a participação de mais de 7.000 jogadores em todas as fases nas 64 unidades envolvidas, aumentar a qualidade do evento e o reconhecimento do setor”, destaca. Diante do sucesso do projeto, o SEST SENAT já anuncia novidades para o próximo ano. Em 2017, o número de unidades operacionais participantes vai passar de 64 ● para 80.


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FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

65.329 119.747 26.827 211.903

11.183 105.601 1.234.918 1.351.702

76.512 225.348 1.261.745 157.309 1.720.914

Federal Estadual Municipal Rede planejada Total

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Administrada por concessionárias privadas FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semirreboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

19.463

2.655.192 600.491 1.345.819 885.596 19.923 57.000 25.205 107.000 173

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privado Estação de transporto de cargas Instalação portuária de turismo Portos organizados HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM Vias navegáveis Vias economicamente navegadas FROTA NAVEGAÇÃO INTERIOR Longitudinal de carga Passageiros e misto Transporte de travessia FROTA CABOTAGEM/LONGO CURSO Cabotagem/Longo Curso

155 23 2 37

Total nacional Total concedida Concessionárias Malhas concedidas

30.576 29.165 11 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total

12.018 7.215 1.799 8.133 29.165

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas

106.721 3.077

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.289 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos internacionais Aeroportos domésticos Outros aeródromos - públicos e privados

37 29 2.550

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total

1.166 1.677 10.859 10.880 24.582

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS 41.635 22.037 1.908 131 367 184

MODAL

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em Transporte da União por Modal (Total pago acumulado até setembro/2016 - R$ 8,22 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até setembro/2016)

25

R$ bilhões

20

0,74 (8,9%)

6,34 (77,1%)

15

0,22 (2,7%)

10,62

10

8,22

6,17

5

0,92 (11,2%)

2,05

0 Autorizado

Rodoviário Valores Pagos do Exercício

Restos a Pagar Pagos

Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

Aquaviário

Ferroviário

Total Pago

Aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - OUTUBRO/2016

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (R$ milhões correntes - acumulados até setembro de 2016) Recursos Disponíveis 10.624,87 Autorizado União Autorizado das Estatais (Infraero e Cia Docas) 1.275,03 Total de Recursos Disponíveis 11.899,90 Investimento Realizado 6.339,38 Rodoviário 735,64 Ferroviário 372,18 Aquaviário (União + Cia Docas) 1.371,80 Aéreo (União + Infraero) Investimento Total (Total Pago) 8.819,00

2015 PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial6 Reservas Internacionais4

Acumulado Expectativa Expectativa em 2016 para 2016 para 2017

-3,85 14,25 10,67 19,67

-4,61 14,00 5,51 36,19

-3,30 13,50 6,88 48,00

1,21 10,75 5,00 45,00

356,46

370,41

-

-

3,20

3,40

Câmbio (R$/US$)

5

3,90

3,24

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 28/10/16), Banco Central do Brasil. Observações: (1) Expectativa de crescimento do PIB. (2) Taxa Selic conforme Copom 19/10/2016 e Boletim Focus.

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL - Senado Federal).

(3) Inflação acumulada no ano e expectativas segundo o Boletim Focus

Notas: (A) Orçamento Fiscal da União atualizado em 05.10.2016 com dados acumulados SIGA BRASIL até 03.10.2016. Os dados do orçamento de 2016 das Empresas Estatais (Cia Docas e Infraero) foram atualizados em 05.10.2016 com dados acumulados até agosto/2016. (B) Para fins de cálculos do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento). (C) Os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20XV, 118T,3133, e 2923.

(5) Câmbio de fim de período, média entre compra e venda até setembro/2016.

(4) Posição dezembro/2015 e setembro/2016 em US$ bilhões. (6) Saldo da balança comercial até setembro/2016. * A taxa de crescimento do PIB para 2016 diz respeito ao resultado do segundo trimestre de 2016 a preços de mercado.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2011 Investimento Total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes) 2011 2012 2013 2014 11,2 9,4 8,4 9,1 Rodoviário 1,6 1,1 2,3 2,7 Ferroviário 1,0 0,8 0,6 0,8 Aquaviário (União+Cia Docas) 1,8 2,4 2,9 3,3 Aéreo (União+Infraero) 15,6 13,7 14,2 15,8 Investimento Total 2012

2013 Rodoviário

Ferroviário

2014 Aquaviário

2015 Aéreo

2015 6,0 1,6 0,5 3,0 11,0

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL Senado Federal)

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em R$ milhões correntes)1 Orçamento fiscal (Total pago2 por modal de transporte) Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraíba Paraná Pernambuco Piauí Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondônia Roraima Santa Catarina São Paulo Sergipe Tocantins Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Nacional Total

Rodoviário 135,27 171,03 64,12 259,28 457,49 115,09 25,38 33,44 137,54 222,33 373,43 174,78 648,17 474,59 74,34 321,90 249,94 95,00 221,45 64,97 756,86 286,34 80,92 495,92 157,67 48,80 128,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 64,94 6.339,38

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 363,98 0,00 0,00 0,00 213,55 0,00 0,00 0,00 64,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,51 0,00 0,02 0,00 0,00 1,80 35,26 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 53,19 735,64

Aquaviário 0,00 0,00 0,00 35,10 0,00 0,00 0,00 20,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,61 0,00 3,15 0,00 0,00 28,46 0,00 41,29 0,00 0,00 15,84 45,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 21,20 222,23

Aéreo 0,02 0,00 0,23 4,77 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,26 0,09 6,95 0,04 0,03 6,51 0,01 0,06 0,00 0,02 1,62 0,04 0,00 0,00 0,12 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 902,77 923,58

Total 135,29 171,03 64,36 299,15 821,47 115,10 25,38 54,25 351,10 222,33 373,69 174,87 719,40 485,23 74,38 331,56 249,95 95,07 253,42 64,98 799,79 286,39 80,92 513,56 238,83 48,80 128,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.042,09 8.220,82

Maiores Desembolsos4 (Total pago acumulado até setembro de 2016)5

Ranking

Ações orçamentárias7 Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Norte Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Nordeste Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sul Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sudeste Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Centro-Oeste Recomposição do Equilibrio Econômico - Financeiro do Contrato de Concessão da BR-290/RTS 6º Osorio - Porto Alegre - Entrocamento BR-116/RS (Entrada P/ Guaiba) Construção da Ferrovia da Ferrovia Norte-Sul Ouroverde de Goiás/GO - São Simão/GO - EF -151 7º Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - Ihéus/BA - Caetite/BA - EF 334 8º Estudos, Projetos e Planejamento de Infraestrutura de Transportes ( Programa de Aceleração do Crescimento) 9º Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - Caetite/BA - Barreiras - EF - 334 10º Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até setembro - 2016 Elaboração: Confederação Nacional do Transporte *Orçamento Fiscal da União, atualizado em 05.10.2016 com dados acumulados SIGA BRASIL até 03.10.2016. Ordem 1º 2º 3º 4º 5º

R$ milhões6 1.017,94 1.003,23 839,37 597,82 531,42 241,69 198,13 191,10 189,81 172,88 4.983,40 60,6%

Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União). (2) O Total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de Restos a Pagar Pagos. (3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos Estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um Estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2016. (5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado até setembro 2016. (6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao Total Pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas Empresas Estatais. (7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa segundo o Manual de Técnico de Orçamento 2016.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


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CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2016

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores do transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS * ESTRUTURA

RESULTADOS

AVALIAÇÕES AVALIAÇÕES AMBIENTAIS AMBIENTAIS - Acumulado - Acumulado 2007-2016 2007-2016 (até (até setembro) junho)

Federações participantes Avaliações ambientais (até set/2016) 1.746.331 24 Aprovação no período 85,03% Unidades de atendimento Empresas atendidas 92 Caminhoneiros autônomos atendidos * Dados preliminares, sujeitos a alterações.

15.445 18.606

1.800.000 1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 4.734

2007

1.746.331 1.507.447 1.235.589 1.033.455 820.587 590.470 392.524 100.839

2008

228.860

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado. SETOR FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS

COORDENAÇÃO

TELEFONE

FETRAMAZ AC, AM, AP, PA, RO e RR FETRACAN AL, CE, MA, PB, PE, PI, e RN FENATAC DF, GO, MS, MT e TO FETCEMG MG Carga FETRANSPAR PR (empresas) FETRANSCARGA RJ FETRANSUL RS FETRANCESC SC FETCESP SP FECAM-RS RS Carga FECAM-RJ RJ (autônomos) FETAC-MG MG FETRANORTE AC, AM, AP, PA e RR FETRONOR AL, PB, PE e RN FETRANS CE, PI e MA FETRASUL DF, GO, SP e TO FETRAM MG Passageiros FETRAMAR MS, MT e RO FEPASC PR e SC FETRANSPOR RJ FETERGS RS FETPESP SP ES Carga e FETRANSPORTES Passageiros FETRABASE BA e SE

Raimundo Augusto de Araújo Jorge do Carmo Ramos Patrícia Dante Marta Gusmão Morais Solange Caumo Renato Nery Gilberto da Costa Rodrigues Rodrigo Oda Sandra Caravieri Danna Campos Vieira Thompson Bahiense Regiane Reis Rafhael Pina Adriana Fernandes Dias Marcelo Brasil Vilma Silva de Oliveira Geraldo Marques Carlos Alberto da Silva Corso Roberto Luiz Harth T. de Freitas Guilherme Wilson Aloisio Bremm João Carlos Thomaz João Paulo da F. Lamas Cleide da Silva Cerqueira

(92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (61) 3361-5295 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3342-2053 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (31) 3531-1730 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622 (11) 3179-1077 (27) 2125-7643 (71) 3341-6238

E-MAIL fetramaz@fetramaz.com.br fetracan@veloxmail.com.br coordenacao.despoluir@fenatac.org.br despoluir@fetcemg.org.br despoluir@fetranspar.org.br despoluir@fetranscarga.org.br coordenador.despoluir@fetransul.com.br financeiro2@fetrancesc.com.br despoluir@fetcesp.com.br dannavieira@fecamrs.com.br thompbc@gmail.com coordenadoradespoluir@gmail.com despoluir.fetranorte.am@hotmail.com despoluir@fetronor.com.br marcelobrasil@fetrans.org.br federacao.despoluir@gmail.com despoluir@fetram.org.br fetramar@terra.com.br despoluir@fepasc.org.br meioambiente@fetranspor.com.br despoluir-rs@fetergs.org.br financeiro@setpesp.org.br coordenacaodespoluir@fetransportes.org.br despoluir@fetrabase.org.br

2016


PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR Conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR: Materiais institucionais do Despoluir folder e portfólio •

Série educativa de cartilhas com temas ambientais Os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro • Meio Ambiente: responsabilidade de cada um • Caminhoneiro Amigo do Meio Ambiente • Queimadas: o que fazer? • Lixo: faça a sua parte! • Aquecimento Global • Plante Árvores

Sondagem Ambiental do Transporte Demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas de transporte rodoviário.

Caderno Oficina Nacional Transporte e Mudanças Climáticas Exibe o resultado dos trabalhos de 89 representantes de 56 organizações, com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidade urbana, transferência modal e tecnologias veiculares.

A Mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15 Apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação brasileira na Conferência das Partes das Nações Unidas para Mudança do Clima.

A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no Brasil Descreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.

Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargas Identifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursos naturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.

Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos e Renovação de Frota Apresenta as diretrizes levantadas sobre o assunto no evento realizado pela CNT com a participação de especialistas da Espanha, Argentina e México.

A Fase P7 do Proconve e o Impacto no Setor de Transporte Apresenta as novas tecnologias e as implicações da fase P7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente. Procedimentos para Preservação da Qualidade do Óleo Diesel B Elaborada para auxiliar a rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios a adoção de procedimentos para garantir a qualidade do óleo diesel B.

Caminhoneiros no Brasil: Relatório Síntese de Informações Ambientais – autônomos e empregados de frota Presta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais do setor de transporte.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br


74

CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2016

BOLETIM AMBIENTAL CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL TIPO

2010

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* CONSUMO PARCIAL - ATÉ AGOSTO/2016 ** 2011 2012 2013 2014 2015

Diesel

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

57,21

Gasolina

29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

41,14

Etanol

15,07

10,89

9,85

11,75

12,99

17,86

Etanol 13,4% Diesel 49,0%

Gasolina 37,7%

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 22 de setembro de 2016.

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3) CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2015 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

2010

Rodoviário

2011

2012 Ferroviário

2013

2014

2015

MODAL

2010

2011

2012

2013

2014

Rodoviário

34,46

36,38

38,60

40,68

41,40 40,20

Ferroviário

1,08

1,18

1,21

1,20

1,18

1,14

Hidroviário

0,13

0,14

0,16

0,18

0,18

0,18

35,67

37,70

39,97

42,06

Total

Hidroviário

2015

42,76 41,52

MISTURA OBRIGATÓRIA DE BIODIESEL AO DIESEL FÓSSIL (% em volume)*

BIODIESEL • Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. • No Brasil, as três principais matérias-primas são a soja (78,0%), a gordura bovina (16,3%) e o óleo de algodão (0,8%) . Obs.: dados de 2016 acumulados até julho. • Atualmente, o diesel comercializado no Brasil é o B7, isto é, composto por 7% de biodiesel e 93% de diesel fóssil. A Lei federal nº 13.263/2016 dispõe sobre os novos percentuais de adição de biodiesel ao óleo diesel fóssil. Confira o infográfico.

2017 março

2016

2018 março

Após 2019 março

2019 março

8% 7% 9% * Conforme a Lei Federal nº 13.263/2016. ** Após a validação por testes e ensaios em motores.

10%

Até 15%**

PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em milhões de m3) * 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0

2,39

2010

3,42

2,67

2,72

2,92

2011

2012

2013

* Dados atualizados em 30 de setembro de 2016.

3,94 2,53

2014

2015

PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR Industrial 8,9%

Mudança no uso da terra 76,4%

Geração de energia 3,1%

Outros setores 3,0%

Rodoviário 7,8% Aéreo 0,5% Outros meios de transporte 0,3%

Transporte 8,6%

2016

(até agosto)


CNT TRANSPORTE ATUAL

75

OUTUBRO 2016

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO FASES PAÍSES

P1

P2

P3

-

0

I

Brasil* Japão União Europeia Austrália EUA Rússia

P5

P6

P7

II III PROCONVE

IV

V

P4

• Proconve - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores. Criado pelo CONAMA, tem o objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica gerada pelos veículos automotores. O programa tem como base a regulamentação praticada na União Europeia (EURO) para veículos pesados.

S (ppm)

10

15

EURO

50

China México Índia África do Sul

500 - 2000

* De acordo com o artigo 5º da Resolução ANP nº 50 de 23.12.2013, o diesel S500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. No entanto, constata-se que o S10 já é comercializado em todos os Estados brasileiros.

NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - DEZEMBRO 2015* 5.500

5.159

5.000 4.500 4.000 3.500 3.000

2.355

2.500 2.000 1.500 500 0

936 791

1.037

1.000

103

336 258

2.049

1.714

1.429 194

47 AC AL AM AP BA CE DF

438

448 719

412

ES GO MA MG MS MT PA PB PE

1.447

1.126

1.086

756

503

321 346

PI

59 PR RJ RN RO RR RS

* Aumento do número de postos em aproximadamente 13% em relação ao total contabilizado na última atualização (março/2015).

Ponto de Fulgor 34,9%

220 SC

268

SE SP TO

NÃO CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - AGOSTO 2016 Outros Corante (massa específica, destilação) Enxofre 2,3% Teor de Biodiesel 55,8% 2,3% 4,7% Ponto de Fulgor 34,9% Enxofre 4,7%

Teor de Biodiesel 55,8%

Corante 2,3% Outros (massa específica, destilação) 2,3% Aspecto* 0,0%

* Percentual de reprovação em ‘Aspecto’ por região: 6,3% (Nordeste) e 0,5 (Centro-Oeste). Nas demais Regiões não constam reprovações em Aspecto.

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CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL 100% 90%

Comerciais leves Caminhões semileves Caminhões leves Caminhões médios Caminhões semipesados Caminhões pesados Ônibus urbanos Micro-ônibus Motocicletas Ônibus rodoviários Automóveis

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

CO

NMHC

NOX

MP

CH4

RCHO

CO - monóxido de carbono; MP - material particulado incluindo o MP proveniente da combustão e do desgaste do veículo; NMHC - hidrocarbonetos não metano; CH4 - metano; NOx – óxidos de nitrogênio; RCHO - aldeídos.

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

Poluentes Monóxido de carbono (CO) Dióxido de carbono (CO2)

Principais fontes Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Efeitos Saúde humana

Meio ambiente

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Em grandes quantidades pode levar à morte. Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado da queima de combustíveis, além de atividades Gás tóxico, incolor, inodoro. agrícolas, pecuária, aterros Explosivo ao adicionar a água. sanitários e processos industriais1.

Causa o aquecimento global, Causa asfixia se inalado, além de parada car- por ser um gás de efeito estufa. díaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

Aldeídos (RCHO)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. Aumenta a sensibilidade da pele. Causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastrointestinal.

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel em água; O NO2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

O NO2 provoca irritação nos pulmões. É capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Provoca irritação e aumento na produção Gás denso, incolor, não inflamável de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas e altamente tóxico. respiratórios e cardiovasculares.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Dióxido de enxofre (SO2)

Ozônio (O3)

Poluente secundário, resultado de Gás azulado à temperatura reações químicas em presença da radiação solar. Os hidrocarbonetos ambiente, instável, altamente não metano (NMHC) são precursores reativo e oxidante. do ozônio troposférico.

Resultado da queima incompleta Material particulado de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais (MP) e do desgaste de pneus e freios.

Material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. Sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. Estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causadores da chuva ácida.

Causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.

Causa irritação no nariz e garganta. Altera o pH, os níveis de Está relacionado a doenças respiratórias e pigmentação e a fotossíntese nos casos mais graves, ao câncer de pulmão. das plantas.

Processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

1

Características

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“O que o setor busca é que os entes envolvidos estejam despidos de qualquer propósito que não seja atender com afinco a classe de transportadores do nosso país”

TEMA DO MÊS

O que o transporte rodoviário de cargas ganha com o marco

Unificação dos setores do transporte de cargas PEDRO LOPES

C

PEDRO LOPES Presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga)

om estudos bastante avançados quanto à sua redação, o Projeto de Lei nº 4.860/2016, de autoria da deputada Christiane Yared (PR/PR) que trata do marco regulatório do setor de transporte de cargas, tem chamado a atenção do transportador brasileiro. Ao estabelecer normas para seis categorias no cenário nacional, entre as quais estão as cooperativas de transporte de cargas, o autônomo e o empresário de pequeno porte, a conclusão do texto, sem dar o conhecimento mais amplo a todos os entes envolvidos, trouxe à tona nossas maiores preocupações. Por abranger a totalidade do setor de transporte de carga nacional, aflige notar a separação existente entre as diversas atividades econômicas que compõem o sistema como, por exemplo, aqueles que transportam cimento, combustíveis, mudanças e outros. Por isso, uma nova regulamentação, que traga a bordo o consenso entre embarcador e transportador, se faz urgente, sob o risco de uma das partes ter o entendimento de que é possível levar algum

tipo de vantagem. Também é fundamental contemplar cada uma das necessidades surgidas entre as engrenagens que movimentam esse setor. No caso das empresas do transporte, talvez as mais prejudicadas, os obstáculos se mostram cada vez maiores. Entre eles, destaca-se a alta carga tributária, que gira em torno de 40%, enquanto cooperativas trabalham com taxas que variam entre 18% e 20%, e as leis trabalhistas, que não estabelecem regras claras durante a permanência do empregado como funcionário da empresa e geram riscos como o passivo trabalhista oculto. Cabe ao empresário do transporte nacional, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, buscar o conhecimento pleno da lei por meio das suas respectivas federações, sindicatos e associações, a fim de ter consciência do que está sendo proposto. Assim, é possível trabalhar junto às suas bancadas estaduais a definição de uma lei que alivie o peso carregado pelo empresário e evitar o favorecimento de alguns setores em detrimento de outros de igual importância. Em um

momento de maior reflexão, o comprometimento dos nossos representantes traria luz ao tema. Costumo dizer que o transporte rodoviário de carga movimenta 100% da economia do país, ao contrário dos mais de 60% comumente divulgados. Afinal, desde a lavoura localizada no lugar mais íngreme ou distante dessa nação e, mesmo em meio à infraestrutura precária encontrada em boa parte das estradas brasileiras, busca-se movimentar a carga produzida nos nossos campos pelos quatro cantos do nosso país por meio desse setor. Por isso, as regras precisam ser escritas com letras que tragam estabilidade e ofereçam ao transportador segurança para os próximos vinte anos. A pressa na condução do debate a fim de aprovar a matéria com a adição de um substitutivo pode gerar uma redação imprudente e de consequências negativas. E o que o setor busca é que os entes envolvidos, sejam eles embarcadores ou transportadores, estejam despidos de qualquer propósito que não seja atender com afinco a classe de transportadores do nosso país.


“O mais recomendável é buscar a competitividade do transporte rodoviário, norteada pelo princípio do livre mercado e pela adequada remuneração do setor”

regulatório em discussão no Congresso Nacional?

Melhoria e crescimento do transporte rodoviário LUIS HENRIQUE TEIXEIRA BALDEZ

O

setor de transporte rodoviário de cargas se destaca como um dos melhores exemplos de livre mercado do país. Mesmo assim a atividade conta com uma adequada regulação, com destaque para a Lei nº 11.442/07, que disciplina o transporte, e a recente Lei nº 13.103/15, que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Complementam esses dispositivos a Lei do Vale-Pedágio e resoluções da ANTT e do Contran, que ditam, inclusive, as normas de fiscalização da movimentação de cargas. O modal rodoviário é predominante no país e, se descontadas as movimentações ferroviárias de minério de ferro e carvão metalúrgico, a sua participação atinge a casa dos 77% da matriz de transportes. Acreditamos que essa preponderância continuará, ao menos, nos próximos 15 anos, mesmo com todos os esforços para equilíbrio da matriz. São vultosos os investimentos em infraestrutura necessários ao crescimento dos outros modais que ainda requerem longos prazos de maturação. Nesse ínterim, o mais recomendável é que busquemos a competitividade do transporte rodoviário, sempre norteada pelo princípio do livre mercado e pela preservação

da adequada remuneração do transporte. Acontece que, depois de uma década de expressivo crescimento, o segmento, em face da atual crise econômica, caminha para uma queda acumulada de demanda de 9%, gerando uma compreensível apreensão no setor. No entanto, a boa nova é que há uma reversão de expectativas, e os agentes econômicos apontam para um crescimento do PIB de 1,2%, já em 2017, o que refletirá numa demanda maior de 1,8% no transporte rodoviário. Nesse cenário, nada mais natural que surjam iniciativas para a melhoria do setor. No campo regulatório, um grupo de transportadores criou o chamado “Movimento Transportando Ideias”, que, ao ser inserido no Congresso, obteve da deputada Christiane Yared (PR/PR) a apresentação do PL nº 4.860/16, cujo objetivo básico é buscar mudanças na Lei nº 11.442/07. Como pontos positivos, o PL, que se tornou o embrião do “Novo Marco Regulatório”, tenta acabar com distorções, eliminando do mercado “agentes atravessadores”, a exemplo de empresas transportadoras de fachada (que não têm caminhões e na prática são agentes de cargas onerosos) e falsos transportadores autô-

nomos (pessoas físicas que adquirem caminhões e colocam terceiros para conduzi-los, como se empregados fossem). O PL vem sendo debatido na Câmara dos Deputados e espera-se que em breve seja divulgado um “Projeto Substitutivo” (fruto da análise das 53 emendas parlamentares e de mais outras dezenas de contribuições do empresariado) para discussão na sociedade. O tema também vem ocupando a atenção do Executivo e em especial do Fórum do Transportador Rodoviário de Cargas do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. A Anut (Associação Nacional do Usuários do Transporte de Carga) participa dos debates e encaminhará contribuições, sempre procurando manter o espírito da livre negociação entre embarcadores e transportadores. Deverá ser evitada de toda forma que o marco venha a trazer novas e infundadas obrigações que engessem as relações entre as partes, prejudicando o crescimento do setor. Entendemos que a construção do novo marco, se bem conduzida, respeitando o equilíbrio das demandas dos embarcadores e transportadores, poderá se converter em importante instrumento de melhoria e crescimento do transporte rodoviário.

LUIS HENRIQUE TEIXEIRA BALDEZ Presidente-executivo da Anut (Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga)


GANHE TEMPO NO RAIO X: • Verifique se os itens em sua bagagem são permitidos. • Guarde objetos metálicos na bagagem de mão. • Dirija-se ao portão de embarque com antecedência. • Quem tem deficiência pode solicitar uma sala reservada para a vistoria. DIRCEU PINTO Campeão mundial de bocha

Você sabia que uma atitude simples pode evitar imprevistos no aeroporto e agilizar o embarque de todos? Reserve alguns instantes para checar o que está colocando na bagagem, exclua os itens proibidos e guarde objetos metálicos como joias, relógios e o cinto na bagagem de mão. Assim a vistoria será mais rápida e você poderá seguir viagem com tranquilidade. É O S E TO R A É R E O AVA N Ç A N D O E M AC E S S I B I L I DA D E .

VOLT.AG

D O PA R A E R G E S Ç ÃO É O AG E N S . I V S A N P R E PA R A O O N F O RT C R A H N GA


CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2016

81

‘’O nome do automóvel é carro de passeio. Destina-se ao lazer, não as idas e vindas entre a casa e o trabalho. Adotar um uso racional é um desafio’’

ALEXANDRE GARCIA

U

Mobilidade urbana, um desafio

m seminário internacional sobre mobilidade urbana no auditório da Câmara Federal chama a atenção para um problema gigantesco de nossas cidades grandes e médias. O transporte urbano, que agora se chama mobilidade, ganhou um nome novo, mas continua com soluções velhas, no país que criou, há décadas, estímulos ao transporte individual. O primeiro desses incentivos é o status de estar à direção de um carro. Sinal de cidadania, de renda, de poder, a propriedade de automóvel. Isso já não existe em cidades como Nova Iorque, Paris, Roma, Berlim, Londres, Tóquio, onde carro não é necessário. Com relação ao metrô, começamos com atraso de 60 anos em relação ao de Buenos Aires, por exemplo, que começou a funcionar em 1913. O de São Paulo começou em 1974 e se expande devagar. O metrô de Santiago do Chile – onde há terremotos – tem 108 estações e cinco linhas e começou a funcionar em 1969. O da cidade do México, onde também há terremotos, é o segundo do continente; só perde para o subterrâneo de Nova Iorque. Tem 12 linhas e 195 estações. O de São Paulo tem seis linhas e 67 estações e o do Rio de Janeiro, que começou em 1979, tem quatro linhas e cerca de 50 estações. Falo sobre o metrô, porque é o sistema mais eficiente de transporte de massa nas cidades. Além de termos começado tarde, vamos devagar por baixo da terra, tal como progredimos nos congestionamentos da superfície. Como não podemos parar com a produção de automóveis e nos últimos anos a política econômica oficial se baseou no consumo e na aparência de elevação de status pelo endividamento, hoje as cidades médias e grandes sofrem falta de lugares para estacionar, já que outra caraterística das nossas cidades é a ausência de planejamento sobre lugares de trabalho e lugares para morar. Um é longe do outro, e as pessoas perdem horas de vida por dia na imobilidade urbana. Na Califórnia,

que tem mais automóveis do que o Brasil inteiro, Los Angeles aceita os carros, mas fez vias expressas cruzando a cidade, por cima e por baixo. Nem por isso deixou de construir o metrô, que começou a operar em 1990 e tem seis linhas e quase cem estações. Duas linhas são de trânsito rápido. Quem carrega mais de duas pessoas no carro tem direito a vias expressas. O nome do automóvel é carro de passeio. Destina-se ao lazer, não às idas e vindas entre a casa e o trabalho. Adotar um uso racional do automóvel é um desafio, por causa do status que o carro confere. Substituir o automóvel por metrô e BRT superlotados não estimula o passageiro a deixar seu carro em casa. Sonhar com bicicleta é utopia; é desconsiderar os dias de chuva e os perigos do asfalto brasileiro, que mata mais os que estão não estão protegidos pelo cinto de segurança. Tiramos os bondes dos trilhos para aliviar as ruas, mas não funcionou a substituição. Há muitos grupos brasileiros trabalhando com esse desafio imenso e, sem dúvida, exemplos do exterior devem ser considerados. Em Berlim, destruída em 1945, pouca gente tem carro e não precisa se preocupar com o transporte urbano, que é confiável e absolutamente pontual. Brasília tem o dobro de automóveis por habitante em relação à rica Berlim, capital do país que produz os melhores carros do mundo. E Brasília é a octogésima cidade brasileira em número relativo de carros. O tamanho do problema vai ter que ser o tamanho da solução. Uma solução a qual já estamos forçados a procurar. Não vai demorar muito tempo para termos “o congestionamento”. O definitivo. Ninguém irá para a frente nem para trás. Abandonarão os carros para seguir a pé. Outros países resolveram. Portanto, há solução. Mas não virá num passe de mágica. As cidades estão dando sinais de esgotamento e fazer com que uma ida ao trabalho seja motivo para perder por volta de 90 minutos por dia dá quase 8 horas por semana, 23 dias por ano sobre rodas, indo e voltando. Dois anos inteiros de vida em 30 anos de trabalho. Quanto desperdício!


82

CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2016

CNT

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Soares de Andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE PASSAGEIROS E DE CARGAS

José da Fonseca Lopes TRANSPORTE AQUAVIÁRIO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Meton Soares Júnior TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

A escolher TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

A escolher INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA

A escolher PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Eurico Divon Galhardi TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Flávio Benatti TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE PASSAGEIROS E DE CARGAS

Edgar Ferreira de Sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Bruno Rocha TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Rodrigo Vilaça

DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Thadeu Castello Branco e Silva Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro Victorino Aldo Saccol Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knittel José Luís Santolin Francisco Saldanha Bezerra João Resende Filho Dante José Gulin Mário Martins TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Paulo Sergio Ribeiro da Silva Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emilio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Vianna Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio Moacir da Silva Sergio Antonio Oliveira José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Sandoval Geraldino dos Santos Renato Ramos Pereira Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO, AÉREO E DE INFRAESTRUTURA

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA

CONSELHO FISCAL (titulares) Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes Jerson Antonio Pícoli Eduardo Ferreira Rebuzzi CONSELHO FISCAL (suplentes) André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez André Luis Costa

DOS LEITORES INVESTIMENTOS EM TRANSPORTE A entrevista com o ministro Maurício Quintella permite que os transportadores respirem um pouco mais aliviados e passem a acreditar em novas perspectivas depois de meses de inércia. Estamos bastante otimistas com a nova gestão e esperamos que os projetos apresentados se concretizem o mais rápido possível para que o setor retome seu crescimento. A participação da iniciativa privada, como já sinalizado pelo governo, é fundamental para a melhoria da infraestrutura de transporte.

Marcos Machado Soares Claudomiro Picanço Carvalho Filho Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Aloísio Sobreira José Rebello III José Roque Fernando Ferreira Becker Raimundo Holanda Cavalcante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Eclésio da Silva André Luiz Macena de Lima

MARCO REGULATÓRIO A discussão sobre um novo marco regulatório para o transporte rodoviário de cargas é essencial para o desenvolvimento do setor. Precisamos ter regras mais claras. A nossa atividade representa mais de 60% da matriz do transporte de cargas no país. Movimentamos uma infinidade de produtos de Norte a Sul e não podemos permitir que a falta de clareza na legislação limite o nosso trabalho. Geraldo Moura Sobral/CE PREJUÍZOS NO MADEIRA

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE PASSAGEIROS E DE CARGAS

Eduardo Sanovicz Glen Gordon Findlay

Escreva para a CNT TRANSPORTE ATUAL. As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes.

Carlos Rogério Torres Ribeirão Preto/SP SEGURANÇA NO TRÂNSITO A participação de motoristas e pedestres é fundamental para a construção de um trânsito seguro. A reportagem da CNT Transporte Atual deixa isso claro ao apresentar exemplos de pessoas que mudaram suas atitudes depois de terem passado por situações de risco ou acidentes. Já passamos da metade da Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito, mas pouco fizemos. Simone Ribeiro Londrina/PR

A seca histórica que atinge a navegação no Rio Madeira tem causado prejuízos não só para o setor transportador, mas também para a população de toda aquela região. A redução da movimentação de cargas no rio afeta diretamente o preço do frete e, consequentemente, o valor do produto que chega às mãos dos consumidores. Carlos Alberto Barbosa Porto Velho/RO Cartas: SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, 11º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes


Tocar no assunto é delicado. Não se prevenir pode ser fatal. Novembro Azul

O exame para prevenção ao Câncer de Próstata ainda é um grande tabu entre os homens, mas é preciso mudar. O preconceito e o medo são os maiores obstáculos às chances de cura de possíveis tumores, que só podem ser descobertos por meio de exames. Caso você tenha mais de 45 anos, procure um médico e faça o exame. Isso pode salvar a sua vida.


Um aperto de mão que transmite vida. 25 de novembro, Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue.

Doar sangue regularmente mantém os bancos abastecidos para que, quando qualquer pessoa precisar, seja devidamente atendida. O sangue é vital para todos os seres humanos. Ele é responsável pela oxigenação e nutrição do nosso organismo e é constantemente renovado nas pessoas saudáveis. Portanto, quem doa sangue se recupera rapidamente e pode salvar vidas. Incentive a doação regular de sangue entre seus amigos e familiares. Veja os requisitos para doar e procure o banco de sangue mais perto de você.

Aperte a mão para salvar vidas!


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