Transportes & Negócios

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TRANSPORTES & NEGÓCIOS

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Director Fernando Gonçalves • 9 de Fevereiro de 2009 • Semanal • Ano 10 • Nº118

Scania satisfeita com vendas em Portugal

Peugeot vendas de comerciais crescem 3,8%

Iveco facturou 91 milhões em 2008

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MAIS 100 MIL TEU MOVIMENTADOS

Contentores atenuam perdas dos portos Pág. 2

MARÍTIMO

Altri garante 50% do crescimento da Figueira

Crescer 600 mil toneladas até 2015 poderá não ser, afinal, um objectivo assim tão ambicioso para o porto da Figueira da Foz. O projecto de expansão da actividade que a Altri tem em curso poderá, só por si, garantir mais 300 mil toneladas/ano já a partir de 2010.

A nova administração da Figueira da Foz já foi abordada pelo grupo papeleiro e está a estudar o assunto e a SET garantiu ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS a disponibilidade para realizar os investimentos que se mostrem necessários. O porto da foz do Mondego

está em vias de ganhar 250 metros de cais e tem em curso obras na melhoria da protecção da barra. As dragagens previstas para este ano deverão garantir fundos de -7 a -8 metros. Pág. 3

9 Fevereiro 2009

Portos preparam congelamento das tarifas Numa tentativa de ajudarem à fixação dos armadores e das cargas, os principais portos nacionais estão a estudar a forma de “congelarem” os respectivos tarifários, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS. A iniciativa partiu da SET, em linha com o que está a ser feito um pouco por todo o lado, noutros portos internacionais. Uma decisão deverá ser tomada pela APP até ao final da próxima semana. Pág. 4

Zim negoceia cancelamento de encomendas Pág. 4

RODOVIÁRIO

Transportadores e Governo acertam apoios Ainda este mês serão publicados os apoios à renovação de frotas, ao abate de veículos e à instalação dos filtros de partículas. Para Março espera-se a entrada em vigor do novo regime do Iva. Após várias reuniões com a Secretaria de Estado dos Transportes, os dirigentes da Antram e da ANTP acertaram o calendário da implementação das medidas acordadas em Junho passado. Em breve deverá ser revisto o decreto-lei que estipula a revisão automática do preço dos fretes rodoviários e publicada legislação sobre a cabotagem de operadores europeus em Portugal. No bom caminho parece estar também a questão das “ajudas de custo TIR”, que há muito opõe os transportadores e o Executivo. Pág. 5

FERROVIÁRIO

Renfe e SNCF estreiam serviço conjunto Barcelona-Lyon Pág. 8

AÉREO

Cargolux quer operar a partir de Milão-Malpensa Pág. 5


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Marítimo

Contentores quase “salvam” os números dos portos O movimento de mercadorias nos cinco principais portos nacionais recuou no ano passado 1,8%, para a casa dos 63,3 milhões de toneladas. Menos 1,2 milhões de toneladas do que em 2007. Os números só não foram piores porque a crise só se tornou evidente no segundo semestre, e porque os contentores estiveram em alta. Em 2008, nos principais portos movimentaram-se quase 1,3 milhões de TEU, ou 100 mil TEU mais do que no ano anterior. O destaque vai quase por inteiro para o Terminal XXI, de Sines, que cresceu mais de 55% e superou a fasquia dos 233 mil TEU. Um valor que o coloca muito perto do segundo lugar do ranking nacional dos terminais de contentores, que ainda é da Liscont, mas agora com uma vantagem de uns poucos milhares de TEU. Destaque merece também o TCL, de Leixões, que ultrapassou a barreira dos 450 mil TEU, com um crescimento de quase 4%, que lhe garantiu mais um recorde consecutivo. Lisboa continua como o primeiro porto nacional na movimentação de contentores, com 555 mil TEU, mas praticamente estagnou relativamente a 2007, sendo que no ano passado perdeu para Setúbal alguns clientes. A uma escala muito diferente, Setúbal também conseguiu um muito bom resultado nos

Movimento de mercadorias recua 1,2 milhões de toneladas Movimento de contentores aumenta 100 mil TEU

contentores, com uma subida de 61% para a casa dos 20 mil TEU. Mais TEU e mais carga também. A carga contentorizada que passou pelos cinco principais portos nacionais no último ano atingiu os 12,3 milhões de toneladas, o que significa um aumento homólogo de 11,3%. Os granéis líquidos representaram cerca de 46% da carga total movimentada nos portos em análise. A quebra de 2,6%, para os 29 milhões de toneladas, tem o seu quê de enganador, porque a verdade é que na maioria dos portos os granéis líquidos estiveram em alta. Foi assim em Lisboa (mais 16%, para os 1,6 milhões de toneladas), em Leixões (mais 7%, para os 8,1 milhões de toneladas) e em Aveiro (mais 12%, para as 629 mil toneladas). Mas em Sines, que domina o mercado, agora com 17,8 milhões de toneladas, verificou-se uma quebra de 8% (1,5 milhões de toneladas), em grande parte devida à paragem técnica da refinaria da Galp. Em Setúbal movimenta-

Movimento de TEU em alta Leixões Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 450 026 n.a. 555 091 19 952 233 118

ram-se 953 mil toneladas, sensivelmente o mesmo que há um ano. Nos granéis sólidos, o movimento global dos cinco portos foi de 16,4 milhões de toneladas, menos 7% do que em 2007. Lisboa manteve a liderança do ranking, com 5,3 milhões de toneladas, apesar da perda de 5%, ou quase 300 mil toneladas. Em queda estiveram também Sines (12%, ou 600 mil toneladas, para os 4,4 milhões) e Setúbal (15%, ou 550 mil toneladas, para os 3,1 milhões). Leixões interrompeu o ciclo de perdas e ganhou 4%, para os 2,2 milhões de toneladas movimentados, e Aveiro subiu quase 5%, para perto dos 1,4 milhões. A carga geral fraccionada continua a perder peso nos portos nacionais: cedeu mais 8%, ou 335 mil toneladas, fixando-se na casa dos quatro milhões. Aveiro foi a excepção, com um crescimento próximo dos 5%, para cerca dos 1,5 milhões de toneladas. Setúbal, que lidera o mercado, caiu quase 13%, ou

2007 433 486 n.a. 554 774 12 425 150 038

% +3,8 n.a. +0,1 +60,6 + 55,4

220 mil toneladas, ficando um pouco acima dos 1,5 milhões. Em Leixões, o saldo do ano foi negativo em quase 13%, equivalentes a cerca de 100 mil toneladas, para um resultado final de 648 mil. Em Lisboa, o recuo foi de 18%, para as 403 mil toneladas. Na carga ro-ro o porto de Setúbal continua a dominar, com 326 mil toneladas num total nacional de pouco mais de 359 mil. O porto do Sado manteve praticamente os números de 2007, ao passo que Leixões recuou mais 33%, para as 22 mil toneladas; e Lisboa multiplicou os movimentos para as 11 500 toneladas (que comparam com as 4 888 do ano transacto). Feitas as contas, Sines continua a representar 40% das cargas movimentadas nos cinco principais portos nacionais (recuou 1% relativamente a 2007). Leixões responde por um quarto do total (era 23% há um ano). Lisboa pesa um quinto (mantém os 20%), Setúbal, um décimo (eram 11% em 2007) e Aveiro mantém o seu peso relativo de 5%.

9 Fevereiro 2009

Carga contentorizada Leixões Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 4 632 n.a. 4 477 183 3 015

2007 4 426 n.a. 4 503 118 2 015

% +5 n.a. -1 +55 +50

Carga geral fraccionada Leixões Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 648 1 466 403 1 518 n.a.

2007 740 1 400 489 1 740 n.a.

% -13 +5 -18% -13 n.a.

Granéis líquidos Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 8 142 629 1 558 953 17 780

2007 7 643 564 1 346 955 19 322

% +7 +12 +16 0 -8

Granéis sólidos Leixões Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 2191 1 369 5 328 3 144 4 354

2007 2 196 1307 5 606 3 696 4 962

% +4 +5 -5 -15 -12

2007 33 n.a. 5 325 n.a.

% -33% n.a. +137 0 n.a.

Ro-ro Leixões Aveiro Lisboa Setúbal Sines

2008 22 n.a. 12 326 n.a.

Valores em milhares de toneladas.


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Expansão da Celbi garante metade do objectivo da Figueira para 2015 Altri prevê crescer 300 mil toneladas até 2010 Terminal de granéis ganha 250 metros de cais Dragagens para manter fundos a -7 / -8 metros O porto da Figueira da Foz poderá aumentar em 25% o volume de mercadorias movimentadas, já no próximo ano, assim se concretize o projecto aumento de produção da Celbi, do grupo Altri. A secretária de Estado dos Transportes fala em “objectivos ambiciosos mas realistas” quando aponta para uma subida de 50% nas cargas movimentadas na Figueira, dos actuais 1,2 milhões de toneladas para 1,8 milhões de toneladas, até 2015. Em declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Ana Paula Vitorino adiantou que “bastará” operacionalizar os protocolos com a região de CastelaLeão (o porto figueirense é parceiro da rede Cylog de plataformas logísticas) e canalizar pelo porto as cargas com origem/destino na futura plataforma logística local, para atingir aquele objectivo.

Mas se tudo correr bem, mau-grado a crise, só os projectos de expansão do grupo Altri poderão garantir mais de metade das “desejadas” 600 mil toneladas, e já em 2010. No ano passado, a Altri terá expedido pela Figueira da Foz cerca de 200 mil toneladas de pasta de papel, o que a torna num dos maiores clientes da infraestrutura portuária. Em 2010, aquele volume poderá subir para as 525 mil toneladas, fruto da expansão da capacidadedeproduçãoque o grupo está a empreender na unidade da Celbi, que dista poucos quilómetros do porto da foz do Mondego. A expansão da fábrica deverá estar concluída em Abril próximo, a cumprir-se o calendárioinicial.Oescoamento das mercadorias pressupõe a montagem de uma cadeia logística local e, também, a disponibilização de espaço dentro do perímetro portuário. A Altri fala num “terminal papeleiro”. Questionada a propósito, a secretária de Estado dos Transportes avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS saber do projecto, e garantiu que “se, numa análise custo-benefício, se concluir que o investimento é bom para o porto e para o País, far-se-á o investimento”. José Luís Cacho, o novo presidente da Administração do Porto da Figueira da

Foz (APFF), afirmou, por seu turno, que “começámos a trabalhar no início do mês; estamos a contactar com toda a comunidade portuária e com os clientes; a Altri é um dos nossos melhores clientes, e vamos ver o que podermos fazer em conjunto”. A capacidade operacional do porto está entretanto a sofrer importantes melhorias. No Verão passado foi concluída a reabilitação do molhe Sul e molhes de guiamento, num investimento de 6,5 milhões de euros, e em Março do próximo ano deverá estar operacional o prolongamento do molhe Norte, já em curso, e avaliado em 13 milhões de euros. Praticamente concluído está o prolongamento do terminal de granéis sólidos, que acrescenta cerca de 250 metros de frente de cais, ligando os dois cais que até aqui se encontravam separados. Ao nível das acessibilidades marítimas, prevê-se ainda para este ano um investimento de 1,3 milhões de euros em dragagens, “para garantir fundos de -7 a -8 metros, em todas as condições de mar, necessários e suficientes para os navios que demandam o porto, e para os que operam no short sea shipping”, justificou José Luís Cacho ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.

Concessões podem avançar dentro de 2 anos

Sines poderá “ficar” com os portos do Algarve

A operação portuária na Figueira da Foz deverá ser concessionada dentro de dois anos. Antes, a administração portuária deverá realizar o Plano Estratégico para o porto, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS a secretária de Estado dos Transportes. “Não há razão nenhuma para demorar mais de dois anos”, afirmou Ana Paula Vitorino. No imediato, a nova administração deverá “elaborar o Plano Estratégico, como se fez para os outros portos. Existem vários planos, mas não há uma visão estratégica e global para o porto”, acrescentou. Depois será tempo de implementar o modelo de “landlord port”, cabendo à APFF as funções de autoridade portuária, e passando para os privados a operação. Ou seja, e nas palavras de Ana Paula Vitorino, a nova equipa dirigente da Figueira da Foz tem “um ano para arrumar a casa, e um ano para preparar os concursos” para a concessão da operação portuária.

O modelo aplicado nos portos de Viana do Castelo e da Figueira da Foz, com a criação de sociedades anónimas 100% de capitais públicos, detidas por outros portos, poderá ser replicado nos portos do Algarve, e em particular no caso de Faro, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Ana Paula Vitorino. Viana do Castelo e Figueira da Foz avançaram mais cedo “porque os estudos demonstraram que rapidamente poderão alcançar resultados operacionais positivos”, justificou a SET. O que não será o caso dos portos comerciais do Algarve – Faro e Portimão – que ainda permanecem sob a tutela do IPTM. “Estamos a estudar com o Porto de Sines as possíveis sinergias com os portos do Algarve, nomeadamente com Faro, por causa dos combustíveis, visando a hipótese de repetir ali a solução das novas administrações portuárias”, disse a secretária de Estado.

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Portos nacionais preparam “congelamento” dos tarifários

Objectivo é ajudar a segurar armadores e cargas Decisão é esperada na próxima semana A Associação dos Portos de Portugal (APP) está a estudar o modo como implementar o “congelamento” das tarifas nos principais portos nacionais, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS.

A iniciativa partiu da Secretaria de Estado dos Transportes e já motivou uma primeira reunião entre os dirigentes dos principais portos. Uma decisão deverá ser tomada entre esta semana e a próxima. O mais que provável “congelamento” das tarifas portuárias está a ser preparado com as máximas cautelas para evitar possíveis reacções adversas de outros operadores e de outros modos de transporte, que não beneficiem de idênticas medidas, e que por isso possam acusar

os portos de estarem a promover algum tipo de concorrência desleal. Certo é que noutros países, e desde logo na vizinha Espanha, os principais portos estão também a manter os preços praticados em 2008. E o mesmo decidiu, de resto, e por exemplo, a Adif, a gestora da infraestrutura ferroviária. A manutenção do preçário dos portos em 2009, naquilo que depende das autoridades portuárias, é uma das medidas para tentar ajudar os armadores a enfrentarem os tem-

pos difíceis que vivem, e com isso minorar a debandada de navios e serviços e a quebra dos volumes movimentados. Um pouco por todo o lado, também os operadores de terminais portuários estão a ser pressionados com os pedidos dos armadores de revisão em baixa dos preços cobrados, num efeito de “bola de neve” que tem na origem a quebra do comércio mundial e o desfasamento crescente entre a oferta e a procura de capacidade, com reflexos nos fretes cobrados.

Portos da UE cresceram 2,9% Em 2007, os portos dos 27 movimentaram 3,9 mil milhões de toneladas, mais 2,9% do que em 2006, divulgou o Eurostat. O Reino Unido, com 582 milhões de toneladas, foi o país que mais carga movimentou, seguido de Itália (520 milhões, em 2006), Holanda (507,5 milhões) e Espanha (426,6 milhões). No mesmo ano, os portos nacionais movimentaram 68,2 milhões de toneladas, mais 2%. Mais de 60% da tonelagem movimentada tocou um porto de um país terceiro; menos de 30% das cargas corresponderam a comércio intra-europeu e cerca de 10% a comércio nacional. Mais de dois terços dos volumes corresponderam a descargas. Os granéis líquidos foram o tipo de carga mais movimentado, com 38% do total, seguidos dos granéis sólidos (26%) e

Zim negoceia cancelar e adiar entregas de navios A Zim Integrated Shipping Services está a negociar com os estaleiros o cancelamento de encomendas e/ou o reescalonamento das entregas de novos navios. Como os demais, o armador israelita está a sofrer com a quebra nas receitas do transporte marítimo de contentores, e com as dificuldades em financiar, ou refinanciar, os pagamentos dos novos navios. De acordo com os dados coligidos pela AXS Alphaliner, a Zim tem encomendados 41 navios, com uma capacidade total de transporte de 285 866 TEU. Ou seja, a companhia israelita previa, quando colocou todas essas encomendas, mais do que duplicar a sua frota, actualmente composta por 102 navios de menores dimensões e com

T&N

TRANSPORTES & NEGÓCIOS Registo na D.G.C.S. Nº 123054 Depósito Legal N.º 164047/01

dos contentores (18%). Os maiores portos europeus foram Roterdão, Antuérpia, Hamburgo, Marselha e Le Havre, por esta ordem e mantendo as posições relativas de 2006. No top 20, a Holanda tem dois portos, a Bélgica um, a Alemanha três, a França três, o Reino Unido quatro, Espanha dois e Itália três. No movimento de contentores, Roterdão continuou primeiro, seguido de Hamburgo, Antuérpia, Bremerhaven e Algeciras. Espanha (com Las Palmas) é o país mais representado no top 20, com cinco portos. Sem surpresa, dez dos 20 maiores portos estão no Mar do Norte, a que acrescem outros seis com mais de 20 milhões de toneladas movimentadas. Seis dos 20 mais estão no Medioterrâneo, e há mais nove na região acima dos 20 milhões de toneladas.

uma capacidade total de 281 310 TEU. No top 20 dos operadores mundiais de transporte marítimo de contentores, no qual a Zim ocupa a 17.ª posição, só a UASC, 20.ª classificada, tem previsto um maior esforço relativo de aumento de frota: 105,8%, equivalentes a 18 navios de 158 898 TEU. No caso da Zim, as encomendas compreendem nove navios de 112 500 TEU cada, contratados com a Samsung Heavy Industries, sete navios de 10 070 TEU cada e quatro navios de 8 200 TEU cada. Actualmente a Zim tem parados 16 navios, representativos de 20,5% da sua capacidade de carga, por falta de condições de mercado para os operar, e prevê imobilizar mais no decorrer do ano, dependendo da evolução do mercado internacional.

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Aéreo

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Rodoviário

Cargolux cria filial em Malpensa Transportadores e Governo A Cargolux, a maior companhia aérea “all cargo” europeia, acaba de criar uma subsidiária italiana para operar voos transcontinentais a partir de Milão-Malpensa. A companhia luxemburguesa, que estabeleceu uma parceria estratégica em Itália, mas sobre a qual não adiantou pormenores, já solicitou a necessária licença de operação e cer-

tificação às autoridades aeronáuticas transalpinas. O início das operações acontecerá logo que possível, estando previsto para o próximo mês de Abril. A Cargolux opera actualmente uma frota de 16 Boeing 747-400 cargueiros, com um network de cerca de 90 destinos em todo o mundo. A investida da Cargolux no mercado italiano não

pode ser dissociada do facto de a Alitalia ter abandonado as suas operações de carga, criando um vazio na oferta de serviços de carga aérea para o Norte industrial. O relançamento da Alitalia Cargo está agora dependente da conclusão do processo de venda do negócio ao único candidato que apresentou uma proposta de compra.

Lufthansa disposta a reforçar cooperação com a Spanair A Lufthansa está disponível e apostada em reforçar a cooperação com a Spanair, agora controlada por investidores catalães. Exemplo disso é o estabelecimento de um acordo de “code share” entre a companhia alemã e a operadora espanhola, para os voos que a Lufthansa Itália opera, desde o início do mês, entre Milão e Barcelona. O mesmo acordo será alargado, em Março, às ligações entre MilãoMalpensa e Madrid-Barajas. A Spanair integra a Star Alliance, liderada pela Lufthansa. No grupo participa também a SAS,

ex-dona da Spanair, e que ainda mantém uma posição de 20% no capital da companhia catalã, e que estará em negociações com a Lufthansa para a venda de uma posição na sua própria estrutura accionista. Na verdade, o entendimento entre a Lufthansa e a Spanair tem sido feito através dos contactos com a SAS e com a administração da companhia espanhola. Até ao momento, pelo menos, não terão havido contactos directos entre o grupo alemão e os novos accionistas catalães. Certo é que a Lufthansa secunda a estratégia da Spanair de afirmar o

aeroporto de Barcelona face ao de Madrid. A prová-lo está o facto de a companhia alemã operar já hoje mais voos para a Catalunha (136 semanais) do que para Barajas (90). A hipótese de a Lufthansa entrar no capital da “nova” Spanair chegou a ser ventilada mas é provável que esse cenário não seja verdadeiramente explorado pelo menos enquanto não ficar também definido o futuro da SAS. Uma eventual tomada de controlo da companhia nórdica pelos alemães poderá abrir novas hipóteses de colaboração na Catalunha.

acertam medidas de apoio ao sector Renovação de frotas prometida para este mês

Regime especial do Iva em Março

Ajudas de custo TIR ainda por decidir

Uma semana intensa de reuniões, com algumas ameaças mais ou menos veladas à mistura, resultou em mais um impulso para a concretização das medidas de apoio ao sector do transporte rodoviário de mercadorias. Antram e ANTP revezaram-se nos encontros com a secretária de Estado dos Transportes, assistindo-se ao facto curioso de, desta feita, ser António Mouzinho a radicalizar o discurso, aludindo mesmo à possibilidade de novas paralisações de camionistas. As reuniões serviram para fazer o ponto de situação da aplicação das medidas acordadas em Junho do ano passado, precisamente aquando da paralisação dos transportadores, de onde emergiu a ANTP. No final, os dirigentes de ambas as associações mostraram-se satisfeitos com os resultados, mais optimista o líder da ANTP e mais comedido o presidente

da Antram. E quais foram os resultados? Até ao final do corrente mês, deverá ser publicada a legislação relativa aos incentivos ao abate de veículos, à renovação de frotas e à aquisição e instalação de filtros de partículas (para fazer o upgrade dos veículos em termos de emissões poluentes). Até meados de Março, espera-se a publicação da legislação do regime especial de exigibilidade do Iva, recentemente aprovada na Assembleia da República, mas que ainda por lá anda, a cumprir o circuito legislativo. Só após a sua publicação é que o novo regime entra em vigor, permitindo aos transportadores entregarem o Iva ao Estado só depois de receberem as respectivas facturas. Foi também acordada a revisão urgente do decreto-leu n.º 145/2008, relativamente à actualização automática do

preço do frete do transporte rodoviário de mercadorias. E chegou-se a um acordo sobre a concretização legal das limitações ao exercício da cabotagem em Portugal por operadores estrangeiros. Relativamente à questão das “ajudas de custo TIR”, o processo extravasa as competências da Secretaria de Estado dos Transportes, passando antes pela Segurança Social e Trabalho. Ainda assim, poder-se-á dizer que se caminha para uma solução consensual, que aponta para o arquivamento dos autos de contra-ordenação em curso, e para a regularização dos casos em que as empresas já tenham liquidado quaisquer montantes na sequência de autos. A proposta dos transportadores aponta ainda para a suspensão imediata das acções de fiscalização das empresas sobre os últimos cinco anos de actividade.

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Movimento Portuário LEIXÕES 09.02

09.02

Helsínquia, Hamina, Kotka, Oslo, Larvik, Kristiansand, Trondheim, Gotemburgo, Estocolmo, Klaipeda, Tallin, Riga, S. Petersburgo

MSC CRISTIANA CT MSC Portugal Antuérpia (Norte da Europa, Reino Unido, Irlanda, Escandinávia, Países Bálticos, Canadá, Mediterrâneo Oriental, Grécia, Turquia, Mar Nego, Paquistão) Dublin PORT DOURO Funchal

CT

13.02

CMA-CGM D. GIOVANNI MacAndrews Damman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin, Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah, Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha

13.02

CMA-CGM BAUDELAIRE CT MacAndrews Jeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan, Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam, Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan, Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu, Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, Laem Chabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon

Portmar

09.02

CRIMMITSCHAN CT Tenerife, Port Gentil, Pointe Noire, Namibe, Lobito

09.02

WEC MAJORELLE Casablanca

CT

Iberolinhas

09.02

APOLO Funchal

CT

Boxlines

13.02

CMA-CGM ROSE CT Mumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin

MacAndrews

10.02

EURO SQUALL CT K Line Portugal Felixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão

13.02

CSCL LE HAVRE Ningbo, Shangai

CT

MacAndrews

10.02

ELBMARCH CT Vigo, Gijon, Bilbau, Cadiz, Valência, Barcelona

Garland Navegação

13.02

CMA-CGM KINGSTON Jebel Ali

CT

MacAndrews

10.02

VEGA STOCKHOLM Roterdão, Amesterdão

CT

Garland Navegação

13.02

GRACECHURCH HARP Cardiff, Liverpool

CT

Marmedsa

CT

Green Ibérica

13.02

CORVO CT P. Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas

MSC LEANNE CT MSC Portugal Sines (Canárias, USA – Costa Atlântico Norte, USA – Atlântico Sul, USA – Costa Oeste, México, América Central, Caraíbas, América do Sul – Atlântico, América do Sul – Pacífico, África Ocidental, Angola, África do Sul, Grécia, Turquia), Valência (Norte de África, África Oriental, Índico, Mediterrâneo Ocidental, Golfo Pérsico, Extremo Oriente e Austrália, Mar Vermelho)

14.02

DELMAS KISSAMA Abidjan, Luanda

14.02

HELGALAND CT MacAndrews Hamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga, Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad, Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk, Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg

VEGA STOCKHOLM Roterdão 10.02

Maersk

10.02

ELBMARSH Port Tangier

CT

Maersk

10.02

REGGEBORG Antuérpia

CT

Orey

11.02

MSC MEE MAY CT MSC Portugal Antuérpia (Norte da Europa, Reino Unido, Irlanda, Escandinávia, Países Bálticos, Canadá, Mediterrâneo Oriental, Grécia, Turquia, Mar Nego, Paquistão) Dublin

CT

Navex CMA-CGM

LISBOA 09.02

ELBMARCH CT Vigo, Gijon, Bilbau, Cadiz, Valência, Barcelona

Garland Navegação

09.02

VEGA STOCKHOLM Roterdão, Amesterdão

Garland Navegação

09.02

EURO SQUALL CT K Line Portugal Felixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão

09.02

KAMINA Abidjan, Luanda

CT

CMA-CGM

11.02

SETE CIDADES CT Las Palmas, S. Vicente, Praia, Bissau

11.02

GRACECHURCH STAR CT Castellon, Salerno, Piraeus, Limassol, Haifa, Ashdod, Mersin

09.02

Maersk

CMA-CGM COPERNIC CT MacAndrews Adelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, Tasmanian Ports, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington

XCL LIS VCI Valência

CT

12.02

09.02

GLORY Montreal

CT

HAPAG-LLOYD

MADEIRENSE III Funchal

CT

09.02

REGGEBORG Antuérpia

CT

Orey

AQUARIUS J Vigo, Southampton, Roterdão

CT

10.02

PORT DOURO Funchal

CT

Portmar

AQUARIUS J Roterdão

CT

10.02

MERITO CT Algeciras, Port Tangier, Melila, Oran, Cartagena

KING BASIL Algeciras

CT

10.02

WEC MAJORELLE Casablanca

CT

Iberolinhas

EL BRAVO Antuérpia, Roterdão

CT

10.02

APOLO Funchal

CT

Boxlines

EL BRAVO Antuérpia

CT

11.02

CARMANIA EXPRESS CT-Ro Grimaldi Dakar, Lomé, Cotonou, Lagos, Douala, Matadi, Boma, Pointe Noire, Luanda, Libreville, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, Buenos Aires, Zarate, Montevideu

12.02 12.02

12.02 12.02

13.02

Transinsular

CT

Marmedsa

Navex Garland Navegação Green Ibérica Maersk

Maersk Delphis Orey

OPDR TANGER CT Burmester Roterdão, Antuérpia, Hamburgo, Bremen, Felixtowe, Gdynia, Cork, Dublin,

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TRANSPORTES & NEGÓCIOS

11.02

7

AQUARIUS J Vigo, Southampton, Roterdão

CT

Garland Navegação

15.02

MARFEEDER Roterdão, Amesterdão

CT

Garland Navegação

AQUARIUS J Roterdão

CT

Green Ibérica

15.02

XCL LIS VCI Valência

CT

Maersk

11.02

MOL KOMATI CT East London, Durban, Port Elizabeth

Maersk

11.02

PUCON CT Le Havre, Antuérpia, Roterdão, Hamburgo (E. Oriente)

11.02

OPDR TANGER Felixtowe. Roterdão

11.02

CORVO CT P. Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas

12.02

SETE CIDADES CT Las Palmas, S. Vicente, Praia, Bissau

SETÚBAL 09.02

OLIVIA Sheerness

Ro

Navigomes

10.02

GRANDE SICILIA Livorno, Salerno, Piraeus

Ro

Grimaldi

10.02

GRANDE EUROPA CT-Ro Grimaldi Portbury, Cork, Esbjerg, Wallhamn, Antuérpia, Southampton, Salerno, Malta, Piraeus, Izmir, Ashdod, Limassol, Alexandria

Transinsular

10.02

CRIMMITSCHAN CT Tenerife, Port Gentil, Pointe Noire, Namibe, Lobito

Maersk

13.02

CMA-CGM COPERNIC CT MacAndrews Adelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, Tasmanian Ports, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington

11.02

SETÚBAL CT Las Palmas, S. Vicente, Praia, Banjul, Conakry, Bissau

Portmar

12.02

Navigomes

HELGALAND CT MacAndrews Hamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga, Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad, Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk, Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg

ORIENTAL HIGHWAY Emden, Santander

Ro

13.02

13.02

CROWN TOPAZ Puerto Moin, Puerto Limon

CT

Navigomes

14.02

CHIQUITA BREMEN Vado

CT

Navigomes

13.02

CT

Universal Marítima Navex Navex

EL BRAVO Antuérpia, Roterdão

CT

Delphis

EL BRAVO Antuérpia

CT

Orey

SINES

13.02

S. RAFAEL CT P. Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas

14.02

CMA-CGM D. GIOVANNI MacAndrews Damman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin, Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah, Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha

14.02

09.02

MSC GOYA CT MSC Portugal Canárias (transbordo para África do Sul, Moçambique, Angola e África Ocidental)

09.02

MSC TOKYO CT MSC Portugal Freeport, Veracruz, Altamira, Houston, Port Everglades, Savannah, New Orleans, Long Beach

10.02

MSC FLORIDA CT Boston, Nova Iorque, Baltimore, Norfolk, Charleston

11.02

WEC MAJORELLE Casablanca

CT

Iberolinhas

13.02

MSC CARINA Istambul, Izmir, Gemlik

CT

MSC Portugal

MSC CARINA Astakos, Istambul, Izmir, Gemlik

CT

Hapag-Lloyd

CT

Maersk

Boxlines

CMA-CGM BAUDELAIRE CT MacAndrews Jeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan, Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam, Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan, Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu, Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, Laem Chabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon

14.02

CMA-CGM ROSE CT Mumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin

MacAndrews

14.02

CSCL LE HAVRE Ningbo, Shangai

CT

MacAndrews

14.02

CMA-CGM KINGSTON Jebel Ali

CT

14.02

CALA PEDRA CT Garland Navegação La Guaira, Puerto Cabello, Barranquilla, Cartagena, Puerto Limon, Cristóbal, S. Salvador, Puerto Cortes, S. Pedro Sula, Puerto Quetzal, Guanta, Rio de Janeiro, Santos, Buenos Aires, Montevideu, Assuncion, Rio Grande, S. Francisco do Sul, Fortaleza, Argel, Oran, Mersin, Lattakia, Tartous, Beirute, Alexandria

14.02

DAL EAST LONDON CT Antuérpia, Bremerhaven, Le Havre

14.02

NILEDUTCH KWANZA Luanda

15.02

HMS SMETANA CT Garland Navegação Halifax, Montreal, Toronto, Havana, St. Thomas Castilla, Veracruz, Altamira, Kingston, Rio Haina

VIANA DO CASTELO 14.02

CT

MSC Portugal

SAFMARINE ANITA Aberdeen, Vlissingen, Antuérpia

MacAndrews

Maersk Marmedsa

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TRANSPORTES & NEGÓCIOS

Ferroviário Dois anos para renovar o ramal e ligar ao terminal da Figueira da Foz

Dois anos é quanto deverá demorar a completa reabilitação do ramal da Figueira da Foz, encerrado ao tráfego ferroviário desde Janeiro, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS. No prazo de um ano a Refer prevê realizar as intervenções mais urgentes, mas não é seguro que a linha, que liga a Figueira da Foz a Coimbra, possa ser logo reaberta à circulação dos comboios. A intervenção anunciada pela gestora da infraestrutura compreenderá a subs-

tituição integral da superestrutura, com reperfilamento de taludes, pequenas correcções de traçado, renovação do balastro, colocação de travessas polivalentes, supressão de passagens-de-nível e automatização de outras, etc.. As obras serão feitas em sintonia com a projectada criação de um terminal ferroviário, integrado na plataforma logística da Figueira da Foz, que Duarte Silva, presidente da autarquia figueirense, prevê arranque no segundo semestre deste ano para

estar operacional no final de 2010. O terminal localizar-se-á a cerca de três quilómetros da estação da Figueira da Foz, prevendo-se ainda a construção de uma concordância a montante daquela estação, permitindo o acesso directo ao ramal, à plataforma logística e ao porto, a partir da linha do Oeste. O ramal da Figueira da Foz garante, por seu turno, o acesso directo à Linha do Norte e à Linha da Beira Alta, na Pampilhosa.

Renfe e SNCF criam primeiro serviço conjunto transfronteiriço Barcelyon liga Lyon e Barcelona três vezes por semana A Renfe Mercancias e a SNCF, através da sua filial para as cargas marítimas Naviland Cargo, acabam de lançar o primeiro serviço transfronteiriço de mercadorias, entre Espanha e França. A iniciativa partiu do Porto de Barcelona, que assim pretende dar o primeiro passo para alargar o seu hinterland até ao centro da Europa. Para já existe um consórcio a três, mas dentro de três meses será criada a empresa que assumirá a exploração do Barcelyon, o serviço ferroviário que, nesta fase, garante três comboios se-

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manais em cada sentido, entre o porto catalão e o terminal francês de Vinicieux, nos arredores de Lyon. Cada comboio é composto por 20 vagões, com capacidade para transportar três TEU cada. Os promotores garantem que entre Lyon e Barcelona o preço do comboio é cerca de metade do camião. Ao invés, o serviço não toca Perpignan, porque aí o mercado está bem servido com a oferta rodoviária. O Barcelyon é um comboio marítimo, ou seja, visa preferencialmente o transporte de contentores com origem/destino no transporte marítimo. A proporção esperada de cargas é, por isso, de 80% de cargas marítimas e 20% de cargas terrestres.

Com este novo seviço, o porto de Barcelona quer alargar o seu hinterland a um raio de 700 quilómetros e assumir-se como um verdadeiro hub para o Sul da Europa. Como o diz o presidente da APB, Jordi Valls, “não é normal que Milão se abasteça mais através do porto de Roterdão, do que no Sul da Europa”. O próximo passo, ainda sem um calendário definitivo, será lançar um outro serviço ferroviário que deverá ligar o porto catalão a Bordéus, na costa atlântica francesa. É, porém pouco provável que seja criado ainda este ano, porque “criar um novo serviço leva tempo” e porque a actual conjuntura económica não é a mais favorável.


TRANSPORTES & NEGÓCIOS

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TRANSPORTES & NEGÓCIOS

Veículos Comerciais Scania satisfeita com as vendas em Portugal

A

Scania matriculou 549 veículos em Portugal, no ano passado. Desses, 495 foram camiões e 74 autocarros. Nos pesados de mercadorias, a marca sueca terminou 2008 com uma quota de mercado na ordem de 9%, que representa uma quebra de 23,8% no volume de vendas em relação a 2007. O principal produto da marca foi de novo o tractor série R. O segmento de longo curso absorveu perto de 88% do volume de matrículas, enquanto o de distribuição pesada rondou os 8% e o segmento da construção 4%. “O número de matrículas da Scania foi menor do que em 2007 devido, em grande parte, à falta de capacidade de produção comparativamente a outras marcas no primeiro semestre, e também devido à desaceleração sentida no final do ano”, explicam os

Matriculou 495 camiões 74 autocarros responsáveis da Scania no nosso país, que consideram 2008 “um ano de grandes alterações na procura”. Apesar dos números, a marca está bastante satisfeita com os resultados do ano passado, considerando que “o nível de vendas foi bom, comparado com os níveis históricos”. 2008 foi o primeiro ano de actividade da Scania Finantial Services, que teve bastante sucesso, sendo o leasing operacional um produto bastante apreciado pelos clientes, uma vez que garante taxas mensais fixas. No último ano houve também novidades contínuas, sendo as mais relevantes aquelas que se prenderam com o novo programa de motores Euro 5 EGR. Para 2009 “a nossa am-

Marca sueca aposta no longo curso e construção bição é manter uma posição forte no segmento de longo curso. E continuaremos também a apostar no segmento da construção, onde temos um produto muito robusto”, garantem os responsáveis da marca, que referem ainda estarem a actualizar a oferta de contratos de manutenção e reparação, de modo a que os seus clientes usufruam duma taxa mensal fixa, evitando assim custos inesperados de reparação. Quanto à “fórmula” para atacar a crise, referem que “não podemos mudar a actual situação económica, mas podemos ajudar os nossos clientes a melhorarem a sua situação financeira através da oferta de produtos que os ajudem a reduzir custos”.

Melhores resultados de sempre Apesar da quebra nas vendas e encomendas A Scania obteve no último ano os melhores resultados de exploração da sua história, graças a um aumento de vendas de 12,5 mil milhões de coroas suecas (SEK), com o volume de negócios a crescer 5% para muito perto dos 89 mil milhões SEK, e as margens operacionais a chegarem aos dois dígitos (10,1%). A administração propôs uma distribuição de dividendos de 2,50 SEK por acção. Em 2008, a Scania comercializou 73 793 veículos, sofrendo um decréscimo de cerca de 3% em relação a 2007, ano em que vendeu 75 878 veículos. No que diz respeito ao volume de encomendas a queda foi de 42%, com um registo de 51 034 unidades, contra 94 093 em 2007. No capítulo dos camiões, a marca nórdica vendeu 66 516 unidades, face a 68 654 em 2007, registando um decréscimo de 3%. Os mercados da Europa Ocidental absorveram 34 085 unidades (- 4%), e os da Europa Central e de Leste registaram uma quebra de 15%, com 12 574 unidades. Nos mercados da América Latina as vendas de camiões Scania cresceram 10%,

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para as 10 775 unidades, e, na Ásia, cerca de 11%, para as 6 721. O melhor mercado da marca sueca foi de novo o Brasil, onde conseguiu vender 8 008 camiões, com um registo de crescimento de 23%, seguido pela Grã-Bretanha com 5 546 camiões (+6%), e da Alemanha que, com 4 719 unidades, conseguiu destronar a Rússia do terceiro lugar, mesmo apesar dum volume negativo de crescimento de 2%. Dignas de registo no top 10 dos mercados da Scania são também as quebras de 34% das vendas em Espanha, com um registo de 2 577, contra as 3 929 alcançadas em 2007; de cerca de 20% na Polónia e de 10% no da Rússia. Para o presidente e CEO da Scania, Leif Östing, “os resultados mais elevados de sempre deveram-se a grandes volumes de vendas e aos preços elevados, tendo os proveitos ligados aos serviços aumentado também 8%. No segundo semestre a crise financeira teve um forte impacto nos mercados da Scania. No final de 2008, a produção teve que ser adaptada, tanto ao recuo da procura como à necessidade de redução de stocks, pelo que iremos reduzir até ao fim do primeiro trimestre de 2009 cerca de 2 000 funcionários com contratos a prazo, diminuindo de 12 000 para 10 000 o número total de empregados”.


TRANSPORTES & NEGÓCIOS

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O ano em BALANÇO Iveco facturou 91 milhões em Portugal A Iveco fechou as contas de 2008 em Portugal com uma facturação líquida de 91 milhões de euros, mais 12% do que ano anterior (81,7 milhões de euros), e cerca de cinco milhões acima dos objectivos anunciados faz agora um ano, mas abaixo dos 100 milhões que se chegou a admitir atingir em Setembro último. Após dois quadrimestres de grande sucesso, a crise económica abrandou também o crescimento da marca no último terço do ano. Com 702 veículos comerciais pesados vendidos, a marca obteve a liderança dos pesados de passageiros, com 150 unidades, tendo alcançado a lideran-

Cresceu quase 10 milhões ça absoluta no segmento dos minibuses, onde conseguiu garantir 32% de quota de mercado (praticamente um em cada três veículos vendidos neste segmento foi Iveco). A gama pesada de autocarros Eurorider quadruplicou o número de unidades em relação a 2007, com um volume de 34 matrículas. No conjunto dos segmentos pesado e das 3,5 t, a Iveco registou vendas globais de 1 841 unidades, com a gama Daily a garantir uma quota de 16,6% nas 3,5 t, segmento que no cômputo geral

caiu 2,8%. Entre as 2,8 e as 3,5 t, a marca comercializou 61 unidades, o que lhe confere um volume global de1902 veículos. Excelentes resultados também para o segmento intermédio entre as 6 e as 15,9 toneladas, onde se insere a gama Eurocargo, tendo a Iveco obtido uma taxa de penetração de 17,6%, mais 1,8% do que em 2007. Finalmente, nas gamas pesadas Stralis e Trakker, a Iveco ficou aquém do meio milhar de unidades previstas. Para 2009, a Iveco alimenta expectativas de continuar a melhorar quotas de mercado em todas as gamas no nosso país.

Comerciais Peugeot cresceram 3,8% A Peugeot comercializou a nível mundial 269 mil veículos comerciais ligeiros em 2008, contra 259 mil em 2007, obtendo assim um registo de crescimento de 3,8%. Num ano marcado pelo lançamento de duas novidades, o pequeno furgão Bipper vendeu 25 mil unidades desde Fevereiro, e o novo Partner, lançado em Maio, conseguiu chegar às 58 mil unidades em apenas sete meses. No principal mercado da marca francesa, os 18 países da Europa Ocidental, num ano em que se venderam 1 839 000 VCL, com uma regressão de

11,6%, a Peugeot não conseguiu ir além das 173 400 unidades (- 4,2%). No entanto, nas suas cinco “famílias” VUL (Bipper, Partner, Partner Origon, Expert e Boxer) registou uma quota de mercado em forte progressão: 9,4% contra os 8,7% de 2007, essencialmente graças, mais uma vez, aos seus dois novos produtos. No mercado francês de VCL, que sofreu uma quebra de 0,3%, a Peugeot garantiu um crescimento dos seus volumes em 1,5% e da sua penetração em 0,3%. Num mercado que regrediu 39,6%, a Peugeot Espanha obteve resul-

tados históricos, com 21 mil matrículas, uma penetração de 12,6% e um crescimento de 10,9%. Também noutro mercado em regressão, o italiano, a marca francesa aumentou as vendas para as 11 900 unidades, passando assim a sua quota de 4,6% para 5,2%. Finalmente, em Portugal, com perto de seis mil unidades vendidas, a Peugeot teve uma variação homóloga negativa de 14,7% num mercado em forte retracção de 19%, conseguindo, no entanto, aumentar a sua quota de 10,14% para os 10,7%.

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