TRANSPORTES & NEGÓCIOS
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Director Fernando Gonçalves • 26 de Janeiro de 2009 • Semanal • Ano 10 • Nº116
União Europeia vendas de +16 toneladas recuam 2,4%
Portugal Renault continua líder nos VCL
Volvo e MAN inauguram fábricas
Pág. 13
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Frota mundial supera este ano 14 milhões de TEU Pág. 4
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Falência da Qimonda ameaça carga aérea O eventual encerramento da Qimonda em Portugal representa uma quebra de cerca de duas mil toneladas no movimento anual de carga no aeroporto do Porto, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS junto de operadores do mercado. A empresa alemã importa e exporta praticamente tudo o que consome e produz, usando quase
em exclusivo o transporte aéreo, dada a fragilidade e o alto valor acrescentado dos materiais com que lida. Sem esquecer que o negócio é feito verdadeiramente à escala planetária. Infelizmente, a Qimonda não é caso único em Portugal, e disso se deverá ressentir a indústria nacional de carga aérea. Empresas como a Delphi, a
Tyco, a Blaupunkt ou a Kemet estão também a reduzir a produção e, logo, as expedições por carga aérea. Para este ano, as perspectivas não são, por isso, animadoras, estimando-se para o aeroporto do Porto uma quebra de volume na ordem dos 20%. Pág. 2
MARÍTIMO
Comissão Europeia tenta criar zona marítima sem barreiras Instituído em 1993, o Mercado Único ainda não chegou ao transporte marítimo europeu. Inspecções, controlos, imposição de serviços e muita, muita burocracia geram
atrasos e custos e tornam o transporte marítimo pouco atractivo. A Comissão Europeia quer mudar isso, e daí o plano de acção que acaba de aprovar. Harmonizar e sim-
plificar procedimentos, abolir barreiras ao livre trânsito das mercadorias (também por via marítima) no espaço europeu, é a palavra de ordem. Pág. 8
ACS tem quatro candidatos à compra da Dragados SPL
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RODOVIÁRIO
Transportadores nacionais facturarão menos 45 milhões Pág. 10
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TRANSPORTES & NEGÓCIOS
Tema de capa Falência da Qimonda será rude golpe para a carga aérea Em 2008 movimentou 2 mil toneladas no Porto
Operadores antecipam quebra de 20% na carga
A Qimonda em Portugal não é só o maior exportador nacional. É também um dos maiores, se não mesmo o maior, pelo menos em valor, cliente da carga aérea. Um eventual encerramento da unidade fabril de Vila do Conde implicará, para além de tudo o mais, uma quebra imediata de mais de 5% do volume de cargas manuseadas no aeroporto Francisco Sá Carneiro. Sofrerão as companhias aéreas, os operadores expresso, os agentes transitários. Infelizmente, a Qimonda poderá até ser o maior caso, mas não é o único. As dificuldades da Qimonda não são de hoje, nem de ontem. Aliás, a transformação da então Infineon já foi uma tentativa da Siemens para garantir a viabilidade da empresa. A concorrência dos países asiáticos e a quebra na procura mundial são factores que há muito ensombram o futuro da unidade de Vila do Conde. Fruto dessa conjuntura, e da crescente miniaturização dos componentes electrónicos produzidos, o volume das cargas recebidas e expedidas pela Qimonda portuguesa tem vindo a diminuir gradualmente. Ainda assim, atinge volumes importantes. Tanto mais importantes quanto todas, ou praticamente todas as encomendas, são transportadas por via aérea. E, por se tratar de produtos frágeis e de elevado valor acrescentado, são tendencial-
mente “clientes” dos serviços “premium” das transportadoras. No ano passado, a Qimonda terá movimentado cerca de duas mil toneladas de carga aérea, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS junto de fontes conhecedoras do mercado. Um número que diz bem do volume de produção envolvido, se se tiver em conta a dimensão, e mais ainda o peso, dos componentes electrónicos recebidos ou expedidos. Daquele montante, um pouco mais de metade terá sido carga de importação, proveniente da Alemanha, e um pouco menos carga de exportação, de novo para a Alemanha, mas também para Tóquio, Xangai ou S. Francisco, entre outros destinos intercontinentais. Entre as companhias aéreas envolvidas no fluxo de mercadorias contar-se-ão a British Airways, a Lufthansa Cargo, ou a UPS. O facto de, nos últimos tempos, parte das cargas provenientes da Alemanha estarem a chegar a Portugal por via rodoviária, em transportes expresso, não belisca a importância da empresa como cliente do sector da carga aérea nacional. Os dados estatísticos dão razão aos operadores do mercado: no último ano, o
aeroporto do Porto movimentou um pouco mais de 36 mil toneladas de carga. Nesse contexto, duas mil toneladas é mesmo muito carga, para mais de um único cliente, e sendo certo que toda, ou praticamente toda, entra e sai do País pelo aeroporto e de avião. Os operadores ouvidos pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS não hesitam, por isso, em considerar dramática para o sector a possibilidade de a Qimonda encerrar a produção em Portugal. Ainda que tal hipótese possa criar a oportunidade de um negócio único: qual seja o da transferência da maquinaria de precisão instalada em Vila do Conde para outra localização, dado que não é crível que, mesmo no cenário de encerramento, os
equipamentos da unidade industrial sejam desaproveitados e votados ao abandono. E a serem deslocados, pela sua fragilidade, o transporte aéreo será uma opção a considerar…
A Qimonda poderá ser a maior, mas não é, infelizmente, a única unidade do sector tecnológico a reduzir a produção ou, no limite, a encerrar as portas. A Delphi, a Tyco, ou a Kemet são outras tantas unidades que anunciaram, ou já realizaram mesmo, redução dos quadros de pessoal, afectadas que
estão pela quebra brutal da procura por parte da indústria automóvel. E todas trabalham primordialmente com carga aérea. Nesta conjuntura, a quebra da carga movimentada nos aeroportos nacionais, no ano que agora começa, é vista como uma inevitabilidade. 20% de redução é um número que reúne consenso entre os operadores ouvidos, quando se fala do aeroporto do Porto. As perspectivas só não serão piores enquanto Angola, pelo menos, continuar a ser o destino de eleição das cargas nacionais (representa cerca de um terço da carga aérea) e, já agora, enquanto a espanhola Inditex continuar a encaminhar por cá uma parte interessante dos seus fluxos de mercadorias.
Rodovia é quem mais sofre As companhias aéreas não são as únicas, nem sequer as mais prejudicadas, no sector da logística e dos transportes, com a forte quebra da produção/comercialização de componentes e equipamentos eléctricos e electrónicos. Os transportadores rodoviários de mercadorias foram os primeiros a sentir o impacte da crise do sector automóvel, com a brutal quebra nos movimentos de componentes, sobressalentes e veículos completos. As dificuldades abateram-se sobre
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várias empresas nacionais, quer porque faziam boa parte do seu negócio em Espanha, ou nas ligações trans-Pirenaicas para os principais construtores europeus, quer porque algumas acompanharam as marcas suas clientes nas investidas na Europa Central e de Leste – criando ali estruturas permanentes. Os transitários e os operadores logísticos (alguns com instalações, equipamentos e pessoal dedicados a clientes do sector automóvel) contam-se também entre as vítimas da crise.
TRANSPORTES & NEGÓCIOS
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TRANSPORTES & NEGÓCIOS
Marítimo Frota mundial ultrapassa este ano os 14 milhões de TEU Big is (ainda) beautiful A carteira de encomendas dos estaleiros mundiais compreendia, no início do ano, 1 186 porta-contentores, correspondentes a uma capacidade de transporte de quase 6,2 milhões de TEU. Se em número de navios a carteira de encomendas representava apenas 25% da frota actual, já em capacidade de transporte a sua importância relativa representava 51% da capacidade actualmente disponível. Um dado mais que confirma a preferência do mercado pelos navios cada vez maiores. Só por si, os 186 navios de mais de 10 000 TEU encomendados serão capazes de transportar, caso venham a ser todos construídos, 2,4 milhões de TEU. Mais do dobro dos 1,1 milhões de TEU de capacidade agregada dos 254 navios de entre 4 000 e 5 099 TEU que estão encomendados. Somem-se-lhe as 113 unidades de entre 7 500 e 10 000 TEU e as 142 de entre 5 100 e 7 500 TEU, e ter-se-ão 59% dos navios em encomenda e 86% da capacidade.
A
frota mundial de porta-contentores deverá crescer este ano cerca de 10% em número de navios e 15% em capacidade de transporte. A crise que assola o sector poderá ditar o cancelamento de algumas encomendas (no limite, pela falência dos clientes ou dos estaleiros), ou ao deslizamento das entregas para 2010, mas não deverá alterar significamente os números avançados pela consultora Alphaliner. No arranque de 2009, a frota mundial de porta-contentores celulares (que representa cerca de 95% da capacidade mundial de
transporte marítimo de contentores) compreendia 4 659 navios, com uma capacidade total de 12,36 milhões de TEU. Ao longo de 2008, a capacidade de transporte aumentou, assim, 13,2%. A previsão da Alphaliner, baseada nas encomendas firmes registadas, é que em 1 de Janeiro de 2010 a frota mundial terá subido para 5 126 navios, e a sua capacidade ascenderá aos 14,2 milhões de TEU. Para o ano corrente estão previstas entregas de 474 navios, com uma capacidade de mais de 1,85 milhões de TEU. Os navios de entre 4 000 e 5 099
TEU estarão em destaque, com a entrega de 104 unidades (461 mil TEU agregados). A frota actual é composta por 540 unidades (2,4 milhões de TEU). Os navios de maiores dimensões, de mais de 4 000 TEU, representam cerca de metade das entregas previstas e cerca de 75% da capacidade que será acrescentada este ano. O número de navios de mais de 10 5000 TEU mais do que duplicará em 2009, a concretizarem-se todas as entregas previstas, passando de 25 para 55 unidades. A sua capacidade evoluirá em linha, dos 302 mil para os 658 mil
TEU. A tendência manter-se-á em 2010, com a entrega de outros 49 navios, e mesmo em 2011, para quando são esperados 83 novos VLCC, com uma capacidade agregada de mais de um milhão de TEU. Em 2010, e sempre assumindo que as encomendas firmadas serão, regra geral, para manter, a frota mundial de porta-contentores deverá crescer 7,6%, ou 389 unidades, para os 5 515 navios em 1 de Janeiro de 2011. A capacidade de transporte, essa deverá aumentar 14,5%, passando dos 14,2 milhões para os 16,3 milhões de TEU.
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Só a Evergreeen não foi às compras A APM-Maersk é quem tem mais navios porta-contentores encomendados. A Mediterranean Shipping Company (MSC) é o armador com mais capacidade encomendada. A Cosco Container Lines é quem mais aumentará a sua própria capacidade. E a Evergreen Line é o único dos grandes players sem encomendas conhecidas. De facto, a APM Maersk, número um mundial, com 540 navios em operação e uma capacidade de pouco mais de dois milhões de TEU, tem encomendados outros 80 navios, de 405 949 TEU. A MSC, número dois no ranking, com 426 unidades e 1,47 milhões de TEU, tem encomendados 53 navios de 637 840 TEU acumulados. A Cosco Container Line é actualmente sexta classificada, mas deverá galgar várias posições, a confirmarem-se as encomendas conhecidas. Actualmente com 149 navios e 487 840 TEU, a companhia prevê receber mais 62 navios, com uma capacidade de 441 828 TEU, com isso quase duplicando a capacidade actual. Entre os grandes armadores, a Evergreen Line é o único sem encomendas, apesar dos rumores recentes. A companhia de Taiwan, que não alinhou na tendência dos mega-navios, é número quatro do ranking, com uma frota de 176 unidades e cerca de 624 mil TEU.
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Navio da Naveiro naufraga ao largo da costa da Galiza
O navio “Braga”, da Naveiro, sofreu um rombo no casco ao largo da costa da Galiza, a 17 milhas da Corunha, tendo sido abandonado pela tripulação, dado o estado do mar e o risco de afundamento do navio. O comandante português do navio acabou por falecer, vitima de uma paragem cardiorespiratória. Os restantes tripulantes – um português, dois caboverdianos e dois russos – foram socorridos e tiveram
alta depois de assistidos nos hospitais locais. Desconhecem-se ainda as causas do acidente. Do mesmo modo que se desconhece a extensão dos estragos e, logo, se será viável o reboque do navio e posterior reparação. O “Braga” dirigia-se para Lisboa, proveniente de França, carregado de trigo. O “Braga” está registado na Madeira. Construído em 2002, tem uma arqueação bruta de 1 921 toneladas.
A frota da Naveiro é actualmente composta por 11 navios, três dos quais – o “Penafiel”, o “Silves” e o “Viseu” – construídos em 2008. O armador português aguarda ainda a chegada do quarto e último navio da encomenda, que se chamará Portalegre. Estes quatro navios, além de mais modernos, são também os de maior capacidade de transporte, com uma arqueação bruta de cerca de três mil toneladas.
ACS tem quatro interessados na compra da Dragados SPL Quatro candidatos apresentaram propostas não vinculativas para a compra dos negócios portuários do grupo espanhol ACS, onde se inclui a participação na portuguesa Sadoport. A Mediobanca e o Deutsche Bank, que estão a assessorar a empresa de Florentino Pérez neste processo, seleccionaram as propostas apresentadas por um fundo de investimento gerido pelo J.P. Morgan, pelo Global Infrastructures Partners (fundo participado pelo Crédit Suisse e pela General Electric), pela China Merchants e pelo Reef Real State Investment, do Dubai. A candidatura do Dubai poderá interessar também a Dubai Ports, um dos maiores operadores portuários mundiais. Já o Global Infrastructures Partners, ou GIP, detém o aeroporto de London City e está na corrida ao aeroporto de Gatwick. A Merchant Marine é um dos maiores coinglomerados do sector na R.P. China.
Parceira da Mota-Engil na Sadoport Mil milhões é o preço de referência Os interessados na compra da Dragados terão agora acesso aos livros da empresa, devendo apresentar ofertas vinculativas até ao final de Fevereiro, princípio de Março. A ACS já fez saber que não venderá caso os potenciais compradores não valorizem a empresa convenientemente. E o convenientemente será sempre um número em torno dos mil milhões de euros. Além do mais, o negócio é apelativo porque, crises à parte, a operação portuária representa um fluxo regular de “cash”. A decisão de alienar a Dragados SPL visa reduzir o endividamento e recentrar a ACS nos seus negócios “core”. A Dragados detém uma forte posição na maioria dos portos
espanhóis e opera também no Chile, Índia e R.P. China. Em Portugal, a companhia espanhola é parceira da Mota-Engil na Sadoport, que detém a concessão do Terminal Multiusos II do porto de Setúbal. Paralelamente, a ACS está também a negociar a venda da Sintax Logística, que também está presente no mercado português. A Tradisa será, tudo o indica, o comprador escolhido, de acordo com a imprensa económica espanhola.
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TRANSPORTES & NEGÓCIOS
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Movimento Portuário LEIXÕES 26.01 26.01
PORT DOURO Funchal
CT
30.01
PATRICIA DELMAS Abidjan, Luanda
CT
CMA-CGM
31.01
LAGOA CT Las Palmas, S. Vicente, Praia, Bissau
Transinsular
31.01
MSC MEE MAY CT MSC Portugal Sines (Canárias, USA – Costa Atlântico Norte, USA – Atlântico Sul, USA – Costa Oeste, México, América Central, Caraíbas, América do Sul – Atlântico, América do Sul – Pacífico, África Ocidental, Angola, África do Sul, Grécia, Turquia), Valência (Norte de África, África Oriental, Índico, Mediterrâneo Ocidental, Golfo Pérsico, Extremo Oriente e Austrália, Mar Vermelho)
31.01
HELGALAND CT MacAndrews Hamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga, Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad, Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk, Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg
31.01
CMA-CGM D. CARLOS MacAndrews Damman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin, Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah, Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha
31.01
CMA-CGM BERLIOZ CT MacAndrews Jeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan, Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam, Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan, Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu, Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, Laem Chabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon
Portmar
PURPLE BEACH CT Navex Walvis Bay, Cape Town, Joanesburgo, Port Elizabeth, East London, Durban (portos interiores), Richards Bay, Maputo, Beira, Nacala
26.01
NILEDUTCH PROMINENCE Pointe Noire, Luanda, Lobito
Ro
Marmedsa
26.01
GRACECHURCH CROWN Cardiff, Dublin, Liverpool
CT
Marmedsa
26.01
APOLO Funchal
CT
27.01
MSC CRISTIANA CT MSC Portugal Sines (Canárias, USA – Costa Atlântico Norte, USA – Atlântico Sul, USA – Costa Oeste, México, América Central, Caraíbas, América do Sul – Atlântico, América do Sul – Pacífico, África Ocidental, Angola, África do Sul, Grécia, Turquia), Valência (Norte de África, África Oriental, Índico, Mediterrâneo Ocidental, Golfo Pérsico, Extremo Oriente e Austrália, Mar Vermelho)
BoxLines
27.01
XCL PT FEEDER 2 Antuérpia, Roterdão
CT
Maersk
27.01
WEC MAJORELLE Casablanca
CT
Iberolinhas
27.01
EURO SQUALL CT K Line Portugal Felixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão
31.01
CMA-CGM AEGEAN CT Mumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin
MacAndrews
EL TEMERARIO Antuérpia, Roterdão
31.01
CMA-CGM MEDEA Ningbo, Shangai
CT
MacAndrews
31.01
MIMBAI EXPRESS Jebel Ali
CT
MacAndrews
31.01
S. RAFAEL P. Delgada
CT
BoxLines
31.01
CORVO Funchal
CT
Navex
28.01 28.01 28.01
CT
GRACECHURCH VENUS CT Castellon, Salerno, Piraeus, Limassol, Haifa, Ashdod, Mersin
Delphis Marmedsa
ELBMARSCH Algeciras, Tânger
CT
KING BASIL Algeciras
CT
29.01
EL TEMERARIO Antuérpia
CT
Orey
29.01
AQUARIUS J Roterdão
CT
Green Ibérica
29.01
MADEIRENSE CT Ponta Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas
30.01
OPDR TANGER CT Burmester & Stüve Roterdão, Antuérpia, Hamburgo, Bremen, Felixtowe, Gdynia, Cork, Dublin, Helsínquia, Hamina, Kotka, Oslo, Larvik, Kristiansand, Trondheim, Gotemburgo, Estocolmo, Klaipeda, Tallin, Riga, S. Petersburgo
29.01
30.01
30.01
Maersk Maersk
LISBOA 26.01
EURO SQUALL CT K Line Portugal Felixtowe, Teesport, Gotemburgo, Aarhus, Hamburgo, Roterdão
26.01
VEGA STOCKHOLM Roterdão
CT
Green Ibérica
27.01
PORT DOURO Funchal
CT
Portmar
27.01
CMA-CGM BEIRUT CT Nova Iorque, Norfolk, Savannah, Miami
27.01
PUELCHE CT Le Havre, Antuérpia, Roterdão, Hamburgo (E. Oriente)
27.01
TRIUMPH Montreal
CT
Hapag-Lloyd
27.01
APOLO Funchal
CT
BoxLines
27.01
MADEIRENSE CT Ponta Delgada, Praia da Vitória, Horta, Pico, Velas
28.01
GRANDE PORTOGALLO CT-Ro Grimaldi Dakar, Lomé, Cotonou, Lagos, Douala, Matadi, Boma, Pointe Noire, Luanda, Libreville, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, Buenos Aires, Zarate, Monteviodeu
Navex
MSC LEANNE CT MSC Portugal Antuérpia (Norte da Europa, Reino Unido, Irlanda, Escandinávia, Países Bálticos, Canadá, Mediterrâneo Oriental, Grécia, Turquia, Mar Nego, Paquistão) Dublin CMA-CGM GALILEE CT MacAndrews Adelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, Tasmanian Ports, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington
30.01
LAURA SCHULTE CT Garland Navegação Halifax, Montreal, Toronto, Havana, St. Thomas Castilla, Veracruz, Altamira, Kingston, Rio Haina
30.01
CALA PINO CT Garland Navegação La Guaira, Puerto Cabello, Barranquilla, Cartagena, Puerto Limon, Cristóbal, S. Salvador, Puerto Cortes, S. Pedro Sula, Puerto Quetzal, Guanta, Rio de Janeiro, Santos, Buenos Aires, Montevideu, Assuncion, Rio Grande, S. Francisco do Sul, Fortaleza, Argel, Oran, Mersin, Lattakia, Tartous, Beirute, Alexandria
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Green Ibérica Universal Marítima
Navex
TRANSPORTES & NEGÓCIOS
28.01
XCL PT FEEDER 2 Antuérpia, Roterdão
28.01
MERITO CT Algeciras, Tânger, Melila, Oran, Cartagena
Maersk
28.01
SAFMARINE MBASHE CT East London, Durban, Port Elizabeth
Maersk
28.01
WEC MAJORELLE Casablanca
CT
Iberolinhas
28.01
AQUARIUS J Roterdão
CT
Green Ibérica
26.01
Portline
PURPLE BEACH CT Navex Walvis Bay, Cape Town, Joanesburgo, Port Elizabeth, East London, Durban (portos interiores), Richards Bay, Maputo, Beira, Nacala
SETÚBAL Roterdão
CT
28.01
26.01
CROWN SAPHIR Puerto Moin, Puerto Limon
CT
Navigomes
EL TEMERARIO Antuérpia, Roterdão
CT
27.01
29.01
NILEDUTCH PROMINENCE Pointe Noire, Luanda, Lobito
Ro
GRAN ELLADE CT-Ro Grimaldi Portbury, Cork, Esbjerg, Wallhamn, Antuérpia, Southampton, Salerno, Malta, Piraeus, Izmir, Ashdod, Limassol, Alexandria
29.01
Grimaldi
SETÚBAL EXPRESS CT-Ro Grimaldi Dakar, Lomé, Cotonou, Lagos, Douala, Matadi, Boma, Pointe Noire, Luanda, Libreville, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, Buenos Aires, Zarate, Montevideu
GRANDE ITÁLIA Livorno, Salerno, Piraeus
Ro
30.01
29.01
ORIENTAL HIGHWAY Emden, Santander
Ro
Navigomes
31.01
CROWN TOPAZ Vado
CT
Navigomes
WEC GOYA Las Palmas, Tenerife
CT
Iberolinhas
29.01
CT
Maersk
7
30.01
EL TEMERARIO Antuérpia
30.01
HELGALAND CT MacAndrews Hamburgo, Aarhus, Copenhaga, Tallin, Roterdão, Dublin, Reijkavic, Riga, Klaipeda, Aalesund, Bergen, Bodo, Brevik, Egersund, Floroe, Fredrikstad, Karvik, Oslo, Gdynia, Belfast, Felixtowe, Greenock, Liverpool, Archangelsk, Kaliningrad, Kronstadt, Moscovo, S. Petersburgo, Gotemburgo, Helsingborg
Transinsular
S. RAFAEL P. Delgada
CT
BoxLines
30.01
CORVO Funchal
CT
Navex
31.01
CMA-CGM GALILEE CT MacAndrews Adelaide, Bell Bay, Brisbane, Freemantle, Melbourne, Sidney, Tasmanian Ports, Auckland, Littelton, Nelson, Port Chalmers, Tauranga, Wellington
31.01
MUMBAI EXPRESS Jebel Ali
31.01
MOL KOMATI CT Antuérpia, Bremerhaven, Le Havre
31.01
PATRICIA DELMAS Abidjan, Luanda
01.02
CMA-CGM D. CARLOS MacAndrews Damman, Riade, Barhein, Chiwan, Dalian, Hong Kong, Xingang, Tianjin, Yantian, Zhaoqing, Zhuhai, Abu Dabi, Ajeman, Dubai, Qhor Fakkan, Sharjah, Bandar Abbas, Kuwait, Mina Qaboos, Doha
SETÚBAL
SINES 26.01
WEC GOYA CT MSC Portugal Canárias (tranbordo para África do Sul, Moçambique, Angola e África Ocidental) 26.01
MSC DARWIN CT MSC Portugal Freeport, Veracruz, Altamira, Houston, Port Everglades, Savannah, New Orleans, Long Beach
27.01
MSC MARATHON CT Boston, Nova Iorque, Baltimore, Norfolk, Charleston
MSC Portugal
28.01
MSC NILGUN Piraeus, Izmir
CT
MSC Portugal
MacAndrews
MSC NILGUN Piraeus, Izmir
CT
Hapag-Lloyd
Maersk 29.01
WEC MAJORELLE Casablanca
CT
Iberolinhas
31.01
WEC VELASQUEZ Las Palmas, Tenerife
CT
Iberolinhas
CMA-CGM
CMA-CGM BERLIOZ CT MacAndrews Jeddah, Chittagong, Kompong Soam, Qingdao, Weihai, Xiamen, Busan, Calcutá, Chennai, Cochim, Haldia, Bangalore, Tutticorin, Visakhapatnam, Belawan, Jacarta, Semarang, Surabaya, Bintulu, Kota Kinabalu, Kuantan, Kuching, Miri-Sarawak, Pasir Gudang, Penang, Port Kelang, Sadakan, Sibu, Tawau, Yanfone, Singapura, Colombo, Papeete, Banguecoque, Laem Chabang, Kaoshiung, Keelung, Haiphong, Ho-Chi-Minh, Kuinhon
01.02
CMA-CGM AEGEAN CT Mumbai, Mundra, Nava Sheva, Carachi, Port Qasin
MacAndrews
01.02
CMA-CGM MEDEA Ningbo, Shangai
MacAndrews
CT
CALA PINO CT Garland Navegação La Guaira, Puerto Cabello, Barranquilla, Cartagena, Puerto Limon, Cristóbal, S.Salvador, Puerto Cortes, S. Pedro Sula, Puerto Quetzal, Guanta, Rio de Janeiro, Santos, Buenos Aires, Montevideu, Assuncion, Rio Grande, S. Francisco do Sul, Fortaleza, Argel, Oran, Mersin, Lattakia, Tartous, Beirute, Alexandria
Orey
30.01
01.02
01.02
Marmedsa
MONTE BRASIL CT Ponta Delgada (P. Vitória, Pico, Velas, Flores, Corvo, Graciosa)
CT
LAURA SCHULTE CT Garland Navegação Halifax, Montreal, Toronto, Havana, St. Thomas Castilla, Veracruz, Altamira, Kingston, Rio Haina
Delphis
30.01
CT
01.02
WEC VELASQUEZ CT MSC Portugal Canárias (tranbordo para África do Sul, Moçambique, Angola e África Ocidental)
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SAFMARINE PALANCA Antuérpia
CT
Orey
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TRANSPORTES & NEGÓCIOS
Mercado Único chega ao transporte marítimo Comissão propõe zona sem fronteiras
Menos burocracia, atrasos e custos
Alargar ao transporte marítimo os benefícios decorrentes da criação do Mercado Único europeu, vai para 16 anos, é, poder-se-á dizer, o fim último do plano de acção para o sector agora proposto por Bruxelas. A Comissão Europeia acaba de aprovar um plano de acção para criar uma zona europeia de transporte marítimo sem fronteiras. O plano compreende várias iniciativaslegislativas,incluindopropostas de simplificação das formalidadesadministrativas baseadas em regulamentos comunitários, e recomendações aos estados-membros para aliviarem a carga administrativa que impende sobre os operadores marítimos. “Ao tornarem o transporte
marítimo mais atractivo, as medidas propostas induzirão um melhor balanceamento na escolha e utilização dos diferentes modos de transporte, baseado mais nos seus méritos próprios e menos nas históricas formalidades administrativas: isto será benéfico para o ambiente e para a economia”, enfatizou o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário dos Transportes, António Tajani. “A Comissão considera estarem agora criadas as condições para a criação de uma área livre de transporte marítimo”, acrescentou. A criação de uma zona livredebarreirasparaotransporte marítimo deverá atenuar a procura do transporte rodoviário e reduzir os cus-
tos do agenciamento das cargas, ao mesmo tempo que preservará o know-how e promoverá a criação de empregos nas áreas de actividade relacionadas com as operações de transporte marítimo. O plano de acção do Executivo de Bruxelas aponta várias iniciativas a serem prosseguidaspelosestados-membros. Um exemplo: os diferentes organismos de inspecção e controlo portuários, que fiscalizam o cumprimento das regras fis-
cais, sanitárias, de segurança e outras, actuam as mais das vezes de forma descoordenada, com isso originandosobrecustosedemoras (que também têm custos…) que poderiam ser facilmente reduzidos. A Comissão recomenda, por isso, aos 27 que revejam e simplifiquem as suas práticas nestas áreas, que muitas das vezes são desempenhadas por agentes locais. Mais importantes ainda são, no entender de Bruxe-
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las, as medidas legislativas que visam a simplificação dos procedimentos alfandegários e outros mecanismos de controlo. O plano de acção inclui, por isso, como anexo, uma proposta de Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho sobre as formalidades de registo dos navios que cheguem e partam de portos comunitários. Medidas para a simplificação dos procedimentos alfandegários serão adoptadas ainda no início do corrente ano, e também ainda este ano serão publicadas Guidelines sobre as inspecções sanitárias de animais e plantas. O plano de acção inclui ainda medidas que estão em desenvolvimento sob o Código Aduaneiro Modernizado (tal como a simplificação de formalidades para linhas de navegação comunitárias que incluam uma paragem num porto de um país vizinho), além de medidas que só serão propostas numa fase posterior do processo – em conjunto com as recomendações aos estados-membros -, nomeadamente quanto à coordenação das acções de inspecção dos navios e das cargas (onde as condições locais o permitam), e à concessão de isenção de serviços de pilotagem aos comandantes de navios mais experimentados. A redução de custos e dos atrasos gerados por
estes procedimentos administrativos deverão beneficiar toda a economia europeia e os consumidores finais, confia a Comissão. As medidas propostas deverão igualmente, acredita Bruxelas, contribuir para contrariar o declínio que possa advir para o sector marítimo-portuário da actual crise financeira, uma vez que deverão favorecer a sua competitividade face aos outros modos de transporte. Com este plano de acção agora anunciado, a Comissão Europeia reconhece, enfim, que o modo marítimo pouco beneficiou com a criação do Mercado Único, em 1993. Quinze anos volvidos, a actividade continua sujeita a procedimentos administrativos complicados, mesmo quando os navios navegam apenas entre portos comunitários. É verdade que ao nível das infra-estruturas se registaram progressos, mas a complexidade administrativa continua a ser a regra e desencoraja muitos potenciais utilizadores. E, todavia, o transporte marítimo é uma opção eficaz, e óbvia, para o transporte de boa parte das mercadorias no território da União Europeia, ou não tivessem os 27 cerca de 100 mil quilómetros de costa e uns 1 200 portos comerciais. Sem esquecer a forte tradição marítima de muitos estados-membros.
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Rodoviário
Aéreo Mais três companhias apanhadas a concertarem preços na carga A LAN Cargo, a Aerolinhas Brasileiras e a El Al juntaram-se ao rol de companhias condenadas por práticas anti-concorrenciais no mercado da carga aérea. A lista já é longa mas não deverá ficar por aqui, uma vez que o Departamento de Justiça norte-americano mantém investigações sobre mais de 30 companhias internacionais. Em todos os casos agora decididos, como nos anteriores, os operadores envolvidos optaram por confessar e negociar um acordo, com isso evitando penalizações maiores. Em causa estão a fixação de sobretaxas de combustível e de outros preços.
A LAN Cargo aceitou pagar uma multa de 88 milhões de dólares, por um período de cinco anos. A multa deverá ser liquidada no terceiro trimestre deste ano. A Aerolinhas Brasileiras, participada pela LAN Cargo, terá de pagar, por sua vez, 21 milhões de dólares, também por um período de cinco anos. A israelita El Al, por seu turno, admitiu ter conspirado para fixar com outros operadores os fretes de carga, e terá por isso de pagar 15,7 milhões de dólares. Até ao momento, o Departamento de Justiça norte-americano já amealhou 1,272 mil milhões de dólares em multas, pagas por oito companhias aéreas:
British Airways, Korean Air, Air France-KLM, Japan Airlines, Qantas, Cathay Pacific, SAS e Martinair/Tampa. Na sequência dos mesmos processos, três altos executivos de companhias foram sentenciados a penas de prisão. Entretanto as autoridades norte-americanas mantêm investigações sobre mais de 30 companhias internacionais, sendo muito provável que mais condenações ou acordos surjam. Até porque as companhias já condenadas comprometeram-se a colaborar com as autoridades e as práticas de cartelização são necessariamente desenvolvidas em rede.
Seis interessados em Gatwick Seis consórcios manifestaram já interesse em acorrer à compra do aeroporto de Gatwick, que a espanhola Ferrovial se propõe alienar, pressionada pela Concorrência britânica. As dificuldades de financiamento dos investimentos e a quebra no tráfego aeroportuário deverão puxar para baixo os preços oferecidos, que se estima deverão rondar os 1,7 a 1,8 mil milhões de libras esterlinas. Abaixo, portanto, dos dois mil milhões estimados (desejados) pela BAA. Entre os candidatos assumidos à compra do aeroporto londrino contam-se a 3i Infrastructures (em parceria com fundos de
pensões canadianos), a Global Infrastructures Partners – fundo do Crédit Suisse e da General Electric, que já detém o Aeroporto de London City -, e um consórcio que acaba de adquirir o Chicago Midway Airport (o primeiro grande aeroporto norte-americano a ser privatizado, por 2,5 mil milhões de dólarfes). A Hochtief Airport, do maior grupo alemão de construção, também estará, em princípio, interessada. A empresa adquiriu em 2007, à BAA, o aeroporto de Budapeste. E detém ou participa nos aeroportos de Hamburgo, Dusseldorf, Sidney, Atenas e Tirana.
T&N
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O Manchester Airport Group é outro dos candidatos. O aeroporto de Gatwick é o segundo maior do Reino Unido, em número de passageiros, com um registo de 34,2 milhões no último ano. É também o mais movimentado do mundo, entre os que possuem apenas uma pista. A BAA, detida pela Ferrovial, possui sete aeroportos na Grã-Bretanha, entre eles os aeroportos londrinos de Heathrow, Gatwick e Stansted. Para Março espera-se o relatório final da Autoridade da Concorrência, que deverá manter a recomendação de venda de pelo menos dois dos aeroportos de Londres.
Transportadores nacionais facturarão menos 45 milhões O transporte rodoviário de mercadorias em Portugal deverá decrescer este ano 1%, em volume de negócios, em consequência do agravamento da situação económica nacional e internacional. A previsão é da consultora espanhola DBK, que estima que no ano passado as empresas portuguesas do sector terão realizado um volume de negócios de 4,55 mil milhões de euros. Um número que representará um crescimento de 3,2% relativamente ao verificado em 2007. A consultora sublinha, no entanto, que a taxa de crescimento estimada para 2008 já fica muito longe dos 6,8% realizados em 2007, relativamente ao ano anterior. Sinónimo da rápida degradação da actividade, que se acentuou na segunda metade do ano. No curto prazo, o transporte internacional deverá atingir taxas de crescimento superiores às do transporte doméstico, conse-
quência da crescente internacionalização das empresas portuguesas e do previsto desenvolvimento da actividade transportadora nos países do Leste da Europa, acrescenta a DBK. Numa análise à evolução recente do sector em Portugal, o estudo sublinha o desenvolvimento da actividade no biénio 2006/2007, num contexto de moderado crescimento económico e de aumento das trocas comerciais externas. Em 2007, o valor do mercado atingiu os 4,41 mil milhões de euros, mais 6,8% que em 2006, que por sua vez já foi 5,6% melhor do que 2005. Medido em toneladas-km, o mercado nacional de transporte rodoviário de mercadorias atingiu em 2007 os 39,3 milhões, 5,2% mais do que em 2006. A carga interna foi a que mais cresceu, 16%, para os 12,24 milhões de ton/km, enquanto a carga internacional atingiu os 27 milhões de ton/ km (mais 4,9%). No transporte internacional, Espa-
nha representou cerca de 70% dos trânsitos de import/export. Apesar do crescimento da actividade, o número de empresas transportadoras tem vindo a diminuir. No final de 2007, eram 9 100, cerca de 900 menos do que em 2005. No mesmo período, o parque de veículos reduziu-se de 58 600 para 49 700. A redução do número de players não significou, todavia, um ganho de dimensão das empresas do sector. O estudo sublinha a “notável atomização” do tecido empresarial, com mais de metade dos operadores a deterem apenas um ou dois camiões. Em consequência, mesmo os maiores players têm reduzidas quotas de mercado., A DBK estima que, juntos, os cinco primeiros do ranking nacional – Patinter, Luís Simkões, Barraqueiro, DHL Express e Gefco – detivessem em 2007 apenas 8,6% do volume de negócios do mercado.
Portos de LA e Long Beach querem irradicar camiões antigos A partir de 18 de Fevereiro, os camiões mais poluentes que entrarem nos portos de Los Angeles e Long Beach (EUA) pagarão um dólar por TEU transportado. A receita, que poderá chegar ao milhão de dólares/dia, será aplicada no financiamento da compra de tractores mais modernos. A iniciativa chama-se Cle-
an Truck Programme e está longe de ser pacífica. Tanto que já por duas vezes foi adiada. O objectivo é reduzir a poluição atmosférica nas zonas portuárias, que diariamente recebem milhares de camiões. Os veículos anteriores a 1989 já foram banidos em Outubro passado. A partir de 1 de Janeiro de 2010, chegará a vez de todos os
veículos anteriores a 1994, e também daquelas anteriores a 2003 que não tenham instalados filtros de partículas. Em causa estão milhares de camiões. Os incentivos à modernização das frotas deverão ser de 80% do valor do investimento na compra de veículos novos. Se a “moda” chega aos portos nacionais…
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Ferroviário ALTA VELOCIDADE: CIMEIRA IBÉRICA MANTÉM CALENDÁRIOS
COMENTÁRIO
Concurso Lisboa-Poceirão avança mesmo em Fevereiro Apesar da crise e da contestação ao projecto, o Governo mantém o calendário da implementação da rede ferroviária de Alta Velocidade. O próximo passo será dado já em Fevereiro, com o lançamento do concurso para o troço Lisboa-Poceirão da futura linha Lisboa-Madrid. Sem surpresa, a cimeira luso-espanhola, que reuniu (quase) os dois governos ibéricos em Zamora, reafirmou os calendários das ligações transfronteiriças da rede ferroviária de Alta Velocidade. Mantêm-se, portanto, as datas de 2013 para a conclusão do Lisboa-Madrid e do PortoVigo. O Lisboa-Porto também continua previsto para 2015. Sobre as duas outras ligações, também acordadas entre os dois países na cimeira da Figueira da Foz de 2003, então sem data definida, nada foi dito ainda. O Aveiro-Salamanca e o Évora-Faro-Huelva continuam a surgir no mapa, mas remetidos para “estudos”, que nem a aposta na ferrovia para lidar com a crise consegue adiantar. Se dúvidas havia sobre os timings da concretização da rede, elas prender-se-iam mais com o lado espanhol, particularmente no que se referia à ligação Porto-Vigo. Isto depois de há alguns dias ter sido notícia nos media um documento do Ministério de Fomento de Madrid, onde era assumido que a ligação do Noroeste peninsular só estaria concluída em 2015. Ao mesmo tempo, portanto, que o LisboaPorto.
Portugal e Espanha dividem estação fronteiriça Do lado de cá, e sabendo-se, como se sabia, que o Governo não se mostra receptivo a reequacionar, nem o projecto da Alta Velocidade, nem sequer a Terceira Travessia do Tejo, não eram de esperar novidades de última hora, e muito menos de monta. Para a história da cimeira de Zamora fica, no que à ferrovia diz respeito, o acordo entre os dois países sobre a futura estação internacional de BadajozElvas. A decisão tomada é salomónica, e divide o projecto pelos dois países, ou não se estivesse numa zona de fronteira. De acordo com o anunciado, a nova estação será constituída por dois pólos. Do lado de Portugal ficará o pólo dedicado às mercadorias. Do lado de Espanha situar-se-á o pólo dos passageiros. A dividi-los estará o Caia, mas está prevista uma ponte que garantirá o acesso directo e exclusivo entre as duas margens. Em Portugal, a gare de mercadorias servirá a linha de Alta Velocidade, em bitola europeia, mas também a linha exclusiva para mercadorias, proveniente de Sines, em bitola ibérica. Em Espanha, a gare de passageiros servirá para os serviços de longo curso e para as ligações regionais. Mais de dez mil pessoas/dia é o número de passageiros previstos para a
estação, quando todos os serviços estiverem operacionais. Falta, contudo, concluir o estudo que definirá o modelo de negócio, a contratação e o financiamento da estação internacional. Sobre a mesa está a criação de uma sociedade conjunta, participada
pela portuguesa Refer e pela espanhola Adif, para construir e gerir a infraestrutura. A nova estação ficará a cerca de uma hora de Lisboa e a duas horas de Madrid. Quando estiver operacional, a linha de AV LisboaMadrid deverá reduzir o
tempo de percurso das actuais cerca de 9 horas para apenas 2h45. Também por isso, prevê-se, a quota de mercado do transporte ferroviário nas ligações entre as duas capitais deverá passar dos 2% para a casa dos 19%, adianta a Rave.
Poceirão-Caia adjudicado em Junho A adjudicação do troço Poceirão-Caia, a primeira parceria público-privados (PPP) da futura rede de Alta Velocidade, continua prevista para Junho próximo. Os consórcios liderados pela Brisa e pela Mota-Engil foram os seleccionados para apresentarem as propostas finais. A concessão compreende a linha de Alta Velocidade (o maior troço da rede), parte da ligação convencional – exclusiva para mercadorias – entre Sines e Elvas, e a estação de Évora. No próximo mês de Fevereiro será lançado o concurso para o segundo troço da ligação, entre Lisboa e o Poceirão, que compreenderá também a
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construção da Terceira Travessia do Tejo. Neste momento, está-se ainda na fase do estudo prévio e da avaliação de impacte ambiental. Do lado de lá da fronteira, o processo está mais avançado, com o troço Badajoz-Mérida-Cáceres já em construção, e a boa parte da linha em fase de projecto de execução. O projecto “português” da linha AV Lisboa-Madrid tem garantidos cerca de 812 milhões de euros de fundos comunitários, sendo 242 milhões dos fundos próprios das Redes Transeuropeias de Transports e outros 570 milhões do Fundo de Coesão.
Arménio Matias (*) É natural que desta Cimeira tenha saído a confirmação dos prazos e das prioridades definidas para a AV em cimeiras anteriores. Por um lado, porque estas duas ligações internacionais beneficiam sobretudo a Espanha, ao contrário das outras duas também consagradas na Cimeira de 2003 (Faro – Huelva e Aveiro – Salamanca). Por outro lado, porque o Governo português está para este projecto como esteve para a Ota, prosseguindo indiferente à inconsistência das opções, agora (erradamente) condicionado também pelo calendário eleitoral. A nova linha Porto – Vigo seria de grande interesse para Portugal, e sobretudo para o Norte, se fosse dada prioridade absoluta à sua passagem pelo Aeroporto Sá Carneiro e se este fosse autonomizado na sua gestão em relação ao NAL. Do mesmo modo, a nova ligação Lisboa – Madrid ganharia mais interesse para Portugal se passasse pelo NAL no CT Alcochete. A prioridade ao novo eixo Lisboa – Porto, como resultado da pseudosaturação da Linha do Norte, é lamentável, principalmente neste momento de grave crise financeira. Quanto à chamada estação do Caia, a solução adoptada, de um terminal de mercadorias em Portugal e duma estação de passageiros na Espanha, é equilibrada. A viabilidade da nova linha só ganharia se a estação de passageiros se situasse no casco urbano da principal cidade da Estremadura, incomensuravelmente maior do que Elvas. Faço votos para que a Sociedade Civil acabe por compreender o quanto está errada a estratégia do Governo sobre a AV e crie condições, tal como na Ota, para a sua revisão. (*) Presidente da Adfer
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Veículos Comerciais Vendas de pesados de mercadorias (+16 t) recuam 2,4% na Europa
As vendas de pesados de mercadorias (+16 toneladas) na União Europeia a 27 recuaram 2,4%, em 2008, para a casa das 305 mil unidades. O resultado final foi fortemente penalizado pelos novos estados-membros, onde as matrículas caíram mais de 15%. Na UE-15, o saldo foi, apesar de tudo, marginalmente positivo
Espanha “afundou” mais de 30%
UE-15 melhor que os novos estados-membros
Matrículas em Portugal subiram 6%
(mais 0,2%), com o primeiro semestre a suportar as quebras da segunda metade do ano. Espanha, que nos últimos anos teimou em contrariar a natureza cíclica das vendas (tendo com isso ascendido à condi-
ção de terceiro maior mercado europeu), sofreu em 2008 uma forte “aterragem”, com uma quebra de mais de 30% nas matrículas. Venderam-se no país vizinho, no ano passado, apenas 24 911 pesados de mercadorias (+16 t), menos 11 mil do que ano anterior. Foi o pior resultado entre os Quinze. Nos antípodas, o Reino Unido aumentou as vendas em cerca de seis mil unidades, para um total de 35 094. Um salto de quase 20% em termos homólogos. A Alemanha, o maior mercado, na casa dos 68 mil veículos, terminou o ano com uma quebra de 1% (cerca de 700 unidades). A França, ao invés, reforçou a segunda posição, com uma subida de
8,5% (quase quatro mil vendas), para as 48 mil unidades. A Itália também recuou, quase 2% (500 veículos), caindo abaixo das 26 mil matrículas. E a Holanda, com mais de 15 700 registos, cresceu cerca de 20%. Em Portugal, as vendas de pesados de mercadorias (+16 toneladas) atingiram as 4 492 matrículas, quase 6% mais do que no ano anterior. Feitas as contas aos Quinze, o resultado do ano foi de 260 473 matrículas, mais 413 do que em 2007. Os números do final do ano não permitem, também pela sua magreza, enganos quanto à dimensão da crise que assola o sector. Nos últimos meses, a procura decaiu bastante e assim deverá continuar, não se
Comerciais ligeiros caem 10% Em 2008, matricularam-se na UE menos 225 mil comerciais ligeiros do que no ano anterior. O mercado ficou-se pelos 1,98 milhões de matrículas. AUE-15 contabilizou 1,8 milhões (menos 12%); os novos estados-membros garantiram quase 225 mil (mais 5%). Portugal fez pior que a média, ao perder 13 mil veículos, ou 19% das vendas de 2007. Ficou-se pelos 55 404. Mas pior ainda esteve a Espanha, que passou de 275 mil para 166 mil matrículas, quase 40%. Seria o pior resultado, se a Dinamarca não tivesse afundado 40,1%, sendo que os dinamarqueses só valem pouco mais de 33 mil viaturas. Entre os principais mercados, a França recuou 0,3% para um pouco abaixo dos 459 mil veículos; o Reino Unido perdeu 15% para os 290 mil; a Itália céu quase 9% para perto dos 231 mil; e a Alemanha cresceu 0,8%, tendo superado os 223 mil.
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sabe até quando. Os dados da ACEA relativos a Dezembro assinalam uma quebra homóloga de quase 10% nas vendas nos Quinze, o equivalente a 1 600 unidades vendidas a menos. Nos novos estados-membros da UE, todos viram o mercado reduzir-se (desconhecem-se os dados da Hungria, de Chipre e de Malta). A Polónia, de lon-
ge o maior mercado, perdeu 13% das vendas, para menos de 17 mil unidades. E a República Checa, segunda no ranking, cedeu quase 10% e não chegou sequer às 7 500 vendas. A Eslovénia foi, apesar de tudo, quem perdeu menos (4%). Juntos, os Dez registaram vendas de 44 554 veículos +16t. Só em Dezembro, perderam 45%.
Autocarros em alta As vendas de autocarros em Portugal atingiram, em 2008, as 799 unidades, 10,2% mais do que em 2007, de acordo com os dados da ACEA. Portugal fez, assim, melhor do que a média dos Quinze, onde as matrículas aumentaram 5,8% para as 36 541, mas pior do que a média dos novos estados-membros, que subiram quase 59% para as 6 868 matrículas. Também aqui os resultados de Dezembro foram significativamente piores do que a média do ano, a indiciar o agravar da crise. No caso de Portugal, por exemplo, o resultado de Dezembro foi negativo em quase 29%. O Reino Unido, o maior mercado europeu, reforçou a liderança com uma subida de 8% para lá das 8 900 viaturas, secundado pela França e Alemanha, com vendas de 6 600 e 5 900 unidades, respectivamente.
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Renault manteve liderança nas vendas VCL
Optifuel Lab estreia-se em Bruxelas
Opel ficou à distância de 3 unidades
Mercado nacional recuou 19%
Escassas três unidades valeram à Renault Portugal manter, em 2008, a liderança do mercado português de comerciais ligeiros. Com 7 746 veículos vendidos, a marca francesa suplantou a Opel, mas registou uma quebra nas vendas da ordem dos 25,8% em relação a 2007, ano em que ficou muito próxima das 10 500 unidades. O administrador-delegado da Renault Portugal, José Caro de Sousa, justificou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS que “a quebra dos volumes deve-se,
em grande medida, à significativa diminuição das vendas do segmento dos derivados de passageiros (-35,4%), um segmento onde a Renault detém uma posição historicamente muito significativa”. O modelo da marca mais representativo neste segmento é o Clio Société, que registou 3 166 unidades vendidas (-29,2%). O novo Kangoo Express, lançado em Maio de 2008, vendeu 2 621 unidades, números que não chegaram para a Renault preservar o estatuto “histórico” de líder no segmento dos
Grupo Fiat e Chrysler anunciam aliança estratégica A Fiat S.p.A, a Chrysler e a Cerberus, o maior accionista da Chrysler, firmaram uma carta de intenções não vinculativa para a criação de uma aliança estratégica global. Segundo esclareceu a Fiat em comunicado, esta aliança constituirá um elemento chave do plano de reestruturação da Chrysler, e deverá permitir à empresa norte-americana o acesso a plataformas concorrenciais para viaturas de baixo consumo, motores, transmissões e componentes a serem produzidos nas suas fábricas. A Fiat compromete-se a dar à Chrysler acesso à sua rede de distribuição em países
de importância fundamental para o crescimento da empresa e boas oportunidades de contenção de custos. A marca italiana prestará igualmente à Chrysler serviços de gestão para suporte do plano de reestruturação que vai ser submetido ao Departamento do Tesouro americano. A aliança poderá permitir também às duas marcas tirarem benefícios das correspondentes redes comerciais e industriais e dos respectivos fornecedores globais. Como contrapartida, a Fiat receberá uma quota inicial de 35% do capital da Chrysler, sem dispêndio de capital.
furgões pequenos. “Mantivemos ainda assim um lugar no top 3 do segmento, numa posição que nos deverá permitir reassumir o estatuto de referência neste mercado já em 2009”, garante José Caro de Sousa. Isto numa altura em que a marca se prepara para iniciar a comercialização das novas versões Kangoo Express Compact, passando assim a estar disponíveis duas versões de carroçaria (curta e normal). O Trafic totalizou 1 135 unidades vendidas, o Master 657, o Mégane Société 163, o Twingo Société 3 e o Modus Société apenas 1. No cômputo geral, a Renault conseguiu assegu-
rar a liderança de mercado pelo 11.º ano consecutivo. Para José Caro de Sousa “o resultado obtido espelha o reconhecimento dos portugueses pela marca e a adequação da gama ao mercado em termos de equipamentos, prestações, qualidade e preços”. O ano de 2008 ficou ainda assinalado para a Renault em Portugal pela introdução da marca Dacia, com o modelo Logan MCV, que vendeu 442 unidades entre Maio e Dezembro, pela assinatura do compromisso ambiental eco2, e pela assinatura do acordo entre o Governo e a aliança Renault-Nissan para a comercialização de automóveis 100% eléctricos a partir de 2011.
Volvo abre fábrica na Rússia A Volvo Trucks acaba de inaugurar uma fábrica em Kaluga (Rússia), a cerca de 200 km de Moscovo, com uma capacidade instalada de produção anual de dez mil camiões Volvo e cinco mil Renault Trucks, destinados ao mercado russo e aos países vizinhos. A inauguração da unidade coincide com a entrada em vigor na Rússia duma nova legislação alfandegária que encarece, entre 5% e 25%, a importação de camiões. A Volvo já dispunha duma linha de montagem em Zelenograd, na área metropolitana de Moscovo, inaugurada há seis anos, com uma capacidade de produção de apenas 500 camiões/ano. Nos primeiros 11 meses
de 2008 a Volvo Trucks matriculou 5 466 camiões em território russo, face a 3 904 no período homólogo de 2007. No mesmo período, foram importados cerca de cinco mil Volvo usados. A fábrica de Kaluga iniciará a produção a um ritmo baixo, que será incrementado em função da procura. As fábricas de componentes suecas fornecerão à nova unidade cabinas, cadeias cinemáticas e caixas de velocidades. Apesar da crise económica mundial o mercado russo de camiões continua a crescer, ainda que a um ritmo mais baixo. Neste momento o parque de camiões na Rússia ultrapassa as 50 mil unidades e as perspectivas de longo prazo são optimistas.
26 Janeiro 2009
A Renault Trucks estreou no salão de veículos comerciais de Bruxelas (Trucks & Transport 2009) o protótipo de camião articulado Optifuel Lab, onde foram introduzidas um conjunto de alterações aerodinâmicas que garantem uma redução de consumo de combustível superior a 10%. Este concept truck surge na sequência do programa “Optifuel solutions” da marca francesa, que associa as tecnologias de cadeia cinemática SCR e Optidriver+, o software Optifuel Infomax e a formação de motoristas em condução económica, tendo por objectivo reduzir os custos de exploração dos operadores. O Trucks & Transport realizou-se entre os passados dias 17 e 20. A Ginaf, construtor holandês com bastante peso no segmento dos veículos de construção no Benelux, esteve em destaque ao estrear o camião de estaleiro X 5255 TS Euro5, um 10x4 de 5 eixos (com 2 eixos motrizes traseiros), destinado aos mercados europeus. A Ginaf já na anterior edição tinha lançado o X 5376 T, um 10x6 de 76 toneladas p.b. e 50 toneladas de capacidade de carga, que está a ser comercializado com muito êxito no Brasil.
MAN recebe encomenda e inaugura fábrica saudita Na semana em que inaugurou a sua linha de montagem de camiões na Arábia Saudita, a MAN recebeu uma encomenda de 168 camiões da gama TGA-WW para a saudita Almarai, o maior grupo de produtos lácteos do mundo. A nova unidade localiza-se em Jeddah e terá capacidade para montar 3 000 camiões/ano no sistema “Truck in the box” (o conceito MAN para CKD). O investimento foi feito em parceria com o repreentante local da marca alemã. Em 2007, a MAN obteve uma quota de 22,7% no mercado saudita de camiões de +16 toneladas. O sucesso continuará
este ano, a avaliar pela encomenda de 168 TGAWW recebida do grupo Almarai. Na verdade, os primeiros 27 veículos já estão ao serviço do cliente desde Outubro do ano passado. Trata-se de TGA 18.400 de 2 eixos. Os restantes 141 – tractores TGA 19.440, com cabina L e motores D26 - serão entregues no próximo mês de Fevereiro. A Almarai conta na sua frota com mais de 360 MAN. Os veículos percorrem toda a região do Golfo Pérsico, a Jordânia e o Egipto. A Almarai é o maior grupo mundial de produtos lácteos, com um volume de vendas de cerca de oito mil milhões de euros.
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