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Índice
Nota Abertura
Renault Trucks e EDF testam comerciais eléctricos Linha de montagem de veículos “verdes” Revisão de travões “à borla” em Maio
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DAF FA LF45.210 / O mestre da distribuição
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MAN TGX especial nos 10 anos da Trucknology Generation Mercedes com novos acessórios Logitrans com recorde de visitantes Ausência de discos de tacógrafo
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Toyota Dyna chega às 8,3 toneladas Volvo FMX chega em Setembro
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Scania R 480 Euro5 EGR / O verdadeiro campeão
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Scania de 730 cv supera a Volvo e a MAN
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Miguel Ramalheira ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Renault Trucks Portugal aposta na oferta de serviços
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VW Amarok à venda na Europa
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DAF reforça liderança no mercado nacional Vendas de pesados caem 31% na Europa
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MAN América Latina reforça aposta em Angola Aliança MAN, Scania e VW é para avançar este ano RATP encomenda 350 MAN
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Vito “made by” Renault-Nissan Paccar aumenta receitas e lucros
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Caetanobus fornece National Express Produção nacional mais que duplica
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Krone lança carroçarias isotérmicas Garmin tem novo GPS para camião Exide lança baterias Heavy Richard Kramer preside à Goodyear
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FICHA TÉCNICA
Nissan Navara reforça argumentos Bruxelas impõe menos emissões de CO2 Vito e Viano já são produzidos na China
T&N
TRANSPORTES & NEGÓCIOS Registo na D.G.C.S. Nº 123054 Depósito Legal N.º 164047/01
As estatísticas enganam Ao cabo de meses de degradação, os números das vendas e da produção das principais marcas de veículos comerciais começam a dar sinais de recuperação. Mas ainda é muito cedo para celebrar. Porque os números enganam. Ou melhor: quem os lê, ávido de boas notícias, pode ser tentado a esquecer que a comparação homóloga é feita com valores muito deprimidos. Tanto, que mesmo um forte crescimento não permite ainda regressar aos níveis de antes da crise. Da mesma maneira, é preciso não ignorar, quando se olha para os fundamentais das empresas, que as melhorias relativas registadas foram conseguidas pagando preços elevados, nomeadamente para reduzir custos e desde logo no emprego. Por cá, os sinais de recuperação são ainda demasiado ténues. Visíveis apenas na produção de veículos para o exterior. E a situação pode voltar a agravar-se assim se confirmem os cenários que muitos colocam no horizonte do País. Sobre um tal pano de fundo, a nível global, será justo reconhecer o esforço que as marcas fizeram para continuarem a desenvolver os seus produtos – ferramentas de trabalho, factores de produção de terceiros, note-se -, as mais das vezes longe dos holofotes e, logo, sem os apoios públicos de que os construtores e consumidores de automóveis beneficiaram. FERNANDO GONÇALVES
Propriedade: José Fernando Araújo Gonçalves Apartado 30 • 4580 Recarei Editora: Riscos - Sociedade Editora, Lda Direcção: Fernando Gonçalves Redacção: João Cerqueira, Susana Marvão Edição Electrónica: Paulo Costa Departamento comercial: Ana Paula Oliveira
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Renault Trucks e EDF testam comerciais eléctricos A Renault Trucks e o Grupo EDF, um dos líderes no mercado europeu da energia, assinaram um acordo base para desenvolver o uso de veículos pesados e utilitários eléctricos para o transporte de mercadorias nas cidades. O principal objectivo é partilhar experiências e análises que permitam validar a mobilidade eléctrica no transporte de curta distância, assim como estudar o comportamento das baterias de iões de lítio. O utilitário Maxity eléctrico, um veículo de “emissões
zero” com duas toneladas de capacidade de carga útil, é o primeiro modelo envolvido nesta colaboração, pretendendo assim a Renault validar tanto as prestações como as baterias deste pequeno camião. A EDF irá colocar à disposição os seus meios de registo e de análise para recolher os dados que permitirão caracterizar os diferentes perfis de missão do veículo em relação ao seu consumo eléctrico, com a finalidade de optimizar o rendimento do Maxity.
Revisão de travões “à borla” em Maio
Linha de montagem de veículos “verdes” A Renault Trucks inaugurou este mês, nas instalações de Bourg-en-Bresse, a primeira linha experimental de montagem de híbridos, energias alternativas e desenvolvimento (H&DL), um projecto que representa um investimento global de 10,5 milhões de euros e conta com o apoio financeiro do Estado francês e de outras instituições. Trata-se de uma linha redu|4
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zida, capaz de adaptar-se a tecnologias de diversos veículos, desde o Euro 6 em desenvolvimento até às diferentes soluções de energias alternativas, caracterizada por uma enorme flexibilidade e pela sua capacidade para exemplificar os processos de montagem das linhas em série adaptadas às restrições de fabrico das futuras gamas e dos veículos “verdes”.
A Renault Trucks lançou uma campanha gratuita de revisão preventiva de travões em toda sua Rede de Serviço, até o próximo dia 31 de Maio. A revisão preventiva consiste numa inspecção visual de travões, com verificação da espessura de pastilhas e calços, e do estado dos discos e tambores. Desta forma será possível detectar eventuais anomalias, desgastes irregulares ou cristalização de material. Em caso
de necessidade, a revisão será complementada com uma prova de frenómetro. Esta acção é válida para toda a gama de veículos da Renault Trucks. A marca francesa justifica a campanha com a necessidade de potenciar a segurança dos motoristas, uma vez que os travões, para além de serem um elemento fundamental na segurança rodoviária, são peças de desgaste que convém verificar regularmente.
DAF FA LF45.210
O mestre da distribuição O TRANSPORTES & NEGÓCIOS ensaiou o camião da gama ligeira DAF FA LF45 Edição 2009, versão rígida 4x2, de 12 toneladas de peso bruto, equipado com um motor EEV de 210 cv, acabado de lançar em Portugal. s testes decorreram num percurso integrado nos circuitos típicos de distribuição do Carregado e também na região agrícola do Baixo Tejo, onde este tipo de veículo é muito utilizado. Destaque para a excepcional manobrabilidade deste pequeno camião, extremamente útil em missões de distribuição urbana e em serviços municipais, os dois segmentos onde são mais requisitados; para a facilidade de acesso à cabina, indispensável em serviços de distribuição com inúmeras operações diárias de carga e descarga; e também para o bloco EEV, que pelos seus níveis reduzidos de emissões de partículas sólidas é hoje muito utilizado, sobretudo em cidades que já introduziram as chamadas “Low Emission Zones”, uma tendência cres-
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cente na Europa em defesa da saúde pública. Outro factor a ter em conta para o transportador é o elevado rendimento do novo motor de baixo consumo de 4 cilindros e 4,5 litros, disponível na série LF em versões de potência de 160, 180 e 210 cv, acoplado a uma caixa automatizada de seis velocidades ASTronic da ZF, ajudado por acessórios montados na cabina como o deflector no tejadilho e o colar aerodinâmico. A DAF recorre a motores Paccar com tecnologia SCR, podendo ser instalado adicionalmente nos motores de 6 cilindros, consoante a série e a configuração do eixo do veículo, um filtro de fuligem horizontal no lado do chassis ou vertical atrás da cabina, que reduz em cerca de 50% as emissões de partículas.
A edição 2009 renovou também substancialmente a cabina, que conta agora com novos interiores e novos bancos, uma posição de condução optimizada, airbag para o condutor e prétensores dos cintos de segurança, coluna de direcção regulável, ar condicionado de comando manual, aquecimento auxiliar da cabina, viseira quebra luz fumada, 6 espelhos retrovisores, sistema de antipatinagem ASR, e sistema de alerta de marcha-atrás, sendo muitos destes equipamentos oferecidos de série. Concebidos para serem ágeis no trânsito, o LF45 disponibiliza versões de cabina diurna e nocturna (com uma cama), enquanto o LF55 apresenta duas versões de cabina diurna (normal e larga) e outras duas nocturnas (normal e larga). ABRIL 5 |
Logitrans com recorde de visitantes
MAN TGX especial nos 10 anos da Trucknology Generation MAN lançou na Europa uma série limitada do tractor TGX 18.440 4x2 BLS para celebrar o décimo aniversário da Trucknology Generation. A nova série limitada vem equipada com uma cabina XLX de cor branca e um bloco Euro 5 de 440 cv, incluindo no equipamento de série a caixa de velocidades Tipmatic com intarder, ESP, spoiler e deflectores laterais. Será comercializada com condições muito atractivas, nomeadamente a extensão de garantia da marca para todos os componentes da cadeia cine-
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mática durante quatro anos ou 600 mil quilómetros e o contrato de manutenção pack Confort a um preço especial, com extensão por um período de dois anos ou 300 mil quilómetros. A Trucknology Generation foi apresentada oficialmente em 24 de Março de 2000, aquando do lançamento da anterior gama pesada TGA, e constituiu um ponto de viragem na estratégia da Divisão de Camiões do fabricante alemão, que passou então a incorporar em toda as gamas uma elevada componente electrónica.
Mercedes com novos acessórios A Mercedes-Benz acaba de lançar um conjunto de acessórios e equipamentos originais para as gamas de camiões Actros, Axor e Atego. Destacamos o MB Air Cool 800, uma nova unidade de ar condicionado. Na gama de longo curso Actros pode ser instalada directamente sobre o tejadilho da cabina Megaspace L, enquanto nas gamas Axor e Atego encontra-se disponível com kits próprios de instalação. O MB Air Cool 800 dispõe de dispositivo de controlo remoto para manter a |6
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cabina com uma temperatura agradável em todas as situações. Referência merece também o novo dispositivo de navegação portátil desenvolvido pela Harman Becker & Daimler, que apresenta um kit especial de instalação e software específico para camiões da marca alemã, tendo em conta as dimensões do camião e do reboque ou semi-reboque, o peso e os segmentos de actividade de transporte, incluindo as matérias perigosas, que são objecto de restrições à circulação num número muito elevado de vias.
A 3ª edição do Logitrans, realizada nos dias 7 e 8 de Abril, no Centro de Congressos do Estoril, recebeu um total de 1 810 visitantes profissionais, mais 30% do que na edição anterior, e cerca de 75 marcas em exposição, registando um crescimento de 20% no número de expositores. Este evento organizado pela IFE foi apoiado por várias associações do sector como a APLOG, APAT, APOE, ANTP, APOL e APCADEC, tendo para além do salão propriamente dito sido desenvolvidas actividades paralelas, nomeadamente várias conferências que se debruçaram sobre as temáticas da logística e dos transportes, o armazém inteligente, sessões de condução económica e condução defensiva e também bolsas de imobiliário.
Ausência de discos de tacógrafo A Comissão Europeia ampliou o número de motivos legais segundo os quais os motoristas de pesados podem justificar a ausência de discos de tacógrafo dos dias anteriores. A partir de agora, os motoristas podem também justificar a ausência de discos de tacógrafo com o facto de terem estado de folga, efectuado um trabalho distinto de condução ou terem estado disponíveis. Mas para isso é preciso que se façam acompanhar dum documento da empresa durante a operação de transporte que defina um desses mesmos motivos. Até aqui são apenas três as justificativas admitidas aos motoristas pela legislação comunitária: terem estado com baixa por motivo de doença, de férias ou terem conduzido um veículo excluído do âmbito de aplicação do tacógrafo.
Toyota Dyna chega às 8,3 toneladas gama Toyota Dyna acaba de receber novas motorizações e de ser alargada com uma nova versão de 8,3 toneladas de peso bruto, passando a disponibilizar um total de 13 versões, quatro tipos distintos de cabinas, transmissões 4x2 e 4x4 e sete distâncias entre eixos, para o segmento entre as 3 e – agora - as 8,3 toneladas. As versões Dyna S e M recebem uma nova motorização de 136 cv às 3400 rpm a partir do bloco de 3.0 litros, debitando mais 27 cv do que a motorização antecessora, o que lhes permite melhores prestações em situações de carga. Por sua vez, a versão L, a mais pesada da gama, conta também com um motor Euro 5 de 4 litros que desen-
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volve 150 cv de potência, introduzindo uma nova variante que incrementa o peso bruto da gama das 7,5 para as 8,3 toneladas, associada ao aumento dos níveis de equipamento de segurança propostos de série, como os faróis de nevoeiro frontais, sistema de assistência ao arranque em subida e barra estabilizadora frontal. Todas as motorizações da Toyota Dyna integram tecnologia D-4D, de compro-
vada excelência em matéria de consumo combustível e de fiabilidade, para além da tecnologia common rail da marca japonesa, que proporciona baixos níveis de emissões gasosas e de ruído e rapidez de arranque. A Dyna é produzida pela Toyota Caetano Portugal, em Ovar de onde saíram mais de 97 mil unidades desde 1971.
forço de cantos também em aço de 3 mm de espessura, placa antiderrapante robusta e barra de protecção, um poderoso gancho de reboque, novo design de faróis com rede de protecção, novos degraus antiderrapantes, novos faróis de nevoeiro, protecção de motor, novos depósitos de combustível, três novos acabamentos interiores, etc.. Em matéria de motorizações, a Volvo mantém no FMX os blocos de 11 e de
13 litros, propondo o primeiro com níveis de potência de 330 a 450 cv, e o segundo de 380 a 450 cv. A cadeia cinemática integra a caixa de velocidades automatizada I-Shift. O TRANSPORTES & NEGÓCIOS aprofundará no próximo número todos os detalhes sobre as novidades do FMX, altura em que irá ensaiar em primeira mão este robusto camião de construção.
Volvo FMX chega em Setembro A Volvo Trucks anunciou que o novo FMX, um camião desenvolvido para operações de construção pesada, estará disponível nos mercados da Europa em Setembro, seguindo-se a introdução nos outros continentes até ao final do ano. O novo modelo é fruto dum trabalho de desenvolvimento em parceria com a Volvo Constrution Equipament, tendo por base a plataforma da gama pesada FM. Entre as principais novidades do modelo contam-se uma distância maior ao solo, uma nova grelha superior, uma dianteira baixa e agressiva, pára-choques de três peças em aço e com re-
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Scania R 480 Euro 5 EGR
O verdadeiro campeão TRANSPORTES & NEGÓCIOS testou o Scania R 480 Euro 5 EGR, equipado com uma cabina Highline. As principais diferenças em relação à versão que ensaiámos na anterior edição (R 620 V8) residem no motor. Enquanto este é um bloco de 6 cilindros de 13 litros, que a Scania disponibiliza na Série R com ordens de potência de 360, 400, 440 e 480 cv, que recorre ao sistema de recirculação de gases de escape refrigerados sem aditivo, o R 620 funciona com tecnologia de redução catalítica selectiva com o recurso ao AdBlue. Por razões óbvias, os camiões Scania R equipados com o motor de 13 litros são também os mais solicitados pelos transportadores para a maioria das operações de transporte. O Scania R 480 tem igualmente outras particularidades pouco conhecidas do grande público, podendo afirmar-se que é um verdadeiro campeão, uma vez que foi esta a versão que concorreu e ganhou o “International Truck of The Year 2010” e, mais recentemente, venceu também a prestigiada prova dos 1 000 pontos da Alemanha, que compara tractores e semi-reboques com potências entre os 460 e os 480 cv, organizada por algumas das mais importantes revistas especializadas
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europeias. O Scania R 480 saiu vitorioso com um total de 932 pontos. Dois dos principais argumentos de inovação que têm fascinado a imprensa especializada e os clientes transportadores são o Opticruise de última geração e o Scania Driver Support. A nova geração do sistema Opticruise de comando automatizado da caixa de velocidades encontra-se disponível na Série R em três versões distintas: transmissão totalmente automatizada, com embraiagem automática, ou com pedal de embraiagem. Este sistema equipa de série todas as caixas de velocidades standard da marca sueca de 8, 12 ou 12+2 velocidades. Com a introdução de um novo comando automático da embraiagem, a Scania passa a oferecer uma versão totalmente automatizada que integra um comando electro-hidráulico de máxima
precisão e inclui o sistema Hill-hold. O interface para o motorista mantém-se inalterado, incluindo todos os comandos da caixa e do Retarder no manípulo à direita do volante. O modo de manobras permite um controlo da embraiagem extra-sensível, através do pedal do acelerador, indicado sobretudo para manobras em parque a velocidades muito reduzidas, melhorando substancialmente os parâmetros de segurança neste tipo de operações. O Scania Driver Support, de que já falámos detalhadamente na reportagem de lançamento do novo Scania R, avalia e monitoriza em tempo real as performances do motorista e contribui para melhorar o seu desempenho e aperfeiçoar uma condução económica e segura. Equipa de série todos os veículos com EBS, caixa de 12 velocidades ou 12+2 (manual ou Opticruise) e com Retarder.
O camião mais potente do mundo
Scania de 730 cv supera a Volvo e a MAN gama de camiões Scania R V8 vai ser alargada com uma nova motorização de 730 cv de potência, vindo-se juntar às de 500, 560 e 620 cv em comercialização. Com este enorme salto de 110 cv no incremento de potência máxima na gama alta, a marca sueca ultrapassa duma assentada a liderança da Volvo (700 cv), a qual por sua vez tinha ultrapassado no ano transacto a da MAN (680 cv), entrando definitivamente numa “guerra” que nem sequer parecia ser a sua. Para conseguir desenvolver 3 500 Nm e 730 cv, os engenheiros da Scania tiveram de incorporar um bloco motor em ferro com grafite compactada, aumentando também a cilindrada de 15,6 para 16,4 litros. Trata-se igualmente do primeiro V8 deste construtor
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equipado com um turbocompressor de geometria variável e com sistema de injecção de muito alta pressão Scania XPI. O turbo de geometria variável garante um binário elevado e uniforme mesmo nas relações mais baixas. Por sua vez, o XPI programa electronicamente, em simultâneo, a injecção de combustível e a pressão de injecção com enorme precisão. O bloco de 730 cv cumpre as normas ambientais Euro 5 e EEV sem ter de recorrer a filtros de partículas. Mantém o sistema tecnológico de redução catalítica selectiva (SCR) da gama V8, a única da marca que processa os gases poluentes com o recurso a AdBlue. “Agora, a Scania possui todas as soluções técnicas e também a plataforma de motor necessária para cumprir as normas Euro 6”, garantiu Jonas Hofstedt, vice-presidente da Divisão de
Motores, no decurso da vídeo-conferência de imprensa de apresentação do novo bloco, para a qual o TRANSPORTES & NEGÓCIOS foi convidado pelos responsáveis ibéricos da Scania. O vice-presidente da Divisão de Camiões, Henrik Henriksson, esclareceu que “os camiões Scania V8 já conquistaram um nicho próprio de mercado. A maioria dos clientes compra estes camiões por motivos racionais, uma vez que precisam de desempenho, fiabilidade e disponibilidade para efectuar o seu trabalho tão eficientemente quanto possível”. Apesar da crise financeira e dos seus reflexos no mercado, a Scania lançou no último ano a nova Série R, o autocarro Touring, uma nova plataforma de motores industriais que servirá de base aos futuros Euro 6 e esta motorização de 730 cv. É obra! ABRIL 9 |
MIGUEL RAMALHEIRA AO TRANSPORTES & NEGÓCIOS
Renault Trucks Portugal aposta na oferta de serviços Mais de metade das vendas de veículos da Renault Trucks em Portugal já contemplam contratos de serviço, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Miguel Ramalheira, director-geral da companhia no País. A marca do losango está a fazer uma forte aposta no alargamento da oferta de serviços aos transportadores, e os clientes têm aderido, em alguns casos até mais do que seria expectável, salienta aquele responsável. T&N - Com o lançamento da nova Master, a Renault Trucks volta a comercializar este modelo. Quando é que está previsto o seu lançamento em Portugal? Miguel Ramalheira - A partir de Junho iniciaremos a comercialização da nova Master na rede Renault Trucks. Iremos assim retomar a comercialização da gama, que tínhamos interrompido em 1999. Até 1997, a Master era distribuída exclusivamente pela rede Renault Trucks. A partir dessa data começou a ser comercializada pelas duas redes e nós, em Portugal, por uma estratégia da marca na altura, suspendemos a comercialização. Agora, a Master também vai continuar a ser comercializada pela Renault Portugal automóveis. Mas são duas redes distintas, com condições comerciais e de garantia distintas: na Renault Trucks as gamas utilitárias têm dois anos de garantia total. T&N - Que versões irão ser comercializadas na rede da Renault Trucks? Miguel Ramalheira - Iremos comercializar a gama Master das 2,8 às 3,5 t. Isto é, tudo o que tem a ver com o transporte: furgões, quer de tracção quer de propulsão, chassis cabina, caixas abertas. Por uma questão de | 10
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estratégia, de dimensão e volumes, haverá alguns modelos que não iremos comercializar. Por exemplo, de fora ficarão os mini-autocarros e os combis. Para já essa comercialização não está agendada em Portugal. T&N - Na Renault Trucks, qual é o peso da venda de viaturas com contratos de serviço? Miguel Ramalheira - Com os dados que temos do ano passado, posso dizer que a taxa de penetração de contratos de serviço vendidos com os nossos veículos já é superior a 65%. Temos uma grande taxa de adesão para os diferentes tipos de serviço. Além disso, o cliente pode adquirir pacotes mistos, pode adquirir uma extensão de garantia, etc. Por exemplo, os contratos de manutenção têm um peso de 17% no volume de actividade da nossa oficina de Lisboa e de quase 25% na do Porto. T&N - A marca opera também o aluguer operacional de longa duração. Como é que funciona esse serviço? Miguel Ramalheira - Através da Openway, que é uma empresa de aluguer de veículos pesados detida a 100% pela Renault Trucks. É mais uma solução que oferecemos ao nosso cliente, para um contrato específico, por um determinado período de tempo e sem fazer o investimento da compra. Uma solução que pode passar por um camião, uma caixa de carga ou um equipamento de frio. Nós gerimos o negócio todo: manutenções, reparações, inclusive o seguro e o imposto de camionagem. O cliente paga uma mensalidade. T&N - Também fazem aluguer de curta duração?
Miguel Ramalheira - O aluguer de curta duração também existe; normalmente fazemo-lo só com os tractores. Sempre que fazemos uma acção com um veículo de demonstração junto dos clientes utilizamos a empresa de aluguer. Em termos legais é muito mais simples. Quando os veículos terminam esses períodos de demonstração (na sequência do lançamento dum novo veículo ou duma nova tecnologia que circula por diversos clientes), temos um veículo praticamente novo, com 100 mil ou 120 mil quilómetros. Então, ele vai fazer aquilo que nós chamamos o aluguer de curta duração. Podemos ter disponíveis no País um a três veículos para esse tipo de serviço. Normalmente estão sediados no Porto ou em Lisboa. São mais utilizados por clientes de menor dimensão, da área alimentar. T&N - Ao contrário de outros países, é verdade que a nossa legislação é muito restritiva da prática do aluguer operacional? Miguel Ramalheira -Em Portugal, só lamento que não seja possível alugar veículos pesados a não ser que se crie uma empresa transportadora. No caso da Inglaterra, por exemplo, o mercado é totalmente liberalizado. Qualquer motorista com carta de pesados pode dirigir-se a uma rent-a-tru-
Integração com Espanha aconteceu em 2008 ck e alugar o camião que muito bem entender. Existe um parque que dá muita flexibilidade aos próprios clientes nas alturas dos picos de serviço, em que há falta de veículos num dado momento e num dado sector. Por cá, a principal limitação para o aluguer de curta duração não ser mais utilizado prende-se com as questões administrativas legais. Em Portugal faz-se um contrato, depois tem de se ir com o contrato ao IMTT, juntar as licenças internacionais do cliente e a da nossa empresa de aluguer, é preciso fazer o reconhecimento de assinaturas, licenciar o veículo e só depois é que se pode começar a trabalhar. T&N - Como é que têm corrido as acções de formação Optifuel? Miguel Ramalheira - No ano passado fizemos acções-piloto de formação Optifuel, com grande sucesso. Foram
limitadas a um grupo reduzido de clientes. Este ano vão ser alargadas a muitos mais; vamos ter um evento em Maio onde iremos apresentar esse programa junto dos nossos clientes. No Optifuel Solutions vendemos ao cliente uma formação e uma ferramenta de suporte à sua gestão, o Infomax. A acção de formação compreende uma vertente teórica, o equipamento e uma vertente prática. E rapidamente se demonstram ao cliente as vantagens do programa, que são muito significativas em termos de redução de consumos. De tal modo que um dos primeiros clientes que teve essa acção pede-nos agora, a cada dois meses, acções de reciclagem de motoristas, que custeia integralmente. Para além disso, desde o início de 2008, por cada veículo que entregamos nas nossas instalações é feita uma formação específica do motorista, num mínimo de três horas.
Mascott aguarda sucessora T&N - É verdade que a Mascott vai ser substituída por uma nova gama? Miguel Ramalheira – Neste momento a Mascott está numa fase de descontinuidade, ou seja, terminou o fabrico. Existem pontualmente veículos ainda disponíveis, mas estamos numa fase de transição para um novo produto. Estava previsto que o lançamento ocorresse ainda durante 2010, mas ainda não existe informação nem detalhes sobre a substituta da Mascott.
A Renault Trucks opera em Portugal com duas sucursais próprias, uma em Castanheira do Ribatejo, outra em Vila do Conde. Aí desenvolve toda as actividades de distribuição associadas à comercialização dos veículos no nosso país, e também de após-venda, área em que é apoiada por uma rede de dez oficinas autorizadas (cinco parceiros R1, cujos requisitos de representação são mais exigentes, incluindo a certificação ISO 9000-2008, e cinco parceiros R2). Integra desde o início de 2008 a rede ibérica da Renault Trucks España e Portugal, mas quando foram inauguradas as instalações de Castanheira do Ribatejo, em 1999, e as de Vila do Conde, em 2003, o conceito do construtor francês assentava numa marca Company, ou seja, uma estrutura que representava a marca no território nacional (Renault Trucks Portugal). Em 2007, com a estratégia seguida pela Renault Trucks de centralizar as actividades em grandes hubs de distribuição, uma boa parte das funções centrais de marketing, logística, comunicação, etc. foram, no caso da Península Ibérica, centralizadas em Madrid. Miguel Ramalheira desenvolve as funções de Director Geral da Renault Trucks em Portugal, dirigindo ambas as sucursais, onde trabalham 120 colaboradores, e coordenando as actividades da rede. A BRIL 11 |
Bruxelas impõe menos emissões de CO2
Nissan Navara reforça argumentos Nissan iniciou a comercialização da nova pick-up Navara, apresentada em primeira mão na última edição do Salão Automóvel de Genebra. Entre as principais novidades, a de maior relevo é o novo motor V6 de 3.0 litros (disponível apenas a partir do próximo Verão), um bloco de injecção directa de 231 cv de potência, desenvolvido de raiz pela Aliança RenaultNissan, disponível de série com transmissão automática de 7 velocidades. Este novo motor assinala a entrada do sistema EGR nos pequenos veículos para poder cumprir a norma Euro 5, vindo juntar-se ao common-rail 2.5 dCi,
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actualmente em comercialização em versões de 163 e 190 cv. No exterior, a nova Navara apresenta novos capot, grelha e conjunto de pára-choques. A Nissan remodelou também profundamente o interior do habitáculo, tendo-se focalizado sobretudo na qualidade dos materiais. A capacidade de carga útil ascende agora aos 900 kg e a de reboque aos 3 000 kg. O mercado das pick-up está verdadeiramente ao rubro, com os lançamentos quase em simultâneo na Europa das novas Mitsubishi L200/Strakar, Volkswagen Amarok e Nissan Navara.
A União Europeia acaba de aprovar a redução das emissões de dióxido de carbono para os novos veículos comerciais ligeiros até 2,6 toneladas. Os novos limites serão de 175 gramas a partir de 2014, e de 135 gramas a partir de 2020. A nova legislação enquadra-se no esforço político seguido por Bruxelas de reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa (GEE) em 20% até 2020, a qual implica também que as emissões dos VCL se aproximem progressivamente das dos automóveis ligeiros. A ACEA – associação europeia de construtores automóvel - já se mostrou desfavorável aos prazos propostos por Bruxelas, defendendo que os construtores não têm possibilidades de cumprir os novos critérios, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista económico. Em consequência, a associação solicitou à Comissão Europeia que o prazo de adaptação seja alargado por um período de quatro anos e que sejam reduzidos os montantes das sanções previstas para os infractores (ascendem aos 120 euros por cada veículo e por cada grama de CO2 emitida acima dos valores limite).
Vito e Viano já são produzidos na China Os primeiros Mercedes-Benz Vito e Viano saíram este mês da linha de produção da nova fábrica da Fujian Daimler Automotive (FJDA), em Fozhou, na China, fruto da joint-venture subscrita entre a Daimler AG, a Fujian Motors Group (FJMG) e a China Motor Corp (CMC), em 2007. A FJDA irá produzir também naquela unidade a gama Sprinter e veículos monovolumes mistos (MPV), | 12
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cujo mercado se encontra em franco crescimento na R.P. China, com 384 mil unidades vendidas em 2009, contra apenas 292 mil em 2008. A nova unidade fabril da FJDA tem uma capacidade de produção de 40 mil veículos/ano, incorporando na gama Mercedes mais de 40% de peças e componentes provenientes de fornecedores chineses.
VW Amarok à venda na Europa nova pick-up Volkswagen Amarok já começou a ser comercializada na Europa. No imediato, a nova VW é proposta em versão de cabina dupla (uma vez que a de cabina simples só chegará aos mercados no primeiro semestre de 2011) e em três níveis distintos de equipamento: Entry (para os trabalhos mais duros), Trendline e Highline. A Amarok apresenta um conjunto elevado de trunfos, alguns deles introduzidos pela primeira vez no segmento das pick-up, como é o caso da sobrealimentação bi-turbo no motor TDI Euro 5 common-rail de 2.0 litros e 164 cv de potência, e também um sistema opcional de tracção integral permanente com diferencial Torsen.
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Até ao final do ano surgirá uma versão de 122 cv a partir do bloco de 2.0 litros, equipada com turbocompressor de geometria variável, igualmente acoplada a uma caixa manual de seis velocidades. Em matéria de tracção, a Volkswagen Amarok apresenta versões 4x4 permanente, 4x4 não permanente (ambas denominadas 4Motion) e tracção traseira 4x2. Qualquer destas versões incorpora um sistema de bloqueio electrónico do diferencial que melhora a tracção em todos os tipos de terrenos. As dimensões interiores da Amarok tornam-na à partida o veículo mais espaçoso no segmento das pick-up. O comprimento da área de carga utilizável é de 1 555 mm e a largura de 1 620 mm, o que totaliza 2,52 m2,
permitindo pela primeira vez a colocação transversal de uma europalete. A capacidade de carga vai até aos 1 150 kg e a de reboque atinge as 2,8 toneladas. Adicionalmente ao equipamento de série, a Amarok propõe uma vasta gama de acessórios, onde se incluem as barras de protecção e as coberturas da caixa de carga. Em matéria de segurança, o ESP é oferecido de série, tal como o gancho de reboque e o sistema de estabilização do atrelado, airbags frontais para o condutor e passageiro e airbags laterias, ABS e sistema de assistência nas descidas (HDA) – que mantém a velocidade da viatura actuando automaticamente na travagem independente das quatro rodas. A BRIL 13 |
DAF reforça liderança no mercado nacional
m Março, venderam-se em Portugal 194 pesados de mercadorias, menos 80 do que há um ano. No primeiro trimestre, a quebra de matrículas ultrapassa os 35%. Ao contrário do que acontece nos ligeiros, as vendas de pesados de mercadorias estão longe de inverter a tendência depressiva que marcou todo o ano de 2009. O resultado homólogo de Março é melhor do que o acumulado do primeiro trimestre, mas ainda assim a redução do número de matrículas situou-se na casa dos 29%. A DAF foi a marca que mais veículos matriculou – 48 – e foi até a única a crescer relativamente ao ano passado:
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33%. E com isso reforçou a sua posição de líder no mercado, com um total de 112 matrículas no trimestre, menos 17% que em 2009. A Iveco matriculou 24 veículos, e com isso foi segunda em Março, mas quebrou 44% em termos homólogos. Desde o início do ano já perdeu quase uma centena de matrículas, ficando-se agora pelas 57. Renault, Volvo e Scania matricularam, cada, 20 veículos no último mês. Mas enquanto a Renault ficou a zero, na comparação com 2009, a Volvo perdeu quase 61% e a Scania cedeu 9%. No year-to-date, a marca do diamante é a segunda do ranking e a única a
crescer, com 85 matrículas (mais 20%); a Volvo é terceira, com 81 registos, mas perde 58% (pior só a Iveco); e a Scania é quarta, com 77 veículos, menos quatro que no período homólogo anterior. Entre as marcas alemãs, a Mercedes matriculou 18 veículos e a MAN 12, com perdas respectivas de quatro e 17 registos. Desde o início de 2010, os saldos respectivos são negativos em 45% e 48%, com 63 e 46 matrículas. A intrometer-se na disputa está a Mitsubishi, com 21 matrículas em Março e 53 desde o início do ano, o que significa uma perda homóloga de apenas 4%.
Vendas de pesados caem 31% na Europa Melhor do que a média do trimestre, mas ainda assim muito longe do mínimo desejado. Em Março, matricularam-se na UE-27 14 087 comerciais de mercadorias de +16 t, anunciou a ACEA. Menos 2 700 que há um ano, que já não foi um bom ano, longe disso. No primeiro balanço do primeiro trimestre, as matrículas recuaram 31%, de 49 703 para 34 322 pesados de mercadorias de +16t. Em Março, a França, um dos maiores mercados, foi uma das principais responsáveis pelos números no vermelho, com uma quebra de 31%, ou quase mil matrículas. A Holanda se| 14
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guiu-a de perto, com menos 400 matrículas. Entre os outros principais mercados, a Alemanha recuou 5%, o Reino Unido 7% e a Itália 9%. A Espanha e a Polónia, dois dos países mais castigados em 2009, registaram agora aumentos de vendas, de 7% e 3%, respectivamente, mas sem significado em termos absolutos para além de poderem querer dizer que o pior já passou. Portugal teve um resultado pior do que a média dos 27, com uma quebra de 26% nas matrículas de +16t, para as 138 unidades. Março foi, apesar de tudo, bastante
melhor que os meses precedentes. Desde Janeiro, as matrículas na UE27 recuaram 31%, com destaque para as perdas da França (39%, quase 4 000 unidades), Alemanha (23%, 2 600), Itália (31%, 1 300), Reino Unido (33%, 1 600), Holanda (46%, 2 000). A Lituânia e a Polónia são os únicos mercados a pisar terreno positivo, sem significado o primeiro, marginal o segundo. Espanha está sobre a linha de água. Portugal faz também aqui pior que a média dos 27, com uma quebra de quase 36%, para apenas 459 matrículas, quando há um ano eram 714.
MAN América Latina reforça aposta em Angola
MAN América Latina acaba de inaugurar um show-room em Angola para reforçar as vendas de camiões e autocarros Volkswagen e MAN naquele país, onde já circulam cerca de cinco mil unidades. Mesmo com a crise económica global, Angola manteve-se, em 2009, como o terceiro mercado de destino das exportações da MAN América Latina, com 745 unidades compradas. Melhor, só o México, para onde foram exportadas 951 unidades, e a Argentina, com 856 matrículas. Em África, a MAN América Latina concentra as suas operações no Sul (África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Botswana e Namíbia) e na costa Ocidental
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(Angola, Nigéria, Costa de Marfim, Guiné Equatorial, Gâmbia e Gana). Para o Sul, a MAN América Latina exporta os veículos em kits (CKD), que são montados na África do Sul e daí reexportados para os países vizinhos, onde os veículos têm os volantes à direita. Os mercados da Costa Ocidental africana são abastecidos com veículos montados no Brasil. A MAN América Latina é o maior exportador brasileiro de camiões, tendo no ano passado vendido para o exterior 3 865 unidades. Nos autocarros, a companhia ocupa o segundo lugar no ranking brasileiro de exportações, com 1 329 veículos. As vendas fazem-se para mais de 20 países, na América Latina, África e Médio Oriente.
Aliança MAN, Scania e VW é para avançar este ano Ferdinand Piech, presidente da VW e da MAN, quer que a aliança entre as duas marcas e a Scania, na produção de veículos comerciais, avance de imediato, depois de um ano de indefinição. Falando na assembleia anual da MAN, e depois de o CEO da companhia alemã ter diminuído as hipóteses de criar uma tal união, Piech reafirmou a sua estratégia. “Há projectos e coisas dos dois lados que podem avançar de imediato. Estamos no bom caminho”. “Estou convencido que seremos bem sucedidos. A VW quer esta cooperação, a MAN também a quer, e a Scania idem”, afirmou perante os accionistas.
Uma tal aliança poderá gerar sinergias de mil milhões de euros, reforçou. A Volkswagen detém praticamente 71% dos direitos de voto na Scania e perto de 30% na MAN. A MAN, por seu turno, controla 17,4% dos direitos de voto na Scania, na sequência da OPA fracassada lançada em 2006 pelo então CEO da companhia alemã – e ex-dirigente da Scania – Hakan Samuelsson. Agora que Samuelsson se afastou da liderança da MAN, e que a VW passou de presa a predador da Porsche, Ferdinand Piech diz-se mais livre para se concentrar na cooperação tripartida, que poderá criar um gigante capaz de ombrear com a Daimler e com a Volvo.
RATP encomenda 350 MAN A empresa de transportes públicos de Paris (RATP) encomendou mais 350 autocarros urbanos MAN, num esforço de investimento na ordem dos 75 milhões de euros. Trata-se da maior encomenda efectuada até à data ao importador francês do grupo MAN. Neste momento, o construtor alemão já detém cerca de 18,5% da frota total da RATP, o que corresponde a 760 veículos de um total de mais de 4 100. A encomenda compreende 350 autocarros urbanos MAN Lion´s City, versão de duas portas, com capacidade para cerca de 100 passageiros, equipados com um motor EEV de 250 cv. “Estamos orgulhosos [em estar] numa metrópole europeia como Paris. A nova encomenda é uma grande prova de confiança para a MAN e confirma a nossa expansão contínua no negócio dos autocarros urbanos em França”, afirma a propósito Rudi Kuchta, vice-presidente da área Sales Bus da MAN. A marca germânica incrementou a sua quota de mercado em França no segmento dos autocarros, de 3,7% em 2002 para os actuais 10,6%. Só no ano passado vendeu 660 veículos MAN e Neoplan naquele território, um aumento homólogo de 24,9%. A BRIL 15 |
Vito “made by” Renault-Nissan Parceria Renault-Nissan e Daimler abrangirá comerciais cooperação estratégica entre a Aliança Renault-Nissan e a Daimler AG também se estenderá ao segmento dos veículos comerciais ligeiros. A Mercedes-Benz Vans vai alargar o seu portfólio de utilitários a partir de 2012,
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introduzindo um motor e uma transmissão da Renault no furgão Vito de médio porte, que também será produzido na fábrica da marca francesa, em Maubeuge. A cooperação estratégica entre os dois grupos foi anunciada este mês, prevendo-se uma estrutura de participações cruzadas. A Daimler fica com 3,1% das acções da Renault e com 3,1% das acções que a Renault detém na Nissan. Por seu turno, a marca francesa passará a deter 3,1% das acções da Daimler; e a
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Renault e a Nissan terão cada uma 1,55% das acções da Daimler em tesouraria. O grande objectivo desta parceria é aumentar a competitividade de todos os envolvidos, através de um aumento substancial dos volumes, gerando economias de escala e partilha de custos no desenvolvimento. O acordo al-
cançado dará origem às próximas gerações do Smart Fortwo inteligente e do Renault Twingo, e à partilha de motores de 3, 4 e 6 cilindros a gasolina e diesel provenientes da Daimler, Renault e da divisão de luxo da Nissan Motor Corporation. A área de cooperação será protegida por um conceito técnico que garanta a preservação e distinção clara das respectivas marcas e da identidade dos produtos.
Paccar aumenta receitas e lucros
As vendas globais da Paccar ascenderam no primeiro trimestre de 2010 aos 2,23 mil milhões de dólares, contra os 1,99 mil milhões do período homólogo de 2009. No que respeita aos lucros líquidos, o construtor americano registou 63,3 milhões de dólares (0,19 dólares por acção), face aos 26,3 milhões do primeiro trimestre do ano passado (0,07 dólares por acção). A melhoria de resultados reflecte sobretudo o aumento das vendas de camiões das marcas Kenworth e Peterbilt na América do Norte e uma melhoria nos resultdos dos serviços financeiros e de peças a nível mundial. Relembra-se que a DAF atingiu no ano passado uma quota de mercado recorde de 14,8% na Europa, no segmento de camiões pesados acima das 15 toneladas, mantendo como objectivo de médio prazo chegar ao patamar dos 20%. O construtor anunciou também a introdução do motor Paccar MX já este verão nas duas marcas presentes nos mercados norte-americanos.
Caetanobus fornece National Express Caetanobus ganhou o concurso para o fornecimento de 51 autocarros interurbanos à National Express, número um no transporte rodoviário de passageiros no Reino Unido, anunciou a empresa de Vila Nova de Gaia. O contrato tem um valor estimado de oito milhões de euros. As entregas dos veículos deverão ocorrer até ao final do próximo mês de Julho. Também por isso, a empresa propõe-se aumentar
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de imediato a sua força de trabalho com a contratação de mais 30 operários. Esta não é a primeira encomenda da National Express ao carroçador português. Pelo contrário, nos últimos anos a empresa portuguesa tem realizado sucessivos fornecimentos de autocarros àquele operador, e sempre do modelo Levante, tal como agora. O Levante ganhou fama - e proveito – no Reino Unido nos idos de 2005, ao
tornar-se o primeiro autocarro de turismo com rampa para acesso de cadeiras de rodas. A experiência foi patrocinada pelo governo de Londres e os testes operacionais foram realizados ao serviço da National Express. A par da sua actividade tradicional de carroçador, a Caetanobus tem uma forte presença no mercado de autocarros de aeroporto e está a investir no desenvolvimento de um autocarro urbano eléctrico.
Produção nacional mais que duplica A produção de veículos comerciais – ligeiros e pesados – em Portugal atingiu as 4 587 unidades em Março, o que mais que duplica os números de 2009 e supera mesmo os dos dois anos anteriores. O maior salto aconteceu nos comerciais ligeiros, com uma produção de 4 261 veículos, mais 130% em termos homólogos. Nos pesados, produziram-se 413 camiões e 12 autocarros, que comparam com 235 e zero, respectivamente, há um ano. A Peugeot Citroën foi, de longe, quem mais unidades produziu, ainda que em termos relativos não lhe tenham pertencido os maiores ganhos entre os diversos fabricantes. O grupo francês totalizou, em Fevereiro, 3 583 comerciais ligeiros, uma subida homóloga de 143%. A Mitsubishi Fuso produziu 311 ligeiros e 308 pesados, e com
isso cresceu 262% e 305%, respectivamente. A Toyota Caetano, por seu turno, produziu 238 ligeiros e 17 pesados, com crescimentos homólogos na casa dos 16% e 13%. No balanço do primeiro trimestre, a produção nacional de veículos comerciais atingiu as 11 421 unidades, o que representa um crescimento homólogo de 70% e fica muito próximo dos 11 445 veículos produzidos entre Janeiro e Março de 2008. Nos três primeiros meses produziram-se 10 314 comerciais ligeiros (mais 72%), 1 075 camiões (mais 56%) e 32 autocarros (mais 68%). A Peugeot Citroën fabricou 8 891 unidades (mais 78%), enquanto a Mitsubishi Fuso atingiu as 1 495 (mais 97%), a Toyota Caetano as 647 (mais 15%) e a VN Automóveis as 388 (mais 1%). A BRIL 17 |
Garmin tem novo GPS para camião Krone lança carroçarias isotérmicas
A Krone alarga a sua oferta para camiões rígidos e reboques com o lançamento das novas carroçarias isotérmicas Cool Carrier, disponíveis em variantes de fibra (GFK) e chapa (Duoplex Steel), podendo os clientes eleger espessuras de painel de 45 e 60 mm, e múltiplos comprimentos de caixa com intervalos de 10 centímetros, entre os 6 100 e os 10 600 mm. O fabricante alemão garante que os painéis laterais podem limpar-se e ser reparados com facilidade, uma vez que a base se encontra directamente soldada a uma barra longitudinal que percorre ambas as partes laterais da caixa. Para além disso, os reforços da parte traseira permitem o apoio de cargas pesadas sem danificar, comprovado por ensaios realizados de acordo com a norma CSC/EN 283. Tanto a caixa do camião rígido como a do reboque podem ser equipadas com plataformas elevatórias, e a solução técnica inovadora desenvolvida pela Krone permite também a possibilidade de carregar ou descarregar o rígido sem ter de desatrelar o reboque. | 18
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A Garmin está a lançar no mercado o nüvi 465T, um equipamento de GPS desenhado para a indústria de profissionais de transporte rodoviário de mercadorias que dará informações de navegação de acordo com o tipo de camião, a carga que transporta e as dimensões e o peso do mesmo. Em navegação, o nüvi 465T dará informações sobre as estradas em que o motorista do camião vai conduzir e avisos para tornar os condutores mais conscientes de possíveis perigos ao longo do percurso, como curvas apertadas, subidas íngremes e estradas estreitas. Este equipamento tem ainda como principais características um ecrã de alta qualidade de 4,3 polegadas, indicações de mudança de direcção com comandos de voz, indicações da faixa de rodagem, possibilidade de introduzir pontos intermédios, indicações de tráfego e tecnologia Bluetooth para chamadas em modo mãos livres. O nüvi 465T oferece também cobertura completa dos mapas da Europa. O mapa précarregado inclui mais de 1,5 milhões de pontos de interesse, incluindo hotéis, restaurantes, postos de abastecimento, ATM, etc. O mapa é fornecido pela Navteq.
Exide lança baterias Heavy
A Exide Technologies lançou a nova gama de baterias Heavy para veículos pesados. A Divisão Europeia da empresa “Transportation” vai comercializar a nova gama nas suas seis principais marcas europeias: Tudor, Exide, Fulmen, Centra TM, Sonnak e Deta. Segmentados em quatro níveis distintos - Exide Expert Endurance, Exide Expert, Exide Professional Power e Exide Professional - todos os produtos incorporam tecnologias avançadas para cada requisito. A fabricante disponibiliza um gráfico muito útil para a selecção de baterias que ajudará os utilizadores a seleccionarem a bateria mais adequada às suas necessidades, em conformidade com o veículo, o tipo de condução e os factores externos. Este gráfico ajuda o potencial comprador a fazer uma avaliação correcta de todas as necessidades de energia, tendo em conta o nível de equipamentos, a potência do veículo, as condições de utilização, os arranques frequentes, os caminhos difíceis, as temperaturas externas, factores-chave que determinam as necessidades de energia.
Richard Kramer preside à Goodyear Richard J. Kramer assumiu a direcção do fabricante norteamericano de pneus, na qualidade de presidente e administrador-delegado da Goodyear Tire & Rubber Company. Sucede a Robert J. Keegan, que assumiu as funções de presidente executivo. Com 46 anos de idade, Kramer dirigiu nos últimos três anos os negócios da Goodyear na América do Norte, tendo anteriormente desempenhado o cargo de vice-presidente e director financeiro. Na tomada de posse, Kramer destacou o lançamento de novos produtos como o EfficientGrip na Europa, o Assurance Fuel Max na América do Norte e o Eagle F1 Asymmetric na região ÁsiaPacífico, e referiu que a conclusão do plano de redução de custos garantiu uma poupança global de 2,5 mil milhões de dólares, incluindo 730 milhões só em 2009. “Estou entusiasmado com as oportunidades de crescimento que a Goodyear vai ter – comentou Kramer – à medida que a complexidade dos pneus aumenta até níveis nunca antes conhecidos, a nossa presença global, as grandes capacidades técnicas e a velocidade de mudança que nos caracteriza como marca vão proporcionar-nos uma clara vantagem competitiva”.
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