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Nota Abertura
Índice Max Card disponível na rede DAF DAF CF85 para matérias perigosas Fuso Canter Euro5 já em Portugal
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Scania funde negócios de Portugal e Espanha Jovem Motorista Europeu 2010 fora da Península
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Ibertruck já vende 20% dos Iveco em Portugal
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Volvo / Ano Novo com encomendas de vulto Renault Trucks com novo director na Península Alemanha fiscaliza camiões com câmaras térmicas
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Renault expande Fast & Pro na Europa Fiat prepara relançamento do Doblò Cargo Citroën conquistou mercado nacional
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Schmitz cria semir-reboque “para a cidade” Marangoni simplifica estrutura Galp ataca mercado uruguaio Wabco lança sistema de imobilização de semi-reboques
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Paulo Borges (Multifrota) ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS “Novo” tacógrafo reforça segurança
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2009: o pior ano da década
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FICHA TÉNICA
Ecodaily Electric chegou a Portugal
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TRANSPORTES & NEGÓCIOS Registo na D.G.C.S. Nº 123054 Depósito Legal N.º 164047/01
Há já 12 anos que acompanhamos, aqui no TRANSPORTES & NEGÓCIOS, a evolução dos mercados, nacional e internacional, de veículos comerciais, com especial incidência nos pesados de mercadorias. Ao longo deste tempo, as marcas viveram momentos bons, muito bons, menos bons e até maus, como foi o ano findo. E o TRANSPORTES & NEGÓCIOS manteve-se inamovível no seu propósito de informar sobre o sector. Independentemente das sortes das marcas e dos consequentes investimentos publicitários. 2009 foi um ano mau para o sector. Terá sido mesmo o pior da década. E 2010 não se afigura particularmente risonho. A aposta que agora fazemos, com o lançamento deste novo suplemento T&N VEÍCULOS COMERCIAIS em formato de revista é, pretende ser, a seu modo, um contributo para “dar a volta” à situação, e também uma manifestação de confiança no futuro desta actividade. Como sempre, estamos receptivos, e agradecemos as críticas e sugestões que nos permitam melhorar mais este produto jornalístico com o qual enriquecemos o portfolio do TRANSPORTES & NEGÓCIOS. Mensalmente, aqui estaremos, pois. Contamos convosco. Podem contar connosco. FERNANDO GONÇALVES
Propriedade: José Fernando Araújo Gonçalves Apartado 30 • 4580 Recarei Editora: Riscos - Sociedade Editora, Lda Direcção: Fernando Gonçalves Redacção: João Cerqueira, Susana Marvão Edição Electrónica: Paulo Costa Departamento comercial: Ana Paula Oliveira
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Max Card disponível na rede DAF
om o objectivo de oferecer aos seus clientes um serviço ainda melhor e de os ajudar a reduzir os seus custos futuros de exploração, a Paccar Parts acaba de lançar o Max Card. Os titulares deste novo cartão beneficiam, através da rede de concessionários DAF, de condições especiais em peças e acessórios, para além de receberem conselhos para optimizar os seus custos de exploração. A Paccar Parts disponibiliza, na rede de distribuidores DAF, uma gama completa de peças Paccar e DAF. Complementarmente, é possível ainda adquirir uma vasta gama de peças multimarca para camiões e semi-reboques no programa TRP, com uma oferta su-
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A rede da Mitsubishi em Portugal já está a disponibilizar o novo Fuso Canter Euro 5, com o motor de 3.0 litros, proposto, por agora, com motorizações de 130 e 145 cv. A versão mais potente de 175 cv deverá chegar ao nosso mercado apenas dentro de dois meses. As duas versões de potência disponíveis integram o sistema EGR de recirculação de gases de escape, enquan| 4 JANEIRO
perior a 60 000 referências, em condições vantajosas. Todos os trimestres, os titulares do Max Card recebem uma Newsletter, com conselhos úteis para reduzir os seus custos de exploração. Em paralelo, a troca regular de algumas peças permite-lhes tornar esses custos ainda mais baixos. Cerca de 30% das intervenções efectuadas pelo International Truck Service (ITS), o serviço de assistência na estrada da DAF, nos últimos anos poderiam ter sido evitados se alguns pequenos serviços tivessem sido feitos no camião em tempo útil. A Newsletter informará também os utentes Max Card da evolução da legislação em matéria de transporte.
DAF CF85 para matérias perigosas A DAF vai lançar nos mercados europeus um novo modelo tractor mais ligeiro CF85 para o transporte de mercadorias perigosas. O novo veículo terá 6 350 kg de capacidade de carga útil, e será equipado com os sistemas de controlo de estabilidade (ESP), Cruise Control Adptativo (ACC) e Alerta de Colisão Frontal (FCW). Disponível em versões de cabina curta e Space Cab, o novo CF85 oferecerá motorizações de 360 e 510 cv, acopladas a uma caixa de velocidades automatizada ASTronic. A versão Space Cab virá equipada com uma cama, dispondo ainda o novo modelo de software específico para o transporte de líquidos. Na cerimónia de apresentação do novo modelo, em Eindhoven, Aad Goudriaan, presidente da DAF, afirmou que “o mercado de camiões não se reabilitará em 2010, mas os stocks dos concessionários estão a ser progressivamente escoados”. Goudriaan acredita, no entanto, que a DAF sairá reforçada da crise, pois, afirmou “de futuro a procura de camiões aumentará de novo fortemente, e nós ganharemos quota de mercado”.
Fuso Canter Euro 5 já em Portugal to a mais potente, que chega em Março, recorre ao sistema SCR de recirculação catalítica selectiva (com AdBlue). A gama é composta por versões de pesos brutos de 3,5, 5,5, 6,5 e 7,5 toneladas, dois comprimentos distin-
tos de cabina e sete distâncias entre-eixos. Em termos visuais, a alteração mais visível do novo Fuso Canter é a mudança do logo na grelha frontal, onde a palavra “Fuso” substitui o tradicional “Mitsubishi Fuso”.
Scania funde negócios de Portugal e Espanha o âmbito do processo de reorganização europeia da sua estrutura operativa, a Scania concluiu o processo de integração das suas actividades em Portugal e Espanha numa única unidade de negócio. Na mesma linha, a estrutura operacional no nosso país foi profundamente revista, cortando com a herança da Cimpomóvel V.P., o importador da marca entretanto adquirido pelos suecos. A rede de distribuidores e de serviços pós-venda está agora concentrada em três regiões departamentais: Scania Portugal Norte (que aglutina os negócios das regiões do Porto, Viseu e Vilar Formoso), Scania Portugal Centro (Coimbra e Leiria) e Scania Portugal Sul (Lisboa e Madeira). Em simultâneo, e em consequência, foi dispensado um número assinalável de funcionários. Ainda assim, Oscar Jaern, o novo director da Scania Portugal Sul, garantiu ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS que a rede vai-se manter, e até mesmo “reforçar toda a actividade de dis-
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Mercado nacional dividido em três departamentos tribuição e serviços de assistência apósvenda”. E também “todas as oficinas autorizadas vão manter-se”. Com esta fusão entre a Scania Ibérica e a Scania Portugal a marca sueca pretende sobretudo implementar sinergias, tanto a nível tecnológico como administrativo, no sentido daquilo que o construtor tem vindo a fazer na Europa, onde já reuniu mercados regionais como o Benelux (Holanda, Bélgica e Luxemburgo), os países do Adriático, os países do Báltico e os mercados da República Checa e da Eslováquia, entre outros. O objectivo é, claro, enfrentar melhor a difícil situação económica e financeira que o sector da indústria e do comércio automóvel atravessaram em 2009 e se espera ainda para 2010.
Jovem Motorista Europeu 2010 fora da Península A edição deste ano do Jovem Motorista Europeu não se realizará nem em Portugal nem em Espanha, segundo adiantaram responsáveis da Scania em Madrid, numa nota de imprensa, explicando que “actualmente estamos a concentrar todos os nossos esforços no nosso core business”. A competição do Jovem Motorista Europeu realiza-se desde 2003, bienalmente. No ano passado já tinha sido cancelada a nível global devido à quebra abrupta do mercado de camiões na Europa. Esta é a primeira vez que Portugal e Espanha ficam arredados duma prova para a qual a Scania estima uma participação de cerca de 45 mil jovens motoristas. A quarta edição do “Jovem Motorista Europeu” será disputada em 28 países, 18 dos quais europeus. A final europeia terá lugar em Södertälje, na Suécia, nos dias 8 e 9 de Outubro. JANEIRO
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m pouco mais de três anos, a Ibertruck tornou-se um dos principais distribuidores da Iveco em Portugal, representando cerca de 20% das vendas da marca italiana. A empresa, que também vende e assiste veículos Fiat Professional, ultrapassou em 2009 a fasquia dos 21 milhões de euros de facturação e quer crescer 5% este ano. Em 2009, o volume de negócios da Ibertruck atingiu os 21,095 milhões de euros (resultados não consolidados). A empresa facturou 10,8 milhões na venda de veículos novos, 1,8 milhões dos quais provenientes da venda de autocarros, 955 mil euros na venda de usados, 1,6 milhões nas vendas de comerciais Fiat, 6,3 milhões na venda de peças e 1,44 milhões nos serviços de oficina, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o director de após-venda da empresa. No total, a Ibertruck comercializou cerca de 290 unidades novas da Iveco (200 da gama ligeira, 50 da gama média e 40 da gama pesada), 100 comerciais Fiat e 140 viaturas usadas. As vendas da empresa representaram, assim, aproximadamente 20% do volume total dos veículos da marca Iveco comercializados em Portugal (cuja estimativa global ronda as 1 450 unidades, ou 950 Daily, 200 unidades da gama intermédia Eurocargo e 300 das gamas pesadas Stralis e Trakker). Ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Juno Cesário acrescentou que “a Ibertruck em 2009, em termos de oficina e mão-de-obra fez o mesmo volume de facturação que em 2008. Em peças tivemos uma ligeira quebra, na ordem dos 3% em volume, mas que foi compensada com a margem. Para nós, 3% a menos em peças não é significativo, e uma optimização do tra-
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Ibertruck já vende 20% dos Iveco em Portugal balho no sector permitiu compensar essa pequena quebra com um ligeiro aumento de margem”. Para 2010, adiantou aquele responsável, “o nosso principal objectivo é crescer. É expectável um crescimento do volume de facturação na ordem dos 5%. Mas é um target ambicioso; não vai ser fácil, até por-
que 2010 continua a ser um ponto de interrogação”. Há cerca de um ano, a Ibertruck começou também a prestar assistência a toda a gama de veículos de Fiat Professional, incluindo os derivados de automóvel. “A Fiat chegou à conclusão que o cliente profissional é diferente do cliente particular, e a realidade é que a rede Iveco é aquela que se encontra mais adaptada às necessidades do cliente profissional. Logicamente fazia todo o sentido, numa perspectiva de continuidade, que a rede de oficinas Iveco passasse a dar assistência à Fiat Professional” – sublinhou Juno Cesário. A verdade é que – frisou - “a venda de viaturas Fiat Profesional revelou-se mais promissora do que estávamos à espera. Até agora gerou melhores resultados do que o após-venda”. Outra actividade de negócio em que a empresa apostou foi o renting, com a criação da Ibertruck RAC (Rent a Car), ainda em 2007, mas esse negócio ainda não deu frutos.
Empresa detida a 100% pelos galegos donos da Camo
Só os frotistas aderem aos contratos de manutenção A Iberturck efectua todos os tipos de serviços de oficina, nomeadamente chapa, pintura, mecânica, electricidade, aferição de tacógrafos, estação de serviço e preparação de veículos novos para entrega final ao cliente. Em Vila Franca de Xira, o distribuidor tem duas oficinas distintas devidamente equipadas, uma para assistir camiões e autocarros da Iveco, outra para as Daily e os comerciais Fiat. Cerca de 70% do serviço é absorvido pelas avarias e 30% pelas manutenções. “Há uma grande aposta da marca para associar ao produto o contrato de manutenção e reparação. Os frotistas já adquirem um grande volume de viaturas com contratos de manutenção e reparação incluídos, mas o pequeno transportador ainda não aderiu a este modelo”. – afirmou o director de após-venda da Ibertruck. A média diária de entradas na oficina de Vila Franca de Xira é da ordem dos 20 veículos, o dobro do que se verifica em Setúbal e em Lisboa. A empresa presta também assistência aos veículos da Iveco a gás natural que estão a trabalhar na Valorsul e em algumas câmaras da área metropolita-
na de Lisboa, tendo “uma equipa preparada para a reparação desse tipo de viaturas”. A Ibertruck opera ainda o serviço de assistência 24 horas da Iveco, que funciona 365 dias por ano, dando cobertura nos distritos de Lisboa, Setúbal e Évora, com o apoio de dois carros oficina: duas viaturas Daily devidamente equipadas. Em 2009 a empresa acorreu a cerca de 250 pedidos de assistência na estrada. Paralelamente, disponibiliza o serviço 24 horas peças, com um mínimo de duas pessoas a operar permanentemente na secção respectiva. A disponibilidade de stock de peças nos três armazéns da empresa ronda os 90% e totaliza cerca de um milhão de euros em valor, tudo peças originais Iveco e Fiat, tal como os respectivos acessórios. No capítulo da concorrência do mercado de peças paralelo, Juno Cesário salienta que “onde nós sentimos maior concorrência do negócio paralelo é nas peças de alta rotação. Devido à situação económica que vivemos os clientes procuram alternativas e acabam por encontrar soluções aparentemente mais baratas que nem sempre o são”.
A Ibertruck nasceu em Maio de 2006, fruto da parceria de dois grupos de retalho automóvel, juntando a antiga Camial, propriedade do grupo Serfingest, que detinha instalações em Lisboa e Setúbal, com o grupo espanhol Perez Rumbao. A empresa garantiu a continuidade de todo o negócio de retalho da Iveco Portugal, que passou a existir exclusivamente na qualidade de importador. A Ibertruck tem instalações em Vila Franca de Xira, Lisboa e Setúbal, e ainda uma rede de oficinas autorizadas em Sintra, Torres Vedras, Vendas Novas e Évora, estrutura essa que lhe permite dar cobertura à vasta área metropolitana de Lisboa e também ao distrito de Évora. Desde o ano passado, a empresa é detida a 100% pelo Grupo Perez Rumbao, “o maior distribuidor automóvel da Galiza”. O grupo galego é igualmente responsável pela actividade de retalho da Iveco na região da Galiza.”Temos uma “meia irmã”, que é a Inturaza, e que é maior que a Ibertruck, quer em volumes de vendas quer nas actividades após-venda, e existem muitas sinergias, muito know-how partilhado e trocas de experiências entre as duas empresas”, explica Juno Cesário. O mesmo grupo galego detém ainda a UNVI, que se dedica ao fabrico de carroçarias para autocarros, e que possui duas unidades de produção, uma em Ourense e outra em Vila Nova de Gaia (a Camo), com uma capacidade conjunta de produção anual na ordem dos 600 autocarros. JANEIRO
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Volvo Ano Novo com encomendas de vulto Volvo Trucks vai fornecer à Deutsche Post DHL até um máximo de 1 800 camiões nos próximos dois anos, no âmbito dum acordo celebrado entre as duas empresas. O fabricante sueco será o principal fornecedor de camiões pesados da DHL na Suécia, Finlândia e Reino Unido, para as operações de serviços Expresso, Carga e Distribuição, podendo o fornecimento ser também alargado às frotas do operador logístico na Alemanha e nos três países do Benelux.
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Ainda neste arranque de Ano Novo, a Volvo recebeu uma encomenda de 550 camiões da empresa Derba Cement, a qual opera na indústria cimenteira na Etiópia. Os camiões serão entregues no decurso deste ano, tendo a Derba já manifestado a intenção de adquirir um to-
tal de mil unidades Volvo, uma vez que se encontra em fase de expansão do seu negócio com a construção de uma nova fábrica. O contrato inclui o fornecimento de um sistema de competência de transportes e a implementação de uma rede própria de assistência e peças.
Alemanha fiscaliza camiões na estrada com câmara térmicas Renault Trucks com novo director de Marketing Operacional na Península Franck Carpentier assumiu no início deste ano a Direcção de Marketing Operacional na Renault Trucks Espanha-Portugal. Licenciado em marketing industrial pela Escola Superior do Comércio de Grenoble, Carpentier iniciou a sua actividade profissional na sede da marca francesa como responsável pela realização de salões e eventos internacionais. Antes de ingressar no braço ibérico da Renault Trucks, desempenhava as funções de director do Marketing Operacional de Veículos Pesados para todo o mercado europeu. | 8 JANEIRO
As autoridades de fiscalização rodoviária alemãs estão a recorrer à utilização de câmaras térmicas para detectarem camiões com sistemas de travagem defeituosos. Segundo testes feitos pela Polícia, também os pneus com as bandas de rodagem em mau estado são detectados com câmaras de infravermelhos. Um camião que transportava uma carga de fruta da Dinamarca para a Grécia foi recentemente retirado da A7, na região de Lüneburg, perto de Hamburgo, depois duma câmara térmica instalada pela Polícia ter detectado várias fissuras nos discos de travão. A legislação alemã aplica coimas elevadas nos casos de anomalias detectadas na estrada em todos os sistemas dos veículos que coloquem em causa a segurança e obriga à imediata remoção das viaturas para uma oficina, implicando, assim, também a sua imobilização até que seja solucionado o problema e obtida a respectiva certificação pelas autoridades policiais.
Renault expande Fast&Pro na Europa om um total de 25 novos centros de assistência na Europa, a Renault Trucks continua a desenvolver o conceito Fast&Pro a nível internacional. Desde o Reino Unido até Itália, passando pela Holanda, os proprietários de veículos utilitários da marca francesa dispõem assim da oportunidade de encontrar um serviço rápido e profissional de qualidade, adaptado às suas necessidades específicas. Lançado experimentalmente em 2005, e em condições reais no ano seguinte, o Fast&Pro é um serviço de vendas e manutenção implementado junto dos distribuidores da Renault Trucks, propondo aos clientes de veículos utilitários da marca um conjunto de serviços pós-venda no acto de compra. A oficina propriamente dita tem de obedecer a regras específicas e
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a uma rotulagem uniformizada. Em 2009, abriram um total de 12 novos centros em Itália, Holanda e Reino Unido, que se vieram juntar aos 13 do ano anterior em Espanha, Bélgica, República Checa, Eslováquia, Roménia e França, totalizando uma rede que já ultrapassa um total de 80 centros na Europa. A ambição da Renault Truks Europa é chegar aos 250 centros Fast&Pro no final de 2012. Numa oficina Fast&Pro o cliente tem a certeza de encontrar um espaço totalmente dedicado aos utilitários, com normas e competências reconhecidas pela marca, pessoal especializado, horários alargados de funcionamento, e um serviço rápido e eficaz, para além de dispor dum serviço de veículos de substituição nos casos de imobilização prolongada.
Fiat prepara relançamento do Doblò Cargo
O novo Fiat Doblò Cargo chegará a Portugal no segundo semestre de 2010. Segundo revelou a Fiat Professional, o novo modelo será construído com base numa plataforma totalmente nova, de maiores dimensões. O futuro Doblò Cargo será lançado nos mercados com sete versões de carroçaria, nomeadamente três versões furgão (curta, longa e de tecto alto), versões combi de 5 e 7 lugares (curta e longa), e variantes inéditas chassiscabina, concebidas para receber vários tipos de carroçamentos profissionais. O compartimento de carga disponibilizará um comprimento até 2,17
metros e uma largura entre cavas de 1,23 metros, podendo a capacidade de volume útil situar-se entre os 3,4 e os 4,2 m3, consoante as versões (curta ou longa). Quanto à capacidade de carga, a mesma oscilará entre os 750 e os 1 000 kg. O Doblò Cargo receberá também novas motorizações diesel Multijet Euro 5, com ordens de potência de 90 cv (1.3cc), 105 cv (1.6cc) e 135 cv (2.0cc), e ainda uma variante a gasolina de 95 cv e uma versão híbrida gás metano Natural Power. Também o design exterior surge renovado, com linhas mais aerodinâmicas e novos grupos ópticos.
Citröen conquistou mercado nacional A Citröen liderou o mercado português de veículos comerciais ligeiros em 2009, com 5 394 unidades vendidas e uma quota de mercado de 13,9%, tendo crescido 2,7% em quota relativamente ao ano anterior. Os responsáveis da marca explicam estes bons resultados com a “disponibilização de produtos bem adaptados às necessidades dos clientes” e também “uma força de vendas motivada”. O resultado da Citroën foi tanto melhor quanto o mercado nacional de comerciais ligeiros caiu 29,8% no ano passado. Globalmente, a marca francesa comercializou 15 836 veículos ligeiros no nosso país, tendo ascendido ao quarto lugar do ranking, com uma quota de 7,9% num mercado que acumulou perdas de 25,6% em relação a 2008. JANEIRO
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Ecodaily Electric chegou a Portugal Iveco acaba de lançar o primeiro veículo comercial de propulsão totalmente eléctrica disponível no nosso país. O TRANSPORTES & NEGÓCIOS já testou o Ecodaily Electric, um veículo de emissões zero (ZEV), quer gasosas quer de ruído, proposto pelo construtor italiano em versões furgão e chassis cabina, nos modelos 35S (com chassis curto e longo) e 50C (com chassis curto e longo), com uma abrangência de pesos brutos en-
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tre as 2,9 e as 6,5 t. A capacidade de carga útil oscila entre os 1 215 e os 2 610 kg, consoante as versões e o número de baterias instaladas. O Ecodaily Electric pode ser equipado com entre duas e quatro baterias de tracção Zebra 25 (consoante as versões e as necessidades específicas de cada cliente). São baterias de sal derretido, com tecnologia baseada em coreto de sódio e níquel (NaNiCI2). O tempo de carga das baterias é de
oito horas, feita através duma ficha normalizada trifásica, e a autonomia pode chegar aos 130 km com o veículo em situação de carga completa. A potência do motor eléctrico é de 30 kw contínuos nos modelos 35S e de 40 kw contínuos nos 50C. A arquitectura eléctrica e o sistema de controlo incorpora um controlador electrónico dedicado que comunica com o veículo utilizando a rede CAN, cujo ecrã instalado no painel de instrumentos -
Comercializados 8 400 veículos a CNG Ecodaily 3.0 Natural Power EEV
fornece ao condutor toda a informação relativa ao estado de carga das baterias, voltagem do sistema, temperatura e funcionamento do sistema. Este veículo já foi adquirido por empresas como a Petit Forrestier (Reino Unido), que opera no ramo do transporte frigorífico, a FCC (Espanha), na área dos serviços municipalizados, a UPS e a Deutsche Post (Alemanha), nos serviços postais e distribuição porta a porta, e também por empresas de serviços aeroportuários.
Disponível para testes esteve também uma versão de caixa aberta do novo Ecodaily 3.0 Natural Power EEV, um veículo a gás natural comprimido (CNG) de 136 cv, complementado com um pequeno depósito de 14 litros a gasolina para situações de emergência. Os depósitos de gás são aplicados sob o chassis, dispõem duma capacidade de enchimento de 302 litros e proporcionam uma autonomia de até 500 quilómetros. A Iveco propõe quatro versões distintas no novo Ecodaily CNG, nomeadamente chassis cabina, cabina dupla, furgão e chassis cowl, em quatro categorias distintas de peso bruto (3.5t, 4,2t, 5,2t e 6,5t). Do ponto de vista ambiental trata-se dum veículo que cumpre já com os valores limite propostos pelo futuro Euro 6, apresentando baixos níveis de ruído, baixo consumo e reduzido desgaste do motor, assegurando o acesso a áreas urbanas restritas. Apresenta também facilidade e baixos custos de carroçamento, em particular nos carroçamentos especiais, e garante a mesma capacidade de carga dos veículos Daily de propulsão convencional equivalentes.
Entre comerciais de carga e minibus, a Iveco já vendeu 2 760 veículos da gama Daily com propulsão CNG; das gamas de pesados Eurocargo e Stralis comercializou 1 240 unidades; e autocarros Citelis 4 400 unidades, totalizando 8 400 veículos CNG. O construtor vendeu também, até à presente data, 2 330 motores CNG. Em Portugal foram vendidas 35 unidades, a maior parte das quais à Valorsul, encontrando-se em preparação mais 18 novas unidades para entrega. No nosso país persiste o problema da falta de postos de abastecimento de gás comprimido, existindo apenas cinco (STCP, Carris, Valorsul, Aveiro e Braga), um cenário que contrasta com países como a Alemanha (774 postos distribuídos por todo o país), Áustria (110 postos e 200 previstos até 2011), e Suíça (mais de 100 postos). Um dos grandes clientes da Iveco são os serviços municipalizados de Madrid, cuja frota CNG de veículos da marca italiana para recolha de resíduos sólidos já ultrapassa as 400 unidades. A marca refere que a procura de soluções alternativas aos combustíveis tradicionais deverá aumentar ainda mais nos próximos anos, por um lado devido à crescente criação de zonas de acesso restrito nas cidades, por outro, “não nos podemos esquecer que o preço do petróleo aumentou 1350% nos últimos 10 anos, e que a escassez de crude vai sentir-se já na próxima década”. JANEIRO
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Galp ataca mercado uruguaio
SCHMITZ CRIA SEMI-REBOQUE “PARA A CIDADE”. A Schmitz Cargobull acaba de lançar um semi-reboque equipado com um eixo direccional traseiro para operar nos centros urbanos, áreas onde a manobrabilidade de camiões articulados se torna cada vez mais difícil e é em feita também em espaços crescentemente apertados. O modelo S.CS City de cortinas laterais, com 11,05 metros de comprimento e capacidade para 27 europaletes, e um PMA do conjunto articulado de 25 toneladas (peso útil de 15 t.) passa assim a oferecer uma nova versão com eixo direccional. Uma das vantagens adicionais proporcionadas por este novo equipamento passa pelo aumento da flexibilidade da frota, na medida que enquanto o semi-reboque efectua operações de carga ou descarga o tractor pode ser utilizado para outras missões.
Marangoni simplifica estrutura O Grupo Marangoni acaba de realizar uma reestruturação profunda na sua estrutura empresarial, através da incorporação da Marangoni Spa e da Marangoni Tread Spa na Marangoni Pneumatici Spa, que mudou a sua denominação para Marangoni Spa. Assim, e a partir de agora, a Marangoni Spa deixará de ser a sociedade de cariz financeiro do grupo, assumindo as funções estratégicas de sociedade com cariz industrial operativo, passando a administrar directamente um conjunto de actividades como as matérias-primas e as tecnologias para pneumáticos, as operações de recauchutagem e a produção de borrachas industriais. O grupo italiano pretende com esta reestruturação simplificar a sua estrutura e torná-la mais funcional, para garantir um controlo directo das activi| 12 JANEIRO
dades industriais e da gestão comercial. A partir de agora, as empresas estrangeiras do grupo, nomeadamente a Marangoni Tread Norte América, Marangoni Tread Latino América e Ellerbrock, passarão a ser controladas directamente a partir da sede italiana de Rovereto. Quanto à Marangoni Tyre (fabrico e comercialização de pneumáticos novos), Marangoni Meccanica (fabrico e comercialização de maquinaria e tecnologias para a indústria de pneus) e Pneusmarket (distribuição de pneumáticos para veículos industriais multimarca) mantêm a mesma participação e estrutura no grupo. A Marangoni é um dos gigantes mundiais na área da recauchutagem para veículos comerciais pesados e ligeiros. Em Portugal tem sido representada pela Império Pneus, empresa que se debate com graves dificuldades.
A Galp continua a expandir as suas actividades comerciais na América do Sul, através do distribuidor Tecnotul, que já começou a distribuir lubrificantes Galp no Uruguai. A previsão de vendas para 2010 naquele mercado é de 300 toneladas, o que equivale ao volume de um distribuidor médio em Portugal. A Galp adquiriu recentemente os negócios que AGIP e a ExxonMobil exploravam na Península Ibérica, e como a ExxonMobil também está de saída no Uruguai a companhia petrolífera portuguesa aproveitou de imediato o espaço deixado em aberto.
Wabco lança sistema de imobilização de semi-reboques A Wabco acaba de lançar um dispositivo imobilizador no sistema electrónico de travagem (EBS) dos semireboques que aumenta significativamente a protecção contra o roubo destes equipamentos de transporte. Chama-se Wabco Trailer Imobilizer e consiste num sistema electrónico de alta segurança que bloqueia as rodas de um semi-reboque estacionado, de forma a evitar o seu roubo ou uso não autorizado, aumentando igualmente a sua segurança quando o veículo se encontra imobilizado em plano inclinado. O motorista activa este dispositivo inovador inserindo um código PIN via SmartBoard, antes de abandonar o veículo. O fabricante belga é líder mundial no fornecimento de sistemas electrónicos de travagem, estabilidade e sistemas de transmissão automática para veículos comerciais pesados. A empresa já vendeu mais de 900 mil sistemas electrónicos de travagem para semi-reboques em todo o mundo.
Paulo Borges (Multifrota) ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS
“Novo” tacógrafo reforça segurança Comissão Europeia fez publicar no passado dia 12 um novo regulamento relativo ao tacógrafo digital, equipamento de controlo no domínio dos transportes rodoviários que veio substituir o tacógrafo analógico, cuja instalação é obrigatória nos pesados de passageiros e de mercadorias desde Maio de 2006. Para saber mais sobre as implicações do novo regulamento no mercado, o TRASPORTES & NEGÓCIOS abordou Paulo Borges, director técnico da Multifrota e um dos principais peritos em Portugal nesta matéria, e Inês Fernandes, também responsável pela Direcção do Serviço Oficial do Tacógrafo na empresa. A Multifrota representa a marca de tacógrafos VDO em Portugal.
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T&N - Quais os principais motivos que levaram a União Europeia a introduzir este novo regulamento? Paulo Borges - A principal razão para a introdução deste regulamento é a segurança. Visa-se a introdução de um modelo que seja, no fundo, mais seguro e não esteja tão exposto a manipulações. T&N - Quais são as consequências para os fabricantes de tacógrafos digitais, resultantes da introdução do novo regulamento da União Europeia? Paulo Borges - Os fabricantes de tacógrafos digitais apenas terão de desenvolver e providenciar o novo tacógrafo, ou efectuar as respectivas actualizações de software e firmware se for caso disso, de acordo com as novas especificações regulamentares e obter as várias homologações, certificações, etc.
1 de Outubro de 2011, cumprindo as especificações técnicas exigidas por este novo regulamento. Pelo que pudemos apurar até à data, há duas possibilidades ainda em aberto: poderá tratar-se apenas duma actualização do software actualmente existente nos tacógrafos, mas poderá também verificar-se a produção de um tacógrafo totalmente novo. Convém salientar que o novo regulamento não obriga ao retrofiting; isto é, não se prevê que os tacógrafos instalados até Outubro de 2011 necessitem de ser para já substituídos. T&N - Do ponto de vista da assistência - e eventualmente da aferição de tacógrafos - existe alguma alteração de procedimentos? Paulo Borges – Assim comecem a aparecer os tacógrafos no mercado com as alterações referidas, os Centros Técnicos de Tacógrafos Digitais VDO estarão preparados para poderem servir os seus clientes e prestar-lhes todo o apoio que necessitem. Neste sentido irá ser ministrada formação adequada, como sempre acontece nestas situações. A Multifrota, enquanto representante oficial da VDO em Portugal, pediu um parecer sobre as implicações do Regulamento ao fabricante e aguardamos ainda novas indicações. T&N - Que dimensão tem o “Serviço Oficial do tacógrafo VDO” em Portugal e que serviços presta a Multifrota aos seus agentes? Inês Fernandes - Enquanto repre-
sentantes da marca VDO, temos de assegurar que todos os clientes com tacógrafo VDO são servidos com qualidade em todo o País. Nesse sentido, toda a rede de agentes tem de estar preparada para assistir os clientes que apresentem modelos de tacógrafo tecnologicamente mais evoluídos. Como todos sabemos a era digital evolui à “velocidade da luz”, exigindo uma formação quase contínua. A Multifrota possui um Centro de Formação próprio, onde presta serviço a todos os seus agentes e até a clientes finais. A Multifrota dá também formação às autoridades fiscalizadoras em Portugal, sejam o IMTT, o ACT e as forças policiais. Por outro lado, a nossa empresa dispõe também de um Centro Técnico “modelo”, com instalações no Cacém, junto ao Tagus Parque, onde efectua os mais diversos serviços de aferições de tacógrafos e onde coordena a actividade da substituição de tacógrafos avariados, pois os tacógrafos digitais têm de ser reparados no fabricante na Alemanha. Para além destes serviços, a Multfrota assegura, através da sua rede, a comercialização de todo o tipo de equipamentos e softwares da VDO para descarga, arquivo e análise de dados provenientes da memória de massa dos tacógrafos e dos cartões de motorista.
T&N - E quando é que esse trabalho tem de estar concluído? Paulo Borges - As alterações terão de estar concluídas até JANEIRO
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2009, o pior ano da década
2009 foi o pior ano da década em Portugal no que toca às matrículas de veículos pesados de mercadorias. Os 3 167 camiões registados no País, no ano findo, representaram uma quebra de vendas de 43% relativamente aos números de 2008 e ficaram ainda abaixo do pior resultado deste século, em 2003. Com 602 pesados de mercadorias matriculados, a DAF foi a “campeã” de vendas em 2009. No ano anterior, um registo igual apenas lhe garantiria o quinto lugar do ranking. Em 2000 a marca holandesa quedar-se-ia no sexto lugar, com menos de metade das vendas do líder. A análise dos números globais anuais evidencia que o mercado nacional de pesados de mercadorias nunca mais foi o mesmo depois do máximo alcançado em 2000, com 7 424 veículos matriculados. Em 2001 ainda se verificou alguma capacidade de resistência, mas depois foi nítida a tendência decrescente e acelerada até ter batido no fundo, em 2003. Depois disso, veio a recuperação, natural, esperada, mas o mercado nunca recuperou os níveis do início da década. Em 2007, quando se verificou o novo pico de matrículas, Portugal valeu apenas 5 644 registos, longe dos 7 424 de 2000 e mesmo dos 5 699 de 2001. Contrariando as expectativas iniciais, 2008 ainda foi um ano bastante positivo, tendo-se verificado então uma que| 14 JANEIRO
bra de pouco mais de 1% nas matrículas (5 536). Mas em 2009 a crise bateu forte: o “afundanço” de 43% nas vendas não encontra paralelo na história recente do sector no País, praticamente duplicando o pior registo relativo desde 2000. Todas as principais marcas pisaram terreno negativo. Mas algumas foram, ainda assim, mais penalizadas que outras. Foi o caso da Renault Trucks, que havia sido primeira em 2008 e que em 2009 não conseguiu melhor que o quinto lugar do ranking, com quebras de 581 matrículas, ou quase 57% em termos absolutos, e que viu a sua quota de mercado passar de mais de 16% para menos de 12%. Foi também o caso da MAN, a perder mais de três pontos de quota de mercado, de volta abaixo dos 10%, fruto da perda de quase 56% das matrículas, para 348. E foi, ainda, o caso da Scania, que “afundou” 53% para 265 matrículas, com isso perdendo dois pontos de quota de mercado, ficando abaixo do 7%. Sob um fundo tão negro destacaram-se a DAF e a Iveco. Porque ambas perderam menos que o mercado (22% e 18%,
respectivamente), e com isso subiram aos dois primeiros lugares do ranking de vendas, ambas com quotas acima dos 15%. Evidentemente, os números das estatísticas globais apenas retêm as vendas de veículos de mercadorias de mais de 3,5 toneladas, não atendendo à oferta específica de cada marca. E é sabido que enquanto umas se concentram essencialmente na gama baixa, outras fazemno exclusivamente na gama alta, e outras ainda têm uma oferta completa ou quase. Com mais este triunfo, em 2009, a DAF soma quatro primeiros lugares no ranking nacional de pesados de mercadorias desde 2000, sendo dominante na segunda metade da década. A Renault Trucks mantém-se, ainda assim, como a marca mais vencedora desde 2000, com cinco primeiros lugares, quatro dos quais conseguidos em anos consecutivos: os primeiros. A Volvo garantiu para si o único triunfo que escapou àquela dupla, em 2005. O gráfico sintetiza de forma clara o comportamento das principais marcas ao longo dos últimos anos.
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