» CLASSIFICADOS DA TN CIRCULAM HOJE COM 48 PÁGINAS E 5.726 ANÚNCIOS FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006
Ano 60 • Número 217• Domingo,28 de novembro de 2010 EXEMPLAR DO ASSINANTE
ALEX RÉGIS
PERSPECTIVAS E DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO E DAS EXPORTAÇÕES Após a crise financeira e a queda drástica das exportações,o ano de 2010 é de retomada.Dados comprovam tendência de crescimento na pesca e no agronegócio tanto no mercado interno quanto externo. [ ESPECIAL 1 A 28 ]
EXEMPLAR DO ASSINANTE
ALEX RÉGIS
[ ECONOMIA ] Caiu percentual de trabalhadores que precisam do décimo para pagar dívidas e de quem planeja gastar com presentes
Bebês Depois das dívidas, nadadores poupar e viajar são A preferência por uma vida mais saudável pode ser formada já na primeira infância.Essa é uma das razões para iniciar bebês na prática de esportes compatíveis.A natação aumenta a força física e a capacidade respiratória e é o mais indicado para eles. [ TN FAMÍLIA 1 E 3 ]
prioridades do 13º A resposta para a questão “o que fazer com o 13º salário” depende muito, segundo especialistas, do perfil de cada trabalhador. Na próxima terça-feira, as empresas privadas pagarão 50% do salário
anual extra e, como em anos anteriores, a prioridade será o pagamento de dívidas. Pesquisa mostra que 27,2% dos trabalhadores darão ao 13º esse destino, mas esse percentual vem caindo (em 2009 foi
de 31,7%) e tem crescido a faixa dos que planejam guardar o salário extra para investir em cursos e/ou viagens. Também caiu o percentual de quem usa o 13º para comprar presentes. [ ECONOMIA 7 ]
VESTIBULAR
LITORAL
POLÍTICA
Começam as provas para entrar na UFRN
Ambulantes de praias vendem bom humor
Orçamento mostra prioridade para infraestrutura
Começa hoje, com as provas objetivas de Química, Física, Biologia e Língua estrangeira, o Vestibular da UFRN. Mais de 28 mil inscritos disputam 6.139 vagas. Os locais de prova abrem às 7h20 e fecham às 8h. [ NATAL 10 ]
Quem vive como ambulante no litoral de Natal começa o dia “driblando a incerteza” sobre os negócios, mas é só chegar na praia que a confiança volta. O contato com turistas e nativos levanta o astral e garante os lucros. [ NATAL 1 E 2 ]
Projeto de orçamento da prefeitura destina mais recursos para infraestrutura do que para setores como saúde e educação. Secretário afirma que obras da Copa é um dos motivos do crescimento da previsão de recursos neste item. [ PÁGINA 3 ]
altas ideias
EMANUEL AMARAL
O lado A e o B do bem Amado Batista
Uma década de sucesso do programa “Altas Horas”não tirou de Serginho Groisman o senso crítico que tem marcado essa trajetória.Para ele, o público dá importância demais à TV brasileira, que é “superficial”. [ REVISTA DA TV 6 E 7 ]
O astro do brega comemora 35 anos de carreira e 25 milhões de discos. [ NATAL 11 ] ELIÁRIA ANDRADE
GAUDÊNCIO
BOA SAÚDE
Vítima de fogos vive o drama de ter sobrevivido A agricultora Patrícia da Rocha, 34 anos, sobreviveu após ter 70% do corpo queimado na explosão de fogos de artifício em uma festa, mas vive hoje desassistida. [ NATAL 12 ]
160
TOTAL DE PÁGINAS DESTA EDIÇÃO: páginas
REDAÇÃO: PAUTA
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FALE CONOSCO: PABX: 4006-6100 Redação: 4006-6113
JORNAL DE WM
A reforma política,a mãe de todas as reformas,será a bola da vez em 2011
Houve um tempo em que nos sertões era costume comer sentado no chão
[ PÁGINA 7 ]
[ PÁGINA 2 ]
C.HUMBERTO
ELIANA LIMA
Dilma Roussef sinaliza com mudanças nas chefias das Forças Armadas
Barcos de passeio estão ameaçando os golfinhos, na praia do Curral,em Tibau
[ PÁGINA 10 ]
[ NATAL 14 ]
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ESPAÇO
Cientistas do Brasil e Europa se reúnem em Natal Natal sedeia, a partir de hoje, o 4º CoRoT Brasil, reunindo 120 cientistas da Europa. A missão CoRoT investiga o espaço e foi iniciada em 2006. [ NATAL 3 E 4 ]
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2 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte
opinião
Domingo | 28 de novembro de 2010
JOSÉ SARNEY [ Seandor e escritor ]
Jornal de WM WODEN MADRUGA - woden@terra.com.br
Comendo no Sertão
H
ouve um tempo que nos sertões era costume se comer sentado no chão. Comida farta, as iguarias servidas sobre esteira de palha de carnaúba estendida no chão fazendo a vez da mesa. Depois apareceram as mesas compridas, os bancos e tamboretes, o chefe da família sentado na cabeceira e o ritual da mesa. Quem conta essa história é o doutor Paulo Bezerra, que faz uma viagem ao passado e lembra as comidas que o sertanejo gostava de comer. Do feijão macaça servido com carne seca, da farinha do Brejo ao arroz solto à sobremesa com frutas e doces caseiros incluindo a rapadura. A carta foi datada na véspera da festa da Padroeira de Natal, Nossa Senhora da Apresentação, 20 de novembro: - Não se ignora, nem você nem eu, do costume de ser comer sentado no chão, tendo por mesa um pano qualquer ou uma esteira de carnaúba. Aquilo era um costume apreciado pela minha avó materna, a professora regente da Cadeira Elementar Feminina do Grupo Escolar Tomás de Araújo de Acari, Olindina Ernestina da Costa Pereira nos idos de cem anos pelo menos, casada que foi com Antônio Eduardo de Araújo Galvão, ela filha de Ana Maria da Costa Pereira, mulher de Antônio Ernesto da Costa Pereira, sendo Ana Maria filha do 1º Escrivão de Jardim do Seridó, por nome Luís Magalhães Cirne, um paraibano descendente de portugueses que por ali encostou vindo de Areia. - Não se admira que o costume chegado de longe, tenha permanecido ao longo do tempo mesmo em função de lares mais pobres, até quando as mesas compridas foram chegando servidas de bancos e tamboretes. No comum, tomava a cabeceira o chefe da família com a respectiva no primeiro assento à direita e os filhos e parentes e agregados ocupando os demais lugares dos bancos, embora que, por deferência, uma visita pudesse sentar à testa da mesa. Os mais velhos se serviam primeiro assim como a eles eram permitidas as conversas durante a refeição; depois a arraia miúda fazia o seu prato e, por fim, a meninada que já o recebia feito, sem direito a deixar sobra de comida. Servida a sobremesa e o café, havia uma ordem ao se levantar da mesa, do mesmo modo como havia a mesma regra para se tomar lugar nela. Primeiro os mais velhos. - Para matar a fome, o feijão macaça verde, apanhado na vazante ou seco ao sol e debulhado, ou o guardado em silo de areia ou de zinco, de um ano para o outro ano, e que cozinhado apenas em água e no sal não tem sustança; ou de arranca comprado nas feiras que, depois de catado para tirar a pedra que pode estragar um dente e a sujeira e o caroço chocho, fica de molho à noite para ser cozinhado no dia seguinte em panela de barro que Luísa do Saco fazia, e depois ser machado em alguidar de barro, com colher de pau. Desse pernoite os mais velhos tira-
ram uma lição: “O caroço limpo se deposita no fundo da panela; o sujo sobe e bóia... que nem na política”. No preparo entra a carne seca, a costela, o toucinho, o mocotó de porco e, depois de tudo, o tempero verde apanhado na horta. - Do brejo vinha a farinha, companheira do feijão, da fava, do mel de rapadura, da coalhada, do pirão. Conta-se até que Ventura da Barra, viciado em comer farinha seca, na ânsia da morte, ao invés de clamar por Jesus dizia: “Farinha...” e morreu. - Para eventual quebra-queixo, uma refeição ligeira fora de casa – o bocó -, pequeno saco contendo farinha seca, carne magra assada na brasa cortada em pedaços e rapadura em taco, que se conduzia amarrado nas correias da garupa da sela ou no bolso da carona. E do pilão saía a paçoca temperada com cebola roxa. - Feijão, um tempero de carne, farinha e rapadura – o dia a dia da mesa do sertanejo. O jerimum caboclo ou de leite, assim como a batata doce estavam presentes. E isso me faz lembrar o desapontamento triste e lastimoso da comadre da minha mãe ao ver o prato de batata sendo retirado da mesa no fim do almoço: “Ai meu Deus, e eu nem vi a batata”. - O arroz de barco vinha de fora, ensacado. O da terra, despolpado em máquina rudimentar, ficava com a semente tingida pelo vermelho da casca, rica em vitamina. Fazia-se o arroz solto e fazia-se o arroz de leite. - A sobremesa ia das frutas como banana maçã, a pinha, a graviola, a melancia, o melão, o imbu feito imbuzada, aos doces caseiros – o de caju, o de goiaba, o de mamão, o de coco e a própria rapadura em pessoa com uma talhada de queijo do sertão, daquele do coração encarnado. E da minha mão ao meu pai: “Silvino, tem doce de coco e de mamão, de qual você quer?” e ele, sem demora: “Eu quero dos dois”. - E na “Última Ceia do Senhor” – afresco de Leonardo da Vinci, lá está a mesa comprida e lá estão os bancos. - Ah, amigo velho, e das comidas de milho, hein? Que nem o chá de burro. - Adeus. Até outro dia.”
Manuel Bandeira Folheando o Banco de Poesia da Casa Fernando Pessoa, de Lisboa, encontrei na estante da poetisa Sophia de Melo Breyner Andersen, nascida no Porto e um dos maiores nomes da literatura portuguesa, este poema com o título Manuel Bandeira: “Este poeta está / Do outro lado do mar / Mas reconheço a sua voz há muitos anos / E digo ao silêncio os seus versos devagar // Relembrando / O antigo jovem tempo tempo quando / Pelos sombrios corredores da casa antiga / Nas solenes penumbras do silêncio / Eu recitava / “As três mulheres do sabonete Araxá” / E minha avó se espantava // Manuel Bandeira era o maior espanto da minha avó / Quando
em manhãs intactas e perdidas / No quarto já então pleno de futura / Saudade / Eu lia / A canção do “Trem de ferro” / E o “Poema do Beco” // Tempo antigo lembrança demorada / Quando deixei uma tesoura esquecida nos ramos da cerejeira / Quando / Me sentando nos bancos pintados de fresco / E no Junho inquieto e transparente / As três mulheres do sabonete Araxá / Me acompanhavam / Tão visíveis / Que um elétrico amarelo as decepava. // Estes poemas caminharam comigo e com a brisa / Nos passados campos da minha juventude / Estes poemas poisaram a sua mão sobre o meu ombro / E foram parte do tempo respirado.”
AS JÓIAS DE VALÉRIA Gostei do catálogo com as novas jóias criadas por Valéria Françolin, das fotos de Bruno Povoa, da arte de Breno Xavier. Gostei do colar em ouro fosco de Marize Castro (“homem que eu toque/ deixará de ser homem./ Será flor, trilho, estrada,/ ou anjo”); do colar em prata de Diva Cunha (“Se não visto vermelho/ estou nua ou muito vestida/ para a festa da vida/ apenas no miolo dessa cor sou”); do colar em ouro e turmalina de Carmem Vasconcelos (“Por isto me fiz pedra: / para que Deus se afie”); das argolas em ouro de Iracema Macedo (“Há trilhos, muitos trilhos / Mas não são caminhos”).
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Tolstói, um centenário
H
á cem anos morria Tolstói, na pequena estação de Astapovo, de uma pneumonia que pegara no terceiro dia de sua fuga de casa, no frio do inverno russo e da terceira classe do trem em que viajava. Fugia no desencanto do fim de sua vida, quando abandonara todos os valores que construíram sua celebridade como escritor, para fazer uma peregrinação tão intelectual como corporal, em que não sabia bem onde queria chegar, carregando ideias de pacifismo, negação de si mesmo e uma revolta interior que lhe faziam voltar à sedução do anarquismo. Quando visitei a URSS, em 1988, quis incluir no meu programa uma visita à União de Escritores. O mundo inteiro procurava decifrar a “perestroika”, a “glasnost” e os rumos a que elas levariam o baluarte do mundo comunista. O seu presidente era Vladimir Karpov, considerado o maior autor de novelas históricas dos tempos modernos, com sua bagagem de personagens da história da Rússia, onde o regime se encarregava de condenar ou reabilitar seus heróis. A sede da união era um velho palácio.
Comecei a conversar com ele e logo me aventurei a León Tolstói achava perguntar como iam o Estado opressor, e as relações com o resuas ideias de gime e como a poderesistência pacífica rosa literatura russa inspiraram Gandhi. aguentara os 70 anos Ele largou tudo de silêncio. para voltar à Ele, calado, levansimplicidade, barba tou-se, abriu uma gacomprida e branca, veta de sua mesa e, roupa de camponês, num gesto vigoroso, botas longas e um me respondeu: “Mas cérebro que deu ao as nossas gavetas esmundo algumas das tão cheias”. E acresobras fundamentais centou: “Esta casa da literatura” tem um símbolo, nela morou Tolstói”. Em sua companhia, subi uma escada em caracol e demos num salão grande, já pintado de cinzento, com ar de abandono. Meus olhos não o olharam assim. Vi o salão de luzes e brilhos, o fausto da nobreza daquele tempo e, no meio do salão, o conde Vronsky le-
“
vando em seus braços a mais bela entre as belas, Anna Karenina. Foi aquele salão que Tolstói descreveu na cena em que sua heroína iniciava a trágica paixão que lhe motivou a vida. Anna Karenina jamais existira, mas a imponderável força da literatura foi capaz de torná-la eterna. Desci com toda a história reconstruída, e foi como se tivesse conhecido naquela tarde a grande e bela mulher. León Tolstói achava o Estado opressor, e suas ideias de resistência pacífica inspiraram Gandhi. Ele largou tudo para voltar à simplicidade, barba comprida e branca, roupa de camponês, botas longas e um cérebro que deu ao mundo algumas das obras fundamentais da literatura. Iasnáia Poliana, sua propriedade, onde escreveu por seis anos “Guerra e Paz”, é um dos centros de peregrinação literária do mundo. Todos procuram entender esse homem. Morto há cem anos, é um mito que espera ser revelado e jamais o será. O governo russo o despreza. O Ocidente o venera, e, nós, leitores, o amamos.
Amâncio
Cartas Copa Até o dia 7 de dezembro são 10 dias. Não chegaram a lugar nenhum em 2 anos, vão chegar em 10 dias? Passem logo essa bola para outra capital interessada. Tem cidade que se entrar no lugar de Natal, as obras começam 2ª feira. Ferreiraseis@yahoo.com.br
Produção Eu nunca vi na minha vida, um Estado pra perder tanto como o nosso RN: Perdeu a refinaria, a transnordestina, a posição do petróleo, a estrada de ferro, o 1º lugar no camarão. Está prestes a perder a Copa e ainda tem mais perda por aí. Agora eu pergunto: Cadê os políticos que o povo elegeu e que prometeram tanto nessa eleição? Junior Guerreiro
Show
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES [ titular do “Blog do MIRANDA GOMES” ]
A mentira tem pernas curtas Qualquer empreendimento que seja alimentado pela MENTIRA está fadado ao fracasso. Assim vem acontecendo com o “projeto da Arena das Dunas”. Sem mistificar a história, tudo começou em 2007, com um estudo feito pelo Arquiteto Moacyr Gomes da Costa para adaptar o Machadão às exigências da FIFA para a Copa de 2014. Foi enganado pela “turma” - ERA A PRIMEIRA MENTIRA. Embora aprovado o estudo pelos técnicos da FIFA, ainda em 2007, no regresso a Natal, à sorrelfa, foi desviado o foco da coisa para um novo local, no início de Pirangi, com o anteprojeto do Estrelão, da autoria de Glay Karlis . Este jovem arquiteto também foi escanteado - FOI A SEGUNDA MENTIRA. Em 2008 começou a “farsa” com a contratação de um mega-projeto, elaborado por empresa estrangeira (ou não), mas com inexigibilidade de licitação, sem qualquer justificativa aos dois arquitetos que haviam atendido ao apelo dos “(Des)organizadores” da Copa 2014. Para isso foi realizada uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa, ocasião em que usei a tribuna e solicitei a exibição do projeto. Não apresentaram, mas juraram que ele existia. ERA A TERCEIRA MENTIRA. Em 2009 foi muito “oba-oba”, festas, entrevistas – uma delas em que participaram o Dr. Moacyr, um representante da empresa que elaborou o estudo da Arena das Dunas e a Secretária Magnólia Figueiredo. Nesse dia a cidade assistiu a humilhação ao Doutor Moacyr, quando sistematicamente cortavam o seu pronunciamento e exageravam a participação dos outros entrevistados. ERA A QUARTA MENTIRA. No ano em curso, por sinal ano de eleição, a coisa ficou no total deslumbramento. Todo mundo era o dono da idéia e chegaram a derrubar a Creche Kátia Fagundes como prova do início da execução do projeto da Arena das Dunas, exatamente no dia em que aqui chegaram os representantes da FIFACBF, mas “andou penerando, andou chuviscando, mas chover não choveu!” (Dorival Caimi). Não falClassificados: Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)
4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00
PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo
taram as advertências do Deputado José Adécio e do Engenheiro Adalberto PesVamos ser sensatos. soa para o amadorismo dos Por que não gestores. ERA A QUINTA construir um novo MENTIRA. estádio em outro Passadas as eleições a local, já indicado por coisa continuou no cominúmeros passo da conversa, enprofissionais, sem a quanto o Estado e o Munecessidade de nicípio amargam drástiatrasar o cas situações na saúde, cronograma com educação e segurança, alguns meses de com paralisações, falta de demolição do medicamentos, de médicomplexo cos, de professores, de poMachadãoliciais, de presídios, sucaMachadinho etc. e o teamento da cultura. A gasto desnecessário PPP falhou, foi para oude alguns milhões tro “PQ”. É A ATUAL de reais” MENTIRA. “E agora, José!”. Vamos ser sensatos. Por que não construir um novo estádio em outro local, já indicado por inúmeros profissionais, sem a necessidade de atrasar o cronograma com alguns meses de demolição do complexo Machadão-Machadinho etc. e o gasto desnecessário de alguns milhões de reais. Na verdade, o destino futuro do referido complexo desportivo atual será a sua adaptação à absoluta necessidade viária, pois aquele local já comprova engarrafamentos e inviabilidade de mobilidade regular se algo não for feito para a solução. Insistir no projeto da Arena das Dunas no local onde hoje estão o Machadão e o Machadinho (Ginásio Humberto Nesi) é um desatino, um erro, um deslumbramento e/ou a ganância de quem está vendo $$$$$$$ pela frente. Repito: Qualquer empreendimento que seja alimentado pela MENTIRA está fadado ao fracasso. DEUS, PÕE JUIZO NA CABEÇA DESSA GENTE, E A GALERA TE AGRADECE SENHOR!
“
Pois é.... Considerando que o cantor Roberto Carlos cobra o cachê mais caro do Brasil (R$ 800.000,00 a 1.500,00) dependendo do evento, então é por isso esse preço elevado para uma cidade como Natal. Veja em São Paulo, onde ele, Roberto Carlos, fez 5 shows e teve que fazer mais 2 extras. Vamos ver o prestígio do Rei aqui perante seus fãs natalenses... Saiba que o povo de Natal é vaidoso... Temos, proporcionalmente, a frota de veículos mais luxuosos do Brasil, condomínios de alto nível, apartamentos de alto padrão, etc. Vamos esperar pra ver se vai encher o Teatro Riachuelo..... Leo Costa
Novo governo Mais uma com esse papo de “arrumar a casa”... Micarla foi assim lembro bem 1ª entrevista dela e não arrumou... Que Deus abençoe o RN. Danix_sena@hotmail.com
Homenagem Sou potiguar, mais moro em Manaus. Parabéns à Tribuna do Norte por esta homenagem ao mais querido, com certeza o sucesso deste projeto já está garantido desde a sua concepção. Abraço e sucesso a todos. Ricardo Coelho
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Domingo | 28 de novembro de 2010
política
Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |
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[ CONTAS PÚBLICAS ] Projeto para o orçamento do próximo ano da Prefeitura de Natal destina 650 milhões para a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura
Notas & Comentários colunanotas@tribunadonorte.com.br
aberá à deputada estadual Márcia Maia presidir a sessão da Assembleia Legislativa que empossará a governadora eleita Rosalba Ciarlini, no dia 1º de janeiro. A solenidade será no Teatro Alberto Maranhão, às 18 horas. Márcia Maia, que hoje é vice-presidente da Assembleia estará na presidência, porque o deputado Robinson Faria, o atual presidente, terá que renunciar para tomar posse como vice-governador.
C
Convite para o secretariado também negou que tenha interesse em voltar a presidir o PDT no Rio Grande do Norte, função hoje exercida pelo ex-prefeito Carlos Eduardo. “Não creio em nenhuma mudança (na presidência estadual do PDT). Eu vou permanecer no partido e ele também. Aliás, Carlos (Eduardo) está muito bem situado para prefeito de Natal nas próximas eleições”, disse o deputado.
PERMANÊNCIA NO CARGO O ministro Fernando Haddad (Educação) tende a permanecer no cargo. “Ele deve sobreviver aos erros cometidos nas duas últimas edições do Enem”, informou o jornalista Josias de Souza, colunista do UOL. “Tomada pelo que diz em privado, Dilma Rousseff cogita manter Haddad à frente do MEC a partir de 2011. Sob aplausos de Lula. Mantida a tendência, fecha-se uma das portas que poderia levar o petista Aloizio Mercadante à Esplanada. Agora, permanece entreaberta para Mercadante uma janela em pasta de menor expressão, provavelmente a de Ciência e Tecnologia”, destacou Josias de Souza.
“
Eu não serei candidata a prefeita de Natal em 2012. É uma decisão minha”
Wilma de Faria, Ex-governadora e ex-prefeita de Natal, ao descartar a disputa pela sucessão da prefeita Micarla de Sousa
ALEX FERNANDES
Os depoimentos dos acusados no processo da Operação Hígia prosseguem nesta segunda-feira com mais quatro interrogatórios.A partir das 9h serão interrogados Maria Eleonora Castim,Lauro Maia,Francisco Alves e João Henrique Lins Bahia.A expectativa é ainda maior para o interrogatório de Laura Maia depois que outros réus no processo da Hígia confirmaram o pagamento de propina.A próxima terça-feira será o último dia de depoimento.Estão marcados os interrogatórios de Herbenerth Florentino e Mauro Bezerra.O processo da Operação Hígia tramita na 2ª Vara Federal e tem como magistrado o juiz federal Mário Azevedo Jambo (foto).
Indicações da bancada Rousseff: deputado Marcelo Castro (CE) para Integração e Wagner Rossi para Agricultura”. E acrescentou: “Aliado do PP na disputa pelo comando da Câmara, afirma: ‘O PMDB não reivindica a pasta das Cidades e, se depender de nós, o PP fica com ela”.
HOMENAGEM A Câmara Municipal de Natal irá votar, na próxima terça-feira (30), o Decreto Legislativo que concede título de Cidadão Natalense ao técnico do ABC, Leandro Campos. Iniciativa da vereadora Júlia Arruda (PSB).
Licitação deserta Da governadora eleita Rosalba Ciarlini sobre as dificuldades para a licitação das obras do novo estádio em Natal: “Estou preocupada porque o governo do Estado vem atrasando todo o calen-
VALOR DO ORÇAMENTO R$ 1.615.346.000,00 R$ 2.413.546.000,00
Administração Direta Secretaria do Gabinete da prefeita 2010 R$ 10.076 milhões 2011 R$ 10.089 milhões
Semopi 2010 2011
Gabinete do vice-prefeito 2010 R$ 1.475 milhão 2011 R$ 1.963 milhão
Semob 2010 2011
Procuradoria-geral 2010 R$ 39.134 milhões 2011 R$ 33.092 milhões
Segelm 2010 2011
Secretaria de Educação 2010 R$ 275.924 milhões 2011 R$ 304.092 milhões
Sempla 2010 2011
Semsur 2010 2011
Controladoria-geral 2010 R$ 1.088 milhão 2011 R$ 1.228 milhão
Secretaria de Habitação 2010 R$ 102.063 milhões 2011 R$ 108.178 milhões
Semut 2010 2011
R$ 24.929 milhões R$ 22.676 milhões
Secretaria de Defesa 2010 R$ 13.345 milhões 2011 R$ 15.214 milhões
Secretaria Esportes 2010 R$ 27.854 milhões 2011 R$ 30.046 milhões
Secretaria de Mulheres 2010 R$ 400 mil 2011 R$ 830 mil
Semtas 2010 2011
R$ 70.388 milhões R$ 67.749 milhões
R$ 44.748 milhões R$ 49.869 milhões
Secretaria de Saúde 2010 R$ 378.393 milhões 2011 R$ 490.317 milhões898
R$ 204.675 milhões R$ 849.701 milhões
Semurb 2010 2011
R$ 19.908 milhões R$ 24.406 milhões
R$ 44.595 milhões R$ 31.568 milhões
Secretaria de Turismo 2010 R$ 12.090 milhões 2011 R$ 17.204 milhões
R$ 46.339 milhões R$ 49.720 milhões
Serig 2010 2011
R$ 2.025 milhões R$ 2.529 milhões
R$ 28.906 milhões R$ 27.260 milhões
Secom 2010 2011
R$ 12.946 milhões R$ 15.361 milhões
Administração Indireta Funcarte 2010 R$ 14.133 milhão 2011 R$ 13.259 milhão Urbana 2010 2011 Alimentar 2010 2011 Previdência 2010 2011
R$ 116.602 milhões R$ 110.803 milhões
R$ 3.486 milhões R$ 4.168 milhões
R$ 72.410 milhões R$ 81.075 milhões
Arsban 2010 2011
R$ 2.124 milhões R$ 2.225 milhões
Fenat 2010 2011
R$ 1.347 milhão R$ 1.391 milhão
Procon 2010 2011
R$ 500 mil R$ 812 mil
Obras e Infraestrutura ficam com maior parte do orçamento ALEX RÉGIS
MARIA DA GUIA DANTAS REPÓRTER
om uma previsão orçamentária de quase R$ 2,5 bilhões para o próximo ano – R$ 798 milhões em acréscimo no comparativo com os valores deste ano – a prefeitura de Natal revelou uma prioridade clara quando da elaboração do Orçamento Geral do Município (OGM) para 2011. É a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi). Para se ter uma ideia, os recursos destinados à pasta em 2010 alcançaram 15,03% de todo o OGM. Este ano, o percentual elevou-se para 39,4%, um incremento de quase 25 pontos percentuais ou R$ 650 milhões. A explicação do secretário de Planejamento do município, Antônio Luna, é que os recursos para a pasta contemplam a previsão de dividendos oriundos do governo Federal sobretudo para as obras da Copa do Mundo de 2014. “Nós crescemos o orçamento [da Semopi] para que pudéssemos contemplar todas as obras de infraestrutura que a Copa vai nos proporcionar”, assinalou o secretário. Em passo diferenciado, secretarias em situação crítica como a Saúde e a Educação foram premiadas com cifras menos relevantes. Mas atenção: isto não quer dizer que os recursos para tais pastas foram reduzidos. Em 2011, a Saúde terá um incremento de quase R$ 112 milhões no orçamento se comparado ao de 2010. No caso da Edu-
C
Novos interrogatórios
O colunista Ilimar Franca informou, no jornal O Globo, que o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), “entregou ao presidente do partido, o vice eleito Michel Temer, as indicações da bancada para o Ministério Dilma
Veja os valores previstos por secretaria para o orçamento do município de 2011
2010 2011
Posse de Rosalba
O deputado Álvaro Dias confirmou, em entrevista ao jornalista Robinson Pires, que foi “sondado por emissários da prefeita Micarla de Sousa” para assumir o cargo de secretário municipal de Saúde. Mas ele não aceitou o convite. “Nós descartamos essa possibilidade. Realmente fomos procurados, porém não aceitamos. Preferimos continuar no nosso canto”, disse. Álvaro Dias
ORÇAMENTO PREFEITURA DE NATAL
dário para a construção do Arena das Dunas. Estranho mais ainda foi nenhuma empresa ter aparecido na licitação de uma obra de mais de 440 milhões de reais, mesmo tendo comprado o edital”,
Vereadores terão que votar o projeto de orçamento do município antes do início do recesso
NÚMEROS
2,5
bilhões de reais é o valor do orçamento do município
“
Nós crescemos o orçamento (da Semopi) para contemplar as obras da Copa ” ANTÔNIO LUNA Secretário de Planejamento
cação, a elevação de recursos de um ano a outro deve ser de R$ 28 milhões. O que se percebe, neste caso, é que embora com orçamentos maiores, tais setores não foram amplamente contemplados no OGM 2011. Se analisarmos o que foi destinado para ambas as pastas percentualmente com o valor total do orçamento municipal o decréscimo é de 5,02% (Saúde) e de 2,96% (Educação). O secretário Antônio Luna ressaltou que o importante é assinalar que a prefeitura de Natal cumpriu os mandamentos da Constituição Federal, que define percentuais mínimos a serem aplicados na Educação e na Saúde.
Um detalhe importante no OGM 2011 é que como a previsão de elevação do orçamento em relação ao de 2010 é de R$ 798 milhões, a cifra praticamente coincide com o aumento de recursos da Semopi, que se revelou em quase R$ 650 milhões. O secretário Antônio Luna apresentou os detalhes do OGM 2011 na Câmara de Vereadores no dia 25 de novembro. O cenário apresentado foi motivo de questionamentos, sobretudo do vereador Raniere Barbosa (PRB), que fez questionamentos quanto ao cumprimento do conteúdo do Plano Plurianual (PPA), que rege a Lei de Diretrizes
Vereador vai questionar sobre ‘discrepância no PPA’
Maior previsão de queda nos recursos é para a Urbana
Um outro questionamento a ser feito – mais especificamente pelo vereador Raniere Barbosa, um dos que mais entende e discute orçamento na Câmara – diz respeito às previsões do Plano Plurianual. Ele indaga o Executivo Municipal sobre a discrepância entre a projeção orçamentária do PPA, que foi de R$ 4.913.698.000,00 para o quadriênio 2010-2013, e o que efetivamente foi previsto nos dois primeiros anos – uma soma de R$ 4.028.892.000,00. “Qual a projeção de crescimento de receita e despesa a ser aditado no PPA, tendo em vista que em um raciocínio preliminar haverá um saldo orçamentário de R$ 884 milhões para os exercícios futuros de 2012 e
O orçamento da Urbana, há tempos, vem protagonizando decréscimos consideráveis. Para se ter uma ideia, a atividade (ou rubrica) “Serviço de Limpeza Pública”, recebeu alocação de recursos de 52.788 milhões em 2010 e passará a ter uma estimativa de valores de R$ 40.001 milhões este ano. O vereador Raniere Barbosa disse que levantará a questão junto ao governo municipal por entender que o serviço apresenta uma relevância programática e por não concordar com a redução dos valores. Segundo ele, trata-se de um serviço fundamental, se considerarmos o dimensionamento hoje de Natal, com um crescimento ininterrupto do lixo, bem como das questões relativas à sua destinação final (Ater-
2013”, questiona o parlamentar. O secretário Antônio Luna disse que aguarda as solicitações dos vereadores com as principais dúvidas sobre o orçamento para respondê-las antes de ser o projeto votado na Câmara Municipal. “Pedi que eles encaminhassem o mais rápido possível para que possamos responder todas as indagações”, afirmou o secretário. O Orçamento Geral do Município está tramitando na Câmara de Vereadores e deve passar ainda pelas comissões de Planejamento Urbano, de Saúde e de Educação. A expectativa é de que o projeto seja votado até 17 de dezembro, mas os parlamentares têm dito que a ideia é antecipar a apreciação da matéria.
ro Sanitário Ceará-Mirim). Uma outra curiosidade no OGM 2011 diz respeito atividade denominada “Reformas e Construções de Unidades de Saúde”, que teve apenas 5,62% do valor estimado – de R$ 3.980.000,00 em 2010 – efetivamente utilizado. Não se sabe o por quê da utilização dos recursos aquém da prevista, no entanto, é sabido que muitas das instalações físicas das unidades de saúde do município estão caóticas. Haverá ainda na Câmara Municipal uma nova audiência no dia 9 de dezembro, para tratar sobre as diretrizes para a Lei Orçamentária Anual. Oportunidade para os secretários explicarem detalhadamente a destinação de recursos.
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Domingo | 28 de novembro de 2010
Presidente eleita decide que o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, vai permanecer no cargo que ocupa no governo Lula [ SUCESSÃO PRESIDENCIAL ]
Dilma vai manter Marco Aurélio VALTER CAMPANATO
rasília (AE) - A presidente eleita Dilma Rousseff decidiu manter o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, no mesmo cargo que ocupa hoje. A manutenção de Garcia na cozinha do Planalto é um forte sinal da continuidade da política de boa vizinhança do Brasil com os países vizinhos, como a Venezuela, que rendeu muitas críticas à política externa do presidente Lula. A própria Dilma, embora não tenha explicitado como pretende conduzir a política externa brasileira, já manifestou apoio ao Mercosul e foi celebrada pelo venezuelano Hugo Chávez. Será uma reedição da dobradinha Garcia-Itamaraty, que o governo considera que deu certo na administração da política externa sob Lula. Mas a ajuda de Marco Aurélio a Dilma não se restringe à política externa. Garcia, que foi um dos coordenadores da campanha da petista, ajudará a presidente eleita também na relação com o PT. Itamaraty. Para o Itamaraty, no entanto, o nome que vai suceder a Celso Amorim ainda não está definido. O mais cotado é Antônio Patriota, atual secretário-geral da pasta. Apesar do desejo do atual chanceler de permanecer no posto, a presidente eleita confidenciou a aliados a sua disposição de substituí-lo. Assessores de Amorim avaliam que o chanceler não está digerindo bem a sua “aposentadoria” e estaria minando até mesmo Antônio Patriota, seu pupilo, que chegou ao segundo posto do Itamaraty pelas suas mãos. Dilma tem uma excelente relação com Patriota, que não só a assessorou como a acompanhou em diversos tipos
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de eventos nos Estados Unidos. À época em que era ministrachefe da Casa Civil Dilma chegou a ser ciceroneada por Patriota, então embaixador em Washington, em programações culturais em Nova York, onde assistiram a concertos e visitaram exposições de artes plásticas. Nas Relações Exteriores, Patriota poderia ajudar a estreitar as relações entre os dois países, já que ficou dois anos servindo em Washington. Apesar de o governo de transição estar pensando em nomes de mulheres capazes de compor o ministério, há uma forte reação corporativa a esta possibilidade. Os que pensam dessa forma acham que poderia ser o momento de nomear uma mulher para secretáriageral da pasta a fim de prepará-la para, no futuro, assumir a chancelaria. Há quem aposte que, neste momento, poderiam ser escolhidas diplomatas conceituadas e experientes como Vera Machado, atual subsecretária-geral de política do Itamaraty, que já foi embaixadora no Vaticano e na Índia. Circula também o nome de Maria Luiza Viotti, embaixadora do Brasil na missão da ONU, que representou o Brasil na votação contra as sanções da ONU ao Irã, mas que é vista como mais “instável” e teria relutado até em aceitar o posto na ONU. Outra opção é Vera Pedrosa que, apesar de já ter se aposentado, tem bom trânsito com a esquerda. Ela foi subsecretária-geral de política, assim como Patriota antes de ir para Washington. No Palácio, já foi escolhido o novo chefe do cerimonial de Dilma. Será Renato Mosca, que já serviu no Planalto em vários governos e conhece a fundo o funcionamento do setor.
Dilma Rousseff escolhe os primeiros auxiliares diretos
CARGOS Guarulhos, SP(AE) - O PT retomou na manhã deste sábado em Guarulhos (SP), a portas fechadas, o seminário “O partido que muda o Brasil”, para discutir a perspectiva política e eleitoral para 2012, mas tendo como pano de fundo a corrida para a ocupação de cargos em ministérios, autarquias e secretarias no governo Dilma Rousseff.“Tem um problema de física: dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo”, disse o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA). Para o parlamentar,“existe um mosaico que precisa ser montado”. Ele destacou que o governo da presidente eleita é “um governo de continuidade, embora seja com o toque dela”.
DIDA SAMPAIO
Marco Aurélio Garcia permanecerá como assessor internacional
Antonio Palocci é reabilitado Brasília (AE) - Desde que deixou o Ministério da Fazenda, em março de 2006, Antonio Palocci iniciou uma corrida para limpar sua ficha na Justiça. Nesta semana, viu o último processo que respondia no Superior Tribunal de Justiça (STF), por improbidade administrativa, ser rejeitado em julgamento que não durou um minuto sequer. No Supremo Tribunal Federal (STF), os 21 processos que o envolviam foram arquivados. Com isso, não houve constrangimento da presidenta eleita Dilva Rousseff para confirmar que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci será o chefe da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff. Coordenador da equipe de transição, Palocci foi convidado pela presidente eleita, na quarta-feira, a assumir a pasta que já foi comandada por ela. No mais difícil dos processos que enfrentou, Palocci conseguiu se livrar da suspeita de ter viola-
do o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa e da acusação de ter vazado as informações para a imprensa, escândalo que o tirou do Ministério da Fazenda. Por 5 votos a 4, em agosto de 2009, os ministros julgaram não haver provas suficientes do envolvimento de Palocci no vazamento dos dados bancários de Francenildo. De acordo com um ministro do STF, esse foi o único caso em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou diretamente. Numa conversa privada, Lula teria tratado abertamente da rejeição da acusação contra Palocci. A intervenção do presidente funcionou. Somente o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso tornou-se réu no processo. O resultado do julgamento gerou polêmica pela mudança de entendimento dos ministros. Para re-
ceber a denúncia do Ministério Público, o tribunal julgava serem necessários indícios mínimos da prática do crime. Neste julgamento, apesar dos indícios, Palocci acabou ficando de fora do processo. Francenildo dos Santos revelou ao jornal “O Estado de S. Paulo” e, posteriormente, à CPI dos Bingos, que Palocci frequentava uma casa em Brasília onde havia festas e suspeitas de partilha de dinheiro de corrupção - casa que ficou conhecida como sede da república de Ribeirão. Palocci negava as acusações. Dois dias depois da entrevista, Francenildo teve o sigilo bancário violado e levantada a suspeita de que recebeu dinheiro da oposição para denunciar Palocci. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso, também denunciado, relatou ter entregue pessoalmente a Palocci os extratos bancários do caseiro.
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[ ENTREVISTA / ÍNDIO DA COSTA / EX-CANDIDATO A VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA ]
‘Houve resistência ao Ficha Limpa’ RENATO ARAÚJO
O senhor foi um dos relatores da Ficha Limpa na Câmara,projeto de lei que mobilizou a base e a oposição no Congresso, apesar de o líder do governo no Senado,Romero Jucá (PMDB-RR),ter dito que aquilo não era prioridade do Planalto. Como o senhor vê uma lei que começou desacreditada, pois não é fácil aprovar uma lei de iniciativa popular, e depois teve o apoio de todos? O governo não encampou, não. O governo foi atropelado. Tanto que o [líder do governo na Câmara, Cândido] Vaccarezza [PT-SP], se posicionou contra, Romero Jucá se posicionou contra. Os dois são parlamentares que defendem a base do governo, os interesses do governo no Congresso Nacional. Os dois disseram que não era prioridade do governo. Segundo ponto: se você pegar as votações tanto do PT quanto da base governista, eles apresentaram as mudanças ao projeto de lei, defenderam essas mudanças depois na hora da derrubada das emendas supressivas. Eles não queriam derrubar; queriam manter as emendas supressivas. E aquilo acabava com o texto da lei. Quando eu sugeri ao presidente Michel Temer [PMDB-SP] em público que o relator na CCJ fosse o José Eduardo Cardozo, um deputado sério do PT - eu sugeri porque a gente tinha que trazer o PT e o PMDB –, aquilo ali foi a melhor estratégia de todas porque, com o próprio PT relatando, numa segunda etapa gerou constrangimento para eles não aprovarem o projeto. Some-se a isso uma enorme mobilização que houve na internet com aquele site do Avaaz [site que reúne campanhas da sociedade, como abaixo-assinados virtuais, para pressionar políticos], mas que eu também consegui fazer quando dei
meu telefone no Jô Soares. Consegui mobilizar muita gente. Passei de mil pessoas para 40 mil pessoas no twitter em dois meses e meio de trabalho. O senhor passou seu telefone no Jô Soares.E aí? E aí, todo mundo passou a me ligar. Uma e meia da manhã de segunda-feira passaram a me ligar. Até 3 da manhã de quintafeira, direto, sem parar. Eu dormia assim... Lá no Rio de Janeiro, a gente fala que o sujeito estava “piabando”. Fiquei três dias assim. E aí cerca de 3 mil pessoas me telefonaram e eu dei os celulares dos deputados que eu sabia que eram contra. Os que diziam que estavam na dúvida, eu também dei o celular. No dia da votação, muito parlamentar recebeu telefonema de eleitor sem saber quem era. Era o pessoal que tinha me ligado. Na verdade, um trabalho de guerrilha. A maioria no PT não queria? Há exceções,além do Cardozo? Não. O PT não queria. As exceções são o Cardozo; não sei quem são os outros, talvez outros que... Ah, o Biscaia [Antônio Carlos Biscaia, PT-RJ] também. Fora ele e o Biscaia, era contra. Depois de uma campanha presidencial disputada,com agressões de lado a lado,o que achou da reportagem da Folha de S.Paulo com informações da ficha de Dilma produzida pela ditadura? São informações que a gente não tinha antigamente acesso a elas que mostram as razões concretas pelas quais o processo estava trancado num cofre. O senhor acha que há algo grave ali? Não são ações de alguém
EDUARDO MILITÃO Do Congresso em Foco
le continua duro. Chama a presidente eleita Dilma Roussef de mentirosa e diz que ela não combateu os militares do regime de 1964 por razões democráticas, mas para implantar em lugar da ditadura de direita uma ditadura de esquerda. Mas democraticamente reconhece sua derrota e deseja sucesso à presidente vitoriosa. “Eu torço para que o governo Dilma dê certo”, diz o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), o deputado Índio da Costa (DEM-RJ). A entrevista exclusiva com Índio foi feita durante a festa de entrega do Prêmio Congresso em Foco. O deputado foi um dos parlamentares premiados. O desejo de sucesso ao novo governo, porém, não desfaz o papel que esse advogado de 40 anos espera cumprir nos próximos quatro anos. Ele será um ferrenho oposicionista do governo. O deputado mantém as pesadas críticas a Dilma, dizendo que, ao militar na organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), ela não lutou exatamente contra a existência de uma ditadura. “Todo mundo que estava na luta armada defendia uma tese de ditadura do proletariado”, disparou Índio, em entrevista ao Congresso em Foco.
E
que lutava contra uma ditadura? Acho que é grave porque ela nunca lutou contra uma ditadura. Ela lutou contra os militares. A Dilma sempre defendeu... todo mundo que estava na luta armada defendia uma tese de ditadura do proletariado. Portanto, também era ditadura. E ela mentiu na campanha eleitoral dizendo que ela era a favor da democracia. A Dilma mentiu muito na campanha eleitoral. Uma coisa de louco. A mim, não é nenhuma novidade. Para mim, não tem nenhuma grande novidade saber que ela estava escondendo informações. Ali, era tudo na base da mentira. E, na história das Farc, ela no final teve que ir pra televisão. Porque ficou tão ridículo dizer que não sabia de nada que ela veio pra televisão dizer que era verdade. Você lembra disso? Um mês depois que eu fiz a denúncia das Farc, ela disse: “o PT fala com as Farc, sim, conversa com as Farc”. Mas o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) também não falava com as Farc na época do Fernando Henrique? Falar com as Farc em si é um crime ou algo imoral? Como o senhor vê isso? Não é falar com as Farc. É diferente. Eles coadunavam do mesmo movimento, do qual o Lula inclusive era presidente, chamado Foro de São Paulo. As Farc têm assento no Foro de São Paulo. Agora tem um documento das Farc dizendo que a Dilma será importante para o processo de paz na Colômbia. O que quer dizer isso? Vai se estabelecer uma nova correlação de poder entre as Farc e o governo colombiano e vão isentar de todos os crimes cometidos no passado? O partido do senhor,o DEM,tem enfrentado um problema inter-
no.O deputado Ronaldo Caiado tem criticado duramente as articulações do prefeito de São Paulo,Gilberto Kassab,acusando-o de tramar a fusão com o PMDB.O DEM está acabando? Olha só, eu sou contra a fusão com o PMDB. Quero registrar aqui que, comigo, o Kassab nunca falou de fusão e eu estou com o Kassab semanalmente. Não houve pedido dele para fundir, não houve nada. Você tem parlamentar que conversa sobre hipótese. O Kassab conversou com o PMDB. O PMDB o procurou, mas, pelo menos comigo, ele não tratou dessa tese. Acho que houve uma precipitação talvez aquecida pela imprensa. O deputado Caiado falou abertamente em entrevista à Veja, por exemplo. É o que eu digo. Talvez tenha havido uma precipitação. É o amor que o Caiado tem pelo partido. Se tivesse telefonado para o Kassab, ia saber que aquilo não era verdade. Houve uma conversa e essa conversa não passava por fundir o partido. O senhor acha que o DEM comunica com clareza ao eleitor o seu modo de ser e de fazer política? Não, acho que pode melhorar muito. Por exemplo? Vou me dedicar no próximo período no que puder a ajudar o partido nesse sentido. Por exemplo, a questão tributária. Em relação aos pobres? Qual a política efetiva que a gente tem pro pobre? Em relação a uma estruturação para as pessoas que estão no BolsaFamília, pra quem também está fora mas que teria condição de receber. Que política pública a gente oferece pra essas pessoas?
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[ VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO ]
[ IRLANDA ]
Exército apreende dólares no RJ
Trabalhadores protestam contra cortes no orçamento
Homens do Exército apreenderam mochila com dólares na comunidade do Complexo do Alemão. Bolsa estava com criança que tentava sair da favela e foi detida
FOTOS:WESLEY RODRIGUES/AE
omens do Exército apreenderam na manhã deste sábado uma mochila com mais de 30 mil dólares no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, segundo o Comando Militar do Leste. De acordo com um soldado que participa do cerco ao local, a bolsa estava com uma criança que saía da favela e foi detida. O material foi entregue à Polícia Militar. Desde sexta-feira (26), cerca de 800 homens do Exército cercam a favela, junto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Neste sábado, os agentes intensificaram as blitz e revistas no local. Além de pedestres, veículos de passeio, táxis e até caminhões de lixo são revistados. Nesta manhã é possível ouvir alguns tiros no local. Pelo menos outras três pessoas foram detidas.
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SUSPEITOS Os dois homens baleados após furarem o cerco policial no entorno do Alemão estavam envolvidos na queda de um helicóptero da polícia ano passado no Morro dos Macacos, também na Zona Norte da cidade, e seriam chefes do tráfico no local. As informações são da Polícia Militar. Segundo a polícia, eles foram atingidos nas nádegas. Depois de atendidos no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, foram levados para a 22 ª DP (Penha). Um outro suspeito, que, de acordo com a polícia, seria menor, foi detido e também levado para a delegacia. No final da noite de sexta-feira (26), traficantes voltaram a atacar. Imagens gravadas por uma equipe da TV Globo mostram balas traçantes atravessando a comunidade. Os tiros atingiram a base onde estão abrigados os PMs.
ublin (AE) - Aproximadamente 10 mil trabalhadores protestaram neste sábado, na Irlanda, contra o plano do governo de realizar cortes no orçamento do ano que vem e aceitar um pacote de resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os manifestantes andaram pelas ruas de Dublin e a demonstração foi pacífica. “As pessoas estão muito insatisfeitas e essa é nossa última chance de protestar antes do orçamento ser aprovado”, disse Pat Kenny, funcionário do serviço postal. “Esse governo não tem autoridade para governar. Eles devem permitir a realização de eleições gerais e deixar o povo decidir se aceita ou não esse plano de orçamento para os próximos quatro anos”, acrescentou. Manifestantes passaram em frente a bancos carregando faixas com dizeres como “Não é nossa culpa, devemos dar um calote”. Esta semana, o governo da Irlanda divulgou um plano para reduzir seu déficit orçamentário em 15 bilhões de euros nos próximos quatro anos, com cortes de gastos e aumentos de impostos. A proposta deve ser votada pelo Parlamento no dia 7 dezembro. O primeiro-ministro, Brian Cowen, reconheceu que as medidas vão reduzir a qualidade de vida de toda a população do país, que tem 4,5 milhões de habitantes. Mas ele afirmou que a Irlanda não tem escolha, pois o déficit em 2010 deve chegar a 32% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
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Policiais militares,federais e civis,com auxílio das Forças Armadas,continuam realizando bloqueios nos acessos ao Complexo do Alemão
Polícia estima 35 mortes durante operação Subiu para 35 o número de mortos no Rio de Janeiro em operações coordenadas pela Polícia Militar entre segunda-feira (22) e esta sextafeira (26). A informação foi divulgada na madrugada de sábado em nota oficial publicada no site da PM. Na sexta, segundo o balanco da polícia, quatro pessoas foram mortas em confrontos nos morros do Juramento e Gonçalves, e nos bairros de Santo Cristo e Inhaúma. Durante as operações, outros quatro suspeitos foram presos, de acordo com a Polícia Militar. Exército auxilia no patrulhamento da favela no Rio de Janeiro
CARROS QUEIMADOS Bombeiros do quartel de Benfica combateram as chamas de um carro, na noite de sexta-feira (26), no acesso à Favela do Jacarezinho, no subúrbio do Rio. Aos bombeiros, o dono do veículo alegou que o incêndio foi criminoso.
Quase que ao mesmo tempo, um carro pegou fogo em Anchieta, também no subúrbio. As informações foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, o veículo foi encontrado
em chamas por volta das 22h, na Rua Generosa, na Estrada de Anchieta. Ninguém ficou ferido. PESSOAS FERIDAS A Secretaria Estadual de Saú-
de também soltou balanço sobre o número de feridos que deram entrada de quarta-feira (24) até as 16h50 desta sexta-feira (26) no Hospital Getúlio Vargas. O hospital, que fica na Penha, Zona Norte do Rio, recebeu 33 feridos nesse período, sendo que seis morreram e seis permaneciam internados na unidade até o fim desta tarde. A secretaria não especifica o número de moradores e criminosos feridos nos conflitos. O hospital fica perto das principais áreas de conflito na cidade, a Vila Cruzeiro e Conjunto de Favelas do Alemão. Só nesta sexta, segundo a secretaria, duas pessoas chegaram mortas ao Getúlio Vargas e outras três ficaram feridas, sendo que duas foram liberadas e apenas uma permanece internada em observação.
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[ VIOLÊNCIA ] Desta vez, arrobamento das instalações bancárias foi em São Gonçalo do Amarante, num local próximo a um batalhão da Polícia Militar e da delegacia
Gaudêncio Torquarto
FOTOS:ADRIANO ABREU
gaudenciotorquarto@tribunadonorte.com.br
Domando a fera mantra volta a ser entoado: a reforma política, a mãe de todas as reformas, será a bola da vez no jogo político de 2011, que terá no meio do campo o goleador Lula, com prestígio e tempo disponível de um ex-presidente da República para conseguir o gol que tanto se persegue. Dá para apostar na promessa? Em se tratando de reforma política, a distância entre discurso e prática equivale a que separa o pólo norte do pólo sul. Entre as razões para a descrença, aliás, as mesmas que justificam a tênue viabilidade de ampla reforma tributária, apontam-se as perdas dos atores envolvidos nos lances. A reforma não acontece porque ninguém quer perder. E por onde deve começar uma reforma política? Se for pela via do sistema de voto, a complicação comporta desde a definição de sua tipologia – distrital, puro ou misto – ao estatuto da cláusula de barreira, dique para sustar a avalanche de siglas. Alterar apenas o item que recebe maior consenso entre os atores, como o financiamento público de campanha, é um risco, eis que pode gerar polêmica e se transformar em bumerangue, ante a possibilidade de uma enxurrada de críticas sobre interesses específicos dos políticos.
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Alterar apenas o item que recebe maior consenso entre os atores, como o financiamento público de campanha, é um risco, eis que pode gerar polêmica e se transformar em bumerangue, ante a possibilidade de uma enxurrada de críticas”
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Por que não começar a desembrulhar o pacote pela régua do equilíbrio entre os Poderes? Esta abordagem, apesar de não atrelada ao painel reformista, dele poderá fazer parte sob o entendimento de que parcela ponderável das mazelas no entorno da política se deve à interferência maléfica de um Poder sobre o outro, particularmente a invasão do Executivo sobre o terreno legislativo. Nesse caso, trata-se de administrar a índole avassaladora do presidencialismo, tornandoo menos voluntarista no plano das ações governamentais e ajustando-o ao molde concebido por Montesquieu na tripartição dos Poderes. A tese que se pretende esboçar é a de que a correção de rumos de nossa democracia representativa, antes de nova configuração dos organismos que a definem e a compõem – organização e funcionamento de partidos, escolha de candidatos, sistemas de voto, processo eleitoral, condutas dos agentes públicos em campanhas etc –, há de considerar um alinhamento no plano funcional dos Poderes. Se a relação entre eles tem rompido o fio constitucional da harmonia, independência e autonomia, por conta da apropriação de funções legislativas por parte do Executivo, qualquer projeto de reforma política será capenga se não considerar este fato. De pronto, a pergunta emerge: o que e como fazer para amainar a fome pantagruélica do nosso presidencialismo? Resposta simples: ajustar os buracos do cinturão econômico dos entes federativos, tornando-os mais compatíveis às suas demandas. O fator econômico, como se sabe, ordena a disposição no tabuleiro da política. Quem tem mais cacife – ou, se quiserem, mais cobres no cofre – fala mais grosso e detém maior poder de barganha. Vamos ao dado fundamental: a União fica com 60% dos impostos arrecadados e apenas 16% vão para os municípios, enquanto os Estados embolsam 24%. A inferência é óbvia: se não houver repartição da gigantesca fatia do bolo tributário, o Executivo continuará a encurtar e alongar (de acordo com suas conveniências) o cabresto dos “animais políticos” que procuram sua roça. A reforma fiscal, pois, se apresenta como a primeira barreira para deter a força descomunal do presidencialismo. Se municípios e estados forem menos dependentes do poder central, seus representantes – governadores, senadores e deputados – terão melhores condições de se livrar do grilhão do fisiologismo. Só assim, o Poder Legislativo não se-
ria tão refém do Executivo, e este, por sua vez, atenuaria suas funções legislativas. Tal modelagem, para ser viável, deverá estar à margem da tão reclamada reforma tributária, que exige maior complexidade. A redistribuição do bolo tributário, atendendo a critérios de responsabilidade, encargos, justiça e equidade, contaria com ampla cobertura social e significativo apoio político. Nesse ponto, aparece a segunda resposta ao desafio de arrefecer o toque imperial da orquestra presidencialista: a organicidade social. Entidades de intermediação se multiplicam por todos os lados, a denotar a forte capacidade de organização da sociedade. A miríade de associações, sindicatos, federações, clubes e movimentos aponta para o desenvolvimento de novos pólos de poder, na esteira da democracia participativa que vive um ciclo de expansão. Vale lembrar que o projeto Ficha Limpa é típica manifestação do clamor coletivo. Pois bem, as 300 mil entidades organizadas no país deverão assumir papel de maior relevo nos horizontes do amanhã. Mais um sinal nesta direção é dado pelo índice que mostra a intenção dos cidadãos de participar do processo eleitoral mesmo se o voto fosse facultativo: 72% do eleitorado, segundo as pesquisas, compareceriam às cabines de votação. Há nessa disposição um reconhecimento às políticas públicas bem sucedidas. Neste cenário, vislumbra-se o terceiro argumento para apostar no alinhamento entre os Poderes. Percebe-se uma corrente de racionalidade banhando vontades, inspirando atitudes, mobilizando grupos. A sociedade se faz mais presente na cena política, bastando examinar os bancos de discussão nas redes sociais da internet ou os foros de leitores de jornais e revistas. Devese registrar, ainda, o deslocamento para as laterais do mando do último dos nossos perfis carismáticos. Lula sai do centro do palco. Poderá, até, continuar afinando o tom da orquestra. Pesa sobre ele, porém, a lição de Heráclito de Éfeso: “ninguém pode se banhar duas vezes nas mesmas águas do mesmo rio”. O fluxo das águas tem o condão de mudar a história de cada pessoa. Sua nova vida, mesmo que detenha formidável poder pessoal, significará ajustes de foco na fisionomia institucional. Menor influência de um perfil carismático reduz riscos de desvios no percurso democrático. Fica patente a ilação: um bom exercício para reformar a política começa com a redução da força do superpresidencialismo.
Ladrões usam maçarico para arrombar o caixa eletrônico do Banco do Brasil em São Gonçalo do Amarante
Bandidos roubam mais um caixa rápido do BB m dos três caixas rápidos para saques da agência do Banco do Brasil, que fica a poucos metros de um batalhão da Polícia Militar e da delegacia de Polícia, no centro de São Gonçalo do Amarante, foi arrombado na madrugada de sábado. Com ajuda de um maçarico, os ladrões teriam alcançado três bandejas com dinheiro no interior do caixa expresso, mas essa informação não foi confirmada pelo gerente da agência. Uma fonte informou que, na última sexta-feira, os caixas rápidos foram abastecidos em R$ 80 mil a R$ 90 mil, já que nesta segundafeira inicia o pagamento das fo-
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lhas da prefeitura local e dos servidores do estado. As informações não foram endossadas pelo gerente da agência, que não quis dar entrevista. Ele também não confirmou ou negou a informação de que as câmeras de segurança do banco estariam desligadas na hora da invasão. Os peritos do ITEP ficaram no local até às 11 horas tirando fotos e recolhendo evidências, entre elas duas garrafas de refrigerante de 2 litros usadas para transportar a água usada no resfriamento do local onde o maçarico foi usado. Os vasilhames foram deixados ao lado dos caixas e os técnicos os recolheram atrás de possíveis
impressões digitais. O delegado do plantão da Zona Norte, Sérgio Freitas, disse não poder dar maiores informações sobre o caso até que o ITEP conclua a perícia. “Eles são soberanos aqui, ninguém pode – nem eu – se adiantar ao trabalho deles”, explicou. Os policiais militares que acompanharam o trabalho dos peritos ficaram admirados com a ousadia dos bandidos. Segundo eles, na semana passada, uma residência bem ao lado da agência, que fica defronte à praça Dinarte Mariz, foi assaltada. É a terceira invasão ao patrimônio bancário em menos de um mês na região metropolitana. O ataque
mais violento foi contra uma agência do Bradesco em Lagoa Salgada, no qual foram usados explosivos. Outra agência, desta vez em Extremoz, também foi assaltada pelos bandidos, que não pouparam nem um caixa rápido localizado em uma farmácia na mesma cidade. Os crimes aconteceram sempre de madrugada e os assaltantes entraram e saíram pela porta da frente. No episódio deste sábado, em São Gonçalo, o caixa escolhido pelos bandidos foi o terceiro da esquerda para direita. O que os técnicos do ITEP encontraram no local foi a fiação exposta do equipamento e um forte cheiro de borracha queimada.
Estudantes reclamam da insegurança Quem imaginaria receber de volta do próprio ladrão, que assaltara sua residência dias antes, a chave do portão? As 45 meninas moradoras da Casa da Estudante, na rua Junqueira Aires, em Cidade Alta, também não. Mas foi o que aconteceu com elas no último sábado. Indignado por constatar que houve troca na fechadura do portão, o rapaz mandou a chave de volta ressaltando, através do interlocutor, que as meninas foram “espertas”. “Esse pode ser um recado como quem diz: eu vou voltar”, enfatizou Cinthia Maia, de 21 anos, natural de Alexandria. A saga dessas adolescentes contra os invasores do local onde moram é recorrente. “Não há qualquer espécie de segurança por aqui. Vivemos com um medo constante. Chega a ser apavorante”, relatou Cinthia. Mesmo em condições financeiras desfavoráveis, as estudantes dividiram o pagamento de uma cerca elétrica para tentar inibir a invasão dos assaltantes. “O que acontece agora é que eles chegam e nos rendem a mão armada. Não sabemos mais o que fazer”, refor-
ça Aline Fidelis, de 19 anos, também de Alexandria. O governo do Estado, através da Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) limita a ajuda à moradia e a alimentação - “muitas vezes não temos comida também”, enfatizou uma outra Aline, natural de Lagoa Salgada. Segundo elas, os principais problemas consistem na falta de Segurança e também em como fazer a comida da casa, uma vez que os dois únicos fogões que dispõem já foram interditados pelo Corpo de Bombeiros em três ocasiões. Os banheiros também estão interditados. Para a limpeza da casa e também a feitura da alimentação as estudantes pagam cada uma R$ 25 por mês para três ajudantes. “Essa casa é ótima. Se fizessem uma reforma e colocassem uma segurança adequada quem estaria morando aqui seriam as filhas de prefeitos”, ressaltou Aline Fidelis. Elas assinalaram que a única ajuda externa parte do deputado estadual Getúlio Rêgo, que fornece passagens para que as estudantes viajem para os municípios de origem.
Chave foi enviada pelo ladrão às residentes da Casa do Estudante
CLEMENTE GALVÃO NETO *01.08.1924 +24.11.2010 MISSA DE SÉTIMO DIA Heloisa, Solon, Lisette, Roberto, nora, genros, netos e bisnetos de CLEMENTE GALVÃO NETO agradecem a todos as manifestações de solidariedade prestadas por ocasião de seu falecimento e,ao mesmo tempo,convidam-nos para a Missa de Sétimo Dia, que será celebrada no dia 30 de novembro (terça-feira), às 19h, na Capela do Instituto Maria Auxiliadora.
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Os novos aparelhos de perfuração que estão em processo de contratação deverão ser operados por uma empresa que será criada. Ela será independente da estatal e constituída por outras firmas especializadas na atividade
[ PETROBRAS ]
Nova empresa vai operar sondas S “
ão Paulo, (AE) - O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou à Agência Estado que será criada uma empresa para operar as sondas de perfuração que estão em processo de contratação. Essa nova empresa será independente da Petrobras e deverá ser constituída por empresas especializadas na atividade de operação de sondas, por instituições financeiras, fundos de pensão e pela
[ JUSTIÇA ]
MP quer ampliar pena de Abdelmassih ão Paulo, (AE) - O Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo apresentou à Justiça, na última sexta-feira (26), recurso de apelação contra a sentença que condenou o médico Roger Abdelmassih a 278 anos de reclusão, por dezenas de crimes de estupro e atentado violento ao pudor. O MP quer aumentar a pena para o médico. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, que acompanharam as investigações da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) e ofereceram denúncia à Justiça contra Abdelmassih, entraram com o recurso por discordar da pena fixada na sentença da última terça-feira (23), pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal da Capital.
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ARGUMENTOS Para os promotores, a pena de 278 anos de reclusão não é alta, pois foi aplicado o mínimo legal para cada tipo de crime praticado. Segundo eles, a sentença não considerou as circunstâncias previstas em lei que justificam a aplicação da pena acima do mínimo previsto no Código Penal, como as condições de Abdelmassih e das vítimas. Os promotores enfatizaram a condição das vítimas: mulheres que na expectativa da maternidade se entregaram ao tratamento feito pelo médico, com uso de medicação. De acordo com o MP, Abdelmassih tirou proveito dessa condição para cometer os crimes, utilizando-se de seu consultório. A sentença considerou que o médico cometeu 48 crimes - consumados ou tentados - porque algumas vítimas foram atacadas mais de uma vez. MEMÓRIA O médico Roger Abdelmassih, de 66 anos, que teve seu registro profissional cassado, foi condenado nesta terça-feira (23) a 278 anos de prisão pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo. Ele foi acusado de 56 estupros de pacientes em sua clínica, localizada em uma área nobre da capital paulista. Abdelmassih pode recorrer da decisão em liberdade. O advogado dele, José Luís de Oliveira Lima, disse que o cliente ficou “abalado” com a decisão e que vai recorrer. Foram três condenações por estupro, houve sete absolvições e as outras foram por atentado violento ao pudor. Abdelmassih, um dos mais renomados especialistas em reprodução assistida do Brasil, com um luxuoso escritório na Avenida Brasil, chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009. O então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu ao médico o direito de responder o processo em liberdade. Por causa dessa liminar, que ainda não tem uma decisão definitiva, o condenado poderá aguardar em liberdade.
própria Petrobras, além de outros interessados. A estatal, entretanto, terá participação pouco representativa, de 5% a 10%. “Trabalhamos no core business da atividade de exploração e produção, que é produzir petróleo. Para outras áreas temos especializadas e nos servimos delas”, disse. O aporte inicial dos sócios na criação da nova empresa deverá ser correspondente ao intervalo entre 20% e 30% do valor das sondas. “O restante seria financiado”,
afirmou Barbassa. Considerandose a melhor oferta, do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de US$ 4,65 bilhões, ou US$ 664,2 milhões por unidade, o aporte inicial na nova empresa seria de US$ 1,2 bilhão. Barbassa explicou ainda que a nova empresa deverá operar apenas as 28 sondas. “O contrato para a fabricação de sondas será assinado por uma subsidiária da Petrobras, que pode ser vendida para essa nova empresa no futuro”, afirmou. A criação da empresa será res-
ponsável por operar a sondas de perfuração não resultará em qualquer mudança no plano de negócios da Petrobras até 2014. Segundo Barbassa, o plano não incluía investimentos a serem feitos pela Petrobras na contratação das sondas. O modelo de contratação de empresas terceiras responsáveis por operar sondas não é inédito. De acordo com o executivo, a Petrobras possui aproximadamente 50 sondas offshore em operação, sendo a grande parte contratada
junto a outras empresas. A Petrobras mantém um pequeno número de sondas operada de forma independente para, segundo Barbassa, ter informações sobre o desenvolvimento tecnológico e questões operacionais da atividade Barbassa falou à Agência Estado pouco antes de receber da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) o prêmio de profissional do ano de 2010 na categoria finanças.
O contrato para a fabricação de sondas será assinado por uma subsidiária da Petrobras, que pode ser vendida para essa nova empresa no futuro” ALMIR BARBASSA diretor financeiro da Petrobras
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[ SAÚDE ] Os dados confirmam a preocupação dos órgãos de saúde pública com o tabagismo feminino, uma das principais causas de tumores no aparelho respiratório
Cláudio Humberto E-mail: ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br
Dilma deve substituir os comandantes a área militar está definida a substituição dos três comandantes militares. No Exército, um dos mais cotados é o general Antonio Gabriel Esper, atual comandante de Operações Terrestres. Para a Marinha, o mais citado é o almirante Marcos Martins Torres, que, como ministro do Superior Tribunal Militar, tentou impedir, na campanha presidencial, a divulgação do processo da prisão de Dilma Rousseff na ditadura.
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Monopólio estatal é tão ruim quanto o privado, e tem risco maior"
FHC sobre as ameaças à liberdade de imprensa, a pretexto de "regulamentá-la"
A VEZ DE GODINHO Para chefiar a Aeronáutica, o nome mais forte, até agora, é o tenente brigadeiro Jorge Godinho. Ele foi o primeiro brigadeiro médico da FAB.
Retirada
PMDB, não
As representações dos comandos militares vão deixar os prédios que ocupam, na Espanada dos Ministérios. Só ficará o da Defesa.
Com apoio do PT, Lula quer a permanência do ministro Nelson Jobim (Defesa), mas o PMDB se recusa a adotá-lo como da cota do partido.
Câncer de pulmão aumenta em mulheres de 16 capitais io, (AE) - A incidência de câncer de pulmão tem aumentado entre as mulheres. É o que mostram os dados da última edição dos Registros de Base Populacional, levantamento coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio, que avaliou a ocorrência de tumores em 16 capitais brasileiras no período de 2000 a 2005. Em Porto Alegre, por exemplo, a incidência saltou de 16,11 casos para 100 mil mulheres no levantamento de 2003 - que analisou dados de 1995 a 2000 - para 23,32 por 100 mil mulheres no relatório atual. Em Goiânia, a mesma taxa de incidência aumentou de 9,5 para 13,26. João Pessoa, na Paraíba, cidade brasileira com menor número de tumores registrados, também observou um aumento na taxa: de 2,3 para 5,37
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por 100 mil mulheres. São Paulo teve uma discreta diminuição. Caiu de 12,6 para 11,5. Mas, em 1991, na primeira edição do relatório, a capital paulista apresentava uma taxa inferior a 8 casos por 100 mil mulheres. Recife apresentou comportamento semelhante: a taxa de incidência passou de 9,1 para 8,38. Em 1991, não chegava a 6 casos por 100 mil mulheres. Os dados confirmam a preocupação dos órgãos de saúde pública com o tabagismo feminino. Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema Gênero e Tabaco com Ênfase no Marketing para Mulheres para as atividades comemorativas do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio). “As mulheres começaram a fumar mais tarde”, aponta Luiz Antonio Santini, diretor-geral do In-
ca. “Por isso, agora que começam a estabilizar e até a cair os números de câncer de pulmão entre os homens, a incidência aumenta entre as mulheres “ Na capital gaúcha, o levantamento aponta que houve cerca de 66 casos de câncer de pulmão para cada grupo de 100 mil homens, um aumento com relação a 2003, quando a taxa registrada foi de 54,76. No relatório de 1991, contudo, a incidência chegava a quase 76. Paulo Hoff, diretor-clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), chama o aumento da incidência do câncer de pulmão de “lado obscuro da emancipação feminina”, pois, com os benefícios conquistados, também se tornou mais comum o tabagismo feminino. Em países ricos, a incidência do câncer de pulmão nas mulheres já se tornou praticamen-
te igual à incidência da doença entre homens. Hoff recorda, no entanto, que o tumor só se manifesta décadas depois do início do hábito de fumar. “O que vemos agora é reflexo das décadas de 70 e 80.” Mas Santini sublinha que o tabagismo tem se tornado mais comum entre as jovens. “Talvez por um desejo de autoafirmação”, pondera o médico. “A indústria do tabaco soube, de forma inteligente, criar mecanismos para aproximar o vício dos jovens em festas e raves.” Dados divulgados em agosto pelo Inca e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 17,5% dos brasileiros fumam. Entre os homens, o porcentual é de 22%. O tabagismo feminino atinge 13,3% das mulheres. DIVULGAÇÃO
CLUBE DA LULUZINHA Com a chegada de Dilma ao Planalto, haverá também mulheres ajudantes-de-ordem e não somente homens, como até agora.
Autonomia de Dilma Preterido por Lula para assumir o Ministério da Justiça após a saída do ex-ministro Tarso Genro, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), apesar disso, será o que quiser no futuro governo. E ele quer ser
ministro da Justiça. Desapontado, ele acabara de anunciar que abandonaria a vida pública quando a candidata Dilma, num sinal de autonomia, quase desafio a Lula, fez dele coordenador da campanha.
NADA A VER Dilma tem feito ouvidos moucos à falácia de adversários de que Cardozo, como ministro da Justiça, não "controlaria" a Polícia Federal.
ADMIRAÇÃO Dilma aprecia o desprendimento e a lealdade de José Eduardo Cardozo, um dos "três porquinhos" da sua campanha. FROTA S.BERNARDO A firma faz as contas dos caminhões que sairão do Torto e do Alvorada com a mudança de Lula: pelo menos cinco levarão garrafas vazias...
Lula marca o coldre?? Para quem afirmou que não indicaria ministros, e que nenhum dos atuais teria emprego garantido, Lula está se saindo bem. Já emplacou quatro e ainda quer outros dois. Se Dilma bobear, ele chegará a dez.
TAMal Na sexta-feira (26), passageiros do vôo 3220 da TAM, de São Paulo (Congonhas) para Brasília, não puderam viajar porque... não havia tripulação.
E ainda tiveram de ouvir a ironia no sistema de som: "Se algum dos senhores se habilita a pilotar, (o avião) está à disposição..."
Pão de queijo
Fila de emprego
Tia, mãe, netinho, filha e genro deverão ser só início de uma fieira de hóspedes do Alvorada, se a presidenta eleita Dilma mantiver a tradição mineira de abrigar a parentada e respectivos agregados. É de lei, sô.
O ex-diretor da Anac Marcelo Guaranis articula sua volta à agência e, com um padrinho como Guido Mantega, quer a presidência. Mas tem concorrente de peso e cintura: Solange Vieira, presidenta atual.
Serristas insaciáveis Os tucanos fiéis a Geraldo Alckmin comparam o apetite dos serristas, por secretarias no futuro governo de São Pau-
lo, ao conhecido estilo do PMDB de garantir espaço nos governos que apoia. São insaciáveis.
DURO NA QUEDA O prefeito petista de São Bernardo (SP), Luiz Marinho, "cismou" com a cunhada do presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski: demitiu-a pela segunda vez. Ao tomar posse. Agora, no início do mês.
A VOLTA DA GRILAGEM A paralisia do governo Rogério Rosso, no DF, deu espaço à grilagem de áreas públicas, invadidas para a criação de "condomínios". Mais um surgiu na altura da QI 27 do Lago Sul: "Estância Quintas da Alvorada". FIM DA SENHA BANCÁRIA A deputada tucana Maria Lúcia Amary (SP) ironizou a confirmação de Antonio Palocci para a Casa Civil de Dilma: "Ele vai acabar com a burocracia, e o brasileiro não precisará mais de senha nos bancos".
Os especialistas demonstram preocupação diante do estudo realizado pelo Inca que confirma um aumento na incidência da doença
[ ANTIBIÓTICOS ] A partir de agora quem precisar comprar a medicação terá que apresentar receita em duas vias e preencher um formulário com endereço e telefone do paciente
Mudanças começam hoje rasília, 26 (AE) - As regras para a venda de antibióticos mudam neste domingo (28). A partir desta data, quem precisar comprar o remédio terá de apresentar na farmácia ou drogaria duas vias da receita e preencher informações como endereço e telefone. Uma das vias ficará retida no ponto de venda. A segunda será devolvida ao paciente com carimbo, para comprovar atendimento. A mudança, discutida durante um longo processo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e formalizada em uma resolução publicada em outubro, recebeu elogios da classe médica, mas vem sendo constantemente atacada pelo comércio. A alegação de representantes de varejistas e de atacadistas é de que a mudança não foi devidamente informada, nem para classe médica, nem para dentistas, que receitam o medicamento, por exemplo, depois de procedimentos cirúrgicos. “Até agora, nenhum médico enviou a receita como determina a nova resolução”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico (ABCFarma), Sérgio Menna Barreto. “Isso nos chama a atenção, porque a receita terá validade de dez dias, a partir da data de emissão. Imaginávamos, portanto, que já receberíamos nestes dias uma ou outra receita adaptada.” O secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM), Desirée
ALDAIR DANTAS
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Farmácias reclamam que tiveram pouco tempo para se adequar, mas médicos apoiam medida
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Não podemos deixar que interesses comerciais coloquem em dúvida uma iniciativa que tem como objetivo melhorar a saúde coletiva” DESIRÉE CALLEGARI secretário do CFM
Callegari, diz estar tranquilo quanto à aplicação das novas regras. “Não podemos deixar que interesses comerciais coloquem em dúvida uma iniciativa que tem como objetivo melhorar a saúde coletiva”, disse. Callegari acredita que não haverá confusão, nem mesmo nos primeiros dias. “Médicos já foram alertados, conselhos regionais divulgaram de forma ampla a mudança.” A resolução da Anvisa tem como objetivo reduzir o uso indiscriminado de antibióticos no País,
algo que, de acordo com especialistas, favorece a resistência de bactérias aos medicamentos. Embora a apresentação de uma via receita atualmente já seja obrigatória, a maior parte das farmácias descumpre a regra. A norma da Anvisa também determina a alteração das embalagens e bulas dos remédios. Empresas têm 180 dias para incluir a seguinte frase: “Venda sob prescrição médica - só pode ser vendido com retenção da receita”.
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[ SEGURANÇA ALIMENTAR ]
[ CONCILIAÇÃO ]
Cai número de famintos no Brasil
Semana Nacional começa amanhã
Pesquisa do IBGE mostra que em 2009, 11,2 milhões de brasileiros passavam fome. Em 2004, primeiro ano em que a pesquisa foi realizada, o número chegava a 14,9 milhões
ASSOCIATED PRESS/AE
A crise mundial de alimentos parece não atingir o Brasil. Os programas de transferência de renda são vistos como os responsáveis pela melhora das condições de vida
o Rio Grande do Norte, a abertura oficial da Semana Nacional de Conciliação será realizada nesta segunda-feira (29), a partir das 8h, com uma solenidade na frente do Fórum Miguel Seabra Fagundes em Natal. O Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rafael Godeiro, irá iniciar os trabalhos realizando a primeira audiência de conciliação da Semana e ainda durante a abertura, será realizado um casamento comunitário com a participação de 200 casais, a cerimônia será conduzida pelo magistrado Luiz Cândido de Andrade Villaça. A juíza Sulamita Pacheco, coordenadora do Movimento pela Conciliação no Estado, confirma que foram agendadas 8 mil audiências para Semana que deverão ser realizadas em todas as comarcas do Estado, com a participação de cerca de 40 juízes e 200 servidores, além do reforço extra dos desembargadores aposentados Armando Ferreira, Manoel dos Santos e Aécio Marinho que durante toda a manhã da segunda-feira, 29, estarão no Fórum realizando audiências.
io, (AE) - Pelo menos 11,2 milhões de brasileiros passavam fome ou estavam sob risco iminente de não poder comer por falta de dinheiro em 2009, aponta o IBGE no estudo Segurança Alimentar. Em 2004, na primeira edição da pesquisa, esse número chegara a 14,9 milhões. São 3,7 milhões de pessoas a menos em “situação de insegurança alimentar grave”, segundo a nomenclatura oficial, uma queda de 24,8% em cinco anos. No mesmo período, a população do País aumentou 5,5%. O estudo, divulgado hoje, foi feito em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para o IBGE, o impacto do Bolsa Família foi o principal fator para a redução do número de brasileiros que passam fome. Depois, o aumento do salário mínimo. “A queda foi muito importante, mas ainda há 11,2 mi-
FÓRUM As empresas do Estado também decidiram aderir à Semana para agilizar os processos. O andar térreo do Fórum Miguel Seabra Fagundes será ocupado pelo Banco do Brasil que deverá realizar 1.600 audiências durante a Semana e o subsolo será ocupado pelas outras empresas que também terão salas próprias de conciliação, devido o alto número de audiências agendadas, como é o caso da Cosern, Caern, Tim, Claro, Oi e HSBC. Já no salão em que normalmente ocorrem às audiências do Tribunal do Júri serão instaladas bancas de pré-conciliação onde os cidadãos que possuem algum problema com uma dessas empresas poderão ter seus problemas resolvidos antes mesmo de entrar com uma ação na justiça.
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lhões de pessoas que precisam ser vistas e cuidadas. O objetivo é eliminar essa preocupação”, diz a gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, Maria Lucia Vieira. O secretário-executivo do ministério, Rômulo Paes de Sousa, avalia que “o ganho foi excepcional para um período tão curto”. Segundo ele, o objetivo do governo é acabar com a fome no País, mas a “supressão completa desse temor leva tempo”. Para Sousa, a permanência de mais de 11 milhões de pessoas na situação grave deve ser relativizada. “A questão da insegurança alimentar aparece inclusive no país mais rico do mundo, os EUA. Tivemos ganhos grandes e, quando comparamos o Brasil com países que têm economia semelhante e investimento também em política social, como o México, a nossa situação é muito mais
favorável”, argumenta. Segundo a pesquisa, apenas 65,8% dos brasileiros estavam em condição de segurança alimentar em 2009, ante 60,1% em 2004. Ou seja, no ano passado mais de um terço da população (34,2%) estava em situação insegurança alimentar. Esse grupo se dividia em três categorias: 20,9% com insegurança leve, 7,4% com moderada e 5,8% na situação grave (11,2 milhões de pessoas). Do total na última classificação, 1 milhão eram crianças de 0 a 4 anos. Em 2004, a situação grave atingia 8,2% da população. O representante do ministério citou dados do México para afirmar que, lá, 62% encontram-se em situação de insegurança alimentar (leve, moderada e grave). “Nos EUA, a insegurança alimentar moderada e grave, eles fazem aferição juntas, era de 5,7% em 2008, antes da crise. A informação que
temos é que isso aumentou em função da crise, por causa do aumento do desemprego.” O IBGE aponta forte associação entre condição alimentar e rendimento das famílias: 58,3% dos domicílios do País na situação de insegurança moderada ou grave tinham até meio salário mínimo per capita ou nenhum rendimento. A gerente da pesquisa ressalta que a redução ocorreu principalmente nos domicílios onde havia crianças, na região Nordeste e na área rural. “O foco do Bolsa Família são domicílios com limitação de renda e com crianças. Então, se o programa social estiver sendo encaminhado adequadamente, o impacto deve ter sido importante, mais até que o do salário mínimo”, diz Maria Lucia. O IBGE aplicou um questionário com 14 perguntas sobre insegurança alimentar nos domicílios investigados na P-
nad. As respostas foram dadas com base na experiência dos entrevistados nos três meses anteriores. Não foi calculado, porém, o porcentual de famílias com insegurança alimentar que eram atendidas pelo Bolsa Família em 2009. Revisão - O diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase)e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Francisco Menezes, defendeu uma “revisão permanente” do benefício do programa. “Acho que o Bolsa Família teve papel grande, porque existem famílias que não têm renda ou ela é muito baixa. Nesse sentido, está bem focado. Mas hoje o valor médio transferido é de até R$ 94, ainda abaixo da linha de pobreza extrema”, avalia. “Defendo uma revisão permanente, a cada ano. Ainda não é suficiente, mas ajuda muito.”
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[ DOAÇÃO DE SANGUE ] Este ano o Carnatal e o
Hemonorte comemoram 16 anos de parceria DIVULGAÇÃO
A campanha deste ano será lançada amanhã, no Hotel Praiamar
Ivete Sangalo é garota propaganda de campanha D entro das ações sociais do Carnatal Solidário, começa no dia 29 de novembro a campanha de doação de sangue “Já é Carnatal. Doe Sangue. Doe Alegria!”. Este ano, a garota propaganda é a cantora Ivete Sangalo, que não cobrou cachê pela participação nos filmes de publicidade. O Hemonorte foi o primeiro parceiro da campanha Carnatal Solidário, há 16 anos e o trabalho de parceria com a Destaque promoções tem como principal objetivo conscientizar a juventude para a importância de doar sangue e regularizar os estoques de sangue para garantir a segurança da festa. A campanha será lançada amanhã (29), com a realização de um café da manhã, no hotel Praiamar. Além da Destaque e do Hemonorte, a UnP também é patrocinadora da campanha. A expectativa dos organizadores é que Hemonorte atinja 180 doações por dia. Para alcançar a meta a direção do Homonorte programa ações como a coleta de sangue em ponto estratégicos da cidade, além do regime de mutirão para captação de doadores e material. A defasagem mais comum é no sangue de RH Negativo, mas abrange todas as tipagens sanguíneas. Nos últimos anos a repercussão da campanha em parceria com o Carnatal tem sido positivo não só para manter o estoque, como também
para aumentar o número de doadores fidelizados. “O que observamos ao longo desses 15 anos é que na semana que antecede o Carnatal nosso estoque de sangue aumenta. O Carnatal com ações de divulgações cumpre seu papel despertando na juventude o ato de doar vida”, disse Rosimary Teixeira, chefe do departamento de apoio técnico do Hemonorte. Segundo Rosimary Teixeira a promoção de ações de incentivo a doação de sangue é fundamental, principalmente pelo fato das pessoas que doam pela primeira vez se tornarem doadores nato do Hemonorte. Por isso a parceria com o Carnatal merecer o reconhecimento da instituição. Para Ricardo Bezerra, diretor da Destaque, o Carnatal cumpre sua missão solidária que além de promover alegria para os foliões despertar nos jovens o papel de cidadania através do gesto nobre de salvar vidas através das doações de sangue. Além do Hemonorte o Carnatal ainda contribui através do Carnatal Solidário com o Armazém da Caridade, o GACC, Hospital Infantil Varela Santiago, Campanha de Combate ao Sexoturismo, Campanha de Combate ao Trabalho Infantil, Campanha de Combate as DST-AIDS e mais recentemente na Campanha de estímulo a Doações de Médula Óssea. ELISA ELSIE
A expectativa do Hemonorte é conseguir 180 doações por dia
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[ TRANSPORTES ] A agência tomou a decisão diante da possibilidade
de haver apenas uma empresa apta a concorrer à concessão
ANTT decide adiar leilão do trem-bala para abril de 2011 rasília, (AE) - O governo cedeu às pressões dos investidores e anunciou na última sexta-feira o adiamento do leilão do trem-bala para abril de 2011. Diante do risco de ter apenas um concorrente na disputa pelo projeto orçado em mais de R$ 33 bilhões, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) optou em dar mais prazo para que outras consórcios possam ser formados. Segundo o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, quatro grupos de empresas fizeram “manifestações concretas e objetivas” de que irão participar da licitação no próximo ano. “Apesar da perspectiva objetiva de termos uma proposta e com isso, do ponto de vista formal o leilão poder acontecer, em nome de ampliar as oportunidades e ter um processo competitivo, o governo tomou a decisão de conceder esse prazo adicional”, disse Figueiredo. Com a decisão, a data de apresentação das propostas foi transferida da próxima segunda-feira para o dia 11 de abril. O leilão acontecerá na sede da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), em São Paulo, no dia 29 de abril, e não mais em 16 de dezembro. O adiamento foi discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira. Segundo Figueiredo, a única preocupação do presidente era ter a garantia da entrada de mais competidores “Na
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bilhões de reais é o valor inicial orçado pela ANTT
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Eu não tenho como saber quantos consórcios terão. Temos pelo menos quatro grupos empresariais que confirmaram que vão participar do processo” BERNARDO FIGUEIREDO Diretor-geral da ANTT
medida em que isso se confirmou, a decisão foi buscar a competitividade no leilão”, disse. “O presidente não tem essa vaidade de fazer o leilão no governo dele”, acrescentou. A presidente eleita, Dilma Rousseff, também foi informada sobre o adiamento e disse entender que a decisão caberia ao presidente Lula. DECEPÇÃO O representante do consórcio de empresas coreanas, único grupo que havia confirmado a dis-
posição de entregar sua proposta na segunda-feira, não escondeu sua decepção com a decisão tomada pelo governo. “Ficamos um pouco decepcionados porque já tínhamos uma proposta pronta e viável”, disse Paulo Benites. O executivo informou que o grupo irá aproveitar o tempo adicional para reavaliar a proposta e negociar a inclusão de novas empresas no consórcio. As pressões para que o governo desistisse de realizar a licitação ainda este ano partiram tanto das empresas estrangeiras, que detêm a tecnologia de fabricação dos trens de alta velocidade (TAV), como de entidades empresariais, como a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). “Essa decisão do governo demonstra boa vontade, sensibilidade com a indústria ferroviária brasileira”, disse Vicente Abate, presidente da entidade que havia solicitado à ANTT o adiamento do leilão por seis meses. Apesar da disposição apresentada pelas empresas em participar do leilão em abril, o diretor da ANTT fez questão de frisar que isso não significa que haverá mais quatro consórcios disputando a concessão com os coreanos. “Eu não tenho como saber quantos consórcios terão. Temos pelo menos quatro grupos empresariais que confirmaram que vão participar do processo. Agora se eles vão se consorciar dois a dois, um a um, essa informação eu não tenho.”
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quadrantes
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Domingo | 28 de novembro de 2010
SANDERSON NEGREIROS [ Escritor ]
Manhãs natalenses doces manhãs natalenses, deixai que vos saúde do alto desta praça que se chama mistério da vida. Ó manhãs adolescentes do Alecrim, álacres, festivas, mansas como aves do estio destroçado, consoladoras respostas aos semáforos de poetas invisíveis. Ó fazendárias manhãs alecrinenses, que acordavam pelo trinado do concriz da casa de Leonardo Bezerra; manhãs que fazem exercício na Base Naval e marcham com o toque marcial de mangueiras senhoriais. Ó manhãs do Alecrim, que vais e vens pelos balcões de lojas comerciais, gritando preços para a bolsa do pobre; manhãs que são avenidas largas como o bocejo dos que, ainda de pijama, escovam os dentes nas calçadas das avenidas 3 com a 4; das mocinhas que conversam nos “orelhões” com os namorados entre a 5 e a 6; do ferido pela perda da amada, que trabalha na fábrica e vai olhar o tempo — o tempo vazio, desempregado — entre a 1 e a 2; e as velhinhas, ainda cristãs, que nas manhãs purificadas vão rezar na Igre-
Ó
ja de São Pedro, caminhando numa procissão de personagens, muitas das quais a gente revê na luminescência dos vitrais da manhã. Ó claridade operária do Alecrim, que acorda às 4 da matina, bota água de cacimba para casa, pega a marmita e corre para o emprego da construção civil. Ó manhã democrática do bairro, cujo nome transcende o cheiro silvestre, e marca o espaço conventual da Igreja de São Pedro. Ali perto, no Cemitério que guarda nomes e numes, ilustres e anônimos, somente epitáfios esplendem ao sol de verões penitentes e invernos dourados pela lembrança. Ó manhãs dezembrinas, que desbordam no rio e olham para os morros numa distância cheia de melancolias. Ó manhãs do Alecrim, que pousavam no sítio do Doutor Choque, com centenas de mangueiras, onde os pássaros todos de Natal se acasalavam nas tardes vetustas. Damas manhãs, ainda no caritó, eu vos saúdo. Subúrbios de silêncio, como as viu o poeta Navarro.
( II ) Ó finas manhãs do Tirol, de paina e palha, nascidas por trás dos morros, filtradas no ar diáfano do bem-cedinho; e que se erguem, elegantes e poderosas, no ofertório das primeiras horas do dia como se fossem visões de antigamente. Ó manhãs carcerárias, de nostalgia e perfume, dulcíssimas, onde o mais leve ruído exaure sua porção de encanto; tapete persa onde passa nosso pesar;invólucro que guarda, incólume, nosso pulsar humano, formas o clarão mais transparente da cidade, juntamente com tuas irmãs menores, as manhãs de Petrópolis, cujo metabolismo dura menos do que o espaço de uma manhã, mais breve do que as rosas de Malherbe. Ó manhãs, como se fossem nascidas do acaso, vens chegando com dedos de lã; sutilmente avanças sobre a cidade amanhecente, trazendo incenso e mirra para a urbe que já foi presépio, és a metrópole dos contrastes mais desumanos, com a miséria depositando seus ovos escuros nas avenidas largas, que bem poderiam se
CARMEN VASCONCELOS [Poetisa ]
Ó manhãs do Tirol, inesquecivelmente vistas através do perfil das palmeiras da Fundação José Augusto, lucilando cambiantes de frio, soerguendo a imensa lona que a manhã arma seu circo lúdico; seus trapézios voláteis; seus palhaços de cores radiosas; seus cães amestrados pela mão do vento.
chamar avenidas da liberdade. Desces, portanto, dos morros, guardando na boca o rocio das madrugadas fetichistas, quando Natal muda seus hábitos e se congrega, como se fora uma bela jovem, a fazer meditação yoguin, postura de lótus, enquanto o mar, do outro lado, brame a eternidade de seu inconsolável recomeço — ou como diria Valéry, sempre recomeçando. Ó manhãs do Tirol, inesquecivelmente vistas através do perfil das palmeiras da Fundação José Augusto, lucilando cambiantes de frio, soerguendo a imensa lona que a manhã arma seu circo lúdico; seus trapézios voláteis; seus palhaços de cores radiosas; seus cães amestrados pela mão do vento. Ó manhãs taciturnas, finas de elegância senhorial, condutoras de festas e silencioso futuro, eu as saúdo, na emoção de tê-las visto sobrepairando a cidade, boa parte dela, como se fossem mensagens do Eterno; translúcidas, distantes, como apraz ao mistério. Ó manhãs de morros do Tirol, cada vez mais retocados pelo avanço da civilização, guardas perfume e brisa para oferecer ao luar da noite advinda; luar que fere Natal de uma neblina sutil — e restabelece silêncios aos jardins que ainda sobrevivem, aos muros caiados que guardam a feroz pátina do tempo —, e com fino pincel de aquarela apanha do verde, do azul e do violeta do mar de Petrópolis, as cores necessárias para incendiar de beleza essas manhãs inesquecíveis. Como se um pintor raspasse o dorso das águas desse mar atlântico, e das escamas prateadas de suas ondas filtrasse límpida luz, que respira e faz com que a Cidade inteira dê roupagem às suas manhãs de um certo princípio de eternidade
Humor Fino [ Amâncio ]
NELSON PATRIOTA [ Escritor ]
Revisitando o mito de Sísifo
Desafios e dádivas na poesia de Dorian Gray
stava eu lendo (depois de acordar de “sonhos intranquilos”) um pequeno texto do filósofo tcheco Vilém Flusser, no qual ele fala do mito de Sísifo, como foi revisitado por Albert Camus. Não sei se Flusser tem algum texto mais longo falando do assunto que, com certeza, daria muita reflexão. Mas, desse texto que li, me ficaram duas coisas: a primeira é que Flusser defende um abandono da classificação tradicional da divisão da literatura (drama, poesia e épica), com o que eu sempre concordei. Às vezes as formas de escrever se metamorfoseiam (para lembrar outra vez Kafka, o dos “sonhos intranquilos), os gêneros se entrelaçam e isso acontece cada vez mais. A segunda coisa que me ficou da Leitura de Flusser foi que me dei conta, não só de quantas vezes podemos cair na armadilha das repetições, mas também de como podemos nós mesmos nos confundirmos com comportamentos repetitivos que não levam a nada. Não gosto do conceito de utilidade para as coisas da alma. Mas gosto de pensar que todos os nossos fazeres e pensares estão marcados por destinações. Sem adentrar pela complexidade da recriação do mito de Sísifo feita por Camus, eu prefiro contemplar o original grego: Depois de enganar algumas vezes os deuses, inclusive o da morte (adoro essa parte), Sísifo foi condenado a empurrar uma enorme pedra até o topo de uma montanha. Só que, antes de chegar ao topo, uma força irresistível faz a pedra rolar ladeira abaixo. Assim, por toda a eternidade, estará Sísifo repetindo o ato de subir a pedra. Esse mito enseja muitas interpretações. Eu não quero fazer nenhuma. Quero só lembrar de como esse trabalho de Sísifo se parece com alguns de nossos comportamentos. E pior, de quantas vezes, nos tornando a nossa própria pedra; deixamos de concluir etapas, permanecemos andando em círculos, voltando sempre ao nada; rolamos para baixo nós mesmos, nos machucando continuamente. Ser refém de si mesmo é a forma de prisão mais traiçoeira. Quantas e quantas vezes ficamos reféns de nós mesmos, só para não abrir mão de opiniões arTodo esforço raigadas, as quais muitas requer muito de vezes já nem nos lembranós,claro,pois mos porque temos. É difícil que é esforço.Os “dar o braço a torcer”, preesforços da alma, ferimos ficar petrificados. então...Lembro Todo esforço requer agora um verso muito de nós, claro, pois de Montale: que é esforço. Os esforços “fizemos o da alma, então... Lembro melhor dos agora um verso de Montanossos esforços le: “fizemos o melhor dos para piorar o nossos esforços para piomundo.”Às vezes rar o mundo.” Às vezes nos nos esforçamos esforçamos para piorar o para piorar o nosso mundo de dentro. Lenosso mundo de vamos as nossas pedras, ledentro.Levamos vamo-nos aos nadas. as nossas pedras, Romper um círculo de levamo-nos aos repetições estéreis é romper nadas. com partes de nós. Partes de nós que não brotam, não lançam frutos. E nós as temos, sim. Não queremos acreditar nestas nossas partes, mas elas existem, como bruxas também existem. Só que bruxas são muito dispostas a mover-se, a romperse. Já as nossas partes obstinadas... “Prefiro ser uma metamorfose ambulante”, diz Raul Seixas e quiçá dissesse Franz Kafka, sonhando intranquilo. Ah, como achamos bonito repetir isso, mas realizá-lo, quem há de?
o introito ao edifício poético que erigiu num trabalho de quarenta anos, Dorian Gray abre “Os Dias Lentos”, seu título poético mais recente, com um apelo: “Senhor, dá-me mais um verão / e eu continuarei a parte / que me cabe neste ofício. // Sei que um verão é pouco, / mas se assim peço/ é para que possa erguer-me / das minhas fragilidades / e sob a sua luz / escrever teu nome” (“Da verdade”). A alguém lembrarão esses versos outros escritos pelo torturado Hölderlin: “Mais um verão, mais um outono, ó Parcas,/ Para o amadurecimento do meu canto peço / me concedeis. Então saciado do doce jogo/ que o coração me morra” (“As Parcas”, trad. de Manuel Bandeira). De fato, Um fervor monástico perpassa ambos os poemas. No caso de Dorian Gray, retinto de forte sentimento cristão; quanto ao poeta germânico, sabe-se de seu helenismo pagão, embora, na essência, tais diferenças se confundam. A poesia de Dorian Gray tem, a rigor, um recorte de base humanista e de fundo clássico. O crítico Nelson Saldanha, no prefácio ao livro “Os Dias Lentos”, acentua a intertextualidade, ou seja, a referência a textos alheios, como uma das marcas miliares de sua poesia. Trata-se, porém, de um desvio incontornável ao poeta, seja por se sentir desafiado pelos seus predecessores (a célebre “angústia da influência” de que fala insistentemente Harold Bloom), seja pela necessidade imperiosa de dialogar com o conjunto de vozes poéticas que a tradição lhe propicia e que não exclui minimamente os poetas de sua geração. Não é difícil, por essa razão, enA poesia de Dorian contrar pontos de afinidade entre a Gray tem,a rigor, poesia de Dorian Gray e a poesia um recorte de base de Sanderson Negreiros ou de Luís humanista e de Carlos Guimarães, Zila Mamede ou fundo clássico.O Newton Navarro, seus contempocrítico Nelson râneos. Outras influências viriam Saldanha,no de Manuel Bandeira, Drummond, prefácio ao livro Cecília Meireles, Murilo Mendes, “Os Dias Lentos”, Augusto dos Anjos e, ainda, de Bauacentua a delaire, Rimbaud, Verlaine, Whitintertextualidade, man, Rilke, Hölderlin, Borges etc., ou seja,a referência todos convergindo para o múltiplo a textos alheios, e polifônico esforço que faz Dorian como uma das Gray Caldas, desde longa data, no marcas miliares de afã de polir seus versos de toda imsua poesia. pureza. Senão, que poeta pode se isolar, tapar olhos e ouvidos para a poesia que bate à sua porta trazida por inumeráveis mensageiros, mesmo nas horas menos esperadas? Que poeta pode invocar para si a fundação de uma tradição pura de qualquer influência? No entanto, apesar de todo esse intrincado de vozes que chegam via leitura, audição e vivência, sendo parte escolha, parte chamamento, a poesia de cada poeta costuma ter seu monograma incontrastável. Em Dorian Gray, isso tanto em poemas extensos, como em poemas mais breves, como “O ataque de Lampião a Mossoró” (“Encantados. Lendas e mitos do Brasil”), antologiado no livro “O Cangaço na poesia brasileira”, de Carlos Newton Júnior, ou em “Cabeleira”, incluído no livro “A poesia brasileira no século XX”, organizado por Assis Brasil, e retirado do mesmo “Encantados”. Imbuído de empatia em relação a tudo que diga respeito à sua terra, Dorian Gray estudou minuciosamente as tradições populares laicas e religiosas que vicejaram ou criaram raízes em solo potiguar e deu-lhes forma poética em livros como “Encantados: lendas e mitos do Brasil”, “Lendas do Rio Grande do Norte”, “Feiras e Feirantes”, “Poemas para Natal em festa”, entre outros. Sempre ilustrados pelo traço inconfundível do artista, esses livros mostram os laços indissociáveis que há entre o poeta e o artista, mas sobretudo entre o poeta-artista e sua terra. Documento também antropológico e humano de sua terra, a obra poética de Dorian Gray sintetiza a visão de mundo de um artista que é hoje uma referência internacional no campo das artes plásticas, e cuja voz precisa ser ouvida em toda a complexidade que apresenta. Este é um desafio que essa obra nos propõe e que precisamos tomar como uma incumbência inadiável, pois ela tem muito a nos dizer.
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CLÁUDIO EMERENCIANO [ Professor da UFRN ]
A vida e a crônica ntônio Maria Araújo de Morais. Simplesmente Antônio Maria. Foi um gênio. Cronista, poeta, compositor, letrista, jornalista. Personificou o seu tempo. Impregnou o Brasil e, particularmente, o Rio, nas décadas de 1940, 1950 e 1960, da sua maneira de ser, da sua concepção de vida, das formas que assumia, em tudo, sua vocação para amar. Seu estado de espírito era indisfarçável. Sua alma se abria e revelava sentimentos, invariavelmente, com a mesma autenticidade das suas emoções. Seus sonhos, seu temperamento vibrante e explosivo, suas euforias e amarguras, suas utopias e desencantos, sua incontrolável e excepcional criatividade, tomavam corpo, diariamente, nas suas crônicas. Verdadeiras odes, que davam substância, decantavam e renovavam o viver no Rio de Janeiro. Tempos românticos, inspirados, singular e originalmente, na beleza do amanhecer em Copacabana. A cena do cotidiano adquiria, em suas crônicas, uma dimensão universal. Seus personagens eram cidadãos do mundo. Universo também de outros grandes cronistas do seu tempo, como Nelson Rodrigues, Fernando Sabino, Otto Lara Rezende, Pedro Nava, Paulo Mendes Campos, Carlos Drumond de Andrade, Vinicius de Morais, Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto), Rachel de Queiroz, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles. Crônicas ainda vivas e atuais. Antônio Maria e Rubem Braga (o maior cronista deste país) eram leitores permanentes e incessantes de Antoine de Saint-Exupéry. Mergulharam na essência de sua obra. Entendiam que os homens revelam a si mesmos pelas relações de uns com os outros. A verdade do homem está dentro de si. Numa das crônicas de “O diário de Antonio Maria” (Editora Civilização Brasileira/1982) a presença das concepções de Exupéry é evidente: “Só se está só ou acompanhado, dentro de si mesmo”. Mas o Maria, como o chamavam seus amigos, era também irônico, satírico, mordaz e sarcástico. Intolerante com a mediocridade, a hipocrisia e a prepotência. Em outra crônica, confessou: “Entrei para o rol dos caricaturistas para iniciar um grande movimento nacional pela caricatura”. De certo modo, sua crítica era da mesma veia e estilo dos também magistrais Stanislaw Ponte Preta e Nelson Rodrigues. O que diriam, eles e outros, ante esses absurdos e escândalos, promiscuidade e descomposturas, mediocridade e violência que assolam o Brasil? Ah, tempos do Correio da Manhã e do Diário Carioca... A crônica
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daquela época infundia em seus personagens, uns nascidos da realidade e rotina da vida carioca, outros da imaginação, fecundada pela literatura estrangeira, um elo entre o passado e o presente. Foi o caso da tia Zulmira (“Perfil da tia Zulmira”), “Antônio Maria e de Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga (o inspirada em conto de Colmaior cronista deste lete: um misto de aventureipaís) eram leitores ra e espiã (no estilo de Mapermanentes e ta-Hari), corista do Follies incessantes de Bergère na “Belle Époque”, Antoine de Saintdona de um casarão de prosExupéry. titutas na “Boca do Mato” Mergulharam na (Rio) e “musa” da Coluna essência de sua Prestes. Havia musicalidade obra.Entendiam na crônica brasileira. Certa que os homens vez, em entrevista na antirevelam a si mesmos ga TV-Rio, os compositores pelas relações de Braguinha e Nássara revelauns com os outros.A ram que algumas de suas verdade do homem marchas de carnaval se insestá dentro de si. piravam nas crônicas publiNuma das crônicas cadas nos jornais. de “O diário de O Brasil comemora o cenAntonio Maria” tenário do nascimento de Ra(Editora Civilização chel de Queiroz. Escritora e Brasileira/1982) a cronista, poeta e jornalista, presença das inovou a literatura nacional. concepções de Em estilo e conteúdo. InteExupéry é evidente: grou a geração de dois ge“Só se está só ou niais escritores: José Lins do acompanhado, Rego e Graciliano Ramos. dentro de si mesmo”. Rachel e José Lins, no final Mas o Maria,como o dos anos 30 e na década de chamavam seus 40, foram responsáveis por amigos,era também uma crônica de âmbito nairônico,satírico, cional, ou seja, conjugando mordaz e sarcástico. assuntos, temas e personaIntolerante com a gens do Brasil urbano (prinmediocridade,a cipalmente do Rio de Janeihipocrisia e a ro) com a realidade nordesprepotência.“ tina, seus contrastes sociais e sua cultura regional. Eis um tema insusceptível de concisão. Mas a literatura nacional dos dias de hoje não pode ignorar esses valores e laços inesgotáveis.
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Agência Estatal de Notícias da Coreia do Norte emitiu nota onde critica a vizinha e os “imperialistas” americanos e não descarta a possibilidade de confronto. Exercícios navais da Coreia do Sul e dos Estados Unidos devem começar hoje [ ÁSIA ]
Coreia confirma risco de guerra LEE JIN-MAN/AP/AE
eul, (AE) - A Coreia do Norte realizou um treino de artilharia na última sextafeira, que pôde ser ouvido na ilha sul-coreana de Yeonpyeong, atingida pelo vizinho na terça-feira Pyongyang advertiu que os exercícios militares navais entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos aumentam o risco de uma guerra na região. Os exercícios navais dos EUA e da Coreia do Sul devem começar hoje, no Mar Amarelo. A China manifestou preocupação nesta sexta-feira com as manobras militares dos EUA e da Coreia do Sul, as quais poderão ocorrer na zona econômica exclusiva chinesa, uma faixa costeira de 380 quilômetros a partir do litoral da China continental, que inclui os arredores da ilha sul-coreana de Yeonpyeong. O comunicado da chancelaria chinesa não mencionou explicitamente, contudo, as manobras de domingo. O som distante dos disparos fez com que os moradores de Yeonpyeong, alvo do ataque da terça-feira, corressem nesta sexta-feira para abrigos antiaéreos. A Coreia do Sul informou que aparentemente tratava-se de um
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exercício e que não houve disparos em seu território. O principal comandante dos EUA na Coreia do Sul, general Walter Sharp, visitou Yeonpyeong na sexta-feira, durante o breve pânico provocado pelo som distante dos disparos norte-coreanos. Ele afirmou que o ataque da terça-feira, que matou dois civis e dois militares e feriu 18 pessoas, foi uma violação ao armistício vigente desde a Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA mantém cerca de 28 mil soldados em guarnições permanentes na Coreia do Sul, para proteção do seu aliado, segundo Washington. “Nós vamos investigar completamente o que aconteceu no Comando das Nações Unidas e instaremos a Coreia do Norte a não escalar as suas ações”, afirmou Sharp no local. O ataque da terça-feira foi também o primeiro a atingir áreas civis na Coreia do Sul desde a guerra. A resposta sul-coreana ao ataque também foi alvo de críticas, o que levou o ministro da Defesa, Kim Tae-young, a renunciar na quinta-feira. O substituto dele será assessor de segurança nacional
da Coreia do Sul, Lee Hee-won, que foi anunciado nesta sexta-feira. A agência estatal norte-coreana criticou os “imperialistas” norte-americanos e o governo “fantoche” da Coreia do Sul pelos exercícios militares. “A situação na Península Coreana está chegando mais perto de estar à beira de uma guerra, por causa do irresponsável plano” dos exercícios militares, acusou o regime nortecoreano através da agência. Não está claro, porém, se Pyongyang pode tomar alguma medida para atrapalhar o treinamento. O único aliado importante da Coreia do Norte, a China, já condenou no passado o treinamento de sul-coreanos e norteamericanos na região. Os militares dos EUA afirmam que o exercício é defensivo e estava planejado bem antes do ataque norte-coreano. Pyongyang afirmou que atacou na terça-feira após ter sido provocada por disparos de Seul, durante um exercício militar. O governo sul-coreano confirmou o exercício na terça-feira, mas negou que tivesse havido disparos em águas norte-coreanas.
General americano Walter Sharp visita casas destruídas após ataque da Coreia do Norte à ilha vizinha
[ EUROPA ] O primeiro-ministro José Luís Zapatero quer acalmar os investidores e evitar que a crise financeira atinja o país. Esta semana ele participa de reunião de cúpula na Argentina
[ BÉLGICA ] Com custos dos empréstimos
subindo, país teme agravamento da situação
Crise da zona do euro preocupa investidores
Espanha não deve pedir socorro à União Europeia B DANIEL OCHOA DE OLZA/AP/AE
adri, (AE) - O primeiroministro da Espanha, José Luís Rodriguez Zapatero, afirmou nesta sexta-feira que não existe “absolutamente” qualquer chance de o país buscar um socorro da União Europeia. A declaração foi uma tentativa de acalmar os investidores e evitar que a crise de dívida soberana atinja a quarta maior economia da zona do euro. Em entrevista a uma emissora de rádio, Zapatero disse que a economia do país já passou pelo pior e que tanto a reestruturação do setor financeiro quanto a redução do déficit orçamentário do governo estão sendo realizadas conforme o previsto. “Nós temos um plano para cortar o déficit que está sendo rigidamente implementado”, disse Zapatero. “Aviso aos que estão apostando contra a Espanha que eles estão errados”, completou. O pedido de calma por parte de Zapatero vem em meio a sinais de que um possível pedido de ajuda pela Espanha, que era uma possibilidade remota há alguns dias, está se tornando um risco mais urgente para as autoridades do país. Em comentários incomumente sinceros, José Luis Malo de Molina, economistachefe do Banco da Espanha, alertou ontem que a dependência que o país tem de financiamento externo o torna particularmente vulnerável a uma disseminação da crise de dívida soberana. Também ajudou a agravar as preocupações dos investidores uma reportagem de hoje do jornal alemão Financial Times Deutschland, afirmando que Portugal está sendo pressionado pela União Europeia a pedir um resgate. A informação foi negada por autoridades europeias, mas chamou atenção para a Espanha, que é vista como a próxima vítima da crise. Caso Portugal e Espanha peçam uma ajuda como a pedida pela Irlanda, os recursos da União Europeia serão reduzidos, o que poderá colocar em risco a própria zona do euro. Na entrevista, Zapatero também descartou outro aumento no imposto sobre valor agregado do
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Jose Luis Zapatero negou qualquer possibilidade da Espanha recorrer aos vizinhos para sanar crise
país, que foi elevado de 16% para 18% no início deste ano, e disse que um corte de 5% nos salários dos trabalhadores civis, já implementado, será suficiente para manter os gastos do governo sob controle sem a necessidade de reduzir a burocracia. O primeiro-ministro também descartou um aumento nas taxas educacionais para os estudantes, como está sendo feito no Reino Unido e na Itália. “O plano de redução do déficit está sendo cumprido escrupulosamente, nós temos um dos sistemas financeiros mais sólidos, os bancos de poupança estão sendo reestruturados em uma boa velocidade e deverão estar consolidados até o final do ano”, disse Zapatero. Os investidores se preocupam há bastante tempo com os bancos espanhóis de poupança, ou “caja”, os quais foram muitos expostos ao colapso do setor imobiliário espanhol. Atualmente, eles estão sob um processo de consolidação, marcado para ser concluído até o fim de dezembro. A Espanha luta para se recuperar de quase dois anos de recessão, com uma taxa de desemprego ao redor de 20%, a mais alta da zona do euro.
Zapatero participa da 20ª Cúpula Ibero-americana O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodriguez Zapatero, realizará uma viagem à América Latina esta semana, onde visitará a Bolívia e participará da 20ª Cúpula Ibero-americana em Mar del Plata, na Argentina. Zapatero chega à Bolívia na próxima quinta-feira, na primeira viagem de um chefe de governo da Espanha à La Paz em 12 anos. Ele terá uma reunião com o presidente boliviano Evo Morales, onde os dois discutirão a situação das relações bilaterais. Além disso, deverão firmar um acordo que dará acesso às empresas espanholas ao lítio boliviano. Zapatero fará a viagem após as eleições regionais na Catalunha, neste domingo, onde as sondagens indicam que o partido socialista catalão, aliado ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) do premiê, poderá ser derrotado pelos nacionalistas catalães. Zapatero também terá reuniões com empresários espanhóis que vivem na região andina e encontrará líderes da oposição boliviana. Zapatero faz a viagem a convite de Morales. A Espanha é o país que mais
faz doações para o desenvolvimento da Bolívia, com um desembolso de 70 milhões de euros (US$ 92 milhões) em 2009. Durante uma visita recente à Bolívia, a chanceler espanhola Trinidad Jiménez anunciou que a Espanha doará US$ 445 milhões para projetos de cooperação entre 2011 e 2015. Após visitar a Bolívia, Zapatero irá a Mar del Plata, onde participará junto aos reis da Espanha da 20ª Cúpula Iberoamericana, cujo tema em 2010 é “A Educação para a Inclusão Social”. Zapatero participará de sessões da cúpula, embora já estejam agendados dois encontros a portas fechadas com presidentes latino-americanos, com o equatoriano Rafael Correa e com o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Lula passará a presidência do Brasil a Dilma Rousseff em janeiro. Além dos debates da cúpula, a Espanha afirmou que poderão ser abordados temas como a crise econômica, segurança, narcotráfico, mudanças climáticas e também o futuro político de Honduras, cujo governo não foi convidado pela anfitriã Argentina para o evento.
ruxelas, 26 (AE) - Os custos dos empréstimos para a Bélgica estão subindo, uma vez que os elevados níveis da dívida pública, a continuidade da crise política e pacotes de ajuda aos pares na zona do euro estão tornando os investidores nervosos. A dívida pública da Bélgica vai atingir 100,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI de outubro. É a terceira maior no bloco da moeda única, depois da Grécia e da Itália. A Bélgica não tem governo desde a última eleição em meados de junho. Sete partidos estão tentando negociar um governo de coalização, mas há pouco sinal de que uma resolução será encontrada para a disputa sobre pagamentos de seguridade social entre a região de língua holandesa de Flandres e a região francófona da Valônia. “Estamos no meio de uma crise financeira que se espalha para mais e mais países e, se a crise continuar por causa de questões governamentais não resolvidas na Bélgica, isso poderá criar um problema”, disse Laurent Bike, chefe de estratégia global sobre inflação da Nomura em Londres. “O problema político é bastante sério; no atual contexto não se quer mostrar nenhum sinal de fraqueza, e esta é significativa.” A crise da dívida soberana aba-
lou mercados na Europa, com a Irlanda devendo tornar-se o segundo país a receber ajuda externa depois de os governos da zona do euro terem aprovado um pacote para a Grécia em maio. Embora os investidores tenham até agora centrado foco na venda da dívida de Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, eles podem voltar sua atenção para a Bélgica, disseram analistas. A dívida do país está totalmente financiada até abril do próximo ano, segundo analistas do ING. Nesta sexta-feira, o bônus de dez anos da Bélgica oferecia yield (retorno) de 3,68%, com um spread (prêmio) de 99,8 pontos-base sobre o título equivalente da Alemanha. O yield de Portugal estava em 6,95%, Espanha em 5,17% e Irlanda em 9,20%. Embora o spread da Bélgica esteja subindo, ainda é baixo na comparação com Portugal, Espanha e Irlanda. Isto por causa de uma série de fatores incluindo, a elevada poupança das famílias, um déficit orçamentário que deverá ficar em torno de 5% do PIB este ano - modesto em relação a muitos pares - e fundamentos econômicos mais fortes do que os de países que já foram socorridos. Na última sexta-feira, o custo dos contratos de CDS (Credit Default Swaps) para assegurar US$ 10 milhões em dívida soberana da Bélgica atingiu o recorde de alta de US$ 163 mil por ano. RODRIGO SENA
Crise política e econômica se espalha pela União Europeia
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[ DIPLOMACIA ] Os documentos devem ser
divulgados na internet pelo site WikiLeaks
Vazamento pode prejudicar laços entre Rússia e EUA M “ oscou, (AE) - Novos arquivos que deverão ser postados na internet pelo site WikiLeaks possuem documentos diplomáticos inoportunos, que poderão prejudicar as relações de Moscou com Washington, informou na última sexta-feira o jornal diário russo Kommersant. Os contatos confidenciais contém avaliações gerais da situação política na Rússia e mostram “características desagradáveis” dos líderes russos, reportou hoje o Kommersant, citando uma fonte do próprio WikiLeaks que falou sob anonimato ao diário. “Os documentos incluem gravações de conversas entre diplomatas americanos e políticos russos, avaliações dos principais eventos políticos da Rússia e análises do que acontece no país, bem como na sua política doméstica e externa”, escreveu o jornal. O WikiLeaks não disse o que o próximo vazamento trará nos documentos dos Estados Unidos, indicando apenas que ele será “sete
Estamos nos preparando para o pior cenário, o de que os documentos vazados toquem uma ampla gama de questões e de países” PHILIP CROWLEY Dpto.de Estado Norte-americano
vezes” maior que os documentos dos EUA sobre a guerra do Iraque, da qual o website postou 400 mil informações classificadas. Na quarta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, disse que os EUA estavam preocupados com a publicação dos arquivos. “Nós estamos nos preparando para o pior cenário, o de que os documentos vazados toquem uma ampla gama de questões e de países”, disse Crowley.
economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,727 Venda R$ 1,729 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,77 Venda R$ 1,87
POUPANÇA HOJE 0,5217% POUPANÇA AMANHÃ NÃO HÁ POUPANÇA CDB 10,72% BOVESPA -0,72%
SALÁRIO MÍNIMO
R$ 510,00 TAXA SELIC
10,75%
TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000
HOTELARIA
Abel Castro avalia situação do setor hoteleiro e turístico no Brasil. PÁGINA 3
DÓLAR TURISMO Compra R$ 1,747 Venda R$ 1,833 EURO Compra R$ 2,285 Venda R$ 2,288
Editor: Vinícius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
Nos últimos quatro anos, o país importou US$ 124 bilhões em bens de capital. Os números são mais que o dobro dos US$ 57 bilhões adquiridos entre 2003 e 2006, segundo dados da Secex
[ PARQUE INDUSTRIAL ]
Real valorizado dá força ao setor JÚNIOR SANTOS
ão Paulo (AE) - O real forte está ajudando em uma das maiores renovações do parque industrial brasileiro. Nos últimos quatro anos, o País importou US$ 124 bilhões em bens de capital (entre 2007 e outubro deste ano). A cifra impressiona porque significa mais que o dobro dos US$ 57 bilhões adquiridos entre 2003 e 2006. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento. São milhares de prensas, fresas, tornos, tratores e todo tipo de equipamento destinados a elevar a capacidade de produção do País, que cresce a um ritmo de mais de 7% ao ano. A desvalorização do dólar barateou as máquinas importadas e a crise global provocou uma “liquidação” de equipamentos no exterior. Um ciclo de investimentos dessa magnitude aumenta a oferta de produtos na economia e, consequentemente, reduz a pressão sobre os preços. Mais máquinas também significa mais tecnologia. Cálculo da Consultoria Tendências mostra que a produtividade da indústria avançou 6% ao ano entre 2007 e setembro de 2010 - o dobro do registrado entre 2002 e 2006. Os investimentos brasileiros
Máquinas e equipamentos enfraquecem com importados
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Indústria está investindo mais para aumentar sua capacidade produtiva e acompanhar ritmo
são capitaneados pela infraestrutura e pelo mercado interno. A Votorantim Cimentos comprou R$ 225 milhões em máquinas em meados do ano. Os equipamentos foram adquiridos na Dinamarca e na Alemanha e serão instalados nas oito novas fábricas de cimento que a empresa pretende construir até 2013.
A Klabin vai aplicar R$ 142 milhões na compra de máquinas para a produção de caixas de papelão ondulado. A empresa também vai instalar uma nova linha de sacos industriais no primeiro semestre de 2011. Segundo o diretor de suprimentos, Francisco Razzolini, essa área representa um terço dos investimentos da
companhia. “Várias empresas aproveitam a situação cambial para adquirir equipamentos e comprar ativos no exterior. No médio prazo, é positivo para o comércio exterior, porque garante ganhos de eficiência e redes de distribuição”, disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.
São Paulo (AE) - Os fabricantes de máquinas e equipamentos reclamam de uma “invasão” de produtos importados, principalmente vindos da China. O país ultrapassou a Alemanha e o Japão e se tornou o segundo maior fornecedor do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. De janeiro a setembro, os chineses venderam 12,3% das máquinas adquiridas pelas empresas brasileiras, acima dos 11,9% dos tradicionais fornecedores alemães. Em 2004, a China respondia por apenas 2,1% do total. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Máquinas (Abimaq), as máquinas chinesas chegam ao País por 10% a 15% do valor do produto brasileiro. “Como competir com isso?”, indaga o presidente da entidade, Luiz Aubert Neto. A concorrência com importados piorou após a crise, porque os chineses perderam clientes nos Estados Unidos e na Europa. Levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que as importações de máquinas estão crescendo em ritmo muito mais rápi-
do que a produção. No terceiro trimestre, a produção de bens de capital caiu 2,2% em relação ao segundo (excluídas as influências sazonais), enquanto o consumo cresceu 3,8% e as importações avançaram expressivos 36,1%. As máquinas importadas têm hoje 44% do mercado. “As máquinas importadas estão puxando o investimento”, disse Fernando Puga, chefe do departamento econômico do BNDES. Ele ressalta que o aumento da utilização de eletrônica aplicada nas máquinas acaba favorecendo as importações. O setor está pressionando o governo para elevar as tarifas de importação e por medidas de defesa comercial, que combatam o dumping e o subfaturamento. “Já mandei três cartas para o ministro Mantega (Guido Mantega, da Fazenda) e até agora nada”, disse Aubert Neto. Segundo o empresário, fabricantes nacionais estão desistindo da atividade e se transformando em importadores. Ele conta que, uma década atrás, existiam dez fabricantes de fresas (ferramenta de corte) no País.
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TOMISLAV R. FEMENICK [ Economista e Auditor Independente ]
Negócios &Finanças LUIZ ANTÔNIO FELIPE laf@tribunadonorte.com.br
Dinheiro novo esse final de ano, o décimo terceiro salário vai fazer circular na economia do Rio Grande do Norte nada menos do que R$ 1,1 bilhão. Os valores, levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), incluem a primeira parcela do “décimo” já paga pelo poder público, mas 70% do dinheiro deve se concentrar nos próximos dias. A gratificação natalina vai chegar a aproximadamente 1 milhão de potiguares, 55,2% são trabalhadores do mercado formal. O número de pessoas que receberá o pagamento é 6,3% superior ao observado em 2009. No Brasil, o 13º salário vai injetar R$ 102 bilhões na economia até o final de dezembro, valor 20% maior que o estimado para o ano passado (R$ 85 bilhões).
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INCREMENTO O aumento de 20% no valor total do 13º salário pago neste ano se explica em função do aumento do número de pessoas que conseguiram emprego com carteira assinada ou passaram a receber benefícios da Previdência (aposentadoria e pensão). São 4,9 milhões a mais de pessoas, o que representa acréscimo de cerca de 5,85% ao verificado no ano passado.
Orçamento (I) Da arrecadação fiscal de Natal, prevista para 2011, o orçamento da Câmara, dos precatórios e dos servidores do município representam 24,9% (1/4) da despesa total. Uma paulada. O secretário da Tributação, André Macedo, garante que a arrecadação da Prefeitura será incrementada com o combate à inadimplência e sonegação fiscal dos imóveis.
Orçamento (II) Cerca de 95 mil imóveis de Natal não tinham cadastro na secretaria, não pagavam o imposto. Para quem está em dia, o IPTU deve aumentar de acordo com a inflação do período cerca de 5%. A saúde terá um investimento maior no orçamento, com previsão de aumento para R$ 490,315 milhões. O turismo terá R$ 5 milhões.
A verdade e a economia odos os esforços empregados pelos historiadores, jornalistas e outros pesquisadores têm como objeto a busca da verdade. Aqui nos deparamos com um problema: o que é verdade? Para se estudar a verdade, tem-se que enveredar pelos caminhos de outra disciplina; tem-se que se debruçar sobre os “conceitos filosóficos de verdade”, que são múltiplos e às vezes contradissestes e contestadores entre si. O problema torna-se mais complicado quando se sabe que cada um desses conceitos exige um tratamento diferente da verdade. Essa adjetivação da verdade cria um procedimento coadjuvante para a sua investigação. Se os conceitos sobre a verdade têm origem em definições filosóficas, tem-se que concluir que a verdade como coisa única, eterna e irrefutável não existe. Essa concepção sincrética ou eterna (philosophia perenis) da filosofia morreu por volta do século XVII, quando da ruptura entre a filosofia e a ciência. Segundo o filósofo norte-americano Donald Davidson a “verdade é uma locução que só depende de duas coisas: do que as palavras significam e de como o mundo está ordenado. Não há nada mais relativo do que isso”. Sendo assim, a verdade não poderia ser encontrada e muito menos enquadrada em uma fórmula. A verdade verdadeira, a “verdade real” seria, pois, uma “noção primitiva”. Em determinadas circunstâncias, poderiam perfeitamente ser aceitas noções múltiplas de verdade. Outro conceito filosófico sobre o tema é aquele que busca fazer a “adequação da coisa e da ideia” (adequatio res et intellectu),
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encontrado no pensamento de Aristóteles e de São Tomás de Aquino. Embora seja das mais antigas, essa visão da verdade é uma das mais falhas e sua falha maior está em apresentar uma adequação perfeita entre o fato e o elemento de sua comprovação. É a “certeza” não cientifica da verdade, que acaba por induzir certos estudiosos a fazer a adequação dos acontecimentos à “sua certeza da verdade”, muitas vezes nascidas de perspectivas nada científicas, tais como a fé e a ideologia. Ai, então, cria-se mitos e não relatos verdadeiros. E por que todo esse falar sobre a verdade; perdão, as verdades? É que certo cronista publicou semana passada, em uma dessas revistas mantidas por verbas públicas, um alentado estudo pseudocientífico falando sobre “os novos tempos da vigorosa economia brasileira, sob a bandeira do pensamento e do governo petista”. Serie risível se não fosse tolo, irresponsavelmente, propagandístico. Suas teses são como as folhas de outono: voam, mas não nem se sustentam no ar. Vejamos alguns pontos levantados pelo “eminente” sábio petista. A primeira delas é pretensiosa demais da conta, como dizem meus alunos: a inflação somente teria ir embora por causa da atuação firme de dois pilares da política econômica do governo Lula, Antonio Palocci e Henrique Meirelles. Outra: a primeira política social do governo federal foi a campanha “Fome Zero”, implantada logo no início da atual gestão. Mais uma: foi no governo do operário-presidente que a Polícia Federal começou a prender bandidos de colarinho branco e não só os “três pés”; pobre, preto e puta.
Grande cronista... Grande petista... Grande bajulador... Vejamos o quando tem de verdade nessa versão de bajulice explicita. Não há como não concordar que a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi a coisa mais certa dos seus dois mandatos. Todavia, ela foi uma “herança bendita” do governo de Fernando Henrique Cardoso, simplesmente continuada e aperfeiçoada por Palocci (depois Mantega) e Henrique Meirelles. Aliás, este último quando foi convidado para assumir o Banco Central era deputado eleito pelo PSDB, partido do governo anterior. Ora, todo mundo sabe que o tiro mortal contra a inflação teve arma e autor identificados; o plano real (ao qual o PT foi contra) e FHC, na época ministro de Itamar Franco. Quanto a “Fome Zero”, dizem que ela é irmã gêmea da Viúva Porcino, a que foi sem nunca ter sido. Sem sombra de dúvida, a grande atuação social do governo Lula foi a Bolsa Família, que teve origem na Bolsa Escola, no Vale Gás e outras do governo anterior. Portanto, a Fome Zero não foi a primeira nem a melhor política social do governo. Mas, justiça se faça, sua amplitude a transformou numa das melhores. Dizer que a Polícia Federal somente começou a trabalhar agora é o mesmo que dizer que seus delegados e agentes nunca trabalharam; é uma inverdade e até uma ofensa. Eles sempre trabalharam, acontece que só agora há aqueles que trabalham para a plateia (o delegado Protogenes foi condenado por violação de sigilo e fraude processual), os mansalões e mensalinhos, dólares na cueca, sanguessugas e muito mais.
CONCORRÊNCIA A UFRN abrirá propostas, na próxima quinta-feira (2), para contratação de empresas para a reforma do prédio da Reitoria, nos centros de Biociências, e Ciências Humanas, Letras e Artes e no parque aquático. Já o Banco do Brasil fará terçafeira (30), a abertura das propostas para contratação de empresas de engenharia, para executar obras nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piaui, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Tecnologia avançada A revista Exame Info, através de um Informe Publicitário, diz que hoje, já são mais de 13,9 milhões de acessos por meio de terminais de dados 3G no País, volume superior ao de conexões e serviços da banda larga fixa. O País caminha rapidamente para a incorporação dessa nova tecno-
logia. Outra matéria revela que “só na área de software e serviços, o mercado de TI (Tecnologia da Informação), emprega diretamente mais de 600 mil pessoas e oferece salários que são o dobro da média do Brasil. E a meta, até 2020, é criar 700 mil novos postos de trabalho de TI no país.
ELETRÔNICO A ABIH-RN traz amanhã um especialista em e-commerce para apresentação de nova ferramenta de distribuição hoteleira O diretor comercial da E-commerce Hotel Solutions, Felipe Barros, vai apresentar a nova ferramenta para a hotelaria potiguar, às 16 horas, na sede da ABIH. De acordo com Felipe Barros, a ferramenta divulga o hotel em mercados antes não atingidos, atraindo novos clientes.
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O Tribunal de Justiça do RN,vai premiar a empresa com mais acordos,na Semana Nacional de Conciliação,a partir de amanhã até 3 de dezembro.O vencedor leva o prêmio “Empresa Legal”. A maioria dos casos que aguardam resolução envolve os direitos do consumidor. De acordo com o TJRN cerca de R$ 40 milhões serão movimentados.O TRT também fechou acordos recentemente.
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Com a campanha institucional dos 23 anos,a diretoria da Construtora Planc disse que aumentou a procura por empreendimentos imobiliários em mais de 30% em Natal.A ação promocional para o mês de novembro objetiva finalizar os estoques da Planc,que agora está associada à Gafisa.
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As lojas Todeschini Tirol e Capim Macio estão finalizando a montagem dos móveis de 45 apartamentos no edifício Luiz de Barros e 64 do Porto Paladium, em Nova Parnamirim. No condomínio Park View,são 78 apartamentos previstos para receber móveis, 25 deles já estão prontos.É o segmento do mobiliário colado no mercado imobiliário.
AMBIENTAÇÃO A Mostra Artkasa edição de 2010 foi inaugurada na última quinta-feira prossegue até meados de dezembro, na loja da avenida Hermes da Fonseca, 564. Várias arquitetas participam da mostra, em ambientes espalhados pela loja. Mais informações no www.artkasa.com.br. APRESENTAÇÃO As construtoras Planc e Gafisa apresentam o novo empreendimento em Nova Parnamirim, o residencial “Allegro Club”, que será lançado em dezembro, na avenida Maria Lacerda. Serão cinco torres, com 18 andares, sendo oito apartamentos por andar. Os corretores das imobiliárias Soma e Lopes receberam, em evento no hotel Ocean Palace, o material para iniciar a divulgação. IMPORTAÇÃO Com o apoio do Conselho Norueguês de Pesca, o Walmart aumentou em 80% o volume de compras de bacalhau para as festas de final de ano. A negociação representa a compra de mais de mil toneladas do produto, que chegarão ao consumidor com preços até 15 % mais baratos em relação aos praticados em 2009. Os destaques ficam com o bacalhau Porto Imperial e Saith.
JOÃO LYRA NETO [ jornalista ]
Aluízio, a transposiçao e o NE elo visto caíram no vazio, nesse final de governo, dois importantes projetos de reconhecida influência para o Nordeste. O primeiro é o da Transposição do Rio São Francisco, tão badalado pelo presidente Lula. Esse projeto, com enorme importância para a região, foi amplamente divulgado e defendido com rigor, pelo falecido exministro Aluízio Alves. O ex-ministro da integração segurou com “unhas e dentes” sua implantação, diante das conhecidas dificuldades existentes no semi-árido, em virtude da irregularidade climática. É difícil, para os agricultores daquela região, desenvolver o plantio de uma lavoura necessária aos que ali trabalham. É totalmente sabido que a seca vem criando muitas dificuldades para o agricultor e que só a Transposição poderá dar uma solução ao problema. Constantemente os jornais têm falado em
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seca em alguns estados da região, com a completa destruição da lavoura e do gado. Isso que periodicamente acontece torna necessário que se trabalhe pela conclusão dessa obra. No Senado a ex-senadora Rosalba Ciarlini batalhou muito para que esse projeto não sofresse solução de continuidade. O presidente Lula lutou, com entusiasmo, para que o referido projeto prosseguisse na sua realização, mesmo com o posicionamento contrario de técnicos de vários órgãos federais e até mesmo, de alguns governadores. No caso da Bahia e Sergipe. Não faz muito tempo que foi divulgado pela imprensa a demissão de um grupo de operários que trabalhavam nessa obra. É um projeto que vai beneficiar Pernambuco, Paraíba, Rio G. do Norte e Ceará, estados que sofreram com a falta de chuva, com prejuízos fatais para o agricultor. A Ferrovia Transnordestina é outra obra
de significativa importância para o Nordeste, que vai até o Piau. É de todos conhecido o que ela representa para a nossa região, servindo ao transporte de carga. O Governo vinha falando constantemente nesse assunto, mostrando a sua importância para o Nordeste. Mas, ao que parece o presidente Lula colocou a obra de lado. Com a ascensão de Dilma Roussef a presidência da Republica é possível e necessário que o assunto seja objeto de interesse do novo Governo. Deve, sem duvida fazer parte do PAC um conhecido programa envolvendo o Nordeste. Há interesse de o Governo beneficiar uma região cheia de tantos problemas. Esse tema de Transnordestina foi bastante falado pelo presidente em Petrolina, Pernambuco, por ocasião de uma visita do presidente aquela região área. Portanto, são duas obras necessárias que merecem o apoio total do Governo.
OTOMAR CARDOSO LOPES JÚNIOR [ professor da FAL]
RN: ampliar a base das exportadoras Rio Grande do Norte precisa aumentar a sua base de empresas exportadoras. A forte crise financeira internacional afetou consideravelmente o crescimento das exportações brasileiras e mais ainda no Rio Grande do Norte, tendo em vista a composição principal de sua pauta comercial contar com produtos de consumo (tais frutas, pescado, têxteis etc), justamente os mais prejudicados no mercado externo. A conseqüência desse menor ritmo de crescimento acabou impactando diretamente na base exportadora norteriograndense: em 2009 tivemos 99 empresas participando desse grande mercado comprador globalizado. É pouco, ainda, para um Estado que tem a disponibilidade geográfica a seu favor e que conta com uma “vitrine” natural com a grande quantidade de turistas estrangeiros que aqui passeiam diariamente. Por isso, cabem mais incentivos às empresas exportadoras brasileiras e do Rio Grande do Norte. A crise financeira de 2008 e a repercussão ao longo de 2009 mostraram claramente a oportunidade de coexistir uma estrutura formal de estímulo à inserção de no-
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vas empresas no mercado internacional com foco sobretudo nas pequenas e médias empresas, em moldes próximos ao que já visualizamos internamente com ótimas políticas formais de apoio às micro e pequenas empresas. A Constituição Federal já traz a orientação de que as micro e pequenas empresas terão tratamento privilegiado e nelas devem ser dedicados esforços de diferenciação, sempre obedecendo os critérios legais, mas pautado também pelo princípio da isonomia, ou seja, é preciso concordar com a idéia de que pequenos e médios empresários são ao mesmo tempo planejadores, gestores, estrategistas e atores e devem saber fazer tudo para sobreviver no mercado cada vez mais competitivo, uma realidade bastante distante das grandes empresas e dos conglomerados exportadores. Em 2009, no Rio Grande do Norte, foram 99 empresas exportadoras e boa parte delas poderia ser enquadrada na condição de “pequenos exportadores”, com vendas inferiores a US 1 milhão/ano; tivemos ainda outras 26 empresas que exportaram entre US 1 e 10 milhões e, na outra ponta, oito com vendas para o exterior acima de dez milhões de dó-
lares. Já no ano anterior, em 2008, foram 113 exportadores ao total, sendo 77 “pequenos exportadores”, 24 “médios exportadores” e outros 12 “grandes exportadores”. Perdemos 14 empresas em decorrência da crise. Isso representou uma queda de cerca de 12% em oportunidades de negócios com a exclusão desses empresários norte-riograndenses. Nossas exportações, em valores, caíram bem mais em 2009; isso significa que os mais prejudicados estão enquadrados no rol dos pequenos negócios, pois reduzimos as exportações mas as grandes empresas continuaram na condição de “grandes exportadores”. Estimular a entrada no mercado externo ou assegurar sua manutenção sobretudo em períodos pós-crise pode ser uma estratégia para oportunizar novas condições de acesso às exportações; a promoção comercial e preparação da empresa para as exigências das negociações internacionais complementariam esse reforço. O cenário de 2014 se aproxima e quanto mais cedo melhor prepararmos nossas empresas para, desde já, aproveitarem não somente a realidade atual mas o imenso mundo de negócios que (ainda) vêm por aí.
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ABEL CASTRO / DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO E NOVOS NEGÓCIOS DA ACCOR
“O Brasil virou um destino caro” FOTOS:ADRIANO ABREU
Comoosenhorenxergaoturismo nacional,atualmente? A gente pode dividir o setor em turismo de negócios e de lazer, uma vez que os dois não estão na mesma sintonia. O turismo de negócios não para de crescer, e como tem uma relação direta com a economia do país, está bastante fortalecido. Percebemos que essa demanda se encontra em constante crescimento e é bom deixar claro que o turismo de negócios engloba não somente aqueles que viajam em buscar de promover negociações comerciais, mas também os participantes de eventos, como congressos, feiras e convenções.. Já o turismo de lazer está em outra realidade, por uma série de fatores. Hoje, um dos principais pontos que provocam essa realidade é a questão do câmbio, uma vez que com a valorização do real frente ao dólar, os brasileiros passaram a viajar pelo exterior, mas a circular menos dentro do Brasil. Então, os hotéis de lazer têm hoje um resultado inferior na operação, do que aqueles estabelecimentos voltados para a demanda de negócios. Percebemosqueaquantidadede turistas estrangeiros que chega hojeaoRioGrandedoNorteébem menor do que o volume registrado antes da recente crise financeira internacional.Essa é uma realidade vista em todo o país? Sim. Há um aspecto importante na questão dos turistas internacionais, que é o fato de estarmos vendo uma queda do fluxo, tanto neste estado, quanto no Brasil inteiro. Mas eu acho que, por outro lado, o Ministério do Turismo foi criado há oito anos e tem feito um trabalho absolutamente fantástico. Hoje, vemos o ministro Luiz Barreto desenvolvendo tudo o que foi planejado desde o início, com estratégias, planos e metas muito bem definidas. O que acontece é que, por uma série de fatores, perdemos alguns turistas. Isso foi um pouco por causa de questões ligadas à aviação, já que a estrutura dos aeroportos é um dos principais gargalos hoje, e esse é um dos pontos polêmicos, para o qual temos que voltar as nossas atenções. Outro fator complicado em relação ao turismo internacional é a questão cambial, uma vez que o real está valorizado, fazendo com que qualquer pessoa que deseje visitar o país perceba que o Brasil se transformou em um destino caro, em relação a outros países da América Latina. E tem uma ação absolutamente necessária, que deve ser analisada pelo Governo Federal com muita atenção, que é a flexibilização do visto dos turistas americanos. Ela deve ser analisada com bastante cuidado, porque essa flexibilização pode ser responsável por mudar o cenário do turismo no Brasil. Isso porque será possível atrair uma demanda que hoje, além de não ser bem cultivada, tem barreiras. Dessa forma, acho que esse é um entrave importante, que deve ser mantido na pauta do próximo presidente. Quais as principais dificuldades enfrentadas enfrentadas pelo setor,atualmente? Quando falamos do setor hoteleiro, hoje há alguns problemas que o afetam com mais força. Uma das grandes dificuldades é a de encontrarmos terrenos disponíveis para a construção de novos em-
SÍLVIA RIBEIRO DANTAS Repórter de Economia
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catarinense Abel Castro Júnior ocupa o cargo de diretor de desenvolvimento e novos negócios da Accor Hospitality desde o ano de 2006. O executivo tem formação acadêmica em Turismo e Hotelaria, MBA em Marketing, com extensão em Negociação e realizou cursos sobre Gestão Hoteleira e Turismo, na Austrália e na Espanha. Nesta entrevista, o
responsável pela expansão do grupo Accor – que inclui as marcas Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Ibis e Formule 1 - em todo o território brasileiro faz uma análise do atual momento da hotelaria no país e conta alguns dos planos do grupo para o Rio Grande do Norte. preendimentos, porque o mercado imobiliário está em um momento espetacular e disputamos esses espaços com interessados em erguer prédios residenciais, de escritórios, shoppings, hospitais ou lojas de varejo. A situação chama tanta atenção, que atualmente não há um único hotel sendo construído na cidade de São Paulo. Isso termina refletindo para os clientes, pois com o tempo poderá gerar uma dificuldade em encontrar hotéis para se hospedar, além de elevar o preço da diária. Mas, mesmo assim, continuamos em forte ritmo de desenvolvimento. Comprovar o que estou dizendo, vemos que durante 2009 a Accor teve 18 empreendimentos contratados e este ano, até o momento, foram 21. Outra questão é o financiamento, que normalmente os prazos e taxas estabelecidos não são muito adequados à atividade, mas por outro lado o Ministério do Turismo vem desenvolvendo um trabalho para alongar cada vez mais esses prazos, melhorando a carência e buscando taxas mais adequadas. Prova disso é que o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) já está praticando taxas e prazos diferenciados, mas ele só está presente na região Nordeste e parte dos estados de Minas Gerais e Sergipe. Acredito que os bancos privados têm que entrar nessa atividade também. A falta de mão de obra especializada também afeta a hotelaria? Ainda não sentimos diretamente a questão da dificuldade em encontrar mão de obra, em parte porque, para minimizar essa questão, a Accor tem uma universidade cor-
porativa, que forma as pessoas dentro da empresa, já há 18 anos. Mas começamos a perceber que em vários setores econômicos há a carência de pessoal qualificado e se há carência na construção civil, por exemplo, isso terminará por refletir na hotelaria, na hora em que planejamos erguer mais hotéis ao longo dos próximos anos. ComoosetorhoteleirodoBrasilestá se preparando para a Copa de 2014? É importante deixar muito claro que a gente não pensa, em momento algum, em construir hotéis para a Copa do Mundo. Eu acho que no Brasil há um equívoco comum, principalmente por parte do Estado, que é o de fazer as contas de oferta hoteleira em função de assentos em estádios. É uma relação que a FIFA (Federação Internacional de Futebol) faz, mas não condiz com a realidade. Bom, o que posso garantir é que não faremos nenhum hotel voltado para o evento esportivo e seria um equívoco, no nosso ponto de vista, alguém tomar esse tipo de iniciativa. Estamos desenvolvendo hotéis, inclusive em todas as capitais que serão sede da Copa, porque o país precisa de hotel, com ou sem o mundial de futebol. Além disso, hotel é um tipo de empreendimento que precisa ser viável independentemente da realização desse evento, uma vez que após a Copa é preciso manter a sua operação. Um hotel é um investimento de longo prazo, que o empresário opta por um tipo de negócio, pensando em ter renda para a perpetuidade. Não dá para pensar em operar ao longo de um ou cinco
anos, por exemplo. É um tipo de negócio que demanda investimentos altos, significativos, que devem gerar receita para a perpetuidade. Então, aconselho a nunca desenvolver um hotel para um evento pontual. Imagine que o retorno financeiro de um hotel é obtido após um período de sete a oito anos. Dessa forma, é inviável construir um empreendimento desse tipo, voltado a um evento que tem a duração de um mês. Mas, mesmo assim, como já falei, nós estamos desenvolvendo hotéis em todas as capitais que serão sede da Copa e um exemplo claro que eu posso dar é o Rio de Janeiro, que é o melhor mercado no Brasil, onde há as maiores ocupações e, consequentemente, são praticadas as mais altas diárias. É um destino cobiçado por todas as redes, no qual há uma grande dificuldade de se inserir, por causa da escassez de terreno, provocada, em parte, pela própria topografia do lugar. Mesmo assim, a Accor contabiliza sete hotéis sendo construídos na cidade, incluindo um Ibis em Copacabana. Então,a Copa do Mundo não provocará mudanças na hotelaria do Brasil? Eu acho que a Copa do Mundo é importantíssima para o país, que vai ser fantástico trazer o evento para o Brasil, pois vai provocar uma exposição absolutamente maravilhosa ao redor do mundo. Entretanto, volto a destacar, não devem ser desenvolvidos hotéis pensando apenas em um evento pontual, como o mundial de futebol. Falando da Accor,quais são os at-
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Um fator complicado em relação ao turismo internacional é a questão cambial, uma vez que o real está valorizado, fazendo com que qualquer pessoa que deseje visitar o país perceba que o Brasil se transformou em um destino caro, em relação a outros países da América Latina”
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A Copa do Mundo é importantíssima para o país, que vai ser fantástico trazer o evento para o Brasil, pois vai provocar uma exposição absolutamente maravilhosa ao redor do mundo. Entretanto, não devem ser desenvolvidos hotéis pensando apenas em um evento pontual, como o mundial de futebol”
uais planos de investimento da empresa para o Brasil? Nós temos hoje um total de 142 hotéis em operação no país, mais 2 que abrem a operação em 1º de janeiro de 2011. Além de contabilizarmos 73 empreendimentos em construção no país. Isso mostra o tamanho do nosso apetite, em relação ao Brasil. A Accor é uma rede francesa, que chegou ao território brasileiro há 35 anos, pensando em se estabelecer no país e com o espírito de expansão. No Brasil, temos um crescimento muito forte, principalmente com o foco na hotelaria econômica. A nossa maior marca é o Mercure, que é um hotel quatro estrelas, mas temos outras, como Ibis, Sofitel, Novotel e Formule 1. Falando da América Latina, hoje contamos com 180 hotéis e há a intenção de chegar aos 300, até 2015. Como o Rio Grande do Norte se insere nos planos de expansão da empresa? Natal é uma cidade que adoramos e tivemos um hotel por muitos anos, o Novotel Ladeira do Sol. Foi uma parceria muito boa com o empresário Haroldo Azevedo, que se desfez recentemente, quando ele optou por alugar o prédio para a administração municipal e hoje o espaço abriga uma secretaria. Assim, atualmente, Natal não possui nenhum hotel da Accor em operação, mas temos um em implantação, da marca Ibis, que deve ter sua construção iniciada no primeiro semestre de 2011. Este hotel ficará próximo ao Machadão, mas preciso dizer que isso não tem relação alguma com a Copa do Mundo. O local é indicado para um hotel por ficar perto de secretarias do Governo do Estado e de equipamentos como shoppings. Ou seja, tem os elementos necessários e geradores de demanda, que são visibilidade, acessibilidade e vizinhança. Nesse caso, mesmo o hotel não sendo construído especificamente para a Copa do Mundo, acreditamos que o evento será muito bom para o empreendimento. Outra coisa é que temos uma grande possibilidade de desenvolver um hotel da marca Mercure no estado. Estão sendo promovidas reuniões com investidores há algum tempo, já temos um terreno identificado e estamos tentando finalizar a negociação comercial, para desenvolver esse equipamento. É nosso desejo, nossa obrigação, por não termos ainda um Mercure em Natal. Mas não posso revelar maiores detalhes, porque o contrato ainda não está assinado. Há rumores de que a Accor tem interesse em adquirir o edifício Ducal,no centro de Natal.O senhor confirma essa informação? Os proprietários do prédio entraram em contato, sim, com a Accor e nós conversamos sobre essa possibilidade, mas não tenho nada de concreto para dizer, a não ser que a negociação continua. Aquele prédio foi concebido como hotel e depois virou secretaria do município. Então, é natural que os proprietários busquem uma solução hoteleira para o edifício, que hoje se encontra fechado. Só que não temos como dizer nem com qual bandeira ele funcionaria, pois ainda é tudo muito preliminar. Na verdade, temos um outro projeto em Natal, cuja negociação está bem mais adiantada, mas também é muito cedo para fornecer detalhes.
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[ SIMPLES ] Número se refere apenas aos empreendimentos do setor de comércio varejista que
[ FIESP ]
receberiam os benefícios fiscais do Supersimples, caso o teto de faturamento passe para R$ 3,6 milhões
Câmbio é 4ª preocupação entre os empresários
Quinze mil se beneficiarão no RN ALEX RÉGIS
as 48 mil empresas potiguares que estão enquadradas no Simples, o regime tributário simplificado do Governo Federal, ao menos 40 mil são dos setores do comércio e serviços. Se o teto de faturamento subir para R$ 3,6 milhões, como sugere o Projeto de Lei Complementar (PLP) 591/10, cerca de 15 mil empresas apenas do comércio varejista potiguar serão beneficiadas com a redução da carga segundo estimativas da Fecomercio RN. Quase 96% dos estabelecimentos deste segmento são considerados micro e pequenas empresas. O comércio é apenas um dos setores produtivos do Rio Grande do Norte que ganham com a aprovação da proposta do deputado federal Cláudio Vignatti (SC). Apesar de significar desoneração e corrigir distorções no campo tributário para as micro e pequenas empresas, o projeto de lei, que promove significativos ajustes à Lei Geral, tramita na Câmara dos Deputados, mas ainda não foi apreciado pelos parlamentares. Instituições que representam os interesses das micro e pequenas empresas querem a apreciação da matéria pelo plenário antes do término do ano legislativo, sem que a matéria seja submetida às comissões técnicas. O texto original estabelece a ampliação do teto da receita bruta anual das micro e pequenas empresas de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. Além disso, o projeto propõe importantes adequações que beneficiam diretamente o Empreendedor Individual, já que, se aprovado, o PLP equipara o produtor
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rural pessoa física à empresa de pequeno porte e cria a figura do trabalhador rural avulso. Para discutir a questão no Rio Grande do Norte e acelerar a aprovação, o Sebrae-RN e a Assembleia Legislativa do Estado promovem amanhã um seminário de debates e mobilização para aprovação do texto do PLP. O evento será realizado no Salão Deputado Álvaro Dias da AL a partir das 9h. A iniciativa conta com o apoio da Frente Empresarial da Micro e Pequena Empresa, que reúne as principais entidades representativas do meio empresarial do RN, como Acim, Anorc, Facern, Sistema Faern, FCDL, Fecomercio, Sistema Fiern e Fetronor. O objetivo é pressionar para a votação do projeto. QUICK Um dos convidados do seminário é o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, que vem ao Rio Grande do Norte explicar as principais vantagens da aprovação do PLP para as pequenas empresas e, consequentemente, para a economia do país. Comitivas do interior do Estado deverão participar da mobilização para fortalecer o pleito para aprovação da redação do projeto. Hoje, o Estado já tem 105 municípios com a Lei Geral sancionada. “Esse debate é importante porque fortalece o pleito para a aprovação do Projeto de Lei. Como está, o texto confere mudanças significativas e amplia os limites estabelecidos para adesão ao Simples”, destaca o diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto.
ão Paulo (AE) - Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com 204 empresas do Estado mostra que, entre as principais preocupações das indústria paulista, a taxa de câmbio foi a que obteve o maior crescimento na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano. O câmbio, que era o sétimo problema mais citado na pesquisa, por 20,5% dos empresários, passou para a quarta posição, apontado por 28,9% dos industriais. De acordo com o levantamento, obtido com exclusividade pela Agência Estado, o câmbio, que era citado por 25,9% das empresas de grande porte no segundo trimestre, foi mencionado por 41,2% dos grandes industriais no trimestre seguinte. Entre as grandes empresas, o câmbio foi o segundo principal problema a ser enfrentado, atrás apenas da carga tributária, citada por 70,6%. Entre as médias empresas, o porcentual dos que citaram o câmbio como um dos principais problemas passou de 23,3% no segundo trimestre para 39,7% no terceiro trimestre, e entre as pequenas, de 15,4% para 18,7%. Na pesquisa, o problema mais citado pelos empresários foi a carga tributária, mencionada por 74% dos entrevistados no terceiro trimestre, ante 71,3% no trimestre anterior. Em seguida, aparecem entre as menções: a competição acirrada de mercado, citada por 45,6% dos industriais (45,1% no segundo trimestre), e as taxas de juros, com 30,4% .
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Projeto de Lei 591 sugere a ampliação do teto de faturamento para inclusão no regime do Simples
Projeto promove desoneração fiscal Em termos gerais, o texto do PLP 591/10 altera procedimentos relativos a microempresas e empresas de pequeno porte tais como: abertura, registro, funcionamento, exclusão de ofício, recuperação judicial especial, valores da receita bruta, recolhimento de tributos e contribuições, negativação de empresas e sócios; prevê a participação em sociedades de propósito específico. Assim como o Sebrae-RN, a Federação do Comércio Varejista do RN (Fecomercio) também vê na aprovação da Lei Complementar um instrumento de desonera-
ção fiscal para a maioria das empresas do setor. “Qualquer iniciativa que contribua para reduzir a carga tributária do país é sempre bem vinda. O PLP tem o mérito de desonerar o setor que é hoje o mais importante da nossa economia, que é o de micro e pequenas empresas”, disse o presidente da Fecomercio, Marcelo Queiroz. Segundo dados da Junta Comercial do Estado, as pequenas empresas somam mais de 85 mil organizações no Rio Grande do Norte. Ao menos 136 mil delas atuam na informalidade, conforme indica o censo do IBGE, que
poderão aderir ao regime tributário do Simples. Até agora, o Estado possui mais de 10 mil profissionais autônomos enquadrados como empreendedores individuais. “Tenho dito que, com os avanços; lentos ainda, é verdade; que vimos conseguindo com o Simples, no plano federal e nos estados, estamos conseguindo realizar uma reforma tributária “branca”. Aos poucos, esta ampliação de benefício começa a corrigir as distorções existentes no Brasil neste área”, enfatizou Marcelo Queiroz.
economia
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A primeira parcela do décimo terceiro salário deverá ser paga obrigatoriamente até a próxima terça-feira, dia 30 de novembro. A TRIBUNA DO NORTE consultou especialistas para saber como programar os gastos e fazer o extra render
[ FINANÇAS ]
Como aproveitar o dinheiro extra? JÚNIOR SANTOS
RENATA MOURA repórter de Economia
décimo terceiro salário, gratificação que terá a primeira parcela paga até o dia 30 de novembro em todo o país, deveria ter o papel de reserva. Deveria ser o bom e velho “pé de meia’’ não só para situações de emergência, mas também para realizar desejos. Um curso novo, um bem novo, uma aplicação financeira ou..” Uma viagem’’, diz o vendedor Flávio Matias Oliveira, 33, que desde 2008 poupa uma fatia da remuneração mensal para ir a Europa e pretende usar o décimo para reforçar as economias. Mas fazer poupança não deverá ser uma prioridade para todo mundo. E a essa altura do campeonato, alguém por aí deve estar se perguntando: “Mas afinal, como aproveitar melhor esse dinheiro?” A resposta de especialistas a essa questão é objetiva: o melhor destino para o décimo vai depender do perfil de cada trabalhador. “A grande maioria dos beneficiários está com o dinheiro comprometido e deverá usá-lo para saldar dívidas”, diz o presidente do Conselho Regional de Economia e coordenador do curso de Gestão Financeira da Universidade Potiguar (UnP), Janduir Nóbrega. Uma pesquisa da Ipsos/Associação Comercial de São Paulo mostra bem isso, apontando que a parcela dos que pretendem usar a gratificação para pagar dívidas chegará a 27,2% este ano. Apesar de representar a maior fatia na pesquisa, o percentual dos que pretendem se livrar das contas com esse dinheiro caiu. Em 2009, eles somavam 31,7%. A quantidade de trabalhadores com intenção de comprar presentes com a gratificação também deverá ser reduzida. Enquanto isso, cresce o número de interessados em poupar e também em usar esse dinheiro para embarcar para outros lugares, dentro ou fora do país. No caso de Flávio, o décimo vai dar mais fôlego ao sonho de viajar para o “velho mundo”. Como recebe por comissão e os ganhos
BATE-PAPO Bernadette Vilhena »pedagoga empresarial
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CÁLCULOS De acordo com a consultora Andreia Antonacci,especialista em legislação trabalhista do Cenofisco - Centro de Orientação Fiscal,a primeira parcela do 13º salário deve ser paga até 30 de novembro e corresponde a,no mínimo,50% do valor do benefício.Já a segunda metade tem que ser depositada até o dia 20 de dezembro.Segundo Andreia,para calcular o valor da gratificação natalina proporcional,o empregador deve dividir o salário do empregado por 12 e multiplicar pelo número de meses trabalhados levando em conta o período de janeiro a dezembro do ano vigente.“Caso tenha trabalhado o ano inteiro na empresa,o valor do 13º integral deverá ser igual à remuneração mensal.Se houver mudança de remuneração durante o ano,o cálculo deve ser feito com base no salário de dezembro”. Só no Rio Grande do Norte, o pagamento do décimo terceiro deverá beneficiar aproximadamente 1 milhão de pessoas.Juntas,elas deverão receber algo em torno de R$ 1,1 bilhão,valor que representa 1,1% do total do Brasil e 7,2% da região Nordeste.A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).“Esse abono é importante porque é salário,dinamiza a economia e também é bom para a arrecadação do setor público porque há um tributação sobre o consumo.s”,enumera o o supervisor técnico do Dieese RN, Melquisedec Moreira.
“Precisamos equilibrar a razão e a emoção” A primeira parcela do décimo sairá até o dia 30,época em que o Natal se aproxima e as tentações no comércio só aumentam.É possível ser um consumidor consciente com tantos chamarizes às compras? Ser um consumidor consciente é uma questão de hábito e atitude. Comportamentos conseguidos através de hábitos simples como o planejamento financeiro. Assim seremos capazes de “resistir” aos apelos dessa data festiva sem culpa e sem comprometer o início do ano novo com grandes dívidas. Poupar ou investir estão entre as opções para o também chamado abono natalino. Mas a maioria deverá usá-lo para pagar dívidas
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Não é recomendável incorporar esse abono à Receita” JANDUIR NÓBREGA economista
este ano não foram elevados, ele precisou mexer na poupança que estava fazendo de olho na viagem. Com o décimo, pretende repor o que gastou e reforçar a quantia. “Eu costumava usar o décimo para pagar contas. Não me programava bem. É a primeira vez que vou guardar 100%’’, diz o vendedor. O Desenvolvedor Web Acácio Alves dos Santos, 25, também já sabe o que vai fazer e não pretende dar uma destinação única ao dinheiro. A primeira parcela da gratificação, que espera receber no dia 30, ele vai usar para fazer compras de fim de ano e para cobrir parte dos gastos despendidos em uma via-
gem internacional que realizou durante as férias, em outubro. Com a segunda parcela, o plano é destinar parte à matrícula do próximo semestre na universidade e o restante à poupança. “Vou guardar para possíveis emergências”, afirma. PLANEJAR Janduir Nóbrega diz que é preciso planejar o que fazer com o dinheiro antes de recebê-lo. “Se isso for planejado antecipadamente fica possível trabalhar todas as despesas do dia-a-dia com a remuneração mensal e no final do ano ter o dinheiro livre para investir ou dar outras destinações que não sejam pagar dívidas”, observa. Ele compara o décimo ao cheque especial. “É um valor que você tem pré aprovado, mas que não deve fazer parte da sua remuneração. É uma válvula de escape para eventuais necessidades”, diz. “Mas muita gente acaba incorporando à receita mensal. E isso não é recomendável´´, continua.
CIFRA BILIONÁRIA Os números do 13º salário no Rio Grande do Norte:
R$ 1,1 bilhão
é quanto os trabalhadores receberão este ano
70%
do valor total previsto para o Estado deve ser pago entre novembro e dezembro. Para alguns beneficiários o pagamento é efetuado em meses anteriores.
1 milhão
número aproximado de potiguares beneficiados Distribuição do pagamento Grupo Beneficiários 556.809
R$ 718.518.415
R$ 1.290,42
Empregados domésticos com carteira
25.202
R$ 13.326.489
R$ 528,78
Aposentados e pensionistas (INSS)
472.553
R$ 280.641.096
R$ 593,88
Não divulgado
R$ 81.640.601
Não divulgado
Aposentados e pensionistas (Estado) Fonte:Dieese
DIVULGAÇÃO
Amerson Magalhães, da Easynvest: é preciso controlar as finanças
boa reserva de dinheiro e deseja diversificar o portfólio de investimentos a melhor opção é o mercado de ações, orienta Amerson Magalhães, da Easynvest. “Esse caminho é indicado para quem já tem reserva em renda fixa. É para os que querem diversificar e a tendência é que no longo prazo, no mercado de ações, ele tenha um rendimento superior ao da renda fixa”, observa. “Para investir em renda fixa, CDB, tesouro direto ou mercado aberto, precisa ser alguém que não precisa do dinhei-
Valor médio
Assalariados dos setores público e privado
Investimento ideal depende do caso A pesquisa da Ipsos/Associação Comercial de São Paulo mostra que aumentou de 14,6% para 18,2% a fatia de brasileiros com intenção de poupar o 13º. “É importante que o trabalhador possa investir pelo menos 10% do seu 13° salário pensando em seu futuro. Esse percentual é o mínimo recomendável e ajuda a criar a cultura do investimento”, observa o diretor da corretora de valores Easynvest, Amerson Magalhães. “A ideia é começar a controlar as finanças para ter sempre uma sobra mensal para investir”, continua o executivo. Segundo ele, o investimento ideal para o 13º depende da situação de cada investidor. “Para quem está endividado cobrir as dívidas é o melhor investimento, sem dúvida. E uma regra geral seria passar esse período sem cair na tentação do consumo, que é grande”, observa. Para quem ter uma reserva pequena ou vai dar os primeiros passos no mundo dos investidores, ele diz que o ideal é procurar investimentos de renda fixa. Uma das opções nesse sentido é comprar títulos públicos vendidos no Tesouro Direto que normalmente oferecem rentabilidade superior à caderneta de poupança e podem ser comprados a partir de R$ 200, por exemplo. “Por pura preguiça, muitos brasileiros deixam seu dinheiro na caderneta de poupança, onde ele rende metade do que renderia se aplicado em títulos públicos”, escreveu em um artigo o consultor em finanças pessoais, autor do livro “Vamos falar de dinheiro?” e editor do site Dinheirama, Conrado Navarro. Já para o investidor que tem
Total do 13º
ro que vai investir, pelo menos não de imediato. Isso porque esses recursos só vão fazer diferença no médio e longo prazo. É um dinheiro que vai “crescer”, é um investimento que precisa ser irrigado, mas o resultado positivo só virá no médio e longo prazo”, reforça o economia Janduir Nóbrega. SERVIÇO: Mais informações sobre como comprar títulos públicos e as vantagens que oferecem estão disponíveis no site http://www.tesouro.fazenda.gov.br/
Recomendação é estabelecer prioridades O passo a passo ideal para usar o décimo terceiro é colocar no papel todas as despesas e estabelecer prioridades para utilizá-lo, diz a pedagoga empresarial e editora da seção Pedagogia Econômica do site Dinheirama, Bernadette Vilhena. “Programar as compras e evitar a contabilidade mental é fundamental”, diz a especialista. A recomendação é que se coloque no papel quanto vai entrar no bolso e quanto somam todas as despesas. Com os números em mãos, é preciso analisar se apenas o salário do mês será suficiente para quitar todas as dívidas. Se não for, é preciso observar se o salário somado ao décimo terceiro vai conseguir pagar todas as contas. Se ainda assim faltar dinheiro, o jeito será definir prioridades. “Se for preciso escolher o que pagar, o ideal é optar primeiro pelo que for mais oneroso. O que tiver os juros mais altos”, diz o economista e professor Janduir Nóbrega. O funcionário público Ian Rodrigues, 30, há pelo menos seis anos não abre mão do planejamento. Foi graças a isso que conseguiu usar parte do décimo e outras economias para dar entrada em um apartamento e em um carro nos últimos dois anos. Este ano, ele recebeu a primeira parcela da gratificação em junho. “Usei parte para pagar o IPVA e outras taxas do carro. Quanto à segunda metade planejo guardar 60% na poupança. O restante vou usar para fazer um clareamento nos dentes. Acho justo que depois do ano inteiro trabalhando, ao menos uma fatia sirva para investir em mim”, frisa.
Como agir com a razão nesse período? Quando compramos temos o objetivo claro de satisfazer nossas necessidades racionais/emocionais. Algo que deve ser analisado é a empolgação momentânea. Quando somos bombardeados com os estímulos externos de compra, como as promoções, vitrines e especialmente as datas comemorativas o imediatismo nos coloca no piloto automático e surge a vontade de realizar a compra naquele momento, assim acabamos arrumando muitas justificativas para adquirir aquele bem. O importante é saber que esse comportamento é natural e que precisamos manter o equilíbrio entre o racional e o emocional. A atitude mais acertada para manter nossa saúde financeira é examinar as alternativas de compra. Uma dica prática é fazer a clássica pergunta “eu preciso comprar agora ou posso analisar melhor outras alternativas?”. Para quem tem filhos é possível deixar a emoção de lado? O posicionamento dos pais é fator essencial para a formação de cidadãos mais críticos e seletivos. A transmissão de valores através do hábito de consumo responsável tem um impacto expressivo na vida dos filhos, valores que serão absorvidos a cada dia e através da postura observada por eles. E esse comportamento deve estar presente também durante o Natal. Quando a família tem o hábito de planejar as compras envolvendo também os filhos nas decisões, o momento de escolha dos presentes de natal passa a ser prazeroso. Devemos negociar os pedidos, ensinar as crianças a buscarem as melhores opções através de comparações. lembrando que esses momentos devem ser conduzidos de forma lúdica e respeitando a idade de cada criança. Assim os pais conseguem administrar a irresistível vontade de satisfazer todos os desejos dos filhos! Como planejar os gastos? A programação para as compras é o primeiro passo. Reúna a família, liste as necessidades de cada um e defina as prioridades. Evite as compras de última hora. DIVULGAÇÃO
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economia
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economia DÓLAR COMERCIAL Compra R$ 1,727 Venda R$ 1,729 DÓLAR PARALELO Compra R$ 1,77 Venda R$ 1,87
POUPANÇA HOJE 0,5217% POUPANÇA AMANHÃ NÃO HÁ POUPANÇA CDB 10,72% BOVESPA -0,72%
SALÁRIO MÍNIMO
R$ 510,00 TAXA SELIC
10,75%
TELEFONES ÚTEIS Receita Federal: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6770 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000
GASTOS
Brasileiros gastam mais com viagens para turismo do que para estudar. PÁGINA 11 DÓLAR TURISMO Compra R$ 1,747 Venda R$ 1,833 EURO Compra R$ 2,285 Venda R$ 2,288
Editor: Vinícius Albuquerque e-mail:vinicius@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
Segundo dados oficiais de 70 governos, o país está enfrentando a maior expansão de importações em 2010 entre todos os membros do G20. Entre dezembro de 2009 e setembro deste ano, houve aumento das importações de 46%
[ OMC ]
Brasil é campeão das importações ENEBRA (AE) - A invasão de importados no Brasil bate todos os recordes. Segundo dados oficiais de 70 governos, o País está enfrentando a maior expansão de importações em 2010 entre todos os membros do G20 (20 países mais ricos e influentes do mundo) e entre todas as economias que tiveram seus dados compilados pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A comparação entre o que o Brasil importou em dezembro de 2009 e setembro deste ano mostra um aumento das importações de 46%. Em qualquer outra comparação entre 2009 e 2010, o Bra-
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EMPRESAS
70% DAS ALEMÃS INVESTIRÃO EM 2011 São Paulo (AE) - As empresas alemãs que atuam no Brasil veem em 2011 oportunidades de investimento e de contratação, apostando em uma conjuntura econômica favorável no primeiro semestre. Uma pesquisa realizada, entre os meses de setembro e novembro, com mil companhias de pequeno, médio e grande porte, associadas à Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlemanha, mostra que 70,6% das empresas pretendem investir no País e que 90% delas têm a intenção de contratar novos funcionários em 2011. O levantamento aponta que, da maioria das companhias que deseja investir no ano que vem, 54,8% preveem aportes entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões.
sil também lidera em expansão de importações. O real valorizado e o crescimento do mercado doméstico são os principais motivos do fenômeno. No fim de dezembro do ano passado, o Brasil importava US$ 12,8 bilhões. Em setembro de 2010, esse volume já chegava a US$ 18,7 bilhões. Em outubro, o volume chegou a cair um pouco, mas nada que tenha modificado a trajetória. Setembro bateu recorde em volume de importações no País. Em comparação com a média dos meses de 2006, o valor é três vezes maior. Em relação a setembro de 2009, o Brasil também tem a maior
taxa de expansão, de 43%. Na China, a alta havia sido de 24%, ante 34% na Rússia. Nenhuma das 70 economias avaliadas teve variação tão grande como a do Brasil entre dezembro de 2009 e o fim do terceiro trimestre de 2010. O Brasil já aparece nas estatísticas americanas como o parceiro comercial com o qual os Estados Unidos têm o maior superávit. Com a Europa, a situação se repete. O superávit que o Brasil tinha com os europeus desde 1999 foi zerado no terceiro trimestre, ainda que o governo aposte que as vendas de fim de ano farão com que o ano termine com superávit
a favor do Brasil. O resultado contrasta com os números de 2007, quando o País havia obtido saldo positivo de 11,5 bilhões, amplamente favorável às contas nacionais. Em 2010, o Brasil foi a economia que teve a maior expansão de importação de produtos europeus. O crescimento das vendas europeias ao Brasil foi de 54% de janeiro a agosto. Segundo os dados da OMC, China e Rússia também tiveram alta em suas importações em 2010. Mas a expansão foi maior no Brasil. A Argentina é a economia cujos números mais se aproximam dos brasileiros. No mesmo perío-
do analisado, as importações aumentaram 42%. Mas elas são apenas um terço do que o Brasil compra a cada mês, e a base de comparação é baixa. Nos Estados Unidos, maior importador do mundo, a alta em 2010 foi de 14%. Em setembro desde ano, a economia americana havia importado US$ 171 bilhões, praticamente o mesmo que os países da UE juntos. A China vem em terceiro lugar, com US$ 128 bilhões naquele mês. BALANÇA Já do lado das exportações, o Brasil obteve taxas recordes de expansão entre as maiores econo-
mias. Mas a taxa é inferior à das importações. Entre dezembro de 2009 e setembro de 2010, o volume de vendas subiu de US$ 14,4 bilhões para US$ 18,8 bilhões em setembro e US$ 18,3 bilhões em outubro. O valor de setembro de 2010 representa uma expansão de 36% em comparação com setembro de 2009, a mais alta entre os principais exportadores. Em agosto, o Brasil também havia superado os demais países, com 39% em relação ao mesmo mês de 2009 - a China havia obtido alta de 34%. Mas naquele mês as importações do Brasil haviam crescido ainda mais: 57%.
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economia
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Esse é o montante equivalente a 15 bilhões de metros cúbicos de gás queimados entre janeiro de 2004 e agosto de 2010, segundo cálculos do professor da Universidade de São Paulo (USP), Edmilson Moutinho
[ GÁS NATURAL ]
Brasil desperdiça R$ 7,4 bilhões S
ão Paulo (AE) - O Brasil ainda não encontrou o equilíbrio para aproveitar 100% suas riquezas naturais. Só na produção de gás natural o País desperdiçou R$ 7,4 bilhões nos últimos anos. Esse é o montante equivalente a 15 bilhões de metros cúbicos (m³) de gás queimados entre janeiro de 2004 e agosto de 2010, segundo cálculos do professor da Universidade de São Paulo (USP), Edmilson Moutinho. A conta foi feita com base nos números da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) e nos preços cobrados das distribuidoras no período. O levantamento mostra ainda que, na média, o País tem jogado fora 11% de toda produção nacional de gás natural, enquanto o ideal seria não ultrapassar os 4%, conforme dados do Banco Mundial. Segundo fontes do setor, a ANP quer ir além disso e reduzir os níveis de queima para 3% da produção nacional. Nos últimos meses, a agência iniciou uma série de discussões com as petroleiras, especialmente com a Petrobrás, para firmar um termo de compromisso que limite o desperdício do gás, insumo que ganhou status de combustível nobre no mundo inteiro. No mercado doméstico, o setor mergulhou num movimento esquizofrênico, destaca o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Além de queimar parte expressiva da produção e importar gás da Bolívia (referente a um contrato antigo), o preço está acima da média do mercado mundial
JÚNIOR SANTOS
NÚMEROS
11%
de toda a produção nacional de gás natural é jogada fora através da queima do combustível.
4%
seria a média ideal de perda na produção, segundo dados do Banco Mundial.
Entre 2004 e 2010, subiu mais de 266%, segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Especialistas explicam que o desperdício de gás é resultado de uma série de fatores. Um deles está ligado à falta de infraestrutura para escoar a produção. Em quase todas as plataformas, o gás é associado à produção do petróleo. Ou seja, não existe a alternativa de tirar o óleo sem o gás, que se perde por falta de alternativas de transporte. Uma parte desse combustível é reinjetado para aumentar a produtividades dos reservatórios. O que sobra a empresa vende ou queima, diz a sócia-diretora da consultoria Gás Energy, Sylvie D’Apote. Ela destaca que, em alguns casos, não é viável fazer uma infraestrutura para escoar a produção já que a quantidade de gás é pequena. “Mas queimar 11% da produção é muita coisa, é um desperdício.” Na avaliação dela, com o pré-sal, novas alternati-
vas terão de ser estudadas para limitar a queima do combustível, já que a quantidade de produção será muito maior a partir do ano que vem. A Petrobras diz que investiu US$ 400 milhões entre 1999 e 2008 para melhorar o aproveitamento de gás natural nos seus reservatórios. Nesse período, destaca a companhia, a produção de gás associado cresceu cerca de 50% enquanto o aproveitamento melhorou dez pontos porcentuais, de 75% para 85% - ou seja, 15% não teriam sido usados. De acordo com a petroleira, o plano de negócios prevê investimentos adicionais em projetos de redução de queima de gás da ordem de US$ 320 milhões, cifra que deverá elevar o aproveitamento do combustível para 92% no final de 2012. Os especialistas pedem mais. “Além de ser um crime financeiro perder tanto dinheiro, a queima de gás também representa enormes prejuízos para o meio ambiente”, afirma Adriano Pires. Ao ser queimado, o gás natural deixa de ser o combustível fóssil mais limpo e menos prejudicial à camada de ozônio comparado aos demais insumos não renováveis. Ele emite enormes quantidades de dióxido de carbono direto na atmosfera, diz Pires. A situação só não é pior porque, na queima, o metano é transformado em CO2, reduzindo em 21 vezes seu potencial causador de efeito estufa, observa Mônica de Souza, gerente do Núcleo de Energia Térmica e Fontes Alternativas da Andrade & Canellas.
ANP quer reduzir os níveis de queima do gás natural para 3%
Falta política que direcione o uso do produto São Paulo (AE) - O grande problema do gás natural é a falta de política que determine onde o combustível será usado e como, afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Hoje, além da Petrobras, o mercado consumidor de gás é formado por estabelecimentos residenciais, comerciais e industriais, veículos e termoelétricas. A prioridade é o abastecimento das residências e das usinas térmicas, que apenas são acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Ou seja, esse gás precisa ficar reservado para algum tipo de emergência. Nos últimos meses, a Petrobrás tem feito leilões de curto prazo para vender esse combustível que não é usado. O problema é que esse tipo de situação limita o crescimento do mercado por causa da falta de previsibilidade de oferta. Em 2007, quando as termoelétricas precisaram ser acionadas para complementar a geração elétrica do País, muitas indústrias tiveram de reduzir seu consumo. No ano passado, com os reservatórios cheios, as usinas não precisaram entrar em operação e sobrou gás. Coincidentemente, foi o período que a Petrobras mais queimou gás em seus reservatórios. A estatal nega que o aumento seja reflexo da queda no consumo. Na época, ela afirmou que a queima em níveis recordes era decorrente especialmente de testes de alguns projetos.
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Dados do BC mostram que, enquanto o uso dos cartões de crédito em despesas no exterior disparou 58,2% nos nove primeiros meses do ano, o pagamento de viagens com fins educacionais amargou queda de 15,4% [ VIAGENS ]
Compras são o principal foco JÚNIOR SANTOS
rasília (AE) - O gasto de brasileiros em viagens internacionais bate recorde mês após mês. A renda crescente e o câmbio favorável explicam os vários carimbos nos passaportes dos brasileiros. Mas a ida ao exterior tem sido diferente nos últimos meses: mais compras e menos estudo. Dados do Banco Central (BC) mostram que, enquanto o uso dos cartões de crédito em despesas no exterior disparou 58,2% nos nove primeiros meses do ano, o pagamento de viagens com fins educacionais, culturais e esportivos amargou queda de 15,4%. Em outubro, turistas brasileiros gastaram US$ 1,25 bilhão a mais que a receita obtida com a visita de estrangeiros ao Brasil. O saldo negativo da conta de viagens é 60% maior que o visto um ano antes e, mesmo longe do período de férias escolares, é recorde para todos os meses desde o início da série histórica em 1947. De janeiro a outubro, o déficit da conta de viagens já soma US$ 8,4 bilhões, 50% maior que o acumulado em todo o ano de 2009. Ao apresentar os números, o chefe-adjunto do Departamento
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Econômico do BC, Túlio Maciel, afirmou que o aumento da renda e emprego, aliado ao câmbio favorável, explicam os recordes seguidos. “Essa situação dá maior poder de compra aos brasileiros, o que favorece o gasto em outras moedas”, diz, o que favorece, inclusive, a estreia no exterior de viajantes da classe C. Além disso, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem de São Paulo (Abav SP), Edmar Bull, explica que há cada vez mais opções para brasileiros gastarem em dólar. “Temos uma série de voos inéditos e o número de cruzeiros cresce todo ano”, cita, ao lembrar que a conta nos navios é sempre em dólar, mesmo quando o cruzeiro for entre cidades brasileiras. Já nos aeroportos, há voos internacionais para novas cidades, como Belo Horizonte, Brasília, Manaus e Salvador. Ao mesmo tempo, São Paulo recebe voos inéditos de cidades como Barcelona, Cingapura, Doha e Dubai. COMPRAR OU ESTUDAR Com o real valendo mais, brasileiros têm lotado as malas de
[ ANEINFO ] Após um ano de sua criação, selo
da entidade é bem avaliado pelos criadores DIVULGAÇÃO
Miranda diz que empresas estão preocupadas com qualidade
Selo ajuda a desenvolver empresas de TI no Estado riado no ano passado, o Selo Aneinfo, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento do mercado potiguar de Tecnoloia da Informação, estimulando as empresas da área a corrigirem ou aperfeiçoarem todos os seus processos internos a fim de conseguir alcançar a certificação. Após um ano de existência, o presidente da Associação Norte-rio grandense de Empresas de Informática (Aneinfo), Afrânio Miranda, conta que a avaliação feita por consultores contratados pelo Sebrae ajuda no desenvolvimento das empresas de informática no RN. “Do ano passado para este ano, percebemos que as empresas estão cada vez mais preocupadas em se aperfeiçoar para garantir o selo e isso é bom tanto para os clientes quanto para a empresa em geral”. Este ano, 11 empresas foram homologadas com o selo. Afrânio explica que adquirir produtos e serviços em uma empresa certificada significa optar por uma empresa séria que trabalha com responsabilidade e qualidade em seus serviços e produtos. “Todas as empresas que se inscrevem no processo de homologação do selo, passam por uma avaliação rigorosa feita por consultores contratados pelo SEBRAE que avaliam 63 itens relacionados a atendimento, logística, pessoal, assistência técnica e outros. Para garantir o selo, era necessário que a empresa correspondesse a 80% desses itens”, esclarece. Ele diz que a finalidade de todo esse processo de certificação é mostrar ao público potiguar que existem empresas de confiança dentro do Rio Grande do Norte. “São empresas asseguradas pelo
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Sebrae e que contribui para diversos benefícios dentro do estado como geração de empregos e o imposto para dentro do estado que é revertido em bens e serviços para a sociedade”, garante. Segundo o gestor do Projeto de Apoio às Empresas de TIC (Protic) e coordenador desta avaliação, Carlos Von Shosten, o Sebrae realiza um trabalho de cliente oculto para checar se todos os procedimentos da empresa estão funcionando conforme relatado durante a avaliação. “O avaliador visita a empresa sem que ela saiba e observa aspectos como qualidade nos serviços, forma de atendimento e toda a parte legal”, explica. A empresa Peggasus, antiga NatalSoft, que trabalha com desenvolvimento de softwares, alcançou o Selo Informática Legal Aneinfo pelo segundo ano consecutivo. Para o diretor da Peggasus, Alexandre Carvalho, a empresa sempre se preocupou com processos internos, mas diz que no processo do selo conseguiu medir muita coisa dentro da empresa. “No ano passado, durante a avaliação do selo, percebemos que precisávamos de algumas melhorias que neste ano conseguimos atender. O trabalho do selo nos ajuda a enxergar onde a empresa precisa melhorar e isso reflete em avanço tanto para a empresa quanto para os clientes que sairão muito mais satisfeitos”, afirma. Um grande diferencial do processo de homologação do selo este ano, conforme o presidente da Associação, foi poder contar com mais empresas do interior do estado e saber que muitas também têm capacidade de ser reconhecidas no estado.
compras no exterior. Essas despesas pagas no cartão de crédito já somam US$ 7,13 bilhões nos nove primeiros meses de 2010. Mesmo sem os dois últimos meses do ano, a conta do cartão já supera todo o ano de 2009, quando o extrato acumulou gasto de US$ 6,58 bilhões. Outro item com forte crescimento é o pagamento de despesas diretamente ao setor de turismo, como agências de viagem, passagens e hotéis sem o uso do cartão. Nessas operações, o valor saltou 48,5% e totaliza US$ 3,91 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Na contramão da gastança com o turismo, a educação perdeu dólares em 2010. De janeiro a setembro, brasileiros pagaram US$ 31,4 milhões em viagens de intercâmbio ao exterior. O valor é 15,4% menor que o visto em igual período de 2009. A educação foi o único item do turismo internacional que amargou queda. Todos os demais segmentos, como viagens de negócios, saúde ou de governo, apresentaram aumento de gastos, apontam os dados do BC.
Com a moeda brasileira valendo mais, os turistas têm gastado mais nas viagens internacionais
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[ ANÁLISE ] Levantamento da Fundação Getúlio Vargas mostra que a inflação das matérias-primas agropecuárias atingiu, em novembro, o maior patamar em mais de dois anos
Abrindo a porteira laf@digizap.com.br
Publicação detalha comércio s principais informações do comércio agropecuário brasileiro com os 30 maiores importadores podem ser acessadas no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (www.agricultura.gov.br). A nova edição do Intercâmbio Comercial do Agronegócio – Principais Mercados de Destino apresenta dados atualizados sobre o desempenho dos produtos comercializados em cada país até 2009. O estudo abrange questões sanitárias e fitossanitárias com cada país importador, a participação brasileira nos principais destinos e o regime tarifário para os 20 produtos agrícolas mais importantes na pauta exportadora. A publicação permite ainda identificar oportunidades de exportação por mercado, tendo como referencial a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre outros.
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MERCADO Os ovinocultores enfrentam o desafio de produzir carne em escala comercial. O País precisa chegar a 100 milhões de cabeças nos próximos 10 anos para atender o consumo interno de forma regular. A ovinocultura brasileira passa por momento de grande transformação, ocasionada pelo redirecionamento da produção uruguaia para mercados de maior valor agregado, como Estados Unidos e Europa.
Transposição
Arroba
Atraso nas obras de transposição das águas do rio Francisco. Mesmo assim, mais de 60% das obras do Eixo Norte - que irá abastecer Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará -; e 40% do Leste, que chegará a Paraíba e Pernambuco estão prontos. A transposição é irreversível e deverá trazer ampla contribuição à economia do semiárido nordestino mantendo o sertanejo no seu chão.
A oferta ainda está apertada, mas alta da arroba do boi já perde o fôlego, depois de bater R$ 115 na primeira quinzena deste mês. A arroba do boi gordo fechou a última semana a R$ 110 a prazo no mercado de São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria. De acordo com Alcides Torres, da Scot, os pecuaristas estão vendendo animais mais leves aos frigoríficos, o que aumentou a oferta de bois temporariamente.
Motores do RN O ministro da Agricultura e Pecuária, Wagner Rossi, disse em Natal, na última segunda-feira no seminário Setor Exportador – Agronegócios e Pesca” que está mais perto a declaração de zona
livre de aftosa, com vacinação, para o Nordeste. O documento está encartado na edição de hoje da TRIBUNA DO NORTE, com um resumo de todas as palestras e debates.
FAZENDA Em leilão realizadao na última quarta-feira, em São Paulo, foi vendida por R$ 430 milhões, a Fazenda Piratininga, do empresário Wagner Canhedo Azevedo, ex-presidente da falida aérea Vasp. A propriedade estava avaliada em R$ 615 milhões. O dinheiro deve ser usado para pagar parte da dívida trabalhista deixada pela empresa, de acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
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1- O Brasil e a União Europeia anunciam um pacto para reduzir o desmatamento na Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolverá ações em São Félix do Xingu, no Pará, com a contribuição de 4,9 milhões de euros da União Europeia. O projeto terá a duração de 3 anos. O município lidera a lista dos maiores índices de desmatamento na Amazônia.
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O Brasil é um País autosuficiente em quase tudo o que produz no agronegócios. Apenas no trigo, com 5,6 milhões de toneladas, o País ainda precisa importar 50% das suas necessidades. Segundo o ministro Wagner Rossi, o Brail produz alimentos e preserva o meio ambiente. Ainda tem intacta 55% da sua cobertura vegetal.
Commodities manterão preços inflacionados io (AE) - Até o fim do ano, deve persistir a tendência inflacionária nos preços dos alimentos no varejo. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a pedido da Agência Estado, mostra que a inflação das matérias-primas agropecuárias no atacado, de repasse quase automático nos preços dos gêneros alimentícios junto ao consumidor, atingiu em novembro o maior patamar em mais de dois anos. Tomando por base os dados do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de novembro, a FGV apurou alta de 20,15% no acumulado em 12 meses nos preços destes produtos, a mais intensa neste tipo de comparação desde setembro de 2008, quando subiam 20,29%. As matérias-primas brutas agropecuárias comercializáveis (commodities) atingiram a primeira taxa positiva acumulada do ano, com alta de 6,61% nos 12 meses encerrados em novembro, a maior em quase um ano e meio. “Isso vai levar a novos repasses de aumentos de preço nos alimentos no varejo. A cadeia de derivados destes produtos é muito longa junto ao consumidor”, alertou o responsável pelo levantamento e coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Ele lembrou que a onda de aumentos originados do setor agropecuário começou nos últimos dois meses. Porém, a partir de novembro, a intensidade das altas mostrou que a inflação não está arrefecendo. “Ainda não posso fazer uma estimativa para a inflação de 2011. Mas, podemos dizer
FOTOS:ALEX RÉGIS
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Commodities atigiram alta positiva de 6,61% em 12 meses
que existem combustíveis novos para a elaboração de novos surtos de elevação”, afirmou o especialista. “O que nós podemos descartar é a ideia de que o pior já passou”, afirmou. Na prática, as elevações de preços são mais intensas em produtos relacionados a commodities agrícolas. O analista da Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva, comentou que produtos como fare-
[ CULTURA ] Agricultores têm até o dia 31 de dezembro para cumprir as novas regras de certificação, transporte e rotulagem exigidas pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento
Orgânicos seguem regras
ESTATÍSTICA (I) Cresceu de tamanho o rebanho bovino do país, em 1,5% em 2009 na comparação com o ano anterior e somou 205,3 milhões de cabeças. O Brasil detém o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, ficando atrás apenas da Índia. Em 2008, após dois anos em queda, o número de cabeças de gado havia apresentado alta de 1,3%. ESTATÍSTICA (II) O levantamento aponta que a maior parte desses animais estava concentrada na Região Centro-Oeste, com 34,4% do efetivo nacional, seguida da Região Norte (19,7%) e da Sudeste (18,5%). O estado de Mato Grosso é o que apresenta o maior número de animais (13,3%) e a cidade de Corumbá lidera o ranking entre os municípios, com cerca de 1,973 milhão de cabeças, representando 1% do efetivo nacional. ESTATÍSTICA (III) O IBGE também constatou que foram abatidas no ano passado 28,063 milhões de cabeças e produzidas 6,661 milhões de toneladas de carne bovina. Desse total, 13,9% foram exportadas para outros países, tendo sido observada redução do volume comercializado externamente em cerca de 9,9% sobre o ano de 2008.
setor de orgânicos terá regulamentação do governo federal a partir do próximo ano. Os produtores têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo Decreto nº 7.048/2009, específicas para produção e comercialização de orgânicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização. O produtor que cumprir as novas regras receberá o selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. Segundo o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, a legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Or-
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Con tinuam abertas, até a próxima terça-feira (30), as inscrições para doutorado do Programa de PósGraduação em Ciências Climáticas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os interessados devem preencher a ficha eletrônica pelo site www.posgradu acao.ufrn.br/p pgc.
lo de soja e subprodutos de algodão estão mais caros no mercado. De acordo com Silva, alguns produtos, como o caroço de algodão, começam a faltar no mercado. “Os alimentos concentrados proteicos estão mais caros”, resumiu. Para a economista do Santander, Tatiana Pinheiro, o cenário atual nos preços das matérias-primas agropecuárias é um fator a mais para elevar as expectativas
quanto aos resultados dos indicadores de 2011. “Creio que estamos nos distanciamento do centro da meta inflacionária para o ano que vem (de 4,5%)” disse a técnica, acrescentando que a projeção do banco para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA) de 2011 é de 5%. Na semana passada, o IBGE divulgou o IPCA-15 de novembro, de 0,86%, bem acima do teto da projeção média de mercado, que estava em 0,77%. Para os Índices Gerais de Preços (IGPs), a previsão do Santander é que terminem em torno de 4,7% para o ano que vem. “Mas podemos revisar a estimativa dos IGPs para cima, caso esta pressão de agropecuárias permaneça neste nível”, acrescentou Tatiana. Apesar do avanço das expectativas, o Santander não aposta em alta na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,75%, na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), marcada para a segunda semana de dezembro - a última do ano. “O BC deve elevar os juros sim, mas somente na primeira reunião do Copom em 2011”, acrescentou a analista. O economista do banco Schahin, Silvio Campos Neto, avalia que com a provável mudança no comando do Banco Central (BC) no ano que vem, o primeiro do governo Dilma Rousseff, crescem as incertezas sobre a condução da política monetária, bem como sobre a autonomia da autoridade monetária para manter a inflação no centro da meta.
Normas para orgânicos são previstas por decreto federal
ganizações de várias unidades da federação já solicitaram processo de regularização ao ministério. Segundo Rogério Dias, os interessados podem obter informações sobre legislação, cartilhas educativas para adequação aos novos regulamentos, formulários para cadastros e credenciamento no hot site prefira orgânicos e nas representações estaduais do ministério. Os produtos e ingredientes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua qualidade. O coordenador sugere que sejam tomadas providências, como proteger os produtos orgânicos para que não se misturem com materiais e substâncias não permitidas, cumprir as exigências das legislações específicas e identificá-los para venda avulsa e por atacado.
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[ JUROS ]
[ CARTÃO DE CRÉDITO ]
Inflação atual pede Selic mais alta
Limite para pagamento mínimo mais alto
Economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, avalia que alta do IPCA-15 registrada na semana passada mostra que BC precisa rever taxa básica em dezembro
ALDAIR DANTAS
ão Paulo (AE) - O cenário atual, tanto da inflação corrente como das expectativas do mercado financeiro para os índices, indica a necessidade de o Banco Central agir rapidamente para evitar um trabalho mais árduo da autoridade monetária em 2011 no cumprimento das metas perseguidas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A avaliação é do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal. Em entrevista à Agência Estado para comentar a forte alta de 0,86% do IPCA15 de novembro, ele disse há pouco que a atitude mais apropriada para o BC no momento é voltar a subir a taxa básica de juros, já na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará em dezembro. “Se o BC começasse em dezembro com uma alta de 0,50 ponto porcentual (na Selic), já seria suficiente até para ancorar as expectativas do mercado. Se ele demorar e ajustar mais para frente, em abril ou junho, por exemplo, como a maior parte das estimativas dos analistas começa a convergir, vai ter de começar com um ajuste de pelo menos 1 ponto”, opinou Souza Leal, para quem, apesar da necessidade de ação rápida exigida atualmente pelo comportamento da inflação, as discussões atuais do governo vêm se concentrando na possibilidade de redução da taxa de juros real do País. “O quanto antes o BC resolver este problema (do repique da inflação), menos ele vai ter se subir (a Selic)”, comentou. Para o economista-chefe do ABC Brasil, com o cenário atual
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de retomada de inflação mostrado pela maioria dos índices, ficou mais claro que o Banco Central não deveria ter interrompido em setembro o ciclo de aperto monetário iniciado em abril e que levou a taxa básica de juros de um nível de 8,75% ao ano para a marca atual de 10,75%. “Se tivesse mantido o discurso dele, a inflação corrente estaria em uma situação diferente e as expectativas poderiam estar ancoradas”, afirmou. Na terça-feira passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15 de novembro, que é uma prévia do IPCA fechado do mês, apresentou uma taxa 0,24 ponto porcentual superior à de 0,62% registrada pelo IPCA-15 de outubro. O resultado ficou acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos na véspera pelo AE Projeções, já que o intervalo aguardado pelo mercado financeiro era de uma taxa de 0,66% a 0,77%, com mediana de 0,72%. Ontem, na pesquisa Focus do Banco Central, a mediana das estimativas do mercado para o IPCA acumulado no final de 2010 subiu de 5,48% para 5,58% e a mediana das expectativas para o índice acumulado no final de 2011 avançou de 5,05% para 5,15%. De acordo com Souza Leal, grande parte da inflação corrente atual medida pelos indicadores é resultado de choques de oferta, como os vistos nos preços da carne, mas as expectativas do mercado estão subindo rapidamente e precisam ser controladas pela autoridade monetária, independente das discussões que cercam o novo governo sobre o futuro da taxa real de juros.
rasília (AE) - Demorou, mas aconteceu. O governo finalmente anunciou uma ampla rodada de regulação do mercado de cartões de crédito que começará a valer a partir de 1º de junho de 2011. A principal mudança é determinação de um limite mais alto para pagamento mínimo da fatura, que a partir de junho será de 15% e a partir de dezembro de 2011 será de 20%. A intenção, segundo o BC, é evitar o “superendividamento” das famílias. Atualmente, a prática do mercado é de 10% de pagamento mínimo da fatura, mas isso é apenas uma convenção e não uma norma. O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luiz Mendes, acredita que a medida vai ter eficácia em reduzir o nível de endividamento dos usuários, a despeito dos juros altos praticados na rolagem de dívida de cartão de crédito. Aldo, no entanto, disse que o limite para pagamento mínimo poderá ser revisto ao longo do tempo. Ele explicou que o governo tomou cuidado para não fazer uma mudança brusca que pudesse impactar a programação de pagamento das pessoas. “Mas nada impede que a gente altere isso no futuro”, afirmou. Outra alteração relevante nas regras desse mercado é a redução do número de tarifas autorizadas a serem cobradas dos clientes. Segundo Aldo, o número de tarifas cobradas serão diminuídas de cerca de 80 para somente cinco, já definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
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Banco Central precisa equilibrar a balança econômica do Brasil: guerra entre juros básicos e inflação
Setor “Serviços”é outra preocupação Segundo o economista do ABC Brasil, outro ponto que gera preocupação é a manutenção dos preços do grupo Serviços pressionados. “Estamos falando do grupo Serviços rodando em torno de 7,38% no acumulado de 12 meses”, disse, tomando como base o resultado divulgado hoje do IPCA-15 e lembrando que tal movimentação do grupo continua sendo resultado do bom momento da renda no País, que con-
tinua apresentando um cenário de economia bastante aquecida. Para Souza Leal, fica também claro que a política monetária no Brasil atualmente está atrelada ao comportamento do câmbio. Em sintonia com parte considerável dos analistas do mercado financeiro, ele disse acreditar que há uma preocupação no governo de que o aumento nas taxas de juros pode continuar atraindo cada vez
mais dólares ao País, deixando o real cada vez mais valorizado ante a moeda norte-americana e prejudicando, com isso, setores exportadores brasileiros. Justamente por este detalhe, o economista continua com um cenário oficial de projeção de aumento na Selic somente para abril de 2011. Para o final do próximo ano, a expectativa do ABC Brasil é de que o juros atinjam um nível entre 12,25% a 12,75%.
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SATÉLITES
Cientista Renan de Medeiros fala de reunião de astrônomos. PÁGINAS 3 E 4
TEMPO HOJE
TÁBUA DE MARÉS
FEIRAS LIVRES
Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 26ºC
Preamar 03h06 -0.5- 15h24 -0.7 Baixa-mar 09h32 -1.9- 21h53 -2.0
Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes
BALNEABILIDADE Impróprias Pium (Controle)
FASES DA LUA Cheia: hoje Minguante: 30/10 Nascer do sol: 5h21 Pôr do sol: 17h19
Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
O sentimento de incerteza surge cada vez que o dia começa. Eles não sabem qual será o lucro do dia, mesmo assim enfrentam as dificuldades para vender seus produtos nas praias da cidade, preferencialmente ao turistas [ ARTESÃOS ]
Um escritório lucrativo à beira-mar EMANUEL AMARAL
ALDAIR DANTAS
CARLA FRANÇA repórter
s esculturas feitas em fio de alumínio pegam carona na garupa da moto na travessia diária - zona Norte/ Ponta Negra- feita pelo artista Paulo Eduardo Braga, que há 14 anos vende artesanatos nas areias das praias de Natal. O sentimento de incerteza surge cada vez que o dia começa. Não se sabe qual será o lucro. Pode ser R$5,00 por dia ou R$ 1 mil por mês. E é com esse dinheiro que o artesão Paulo Eduardo Braga sustenta a família. Com o apurado das esculturas ele paga a escola particular para o filho Kauã, de oito anos, construiu a casa própria, comprou a moto para facilitar no deslocamento para o trabalho e o carro para os dias de lazer. “Tudo que eu tenho hoje devo a praia. Já tive outros trabalhos, inclusive de carteira assinada, mas atualmente vivo muito melhor vendendo minhas esculturas na praia. Apesar da dúvida – se vou conseguir vender alguma peça – eu prefiro ser o meu patrão e fazer o meu horário”, conta o artesão, que faz da praia o seu escritório. Quer dizer, a praia é apenas o
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Janaína vende queijo na praia de Ponta Negra: um jeito diferente
local da comercialização das peças. O ateliê, onde as obras são criadas, funciona de improviso, na sala de casa. Pela manhã ele confecciona as esculturas e à tarde, por volta das 15h, vai para o mais famoso cartão postal da cidade, de onde retorna por volta das 23h. Essa é a vida de muitos vendedores ambulantes que sobrevivem da comercialização de mercadorias pelas praias de Natal. Uma rotina difícil, que exige criatividade e uma boa ‘lábia’ para conquistar novos clientes. Criatividade é o que não falta pa-
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Eu trabalhava na coordenação de eventos de um hotel, foi quando conheci a massoterapia e descobri que é isso que eu quero fazer. E ainda mais com um ‘escritório’ desses” MARIA LÚCIA massoterapeuta
Eduardo: artesão sustenta a família com o que vende na praia
ra Francisco José Conrado Monteiro, mais conhecido como Janaína. Cearense de nascença e potiguar de coração, há 15 anos ele trabalha pelas areias das praias. Na primeira vez que a reportagem da TRIBUNA DO NORTE o encontrou, no domingo (21), ele estava vendendo churrasco de queijo. Na última quinta-feira, ele vendia CDs e DVDs genéricos, como costuma dizer. “A gente tem que desenrolar. Tem que encontrar um jeito de ganhar dinheiro e sobreviver. E graças a Deus tem dado certo. Na baixa temporada costumo fazer uns
R$ 2 mil por mês, mas na alta estação já cheguei a apurar R$ 6 mil”, diz Francisco. Para se diferenciar entre os inúmeros ambulantes, Francisco vira Janaína. E o marketing deu certo porque ele, ou melhor, ela não passa despercebida. “Esse meu cabelo discreto e o meu figurino moderno atraem olhares. O produto também é bom, o melhor queijo da praia. Mas eu sei que todos querem um beijinho da Janaína”, brinca o vendedor, que mora na Vila de Ponta Negra. A estratégia de venda também foi pensada. Os preços variam de
acordo com os clientes. Os ‘gringos’ pagam R$3,00, os turistas brasileiros R$2,00 e os ‘farofeiros’ e estudantes levam por R$1,50. Vale tudo para não perder o cliente. Janaína e seus produtos fazem tanto sucesso que ela já se tornou ‘hit’ na internet. Mas tem aqueles que preferem ser mais discretos. É o caso da carioca Maria Lúcia de Castilho que, há três anos, montou ‘sua sala’ de massagem à beiramar, tendo como coadjuvante o Morro do Careca. Por R$50,00 a sessão, ela promete deixar tranquilo até o mais estressado dos clientes. “Eu trabalhava na coordenação de eventos de um hotel, foi quando conheci a massoterapia e descobri que é isso que eu quero fazer. E ainda mais com um ‘escritório’ desses”, diz Maria Lúcia, que faz entre três e dez massagens por dia. Como não possui carro, a massoterapeuta deixa a maca guardada em um bar. O restante do material, cremes, lençóis e toalhas ela leva na ‘viação canela’, ou seja, a pé. “Antes eu utilizava o táxi, mas estava saindo muito caro. O que a gente ganha dá para sobreviver... Pagar aluguel, alimentação”, explica Maria Lúcia. Continua na página 2
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Pesquisa realizada pelo Sebrae mostra que as praias de Natal se transformaram num verdadeiro mercado ao ar livre, principalmente nos fins de semana, quando vendedores ambulantes movimentam cifras significativas
[ ARTESÃOS ]
Oportunidade de negócio nas praias EMANUEL AMARAL
s dados mais recentes, publicados em 2007, pelo Sebrae RN, mostram que as praias urbanas de Natal se transformam num verdadeiro mercado ao ar livre, principalmente nos fins de semana, quando vendedores ambulantes movimentam cifras significativas, incluindo moedas estrangeiras. Na pesquisa, que traçou o perfil desse mercado, foram entrevistados 196 vendedores ambulantes e 104 pequenos comerciantes, além de 444 frequentadores e banhistas das praias de Ponta Negra, do Meio, dos Artistas, do Forte e Redinha. O estudo realizado pelo Sebrae revelou que o cenário das praias urbanas de Natal, reconhecidas como cartões postais do Estado, apresenta oportunidades de negócios, especialmente para aqueles que têm vocação empreendedora. Grande parte dos pequenos negócios que surgem nas praias advém da necessidade de subsistência das pessoas, que por falta de alternativas, criam saídas para driblar a crise. Esses trabalhadores residem nas imediações das praias onde atuam, aproveitando a proximidade geográfica e a redução de custos com o transporte. A maioria possui baixo nível de escolaridade e qualificação profissional. Segundo a pesquisa, a maioria dos empreendimentos está implantada há mais de cinco anos, enquanto outros registram 20 anos ou mais na atividade. Fica demonstrado que esses negócios têm uma capacidade de sobrevivência superior à das empresas de forma geral, que em 49% dos casos fecham as portas até o segundo ano de vida.
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Turistas elogiam a criatividade dos ambulantes É nas areias das praias que os banhistas encontram, facilmente, os mais diversos produtos e serviços, fazendo com que o cenário, muitas vezes, ganhe ares de feira livre. Mas se engana quem acha que os frequentadores reclamam. “Eu acho o máximo a criatividade desse pessoal. Sem contar nos produtos. Compro tudo que passa por aqui. Já comprei uma canga, uma bolsa, um chapéu, comida. Se pudesse levaria mais”, disse turista mineira, Fernanda Cunha. E ela não é a única. A paulista Marissa Andrade também é adepta às comprinhas na praia. Quando a reportagem da TN a encontrou, ela estava escolhendo um dos chapéus, do vendedor Antônio Cândido. “Não acho que eles incomodam. Acho que se não tiver ambulante não é praia. É claro que tem alguns que são insistentes, chegam a ser chatos, mas eles são bem legais. Muito são super divertidos”, diz Marissa Andrade. Para Antônio Candido, o vendedor tem que saber se aproximar do cliente. “Com o tempo a gente aprende a chegar no banhista. Se você observa que ele não sorriu, nem olhou é melhor se aproximar. Prefiro perder uma venda num dia, mas ganhar o cliente no outro”, explica Candido, que durante o dia vende chapéu e durante a noite ele é garçom em um bar na orla de Ponta Negra. Como vendedor ambulante, ele ganha cerca de R$200,00 por semana na baixa estação. Mas na alta temporada esse valor varia entre R$800,00 e R$1 mil por semana.Apesar de ouvir queixas sobre a redução no fluxo de turistas no local, boa parte dos ambulantes que escolheram Ponta Negra para atuar afirma que trabalhar no local continua um bom negócio.
Maria Lúcia Castilho diz que, como não possui carro, deixa a maca guardada em um bar, mas o restante do material de trabalho, como cremes, leva para tudo para casa
Negócios em família aumentam a renda Na praia, é fácil encontrar pessoas de uma mesma família trabalhando juntas, como o casal Sebastião e Vilma Mousinho, que vendem roupas para ser usadas na praia há um ano. Eles contam também com a ajuda do filho Diego Belo. Sebastião conta que a família, natural de Nova Cruz, tirava o sustento da agricultura e optou por morar em Natal por causa da seca que atinge o interior, desde o final do ano passado. “No sítio, a gente plantava mandioca, feijão, milho e outras coisas mais. Eu gosto muito de trabalhar na roça e pretendo voltar para lá depois da alta estação, em meados de fevereiro”, afirma o ambulante. Já a sua mulher diz que não
tem planos de voltar para a cidade de origem, por ter gostado bastante de trabalhar na praia. “A gente conhece muitas pessoas novas, aprende muita coisa boa. Acho que agora eu me encontrei e não quero voltar para o interior de jeito nenhum”, ressalta Vilma Mousinho. O aposentado Francisco Félix Teixeira viu no comércio da praia a possibilidade de complementar o salário da aposentadoria. Há um mês ele começou a vender água de coco e refrigerante. Nos finais de semana ele leva o filho e a mulher para ajudar nas vendas. “Chego à praia por volta das 9h e fico até às 16h. Dependendo do movimento dá para faturar uns R$1 mil por mês. Nada mal para um apo-
sentado, né?”, brinca Francisco. ALIMENTAÇÃO Também trabalhando ao lado de um familiar está o vendedor de espetinho Renato Silva, que atua na praia há cerca de três anos e este mês passou a contar com a ajuda do filho Hugo Dantas, de 18 anos de idade. “Antes eu era vigia de um hotel e tinha um salário de R$ 600 e agora, aqui na praia, dá para fazer quase R$ 2 mil por mês”, conta. Também na região da praia mais próxima ao Morro do Careca, estava posicionado o carrinho comandado por Bernadete Marques, mais conhecida como Rosinha, em alusão à cor do equipamento e do uniforme que ela usa
para trabalhar. Bernadete comercializa camarão frito, ao preço de R$ 10 a porção, há cerca de um ano. Anteriormente, ela era proprietária de uma loja de artesanato na Praia do Meio e garante não se arrepender de ter mudado o ramo de atividade. “Trabalhar aqui é muito bom. Essa praia é uma ‘mãe’ para a gente”, comemora. Para mostrar a boa fase que vem vivendo, Bernadete revela já ter planos de expandir o negócio, levando mais um carrinho para a praia, também para vender camarão frito. “Em um ano que estou em Ponta Negra, já ganhei patrocínio e até um carrinho novo. Vou mandar o antigo para o conserto e, depois disso, pretendo colocar os dois na areia”, diz.
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Antes eu era vigia de um hotel e tinha um salário de R$ 600 e agora, aqui na praia, dá para fazer quase R$ 2 mil por mês” RENATO SILVA vendedor de espetinho
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Vou mandar o antigo para o conserto e, depois disso, pretendo colocar os dois na areia” BERNADETE MARQUES vendedora de camarão ALDAIR DANTAS
Antônio:“Se você observa que ele não sorriu, nem olhou, então é melhor se aproximar do turista”
Cai presença de turistas nas praias
Turista, Fernanda acha “incrível”a criatividade dos ambulantes
Marcos Souza Barros é natural de Manaus e mora em Natal há cerca de oito anos. Nesse período, ele trabalha confeccionando diferentes tipos de peças artesanais, como brincos, colares, cintos e artigos para decoração. Para Barros, depois que o fluxo de estrangeiros sofreu uma forte redução e o poder público passou a investir mais no turismo regional, o volume de vendas apresentou uma redução significativa. “Há uns quatro anos, víamos famílias de diversos países aqui em Ponta Negra e vendíamos bastante. Mas ho-
je a situação é outra, porque os brasileiros não compram artesanato”, lamenta. Percepção semelhante é demonstrada pelo artista plástico Josafá Lima de Oliveira, que comercializa seus quadros no calçadão de Ponta Negra há nove anos. Ele também diz ter percebido uma forte queda no fluxo de turistas, principalmente de estrangeiros, e afirma que isso tem modificado as expectativas de quem vende produtos na área. “A alta temporada se reduziu muito. Há alguns anos, esperávamos bom movimento desde o início
de novembro e hoje acreditamos que só vá se fortalecer depois do Natal”, analisa. O baiano João Moreira também reclama do baixo movimento e mesmo assim, há quatro anos ele sai da terra natal e vem para a capital potiguar vender cangas. “Fico só durante a temporada. Alugo uma casinha ali na Vila de Ponta Negra e fico por aqui tentando ganhar um extra. As vezes dá para ganhar um dinheiro, mas ultimamente dá só para pagar as despesas”, conta João Moreira, que no resto do ano trabalha na roça, lá na Bahia.
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[ SATÉLITES ] Mais de 120 cientistas do Brasil e da Europa participarão, de hoje até dia 1º, em Natal, do 4º CoRoT Brasil Workshop, para discutir os resultados de missão espacial
Cientistas europeus vêm analisar missão espacial ALEX RÉGIS
MARCO CARVALHO repórter
partir da noite de hoje, mais de 120 cientistas do Brasil e de dez países da Europa estarão reunidos no Ocean Palace, na Via Costeira, participando do 4º CoRoT Brasil Workshop, para discutir e analisar os resultados da missão espacial CoRoT. A missão teve início em 2006, com o lançamento de um satélite no Cazaquistão, e a capital potiguar sedia o encontro pela terceira vez. O 4º CoRoT Brasil Workshop será encerrado na próxima quarta-feira (1º). Os resultados da missão, que desde o início da avaliação em 2007 surpreenderam a equipe, foram antecipados pelo professor titular do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Renan de Medeiros, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE. “Mais de cem mil estrelas foram contabilizadas e vinte planetas descobertos fora do Sistema Solar, tendo um, inclusive, com características semelhantes à Terra. Temos uma diversidade muito maior do que imaginávamos e isso servirá de base para diversos projetos de pesquisa tanto na Europa quanto no Brasil”, disse. O CoRoT ganhou grande repercussão mundial pela sua busca por vida fora da Terra e também do Sistema Solar. Além da apresentação do status atual da missão, o evento tratará as principais questões científicas que contam com a atuação de brasileiros. Os seguintes temas estão pautados para discussões: Exoplanetas e astrobiologia; Rotação e Atividade estelar; Oscilações; Estrelas jovens; Sismologia de estrelas quentes. Toda a missão teve o gasto de 155 milhões de euros (cerca de R$ 350 milhões). O professor Renan de Medeiros explicou o objetivo do investimento: “O objetivo era procurar planetas dentro da zona de habitabilidade, ou seja, que possam desenvolver algum tipo de vida. Mas, a longo prazo, pretende contribuir com as grande questões da humanidade, como de onde viemos e para onde vamos”. Para o cientista, por meio da observação de planetas em diferentes estágios de desenvolvimento é possível entender o próprio desenvolvimento da Terra. “Fazemos uma espécie de filme. Quando encontramos planetas menos ‘desenvolvidos’, podemos entender como a Terra costumava se comportar. Já o oposto ocorre quando nos deparamos com planetas mais ‘avançados’: podemos prever o que acontecerá com o nosso”, esclareceu.
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MISSÃO PLATO O 4º CoRoT workshop também apresentará a missão espacial Plato (o nome do filósofo grego Platão em inglês). A missão será uma continuação da atual, porém muito maior e mais ambiciosa. Os investimentos serão de 500 milhões de euros, contra os 155 milhões da CoRoT. O satélite tem lançamento programado para 2018 com previsão de observar por seis anos cerca de 500 mil estrelas. A busca por planetas idênticos à Terra e também dentro da zona de habitabilidade continua. O Brasil terá o papel de analisar previamente as estrelas para o Plato, além de enviar engenheiros para desenvolver softwares.
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Já o oposto ocorre quando nos deparamos com planetas mais ‘avançados’” RENAN DE MEDEIROS cientista
Cientista Renan de Medeiros:“Olhar para o céu, para mim, tem o mesmo valor do ar que respiro”
ASTRONOMIA
O Homem das estrelas “A vida sorrir sempre para as pessoas que têm uma atividade a serviço do bem”
Ele já acreditou que os trovões eram causados por anjos tocando tambores e, a partir daí, criou interesse em estudar o céu. Hoje, além de ser o único cientista astrônomo do Nordeste brasileiro, tem o trabalho disputado pela NASA e pela Agência Espacial Europeia. A pesquisa desenvolvida por ele colocou o Brasil no cenário internacional de estudos astronômicos e permitiu ao país ser incluído em duas missões espaciais, a CoRot e a Plato. José Renan de Medeiros, natalense que cresceu nas ruas do bairro das Quintas torcendo pelo ABC, tem longos cabelos brancos presos em “rabo-de-cavalo” e só usa sandália de couro. “Posso ir para um jogo no Frasqueirão, visitar um ministro ou um pre-
sidente, não abro mão da sandália por qualquer sapato do mundo. Quero me sentir bem e é assim que desenvolvo meu trabalho”, conta sorridente o responsável pela “floresta de conhecimento” nesse assunto visto hoje em dia no estado. A felicidade e a paixão pelo que faz é algo notado de longe. “Olhar para o céu, para mim, tem o mesmo valor do ar que respiro”, diz homem que herdou o gosto por cálculos do pai. Pai que trabalhou como mestre de obras no distrito de Cachoeira dos Morenos, no município de Santa Cruz, a 115 quilômetros de Natal. “Ele sempre me dizia que a vida está dentro dos livros, tem que ler”, lembra Renan em sua sala no Departamento de Física da UFRN. A mesa de trabalho do cientista está cheia de livros e artigos, alguns falam da abundância quími-
ca na Via Láctea, todos em inglês. Mexe no computador e organiza alguns dos muitos afazeres. Pós-doutor pela Universidade de Genebra, na Suíça, o professor conta que só foi alfabetizado com mais de 10 anos. “Meu pai viajava bastante por causa das obras e nós íamos com ele. Isso me fez ter uma vida escolar estranha”. Estranha porque após ser alfabetizado tardiamente, foi incentivado a pular séries e acabou cursando três anos letivos em um só. Estudou na Escola Municipal Maria Lígia, nas Quintas, e fez o ensino médio na Escola Industrial, hoje Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). A decisão pela astronomia ocorreu neste período, quando “a ideia do céu começou a colar” na sua cabeça. “Me empolgava tentando olhar para mais distante. Imagina o porquê dos brilhos das estrelas”, confidencia. Leia mais na página 4
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Domingo | 28 de novembro de 2010 ALEX RÉGIS
[ SATÉLITES ] Em Genebra, Renan indagou da mulher: “Você não
acha que aqui na Suíça é muito fácil fazer ciência? Voltaram para Natal
Desafio era fazer árvores brotarem das pedras as não foi fácil seguir esse caminho. “Fiz o vestibular para física na UFRN e ninguém me apoiava quando dizia que queria estudar astronomia. Muito pelo contrário, se eu tivesse seguido o que as pessoas aqui falavam, nunca estudaria nessa área”, diz Renan de Medeiros, com um leve tom de indignação. Formado na UFRN, Renan partiu para São Paulo para fazer o mestrado. Lá encontrou todo o incentivo que precisava e se achou. “Mesmo estando vinte anos atrasado em relação a Estados Unidos e Europa, lá eu estava muito mais adiantado do que aqui em Natal”. Encontrou a mulher com quem tem dois filhos
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e vive até hoje; casou-se quatro dias antes da apresentação da dissertação de mestrado. Decidido a sair do lugar que tanto o rechaçou, deixou Natal para fazer doutorado na Europa. Mas a escolha do país foi coincidência da vida. “Estava na Itália e viajava de madrugada para conhecer Paris. No meio do caminho, nosso trem foi parado e nós obrigados a desembarcar. Acontece que o acordo entre Brasil e França havia acabado horas antes de tentarmos entrar no país, e acabamos ficando na Suíça, sem visto para ir a Paris”. Visitou Genebra seguindo conselho de um suíço que o ajudara na questão do visto. “Me encantei pela universidade e tanto
fiz que eu e minha mulher acabamos fazendo doutorado naquele país”. A mulher de Renan, Sílvia, trabalha com microbiologia molecular. A decisão de retornar a Natal foi tomada junto com a mulher. “Você não acha que aqui na Suíça é muito fácil fazer ciência? Vamos encarar o desafio de fazer árvores brotarem das pedras e que os seus frutos alimentem as pessoas”, diz o astrônomo reproduzindo o diálogo que teve com a companheira. Quando analisa os resultados dez anos depois do seu retorno, emociona-se. Fala que cumpriu seu objetivo e que não tem só uma árvore, mas uma “floresta de conhecimento”. Chora ao lembrar a
Renan revela certa mágoa quando fala da falta de incentivo da academia para estudar astronomia
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Você não acha que aqui na Suíça é muito fácil fazer ciência?” RENAN DE MEDEIROS cientista
luz do foguete CoRoT, quando ele era lançado no Cazaquistão. “A inteligência potiguar foi uma das responsáveis pela construção daquilo. Algo maravilhoso”. Um longo silêncio se segue. Em sua cabeça, retoma as boas lembranças. O homem de 58 anos, que tem dois filhos, um de 14 e outro de nove, é chamado pelo reitor da
UFRN, Ivonildo Rêgo, de “o homem das estrelas”. Considera a profissão um pedaço de si e tem o coração maior do que o cosmos. Ainda tem sonhos de crescimento e espera ver, no máximo em dez anos, um satélite lançado com o nome da UFRN estampado. A universidade agora é “terreno fértil” para estudo da astronomia.
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ARTIGO
Poder Judiciário ANELLY MEDEIROS
Mutirão carcerário 1 Mutirão Carcerário do CNJ que se realiza no Rio Grande do Norte tem trazido indignação a magistrados criminais do Estado. O principal motivo é a determinação para que os juízes reapreciem todas as liberdades provisórias que tenham sido negadas aos réus presos. Em alguns casos terão que reapreciar liberdades negadas no dia anterior. Como se não bastasse, foi determinada a remessa de uma cópia de cada decisão para o Juiz do CNJ apreciá-la. Muitos Juizes consideram tal atitude uma ingerência indevida na atividade jurisdicional e até cogitam a adoção de medidas junto ao próprio CNJ.
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Mutirão carcerário 2 Há também uma reclamação generalizada em razão de cada Vara Criminal de Natal ter cedido um estagiário e um funcionário em decorrência do Mutirão, o que em alguns casos representa mais de um terço de toda a força de trabalho disponível, agravando ainda mais o problema de falta de servidores. Mas a maior preocupação está na solicitação de 04 Defensores Públicos para atuarem durante todo
o mês junto ao Mutirão já que, como Natal só dispõe de 04 Defensores criminais, teme-se que um grande número de audiências não seja realizado. A ironia é que boa parte da pauta das Varas Criminais diz respeito aos processos da chamada Meta 2, e como o Mutirão vai até o último dia antes do recesso forense, a medida poderá inviabilizar o cumprimento da própria meta estabelecida pelo CNJ.
RODRIGO SENA
Sem obrigatoriedade
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil conseguiu uma liminar suspendendo a obrigatoriedade dos advogados apresentarem procuração pública para representar seus clientes em processos administrativos na Receita Federal.Com a liminar,está suspensa a eficácia da Medida Provisória nº 507.Para o conselheiro do CNMP,o advogado tributário Adilson Gurgel,com essa decisão a Justiça Federal recupera o Estado Democrático de Direito. “Essa exigência é descabida e contraria até Estatuto da Advocacia,prejudicando a defesa do contribuinte”, comentou o advogado sobre a decisão da Justiça Federal.
Leis do futebol e do mercado MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA Procurador da República Mestre em Direito pela PUC/SP Doutorando em Direito pelo King’s College London - KCL
ou um apaixonado por futebol. Natural, portanto, que eu acompanhe aqui em Londres, ainda que pela TV, os jogos e o noticiário do meu esporte favorito. Acontece que estou morando na região do Estádio Nacional de Wembley. Dez minutos a pé do apartamento do casal Helinski, bons potiguares (apesar do estranho nome) que me receberam muito bem. Se o destino ali nos pôs, que aproveitemos. Com tickets facilmente comprados pela internet (e entregues em casa), teríamos o nosso “debut” em Wembley: Inglaterra x Franca. Mas dado a possibilidade de Natal ser uma das sedes da Copa Mundo de 2014, decidimos ir ao jogo menos como torcedores e mais como “investigadores” (eu, pelo menos), para conhecer como se passaram e se passam as coisas com o novo Wembley. Para quem não sabe, a exemplo do que se propõe em Natal, o velho Wembley (inaugurado em 1923) foi demolido em 2003 para construção do novo (inaugurado em 2007 com capacidade para 90 mil espectadores), com a proposta/promessa de revitalização de toda a área ao derredor do estádio. Guardadas as devidas proporções, algo semelhante ao que se propagandeia para Natal e o nosso Machadão. E fomos lá, eu e o amigo Helinski, com um acerto prévio quanto aos nossos papéis. Como uma imitação destrambelhada de Holmes e Watson, eu ficaria atento (pesquisaria e registraria tudo) e ele curtiria o espetáculo, para depois me passar suas impressões. Na hora, já achei que tinha feito um péssimo negócio. Tive certeza quando ele, já no estádio, abriu a primeira cerveja. “Mas não se pode ter tudo”, pensei. Cumpri meu papel e tudo registrei. O estádio é uma maravilha, obviamente. Tudo novinho e mais de 85 mil torcedores devidamente sentados àquele dia (multidão cujo escoamento foi perfeito ao final do jogo). Pouco animados, achei, mas vai ver porque a Inglaterra perdeu por 2 x 1. Militares das várias armas do Reino Unido, afora polícia e segurança privada, dão um tipo especial de apoio, em virtude de um interessante convênio que permite o acesso gratuito de um número deles por temporada (algo que poderia ser imitado por nós, para desafogar a nossa atarefada polícia militar). Restaurantes e bares à vontade, banheiros a dois passos de você, tudo funcionando com aquela eficiência. Sim, também existam os camarotes e as áreas VIPs, aos quais, infelizmente, não tivemos qualquer acesso. Não se pode frequentar ver tudo. Para a tarefa a que me propus, comprei
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Sem desmerecer o esforço das autoridades do RN, como definir o nosso sonho para 2014? Queremos, mas não podemos, é o que está parecendo. Com a licitação para demolição e construção do novo estádio deserta, restou uma sentença: em Natal, o investimento que se pretende não se paga. E eu não vou nem entrar aqui em problemas que certamente enfrentaríamos, com dinheiro público investido, como o direcionamento da licitação/obra, o superfaturamento ou o desvio de valores. Isso ficaria para os homens de bem fiscalizar e evitar.”
até o livrinho/revista do jogo. Aqui, pelo menos para esses jogos mais importantes, tem um livrinho mostrando a história do confronto, analisando os times e explicitando as regras do estádio, tudo com muitos dados, entrevistas e fotos de ídolos de ontem e de hoje. Muita informação e até uma seção para o Direito. Estava lá a advertência do Foolball (Offences) Act de 1991: é crime ingerir álcool na arquibancada (só é permito na parte de trás, na área dos bares), assim como en-
toar cantos ou gritos indecentes, racistas, anti-semitas, islamofóbicos ou homofóbicos. Nesse ponto, nem tanto ao céu nem tanto à terra. Regras politicamente corretas, mas exageradas. Mas vai ver eles sofrem desses problemas com mais intensidade que nós. Em nossos estádios, como torceríamos sem “elogiar” a mãe do juiz? Essa nossa maior liberdade é algo muito bom e tive vontade de gritar para um inglês afetado que se achava ao meu lado: “vocês também não podem ter tudo”. Fiz, posteriormente, o meu dever de casa. Pesquisei sobre a região de Wembley. Descobri que houve um desenvolvimento na área mais ou menos coincidente com a construção do estádio. Um incremento na infraestrutura, sobretudo de transporte. Mas não saiu tudo conforme o planejado. As leis do mercado (imobiliário) são cruéis. Passados alguns anos, muito ainda está por fazer. Dos empreendimentos imobiliários prometidos ao derredor da arena – edifícios residenciais e comerciais, shoppings, salas de cinemas etc -, apenas alguns foram realizados (ou estão andamento) e muitos não foram sequer iniciados. Se muito dinheiro público foi investido (o estádio é nacional e fala-se em valores finais de 1 bilhão de libras) e algo foi desviado (era para ser tanto, mas acabou sendo tanto e algo), será que valeu a pena? Balanço do meu jogo: sobretudo por ser um apaixonado por futebol, é claro que gostaria de ter a Copa do Mundo em Natal. Mas eu insisto, não se pode ter tudo na vida. E isso, desconfio, vale para pessoas e para cidades. Londres pôde demolir seu estádio e construir um novo. Fez um bom negócio? Do ponto de vista do investimento/resultado, duvido muito. Mas talvez eles possam, com seu futebol milionário e shows de bandas e artistas famosos, se dar esse luxo. Sem desmerecer o esforço das autoridades do RN, como definir o nosso sonho para 2014? Queremos, mas não podemos, é o que está parecendo. Com a licitação para demolição e construção do novo estádio deserta, restou uma sentença: em Natal, o investimento que se pretende não se paga. E eu não vou nem entrar aqui em problemas que certamente enfrentaríamos, com dinheiro público investido, como o direcionamento da licitação/obra, o superfaturamento ou o desvio de valores. Isso ficaria para os homens de bem fiscalizar e evitar. No mais, o meu companheiro de jornada disse que a cerveja estava bem gelada. Reclamou apenas do fato de não se poder beber quando na arquibancada e que pararam de vender a tão desejada “comoditie” aos 15 minutos do segundo tempo. “Um forma de conter os ânimos após o jogo, mas é chato”, disse ele. “Mesmo seu time ganhando, não se pode beber tudo”, disse eu, sem muita convicção, lembrando as vitórias do meu ABC.
O mais novo juiz de Goiás é potiguar O casal João Félix de Morais e Miracy Fernandes de Morais estão comemorando o resultado do 54º concurso para juiz substituto do Estado de Goiás. Entre os 48 novos juízes está o nome do potiguar Carlos Gustavo Fernandes
de Morais, filho do casal. O jovem potiguar, de 27 anos, que já atuava, no Espírito Santo, como Defensor Público, já está de malas prontas para a mudança. O resultado foi divulgado na última quinta-feira. Parabéns!!!!
Na berlinda O Conselho Nacional do Ministério Público irá deliberar, no próximo dia 13, sobre o processo disciplinar que envolve o ex-procurador-geral do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Leonardo Bandarra e a promotora de Justiça Déborah Guer-
ner. Os Conselheiros analisarão a necessidade de afastamento cautelar dos promotores Bandarra e Guerner, acusados de envolvimento nos fatos apurados na Operação Caixa de Pandora, que revelou um suposto esquema de corrupção no Distrito Federal.
Mais poderosa do que nunca A Receita Federal recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal para ter acesso ao sigilo bancário de contribuintes investigados, sem prévia autorização da Justiça. A decisão foi por 6 votos a 4. Para a ministra Ellen Gracie, “Tratando-se do acesso do Fisco às movimentações bancárias de
contribuinte, não há que se falar em vedação da exposição da vida privada ao domínio público, pois isso não ocorre. Os dados ou informações passam da instituição financeira ao Fisco, mantendo-se o sigilo que os preserva do conhecimento público”, ressaltou a ministra em sua decisão.
Sem prescrição O Tribunal Superior do Trabalho entende que um trabalhador, mesmo demitido há 20 anos, tem direito a ação por danos morais e materiais por decorrência de acidente de trabalho. A prescrição foi afastada pela Segunda Turma do TST por unanimidade. O caso em questão diz respeito a um ex-fun-
cionário da AMBEV que alega que adquiriualcoolismo, porque tinha a função de degustar cerveja em todas as etapas de produção na empresa. O ministro José Roberto Freire Pimenta não analisou o direito do trabalhador à indenização, apenas se deveria ser examinada pela Justiça.
auTODAS tosAS SEXTAS & NA
motores
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TRIBUNA DO NORTE
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tn online Fred Carvalho - www.twitter.com.br/fredcarvalhorn
Tupã
Pra evitar a fadiga
Brasil passou a ter o supercomputador mais rápido do hemisfério sul e, pela primeira vez na história, atingiu a 29ª colocação da lista das máquinas mais poderosas em atividade em todo mundo. De acordo com o TOP500, órgão que avalia os supercomputadores, o Tupã, instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de Cachoeira Paulista (a 202 km de São Paulo) desde outubro, é o terceiro mais poderoso entre os equipamentos dedicados à previsão de tempo e de clima sazonal.
Sistema automatizado vendido na Dinamarca promete identificar, em tempo real, o nível de fadiga do motorista. Vendido por 1.500 coroas dinamarquesas, equivalente a R$ 460, aparelho pe-
O
DICAS - DICAS - DICAS - DICAS - DICAS - DICAS de para que motorista aperte botão para se manter alerta constantemente, e indica horários ideiais para parar o carro, deixar o volante e descansar. (Foto: Divulgação/ASP)
Investimentos em rede Somente no terceiro trimestre deste ano a TIM realizou investimentos totais de R$ 463 milhões - grande parte na expansão da capacidade 2G e no aumento da capilaridade da rede 3G. Em setembro, o serviço GSM da operadora cobriu 94% da população urbana do país. Já na rede 3G, a co-
bertura representa 52% da população urbana nacional. Segundo o presidente da operadora, Luca Luciani, no último trimestre do ano a TIM vai investir um total de R$ 1 bilhão e chegar aos 50 milhões de clientes, sendo 10 milhões de usuários de seu serviço de internet.
conectar com a família e os amigos e navegar na Internet pelo celular. A operadora lança dois pacotes especiais para o período. Para adquirir um dos pacotes, o cliente pode ligar para *525 ou ainda enviar um SMS com a palavra INTERNET para o número 767. Ligação e Torpedo são gratuitos.
Recém lançado pela ZTE em parceria com a Vivo, o telefone celular modelo X990 tem como foco os usuários que estão começando sua experiência em aparelhos com acesso a internet e troca de mensagens eletrônicas. O modelo possui tela de 2,4 polegadas, câmera de 2 MP e teclado físico com as teclas bem espaçadas para facilitar a digitação, mas não conta com tela sensível ao toque. Seu preço sugerido é de R$ 300 no plano pré-pago - podendo sair por até R$ 50 no pós-pago.
Com processador Intel Atom 230 integrado, o computador CAPE7 230, da PCWare, possibilita ao usuário uma redução de energia de até 90% se comparado aos desktops convencionais. O modelo já está à venda nas principais lojas do varejo a partir de R$ 700 com 2 GB de memória RAM, HD de 320 GB, teclado e mouse. O equipamento, que pode ir com o sistema Linux ou Windows 7, foi projetado para atender as necessidades dos usuários que buscam mais espaço e redução de custo para utilização do aparelho em ambientes domésticos, tais como acesso a internet, chat, planilhas, editor de texto e mercados mais específicos como thin client, Call Center e automação comercial, o modelo oferece alto desempenho em suas funcionalidades.
Descartáveis NATAL Neste Natal, clientes de pré-pagos terão mais vantagens para se
X990
O menor
Tablet A Acer, segunda maior vendedora mundial de computadores pessoais, revelou na terça-feira passada uma linha de tablets para competir com o iPad, da Apple, marcando sua entrada no mercado. O presidente-executivo da companhia, Gianfranco Lanci, anunciou o lan-
çamento dos tablets com telas de 5, 7 e 10 polegadas em coletiva em Nova York. O mercado de tablets está vendo a concorrência crescer com cada vez mais companhias do setor de tecnologia lançando seus dispositivos, um meio termo entre o PC e o smartphone.
CRESCIMENTO Os serviços de TV por Assinatura já atingem mais de nove milhões (9.396.548) de domicílios no Brasil, sendo distribuído para aproximadamente 31 milhões de pessoas no País. Isso representa um crescimento de 25,7% no ano e uma adição de pouco mais de 1,9 milhão de assinantes. As informações foram divulgadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Os conhecidos e-readers como o Kindle, da Amazon, e o Nook, da Barnes and Noble, poderão um dia se tornar tão descartáveis quanto câmeras fotográficas graças a uma descoberta do engenheiro e professor Andrew Steckl, da Universidade de Cincinnati, em Ohio (EUA). O engenheiro descobriu
que o papel tem algumas propriedades semelhantes às do vidro no que diz respeito a servir de base a outros materiais. Ele conseguiu com um processo chamado electrowetting - reproduzir, no papel, uma variação da tecnologia aplicada em telas de e-inks, utilizada no Kindle, por exemplo.
Guerra Um dos jogos apresentados durante o anúncio do acessório Kinect, durante a feira Electronic Entertrainment Expo (E3) 2010, e que logo se tornou um dos mais aguardados foi um baseado no universo “Star Wars". De acordo com a Microsoft, o game, ainda sem nome, que permite que o jogador realize os movimentos de um Cavaleiro Jedi chega apenas no Natal de 2011. Em entrevista ao site NewsBeat, Kudo Tsunoda, um
dos criadores do Kinect ao lado do brasileiro Alex Kipman, confirmou que o jogo baseado na saga de George Lucas, ainda precisa de mais tempo de desenvolvimento e que, por isso, seria lançado apenas no próximo ano.
A Destaque Promoções fala em números ambiciosos: pelo menos 1 milhão de foliões, fora os 45 mil turistas, deverão brincar no corredor da folia durante os quatro dias da micareta, que começa quinta-feira
[ CARNATAL ]
Folia deve parar Natal quatro dias VALDIR JULIÃO repórter
s quatro dias de Carnatal de 2010 devem ter um “gostinho” especial para os que vão brincar nos quatro dias do evento no corredor da folia, entre os dias 2 e 5 de dezembro: o carnaval fora de época completa 20 anos em Natal. Mas, para se chegar a uma data comemorativa como essa, uma megaestrutura tem de ser montada para que cerca de 45 mil turistas e pelo menos 1 milhão de foliões sejam bem tratados durante a micareta, que agora combina um misto de axé music da Bahia com o “novo forró” nordestino, com atrações que incluem as bandas potiguar Cavaleiros do Forró e cearense Garota Safada. A coordenadora da Destaque Promoções para o Carnatal, Iraci Azevedo, explica que a infraestrutura do evento “está 90% concluída” e que no máximo amanhã, tudo estará pronto. “Tem pequenos detalhes para serem acertados, que dependem de nossos clientes”, acrescentou ela. Segundo ela, a previsão contratual era de se entregar tudo amanhã, mas por conta do jogo América x Brasiliense (Série B do Campeonato Brasileiro), a empresa contratada para montagem de toda a estrutura teve de terminar o trabalho mais cedo, para concluí-lo hoje. Iraci Azevedo contou que a parte de segurança, com a Polícia Militar e empresas de vigilância está tudo acertado. Em geral a Polícia Militar “mantém a mesma quantidade dos últimos anos”, mas também “se faz a adequação a cada ano, porque existem locais mutáveis”. Iraci disse que a partir das 8:30 desta terça-feira, dia 30, o chamado sistema de Fiscalização
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Preventiva Integrada (FPI), que reúne órgãos como o Crea, Corpo de Bombeiros, Semurb e outras instituições, inclusive as Promotorias de Defesa do Idoso e da Criança e do Adolescente, farão uma vistoria nas instalações no corredor da folia, para averiguar questões relacionadas à segurança dos foliões. Ela disse que a PM já informou que vai escalar 1.800 policiais para trabalhar no entorno e dentro do Carnatal: “A Polícia não atua necessariamente dentro do quadrilátero da folia, a estratégia atual, a PM ainda vai apresentar para a imprensa, mas a Polícia atua nas paradas de ônibus, nas entradas principais e de acesso do público, além de realizar um trabalho de revista e observação que começa bem mais cedo, antes do início da folia”. LEVANTAMENTO A respeito do volume de recursos financeiros que circula na cidade por conta do Carnatal, Iraci diz que “pode se ter um levantamento empírico”, mas que o volume é muito alto, considerando-se o que haverá consumo por 1 milhão de foliões e pessoas que circulam no corredor, nos camarotes e nas arquibancadas durantes os quatro dias da festa: “A gente tem estudo mostrando que o Carnatal geral 40 mil empregos, se considerar que 1 milhão de pessoas tome uma lata de cerveja a R$ 2,00, já se gerou R$ 2 milhões circulando na cidade, se come só um churrasquinho, são mais um R$ 1 milhão”. Para ela, o volume de dinheiro que circula na cidade “é muito significativo”, considerando também que 45 mil turistas deixam os hotéis lotados, geram compras na cidade, em lojas de artesanato, bares e restaurantes.
RODRIGO SENA
BLOCOS Ordem de saída dos blocos no corredor da folia
DIA 2/12,QUINTA-FEIRA 18h30 - Cidadão Nota 10/Lane Cardoso 19 horas - Nana Banana/Chiclete com Banana 19h30 - Me Leva/Araketu 20 horas - Amar é/Jammil 20h30 - Burro Elétrico/Capilé
DIA 3/12,SEXTA-FEIRA
A coordenadoria da Destaque informou que a infraestrutura do Carnatal está 90% concluída
BATE-PAPO
DIA 4/12,SÁBADO
Ricardo Bezerra» diretor da Destaque Promoções Um dos sócios da Destaque Promoções, que realiza o Carnatal há duas décadas, Roberto Bezerra, falou sobre a expectativa do evento, que no próximo ano deve ser promovido em outro local, caso ocorra a demolição do estádio Machadão e sejam iniciadas as obras da Copa de 2014. Qual a expectativa para este Carnatal,já que o evento completa agora 20 anos de sua criação? As melhores possíveis. Um evento alegre e com os foliões dos blocos, arquibancadas e camarotes encontrando a melhor estrutura montada para eles vivenciarem um Carnatal digno dos 20 anos de sua história. A tendência do Carnatal é evoluir mais ainda,o folião pode aguar-
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Depois vamos definir formato e local adequado para o evento que pode até permanecer no mesmo local.”
dar alguma surpresa ou novidade para as próximas edições? Todo Carnatal tem novidade. As duas voltas no corredor da folia é criação nossa, a estrutura de camarote e arquibancadas intercalando, é ideia nossa, camarotes temáticos também trazem suas surpresas a cada ano. As iniciativas promocionais dos patrocina-
18h30 - Nana Banana/Chiclete com Banana 19 horas - Cerveja & Coco/Asa de Águia 19h30 - Caju/Banda Eva 20 horas - Cidadão Nota 10/Cavaleiros do Forró 20h30 - Bicho/Tomate 21h30 - Swingaê/Psirico
dores também surpreendem os foliões e este ano e nos próximos não será diferente. A Destaque já tem em vista onde vai ser o Carnatal de 2011? A mudança de local pode melhorar ou diminuir o chamariz de foliões para o evento? O evento está consolidado. Estrategicamente vamos aguardar os cronogramas das obras do estádio para a Copa de 2014. Depois vamos definir formato e local adequados para o evento, que pode até permanecer no mesmo local. Pode-se dizer que o Carnatal já é um evento sem volta e que pode ser considerado como uma abertura do período de veraneio,a chamada alta estação? É isso mesmo.
17h30 - Nana Banana/Chiclete com Banana 18 horas - Cerveja & Coco/Ivete Sangalo 18h30 - Caju/Cláudia Leite 19 horas - Bicho/Ricardo Chaves 19h30 - Cidadão Nota 10/Margareth Menezes 21 horas - Amar é/Jammil 21h30 - Swingaê/Parangolé
DIA 5/12,DOMINGO 17h30 - Cerveja & Coco/Asa de Águia 18 horas – Caju/Garota Safada 18h30 - Swingaê/Chicabana 19 horas - Bicho/Ricardo Chaves Fonte Destaque Promoções
8 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte
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[ CARNATAL ] Semob vai interditar as avenidas no quadrilátero da folia, a
partir das 15 horas do dia 2, para que seja criado um corredor para os táxis
Domingo | 28 de novembro de 2010
MAPA ORIENTA FOLIÕES DURANTE CARNATAL Destaque Promoções elabora um mapa para orientar os foliões a identificar os camarotes
Semob montará corredor especial para os táxis Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) armou um esquema para tentar reduzir o fluxo de veículos no entorno do Carnatal, a fim de estimular o uso de táxi. “Vamos fazer as coisas nos mesmos moldes do ano passado”, avisa o chefe do Setor de Fiscalização de Trânsito da Semob, Márcio Sá. Ele explica que será montando um esquema, com a interdição de avenidas no quadrilátero da folia, a partir das 15 horas do dia 2, para se criar um corredor para que os táxis tragam e levem os foliões
A
sem qualquer transtorno. Segundo Sá, a Semob vai montar três tendas, cada uma com quatro recepcionistas, para receber o folião “com tapete vermelho” o mais próximo possível do corredor da folia. Os pontos de embarque e desembarque ficarão na Prudente de Morais com a Amintas Barros, na Prudente de Morais com a Capitão-Mor Gouveia e, finalmente, na rua Romualdo Galvão com a Amintas Barros. “A ideia é incentivar as pessoas a irem para a festa de transporte público, táxi, ônibus ou alterna-
tivo”, disse Márcio Sá, a fim de se evitar o congestionamento de veículos no entorno do Carnatal. Ele disse que estarão envolvidas nesta operação e ainda na fiscalização do trânsito, um total de 80 pessoas, dos quais 40 são agentes de trânsito e 40 fiscais de transporte. A única mudança relacionada às linhas de transporte coletivo, é que os ônibus que trafegam pela avenida Prudente de Morais, passarão a entrar na Mor Gouveia, depois avenida Jaguarari e voltam para a Prudente de Morais pela Antonio Basílio, nos dois sentidos.
Av. Senador Salgado Filho
CENTRO ADMINISTRATIVO CAMAROTE ABSOLUT CAMAROTE VERMELHO CAMAROTE VERDE
Praça de alimentação
CAMAROTE AMARELO
CAMAROTE ROXO CAMAROTE AZUL
ARQUIBANCADAS Rosa Azul Verde Laranja
CAMAROTES Azul Roxo Verde
Vermelho Amarelo
CAMAROTE 2014
Av. Prudente de Morais
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VESTIBULAR
EMANUEL AMARAL
Betânia Ramalho pede que candidatos redobrem os cuidados. PÁGINA 10
TEMPO HOJE
TÁBUA DE MARÉS
FEIRAS-LIVRES
Nublado com pancadas de chuvas Máx.: 30ºC Mín.: 26ºC
Preamar 03h06 - 0.5 - 15h24 - 0.7 Baixa-mar 09h32 - 1.9 - 21h53 - 2.0
Panorama: hoje 332 bancas/196 feirantes Planalto 186 bancas/97 feirantes
BALNEABILIDADE Impróprias Pium (Controle)
FASES DA LUA Cheia: hoje Minguante: 30/10 Nascer do sol: 5h21 Pôr do sol: 17h19
Editor: Edilson Braga e-mail: braga@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
O Plano de Ação para Redução da Incidência e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero foi lançado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que anunciou garantia de aporte financeiro para dar continuidade às atividades [SAÚDE ]
Um plano para combater o câncer ANTÔNIO CRUZ/ABR
ara marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11), o INCA lançou o Plano de Ação para Redução da Incidência e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero e o quarto volume da série Câncer no Brasil – Dados dos Registros de Base Populacional. O evento contou com a participação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que anunciou garantia de aporte financeiro para dar continuidade às atividades dos Registros de Câncer de Base Populacional. O plano foi elaborado por um grupo de trabalho instituído no início deste ano pelo Ministério da Saúde. Foram definidos cinco eixos para a intensificação das ações do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero: fortalecimento do rastreamento organizado na atenção básica (Programa de Saúde da Família e Postos de Saúde) e da gestão descentralizada do programa de rastreamento; garantia de qualidade do exame citopatológico; garantia de tratamento adequado das lesões precursoras; intensificação das ações de controle do câncer de colo do útero na Região Norte (onde a doença é a principal causa de morte por câncer nas mulheres); e avaliação de alternativas de ações
P
para o controle do câncer de colo. O volume IV da publicação Câncer no Brasil – Dados dos Registros de Base Populacional traz a análise das informações coletadas no período entre 2000 e 2005 em 17 cidades brasileiras. A boa notícia é que o câncer do colo do útero vem sendo diagnosticado ‘in situ’ (nível de evolução que também pode ser conhecido de lesão precursora de alto grau), ou seja, antes de se tornar um câncer invasor, que é mais difícil de tratar e pode levar à morte. As principais informações coletadas pelos registros e analisadas na publicação foram apresentadas pelo coordenador-geral de Ações Estratégicas do INCA, Cláudio Noronha, que destacou a qualidade das informações. “Desde o início da série, nos anos 90, até agora, o número de registros participando da publicação aumentou de seis para 17, sendo que todos atendem aos critérios internacionais de qualidade, e cobrem 17% da população nacional.” O diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini, explicou que a construção do Plano de Ação para Redução da Incidência e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero é resultado de um trabalho que vem sendo feito pelo Ministério
da Saúde desde 1977, através de diversas iniciativas voltadas para a saúde da mulher. “O Plano é uma proposta concreta e efetiva definida após a avaliação do Programa Nacional de Controle do Colo do Útero (PNCCU) por um grupo de trabalho do qual participaram profissionais do INCA, de todas as secretarias do Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz, Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Conass, Conasems e secretaria de Saúde do estado do Pará.” Santini demonstrou pontos positivos e desafios do PNCCU. “Atualmente, para cada caso de câncer do colo do útero invasor, são diagnosticadas 12 lesões precursoras. Isso significa que o acesso das mulheres aos programas de detecção precoce aumentou. E o total de amostras insatisfatórias de material para exame preventivo ginecológico é inferior a 1%.” Porém o acesso não é distribuído igualmente. “Apesar de serem feitos pelo SUS 12 milhões de exames preventivos/ano, muitas mulheres fazem mais exames que o necessário e outras nunca fizeram. Enquanto na Região Sul o câncer do colo do útero não figura mais entre as cinco principais causas de morte por câncer entre as mulheres.
José Gomes Temporão garantiu o aporte de recursos financeiros para a execução do plano
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Domingo | 28 de novembro de 2010
Com 53 locais de provas distribuídos em Natal, Santa Cruz, Currais Novos, Caicó e Mossoró, o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte começa hoje com um esquema que inclui 2.600 pessoas [ VESTIBULAR ]
Apreensão para 28.150 candidatos FOTOS:JÚNIOR SANTOS
hegou o grande dia para os 28.150 estudantes que se inscreveram para participar do processo seletivo 2011 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A maratona de provas terá início às 8h da manhã deste domingo e vai terminar na próxima terçafeira (30). Mais de 2.600 pessoas – entre coordenadores, fiscais e seguranças – vão trabalhar durante os três dias do vestibular. Ao todo são 53 locais de provas distribuídos entre os municípios de Natal (40), Caicó (5), Santa Cruz (3), Currais Novos (3) e Mossoró (2). A Comperve orienta que os alunos saiam de casa com antecedência, principalmente os mais de sete mil vestibulandos que farão as avaliações no Campus Central da UFRN, pois é grande a possibilidade de congestionamento nos acessos aos locais de prova. “É no primeiro dia de prova que registramos o maior número de candidatos ausentes. Vale lembrar que os portões serão abertos às 7h20 e fechados às 8h. Após esse horário não é permitido o acesso às salas de aula. E o aluno põe a perder todo o trabalho de um ano”, disse a presidente da Comissão Permanente do Vestibular, Betânia Ramalho. Os ônibus circulares da UFRN vão funcionar normalmente nos três dias de prova. A Comperve também solicitou à Secretaria de Mobilidade Urbana para que , se necessário, seja feito um reforço na quantidade de ônibus que vão rodar pela cidade, pois além do Vestibular, outros dois concursos serão realizados no mesmo dia. Outro ponto importante é com relação aos documentos. É imprescindível que o candidato apresente o documento de identidade oficial com foto (de preferência o que foi utilizado na inscrição), caso contrário ele não fará a prova. Quem perdeu o documento, pode fazer o boletim de ocorrência ou levar carteira de trabalho ou passaporte. A presidente da Comperve orienta ainda que os candidatos não levem aparelho de celular, relógio digital ou qualquer equipamento eletrônico sob pena de serem eliminados do certame. “Se por acaso o candidato esquecer o celular ligado e o aparelho tocar durante a prova, ele é eliminado do processo seletivo. Assim para evitar problemas é melhor não levar. Assim como relógios com calculadores, Ipod, MP3. O mais seguro é deixar em casa”, disse Betânia.
C
PROVAS No primeiro dia do vestibular, os alunos farão uma prova com 60 questões objetivas das disciplinas de Química, Física, Biologia, Matemática e Língua Estrangeira. No segundo dia será a vez das provas de História, Geografia, Português e Literatura (totalizando 44 questões) mais a prova de Redação. No último dia será feita a prova discursiva (12 questões), que varia de acordo com a área de conhecimento e o curso escolhido pelo candidato. Os alunos terão 4h30 para fazer a prova. Com exceção dos alunos portadores de necessidades especiais, que terão uma hora a mais. “Essas são as orientações principais. No mais, pedimos para que os candidatos mantenham a calma, montem a sua estratégia para aproveitar melhor as 4h30 que terão para resolver as questões”, disse Betânia Ramalho.
“
É no primeiro dia de prova que registramos o maior número de candidatos ausentes. Vale lembrar que os portões serão abertos às 7h20 e fechados às 8h.” BETÂNIA RAMALHO presidente da Comperve
Os 28.150 candidatos farão as provas do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em salas como esta, em Natal, Santa Cruz, Currais Novos e Caicó
Salas especiais para 31 candidatos Este ano 31 candidatos solicitaram condições diferenciadas para fazer as provas do Vestibular 2011 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Todos eles foram colocados na Escola Estadual Professor João Tibúrcio, localizada no bairro do Alecrim. A escola é adaptada para receber os portadores de necessidades especiais. Há rampas espalhadas por todo o prédio, além dis-
so foi colocado o piso tátil para orientar os deficientes visuais. Dois banheiros são adaptados para os cadeirantes. “Há três anos nós recebemos esses alunos especiais. As 15 salas já começaram a ser organizadas desde a sexta-feira. Geralmente acomodamentos um portador de necessidade auditiva e o seu leitor com um cadeirante. Ou um com problemas de visão e o seu escri-
tor com o cadeirante”, explica a vice-diretora da escola, Iraci Maria da Fonseca. Ainda segundo a vice-diretora, que vai coordenar os trabalhos na escola, os três dias de prova geralmente são tranquilos. “Alguns candidatos não conseguem concluir a prova nas 4h30 determinadas pela Comperve, mas eles ganham uma hora a mais que os outros”, disse.
NÚMEROS DO VESTIBULAR IMPRESSIONAM Saiba qual é a demanda por curso e o calendário das provas
Números do Vestibular 2011
28.150 6.139 76
inscritos
Portadores de necessidades especiais terão uma sala específica
vagas
ALIMENTAÇÃO NOS DIAS DO VESTIBULAR
cursos de graduação
53
locais de provas
2.632
pessoas envolvidas no vestibular (coordenação,fiscalização e segurança)
Provas Domingo (28/11/2010) Provas objetivas de Química,Física, Biologia e Língua Estrangeira - 60 questões Segunda-Feira (29/11/2010) Provas objetivas de História,Geografia, Português e Literatura - 44 questões Mais a prova de Redação. Terça-Feira (30/11/2010) Provas discursivas -12 questões Horários ➔ Abertura dos portões:7h20 ➔ Fechamento dos portões:8h ➔ Tempo de duração das provas:4h30. Com exceção dos alunos portadores de necessidades especiais,que terão 1h a mais
Concorrência Vestibular 2011 UFRN Mais concorridos
Menos Concorridos
Medicina (MTN – Formação)
Matemática (MT – Bacharelado)
Demanda
29,44
Demanda
Candidatos
2.944
Candidatos
13
Vagas
20
Vagas
100
Estatística (M - Formação)
Psicologia (MT – Formação) Demanda Candidatos Vagas
15,98 719 45
Candidatos Vagas
Demanda
0,66
Candidatos
33
Vagas
50
Química (M – Licenciatura)
Arquitetura e Urbanismo (MTN-Formação) Demanda
0,65
Demanda 11,38 455 40
0,86
Candidatos
43
Vagas
50
6É recomendado não fazer as provas de estômago vazio.É importante tomar o café da manhã para compensar o período do jejum noturno ocorrido nas horas em que o vestibulando estava dormindo.Consumir carboidratos complexos (pães integrais,bolos sem recheio,tapioca,cuscuz, granola,cereais matinais integrais) é importante,pois eles são boas fontes de energia. 6Consumir frutas conforme a preferência,seja em pedaços,ou suco,ou ainda vitaminas. 6As gorduras possuem uma digestibilidade longa.Evite queijos gordurosos como queijo de manteiga,coalho ou mussarela. Queijos brancos ou requeijão são boas opções. 6Devido a tensão e o estresse que normalmente aumentam, a produção de ácido lático e radicais livres também ficam elevadas. Refeições contendo alimentos leves e frutas suculentas (com bastante água e antioxidantes naturais) são fundamentais em todas as refeições durante o período de
provas. 6Quem não tem o hábito de tomar café pela manhã,deve se habituar antes dos dias de prova. Caso não consiga,é importante levar algo para comer tão longo da manhã. 6 Se antes das provas o vestibulando consumir alimentos em demasia,isso causará letargia, ou seja,o efeito será sonolência na hora da prova! NA HORA DA PROVA - É recomendado levar água,frutas de fácil consumo como a maçã, biscoitos secos e,de preferência, sem recheios.Barra de cereal,suco de caixinha e água de coco também são boas opções.Devemse evitar alimentos que causam sede. 6O chocolate,apesar de ter uma quantidade considerável de antioxidantes e substâncias que ajudam a relaxar,pode trazer desconforto gastrointestinal. Desta forma,se consumido entre 10g e 30g poderá fazer parte do cardápio,preferencialmente,como uma sobremesa.
natal
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3porquatro
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POR ANNA RUTH DANTAS
AMADO BATISTA
PESQUISA REALIZADA PELO ESTADÃO REVELOU UM DADO CURIOSO:O CANTOR AMADO BATISTA É O PRIMEIRO DA LISTA DOS PIRATEADOS COM 2 MILHÕES DE UNIDADES VENDIDAS NO PAÍS.“VEJA O POUCO QUE EU VENDO EM RELAÇÃO AO QUE AS PESSOAS CONSOMEM.EU VENDO EM TORNO DE 200 MIL OU 250 MIL CDS POR ANO”.
O campeão de venda pirata no país FOTOS:EMANUEL AMARAL
boas ou ruins, depende de como está o relacionamento.
Após 35 anos de carreira, qual foi o grande momento de Amado Batista? Acho que minha carreira tem sido um nivelamento tão grande. Quando a gente começa tudo que acontece é novo, teve aquele boom no começo que continua até hoje. Tenho em torno de 25 milhões de discos vendidos até agora e você vê que o nível continua. Lancei meu último disco e com 15 dias já é disco de ouro e platina, mesmo com essa pirataria toda que está aí. A maioria dos artistas nem está mais vendendo disco, está dando de graça para promover o produto. Esse disco saiu, e com 15 dias e já vendeu 100 mil unidades. Qual a fórmula que você usa para que o seu público compre o CD e não optar pelo pirata? Mas eles (os fãs) também buscam muito o pirata. Segundo uma pesquisa do Estadão, eu sou o primeiro da lista dos pirateados com 2 milhões de unidades vendidas. Veja o pouco que eu vendo em relação ao que as pessoas consomem. Eu vendo em torno de 200 mil ou 250 mil CDs por ano, que é um número muito grande para os dias de hoje. Mas esse é um número muito pouco perto do que eu poderia vender. Eu vendi uma média de 1 milhão e continuaria vendendo isso se não tivesse o pirata. Os cantores costumam reclamar das emissoras de rádio,que são fechadas, e já não abrem espaço para os cantores mais antigos. Você também traz essa queixa? Infelizmente eu tenho essa queixa. Acho que não respeitam os pedidos dos ouvintes hoje. Isso faz com que as vezes a programação não seja a real. O cara pede para ligar, você liga, se não for o artista que eles estão apoiando, protegendo, não toca. Infelizmente, isso é no Brasil inteiro. Mas aquelas rádios que respeitam os ouvintes estão sempre na frente. Você canta músicas românticas. Após 35 anos de carreira não é difícil falar de “amor”? Não é difícil. O amor tem várias facetas, momentos diferentes. A vida inteira falamos disso. Os artistas que cantam romântico são os que mais duram, é o meu caso, o de Roberto Carlos, Julio Iglesias. Há um interesse muito grande do público pelo artista romântico. Então é o meu caso. Estou aí há muito tempo e falar de amor é sempre muito bom amor. Você sente algum tipo de preconceito com relação à sua música? Acho que você é impossível ser infalível, ter unanimidade, nem Cristo conseguiu isso e não serei eu que vou conseguir. As pessoas têm direito de discordar de mim, não gostar do que eu faço. A mídia ou qualquer outra pessoa pode discordar. O importante é que a maioria das pessoas consegue estar ao meu lado, consumindo o meu trabalho, gostando do que estou fazendo, não tenho a mínima pretensão de ser unânime em Natal. Estou muito feliz do que aconteceu comigo até agora e o que acontece. O que é uma música ruim? A que você não gosta. Para mim só existem duas músicas: a que eu gosto e a que eu não gos-
Você se sente exposto nas letras que você escreve? Muitas vezes. Mas não só sobre minhas histórias, as pessoas do dia a dia. Sou normal como todo mundo. O que escrevo acaba coincidindo com o das pessoas também. “O cantador de história”(título do livro,recém-lançado,que fala da vida dele), qual a história que Amado gosta de cantar? Eu nunca gravei nada que não gostasse. Sempre tive a liberdade de escolher e gravar o que sempre quis, mesmo quando eu não era o Amado Batista famoso. Sempre tive de outras gravadoras a liberdade de gravar o que quis e do jeito que eu queria. Então, não tem uma música que eu tenha mais prazer de cantar. Tanto faz aquela que fez sucesso, quanto a que não fez, eu acho tão boa quanto.
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epois de três décadas de carreira, os números que vêm com o cantor Amado Batista surpreendem. Ele já vendeu mais de 20 milhões de discos. Seu último lançamento, com 15 dias, já havia ganho disco de ouro e platina. Uma conquista que chama atenção, principalmente, em se tratando de um mercado onde há muita pirataria de CD. “Eu vendo, segundo uma pesquisa do Estadão, eu sou o primeiro da lista dos pirateados com 2 milhões de unidades vendidas piratas. Veja o pouco que eu vendo em relação ao que as pessoas consomem. Eu vendo em torno de 200 ou 250 mil CDs por ano, que é um número muito grande para os dias de hoje. Mas esse é um número muito pouco perto do que eu poderia vender”, afirma, sem qualquer falsa modéstia. Amado Batista rechaça o termo brega, diz que gosta de falar e cantar sobre o amor. Qual o melhor momento para compor uma música? “Quando se está apaixonado. Aí você acaba saindo fora de você e escrevendo coisas que no estado normal você talvez não escreveria”, responde, de pronto. Quando você está apaixonado você diz um monte de coisas boas ou ruins depende de como está o relacionamento. Para ele, o diferencial de conseguir fazer sucesso em meio ao concorrido mercado fonográfico é o fato de cantar o que as pessoas gostam. “Eu sou um artista que o meu gosto pessoal eu identifico com a maioria das pessoas. As vezes não quer dizer que um artista que não venda não seja boa a música dele. É que, às vezes, a música dele não vai ao encontro da maioria das pessoas”, destaca. Às emissoras de rádio uma crítica: para Amado Batista, elas deixaram de tocar o que as pessoas pedem em detrimento de divulgar apenas os cantores apadrinhados. Já para a televisão, o cantor lamenta o fim dos musicais e afirma que para aparecer em programas de televisão hoje é preciso saber cozinhar. A ironia é uma referência a programas que mostram artistas na cozinha. O convidado de hoje do 3 por 4 é um cantor famoso, um homem simples, uma pessoa atenciosa. Com vocês, Amado Batista:
“
As pessoas têm direito de discordar de mim, não gostar do que eu faço. A mídia ou qualquer outra pessoa pode discordar.”
to. Isso vai muito de pessoa para pessoa. As vezes, a música que eu adoro é a música que você não gosta. E esse é um direito que você tem de não gostar. O que é música brega? Não sei. Esse termo brega lhe traz algum tipo de tristeza,insatisfação? Não. Se a pessoa tem prazer de dizer isso, diga.
Mas algumas pessoas afirmam que sua música é brega? Isso acontece porque são pessoas que não gostam do que eu faço. É um direito que eles têm. Podem me xingar do que eles quiserem. Brega é um xingamento para você? É só olhar no dicionário o que é brega. Como se sobrevive no mercado mais de três décadas? Sendo honesto com o que faz, gravando o que gosta, do jeito que gosta, através do gosto da maioria das pessoas. Eu sou um artista que o meu gosto pessoal eu identifico com a maioria das pessoas. As vezes não quer dizer que um artista que não venda não seja boa a música dele. É que, as vezes, a música dele não vai ao encontro
Detalhes Amado Batista é considerado um dos cantores da música romântica do Brasil. Ele nasceu em uma fazenda em Davinópolis, no Estado de Goiás. Até os 14 anos trabalhava na roça. Junto com os outros 12 irmãos, plantava verdura, fruta e parte da colheita era destinada aos donos da fazenda. Hoje esse exagricultor é artista de sucesso, que já vendeu mais de 20 milhões de discos.
Se você quer entrar em um programa de televisão para cantar, você tem que cozinhar primeiro ou assistir um cara fazendo comida.”
Qual o melhor momento para compor uma música? Quando se está apaixonado. Aí você acaba saindo fora de você e escrevendo coisas que no estado normal você talvez não escreveria. Quando você está apaixonado você diz um monte de coisas
Você há de convir que no Brasil há dezenas de cantores que entoam músicas românticas.Entre tantos, você sobrevive muito bem. Qual o seu diferencial para conseguir essa posição? Não sei. Cada pessoa tem um jeito de ser, meu jeito de cantar, de expressar é o que as pessoas gostam. Para mim o sucesso não tem como explicar. Nunca soube explicar o sucesso. Tem uma série de coisas que você faz para que uma coisa possa ser boa. Você disse que tem muitos fãs, mas você já não circula tanto como antes na mídia de rádio e televisão? Eu toco sim. Faço televisão. Claro que antigamente existiam vários musicais na televisão e hoje não tem nenhum. Como você vai poder estar na televisão toda hora? Antigamente tinha Bolinha, Chacrinha, Almoço com as Estrelas, tinha musical de Sílvio Santos. Tinha uns sete programas e hoje não tem nenhum. Por acaso, no domingo, no Faustão as vezes canta um cantor. Muitas vezes é um programa mais de concurso de dança, dar pizza. Se você quer entrar em um programa de televisão para cantar, você tem que cozinhar primeiro ou assistir um cara fazendo comida.
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da maioria das pessoas. Só meia dúzia de pessoas que gosta, mas não quer dizer que seja uma música ruim.
O que o leitor pode esperar desse livro sobre Amado Batista (“O Cantador de História”)? Esse livro é resultado da conclusão do curso de uma aluna da Unip de São Paulo. Nós artistas e eu já fiz várias vezes entrevistas para alunos para concluírem o curso de Jornalismo. Já fiz com vários alunos, e agora ela fez tão bem que a editora lançou como livro. Isso me dá prazer de que acabei colaborando no que resultou em um livro que já lançou mais de 50 mil exemplares.
Perfil O que é o sucesso: é ser reconhecido pelo trabalho Em que acredita: acredito em mim,muito Um plano: continuar gravando,estou a cada dois anos com um disco novo.
Esse novo perfil dos programas de televisão dificulta o trabalho dos cantores. Dificulta o de todo mundo. É por isso que as vezes você não vê ninguém na televisão. Qual o desafio que se coloca agora na sua carreira profissional? É só continuar gravando como eu sempre gravei. O resultado está aí. O disco novo, com poucos dias, já é disco de ouro e platina.
12 | Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte
natal
Domingo | 28 de novembro de 2010
Impedida de trabalhar devido ao estado de saúde, ex-agricultora Patrícia da Rocha, que teve 70% do corpo queimado, quer reparação da prefeitura pelo incidente ocorrido no início do ano. Para isso, entrou com ação na Justiça
[ BOA SAÚDE ]
Sobrevivente, mas sem assistência ADRIANO ABREU
CIRO MARQUES repórter
noite de 2 de fevereiro deste ano, na cidade de Boa Saúde, a 69 quilômetros de Natal, ainda está bem viva na memória da Patrícia da Rocha Costa, de 34 anos. Sobrevivente de uma explosão com fogos de artifício, a ex-agricultora conseguiu se recuperar, depois de quase três meses internada no Hospital Walfredo Gurgel, na Capital do Estado, de queimaduras de 1º, 2º e 3º graus que atingiram 70% do seu corpo. Hoje, no entanto, ela ainda sofre com a falta de assistência da Prefeitura de Boa Saúde, enquanto aguarda o andamento de um processo de indenização na Justiça pelos danos físicos e psicológicos sofridos no incidente. “Lembro que disse para minha amiga: isso (fogos de artifício) é tão bonito, mas também tão perigoso. Depois disso, veio a explosão e desmaiei”, relembrou Patrícia, encontrada pela equipe da TRUBUNA DO NORTE sentada em uma cadeira em frente à casa onde mora com o companheiro e os quatro filhos, de 14, nove, oito e sete anos, na humilde comunidade conhecida como Maretas, em Boa Saúde. Para encontrá-la, por sinal, apesar da comunidade ficar um pouco afastada do centro da cidade, não foi tão difícil. Isso porque todos da região conhecem Patrícia, como “a filha de Bia Magrinha”, ou “a mulher de Luís Tratoreiro”, em referência ao companheiro dela, Luís Gaudêncio, ou ainda “a mulher que sobreviveu a explosão na praça”. Patrícia estava em casa quando a equipe da TN chegou sem avisar. Sem mais trabalhar com a agricultura, por não poder ficar sob o sol, ou andar pela cidade, também devido ao mal que os raios ultravioleta fazem a pele sensível e cheia de cicatrizes, a ex-agricultora passa boa parte do tempo sentada, cuidando dos filhos. “Minha vida mudou muito. Não posso fazer quase nada agora. Só as vezes que lavo uma louça, ou ajeito a comida dos meus filhos”, revelou ela. No rosto, as marcas pelo sofrimento que passou são poucas. Praticamente nenhuma. No resto do corpo, porém, as lembranças estão presentes. São cicatrizes nos dois braços, no abdômen, nas pernas, na virilha, nos pés. A que ainda causa mais sofrimento é a do tornozelo direito, que não está totalmente recuperado. Fraturado em três partes na ex-
A
plosão, passou por cirurgia, mas não pode ser imobilizado. O resultado foi um ferimento que necessita de um trabalho quase que diário de fisioterapia, mas que sem a ajuda da Prefeitura de Boa Saúde, não está sendo feito. “Eles me ajudaram por muito tempo. Quase todos os dias, me pegavam na minha casa e me levavam para a fisioterapia no hospital de Boa Saúde (o Januário Cicco). Infelizmente, um mês depois que entrei com o processo de indenização, eles deixaram de fazer isso”, afirmou Patrícia, que recorreu à Justiça para, pelo menos, amenizar o sofrimento que passou. “Hoje, não posso mais trabalhar e ajudar minha família. Sei que não vou ter minha vida de volta, mas isso não pode ficar assim. Tem que servir de exemplo para que outros casos iguais não ocorram”, afirmou ela.
Patrícia está impedida de trabalhar na agricultura por conta das sequelas que a explosão dos fogos de artifício deixaram em seu corpo
ADRIANO ABREU
“
Lembro que disse para minha amiga: isso (fogos de artifício) é tão bonito, mas também tão perigoso. Depois disso, veio a explosão e desmaiei” PATRÍCIA DA ROCHA COSTA ex-agricultora
O valor da indenização, Patrícia disse não saber. Desde junho ela está com o processo acompanhado por um advogado de Natal, que ela conhece apenas pelo primeiro nome: Lincon. “Ainda não tivemos nenhuma audiência”, justificou ela para o motivo do desconhecimento do valor. Foi em junho, também, que Patrícia conseguiu voltar a andar. “Foi graças à fisioterapia. Fiquei fazendo muito tempo disso e preciso continuar a fazer, porque já estou há muito tempo parada. Fui nesta semana até a cidade de Serrinha dos Pintos (vizinha a Boa Saúde), ver se há como recomeçar a fazer por lá”, comentou a ex-agricultora. ELISA ELSIE
“Vi minha amiga morrer do meu lado”
Praça de Boa Saúde onde ocorreu a explosão dos fogos de artifício ELISA ELSIE
Explosão dos fogos de artifício,há 9 meses,destruiu parte da praça
Até junho, inclusive, o trabalho de recuperação foi lento e doloroso. Uma dor física e psicológica. “Fiquei internada de fevereiro até o dia 21 de abril. Só saí do risco de morte depois de 45 dias internada. Foi muito doloroso”, relembrou ela, que elege o dia em que viu sua amiga, Maria das Dores Alves do Nascimento, de 45 anos, morrer, como o pior momento da recuperação. “Ela era minha amiga. Tínhamos ido juntas a festa. Nós fomos os casos mais graves. Me lembro quando ela pegou uma infecção e faleceu, ao meu lado, no hospital. Foi horrível aquela cena. Tive muita sorte de não morrer também. Foi graças a Deus”. No período em que ficou internada, Patrícia precisou de 53 anestesias gerais para tomar banho e trocar os curativos. “Era muita dor. Não tinha como fazer isso sem a anestesia geral. No dia em que o médico me disse que não tomaria mais, meu sofrimento aumentou muito. Ia tomar banho e ficava três, quatro horas debaixo do chuveiro, tirando os curativos”, relembrou ela. Com um jeito de falar sempre firme e disposta, Patrícia fraque-
jou uma única vez na entrevista concedida à TN. Foi, justamente, pouco depois ao falar da morte da amiga, Maria das Dores Alves, que faleceu ao seu lado, no Hospital Walfredo Gurgel. “Pensei muito que iria morrer. Minha vida ficou muito tempo por um fio. Lembro que os médicos chegavam e falavam que ‘iria depender da recuperação’, ‘que ainda corria risco de morrer devido a uma infecção’. Sofria, sofria demais. Pensei que nunca mais veria meus filhos, que jamais voltaria para casa”, afirmou ela, emocionada. Até hoje, Patrícia ainda conta com a “ajuda” de calmantes para suportar uma dor que não é apenas física, mas psicológica também. “Passei por muitos momentos difíceis nesse período de recuperação. Foi duro para mim tudo isso e ainda me lembro vez ou outra. As vezes, quando estou muito mal, preciso de um calmante para poder dormir tranqüila. Ainda tenho até pesadelos com esses momentos”, afirmou ela. Sobre o Hospital Walfredo Gurgel, mais precisamente o Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO), para onde foi leva-
da assim que houve a explosão em Boa Saúde, nenhuma queixa. “Todos me trataram muito bem lá. Não tenho nada, nada do que reclamar. O médico que tratou de mim, inclusive, ia lá me visitar e saber como estava mesmo quando não era dia de serviço dele. Se Deus quiser, um dia, ainda volto lá só para agradecer”. Sobram elogios para o Hospital, mas faltam para a Prefeitura da cidade. Além da suspensão do transporte que a levava para fazer fisioterapia no hospital de Boa Saúde, o Januário Cicco, Patrícia se lembra de um fato que jamais esqueceu durante sua recuperação. “Nunca recebi ajuda financeira alguma da Prefeitura, mesmo não podendo mais trabalhar devido a explosão. O único momento que vi a prefeita (Maria Eudice Francisco Felix), inclusive, foi quando ela foi ao Walfredo Gurgel deixar uma cesta cheia de chocolate. Ora, eu toda enfaixada, parecendo uma múmia, ia comer chocolate?”. No laudo apresentado pelo Corpo de Bombeiros pouco depois do incidente em Boa Saúde, foi confirmado que houve falhas tanto no produto, quanto dos
operadores. A distância de segurança não foi respeitada. Os fogos que causaram o incidente tinham pelo menos três polegadas, mas foram encontrados, também, alguns de cinco polegadas. Além disso, deveriam estar a uma distância de, no mínimo, 75 metros, mas foram colocados a, aproximadamente, 30 metros. Outro problema encontrado durante a perícia do Corpo de Bombeiros foi um morteiro que estava estourado. Isso indica que ele estava sendo reaproveitado, o que também teria comprometido a segurança. A empresa I.M. Pinheiro, que foi a contratada pela Prefeitura da cidade para realizar o show pirotécnico não tinha um profissional treinado e responsável para manusear os fogos. Para o Comando do CB, na época, o total de 34 pessoas feridas foi pouco se comparado ao tamanho da festa. A TN tentou, por diversas vezes, falar com a prefeita Maria Edice. Na Prefeitura da cidade, no dia em que a equipe de reportagem esteve lá, ela se encontrava em Natal, participando de um curso de capacitação.
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Adenilson Pereira tem 34 anos, é um trabalhador que está preso, acusado de um crime que aconteceu no interior de Minas Gerais, sem nunca ter se ausentado de Mossoró. A ordem de prisão foi expedida por um juiz da comarca de Nanuque [ DRAMA ]
Preso por um crime de terceiros CARLOS COSTA
ANDREY RICARDO De Fato
ocê é daquelas pessoas que pagam suas contas rigorosamente em dia e receber uma cobrança é algo extremamente desagradável. Imagina então ser taxado de “velhaco” em estabelecimentos comerciais, sem estar devendo um tostão. Existem ainda exemplos mais extremos como ser preso por um crime cometido a milhares de quilômetros de sua moradia – sem você nunca ter ido a este local. Por mais inacreditável que pareça, são situações bastante comuns que ocorrem cotidianamente e preocupam. Esse tipo de problema ocorre geralmente de duas maneiras. A primeira é quando documentos de identificação são perdidos ou levados durante um assalto. O normal é que a vítima preste queixa em uma
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unidade policial e readquira toda a documentação novamente. Porém, muitas vezes, esses documentos são usados posteriormente para os mais diversos fins – nenhum deles favorável aos seus donos. A outra situação é quando, misteriosamente, seus documentos são utilizados por terceiros, em locais que você jamais imaginou estar. Nos dois casos, o problema é delicado. Há pouco mais de 20 dias, Adenilson Pereira da Silva, de 34 anos, foi preso por força de um mandado judicial expedido pela comarca de Nanuque (MG). Acontece que a viagem mais longa feita por Adenilson, que atualmente trabalha no Supermercado Cidade, do Centro, não ultrapassa 50 km. Ele é acusado de ter participado de um assalto ocorrido em 2002, na cidade mineira. Na época, Adenilson era funcionário da empresa Indufal e estava inclusive a servi-
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e não sabia de nada. Não tinha ideia do que estava acontecendo. Aí foi e me trancaram aqui”, relembra Adelino, que encontra-se recolhido na carceragem da Primeira Delegacia – sozinho.
ço da empresa no momento do crime. Porém, tudo isso não foi suficiente e ele continua preso. Ele conta que estava justamente trabalhando quando três policiais foram à casa de sua mãe e deixaram uma intimação. Assim que tomou conhecimento sobre o assunto – não sabia o teor –, Adenilson procurou a Delegacia de Plantão da Polícia Civil, mas não encontrou ninguém e foi para casa. No dia seguinte, ele foi novamente à polícia e teve uma grande surpresa. “Eu cheguei aqui
IDENTIDADE ORIGINAL De acordo com o delegado regional de Mossoró, o documento utilizado pelo assaltante de Minas Gerais está realmente em nome de Adenildo, mas foi retirado em São Paulo. A identidade original dele foi concedida pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) do Rio Grande do Norte, em 1998. Em 2002, a nova identidade foi confeccionada. “Infelizmente, não podemos soltá-lo porque é uma determinação da Justiça”, explica o delegado, que providenciou ao menos que o preso fique longe dos demais. Por enquanto, Adeilson está sozinho em uma cela da I DP.
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é a quantidade de dias que Adenilson Pereira está preso.
Adenilson Pereira está preso, acusado de crime que não cometeu
Engenheira é acusada de fazer compras sem ter ido a São Paulo A engenheira agrônoma Creusilene Alves, de 31 anos, enfrenta um problema devido a utilização dos seus documentos desde 2006. De lá para cá, sua vida tem se transformado numa audiência. É que ela precisou contratar advogado várias vezes para tentar provar que as compras feitas em seu nome, todas em São Paulo, são fruto de um golpe. Então, participar de audiências na justiça virou rotina. Diferentemente de Adeilson Ferreira, que perdeu o documento do Cadastro de Pessoa Física (CPF), ela diz que nunca perdeu sua documentação e, por isso, fica ainda mais surpresa com a sua situação. Os problemas começaram em 2006, quando veio a primeira cobrança indevida. Constava que ela havia feito compras na Riachuelo de São Paulo (SP), sem nunca ter entrado na loja daquele estado. A partir de então, conta Creusilene, sua vida virou de cabeça para baixo. As cobranças não paravam de chegar. Primeiro veio uma dívida de R$ 50 mil, contraída através de um empréstimo, depois uma compra de R$ 2 mil, outro empréstimo de R$ 7 mil e, por fim, uma nova compra, essa no valor de R$ 700,00. Nas contas dela, sua dívida hoje gira em torno R$ 80 mil. “É uma situação horrível. Desde 2006, não posso comprar nada em meu nome. Eu estava planejando comprar uma casa, mas não deu certo porque meu nome estava sujo
no cadastro de devedores”, reclama a engenheira agrônoma. Creusilene acrescenta que, nesse período, passou por inúmeros constrangimentos ao tentar fazer compras em estabelecimentos comerciais de Mossoró. “É horrível. A gente vai comprar e as pessoas ficam olhando pra nossa cara, como quem está dizendo que eu sou uma velhaca”, complementa. Nesse período, a vítima conta que passou por situações constrangedoras com os próprios estabe-
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É uma situação horrível. Desde 2006, não posso comprar nada em meu nome”. CREUSILENE ALVES engenheira
lecimentos bancários, responsáveis direto pelo erro, já que não fiscalizaram devidamente os documentos usados pelos fraudadores. Ela inclusive já chegou a ganhar uma indenização por danos morais de uma dessas empresas e hoje vive a expectativa de ter seu nome retirado mais uma vez dos cadastros de devedores. “É assim. Eu tiro, mas depois volta e eu tenho que contratar um advogado de novo”, fala a engenheira.
CARLOS COSTA
Trabalhador diz que sua vida na prisão é um pesadelo
Delegado culpa ação de quadrilhas interestaduais
Uma rede, um rádio e um pequeno ventilador numa cela de aproximadamente 3x4 metros. A higiene do local não é das melhores, mas não se compara à situação, por exemplo, dos presos da Cadeia Pública de Mossoró ou da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), que foi improvisada como prisão. Esse tem sido o lar de Adenilson Ferreira da Silva, que é casado e tem dois filhos. Para ele, a maior dificuldade foi “se acostumar” com a prisão. Ele descreve os cinco primeiros dias na cadeia como “um pesadelo”. Por sinal, a palavra “pesadelo” é uma das mais repetidas pelo guardador na conversa com o JORNAL DE FATO durante a tarde de sexta-feira passada, na I DP. A princípio, ele já não queria mais tocar no assunto. “Já falei tanto sobre isso – refere-se a outras entrevistas. Porém, ao ser persuadido pela reportagem sobre os benefícios que a mídia lhe traiam, muda de idéia e resolve falar de novo. “Nunca imaginei passar por uma situação dessas. Pra mim, es-
Casos como o de Creusilene Alves e Adeilson Ferreira, a primeira devendo cerca de R$ 80 mil sem ter feito compras e o outro preso indevidamente, são mais comuns do que se imagina, segundo o delegado Luís Antônio, que é o titular da Especializada em Defraudações (DEDF) de Mossoró. O delegado Luís Antônio assumiu recentemente a Especializada e ainda não tem uma estatística para dimensionar o problema em Mossoró. Ele reconhece que a situação é preocupante, mas que casos como esse já ocorreram com maior frequência. “Hoje acontece muito ainda, mas já tivemos situação pior”, destaca o delegado. Segundo Luís Antônio, o maior problema nesse tipo de crime é a ação de quadrilhas interestaduais. Ele cita como exemplo disso um caso que está investigando. Uma mulher de Russas, no Estado do Ceará, teve seu nome usado na compra de um carro de mais de R$ 100 mil, transação que foi concretizada
tá sendo um pesadelo. Um grande pesadelo. A primeira noite... Os primeiros cinco dias eu só fazia chorar, mas agora estou mais conformado, mais tranquilo”, diz. Por várias vezes, Adeilson menciona o termo pesadelo para descrever o que está vivendo. “Esses 22 dias parecem 22 anos. Eu acordo todos os dias e penso que estou na minha casa, mas quando olho, estou aqui, entre quatro paredes e uma grade”, acrescenta. A família de Adeilson contratou dois advogados que estão acompanhado seu caso. Entretanto, já se passaram mais de 20 dias e ele continua preso. A defesa já tentou, inclusive, um relaxamento da prisão preventiva, mas a Justiça mineira negou o pedido. A família está reunindo documentos para tentar provar que Adeilson é inocente dessa acusação. Na opinião do delegado regional de Mossoró, Renato Batista, o problema deverá ser resolvido só depois que a justiça mineira solicite exames técnicos para provar que o documento usado em Minas Gerais não é falso.
Delegado Luís Antônio acusa ação de quadrilhas interestaduais
em uma concessionária de automóveis de Mossoró. “Investigar esse tipo de crime é muito difícil. Porque a vítima é de um lugar e o crime é cometido em outro”, explica o delegado Luís Antônio. Ele cita ainda exemplo de crimes cometidos pelos próprios familiares da vítima, que pegam seus documentos escondidos e os utilizam para empréstimos ou financiamentos. “Então, é preciso ter muito cuidado com isso e evitar que terceiros tenham acesso aos seus documentos, principalmente se for idoso”, frisa. Outra medida que segundo o delegado deve ser adotada para prevenir, no caso dos idosos, é barrar empréstimos. Para isso, o idoso deve procurar a agência mais próxima do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e pedir que a instituição bloqueie qualquer empréstimo em seu nome. “Pra ele fazer um empréstimo, vai ter que ir lá e pedir autorização. Isso evita que terceiros utilizem seu nome com más intenções”, complementa.
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Acabo de ver a entrevista que Geraldo Vandré concedeu a Geneton Neto. A todo momento uma palavra vinha à minha mente: lavagem cerebral. O que fizeram a este homem? Vandré precisa de um biógrafo corajoso para nos dar esta resposta. De uma coisa eu tenho certeza: Este homem viu o mal de frente”
Eliana Lima elianalima@tribunadonorte.com.br
»PERIGO...
De Carlos de Souza, no portal SubstantivoPlural JOAONETOFOTOS.COM
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A Baía dos Golfinhos na praia do Curral, em Tibau do Sul (leiase Pipa), é roteiro obrigatório de todos os turistas que no paraíso aportam. Muito fofos, os golfinhos costumam receber seus visitantes com saltos e acrobacias marítimas.
»...QUE VEM Mas esses mamíferos marinhos de extrema simpatia e inteligência estão ameaçados. Bastar um dia na areia da praia e observar os abusos e abusurdos promovidos nos barcos de passeio. Os barcos perseguem os animais – para ondem eles vão, aceleram o mortor atrás – para proporcionar melhor visão e espetáculos aos seus turistasclientes.
» AMBIENTES...
» ...BEM...
Na Mostra Artkasa, o herdeiro Rafael Monte recebe os parabéns do D’Vibe Diogo das Virgens
Para o portaretrato Artkasa: Wilson Grigo e Taís Martins
JOAONETOFOTOS.COM
JOAONETOFOTOS.COM
O Seturn lançou a campanha Natal Solidário Seturn para doar 100 cadeiras de rodas. Osinteressadosdevemrelatarseuscasos em cartas e entregar nos postos devendadoNatalCard.Depoisdaavaliação do setor de assistência social, as cem cadeiras serão entregues aos selecionados no dia 18 de dezembro.
»...DO HOMEM Até golfinhos com filhotes são perseguidos – quem sabe a mãe tentando livrar seus pequenos do perigo dos humanos Sem falar no óleo que os barcos soltam no mar. Os barcos também são ameaça a banhistas, ao navegar próximos da arrebentação. A Capinia dos Portos, pelo visto, faz vista grossa. A fiscalização é temporária, enquanto deveria permanente. Alô Capitania, alô Ministério Público, alô prefeito Nilsinho...
»PONTO Por falar em Pipa, boa notícia para o paraíso conhecido internacionalmente: ganhará uma agência do Banco do Brasil no próximo ano. Foi o que o superintendente do BB no RN, Otaviano Amantéa, disse à governadora eleita Rosalba Ciarlini. Hoje já existe um posto da Caixa Econômica no Vila Mangueira.
»IMPOTENTES Por falar em Banco do Brasil, é bom que o superintendente resolva um problema diário para os idosos. Não há pessoas suficientes no atendimento na área dos caixas eletrônicos nas agências. No destinado aos idosos, como alguns não sabem movimentar, a espera é crescente e os bandidos se aproveitam para ajudar. Resultado: muitos são lesados.
»CAOS E por falar em banco, a Caixa Econômica Federal da Av. Rodrigues Alves é uma bagunça. Depois que o governo trocou o sistema de automação e as máquinas, o caos se instalou. As máquinas - modernas? – estão sempre com defeito e o sistema – moderno? – mais lento que o pensamento de quem criou. Para se ter ideia, o caixa para emissão de folhas de cheque está em ‘manutenção’ há mais de dois meses (veja foto no blog - tribunadonorte.com.br/abelhinha – e no twitter-com/elianalima).
»CADEIRANTE
»EMBALADA Ivete Sangalo chega turbinada para o sábado de Carnatal, onde faz a festa no Cerveja&Coco. Passou duas semanas no eixo RJSP para divulgar o DVD gravado em Nova York.
» ...DECORADOS
Na noite de ambientes e brindes: Marcos Sugar e Ana Paula Arsand
» FLASHES
»SOLIDARIEDADE
Belas em noite de tintim: Herbene Pessoa e Érika Nesi
WELLINGTON BARBOSA
»EM TEMPO Bem que o Ministério Público Federal deveria averiguar por que se trocaram máquinas e sistema que funcionavam na CEF por novos e ‘modernos’ ineficientes. Imagine quanto não se gastou da bolsa da viúva para tanta mudança falível...
»BECA Os advogados Cleto Barreto e Charles M. Phelan firmaram parceria. Charles está montando um serviço específico para defesa profissionais da área de saúde contra processos judiciais. Especialista em direito criminal, também trabalhará nessa área nos âmbitos estadual, federal e administrativo, além do direito internacional.
»FALHA... A Secretaria de Justiça e Cidadania executa uns dos melhores programas do governo, como a ressocialização de apenados e as centrais do cidadão. Maaasss...o sucesso de outrora está indo pro espaço. Os apenados foram dispensados dos serviços que prestavam em órgãos do Estado por falta de pagamento. Incentivo ao retorno à marginalidade.
»...CIDADÃ As centrais do Cidadão localizadas nos municípios de Currais Novos, Assu, São José de Mipibu, Caraúbas, Apodi, Alexandria, Caicó, Pau dos Ferros, Macau, Nova Cruz e Natal (Zona Norte), mais uma vez, estão incomunicáveis. Motivo: pagamento atrasado há Cerca de seis meses, a Oi que cortou o acesso à internet. Outras centrais continuam funcionando graças a outro canal de informações denominado Internet de Todos, gerenciado pela Secretaria de Administração.
»INCENTIVO
COLMEIA
» ÁLBUM
Para a posteridade na bela mesa do Bolo da Noiva, os novos casadóns lindinhos Silvinha Nóbrega de Hygor Melo
»...UM PRA CÁ No caminho inverso, está Dâmocles Trinta, atual SIN. Quem sabe a participação do PMDB na administração de Natal leve-o à cadeira da Secretaria de Obras. Se bem que ele anda decepcionado com o serviço público.
Aos dependentes de bandidos que foram recolhidos à prisão, durante o período de regime fechado ou semi-aberto, o Ministério da Previdência paga auxílio-reclusão de R$ 810,18, muito mais que o salário mínimo do trabalhador brasileiro. Diante do feito, logo vem a pergunta: e os dependentes do honesto pai de família que foi assassinado? Não seria um incentivo ao ‘crime compensa’?
»VALOR DO JUDICIÁRIO
»UM PRA LÁ...
Enquanto isso, os deputados estaduais Gesane Marinho e Walter Alves tiveram que encartar emendas à LOA para garantir mais R$ 4 milhões no orçamento da Defensoria Pública do Estado. Na mensagem encaminhada pelo Executivo, apenas R$ 11,5 milhões estão reservados para o órgão, um dos menores do Brasil.
Tem eliminado do Governo passado de olho na repescagem. Ex-DER, Jáder Torres, por exemplo, pode reatar o casamento com o Estado.
Assim como o Carnatal, o Grupo de Apoio à Criança com Câncer GACC está completando 20 anos. Juntos, vão promover durante o evento a campanha de conscientização de doação de medula óssea, com o apoio da Petrobrás local.
No orçamento apertado do Estado para o próximo ano, uma despesa merece destaque. É a do Tribunal de Justiça. Serão R$ 527 milhões em 2011.
»PESOS-MEDIDAS
» O piloto Victor Uchôa embarca amanhã para a Espanha.Vai participar de sua última competição internacional em 2010.Na Europa,já subiu no pódio no Mundial Easy Kart,mais duas vitórias em Portugal. A BIB Incorporações montou o estande Intercities Mossoró na Casa Mix Imóveis,maior e mais completo evento imobiliário do Estado. Amanhã,o Hemocentro lança a campanha ‘Doe Sangue’, para o Carnatal,às 10h,no Praiamar. Terça-feira,tem a bertura da exposição de bolos de casamento,assinados pelo cake designer Robinson Câmara,na Donna Casa.
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COLABORAÇÃO DE HELDON SIMÕES
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George Azevedo georgeazevedo@digizap.com.br
FELIZES PARA SEMPRE TRAFEGANDO.COM
Viva os noivos! Lawrence e Fátima
TRAFEGANDO.COM
Marcelo Duarte e Daniela
Kátia Pinto e Meire Simone Barrocas Rosado. Elegantíssimas
Ambientação glam by Master Produções.
EDUARDO KENNEDY
TRAFEGANDO.COM
Vera Escóssia e Nildinha Escóssia, vestidas de Maison Tráfego
EDUARDO KENNEDY
EDUARDO KENNEDY
EDUARDO KENNEDY
Rafaela Vital e o mui amado André Soares.
TRAFEGANDO.COM
Fernando Rosado e Vera.
EDUARDO KENNEDY
Juarez Vale e Vaninha. EDUARDO KENNEDY
EDUARDO KENNEDY
Fernando Júnior e a sua belíssima Ludmila.
raças ao empenho de bons profissionais da área, Mossoró a cada dia faz e acontece com grandes eventos. Pela Master Produções, podemos “apalavrar” que a turma sabe fazer, uma boa prova disso foi o casamento de Lawrence e Fátima, que aconteceu no último dia 23 no Requinte Buffet. E olha, todos comentam que foi o acontecimento do ano na Terra de Santa Luzia. Os noivos, super queridos, reuniram a alta classe social e política para brindar a união, e não mediram nada para fazer uma festa linda: ambientação glamurosa, tanto na Igreja quanto na recepção, buffet maravilha by Socorro Paiva, e docinhos delícias que também leva assinatura do bom gosto de Lavínia Negreiros. Tudo lindo. E claro, uma noite bem fervida e feliz, com animação da Radiola Club e da banda Bakulejo.
G Aninha Borges. Toda Glam
Toda a elegância de Joselita Godeiro TRAFEGANDO.COM
Luluça Praxedes com o maridão Max Faccioli, e a filha Giórgia EDUARDO KENNEDY
Casal pra lá de chique. Laíre Rosado e Sandra
TRAFEGANDO.COM
Beleza Pura. Mariana e Joseane Bezerra
EDUARDO KENNEDY
Todo o charme da arquiteta Narjara Souza
EDUARDO KENNEDY
EDUARDO KENNEDY
José Carlos Rêgo e Bety. Os poderosos do Hotel Garbos
Léo Almeida e a sua bela Mariana
EDUARDO KENNEDY
Fátima e o seu belo vestido confeccionado pela estilista Fátima Tereza EDUARDO KENNEDY
Carlos Augusto Rosado e Rosalba, com os noivos
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Natal | Rio Grande do Norte | Domingo | 28 de novembro de 2010
NELSON MATTOS FILHO Velejador avoante1@gmail.com
raia de Enxú-Queimado, litoral norte do Rio Grande do Norte, localizada no município de Pedra Grande, mais uma bela praia do litoral ensolarado do nordeste do Brasil. O nome pode ser esquisito e até exótico, mas esconde muita beleza e um pouco do que resta de inocência e bom humor das antigas colônias de pescadores. Em Exú, como é carinhosamente chamada pelos nativos, possuo uma casinha amarela, arrodeada de areia branca, com as portas abertas aos amigos e cheia de boas intenções. Esta pequena casinha amarela é o meu porto seguro em terra, um dos locais que escolhi para viver quando me aposentar do Avoante velho de guerra. Digo um dos locais, pois tenho outros dois na mira do coração: Camamú/BA e Terra Caída/SE. Quem sabe um dia! Foi para ir a Enxú-Queimado que abandonamos por uns dias o Avoante em Natal e fomos fazer um programa típico de velejador cruzeirista: Pegamos um ônibus, porque velejador de cruzeiros não tem carro, e fomos de mala e cuia enfrentar os 145 Km de estrada. Se você acha que velejar é uma aventura, experimente entrar em um ônibus para se embrenhar pelas estradas do interiorzão desse Brasil de meu Deus. Começamos nossa viagem num ônibus semi-leito que de semi não
[ VIDA A BORDO ]
UMA VIAGEM DIVERTIDA
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tinha nem o leite, que também não tinha sanitário, apesar da viagem durar mais de 3 horas e meia, mas que tinha um toca CD que só tocava forró, em decibéis bem acima do tolerado, e ainda mais pulando de faixa a cada balanço do buzão. Ainda estou escutando o motorista falar: “Por mim vai assim até Caiçara...”. Viagem animada! Não sei nem a razão de uma plaquinha nos ônibus proibindo conversar com o motorista, ligar apa-
relho sonoro e não fumar. De todas essas proibições a única que ainda funciona é a de não fumar, mesmo assim não sei nem o que acontece se um passageiro mais arrochado resolver acender um cigarrinho. Porque pode tudo e mais um pouco. O ônibus assim que saiu da rodoviária parou na primeira esquina para pegar dois passageiros e assim continuou pegando gente pelo resto da viagem, até que parou na rodoviária da cidade de João
Câmara para o motorista esticar as pernas e embarcar mais gente. João Câmara é uma cidade pólo da região conhecida como Mato Grande e que eu e Lucia temos muito carinho por ela, pois foi lá que vivemos seis dos melhores anos de nossas vidas, como proprietários da panificadora Pão de Mel, e até hoje recebemos carinho das pessoas. Nossa vida em João Câmara foi tão cheia de amigos e produtiva que recebemos até o ti-
tulo de cidadão camarense, uma comenda que até hoje nos orgulha. Mas, o povo de João Câmara que me perdoe, mas a sua rodoviária não é digna da importância da cidade. Um prédio mal cuidado, sujo, sem infra-estrutura e com sanitários de fazer vergonha. Um prédio sem administração, essa é a impressão que tivemos. O ônibus seguiu viagem e a menos de 5 quilômetros depois um passageiro bêbado pediu parada.
A partir daí começou a parte mais cômica da viagem que fez com que os últimos 80 quilômetros de buracos rodeados de asfalto, passarem quase que despercebidos. Primeiro o cara disse que ia fazer o serviço número dois e quando ia descendo foi logo acendendo um cigarro. O motorista não gostou da cena e perguntou: “Você vai fazer o dois ou vai fumar?”. O passageiro não respondeu e foi em direção ao mato com o cigarro no bico e com isso demorou um bom tempo. A viagem prosseguiu e na cidade de Parazinho uma nova parada para o bêbado. O motorista já sabendo da intenção dele ameaçou que iria embora dentro de dois minutos. Deu dois minutos e nada do bêbado voltar e os passageiros começaram a ficar agitados e gritando para o motorista ir embora. Um dos passageiros pegou a mochila do bêbedo e jogou pela janela e quando o motorista já ia acelerando o ônibus apareceu o bêbado cheio de ira com a mochila na cabeça. A partir daí a viagem virou uma farra de impropérios contra o bêbado, que não teve mais vontade de ir ao banheiro, nem de se levantar da poltrona. Pense num corretivo prá barriga frouxa! Três horas e meia depois, com a lua já passeando no céu, chegamos na cidade de Pedra Grande. Desembarcamos e fomos de carona até Enxú-Queimado. Se eu ainda vou de ônibus? Lógico que vou! Mas seria mais tranqüilo de veleiro.
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CÂMBIO « PÁGINA 19
CARCINICULTURA « PÁGINA 26
COMO A QUEDA DO DÓLAR INFLUENCIA EXPORTAÇÕES DO RN
O FUTURO É AQUI
AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PRODUTORES DE CAMARÃO DO ESTADO AUMENTARAM.A ÚNICA SAÍDA FOI INVESTIR NO MERCADO INTERNO.
agronegócio e pesca ALEX RÉGIS
MOTORES DO DESENVOLVIMENTO DO RN
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO SETOR EXPORTADOR Após a crise financeira e a queda drástica do volume de exportações do Estado, o ano de 2010 é de retomada. Dados já comprovam tendência de crescimento em quase todos os setores.
QUEBRAMOS RECORDES DE PRODUÇÃO E CONTABILIZAMOS UM AMPLO AVANÇO TECNOLÓGICO APLICADO NA AGRICULTURA O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, foi um dos palestrantes do seminário e falou sobre as perspectivas do agronegócio no país. PÁGINA 14
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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SEGUNDA CAPA
JUNIOR SANTOS
»PORTO DE NATAL A movimentação é intensa e a agilidade comprovada. Com uma série de obras de ampliação da infraestrutura, o terminal passou por uma verdadeira transformação nos últimos anos. O desafio a ser enfrentado ainda é o desconhecimento dos empresários locais sobre a realidade. PÁGINA 6
CÂMBIO CAUSA PREJUÍZOS A SALINEIROS DO RN Sem incentivos por parte do poder público e com a valorização do real frente ao dólar, os empresários do setor se queixam de dificuldades. O Rio Grande do Norte é responsável por 96% da produção nacional de sal.
BALANÇA COMERCIAL
EDITORIAL
É TEMPO DE EXPORTAR
EXPECTATIVAS ASCENDENTES
RODRIGO SENA
PÁGINAS 27 ALEX FERNANDES
FRUTICULTURA TROPICAL É APOSTA CERTEIRA O setor foi um dos que mais sofreu com a crise de 2008. Apesar disso, os níveis de produção e o volume exportado estão em franco crescimento. As perspectivas para a atividade nos próximos anos são as melhores. PÁGINA 20 ALEX RÉGIS
CARCINICULTURA SE VOLTA PARA MERCADO INTERNO Com o dólar em baixa e a retomada da produção em países da Ásia, exportar o camarão produzido no Rio Grande do Norte não é mais um bom negócio. Produtores se queixam da falta de incentivo e retomada de exportações está longe de ocorrer. PÁGINA 26
»RETOMADA Após um ano de 2009 em que o Estado registrou uma queda significativa no volume de produtos exportados, este ano a tendência é de crescimento. PÁGINA 4
O projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” é um compromisso da TRIBUNA DO NORTE com o público leitor para um jornalismo de qualidade. Desde o início do projeto, em 2008, foram realizados oito seminários. O mais recente – no último dia 22 – sobre “Agronegócio e pesca, o setor exportador”, excedeu as expectativas de sucesso, justificadas pelo êxito dos encontros anteriores. Se a qualidade técnica dos debates, a profundidade das análises e o valor das informações discutidas não fossem suficientes para atestar o que afirmamos, bastaria citar o anúncio feito pelo ministro Wagner Gonçalves Rossi, da implantação de uma unidade de pesquisa da Embrapa no Rio Grande do Norte, para validarmos a excelência do encontro. “Motores do Desenvolvimento” já é muito mais do que um marco na história do jornalismo moderno, uma fonte de informações e de conhecimentos indispensáveis aos leitores da TN. É um acontecimento importante e indispensável no calendário de eventos locais, uma oportunidade ímpar de se pensar o Rio Grande do Norte e uma marca sólida, construída pela parceria TN/RG Salamanca Investimentos/Sistemas Fiern e Fecomércio.
EXPEDIENTE Diretor de Redação: Carlos Peixoto
Gerente Comercial: Eliane Rocha
Gerente de Marketing Andréia Barandas
Edição Luciana Campos
Textos Wagner Lopes
Fotos Alex Fernandes Alex Régis
Projeto gráfico e diagramação: Carlos Bezerra
Infografia Bob Calazans
Revisão: Cássia Maria
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
ALEX RÉGIS
A classe política,empresarial,estudantes e especialistas na área de comércio exterior se reuniram na Fiern para as palestras da segunda edição do projeto MDRN,realizado pela TRIBUNA DO NORTE e parceiros
SEMINÁRIO REUNIU ESPECIALISTAS, EMPRESÁRIOS E GESTORES O evento está em seu terceiro ano e se consolida como um importante espaço para debate de temas relevantes para o desenvolvimento do Estado seminário “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” reuniu especialistas, empresários, gestores, políticos e lotou o auditório da Casa da Indústria, na última segunda-feira, em torno do tema “Setor exportador: agronegócios e pesca.” Assuntos como os avanços na infraestrutura, os problemas na produção, os investimentos em logística e as dificuldades de mercado foram discutidos em palestras e debatidos por representantes do poder público e da iniciativa privada. O oitavo seminário da série “Motores do Desenvolvimento”, que já está em seu terceiro ano, traçou um quadro geral do agronegócio, da pesca e do mercado exportador no Rio Grande do Norte. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, enfatizou os números positivos do setor nacional e demonstrou otimismo com relação ao crescimento da venda de produtos agropecuários ao exterior, destacando ainda a importância estratégica do Rio Grande do Norte para o desenvolvimento do Nordeste. Presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Flávio Azevedo ressaltou a necessidade de os investimentos no setor agropecuário terem como objetivo a fixação do homem à terra. Com relação à pesca, ele destacou a importância de industrializar o se-
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tor, de investir em qualificação e lembrou que o Brasil explora hoje apenas 25% de sua cota de produção oceânica. Flávio Azevedo avaliou que o seminário, em seus três anos de realização, tem demonstrado a capacidade de os parceiros produzirem um evento com alto grau de “sensibilização política”. Já o diretor presidente da TRIBUNA DO NORTE, deputado Henrique Eduardo Alves, falou sobre o futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante e enfatizou o sucesso do “Motores do Desenvolvimento”. Por sua vez, o presidente do sistema Fecomercio, Marcelo Queiroz, destacou a repercussão que o seminário tem dado aos problemas estratégicos do estado. O governador Iberê Ferreira de Souza parabenizou os organizadores por focarem áreas como a pesca e agricultura. “Nem sempre foi assim. Houve um tempo em que ambas eram vistas como questões menores dentro da economia potiguar.” O projeto “Motores do Desenvolvimento do RN” é uma parceira da TRIBUNA DO NORTE com a Federação das Industrias do Rio Grande do Norte, Federação do Comércio e a RG Salamanca Consultoria. Desde 2008 já foram realizados seminários sobre Infraestrutura, Energia, Turismo, Indústria, Comércio, Empreendedorismo e Educação. Para 2011 já está previsto o primeiro tema: “Ciência e Tecnologia”.
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DEBATES ABRANGERAM TEMAS VARIADOS Fruticultura Representante da Purofrut,Euzim Alves dos Santos revelou um panorama negativo em relação à fruticultura potiguar.O debatedor declarou que no Vale do Apodi e em outras regiões do interior do estado há terras disponíveis e água para irrigação,mas a produção está desorganizada.Engenheiro agrônomo,ele considera que frutas como maracujá e abacaxi,ainda importadas pelo RN,poderiam ser produzidas em sua totalidade dentro do território potiguar.
Fomento O superintendente do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte, Otaviano Amantéa,declarou durante o seminário que a instituição é responsável por fomentar 35% das exportações potiguares e considerou promissoras as expectativas em relação aos próximos anos.O gestor apontou o trabalho de orientação dos exportadores como um dos diferenciais do banco.
Pesca O presidente da Associação dos Armadores do RN,Gabriel Calzavara, revelou que o setor enfrenta dificuldades devido a problemas como o câmbio e os poucos investimentos estatais em capacitação e tecnologia,além da carência de infraestrutura. Na falta de políticas públicas,a iniciativa privada termina por assumir parte dos investimentos necessários,o que se reflete em aumento de custos e perda de competitividade.Apesar das dificuldades,o potencial do setor é amplo no Rio Grande do Norte,por conta da localização geográfica e das reservas ainda existentes para a pesca oceânica: “Temos um futuro promissor,desde que a gente consiga superar os gargalos.”
Porto O presidente da Companhia Docas do RN (Codern),Emerson Fernandes,participou dos debates e fez uma apresentação sobre o Porto de Natal,destacando que a estrutura do terminal passa por um processo de melhorias,incluindo a ampliação do cais e a dragagem do canal e da bacia de evolução no rio Potengi.Milhões de reais estão previstos para serem investidos em obras tanto em Natal, quanto no Porto Ilha de Areia Branca.Sobre a estrutura da capital,ele foi claro:há necessidade de mais investimentos,mas o porto atende às necessidades.
Exportações Sócio da Agrícola Famosa e Inter Melon,Luiz Roberto Barcelos observou que a fórmula para obter sucesso nas exportações do setor de frutas inclui eficiência na gestão,planejamento na produção e iniciativa para conquistar o mercado consumidor.O empresário lembrou que a Agrícola Famosa é,atualmente,a maior exportadora de frutas frescas do Brasil e,possivelmente,uma das maiores produtoras de melão do mundo.
Matéria-prima
O ministro Wagner Rossi proferiu palestra na abertura do evento
O reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Josivan Barbosa,revelou durante o seminário que a retomada da produção na antiga fábrica de sucos da Maísa pode ser prejudicada devido à escassez de matéria-prima.A região Oeste e do Vale do Açu, fortes na cultura do melão,não teriam avançado no cultivo de outras frutas próprias para a transformação em suco,como manga, maracujá e caju.
✱ BATE- PAPO:WERNER JOST FUNDADOR DA CAMANOR
RECUAR PARA SOBREVIVER m dezembro de 2009, a Camanor, maior exportadora brasileira de camarão, decidiu suspender progressivamente suas atividades no exterior. Com essa decisão, baseada em grande parte no câmbio, que manteve o Real forte em relação ao Dólar, a empresa demitiu 700 empregados, vendeu sua maior fazenda de criação – a Peixe Boi – e agora volta toda a sua atenção para o mercado interno. Dona de uma grande expertise na difícil atividade exportadora, a Camanor chegou a dominar 10% do mercado francês, tendo o Carrefour com um de seus grandes clientes. “Olhando para trás, é como se
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tivéssemos jogada no lixo uma experiência aplicada de 10 anos”, resigna-se Werner Jost, o suíço fundador da Camanor. Hoje, retrocedendo ao que fazia há décadas, a Camanor vende camarão despescado, cujo renda é maior por não ter os salgados custos da exportação. Nessa entrevista, Werner Jost fala desse momento especial da empresa, que se transformou num ícone na história da exportação brasileira.
Além disso, enfrentamos ainda muitos dificuldades com os órgãos públicos em problemas recorrentes como reserva legal e outros problemas. É um constante combate com as autoridades que desgasta muito. Mesmo assim, avalio o mercado interno como muito promissor e de um imenso potencial. E como a Camanor tem um compromisso histórico com a qualidade, não vejo maiores problemas em nos posicionarmos nessa nova linha de mercado.
Qual a avaliação que o senhor faz da trajetória da Camanor? Hoje vivemos uma fase de transição, saindo da exportação e entrando no mercado interno.
Quais são os próximos passos da empresa? Na verdade, estamos dando um passo para trás, vendendo na comporta, como fazíamos há 20
anos, e reestruturando o nosso beneficiamento. A venda da comporta significa despescar o camarão para o comprador que chega com dinheiro e compra e vai embora. Antes, com a exportação, trabalhávamos com 250 mulheres beneficiando o produto e hoje estamos com apenas 20 pessoas. Estamos avaliando projetos para mecanizar o trabalho feito antes por trabalhadores. Isso é muito diferente do beneficiamento para exportação no qual é exigido uma grande eficiência e um volume muito grande. O que é mais promissor no mercado interno? O mais promissor é o filé de camarão e isso isso envolve muito trabalho. Como a mão de cara no Brasil é muito cara e complexa por
causa das doenças laborais a gente pensa em formas de mecanizar esse trabalho, importando máquinas que podem ajudar ajudar a fazer valor agregado para o mercado nacional. Como seria a distribuição nessa nova fase? Vamos começar um passo depois outro, construindo uma nova rede de compradores. Como o senhor se sente? Se considerarmos que nosso mercado foi muito bom na França – e poderia ser ainda melhor – a sensação de pena imensa por deixar tudo isso para trás. Refirome à certificações e a rastreabilidade do nosso produto. Todo o conhecimento acumulado nos últimos 10 anos.
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
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O volume de mercadorias exportadas pelo Rio Grande do Norte registrou uma queda acentuada por causa da crise financeira mundial de 2008. O ano passado foi difícil, mas em 2010 a tendência é de alta
A HORA DA RETOMADA Após um ano de 2009 difícil para as exportações do Estado, a tendência é de crescimento. Até outubro os números já apontam um incremento de 7,9% com relação ao ano passado impacto da crise econômica internacional deflagrada em 2008 se refletiu claramente nas exportações do Rio Grande do Norte. Já naquele ano o volume de vendas ao exterior ficou 8,4% abaixo do registrado em 2007. No ano passado a redução foi ainda mais forte e atingiu 25,8%. A tendência de queda, porém, finalmente parece ter mudado. Até outubro deste ano os números
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apontam crescimento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor exportado deve superar os 258 milhões de dólares de 2009, ainda longe do recorde de 573 milhões de 2005, mas já um alento para quem viveu momentos difíceis. “Depois da queda acentuada do volume de exportações em 2009, este ano devemos começar o processo de recuperação, mas com resultados ainda muito aquém do
ideal”, confirma o coordenador de Comércio Exterior da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Otomar Lopes Cardoso Júnior. Segundo ele, a grande expectativa é com o ano de 2011, que deve marcar de vez a retomada da tendência crescente nas exportações. Enquanto isso não se concretiza, o câmbio continua sendo apontado como um dos grandes vilões do setor exportador, tendo
motivado o aumento tímido das vendas ao exterior, frente a uma importação 119% superior à registrada em 2009. Faltando dois meses para o fim de 2010, já foram batidos todos os recordes de importação, com a entrada de 287 milhões de dólares em produtos no estado, até o final de outubro. Movimento que provocou um inédito déficit na balança comercial potiguar, que desde 1998 só apresentava superávits.
A pauta de exportações norteriograndense se concentra em produtos como roupas, cobertores e doces, além de mercadorias tradicionais como sal, camarões e frutas. O açúcar da cana é o que apresenta maior crescimento dentre os principais, com uma variação positiva de 113% em relação a 2009 e já respondendo por quase 10% do total de exportações. À sua frente, ainda vêm a castanha de caju, responsável por
17,6% do valor obtido; e os melões frescos, com 12,4%. Mercadorias como ceras vegetais e granito ainda não ocupam espaço entre os 10 principais produtos da pauta, estando em 11º e 15º no ranking, no entanto apresentaram crescimentos significativos em 2010, com 272% e 285%, respectivamente. O dado negativo diz respeito à queda na exportação de camarões (-56%) e sal marinho a granel (-20%). Os camarões, aliás, já foram o principal item da pauta potiguar, em 2003, mas hoje estão em 10º lugar na lista. A retomada da produção na Ásia e a queda do dólar são dois fatores que pesaram na crise das exportações de carcinicultura. “A recuperação do setor para o mercado externo é praticamente impossível”, lamenta Otomar Lopes.
BALANÇA COMERCIAL Evolução de importações e exportações no RN Ano
Valor exportado (em mil US$)
Variação em %
Valor Importado (em mil US$)
Variação em %
Saldo (em mil US$)
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
101.748 115.474 149.442 187.677 223.718 310.551 573.836 413.712 372.011 380.128 348.091 258.104 219.474
-0,69 13,49 29,42 25,58 19,20 38,81 84,78 -27,90 -10,08 2,18 -8,43 -25,85 7,96
88.512 84.236 70.181 88.697 115.543 168.563 139.486 110.335 130.450 151.638 207.305 149.928 287.119
-62,64 -4,83 -16,68 26,38 30,27 45,89 -17,25 -20,90 18,23 16,24 36,71 -27,68 119,20
13.236 31.238 79.261 98.980 108.175 141.989 434.350 303.376 241.560 228.490 140.786 108.176 -67.645 *jan a out
Principais empresas exportadoras do RN Valor exportado 2010 Valor exportado 2009 em US$ (jan/out) em US$(jan/out)
Colocação Empresa 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª
Coteminas S.A. Tavares de Melo Açúcar e Álcool Usibras Usina Brasileira de Oleos e Castanha Del Monte Fresh Produce Brasil A Ferreira Indústria e Comércio de Exportação Salinor – Salinas do Nordeste S.A. Olam Brasil LTDA Petrobras Distribuidora S.A. Simas Industrial de Alimentos S/A Camanor Produtos Marinhos
Principais países de destino das exportações do RN Valor exportado 2010 Colocação País em US$(jan/out) 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª
Estados Unidos Holanda Espanha Venezuela Argentina Nigéria Reino Unido Alemanha França Itália
63.525.121 22.195.227 16.698.089 15.041.176 13.383.640 13.303.203 12.187.010 8.226.622 7.241.123 7.088.980
22.640.825 21.617.720 16.762.217 15.183.986 14.886.358 9.991.195 7.922.943 7.685.354 7.207.121 6.426.289
19.552.653 10.124.240 12.526.969 11.664.493 15.544.059 12.717.330 8.417.152 7.108.847 14.456.323 13.148.260
Variação em % (2010/2009) 15,79 113,52 33,81 30,17 -4,23 -21,44 -5,87 8,11 -50,15 -51,12
Participação no total em %
Valor exportado 2009 em US$ (jan/out)
Variação em % (2010/2009)
28,94 10,11 7,61 6,85 6,10 6,06 5,55 3,75 3,30 3,23
68.484.424 25.401.393 15.528.829 838.081 11.469.713 5.096.203 12.466.467 3.303.140 14.122.633 6.173.882
-7,24 -12,62 7,53 1.694,71 16,69 161,04 -2,24 149,05 -48,73 14,82
Principais empresas exportadoras do RN Colocação Produto
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª Fonte:Secex
Castanha de caju Melões frescos Açucares de cana,beterraba e sacarose Bananas frescas ou secas Cobertores e mantas de algodão Sal marinho a granel Roupas de cama,de algodão Consumo de bordos – combustíveis e lubrificantes Bombons,caramelos,confeiros e pastilhas Camarões inteiros congelados
Valor exportado 2010 Volume exportado Variação no valor em US$(jan/out) 2009 em US$ (jan/out) exportado% (2010/2009) 38.723.726 27.308.522 21.611.240 15.628.880 12.493.628 11.234.595 7.791.074 7.685.354 7.111.482 6.326.394
7.270.547 43.945.830 42.000.000 35.611.276 2.532.953 592.310.000 1.397.284 8.990.078 4.539.354 1.551.600
111,20% -3,79% 113,56% 33,33% 33,97% -20,86% 34,64% 8,11% -13,43% -56,58%
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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JUNIOR SANTOS
A falta de informação sobre a estrutura disponível no porto ainda é um empecilho.Para se ter uma ideia,há dez anos o cais tinha largura de 12 metros,hoje são 25 metros
INVESTIMENTO PARA DERRUBAR PRECONCEITOS
O MERCADO PODE E DEVE OLHAR COM BONS E MELHORES OLHOS PARA O NOSSO PORTO”
O Porto de Natal vem passando por uma série de obras e ampliações que melhoram a infraestrutura e garantem agilidade no embarque de mercadorias m antigo colega do atual presidente da Companhia Docas do RN (Codern), Emerson Fernandes, ligou para ele há alguns anos, interessado em tirar uma dúvida: se o porto de Natal era capaz de movimentar uma carga que estava sendo trazida para a montagem da Termoaçu. A resposta era sim e de fato as peças foram descar-
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regadas na capital potiguar, mas isso não teria acontecido se não fosse o telefonema. O caso ilustra um pouco da imagem equivocada que parte do empresariado ainda tem do porto natalense, que nos últimos anos se tornou foco de investimentos e passou por diversas melhorias estruturais. “Essa pessoa já tinha falado
com fulano, sicrano, beltrano e tinham dito a ele que o porto de Natal não tinha condições de forma alguma, mas não era verdade. Quando esse meu colega trabalhou aqui o cais tinha uma largura de 12 metros, hoje tem 25. Fizemos melhoria como a troca total do piso, desde a base, e outra série de avanços. Então tínhamos todas as condições. Tanto
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que ele veio, olhou, aprovou e movimentou toda a carga pelo nosso porto”, relembra Emerson Fernandes. De acordo com o presidente da Codern, a cada dia as condições são melhores para a movimentação de cargas no terminal de Natal e muitas vezes a opção por outros portos é feita em cima do desconhecimento dos RODRIGO SENA
PORTO TEM DOIS PROJETOS DE AMPLIAÇÃO O Porto de Natal tem dois projetos de ampliação que juntos podem representar um acréscimo de mais de 200 metros em sua extensão. O primeiro prevê a expansão do cais em direção à comunidade do Maruim, que vem sendo removida pela Prefeitura, e deve garantir o crescimento do terceiro berço de atracação, dos 140 metros atuais, para um total de pelo menos 292 metros. “Mas há possibilidade dessa ampliação ser ainda maior”, aponta Emerson Fernandes. Os dois outros berços de atracação possuem 200 metros de comprimento, cada. No outro sentido, próximo ao futuro terminal pesqueiro, a ampliação deve ser menor, mas nem por isso menos importante. “Será de uns 20 metros e logo em sequência teremos um dolphin para a amarração dos navios de passageiros. A ideia é termos um prédio, um terminal de passageiros, que não vai ficar nada a dever aos terminais que conhecemos em Miami e outros locais onde a recepção de navios de cruzeiros tem sido uma constante”, aponta o presidente da Codern. Ele destaca que no Brasil e em todo o mundo os portos têm carência desse tipo de estrutura. E somente terminais como os de Santos e da praça Mauá, no Rio de Janeiro, foram construídos com essa finalidade. “Os outros, no Brasil inteiro, são adaptações”, indica. A perspectiva é iniciar as obras de ampliação do cais no segundo semestre de 2011, depois de a obra ser licitada. As duas representam, juntas, cerca de R$ 160 milhões em investimentos, dos quais R$ 108 milhões devem ser aplicados no aumento do terceiro berço.
EMERSON FERNANDES Presidente da Codern
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O Porto Ilha de Areia Branca foi criado em 1974 para escoar a produção de sal a granel do Estado
UMA ILHA EM EXPANSÃO Quando o Porto Ilha de Areia Branca foi concluído, em 1974, era uma obra prevista para atender durante décadas a demanda de exportação de sal a granel, produzido no Rio Grande do Norte. A obra ganhou prêmios de engenharia pela excelência de sua estrutura. Mas os anos se passaram e com eles vieram a visão de que o que é bom pode e precisa ser melhorado. Por isso a Codern obteve recursos de R$ 200 milhões, junto ao Governo Federal, e já concluiu as primeiras etapas de expansão do porto. “Tivemos recentemente bons motivos para festejar em relação a Areia Branca. O local de atracação dos navios, que chamamos de dolphin, tinha capacidade para receber navios de até 37.500 toneladas. Fizemos uma obra, encerrada em 2008, que agora nos permite receber navios de até 75 mil toneladas, um limite que é o dobro do anterior”, destaca o pre-
sidente da Codern, Emerson Fernandes. A obra foi a primeira do setor portuário a ser concluída dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, resultado que comprovou a capacidade da Companhia Docas local e facilitou a obtenção de novos recursos para outras ampliações já em curso. “Se tenho um navio maior, tenho de fazer por onde a permanência desse navio seja a mais rápida possível e, para isso, o rápido deslocamento do sal que sai do pátio e segue pelas esteiras até o porão do navio é fundamental”, aponta. Antes, as esteiras eram capazes de transportar o produto a uma velocidade de 1.500 toneladas por hora. Os novos navios, com maior capacidade, demorariam bem mais para serem carregados. No entanto, o projeto já em desenvolvimento aumenta a capacidade das esteiras, que passarão a car-
regar os navios com até 2.600 toneladas de sal por hora, quase o dobro do ritmo anterior. Uma melhoria a mais é a ampliação geral do terminal. Anteriormente, a capacidade de armazenamento de sal era de 100 mil toneladas e agora está passando para 150 mil toneladas, ou seja, 50% de crescimento. Além disso, de três guindastes existentes no cais das barcaças, está sendo instalado um quarto, de maior porte, que ampliará a capacidade de 1.150 toneladas para 1.700 toneladas. “O fato é que o que tínhamos antes era compatível para receber navios de 37.500 toneladas e agora adequamos para a nossa nova capacidade, para que possamos concorrer com os grandes terminais do mundo”, enfatiza Emerson Fernandes. A obra total em andamento está estimada em R$ 174 milhões, podendo chegar a R$ 200 milhões.
SAL
O sal embarcado no Porto Ilha de Areia Branca não é utilizado apenas como tempero.O produto tem uma função importantíssima em vários ramos da indústria química e está presente de forma “significativa e imprescindível”em 104 dos 150 principais produtos dessa indústria.Parte do sal potiguDiversificar Uma das propostas que o presidente da Codern,Emerson Fernandes,defende há vários anos é à diversificação das cargas que passam pelo Porto Ilha.“A ideia básica é que possamos fazer praticamente um novo terminal, colado,junto com o atual,que continuaria carregando somente sal.O novo terminal teria uma nova esteira,um novo local de atracação e também um pátio novo.”A estrutura poderia servir, por exemplo,à exportação de produtos como o minério de ferro e até mesmo à movimentação de combustíveis. “O governo federal tem sido simpático a essa ideia e o ministro Pedro Brito também. Temos um estudo básico apontando a viabilidade técnica e econômica desse projeto,a parte ambiental também está muito evoluída e estamos aguardando uma nova lista de projetos (no PAC) para incluí-lo”, revela. ar vai para o mercado interno, Rio de Janeiro,São Paulo e região Sul,mas uma boa parcela segue para exportação.Nos Estados Unidos,torna-se matéria-prima da indústria e é usado no degelo das estradas. Também há exportações para o Canadá,Venezuela,Uruguai e África.Normalmente as exportações para os países africanos são destinadas ao consumo humano e este sal já sai devidamente iodado, auxiliando no combate ao bócio.
empresários, em relação à capital potiguar. “Há quem fale que a quantidade de tomadas em Pecem, para atender os contêineres, é muito grande, mas aqui mesmo nós temos mais de 350 e nunca tive de usar todas. Na verdade nunca usei mais de 200 ao mesmo tempo, então o quantitativo é suficiente para atender a demanda”, reforça. Ele lembra que os portos de Pecem e de Suape possuem outras características e são voltados a outros nichos de mercado, sendo classificados como portos de terceira dimensão, que agregam ao redor uma imensa área de comércio e indústria. “O nosso aqui você não teria condições de fazer isso, mas temos como mostrar que o porto de Natal tem sido mais ágil, muitas vezes, do que esses dois portos”, ressalta. Atualmente já vem sendo realizada uma dragagem que irá aumentar o calado nas proximidades do porto de 10 metros para 12,5, permitindo a atracação de navios maiores e mais pesados. A troca do piso também melhorou a infraestrutura de movimentação das cargas. “Era um piso extremamente irregular. Refizemos a pavimentação toda e quando falo em refazer não é apenas o visível, é desde a base. Aqui vai movimentar carga pesada, então tem de ter uma base forte, consistente. Só a empilhadeira que passa em cima pesa umas 40, 50 toneladas, além do contêiner de umas 30 toneladas. Quer dizer: é bastante peso e tenho que ter um solo preparado para essa movimentação e foi isso que fizemos”, descreve. Na dragagem do rio Potengi, o investimento é de 36 milhões e pode ser ampliado. A perspectiva de conclusão é para o início de 2011, talvez até já no mês de janeiro. “Acho que o mercado pode e deve olhar com bons e melhores olhos o nosso porto. Às vezes abro um jornal e vejo alguém falando que o problema do porto é esse e aquele, quando jamais esta pessoa movimentou nada aqui. E só fala porque ouviu de alguém, que também nem sabe a nossa realidade”, lamenta.
CODERN QUER OUTRO BERÇO DE ATRACAÇÃO Um dos sonhos da atual gestão da Codern é viabilizar a construção de um berço de atracação de navios na margem esquerda do rio Potengi, na zona Norte de Natal. “E queremos fazer isso com todos os cuidados relativos a meio ambiente, nada de forma impensada. Estamos planejando e considerando todos os aspectos ambientais. O complexo funcionaria ocupando áreas remanescentes de antigas salinas, já degradadas”, assegura Emerson Fernandes. Ele lembra que um novo cais na margem esquerda pode servir para aproveitar todo o potencial de movimentação de cargas que deve resultar da conclusão do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante. “Pode até ser mesmo que usemos o da direita, o atual, mais para as cargas menores, de boutique como dizem, com movimentação de contêineres e de turistas, e do outro lado as cargas mais pesadas, a granel, como as de minério de ferro”, cogita. Uma das grandes dificuldades do porto natalense, porém, ainda é com a atração de cargas que viabilizem a passagem de navios que operam as linhas de cabotagem. “Temos de mostrar ao exportador que, ele que está acostumado a levar a carga por via rodoviária, pode começar a fazer um experimento no modal marítimo. E os que encaminham para os portos vizinhos também. Há um receio às vezes, mas esse receio eu não tenho. Até hoje não tive nenhuma experiência, ou testemunho contrário de quem veio movimentar cargas aqui. Tem sido sempre satisfatório.”
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
lho”, alerta Helson Braga. Ele afirma que as ZPEs potiguares poderão diversificar a pauta de exportações local e racionalizar a política de comércio exterior, estimulando a fabricação de produtos com um maior valor agregado. “E isso gera mais emprego e renda”, ressalta o presidente da Abrazpe. O especialista lembra, no entanto, que as ZPEs potiguares terão de competir com as zonas instaladas nos demais estados do Nordeste e também com as cerca de 3 mil existentes em todo o mundo. “A chave para convencer os produtores a se instalar no RN é sobretudo gerar um diferencial competitivo. No que depender de aeroportos, as ZPEs do Rio Grande do Norte estarão bem posicionadas, especialmente depois da entrada em funcionamento do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.” Ao mesmo tempo, Helson lembra que o estado se ressente da existência de portos como os de Pecém ou Suape, e também de ferrovias que conectem regiões produtoras diretamente aos portos e às ZPEs. “Esta será uma desvantagem que precisa ser compensada com outros fatores”, adverte.
ZPES PODEM MUDAR CENÁRIO DE EXPORTAÇÕES NO RIO GRANDE DO NORTE A fórmula de oferecer vantagens a indústrias que querem produzir visando o mercado externo pode se configurar uma importante alavanca para a economia Rio Grande do Norte conquistou o direito de implantar em seu território duas Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), áreas que oferecem vantagens especiais para indústrias que queiram se instalar e produzir com vistas ao mercado externo. Uma irá funcionar em Macaíba, a outra em Assu e ambas prometem mudar o cenário do comércio potiguar. Enquanto a primeira segue seu cronograma de instalação, a segunda, também co-
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nhecida como ZPE do Sertão, vem enfrentando dificuldades em atrair parceiros. Não há data para começarem a funcionar e a viabilidade das duas depende do interesse do mercado. Apesar de tudo, as perspectivas são positivas. “Embora haja exemplos de fracasso devido principalmente à má localização, o mecanismo da ZPE é uma história de sucesso em mais de 100 países. Não tem que não dar certo no Brasil. Não tem como não dar certo no Rio Grande do Norte”, asse-
gura o presidente da Associação Brasileiras das ZPEs (Abrazpe), Helson Braga. Ele garante que mesmo que demore “um pouco mais, um pouco menos”, certamente as duas ZPEs serão instrumentos importantes na promoção do desenvolvimento econômico do estado. Para isso pesarão fatores como uma boa logística ligando regiões produtoras de matérias primas à zona de processamento, e esta a portos e aeroportos; a qualidade da gestão; a disponibilidade de
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Flávio Azevedo, é claro quanto à data na qual a Zona de Processamento de Exportações de Macaíba vai começar a funcionar: quando houver clientes, ou seja, empresas dispostas a se instalar no local. Ao contrário da ZPE do Sertão, a de Macaíba já possui um grupo responsável por sua implantação, formado pela Prefeitura local, a Fiern e a Agência de Fomento do Estado e ao qual pode se somar ainda a Fecomercio, e já se encontra em sua segunda fase de instalação. “A ZPE de Macaíba está rigorosamente dentro do que a concessão dada pelo presidente da República estabeleceu. Foi fundada uma empresa de economia mista e agora temos um segundo passo, que é alfandegar essa ZPE”, afirma Flávio Azevedo, referindo-se à fase de preparação de toda estrutura de funcionamento da Receita Federal, já que 80% dos produtos fabricados na zona de processamento devem ser exportados. O terceiro passo será exatamente buscar indústrias interessadas em ocupar a ZPE e, para a Fiern, o ideal é que esse trabalho seja realizado por uma empresa especializada. “Descobri, quando fui sócio do Novotel, que um empreendimento desse tipo você primeiro vende a ocupação dele, para depois construir. A ZPE é a mesma coisa. A próxima etapa da ZPE é vender seus espaços, arranjar hóspedes”, compara, lembrando que na verdade, por se tratar de uma concessão, os lotes e galpões deverão ser alugados aos empreendedores. Quanto tempo isso irá durar ainda é uma incógnita. “O tempo é o tempo de se ter o cliente. Vamos ter aqui no Rio Grande do Norte uma ZPE toda bonitinha, organizada, conforme a legislação estabelece. Agora, para ela começar a funcionar, tem de ter cliente”, repete Flávio Azevedo. Segundo ele, a intenção é entregar a implantação e a administração a uma empresa privada que conheça o mercado, através de licitação pública. “Vamos ainda sentar com o novo governo (do Estado), mas a posição da Fiern é no sentido de fazer uma licitação pública para que tenhamos uma subconcessão”, explica. Ele reconhece que Assu tentou algo semelhante e a licitação ainda não teve interessados, mas nega que o mesmo ocorra em relação a Macaíba. “Correr esse risco se corre, mas é diferente.” O presidente da Fiern lembra que a ZPE do Sertão, em Assu, é dirigida principalmente para a fruticultura tropical, ou seja, possui um objetivo um tanto restrito. “Aqui é mais amplo e existem outras possibilidades”, diz Flávio.
mão-de-obra adequada; a redução na burocracia por parte das administrações estadual e municipal; e uma infraestrutura urbana satisfatória, em termos de hospitais, escolas, universidades, segurança e lazer. “Executivos de algumas empresas localizadas em ZPE virão de centros como Nova York, Londres, Paris ou mesmo do Sul e Sudeste do Brasil, trazendo famílias e, naturalmente, vão demandar condições mínimas de qualidade de vida no novo local de traba-
O MECANISMO DE UMA ZPE É UMA HISTÓRIA DE SUCESSO EM MAIS DE 100 PAÍSES” HELSON BRAGA
Presidente da Associação Brasileira das ZPE’s
RODRIGO SENA
INAUGURAÇÃO DEPENDE DE CLIENTES
ALEX RÉGIS
Helson Braga considera as ZPEs peças importantes para o desenvolvimento econômico
SERTÃO AGUARDA POR ADMINISTRADORA
Flávio Azevedo explica que para a ZPE ser bem sucedida precisa de clientes
✱
ZPE'S*
nistrar a ZPE por um período de 20 anos. O edital foi aberto no dia 17 de agosto e até a última semana não foram divulgadas notícias a respeito de empresas interessadas no negócio. Ainda assim, o presidente da Associação Brasileiras de ZPEs (Abrazpe), Helson Braga, não se mostra pessimista em relação à ZPE do Sertão. “O processo de viabilização de uma Zona de Processamento de Exportações tende a ser lento. Então há que ter paciência e persistência para a colheita dos frutos.”
Assu,RN
João Pessoa,PB
Imbituba,SC
Macaíba,RN
Suape,PE
Rio Grande,RS
Rio Branco,AC
Barra dos Coqueiros,SE
Teofilo Otoni,MG
Barcarena,PA
Ilhéus,BA
Corumbá,MS
São Luís,MA
Aracruz,ES
Bataguassu,MS
Parnaíba,PI
Açu,RJ
Cáceres,MT
Pecém,CE
Fernandópolis,SP
Araguaína,TO
Exportações realizadas (em milhões de dólares)
Empregos gerados Mundo
68,4 milhões
Ásia
61 milhões
América
3 milhões
Europa Ocidental
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL INFLUENCIA ZPES A intenção do presidente da Fiern de ver uma empresa privada à procura de indústrias que queiram se instalar na ZPE de Macaíba pode enfrentar um grande obstáculo: o ritmo ainda morno da economia internacional. “O mundo tem de voltar a crescer. A lei da oferta e da procura é implacável. Você só fabrica aquilo que alguém compra e o mundo não está comprando.” A quantidade de empresas que irão se “hospedar” na ZPE de Macaíba vai depender do mercado e até mesmo do porte das indústrias, já que o tamanho dos lotes e a quantidade disponível deverá se adaptar à demanda. “E isso só pode ser definido por quem é do ramo”, considera Flávio Azevedo. Em qualquer caso, porém, todos os empresários devem ser atraídos
por um novo portão de saída das mercadorias: o futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante. “A inauguração do aeroporto é um ponto fundamental”, resume o presidente da Fiern. Para o presidente da Abrazpe, Helson Braga, a relação existe, mas não é de total dependência. “O funcionamento do aeroporto dará grande impulso para a ZPE de Macaíba, mas não vejo como um pré-requisito para o sucesso, uma vez que o Augusto Severo já atenderá adequadamente nos primeiros anos de sua operação.” De todo modo, ele considera que o de São Gonçalo será de grande utilidade para a atração de indústrias que dependam predominantemente do transporte aéreo, o que mais cresce no mundo.
ZPES
Veja realidade no Brasil e no mundo ZPEs em implantação ou já funcionando no Brasil
A ZPE do Sertão, prevista para ser instalada em Assu, ainda não encontrou interessados em administra-la. O processo licitatório para concessão da Zona de Processamento de Exportação foi aberto desde agosto e não atraiu interessados. Uma das alternativas é a prefeitura local contratar uma empresa de forma direta, sem licitação. A empresa responsável terá de investir R$ 17,9 milhões em obras para implementar a área. Em troca ganhará o direito de admi-
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
179 mil
Mundo
851.032
Ásia e Pacífico
510.666
América
72.636 89.666
Europa e Ásia Central
1,5 milhão
Centro e Leste Europeu e Ásia Central
Norte africano
1,4 milhão
Meio Leste e Norte da África 169.459
Africa sub-saára
1 milhão
África sub-saára
8.605
Números de ZPEs nos países industrializados País
ZPEs
País
ZPEs
País
ZPEs
Austrália
10
Grécia
3
Portugal
2
Canada
1
Islândia
2
Espanha
5
10
Dinamarca Finlândia França Alemanha
Irlanda
2
Suécia
4
2
Itália
4
Suíça
4
87
Japão
22
Reino Unido
8
Malta
11
Estados Unidos
62 266
Números de ZPEs nos demais países País
ZPEs
País
ZPEs
ZPEs
China
187
Filipinas
Nicarágua
34
Vietnã
185
Rep.Dominicana 58
Tailândia
31
Hungria
160
Kênia
55
Jordânia
27
Costa Rica
139
Egito
53
México
109
Polônia
48
Emirados Árabes 26 Unidos
Rep.Tcheca
83
País
92
*as zonas mudam de nomes e características conforme os países,mas para efeito de contagem são consideradas conjuntamente
As Zonas de Processamento de Exportação - ZPEs - são distritos industriais incentivados,onde as empresas neles localizadas operam com suspensão de impostos,liberdade cambial (não são obrigadas a converter em reais as divisas obtidas nas exportações) e procedimentos administrativos simplificados,com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção ao mercado externo. Objetivos: As ZPEs (ou mecanismos similares) são o instrumento mais utilizado no mundo para promover, simultaneamente,os seguintes objetivos: ■ Atrair investimentos estrangeiros voltados para as exportações; ■ Colocar as empresas nacionais em igualdade de condições com seus concorrentes localizados em outros países,que dispõem de mecanismos semelhantes; ■ Criar empregos; ■ Aumentar o valor agregado das exportações e fortalecer o balanço de pagamentos; ■ Difundir novas tecnologias e práticas mais modernas de gestão; ■ Corrigir desequilíbrios regionais.
Fonte:relatório do Banco Mundial/Abrazpe Fonte: Abrazpe
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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ALEX FERNANDES
O programa “Primeira Exportação”é desenvolvido pelo Sebrae em parceria com Receita Federal,Banco do Brasil, Mdic e IFRN.Os alunos de Comércio Exterior passam por cursos e orientam empresários
MICROS E PEQUENAS COM FOME DE GENTE GRANDE Centralizar o apoio a micro e pequenos empresários que querem investir no mercado externo e oferecer consultoria técnica são ações desenvolvidas pelo Sebrae mercado hoje é global. A cada dia surgem mais empresas estrangeiras dispostas a lutar cliente a cliente pela preferência do consumidor potiguar e de todo o Brasil. Nesse cenário, as empresas locais, mesmo as micros e pequenas (MPEs), precisam se capacitar para disputar a guerra travada dentro e fora do país. Um parceiro fundamental na batalha é o Serviço Brasileiros de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “O Sebrae desenvolve uma série de ações de apoio ao fomento de setores importantes da economia do Rio Grande do Norte e entre as ações de apoio existem inúmeras ações de capacitação foca-
O
da para gestão. E dentro da gestão existe uma coisa que é o acesso ao mercado, que é nossa área. A exportação nada mais é que uma estratégia de se buscar novos mercados para esses segmentos”, explica o gerente de Acesso a Mercado do Sebrae/RN, Eduardo Viana. Ele destaca que o Sebrae centraliza uma série de parcerias nesse setor, através da Central Fácil de Comércio Exterior, onde o empresário pode ter informações de mais de uma dezena de instituições empresarias, governamentais e financeiras, como a Agência de Fomento (AGN), a Federação das Indústrias (Fiern), os Correios, a Receita Federal, o Banco do Brasil e toda uma série de pres-
tadores de serviços incluídos na cadeia de auxílio às empresas que têm o objetivo de se internacionalizar, através das exportações. “Temos dentro do trabalho de apoio da nossa unidade essas ações da Central Fácil e uma das iniciativas que a gente desenvolve junto com vários parceiros, e que nasceu do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), é o programa Primeira Exportação, cujo foco é na pequena empresa, que é a nossa área de atuação”, ressalta Eduardo Viana. O programa está entrando em sua segundo edição no Rio Grande do Norte e já beneficiou 11 empresas no primeiro grupo, formado em 2008
frentar adversários muito melhor preparados. “Você pode até não exportar, mas ao se preparar para isso, termina capacitando muito mais a empresa. O diretor pode chegar à conclusão que o momento que o país vive no mercado interno, o esforço necessário, a logística, tudo torna mais interessante naquele momento comercializar no mercado interno”, admite Eduardo Viana. Programas como o Primeira Exportação agem como instrumentos qualitativos. “Existe uma série de variáveis para colocar o pé fora do país. O grau de formalização é muito maior. As exigências fitossanitária, legais, tudo é mais exigido. As variáveis são inúmeras e precisam ser bem entendidas”, reforça o gerente. O projeto leva cerca de um ano e meio a dois anos para preparar as empresas participantes. Nesse período o Mdic acompanha todo o processo e oferece capacitação ao empresário e ao aluno de Comércio Exterior indicado para a empresa. Segundo David Góis, um dos problemas comuns percebidos entre os participantes é a falta de uma capacidade produtiva adequada para atender os mercados aos quais os empresários pretendem chegar. “Uma questão que os importadores levam em consideração é a frequencia de envio. Eles não querem só uma vez, querem
A EXPORTAÇÃO NADA MAIS É DO QUE BUSCAR NOVOS MERCADOS PARA SEGMENTOS DA ECONOMIA” EDUARDO VIANA
Gerente de Acesso ao Mercado do Sebrae/RN
ALEX FERNANDES
EXPORTAR NÃO É OBRIGAÇÃO Ao buscar qualificação para exportar seus produtos, as micro e pequenas empresas não precisam necessariamente se ver obrigadas a vender para o exterior. Em um momento pós-crise, vivido pela economia mundial na atualidade, muitas vezes a qualificação é utilizada para disputar mercado internamente, evitando perder o consumidor cativo para outras empresas. “Internacionalizar não é só exportar. Faz parte, mas a empresa já se internacionaliza desde o momento em que está vivendo e concorrendo em um mercado e em um contexto que não tem fronteiras”, reforça Eduardo Viana. Empresas varejistas, de comércio, importadoras, multinacionais, estão cada vez mais presentes no mercado potiguar e os empresários locais correm o risco de serem engolidos se não prepararem suas empresas para essa disputa. “Tem de investir em si próprio, com cursos, investir na qualificação do produto. O Sebrae possui várias ações na área de exportação e o empreendedor deve buscar essas ferramentas”, defende o gerente de Acesso ao Mercado. Já o analista David Góis alerta que a atuação do empresário potiguar pode até ser local, mas a visão tem de ser global. Os dois apontam que, sem ganhar competitividade, melhorar a capacidade de gestão, ou a compreensão do mercado, fica difícil en-
a partir de 25 interessadas. Das selecionadas, três exportaram, sendo duas delas pela primeira vez. Um dos objetivos é ampliar a base de exportações do Brasil e no Rio Grande do Norte a meta foi cumprida com louvor. “Das oito empresas que chegaram ao final de todas as etapas do programa, três exportaram. Uma já exportava abacaxi ornamental e outras duas fizeram as primeiras vendas para o exterior. Uma delas exportou coco verde in natura, lavado e embalado para a Alemanha; e a outra castanha”, relata o analista de acesso a mercado David Góis. As 11 empresas da primeira edição do programa, lembra o analista, foram qualificadas a partir da
análise da maturidade de cada uma para atuar no mercado externo. “É feito um diagnóstico e após isso vamos trabalhar a parte de pesquisa de mercado. Os empresários, o agente de mercado e um aluno de Comércio Exterior do IFRN, que acompanha a empresa, trabalham junto com o Sebrae”, explica David Góis. De acordo com o perfil do produto, o aluno, junto com o empresário, direciona a possível venda para dois ou três países ou regiões, a partir de uma análise de onde há demanda, ou interesse do empreendedor em chegar, e levando em conta pesquisas de mercado. “Tradicionalmente, todos os empresários do Brasil enxergam muito a Europa e os Estados Unidos como mercados, é uma coisa quase automática. A gente até pondera, porque às vezes tem mercados desses que estão muito saturados, sem crescimento significativo”, alerta Eduardo Viana. “Geralmente os mercados da Europa e América do Norte têm um grau de exigência e competitividade maior, enquanto mercados como o da África possuem grau de exigência menor e muito potencial a ser explorado. Não existe só Europa e América do Norte”, complementa David Góis.
✱ O EMPRESÁRIO PODE ATÉ NÃO EXPORTAR, MAS SE PREPARANDO PARA ISSO TERMINA CAPACITANDO MUITO A EMPRESA” EDUARDO VIANA
Gerente de Acesso ao Mercado do Sebrae/RN
Eduardo Viana explica etapas do programa “Primeira Exportação”
uma sequência e muitas vezes a pequena empresa não está preparada para atender essa demanda. A parte de promoção comercial também. É importante a empresa ter um site estruturado em duas, três línguas, com um bom material de divulgação, e isso é observado durante o projeto.”
As empresas participantes do segundo ciclo do Primeira Exportação já estão sendo selecionadas, com o auxílio de instituições parceiras. “Nesse segundo ciclo, gostaríamos de expandir para empresas do interior. Todas as do primeiro ciclo foram da Grande Natal”, aponta Eduardo Viana.
ACREDITAMOS QUE HÁ UM NÚMERO BEM MAIOR DE EMPRESAS COM POTENCIAL PARA EXPORTAR, MAS O EMPRESÁRIO AINDA É RELUTANTE” DAVID DE GÓIS
Analista de Acesso ao Mercado do Sebrae/RN
POTENCIAL
Os especialistas do Sebrae/RN consideram que o número de MPEs com potencial para exportar é grande no Rio Grande do Norte.“A gente acredita que sim,há mais empresas com potencial para exportar,mas o empresário ainda é muito relutante em chegar ao mercado internacional”, observa David de Góis.Já para o gerente Eduardo Viana,a decisão de exportar é estratégica e o empresário precisa entender bem as vantagens e riscos.“Até ele ter a dimensão real do que vai implicar na vida da empresa,a certeza que o mercado vai receber seu produto e que o investimento feito terá retorno,tudo isso é um longo processo.Quando você começa a enxergar resultados começa a se convencer.Já temos segmentos importantes como o da apicultura.O estado praticamente não contava com o mel de abelha em sua pauta de exportação,mas hoje faz parte.A moda também,temos empresas daqui que todos os anos participam de edições das semanas de moda na Europa e vão consolidando sua posição de mercado.”Os interessados em conhecer melhor as opções devem buscar a Central Fácil do Sebrae,a unidade de Acesso ao Mercado,ou ainda ligar para o 0800 – 570 0800.
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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“OLHA O COCO MY BROTHER!” Empresa potiguar que participou do programa “Primeira Exportação” descobre o filão e começa a exportar água de coco para a Europa mesma água-de-coco que você consome nas lojas, supermercados e comércios de rua em Natal está saciando a sede de europeus e deve chegar a outras regiões do mundo. A empresa potiguar Aquacoco integrou a primeira lista de participantes do programa Primeira Exportação e se tornou uma das três que já conseguiram vender suas mercadorias ao exterior. “A necessidade da exportação veio devido à sazonalidade do produto, o coco verde, aqui em nossa região. Temos muita oferta do fruto no inverno brasileiro e pouca no verão”, explica o diretor, Diogo Gaspar. Segundo ele, quando há muita oferta de coco é logo no período de queda no consumo interno, durante o inverno, e se tornou preciso pensar em como levar essa oferta até onde havia demanda, já que nos Estados Unidos e Europa o período de meio de ano marca exatamente o verão. “A gente exportou ano passado e este ano. Não o copinho, embalado, mas o coco mesmo. Já tinha visto esse tipo de exportação e foi assim que fizemos. Agora temos a intenção de exportar somente a água-decoco em caixinhas, não mais o coco, talvez já no próximo ano”, cogita o empresário. Ele entende que o Sebrae ajudou bastante na chegada ao mercado externo. “Participamos do programa Primeira Exportação, para micro e pequenas empresas começarem a exportar, e isso realmente nos auxiliou, inclusive com o apoio de agentes de comércio exterior”, relembra. O próprio Diogo Gaspar é formado em Comércio Exterior, pela Facex, e já conhecia boa parte das exigências do mercado externo. “Como dizia uma professora minha: o comércio exterior é feito para profissionais, não é feito para amadores. Não basta só querer. Você tem de fazer a coisa da forma correta.” E fazer a coisa certa neste ca-
ALEX FERNANDES
A
Diogo Gaspar conta que a ideia inicial era de exportar apenas o coco.Mas o negócio deu tão certo que a empresa já se prepara para exportar a água do fruto em caixinhas
TEMOS A INTENÇÃO DE EXPORTAR A ÁGUA DE COCO EM CAIXINHA JÁ A PARTIR DO PRÓXIMO ANO” DIOGO GASPAR Empresário
so significa ter toda uma análise prévia do produto e dos negócios, contar com todas as licenças ambientais e a garantia de que aquela mercadoria vai chegar de forma correta no destino, apta ao consumo. “Se você mandar uma água-de-coco estragada para lá, você estará atrapalhando seu negócio e toda imagem do Brasil. Para pensar em exportação, tem realmente de se organizar e fazer a produção correta”, adverte. Diogo Gaspar entende que o Sebrae ajuda muito a qualificar as empresas locais e acrescenta que há cada vez mais meios de se inteirar sobre o mercado internacional e as regras de exportação, como os portais do Banco do Brasil
e Ministério do Desenvolvimento, na Internet. “O mercado externo é uma saída primordial para a água-de-coco, para que a gente possa resolver a questão da sazonalidade. Tenho muito coco aqui e não consigo vender porque a gente tem uma baixa no consumo, então por isso busquei essa alternativa e deu certo.” O empresário afirma que a receptividade foi muito positiva, tanto na Alemanha, quanto na Holanda, para onde foram as últimas vendas. A água-de-coco hoje, destaca, é em âmbito global uma das bebidas cujo consumo mais cresce ano a ano, apesar de ainda não corresponder nem a 2% do mercado de refrigerantes.
EMPRESA JÁ AGREGA VALOR AO PRODUTO Quando se exporta o próprio fruto, há um apelo natural, mas também acaba se exportando a casca do coco, quando o que o cliente deseja mesmo é consumir o líquido. Ciente disso, Diogo Gaspar está investindo na tentativa de vender a água-de-coco já embalada em caixinhas, com validade de até um ano e manuseio bem mais simples. A Aquacoco tam-
bém já começou a produzir sucos a partir de frutas locais e pretende incluir o novo produto na pauta de exportações. “Ano passado exportamos uns 40 mil frutos e este ano uns 30 mil, o que corresponde talvez a uns 20% da produção nesse período em que vendemos ao exterior”, afirma. O empresário ressalta que a Aquacoco hoje é
a única indústria potiguar do ramo com certificado do Programa de Alimento Seguro - PAS. “Nosso produto é um produto 100% natural e prezamos muito pela qualidade da fábrica, que tem todos os registros e licenças ambientais. Entre empregos diretos e indiretos, geramos mais de 100. E compramos coco de todo o estado e até de fora do Rio
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PRIMEIRA EXPORTAÇÃO
Situação do projeto Em 2010,o Projeto 1ª Exportação teve sua metodologia revisada, adaptando-se para atender a uma quantidade maior de empresas e triplicar o número de estados participantes.Juntando-se a Goiás,Rio Grande do Norte e Espírito Santo,estados onde foi implementado o projeto piloto,firmaram parceria com a Secex/Mdic Minas Gerais,Rio de Janeiro, Pernambuco,Paraná,Santa Catarina e Bahia.No Espírito Santo,um segundo ciclo de acompanhamento de empresas está sendo estruturado. A nova metodologia modificou os prazos iniciais,estabelecendo a duração aproximada de 27 meses para a conclusão do ciclo do Projeto. Cada ciclo se divide em três etapas:
1. Estruturação: período de aproximação entre a Secex/Mdic e o governo estadual, mobilização das entidades locais para compor o Comitê Gestor Regional,assinatura do Acordo de Cooperação Técnica e da Agenda de Trabalho pactuada,pré-seleção das empresas a serem atendidas,seleção e capacitação dos agentes do Primeira Exportação.
2. Execução:
Grande do Norte.” Para Diogo Gaspar, além de se qualificarem, os empresários potiguares têm de realizar negócios seguros e se prevenir contra possíveis calotes, antes de começar as vendas a outros países. “Não pode estar vendendo de qualquer maneira, porque se não receber vai ter de ir do outro lado do mundo cobrar”, alerta.
etapa de assessoramento das empresas participantes pelos agentes do projeto.Consiste em cinco fases:diagnóstico,pesquisa de mercado,adequação do produto e do processo de produção,promoção comercial e operacionalização da transação.
3. Avaliação: momento em que o projeto e o agente são avaliados pelos empresários atendidos por meio de questionários.Nesse sentido,a partir de 2010 também será avaliado o conhecimento internalizado nas empresas durante sua participação no projeto. Mais informações:www.primeiraexportacao.desenvolvimento.gov.br/ Fonte: Mdic
EXPORTAÇÃO Acompanhe números de exportação por tipo de empresa no país Brasil Ano de referência:
Rio Grande do Norte Ano de referência:
2008
2009
Tipo de empresa
Micro Empresa
Pequena Empresa
Média Empresa
Grande Empresa
Pessoa Física
Total
Tipo de empresa
Quantidade total
5.054
6.066
5.793
5.508
611
23.032
Valor em US$ total
267.259.637
2.042.103.284
8.899.874.080
186.388.505.084
344.700.824
197.942.442.909
Número de empresas exportadoras
Quantidade (indústria)
2.404
3.759
4.841
4.194
0
15.198
Valor em US$ (indústria)
163.715.071
364.369.676
7.426.116.078
145.933.133.448
0
154.887.334.273
Quantidade (comércio/serviços)
2.650
2.307
952
1.314
0
7.223
Valor em US$ (comércio/serviços)
103.544.566
677.733.608
1.473.758.002
40.455.371.636
0
42.710.407.812
Quantidade (outros)
0
0
0
0
611
611
Valor em US$ (outros)
0
0
0
0
344.700.824
344.700.824
Fonte:Secex
Participação no total nacional de empresa exportadoras Valor exportado (em US$) Participação no total de exportações nacional Colocação no ranking nacional
Micro Empresa
Pequena Empresa
Média Empresa
Grande Empresa
Pessoa Física
28
19
61
40
3
0,12%
0,08%
0,27%
0,18%
0,01%
1.386.652
5.511.444
68.971.598
181.947.907
286.063
0,00%
0,00%
0,05%
0,12%
0,00%
16º
18º
14º
20º
12º
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A SÍNDROME DE ODORICO PARAGUAÇU Antes de se garantir a infraestrutura,os especialistas alertam para a necessidade de fazer com que o Estado se torne porta de entrada e saída de mercadorias,além de se criar demanda por determinados produtos m caminho não é nada se não há quem o trilhe. Da mesma forma, não adianta o Rio Grande do Norte pensar em melhorias de estradas, construção de ferrovias, a chegada do novo aeroporto e a ampliação dos portos, se não houver mercadorias a transportar nessa infraestrutura toda. O alerta é da presidente da Sociedade Brasileira de Logística (SBL), Karla Motta, para quem é preciso primeiro um trabalho de mar-
U
keting, fazendo do território potiguar porta de entrada e saída de mercadorias. “Infraestrutura é necessária, mas primeiro precisa ter a demanda pelo produto. É igual ao prefeito Odorico Paraguaçu, que construiu o cemitério e ninguém morria. Então tem de se começar pela questão comercial. Você tem de pensar logo onde é que está o consumo, onde está a produção e o que pode ser feito para que esse fluxo entre o consu-
mo e a produção passe pelo Rio Grande do Norte”, ressalta a especialista. Ela lembra que essa lógica vale tanto para ferrovias e rodovias, quanto para o porto e o aeroporto. São todas estruturas que podem ser bem utilizadas no escoamento dos mais diversos tipos de produtos, mas é preciso ter produtos para escoar. “Desde que sejam feitas negociações com as origens e destinos de cargas, incluindo o Rio Grande do Norte como ponto de pas-
sagem, vai ser possível inserir o estado e essas novas estruturas no mercado internacional. Se não, isso não vai acontecer. Não adianta ter uma estrutura se não tenho demanda pelo produto, pelo serviço. Lógico que meu planejamento de infraestrutura tem de ser uma coisa que torne meu equipamento competitivo, mas do que adianta ter um aeroporto de ponta, bem equipado e com pessoas capacitadas, se não tenho carga passando por aqui?” questiona.
Ela defende que o trabalho para negociação dessas cargas deve ser conjunto entre iniciativa privada e o poder público, pois nenhum dos dois conseguirá exito sozinho. A Companhia Docas do RN (Codern), responsável pelos portos de Natal e de Areia Branca, aponta Karla Motta, tem uma área de marketing de mercado muito bem intencionada, mas não é capaz de realizar sozinha toda tarefa de atração entre mercado produtor e consumidor, para apro-
veitar o fluxo de mercadorias. De qualquer forma, ela lembra que já há, pelo menos, um amplo diagnóstico a respeito, o chamado Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt), elaborado em consonância com o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT), que traz uma projeção dos fluxos nacionais e internacionais de cargas até o ano de 2023. “Esse plano precisa ser utilizado e irá apontar o caminho a seguir”, garante.
ALEX RÉGIS
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NÚMEROS
61ª
era a colocação do Brasil no ranking do Índice de Desempenho em Logística 2007, entre 155 países
41ª
é a posição no último ranking, de 2010
6
aspectos são avaliados no estudo - alfândega, infraestrutura, tempo de chegada ao destino, competência logística, rastreamento e acompanhamento e embarques internacionais
1% Embora seis vezes mais caro que o transporte por navios, o rodoviário ainda é o mais utilizado no RN. Apesar disso vem ganhando força a necessidade de diversificação
REGIÃO TEM DE AGREGAR VALOR AOS PRODUTOS A região Nordeste é a área do Brasil mais próxima da Europa e da África e disputa com a região Norte a proximidade em relação aos Estados Unidos. Vem ainda vivendo uma fase privilegiada, com Produto Interno Bruto (PIB) crescendo a percentuais acima da média nacional. “E o PIB é muito associado com a capacidade de exportação. Agora precisa se ver onde o Rio Grande do Norte está nesse ambiente e qual o índice de valor agregado que tem os produtos”, enfatiza Karla Motta. A presidente da SBL lembra que beneficiar as mercadorias localmente representa gerar mais empregos, renda e melhorar a balan-
ça comercial. “É preciso deixar a riqueza aqui, para vender um produto com um valor melhor e ser melhor remunerado”, enfatiza. Com mais valor agregado, o exportador pode ampliar as opções de revenda e analisar qual modalidade de transporte cabe melhor em seu bolso. De acordo com a especialista, uma regra utilizada em todo o mundo aponta que enquanto se gasta “um” para transportar por água, gasta-se “três” para transportar por ferrovia, “seis” para levar por rodovia e “nove” por via aérea. “Uma coisa interessante é que estamos localizados em uma posição geográfica privilegiada,
com relação aos demais continentes, mas por outro lado acontece muito de os navios que passam por aqui já virem carregados do resto da América Latina”, observa. Dessa forma, já vindo carregados da Argentina e dos portos do Sul e Sudeste, muitos não incluem Natal nas rotas, pois o volume de exportações potiguares é muito pequeno e não justifica uma parada, que representa um custo elevado no trajeto dos navios. “Se olharmos para o modo ferroviário, que é o segundo mais barato, a gente tem uma situação no estado na qual as ferrovias estão inativas. Você exporta minério de ferro como? Levando de ca-
minhão, que é totalmente inviável”, afirma Karla Motta. Próximo ao Rio Grande do Norte, os destaques em logística são Ceará e Pernambuco. “Houve em ambos os estados uma mobilização da iniciativa pública, com a iniciativa privada, e fizeram um trabalho pesado, em nível de governo federal, para conseguir locação de recursos para esse dois locais. Não é à toa que existem hoje Pecem e Suape. É fruto de um trabalho árduo baseado em planejamento. Não é simplesmente ‘quero fazer essa obra’, é mais ‘essa obra é necessária pois existe esse fluxo e vai gerar esse retorno’. Isso cria a mobilização”, indica.
82ª ESTAMOS LOCALIZADOS EM UMA POSIÇÃO GEOGRÁFICA PRIVILEGIADA ” KARLA MOTTA
Presidente da SBL
se plano, que foi concluído em 2008”. Ela destaca que em março houve uma reunião do Ministério dos Transportes, em Fortaleza, e no encontro foram apontadas as necessidades de investimento em infraestrutura do Rio Grande do Norte, dentro do plano plurianual de investimentos até 2013, e os dados foram oriundos do Pelt. “E não é só o diagnóstico. O Pelt revela também necessidades e elas são elencadas com locais de produção e foram identificadas a partir de informações da iniciativa privada. As federações da indústria e do comércio tiveram espaço para demandar as obras que consideram necessárias em suas áreas e aí o governo reuniu isso tudo, formou uma equipe técnica, u-
sou uma metodologia consistente e fez esse planejamento. Uma coisa muito séria”, avalia. Karla Motta lembra que o Pelt, assim como o PNLT, são planos de estado e não podem ser mudados indevidamente, ou mesmo esquecidos pelos novos governos. Um dos avanços fundamentais, considera, é a criação de uma câmara estadual de logística, gestora do Pelt e formada pelo nível técnico das entidades representantes do poder público e da iniciativa privada, indústria, comércio e serviços, com poderes para apontar prioridades do que vai ser solicitado de recursos ao governo federal e o que vai ser alocado de recursos para as obras. “O Pelt já indica o que deve ser
é a posição brasileira em relação ao quesito “trâmites alfandegários”, atrás de Uganda (44), República Democrática do Congo (59), Togo (75) e Benin (80)
65ª é a posição em relação aos embarques internacionais
ALEX FERNANDES
37ª a colocação do Brasil em termos de infraestrutura
PLANO PRECISA TER CONTINUIDADE Em 2011 o governo federal vai mudar, o estadual também. Para a consultora Karla Motta é fundamental que as novas gestões não esqueçam do planejamento já traçado em termos de logística. O Rio Grande do Norte conta com o Plano Estadual de Logística de Transporte (Pelt) e o país já possui um Plano Nacional, o PNLT, ambos com um diagnóstico dos principais gargalos e necessidades para a próxima década. “Há nesses estudos simulações, fazendo as possíveis projeções de carga até 2023. Então você consegue, a partir dessas informações, fazer uma análise do que está acontecendo e de como os governos devem agir. Nós aqui no estado já evoluímos muito com esse Pelt em relação a quando não tínhamos es-
de acréscimo no PIB pode ser obtido através de uma boa estrutura logística, com mais efeitos do que redução de impostos e tarifas
feito primeiro e o que deve ser feito depois, conforme a projeção de cargas. O que devemos cuidar é para que esse plano saia do papel e vire realidade. Não é porque mudou de governo que o projeto deva ser engavetado”, defende a presidente da SBL. Uma das prioridades atuais seria uma solução para o transporte do minério de ferro. Uma das opções é o complemento da linha férrea até Mossoró e a integração com a Paraíba. “Com essa integração o Rio Grande do Norte fica dentro da Transnordestina. Falam: ‘ah, o Rio Grande do Norte ficou fora da Transnordestina’. É porque a gente está parado, se a gente começar a se mexer, a gente entra.”
4,08 é o índice da Alemanha, primeira do ranking, em uma variação que vai de 1 a 5
1,34 O QUE DEVEMOS CUIDAR É PARA QUE ESSE PLANO SAIA DO PAPEL E VIRE REALIDADE” KARLA MOTTA
Presidente da SBL
foi o índice da Somália, 155ª e última do ranking
27ª é a posição da China, único pais dos “Brics”à frente do Brasil no ranking
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AGREGAR VALOR É O CAMINHO O consenso entre os especialistas no setor é que as mercadorias precisam ter pouco peso mas alto valor agregado para justificar o investimento no frete aéreo,o mais caro futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante só irá representar o acréscimo esperado no comércio nacional e internacional de mercadorias, se o Rio Grande do Norte começar a se preocupar em agregar valor aos produtos que passam pelo território potiguar. A opinião do secretário de Planejamento do Estado, Nelson Tavares, é dividida com grande parte dos empresários e especialistas e mostra que a simples construção do terminal não irá garantir desenvolvimento econômico. “A ideia é fazer até mesmo a Zona de Processamento de Exportações (ZPE) de Macaíba adequada ao transporte aéreo. Significa dizer que devem ser produzidas mercadorias de pouco peso, mas com muito valor agregado. Os outros dois produtos que temos hoje, frutas e camarão, são importantes porque são perecíveis, têm de sair hoje da fazenda, estar amanhã no
O
O que é um aeroporto cidade? Um espaço no qual,além das atividades regulares como embarque e desembarque de cargas e passageiros,é montada toda uma estrutura de indústrias,comércio, serviços e lazer ligados direta ou indiretamente ao movimento do aeroporto.Caracteriza-se pela disponibilidade de amplos terminais e uma grande infraestrutura de armazenagem,bem como a presença de empresas que negociam produtos de alto valor agregado,atraindo os mais diversos tipos de fornecedores para seu entorno.
supermercado europeu e depois de amanhã na mesa do consumidor. E vai se abrir essa opção direta de transporte aéreo, na medida que você vai ter um fluxo de aerona-
ves significativo, conforme a gente espera”, enfatiza o secretário. Nelson Tavares acredita que o aeroporto, dentro de um contexto favorável, poderá impulsionar diretamente as exportações potiguares. “Mas não é só questão do aeroporto. É o aeroporto, as ZPE’s, é você conseguir fazer desse aeroporto um hub, onde todos os transportes de carga vêm pousar, para daqui serem distribuídos a todo o Brasil. Esse é o desafio que se coloca em termos de infraestrutura aeroportuária atualmente”, aponta. O secretário de Planejamento ressalta que é necessário um trabalho da iniciativa privada junto com o poder público e cita o caso do aeroporto de Schiphol, da Holanda, no qual o governo holandês deu um incentivo para que todas as empresas fizessem um entreposto ao redor do aeroporto, um dos mais movimentados da Europa. “Dali, com a infraestutura que se tem, as cargas saem para
toda a Europa de trem, de caminhão, ou coisa assim. Lá o poder privado transformou o aeroporto em uma rota obrigatória, com o incentivo do poder público, que forneceu a infraestrutura.” Ele lembra que os produtos embarcados no futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante podem vir de várias partes do Brasil. “Nós temos é de fornecer as condições para que haja um escoamento rápido, essa é a grande questão, o grande desafio que está colocado para o estado e isso inclui rodovias, ferrovias, porto. Já estamos fazendo as rodovias de acesso ao aeroporto, que estão sendo complementadas por um investimento do Governo Federal na BR-101.” Essas obras rodoviárias já garantiriam, por exemplo, uma melhor ligação com o porto do Suape, em Pernambuco. “E não vejo Suape como concorrente, porque a carga de navio é uma coisa e a carga de avião outra diferente”, compara.
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HISTÓRIA
Aeroporto São Gonçalo do Amarante
NA HOLANDA, A INICIATIVA PRIVADA TRANSFORMOU O AEROPORTO EM UMA ROTA OBRIGATÓRIA.ISSO SÓ FOI POSSÍVEL COM O INCENTIVO DO PODER PÚBLICO QUE FORNECEU A INFRAESTRUTURA” NELSON TAVARES
Secretário de Planejamento
1995 Infraero e Aeronáutica iniciam a fase de escolha da área do futuro Aeroporto de São Gonçalo. 1996 Em abril começam os processos de desapropriação da área. 1997 Exército inicia levantamentos de preparação para as obras; planejamento da Infraero prevê conclusão em dez anos. 2002 Em setembro ocorre suspensão das obras,com 70% da terraplanagem pronta,devido a riscos de acidentes no espaço aéreo,por conta da proximidade com o Aeroporto Augusto Severo.
ALDAIR DANTAS
2003 Em 17 de janeiro o Ministério Público Federal ameaça pedir explicações à Aeronáutica e à Infraero sobre a possível paralisação das obras,após investimentos de R$ 20 milhões já realizados. Dia 24 de janeiro,novas dificuldades na desapropriação das terras atrasam o processo. Em 30 de janeiro o então presidente da Infraero,Carlos Wilson,visita o canteiro de obras e diz que aeroporto é irreversível. Em fevereiro são reiniciadas as obras com previsão de término e inauguração para 2007. Em 20 de dezembro,Lula vem a Mossoró e é cobrado a respeito do aeroporto.
As obras do aeroporto de São Gonçalo ainda estão no início. No ano que vem a Anac deve fazer o leilão para a escolha da empresa que ficará responsável pela conclusão
EMPRESAS DEMONSTRAM INTERESSE NA OBRA Março de 2011. Para Nelson Tavares, essa é a provável data na qual as obras do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante passarão às mãos da iniciativa privada, após 13 anos sob a responsabilidade do Exército. Segundo ele, já há pelo menos três consórcios de “empresas grandes, com boas operadoras”, interessados em concorrer à licitação da obra. E o fato de o aeroporto potiguar ser um pioneiro no modelo de licitação, deve ser outro fator a atrair os interessados. “Certamente há muito interesse porque o Brasil está crescendo bastante, o Rio Grande do Norte vai ter seu primeiro aeroporto moderno e quem ganhar a concorrência desse aeroporto vai ter uma posição diferenciada, para melhor, ao participar da concorrência da futura privatização de outros aeroportos como o do Galeão, Cumbica e dos demais”, enfatiza. Outro motivo de interesse pode ser a Zo-
na de Processamento de Exportações (ZPE) de Macaíba, que segundo Nelson Tavares deve atrair muitos investimentos e trabalhar em consonância com as demandas do futuro aeroporto. O secretário destaca o fato de terem sido propostas, após as audiências públicas, um total de 170 emendas. “Pensei que ia ser muito menos, errei. Inclusive muitas foram propostas formuladas pelas empresas”, revela. Todas as questões estão sendo avaliadas, uma a uma, e vão ser colocadas para análise do grupo que acompanha a formulação do edital, bem como da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Após darem o OK, o resultado vai para o site da Anac e aí o próximo passo é ter o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovando o edital, que logo depois nós lançaremos”, descreve. Ele lembra que a tendência mundial são as chamadas cidades-aero-
O BARATO QUE SAI CARO A presidente da Sociedade Brasileira de Logística (SBL), Karla Motta, ressalta que a venda de produtos baratos, com menor valor agregado, gera poucas riquezas e traz muitas dificuldades para a economia potiguar, inclusive de como abastecer os voos que devem passar pelo futuro aeroporto de São Gonçalo. “O ideal é que se procure agregar valor às matérias-primas aqui, para que
você possa ganhar um pouco mais, deixando resultados e empregos qualificados”, defende. Ela lembra que o transporte aéreo demanda produtos de alto valor agregado, ou com contratos de longo prazo firmados, garantindo os custos mínimos da rota. “É equivalente à regra da linha de produção: se você tem uma linha de produção, seu custo fixo baixa, você pode vender até mes-
2004 Em janeiro,engenheiros da Aeronáutica e Infraero são obrigados a redefinir a direção da pista.
TRANSPORTE AÉREO Aeroporto de São Gonçalo do Amarante
■ Pista de pouso: 3 mil metros x 60
■ Pátio das aeronaves: 1.260 m x
■ Passageiros estimados em 2030:
metros (mais 7,5 m de acostamento) ■ Pista de taxiamento: 2.600 metros ■ Terminal de passageiros: 58 mil m2 ■ Terminal de cargas: 6.900 m2 ■ Estacionamento: 3 mil vagas ■ Valor total investido até o final de 2009: R$ 159 milhões
160 m ■ Etapas já executadas pelo Exército: desmatamento, terraplanagem,drenagem e pavimentação da pista ■ Previsão de início das operações: 2013
8 milhões ao ano
portuárias, com shoppings, supermercados, centros de convenções, hotéis, erguidos ao redor do aeroporto e que complementam o seu funcionamento. “O Schiphol da Holanda é isso. Agora o governo de lá também deu incentivo para que tivesse
uma parte de carga significativa, da qual não se pode abrir mão”, alerta. Uma das propostas já feitas ao governo do estado, relembra, veio do cientista Miguel Nicolelis, que sugeriu fazer da ZPE de Macaíba um centro industrial relacionado
à ciência e às atividades desenvolvidas pelo Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). “Geralmente, perto de algum instituto há uma série de laboratórios que trabalham com produção de alto valor agregado”, relembra.
mo um produto mais barato, ganhando pouco, porque compensa no volume. É a mesma lógica. Você só vai conseguir ter um transporte aéreo competitivo se tiver volume de movimentação de carga. Sem volume de carga, não adianta.” A especialista considera que o emprego gerado para extrair e vender, por exemplo, o minério de ferro bruto é muito válido. Mas se os empresários começam a agregar valor aos produtos a reação geral é ainda mais positiva. “Com o início de
uma industrialização, já se gera um ambiente mais rico, porque precisa de pessoas mais capacitadas, abrese espaço para a implantação de escolas técnicas para capacitar essas pessoas e isso vai gerando riquezas em vários níveis”, descreve. Karla Motta diz que deseja muito ver o aeroporto de São Gonçalo implantado e funcionando, porém as inúmeras vezes que o projeto foi adiado causaram certa desconfiança por parte da consultora e ela hoje não se diz confortável em relação
ao empreendimento. A primeira fase, lembra, deveria estar pronta em 2002, foi adiada para 2004, para 2007 e hoje está prevista para 2013. “Aí a questão é: quando é um bom negócio, o empresário vai atrás. Então voltamos ao meu entendimento de que o fundamental é trabalharmos fluxo de cargas. Não podemos simplesmente ter um aeroporto, se não houver demanda. Na hora que a gente tiver esse fluxo de cargas, a obra naturalmente vai acontecer”, entende.
■ Terminal de cargas: 7.901
toneladas movimentadas e uma área de 3.450 metros quadrados em 2024 13.522 toneladas e área de 5.950 metros quadrados em 2038
2006 Infraero aconselha o Governo do Rio Grande do Norte a buscar investidores para formar uma PPP e viabilizar o aeroporto. No mês de abril,Planalto garante estudos para agosto e licitação até o final do ano.Prazos não são cumpridos. Em 16 de novembro,Lula garante à governadora Wilma que estado terá o aeroporto. 1º de dezembro,decreto federal permite que iniciativa privada elabore estudos de viabilidade. 2008 Inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o aeroporto de São Gonçalo do Amarante é incluído no Programa Nacional de Desestatização (PND). O BNDES passa a conduzir estudos sobre a viabilidade econômica do modelo de concessão. 2010 Em agosto é aberto prazo para consulta pública do edital de licitação do Aeroporto de São Gonçalo,que será no modelo leilão. Duas audiências públicas,uma em Brasília e outra em São Gonçalo do Amarante,são realizadas para receber contribuições. 2011 Fevereiro é a previsão da Anac para a realização do leilão da obra.O prazo de vigência do contrato a ser licitado é de 28 anos,sendo três para a construção e 25 para exploração por parte dos vencedores.A estimativa de investimentos é de R$ 650 milhões em todo o período.
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OTIMISMO NA AGROPECUÁRIA A crescente demanda por alimentos e biocombustíveis, além de uma conjuntura econômica favorável, fazem com que o setor esteja em amplo crescimento no país. Esse foi o tema da palestra do ministro Wagner Rossi, no MDRN m tripé formado pelos esforços dos agricultores, o avanço tecnológico e o apoio do Governo Federal. Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, esse é um dos motivos que levaram a agricultura brasileira a atingir recordes de produção nos últimos anos, inserindo-se no mercado internacional como uma das mais importantes e de maior potencial do planeta. Em palestra durante o seminário “Os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, na última segunda-feira, ele destacou a excepcional demanda por alimentos que vem surgindo tanto no mercado interno, devido ao crescimento do poder de renda do brasileiro e de programas como o de biocombustíveis; quanto no externo, por conta da necessidade de reabastecer os estoques de alimentos. “Há uma gravíssima redução dos estoques mundiais de alimentos. Então vamos ter, sim, compradores dispostos a refazer esses estoques, porque hoje a comparação entre o que o mundo produz e consome é negativo em praticamente todos os produtos”, alertou. O Brasil é atualmente o maior produtor e exportador de carne bovina do planeta, superando os números dos Estados Unidos, e também vem se tornando o maior exportador de frango. Com o crescimento na produção, o país estaria em uma situação privilegiada para aproveitar a demanda e ampliar ainda mais suas vendas ao exterior. Os produtos agropecuários passaram de 42% do total de exportações brasileiras em 2009 para 44% este ano, atingindo um superávit previsto em 60 bilhões de dólares em 2010, suficiente para preencher os déficits de outros setores da economia. Os avanços, reforçou, estariam ligados ao tripé formado por produtores, tecnologia e apoio governamental. “E que capacidade tem o trabalhador rural brasileiro! E nossa Embrapa vem garantindo ganhos de produtividade e eficiência, através da pesquisa científica, capitaneando o trabalho das universidades”, relata. Para o ministro, o apoio do governo à produção agrícola se traduz em números, enquanto no primeiro ano do governo Lula foram destinados R$ 23 bilhões para a agricultura empresarial e familiar, este ano estão sendo oferecidos R$ 100 bilhões para a empresarial e R$ 16 bilhões para os pequenos agricultores.
ALEX RÉGIS
U
O auditório Albano Franco ficou lotado para a palestra do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,Wagner Gonçalves Rossi, durante realização do MDRN
ALEX RÉGIS
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E RECUPERAÇÃO DE TERRAS POUCAS PESSOAS SABEM MAS TEMOS HOJE 1,6 MILHÃO DE HECTARES EM QUE SE PLANTA SEM A UTILIZAÇÃO DE QUÍMICOS” WAGNER ROSSI Ministro da Agricultura
A EMBRAPA VEM GARANTINDO GANHOS DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE” Wagner Gonçalves Rossi tem boas expectativas para o futuro
WAGNER ROSSI Ministro da Agricultura
Wagner Rossi destacou a necessidade de os produtores nacionais manterem a tendência de crescimento da agropecuária, assegurando a qualidade dos animais criados em território nacional, “nenhum no mundo tem condições melhores que o animal brasileiro”, e melhorando ainda mais a produção agrícola, inclusive os cultivos que não utilizam produtos químicos. “Poucas pessoas sabem, mas temos hoje 1,6 milhão de hectares em que se planta sem utilização de químicos. É a terceira produção orgânica do planeta”, enfatiza. Outros 6 milhões e 300 mil hectares de florestas são explorados com sustentabilidade. “Tudo isso obriga o mundo a mudar o antigo discurso de que o Brasil iria avançar sobre a Amazônia para destruí-la e mostra como eram falsos esses argumentos”, criticou, citando programas como o “Boi Cidadão” que incentivam o manejo correto, evitando a aquisição de gado criado em áreas de pastos recém-desmatadas. “Eles (estrangeiros) es-
quecem que destruíram as florestas dele. Como podem cobrar de nós como se fôssemos os destruidores e eles os preservadores?” questiona. Uma das metas do governo federal, revelou, é dar apoio à recuperação de terras degradadas. “A tradição no Brasil, devido ao grande território, era usar a terra no modelo nômade, ou seja, ficar nela até se exaurir e partir para outro espaço, ao invés de melhorar ou recuperar a já utilizada. Os produtores mudavam constantemente e a agropecuária foi deixando um rastro de terras degradadas para trás”, alerta Wagner Rossi. Caso o objetivo de recuperação das áreas degradas se concretize, o ministro afirma que o Brasil se tornará o único país no mundo com capacidade para dobrar a produção, “sem derrubar uma única arvore, usando apenas as terras já antropizadas (ocupadas e utilizadas pelo homem), e que estão disponíveis (para serem recuperadas), com a tecnologia que temos hoje”, indicou.
cido de apoio aos criadores têm permitido que os produtos cheguem ao Rio Grande do Norte em condições adequadas de preço e qualidade. E nós temos ainda a perspectiva de avanço em culturas tradicionais, como a carnaúba e o coco. Você tem aqui essa pluralidade e quando se tem muitas variedades que podem ser cultivadas, você tem sempre a possibilidade de avançar. E o que nós esperamos do Rio Grande do Norte é um avanço cada vez maior em programas, como chamei, específicos e que envolvam principalmente a questão da irrigação.
externo? A agropecuária nesse último ano (2009) foi responsável por 42% de toda a exportação brasileira. Neste ano, devemos atingir provavelmente 44% de todas as exportações. E devemos obter um superávit total, para a agricultura e pecuária, de 60 bilhões de dólares. Para você ter uma ideia, temos déficit na conta da indústria, déficit na conta dos serviços, mas graças ao superávit obtido pelo setor da agricultura e pecuária, que é tão grande, ele contrabalança esses déficits em outras áreas e ainda gera um superávit total em torno de 15 bilhões de dólares no comércio exterior brasileiro, que depois, é claro, é absolvido pelo pagamento de juros e outas questões econômicas que devem ser levadas em conta.
✱ BATE- PAPO:WAGNER ROSSI MINISTRO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
“UM MOMENTO MÁGICO” Como o senhor avalia o atual momento da agricultura brasileira? Um momento mágico, no qual não só se quebram todos os recordes de produção, como se consegue contabilizar um avanço científico e tecnológico aplicado à agricultura, reconhecido internacionalmente. E ao mesmo tempo em que se avança com a produção, temos conseguido compatibilizar isso com a preservação da natureza. Então hoje o Brasil é visto como um exemplo mundial. Para você ter uma ideia, nos últimos sete meses e meio que estou no ministério, já recebi 57 ministros da agricultura do mundo
todo, querendo conhecer a experiência brasileira, de como conseguimos em uma década, uma década e meia no máximo, galgar uma posição tão elevada na agricultura mundial. E qual o papel de um Estado como o Rio Grande do Norte para o avanço da agricultura nacional? O Rio Grande do Norte tem um grande potencial, mas é claro que o Rio Grande do Norte tem grande parte de seu território na área do semiárido, então é preciso avançar em programas específicos e especiais voltados para essa realidade. É indiscutível que está ha-
vendo um grande avanço na fruticultura e grande parte disso se deve exatamente à capacidade de se irrigar as áreas do semiárido. A tradição do Rio Grande do Norte tem sido mantida, que é na área de pecuária leiteira, onde está havendo um avanço significativo, inclusive no segmento de ovinos e caprinos. E você ainda tem hoje um núcleo de produção de vários produtos de grãos e também, ainda é claro, o estado recebe fluxos de outras regiões produtoras, mas porque o consumo, exatamente por conta da produção de leite e de carne, é muito grande, sobretudo o consumo de milho. Porém os programas que o governo tem ofere-
O RN TEM UM GRANDE POTENCIAL, MAS É PRECISO AVANÇAR EM PROGRAMAS ESPECÍFICOS E ESPECIAIS PARA O SEMIÁRIDO” WAGNER ROSSI Ministro da Agricultura
E com relação às exportações, como o senhor entende que se encontra o cenário para a agropecuária nacional voltar a vender bastante para o mercado
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JOÃO BATISTA SOARES
PERDAS CAEM MAS NÚMEROS NÃO AGRADAM
SECRETÁRIO DE TRIBUTAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE
COM A LEI KANDIR A GENTE DEVOLVE MAIS DO QUE RECEBE DA UNIÃO ALEX FERNANDES
N
o papel a Lei Kandir era simples: Os empresários não pagariam ICMS pelos produtos exportados e receberiam de volta o imposto pago pelos insumos adquiridos para a exportação. Os Estados teriam de volta, através do repasse do Gover-
com o reforço da balança comercial brasileira. Mas hoje na prática a teoria é outra: as
Então os valores são obtidos através de luta política? É, dessa forma. A gente sempre consegue por uma pressão muito grande dos estados, algo em torno de R$ 1,8 bihão, ou R$ 2,1 bihões por ano para dividir entre os estados todos. O quanto isso prejudica o Estado e até mesmo o setor exportador?
empresas não recebem de volta o que gastaram com ICMS e os Estados estão no prejuízo. Em resumo, a Lei Kandir que nasceu para ser uma grande ferramenta para que os produtos brasileiros ganhassem o mercado mundial, terminou se transformando também em um calo no sapato de exportadores e, principalmente, dos governos estaduais, que anualmente brigam por mais recursos junto à União, mas ainda têm de se contentar com valores bem abaixo das renúncias fiscais decorrentes da legislação. Somente no Rio Grande do Norte, o prejuízo acumulado desde 1996, quando passou a vigorar a norma, já soma R$ 137 milhões, o equivalente a quase um mês de Fundo de Participação dos Estados (FPE), uma das principais fontes de recursos do tesouro estadual. E o saldo das empresas está em R$ 31 milhões. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o secretário de Tributação, João Batista Soares, fala das perdas e do que vem sendo feito para minimizá-las:
Na verdade, nos últimos cinco, seis anos, neste governo, a gente tem devolvido parte do saldo da Lei Kandir. O estado está assumindo e para você ter uma ideia temos devolvido cerca de R$ 4 milhões ao ano. De qualquer maneira, o que podemos perceber é que o estado, a administração pública em si perde, porque com a Lei Kandir a gente devolve mais do
que recebe da união. O estado deixou de tributar as exportações, a União ficou de ressarcir aos estados aquele valor igual, mas na verdade o que a gente vê é que só vem devolvendo uma parte apenas e o prejuízo nosso chega perto de 140 milhões. Então para um estado pequeno como o Rio Grande do Norte, que todo dinheiro é importante, 140 milhões de reais
é muito dinheiro, muitos recursos, quase uma parcela do Fundo de Participação dos Estados inteira. É fundamental que o governo federal repense isso. Há uma pressão dos secretários de fazenda do Brasil inteiro para que eles repensem e adotem uma medida de ressarcimento. Sem o acréscimo nos repasses,
Em 2005, as perdas líquidas do governo do estado com a Lei Kandir atingiram um valor recorde de R$ 242 milhões. Desde então o número vem caindo, de forma instável e em ritmos variados. No entanto, segundo o secretário de Tributação ainda não há motivos para comemorar. Isso porque a quantia repassada pela União para o Rio Grande do Norte também tem diminuído, e se chegou aos R$ 27 milhões em 2005, limitou-se a R$ 15 milhões este ano. “Graças a Deus o valor (do prejuízo) está sendo reduzido, mas não significa que o governo federal está passando mais dinheiro para o estado, porque na verdade está passando é menos. A diminuição significa que as empresas estão exportando menos, ou pelo menos em termos proporcionais ao seu volume, estão exportando menos. E a queda no prejuízo ainda não é um número a ser comemorado, porque 137 milhões faz muita falta a qualquer estado e principalmente um como o nosso, pequeno, e que recebe somente uns R$ 180 milhões por mês, do Fundo de Participação”, ressalta João Batista Soares. Em alguns casos, cita o secretário, os créditos obtidos pelas empresas exportadoras são tão altos que mesmo comercializando seus produtos no mercado interno, conseguem abater todo o débito tributário local e ainda repassar parte dos créditos para outras empresas.
OGU PREVÊ R$ 3,9 BILHÕES PARA 2011
no Federal, os recursos que deixariam de arrecadar com o tributo. E a União ganharia Há alguma perspectiva de mudança nos prejuízos provocados pela Lei Kandir ao Rio Grande do Norte? Os estados brigam muito. Por exemplo, este ano não teve nenhum tostão a mais, previsto no Orçamento da União, para compensar essa perda. Para o próximo ano também não tem. Então, todo ano precisamos lutar porque a União pensa que os estados já se ressarciram das perdas. Os estados todos no Confaz estão brigando para que o Governo Federal inclua alguma coisa no orçamento para ressarcir aos estados.
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federais fica difícil inclusive o Estado devolver esse dinheiro ao mercado? Fica, muito difícil. Na verdade, esses créditos de exportação têm uma peculiaridade bem interessante, é que a gente está devolvendo um dinheiro que não foi recolhido ao estado do Rio Grande do Norte. As empresas compram fora e se creditam daquele valor. Por exemplo, uma empresa que produz frutas, compra insumos fora do estado, como material de embalagem, fertilizante, paga aquele imposto no estado onde comprou, se credita e nós aqui é que temos de devolver o dinheiro. Então fica muito injusto para o estado que exporta, porque ele está devolvendo um dinheiro que nem recebeu e a União, por sua vez, não repõe aquele valor que deveria repor. O próximo governo tem de rever isso, porque hoje tem estado que nem quer mais uma indústria que exporte dentro de seu território porque acaba ficando no prejuízo.
A briga anual dos governos estaduais para que a União repasse recursos que reponham as perdas com a Lei Kandir já começou. No início deste mês, o relator do Orçamento Geral da União (OGU) para o ano de 2011, senador Gim Argello (PTB-DF), informou que será possível destinar R$ 3,9 bilhões a essa destinação no próximo ano. O valor foi fechado após negociações junto aos secretários de fazenda estaduais, que pleiteavam um valor bem mais alto, de R$ 7,2 bilhões. “Isso (os 7,2 bi) o orçamento não comporta. Se não tem dinheiro, não tem. Afinal, temos que trabalhar dentro da realidade”, defendeu Gim Argello. Em 2009, a peça original do orçamento para 2010 também não previa nenhum valor específico ao ressarcimento da Lei Kandir, mas o então relator-geral, Geraldo Magela (PTDF), conseguiu remanejar R$ 3,5 bilhões para essa finalidade. Até a votação do OGU 2011, porém, a luta dos governos estaduais deve continuar, na tentativa de ampliar os valores pré-definidos. Uma nova reunião do conselho de secretários de fazenda está marcada para 10 de dezembro, no Espírito Santo.
LEI KANDIR Acompanhe a evolução dos repasses ano a ano Renúncia de ICMS X Repasse da Lei Kandir Saídas para exportação Ano ICMS teoricamente incidente sobre (milhões de R$) as exportações (alíquota 13% em milhões R$) 1996 94 6 1997 100 6 1998 118 8 1999 209 15 2000 273 19 2001 441 34 2002 669 63 2003 941 97 2004 2.064 233 2005 1.219 123 2006 1.064 94 2007 863 74 2008 735 63 2009 559 48 2010 427 37 Total 9.782 842 Fonte:Secretaria Estadual de Tributação - SET
Créditos a serem usados em conta gráfica (abatidos da contabilidade das empresas – em milhões R$) 0 2,9 3,4 3,9 8,1 12,6 22,0 30,0 30,8 92,8 63,4 55,8 52,5 30,6 28,1 437,1
Créditos transferidos (pelo estado às empresas– em milhões de R$) 0 0,2 1,5 0,7 0,3 0,3 0,5 0,1 0,0 0,2 2,0 4,1 3,6 4,1 4,4 22,6
Perdas com as exportações (em milhões R$) 6,2 1,8 3,1 10,3 10,3 19,3 35,0 44,0 172,7 26,4 25,6 ( - 16,8) ( - 18,5) 12,5 3,0 335,3
Repasse da Lei Kandir (da União - em milhões de R$) 2,2 0 0 0 7,0 9,7 10,7 8,7 23,2 25,3 27,4 26,1 23,9 17,3 15,7 197,6
Perdas líquidas acumuladas (do governo do estado - em milhões R$) 4,0 5,8 8,9 19,3 22,6 32,2 56,5 91,8 241,3 242,3 240,5 197,4 155,0 150,2 137,6 137,6
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
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CRÉDITO PARA EXPORTAR Mais recursos, mais linhas de crédito e menos burocracia.As instituições financeiras estão descobrindo o filão do setor exportador no Estado
ariedade de linhas de crédito, menos burocracia, mais canais de atendimento, volume cada vez maior de recursos. O cenário para o exportador potiguar é promissor com relação ao setor bancário e nessa área o Banco do Brasil vem liderando a busca por ampliar o trabalho de apoio aos exportadores locais. O banco, maior agente de financiamento do comércio exterior no país, inau-
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gurou este ano uma nova e eficaz ferramenta, um portal na Internet com orientações e serviços destinados a quem pretende atingir os mercados internacionais: o “Brasil Web Trade”. Divulgado como um “ambiente seguro de negócios na Internet”, o Brasil Web Trade cobre todos os estágios das transações comerciais, desde o anúncio do câmbio de moeda estrangeira, incluindo logística integrada, custódia de
pagamentos e serviços complementares. Os interessados montam lojas “on-line” e passam a contar com ferramentas de promoção, consultoria, treinamento, além da orientação de equipes especializadas, que auxiliam inclusive na adaptação às normas vigentes no comércio exterior. “O Brasil Web Trade é uma solução completa de comércio eletrônico voltada para a exportação. Através dela, o exportador
cliente do BB insere em uma página própria e dentro do site do banco a foto de seus produtos, características dos mesmos, como preço em euros e dólares, capacidade de produção e prazo para embarque, bem como o histórico da empresa em português, inglês e espanhol. Tudo isso sem custo algum para o cliente”, ressalta o superintendente estadual do Banco do Brasil, Otaviano Amantéa. Ele afirma que através do por-
O BRASIL WEB TRADE É UMA PRECIOSA FERRAMENTA PARA A EXPORTAÇÃO, ESPECIALMENTE PARA AS PEQUENAS E MICROEMPRESAS, PELAS FACILIDADES QUE OFERECE” OTAVIANO AMANTÉA
Superintendente do BB no RN
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tal, que pode ser acessado pelo endereço eletrônico www.brasilwebtrade.com.br e também por diversos links existentes no site do banco, o empresário recebe pedidos, embarca e acompanha a remessa e, ao receber a ordem de pagamento, efetua a operação de câmbio totalmente on-line. “Trata-se, portanto, de uma preciosa ferramenta para a exportação especialmente para as pequenas e microempresas, pelas facilidades que oferece”, destaca. O Banco do Brasil é hoje a maior instituição financeira da América Latina e aproveita dessa imagem para promover a interação entre os participantes do Brasil Web Trade e os compradores de todo o mundo, que desejem negociar produtos, verificar preços, formas de pagamento e meios de entrega. “A utilização do portal pelas empresas potiguares ainda é pequena mas vem aumentando gradativamente e consistentemente”, diz o superintendente. ALEX FERNANDES
O Banco do Brasil é uma das instituições financeiras que mais investem no setor exportador no RN.Além das linhas de crédito e redução na burocracia,o BB oferece ainda orientações aos empreendedores
LINHAS DE FINANCIAMENTO A falta de recursos para ampliar e qualificar a produção é o motivo apontado por muitos empresários ao desistirem de competir no mercado internacional. Porém essa desculpa está cada dia mais longe da realidade. No Banco do Brasil, a quantidade de opções de captação de recursos é cada vez maior e atende os mais diferentes bol-
sos e as mais diversas necessidades. O banco trabalha com linhas de financiamento como o Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC), o Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), o Proex Financiamento, Proex Equalização e também as linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social (BNDES), das quais o Banco do Brasil é o principal “agente repassador”. “E ressaltamos que o BB é o único banco brasileiro que oferece ao exportador a possibilidade de contratar o ACC ou ACE diretamente via Internet, com ganhos em relação à taxa cambial, agilidade e desburocratização”, enfatiza o superintendente.
cimento da área e especialmente treinados para essa finalidade”, revela Otaviano Amantéa. A instituição oferece ainda consultoria em Negócios Internacionais para resolver pendências ou maximizar oportunidades que surjam, dentre as quais uma parceria internacional, um empréstimo externo, ou até mesmo a busca por um comprador para a mercadoria que se deseja exportar. Segundo o superintendente, o banco optou por centralizar os negócios de câmbio e comércio exterior em agências especializadas. Na região Nordeste, a Gerência Regional de Apoio ao Comércio Exterior (Gecex) está localizada em Recife. “Porém em todos os estados há pelo menos um gerente de Negócios Internacionais disponível para atendimento a nossos clientes, inclusive no Rio Gran-
Otaviano Amantéa ressalta que a instituição tem toda a atenção com o setor exportador, pois compreende que as vendas ao mercado internacional representam um grande gerador de empregos e renda em todos os setores da economia, inclusive a potiguar. “O exemplo da fruticultura irrigada no Rio Grande do Norte é clássico e exitoso”, cita. ALEX RÉGIS
BB OFERECE CONSULTORIA GRATUITA ÀS EMPRESAS A contribuição do Banco do Brasil para o exportador não se resume à oferta de linhas de crédito, ou mesmo de um canal de negociação na Internet, como o “Brasil Web Trade”. No BB, o empresário tem acesso até mesmo a orientações sobre a melhor forma de negociar com o restante do mundo, através de cursos de capacitação ministrados por pessoal especializado e consultoria de negócios. “O banco oferece, através da Diretoria Internacional e Comércio Exterior, 10 módulos de treinamentos em negócios internacionais que abrangem praticamente todos os assuntos afetos à exportação, importação e operações financeiras. Têm duração de sete ou oito horas e são ministrados por gerentes de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, com grande experiência e conhe-
✱
Otaviano Amantéa explica a forma de atuação do banco no setor
de do Norte”, reforça. Além disso, o banco conta com parcerias junto a órgãos como o Sebrae, a Fiern e os Correios, através das quais os empresários podem ter acesso aos serviços da instituição bancária.
“A importância dessas parcerias é máxima, pois cada um dos órgãos atua em sua área de competência e conhecimento e as atividades são complementares”, resume Otaviano Amantéa.
INFORMAÇÃO
No mercado local, a procura pelas opções oferecidas para os exportadores no Banco do Brasil é crescente, porém o superintendente do banco afirma que o potencial dessa demanda é ainda maior e existe grande desconhecimento das facilidades oferecidas e vantagens obtidas nas linhas de crédito específicas para exportação.“Poucos empresários sabem que no BB as operações de câmbio de exportação e importação são totalmente on-line, da contratação à assinatura do contrato, o que desburocratiza as mesmas, reduz o custo com papel e com o trânsito físico de documentos, além de propiciar ao empresário a melhor cotação possível da moeda estrangeira em relação ao real”, diz Otaviano Amantéa. O banco oferta ainda mecanismos para proteção cambial, que auxiliam o empresário a se proteger de flutuações bruscas na paridade da moeda estrangeira com a nacional e garantem a rentabilidade necessária ao empreendimento, com maior tranquilidade.
ORIENTAÇÃO REDUZ RISCOS DE CALOTES Um dos principais equívocos dos empresários ao negociar com compradores fora do Brasil é não se cercar de garantias de que vai receber os valores devidos, pelos produtos enviados. “No ímpeto de exportar, o empresário embarca a mercadoria sem o conhecimento das modalidades de pagamento e seguro existentes no comércio exterior e se vê às voltas com a inadimplência, que não é exclusividade nas vendas ao mercado interno”, descreve o superintendente do Banco do Brasil. A orientação de pessoal especializado, o acompanhamento de especialistas e a utilização de serviços bancários adequados reduz o risco de o exportador sofrer um calote, porém o prejuízo pode surgir ainda antes da venda, se o empreendedor não tiver conhecimento das linhas de financiamento disponíveis para seus negócios. “A falta de conhecimento sobre as linhas de financiamento ao comércio exterior é outro equívoco. De maneira geral, elas têm taxas de juros significativamente mais atrativas tanto para giro, quanto para investimento”, garante Otaviano Amantéa. Ele explica que isso é possível porque o banco capta recursos no exterior através da rede de agências externas e repassa para exportadores e importadores a taxas de juros extremamente competitivas.
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SEM ESPAÇO PARA AMADORES Cresce o interesse por cursos de graduação em comércio exterior.A boa formação é uma das exigências da economia globalizada e se reflete no setor exportador e o mercado atual já não admite “achismos” no planejamento e execução de ações das empresas que trabalham para os consumidores locais e competindo com concorrentes regionais, o que dizer daqueles empreendedores que pretendem negociar seus produtos no mercado internacional, disputando com adversários dos mais diferentes países. A capacidade técnica é uma exigência da
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economia globalizada e, por isso, profissionais formados em cursos ligados à área de produção e exportação são cada vez mais bem vistos no mercado. Cursos como os de Comércio Exterior, do IFRN; de Relações Institucionais, da UnP; e mesmo de áreas mais técnicas, como o de Engenharia da Produção, da UFRN, vem preparando pessoal capaz de melhorar as condições de as empresas potiguares disputarem es-
paço no mercado mundial. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), o curso superior de Tecnologia em Comércio Exterior já chegou à sua quinta turma formada, com espaço cada vez maiores para os egressos. “São 40 alunos por ano. A nossa entrada é sempre no segundo semestre, exatamente para garantir maior seletividade e melhor condição para os professores e outros
agentes envolvidos desempenharem melhor suas funções. Nos constituímos a única instituição pública federal que oferta este curso no Estado e, para nós, o mercado sempre foi muito simpático e satisfatório. Tanto o mercado ofertante de empregos, quanto o mercado consumidor, ou seja, a demanda dos alunos”, destaca a coordenadora, Elisângela Meireles. São três anos de curso e o estudante sai preparado a compreender
ELISÂNGELA MEIRELLES
Coor.do curso do IFRN ALEX RÉGIS
DE UMA PONTA A OUTRA DO PROCESSO O curso não é novo, ainda assim suas características são pouco conhecidas entre os brasileiros. Estudantes e empresários, porém, têm ficado cada dia mais atentos às possibilidades profissionais da Engenharia de Produção. “Na UFRN, nosso curso se iniciou em 1998 e de lá para cá a gente percebe que realmente as grandes e médias empresas já entendem a importância e o perfil do engenheiro de produção”, destaca o professor Wattson Perales. O profissional da área é versátil, com uma visão ampla do sistema e que pode se inserir facilmente nas mais diversas etapas da produção e nas mais variadas áreas, aproveitando o crescimento da economia. “Já estamos com déficit de engenheiros e existe uma previsão de que na próxima década esse déficit vá atingir niveis tão altos, que vamos ter de chamar engenheiros de fora”, destaca. Para o professor, é fundamental estar qualificado, com empresas qualificadas, para competir no exterior e também evitar a perda do mercado interno frente às concorrentes internacionais. A cadeia produtiva como um todo deve agregar qualidade e, se um dos elos enfraquecer, pode desmoronar todo o processo de conquista de novos mercados. Daí a importância do engenheiro de produção em acrescentar uma visão integral, de dependência mútua entre as diversas fases de produção. “E lógico que na globalização que se iniciou, a exportação é um sinônimo de uma nação, um estado, um país forte, que consegue competir com os outros e trazer riquezas para cá. A exportação é uma maneira de a gente avaliar o quanto o país é competitivo em uma determinada produção e se está habilitado a partilhar da riqueza mundial. Por isso engenheiros da produção são fundamentais para melhorar toda a cadeia e isso vai beneficiar a economia como um todo”, considera. Professor de Logística e Infraestrutura, ele cita um caso recente no qual as empresas potiguares deixaram de avançar. “Por exemplo a construção do teatro do Midway. Mesmo tendo empresas que trabalham com madeira aqui, foram contratadas empresas do Sul, que trouxeram profissionais do Sul. Ou seja, a oportunidade apareceu aqui, mas as empresas daqui não estavam qualificadas para aproveitar essa oportunidade. E muito menos enfrentar os outros no próprio território deles.” Wattson Perales lembra que 95% das empresas do RN são micro e pequenas e frente a essas ainda há muito a se fazer para construir uma imagem do profissional de Engenhariada Produção.
O MERCADO SEMPRE FOI MUITO SIMPÁTICO E SATISFATÓRIO. TANTO O MERCADO OFERTANTE DE EMPREGOS QUANTO O MERCADO CONSUMIDOR (A DEMANDA DE ALUNOS)”
Elisângela Meirelles diz que a atualização constante é uma das bases para os alunos que almejam o sucesso na área de Comércio Exterior
✱ BATE- PAPO: ANDRÉ LEMOS ARAÚJO DIRETOR DA UNP ALEX FERNANDES
ALÉM DO COMÉRCIO A Universidade Potiguar (UnP) já ofereceu cursos específicos de comércio exterior. Hoje, porém, a instituição tem outra visão sobre o assunto. O entendimento é que o mercado para profissionais dessa área é limitado no Rio Grande do Norte e, sendo assim, é necessário oferecer uma formação mais ampla. Dessa análise nasceu o curso de Relações Internacionais. O diretor, André Lemos Araújo, fala a respeito da opção criada pela universidade: O curso de Relações Internacionais é o antigo curso de comércio exterior? Não, o de Relações Internacionais é mais completo. E por quê? O curso de comércio exterior trata apenas dos aspectos comerciais entre os países. Você vai estudar por exemplo legislação, como é que o Brasil faz com qualquer tipo de importação e exportação. O curso de Relações Internacionais é mais amplo, ele estuda comércio, estuda relações políticas, econômicas e diplomáticas. Relações que acabam se refletindo no comércio? Com certeza. Por isso que o curso de Relações Internacionais é um bacharelado, enquanto os outros (de comércio exterior) são graduações tecnológicas. Hoje já temos duas turmas, uma no terceiro e outra no sexto semestre. E por que substituíram o curso de comércio exterior? O comércio exterior é uma promessa eterna muito difícil de se al-
cançar. O curso tem uma atuação bem restrita, o profissional para trabalhar com comércio exterior tem que ter, com certeza absoluta, um diferencial muito grande, por ser um mercado pequeno aqui, para uma oferta de mão-de-obra muito grande. Uma turma dessas se formando com 60 pessoas por ano já satura o mercado. A proporção que cresce o comércio exterior e a mão-de-obra é bem diferente. A mão-de-obra você qualifica em três anos, já o comércio leva uns sete, oito para se expandir. Há a promessa da Copa do Mundo, da construção do aeroporto. Com certeza novas vagas serão abertas, mas assim que forem, logo serão preenchidas. E Relações Internacionais não segue o mesmo perfil? Não, Relações Internacionais é um curso que visa a primeira formação, não uma segunda formação como era a característica do curso de comércio exterior. O nosso grande público-alvo hoje são pessoas que têm interesse em vivenciar experiências internacionais. Às vezes a gente não sabe, mas há até mesmo como vivenciar essas experiências internacionais aqui em Natal, onde temos consulados da Noruega, Itália, Espanha, Portugal, França, Inglaterra, quer dizer, são os estrangeiros que nos escolheram, que escolheram Natal, para viver. É uma área mais crescente que a de comércio exterior em si. E mais ampla? Sim. Sem dúvida. Posso trabalhar como funcionário de um desses órgãos internacionais, consulados, embaixadas, por exemplo.
Os formandos podem trabalhar dando assessoria a estrangeiros com relação a investimentos no Brasil e a empresas brasileiras com relação às exportações, orientando sobre a conjuntura mundial, o sistema financeiro internacional. E como funciona o curso? Cada turma tem em torno de 50 a 60 alunos. E o corpo docente é muito especializado, com experiência no mercado de trabalho. Como diferencial temos três idiomas inseridos na grade curricular: um ano e meio de inglês, um ano de espanhol e seis meses de francês. A inserção mercadológica é rápida, porque o curso dura três anos, mesmo sendo um bacharelado, sem contar que é o primeiro curso do tipo no Rio Grande do
Norte. E Natal é a capital mais internacional do Nordeste, com grande presença de estrangeiros, o que torna a demanda estável. E o curso é tão amplo que você tem até a parte específica do concurso do Instituto Rio Branco, que é para ser diplomata. E hoje é possível fazer negócios com o exterior sem pensar nas relações internacionais? Não. Para se ter uma ideia, uma gripe que eclodiu no México mexeu e atingiu o mundo inteiro no ano passado. Envolveu até Natal, a ponto de se pensar em cancelar o Carnatal. A interligação hoje entre os locais, países, cidades, pessoas, economias é muito grande e é preciso contar com profissionais que entendam isso.
e trabalhar com os vários aspectos que se somam no comércio exterior. “Diria que hoje temos nossos alunos egressos em todos os postos, nos mercados público e privado. A nossa proposta não se limita a preparalos a trabalhar somente em empresas, mas também na seara pública, porque o comércio exterior constitui uma ampla esfera que abre espaço para o profissional”, enfatiza a também professora, que afirma ter ex-alunos em instituições como a Receita Federal, o Ministério Público e bancos como o do Brasil, a Caixa e o do Nordeste. No setor privado, ela garante que há alunos egressos atuando em escritórios de despacho aduaneiro, em empresas de médio, pequeno e grande porte e alguns até fora do Brasil. Outros migraram para a área acadêmica. Hoje três ex-alunos são professores em instituições de ensino e dois deles em instituições de Ensino Superior. Há ainda os que fazem mestrados e doutorados.
PROFISSÃO EXIGE PERFIL DE VENCEDOR Elisângela Meireles resume o perfil dos alunos que podem se dar bem na área de comércio exterior: “O perfil do nosso aluno é o de quem prospecta a todo instante novas oportunidades. Diria que é aquele empreendedor de si próprio e empreendedor daquilo que está além dele. Os alunos do curso precisam estar voltados para questões do mundo, atentos a tudo que acontece à volta deles e capazes de interpretar tudo o que ocorre no planeta.” Ela lembra que o aluno de Comércio Exterior precisa ler bastantes jornais, revistas, estar atualizado com as novidades locais e mundiais, as tecnologias e ser capaz de agregar conhecimento em outro, ou outros idiomas. Não necessariamente o candidato tem de chegar ao Ensino Superior falando outras línguas, até porque terá aulas de inglês e espanhol dentro da grade curricular, além da opção dos cursos de extensão que o IFRN oferece à comunidade em geral, que incluem até mesmo o de japonês. “Para o profissional é interessante aproveitar esse tempo de curso para que possa desenvolver os idiomas e é uma coisa que naturalmente vai fluindo, porque eles começam a ver a importância desse domínio, no uso dos termos, nas leituras, nas conversações em comércio exterior”, ressalta a coordenadora. Ela considera que o empresariado está hoje cada dia mais interessado em qualificar sua equipe com profissionais capacitados, o que só amplia o mercado de trabalho. “Costumo dizer que o Brasil exporta há cinco séculos, mas a cultura exportadora brasileira veio se desenvolver dos anos 90 do século 20 para cá. Então, como cultura exportadora, somos ainda muito jovens e diria que, como essa cultura é jovem, ainda é jovem a visão do empresário com relação ao mercado lá fora, embora que essa visão de uns anos para cá esteja se profissionalizando, até em um ritmo acelerado e de maneira satisfatória”, avalia. Elisângela destaca que não cabe pensar o mercado externo apenas como uma simples opção em caso de problemas no mercado interno, uma vez que a concorrência internacional exige sempre uma série de requisitos a serem cumpridos, sem os quais fica difícil até mesmo evitar perder clientes locais para empresas estrangeiras. “E os requisitos vão desde a organização empresarial e contábil. Não basta ter um bom produto, tem de ter um produto que se adeque aos interesses do mercado lá fora e também às diretrizes. É preciso analisar e respeitar a legislação, a cultura, a forma de ser desses povos”, adverte.
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MARCOS ALVES ECONOMISTA, PROFESSOR DA UNP
ESQUEÇAM O DÓLAR A R$ 3,00 ALEX FERNANDES
emprego internamente. Quem move a economia americana é o consumo e as famílias não ganharam confiança em voltar a consumir. Aí vem a China e mantém um câmbio fixo, extremamente subvalorizado, o que estimula a exportação, mas quem está ganhando com essa exportação extraordinária da China é a própria América. Isso é que tem de ser dito. Os americanos estão ganhando em duas frentes, com a desvalorização do dólar, e ao mesmo tempo as empresas americanas que hoje estão sediadas no maior mercado mundial estão ganhando horrores com essa relação. Existe uma relação bilateral entre América e China, é tanto que a última reunião em Seul, do G20, não deu em nada, não resolveu nada sobre o câmbio, deixou tudo para o próximo ano.
Por que está havendo essa valorização do real? A taxa de câmbio é explicada por quatro variáveis muito significativas. A primeira é o preço das commodities, que quando sobem valorizam o real; a segunda é a taxa do dólar frente às principais moedas do mundo, sobretudo o Euro. Além dessas duas variáveis, você tem o bom desempenho da economia brasileira, que traz o apetite dos investidores, e ainda a diferença da taxa de juros no Brasil, frente à taxa americana. Dessas variáveis, podemos observar com atenção que o Brasil, as autoridades econômicas do governo brasileiro, só têm controle sobre duas: a taxa de juros doméstica em relação à externa, principalmente a dos Estados Unidos; e o bom desempenho da economia, que estimula a chegada de investidores. E estamos com um bom desempenho e uma taxa de juros absurda, se comparada com a americana, tanto no curto, quanto no longo prazo. E do bom desempenho da economia não se deve abrir mão... O governo brasileiro não vai querer que a economia tenha um péssimo desempenho, pois essa fase positiva vai continuar e sinaliza para as autoridades que temos de conviver com esse real forte. Temos de ter a capacidade de conviver com isso. O que nos resta, a única alternativa que resta, é diminuir a taxa de juros. Agora, a taxa de juros é um instrumento usado pela política monetária para reduzir o consumo, que tem de ser equilibrado porque a meta de inflação é um dos pilares de sustentação do modelo macroeconômico brasileiro, que há 18 anos se sustenta em três pilares: superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação. Então não podemos baixar a taxa de juros de forma brutal porque isso pode comprometer as metas de inflação. E o que fazer? As taxas de juros não são altas por uma questão divina, ou porque o Brasil nasceu para ter uma taxa alta. É fruto de uma desorganização das contas públicas. Quem pressiona que os juros fiquem elevados é o tamanho do governo, que exige uma geração
A
atual situação do câmbio é apontada por 10 em cada 10 empresários como uma das dificuldades atuais das empresas brasileiras em exportar. Enquanto entre 2002 e 2005 o dólar oscilou em valores próximos aos R$ 3,00, nos últimos dois anos a moeda americana esteve grande parte do tempo abaixo dos R$ 2,00, chegando a meros
R$ 1,65. Com a moeda brasileira valorizada, o preço dos produtos nacionais se tornam mais caros no mercado internacional e a tendência é de queda nas vendas ao exterior. Porém o economista Marcos Alves alerta: os empresários vão ter de de se acostumar com esse cenário. Os fatores que influenciam no câmbio estão todos apontando para a manutenção de um real valorizado e as medidas que o governo poderia tomar para melhorar a situação, como o corte de gastos e o equilíbrio das contas, não parecem estar na pauta de urgências da União. Professor da UNP, lecionando em cursos como Administração e Relações Internacionais, e aposentado da UFRN, Marcos Alves fala sobre o assunto:
de riquezas que o país não suporta. Gastamos mais do que arrecadamos, temos problemas mal resolvidos internamente. Temos um rombo na Previdência, que está se empurrando com a barriga todos os anos. Em 2009 eram 90 bilhões de rombo da Previdência. Até quando vamos suportar isso? Então há margem para a queda de juros se houver um maior controle de gastos? Há margem, desde que haja vontade política. E como se cria espaço para essa queda? Com o governo revendo seu tamanho, principalmente com relação a gastos governamentais. Mas agora já estão querendo criar novos impostos, como é o caso da CPMF. Isso é uma imoralidade. A carga tributária que o brasileiro carrega nas costas já está em torno de 37% do Produto Interno Bruto, ou seja, mais de um terço de tudo que se cria de riqueza nesse país vai para o governo. Tribunos excessivos estimulam a informalidade, diminuem o poder aquisitivo, diminuem a produção e geram desemprego. E nós brasileiros sabemos que o problema da saúde pública é mais uma questão de gestão, de desvio, de corrupção, do que de falta de dinheiro. No cenário atual dá para contar com essa queda nos juros? Acho que dá. Essa taxa de juros brasileira precisa ser revista. Porque vamos continuar com o real forte. Há um jogo de xadrez internacional, no qual o dólar está se depreciando diante das demais moedas e isso é bom para os Estados Unidos, que está se beneficiando muito com essa taxa de câmbio, estimulando a exportação americana e exportação cria
INSTABILIDADE CAMBIAL Cotação das principais moedas em relação ao Brasil (primeiro dia do ano)
Dólar
3,52 2,88 2,66 2,33
2,30 1,80
1,93
2000
2001
2,32
2,13 1,77
2002
Euro
2003
2004
3,64
3,63
2005
2006
2007
2008
2009
1,72
1,70
2010
Nov/2010
3,59 3,23 2,76
2,83
2,60
2,48
2,08 1,84
1,83
2000
2001
2002
Iuan (China)
2003
2004
2005
2000
2001
2008
2009
2010
Nov/2010
Fonte:Banco Central do Brasil
2002
2003
2004
0,34
0,32
0,27 0,21
2007
0,42 0,34
0,23
2006
2,36
2005
0,28
0,27
2006
2007
0,25
0,24
2008
2009
2010
0,25
Nov/2010
Então o empresário local vai ter de se acostumar com o câmbio baixo? O exportador brasileiro tem de entender que o ganho que ele tinha na diferença do câmbio não existe mais. Esqueça. O governo, para que possa criar condições de as empresas brasileiras não perderem competitividade, pode querer um dólar em relação ao real no patamar de 1,80 a 1,90, mas o governo também só quer esse nível. Não mais do que isso? Não. Os empresários esqueçam o dólar a R$ 3, esqueçam, isso não vai acontecer nunca. O empresariado brasileiro tem de entender que o ganho dele tem de ser conquistado em cima da produtividade. E o governo pode contribuir. Como? Desonerando a importação e a exportação. E aí aparecem as grandes reformas que a sociedade clama e até hoje ninguém teve a coragem. Fernando Henrique passou oito anos, Lula está terminando o mandato e não resolveram a questão da reforma tributária. Na questão previdenciária, só aumentaram a faixa etária, mas o desequilíbrio não foi resolvido. Então estamos em um ciclo vicioso e algumas reformas são essenciais, como a tributária, mas mexe com todos os agentes econômicos, com o caixa dos municípios, estados, o caixa federal, mexe com o bolso do cidadão, com o comportamento das empresas e à maioria dos presidentes falta vontade política de querer resolver. Nem Fernando Henrique resolveu, nem tampouco Lula. Então para quem espera câmbio alto para voltar a exportar, não vai haver tão cedo essa condição? Se depender de taxa cambial, não vai ter. Nós vamos ter de conviver com essa câmbio e uma das razões é que há uma diferença imensa entre o juros brasileiro e o americano. Se você aplicar seu dinheiro em um título do governo americano, ele lhe paga em um ano 0,25%. Se pegar o mesmo dinheiro e comprar um título brasileiro, ele paga 10,75% ao ano. A diferença é absurda. Então precisa cortar gastos,para equilibrar as contas e reduzir os juros? A única forma é essa, não tem outra. O governo precisa equilibrar suas contas. E as reformas são extremamente importantes, como a tributária, a política, a previdenciária e a trabalhista. Não podemos estar no século 21 com uma regra trabalhista que foi desenhada em 1940, por Getúlio Vargas. Não podemos conviver com isso, o mundo mudou, é dinâmico e evolutivo. Então as coisas têm de mudar.
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
FRUTA TIPO EXPORTAÇÃO
FRUTICULTURA Principais itens exportados pelo RN (jan/out)
O setor de fruticultura foi um dos que mais sofreu com a crise de 2008, mas, passado o mau tempo, as expectativas são de retomada nos negócios setor de fruticultura é um dos mais importantes da pauta de exportações do Rio Grande do Norte. E no final de 2008 sofreu com a crise internacional, assim como toda a economia mundial. Porém, a instabilidade financeira já vem sendo superada pelas empresas em diversas áreas e o setor promete agora retomar a tendência de crescimento que marcou toda a década. O objetivo é fazer da fruta nacional cada vez mais alvo do desejo dos mercados regional e estrangeiro. Presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), José Luiz Petri faz um apanhado da situação da fruticultura nacional. “Eu diria que em nível de Brasil a crise teve um certo reflexo negativo em 2009, mas que foi um reflexo abaixo do esperado. No começo algumas frutas tiveram uma redução nas exportações, porém já no ano de 2010 vem
O
ocorrendo essa recuperação, ou seja, considero que a crise não causou grande impacto na fruticultura brasileira.” Formado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria e com mestrado também na área, ele avalia que, em termos de exportações, 2010 já marcará um ano com volumes de vendas ao exterior equivalente aos números tradições da economia brasileira. “Isso se falando nas principais frutas de exportação, dentre as quais se destacam o melão, a uva, a maçã e a manga”, lista. Em relação ao mercado nacional, o presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura é cuidadoso ao afirmar que se trata de uma boa opção para os produtores, com uma grande demanda a ser explorada, mas que não dá o direito ao setor de abrir mão das exportações, nem de desprezar o mercado consumidor da Europa e dos Estados Unidos, tra-
dicionalmente os maiores consumidores das frutas vendidas por nosso país. “É importante não abrir mão das exportações, porque muitas vezes se retira parte da fruta que iria para o mercado interno, vende-se lá fora e com isso o produtor também controla os preços, não deixa que os preços aviltem, ficando abaixo do custo de produção, por isso é extremamente importante continuar focando o exterior, mesmo que esse mercado externo não seja tão significativo em nível de Brasil quanto é para outros países”, aponta. José Petri lembra que o Brasil não é como o Chile e Nova Zelândia, onde tradicionalmente a fruticultura vive quase exclusivamente do mercado externo, já que praticamente inexiste um mercado local consumidor para a produção. “Nós do Brasil temos essa alternativa de mercado interno e o que se pre-
cisa fazer são campanhas, para que as instituições de produtores e as instituições governamentais, como os ministérios da Agricultura, da Saúde e da Educação, possam realizar promoções para aumentar o consumo de frutas no Brasil.” Atualmente, o grande comprador da fruta nacional são os países da Europa. Porém, entidades como o Instituto Brasileiro da Fruta (Ibraf) têm feito campanhas promocionais e levado a mercadoria brasileira para as principais feiras internacionais e com isso vem abrindo mercado em outras regiões, como a do Oriente Médio, para onde não havia tradição de exportação, mas que de uns anos para cá vem se tornando importante comprador das frutas do Brasil. “É certamente um de nossos focos, mas não o único, pois já temos hoje mais de 50 países para onde exportamos”, observa.
Produto
Vendas em US$ (2010)
Variação Volume Vendas em Volume em % US$ (2009) em em toneladas (2010/2009) toneladas (2009) (2010)
Castanha de caju
38.723.726
7.270
34.823.990
7.267
11,20
Melões frescos
27.308.522
43.945
28.383.111
43.038
-3,79
15.628.880
35.611
11.722.324
29.284
33,33
5.516.335
5.838
5.380.289
5.616
2,53
2.788.521
6.630
2.545.826
5.613
9,53
2.110.050
1.699
4.172.133
3.748
-49,43
Mel natural
1.627.560
645
4.005.302
1.741
-59,36
Outras frutas de casca rija
546.487
141
1.028.842
283
-46,88
Outras frutas congeladas
392.783
214
169.659
86
131,51
Bananas frescas ou secas Mangas frescas ou secas Melancias frescas Mamões papaias frescos
Fonte:Secex
ALEX RÉGIS
A fruticultura tropical de exportação representa hoje o principal item da pauta de exportações do Rio Grande do Norte. Grandes volumes de banana, manga, melão e mamão são enviados para o exterior
SETOR ENFRENTA DIFICULDADES COMUNS À ECONOMIA A fruticultura do Rio Grande do Norte vem se capacitando ao longo dos últimos para competir no mercado internacional e, se hoje o cenário é ainda instável, as perspectivas a médio e longo prazo são das melhores. Pesquisador da área de Fruticultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Amilton Gurgel destaca que em 2009 houve um superávit e neste ano tem se percebido uma leve queda, mas levando em consideração toda a década, a tendência é de crescimento significativo, apesar das dificuldades comuns a toda economia. “No Brasil, a fruticultura movimenta 5,8 bilhões de dólares em produtos frescos e 12,2 bilhões, quando se considera todos os derivados da fruta. A demanda no Rio Grande do Norte é variável. Nossos principais produtos de exportação são o melão do polo produtor de Mossoró e Baraúna, na região Oeste; a banana produzida no Vale do Açu; a castanha de caju da Serra do Mel; a manga também de Mossoró e Vale do Açu; e o mamão, cultivado na região de Ceará-Mirim”, explica. Hoje o melão tem entre seus principais exportadores as cooperativas, a manga os médios e pequenos produtores e a banana as grandes empresas. Os problemas a serem sanados
são variados. Com relação à banana, Amilton Gurgel cita a presença de mancha no fruto, amolecimento rápido e tamanho inadequado para exportação. No tocante à manga, as doenças, a coloração inadequada e o tamanho grande. Já com relação ao mamão, o pesquisador destaca as doenças e a consistência mole; enquanto do melão ele cita o teor de açúcar e o “calibre” do fruto. De forma geral, no setor de exportações, uma grande barreira são os custos de importação de insumos e a carga tributária do país. A logística também precisa ser melhorada. “Em geral os entrepostos mostram-se inadequados diante do novo contexto mundial, ditado pelo avanço da aplicação da logística à movimentação e transporte de cargas paletizadas, cujo objetivo é atender às exigências crescentes dos mercados de consumo por um produto de melhor qualidade. Quanto às ‘portas de saída’, temos elas mais antigas que a dos países desenvolvidos, caso da União Européia e Estados Unidos, e até do que regiões em desenvolvimento mais recente, como na Ásia, Oriente Médio, China e Rússia”, compara. Aos problemas estruturais, soma-se o câmbio em baixa, que influencia na comercialização das frutas, especialmente as produzidas
com vistas ao mercado externo. “Existe uma reclamação geral quando o dólar fica abaixo do ponto de equilíbrio. A alternativa de migrar para o mercado interno vem sendo estudada, especialmente no caso da manga do Vale do Açu, que neste ano encontrou no mercado de São Paulo uma excelente alternativa para absorver sua produção.” Ao mesmo tempo, Amilton Gurgel lembra que a fruta é considerada produto de consumo das classes de renda mais elevada, com exceção da banana, a mais consumida no mundo. Por isso mesmo, é preciso o produtor agregar valor à produção, com planejamento, conhecimento do mercado internacional, investimentos em logística, qualidade, serviço e preço, além de utilizar pesquisas de mercado e tecnologia. Uma das opções estaria, por exemplo, na adoção da produção de frutas orgânicas. “É um mercado ainda pouco explorado pelos produtores de frutas, principalmente porque suas normas ainda não se encontram bem definidas, mas existe a intenção, dentro do Ministério da Agricultura, em colocar as normas para vigorar a partir de 2012. Verifica-se que o mercado de orgânico paga cerca de 30% a mais do que o convencional. Isso o torna cada vez mais atrativo”, avalia.
✱
NORDESTE
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura,José Luiz Petri,os estados nordestinos estão entre os que mais podem se beneficiar do setor.“Esse é um momento de retomada dos investimentos em fruticultura e acho que realmente o grande potencial da fruticultura brasileira está nessa região daqui,do Nordeste,em estados como o Rio Grande do Norte”,aponta. Segundo ele,o clima seco e pouco chuvoso que predomina não é motivo de preocupação e pode ser muito bem utilizado pelos produtores.“Nas regiões de semiárido é onde se desenvolve as grandes fruticulturas do mundo, que se encontram em climas não com altos índices de precipitação, mas com agricultura irrigada.”
NOSSA IMAGEM MELHOROU MAS AINDA TEMOS MUITO O QUE EVOLUIR NESSA PARTE DE ORGANIZAÇÃO, DE QUEM VAI VENDER NOSSA FRUTA...” JOSÉ LUIZ PETRI Pres.da Soc.Bras.de Fruticultura
EXPECTATIVAS QUANTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS As enchentes que se repetiram nos dois últimos anos e a seca registrada em 2010 no território potiguar prejudicaram, e muito, a produção de frutas no Estado, principalmente em se tratando de produtos como o melão e a banana. Quem atua no mercado considera que o momento é de os governos se somarem para evitar novos prejuízos e derrubar as barreiras que ainda dificultam as exportações das frutas brasileiras. “É preciso um tipo de incentivo, um trabalho de prevenção e uma política de apoio, porque hoje nenhuma espécie da fruticultura permite que o produtor tenha a perda de uma safra e que se recupere totalmente na safra seguinte. Então há de haver alguma ação de governos nestes casos”, defende o presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura, José Luiz Petri. O agrônomo considera que a grande expectativa é que os novos gestores deem prioridade ao agronegócio nacional, no qual a fruticultura se insere como uma importante atividade de geração de renda. Ele lembra que iniciativa privada e poder público podem se somar em parcerias que envolvam campanhas de aumento do consumo da fruta brasileira tanto em nível local, quanto internacional. Outro fator importante para a recuperação do setor diz respeito à
disponibilidade cada vez maior de linhas de crédito, específicas para os produtores, que muitas vezes se veem incapacitados de quitarem as dívidas cobradas com os juros tradicionais de mercado. Uma preocupação constante diz respeito às carências logísticas do país. “Esse é um grande gargalo da exportação. Principalmente a parte de portos e isso tem dificultado bastante as vendas ao exterior. Outro cuidado especial que se deve ter é com relação ao registro de novas moléculas (os defensivos agrícolas). Temos de contar com moléculas mais modernas, caso contrário, os importadores não vão mais aceitar nosso produto”, alerta. José Petri destaca que é necessário desenvolver uma produção na qual se agrida menos o meio ambiente e cultivando frutas que sejam menos prejudiciais à saúde humana. Uma nova geração de defensivos já vem sendo utilizada na Europa e nos Estados Unidos e está disponível para ser trazida e aplicada no país. Tudo isso pode se somar na melhoria da imagem da fruta brasileira no mercado internacional. “Nossa imagem hoje melhorou, mas tem muito a evoluir nessa parte de organização, de quem vai vender a nossa fruta no exterior. Ainda temos muitos vendedores e isso aí não permite uma venda de qualidade”, lamenta.
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UM CARTEIRO INTERNACIONAL À DISPOSIÇÃO Correios são aliados dos exportadores na hora de enviar mercadorias para serem comercializadas no exterior e você manda cartas, objetos, presentes, pelos Correios, por que não envias as exportações? Para o assistente de Comércio Exterior da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Laércio Pessoa Mendonça, a opção de vender ao exterior através dos Correios é uma alternativa que deve es-
S
tar cada vez mais presente na mente de pequenos e médios empresários, além de artesãos, agricultores e artistas que querem espalhar seus produtos pelo mundo afora. “Aos interessados basta nos procurar que prestaremos toda a consultoria sobre a forma como eles podem exportar seus produ-
tos. Até sobre a melhor forma de receber o pagamento em dinheiro a gente orienta”, explica o assistente de Comércio Exterior da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no RN, Laércio Pessoa Mendonça. Além de empresas, também podem fazer uso do Exporta Fácil artesãos, agricultores e artistas.
O limite de vendas é de 50 mil dólares por nota fiscal, mas o exportador pode utilizar quantas notas forem necessárias para remeter produtos que somem valores mais altos. E a burocracia, ao contrário do que muitos pensa, é mínima. “Há uma burocracia que a gente não passa para o cliente e não cobra um centavo. Os Cor-
reios é a única instituição que dá, para quem exporta, uma consultoria completa, ou seja, não cobra um centavo e depois que ele chega aqui, passa uma hora e meia com a gente e sai sabendo de como tudo funciona”, enfatiza. O assistente de Comércio Exterior reconhece que ainda há muito desconhecimento em relaALEX FERNANDES
Os consultores oferecem todas as informações sobre como é o processo de exportação pelos Correios,desde o recebimento da mercadoria,tipos de frete e envio para fora
CORREIOS OFERECEM DOIS TIPOS DE FRETE O Exporta Fácil trabalha com dois tipos de fretes: o expresso e o econômico. No primeiro, a mercadoria sai de Natal de avião, enquanto no segundo, em caminhões. O destino é o mesmo, São Paulo, de onde todo o produto exportado deixa o Brasil, após ser conferido. “Tudo que sai do país para o mundo inteiro vai por São Paulo, e não é só dos Correios. Isso ocorre porque a Receita Federal centraliza esse serviço de verificação das mercadorias em São Paulo”, explica Laércio Pessoa. A modalidade econômica é, claro, bem mais em conta, porém leva mais tempo para chegar ao destino, uma vez que a viagem
de caminhão até São Paulo dura seis dias a mais que na modalidade expressa. “Mas esse tempo a mais pode ser superado se houver um bom planejamento, ou mesmo se o vendedor deixar a critério do comprador a forma e o pagamento do frete”, aponta. Um dos erros mais comuns de quem vende a estrangeiros, aliás, é exatamente o hábito de não cobrar o frete. “Se ele viesse aqui antes de vender, a gente orientaria. Porque eles acham que estão fazendo um grande negócio quando o estrangeiro vem ao estado, se interessa pelo produto, oferece um bom preço, até paga adiantado para o artesão ou o empresário mandar a
mercadoria até o país dele. Mas quando é na hora de exportar, o vendedor descobre que não negociou o frete e que assim vai perder metade do lucro”, descreve. Uma das dicas do especialista é cobrar, pelo menos, 50% do valor no ato de fechamento da venda, que é para cobrir o custo da matériaprima em caso de problemas no restante do pagamento. E já nesse momento exigir que o importador envie o dinheiro do frete. “Assim, se o comprador der um calote, você pelo menos não perde nada”, destaca. Problemas com calotes, felizmente, são mais do que raros. “Desde 2000 lido com comércio exterior aqui nos Correios e
ano anterior. Ainda assim, a desvalorização do dólar resultou em queda nos números, em 2005. Dois anos depois, 2007 foi marcado por uma diminuição de 29,99% nos recursos obtidos nas exportações. Em 2008, ano de eclosão da última grande crise internacional, o ritmo de queda foi menor, ficando em 8,23%. Em 2009 finalmente a curva mudou de sentido e as exportações apresentaram crescimento de 8,11%. Mas a retomada ainda não está consolidada e, no primeiro semestre de 2010, as vendas ao exterior pelo Exporta Fácil apresentaram decréscimo de 3,32%, em relação ao mesmo período de 2009. A qualidade do programa, contudo, só veio se confirmando ao longo desse período. O Exporta Fácil foi inserido entre os 31 projetos prioritários no âmbito do Ini-
uma única empresa fez besteira de enviar 100% da mercadoria e depois ficou no calote. E era um brasileiro que estava comprando lá fora. Mas depois a empresa passou a ter cuidados e começou a exportar com mais frequência e nunca mais caiu nessa”, destaca. Os Correios também orientam sobre recebimento dos valores. De acordo com Láercio Pessoa, o Banco do Brasil é uma das melhores opções. “O exportador abre uma conta swift, tira o código de barras e manda para o importador, que vai em qualquer banco de seu país e manda o dinheiro, que vem bater aqui na conta do Banco do Brasil”, explica. ALEX RÉGIS
EXPORTA FÁCIL SUPEROU CRISES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS Lançado pelo Ministério das Comunicações no final do ano de 2000, na cidade piauiense de Pedro II, o Exporta Fácil vem ganhando adeptos e ampliando seu alcance. Hoje, há 8 mil agências em todo o Brasil, sendo 200 em território potiguar, habilitadas a oferecer o serviço. Em 2009 houve um crescimento de 9,96% no número de envios e em 2008, quando foram registradas 11.239 remessas, o acréscimo já tinha sido de 8,74% em relação às 10.336 de 2007. Apesar dos números positivos em relação à quantidade de vendas, os valores referentes à exportação vêm apresentando comportamento instável, em meio às crises financeiras mundiais e às mudanças no câmbio. Em 2004 se registrou um crescimento de 29% em relação ao valor exportado no
✱
O Exporta Fácil está disponível em 200 agências dos Correios no RN
ciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana – Iirsa - organismo responsável por dinamizar projetos governamentais na região. Correios de vários países também vêm se interessando pela experiência bra-
sileira e a União Postal Universal - UPU, agência especializada da ONU para o setor postal, convidou o Brasil a ceder a gestão do conhecimento do Exporta Fácil, para ser propagado pelas administrações postais em todo o planeta.
EXPORTA FÁCIL
■ Limite por nota fiscal:50 mil dólares ■ Países alcançados pelo programa:mais de 200 países ■ Tipos de remessas: • Mercadoria Expressa (Para o exportador com urgência de entrega.Prazo estimado de entrega entre 2 e 5 dias úteis). • Mercadoria Econômica (Para o exportador que busca obter o menor preço para sua remessa. Entrega acima de 15 dias úteis). • Leve Prioritário (Para o exportador que prioriza o prazo,sem desconsiderar o preço,para objetos até 2 kg e valor máximo de R$ 1 mil. Entrega estimada em 5 a 11 dias úteis). • Leve Econômico (Forma mais econômica de envio de mercadorias e objetos de até 2 kg e valor máximo de R$ 1 mil. Entrega estimada de 15 a 30 dias úteis). ■ Conveniência:o serviço conta com aproximadamente 8 mil agências dos Correios habilitadas,espalhadas por todo país.No RN são aproximadamente 200. ■Menos burocracia:o Exporta Fácil apresenta um formulário único,servindo como informação de endereçamento, recibo de postagem,declaração para alfândega,conhecimento aéreo de embarque de carga e guia de instruções para emissão da Declaração Simplificada de Exportação (DSE) do Siscomex. ■ Descontos:especiais para clientes com contrato
Mais informações sobre preços, prazos estimados de entrega, seguros,embalagens e listas de produtos de exportação proibida ou restrita: www.exportafacil.com.br (84) 3220-2531
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ção ao Exporta Fácil e diz que o mais comum é surgirem pessoas querendo exportar por vias normais de correspondência. “Tem gente que tem parente no exterior e quer aproveitar para fazer negócios, mandar produtos para a revenda. Agora no Exporta Fácil somente o artesão, o agricultor e o artista podem exportar sem terem uma empresa formalizada. Um artesão pode ir na Coletoria do Estado, com a carteirinha e tira uma nota fiscal, emitida gratuitamente e traz pra gente. Em uma hora e meia já está exportando”, aponta. Ele lembra que não há imposto para quem exporta e, dessa forma, o empresário pode utilizar aquele recurso que seria para o tributo, na melhoria do produto, agregando mais valor. “É comum achar que tem de vender muito caro, porque a moeda é mais forte. Engano, se vender muito caro, alguém aproveita a isenção e exporta mais barato e você perde o cliente”, observa.
PROCURA POR SERVIÇO AINDA É PEQUENA Apesar dos benefícios do Exporta Fácil, ainda é pequeno o número de empresas que se tornaram clientes fieis dessa alternativa de vendas ao exterior. No Rio Grande do Norte, são apenas sete, além dos artesãos e artistas. As sete estão divididas entre Caicó, Currais Novos e Natal. “O restante exporta, mas através de um parente, um amigo, não de modo formal”, revela Laércio Pessoa. A prática informal explica o percentual baixo, apenas 0,15%, de participação do estado no volume total do Exporta Fácil. A pauta exportadora potiguar, lembra o especialista, é formada por produtos como castanhas innatura, vendidas às toneladas; açúcar; melão; banana; cobertores de algodão, que são pesados; sal; balas que saem em contêineres; peixe; camarão; e mel, comercializado em toneis. “Então a maioria desses produtos só sai mesmo de navio, 90% deles. Desses, a gente manda no máximo amostra por via aérea”, explica. Por outro lado, quem vende produtos leves de grande valor agregado tem na exportação via Correios uma opção de conquistar diversas outras vantagens. “Alguns artesãos não tem nem mesmo carro e a gente vai lá pegar o produto, sem custo. E o Brasil tem acordo com o mundo inteiro. Se a exportação vai para um país com o qual o Brasil tenha esses acordos, os Correios, mesmo sem essa obrigação, já emitem um documento que vai facilitar para o importador pagar menos impostos, alguns até 6% a 9% menos. O exportador muitas vezes nem sabe e podem cobrar dele se não for enviado o documento.” Hoje os produtos potiguares com maior saída são os de moda praia, de Natal; roupas e bordados de Caicó; e artesanato e bijuterias de Currais Novos. Os destinos mais procurados incluem países como Estados Unidos, Portugal, Itália, Alemanha e cada vez mais Japão. “Roupa, por exemplo, é um mercado em potencial. Muita gente exporta só uma vez, porque manda como presente, sem nota fiscal, e dessa forma não vai ter benefício lá no exterior de pagar menos impostos”, alerta. Ele afirma que há empresas que não param de exportar pelos Correios, há mais de oito anos, e a maior venda já feita foi de 2.800 biquinis, em 2009. A carga encheu 11 caixas de 30 kg cada e teve como destino a Itália. “E não há problema em se mandar mais de 50 mil dólares, desde que se emita mais de uma nota fiscal”, esclarece. Laércio diz que alguns exportadores pedem para diminuir o valor inscrito na nota, atendendo a um pedido do importador estrangeiro. Para o Brasil não haveria prejuízos, uma vez que não são pagos impostos pela venda ao exterior. “Mas se ocorrer um problema, por exemplo, os Correios só indenizam o valor da nota”, adverte.
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A ESPERANÇA COMEÇA A EMERGIR Com a maior frota atuneira do país e ocupando o terceiro lugar no ranking de exportações, o RN desponta como um dos principais polos pesqueiros do país s 400 km de costa e a crescente produção de açudes, rios e barragens faz da pesca potiguar um destaque nacional. O Estado possui hoje a maior frota de navios atuneiros do Brasil e ocupa a terceira colocação nos rankings de exportações, levando em conta tanto o valor total de vendas, quanto o volume de peixes comercializado com o exterior. Mas os números não dizem tudo. Apesar do desempenho destacado, o setor pesqueiro local enfrentou graves prejuízos com a crise internacional dos últimos anos.
O
O Rio Grande do Norte chegou a liderar os rankings nacionais de valores e volumes exportados, em 2007, e foi o primeiro do país em quilos de peixes vendidos ao exterior de 2002 a 2005, atingindo um recorde de 24 mil toneladas em 2004, ano no qual obteve 102 milhões de dólares com as exportações do setor. Nos primeiros nove meses de 2010, porém, o volume exportado não chegou a 4 mil toneladas e o dinheiro obtido somou apenas 17 milhões de dólares, números seis vezes menores que os de 2004. Ainda assim, a expectativa é de retomada da produção, se não
para o exterior, pelo menos no mercado interno. “Hoje estamos vivendo um momento difícil, mas com perspectiva de recuperação. A crise internacional, que se estabeleceu a partir de 2008, e que provocou uma inversão na equação de nosso comércio, dificultou as exportações. Até então, a gente vendia para o exterior 80 em cada 100 kg de peixe da pesca oceânica”, relembra o secretário adjunto de Pesca do Rio Grande do Norte, AntônioAlberto Cortez. Desde a eclosão da crise, o setor vivenciou o chamado “fundo do poço”, até que o mercado in-
DIANTE DA CRISE DE 2008, O MERCADO INTERNO FOI UMA ALTERNATIVA QUE ACABOU DANDO CERTO” ALBERTO CORTEZ
Secretário-Adjunto de Pesca
terno se transformou em alternativa. Graças em parte ao aumento do rendimento do trabalhador brasileiro, aliado a incentivos governamentais como a isenção no pagamento do óleo diesel dos barcos pesqueiros, somada à recente redução de ICMS autorizada pela administração estadual, em junho. “O mercado interno foi uma alternativa que acabou dando certo, mas que enfrentou dificuldades que não se esperava com tanta intensidade, que foi justamente a concorrência com o pescado oriundo do sudeste asiático, que adentrava o mercado brasileiro através da concessão de um selo de produto do Mercosul, obtido em Montevidéu.” Durante vários semestres a competição se tornou desigual, aponta o especialista. A redução do ICMS, contudo, veio melhorar a competitividade do pescado potiguar e dar um novo fôlego às empresas do setor. “A ideia era antiga e foi feito um estudo no qual a Secretaria de Tributação chegou à conclusão de que haveria condições de comportar esse benefício, que veio se tornar realidade com o decreto que reduziu para 2% o ICMS nas vendas ao mercado na-
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cional”, diz o secretário adjunto. Ele lembra, porém, que isso não significa o ponto final da crise, mas sim um oxigênio a mais para que os empreendedores tenham uma opção ao caos no qual se transformou o mercado estrangeiro. “E esse benefício se junta ao do programa de equalização econômica do óleo diesel para embarcações pesqueiras, no qual o Rio Grande do Norte demonstra agilidade. Somos sempre o primeiro estado a publicar o decreto de isenção do diesel.” A medida permite que o desconto seja garantido já a partir de 1º de janeiro, ao contrário de outras áreas onde a isenção só é aprovada e passa a vigorar alguns meses após o início do ano, por volta de março ou abril. A antecipação é fundamental para o Rio Grande do Norte, porque a safra de atum ocorre no período entre um ano e outro. O principal produto pesqueiro de exportação começa a ser capturado em outubro e a pesca segue até meados de abril. “Seria complicado e atrapalharia tudo se o decreto não valesse desde o início do ano.” ALEX RÉGIS
Além da pesca artesanal,a pesca industrial,principalmente do atum,tem atraído um grande número de empresas para o RN.Mas a carência de estrutura é um dos principais problemas enfrentados pelo setor
EXPORTAÇÕES AINDA ESTÃO NO FOCO Mesmo com a melhoria das condições do mercado interno, a retomada do intenso ritmo de exportações verificado antes da crise ainda é algo aguardado com grande expectativa. Nesse sentido, a possível chegada de uma frota japonesa pode ser um passo fundamental. “Gostaria muito de ver confirmada a concretização da vinda dessa frota, associada a empresas natalenses. Seria um salto quantitativo e qualitativo em nossas exportações de atum. Pelo que está planejado, vai provocar um aumento da produção pesqueira atuneira do Rio Grande do Norte em 12 mil toneladas. Hoje ela é de 9 mil. Fora o compromisso de que pelo menos 8.400 dessas toneladas já teriam comprador, no Oriente”, revela Alberto Cortez. A pesca hoje no Rio Grande do
Norte gera 40 mil postos de trabalho, principalmente no segmento artesanal, incluindo as colônias do litoral e dos açudes e rios. A pesca industrial responde por algo em torno de 2.500 empregos e é concentrada na capital. Somente para a pesca de atuns, há 44 embarcações na costa potiguar. Somando com a pesca de pequena escala supera as 100 embarcações, incluindo os barcos com motor de dois cilindros. A vinda de novas frotas, mais modernas, só tende a qualificar essa estrutura. A expectativa até a última semana era da vinda de cinco navios atuneiros do Japão já este ano e de outros 11 até o mês de março. “São navios de grande porte, que desenvolvem pesca em águas profundas, com inimaginável nível tecnológico para o Brasil. É um avanço que permitirá, na verdade,
a pesca atuneira durante os 12 meses do ano”, aponta o secretário. Além disso, a venda aos países do Oriente abriria novos mercados, uma vez que o destino do pescado potiguar tradicionalmente sempre foi os Estados Unidos e a Europa, representada por países como a Espanha, França e Portugal. “As duas políticas governamentais, a redução de alíquota do ICMS e a do óleo diesel, na verdade conferiram fôlego a mais para que os armadores de pesca oceânica pudessem continuar com suas atividades, vendendo internamente e mandando seus produtos para fora, se bem que de uma forma bem reduzida, mas de modo que não houvesse uma paralisação total da atividade. E some-se aos problemas gerais a queda do dólar. Então nossos ex-
✱ BENEFICIAMENTO portadores levaram queda e coice, mas isso deve mudar”, acredita Alberto Cortez. No curto prazo, ele considera que o caminho é mesmo a recuperação mediante as vendas nacionais, também beneficiadas por medidas que o Ministério da Pesca tomou em relação à entrada dos produtos estrangeiros no Brasil, através de um maior controle, inclusive no tocante às condições sanitárias. A longo prazo, no entanto, é importante um reaquecimento da economia mundial. “Havendo superação da crise, sem dúvida o mercado externo passará por uma ‘redinamização’. Agora saber quando essa crise vai amainar no mercado europeu e norte-americano é um exercício de futurologia. O que a gente tem de concreto hoje é a proposta nipônica”, resume.
Uma das grandes preocupações em relação à pesca potiguar é a necessidade de o setor agregar mais valor aos produtos exportados. De acordo com Antônio-Alberto Cortez, isso pode estar começando a mudar com a provável vinda de uma indústria de beneficiamento, a ser instalada na praia da Redinha, em uma área próxima à antiga balsa.“Não vejo a hora de a gente saber que aí fora está se consumindo nas gôndolas dos supermercados o atum de Natal. O que se faz hoje é mandar atum, sem agregação de valor, para Miami por exemplo. Lá ele passa por um processamento, vai para dentro de uma latinha, um caixinha, já como atum norteamericano, e o preço sobe à estratosfera. Não sei quanto, mas pelo menos umas cinco, seis vezes. Precisamos agregar valor aqui”, defende. A indústria, uma unidade de processamento e envasamento de atum e sardinhas, será beneficiada com a cessão de uso oneroso do terreno, por parte do governo do estado, medida a ser votada pela Assembleia Legislativa. “Significará a geração direta de 410 oportunidades de trabalho direto e mais 1.200 a 1.300 na cadeia produtiva. E traríamos a oportunidade, por exemplo, de melhoria da situação de vida dos pescadores de Diogo Lopes, onde está concentrada uma das maiores bases de produção de sardinha do litoral nordestino”, cita.
PEIXE PARA O MERCADO EXTERNO Principais tipos de pescado exportados pelo RN (setembro/2010) Descrição
Espadartes congelados
Espadartes frescos ou refrig.
Albacorasbandolim
Albacoras/atuns barbat.amarela
Outros atuns
Outros peixes frescos
Outros peixes congelados
Total – peixes
845.807
148.953
52.483
39.945
165.583
243.198
181.941
1.767.674
Valor em US$ (2010)
3.177.285
796.997
350.397
271.450
983.700
945.210
609.014
7.690.409
Evolução 2010/2009
23%
136%
464%
84%
-38%
-16%
116%
22%
Evolução 2009/2008
18%
-31%
137%
-68%
-6%
-7%
-52%
-12%
Kg líquidos (2010)
24
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
ALEX RÉGIS
A primeira etapa do Terminal Pesqueiro deve ser entregue até o final deste ano e a segunda em 2011. O investimento total é da ordem de R$ 37 milhões e deve revolucionar o setor da pesca no Estado
TERMINAL SERÁ MARCO NA PESCA POTIGUAR Com capacidade para estocar até 50 mil quilos de pescado, o novo terminal terá cais, armazéns, câmaras frigoríficas e um viaduto de acesso à avenida do Contorno Terminal Pesqueiro de Natal, localizado entre a Pedra do Rosário e a Capitania dos Portos, foi projetado para ser construído em duas etapas. A primeira deve ser entregue agora em dezembro e a segunda iniciada ainda no primeiro semestre de 2011. A nova estrutura deve garantir condições totalmente novas de organização e escoamento da produção, para o setor pesqueiro, totalizando investimentos da ordem de R$ 37 milhões, com previsão de conclusão até o final do próximo ano.
O
A primeira etapa inclui basicamente a construção dos armazéns e do cais. A segunda prevê obras estruturais, como o viaduto de acesso que liga o terminal à avenida do Contorno, via que facilitará o escoamento do pescado, sem o risco de gerar congestionamentos no trânsito da Ribeira. O viaduto deve levar cerca de seis meses para ficar pronto, depois de concluído todo o período licitatório. Os recursos já estão assegurados e a concorrência deve ser lançada em breve. O cais de atra-
cação dos barcos terá 150 metros de extensão e a expectativa é de duplicar a frota atuneira, chegando às 90 embarcações, gerando uma produção de 18 mil toneladas e 3.600 empregos. “O terminal pesqueiro é basilar para a complementação da atividade pesqueira de grande porte aqui em nosso estado. É o terminal que vai viabilizar o interesse de outros empreendimentos aqui para o Rio Grande do Norte, porque com ele você tem condições melhores de trabalhar.
Quem for nos terminais pesqueiros privados, na área próxima à rua Chile, vai verificar que é uma verdadeira agonia e a logística é péssima”, relata Alberto Cortez. Para o secretário adjunto de Pesca, o terminal será o catalisador da atividade no estado. “E naturalmente a gente espera que contribua para que a cadeia produtiva não se mantenha apenas horizontalizada como é hoje, mas que se verticalize, com as empresas agregando valor, industrializando o peixe vendido pelo Rio Grande do Norte.”
FROTA NECESSITA DE MANUTENÇÃO O Rio Grande do Norte possui a maior frota de pesca de atum do Brasil, mas os barcos potiguares têm de se deslocar até Belém do Pará, ou Itajaí, em Santa Catarina, para poderem realizar manutenções preventivas. “A pesca possui imensa capacidade de ocupar mão-de-obra direta e indiretamente, mesmo pouco qualificada, e possui uma cadeia produtiva com uma imensidão de elos. Agora, para Natal ser realmente um grande polo pesqueiro é necessário que além da produção, tenha algo mais. E esse algo mais é exatamente a indústria que vem se instalar e a atividade de suporte à frota, ou seja, estaleiros.” Ele faz um comparativo simples: seria como o estado possuir uma ampla frota de automóveis, sem sequer uma oficina automotiva. “Não se concebe você ter a principal frota atuneira do país, sermos os maiores exportadores de atum do Brasil, e não haver essa atividade de apoio. Essa é uma preocupação que temos de resolver o mais rápido possível, porque o Rio Grande do Norte está se transformando, nessa área, em um grande exportador de empregos”, lamenta o secretário adjunto. A recuperação das embarcações pesqueiras, que na linguagem especializada é chamada de docagem, é feita com freqüência e hoje não há como promover essas revisões em águas potiguares. Para Itajaí, por exemplo, são quase 4 mil km, 10 dias de viagem para ir e 10 dias para voltar. “Você imagina se tivéssemos estaleiro aqui, a economia que seria. Para o barco se deslocar para
✱ CONVÍVIO Uma das vantagens do setor pesqueiro potiguar diz respeito à condição de convivência entre a pesca oceânica e a artesanal. “Temos algumas características muito favoráveis.Graças a Deus não temos atrito entre esses dois segmentos do setor,porque aqui eles trabalham em cima de estoques distintos.Enquanto a oceânica é basicamente uma pesca centrada na captura de atuns,com um bom grau de tecnologia,a artesanal se limita ao espaço da plataforma continental.Então não há briga por espaço,nem por espécie, diferentemente do que ocorre no Sul e Sudeste,onde há conflitos muito graves,porque tanto a pesca artesanal, quanto a industrial têm como foco espécies idênticas”, compara.Na pesca artesanal potiguar,entre os peixes mais comuns capturados estão a cioba,o dentão,o galo do alto e o robalo.
um desses polos, tem de levar no mínimo quatro tripulantes, o que é mais um custo”, acrescenta. Durante as semanas de trabalhos de recuperação, o barco consome insumos no mercado onde se encontra, peças de reposição, tintas, equipamentos, gerando empregos que poderiam estar surgindo no Rio Grande do Norte. Segundo Alberto Cortez, a iniciativa privada tem interesse em implantar estaleiros no Potengi, mas
“ninguém quer que se cave 20 cm no rio. A dragagem que limpa o rio é uma luta para se fazer, você imagina uma construção. Já tem empresas interessadas, em permanente contato com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.” As exigências ambientais, no entanto, estariam prejudicando a viabilidade dos projetos. “São questões muito nevrálgicas e ninguém lembra que durante a navegação até Belém ou Itajaí há um imenso gasto de combustível, um grave prejuízo à qualidade do ar. Eu hoje tenho receio de que o cavalo passe selado e nós o percamos por conta dessas questões ambientais. Os ambientalistas deveriam se irmanar no sentido de que estaleiros pudessem ser feitos aqui e não em outro canto. O estaleiro não vai provocar aquecimento global. Dezenas e dezenas de embarcações consumindo combustível, sem necessidade, vão.” Os obstáculos também estariam afetando a produção de lagosta. “As leis que vigem para a lagosta do Rio Grande do Norte são as mesmas da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará, entretanto o rigor com que essas normativas são aplicadas aqui é muito maior. Estamos sendo mais realistas que o rei. Não estou querendo me contrapor à legislação, é apenas uma constatação que faço.” Ele lembra que há atualmente três métodos de captura da lagosta: com rede de espera e com compressor, que são proibidas, e a pesca com covo. “Então não tem alternativa. Se existem três, duas são proibidas e a que sobra é antieconômica, então não tem saída”, resume.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PESCADO Veja números nacionais do setor 2010 (até setembro) Estado
CE PA RN RS SP PE
Classificação por valor exportado
Valores (em US$)
1° 2° 3° 4° 5° 6°
42.405.453 24.627.227 17.078.931 14.509.155 9.833.343 8.957.369 Total
Estado
RS PA RN SP CE ES
Classificação por kg exportado
Volume em Kgs
1° 2° 3° 4° 5° 6°
6.719.869 3.664.967 3.422.072 2.082.330 1.750.915 776.988 Total
Estado
CE RN PA RS PE SC
Estado
ALBERTO CORTEZ Secretário-Adjunto de Pesca
AS LEIS QUE VIGEM PARA A LAGOSTA DO RN SÃO AS MESMAS PARA PE, CE E PB.MAS O RIGOR COM QUE AS NORMAS SÃO APLICADAS NO RN É MUITO MAIOR” ALBERTO CORTEZ Secretário-Adjunto de Pesca
BA SC ES RJ AM PB
Classificação por valor exportado
Valores (em US$)
7° 8° 9° 10° 11° 12°
5.686.500 4.399.582 4.215.429 2.871.410 1.379.866 0
Classificação por kg exportado
Volume em Kgs
7° 8° 9° 10° 11° 12°
659.457 605.128 397.151 321.672 163.991 0
Classificação por valor exportado
Valores (em US$)
7° 8° 9° 10° 11° 12°
12.032.012 5.527.917 4.983.324 3.753.841 2.162.091 204.325
Classificação por valor exportado
Valores (em US$)
7° 8° 9° 10° 1° 12°
1.275.430 1.202.868 808.258 534.111 232.546 29.841
135.964.265 Estado
SC PE RJ BA AM PA 20.564.540
Exportações 2009 Classificação por valor exportado
Valores (em US$)
1° 2° 3° 4° 5° 6°
42.144.579 28.736.793 25.869.992 16.218.726 13.374.532 12.869.893 Total
PARA QUE NATAL VENHA A SE TORNAR UM POLO PESQUEIRO É NECESSÁRIO QUE SE INSTALE A ATIVIDADE DE SUPORTE À FROTA, OU SEJA,ESTALEIROS”
Estado
RN RS PA CE SC SP
Classificação por Kg exportado
Volume em Kgs
1° 2° 3° 4° 5° 6°
7.066.907 6.664.289 4.699.822 2.894.309 2.440.003 2.047.536 Total
Estado
SP ES RJ BA AM PB 167.878.025 Estado
PE ES RJ BA AM PB 29.895.920
Fonte:Mdic/Secex Condensação - Sape-RN/SSAP
FALTA DE DADOS PREJUDICA PLANEJAMENTO DO SETOR Uma das principais dificuldades no setor pesqueiro potiguar diz respeito à falta de dados confiáveis e exatos quanto ao tamanho do mercado produtor. “A pesca no Rio Grande do Norte é infinitamente maior e mais representativa do que eu estou falando e do que você ouve falar. Não imagina o tamanho da atividade pesqueira no interior do estado. Das 80 colônias de pescadores que temos, 50 são de açudes no interior. Há muita resistência em se apresentar dados, por parte dos pescadores mesmos, e hoje não temos estatísticas completas”, lamenta Antônio-Alberto Cortez. Em seu entender, esse é um “grande calo” para o setor, uma vez que estatísticas sistemáticas facilitariam até mesmo a atração de recursos para a pesca. “O que confere credibilidade a um setor produtor perante o poder público é a sua dimensão real. O governo brasileiro, por exemplo, sabe o tamanho da agricultura, o tamanho da nossa pe-
cuária, então você percebe as diferenças das políticas públicas voltadas para a pecuária, para a agricultura, a produção de grãos, de comodities agrícolas, em relação ao que é direcionado para a pesca.” O governo federal fica impossibilitado de estabelecer uma política pública de milhões e milhões de reais para um setor que não conhece sua própria dimensão. “A pesca industrial tem dados, porque é mais organizada, trabalha com bancos. As empresas do setor sabem quanto pescaram, quanto jogaram no mercado interno e quanto mandaram para o exterior. Entretanto, o grosso é a pesca artesanal. E este cidadão que leva adiante a pesca artesanal não gosta de dar informações. A gente está com um projeto piloto de estatística pesqueira, em 14 municípios do interior, mas só você vendo como é difícil. E isso é uma amostragem, pois o que a gente precisa mesmo é ter informações censitárias”, defende.
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
25 ANA SILVA
Um dos setores mais tradicionais das exportações do RN, a indústria têxtil embora moderna passa por um processo de readequação - equilibrar custos e garantir a competitividade no mercado externo
EXPORTAÇÕES
EMPREGOS TECIDOS FIO A FIO
Balança comercial brasileira dos setores têxtil e de confecções (em milhões de US$) (exceto fibra de algodão)
O custo da mão de obra e os encargos trabalhistas estão dificultando a concorrência do Brasil com países como a China residente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem (SIFT/RN), João Lima afirma que a política exportadora brasileira para o setor têxtil está “de vento em popa”, dependendo é claro do ponto de vista. “O Brasil deve fazer uma reflexão. Se o que se quer mesmo é um país no qual toda manufatura venha da China, então está no caminho certo, não precisa mudar muito”, ironiza o diretor da Coteminas. Ele afirma que o cenário atual para a indústria têxtil e de confecções, e de uma forma geral todo o setor de manufatura nacional, é de exportação de empregos. “A realidade do Brasil é extremamente preocupante. O custo de mão-de-obra é altíssimo. Temos os vários encargos e uma legislação trabalhista do século passado, mas não é do final do século não, é do início. Extremamente atrasada e inflexível. Tudo isso dificulta sobremaneira a geração de emprego e encarece a produção de uma forma geral”, afirma. Ele destaca que não se trata de falar em salário altíssimos. “De fato melhorou, o rendimento do tra-
P
O CUSTO DA MÃO DE OBRA NO BRASIL É ALTÍSSIMO.TEMOS VÁRIOS ENCARGOS E UMA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA DO SÉCULO PASSADO” JOÃO LIMA Presidente do SIFT/RN
balhador está maior, mas o custo geral da mão-de-obra é que é nossa grande barreira à competitividade”, aponta. Nesse cálculo entram os impostos, os encargos e a “velha” burocracia. O resultado final é bem negativo na comparação com os países asiáticos, os principais exportadores do mundo atual, e principalmente em relação à China, que hoje responde por incríveis 40% de todo o mercado internacional de confecções.
“O custo final de um trabalhador, incluindo tudo que se tem direito durante o ano e dividindo por 12 meses, é de mais de 600 dólares no Nordeste do Brasil, enquanto na China, nas grandes cidades, fica em torno de 200 dólares. E no interior daquele país é ainda menos. E com um agravante: algumas indústrias estão achando caro 200 dólares e estão migrando para países como o Vietnã, onde o custo não passa de 100 dólares”, descreve João Lima. O reflexo dessa distorção já é clara na balança comercial brasileira. Enquanto as vendas de produtos ao exterior se mantém estagnados, a entrada de produtos estrangeiros no Brasil não para de crescer. “A exportação está em torno de 1,3 bi (de dólares) nos últimos 10 anos, enquanto a importação nos últimos cinco anos saiu de 1,4 bi para 4,9 bilhões em 2010, mais que triplicou. E nada indica que o processo vá mudar. Se até 2005 tínhamos zero na balança, hoje temos um déficit de 3,5 bilhões de dólares”, observa. Para o executivo, importar produtos têxteis significa literalmente exportar empregos. Ele lembra
Ano
Exportações
Importações
Balança comercial
2000
1.191
1.281
-90
2001
1.154
1.136
18
2002
1.091
969
122
2003
1.466
927
540
2004
1.671
1.260
411
2005
1.768
1.476
292
2006
1.766
2.041
-275
2007
1.854
2.881
-1.027
2008
1.724
3.776
-2.052
2009
1.206
3.460
-2.254
2010
1.414
4.970
-3.556
Fonte:Mdic
que 60% do custo de uma camisa, por exemplo, é de mão-de-obra e que atualmente, no Rio Grande do Norte, o setor têxtil emprega em torno de 10 mil trabalhadores e o de confecção mais de 30 mil, já chegando próximo aos 40 mil. “Mas o Brasil está virando um exportador de emprego, nós estamos nos dando ao luxo de criar empregos na China.”
Setores de manufatura, como o têxtil e o de confecções, são grandes geradores de postos de trabalho efetivos. “E quanto mais elaborado o produto, maior o peso da mão-de-obra. E essa mão-de-obra tem hoje um peso enorme no custo de qualquer produto manufaturado brasileiro. Não vejo perspectiva de mudança”, lamenta João Lima.
IMPOSTOS E CÂMBIO SE SOMAM A QUADRO NEGATIVO No Brasil, a carga tributária alta, a maior dentre os países em desenvolvimento, se soma ao custo excessivo de mão de obra tornando ainda mais cinzento o horizonte das exportações de produtos têxteis e de confecções. “E não fica nisso. Tem ainda a questão do câmbio e tudo se junta destruindo empregos existentes e deixando de criar novos postos”, ressalta João Lima. Com 30 anos de atuação no setor, dos quais 14 no Rio Grande do Norte, ele não enxerga mudanças positivas em curto prazo. “No Brasil, o setor têxtil já exportou muito mais. Hoje o que es-
tá se exportando é residual. São contratos que já existiam, ou produtos diferenciados. Mas volume mesmo, sujeito a competição com os produtos fabricados na Ásia, não há, porque não tem condições de competir de jeito nenhum”, analisa. E mesmo quando o poder público parece contribuir, os benefícios terminam não se concretizando. A Lei Kandir, que garantiria aos exportadores terem de volta o ICMS pago com insumos utilizados nos produtos vendidos ao exterior, termina não surtindo efeitos, devido à demora no ressarcimento desse tributo, feito em repasses que nunca alcançam valo-
res sequer próximos às quantias realmente devidas. “O industrial que tem juízo já colocou isso como custo, como perdido, e deixou para lá”, resume. O diretor da Coteminas lembra ainda que, a respeito do câmbio, muitos economistas consideram que a moeda chinesa está artificialmente desvalorizada em 30%, com relação ao dólar. “E como o real está uns 40% valorizado em relação ao dólar, então nossa moeda está no mínimo uns 80% valorizada em relação à chinesa”, compara. Outro custo enorme e que atrapalha a produção, acrescenta, é a burocracia brasileira.
Já quanto aos impostos, a expectativa também não é das melhores. “Tudo que for feito para reduzir o custo de produção ajuda a gerar empregos, mas no Brasil o que a gente vê é caminhar no sentido contrário. Temos um país com serviços de terceiro mundo e carga tributária da Suécia. É um absurdo! E ao invés de o governo fazer uma análise de onde está jogando dinheiro fora, sendo mal usado, investir em uma gestão melhor, a primeira coisa que fala é criar imposto novo. Isso em um país onde não cabe mais imposto”, diz, referindo-se à possível volta da CPMF.
O SETOR TÊXTIL JÁ EXPORTOU MUITO MAIS.HOJE O QUE ESTÁ SE EXPORTANDO É RESIDUAL.SÃO CONTRATOS QUE JÁ EXISTIAM” JOÃO LIMA Presidente do SIFT/RN
REFORMA NÃO ENTRA NA PAUTA DE DISCUSSÕES Enquanto há anos as reformas tributária e política são discutidas no Congresso Nacional sem uma definição, a reforma trabalhista sequer é colocada em pauta pelos parlamentares. Para João Lima, mais uma prova de que as perspectivas não são de mudança no quadro das exportações. “O Brasil precisava modernizar e muito as relações trabalhistas, para tornar seus produtos mais competitivos lá fora. Mas a gente não vê a sociedade nem os políticos se movendo nesse sentido. Parece que não dá voto, não é elegante.” Ele adverte que o prejuízo decorrente desse atraso já é significativo. “O Brasil está passando por um processo de desindustrialização. Os países da Europa já passaram por isso, os Estados Unidos também, mas em fases em que a economia desses países estava muito mais desenvolvida. A Europa e os Estados Unidos, quando perderam empregos no setor de manufatura, já tinham um setor de serviços extremamente desenvolvido”, ressalta. Em âmbito nacional, ainda não se consolidou uma tecnologia de ponta suficiente para agregar valor em outros tipos de trabalhos, minimizando os efeitos da transição provocada pela perda de empregos na indústria. “E o Brasil está fazendo esse processo, por diversas razões, especialmente pelo advento da China, de forma acelerada e muito prematura.” Enquanto isso, os produtos nacionais perdem competitividade até dentro do Brasil. “Exportar produto têxtil já é coisa do passado. É algo declinante e a tendência é ir para zero. A preocupação grande agora é preservar o mercado interno, que é o maior patrimônio que temos em qualquer segmento. E nesse segmento de manufatura especialmente. O crescimento de importações ainda é mais grave que perder emprego lá para fora”, aponta o engenheiro. João Lima defende que o problema em nada se deve à falta de competitividade das próprias indústrias do setor têxtil e de confecções, que segundo ele “do portão da fábrica para dentro” são das mais competitivas e modernas do mundo. O empecilho é a dificuldade de competir com uma mão-de-obra cara, em um mercado mundial tomado por países de mão-de-obra barata. “E com isso a gente vai perdendo até essa cultura têxtil, que aqui no RN, por exemplo, é enorme, uma verdadeira tradição.”
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Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
SÓ QUANDO A MARÉ MUDAR Com a queda do dólar e a concorrência de tradicionais produtores, a exportação do camarão não é mais um bom negócio.Resultado: empresários estão de olho nos mercados regionais urante os primeiros anos da atual década, o mercado externo era a “menina dos olhos” do setor de carcinicultura do Rio Grande do Norte. Com um câmbio no qual um dólar valia três reais, dois terços da produção nacional de camarão ia parar nos países da Europa e da América do Norte. Mas tudo mudou. Com a valorização da moeda nacional e a crise econômica mundial, o mercado interno passou a ser a melhor saída para os produtores. Hoje, voltar a exportar somente com ótimas condições de preço, ou com incentivos do poder público. “Não vejo perspectiva de retomada das exportações agora, não em curto prazo. Isso porque não estamos vendo nenhuma reação
D
na questão do câmbio e, por outro lado, o mercado interno está cada dia mais fortalecido e voltado para o camarão. A demanda está aquecida no mercado nacional e é crescente. Estamos atualmente até mesmo com uma pressão enorme dos produtores internacionais querendo exportar para o Brasil, já que a demanda daqui é intensa”, aponta o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha. Os números não deixam dúvidas sobre a mudança de foco. Segundo o presidente da ABCC, por volta de 2003 o Brasil ocupava o primeiro lugar na exportação de camarões pequenos e médios para os Estados Unidos, com 30% do total. “Em 2009 caímos para zero. Fomos de 21.700 toneladas exporta-
das em 2003, para zero seis anos depois.” Na Europa, em 2004 e 2005 o camarão tropical brasileiro também foi o mais consumido. “Depois vinha Equador, Tailândia, todo esse pessoal. Eles hoje estão lá em cima e nós saímos fora. O Brasil caiu em 2009 para o 28º lugar.” Ao mesmo tempo, o mercado interno se tornou atrativo e o consumo do camarão vem aumentando entre os brasileiros. “Antes, o camarão número um, de qualidade premium, era vendido para a Europa com cabeça. Se o camarão não estivesse bom para a Europa, tirava-se a cabeça e vendiase para os Estados Unidos. Se não estivesse bom nem para a Europa, nem para os Estados Unidos, vendia no mercado interno. Hoje, cortamos Estados Unidos, corta-
NÃO VEJO PERSPECTIVAS PARA O RETORNO DAS EXPORTAÇÕES AGORA.NÃO HÁ NENHUMA REAÇÃO NA QUESTÃO DO CÂMBIO E O MERCADO INTERNO ESTÁ FORTALECIDO” ITAMAR ROCHA Presidente da ABCC
mos Europa e é tudo para o mercado interno. Por isso deu um pulo, porque não tinha conhecimento desse tipo de camarão que a gente produzia”. De apenas 25 mil toneladas vendidas no mercado interno em 2003, o que representava cerca de 30% do total produzido, a quantia triplicou, devendo fechar em torno de 75 mil toneladas este ano, mais que 90% da produção. Por tudo isso, o carcinicultor só enxerga duas possibilidades para o produtor brasileiro, e especificamente o potiguar, voltar a focar no mercado externo como uma alternativa para as vendas. A primeira diz respeito a contribuições governamentais, através de incentivos concedidos a cada quilo exportado, permitindo o
CONSUMO AUMENTA MUNDIALMENTE Enquanto os médicos pedem para a população moderar no consumo da carne vermelha, os frutos do mar continuam a ser uma boa opção de alimentação saudável. Para Itamar Rocha, esse é apenas um dos motivos que se somam no aumento do consumo de camarão, registrado nos últimos anos no Brasil e em todo o planeta. “E temos um fruto do mar competitivo no preço. Um quilo de camarão hoje na fazenda, no produtor, sai de 8 a 10 reais o quilo. Qualquer carne vermelha que você comprar custa muito mais que 10 reais, nem bode você compra por esse preço”, compara. Segundo dados da ABCC, o consumo de camarão no Brasil está em torno de 500 gramas por pessoa ao ano, enquanto o de carne vermelha foi de 52 kg em 2009. “Se comparar o quilo de camarão, ao nível do produtor, com o nível de carne vermelha, o camarão é igual, ou mais barato, e é um produto nobre”, destaca Itamar Rocha. Um dos fatores locais que resultaram na queda do preço do camarão foi o fim da cobrança do ICMS sobre o produto, isenção que vigora no estado do Rio Grande do Norte desde 2005. “É uma contribuição muito importante do governo estadual para o fortalecimento do mercado”, considera. Ele lembra que com preços menores é possível se pensar em aumento do consumo e o potencial é imenso. Levando em conta países como o México, onde se consome 1,6 kg por pessoa ao ano, o Brasil teria uma demanda de 300 mil toneladas de camarão ao ano, quatro vezes a atual. “E comparando com o México, não é comparando com os Estados Unidos que consome 2,4 kg, nem com a Espanha, que consome mais de 3 kg”, lembra. Para Itamar Rocha, o Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor de camarão do mundo. “Quando a Tailândia começou a trabalhar com o camarão que nós produzimos no Brasil, que é o wannamei, em 2002, o Brasil produziu mais que a Tailândia. Produzimos 60.500 toneladas naquele ano e eles 60 mil. Ano passado produzimos 65 mil e a Tailândia 550 mil. Isso porque a Tailândia tem a costa do Nordeste e sofreu o tsunami em 2005”, ressalta. De acordo com o produtor, o território brasileiro tem hoje 600 mil hectares de áreas aproveitáveis para a carcinicultura e só utiliza 20 mil. “Só o Vietnã tem 800 mil hectares de fazendas de camarão. A China produz, de cultivo, 1,3 milhão de toneladas. E do mar tira 1,2 milhão de toneladas. A China produz 2,5 milhões, mas ainda assim importa. O Brasil tem condições de ser o maior produtor e o mercado é enorme, porque os grandes produtores, que são os países da Ásia, já estão sendo grandes consumidores”, enfatiza.
produto nacional chegar ao exterior em condições mais adequadas de competição com o de países como Equador e Tailândia. E a categoria já vem lutando por esse incentivo. A outra possibilidade seria a vinda de compradores externos dispostos a pagarem preços que justifiquem e façam valer à pena a exportação. “Hoje, para vender ao exterior, só em uma situação boa. Soube agora de um produtor que uma empresa da Holanda quer comprar camarão daqui e aceitou o preço que botaram. Na verdade, o que vai acontecer é isso. Mês passado vimos mais um tsunami na Indonésia, o que vai afetar a produção naquela região. E a China, que produz muito, está consumindo muito também”, observa Itamar Rocha.
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NÚMEROS
65 mil toneladas foi a produção nacional de camarão em 2009
80 mil toneladas devem ser produzidas este ano
165 mil toneladas é a produção o Equador
550 mil toneladas a produção da Tailândia
2,5 milhões de toneladas é a produção da China
O camarão já foi o principal item da pauta de exportações do RN,mas hoje a produção está se voltando para atender ao mercado interno
INCENTIVO QUE CUSTA UM DÓLAR Um incentivo equivalente a um dólar por quilo de camarão exportado. Segundo Itamar Rocha, é disso que o setor de carcinicultura necessita para voltar a fazer do produto brasileiro um dos mais consumidos no mercado mundial. “Um camarão de 11 gramas está sendo vendido no mercado interno em quase R$ 10, que dá uns 6 dólares. Se for exportar esse camarão sai por 4,50 dólares e tenho de gastar um bocado de dinheiro para botar no navio. Não tem condições”, compara. A ABCC vem buscando o diálogo com o Governo Federal na tentativa de viabilizar um incentivo que torne as exportações mais atrativas. Algo que representasse um benefício de um dólar por qui-
lo vendido ao exterior. “Seria uma bonificação. A gente ia deixar o mercado interno do jeito que está e aumentar a produção em uns 20% para a exportação. Em dois anos estaríamos botando a cabeça fora, de novo, no mercado internacional”, garante. Ele lembra que o País já exportou 60 mil toneladas, em 2003, quando a produção total era de 90 mil. No ano passado as exportações se limitaram a 5.700 toneladas e devem diminuir ao final deste ano, frente a uma produção que deve ficar em 80 mil toneladas. “O mercado interno está muito mais competitivo. Esperamos então que o governo disponibilize algum tipo de incentivo para a exportação.” O presidente da ABCC apresen-
tou ao Ministério do Desenvolvimento um estudo apontando que a diferença entre o camarão do Brasil e do Equador é que o país vizinho, cuja produção já chegou às 165 mil toneladas, consegue vender o quilo do produto por um dólar a menos, em média. “Não estou falando da China, nem do Vietnã, mas de um país aqui da América do Sul. Se o governo nos disponibilizar um incentivo equivalente a um dólar por quilo de camarão exportado, garanto que iríamos recuperar a exportação.” Itamar Rocha afirma que o incentivo não representaria um subsídio. “Estamos falando de compensação financeira. Porque o governo dá 25% do preço do litro do óleo diesel para os barcos de
20 mil hectares são utilizados por fazendas de camarão no país
pesca, mas isso não é por quilo de peixe pescado, então você não sabe o quanto está dando por quilo de peixe pescado. E o que estamos pedindo ao governo é um dólar por quilo exportado, que é algo muito mais baixo que o governo paga pelo óleo diesel”, enfatiza. Ele afirma que o incentivo viria compensar a questão do câmbio. “Se você pegar os anos de 2002, 2003 e 2004, tivemos um câmbio médio de R$ 3 por dólar. Você imagina que de 2002 para 2010 o salário mínimo subiu mais de 100%, a gasolina idem, a energia também, e como é que eu vendia um quilo de camarão com o câmbio médio a R$ 3 e agora estou vendendo a R$ 1,65? Não existe mágica.”
800 mil hectares é a área para carcinicultura no Vietnã
60 mil toneladas anuais já foram exportadas pelo Brasil no início da década
5.700 toneladas foi o volume exportado em 2009, número que deve diminuir este ano
“DE VOLTA AO CÉU SEM PASSAR PELO PURGATÓRIO”
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O mercado interno aquecido tem garantindo o crescimento da produção de camarão em todo o Brasil. A perspectiva deste ano é chegar próximo às 80 mil toneladas, em torno de de 20% acima das 65 mil registradas em 2009. No Rio Grande do Norte, os números devem fechar 2010 abaixo do ano anterior, mas devido a questões pontuais. “Talvez fique em 20 mil toneladas (foram 25 mil em 2009), porque algumas empresas de grande porte daqui produziram
mil toneladas por ano de camarão eram vendidos no mercado interno nos anos áureos das exportações
menos este ano”, ressaltou Itamar Rocha. Uma destas foi a Potiporã, segundo Itamar Rocha a maior empresa do ramo no Brasil. “Ela praticamente passou o ano desativada, agora é que começou a reativar, mas está a uns 40% de sua produção. Por conta das enchentes dos anos anteriores, ficaram aguardando uma sinalização do governo, que não veio, aí retomaram com 100, 200 e agora já estão com uns 400 hectares”, detalha.
Apesar do baque devido à queda na produção de grandes empresas e de alguns projetos como o da Maricultura Tropical, vendido para o setor salineiro, a produção potiguar vem se recuperando. “O entendimento de todo o setor é que a produção está melhorando. Estão começando a usar a aeração para aumentar a densidade. Usando a linguagem de um produtor: estamos de volta ao céu, sem passar pelo purgatório”, resume o presidente da ABCC.
O ENTENDIMENTO DE TODO O SETOR É QUE A PRODUÇÃO ESTÁ MELHORANDO. ‘ESTAMOS DE VOLTA AO CÉU SEM PASSAR PELO PURGATÓRIO’” ITAMAR ROCHA Presidente da ABCC
75 mil toneladas devem ser comercializadas internamente em 2010, mais de 90% da produção
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
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ALEX FERNANDES
Com o dólar em baixa, os empresários do setor salineiro do Rio Grande do Norte, a exemplo do que ocorre em outras atividades, estão se voltando para atender a demanda no mercado brasileiro
O SAL NA HISTÓRIA
SITUAÇÃO NADA DOCE Embora responsáveis por 96% da produção nacional, os salineiros do RN reclamam que não têm incentivos para ampliar produção e atender o mercado externo ALEX FERNANDES
setor salineiro potiguar é responsável por algo em torno de 96% da produção nacional e a cada dia que o câmbio mostra maior valorização do Real, mais parece que o mercado consumidor desse produto será mesmo o interno. De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Sal do RN (Siesal), Airton Torres, a margem de lucro para exportações, que já não era das maiores, está cada vez mais comprometida diante da variação cambial. “Nesse cenário, a gente não tem estímulo nenhum para ampliar o mercado externo. E por isso a gente tem de priorizar ao máximo o mercado interno, que é o que estamos fazendo nesse momento”, aponta. Na atualidade, o Rio Grande do Norte exporta o produto para países como a Nigéria, na África; além dos Estados Unidos, o Uruguai e alguns países da Europa. Nos Estados Unidos e na Europa a utilização básica do sal é na indústria, já na África o sal po-
O
tiguar é usado na alimentação humana e no Uruguai tanto na indústria, quanto para o consumo humano e animal. “A margem já era pequena com o câmbio normal, agora com o câmbio muito desfavorável, essa margem de lucro piorou bastante. As quantidades exportadas têm oscilado entre 500 mil toneladas ano e 900 mil toneladas ano. O ano de maior exportação foi 2008, quando a gente chegou a 900 mil toneladas. Este ano a gente vai chegar a umas 650 mil toneladas, que foi praticamente a mesma quantidade de 2009”, aponta Airton Torres. Apesar do volume aparentemente alto, a exportação representa algo em torno de 15% a 20% da produção do estado, que se concentra na região Oeste, junto aos rios Mossoró e Açu. “Com o câmbio desse jeito, o mercado interno é a prioridade de nossa produção. O nosso foco tem sido abastecer o mercado nacional”, ressalta, lembrando que não foi concedido nenhum incentivo recente à expor-
NÃO TEMOS ESTÍMULO PARA AMPLIAR O MERCADO EXTERNO.TEMOS QUE PRIORIZAR O MERCADO INTERNO” AIRTON TORRES Vice-presidente do Siesal
ESCOAMENTO MAIS ÁGIL Um dos investimentos importantes que vêm sendo feito no setor salineiro, de acordo com Airton Torres, é a melhoria do Porto Ilha de Areia Branca, de onde é escoado o sal grosso a granel produzido no Rio Grande do Norte. “A Codern (Companhia Docas do RN) em Areia Branca tem investido bem. Está executando o segundo projeto do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Já executou um que permitiu aumentar a capacidade de atracação dos navios. Antes os que podiam atracar tinham capacidade máxima de 38 mil toneladas e agora podem atracar navios com capacidade bem mais ampla, de até para 75 mil toneladas”, detalha. No momento, a Codern vem executando outro grande projeto, que amplia a capacidade de estocagem do Porto Ilha de 100 mil para 150 mil toneladas de sal. De acordo com o empresário, está sendo desenvolvida ainda a ampliação da capacidade de descarga das barcaças que vêm das salinas e da capacidade de carregamento dos navios, que passará de 1.500 toneladas por hora, para 2.600 toneladas por hora. “E a dragagem do rio, para aumentar a profundidade e facilitar a saída das barcaças, também está incluído no
PAC 2. Ainda não começou, mas já está em uma fase de estudos ambientais”, acrescenta. Para o representante do Siesal, a estrutura atual é suficiente para atender à demanda no tocante ao sal a granel. “O governo conseguiu, no que diz respeito ao escoamento de sal grosso a granel, fazer a sua parte”, resume. No entanto há carências no que diz respeito ao escoamento do sal ensacado. “O que a gente precisa que seja feito é a criação da linha de cabotagem saindo de Natal. Isso é um ponto que hoje é deficiente e, por conta disso, a gente acaba tendo de usar os portos do Ceará e nem são todos os produtores que têm condições de ir até o Ceará”, ressalta, citando principalmente os de salinas localizadas em municípios como Macau e Guamaré, cidades distantes do estado vizinho. O sal beneficiado, tanto o refinado, quanto o moído, precisam ser escoados através de contêineres, ou através de carretas. “A impressão que o setor tem é que a utilização dos portos lá de Fortaleza não está trazendo maiores vantagens financeiras, comparando com o caminhão. Uma linha de cabotagem que viesse para cá poderia mudar isso, mas hoje a gen-
tação do produto e que a grande medida de benefício seria mesmo uma mudança cambial, para que o real se tornasse menos valorizado em relação a moedas como o euro e o dólar. “Quando tivemos o câmbio a R$ 3, as exportações melhoraram. Em R$ 2 ainda não era o ideal e estava pouco, mas agora bem abaixo disso piorou demais”, analisa o vice-presidente do Siesal. O setor emprega 15 mil pessoas diretamente no Rio Grande do Norte, com investimentos concentrados principalmente em Mossoró, Areia Branca, Grossos, Macau, Guamaré e Galinhos. Hoje, contudo, até mesmo competir no mercado interno não tem sido fácil, devido à concorrência do sal produzido em minas do Chile. “Continua existindo essa ameaça constante do sal chileno, que continua entrando no país através de uma concorrência que nós chamamos de desleal, em relação ao sal nacional. Eles fazem isso através da redução do frete do navio, porque são proprietários
das empresas que trazem o sal. Então há uma manipulação do preço do frete, que faz com que o produto chegue aqui no país muitas vezes por um preço mais barato que o nosso”, reclama. Já tramitam no governo federal dois processos, patrocinados pelo Sindicato do Sal e pela Federação da Indústria. Um se encontra no Ministério da Justiça e outro no Ministério do Desenvolvimento e ambos buscam coibir a prática abusiva dos empresários chilenos. “Pode-se dizer que é um dumping que se faz contra o sal nacional. São processos bem burocráticos, mas estão avançando, estão andando e podem resultar em uma defesa comercial de nosso produto”, espera o empresário. Airton Torres garante que as empresas brasileiras são competitivas e diz que os potiguares não têm medo de competir, “se o preço deles for praticado em bases normais de mercado, tanto do sal, quanto do frete. Não temos medo da competição saudável, não podemos é enfrentar um dumping”.
EXPORTAÇÕES Indústria salineira do Rio Grande do Norte
te não tem esses navios passando”, lamenta. Outra preocupação diz respeito à melhoria da qualidade da água dos rios, utilizada na produção do setor. “As salinas na região de Mossoró fizeram uma negociação com o Ministério Público para restaurar a mata ciliar do rio Mossoró e isso será, de fato, uma oportunidade para melhorar a qualidade da água. Mas isso não é tudo, é preciso a questão do saneamento de Mossoró e de outras cidades ao longo dos rios Mossoró e Açu. Precisa melhorar o saneamento dessas cidades e tomar cuidado também com outros tipos de projeto, como por exemplo a irrigação, devido aos cuidados necessários com os defensivos agrícolas; e projetos como os de camarão, que precisam tratar as águas que descartam dos viveiros”, lista. Airton Torres considera que, com água de qualidade e enfrentando condições justas de concorrência interna e externamente, o setor tem tudo para cumprir seu papel. “O nosso setor hoje já tem a capacidade de atender toda a demanda tanto de sal refinado, quanto de sal moído. O Rio Grande do Norte está preparado para atender esses segmentos e vem atendendo”, aponta.
Exportações do RN (em toneladas) Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
Valores (em US$) 8,2 milhões 7,2 milhões 5,6 milhões 9,8 milhões 9,7 milhões 9,3 milhões 5,0 milhões 15,7 milhões 11,2 milhões
Volume (em ton.) 687 mil 648 mil 481 mil 800 mil 748 mil 701 mil 300 mil 851 mil 592 mil
*até outubro Por tipo/Exportações (jan/out) Sal marinho a granel (sem agregados) 2010
Sal de mesa 2010
no ranking de 6º Posição exportações
45º
Valor em US$ Participação na pauta Volume em Kgs
11.234.595 5,12% 592.310.000
Valor em US$ Participação na pauta Volume em Kgs
194.490 0,09% 1.181.880
2009 Valor em US$ Participação na pauta Volume em Kgs
14.196.596 6,98% 776.052
2009 Valor em US$ Participação na pauta Volume em Kgs
169.279 0,08% 1.945.210
-20,86% Fonte:Mdic
Variação no período (2010/2009)
Posição no ranking de exportações
14,89%
Variação no período (2010/2009)
Os registros do uso do sal remontam há 5 mil anos.Era usado na Babilônia,no Egito,na China e em civilizações précolombianas.Nas civilizações mais antigas,apenas as populações costeiras tinham acesso.Mesmo assim,estavam sujeitas a períodos de escassez, determinados por condições climáticas e por períodos de elevação do nível do mar.A tecnologia de mineração só começou a se desenvolver na Idade Média.Escasso e precioso,o sal era vendido a peso de ouro.Em diversas ocasiões foi usado como dinheiro.Entre os exemplos históricos mais conhecidos figura o costume romano de pagar em sal parte da remuneração dos soldados,o que deu origem à palavra salário.Por ser tão valioso,o sal foi alvo de muitas disputas. Roma e Cartago entraram em guerra em 250 a.C.pelo domínio da produção e da distribuição do sal no mar Adriático e no Mediterrâneo.E após vencer os cartagineses,o exército romano salgou as terras do inimigo,para que se tornassem estéreis. O monopólio e o peso dos impostos sobre o sal foram estopim de grandes rebeliões. Na França,a elevação de uma taxa criada em 1340,chamada gabelle,ajudou a precipitar a Revolução,em 1789.Séculos depois,na Índia,as taxas abusivas cobradas pelos ingleses encorajaram o movimento da desobediência civil,liderado por Ghandi,na década de 1930. Como Portugal possuía salinas, tratou de exportar seu sal para as colônias e de proibir não apenas a extração local,como o aproveitamento das salinas naturais.Os brasileiros,que tinham acesso a sal gratuito e abundante,foram obrigados, em 1655,a consumir o produto caro da metrópole.No final do século 17,quando a expansão da pecuária e a mineração de ouro aumentaram demais a demanda,a coroa,incapaz de garantir o abastecimento, permitiu o uso do sal brasileiro, desde que comercializado por contratadores. A partir de 1808,quando D. João VI,ameaçado por Napoleão,transferiu para o Rio e Janeiro a extração e o comércio de sal foram permitidos dentro do reino.As primeiras salinas artificiais começaram a funcionar no Brasil depois da independência.O sal do RN só começou a ser comercializado em outras províncias a partir de 1808,com a suspensão das proibições por D.João VI.Em 1974,foi inaugurado o Terminal Salineiro,que ainda hoje escoa boa parte da produção do RN.
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NATAL • RIO GRANDE DO NORTE DOMINGO • 28 DE NOVEMBRO DE 2010
Motores do RN AGRONEGÓCIO E PESCA
HOJE NA TV
RÁDIO GLOBO NATAL
8h30 – Inter de Milão x Parma; SporTV e ESPN Brasil 16h00 - Brasileirão: Flamengo x Cruzeiro; SporTV
06h - Esporte em debate 16h10 - Palmeiras x Fluminense - Série A 21h - Resumo Final
CURIOSIDADES Muricy Ramalho pode ser campeão brasileiro pela quarta vez.A primeira delas pelo Fluminense/RJ.
DICAS O programa especial da Rádio Globo Natal com os melhores do ano vai ao ar amanhã às 20h.
PÁGINA 2 NÚMERO 40 anos do tri serão festejados na cerimônia de melhores do Brasileirão 2010.
Editor: Itamar Ciríaco e-mail: esporte@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
Programa especial será realizado ao vivo nesta segunda-feira a partir das 20h, na Peixada da Comadre, em Ponta Negra e terá a participação de toda a equipe da emissora e convidados especiais [ ELEIÇÃO ]
Rádio Globo Natal elege os melhores N “ esta segunda-feira (29/11), às 20h, no restaurante Peixada da Comadre, na zona sul de Natal, serão divulgados os nomes dos jogadores eleitos pela TRIBUNA DO NORTE, RÁDIO GLOBO NATAL e você, internauta, como destaque da temporada 2010. E ainda dá tempo do torcedor opinar e ajudar a seu jogador favorito a ser homenageado na premiação. No site da RÁDIO GLOBO NATAL o torcedor agora poderá escalar a Seleção da Temporada 2010 do Futebol do RN, além de escolher também os melhores técnico, dirigente e árbitro, o craque do ano e o jogador revelação. Para participar da votação, o internauta precisa, apenas, informar seu CPF e seu email e o voto é computado assim que o “eleitor” confirmar sua escolha. “Desta vez a votação está mais democrática. Antes o internauta precisava se cadastrado no site da TRIBUNA DO NORTE para votar, agora, basta informar o e-mail. Depois de escolher os melhores, o torcedor recebe um e-mail pedindo a confirmação de sua escolha e, confirmando-a, o voto é computado”, explica o chefe de informática da TN Online, César Medeiros. A confirmação é necessária para evitar que uma pessoa utilize e-mails aleatórios para votar várias vezes. Depois de escolher seu jogador e confirmá-lo, resta ao internauta ficar na torcida para que seus indicados sejam os campeões. A cerimônia de escolha dos melhores do ano será no restaurante Peixada da Comadre. Além do torcedor, representado por César Medeiros, participam da eleição também a equipe da Rádio Globo Natal - Marcos Lopes, Pedro Neto, Francisco Inácio, Marco Lira, Ricardo Silva
Esta é mais uma das tradições da Rádio Globo Natal, que se aproxima sempre do público” SANTOS NETO Rádio Globo Natal
e Cézar Virgílio - o editor da TRIBUNA DO NORTE Itamar Ciríaco, o repórter Vicente Estevam, e o editor da TN Online, Fred Carvalho. “Esta é mais uma das tradições da Rádio Globo Natal, que se aproxima sempre do público, interage com ele e elege os melhores. É uma honra poder fazer essa eleição democrática e também bastante fundamentada com a participação dos nossos convidados”, comemorou o diretor de programação da Rádio Globo Natal, Santos Neto. “A Tribuna do Norte, assim como os demais veículos do grupo, está sempre antenada com a opinião do seu público. Juntos podemos fazer um jornalismo cada vez mais participativo e eventos como esse são importantes para essa interação, além de serem essenciais para o futebol do Rio Grande do Norte. Com isso, estimulamos jogadores, clubes, dirigentes e árbitros a melhorar a cada ano”, comentou o editor de esportes da Tribuna do Norte, Itamar Ciríaco. “Nossa interação com o internauta vem sendo ampliada a cada dia. No esporte então sempre contamos com nossos amigos. Essa eleição é, na verdade, um marco anual desse encontro TN Online e internauta”, concluiu Fred Carvalho, editor do portal.
CANDIDATOS Internautas ainda podem votar nos seus candidatos para melhor de 2010 em cada posição GOLEIRO WELLINGTON RODOLPHO JAIR
SEGUNDO VOLANTE RICARDO OLIVEIRA CARIOCA CARLOS ALBERTO
(ABC) (ALECRIM) (AMÉRICA)
LATERAL DIREITO GABRIEL (CORINTHIANS) CAFU (AMÉRICA) ÂNGELO (ALECRIM)
MEIA DIREITA JOSICLEY PIO MARCELINHO
(ASSU) (ABC) (ALECRIM)
ZAGUEIRO CENTRAL THIAGO GARÇA EDSON ROCHA FABIANO
(ABC) (AMÉRICA) (ALECRIM)
MEIA ESQUERDA CASCATA (ABC) RONE DIAS (AMÉRICA) VANINHO (POTYGUAR-CN)
QUARTO ZAGUEIRO LEONARDO CLÉBER MACEIÓ
(ABC) (AMÉRICA) (ALECRIM)
PRIMEIRO ATACANTE JOÃO PAULO (ABC) MARCELO BRÁS (AMÉRICA) HELINHO (ALECRIM)
LATERAL ESQUERDO RENATINHO POTIGUAR (ABC) BERG (AMÉRICA) NÊGO (ALECRIM)
SEGUNDO ATACANTE LEANDRÃO (ABC) KAKÁ (BARAÚNAS) WASHINGTON (AMÉRICA)
PRIMEIRO VOLANTE ELIÉLTON (AMÉRICA) BASILIO (ABC) CÉLIO (SANTA CRUZ)
CRAQUE DO ANO CASCATA JOSICLEY RICARDO OLIVEIRA
MELHOR TREINADOR LEANDRO CAMPO (ABC) FERDINANDO TEIXEIRA (ALECRIM) DADO CAVALCANTI (AMÉRICA)
CRAQUE REVELAÇÃO
(ABC) (AMÉRICA) (ALECRIM)
(ABC) (ASSU) (ABC)
MELHOR ÁRBITRO PAULO JORGE SUÉLSON DIÓGENES ÍTALO MEDEIROS MELHOR DIRIGENTE RUBENS GUILHERME (ABC) E.ROCHA (LIGA DO NORDESTE) JOSÉ VANILDO (FNF)
WELLINGTON KAKÁ FELIPE MOREIRA
(ABC) (BARAÚNAS) (ALECRIM/ABC)
JÚNIOR SANTOS
esportes
ABC
Paiva Torres quer 30 mil sócios até o fim do mandato.
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Domingo | 28 de novembro de 2010
ENTREVISTA/ PAIVA TORRES / VICE-PRESIDENTE DE MARKETING DO ABC
“Nossa meta é 30 mil associados” Como está o coração depois de participar ativamente da maior conquista da história do ABC? O Coração tá muito feliz, recheado de satisfação, mas esse mesmo coração, no dia da final, não permitiu que eu ficasse vendo a bola rolar. Tive de ficar longe do estádio para conseguir controlar as minhas emoções.
FOTOS:JÚNIOR SANTOS
Mas qual é o problema, você é cardíaco ou seria apenas precaução? Geralmente nos grandes jogos e nos grandes momentos do ABC eu procuro me distanciar das emoções. Eu busco fazer outras atividades importantes, procurando saber do desenrolar dos jogos apenas em certos momentos. Até pela televisão mesmo eu procuro evitar acompanhar o desenrolar das partidas. Procuro realmente fazer atividades bem interessantes, para que eu possa me dividir e baixar um pouco minha emoção. Mas isso sempre foi assim ou passou a ocorrer nos últimos anos? Isso se dá, mas em função da emoção pelo espetáculo em si e da responsabilidade que aflora quando a gente assume responsabilidade no clube. Quando a gente não é diretor, não possui responsabilidade algumas além de torcer, a emoção me permite assistir os jogos do ABC. Mas como estou abraçado a uma causa muito grande neste momento, junto com os nossos pares, eu evito exatamente para sofrer menos com toda situação. O ABC chegou à série B e foi campeão da série C. Ele hoje é um clube emergente no cenário nacional? Eu vejo assim, foi feito tudo dentro de um planejamento. Nós começamos a construir o ABC de hoje ainda no ano passado. E não foi apenas no final do ano com a eleição, o projeto começou a ser construído desde abril de 2009, quando o conselho deliberativo nomeou uma comissão para formular o novo estatuto do clube e nós formamos um grupo de pessoas brilhante, construímos um estatuto moderno, atualizado e preparado para o futuro. O outro estatuto estava muito antigo e o de hoje está preparado para a atualidade. Você também participou ativamente da formatação desse novo grupo gestor? Ao final do ano, quando havia uma indefinição sobre o próximo presidente, conversando na época com o presidente Judas Tadeu, eu solicitei a ele que me desse à responsabilidade de coordenar o processo sucessório, que nós encontraríamos um nome e um grupo capaz de absorver aquela situação do momento e também para absorver o novo modelo de estatuto que o ABC havia aprovado. Tadeu nos delegou essa missão e nós saímos na busca dos nomes ideias para formar a atual diretoria. Acredito que fomos muito felizes na escolha, porque esse grupo se encorpou, absorveu o projeto e agora estamos colhendo alguns frutos desse planejamento. Em 2007 o ABC subiu e não passou mais que dois anos na série B,com o atual projeto o clube terá longevidade na segundona e vai brigar logo pelo acesso à divisão de elite? Esse realmente é o nosso desejo, mas o nosso planejamento não é de curto prazo, são ações para médio e longo prazo. Hoje estamos preocupados com o Brasileiro do próximo ano, tendo de passar pela entre safra de final de ano e a formação da equipe para o Estadual. A gente só pode obter resultado positivo no próximo ano se tivermos receita e orçamento capazes de manter o clube equilibrado. Então desde já estamos trabalhando para sanar essa situação, mas vislumbrando também os próximos anos.
VICENTE ESTEVAM Reporter
C
onsiderado por muitos como o “arquiteto” dessa nova fase do ABC, o vice-presidente de marketing do Alvinegro, Paiva Torres sempre foi adepto da discrição. Desta vez, o dirigente foi o responsável pelo “reaparecimento” do clube e por campanhas de sucesso, entre elas a de sócio-torcedor que já garantiu pouco mais de 7 mil associados ao time abecedista.Ousado, Paiva espera atingir o patamar de 30 mil sócios, sendo 10 mil deles com direito a 100% de desconto na entrada do estádio Maria Lamas Farache, utilizando um modelo semelhante ao do Internacional.
“
Se chegarmos ao final do ano com a receita na ordem de 800 mil a 1 milhão de reais, o ABC já estará preparado para sonhar mais cedo com o novo acesso.”
“
Acredito que fomos muito felizes na escolha, porque esse grupo se encorpou, absorveu o projeto e agora estamos colhendo alguns frutos desse planejamento.”
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Procuro realmente fazer atividades bem interessantes, para que eu possa me dividir e baixar um pouco minha emoção.”
Mas e os planos de acesso à série A? Os mais otimistas vivem perguntando sobre isso. Se fosse o torcedor que tivesse falando neste momento com você, talvez dissesse que chegaríamos lá no próximo ano, mas no meu caso seria uma irresponsabilidade do dirigente fazer uma afirmação dessas. O Campeonato Brasileiro tem duas séries fortes e o clube que estiver consolidado na série e de vez em quando passando pela série A, ele estará fincado, a sua marca estará fincada no patamar mais alto do futebol nacional. Essa campanha de sócio-torcedor partiu de qual princípio? Esse planejamento que foi elaborado durante o início desse ano ainda previa que nós teríamos de dar oportunidade aos torcedores fiéis, aqueles que constantemente estão nos estádios aplaudindo o clube, aqueles que não deixam o ABC em momento algum. Ai pensamos em criar o plano de fidelização, aonde o clube concede a oportunidade a esses torcedores de pagando uma pequena mensalidade mensal, frequentar o estádio sem pagar o preço normal dos ingressos, funcionando como uma espécie de ingresso subsidiado. Esse ano que aderiu ao projeto teve uma média de custo nos estádios menor que R$ 10 e para o próximo ano quando teremos uma média de quatro jogos ao mês, àqueles que se associarem, esse torcedor vai pagar cerca de R$ 7,50 por partida. O ABC reajustou o preço dos ingressos duas vezes em menos de 30 dias,isso estava previsto? Sim. Nós também planejamos que ao final do ano, quando o clube estivesse numa situação boa, seria necessário realizar uma adequação no preço dos ingressos, mas isso para aqueles torcedores que comparecem ao estádio apenas esporadicamente, aqueles que só vão na boa, visitam o estádio. Nós entendemos que esse torcedor pode pagar mais caro, mas também es-
tamos dando a oportunidade ao torcedor que não pode pagar caro pelo ingresso de se associar pagando uma pequena quantia para assistir a todos os jogos. E como está essa empreitada? Está dando certo. O programa de sócios do ABC é um sucesso no RN e que deve servir de exemplo para os demais clubes, na verdade ele já se transformou num “case” nacional. Poucos clubes brasileiros, em cinco meses, conseguiram fazer uma média tão boa de sócios quanto o ABC permitindo o cadastramento de sete mil novos associados. Nossa meta que era atingir a casa dos 10 mil sócios até o início da série B, do jeito que as coisas estão caminhando pode ser superada até o final de dezembro. Isso é uma prova inconteste que o torcedor recebeu bem as propostas da nova diretoria, não é só minha, isso é um planejamento de grupo. Os resultados em campo também ajudaram e se Deus quiser nós teremos um ABC equilibrado nos próximos anos, participando da série B sem dificuldades e sem estar correndo risco de ao final de uma temporada estar fugindo do rebaixamento. O sócio-torcedor é o principal projeto de arrecadação de recursos para o ABC ou existem outros tipos sendo trabalhados? Esse eu diria que é o principal, pois é o torcedor que está participando desse projeto diretamente. Nossa meta é atingir a casa dos 30 mil sócios. E certamente você vai me perguntar: como é que o ABC pode ter 30 mil associados se o estádio deles comporta apenas 16 mil torcedores? É que nós vamos seguir os passos do Internacional, eles tem uma certa quantidade de sócios que pagam um valor para ter 100% de desconto no preço dos ingressos e têm aqueles sócios com direito apenas a ter desconto no valor dos ingressos. Então o ABC com a quantidade de espaço que dispõe em seu estádio só vai disponibilizar 10 mil títulos de sócios
com direito a isenção total no preço dos ingressos. Acredito que até o final do ano, toda essa carga de títulos estará comercializada. Os demais tipos de sócios terão desconto de 50% nos ingressos e também estamos vendo a possibilidade de criar outras modalidades, para dar descontos um pouco superior. Os estudos já estão sendo realizados e os títulos deverão estar à disposição no início de 2011 e nossa aposta é de agregar com essa modalidade, mas 20 mil sócios aos quadros do clube, fechando a meta de 30 mil associados. Com essa marca você acredita que o ABC ficará livre de sua folha paralela devido às dívidas acumuladas? Nós esperamos isso, tenho dito algumas vezes que no ABC nós temos cinco tampas para fechar dez garrafas. Eu acredito que até o final do ano nós teremos as dez tampas necessárias. A receita gerada com os 10 mil sócios na ordem de R$ 200 mil/mês e vamos realizar uma campanha fortíssima da Timemania para que o ABC seja inserido na série A nos repasses realizados por essa loteria. Para isso contamos com o torcedor, vamos realizar uma campanha muito forte, estamos na fase de conclusão dela, mas posso adiantar que dezembro, no ABC, será o mês da Timemania. Queremos uma arrecadação de R$ 100 mil/mês que somado ao arrecadado com os sócios irá propiciar uma renda de R$ 300 mil/mês. Inseridos na série B termos uma receita de TV na ordem de R$ 100 mil, sem contar com a receita dos novos patrocínios que deverão ser maiores do que aqueles que dispomos hoje. Mas esse trabalho de marketing não aconteceria sem o apoio das outras vicepresidências. Estamos planejando chegar a maio, sem contar com os recursos das bilheterias, com uma receita superior a R$ 500 mil, quando começaremos a resgatar alguns passivos que o clube tem com pessoas e instituições. Aqueles torcedores que dese-
jam ver o ABC seguir caminho igual ao do América e em dois anos chegar à série A, na visão do dirigente, seria pensar que eles queiram dar um passo mais que as pernas hoje? Acho que sim, eu gosto muito de pensar e falar com a razão. Se fosse pela emoção eu desejaria que fosse até além. Vendo essa ideia para os membros da diretoria e para os próprios torcedores. A torcida deve entender que o ABC deve estar forte para ter um time competitivo. Seria irresponsabilidade nossa projetar que em 2012 estaríamos na série A, essa é uma irresponsabilidade muito grande e não vai contar com o meu apoio. Acho que devemos nos fortalecer, devemos separar bem as coisas entre clube e time: o ABC tem que ser um clube forte para ter um time competitivo. Eu acho que 2015 seria a nossa aposta para dar um salto final rumo à série A Na ocasião o clube estará no ano do seu centenário e estaria presenteando a torcida com a chegada na divisão de elite. O presidente Rubens Guilherme vem promete montar uma equipe para brigar pelo acesso em 2011.Você acredita que isso faz parte da emoção momentânea? O presidente está certo, a gente tem de sonhar grande e trabalhar muito. Essa diretoria tem trabalhado bastante e Rubens Guilherme é um dos que mais trabalha dentro dela e que mais contribuiu com o departamento de marketing. Ele tanto traz ideias quanto soluções, traz grandes parceiros assim como os demais diretores. Nós temos feitos grandes contratos de publicidade em função do bom relacionamento de toda diretoria. Rubens está pensando dessa forma porque acredita que o fortalecimento do clube chegue bem rápido, acredito que seja tão otimista quando eu sou em outras áreas. Quando dizíamos que teríamos cinco mil sócios no início do ano, falavam que eu era um sonhador, quando pensamos em dez mil pediam para ter calma e paciência porque era um número muito grande. Quando falei em 30 mil sócios, ai o pessoal pensou que havia enlouquecido de vez, botava as duas mãos sobre os meus ombros e diziam que eu estava delirando. Hoje sabemos que isso é possível e o presidente também tem razão de estar pensando grande. Se chegarmos ao final do ano com a receita na ordem de 800 mil a 1 milhão de reais, o ABC já estará preparado para sonhar mais cedo com o novo acesso.
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[ SELEÇÃO BRASILEIRA ]
[ ESCOLAR ]
Felipão revela “pipocada” em 2002
Marista de Natal encerra ano com intercâmbio
Ex-técnico da Seleção afirma que no Mundial do penta, Ronaldinho Gaúcho não quis cobrar a penalidade contra os turcos e que a função foi designada ao jogador Rivaldo
SÍLVIA IZQUIERDO
CÉSAR GRECO
ão Paulo (SP) - Gazeta Press - Então com 22 anos, Ronaldinho Gaúcho foi escalado como titular pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a estreia na Copa do Mundo de 2002 diante da Turquia. O técnico revelou que o meia ‘pipocou’ no momento de cobrar o pênalti diante dos turcos. “Pelo meu esquema, seria o Ronaldinho que deveria cobrar, mas na hora que ele pegou a bola, olhou para o banco. Quando você vê um jogador olhando para o banco, sabe que tem alguma coisa acontecendo. Na linguagem popular, ele estava todo cagado. Aí, o técnico pensa: ‘ai, Jesus!’”, disse Felipão durante palestra em São Paulo. O início da campanha do pentacampeonato foi dramático em Ulsan. O Brasil sofreu um gol de Hasan Sas, empatou com Ronaldo e ganhou graças ao árbitro coreano Kim Young-joo. Aos 41 minutos do segundo tempo, o zagueiro Alpay Ozalan segurou Luizão, que substituiu Ronaldo, fora da área, mas o juiz marcou pênalti. “É nessa hora que aparecem as lideranças do grupo. O Rivaldo fez assim”, contou Felipão, apontando para o próprio peito. “Eu disse: ‘é tu mesmo!’. Nesse momento, não é só o jogador que está cagado, o técnico também es-
S
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Depois de anos, Felipão começa a revelar detalhes do penta
Ronaldinho Gaúcho teria “amarelado”durante jogo com turcos
tá”, contou Scolari, enquanto seus espectadores gargalhavam. Então astro do Barcelona, Rivaldo, com 30 anos na época, assumiu a responsabilidade e estufou as redes do goleiro Rustu. Além de garantir os primeiros três pontos da seleção brasileira na Copa do Mundo, o meia contribuiu com a carreira de Ronaldinho Gaúcho, diz Felipão. “O Rivaldo, que tem gente que não valoriza, tinha mui-
gols de Roberto Carlos e Rivaldo, o time de Felipão abriu 2 a 0 rapidamente. No final do primeiro tempo, Ronaldo foi puxado por Li Weifeng e o árbitro sueco Anders Frisk marcou pênalti. “Os outros jogadores entregaram a bola para o Rivaldo cobrar, mas ele deu para o Ronaldinho e disse: ‘agora, pode bater, porque se você perder a gente faz mais dois, eles são muito ruins’”, contou Felipão.
[ KART ] Em 2011, o piloto poderá participar de
campeonatos europeus representando Portugal
Victor Uchôa encerra temporada na Espanha piloto Victor Uchôa viaja nesta segunda-feira (29) para a Espanha, onde participa de sua última competição internacional em 2010. Esta já é a nona vez no ano que Uchôa participa de uma prova no continente Europeu, chegando a garantir o pódio no Mundial Easy Kart e outras duas vitórias em Portugal. O próximo desafio do piloto acontece no dia 5, na região da Catalunha. Victor Uchôa é o único brasileiro a participar da Copa dos Campeões, na cidade de Barcelona, e enfrenta outros 48 kartistas de países europeus pelo título da categoria alevín. Em seu favor, o piloto tem além da experiência internacional, o apoio de equipes de ponta e nesta oportunidade o mananger Luis Dalman. Além disso, Uchôa vai contar na pista com as vantagens de correr em um kart com o chassi Fernando Alonso (FA Kart), de motor Puma 60cc. “Esta permanência de Victor em uma categoria de ponta é muito importante para que haja naturalmente um entendimento entre a equipe e o piloto. Isso é fundamental para que ele se sinta ainda mais seguro com o kart e possa demonstrar todo o seu potencial”, disse Gláucio Uchôa, pai do piloto. Um kart bem afinado também é de extrema importância para o bom resultado na prova. Como na Europa os garotos são muito competitivos, um kart com qualidades técnicas somado ao talento do piloto é essencial para um bom resultado. Prestes a embarcar para a sua úl-
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m ano de muito trabalho e dedicação ao esporte é comemorado em grande estilo no Colégio Marista de Natal. O Setor de Esporte e Educação Física está promovendo o encerramento das escolinhas, base do desporto da instituição, desde o dia 6 de novembro último. Segundo Lúcia Leiros, coordenadora de esportes do Marista de Natal, o evento segue até o dia 3 de dezembro (próxima sextafeira). “O encerramento das escolinhas esportivas tem o objetivo de apresentar a toda comunidade educativa o trabalho realizado ao longo do ano e motivar a continuidade da modalidade para o ano letivo seguinte”, comentou Lúcia. Os professores de cada modalidade são os responsáveis pela promoção do intercâmbio entre os alunos, através de atividades extraclasses. Estão sendo disputados torneios de basquete (ainda conta com gincana de fundamentos), vôlei, futebol e xadrez. Nesta sexta-feira (26), a partir das 18h, será disputado um Festival de Nado Sincronizado no parque aquático da escola. A natação entra em cena na próxima segunda-feira, também às 18h, com um Festival de Técnicas.
tima competição no ano, Victor Uchôa, patrocinado por Unimed Natal, Ster Bom, Livraria Câmara Cascudo, Sacolão, Lápis De Cor, Casa Norte Atacado, Faculdade Dos Guararapes e Hotel Sombra e Água Fresca, conta com a metereologia para se destacar na prova em Barcelona. O tempo frio e a possibilidade de chuvas no outono europeu é uma grande oportunidade para o piloto mostrar na pista a sua habilidade no asfalto molhado. Um exemplo disso foi a última corrida do piloto em Milão, onde largou em 10º e já na primeira volta conquistou a ponta. Por isso, Uchôa para que a chuva seja mais uma vantagem na pista. “Estamos torcendo para que chova e de preferência, que seja muito”, disse Uchôa. A Copa dos Campeões, organizada pela Federação Espanhola de Automobilismo, é um campeonato de uma única prova e dá ao piloto brasileiro a oportunidade de brigar por mais um importante título. Em 2011, a equipe estuda a possibilidade de Uchôa representar Portugal ou Espanha, devido a Confederação Brasileira de Automobilismo não ter acordos com federações européias para que o garoto possa pontuar nos campeonatos. Daí, surgiu o convite da federação espanhola para que o piloto represente no próximo ano. “Isso é importante para que eu possa pontuar em todas as competições que participar e ajudar a equipe como um todo. Caso tudo dê certo, vou competir a temporada européia inteira e poderei inclusive lutar por um título lá”, disse o piloto. EMANUEL AMARAL
Victor Uchôa espera mais uma temporada de sucessos em 2011
ta personalidade. Se ele errasse o pênalti, não estaria nem aí. Mas o Ronaldinho tinha 22 anos e, se errasse, mudaria a carreira. Se jogador perde pênalti em Copa do Mundo, os caras querem matar. Ainda mais que ele era gaúcho e o técnico também era gaúcho. Poderia dar problema”, disse Scolari. No segundo jogo da fase classificatória, o Brasil goleou a China por 4 a 0, em Seogwipo. Com
Ronaldinho superou o goleiro Jiang Jin e foi sambar na bandeirinha de escanteio. Oito anos depois do pentacampeonato de 2002, o atual meia do Milan luta para garantir uma vaga na seleção comandada por Mano Menezes após ficar fora do Mundial de 2006. Rivaldo, por sua vez, preside o Mogi Mirim e pretende voltar aos gramados pelo próprio clube na próxima temporada.
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[ 2016 ] Presidente do COB acredita que as ações realizadas pela
polícia devam resolver o problema da violência na capital fluminense
Nuzman promete Olimpíada no Rio com total segurança ANTÔNIO CRUZ/ABR
io (Agência Estado) - Apesar da onda de violência que tomou conta do Rio nos últimos dias, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, afirmou nesta sexta-feira que confia na política de segurança pública que está sendo implementada na cidade que será palco da Olimpíada de 2016 Ele ainda prometeu que a capital fluminense abrigará a competição “em total clima de segurança”. Diante da enorme repercussão nacional e internacional dos graves conflitos entre policiais e traficantes que tomaram conta do Rio nos últimos dias, o presidente do COB divulgou um comunicado oficial para reforçar sua confiança na organização dos Jogos Olímpicos de 2016 na cidade. “Reiteramos a plena confiança no projeto de pacificação no Rio de Janeiro, que vem sendo realizado sob a liderança e autoridade do governador Sérgio Cabral, através de um planejamento responsável e criterioso, visando benefícios para toda a população no curto, médio e longos prazos”, afirmou Nuzman. O dirigente também destacou que a operação de guerra montada para combater a violência de forma severa tem “respaldo da sociedade civil e da população do Rio de Janeiro” e “representa mais uma clara demonstração de que a política de segurança pública do governo do Estado está no caminho certo”. Para ratificar a sua confiança, Nuzman lembrou que o projeto
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Nuzman afirma que o Rio de Janeiro terá jogos com segurança
de segurança para o evento foi elaborado em parceria com os governos federal, estadual e municipal e que foi aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). “Dessa forma, podemos assegurar que os Jogos, em 2016, bem como os eventos teste que serão realizados em 2015, transcorrerão em total clima de segurança”, escreveu. Na Suíça, o COI também expressou confiança de que a segurança dos Jogos Olímpicos estará assegurada em 2016 e lembrou que o Rio foi capaz de abrigar com sucesso outras competições de grande porte, como os Jogos PanAmericanos de 2007. “Os regimes de segurança estão sob a responsabilidade dos governantes. No passado, o Rio e o Brasil mostra-
ram que são capazes de sediar grandes eventos com segurança e temos plena confiança na capacidade das autoridades brasileiras para entregar Jogos seguros em 2016”, afirmou a entidade, por meio de um comunicado Apesar do discurso otimista, a onda de violência já afetou o esporte no Rio. A final do Campeonato Carioca Feminino de Vôlei, por exemplo, foi adiada na noite de quinta-feira, por falta de segurança no ginásio do Tijuca Tênis Clube. Assim, o jogo entre Unilever e Macaé Sports ficou para o dia 22 de dezembro. Enquanto isso, a equipe da Mangueira relatou que vem enfrentando dificuldades para treinar para a sequência da Liga de Basquete Feminino.
esportes
HOJE NA TV
RÁDIO GLOBO NATAL
11h – Lazio x Catania; ESPN Internacional 16h00 - Corinthians x Vasco; Globo e Bandeirantes
06h - Esporte em debate 16h10 - Fluminense x Palmeiras - Série A 21h - Resumo Final
CURIOSIDADES O Fluminense depende de uma combinação de resultados para conseguir o título já neste domingo.
DICAS Nesta segunda-feira tem festival de técnicas de natação no colégio Marista de Natal. Evento começa às 18h.
NÚMERO 6 meses de afastamento foi a punição do zagueiro Luisão, ex-América,por dopping.
Editor: Itamar Ciríaco e-mail: esporte@tribunadonorte.com.br
NATAL • RIO GRANDE DO NORTE Domingo • 28 de novembro de 2010
Na partida que pode garantir o título antecipado ao Fluminense, o treinador Muricy Ramalho vai escalar os quatro principais jogadores do elenco pela primeira vez na competição contra o Palmeiras
[ BRASILEIRO – SÉRIE A ]
Tricolor terá “quadrado mágico” WALLACE TEIXEIRA/PHOTOCAMERA
io de Janeiro (GP) - O técnico do Fluminense, Muricy Ramalho, deu sinais da escalação que pretende mandar a campo na partida de hoje , às 16h (no RN), na Arena Barueri, em Barueri (SP), pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador escalou entre os titulares o chamado quarteto ofensivo que virou tema dos sonhos dos torcedores desde que o meia Deco e o atacante Emerson foram contratados, no meio da competição. Os dois atuaram no treino ao lado do argentino Darío Conca e de Fred. Essa pode ser a primeira vez que o quarteto vai atuar junto. A equipe perseguida por Corinthians e Cruzeiro, tem a missão de vencer para continuar ser o único clube a depender apenas de suas forças para ser campeão. Essa conquista pode ser antecipada para esta rodada, para tanto basta o tricolor vencer e paulistas e mineiros tropeçarem. Durante o coletivo Conca e Deco tiveram total liberdade para se aproximarem de Fred e de Emerson, que deu sinais de estar totalmente recuperado do edema no tornozelo esquerdo. Os quatro atletas
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mostraram muita movimentação, mas esbarraram na maioria das jogadas na falta de entrosamento. Com Emerson escalado entre os titulares, Washington acabou indo para o time dos reservas, mas essa situação não está completamente definida. O treinador costuma ser cauteloso em escalar atletas que se recuperam de lesão após passarem um longo tempo afastados dos gramados. No meio-de-campo, mais uma vez o volante Valencia vai formar dupla com Diguinho. FICHA TÉCNICA PALMEIRAS FLUMINENSE Bruno;Gualberto, Leandro Amaro e Fabrício,Vitor,Pierre, Fernando (Jean), Patrik e Rivaldo (Luís Felipe);Ewerthon (Vinícius) e Dinei. Técnico: Luiz Felipe Scolari
Ricardo Berna; Mariano,Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia,Diguinho, Deco e Conca; Emerson e Fred. Técnico: Muricy Ramalho.
Árbitro: Witon Pereira Sampaio (DF) Assistentes: Marrubson Melo Freitas (DF) e César Augusto de Oliveira Vaz (DF) Horário: 16 horas (no RN) Estádio: Arena Barueri (SP)
PALMEIRAS O clima no Palmeiras não é dos melhores e a eliminação na SulAmericana é lembrada a todo o momento, mas o assunto mais comentado no clube é a rodada deste domingo do Campeonato Brasileiro. Se depender da diretoria e da torcida, o Corinthians já pode desistir de buscar o título. Wlademir Pescarmona, diretor de futebol, já havia dito que, se possível, nem colocaria o time em campo para o confronto com o Fluminense. Antônio Carlos Corcione, assessor da presidência, aumentou a polêmica ao convocar a torcida carioca para o desafio da Arena Barueri. “Que eles venham almoçar conosco numa cantina. São Paulo está com um clima melhor do que lá (o Rio), aqui não tem tiroteio na rua”, disse o cartola. Vamos receber a torcida do Fluminense de braços abertos. Esse pode ser o jogo do título.” Lincoln e Edinho são os únicos jogadores confirmados como desfalques - os dois estão machucados. Dos titulares que devem entrar domingo, estão o zagueiro Danilo e o atacante Luan. As principais peças, como Kleber e Marcos Assunção, dificilmente serão relacionados para o jogo.
Muricy está preocupado com cartões
Emerson volta ao time do Fluminense no momento de decisão
O Fluminense vive a expectativa de conquistar o título do Campeonato Brasileiro, mas o time tem o confronto contra o Palmeiras, hoje, em Barueri, para buscar a vitória e seguir na liderança da competição na última rodada. Um dos problemas enfrentados pelos jogadores é o número de cartões amarelos de alguns titulares. Segundo o técnico Muricy Ramalho, a ordem é de evitar alguns lances mais ríspidos durante os 90 minutos. “O que sempre peço a todos os meus jogadores que evitem o que o juiz não gosta como carrinho por trás, reclamação essas coisas. O jogador tem que estar livre para jogar e tem tempo que não temos jogadores expulsos assim. O jogador tem que estar atento durante o jogo”, disse o comandante tricolor. No entanto, o meia Deco, que está pendurado, não demonstrou preocupação e afirmou que vai atuar normalmente contra os palmeirenses. Ele se mostrou tranquilo caso receba o terceiro cartão. “Não estou preocupado. O importante é ganhar “, disse.
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Mesmo desconfiados da boa intenção dos rivais palmeirenses, no Corinthians os jogadores apostam em um tropeço do Fluminense. Tite avisa que os seus olhos brilham para o título e diz que campeão não vencerá os dois jogos finais
[ BRASILEIRO SÉRIE A ]
Timão sonha com a liderança REGINALDO CASTRO
ão Paulo (GP) - O elenco do Corinthians entrará em campo, às 16 horas (no RN) neste domingo, para provar que o presidente Andrés Sanchez e os mais céticos estão errados. A equipe comanda por Tite precisa vencer o Vasco no Pacaembu – e ainda contar com um tropeço do líder Fluminense – para se manter cotada ao título nacional. O jogo é válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. O Corinthians deixou a ponta da tabela ao empatar por 1 a 1 com o Vitória no domingo passado, no Barradão. Tite não perdeu as esperanças de uma conquista. “O futuro campeão não ganhará os dois jogos. Meus olhos continuam brilhando pelo título”, assegurou o treinador. O problema é que a vista do Palmeiras já não brilha por nada no Brasileiro – seja pelo título, por uma vaga na Copa Libertadores da América ou para fugir do rebaixamento. Ao contrário: muitos torcedores rivais ficaram com os olhos irritados e lacrimosos após a eliminação na Copa Sul-americana e exigem que a equipe de Luiz Felipe Scolari perca novamente para prejudicar o Corinthians. Embora a maioria dos atletas corintianos mantenha o discurso político ao falar sobre a “dignidade” do Palmeiras, todos demonstram certa desconfiança em
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relação à postura do rival. Preferem apostar que o ameaçado Guarani, sim, tire pontos do Fluminense na última rodada. “Com o Palmeiras, a gente sabe que existe a tal da rivalidade”, disse o atacante Dentinho. “É complicado, né? Já vimos como foi o resultado do São Paulo contra o Fluminense”, concordou o meia Bruno César. As ausências da vez serão o meio-campista Elias, suspenso, e o atacante Ronaldo, que lesionou a coxa direita em Salvador. Tite provavelmente comporá o seu meio-campo com Paulinho, para não mudar as características da equipe. FICHA TÉCNICA CORINTHIANS VASCO Julio Cesar; Alessandro,Chicão, William e Roberto Carlos;Ralf, Paulinho,Jucilei e Bruno César; Dentinho e Jorge Henrique Técnico:Tite
Fernando Prass, Fagner,Dedé, Douglas e Ramon; Rômulo,Renato Augusto,Allan e Carlos Alberto,Éder Luís e Zé Roberto Técnico: PC Gusmão
Estádio: Pacaembu (SP) Hora: 16h (no RN) Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS) Assistentes: Carlos Berkenbrock (FifaSC) e Marcelo Bertanha Barison (RS)
No Vasco, o técnico PC Gusmão novamente não poderá escalar o quarteto ofensivo. Desta vez, o meia Felipe é quem não estará em campo no Pacaembu. O jogador reclamou de dores no joelho e não deve mais atuar este ano. O veto aconteceu uma dia após ele ter declarado que os cruzmaltinos não esteriam motivados para as rodadas finais do Campeonato Brasileiro por não estarem brigando pelas primeira posições. A tendência é a de que Allan ganhe uma chance entre os titulares. Além de Felipe, o volante Rafael carioca, que tem contrato até o fim do ano e não deve permanecer no clube, pois o SpartakRUS quer sua volta, pediu para ser liberado dos últimos jogos para buscar uma solução que evite voltar à Rússia. Com isso, Rômulo volta a equipe após cumprir suspensão e o jovem Renato Augusto segue entre os titulares. Na zaga, PC Gusmão deve dar uma chance a Douglas, que vem das categorias de base e formará dupla com Dedé. A boa noticía está na volta do lateral-esquerdo Ramon. O jogador ficou longo tempo parado na temporada por conta de várias lesões, mas está recuperado e espera poder mostrar um pouco de serviço para a torcida vascaína antes do fim de ano.
Marcos Lopes lopesrn@hotmail.com
Nem sempre querer é poder uerer a Copa de 14 no Rio Grande do norte todo mundo quer. Mas em um empreendimento deste nível, nem sempre o querer é poder. O desaparecimento das empresas interessadas na construção da Arena das Dunas, da reunião de licitação foi sintomático e preocupante, e projeta um risco muito grande de perder a vaga de cidade-sede. A bem da verdade, o problema com atraso nas obras não é privilégio de Natal, e eu acredito que a FIFA deve confirmar no Brasil o número máximo de 10 sedes. Os problemas por aqui começaram muito cedo, e o grande erro que os caras cometeram foi de uma hora para a outra trocar o Estrelão pelo Arena das Dunas. A situação preocupa sob todos os aspectos, e a única saída para evitar o vexame de ser alijado da Copa, é o governo do estado assumir a responsabilidade pela construção de um novo estádio, ou adequação do Machadão, que na minha avaliação é o mais sensato, e que acarreta menos problemas para todo mundo, além de garantir uma maior agilidade ao processo. Ninguém pode deixar de ser realista, falta infraestrutura para garantir um evento desse porte. Desde que Natal foi anunciada como uma sede, não aconteceu nada, nenhuma obra estruturante apareceu, e o máximo que fizeram foi derrubar uma creche no dia em que os inspetores da FIFA deram uma “passadinha” pela cidade, o que convenhamos é nada diante da realidade. Para quem analisa com a razão fica muito claro que Natal está caminhando a passos largos para perder a vaga, e o que vamos ver a partir de agora vai ser o tradicional jogo de empurra-empurra na busca de um culpado, na busca de alguém para pagar o pato. Na verdade não existe um culpado, não dá para individualizar um problema desta magnitude. Acontece que quiseram dar um passo maior que as pernas, sem reconhecer que as limitações estruturais da cidade e do estado para sediar o evento. Não deram atenção para quem questionava com argumentos técnicos, e preferiram sempre enxergar complôs em todas as ocasiões que se levantava as dificuldades que sempre foram visíveis. E o que me deixou mais convicto da falta de preparo do Comitê Organizador Local, foi a afirmação feita por Fernando Fernandes quando não apareceu ninguém na reunião de licitação, que não existia nenhum plano B, que não existia naquele momento nenhuma alternativa para solucionar o problema. Está provado que nem sempre querer é poder.
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ABC AINDA COMEMORA Depois de conquistar o inédito título de campeão brasileiro,o ABC vive a expectativa de mais uma decisão.Na quarta-feira enfrenta o Vitória,na briga pelo título do Nordeste.O torcedor tem todo o direito de comemorar as conquistas,mas a diretoria alvinegra acertadamente não entra na onda e já está trabalhando para 2011.Vai enfrentar uma competição longa,bem mais nivelada e cara.A capacidade de investimentos conta muito na B.É preciso ter,e saber investir.
Fim de jogo, fim de papo EMANUEL AMARAL
Ricardo Oliveira foi um dos principais destaques do ABC na campanha da Série C.
AMÉRICA NÃO PÁRA Espero que o torcedor esteja neste momento comemorando a permanência na Série B – fechei a coluna na sexta-feira – mas com certeza ele está animado com as perspectivas criadas pela diretoria rubra para 2011.Desde a renúncia de José Maria Figueiredo e a posse de Clóvis Emídio,o América conseguiu aglutinar forças importantes para projetar uma temporada com mais sustentação profissional. Independente do jogo contra o Brasiliense,2011 se desenha como um ano mais tranqüilo para o América.
O INIMIGO NÚMERO 1 Se fosse uma página policial eu diria que o presidente da Federação Pernambucana de Futebol,Carlos Alberto de Oliveira,é um elemento de alta periculosidade.Como não é,vou dizer que ele representa o maior atraso no futebol nordestino.
Bruno César volta à equipe e aposta na foça do Corinthians para vencer o Vasco e continuar na briga
Galo pode se livrar da “degola”
Tropa de elite do Inter vai a campo
Sete Lagoas/MG (GP) - O Atlético-MG pode garantir sua permanência na Série A do Campeonato Brasileiro já neste domingo, quando recebe o rebaixado Goiás, em Sete Lagoas, às 16h (no RN). O time mineiro é o 14º colocado da tabela com 42 pontos ganhos, enquanto a equipe do Centro-Oeste aparece na 19º posição, com apenas 32 ganhos. A expectativa dos jogadores do Galo é de casa cheia. Com o apoio da torcida, o time foi bem nas últimas partidas e conquistou um importante empate por 2 a 2 com o Santos e superou o Flamengo por 4 a 1. “É o nosso último jogo em casa no Brasileiro e tenho certeza que o torcedor vai nos apoiar o tempo todo, como sempre nos apoiou. Então, a gente espera presentear o torcedor com a vitória”, diz o lateral esquerdo Leandro. O técnico Dorival Júnior não tem problemas para escalar sua equipe. O zagueiro Réver e o goleiro Renan Ribeiro fizeram tratamento intensivo durante a semana, recuperaram-se de suas lesões e devem estar no time titular do Galo. Já o Goiás não tem mais chances de escapar do rebaixamento. Por conta disso, o técnico Arthur Neto estuda poupar seus principais jogadores para o primeiro jogo da final da Copa Sul-americana, contra o Independiente, da Argentina, mas não revelou quais atletas ficarão de fora do embate com o Galo. Ausência certa é Wellington Saci, que cumpre suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo.
Porto Alegre/RS (GP) - Três anos após voltar à elite do futebol brasileiro, o Vitória pode regressar à Série B hoje, embora as chances de rebaixamento antecipado sejam pequenas. Porém, para garantir que o pesadelo não se torne realidade, o rubro-negro tem a difícil missão de pontuar contra o Internacional, no BeiraRio. Com 40 pontos e em 17º lugar, até mesmo um empate em Porto Alegre não pode ser desprezado pelos baianos, que enfrentam o Atlético-GO, rival direto na luta contra o descenso, no Barradão, na última rodada. Apesar de campeão da Libertadores, o time titular do Internacional não vence há um bom tempo. No domingo passado, os reservas interromperam uma série de sete partidas sem vitórias no Brasileirão. A última vez uma equipe formada basicamente por titulares do Colorado ganhou foi em 10 de outubro: 1 a 0, sobre o Atlético-MG. Não é apenas para interromper a má fase dos titulares que o Inter joga: a ideia do técnico Celso Roth é utilizar as duas últimas partidas do Brasileirão, contra Vitória e Grêmio Prudente, para dar ritmo de jogo e entrosamento ao time que disputará o Mundial de Clubes em dezembro. O grupo do Vitória que foi para Porto Alegre, tem dois desfalques: o atacante Henrique, com lesão muscular na coxa, e o meia Ramon, que voltou a sentir dores no mesmo local. Para evitar a queda antecipada à Segunda Divisão, o técnico Antônio Lopes relacionou algumas surpresas na delegação.
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Tranquilo, Peixe quer nova vitória Sem pressão. É assim que o Santos enfrenta o ameaçado Avaí, hoje, às 16 horas (no RN), na Ressacada. Sem poder chegar ao título brasileiro, e com uma vaga garantida na próxima Copa Libertadores da América, em virtude de ter conquistado o título da Copa do Brasil, o Peixe joga apenas para cumprir tabela, diante dos catarinenses, pela 37° rodada do Campeonato Brasileiro. Os santistas ocupam a sétima posição no Brasileirão, com 55 pontos ganhos, porém, mesmo assim, o time se garante motivado para entrar em campo buscando a vitória, apesar de atuar em Florianópolis (SC). O volante Arouca, por exemplo, crê em um Alvinegro Praiano ofensivo perante o Avaí. “O Santos deverá jogar ofensivamente, porque é assim que a nossa equipe sabe jogar, seja dentro ou fora de casa. O Marcelo (Martelotte, técnico interino) nos orientou a mantermos a mesma postura. Vamos em busca da vitória em Florianópolis”, afirmou. Apesar de Arouca ter destacado que o Santos irá jogar buscando a vitória sobre os catarinenses, o treinador Marcelo Martelotte irá promover algumas alterações na sua formação titular, visando fazer alguns testes para a próxima temporada, ma qual Adilson Batista irá dirigir o time da Vila Belmiro e Martelotte será um dos seus auxiliares. No meio-campo, Arouca continuará tendo a companhia de Adriano, só que outro volante, Rodrigo Possebon, irá receber uma nova chance, no lugar de Rodriguinho. O meia Marquinhos deve ser poupado deste confronto. FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG
INTERNACIONAL
AVAÍ
GOIÁS
VITÓRIA
SANTOS
Renan Ribeiro;Rafael Cruz,Réver,Werley e Leandro;Zé Luís, Serginho,Diego Souza e Renan Oliveira;Diego Tardelli e Obina Técnico: Dorival Júnior
Harlei;Rafael Toloi, Ernando e Marcão; Douglas,Amaral, Carlos Alberto, Marcelo Costa e Júnior;Otacílio Neto e Rafael Moura.Técnico: Arthur Neto
Estádio: Arena do Jacaré (MG) Horário: 16h (no RN) Árbitro: Guilherme Cereta de Lima (SP) Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Márcio Luiz Augusto (SP)
Renan;Nei,Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias, Guiñazu,Tinga e D’Alessandro; Rafael Sobis e Alecsandro Técnico: Celso Roth
Viáfara;Nino Paraíba,Gabriel Paulista,Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja, Uelliton,Bida e Elkeson;Adaílton e Júnior Técnico: Antônio Lopes
Estádio: Beira-Rio (RS) Horário: 16h (no RN) Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (Fifa-SP) Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa-PR) e João Antônio Sousa Paulo Neto (DF)
Renan;Patric, Emerson, Émerson Nunes e Eltinho;Bruno (Rafael),Rudnei, Batista e Caio; Vandinho e Robinho (Davi) Técnico:Vagner Benazzi
Rafael;Pará,Edu Dracena (Bruno Aguiar),Durval e Léo; Arouca,Adriano, Rodrigo Possebon e Felipe Anderson; Neymar e Zé EduardoTécnico: Marcelo Martelotte (interino)
Estádio: Ressacada (SC) Horário: 16 horas (no RN) Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF) Assistentes: Márcia Lopes Caetano (Fifa-RO) e Gilson Bento Coutinho (PR)
Domingo | 28 de novembro de 2010
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Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte |7
[ SÉRIE A ] Estratégias de treinadores prevê a realização de uma partida muito disputada entre Flamengo e Cruzeiro. Luxemburgo quer que Rubro-Negro se faça respeitar pelos adversários
Apito Final EVERALDO LOPES - elopes@tribunadonorte.com.br
Já não há craques como antigamente
Mineiros brigam por título, cariocas contra o descenso MAURÍCIO VAL/VIPCOMM
odem até considerar este calejado colunista como mais um saudosista na paróquia. Tudo bem, mas não consigo localizar no atual futebol brasileiro nada além de uma meia dúzia de três a quatro (como gosta de repetir o ex-analista Lauro Neto) craques promissores, além de Paulo Henrique Ganço, Jonas do Grêmio/PA, Neymar, o zagueiro Dedé, do Vasco, Phillipe, ex-Vasco, hoje no exterior. Só. Com boa vontade, alguns candidatos à promessa, como Ciro, do Sport Recife e o goleiro Victor, do Grêmio Porto-alegrense. Até mesmo na última Seleção Brasileira campeã do Mundo (2002) contavam-se nos dedos os que podiam ser intitulados como craques: Ronaldinho “Fenômeno”, o “Gaúcho”, Lúcio, o goleirão Marcos, Cafu e Rivaldo já em fim de carreira. As seleções de 2006 e a recente 2010 serviram para mostrar que o Brasil já é mais um “ninho de cobras”. Quem salvar a pele no time que fez feio na África? Júlio César, Maicon, Juan, Lúcio e Michel Bastos, Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano, Kaká, Robinho e Luiz Fabiano? Com boa vontade, um ou outro.
P
JÁ NÃO HÁ (2) Aonde encontrar alas fantásticos como Nilton Santos, Djalma Santos, Carlos Alberto Torres, um meio-campista do quilate de um Clodoaldo, um de raça incomum e faro de gol como Jairzinho, um camisa 10 do nível de Gerson e Didi, Rivaldo e Rivelino, um cara que jogue a bola que Tostão jogava na Copa de 70, um matador com o faro de Romário. Não esqueci do gênio Pelé. Só que o Rei é hors concours.
Ainda “Dadá”
Ainda (2)
Na coluna de sexta-feira, citei a última de Dadá Maravilha, que jogou no Inter, Atlético/MG, Sport Recife, entre outros. Ele é o entrevistado de Kfouri no programa “Juca entrevista”, dia 04/12, um sábado na ESPN. Dadá é campeão do mundo de 70, mesmo sem jogar.
A frase de Dario é esta: se um torcedor me xingar de “filho-dap...” eu processo ele, mas num estádio com 40 mil pessoas, com todas elas me xingando de “filhoda-p...” eu acho lindo, sinto até saudades desse tempo ...” Dario é o 2º maior goleador do Atlético/MG, com 211 gols.
Richarlyson O jogador natalense há mais tempo titular num grande clube brasileiro – Richarlyson, no São Paulo, finalmente vai mudar de camisa. Depois de cinco anos no Tricolor do Morumbi, clube e jo-
gador chegaram a um consenso de que a longevidade leva à acomodação. A princípio, Fluminense e Botafogo são dois pretendentes de ter o natalense no seu elenco ano que vem.
CD do ABC Encartado nesta edição da TN, o torcedor abecedista pode adquirir o CD do ABC, com todos os gols da série “C” até a ascensão, contra o Ituiutaba, hino oficial do ABC e a mensagem do presidente Rubens Guilherme. É o preço do jornal, mais R$ 6,90.
Dois extremos
Dois extremos (2)
A declaração do presidente Rubens Guilherme, de que não está nos seus planos uma segunda administração à frente do ABC, passou um tanto despercebida, superada provavelmente pela euforia de sua torcida, e dirigentes. Não sei se foi algum repórter que provocou o presidente, ou foi iniciativa dele já prevendo que possam iniciar algum movimento nessa direção.
O mais curioso na pronta declaração de Rubens Guilherme são os extremos entre Judas Tadeu e seu antecessor. É que Judas nunca negou que gostava de presidir o ABC, um amor que vinha desde a infância, quando – segundo ele mesmo confessa, assistia seu ABC jogar no “Juvenal Lamartine” pendurado nas mangueiras vizinhas ao estádio.
olta Redonda/RJ (GP) - Buscando a vitória, mas por objetivos opostos, Flamengo e Cruzeiro se enfrentam hoje, às 16h (no RN), no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), em confronto válido pela penúltima rodada do Brasileiro. O Rubro-Negro, que vem de um triunfo por 2 a 1 sobre o Guarani, somam 43 pontos e precisam do resultado positivo para afastarem o risco de rebaixamento. Já a Raposa, que fez 3 a 1 no Vasco no último fim de semana, tem 63 pontos, dois a menos que o líder Fluminense, e quer ganhar para manter vivo o sonho de conquistar o título. Vanderlei Luxemburgo, técnico do Flamengo, pediu aos seus jogadores que eles procurem pressionar o Cruzeiro desde os primeiros minutos e não se intimidem com o fato de enfrentarem um dos postulantes ao título. O comandante flamenguista entende que as duas equipes entrarão em campo com uma postura ofensiva, pela necessidade de vitória. “O Cruzeiro busca o título. O Flamengo também precisa da vitória, então será como se as duas equipes estivessem na parte de cima da tabela. Assim como o Avaí venceu o campeão da Libertadores, o Goiás bateu o Palmeiras, o Flamengo tembém pode vencer. Temos que ver que estamos falando do Flamengo e é preciso ter respeito a este clube”, disse Vanderlei Luxemburgo. Se Vanderlei Luxemburgo pretende ver o Flamengo pressionando desde os primeiros minutos, o comandante do Cruzeiro, Cuca, garante que sua equipe não vai se sentir pressionado pelo rival. “Será um jogo muito complicado, pois a torcida do Flamengo vai comparecer e tentar fazer do Raulino de Oliveira um caldeirão. Isso porque eles precisam da vitória, possuem um grande time e um treinador muito competente. Mas nós temos um grupo experiente e ciente do que vai precisar fazer para deixar o gramado com os três pontos”, explicou Cuca. O treinador cruzeirense pediu ainda para que seus comandados não se deixem abater pelo que estiver acontecendo nos jogos de Fluminense e Corinthians, que estão acima da Raposa na tabela de classificação. “Sempre falo que no futebol qualquer coisa pode acontecer e precisamos chegar vivos na última rodada, com chances de conquistar o título. Para isso temos que ganhar, independentemente do que acontecer nos demais jogos”, disse Cuca.
V
FICHA TÉCNICA FLAMENGO CRUZEIRO
Dois extremos (3) Nas recentes declarações, Guilherme revela não ter vocação para longevo, quando afirma não ser adepto do continuísmo, e que quer deixar sua marca e abrir a vaga para outro abecedista manter o clube cada vez maior. O
mandato atual do presidente do ABC é de três anos. Assim, no final de 2012, Rubens Guilherme manda publicar edital de convocação com anúncio da eleição. Se mantiver sua posição, em 2013 o presidente será outro.
CD do ABC
CD do ABC (2)
Mais uma novidade para o torcedor do ABC, nessa onda só de sucessos do Alvinegro. Na edição dominical da Tribuna, vem anexo o CD do ABC contendo os gols narrados por Marcos Lopes, a história da ascensão à Série “B”, a direção de Stênio Dantas com texto de Vicente Estevam, da TN.
O CD vai custar ao adquirente, além do preço do jornal (se não for assinante, claro), mais R$6,90. Segundo o produtor, jornalista Vicente Estevam, é um verdadeiro documentário sobre a campanha vitoriosa do clube Alvinegro, para o torcedor guardar e, se for saudosista, ouvi-lo..
Premiação vem aí Segundo uma fonte de dentro do ABC, a premiação pelo título de campeão brasileiro e acesso à “B” sairá na semana que começa amanhã. No auge da emoção, foi anunciando um prêmio de R$ 500 mil para ratear com jogadores, comissão técnica e pequenos funcionários que atuam em funções mais modestas no clube.
São Paulo promete seriedade
Marcelo Lomba, Leonardo Moura, Welinton,Ronaldo Angelim e Juan; Willians,Maldonado, Marquinhos, Kléberson e Renato Abreu;Diogo Técnico:Vanderlei Luxemburgo
Fábio,Jonathan,Gil, Leo e Diego Renan; Henrique, Marquinhos Paraná,Roger e Montillo;Thiago Ribeiro e Wellington Paulista Técnico: Cuca
Estádio: Raulino de Oliveira (RJ) Horário: 16h (no RN) Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS) Assistentes: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Júlio César Santos (RS)
Luxemburgo afirma que o Flamengo será um páreo duro hoje
Com foco na Libertadores Botafogo encara Prudente Ainda lutando por uma vaga na próxima Copa Libertadores, o Botafogo recebe o Grêmio Prudente hoje, às 16h (no RN), no Engenhão (RJ). O Glorioso soma 56 pontos e trava uma disputa direta com o Grêmio, que tem um ponto a mais, e com o Atlético-PR, que soma os mesmos 56 pontos, mas leva vantagem nos critérios de desempate. Para terminar a rodada na quarta colocação, fechando a zona de classificação para a Copa Libertadores, o Botafogo precisa vencer e torcer para que o Grêmio não derrote o Guarani, em Campinas (SP), e para que o Furacão tropece, no Nordeste, diante do Ceará. Porém o mais importante é o deslize dos paranaenses, pois os gaúchos cruzarão com os botafoguenses na rodada final. Já para o Grêmio Prudente o jogo serve apenas para cumprir tabela, pois segurando a lanterna, com 28 pontos, os paulistas estão matematicamente rebaixados para a Série B. Joel Santana, técnico do Botafogo, procurou trabalhar ao longo da semana o lado psicológico dos seus jogadores, que ficaram abalados com a derrota de 2 a 1 para os reservas do Internacional, no fim de semana passado. “Falei para eles que o mais importante é continuar acreditando, pois já vi muita coisa acontecer no futebol. Do mesmo jeito que nós tropeçamos no Internacional, na rodada passada, o domingo pode reservar surpresas para os nossos concorrentes diretos. Precisamos fazer a nossa parte dentro de campo e chegar na última rodada com chances de classificação”, explicou Joel Santana. Se o tropeço contra o Internacional abalou o elenco botafo-
classificados Anuncie pelo telefone: 4006-6161.
guense, também serviu para ligar o sinal de alerta dos jogadores, que passaram a pregar o máximo de respeito ao rival deste domingo, mesmo estando ele rebaixado para a Segundona. “A nossa equipe esperava derrotar o Internacional e o resultado positivo acabou não acontecendo. Por isso, não podemos contar com a vitória antes da hora nesta partida contra o Grêmio Prudente. O nosso adversário, assim como aconteceu no fim de semana passado, entra em campo sem nenhuma obrigação, praticamente para cumprir tabela e sem nenhuma responsabilidade. Nós estaremos pressionados pela obrigação de ganhar para mantermos vivas as chances de disputarmos a próxima Copa Libertadores. Portanto, vejo que se desenha um confronto ainda mais complicado e que merece ser tratado com o máximo de seriedade. Mas estamos confiantes de que vamos ganhar”, disse o zagueiro Antônio Carlos. FICHA TÉCNICA BOTAFOGO G.PRUDENTE Jéfferson, Alessandro,Antônio Carlos,Márcio Rosário e Marcelo Cordeiro;Leandro Guerreiro,Somália, Edno e Lucio Flavio; Caio e Loco Abreu Técnico:Joel Santana
Sidney,Bruno Ribeiro,Anderson Luís,Leonardo e Diego;Rodrigo Mancha,João Vítor, Roberto e Adriano Pimenta;Wesley e Willian José Técnico:Fábio Giuntini
Estádio: Engenhão (RJ) Horário: 16h (no RN) Árbitro: André Luiz Castro (GO) Assistentes: Cristhian Sorence (GO) e Fabricio da Silva (GO)
Goiânia/GO (GP) - O São Paulo já poderia estar em férias neste fim de ano, mas Paulo César Carpegiani não quer nem pensar em diminuir o ritmo na reta decisiva do Campeonato Brasileiro. Mesmo sem chances matemáticas de se classificar para a Copa Libertadores, o treinador cobra disposição de seu elenco para o jogo contra o ameaçado Atlético-GO, hoje, às 16 horas (no RN), no Serra Dourada. “Eu conversei com os jogadores. Falei que, se alguém tiver qualquer tipo de dúvida em dar o melhor, pode conversar com algum membro da comissão, porque eu saberia compreender (em não escalar). Mas quem for tem que ter entrega, disciplina, determinação e buscar a vitória. Acredito que terei uma equipe motivada”, afirmou o treinador. E o elenco parece ter entendido o recado de Carpegiani. Com vaga assegurada para a próxima edição da Copa Sul-americana, o volante/lateral Jean promete profissionalismo. GRÊMIO
TRICOLOR QUER A LIBERTADORES Líder do returno e candidato a uma vaga na Libertadores, o Grêmio enfrentará neste domingo um adversário que vive situação completamente oposta. O Guarani é a pior equipe da segunda metade do Campeonato Brasileiro e está na zona de rebaixamento. Se o time gaúcho pode, com vitória, garantir seu lugar definitivo no G-4, a equipe de Campinas, caso perca, estará matematicamente rebaixada. A situação fica ainda mais díspar quando se olha para dentro de campo: completo, o Grêmio visitará um Guarani esfacelado por desfalques. O atacante Geovane não começa a partida, suspenso. FORTALEZA
DESÂNIMO ATINGE FURACÃO E CEARÁ A queda para a quinta colocação faltando apenas duas rodadas para o final do Brasileiro não desanimou o Atlético Paranaense, que parte em busca do G-4, hoje, às 16 horas (no RN), diante do Ceará, no Estádio Castelão, no quase verão de Fortaleza. O time da casa, por sua vez, já não sonha com Libertadores, mas também tem suas pretensões. Preocupada com o calor na capital cearense, a comissão técnica rubro-negra antecipou a viagem para o time se aclimatar. Porém, em relação ao time que vai a campo, este já saiu praticamente definido de Curitiba. O técnico Sérgio Soares deve optar pelo esquema 4-3-3.
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[ PÁGINAS 6 E 7 ]
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SERGINHO GROISMAN COMEMORA 10 ANOS À FRENTE DE SEU PROGRAMA E CRITICA A TELEVISÃO QUE É FEITA NO BRASIL
revista da tv
A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.
ALTAS IDEIAS
Gustavo Falcão está no elenco de “As mãos de meu filho”, especial da Record baseado em conto homônimo de Érico Veríssimo.
Depois de cinco anos afastado das novelas, Marcos Frota volta em “Ti-ti-ti” no papel de um prisioneiro amigo de Jaqueline (Claudia Raia). [ PÁGINA 3 ]
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TERÇA
QUARTA
QUINTA
SEXTA
Pedro vê Sérgio falando com Ângela e desconfia do rapaz. Vera mostra para Tereza uma garrafa de bebida alcoólica que encontrou no pátio do colégio. Lorelai se atrapalha para fazer um café para Theo. Pedro tenta, sem sucesso, impedir Ângela de subir na moto de Sérgio. Fred e Laura se reconciliam. Marcos insinua para Tereza que há venda de bebida nas festas da Caldeira. Theo vê Ângela com Sérgio e comenta com Pedro que o rapaz cumpria pena na ONG onde ele trabalha.
Theo comenta que Sérgio é o rapaz que tentou agarrar Lorelai. Pedro enfrenta Sérgio e conta para Ângela que ele tem um histórico de violência. Maicon repreende Marlene por apoiar Carlito. Catarina conta para Pedro que Tereza acionará Hélio sobre a venda de bebidas alcoólicas. Cláudia atende um paciente no hospital com muitas dores. Roberto e Cláudia suspeitam que Arnaldo ele esteja consumindo bebida alcoólica no trabalho. Alterada, Ângela vai à casa de Pedro e conta que saiu com Sérgio.
Pedro repreende Ângela por ter saído para beber. Roberto suspende Arnaldo. Catarina organiza um chá-de-bebê para Julinha. Catarina e Pedro conversam sobre a possibilidade de fazer Marcos desmentir a acusação a respeito das festas. Dona Zica diz a Maicon que irá colocar um freio em Marlene. Roberto beija Cláudia. Marcos chega com Sérgio e Ângela no chá-de-bebê de Julinha e Catarina se irrita. Cláudia exige que retirem Sérgio e Marcos de sua casa. Ângela passa mal .
Claudia repreende Fred por ter deixado a festa sair do controle.Cláudia e Roberto conversam com Rita sobre alcoolismo. Os alunos no colégio comentam o que aconteceu com Ângela. Lúcio tenta denegrir Ângela diante dos alunos na sala, mas Pedro a defende e Catarina se incomoda. Lurdes encontra um emprego em uma loja no shopping. Hélio libera as festas na Caldeira. Carlito diz a Maicon que descobriu seu caso com Marlene. Sérgio insinua para Pedro e Catarina que não faltará às festas na Caldeira.
Neca não deixa que Glorinha prenda Pimpinela. Solano impede Estela de sair com eles para procurar Manuela. Hector seduz Nancy e ela se anima para deixar o Araguaia. Manuela pensa em uma forma de escapar dos capangas. Ela consegue fazer um deles ir até o empório de Janaína comprar um remédio para as aves. Nancy acerta com Caroço o aluguel de um barco para Hector. Janaína reconhece a letra de Manuela no papel que o capanga lhe entrega e avisa a Solano.
Caroço desconfia que o barco que Nancy alugou pode estar relacionado com o traficante de aves e avisa a Fred. Solano consegue salvar Manuela dos capangas e os dois fogem da fazenda abandonada. Manuela confessa para Amélia que ainda ama Solano e a mãe a aconselha a não desistir dele. Geraldo prende Hector e Nancy por tráfico de animais. Max pergunta se Geraldo foi buscar o Bispo em Juruanã e o delegado tenta se retratar por ter esquecido.
Max interrompe o depoimento de Manuela e exige que Geraldo vá buscar o Bispo. Ruriá ajuda Vitor na mata sem se identificar. Amélia e Lurdinha desconfiam de que Pérola esteja grávida. Max fala mal de Padre Emílio para o Bispo. Pérola fica enjoada novamente e suas filhas se preocupam. Manuela aparece na estância no momento em que Estela e Solano estão saindo. Fátima conta a Amélia que ocorreu um acidente com um avião. Solano pede para conversar com Manuela.
Manuela não tem coragem de se declarar para Solano. Nancy joga charme para Geraldo para que ele a libere da prisão. Solano e Manuela procuram um lugar para soltar as aves aprisionadas pelos traficantes. Fred procura Janaína. Cotinha e Terê preparam um quarto para o Bispo na estalagem. Terê toca em um pertence de Vitor, tem uma visão de seu acidente e avisa a Amélia. Beatriz dá dicas para Estela lutar por Solano. Manuela e Solano se beijam.
Max conta para Manuela sobre o acidente de Vitor. Terê sugere que o avião possa ter sido sabotado. Vitor ouve a caminhonete de Solano na mata. Neca tenta obter informações com Glorinha sobre o processo de Pimpinela. Manuela e Estela têm uma conversa decisiva sobre Solano. Neca convence Glorinha a ajudar a provar a inocência de Pimpinela. Solano se surpreende ao encontrar Estela em seu quarto ao sair do banho. Vitor consegue chegar a Girassol.
Jaqueline diz que só revela o segredo de Valentim se Jacques voltar para ela. Marcela acusa Bruna de ser injusta com Julinho e decide cortar relações com ela. Jaqueline pede que Julinho mude seu visual. Renato promove Help a editora-chefe da Moda Brasil. Luti liga para Mabi e pede que ela guarde segredo sobre sua visita a Cecília. Marcela vê Renato cuidando do filho com carinho e fica mexida. Jaqueline bebe demais e conta para Ricardinho que Valentim é uma invenção de Ariclenes.
Luti avisa ao pai que Cecília voltou a fazer os vestidos para as bonecas e Ariclenes se anima novamente. Gino e Rebeca passam a noite juntos. Thaísa oferece um banquete para os mendigos em sua casa. Jacques leva Clotilde para morar com ele e Júlia não aceita bem. Ricardinho liga para Clotilde e, na hora de contar o segredo, é atropelado por um carro. Suzana confirma que Ariclenes inventou Victor Valentim para reconquistá-la. Camila arma um encontro entre Marcela e Edgar.
Ariclenes surge no apartamento de Suzana e encontra Jaqueline cantando e dançando. Rony afirma que era ele quem criava os modelos de Valentim e Clotilde conclui que esse é o segredo que Jaqueline descobrira. Jacques rejeita o croqui de Rony e o expulsa do ateliê. Marcela discute com Renato sobre o encontro com Edgar. Clotilde flagra Rosário defendendo Jaqueline. Desirée passa na vila antes de seguir para o aeroporto. Stéfany sente dor na barriga e pede para Armandinho levá-la ao hospital.
Dona Mocinha percebe o sangramento de Stéfany e alerta Armandinho. Rosário descobre que Clotilde está difamando Jaqueline. Stela mostra a edição refeita da Moda Brasil para Suzana, que se decepciona. Os modelos de Jacques não empolgam as clientes e Clotilde sugere que ele recicle os croquis de Jaqueline. Stéfany passa por complicações no parto. Rony oferece a Help uma entrevista sobre Jacques e Valentim, mas Renato rejeita. Armandinho se depara com Desirée no hospital.
Desirée desiste de embarcar. Jaqueline arma um plano para impedir o casamento de Jacques e Clotilde. Luti demonstra ciúme de Valquíria. Jaqueline sequestra Jacques. Clotilde chantageia Rosário. Help propõe uma parceria a Ariclenes, e o agarra ao perceber a aproximação de Suzana. Jaqueline dopa Jaques, tira fotos dele com suas amigas drag queens e pede para Rubi publicálas na internet. Ariclenes briga com Suzana. Clotilde se prepara para entrar na igreja quando Jaqueline aparece.
Fred finge nervosismo ao saber do acidente de Myrna. Laura percebe que está sendo seguida por Melina e tenta despistá-la. Bete fica chocada ao saber da morte de Myrna e Mauro a consola. Fred simula mal-estar pela morte da secretária. Diogo tenta agarrar Clara e Das Dores a ajuda. Fred orienta Charles a tentar comprar as ações de Saulo. Danilo rouba dinheiro de Lorena e foge da clínica de reabilitação. Danilo vai à delegacia e se declara assassino de Saulo.
Totó e Diogo se enfrentam e Talarico afasta os dois. Diogo ameaça Clara. Calux sai com Valentina da penitenciária. Stela afirma ao delegado que Danilo não matou Saulo. Danilo é levado de volta para a clínica. Clara confidencia a Kelly que está com medo de que Diogo faça algo contra Totó. Melina tenta impedir Cris de fazer a entrevista para ser secretária de Fred. Valentina é insultada na rua pelos vizinhos e enfrenta Candê. Totó e Kelly se preocupam com o sumiço de Clara.
Diana sente-se mal e deixa Cris e Laura preocupadas. Charles faz uma oferta pelas ações de Stela e ela se reúne com filhos para decidir o que fazer. Mimi e Lurdinha seguem o táxi de Berilo até um motel. Olavo repreende Mimi por não ter entrado no motel. Candê deixa Felícia e Totó sozinhos em casa. Gerson encontra Totó na casa de Felícia. Clara mente para Gemma e simula ter sido atacada por Valentina. Diana descobre que está grávida. Fred consegue comprar as ações de Saulo.
Gemma vai à casa de Valentina. Totó elogia Fátima e deixa Gerson e Felícia emocionados. Gemma e os vizinhos tentam expulsar Valentina do bairro. Felícia e Gerson se declaram um para o outro. Diana conta para Mauro que está grávida. Mimi descobre que Jéssica está com Berilo. Clara troca olhares com Diogo e Ednéa comenta com Das Dores. Mimi conta para Agostina sobre o caso de Berilo e Jéssica. Para inocentar Danilo, Stela diz aos repórteres que é a assassina de Saulo.
Lorena, Sinval e Arthurzinho apoiam Stela, que sofre com sua confissão. Gerson fica tentando ligar seu computador e liga para Felícia. Stela diz a Arthurzinho para não se preocupar com seu álibi. Agostina fica furiosa ao ver Jéssica entrando no táxi de Berilo. Arthurzinho marca de se encontrar com uma pessoa assim que Stela sai de casa. Agostina flagra Berilo e Jéssica juntos. Arthurzinho e Laura se encontram e comemoram por Stela ter confessado o assassinato de Saulo.
Filomena recebe Sancha e Romeu com alegria. Sônia diz a Carmem que vai à manifestação, porque além de ser contra o resort, quer ver André. Newton dá algumas instruções para os caminhantes. Uma menina pede autógrafo a Rodrigo. Karina fala para Zuleide que não pensa mais em Tito, pois está em outra. Lincon redige um artigo pedindo a demissão imediata do delegado.
Filomena pergunta para Clorís se Tito já chegou. Clorís diz que ele foi levar Rodrigo até o aeroporto. Flores pergunta a Arminda se os responsáveis pelo resort têm consciência de que vão destruir parte significativa da natureza de Ribeirão. Sereno diz aos manifestantes que eles devem invadir a audiência. Ajuricaba fica furioso com a demora do batalhão de choque que não chega para conter os manifestantes.
Cardoso arromba a porta da sala de Ajuricaba e encontra o delegado desacordado. Marta chama a ambulância. Ajuricaba acorda e diz que está com uma dor no peito. A pedido de Virgínia, Ellen avisa a Sônia que Ajuricaba teve um enfarte, mas já está melhor. Querêncio conta a Marisa que agora está mais a favor do resort. Tito, já meio de pileque, bebe mais uma dose de uísque.
NÃO HÁ EXIBIÇÃO
SEGUNDA
SÁBADO
Inter TV/Cabugi – Canal 11
MALHAÇÃO ID Antônio afirma que não vai permitir que sua neta seja criada por Fausto. Maicon fica surpreso com a simpatia de Dona Zica por Marlene. O vendedor de uma loja afirma que Natália furtou uma peça. Todos recebem pelo celular um vídeo do protesto de Catarina e seus irmãos a favor de Natália. Fred pede que Natália e Antônio deem um voto de confiança para ele. Natália e Antônio decidem deixar Julinha com Fred. Sérgio pergunta para Ângela onde fica o Primeira Opção.
NÃO HÁ EXIBIÇÃO
Inter TV/Cabugi – Canal 11
ARAGUAIA Solano decide ficar no Araguaia e Estela desaprova. Pimpinela pede para conversar com Nancy, mas ela o despreza. Fred conta para Solano sobre o desaparecimento de Manuela e Estela fica enciumada. Hector aparece no paiol onde Manuela está presa. Max liga para Geraldo e pede que ele procure Manuela. Glorinha acha a ficha de Pimpinela e descobre que ele é um foragido da polícia. Amélia e Max se desesperam com a falta de notícias de Manuela.
Inter TV/Cabugi – Canal 11
TI-TI-TI Ariclenes pede segredo a Jaqueline quando Rony chega e diz que é ele quem cria os modelos de Valentim. Cecília se anima com a visita de Luti e Mabi e resolve fazer um vestido para Mabi. Breno se desespera com o comportamento da filha. Jaqueline ameaça revelar o segredo de Valentim, mas Ariclenes diz que fez tudo para reconquistar Suzana e ela fica balançada. Jaqueline surge no ateliê de Jacques e revela que descobriu a verdade sobre Victor Valentim.
Inter TV/Cabugi – Canal 11
PASSIONE Bete, Totó e Mauro ficam indignados com a indicação de Fred para a presidência. Gerson se desculpa com Felícia. Gerson diz a Diana que falou sobre seu problema com o psicanalista. Myrna descobre que quem está por trás da Otabol é Fred. Danilo afirma à mãe que matou Saulo, mas Stela garante ao médico que seu filho não é um assassino. Fred forja um apagão e sabota o elevador da empresa. Myrna não verifica o elevador antes de entrar e sofre um acidente.
RIBEIRÃO DO TEMPO
TV Tropical – Canal 8
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Larissa diz a Beatriz que ficou assustada com a fúria de Nicolau ao ver a manchete do jornal e revela que o sobrinho ameaçou bater nela. Iara diz a Filó que ela podia dar uma modernizada no visual. Fátima vê Joca perto do casarão de Flores. Ele tenta se esconder, mas não dá tempo e inventa que está esperando uma namorada. Flores vê o grampo que Joca fez em sua caixa do telefone e fica espantado.
Sônia deixa claro para Virgínia que ama André. Flores conta a Nicolau que seu telefone está grampeado. O professor diz que não tirou o grampo porque é melhor que o grampeador ache que o está monitorando. Ele diz saber que foi Joca quem fez isso. Flores diz a Nicolau que quer incriminar Joca pela morte do presidente do Brasil, que vai estar em Ribeirão no aniversário de 250 anos da cidade.
revista da tv
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Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 3 HUDSON PONTES
THAÍS BRITTO
á 25 anos, quando interpretou o trapezista Ricky na novela “Cambalacho”, de Silvio de Abreu, Marcos Frota descobriu aquela que seria a sua grande paixão: o circo. O envolvimento com a arte circense lhe trouxe alegrias, mas também contratempos. Foram, segundo ele, muitas perdas pessoais e críticas por parte dos colegas, que o acusavam de deixar de lado sua carreira. Mas, agora, o ator e o trapezista estão igualmente felizes. E, finalmente, Marcos Frota vai conseguir conciliar suas duas atividades de forma exemplar. Em cartaz com o espetáculo “Trapézio”, de seu Unicirco, na Quinta da Boa Vista, ele está prestes a integrar o elenco regular de “Ti-titi”, na pele do presidiário Massa. — Viajei o país inteiro com o circo e vivi todo tipo de conflito. Acho que isso atrapalhou um pouco a minha carreira, mas não me prejudicou. Vou perseverar sempre. Estou chegando agora no momento que eu sempre quis, trazendo o circo para os holofotes e promovendo uma discussão, com apoio do poder público e da iniciativa privada — defende o ator, lembrando que está animadíssimo com a participação no folhetim das sete: — Fiquei muito feliz com o convite. Estava morrendo de saudades do ambiente, dos colegas, da química entre a equipe de trabalho. O circo é o exercício da minha cidadania e a TV é o exercício da minha profissão — conta Frota, que está longe das novelas desde 2005, quando interpretou o Jatobá de “América”. A primeira aparição do ator em “Ti-ti-ti” foi ao ar no início do mês: Massa recebe uma ligação de Jaqueline (Claudia Raia) na cadeia. Daqui a cerca de duas semanas ele aparece novamente, fugindo da prisão durante o indulto de Natal e indo ao encontro dela. A partir daí, será inserido definitivamente na trama. Segundo Maria Adelaide Amaral, autora de “Ti-ti-ti”, Massa é uma espécie de Robin Hood, que rouba dos ricos para ajudar os pobres. Ele conheceu Jaqueline porque tentou assaltá-la e nutre uma paixão platônica por ela. Em nome do sentimento, faz tudo que a perua manda, se sente seu escudeiro e protetor. — Pelo fato de ser um presidiário, estava com medo de ser uma
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MARCOS FROTA VOLTA ÀS NOVELAS APÓS CINCO ANOS LONGE DA TV E COMANDA ESPETÁCULO DE CIRCO QUE INTEGRA PROJETO DAS UPPS
UM HOMEM DIVIDIDO
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Pelo fato de ser um presidiário, estava com medo de ser uma coisa pesadona. Queria entrar no clima da novela, da comédia rasgada. Felizmente, ele é um bandido atrapalhado.”
coisa pesadona. Queria entrar no clima da novela, da comédia rasgada. Felizmente, ele é um bandido atrapalhado. Vai formar uma dupla engraçada com a Jaqueline — comemora Marcos. O encontro recria uma dobradinha marcante da teledramaturgia: Marcos Frota e Claudia Raia atuaram juntos em “Sassaricando”, folhetim de Silvio de Abreu, de 1987. O casal Beto e Tancinha foi um dos maiores sucessos das carreiras dos dois atores. — É uma feliz coincidência voltar a contracenar com a Claudia,
que é uma pessoa muito querida, numa novela em que ela é a referência. É também um grande desafio porque ela está superaquecida, e eu chegando agora. A Maria Adelaide tem usado várias referências de folhetins anteriores, acho que ela pode brincar com essa nossa dupla de “Sassaricando”, como já fez com outros personagens da trama — torce. Em cartaz desde o dia 12 de outubro, o espetáculo “Trapézio” teve cerca de 50 mil espectadores em seu primeiro mês. O ator fala com igual empolgação sobre a novela
e o projeto que o permitiu formar um elenco com diversos artistas oriundos de áreas carentes. — A minha preocupação é dar oportunidade e formar novos talentos. Por isso, resolvi fazer uma mistura de artistas consagrados e outros escolhidos por audições feitas em comunidades. Foram mais de 300 inscritos — conta. Do outro lado, nas cadeiras da plateia, também estão jovens e adultos que precisam de uma oportunidade. Por meio de uma parceria com a prefeitura, as apresentações do Unicirco integram o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e recebem gratuitamente policiais e moradores das comunidades ocupadas: Entregamos ingressos para os comandantes, que se encarregam de distribuir entre a população. Isso cria uma interlocução entre eles. Para mim, é uma conquista enorme. Além disso, os jovens que assistem ao espetáculo se reconhecem ali nos artistas. Fazer parte disso é uma alegria incrível. Com um elenco de 60 artistas, “Trapézio” é um musical circense. A ideia surgiu durante uma viagem à Europa, quando o ator conheceu o circo Bouglione, em Paris. Lá, ficou sabendo da origem do número do trapézio, que completa 150 anos em 2010. O espetáculo recria essa história com acrobacias e uma produção que “está um passo adiante em termos de estética”, nas palavras de Frota. O ator não aparece, mas faz as vezes de narrador onipresente. — Estava guardando o rosto para o personagem. Como é que eu ia interpretar um homem que está na cadeia, todo desgrenhado, e depois aparecer no espetáculo? Além disso, estou com 55 anos, não tem mais jeito de subir no trapézio — admite, rindo. Em 2011, o plano é continuar conciliando as duas vidas. Depois das férias que começam em 19 de dezembro, o Unicirco volta à Quinta da Boa Vista, desta vez também com oficinas de circo. Segundo ele, a partir de janeiro, a trupe vai até as comunidades para as apresentações. Completando 30 anos de carreira como ator no ano que vem, Frota planeja uma comemoração em grande estilo: Estou preparando um espetáculo novo, mas ainda não posso falar muito. Convidei o Jorge Fernando para dirigir e ele aceitou. Vai ser grandioso.
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revista da tv
Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte
John Lithgow arrasa nesta quarta temporada de “Dexter”(FX).Veterano,ele faz dobradinha incrível com Michael C.Hall.
SERIAIS
E “No ordinary family”(Sony),hein? Coitada de Julie Benz,que saiu de “Dexter”para uma série tão boba...Falta graça.
LÍVIA BRANDÃO - TATIANA CONTREIRAS
Domingo | 28 de novembro de 2010
»DOBRADINHA
Jorge Garcia e J.J.Abrams juntos de novo! Hurley vai estrelar “Alcatraz”(que também se passa em uma ilha),conduzida pelo criador de “Lost”. O piloto da série deve ser rodado em janeiro do ano que vem.
»VIDA DE CÃO FOTOS DE DIVULGAÇÃO
Claire Danes,a eterna Angela Chase de “Minha vida de cão” (na fotos ao lado,antes e depois),vai voltar à TV em “Homeland” (Showtime).A atriz encarnará uma agente da CIA na série policial.
MAIS-MAIS Esta semana listamos os personagens que se aventuraram pelo mundo editorial — e foram publicados na vida real. Nossa primeira personagem-autora saiu de “Twin peaks”.
Laura Palmer ainda vive
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heryl Lee tinha só 22 anos quando a imagem de seu corpo inerte,envolto em plástico,foi exibida no mundo inteiro.Mesmo morta,sua personagem foi a estrela de“Twin Peaks”,série de David Lynch (de filmes como“O veludo azul”).A moça movimentou todas as rodinhas de conversa à época:afinal,quem matou Laura Palmer? Hoje,aos 43, Sheryl é a estrela de um episódio especial de“Psych”,no ar nos Estados Unidos nesta quarta-feira.A atração, exibida aqui pelo Universal Channel, reúne o elenco de“Twin Peaks”e homenageia o aniversário de 20 anos da série.Num papo com vários repórteres,ela falou com a Seriais.
Sheryl Lee hoje (na foto acima,em “Psych”) e há 20 anos (ao lado),na aclamada “Twin Peaks”
Você achava que “Twin Peaks”faria tanto sucesso? SHERYL LEE:Não tinha a menor expectativa. Eu morava em Seattle,fazia teatro,não pensava em mudar para Los Angeles.Viram um teste que fiz e me chamaram para fazer o papel de uma garota má em um projeto secreto.Gravei uns flashbacks e a cena em que aparecia enrolada em plástico.Alguns meses depois me chamaram para voltar (Sheryl voltou a “Twin Peaks”como Madeleine,uma prima de Laura).Eu não tinha a menor experiência em TV. E como foi gravar como se você estivesse morta? Pode parecer cafona,mas foi uma maneira de refletir sobre a morte.Para mim,todas aquelas cenas eram um exercício.Nunca tinha estado
num set,então eu era uma esponja,tentava absorver tudo.Aquelas cenas (envolta em plástico) não são algo que eu escolheria fazer sempre (risos).É algo perturbador,mas bem mais para minha família. No episódio “Dual spires”,você interpreta a médica que encontra uma jovem morta, numa cena que remete a “Twin Peaks”. Como foi participar de “Psych”? Não assistia “Psych”antes,agora sou fã.Na verdade,são poucos os programas de TV que vejo,especialmente os que passam depois das 21h.A ideia de reunir o elenco foi de James (Roday,o protagonista de “Psych”). Foi muito divertido,com muitas risadas o tempo todo no set.Depois de tanto tempo, estávamos todos felizes em nos reencontrarmos (colaborou Natalia Castro).
1.Laura Palmer. A célebre defunta da série de David Lynch teve suas confissões publicadas em “O diário secreto de Laura Palmer”, escritos pela filha do diretor. 2.Roger Sterling.O magnata de “Mad men”lançou uma autobiografia. 3.Hank Moody. É claro que o escritor atormentado de “Californication” teria que publicar um livro,
d’água, é um cara da cidade grande na Flórida. Ele é de Chicago, eu sou da Austrália. Essa questão do desencaixe funciona bem para nós dois — diz o ator, em uma teleconferência com jornalistas da América Latina. Na série, o detetive é expulso da divisão de homicídios de Chicago e se muda para Palm Glade, onde quase não acontecem crimes. Mas logo que Jim entra para o departamento de polícia da Flórida uma série de assassinatos começa a acontecer,
4.Barney Stinson. Ele lançou um legendário manual dos machos com os princípios que prega em “How I met your mother”. 5.Gary Troup.Vítima do acidente com o voo 815 da Oceanic Air,em “Lost”, teve romance publicado para os fãs da série.
E AINDA • TSC TSC: Fãs de “Buffy”estão apreensivos.A Warner anunciou um segundo filme inspirado na caçadora de vampiros,mas sem o dedinho do criador Joss Whedon e sem
CRIMES EM DIAS QUENTES Jim Longworth é um sujeito meio irritante, reconhece o ator australiano Matt Passmore. Intérprete do detetive da cidade grande que vai parar numa aparentemente pacata região da calorenta Flórida, em “The glades”, que estreia hoje, às 21h, no A&E, ele diz que é justamente isso que o cativa no personagem. — Nós dois temos um senso de humor meio seco. E de vez em quando posso ser chato, como ele (risos). Mas Jim é um peixe fora
né? E o escolhido entre seus best-sellers é “God hates us all”.
pondo um fim a sua paz (e as suas quase férias). — Sempre há um mistério que é solucionado a cada semana. Mas o que torna a série diferente é o olhar sobre os personagens, além de a Flórida se tornar um protagonista e um antagonista — acredita o ator, que conversou com policiais para compor o detetive: — Personagens como Jim são mais reais que os policiais superlegais e incríveis da TV, que não têm uma certa complexidade.
ninguém do elenco original da série. Nem mesmo Sarah Michelle Gellar vai dar pinta no remake do filme lançado em 1992, que teve Luke Perry em cena. DIVULGAÇÃO
Matt Passmore vive o detetive Jim Longworth na série“The glades”,que estreia hoje no A&E: de Chicago para a ensolarada Flórida
revista da tv
Para Mônica Iozzi,do “CQC”. Embora tenha chegado ao programa depois dos demais participantes,ela está totalmente integrada ao grupo,é inteligente,faz ótimas entrevistas e sabe a medida das brincadeiras sem perder a acidez.
Para Ana Maria Braga,que na última semana se superou nas besteiras ditas no “Mais você”. Começando pelo uso da palavra “menas”, usada quando ela recomendava “menos água”numa receita.Isso depois de soltar um “para não empretar”(não escurecer,talvez?).
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CONTROLE REMOTO MARCOS SERRA LIMA
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Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte DIVULGAÇÃO
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»A MOÇA ESTÁ DIFERENTE
A morena Aline Fanju,que interpretou a garota de programa Mirna em “Viver a vida”, clareou os cabelos para interpretar uma ativista política no filme “Novela das oito”, de Odilon Rocha.Seu par romântico na TV,Mateus Solano, também está no elenco do longa.
PATRÍCIA KOGUT
JULIANA TORSO: Para “Ti-ti-ti”. Murilo Benício e Alexandre Borges estão hilários.Não consigo ficar sem assistir a um capítulo da novela das 19h.
CRÍTICA SALVE O NOVO‘LAW & ORDER’
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» GALÃ ADOLESCENTE
Surfista desde os 5 anos por influência do pai,Bernardo Mesquita posou no mar para o Ego (ego.globo.com).No ar em “Malhação”, o ator falou sobre o assédio das fãs:“Já passaram a mão até no meu bumbum”, afirma.
Para Berilo,Jessica e Agostina em “Passione”. Não aguento mais esse triângulo,que coisa mais insuportável.Esses personagens estão muito chatos. CLEYNILDA ATAIDE CAVALCANTE: Para Murilo Benício,o Ari/Vitor Valentim de “Ti-ti-ti”.Ele tem arrasado. Aliás,a novela toda é simplesmente nota 10. Para “A fazenda”, reality show muito chato da Record.Aliás,onde estão os participantes famosos? Tirando a Mulher Melancia,quem são os outros candidatos?
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DIEGO SANTOS DE ALMEIDA: Para o episódio de “As cariocas”com Regina Duarte,Sonia Braga e o grande ator Antonio Fagundes.Foi muito divertido.
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Para a forma como “Sete pecados”está sendo editada à tarde.É melhor tirar a trama do ar. Aliás,por que não escolhem novelas das 21h para serem reprisadas? EMIL KOLOMPAR
»O ‘BBB’E A INTERNET
É sempre assim.O “BBB”acaba,mas tem grande sobrevida na web.Uma foto de Diego Alemão e Priscila Pires no multishow.com.br foi recordista do site no ano com 704 mil visitas e mais de 1 milhão de pageviews.
»LIVRO INFANTIL
Apresentador do“Esporte espetacular”,Luis Ernesto Lacombe vai lançar um livro infantil.“E aí, bicho?”tem dez sonetos inspirados em animais e é dedicado aos filhos dele,Pedro e Bruno.
»FILMAGEM
Atriz de “Araguaia”, Suzana Pires vai lançar sua peça “De perto ninguém é normal”em DVD.
»HÁBITO
Beth Lamas entrará em “Ti-ti-ti” para uma participação especial como uma divertida freira.
»PARA REPOR ENERGIAS
A atriz Flávia Monteiro vai abrir um bar no Baixo Gávea.O estabelecimento vai vender sanduíches e comidinhas leves.
»OUVIR DEPOIS
“Nome à pessoa”, canção de abertura de “Afinal,o que querem as mulheres?”, está disponível para download.Para baixar o arquivo,vá ao michelmelamed.com.br.
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ébora Duboc,a empregada Olga de “Passione”, divide o gosto pela jardinagem com Brígida,sua patroa na ficção.Assim como a personagem rabugenta de Cleyde Yáconis na novela das 21h,ela se dedica a plantar.E o curioso:homenageia seus amigos batizando as bromélias e as samambaias de seu quintal,em sua casa em São Paulo,com os nomes de cada um deles.Para ela,é uma terapia. — Quando estou mexendo na terra,vejo que nem tudo precisa ter a velocidade do mundo de hoje.E me traz muito paz — diz ela,que,na trama de Silvio de Abreu,ao que parece,não encontrará sossego se não puser Clara (Mariana Ximenes) atrás das grades.
Mais um programa da bemsucedida franquia de Dick Wolf, “Law & order:Los Angeles”tem uma estrutura narrativa bem parecida com a de seu coirmão “SVU”. Começa com um crime inspirado em fatos reais.No primeiro episódio (exibido na terça-feira no Universal),a trama girou em torno da pilhagem de residências de famosos enquanto eles estavam fora,em eventos sociais.Roubos do gênero ocuparam as páginas policiais de verdade no ano passado.O mistério é solucionado por competentes detetives e os dois blocos finais são dedicados a um trepidante julgamento. A diferença aqui não é,digamos, sociológica.Trata-se de uma variação mais antropológica:a Califórnia não é Nova York.Nada de figurinos pesados,de frio ou de sobriedade.Os personagens são extraídos do noticiário“artístico-policial”do site TMZ (www.tmz.com).Jovens atores, estrelas de reality shows,paparazzi, todo mundo bronzeado etc.Tais personagens respondem a interrogatórios também próprios do ambiente.São perguntas do tipo: onde você roubou esta camiseta em estilo vagabond chic (seja lá isso o que for) no valor de US$ 2 mil? Ou ainda:Como pode dizer que nunca viu a tal camiseta se ela tem 3.500 “amigos”no seu Facebook? No primeiro programa,o julgamento foi bem emocionante. Em jogo,uma relação especialmente torta entre mãe e filha.Na hora agá,porém,os roteiristas não caem nas armadilhas morais de Hollywood.A lei e a ordem prevalecem,e os dez mandamentos que a juíza aplica não são os de Charlton Heston. “Lola”, como foi apelidado este spin off, é uma ótima aquisição do canal, que já exibe o seriado original e o “SVU”. Que venham outros.
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ENTREVISTA / SÉRGIO GROISMAN - APRESENTADOR “Altas horas”completou 10 anos oficialmente em outubro. Por que deixou a edição especial para dezembro?
Eu quis comemorar durante o ano inteiro com programas especiais. E usei muito o nosso arquivo. Procuramos gente que já esteve na plateia para saber por onde eles andam hoje (no quadro “Procurando por você”). Por isso, deixamos a comemoração final para o último mês. Quando você foi para a Globo já era para fazer uma atração no formato do “Altas horas”?
Não. Eu vinha de oito anos de diário e ao vivo (o “Programa livre”, do SBT), mas ao avaliar a grade da Globo, tive a ideia do “Altas horas” e a emissora atendeu. O programa era uma incógnita no começo. Tive 45 mudanças de horário em oito anos no SBT e, mesmo assim, não sabia como funcionaria uma atração na madrugada.
ELE DIZ O
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E o que você descobriu sobre o seu público?
Eu sempre achei que todo mundo saía de casa no sábado à noite. Mas aprendi que 80% da audiência é feita por pessoas que não têm outra alternativa de entretenimento fora a TV. Fiquei muito surpreso e ainda fico. Você se incomoda com o horário do programa?
O ideal seria entrar no ar antes de 1h. Mas aí tem a Fórmula 1 e outros eventos que empurram a gente para mais tarde. Aprendi a conviver com isso. As pessoas queriam que o programa fosse exibido mais cedo. Sempre ouço isso. Mas estar na madrugada tem vantagens. Posso experimentar sem ficar preocupado com a questão da audiência. Uma das características do programa é dar voz ao público.Como dosar sua opinião com a da plateia?
Tenho formação de jornalista e aprendi a ouvir (risos). Tento não interromper ninguém. Deixar o outro falar é mais importante do que fazer uma pregação, como outros apresentadores adoram fazer. Claro que tenho opinião, mas uma coisa que não faço é dar conselhos ou deixar a minha conclusão pessoal. Não uso o poder do microfone des-
ZEAN BRAVO
ornalista de formação, Serginho Groisman demonstra ser um homem de opinião. E afirma categoricamente que a “TV é superficial” e que o brasileiro dá mais importância ao aparelho do que deveria. Há 20 anos no ar com programas destinados ao público jovem, o apresentador de 60 anos prepara agora uma edição especial do “Altas horas” para encerrar as comemorações de uma década na Globo. O programa, que irá ao ar no dia 18 de dezembro, trará Gilberto Gil, que fará duetos com outros dez artistas, entre eles Zeca Pagodinho, Samuel Rosa e Dinho Ouro Preto. Com um espaço generoso reservado para a música, a atração comandada por Groisman também chama a atenção por dar voz ao telespectador. Corintiano roxo, o comunicador e também apresentador do “Ação” (Globo) e do “Tempos de escola” (Canal Futura) afirma ser mais importante deixar o outro falar do que “fazer uma pregação”, como muitos de seus colegas.
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No Brasil, a ge a pior TV do m acham que es somente vend
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ELIÁRIA ANDRADE
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A TV ruim para mim é a que explora o ser humano e usa suas tragédias para alavancar audiência. São os vampiros da tragédia”.
SKANK
Madrugada musical alguém bacana também é preciso a leitura do jornal, uma ida ao teatro, ao cinema... Na televisão nada é aprofundado, até pelo tempo que se tem. A TV é superficial.
Serginho Groisman lembra que a música sempre ocupou um espaço grande em sua trajetória.O apresentador — que trabalhou em rádio e já coordenou o centro cultural do Colégio Equipe,em São Paulo,promovendo shows — dá espaço para músicos também na TV.E desde o“Matéria prima”, exibido há 20 anos pela TV Cultura.No“Altas horas”,o som se multiplicou:há uma década o programa traz dois grupos (ou cantores) diferentes a cada edição e ainda conta com a presença de uma banda fixa só de mulheres. Quem passa pelos bastidores e pelo palco da atração percebe o apreço do apresentador pela música.Vocalista do Skank,Samuel Rosa já se apresentou várias vezes com a banda no programa da Globo.Mas recorda especialmente de uma passagem inusitada — a edição em que formou uma banda apenas de torcedores do Cruzeiro,ao lado de Milton Nascimento e Lô Borges.— Para mim,aquilo foi como dar banana para macaco.Estava como um garoto feliz no meio daquela turma só de ídolos.E ainda por cima para falar sobre o Cruzeiro — conta Rosa:— Serginho sempre faz questão de um lance mais ecumênico,de ter uma interação com a plateia e os convidados.Ele está mais interessado no conteúdo,em fugir dessa imbecilidade que impera na TV brasileira.O cantor Diogo Nogueira também viveu um momento importante naquele palco. — Serginho entregou o meu primeiro DVD de ouro.E você sabe,né? O primeiro DVD de ouro a gente nunca esquece — destaca o sambista.— O “Altas horas”é um programa especial,onde o tempo parece que não passa. É possível falar bastante sobre nosso trabalho,além de cantar várias músicas — diz.Baterista do Capital Inicial,Fê Lemos recorda a vez em que esteve na atração e participou de uma cena feita no palco — e dirigida por Zé do Caixão! — Tem que ter jogo de cintura para participar do programa, mas a gente se diverte.Ali somos livres para escolher o repertório e não tocamos apenas música de trabalho.Serginho também dá sugestões que são sempre legais — afirma Lemos. Madrinha do“Altas horas”,Rita Lee esteve no programa de estreia,em 2000.E sempre volta.— Mr.Groisman é um mestre de cerimônias elegante e bem informado.É educadíssimo com os convidados,jamais nos interrompe quando falamos e cantamos,uma virtude que poucos apresentadores têm. Quando ele me chama eu vou,só em caso de incêndio recuso — brinca Rita, por e-mail:— Ele é um irmão mais novo do qual sinto orgulho.No camarim, fazemos nossas fofoquinhas,rimos pra caramba,trocamos figurinhas carimbadas da vida e desejamos saúde,sorte e sucesso um ao outro.
O que é ruim na nossa TV?
A TV ruim para mim é a que explora o ser humano e usa suas tragédias para alavancar audiência. São os vampiros da tragédia. Mas os jovens não estão vendo cada vez menos TV?
Tem essa lenda de que eles se afastaram. Mas uso o Twitter e vejo que o assunto número um é televisão. E as pessoas mais seguidas são da TV ou da música. O que difere o jovem de hoje do de dez anos atrás?
A internet foi a maior mudança que a gente teve no comportamento jovem dos últimos anos. Se você tiver curiosidade, vai achar um mundo ali. E não vai ficar só em site de relacionamento.
A TV ainda dá pouca voz ao público?
Tem uma coisa mais grave. As pessoas leem pouco e veem muita TV no Brasil. Mais do que deveriam. Não Europa, a TV é muito chata e é quase uma contribuição daqueles países à população. No Brasil, a gente faz a melhor e a pior TV do mundo. As pessoas acham que estão informadas somente vendo o telejornal. Mas a vida não é um quiz de televisão. Para se formar
Ainda tem vontade de apresentar um talk show?
Tenho vontade de entrevistar sozinho e não apenas com a ajuda de outras 300 pessoas.
CAPITAL INICIAL
RITA LEE
DIVULGAÇÃO/GUTO COSTA
sa forma. Quando discordo de alguma coisa, procuro alguém na plateia para expressar a minha discordância.
Tenho muitas ideias que ainda estão na cabeça. Quero ter uma abertura diferente para o programa a cada semana. E teremos novos quadros. Um deles com alguns repórteres que não são repórteres, gente da música, por exemplo. Eles usarão suas próprias câmeras digitais para as reportagens. Outra vontade minha é fazer um programa com músicos conhecidos, acompanhados de um supercoral de 200 pessoas. E criamos uma novidade técnica: pequenas câmeras em lugares inusitados.
DIVULGAÇÃO
Quais as novidades para o“Altas horas”em 2011?
ARQUIVO/21-05-2009
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UE PENSA
ente faz a melhor e mundo. As pessoas stão informadas do o telejornal.”
revista da tv
DIOGO NOGUEIRA
revista da tv
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A jornalista Marília Gabriela entrevista hoje,às 22h,no GNT,os atores Michel Melamed e Bruna Linzmeyer.A dupla está no elenco da minissérie “Afinal,o que querem as mulheres?”.
»REBOLADO LATINO
O A&E apresenta hoje,às 22h,um show da turnê“Oral fixation”,da cantora Shakira.Na apresentação,ela interpreta sucessos como “Estoy aqui”e“Pies descalzos”,e hits recentes como“Hips don’t lie”.
O QUE VEM POR AÍ
»O MELHOR CURTA
O público vai conhecer hoje o vencedor do concurso de filmes AXN Film Festival,que premia com US$ 5 mil o melhor curta da América Latina.A partir das 19h,no AXN.
TAÍS BRITTO DIVULGAÇÃO/ MULTISHOW
»AFINAL,O QUE QUER O CASAL?
Domingo | 28 de novembro de 2010
DIVULGAÇÃO/DISCOVERY HOME & HEALTH
» DOC PROGRESSIVO
A atração de hoje no Multishow,às 23h30m,é o documentário “Rush — Além do palco iluminado”, sobre a banda de rock progressivo canadense. O filme tem depoimentos de artistas influenciados pelo grupo,como os integrantes de Metallica e Smashing Pumpkins,entre outros.
» RETRATO DA AIDS
» TENISTA CELEBRIDADE omo parte da celebração do Dia Mundial de Luta contra a Aids, no dia 1 de dezembro, o Discovery Home & Health apresenta, hoje, às 23h, o documentário “O amor em tempos de Aids”. São entrevistas bastante sinceras de jovens que contam como se contaminaram, como lidam com a doença e o impacto que ela tem sobre seus relacionamentos. Entre os entrevistados estão o casal Andrew e Michelle Evans, da Inglaterra (foto): ele contraiu o vírus aos 12 anos, por causa do sangue contaminado que recebeu durante o tratamento para hemofilia; ela não tem o vírus. Os dois são cobaias no teste de uma nova técnica, a “lavagem de esperma”, que poderá ajudá-los a ter um filho sem que mãe e bebê sejam contaminados.
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C E NA V I R T UA L þ
O “Esporte espetacular”apresenta hoje,a partir das 9h30m,uma entrevista exclusiva com o tenista André Agassi.Em conversa com o repórter Thiago Asmar,ele falou sobre seu período como jogador, sobre a fama de pegador e admitiu que usou drogas durante um período da carreira.Além disso, confirmou o que já havia escrito na sua biografia:na realidade,sempre odiou o tênis e foi forçado a jogar pelo pai.Ele queria mesmo ser jogador de futebol.Agassi vem ao Rio no dia 11 de dezembro,onde jogará uma partida comemorativa contra o brasileiro Gustavo Kuerten.
DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET
Ai,ai,ai. Depois de esbanjar saúde num show de três horas,Paul McCartney levou um tombo na saída. O senhorzinho,de 68 anos,levantou como se tivesse 15. Que saúde!
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E o bambu? Silvio Santos se vingou da criancinha que fez piada com ele no vídeo que já fazia o maior sucesso na internet.A pobre Maísa ficou com cara de paisagem...
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Presentão. Oprah Winfrey fez a Mamãe Noel na semana passada e presenteou os 275 espectadores presentes na plateia com um carro New Beetle e um iPad.
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Ainda por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Aids,o TV5 Monde exibe,na quarta,às 14h,o documentário “Ngwane,a Aids no reino da Suazilândia”. O local,situado ao norte da África do Sul,foi devastado pela doença,que atinge 40% da população.
revista da tv
Domingo | 28 de novembro de 2010
Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte
Filmes de hoje
Tatiana Contreiras (interina)
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Retrato de uma juventude.Este é o clima do ótimo longametragem de 2007 dirigido pelo chileno Jorge Durán e programado para a faixa Cine Ibermedia de hoje,na TV Brasil. Protagonizada por Maria Flor, Alexandre Rodrigues e Caio Blat (excelente),a fita aborda um triângulo amoroso entre universitários,em cenários da Zona Norte carioca.Com sensibilidade,o diretor passa longe dos estereótipos ao fazer sua crônica.Durante as filmagens,Durán deu liberdade total ao seu elenco,que improvisou em cena.A trama? Leon (Rodrigues) divide o aluguel com o amigo Paulo (Blat),um aluno de Medicina,e namora a estudante de arquitetura Letícia (Flor).Mesmo sem querer,ela se apaixona pelo amigo do namorado.Entre descobertas e algum amadurecimento forçado,o trio encara ainda um problemão ao tentar ajudar uma paciente terminal que está no Hospital Universitário onde Paulo estagia.“PROIBIDO PROIBIR”(TV BRASIL,23h)
FOTOS:DIVULGAÇÃO
Programação de tv
Domingo Maior:“Déjà-vu” InterTV Cabugi/Globo -11 05:45-Santa Missa 06:45-Sagrado 06:55-Globo Comunidade 07:25-Pequenas Empresas 08:00-Globo Rural 08:55-Auto Esporte 09:30-Esporte Espetacular 12:25-Aventuras do Didi 13:00-Os Caras de Pau 13:50-Temperatura Máxima:“Alvim e os esquilos” 15:38-Globo Notícia 15:41-Domingão do Faustão 16:45-Campeonato Brasileiro 19:00-Domingão do Faustão 20:45-Fantástico 23:10-S.O.S.Emergência 23:40-Domingo Maior:“Déjà-vu”
TV Universitária/Cultura - 5 06:00-Via Legal 06:30-Brasil Eleitor 07:00-Palavras de Vida 08:00-A Santa Missa 09:00-Viola Minha Viola 10:00-A Turma do Pererê 10:30-Esquadrão sobre Rodas 11:00-Castelo Rá Tim Bum 11:30-Janela Janelinha 12:00-ABZ do Ziraldo 12:45-Curta Criança 13:00-Um Menino Muito Maluquinho 13:30-Catalendas 14:00-Dango Balango 14:30-TV Piá 15:00-Stadium 16:00-A‘ UWÊ 17:00-Ver TV 18:00-De Lá pra Cá 18:30-Cara e Coroa 19:00-Papo de Mãe 20:00-Conexão Roberto D’Ávila 21:00-Esportvisão 22:30-Nova África 23:30-Cine Ibermedia:“Proibido proibir” 01:00-A Grande Música 02:00-DOC TV América Latina II 03:00-Curta Brasil
TV Mult tv/Rede TV! - 17 06:00-Ultrafarma 08:00-Tempo de Avivamento 08:30-Igreja Internacional da Graça de Deus 09:00-Helifly 09:30-Pé na Estrada 10:00-Médico de Almas e Corpos 11:00-Campeonato Italiano — Inter x Parma 12:50-Itaipava GT Brasil 14:00-Auto Mais 14:45-Super Papo 15:45-Parceria Publicidade 16:00-Super Papo 16:45-Olhar Digital 17:15-Carlos Cunha Show 17:45-Pague Menos 18:15-Ritmo Brasil
18:45-Bola na Rede 19:00-Belas na Rede 20:00-O Último Passageiro 21:00-Pânico na TV 23:30-Dr.Hollywood 00:30-É Notícia 01:40-Bola na Rede 02:00-A Hora e Vez da Pequena Empresa 02:10-Super Papo 03:00-Igreja da Graça Nosso Lar 04:00-Igreja da Graça Nosso Lar
TV Potengi/Bandeirantes - 3 05:45-Espaço Vida Vitoriosa 07:00-Mundo Real 07:30-Vida e Missão 08:00-Posso Crer no Amanhã 08:30-Liliana Rodriguez 09:00-Multirio 10:00-Full Motor 10:30-Brasil Caminhoneiro 11:00-Infomercial 12:00-Lassie 12:30-Um Hóspede do Barulho 13:00-Que Dureza 13:30-Liga dos Campeões UEFA — Megazine 14:00-Band Esporte Clube 16:30-Campeonato Brasileiro 19:00-Terceiro Tempo 21:00-Domingo no Cinema 23:00-Queima de Arquivo 23:35-Canal Livre 00:30-Deles e Delas 01:00-Show Business 01:45-Show Mix 02:30-Espaço Vida Vitoriosa
TV SBT/Ponta Negra - 13 06:00-Aventura Selvagem 07:00-Pesca Alternativa 08:00-Vrum 08:30-Ganhe Mais Dinheiro com Jequiti 09:00-Clube do Chaves 11:00-Domingo Legal 15:00-Eliana 19:00-Roda a Roda Jequiti 19:45-Programa Silvio Santos 00:00-De Frente com Gabi 01:00-Arquivo Morto — Série 02:00-Desaparecidos — Série 03:00-Estética — Série 04:00-Jornal do SBT
TV Tropical/Record - 8 05:25-Bíblia em Foco 05:55-Desenhos Bíblicos 06:45-Nosso Tempo 07:15-Desenhos Bíblicos 08:00-Record Kids 09:30-Domingo de Prêmios 10:00-Record Kids 12:00-Tudo é Possível 16:00-Programa do Gugu 20:00-Domingo Espetacular 23:15-A Fazenda 00:00-Heroes 01:00-Programação IURD
• QUERO SER GRANDE Com Tom Hanks, Josh Clark, Mercedes Ruehl. Comédia. Clássico da década de 1980, este longa sobre um garoto de 12 anos que pede a uma máquina de circo para virar adulto — e consegue! — merece ser revisto. Expulso de casa pela mãe, que não o reconhece no corpo de um marmanjo, o personagem de Hanks acaba descobrindo como se dar bem no mundo dos mais crescidos. TE LE CINE CULT, 11h55m. • ALVIN E OS ESQUILOS De Tim Hill. Animação. Depois de verem seu pinheiro transformado em árvore de Natal, três esquilos falantes se mudam para a casa de Dave, um compositor azarado. Para permanecerem na nova “residência”, eles precisam provar que são bons cantores. E tudo vai bem quando o amigo Dave faz o trio lançar uma música de sucesso. O problema — claro que tinha que ter um conflito, né? — é que a nova vida de estrelato sobe à cabeça dos bichos, o que azeda o relacionamento do trio justamente com... Dave! INTER TV/CABUGI, 13h50m. • ENCONTROS E DESENCONTROS Com Scarlett Johansson, Bill Murray, Giovanni Ribisi. Drama. Segunda investida da filha de Francis Ford Coppola como diretora, este delicado filme trata de sentimentos comuns a muitos seres humanos: uma certa sensação de deslocamento em relação ao mundo que os cerca. Ator já decadente e em plena crise da meia-idade, Bob Harris (Murray, espetacular) vai até o Japão gravar um comercial. Ele se hospeda no mesmo hotel de luxo que está a jovem Charlotte (papel que alçou Scarlett ao posto de musa). Recém-casada com um fotógrafo (interpretado por Ribisi), ela também não sabe muito bem o que quer da vida. Depois de se cruzarem pelo hotel, Harris e Charlotte acabam descobrindo que empatia e amizade podem surgir de onde menos se imagina. Sessão para encher de alegria os corações
mais sensíveis. MGM, 16h55m. • E SEU EU FOSSE VOCÊ 2 Com Tony Ramos, Glória Pires, Ary Fontoura, Viviane Pasmanter. Comédia. Mais acostumado aos papéis dramáticos da televisão, Tony Ramos está simplesmente genial — provando que entende tudo de comédia — nesta continuação do longa dirigido por Daniel Filho. A fita usa o mesmo mote da anterior: a troca de corpos entre o casal Cláudio e Helena (personagens de Ramos e Glória). Mas consegue divertir ainda mais desta vez. Novamente em crise, marido e mulher decidem se separar. Isso, antes de um “pular” de novo para o corpo do outro. TE LE CINE FUN, 18h30m. • MALDITA SORTE Com Dane Cook, Jessica Alba, Dan Fogler, Michael Teigen. Comédia. Sucesso nos Estados Unidos com o gênero stand-up comedy, Cook é o protagonista deste filme salpicado de piadas grosseiras, situações de duplo sentido e algumas cenas de nudez quase gratuita. Chuck, personagem do comediante, é um cara que convive com uma estranha maldição. Ele leva praticamente todas as mulheres para a cama, mas depois é abandonado por elas, que, em seguida, se casam com o próximo pretendente. Ao conhecer a mulher que julgar ser ideal (Alba), ele fica com medo de perdê-la. MAX, 20h10m. • DÉJÀ VU Com Denzel Washington, Val Kilmer, Paula Patton, Ja-
mes Caviezel. Aventura. Atire a primeira pedra quem nunca desejou voltar no tempo para dar um ajeitada em alguma situação que não saiu exatamente como deveria... O agente Doug Carlin (Washington) descobre que pode usar esse artifício. Morador de Nova Orleans, o sujeito arruma uma maneira de dar um pulinho no passado para tentar evitar uma tragédia de grandes proporções: a explosão de uma balsa que mata 500 pessoas. INTER TV/CABUGI, 23h40m.
ENCONTROS E DESENCONTROS
MALDITA SORTE
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Clube do Assinante Promoções e descontos renovados a cada domingo Promoções válidas de domingo (28/11/10) a sábado (04/12/10), limitadas às quantidades em estoque, somente para assinantes da TRIBUNA.
revista da tv
Domingo | 28 de novembro de 2010
ANUNCIADA DESDE AGOSTO, REESTREIA DO ‘SAIA JUSTA’PODE ACONTECER EM DEZEMBRO
AGORA VAI? ZEAN BRAVO
o ar há oito anos, o “Saia justa” passou boa parte de 2010 em reprise para comemorar a data, com uma seleção de suas melhores edições de todos os tempos. O último programa inédito foi exibido no fim de maio. Um dos carros-chefes do GNT, o debate comandado por Mônica Waldvogel voltaria com novidades e um novo elenco em agosto. Voltaria. De lá para cá, a reestreia da atração foi seguidamente adiada. Na semana passada, porém, a assessoria de imprensa do canal informou que o “Saia justa” volta dia 8 de dezembro. A razão de tanta demora? — Foi um quebra-cabeças montar esse novo elenco. As pessoas que fizeram os pilotos (programas para testes) foram muito legais individualmente, mas não funcionaram em grupo — justifica Mônica. A jornalista conta ainda que a cobertura que fez das recentes eleições na Globo News tirou parte do seu tempo para gravar com as novas candidatas ao posto de “saias”. — Fiquei um mês sem fazer os pilotos. E não sou eu quem decide as novas integrantes. Durante os testes que fizemos, minha avaliação acaba sendo diferente da de quem está vendo o programa pelo monitor. Eu estou lá no sofá com elas — detalha a apresentadora, integrante do “Saia justa” desde a sua estreia, em abril de 2002. De acordo com Nilton Travesso, diretor da atração, as questões operacionais foram as responsáveis pelo atraso da reestreia. — Com esta mudança do elenco, queremos imprimir uma leitura nova ao programa. E, para isso, é evidente que precisamos mudar tudo, começando pelo cenário, que nos trouxe algumas outras implicações — explica o diretor: — Agora também teremos câmeras novas e gravaremos em HD. Isso muda a luz, a maquiagem das apresentadoras, muda tudo. Não é fácil trabalhar em HD, principal-
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10 Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte
ALEXSANDRA BORGES
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Mônica Waldvogel gravou vários pilotos da atração, que agora também terá participação masculina
mente com mulheres. O acabamento tem que estar perfeito. Com o uso do sistema analógico era bem mais fácil. E isso acabou atrasando o processo dos pilotos. Outra grande mudança no debate será a presença masculina. O novo “Saia justa” terá três participantes fixas, incluindo Mônica, e trará ainda quatro homens, que irão se revezar a cada semana ao lado das mulheres. Até o fechamento desta edição, os nomes eram mantidos a sete chaves. Além de Mônica Waldvogel,
o “Saia justa” trazia em seu elenco mais recente a filósofa Márcia Tiburi e as atrizes Betty Lago e Maitê Proença — boatos de bastidores davam conta de que a harmonia entre o grupo estaria abalada nos últimos tempos. E a renovação do elenco sempre foi uma característica do programa. Nestes oito anos de existência, já passaram pelos estúdios da atração nomes como Fernanda Young, Rita Lee, Marisa Orth, Marina Lima, Luana Piovani, Soninha Francine e Ana Carolina.
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Domingo | 28 de novembro de 2010
PRIMEIRO PLANO
Tribuna do Norte • Natal • Rio Grande do Norte 11
VALÉRIO ANDRADE
Os atores e as atrizes de 2010
S
ua aparição em cena deu-se por acaso. Em 1950, estudante da Faculdade de Medicina de São Paulo, foi convidada para substituir Nydia Licia na peça “O Anjo de Pedra”, de Tennessee Williams. A seguir, já não mais substituta, fez a peça Pinga Fogo, de Jules Renard. Contaminada pelo vírus teatral, trocaria a medicina pelo palco.
APARECEU POUCO NO CINEMA O sucesso alcançado no teatro não se repetiria no cinema,e,como a irmã,Cacilda,Cleide Yáconis fez poucos filmes,e,aparentemente,não teve atuações acima da média:“Sou uma atriz essencialmente teatral”. A estréia foi em 1952,em “Veneno”, depois fez (1954) “Na Senda do Crime.Na década de 60,apenas um: “A Madona de Cedro”, adaptação da
peça de Antônio Callado. Que nunca foi estrela cinematográfica,sabe-se,entretanto, para avaliar o grau de suas aparições como coadjuvante,somente revendo seus filmes – e alguns deles, como “Veneno”e “Na Senda do Crime”, são raridades,inéditas em VHS e DVD.
A QUEDA DO ALTO Por uma dessas ironias do destino, um acidente doméstico retirou Clyde Yáconis de cena justamente quando, no papel de Brigida, estava tendo uma atuação memorável ao lado de Leonardo Villar (Antero) em “Passione”. Em notável esforço físico, conseguiu retornar, passando a atuar em cadeira de rodas. Nos últimos capítulos, porém – e infelizmente – voltou a desaparecer. Mas o que fez foi suficientemente
marcante para incluí-la entre as atrizes de 2010.
O CASAL PERFEITO
“
Assim como existem duplas perfeitas,como Spencer Tracy e Katharine Hepburn,duplas românticas inesquecíveis,como Humphrey Bogart e Ingrid Bergman (Casablanca),elas também existem entre casais velhos.Como se vê em “Passione”, isso ocorre entre Leonardo Villar e Cleyde Yáconis.A visão que temos de ambos,contudo,não é nostálgica ou romântica.Embora aveludada pelo humor,o que resta desse casamento é a infelicidade das algemas que não foram quebradas.
Assim como existem duplas perfeitas,como Spencer Tracy e Katharine Hepburn,duplas românticas inesquecíveis,como Humphrey Bogart e Ingrid Bergman (Casablanca),elas também existem entre casais velhos. Como se vê em “Passione”, isso ocorre entre Leonardo Villar e Cleyde Yáconis.A visão que temos de ambos,contudo,não é nostálgica ou romântica.Embora aveludada pelo humor,o que resta desse casamento é a infelicidade das algemas que não foram quebradas.
O TALENTO SUAVIZA A PERSONAGEM Brigida não é a vilã tradicional. Mas é má. Como paulistana
tradicional, nasceu e cresceu no berço da soberba, casou-se com um italiano, mas detesta os imigrantes e a classe social ascendente, que com o poder do dinheiro adentrou na sociedade e comprou as mansões dos antigos barões do café. Dona de personalidade autocentrada,reclama de tudo,todo o tempo.E o paciente e lacônico marido é a maior vítima.Sua agressividade verbal contrasta com a sua fragilidade física. Brigida é chatíssima e desagradável – somente a passividade e a falta de perspectiva da velhice justificam que Antero permaneça casado. Ao optar pelo enfoque humorístico, Sílvio de Abreu atenuou o cotidiano da convivência do casal com o humor – e o talento de Cleyde Yáconis – e nos impede de condená-la ao inferno.
DIVULGAÇÃO
A TV DE.... Qual foi até hoje a melhor adaptação dos palcos para a TV?
“A dama das camélias” (“Caso especial”, exibido pela Globo em 1972), pela força da personagem Marguerite Gautier (Gloria Menezes). Vi bem depois que passou na TV, em gravação no videocassete. Que novela você gostaria de ter dirigido?
“A favorita” (de 2008, com direção geral de Ricardo Waddington), pelo elenco de grande categoria. Que papel adoraria ter feito?
Temos vários escritores excelentes, também diretores. Seria impossível citar apenas um.
ANA BEATRIZ NOGUEIRA
Uma cena inesquecível.
Em “Anos dourados”, quando a personagem da Yara Amaral descobre que sua filha, vivida por Malu Mader, perdeu a virgindade com o namorado, interpretado por Felipe DIVULGAÇÃO Camargo. O que mais gosta de ver na TV atualmente?
“Estúdio i”, com Maria Beltrão, na Globo News. Sempre com convidados e assuntos interessantes. Algum seriado favorito?
“Criminal minds”, “Brothers and sisters”, “Lie to me”, “Grey’s anatomy”, “Em terapia”... São muitos. O que a faz rir?
Os políticos.
C
om 25 anos de carreira,Ana Beatriz Nogueira é também uma telespectadora atenta.A atriz,que fará uma participação especial em“Insensato coração”,próxima das oito,como Clarice,elege uma cena da minissérie“Anos dourados”como sua preferida.Também elogia o elenco da novela“A favorita”e relembra um“Caso especial”com Glória Menezes.Em cartaz no Rio com o monólogo“Tudo que eu queria te dizer”,ela ainda destaca a atuação da colega Renata Sorrah,como a vilã Nazaré,em“Senhora do destino”.
De quem é o monólogo mais memorável da TV?
De Renata Sorrah, como Nazaré em “Senhora do destino”, quando ela começa a surtar.
Na hora da insônia...
Um bom livro. O que faz no intervalo?
Aproveito para assaltar a geladeira. Que atriz a inspira?
Bette Davis, Fernanda Montenegro e Beatriz Segall. Nem precisa dizer o motivo.
Bom para ver acompanhada.
Um filme romântico no Telecine.
Revista da tv 12
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 28 de novembro de 2010 FOTOS DE FABIO ROSSI
Acima, O diretor Adolfo Rosenthal instrui os figurantes. À direita, o elenco principal: Ana Petta, Gustavo Falcão (ainda sem o figurino) e Yago Machado
GRAVAÇÃO À MODA ANTIGA EM CLIMA DOS ANOS 20, ATORES GRAVAM ESPECIAL ‘AS MÃOS DE MEU FILHO’, DA RECORD, BASEADO EM CONTO DE ÉRICO VERÍSSIMO NATALIA CASTRO
m uma vila operária três garotos se divertem jogando futebol com uma bola de meia. Sentado na calçada, um menino observa atentamente a brincadeira dos amigos. Até que ouve os gritos da mãe — “Betinho, Betinho” — e sai andando. Corta! — Crianças, vocês jogam bola na posição de marcação, não muito perto dele. Yago, olhando o jogo acontecer. Quando levantar, traça uma reta e vai sempre na mesma direção — diz o diretor Adolfo Rosenthal aos figurantes e ao ator Yago Machado.
E
A cena, que poderia se passar nos dias de hoje, ganha ares de anos 20 no especial “As mãos de meu filho”, que vai ao ar no dia 18 de dezembro, na Record, ainda sem horário definido. Baseado no conto homônimo do escritor gaúcho Érico Veríssimo, o telefilme — produzido pela Contém Conteúdo — narra a história de um casal que, ao assistir à audição do filho, um pianista profissional de 24 anos, vai relembrando toda a sua história, que não é das mais fáceis. Casada com Inocêncio (Gustavo Falcão), um operário alcoólatra, a costureira Margarida (Ana Petta) passa a sustentar a fa-
mília após a demissão do marido. Certo dia, ao visitar a casa de uma rica cliente, Madame Novaes (Adriana Garambone), ela percebe que seu filho, Gilberto — na infância, vivido por Yago, e, na fase adulta, por Antonio Guerra —, se encanta pelo piano. Sensível, Margarida incentiva o menino a estudar o instrumento, ao contrário de Inocêncio, que não apoia a nova atividade do garoto. — O telefilme é uma forma de trazer para a TV a linguagem do cinema. Optei por esse porque tem uma intensidade dramática e fala de superação, tema interessante para este fim de ano —
conta Rosenthal. Responsável pela adaptação ao lado de Wilson Rocha, ele conta que quis preservar exatamente o que foi escrito por Veríssimo: — Sou contra esse negócio de trazer a história para o dias de hoje. Como é um conto curto, alguns diálogos foram criados, mas a essência não foi alterada. Para reproduzir a Porto Alegre daquela época em pleno Rio, a produção recorreu à uma vila no bairro de Vila Isabel. Ali localizase a casa da família. Nas cenas gravadas, a mãe chama o filho para a aula de piano. — O mais legal é que é um tra-
balho de todo mundo junto. Tem o figurino, a cenografia... A gente sai daquela atitude cotidiana e se transporta para outro lugar realmente. E essa história é muito real. A Margarida representa muitas mulheres do Brasil, que trabalham para sustentar a família. A dor do Inocêncio, que acha que não participou daquela vitória do filho, deve ser algo muito difícil também — analisa Ana. Mais conhecida nos palcos, a atriz festeja o novo trabalho ao lado de Rosenthal. No ano passado, ela participou de “Uns braços”, conto de Machado de Assis, também exibido na Record: — Adolfo é bastante detalhista, gosta de marcar cada momento da interpretação. Eu havia lido esta história há cinco anos e lembro que me emocionei bastante. A gravação da cena que foi acompanhada pela Revista da TV precisa ser repetida algumas vezes. O movimento dos carros e o entra e sai dos moradores do local interrompem a gravação. — Gente, vamos lá enquanto não está passando carro — pede um assistente. Pacientemente, Yago senta e levanta inúmeras vezes. Com casaquinho, calça comprida, meias e sapatos, ele enfrenta o calor com profissionalismo. Aos 9 anos, afirma que quer seguir a carreira de ator. — Os atores são muito bons! Minha praia é atuar — afirma, com desenvoltura. No meio do set, entra Gustavo Falcão. Ainda sem o figurino, ele cumprimenta os colegas. — Oi, família, como está? — brinca o ator. Sobrinho do diretor João Falcão, ele se diz orgulhoso de fazer parte do projeto: — Fiz um teste. Não estava esperando. O ano já estava bom, havia trabalhado bastante, fiz dois longas e estava me recuperando de uma hérnia de disco. Fico feliz que minha volta à TV esteja se dando através da música, da literatura e do cinema. É uma história humana, emocionante. Quem assistir vai se sentir tocado da mesma forma que eu.
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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 28 de novembro de 2010
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Domingo | 28 de novembro de 2010 FOTOS:ANDREIA MUNFORD
Palavra do editor ma das datas mais esperadas e queridas do ano, o Natal já é um presente em si. É a época em que um clima de confraternização e expectativa por boas novidades se instala no ar. O caderno CLUBE DO ASSINANTE deste mês resolveu entrar no clima e dar novas sugestões para engrossar a sua lista de presentes para a ocasião natalina. Há dicas para todas as ocasiões: roupas masculinas e femininas que deverão agradar em cheio aos seguidores da moda; objetos decorativos caprichados e exclusivos, que poderão deixar sua casa mais bonita - e até mesmo também servir de presente; miudezas que todo mundo gosta de presentear e ser presenteado, e até mesmo uma boa sugestão para mudar (ou melhorar) a aparência do seu jardim. No Natal, tudo têm a capacidade de embelezar. A nossa entrevistada do mês, Raffaela Rosito, sabe disso, e nos contou como é a experiência de deixar o Natal dos outros ainda mais bonito. Um presentão.
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NOTAS EXPLICATIVAS »Este é um serviço gratuito,oferecido aos assinantes da TRIBUNA DO NORTE pelo Depto.de Marketing com o objetivo de orientá-los na hora de escolher sua opção de compras.As informações contidas no CLUBE DO ASSINANTE foram fornecidas pelas empresas conveniadas.Não nos responsabilizamos pelas mudanças de preços e descontos.
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»Nunca saia de casa sem seu cartão. Mantenha-o sempre dentro de sua carteira. Ele significa economia para você e sua família. OS DESCONTOS OFERECIDOS NÃO SERÃO CUMULATIVOS
Perfil do local é analisado para criar o visual do ambiente
Peças clássicas recebem um tratamento diferente e refinado
Presente para os olhos mpossível imaginar o Natal sem toda a combinação de cores que a data leva às casas, ruas e vitrines das lojas. Elementos não faltam – mas tem que saber usar se quiser fugir um pouco do óbvio. Ao perceber que as pessoas tinham cada vez menos tempo (e paciência) para compor seus visuais natalinos, a decoradora e empresária gaúcha de moda Raffaela Rosito sentiu que poderia trazer ideias novas para a celebração do período. Acostumada a combinar roupas e peças decorativas, Raffaela levou seu senso de estilo à decoração natalina. “Comecei de maneira informal, para minha loja e minha casa. Fiz então uma decoração de Natal para uma amiga; agradou tanto que começou a aparecer muitos pedidos. Foi acontecendo no boca a boca”, explica. Hoje, ela já faz vitrines de lojas badaladas da cidade, interiores e residências. A criação do visual começa com um bom papo entre Raffaela e o cliente. “Adoro conversar com o cliente. Preciso saber como é o perfil da pessoa, o que ela quer, o espaço da casa. Quero criar uma atmosfera feliz e aconchegante, uma coisa lúdica, como o Natal deve ser”, explica. Ela conta que costuma utilizar elementos que o cliente já tenha em casa, peças tradicionais como guirlandas, bolas, botinhas, bonecos e os
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Raffaela mistura tradição e requinte para renovar a decoração natalina
enfeites tradicionais das árvores. A isso, Raffaela acrescenta elementos como peças de veludo, pedrarias e paetês. “Faz parte do meu processo criativo, reciclar e transformar. Adoro dar um toque novo, pôr Gerente de Marketing :Andreia Barandas Editor : Carlos Peixoto Repórter:Tadzio Yuri Atendimento aos assinantes: Halicene Dantas,Alexsandra Borges e Cibelle Ribeiro
um detalhe que faz a diferença, isso me encanta. Tudo que acrescenta luz e brilho ao Natal me interessa”, ressalta. Ao combinar o tradicional com o novo, Raffaela procura dar um tom mais sofisticado à decoração natalina na qual está trabalhando. “Minha intenção é fazer algo mais requintado, em cima daquilo que todo mundo conhece, e ao mesmo tempo manter o clima de tradição de Natal, de harmonia, energia positiva e renovação”, explica. Ela leva para o Natal, o que aprendeu a fazer enquanto comandava lojas de vestuário. “Quando faço lojas, sinto que o empresário deve presentear seu cliente com ideias de requinte, que o faça sonhar. Acho que é algo também válido para o Natal”, acrescenta. Raffaela, que mora há 12 anos na capital potiguar, atualmente se divide entre os trabalhos de decoração e personal stylist. Assim como lida com o mundo da moda, ela também leva isso – a fundo para as tendências da decoração de Natal. Já está de passagens marcadas para Nova Iorque, Miami, Orlando e Los Angeles, uma ‘tour’ norte-americana para conferir todas as novidades que o mundo está usando para fazer o Natal mais bonito. Até o dia 25 de dezembro, novos presentes decorativos serão sugeridos às casas natalenses. Contato: 9983-1038. End.:Av.Duque de Caxias,106,Ribeira CEP:59010-200. Fone:4006-6100 R-6261-6262 E-mail:clube@tribunadonorte.com.br Fax:4006-6121 www.tribunadonorte.com.br/clubeassinante.php
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Jardim em planejamento ANDREIA MUNFORD
» DANNY'S PARK Av.Senador Salgado Filho,2233 Lagoa Nova–Shopping Via Direta Tel.:3206-1000 Av.Dr.João Medeiros Filho,2300 Loja 07 Potengi–Shopping Estação Tel.:3614-3710 Promoção:Compre R$20,00 em créditos e ganhe mais R$25,00 em bônus para brincar a vontade de domingo a domingo. Bônus válido para máquinas de vídeo game simuladores,brinquedos coletivos e Kid Raidem (para participar o assinante terá que adquirir o cartão do Park no valor de R$1,00). www.dannyspark.com.br » DUNNAS BOLICHE Av.Dos Ipês,2685 Neópolis Tel.:3207-6924 Desc.:20% à vista ou 10% a prazo nos jogos de boliche (não inclui alimentação e jogos eletrônicos). www.dunnasboliche.com.br » MA-NOA PARK Av.Ponta dos Anéis,s/n Praia de Maracajaú Município de Maxaranguape/RN Tel.:(84) 3211-2140 Desc.:20% à vista ou a prazo na entrada do parque e na aquisição do passaporte Classic Ma-Noa Park. » MARINA BADAUÊ Av.Deputado Márcio Marinho,s/n Praia de Pirangi do Norte/RN Tel.:(84) 3238-2066 Desc.:50% à vista na entrada inteira para os passeios de barco (Assinante + 4 pessoas). Crianças até 5 anos não pagam e de 6 a 11 anos pagam meia entrada.Reservas antecipadas. » TAVERNA PUB MEDIEVAL BAR Rua Dr.Manoel Augusto Bezerra de Araújo,500 Ponta Negra Tel.:3236-3696 Desc.:60% à vista (dinheiro) na entrada do Pub em festas normais e 20% à vista na entrada de festas especiais e nacionais.
A loja trabalha com plantas ornamentais e frutíferas, gramas, adubos, flores, mesas e demais objetos decorativos
m belo jardim faz bem para os olhos e também para a alma. Mas exige trabalho. Para facilitar a vida de quem tem pouca habilidade com plantas, existem lugares como a Art Plantas, que há um ano projeta e fornece todos os elementos para fazer belezas verdes e ornamentais, em vários estilos. O terreno é – literalmente – fértil para diversas boas idéias. “Somos procurados para montar os jardins, ou pessoas que desejam começar um por conta própria. Orientamos, mas não fazemos manutenção”, explica a proprietária Hyliane Brito. A loja vende plantas ornamentais e frutíferas, grama, jarros (de cerâmica, cimento e
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Art Plantas projeta e fornece todos os elementos para a criação de jardins ,além da decoração com plantas ornamentais e raras plástico), cestas (de bucha de coco), pedras decorativas grandes e pequenas (coloridas), conjuntos de cadeiras, carrinhos para decorar jardim, troncos para pôr plantas, flores, e todos os tipos de adubo. Para deixar o jardim mais bonito, conforme o gosto do cliente, a Art Plantas tem uma diversidade grande de espécies para todos os
tipos de paisagismo natural. Há palmeiras de todos os tipos – e elas costumam ser as favoritas da clientela -, vários pinheiros, samambaias, bromélias, dracenas, trepadeiras (com flores de várias cores), bambus, pata-de-elefante, ‘préomélias’, mudas diversas de flores, plantas arredondadas (Eugênio e buchinho), e de várias características e folhagens, de sombra e sol. Do material ao conceito, tudo está disponível na Art Plantas. Art Plantas Av.Ayrton Senna,Nova Parnamirim (próximo ao Salesiano).Tel.:3608-4736/9117-8539.
20%
à vista em toda loja.
Educação Berçário, Creches e Educação Infantil
Desc.: 20% à vista na matrícula e na mensalidade.
» CRECHE ESCOLA AQUARELA R.Cel.Auriz Coelho,470 Lagoa Nova Tel.:3206-0703 Desc.: 20% à vista nas mensalidades da educação infantil (nível II ao V).
Cursos de Idiomas
» LOCOMOTIVA KIDS SCHOOL ESCOLA BILINGUE – Berçário e Educação Infantil R.Jabuticabeira,129 Cidade Verde,Nova Parnamirim Tel.:3608-5511
Desc.:20% à vista ou 15% a prazo nas mensalidades dos cursos de espanhol ou inglês. www.cna.com.br/parnamirim
» ESCOLAS FISK » CNA INGLÊS DEFINITIVO Unidade I:Av.Hermes da Fonseca,1168 Tirol Tel.:3222.4395 Unidade II:R.Leôncio Etelvino de Medeiros,2835 Mirassol Tel.:3207-8468 Unidade Parnamirim:Av.Senador João Câmara, 134 Centro-Parnamirim/RN Tel.:3645-5062
Unidade I:Rua Mipibu,365 Petrópolis Tel.:3222.7114 Unidade II:Shopping Via Direta,Mirassol Tel.:3206-2711 Desc.:25% à vista ou 20% a prazo nas parcelas dos cursos de inglês e espanhol e promoções para os cursos de infomática.
Cursos Profissionalizantes
» IT CURSOS Rua Mossoró,576 Sala 19 Tirol Tel.:3222-4866 Desc.: 20% à vista ou 10% a prazo nos cursos das academias da ITCursos. » MICROLINS Av.Ayrton Senna,1970 Neopólis Tel.:3207-3727 Desc.:35% à vista ou a prazo em todos os cursos, exceto nos cursos Vip.
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Preparatório para Concursos
» PREMIUM CONCURSOS Av.Senador Salgado Filho,2981 Potilândia Tel.:3234-9923 Desc.:20% à vista ou a prazo nos cursos regulares preparatórios para concursos.
Estampas e homenagens FOTOS:ANDREIA MUNFORD
Gastronomia Alimentos Dietéticos
» NUTRE SAÚDE CENTER Rua Ataulfo Alves,1889 Candelária Tel.:3231.5429 Desc.:10% à vista nos produtos e pratos do dia (alimentação light e diet). Bares e Restaurantes
» MARIPOSA – CREPES E SALADAS Rua:Assú,707,Tiro l Tel.:3611-9227 Desc.:10% à vista (dinheiro) em todo o cardápio, exceto bebidas. » Ó PAI Ó – CULINÁRIA BAIANA Rua:Fernando Barreto,1443,Lagoa Nova Tel.:3234-4250 Desc.:10% à vista (dinheiro) em todo o cardápio, exceto bebidas. » RESTAURANTE BARRA MARES Av.Cotovelo s/n,Praia de Cotovelo Parnamirim/RN Tel.:3237-2164 .Desc.:10% à vista em todo o cardápio.(O desconto é válido havendo consumação de no mínimo uma refeição). » RESTAURANTE COISAS DA ROÇA BR 304,Km 287 Reta Tabajara Macaíba/RN Tel.:3502-7810/9985-8307 Desc.:10% à vista (dinheiro) em todo o cardápio. » MERCEARIA SANDUÍCHES Rua:Lima e Silva,1549,Lagoa Nova Tel.:3615-6200 Desc.:10% à vista (dinheiro) em todo o cardápio, exceto bebidas. Chocolates
» MARIA BOMBOM Rua Praia de Búzios,45 Nova Parnamirim Tel.:3208-6392 / 9186-5327 Desc.:10% à vista (dinheiro) nas cestas de páscoa, nos ovos de páscoa a partir de 250g e na encomenda de trufas a partir de 50 unidades. » SHOWCOFRUTAS Av .Engenheiro Roberto Freire,8790 Praia Shopping–Ponta Negra.Tel.:9481-6183/ 8893.1366 Av.Prudente de Morais,3720 Hiper BompreçoLagoa Nova Quiosque 04 Tel.:9481-6183/ 8893.1366. Desc.:10% à vista (dinheiro) em todo o cardápio. Delicatessen
» MAGAZZINO VINHOS E COZINHA Rua Potengi,576 Petrópolis Tel.:3212.1477 Desc.:10% à vista nos vinhos,chocolates e bacalhau. Sorveteria
» ORIGINALE GELATERIA Loja 01:Natal Shopping - Av.Senador Salgado
A loja Stamp Service oferece,há 13 anos, serviço de personalização de objetos diversos para presente ou uso pessoal, conforme o estilo desejado pelo cliente m presente que tem o estilo e a cara do cliente. Basta trazer o tema, que a Stamp Service imprime e deixa a peça totalmente personalizada. Foi assim, entre estampas e bordados, que a empresa fez seu nome em treze anos de mercado, comunicando as vontades e homenagens de sua clientela, e fazendo qualquer coisa se transformar em um belo presente. O serviço, que usa a tecnologia para imprimir imagens em diversas superfícies, é na maioria das vezes usado como uma alternativa para presentear, segundo o proprietário Ranildo Alves. “Foi por isso mesmo que criamos o slogan ‘seja diferente, dê uma camiseta personalizada de presente’”, afirma. E não só em camisetas. As imagens também podem ser impressas em caixas, canecas, luminárias, almofadas, agendas, chaveiros, e cubos de madeiras. A transferência é feita através de computador. Qualquer ocasião pode ser um motivo para presentear, mas é durante algumas datas especiais que os pedidos crescem mais. São aniversários, dia dos pais, e dias das mães, homenagens de mães para marido, pais para filhos, namorados, e de amigos para amigos. Ou simplesmente, as pessoas imprimem algo que elas vêem e gostam, como times de futebol ou artistas de música. A loja também tem suas sugestões de frases, bordados, e molduras para as fotos – para dar um toque diferenciado. Já os bordados costumam ser mais solicitados para a personalização em farda-
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Filho,2234,Candélaria Tel.:8721-9989 Loja 02:Praia Shopping - Av.Engenheiro Roberto Freire,8790,Ponta Negra Tel.:8721-8008 Desc.:10% à vista ( dinheiro ou cheque) nos potes para viagem de 1 litro e 500 ml
Fotos e imagens diversas estampam camisetas, canecas, caixas, almofadas e canecas
mentos de empresas, uniformes, e batas de estudantes. Claro, também podem se prestar a ocasiões mais pessoais, como o bordado em peças de roupas íntimas. A Stamp também produz lembrancinhas caprichadas para casamentos, aniversários, debutantes, e demais ocasiões festivas. Segundo Ranildo, quando decidiu abrir a loja, pesquisou algo diferente para o mercado.
Desc.:20% à vista (dinheiro) ou 15% a prazo em toda a loja.Parcelamento no cartão em até 10x sem juros.Desconto não cumulativo com nenhuma outra promoção.
Presentes e decoração
Óticas » ÓTICA MASTER Av.Cel.Joaquim Manoel,615 Loja 02 B-Ed.Harmony Medical Center Petrópolis Tel.:3202-1084
» ALÔ AMÉRICA SHOW CASE Av.Rodrigues Alves,930,Loja 11 Espaço América Petrópolis Tel.:3211-2343. Desc.:20% à vista em toda a loja.
E deu certo. Até hoje, as pessoas sempre querem estampar seus sentimentos nos objetos. Stamp Service Shopping Via Direta,loja 254,Mirassol.Tel.:3231-1050.
20%
à vista em todos os serviços
» ARTE FINAL Av.Afonso Pena,703 Tirol Tel.:3211-5661 Desc.:20% à vista ou 10% a prazo em todos os produtos.
nova MOEDA DE OURO Loja 01:Rua Leonel Leite,1429 Alecrim Tel.:3344.3194 Loja;02 Av.Presidente Bandeira,576,Alecrim Tel.:3613.2744 Loja:03 Rua:Presidente José Bento,496,Alecrim Tel.: 3213.0503.Desc.:20% à vista (dinheiro) ou 10% a prazo em toda a loja,exceto produtos em promoção.
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Natal com todas as cores Tradicional Alô América Show Case está com suas prateleiras prontas para o Natal,oferecendo variados e exclusivos tipos de enfeites ma das lojas mais tradicionais de Natal quando o assunto é decorar a casa conforme as datas mais festivas do ano, é a Alô América Show Case, que está há 20 anos no mercado. Desde outubro, a loja já preparou suas vitrines e prateleiras para receber os festejos natalinos, com todas as árvores, guirlandas e papais noéis que o 25 de dezembro tem direito. O acervo da Alô América é coletado tradicionalmente nas viagens da proprietária Sara Pimenta, que encomenda tudo entre São Paulo, Estados Unidos e Portugal. A loja é um colorido mostruário, até o teto, de pequenas (e grandes) peças que podem deixar qualquer ambiente mais bonito, para todos os gostos. Várias coisas são exclusivas, só se acham por lá. As árvores, estrelas da época, estão disponíveis desde as pequeninas de 30 centímetros, até as maiores de dois até três metros e meio. Seja qual for o tamanho, enfeites não faltam para elas. Para começar, os bonecos de Papai Noel, representados em todos os estilos; fazem sucesso aqueles que tocam música, dançam, e até vêm com neve artificial. Os anjinhos chegam pequeninos, em resina, ou maiores, usados para pendurar nas portas. Duendes e elfos completam a galeria de personagens natalinos. Os acessórios acrescentam mais cores ao visual natalino. Para isso há as mais variadas bolas coloridas, guirlandas (nevadas ou ao estilo inglês), renas
1088/3082-0029.Desc.:20% à vista (dinheiro) em todos os produtos e serviços. Consertos e Ajustes
» SAPATARIA DO FUTURO Loja I:Av.Senador Salgado Filho,2190 Loja 01 Portugal Center Tel.:3234-1995 Loja II:Shopping Cidade Jardim,Loja 20 Tel.:3217-7527 Desc.:20% à vista em todos os produtos e serviços (Limpeza e consertos de sapatos,tênis, bolsas,cintos,ajustes em roupas, bainhas,etc.) Floriculturas e Paisagismo
nova ART PLANTAS Av.Ayrton Senna,s/n Nova Parnamirim (Próximo ao Colégio Salesiano Dom Bosco) Tel.:3608-4736. Desc.:20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja.
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» MOLDURA MINUTO Av.Engenheiro Roberto Freire,2920 Shopping Cidade Jardim – Loja 49 Capim Macio Tel.:3207-2235 Desc.:20% à vista (dinheiro) em quadros da vitrine,15% à vista (dinheiro) em serviços de emolduramento e 10% a prazo em até 6x no cartão,parcela mínima de R$50,00.Desconto não cumulativo com nenhuma outra promoção.
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» ESTÂNCIA FLORICULTURA Loja I:Av.Campos Sales,465 Petrópolis Tel.:3201-1705. Loja II:Av.Romualdo Galvão,968,Tirol Tel.:9987.8706.Desc.:20% à vista em toda loja (não inclui entrega em domicílio). » GIRASSOL FLORES E JARDINS Av.Rui Barbosa,13 Morro Branco Tel.:3211-0660 Av Eng Roberto Freire,3039 Capim Macio Tel.:3217-6278.Desc.: 20% à vista nas flores naturais. Fotografia, Filmagem e Acessórios
» FAFÁ NOBRE STUDIO R.Inconfidentes,4778 Conjunto Pirangi II etapa Tel.:3217-3804/9981-5640 Desc.:20% à vista no pôster infantil,book infantil e book para grávidas. www.fafanobre.com.br
Tem de tudo para decorar: árvores grandes e pequenas, guirlandas, duendes e anjos
» ITALY COLOR Shopping Cidade Jardim,loja 7 A Capim Macio Tel.:3217-9098.Desc.:15% à vista nos serviços fotográficos e 10% à vista nos produtos. Lavanderias
e estrelas em resina, botinhas de Papai Noel para pendurar, castiçais, cartões de Natal de vários tipos e mensagens, fitas, e até arranjos de flores que podem ser usados em qualquer ocasião. A Alô América é uma loja que muda conforme a época.
» SONHO DE PAPEL R.Industrial João Mota,1556 Capim Macio Tel.:9992-4900/ 8862-2969 Desc.:20% à vista nas embalagens artesanais, cartões e caixas de mensagens. » SONHO MEU PRESENTES Av.Hermes da Fonseca,620 Tirol Tel.3201.1933 Desc.:20% à vista (dinheiro,cheque ou cartão) na confecção de colchas de cama e cortinas (mão-de-obra).
Alô América Show Case Av.Rodrigues Alves,930,loja 11,Espaço América, Petrópolis.Tel.:3211-2343.
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à vista em toda a loja
Produtos e serviços Cestas, Presentes e Homenagens ao Vivo
» BREAKFAST SABOR DE CARINHO Av.Paulistana,2113 Panatis 1 Tel.:3214-3521/99874450.Desc.:20% à vista (dinheiro) nas cestas de café da manhã. » GM SOM E HOMENAGENS Rua Jandira,809 Bairro Nordeste Tel.:3654-
» LAVANDERIA PRIMAVERA Av.Rui Barbosa,28 Morro Branco Tel.:3222-9697 R.Princesa Isabel,821 Centro Tel.:3222-6513 Av.Jaguarari,5085 Lagoa Nova Tel.:3606-0827 Desc.:20% à vista na lavagem a seco e lavagens especiais (cortinas,estofados, tapetes) e revitalização de artigos em couro. Delivery grátis a partir de R$40,00.Desconto válido em todos os pontos de atendimento. Papelaria e Livrarias
» RELLICARIUM – Papelaria e Presentes Av.Afonso Pena,628 Loja 5 Petrópolis Tel.:3211-2300.Desc.:20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja. » UNIVERSITÁRIA PAPELARIA Av.Rio Branco,590,Cidade Alta Tel.:3211.2727 Desc.:15% à vista em toda a loja.
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Roupas, bolsas & acessórios Bijuterias
»TIÊ BIJUTERIAS E PRESENTES
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Visual moderno para eles
Shopping Via Direta,Loja 892,Mirassol Tel.:3206-3850 Norte Shopping,Loja 220,Potengi Tel.:3674-8450 Shopping Cidade Jardim – Tel:3217.9850 Desc.:20% à vista (dinheiro ou vencimento cartão) em toda a loja.
ANDREIA MUNFORD
Bolsas, Calçados e Acessórios
»BAGAGERIE – Bolsas,malas e acessórios Midway Mall loja 144 A 1º piso,Tirol Tel.:3646-3515 Natal Shopping loja 113,Candelária Tel.:3206-8109.Desc.:20% à vista (dinheiro) nas linhas escolares infantis (exceto produtos em promoção).
»COURO E COMPLEMENTOS Shopping Via Direta,Loja 711 Mirassol Tel.:3206-2203.Desc.:20% à vista (dinheiro) em toda a loja.Desconto não cumulativo com nenhuma outra promoção. LE POSTICHE Midway Mall lojas 272/272 A 1º piso,Tirol Tel.:3646-3240.Desc.:20% à vista (dinheiro) nas linhas escolares infantis (exceto produtos em promoção).
Roupas para todas as ocasiões, entre o estilo esporte e esporte fino, com bastante cores, estampas, e leveza Moda Feminina
»DUETO MODA FEMININA Av.Jaguarari 1875,Jaguarari Center Loja 13 Lagoa Nova Tel.:3213-2306 Desc.:20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja.
»EMÍLIA REIS Av.Afonso Pena,442 A Petrópolis Tel.:32028587/3082-8969.Desc.: 20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja.
»LOLA Av.Afonso Pena,545 Petrópolis Tel.:32012459/8874-2459. Desc.: 25% à vista (dinheiro) ou 10% a prazo em toda a loja,exceto produtos em promoção.
»MALUG ROUPAS E ACESSÓRIOS Av Romualdo Galvão,2100 Loja 06 Lagoa Nova Tel.:3206-4804.Desc.:20% à vista (dinheiro) ou 10% a prazo em toda a loja.
moda masculina pode parecer simples em relação à feminina, mas também possui toda a sua diversidade de cortes, cores, estampas e tendências. A loja Pirineus está há 13 anos no mercado natalense, acompanhando os gostos e estilos do público masculino na hora de se vestir. “Nossa clientela é na maioria jovem, mas temos roupa pra todas as ocasiões”, diz o proprietário Carlos Dantas. A Pirineus é multimarcas. Entre as principais estão Yves Saint Laurent, Pierre Cardin, Pacific Blue, e a mais nova da área, Kaiwaa, entre outras. O estilo também é misto, indo desde o esporte “largadão’ até o esporte fino e o social. A moda atual está colorida, alegre, se-
A
Loja de moda masculina Pirineus trabalha diversas marcas que conservam o homem antenado com as últimas tendências gundo Carlos. “Eu vejo muitas estampas, cores diversas, escudos, e tudo mais. É até difícil dizer uma cor da moda”, afirma. Todas as cores parecem estar na moda. As camisas, por exemplo, estão se destacando pelas listras e as mangas ‘três quartos’; as camisetas pólo com estampas de escudos e números continuam em alta, bem como as golas “vê”. Para completar o look, as bermudas, que podem ser em tactel ou tecido em
xadrez, com destaque para a bermuda “pedal” – aquela que não é muito comprida ou curta, ficando no meio da perna. A loja também conta com blusões e roupas de inverno , que são opções acessíveis, é claro, para quem vai viajar para lugares gelados nesta época do ano. Para completar, a Pirineus dispõe de uma série de acessórios, entre cintos, gravatas, meias, cuecas, bonés, mochilas, pochetes, carteiras, e até nécessaires. A loja não trabalha com paletós e sapatos. Pirineus Shopping Via Direta,loja 209,Mirassol.Tel.:3206-2303.
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à vista em toda a loja.
»MULIEBRIS Shopping Via Direta,Loja 436 Mirassol Tel.:3234-4323.Desc.:20% à vista (dinheiro) em toda a loja.
»ROSA MORENA
calçados da coleção Amazonista.Desconto não cumulativo com nenhuma outra promoção.
»MAMBO JAMBO
Moda Masculina
Av.Afonso Pena,394 Loja 11 Petrópolis Tel.:32021154/3344-4212.Desc.:20% à vista em toda a loja,exceto produtos Kipling.
Av.Afonso Pena,628 Vila Colonial loja 10 Petrópolis Tel.:3211-7296.Desc.: 20% à vista (dinheiro) ou 10% a prazo nas roupas.
»O GORDO - TAMANHOS ESPECIAIS
Moda Unissex
Shopping Via Direta,loja 217 Mirassol Tel.:32343547.Desc.: 20% à vista (dinheiro) em toda a loja.
»GARAGEM 303
»ROSA CHIC
»PIRINEUS
Loja I :Norte Shopping,Loja 219 Potengi Tel.:3674-8480.Loja II :Av.Eng.Roberto Freire, 8790 Praia Shopping–Loja G 04 Tel.:3219-0443 Desc.:20% à vista em toda a loja,exceto nos
Shopping Via Direta,loja 209 Mirassol Tel.:32062303.Desc.:20% à vista (dinheiro) em toda a loja.
Av.Deodoro,303 Petrópolis Tel.:8821-1322 Desc.:20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja, exceto produtos em promoção.
»PITANGA DOCE COLECTION Moda Infanto Juvenil
Av.Eng.Roberto Freire,8790 Praia Shopping–Loja
H 01 Tel.:3219-0424 Desc.:20% à vista (dinheiro) em toda a loja, exceto produtos em promoção.
»TISSAGE – Moda Masculina e Feminina Av.Sen.Salgado Filho,2190 Portugal Center Loja 11 Tel.:3234-5017. Desc.:20% à vista (dinheiro ou cartão de débito) em toda a loja. »VESTALE COLECTION Av.Prudente de Morais,2936 Loja 07 Shopping Unicenter.Lagoa Seca Tel.:3223-5002 Desc.:20% à vista ou 5% a prazo em toda a loja.
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Saúde Academias e Clubes AABB – NATAL Av.Hermes da Fonseca,1017 Tirol Tel.:3211-4412 Desc.:20% à vista na adesão para sócio e nas mensalidades das seguintes atividades esportivas (para assinantes não sócios): basquete,dança,futebol,futsal,ginástica, handball,hidroginástica,karatê,musculação, natação,tênis,voleibol.
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Cores femininas da estação ANDREIA MUNFORD
AGEM ACADEMIA R.Conselheiro Lafayete ,2837 Conj.Pirangi 1ª Etapa Neópolis. Tel.:3217.5586 Desc.:20% à vista (dinheiro) em uma das modalidades - ginástica aéro-local, Musculação,jump e spinning ACADEMIA DE KUNG FU SHAO LIN R.Luzia Bezerra,244 Rosa dos Ventos Parnamirim Tel.:9401-1989/ 8809-5296 Desc.:20% à vista nas três primeiras mensalidades e isenção da taxa de matrícula (kung fu tradicional,boxe chinês e Shuai Shiao). AERO FOOTBALL CENTER Av.Hermes da Fonseca,1400 Tirol Tel.:3221.1408 Desc.:25% à vista na escolinha de futebol e 10% à vista na locação de quadras e no futebol para executivos. TUAREG – Kasa do Oriente (Dança do Ventre) R.Praia de Alagamar,2170 Ponta Negra Tel.: 3219-0029 Desc.:20% à vista nas aulas da dança do ventre. VOLLEY CLUB Av.Nascimento de Castro,1024 Lagoa Nova Tel.: 3231-1054.Desc.:20% à vista ou a prazo nas mensalidades das aulas de voleibol. Artigos Terapêuticos ARTMAG Shopping Via Direta,Loja 824 Mirassol Tel.3234-1897 Desc.: 20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja. FÊNIX AROMAS (Aromaterapia,Florais Saint Germain e Artigos Fitoterápicos) Av.Engº Roberto Freire,2925 Capim Macio Tel. 3207-3600.Desc.: 20% à vista ou 10% a prazo em toda a loja,exceto florais e chás. Cabeleireiros . FRANK CENTRO DE BELEZA Av.Romualdo Galvão 779,Tirol Tel.:3211-1134 Desc.:20% à vista na cauterização,manicure, pedicure,depilação e escova. ROUGE COIFFEUR Rua Seridó,471 Petrópolis Tel.:3222-9946 Desc.:20% à vista na hidratação Kérastase, manicure,pedicure,corte e escova. SHOP HAIR Av.Senador Salgado Filho,3684 Candelária (ao
Blusas,vestidos,shorts e bijuterias estão abusando das vibrantes cores “neon”, como manda o figurino do verão
moda feminina está mais colorida do que nunca nas prateleiras e vitrine da Malug Roupas e Acessórios. A loja, há dois anos no mercado, já entrou em sintonia com a estação do calor e do sol intensos. Cores vibrantes, estampas florais e modelos curtos ganharão as ruas da cidade com toda força neste verão, segundo a proprietária Telma Lúcia. A Malug é uma loja que transita entre a moda esporte e esporte fino. Entre as marcas principais estão Limelight, Callver e Talita Kume. Há também opções para medidas maiores, do número 36 ao 48. As tendências da estação podem ser vistas em calças, blusas, vestidos, shorts, e até em acessórios co-
A
lado do Natal Shopping) Tel.:3231-1701 Desc.:20% à vista ou 10% a prazo na hidratação comum,coloração Matrix e mechas.Nos demais serviços 10% à vista (exceto estética). Clínicas de Fisioterapia Respiratória FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA Rua Tomaz Matias II,156 Nova Parnamirim Parnamirim/ RN Tel.:3608.0596 / 8816.2989 Desc.:20% à vista (dinheiro) nas sessões realizadas.Atendimento 24H de domingo a domingo e por hora marcada. Clínicas Terapêuticas
Malug Roupas e Acessórios já preparou o acervo para a estação mais quente do ano,com várias opções cheias de cores e estampas florais mo cintos, pulseiras, anéis, brincos, bolsas e prendedores de cabelo. As alternativas são várias, respeitando o estilo de cada um. As calças podem ser em alfaiataria ou jeans lavado e azul escuro. As blusas captam as tendências, com muitas estampas de flores e listras de cores variadas (azul, preta, branca, etc.) numa mesma peça.
Quanto aos vestidos, os justinhos voltaram à moda; o tamanho está intermediário entre o curto e o longo. Os tubinhos estão com tudo para sair bem à noite. Os shorts, bem coloridos, também não estão mais tão curtos. Tudo isso, ornado com cores vibrantes, chamadas agora de “neon” (velhos conhecidos como o verdelimão e o laranja). Até as bijuterias estão mais coloridas, com detalhes dourados e prateados. O verão promete ser animado. Malug Roupas e Acessórios Av. Romualdo Galvão, 2100, loja 06, Lagoa Nova. Tel.: 3206-4804.
20%
à vista ou 10% a prazo em toda a loja.
CIRP – Centro Integrado de Reeducação Postural Rua Coronel Costa Pinheiro,1522,Tirol Tel.: 3211.6016.Desc.:20% à vista nas sessões de pilates para reabilitação e fitness,RPG, osteopatia,terapia manual,fisioterapia dermatofuncional,reabilitação cardíaca e pulmonar e fisioterapia para gestantes.
www.marciaortiz.com.br
CLÍNICA MÁRCIA ORTIZ (Atividades aquáticas e psicocorporais) Av.Passeio dos Girassóis,2562 Mirassol Tel.:3231.1727 /9481.2979 Desc.:20% à vista em todos os serviços,incluindo a avaliação.Desconto válido para alunos novatos e em um contrato mínimo de 03 meses.
Depilação, Estética e Beleza
ESPAÇO CORPOMENTE Rua Mipibu,338 Petrópolis Tel.:3221-5502 Desc.:20% à vista nas terapias.Yoga,massoterapia oriental (shiatsu,ayurvedica,etc),psicoterapia corporal em biossíntese,terapias da respiração, hidroterapia,relaxamento e meditação.
REVITALLE ESTÉTICA SAÚDE E BELEZA Rua Dom Expedito,1776 Candelária Tel.:3206.3280 Desc.:20% à vista (dinheiro) em todos os serviços de estética facial,corporal e salão de beleza.
clube do assinante 8
Natal • Rio Grande do Norte Domingo • 28 de novembro de 2010
Presentinhos para o Natal ANDREIA MUNFORD
Moeda de Ouro está no mercado há 18 anos, sempre deixando suas prateleiras com boas dicas de presentes para a ocasião, brindando todos os gostos, nas mais variadas opções loja Moeda de Ouro, no mercado desde 1992, tem o presente certo para a hora certa. “Trabalhamos o ano inteiro com produtos sazonais, que vamos adaptando aos diversos momentos”, explica o proprietário Fábio Kamada. As prateleiras exibem essa proposta em bijuterias, objetos decorativos, presentes, brinquedos, presentinhos e lembranças variadas. Tudo, para quase todas as ocasiões. O setor de bijuterias é o mais procurado da loja. Há colares, brincos, anéis, pulseiras e gargantilhas. Segundo Fábio, elas estão seguindo as tendências do verão, com muitas pedras coloridas, detalhes dourados, apliques de flores e laços, e berloques chamativos. Até peças como prendedores de cabelo estão seguindo essa linha. Há peças decorativas, como os
A
Loja conta com opções em bijuterias, objetos decorativos, brinquedos, embalagens caprichadas e algo mais
adornos diversos, vasos, peças em vidro, velas, relógios de parede, taças, quadros, esculturas, e porta-retratos. Todos, em estilos bem variados. Na linha de presentes, há desde embalagens como caixas decoradas de papel e sacos metalizados, até jogos de
» ROSE ESTÉTICA Av.Prudente de Morais,3857 Loja 22 Shopping Natal Sul-Lagoa Nova Tel.:3234-1996 Desc.:20% à vista em todos os serviços (massagem,peeling,depilação,banho de lua, eletrólise,tonificação muscular,etc)
Estamparia e Bordados
» SPA FINA FLOR Av.Senador Dinarte Mariz,4077, Via Costeira-Parque das Dunas Tel.:4005-0505.Desc.:20% à vista (dinheiro) em todos os serviços de salão (massagem – tratamento corporal e facial,manicure e pedicure,depilação,corte,escova,penteado, maquiagem e química).
Perfumaria, Cosméticos e Drogarias
» STAMP SERVICE Shopping Via Direta,loja 254 Mirassol Tel.:3231-1050.Desc.:20% à vista (dinheiro) em todos os serviços.
canetas, jogos de maquiagem, bolsas (com muitos detalhes dourados), nécessaires, chaveiros temáticos, portabolsas, e até brinquedos (bonecas, jogos) para diversas faixas etárias. Enfim, uma loja para todas as horas de presentear.
» YES COSMÉTICS – ALECRIM Av.Coronel Estevam,1141,Ed.Cecom Loja 3 Alecrim Tels.:3211-6216 Desc.:30% à vista ou 10% a prazo nas deocolônias,cosméticos e maquiagens.(exceto para revendedoras).
Veículos
» SOLUI FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO
Acessórios para Carros
Rua Apodi,559 Tirol Tel.:3222-1900/3222-1901 Desc.:20% à vista (dinheiro ou cheque) na manipulação de fórmulas (ou produtos manipulados)
» DOM CAR PEÇAS & SERVIÇOS Av.Alexandrino de Alencar,1112 Lagoa Seca Tel.:3211.7501/3222.8611
Moeda de Ouro Rua Leonel Leite,1429,Alecrim.Tel.:3344-3194/Av. Presidente Bandeira, 576, Alecrim. Tel.: 36132744/Rua Presidente José Bento,496,Alecrim.Tel.: 3213-0503.
20%
à vista em toda a loja, exceto promoções.
Desc.:15% à vista nas peças. Troca de Óleo,Lava Jato e Revitalização de Pintura
» CAR SERVICE J.MARQUES Av.Presidente Bandeira,975 Lagoa Seca Tel.:32236338/9980-3535 Desc.:15% à vista (dinheiro) em todos os produtos e serviços (exceto promoções). » DRY CLEAN J.MARQUES – Lavagem Ecológica (Sem água ) Estacionamento do Hiper Bompreço Cidade Jardim Tel.:3207-1305/8855-1961 Desc.:15% à vista (dinheiro) em todos os produtos e serviços (exceto promoções).