Tribuna do Norte - 25/08/2013

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» OS CLASSIFICADOS DA TN CIRCULAM HOJE COM 3.139 ANÚNCIOS E 18 PÁGINAS

Ano 63 • Número 132 • Domingo, 25 de agosto de 2013

FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006

JOÃO MARIA ALVES

NOVOS HORIZONTES PARA O SAL Após um período de quedas na produção, a indústria salineira do Rio Grande do Norte nutre expectativas de retomada do crescimento. A projeção é que, este ano, sejam produzidas cinco milhões de toneladas. O porto-ilha de Areia Branca (acima), após dois anos em obras, será a principal porta de saída do produto para o mercado nacional e as exportações. « NATAL 8 » ALEX RÉGIS

« MOTORES DO RN » Crescimento sustentável deixa a teoria e vira prática Iniciativas do setor produtivo do RN lançam as bases da sustentabilidade na indústria e impulsionam o crescimento econômico local por novos caminhos. « ESPECIAL 1 A 24 »

« SAÚDE » Enquanto 53 pacientes esperavam, na semana passada, por uma vaga em UTIs nos hospitais da rede pública e conveniada ao SUS, a secretaria estadual de Saúde contabiliza 17 leitos de tratamento intensivo ociosos por falta de profissionais especializados para operá-los e outros 10 leitos à espera de autorização do Ministério da Saúde para o contrato. Dos 27 leitos inoperantes, oito são para atendimento infantil. O SUS tem 326 vagas em UTIs do Estado. « NATAL 1 E 2 »

« TURISMO » RN está nas últimas posições no ranking de investimentos

Desenhando para enganar

O RN ocupa as últimas posições no ranking dos investimentos em infraestrutura turística. O Ministério do Turismo aponta que projetos inconsistentes estão entre os motivos para esse desempenho. « ECONOMIA 1, 3 E 4 »

o câncer Professor de desenho ensina a pacientes infantis com câncer, ajudando-os a superar o tratamento químico e a recuperar a confiança. « TN FAMÍLIA 1 E 3 »

« POLÍTICA » Relator da LDO quer facilitar transferência aos Estados

Mulheres solteiras procuram

Energia eólica, fonte de sustentabilidade para novas projetos industrias no RN

Homens disponíveis para algo mais que a curtição de uma noite, mas não está fácil encontrar companhia, mesmo quando elas é que tomam a iniciativa. « NATAL 6 »

revista da tv

colunistas

esportes

Fagundes na pele de um moralista imoral

Woden Madruga

Natal terá 6 mil atletas em jogos da Juventude

Antonio Fagundes analisa as contradições de “César”, o médico homofóbico interpretado por ele na novela “Amor à Vida”. « RTV 6 E 7 »

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O livro de Carlos Castello Branco sobre a renúncia de Jânio Quadros. « PÁGINA 2 »

Gaudêncio Torquato Nas eleições e nas guerras, a verdade sempre está ameaçada. « PÁGINA 7 »

SITE: www.tribunadonorte.com.br REDAÇÃO (pauta): pauta@tribunadonorte.com.br

MAGNUS NASCIMENTO

O relatório da Lei de Diretrizes Orçamentária em discussão no Congresso Nacional reduz as contrapartidas que o Governo Federal exige para transferir verbas aos estados e municípios. « PÁGINA 6 »

UTI tem fila de espera apesar de 27 leitos ociosos

Amanda Martins, representante comercial

Seis mil atletas brigando por medalhas em vários ginásios de Natal. Estes serão os Jogos da Juventude disputados de 4 a 15 de setembro. « ESPORTES 3 »

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Jornal de WM WODEN MADRUGA [ woden@terra.com.br ]

Lembrando Jânio

L

á se vão 52 anos que Jânio Quadros renunciou à presidência da República, com apenas sete meses de empossado. Foi num 25 de agosto, só que não era domingo, e Brasília, que tinha pouco mais de um ano de inaugurada como capital do país, preparava-se para comemorar o Dia do Soldado, como hoje se comemora, mas sem as intrigas do poder que foram, mais ou menos, a marca da rápida temporada janista no Palácio do Planalto. Também faz tempo que não aparece um Carlos Lacerda por estas bandas. Nas tantas hipóteses que teriam levado Jânio Quadros a tomar decisão tão radical aponta-se a denúncia que o então governador da Guanabara fizera na véspera, através da televisão, de que o presidente preparava um golpe para se tornar ditador. Até hoje, decorrido tanto tempo, ainda restam muitas dúvidas e controvérsias nessa história. Esta semana, endireitando uma fileira de livros desarrumados na estante, reencontrei uma joia do nosso jornalismo. O livro A renúncia de Jânio – um depoimento, de Carlos Castello Branco. Que não foi apenas um dos maiores – se não o maior – repórteres políticos da imprensa brasileira, mas o próprio secretário de Imprensa do presidente Jânio Quadros. É um livro pequeno, tamanho livro de bolso, com 158 páginas e algumas ilustrações, orelhas assinadas por Evandro Carlos de Andrade, outra fera do jornalismo brasileiro e que também foi assessor de Jânio. O posfácio é do sociólogo e cientista político Emir Sader. Um trio, portanto, de alto calibre. O livro foi publicado em 1996 e este meu exemplar já é uma terceiraedição, que merece deminhaparte um chamego especial porque fui encontrá-lo na Livro 7, do Recife, “A maior livraria do Brasil”. Obra do livreiro e editor Tarcísio Pereira, norte-rio-grandense de Currais Novos, que reinou por mais de trinta anos no rico universo livreiro de Recife e hoje se reserva editar livros com o selo de sua editora, a Livro Rápido, que tem publicado, inclusive os últimos livros do nosso poeta Talis Andrade, um grande natalense ausente. Ali, na rua Sete de Setembro, entre a Riachuelo - vendo os janelões da Faculdade de Direito e a avenida Conde da Boa Vista, a

Livro 7 se constituia num verdadeiro templo por onde peregrinavam intelectuaiseartistasdoRecife,mormente nos tempos da ditadura militar. Ponto de agitação cultural e de conversas políticas, também. De Gilberto Freyre a Jomard Muniz de Brito, passando por Hermilo Borba Filho, Ariano Suassuna, Mauro Mota, Osman Lins, Marcus Accioly. Por aí. Das vezes que eu ia ao Recife, era uma das minhas paragens obrigatórias, no trajeto que começava pela rua do Riachuelo (a Livro 7 tinha uma saída por lá), percorria toda a SetedeSetembroaté aCondedaBoa Vista e daí, na quadra seguinte , entrava na rua do Hospício, pisava a calçada do Teatro Parque e, indo em frente, atravessava a praça Maciel Pinheiro para embiocar na rua da Matriz. O destino era o Sebo Brandão, quase no oitão da Igreja Matriz de Boa Vista. Me dá saudades, sim. Bom, voltemos ao Livro 7. Neste ano de 1996, o da edição do livro de Carlos Castello Branco, foi a últimovezqueeupasseiporlá.Menos de dois anos depois, em 1999, a livraria fechava suas portas. Mas Tarcísio Pereira, sempre vestido de azul, em vários tons, boina de conspirador basco enterrado na cabeça, gente boa, continua no ramo e promovendo cultura, agora à frente de sua Livro Rápido, editora e livraria virtual, em Olinda.

opinião

O vira-lata e o computador AGNELO ALVES Jornalista

Enquanto o nosso ministro das Relações Exteriores encontrou um problema cuja solução tem demonstrado preocupação para o relacionamento internacional do nosso amado Brasil com o Reino Unido de Sua Majestade, a Rainha da Inglaterra, eu estou preocupado com o desaparecimento de um vira-lata que, no amanhecer de cada dia, passeava pelas calçadas de Areia Preta. O “caso” que tanto preocupa o nosso ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota – até me interessei em saber – é com a detenção de um brasileiro durante oito ou nove horas num dos aeroportos de Londres e quando foi libertado, ao chegar ao Brasil são e salvo, declarou que tivera o seu computador sequestrado pela Scotland Yard sob suspeita de que guardava informações que pretendia divulgar sobre a “espionagem” americana no Brasil. E o vira-lata onde anda? Em que calçada anda fazendo o seu exercício matinal? Em que poste está fazendo escala para o seu “pipi” inevitável, sem nenhuma interpretação de tratar-se de um atentado ao pudor ou mesmo re-

Brum

provável ato de sujeira contra nossa cidade? Estou, sinceramente, preocupado com o desaparecimento do vira-lata. Nem Osni Damásio dá notícias dele. Do alto do meu apartamento, costumo contemplar o mar em toda a sua extensão até a linha do horizonte, lá longe. De repente fui despertado na minha curiosidade por um cão vira-lata de cor preta passeando pela calçada numa extensão que minha vista não alcança na direção da Via Costeira e voltando pela areia da praia. Subitamente, o danado apareceu acompanhado de uma cadela parecida com ele, sendo de menor tamanho. Trocando carícias, brincando. Era o amor em toda a extensão de sua beleza, achei. Certo dia, “cadê o vira-lata?” Perguntei a mim mesmo na falta de alguém para perguntar. Tudo bem. No dia seguinte, ele continuava ausente. Até me preocupei e soube que a cadela com quem estava de namoro – tudo me fazendo crer que firme – fora atropelada e morta. O vira-lata escapara por um milagre. Ainda o flagrei com um latido de lamento, triste. Já reportei o que soube e fiquei na expectativa do seu reaparecimento, passados os primeiros dias de luto, naturalmente.

Realmente, descobri o danadinho ainda sem muito jeito, todo enxerido e sendo correspondido pelas cachorrinhas, todas peludas com adereços e coleiras, conduzidas pelas madames e também por babás contratadas, me parece. O fato é que, em um dia de chuva, descobri algo de novo. Um casal de vira-latas todo encolhido por baixo de uma banca, protegendo-se da chuva. O amor é, realmente, lindo... Era o próprio vira-lata com uma namorada. Mas o danado voltou a desaparecer. Estou de olho, atento. Nem o vira-lata, com ou sem a sua namorada. E nem Osni Damásio, um cara amigo e verdadeiro. Um dia, quem sabe, vou descobri-lo – o Osni – entre os outros amigos e desconhecidos, nas andanças matinais, começadas pelas madrugadas nas calçadas de Areia Preta. Quanto ao nosso ministro das Relações Exteriores, lamento que a Rainha Elizabeth não tenha correspondido às suas preocupações com o brasileiro, que ficou detido por oito ou nove horas em um aeroporto de Londres e foi mandado para o Brasil sem o computador com as espionagens americanas. Um caso típico de polícia. Não de governo, o computador de-

tido do brasileiro. Por onde anda Osni, meu amigo? E o que terá acontecido com o vira-lata praieiro de Areia Preta? Solteiro ou de amor novo?

Rompe não rompe Parece estar engrossando o caldo de queixas e reclamações do PMDB contra a governadora Rosalba Ciarlini. Rompimento, já? Distante, ainda? Vem aí a pesquisa qualitativa encomendada pelo PMDB sobre o governo despedaçado da Rosa despetalada. A Educação vai bem, mais ou menos ou péssima? A Saúde, como vai? E a Segurança? Os leitores podem colaborar enviando, desde logo, suas respostas. Publicarei.

Pesquisa A pesquisa da Consult, mostrando que a vice-prefeita está disparada na frente em todos os cenários pesquisados, evidencia três fatores importantes: O primeiro, que a governadora perderia até em Mossoró. Rejeição em todo o Estado. O segundo, que o PMDB está pagando caro por sua participação no governo de Rosalba. O terceiro, que a única política que faz oposição a Rosalba está ganhando em todos os cenários. Pesquisa só pode ser desmentida por outra pesquisa.

Cartas

[ www.rabiscosdobrum.zip.net ]

Derrota Sem dúvida foi um pesadelo ver a virada do time capixaba no estádio Barretão. A alegria da torcida, que por sinal pequena, acabou diante do cansaço físico do time alvirrubro. Fazer o quê? As desculpas são as mesmas e algumas até sem razão. Aguardemos o retorno ao estádio de Goianinha para ver se tudo muda para melhor, mesmo sabendo que ainda resta uma partida no Barretão. futeboldorn.paulo@gmail.com

Lendo Castello Abro o livro de Carlos Castello Branco, que começa a contar a história da renúncia de Jânio, assim: “Quando cheguei ao Palácio do Planalto na manhã de 25 de agosto de 1961, seriam dez, dez e meia. Estivera até quase o amanhecer no apartamento de Pedroso Horta e de lá seguira com José Aparecido para o seu quarto de hotel. Pelas sete horas, o telefone chamara, vestira-se às pressas e saíra. Bem mais tarde, levantei-me, passei por meu apartamento, tomei banho, barbeei-me e troquei de roupa. Era uma manhã fresca e tranquila. No terceiro andar do Palácio, um funcionário chamou-me a um canto e disse algo que ocorria. Aparecido ordenara-lhe retirar documentos importantes e arrumar toda a papelada. Havia pouca gente. Mandei um auxiliar empacotar meus papéis e levá-los para minha casa. Um oficial de gabinete, excitado, mostrou-me o recorte que retirara de seus arquivos: um astró-

Repasses logo previa que, a 25 de agosto, o governo cairia para se reerguer logo adiante. Pouco depois chegou Aparecido. – O presidente renunciou, disse-me em voz baixa. – Já está voando para São Paulo. Trancamo-nos no seu gabinete. Contou-me o que vira e o que soubera. Deveríamos preparar uma nota, a qual fugiria ao estilo oficial: já não seria uma de governo. Fui anotando, quase nas suas palavras, a exposição que repetiu, agora ordenada, omitindo um ou outro pormenor. Datilografei o comunicado, rapidamente. Aparecido leu-o por telefone a Quintanilha Ribeiro, que o aprovou. Depois chamou o general Pedro Geraldo, que ouviu a leitura e comentou: é isso mesmo. O general pensou um pouco e observou: não é bom falar no que houve lá em cima? Perguntou. Não, disse Aparecido. Mais tarde soube que aludia à reunião de Pedroso Horta com os ministros militares no gabinete de Pedro Geraldo”.

Aluízio e a renúncia O governador Aluízio Alves é citado, no livro, como uma das fontes da Carlos Castello Branco. Está no capítulo IV, quando se aborda as razões que levaram Jânio a renunciar. Uma dessas hipóteses seria a conspiração liderada por Carlos Lacerda. Havia muitas versões, inclusive de Leonel Brizola. Castello conta: “Habituados às advertências de Brizola, considerei as informações fora do plano de urgência em que elas eram colocadas. Segunda-feira, em Brasília, transmiti-as ao Aparecido. Disse-me que deixasse o assunto com ele, pois estava examinando com o presidente outras informações. Pediu-me que conversasse com o governador Aluísio Alves, ali presente, e reduzisse a itens, por escrito, as revelações que fazia a respeito dos planos de Carlos Lacerda para execução imediata. Aluísio dizia-se convencido de que um episódio extremamente grave se configurava e a intenção era derrubar o governo. Para ele, Lacerda conspirava.” Dos Sertões Anote em sua agenda: quarta-feira que vem, 28, dia consagrado a Santo Agostinho, haverá na Livraria Saraiva, do Miduei, começo da noite, o lançamento do livro Cartas dos Sertões do Seridó, de Paulo Bezerra, médico, escritor, poeta, vaqueiro e acadêmico.

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Holocausto senil silencioso IVANALDO SOARES DA S. JÚNIOR 1º Promotor de Justiça da Comarca de Ceará-Mirim

O

surgimento da Organização das Nações Unidas ONU teve como um dos principais motivos a defesa intransigente dos Direitos Humanos, com o desiderato de que a humanidade jamais esquecesse as atrocidades cometidas, principalmente, pelo Estado Alemão Nazista. Dentro desta ótica, criaram-se declarações e tratados internacionais de direitos humanos, os quais foram replicados nas esferas regionais, com a criação de sistemas de proteção regionais, como é o caso do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos, por meio da Organização dos Estados Americanos. Nesta existem estudos avançados com minutas de projetos de convenção, decorrentes principalmente das diretrizes da Segunda Assembleia Mundial Sobre Envelhecimento, realizada no ano de 2002, na qual foi adotado o Plano de Ação Internacional de Madrid. Contudo, mesmo após quase setenta anos do surgimento da ONU, a comunidade internacional, ainda, não celebrou uma convenção ou tratado internacional que trate de forma específica a proteção para a população idosa, sendo esta protegida pelas normas internacionais gerais e internas nacionais, Classificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)

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quando existentes. Na seara de infância e juventude já existe um arcabouço jurídico, tanto em nível internacional, quanto em nível nacional de efetiva garantia dos direitos do público infantojuvenil. Não sendo diferente na seara da tutela dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. Contudo, é inadmissível que a população idosa, a qual cada vez mais cresce, no mundo todo, em termos quantitativos, em face do aumento da expectativa de vida, seja relegada a um segundo plano. O número de pessoas idosas abandonadas pela família, cada vez mais aumenta, sendo estas colocadas em instituições de longa permanência de idosos - ILPI, as quais, na maioria das vezes, assemelham-se aos campos de concentrações originados nos sistemas políticos totalitários, vez que aos idosos quando institucionalizados, tem uma única certeza, de que este local será o seu último destino em vida. Portanto, é preciso que a comunidade internacional mobilize-se o mais célere possível para criar convenções e tratados, em nível mundial e regional, de proteção aos direitos da população senil, não se calando nem se omitindo diante deste verdadeiro holocausto senil silencioso, atualmente existente, o qual se inicia na família, terminando nas instituições privadas e públicas, consubstanciadas nas ILPI`S. Devem ser pre-

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

vistas medidas mais fortes de participação nas legislações nacionais, internacionais e supranacionais da comunidade nesta problemática, a qual não pode ficar silente, sendo apenas a figura dos conselhos municipais, estaduais e nacionais dos idosos, insuficientes para atender a demanda, devendo ser criados, tal como na área de infância e juventude, “conselhos tutelares municipais dos idosos”, os quais, na prática, são tão ou mais necessários do que os para crianças e adolescentes, face à fragilização da população idosa. Não podemos deixar que ocorra nas ILPI`S, a “morte anunciada”, pois estas possuem famílias na fila de espera por uma vaga para “abrigarem” idosos, a qual com certeza surgirá, em questão de tempo, quando um idoso falecer, por questões naturais ou quiçá provocadas por interesses escusos, ambas as motivações precisam ser esclarecidas para serem tomadas providências pertinentes, quando necessárias. É imprescindível o fortalecimento dos vínculos familiares por parte do estado e da comunidade de forma a diminuírem-se o número de pessoas idosas que necessitem ser institucionalizadas, punindo-se cada vez mais forte o abandono de idosos em ILPI`S, nas esferas civis e criminais, não só os familiares, mas, também, o próprio ente estatal.

Afirmo que o Poder Executivo não pode, por ato próprio de império, intervir no orçamento dos outros poderes, inclusive do Ministério Público e Tribunal de Contas, mesmo a despeito de frustração de receitas. O duodécimo está previsto na Constituição e a LOA prevê o seu repasse pelo Poder Executivo aos demais poderes e órgãos independentes e autônomos. Tenho dito isso no Tribunal de Contas. Agora, o STF concede liminar garantindo o repasse da verba ao Tribunal de Justiça. E como fica a situação do Poder Legislativo e Tribunal de Contas ? romildovilar@hotmail.com

Governo A população já estava sendo penalizada muito antes dessa greve, pois no hospital falta medicamentos, macas, leitos para pacientes graves, recursos humanos. Enfim, a greve não aumenta o caos que está instalado na rede pública de saúde, muito pelo contrário é preciso que sociedade saiba que não se está apenas reivindicando aumento de salário, mas sim condições de trabalho, para que possamos atender a população com dignidade e respeito e isso o secretário não diz, até porque, em meio a esse caos, ele está de férias,mas as férias dos servidores ele suspendeu até outubro. Enquanto isso, a saúde do RN agoniza e a única coisa que vemos nos jornais são falácias e falácias. accostaclaudia@gmail.com

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política

Notas & Comentários

DIVULGAÇÃO

Possibilidade de candidatura Começa a prosperar no interior, com repercussões na capital, cogitações sobre a possibilidade do senador José Agripino se candidatar, em 2014, à sucessão da governadora Rosalba Ciarlini. A candidatura seria uma alternativa ao desgaste do atual Governo, que enfrenta uma crise de gestão. Quem defende — por enquanto nos bastidores — a candidatura de José Agripino argumenta que ele tem ampla experiência no Executivo, uma vez que foi prefeito de Natal e governador em duas oportunidades. Há quem esteja determinado a convencer o senador de que o lançamento do nome dele para a eleição majoritária do próximo ano é a melhor solução política e administrativa. E, neste intuito, apostam que, se houver um diálogo com argumentos convincentes, ele aceita.

Exoneração sua prisão preventiva. De acordo com a revista, Gaievski é procurado por “estupro de vulneráveis”. A publicação relata depoimentos de menores de idade num processo, que corre em segredo de Justiça, acusando o servidor de levar vítimas de 13 anos a motel.

Justificativa Uma nota divulgada pela assessoria da Casa Civil informa que Eduardo Gaievski solicitou o “afastamento imediato de suas funções até que sejam apuradas as circunstâncias e veracidade das acusações”.

Internacional Em um longo perfil publicado neste fim de semana, pelo jornal norte-americano The New York Times, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, é retratado como alguém direto, sem tato, mas que não tem me-

do de enfrentar o status quo brasileiro. Segundo o perfil, as ações recentes de Barbosa envolvendo o julgamento do mensalão, além de outros casos que passaram pelo tribunal, tornaram o ministro do Supremo objeto de fascínio popular.

Novos partidos são alternativas para parlamentares Alguns deputados estaduais também planejam deixar a legenda, mas temem o curto tempo da legislação partidária, já que até o dia 5 de outubro todos os políticos que desejam disputarem o pleito do próximo ano deverão definir a sua legenda. Os deputados Gilson Moura (PV), Gustavo Carvalho (PSB) e Vivaldo Costa (PR) desejam deixar a legenda pelo qual foram eleitos, mas não conseguiram a justa causa e temem a punição por infidelidade partidária. A alternativa para esses deputados pode ser a filiação a um novo partido. O Partido da Solidariedade, legenda que está sendo criada pelo deputado federal Paulinho da Força Sindical (atualmente filiado ao PDT), torna-se uma opção, já que a legislação eleitoral não pune os detentores de mandatos que se filiam a novo partido. Mas há também integrantes da bancada federal do Rio Grande do Norte interessados no comando desta nova legenda. Informações extraoficiais dão conta que a deputada federal Sandra Rosado e o deputado federal Paulo Wagner estão interessados em ingressarem na legenda. A Rede Sustentabilidade, partido que está para ser criado pela ex-senadora Marina Silva, também se transforma em “janela” para os deputados que desejam deixarem o partido sem perder o mandato. A primeira preocupação dos pretendentes dessa legenda é o registro junto a Justiça Eleitoral. A ex-senadora Marina Silva ainda não conseguiu o número de assinaturas mínimo, 500 mil, para pedir o registro. Além disso, em São Paulo a Justiça Eleitoral investiga denúncias de fraudes em processos de filiação da Rede.

Autorização A busca da justa causa na justiça eleitoral, agora adotada por Ricardo Motta e Raimundo Fernandes, já foi feita por outros deputados. Da bancada atual da Assembleia Legislativa, outros três

parlamentares já acionaram a Justiça Eleitoral.Até o momento, apenas Kelps Lima conseguiu a desfiliação por justa causa, deixando assim o PR, legenda pelo qual foi eleito. Ezequiel Ferreira (PTB) e Fábio Dantas (PHS) estão com pleitos semelhantes. No caso de Fábio Dantas a situação é um pouco diferente, porque ele anexou ao processo judicial a ata do diretório estadual do PHS, onde libera o deputado para deixar a legenda, sem punição por infidelidade partidária. Mesmo com a liberação do PHS, o parecer do procurador regional eleitoral, Paulo Sérgio Rocha, foi contrário a justa causa pedida por Fábio Dantas. O processo seguirá para o relator e, em seguida, irá ao plenário do Tribunal Regional Eleitoral. Caso consiga a liberação da Justiça, Fábio Dantas assinará a ficha de filiação do PC do B, partido presidido no Estado por An-

tenor Madruga. O parlamentar confirmou que essa será sua nova opção partidária. JáodeputadoestadualEzequiel Ferreira também entrou com ação no TRE pedindo a justa causa. A intenção é deixar o PTB. A tendência do parlamentar é se filiar ao PMDB, partido que é presidido pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves. O deputado estadual Kelps Lima é o único que já conseguiu a desfiliação por justa causa. Mas ele ainda não definiu que destino partidário adotará. O deputado confirmou que está em conversas com a Rede, novo partido que será criado pela ex-senadora Marina Silva. “Já recebi convite de outros partidos também, do PMDB, PP, PV, PSDB e de outros”, destacou o deputado, que conseguiu a unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral a justa causa para deixar o PR, partido presidido pelo deputado federal João Maia.

Em transferência ALEX RÉGIS

Os sindicalistas que mantêm um acampamento em frente à residência da governadora prometem fazer, neste domingo, um almoço coletivo no local. Eles querem ampliar o número de pessoas que participam do protesto.

Ao processo, a defesa dos dois deputados anexou um documento assinado pelo deputado estadual Antonio Jácome, presidente estadual do PMN, onde reconhece a justa causa para os dois parlamentares. Embora o partido de origem tenha liberado, o processo dos dois deputados tramitará normalmente na Justiça Eleitoral, mas com um rito célere, porque não terá a instrução. Para concorrerem ao pleito de 2014, necessariamente, Ricardo Motta e Raimundo Fernandes precisam assinar a ficha do novo partido antes de 5 de outubro, prazo final da legislação eleitoral para mudança partidária com vistas ao pleito do ano seguinte.

Deputado estadual RICARDO MOTTA Está no PMN Quer ir para o PP Situação do processo: Pediu, na semana passada ao Tribunal Regional Eleitoral, reconhecimento de justa causa para trocar de partido.

Deputado estadual RAIMUNDO FERNANDES Está no PMN Que ira para PP Situação do processo: Pediu, na semana passada no Tribunal Regional Eleitoral, reconhecimento de justa causa para trocar de partido.

Deputado estadual KELPS LIMA Está no PR Quer para a Rede Sustentabilidade ou PP Situação do processo: Conseguiu, no TRE, o reconhecimento de justa causa para deixar o partido. Assim, pode trocar de legenda sem punição por infidelidade partidária.

Deputado estadual EZEQUIEL FERREIRA Está no PTB Quer ir para o PMDB Situação do processo: Pediu, na semana passada ao Tribunal Regional Eleitoral, reconhecimento de justa causa para mudar de partido. ALBERTO LEANDRO

Protesto

A

40 dias do prazo final para os políticos que desejam disputarem o pleito de 2014 mudarem de partido, as movimentações entre os deputados estaduais são intensas. Parlamentares que já conseguiram deixar a legenda pelo qualforameleitos,outrosaindabuscando a justa causa na Justiça Eleitoral e há ainda aqueles que pretendiam mudar de partido, mas desistiram temerosos de que os processos no Judiciário não tenham resolutividade antes do prazo final conferido pela legislação. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Motta, e o deputado Raimundo Fernandes entraram com ação na Justiça Eleitoral pedindo desfiliação por justa causa para deixarem o PMN, legenda pelo qual foram eleitos em 2010. Os dois pretendem se filiar ao Partido Progressista, que hoje tem como presidente estadual o vereador Rafael Motta, filho do de Ricardo Motta.

ALDAIR DANTAS

um livro que vai da prisão dele em 1980 até o fim do segundo governo. Estou ouvindo todo mundo que conviveu com ele nesse período, não só da área política, mas da área sindical, polícia, gente que prendeu ele”, contou Morais, após sair do encontro, no Palácio da Alvorada. Fernando Morais disse que estava há algum tempo pedindo a audiência com a presidente e que a conversa “foi ótima”.

aos quais estão filiados para aderir a outra legenda na disputa eleitoral

EMANUEL AMARAL

Biografia

« RUMO A 2014 » Quatro parlamentares pretendem deixar os partidos

JOÃO GILBERTO

No prédio do Tribunal de Justiça do RN e do Fórum Seabra Fagundes, há o estranho procedimento de manter elevadores exclusivos para magistrados. No Fórum, admite-se exceções para promotores e procuradores. Os ascensoristas são orientados a barrar servidores e visitantes. Trata-se de algo que passa a imagem de segregação social, inadequada ao momento histórico do País e a um Poder que deve zelar pela equidade. Juízes e desembargadores têm prerrogativas instituídas para garantir independência nas decisões. Mas isso não justifica normas arcaicas, que precisam ser superadas em uma sociedade com perspectiva de consolidar o convívio em parâmetros republicanos. As peculiaridades de um cargo não podem ser confundidas com condição de superioridade. Em uma República, todos são iguais perante a lei.

JOÃO GILBERTO

Segregação

O assessor especial da Casa Civil da Presidência da República Eduardo Gaievski solicitou afastamento de suas funções, de acordo com nota publicada pelo órgão, após a revista Veja ter publicado reportagem informando que a Justiça Federal de Realeza, no Paraná, determinou

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Deputados articulam troca de filiação partidária

[ colunanotas@tribunadonorte.com.br ]

O escritor Fernando Morais se reuniu por cerca de duas horas e meia com a presidente Dilma Rousseff para ouvir dela um depoimento sobre o tempo em que conviveu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o livro que está escrevendo sobre o ex-metalúrgico. O livro abrangerá os anos de 1980 a 2010 e mais de 50 pessoas já foram ouvidas por ele. “É um livro que não é uma biografia, é

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Deputado estadual FÁBIO DANTAS Está no PHS Quer ir para o PC do B Situação do processo: Recebeu parecer contrário do Ministério Público Eleitoral para trocar de partido sem punição. Agora esperar o voto do relator e, em seguida, do plenário do TRE.

BETINHO ROSADO Está no DEM Quer ir para o PTB Situação do processo: Tramita no Tribunal Superior Eleitoral e depende de parecer do Ministério Público sobre o pedido do DEM que deseja a convocação de testemunhas para dar informações sobre a situação do deputado no partido.

PP terá adesão na Assembleia Legislativa Caso os deputados estaduais Ricardo Motta e Raimundo Fernandes consigam deixar o PMN e assinarem a ficha de filiação do Partido Progressista, as duas legendas passarão a ter cenários diferentes no plenário da Assembleia Legislativa. O PMN, presidido pelo de-

putado estadual Antonio Jácome, perde a condição de legenda com direito bancada no Legislativo, já que terá apenas um parlamentar, o próprio presidente estadual. O PP, que atualmente não tem nenhum deputado estadual, ganhará dois e ainda com chances de

chegar o terceiro, no caso o deputado Kelps Lima. A composição de três deputados em um mesmo partido, garantiria ao PP o direito de ter assento no colégio de líderes da Assembleia, instância onde são definidos os projetos que tramitarão em regime de urgência.

DEM não quer liberar Betinho para deixar a legenda A tentativa de mudança partidária não é restrita a alguns deputados estaduais potiguares. Na bancada federal também poderá ter alteração na composição de legenda. O deputado federal Betinho Rosado pede, no Tribunal Superior Eleitoral, a justa causa para deixar o Democratas, partido presidido pelo senador José Agripino. O processo tem como relator o ministro do TSE Castro Meira. A última tramitação foi o pedido do DEM para que sejam ouvidas testemunhas; o partido indicou integrantes do diretório estadual e

nacional. O ministro remeteu para parecer do Ministério Público Eleitoral. A defesa do deputado pede para serem dispensadas as testemunhas e já seguir direto para o julgamento. O deputado federal Betinho Rosado, que planeja disputar o pleito de 2014, tem pressa na análise do processo, já que a mudança de partido deve ser feita até o dia 5 de outubro de 2013, prazo final para mudanças partidárias dos que desejam disputarem o pleito do próximo ano. Em recentes entrevistas o

deputado federal já afirmou que não pretende correr o risco de perder o atual mandato. Ele só deixará o DEM caso consiga a desfiliação por justa causa.E em caso de mudar de legenda, o futuro partidário de Betinho Rosado já está pré-definido. Ele assegura que irá para um partido da base da presidente Dilma Rousseff e coloca como opções o PP, PTB ou PSC. Segundo ele, o critério de escolha do partido é, em primeiro lugar, ser um partido de apoio ao Governo Federal. Irmão do secretário chefe da

Casa Civil Carlos Augusto Rosado, Betinho Rosado, em recentes declarações, negou que tenha a concordância do casal para deixar o DEM. Segundo ele, o assunto da mudança de legenda não foi discutido na família. No entanto, a oficialização do parlamentar para deixar um dos principais partidos de oposição ao Governo Federal ocorre no momento em que a governadora Rosalba Ciarlini demonstra afinidade com a presidente Dilma Rousseff e já sinalizou, inclusive, que poderia votar para reeleição da líder petista.


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Marina vai pedir registro ao TSE « RUMO A 2014 » Ao comentar suspeitas de irregularidades na coleta de assinaturas para a criação do novo partido, deputado afirma que é possível a existência de erros, mas descarta fraudes WILSON DIAS/ABR

Marina Silva quer oficializar a criação do partido pelo qual pretende concorrer à Presidência

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ão Paulo (AE) - A Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva pretende fundar para concorrer às eleições presidenciais em 2014, confirmou que vai dar entrada ao pedido de registro do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima segunda-feira. “Nós acreditamos que o tempo e os números necessários de diretórios e de assinaturas coletadas foram cumpridos, o que nos permite trabalhar para pedir o registro definitivo do partido. Quem está propondo a criação de uma sigla tem que submeter as regras e o papel da Justiça é aceitar o que foi feito”, afirmou o deputado federal Walter Feldman, em entrevista. O deputado já explicitou ao PSDB sua migração à Rede assim que a nova sigla for criada. Ao comentar suspeitas de irregularidades na coleta de assinaturas para a criação do novo partido, Feldman afirmou que apesar de ser possível a existência de alguns erros, que isso não justifica a especulação de que possa haver fraude. “Tivemos 12 mil voluntários colaboradores que fizeram as coletas pelo Brasil. É muito possível que algum desses não tenha feito direito. Não há controle total. São 850 mil fichas, fizemos uma triagem, mas algu-

Quem está propondo a criação de uma sigla tem que submeter as regras” WALTER FELDMAN Deputado federal

mas podem ter escapado”, afirmou, ressaltando que é a favor de que essas suspeitas sejam investigadas. “São alguns casos que podem ter acontecido e que se abra investigação “ Feldman reiterou que alguns cartórios eleitorais estão ultrapassando o prazo de 15 dias para avaliar as assinaturas e disse que há “algumas que são rejeitadas sem explicação”. Ele ponderou, no entanto, que não acredita em uma articulação política para dificultar a criação da Rede no âmbito judicial. “São problemas do sistema. Na Justiça a demanda é muito forte, pesada, tem poucos funcionários, teve as férias de julho, eles estão trabalhando a questão da biometria”, citou o deputado, lembrando que no Congresso, PMDB e PT tentaram aprovar um projeto que impedisse a criação da Rede. “Houve um esforço gigantesco pra isso. Mas

ele não conseguiram.” O tucano afirmou ainda que apesar das dificuldades, ele tem a “convicção de que a Rede será fundada”. “Eu fui fundador do PSDB, dei a minha contribuição ao partido, mas hoje me encontro em sintonia com a proposta da Marina de desenvolvimento sustentável. Estou saindo do PSDB sem hipocrisia”, disse. Questionado sobre seu futuro político em um eventual cenário que a Rede não consiga ser fundada, Feldman rebateu. “Eu só caminho para a Rede. No atual modelo não tenho nenhum caminho diferente. Mas tenho convicção de que a Rede vai sair. Eu não estou em busca de um novo partido, mas sim de um partido novo”, finalizou O TSE avisou à direção do partido que precisa de um mês para analisar todo o processo. O prazo final para que todas as assinaturas estejam validadas e o processo ratificado pelo TSE é 5 de outubro, um ano antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Marina e correligionários têm, portanto, menos de dois meses para isso. Até última sexta-feira, 16, apenas 250 mil fichas de apoio à Rede passaram pelo crivo dos cartórios. O número mínimo de apoiadores para a criação do partido é de cerca de 500 mil.

Rede Sustentabilidade mostra fragilidade, diz especialista São Paulo (AE) - Bem posicionada nas pesquisas de intenção de voto e um dos nomes considerados mais competitivos para a sucessão da presidenta Dilma Rousseff nas eleições de 2014, a ex-senadora Marina Silva enfrenta o desafio de formalizar a sua nova legenda, a Rede Sustentabilidade. Na avaliação do especialista em marketing político e eleitoral Sidney Kuntz, a dificuldade em conseguir a regularização da nova sigla é um indício da fragilidade partidária da ex-senadora. “Com o índice que ela tem nas pesquisas, a adesão (ao novo partido)deveriatersidomaisfácil.Aúnica explicação para alguém que despontaemsegundolugarnaspesquisas e está enfrentando muitos percalços é a falta de estrutura do partido”, destaca Kuntz, dizendo que durante uma campanha eleitoral, sobretudo do porteda presidencial, o problema tendea seagravar. “Numa campanha, é preciso financiamento para bancar muitas coisas, principalmente os deslocamentos pelo País e, sem a necessária estrutura, fica muito difícil”, prevê. Membro da Executiva Nacional do PSDB, o deputado estadual Ademar Traiano (PR), usa a experiência da criação do PSD para falar sobre as dificuldades que a ex-senadora vem enfrentando para criar o Rede. “O (Gilberto) Kassab é um homem que

deixou a prefeitura de São Paulo, tem um trânsito enorme no mundo político e talvez a Marina não tenha o mesmo perfil. Talvez venha daí a dificuldade, da falta de uma estrutura partidária no País (que dê sustentação à sua nova legenda)”, diz o deputado.

Tempo Coordenador-executivo da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido, discorda da avaliação de Kuntz e Traiano e diz que a Rede foi mais eficiente que o PSD. Ele reluta em fazer a comparação entre a intenção de voto de Marina ou sua votação em 2010 com o número de assinaturas coletadas. “O voto é obrigatório, aqui o processo é o contrário. Temos de ir até as pessoas para coletar essa assinatura presencialmente uma a uma. A pessoa precisa parar, dar seu nome, demora um tempo. Achamos que isso foi feito em um período muito curto”, comenta. Segundo Margarido, quando houve a decisão de criar o partido, havia a consciência entre os fundadores das dificuldades que seriam enfrentadas com o cronograma. “Estamos identificando uma série de problemas nos procedimentos adotados pelos cartórios. E vamos levar isso ao TSE para que haja um posicionamento.


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Grupo da reforma antecipa votações « ELEIÇÕES » Com deputados insatisfeitos diante da demora nas discussões, parlamentares designados para elaborar mudanças na legislação eleitoral vão definir a proposta até a próxima quinta-feira FÁBIO RODRIGUIS POZZEBOM/ABR

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om deputados demonstrando impaciência diante alongamento dos debates, o grupo de trabalho da Câmara encarregado de formular uma proposta de reforma política deve começar a deliberar sobre o tema já na próxima quinta-feira, 29. Na reunião do grupo, o coordenador Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi pressionado por parlamentares, suspendeu a audiência pública marcada para a próxima semana e antecipou a etapa de votações. Ficou acertado que os deputados vão decidir na semana que vem qual o primeiro tema da nova proposta de reforma política que será votado, mas mesmo nisso não há consenso. Parte dos deputados que compõem o grupo participou das discussões de comissão especial que em 2011 tentou costurar - sem sucesso - uma proposta de reforma política na Casa. Ao cobrar mais agilidade nas votações, o argumento deles é que, naquela ocasião, diversas audiências públicas já foram realizadas e proposições sobre determinados temas já estão cristalizadas. “O Vaccarezza não participou do outro grupo. Nós que participamos passamos muito tempo fazendo isso (discutindo) e não temos mais paciência”, afirmou ao Broadcast Político, sérvio de notícias em tempo real da Agência Estado, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PE), que participou da última da comissão como suplente da bancada peemedebista. “Não podemos ficar eternamen-

Cândido Vaccarezza tenta articular um acordo para a definição de mudanças na lei eleitoral

te em audiências públicas”. A impaciência também foi verbalizada pelo pedetista Miro Teixeira (RJ), que alertou em sua fala que o atual grupo pode estar caminhando para um resultado para inglês ver. “Essa comissão está parecendo alguma coisa para apenas dar uma satisfação à opinião pública, mas isso vai gerar uma profunda insatisfação”, afirmou. “A minha sensação é de desesperança, porque não percebo a vontade de deliberar para já”. Vaccarezza, que havia previsto uma audiência pública para a quinta-feira que vem, reagiu e garantiu que o grupo coordenado por ele vai apresentar resultados.

“Existe uma preocupação de não concluirmos os trabalhos e de terminarmos como no outro (grupo). Este vai ter uma proposta de reforma política”, prometeu. Mesmo decidindo por um tema para começar a ser votado na próxima semana, não há consenso no colegiado. O representante do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), por exemplo, defende que o tema prioritário seja o financiamento de campanha, empunhando mais uma vez a bandeira de seu partido pelo uso exclusivo de recursos públicos, com validade já para as eleições de 2014. “A melhor forma é concentrar num único tema para 2014 e depois falamos do

sistema eleitoral e da propaganda na televisão, que não resolveremos se não enfrentarmos a questão do financiamento”, disse o petista. Em outra frente, o tucano Marcus Pestana (MG) rechaçou a tese de que qualquer mudança “significativa” entre em vigor em 2014, enquanto que Marcelo Castro, do PMDB, quer que a votação comece pelo sistema eleitoral. O deputado Guilherme Campos, do PSD de São Paulo, resumiu as dificuldades de se encontrar um “mínimo denominador comum” no grupo, como vem pregando Vaccarezza: “Não existe nenhuma proposta com maioria que seja melhor do que a outra”, disse.

Eduardo Campos afirma que não há definições

Falta de Cadastro é entrave para prévias no PSDB

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), prefere considerar que o quadro da disputa presidencial de 2014 ainda “não está dado”. “O quadro ainda está em mutação. Pode acontecer muita coisa”, disse, ao deixar almoço com empresários em São Paulo. Ele comentou ainda que os candidatos às eleições do próximo ano terão de enfrentar o tema das manifestações.”Quem vai ser capaz de expressar isso? Só o tempo é que vai dizer”, disse Campos, ao se referir à “inquietação que vem das ruas”. Para ele, os protestos pautaram as eleições. Quando foi questionado se Marina Silva (sem partido) representa melhor as inquietações das ruas, Campos reforçou: “o quadro não está dado ainda. O debate de conteúdo ainda vai ser feito”. Para o governador, antes de fazer o debate sobre os nomes é preciso fazer um debate sobre o conteúdo. “Minha preocupação vai além dos nomes e partidos e como eles vão se posicionar. Qual o País que vai estar em disputa em 2014? Se nós não cuidarmos de ajudar será um País mais debilitado do que nós merecemos”, afirmou. Campos voltou a dizer que não há definição no partido sobre sua candidatura.

A aparente disposição do exgovernador José Serra e do senador Aécio Neves de promoverem prévias para definir o nome tucano na disputa presidencial de 2014 esbarraemumobstáculoprosaico: a desorganização da legenda. Apesar de teoricamente contar com 1.375.011 filiados, o PSDB não tem ideia de quantos militantes realmente tem. Dirigentes da sigla dizem reservadamente que não chega a 200 mil o número de militantes com algum tipo de vida orgânica no partido. O cadastro do PSDB, que nunca foi atualizado, vem sendo inflado desde a fundação da sigla nos anos 1990 por “camadas” de filiações de ocasião. Um dirigente tucano explica que isso ocorre em períodos de disputas locais pelo comando de diretórios, quando os postulantes promovem filiações em massa para vencer o adversário. Passado a disputa pela máquina, as fichas assinadas caem no esquecimento, mas entram na contabilidade oficial. O próprio estatuto do PSDB é vago sobre as prévias. “Os Diretórios Nacional, Estaduais e Municipais poderão aprovar, por proposta da respectiva Comissão Executiva, a realização de eleições prévias para a escolha de candidatos a cargos eletivos majoritários sempre que houver mais de um candidato disputando a indicação do Partido”, diz o documento.


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LDO facilita transferência de verbas para os estados « CONTAS PÚBLICAS » Projeto em discussão no Congresso Nacional

cria regras para diminuir as contrapartidas exigidas pela União

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relatório final da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – PLN 2/13) para 2014 foi lido na Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional. O texto criou duas regras para facilitar a transferência de recursos da União para estados e municípios. A primeira estabelece validade de quatro meses para o extrato do Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias (Cauc), do Tesouro Nacional. A ferramenta online é utilizada para indicar, automaticamente, se o município ou o estado que recebe transferência de recursos da União está em dia com 22 exigências previstas, como a regularidade previdenciária. Com a mudança, a validade do Cauc será compatível com a divulgação dos relatórios de gestão fiscal de estados e municípios. “Fizemos com que o Cauc tenha validade de 120 dias para que os municípios possam realizar seus convênios e realizar a transferência voluntária dos recursos da União. Isso é muito importante para poder viabilizar aquilo que está escrito no Orçamento da União”, disse o relator na comissão, deputado Danilo Forte (PMDB-CE). De acordo com ele, a medida foi um pedido da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) por causa da dificuldade atual em renovar os convênios. Segundo a organização, 93% dos municípios brasileiros estavam impedidos de receber transferência de convênios por causa de inadimplências.

Contrapartida O relator também incluiu na LDO a redução da contrapartida obrigatória de estados e municípios para execução de programas com verba federal. “Só não extinguimos as contrapartidas porque a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga a ter contrapartidas. Mas nós reduzimos basicamente a 0,1% tanto dos municípios, dos estados, como das universidades estaduais e municipais nos programas do governo federal”, afirmou. A contrapartida mínima dos municípios de até 50 mil habitantes caiu de 2% do valor do convênio para 0,1% do total. A menor porcentagem para municípios com mais de 50 mil habitantes era de 8% e foi para 1% do total. Nos estados, a contrapartida foi de 10% para 2%. Em caso de convênios celebrados com a União por consórcios de

LÚCIO BERNADO JR

Deputado federal Danilo Forte defende a ampliação da validade do cadastro positivo no Cauc

ì AJUSTES O relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias propõe a redução das contrapartidas de estados e municípios

Só não extinguimos as contrapartidas porque a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite” DANILO FORTE Deputado federal pelo PMDB do Ceará

estados e municípios, o percentual foi de 2% para 0,1%. Danilo Forte também incluiu os percentuais de contrapartida em transferências a instituições de ensino superior estaduais e municipais, com mínimo de 0,1% e máximo de 1%. O deputado disse que o pedido para alteração partiu dos reitores de universidades estaduais, que não conseguiam executar os programas. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF,

Lei Complementar 101/00) obriga a contrapartida de estados e municípios ao realizarem programas com recursos federais.

Emendas Das 4.085 emendas apresentadas ao texto, o relator aceitou 2.050 (273 com aprovação completa e 1.777 com aprovação parcial). Outras 2.029 emendas foram rejeitadas e 6 não foram admitidas. A seleção das 552 emendas do anexo de metas e prioridades, que define para onde vão os recursos do orçamento, foi feita com base no número de emendas sobre o mesmo tema e se as obras já tinham sido iniciadas ou não. Foram escolhidas três emendas das cinco apresentadas por cada bancada estadual, além de três das cinco de cada comissão temática. Das emendas individuais, foram escolhidas duas por cada parlamentar.

Prazos Os parlamentares poderão apresentar destaques ao relatório final até a próxima terça-feira (27), quando haverá reunião do relator com os líderes dos partidos na comissão para discutir o texto. A reunião está prevista para as 11 horas, e o presidente do colegiado, senador Lobão Filho (PMDB-MA), quer votar o texto às 15 horas. Após a aprovação na Comissão de Orçamento, a LDO seguirá para o Plenário do Congresso, mas a pauta está trancada por dois vetos que não foram analisados na última terça-feira (20). Com isso, a LDO só poderá ser votada no Plenário do Congresso depois do dia 17 de setembro, data prevista para a votação dos vetos.

Proposta restringe gastos do governo O relatório final da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – PLN 2/13) para 2014 restringe os gastos do governo caso a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) não seja sancionada até o final do ano, a chamada execução provisória. A proposta de LDO enviada pelo Executivo possuía uma regra de o governo poder gastar 8,3% dos recursos previstos para cada área multiplicados pelo número de meses de tramitação da proposta no Congresso. Com essa medida, o Executivo poderia ter gastado até 58,3% dos recursos do Orçamento de 2013, aprovado somente em março deste ano. Agora, essa regra vale apenas para despesas correntes de caráter inadiável, para manutenção da máquina pública, como material de escritório, contas de luz e água, passagens e combustíveis. “Se o PLDO 2014

fosse aprovado da forma proposta pelo Poder Executivo, tornaria praticamente desnecessária a aprovação do PLOA 2014 pelo Congresso, uma vez que permitiria a execução de todas as programações”, disse o relator da LDO, deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Outra alteração do relatório final buscou limitar os investimentos apenas para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já iniciadas. Pelo texto original enviado pelo governo, todas as ações do PAC continuariam a receber recursos mesmo sem a aprovação da LOA.

Recursos para saúde O relatório final incluiu uma regra para garantir recursos para a saúde, como estabelecido pela Lei Complementar 141/12, que regulamentou a Emenda 29 sobre o financiamento da saú-

de. A lei determina que o governo federal aplique em saúde, no mínimo, o valor utilizado no ano anterior, acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Já os estados devem investir 12% da arrecadação; e os municípios, 15%. Com a nova redação da LDO, se a lei orçamentária para 2014 estiver gastando menos que esses limites, o governo deverá encaminhar proposta com créditos adicionais até 15 de outubro de 2014. O novo relatório, segundo Danilo Forte, foi feito já de acordo com a Proposta de Emenda à Constituição do Orçamento Impositivo (PEC 565/06), que torna obrigatória a execução orçamentária e financeira das emendas parlamentares ao Orçamento até o total global de 1% da receita corrente líquida realizada no ano anterior.

Prazo de votação vai até o dia 31 Segundo o Ministério do Planejamento, caso a Lei de Diretrizes Orçamentária não seja votada até 31 de agosto, prazo constitucional para envio da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA), essa proposta será feita com base no texto original da LDO enviada pelo Executivo ao Congresso em abril. Para viabilizar a votação da LDO antes do envio da proposta de lei orçamentária, o relator na comissão pediu ao senador Lobão Filho que convença o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, a destrancar a pauta e votar a LDO na próxima semana. Para Lobão, porém, a análise da LDO pelo Plenário do Congresso deve acontecer mesmo só na segunda quinzena de setembro. “Foi convocada uma reunião para 17 de setembro para que esses vetos possam ser deliberados e votados. A partir daí, eu vou acertar com o presidente Renan Calheiros uma convocação de uma sessão extraordinária para votar a LDO”, afirmou. Independentemente da data de aprovação da LDO, o relator da proposta disse que a LOA será adequada, ao longo de sua tramitação no Congresso, às diretrizes orçamentárias aprovadas pelo Congresso. “O que nós não vamos aceitar, inclusive é uma decisão da bancada do PMDB, é uma LOA que não tenha a LDO como lastro. É uma LOA que não tenha orientação. Uma LOA à deriva do momento político, social e econômico que o País está vivendo”, afirmou Forte.

Paralisação de obras O relatório final aumenta os critérios para definir se uma obra com indícios de irregularidade grave deve ou não ser paralisada. O Tribunal de Contas da União (TCU) deve inserir no seu relatório propondo a paralisação o número de empregos diretos e indiretos perdidos com a medida, além dos custos de realização de nova licitação ou novo contrato. “O tribunal deverá enviar, além dos dados das auditorias, um conjunto de informações e avaliações acerca dos potenciais prejuízos econômicos e sociais advindos da paralisação”, afirmou o relator. A proposta enviada pelo Executivo já previa a análise pelo TCU de fatores como os impactos sociais e econômicos do atraso e as despesas da preservação das obras.


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geral

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FOTOS: MAGNUS NASCIMENTO

Gaudêncio Torquato [ gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br ]

A flor de lótus

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ismarck, o maior estadista alemão do século XIX, dizia que “nunca se mente tanto antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma pescaria”. O motivo é patente. O clima desses momentos favorece a glorificação dos interlocutores, sejam eles atores em disputa eleitoral, países em conflito com outro (quem não se lembra da versão argentina logo no início da guerra das Malvinas?) ou pescadores falando sobre os peixes fisgados. Já na esfera política, como dizia José Maria Alkmin, a mais felpuda raposa do velho PSD mineiro, ministro da Fazenda de Kubitschek, a versão é mais importante do que o fato. Pois é o que estamos a assistir no desfile de hipóteses envolvendo eventuais candidatos presidenciais, algumas razoáveis, umas tantas beirando os limites do exagero e outras margeando o terreno da obviedade. O painel mostra, por exemplo, que a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata que mais se aproxima da primeira colocada no ranking, Dilma Rousseff, abre um leque de abordagens: de um lado, aparece como candidata das ruas, perfil identificado com a renovação da política; de outro, suscita dúvidas relacionadas à dificuldade de criar até outubro seu partido, o que inviabilizaria a candidatura; por último, a hipótese de que, mesmo vitoriosa, não teria condições de governar por falta de apoio político.

O novo partido de Marina Silva disporia de tempo exíguo para dar visibilidade à candidata, algo menos de dois minutos” Analisemos tais posições. A ex-seringueira acreana é a précandidata mais asséptica na borrada estampa política. A imagem decorre de forte militância na frente da sustentabilidade. Firmou-se, ao longo do tempo, como baluarte em defesa do meio ambiente, a partir de grande identificação com a causa amazônica. À fragilidade de um pequeno corpo que já padeceu de graves doenças – hepatite, malária, metais pesados no organismo, cirrose e fígado destruído – contrapõe-se um espírito aguerrido, determinado e iluminado por luzes éticas que transparecem na decisão de formar uma organização sem os vícios da vida partidária. Até a designação “Rede Sustentabilidade” soa como fonética que destoa da combinação de iniciais para nomear partidos e tendências. Some-se à semântica diferenciada uma estética que está mais para irmã Dulce ou Madre Tereza de Calcutá do que para o conjunto feminino bem arrumado que habita o edifício da política, a partir da própria presidente da República. Cabelo preso em coque e vestidos quase sempre escuros deixam impressa a marca evangélica, que a eleva ao púlpito de combativa pregadora. A aura mística lhe impõe respeito. Por que tal imagem, mais parecendo um logotipo a destoar da fosforescência midiática, faz tanto sucesso? Exatamente pelo jogo dos contrários que sugere. Transparece como uma flor de lótus, buscando luz no meio do pântano político, ainda mais quando este passa a ser revirado por vassouras éticas na faxina que para passar o Brasil a limpo. Impregna-se do simbolismo que agrega elementos de perfeição, pureza e elevação espiritual. Com essa aura, ganhou quase 20 milhões de votos, chegando em terceiro lugar na campanha presidencial de 2010. A hipótese de expandir o bornal de votos, em 2014, ganha consistência por se identificar com as ruas que clamam pela inovação dos costumes políticos. É o que se infere de pesquisas que mostram a ambientalista como a única que tem avançado firme de um mês para outro. Se o caldeirão social continuar efervescente, com manifestações tomando cidades médias e grandes e chegando até as margens eleitorais, não é improvável que Marina continue a subir no ranking de prestígio e intenção de voto. Ela, e não o candidato de oposição, se apresenta como contraponto ao status

quo, identificado com a barbárie política. Seu trajeto será, porém, cheio de curvas, apontando-se, logo, a dificuldade de criar a Rede até outubro. Pediu registro do partido em mais de 10 Estados, tendo apresentado 830 mil assinaturas aos cartórios eleitorais; apenas 250 mil foram certificadas. A ambientalista se queixa da lentidão dos cartórios. Mais uma armadilha embaralha a Rede. O maior número de seus adeptos integra as faixas jovens, exatamente o eleitorado mais refratário às urnas. Vale lembrar que há 40 milhões de jovens eleitores entre as idades de 18 a 30 anos. Entre os jovens de 16 a 24 anos, Marina Silva, segundo pesquisas, tem hoje 31% contra 27% de Dilma. Já no caso dos eleitores com nível superior, a diferença é bem maior: Marina soma 33% contra apenas 19% de Dilma. No instante em que mais precisa do apoio da juventude para se legitimar, o partido se vê às voltas com o imbróglio: falta de registro dos mais jovens e de idosos, os primeiros por nunca terem votado, os segundos por não terem votado recentemente. Se ultrapassar a barreira, a candidatura pode se firmar, o que não significará menos percalços. O novo partido disporia de tempo exíguo para dar visibilidade à candidata, algo menos de 2 minutos. A lógica aponta para sua “canibalização” por atores das grandes coligações, que disporão de grande poder de fogo. Os marineiros argumentam que contam com o cacife da nova ordem instalada no país, animada pela banda de música das redes sociais. Imaginam que mídias alternativas quebrarão o monopólio de mídias massivas. Difícil apostar na hipótese. Mas o imponderável tem baixado por essas plagas. Quem não tem bala perde a guerra. O chiste é também usado na política. E a grana para correr o país, fazer mobilizações, instalar palanques, mobilizar cabos eleitorais, arrumar parceiros e candidatos estaduais? A Rede já avisou que dispensa doações de empresas. Espera que seus simpatizantes sustentem a mais renhida campanha da atualidade? Hum! Pé de página: digamos que Marina se eleja. Chegaria, então, a hora de a onça amazônica beber água na fonte dos pragmáticos. Haveria água para não morrer de sede? Governaria sem o Toma Lá, Dá Cá? Sonháticos acham que sim. Pragmáticos acham que não. Cada qual com seu bordão!

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato

No bairro Bom Pastor, pavimentação está danificada

Em Dix-sept Rosado, parte da rua está intrafegável

Vazamentos de tubulações espalham buracos nas ruas « CIDADE » População reclama dos danos que atrapalham o trânsito, incomodam pedestres e aumentam os riscos de acidentes graves

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ntra ano e sai ano, recapeamento após recapeamento do asfalto, eles permanecem incomodando a população. São os buracos vias de Natal provocados por vazamento de tubulações ou por serviços realizados pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Ontem, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreu algumas ruas da cidade e deu de cara com eles. Entre moradores do locais que sofrem com a deterioração asfáltica, as reclamações são as mesmas: falta de providências por parte da Caern para resolver os transtornos. Além disso, não recebem respostas da Companhia em muitas das reclamações, sem contar nos serviços que pioram o problema dias depois de sua execução. É assim também no Bom Pastor, zona Oeste, onde uma enorme cratera toma conta da entrada da rua Paraíba, próximo à avenida que leva o nome do bairro. Os moradores relataram que o chão cedeu há 15 dias em virtude de um vazamento de tubulação. O buraco começou pequeno, mas tomou grandes proporções, chegando à profundidade de mais de um metro. A dona de casa Helena dos Santos Silva, de 67 anos de idade, mora quase em frente ao buraco. Ela contou que os técnicos da Caern estiveram no local e colocaram cavaletes de sinalização para evitar acidentes. “Mas não voltaram para fazer os reparos”, reclamou. Enquanto isso, quem

Na avenida Coronel Estevam, uma das mais movimentadas do Alecrim, buraco atrapalha o trânsito

passa pela rua precisa desviar do obstáculo que se tornou a cratera. Não há previsão para o conserto. No bairro do Alecrim, na zona Leste, quatro buracos importunam motoristas e pedestres em três lugares diferentes. Na avenida Coronel Estevam, também conhecida como avenida Nove, um cavalete com a logomarca da Caern informa sobre o perigo do vazamento. A localidade é de grande circulação de automóveis, em virtude dos vários estabelecimentos comerciais que existem nas redondezas. O trânsito já é dificultado pelos veículos estacionados à margem da avenida, e ficou ainda pior depois do buraco, forçando os

condutores a reduzirem a velocidade para desviarem de mais um obstáculo. O auxiliar de serviços gerais Fabiano Medeiros dos Santos, de 28 anos, disse que os funcionários da Companhia de Águas e Esgotos estiveram por lá na quinta-feira passada, mas não resolveram o nada. “Faz vinte dias que está desse jeito”, afirmou o ASG. O problema se repete da Travessa dos Anjos, pouco mais à frente. O sucateiro Francisco Nascimento, de 56 anos, confirmou que faz menos tempo que o chão cedeu. Uma semana. Há quatro dias, os técnicos da Caern também fizeram uma visita. “Mas só colocaram esse cavalete e não resolveram nada”, apontou Francisco.

Ainda no Alecrim, na rua dos Pajeús, são dois buracos, de menor promoção, que atrapalham a vida dos moradores há duas semanas. Nas duas situações, o motivo da deterioração também foram vazamentos. Um é no canteiro e o outro na rua, na frente da casa de Marlene Ferreira da Costa, de 52 anos. “Está muito feio isso aqui”, reclamou a dona de casa. A Companhia de águas e Esgotos do RN foi procurada, através da assessoria de imprensa, para esclarecer as informações acerca das obras para recuperação de todas essas ruas. No entanto, até o fechamento desta edição, ao meio dia de ontem, não deu retorno aos questionamentos da TN.

Lewis Hamilton larga na pole « FÓRMULA UM » Piloto britânico consegue o melhor tempo no treino classificatório e larga em primeiro no Grande Prêmio da Bélgica

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britânico Lewis Hamilton, da Mercedes, larga na frente em Spa-Francorchamps. Em treino eletrizante, o inglês superou os dois carros da RBR na reta final da disputa e garantiu a pole position do Grande Prêmio da Bélgica, que ocorre às 9h de hoje. O brasileiro Felipe Massa chegou aparecer na 2ª colocação, mas caiu para o 10º posto na reta final do treino. A tomada de tempos classificatória foi realizada sob clima instável. As variações na primeira e última sessão proporcionaram uma série de mudanças no grid, fazendo com que Massa, restante dois minutos para o fim do treino, estivesse na segunda colocação. Contudo, após trocas de pneus, o brasileiro foi prejudicado e viu os adversários ganharem as primeiras posições. Com exceção do escocês Paul Di Resta (Force India), que optou por pneus intermediários, todos os pilotos entraram na pista com pneus macios e para pis-

LUCA BRUNO/AP/EC

Lewis Hamilton, da Mercedes, comemora o resultado do treino

ta seca. Todos tiveram que retornar aos boxes. Primeiro a marcar uma volta rápida, Di Resta, equipado com pneus intermediários desde o começo, chegou a sonhar com a po-

le position. O brasileiro Felipe Massa (Ferrari) registrou o segundo melhor tempo e retornou aos boxes em uma condição promissora para a corrida de domingo. No entanto, o clima passou a

ficar mais firme rapidamente. Com o tempo regulamentar já esgotado, o alemão Nico Rosberg (Mercedes) assumiu a ponta. Pela ordem, ele foi superado pelo australiano Mark Webber (Red Bull), por Vettel e finalmente por Hamilton. Com o tempo de 2min01s012, o piloto britânico conseguiu sua quinta pole position da temporada, a oitava da Mercedes. A marca de 2min01s200 garantiu a Sebastian Vettel o segundo posto, enquanto Webber completou o grupo dos três melhores com 2min01s325. Após sonharem com a pole, Rosberg e Di Resta ficaram em quarto e quinto, respectivamente. Superado pelo britânico Jenson Button (McLaren) e pelo companheiro francês Romain Grosjean (Lotus), o finlandês Kimi Raikkonen, vice-líder do Mundial, foi o oitavo, uma posição à frente do espanhol Fernando Alonso, da Ferrari. O GP da Bélgica será disputado neste domingo, às 9 horas, com transmissão da TV Globo.


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Controladoria aponta cartel no DF « CORRUPÇÃO » Investigação da Controladoria Geral da União identificou manobras que limitaram a disputa, abrindo caminho para a francesa Alstom ganhar concorrência do Metrô de Brasília em 2008

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elatório da ControladoriaGeral da União (CGU) diz que o Governo do Distrito Federal (GDF) frustrou a concorrência de empresas em licitação de R$ 328 milhões que visava à compra de 12 trens para o metrô de Brasília. A Companhia do Metropolitano do DF negou pedido de duas participantes Siemens e CAF - para prorrogar em 60 dias a entrega de suas pro-

postas, o que manteve apenas a Alstom no páreo. A decisão foi tomada em 2008, durante a gestão do exgovernador José Roberto Arruda, cassado em 2010, após o escândalo do mensalão do DEM. Com a negativa, a multinacional francesa participou sozinha do julgamento das propostas, assinando com o DF contrato de R$ 325 milhões, com 1% de desconWILSON DIAS

Arruda foi cassado por envolvimento no mensalão do DEM

Revista publica novos detalhes do esquema São Paulo - Uma conta bancária na Suíça, conhecida como “Marília”, foi usada para movimentar as propinas que azeitaram os negócios da Siemens e da Alstom com governos do PSDB, em São Paulo. Por ela, transitaram cerca de R$ 64 milhões em propinas e os recursos foram gerenciados por homens da cozinha dos governos de Mario Covas, em São Paulo, e até do expresidente Fernando Henrique Cardoso. Este é o tema de uma reportagem- a quarta da serie da revista Istoé, que chega às bancas neste final de semana. De acordo com reportagem, “uma análise preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília” também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas,

lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã”, diz a revista que tornou público o esquema do cartel. Na semana passada, os Ministérios Públicos Estadual e de Contas e a Procuradoria Regional da República assinaram um termo de cooperação técnica que permite agilizar as investigações da suposta formação de cartel no Metrô de São Paulo. O objetivo do acordo é compartilhar informações e documentos referentes a qualquer caso que seja da alçada de mais de um dos órgãos, mas já será utilizado na apuração do caso Siemens. Entre os objetos a serem compartilhados, estão “informações, documentos, relatórios e cópias de atos processuais ou administrativos que indiquem a ocorrência de crimes, atos de improbidade administrativa, ilegalidades ou irregularidades nas contas da administração pública ou “desatendimento” aos parâmetros de receitas vinculadas ao atendimento dos direitos humanos e direitos sociais”, segundo o texto. Até agora, por exemplo, o Ministério Público de Contas não pôde acessar os documentos relativos ao caso do cartel.

to sobre o preço de referência. A CGU fez auditorias para investigar eventuais irregularidades no uso de recursos federais transferidos ao GDF, inclusive ao metrô, após a Polícia Federal levantar suspeitas de desvios na Operação Caixa de Pandora. Em análise encerrada em junho de 2011, concluiu que houve limites à disputa. “Como o mercado de fornecimento de trens é bas-

tante restrito, entendemos que, caso o Metrô/DF deferisse a solicitação das citadas empresas, o certame poderia ter apresentado um maior grau de competitividade”, diz o relatório. Os prazos para a entrega de propostas estavam previstos no edital da licitação. A CAF e a Siemens pediram o adiamento por causa da “alta complexidade técnica inerente ao objeto da licita-

ção e da consequente dificuldade de elaborar uma proposta compatível com os requisitos exigidos pelo governo”. Além disso, a CAF alegou que a conjuntura econômica em 2008 dificultava as negociações com fornecedores, necessárias para formular um projeto. O GDF explicou à CGU que, no caso da CAF, o adiamento impossibilitaria a entrega do primeiro trem em abril de 2010,

conforme previsto, num contexto em que o aumento de capacidade era urgente, por causa da expansão de linhas. O pedido da Siemens nem foi considerado, pois, segundo o governo, foi entregue fora do prazo. O Ministério Público do DF apura suposto acerto fraudulento entre a Siemens e a Alstom em concorrências do metrô da capital federal e na execução de contratos.


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Cláudio Humberto [ ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br]

Mensaleiro no PR Políticos filiados ao Partido da República decidiram questionar no Tribunal Superior Eleitoral o poder ilimitado do deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto (SP). Ele é secretáriogeral, mas age como dono do PR: os diretórios regionais são apenas comissões provisórias e os presidentes, nos cargos precariamente, são obrigados a assinar procuração concedendo-lhe poderes de votar e decidir em nome deles.

geral

INSS começa a pagar metade do décimo na segunda-feira « PREVIDÊNCIA SOCIAL » Folha salarial de agosto e adiantamento da primeira parcela do 13º vão colocar R$ 700 milhões na economia do Rio Grande do Norte AG. SENADO

Isso é precarização do trabalho” Senadora Ana Amélia (PP-RS) sobre a exploração de médicos pela ditadura cubana

Partido de bolso Valdemar Costa Neto é acusado de usar as procurações para forjar até mesmo reuniões de colegiados como a executiva nacional do PR.

Partido do ‘eu sozinho’ Dirigente do PR que divirja do dono do PR fica sujeito a destituição em “decisão coletiva” de um homem só: o mensaleiro Valdemar. Sob ameaça...

...de perder mandato

Valdemar ameaça quem sair do PR com a filiação do exgovernador do DF José Roberto Arruda, como Garotinho, líder do partido na Câmara.

Garotinho, Magno Malta (ES) e Ronaldo Fonseca (DF) podem sair do PR – tem dito Valdemar – “mas o mandato deles continua sendo meu”.

Renan domar ‘domar’ Dilma O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), uma das mais hábeis raposas da política brasileira, conquistou o que nem mesmo aquelas mais experientes, como o senador José Sarney, conseguiram: “do-

mar” a enfezada presidenta Dilma. Ele já celebra os primeiros êxitos: Dilma concordou em recebê-lo semanalmente, ao lado ou não da cúpula do PMDB, e prometeu observar os “conselhos” do senador.

Obediência

Lula ajudou

Para testar sua nova influência, Renan sugeriu a Dilma uma visita ao Congresso. Ela topou na hora: e marcou para esta terça-feira (27).

Aliados dizem que Calheiros convenceu o ex-presidente Lula, em recente encontro, a ajudá-lo na tarefa de tentar “domar” a presidenta.

Sinal verde Ao retribuir a visita de Renan Calheiros, dias atrás no Senado, Lula contou que, conforme prometera, Dilma estava “pronta”.

Acorrentados Sete médicos e um enfermeiro cubanos nos EUA processam Cuba, Venezuela e a estatal PDVSA por “escravidão moderna” em troca de petróleo, em acordo com o finado Chávez. Se a moda pegar...

A luta continua Ex-prisioneiro de consciência da Anistia Internacional, o médico cubano exilado político nos EUA, Darsi Ferrer, quer participar com entidades médi-

cas brasileiras da luta contra a contratação de médicos cubanos. Ele foi preso e torturado por denunciar as condições de Saúde na ilha.

Só aplausos Traumatizada com as vaias recentes, a presidente Dilma agora decidiu restringir a entrada em eventos públicos a polí-

ticos credenciados, que garantirão os aplausos. Manifestantes, só se for bem atrás das claques.

Minha bola, minha vida Os patrocínios da Caixa a clubes de futebol atingiram R$ 40 milhões em seis meses: entre eles o Avaí do Paraná,

terra da ministra Gleisi Hoffman (Casa Civil), o Figueirense, o Chapecoense e o Bragantino.

Vai chegando A dispensa do exame “Revalida” para os médicos estrangeiros abre a brecha para a contratação dos brasileiros, dispensados do visto temporário que, apesar de mais ágil agora, ainda demora um mês. Melhor assim O governador cearense Cid Gomes (PSB) decidiu não lançar candidato à sucessão. Após o escândalo de desperdício de dinheiro público com especiarias e mordomias, qualquer postulante evitaria seu apoio.

Flerte Mal naufragou a sigla MD, que nasceria da fusão com PMN, o PPS já flerta com o Partido Solidariedade, em vias de criação pelo deputado Paulinho da Força Sindical (PDT). Difícil é o novo partido aceitar fusão.

Plano de vida O Superior Tribunal de Justiça garantiu homecare a cliente da Amil, mesmo sem cobertura, por tratar-se de tratamento continuado. Se a moda pega, os planos, que aumentaram o preço, vão chiar de novo.

Garibaldi lembra que Governo atendeu aos pedidos de aposentados e prorrogou antecipação

B

rasília - A antecipação do pagamento da primeira parcela do 13º salário deste ano somada ao depósito normal do benefício de agosto dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) totalizará quase 52 bilhões de reais. A liberação do dinheiro começa nesta segunda-feira – para os segurados que recebem até um salário mínimo e possuem cartão com final 1, descontando-se o dígito – e prossegue até 6 de setembro. Até lá o INSS terá injetado na economia do Rio Grande do Norte R$ 692.332.052,80. A folha de agosto - excetuando o crédito referente ao 13º - chegou a quase R$ 40 bilhões. Esse dinheiro custeará o pagamento de 30.760.500 benefícios. Deste total, 26.196.031 têm direito a receber o 13º salário. Quase R$ 13 bilhões estão sendo destinados ao pagamento da gratificação natalina de aposentados, pensionistas e demais segurados da Previdência Social, com exceção dos que recebem benefícios Assistenciais (LOAS). A diferença entre a quantidade de benefícios da folha e o total dos que receberão o abono ocorre porque nem todos os segurados

NÚMEROS

167,3 milhões de reais é quanto a Previdência Social vai pagar somente com o adiantamento do décimo terceiro salário.

têm direito ao abono natalino, conhecido popularmente como décimo terceiro salário. No Rio Grande do Norte, a folha de agosto chegou a R$ 524.998.247,24. A título de 13º, serão liberados R$ 167,3 milhões O decreto autorizando a antecipação - assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelos ministros Garibaldi Alves Filho (Previdência Social) e Guido Mantega (Fazenda) – foi publicado no início de agosto em edição extraordinária do Diário Oficial da União. A primeira antecipação do 13º dos beneficiários do INSS ocorreu em 2006, resultado de negociação entre o governo e entidades representativas de aposentados e pensionistas. “Esse acordo estabelecia a antecipação até 2010, mas, atendendo reivindicação dos apo-

sentados, o governo vem mantendo essa antecipação nos últimos anos”, explica o ministro Garibaldi Alves. O extrato mensal de pagamento está disponível para consultas na página do Ministério da Previdência Social na internet e nos terminais de autoatendimento da rede bancária. Aposentados e pensionistas, em sua maioria, receberão 50% do valor do benefício. A exceção é para quem começou a receber seu benefício depois de janeiro deste ano. Neste caso, o valor será calculado proporcionalmente. Os segurados que estão em auxílio-doença também recebem uma parcela menor que os 50%. Como esse benefício é temporário, o INSS calcula a antecipação proporcional ao período. Por exemplo, um benefício iniciado em janeiro e ainda em vigor em agosto terá o 13º terceiro salário calculado sobre oito meses. O segurado receberá, portanto, metade deste valor. Em dezembro, caso ainda esteja afastado, o segurado irá receber o restante. Se tiver alta antes, o valor será calculado até o mês em que o benefício vigorar e acrescido ao último pagamento do benefício.

« PAGAMENTOS »

União quer teto de 3% para pagar precatórios

S

ão Paulo (AE) - O governo federal quer estabelecer um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para fixar em 3% da receita líquida dos municípios e dos Estados o pagamento anual de precatórios. A decisão ocorre cinco meses após o STF derrubar a regra de 2006 que permitiu o parcelamento em 15 anos de títulos de dívidas que os governos emitem para pagar quem vence na Justiça processos contra o poder público. Para o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, a proposta é “uma solução nacional para os precatórios” e pode zerar a dívida de 90% dos municípios e dos Estados brasileiros em 5 anos. Hoje, o pagamento é determinado por ordem cronológica dos pedidos que obtiveram vitória judicial - muitos aposentados, porém, aguardam até 20 anos para receber as indenizações. Prefeitos e governadores argumentam que o pagamento dos precatórios engessa a capacidade de investimentos em áreas essenciais, como Saúde e Educação. Hoje, o pagamento dessas dívidas consome, só na capital paulista, até 13% da receita do município, ou R$ 4,5 bilhões. Se o teto for fixado em 3%, a Prefeitura dobraria a capacidade de investimentos, com fôlego de mais de R$ 3 bilhões para usar em novas obras. Adams disse que o teto de 3% foi negociado com a Ordem dos Advogados do Brasil, com governadores, com o prefeito Fernando Haddad (PT) e com o ministro do STF Luiz Fux. “Se São Paulo tivesse de quitar a dívida em 1 ano só, isso comprometeria 56% da receita da máquina, o que tornaria a governabilidade da cidade impossível”, argumentou o advogado-geral. Com o acordo, o governo federal do PT atende a mais uma reivindicação feita por Haddad no início do mês passado, quando o prefeito declarou que a dívida com a União e dos precatórios tornava a cidade “ingovernável.” Há duas semanas a União também anunciou a liberação de mais de R$ 8 bilhões em verbas para São Paulo. No Rio Grande do Norte, as prefeituras estão fazendo acordos com a Justiça do Trabalho para dar continuidade ao pagamento dos precatórios este ano.


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»ENTREVISTA » IVANA BENTES JORNALISTA

FÁBIO BERRIEL

cia da polícia nas manifestações em São Paulo e depois no Rio de Janeiro e em todo o Brasil foram decisivas para mobilizar e indignar, mesmo depois que o MPL saiu da organização dos protestos e juntou-se às demais manifestações, a indignação explodiu e as pautas se ampliaram e alastraram de forma plural. E quanto à violência que marcam as manifestações?

“A mobilização global político-afetiva nas ruas e nas redes”

mandas pela ampliação das liberdades e dos direitos. Quais outros pontos marcam essa nova linguagem das manifestações?

« MANIFESTAÇÕES » Doutora em comunicação faz uma análise dos protestos de rua e o que isso significa para a democracia brasileira

A

dital - Eles entraram em cena com “seus cartazes, memes, fantasias, como se estivessem postando em uma timeline, com expressões singulares e inventivas, muitas vezes sozinhos ou em pequenos grupos de amigos”. Na avaliação da escritora, jornalista e doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ivana Bentes, trata-se de um “momento intenso de potencialização política e da emergência de novos discursos e atores, que usam as redes sociais e se organizam conectando as redes digitais com os territórios e os corpos”. E acrescenta: “Olhando para as imagens produzidas, cartazes, memes na internet, hashtags, vídeos e fotografias, encontramos uma transversalidade e complementariedade desses movimentos e discursos”. Ivana também analisa as narrativas de comunicação que surgiram com os protestos, e assegura que “a comunicação é a própria forma de mobilização, não é simplesmente uma ‘ferramenta’”. Ou seja, trata-se de uma “esfera midiática ativista”. E dispara: “A comunicação feita em tempo real pela Mídia Ninja, por exemplo, já é uma manifestação política e mobilizadora”. Para ela, a “Mídia Ninja não pode ser reduzida ao campo do jornalismo, mas aponta para um novo fenômeno de participação social e de midiativismo (ativismo e protestos), que utilizam a mídia e as redes sociais e celulares móveis e outras tecnologias para produzir um estado de comoção e de mobilização”. Confira a entrevista.

Que análise a senhora faz acerca do uso das imagens e das redes sociais nas manifestações que ocorreram no Brasil? Quais são os discursos presentes nas imagens e nas redes?

As manifestações e protestos no Brasil que explodiram em junho/julho são um acontecimento no sentido mais radical dessa palavra, expressam uma crise profunda que é quando não suportamos mais aquilo que suportávamos antes e faz ver o que tem de in-

GIANNE CARVALHO

tolerável num determinado contexto ou momento. Ao mesmo tempo é a condição para emergir novas possibilidades de vida, de pensamento político, de formas de convivência. É uma redistribuição dos desejos. E mesmo os protestos irrompendo de forma imprevisível, já havia um imaginário agindo e mobilizando: a luta contra a usina hidrelétrica de Belo Monte e defesa das terras e cosmovisão indígenas; as Marchas da Liberdade em todo o Brasil em 2011; o movimento de ocupação das praças e espaços público em 2012; a mobilização na Cúpula dos Povos durante a Rio +20; a comoção em torno de Pinheirinho e das mortes de jovens nas periferias do Brasil; as centenas de petições online com milhares de assinaturas em torno das mais diferentes causas; o movimento Existe Amor em SP que mobilizou os coletivos e parte da periferia de São Paulo; os bombeiros do Rio em confronto com o governo; as marchas do MST atravessando o pais, a Marcha das Vadias; a Marcha da Maconha etc. Destaco a emergência de novas linguagens nesses movimentos urbanos: as mulheres da Marcha das Vadias exibindo seus seios e corpos pintados, reivindicando direitos e liberdade, ou as bicicletadas, com os manifestantes pedalando nus pelas avenidas e ruas de São Paulo e enfatizando a relação do corpo com seu transporte e fazendo do corpo outdoors contra as mortes dos ciclistas numa cultura dominada por automóveis. Ou ainda os corpos em risco e confronto dos Black Bloc. Ou seja, falamos de uma reinserção do corpo e dos corpos nas manifestações. Estamos nesse momento intenso de potencialização política e da emergência de novos discursos e atores que usam as redes sociais e se organizam conectando as redes digitais com os territórios e os corpos. Olhando para as imagens produzidas, cartazes, memes na internet, hashtags, vídeos e fotografias, encontramos uma transversalidade e complementariedade desses movimentos e discursos. Trata-se de um momento decisivo em que demandas singulares

e plurais se encontram num impulso de mobilização e ação. Em termos estéticos o que vi nas ruas foi uma espécie de carnaval político com blocos de manifestantes em tornos de causas, geralmente de grupos mais organizados e corporativos, movimentos que já estavam aí. E qual foi a grande novidade?

Foi a entrada em cena dos desorganizados que vieram nas manifestações com seus cartazes, memes, fantasias como se estivessem postando em uma timeline: com expressões singulares e inventivas, muitas vezes sozinhos ou em pequenos grupos de amigos. Percorrer essa “linha de tempo” nas ruas, com os “posts” passando com seus apelos e formas de comover e buscar a atenção, a necessidade de se fazer um percurso dentro mesmo das manifestações para não “congelar” os sentidos foi uma experiência nova. A violência dos embates dos corpos dos manifestantes com a polícia é outro ponto decisivo. Violência que saiu do cotidiano das periferias para impactar (com imagens chocantes e mobilizadoras) o imaginário do país todo. O que vi de mais próximo do que está acontecendo agora no Brasil, em termos de linguagem, foram as Marchas da Liberdade, em 2011, que conseguiram juntar e dar visibilidade aos novos movimentos urbanos. Tenho a impressão (ver aqui o texto que escrevi sobre “A Marcha da Liberdade e os futuros alternativos” em 2011, elevado a enésima potência e com a entrada das periferias e dos pobres, a chamada “classe C”, pós políticas de redistribuição de renda e emergência de outros imaginários nas disputa das cidades. Retomo a questão que emergia em 2011, de um movimento de movimentos, transversal, que não tinha nem tem um objetivo único, mas diferentes reivindicações, muito pontuais de um lado e muito amplas, como a liberdade, a participação direta, as políticas de descriminalização das minorias, das drogas e de comportamentos. Ou seja, de-

? QUEM

Ivana Bentes é graduada em Comunicação Social, mestre e doutora em Comunicação pela UFRJ. É autora de Cartas ao Mundo: Glauber Rocha, e Joaquim Pedro de Andrade: a revolução intimista

Destaco a emergência de novas linguagens nesses movimentos urbanos: as mulheres da Marcha das Vadias exibindo seus seios e corpos pintados, ou as bicicletadas, com os manifestantes pedalando nus as ruas de São Paulo"

Outro ponto em comum em termos de linguagens e que marcam as Manifestações de junho/julho: abolição dos carros de som (que monopolizam os discursos), o surgimento de micro grupos com seus pequenos megafones, músicas e paródias. Cartazes escritos à mão, colaborativos e singulares, muitos feitos apenas momentos antes, na rua mesmo. Uma “postagem” coletiva na rua, conectada aos territórios e às timelines, com grupos conectados às lutas históricas e o afluxo de uma outra multidão, dos “desorganizados”, a grande novidade dessas manifestações 2011/2012 foi em parte um ensaio geral para 2013, inclusive em termos de uso das redes sociais e as transmissões ao vivo pela internet com uso de celulares e 3G na mão dos manifestantes postando fotos nas redes sociais, chamando para as ruas no Twitter, com os debates sobre as marchas e mobilizações na Postv.org. Foi nessas manifestações que vi, pela primeira vez, o poder e a potência do ao vivo, funcionando não como “jornalismo” ou reportagem, mas como mídia de comoção e de mobilização, como midiativismo, como vimos agora, realizados pelo mesmo grupo que está na base da Mídia Ninja, a rede Fora do Eixo articulada com muitos outros movimentos e coletivos de São Paulo. É importante destacar que foi a luta pelo barateamento dos transportes públicos, tendo como horizonte a Tarifa Zero, em termos políticos e de imaginário, que fez explodir essa panela de pressão, a luta dos 0,20 centavos do Movimento Passe Livre - MPL de São Paulo. Um movimento com oito anos que sempre saiu às ruas, que ganhou essa dimensão massiva, como a gota d’água, que faz explodir e inundar o país em torno de uma questão decisiva, material, mas que incide no cotidiano de milhões de brasileiros. A vitória do Movimento Passe Livre em São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades, forçando os governantes a revogarem o aumento na tarifa de ônibus, trem e metrô diante das mobilizações nas ruas, não parou os protestos, o que mostra que o nível de insatisfação e as pautas eram muito mais amplas: os gastos com os mega-eventos e a Copa do Mundo, as remoções dos pobres de suas casas, projetos de gentrificação das cidades, a criminalização de comportamentos (gays, mulheres, minorias), o “estado de exceção” nas periferias com morte cotidiana de Amarildos etc. Ao mesmo tempo, a violên-

Esse efeito de indignação passa pelas milhares de imagens postadas em tempo real das caras e corpos violados por balas de borracha que atingiram os rostos de manifestantes e jornalistas, as bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta atiradas contra a multidão, sem nenhuma interlocução. A violência da polícia (como na repressão da Marcha da Maconha em 2011) fez explodir um contra-discurso em tempo real, ao vivo e em fotos e mensagens postadas nas redes. A rejeição e indignação se tornou viral com milhares de denúncias de uma polícia militarizada e bélica, vinda do modelo e mentalidade da ditadura militar atuando de forma radical e excessiva nas manifestações de ruas. A violência da polícia nas manifestações de junho/julho fez entrar em cena a estratégia Black Bloc de ataque aos signos e simbologias das corporações, marcas, bancos e a emergência de uma linguagem da violência, politizada, com seus participantes de negro, coturnos e máscaras cobrindo o rosto. Sobem os cartazes feitos à mão na sua singularidade e se baixam as bandeiras prontas e os cartazes massificados por quem tem estrutura e organização. É sintomático que nas primeiras manifestações, em São Paulo, a hostilização das bandeiras partidárias e de seus filiados tenha criado um constrangimento novo, que apontou para a crise e limites da democracia representativa. Um conflito que se distensionou adiante, mas não desapareceu. A senhora fala em popularização dos “escrachos”. Que fenômeno é esse?

Em termos de linguagens os protestos de junho/julho popularizaram os “escrachos” ou “escraches”, nome dado a uma estratégia de constrangimento e pressão em que os ativistas se dirigem para a casa ou lugar de trabalho de alguém que querem denunciar e que simboliza uma causa. Essa estratégia/linguagem surgiu na Argentina, para expor, em frente as suas casas, para a sua vizinhança. Acho importante destacar que o escracho força os limites do público e do privado ao levar os protestos e constrangimentos para a casa, vizinhança, locais da vida privada de personagens públicos, inclusive de forma violenta. Destaco ainda o uso de fantasias, máscaras, encenações, música, performance, confrontos com vítimas, e o humor. No Brasil o escracho aos militares que comemoraram o Golpe de 1964 no Clube Militar do Rio de Janeiro com projeção das imagens das vítimas da ditadura em 2012 é um exemplo. Durante as manifestações vimos um momento extraordinário de escracho com o evento/protesto mobilizado pelas redes sociais, chamado “O Casamento de Dona Baratinha”, convidando os manifestantes a participarem da festa de casamento de Beatriz Barata, neta do maior empresário de ônibus no Rio de Janeiro, Jacob Barata, um dos alvos dos protestos contra a precariedade e privatização dos transportes públicos no rastro do Movimento Passe Livre-MPL. O escracho começou na cerimônia de casamento na Igreja do Carmo, com cartazes e manifestantes vestidos de noivas e acabou numa manifestação performance de humor e constrangimento na porta do Hotel Copacabana Palace, signo do luxo e da elite no Rio de Janeiro.


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quadrantes

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JOSÉ ARNO GALVÃO [ ADVOGADO ]

Depoimento

J

á contei aqui o flagrante em que testemunhei a conversa descontraída entre meu pai e Djalma Marinho, então candidato a Governador do Estado, enquanto Pai era advogado de seu antagonista, Aluízio Alves. E há uma explicação para isso. Amigos desde a redemocratização, tendo sido correligionários durante algum tempo, época em que Hélio chegou a trabalhar no escritório de Djalma, nunca deixaram eles que suas posições políticas interferissem em suas relações pessoais. Mas esse não foi o único episódio em que figurei como testemunha. Quando eclodiu o movimento militar visando a destituição do Presidente João Goulart, es-

tava em casa procurando informar-me melhor sobre o que estava ocorrendo. As informações nos chegavam através de cadeias radiofônicas, algumas improvisadas, como a que o Governador Brizzola, do Rio Grande do Sul, procurou montar. Mas, a informação com maior credibilidade vinha do exterior, fosse da americana “Voz da América”, fosse da inglesa BBC. Havia ainda as alternativas da Rádio Praga e da Rádio Moscou, que eu sintonizava regularmente no meu radinho portátil. A certa altura, meu pai nos chama, a Hilton, a mim e, salvo engano, Tarcísio. O Governador Aluízio Alves estava só em casa, buscando informar-se melhor e chamava Pai para fazer-lhe com-

panhia. E lá fomos nós. Na casa do Governador, deserta àquela hora, nos espalhamos, cada um procurando sintonizar uma emissora diferente, em busca de uma migalha de informação. O que conseguimos coletar foi muito pouco e, ao fim de algum tempo, desistimos. A única informação consistente eram os telefonemas insistentes do Governador Magalhães Pinto, amigo de todas as horas de Aluízio, cobrando-lhe uma posição de apoio ao movimento que já seria vitorioso àquela altura. Sempre me dediquei a coletar documentos, que eu procurava, do meu jeito, classificar e arquivar. Por essa época, meu pai exercia a defesa dos atos do Governador Aluizio Alves, particularmente aqueles re-

lacionados com o que ficou conhecido como o “inventário do Governador Dinarte Mariz”. Mas isso, não impedia que o Governador solicitasse seu concurso em outras tarefas. Uma dessas, dizia respeito às medidas que deveriam ser adotadas pelo Governo do Estado frente à greve da Polícia Militar, que havia se sublevado, detido os oficiais e assumido a direção do quartel, na época concentrado exclusivamente na rua Rodrigues Alves. As medidas pensadas eram de duas ordens. Uma, previa a solicitação de auxílio do Governo Federal, para por fim ao que era encarado como um verdadeiro motim. A outra, encaminhava-se para uma solução jurídico-política, tendo sido redigido um decreto do Gover-

nador estabelecendo a desconvocação de todos os integrantes da Polícia Militar, que ficaria sem efetivo. E isso tornaria sem objeto as reivindicações de melhoria salarial, pois o vínculo entre o Estado e cada policial estaria desfeito. A opção do Governador foi pela ação. Para isso, foi armada uma verdadeira operação de guerra. As instalações do Clube América, em fase de construção, foram ocupadas por soldados do Exército. Também ao longo das vias do entorno do quartel, havia soldados escondidos. Enquanto isso, aviões faziam voos rasantes sobre o quartel, como forma de abalar o moral dos revoltosos. Mas, não chegou a haver troca de tiros, pois os policiais, constatando a impossibilidade de resistência, preferiram render-se. Seguiu-se um espetáculo deprimente, quando os policiais foram reunidos para ouvir as censuras do Comandante da

RODRIGO FURTADO [ MÉDICO ]

NELSON PATRIOTA [ ESCRITOR ]

Paulo de Tarso e a crença na poesia

Os verdadeiros médicos

N

o livro “As intermitências da Morte” do escritor português José Saramago, sua fidelidade ao sarcasmo e à ironia afloram em um personagem representado pela MORTE, revoltada com todas as atribuições negativas e preconceituosas por suas ações, oriundas da população de um determinado país. Neste intrigante enredo que acaba por tornar-se uma experiência fabulosa de humanização, todos os pacientes moribundos deste determinado local, a partir de um determinado momento, estão proibidos de morrer. Logo, o caos passa a imperar. Hospitais lotados, casas de repouso com demanda não atendida, falência de funerárias, famílias e planos de saúde entrando em colapso financeiro com os cuidados aos moribundos, enfim, um verdadeiro cenário de horror trágico-cômico. Saramago, ao “brincar” com tal realidade, parecia criticar efusivamente a atual cultura da obstinação terapêutica, defendida com o surgimento das Unidades de Terapia Intensiva a parO verdadeiro tir da década de 1960, do médico foi curar acima muitas vezes treinado pra salvar do confortar, da buroca humanidade, racia soberana perante curando-a ou uma meritocracia oconfortando-a. primida, da relação de Veio à vida para tempo inexistente entre resolver os médico e paciente; problemas dos criticar tudo que pudesse outros, não os alterar o ciclo biológico seus. O verdadeiro da vida e do morrer, no médico mira, toca, momento determinado cala, escuta para cada ser humano atentamente todas tão especial e único. as agruras dos seus Estes conflitos de pacientes" Saramago talvez tenham sido retratados da forma mais realista pelo pintor britânico Samuel Luke Fildes que, por sua vez, ousou materializar a morte de seu próprio filho pequeno, levado pela tuberculose, através da pintura do quadro “O Médico”. Luke Fildes talvez, até como uma forma de catarse pessoal e ao mesmo tempo gratidão, tenha procurado render homenagem àquele profissional tão comprometido e dedicado a aliviar o sofrimento da sua família naqueles momentos de desespero, onde o curar claramente não seria mais possível. Posto assim, seria este o comportamento dos verdadeiros médicos, para curar às vezes, aliviar frequentemente e confortar sempre, como defende um dos mais belos aforismos da medicina atribuído a Hipócrates? O verdadeiro médico foi treinado pra salvar a humanidade, curando-a ou confortando-a. Veio à vida para resolver os problemas dos outros, não os seus. O verdadeiro médico, sobretudo, mira, toca, cala, escuta atentamente todas as agruras dos seus pacientes tentando encontrar o momento mágico do alívio, seja pela cura ou unicamente pelo conforto. O verdadeiro médico vive e se alimenta de momentos especiais com seus pacientes e familiares, através de risos ou lágrimas. Pois são nestes importantes momentos desta relação tão nobre, com estas pessoas únicas, que ele encontra o amor profissional. Por favor, tragam de volta os verdadeiros médicos!!!

Operação, censuras que eram dirigidas com destaque para o capelão, Padre Manoel Barbosa, que havia desempenhado papel importante no movimento, papel bem de acordo com o seu modo de pensar avançado para a época. Morando ali na Av. Campos Sales, por trás do América, fui testemunha privilegiada da operação e do que veio a seguir. Quanto ao decreto, havia encontrado uma cópia e arquivei-o com os demais documentos que coletava. Quando preparava seu livro “A verdade que não é secreta”, Aluizio Alves saiu em busca de documentos. Depois de muito procurar, inclusive com Zuleide Barbalho, sua antiga secretaria, chegou lá por casa. E Pai pediume minhas pastas de documentos, cerca de dez, bem abastecidas. Tempos depois, recebi-as de volta: eram apenas duas. E magras. O decreto desapareceu.

N

CLÁUDIO EMERENCIANO [ PROFESSOR DA UFRN]

Como vejo o mundo

E

pazes, inertes ou impotentes para responder, com xiste ainda a possibilidade dos sentimeneficiência e agilidade, aos problemas e desafios da tos de amor, solidariedade, fraternidade, atual conjuntura. O mundo está órfão de estadisperdão, tolerância, esperança, compreentas. Há uma generalizada mediocridade, que atinsão, humildade, renúncia, confiança, simplicidage muitas atividades ou ações essenciais à paz e de, paz (em sua dimensão ampla e total) e bonao bem-estar das pessoas: da política à ecodade pautarem o caminhar dos homens pela nomia; da literatura às artes; da ética à vida? Até quando a humanidade permimoral; da espiritualidade à comunicatirá que os egoísmos, a vaidade, a hição social. A ganância de banqueipocrisia, o cinismo, a desfaçatez, a ros e especuladores em bolsas de vamentira, a indiferença, a incomlores desestabiliza a economia munpetência, o fanatismo, o medo, a dial. Será essa a nova “Babel”? Será violência, a desonestidade, o ódio esse o “paraíso” do neoliberalismo? e as ambições predominem em esOnde estão os instrumentos legais, cala planetária? Em síntese, impõeas vedações éticas e morais, a voz da se que um humanismo, fecundado no consciência universal, para coibir essa coração de cada homem, identifique dominação do Ter sobre o Ser? O que o verdadeiro sentido da vida, inspifazer? rado no amor, na absoluta solidaAté quando a Acostumei-me, desde menino, a riedade de uns com os outros e na humanidade contemplar aquele primeiro desabroconvergência de aspirações. Utopia? permitirá que os char de luminosidade, que rompe e deHá, na verdade, uma crise de espiriegoísmos, a vassa o manto escuro da noite. Toda autualidade no mundo. Os valores esvaidade, a rora é um renovar-se de esperanças. tão em conflito. É impossível, assim, hipocrisia, o Em todos os tempos. Aos seis anos, na prognosticar, no momento, o futuro cinismo, a praia da Redinha, postava-me num das novas gerações. desfaçatez, a montículo de areia, em frente à casa A percepção da beleza é um dom. mentira, a de veraneio, para contemplar e desfruAtributo que lança o homem no inindiferença, a tar esse renascer de vida. Eis a minha finito. Sensibilidade individual e maincompetência, o nifestação da espiritualidade, dos fanatismo, o medo, “aurora boreal”. Em minhas andanças pelo mundo, sobrevoando o litoral afrisentimentos, dos sonhos e de tudo a violência, a cano, vi as cores estonteantes e magsusceptível de elevar, sem fim, a condesonestidade, o níficas do nascer do dia. Em Lisboa, dição humana. Eis quando o transódio e as ambições atravessando o Tejo ao amanhecer, vi cendental se confunde com a busca predominem em a primeira face do dia refletida nos Jeinterminável do bem, em todos os escala planetária? sentidos e dimensões. Há circuns- Em síntese, impõe- rônimos, na Torre de Belém, no Palácio da Ajuda, no Bairro Alto, em Alfatâncias em que o homem se entrega se que um ma e Mouraria. A percepção emergiu ao êxtase, sobretudo no usufruto do humanismo, de dentro da alma e do coração. Vi o amor e na partilha do bem. A beleza fecundado no nascer do dia em Roma, uma das miuniversal, que nos cerca e nos insticoração de cada ga, exerce sobre os homens recepti- homem, identifique nhas “paixões eternas”. Com minha esposa e amigos, bem cedo, num sábado vos à sua percepção, em âmbito unio verdadeiro da Aleluia, adentrei na Basílica de Sanversal, um inesgotável encantamensentido da vida, to, conjugando fé, dúvida, anseio, ar- inspirado no amor, ta Cruz em Jerusalém, imaginando a audiência do Papa Inocêncio III a São rebatamento, harmonia e simplicina absoluta Francisco de Assis. Memorável reendade. Jesus, no Evangelho de São Lusolidariedade de cas, foi categórico, contundente e uns com os outros e contro da Igreja consigo mesma, suas preciso: “o Reino dos Céus está den- na convergência de origens e missão. Cena magistralmentro de vós”. Até os que não creem sa- aspirações. Utopia? te descrita por Julien Green no livro “São Francisco de Assis” e genialmenbem identificar, no âmago de cada Há, na verdade, te reconstituída por Franco Zeffirelli no um, a fonte de suas mais puras opuma crise de filme “Irmão sol, irmã lua”. O santo imições, dos seus ideais de vida e de sua espiritualidade no tador do Cristo invocou Mateus 6, 25vocação. Na verdade, há os que permundo. 34 (“...Observai as aves do céu, não seseguem seus caminhos integrando meiam, não colhem, nem ajuntam em a fé e a razão; os que somente sabem celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. descortinar o mundo e a vida submetendo-os, com Porventura, não valeis muito mais do que as aves? exclusividade, ao seu arbítrio ou aos seus desíg...Considerai como crescem os lírios dos camnios; os que só acreditam no que é tangível ou frupos: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, to do acaso; há, agora, em pleno século XXI, um vos afirmo, que nem Salomão, em toda a sua glórenascimento, como nunca se viu, de uma misturia, se vestiu como qualquer deles...”). Minha esra apocalíptica, integrada por fanatismo, ódio, posa (Dadaça) e eu descortinamos a aurora boviolência, desamor à vida e estupidez. A perplereal no interior da Noruega entre fiordes. Mas a xidade, a insegurança e as incertezas se acumunossa verdadeira “aurora boreal” é sentimental. lam. A condição humana se avilta. Estiola-se, com É ato de harmonia com a Criação. Esperança e fé milhões e milhões escravos da fome e da miséria. na vida e na paz de todos os homens. Os governos se mostram fragilizados, inca-

inguém acredita mais na poesia, hoje, do que o poeta Paulo de Tarso Correia de Melo. E se porventura sucedeu que um dia chegou, não a dela descrer (impossível!), mas ao menos a lançar-lhe um lampejo de dúvida, não deixou que esse momento cambiante e oposto a sua profissão de fé transparecesse em alguma parte de sua poesia, ou fora dela. Para conferir esse fato que só engrandece a nossa literatura, tão fértil em autores e leitores céticos e vacilantes, basta lembrar seu opus magnum “Talhe Rupestre: poesia reunida e inéditos” (EDUFRN, 2008), testemunho eloquente de um poeta que ao primeiro chamado da poesia propôs a ela um conúbio que aspira ao sem-fim da arte, tal a diversidade de temas que vão se desdobrando ad infinitum ancorados nos mais variados estilos poéticos. Quase um caso-limite, Paulo de Tarso seria um exemplo de difícil comparação, não fosse o caso provado do escritor Manoel Onofre Jr., outro eleito das letras potiguares, como exprime com a ênfase devida seu livro “O Chamado das Letras”. E não com menor crença no seu ofício escritório. Paulo de Tarso acre- “Paulo de Tarso dita piamente na poesia acredita piamente porque sabe que quase na poesia porque tudo que a prosa procla- sabe que quase ma se traduz melhor em tudo que a prosa versos. Por isso, estende proclama se traduz sempre mais os limites de melhor em versos. sua obra, incorporando a Por isso, estende ela temas até mesmo de sempre mais os inegável perfil prosaico limites de sua (se admitirmos que eles obra, existam, pois cabem con- incorporando a ela trovérsias), como esse até mesmo temas seu título mais recente, de inegável perfil que responde pelo nome prosaico”. de “Diário de Natal”, evocando o combativo periódico que foi ferido de morte no ano passado por questões absolutamente alheias aos seus afazeres. O livro de Paulo de Tarso é assim, uma das únicas consequências positivas do fim desse periódico, haja vista que assim pôde lembrá-lo em seu título, ao mesmo tempo em que desenvolve seus poemas à maneira própria de um diário. Desse modo é que os títulos de todos os poemas ecoam processos, etapas e imagens do jornal: “Cabeçalho”, “Editorial”, “Reportagem de Primeira Página”, “Opinião”, e por aí afora. E as semelhanças cessam nos títulos, haja vista que abrem espaço para os ardis que só a arte poética pode oferecer. E se anuncia afirmativo já no “Cabeçalho”, com nítida afirmação autoral: “O poema esteve onde sempre estive: / ao alcance da mão, / sob todos os passos,/ o poema vive”. E quando se faz necessário ousar, Paulo prefere proceder em grande estilo: emulando com a alta poesia. Na seção “Reportagem de Primeira Página”, o poema “Nove procuras da poesia” lança mão de uma matéria policial para contrariar um preceito drummondiano anunciado no poema “Procura da Poesia”: “Não faça versos sobre acontecimentos”. Mas como não fazê-lo, replica Paulo, “se nove moças desapareceram no Zodíaco?”. O longo poema em versos brancos gira em torno desse espantoso caso, que resulta num poema-reportagem (certamente, uma nova modalidade jornalística, ainda não assimilada aos manuais de redação dos jornais). Se alguma ironia perpassa os versos de “Reportagem de Primeira Página”, uma empatia incontida domina o escopo do poema “Opinião”, poema longo e um dos mais ambiciosos, poeticamente, do livro, graças ao “comentário” imprevisto que encerra o poema à moda elegíaca: “[...] na hora absurda de todos: / a juventude, / quando o mundo é belo demais / e não se sabe se o homem / pode suportar, / sem perigo, / tamanha felicidade”. Seria ocioso continuar citando versos de “Diário de Natal”, quando é tão mais prazeroso fruir esse tributo da memória poética à poesia da vida, conjunto feito de lembranças provadamente relutantes em cumprir o destino de toda recordação, que é esvanecer-se no esquecimento. Talvez porque nada seja pequeno ante os olhos da alma de um poeta.


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geral

NICOLE WINFIELD Associated Press

idade do Vaticano (AE) - As revelações de irregularidades que agitam o Vaticano não poderiam ter vindo à tona em um pior momento para o especialista em lavagem de dinheiro suíço Rene Bruelhart, contratado para conduzir a Santa Sé na direção de uma maior transparência financeira. Semanas atrás, Bruelhart estava na Cidade do Sol, na África do Sul, para a reunião anual do Grupo Egmont, um encontro de agências de informações financeiras de 130 países, enquanto o Vaticano anunciava que seus dois principais gestores bancários renunciaram em meio ao surgimento do escândalo financeiro. Os dois executivos foram responsáveis pela implementação de esforços contra lavagem de dinheiro muito elogiados no Banco do Vaticano. Apesar das notícias negativas, a Santa Sé conseguiu a cobiçada adesão ao Grupo Egmont, juntando-se a um clube que tem como objetivo compartilhar informações financeiras na luta global contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. Para Bruelhart, apelidado de “James Bond do mundo financeiro” por alguns veículos de comunicação, a adesão ao Egmont significa que o Vaticano agora tem mais ajuda no combate aos crimes financeiros - mesmo que isso não possa erradicá-los totalmente. “Com essa associação, nós nos tornamos um player digno de crédito no combate internacional e global contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo”, afirmou Bruelhart em entrevista por telefone. “Eles confiam em nós. Isso é muito importante.” O Grupo Egmont, criado em 1995, pretende facilitar a troca de informação entre seus membros e melhorar a cooperação no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Seus membros são unidades de inteligência financeira de bancos centrais de países - departamentos que coletam e investigam relatos de transações financeiras suspeitas. Bruelhart dirigiu a unidade de inteligência financeira da Liechtenstein por oito anos, e conduziu o Grupo Egmont por dois anos antes de ser contratado pelo Vaticano como um consultor no ano passado. A Santa Sé o nomeou como diretor de sua própria unidade de inteligência financeira para fiscalizar todas as suas atividades financeiras. O papa emérito Bento 16 criou a Autoridade de Inteligência Financeira (AIF) em 2010, como parte dos esforços do Vaticano para cumprir as normas internacionais para combater a lavagem de dinheiro. A AIF falhou em várias frentes quando foi avaliada no ano passado pelo Comitê Moneyval do Conselho da Europa, que ajuda os países quando se trata de seguir os regulamentos sobre transparência. Uma nova avaliação está prevista para dezembro. Bruelhart afirmou que mudanças nas leis e regulações estão em andamento antes da avaliação do Moneyval, e que por enquanto a Santa Sé estava contente de ter conquistado a adesão ao

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Vaticano

Igreja entra no combate ao crime Depois do escândalo que abalou o banco do Vaticano, Santa Sé junta-se ao clube que tem como objetivo compartilhar informações financeiras na luta global contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo MICHEL SOHN

Semanas depois de ser entronizado, o papa Francisco prometeu transparência e nomeou cinco pessoas para conduzir as investigações sobre lavagem de dinheiro

Vaticano vai compartilhar informações financeiras

FRANCISCO PREPARA NOVA ENCÍCLICA São Paulo (AE) - Depois de publicar a Lumen fidei (Luz da fé), escrita a quatro mãos com o papa emérito Bento XVI, que vendeu 200 mil exemplares na Itália em um mês, o papa Francisco prepara uma nova encíclica, a Beati pauperes (Bem-aventurados ou felizes os pobres), que será lançada até 24 de novembro, no encerramento do Ano da Fé. Francisco aproveita o tempo para escrever no Vaticano, após ter renunciado às férias de verão, em Castelgandolfo, onde os antecessores costumavam se refugiar para fugir do forte calor de Roma entre julho e setembro. De acordo com o Serviço Brasileiro da Rádio Vaticano, o papa trabalha ainda em outros textos, dedicados a estudos da reforma da Cúria e do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), conhecido também como Banco do Vaticano. Pouco depois de ter tomado posse, há cinco meses, Francisco encarregou um grupo de oito cardeais de estudar as questões do governo central da Igreja e de apresentar sugestões para uma reestruturação da Cúria. A primeira reunião do grupo de cardeais está marcada para o início de outubro. A nova encíclica, que, segundo agências católicas de notícias, teria igualmente a colaboração de Bento XVI, se centrará no tema pobreza, no sentido evangélico e sem nenhuma conotação política e ideológica. “O próprio título é extraído das beatitudes evangélicas e do discurso (sermão) da montanha, beatitudes que Francisco em seu tuíte de quinta-feira, dia 22, propõe como um ótimo programa de vida para todos nós”, afirmou a Rádio Vaticano.

Egmont. Perguntado sobre como o Egmont pode ter aprovado a Santa Sé quando ainda existem claramente problemas no banco, Bruelhart destacou que os critérios de avaliação do Egmont foram transparentes e formais, com visitas ao Vaticano e avaliação de

seu quadro e regulamentos legislativos. “Nenhum país no mundo é totalmente perfeito”, ele disse. “O importante é que, se alguma coisa está acontecendo, você tem a autoridade competente e as ferramentas e medidas para tomar uma ação relevante.”

Com essa associação, nós nos tornamos um player digno de crédito no combate internacional e global contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo” RENE BRUELHART especialista no combate à lavagem de dinheiro

O Vaticano mostrou certamente que está longe de ser perfeito. Semanas depois de ser entronizado, o papa Francisco nomeou cinco pessoas para conduzir uma comissão de investigação no Banco do Vaticano, o Instituto para Trabalhos Religiosos (IOR, em inglês), para encontrar a raiz dos problemas que têm assolado por décadas e atolaram o Vaticano em escândalos durante anos. Em 48 horas, um monsenhor do Vaticano foi preso em um caso de lavagem de dinheiro no valor de 20 milhões de euros; o Vaticano disse que iria cooperar com os investigadores italianos. Em julho, os dois principais funcionários do IOR renunciaram. O chefe deles, o presidente do banco Ernst von Freyberg, elogiara algumas semanas antes a colaboração deles como “verdadeiramente satisfatória” e útil, porque o banco trabalhou para cumprir as normas contra lavagem de dinheiro. No início de junho, Von Freyberg disse que estava claro que o banco precisava de uma nova liderança “para aumentar o ritmo” da

transformação do IOR - uma sinalização de que os gerentes tinham de alguma forma evitado essa transformação. O próximo passo para Bruelhart será assinar um acordo bilateral com a Itália para partilhar informação financeira uma medida essencial, já que os italianos criticaram duramente as transações financeiras obscuras do Vaticano, convencidos de que as pessoas têm usado o IOR para proteger o dinheiro de autoridades tributárias italianas. Promotores italianos abriram várias investigações que têm como alvo o Banco do Vaticano e as pessoas que podem tê-lo usado para objetivos não tão sagrados. “Nós identificamos os países que são relevantes e importantes para nós, e entre eles está a Itália, afirmou Bruelhart. Na visita ao Brasil, o papa Francisco concedeu uma entrevista à Rede Globo de Televisão em que falou abertamente sobre o escândalo. Disse que é uma obrigação da Igreja atacar o problema de forma mais transparente possível.


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Revolução no tratamento do câncer « MEDICINA » Conhecimento mais amplo das mutações genéticas dá aos médicos a primeira promessa real de que novos medicamentos podem controlar o tipo de câncer de pulmão, o mais comum e fatal que existe RON WINSLOW Associated Press

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ashington (AE) - O médico de Kellie Carey finalmente parou de se esquivar das perguntas sobre quanto tempo ela ainda teria de vida seis semanas após têla diagnosticado com câncer de pulmão. “Talvez três meses”, disse o médico à paciente em uma manhã ensolarada de maio de 2010. Kellie, porém, está viva até hoje, em uma prova da mais extraordinária década de progresso no longo combate científico ao câncer de pulmão. Os exames apontaram que o câncer de Kellie era de um tipo raro que os pesquisadores descobriram somente três anos antes. A empresária de 45 anos então começou a tomar um medicamento experimental para seu tipo de câncer. Os médicos afirmam que o medicamento provavelmente deu a ela mais tempo de vida do que a quimioterapia. Há décadas, o câncer de pulmão vinha desafiando os esforços de elaborar medicamentos que pudessem estender a vida dos pacientes. Mas o conhecimento mais amplo das mutações genéticas que provocam tumores está agora oferecendo a primeira promessa real de que os medicamentos podem controlar o tipo de câncer mais comum e fatal que existe.

Os medicamentos, porém, não curam o câncer e têm pela frente uma série de desafios. Mas os médicos agora falam em “medicina de precisão”, cujos remédios podem tratar tumores com mais eficiência do que a quimioterapia. “O que estamos vendo é o início de uma revolução terapêutica”, afirma Janet Woodcock, diretor do Centro para Avaliação de Medicamentos e Pesquisa. Um dos sinais de que uma revolução está a caminho é um estudo realizado em junho deste ano. A pesquisa aponta que pacientes com câncer de pulmão tratados com medicamentos específicos para suas variedades genéticas viveram 1,4 ano a mais do que pacientes em quimioterapia cujas doenças não foram identificadas geneticamente. “É provável que mais da metade dos tumores tenham alguma alteração que podemos combater com um remédio”, disse John V. Heymach, especialista em câncer de pulmão do Centro de Câncer MD Anderson. Os cientistas também já decodificaram o DNA de tumores de seios, cólon, rim, pele e de outros cânceres nos últimos anos, descobrindo variações anteriormente desconhecidas. No ano passado, quase mil medicamentos contra o câncer estavam em desenvolvimento nos Estados Unidos, uma alta de 52% em relação a 2006, segundo o gru-

Novas pesquisas colocam a medicina um passo adiante no combate ao câncer de pulmão

po comercial Fabricantes Farmacêuticos dos Estados Unidos. A “vasta maioria” desse crescimento é de medicamentos que visam mutações genéticas, disse Bill Chin, chefe do departamento de ciência do grupo. No ano passado, a Agência Federal de Alimentos e Medicamentos decidiu acelerar a aprovação de medicamentos experimentais que mostraram fortes benefícios nos primeiros testes, inclusive aqueles que visavam as mutações do câncer. O diagnóstico de Kellie em

2010 ocorreu justamente quando a mentalidade começava a mudar. Os altos e baixos pelos quais ela passou, com sucessivas remissões e recorrências do câncer nos três anos seguintes, mostram as promessas e as deficiências desse tipo de medicamento. Kellie, que trabalhava com a venda de jatos particulares, sofreu um desmaio quando estava na academia. Os médicos descobriram um nódulo maligno em seu pulmão, que se espalhou para o cérebro. Uma cirurgia e ses-

sões de radiação eliminaram o tumor, mas quando o médico de Nova York disse que ela provavelmente teria três meses de vida, “eu definitivamente senti como se não houvesse opções”, disse Kellie. Esse não era um prognóstico de câncer no pulmão incomum em 2010. Três décadas de pesquisas iniciadas na década de 1970 obtiveram resultados decepcionantes, apontou Heymach, do Centro de Câncer MD Anderson. Nesse período, o tempo médio de sobrevivência do paciente com

câncer de pulmão melhorou somente um mês, passando para oito meses. Mas Kellie encontrou esperança na notícia de que a Pfizer estava realizando testes contra um tipo de câncer identificado pelos pesquisadores em 2007. Esse tipo da doença é causado por uma mutação no gene chamado ALK, que normalmente faz parte do desenvolvimento do cérebro, e Kellie queria saber se esse era o seu câncer. Em 2010, a chamada medicina de precisão ainda estava nascendo e Kellie teve que persistir. Poucos médicos sequer consideravam testar tumores para procurar mutações. Segundo Kellie, ela teve que exigir o exame. “Você está ajudando a salvar a minha vida ou somente esperando a hora de eu morrer?”, perguntou ao seu médico. A mutação do gene ALK foi a segunda identificada por pesquisadores em tumores de câncer de pulmão. A partir de 2010, alguns poucos pacientes cujos tumores faziam parte dos novos tipos descobertos puderam utilizar remédios no mercado ou em fase de testes no tratamento. Na sua última consulta, o médico de Kellie disse que seu medicamento estava impedindo a progressão do câncer de pulmão. “Minha qualidade de vida é extraordinária. Sem isso eu não estaria viva.”


TELEFONES ÚTEIS

DÓLAR COMERCIAL

Receita: 3220-2200 Procon Estadual: 3232-6869 Procon Municipal: 3232-9050 DRT RN: 3220-2000

Compra: R$ 2,3550 Venda: R$ 2,3560

DÓLAR TURISMO Compra: R$ 2,2800 Venda: R$ 2,4930

EURO TURISMO Compra: R$ 2,9800 Venda: R$ 3,3070

LIBRA ESTERLINA Compra: R$ 3,6635 Venda: R$ 3,6683

SÉRGIO MARQUES, DA BIOENERGY, FALA SOBRE INVESTIMENTOS E PROJETOS QUE NÃO DERAM CERTO NO RN. PÁGINA 5

NA TN ONLINE TAM anuncia novo voo direto de São Paulo para Natal. blog.tribunadonorte.com.br/eturismo/

economia Editora: Renata Moura [ renatamoura@tribunadonorte.com.br ]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 25 de agosto de 2013

À espera de investimentos Balanço divulgado nesta semana pelo Ministério do Turismo mostra que o Rio Grande do Norte vai mal em termos de investimentos em infraestrutura turística. Falhas em projetos e falta de mobilização seriam os motivos. Empresários criticam ALEX FERNANDES

O

Rio Grande do Norte ocupa uma das últimas posições do ranking quando o assunto é investimento em infraestrutura turística do Nordeste. A resposta para o desempenho, segundo o Ministério do Turismo, pode estar na apresentação de projetos inconsistentes ou na falta de mobilização da bancada federal do estado, como reconhece o próprio coordenador da bancada, deputado federal João Maia (PR). Balanços divulgados nesta semana mostram exemplos de obras em atraso, outras que ficaram pelo caminho ou estão ameaçadas. O cenário é alvo de críticas do setor e é destrinchado nas páginas a seguir.

+

PÁGINAS 3 E 4

Os investimentos no RN

Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte: projetos no litoral e também em Natal, que prometiam impulsionar o turismo, estão travados


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economia

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto 2013

Negócios &Finanças VICENTE NETO [ vneto@tribunadonorte.com.br ]

Pequenas de bons negócios AMARO SALES DE ARAÚJO presidente da Fiern

Dinheiro extra na economia O pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário de aposentados e pensionistas do INSS começa nesta segunda-feira. O pagamento, como dizem os burocratas, vai “injetar” R$ 12 bilhões na economia nacional. No Rio Grande do Norte, o adiantamento da primeira parcela do abono natalino será pago a 436 mil segurados, totalizando R$ 167,3 milhões. No Nordeste são R$ 2,6 bilhões. Via de regra, aposentados e pensionistas receberão 50% do valor do benefício, sem o desconto do Imposto de Renda. Exceção para quem passou a receber o benefício depois de janeiro. Neste caso, o valor será calculado proporcionalmente. Os segurados que estão em auxílio-doença também recebem uma parcela menor que os 50%. Confira quanto será destinado ao Nordeste.

Mais dinheiro Beneficiários e valores da primeira parcela do 13º salário Nordeste Estado AL BA CE MA PB PE PI RN SE Total

Beneficiários 358.786 1.771.530 1.120.193 755.043 559.287 1.110.224 492.369 436.003 244.180 6.847.615

Valor 141,2 720,4 428,9 270,7 210,0 463,7 177,4 167,3 97,7 2.677,8

Dia 26/ago Quem recebe até R$ 678 e cartão de benefício com final 1.

Quem ganha mais de um salário-mínimo. Fonte: Ministério da Previdência Social

83.104

segurados do INSS no Rio Grande do Norte não têm direito ao 13º.

Fundo da Educação Por lei, o ideal seria uma divisão na base de 60% para salários e 40% para investimentos, mas a folha do magistério está crescendo acima da capacidade de arrecadação dos municípios do Rio Grande do Norte. A constatação é da Federação

dos Municípios (Femurn) que já tem informações de municípios comprometendo mais de 100% Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação com salários.

Acima da inflação Presidente da Femurn e prefeito de Lajes, Benes Leocádio fez as contas e chegou à conclusão de que as despesas com pagamento de salário do magistério aumentaram em velocidade meteórica, de R$ 230 mil em

2009, quando assumiu o mandato, para R$ 400 mil este ano, aumento de 73,9%, frente aos 25% do FPM. Benes disse que em julho teve de tirar R$ 150 mil das receitas próprias para complementar a folha da Educação.

No limite O problema não atinge apenas as pequenas cidades. Em Parnamirim, terceiro maior município do RN, o prefeito Maurício Marques disse ontem que a folha do magistério compromete 87% dos repasses do Fundeb. Isso em consequência da convocação de novos professores e do reajuste de 65% entre 2010 e 2012.

Vendaval As preocupações não param por aí. Agosto, setembro e outubro são meses de arrocho para as prefeituras em função da queda nos repasses do Fundo de Participação e também do ICMS. E pra completar, a ajuda emergencial prometida pela presidenta Dilma ainda depende de votação da proposta na Câmara e no Senado. “Além de queda, coice”, diz Benes Leocádio.

LUCIANO RAMOS

Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade, se alguém levasse embora até o que eu não tinha... Quem me dera, ao menos uma vez, esquecer que acreditei que era por brincadeira que se cortava sempre um pano-dechão de linho nobre e pura seda... (Índios, Legião Urbana).

N

ão somos naturalmente controladores de gastos, sobretudo quando estamos eufóricos diante de nossas conquistas, realizadas ou ainda por vir. O brasileiro gasta por conta, como se vivêssemos em um grande cassino, sempre otimistas com a sorte que o futuro nos reservará. Consumismo agora aquilo que será arcado com a perspectiva da renda que ainda não ganhamos, ainda que o preço deste descompasso venha na forma de juros e ágios dos mais variados. Com a fibra de que somos feitos, não nos é dado antever sistematicamente as intempéries prováveis e possíveis ao longo do caminho a ser trilhado, o que nos possibilitaria amenizar os seus efeitos com uma boa dose de prevenção. Aproveitamos o momento, sem medo do amanhã.

consultor fiscal e tributário

LARISSA DANTAS vice-presidente do Sinduscon-RN, em entrevista ao caderno Imóveis e Construções, que circulou na edição desse sábado da TN.

Falando nisso... Em 56 páginas, o caderno fez uma análise do mercado imobiliário do Rio Grande do Norte, com ênfase na Grande Natal, onde se encontram quase 80% dos empreendimentos lançados, em obras ou entregues nos últimos anos. Os empresários dizem que a combinação de uma série de fatores - preços competitivos (promoções em alguns casos), abundância de crédito, juros baixos etc. - torna o mercado convidativo para quem quer comprar imóveis. Mercado Apesar da crise financeira que abalou a zona do euro e se espalhou pelo mundo, refletindo por aqui, o mercado potiguar caminha bem, apesar de ter puxado o freio de mão nos últimos dois anos. Com a bagagem de quem já foi presidente da Confederação da Indústria e conhece os bastidores da economia nacional, o ex-senador Fernando Bezerra, dono da Ecocil, fez o diagnóstico: “Não há uma recessão, mas um crescimento mais lento do PIB brasileiro. O mercado [de imóveis] desaquece, mas ainda está em bom ritmo em Natal.”

empresariais. O fortalecimento das pequenas empresas deve ser, portanto, pauta prioritária dos Governos e sociedade que, neste contexto, pode inserir a informalidade como desafio comum a todos nós. Apenas para ilustrar, menciono o Índice de Economia Subterrânea do Brasil, calculado pela FGV/ETCO, que estima em mais de R$ 730 bilhões o montante movimentado em 2012 pelas atividades que atuam à margem da lei, com as implicações consequentes em todas as áreas da sociedade e da gestão pública. Enfim, o mais rápido e eficiente caminho para o desenvolvimento, pelas razões expostas e por tantas outras, é a aposta firme e decidida em torno das pequenas empresas, causa singular que tem pautado minha atuação na FIERN e me motiva, com o apoio de outros muitos comprometidos companheiros, a dar continuidade à boa atuação do COMPEM/CNI.

Mas esta formação não se limita ao ser individual, que a transporta quase integralmente para o ser coletivo, principalmente quando diluímos os ônus decorrentes deste modo de vida entre um sem número de iguais, como é o caso do Poder Público. E aí não há Lei de Responsabilidade Fiscal que vá contra a nossa natureza gastadora, ao menos não enquanto não estamos à beira do precipício, mesmo que ele esteja afastado apenas por nosso excesso de otimismo. O Rio Grande do Norte, tal qual a maioria dos estados-passageiros neste barco Brasil, viveu alguns anos recentes de economia em expansão, a ponto de se imaginar que uma crise internacional comparável às maiores do capitalismo produziria apenas uma marolinha em terras tupiniquins, sem requerer maiores esforços para conter as suas ondas de choque. E assim seguimos, premidos pela confiança coletiva, sem maiores controles sobre a folha de pagamentos, prometendo e implantando planos de carreira sem lastro, supersalários estratosféricos, pouquíssima contenção com o custeio crescente e assunção de compromissos típicos de novo rico, como é o caso dos milhões que terão que ser reservados para arcar com os custos da escolha de Natal como cidade-sede da Copa do Mundo, cujos principais efeitos serão sentidos a partir de 2014.

Legítimo filho do Brasil que é, o RN não fez o dever de casa na fartura, pois estava convicto de que a fonte não secaria tão cedo. E, então, chegamos a 2013 sem reservas, já avançados no endividamento, e com margem de erro não superior à distância da mão para boca.” Legítimo filho do Brasil que é, o RN não fez o dever de casa na fartura, pois estava convicto de que a fonte não secaria tão cedo. E, então, chegamos a 2013 sem reservas, já avançados no endividamento, e com margem de erro não superior à distância da mão para boca. Nada poderia falhar, pois não tínhamos um plano alternativo, só nos restava rezar para que as receitas continuassem crescendo, superestimadas ou não. Mas a sorte acompanha os competentes, e houve uma frus-

tração da expectativa de arrecadação, que baseou as autorizações de despesas no orçamento. Vale dizer, não houve queda do quanto efetivamente arrecadado em comparação com 2012, apenas a arrecadação não cresceu tanto quanto se esperava. No nosso caso, a esperança venceu a cautela, e não fizemos as devidas reservas de contingência nem as necessárias reformas administrativas para racionar os gastos. Com esta imprevidência, surgem claramente os sintomas do descontrole de hoje e de outrora, com preocupantes exemplos como iniciar o mês sem saber se haverá dinheiro para pagar a folha; fazer rodízio entre fornecedores essenciais para que os débitos não atinjam 90 dias e eles tenham o direito de suspender o fornecimento; leitos de UTI’s praticamente prontos, mas que não são entregues por falta de pagamento ao construtor, que por sua vez não confia em receber posteriormente à conclusão da obra; brigas entre os poderes para determinar o quinhão que compete a cada um... Neste imbróglio, perguntamos qual a parte que compete ao cidadão, com a esperança, sempre ela, de que não seja a mesma do latifúndio do poema de João Cabral de Melo Neto, pois já não se suporta mais tantas mortes e vidas severinas em um país tão rico, mas tão mal gerido.

Tributação extrafiscal ambiental ALCIMAR DE ALMEIDA SILVA

Tem sido um exercício de engenharia financeira equilibrar nossos orçamentos diante do cenário de alto custo de mão de obra qualificada”

so ao mercado internacional”. No próximo 26 de agosto, segunda-feira, assumirei a presidência do COMPEM/CNI. Mais uma boa tarefa em torno das muitas lutas que permeiam o universo das micro e pequenas empresas. A CNI, por meio de seu Presidente, Robson Braga, Diretores e do COMPEM, através do destacado trabalho de Lucas Izoton e de todos os seus membros, tem atuado decisivamente em defesa dos legítimos interesses dos pequenos empreendedores e de suas empresas. As lutas em torno do tema são muitas, todavia, o apoio desejado pode ser resumido em poucos tópicos: simplificação de processos de licenciamento; desburocratização; acesso facilitado ao crédito; compras governamentais e acesso a novos mercados; estímulo à inovação e justa tributação. Não é muito para um grupo de empresas que representa, no Brasil, a mais significativa parcela das iniciativas

Casa onde falta o pão... procurador-geral do Ministério Público de Contas do RN; mestre em Direito do Estado

Calendário

Dia 2/set

A

s pequenas empresas, indiscutivelmente, geram importantes dividendos econômicos e sociais para o Brasil. Somadas, são responsáveis pela maioria dos postos de trabalho e das oportunidades de geração de renda. São, em consequência, destacadas agentes de distribuição de renda, combate à pobreza e de estímulo à formalização de negócios e de contratos de trabalho. Pequenas empresas que, de fato, geram grandes negócios! Segundo o Ranking Municipal do Empreendedorismo no Brasil, elaborado com base no Censo pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as pequenas empresas representam 99% das empresas do país e são responsáveis por 51% de todos empregos existentes. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) afirma que e-

las contribuem com 39,7% da renda do trabalho. Quanto a seu potencial de geração de riqueza, estima-se algo em torno de 20% de participação no Produto Interno Bruto (PIB). O decisivo apoio às pequenas empresas pode constituir, portanto, uma das mais eficientes alternativas para o desenvolvimento do Brasil! Considerada tal importância, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou e faz funcionar já há alguns anos o Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa (COMPEM), órgão consultivo de sua Diretoria. O Conselho é formado por 30 membros, dentre representantes de Federações de Indústrias e de Associações Nacionais Setoriais. Em síntese, “debate e formula propostas de políticas de incentivo à expansão dos pequenos empreendimentos. Faz estudos e propõe estratégias para ajudar as micros e pequenas empresas a investir em inovação tecnológica, capacitação empresarial e aces-

P

or ocasião da última edição do Seminário Motores do Rio Grande do Norte, a Sua Excelência Ministra de Estado do Meio Ambiente o autor fez entregar estudo de sua iniciativa produzido para a conclusão do Curso de Especialização em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, tratando da utilização do instrumento econômico da tributação para a correção das externalidades negativas ambientais. Tal não implica – é recomendável de logo ser explicado em face da antipatia exagerada pelo assunto tributário – criação de outras espécies tributárias, mas na atribuição de função extrafiscal às espécies existentes, de competência dos diversos entes da Federação Brasileira – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Diante da necessidade de intervenção para a correção da falha de externalidades do mercado, são examinados os meios aplicados em tal fim, que se resumem aos

instrumentos de controle e instrumentos econômicos, constatando-se serem predominantes e de eficácia questionável os primeiros, enquanto os segundo são raros e poderiam oferecer melhor eficácia à intervenção. A Constituição Federal, ao tempo em que qualifica o meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem de uso comum do povo, impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo (art. 225, caput), estabelecendo como princípio da ordem econômica a defesa do meio ambiente, mediante tratamento diferenciado em face do impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (art. 170, inciso VI). Este tratamento diferenciado pode assumir caráter universal compatível com os princípios do poluidor-pagador e da solidariedade que caracterizam o Direito Ambiental, através da imposição tributária, não com finalidade fiscal, de carrear recursos para o erário, mas com finalidade extrafiscal, de inibir ou estimular comportamentos que visem à defesa e à preservação do

meio ambiente. Da mesma forma que a Constituição Federal contém uma não pequena quantidade de dispositivos de caráter extrafiscal, de que são exemplo a alteração das alíquotas dos Impostos de Importação, de Exportação, de Produtos Industrializados e de Operações de Crédito e a progressividade dos Impostos Sobre a Propriedade Territorial Rural e Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, é possível adotar este tratamento extrafiscal com relação ao aspecto ambiental. No âmbito municipal, por exemplo, já é possível aplicar esta extrafiscalidade na cobrança do IPTU em relação aos terrenos baldios, como previsto no art. 182, § 4º, da Constituição Federal e no Estatuto da Cidade. Mas a legislação municipal pode muito bem administrar este imposto com estabelecimento de alíquotas inversamente proporcional ao volume de lixo domiciliar produzido. Também o Estado, em vez de adotar a famigerada inspeção veicular, pode estabecer a cobrança do IPVA com alíquotas inversamente proporcional ao potencial po-

luidor dos veículos. Isto sem falar na adoção de alíquotas do ICMS levando em consideração o caráter de impacto ambiental na produção ou no consumo de determinadas mercadorias, o mesmo podendo fazer o Município com relação ao ISSQN. Estes exemplos podem bem dar uma noção geral da tributação extrafical ambiental capaz de corrigir a falha de mercado das externalidades que por si só seria suficiente para justificar a intervenção do Estado. E dentre as externalidades negativas não resta dúvida de que as que causam mais elevados custos sociais são as referentes aos impactos ambientais, seja na produção, seja no consumo de bens e serviços, assim como nos processos de produção. Embora a legislação brasileira referente à defesa e à preservação do meio ambiente seja vasta e moderna, em consonância mesmo com a adotada nos países mais avançados, está ela limitada predominantemente aos instrumentos de controle, o que lhe confere pouca eficácia, podendo muito bem ser ela adicionada do instrumento proposto.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto 2013

economia

3

Infraestrutura turística trava no RN « PROJETOS » Dados do MTur mostram que 22% das obras executadas com recursos federais e potencial

para beneficiar o turismo estão em atraso no Estado - que é um dos que menos recebem investimentos Rio Grande do Norte segundo balanço divulgado esta semana pelo Ministério do Turismo (Mtur), aparece como o segundo do Nordeste em número de obras em execução (344), mas como o sexto em termos de investimentos (R$ 166,49 milhões). Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Maranhão lideram a captação de recursos do Mtur na região, que é a que recebe mais recursos do Turismo no país. O índice de atrasos nas obras realizadas em território potiguar também aparece no balanço. Pelo menos 22% das obras executadas com recursos do Ministério do Turismo estão atrasadas. O percentual salta para 56,25%, quando se analisa o status dos 16 projetos ‘mais caros’ executados com verbas do Mtur no Rio Grande do Norte. No país, o percentual de atraso não ultrapassa 30%. Nove das 16 obras no estado – cujos recursos foram disponibilizados entre 2001 e 2011 - ou estão atrasadas, ou paralisadas ou ainda não foram iniciadas. O caso mais emblemático é o da construção dos acessos ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Os terminais ficarão prontos em abril de 2014, mas as obras dos acessos ainda não iniciaram. Parte dos recursos para a construção dos acessos, segundo o Mtur, foram disponibilizados ainda em 2007.

ADRIANO ABREU

O

Emendas Segundo o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota, o desempenho do RN – em relação ao volume de investimentos - pode estar ligado ao fato de o estado aprovar poucas emendas para o Turismo. “Oitenta e cinco porcento das obras do Ministério vem de emendas parlamentares. Quem tiver mais emendas aprovadas, recebe mais recursos”, explica Mota. Ele reconhece que muitos estados e municípios têm enfrentado dificuldades para elaborar projetos e apresentálos no prazo e que, em razão disso, correm o risco de perder as verbas destinadas pelo Mtur. “Uma das maiores dificuldades de estados e municípios está justamente na elaboração dos projetos turísticos no prazo previsto. Muitas vezes, o que se vê, é o retorno desses recursos ao Ministério do Turismo”, acrescenta. Além de aumentar as chances do Rio Grande do Norte captar mais recursos, um programa que subsidia a elaboração de projetos executivos pode, na ótica de Mota, agilizar a execução das obras de infraestrutura turística no estado. Com o programa, o Mtur es-

Obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante: acessos ao empreendimento constam entre projetos com recursos federais e entre os que estão em atraso

Para deputado, faltou empenho da bancada potiguar

Infraestrutura turística no Nordeste Uma das maiores dificuldades de estados e municípios está justamente na elaboração dos projetos turísticos no prazo previsto. Muitas vezes, o que se vê é o retorno desses recursos ao Ministério do Turismo”

A região é o maior alvo de investimentos do Ministério do Turismo Distribuição dos investimentos - por região

Valor investido pelo Mtur entre 2001 e 2011* R$ 3,6 bilhões

Norte

7,40% Nordeste

46,13% R$ 1,67 bilhão

Centro-Oeste

9,49% Sudeste

R$ 166,49 milhões

22,62% Sul

14,30%

FÁBIO MOTA secretário no Ministério do Turismo

pera reduzir o tempo de conclusão de uma obra, estimado em cinco anos, em pelo menos 24 meses, e evitar a devolução dos recursos. Estados e Municípios têm até amanhã (26) para encaminhar pedidos de financiamento ao Ministério e pleitear verbas para elaborar projetos executivos, dentro desse programa. Ao todo serão disponibilizados R$ 18 milhões para todo o Brasil. O objetivo da ação, considerada inédita, é agilizar a execução de obras de infraestrutura turística em todo o país mediante a entrega de projetos mais consistentes.

Brasil

Nordeste

RN

Principais obras em execução no RN

Número de obras em execução Nordeste Rio G. do Norte

2.143 344

Ranking do Nordeste Estado Valor de investimento CE

Projeto Implantação e pavimentação do prolongamento da Avenida Prudente de Morais

5.163

Brasil

R$ 273,45 milhões

Nº de obras em execução 398

PB

R$ 238,75 milhões

293

PE

R$ 220,46 milhões

264

BA

R$ 189,18 milhões

246

MA

R$ 174,26 milhões

195

RN

R$ 166,49 milhões

344

AL

R$ 155,21 milhões

106

SE

R$ 142,76 milhões

174

PI

R$ 113,02 milhões

123

1

Valor empenhado pelo Mtur R$11,11 milhões Status da obra Atrasada Projeto 2 Construção dos acessos entre Natal e o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante Valor empenhado pelo Mtur R$ 4,87 milhões Status da obra Atrasada

Fonte: Ministério do Turismo

JÚNIOR SANTOS

Recursos estão em risco, diz Bezerril O atraso na execução de projetos pode levar o Rio Grande do Norte a perder os recursos do Prodetur - Programa de Desenvolvimento do Turismo – que promete dar um fôlego extra ao setor. O alerta foi feito por Fernando Bezerril, secretário municipal de Turismo, que viu o mesmo ocorrer com Natal. A cidade, segundo ele, foi obrigada a devolver 50 milhões de dólares por não conseguir executar as obras dentro do prazo, na gestão passada. O secretário estadual de Turismo, Renato Fernandes, admitiu o atraso na execução do projeto – elaborado em 2011 - mas afastou o risco de suspensão das verbas. Segundo ele, o Prodetur teve que passar por uma série de alterações, “mas os projetos estão prontos”. A expectativa, segundo

ele, é que as obras sejam licitadas dentro de três meses. O secretário não divulgou a lista de obras executadas com recursos próprios do Estado nos últimos três anos, mas esclareceu que “não temos projetos ‘megalomaníacos’ em execução”. Nos últimos três anos, o valor investido pelo estado no Turismo passou de R$ 12,85 milhões para R$ 13,92 milhões, segundo balanço publicado no Diário Oficial do Estado. O montante é bem inferior ao aplicado pela iniciativa privada no Rio Grande do Norte. Só o consórcio Inframérica, que está construindo o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, investiu R$ 151 milhões na obra entre 2012 e 2013, segundo o último balanço divulgado pelo consórcio em maio

– valor dez vezes superior. O Município de Natal também tem enfrentado dificuldades para realizar os investimentos. Segundo levantamento realizado junto a Secretaria de Planejamento a pedido da TRIBUNA DO NORTE, pelo menos sete projetos voltados para o Turismo, e que somavam um investimento de pelo menos R$ 3,18 milhões, ficaram pelo meio do caminho. Outros cinco, no entanto, estão sendo executados pela Prefeitura. O investimento estimado é de R$19,41 milhões. “Morro de medo de devolver dinheiro. Nosso estado é carente em infraestrutura turística. Não podemos continuar atrasando as obras”, reconheceu Fernando Bezerril, secretário municipal de turismo.

O coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte, o deputado federal João Maia (PR), se mostrou surpreso com a declaração de que a destinação de menos recursos para o turismo do RN possa estar ligada ao número de emendas aprovadas. “Essa informação é uma surpresa para mim. Não acredito que faltem projetos. Talvez tenha faltado empenho nosso”. João Maia pretende agendar uma reunião com a bancada do RN para discutir esse assunto nos próximos dias. “Temos projetos consistentes. E nossa bancada tem muito prestígio. Falta talvez mobilizar os deputados e senadores do estado e arregaçar as mangas. Vou questionar que história é essa de recebermos menos recursos porque apresentamos poucas emendas”, disse. O assunto foi tratado em reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Alves (PMDB) e empresários de diferentes segmentos do turismo na Federação do Comércio, Turismo, Bens e Serviços do Rio Grande do Norte, na última sexta-feira. O deputado convidará o ministro do Turismo, Gastão Vieira, para retornar ao estado e encontrar-se com os empresários do setor afim de encontrar soluções para o turismo potiguar. “Essa é a atividade que mais gera empregos rápidos e em todos os seguimentos e classes sociais”, justificou.

Falta talvez mobilizar os deputados e senadores do Estado e arregaçar as mangas.” JOÃO MAIA deputado federal

Bezerril, secretário: Estado pode perder recursos do Prodetur

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Empresários do turismo consideram cenário “preocupante”


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

economia

Empresários criticam atrasos no RN « TURISMO » Empresários ligados à hotelaria e ao setor de receptivo avaliam como preocupante a situação dos investimentos. Há crítica sobre capacidade de execução RODRIGO SENA

Obras de infraestrutura turística, como recuperação de estradas, sinalização turística e construção de equipamentos poderiam aumentar o fluxo de visitantes no RN

O

atraso na execução das obras de infraestrutura turística tem afetado diretamente o turismo potiguar, afirma George Costa, empresário do ramo de receptivos e presidente do Natal Convention Visitors Bureau – entidade que capta eventos para o Rio Grande do Norte. Costa cita o exemplo da estrada que liga o município de Goianinha à praia de Pipa, um dos destinos mais procurados dentro do RN. “Em 2006, já discutíamos a necessidade de se duplicar essa estrada. O projeto co-

meçou a ser executado, mas a obra está paralisada há pelo menos três anos”. A duplicação da via poderia aumentar o fluxo de turistas regionais em Pipa, afirma Costa. Segundo ele, obras de infraestrutura turística, como recuperação de estradas, sinalização turística e construção de equipamentos melhoram a qualidade e competitividade do destino e, ao mesmo tempo, atraem mais turistas. “A questão é que o percentual de atraso, considerando os projetos mais representativos

A questão é que o percentual de atraso, considerando os projetos mais representativos em termos de investimentos, é elevadíssimo.” GEORGE COSTA empresário

em termos de investimentos, é elevadíssimo. É justamente nas obras mais relevantes que estamos em pior situação. Isso é extremamente preocupante”, afirma. Segundo Costa, falta capacidade para executar os projetos aprovados. “A gente vê que existe recurso, mas que não se consegue realizar as obras dentro do prazo. Estamos vendo o dinheiro escorrer pelas mãos devido a projetos mal feitos”. George Gosson, empresário do ramo hoteleiro, vice-presidente da Associação Brasileira

da Indústria de Hotéis no RN e presidente da Câmara de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, concorda com Costa e acrescenta que o atraso na execução das obras acaba por desestimular o Ministério do Turismo. “É claro que se o Ministério empenha um recurso é porque deseja que a obra seja realizada”. O cenário geral, de acordo com Gosson, acaba desestimulando também a iniciativa privada, que ou reduz os investimentos no estado ou engaveta os projetos.

HOTÉIS A queda no fluxo de turistas - fruto da ‘falta’de divulgação do destino e do atraso na execução das obras de infraestrutura,segundo o setor - fez o valor que seria investido na construção de novo hotéis em Natal despencar para menos da metade. A soma que seria aplicada na expansão da rede hoteleira no último ano caiu de R$ 350 milhões para R$ 160 milhões,em média, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no RN em julho deste ano.Dos seis novos hotéis planejados para Natal,com vistas à Copa do Mundo de 2014,só três deverão sair do papel neste primeiro momento. A falta de “incentivos”por parte do governo estadual e da Prefeitura de Natal e as perspectivas futuras do turismo,segundo a ABIH/RN, também desestimularam os investidores.“Tem investidor que reduziu o ritmo da obra.E tem investidor que desistiu de construir”, explicou Habib Chalita, presidente da ABIH/RN,em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, na época. “Qualquer investidor que puder escolher onde aportar o seu capital vai escolher estados com melhor desempenho. No Rio Grande do Norte, por exemplo, houve uma redução de 8% nos desembarques domésticos em apenas um ano, segundo dados da Infraero. No mesmo período, outras capitais nordestinas, como Maceió, tiveram aumento de até 20% no turismo interno. Em João Pessoa, na Paraíba, o crescimento foi de cerca de 10%”, acrescentou George Gosson, vice-presidente da ABIH e presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio/RN, que reúne representantes da hotelaria, empresas de eventos, locadoras, bares e restaurantes, entre outros.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

economia

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« SÉRGIO MARQUES, PRESIDENTE DA BIOENERGY » FOTOS: RAFAEL HUPSEL

A burocracia criou impeditivos no RN” O presidente da Bioenergy fala sobre investimentos da empresa e explica as razões de ter desistido de projetos no mercado potiguar ANDRIELLE MENDES repórter

A

Bioenergy, uma das empresas pioneiras em energias renováveis no Brasil, não vai mais investir em energia eólica e solar no Rio Grande do Norte. Os quatro parques eólicos em construção no estado já foram transferidos para o Maranhão, onde a empresa constrói uma linha de transmissão de energia, e os projetos de energia solar foram direcionados para a Bahia. Sérgio Marques, presidente da empresa, cita a dificuldade para escoar energia elétrica no RN e diz que, no momento, não prevê nenhum investimento para o estado. Recursos, no entanto, não faltam à Bioenergy. A empresa, que havia investido R$ 120 milhões na construção de dois parques eólicos no RN, investirá dez vezes mais na construção de 13 parques no Maranhão. Os projetos disputarão o próximo leilão de energia, previsto para novembro. “No Maranhão, pelo menos a gente tem conexão assegurada”, diz ele.

O Ministério de Minas e Energia realizou um leilão exclusivo para energia eólica na última sextafeira. Por que a Bioenergy não participou?

A gente entendeu que as regras desse leilão não eram interessantes para a empresa, no que se refere ao preço-teto, exigências de conexão e data de conclusão. Os parques contratados no leilão de sexta precisam ser concluídos até setembro de 2015 e nós já temos um volume grande para entregar neste período. Por isso, decidimos nos concentrar no leilão A-3, que será realizado em novembro. O ambiente de contratação e as cláusulas contratuais são melhores. O leilão A-3, por exemplo, permite que possamos comercializar energia por um preço maior no mercado livre se conseguirmos antecipar a conclusão dos parques. Como você avalia o leilão de reserva realizado na última sexta?

A tarifa-média ficou dentro do esperado. Com as novas exigências do governo federal (em termos de garantia de conexão), a receita das empresas que contrataram parques ficou mais ou menos 15% inferior a do leilão do ano passado. A Bioenergy foi uma das primeiras empresas do país a apostar no segmento das energias renováveis. Quais as vantagens e desvantagens de se investir nesse segmento no Brasil?

Aprincipalvantageméestarem um negócio bom para o país e para o planeta, já que a energia limpa é o caminho para o desenvolvimento sustentável. A desvantagem é verificar que muitas autoridades ainda não entendem esse papel e, além de não criar incentivos, acabam criando impeditivos para o desenvolvimento dessas novas matrizes do sistema energético.

Quanto a Bioenergy espera investir em energias renováveis no país nos próximos anos?

A Bioenergy vai investir R$ 1,3 bilhão em 13 parques eólicos já contratados no estado do Maranhão. Esperamos investir também R$ 20 milhões em projetos de energia solar na Bahia. Quais os Estados mais promissores e que despertam maior interesse da empresa no Brasil?

A Bioenergy conta com dois parques eólicos em operação no Rio Grande do Norte: Miassaba 2 e Aratuá 1. Agora, a empresa concentra investimentos em uma nova fronteira de ventos no Brasil: o estado do Maranhão. A Bioenergy conta com quantos parques eólicos construídos no país? Todos estão gerando energia ou há parques ociosos, por falta de conexão?

Os dois parques eólicos da Bioenergy no Rio Grande do Norte estão em operação há mais de um ano e contam com conexão. Não temos nenhum parque sem conexão. Aliás, estamos construindo uma linha de transmissão no Maranhão para assegurar a conexão dos 13 parques eólicos da Bioenergy em desenvolvimento no estado. Os 13 parques eólicos em construção da Bioenergy no Maranhão têm conexão assegurada. Devem ficar prontos daqui a um ano. Quanto a empresa investiu no Rio Grande do Norte? Há novos investimentos a caminho?

A empresa investiu R$ 120 milhões no Rio Grande do Norte. Não há novos investimentos a caminho. A empresa cadastrou na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) 20 projetos de energia eólica e solar para o próximo Leilão A-3. Os parques eólicos serão todos construídos no Maranhão. Por que a empresa escolheu este Estado?

Há mais de cinco anos a Bioenergy faz medições de vento no estado do Maranhão e conseguiu viabilizar empreendimentos com grande potencial de produtividade no local A falta de condições de escoamento levou a empresa a repensar sua política de investimentos? A Bioenergy desistiu de investir em eólica no RN?

Agência Nacional de Energia Elétrica e do Ministério de Minas e Energia. Chegamos a instalar o canteiro de obras e fazer bem-feitorias na área, mas paralisamos em função da falta de conexão elétrica. Fizemos sim investimentos, mas eles não foram tão substanciais como início da obra ou fundação. Acredito que tenhamos perdido R$ 5 milhões. E as terras onde os parques seriam instalados? Elas serão devolvidas aos proprietários ou continuarão arrendadas pela Bioenergy?

Estamos em fase de negociação com os empresários. Ainda vamos decidir se devolveremos ou se continuaremos com as terras. A empresa poderá instalar novos parques eólicos nessas terras, visto que o vento no local já foi medido?

Eu não descarto essa possibilidade. Preciso ressaltar, no entanto, que o nosso foco é o Maranhão. Por que a empresa resolveu transferir os parques que já estavam sendo construídos no RN?

Além dos problemas verificados com a Cosern, a empresa considerou que as condições nos parques maranhenses eram mais favoráveis. Construir parques eólicos no Rio Grande do Norte deixou de ser rentável, como chegou a afirmar a Força Eólica do Brasil – outra empresa do ramo?

Não diria que deixou de ser rentável, mas as complicações burocráticas e dos serviços da Cosern realmente criaram impeditivos. O que o Estado deveria fazer para se tornar mais competitivo nessa área?

A questão principal é a falta de linhas de transmissão suficientes e a capacidade de escoamento, que é bastante deficitária no estado, por falta de investimentos do governo federal.

QUEM Sérgio Marques é presidente da Bioenergy Geradora

FORMAÇÃO Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), começou a trabalhar no setor de geração de energia em 1998 como consultor jurídico de multinacionais estrangeiras que buscavam entrar no mercado brasileiro de energia renovável

CARREIRA O executivo foi um dos sócios fundadores da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), entidade na qual foi vice-presidente e, atualmente, ocupa a presidência do Conselho Fiscal

Para tentar evitar que parques eólicos fiquem ociosos por falta de linhas de transmissão, o Governo Federal mudou as regras para os novos leilões de energia eólica. Agora para habilitar parques é necessário apresentar garantias de que a energia gerada será de fato escoada. Como isso mexe com o planejamento e as finanças das empresas?

A Bioenergy realmente teve alguns problemas com a Cosern, os quais estão sendo tratados com a empresa. Esses problemas realmente desestimularam a Bioenergy a desenvolver os parques planejados no Rio Grande do Norte.

Tudo isso gera, obviamente, mais custos. No caso da Bioenergy, já estávamos preparados para isso, pois estamos construindo uma linha de transmissão no Maranhão.

Em entrevista concedida há um ano à TRIBUNA DO NORTE, a Bioenergy anunciou que transferiria quatro parques do RN para o Maranhão. Os parques foram todos transferidos? O canteiro de obras foi desmobilizado?

Quanto à exigência de produtividade a P90, com certeza. Trata-se de uma condição que praticamente só existe no Brasil. Isso eleva muito os custos.

Os parques foram todos transferidos, conforme aprovação da

ì

A mudança desestimula os empresários?

A necessidade de apresentar essa garantia, fez a Bioenergy reduzir o número de projetos ca-

dastrados no leilão de agosto?

A garantia de conexão não nos prejudicou. A exigência levou a empresa a repensar onde aplicaria os seus recursos e escolher Estados com melhor logística e infraestrutura?

A desvantagem nesse setor é verificar que muitas autoridades, além de não criar incentivos, acabam criando impeditivos para o desenvolvimento dessas novas matrizes do sistema energético”

Como estamos construindo uma linha no Maranhão, a tendência é concentrarmos nossos investimentos onde teremos conexão assegurada. O que, na avaliação da empresa, deveria ser feito para solucionar o problema envolvendo o escoamento de energia - sobretudo a gerada pelos parques eólicos - pelo Governo Federal de uma vez por todas?

Nada mais do que cumprir o próprio planejamento e os contratos assinados. Que outros entraves impedem que o setor de energias renováveis avance mais rápido no país?

A ideia de incluir as geradoras no rateio da energia térmica emergencial, a exigência de um índice de produtividade a P90 e a exclusão dos projetos eólicos do Leilão A-5 são exemplos desses entraves. A empresa tem planos de voltar a investir em eólica no Rio Grande do Norte?

A Bioenergy não descarta a possibilidade de investir em qualquer estado da federação, inclusive no Rio Grande do Norte. As nove usinas solares cadastradas no leilão A-3 serão construídas na Bahia. E os projetos de energia solar no Rio Grande do Norte? Matéria publicada em abril de 2012 dizia que a empresa media radiação solar em dois municípios potiguares e que daria entrada nas licenças ambientais ainda no ano passado.

O foco da energia solar nunca foi o Rio Grande do Norte. Sempre foi a Bahia.


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economia

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

AGÊNCIA BRASIL

Abrindo a porteira

CMN melhora condições de crédito rural no Nordeste

LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]

Riqueza do campo Um estudo da (CNA) Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil prevê aumento de 8,1% na renda da agropecuária, com o Valor Bruto da Produção (VBP) atingindo R$ 422,7 bilhões em 2013. O crescimento deve ser impulsionado pela soja, com alta de 19,2%. “Apesar da forte tendência de queda das cotações das commodities agrícolas no mercado internacional, a expectativa é de que o cenário externo desfavorável não comprometa o faturamento da agropecuária brasileira”, dizem os técnicos da CNA. A previsão da CNA é de aumento de 9% no faturamento da pecuária brasileira, que deve atingir R$ 167,8 bilhões. Os técnicos destacam o crescimento de 23,6% na renda da avicultura, estimada em R$ 52,4 bilhões. Para a carne suína, a previsão é de aumento de 11,3% para R$ 12 bilhões.

PRESSÃO A continuidade da intervenção governamental tem diminuído a pressão sobre as cotações internas do milho, elevando o Indicador nos últimos sete dias. Enquanto isso, os estoques mundiais seguem crescendo, acirrando a concorrência internacional com o Brasil. Compradores estão à espera de preços ainda menores e/ou aproveitando oportunidades oferecidas por vendedores que participaram dos leilões governamentais. A saca de 60 kg custava R$ 23,62 na última segunda-feira, 19.

Liberação

Oleaginosas

Os pecuaristas potiguares comemoram o reconhecimento do Rio Grande do Norte, juntamente com outros estados, de área livre da febre aftosa com vacinação. Com essa decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária, a Festa do Boi 2013, no mês de outubro próximo, deverá atrair criadores de vários estados contribuindo para a realização de negócios.

A Emparn juntamente com parceiros como a Jica (agência de cooperação japonesa), Emater e Banco do Nordeste, vai realizar na próxima quarta-feira (28), na Base Experimental do Jiqui, um Dia de Campo com os produtores rurais sobre o cultivo de oleaginosas. Um dos destaques é o gergelim que está com uma cotação de preço elevada nos mercados interno e externo.

INSEMINAÇÃO A Alta – uma das maiores empresas de melhoramento genético no mundo – realizará entre os dias 3 e 5 de setembro curso de inseminação artificial no Estado, no Instituto Ieduki Soluções em Educação - CENTERN (Rodovia RN 317, Km 5, São José do Mipibú-RN). Para realizar as inscrições ou para obter mais informações é preciso entrar em contato com Jorge Motta no número (84) 94319258 ou e-mail contato@ieduki.com.br.

Transposição avança A obra de Transposição do Rio São Francisco, que estava vivendo uma situação de abandono, já mostra sinais de avanço significativos. Segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, todos os lotes da obra estarão em setembro com frentes de trabalho mobilizando cerca de duas mil máquinas. No Eixo Norte as obras que estavam concentradas em Pernambuco começam a entrar

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A cadeia produtiva do leite do RN está passando por maus momentos. Hoje (25) completa quatro quinzenas sem pagamento aos fornecedores (produtores e usinas), do Programa do Leite do Governo do Estado. Um descaso sem precedentes. As dificuldades aumentam com o atraso de compromissos e até de suspensão de crédito, além do risco de atraso de pagamento dos salários dos funcionários.

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na Paraíba pelo município de Monteiro. As obras de transposição das águas do Rio São Francisco receberam de janeiro até julho só 4,2% do orçado para 2013, R$ 1,246 bilhão. A obra é composta por dois grandes canais que somam mais de 700 quilômetros e vão retirar água do São Francisco para beneficiar 12 milhões de pessoas em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

A Dow AgroSciences deverá concluir, até 2014, investimentos da ordem de US$ 100 milhões para expandir sua capacidade de produção de sementes no Brasil. Os recursos estão sendo aplicados na construção de uma unidade de beneficiamento de sementes em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, um novo laboratório de pesquisa em Cravinhos, no interior paulista, e um centro de pesquisa em Sorriso, Mato Grosso.

« RECURSOS »

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O leilão Caroatá de 2014 será no próximo sábado, 31, no Rebanho Caroatá, em Gravatá, Pernambuco. Além de caprinos Boer e ovinos Santa Inês e Dorper vai colocar à venda bovinos Sindi, raça muito procurada por ter dupla aptidão, para corte e produção de leite. O evento terá 60 lotes, sendo 12 lotes de Sindi, 20 de Santa Inês, 16 de Boer e 12 de Dorper.

ADUBO As entregas de fertilizantes ao consumidor final (vendas internas) totalizaram 2,295 milhões de toneladas em julho, aumento de 14,2% sobre o mesmo mês de 2012. Já no acumulado do ano (janeiro a julho), as entregas cresceram 5,5%, para 15,145 milhões de toneladas, na mesma base de comparação. Os números são da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

PECUÁRIA Os custos da pecuária de corte sobem no primeiro semestre. A alta dos preços dos animais de reposição, da suplementação mineral, da mão de obra e de outros itens elevou os custos da pecuária de corte em 4,52% no acumulado do primeiro semestre de 2013, superando as variações registradas em todo o ano passado. Os preços do boi gordo subiram 2,81% no período acumulado até junho deste ano. A análise está na mais recente edição do boletim “Ativos da Pecuária de Corte”, elaborado pela CNA.

COCO A partir de amanhã até o dia 26, no Hotel Maria Park, em Fortaleza acontecerá a segunda edição da Feira Nacional do Coco. O Ceará é o segundo maior produtor de coco do Brasil, que é o quarto no ranking mundial da fruta. O RN também é um dos grandes produtores.

B Indicadores revelam que o setor não recuperou perdas sofridas nos últimos meses, no país

Cenário é difícil para a recuperação da indústria nacional « SONDAGEM » Momento desfavorável na economia

“decepciona” o setor, que está menos confiante e com índice menor de uso da capacidade instalada

R

io (AE) - A prévia da Sondagem da Indústria, divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indicou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) deve atingir, em agosto, o menor patamar em 12 meses. A parcial do mês indica 83,9% da capacidade, ante 84,4% em julho. Também o Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou queda de 0,7%. Se confirmados, os indicadores revelam que a dificuldade na recuperação do setor é ainda mais severa e prolongada do que se previa. “A perda de confiança da indústria vai além da questão puramente econômica. Há uma sensação de desapontamento com o crescimento da economia. Como o País saiu bem da crise, em 2008, isso gerou uma confiança acima do que o resultado da economia demonstrava”, avalia Aloisio Campelo, superintendente de Ciclos Econômicos da FGV. Segundo o economista, com a piora no cenário econômico, “o estoque alto de confiança na indústria começa a se diluir, além da real situação da indústria”. A piora se identifica em dados como alta na taxa de juros, que encarece o crédito, endividamento das famílias e revogação das reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que afetam diretamente o consumo de bens duráveis. Este foi um dos setores que

A perda de confiança da indústria vai além da questão puramente econômica. Há uma sensação de desapontamento ”. ALOÍSIO CAMPELO superintendente de Ciclos Econômicos da FGV

mais puxou os indicadores da indústria para baixo, conforme a FGV. Também os bens de capital influenciaram negativamente os índices, segundo Campelo, “setores voláteis e sujeitos à influência de incertezas no cenário”. Ainda de acordo com o pesquisador, o peso negativo dos dois itens na pesquisa é “sintomático por indicar uma expectativa de diminuição efetiva da demanda”. A queda na utilização da capacidade industrial sofreu também influência de ajustes de estoques e compras de máquinas e equipamentos, no início do ano. O recuo no Nuci indicaria um aumento da capacidade produtiva, após os investimentos. “A produção vai se manter no terreno positivo, com a volatilidade que

já tem sido bem grande nos últimos 12 meses. Isso reflete a quantidade de medidas adotadas, como desonerações e IPI, que geram pequenos saltos e quedas de setores que influenciam o resultado geral da indústria”, afirma Campelo.

Câmbio Outros indicadores medidos na prévia revelam que a indústria não recuperou perdas dos últimos meses, quando houve protestos em diversas cidades do País. O Índice da Situação Atual (ISA) cedeu 0,8%, com 99,8 pontos, ante a prévia de julho. Este é o menor nível desde julho de 2009. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,7%, para 97,9 pontos, ante 99,9 pontos em julho. O dado indica, segundo Campelo, que a desvalorização cambial ainda não significa esperança para a indústria. “Enquanto o câmbio está volátil, há certa dúvida. Já está claro que vai se estabilizar acima de R$ 2,30, então acredito que vai haver efeito positivo. Mas isso ainda não é sentido.” O efeito positivo seria maior para as empresas voltadas ao mercado externo. “Mas isso ainda demora um pouco. Teríamos um mercado interno com desaceleração e externo com aceleração, mas com produtos nacionais mais competitivos.”

rasília (ABr) – O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta semana mudanças na linha de crédito rural com recursos dos fundos constitucionais do Norte e Nordeste, melhorando as condições para quitação de débitos e novos financiamentos. A medida é parte da política iniciada pelo governo no ano passado de mitigação dos problemas dos agricultores prejudicados pelos efeitos da seca. Entre as alterações aprovadas está a elevação de R$ 100 mil para R$ 200 mil do valor das operações de crédito habilitadas à liquidação com os benefícios da linha especial. O CMN também reduziu de até 4,12% para 3,5% ao ano o valor dos juros nos financiamentos e aumentou de um para três anos o prazo de carência para início do pagamento. Além disso, eliminou o teto de R$ 200 mil para tomada de novos empréstimos. Agora, não há mais limite financeiro para a contratação. O restante das condições, como juros de 0,5% ao ano para produtores rurais carentes, está mantido. Os benefícios valem para linhas de crédito rural até R$ 200 mil contratadas até dezembro de 2006, em situação de inadimplência em junho do mesmo ano. O prazo para liquidação dos débitos é 31 de dezembro do próximo ano. O Conselho Monetário Nacional fez as mudanças para atender à Lei n° 12.844, de julho deste ano, que alterou o auxílio a produtores rurais previsto por legislação editada em 2012. O colegiado votou mais duas matérias agrícolas. Um dos votos determinou que os armazéns de estocagem de etanol e combustíveis não podem receber ajuda do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que tem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Francisco Erismar, coordenadorgeral de Crédito Rural do Ministério da Fazendo, o objetivo é impedir o desvirtuamento do programa, destinado a resolver o problema da deficiência na armazenagem de grãos. Foi votado ainda o preço mínimo de produtos que aguardavam definição para a próxima safra. De acordo com o Ministério da Fazenda, somente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está apto a detalhar o voto.


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economia

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Bancos fecham postos de trabalho « TRABALHO » Levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro mostra que política de redução salarial levou bancos a cortar 5,8 mil vagas no primeiro semestre deste ano DANIEL MELLO Agência Brasil

ão Paulo – Os bancos privados fecharam 5,8 mil postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano, segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Segundo o levantamento, as instituições financeiras dispensaram 23,5 mil funcionários no período e contrataram 17,7 mil. As demissões são, de acordo com a Contraf,

S

uma forma de reduzir a média salarial dos empregados. O levantamento aponta que os dispensados recebiam em média R$ 4,5 mil, enquanto os admitidos ganham na média R$ 3 mil. A pesquisa foi feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho. Para o diretor de Imprensa da Contraf, Ademir Wiederkehr, a redução RODRIGO SENA

Política monetária dos EUA eleva cotação do dólar no Brasil

« CONJUNTURA »

Ciclo de aperto monetário prejudica emergentes Estudo do HSBC indica como os países em desenvolvimento agem durante crise FERNANDO NAKAGAWA Agência Estado

ondres - A perspectiva de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos já fez algumas vítimas, como as várias moedas emergentes que perderam valor nos últimos dias. O fenômeno, porém, não é novo. Levantamento feito pela equipe de pesquisa global do banco HSBC mostra que é comum que divisas de países em desenvolvimento sofram desvalorização durante ciclos de aperto monetário nos EUA. O fenômeno ocorre desde os anos 80 e a moeda brasileira é um dos exemplos. “O trauma gerado em muitos mercados emergentes continua sendo observado em ritmo acelerado. Desde o início de maio, a rupia indiana e o real brasileiro já caíram 16% em relação ao dólar, enquanto a rupia indonésia e rand sul-africano caíram 11%”, diz o documento. “Mas a história sugere que essa luta das moedas emergentes não surpreende”, cita o estudo. Economistas avaliaram a evolução de 27 moedas emergentes durante períodos de aumento do retorno recebido (yield) nos títulos do governo norte-americano. Desde 1987, o HSBC listou sete períodos de elevação na rentabilidade desses papéis de dívida: 1) de janeiro a outubro de 1987, 2) entre fevereiro de 1988 e março de 1989, 3) de setembro de 1993 a janeiro de 1995, 4) entre fevereiro e julho de 1996, 5) de outubro de 1998 a maio de 2000, 6) entre os meses de junho de 2003 e 2006 e 7) desde maio de 2013. Nos sete períodos citados, a moeda brasileira teve desvalorização superior a 10% em cinco ciclos. Em um sexto período também houve queda da moeda nacional, mas inferior a 10% Só em uma ocasião - o longo ciclo entre junho de 2003 e junho de 2006 - o real não seguiu a regra

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e, ao contrário, acumulou valorização superior a 10% no fim do período. O México, por exemplo, teve três desvalorizações superiores a 10%, três inferiores a 10% e uma valorização de até 10%. O yuan chinês, por sua vez, só registrou um ciclo de queda superior a 10%. Em todos os outros períodos, houve valorização ou estabilidade na China. Entre os 27 países, a Turquia aparece como o emergente mais vulnerável: a lira turca caiu mais de 10% em seis ciclos e já acumula desvalorização de menos de 10% no atual momento.

Ciclos Para o HSBC, o resultado do levantamento mostra que a desvalorização é o “resultado dominante” gerado pelos movimentos de aperto monetário nos EUA. “A Ásia tem se mostrado menos pior do que os países do Leste Europeu, Oriente Médio, da África e América Latina”, diz o documento, que reconhece que alguns dos ciclos também podem ter razões internas. “Por exemplo, as desvalorizações de moeda associadas com a alta inflação nos anos 80 e 90 na América Latina”, diz o documento. Apesar de não mostrar surpresa com o tombo das moedas nos últimos dias, o HSBC diz “ter esperança” de que emergentes conseguirão lidar melhor com a situação agora. “A maioria das moedas opera em regime flutuante, as posições das reservas internacionais são mais fortes e a dívida externa é menor”, diz o banco. “De fato, a maioria das divisas emergentes se saiu melhor contra o dólar no ciclo entre 2003 e 2006”, destaca o banco. Nesse ciclo citado, das 27 moedas pesquisadas, apenas três registraram desvalorização superior a 10%. A maioria - 17 divisas, entre elas o real brasileiro - tiveram alta no período. No atual ciclo, porém, o quadro é exatamente o oposto. Desde maio, quando o Fed sinalizou que poderia começar a retirar os estímulos e o retorno dos papéis passou a subir, 20 das 27 moedas caíram em relação ao dólar.

de gastos com a folha de pagamentos é uma forma de maximizar os lucros das instituições. “Há uma concorrência muito forte entre os bancos e a questão do emprego é vista como custo. Assim como a rotatividade, ela é usada para reduzir custos para aumentar o lucro dos bancos”. Com isso, Ademir diz que os trabalhadores que permanecem empregados acabam sendo sobrecarregados. “Os bancos tem reduzido postos de trabalho e sobrecarregado os bancários com

metas, que nós chamamos de abusivas”, ressaltou. “O trabalhador está pagando a conta do corte de custos”. A Contraf pretende trazer a manutenção do emprego e a melhoria das condições de trabalho como pauta para a campanha salarial deste ano. “Nós queremos contratações, o fim das demissões, das metas abusivas e do assédio moral”, destacou Ademir. Procurada pela Agência Brasil, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) disse acredi-

tar que “os cálculos feitos pela Contraf estejam superdimensionados”. Segundo a federação, em dezembro de 2012, havia 501.784 trabalhadores em bancos. Em 30 de junho de 2013, havia 499.169. “Portanto, a queda verificada nesse período é de 2.615 postos de trabalho. O salário médio dos trabalhadores em bancos neste ano de 2013 é de R$ 4,8 mil, aproximadamente 10% maior que a média de 2012. O aumento reflete reajustes e evolução na carreira”.

De acordo com a federação, a evolução na carreira explica porque o salário de saída é maior que o salário de entrada nos bancos. “Os trabalhadores em bancos permanecem, em média, dez anos no mesmo empregador, recebendo reajustes e promoções. Portanto, é evidente que a remuneração de saída sempre será superior à de entrada nos bancos. Esses números se referem aos 12 maiores bancos do país, que empregam 92% da mão de obra da categoria profissional”, informou.


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economia

LDO recebe mais de 2 mil emendas « ORÇAMENTO » Líderes da Câmara e do Senado deixam para setembro votação de vetos a projeto polêmicos, como multa do FGTS e dívidas rurais, enquanto negociam tramitação da Lei das Diretrizes Orçamentárias

B

rasília - O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) apresentou na sexta-feira o relatório final da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). Das 4.085 emendas apresentadas ao relatório final, Forte aceitou 2.050 (273 com aprovação completa e 1.777 com aprovação parcial). Outras 2.029 emendas foram rejeitadas e seis foram declaradas sem admissibilidade. Os parlamentares poderão apresentar destaques ao relatório final até a próxima terçafeira (27), quando haverá reunião do relator com os representantes dos partidos na comissão para discutir o texto. Após a aprovação na Comissão Mista de Orçamento, a LDO seguirá para o Plenário do Congresso Nacional, mas a pauta está trancada por dois vetos que não foram analisados na última terça-feira. Os líderes da Câmara e do Senado decidiram deixar para setembro a votação dos vetos ao projeto que extinguiu a multa extra do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à Medida Provisória 610/13, que trata de renegociação de dívidas rurais. Com isso, a LDO só poderá ser votada no Plenário do Congresso depois do dia 17 de setembro, data prevista para a votação dos vetos. Ainda assim, o relator acre-

dita que tanto os vetos quanto a LDO possam ser votados pelo Congresso na próxima quartafeira (28), em uma pauta extraordinária. Se a votação ficar para setembro, o governo vai enviar o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2014 sem que os deputados e senadores tenham votado a LDO, que estipula os parâmetros do Orçamento. O prazo para envio da LOA é até 31 de agosto. Segundo o Ministério do Planejamento, caso a LDO não seja votada, a proposta orçamentária para 2014 será feita com base na proposta original de diretrizes orçamentárias, enviada pelo Executivo ao Congresso. “O Congresso não é obrigado a votar a LDO na semana que vem, não tem prazo”, minimizou o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). “Já houve caso de votar a LDO junto com o Orçamento.” Já o relator da proposta, disse que o orçamento será adequado, ao longo de sua tramitação no Congresso, à LDO aprovada pelo Congresso. “Não vamos aceitar nenhum atropelamento em relação ao que foi decidido na LDO”, afirmou Danilo Forte.

Petróleo Já as Comissões de Assuntos Econômicos e de Serviços de Infraestrutura realizam audiência pública na quarta-feira para ou-

WILSON DIAS

Chinaglia minimiza crítica e afirma que Congresso não é obrigado atropelar etapas para votar LDO

vir a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard. O debate foi solicitado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). De acordo com requerimento, apresentado pela parlamentar em 4 de junho último, a audiência servirá para debater a primeira rodada de leilões de campos de petróleo do pré-sal sob o

regime de partilha. Logo após a audiência, a comissão realiza reunião para votar a indicação de Waldyr Martins Barroso para o cargo de diretor da ANP. Ele é atualmente superintendente de Refino e Processamento de Gás Natural da Agência. No relatório sobre a indicação, lido na última reunião da CI, o senador José Pimentel (PTCE) ressalta a ampla experiên-

cia profissional e acadêmica do indicado, como também seu “elevado conceito no campo de especialidade do cargo”. Waldyr Martins Barroso será sabatinado antes da votação. Se aprovado pela Comissão e, posteriormente, pelo Plenário, sua indicação completará o quadro da diretoria da ANP, que trabalha com pelo menos um cargo vago desde o final do ano passado.

Senado pede informação sobre empréstimo à EBX O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, comparecerá ao Senado para esclarecer a política de operações creditícias feitas ao grupo EBX, do empresário Eike Batista. A audiência pública, promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), será realizada na terçafeira. A atuação do BNDES tem sido questionada por senadores nos últimos meses, tanto no que se refere a empréstimos feitos a empresas quanto a operações com títulos do Tesouro Nacional. No caso do grupo EBX, que enfrenta um colapso, estima-se que os empréstimos feitos nos últimos anos pelo banco cheguem a R$ 10,4 bilhões. Os questionamentos são sobre supostas vantagens ou tratamento privilegiado às empresas do grupo. Especialistas também questionam os motivos das escolhas do BNDES, já que o banco faz empréstimos com recursos públicos e juros subsidiados e não deveria, portanto, seguir a lógica usada pelo setor privado. Coutinho também deve ser questionado sobre perspectivas dos investimentos do BNDES para o quadriênio 2013-2016.


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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de agosto de 2013

UTI: fila de espera e leitos ociosos « SAÚDE » Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que 53 pacientes do SUS aguardam por um leito de UTI, enquanto 27 unidades estão estruturadas aguardando pessoal capacitado ou liberação do Ministério da Saúde PEDRO ANDRADE Repórter

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m meio à alta demanda por vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado do Rio Grande do Norte, 27 leitos estão prontos para serem utilizados mas mantém-se desativados. Desses, nove estão no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e oito no Hospital Maria Alice Fernandes, que não funcionam por falta de pessoal capacitado. Há, ainda, 10 leitos no Hospital Memorial que, apesar de privado, tem essas unidades disponíveis para também atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas aguarda habilitação necessária do Ministério da Saúde. Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) informa que, pelo registro da última quinta-feira, 53 pessoas esperam por uma vaga em UTIs atendidas pelo SUS no RN. Desses pacientes, quatro são crianças internadas no Hospital Infantil Varella Santiago. Do total de leitos disponíveis (326) para pacientes do SUS no Rio Grande do Norte, 235 estão em hospitais da rede estadual e 91 são contratados pelo serviço público às instituições privadas.

Especialistas O problema da falta de mão de obra especializada para atuar em leitos de terapia intensiva é generalizado e reclamado por outras unidades de saúde como o Hospital José Pedro Bezerra, conhecido como Santa Catarina, onde a UTI está sendo construída/equipada, mas ainda não há

todo o quadro de funcionários necessário à disposição para começar a funcionar. De acordo com Camila Costa, médica e coordenadora hospitalar da Sesap, a falta de profissionais capacitados atrasa a abertura de novos leitos de terapia intensiva e até mesmo a continuidade de funcionamento. “Não temos um banco com profissionais que, além da formação, tenham essa experiência de UTI”, diz. Camila Costa explica que o ideal para uma unidade de saúde é ter, de leitos de UTI, cerca de 10% do número total de leitos do hospital. Considerando esse percentual, Ricardo Lagreca, diretor-geral do Onofre Lopes, afirma que “hoje o HUOL tem 250 leitos e está prestes a inaugurar mais 50. Deveríamos ter, então, entre 25 e 30 vagas na Unidade de Terapia Intensiva. Mas, dos 19, apenas dez funcionam devido à falta de médicos, enfermeiros, e técnicos de enfermagem”. Maria José de Pontes, chefe da divisão de Enfermagem do Santa Catarina, faz reclamação similar: “são necessários um médico intensivista, um enfermeiro e cinco técnicos de enfermagem para cada dez leitos”. Desses, o enfermeiro já atua no hospital, mas o Santa Catarina tem um déficit de três médicos que foram transferidos para outra unidade de saúde e não tem os técnicos necessários no seu quadro de funcionários.

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No Maria Alice Fernandes, oito leitos estão ociosos JOÃO MARIA ALVES

Em Natal há, pelo menos, 27 leitos de UTIs instalados e ociosos


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natal

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Faltam funcionários para UTI infantil « SAÚDE » No Hospital Maria Alice Fernandes, na zona Norte, oito leitos equipados desde abril passado

continuam sem ser utilizados por falta de pessoal especializado. Não há perspectivas de contratação

JOÃO MARIA ALVES

O

Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, enfrenta situação semelhante a do Huol. Na unidade hospitalar da zona Norte, a UTI funciona com dez leitos bastante disputados e com apoio da chamada “Sala Vermelha”, onde ficam os pacientes que têm prioridade na fila para o tratamento intensivo. Além desses dez leitos, há a chamada Unidade de Dependentes de Ventilação Mecânica (UDVM), com estrutura física, aparelhos e leitos organizados mas, ainda assim, está desativada desde abril, quando foi finalizada. Segundo Renilson Rodrigues, diretor técnico do Maria Alice Fernandes, este é mais um caso de leitos inutilizados por falta de pessoal, além da falta de um local específico para pacientes doentes crônicos. “Se estivesse funcionando, [a UDVM] desafogaria a UTI e permitiria uma maior rotatividade, devido aos casos de pacientes crônicos, que são permanentes e ocupam metade dos leitos de terapia intensiva”, diz. De acordo com Rodrigues, o paciente mais antigo está há oito anos no hospital. Na Maternidade Escola Januário Cicco, o problema da falta de leitos se repete. Segundo Kleber Morais, médico e diretorgeral da MEJC, os dez leitos atuais são insuficientes para a demanda, levando à criação de unidades improvisadas, no centro cirúrgico da unidade. Com a obra que deve ter início ainda neste semestre, Morais estima que cinco novos leitos sejam implantados. “O ganho no número de leitos é irrisório para o estado, mas substancial para a maternidade”, afirma. Segundo Kleber Morais, a verba para reforma e ampliação da UTI neonatal da MEJC é procedente do programa nacional de Reestruturação dos Hospitais de Ensino, que também atingirá outros setores da maternidade.

Leitos de UTIs disponíveis estão superlotados Para Camila Costa, médica e coordenadora hospitalar da Sesap, o número de leitos não é um problema no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. “Pelo percentual ideal, o Walfredo precisaria de cerca de 20 [leitos para UTI], mas hoje temos 35 e, até o fim do ano, outros 10 devem ser inaugurados”, afirma a médica. “O problema não está no Walfredo ou nesses maiores hospitais. O que acontece é uma carência de UTIs em outras unidades e regiões do estado, levando à superlotação dos que têm [esse tipo de serviço]”, acrescenta. No Santa Catarina, a UTI passa por uma ampliação e, devido às obras, a terapia intensiva funciona provisoriamente com três leitos. “Antes a UTI do hospital tinha seis leitos, mas agora está com três devido ao serviço de expansão. Quando acabar a obra, a UTI do Santa Catarina passará a ter dez leitos, mais um exclusivo para isolamento”, explica Maria José de Pontes, chefe da divisão de Enfermagem do hospital. A direção do Santa Catarina espera que a conclusão do serviço ocorra até o fim de setembro. “Para começar a funcionar, faltam as cortinas que separam os leitos, prateleiras que serão usadas para colocar os equipamentos do leito e os armários, além da equipe médica. De acordo com Reginaldo Holanda,médicoresponsávelpelaUTI Neonatal, além dos leitos adultos, o Santa Catarina tem a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, com vaga para 18 recém-nascidos, 7 vagas para cuidados intermediários e 12 em tratamento canguru, todas para pacientes de alto risco.

Leitos de terapia intensiva no Hospital Infantil Maria Alice Fernandes estão equipados, mas continuam sem receber pacientes. Fila de espera por UTI tem quatro crianças

Acordo determina criação de vagas A Justiça Federal no Rio Grande do Norte mediou, no dia 9 de agosto, um acordo entre o Estado do Rio Grande do Norte, o Município de Natal e o Conselho Regional de Medicina para que o poder público recorra a custeio de profissionais da saúde em hospitais privados, bem como aluguel de leitos, além da criação, implantação e manutenção de outros, na tentativa de amenizar a demanda no Hospital Walfredo Gurgel. Contando com os leitos de terapia intensiva nos hospitais Onofre Lopes, Santa Catarina, Maria Alice Fernandes e Memorial, que estão prontos ou em fase de conclusão, a assessoria da Sesap afirma que outros leitos devem ser abertos até o fim do ano. Desses, seis serão inaugurados no Hospital Ruy Pereira ainda em agosto, somando com os quatro já em atividade; 13 adultos, sendo sete já criados e seis novos, e quatro neonatais no Hospital Coronel Pedro Germano (Hospital da PM); e dez leitos neonatais no Varella Santiago. Além desses leitos, os dez no-

vos no HWG anunciados pela Sesap não estão inclusos no acordo, que prevê a ativação, até o fim deste ano, de 56 leitos de terapia intensiva no RN e, que em dois anos, 159 leitos de terapia intensiva sejam abertos para atendimento pelo SUS. Como determinado no acordo, devem também ser implantados a médio prazo: 10 leitos adultos no Hospital do Seridó, em Caicó; dez leitos adultos no Hospital Dr. Mariano Coelho, em Currais Novos; e dez adultos no Hospital Regional de Pau dos Ferros. Devem ser cumpridos ainda 4 leitos adultos e 7 pediátricos no Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, em até um ano; e 60 leitos adultos no Hospital de Trauma da Região Metropolitana em até dois anos.

Remanejamento Segundo a médica Camila Costa, atualmente o governo estuda os 24 hospitais que formam a rede estadual no RN para avaliar a distribuição de profissionais. Esse número, que segundo ela, é considerado alto para a

média brasileira, dificulta o gerenciamento perfeito das unidades de saúde. “Existe desabastecimento. Precisamos melhorar e muito”, afirma. Após a verificação da distribuição de pessoal, que a Sesap espera concluir em até 30 dias, será feito remanejamento, caso seja possível. “A nossa primeira opção é o remanejamento de profissionais. Se não for possível, a secretaria abre um concurso público para convocação. Mas, caso a demanda seja de urgência, recorre-se à terceira opção, de contratação de cooperativas para serviço terceirizado”, explica a médica e coordenadora hospitalar da Sesap. Questionada sobre a capacitação de médicos, enfermeiros e técnicos já ligados ao Estado, Camila diz que existe um projeto financiado pelo Banco Mundial para capacitação de profissionais para trabalhar em Unidades de Terapia Intensiva. “Já são feitos cursos de capacitação, mas esses financiados pelo Banco Mundial devem começar até o início de 2014”, disse.

UTI no RN Filas por vaga e ociosidade de leitos

471 leitos

estão disponíveis no Rio Grande do Norte nas redes pública e privada;

326 leitos

podem receber pacientes do SUS;

53 pessoas

esperam um leito de UTI na rede pública;

17 leitos

estão prontos na rede pública e desativados por falta de profissionais em Natal;

10 leitos

estão prontos no Hospital Memorial e aguardam habilitação do Ministério da Saúde para atender pacientes do SUS;

Em relação à crise de funcionários devidamente capacitados para o trabalho em UTIs, tanto os responsáveis pelo Huol quanto pelo Santa Catarina e pelo Hospital Maria Alice Fernandes, dizem que está em andamento

56 leitos

devem ser abertos até o fim do ano pela Secretaria Estadual de Saúde;

6 novos

leitos serão abertos no Ruy Pereira até o próximo dia 9 de setembro.

a parceria com os governos Estadual e Municipal, para fornecimento de pessoal que trabalhará nessas unidades paradas ou que serão inauguradas em breve, mas não foi dado nenhum prazo estimado.

Opinião MAGNUS NASCIMENTO

RODRIGO SENA

O RN precisa de vagas de UTI neonatal. Como falta no Estado, superlota a MEJC” KLÉBER MORAIS médico e diretor-geral da Maternidade Escola Januário Cicco

Há local físico e equipamentos para os novos leitos, mas falta pessoal”

JOÃO MARIA ALVES

RICARDO LAGRECA

A UDVM está pronta desde abril, com leitos e equipamentos, mas não funciona por falta de médicos e fisioterapeutas”

médico e diretor-geral do Hospital Universitário Onofre Lopes

RENILSON RODRIGUES

JOÃO MARIA ALVES

O Santa Catarina tem déficit de três médicos e dois enfermeiros só para a UTI” MARIA JOSÉ DE PONTES

diretor técnico do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes

chefe da Divisão de Enfermagem do Santa Catarina


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»ENTREVISTA » SÉRGIO FREIRE

PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB/RN)

FOTOS:ALDAIR DANTAS

“Falta diálogo e interlocutor para a crise”

ì QUEM Sérgio Freire é formado em Direito pela UFRN e já atuou como presidente da Comissão de Licitação da Fundação de Assistência e Promoção Social (Fasp), foi assessor jurídico da Defensoria Pública do Estado, diretor tesoureiro da OAB/RN, é também conselheiro federal e atual presidente da OAB/RN

« GREVES » Sérgio Freire defende a necessidade de dar transparência à sociedade sobre a crise financeira enfrentada pelo Governo do Estado

a última quarta-feira (21), trabalhadores em greve, conselhos de controle social e representantes da Assembleia Legislativa (AL/RN) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN) decidiram formar uma comissão para dialogar com o Governo do Estado sobre as pautas de reivindicações. O presidente da OAB/RN, Sérgio Freire, defende oa necessidade de dar transparência à sociedade sobre a crise enfrentada pelo governo e não apenas se deter ao discurso. “Não se pode fechar a cortina apenas sob o manto do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e da crise”. Em comum, as diversas categorias que deflagraram greve reclamam das condições de trabalho, problemas de estrutura física, a não convocação de aprovados em concursos, perdas salariais decorrentes do não cumprimento dos planos de cargos, carreiras e salários, e de outros vencimentos, além dos descumprimento de decisões judiciais favoráveis à classe trabalhadora. A comissão cívica, como está sendo chamada busca trazer A greve atinge a educação, saúde, policiais civis, delegados, servidores do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep/RN). Os médicos ameaçam suspender o atendimento na próxima terça-feira, dia 27. Confira a entrevista:

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Quais os prejuízos gerados para a sociedade com a paralisação desses serviços essenciais? Esses prejuízos para a sociedade são justamente a principal bandeira encampada pela OAB/RN. O prejuízo diante das greves que são pontuais em serviços essenciais e básicos para a sociedade. Vendo isso e como havia um somatório de vários requerimentos que o Conselho da OAB deferiu o debate público com as entidades para sentir as revindicações das várias categorias e para vermos a possibilidade de ajudá-los. Com isso, a OAB colheu as informações, além do que já tinha, sobre documentos, fotografias, situação da falta de estrutura e condições de trabalho em educação, saúde e segurança publica e daí fizemos o debate com os depoimentos dos representantes das categorias. Chegamos a conclusão de solicitar uma audiência com a governadora Rosalba que ontem (quinta-feira) sinalizou que irá nos receber, falta só o agenda-

Essa é a primeira vez que se vive uma crise tão grande e sem perspectiva. Nossa intervenção é mais para ajudar, do que para se opor ao Governo”

O que notamos é uma falta de diálogo. Falta um interlocutor. Que traga respostas positivas e concretas não só às categorias, como também à sociedade”

mento. Além de que possamos contribuir na solução do impasse, como também para que o governo saia dessa crise e possa melhor explicar a sociedade o que se passa Como o senhor avalia a forma que o governo tem conduzido as negociações e como a “comissão cívica” pode estabelecer avanços nesse sentido? O que notamos é uma falta de diálogo. Falta um interlocutor. Que traga respostas positivas e concretas não só às categorias, como também à sociedade. Quando se fala em crise precisase demonstrar melhor essa crise. Não que o governo precise abrir suas contas, toda a sua administração para qualquer pessoa de fora interferir, não é isso. O governo não pode perder o controle jamais. Mas é preciso uma explicação melhor do que está se passando. O porque dos cortes em determinadas categorias, que já estão tão prejudicadas. E citando só um exemplo, o corte na questão de compra de material de proteção dos policiais, coletes, armamento, Enquanto a gente ver um crescimento constante da violência, se ter um corte como esse em armamento? Onde o governo cortou na própria carne? Onde ele enxugou? Será que houve redução nos cargos comissionados? Enfim, é preciso haver um entendimento de contrapeso que convença a sociedade e os grevistas sobre o que é essa crise e não apenas ficar no discurso. Enquanto não houver esse diálogo é difícil até tentar defender explicando o posicionamento do governo. Como a OAB/RN pretende mediar essa negociação? A OAB quer tentar mediar não apenas a conversação, poder dar resposta, transparência à sociedade da real situação que o Estado vem passando. De que forma, há alguma ação mais enérgica? Que resultados são esperados a partir da intervenção da comissão no diálogo entre Governo e categorias? Vamos esclarecer ao governo tudo o que foi dito aqui, na assembleia com as categorias, e buscar soluções. Não queremos nem o impeachment ou o “Fora Rosalba”. Não é isso. Impeachment porque não enxergamos, de imediato, condições, possibilidade ou necessidade para is-

não é local. Não é só do Rio Grande do Norte.

so. E fora governo porque entendemos que não é propício para ela ou qualquer outro governante, deixar o governo da metade para o fim. O que vamos colocar é de que forma a OAB pode mediar para que os serviços essenciais possam retornar a prestação à sociedade. Estamos ainda na fase de perspectiva da OAB, em si, abrir essas negociações. A comissão é composta por um membro da Assembleia Legislativa, do Ministério Público Estadual, do Judiciário, a OAB, da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), da pastoral evangélica e dos conselhos regionais de profissionais liberais que queiram participar, além de representantes da Fiern e Fecomércio. Essa é a primeira vez que se vive uma crise tão grande e sem perspectiva. Nossa intervenção é mais para ajudar, do que para se opor ao governo. É a tentativa de unir executivo, legisladores e sociedade para contribuir de forma positiva. A partir das reivindicações apresentadas na assembleia, na última quarta-feira, como o o senhor avalia a qualidade dos serviços prestados e mesmo a gestão do governo Rosalba? Os serviços que vem sendo prestados sofrem de carência em dois pontos: pessoal e físico. Pessoal, na falta de realização de concursos públicos e mesmo na não convocação dos aprovados em concursos já realizados e que poderia dar vazão a essas demandas. E em estrutura física, as unidades, os estabelecimentos que não oferecem condições mínimas de trabalho, sem falar na falta de material de trabalho básicos, como foi posto no caso da saúde que foi relatado, com unidades deterioradas, fecha-

das, que são situações preocupantes. Porque mesmo que esses serviços voltem a funcionar com seus servidores se faz necessários que sejam dadas as condições de trabalho, os pleitos sejam atendidos, para que não seja só uma questão de contingente. Para que tenha também possam realizar um trabalho digno para a sociedade. Que deficiências de estrutura, entre as que foram apresentadas, são consideradas mais críticas? Para ficarmos só em um exemplo, no Itep há câmaras frias para os cadáveres em número insuficiente. Não temos um banco de DNA funcionando. Em 30 dias, devido a superlotação de cadáveres e se não houver a identificação, esses cadáveres são enterrados como indigentes. Não há material suficiente para o periciamento, os crimes ficam impunes e cria um ciclo em que pela impunidade se aumenta a violência. É necessário que haja um conjunto de satisfação pessoal, na questão salarial e em satisfação de condição de trabalho. Com a crise alegada pelo Governo, o senhor acredita que as revindicações salariais serão atendidas? De imediato, eu acho difícil o governo atender esses pedidos de reajuste. Mas o que se pede não é que seja para já, mas ao menos que se tenha um posicionamento, uma perspectiva futura para que os profissionais dessas categorias venham a ter suas compensações salariais. É esperar que, se possível, o governo demonstre um plano a longo prazo de recuperação salarial para podermos negociar. A crise

O Governo sempre recorre, judicialmente, a medidas para tentar obrigar o retorno às funções, inclusive um pedido de ilegalidade da greve da Educação foi negado. Como a OAB vê o movimento grevista, são legítimas as reivindicações? Na minha formação, defendo que a greve é legítima desde que tenham pontos justo de reivindicações. E eu vejo pontos realmente justos no que está sendo pedido por esses servidores. Se o que nos chega não corresponde a verdade, então é o que vamos buscar junto ao governo essa contrapartida. No caso da Delegacia do Turismo, que foi interditada recentemente por falta de infraestrutura, vamos checar. Se não é verdade, vamos ouvir o governo. Se é verdade, quais as soluções que podemos fazer. Falta se passar à sociedade e os servidores as possibilidades de solução, sentar para negociar, não se pode fechar a cortina apenas sob o manto do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e da crise. E sim perspectiva de abrir o dialogo para dizer como vencer essa crise. Como o senhor avalia a postura do Governo em relação à ocupação de grevistas em frente à casa da governadora, que declarou ser uma atitude “agressiva, intempestiva e desrespeitosa”? Pelo o que eu tenho conhecimento, o protesto se limita a ficar do lado fora, não chega a intimidade da casa em si. Na minha avaliação, se o protesto ocorre de forma pacífica eu vejo como justo. A partir do momento que passe a intervir na privacidade e intimidade familiar, então, não teremos como concordar, defender. Mas não foi o que ocorreu. Mas a postura do Governo em relação à ocupação revela falta de habilidade para lidar com a situação? É, só está se acampando lá, porque o movimento não ver qualquer resposta às reivindicações. A partir do momento que possamos tornar toda essa situação mais clara, eu tenho certeza que os ocupantes que estão na frente da residência da governadora terão a consciência. A compreensão de direcionar o protesto para outros lugares.


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« ARTIGO »

Poder Judiciário

Precedentes no sistema judicial americano (II)

ANELLY MEDEIROS [ anellymedeiros@hotmail.com ]

MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA procurador regional da República

Reflexos A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, ao deferir o pedido de liminar do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, deve ter reflexos na semana que começa. A Assembleia Legislativa, o Ministério Público e o Tribunal de Contas devem reivindicar o mesmo direito. Afinal, eles também foram prejudicados com a decisão da governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, de suspender o repasse do valor integral dos respectivos duodécimos, correspondentes às dotações orçamentárias. A situação complica cada vez mais para o governo.

Bloqueio local A decisão da desembargadora Zeneide Bezerra, tomada na última sexta-feira, de bloquear os recursos das contas do governo já garante o duodécimo do Ministério Público. O posicionamento do ministro Lewandowski, só reforça a medida tomada pela represen-

tante do TJRN. O bloqueio foi de R$ 1,6 milhão. Esse valor é remanescente dos meses de julho e agosto, não repassado pelo governo. Segundo a desembargadora, essa medida garantirá a independência financeira e administrativa do Ministério Público do RN.

Novo desembargador será anunciado O Pleno irá votar, nesta quarta-feira, o nome do novo desembargador do TJRN. O juiz da 1ª Vara de Sucessões da Comarca da Natal, Gilson Barbosa de Albuquerque, é o único

candidato a vaga aberta com a aposentadoria compulsória do desembargador Osvaldo Soares da Cruz. O magistrado que tem 31 anos de carreira deverá tomar posse ainda esta semana.

Programa realiza 200 casamentos O programa Justiça na Praça, em Parnamirim, contabilizou mais 30 mil atendimentos, dentre eles emissão de documentos, assessoria jurídica gratuita e audiências de conciliação. O mega evento coordenado pela desembargadora Zeneide Bezerra realizou 237 casamentos comunitários gratuitos. Estiveram presen-

tes na abertura o presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargador Aderson Silvino e os desembargadores Glauber Rêgo, Saraiva Sobrinho, Otávio Praxedes, além do prefeito de Parnamirim, Maurício Marques. O evento foi um dos mais organizados e prestigiados pela população da cidade.

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a semana passada, prometi sis-tematizar - levando em consideração a estrutura dual da organização judicial dos EUA, com um complexo sistema de tribunais federais e vários (e também complexos) sistemas estaduais - a relação de vinculação entre as decisões judiciais no sistema judicial norte-americano. Aqui o faço, um passo por vez, começando pelo mais fácil: a vin-culação vertical aos precedentes dentro do sistema judicial federal. No sistema judicial federal, os precedentes da U.S. Supreme Court são obrigatórios para as U.S. (Circuit) Courts of Appeal e U.S. District Courts. Nada mais simples: apenas corolário da regra de que os precedentes de um tribunal superior são vinculantes para os tribunais inferiores (resta tãosó lembrar que, na hipótese de existirem decisões contraditórias da Suprema Corte, deve prevalecer, em regra, como de seguimento obrigatório, a última, cronologicamente falando). Pelo mesmo motivo, os precedentes de uma Court of Appeal são obrigatórios para as District Courts da mesma jurisdição. Entretanto, os precedentes de uma Court of Appeal não são obrigatórios para as demais Courts of Appeals ou para as District Courts de outra jurisdição, apesar de guardarem o devido grau de persuasão.

E, naturalmente, as decisões de uma District Court não são vinculantes para as demais District Courts. No que diz respeito à vinculação vertical aos precedentes dentro de um sistema judicial estadual, em virtude da regra geral, as decisões de uma Court of Ultimate Appelation, que está no ápice da organização judiciária, são obrigatórias para os demais tribunais a ela inferiores. Quanto a isso, não há maiores dificuldades. Todavia, não está no todo definido qual é o status das decisões dos vários tribunais intermédios de um sistema judicial estadual (como dito anteriormente, em cerca de metade dos Estados americanos há tribunais de apelação intermediários). Não se discute que as decisões dos tribunais intermédios são vinculantes para as instâncias inferiores da mesma circunscrição judicial. Atendendo a regra geral, mostra-se óbvio. O problema surge quando se têm em mira as instâncias inferiores de outras circunscrições judiciais do mesmo Estado. Aqui, a depender do Estado, como explica a professora Victoria Iturralde Sesma (em "El precedente en el common Law", ed. Civitas, 1995), uma das duas opiniões seguintes prevalece: "segundo uma linha jurisprudencial, uma decisão de um tribunal de apelação intermediário é obrigatória em todo o Estado, a menos que seja derrogada; segundo outra (representada pelos tribunais

O bicho pega quando se inter-relacionam o sistema judicial federal e os sistemas judiciais estaduais ou os vários sistemas judiciais estaduais entre si” de Ohio), uma decisão de um tribunal de apelação intermediário é obrigatória somente no seu distrito e, portanto, nos outros, seria meramente persuasiva". Por fim, as decisões das cortes de primeira instância não são de seguimento obrigatório pelas demais cortes de igual categoria do mesmo Estado. Um pouquinho mais complicado talvez seja entender como se comportam os tribunais americanos em relação aos seus próprios precedentes (o que chamo de plano horizontal). Diferentemente do que ocorre na Inglaterra (onde se dá uma necessária vinculação às próprias decisões, com a honrosa exceção da Supreme Court of the United Kingdom, que veio a substituir, como mais alta corte do Reino, a House of Lords), nos Estados Unidos, como regra aceita, nenhum tribunal está estritamente vinculado às suas próprias decisões anteriores. Em

outras palavras, contanto que não o façam em descompasso com uma linha de precedente de um tribunal superior (isso é importante ser ressaltado), podem os tribunais americanos decidir em contrário aos seus próprios precedentes. Uma exposição clássica da doutrina dos stare decisis nos Estados Unidos, no que tange à vinculação das cortes às suas próprias decisões, pode ser encontrada na decisão da Suprema Corte americana em Hertz v. Woodman 218 US 205 (1910). Nela, o Justice Lurton afirmou: "A regra do stare decisis recomenda uniformidade e consistência nas decisões, mas não é inflexível. Está sujeita à discrição do tribunal, que é chamado novamente a considerar uma questão, seguir ou não a sua decisão anteriormente proferida". Todavia, para que não haja um falso entendimento da questão, é necessário deixar claro que, apesar de não haver a necessária obediência aos seus próprios precedentes, os tribunais americanos, sobretudo por uma questão de política (busca da estabilidade, da uniformidade etc.), normalmente os têm seguido. De toda sorte, até aqui, a coisa não parece tão díficil de se entender. O bicho pega quando se interrelacionam o sistema judicial federal e os sistemas judiciais estaduais ou os vários sistemas judiciais estaduais entre si. Mas vamos devagar com o andor. Deixemos isso para a semana que vem.

Seminário de Psicologia e Psiquiatria Os coordenadores do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica (Nufor) da Universidade de São Paulo (USP) estarão em Natal para participar do Seminário de Psicologia e Psiquiatria Forense, marcado para os dias 13 e 14 de setembro.

Antônio de Pádua Sera-fim, Daniel Martins de Barros e Fabiana Saffi abordarão sobre a interferência psiquiátrica e psicológica da perícia nos vários âmbitos do sistema judiciário.Inscrições pelo site www.captaeventos.com.br ou pelo telefone: 2020-4444.

Menores infratores O presidente da Associação dos Defensores Públicos do Rio Grande do Norte, Francisco de Paula Sobrinho, acompanhou visita dos representantes do CONANDA, em Natal, em uma das unidades de atendimento aos adolescentes infratores. Segundo Francisco de Paula Sobrinho, não existe nenhum cumprimento do que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente aos menores infratores. "Esperamos que o Ministério da Justiça imponha me-

lhorias no Sistema Sócio Educativo no RN", enfatizou o presi-dente. A Defensoria faz parte da rede de defesa dos direitos dos jovens que cometem atos inflacionais, coordenada pelo Ministério da Justiça. O objetivo é evitar abusos aos direitos humanos tais quais os mostrados no programa Fantástico, no último domingo. Também participaram da visita os representantes do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e governo do estado.

Inscrições para Concurso do MPU terminam hoje As inscrições do 8º concurso público para os cargos de analista e técnico do Ministério Público da União (MPU) terminam neste domingo. São oferecidas 263 vagas em todo país, além do cadastro de reserva, e a banca organizadora será o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB). A taxa de inscrição é de R$ 60 para técnicos e de R$ 80 para analistas. Informações necessárias estão disponíveis no site do Cespe http://www.cespe.unb.br/concursos/MPU_13_2/

autos &

motores

TODAS AS SEXTAS NA TRIBUNA DO NORTE


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FOTOS: REPRODUÇÃO

ÂNGELA NEGREIROS

comando um brigadeiro do ar, com milhares de horas de voo, era um fato inusitado. Por sinal, foi o dia em que fiz o pior pouso. Inegavelmente, como era de esperar, os nervos me traíram. Mas, depois, deu tudo certo, pois sempre tive muita tranquilidade e autocontrole para pilotar meus saudosos aviõezinhos. Se nos dias de hoje ainda causa admiração uma mulher vir a ser aviadora – na época da chamada libertação dos tabus e preconceitos em relação ao sexo feminino, quanto mais na época em que fiz o curso. Era um verdadeiro desafio, inacreditável para muitos. Uma moça sair de casa para frequentar um curso de aviação e hangares, em meio ao machismo residente e provinciano. Era um ato, sobretudo, de coragem de ser. Por imposição do meu pai, para frequentar o hangar e as aulas teóricas era acompanhada sempre de uma irmã e mais uma senhora de nossa vizinhança. Não podia ir sozinha. Contudo, toda etapa aviatória de tantos anos no Aeroclube, voando semanalmente, trouxe-me uma experiência altamente enriquecedora. Primeiro: eu me autoafirmava perante um meio e ambiente que não concediam liberdade à mulher. Segundo: só quem pilotou um avião comunga da sensação de felicidade e quase

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uitos me perguntam o motivo pelo qual resolvi fazer o curso de pilotagem. Ainda pré-adolescente, fui à cidade de Currais Novos, em companhia de meu pai, que trabalhava na área de exportação da mina Brejuí, voando em um monomotor. Não lembro o nome do piloto. Fiquei verdadeiramente deslumbrada com a paisagem que se descortinava lá de cima, e com o fato de uma pessoa controlar aquela máquina tão pequena e tão poderosa. Desde então, fiquei sonhando em um dia ser aviadora. A realização do sonho, o sentido de aventura e o gosto de olhar o mundo do mais alto, fizeram com que, ao completar 18 anos, me matriculasse na Escola de Pilotagem, do Aeroclube do Rio Grande do Norte que, à época, funcionava em Capim Macio. Precisei da autorização formal dos meus pais, em virtude de ser, civilmente, menor de idade. As emoções que senti nos primeiros voos de treinamento foram de uma alegria indescritível. Nunca senti medo. Exatamente porque, olhando do mais alto, a paisagem terrestre se desdobra em surpresas e encantamento. É uma beleza que a gente descobre continuamente. O meu “solo”, isto é, a primeira vez que voei sozinha, ainda como aluna, foi o dia da grande emoção evocadora. Quando se tem, inicialmente o comando da aeronave, sob seu inteiro controle e responsabilidade vive-se uma experiência única. Ao retornar desse primeiro “solo”, como era de praxe, houve o “trote”: os instrutores e colegas me deram um banho de óleo queimado. A alegria foi maior que o desconforto. É interessante assinalar que a alegria que senti ao “solar”, foi muito mesmo de quando fui distinguida como aluna laureada do curso de Direito da UFRN, tempos depois. Acredito ter voado umas trezentas ou mais horas, uma vez que frequentei a escola por uns doze anos, mas perdi o livro de registro de voos. Solei o Paulistinha CAP-4 e o Piper-J3. Nunca voar para mim foi motivo de perigo ou amedrontamento. Muitas vezes os instrutores ou colegas mais experientes iam fazer acrobacias e me levaram de carona, geralmente num Fairchild (PT-19). Acho que pilotar um avião se adapta perfeitamente à mulher. E digo isso porque seus comandos são muito mais suaves para serem utilizados do que mesmo os de um carro. Na minha época, para as provas de conclusão do curso, éramos avaliados por uma banca examinadora vinda do Departamento de Aviação Civil do Ministério da Aeronáutica. Fui a terceira mulher potiguar a receber o brevê e, até agora, acho que a última. As outras duas que me antecederam foram Lucy Garcia e D’Arc Saraiva Silveira. Tive como instrutores José Limeira e Joel Monteiro, sendo a parte teórica, que constava de sete matérias, ministrada pelo comandante Gualter Gonçalves Lopes. Era diretor da Escola o piloto Aldo Medeiros de Paiva. Guardo-os sempre na memória com muita saudade e carinho, assim como dos demais com os quais convivi naquela época. Os colegas que concluíram o curso comigo, de uma turma que começou com 22 alunos, foram: Newton Pereira Rodrigues, Poty Lamartine (irmão do aviador e escritor Pery Lamartine), José Marcos Pires, Luiz Leônidas Coutinho e Daniel Alves de Oliveira. Durante o tempo em que frequentei a Escola de Pilotagem, alguns fatos pitorescos aconteceram. Mas, graças a Deus, sem maiores consequências. Nunca enfrentei nenhuma “pane” e, sim, alguns perigos. Certa vez, pouco depois de brevetada, ao voar com um aluno, por sinal filho do então comandante da Ba-

“Voei 12 anos nos céus de Natal”

se Aérea, tive autorização para deixá-lo efetuar o pouso, uma vez que ele estava nessa fase de treinamento. Entreguei-lhe os comandos do avião. No momento da aproximação, ele fez todos os procedimentos para um “pouso normal”. Acontece que na reta final, resolveu fazer um “pouso de pista” ou “comercial”, o que exigia providências especiais, inclusive em relação à intensidade dos ventos. Resultado: o avião pousou no final do segundo terço da pista, o que nos levaria, inevitavelmente, de encontro a uma cerca de arame farpado que delimitava a pista. Fui obrigada a tomar-lhe os comandos e arremeter o avião que, por sorte, ultrapassou a cerca, alcançando altura. Fiz nova aproximação e pousei. Bastante abalada, obviamente, pois poderíamos ter perdido a vida. Quando descemos do avião, fui cumprimentada efusivamente pelos colegas, que estavam a observar tudo na maior apreensão, temendo por um desastre fatal. Em outra ocasião, levei minha irmã, Dóris, para um passeio

por sobre a cidade e praias. Houve um pouco de turbulência e o avião balançou muito. Ela teve tanto medo que se abraçou comigo, quase impedindo que eu fizesse os procedimentos de rotina. Felizmente, nada aconteceu, o que evidencia a grande sorte que me acompanhou na minha experiência de aviadora. Outro fato inesquecível, quase trágico, aconteceu durante o transcorrer do curso, com um colega chamado Dante. No dia do seu primeiro e único “voo solo”, ele decolou, mas ficou com medo de aterrissar. Então, ficou a sobrevoar o campo a uma altura razoável, sem coragem de pousar. Depois de algum tempo e sem ter, logicamente, outra alternativa que não fosse aterrissar, resolveu fazê-lo, o que aconteceu da maneira mais desastrada. “Arredondou” o avião tão alto que o mesmo desceu como se fosse um helicóptero. Depois de “pular” muito na pista, a pequena aeronave fez um “cavalo-depau”. Nessa ocasião, mesmo com vento de través, Dante arremeteu o avião que, por muito pou-

co, não entrou no hangar, pois voava em sua direção e a baixíssima altura, quase perdendo a sustentação. Conseguiu, não sei como, passar por cima do hangar e, em seguida, fazer uma curva de grande inclinação para livrar-se de uns eucaliptos, que existiam por trás do hangar, alcançando altura novamente. Depois de passar mais um tempo sobrevoando o campo, conseguiu realizar o segundo pouso, quase tão infeliz quanto o primeiro. Resultado: desceu do avião completamente transtornado e desorientado, o que o fez abandonar o curso nesse primeiro instante. Não houve o tradicional “banho de óleo”. Há outro episódio de que me recordo: no dia das comemorações de entrega dos brevês aos seis integrantes da turma, cada brevetando teria que voar levando o padrinho, no meu caso; as madrinhas, nos demais. Aconteceu que me fizeram convidar o brigadeiro comandante da Base Aérea de Natal a voar comigo. Uma simples aviadora de “teco-teco”, recém-formada, levando sob seu

Acho que pilotar um avião se adapta perfeitamente à mulher. E digo isso porque seus comandos são muito mais suaves para serem utilizados do que mesmo os de um carro”

Mas, graças a Deus, sem maiores consequências. Nunca enfrentei nenhuma “pane” e, sim, alguns perigos”

não pode traduzir em palavras essa experiência. Ali, no espaço que nos cabe para voar, a gente convive – parece mesmo – com quase outro espaço, outro tempo, outra dimensão. Daí, para quem já foi piloto, e por um motivo ou outro, não prosseguiu, como é o meu caso, sente muitas saudades daquelas horas, vividas no comando de um avião, mesmo que tenha sido de um simples “tecoteco”. A gente se sente possuída de uma liberdade intraduzível, livre dos fatos e episódios pequenos do dia a dia, respirando verdadeiramente outros ares. E tudo isso pela frequente mudança de paisagens, cada vez mais bonitas. Contudo, tudo isso exige muita disciplina e dedicação. A máquina, frágil, ainda é mais poderosa do que nós. Depois de voar muitos espaços e sobrevoar as surpresas que, do alto, a beleza, empresta, fui ser juíza de Direito, em tempo integral, para enfrentar os dramas humanos – experiência que resultou em acreditar na vocação que se faz, não como exemplo, mas lembrança de coragem e determinação para compreender e aceitar o destino. Aceitá-lo não como prêmio, e o segredo de decifrá-lo, mas como vontade de superar o ambiente provinciano, pequeno demais para qualquer voo mais ambicioso do que apenas sobreviver no quotidiano repetitivo e sem ambições maiores. Este depoimento foi escrito pela autora, a pedido de Pery Lamartine, escritor e aviador, para fazer parte de mais um livro que ele está preparando sobre a história da aviação no RN. Ângela Negreiros faleceu em abril deste ano.


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

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Bonitas, inteligentes e... solteiras! Independentes, ousadas e confiantes. As mulheres estão cada vez mais assumindo o protagonismo na decisão sobre relacionamentos e garantem: o problema não é a falta, mas o perfil dos ‘homens disponíveis’ RICÉLIA SANTIAGO repórter

M

ais ousadas e independentes, as mulheres de hoje não ficam mais sentadas à espera da iniciativa deles. Decididas, elas não têm receio de tomar a atitude e “ir à luta”, invertendo a tradicional ordem da conquista. “Quando eu me sinto atraída por um homem eu não me importo com convenções sociais ultrapassadas, eu me levanto e vou lá falar com ele. Isso não é ser oferecida, isso é ter segurança em si mesma, afinal não estamos mais no século XIX”, diz Mariana Silva, 23, estudante de administração. Autoconfiança ou despreendimento,

o fato é que a mulher com mais iniciativa pode ser vista com um certo preconceito, principalmente por eles: “É claro que depende do homem. Há alguns que querem apenas ‘ficar’, e acham ótimo quando a mulherada ‘parte para cima’, mas há aqueles que ainda preferem ser os ‘caçadores’ e não a ‘caça’, como eu. Eu prefiro o desafio”, diz o chefe de segurança Luís Eduardo Cesário, de 45 anos. Para a sexóloga Célia Maria Dias, o que existe, na verdade, é ainda a concepção de que a mulher que toma a iniciativa, é “oferecida”, e consequentemente não confiável. “Existe uma determinação cul-

tural antiga de que a mulher deve obedecer, dever ser mais reservada, mais passiva. No entanto os tempos são outros e hoje as mulheres ocupam posições de liderança em todos os âmbitos, seja profissional ou comportamental. O diferencial, no entanto, é que normalmente as mulheres estão em busca de relacionamentos, enquanto os homens querem aventuras”, diz. Seja qual for o caso, o fato é que Natal é uma capital predominantemente feminina. De acordo o IBGE (Censo 2010), são 425.792 mulheres e apenas 377.947 homens, sendo que desses, apenas 197.206 estão solteiros. Além disso, a população feminina separada, divorciada e viúva é bem maior que o

“Alguns homens querem apenas ‘ficar’, e acham ótimo quando a mulherada ‘parte para cima’, mas há aqueles que ainda preferem ser os ‘caçadores’ e não a ‘caça’, como eu. Eu prefiro o desafio.

“Elas querem um homem rico, bem vestido, com um carrão e um bom emprego. E quando descobrem que você não tem nada disso, elas se mandam”. Décio Miranda 25 ANOS

número de homens na mesma condição. Outro dado não muito animador, é que do total de homens em Natal, apenas 29,15% estão na faixa etária entre os 18 e 60 anos. Ou seja, o universo de “homens disponíveis” é um tanto restrito. No entanto, para algumas mulheres o foco da questão não seria a ‘quantidade’, e sim a ‘qualidade’. “Muitas vezes os homens são muito superficiais”, diz a representante comercial Amanda Martins, de 32 anos. Linda e bem sucedida, Amanda é divorciada e conta que “prefere ficar sozinha”, já que não encontra ninguém que chame a sua atenção. “Estou mais focada na educação da minha filha e nos meus projetos profis-

Luís Eduardo 45 ANOS

sionais. É difícil acumular tantas responsabilidades e ter tempo para namorar. Além disso, só quero me relacionar com a pessoa certa e hoje em dia está difícil, porque os homens só querem curtir”, diz. Para a vendedora Priscila Dantas, de 32, é melhor ficar sozinha do que ter uma relacionamento incompleto: “Antes só que mal acompanhada”, diz. Para ela, os homens de hoje são muito ‘egocêntricos’. “Como as mulheres estão mais atiradas, os homens ficam ‘se achando’ e acabam perdendo um

pouco da gentileza e do cavalheirismo. Eu sou mulher à moda antiga, eu gosto de ser cortejada. Para mim o homem deve abrir a porta, telefonar, mandar flores. Se não for desse jeito, não quero”, diz. Já o universitário Décio Miranda, de 25 anos, acha que o problema é o grau de exigência das mulheres, que são muito seletivas: “Homem tem até demais, mas as mulheres escolhem muito. Elas querem um homem rico, bem vestido, com um carrão e um bom emprego. E quando descobrem que você não tem nada disso, elas se mandam”, diz.

Aman da 32 ano Martins, s, “mu vezes i os hom tas ens são m uito superf iciais”

Priscila Dantas, 32 anos, “antes só que mal acompanhada”

Mulheres estão priorizando a carreira

FOTOS: MAGNUS NASCIMENTO

Para a antropóloga Jaira Campos, o motivo de existirem tantas mulheres solteiras é o investimento na vida profissional. “Como elas estão priorizando mais a carreira, o campo social e pessoal ficam comprometidos. Além disso, é difícil para alguns homens aceitar que a mulher seja bem sucedida profissionalmente, ou que tenham uma condição financeira melhor do que a deles. Relacionamentos são complicados e o homem deve aceitar a mulher com vida corporativa, respeitando seu espaço e sem competir com seus planos”, avalia. Para a estudante Mariana Silva, não há regras quando se envolve sentimento. “Às vezes, surge um cara que contradiz todas as nossas exigências, mas é ele quem nos faz sentir frio na barriga. O importante é haver química, ter a magia de querer estar junto. Eu ainda estou procurando meu príncipe encantado, mas até agora só encontrei sapo”, brinca.

DADOS – CENSO 2010 (IBGE)

3.168.027 Mulheres 1.619.140

Total da População do RN

48,89%

51,11%

ESTADO CONJUGAL

803.739 Mulheres 425.792

Total da População de Natal

NATAL TOTAL DA POPULAÇÃO (em idade de ter relação)

695.411

Casado(a)s Total

Separado(a)s Judicialmente Total

Viúvo(a)s Total

Solteiro(a)s Total

219.467

24.731

30.936

409.315

47,02%

52,98%

Homens 1.548.887

Homens 377.947

Homens

Mulheres

Homens

Mulheres

Homens

Mulheres

Homens

Mulheres

Homens

Mulheres

322.849

372.562

107.511

111.955

9.256

15.475

4.859

26.077

197.206

212.109


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FASES DA LUA Hoje: Cheia 28/08: Minguante

MARCO FALCONE FALA DA DELICADEZA DA PRODUÇÃO DA CERVEJA ARTESANAL MONASTERIUM • PÁGINA 9

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natal Editora: Cledivânia Pereira [cledivania@tribunadonorte.com.br ]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de agosto de 2013

Produção de sal quadruplica em 2013 « INFRAESTRUTURA » Produção é escoada pelo Porto-Ilha de Areia Branca que, após dois anos de obras, duplicou a capacidade de armazenamento e ampliou a área de cais em quase 100 metros RICARDO ARAÚJO repórter

A

indústria salineira do Rio Grande do Norte, após anos de queda na produção, retoma o fôlego e espera quebrar mais um recorde na extração de sal em 2013. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Extração de Sal do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), deverão ser produzidas até cinco milhões de toneladas de cloreto de sódio até o final deste ano nas 35 salinas ligadas à instituição. Em 2012, foram produzidas 997 mil toneladas. O referido dado faz do Estado potiguar o maior produtor, com domínio de 95% sobre o total extraído nacionalmente. A maioria massiva da produção deverá ser escoada pelo Terminal Salineiro de Areia Branca, que carrega os navios cargueiros para o mercado brasileiro e internacional. Após dois anos em obras, o Porto-Ilha duplicou a capacidade de armazenamento, ampliou a área de cais em quase 100 metros, o que possibilita o atracamento de até duas embarcações por vez para descarregamento, além de ter potencializado o transbordo de navios cargueiros, transportando para os porões de tais embarcações, até 2.500 toneladas de sal por hora. A reforma custou R$ 270 milhões e foi financiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Após a duplicação do Porto-Ilha, foi possível ampliar a capacidade de exportação do sal, o que representará um grande impulso para a economia do Rio Grande do Norte”, afirma o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Pedro Terceiro de Melo. De acordo com o vice-presidente do Siesal/RN, Airton Torres, a previsão é de que 350 mil toneladas do produto sejam exportadas ao longo deste ano. “O número é ainda considerado pequeno. Há oito anos, chegamos a exportar 800 mil toneladas”, destaca Airton Torres. Ele esclarece que, em decorrência dos anos chuvosos, a produção na zona salineira caiu e, consequentemente, a venda do cloreto de sódio para o mercado externo sofreu uma redução. Entretanto, a falta de chuvas que é lamentada pelo sertanejo é motivo de ampliação de negócios para os salineiros. Isto porque quanto mais quente é o clima, maior é a evaporação de água do

mar, o que contribui para uma melhor produção. “A partir de 2012, que foi um ano de poucas chuvas, a produção retomou os níveis normais. Nós vimos os estoques serem repostos. Eles foram quase zerados quando a região salineira foi inundada pelas enchentes dos rios da Região Oeste”, relembra Airton Torres. Além da retomada da produção em níveis que poderão exceder o registrado no passado, a alta do dólar, segundo o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, deverá ser um fator positivo para o mercado da indústria salineira potiguar. Atualmente, um potencial consumidor do cloreto de sódio produzido no Estado potiguar é a Nigéria, além do Canadá, Noruega e Estados Unidos. Além dos ganhos econômicos em nível estadual, o município de Areia Branca, distante do Porto-Ilha aproximadamente 26 quilômetros, arrecada impostos com a extração do sal e tem sua economia movimentada com os empregos diretos e indiretos gerados pela operacionalização do terminal salineiro. De acordo com o auditor do Município, Frederico Almeida, ocorreu um aumento na arrecadação do ICMS as obras de ampliação do PortoIlha. Por mês, através do Imposto Sobre Serviços (ISS) pago pelas empresas que operam, basicamente, o serviço de traslado de embarcações, a cidade arrecada R$ 360 mil, o que corresponde a metade do repasse federal através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A expectativa da Codern é, a partir da ampliação do potencial de estocagem e carregamento a partir do Porto-Ilha de Areia Branca, ampliar ainda mais os negócios do setor salineiro. “Nós podemos servir melhor e mais rápido aos produtores de sal. Aumentamos nossa capacidade e contribuímos economicamente para o desenvolvimento do Estado”, enfatiza Pedro Terceiro de Melo. Por mês, o terminal custa à Codern cerca de R$ 800 mil, excluídas as despesas com manutenção periódica. A receita pode variar até R$ 2 milhões, de acordo com o total de embarcações atracadas e movimentação de mercadoria.

+

PAGINA 8

Mulher assume administração do porto


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

RN abastece 95% do mercado « SAL » Expectativa é que sejam produzidas 5 milhões de toneladas de cloreto de sódio em 2013 pelos municípios de Mossoró, Areia Branca, Macau e Galinhos. A produção representa 95% do que é consumido no país JOÃO MARIA ALVES

O

grande desafio dos produtores de sal do RN é atingir a capacidade de produção, que é de 5,5 milhões de toneladas. De acordo com o vicepresidente do Sindicato da Indústria de Extração de Sal do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), Airton Torres, a expectativa é que sejam produzidas 5 milhões de toneladas de cloreto de sódio em 2013 pelos municípios de Mossoró, Areia Branca, Macau e Galinhos. Deste total, menos de 10% será exportado. A produção referenciada é dividida pelas 35 salinas que compõem o Sindicato. Atualmente, a maior produção é do Grupo Salinor, detentor de inúmeras salinas no Estado que juntas, produzem aproximadamente 2,3 milhões de toneladas do produto. Em segundo lugar, está a Salina Diamante Branco, que extrai entre 400 e 500 mil toneladas por ano. São elas, nos dias de hoje, as salineiras que utilizam o Porto-Ilha de Areia Branca para escoar a produção. “A expectativa é de que mais duas empresas do setor voltem a operar no terminal salineiro”, comenta Airton Torres. Sobre a polêmica que envolve as indústrias salineiras e o Ibama, que aplicou multas milionárias durante a Operação Ouro

O PASSADO DO PORTO Único no mundo, o Porto-Ilha de Areia Branca é um projeto que remonta à década de 1950. 1958 O movimento de construção dos terminais salineiros que serviriam de estágio primordial para o desenvolvimento econômico do RN foi iniciado. 1970 A empresa americana Soros Associates Consulting Engineers projetou o Porto-Ilha. A obra foi executada pela Termisa ao custo 35 milhões de dólares.

No Porto-ilha de Areia Branca, que concluiu reforma de dois anos, agora é possível armazenar até 150 mil toneladas de sal

Branco, deflagrada em fevereiro deste ano, o vice-presidente do Sindicato prefere manter a discrição quanto aos comentários. “Nós fomos a Brasília e foi celebrado um acordo informal para que todas as notificações fossem transferidas para o Idema”, afirma. As multas, da ordem de R$ 80 milhões, não chegaram a ser pagas

pelos empresários do setor. Durante três anos, o Ibama fiscalizou Areas de Proteção Permanente (APPs), que incluem manguezais e de cursos d’água ocupadas pelas salineiras no litoral Norte do Estado. No total 35 empresas foram visitadas. Todas as empresas apresentaram defesa e o processo está em tramitação.

Porto é administrado por engenheira Ela é responsável por comandar quase 100 homens. Tem 27 anos e é a primeira mulher a assumir a gerência do Terminal Salineiro de Areia Branca. Engenheira civil com especialização em Gestão Ambiental, Tassyla Talyne Barbosa assumiu a missão de gerenciar o Porto-Ilha há pouco mais de um ano. “Chocou um pouco. Houve um receio generalizado. Mas hoje há um respeito profissional muito grande e eu não tenho nenhum problema”, afirma. Além de Tassyla, outras três mulheres desempenham suas funções na plataforma salineira: são duas enfermeiras e uma responsável

pelo almoxarifado. No terminal, cujos trabalhadores se revesam em escalas de 7 por 7 dias de trabalho, a recepção é calorosa e a imensa estrutura, de longe, assusta e encanta ao mesmo tempo. Tassyla, porém, tem um ponto de vista diferente. “É como se fosse uma casa em alto mar”. Sobre os desafios que enfrenta desde que assumir a gerência do Terminal, ela destaca que a “experiência é muito produtiva e que todos os dias há algo a novo a ser aprendido”. O Porto-Ilha foi construído numa falha geológica natural, nas proximidades do município de Areia Branca. A estru-

tura de sustentação da plataforma tem aproximadamente 15 metros de profundidade. De acordo com Tassyla Barbosa, desde que a estrutura foi duplicada, a vazão de carregamento por hora saltou para 2,5 mil toneladas, o que possibilita ganho de tempo no enchimento dos navios. No Porto-Ilha, é possível armazenar até 150 mil toneladas de sal. Por mês, até quatro cargueiros atracam no local para levarem sal para diversos países, além de abastecer o mercado interno. “É um trabalho duro, a começar pela travessia de barco. Mas já me acostumei. É muito gratificante”, ressalta Tassyla Barbosa.

Movimentação de cargas Porto-ilha de Areia Branca Em anos de seca, a quantidade de sal produzida e movimentada pelo Porto-Ilha de Areia Branca aumenta. Veja abaixo o acumulado de cargas em toneladas. Milhão de toneladas

Navios carregados

1,6

1,2 997 667,5

62

53

38

2010

2011

2012

16 2013*

Consumidores potenciais O sal produzido no RN abastece o mercado interno tanto para consumo humano quanto para as indústrias. O sal exportado é enviado para países como a Nigéria, Noruega, Canadá e Estados Unidos. *De janeiro a julho

Fonte: Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern).

1973 A principal dificuldade na construção era a forte correnteza submarina, ventos de alta velocidade e recifes de corais. Por essas razões, a empresa americana Ingram cancelou o contrato que tinha com a Termisa. Projeto quase foi abandonado. 1974 Numa das suas últimas ações como representante do Governo Federal, o então ministro Mário Andreazza inaugurou o Porto-Ilha de Areia Branca no dia 01/03/74. 1997 O setor salineiro potiguar enfrentou uma grande crise. O sal local custava, por tonelada, até R$ 21,80 quando chegava no Porto de Santos, enquanto que o sal importado era comercializado ao custo de R$ 18,02, por tonelada, segundo levantamento da Fiern. 2005 A ampliação do Porto-Ilha de Areia Branca foi anunciada pelo Governo do Estado. Seriam investidos R$ 22 milhões, através do Ministério dos Transportes. Com a ampliação, a capacidade de carga sairia de 37 mil toneladas para 75 mil toneladas. 2012 Após dois anos de obras, a ampliação do Porto-Ilha de Areia Branca é concluída. Financiada pelo Plano de Aceleração do Crescimento, a intervenção custou R$ 270 milhões e duplicou a área útil do terminal salineiro. Fonte: Arquivo – TRIBUNA DO NORTE


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

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3porquatro

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POR ANNA RUTH DANTAS

« MARCO FALCONE » FOTOS: MAGNUS NASCIMENTO

ì QUEM

Nosso lema é: beba menos; beba melhor” U

m produto que fica 75 dias ao som do canto gregoriano, em uma adega subterrânea, a chamada cave. E ao final deste período, para consumir é necessário aquecer a taça. A degustação desse produto? Duas horas. O relato é de uma cerveja Monasterium produzida pela Falke Bier, cervejaria artesanal instalada em Minas Gerais. O requinte da produção dessa cerveja é apenas uma mostra do mercado de cervejas artesanais hoje no Brasil. Longe de ser um produto popular, como as pessoas podem pensar, a cerveja gourmet denota a suntuosidade típica dos grandes vinhos. Marco Falcone comanda, junto com outros dois irmãos, a Falke Bier. A produção hoje é de 10 mil litros por mês. Mas ele afirma que a demanda do mercado é muito superior. O empresário e cervejeiro Marco Falcone esteve em Natal ministrando cursos sobre produção, empreendedorismo na área de cervejarias e um treinamento sensorial que foi promovido pela ACervA Potiguar ( Associação dos Cervejeiros Artesanais Potiguares). O surgimento da Falke Bier tem uma estreita relação com a própria vida de Marco Falcone. Afinal, a imersão no mercado da produção de cerveja começou por curiosidade, em uma tentativa de baratear o consumo próprio do produto que ele mesmo gostava. Conversar com Marco Falcone é enveredar por um curioso e rico universo da cerveja. O produto que ganha contornos de nobreza e conquista consumidores, gerando novos negócios. Confira: De onde vem o gosto apurado pela cerveja? A cerveja hoje é muito conhecida. Aliás, sempre ela foi muito conhecida, principalmente no Brasil, apenas por um tipo, a famosa loura gelada. Só que não se sabia, porque nós ficamos muitos anos com as fronteiras fechadas, e até mesmo a grande indústria como dominou o mercado, o interesse era fazer bebida padronizada que facilitasse não apenas o conhecimento do público, como também a possibilidade de transporte a longa distância. Isso virou praticamente um monopólio. Só que a cerveja é uma arte milenar, acompanha a civilização desde que o homem se fixou. No decorrer desses séculos todos, principalmente na Europa, a cerveja era bebida de paixão. Fabricava-se cerveja de diversos tipos, mais de 100 tipos de cervejas com sabores diferenciados, eram consideradas bebidas extremamente complexas. E com a revolução industrial, a produção em alta escala, a cerveja perdeu o título de bebida complexa e passou a ser vista apenas como uma bebida para grandes quantidades, em festas. Enfim, ela foi desclassificada como uma bebida gourmet. E o vinho assumiu como muita propriedade essa característica. E a gente está trazendo essa boa nova para o público consumidor. Comecei há nove anos com minha cer-

Marco Falcone é cervejeiro e sócio da Cervejaria Falke Bier/MG. Membro e fundador da Academia Sommelier de Cerveja. Ele é jurado Internacional de Concursos de Cerveja e ainda membro da Conspiração Gastronômica Mineira. Atua também como docente da instituição de ensino Science of Beer

vejaria e essa tendência de passar a novidade para as pessoas. Hoje temos alguns cursos de somelier de cerveja. É um curso extremamente complexo. As pessoas estão cada vez se animando mais e aprendendo, é uma nova descoberta. São mais de 100 tipos de cerveja no mundo. O Brasil está encampando a tendência mundial. Como o senhor analisa essa guerra de cervejarias pelo mercado? É saudável para os cervejeiros? Eu acho que essa guerra de cervejas entre as grandes cervejarias é benéfica porque ela produz competição, o aumento da qualidade de propostas, é muito importante. Ela não afeta diretamente a nossa área de cervejas especiais, que são mercados diferentes. Trabalhamos com cervejas que, pela sua complexidade, elas podem demorar até dois anos para ser produzida. Chegam a alcançar patamares de R$ 200 a garrafa. São mercados distintos. A cerveja boa é a cara? Não necessariamente. Temos cervejas de excelente qualidade, com diversas propostas. Muita gente me pergunta qual cerveja eu prefiro. Eu respondo que depende da hora, do acompanhamento, da companhia, do local onde estou, uma série de fatores que irão permitir, dentro da complexidade de variedades que eu tenho, fazer a escolha. Muitas vezes um horário determinado a melhor cerveja pode custar R$ 10. Em outro horário a melhor cerveja pode custar R$ 50. Não tem essa relação de preço. Naturalmente aquelas que são muito baratas, que vão ser cervejas produzidas com matériasprimas não tão nobres, não alcançarão um nível de satisfação que as mais caras atingem. Mas a intenção não é ser um produto elitista, mas um produto que se consome em menor quantidade e com mais satisfação. O lema que nós temos entre as microcervejarias brasileiras é beba menos, beba melhor. Hoje produzo 10 mil litros de cerveja por mês e estou fazendo expansão onde vamos passar para 60 mil litros por mês. Como se tornar um produtor de cerveja artesanal? Temos dois estágios. O primeiro é o aprendizado, a pessoa precisa ter noção. Precisa ter paixão. Aí a pessoa passa pelo estágio do cervejeiro caseiro, faz a cerveja no quintal de casa e produz cervejas excelentes, como a gente faz hoje com a produção de 10 mil litros de cerveja, com qualidade muito grande e com a propriedade de poder ousar na receita, fazer receita criativa, usando especiarias e a pessoa sabe até onde a cerveja pode chegar. É rentável o mercado da cerveja? Nós temos um desafio muito grande, é a questão tributária. Como está hoje ela não permite uma rentabilidade satisfatória. Hoje 65% da cerveja que a gente produz vai para pagar tributos. Porque não

temos tratamento diferenciado pelas legislações tributárias estadual e federal. Eles entendem que cerveja é cerveja independente de pequena ou grande produção. Ou seja, os mesmos tributos que a AmBev paga o senhor paga? Na verdade nós pagamos um pouco mais porque nos tributos federais como PIS, COFINS e IPI são por tabela. Uma cerveja de grande marca, uma cerveja mais cara cai em alíquota mais alta. Eles entendem que o fato da minha cerveja ser mais cara eu tenho que pagar mais imposto. Mas na verdade, eu compro matéria-prima muito mais cara, produzo em menor escala, emprego muito mais mão de obra por litro produzido, tenho dificuldade muito grande na compra da matéria-prima que sai cara. Veja que eu tenho o poder contributivo menor, mas o Governo entendeu o contrário. O vinho criou um mito de ser uma bebida mais fina. A cerveja vai por uma linha mais popular. Mas a partir da cerveja artesanal, o senhor vê esse tom mais nobre? Sim. Vou lhe dar um exemplo, tenho uma uma cerveja Falke Tripel Monasterium. É uma cerveja engarrafada em garrafa de champagne em reserva, arrolhada como espumantes, fica em uma adega por 75 dias amadurecendo, ao som de canto gregoriano. Todo esse aparato para cerveja chegar a mesa do consumidor. Essa cerveja é servida em taças de fino cristal, e ainda (a cerveja) tem que ser aquecida com essa taça até chegar a temperatura em torno de 10 graus. Uma garrafa dessa, um casal degustando, é de 40 a 50 minutos vagarosamente e com acompanhamento fantástico, como o queijo brie com damasco que é uma harmonização fantástica. Impressionante. Nós fabricamos e comercializamos. A Falke Bier tem nove rótulos de cerveja. Mas o canto gregoriano colocado na adega da cerveja terá função de que? Existem estudos bem antigos mostrando que o canto gregoriano promove cura. A música altera o metabolismo celular. Tem estudos que comprovam que música clássica aumenta a lactação das vacas. Existem estudos também que já mostraram regressão de cé-

ì BATE E VOLTA

Meta: hoje o que realmente frustra é não ter capacidade suficiente para atender tudo que é pedido. Hoje fabricamos 10 mil litros, se fabricássemos 100 mil litros teríamos clientes para todos. Quem é o bom apreciador de cerveja: aquele que visa qualidade de vida e quer entender de gastronomia.

Existem estudos bem antigos mostrando que o canto gregoriano promove cura. A música altera o metabolismo celular”

Eu acho que essa guerra de cervejas entre as grandes cervejarias é benéfica porque ela produz competição, o aumento da qualidade de propostas, é muito importante”

lulas de câncer de mama com administração de música clássica. O canto gregoriano é colocado dentro da adega, toca 24 horas por dia, durante 75 dias. A gente sabe que o canto gregoriano não tem a primeira e nem as últimas notas, consequentemente as ondas são bem suaves. Quando elas atravessam as garrrafas influem nas leveduras que estão trabalhando lá dentro. A cerveja, nesse estágio artesanal, é uma coisa viva. A levedura processo o açúcar e transforma o álcool e gás. Como a levedura está ali o universo dela é a garrafa, como nosso universo é o planeta terra. Esse tratamento é todo dado para ter cerveja altamente elaborada, muito sofisticada e que chega no nível dos melhores vinhos produzidos no mundo. Essa cerveja é em torno de R$ 60 a garrafa. Há taças específicas para cada tipo de cerveja. A complexidade é incrível, quem faz uma degustação fica impressionado e dificilmente esquece e dá um valor tão alto quando dá aos vinhos. Como o senhor despertou para cerveja? Lá pelos meus 22 anos eu era funcionário público da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Eu estudava Direito, tomava minha cerveja socialmente. Mas um dia um amigo falou de um curso de cerveja caseira. E eles me falaram que a gente poderia fazer essa cerveja para ela ficar bem mais barato. Eu na época era recémcasado, com neném novo, duro, e falei pronto vou poder tomar minha cervejinha. No primeiro final de semana que eu fabriquei no sítio da minha família, todo mundo adorou a cerveja. Eu entusiasmei tanto que comecei a fabricar todos os finais de semana durante um ano, os parentes iam todo para beber a cerveja. No aniversário de um ano do meu filho eu fiz a cerveja e foi um sucesso enorme. Mas o senhor que fornecia a matéria-prima se mudou do país e eu não tinha mais como comprar a matéria-prima. Aí ficou aquela paixão estancada. Isso foi em 1989. Em 2000, eu trabalhando na área de engenharia elétrica fui enviado para Alemanha fazer uma feira em Hannover. Quando eu cheguei e me sentei no bar, pedi a primeira cerveja, que eu tomei, foi um choque. Era a mesma cerveja que eu fabricava. Foi aí que falei: pensei que estava fabricando um subproduto, na verdade estava fabricando um negócio que era considerado mundialmente superior. Eu me entusiasmei tanto que eu ia ficar uma semana na Alemanha, acabei ficando três meses. E aí comecei a fazer uma série de cursos. Juntando a minha paixão pela cerveja, oportunidade de mercado que vislumbrava a frente e a aceitação dos meus irmãos que toparam fazer, nós três em 2003 chutamos o balde, largamos tudo e construímos a Falke Bier. Em 2004 inauguramos e hoje já temos 9 anos de mercado.


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natal

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

"O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado"

« ELIANA LIMA »

Do grande Machado de Assis

elianalima@tribunadonorte.com.br

FOTOS JOAONETOFOTOS.COM

Sabia?

1 - DOMINGO...

O ITEP do RN é o único do Brasil que não tem laboratório de Genética. O que leva a cerca de 200 ações paradas atualmente. Laboratório necessário para a identificação de mortos que não são identificados por familiares; vítimas de estupro, etc e mais. A cada seis meses, cinco casos são enviados à Bahia, para a realização dos testes. Ou seja: apenas dez por ano são 'resolvidos'.

Cheios de amor pra trocar: Homero Medeiros e Luíza de Marillac

2 - ...DE BEIJOS... Cristina e Cuca Lira

3 - ...E MUITO... Ariane Macedo e Luciano Fonsêca

4 - ...AMOR... Os lindinhos Vanessa Medeiros e Vinícius Rodrigues

Retrocesso O pior é que a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) enviou os equipamentos para o laboratório do RN ser construído. A contrapartida do Estado seria apenas estruturar uma sala, mas não foi feito. Os servidores temem que o conquistado precise ser devolvido por isso.

1

5 - ...PRA TROCAR

2

Ciro Pedroza baba de admiração e paixão pela sua arquiteta toda satisfeita Gracita Lopes

de bacanas na capital dos magos-interesseiros é falar da vida alheia. Em tom jocoso. Maldoso. Tão feio.

E mais Com os refrigeradores sempre lo-tados, corpos continuam expostos no pátio do órgão.

A propósito... Quem você colocaria no Elefante de Troia???

Dois lados... Nunca antes na história da religião a Igreja Católica e a Assembléia de Deus estiveram tão unidas. Dão às mãos para tentar modificar pontos da PL 122, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP) para "criminalizar a homofobia no país". No momento, está na Comissão de Direitos Humanos do Senado, sob relatoria de Marta Suplicy (PT -SP).

...Um direito Em conversa com a coluna, um pastor comentou que se a PL 122 passar da forma como está, padre ou pastor que se negar a celebrar um casamento homoafetivo na igreja pegará até dois anos de prisão. Também prevê cadeia para quem criticar publicamente a ho-mossexualidade, seja qual for a razão. Para entidades cristãs (católicas e protestantes), o projeto fere a liberdade religiosa e de expressão. Se um pastor, padre ou diretor de escola, por exemplo, que, por questão de disciplina ou de princípios, proibir namoro no pátio da igreja ou escola, se for no caso de homossexual poderá ir para o xadrez.

Negócios Dias 29 e 30 de outubro, no Teatro Riachuelo, a 3ª edição do Fórum Internacional de Gestão, Estratégia e Inovação, organizado pela K&M Seminários. No palco, os americanos Don Peppers (bamba em marketing e estratégias focadas no cliente), e Mark Thompson, CEO e co-fundador da Virgin Unite Mentors e também autor de best-sellers no segmento de Liderança de Alta Performance. Também a australiana Lauren Anderson, divulgadora do Consumo Colaborativo, considerado pela revista TIME uma das "10 idéias que irão mudar o mundo". Etc e mais.

3 4 "Tudo pode ser criticado, então por que não aceitar a crítica à homossexualidade? Aceitar essa lei é criar uma classe priveligiada que não poderá ser criticada. Nosso direito de opinião não pode ser mitigado por um grupo que não aceita críticas". Continuam: "Essa lei pode comprome-ter o proselitismo religioso e acabar jogando atrás das grades pessoas honestas pela simples pregação de suas crenças".

sembleia Legislativa após as urnas de 2014. Dos nomes que acreditam: Ricardo Motta, Albert Dickson, Kelps Lima, Vivaldo Costa e Raimundo Fernandes.

Observâncias

A lei não tipifica o que pode ser comportamento homofóbico, assim, qualquer comportamento pode ser forçadamente interpretado como homofóbico, analisa o pastor. Alerta que essa pode ser a lei do medo, que deixará pessoas obrigadas a se policiar para não serem mal interpretadas por homossexuais.

A julgar pelo entendimento do Ministério Público Eleitoral, o Governo Rosa(do) não pode mais se considerar 'intocado'. O parecer do MPE no processo que pode levar o mandato da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, à cassação é demolidor no que considera uso indevido da máquina do Estado para eleger a correligionária. Na peça, o procurador eleitoral chega a mencionar "abuso de poder político e econômico" para descrever a participação da governadora Rosalba Ciarlini na campanha mossoroense.

Assim

Explosões

As igrejas - católica e protestante - querem formar uma forte bancada, nos parlamentos federal, estaduais e municipais a partir de 2014. Do RN, a Assembleia de Deus, que nunca se envolveu diretamente em eleições, após analisar os nomes de seus seguidores, deverá endossar o nome do vereador Albert Dickson (PP) para deputado federal. Antônio Jácome (PMN) continuaria na disputa estadual.

No silêncio da madrugada, ele-vadores do Plano Palumbo têm sido palco de muitos prazeres. Inclusive enter grupos do mesmo sexo. Sen-sações que doses a mais de destilados ou borbulhas levam ao inconsciente. Motivações tamanhas que, no momento, esquecem de câmeras que filmam. Tudo. Tudinho. Viiixeee...

sas das mais capciosas. Outras, das mais luxuriosas. Vixe-vixe...

Zumbido

Fica a dica

Continua difícil o trabalho para separar o joio do trigo em intercep-tações telefônicas, autorizadas. Tantas são as conver-

E na capital dos magos-curiosos, ouvir conversa alheia pelo celular virou costume entre uns. Por meio de códigos que se

Em tempo

Bacana No Mercado de Petrópolis, é o Sebo Lisboa. Vende e compra livros atuais e raros, discos de vinil e 78 rotações, artes e antiguidades em geral.

Curioso A maior sala do Mercado de Pe-trópolis pertence ao padre Jocimar Dantas, prefeito de Jardim do Seridó. Também, as mais belas peças. Todas antigas. Raras. Mas, normalmente a sala fica fechada.

Constitucional As entidades cristãs remetem à Constituição, que garante a "livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato", a inviolbilidade à "liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias", entre outros direitos constituídos.

Leque Se os direitos são iguais para todos e há constantes ataques a qualquer expressão feita por um hétero, alguns questionam:

Então Por falar em PP, o partido pode fazer a maior bancada da As-

« COLMEIA » àDomingo de parabéns para a chef

5 aplicam em aparelhos. Portanto, todo cuidado é pouco com o seu aparelho de celular. Não deixar à toa, muito menos deixar ser manuseado por outrem. Seja amigo. Ou não.

Pensando bem... A maior diversão em rodas

Adriana Lucena, Luiz Eduardo Carneiro Costa, partidónanestesiologistón Paulo Monte Duarte, Marcelo Guerra, Anísio Barreto de Paiva (EUA), Amauri Marinho Jr. àGritos de felicidade nessa

segunda-feira para Karina Lamas Abou Chakra, Bernadete Fernandes, Marta Melo, Cândida Amália Aragão (CT-Gás), Annie Azevedo, Helô Rocha, Walter Gomes (Brasília), Marcílio Carrilho.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

natal

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« GEORGE AZEVEDO » georgeazevedo@digizap.com.br

Sweet dreans

A Valisere Lingerie lançou sua nova coleção na tarde de 22 de agosto no Hotel Garbos com desfile técnico recheado pelo cast Tráfego Models numa organização de Ednaldo Raulinho, que reuniu revendedores da marca para um verdadeiro show de sensualidade. As fotos são do Trafegando.com e Marilene Paiva.

Priscilla Pinheiro, Miss Mossoró 2013, em ação

Georgiano Azevedo com o casal Ednaldo Raulinho e Lúcia Oliveira

Amanda de Almeida, gerente nacional de vendas da Valisere, apresentando os detalhes na nova coleção

Marilene Paiva, Socorrinha Araújo e Adna Canário de olho...

Lucineide Dias e a filha Ana Patrícia foram conferir a coleção Valisere

Summer fashion A badalação foi das melhores na última quarta-feira, 21, com o lançamento da nova coleção da VHall no Shopping Liberdade apresentando as bossas para o verão 2014 da Afgahn, Lança Perfume, Alphorria, Oh,Boy!, Cavalera e Ricardo Almeida. Os clicks são de Luiz Rodrigues para o Trafegando.com

Leide Dias recebendo Fátima Santos

Matheus Marques, herdeirinho V.Hall. Fofo!!!

Maridza Melo, Júnior Marques, Laíde Dias e Elisângela Gurgel, equipe nota 10

Renatinha Praxedes dando closes

Um brinde de Irlanda Carlos, Kênia Marques e Karen Praxedes

Alô, Alô... Glorinha Santos!!!

Lucileuda Magalhães, queridinha de VHall

Tatiana Cantídio ganhou presentinhos

Um registro para blog da Karen

Os colunistas Sérgio Chaves e Georgiano Azevedo num brinde com Kênia Marques

Domingo de festa

Do Norte para o Sul

A "saradona" Mima Adour completa 48 aninhos muito bem vividos, hoje, e vai celebrar a data entre queridos com um almoço no Tenda Restaurante na companhia do esposo Flávio Vasconcelos, da filha Nayana e do netinho Arthur. Só vai faltar o filho Flavinho que encontra-se na Inglaterra numa temporada de estudos. Felicidades!!!

A modelo mossoroense Lucília Rodrigues, revelada pela Tráfego Models em 2006, encontra-se em Santa Catarina/RS, onde atua na agência Faro Models. Essa morenaça de 1,80m de altura, já emplacou vários trabalhos. O mais recente foi o desfile da Revista Cabelo e Cia, no Hotel Plaza Itapema Resort & Spa. Sucesso, lindjinha!!!

Lucília Rodrigues com Eduarda Thomé, Suélen Piovesan e Caroline Guerra Liano no backstage do desfile da "Cabelo e Cia"

Luz na passarela...

Lucília Rodrigues em seu primeirinho ensaio para a Faro Models/RS


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

natal DIVULGAÇÃO

NELSON MATTOS FILHO avoante1@hotmail.com

decisão quando vem maculada da desfaçatez escâncara a pobreza da alma." Poderia até dizer que a frase acima havia sido dita por mim em algum momento em que me vi cercado pela incongruência de mentes voltadas para o distorcido uso das ideias do italiano Nicolau Maquiavel, mas não, prefiro achar que ela navega serelepe sobre o grande oceano das palavras que movem o mundo. Do meu cantinho no cockpit do Avoante costumo parar por longos e deliciosos segundos, minutos ou horas para escutar os sussurros do mundo. Naquele momento tão meu, mas acompanhado atentamente, fielmente e silenciosamente pelos olhares de Lucia, o eco de sons distantes vagueiam ao redor impulsionados pela leveza dos ventos e a cada lufada mais forte sou despertado pelos gritos de ódio e rancor de corações desarmoniosos. Não sou nenhum privilegiado, porém reconheço que: Olhar para as cidades, que estão cada vez mais envolvidas nos mais bárbaros traumas civilizatórios, quando se está no mar é um conforto. Dizem que o mundo é dos mais sabidos ou daqueles que tem nas entranhas as armas letais do egoísmo e da vaidade, mas sinceramente não acredito, pois se assim fosse ele não mais existiria. Para mim o mundo é das al-

"A

AS FRASES E OS HOMENS mas boas, dos que fazem por amor, dos que vivem na verdade, dos puros de espírito, dos que buscam a felicidade, dos que não veem no dinheiro a solução dos problemas, dos que abominam a guerra, dos que buscam a paz. O mundo e lapidado na rocha maciça da ética, afora isso é apenas ilusão dos que se acham. Do meu cantinho de observação as cidades não me trazem nenhum encanto. Quisera eu navegar pelos oceanos sem portos,

sem amarras, sem destinos e sem nada que me alvoroçasse a alma. O mar me faz mais vivo e me envolve com os melhores sentimentos. Me acolhe sem prometer nada e me amedronta com o simples tremor de suas pulsações. Mas ele é o maior dos seres da natureza, aquele em que ninguém jamais conseguira domar. Eu o respeito por sua grandeza e a ele entreguei meu destino e debruço os meus sonhos. As cidades não, as cidades são

traiçoeiras, desumanas e escamoteáveis. São traçadas e administradas por mentes nem sempre valorosas. São cheias de vontades e promessas vazias. São fontes de batalhas em que a crueldade dita às regras da razão. As cidades não tem face e infelizmente não têm a honradez do mar. Mais uma vez acordo de meus devaneios cockpitianos e me vejo envolvido pelas maledicências urbanas. Ali em minha frente às vaidades e os desman-

dos se enfrentavam. De um lado a fúria das marretas destroçava um sonho, do outro, o espanto e o choro de um homem diante de tanta estupidez. Nem os pedidos e os olhares angustiados dos que observavam a cena conseguiram amolecer tanta rudeza daquele ato embrulhado com o papel das ordens ditas oficiais. Em pouco tempo, o que era uma simples e pequena marina particular, no bairro da Ribeira em Salvador/BA, que há anos

acomodava dezenas de embarcações virou um amontoado de escombros fantasmagóricos. O proprietário, que acenava com uma liminar assinada por um juiz de primeira instância proibindo a demolição, teve apenas o dissabor de ver que nem tudo nesses tempos modernosos vale o que é. Ainda assisti um secretário municipal se valendo da força endeusada de um cargo público, disparar na televisão com uma voz carregada de impostação: "... a prefeitura não precisa de ordem judicial nenhuma para demolir obras em desacordo com normas...". Fiquei ali matutando, olhando para o amontoado de casas simples encravadas no alto dos morros que cercavam a paisagem e pensando com meus botões: O que danado ele quer dizer com isso? Sei lá! Como soam falsas as palavras ditas com negligência. Como são inconsequentes as decisões tomadas no afã de apenas querer fazer o mal. Como é pequena a alma de um administrador público ou privado que recorre ao revanchismo para satisfazer o ego. Coisas das cidades que o mar não acoberta. O poeta disse um dia uma frase que decora instalações náuticas no mundo todo: "Navegar é preciso, viver não é preciso". Olhando lá do alto mar a vida em terra sendo travada no extremo da insensatez, fico pensando: Que bom seria se as palavras dos poetas tivessem a precisão de transformar os homens que as aplaudem.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

PETRÓLEO A presidente da Petrobras, Graça Foster, detalhou investimentos na Bacia Potiguar • PÁGINA 12

Motores DO DESENVOLVIMENTO DO RN

SUSTENTABILIDADE: do discurso à prática

BÁSICA E PROFISSIONAL

O setor produtivo tem como grande desafio tirar do discurso o conceito de 'desenvolvimento sustentável’ e implantar as boas ideias que garantam o equilíbrio ambiental em paralelo ao acelerado crescimento econômico

Em 2016, o RN será autossuficiente em energia limpa • PÁGINA 9

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Até 95% do entulho da construção civil pode ser reutilizado • PÁGINA 17

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’Marketing Verde’ é diferencial na atração de clientes • PÁGINA 23

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especial

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

EDITORIAL

INDÚSTRIA E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

» SUSTENTABILIDADE A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi uma das palestrantes do 18º Seminário do Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, que reuniu lideranças políticas, empresários, especialistas e um grande público, no último dia 19 de agosto. PÁGINA 3

Mudança no cultivo

RN atingirá autossuficiência em energia limpa em 2016 Desde 2010, o Rio Grande do Norte produz energia na mesma proporção em que consome. Para 2016, a expectativa é de que consiga essa autossuficiência na geração de energia limpa. Projetos de eólica lideram os investimentos. PÁGINAS 9, 10 e 11

Arena é exemplo de construção sustentável A maior obra de construção civil em execução hoje no RN, a Arena das Dunas, foi planejada para aliar funcionalidade com desenvolvimento econômico e do meio ambiente. O projeto prevê o reuso de água da chuva nos banheiros e gramado. PÁGINA 18

» GRAMOREZINHO Projeto Amigo Verde eliminou o uso de agrotóxico no cultivo de hortaliças na comunidade da Grande Natal. Cerca de 120 famílias são beneficiadas diretamente com a iniciativa. PÁGINA 21

A décima oitava edição do projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” debate um dos temas mais atuais para os mercados produtores: o uso equilibrado da matéria-prima para a fabricação de bens e serviços. “Indústria e as ideais sustentáveis” foi o tema do seminário que trouxe a Natal a presidente da Petrobras, Graças Foster, que falou do declínio da produção de petróleo na Bacia Potiguar e o que está previsto para reverter o cenário. O debate também contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O conceito 'Desenvolvimento sustentável' é difundido desde a década de 1970, mas ganhou a dimensão internacional a partir da Eco 92. Nesse período, o tema mantém a ênfase no discurso, mas há a necessidade de avançar nas práticas que consigam garantir o equilíbrio ambiental com o acelerado desenvolvimento econômico. O seminário que debateu o tema foi realizado na última segundafeira, dia 19, no Auditório Albano Franco, da Fiern. O projeto “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, que teve início em 2008, é um compromisso da TRIBUNA DO NORTE com o público leitor. A qualidade técnica dos debates, a profundidade das análises e o valor das informações discutidas deixaram os participantes satisfeitos com a profissionalização e alto nível do evento. O “Motores do Desenvolvimento” já é um marco na história do jornalismo potiguar, ao passo que se transformou em uma importante fonte de informações e de conhecimentos sobre a realidade de nosso Estado. Trata-se de uma oportunidade ímpar de se pensar o Rio Grande do Norte no rumo do desenvolvimento. E nesse contexto é importante destacar a parceria de sucesso construída entre a TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital Investments, UFRN, Sistema Fecomércio/RN e Sistema Fiern.

EXPEDIENTE Diretor de Redação: Carlos Peixoto

Gerente Comercial: Eliane Rocha

Gerente de Marketing: Andréia Barandas

Edição: Cledivânia Pereira

Textos: Sara Vasconcelos

Fotos: Alex Régis

Projeto gráfico e diagramação: Carlos Bezerra

Infografia: Bob Calazans

Revisão: Graziela Grilo


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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

AMARO SALES

ÂNGELA PAIVA CRUZ

MARCELO QUEIROZ

FLÁVIO AZEVEDO

presidente da Fiern

reitora da UFRN

presidente da Fecomércio

vice-presidente da CNI

"Sustentabilidade deixa de ser uma palavra da moda e passa a ser uma obrigatoriedade das empresas, que precisam se adequar a esse momento.”

"A sustentabilidade é um tema presente na vida das pessoas, dos gestores públicos ou empresas, mas também de cada cidadão.”

"Aliar desenvolvimento e sustentabilidade é possível e, diria mais, é necessário. O cliente já exige produtos mais sustentáveis.”

"O maior problema no Estado é a insegurança jurídica causada pela atitude de órgãos ambientais e Ministério Público, que enxergam o empreendedor como um predador.”

O seminário da última segunda-feira (19) contou com a participação da presidente da Petrobras, Graça Foster; da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, além de políticos, especialistas e empresários

Avanço econômico e meio ambiente em debate O Seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte realizou, no último dia 19 de agosto, a sua 18ª edição. Em discussão ‘A indústria e as ideias sustentáveis” Seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte realizou no último dia 19 de agosto a sua 18ª edição. O projeto, que começou a ser executado em 2008 já abordou temas como Infraestrutura, Energia, Turismo, Comércio e Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, Copa de Futebol de 2014, Transportes e Mobilidade , Pesca e Aquicultura e Educação Básica e Profissional. E nesta 18ª edição trouxe ao centro da discussão a Indústria e ideias sustentáveis. O Projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte é realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Salamanca Capital Investments, Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Sistema Fecomércio/RN, Assembleia Legislativa e com patrocínio do CTGÁS-ER e Petrobras. O seminário da última segunda-feira (19), contou com a participação da presidente da Petrobras, Graça Foster, da ministra do Meio Ambiente, Izabel-

O

la Teixeira, e de especialistas como o metereologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, . Os debates foram mediados por autoridades locais como o presidente da Fiern, Amaro Sales, o presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, e pela reitora da UFRN, Ângela Paiva. Flávio Azevedo, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria e presidente da Comissão Temática de Meio Ambiente da Fiern, e Roberto Serquiz, diretor 1º tesoureiro da Federação das Indústrias, também participaram como debatedores. Se há 20 anos a indústria ganhou reputação de vilã quando o assunto era meio ambiente, agora é considerada parte das soluções rumo ao desenvolvimento sustentável. O projeto para a simplificação do licenciamento ambiental de ações de pequeno impacto no Rio Grande do Norte foi enviado para a Assembleia Legislativa do RN na última quarta-feira (21). O objetivo é dinamizar a emissão de licenças ambientais

por meio eletrônico. O anuncio do envio do projeto foi feito pela governadora Rosalba Ciarlini durante o seminário Motores do Desenvolvimento do RN, na última segunda-feira (19). O novo sistema vai descentralizar o licenciamento ambiental, dispensando o deslocamento dos pequenos produtores até o Idema para requisição da licença. Os municípios que possuem secretarias de meio ambiente também poderão assumir os processos. Hoje no Idema, existem 6 mil processos em tramitação que somam R$ 40 bilhões em investimentos. Um dos grandes gargalos hoje que culminam no atraso para a concessão é o déficit de pessoal. O órgão conta com apenas 150 técnicos e 200 contratados para dar agilidade aos processos. O diretor geral do Idema, Jamir Fernandes, explica que os recursos não estão parados. Desse total, R$ 15 bilhões são em parques eólicos e outros n R$ 10 bilhões em projetos de mobilidade urbana, dentro do PAC2. Nos dois casos, há licenças tra-

ì O QUE 18ª edição do projeto Motores do Rio Grande do Norte

QUANDO Ocorreu no último dia 19 (segunda-feira), no auditório da Fiern

mitando e outras concedidas. “Não existe um passivo de R$ 40 bilhões, mas esse é o ativo do Idema de R$ 40 bilhões em 6 mil processos que tramitam no órgão”. E ressaltou “a licença ambiental não é um impeditivo para a economia”, afirma ele. Diante das reclamações e denúncias sobre a burocracia e obstáculos apresentadas por vários dos interlocutores presentes ao seminário, a ministra Izabella Teixeira destacou que é preciso

modernizar o procedimento de emissão de licenças nos órgãos estaduais e federais. “O Governo Federal está investindo maciçamente na modernização da emissão das licenças. É preciso acabar com o benefício da dúvida e da discricionariedade”, destacou. Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), aproveitou a ocasião para abordar o problema e comentar a postura adotada pelos órgãos ambientais no estado. “Se o órgão for de negativas, o ambiente empresarial no RN será um dos piores. O próprio Idema reconhece que há seis mil processos em análise, que se aprovados, significariam R$ 40 bilhões em investimentos”, afirmou. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, acrescentou que exigências dos órgãos ambientais tem, por vezes, inviabilizado a chegada de novos investimentos, e defendeu mais diálogo entre o empresariado e os órgãos ambientais. “Não é no mérito que nos desencontramos, mas na forma como dialogamos”, afirmou. O superintendente regional

do Ibama, Alvamar Costa de Queiroz complementou a necessidade de afinar o discurso. “Os nossos esforços são para conseguir manter o diálogo em todos esses níveis, para conseguir ter não apenas crescimento econômico, mas desenvolvimento do Estado”, afirmou. Outros pleitos também foram apresentados. O presidente do sistema Fecomércio, Marcelo Queiroz, cobrou mais celeridade na implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos sob pena das empresas varejistas do RN – representadas pela Federação – serem penalizada. O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Shelley de Souza Carneiro, também abordou o tema. Segundo ele, as empresas estão se adequando à nova realidade do consumo e realizando, com mais frequência, a reciclagem e a reutilização de seus próprios componentes, após descarte pelos consumidores, no que chamou de “mudança de comportamento e cultura”.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

« ENTREVISTA: IZABELLA TEIXEIRA » MINISTRA DO MEIO AMBIENTE

“Defendo regras claras para diminuir insegurança jurídica”

cussões deverão ser incorporadas ao contexto da Agenda para o Desenvolvimento Pós-2015, em que se espera que a perspectiva do desenvolvimento sustentável passe a ser o parâmetro para a cooperação internacional. Os países têm à sua frente a oportunidade histórica de inaugurar uma nova era no desenvolvimento nacional e internacional, centrada na erradicação da pobreza extrema e na adaptação dos atuais padrões de desenvolvimento.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, proferiu palestra na 18ª edição do Motores do Desenvolvimento do RN

A sustentabilidade é um dos grandes desafios para o desenvolvimento do Brasil. Essa análise é compartilhada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que esteve na última segunda-feira em Natal participando da 18ª edição do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Em sua palestra, ela destacou a necessidade de regras ambientais claras para combater a insegurança jurídica e a importância do Novo Código Florestal. Após a palestra, a ministra concedeu entrevista detalhando essas análises e apontando os gargalos a serem vencidos para que o Brasil consiga o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. A senhora defende uma reformulação nas análises dos processos de pedido de licença ambiental. De que forma eles deveriam ser entregues aos órgãos que emitem os licenciamentos, no seu ponto de vista?

O que eu defendo é o seguinte: quanto mais os procedimentos estiverem explicitados, menor espaço você terá para se fazer essa discricionariedade de opiniões. Se a regra está clara, cumpre-se a regra, cumpre-se a lei. Hoje você tem situações que se permitem múltiplas interpretações e isso leva insegurança jurídica. Eu defendo que as regras estejam cada vez mais claras para eliminar a insegurança jurídica daquele que precisa da área ambiental, quer para sua gestão ambiental, quer para fazer

ì QUEM É Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, é formada em Biologia, mestre em Planejamento Energético e doutora em Planejamento Ambiental pela UFRJ. Funcionária do Ibama desde 1984, exerceu cargos de direção no Instituto, bem como no MMA e no Governo do Estado do Rio de Janeiro. Sob a gestão dela, foi aprovado e está em fase de regulamentação o Novo Código Florestal

ilegal, devastação de mangues, que são inaceitáveis. Isso, se a sociedade não cobrar, a cobrança da sociedade é que vai determinar a solução desses problemas. Os empresários reclamam muito da atuação do Ibama na liberação de licenças. Como a senhora avalia isso?

É uma pena. Não vai ter liberação. Os empresários querem ocupar dunas, áreas de preservação permanente, ser contra a lei e eles não querem ter licença ambiental adequada. Se regularizem perante a lei e o Ibama vai trabalhar junto com eles sem nenhum problema. Na avaliação da senhora, qual foi o principal resultado da Rio+20 e como fazer para tirá-lo do papel?

investimentos. Os argumentos que se tem no custo Brasil, é que tem muita discricionariedade, muita insegurança jurídica ainda na área de Legislação Ambiental. Isso depende de normas e procedimentos e estamos fazendo isso no Governo Federal. É possível transformar o Brasil num país sustentável?

O Brasil já é um país que faz muita coisa pelo Meio Ambiente. É um país com muitos ganhos de sustentabilidade, mas talvez isso não seja tão visível. Agora, é óbvio que nós temos ainda pressões como desmatamento

A Rio+20 elevou a um novo patamar as discussões sobre políticas ambientais, sociais e econômicas, que se tornam mais integradas sob o paradigma da sustentabilidade. Esse conceito foi cunhado na década de 1990, mas teve sua legitimidade reforçada em junho do ano passado. A Rio+20 reconheceu a erradicação da pobreza, a mudança de padrões insustentáveis e a promoção dos padrões sustentáveis de produção e consumo; e a proteção dos recursos naturais como requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável. A comunidade internacional deixou claro que a agenda de desenvolvimento das Nações Unidas

Como a senhora avalia a participação dos governos estaduais e municipais na Rio+20? Qual o papel deles na construção de uma agenda nacional de desenvolvimento sustentável pós-evento e como está sendo executado?

deve buscar resultados nas três dimensões da proteção do meio ambiente, da inclusão social e do desenvolvimento econômico. Teve algum resultado prático?

A Conferência Rio+20 teve também como resultado imediato a adoção do Plano Decenal de Programas sobre Consumo e Produção Sustentáveis, ferramenta importante para ajudar a comunidade internacional a transitar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo, mediante a adoção de políticas voltadas para compras governamentais sustentáveis, responsabilidade empresarial, educação ambiental e a luta contra o desperdício, entre outras. Dentre os diversos processos lançados na Rio+20, destacamse: a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a definição de uma estratégia de financiamento para o desenvolvimento sustentável. Estamos, no momento, em Nova York, debatendo em um grupo de negociação intergovernamental, o formato que deverão assumir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a comunidade internacional deverá adotar no próximo ano. Ao final deste mês, iniciaremos também as discussões na ONU sobre as necessidades de financiamento, a efetividade dos instrumentos e estruturas existentes, bem como as formas de mobilizar e usar de modo mais eficiente os recursos financeiros para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ambas essas dis-

Eu defendo que as regras estejam cada vez mais claras para eliminar a insegurança jurídica daquele que precisa da área ambiental, quer para sua gestão ambiental, quer para fazer investimentos.”

Os empresários querem ocupar dunas, áreas de preservação permanente, ser contra a lei e eles não querem ter licença ambiental adequada”

A conferência gerou expressivo impulso para o debate sobre modelos de desenvolvimento e contribuiu para expressiva mobilização de vários segmentos da sociedade civil organizada nacional, bem como de governos estaduais e municipais. A experiência ofereceu também ao país a possibilidade de fortalecer sua liderança e protagonismo na discussão dos temas globais relacionados ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Muitos analistas reconhecem que um dos maiores êxitos da Rio+20 foi de ter permitido que mais de 40 mil pessoas se reunissem e debatessem, nos mais variados foros, os melhores caminhos para o desenvolvimento sustentável. Foram movimentos ambientalistas, sindicatos, empresários, diplomatas, lideranças indígenas, pequenos e grandes agricultores, acadêmicos e cidadãos comuns que se congregaram no Brasil para debater o futuro do planeta. Na preparação da Rio+20, o Governo Federal promoveu a iniciativa dos Diálogos Federativos, coordenados pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, com o intuito de estabelecer um canal de comunicação para estimular a participação de estados e municípios na Rio+20. Fez parte das discussões da Rio+20 a avaliação do progresso e das lacunas no cumprimento dos acordos das Conferências anteriores da ONU que trataram de desenvolvimento sustentável. Por exemplo, discutiu-se a implementação da Agenda 21, adotada por dezenas de países e em vários níveis de governo a partir de acordo alcançado na Rio-92. Por meio da execução da Agenda 21, promoveram-se processos de planejamento participativos locais, integrados por representantes do governo e da sociedade civil, voltados para a articulação de prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazo. Centenas de agendas 21 locais vêm sendo implementadas em bairros, municípios e comitês de bacias hidrográficas do Brasil. Sob uma perspectiva mais global, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a serem adotados pelos países em 2015, poderão orientar estratégias internacionais, nacionais, regionais e municipais na implementação do desenvolvimento sustentável para o período pós-2015. Os temas discutidos na Rio+20 associam-se, assim, aos desafios de governança local, regional. As discussões e soluções adotadas pelos governos estaduais e municipais contribuem para a construção de uma Agenda Nacional de Desenvolvimento Sustentável.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

Conceito é debatido há quase 30 anos ‘Desenvolvimento Sustentável’ começou a ser debatido na década de 1970. Nesse tempo, ideias que aliam crescimento econômico e equilíbrio ambiental não entraram em prática esenvolvimento sustentável - conceito difundido desde a década de 1970 – ganhou a dimensão de propulsor de políticas internacionais e economias, a partir da Eco 92. Mais de vinte anos depois, o tema mantém a ênfase no discurso, entretanto, na prática, observa especialistas, é preciso avançar. As práticas que buscam conservar o meio ambiente de forma a garantir qualidade de vida para a população e economia aquecida ainda não foram incorporadas a ponto de dar resultados mais consistentes. Para isso, ressalta a a bióloga e coordenadora do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFRN (Prodema) e bió-

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loga, Elisa Freire, é preciso afinar o discurso entre ambientalistas, sociedade, gestão pública, indústria, iniciativa privada e academia. “É um desafio para ciência em nível global. Não se pode ter sustentabilidade em qualquer atividade se as pessoas não tem qualidade de vida, sem promover equidade social, e se elas não participam do desenvolvimento econômico”, analisa e acrescenta: “Nenhuma ciência sozinha consegue ultrapassar esse desafio”. A agenda 21, principal resultado da Conferência Eco92, estabeleceu o compromisso de cada país em refletir, global e localmente, sobre como governos, empresas, organizações não-

governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. “A Eco92 foi mais importante e concreta que a Rio+20, mas se formos avaliar os 20 anos, avançamos pouco nas metas”, analisa. Em duas décadas, biomas brasileiro como a Mata Atlântica, a caatinga e o cerrado foram depauperados. A Mata Atlântica perdeu 92% de sua área nesse período e no semiárido elevou as áreas suscetíveis a desertificação e a escassez de recursos hídricos se acentuou. A má qualidade da água é responsável

por 70% dos casos de internação pelas chamadas doenças de veiculação hídrica, explica a coordenadora do Prodema. Entre os avanços, a implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a lei (SnUc) e criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A lei que estabelecia, entre outros pontos, a cobrança pelo indevido da água como forma de evitar o desperdício, foi implementada em apenas duas Bacias, do Nordeste. Em relação ao restante do mundo, contudo, o Brasil está no mesmo pata-

mar quando o assunto é mitigar a emissão de carbono. Para a professora, o Brasil é um dos países mais ricos em legislação ambiental, exceto pelo Novo Código Florestal “que foi aprovado para atender os anseios políticos e não da sociedade”. O país também superou a falta de investimentos em meio ambiente a partir do governo Lula, com a destinação de recursos para o setor. “Tivemos avanços para a produção de inventários de biodiversidade, produção do conhecimento e capacitação de recursos humanos nas áreas de biodiversidade e conservação”, analisa.

A Rio+20 não teve propostas A Conferência das Nações

Unidas realizada no ano passado, no Rio de Janeiro, a Rio+20, para avaliar o andamento das metas traçadas em 1992 não acrescentou, afirma a coordenadora do Prodema, Elisa Freire. “O documento da Rio+20 não reflete nenhum medida efetiva, ficou no discurso vazio. Não há sequer um compromisso, de fato. Não teve propostas”, disse. A elaboração da carta final não teve a participação de cientistas e nem dos demais representantes de países e instituições que participaram do megaevento, segundo ela. Para ter “O documento já estava praticamente pronto quando chegamos lá, não pudemos fazer nada”, lembra.

Entendendo o desenvolvimento sustentável Sustentabilidade Conceito sistêmico, relacionado a três objetivos: ser economicamente viável, preservar o ecossistema e reduzir a pobreza. Por meio de ações para promover a exploração de áreas ou o uso de recursos naturais, ou não, de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas, permitindo o crescimento da economia.

Discussões internacionais As ações globais foram temas de conferências das Nações Unidas: em Estocolmo em 1972, no Rio em 1992 e 2012, em Joanesburgo em 2002, Kyoto em 2005 e Copenhague em 2009.

Quando surgiu essa preocupação? O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na Conferência de Estocolmo em 1972. Mas o vínculo entre meio ambiente e energia tornou-se mais forte a partir dos anos 1980 – após a crise do petróleo a partir de 1973. Nessa década, ganhou força a necessidade de diminuir a poluição ambiental, que resultou em práticas e programas urbanos para reciclar materiais como alumínio, plástico e vidro. Esse processo deu origem à moderna indústria de reciclagem e a um novo ímpeto de processos que já eram utilizados.

A água vai acabar? A água é sustentável desde que seus mananciais e o fluxo sejam preservados, o que, às vezes, implica proteger as matas e evitar que um rio ou uma represa percam volume. No Brasil, 70% dos reservatórios e recursos hídricos não são explorados.

Poluição atmosférica A poluição atmosférica pode ser definida como qualquer forma de matéria ou energia com intensidade ou característica que prejudique a qualidade do ar, tornado-o danoso à saúde, à fauna e à flora e qualidade de vida da comunidade.

Crédito de carbono Medida para indústrias e nações reduzirem os índices de emissão de gases do efeito estufa por um sistema de compensação, previsto no Protocolo de Kyoto. Um crédito de carbono equivale a 1 tonelada de dióxido de carbono. Para que uma empresa tenha direito a vender os créditos, ela precisa cumprir dois requisitos: contribuir para o desenvolvimento sustentável e adicionar alguma vantagem ao ambiente.

Energia sustentável É a energia que dá sustentação à produção e ao consumo porque está disponível para o uso no decorrer do tempo – ou seja, é a energia gasta numa quantidade e numa velocidade que permite a reposição pela natureza.

Efeito estufa Nesse pode ter um globo terrestre, pela metade, mostrando a emissão de industrias e recebendo raios de sol. Fenômeno causado por gases (principalmente gás carbônico, clorofluorcarboneto, metano e óxido nitroso) que estão presentes na atmosfera desde a formação da Terra e teria a função de absorver a radiação infravermelha e regular a temperatura na superfície. É bom quando há equilíbrio e o nível de emissão dos gases é absorvida em processos naturais, como a fotossíntese. É ruim quando a emissão é maior do que a natureza consegue neutralizar e provoca o aumento de temperatura e a concentração de poluentes na atmosfera.

Energia limpa É aquela que não polui ou polui menos, na produção e no consumo, como a energia hidrelétrica, a dos ventos (eólica) e a solar. Empresa sustentável Os consumidores estão mais exigentes e vigilantes à empresas que com práticas e selos “verdes”. Incorporar medidas sustentáveis atrai consumidores e agregar valor ao produto/serviço. A gestão de resíduos sólidos, a emissão de efluentes líquidos e nos mananciais e de gases no ar, além de medidas de eficiência energética impulsionam a capacidade de produção e pode diminuir os custos.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

Novo Código Florestal levanta discussões Aprovada em outubro do ano passado, a lei tem sido motivo de divergências entre gestores públicos, empresários, cientistas e representantes de órgãos ambientais integração do meio ambiente no plano político e econômico é o caminho para o desenvolvimento do país. Nessa conjuntura, a importância da qualidade da legislação ambiental brasileira é considerada um diferencial. Contudo, o Novo Código Florestal tem sido motivo de divergência entre gestores públicos, empresários, cientistas e representantes de órgãos ambientais, que apontam avanços e retrocessos. Aprovada em outubro do ano passado, a lei 12.651/12 aguarda a regulamentação. O Novo Código Florestal, analisa a ministra Izabella Teixeira, que esteve em natal, na última segundafeira (19) para participar do Seminário Motores do Desenvolvimento, indica que a regularização ambiental dos imóveis rurais, deve gerar condições para melhorar o planejamento e a gestão das ações ambientais, permitindo maior controle do desmatamento e das atividades que impactam o meio ambiente. “Neste cenário, há um desafio que está sendo superado que é ter primeiro o cadastramento e por consequência a regularidade ambiental”, frisa. Conduzir os mecanismos de gestão ambiental para atender a este novo perfil de ordenamento dos espaços no imóvel rural requer conhecimento, novas práticas e tecnologias que precisam chegar a todos os entes públicos e de forma compartilhada, diz ela, “é mais um desafio”. Para a promotora de Meio Ambiente, Gilka da Mata, a promulgação da lei, uma semana antes da Rio+20, demonstra a necessidade do país evoluir em termos de consciência ambiental para escolher representantes que tenham compromisso sério com os nossos recursos naturais. “Fiquei muito intrigada como um país, como o Brasil, que conseguiu implementar uma política de educação ambiental, leis protetivas e lei de crimes ambientais, teve um retrocesso tão grande”, lamentou a promotora. Entre o que considera retrocessos, a promotora destaca a

A

Objetivo é melhorar o planejamento e a gestão das ações ambientais, permitindo maior controle do desmatamento e das atividades que impactam o meio ambiente

ì ENTENDA Depois de tramitar 12 anos na Câmara dos Deputados, a Lei 12.727, mais conhecida como o Novo Código Florestal foi aprovado em outubro de 2012, pela presidenta Dilma Rousseff, com nove vetos na lei original. Entre as mudanças, a recuperação de margens de rios e reflorestar o que já foi desmatado. O veto principal foi para assegurar a recuperação da vegetação nas margens dos rios em médias e grandes propriedades rurais. O artigo que estabelecia uma área de proteção de apenas cinco metros nas margens de rios intermitentes de até dois metros de largura também foi vetado. Outro ponto é o que permitia que a recuperação de áreas de preservação permanente fosse feita apenas com árvores frutíferas.

alteração a forma de medição das Áreas de Preservação Permanentes (APP). Antes, as margens dos rios eram medidas do nível mais alto do leito do rio. Com a nova lei, as APPs passaram a ser medidas da calha do leito regular do rio e não do seu nível mais alto. “Isso ocasiona uma grande diminuição das áreas protegidas”, observa. O superintendente do Ibama, Robson Lopes de Santana, concorda que a nova legislação “desprotegeu” mais o meio ambiente em relação a essas áreas com a queda no grau de rigidez da legislação que permitirá a ocupação indevida em áreas que antes proibidas. “É menos severo e pior para o meio ambiente, Não é só o fundamentalismo ambiental, é a questão econômica também que sai afetada”, afirmou Santana. Para Flávio Azevedo, vicepresidente do Confederação Nacional das Indústrias (CNI), há uma guerra de semântica. “O novo código florestal é cristalino.

Mas não impede as falácias. O problema que essas interpretações da lei trazem prejuízos para o empresário, que geralmente veem empreendimentos pararem, depois de já iniciadas”, ressalta. No setor de carcinicultura, lembra Azevedo, investimentos estão entravados aguardando uma definição da lei. Isso porque versão original do código florestal proibia qualquer atividade em salgados e apicuns, regiões de vegetação rasteira existente no Nordeste, sobretudo no Rio Grande do Norte. Com aprovação de emenda ao novo código, essas áreas foram consideradas passíveis de ocupação e foi negociado as formas compensatórias. Jamir Fernandes, diretor geral do Idema, reconhece que ainda há problemas na interpretação da nova lei. “Um ano depois da aprovação, o novo código florestal não reconhece, por exemplo, dunas móveis como área de preservação ambiental”, avalia. Isso gera um conflito com uma

resolução do Conama que diz que dunas móveis são áreas de preservação permanente. Enquanto isso, processos aguardam, parados, pela definição. Na carcinicultura, em torno de 50 processos estão nessa situação no Idema. O novo código florestal permite que as atividades agro-silvo-pastoris que estejam ocupando áreas de preservação, antes de 2008, possam permanecer naquela área, desde que tenham medidas compensatórias. “Mas o mesmo código não é claro em determinar se a carcinicultura é atividade agro-silvo-pastoril”, ressalta ele. Recentemente, uma resolução do Conama, conceitua atividades desse tipo e inclui aí a aquicultura, sem ser de forma sistêmica, só a atividade isolada. “Nós solicitamos a Procuradoria Geral do Estado uma interpretação desse caso, para podermos liberar a licença da carcinicultura que está paralisada”, informou Fernandes.

UFRN reutiliza 80% da água Reaproveitar e racionalizar o consumo de água é estratégia para evitar o esgotamento do recurso essencial a vida humana. A regra tem sido seguida à risca pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte que reaproveita cerca de 80% do volume para emprego em outras atividades, como irrigação de canteiros e manutenção do novo campo de futebol, que será usado como centro de treinamento, durante a Copa do Mundo de 2014. O estádio que deverá ser concluído até o final do ano, conta com sistema de drenagem inferior que permite absorver a água das chuvas e direcionar para reservatórios onde é tratada e volta para a irrigação do gramado. O trabalho vai desde o tratamento da água, tanto a potável

quanto a usada para esgotamento sanitário, o que permite o reaproveitamento de parte dos recursos, reduz os danos ao solo e aquíferos e também as despesas. “A estação de tratamento de água e esgotos domésticos garante que o recurso não seja descartado e eficiência de 80%”, afirma o superintendente de infraestrutura da UFRN, Gustavo Coelho. Os projetos buscam minimizar o impacto ambiental de todo funcionamento da universidade e entorno, observa Valter José Fernandes, pró-reitor de pesquisa da UFRN. “A Universidade é um pequena cidade com uma população de cerca de 50 mil pessoas e a chave da sustentabilidade é reaproveitar a água ao máximo”, afirma. O Núcleo de Processamento de Alimentos e Medicamentos (Nu-

plan), o tratamento de água potável atinge grau de pureza altíssimo, comparável à indústria farmacêutica do exterior. “É um trabalho precioso que a Universidade está fazendo com a água”, ressalta o próreitor. Um processo de licitação está em curso para contratação de obras que irão permitir a totalidade do reaproveitamento e tratamento das águas para o projeto de arborização que será implantado, além, da análise de balneabilidade do recurso. Em outra frente, lembra o superintendente, Gustavo Coelho, é o tratamento do resíduo. A Universidade tem mapeado todo tipo de resíduo gerado e o que não serve para reciclagem, é incinerado. Por semana, cerca de 2 toneladas de lixo são gerados. Por meio, de convênio com cooperativas de

Promotora de Meio Ambiente, Gilka da Mata

catadores a coleta seletiva, duas vezes por semana o material é triados e se transformam em renda para famílias. “Isso reduz e seleciona o resíduo que é levado para o aterro e colabora para a economia da ci-

dade e melhoria de vida de trabalhadores”, afirma Coelho. Os projetos fazem parte da do programa A3P, a Agenda Ambiental na Administração Pública, do governo federal.

Ibama está realizando cadastramento A indústria tem feito a tarefa de casa para tentar reduzir a emissão de poluentes, geração de resíduos e ter maior eficiência com menor consumo de recursos naturais. Um dos passos importantes tem sido um cadastramento florestal. O mecanismo, explica o superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Robson Santana, é importante para que os órgãos ambientais façam o controle e possam monitorar os empreendimentos potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais.

Fiscalização O trabalho permite que a partir da alimentação do banco de dados seja feita a fiscalização das atividades, volume de produção, aquisições e trânsito de mercadorias. “Isso assegura maior controle ambiental das atividades nos diversos setores da economia”, afirma. Empresas de grande porte e os usuários do sistema DOF (Documento de Origem Florestal), como as empresas produtoras, consumidoras, transportadoras ou comercializadoras de madeira são obrigadas a fazer. Além de entidades e pessoas físicas que atuam na defesa ambiental, como consultorias e produtores de equipamentos de controle da poluição. A regularização no sistema evita que as empresas, sejam canceladas no sistema DOF, ficando proibidas de comprar, vender ou transportar mercadorias. “Quem não se recadastrar ficará suspenso e, em muitos casos, não poderá realizar suas atividades”, explica Santana. O prazo segue até dezembro.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

RN será autossuficiente em energia limpa Desde 2010, o RN produz energia na mesma proporção em que consome. Para 2016, a expectativa é de que consiga essa autossuficiência na geração de energia limpa

Atualmente, 45 parques eólicos estão em construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos, segundo dados da Aneel

om a velocidade dos avanços tecnológicos, aerogeradores gigantes, como grandes cataventos, geram energia limpa e poupam a atmosfera de toneladas de poluição. De 2011 pra cá, a produção de energias renováveis triplicou no Brasil. O potencial de crescimento é enorme e atrai a atenção de investidores estrangeiros e locais. Fonte de energia limpa e inesgotável, as usinas eólicas compõem o modelo de energia renovável que mais cresce. A média anual de expansão é de 25% em todo o mundo. No Nordeste brasileiro, medições indicam que a força eólica é o dobro da demonstrada no mapa de ventos. Mas o setor ainda responde por uma pequena parcela dentro da matriz energética do país, somente 1,47% do total. A expectativa é que até 2020, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), chegue a 7%. Os investimentos e expansão da indústria eólica são considerados essenciais à sustentabilidade. O Rio Grande do Norte tem a maior matriz energética de eólica do país, 43% de toda energia produzida é proveniente de parques eólicos. A expectativa é que em 2016, além de manter a produção, o Estado passe a exportar cerca de 1/3 do superávit para estados vizinhos. Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e atual diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), lembra

C

que desde 2010, o estado atingiu a autossuficiência energética em geração. Para a economia e o setor industrial isso se traduz em ter a componente energética de um projeto industrial resolvido. “O maior motor de desenvolvimento da economia do RN, além do recurso humano, é a energia. Resolvido o componente energético é possível resolver qualquer outro problema industrial e socioeconômico. O problema do Nordeste, inclusive frisa -, não é a seca, mas é energia”, Jean-Paul Prates. Mas não significa dizer que o Estado deixará de estar conectada a rede de energia. A su-

O maior motor de desenvolvimento da economia do RN, além do recurso humano, é a energia. Resolvido o componente energético, é possível resolver qualquer outro problema industrial e socioeconômico” JEAN-PAUL PRATES diretor-presidente do Cerne

ficiência volumétrica é quando se gera o volume equivalente a quantidade de consumo. “Autossuficiência não é independência e sim dizer que pode contribuir, pode jogar na rede, na mesma proporção o que retira, o que consome do sistema”, explica Prates. O investimento para ser independente da rede de energia não é interessante, complementa o diretor setorial de energia eólica do Cerne, Milton Pinto. Isso porque como os ventos não são constantes e não podem ser armazenados, poderia haver paralisações. “O sistema desconecta”. Além de autossuficiente em capacidade de produzir energia, o estado também é autônomo em fontes energéticas. E mais: poderá chegar a 2016 com o potencial de consumo energético atendido integralmente por fontes renováveis. O otimismo sopra com a estimativa da capacidade futura, devido ao número de parques já contratados - sem contar os arrematados no último leilão. São 45 parques em construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além do potencial em gás, termelétrica e biomassa. “O Estado não precisa importar carvão, gás. O RN tem vento, gás e biomassa e vai ter sol. Gera a energia de fontes próprias”, observa Jean-Paul Prates.

Energia é base do desenvolvimento econômico

O RN tem a maior matriz energética de eólica do país

O meteorologista e professor da Ufal, Luiz Carlos Molion também é categórico: “A verdade é uma só, sem energia no mundo atual não há desenvolvimento econômico e social”. Nesse sentido, a indústria deve aprimorar a tecnologia para que se tenha um baixo consumo e maior eficiência. E quando houver necessidade “colocar as termoelétricas para funcionar”, afirma. Ao contrário de países que que emplacam a corrida por alternativas às fontes esgotáveis e poluentes, lembra o meteorologista, o Brasil tem uma larga vantagem de abastecimento proveniente das usinas hidrelétricas. “Ainda há muito a ser explorado, cerca de 70% dos recursos hídricos ainda não foi usado, sem contar o potencial da biomassa”, afirma Molion. Para ele, as usinas eólicas não devem ser vistas como tábuas de salvação, mas como uma alternativa estratégica. “A eólica é uma energia complementar, porque o vento não é constante, não se pode programar o vento para ter a hora que se precisar”, diz em comparação a termoelétricas e hidrelétricas. “Acho que é preciso muita cautela. O Brasil está entrando nesse campo, sem analisar bem esses aspectos”, frisa Molion.


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Estado quer leilão para linhas de transmissão O projeto contempla novos empreendimentos projetados para operar a partir de 2016 e será apresentado à Empresa de Pesquisa Energética e ao Ministério de Minas e Energia Estado avança para reverter a deficiência em linhas de transmissão. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEeólica) desenvolve o mapeamento de uma nova malha de transmissão. O projeto deverá contemplar apenas novos empreendimentos contratados em futuros leilões. A proposta será apresentada a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e ao Ministério de Minas e Energias, até o final do mês. A ideia é de um leilão específico para o Estado. “Com esses linhões, o Estado irá duplicar a capacidade de geração, a competitividade em relação a outros estados e fechar a cadeia de eólicas com a atração de fabricantes de componentes”, enfatizou o secretário Rogério Marinho. O trajeto está sendo e poderá ser divulgado em reunião que acontece no final deste mês. Uma projeção da EPE prevê uma autovia da energia com linhões que retiram o estado do “vazio” com vistas a parques futuros. Os linhões devem cobrir o litoral potiguar interligando a região do Mato Grande (João Câmara) passando pelo Alto Oeste (região de Mossoró) e seguindo para o Ceará (veja infográfico). O problema envolvendo os parques ociosos, segundo Milton Pinto, diretor setorial de energia eólica do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), poderá ser resolvido com a realização de mais leilões. “Os 3,6 Gigawatts já contratados serão viabilizados com a instalação de linhas de 500 kw, de maior calibre, que irá desafogar o abastecimento”, observa.

O

Transmissão O RN, que aprovou mais projetos do que os outros estados num primeiro momento, perdeu várias posições nos últimos leilões, devido a deficiência da infraestrutura de transmissão. Com o atraso na entrega dos chamados linhões, investimentos foram retirados do estado e pelo menos sete parques estão ociosos à espera da conexão. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Rogério Marinho, explica que em relação as linhas de transmissão para os parques já instalados, a Chesf mantém o prazo de entrega do primeiro lote para 30 de setembro - após atrasos de mais de um ano no cronograma. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), responsável por instalar todas as linhas de transmissão já licitadas para eólicas no estado, não participou dos últimos leilões de linhas da Aneel em virtude de uma restrição imposta pela própria Agência devido ao descumprimento de prazos.

Nos últimos leilões para novos parques de energia eólica, o RN tem perdido investimentos devido à deficiência da infraestrutura de transmissão

Novos investimentos aguardam ‘linhões’

Geração de energia Capacidade no Rio Grande do Norte Usinas eólicas em operação

O Rio Grande do Norte possui, no total, 27 empreendimentos em operação (entre eólicas e termelétricas), gerando 902.251 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 3.196.277 kW na capacidade de geração do Estado, provenientes dos 45 empreendimentos atualmente em construção e mais 65 com outorga assinada. Parques éolicos no RN Quant. Situação atual

Usina

Potência

Em operação

13

395.1 Mw

Em construção

45

1.1 Gw

Não iniciaram a construção

65

2 Gw

Potência (Kw)

Município

49.300 100.650 51.000 1.800 14.400 26.000 26.000 26.000 26.000 19.800 14.400 20.000 19.800

Rio do Fogo Guamaré Guamaré Macau Guamaré Guamaré Guamaré Guamaré Guamaré João Câmara Guamaré Areia Branca João Câmara

RN 15 - Rio do Fogo Alegria II Alegria I Macau Aratuá I Mangue Seco Mangue Seco 2 Mangue Seco 1 Mangue Seco 5 Parque Eólico Cabeço Preto Miassaba II Mel 02 Parque Eólico Cabeço Preto IV Total: 13 usinas

Produção nacional - Projeção Petróleo (em milhões de barris/dia) 2013 2,5 2020 4,2

Indústria de petróleo e gás no Brasil Reserva provada

Geração de empregos

15,7 bilhões

100 mil

de barris contratados;

é a expectativa até 2020. Investimentos - evolução

Linhões - mapa de sistema de transmissão de energia para o RN

171

trabalhadores em estaleiros;

15,8 bilhões de barris descobertos.

Gás natural (em milhões m3/dia) 2013 94 2020

70 mil

2000

US$ 4,2 bi

2013

US$ 48,9 bi

Conheça a projeção feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para futura implantação de linhões para novos parques eólicos no RN, em 2016.

RN - 2013

Mossoró III

US$ 1,8 bilhão US$ 800

Touros

Mossoró II

em investimentos;

Assu II Assu III

US$ 1 bilhão

J. Câmara II J. Câmara III Ceará-Mirim

Extremoz

em custos operacionais.

Natal II Lagoa Nova

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unidades estacionárias de produção que devem operar até o final do ano. Fonte: Petrobras/ EPE/ Aneel

Natal III Paraíso

Milagres II

Existente Projetado

Campina Grande III

Campina Grande II

O primeiro parque de energia eólica do Rio Grande do Norte foi instalado há quase uma década, em Rio do Fogo, município distante 81 quilômetros de Natal. Instalado em uma área de duna de 159 mil metros quadrados, bem próximo à praia, as torres dão um ar imponente à paisagem do litoral Norte do Estado e têm capacidade instalada para produzir 49,2 Mega Watts (MW), por meio de 62 aerogeradores. A empresa espanhola Iberdrola ganhou concessão para instalar o empreendimento através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) em 2005. A diretora de Operações da Joint Venture Força Eólica do Brasil, sociedade formada entre Iberdrola e Neoenergia, Laura Cristina da Fonseca Porto, afirma que o Estado não é mais tão rentável devido aos preços praticados. Com o preço teto publicado de R$ 117/MWh, aplicandose o conceito P90, num cenário de instabilidade cambial e de novas regras do Finame, somente os projetos de ampliação são considerados rentáveis. “E esta situação fica mais severa se considerarmos que foi transferido para o gerador todo o atraso de um eventual atraso na conexão, por parte da transmissora”, analisa. A Joint Venture Força Eólica do Brasil, sociedade da Iberdrola e Neoenergia, pretende investir 198 MW no RN. A JV já de-

ì O QUE O primeiro parque de energia eólica do RN foi instalado há quase uma década, em Rio do Fogo

QUANDO A empresa espanhola Iberdrola ganhou concessão para instalar o empreendimento em 2005

tém o Parque de Rio do Fogo (RN 15) e, ao lado dele, o parque Arizona com a capacidade de 28 Mw está sendo construído. Os 7 parques com implantação prevista até setembro deste ano, entretanto, ficarão à espera da conexão da Chesf. “Embora a receita dos parques esteja garantida, o fato de não estarem energizados prejudica o próprio parque mas principalmente o consumidor brasileiro”, afirmou Laura Porto. A necessidade de conservação da vida silvestre nas áreas destinadas a implantação dos parques eólicos, levou a empresa inovar. A contenção e recuperação das áreas de dunas foi feito com o uso palhas e vegetação rasteira. “O processo de fixação de dunas garante bom desempenho, sem agredir o meio ambiente”, explica o engenheiro responsável Rafael Igor.


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Diversificação para crescer Até 2030, o consumo de energia vai dobrar no Brasil. Por isso a urgência não apenas em aumentar a geração, mas diversificar a produção energética nas mais diferentes fontes er uma matriz energética diversificada é meta em nível internacional, enfatiza o presidente do Cerne, JeanPaul Prates, uma vez que a dependência de fonte única de energia gera o risco de desabastecimento ou crises econômicas – a exemplo do petróleo em 1973. De acordo com estimativas da Aneel, o consumo de energia no país deve dobrar até 2030, o que torna imperioso investimentos e pesquisas em novas fontes e tecnologias. . Nessa busca, até bem pouco tempo atrás, qualquer fonte de energia, em geral a mais barata, era aceita. Mas o cuidado com a manutenção de recursos naturais aponta para fontes renováveis e limpas. Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia na usina. Aqui no Estado, uma usina tem experimentos no segmento do chamado etanol de segunda geração – mas a produção é baixa e não foi informada. Se a capacidade instalada de produção de todo o país, cerca de 400 usinas e destilarias, fosse usada para co-gerar energia do bagaço da cana teria o potencial equivalente a uma Itaipu. Mas a geração dessa energia ainda é baixa porque o custo é elevado - um investimento de mais de R$ 100 milhões para instalação de unidade. “Isso demonstra que é um setor estratégico para o desenvolvimento do país, mas não há um planejamento sério para o setor”, observa o presidente da Asplan, Renato Lima.

T

BATE-PAPO Norberto Noschang gerente de tecnologia da Petrobras Biocombustível

“As pesquisas foram iniciadas em 2006” O cultivo de microalga para produção de biodiesel é desenvolvido desde quando na Petrobras? Destina-se ao tratamento da água, no sentido de reverter os danos causados por vazamento de óleo?

Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia. Aqui no RN, uma usina tem esse experimento

De que forma essa produção envolve a comunidade, podendo gerar renda para a comunidade local?

Nesta fase de pesquisas, o projeto envolve somente pesquisadores do Cenpes/Petrobras e de universidades parceiras, como UFRJ e UFRN.

Desafio Um dos desafios para as distribuidoras de energia em mais cinco a dez anos, estima o especialista em energias, Jean-Paul Prates, será encontrar um meio para continuar distribuindo energia dentro da perspectiva de crescimento da produção estimulada pelo governo federal. O marco regulatório da energia solar, que permite instalar placas solares fotovoltaicas e transformar radiação solar em energia elétrica, economizando na conta de energia. Aprovada no início do ano, a resolução nº 482 cria um sistema de compensação de energia que permite ao consumidor instalar pequenas centrais geradoras de energia elétrica (com potência instalada menor ou igual a um Megawatt (MW) em empresas e residências e concede maior desconto para quem instalar usinas de energia solar com até 30 MW ) e trocar energia com a distribuidora local. “As distribuidoras são obrigadas a aceitar a energia gerada pelos microprodutores e, além de agregar novos produtos e serviços, deverão cobrar por energia de backup, espécie de reserva para os casos de interrupção, seja por falta de sol ou de ventos”, afirma. O modelo poderá se basear no espanhol. Lá, “ privatizaram” o sol, ou seja, Limitaram a quantia de geração por produtor e quanto ele terá que comprar do sistema. Mas, a curto prazo, é necessário mudar a mentalidade do empresariado brasileiro em relação aos custos iniciais.

As pesquisas com microalgas iniciaram em 2006 com o propósito de avaliar uma matéria-prima alternativa para produção de biodiesel. A análise do comportamento das microalgas em água de produção de petróleo é uma das vertentes da pesquisa, e busca verificar a contribuição para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa. São analisadas diferentes cepas préselecionadas.

Como se dá o processo de produção do biodiesel? Quanto já foi produzido e qual a projeção de produção para este ano?

A geração de energia a partir do bagaço da cana ainda é baixa porque o custo é elevado (mais de R$ 100 milhões para instalação de usina)

As distribuidoras são obrigadas a aceitar a energia gerada pelos microprodutores e, além de agregar novos produtos e serviços, deverão cobrar por energia de backup, espécie de reserva para os casos de interrupção, seja por falta de sol ou de ventos” JEAN-PAUL PRATES diretor-presidente do Cerne

Petrobras estuda geração a partir de microalgas A Petrobras, por meio do seu Centro de Pesquisas (Cenpes), investe no desenvolvimento de tecnologia para o cultivo e a utilização das microalgas como matériaprima na produção do biodiesel. Atualmente, são realizados testes em planta piloto em Extremoz, no Rio Grande do Norte, que buscam analisar o potencial produtivo, a qualidade e o teor de óleo nas condições climáticas daquele estado, uma região avaliada como propícia ao cultivo. Desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a iniciativa representa um avanço nas pesquisas iniciadas em fevereiro de 2006, cujos resultados indicam o potencial desses organismos como alternativa de suprimento sustentável à cadeia produtiva do biodiesel. As microalgas têm apresentado poten-

cial de produção de óleo superior ao das oleaginosas típicas para biodiesel. A produtividade pode chegar a ser de 7 a 30 vezes superior ao de vegetais terrestres. Outra característica relevante é que as microalgas “sequestram” carbono com taxas mais elevadas que vegetais e possuem produção contínua. As microalgas possuem a capacidade de crescer em diferentes tipos de água e, entre as possibilidades pesquisadas, está o cultivo em água de produção de petróleo. O objetivo das pesquisas inclui verificar a contribuição das microalgas para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa.

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O projeto de pesquisa analisa a produção de óleo a partir das microalgas. O processo para gerar biodiesel envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel. Nesta etapa, os volumes de óleo são produzidos para atender às necessidades das pesquisas.

O QUE Tecnologia para o cultivo e a utilização das microalgas como matéria-prima na produção do biodiesel

ONDE São realizados testes em planta piloto em Extremoz, no Rio Grande do Norte

A planta piloto, localizada na cidade de Extremoz (RN), inaugurada em abril de 2012, conta com tanques abertos cuja capacidade é de quatro mil litros e nos quais as microalgas são cultivadas. O processo para gerar biodiesel das microalgas envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel.

SELO VERDE A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e a Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), em parceria com o Instituto Totum, lançaram o Certificado e Selo de Energia Renovável provenientes das fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O objetivo principal é agregar valor aos empreendimentos de geração e de consumo de energia renovável que, além de cumprir as exigências legais as quais estão sujeitos, desenvolvem programas socioambientais voluntários, que ratificam seus compromissos com a sustentabilidade.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

« PALESTRA: GRAÇA FOSTER » PRESIDENTE DA PETROBRAS »

“A diversidade da produção no RN atrai investidores”

te para o país. Para ativar e recuperar os campos maduros ou em alto grau de desenvolvimento é preciso colocar energia, água, vapor no reservatório. A Petrobras vem investindo em perfuração de novos poços, na injeção de água e vapor.”

Canto do Amaro

Em palestra proferida no Seminário Motores do Rio Grande do Norte, Graça Foster destacou os investimentos da Petrobras Sustentabilidade “Sustentabilidade é ter tudo panejado, medido, com extremo rigor para que possamos aos menores custos e aproveitando das regiões o máximo de suas potencialidades, manter o crescimento do país e alavancar a produção”.

Investimentos “Para o quadriênio, 20132017, é previsto o investimento de R$ 236,7 bilhões prioridade para área de produção, que ganha mais uma fonte: as termelétricas a gás. O planejamento estratégico global está sendo elaborado com vistas até 2030, para operações em campos maduros, em desenvolvimento, em descoberta, on e off shore, além de águas profundas e da camada do pré-sal em todo o país.”

ì QUEM É Maria das Graças Silva Foster é presidente da Petrobras, formada em engenharia química, mestre em engenharia de fluidos e pós-graduada em engenharia nuclear pela UFRJ. Entrou na Petrobras como estagiária, aos 24 anos. Em 2010, foi eleita a diretora executiva mais poderosa da América Latina no setor de Gás e Energia da empresa. Desde 2012, passou a ser a primeira mulher a comandar a Petrobras

Investimentos no RN “A Companhia investe, no estado, cerca de US$ 800 milhões por ano, e os custos operacionais estão em torno de US$ 1 bilhão por ano. Todos os esforços da Petrobras no Rio Grande do Norte são direcionados para elevar a produção de petróleo e gás”.

Produção nacional “O Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 estabelece como meta a produção de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2016, 3,4 milhões boed em 2017 e 5,2 milhões boed em 2020. A produção no pré-sal este ano já retirou 322 mil barris diários em maio. E na área de refino são processados em média 2,139 milhões de barris de petróleo por dia.”

Pré-Sal “No primeiro semestre crescemos a produção no pré-sal, superando a marca dos 322 mil barris diários em maio. Um recorde. A produção acumulada do pré-sal alcançou 226 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) em julho, considerando as Bacias de Campos e Santos. Os maiores desafios tecnológicos do pré-sal, como as características das rochas-reservatório, a perfuração na camada de sal e a produção em grandes profundidades já foram superados.”

Etanol “O etanol de segunda gera-

ção, gerado a partir do bagaço da cana, irá integrar a pauta da economia a partir do próximo ano. O projeto em biocombustíveis desenvolvido em parceria com empresa americanas para adquirir tecnologia. No ano que vem, deverá sair do protótipo ao base comercial. O etanol deve voltar a ocupar seu lugar e possa impulsionar maior geração de etanol. As usinas com participação da Petrobras tem capacidade anual para produzir 1,3 bilhão de litros de etanol.”

Biocombustíveis “No PNG 2013 – 2017, a previsão de investimentos em produção de biocombustíveis é de US$ 2,9 bilhões, a maior parcela em etanol. A capacidade de produção de biodiesel é de 821 milhões de litros por ano, em cinco usinas, das quais três são próprias (Candeias, na Bahia; Quixadá, no Ceará; e Montes Claros, em Minas Gerais) e duas em associação (Marialva, no Paraná; e Passo fundo, no Rio Grande do Sul).”

Autossuficiência “O Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006, quando equiparou-se ao volume de derivados consumidos à época. Entre 2007 e 2012, no entanto, a demanda por derivados cresceu 4,9% ao ano no Brasil, contra um crescimento de 3,4% ao ano na produção de petróleo. A partir de 2014, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção estimada da Petrobras, parceiros e terceiros.”

Produção potiguar “Atualmente a produção de óleo se mantém estável, em torno de 70 mil barris por dia, o que só é possível devido ao direcionamento estratégico que a Companhia tem adotado. A curva de produção dos últimos anos no RN reflete o declínio natural da maioria dos campos da região, que começaram a produzir em 1976. Para reverter este quadro, continuamos investindo em exploração e produção na Bacia Potiguar, com vistas à otimização da produção e perfuração de novos poços.”

Diversidade

Para reverter este declínio, continuamos investindo em exploração e produção na Bacia Potiguar, com vistas à otimização da produção e perfuração de novos poços”

“A atuação do Estado na matriz energética é diversificada, desde a área de exploração e produção de petróleo, gás e energias, refino, distribuição e biocombustíveis. Todo esse expertise e investimentos feitos em tecnologia se traduz na atração de investidores e grandes como Exxon Mobil, Petrogal, APB, grandes empresas do setor.”

Inovação “Inovar não é só ir para águas mais profundas, o novo se aplica também nos sistemas usados em campos maduros, que têm produção importante e relevan-

Alto do Rodrigues “No ativo de produção de Alto do Rodrigues os projetos são para Adensamento de Malha no campo de Serra, Adensamento de Malha para 70 metros e injeção de vapor nos campos de Estreito e Alto do Rodrigues. Na injeção de água e vapor, resultaram em o crescimento de produção de 69 mil barris para 74 mil barris por dia”.

UFRN “A Universidade Federal do Rio Grande do Norte é referência no desenvolvimento de tecnologias na área da indústria de petróleo e gás, com um Núcleo de cimentação de poços de petróleo inaugurado recentemente, com investimento de R$ 6 milhões. Esperamos que a instituição aceite o convite para integrar o programa de Universidade do Futuro, da Petrobras.”

Pesquisa “Investimentos em pesquisa e desenvolvimento é a base de tudo, e no caso da Petrobras é completamente essencial. O volume de recursos destinado a parcerias com empresas e universidades para o desenvolvimento de projetos de pesquisas, entre 2004 a 2013, cresceu 7 vezes, saltando dos US$ 248 milhões para US$ 1.143 bilhões.”

“Na região de Mossoró, estão sendo implantados os projetos de Desenvolvimento Integrado dos Pólos de Riacho da Forquilha e Livramento e o desenvolvimento complementar do campo de Canto do Amaro. A ampliação do sistema de injeção de água em Canto do Amaro, para aumentar o fator de recuperação e reverter o declínio da produção recebeu aporte desde 2007, US$ 774 milhões nesse projeto que renderam, um acréscimo de 70%, em junho, com 22 mil barris por dia”.

Tecnologia e segurança

A atuação do Estado na matriz energética é diversificada, desde a área de exploração e produção de petróleo, gás e energias, refino, distribuição e biocombustíveis”

“Estamos produzindo com segurança operacional e ambiental no pré-sal, utilizando as melhores tecnologias disponíveis e aplicando toda a nossa experiência em operação em águas profundas. A Petrobras apresenta melhor desempenho, comparado às demais empresas do setor, em relação vazamentos nos últimos anos. Tanto o volume total vazado quanto o relativizado pela produção de petróleo vem se situando em níveis melhores do que a média da indústria de óleo e gás internacional.”


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PENSANDO O RIO GRANDE DO NORTE

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Pesquisa e tecnologia em favor da sustentabilidade O CTGAS-ER atua em três eixos: educação profissional, pesquisa aplicada e transferência de tecnologia e em serviços tecnológicos de consultoria s instituições de pesquisa tecnológica desempenham função importante para garantir que o processo produtivo tenha condições de mitigar os danos ao meio em que está inserido. A pesquisa e a tecnologia desenvolvida no Centro de tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) tem dado suporte tecnológico à indústria em âmbito nacional, sobretudo nas áreas foco Gás e Energias Renováveis. O Centro, um consórcio da Petrobras e Senai, atua em três eixos: na área de educação profissional, provendo recursos humanos tecnicamente qualificados para a indústria; pesquisa aplicada e transferência de tecnologia; e em serviços tecnológicos de consultoria. Para Pedro Neto Nogueira Diógenes, diretor de tecnologias do CTGAS-ER, a ampla atuação configura a criação de condições para dar sustentabilidade à indústria. “Não é apenas ter capital financeiro, mas garantir capital humano para dar competitividade à indústria e, por meio de pesquisa aplicada e a inovação, possamos gerar novos produtos, novos procedimentos”, frisou. A sede em Lagoa Nova abriga o Laboratório de Química Ambiental, equipado com aparelhos de última geração e uma das maiores capacidades instaladas do país, criado inicialmente para atender a demanda na área de petróleo e gás em classificação de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissão de gases na atmosfera. “O porte e padrão do laboratório deu-nos condições de atender indústrias de qualquer segmento”, destaca o coordenador, Glauber José Turolla Fernandes. A classificação de resíduos sólidos busca identificar entre o resíduo gerado pela indústria quais materiais são passíveis de compostagem, os que podem ser coprocessados para retorno à indústria ou ser processados para um a segunda utilização e ainda aqueles que não são viáveis e é preciso inertizar. “São ações que permitem ao empresariado usar o mínimo de matéria-prima e não contaminar o meio ambiente”, afirma Neto. Nesse sentido, são desenvolvidos projetos como o de incineração à plasma, financiados pela Petrobras. A emissão dos efluentes líquidos também passam pelo trabalhodeclassificação.Apesquisatambém avalia a potabilidade de água e a capacidade de absorção dos dejetos lançados em rios, lagoas, lagos. Esse trabalho é feito junto a termoelétricas do Estado, no Rio de Janeiro e “Analisamos o potencial contaminante para verificar o que poderá ser reaproveitado e o que precisa ser de fato descartado, além de indicar a forma correta de descarte de modo a mitigar os impactos nocivos”, afirma Fernandes. Uma parceria com instituições alemãs para a cooperação permite a transferência tecnológica e inovação com atividades direcionadas, principalmente, para a indústria química, de materiais e de energias renováveis, além de englobar ações voltadas para a preservação do meio ambiente.

Centro é referência na formação profissional

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Laboratório atende demanda na área de petróleo e gás em classificação de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissão de gases

ì ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Atividades de campo – coleta e preservação de amostras, análises e monitoramento de emissões gasosas e de partículas por meio de fontes fixas, além da análise e acompanhamento da qualidade do ar no entorno e na área de influência de unidades de operação;

Outros projetos são desenvolvidos na área de geração de energia limpa, como a solar

Estudo monitora nível de contaminação do ar Os processos industriais e de geração de energias, além dos gases que escapam dos veículos são responsáveis por disseminar alta carga de poluentes na atmosfera, tóxica à saúde humana e que traz danos ambientais. Para quantificar o nível de contaminação do ar, o CTGAS-ER faz a medição da qualidade do ar. O monitoramento iniciado há dois anos é feito por equipamentos instalados na entrada do centro, na avenida Capitão-Mor Gouveia, em Lagoa Nova. A ideia, explica o coordenador do Laboratório de Química Ambiental, Glauber José Turolla Fernandes, é criar uma série histórica que sirva de parâmetro sobre o status do ar.

“Essa é uma iniciativa pioneira no Estado que nos permitirá analisar o material particulado e gases presentes no ar que respiramos aqui em Natal e observar se estamos dentro ou não dos padrões internacionais estabelecidos para a qualidade do ar”, afirma ele, sem mencionar os resultados já obtidos. Fernandes observa que “por natureza”, em Natal, a qualidade do ar é boa e com ventilação, mas está longe de ser considerada o melhor das Américas, como é tão difundido. A qualidade do ar é produto da interação de um complexo conjunto de fatores, como a extensão das emissões, a topografia e as condições meteorológi-

cas da região, favoráveis ou não à dispersão dos poluentes que se dá em função da direção de ventos e temperatura. “Estamos medindo, quantificando o impacto e para tirarmos conclusões”, afirma. No ano passado, também foram iniciados os testes no sistema para monitoramento de concentrações do gás de efeito estufa (CO2) e outros contaminantes, como óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e ozônio que são liberados para a atmosfera no entorno de usinas termelétricas. As usinas são movidas por fontes variados, como gás natural, óleo combustível e diesel. O uso ineficiente dos combustíveis representa uma perda de recursos econômicos, que além de agredir o meio ambiente pelo aumento das emissões, priva os consumidores de uma fonte de

Atividades laboratoriais – ensaios para determinação de concentração de compostos orgânicos, inorgânicos e de modelos físico-químicos. As análises são feitas com equipamentos de ponta e técnicas especializadas, como espectrometria de absorção e emissão atômica, entre outras.

energia mais limpa. O diretor de tecnologia Pedro Neto esclarece que o mecanismo busca avaliar o desempenho dos modelos convencionais cujos custos e tempo de resposta são altos e com ganhos adicionais na interpretação e aquisição simultânea dos parâmetros de qualidade do ar. Em parceria com o Sebrae, está sendo elaborado o atuando no mapeamento de cerâmicas. Um cadastramento de todas as unidades permitirá a caracterização do perfil da indústria ceramista no RN, quais as tecnologias usadas nos fornos, capacidade de produção, consumo energético, entre outros aspectos. O monitoramento das emissões gasosas dos processos de combustão e da qualidade do ar é uma exigência dos órgãos ambientais, como o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

O Centro de Referência em Qualificação de mão de obra, em Petróleo, Gás e Energias Renováveis, em parceria com a Petrobras que funciona no CTGAS-ER oferece cursos desde a formação tecnológica, com cursos de qualificação profissional, aperfeiçoamento profissional e especializações em níveis técnicos e superior, demandadas pelo setor da indústria, sobretudo com o gama de parques contratados que se preparam para instalação. “É uma área nova e promissora que demanda qualificação de mão de obra e essa é nossa missão”, observa a coordenadora de educação Elenita Santos. Além do foco na formação técnica específica, ela ressalta que todos os cursos contemplam as áreas de segurança e meio ambiente. O trabalho complementa o diretor de tecnologias, Pedro Neto, é no sentido de garantir profissionais habilitados nas diversas atividades da industria de energias, sobretudo na prospecção do recurso energético. Nesse sentido, o Centro atua em medir os ventos, fazer a modelagem matemática da energia e projetos conceituais. “Acompanhamos cerca de 35 torres anemométricas, de medição de ventos, em parques e mas com foco na busca de bons lugares para a instalação de novos parques”, afirma. As torres são equipadas com estações meteorológicas e demais dispositivos de aferição que permitir medir a quantidade de energia que poderá ser produzida, os potenciais, geoprocessamento e as áreas cartográficas para definir os bons locais e mapear restrições que possam existir sejas ambientais ou legais. Na área de pesquisa aplicada, o desenvolvimento técnico de aerogeradores de grande portes, com ensaios, por meio de parcerias com fabricantes tem sido um novo desafio. O projeto busca aprimorar equipamentos e validar metodologias para avaliar os critérios de qualidade da energia elétrica produzida por aerogeradores, uma vez que a viabilidade técnico-econômica da implantação de um parque eólico, considera não só o potencial do vento da região, como também dos equipamentos usados. “Não estamos inventando a roda, mas agregando o conteúdo nacional”, explica Pedro Neto. Os estudos testam a funcionalidade dos equipamentos em uso para adaptá-los as condições dos ventos locais, que são diferentes da realidade lá fora. Outros projetos de pesquisas, na área de térmicas a gás avaliam o consumo do gás, além de treinar o pessoal para o uso racional. Em energia solar, há projetos para atuar na certificação de equipamentos fotovoltaicos, instalar um laboratório didático e para adquirir seis estações solarimétricas, que funcionam com a medição do recurso solar.


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Destinação do lixo é desafio A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê destinação e tratamento adequados ao lixo não tratado. Todos os lixões a céu aberto deverão, até 2014, ser eliminados nipresente nos debates internacionais sobre preservação do meio ambiente, o lixo passa a criar novas oportunidades para os empresários. A regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga municípios e indústrias a dar destinação e tratamento adequados aos 42% de lixo não tratado, impulsionou a instalação de aterros sanitários. Pela lei, todos os lixões à céu aberto deverão, até 2014, ser eliminados e os aterros sanitários ter dispositivos para o tratamento do chorume e do metano - líquido e gás produzidos na decomposição do lixo. Em se tratando do efeito estufa, o metano um dos gases produzidos na decomposição do lixo chega a ser 25 vezes mais potente do que o CO2 e está cada vez mais presente no ar que respiramos. Nesse sentido, a geração de energia a partir de resíduos é apontada como um negócio rentável, embora ainda pouco explorado, e que dará uma grande contribuição para a qualidade do ar e de vida. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que o Brasil tem potencial de cerca de 300 megawatts de energia a partir do biogás capturado em unidades de destinação de resíduos sólidos. Quantidade suficiente para abastecer uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas. O desafio agora é transformar montanhas de sujeira e coisa imprestável em energia “limpa”. Esse deverá ser o próximo passo a ser dado pela Braseco - empresa responsável pela gestão do Aterro Sanitário Metropolitano, em Ceará-Mirim, que atende a região da Grande Natal. “Estamos estu-

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No aterro sanitário localizado em Ceará-Mirim já há estudo para transformar montanhas de sujeira e coisa imprestável em energia “limpa”

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36 mil toneladas por mês; 800 toneladas por dia são enviadas pela Urbana; 8 municípios atendidos: Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, CearáMirim, Rio do Fogo, Macaíba, Extremoz e Ielmo Marinho; 90 hectares de área total; 55 hectares explorados; 1,4 mil metros cúbicos de biogás é gerado por hora; 50% do biogás é metano.

dando para gerar energia a partir do lixo”, afirma o diretorpresidente da Braseco, Henrique Muniz Dantas. Por cima dos taludes, de 25 metros, é possível perceber estruturas como chaminés que emitem um vapor quente. São os poços de drenagem verticais, instalados a cada 40 metros, para emissão dos vários gases oriundos do lixo, sobretudo metano e CO2. Atualmente, parte dele é queimado. Mas os poluentes em breve terão outra serventia. Dentro do projeto de recuperação energética, em fase de estudos pela empresa, revela o

executivo, estão sendo analisadas duas possibilidades: a geração de energia elétrica no aterro para ser lançada na rede de energia elétrica a partir da conexão com uma subestação da Cosern ou lançamento no gasoduto da Potigas. No primeiro caso, Muniz antecipa que já há conversas iniciais para que a geração de energia possa ser destinada para o consumo do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (seja gás ou em energia elétrica), que está sendo construído e tem previsão de funcionamento em 2014. Hoje o lixo aterrado produz 1,4 mil metros cúbicos de bio-

gás por hora. Cerca de 50% é metano. Para ter valor comercial é preciso tratar e filtrar apenas o metano. “O primeiro quilo de resíduo posto aqui em 1994 está até hoje gerando gás e deverá ficar mais tempo, pretendemos aproveitar esse potencial”, frisa ele. O estudo de viabilidade técnica e econômica do biogás deverá ser concluído até o final do ano. “Só então teremos dados específicos sobre o potencial, a capacidade de geração e investimentos a serem feitos”, disse Muniz. A empresa que tem sede na Itália tem, naquele país, expertise na área energética.

Estruturas obedecem regras geológicas e ambientais Diferente dos antigos lixões, onde o descarte indevido compromete a qualidade e conservação do solo e aquíferos, para ser instalado o aterro sanitário precisa obedecer a critérios sociais, geológicos e ambientais. O resíduo que chega nos caminhões ao local passam por pesagem, triagem, depois seguem para ser espalhados, compactados e aterrados. O diretor-presidente da Braseco Henrique Muniz Dantas, explica que a segurança é garantida. “Não há contaminação”. O sistema de impermeabilização do solo é feito a partir da compactação do fundo do aterro, impermeabilizado com concreto, forrado com uma manta de 2mm de polietileno de alta densidade, que é protegida para suportar o atrito dos caminhões. A escavação considera a inclinação para o escoamento do chorume que é coletado por sistema de drenagem e direcionado a lagoas de captação, instaladas no entorno dos taludes, para o tratamento do líquido. O lixo coletado na região da Grande Natal segue para o Aterro Sanitário Metropolitano, situado no km 159, em Massaranduba, distrito de Ceará-Mirim. Por dia, 1,2 mil toneladas são depositadas no aterro. A Companhia Municipal de

Serviços Urbanos (Urbana) se responsabiliza pela coleta e transporte do lixo doméstico, que chega a 800 toneladas por dia em Natal. Considerando o aumento populacional e a quantidade de resíduos produzido diariamente, o aterro tem capacidade para operar, com “folga” segundo estimativa da Braseco, - empresa responsável pela gestão do aterro sanitário Metropolitano -, até 2034. A área total é de 90 hectares, mas somente 55 hectares são usados hoje. O aterro só recebe lixo gerado por empresas que possuam licença ambiental. Para isso, um de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, em maio, entre empresas, Ministério Público do Estado e os órgãos ambientalistas. O Idema já concedeu licenças ambientais a cerca de 60 empresas consideradas grandes geradoras de lixo - a partir de 200 quilos ou 500 litros , enquantooutras 43 protocolaram interesse em assinar o TAC. Até então, somente as sete empresas transportadores desse lixo tinham licença ambiental para prestação de serviço. Entre os projetos para este ano, estáemprocessodelicitaçãoaconstrução de uma usina para análise e tratamento de resíduos perigosos.

Nova lei prevê para 2014 o fim dos lixões irregulares que darão lugar a aterros sanitários

Consórcios vão garantir aterros O governo federal estimula pequenos e médios municípios a se reunir em consórcios para construir aterros sanitários que atendam uma população de pelo menos 150 mil pessoas. Embora atrasados em um ano - o prazo para construção era de 2012 - esforços estão sendo somados para a construção do sistema de aterro sanitário que será implantado na região Alto

Oeste. O projeto técnico foi tema de encontro com a semarh e representantes do consórcio. São R$ 22 milhões, incluindo contrapartida do Governo Estadual, por meio de um convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que servirão ainda para a construção do aterro da região do Seridó. O sistema de aterro para destino final de lixo do Alto Oeste vai

ser construído em Pau dos Ferros e contemplará 44 municípios da região. As estações de transbordo serão construídas nas cidades de Caraúbas, Umarizal, Apodi, Alexandria, José da Penha, Frutuoso Gomes, Patu e São Miguel. Cada estação atenderá de 3 a 6 municípios vizinhos. Lá serão depositados todo lixo recolhido nessas cidades que depois será levado para o Aterro Sanitário.

Coleta seletiva precisa ser ampliada Ampliar e aperfeiçoar o sistema de coleta seletiva é a lição de casa que a Companhia de Limpeza Urbana de Natal deverá exercitar nos próximos três anos. Por dia, são coletados nas ruas de Natal 666 toneladas delixo doméstico, sem contar entulho e podas. Desse total, somente 1,45% vai para coleta seletiva. O restante segue indevidamente para o aterro. O valor ínfimo, segundo Josivan Cardoso Moreno, diretor de planejamento e gestão ambiental da Urbana, se deve a dois fatores: a reduzida estrutura de coleta e a baixa adesão da população. A separação dos materiais da forma correta não é massificada e inviabilizaosresultados.Otrabalho porta a porta para recolhimento do material é feito por meio de contrato com duas cooperativas de catadores de lixo, cada contrato de R$ 49milpormês,quereúnem110trabalhadores para cobertura de toda a cidade. O sistema deve passar por uma reestruturação dentro da política de gestão integrada de resíduos. “A meta é elevar para 70% a coberturadacoletaseletiva,nospróximos 3 anos”, afirma o diretor. Severino Lima Júnior, presidente da Cooperativa de catadores de material reciclável (Cocamar), com 70 cooperados, estima quecerca de 40% dos cerca de 200 toneladas coletadas por mês é reciclável. “As pessoas devem desenvolver a cultura de separar o orgânico e dos inorgânicos”, observa. A falta de uma usina de reciclagem é um dos entraves enfrentados pelos catadores, que ficam à mercê de atravessadores para comercializar o produto. O material segue para usinas em Fortaleza, Recife e até Minas Gerais. Se a venda fosse direta, calcula-se que o acréscimo no valor final seria de 40 a 50%. Uma parceria firmada com a Fundação Banco do Brasil vai oferecer capacitação profissional. Maquinários foram instalados para duas oficinas de vassouras de garrafas pet e bolsas feitas a partir de banners.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

A Usina Ecobrit é uma das duas que reciclam entulhos de construções no Estado. Material derivado pode custar até 50% mais barato, mas procura ainda é pequena devido à desinformação

Construção civil usa 75% dos recursos O setor consome 75% dos recursos naturais e 44% da energia produzida. Com inovação, setor vem conseguindo reverter imagem de ‘vilão’ ambiental

construção civil, aos poucos, vem buscando reverter a sedimentada imagem de “vilã” ambiental. Ferramenta importante para o desenvolvimento econômico - com projeção para 2013 de crescer 4% no PIB (Produto Interno Bruto) do setor e mais de 10 milhões de pessoas empregadas direta e indiretamente – o segmento figura como grande poluidor e se prepara para mudar. O desafio, observam especialistas, é incorporar práticas que garantam maior durabilidade e menor consumo energético e nisso, são unânimes: a escolha de produtos e processos mais “limpos” faz a diferença. Dados do relatório sobre a gestão da sustentabilidade na construção civil, divulgados pela Fundação Dom Cabral (entidade que atua no desenvolvimento e consultoria de empresas e negócios sustentáveis), dão conta que 75% de todos os recursos naturais e 44% da energia produzida no país são consumidas na construção civil. O setor também responde por cerca de 40% de todo o resíduo produzido pela atividade humana e pela emissão de um terço de gases do efeito estufa - devido o vasto uso de insumos, como cimento e aço. Para ter ideia, a siderurgia no país é responsável por 35% das emissões de carbono da indústria, enquanto o cimento por 19%. Acrescentandose o consumo de diesel no trans-

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porte dos materiais até os canteiros de obras o cálculo aumenta substancialmente. Mas as mudanças já começam a se esquadrinhar, movidas por leis de proteção ambiental mais rigorosa e para atender o desejo de consumidores cada vez mais exigentes, como lembra o presidente do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon/RN), Arnaldo Gaspar Júnior. “As pessoas estão preocupadas com gastos de manutenção futuros, nisso a nova norma de desempenho de edificações, que é quase um código do consumidor específico para a construção civil, é um grande aliado na busca por sustentabilidade”, frisa o presidente do Sinduscon/RN. A norma institui nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para cada parte da estrutura, de toda e qualquer edificação habitacional. Uma espécie de manual de uso e construção, explica o presidente do Sinduscon, que estabelece as obrigações de cada autor dentro da cadeia da construção, ao tempo que resguarda de futuras reclamações. “A norma aliada à sustentabilidade vem dar robustez ao setor”, avalia Gaspar Júnior. Pesar o desempenho de cada produto e insumo usado na edificação e impacto causado por cada agente, contribui para a durabilidade. Para a professora Maria das Vitórias Vieira Almeida de Sá, do Departamento de

Engenharia Civil da UFRN, o conceito de sustentabilidade não pode ser desvinculado ao da duração das edificações. “Não é só o uso de materiais por si, a destinação adequada de resíduos. Quanto mais tempo a edificação durar, menos recursos serão usados para manter ou mesmo para construir outra em substituição”, afirma. Localizar, medir, mitigar ou compensar emissões de carbono, bem como estudar alternativas para ter bom desempenho com menor consumo energético e de demais recursos naturais é a fórmula que deve ser aplicada desde as pranchetas até os canteiros de obras. O desafio para mudança conceitual, analisa ela, passa pela educação. “A mudança vai nascer nas universidades, com a formação dos engenheiros. Esse é o papel da academia”, assevera Maria das Vitórias Sá. Sem alterar a essência da atividade econômica, alerta ela, é preciso agregar práticas que atendam às necessidades da sociedade, mantenham o crescimento da economia e ambiente sadio. “Se constrói para vender, sim. Esse é o papel do empreendedor. Não tem o sonho social. Dentro desse contexto, é preciso pensar nas gerações que virão”, afirma a professora.

Reciclagem de entulhos no RN 95% 30% 30% de todo o detrito de construção pode dos novos produtos são adquiridos dos entulhos de construção são destinados às usinas de reciclagem.

ser reciclado e reaproveitado.

e reincorporados à obra.

Apenas 30% do entulho tem destino adequado

Até 95% de todo o resíduo gerado na construção pode ser reciclado

RN: 70% do entulho de construção é descartado irregularmente

FALTAM PRÉDIOS INTELIGENTES O número dos chamados imóveis “inteligentes”ainda é ínfimo. Empreendimentos sustentáveis são apenas 1% do mercado brasileiro.No RN,o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN) não tem informação sobre empreendimentos em funcionamento. Mas a tendência é que nos próximos anos esses espaços sejam cada vez mais comuns,na opinião do presidente do Sinduscon,Arnaldo Gaspar Júnior. “É uma exigência do mercado.O consumidor prefere ter um imóvel inteligente,que otimize o uso e traga economia.Essa será,em breve,uma revolução silenciosa”, disse.O marco regulatório para geração de energia fotovoltaica (solar),sancionado no início do ano,é uma das formas de acesso para a nova era de edificações,segundo ele.

2

usinas de reciclagem no Rio Grande do Norte.

200

construtoras na Grande Natal.

16

Em Natal, de acordo com levantamento da Companhia de Limpeza Urbana são geradas, por mês, 40 mil toneladas de resíduos da construção civil (RCC), mas somente cerca de 12 mil toneladas (30%) seguem para as duas usinas de reciclagem de resíduos da construção civil instaladas no Estado. A maior parte – 70% - ainda vai parar em terrenos baldios e locais indevidos para o descarte. “É muito baixo o volume encaminhado às usinas, ainda há descarte irregular do material que contamina o solo e não gera renda”, afirma o sócio-diretor da usina Ecobrit, Ubirajara da Costa. Apesar da capacidade instalada para receber e processar 15 mil toneladas por mês, a Ecobrit só operacomcercade6miltoneladas de resíduos provenientes de 40 construtoras, além de demanda avulsa. Deste total, somente 30% volta para as obras como produto reciclado para ser incorporado à edificação. “Ainda é visto como subproduto,quandodependendodaaplicabilidadeémaisviávelemaisbarato 50%, optar pelo reciclado. Mas acreditamos que a geração e a aceitação do produto cresçam com a conscientização”, confia Ubirajara Costa. Depois de moída, a britanãopodeservendidaeusadacomo material estrutural, mas serve para piso, contrapiso, pavimentação o que já amortiza muito os gastos da obra com o mesmo nível de qualidade. Até 95% de todo resíduo gerado na construção pode ser reciclado. A desinformação faz com que metade do material recebido permaneça ocioso no pátio, apesar do potencial para uso. Os outros 20% corresponde a madeira, plástico, ferragens, papel e papelão que seguem para outras indústrias de processamento. Para a professora Maria das Vitórias Sá, é preocupante a produção do resíduo, que não deveria mais ocorrer. A geração significa que o processo construtivo não é tão cuidadoso com o desperdício e traz gastos desnecessários. A UFRN desenvolve projetos de pesquisassobreopotencialdomaterial reprocessado agregado à argamassa e ao concreto, analisando a eficiência, como e em que podem ser usados.

reais por m3 de material é a média cobrada para deposição.

50%

mais barato é o preço do produto reciclado.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

Arena une desenvolvimento econômico e ambiental A maior obra de construção civil em execução hoje no RN foi planejada para aliar funcionalidade com desenvolvimento econômico e do meio ambiente m pouco mais de dez meses, quando a bola começar a rolar na disputa entre seleções de diversos nacionalidades pelo título mundial de futebol, os olhos, aqui em Natal, estarão voltados para o gramado do estádio Arena das Dunas. O que poucos enxergarão é a estrutura para garantir um tapete verde, no padrão internacional. Um sistema de captação de águas pluviais e reaproveitamento por meio de drenagem é apenas uma das medidas sustentáveis adotadas na construção do estádio principal obra de engenharia em execução na cidade, num investimento de R$ 413 milhões. Palco de quatro jogos da Copa do Mundo de 2014 - que depois sediará as disputas do campeonato estadual -, a obra conseguiu reduzir o consumo de recursos naturais, a partir do reaproveitamento de água e gestão de resíduos da construção civil, e garantir eficiência na execução da obra e funcionamento da nova praça de jogos. Um sistema de calhas para recolher a água de chuvas que escoa da cobertura metálica é interligado a oito reservatórios de armazenagem e filtração que se conectam ao sistema hidráulico. A água será reutilizada nos vasos sanitários e para regar o gramado, que conta com sistema de drenagem exclusivo onde a água que se infiltra, seja da chuva ou pela aguagem, é direcionado aos tanques, passa por tratamento e retorna para o campo. “Isso permitirá uma economia de cerca de 40% da água que será consumida no estádio, a partir do funcionamento”, estima o secretário da Copa, Demétrio Torres. As dimensões oficiais do campo exigida pela Fifa são de 105 metros de comprimento por 68 metros de largura. O nível de comprometimento com o baixo impacto da obra no dia a dia da cidade e para evitar desperdício, se percebe em detalhes. À saída dos veículos do

E

Uma das tecnologias implantadas na Arena das Dunas é para a utilização da água das chuvas, que será armazenada e reutilizada nos vasos sanitários e para regar o gramado

canteiro, um sistema de limpeza de pneus impede que detritos e sedimentos sejam carreados para fora do canteiro de obras. A água usada no jato de limpeza é reaproveitada por meio de fendas na plataforma, que é tratada e retorna para a lavagem. A pavimentação de toda área externa é feita com blocos intercalados impedindo a impermeabilização do solo. “É uma preocupação encontrar formas de manter o bom convívio com a natureza e o bom funcionamento, sem desperdício e reduzindo custos”, completa o secretário. O projeto inicial não prevê o

uso de energias renováveis, como solar ou eólica. Com índice de insolação de 10 milímetros, a cobertura também permite economia de energia devido à ventilação natural e por diminuir a sensação de calor dentro do estádio, já que retém luz e reflete os raios ultravioletas. A fachada e cobertura da Arena das Dunas são revestidas em aço, cujas placas são formatadas dentro do próprio canteiro de obra, através de um maquinário apropriado. Cerca de 20% da cobertura será composto por policarbonato, visando proporcionar sombreamento e reduzir a

insolação do gramado. O material utilizado oferece leveza ao acabamento e nos testes se mostrou sempre muito resistente a ação do tempo. A iluminação dentro das arenas melhora usufruindo, ao máximo, a iluminação natural do sol. “É um projeto planejado para garantir o desenvolvimento nas áreas ambiental, econômica e também social desde o princípio e ter alto desempenho”, ressalta o diretor presidente do consórcio OAS responsável pela obra, Charles Maia. A OAS detém a concessão, para construção exploração do estádio, por 20 anos.

Obra reaproveitou metralha do antigo “Machadão” Antes mesmo que os primeiros blocos de concreto e a estrutura metálica que, aos poucos, conferem a aparência ondulada ao estádio começassem a ser erguida, o planejamento estratégico permitiu economia de material de construção, como também não trazer transtornos ao já complicado trânsito local. A queda do antigo estádio João Machado, o “Machadão”, e do ginásio Humberto Nesi, o Machadinho, em outubro de 2011, converteu-se em cerca de 20 mil metros cúbicos de concreto. Todo o material proveniente da demolição foi reaproveitado. O concreto foi moído para ser incorporado a terraplenagem – fase preparatória do solo para o início das fundações. O gigantesco canteiro de obras encrustado em área central,

de Lagoa Nova, funciona sem o vai e vem de caminhões e máquinas transportando metralha e entulho da obra - receio inicial da população. “Não houve retirada de material do canteiro que reutilizou toda o material que foi demolido”, explica o diretor presidente do consórcio OAS responsável pela obra, Charles Maia. Isso é possível, revela Maia, devido a política de resíduos da construção civil. Calcula-se que 96% de todo o resíduo gerado no local seja reaproveitado, caso do concreto, ou destinado para usinas de reciclagem. As armaduras e os aços oriundos de grades, portões e demais estruturas do antigo estádio foram destinadas para cooperativas de reciclagem. A iniciativa permite o menor consu-

É um projeto planejado para garantir o desenvolvimento nas áreas ambiental, econômica e também social desde o princípio e ter alto desempenho” CHARLES MAIA diretor presidente da OAS

NÚMEROS DA EAJ

1,8 mil trabalhadores empregados diretamente.

R$ 413 milhões é o investimento total.

42 mil lugares é a capacidade durante a Copa do Mundo. Veículos que saem da obra são lavados para não espalhar resíduos

mo energético para transformação do material em aço novamente, além de beneficiar trabalhadores. Além de cestos de coletas, um setor de descarte por tipagem de material foi montado no interior da construção. A coleta seletiva rendeu de

março de 2012 até hoje, aproximadamente 240 toneladas de material descartado, entre papelão, plástico e vidros, que são recolhidos e comercializados por cooperativas de catadores. Por mês, é gerado em média 165 toneladas.

120 mil metros quadrados de área.

40% de economia em consumo de água.

Construção recebeu ‘selo’ ambiental A arena da Copa do Mundo de 2014, lembra o diretor presidente do Consórcio OAS, Charles Maia, serve como exemplo de construções que adotam práticas relacionadas à preservação do meio ambiente. A construção em área de 120 mil metros quadrados busca a certificação Leed (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental). O “selo verde” é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações criado pelo Green Building Council, reconhecido em mais de 130 países no mundo, inclusive no Brasil. O compromisso da busca por uma certificação ambiental atrelaram ainda benefícios no financiamento concedido pelo BNDES em linhas de crédito específicas. Ações sociais e educativas também fazem parte do cotidiano dos 1,8 mil operários que trabalham na edificação. “Fazemos também um trabalho de educação e inclusão digital, além de estimular oficinas de esporte e arte”, observa Charles Maia em referência as salas de alfabetização, qualificação profissional e informática mantidas no contraturno dos operários. O programa Novos Rumos permite a reintegração de apenados e egressos do sistema penitenciário ao mercado de trabalho.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

« ENTREVISTA: SHELLEY DE SOUZA CARNEIRO » « GERENTE EXECUTIVO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE DA CNI »

“A desmaterialização é um fato consumado” Shelley de Souza diz que implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos depende da união entre indústria, município, transportes, comércio e população Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil só vai ocorrer efetivamente com a união entre indústria, município, transportes, comércio e população. A opinião é do gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley de Souza Carneiro. Ele diz que as indústrias estão trabalhando muito para usar, cada vez menos, matéria-prima para produzir o mesmo produto e com mais eficiência e defende que a desmaterialização dos processo já é fato consumado. Eis a entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE, logo após sua palestra no Seminário Motores do Desenvolvimento, ocorrido no último dia 19, no auditório da Fiern.

de outras formas viviam do lixo, hoje começam a se operacionalizar. Estamos começando a criar o profissional, o catador, irá utilizar suas cooperativas para se profissionalizar. Isso é uma coisa muito nova. Há uma proposta hoje da Coalizão, que é triplicar esse processo, principalmente das cooperativas no Brasil que é justamente para dignificar o projeto, para que o catador se sinta um profissional e ganhe dinheiro com o seu trabalho. Ao mesmo tempo, nós não podemos esquecer de que os catadores precisam ser treinados, desenvolvidos, que é todo um trabalho do Estado.

A implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma utopia ou é um conjunto de leis viáveis e em fase de implementação?

É necessário um certo aprendizado, é necessário crescer. Não é uma coisa da noite para o dia. Os Entes tem consciência de que tudo isso são oportunidades, que podem gerar renda, uma mão de obra mais qualificada e profissional ao longo do tempo, trabalhar essas cadeias de uma forma profissional. Isso tudo é possível e está sendo feito pelo Governo (Federal), através de incentivos e um treinamento mais adequado. Mas nada é da noite para o dia. Quando se tem um processo que funciona, para você mudar a cultura e o comportamento, não se faz da noite para o dia. É um processo que nós temos que trabalhar muito, acreditar nele e colocar em funcionamento ao longo do tempo. O próprio catador que faz a triagem do material, que faz a coleta seletiva, irá ter oportunidade. O catador poderá mudar muito seu trabalho com técnica e oportunidades de demanda e oferta como um negócio como qualquer outro.

A

Não, ela não é utópica. Ela é uma coisa real já, mas que vai demorar um tempo para a gente colocar em prática. Não se faz uma mudança dentro do segmento da indústria da noite para o dia. Isso tudo está interligado, não adianta. É um círculo que funciona totalmente coordenado. Se um elo dessa cadeia funciona mal, vai acontecer problema em toda a cadeia que interligada. Um exemplo: o custo por reciclador. Se o catador não funciona bem e o custo com ele é maior, por falta de treinamento, falta de máquina, falta de apoio dos municípios, isso vai afetar o preço do produto do reciclador e o preço que ele vai vender para o transformador que é a indústria que vai comprar o material a ser reciclado. A reutilização também de elementos é um fator que tem desenvolvido muito no mundo inteiro. Há uma preocupação internacional com alguns segmentos, principalmente. Tanto é que nós estamos trabalhando com alguns segmentos setorialmente. Seis segmentos estão sendo tratados hoje, de uma maneira totalmente compartilhada. Não é um trabalho fácil, existe ainda muitas dificuldades de você interagir as ideias que existem e interesses totalmente desconexos com outros que estão procurando se integrar através do diálogo, da negociação e através da participação muito grande de todas as instituições que estão nesse processo. Mas é um processo a médio e longo prazo. Alguns mais rápidos, porque já avançaram. O caso do óleo, por exemplo, que é usado na indústria. É um caso que eu acho que será mais rápido porque até 60% do óleo usado na indústria brasileira já é reciclado, refinado e reutilizado. Então é questão de adaptar preço, custo, adaptar as indústrias nesse processo, não é tão

Os Estados têm consciência de que é possível gerar renda a partir do lixo ou ainda precisam ter qualificação, aprendizado?

Por exemplo: a desmaterialização é um fato consumado. Você usar, cada vez menos, matériaprima para produzir o mesmo produto com mais eficiência.”

difícil. Mas nós temos muitos problemas com outros que ainda não começaram e vão ter que começar todo um processo de desenvolvimento de sistema, de desenvolvimento de trabalho interacional entre as cadeias, para que elas possam interagir. Eu não tenho dúvida, esse é um processo que só vai acontecer se tiver união entre indústria, município, transportes, comércio e população que fazem parte dessa cadeia e vão baratear o projeto de logística reversa, por exemplo, que é você retornar o produto que era resíduo e desperdício para o o fluxo normal da empresa. Isso só vai funcionar se nós tivermos essa integração. Em quais pontos o Brasil evoluiu, ao longo dos anos, em relação à PNRS?

Esse processo só vai acontecer se houver união entre indústria, município, transportes, comércio e população”

As tecnologias desenvolvidas nos últimos dez anos foram muito grandes. Acho que a tecnologia está procurando hoje alguns caminhos. Por exemplo: a desmaterialização é um fato consumado. Você usar, cada vez menos, matéria-prima para produzir o mesmo produto com mais eficiência. Isso está sendo desenvolvido muito pela tecnologia. O au-

mento populacional, a manutenção das nossas necessidades por meios materiais, o nosso bem-estar que está agregado a isso, o aumento da população no mundo, muitas vezes a escassez de certos produtos, faz com que a população passe a pensar muito nesse processo. Daqui a 20 anos, como é que vai ser? Eu vou ter esse produto? Porque não é acabar com o produto no mundo, é você rarefazer esse produto no mundo e o preço subir. São questões de preço, questões de poder comungar esses preços que existem hoje com os preços futuros. Eu acho que nós temos um desenvolvimento em tecnologia e uma preocupação muito grande. A indústria automobilística nos mostra isso todos os dias, procurando equipamentos adaptados ao motor Otto ou a outros motores que poderão ser elétricos que serão colocados, motores mais compactos, mais eficientes, mais potentes, como é o que eles estão fazendo. Estamos começando a usar melhor os produtos, a procurar mais densos, mais leves, é só você olhar para trás e verificar como era o seu celular há dez anos, que era um tijolinho, e observar o tamanho dos celulares hoje. A

tendência é a minimização de bens e produtos. Há também um processo na área de economização de energia, que entra na área de resíduos. Há também um aproveitamento na área dos produtos. Hoje se consegue uma transmissão de informação num sistema de cabo de fibra de vidro 40 vezes superior ao que era o cobre antigamente. Se estivesse sendo usado o cobre na mesma proporção de antigamente, não se teria cobre para rodar o mundo várias vezes como é com a fibra de vidro, que vem da argila e as fontes são muitas. Existem coisas que vão sendo trocadas, modificadas. O mundo tem que estar atento, mexendo, modificando. Como reciclar? Como fazer com que determinados produtos não sejam jogados fora? O desperdício é um tipo de poluição que a gente deve coibir através de metas econômicas, sociais e ambientais adequadas. A correta aplicação da PNRS depende de uma cooperação entre municípios e associações de catadores?

Sem dúvida alguma. As cooperativas, no Brasil, estão começando agora. Os catadores, que

Além dos aspectos econômicos, existe também a parte social envolvida nesse processo de sustentabilidade. As empresas se preocupam com isso?

A Indústria tem participado muito. Seja direta ou indiretamente, através dos trabalhos que são feitos pelo Senai, de apoio ao treinamento dessas pessoas em vários Estados. De uma certa forma, nós temos que lembrar que os empresários e o reciclador, que é um empresário também, se essa rede não funciona, eles não funcionam. Se você tiver um custo de reciclagem de matéria-prima que for maior que o custo da matéria-prima que você compra hoje, você irá continuar comprando sua matéria-prima e não o produto reciclado. Aí você mata o reciclador. Mata toda a cadeia. É preciso enxergar isso como um todo, como um negócio como um todo. A gente precisa trabalhar, primordialmente, a gestão. Por isso que o sistema é integrado e é preciso que haja um trabalho para que essa integração seja eficiente.


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Equilíbrio no campo e na mesa Projeto Amigo Verde eliminou o uso de agrotóxico no cultivo de hortaliças na comunidade Gramorezinho colorido de hortas e lavouras enche os olhos, mas nem sempre é garantia ao consumidor de levar produto saudável para casa. A aplicação de agrotóxicos e outros produtos químicos é responsável por deixar a agricultura fora da chamada “economia verde” - no que concerne a baixa emissão de carbono e eficiência no uso de recursos naturais. Mudanças no manejo do solo e recursos hídricos, entretanto, podem e estão transformando a realidade no campo. Em Gramorezinho, na zona Norte de Natal, o projeto de agricultura orgânica Amigo Verde, implantando pelo Ministério Público do Estado, por meio da Promotoria do Meio Ambiente em parceria com instituições públicas e privadas, eleva a agricultura familiar ao patamar de “economicamente sustentável e socialmente inclusiva”. A eliminação de agrotóxicos, defensivos químicos e fertilizantes artificiais substituídos por adubos naturais permite manter o equilíbrio do ecossistema sem comprometer a produtividade - e afasta o risco de contaminações dos lençóis freáticos. E foi o primeiro passo na busca pela certificação e reconhecimento de orgânicos. A comunidade, no bairro Lagoa Azul, é área de interesse social, banhada pela bacia hidrográfica do Rio Doce, manancial responsável por abastecer parte da capital com água potável. Estima-se que 80% dos vegetais adquiridos na Grande Natal sejam cultivados na localidade. A transição do modelo convencional do plantio praticado a pelo menos 40 anos sofreu, inicialmente, resistência por parte dos agricultores. Mais que o aspecto cultural em abandonar velhos hábitos, a implantação coin-

O

ì O QUE A agricultura orgânica é a produção de alimentos e outros produtos vegetais sem uso de produtos químicos sintéticos nem de organismos geneticamente modificados dentro de uma proposta sustentável

POR QUÊ Evitar a queda de produtividade, permitir o desenvolvimento socioeconômico e manter o equilíbrio do ecossistema com menos impactos nocivos ao ambiente

cidiu com o período de estiagem severa no ano passado contribui para isso. Sem os estimulantes artificiais e com a seca, a produção amargou queda de 70%. “Isso trouxe desconfiança e precisou de um empenho maior para mostrar, para conscientizar que é possível e mais proveitoso fazer uma agricultura sustentável”, lembra a promotora do meio ambiente, Gilka da Mata. Ao todo, 120 famílias – aproximadamente 500 pessoas – se beneficiam diretamente do projeto, segundo dados da promotoria do Meio Ambiente, e indiretamente toda a população da cidade. O desafio, explica a coordenadora técnica do projeto Ana Cláudia Souza, é ampliar a produtividade sem comprometer ainda mais as fontes de recursos naturais.

Apesar do prejuízo inicial, o agricultor e feirante Erivando Monteiro da Silva, de 49 anos, calcula já ter recuperado cerca de 40% da área cultiva. A propriedade onde antes se cultivava apenas coentro, alface e cebolinha, hoje conta com variedades de hortaliças, grãos, frutas, ervas medicinais e até flores e plantas ornamentais. O formato também mudou. Em vez de cultivar diretamente no solo, o uso de balcões de madeira foram aplicados, o que reduz a demanda por água e adubo. O agricultor tem testado ainda uso de paletes, muitas vezes descartados pela A diversificação de produtos e melhor aproveitamento de áreas, obedecendo o ciclo natural das plantas, que permite o planejamento de vendas é método usado na agricultura sustentável. Desta forma, evita a escassez de produto no período de entressafra. “O terreno é bom, mas não sabia aproveitar e ficava refém do veneno para fazer tudo crescer e poder atender os pedidos”, afirma o agricultor. O uso irrefreado dessas substâncias no processo de produção dos alimentos quase causou a morte do trabalhador rural, que chegou a passar dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido ao grau de intoxicação, pela inalação durante a aplicação do produto. “É um veneno”, repete. Embora com produção menor, o agricultor ressalta que as mudanças tem se mostrado mais rentáveis. As hortaliças sem uso de agrotóxicos são mais valorizadas e comercializadas de forma direta, em feirinhas verdes. “O mesmo pé de alface que antes eu passava por R$ 0,20 hoje vendo a R$ 1,00. Sem falar na qualidade”, analisa. Os rendimentos aumentaram em mais de 50%, avalia o agricultor.

Cerca de 80% dos vegetais adquiridos na Grande Natal são cultivados em Gramorezinho

Mudança de hábitos no manejo e cultivo Mudar hábitos e semear conhecimento é o principal fruto colhido pelo projeto Amigo Verde, na avaliação da promotora de meio ambiente Gilka da Mata. “Este é o maior ganho, é saber que esse conhecimento será repassado adiante, entre as gerações e vai mudar a qualidade de vida, a forma de cuidar de si sem prejudicar o meio ambiente”, disse. “Investimos em recurso in-

telectual e não em construção de galpões, de prédios”, acrescenta. A mudança não se limita as práticas de manejo e cultivo praticadas a pelo menos quatro décadas e repassadas por famílias de agricultores da região. Mas atinge também a forma como os agricultores passaram a se enxergar. A comunidade era alvo de discriminação, vista como um “matador”, pela violência, afir-

ma o presidente da Associação de Moradores e Amigos de Gramorezinho, Jarian Gomes de Lima. “Com o projeto melhoramos a qualidade de vida, de renda e passamos a ter orgulho do cinturão verde que é Gramorezinho”, enfatiza. A associação é responsável pela administração dos recursos e também de cadastrar, recolher e transportar a mercadoria para as feirinhas.

Pesquisa e tecnologia desenvolveram produção A atividade rudimentar no campo tem se transformado em um laboratório à céu aberto com experiências exitosas. Novas tecnologias tem melhorado, à baixo custo, o rendimento da plantação das 120 famílias de Gramorezinho. O uso da compostagem, adubo natural feito a partir da fermentação de folhagens e enriquecimento de minerais é uma das novas práticas incorporadas ao manejo. O chorume que escorre da mistura é usado como repelente. Outras formas de conter e eliminar pragas estão sendo testadas nos terrenos. O agricultor Agrício Macário Duarte, de 55 anos, testa uma solução à base de água, detergente neutro e mel espalhados em garrafas PET enterradas no meio da plantação para combater insetos, como o

besouro conhecido como “rola bosta” e cachorrinho d’água. “Antes usava muito pesticida, gastava muito e hoje consigo conter esses insetos que destroem tudo”, afirma. A plantação de rúcula, agrião, couve, abobrinhas e tomates cerejas é novidade para Agrício que a meio século trabalha com a terra. Um convênio firmado no passado entre o Ministério Público Estadual e a Petrobras, rendeu investimento de R$ 1 milhão ao projeto, além de assegurar assistência técnica da Emater, Sebrae e Ufersa. Durante doze meses, até julho passado, as famílias receberam subsídio de R$ 400 por mês. “Sozinho o Ministério Público não conseguiria”, frisa Gilka da Mata.

O Projeto Amigo Verde trabalha diretamente com 120 famílias

Agrotóxicos foram substituídos por adubos naturais

O cadastramento de áreas cultivadas, produtores e produção está sendo realizado, dentro das etapas da certificação OCS para produtos orgânicos e posterior obtenção do selo do Ministério da Agricultura. A primeira etapa é feita com 35 lotes. “A ideia é fazer o mapeamen-

capacitação para inserção dos produtos no mercado e a realização semanal de feiras agroecológicas. Outra proposta tem agradado a consumidores e se mostrado mais viável, logisticamente, para os produtores: a cesta verde. Antes mesmo de ter o reconhecimento como orgânicos há

to, o diagnóstico de como encontramos a área e monitorar a produção, o uso de adubos, das técnicas empregadas, além de servir ao rastreamento do produto”, explica o engenheiro agrônomo Luís IV da Câmara Jácome, do Sebrae. A parceria resultou ainda em

boa aceitação os consumidores e retorno financeiro, que tem melhorado a vida das famílias, acrescenta a coordenadora técnica, Ana Cláudia Souza. “É preciso também um trabalho educativo junto ao consumidor”, diz. As cestas são comercializadas em condomínios fechados e empresas.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

Em Rio do Fogo, a pesca do polvo é feita com 400 potes

O projeto é desenvolvido com cerca de 20 pescadores artesanais

O preço do quilo, vendido pelos pescadores, varia de R$ 13 a R$ 22

Pesca artesanal do polvo é alternativa Com a orientação de biólogos da UFRN, os pescadores da praia de Rio do Fogo encontraram manejo sustentável para o período do defeso: a captura do polvo assa do meio dia quando as paquetes - pequenas embarcações usadas na pesca - atracam na praia. O retorno é mais rápido que o habitual e vem novidade também na carga. Em vez da lagosta, que por décadas foi o fruto mais cobiçado das águas de Rio do Fogo, no litoral Norte potiguar, um molusco ganha status de prato principal: o polvo. E a mudança não se restringe ao produto. O formato e a percepção de uma atividade perpetuada através de gerações também evoluem para tornar-se sustentável. A pesca artesanal antes feita por mergulho é, aos poucos, substituída por pequenos potes de polietileno depositados, estrategicamente, no mar. O método é fruto de projeto de pesquisa desenvolvido por biólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte junto a população nativa. O município distante 79 quilômetros de Natal e de pouco mais de 10 mil habitantes é o maior produtor de polvo do Estado. Por ano, em média, são produzidas 82 toneladas, segundo estimativas do Ibama que monitorou a produção estadual até 2011. A drástica queda do rendimento da pesca da lagosta, imposta por restrições ambientais e durante o defeso, somada à necessidade de sustento em períodos de “água suja” - jargão usado para o mar bravo ou quando a chuva e os ventos tiram a visibilidade da água -, explica a bióloga responsável pelo projeto Lorena Cândice de Araújo Andrade, fez do experimento científico uma alternativa viável e rentável, superando a desconfiança inicial dos caiçaras. “Quando começou não tinha fé que funcionasse. Como jogar um pote traz o polvo? Mas tem si-

Molusco é facilmente negociado

P

A pesca artesanal do polvo é fruto de projeto de pesquisa desenvolvido por biólogos da UFRN junto à população nativa de Rio do Fogo

do a melhor opção para nós, nessa época de mar bravo e sujo, que vai de maio até agosto, sem falar no defeso”, frisa o pescador Geraldo Rodrigues do Nascimento, de 45 anos, que conta que na primeira despesca teve um rendimento em 80% dos apetrechos. O período de defeso do crustáceo, de janeiro a abril, coincide com a época melhor pesca do polvo em função das águas limpas, explica a bióloga, e se prolonga ao período de chuvas e ventos, impedindo a pesca. “Se não fosse o projeto, estaríamos em dificuldade, só com a pesca de peixe, que não é o nosso ramo”, completa João Batista dos Santos Ferreira, de 47 anos. O

quilo do polvo vendido na região, pelos pescadores, varia entre R$ 13,00 a R$ 22,00. Ospotesrevestidoscomcimento e amarrados ao espinhel funcionam como abrigos que atraem os animais para o interior, onde se alojam e são capturados quando a corda é içada. A pesca é feita a cerca de 8 metros de profundidade, em campo de cascalhos. O procedimento, observa os trabalhadores, é menos cansativo e arriscado do que “descer (mergulhar) de peito livre e uma garantia já que não consegue mais a lagosta como antes”, afirma Geraldo. O sistema foi introduzido na comunidade há cerca de um ano, e a coleta é feita a cada 15

Controle garante preservação A difusão do conhecimento e da preservação do meio é o mais importante, na avaliação da bióloga. A preocupação é ainda maior porque a região de Rio do Fogo está inserida em Área de Preservação Ambiental (APA). “Não há como pensar desenvolvimento de um atividade econômica sem melhorar a vida das comunidades e sem garantir a preservação do meio”, disse. Para garantir reservas futu-

ras e manter a posição de principal produtor, somente os moluscos a partir de 600 gramas são depositados na embarcação. Abaixo do tamanho e peso recomendados são devolvidos ao mar. Isso impede que animais pequenos ou fêmeas que ainda não reproduziram sejam abatidas. O cuidado, explicam eles, é resultado do trabalho de educação ambiental difundido pelos pesquisadores para garantir a

reposição da espécie. “Se a gente não fizer assim, vai acontecer o mesmo que ocorreu com a lagosta, vai sumir”, alerta o pescador Josimar Clemente de Oliveira, mais conhecido como Mano. O pescador continua com a pesca por mergulho, alternando com as idas a coleta nos potes, mas passou fazer a seleção do produto que pode ser retirado para comercialização e sustento. “Não era pesca sustentável”, conclui.

dias, devido o baixo número de equipamentos. O projeto é desenvolvido com cerca de 20 pescadores artesanais e conta com 400 potes. A ampliação esbarra em dificuldades financeiras. “Se tivéssemos uma linha de crédito para compra de potes e corda, poderíamos aumentar a produção e a renda, sem falar no respeito a natureza”, frisa João Batista. Cada pote é adquirido ao custo de R$ 3,00 a R$ 5,00, sem contar os custos com a corda e cimento. Em meio a falta de recursos, muitos pescadores inovam com a confecção dos artefato, à base de garrafas pet e de telhas.

Tem sido a melhor opção para nós, nessa época de mar bravo e sujo, que vai de maio até agosto, sem falar no defeso” GERALDO RODRIGUES pescador de Rio do Fogo

Produção de polvo* No Rio Grande do Norte Principais municípios Rio do Fogo 82,2 toneladas Maxaranguape 27,8 toneladas

Touros 24,1 toneladas Caiçara do Norte 19,2 toneladas

Ceará-Mirim 13,5 toneladas

Outros números:

400 potes foram usados no experimento

10

20 pescadores envolvidos no projeto

Fonte: Ibama/Lorena Candice Ferreira

mil é a população do município

(*) Média anual monitorada pelo Ibama até 2011

Até bem pouco tempo atrás, o polvo era mercadoria secundária pescado apenas quando encontrado durante a pesca artesanal da lagosta. Hoje, atravessadores e consumidores se posicionam na praia para a escolha do produto fresco, que é rapidamente negociado e segue para abastecer, sobretudo a rede hoteleira e de restaurantes no Ceará, Alagoas e Pernambuco. Com a escassez da lagosta, o polvo que era tido como “fauna acompanhante” tem um forte papel para a sobrevivência e crescimento da região, explica a bióloga Lorena Candice de Araújo Andrade, cujo projeto de doutorado em ecologia é a alternativa sustentável à pesca do crustáceo, testada em Rio do Fogo. O polvo encontrado na costa potiguar é diferente do cultivado na região Sul do país. Em Rio do Fogo, a espécie octpus insularis está sendo catalogada e analisado o potencial para exploração comercial e consumo. O trabalho envolve o aspecto socioeconômico e ambiental, com o mapeamento da atividade pesqueira e análise da cadeia produtiva para transformar modelos tradicionais de atividades em negócios sustentáveis. Com base nesses estudos, explica o pró-reitor de pesquisa da UFRN, Valter Fernandes, a ideia é fomentar subsídios para as comunidades pesqueiras da região, promover desenvolvimento sustentável e racional do recurso natural. A pesca com potes, prática recorrente na costa de países europeus, foi testada em Rio do Fogo com coleta (idas ao mar para recolher os animais) a cada sete, 15, 21 e 28 dias e em todos eles houve aproveitamento média de 10% de cada espinhel, com cerca de 60 potes cada um, detendo um a dois polvos. “Não é tão rentável quanto o modelo convencional, à mergulho”, admite a bióloga. Contudo, o resultado é considerado positivo uma vez que a pesca não é induzida, sem uso de iscas e produtos químicos que contaminem o mar. “Se feita em grande escala, digamos com mil a 10 mil potes, 10% é boa produção”, afirma.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

Restaurante em Natal tem encarregado de acompanhar e orientar a gestão dos recursos em cada setor

Padaria no município de São Gonçalo do Amarante mudou o forno a lenha pelo elétrico

Marketing ‘verde’ é diferencial na atração de clientes

Novas funções para evitar desperdício

Empresas se modernizam para atender o público mais exigente e preocupado com responsabilidade social e preservação do meio ambiente integração de conteúdos sociais e ambientais aos negócios tornou-se premissa para ter, em curto e longo prazo, novos produtos e competências para se manter no mercado. Seja para criar oportunidades, preceder demandas de consumidores mais exigentes ou mesmo evitar danos ao meio ambiente, fato é que as empresas tem investido e se modernizado, de olho no valor agregado do status “sustentável”. Levar essas ações ao chamado “chão de fábrica” tem sido um desafio, aos poucos, superados por meio de consultorias e serviços especializados do Sebrae. As ações de sustentabilidade vão alem de mostrar os benefícios de ter melhor consumo de fontes energéticos, matéria-prima e de insumos e reduzir os custos na produção, pontua a gerente da Unidade de Desenvolvimento da Indústria do Sebrae/RN, Lorena Roosevelt. “Desenvolve-

A

mos projetos no sentido de garantir que as empresas consigam estar apta a ser licenciadas pelos órgãos ambientais”, afirma. Para isso todo o trabalho para adequação de ambiente, mudança de lay-out, ferramentas de gerenciamento e a regularização da documentação necessária é assistida por consultores. É feito o ckeck-list. Além de estar em dia com a legislação, o licenciamento ambiental é condicionante para que as empresas consigam financiamentos. A maioria dos bancos e instituições financeiras exigem para a concessão de crédito”, afirma Lorena Roosevelt. E as oportunidades criadas pelo negócios e marketing “verdes” é uma ferramenta importante para atrair consumidores. Foi o que percebeu Kleiber Barbosa, dono da padaria Pão de trigo, em São Gonçalo do Amarante, que mudou o forno à lenha pelo elétrico, um investimento de

cerca de R$ e conseguiu, além da licença, atribuir mais qualidade ao produto, que tem uma temperatura padronizada. “Tivemos um crescimento de 20% na produção e conseguimos assar até três produtos diferentes”, avalia. Apesar do aumento na conta de energia, ele diz que conseguiu reduzir os custos com horas extras pagas aos funcionários que precisavam chegar mais cedo para providenciar o forno. Sem falar na melhoria à saúde, a chaminé de cerca de 12 metros lançava poluentes dentro e fora da empresa. “Antes ficava tudo tomado por fumaça e um calor muito forte”, lembra. Por mês, era consumido 20 metros cúbicos de lenha para assar 12 toneladas de farinha de trigo usadas nas massas. A consultoria do Sebare, em parceria com o sindicato do setor, implementa novos métodos e mudança nas estruturas de mais de 300 panificadoras.

Produção de cerâmica é uma das que mais devastam matas

Em Natal, o Mangai tem preconizado o conceito de empregos verdes ao modelo de gestão e cotidiano do restaurante. Por cerca de um ano, postos de trabalhos foram abertos exclusivamente para implantação de sistema para evitar o desperdício, garantir a segurança alimentar e reduzir os custos. “Um colaborador foi capacitado para repassar as técnicas e hoje temos em cada setor, alguém encarregado de acompanhar e orientar a gestão dos recursos”, conta a nutricionista Patrícia Medeiros. Esta é a função do cozinheiro João Maria da Silva que acompanha a produção e o manejo dos alimentos na preparação dos pratos e o manejo adequado dos resíduos. O cuidado vai desde o uso de água no preparo de pratos e limpeza do ambiente, que proporcionou economia de 35% no consumo da empresa, até a técnicas de corte e raspagem de vegetais que evitem perdas. Osfornosdapadariausam,em vez de lenha, briquetes feitos à base de palha de cana-de-açúcar prensada atribuindo melhor eficiência ao cozimento das massas. Todo resíduo gerado é separado em cestos específicos e armazenados numa câmara refrigerada subterrânea, impedindo o trânsito de pragas. Por dia, são produzidos cerca de 200 quilos de resíduos. Tudo é destinado a empresas especializadas e cooperativas de reciclagem.

Cerâmica ecologicamente estruturada Nem sinal de fumaça. É assim a produção de tijolos, telhas e demais derivados da indústria ceramista, na Estrutural, cerâmica localizada em São Gonçalo do Amarante. O modelo adotado nada tem a ver ao amontoado de fornos à céu aberto que queimam madeira causando danos para a integridade dos operários e para a atmosfera. O setor é considerado um dos grandes poluidores e responsável pela devastação de matas. O forno à lenha, um túnel de cem metros de comprimento instalado no centro, dispõe de dispositivo rotativo para realizar as etapas de secagem, queima e choque térmico sem o manuseio humano. O bloco de tijolos que sai da usina aproveita o calor da queima da madeira dos fornos que é conduzida por uma tubulação para a camara de secagem. O sistema mecanizado empurra os carrinhos por dentro do túnel para as demais etapas. A madeira usada na queima dos tijolos são retiradas de áreas de cultivo de manejo, que garantem o reflorestamento. O modelo

ì QUEM Novo modelo de operação de cerâmica proporciona economia superior a 10% no gasto de lenha, do formato convencional

ONDE Na Estrutural, cerâmica localizada em São Gonçalo do Amarante

proporciona economia superior a 10% no gasto de lenha, que o formato convencional. “É mais viável economicamente do que usar o gás natural, que sai caro já que não temos um gasoduto eficiente”, observa o proprietário Jefferson Barbosa. A emissão de poluentes é quase imperceptível e medida regularmente por empresa especializada. “Esse é um requisito básico para o setor se manter e crescer, além de ser exigência le-

gal”, garante o diretor. O monitoramento das emissões das chaminés é exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e pré-requisito para a liberação de licenças. As adequações para o monitoramento e melhoria do eficiência nos fornos, com consumo racional de lenha de áreas de manejo ou mesmo a gás são previstas em um termo de ajustamento de conduta (TAC) imputado pelo Ministério Público à indústria ceramista potiguar. Cerca de 190 empresas estão no projeto de adequação de fornos e monitoramento da emissão de gases pelas chaminés, desenvolvido pelo Sebrae, que em parceria com o Sistema Fiern e CTGÁS-ER fará o mapeamento de cerâmicas. Um cadastramento de todas as unidades permitirá a caracterização do perfil da indústria ceramista no RN, além da aquisição de um veículo equipado com tecnologia de medição da emissão dos poluentes e qualidade do ar. A medição é requisito para a emissão da licença, mas o Idema não dispoe da tecnologia.

Experiência em São Gonçalo consegue reduzir gasto de lenha na fabricação de cerâmica

“Empregos verdes” são estimulados Os debates da Rio+20 fez ressurgir a ideia dos chamados “empregos verdes” e induziu aos questionamentos em relação a geração de emprego e renda no país. Mais que considerar o “trabalho decente”, define a Organização Interna-

cional do Trabalho, é preciso acolher a preservação e recuperação de ecossistemas, redução do consumo de energia e recursos naturais e das emissões de carbono e geração de resíduos. Criar ou adequar postos que atendam esses requisitos para o administrador, advogado e professor de relações internacionais da Universidade Potiguar (UnP), Otomar Lopes Cardoso Júnior, é uma tendência “irreversível” no mundo dos negócios.

O RN tem caminhado para um “privilegiado campo de atuação em que os empregos verdes tendem a prosperar”, avalia Otomar Lopes, movidos também pelas eólicas e a energia solar que, além de produção de energia “limpa”, tem baixo impacto ambiental no local da atividade. Mas alerta para a criação de instrumentoslegaisqueincentivem tais medidas “não apenas enquanto obrigações, mas no sentido de dar condições para isso”, diz.


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indústria E AS IDEIAS SUSTENTÁVEIS

« PALESTRA: RICARDO AUGUSTO FELÍCIO » PROF. DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA USP

“O aquecimento global é uma grande mentira”

mais baixa. Grandes incógnitas muito maior que qualquer ação do homem. Mas tudo isso acaba sendo usado para dar vazão há um conceito de sustentabilidade que sequer é definido pelo IBGE. É tudo um é um discurso vazio visando vender uma ideologia, que por sua vez não se sustenta em seu tripé, na tríade formada por mudanças climáticas, aquecimento global e caos ambiental. O senhor acredita ser possível desfazer essa tríade já tão massificada?

É bem difícil, porque a própria filosofia mostra isso, o milenarismo prega, vende aos quatro cantos o fim do mundo. Encalcados nos grandes medos da humanidade: a morte, o futuro e as mudanças. O mundo está em constante evolução, o clima está alterando sempre e isso é normal. Faz parte da questão climática. As chamadas energias renováveis “limpas” se mantêm no desenvolvimento racional?

Especialista explica que o grande vilão do efeito estufa não é o carbono (CO2) e que o homem pouco interfere nas mudanças climáticas efutando o discurso de que as mudanças climáticas e o aquecimento global é causado por ação do homem, o meteorologista e professora do Departamento de Geografia da USP, Ricardo Augusto Felício, explica que o grande vilão do efeito estufa não é o carbono (CO2) e que as emissões feitas a partir da intervenção humana no mundo não interfere no clima. “O CO2 não controla o clima na terra”. E é categórico ao afirmar: “O grande questionamento é de fundo financeiro. É um jogo de interesses dos grandes países, de vender novos produtos, manter patentes, que vão interferir nas relações de consumo e no modo de produção”, frisa ele. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o cientista explica o que provoca as mudanças, revela que o prognóstico é de resfriamento na terra, defende o desenvolvimento racional e descarta suposições do que denomina “tríade do fake climate” (mudanças climáticas, aquecimento global e caos ambiental). “Tudo isso acaba sendo usado para dar vazão há um conceito de sustentabilidade que sequer é definido pelo IBGE. Um discurso vazio, visando vender uma ideologia, que por sua vez não se sustenta em seu tripé”, assevera o doutor em climatologia. Confira a entrevista.

R

O senhor defende que não existe aquecimento global por ação antrópica. Se não existe, por que tantos a defendem e há tantas políticas para tentar reverter?

Atrela-se a história do CO2, como se fosse um gás vilão que causa esse fenômeno chamado aquecimento global e que, por sua vez, as emissões humanas estariam aumentando a concentração desse gás, que por sua vez causaria o efeito estufa, que por sua vez causaria o aquecimento global, que por sua vez alteraria o clima da terra. É um monte de suposição. As questões que levantamos

Estão tentando atrelar todo o desenvolvimento humano dentro de uma grande mentira que é o aquecimento global, das mudanças climáticas e do caos ambiental, como se nós estivéssemos acabando com o mundo”

vai impactar em várias dessas suposições. Primeiro não é o CO2 que controla o clima na terra. Depois, o homem não tem a ver com a mudança da concentração desse gás na atmosfera, a nossa emissão é ridiculamente pequena. Terceiro, o CO2 não tem o poder de fazer o efeito estufa. E nós questionamos essas hipóteses porque não há provas científicas de que isso exista. A grande questão é: como se condiciona todo o desenvolvimento humano, socioeconômico sobretudo nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a uma falácia? Estão tentando atrelar todo o desenvolvimento humano dentro de uma grande mentira que é o aquecimento global, das mudanças climáticas e do caos ambiental, como se nós estivéssemos acabando com o mundo. Mas quando se consegue doutrinar as pessoas com essa teoria, consegue impor questões que países desenvolvidos tem interesse. É um jogo de interesses dos grandes países, de vender novos produtos, manter patentes, um jogo de interesses que vão interferir nas relações de consumo, na industria, no modo de produção, em serviços, na agricultura. O que está em jogo é outra coisa. E o que está em jogo?

É tudo um discurso vazio, visando vender uma ideologia, que por sua vez não se sustenta em seu tripé, na tríade formada por mudanças climáticas, aquecimento global e caos ambiental”

O grande questionamento é de fundo financeiro, a exemplo do crédito de carbono. Criaram um sistema em que o país não pode produzir, transfere a produção como se fosse gás, o CO2, e aí vêm nos países subdesenvolvidos e vendem o excedente dessa produção deles e o dinheiro é depositado em contas fiduciárias, ou seja, já destinado a uma nova compra de um outro produto desses países. É um mercado ganancioso em manter os países emergentes em estado de submissão aos ricos, enquanto os grandes crescem, dominam e vendem todas as tecnologias. Tudo por meio desses doutrinamentos de mudanças climáticas, quase religiosos, que conseguem mudar leis

e impõem isso como meta de consumo. A indústria fica limitada a usar um modelo de produção. Um exemplo é dos gases do refrigerantes, quem não assinava o tratado de Montreal não recebia ajuda financeira do FMI (Fundo Monetário Internacional), num verdadeiro toma lá, dá cá. Foi o que ocorreu com os gases das geladeiras. Conseguiram emplacar a história do ozônio mundialmente, E agora 20 anos depois quando as patentes estão caindo, retomam o discurso, com outra opção. E essas mudanças climáticas se devem a quê?

ì QUEM É Ricardo Augusto Felício é bacharel e mestre em meteorologia, pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), respectivamente, com pesquisas desenvolvidas na Antártida, onde já esteve por duas temporadas. É doutor em climatologia pela USP, onde é professor do Departamento de Geografia. Conhecido por desmitificar ‘mudanças climáticas antropogênicas’

São fenômenos normais, sempre acontecem. Não podemos aceitar que simplesmente digam que estão aumentando. É mentira. Nos últimos 20 anos o que cresceu foi o monitoramento do planeta, por meio de sensoriamento remoto, de estações meteorológicas. Estamos vendo o que ocorre. E ao mesmo tempo, há mais pessoas ocupando áreas do planeta e a pobreza mundial também levou mais pessoas a morarem em áreas de risco. Mas não tem a ver com questões climáticas e sim com questões econômicas. Então, medidas para promover a sustentabilidade, conferências, como a Rio +20, políticas internacionais não tem nenhuma valia. O desenvolvimento não tem que ser sustentável. E sim, deve ser racional.

sa a ideia de pensar que tudo vai ser sempre da mesma maneira. Não. Nada no cosmo é eterno. É incoerente adotar medidas e coisas que são ineficientes, caras e improdutivas, dentro de um sistema capitalista que diz o contrário e em um país onde essas medias e coisas não têm alcançado nenhuma das metas. É totalmente incoerente. Vamos colocar na balança o que temos e como aplicamos na agricultura, na indústria, na economia, no social.

O que o senhor define como desenvolvimento racional?

Se não é o CO2, o que controla as mudanças climáticas?

É colocar os prós e os contras do desenvolvimento para que seja efetivamente equilibrado. Não estamos numa economia do século XIX, claro que é preciso pensar em estrutura de mercado, para isso é óbvio não usar os recursos até o esgotamento, mas ter estratégias que garantam o uso racional. E há profissionais para isso, como engenheiros ambiental, engenheiro químicos, vários profissionais habilitados. É falacio-

As variações do sol, que tem ciclos de atividades diferentes e qualquer variação reflete no planeta devido a proximidade. E dentro do sistema climático terrestre também temos os oceanos, que ainda são uma gigantesca incógnita junto com as nuvens. Os vulcões são os coringas, pois nunca se sabe quando entrarão em erupção e qual será a resposta climática, que em geral é negativa, pois tem uma variação de temperaturas

O desenvolvimento racional não deve adotar, para ele, coisas que não sejam de longo prazo. Energia renováveis não funcionam. Não se consegue manter o desempenho de um alto forno de uma usina com moinho eólico. É impossível. Isso sim, para mim, é um caos ambiental. Milhares de torres de energia intermitente, causando diversos problemas ambientais, com prejuízos para a fauna e flora. Quando não estão funcionando prescisam alimentar com energia elétrica, já que elas não podem ficar mais de 3 horas sem funcionar. Para quem detém e vendem essa tecnologia, é ótimo que os países subdesenvolvidos comprem a ideia. Precisamos estudar mais, investir mais e se valer mais de hidroeletricidade, do uso do carvão, de energia nuclear também. Não podemos nos dar o luxo de não querer estudar essas tecnologia. Não podemos nos prender ao doutrinamento ecológico. O desenvolvimento racional deve pesar o que pode abrir mão na natureza e aquilo que vai. homem faz parte do meio em que vive, está aqui para usufruir desse meio e não para ser algo desligado. Não podemos desligar homem, meio ambiente, sociedade, natureza. Há linhas de pesquisa que pregam que o derretimento das calotas polares, ocorre devido ao aquecimento global, e há o avanço do mar, sobretudo em cidades litorâneas...

Vocês em Natal podem ficar tranquilos, que o mar não vai pôr fim às cidades litorâneas. São vários os fatores que causam o avanço do mar, o derretimento das geleiras é apenas um e o menor deles. Desde 2007 se verifica um decréscimo de temperaturas oceânicas e nada indica que vamos ter uma contribuição para elevação do nível de mar, devido o derretimento das geleiras. Houve vários ciclos, eras na terra, com supercongelamento... Essas alterações no clima devem nos levar para onde?

Sua pergunta é perfeita. Hoje a sociedade que temos só é assim porque estamos no período quente do planeta. Mas a próxima fase do planeta é um período glacial, mas não se pode prever quando isso vai acontecer. Se o planeta entrar num processo intenso de glaciação, diferente da pequena idade do gelo na época medieval, de 1500 a 1700, que já foi um caos para a Europa, imagine perder 8 a 10 graus de temperatura, isso significa a extinção do modo de vida e econômico que nós vemos.


Acompanhe a galeria de fotos do jogo ABC x Ceará pela Copa Ecohouse. facebook.com/tribunarn

NO RÁDIO

7h - Esportes em Debate 16h - Copa Ecohouse: ABC x Ceará www.radioglobonatal.com.br

HOJE NA TV

14h - Brasileirão: Vasco x Corinthians, Globo 18h30 - Brasileirão: Atlético/MG x Botafogo, Sportv

esportes Editor: Itamar Ciríaco itamar@tribunadonorte.com.br

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de agosto de 2013

Veja a opinião de Itamar Ciríaco sobre a reformulação dos elencos de ABC e América. www.tribunadonorte.com.br/blogdociriaco

DIVULGAÇÃO

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os quatro anos de idade, ela conheceu o esporte. Aos sete, participava de competições estaduais. Com 11 anos, coleciona títulos – inclusive, um inédito Norte/Nordeste -, já pensa em se profissionalizar e, quem sabe, disputar uma Olimpíada. Essa é Bruna Hosser. “Sinceramente, não consigo viver sem o hipismo. É a coisa que eu mais gosto de fazer. O hipismo mudou a minha vida, com certeza”, diz, convicta, a amazona potiguar. “A Bruna hoje já faz hipismo no ritmo de alto rendimento. Ela está na elite da categoria dela (salta obstáculos até 1 m de altura). Ela é muito esforçada, dedicada e já entende que o hipismo depende de muito treino”, destaca Flávio Veloso, técnico e instrutor da amazona e do Centro Hípico do Jiqui Country Club. “A Brunna é muito respeitada por ser competitiva e por essa determinação”, completa o treinador, entusiasmado com a nova promessa do hipismo. Apesar do entusiasmo, o treinador revela que para alcançar o nível de alto rendimento, a amazona precisa “rodar bastante”, ou seja, participar do maior número de competições no ano. “O intercâmbio é fundamental em qualquer modalidade. No hipismo, é primordial”, afirma Flávio. E para permitir a evolução de Bruna no hipismo, seus pais estão investindo num projeto de marketing es-

BLOG DO CIRÍACO

NEYMAR DEVE SER TITULAR HOJE PELA PRIMEIRA VEZ NO BARCELONA . PÁGINA 4

SAKCHAI LATIT

NO FACEBOOK

HIPISMO Disputas O hipismo é a única modalidade em que atleta e animal formam um conjunto. Por este motivo, inclusive, que o esporte equestre é um dos poucos em que homens e mulheres competem uns contra os outros. História A história da modalidade se confunde com a história da própria civilização, quando o homem começou a usar o cavalo como meio de locomoção e passou a adestrá-lo.

Salto de qualidade Atleta potiguar projeta futuro profissional no esporte e investe para se tornar atleta olímpica na modalidade

portivo, que está sendo produzido pela 10Sports, empresa de marketing esportivo genuinamente potiguar. “Resolvemos apostar alto na Bruna, que está convicta no sonho dela, de ser uma amazona de alto rendimento, profissional. Por isso, pensamos em elaborar um projeto profissional de captação de recursos e a 10Sports está nos ajudando neste sentido. Sem patrocínio, fica difícil competir fora do Estado e manter toda a estrutura, cavalo, etc.”, revelou a empresária Luciana Cavalcante, mãe e maior incentivadora de Bruna, que já ganhou página no facebook e um vídeo no youtube.

Enquanto os patrocínios não chegam, Bruna segue treinando no Haras do Jique Contry Club e sonhando com saltos cada vez mais altos. Mas, a intensidade de treinos da mais nova promessa do hipismo potiguar depende muito do cavalo, segundo informou Flávio Veloso. “O treino é o cavalo quem faz. Não depende muito da atleta, que precisa se adaptar a essa rotina. Mas, quando está próximo de alguma competição o treino fica mais intenso e curto”, explicou o treinador. E o fato de ter mais dificuldades por estar no Nordeste do Brasil não é empecilho para evoluir no esporte.

Categorias O hipismo é praticado em três categorias. Saltos é a mais conhecida e, dependendo da competição, ganha quem percorrer um trajeto determinado no menor tempo possível, derrubar o menor número possível de obstáculos ou somar o maior número de pontos. Adestramento No adestramento, o vencedor é determinado por uma avaliação de juízes, que julgam as performances nos movimentos obrigatórios e na coreografia livre. Já o concurso completo de equitação (CCE) é uma categoria cuja disputa dura três dias.


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ALDEMAR FREIRE

ALDEMAR FREIRE

Francleide Teixeira ficou com o ouro no Tênis de Mesa

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om determinação, empenho e persistência, a atleta Francleide Teixeira Bezerra — da Petrobras do Rio Grande do Norte — conquistou a medalha de ouro no Tênis de Mesa dos Jogos Nacionais do Sesi, que na edição deste ano foi no Rio de Janeiro. Para chegar ao alto do pódio, Francleide enfrentou uma competição acirrada. A primeira partida já prenunciava que não seria fácil ficar entre as primeiras colocadas. A vitória foi por três sets a dois, contra Ana Cleci Celestino, da Itambé, de Minas Gerais. Na segunda partida, o placar foi adverso. Ela saiu vitoriosa em dois sets, mas a adversária, Denize Terezinha Furtado, dos Correios do Mato Grosso, fez mais pontos em três sets. O resultado inesperado não desaminou Frankleide, que venceu outras três adversárias no torneio, duas por três a zero e uma por três a um. Disputadas todas as partidas da competição, três atletas tinham vencido quatro dos cinco jogos. Mas a representante da delegação do RN ganhou um maior número de sets, contagem que foi o primeiro critério de desempate, e, com isso, coube a ela o ouro da modalidade de Tênis de Mesa dos Jogos Nacionais. O primeiro lugar de Francleide é o resultado de uma dedicação de nove anos. Não é tanto tempo assim, considerando que alguns atletas começam a praticar seu esporte favorito na infância. Mas, com entusiasmo e disciplina nos treinamentos da modalidade que escolheu, a funcionária da Petrobras evolui a cada ano. Mesmo quando está “embarcada”, como os trabalhadores do setor de petróleo designam o período nos quais ficam dias seguidos nas plataformas, pratica o Tênis de Mesa com alguns colegas de empresa em horários livres. O resultado da pratica frequente da atividade esportiva não fica restrito às medalhas conquistadas nos jogos promovidas pelo SESI. Além do reconhecimento obtido com as premiações, ela afirma que tem atingido um preparo físico que lhe permite um desempenho mais produtivo na empresa e uma melhor qualidade de vida. “Ajuda a ter mais disposição, a melhorar a autoestima, a preservar a saúde”, diz.

Delegação do RN participa dos Jogos Nacionais do SESI, no Rio

ALDEMAR FREIRE

Jammersom ficou com o bronze no arremesso de peso

Pódio em escala industrial Delegação do Rio Grande do Norte participa dos Jogos Nacionais do Sesi, no Rio de Janeiro, e conquista medalhas de ouro prata e bronze. Marcos Lael destaca desempenho dos potiguares JOSÉ PAULO LACERDA

1200 trabalhadores da indústria competiram em dez modalidades

250 empresas da indústria estavam representadas nos Jogos Nacionais do Sesi

Conquistas Além do ouro no tênis de mesa, os atletas que integraram a delegação do RN conquistaram uma medalha de prata e duas de bronze. Ludyene Clece Siqueira Nascimento foi duas vezes ao pódio: nos 400 e nos 1.500 metros. Nos 400 metros, ela ficou em segundo lugar, com a marca de 1 minuto 06 segundos e 1 décimo. Nos 1.500 metros, coube à atleta o terceiro lugar, com 5 minutos 33 segundos e 2 décimos. Ludyene, que é auxiliar de produção na Guararapes, mantém atividade física regular desde os oito anos, incentivada pela mãe, Anaize Siqueira Nascimento, que também pratica Atletismo. Atualmente, Ludyene procura treinar no mínimo três vezes por semana. Corre na pista do Sesiclube e também nas ruas de Natal. “Tento manter o ritmo, nos próximos jogos quero resultados ainda melhores”, afirma, confiante de que ainda tem potencial para aprimorar

José Fernandes, que tem recordes em competições paralímpicas, esteve no Rio de Janeiro para disputar os Jogos do Sesi ALDEMAR FREIRE

Ludyene conquistou duas medalhas no Atletismo

o desempenho nas pistas. O atleta Jammersom Melo, da Vicunha ficou com o bronze no arremesso de peso (12,68 metros). As outras duas medalhas, ambas obtidas com um terceiro lugar, foram das tenistas Maria Celi da Fonseca, da Cosern, na categoria para as atletas a partir de 16 anos, e Márcia Fernandes dos Santos (a partir de 45 anos). Márcia dos Santos pratica esporte desde a infância. Sempre preferiu as modalidades coletivas. Mas há seis anos resolveu fazer outra opção e começou a treinar Tênis. Conseguiu se adaptar e foi nessa modalidade que conquistou a medalha de bronze na 9ª edição dos Jogos Nacionais do SESI. Diretora de Produção e Qua-

lidade da R.M. Nor, empresa do setor de confecções com sede em Parnamirim, Márcia dos Santos está motivada pelos resultados obtidos desde que começou a praticar o tênis. Enfermeira de formação, a atleta atualmente é uma das responsáveis pela direção da R.M. Nor, que tem capacidade instalada para produzir 100 mil peças por mês e fornece roupas que são distribuídas para algumas das principais lojas de varejo do país. A R.M. Nor mantém um método de produção diferenciado, ao firmar parcerias com micro e pequenas empresas do interior do Rio Grande do Norte, que fazem a montagem das peças de vestuário. Na distribuição de tarefas na

direção, uma das atribuições de Márcia Fernandes é fazer o relacionamento com as confecções que têm parceria com a R.M. Nor. Os desafios que encontra nesse trabalho a motivam a continuar os treinamentos de Tênis. “Faz muita diferença o profissional ter atividade física regular. Fica mais disposto, mais produtivo”, comenta. O carteiro José Fernandes, que caminha de oito a 10 quilômetros por dia, também integrou a delegação. A atividade física que mantém diariamente não fica restrita às caminhadas sem as quais não cumpriria suas atribuições profissionais. José Fernandes vai regularmente ao Centro de Aprendizagem e Integração de Cursos (Caic), em Natal (RN), para praticar salto em distância. Desde 2010 ele conquista, anualmente, medalhas de ouro em competições paralímpicas nacionais. Nos Jogos Nacionais do SESI 2013, competiu no salto em distância, com os demais trabalhadores que não têm deficiência física. “Superei minhas dificuldades e o esporte tem sido fundamental para que eu continue sempre melhor”, afirma José Fernandes. Atualmente, ele trabalha nos Correios. Antes, atuou como ASG e vigilante em prefeituras de municípios do interior do Rio Grande do Norte e da Paraíba, selecionado em concursos públicos. José Fernandes destaca que sempre gostou de manter alguma atividade física e há quatro anos tem se dedicado regularmente ao atletismo. Além do salto em distância, também ganhou medalhas no salto em altura, ao participar de competições paralímpicas, em categorias T 46, nas quais competem os atletas com deficiências em membros superiores. O atleta tem paralisia de Klumpke, deficiência que dificulta ou impede os movimentos de mãos e braços. O esporte o ajudou a superar as dificuldades. “Os treinamentos têm sido fundamental para que eu continue sempre melhor, com plena capacidade de trabalho”, afirma.Nos Jogos Nacionais do SESI, José Fernandes ficou em quinto lugar no salto em distância, com uma marca próxima de 5,9 metros. O superintendente regional do Sesi-RN, Marcos Lael, esteve nos locais de competição para incentivar os atletas da delegação potiguar e elogiou o empenho demonstrado por eles na prática do esporte que proporciona uma vida saudável e melhoria na produtividade. O encerramento da competição foi na quadra de samba da Salgueiro. A festa e a solenidade de premiação foram mais uma demonstração e o espírito de confraternização da competição que reuniu cerca de 1.200 trabalhadores de 250 empresas brasileiras. Durante a cerimônia, a equipe do SESI do Pará recebeu a bandeira dos Jogos, porque a próxima edição da competição será realizada em Belém, em 2014. “A cada edição, os Jogos evoluem. Neste ano, os trabalhadores vivenciaram todos os serviços oferecidos pelo SESI nas áreas de esporte, cultura, lazer e saúde”, concluir o gerente executivo de qualidade de vida do SESI, Antônio Muzzi.


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esportes

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

A força da

juventude O

s Jogos Escolares da Juventude Natal 2013, etapa para jovens de 12 a 14 anos, terão mais de seis mil participantes, um recorde na história da competição, que desde 2005 é organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O maior evento esportivo estudantil do país será realizado entre 5 e 14 de setembro e reunirá mais de 4.300 atletas na disputa de 13 modalidades (atletismo, badminton, basquete, ciclismo, futsal, ginástica rítmica, handebol, judô, luta olímpica, natação, tênis de mesa, vôlei e xadrez). Além dos futuros talentos do esporte nacional, treinadores, oficiais, árbitros, embaixadores, voluntários, comitê organizador e comitê local, estarão envolvidos no evento que reunirá representantes de 26 estados do Brasil, mais o Distrito Federal e uma delegação da cidade anfitriã. “Nosso objetivo com os Jogos Escolares da Juventude é contribuir para a inserção social dos jovens através do esporte e estamos muito satisfeitos com os resultados que estamos alcançando. A cada ano conseguimos atrair mais participantes e estabelecer novos padrões na organização. Nosso grande desejo é ver dentro do ambiente escolar e acadêmico a formação de base que futuramente nos dará representantes em nível internacional”, comentou Edgar Hubner, gerente-geral de Juventude e Infraestrutura do COB. Além das competições, os jovens atletas terão a sua disposição uma ampla gama de eventos paralelos às competições. O programa sócio-educativo e cultural abrange diversas atividades extras com o intuito de aproximar os jovens de todo o país aos Valores Olímpicos e ao exemplo positivo da prática esportiva.

Natal vai sediar a competição que irá reunir estudantes de vinte e seis Estados brasileiros. As disputas vão ocorrer no período entre os dias 5 e 14 de setembro e reunirá um total de 4.300 participantes A segunda etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, para estudantes de 15 a 17 anos, acontecem em Belém, de 7 a 16 de novembro. Os Jogos Escolares da Juventude são o maior evento estudantil esportivo do Brasil. A competição de abrangência nacional cresce a cada edição e reúne milhares de alunos-atletas de instituições de ensino públicas e privadas de todo o país. Atualmente, é tida como referência internacional. Consideradas as fases seletivas, os números chegam a mais de dois milhões de atletas e cerca de 3.900 cidades participantes. Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), correalizados por Ministério do Esporte e Organizações Globo.

ABERTURA A cerimônia de abertura será realizada no próximo dia 05 de setembro, às 17h, no Ginásio Né-

ì O QUE Os Jogos Escolares da Juventude é o maior evento escolar no Brasil e o 5º maior no mundo. Ele é promovido pelo Comitê Olímpico Brasileiro

lio Dias, na Zona Norte de Natal. A solenidade contará com programação bastante diversificada. Além da tradicional apresentação das delegações dos estados participantes dos Jogos Escolares da Juventude, a abertura contará com a apresentação do espetáculo “Gonzagando”, da Cia da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM). Espetáculo presta uma homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912-1989). “Gonzagando” tem a direção de Wanie Rose e coreografias de Juarez Moniz e Gustavo Santos. Um dos pontos altos da solenidade será a presença dos embaixadores esportivos. Atletas olímpicos brasileiros como Vicente Lenilson, Daniel Paiola, Angélica, Mayara Aguiar, Antônio Jaudir, Mariane Nogaca, Renato Resende, Fabíola Molina e Antônio Carlos Moreira são um dos nomes que formarão o time que vão mostrar aos presentes a importância do esporte na vida de todos. Está prevista a participação de cerca de 10 mil pessoas para a cerimônia de abertura. Os alunos presentes participarão de sorteios de brindes. De acordo com Giovani Carvalho, coordenador do Comitê de Apoio Local (Col), serão sorteadas bicicletas ao público presente durante a ocasião. Para fechar a noite, a banda potiguar Uskaravelho farão um show e presentearão a todos com um tributo à Legião Urbana.

Estado conta com 159 atletas de 47 instituições

Torcedores vão acompanhar os futuros atletas em ação no RN

Competição de natação promete muito equilíbrio entre os atletas

A luta olímpica é uma modalidade que está em franca expansão

Os Jogos Escolares da Juventude (JEJ) vão começar dentro de duas semanas e o Governo do RN divulgou a lista com a delegação que vai representar o estado durante os 11 dias de competição, de 05 e 14 de setembro, em Natal. Time conta com 183 pessoas, incluindo 159 atletas - de 12 a 14 anos - cinco dirigentes (chefe, médico e oficial) e 19 técnicos esportivos. Ao todo, participarão 47 escolas potiguares das cidades de Apodi, Caicó, Cerro Corá, Currais Novos, Goianinha, Lagoa Nova, Lucrécia, Natal, Parnamirim e Touros. São 26 escolas privadas e 21 públicas, sendo que nove são estaduais e 12 municipais. A equipe do Rio Grande do Norte vai atuar nas 13 modalidades: Atletismo, Basquetebol, Badminton, Ciclismo, Ginástica Rítmica, Handebol, Futsal, Judô, Luta Olímpica, Natação, Voleibol, Tênis de Mesa e Xadrez. Nas modalidades coletivas, sete escolas de Natal e uma de Parnamirim responderão pelo estado. O Basquetebol será representado pelos colégios CEI da Romualdo Galvão (feminino) e Salesiano São José (masculino). Educação Cristã Imagodei (masculino) e Sagrada Família (feminino) compõem o time de Handebol. O Voleibol será representado pelo Instituto Maria Auxiliadora (masculino) e Colégio Nossa Senhora das Neves (feminino). A Escola Municipal Maria Madalena (Natal), será a representante do RN no Futsal feminino. O time masculino será formado pelos alunos do Hipócrates Zona Norte.


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esportes

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Barcelona busca um novo show « ESPANHA » O time catalão humilhou o adversário da primeira rodada com um 7 a 0 inapelável. Hoje,

jogando como visitante diante do Málaga, a expectativa é por mais uma grande apresentação da equipe

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adri (Espanha) - Gazeta Press - Após estrear fazendo 7 a 0 no Levante, o Barcelona entra em campo em busca de um novo show hoje, quando visita o Málaga em confronto válido pela segunda rodada do Campeonato Espanhol. O Barça quer o resultado positivo para permanecer na liderança da competição e terá pela frente um rival em decadência, após a grande temporada do ano passado. Os anfitriões começaram a temporada perdendo por 1 a 0 para o Valencia, como visitantes, e um novo tropeço pode transformar o Mallorca em um caldeirão. Já o Barcelona navega em mares mais tranquilos. Neymar desencantou e marcou seu primeiro gol pelo time na quarta-feira, no empate por 1 a 1 com o Atlético de Madrid pela primeira partida da final da Supercopa da Espanha. A

MANU FERNANDEZ

única turbulência é que Lionel Messi, a estrela da companhia, fica de fora por conta de uma lesão na coxa esquerda. “Nós estamos começando bem a temporada e os resultados estão dentro de uma normalidade. Sabemos que precisamos evoluir, mas esse processo será sempre facilitado com vitória. Respeitamos o Málaga, achamos que ele tem um bom time, mas vamos em busca de uma vitória para permanecermos no pelotão de frente do Campeonato Espanhol”, afirmou Gerardo Martino, técnico do Barcelona. Já o Atlético de Madrid jogará na condição de anfitrião, no Estádio Vicente Calderón, em Madri, diante do Rayo Vallecano. As duas equipes fizeram grandes jogos na primeira rodada e a expectativa é de um duelo muito equilibrado. Os atleticanos estrearam fazendo 3 a 1 no Sevilla, longe de

casa, enquanto que o Rayo Vallecano, contando com seus torcedores, superou o Elche por 3 a 0. Amanhã o Real Madrid entra em ação, também buscando a segunda vitória consecutiva após superar o Betis por 2 a 1. Os merengues, dessa vez, visitam o Granada, que surpreendeu na estreia ao fazer 2 a 1 no Osasuna, como visitante. Neymar vai conquistando respaldo dentro do Barcelona. Após marcar um gol importante no Atlético de Madrid, na primeira final da Supercopa da Espanha, o atacante recebeu elogios da imprensa e torcida locais e, agora, poderá começar a ser titular do time, como avalia o jornal “Mundo Deportivo”. De acordo com o diário catalão, o técnico “Tata” Martino tem gostado da “humildade” do brasileiro, que vem aceitando a hierarquia no elenco culé.

Pedro Neto [ pedron@natal.digi.com.br ]

JÚNIOR SANTOS

América no Nazarenão Lulu Santos fez muito sucesso cantando a música “Estou voltando pra casa outra vez”. E é isso que acontecerá com o América já para o jogo contra o São Caetano no próximo dia 31.09.13. A equipe rubra retorna ao Nazarenão após uma pequena passagem pelo estádio Barretão em Ceará-Mirim. O América sempre foi muito bem tratado em Goianinha, contudo por conta do regulamento da série B que exige estádios com capacidade para 10 mil torcedores a equipe teve que sair do Nazarenão e ir para o Barretão. A direção do América esperava que a mudança pudesse fazer bem ao clube rubro, entretanto deu tudo errado. A equipe perdeu o Campeonato Estadual para o Potiguar M. Perdeu a primeira partida da segunda fase da Copa do Brasil de goleada para

o Atlético PR por 6 x 2. E somente a aproximadamente vinte dias foi que conseguiu sua primeira vitória no estádio Barretão ao vencer o ASA por 2 x 0. Para complicar ainda mais o técnico Argel Fucks reclamou nos últimos dias estado do gramado do Barretão que não ajuda em nada a equipe alvirrubra nas partidas contra os adversários. Sendo assim, nada mais natural do que a volta ao Nazarenão. É bem verdade que o regulamento da competição pede no mínimo 10 mil lugares – sem arquibancada móvel -, contudo quem liberou foi a CBF que é a organizadora do campeonato. O torcedor rubro tem agora a grande oportunidade de dar a sua contribuição à equipe nos próximos jogos, até porque eram eles quem mais reclamavam do Barretão.

O que acontece com Flávio Boaventura? Pergunto isso porque até ontem o zagueiro era considerado o melhor entre todos do elenco do ABC, porém, coincidentemente, após a sua frustrada ida para o Náutico o homem não acerta mais nada. Flávio vem sendo muito criticado por grande parte dos torcedores alvinegros nas mídias sociais. Inclusive no último jogo contra o ASA ele novamente falhou várias vezes. Eu sempre disse que gosto do trabalho do zagueiro, agora não tenho discordar da grande maioria dos torcedores, até porque só não enxerga isso quem não quer.

Não gostou O empresário Marconi Barreto não gostou nem um pouco das críticas feitas pelo técnico Argel Fucks ao gramado do Barretão. Na entrevista concedida a Rádio Globo na última sexta-feira Marconi Barreto disse que espera que agora o América possa jogar melhor, pois foi o próprio técnico quem disse que o problema do América não estar jogando bem era do gramado. E, se analisarmos bem o empresário tem razão, até porque não esqueçamos que o gramado do Nazarenão é ótimo. Para o América e também para o clube visitante.

De volta

Vinícius Pacheco E o meia atacante Vinícius Pacheco do América parece que não agrada mesmo ao técnico Argel Fucks. Mesmo sem ter Cascata que está machucado ele não colocou Vinicius. Mesmo barrando Almir, que não consegue render desde que chegou ao clube, ele não deu oportunidade ao meia. Sacou Rai da equipe, que até então era o titular da posição, e que é ala esquerdo e não meia, e não colo-

Flávio Boaventura

cou Vinícius. E, por último Rodrigo Pimpão que é atacante e que joga pelos lados, foi quem atuou contra o Avaí como titular. Como podemos ver o técnico testou todas as opções, entretanto Vinícius Pacheco só entrou na equipe de Argel Fucks uma única vez. E, a direção rubra busca a contratação de mais uma meia para o elenco. Pelo menos foi isso que divulgou na última semana.

No dia de amanhã retorno ao batente na Rádio Globo. Quero agradecer de coração a todos que telefonaram e enviaram mensagens. Também não posso esquecer de agradecer ao comentarista Domingos Sávio que me substituiu por esses dez dias. Aliás, nem precisaria, pois Domingos Sávio sabe do carinho e atenção que tenho com ele. Agradecer ainda aos meus companheiros de trabalho que diariamente enviaram mensagens positivas.

Sem Lionel Messi, contundido, o brasileiro Neymar pode ganhar sua primeira chance de titular

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« COPA 2018 »

Campeonato recomeça com todos contra Vettel

Rússia vai gastar R$ 50 bilhões

Largada para o Grande Prêmio da Bélgica está marcada para as 9 horas da manhã

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rancorchamps (Bélgica) Gazeta Press - Depois de sua tradicional parada no calendário para as férias do verão europeu, a Fórmula 1 está de volta neste final de semana com a disputa do Grande Prêmio do Canadá, no lendário circuito de SpaFrancorchamps. A largada para o Grande Prêmio da Bélgica está marcada para às 9 horas da manhã, no horário de Brasília. A grande expectativa para a prova gira em torno do desempenho de Lewis Hamilton. Vencedor da última etapa na Hungria, o piloto da Mercedes terá de provar que o resultado mostra uma real e consistente evolução da equipe para o restante do Campeonato. O carro da Mercedes é sem dúvida um dos mais rápidos do grid em uma volta lançada, mas a vitória na Hungria surpreendeu por ter acontecido em condições de alto desgaste de pneus, o ponto fraco do W04 na primeira metade da temporada. Quarenta e oito pontos atrás do líder Sebastian Vettel na classificação, Hamilton ainda tem chances de brigar pelo título caso prove consistência. “Spa é um circuito fantástico e muito divertido de guiar. Nós estamos todos ansiosos pela segunda metade da temporada e a oportunidade de conquistar mais bons resultados”, afirmou Hamilton. “Eu estive na fábrica ontem para encontrar com meus engenheiros e praticar no simulador. Foi bom ver todos e sentir o entusiasmo geral após a parada de verão”, completou. Mas não é só na Mercedes que a expectativa está alta para a prova deste domingo. A McLaren está otimista com seu progresso e espera andar mais perto das equipes da frente e descolar da Force India, que no mo-

mento está dois pontos na sua frente na classificação dos construtores (59 a 57). Sauber e Williams também estão esperançosas de conseguir manter a evolução recente. Com o Grande Prêmio da Itália, em Monza, daqui a duas semanas, esta será uma sequência de provas em circuitos de alta velocidade e pouca pressão aerodinâmica. Com boa parte das voltas em aceleração máxima e as temperaturas elevadas de verão, isto se configura num cenário de alto desgaste de pneus. Aqueles que forem bem em Spa, devem ser competitivos também em Monza. Este é um momento crucial na disputa pelo título de 2013, Vettel lidera com 172 pontos, e tem 38 de vantagem para o segundo colocado, Kimi Raikkonen. O finlandês, junto com Alonso e Hamilton, formam o segundo pelotão com 134, 133 e 124 pontos respectivamente. Se Vettel conseguir se impor em Spa e Monza, o caminho para o tetracampeonato do alemão estará bem mais curto. Os bastidores da Fórmula 1 estão aquecidos com as especulações sobre o futuro de alguns pilotos. A aposentadoria de Mark Webber abriu uma vaga na cobiçada RBR, atual tricampeã. Kimi Raikkonen e Daniel Ricciardo aparecem como os favoritos, mas o finlandês também é especulado para a vaga de Felipe Massa na Ferrari, caso o brasileiro não renove por mais um ano. Nico Hulkenberg também está cotado na Ferrari. Na McLaren, Jenson Button ainda não tem contrato assinado para 2014, e Sérgio Perez não parece ser unanimidade na equipe inglesa. O brasileiro tenta se mostrar despreocupado com o futuro e, apesar de confirmar o desejo de seguir na equipe italiana, não descarta uma mudança. “Minha situação no ano passado era pior do que agora, e muito mais complicada. Este ano a performance foi alcançada”, disse Massa. LUCA BRUNO/AP

Sebastian Vettel é o líder e favorito para conquistar a corrida

O jornal russo “Vedomosti” revelou quais serão alguns orçamentos do País para a Copa do Mundo de 2018. De acordo com o diário, a Rússia gastará 2,3 bilhões de euros (quase R$ 7,4 bilhões) para construir sete dos 12 estádios pedidos pela Fifa – a estatal Sport Engineering será responsável pelas obras. No total, os russos desembolsarão quase R$ 50 bilhões para a organização do Mundial, valor que inclui a infraestrutura do País, como novos aeroportos, estradas e hotéis. Com capacidade prevista para 45 mil pessoas cada, as novas praças esportivas já têm locais determinados.

« BENFICA » Júlio César feliz com interesse Ainda vinculado ao QPR, time que disputará a segunda divisão do Campeonato Inglês nesta temporada europeia, o goleiro Júlio César, convocado novamente pelo técnico Felipão para a Seleção Brasileira, agradeceu ao Benfica, clube que manifestou interesse em contratá-lo nesta janela de transferências. O arqueiro comemorou a possibilidade de negociação, mas não se aprofundou sobre o andamento das conversas. “Fico muito feliz. O Benfica é um clube grande, com muita história; Mas eu não gosto de falar quando as coisas não estão concretas”, disse. A intenção de Júlio César é a de deixar Londres, onde teria menos visibilidade de Felipão.

hoje na tv 09h00 – GP de Fórmula 1 – Bélgica – TV Globo 11h00 – Esporte Espetacular – TV Globo 16h00 – Vasco x Corinthians – TV Globo Esporte Interativo 06h00 – Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Etapa Moscou) – Semifinal Masculina – Ao Vivo 09h00 - Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Etapa Moscou) – 3º Lugar Feminino – Ao Vivo 10h00 - Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Etapa Moscou) – 3º Lugar Masculino – Ao Vivo 11h30 - Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Etapa Moscou) – FINAL Feminina – Ao Vivo 12h30 - Circuito Mundial de Vôlei de Praia (Etapa Moscou) – FINAL Masculina – Ao Vivo 16h00 – Planeta Nocaute – Ao Vivo 17h00 – NFL: New Orleans Saints @ Houston Texans – Pré-temporada – Ao Vivo 20h00 – Fim de Papo – Ao Vivo 21h00 – NFL: Minnesota Vikings @ San Francisco 49ers – Pré-temporada – Ao Vivo


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

esportes

Apito Final VICENTE ESTEVAM - INTERINO jrvicente@tribunadonorte.com.br

Matemática da salvação Com dois grupos bem distintos de clubes na série B, um que vem vencendo com frequência e está na parte de cima da tabela e outros que vêm sofrendo para amealhar alguns pontinhos importantes e se encontram na parte de baixo, os matemáticos reduziram a margem de pontos necessária para um clube se salvar do calvário da série C em 2014. Segundo os estatísticos do site Chance de Gol, esse ano quem chegar aos 45 pontos, terá 99,5% de chance de se salvar da degola, sendo assim a situação dos potiguares ABC e América sofre uma ligeira melhora. Com 43 pontos, que foi o nível de corte da série B em 2012 o percentual de salvação ainda é muito alto, chegando a 95%. Ou seja, a luz no fim do túnel existe, mas resta saber se alvinegros e alvirrubros terão condição de chegar até o final dele. As condições para que isso seja possível estão sendo tomadas pelas duas diretorias, agora só nos resta esperar as respostas dentro de campo. Confesso que seria um castigo muito grande Natal ter um estádio classe A para abrigar um futebol de terceira divisão.

Alterações Buscando minimizar os efeitos da realização da Copa do Mundo no calendário do futebol brasileiro, a diretoria de competições da CBF avalia a possibilidade de antecipar o início da temporada de 2014 para os primeiros dias de janeiro. Caso projeto se torne realidade só restarão duas alternativas: ou se reduz as férias dos atletas ou

se prejudica o tempo de preparação dos mesmos, que ao invés de iniciar o ano com uma prétemporada, vão logo direto para o campo disputar jogos oficiais. Seja qual for o efeito, se colocado em prática, o plano irá sofrer um festival de contestações. Os primeiros jogos dos Estaduais vão ocorrer entre 5 e 8 de janeiro.

Escolares

Valor

Sede dos Jogos Escolares da Juventude, o Rio Grande do Norte vai contar com uma delegação composta por 159 atletas de 47 instituições de ensino potiguares. Os jogos serão realizados no período de 5 a 14 de setembro em Natal envolvendo alunos entre 12 e 14 anos. A maior representação será na modalidade de atletismo que contará com a participação de 34 atletas, sendo 27 deles oriundos da rede pública de ensino. Os Jogos Escolares da Juventude é o maior evento escolar no Brasil e o 5º maior no mundo.

Um levantamento realizado pela BDO Consultoria, aponta que as marcas dos 12 maiores clubes brasileiros está avaliada em R$ 5,5 bilhões. O Corinthians está avaliado em R$ 1,108 bilhão e junto com o Flamengo, cuja marca está avaliada em R$ 848,2 milhões são os clubes mais valiosos do país. As receitas analisadas foram retiradas dos balanços contábeis nas áreas de marketing, exploração de estádio (bilheteria, por exemplo), mídia e sócios. Pelo levantamento o time paulista vale quase um Maracanã, cuja reforma foi de R$ 1,2 bi.

Comparação O ditado popular diz que “dinheiro não traz felicidade”. Pois muito bem, nada melhor que o futebol para comprovar essa tese e principalmente na Copa do Brasil, uma competição que reúne clubes com realidades bem distintas. Só para se ter uma ideia, disso, basta dizer que apenas o salário do ata-

Pressionados, Vasco e Corinthians fazem duelo em Brasília « SÉRIE A » Se nas competições anteriores, paulistas

levaram a melhor, o confronto no Mané Garrincha traz as equipes em momentos ruins e bem parecidos

FICHA TÉCNICA cante Emerson, no Corinthians (R$ 400 mil), daria para bancar toda folha salarial da Luverdense e ainda sobraria uns trocados para outros gatos. De acordo com Helmute Lawisch, presidente do clube matogrossense, a folha salarial da equipe consome cerca de R$ 300 mil mensais.

Custo Fifa Foi divulgado o orçamento do governo russo em investimentos nos preparativos da Copa de 2018. Os gastos, segundo o jornal russo “Vedomosti” vão atingir a casa dos R$ 50 bilhões. Apenas com estádios serão investidos R$ 7,3 bilhões, assim como o Brasil o país terá de construir 12 novas arenas (11 serão construídas e uma reformada). Além das novas praças esportivas, também estão inclusos no custo da Copa projetos de infraestrutura como a construção de novos aeroportos, estradas e hotéis. A cifra anunciada é o dobro do que o presidente Vladimir Putin havia determinado em 2010, quando a Rússia foi eleita a sede da competição. Vale salientar que o Mundial de 2014 custará aos cofres do governo brasileiro um total de r$ 28 bilhões. Calendário Com as viagens de Santos e São Paulo para amistosos internacionais, no meio da disputa do Brasileirão e com o aperto do calendário nacional de futebol, os clubes não se mostraram satisfeitos com as datas arranjadas pela CBF para realização dos confrontos atrasados. Os maiores prejudicados com as novas datas foram São Paulo, Santos, Internacional, Atlético-MG, Ponte Preta e Náutico terão que fazer uma maratona de jogos, alguns deles chegando a realizar quatro jogos em oito dias. Insatisfeitos, os clubes pediram revisão das datas e uma melhor adequação, mas como está sem espaço disponível, a CBF só poderá atender aos anseios dos filiados caso estenda o final do Brasileirão para meados de dezembro. O que prejudicaria ao Atlético-MG na preparação para o Mundial Interclubes.

« CARTÃO AMARELO »

ALE VIANNA

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rasília (DF) - Gazeta Press Rivais nos últimos anos, Vasco e Corinthians voltam a se encontrar hoje, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. Se nas competições anteriores, os paulistas levaram a melhor, o confronto no estádio Mané Garrincha traz as equipes em momentos parecidos. Os cruzmaltinos precisam se recuperar na Série A após tropeço em casa e atuação fraca no meio de semana pela Copa do Brasil. Já seu adversário vem pressionado depois de perder na mesma competição para o Luverdense, da Série C. No Vasco, o técnico Dorival Júnior poupou alguns jogadores contra o Nacional-AM. O zagueiro Rafael Vaz, o meia Juninho Pernambucano e o atacante André voltam ao time no fim de semana. Em relação a escalação, o lateral esquerdo Yotún retorna a condição de titular. No restante, a equipe é a mesma dos últimos jogos, com Cris sendo mantido na zaga. Rafael Vaz fez questão de elogiar o rival, que tem a melhor defesa do Campeonato Brasileiro. O zagueiro ressaltou o entrosamento do Corinthians e destacou que o Vasco vai precisar de superação para sair de campo com os três pontos. “O Corinthians tem um time que joga junto há muito tempo junto. Os jogadores se conhecem e isso sempre é um complicador para quem tem que enfrentá-lo. Com o Vasco a situação não vai ser diferente e vamos precisar de muita superação”, disse.

VASCO CORINTHIANS Diogo Silva; Fagner, Cris, Rafael Vaz e Yotún; Abuda, Wendel, Pedro Ken e Juninho; Eder Luis e André Técnico: Dorival Júnior

Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Ibson; Romarinho, Danilo e Renato Augusto; GuerreroTécnico: Tite

Estádio: Mané Garrincha Hora: 16h Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC) Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Marcelo Bertanha Barison (RS)

Tite tenta mostrar que ainda tem controle sobre o Corinthians

Atlético-MG recebe Lusa projetando uma ascensão Belo Horizonte (MG) - O Atlético-MG iniciou nas últimas rodadas do Brasileiro uma reação para deixar a parte de baixo da tabela, e agora o Galo que ratificar o crescimento na competição somando mais uma vitória, dessa vez, contra a Portuguesa, jogo marcado para hoje, às 16h, no Independência. Se não perder os atleticanos completam a quinta partida de invencibilidade. O grande problema é que os alvinegros ainda sentem o revés contra o Botafogo, pela Copa do Brasil, e o técnico Cuca terá que armar uma equipe que terá vários desfalques. O goleiro Victor e o atacante Fernandinho foram expulsos no duelo contra o Inter, no Rio Grande do Sul e estão fora do duelo contra a Lusa. O craque Ronaldinho Gaúcho recebeu o terceiro cartão amarelo e terá que cumprir suspensão. Para completar a lista de problemas, o atacante Diego Tardelli ainda sente dores musculares e não reúne as condições adequa-

das para atuar. Para compensar o excesso de desfalques, Cuca contará com a volta do armador argentino Dátolo, que não enfrentou o Internacional por conta de um acordo entre as diretorias de Galo e Colorado. Além de Dátolo, o AtléticoMG já pode contar com meia-atacante Guilherme, recuperado de lesão e que afirma que a tendência é atuar na vaga de Ronaldinho. “É uma tendência, principalmente com a ausência do Ronaldo. Não sei o que o Cuca pensa. Mas, para mim, seria bom para melhorar fisicamente”, afirmou. Se o Atlético-MG vai entrar em campo neste domingo vindo de uma derrota pela Copa do Brasil, a situação da Lusa não é muito diferente, a equipe paulista estreou na Sul-americana e perdeu em casa para o Bahia, derrota que deixa o ambiente ainda mais carregado pelos lados do Canindé, já que a campanha no Brasileiro não é das melhores.

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« COPA ECOHOUSE »

ABC volta a campo para evitar uma eliminação

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pós uma estreia bastante equilibrada, o grupo da “morte” da Copa Ecohouse terá a sua segunda rodada hoje, no Estádio Ninho do Periquito, em São Gonçalo do Amarante. Enquanto três clubes lutam para manter as chances de classificação, o Ferroviário-CE pode garantir a vaga nas quartasde-final da competição. No primeiro jogo, às 16h, um confronto de alvinegros. O ABC, que ainda não pontou, enfrenta o CearáCE do artilheiro Epitácio, autor dos dois gols no empate diante do Vitória-BA, por 2 a 2. O atacante cearense é um dos goleadores da Copa Ecohouse, ao lado do meia Cássio, do Fluminense/RJ, com dois gols assinalados cada. O time do ABC deve mandar a campo uma equipe mista, formada por jogadores que não titulares no time principal com outros que participam das divisões de base. A expectativa era utilizar o time sub-20, mas, como os meninos da categoria tiveram de jogar ontem, pela final do segundo turno do Estadual, contra o América, dificilmente terão condições de jogo. Apenas os atletas não relacionados no sábado e que foram relacionados, mas não participaram da decisão realizada ontem, é que devem ficar a disposição para o compromisso pela Copa Ecohouse. No segundo jogo do dia, às 18h, o Ferrão cearense pode garantir sua classificação para a próxima fase, diante do rubronegro baiano, atual campeão da Copa do Brasil Sub-20 e uma das equipes mais badaladas da competição. Em caso de vitória do Ferroviário, a equipe chega aos seis pontos e não pode mais ser alcançada por dois adversários, o que garante, pelo menos, a segunda colocação do grupo e a classificação antecipada. Mas o Vitória que teve um início arrasador contra o Ceará , mas depois caiu de produção, a ponto de perder a vantagem de dois gols aberta nos primeiros oito minutos de jogo e deixar o campo amargando o empate, quer a recuperação e mesmo diante ao time principal do Ferroviário, pretende garantir os três pontos e dar um passo decisivo rumo a próxima fase do torneio. As atrações musicais ficam por conta dos Meirinhos do Forró e Cadu Rodrigues, com muito sertanejo. As entradas custam R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia) e valem para os dois jogos e todas as atrações do dia.


esportes Bom momento à prova no Paraná

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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto 2013

« BRASILEIRO - SÉRIE A » Botafogo e Atlético/PR estão mostrando bom futebol na competição

e entram em campo hoje às 18h30, no Durival de Britto, querendo mais uma vitória

FERNANDO CAZAES

ERNESTO CARRIÇO

A

travessando um grande momento no Campeonato Brasileiro, Atlético-PR e Botafogo se enfrentam às 18h30, no Estádio Durival Britto, em Curitiba (PR), pela 16ª rodada da competição. O Alvinegro, com 29 pontos, defende a ponta da tabela de classificação, enquanto que o Furacão, com 24 pontos, planeja seguir flertando com o G-4, a zona de clasasificação para a Copa Libertadores. Os dois protagonistas dessa noite não perdem há oito partidas neste Brasileirão. O últimos revés de ambos foi em 14 de julho, quando os cariocas caíram por 2 a 1 para o Grêmio, no Sul, enquanto que os atleticanos foram superados pelo rival Coritiba por 1 a 0. Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo, conversou com seus jogadores sobre a importância deles respeitarem o rival deste domingo justamente por conta de seu histórico no Brasileirão. “O Atlético Paranaense é um time a se respeitar, pois em uma competição equilibrada como é o Brasileiro, com certeza qualquer invencibilidade mais longa chama a nossa atenção. Vamos para uma partida entre duas equipes que se equivalem, que passam por um grande momento e que deverão fazer um confronto bem equilibrado. Respeitamos o nosso rival, mas sabemos que temos condições de ganhar”, afirmou Oswaldo.

« FONTE NOVA » Confronto pelo fim de jejum Quatro. Este é o número de jogos sem vitória de Bahia e Náutico, que se enfrentam às 16 horas, na Arena Fonte Nova. As coincidências, no entanto, ficam restritas ao jejum: na classificação, enquanto os baianos tentam voltar ao G-4, o Timbu quer sair da lanterna. Depois de acumular três derrotas e um empate, diante do Santos, o Bahia voltou a vencer nesta quinta-feira. Pela Copa Sul-americana, o time comandado por Cristóvão Borges derrotou a Portuguesa, no Canindé, com um de Obina, que deve ser mantido titular.

« ESTÁDIO DO VALE » Oswaldo de Oliveira conversou com o time sobre o rival de hoje

FICHA TÉCNICA ATLÉTICO-PR BOTAFOGO Weverton, Jonas, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Bruno Silva, Zezinho, Everton e Paulo Baier; Marcelo e Éderson Técnico: Vágner Mancini

Jéfferson, Gilberto, Dória, Bolívar e Lima; Marcelo Mattos, Gabriel, Seedorf, Lodeiro e Vitinho; Rafael Marques Técnico: Oswaldo de Oliveira

Estádio: Durival Britto Horário: 18h30(de Brasília) Árbitro: Wagner Reway (MT) Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)

Vanderlei Luxemburgo tem problemas para armar o Fluminense

Sem Fred, Flu enfrenta o São Paulo São Paulo (SP) - Embalado por duas vitórias consecutivas por 1 a 0, contra o Náutico na semana passada e diante do Goiás pela Copa do Brasil, o Fluminense visita o desesperado São Paulo às 16h, no Morumbi, em São Paulo (SP), em confronto válido pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com 18 pontos conquistados, o time carioca aparece na parte intermediária da tabela de classificação, mas, mesmo assim, pode se considerar em céu de brigadeiro se comparada à realidade do time paulista, há 12 jogos sem

vencer e na zona de rebaixamento, com apenas 11 pontos ganhos. Na rodada passada os são-paulinos não passaram de um empate sem gols com o Flamengo. Se fossem escolher uma palavra para exemplificar o que esperam deste jogo, o Fluminense escolheria afirmação, enquanto que o São Paulo optaria por reação. “Nós estamos vindo de dois bons resultados e com toda a certeza queremos manter essa sequência para que o Fluminense possa mostrar que tem condições de lutar por objetivos nobres nes-

ta temporada. Respeitamos o São Paulo, mas sabemos que podemos conquistar uma vitória”, afirmou o goleiro Diego Cavalieri. Já Paulo Autuori, técnico do São Paulo, confirma a necessidade de reação. “O time está se superando e vai sair disso, não tenho dúvida, pelo caráter de todos. Mas a fase é complicada e não existe palavra para falar e dar explicações. O nosso pensamento neste momento é conseguir uma vitória contra o Fluminense para começar a mudar a nossa realidade”, disse Paulo Autuori.

Inter/RS encara o perigoso Goiás Há cinco rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro, o Internacional busca uma vitória diante do Goiás, neste domingo, no Estádio do Vale, para evitar perder mais posições na tabela. O Colorado, que chegou a ser líder há um mês, após bater o São Paulo no Morumbi, começou a rodada em 8º, apenas um posto à frente do ascendente time goiano, e com um ponto a mais que os esmeraldinos, 22 a 21. A goleada da última quinta-feira, pela Copa do Brasil, diante do Salgueiro devolveu ao time de Dunga o doce gosto das vitórias, após quase um mês sem triunfos.


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A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de agosto de 2013

A última temporada da série estreia no Brasil em outubro, depois de ter causado sensação mundo afora

Ana Beatriz Nogueira analisa seu papel em ‘Saramandaia’: ‘Ela não aguenta o diferente’

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O moralista imoral Personagem de Antonio Fagundes em ‘Amor à vida’, o homofóbico médico César é cheio de contradições que, para o ator, tornam seu trabalho ainda mais interessante « PÁGINAS 6 E 7 »


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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Antes de determinar como ficará a grade de 2014, o Multishow fará uma semana de testes das novas atrações que disputam vaga na programação. Por cinco dias, neste semestre, o canal exibirá pilotos para medir o retorno de público. Entre eles, estará o programa de viagens de Fabio Porchat.

‘Chiquititas’ Chiquititas” fechou o primeiro mês de exibição com média de 11 pontos e 17% de participação no Rio. Na faixa em que a novela vai ao ar, SBT conquistou a viceliderança e a Record ficou em terceiro, com sete. Os números são os mesmos alcançados durante o primeiro mês de “Carrossel”.

Agora a prova final O grupo “Girls”, formado no “Fábrica de estrelas” do Multishow, será lançado em programas de emissoras abertas. No dia 3, o CD chegará às lojas. Rick Bonadio, que comandou o reality, estará na segunda temporada, ano que vem.

Sabe o Píer? Pois é... O OFF prepara uma série sobre o surfe nos anos 1970, prevista para ser lançada em setembro. “70 e tal” vai resgatar as tendências da época. A ideia é pegar inspirações em pranchas, carros etc e refazêlos com materiais dos dias atuais. MICHEL ANGELO/RECORD

patrícia kogut

Voo experimental

com Florença Mazza e Ana Luíza Santiago, Clara Passi e Rafaela Santos kogut@globo.com.br

RAPHAEL DIAS/ TV GLOBO

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Para o GNT, por “Downton Abbey”. A série inglesa era exibida antes no Globosat HD, que interrompeu a exibição e deixou um monte de gente a ver navios. Sensacional, o programa está indo ao ar atualizado e bem legendado. É o tipo do investimento que contagia o canal inteiro, sugerindo para o público que ali ele encontrará atrações de qualidade.

Sintonia de amor

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or baixo do jaleco do Dr. Rochinha de “Saramandaia” bate um coração roqueiro. Além de vocalista da banda Heroes, dedicada a covers de David Bowie, André Frateschi forma uma dupla com a mulher, a cantora Miranda Kassin. Esse casal 20 da cena alternativa de São Paulo está em turnê com o álbum recém-lançado “Hits do underground”, com versões de músicas dos anos 2000. Ao contrário do médico amargurado que foi abandonado no altar na novela das 23h

da Globo, Frateschi se gaba de sua sorte no amor. Foi apresentado a Miranda em 2006 por um amigo em comum, num show que fazia com uma banda de funk, e nunca se desgrudaram. - Cantei olhando para ela. Dei o golpe baixo com “Let’s get it on” (de Marvin Gaye). Detalhe: horas antes, ela tinha rompido com o namorado. Uma semana depois, já estava morando na minha casa. A música e a arte, diz ele, são mediadores “incríveis” para o ARQUIVO PESSOA.L

Bienal do Livro: ‘Aninha quer dançarAna Botafogo, protagonista do desenho “Aninha quer dançar” - em negociação com canais infantis - participará da Bienal do Livro. No próximo dia 30, ela e Cacau Hygino, autor da publicação, vão autografar a obra.

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Quanta diferença! Tatyane Goulart escureceu os cabelos para voltar às novelas. Em “Pecado mortal”, história de Carlos Lombardi que vai suceder a “Dona Xepa” na Record, ela será Lívia, filha de Michele (Luiz Guilherme) e Dona- na (Jussara Freire) Veneto.

Para as cenas apelativas de Silvia, advogada interpretada por Carol Castro em “Amor à vida”. A personagem passa mais tempo em cena tirando a roupa - na tentativa de reconquistar o exmarido - do que defendendo as causas de seus clientes. Já fez dois stripteases no hospital e apareceu fantasiada de enfermeira. É um show de clichês baratos.

relacionamento. - Às vezes, subimos no palco sem olhar o outro na cara e, quando o show acaba, nos perguntamos: ‘Por que brigamos mesmo?’ Tudo fica pequeno diante da grandeza do que fazemos juntos. A maior de todas essas coisas é Angelina, a primeira filha do casal, nascida há três meses. - Achava, antes de ser pai, que estava no filé mignon da vida. Mas agora vejo que estava só na costela - brinca. Frateschi acaba de finalizar o disco solo “Maximalista”, com participação do pianista de David Bowie, Mike Garson. - Ele gravou sete faixas do meu disco. Estou em busca de selo, banquei as gravações todas, totalmente independente. Multi-instrumentista, Frateschi diz não ser um músico que é ator nas horas vagas ou um ator que faz música por hobby. - Não separo o lado A do lado B. Fiquei tentando fazer essa divisão por muito tempo, até que entendi que tenho que ser as duas coisas, sem dilemas. Junto com “Saramandaia”, o ator gravou a segunda temporada de “Sessão de terapia”, do GNT. Na série dirigida por Selton Mello, Frateschi mais uma vez, vive um homem com uma vida amorosa problemática. Seu personagem, João, volta a procurar o divã com a agora exmulher Ana (Mariana Lima). Eles acompanharão o filho, que está em crise por causa da separação dos pais.

BIS abre alas para carnavais

Registros do Sertão de Pernambuco Na ficção, na minissérie “Amores roubados”, Isis Valverde será uma enóloga com dotes de fotógrafa. Ao estudar para o papel, a atriz tomou gosto pela fotografia. Na imagem ao lado, ela está perto de Petrolina, em Pernambuco. Veja cliques dela em patriciakogut.com.

E não era um filme de aventura... As gravações de “Joia rara”, nova novela das 18h da Globo, no Vale Nevado, no Chile, tiveram superprodução. Dois helicópteros foram usados: um deixava o elenco no alto da montanha, e, depois, outro chegava para as cenas aéreas.

lendáriosO Canal BIS vai estrear em outubro uma série de seis programas sobre sambas-enredos históricos do carnaval carioca. A atração, de meia hora, terá a participação de puxadores e ritmistas.

Pente fino em Copa Fabio Lago, que fez uma participação em “Louco por elas”, será um fiscal da prefeitura em “Tapas & beijos”. Palhares vai multar a loja de Djalma (Otávio Müller), a boate de Jorge (Fábio Assunção) e o restaurante de Seu Chalita (Flávio Migliaccio).


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FERNANDO QUEVEDO/29.7.93

IRINEU BARRETO FILHO/11.12.88

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1. ‘Vale tudo’. Com Beatriz Segall, em 1988 2. ‘Mulheres de areia’. Gêmeas, em 93

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RONALDO GUIMARÃES/15.4.94

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‘Eu me sinto feliz’ « ANIVERSÁRIO » ‘Ao completar 50 anos de idade

Memorial de Maria Moura. Com Sebastião Vasconcelos, morto recentemente, em 1994

na última sexta-feira, Gloria Pires diz que não busca FÁBIO GUINALZ/FOTOARENA/FOLHAPRESS

VALQUÍRIA DAHER valdaher@oglobo.com.br

Creio que são os personagens que procuram os atores, não o contrário.

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a última sexta-feira, Gloria Pires completou 50 anos de idade. Entre um festival de cinema e outro para divulgar o filme “Flores raras”, dirigido por Bruno Barreto, em que interpreta a paisagista Lota de Macedo Soares - que viveu um romance com a poeta Elizabeth Bishop -, a atriz respondeu a algumas perguntas da Revista da TV, por e-mail. A eterna Maria de Fátima, de “Vale tudo”, demonstra tranquilidade com a nova idade. Diz que não busca juventude eterna, quer trabalhar sempre que tiver uma boa história para contar e revela que também sonha com outro papel: o diretora. “Tenho uma boa visão do conjunto”, explica.

Você é muito jovial. O que faz para permanecer jovem?

Apenas vivo de acordo com minhas convicções. Eu me cuido naturalmente, sem excesso de cobrança, busca de perfeição ou juventude eterna. Busco saúde! Não acho que se perde coisas maravilhosas quando se envelhece. Ao contrário. Não voltaria a nenhuma época de minha vida, se me fosse permitido isso. Se fosse ler uma reportagem sobre sua carreira, que trabalhos você gostaria de ver destacados?

Na televisão, as novelas “Vale tudo” (1988) e “Mulheres de areia” (1993) e a minissérie “Memorial de Maria Moura” (1994). No cinema, “O quatrilho” (1995), “Flores raras” (2013) e “É proibido fumar” (2009).

É do grupo que gosta de comemorar aniversários ou do que prefere ficar quieta?

Costumo comemorar com a família. Gosto de comemorar todas as datas, mas não necessariamente com festa.

Há algum personagem você gostaria de revisitar?

go que é assim que se apura o faro! Quando tinha 20 anos, o que pensava dos seus 50? Achava que seria uma das maiores atrizes da TV brasileira?

Sempre levei muito a sério o meu trabalho, mas não ficava pensando nisso. Acreditava que era boa profissional, e que isso me levaria a bons papéis. Como se sente profissional e pessoalmente? Alguma coisa muda a partir de agora para você?

Eu me sinto muito feliz! Mas não sou de ficar contando as vitórias e as derrotas, vejo esses momentos como necessários ao aprendizado pessoal e profissional. Di-

Você cresceu e amadureceu em frente às câmeras. Aos 50, você faz um balanço do que isso significa? Se puder, vai trabalhar por outros 50?

Passei por momentos difíceis e outros gratificantes. Não foi fácil, mas valeu a pena. Espero poder trabalhar sempre que houver o desejo genuíno de contar uma história. Você está em um filme desafiador, “Flores raras”, num papel ousado. Acredita que a maturidade a fará procurar mais trabalhos desse tipo?

Apenas vivo de acordo com minhas convicções. Eu me cuido naturalmente, sem excesso de cobrança, busca de perfeição ou juventude eterna. Busco saúde!”

O que estivesse envolvido num projeto bacana. Um trabalho que sonha fazer na televisão, no cinema ou no teatro? Pensa em dirigir, como alguns atores fazem depois de anos de experiência?

Não projeto, nunca tentei projetar minha carreira, não está no meu controle. Tenho uma visão do conjunto muito boa, gostaria de dirigir, sim. Já está escalada para algum trabalho na Globo?

Escalada, não. Mas já há algo em vista.


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TV GLOBO/ALEX CARVALHO

Programação Globo cidadania A campanha entra na grade do dia 31 já às 6h, com o “Globo cidadania”, apresentado por Sandra Annenberg, e gravado no Espaço Criança Esperança Rio de Janeiro. Em seguida, vem um “Bom dia Brasil” especial.

Unidos. Renato Aragão cercado por Tiago Leifert, Ana Furtado, Patrícia Poeta, Glenda Koslowski, Tadeu Schmidt e Glória Maria

Mais você Em Salvador, o foco será o projeto Educarte, do Lar da Criança, que abriga órfãos, abandonados ou vítimas de maus tratos.

« CAMPANHA » NATÁLIA BOERE natalia.boere@oglobo.com.br

N

ão será um sábado qualquer. Em seu 28º ano, a campanha “Criança esperança” está cheia de novidades. Pela primeira vez sob o comando do diretor de núcleo Luiz Gleiser, o projeto vai ocupar boa parte da programação do próximo dia 31. E a grade desse dia ganhará “participações” especiais. - As atrações semanais das manhãs da Globo, “Bom dia Brasil”, “Mais você”, “Bem estar” e “Encontro com Fátima Bernardes” irão ao ar, excepcionalmente, apresentando reportagens ligadas ao projeto. Renato Aragão ganhará uma homenagem linda no programa de Fátima - adianta Gleiser, guardando com ele os detalhes. À tarde, o “TV Xuxa”, o “Estrelas” e o “Caldeirão do Huck”, que será apresentado ao vivo, também serão dedicados ao “Criança esperança”. E, à noite, após “Amor à vida”, será a vez da grande festa, que costumava ser marcada por participações inesquecíveis de Renato (Ele escalou e beijou a mão do Cristo Redentor em 1991) - Desta vez, não será nada mirabolante, mas emocionante - diz o diretor, fazendo mistério, até para não estragar a surpresa para o homenageado. Renato confirma que ainda não foi avisado de nada...

Todos juntos ‘Criança esperança’ chega ao 28º ano com novidades e toma conta da programação de sábado da Globo - Eu sou sempre o último a saber. Um dia vou inverter isso, farei uma surpresa para todo mundo - promete o eterno Trapalhão. Foi o humorista, natural de Sobral, no Ceará, que propôs à Globo fazer uma campanha em 1985 pedindo aos telespectadores que doassem roupas e alimentos para ajudar as vítimas da seca que assolava a sua região natal. - Chamamos de “SOS Nordeste” e deu tão certo que a emissora resolveu rebatizar e manter anualmente em sua programação - lembra Renato. Uma iniciativa da Rede Globo e da Unesco que arrecada fundos para projetos voltados para crianças carentes, o evento será transmitido ao vivo, do Citibank Hall, no Rio.- E, ao contrário das edições anteriores, a apresentação terá um caráter mais televisivo e menos circense - avisa Gleiser. Desta vez, a festa será comandada por caras novas, além, é claro, de Renato: a jornalista Patrícia Poeta, a apresentadora Fernanda Lima e o ator Lázaro Ramos.

Lázaro Ramos, que passava uma temporada de estudos em Nova York, adiantou a data do retorno só para participar do evento.- Vai ser minha estreia no ‘ao vivo’. Estou nervoso, mas vou me divertir e estar lá de coração aberto, porque os textos que eu vou dizer no palco falam de temas que eu reconheço muito, como emoção, carinho, cuidado, de ser solidário. Outro grupo de peso da emissora ficará responsável pelo “Mesão da esperança”, quadro que entrará a cada 30 minutos na programação. Alex Escobar, Ana Furtado, André Marques, Glenda Koslowski, Glória Maria, Sandra Annenberg, Tadeu Schmidt , Tiago Leifert e Zeca Camargo ficarão à frente dos cerca de 200 artistas convocados para atender às ligações dos espectadores e estimular as doações. Muitos deles eram crianças quando a campanha foi lançada e já estiveram do “lado de lá” do telefone. - Na minha casa, eu e minha irmã disputávamos para ver

quem ligava primeiro para ouvir a voz do Renato Aragão agradecendo. Às vezes, eu ligava até escondido do meu pai, porque achava que não tinha doado o suficiente - lembra Leifert. Já Patrícia conta que também participava como telespectadora e, agora, se diverte vendo o filho, Felipe, de 10 anos, pedindo para doar. A prole de Schmidt é mais incisiva: Minhas filhas (Valentina, de 10 anos, e Laura, de 8) não me pedem, comunicam que doaram. Existe até uma competição de quem doa mais, é sempre um prejuízo - brinca o apresentador do “Fantástico”: - É muito bom ver a solidariedade delas. Para Glenda, contribuir com o “Criança esperança” é o mínimo que se pode fazer pelo próximo. - Quem vê o brilho no olhar de uma criança que foi ajudada pelo projeto vai para casa pensando em como ajudar um desconhecido. Você vê que o simples gesto de fazer uma ligação pode mudar o destino de muita gente. Segundo Gleiser, desde a sua criação, o “Criança esperança” já beneficiou cerca de 5 mil projetos e mais de 4 milhões de crianças em todo país. Glória Maria, que vem participando de todas as edições da campanha, diz que é testemunha do crescimento do projeto. As doações poderão ser feitas por telefone até 8 de setembro, ou pela internet, através do site globo.com/criança esperança.

Encontro com Fátima Bernardes Renato Aragão e Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, estarão no estúdio. O público conhecerá o Instituto Cultural Flauta Mágica, de Cuiabá, e a associação Luta pela Paz, que ensina artes marciais a jovens do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. TV Xuxa A atração mostra ao público o Instituto Ilhas do Brasil, de Florianópolis, que beneficia as comunidades costeiras locais. Estrelas Angélica vai a Niterói para apresentar ao público o Instituto Rumo Náutico, uma iniciativa dos velejadores campeões olímpicos Marcelo Ferreira, Lars e Torben Grael de promoção da inclusão social de jovens por meio do esporte. Caldeirão do Huck Luciano Huck conta a história do Instituto Rogério Steinberg, uma ONG que atende crianças e adolescentes superdotados. Altas Horas O programa visita a Associação Experimental de Mídias Comunitárias, em Niterói, voltada para a formação de jovens nas áreas audiovisuais. Atrações do show A festa, exibida após “Amor à vida”, será comandada por Fernanda Lima, Lázaro Ramos e Patrícia Poeta e terá a participação de artistas como Xuxa, cantando com o Padre Fábio de Melo, e Erasmo Carlos, fazendo par com Maria Rita. Ivete Sangalo se apresentará com o grupo Roupa Nova; e Paula Fernandes, com a dupla Zezé di Camargo e Luciano. Ellen Oléria cantará ao lado de Naldo e os meninos da Batalha do Passinho. Também participam Luan Santana, Thiaguinho, Péricles, Tulipa Ruiz, Gaby Amarantos, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Jorge & Mateus, Martinho da Vila, Martn’ália entre outros.


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«MALHAÇÃO» Globo 17:30

«FLOR DO CARIBE» «SANGUE BOM» Globo 18:00

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

« NOVELAS »

Globo 19:00

«AMOR À VIDA» Globo 21:00

«CHIQUITITAS»

«DONA XEPA»

RECORD 20:30

RECORD 22:10

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«SARAMANDAIA» GLOBO 23:00

SEGUNGA-FEIRA Anita sai do despenhadeiro com a ajuda de Ben, e rola um clima. O cantor Thiaguinho chega para a festa de Dino, e acaba batendo à porta do casarão. Sofia promete se vingar de Ben por tê-la deixado com Sidney para procurar Anita.

A emissora não divulgou os capítulos

Não há exibição.

Bárbara diz a Natan que Érico está morando com Verônica. Bento considera reatar com Amora. Plínio não consegue convencer Irene a desistir de Fabinho. Bento se preocupa com o que Fabinho pode fazer para se vingar de Malu.

Alejandra, Paulinha e Ninho conseguem embarcar para o Peru sem problemas. Paulinha tenta fugir, mas Ninho consegue resgatá-la. Ninho exige que Paloma o encontre no Peru. Paloma e Bruno chegam ao Peru separados.

Junior e Valentina levam Gabi para o hospital. O rapaz tenta avisar Carol que não poderá ir ao encontro dos dois, mas não consegue. Mili diz que não quer comemorar o aniversário porque é a mais velha do orfanato e nunca será adotada.

Rosália e Benito gostam do visual de Xepa. Graxinha diz a Dafne que pode ser o pai de Gisele. Júlio César diz para Vitor Hugo assumir o filho de Rosália. Xepa mistura bebida a remédio e diz a Vitor Hugo que Benito é noivo de Rosália.

Bento tenta impedir Fabinho de atear fogo na Toca do Saci, mas bate a cabeça e desmaia. Érico expulsa Natan da casa de Verônica. Amora decide incendiar a Toca do Saci para incriminar Fabinho. Tito pensa em interditar Damáris.

Jonathan convence César a continuar pagando o salário de Félix. Márcia confirma a gravidez de Valdirene. Félix tenta seduzir Eron para que ele o ajude na auditoria. Jacques conta para Félix que Aline tem um caso com César.

As meninas decidem ir ao quarto para ver se Mili está melhor. Carol e Chico preparam uma festa surpresa para a menina. Ernestina abre o portão do orfanato, e Mosca, Rafa e Binho saem sem pedir para procurar um presente para Mili.

Inocência e Dafne trocam tapas. Meg e Xepa jogam angu uma na outra. Lis conta a Édison que Rosália está grávida. Bandidos fazem Rosália e Esmeraldino reféns. Vitor Hugo diz a Lis que talvez Rosália mereça uma chance.

Vitória fica tensa com a presença de Zico, e Pedro é solidário ao sofrimento da mãe. Marcina demonstra sua mágoa com Gibão. Tibério e Candinha relembram o passado. Risoleta conta a Pupu e Belisário que tem uma filha.

Maurício critica Malu por acusar Amora. Bento repreende Irene por não acreditar que Fabinho tentou matá-lo. Wilson pede Charlene em casamento. Tina vê Lucindo beijando Isaura. Amora instala uma escuta no quarto de Malu.

Ninho insiste para que Paloma vá embora com ele e Paulinha. Márcia não deixa Atílio voltar para casa. Bruno perde Paloma de vista. Ninho avisa Paloma que ele e Alejandra vão embora do Peru levando Paulinha.

Ernestina leva os garotos para a sala de Sofia e conta que eles queriam fugir do orfanato. A diretora resolve deixar os meninos irem comprar o presente de Mili na rua. Na festa, Bia joga uma bexiga com suco de uva no vestido novo da menina.

Meg fica furiosa ao saber que Vitor Hugo traiu Isabela. Dorivaldo aconselha Esmeraldino a sair da vila. Édison mostra o exame de gravidez de Rosália para Benito e Xepa. Benito diz a Rosália que a perdoa.

Gibão tenta fazer um acordo com Zico e o avisa para tomar cuidado com as formigas. Encolheu diz que Zico impugnou o plebiscito. Marcina tenta provocar ciúmes em Gibão. Alguns meses se passam.

Nélson não se conforma que Rosemere queira morar na casa de Perácio. Amora ouve Malu dizer que devolverá o celular de Bento. Fabinho foge de Giane ao vê-la na rua. Amora exige que Malu prove as acusações contra ela na frente de Bento.

Bruno descobre para onde Ninho levou Paloma e Paulinha. Alejandra amarra Paloma em uma árvore e vai embora com Ninho e Paulinha, que deixa uma pista para ser encontrada. Niko desconfia de Amarilys e Eron.

A diretora diz para Mili que ela não pode deixar isso estragar o seu dia. Mosca dá um livro de presente para a menina, e ela fica feliz. Cris conta a Mili que está apaixonada por Mosca, e ela fica sem saber o que falar.

Xepa desabafa com Meg sobre Rosália. Xepa descobre que Rosália pesquisou sobre ervas abortivas quando Isabela engravidou. Esmeraldino e Rosália vão à mansão dos Pantaleão. Meg se assusta ao ver Esmeraldino.

Gibão sente falta de Marcina. Zico conta para Candinha que Zélia é sua filha. Gibão decide mostrar suas asas para Marcina. Aristóbulo se transforma em lobisomem na frente de Risoleta, e os dois se encaram.

Amora convence Bento de que Malu está mentindo. Filipinho conversa com Rosemere, e Brenda filma a cena. Tábata se desespera ao ver o vídeo de Filipinho na internet. Amora descobre que Bento foi à Toca do Saci.

Bruno e Ninho brigam, e Paloma tenta intervir. Alejandra ameaça jogar Paulinha de um precipício. Márcia decide continuar com o processo contra Atílio. Bruno e Paloma resgatam Paulinha. Bruno pede Paloma em casamento.

Maria Cecília espera Tobias para um encontro, quando Junior e Carol chegam à casa da ajudante. Ao se despedir da amada, Junior tenta beijá-la, mas Tobias atrapalha. Maria Cecília conta à mãe que ela e Junior terminaram, e Eduarda se irrita.

Bandidos ameaçam Édison. Esmeraldino diz a Meg que contará sobre o passado dela caso não aceite Rosália. Miro fala com Feliciano sobre as desapropriações na vila. Vitor Hugo diz a Meg que não morará na mesma casa que Rosália.

Risoleta ajuda Aristóbulo a controlar o lobisomem. Gibão e Marcina têm sua primeira noite de amor. Encolheu e Dona Redonda preparam a festa para as suas bodas. Gibão voa feliz e tem uma visão assustadora com a sua morte.

Giane pede para ser amiga de Malu. Bento diz que vai se casar com Amora, e Irene reage contrariada. Tina jura vingança contra Bárbara e Lucindo. Charlene consegue a guarda de Pedrinho. Madá descobre a farsa de Amora.

Paloma aceita se casar com Bruno. Alejandra discute com Ninho e afirma que se vingará de Paloma. Leila manda Lídia descartar todos os pertences de Nicole. Alejandra coloca um pacote na bolsa de Paloma e avisa à Polícia Federal.

TERÇA-FEIRA Flaviana e Lia decidem bolar plano para se vingar de Martin. Giovana tem ideia para participar do festival de música da escola. Ben conversa com Sofia e questiona o seu comportamento. Micaela é humilhada pelos meninos do colégio. QUARTA-FEIRA Flaviana questiona Sofia sobre os sentimentos por Ben. Serguei descobre que Luciana não fez curso de manicure. Micaela tenta se libertar da armadilha em que os alunos a deixaram, mas uma vela cai e ela fica cercada por fogo. QUINTA-FEIRA Zelândia e Junior percebem o incêndio no prédio em que Micaela está. Flaviana divulga segredos de Martin na internet. Ben salva Micaela do incêndio e a família de Vera e Ronaldo a acolhe. Anita diz a Sofia que Ben pode voltar aos EUA. SEXTA-FEIRA Todos veem o vídeo com a agressão a Micaela na internet, e Sofia tenta disfarçar sua culpa. Anita se preocupa com o desânimo de Ben. Abelardo escreve para Bernardete. Flaviana e Bruna põe Antônia contra Martin e filmam sua vingança. SÁBADO Não há exibição.

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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

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Todopoderoso Antônio Fagundes conta que vai até as últimas consequências em cena, defende a dualidade de César em ‘Amor à vida’ e diz ter pena de jovens atores que não se arriscam no teatro TATIANA CONTREIRAS tatiana.contreirasl@oglobo.com.br

A

ntônio Fagundes não tem computador, nem celular com mil e uma funções. Em 2013, no auge da popularidade de tablets e smartphones, ainda prefere se comunicar por fax - mas não vive sem seu videogame, um Playstation 3. Depois de acumular inúmeros galãs e homens poderosos em meio a dramas na TV, ele sonha com o exato oposto: fazer mais comédias e encarnar tipos mais carregados no humor. As dualidades do ator, no entanto, são bem diferente das de César Khoury, seu personagem em “Amor à vida”. Na trama das 21h, assinada por Walcyr Carrasco, o médico tenta manter as aparências em família: posa como um homem justo para o restante do mundo, mas reprime a homossexualidade do filho, tem uma amante e esconde segredos do passado, como um filho com a própria nora, Edith (Bárbara Paz). Para Fagundes, ir “até as últimas consequências” foi necessário para imprimir veracidade nos momentos mais fortes da novela - principalmente nas cenas com Ma-

teus Solano, nas quais César ordenava que Félix, que se assumia gay, voltasse para o armário. - Foram cenas impactantes, né? Tenho a impressão de que a gente não viu muito isso na televisão, uma coisa tão descaradamente exposta, a transparência da homofobia de um pai. Ouvimos falar disso, de pessoas que agridem homossexuais nas ruas. Mas Walcyr mostrou uma violência pior, que acontece dentro de casa, da família, e não envolve o físico. É uma coisa psicológica, uma postura horrível de um pai com um filho - explica o ator, que diz também ter se assustado com a cena. - Pensei “a gente vai ter que ir até as últimas consequências, senão não vai ficar bom”. Ficou muito forte, e o Mateus também foi muito bem. A cena foi bonita. A conturbada relação de César com o filho, além de tantos outros conflitos que o personagem carrega, tirou por um instante dos ombros de Félix a condição de vilão - em parte transferida para seu pai nos capítulos mais recentes da trama. No entanto, Fagundes acredita que o médico continua, sim, sendo um homem justo. Mais uma vez, a dualidade do personagem se apresenta, e é defen-

‘‘ Tenho a impressão de que a gente não viu muito isso na televisão, uma coisa tão descaradamente exposta, a transparência da homofobia de um pai”

dida pelo ator: Isso enriquece o personagem. Juvenal Antena (líder comunitário de “Duas caras”, novela de 2007, de Aguinaldo Silva) tinha muito disso. Você via que ele queria fazer o bem, mas os meios que usava eram meio duvidosos. Aqui você tem um cara íntegro, ético, que dentro do hospital é um bom empresário, preocupado com o bem-estar de seus pacientes. Mas, em casa, é uma porcaria. César continua sendo justo, mas em algumas questões. Em outras, ele perde a estribeira. Reverter a tendência maniqueísta do espectador, que elege quem é bom e quem é mau, acredita Fagundes, é um mérito da novela. -Naquela cena do pai homofóbico com o filho, o povo ficou do lado do filho: “coitadinho, ele estava sofrendo muito”. Mas esqueceram que ele jogou uma criança na caçamba? Essa dualidade é sempre muito boa e interessante - avalia. Walcyr diz que, quando escreveu as fortes cenas em que César explanava seu lado homofóbico, pensou na dimensão que elas teriam com o ator: Só ele poderia dar a profundidade, a força do personagem, o sentido mais profundo das palavras. Todos nós temos dualidades, Jung (psiquiatra e psicanalista suíço) já dizia que todos nós temos que lidar com a nossa sombra. Fagundes tem uma grandeza rara como ator, porque é capaz de mostrar as várias facetas de um personagem sem cair em estereótipos. Se na trama os tais estereótipos são evitados, na carreira de Fagundes um sempre o perseguiu: o de galã. Este passado vem sendo revisitado na TV, em reprises no canal Viva, que exibe tramas como “Rainha da sucata” e “Renascer”. Algumas cenas, ele admite, sequer lembra de ter gravado. Outras o fazem pensar que, na tela, quem surge é outra pessoa, e não o próprio ator. - Era tão moço, tão magrinho, cheio de cabelo... Mas a base não mudou nada. Sempre brinquei que estava em pro-


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sso enriquece Juvenal Antetário de “Duas de 2007, de ) tinha muito que ele queria s os meios que o duvidosos. m cara íntegro, o do hospital é sário, preocu-estar de seus m casa, é uma continua senem algumas tras, ele perde ndência manitador, que elequem é mau, es, é um mérina do pai hofilho, o povo ilho: “coitadiofrendo muiram que ele jona caçamba? é sempre muiante - avalia. ue, quando escenas em que a seu lado hoou na dimenm com o ator: ar a profundipersonagem, profundo das s nós temos g (psiquiatra e o) já dizia que que lidar com Fagundes tem ara como ator, de mostrar as um personaestereótipos. s tais estereóos, na carreira sempre o perã. Este passavisitado na TV, anal Viva, que mo “Rainha da cer”. Algumas e, sequer lemo. Outras o fana tela, quem essoa, e não o ço, tão magriabelo... Mas a nada. Sempre tava em pro-

Segredos. Com a mulher, Pilar, o médico tem um casamento tenso e cheio de mentiras e mistérios

gresso, caminhando para alguma coisa, e que isso só vai terminar com a minha morte. Não tenho nenhum tédio, não digo “já fiz tudo”. Não existe isso. Essa profissão tem uma vantagem: permite trabalhar até os 90 anos. Sempre tem uns velhinhos bruxos para fazer - opina o ator, de 64 anos. O rótulo de homem poderoso, que sempre lhe recai na televisão, ele credita, em parte, à “preguiça” dos autores de o escalarem em outros papéis. - Gosto de fazer comédia e fiz muita comédia, acho até que sou bom nisso no teatro. Mas na TV cismaram com essa coisa de galã, e não me dão comédia para fazer. O cara pode ser poderoso e ser engraçado! Quem sabe você pondo aí (na reportagem) algum autor se entusiasme. Talvez tenha uma certa preguiça, eu acho: “Ele fez bem isso, então não vamos arriscar e dar outra coisa para ele fazer”. É uma pena, tem atores com potencial muito mais elevado do que eles (os autores) estão usando. Às vezes precisam de alguém com determinado perfil e dão chance para quem está começando, quando deveria ser o contrário acredita. Nada contra quem está começando. Fagundes conta que chega a aconselhar os colegas de cena mais jovens a fazer teatro. Mas também sente “um pouco de pena” de quem não se arrisca “na pátria do ator”: Eles não fazem nem teatro e TV juntos, porque “ah, cansa...”.

Traição. Aline é a secretária e amante de César: mulheres repudiam atitude do personagem na trama

Dizem “nossa, não sei como você consegue”. Eles não querem. A minha geração foi calcada no trabalho árduo: você estreava uma peça e dava graças a Deus se ela fosse bem, porque ficaria 2 ou 3 anos em cartaz. Mas normalmente não era assim e, em dois meses, você já ensaiava outra. Dava trabalho para conseguir pagar seu aluguel, seu condomínio. Hoje em dia, ele acredita, a TV oferece uma certa tranquilidade, “mesmo àqueles que tenham contrato por obra”. - E isso dá uma certa preguiça nas pessoas, uma acomodação. Já temos atores que nasceram, cresceram e vão se formar e morrer só na TV. Tenho um pouco de pena. Eles estão perdendo justamente o que é o maior barato da profissão: poder aprofundar um personagem - explica. Prestes a estrear mais uma peça - “Tribos”, da inglesa Nina Raine -, ao lado do filho,

Bruno, ele não se arrepende dos mais de 10 anos sem folga em função dos trabalhos nos palcos e nas telas: Sempre gostei assim, mas cansa muito. Não é à toa que Moisés dizia que Deus mandava matar quem trabalhasse no domingo - brinca o ator. - Passei uns 10 anos da minha vida, nas décadas de 80 e 90, sem um dia de folga. Foi bom, porque só nesses 10 anos deixei o que seria o currículo de uma vida para muita gente. Produzi muito, mas fiquei sem fim de semana, nunca almocei no domingo com a minha família, no Dia dos Pais meus filhos tinham que ir ao teatro e nunca saí pra viajar no fim de semana. Aquelas coisas que as pessoas fazem normalmente, eu nunca fiz. Nas ruas, as mulheres, que sempre tiveram Fagundes como galã desde o começo de sua carreira na TV - seu primeiro papel na Globo foi em “Saramandaia” (1976) -, parecem meio arredias. “Estão com raiva do cara ter uma amante”, acredita o ator. Homens, no entanto, pedem para tirar fotos. - Eles estão mesmo é com inveja de mim - brinca Fagundes, lembrando suas cenas com Vanessa Giácomo, que vive Aline, secretária e amante de César na trama: - As mulheres estão fugindo um pouquinho. Se bem que outro dia uma passou e me disse “Ó, tenho secretariado no meu currículo!”. Sempre brinquei que não sou meu tipo de homem, então só tenho a agradecer. Estou com 64 anos, ainda acham alguma

Conflito. Com Félix (Mateus Solano), o lado moralista de César surge: ele quer que o filho não assuma que é gay

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coisa de mim? Na sinopse da trama, César teria vida curta e morreria por volta do capítulo 80. Amanhã, vai ao ar o de número 85. E o médico parece estar longe de sair de cena. - Essa história do personagem morrer estava na sinopse inicial, mas acabou no momento em que Fagundes aceitou fazer o papel. Eu jamais poderia matar um ator com esse carisma e essa qualidade de interpretação, que se tornou um dos pontos-chave da novela - explica o autor de “Amor à vida”, Walcyr Carrasco. - Inclusive outro dia ele me perguntou “mas eu não vou morrer?”, e eu disse: “Agora, neste momento, não!”. Como nunca sei sei exatamente o que vou escrever, não posso garantir o futuro.

Facilidade com textos Com a prisão de Paloma (Paolla Oliveira) por tráfico de drogas - uma armadilha de Alejandra (Maria Maya) -, Walcyr diz que a médica descobrirá outra faceta do pai, “que a ama, mas é um homem rígido”. Para Fagundes, ainda existem muitas possibilidades para o doutor. - A trama que Walcyr tinha preparado era a desse cara poderoso e que, quando morresse, começaria a disputa pelo seu império. Tenho a impressão de que a família começou a funcionar, então ele foi adiando. É uma maravilha o personagem não morrer como está, forte, com conflitos e um monte de coisa para resolver. Jonathan (Thalles Cabral) é seu filho, ele tem uma amante, Paloma está presa e o outro filho está roubando o hospital - diz Fagundes, que preferia que as novelas tivessem 120 capítulos, em vez dos atuais 200, em média. - É inumano para o autor, que tem que escrever 40 páginas por dia. Em 200 capítulos, são 8 mil páginas, que dão seis Bíblias. É muita coisa. Por mais interessante que seja, a história tem uma barriga, claro. Até “Avenida Brasil”, que foi uma novela excepcional, teve uma barriga. Era tão excepcional que ninguém a abandonava, mas teve.

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Fã da série “Game of thrones”, Fagundes será visto em dois filmes este ano: o thriller “Quando eu era vivo”, de Marco Dutra, e “Alemão”, de José Eduardo Belmonte. Diz que se diverte na TV, onde não precisa “levar dever de casa” - sua facilidade para decorar os textos pouco antes das cenas é conhecida e invejada nos bastidores e, para ele, “quem faz laboratório é químico”. Neste ano, o ator também esteve no ar na nova versão de “Gabriela”, outra obra de Walcyr Carrasco. Além de encenar “Tribos”, pensa em fazer uma temporada popular de “Vermelho”, peça na qual encarnou o pintor Mark Rothko, e critica o que chama de “surdez do mundo”: “Tribos” fala sobre isso, sobre como as pessoas não se ouvem mais. Tenho uma amiga que me manda torpedo; ligo de volta e ela não atende. Mandei um recado: “Não me mande mais torpedos, não vou mais responder e não vamos mais nos falar se você não me ligar”. E ela não me ligou, e não nos falamos. É uma decisão, uma atitude. Ela prefere o torpedo a minha amizade? Não é uma coisa absurda? Para ele, as pessoas estão “perdendo a capacidade de falar”: Olhar no olho, nem tem mais. Você vê as pessoas de cabeça baixa, com aquele aparelhinho na mão: isso é uma espécie de surdez. Quando você vê alguém como o César, homofóbico, é outra espécie de surdez. Ele não está ouvindo o mundo, que está evoluindo ao lado dele.

Fora da internet O ator, que se define como um “analfabyte”, não é do tipo que posta nas redes sociais. Nos bastidores, lê, e muito: um livro por semana enquanto espera suas cenas. O da vez é “Thérèse Raquin”, do francês Émile Zola. - Tenho uma enorme coleção de DVDs em casa e não consigo entender como alguém pode passar três horas por dia limpando e-mails. Limpando, não é nem respondendo! Sem contar outras três horas respondendo. Nessas seis horas dá pra ler uns 4 livros por semana. Eu prefiro - diz.


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1. Glória Menezes. Com Tarcísio Meira em cena de “2-5499 ocupado”, primeira telenovela diária 2. Ana Rosa. A atriz dividiu a cena com Carlos Alberto Riccelli em “Riacho doce” 3. Regina Duarte. A namoradinha do Brasil era a protagonista de “Selva de pedra”, ao lado de Francisco Cuoco 4. Fernanda Montenegro. Foi a hilária Charlô na primeira versão de “Guerra dos sexos”, ao lado de Marilu Bueno e Suely Franco 5 .Marília Pera. Atuou ao lado de Paulo Gracindo em “Bandeira 2”

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6. Nathalia Timberg. Ela esteve no elenco de “O dono do mundo”, de Gilberto Braga 7. Ruth de Souza. Em cena com Jorge Coutinho em “Passo dos ventos”

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8. Marieta Severo. Ela fez poucas novelas, mas entre elas está “Pátria minha” 9. Joana Fomm. A atriz eternizou o papel da invejosa Perpétua em “Tieta”

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« MEMÓRIA »

Eternas estrelas Canal Viva estreia série de entrevistas com as maiores atrizes da história da TV brasileira THAÍS BRITTO thais.britto@oglobo.com.br

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lória Menezes fica emocionada ao dizer que, até hoje, se espanta com o efeito que tem sobre os fãs - uma menina chegou a desmaiar ao pedir um autógrafo para ela recentemente. Já Regina Duarte admite que cada vez menos se sente a “namoradinha do Brasil”, do alto de seus 66 anos e com três netos. As duas estão entre as 23 mulheres que se abriram e revelaram detalhes curiosos e importantes de suas carreiras na série “Damas da TV”, estreia do canal Viva nesta quarta-feira, às 21h. Idealizada pelo produtor cultural e diretor da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) Hermes Frederico, a produção celebra os 50 anos da telenovela brasileira resgatando as histórias das mulheres que foram as grandes responsáveis por estabelecer o gênero como o favorito dos telespectadores do país. Hermes conta que usou apenas dois critérios para eleger as entrevistadas: que tivessem mais de 40 anos de novelas e fossem atuantes até hoje. - Quando eu era criança, não gostava de desenho animado. Aos 5 anos assisti à primeira novela diária, “2-5499 ocupado” (1963), e aquilo chamou minha atenção. Foi emocionante ver todas essas mulheres reunidas para o projeto. Quis documentar a experiência desta que é a primeira geração de atrizes das telenovelas - conta ele. Quemabreociclodeentrevistasé,apropriadamente, a protagonista da primeira

novela da história. Glória Menezes relembrasuatrajetóriadesde“2-5499ocupado”, falando,ainda,darelaçãocomTarcísioMeira e dos autores e diretores que foram importantesemsuavidaecarreira.Aatrizlembra de ter percebido o quanto a telenovela seria importante para o Brasil já em 1963. “A novela estava no ar, e eu e Tarcísio fomos para Recife gravar um programa com a Lolita Rodrigues. Quando chegamos no aeroporto, invadiram o campo e quebraram a escadinha do avião. As pessoas puxavam meu cabelo, tiravam os botões da minha roupa, queriam guardar qualquer coisa, uma recordação daquele momento. No ar como a Bernarda de “Amor à vida”, Nathalia Timberg também lembra, em sua entrevista, de um episódio que ilustrava a dimensão que o gênero estava ganhando. Era a festa de encerramento da novela “Direito de nascer” (1964), no Maracanãzinho, e o público ocupava as arquibancadas. Nathalia teve que passar por ali para ajudar uma colega que havia passado mal. “O guarda não queria que eu passasse. No que eu vou andando por trás, o pessoal todo da arquibancada me viu e virou. Eu fiz assim com a mão, e eles pararam. Posso dizer que tive a honra de parar uma multidão com a mão”, brinca a atriz. Hermes conta que ficou cerca de 1h30m com cada uma das atrizes, que aparecem na série em episódios de 25 minutos. O idealizador da atração faz questão de dizer que “jamais quis um tom sensacionalista para o programa”, mas é claro que a vida pessoal acabou entrando em questão. Renata Sorrah observa, in-

clusive, que em alguns momentos é difícil dissociar suas trajetórias na vida e na TV: “Toda a história da minha vida, que eu me lembre, a televisão acompanhou. A TV me acompanhou amadurecendo, entendendo mais a vida, tendo uma filha, os amores que eu tive, as separações, as alegrias, as tristezas. Sempre estava junto, fazendo alguma novela”. A experiência de mais de 40 anos trouxe também, é claro, a visão crítica. Yoná Magalhães, que vive a Glória de “Sangue bom”, sente falta do clima mais aconchegante dos bastidores de antigamente. “Havia essa coisa muito gostosa que era o contato ou uma certa intimidade. Hoje, por conta desse estouro que é, perdeu-se. Até os próprios colegas. Você faz uma novela e está junto. Depois não se vê mais. Ninguém encontra com ninguém. Tudo que cresce demais perde aquela coisa intimista, que eu sinto muita falta na TV Globo.” Já Fernanda Montenegro ressalta a dificuldade de manter o padrão de qualidade de novelas tão longas como as contemporâneas: “A telenovela tinha que ser mais curta.”. O grupo se completa com Ana Rosa, Aracy Balabanian, Arlete Salles, Betty Faria, Débora Duarte, Eva Wilma, Glória Pires, Irene Ravache, Joana Fomm, Laura Cardoso, Marieta Severo, Marília Pera, Nicette Bruno, Nívea Maria, Rosamaria Murtinho, Ruth de Souza e Susana Vieira. As atrizes recordam ainda o contexto social das novelas em que atuaram, os desafios impostos pelo momento político do Brasil durante a ditadura e a quebra de paradigmas que o gênero foi listando ao longo dos anos. Mas Ruth de Souza, única negra entre atrizes entrevistadas, lembra que ainda há muita estrada para percorrer: “Fiz muitas escravas, mas a maioria dos papéis era sempre de empregada doméstica, aquela coisa... É só figuração ou enfeitar cenário, não tinha oportunidade de mostrar trabalho. Mas está melhorando. Janete Clair e Dias Gomes ajudaram muito, sempre deram oportunidade para os negros”.


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« NOVELA »

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013 TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR

É complicado

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O relação um tanto quanto fogosa de Patrícia (Maria Casadevall) e Michel (Caio Castro) terá mais um desdobramento complicado para o casal. Em cenas que vão ao ar na quinta-feira, em “Amor à vida”, a moça vai passar um aperto ao chegar no trabalho: ela terá de encarar os colegas depois que um vídeo íntimo com o médico for divulgado para todo mundo. Patrícia vai tentar ser discreta e correr pra sua sala, mas não conseguirá escapar dos chefes.

Sem sair do ar Depois de emendar ‘Salve Jorge’ com ‘Saramandaia’, Ana Beatriz Nogueira já está escalada para a próxima novela das 21h NATÁLIA BOERE natalia.boere@oglobo.com.br

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ara viver a parteira Maria Aparadeira em “Saramandaia”, Ana Beatriz Nogueira saiu de cena mais cedo em “Salve Jorge”. Dessa vez, a atriz permanece até o final da trama das 23h, assinada por Ricardo Linhares. Mas, novamente, emendará um trabalho no outro: vai trocar os ares de Bole-Bole pelo Leblon de Manoel Carlos, autor da próxima novela das 21h, “Em família”, com estreia prevista para janeiro. E pensar que, quando criança, a atriz tinha outras ideias acerca de seu futuro profissional. - Quando era pequenininha, queria ser química de produtos de beleza. Acho que era porque meu avô era químico, e eu adorava ver tubos de ensaio coloridos. Queria usar aquilo nas minhas bonecas. E, no final das contas, o que nós atores fazemos é uma química de produtos de beleza, né? Não deixa de ser - reflete. Em 1976, quando a versão original de “Saramandaia” foi ao ar, escrita por Dias Gomes, Ana Beatriz tinha 9 anos e não acompanhou a trama. - Passava tarde, às 22h, e eu tinha que dormir cedo para ir à escola no dia seguinte. Mas tinha lembranças do Ary Fontoura que, de professor Aristóbulo, se transformava em lobisomem, e das formigas saindo do nariz do Zico, interpretado pelo Castro Gonzaga (falecido em 2007). Coisas de criança - relembra Ana Beatriz. Numa novela transposta para os dias atuais, a função de parteira até poderia soar datada.

Mas Ricardo Linhares tratou de dar à Maria Aparadeira do século XXI novas ocupações e um perfil mais moderno, explica a atriz. - Ela trabalha na farmácia, é uma aparadeira dos dias de hoje, que tem celular. E a sua religiosidade também não é uma coisa beata o tempo todo - diz a atriz sobre a personagem, que foi vivida por Eloísa Mafalda na versão original. - Pedi muita licença a ela para fazer a Aparadeira, porque a considero uma grande atriz. Na trama, a parteira tenta tirar a filha Marcina (Chandelly Braz) das asas de João Gibão (Sergio Guizé) a qualquer custo. Após uma passagem de tempo, prevista para os capítulos desta semana, ela ainda tentará empurrar a moça para os braços do delegado Petronílio (Teodoro Cochrane). Em vão: Gibão e Marcina terão sua primeira noite juntos, e o rapaz pedirá a namorada em casamento. - João Gibão representa uma ameaça, o fim de um mundo que é seguro para Maria Aparadeira, pelas visões que ele tem e por ser diferente. Ela não aguenta o diferente - analisa Ana Beatriz. Ao contrário da personagem, a atriz não tem filhos - só cães. Mas diz que, se os tivesse, eles não seriam tão superprotegidos quanto Marcina é na trama das 23h. - Eles só seriam obesos, porque meus cachorros estão sempre acima do peso e eu tenho mania de oferecer comida a quem vai à minha casa - brinca a atriz, que também fez carreira no cinema, em filmes como “Copacabana” e “Matou a família e foi ao cinema”. Gravando de três a quatro vezes por semana na pele de Maria

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“Malhação”

TV GLOBO/RAPHAEL DIAS

Aparadeira, Ana Beatriz aproveita o tempo livre para se dedicar a sua veia de produtora de teatro. No segundo semestre de 2014, pretende estrear a peça “Um pai quebra-cabeça”. - Levei três anos negociando os direitos do livro homônimo de Sibylle Lacan, sobre a sua relação com seu pai, o psicanalista francês Jacques Lacan - comemora. Antes disso, no entanto, ela surgirá em cena na TV novamente em “Em família”. O autor Manoel Carlos dá mais detalhes: Já escrevi para Ana Beatriz em 1991, em “Felicidade”, e sempre tive muita vontade de reencontrá-la. Chegou a hora - conta Maneco. Selma é um dos melhores papéis da novela. Uma mulher bem resolvida, que comanda a família com energia e liderança. Ela é casada com Itamar (Nelson Bakersville) e é mãe de Laerte (Gabriel Braga Nunes), a quem defende com unhas e dentes, como uma leoa.

Em cenas previstas para irem ao ar na sexta-feira, em “Malhação”, Luciana (Luisa Micheletti) flagra Giovana (Bruna Griphao) experimentando seus acessórios. A jovem e rebelde aspirante a estrela do rock quer parecer mais velha - e nada melhor que fuçar as coisas da tia para isso. Luciana acaba, então ajudando a sobrinha a alcançar seu objetivo. A manobra tem um motivo: Giovana faz isso para participar do festival de música da escola.

Crise de ciúme

2 1. Sequência. Ana Beatriz viverá uma mulher que comanda a família com energia na nova trama de Manoel Carlos 2. Moderna. A Maria Aparadeira da nova versão de “Saramandaia” é beata, mas nem tanto

A ciumenta Aparadeira (Ana Beatriz Nogueira) vai sofrer nesta quarta-feira em “Saramandaia”. Batendo um papo com Redonda (Vera Holtz) na casa da gordinha, ela é avisada por Fifi (Georgeana Góes) que Cazuza (Marcos Palmeira) comprou bombons e flores e entrou na pensão de Risoleta (Debora Bloch). O farmacêutico teria ido visitá-la para saber como anda o machucado no pé, esmagado por uma pisada de Redonda. Morta de raiva, Aparadeira decide agir e corre para a pensão a fim de flagrar o marido. Ao chegar, se esconde perto da entrada principal e dá um salto quando vê Cazuza, todo feliz, saindo da pensão: “Muito bonito, hein? Seu


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NATÁLIA BOERE natalia.boere@oglobo.com.br

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epois do sucesso como a pequena Rita na primeira fase de “Avenida Brasil”, Mel Maia será a reencarnação de um líder espiritual tibetano em “Joia rara”, nova novela das 18h, que estreia em 16 de setembro. Cheia de desenvoltura, aos 9 anos, ela descreve a personagem: - Pérola é uma menina iluminada, que veio ao mundo para unir as pessoas. Ela gosta de jogar futebol, é muito sapeca e vai ficar

doente, mas mais do que isso eu não posso falar - já pondera Mel. Na trama, que se passa entre os anos 1930 e 1940, ela será filha de Franz (Bruno Gagliasso), um jovem de família abastada, e de Amélia (Bianca Bin), uma pobre operária que será presa injustamente, o que a obrigará a viver dez anos longe da menina. Mel viajou com parte da equipe da novela para o Nepal, onde algumas cenas importante da trama foram gravadas. - Tinha que chorar em alguns momentos e, quando não con-

seguia, o Bruno botava tristeza na minha cabeça, falava que Pérola estava doente, e eu chorava na hora - conta ela, já decidida: Quero ser atriz até ficar velhinha, porque eu amo essa profissão. Fico muito cansada por ter que gravar e estudar, mas eu gosto. Por falar em escola, Mel diz que já faz sucesso entre os coleguinhas: - Todos os meninos da minha sala gostam de mim, mas minha mãe não deixa eu namorar antes dos 15 anos. Sou muito nova mesmo.


Liv Brandão e Tatiana Contreiras seriaais@oglobo.com.br

seriais

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SOBE A Warner garantiu a estreia de “Hostages”, nova série de Toni Collette. Tomara que seja logo.

DESCE O FX estreou sem qualquer alarde a última temporada de “The office” às 8h. Isso é hora?

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« AXN, 04/10, 22H »

Ricaços da TV

A reta final FOTOS DE DIVULGAÇÃO

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Quando a quinta temporada de “Breaking bad” chegar ao Brasil, às 22h do dia 4 de outubro, no AXN, a saga de Walter White vai ter terminado em seu país de origem. Nos Estados Unidos, o último episódio vai ao ar no dia 29 de setembro, botando um ponto final nas cinco temporadas criadas por Vince Gilligan, em que um professor de química fracassado (Walter, vivido por Bryan Cranston), lutando contra um câncer em fase terminal, vira um traficante internacional de drogas. Em entrevista ao “New York Times”, Anna Gunn, indicada este ano pela segunda vez ao Emmy pelo papel de Skyler White, falou sobre a série que a consagrou como a mulher que divide seu tempo entre odiar profundamente o que o marido faz e ajudá-lo a lavar a fortuna que ganhou em nome da família, como ele gosta de frisar. - Estamos recapitulando essa experiência de seis anos em nossa vida de uma ótima maneira. O cineasta Jason Reitman (de “Juno”) faz leituras de roteiro em um museu de Los Angeles, e ele leu o piloto de “Breaking bad” dia desses. Foi extraordinário ouvir as pequenas dicas que Vince deixou, coisas tão sutis na relação dos dois. Em uma cena, Skyler está lidando com a fatura do cartão de crédito e quando Walt chega em casa depois de um dia horrível, ela diz: “Walt, você usou esse cartão? Você sabe que não é para usar esse”. É uma coisinha, mas isso

estabelece o fato de que Walt é o cara que, em cada parte de sua vida, vive sendo chutado. Para a atriz, o desfecho da série só mostra que Walter White, iniciado na trama com pinta de mocinho, sempre foi um grande vilão. Segundo Anna, esse maniqueísmo presente no protagonista é o que faz a série tão viciante. - As circunstâncias apenas revelam o que ele era o tempo todo. E o mesmo acontece com Skyler, sério. Isso é o que torna a série tão interessante, em termos do que se esconde por trás da personalidade das pessoas. Isso faz com que as pessoas questionem o que elas fariam. Com um burburinho cada vez maior

nas redes sociais, uma enorme linha de produtos licenciados com os símbolos da série e os “bitch” (vaca) repetidos à exaustão por Jesse Pinkman (o fiel escudeiro de Walter, interpretado por Aaron Paul) alçados à categoria de bordão, “Breaking bad” caminha para o fim como uma das mais aclamadas séries da atualidade. A derradeira temporada (e a mais longa), exibida originalmente em duas partes de oito episódios cada, vem batendo seus próprios recordes de audiência: o episódio que marcou o retorno da série, exibido no dia 11, teve 5,9 milhões de espectadores, mais do que o dobro da média das temporadas anteriores. Resta saber se a enorme expectativa gerada será atendida.

O vampiro Eric, como veio ao mundo No último domingo, quando foi ao ar o episódio derradeiro da sexta temporada de “True blood”, os fãs da série ficaram pas-sa-dos. Não só porque o vampiro Eric Northman (interpretado pelo muso nórdico Alexander Skarsgard) teve uma cena de nu frontal, que rendeu comentários e mais comentários (e até memes) na internet. Ele também... (se você não assistiu ao episódio, não continue lendo). Bem, ele aparentemente já era. Recapitulando: Eric estava lá, amarradão, lendo um livro ao sol,

exatamente como veio ao mundo mais de mil anos atrás. Nu em pelo, em meio a geleira sueca - pelo visto vampiros, assim como as periguetes, não sentem frio. Porém, a recém-adquirida imunidade vampiresca ao astro rei parece ter perdido seu prazo de validade e... Eric começou a arder em chamas. E assim a série terminou mais um ano. Na hora, começaram a pipocar pela rede gritos de desespero (e fotos do sujeito peladão, claro). Para acalmar

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O “TV Guide” revelou a lista dos atores mais bem pagos das séries de TV americanas no último ano. No topo, Ashton Kutcher, que recebe a bagatela de US$ 750 mil por cada episódio de “Two and a half men”. Seu colega Jon Cryer aparece em segundo lugar, com US$ 650 mil por episódio. Mark Harmon, de “NCIS”, vale US$ 525 mil, e Mariska Hargitay, a estrela de “Law & order: SVU” ganha US$ 400 mil a cada semana. A lista continua com Kaley Cuoco, Jim Parsons e Johnny Kalecki, o trio queridinho de “The Big Bang Theory” - eles ganham US$ 350 mil cada. Mesmo valor pago a nomes como Simon Baker (“The mentalist”), Patrick Dempsey, Ellen Pompeo e Sandra Oh (todos de “Grey’s anatomy”).

Sob demanda Aindanãoviu“OsBórgias”?Poisasduas primeirastemporadasdasérieestreladapor JeremyIronsserãoadicionadasaocatálogo daNetflixBrasilnopróximodomingo. Enquantoisso,vocêpodeassistiraoterceiro anode“DowntonAbbey”,alémde “Broadchurch”,“Thefall”,e“Parenthood” noMuu,alémde“Theinbetweeners”, comédiaexclusivadoserviço.

Cinema na TV

os ânimos, o novo showrunner da série, Brian Buckner, confirmou a presença do ator no elenco da próxima temporada. Só não disse como. “Eu não vou tirar Alexander Skarsgard das salas de estar das pessoas”, garantiu o produtor, para alívio geral da nação.

“Rambo 1”, “Rambo 2”, “Rambo 3”, “Rambo 4”, Rambo na TV: a franquia estrelada por Sylvester Stallone nos cinemas (e que ganhou um desenho animado na década de 1980) pode ganhar a tela pequena em breve. Uma produtora canadense está tocando o projeto de transformar a trama do veterano da Guerra do Vietnã em série. Sly já foi sondado para prestar consultoria e atuar em alguns episódios.


Igor Fidalgo igor.fidalgo@oglobo.com.br

o que vem por aí

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revista da

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Era uma casa muito engraçada

CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv

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“Fantástico” (Globo, hoje, 20h45m) foi ao ar pela primeira vez em agosto de 1973. E, para comemorar os 40 anos da atração, hoje os telespectadores serão transportados à década de 1970. O apresentador Zeca Camargo convidou uma família carioca a conviver durante uma semana numa casa contendo apenas utensílios, roupas e brinquedos utilizados na época. Embarcaram nesta viagem pelo tempo o casal Fabíola e Alex, com seus três filhos: João, de 12 anos, Giovana, de 10, e Giulia, de 1. “Achei um barato. Lembrei da minha infância na década de 70”, conta Zeca. FOTOS: DIVULGAÇÃO

Túnel do tempo: Zeca Camargo com uma família na casa como as de 1973

Pre-pa-ra o climão O lado ruim da fama meteórica é ficar exposta a todo tipo de declaração, né, Anitta? Uma colega de palco revelou para o Brasil inteiro os hábitos flatulentos da poderosa.

Antes da fama

O povo da rede ficou alvoroçado depois de assistir ao vídeo de um antigo comercial de pasta de dente. Detalhe: o garotopropaganda é Bryan “Walter White” Cranston. Fofo!

Despedida

Ódio on-line

O humorístico “Vai que cola” (Multishow, segunda a sexta, às 22h30) chega à última semana recheado de participações especiais. Amanhã tem Gaby Amarantos, como ela mesma. Na terça, é a vez dos ex-BBBs Maria e Daniel. E, na quarta, Dani Suzuki (foto) dá vida a uma falsa guru, que vai despertar a espiritualidade dos moradores da pensão.

O apresentador Richard Bacon desvenda a procedência de ofensas nas redes sociais no programa “Pesadelo nas redes sociais”, que estreia hoje (Discovery Home & Health, 22h). Na atração, o britânico busca entender as motivações de quem pratica o inexplicável ódio on-line.

No mar

Tá puxado...

Quando a gente achava que Sílvio Santos já tinha atingido todos os recordes de baixo nível, ele aparece com um joguinho de “chupa e assopra” com a plateia...

Gabriel Medina, que já bateu o campeão de surfe Kelly Slater em uma bateria, ganhou uma série para chamar de sua. “Mundo Medina” mostra as aventuras e conflitos do surfista paulista em competições ao redor do planeta (OFF, sexta, às 21h30m).

Para sempre? “Tatuagens terríveis” estão por aparecer na sua tela... A série, que estreia sexta (TLC, às 22h) mostrará personagens que fizeram desenhos esquisitos pelo corpo - e se arrependeram.


NO FACEBOOK

Confira o ensaio fotográfico da coluna Glam, dirigido por George Azevedo. facebook.com/tribunarn

ASTROLOGIA

CULTURA

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Estreia hoje a coluna com as previsões astrológicas de Cláudia Hollnader.

TV paquistanesa lança série em que heroína veste burca e usa livros e canetas como arma.

TECIDOS CRUS E TONS TERROSOS SÃO OPÇÕES PARA QUEM QUER FUGIR DAS ESTAMPAS E CORES FORTES . PÁGINA 8

PAULO COELHO

Rio de Janeiro, Madrid, Nova York ou Paris. Em todas esses lugares há gente deitada no chão. PÁGINA 2

tnfamília Editor: Isaac Ribeiro [tnfamilia@tribunadonorte.com.br]

Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 25 de agosto de 2013 ALEX RÉGIS

Assistida pela Casa Durval Paiva, Laura Thallyta, 9 anos, acreditava não ser capaz de acertar as lições das aulas de desenho. Hoje, ela diz estar muito feliz por estar semanalmente entre lápis e pincéis

desenho contra o câncer infantil

Professor de desenho abre as portas de seu ateliê para ensinar a arte de desenhar a crianças assistidas pelo Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc) e Casa de Apoio Durval Paiva, ajudando-as a superar a depressão e as reações do tratamento químico, recuperando a autoestima e a confiança ISAAC RIBEIRO Repórter

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ulas de desenho podem representar uma ferramenta importante para atenuar os efeitos do tratamento contra o câncer infantil. Ao desenhar, as crianças portadoras da doença encontram uma forma para canalizar toda a energia característica dessa fase e podem

sair um pouco do mundo cinza de remédios, reações adversas, depressão e incerteza, e mergulhar no colorido de lápis e canetas, e nas aventuras dos traços e curvas. Instituições como o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc) e a Casa Durval Paiva trabalham com parceiros que viabilizam ações e atividades, externas ou nas próprias sedes, proporcionando momentos de so-

cialização e superação para os meninos e meninas atendidos. Uma dessas parcerias vem apresentando resultados positivos desde 2004. Todas as quintas-feiras, o professor de desenho Ricardo Tinoco abre as portas de seu ateliê, em Petrópolis, para crianças do Gacc e da Casa Durval Paiva, da capital e do interior. “Antigamente as crianças vinham para Natal, para o trata-

mento na casa de apoio, e ficavam sem ter o que fazer. Tem a pedagoga, que ajuda nos estudos... Mas quando eles sabem que hoje tem a escola de desenho, eles vêm e ficam desenhando. Então esse desenhar ocupa a cabeça deles, faz a concentração e eles melhoram”, comenta Ricardo Tinoco, além de ter alunos particulares no ateliê, também atende crianças carentes da ONG Al-

deias Infantis SOS Brasil. Cláudia Lima, coordenadora pegagógica do Grupo de Apoio à Criança com Câncer, enaltece a atitude de Ricardo Tinoco, ressalta a importância de sua ajuda de forma voluntária e diz perceber o quão importantes são as aulas para a auto-estima das crianças. “Eles têm muito prazer em ir para as aulas, pois têm uma integração com outras crianças de outras instituições, e isso também é muito importante para eles. Considero esse trabalho de Ricardo rico e excelente para as crianças, pois através dele nós encontramos vários artistas, talento nas artes e no desenho. Por que lá o desenho é elaborado.” Já Natividade Passos, coordenadora institucional do Gacc, acredita terem os momentos no ateliê o poder de afastar, pelo menos por uns instantes, o lado mais cruel do câncer. “nós procuramos minimizar isso. Uma estratégia é usar as artes, seja ela contação de história, pintura, desenho. E toda criança gosta mesmo de desenhar; é a cor, a criação! A gente tenta estimular a criatividade dessas crianças.”

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Vida nos traços


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tn família

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

Um homem deitado no chão

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avia um homem de aproximadamente cinquenta anos, deitado no calçadão de Copacabana. Eu passei por ele, lancei um rápido olhar, e continuei meu caminho em direção a uma barraca onde sempre costumo beber água de coco. Como carioca já cruzei, centenas (milhares?) de vezes por homens, mulheres ou crianças deitadas no chão. Como alguém que costuma viajar, já vi a mesma cena em praticamente todos os países onde estive – da rica Suécia à miserável Romênia. Vi pessoas deitadas no chão em todas as estações do ano: no inverno cortante de Madrid, Nova York ou Paris, onde ficam perto do ar quente que sai das estações de metrô. No sol escaldante do Líbano, entre os edifícios destruídos por anos de guerra. Pessoas deitadas no chão – bêbadas, desabrigadas, cansadas – não constituem no-

« PAULO COELHO »

vidade na vida de ninguém. Tomei minha água de coco. Precisava voltar rápido, pois tinha uma entrevista com Juan Arias, do jornal espanhol El País. No meu caminho de volta, vi que o homem continuava ali, debaixo do sol – e todos que passavam agiam exatamente como eu: olhavam, e seguiam adiante. Acontece que - embora eu não soubesse disso - minha alma já estava cansada de ver esta mesma cena, tantas vezes. Quando tornei a passar por aquele homem, algo mais forte do que eu me fez ajoelhar, e tentar levantá-lo. Ele não reagia. Eu virei sua cabeça, e havia sangue perto de sua têmpora.E agora? Era um ferimento sério? Limpei sua pele com a minha camiseta: não parecia nada grave. Neste momento, o homem começou a murmurar qualquer coisa como “pede para eles não me baterem”. Bem, ele estava

Como carioca que é, o colunista diz já ter cruzado centenas de vezes por homens, mulheres ou crianças deitadas no chão, muitos ao relento. E não só no Rio de Janeiro, mas também Madrid, Nova York ou Paris

vivo; agora eu precisava tirá-lo do sol, e chamar a polícia. Eu parei o primeiro homem que passou, e pedi que me ajudasse a arrastálo até a sombra entre o calçadão e a areia. Ele estava de terno, pasta, embrulhos, mas deixou tudo de lado e veio me ajudar – sua alma também já devia estar cansada de ver aquela cena. Uma vez colocado o homem na sombra, fui andando em direção à minha casa – sabia que havia uma cabine de PM, e poderia pedir ajuda ali. Mas antes de chegar até lá, cruzei com dois soldados. - Tem um homem machucado, diante do número tal – disse. – Coloquei-o na areia. Seria bom mandar uma ambulância. Os policiais disseram que iam tomar providências. Pronto, eu havia cumprido meu dever. Escoteiro, sempre alerta. A boa ação do dia! O problema agora estava em outras mãos, elas que se responsabilizassem. E o jornalista espanhol estaria chegando em minha casa em alguns minutos. Não tinha dado dez passos, e um estrangeiro me interrompeu. Fa-

(CARDIOGERIATRA) WWW.MEDICARECLINICA.COM.BR @NO_FORMOL

MÉDICO E PROFESSOR DA UFRN - BOUCINHAS_JC@HOTMAIL.COM

« JORGE BOUCINHAS » Ho’oponopono? Que vem a ser isto?

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utores dedicados ao estudo da evolução do pensamento humano, como Max Freedom Long, na sua obra “Milagres da Ciência Secreta”, hoje considerada um clássico, citam com especial atenção as mudanças pelas quais passou o modo de se encarar o relacionamento interpessoal. Ele, em particular, tentou traçar tais possíveis (presumíveis) variações desde suas raízes africanas até as ilhas da Oceania. Na última tal se cristalizou numa mui peculiar forma de encarar o mundo, a qual teria chegado aos tempos que correm através de uma tradição místico-filosófica encarnada pelos feiticeiros-doutores hawaianos, ditos Kahunas (denominação traduzível por “guardiães do segredo”). Uma coisa bem simples, que se faz o tempo, é perceber-se alguma coisa se manifestando como um problema, venha ele em forma de doença ou problema financeiro ou problema emocional. Percebe-se-o o e sente-se o incômodo. A primeira coisa que feita é acreditar nele. Acredita-se porque se o percebe como real - e não se teria por que não acreditar, de vez que queda bem visível... Se for uma gripe passa-se a assumi-la porque sentem-se os sintomas... Ao acreditar, geralmente compartilha-se com outras pessoas, que acreditam (e não teriam razão para não acreditar...). Assim, ao divulgar os problemas, inocentemente, afora criar a própria realidade pensando repetidamente sobre aquilo, está-se fazendo com que os outros participem dessa criação. Enfim, ao se dar a notícia sobre qualquer coisa, lança-se no mundo algo sobre o qual não se tem mais controle. Tal acontece tanto com fatos “bons” quanto com “ruins” mas, infelizmente, parece que muita gente prefere acreditar e divulgar mais os segundos. Assim, pessoas que adoram ser “vítimas” e se queixar de tudo, cultivam as oportunidade para cada vez mais terem do que se queixar... Uma Kahuna tradicional, a Sra. Morrnah Simeona, houve por bem passar a divulgar a técnica tradicionalmente usada na resolução de problemas. Repassou-as principalmente através do Dr. Ihaleakalá Hew Len, que tornara-se seu discípulo e encarregou-se de fazer ampla divulgação nos Estados Unidos da América, onde literalmente “explodiu”, tendo por contigüidade obtido ampla repercussão até no Brasil. E em que consiste a mesma? Muito simples. Seria nem mais nem menos que o ato de

se “entregar” e permanecer em paz. Nada de reagir, nada de contra-atacar, de enraivecer-se ou de entristecer-se. Ante qualquer problema surgido apenas voltar-se para seu próprio interior e recitar a cada respiração: “-Sinto muito! Perdoa-me. Amo-te. Muito obrigado!”. E repetir, repetir, mas sempre de forma tranquila. Caso os pensamentos negativos voltem, não lhes dar guarida. Apenas seguir repetindo a quatro expressõezinhas, na mesma série. No momento que se nota dentro de si mesmo algum incômodo em relação a uma pessoa ou lugar ou acontecimento ou coisa, deve-se iniciar este verdadeiro processo de limpeza psíquica, pedindo-se à divindade em que se crê: “- .... [o nome dEla], peço que limpe em mim as memórias que estão causando este problema. Por favor, transmute-as em pura luz”. Então usam-se as frases na seqüência vista, podendo porém enfatizar uma ou outra, de acordo com a própria intuição. Quando se diz “-Sinto muito!” reconhecese que algo (não importa saber o que) penetrou no seu sistema corpo/mente. O que se quer é reconhecer que aconteceu aquilo – e que sempre tem uma causa inconsciente. Ao se dizer “-Perdoa-me!” não se está pedindo perdão a Deus, se está pedindo a Deus ajuda para se auto-perdoar. “-Amo-te!” transmuta os bloqueios psicológicos, conseqüência dos conflitos, em amor, o qual faz a energia fluir, religando a pessoa ao fluxo harmonioso da vida. “-Muito obrigado!” é uma expressão imensa, expressa a gratidão, a fé em que tudo será resolvido (e para o bem maior de todos envolvidos). O que acontece a seguir é determinado pela Divindade, e pode-se ser inspirado a tomar alguma ação, qualquer que seja, ou não, simplesmente esperar. Se continuar alguma dúvida, continua-se o processo de limpeza e virá a resposta. Curioso como uma tradição multimilenar, oriunda de época em que até se pensa que o ser humano nem tão “humano” era, lembra muito modernas técnicas de psicoterapia. Bem diz o Eclesiastes: “Nihil novum sub sole!”.

« JOÃO MARIANO SEPÚLVEDA » Hipoglicemia no Idoso

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edução de açúcar na corrente sanguínea, abaixo de 70mg/dl, é considerado nível de diagnostico deste que é um sintoma incidente em milhares de gerontes, sejam diabéticos, usuários de insulina ou não! As causas mais comuns devem-se a utilização muito rápida da glicose do organismo, ou sua liberação muito lenta, ou finalmente quando ha liberação de insulina em excesso! Pessoas não diabéticas podem ter hipoglicemia por doenças hepáticas, cardíacas ou renais, ingestão desproporcional de bebidas alcoólicas, ou insulinomas, que são tumores na maioria das vezes pancreáticos, hiper secretores de insulina. Também alguns medicamentos utilizados no tratamento da Diabetes, com as sulfoniluréias e a própria insulina! A insulina é o hormônio produzido no pâncreas, e liberado em resposta a níveis altos de glicose, responsável pela metabolização e aproveitamento da glicose em energia para o corpo humano. Quando em equilíbrio o sistema é perfeito, pois a insulina promove a entrada da glicose nas células, produzindo energia.Atletas de alta performance se utilizam de carboidratos de rápida absorção antes de competições gerando alta quantidade calórica e respostas físicas exemplares. O problema ocorre quando se rompe esse equilíbrio. Os hormônios contra reguladores, como glucagon, do crescimento, cortisol e adrenalina, se reduzem e a insulina reduz a glicose alimentar, depois, a muscular, e finalmente a cerebral. Pacientes muito obesos ou emagrecidos, em hiperinsulinemia, com resistência insulínica, pós cirurgia de redução de estomago, pré diabetes, ou mesmo Diabetes, tipo 1 ou 2, passam por fases de desregulação da produção de insulina. No primeiro momento ocorre o consumo de carbohidratos que virarão glicose, açúcar, na corrente sanguínea, logo, estímulos endócrinos e neuro hormonais, liberam o hormônio insulina, só que ao invés de liberar uma quantidade proporcional ao açúcar, consumido libera de 2 a 8 vezes acima do necessário, levando aos sintomas da hipoglicemia. No primeiro estágio: súbito, tremores, tonturas, palidez, indisposição, suor frio, nervosismo, palpitações, taquicardia, náuseas, vômitos e muita fome, para compensar a falta de glicose circulante. No segundo estágio: confusão mental, alteração do nível de consciência, perturbações visuais, e de comportamento, o paciente parece bêbado, cansaço, fadiga, sensação de desmaio, síncope, convulsões, coma e morte! Isso mesmo a hipoglicemia leva a morte e em sua maioria, durante o sono!

A hipoglicemia pode ser classificada como leve, ou grave sendo a primeira aquela que é revertida pelo próprio paciente, e a segunda quando necessita de auxilio de terceiros para reversão! Trabalhos recentes quando se faz exames cardíacos como a MAPA, para avaliação curva pressórica, Holter, para avaliação do ritmo cardíaco, Polissonografia, para estudo do sono, mostraram quando se mediu em conjunto as glicemias em momentos de eventos, sejam hipertensivos, arrítmicos, ou despertares durante o sono, a estreita ligação da queda da glicose sanguínea com estes fenômenos, determinando a importância de um controle adequado dos diabéticos sejam do tipo I ou II, sejam os resistentes a insulina, ou os reativos! Eventos como Acidente Vascular Cerebral, Infarto Agudo do Miocárdio tem sua ocorrência facilitada durante uma hipoglicemia, pois esta favorece a hipoxia celular ajudando o sinistro. Medidas preventivas passam por controle de infecções, redução do espaçamento das refeições, reforço alimentar pré exercício físico, e uma refeição noturna leve a base de carbohidratos e proteínas antes de dormir. O controle do consumo de álcool e a atividade física regular parecem ter bom resultado. O tratamento depende da causa, se tumoral tira-se o tumor, se por medicamentos ajusta-se escolhendo drogas com menor potencial hipoglicemico, se for reativa restrige-se o consumo de carbohidratos. Uma vez instalada a hipoglicemia deve-se estimular o consumo de açucares, suco de laranja adoçado, água com açúcar, uma bala, por exemplo! Alguns diabéticos chegam a deixar ficar em hipoglicemia para poderem comer algo doce, única exceção concedida em sua dieta! Caso o nível de consciência esteja comprometida é fundamental levar o paciente a um ambiente hospitalar para reversão com soro glicosado. Auxiliando os eventos da Variabilidade Glicêmica, que é a exagerada labilidade metabólica da glicose, oras muito alta, outras vezes muito baixas, três novidades em gestação para os smartfones, conectado a um sensor subcutâneo, monitora a glicemia e liberação de uma bomba de insulina em tempo real, na quantidade exata à necessidade daquele momento. Ligado a um sensor espirométrico, tipo bafômetro, poderá fazer leituras cetônicas sobre níveis glicêmicos e de células oncológicas! Finalmente em breve os fones inteligentes farão em tempo real, eletrocardiogramas contínuos monitorando seu coração e mantendo seu médico avisado quando houver alguma alteração mais grave! Vida sem emoção! Bom Domingo!

« LIBERTAS » Psicologia Terça-feira, 27 de agosto, é o dia das psicólogas e dos psicólogos. Neste momento, consideramos pertinente refletirmos sobre a verdadeira missão da nossa profissão. Olhando para o passado, sentimos alegria pelo espaço que vem sendo ocupado pela Psicologia brasileira, a partir da primeira gestão de Ana Bock, no Conselho Federal. A visão da clínica ampliada que, indo além das quatro paredes da psicoterapia, reconhece a contribuição da Psicologia em todas as situações da existência humana. A busca da integração e dissolução do corporativismo das diversas abordagens e áreas, em função do compromisso maior com a construção de saberes e de práticas inclusivas, voltadas para o coletivo. O chamamento da categoria para o engajamento político e social. A inserção da Psicologia nas políticas públicas, o respeito a todas as diversidades – de gênero, de sexo, de raça,

lou em português confuso: - Eu já tinha avisado a polícia sobre o homem na calçada. Eles disseram que, desde que não seja um ladrão, não é problema deles. Eu não deixei que o homem terminasse de falar. Voltei até os guardas, convencido de que sabiam quem eu era, que escrevia em jornais, aparecia em televisão. Voltei com a falsa impressão de que o sucesso, em alguns momentos, ajuda a resolver muitas coisas. - O senhor é alguma autoridade? – perguntou um deles, notando que eu pedia ajuda de maneira mais incisiva. Não tinham ideia de quem eu fosse. - Não. Mas nós vamos resolver este problema agora. Eu estava mal vestido, camiseta manchada com o sangue do homem, bermudas cortadas de uma antiga calça jeans, suado. Eu era um homem comum, anônimo, sem qualquer autoridade além do meu cansaço de ver gente deitada no chão, durante dezenas de anos de minha vida, sem jamais ter feito absolutamente nada.

de religião, cultural- através de posicionamentos firmes, em defesa da liberdade e dos direitos humanos. O olhar para a América Latina e a iniciativa na formação de associações e integração dos vários países, favorecendo a troca de experiências em direção à construção de uma Psicologia consistente, aberta, autônoma, enriquecida pela singularidade e pela diversidade cultural dos povos latinos. A nossa função maior de contribuir para aliviar o sofrimento humano, nos convida para a prática da coerência pessoal e profissional, exercida com coragem e encantamento pela beleza da nossa missão. Parabéns a todas e todos psicólogos. Grace Wanderley de Barros Correia (grace@libertas.com.br) Jayme Panerai Alves (Jayme@libertas.com.br)

Ame-a! Um homem foi visitar um conselheiro

“Terça-feira, 27 de agosto, é o dia das psicólogas e dos psicólogos. Neste momento, consideramos pertinente refletirmos sobre a verdadeira missão da nossa profissão. Olhando para o passado, sentimos alegria pelo espaço que vem sendo ocupado pela Psicologia brasileira, a partir da primeira gestão de Ana Bock, no Conselho Federal”

e disse-lhe que estava passando por dificuldades em seu casamento, que já não amava sua mulher e que pensava em separação... O sábio olhou-o nos olhos e disse-lhe: Ame-a! - Mas já não sinto nada por ela! Retrucou o homem. - Ame-a! Disse-lhe novamente o sábio. Depois de um breve silêncio, o sábio lhe disse: - Amar é uma decisão. É dedicação e entrega. É ação... Portanto, para amar é preciso apenas tomar uma decisão. Quando você se decide a cultivar um jardim, você sabe que é necessário preparar o terreno, semear, regar, esperar a germinação e a floração. Você sabe que haverá pragas, ervas daninhas, tempos de seca ou de excesso de chuva, mas se você está decidido a ter um belo jardim, jamais desistirá, por maiores que sejam as dificuldades.

Ato Médico O CFP e o CRP-RN e as demais entidades da saúde parabenizam e congratu-

Esta coluna é de responsabilidade da Libertas Comunidade www.libertas.com.br - libertas@libertas.com.br

lam os 2544 psicólogos e os 50 mil profissionais da saúde norte-rio-grandenses que batalharam pela manutenção dos vetos à Lei do Ato Médico aos pontos que interferiam em suas atividades cotidianas. Ressaltamos a importância e valorização do trabalho multiprofissional em Saúde, dos vetos da presidência da República. Esta é uma vitória do esforço e dedicação da Psicologia.

Psicólogos (as) Ainda se encontram abertas as inscrições para a Especialização em Psicologia Clínica. O objetivo do curso é formar especialistas na área da Psicologia Clínica, capacitando os profissionais da psicologia a atuarem como psicoterapeutas na abordagem da Análise Bioenergética. Tem duração de 30 meses com aulas mensais (sexta-feira e sábado o dia todo). Informações: www.libertas.com.br ou 81 3268.3311.


Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

tnfamília

Vida

nos traços

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Aulas de desenho ajudam a afastar as crianças portadoras de câncer do mundo de medicamentos, cuidados e restrições, além de minimizar os efeitos sombrios do tratamento químico, contribuindo para elevar a autoestima e incentivar a sociabilidade ALEX REGIS

BATE-PAPO Ricardo Tinoco Professor de desenho

“Quando eles desenham não sentem a doença” — Como as aulas de desenho podem ajudar às crianças que estão se tratando de câncer?

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resultado das aulas de desenho podem ser comprovados quando as crianças retornam às atividades nas casas de apoio. Além de desenvolver a criatividade e o lado artístico, e ainda aliviar o peso do tratamento quimioterápico, desenhar ajuda a aumentar a auto-estima e a socializar os pequenos pacientes. A coordenadora pedagógica do Grupo de Apoio à Criança com Câncer, Cláudia Lima, conta que as crianças chegam das aulas mostrando os desenhos para suas mães e ao pessoal da instituição, todos muito sempre animados e confiantes. “Eles precisam muito disso. São crianças que saem daquele mundo delas, ficam num hospital em tratamento, longe da família, da escola, dos amigos... e nós procuramos, não só com Ricardo Tinoco, mas com todo o trabalho do setor pedagógico, trazer para elas a melhor forma, tudo o que for de bom, para essa auto-estima delas estar em cima”, comenta a pedagoga.

Já Karina Fontoura, pedagoga da Casa de Apoio Durval Paiva, diz perceber que as crianças saem mais alegres e com a imaginação aflorada, querendo repassar as lições aprendidas durante a aula. “É um diferencial muito bom para o cognitivo, para a imaginação, com a questão da ludicidade também. Isso é muito importante para a criança.” A pedagoga acredita serem as aulas capazes de aliviar bastante os problemas gerados pela doença e suas reações. “Dificuldades elas enfrentam todos os dias. Mas como nosso objetivo maior é realmente trazer esse ambiente pra elas e fazer com que esqueçam esse tratamento, ou que saibam vivenciá-lo de uma forma diferente, eu creio que isso é possível.”

OBRAS EXPOSTAS Tanto o Gacc quanto a Casa de Apoio Durval Paiva trabalham com voluntários como parceiros. São pessoas que doam um pouco de seu tempo para ajudar es-

sas instituições com podem, com o que têm a oferecer. A coordenadora institucional do Gacc, Natividade Passos, comenta haver vários artistas plásticos procurando-a para ministrar oficinas para as crianças, nos moldes do que é feito pelo professor Ricardo Tinoco. E o que fazer com o material produzido nessas aulas? Natividade conta que os desenhos dos meninos ilustram os cartões de Natal distribuídos entre os cerca de 12 mil colaboradores do Gacc, ao invés de contratar uma agência de publicidade ou um artista plástico para realizar o trabalho. O resultado das aulas e oficinas de desenhos também pode ser conferido nas exposições montadas pelas instituições em algumas datas comemorativas. Natividade informa que haverá uma mostra durante a Semana da Criança, na sede do Gacc e no IFRN. Ela conta ainda que no final do ano, durante a confraternização, os trabalhos também

são expostos. “Geralmente a gente coloca em moldura que as crianças mesmas fazem. E a gente tenta vender para que eles se sintam estimulados.”

Da capital e do interior Para as crianças que moram em Natal, ir às aulas de desenho é menos complicado do que para aquelas que moram no interior do Estado. Natividade Passos conta que tudo é feito para conciliar as adversidades no intuito que todos participem. Mas é preciso que os pais também incentivem, pois são várias pessoas trabalhando nesse objetivo. “Uma aula de desenho, numa parceria externa, mexe com toda equipe multidisciplinar; porque aí nós temos que ter o convencimento da mãe sobre a importância daquela aula para a criança, a psicóloga que vai ajudar, da nossa nutricionista, que tem de estar atenta ao lanche que eles vão fazer lá, se leva o lanche ou não leva”, explica Natividade.

Uma aula de desenho, numa parceria externa, mexe com toda equipe multidisciplinar” NATIVIDADE PASSOS Coordenadora institucional do Gacc

— Os desenhos seguem alguma pauta ou o tema é livre nas aulas?

O desenho é livre. Na hora que você fizer alguma coisa que seja obrigado não vai funcionar. Se você gosta de desenhar animais e boto você pra desenhar carro, o resultado não vai ser o mesmo jamais! Então, a criança escolhe a figura que quer desenhar, o material que ela quer trabalhar e a gente vai ensinar isso para ele. Nada funciona se você não fizer com o coração. Saiu uma matéria recentemente na Veja, sobre o Criança Esperança, que a foto é de um garoto daqui de Natal, da Casa Durval Paiva, o Janderson.

Depoimentos ALEX REGIS

Ajuda não só na questão da saúde. Eles se formam também como profissional. Nós temos alguns deles aqui que já estão ajudando na renda familiar. Mas enfim, o próprio desenho como terapia, quando eles se ocupam em desenhar, eles não ficam sentindo a dor da doença, o efeito dos medicamentos, as coisas que maltratam. No que eles desenham, eles se ocupam e tudo vai fluir mais fácil. A concentração no desenho desenvolve a mente, a coordenação, e, no caso deles que têm câncer, a medicação faz um efeito mais rápido — o tratamento com a quimioterapia que eles fazem. Tiveram alguns casos aqui na escola que o aluno não podia vi r para a aula porque estava fraco; e eles cogitaram que ao sair daqui eles retornavam com as defesas altas. E assim foram constatados alguns casos que ao retornar, feitos os exames, eles estavam com as defesas altas realmente.

ALEX REGIS

— Como começou a parceria com as casas de apoio?

Adriano Fernandes, 11 anos, vem de Riacho da Cruz para as aulas

Professor Ricardo Tinoco abre seu ateliê de desenho para crianças

Assistida pela Casa Durval Paiva de Apoio à Criança com Câncer, a pequena Laura Thallyta, 9 anos, pensava que não seria capaz de acertar o que o professor de desenho lhe passasse como lição. “Na primeira vez, achava que ia fazer errado, mas ele começou a me ensinar e eu comecei a pegar mais o desenho”, comenta ela, afirman-

acostumar. Aqui eu me sinto muito feliz e quando eu saio fico muito morgada. Todos ficam felizes aqui.” Morando em Riacho da Cruz, região Oeste do Estado, Adriano Fernandes da Silva, 11 anos, enfrenta muitos quilômetros, horas de viagem, calor e cansaço para vir se tratar em Natal. Para relaxar e esquecer

do ainda gostar mais de desenhar “coisas da natureza ou então bonecos infantis”. Sem conseguir contar o número de desenhos já produzidos por ela nas aulas no ateliê de Ricardo Tinoco, Laura diz que algumas coisas mudaram na sua rotina. “Antes eu não gostava muito de desenhar. Mas depois de vir pra cá eu comecei a me

esses e outros obstáculos, só mesmo as aulas de desenho. “Eu acho legal porque é um divertimento e para a gente não estar só no hospital tomando esses medicamentos. Quando eu saio daqui, sinto um pouco de falta, pois eu gosto muito de desenhar”, comenta Adriano, dizendo contar ao pai, tio e avós tudo o que produziu nas aulas.

Aqui eu me sinto muito feliz e quando eu saio fico muito morgada. Todos ficam felizes aqui” LAURA THALLITA da Casa de Apoio Durval Paiva

Nós estamos com essa parceria, aproximadamente, de 2004 para cá. A escola foi fundada em 2000. Mas era uma sociedade e eu não podia realizar trabalhos sociais porque meu sócio não permitia. Aí, em 2003, desfez-se a sociedade e comecei a atender a esse público. Aí, apareceu inclusive a Casa Durval Paiva também. E fizemos um concurso cujo os cinco primeiros seriam premiados para vir fazer aula. O desespero era tanto de ganhar o prêmio que demos um jeito de vir 30 alunos em um dia exclusivo só para eles aqui.


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tn família

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

CEDIDA

Carpe Diem!

Amanhecem em idade nova com os cumprimentos da coluna, Luiz Eduardo Carneiro Costa, anestesiologista Paulo Monte Duarte, Anísio Barreto de Paiva, Fátima Carrilho, Cristina Raquel Guimarães, Orlando Gadelha Simas e Diógenes Dantas. Nesta segunda, 26, vivas antecipados para Karina Lamas Abou Chakra, Any Azevedo, Walter Gomes, Marcílio Carrilho, estilista Têca Helô Rocha, Marta Dias, Victor Dantas e Dalila Cabral.

Baratinho

JOÃO NETO

Para ampliar o acesso à internet a quem não pode pagar, Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, lançou projeto com empresas de tecnologia para baixar custos à população.

O nosso abraço de parabéns para o casal Fátima e Marcílio Carrilho. Ela em idade nova hoje e ele, amanhã

Em idade nova nesta segunda, a estilista Helô Rocha recebe os mimos do amado Fernando Machado LUCIANO TOSCANO

JOÃO NETO

Em noite Saccaro, Marília Bezerra e Tatiana Amorim

Os nossos vivas antecipados para Marta Dias, rasgando folhinha amanhã

JOÃO NETO

JOÃO NETO

jotaoliveira@tribunadonorte.com.br

Parabéns!

Vivas de felicidades para os aniversariantes de hoje, Paulo Monte e Anísio Barreto

Jota Oliveira

Eu recomeço Aposte na sua capacidade de dar a volta por cima e recomece. Não se baseie na dificuldade e nem fique achando isso ou aquilo. Antes, aposte na certeza de que você pode e merece ser feliz. Se te usaram, use a inteligência e conquiste. Se te abandonaram, use a experiência para mostrar o que perderam. Se te faltou força na subida, olha logo ali uma descida. Se te faltou fé na romaria, acenda a sua velinha e ore de novo. Se faltou amor, encha-se dele para valorizar-se de verdade. Pois só quem se ama pode retribuir o amor que vai receber. Só quem se valoriza vai devolver o valor que as pessoas merecem. E, quem está no fundo do poço, tem mais um motivo para subir, pois não há mais para onde descer. Acredite em você!(Paulo Roberto Gaefke)

BOBFLASH

Fause Abou Chakra faz coro de vivas para a musa Karina, trocando de idade amanhã

No próximo dia 1º, o Olimpo Recepções será palco da Feijoada das Vovozinhas, reunindo atrações musicais, boa comida e ações do bem, angariando fundos para a manutenção do Lar das Vovozinhas. Take a Note!

Em recente evento social, casal Jefferson Barbalho/Flávia

A

• Trânsito: se for passar horas no congestionamento ou vai pegar estrada por um longo período, procure manter as costas retas e apoiadas no encosto do banco, este com uma angulação de 75 graus e as pernas semiflexionadas. • Caminhadas e corridas: na hora de realizar caminhadas e corridas é essencial manter as costas retas, o abdômen contraído, a cabeça erguida com olhar fixo para frente. Use um tê-

ALINI BRITO - FISIOTERAPEUTA E EDUCADORA FÍSICA • DÚVIDAS NO SITE WWW.ITCVERTEBRAL.COM.BR

• Bolsas e mochilas: evite sobrecarregar um lado só do corpo com o peso de mochilas e bolsas. Apoie as alças da mochila nos dois ombros. Elas devem ser, de preferência, largas para que o peso seja melhor distribuido. Já as bolsas e sacolas devem ter o peso dividido nas duas mãos.

« POSTURA E SAÚDE »

• Em pé: distribua o peso do corpo entre ambas as pernas. Os pés devem ficar apoiados no chão e voltados para frente. Alinhe a coluna e relaxe os braços e ombros, evitando contrair o pescoço. Caso permaneça um longo período na mesma posição, repouse alternadamente um dos pés sobre um objeto.

Setembro já está batendo em nossas portas e com ele se aproxima também a 19ª edição da Forever Young. Em 2013, a festa mais tradicional da sociedade potiguar promete mexer com a superstição em torno da sexta-feira 13. Sem perder a bossa e a elegância peculiares desse canto de página, nossos parceiros estão preparando o melhor para receber os mais queridos amigos e leitores de nossos espaços. Iniciando com a criatividade e o carinho com que Marcia Kafensztok cria os nossos convites e a confirmação do show do Kid Abelha - George Israel com seu Eletrosax, banda D’Vibe e do projeto eletrônico Sax In The House - Gabriel Sodré, que irão dar o tom dos nossos vivas. Clodualdo Bahia promete uma decoração digna da ocasião. Aguardem a divulgação dos nossos pontos de venda e parceiros e se preparem para deixar a superstição de lado e só pensar na felicidade que é viver!

Do bem

coluna tem capacidade de absorver lesões sem o aparecimento da dor e, num dado momento, após um pequeno esforço, a pessoa pode sentir uma dor na região lombar e ficar impossibilitado de voltar à posição em pé, portanto é imporatante ficar atento na postura ao realizar essas atividades. • Sentado: em longos períodos, como, por exemplo, no trabalho, escola ou faculdade, o ideal é que você mantenha as costas retas e apoiadas no encosto da cadeira. Seus pés deverão ficar apoiados no chão, a cabeça erguida e com olhar fixo para frente. Relaxe os ombros e posicione os joelhos em ângulo de 90 graus em relação aos quadris.

Sexta 13

cada vez. Para passar aspirador ou varrer o chão, os cabos do aspirador e da vassoura devem ter um comprimento que permita a você manter a sua postura ereta enquanto trabalha, em vez de se inclinar para frente. Na arrumação do armário, mantenha o abdomen contraído e não se estique muito para cima. Se um objeto estiver na parte de cima do armário, suba sobre um banco para alcançar a altura desejada. Para arrumar a parte de baixo do armário, evite enclinar o corpo para frente. Em vez disso, sente-se em um banquinho que proporcionará maior conforto para a tarefa. • Dores: dores nas costas, ombros, pescoço, cabeça e irradiações para os membros, indicam que seu problema postural atingiu um nível de atenção grave, pois sua musculatura está enfraquecida e cedendo a má postura. Importante, então, procurar um fisioterapeuta e realizar uma avaliação para que possa ser traçado um tratamento específico desses sintomas.

Tratamento

Dicas posturais para todas as

horas do dia A coluna tem a capacidade de absorver as lesões sem o aparecimento da dor, mas num dado momento, após um pequeno esforço, a pessoa pode sentir desconforto na região lombar e ficar impossibilitado de voltar à posição em pé nis leve e adequado com o seu tipo de pisada. • Hora de dormir: evite dormir de bruços, pois força a coluna e dificulta a respiração. A melhor postura é deitar-se de lado,

com um travesseiro entre a cabeça e o ombro formando um ângulo de 90 graus entre eles, e outro entre as pernas, formando um ângulo de 75 graus. • Você é dona de casa, é importante saber quais são as me-

lhores formas e posições para executar suas tarefas domésticas sem prejudicar a sua coluna. Para fazer a cama, em vez de se inclinar sobre a cama, ajoelhe-se no chão ou sente em um banquinho e arrume um lado de

São diversos os tratamentos utilizados para alívio da dor e para restaurar os movimentos articulares da coluna vertebral, dentre estes o tratamento de reconstrução músculo articular da coluna vertebral (RMA da Coluna Vertebral). É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica, e exercícios de estabilização vertebral, visando melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos, enfatizando o controle intersegmentar da coluna cervical.Mais informações no www.herniadedisco.com.br


tn família

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

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A Cozinharia: sabores de Cacau e Gabriel

CEDIDA

Inaugurada há pouco mais de 4 meses pelo casal de Chefs, Cacau Wanderley e Gabriel Camilo, A Cozinharia vem ganhando destaque nos sabores potiguares. Com proposta diferente para a Cidade, o intuito da casa é promover um mix de gastronomia, dando opções, por exemplo, de comida de boteco e também pratos a La Carte, mas os que quiserem, também podem levar os produtos congelados para casa. O restaurante aposta em vários segmentos, com cardápio curto e variado, sempre se renovando de acordo com o paladar apreciado. O lugar é pensado para

receber amigos e inspirado em cafés pelo Brasil. A decoração foi toda escolhida JOÃO NETO

pela própria Cacau Wanderley que deu seu toque pessoal ao ambiente,

que se divide em dois. O 1º inspirado em Olinda com vários mimos, já o segundo, mais moderno e com toque mais íntimo, reúne fotos de família. Destaque para um prato que está a 200 anos na família e é exposto no bistrô. Os dois buscaram unir o bom ambiente a boa comida, sem esquecer claro da boa carta de vinhos, que já conta com 25 rótulos. Para eles, o diferencial é o atendimento personalizado, com seus produtos fabricados no local. O espaço que tinha capacidade para 20 pessoas, hoje recebe até 80. A Cozinharia funciona das 18h às 00h, de terça a sábado, em Capim Macio. BOBFLASH

Bacco

Arquiteta Ysnara Almeida pilota lançamento da I Mostra artefacto/home.D para convidados, próxima quarta, dia 28. Serão 11 ambientes decorados pelos melhores profissionais de Natal, unindo arquitetura, sofisticação e luxo. Abertura ao público marcada para o dia 29.

Direito

JOÃO NETO

Casal Artkasa: Sovânia e Flávio Monte JOÃO NETO

Acontecendo nos próximos dias 29 e 30, o Congresso Nacional de Direito Previdenciário com o tema: “90 Anos da Previdência no Brasil. Reflexões e Perspectivas”, no Hotel Parque da Costeira.

Balada

Imóveis

A simpatia do casal Flávio Guedes/Tatiana

A Ecomax participando do Mega Festival de Imóveis do Banco do Brasil com estande do Terraço Residence. O evento acontece entre os dias 29 e 31 deste mês, no estacionamento do Carrefour. Dupla de dez, as irmãs Fátima e Catarina de Araújo Lima

Aportando em Natal, próximo dia 31, o maior festival de música itinerante do país, que promete sacudir as estruturas. Serão DJs de todo o mundo tocando em pleno parque de diversões e 12 horas de pura animação, tendo como cenário o Imirá Plaza Hotel. A realização do evento é da Viva Promoções.

Decoração

Na próxima quarta, o Restaurante Liquid Lounge será palco de uma noite de degustação dos vinhos Chilenos “Famíglia Canessa” da “Canessa & Montanares”. O evento começa às 19h.

Angelina faz coro de parabéns para o maridão jornalista Diógenes Dantas, rasgando folhinha hoje

Playground

Formando par bonito e apaixonado, Tiago Pier e Priscila Maia

Sucesso desde a sua 1ª edição em 2012, a Paradise João Pessoa promete agitar mais um final de semana na capital paraibana. A balada vai rolar dia 07 de setembro, com direito a prévia na sexta, dia 06, e pool party/after na manhã do domingo, 08. O line up e mais detalhes no Arco-Íris do nosso blog.


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tn família

Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

LIEGEBARBALHO.COM

Celebrando

A empresária Marta Mc Garvey promoveu um movimentado coquetel para apresentar a coleção verão 2014 da Santa Lolla e Mc Garvey Assessórios. Ocasião pra lá de fashion aliada ao talento do artista plástico Demétrius Montenegro, que exibiu várias telas em óleo compondo uma belíssima mostra de sua arte. Simpática e elegante, Marta recebeu seus convidados em clima náutico, com garçons vestidos de marinheiros, traduzindo o verão tropical com muita luz, cores e hits com som eletrônico no coração de Petrópolis. Toda cobertura do evento no liegebarbalho.com no link Quem Acontece

Filantropia Com objetivo de contribuir com o “Lar das Vovozinhas”, será realizada no próximo domingo a Feijoada das Vovozinhas 2013, evento beneficente que visa ajudar senhoras idosas amparadas pela instituição. O encontro acontecerá no Olimpo Recepções e contará com animação das bandas Farra de Rico, Luizinho Nobre e o DJ Múcio NT. A programação terá início às 12 horas. A venda de ingressos está acontecendo na loja Urban Arts Natal. O Lar é um abrigo filantrópico, fundado em 1982, e acomoda cerca de 40 idosas carentes. »» A instituição tem certificado de entidade beneficente concedido pelo conselho nacional de assistência social para prestar atendimento a pessoas idosas carentes. O local conta com um quadro de profissionais da área da saúde como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, farmacêutica, enfermeira e auxiliares, cuidadoras, tudo em conformidade com o Decreto Municipal que regulamenta as instituições de longa permanência destinadas a idosos.

As elegantes Luzi Bezerra e Germana Targino conferindo as novidades da Mc Garvey Acessórios

MOSTRA

HUMOR

Clarissa Alves e Érica Raposo movimentando a capital potiguar com a 13ª edição da Mostra Officina, que ficará em cartaz até setembro reunindo espaços projetados por arquitetos potiguares. Localizada na Hermes da Fonseca, a loja está instalada em novo numero 696 no Tirol.

Caio Fernandes e sua Luciana. Ele foi homenageado pela Fecomércio

A Miss RN, Cristina Alves, que representa a cidade de Parnamirim, em visita ao prefeito Maurício Marques

Para homenagear o seu pai, fotógrafo Jaeci Emerenciano Galvão, o também fotógrafo Fred Galvão lançou na última quarta-feira a biografia do seu ídolo e genitor que tem como título “O divino da fotografia” . A obra que conta a trajetória do homem que eternizou, através das suas lentes, o cotidiano da capital potiguar durante décadas, foi autografada no Iate Clube de Natal. Jailson Dantas e Francisco Ramos em noite de premiação da Fecomércio

Família bonita. Augusto Maranhão e Márcia com os herdeiros, Catarina, Augusto e Juliana

Chrystian de Saboya celebrando aniversário neste sábado

Touro 21/04 a 20/05 Urano, em quadratura com Vênus, aconselha você a afastar as encucações e pensamentos melancólicos nos assuntos do coração. Pense de forma positiva, para não entrar em um círculo vicioso indesejável no amor. DICA: não exagere nas despesas nem faça gastos repentinos ou totalmente desnecessários.

Gêmeos 21/05 a 20/06 Os astros aconselham você a agir com tato nos assuntos do coração e a não bloquear seus sentimentos. Mantenha a espontaneidade e não aja de modo repressivo ou destrutivo em relação a quem você mais gosta. DICA: seja prudente, evite as especulações e tudo o que possa colocar seus ganhos em risco.

Leão 22/07 a 22/08 Nesta fase Vênus forma um aspecto tenso com Urano e lhe recomenda agir com tato em suas iniciativas sentimentais. O momento é de ação e vitalização, mas para que tudo corra bem é essencial que você não se precipite e dê tempo ao tempo. DICA: não se impaciente nem seja rude com as pessoas a sua volta.

Virgem 23/08 a 22/09 Urano e Vênus lhe recomendam não se envolver em negócios confusos, evitar prestações e ser mais prudente do que nunca no que se refere às finanças. Não desperdice seu tempo, dinheiro e energia em projetos inviáveis. DICA: Vênus desaconselha os atritos e a competitividade excessiva.

Libra 23/09 a 22/10 Seu regente Vênus, em seu signo, recebe as vibrações arrevesadas de Urano. Esse aspecto aconselha você a não se deixar levar pelos repentes e a manter a calma e a estabilidade em todas as situações, principalmente no trabalho. DICA: contenha seus ímpetos e pense bem antes de agir, para evitar arrependimentos.

Escorpião 23/10 21/11 A tensão que Vênus exerce sobre o signo anterior ao seu faz com que seu organismo esteja mais vulnerável do que nunca aos desgastes e desequilíbrios, que devem ser evitados. Não se exija muito e alterne os períodos de esforço com outros de descanso. DICA: não se envolva em aventuras amorosas indesejáveis.

Sagitário 22/11 a 21/12 Use de muito tato ao relacionar-se com os familiares, especialmente os mais idosos, e não se irrite com eles. Não fique remoendo o passado e prefira viver plenamente o aqui-agora. DICA: seu planeta Júpiter torna este período propício para você promover mudanças e realizar seus projetos, mas evite a pressa.

Talento e elegância do advogado Leonardo Pereira

É com muita tristeza que esta colunista publica a notícia do falecimento do amigo Romildo Silva. Nome que tem história nas áreas de beleza e da moda potiguar. Romildo Cabeleireiro, como ficou conhecido, era talentoso e muito criativo. Além de maquiagens e cabelos, ele também se dedicou por um período ao concurso Miss RN na criação de trajes típicos. Atualmente estava mais voltado para o segmento de noivas, mas, sem abandonar seu foco principal que era trabalhar como cabeleireiro. Romildo Silva foi vítima de infarto.

« CINEMA » ★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

Vênus recomenda tato no amor O contato tenso de Vênus com Urano aconselha você a não implicar nem exigir demais das pessoas a sua volta. Seja tolerante e perceba que estamos aqui exatamente para nos aprimorarmos. DICA: não se deixe levar demais pela competitividade nem seja rude em seus relacionamentos profissionais e amorosos.

A Fecomércio/RN realizou na Escola de Governo, solenidade para formalização do convênio que garantiu recursos na ordem de 6 milhões de reais para instalação de câmeras nos principais corredores comerciais de Natal. A iniciativa é uma parceria da Federação com a SSP e Defesa Social do RN, e contou com o apoio do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves.

LUTO

CLAUDIA HOLLANDER

Nestes dias Urano, vibra em desacordo com Vênus e assinala uma fase em que você deve evitar todo tipo de confrontos, principalmente com quem você mais gosta. Não leve em conta as provocações e prefira preservar a paz ao seu redor. DICA: Júpiter lhe ajuda a manter o senso prático e a superar as

MONITORAMENTO

DESABOYA.COM

Fred Galvão homenageando o pai e ídolo Jaeci Galvão

Câncer 21/06 a 21/07

O produtor cultural Jorge Elali movimenta hoje a partir das 20h30 o Teatro Riachuelo, com a companhia Os Melhores Do Mundo. O grupo está de volta à capital potiguar com seu novo espetáculo intitulado de “Notícias Populares”. Na programação uma série de esquetes que transformam em humor fatos do cotidiano.

BIOGRAFIA

«HORÓSCOPO » Áries 21/03 a 20/04

O Coiffeur Alexandre Cajueiro, responsável pelo novo visual das madeixas da Blonde

» VÁRIAS »

liegebarbalho@tribunadonorte.com.br

Verão

Marta Mc Garvey com Henrique Araújo e Demétrius Montenegro em evento Santa Lolla

Liege Barbalho

Criativo e festeiro, o colunista Chrystian de Saboya celebrará mudança de idade neste sábado. Tendo como título “Eu, Rio - sambo para celebrar”, a festa acontecerá no Olimpo Recepções de Candelária. O ouriço da noite ficará por conta da bateria da verde e rosa da Mangueira, além de Isaque Galvão, Balanço do Morro e o som eletrônico de Luiz Couto. Voltada para as belezas da capital carioca, a ambientação será assinada pela arquiteta Samara Gosson. O menu terá o toque do anfitrião juntamente com Luciano Almeida e Adriana Rocha, cheff do Olimpo.

Capricórnio 22/12 a 20/01 Agora Vênus bate de frente com Urano, portanto distenda-se ao máximo, não se sobrecarregue de afazeres e esteja mais do que nunca de olho em seus limites, especialmente no ambiente doméstico. DICA: é importante que você evite os repentes e conserve o bom senso em todas as circunstâncias

Aquário 21/01 a 19/02 Vênus tensiona seu regente Urano e assinala um período em que você deve evitar as compras de impulso e tudo o que possa desequilibrar seu orçamento. Atenha-se a gastos rotineiros e inadiáveis. DICA: atitudes controladoras e possessivas no terreno sentimental serão mais contraproducentes do que nunca.

Peixes 20/02 a 20/03 Acautele-se contra toda espécie de desperdício e canalize suas energias, com praticidade, para empreendimentos que de fato possam frutificar. Júpiter acentua sua capacidade de trabalho e lhe dá condições de dar maior atenção aos detalhes das coisas. DICA: você tende a executar suas tarefas com competência.

GENTE GRANDE 2 (12 anos, dublado/legendado) Moviecom 1. Sessões (dub) 14h50, 17h05, 19h20, 21h35/Cinemark 3. Sessões (leg) 11h20 (só sab/dom), 13h45, 16h10, 18h25, 20h40, e 23h10 (sab). Os quatro amigos de infância (Adam Sandler, Chris Rock, Kevin James, David Spade) voltam a se reunir, anos depois, em um final de semana com suas esposas e filhos. Lenny (Sandler) se mudou com sua família para a pequena cidade onde ele e os amigos cresceram. Mas desta vez são os adultos que irão aprender valiosas lições com seus filhos em um dia cheio de surpresas: o último dia de aula. Direção: Dennis Dugan. O CONCURSO (12 anos, nacional) Moviecom 2. Sessões 14h40, 19h30/Cinemark 1. Sessões 15h, 17h05, 19h10, 21h10. Quatro finalistas para uma vaga de juiz federal se conhecem no credenciamento e ficam amigos. Durante um fim de semana antes da prova, que deveria ser de descanso, situações hilárias e inimagináveis acontecem. Com Danton Melo, Fábio Porchat, Sabrina Sato, Carol Castro, Anderson De Rizz. Direção Pedro Vasconcelos. WOLVERINE: IMORTAL (14 anos, dublado/legendado) Moviecom 2. Sessões (dub) 16h40, 21h30/Cinemark 4. Sessões (leg) 11h30 (sab/dom), 16h50, 19h40, 22h20. No segundo episódio da franquia protagonizada pelo herói mutante, o X-

man Wolverine viaja ao Japão para treinar com um mestre samurai. Logan, recluso no Japão, encontrará uma misteriosa figura de seu passado que deixará marcas no herói para sempre. Direção: James Mangold. VENDO OU ALUGO (14 anos, nacional) Moviecom 3. Sessões 14h30, 19h15/Cinemark 6. Sessões 11h10 (sab/dom). Bisavó, avó, mãe e filha dividem uma casa luxuosa próxima de uma favela, que elas não podem mais manter. Com a pacificação, na favela, possíveis compradores começam a aparecer, mas, durante uma visita, começa um tiroteio, e todos ficam presos dentro da casa. Direção Betse de Paula. CÍRCULO DE FOGO (12 anos, dublado/legendado) Moviecom 3. Sessões (dub) 16h30, 21h15/ Cinemark 4. Sessões (leg) 14h10/Cinemark 5. Sessões (leg) 22h10. Quando legiões de criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começaram a emergir do mar, iniciou-se uma guerra que acabaria com milhões de vidas e consumiria recursos da humanidade por anos a fio. Para combater os gigantes Kaiju, um tipo especial de arma foi criado: robôs gigantes, chamados de Jaegers, controlados simultaneamente por dois pilotos que têm suas mentes trancadas em uma ponte neural. Um esquecido ex-piloto e uma inexperiente aprendiz se juntam para comandar um lendário Jaeger do passado. Juntos, eles representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse. Direção Guillermo del Toro.


Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

tnfamília

Eu...também amo o Rio Na festa de vivas ao coleguinha Chrystian de Saboya no Olimpo festa preparada para nos sentirmos em Copacabana, na Lapa, na Urca, ou no encalço do sol, à Pedra do Arpoador? Eu, Rio... samba também não vai faltar com Isaac Galvão, com os ritmistas e o mestre João Perrota Cordeiro de Lima, conhecido por seu gingado e cadência no samba e com o DJ Luis Couto. Eu vou. Vamos?

Parabéns para Vocês Abraçar e festejar : Antônio Teófilo de Andrade Filho, Fátima Carrilho de Oliveira, Gualberto Bezerra, Anísio Barreto de Paiva, Fátima Carvalho, Anilda Pereira de Medeiros, Carlos Alberto Salustino Dutra, Luiz Eduardo Carneiro Costa, Paulo Monte Duarte, Cristina Raquel Guimarães...Segunda-feira : Karina Lamas Abou Chakra, Walter Gomes, Helô Rocha, Marcílio Carrilho, Any Azevedo Cunha Lima, Pedro Rodrigues de Melo, Marilú di Santini, Marta Dias...Terça-feira : Arthunio Maux, Chiquinha Medeiros, Thais Medeiros Mota, Josefina Aguiar, Rejane Godeiro, Ana Cristina, Maria Clara Milfont de Souza, Tereza Souto Filgueira...Quarta-feira : Renata Freire Cunha Lima Medeiros, Arthur Mesquita Neto, Laire Rosado Filho, Marcelo Andrade, Tatiana Almeida, Alberto Dias Gomes, Marilda Ferreira de Souza Viveiros Fernandes.

» ELAS & ELES »

Na Semana ... Nesta quarta, a exposição “Casa dos Milagres: Santos e Exvoto na Coleção de Antônio Maques”. O evento ocorre a partir das 17h, no Centro de Turismo de Natal...* Abrasel no Rio Grande do Norte lança na quarta o livro “Segredos dos Chefs”, resultado do Festival Brasil Sabor 2013. O coquetel acontece no Cascudo Bistrô a partir das 19h...*Quarta de VinhosConvite de Luiz Montanares para a degustação dos chilenos “Famíglia Canessa”. Já devidamente aprovado no Liquid Lounge, quarta, 19:30h... * Recomendo o Nikai Temakaria de Thiago Estrela que chegou arrasando na Afonso Pena (ao lado do Sandunas). Show!

1- O Encontro da Confraria de Extremoz rendeu bons papos e clic’s. Um sábado show na granja do arquiteto Getúlio Madruga em parceria com a mana Zélia. O próximo vai ser para comemorar o nat de Tázia Sá e Laisinha de Paula. 2- Uma noite de lua cheia no varandão chique de Juracy

LUA CHEIA: Elas – Dodora, Dadaça, Carmem Lúcia, Siliude e Neide

OS SMURFS 2 (Livre, dublado) Moviecom 5. Sessões 14h20, 16h35, 18h50, 21h05/Moviecom 6. Sessões (3D) 14h35, 19h10/Cinemark 5. Sessões 12h40, 14h55, 17h10, e 19h35 (exceto ter/qui). Após fracassar em sua caça aos Smurfs em Nova York, Gargamel partiu para Paris e lá se tornou um sucesso, sendo considerado o maior mágico do mundo. Entretanto, por trás dos shows lotados que faz na Opera está um plano para capturar os pequenos seres azuis. Não demora muito para que Papai Smurf organize uma nova expedição rumo ao mundo real, com o objetivo de resgatar Smurfette das garras do bruxo perverso.

Extremoz: HC, Aninha, Ana Lídia, Salwa, Toninho, Emília, Alcina e Nelson

LUA CHEIA – No Bellomonte, a cantoria com Lyz Noga

LUA CHEIA – Recebidas por Juracy França: Iêda, Diuda Alves, Maísa, HC, Marta Dantas e Míriam

Conferindo o LiquidLounge com Francisco José-Eliana Lima e Gê Soares

Nossa fashion top: Helô Rocha

Nosso Pároco recebe o Arcebispado

★ ★ ★ MINHA MÃE É UMA PEÇA (12 anos, nacional) Cinemark 1. Sessões 12h50. Dona Hermínia (Paulo Gustavo), uma mulher de meia-idade, aposentada e sozinha, tem como preocupação maior procurar o que fazer. Para uma mãe dedicada, a preocupação com os filhos é sempre uma ocupação. Mas os filhos de Dona Hermínia cresceram e agora ela está entediada. Sem um trabalho ou um companheiro, a nada simpática Dona Hermínia passa seu tempo desabafando com a tia idosa, a vizinha fofoqueira e a amiga confidente. Direção: Andre Pellenz.

Com Açúcar e Com Afeto – O amigo-irmão Anísio Barreto

Parabéns duplo aos queridos Marcílio Carrilho e Fátima

Até parecia uma missa de domingo com a Matriz de Sta.Terezinha cheia de fiéis.Mas,era uma segundafeira especial aniversário do “menino Deus “ de D. Maria Augusta,o Pe.Charles.Uma missa concelebrada pelos padres Inácio,Gilberto (uma homilia linda),Nazareno e o Pe.Flávio Medeiros que trabalha no Vaticano,na Basílica de São Pedro. Depois da missa um coquetel no salão de recepções com a presença do Arcebispo Dom Jaime,dos Eméritos Dom Heitor e Dom Matias e do Pe.Edilson Nobre.Recepção show com o griffo de Sônia e Milvia.Parabéns a este jovem pároco Pe.Charles.

O carinho da mãe D. Maria Augusta

Terapia de risco: a volta de Soderbergh

Direção Raja Gosnell. PERCY JACKSON E O MAR DE MONSTROS (10 anos, legendado/dublado) Moviecom 6. Sessões (dub/3D) 16h50/Moviecom 6. Sessões (leg/3D) 21h15/Moviecom 7. Sessões (dub) 15h40, 18h, 20h20/Cinemark 2. Sessões (3D/leg) 15h50, 21h, e 23h30 (sab)/Cinermark 2. Sessões (3D/dub) 11h (sab/dom), 13h20, 18h35/ Para salvar nosso mundo, Percy seus amigos deverão encontrar o poderoso e mágico Velocino de Ouro. Para isso, eles embarcam em uma perigosa odisseia nas águas nunca navegadas do Mar dos Monstros (conhecido pelos humanos como Triângulo das Bermudas). Direção: Thor Freudenthal.

Nobre professor: Luiz Eduardo Carneiro Costa

Celebrar os “sarados” Victor Hugo, Bruno Porpino, Diogo Almeida e Cláudio Porpino

» NOSSA PARÓQUIA »

★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA

DOS OSSOS (12 anos, dublado/legendado) Moviecom 4. Sessões (dub) 13h45 (sab/dom), 16h20, 19h, 21h40/Cinemark 6. Sessões (dub) 13h10, 16h, 18h50, 21h40/Cinemark 7. Sessões (leg) 18h, 20h50, e 23h50 (sab). Quando sua mãe Jocelyn é atacada e levada de sua casa em Nova York por um demônio, Clary Fray, uma garota aparentemente normal, sai em sua busca em uma Nova York cheia de demônios, magos, fadas, lobisomens e outros seres fantásticos. Para ajudá-la, Clary conta com os amigos Simon e o caçador de demônios Jace Wayland, mas acaba se envolvendo também em uma complicada paixão. Direção: Harald Zwart.

Extremoz: Gotardo, Ana Alice, Magda, Uiara, Tázia, Zeca, Vera, Getúlio, Vivika e Felicidade

» PARABÉNS PARA VOCÊS COM REGISTRO ESPECIAL »

« CINEMA » ✩ OS INSTRUMENTOS MORTAIS – CIDADE

França foi tudo! Só luluzinhas em sua maioria “amigas do pano verde”e dos almoços das sextas-feira... Vocês não imaginam as delicias servidas e o tilintar do “doze anos” e o rouge Cabernet. Que venham outras! Muitos clics nahorah.net

Extremoz: Getúlio e Zélia Madruga com Ana Barreto, Rose Flor, Jurema Cansanção, Elianinha, Tereza e Rosa Núbia

hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br

precisamente na Toca do Miga a nossa Márcia Carrilho curte novos dias em Extremoz...*Na sede Campestre... Atenção meninas da Escola Doméstica no próximo dia 1º teremos a comemoração dos 99 anos da escola. Festa começa às 9h e ao meio dia churrasco e caipiroscas do Cervantes com Lyz Noga e Dj Luiz Couto. Camisetas começam a ser vendidas nesta segunda, na ED. Vamos rumo ao Centenário!...*Aplaudir o Grupo Vila - Grupo Vila no seu projeto de expansão pelo interior do estado. O próximo passo é a instalação do Cemitério Morada da Paz, em Caicó, que será localizado no antigo cemitério do empresário Suetônio Teixeira, no Sítio de Biririu, próximo à saída para Jucurutu. E o nosso Crematório? ...* Mostra Artefacto 2013 ... com seletos convidados e uma mostra pelos 12 melhores da Decor em Natal, Ysnara Almeida recebe convidados com convite individual, nesta quarta-feiradas 18 às 22hs, na Hermes da Fonseca...* Blogueiro Sim...Tem seu dia e será comemorado no próximo dois de setembro, às 9:30h no Plenário Clóvis Motta. Uma luta do antenado Marcos Pedroza e proposta dos deputados Fábio Dantas, Kelps Lima e Ricardo Motta.

Hilneth Correia

Na terrinha ...

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✩ TERAPIA DE RISCO (14 anos,

legendado) Cinemark 5. Sessões 19h35 (só ter/qui). Emily e Martin formam um bemsucedido casal de Nova York, cuja vida sofre um revés quando ele é preso por revelar informações privilegiadas da companhia onde trabalha. Quando está prestes a sair da cadeia, quatro anos depois, Emily é acometida por uma crise de ansiedade e é tratada pelo psiquiatra Jonathan Banks (Jude Law), sob supervisão da Dra. Victoria Siebert (Catherine Zeta-Jones), com um novo medicamento, chamado Ablixa. Durante o tratamento, uma morte acontece e a situação sai de controle. Direção: Steven Soderbergh. FLORES RARAS (12 anos, nacional) Cinemark 7. Sessões 13h, 15h30. O Brasil nos anos 50/60 passa por grandes transformações. É quando Elisabeth Bishop (Miranda Otto), poetisa americana, chega para conhecer o Rio de Janeiro e passar alguns dias com Lota de Macedo Soares (Glória Pires) mulher forte e empreendedora da sociedade carioca. Com personalidades à frente de seus tempos, elas estabelecem uma relação pessoal gerando muitas conquistas e perdas, que se refletem até os dias de hoje. Direção Bruno Barreto.

Um dos mais novos lançamentos do cinema é o filme conhecido como Terapia de Risco, do diretor Steven Soderbergh, sendo que a personagem principal da trama é conhecida como Emily Hawkins, uma jovem que é muito ansiosa e procura tratar-se por meio da ingestão de remédios diários para conseguir controlar seu problema. A ansiedade de Emily é causada por um fato que a deixa eufórica, sendo que a terapia começou quando a data na qual seu marido voltará da prisão começa a aproximar-se, necessitando de auxílio especializado para que ela pudesse conter-se para que fosse possível reencontrar seu grande amor. Além da ansiedade que Emily possui, o problema estendese por outros pontos de seu

organismo, afetando seu lado psicológico e fazendo com que a mesma busque auxílio

neste ramo, sendo ajudada por dois profissionais da área.


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tnfamília

Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 25 de agosto de 2013

VERÃO,

AO NATURAL Em meio a muitas estampas e explosão de cores fortes, surge um caminho para “aquelas” que adoram um guarda-roupa mais limpo e minimalista para os dias de verão. Nessa, entram em cena os tecidos mais crus, como por exemplo, o algodão, e os tons mais clarinhos de terrosos e of whites. Vale misturar com tramas e rendas para “acalmar” o agito do dia a dia e ganhar ponto pela simplicidade e elegância. Os acessórios seguem a proposta e aparecem madeiras, cordas, cortiças e afins.

Vestido Estrela Viva e pulseiras Tereza Tinôco

NEWS ::::::::::::::

Ficha Técnica

Look Anamac para Tereza Tinôco

Foto: Hudson Rennan; Direção: George Azevedo Beleza: Jackson Smith (Sinval de Souza); Modelo: Bárbara Elali (Tráfego Models); Styling: David Tavares. Agradecimentos: Gabriel Terceiro, Antiquário Raridades,Tereza Tinôco, Estrela Viva e Bain Douche.

Look total Tereza Tinôco

Vestido Tereza Tinôco

Look total Bain Douche

Equipe Glam mais uma vez assina a produção de moda da campanha “fashion” do Midway Mall. Dessa vez, o verão. Sob a batuta da Base Propaganda e com fotos de Humberto Lopes, a campanha foi fotografada no litoral sul do estado, em points como Tibau do Sul e a Praia de Pipa. No cast, só poderosas: Bárbara Elali, Priscila Maia, Érika Fontes e a Miss Rio Grande do Norte 2013, Cristina Alves. A beleza das “fofas” é assinada pelo talentoso Jackson Smith, da equipe Sinval de Souza. Aguardem! Outra campanha “super” linda que está no ar com tops Tráfego Models é a da Rio Center, produzida pela Agência Virttus. Em ação, Thaysa Bello, Alice Alves, Cloe Padilha, Lariza Lima, Brenda Maciel, Augusto Junior, Jeff Dala Posa e Bruno Mooneyhan. E aguarde a revista Rio Center, que será lançada no próximo mês. Setembro, também, marcará a inauguração da Zara no Midway Mall. Quem confirma é o todo poderoso Flávio Rocha através de sua conta no instagram. Glam chegando... Nossa equipe cai em campo para concluir produção da edição verão de GLAM. A revista está prevista para ser lançada no final de setembro, trazendo na capa e recheio toda beleza da nossa Miss Rio Grande do Norte 2013, Cristina Alves. Atenção meninas e meninos! O Tráfego Look 2013 vem aí à procura de novas beldades para o cenário fashion potiguar. Esse ano comemorando 20 anos de sucesso. Fiquem ligados. Falando em Tráfego Models, a agência abre inscrições para a 3° edição do Projeto Modelando. Para crianças a partir de 05 anos e adolescentes com mais de 13 anos. Mais informações com Sandra Máximo, no (84) 8899.0413 ou 3206.3052. Na quarta-feira, 21, a empresária Kênia Marques promoveu uma badalação super fashion no Shopping Liberdade com o lançamento da coleção verão 2014 da sua loja V.Hall, exibindo peças de marcas incríveis, como, Afgahn, Lança Perfume, Alphorria, Oh,Boy!, Cavalera e Ricardo Almeida.


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