NATAL ENTRA NO CIRCUITO DE RUA DA TRACK & FIELD RUN SERIES • ESPORTES 5
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Ano 64 • Número 006 • Domingo, 30 de março de 2014
FUNDADOR: ALUÍZIO ALVES - 1921 - 2006
revista da TV CAUÃ REYMOND E CLEO PIRES FAZEM CENAS DE SEXO EM “O CAÇADOR” « RTV 6 E 7 »
EMANUEL AMARAL
EXEMPLAR DO ASSINANTE
VICTOR, 4 ANOS: SURF, ESCOLA E SKATE « NATAL 5 »
Jornal CADERNO CLUBE DO ASSINANTE TEM NOVO DESIGN E NOVAS OFERTAS « PÁGINAS 1 A 8 »
GUSTAVO STEPHAN
família NOVOS CONCEITOS REABILITAM O FEIJÃO MARAVILHA NA DIETA SAUDÁVEL « TNF 1 A 3 »
Arrecadação de impostos no RN cresce 59% em cinco anos « CARGA » Dados do Instituto Brasileiro
EXEMPLAR DO ASSINANTE
de Planejamento e Tributação mostram que, nos últimos cinco anos, a arrecadação de todos os tipos de impostos cresceu 59,45% no RN. Em 2013, o brasileiro pagou R$ 1,701 trilhão em tributos. Para o total arrecadado, os potiguares contribuíram com R$ 4,090 bilhões.
« PESO » Em 2014, até a última sexta-
37,8% ÁGUA TRATADA
34% GÁS DE COZINHA
43,1% MATERIAL ESCOLAR
32,3% REFEIÇÃO FORA DE CASA
1964: O PESADELO DE 21 ANOS
AOS LEITORES
ARQUIVO/ESTADÃO CONTEUDO/AE
A economia brasileira vem atravessando, nos últimos anos, mudanças de cenários, incluindo o esboço de uma crise, iniciada em 2011, e que persiste até os dias atuais. A alta de custos é um dos elementos comuns a esses cenários. A pressão sobre os preços tem sido constante e, praticamente, nenhum produto ou serviço mantém hoje os mesmos preços de uma década atrás. A necessidade de reajustes é uma realidade. A TRIBUNA DO NORTE reajustou os preços de capa de suas edições há mais tempo do que qualquer outro produto e ou serviço conhecido. Nas edições dos dias úteis (terça a sábado), estamos desde outubro de 2001 com o preço de R$ 1,50. Nas edições de domingo, o preço de R$ 2,50 vigora desde março de 1999. Sem levar em consideração a inflação acumulada nesses períodos (o IPCA acumulado de 2002 a 2012 foi de 101,89%), mas tão somente a necessidade mínima de recompor o equilíbrio receitas/custos e, ainda, análises sobre o poder aquisitivo do mercado local, decidimos reajustar nossos preços de capas a partir do próximo dia 1º de abril. As edições dos dias úteis (terça a sábado) passam a custar R$ 2,00 (reajuste de 33%) e, aos domingos, R$ 3,00 (reajuste de 20%). Estamos certos de contar com a compreensão e o reconhecimento dos nossos leitores/assinantes para o esforço de ter mantido os preços estáveis por tanto tempo e a garantia de que continuaremos a prestar os melhores serviços jornalísticos, marca da TRIBUNA DO NORTE há 64 anos.
FALTAM 81 DIAS
80
TOTAL DE PÁGINAS DESTA EDIÇÃO: páginas
FALE CONOSCO: PABX: Redação:
feira, os brasileiros já pagaram mais de R$ 416 bilhões em impostos. R$ 900 milhões foram arrecadados no RN. A carga tributária brasileira é considerada uma das mais altas do mundo e incide sobre todos os gastos. Da água tratada ao vídeo game. « ECONOMIA 1 E 2 »
« VOTAÇÃO » Henrique vai conduzir projetos importantes na Câmara Federal Presidente da Câmara e pré-candidato do PMDB ao Governo do Rio Grande do Norte, Henrique Eduardo Alves, quer assegurar votação do projeto que regulamenta a PEC das domésticas e o que torna a corrupção crime hediondo, ambos na pauta da Câmara Federal. « PÁGINA 3 »
« PATRIMÔNIO » Abandono é risco para 30% dos imóveis no centro histórico
Há cinquenta anos, o Congresso Nacional cassava o mandato do presidente João Goulart, abrindo caminho para um golpe na democracia. Os generais usaram a força para manter o regime durante 21 anos. « PÁGINAS 9 A 16 »
O abandono de prédios é uma prática recorrente nas diversas esferas do poder público e mesmo entre a Igreja e a iniciativa privada. Em Natal, 30% dos imóveis na área do centro histórico estão nessas condições. « NATAL 7 E 8 »
esportes
política
natal
economia
América nomeia um novo “Rei” Arthur
Realidades locais vão prevalecer em 2014
Jogos terão segurança com 12 mil homens
Setor de serviços é a salvação para o RN
Aos 21 anos, Arthur Maia já se transformou no principal ídolo do América na temporada. Autor de um golaço, ele não se deslumbra com a fama. « ESPORTES 2 »
O líder da bancada do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, assegura que os palanques estaduais serão articulados de acordo com realidades locais.« PÁGINA 7 »
Com a participação das Forças Armadas, a segurança para os dias de jogos em Natal contará com 12 mil homens nas ruas. « NATAL 1 A 3 »
Carlos Thadeu de Freitas, economista chefe da CNC, explica como a combinação de juros e inflação em alta, que trava o Brasil, não afeta área de serviços. « PÁGINA 5 »
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2
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Jornal de WM WODEN MADRUGA [ woden@terra.com.br ]
opinião
A tragédia nacional AGNELO ALVES jornalista
De Oswaldo a José Gonçalves
T
udo começa no terreiro da Fazenda Pinturas, onde o doutor Paulo Bezerra, depois de vaquejar as barras que sinalizam chuvas pelos sertões, abre um livro de sua preciosa biblioteca e encontra entre suas páginas um bilhete de Oswaldo Lamartine para José Gonçalves de Medeiros, dois grandes sertanejos, dois belos escritores. Aliás, três: Oswaldo, Zé Gonçalves e Paulo de Balá. Os dois últimos, acarienses, de umbigos enterrados nas porteiras de lá, e o primeiro, nascido em Natal, mas seridoense de sangue e de escolha. Quem conta essa história todo é o próprio doutor Paulo Bezerra, que me escreveu carta esta semana: “Caro Woden: Colhi das páginas do livro “EL ESTRANJERO”, de Alberto Camus, Edição de 1949 – Buenos Aires, este bilhete, sem data, de Oswaldo Lamartine (1919-2007) a José Gonçalves (1919-1951), que me veio pelas mãos de Zélia, irmão de José. “Quá-quá: Meu amigo, meu irmão. Recebi seu relatório político papa-jerimum que me deixou surpreendido, pois estava totalmente ignorante dos acontecimentos da nossa terra. É entristecedora a situação do R.G.N. marcado pelo interesse de 3 ou 4 homens que nem sequer sabem, além dos interesses pessoais, o que querem. Continuo passando a semana na fazenda e o domingo de resguardo no velho sobrado francês. A vida na fazenda resume-se no trabalho insípido, pois não temos luz, água nem convivência. Estou assim numa transição intensiva para o analfabetismo absoluto. Os livros encaixotados no Norte, sacrificados pelos indispensáveis utensílios domésticos. No Rio nada li, nada comprei, na vi (exceto o teatro). Bisbilhotei algumas livrarias, mas tive remorso de com-
prar livros para sepultar em caixotes! Apenas este, num rasgo de pequeno burguês (como diria Leonardo) e mais uma homenagem aos amigos. Aí vai, semi-virgem como os restos do cordão umbilical que me prendia às estantes. Hoje sou um homem que compro carne, batatas e leite – economizo uns tostões e procuro entupir a tripa para que o sono domine logo o cérebro e não sinta desejo de letra de forma. Acredita-me, Zé – não lhe aconselho a fazer o mesmo. Nem todos os cruzeiros do patrão Borghi pagariam os bate-papos de Luís de Barros, as ginásticas noturnas e paradisíacas e a conferência sobre Camus à custa do uísque de Wandick. Uma coisa lhe peço: remeta-me o 1º exemplar do seu trabalho sobre Castro Alves, ainda que custe mais que os poemas de Palmyra. Faça-o via aérea, registrado. Diga a Newton que estou vivo e aguardando que a inspiração lhe chegue em “chicote”, para receber o quadro. Mando o endereço dele e da Ramalhal figura. Envie-nos os suplementos mais interessantes do D.P. Do irmão amigo OLamartine”.
Dele, de Zé Gonçalves, trago na lembrança tê-lo visto por duas vezes perdidas no tempo: a primeira foi na festa-baile que Dinarte Mariz nos próprios da sua usina da Avenida Seridó em Caicó, quando da passagem de Eduardo Gomes propagando sua candidatura à presidência da República. Rapazes de várias regiões discursaram em torno de longa mesa. Zé Gonçalves discursara. Muitos falaram, e Silvino Bezerra Filho, estudante de Acari, principiou assim: ‘Eu vos saúdo caravaneiros da liberdade...’ e por ali saiu. Coisa de 1945, imagino!, eu com 11 anos. Depois, sob a sombra de um fícus na praça Cel. Silvino Bezerra, fronteiriça à loja “A BOREAL”, de Antônio Bezerra Fernandes, seu padrinho, vi-o conversar entre amigos, candidato da UDN a deputado estadual ou já eleito que fosse, mas ainda estudante de Direito a colar grau em 1948, no Recife. Ali, na terra onde pisava, estavam as suas origens nunca esquecidas. Ternas lembranças de ontem... Herança dos antepassados. Também julguei pertinente transcrever a mensagem telefônica de Oswaldo Lamartine ao prefeito de Acari – Silvino Bezerra Filho, quando da inauguração da TELERN, onde o nome de José Gonçalves foi citado: “Assusta-me ouvi-lo tão perto de tão longe. Vejo que Acari é mais um número do DDD. E com ele desenha-se em minha a geografia da Serra Grande, e da Caiçarinha, a da Rajada e o boqueirão do Gargalheira que a engenharia esbarrou em açude. Falem vocês com os 4 aceiros do mundo. Mas guardem religiosamente mundo de todos vocês: da intocada, pequena e pobre Igreja do Rosário, a primeira erguida nesses sertões. A lembrança das escolas de palmatória do Prof. Tomaz Sebastião e das irmãs Porfíria e Dom-Dom. O mando manso e presente do meu avô Silvino Bezerra – 50 anos sem perder eleição. A memória de José Augusto Bezerra de Medeiros – 50 anos a serviço do sertão. Hortêncio de Brito e José Gonçalves – “penas de pássaros feridos de morte”, caídas do céu. Otávio Lamartine e Fernando Melo – vidas a serviço do algodão. O velho Piano Pereira – um coração maior do que o Gargalheira. Possidônio Avelino da Costa – mestre
de rédeas e de rastros. Cipriano Santa Rosa – o aval da sabedoria desses sertões. José Braz Velho – arquivista de memória perdida que sabia a história das famílias, dos bichos e das plantas e no alpendre da casa do Talhado, ensinava agronomia aos agrônomos. São todos eles, e muitos outros, paisagem e memória de todos nós. Rogo a Deus que esse mágico telefone só convoque vocês para as boas notícias. E sendo Acari a terra do nosso pastor D. Eugênio, saiba você primo-amigo e prefeito – você e todos que têm as rédeas dos destinos dessa gene – fazê-los crescer em mansidão e harmonia. Limpos de malquerenças, como limpa e caiada é essa cidade, capital da lembrança de todo nós. É isto o que me diz esse misterioso número do DDD. Rio de Janeiro, 15/ago/77”. Com estima, De Paulo Balá - um velho sertanejo.”
De Poesia Estou compreendendo que se eu morrer num vôo antes de tocar a terra / Do Mundo, serei como a pena do pássaro ferido de morte. / Serei um pássaro de fogo, que vem do céu para repousar no seu ninho de areia / Chorem, bebam, dancem, riem, passeiem, pela alma do amigo que não foi pássaro, mas morreu como ele. (de José Gonçalves de Medeiros, no seu poema “Despedida do Pássaro Morto”)
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I
magino o estresse da presidente Dilma ante os acontecimentos que fazem as manchetes da mídia nacional diariamente e que também estressam os brasileiros que formam a quase totalidade da população, em um percentual realmente impressionante, 99%, identificados como contribuinte. Realmente, nós somos os pagadores de impostos, contribuintes. Afinal, se para a presidenta da República, Dilma Rousseff, é estressante a propagação incontrolável de acontecimentos que minam reputação dela como gestora do seu governo, o que dirá que está acontecendo com nós outros, que a elegemos presidenta da República? A recente pesquisa do IBOPE – ainda bem – a mantêm favorita como candidata à reeleição para os próximos quatro anos. Mas... Estou na pele de um dentre os 99% de brasileiros, vendo as coisas acontecendo com revelações espantosas que gostaríamos que fossem mentiras, invenções, fantasias de satanás. Infelizmente, não dispensáveis de investigações para se saber se verdade, menti-
Brum
ra, invencionice ou o diabo a quatro. A própria presidenta Dilma deseja a investigação, sem palanque eleitoral, como PT sempre fez quando era oposição. Dispenso tudo mais para ficar apenas com a Petrobras, emblemática do orgulho brasileiro nas cores verde e amarelo. Logo a Petrobras? Lembro-me da última campanha eleitoral que elegeu a presidenta da República, a senhora Dilma Rousseff – legítima brasileira de classe média, torturada pela ditadura – e o seu partido, o PT, acusando os candidatos, seus adversários, de que, se vitoriosos, um deles iria privatizar a Petrobras. Quantos brasileiros votaram em massa no PT para evitar a “privatização” de nossa Petrobras? Aí está a Petrobras jogada na lata do lixo. Justificável o estresse da presidenta Dilma. Nós, brasileiros, todos, também estamos estressados. Sem investigação nenhuma os fatos estão vindo a público. Um diretor da Petrobras preso. Outro, demitido, está no exterior de “férias”, pouco se incomodando. Ambos conscientes de que, se abrirem a boca e falarem, não restará pedra sobre pedra... No Congresso Nacional a oposição já tem número sufi-
gédia nacional? Não temos a capacidade de prever.
Os partidos do RN
A Petrobras foi a grande tragédia nacional para a presidenta Dilma Rousseff, outra vítima, amargando o estresse que é também de todos os brasileiros” ciente para a constituição de uma CPI no Senado. Mas o governo trabalha para a retirada de algumas assinaturas suficientes para a CPI ser extinta, morrer antes de viver, ou, vivendo, por inevitável, ser submetida a controle total, sob alegação de que em um ano eleitoral a oposição terá um palanque político. A Petrobras foi usada pelos que fingiam defende-la da “privatização” para usá-la nos negócios mais escabrosos que jamais foram imaginados de acontecer, mas aconteceram. Como vai terminar essa tra-
Parabéns ao confrade Paulo Nascimento do “Novo Jornal” que, em reportagem, sexta-feira passada, revelou os números dos partidos nas eleições municipais de 2012. O PMDB somando 462.747 votos, o DEM com 222.998 votos e o PDT com 202.871 votos, aparecendo como os três maiores partidos do Rio Grande do Norte. O PT somou 128.360 votos e PSD somou 164.412 que hoje formam o chamado “outro lado”.
Íntegra
É a seguinte a lista e a votação dos partidos no RN, na eleição de 2012:
VOTAÇÃO 2012 PARTIDO PMDB PSB PR PMN PSDB PPS PTB PV PDT DEM PSD PP PT PC do B
VOTOS 462.747 167.235 174.144 65.591 60.747 32.370 7.636 35.538 202.998 222.871 164.412 69.949 126.360 14.672
Cartas
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Arena
Direito de sepultar os mortos MARCOS GUERRA vice-presidente da OAB-RN
“Quando eu morrer, que me enterrem na beira do chapadão, contente com minha terra, cansado de tanta guerra, crescido de coração.” Guimarães Rosa
E
stes versos do imortal Guimarães Rosa foram incorporados por Chico Buarque em “Assentamento”. Referem-se a um direito universal e sagrado, respeitado desde milênios antes de Cristo. Até hoje, contendores fazem uma trégua para que cada uma das partes cuide de seus mortos e feridos. Sepultar e honrar seus mortos são ao mesmo tempo direito e dever dos sobreviventes, e um pleito legítimo dos familiares e da comunidade. E um dever moral de todos aqueles que estão diretamente ligados ao evento que resultou na morte. Para cumprir o dever, ou claramente sonega-lo aos mortos e seus herdeiros, os “senhores da guerra” devem assumir com coragem sua responsabilidade. Não cabem artifícios, jogo de empurra e anonimato. Ao refletirmos sobre os 50 Classificados Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)
4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00
anos do golpe militar, cabe-nos relembrar todos os insepultos que foram vítimas dos conflitos da época, e dos porões da ditadura. A “guerra revolucionária” não justifica um desrespeito à tradição milenar e a um direito natural. Aqui no RN, dentre outros, a OAB-RN reclama o corpo do Advogado e Professor Luiz Maranhão Filho. Nada explica ou justifica impedir que seu corpo seja sepultado com dignidade e com as honras merecidas, direito dos familiares e de toda a comunidade. O certo é que mais de 380 famílias brasileiras não puderam enterrar seus mortos, dos quais não têm sequer notícias. Recentemente reabre-se a esperança de esclarecer onde está o corpo do Deputado Rubens Paiva. Trata-se de direito universal. Respeitado no ocidente desde as Guerras Púnicas em Roma, os conflitos no antigo Egito e a Guerra do Peloponeso na Grécia. Na 1ª. Guerra Mundial ficou conhecida uma emocionante “Trégua do Natal” em 1914, para permitir sepultar os seus, e na qual houve inclusive confraternização natalina entre beligerantes. São disposições in-
PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo
equívocas do Direito Internacional. Seu desrespeito por agentes em serviço envergonha o Estado brasileiro. Dentre outros casos recentes, em Acari (RJ), em 1990, mães reivindicaram o direito de sepultar seus filhos. Em “Mães de Acari - uma história de luta contra a impunidade”, o autor Carlos Nobre relata o ocorrido, e o Documentário “Luto como mãe”, de Luis Carlos Nascimento nos lembra da impunidade ainda reinante. Duas tragédias gregas deixam muito claras as escolhas dos Reis Creonte e Teseu, diante do pedido dos familiares para enterrar seus mortos. O primeiro, retratado como déspota impiedoso e insensível, nega-se a respeitar os mandamentos ancestrais e religiosos. O segundo, trava um diálogo elucidativo com sua mãe. Na peça “As Suplicantes”, ficam evidentes as obrigações morais e éticas de quem tem o ônus do poder sobre vivos e mortos. Com responsabilidade hierárquica, quem comanda decide, como Creonte ou como Teseu? Passados tantos anos, a cobrança persiste. Silêncio e anonimato não são respostas válidas. FILIADO AO
R$ 1,50 R$ 2,50
FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
R$ 2,00 R$ 3,20
REPRESENTANTE NACIONAL – Pereira de Souza & Cia Ltda: Rio de Janeiro : (O21)2544-3070 – São Paulo: (011) 3259-6111
FILIADO À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS
O Governo, descaradamente, afirma que está quebrado e nem sequer paga o funcionalismo em dia, mas tem R$ 10,2 milhões para pagar mensalmente à OAS. Os funcionários públicos, há anos, estão com seus salários congelados e esperam que o Governo pague o Plano de Cargos e Salários e ele afirma que está acima do limite prudencial. Só há limite prudencial para pagar os servidores, convocar os 824 PMs e policiais civis, mas para pagar à OAS, o Estado sai do limite. O Arena das Dunas será apenas um elefante branco, como muitos espalhados pelo Brasil afora. Os R$ 10,2 milhões daria para pagar 13.812 servidores que ganham até um salário-mínimo de R$ 724,00. Mas todo mês a folha de pagamento do Estado é fracionada. Continuaremos deitados eternamente em berço esplêndido, omissos e à espera de um milagre ou tomaremos atitudes democráticas que venham beneficiar o povo brasileiro. Precisamos de saúde, educação, cultura, lazer, segurança padrão Fifa, para que possamos nos orgulhar de nosso país. O país que desejamos, quem decidirá somos nós, pois o povo tem o Governo que merece. O povo não quer só bolsa, mas sim educação e saúde de qualidade. Temos que ensinar o povo a pescar e não a dar o peixe, pois quando ensinamos a pescar, abrimos novos horizontes que conduzem à dignidade. renatospp@yahoo.com.br
Acidente
Onde nós estamos? Um acidente acontece em frente ao maior hospital de urgências, e uma pessoa fica hora e meia à espera? Isso é um descaso, isso é vergonhoso!
jeleal@sapo.pt Cartas para esta coluna deverão ter no máximo 40 linhas para cada leitor e endereçadas para a seção Coluna do Leitor - Fone: 4006-6100 FAX: 4006-61224 - Redação/Tribuna do Norte. Email - tribuna@digizap.com.br
REDE CABUGI DE COMUNICAÇÃO TRIBUNA DO NORTE 4006-6100 Rádio Globo/Cabugi (AM) Natal 4006-6180 104 (FM) Parnamirim 3272-3737 Rádio Difusora de Mossoró (AM) 3316-3181/2181/3317-6167 Rádio Cabugi do Seridó (AM) J. do Seridó 3472-2759 Rádio Baixa Verde (AM)J. Câmara 3262-2498 Pereira de Souza(SP) 11/3259-6111 Pereira de Souza(RJ) 21/2544-3070
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
política
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Notas & Comentários
Henrique destaca prioridades das votações na Câmara
Restrições
« PROPOSTAS » Presidente da Câmara quer assegurar votação dos projetos
[ colunanotas@tribunadonorte.com.br ]
O Supremo Tribunal Federal (STF) incluiu na pauta do plenário da quarta-feira o julgamento que pode proibir doações de empresas privadas. Uma decisão da Corte pode ter um impacto direto na disputa de outubro. A apreciação do processo, o primeiro item da pauta, foi interrompida em dezembro passado com o pedido de vista do ministro Teori Zavascki, que deve ser o primeiro a se manifestar. No momento, o placar tem quatro votos favoráveis e nenhum contrário ao fim das doações de empresas. Ou seja, bastam dois dos sete votos dos ministros a favor da ação apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em setembro de 2011.
Limites Pela legislação atual, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto obtido no ano anterior ao da eleição. As pessoas físicas podem doar quantias limitadas a 10% do rendimento bruto do ano anterior. O ministro Luiz Fux, relator do processo, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, e Luís Roberto Barroso votaram a favor de que o fim das doações privadas entre em vigor já nas eleições de outubro. Dias Toffoli, também fa-
vorável à proposta, prefere se posicionar sobre a validade da norma após a conclusão da votação. No seu voto, Fux defendeu a anulação dos trechos da Lei das Eleições e da Lei dos Partidos Políticos que permitem doações feitas por pessoas jurídicas. O relator disse que somente as doações de pessoas físicas e do fundo partidário recurso público que serve para custear os partidos políticos - servem para bancar as campanhas.
Proposta O relator propôs que o Congresso aprove em, no máximo, dois anos um novo marco de financiamento no país, com os seguintes parâmetros: limite de doações a campanhas ou partidos por pessoas físicas de forma a não comprometer a igualdade dos candidatos nas
eleições. Idêntica orientação tem de ser seguida pelos candidatos, ao receberem os recursos. Se o Congresso não aprovar a nova norma em um ano e meio, caberá excepcionalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fazer tal regulamentação.
Compromisso Ao fazer um pronunciamento no plenário do Senado, Ivonete Dantas (PMDB) afirmou que nos 120 dias que ficará no exercício do mandato se dedicará a advertir para a necessidade dos governados adotarem medidas
no combate aos efeitos da estiagem na região do semiárido e à transposição do Rio São Francisco. Ivonete Dantas assumiu o cargo com o licenciamento de Garibaldi Alves por quatro meses para tratamento médico.
Cotada para vice Coube ao deputado estadual Leonardo No-
gueira (DEM) alertar, no plenário da Assembleia Legislativa, para demora no diagnóstico das unidades hospitalares do interior do Estado. “Tenho que registrar fatos lamentáveis como esse, e histórias verdadeiras de pessoas que estão padecendo, deixando de ter seus tratamentos e diagnósticos”, afirmou o parlamentar.
Salários O Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei (PL) de revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). O texto inclui a implantação da tabela de correção do internível dos servidores, com o percentual de aumento salarial
de 3% entre os níveis do PCCR, que vão do 1 ao 16. A correção implicará em um aumento de aproximadamente R$ 6,5 milhões por mês na folha de pagamento da Secretaria. Ao divulgar o envio da proposta, o Governo destacou que a conclusão do projeto foi feita mediante um estudo das condições financeiras do Estado.
Recesso O ministro da Previdência, Garibaldi Filho, iniciou ontem uma viagem em férias pela Europa.
Falta-nos uma visão consistente do que seja o jogo democrático. Aqui, o que conta é o Governo, o Estado” Fernando Henrique Cardoso - ao comentar sobre os 50 anos depois do Golpe Militar de 64 e a redemocratização
Cotada para vice Colunista da revista Época, o jornalista Felipe Patury informou que a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul tornou-se uma ideia fixa do presidenciável Aécio Neves para ser candidata a vice. “Aécio acredita
que, ao lado de Ana Amélia, será capaz de solapar Dilma em dois de seus principais redutos eleitorais: Minas, terra natal sua e da presidente, e Rio Grande do Sul, onde Dilma passou a maior parte de sua vida”, informa Patury.
Votação Como os vereadores de Natal demoraram mais de 40 dias
para votar os projetos que tratam da reforma administrativa da Prefeitura, a tramitação deverá entrar em regime de urgência e deixará as comissões para ir direto ao plenário. Caberá ao presidente da Câmara, Albert Dickson, em reunião com os líderes de bancadas, decidir se coloca os projetos que tratam do assunto em pauta.
que regulamentam PEC das domésticas e torna a corrupção crime hediondo JUNIOR SANTOS
O
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, précandidato ao governo do Estado do PMDB, segue para Brasília nesta segunda-feira (31) para conduzir as articulações que vão garantir o cumprimento da pauta de votações em plenário. O parlamentar descarta a possibilidade de se licenciar, neste primeiro momento, da presidência da Câmara, uma vez que os temas que vão entrar na pauta exigem atenção. “Temos uma agenda extensa para cumprir na Casa a partir de abril, e é preciso dar prioridade. Pretendo discutir de forma mais profunda a reforma política”, salientou o presidente. Entre outras projetos que entram em votação ou discussão na Câmara estão a regulamentação da PEC das Domésticas e o que que transforma a corrupção em crime hediondo. Mesmo com a agenda apertada, o presidente afirma que será possível manter o cronograma do Congresso Nacional e as atividades como pré-candidato ao Governo do Estado. Henrique Alves pretende manter a agenda semanal, com visitas ao RN nas quintas-feiras e retorno à capital federal às segundas-feiras. Após o recesso parlamentar, em julho, ele pretende repensar a agenda, uma vez que as sessões da Casa também entram em regime diferenciado. “Uma atividade não incompatibiliza a outra. Como précandidato, vou participar de algumas reuniões no interior do estado para preparar o nosso programa de governo”, justificou o presidente da Câmara. De acordo com Alves, o programa que está sendo preparado tem foco em ações voltadas para a recuperação da saúde pública, da segurança e da mobilidade urbana. “Temos uma pauta bastante variada, pois queremos ouvir diversos segmentos regionais. Assim, poderemos apresentar um programa consolidado na convenção do partido, ao final de junho”, pontuou. O pré-candidato articula uma coalizão formada, inicial-
Henrique Eduardo apresentou a pré-candidatura com a presença de representantes de partidos aliados
Temos uma pauta variada, pois queremos ouvir diversos segmentos para apresentar um programa consolidado” HENRIQUE EDUARDO ALVES presidente da Câmara
mente, por 12 partidos, que também congrega João Maia (PR), pré-candidato à vice-governador, e Wilma de Faria (PSB), précandidata ao Senado Federal. Entretanto, o deputado não descarta o crescimento da base de apoio. “Estamos conversando com outros oito partidos que podem se juntar a nós”, revelou. A coalização pode reunir, ainda, legendas diametralmente opostas, como o Partido Comunista do Brasil (PcdoB), o Partido Popular Socialista (PPS), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Humanista da Solidariedade (PHS). O parlamentar esclareceu, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, que a aliança com o PSB estadual, representado por Wilma, não determinará o seu apoio
ao pré-candidato da legenda à presidência da República – Eduardo Campos, governador de Pernambuco. “O candidato Eduardo Campos tem o seu espaço natural no estado e é repeitado. Mesmo assim, há um respeito na minha aliança com Wilma. O meu apoio continua à chapa definida pelo PMDB, que é representada pelo nosso vice-presidente, Michel Temer”, reiterou. Na presidência da Câmara dos Deputados há quase dois anos, Henrique Eduardo Alves é o segundo na linha sucessória da República. Cabe ao presidente da Câmara ocupar o Poder Executivo na ausência da presidenta, Dilma Roussef, e do vice, Michel Temer. Entretanto, ele afirma que deixar as atividades do Legislativo, após 44 anos como deputado federal e 11 mandados, é uma obrigação no atual momento do Rio Grande do Norte. “Se eu fosse me candidatar a reeleição, era certeza que teria sucesso. Mas chegou a hora de assumir uma convocação que não foi feita, de oferecer meus serviços ao estado. O estado está completamente quebrado, apesar de ser rico em petróleo, de ter um aeroporto moderno em construção e as eólicas em funcionamento. É preciso res-
taurar a confiança do povo no estado”, avaliou.
Pré-candidatura
A pré-candidatura de Henrique Eduardo Alves foi lançada na última sexta-feira, no Hotel Praiamar, em Ponta Negra. O evento lotou o auditório com evento, e contou com a presença do ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho (PMDB), o prefeito da cidade, Carlos Eduardo (PDT), e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PROS). O tom das lideranças foi de aliança em prol da retomada do desenvolvimento do Rio Grande do Norte. O presidente da Câmara dos Deputados teve um leve mal-estar após o lançamento da précandidatura, e saiu do evento sem falar com a imprensa. Segundo Alves, o mal-estar foi causado por uma crise de hipoglicemia, que se resolveu logo. Ele também credita o mal-estar à grande comoção que tomou conta do evento. “Senti a presença do meu pai me abençoando do evento. Foi uma emoção muito grande. Há 44 anos eu preparava para esse dia, e toda a luta pela qual minha família já passou estava na minha cabeça. Foi um cansaço leve, já estou bem”, esclareceu.
Leonardo deixa o Governo « ELEIÇÕES » Ex-secretário de Recursos Hídricos é exonerado e vai decidir se concorrerá a uma vaga na Assembleia Legislativa ou no Congresso MAGNUS NASCIMENTO
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ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo, foi exonerado do cargo de titular da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh). O afastamento, publicado na edição de ontem (29), do Diário Oficial do Estado, foi motivado pela pretensão de retornar à esfera política nas eleições deste ano. Segundo o Governo do Estado, a pasta será assumida interinamente pelo secretário adjunto, o engenheiro Luciano Cavalcanti Xavier. A nomeação ainda não foi publicada oficialmente. Rêgo é o terceiro secretário do governo a se afastar das atividades do executivo para concorrer ao pleito deste ano. Assim como Aldair da Rocha, exsecretário de segurança, e Rogério Marinho, ex-desenvolvimento econômico, Leonardo Rêgo apresentou pedido de afastamento ao governo em dezembro do ano passado. “No meu caso, a governadora solicitou que eu permanecesse por mais um tempo, devido à quantidade de ações que estavam
Leonardo Rego é o 3º secretário a se afastar por causa da eleição
sendo desenvolvidas por mim na secretaria”, justificou. Prefeito de Pau dos Ferros durante oito anos e filho do deputado estadual Getúlio Rego (DEM) – líder do governo da Assembleia Legislativa –, Leonardo Rêgo vai concorrer a deputado – mas se exime de detalhar se ao cargo estadual ou federal. “A legislação eleitoral é melindrosa, por isso não quero detalhar ainda. Mas em maio vou me reu-
nir com meu pai para definir e anunciar uma decisão”, adiantou. De acordo com Leonardo Rêgo, o Democratas (DEM) já sabe da sua pretensão em se candidatar, e não há controvérsias quanto a sua indicação. Em torno das candidaturas do DEM, também circula a possibilidade de afastamento do atual líder do governo na Assembleia. Getúlio Rêgo já está no oitavo mandato como par-
lamentar, e não descarta a possibilidade de deixar a Casa, de acordo com seu filho. “Ainda não está posto, mas ele não descarta a possibilidade de afastamento. Ainda vamos conversar sobre isso”, acrescentou Rêgo. Leonardo esteve a frente da secretaria de recursos hídricos por exatos 12 meses – período em que o governo do estado teve de enfrentar uma das piores secas dos últimos 50 anos. Entretanto, ele avalia a gestão como positiva, e enumera uma série de ações de combate à seca que estão encaminhadas para os próximos anos. “Concluímos a adutora do Alto Oeste, que só não está operando por causa da diminuição da capacidade da adutora de Pau dos Ferros; também deixo a adutora de Santa Cruz do Apodi com 96% de conclusão e a barragem de Oiticica com 25% de conclusão. Foram um conjunto de ações que vão deixar o RN com condições para enfrentar as secas nos próximos anos”, enumerou.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Cláudio Humberto [ ch@claudiohumberto.com.br - www.claudiohumberto.com.br]
Retaliação A pesquisa CNI/Ibope, mostrando queda brusca de 7 pontos na avaliação da presidenta Dilma, deixou o governo paralisado, em estado catatônico, incapaz de impedir a oposição de obter número suficiente de adesões para criar a CPI da Petrobras. Mas não tardou a reação aos que assinaram a CPI. O Palácio do Planalto orientou os ministros a tratar como adversários os “aliados” que apoiaram a comissão.
Tolerância zero à violência contra a mulher” DILMA ROUSSEFF Presidenta sobre pesquisa indicando machismo dos brasileiros
Medo de CPI
Lista negra
Quase imune a auditorias do TCU, desde o governo Lula, a Petrobras é usada para negócios que até Deus duvida. Daí o medo da CPI.
A relação de deputados e senadores pró-CPI virou “lista negra”: todos serão tratados a pão e água, como diz Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Pressão
Barrado
Levantamento da Casa Civil verifica quantos cargos parlamentares pró-CPI da Petrobras têm no governo. Retiram assinatura ou vão perdê-los.
Audiência do senador João Capiberibe (PSB-AP), que apoiou a CPI, foi cancelada quando ele já estava na antessala do ministro de Cidades.
Vistos do ‘Ciência sem Fronteiras’ “Menino dos olhos” de Dilma, o programa de intercâmbio de brasileiros no exterior passa maus bocados com Barack Obama: consulados dos Estados Unidos alegam “indisponibilidade” na agenda para entrevis-
tas do visto “J1 Ciências sem Fronteiras,” criado por ele só para bolsistas de graduação ou pós-doutorado. Na Central de Atendimento da embaixada advertem que terá o visto negado quem omitir ser do CSF.
Fronteira aberta Os atendentes não informam quando a si-
tuação dos bolsistas de Dilma será normalizada. O visto padrão “J1” para estudantes não foi afetado.
Não dá ideia
Copia e cola
A sugestão já rola no Twitter: para evitar apagão, Dilma deveria pedir que os brasileiros assistam aos jogos da Copa com a TV desligada.
Sempre quando empossa novos ministros, Dilma sempre usa as mesmas expressões para agradecer a “lealdade” dos descartados.
Tá feia a coisa A linguagem dos sinais do mercado, que reagiu com entusiasmo à queda de Dilma nas pesquisas, é o que os
americanos chamam de “lame duck”. No caso, patinha manca até as eleições de outubro.
Vale a pena ver Em depoimento a Larissa Bortoni, da TV Senado, sobre o golpe de 1964, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) relembrou os tempos de chum-
bo e fez importante autocrítica: reconheceu que errou ao se recusar a participar da votação indireta que elegeu Tancredo Neves.
É permitido proibir O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Ministério Público Eleitoral organizam audiência pública em
Brasília com os partidos para fixar regras (restrições à informação) na imprensa, no período eleitoral.
Dona da bola A chanceler alemã aceitou o convite de Dilma
para assistir à partida Alemanha x Portugal, no estádio Fonte Nova, em Salvador (BA), em 16 de junho. Dilma deveria ir, para sentir o gosto dos aplausos... a Merkel.
Eu sei o que você fez... Seria um filme de terror no Con-
gresso a eventual acareação de Graça Foster, presidente, com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Chumbo trocado
Caixademaquiagem
O advogado Paulo Fernando Melo, que responde administrativamente por solicitar a cassação do registro de José Dirceu, ameaça pedir o impeachment do presidente da OAB por “autoritarismo e perseguição”.
A Caixa não considerou os R$ 719 milhões tungados dos correntistas a pretexto de “cadastro irregular”, para fazer comparativo de lucros entre 2013 e 2012. Com a manobra, o lucro foi inflado de 10,8% para 19,2%.
Congestionado Em posse da lista de assinaturas pela CPMI da Petrobras, a liderança do PPS na Câmara tem recebido uma enxurrada de telefonemas dos líderes partidários e de senadores em busca de mais informações.
política
Ideli vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos
« JUDICIÁRIO »
Mensalão tucano deve sair após as eleições
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« FOGO AMIGO » Ministra deve tomar posse na
terça-feira, mas enfrenta acusação de ter pouca afinidade com os temas tratados pela nova pasta ELZA FIUZA
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ombardeada pela base aliada por conta da frágil articulação política do governo e da demora na liberação de emendas parlamentares, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, assume na próxima terçafeira a Secretaria de Direitos Humanos, já na mira de lideranças do movimento gay e do próprio Partido dos Trabalhadores, que a acusam de ter pouca afinidade com os temas tratados pela nova pasta. “Ideli é uma companheira valorosa no setor sindical, educacional, mas nada tem a ver com direitos humanos, não tem o perfil para tocar essa temática”, criticou o coordenador nacional do setorial de direitos humanos do PT, Rodrigo Mondego. “Nas relações institucionais, a grande crítica feita à ministra Ideli foi em relação ao diálogo (com os parlamentares) e a SDH tem como principal característica o diálogo com os movimentos sociais.” Para Mondego, o governo cometeu um equívoco ao não discutir com os movimentos sociais o nome apropriado para suceder à atual titular da pasta, ministra Maria do Rosário. “Nomear a nova ministra da SDH sem ter nenhum diálogo com a militância
Ideli Salvatti deixa o cargo responsável pela articulação
do partido é um outro erro na nomeação da Ideli”,comentou Mondego. “Não fomos consultados.” Ideli e Maria do Rosário conversaram por telefone para tratar da transição na secretaria. Na conversa, Ideli disse que tem admiração pelo trabalho da SDH e destacou que pretende dar continuidade às iniciativas da pasta, que acompanha ações do governo focadas em grupos diversos, como pessoas com deficiência, mortos e desaparecidos políticos, criança e adolescentes, idosos.
Homofobia
Além de lideranças do Par-
tido dos Trabalhadores (PT), o nome de Ideli também encontra resistência dentro do movimento gay, que se ressente da orientação da ministra de não colocar em votação o projeto de lei que criminaliza a homofobia, no ano passado. “A indicação dela é péssima”, afirmou o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira. “A Ideli não tem jogo de cintura, não está associada com as lutas de direitos humanos, é uma mulher travada com os interesses do núcleo político dela”, disse Cerqueira. “Ideli não nos representa.”
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar para a Justiça mineira o processo do chamado mensalão mineiro que tem como réu o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) representa um alívio para a participação do senador tucano Aécio Neves (MG) na corrida presidencial. Isto porque a ação contra o ex-parlamentar, considerada um constrangimento para a campanha presidencial do PSDB, só deve ser decidida após as eleições, devido a todo o trâmite burocrático necessário até que a sentença seja conhecida, apesar de o Ministério Público Estadual (MPE) querer agilizar a decisão. O promotor João Medeiros, que faz a acusação no processo sobre o mesmo mensalão mineiro que já tramita contra nove réus em Belo Horizonte, afirma que há possibilidade de a sentença no caso de Azeredo ser conhecida ainda em 2014. Mas são pequenas as chances de a decisão ser conhecida antes do pleito de outubro, porque, apenas para o processo ser transferido para a Justiça de primeira instância, antes é necessária a publicação da ata da sessão do STF na qual foi decidida a remessa para Minas, o que não tem data prevista para ocorrer. Quando o processo chegar ao Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, ainda precisará ser distribuído para algum magistrado, que terá que estudar as 10 mil páginas distribuídas em 105 volumes que compõem a ação. “O juiz ou a juíza ainda pode pedir algum diligência se entender que ela é necessária”, observou José Gerardo Grossi, advogado de Azeredo, segundo o qual a demora na sentença causa “muito incômodo” ao exdeputado, que sempre afirmou ser inocente e espera uma decisão favorável. Na avaliação de Medeiros, o processo deve ser distribuído para a 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, presidida pela juíza Neide da Silva Martins. Além de a vara ser especializada no tipo de crime que consta no processo, é lá que tramita a ação contra outros nove réus no mesmo caso, como o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Uma preocupação do promotor é que o processo contra Azeredo, que aguarda apenas a sentença, seja juntado à outra ação, que ainda está em fase de instrução. Segundo João Medeiros, “tudo que é possível para a defesa adiar a decisão se pode esperar”. Mas Grossi nega a intenção de protelar a decisão. Ele afirmou que espera que o processo “corra dentro da maior normalidade” e separado da ação que já tramita em Minas. “São processos com andamentos diferentes”, salientou. E garantiu que Azeredo espera uma decisão rápida, porque considera a ação “muito incômoda e tremendamente injusta”. “Esse processo foi todo movido por Nilton Monteiro, o maior falsário do País, com documentos e testemunhos falsos”, disparou o advogado, referindo-se ao lobista que encontra-se preso em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Mesmo assim, integrantes do PSDB respiram mais calmos com o atraso do processo. “Não vou dizer que é um alívio, mas a situação ficou melhor. Na (campanha) estadual não faria diferença, mas na presidencial poderia causar prejuízo”, avaliou um integrante da direção do tucanato mineiro, que negou ter havido pressão para Azeredo renunciar e, consequentemente, forçar a transferência do processo para a primeira instância.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
política
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Reforma vai para regime de urgência « ADMINISTRAÇÃO » Câmara Municipal deverá levar para apreciação em plenário, depois de
45 dias, projetos que tratam de mudanças na estrutura administrativa da Prefeitura do Natal ELPÍDIO JUNIOR
PEDRO ANDRADE repórter
PRIORIDADE
pós mais de quarenta dias na Câmara Municipal de Natal, os projetos que tratam da reforma administrativa da Prefeitura passarão a tramitar em regime de urgência na próxima semana, quando se completa o prazo de 45 dias na Casa. A tendência da base de apoio ao Governo é que os projetos comecem a ser votados o mais rápido possível, priorizando aqueles cujo conteúdo têm consenso entre os vereadores. Alguns projetos têm causado desentendimento entre os membros do Legislativo, como a extinção da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul) e a proposta de reajuste para cargos comissionados. O líder da bancada de apoio ao prefeito Carlos Eduardo na Casa, vereador Júlio Protásio (PSB), explica que esse regime de urgência pode ser pedido antes dos prazo dos 45 dias, mas precisa ser aprovado por pelo menos 20 vereadores, o que, segundo ele, não aconteceria devido aos pontos onde não houve consenso. “No começo de abril, quando passar os 45 dias, vamos pedir ao presidente da Câmara, o vereador Albert Dickson (PP), para que se reúna com os demais vereadores e tente pautar a votação da reforma, com os projetos consensuais primeiro e, por último, aqueles que têm discordâncias”, afirma. Atualmente, segundo o vereador Felipe Alves (PMDB), presidente da Comissão de Legislação,
O vereador Júlio Protásio explica que a prioridade da reforma administrativa da Prefeitura é fechar quatro estruturas de secretaria:de Relações Institucionais e Governanças Solidária (Serig);de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul);a Ouvidoria;e a Empresa de Segurança Alimentar e Nutricional (Alimentar);além de cortar 212 cargos comissionados e 150 gratificações.A expectativa,segundo o controlador geral do Município, Dionísio Gomes,é de economizar R$ 9,5 milhões anualmente e,nos três anos de mandato restante ao prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), R$ 28,5 milhões. Dionísio Gomes destaca que o projeto de lei em tramitação na Câmara prevê o fim da incorporação ao salário básico dos servidores,dos vencimentos de quem ocupa cargos comissionados e funções gratificadas,o que já existe nos serviços públicos federal e estadual desde 1994 e 1995, respectivamente.
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Justiça e Redação Final, primeira pela qual os projetos passaram, os textos já foram encaminhados à Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, presidida pelo vereador Maurício Gurgel (PHS), e devem passar ainda pela Comissão de Trabalho, antes de ir à votação no plenário da Câmara. “A maioria dos projetos já foram apreciados há cerca de 15 dias e repassados à Comissão de Finanças. No que diz respei-
to à função da comissão, não foram identificados vícios legais nos projetos”, disse Alves. Segundo Maurício Gurgel, até a semana passada os projetos ainda não haviam chegado. “Até a semana passada não havia chegado nada. A comissão volta a se reunir na segunda-feira (31) de manhã e, se tiverem chegado, começam a ser apreciados”, disse. Entre os projetos que causou polêmica na Casa está a proposta de extinguir a Semul, vista por alguns vereadores como “uma conquista da sociedade”. Segundo vereadores, após uma série de conversas políticas ficou acordado que será mantida como secretaria especial. Outro ponto reconhecidamente discordante na Reestruturação Administrativa é relativo à extinção da subsecretaria da Juventude, dentro da Secretaria de Esportes e Lazer. Alguns parlamentares reuniram-se e criaram a Frente Parlamentar em Defesa da Juventude, instalada na última quarta-feira (26). Coordenada pelo vereador Hugo Manso (PT), tem Rafael Motta (PP) como relator, além dos vereadores Sandro Pimentel (PSOL), Jacó Jácome (PMN), Amanda Gurgel (PSTU) e Júlia Arruda (PSB) como membros. Esse grupo pretende dialogar com municípios da Região Metropolitana de Natal, além de buscar com a sociedade civil políticas articuladas e voltadas a esse grupo. Segundo o coordenador da frente, diversas entidades religiosas, estudantis, entre outras declararam apoio.
Vereadores deverão negociar a pauta de votação para que projetos sejam apreciados
Proposta de reajuste provoca reações Outro fator que tem opiniões divergentes dos vereadores segundo Felipe Alves é relativo ao reajuste que será concedido aos cargos comissionados, caso aprovado. “Existem vereadores que consideram o aumento exagerado e que deveria haver também um aumento para servidores públicos efetivos”. Júlio Protásio explica que o reajuste seria, em média, de 90%. “Devido à grande evasão de funcionários que foram chamados para outros órgãos e que estão sem reajuste há 16 anos, [a Prefeitura] pretende aplicar esse reajuste para motivá-los”, justifica. Se aprovada a proposta,
aqueles que recebem R$ 722 passam a receber R$ 1,2 mil; os salários de R$ 1,2 mil vão para R$ 3,2 mil, dos chefes de setor; e de R$ 2,5 mil para R$ 5 mil, nos casos de diretores de secretarias. O secretário municipal de Administração e Gestão Estratégica, Fábio Sarinho, afirma que o reajuste será aplicado considerando a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que foi de 167% desde 1999, frente ao reajuste de até 166%, máximo a ser aplicado aos cargos comissionados. O vereador Maurício Gurgel afirma ser totalmente contrário a essa proposta e afirma que o
ideal seria a implantação de um reajuste menor, já que o Governo terá de arcar com a database desses servidores. “Apesar de extinguir mais de 150 cargos comissionados, esse aumento vai impactar a folha, que já é de R$ 1,4 milhão, em R$ 1,9 milhão, indo para R$ 3,3 milhões. Isso deve ser evitado pela database e pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla gastos com pessoal”. O vereador criticou ainda um dos projetos que mudaria a Lei Orgânica ao tirar da Câmara de Vereadores a atribuição de apreciar contratos como os de cargos terceirizados, passando a ser uma decisão única do Executivo.
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
quadrantes SANDERSON NEGREIROS [ ESCRITOR ]
Música na distância
O
uvia-se a moça tocando piano nos longes da tarde. Era uma música que, de tão antiga, parecia vir, não de um piano sonolento, mas se desprendia da acústica invisível, escondida no teto do velho casarão. Como seus vizinhos suburbanos, tínhamos uma curiosidade romântica sobre aquela vida, e sobre seu destino nos debruçávamos, em atitude e reverência quase religiosas. Agora, ela se tornara uma existência sem cor e anônima, esquecida por todos, mas que conseguira acender paixões arrebatadas em muitos corações, nos idos e perdidos passos da mocidade. Hoje, convertera-se em um vulto fino e angular, igual às pedras, na dureza de seu silêncio. Aquela, sim, fora a moça protótipo da beleza singular, nume e
lume de sua geração quando, airosa e inatingível, passeava pelas ruas de uma Natal provincianíssima, tocada ainda por uma paz bucólica, comovedora ao ponto de ser uma cidade que, conforme cantara Jorge Fernandes, acendia-se, não com eletricidade, mas com o fulgor da lua cheia. Hoje, depois de contornar o Cabo das Tormentas, ela aportava aos oitenta anos, cais da sagração, sem poder apagar do rosto a beleza valetudinária, imemorial, com que resistiam no perfil solitário os traços evidentes que a fizeram, outrora, rainha, exemplar feminina que todos chegavam a compará-la a Greta Garbo. Tocava piano por tardes inteiras, na dolência das horas compassivas, soberana diante do teclado, sem perder nenhuma nota, a mais
inaudível, desde que o principal que lhe caracterizava o temperamento fosse o orgulho de ter sido distintamente bela, distantemente inesquecível. E, por isso, ou apesar disso, nunca aquiesceu descer seu olhar para sequer contemplar homem nenhum. Ninguém recebera daqueles olhos o direcionamento, a atenção, o interesse curioso. A vaidade que ela conduzia nunca se comoveu diante da paixão samaritana de ninguém, em toda parábola de sua geração. Mas era uma deusa. O poeta latino Virgílio já conclamava na sua lírica eterna de que “se conhece a deusa pelo andar”. Ela, realmente caminhava sobre os astros distraída, na exclamação de Orestes Barbosa. Atravessou a juventude gloriosa como quem atravessa o deserto –
sozinha e sem atentar ao presságio de um oásis, pensando que riscaria as areias movediças – de que somente ela conhecia o rumo e o imprevisto do horizonte. Estava enganada – pois tudo aquilo era apenas o ar trêmulo que a lei da Física chama de miragem. E nós, mortais, de distância irrevelada, o mistério levadiço das coisas. Hoje, encontra-se só e alquebrada, profundamente, sem presença humana que lhe diminua o silêncio inaudito; apenas as mãos têm força para segurar o corrimão da escada de madeira nobre de sua casa. Esposou o espaço completo da solidão. Morrerá sozinha sem transcender a paisagem do drama existencial mais pungente, isto é, na incapacidade de doação e convivência com o seu semelhan-
te. Pensava erradamente que a beleza era somente dela, não era para ser compartilhada; e ninguém poderia chegar perto daquele continente inesquecível e melancólico. Por isso, carregou uma beleza partida em cristais. Se nenhum homem é uma ilha, aquela mulher de traços aristocráticos tão harmoniosos era um arquipélago. Várias ilhas compunham seu mapa-múndi. Transformara-se principalmente em ilha de presunção, na falta de entregar-se a um ideal útil, a uma fé pulsante, a um programa de solidariedade fraterna. Agnóstica, acreditou que sua beleza, sozinha, romperia a solidão do mundo e da vida – esse pensamento era o único movimento que fizera dela sua própria força de gravidade, ao prendê-la demasiado ao chão, comum e cotidiano, mortalmente ferido porque passageiro. Um dia, conheci e vi muito de perto, por acaso, essa mulher. Ela descia a escada da casa de Câma-
NELSON PATRIOTA [ ESCRITOR ]
ANDRÉIA CLARA GALVÃO [ PSICÓLOGA ]
Livro explora “maus costumes” do Brasil holandês
A estrada
O
lugar era a estrada que é, quase sempre, caminho para a gente se abrir para o que vem, para o que se nos apresenta. À margem da estrada, uma igreja dedicada a Santa Luzia _ a santa da visão e do olhar _ e junto dela um flamboyant vermelhíssimo, poucas folhas e muita, muita flor. Movimentando o ambiente da cidadezinha em que chegamos no interior do RN, à beira da Lagoa das Guaraíras, algumas pessoas em seus afazeres cotidianos, as cabras soltas e as garças _ que também se chamam guaraíras, de onde o nome da lagoa. Ainda um boi zebu, enorme, majestoso, lindo. Mais atrás eram as águas azuis e salobras da lagoa que emendou com o mar, cortadas pelos manguezais e adiante, eram as casas coloridas, casas simples com cadeira nas calçadas. Em algumas delas, estava escrito na fachada: “ Dou graças a Deus pela Vida”. O momento era aquele da vontade de conhecer, de olhar a vida sendo vivida em um lugar diferente, de ir lendo as imagens, as paisagens, as cenas... Ver a vida fluir, despretensiosamente, contempla-la assim em movimento, faz a gente se sentir sossegadamente vivo. Deve ser por isso, dentre outras coisas, que a gente geDeixo com você a ralmente gosta de sair pasfrase agradecida seando, viajando: para olhar de uma belíssima a vida em sua fruição própria. canção chilena E às vezes, também para pencomposta pela sar nela e nas palavras que cantora Violeta dão sentido a ela, à vida... Parra. A frase é o Foi assim, por causa das nome da música e fachadas em Arês, que surrepete-se na giu a pergunta: o que é mescanção como as mo “dar graças”? O que pode graças repetiamhaver de comum entre as pase nas fachadas lavras graça, grato, gratidão, das casinhas. Eiagradecer, agradar, engraçala: Gracias a la do, grátis... Vida que me ha Todas elas tem o radical dado tanto! E o que remete à raiz latina da patanto de que ela lavra “gratus” (grato, agradefala são os olhos e cido). Então, o nosso “graça” a visão da vida e vem do latim “gratia”, qualido amor” dade de “gratus”. E veja: tanto serve para falar de que se recebe como um dom, como também do estado de agradecimento por ter recebido. Conta a historia judaico-cristã, que havia entre os antigos a obrigação da reciprocidade. Assim, aquele que recebe a graça deverá retribuir, agradecido. Dando graças. Daí, segundo Houaiss, a explicação por que dizemos “obrigado(a) ao agradecer por um graça, um presente, uma gentileza, uma atenção, um favor. É que favores ou graças são algo que não se tem nenhuma obrigação de prestar, mas, pelo menos a principio, faríamos por mera generosidade. Isto é, “de graça”. Onde nós dizemos “obrigado” em português, em francês se diz “merci” _ que quer dizer “mercê”, que tem a ver com “favor” _ em espanhol se diz “gracias” e em italiano “grazie”. Viver tem algo de trabalhoso e duro. Viver também tem algo de gratuito, de fluido, de generoso, de muito bom. A Vida, certamente, tem muitos aspectos, tem espaços para os mais diversos sentimentos. As “Graças” pelas quais nos perguntamos pode então, ser agradecimento, mas também pode ser alegria, e ainda dádiva, presente, bom humor, sorriso, reverencia, reconhecimento e até nome. Nome próprio. Qual sua graça, leitor? Como andam suas graças vida afora? Deixo com você a frase agradecida de uma belíssima canção chilena composta pela cantora Violeta Parra. A frase é o nome da música e repete-se na canção como as graças repetiam-se nas fachadas das casinhas. Ei-la: Gracias a la Vida que me ha dado tanto! E o tanto de que ela fala são os olhos e a visão da vida e do amor; os ouvidos, a voz e a possibilidade de falar e de ouvir; os pés e a possibilidade de andar; o coração e as condições para amar. Graças para você significa o que, meu caro leitor?
ra Cascudo. Havia ido à presença do Mestre da avenida Junqueira Aires. Ainda encontro Cascudo no pequeno terraço, que dava entrada ao seu casarão – “Você ainda viu a mulher que desceu agora esta escada? Perguntou-me Cascudo – Vi e a achei estranhamente envelhecida, respondi – Pois foi a mais bela moça da minha juventude natalense. Nossa turma inteira, de mim a Jaime Wanderley, tudo fizemos para namorá-la, para despertar sequer o préstimo ou empréstimo de um olhar. Pelo menos, de um furtivo olhar. O orgulho, porém, não deixou que ela nos enxergasse nunca. E foram embora, sem resultado nenhum, todos os poemas, as serenatas, os luares encantados, as dedicatórias gongóricas, que lhe dedicamos. A nada, a nenhum de nós, ela condescendeu pelo menos com uma resposta, um singularíssimo sorriso de simpatia. Só nos respondia com a tibieza do silêncio invencível – acrescentava Cascudo.
C
CLÁUDIO EMERENCIANO [ PROFESSOR DA UFRN ]
Cultura da esperança O pensamento coletivo e as esperanças que aliartísticas, culturais, e o pensar, o querer, o sonhar mentam, revigoram, renovam a alma de uma nae o existir do povo. Mário de Andrade nela identição. Assim se delineia a personalidade de um poficou vigorosa legitimidade de escritores, artistas vo com suas características, valores, singularidae cientistas sociais. Mas o regionalismo impregnou des, objetivos e compromissos, que se afirmam no desse amálgama a sociologia, a literatura (romanfluir do tempo. Há, portanto, uma concepção do ce e poesia), o memorialismo, a música e a pintumundo e da vida predominante em cada sora entre o universal e o regional. Esse é o esciedade. Desde as mais primitivas aos paípírito de obras como as de Gilberto Freyses integrantes dessa “aldeia global” nos re, Câmara Cascudo, Graciliano Ranossos dias. O ideal comum e a espemos, José Lins do Rego, Raquel de rança se manifestam, especialmente, Queiroz, Gilberto Amado, Manuel no âmbito sentimental do povo e em Bandeira e Jorge Amado. Disse casuas expressões artístico–culturais. tegórico e definitivo o mestre CasAnatole France dizia que não haveria cudo na introdução de “Civilização espírito nacional sem a esperança. e Cultura”: “será sempre o universal Aquela vontade que transcende à espedentro do regional”. A obra ficcional de ra e ao desejo. É determinação e fé em Graciliano, Raquel, Lins do Rego e alcançar, concreta e coletivamente, Jorge Amado, entre outras, entrelaA efervescência uma aspiração. É a utopia real, ou seça e conjuga sentimentos, conflitos, cultural antecipa ou ja, a possibilidade de conversão do soconjunturas e esperanças universais. nho em realidade. Torna viável e visí- expressa um processo Albert Camus verteu para o frande mudança. De vel – dizia John Locke – a felicidade até cês a obra de Graciliano Ramos. Conavanços sociais, então sonhada. Converte busca em siderou–o, universalmente, no sépolíticos, éticos e achado, incerteza em descoberta, muculo XX, um dos maiores estetas na morais. Honoré de dança em conquista. Eugène Delacroix, arte de escrever. Opinião compartiBalzac, o criador do que inovou definindo os contornos da lhada depois por André Gide. Enromance moderno, escola romântica na pintura, em sua quanto isso, numa espécie de “heranem sua “Comédia magnífica obra “A liberdade guiando ça” da imaginação criadora de Balzac, Humana”, o seu povo” (1831), captou o sentido e Jorge Amado, em seus romances, constituída de o peso da esperança na alma popular. criou mais de três mil personagens. dezoito volumes de As transformações históricas emergiNinguém o alcança na América Latiromances, novelas e ram essencialmente de esperança em na. Há personagens típicos e exprescontos, deu vida a novos dias. E sempre será assim. Onsivos de uma época, de uma região, quase treze mil de estiver o homem novos sonhos gede uma cidade, que assumem uma dipersonagens. Legou o mensão universal. Até numa distanram novas esperanças. A efervescência cultural antecipa ou mais completo painel te e perdida localidade. Do mesmo expressa um processo de mudança. De cultural e psicológico modo que o Conselheiro Acácio e Dâde uma época. Os avanços sociais, políticos, éticos e momaso foram excepcionais referências sentimentos da rais. Honoré de Balzac, o criador do rode um tempo em Portugal, imortalicondição humana, mance moderno, em sua “Comédia Huzados por Eça de Queiroz. Machado também devassados mana”, constituída de dezoito volumes de Assis, Graciliano Ramos, Jorge em plenitude por de romances, novelas e contos, deu viAmado e José Lins do Rego criaram da a quase treze mil personagens. Le- William Shakespeare personagens ainda hoje reveladores e Cervantes, têm no gou o mais completo painel cultural e e insuperáveis da paisagem humana psicológico de uma época. Os sentimen- amor e na esperança brasileira. Mas quem quiser conhe– ressaltam Otto tos da condição humana, também decer a França e os franceses basta ler Maria Carpeaux e vassados em plenitude por William Balzac. Até hoje a literatura universal Paulo Rónai Shakespeare e Cervantes, têm no amor se inspira nessa fonte. Especialmen(tradutores da obra e na esperança – ressaltam Otto Maria te na construção de um romance. de Balzac) Carpeaux e Paulo Rónai (tradutores da Os governantes não podem igobra de Balzac) – sua síntese eterna e norar o estado de espírito do povo. imutável. O amor nos conduz a Deus. Pois os intelectuais e artistas apenas Identidade entre a criatura e o Criador, enquanto o interpretam. Exemplo indiscutível foi o período a esperança se constitui no elo entre a “Cidade de do governo de Kubitschek. Surgiu a “bossa nova”. Deus” e a “Cidade dos Homens”. Confirma a visão As letras e as artes passaram por uma fase fecunde Santo Agostinho ao consagrar o “homem novo”. da e inovadora. Em todos os sentidos. O “cinema No Brasil, nos vários períodos de sua História, novo” foi também desdobramento desse renoa cultura sempre patenteou um estado de espírito var–se de esperanças. A arquitetura de Oscar Niecoletivo. Ronald de Carvalho, hoje esquecido, esmayer e Lúcio Costa, ainda hoje revolucionária, é tudou a questão na vertente de nossa evolução soexpressão não somente desse tempo, mas univercial, política, econômica e moral. A Semana de Arsalmente tipifica o novo e a esperança. Eis mais um te Moderna (1922) e suas repercussões antecipadesafio das novas gerações. Preservar e revigorar ram as mudanças operadas a partir de 1930. A busa esperança nacional. Fonte de renascimento do ca de uma crescente identidade entre as criações que somos, sonhamos e queremos perpetuar.
rônica composta de quadros relativamente independentes da história colonial brasileira durante a ocupação holandesa, em que traça um retrato meio jocoso do conde Maurício de Nassau, a narrativa de “No tempo de El Rey” (FJA, 2014, Coleção Cultura Potiguar), de Iaperi Araújo, é mesmo o que anuncia: “um romance de péssimos costumes”, como a confirmar o julgamento que o velho Barleus fez em sentença célebre: “não existe pecado abaixo do Equador” (“Ultra equinociales non peccata”). Não obstante isso, seu narrador em primeira pessoa, médico português a serviço dos mandatários batavos, se porta, ao chegar a Natal (sem perder a deixa do “Natal, não há tal”), com a discrição de quem não tem nada a ver com a dissolução de costumes que constata na capitania do Rio Grande, mas com suficiente perspicácia para não ignorá-las no seu relato. Ao garantir um tom joco-licencioso à narrativa de seu protagonista discreto, Iaperi lança mão de recursos linguísticos e ficcionais os mais diversos, o que garante ao livro uma variedade temática sempre muito próxima da cultura popular, a exemplo do que prega a corrente armorial de Ariano Suassuna. Um Nassau volteando entre seus acólitos enquanto lhes propõe adivinhas e charadas quase sempre de duplo sentido ou, às vezes, sem nem essa alternativa, é mesmo próprio de uma corte nos trópicos. Para garantir-se um pouco de nobreza, porém, de repente surge um poeta até então ignorado e recita um soneto fescenino... Mas em francês. A viagem de navio que leva o narrador do cais do Apolo, no Recife, até à Capitania do Rio Grande, é pretexto para nova história de “péssimos costumes”, dessa vez, envolvendo a jovem e faceira filha do capitão da nau que, embora meio escondida da tripulação, não tarda a ser descoberta e a atender os reclamos libidinosos dos marujos. Os relatos de maus costumes se repetem ao longo do livro porque, afinal, é disso que trata uma crônica fescenina que se preze. Mas nela também cabe espaço para relatos mágicos, como quando o jovem tapuia Canindé enfrenta nas matas do Guarapes um furioso demônio preservacionista, Anhangá-mirim, a quem tem de vencer para cumprir um trato. Luta idêntica sucederá mais tarde entre o tapuia Jererera e outro Anhangá, mas não mais mirim. A contenda tem contornos de épico e com uma peculiaridade: o demônio fala de trás para a frente, o que confere à luta um caráter meio cômico, apesar do fragor da liça. A controversa morte do mercenário Jacob Rabbi, o mais cruel dos personagens da saga holandesa colonial, põe no centro da trama a alta direção batava, mas o autor lhe acrescenta um ménage à trois, resultante da união do mercenário com uma tapuia, sendo o terceiro elemento do triângulo o criado deste, um certo Hans, priápico, sem dúvida. Sob o ponto de vista das epígrafes que saltam do alemão para o holandês e o latim, subscritas por Tácito, Suetônio, Barleus, MacGrave e outros, “No tempo del rey” é um livro erudito. O autor não se deu ao trabalho de traduzi-las, porém, certamente por entender que elas são dispensáveis à compreensão da trama, no que tem razão. O ponto fraco do livro reside mesmo na profusão de palavras truncadas, indicando que faltou à sua edição o olhar de um revisor pois, como é bem sabido, a revisão autoral (é o caso desse “No tempo del rey”) quase nunca é satisfatória e é, em geral, negligente. Aliás, seria recomendável que além de uma comissão de notáveis, a coleção Cultura Potiguar tivesse também uma equipe de revisão linguística, a fim de garantir aos seus livros uma qualidade ortográfica satisfatória, aliando assim a cultura à educação. Separadas, não servem nem aos interesses do autor nem aos da coleção, nem – mais importante –, dos leitores.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
geral
Gaudêncio Torquato [ gaudenciotorquato@tribunadonorte.com.br ]
As copas de Garrastazu e Dilma
A
frase é velha, mas espelha a alma nacional: o Brasil é o país do futebol. Por isso mesmo, soam estranhos gritos nas ruas: “não vai ter Copa”. Essa campanha contra o evento esportivo mais importante do mundo só entra na cachola quando se intui que seu alvo não é o futebol, mas os governos, os escândalos de corrupção, as coisas mal feitas e, no meio da algaravia, a anatomia arquitetônica de arenas esportivas se sobrepondo, no entorno, à lama de becos e ruelas, ônibus estropiados, filas intermináveis em postos de saúde e corredores de hospitais locupletados de macas. Sob essa teia do presente, emerge a imagem do passado, a Copa de 70, aquela em que um general de amedrontador sobrenome, Garrastazu Médici, de nome Emílio, dominava a cena por inteiro. Tempos de emoção, dor e medo. Tempos de uma polifonia controlada, diferente desses nossos tempos internéticos, quando só se permitiam as vozes das ruas caso quando acompanhadas pelo som de fanfarras que buzinavam as glórias do futebol.
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»ENTREVISTA » EDUARDO CUNHA LÍDER DA BANCADA DO PMDB NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
FOTOS: JÚNIOR SANTOS
“Realidades políticas locais prevalecem nas articulações” « ENTREVISTA » Deputado Eduardo Cunha
assegura que os palanques estaduais serão articulados de acordo com realidades locais
Essa campanha contra o evento esportivo mais importante do mundo só entra na cachola quando se intui que seu alvo não é o futebol” Quanta emoção assistir pela TV a vitoria da seleção canarinho naquele memorável 21 de junho de 1970: 4 a 1 sobre a Itália. Que orgulho ver a nossa artilharia pesada com seus 19 gols, um a cada 28 minutos. Milhões de brasileiros repartindo seus sentimentos entre a vibração e o torpor, como se ambos fossem elos de uma mesma corrente. A máquina da ditadura, girando sobre o psiquismo das massas, dobrava ânimos. Pelé, Tostão, Gérson, Rivelino, Jairzinho e Carlos Alberto, esculpiam, nos campos do México, a face risonha dos brasileiros; em outra banda, o poderoso Garrastazu manobrava sua batuta, ora para reger o coro da Copa, com o refrão “90 milhões em ação”, ora manobrando os eixos de chumbo de seu governo. A orquestra cívica tocava a sinfonia do desenvolvimento com segurança. A catarse fazia acorrer às ruas engalanadas milhões de brasileiros, convocados para receber os campeões mundiais em seu desfile no caminhão de bombeiros. Bandeiras, urros, fogos de artifício, bares despejando no ar vapores de cerveja e cachaça. Passada a euforia, a alma nacional recolhia-se em contrito silêncio, contendo o medo, a angústia, a impotência. Nas salas palacianas, recolhia-se ele, Médici, o sisudo general que aliviava a férrea imagem com um radinho de pilha colado ao ouvido, o mesmo que tentou escalar Dadá Maravilha para a seleção. João Saldanha, o primeiro técnico, soltou um berro para gáudio da galera: “Presidente escala ministério; a Seleção, escalo eu”. Zagalo tomou o seu lugar. De um lado, a lâmina do facão cortando, de outro, a catarse coletiva se espraiando. Dor e prazer forçados a conviver, a estética dos estádios imbricando-se à tétrica anatomia das prisões. Sobre todos, pairava a sensação de estar sendo vigiado, seguido, perseguido; era assim nos escritórios, nas ruas, nos bares, nas esquinas, nas livrarias, nas salas de aula. A personagem de Metamorfose, de Kafka, cai bem. Gregor Samsa, certa manhã, ao abrir os olhos, após sono inquieto e atormentado, viu-se transformado em monstruosa barata. Não foram poucos os brasileiros que se identificaram com aquele corpo deitado de costas, pernas para cima, com dificuldade para se virar e sair andando. Um terror que a conquista do tricampeonato nas arenas mexicanas procurava encobrir. A névoa de 44 anos deixa ver ainda com nitidez a era Médici, até porque, às vésperas de mais uma Copa, e desta vez, no habitat da seleção Canarinho, a melhor hipótese es-
tá, há tempos, bem definida: o Brasil vivenciará a maior catarse coletiva de sua história. Por quê? Eis algumas razões: o Brasil quer se livrar do fantasma de derrota no Maracanã em 1950; respira hoje ares democráticos; vive o ciclo da intensa dinâmica social, de modo que os 30 milhões que ascenderam à classe média poderiam usar seus pulmões para disseminar o ar de felicidade, entoando refrãos cívicos mais fortes que o “Salve a Seleção” e o “Pra frente, Brasil”, da letra do clássico escrito por Miguel Gustavo em 1970. Mas a catarse virá, caso a seleção ganhe a Copa? Pode ser. Mas o fato é que não há mais disposição do povo para ser joguete nas mãos de políticos. A índole dos cidadãos mudou. Não significa concluir que muitos brasileiros estão contra a realização da Copa em nossas arenas, algumas ainda em fase de conclusão. A manifestação de contrariedade tem um alvo claro: a irresponsabilidade dos governantes. Não se admite que, em pleno século XXI, políticas populistas sejam usadas para alavancar e/ou prejudicar perfis, governantes, candidatos ou quaisquer atores do palco político. Nas últimas quatro décadas, a evolução do pensamento nacional ajudou a combater muitas mazelas. O voto de cabresto foi uma delas. A realização da Copa do Mundo no ano das eleições abre vasto terreno para exploração política. Ocorre que o eleitor sabe identificar os oportunistas. O acervo negativo que, nos últimos anos, se abateu sobre a sociedade abriu uma corrente de reações. Hoje, o Brasil se apresenta como um dos mais avançados territórios do planeta nas frentes da conquista de direitos, igualdade de gêneros e promoção da cidadania. Sobre a base de uma democracia em consolidação, apesar de intermitentes crises no bojo de suas instituições, o país avança. A Copa da era Dilma, diferente da Copa dos anos de chumbo do governo Médici, não deverá ser usada como armadura política. Quem se arriscar a pegar nessa ferramenta para se aproveitar poderá cair do cavalo. Dilma é uma ex-militante que sofreu nos cárceres o peso da opressão. Sabe que não se fabrica alegria em laboratórios artificiais. Precisa entender as manifestações de rua como expressão de uma democracia que oxigena os pulmões sociais. E saber tirar lições, entre as quais a de que o produto nacional bruto da felicidade resulta de bem-estar geral do povo. Nas vésperas da Copa, é possível sentir que o corpo social está com febre. E carece remédio.
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato
O
líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha, afirma que poderá haver uma rediscussão dos termos da aliança do partido com o PT para o apoio à reeleição, mas a tendência é que as duas legendas continuem unidas para a reeleição da presidenta Dilma Rousseff e do vice Michel Temer. Eduardo Cunha nega que exista insatisfação dos peemedebistas com a reforma ministerial e assegura que os palanques estaduais serão articulados de acordo com realidades locais.
O PMDB é uma confederação de alianças regionais. Cada aliança regional tem a sua realidade local. Então essa realidade local se sobrepõe à nacional”
O PMDB ficou satisfeito com as mudanças que a presidenta Dilma Rousseff fez no Ministério?
Isso significa afastamento político?
O PMDB nacional dialoga com as candidaturas de Eduardo Campos e Aécio Neves?
Não diria necessariamente isso. Diria que o PMDB não se pauta por cargos. Se pauta pelas suas ideias, pelos seus princípios. Muiatas vezes a imprensa quer colocar que o PMDB esta fisiologicamete pleiteando cargos. Nos provamos que isso nao é verdade.
Aquele que a Casa decidir no seu momento certo. Entre aqueles que se apresentarem. Cada momento tem sua agonia. Não é a hora disso. Em quais Estados tem havido impasse em relação a alianças que divergem da base aliada da presidenta Dilma Rousseff?
Até o prazo final para convenções haverá definições...
Essas divisões nos Estados poderão refletir na chapa DilmaMichel Temer?
Isso aí a convenção vai decidir. O PMDB vai ter que definir, em junho qual caminho tomara nas eleições. Nesse momento, a tendencia é manter a aliança. Mas só a convenções pode dizer. Se eventuais divergências de palanques regionais vão ou não influir, só no encontro nacional haverá uma definição.
A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados disse que não tem motivo para ficar satisfeita nem insatisfeita. O PMDB simplesmente abdicou de qualquer situação e quando abdica não tem do que reclamar.
O PMDB compondo a bancada da reeleição, quem estaria habilitado para assumir o cargo de presidente?
Mas há estados com situações mais complicadas. Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso do Sul preocupam mais. Tem muitas confusões. Mas é normal na politica. O PMDB é uma confederação de alianças regionais. Cada aliança regional tem a sua realidade local. Então essa realidade local se sobrepõe à nacional. Por outro lado, o PT que tem a sua realidade nacional que tende a sobrepor às situações locais. Isso acaba gerando conflitos.
Ele (Henrique) acha que o RN necessita e vem para cá humildemente buscar o apoio da populacão. Certeza de que ele vai corresponder o povo do RN. É um candidato à altura do Estado”
Em nível nacional, não. Se decidisse, na sua convenção, que não iria apoiar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, o caminho seria ficar solto. Jamais buscar uma candidatura de oposição. Não tem sentido o PMDB estar de certa forma fazendo parte da chapa do governo e sair e buscar o eleitorado da oposição. Seria ficar solto e o diretório de cada estado teria sua decisão de acordo com a regional. Mas volto a dizer, acho que a tendencia hoje é permanecer na aliança. Resta saber em que termos isso se daria. O senhor defende aliança DilmaMichel Temer?
Temos que rediscutir os termos dessa aliança. Termos da participação do PMDB. Não necessariamente o rompimento.
Naturalmente a tendencia do PMDB é manter a aliança. Porém, para isso, é preciso que alguns detalhes, alguns problemas sejam vencidos. Como o senhor vê a pré-candidatura do deputado federal Henrique Eduardo Alves ao Governo do Estado?
Como deputado federal do PMDB eu até poderia lamentar, porque vou perder a companhia do Henrique na Câmara dos deputador. É o maior líder que o PMDB tem na Câmara e seria reeleito presidente da Câmara com apoio unanime de todos os partidos. Mas ele preferiu o chamamento do seu Estado. É um desejo dele. Ele acha que o RN necessita e vem para cá humildemente buscar o apoio da população. Certeza de que ele vai corresponder o povo do RN. É um candidato à altura do Estado. Pela liderança que adquiriu no cenário nacional tem a contribuir muito para melhorar o Rio Grande do Norte. Talvez o Estado nao tenha tinha um oportunidade recente tão grande de ter um governador com tanta força política como Henrique tem hoje, em Brasília. E vai permitir que melhore convênios, em recursos federais. Haveria desconforto por haver uma aliança no Rio Grande com o partido de Eduardo Campos, o PSB?
Nenhum desconforto. As realidades locais sempre se sobrepõem às realidades nacionais. O PMDB tem varias estados com situações iguais a essa. O meu estado, que é o Rio de Janeiro, vive situação semelhante. Na eleições passada Henrique Alves teve uma coligação aqui com o PSB. Cada momento, cada local, tem a sua realidade, uma situação que precisa ser observada. Com a saída de Henrique Eduardo Alves para a candidatura ao Governo, o senhor se coloca como pré-candidato à Presidência da Câmara?
Não. Eu me coloco como candidato à reeleição para deputado. Preciso que o povo do meu estado confirme o meu mandato. Aí se confirmado, vamos ver as circunstâncias politicas. Sou líder da bancada e minha preocupação é que minha bancada volte toda. Primeiro, a que esta lá e que aumente o número dele. Não tenho nenhuma outra preocupação que não seja essa. Não é o momento de pensar em outra coisa que não seja o desempenho do PMDB nas eleições de outubro.
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
geral
Clube do Assinante da TN passa por reformulação
JÚNIOR SANTOS
« NOVIDADES » A partir da edição de hoje (30) o caderno está com novo
projeto gráfico e mais vantagens para os assinantes da TRIBUNA DO NORTE RAYANE MAINARA
A
ideia é agregar mais vantagens e benefícios exclusivos. O caderno Clube do Assinante passou por uma reformulação e, a partir da edição de hoje (30), vai trazer várias novidades para os assinantes da TRIBUNA DO NORTE. “Além de terem acesso ao melhor conteúdo jornalístico do Estado, eles vão encontrar um mundo de vantagens e descontos em produtos exclusivos”, afirma a gerente de Marketing da TN, Ricélia Santiago. Entre as novas promoções, há descontos de 50% em shows e espetáculos e promoções de ingressos em redes de cinema da cidade. O suplemento, que sai no último domingo de cada mês, trará informações sobre eventos culturais e detalhes sobre todas as parcerias e promoções. Ele vai funcionar como um guia para o assinante aproveitar todos os benefícios. “É a mudança mais radical – no bom sentido – pela qual o caderno do Clube já passou. Ele ganhou a cara de uma agenda de lazer e cultura, apesar de estar sempre sintonizado com as promoções oferecidas
Gerente de Marketing da TRIBUNA DO NORTE, Ricélia Santiago
aos assinantes”, explica o repórter Tadzio França. O assinante terá descontos de 50% no ingresso de vários shows do Teatro Riachuelo e Teatro Alberto Maranhão, além de sessões exclusivas de cinema e promoções de entradas para o Moviecom e Cinemark. Ainda há descontos em mais de cem estabelecimentos comerciais e em produtos agregados, como a coleção Inglês Prático.
“O assinante também deverá esperar parcerias com uma empresa de TV a cabo, uma perfumaria reconhecida nacionalmente e uma grande rede de lanchonetes de Natal”, adianta Ricélia Santiago. Ela lembra que o clube funcionava focado em descontos entre 10% e 20% de desconto, que eram oferecidos em lojas de varejo e escolas de idiomas, por exemplo. “Agora vai focar nas nossas parcei-
ras. E as principais parcerias são as culturais. A intenção é proporcionar lazer, entretenimento e cultura para os nossos assinantes”, acrescenta a gerente. Além de conhecer os descontos aos quais têm direito, os assinantes da TN também vão poder se informar melhor sobre as atrações. Parte da novidade fica por conta da “cara” que o suplemento recebeu. O editor de diagramação da TN, Carlos Bezerra, explica que o caderno vai ter uma leitura mais simplificada e dinâmica. “O Clube tem um formato de revista, com uma leitura leve. As páginas serão divididas de forma a organizar os assuntos como cinema, shows e as ofertas”, diz. As atrações e vantagens também podem ser conferidas no site da TN (www.tribunadonorte.com.br). Paraaproveitartodasasvantagens, o assinante precisa apresentarocartãodoClubeduranteacompra.Osdescontosde50%valemsobre o valor inteiro dos ingressos. A vantagem é válida para a compra de uma entrada por assinante.
« CIDADE VERDE »
Obras da Caern alteram trânsito da Gastão Mariz Uma das vias da Gastão Mariz - que liga Cidade Verde à Rota do Sol - está interditada
O
s condutores que trafegam na zona Sul de Natal enfrentam mais uma interdição no trânsito, desta vez na altura de Cidade Verde. Na manhã de ontem (29), a Companhia de Águas e Esgotos do RN suprimiu uma das faixas da avenida Gastão Mariz, principal avenida de acesso à Rota do Sol. A intervenção permanece durante 30 dias, e é causada pelas obras de esgotamento sanitário dos bairros de Capim Macio, Neópolis, Conjunto Pirangi e Ponta Negra. Na região, está sendo construí-
do um emissário, que conduzirá o esgoto desses bairros para a ETE de Ponta Negra. A obra de esgotamento da zona sul ainda compreende a construção de 12 mil ligações de esgoto, cisternas e estações elevatórias em alguns bairros. Avaliada em R$9 milhões, só será concluída em outubro de 2015. De acordo com Fábio Siqueira, gerente de obras de Natal da Caern, a região recebe apenas duas linhas de ônibus e é mais utilizada durante o final de semana, para acesso às praias. Segundo ele, as melhores opções para os condutores são as avenidas Ayrton Sena, para quem segue para Ponta Negra, e a via Hortigranjeiras, em direção ao bairro de Cajupiranga, para quem segue para as praias do litoral sul.
Competição segue hoje no Ginásio do Sesi, em Lagoa Nova
« ESPORTE »
Natal sedia etapa do Nordeste Open de Jiu-Jitsu Mais de 1.200 atletas de sete Estados participam da competição que termina hoje
M
esmo não sendo um torneio oficial, o Nordeste Open de Jiu-Jitsu que está sendo realizado no ginásio poliesportivo do Sesi, em Lagoa Nova, já se tornou a maior competição esportiva “indoor” (em ambiente fechado) do Rio Grande do Norte, com a participação de 1.200 atletas. Ao contrário de 2013, quando ocorreram duas etapas livres e sem pontuação, este ano serão realizadas três etapas com uma novidade – a criação de um ranking e premiação com medalhas para os três primeiros colocados em diversas categorias ao fim do torneio. O Nordeste Open de JiuJitsu reúne atletas de sete estados da região, exceto Maranhão e Piauí e mais competidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará e de cidades do interior do Rio Grande do Norte, informou um dos organizadores do evento, Nivaldo Pereira: “A gente evita de ser uma coisa oficial, porque os atletas teriam de pagar uma taxa, e o torneio é aberto a todos que quiserem participar”. Segundo Pereira, o Rio Grande do Norte tradicionalmente é destaque no ranking nacional de Jiu-Jitsu, mas como os lutadores têm dificuldades de deslocamento para cen-
tros mais avançados, essa é uma oportunidade de se fazer um intercâmbio com atletas mais qualificados de outros estados do país. “Nós temos atletas aqui que são de alto nível e vão participar do campeonato mundial de Abu Dabi, no Oriente Médio, em abril e trocam experiências com os mais jovens no Nordeste Open”, destacou. Bruno Barreto é um dos atletas que estarão em Abu Dabi, ao lado do irmão Thiago Ferreira, que foi campeão naquele país Árabe. Embora o Nordeste Open não seja uma competição oficial, Bruno acha que é interessante para a promoção do intercâmbio entre atletas de todas as idades e ser, ainda, uma preparatória para torneios mais importantes: “É como se fosse uma pré-temporada de futebol, a gente vai se preparando para outros torneios”. Para Bruno, torneios como esses também serve de incentivos aos novos atletas, que podem tomar conhecimentos com lutadores mais experientes “e podem perceber, no futuro, que terão oportunidade de se deslocarem para outros centros mais adiantados”, inclusive com apoios e patrocínios, coisa que é muito difícil em início de carreira. Nivaldo Pereira explicou que o primeiro dia de competição, ontem, reuniu atletas das categorias infantil, feminino, masters e sênios, enquanto das 7 às 19 horas de hoje as lutas serão somente na categoria adulto masculino.
« DOMINGO » Obra da passarela interdita via da BR 101 Por causa das obras de recuperação e manutenção da passarela da avenida Salgado Filho, em frente ao templo da Igreja Universal, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) alerta aos motoristas para trafegarem com atenção e dirigem com lentidão os veículos no sentido centro-sul da cidade, em virtude da interdição da faixa à direita até às 10 horas deste domingo (30). O trânsito fluiu com lentidão no mesmo horário, na manhã de ontem, devido a interdição de duas das três faixas da Salgado Filho, coisa que a Semob espera não ocorrer hoje, por ser um dia de pouco tráfego de carros. Segundo a Semob, hoje de manhã deixará de existir o acesso de veículos que desciam no contra fluxo para acessar a rua Padre João Damasceno, nas imediações da Empresa Industrial Técnica (EIT), durante neste fim de semana. O trânsito será liberado, normalmente, na segunda-feira (31).
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
geral
ARQUIVO
ataque
à democracia
Há cinquenta anos, o Congresso Nacional dava fim ao governo do presidente João Goulart, abrindo caminho para um golpe na tumultuada democracia brasileira. O regime militar durou 21 anos, levou medo, espalhou pânico e patrocinou cenas de selvageria nos porões da Ditadura.
Em Natal, os militares agiram rápido. Ocuparam o Palácio Felipe Camarão, prenderam o prefeito e o vice e adotaram medidas para sufocar qualquer tentativa de resistência à deposição de Jango. Pela primeira vez na história, o RN tinha mulheres atrás das grades, acusadas de atividades ‘subversivas’.
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MATEUS RAMOS adital
O
Golpe Militar de 1964 estabeleceu no Brasil uma ditadura que se estendeu até 1985. Ao longo desses 21 anos, o regime militar endureceu o governo, tornando legais práticas totalmente contrárias aos direitos humanos, como a censura e a tortura, por exemplo. Os militares combateram, sem piedade, qualquer ameaça “comunista” ou de manifestantes contra o governo, marcando, na história do Brasil, um período sombrio, caracterizado por atos autoritários e violentos. A simples desconfiança de que alguém era “comunista” já era motivo para espionar e prender a pessoa para averiguação, começando, nesse momento, um cruel processo de tortura psicológica e, em muitos casos, física. A decisão, por parte dos militares, de aplicar um golpe de Estado num governo eleito democraticamente não foi algo repentino, aconteceu como consequência de uma série de fatos políticos acumulados no período pós Getúlio Vargas, agravados pela decisão deste presidente de por um fim à própria vida. Após a morte de Vargas, Juscelino Kubitscheck (JK) foi eleito de forma direta. JK desenvolveu uma forma de governar que lhe possibilitou a conquista de um grande apoio da população; seu slogan “50 anos em 5” se tornou extremamente popular entre os brasileiros. Contudo, o governo JK também já vinha sendo marcado por indícios de os militares esboçavam
geral
0 PESADELO QUE DUROU 21 ANOS E MUDOU O BRASIL Decisão dos militares de aplicar um golpe de Estado num governo eleito democraticamente, não foi repentino. Aconteceu como consequência de uma série de fatos políticos da era Pós-Vargas um golpe de Estado. O jingle do candidato Jânio Quadros (varre, varre, vassourinha) e a campanha eleitoral como um todo causaram ótima impressão nos brasileiros, tornando Quadros presidente com uma aprovação nunca antes vista nas urnas. A vitória avassaladora, com 5,6 milhões de votos, fez com que o presidente eleito acreditasse em um auto-golpe de Estado. Acreditando que o povo estaria sempre ao seu lado, o próprio Quadros arquitetou uma renúncia. O objetivo era voltar ao poder por meio de um pedido amplo de retorno, que só seria aceito se lhe fossem dados poderes absolutos. Sete meses após sua eleição, ele pôs em prática esse plano e renunciou ao cargo. No
entanto, contrariando as expectativas, o povo nunca pediu que ele retornasse e o cargo de presidente acabou sendo ocupado por seu vice, João Goulart, conhecido como Jango. Contudo, não foi fácil para Goulart assumir o cargo que era seu de direito. À época da renúncia de Jânio Quadros, este estava em uma viagem diplomática na República Popular da China, o que causava calafrios nos militares brasileiros, assumidamente anticomunistas. Aproveitando a situação, os militares acusaram Jango de ser comunista e o impediram de assumir o cargo máximo do país. Após muitas negociações, mediadas inclusive por seu cunhado Leonel Brizola, os apoia-
dores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual seria criado um regime parlamentarista, em que o presidente é apenas um chefe de Estado com poderes reduzidos. Em 1961, João Goulart assumiu o tal governo parlamentarista. Contudo, dois anos depois, houve um plebiscito e o povo, com um percentual de 82%, optou pela volta do presidencialismo. Então, em 1963, Jango, finalmente, assumiu a Presidência com amplos poderes. Durante o governo de Jango, tornaram-se notórios os vários problemas estruturais na política do Brasil, acumulados nas décadas que precederam o golpe, e as disputas de natureza internacional, no âmbito da
Guerra Fria, que desestabilizaram seu governo. Jango adotou uma política econômica mais conservadora, diminuindo a participação de empresas estrangeiras em setores estratégicos da economia e instituindo um limite para a remessa de lucros das empresas internacionais, seguindo as orientações do Fundo Monetário Internacional, o FMI. Apesar desse conservadorismo, o então presidente sempre foi maleável em relação às reivindicações sociais, o que aumentava a desconfiança dos militares. Em meio à instabilidade econômica, Jango lançou o Plano Trienal, que buscava combater a inflação e fazer o Brasil crescer a uma taxa de 7% ao ano, além de iniciar uma política de distribuição de renda. Porém, o plano não conseguiu atingir as metas esperadas e as reivindicações populares se tornaram mais fortes. Após o fracasso do plano, Jango apostou nas reformas de base, para reestruturar o país. Estas medidas incluíam as reformas agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional. Em um grande comício, chamado de ‘Comício da Central, por ter sido realizado na Praça da República, em frente à estação Central do Brasil, no Rio de janeiro, o presidente anunciou para mais de 150 mil pessoas que daria início às reformas e livraria o país do caos em que estava vivendo. O comício, entretanto, foi mais um motivo para que a oposição o acusasse de comunista. A partir daí, intensificou-se uma mobilização social anti-Jango. FOTOS: ARQUIVO
vozes da resistência Pra não dizer que não falei das flores Geraldo Vandré Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição De morrer pela pátria E viver sem razão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição
Ao longo de 1963, foram realizadas 172 greves de trabalhadores, alimentando a turbulência contra Jango. O movimento sindical seria perseguido pelos militares
Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer
O GOLPE...
Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...
A classe média, ao ver as bandeiras vermelhas e os pedidos de reforma agrária, ficou assustada com uma possível revolução socialista e deu apoio aos militares. Alguns dias após o comício, foi organizada a ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, que levou milhares de pessoas às ruas, pedindo o afastamento do presidente. Essas manifestações foram vistas pelos militares como um consentimento ao então Golpe de Estado que estava sendo preparado. Na madrugada do dia 31 de março de 1964, o golpe militar foi deflagrado contra o governo de João Goulart. O que pôde ser destacado foi a total falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio. Jango caiu sem resistência, nem acionando seu dispositivo militar que lhe da-
ria apoio. Começava, então, um período sombrio para a história brasileira, marcado por autoritarismo, censura e violentas violações de direitos humanos. De acordo com o professor de história da UFRJ, Carlos Fico, autor do livro Além do Golpe, Jango poderia “ter tomado com facilidade o Palácio Guanabara, onde estava o governador Carlos Lacerda, que se defendia de forma precária. Poderia ter dispersado as tropas golpistas com poucos aviões bombardeiros, porém preferiu evitar uma guerra civil, ou apenas avaliou que seria inútil resistir”. Goulart saiu do país, mas, antes disso, já havia perdido seu mandato. Seguiu para o exílio no Uruguai, de onde só retornaria ao Brasil para ser sepultado, em 1976.
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Jango poderia ter dispersado as tropas golpistas com poucos aviões bombardeiros, porém preferiu evitar uma guerra civil, ou apenas avaliou que seria inútil resistir"
QUEM Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, paraibano, nascido em 1935, ficou conhecido quando conquistou o segundo lugar num festival da MPB com a música "Caminhando". Perseguido depois do AI-5 foi exilado. A música era uma espécie de hino à resistência
CARLOS FICO professor de História
Historiadores dizem que Jango poderia ter abortado o Golpe
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MILITARES SUFOCAM RESISTÊNCIA EM NATAL O 1º de abril parecia um dia a mais de crise na política nacional. Quando o rádio começava a dar as primeiras notícias, o prefeito já estava preso SARA VASCONCELOS repórter
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á 50 anos, a quarta-feira daquele 1º de abril, amanhecia com aviões cortando o céu da capital. A movimentação atípica despertava para uma época de terror e para o fim do sonho de plena democracia vivida por jovens do Rio Grande do Norte. Em pouco tempo, a notícia de que o Palácio Felipe Camarão, sede do Executivo Municipal, foi tomado por militares e o então prefeito Djalma Maranhão e o vice-prefeito Luiz Gonzaga dos Santos estavam presos e depostos dos cargos, correu a cidade. O Golpe de 1964 chegava a Natal. Apesar de a de-
posição do presidente João Goulart já vir sendo traçada há tempos pelas Forças Armadas, em terras potiguares a euforia que alimentava a dedicação de jovens ligados a grupos de esquerda - movimentos estudantis, religiosos e rurais - impediu antecipar o acontecimento e pegou todos de surpresa. Maria Laly Carneiro estava em casa quando ouviu a notícia do avanço das tropas pelo rádio, naquela manhã. Dermi Azevedo se preparava para a vida religiosa, no seminário São Pedro, quando o reitor comunicou que “as forças armadas estavam derrubando o comunismo”. Nei Leandro de Castro e Geniberto Campos mobilizavam estudan-
tes no diretório, enquanto os estudantes de direito e engenharia civil, Marcos Guerra, Josemá Azevedo, respectivamente, além de Meri Medeiros, liderança da Liga Camponesa, estavam em outros estados tratando de projetos de educação e política. Mesmo entre os gestores do poder executivo, o golpe não era esperado. Um dia antes, o viceprefeito Luiz Gonzaga presidiu sessão na Câmara Municipal de Natal em que escolheu a mesa diretora que conduziria os trabalhos legislativos naquele ano, segundo arquivo desta TN. Ainda naquela manhã de 1º de abril, Djalma Maranhão comunicou ao Comandante Militar e ao Secretário de Seguran-
ça Pública, sua posição em favor da democracia e da preservação do mandato do presidente João Goulart. E reuniu-se na Prefeitura com secretários, lideranças estudantis, sindicais e políticas para, por meio de notas oficiais, convocar os natalenses a resistir ao golpe. Mas não houve manifestações populares de resistência, a exemplo das registradas no Rio de Janeiro e São Paulo. Aqui, autoridades militares e o governo do Estado foram ágeis em tomar medidas preventivas para impedir – pelo uso da força - a perturbação da ordem pública. Tropas tomaram as ruas, repartições públicas e foram instaurados diversos Inquéritos Policiais Militar (IPM) contra a subversão, levando centenas de pessoas para a prisão no Comando da Polícia Militar, 16º Regimento de Infantaria (RI) e o Regimento de Obuses (RO) do Exército em Natal, além de quarteis em Recife, Fernando de Noronha (PE) e Fortaleza (CE). O primeiro IPM, foi criado pelo Estado em 23 de abril, por força do ato institucional número 1 (AI-1), a Comissão de Investigação, conhecida como “Relatório Geral” e importava de Pernambuco dois militares que entrariam para a história do movimento de repressão ao comunismo no RN: o capitão Carlos Moura de Morais Veras e o capitão José Domingos da Silva. Com treinamento especial na CIA, os agentes tinham o aval para deter e torturar os subversivos que promoviam mobilizações populares. Cinco décadas depois, a história ainda cobra a responsabilidade de atos de violência, a partir da instalação de Comissões da Verdade e Memória.
LALY CARNEIRO ex-presa política, integrante da Ação Popular
vozes da resistência Cálice Chico Buarque e Gilberto Gil Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
A anistia é uma vitória importantíssima, mas não cobre crimes contra a humanidade” MARCOS GUERRA estudante de Direito, na época do Golpe Militar
Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada pra a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa
FOTOS: ARQUIVO
MANDATO DEVOLVIDO A cassação do prefeito Djalma Maranhão e do vice-prefeito Luís Gonzaga dos Santos, durante a ditadura militar no Brasil será anulada. Os vereadores farão a devolução simbólica dos mandatos e retratação pública pelo impeachment, em em sessão solene prevista para a próxima quarta-feira, na Câmara Municipal do Natal. Com o golpe de 1964, o prefeito Djalma Maranhão - em segundo mandato, eleito em 1960 na primeira eleição direta na capital - foi afastado do cargo, preso e teve o mandato cassado. Após a prisão, foi alvo de investigação conduzida pelo capitão Ênio de Lacerda. O prefeito deposto, o médico Vulpiano Cavalcanti – um dos mais expressivos comunistas no Estado – Moacir de Góes, Aldo Tinoco, alguns estudantes universitários, entre outros, foram levados para o 16 RI, onde sofreram tortura e foram submetidos a exaustivos interrogatórios. Em agosto daquele ano, Djalma Maranhão, e o irmão Luís Maranhão Filho, militante do PCB, Luiz Floriano Bezerra e Aldo Tinoco foram embarcados para a prisão na ilha de Fernando de Noronha. Quatro meses depois era posto em liberdade por Habeas Corpus do Supremo Tribunal Federal. Djalma Morreu no exílio, em Montevidéu, em 30 de julho de 1971, aos 56 anos de idade. O Rio Grande do Norte ficou conhecido e ganhou importância política devido à época por projetos de erradicação do analfabetismo com a Campanha “De pé no chão também se aprende a ler”, de Djalma Maranhão, além da alfabetização de adultos pelo método de 40 horas, do pedagogo Paulo Freire, que teve a primeira experiência em Angicos, em 63. Essas iniciativas, assim como a educação à distância promovida pela Rádio Rural, de alfabetização o cunho de formação política e social. Tais processos foram cessados com o Golpe de 64 - além de levar a prisão e exílio idealizadores e envolvidos.
Ficar em liberdade foi igualmente difícil. Muitos professores pediam para que eu não falasse com eles. Terminei o curso sob o menosprezo”
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Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue De muito gorda a porca já não anda De muito usada a faca já não corta Como é difícil, pai, abrir a porta Essa palavra presa na garganta Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade Mesmo calado o peito, resta a cuca Dos bêbados do centro da cidade Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Djalma, o prefeito que criou o programa de alfabetização de adultos ‘De pé no chão também se aprende a ler’, foi cassado e preso
ALUÍZIO ALVES Se agiram rápido para tirar o prefeito Djalma Maranhão do poder, os militares, no primeiro momento, preservaram o governador da época, Aluízio Alves, que fazia um governo inovador. Um ano antes, Aluízio tinha inaugurado a energia de Paulo Afonso numa festa com a presença do presidente João Goulart. Essa trégua era questão de tempo. Os problemas começaram já nas articulações para a sucessão de Aluízio em 1965. No final de março daquele ano, os jornais de Natal publicavam anúncios, pagos por empresas privadas, saudando o primeiro aniversário da “Revolução Democrática”. O coronel-aviador Paulo Salema Ribeiro, que comandava a Base Aérea de Natal, solicitou audiência ao governador e co-
municou o desejo de ser candidato ao governo do Estado. E deixou claro que estava descontente por AA não ter ido à posse, enviando um auxiliar para representá-lo. Mediante a resposta de que Alves não poderia apoiá-lo devido a campanha de 1960 e pelo fato de exercer função militar, sem qualquer vinculação com o eleitorado, foi dado o prazo de 24 horas para retirar do hangar da base o avião que servia ao governo e cuja manutenção dada pelo Exército não era cobrada. O chefe de gabinete, Erivan França, chegou a ser intimado a comparecer um dia após a conversa com o governador, para prestar informação. No Comando, França foi detido sob a acusação de que tentativa de assassinar o coronel Salema,
Talvez o mundo não seja pequeno Nem seja a vida um fato consumado Quero inventar o meu próprio pecado Quero morrer do meu próprio veneno Quero perder de vez tua cabeça Minha cabeça perder teu juízo Quero cheirar fumaça de óleo diesel Me embriagar até que alguém me esqueça
Ì QUEM
Ao lado de Jango, Aluízio inaugurou a energia de Paulo Afonso
com a contratação de presidiários para executar o serviço. A motivação era comprovar conspiração, para processar Aluízio como mentor intelectual do crime. Após ameças, a recomendação. Com a edição do AI-5, em dezembro de 1968, o governo militar, respaldado por aliados ci-
vis no Rio Grande do Norte, começou usar a mão pesada de um regime de exceção. Aluízio teve os direitos políticos cassados. A medida se estendeu ao irmão, Agnelo Alves, prefeito de Natal, e demais políticos que representavam “perigo” ao poder central, em Brasília.
Chico Buarque foi uma das principais vozes da resistência ao regime militar brasileiro. Para fugir da censura, usou metáforas em Cálice, música que fez em parceria com Gilberto Gil, para denunciar as desigualdades sociais e a tortura no Brasil
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MAGNUS NASCIMENTO
Líder sindical que foi preso e torturado, Meri Medeiros pagou um preço alto pelo pecado de ser comunista no período de caça às bruxas. Hoje engrossa a luta em defesa dos perseguidos políticos no Brasil
MULHERES ATRÁS DAS GRADES Duas pedagogas, uma estudante de medicina e uma funcionária pública foram as primeiras presas políticas do Rio Grande do Norte
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ela primeira vez em Natal mulheres foram presas por envolvimento político. A estudante de medicina Maria Laly Carneiro, integrante da Ação Popular; Diva da Salete Lucena e Margarida de Jesus Cortês, pedagogas da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, e Mailde Pinto Galvão, diretora de Documentação e Cultura da Prefeitura do Natal tiveram a liberdade tolhida. A médica Laly Carneiro, hoje com 77 anos, foi presa e exilada na França, onde mora até hoje. Lúcida e ainda movida pelos mesmos ideais de 50 anos atrás ela contou, por telefone, com a voz por vezes trêmula de emoção passagens do episódio que considera “de muito horror para o Brasil e, ao mesmo tempo, de início do desenvolvimento político e filosófico”. Naquela manhã de 1º de abril de 1964, a notícia chegou pelo rádio, enquanto lia um telegrama vindo do Rio de Janeiro, e seguiu para o Diretório Central dos Estudantes. Uma assembleia geral foi organizada para esclarecer nas ruas o que estava acontecendo, que foi reprimida por tropas militares. “Não esperávamos a reação de violência do Exército. A nossa luta era pacífica, era para dar ao povo o direito a democracia, num momento que trazia a nova possibilidade de pensar. Aluna de Medicina, ela foi presa dias depois na faculdade e levada para o 16 RI, para a mes-
ma cela “pequena e insalubre” que havia ficado Djalma Maranhão. “Fui levada como em guerra, num jipe com quatro homens armados, sem palavras e sem violência”, afirmou. Foram dois meses que, para mim, era uma eternidade”. Além de sessões contínuas de interrogatórios, Laly Carneiro era exposta a execração de esposas de oficiais e até a simulação de um fuzilamento. “Não fui torturada fisicamente, não me violaram, mas fizeram um estrago enorme internamente. Uma noite, me levaram ao pé do morro, sozinha, e soldados se posicionavam para atirar. Tive muito medo, mas era parte da tortura psicológica”, disse. Em liberdade por um habeas corpus impetrado por Otto de Brito Guerra, sofreu com o preconceito para concluir a faculdade de Medicina, um ano depois, e seguir para a França. “Ficar em liberdade foi igualmente difícil. Muitos professores pediam para que eu não falassem com eles. Terminei o curso sob o menosprezo”, afirma. Em dezembro de 1965, foi para o Rio de Janeiro, onde conseguiu passagem por meio de instituições religiosas, seguiu para a França. “Eu não me auto-exilei, eu fui colocada daí para fora pelo preconceito, pressão e perigo que me apontavam”. Na França, afastou do movimento no Brasil e aderiu a causa em Portugal, voltou ao Brasil, 17 anos depois.
COMISSÃO DA VERDADE Cinco décadas depois do golpe que depôs o presidente João Goulart e instalou o regime militar no país, a história ainda cobra responsabilidade. Dessa vez, outras armas mais democráticas são empunhadas para fazer reparações: a instalação de comissões da verdade e memória. Ao todo, são 100 comissões e comitês pela Justiça. De acordo com Roberto Monte, do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, que integra a Comissão da Verdade, não há como mensurar qual o número exato de perseguidos, mortos e desaparecidos do Regime Militar. No Rio Grande do Norte, poderá superar os 300 mortos e desaparecidos. Uma das dificuldades é o que ele denomina de “limpeza” de informações feita a partir da morte e desparecimento de pessoas. O primeiro desaparecido do país, de acordo com documentos oficiais do Dossiê da Verdade, é do Rio Grande do Norte. Natural de Sítio Novo, o guerrilheiro Vigílio Gomes da Silva foi preso, torturado e dado como desaparecido por comandar o sequestro do Charles Burke Elbrick, ocorrido em 4 de setembro de 1969. O embaixador foi usado como moeda de troca para a libertação de 15 militantes, entre eles o deputado federal cassado José Dirceu e o ex-parlamentar comunista Gregório Bezerra. Um dos principais casos de desaparecidos políticos no Rio Grande do Norte, é de Luiz Maranhão, representante do Comi-
tê Nacional do Partido Comunista foi assassinado durante uma assembleia geral e até hoje o corpo não foi entregue à família. Para Meri Medeiros, um dos líderes do movimento sindical rural Liga Camponesa, a anistia tem um papel importante na redemocratização, mas não apaga as marcas deixadas. Depois de anos preso, torturado e obrigado a viver com o preconceito “do grande pecado de ser comunista”, Medeiros foi anistiado com a prestação única de R$ 100 mil, que permitiu comprar a residência da família. “A anistia se completa quando a democracia é construída, se completa no sentido da solidariedade, no acesso amplo à cultura de forma que o povo também seja culto”, analisa. Durante o processo de construção da Lei Nacional de Anistia um episódio envolvendo o advogado exilado, Marcos Guerra, teve forte repercussão. Demorou e nas negociações, os exilados resolveram correr o risco de vir para o Brasil em julho em 1979 para provocar a finalização da Lei de Anistia, foi preso ao desembarcar em Recife, com a família que tinha dois filhos com dupla nacionalidade (Brasil e França) e a esposa argentina. “A anistia é uma vitória importantíssima, mas não cobre crimes contra a humanidade, pelo texto de lei e compromissos do Brasil, como a tortura por agentes do Estado e de assassinato e desaparecimento de pessoas”, Marcos Guerra.
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A MELANCOLIA DA TRAGÉDIA POLÍTICA Em meio a gritos de apoio e de protestos, senador atropela o regimento interno da Casa para comunicar “fuga” de João Goulart ARQUIVO
Mazzilli, que assumia a presidência nas ausências de Jango, governou o país durante 14 dias
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rasília (Ag.Senado) - Os últimos atos da tragédia política vivida pelo país em 1964 tiveram tom melancólico. Na madrugada de 1º para 2 de abril, ao presidir o Congresso em uma sessão relâmpago, o senador Auro de Moura Andrade, do PSD de São Paulo, atropelou os protestos dos parlamentares que apoiavam João Goulart, ignorou as questões de ordem apresentadas e declarou o fim do governo de Jango. “Comunico ao Congresso Nacional que o senhor João Goulart deixou, por força dos notórios acontecimentos de que a nação é conhecedora, o governo da República”, afirmou, em meio a gritos de apoio e de protesto de deputados e senadores. “O senhor presidente da República deixou a sede do governo, deixou a nação acéfala. Numa hora gravíssima da vida brasileira é mister que o chefe de Estado permaneça à frente de seu governo. Abandonou o governo”, disse Auro de Moura Andrade. “Declaro vaga a Presidência da República e, nos termos do artigo 79 da Constituição, declaro presidente da República o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli”. Foi lido – e desconsiderado – o ofício enviado ao Congresso por Darcy Ribeiro, então chefe da Casa Civil. “Em virtude dos acontecimentos nacionais das últimas horas, para preservar de esbulho criminoso o mandato que o povo lhe conferiu, investindo-o na chefia do Poder Executivo, [Jango] decidiu via-
Ì ESPERA EM VÃO No dia 31 de março, o Plenário do Senado aguardava as informações sobre a crise com ansiedade. Os parlamentares que eram alheios à conspiração contra o governo de João Goulart esperavam em vão por uma notícia tranquilizadora. Enquanto o senador Aurélio Vianna, do PSB da Guanabara, pedia que “os líderes da República” buscassem o entendimento diante da crise, deixando o conformismo e a insensibilidade política, as luzes do Plenário se apagaram. A sessão foi suspensa por cinco minutos. Em seguida o parlamentar tentou novamente uma resposta entre os colegas, mas não conseguiu. O senador Afonso Arinos (UDN) aguardava uma posição do governador Magalhães Pinto, contra o Golpe, mas soube que as tropas de Minas Gerais, chefiadas pelo general Olympio Mourão Filho, seguiam em direção ao Rio de Janeiro. Era o fim da esperança
jar para o Rio Grande do Sul, onde se encontra à frente das tropas militares legalistas e no pleno exercício dos poderes constitucionais, com seu ministério”,
declarava Darcy.
Últimos embates
No dia 2, clima era de ressaca política. “Jango estava impedido de governar. Perdera as condições. Evidenciara demais a sua política de favorecimento à implantação atrevida do comunismo no Brasil”, disse o senador Eurico Rezende, da UDN do Espírito Santo. “Jango não poderia estar no território brasileiro, a não ser naquele ponto de uma cidade do país – Porto Alegre –, ainda debaixo da agitação do deputado Leonel Brizola. Por conseguinte, estava física e metafisicamente impedido”, reforçou o senador Padre Calazans, da UDN de São Paulo. Para evitar uma guerra civil, o presidente da República preferiu não resistir ao Golpe de Estado. Começavam os 21 anos de Ditadura Militar. O senador Arthur Virgílio, do PTB do Amazonas, que, como líder do governo, veementemente defendera o presidente João Goulart e suas reformas de base, ainda duelava no Plenário do Senado. “Vou dizer aquilo que penso, indiferente à força que atualmente nos cerca, a força que pode tudo, menos esmagar ideias, menos esmagar a liberdade, menos esmagar a democracia. Força que aparentemente pode prevalecer, força que tem prevalecido em algumas oportunidades, mas que tem sido varrida, pelo mundo afora, pela liberdade, que finalmente vence sempre”, disse o senador, posteriormente cassado.
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TOMISLAV R. FEMENICK* historiador, membro da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
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árias foram as causas que deram origem ao golpe militar de 1964. Em primeiro lugar, no Brasil de então o conceito de democracia era muito propalado e pouco praticado por todas as correntes políticas. No meio militar ainda pontificavam as lideranças do movimento tenentista nascido nos anos 1920, quando oficiais de patentes inferiores lutaram pela derrubada do governo; alguns integrantes do governo Goulart propunham o fechamento do Congresso Nacional; as esquerdas sonhavam com a ditadura do proletariado; em várias ocasiões líderes dos grandes partidos (UND, PSD e até do PTB) se posicionaram pela derrubada de governos eleitos constitucionalmente. Talvez a exceção tenha sido Juscelino Kubitschek. O começo da crise que gerou o golpe militar deu-se no dia 25 de agosto de 1961, quando o presidente Jânio Quadros enviou mais um dos seus bilhetes. Dessa vez ao Parlamento Brasileiro, muito embora que em forma de ofício: “Ao Congresso Nacional. Neste dia, e por esse instrumento, deixando com o Ministro da Justiça as razões do meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República. A) J. Quadros. Brasília, 25.08.61”. De pronto, o Congresso aceitou a renúncia. Como o vicepresidente João Goulart estava na China, presidindo uma comitiva que estava em visita oficial àquele país, a Presidência da Republica foi ocupada, provisoriamente, pelo presidente do Congresso, o deputado federal Ranieri Mazzili. Havia entre os militares um movimento contrário ao vicepresidente João Goulart e, consequentemente, contra a sua investidura no posto máximo de comando da nação. Esse movimento tinha livre trânsito nos ministérios da Guerra, Marinha e Aeronáutica. Por isso queriam que o Congresso decretasse um impeachment para Jango. Outros militares, estes legalistas, defendia a posse do vice-presidente no cargo de Presidente da República tão logo regressasse ao país – até participaram da chamada “cadeia da legalidade”. O marechal Henrique Teixeira Lott (ex-ministro da Guerra, no governo de Juscelino) se declarou ao lado de Jango e foi preso, fato que levou outros militares a se posicionarem também pela sucessão prevista na Constituição. Esse ambiente de pré-conflagração foi confirmado pelo presidente provisório, deputado Ranieri Mazzilli, em mensagem dirigida ao presidente do Senado, senador Auro de Moura Andrade, três dias após a renúncia de Jânio: “na apreciação da atual situação política, criada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, os ministros militares, na qualidade de chefes das Forças Armadas, responsáveis pela ordem interna, manifestaram a absoluta inconveniência, de motivo de segurança nacional, do regresso ao país, do vice-presidente da República João Belchior Marques Goulart”.
O Brasil parlamentarista
Pressionado pelos acontecimentos e pela possibilidade de uma guerra civil, o Congresso aprovou uma emenda constitucional, instituindo o parlamentarismo no Brasil, regime que reduz em muito o poder do
Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (D) assumiu o comando do país, após a deposição do presidente João Goulart
A DEMOCRACIA ULTRAJADA Presidente da República. A Constituição foi emendada e, no dia 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu o posto de Presidente constitucional do Brasil, com mandato previsto para até 31 de janeiro de 1966. Seu Primeiro Ministro era Tancredo Neves. A emenda constitucional do parlamentarismo continha, também, a determinação para que fosse realizado um plebiscito, mesmo depois de alterado o regime, oportunidade em que os eleitores deveriam opinar sobre suas preferências com relação à forma de governo para o país; se presidencialista, o sistema anterior, ou parlamentarista, o sistema vigente. O plebiscito foi realizado em janeiro de 1963, ocasião em que o povo escolheu a volta do presidencialismo – quase nove milhões e meios de votos para o presidencialismo, contra menos de dois milhões e 100 mil para o parlamentarismo. Jango, então, obtém plenos poderes, aqueles que lhe foram dados pelo povo, na eleição e no plebiscito.
O Brasil volta à crise
Se antes de assumir a presidência João Goulart já imprimia medo nos meios conservadores, principalmente entre os militares e parte do empresariado, a sua atuação como Presidente – tanto no sistema Parlamentarista como Presidencialista – agravou esse medo. Suas promessas de reforma agrária, fiscal, política e universitária iam muito além do que a elite do país poderia suportar. Mesmo que sua intenção fosse tão somente modernizar as estruturas políticas e socioeconômicas do país, como meio de vencer o subdesenvolvimento e os problemas da inflação e pobreza. Sua aproximação com alguns movimentos de esquerda desgastou mais ainda sua imagem junto aos conservadores de centro e de direita, que o atacaram denominando-o de subversivo. As divergências entre Brizola e Jango eram exemplos da queda de braço que o presidente mantinha com a ala mais radial da esquerda, que acusavam seu governo de fazer composição com setores conservadores e imperialistas. As negociações para a estatização das instalações da American and Foreign Power Co. (AMFORP) – uma empresa controlada pela Eletric Bond and
Share – por US$ 135 milhões, acirraram as divergências, pois essa esquerda considerava que o valor negociado era exorbitante. O Rio Grande do Norte também foi palco de batalha entre as forças ditas desenvolvimentistas e nacionalistas, travadas durante o governo de João Goulart. Quando candidato a governador, Aluízio Alves, líder udenista que terminou se elegendo pelo rival PSD, apresentou uma proposta de desenvolvimento econômico para o Estado; essas foram consideradas inexequíveis, pois faltavam recursos. Aluízio foi busca-los no programa Aliança para o Progresso, um plano de ajuda econômica e social do governo dos Estados Unidos para a América Latina, com investimentos de 20 bilhões de dólares, oriundos de diversas organizações internacionais, inclusive alguns países europeus e empresas privadas. Moniz Bandeira (1999) afirma que o programa norte-americano defendia “a reforma tributária, a reforma agrária e a estabilização dos preços dos principais produtos de exportação, ao mesmo tempo em que visava estimular as empresas privadas dos Estados Unidos a investirem mais nos países da América Latina e a mergulharem em suas economias, associadas aos capitais nacionais. O corolário político do programa de Kennedy seria, por conseguinte, o ‘apoio inequívoco à democracia’, principalmente à ‘democracia progressista’ ou esquerda democrática”. A Aliança para o Progresso talvez tenha sido o projeto mais arrojado da política externa dos Estados Unidos, depois do Plano Marshall, seu principal instrumento para a reconstrução da Europa Ocidental, nos anos seguintes que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, quando cerca de US$ 13 bilhões foram gastos como assistência técnica e econômica — valor que hoje equivaleria a algo em torno de US$ 130 bilhões. O Rio Grande do Norte foi grandemente beneficiado pelos recursos da Aliança. O Estado recebeu recursos financeiros e equipamentos que foram direcionados ao ensino públicos, ao abastecimento de água e aos serviços de eletricidade e telefonia. Entretanto, as correntes da esquerda mais radical ficaram contra a entrada desses recursos para o Estado e fizeram estarda-
O episódio de Natal, entretanto, serviu como um teste. A oficialidade brasileira podia ser unida” HÉLIO SILVA jornalista e historiador
Os ministros militares manifestaram a absoluta inconveniência do regresso ao país do vice-presidente João Goulart” RANIERI MAZILLI presidente da Câmara
lhaço. No dia 5 de maio de 1963, enquanto o governador Aluízio Alves oferecia um banquete ao embaixador norte-americano Lincoln Gordon, que contava com a presença do General Antonio Carlos Muricy, comandante da 7ª Divisão de Infantaria, sediada em Natal, o deputado federal Leonel Brizola atacou frontalmente a ambos, em um comício organizado pela Frente Nacionalista do Rio Grande do Norte, tendo à frente o prefeito Djalma Maranhão. Segundo Hélio Silva (1975), Brizola atacou o General Muricy nos seguintes termos: “Acusouo de gorila e golpista [...]. Faz apelos para que os soldados do Exército, Marinha e Aeronáutica pegassem em armas, em defesa das reformas de base. Declarou ser necessário ‘colocar mais fogo na fogueira e aumentar a pressão contra o Congresso para conseguir a aprovação das reformas indispensáveis à vida brasileira’ [...]. E Brizola disse mais que
apresentaria ao presidente da República uma ‘representação contra o Embaixador Gordon’, considerando-o persona non grata ao governo brasileiro, pois agia em nosso País, com ‘autentico inspetor de colônia’. Também atacou a Aliança para o Progresso e concitou o povo a expulsar do País os ‘agentes do imperialismo ianque’ [...]. Na manhã seguinte, às 11 horas, o Comandante da Guarnição Militar recebeu uma manifestação de desagravo por parte de todos os oficiais das três armas sediadas em Natal. Compareceram também sargentos, suboficiais e entidades civis [...]. O episódio de Natal, entretanto, serviu como um teste. A oficialidade brasileira podia ser unida”. Esse clima de confronto ideológico, as greves meramente políticas que paralisavam o transporte urbano e interurbano, os bancos, o comércio, a indústria, bem como as greves estudantis, criaram um cenário de falta de poder. Em julho e setembro de 1962 tinham acontecido duas greves gerais, com saques às lojas e morte de quase 50 pessoas, além de ferimentos em cerca de 500. A partir daí a oposição passou a considerar os movimentos paredistas como instrumento de pressão usado pelo governo.
A Ditadura senta praça
As forças de ração a Goulart também estavam se mobilizando, só que em duas frentes: uma civil e outra militar. Seis dias depois do comício do Rio, houve em São Paulo a “Marcha com Deus pela Liberdade”, organizada por setores da igreja católica, pelo governo do Estado, Sociedade Rural Brasileira, União Cívica Feminina e por quase todas as forças contrárias à política do governo federal. Como que abstraído ou desinformado do que se passava em seu entorno, no dia 30 de março o presidente comparece àquela Assembleia de suboficiais e sargentos do Estado da Guanabara, onde faz um discurso de improviso acusando a oposição, se defendendo dos supostos propósitos ilegais e se dizendo preparado para enfrentar qualquer quebra da ordem constitucional. Naquele mesmo instante, os militares se preparavam para o golpe. A radicalização das posições de esquerda e de direita no início de 1964 terminou por provo-
car a arregimentação de tropas militares. Primeiro em Minas Gerais, no dia 31 de março, sob o comando do general Olímpio Mourão Filho, que teria se antecipado a um melhor momento, pois se aposentaria no dia 9 de maio seguinte. Não houve resistência. Pelo contrário, vários comandos militares regionais aderiram à sublevação. No dia 1º de abril, a facção das Forças Armadas contrária à tendência esquerdizante do governo de Jango tomou o poder. O presidente foi para Brasília para tentar organizar as forças que o apoiavam, porém não encontrou apoio para reagir ao golpe. Foi para o Rio Grande do Sul e, depois, pediu asilo político ao Uruguai. Era o fim de uma era e o princípio de outra; o período dos presidentes militares, de início veladamente autoritário, depois declaradamente ditatorial e antidemocrático. A Presidência da República foi declarada vaga e Ranieri Mazzilli mais uma vez assumiu o cargo em caráter interino, enquanto o autointitulado Comando Supremo da Revolução estruturava o novo governo. No dia 2 de março, os Estados Unidos reconheceram o “governo revolucionário”. A junta militar editou um Ato Institucional no dia 9 de abril que dava ao governo militar o poder de alterar a Constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por até dez anos, demitir funcionários públicos e de empresas controladas pelo governo, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que tivesse atentado contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública. Determinava, ainda, eleições indiretas para a presidência da República. Sua vigência expiraria no dia 31 de janeiro de 1966. O presidente, escolhido pelos militares e eleito em apenas dois dias, foi o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Foi eleito no dia 11 e tomou posse no dia 15 de abril. Uma das suas primeiras medidas, sob o eufemismo do “saneamento político”, foi a cassação dos direitos políticos de 378 pessoas, entre os quais três ex-presidentes da República (Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart), seis governadores e 55 integrantes do Congresso Nacional. Por conta de um “saneamento moral e administrativo”, dez mil funcionários públicos foram demitidos e abertos processos de investigação contra cerca de quarenta mil outras pessoas. A democracia foi retirada de cena e subiram ao palco os anos de chumbo, uma mancha negra na história do país. Cerceamento da liberdade, prisões, torturas e assassinatos, nos porões do governo. Sequestros, assaltos, guerrilhas inconsequentes e também mortes, nas resistências extremadas à ditadura. Todos nós perdemos, pois ninguém ganhou. (*) Por causa de suas matérias publicadas na imprensa regional e nacional, Tomislav R. Femenick foi chamado várias vezes ao comando da 4º Exército, no Recife, para “prestar esclarecimentos”. Pelo mesmo motivo, perdeu o registro de jornalista, na Delegacia Regional do Trabalho de Natal. Coagido no desempenho de suas funções do Banco do Nordeste, onde era funcionário concursado e com estabilidade (mais de dez anos e não optante pelo FGTS), foi levado a pedir demissão.
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A RESISTÊNCIA EM ATOS PÚBLICOS
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vozes da resistência
Apesar de Você Chico Buarque
Movimento estudantil foi o maior contraponto ideológico contra o movimento militar de 1964, e a morte de Edson Luís, numa passeata em 1968, deu início a um ano difícil para os generais
A
dital - “Nós passamos a ter com mais frequência, os chamados discursos relâmpagos, que eram uma ação bem característica do PCBR, a gente fazia assim: determinado local que tinha aglomeração, que havia um esquema armado, um esquema de segurança, uma pessoa que tivesse mais facilidade de oratória, chegava e tinha de 30 a 45 segundos para falar para aquela aglomeração. E dizia o que estava acontecendo no país, que o país estava numa ditadura civil militar, inclusive uma ditadura que também teve a colaboração do governo americano, do Imperialismo americano. A gente tinha que falar isso tudo sinteticamente e dar uma conclusão no máximo em 45 segundos, porque a repressão não brincava...” O relato, colhido pela Adital, é do professor Walter Pinheiro, outro ex-preso político, que, assim como tantos outros, lutou contra a ditadura militar no Brasil. Na entrevista, Pinheiro relata, além das torturas, algumas ações que os resistentes praticavam para combater o regime ditatorial brasileiro. Diferente do que ocorreu na ação do golpe militar, o regime em si, teve ampla resistência por parte de diversos grupos em todo o país. Partidos políticos como o PCdoB, PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), PCB (Partido Comunista Brasileiro) e outros grupos formados por estudantes, como a própria UNE (União Nacional dos Estudantes) e a JEC (Juventude Estudantil Católica), fizeram a resistência ideológica e armada contra a ditadura. De fato, é possível afirmar, segundo o historiador Guilherme Diógenes, da UFC (Universidade Federal do Ceará), que os estudantes tiveram grande parcela de responsabilidade no confronto ideológico contra o regime, muitos deles entravam nos movimentos bastante cedo e por simples curiosidade. “Na época eu era adolescente, estava fazendo o que se chamava de ginasial no Liceu do Ceará. Acredito que era a sétima série. Em 1964 eu não tinha uma vivência política. Estudava e me envolvi em algumas atividades, porque na época o Liceu era assim um colégio que puxava manifestações. Então eu ia pra essas manifestações, mais pela movimentação, pela curiosidade (...) minha participação mais ativa, já com uma compreensão do que realmente significava aquele golpe e de partir para o combate de militância foi quando entrei na faculdade”, revela o professor Pinheiro. Além da resistência ideológica, realizada em grande parte pelos movimentos estudantis, outros grupos também protagonizavam a resistência contra os militares, dentre eles destacam-se o MR8 (Movimento Revolucionário 8 de ou-
Métodos de tortura Como os agentes da repressão tratavam os presos políticos agão Cadeira do Dr de cadeira cie pé es a um a Er de zinco e a id st elétrica reve ais elétricos, ligada a termin sentavam onde os presos ligado, o do pelados. Quan a choques iti m ns aparelho tra o do torturado. em todo o corp tas vezes, os Além disso, mui cavam um lo torturadores co cabeça da na al et balde de m mbém eram vítima, onde ta ues. aplicados choq
Decisão dos militares de aplicar um golpe de Estado num governo eleito democraticamente não foi repentino, aconteceu como consequência de uma série de fatos políticos da era Pós-Vargas
Pau-de-arara das O pau-de-arara era uma de s iga ant is ma s ma for tortura, utilizada no Brasil o. desde a época da escravidã vam oca col res ado tur Os tor uma barra de ferro e os atravessando os punhos va fica e qu so, pre joelhos do era ma víti A . pelado pendurada a cerca de 20 ma centímetros do chão, nu es dor a sav cau e posição qu por ava par não e es ant lancin o aí. Depois de pendurado, es qu cho com torturado sofria e as cad elétricos, pan os. queimaduras com cigarr
Afogamentos res Nesse método, os torturado e so pre do s tapavam as narina eira ngu ma a colocavam um , dentro da boca da vítima a. águ olir eng a o-o nd iga obr o ent gam afo Outro método de do eça cab a rgir era o de ime de torturado em um tanque para ca nu sua do çan for a, águ baixo até o limite do o afogamento. Muitas vezes não e qu o a, iav ma des preso a. significava o fim da tortur
tubro), os movimentos sindicais, as ligas camponesas etc. “Os rapazes entravam armados no nosso colégio. Naquela época homens e mulheres estudavam em colégios separados, então eles entravam, faziam os discursos deles e na saída nós íamos escoltando eles, como escudos humanos mesmo”, lembra a ativista Maria do Carmo Serra Azul, a Cacau. O movimento estudantil realmente foi o maior contraponto ideológico na época da ditadura. Mesmo após ser proibida, no dia 27 de outubro de 1964, a UNE, atuando na clandestinidade, promovia manifestações, ações de panfletagem e comícios em todas as grandes cidades do país. O auge dos protestos se deu após a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto, assassinado pela Polícia Militar, no dia 28 de março de 1968, durante um confronto no Centro do Rio de Janeiro. Edson Luís entrou para a história de forma trágica, foi o primeiro estudante morto oficialmente pela ditadura militar. A morte do rapaz marcou o início de um ano turbulento e de fortes mobilizações contra o regime ditatorial. Centenas de cartazes foram colados na Cinelândia, com frases como “Bala mata fome?”, “Os velhos no poder, os jovens no caixão” e “Mataram um estudante. E se fosse seu filho?”
Soro da verdade ros da Existem vários tipos de "so regime o pel do liza verdade”. O uti . Uma ico sód al tot pen o militar era um ma droga que provoca na víti as uz red e a estado de sonolênci ito, efe seu Sob . ias itór barreiras inib e qu sas coi r fala e pod a pessoa (daí o normalmente não falaria O e). dad nome de soro da ver se soro des ito efe o e problema é qu ma víti a e qu já el, fiáv con é pouco iar tas fan pode ter alucinações e ariamente coisas que não são necess alguns em so, dis m Alé verdadeiras. à morte. casos, a droga pode levar
FRASE s. De "Fui para o pau-de-arara várias veze todo ficou o corp meu vez tanta porrada, uma ” chão no ava buch estre tremendo, eu
Maria do Socorro Diógenes ex-militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR)
Espancamentos diz, Como o próprio nome já um e ent ralm lite era ebia espancamento. O preso rec as as tod de cas agressões físi as maneiras possíveis, entre o ava est tas len vio is ma ador "telefone”, onde o tortur em os, mã as du batia com as o sm me ao , cha con de forma so. pre do s ido ouv nos po tem turado Essa técnica deixava o tor os ar our est até ia zonzo e pod dez sur do san cau os, tímpan permanente.
Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão, viu Você que inventou esse estado E inventou de inventar Toda a escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar O perdão Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Eu pergunto a você Onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar Água nova brotando E a gente se amando Sem parar Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros, juro Todo esse amor reprimido Esse grito contido Este samba no escuro
s filhos "Com certeza a pior tortura foi ver meu na va esta eu do entrando na sala quan cadeira do dragão. Eu estava nua, toda do me urinada por conta dos choques. Quan você que por , viu, Janaína perguntou: ‘Mãe está azul e o pai verde?”
Você que inventou a tristeza Ora, tenha a fineza De desinventar Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada Nesse meu penar
Maria do Carmo Serra Azul ex-presa política,torturada nos porões do DOI-CODI.
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Inda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir Que esse dia há de vir Antes do que você pensa
Tortura psicológica o Considerada por muitos com a. tur tor de a forma mais cruel do Iam desde a humilhação cia lên vio de as eaç am preso até contra seus familiares. e Mulheres grávidas ou qu idos, asc -n ém rec tinham filhos dos iam ouv es vez muitas mais os torturadores que nunca tos de rela veriam. Há também dos a iga obr m era e homens qu tra con s uai sex sos abu a r assisti suas mulheres.
Geladeira a Os presos eram obrigados a cel a um ficar nus dentro de a par nte icie suf pequena o pé. impedi-los de ficarem de res ado tur tor os , isso s Apó o que, acionavam um dispositiv va rna alte s, ele por controlado re ent a cel da ra atu per a tem o extremamente baixa e alta er uec ouq suficiente para enl altoalguém. Somado a isso, s son am uzi rod rep s falante . Os extremamente irritantes dias presos chegavam a passar nem a águ sem nessas celas, comida.
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia Como vai se explicar Vendo o céu clarear De repente, impunemente Como vai abafar Nosso coro a cantar Na sua frente
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CONGRESSO APROVA RUPTURA DEMOCRÁTICA EM SESSÃO TENSA Luta entre golpistas e janguistas entrou pela madrugada e terminou com anúncio da vacância da Presidência da República
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rasília (Ag. Senado) - O Senado promove, nesta segunda-feira, a partir de 11h, sessão especial para lembrar os 50 anos do golpe de 1964. O pedido para a sessão foi feito pelo senador João Capiberibe (PSB-AP), ele próprio vítima dos anos de chumbo. Segundo o senador, é preciso que os fatos acontecidos há meio século sejam lembrados e repudiados, “para que os jovens nascidos na democracia conheçam a história do seu país e contribuam para o aperfeiçoamento dela”. Os 21 anos de poder militar, iniciados em 31 de março de 1964, foram marcados por violência, cassação de direitos políticos, censura, repressão e suspensão das eleições diretas para presidente da República e governadores de estado. O golpe, que não foi apenas militar, mas tramado também por setores da sociedade civil, começou a ser desenhado em 1961, com a instabilidade decorrente da renúncia do presidente Jânio Quadros.
Havia nos setores mais conservadores da sociedade, incluindo uma parcela dos militares, o temor de que a posse do então vice-presidente João Goulart empurrasse o Brasil rumo ao socialismo. Uma saída para o impasse político foi a implantação do parlamentarismo, entre 1961 e 1962. O regime presidencialista foi retomado em 1963, após um plebiscito. À frente do país, João Goulart passou a defender as chamadas reformas de base. Eram mudanças profundas nas legislações bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional. Jango defendia ainda o direito de voto para os analfabetos e para os militares de patentes inferiores. Em 13 de março de 1964, em comício no centro do Rio de Janeiro, diante de cerca de 150 mil pessoas, Jango defendeu as reformas e fez críticas duras aos opositores que, segundo ele, estavam contra o povo. Em resposta, os conservadores promove-
Ì DATAS 13 de março Discurso de Jango, no Rio, para 150 mil pessoas. 19 de março Marcha da família com Deus pela liberdade reuniu 500 mil pessoas. 31 de março Militares tomam o poder sem resistências. 9 de abril Primeiros atos institucionais assinados pelos militares.
ram no dia 19 de março a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. As estimativas variam, mas calcula-se que aproximadamente 500 mil pessoas tomaram as ruas de São Paulo para gritar contra “a ameaça comunista”. A partir daí a tensão política somente se agravou, até o dia 31 de março, quando o general Olímpio Mourão Filho iniciou a movimentação de tropas de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Começava o Golpe. No dia seguinte, em Brasília, em uma sessão tensa, o Congresso discutiu a deposição do presidente constitucional. A luta entre golpistas e janguistas, entrou pela madrugada e terminou com a chancela do Legislativo à ruptura democrática: o presidente do Congresso, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República, com o argumento de que João Goulart havia deixado o Brasil. Jango, no entanto, estava no Rio Grande do Sul.
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ENTREVISTA COM O ECONOMISTACHEFE DA CNC, CARLOS THADEU DE FREITAS • Página 5
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economia
Editora: Renata Moura [renatamoura@tribunadonorte.com.br]
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 30 de março de 2014
Arrecadação aumenta 59% no RN « TRIBUTOS » Os dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação mostram que em 2013 os potiguares pagaram R$ 4,090 bilhões em tributos. Esse valor é 59,45% maior que o de 2009 VINÍCIUS MENNA repórter
A arrecadação de tributos junto aos potiguares cresceu 59,45% nos últimos cinco anos, considerando o somatório pago às esferas municipal, estadual, federal e à União. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e mostram que, somente em 2013, os norte riograndenses pagaram R$ 4,090 bilhões em tributos. Neste ano, de janeiro até a última sextafeira, os valores pagos pelos contribuintes potiguares às diversas esferas de poder já tinham alcançado a casa dos R$ 900 milhões. Para se ter uma ideia, apenas com o dinheiro que o potiguar pagou nesses três primeiros meses do ano, conforme o IBPT, seria possível comprar 33 mil carros populares. Ou 25 mil casas de 40 m². Ou 11 mil ambulâncias equipadas. Seria possível pagar 1.300 salários mínimos, ou o salário de 66 mil professores de ensino fundamental por um ano. São recursos que poderiam ser aproveitados para construir 3.100 postos de saúde equipados. Ou mais: asfaltar 776 km de estradas. Mas de onde vem tanto dinheiro? Ao raiar de cada novo dia, o brasileiro levanta da cama e gira a torneira em busca de água (37%) para lavar o rosto e escovar os dentes. Vai à cozinha e prepara um café (16%), sem esquecer do açúcar (30%). Sai de casa, passa no posto e abastece o carro com gasolina (53%). Trabalha. Almoça (32%). Depois do expediente, toma uma cerveja (55%) com os amigos e come alguma coisa (32%). Vai para casa e dorme. “Estamos acompanhados de impostos o tempo todo”, alerta o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Cachaça
A cachaça é o produto que encabeça a lista dos itens com maior tributação, com 81,87%. Isso quer dizer que, ao comprar uma cachaça de R$ 20, por exemplo, o consumidor está pagando mais de R$ 16 apenas em tributos. O mesmo ocorre com outras bebidas e também com cigarros, sob o argumento de que, além de fazerem mal à saúde, esses produtos impactam
em áreas como a saúde e a assistência social estatais, ao causarem danos à saúde de seus consumidores.
Videogames
Também inseridos na lista dos mais tributados estão os videogames. Conforme dados do IBPT, 72,58% do preço desses produtos correspondem a taxas e impostos. Sendo assim, é possível afirmar que, dos R$ 4 mil cobrados ao consumidor para adquirir um PlayStation 4 (PS4) no Brasil, aproximadamente R$ 2.900 correspondem a tributos. Com os altos preços cobrados, os brasileiros acabam optando por outras maneiras de adquirir os produtos. É o caso do engenheiro eletricista André Barros, de 27 anos, que conseguiu adquirir seu PS4 através de um amigo que foi a Orlando, nos Estados Unidos. “O preço praticado aqui no Brasil não existe. Lá no s Estados Unidos é 400 dólares”, explica. Com a cotação de hoje do dólar, na faixa dos R$ 2,26, o PS4 acaba saindo por R$ 900 tendo por base o preço americano. André acrescenta que, se não houvesse essa opção, ele não teria comprado o produto no Brasil. O médico Thiago Ramos, de 32, também compartilha dessa ideia. “Aqui no Brasil eu não compraria. Acho um preço muito caro para um entretenimento”, disse.
Gasolina
Mas produtos de uso mais comum, como a gasolina, também apresentam tributos altos. Ao abastecer o carro na última sexta-feira, a médica Tânia Cabral se deparou com a gasolina reajustada há cerca de duas semanas. No posto onde ela abasteceu, o preço chegava à casa dos R$ 3,069. Tendo por base os 53% que incidem no produto, é possível dizer que, nos R$ 40 que ela abasteceu do combustível, cerca de R$ 20 eram relacionados a tributos. “É um peso muito grande no bolso da população e acho não temos o retorno desses impostos”, avaliou.
PÀGINA 2
Detalhes da arrecadação de impostos no RN EMANUEL AMARAL
No preço de aparelhos como Videogame, 72% é carga tributária
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Natal - Rio Grande do Norte Doming, 30 de março de 2014
economia
Negócios &Finanças
« ARTIGO »
O conselho Ignorado
LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]
FRANCISCO DE SALES MATOS (Prof UFRN e Procurador do Estado)
Virada do calendário O primeiro trimestre do ano (janeiro/março) termina com a sensação de ter sido melhor do que o primeiro trimestre de 2013. Os números preliminares confirmam essa expectativa, mas somente com a divulgação do PIB do trimestre poderemos confirmar. De qualquer forma vale salientar a previsão de um PIB melhor feita pelo Banco Central, a manutenção do nível de emprego, a contenção do câmbio e da inflação. Como pontos negativos, já agora no “apagar das luzes“ do trimestre, o rebaixamento da nota de risco do Brasil, de bancos e de empresas. Os gastos cada vez maiores do governo central, o déficit da balança comercial e do balanço de pagamentos.
CONCESSÕES Analistas acreditam que mesmo tendo atrasado em
quase um ano o início do programa de concessões em logística, a presidente Dilma Rousseff poderá colher alguns frutos de sua parceria com o setor privado, antes do fim de seu mandato. Os investimentos que serão realizados nos aeroportos e rodovias concedidos em 2014 são de pelo menos R$ 3,2 bilhões, segundo mostram levantamentos realizados pela ANAC e pela ANTT.
Imposto (I)
Imposto (II)
No Ceará, o novo imposto conhecido por Contribuição de Melhorias deverá ser cobrado já em abril. Essa contribuição permite cobrar de proprietários de imóveis quando houver valorização de estabelecimentos em decorrência da realização de obras públicas. Direito de pergunta: “E quando não tem saúde, educação, segurança e infraestrutura de qualidade, o contribuinte cobra a devolução do seu imposto de quem?”
O que estava previsto para ocorrer em outubro passado deverá acontecer terça-feira, dia 1º de abril. É o aumento dos tributos federais, entre eles o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, do setor de bebidas frias, que engloba cervejas, refrigerantes e águas e de cosméticos. O assunto gera enorme expectativa entre os pequenos produtores de bebidas, já que esse é um dos segmentos empresariais que mais sofre com a alta carga.
ORIGINAL O Sebrae RN abrirá em Natal a loja Brasil Original no
mês de abril. A loja conceito de artesanato criada pelo Sebrae ficará na Praça da Árvore de Mirassol, viabilizando definitivamente aquele estaço da cidade. Cerca de 100 artesãos potiguares vão comercializar peças com valor agregado no local.
Consumo de roupas Os nordestinos devem gastar R$ 632,11, com vestuário. O consumidor brasileiro deverá gastar em média R$ 810,84 com vestuário neste ano. A pesquisa realizada pela Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ibope Inteligência, também apurou
que o em primeiro lugar, é da região Sul (R$ 941,67). O valor da média nacional é 3% superior ao do ano anterior, de R$ 786. O estudo também prevê que o consumo total de vestuário no País deverá encerrar 2014 com um volume de R$ 138 bilhões.
PORTABILIDADE Uma mudança no cálculo do saldo devedor sim-
plificará a portabilidade de crédito entre bancos. O Conselho Monetário Nacional aprovou na última quinta-feira novas regras para a liquidação antecipada de operações de crédito e de arrendamento mercantil. A portabilidade de crédito permite que clientes com empréstimos e financiamentos troquem de banco em busca de condições mais favoráveis, como juros e taxas mais baixos e prazos maiores.
O Sebrae/RN realizará a partir de amanhã até sábado (5), a Semana do Micro Empreendedor Individual, destinado a quem trabalha por conta própria e deseja sair da informalidade e aos cadastrados como Microempreendedor Individual (MEI) e sente que ainda precisa de mais capacitação para expandir suas atividades. O Sebrae RN espera realizar 6 mil atendimentos em todo Estado.
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O 13º Salão Imobiliário do Rio Grande do Norte acontecerá na próxima semana, 2 a 6 de abril, no Centro de Convenções de Natal. Reunirá as diversas opções de moradias em Natal e Grande Natal, com diversas opções. A organização espera cerca de 30 mil visitantes e apresenta propostas de financiamento no local através do patrocinador, a Caixa Econômica.
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Tendências para a decoração de festas e contratação de produtos e serviços, com antecedência, são alguns dos atrativos da 19ª edição da Christmas Fair. Realizada entre os dias 1º e 3 de abril, das 9 às 19h. A feira reúne toda a cadeia produtiva do setor de artigos para o Natal e festas sazonais, no Anhembi, em São Paulo. É uma antecedência de quase oito meses para o ciclo natalino.
PALESTRA A Fundação Dom Cabral, realizará na próxima terçafeira (1º), em Natal, uma palestra gratuita para empresas da região sobre ‘Gestão para Resultados’. A apresentação será do professor Paulo Emílio, gerente do programa Parceiros para a Excelência (PAEX) - iniciativa que agrupa empresas para troca de experiências, conhecimento aplicável e implementem modelos de gestão com foco em resultado e competitividade. LEILÃO O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RN), realiza amanhã (31) e nos dias 1 e 2 de abril, o primeiro leilão público de 2014, com cem lotes de bens e produtos - penhorados para pagamento de dívidas trabalhistas pelas Varas de Natal e do interior -, das 8h às 16h. Na forma eletrônica deverão aderir às regras do sistema divulgadas no (www.trt21.jus.br). CONVENÇÃO A marca potiguar Avohai realiza hoje, no hotel InterCity às 8h, a convenção dos franqueados e vendedores da Avohai de Natal, para a apresentação das peças da coleção de inverno “Com Amor, Avohai”. Receberão orientações sobre posicionamento da marca, estratégias de redes sociais e apresentação detalhada das roupas da campanha de inverno.
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os idos de 2002, atônito com a vulnerabilidade do patrimônio público estadual, inclusive notícias de “forçação de barra” para se adquirir ou locar imóveis com indícios de superfaturamento, e levando em conta que cada gestor era livre pra deitar e rolar na sua Pasta, propus ao então Procurador Geral do Estado que contemplasse num projeto de lei que se desenhava, uma modelagem institucional que permitisse ao Estado do Rio Grande do Norte ter um cadastro de seus bens e ao mesmo tempo um controle da aquisição, alienação e até mesmo de locação de prédios para servir ao poder público. A proposta foi acolhida e incluída naquele projeto, que veio a resultar na Lei 240/2002 – Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado. O fato é que fora instituído o Sistema de Gerenciamento do Patrimônio do Estado e o Conselho de Gerenciamento do Patrimônio do Estado (art. 192), além da Gerência do Cadastro do Patrimônio Imobiliário (art. 49). E qual o papel desses Entes? O da Gerência, proceder
ao cadastro dos bens imobiliários do Estado e o do Conselho deliberar sobre a aquisição ou alienação de bens imóveis, aprovando-as ou não, tudo com apoio da Procuradoria do Patrimônio e Defesa Ambiental, da Procuradoria Geral do Estado (PPDA), e da Comissão Permanente de Avaliação – CPA, da Secretaria de Estado da Infraestrutura. Mas o fato aqui pertinente é que estando em Aracaju, a convite do Ministério do Desenvolvimento Agrário para proferir palestra sobre o tema “Processo, Legislação e Regularização Fundiária-Terras Devolutas”, fui surpreendido pelos jornais acerca de uma celeuma que se desenrolava aqui no nosso Estado, concernente a compra de um prédio pelo Ministério Público; e o pior, que o mesmo fora abandonado porque inservível para os fins obtidos. Aqui chegando fui informado melhor de que o negócio jurídico se efetivara sem os trâmites burocráticos inerentes, quais sejam: encaminhamento da proposta do negócio com as devidas motivações de conveniência e oportunidade à Procuradoria Geral do Estado; pronunciamento da Procurado-
ria do Patrimônio e Defesa Ambiental – PPDA, quanto à juridicidade do negócio; laudo confirmado ou lavrado diretamente pela CPA e, enfim, deliberação do Conselho de Patrimônio do Estado que, se afirmativa, enseja o retorno do processo à PPDA (PGE), para celebrar o negócio e lavrar o respectivo instrumento. Essa prerrogativa não é do gestor específico, que deve apenas figurar como interveniente, mas sim do Procurador do Patrimônio do Estado, nos termos do artigo 32, inciso V, da LC 240/2002, a quem cabe: “representar o Estado nos atos que importem aquisição, alienação, cessão e oneração a qualquer título de imóvel do patrimônio do Estado.” Pois bem, dizem que se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Mas, não é despiciendo observar, apenas a título de alerta geral, que para a segurança tanto jurídica, quanto do gestor, que a compra e venda não é o melhor caminho para aquisição de bens imóveis para compor o acervo patrimonial do Estado. E por quê? Porque se trata (a compra e venda) de uma aquisição derivada, significando dizer juridicamen-
te que todos os eventuais vícios e defeitos que maculam o objeto se transmitem ao adquirente, contaminando assim o novel proprietário; e no caso do gestor público pior ainda, porque pode advir responsabilização. E, então, o que se recomenda em tais circunstâncias é que os gestores, preferencialmente, adquiram os bens imóveis mediante desapropriação. E explico as razões: primeiro, porque a justificativa para a aquisição do bem por esse instituto dá maior segurança à realização do ato; segundo, porque o decreto declaratório da utilidade pública, necessidade ou interesse social realça o princípio da publicidade; terceiro, porque o laudo de avaliação é sempre mais criterioso (se elaborado pela CPA-SIN, os dados recebem inclusive tratamento estatístico); quarto, porque a desapropriação é forma originária de aquisição, ou seja, o Estado assume a propriedade do bem imune de qualquer mazela. Enfim, só resta lamentar que dois dos melhores gestores da história do Ministério Público do RN, agora sejam constrangidos a passar por esse mal-estar, desnecessariamente, tudo por falta de um (C)conselho.
Energia: o custo do congelamento FELIPE MAIA Deputado (DEM-RN)
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s últimos dias foram marcados pela incapacidade do governo Dilma para explicar a sua participação em decisão da Petrobras claramente danosa aos interesses da empresa e do país. Confesso a minha tentação em comentar tal desatino. Como explicar que a Petrobras tenha pago pela metade de uma refinaria nos Estados Unidos US$ 360 milhões, em 2006, quando essa empresa havia sido adquirida em sua totalidade, um ano antes, por apenas US$ 42,5 milhões? Como explicar que o valor de uma empresa tenha aumentado 17 vezes em apenas um ano? Sim há muito a discutir e hipóteses graves a serem consideradas. Mas vou resistir. No momento, o Congresso debate a instalação de uma CPI que seja capaz de apurar esse e outros descaminhos que têm provocado crise inédita na maior empresa brasileira. Defender a Petrobras dos aproveitadores de ocasião e da sua subjugação a interesses político-eleitorais é defender um importante patrimônio que a nação levou décadas para construir. Como prometi, volto à questão da energia elétrica. No artigo anterior, mostrei como as intervenções desastradas do governo Dilma promoveram a desorganização do setor. As mudan-
ças impostas nos contratos das concessionárias reduziram a sua capacidade de investimento e seu valor de mercado. Temos uma combinação desfavorável das intervenções de Dilma no mercado, com o uso inadequado das fontes alternativas e com um regime de estiagem de grande proporção. Para diminuir o risco do apagão, as usinas termelétricas têm sido acionadas. Como seu custo de geração é mais alto do que a média praticada na matriz energética brasileira há uma consequência inevitável: a energia do sistema fica mais cara. A presidente Dilma, mesmo sabendo que terá que haver correção, decidiu adiar esse reajuste para 2015. Por que será? Alguém pensou nas eleições presidenciais de outubro? Pois é. Não há dúvida que essa decisão está sendo guiada por interesses eleitorais e busca evitar o impacto desse reajuste na popularidade da presidente. Mais uma vez, o Brasil testemunha uma tentativa de empurrar os problemas para baixo do tapete para iludir os eleitores. Os mais velhos lembram do congelamento de preços do Plano Cruzado, mantido até as eleições de 1986 e rompido logo após a vitória do partido do governo. Vejamos os impactos imediatos dessa decisão. Como o custo da tarifa é inferior ao custo da energia gerada, o Tesouro tem que socorrer as empresas com subsídios. E o que significam es-
Os mais velhos lembram do congelamento de preços do Plano Cruzado, mantido até as eleições de 1986 e rompido logo após a vitória do partido do governo”
ses recursos que estão sendo destinados para as empresas? Como se sabe, o governo, em mais um exercício de “contabilidade criativa”, para esconder o tamanho do problema e o verdadeiro impacto sobre as contas públicas, definiu que haverá um financiamento no mercado de R$ 8 bilhões para apoiar o setor elétrico. As chances desse esquema ficar de pé são muito baixas, caso não haja garantia da União. Ou seja, novo comprometimento de recursos públicos. Essa constatação, junto com a percepção que o governo mais uma vez tentou esconder o desequilíbrio fiscal, ajudou a agência de risco internacional Standard & Poor´s a classificar o Brasil como um destino me-
nos atraente para investimentos. A forma equivocada da gestão energética é um dos ingredientes que levaram ao rebaixamento do Brasil. Mas vamos ver agora o que representam os quase R$ 13 bilhões que o Tesouro reconhece que transferirá às empresas para subsdiar as tarifas de energia elétrica. Vejamos os recursos do Orçamento da União para a Saúde em 2014: o subsídio à tarifa significa quase nove vezes o que está previsto ser usado para a construção e ampliação de unidades básica de saúde. Inacreditáveis 160 vezes o volume de recursos destinado às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), inovação no atendimento teoricamente priorizada por esse governo. E para completar o quadro de comparação, cerca de 15 vezes os valores dos recursos federais destinados ao sistema de atendimento SAMU. O Brasil não precisa de populismo. O Brasil precisa de realismo e capacidade de enfrentar nossos problemas. Infelizmente, a política do governo atual na área de energia não só não trouxe soluções adequadas para os nossos desafios como introduziu novos problemas no setor. Populismo tem custo. Reduz a credibilidade da política econômica. Diminui a capacidade do governo em resolver problemas inadiáveis em áreas que a população prioriza como Saúde e Educação. Essa foi a voz das ruas em 2013.
As Terras Raras e a Revolução Energética JEAN-PAUL PRATES advogado e economista.
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empre que se discute o futuro da matriz energética mundial (e local), trazemos o debate de questões bem comuns, como por exemplo a duração da Era do Petróleo, sua importância estratégica na geopolítica mundial, reservas remanescentes, viabilidade e escassez. Também muito se discute sobre a questão das tecnologias para uso de fontes renováveis, cada vez mais acessíveis e competitivas, tanto no campo eólico quanto solar. Discutese ainda a entrada de outras fontes, ainda mais alternativas e locais, como as marés, as ondas, a geotérmica, a biomassa, o biogás, as microalgas, correntes marinhas etc. O que normalmente é esquecido, em todas estas discussões, é que tanto para eólica, quanto solar ou qualquer geração distri-
buída, existe uma questão importante que está associada à dependência que estas tecnologias têm de imãs permanentes e materiais super-condutores em equipamentos como geradores e acumuladores de energia e que irá se repetir quanto motores elétricos. Uma boa parte da indústria renovável e alternativa depende daquilo que está na Tabela Periódica identificado como “terras raras”; são elementos situados na seção dos “Lantanídeos” (17 elementos químicos, do lantânio até o lutécio). O petróleo não está em tabela periódica nenhuma, e não é uma terra rara. Tem petróleo, carvão e gás natural à beça por aí, e, mesmo assim, tem gente lutando e discutindo o seu caráter estratégico. Apesar do nome, terras raras não são exatamente elementos raros na natureza mas têm uma gama de aplicações tão ampla que se tornam extremamente demandados pela indús-
tria mundial - ficando assim, raros. São usados em painéis solares, lâmpadas de led, veículos híbridos e elétricos, baterias, geradores, telas de plasma, smartphones, tablets, conversores catalíticos, etc, etc, etc. A China é quem controla 95% da produção mundial de terras raras, e vem gradualmente reduzindo e sobre-taxando estes elementos para exportação. Além disso, estes minerais necessitam um processamento pesado, envolvendo a extração de certa quantidade de radiação, além de sucessivas lavagens e refinação de areias e terras que resultam na produção de lixo tóxico, o que na China é algo ainda muito pouco regulado ou fiscalizado. Além das terras raras, há também nestes sistemas uma dependência significativa do lítio, o mais leve dos metais, que não é encontrado em estado livre na natureza, e cujas maiores reservas mundiais situam-se em paí-
ses como o Afeganistão, a Bolívia e (também) a China. Se o mundo todo fosse massiva e imediatamente convertido hoje para o caminho das tecnologias de acumulação de energia (baterias, geradores leves), nós não teríamos lítio nem terras raras para suprir a indústria. Quanto a este assunto, o Departamento de Energia dos Estados Unidos já tem mapeado a situação. Nos últimos três anos, produziu dois documentos extremamente compreensivos sobre o balanço de oferta e demanda de terras raras, que ele reputa como cruciais para eles mesmos também chamam de “revolução energética do futuro”. Por tudo isso, este é um ponto importante de pesquisa para o Brasil, pois alguns destes elementos até estão disponíveis no Brasil em maior quantidade do que em outros países do mundo. É preciso acordar para esta questão o quanto antes.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
economia
A opinião é compartilhada com Ana Maria Brandão de Araújo, proprietária de da loja marreta bebidas. Atuante em um dos ramos que mais sofre com a tributação, ela alerta para as dificuldades que os tributos acarretam par a efetividade dos negócios. “É uma coisa que atrapalha porque o produto acaba chegando muito caro ao cliente. Acaba saindo um preço exorbitante”, explicou. Comerciante que, dentre outras coisas, vende cachaça – produto tributado em 81% - Mano Targino, que é dono da loja Pata Negra, também considera prejudicial a carga tributária que chega hoje ao varejo. “O empresário só sobrevive se repassar esse custo ao consumidor. As nossas cachaças estão mais caras que uísques importados, mesmo com o dólar no patamar que está. É uma coisa perversa a carga tributária do país”, opina Mano Targino.
81,87% Casaco de pele (vison)
81,86% Vodca
81,52% Cigarro
80,42% Perfume importado
78,43% Caipirinha
76,66% Videogame e jogos
72,18% Arma de fogo
71,58% Perfume nacional
69,13%
Moto (mais de 250 cc)
64,65%
37,88% 44,55% 30,60% 16,52% 38,53% 34,67% 48,30% 55,60% 53,03% 34,04% 26,39% 43,19% 15,52% 48.28% 41,74% 41.26% 32,31% 36,17% 35.74% 61,22% 54,73%
BATE-PAPO João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT
De maneira prática, qual o peso desse imposto no dia a dia das pessoas?
Um exemplo pode ser a gasolina. A tributação da gasolina é de 53,03%, então, cada vez que você abastece, está pagando mais da metade em tributos. Se você vai para o teatro ou o cinema, 30,25% é pago de tributos, no valor do bilhete. Você compra roupas, em geral, e 34,67% é tributação. Você paga imposto desde
a hora que acorda, até a hora que vai dormir, todos os dias. Você levantou, vai ao banheiro, e tem imposto sobre a água, sobre o sabonete, sobre a toalha, no momento em que você comprou. Assim vai até o final do dia... Imagina a quantidade de imposto que você paga? Estamos acompanhados de impostos o tempo todo. Como o preço final ao consumidor é composto? O estabelecimento comercial atua como repassador dos tributos?
O varejista compra o produto de alguém para poder vender. Então você tem a etapa de industrialização, que já vai buscar no setor primário, ou seja, na agricultura, ou importa, para a partir daí fazer os seus produtos. Então todo esse processo tem tributos a serem pagos e eles são colocados no preço do produto que é vendido junto com a margem de lucro. Quando o produto che-
ga ao comércio, ele já chega com esses custos tributários. O comércio pega esse custo tributário, tanto do setor primário como do setor secundário, da indústria, e agrega os custos dele para compor o preço final ao consumidor. E ainda tem as transportadores e distribuidoras, que embutem seus custos aí. Então chega caro para quem vai comprar e não vai repassar. E essencialmente esse produto é caro porque tem uma carga tributária muito grande embutida. São tributações agregadas em efeito cascata. O IBPT elaborou estudo que mostra que, entre os 30 países com maior carga tributária, o Brasil é o que proporciona o pior retorno à sociedade. Como o senhor avalia essa constatação?
Com muita tristeza. A gente vê o Brasil perdendo inclusive perdendo para países aqui da
33.061 carros populares 1.316.578 salários mínimos 25.504 casas de 40 m² 66.915 professores do ensino fundamental ano
9.703 km de redes de esgoto 55.444 policiais por ano 11.089 ambulâncias equipadas 3.100 postos de saúde equipados 743.885 notebooks 776 km asfaltado de estradas Evolução da arrecadação de impostos no RN*
2013 2012 2011 2010 2009
A tradicional bebiba brasileira, a cachaça, tem tributação de 81%, percentual mais alto que outras bebidas como cerveja e uísque
Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, alerta para a alta tributária paga pelos brasileiros, explica como o preço cobrado do consumidor final é afetado pelos tributos que são cobrados em toda a cadeia produtiva e ressalta a importância de que esses valores sejam aplicados em prol do bem-estar da sociedade.
Com esse dinheiro seria possível comprar/pagar:
* O Impostômetro considera valores arrecadados pelas três esferas de governo a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária. Estão incluídos ICMS, IPVA, IPTU, ISS, ITBI, ITCMD, além de taxas e previdências das esferas estadual e municipal.
ALEX RÉGIS
“Esperamos uma forma melhor de tributação”
de reais foi o valor que saiu do bolso do potiguar em 2014, até agora, para o pagamento de impostos, taxas e contribuições*
à Um jovem com 27 anos, cuja expectativa de vida hoje é de 72 anos, trabalha atualmente 149 dias do ano para pagar tributos. Dos 72 anos de vida, serão necessários 32 anos de trabalho para pagar impostos
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) / Impostômetro
Brasil tem o pior desempenho no uso dos tributos Entre os 30 países com maior carga tributária, o Brasil é o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem estar da sociedade no mundo. Isso é o que diz estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributos (IBPT) que toma por base a arrecadação tributária em relação à riqueza gerada (Produto Interno Bruto – PIB) em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país. A tributação que incide nas riquezas produzidas no Brasil é de 36,27%. Conforme explica o o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, esse valor está entre os maiores do mundo, mas outros países que tem uma tributação maior ou igual a essa dão retornos melhores à população em termos de serviços públicos do que o Brasil. “Se pegarmos França, Itália, países nórdicos, como Holanda, Dinamarca e Suécia, eles cobram tributos até mais caros, mas ninguém reclama porque tem retorno, não é como no SUS, em que as pessoas ficam no corredor porque não tem leitos nem um lugar para sentar”, afirma Olenike. Por outro lado, o secretário de Estado de Tributação, José Airton da Silva, discorda que o problema do Brasil seja uma alta carga tributária. “Para dar um exemplo prático: a tributação em cima de 1kg de feijão é igual para o pobre e para o rico. Talvez esteja aí esteja a distorção”, analisou. Ainda assim, ele admite que o Brasil está longe de dar um retorno satisfatório à população. “É um problema do nosso povo, do nosso jeito de administrar as coisas. Você paga uma carga considerada suficiente, mas não tem os serviços básicos”, disse. “Existem vários instrumentos reguladores da aplicação desses recursos, então é preciso fazer com que tudo que foi arrecadado tenha retorno efetivo ao consumidor”, completou José Airton. O secretário disse ainda que grande parte da carga de tributos acaba centralizada com o governo federal, gerando dificuldade para estados e municípios. “Se houvesse um pacto federativo mais amplo, com divisão mais justa, os municípios não passariam dificuldades e poderiam investir em postos de saúde, escolas de qualidade”, afirmou.
Água encanada Água mineral Açúcar Café (industrializado) Calça jeans Camisa Casa popular Cerveja Gasolina Gás de cozinha Juros bancários Material Escolar Livros Luz Elétrica Protetor solar Ração (cachorro/gato) Refeição (restaurante) Sapatos Tecidos Uísque Vinho
900 milhões
América do Sul em relação ao retorno do dinheiro que ele arrecada na forma de tributos. A tributação que incide nas riquezas produzidas no país é de 36,27% no Brasil. Ela está entre as maiores do mundo, mas outros países que tem uma tributação maior ou igual a essa dão excelentes retorno à população em termos de serviços públicos, ao contrário do Brasil. Se pegarmos França, Itália, países nórdicos, como Holanda, Dinamarca e Suécia, eles cobram tributos até mais caros, mas ninguém reclama porque tem retorno, não é como no SUS, em que as pessoas ficam no corredor porque não tem leitos nem um lugar para sentar. Nós aguardamos o dia em que uma reforma será feita para que haja uma forma melhor de tributação, que dê um resultado para a população em assistência social, saúde, educação, trânsito, habitação, enfim, tudo que a Constituição prevê e que a população brasileira hoje não tem.
R$ 2,565 bilhões
O
comércio, ele já chega com esses custos tributários”, explica. O resultado desse processo é a diminuição nas vendas. Isso é o que defende o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), Augusto Vaz. “A carga tributária alta acarreta em um preço final mais alto, o que gera problemas de competição. Pesando o preço ao consumidor, o empresário tem dificuldade de venda, principalmente quando há possibilidade de competição com o mercados externo e também com o informal, que não recolhe encargos”, afirma. De maneira macro, a situação acaba tornando a economia do país mais engessada, conforme explica o vice-presidente da entidade. “Por isso a CDL Natal vem levantando a bandeira da ampliação do Simples, que consegue reduzir os encargos em cima dos produtos para os segmentos que podem ser incluídos”, explicou.
Cachaça
Outros produtos e o peso dos tributos no preço final
R$ 3,003 bilhões
empresariado também se diz prejudicado com a carga tributária cobrada pelo Brasil. O argumento é que, ao repassar ao consumidor, no preço final, os custos que o comércio têm com tributos da cadeia de produção do país, as vendas acabam sendo reduzidas e há dificuldade de competir com produtos de fora ou mesmo com o mercado informal. No Brasil, o valor do produto final é afetado pelos tributos cobrados nas diversas etapas produtivas. De acordo com o presidenteexecutivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributos (IBPT), João Eloi Olenike, ao buscar os insumos de que necessita para manufaturar seus produtos, a indústria já absorve a tributação da agricultura, por exemplo. “Então todo esse processo tem tributos a serem pagos e eles são colocados no preço do produto que é vendido junto com a margem de lucro. Quando o produto chega ao
Os 10 produtos com maior percentual de tributos no preço final ao consumidor
R$ 3,313 bilhões
da alta carga tributária é a diminuição das vendas e baixa competição com produtos de outros países
Quanto pesa no bolso do consumidor a carga tributária embutida no preço dos produtos
R$ 3,666 bilhões
« COMÉRCIO » Uma das consequências mais claras
O peso dos tributos
R$ 4,090 bilhões
Carga tributária do País reduz vendas e competição
3
59,45%
foi o quanto cresceu o valor dos impostos arrecadados no RN nos últimos cinco anos*
Nota fiscal deve expor valor pago de impostos A partir do dia 10 de junho, as empresas que não apresentarem na nota fiscal a informação do valor aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais deverão sofrer penalidades. Deverão estar discriminados os valores de ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS, PASEP, Cofins e Cide. A Lei 12.741, de 2012, estabeleceu que as notas fiscais devem trazer o valor aproximado dos tributos que influem nos preços de venda, mas o governo decidiu adiar pelo período de um ano após a sanção da lei a penalização das empresas que não estivessem cumprindo a determinação. “Todos os varejistas deverão mostrar os impostos na nota fiscal e, se não fizerem isso, vão ser penalizados pelo Procon, que é quem vai fazer a fiscalização”, afirmou o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike. Mesmo com a possibilidade de penalidades, o novo modelo é considerado um avanço para consumidores e comerciantes. “Com essa medida, o consumidor poderá ter clareza sobre a carga tributária e o empresário poderá mostrar qual a margem de lucro e quanto daquilo é imposto”, disse o vicepresidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), Augusto Vaz.
Arrecadação
Embora o Brasil apresente o pior retorno à população com relação ao que arrecada, os valores dos tributos não devem ser reduzidos. Mesmo com o registro de arrecadação recorde de impostos e contribuições federais em fevereiro, somando R$ 83,137 bilhões, conforme dados da Receita Federal do último dia 26, o governo pretende aumentar alguns tributos para levantar recursos extras afim de cobrir os custos adicionais de R$ 4 bilhões com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Também está em estudo uma elevação de PIS e Cofins para importados. O governo já incluiu a arrecadação extra de R$ 4 bilhões nas projeções de receitas para 2014.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
economia
Abrindo a porteira
LUIZ ANTÔNIO FELIPE [ laf@tribunadonorte.com.br]
Energia x biocombustíveis A Agência Internacional de Energia (IEA) estima que a produção de biocombustíveis no Brasil deve crescer mais de 200%, para 4,1 milhões de barris (65 bilhões de litros) até 2035. Segundo dados da agência, o uso de etanol no transporte subirá dos atuais 3% para 8% nesse período. As previsões para o Brasil nos próximos 20 anos são otimistas. Além de quase quadruplicar a geração de energias renováveis, o país responderá por 40% da exportação mundial de biocombustíveis. Além de grande produtor e exportador de alimentos, o Brasil será um grande produtor de energia alternativa.
RIQUEZA O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário em 2014 deve chegar a R$ 444,8 bilhões, incremento de 5,5% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária. A alta será impulsionada pela valorização dos preços de comercialização nas principais culturas, dada a redução da oferta em razão da seca nas principais regiões produtoras do país.
Potencial (I)
Potencial (II)
O Brasil poderá acrescentar R$ 10 bilhões no superávit da balança comercial e gerar 15% da eletricidade consumida no País até 2020 desde que sejam aplicadas políticas públicas adequadas para o setor sucroenergético. O cálculo do professor da USP, Marcos Fava Neves, contextualiza a “Carta de Campo Grande”, documento elaborado por representantes do setor.
De acordo com o professor da USP, o Brasil importa atualmente entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por ano de gasolina, somando-se a quantidade que o País importa de etanol e de combustível para gerar energia nas termelétricas, ao que o País deixa de exportar de açúcar e etanol. Esse conjunto gera um prejuízo de R$ 10 bilhões, o que Fava Neves classifica como erro de política pública.
INCLUSÃO Uma Cooperativa Central vai reunir produtores de ca-
ju de dez cidades do RN. A união de 670 agricultores familiares do estado em uma única unidade de beneficiamento e comercialização, em Apodi, permitirá aumento das vendas e melhoria na renda. É mais um avanço da Fundação Banco do Brasil na cadeia produtiva da castanha de caju do estado.
Preços em baixa O banco Rabobank prevê que os preços globais do leite irão entrar em trajetória de baixa a partir de meados do segundo trimestre de 2014. Em relatório, o banco destaca que a oferta exportável cresceu bastante desde o final do ano passado, pois produtores aproveitaram as margens de lucro mais atrativas e intensificaram a pro-
dução. Atualmente, as cotações do alimento ainda estão 3% mais altas ante o observado no início do ano. A estiagem dos últimos meses no Sudeste, que responde por 40% da produção nacional, vai impactar a oferta de leite, cujo crescimento esperado para o primeiro trimestre é de apenas 5%, longe do incremento de dois dígitos previsto.
LÁCTEOS As exportações de lácteos não cessaram e, por outro lado, as importações baixaram em face da valorização do dólar. Assim, a redução da oferta de leite faz o preço subir no Sul e Sudeste. O aumento previsto para este mês é de 6,,7%. Em 2013 foram verificados negócios em até R$ 1,30 por litro. Em São Paulo, o litro ficou cotado, em média, em R$ 1,23 na segunda metade de março. A alta foi de 2,9% ou R$ 0,05 por litro, em média, em relação à primeira quinzena do mês. O calendário do Circuito Estadual de Exposições Agropecuárias 2014, começa no próximo final de semana, de 4 a 6, com a Caprifeira de São Paulo do Potengi. O circuíto contempla 18 feiras agropecuárias, entre as quais a de Caicó e Currais Novos, além da Festa do Bode e a Expofruit em Mossoró, encerrando com a realização da Festa do Boi, em outubro. Estariam assegurados recursos da ordem de R$ 1 milhão.
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Com as chuvas, o pasto se revigora e o produtor rural ganha com a redução dos custos de produção, incluindo o consumo de energia. Ajuda ainda na redução dos preços de algumas rações, como o farelo de trigo, ao mesmo tempo que que aumenta a produção de leite. A previsão é de mais chuvas para as próximas semanas, com maiores precipitações no Agreste/Leste da região.
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Os financiamentos concedidos para a agricultura empresarial entre julho de 2013 e fevereiro deste ano somaram R$ 107,2 bilhões, alta de 45% sobre o resultado obtido no mesmo período da temporada 2012/13. Do total, R$ 77,72 bilhões foram destinados às modalidades de custeio e comercialização e R$ 29,47 bilhões para investimento. Destaque para o Pronamp, que liberou R$ 6,93 bilhões dos R$ 8,05 bilhões disponíveis.
BANANA Os bananicultores reivindicam barreiras à importação de banana do Equador. Deputados e representantes dos produtores de banana estiveram em audiência com o Ministro Neri Geller para tratar da Instrução Normativa (IN) nº 3, de 20 de março de 2014, que possibilita a importação de banana do Equador. A importação vai, comprovadamente, trazer pragas para o Brasil. Os bananicultores tem um relatório técnico que apontou a presença de insetos, fungos e bactérias, todas pragas quarentenárias, nas bananas do Equador. PREJUÍZOS A nova lei agrícola dos Estados Unidos vai prejudicar mais o Brasil que a lei da Europa, diz a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Mudanças recentes da Política Agrícola Comum, da União Europeia não prejudicam tanto. A afirmação consta no estudo inédito “Política Agrícola dos Estados Unidos e da União Europeia: Impacto no Agronegócio Brasileiro”, encomendada pela CNA.
Transporte de passageiro cresce 14% em fevereiro « AVIAÇÃO » Taxa de aproveitamento de aeronaves em voos domésticos
operados por aéreas brasileiras foi 80%, recorde para o mês de fevereiro MAGNUS NASCIMENTO
LUCIANA COLLET Agência Estado
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ão Paulo (AE) - As companhias aéreas nacionais transportaram em fevereiro um total de 7,3 milhões de passageiros com bilhetes pagos em fevereiro, informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O volume é 14,4% maior em relação a fevereiro de 2013 e foi o maior para o mês nos últimos 10 anos, segundo a agência. A GOL foi a empresa que mais transportou passageiros no mercado doméstico em fevereiro de 2014, com 2,69 milhões, seguida pela TAM, com 2,39 milhões, e pela Azul, com 1,56 milhão. A Anac também divulgou dados de tráfego de passageiros. A demanda, medida em passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK) cresceu 11,2% no mercado doméstico no mês passado, na comparação com fevereiro de 2013. “Esse é o maior índice em dez anos para o mês de fevereiro”, disse a Anac em nota. Já a oferta, medida em assentos-quilômetros oferecidos (ASK) diminuiu 0,4% no período. Com isso, a taxa de aproveitamento das aeronaves (Load factor) nos voos domésticos operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) foi recorde para o mês de fevereiro nos últimos dez anos, da ordem de 80,5%, uma melhora ante os 72,03% reportados no mesmo mês de 2013. Segundo a Anac, entre as principais empresas aéreas brasileiras, Azul e Avianca se destacaram com as maiores taxas de crescimento de demanda doméstica para o mês, quando comparadas a fevereiro de 2013, dando prosseguimento à escalada iniciada nos meses anteriores, com índices de 59,4% e 34,4%, respectivamente. “Somadas as empresas acumulam 10,9% da demanda doméstica no período”, disse a agência reguladora em nota.
Número de passageiros transportados pelas empresas nacionais ficou acima de 7 milhões
RANKING Passageiros transportados em fevereiro de 2014 Empresa Gol Tam Azul Aviança
Total Crescimento 2,69 2,39 1,56 0,52
DESEMPENHO fevereiro 2014 x fevereiro 2013 Azul 59,4% Aviança 34,4% Gol 19,5% Tam 0,5% Outras 27,7%
80,5% foi a taxa de aproveitamento das aeronaves nos voos domésticos, a melhor nos últimos dez anos
A GOL registrou aumento de 19,5% e a TAM se manteve praticamente estável, com aumento de 0,5% em fevereiro deste ano. “A TAM foi a única empre-
sa que apresentou redução da oferta de assentos (ASK), registrando 7,7% em fevereiro de 2014, quando comparada a fevereiro de 2013”, acrescentou a Anac. Em linhas gerais, os dados de tráfego da Anac são bastante similares aos divulgados semana passada pela Abear, embora a agência incorpore também os números de empresas não associadas à entidade setorial, como MAP Linhas Aéreas, Passaredo, Sete e Total. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a demanda tem alta de 9,19%, enquanto a oferta cresce de 3,03%, levando a uma taxa de ocupação de 80,5%, frente os 76,0% do mesmo período de 2013.
Internacional
No transporte aéreo internacional, a demanda (em RPK) das empresas aéreas brasileiras apresentou contração de 0,6% em fevereiro, enquanto a oferta (em ASK) registrou queda de 9,6% no mesmo período. “Está é a quarta redução consecutiva na oferta internacional e a segunda na demanda”, destacou a Anac.
A GOL registrou alta de 25,4% na demanda por transporte aéreo internacional em fevereiro de 2014, quando comparada a fevereiro de 2013, enquanto a TAM apresentou redução de 4,3% no período. Ainda assim, a TAM mantém larga liderança de mercado, com 84,5% de participação, enquanto a GOL ficou com os 15,5% restantes. A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos internacionais alcançou 77,5% em fevereiro de 2014, contra 70,5% no mesmo mês de 2013, representando uma variação positiva de 9,9%. A TAM teve ocupação média de 78,9% em suas aeronaves no mês de fevereiro de 2014 e a GOL registrou taxa de 70,8% no mesmo período. O número de passageiros transportados no mercado internacional em fevereiro atingiu 472,1 mil, com alta de 0,6% em relação a fevereiro de 2013. A TAM foi a empresa que mais transportou passageiros no mercado internacional mês passado, com 324 mil. A GOL transportou 148 mil passageiros, com aumento de 26,7% em relação ao ano anterior.
Transporte de carga também aumentou A quantidade de carga paga transportada no mercado aéreo doméstico registrou leve aumento de 1,9% em fevereiro, na comparação com mesmo mês do ano passado, somando 28,9 mil toneladas, informou a Anac. Já a quantidade de carga paga transportada no mercado internacional pelas companhias aéreas brasileiras - ABSA, GOL e TAM - foi de 12,7 mil toneladas no mês passado, o que representou redução de 11,5% com relação a fevereiro de 2013. A TAM seguiu na liderança dos mercados de carga doméstica (com 40,3% do total movimentado) e internacional (73%), ainda que a companhia tenha transportado volumes menores. A aérea movimentou 7,8% menos carga dentro do País em relação ao verificado em fevereiro de 2013, enquanto cresceram Passaredo (+280,39%), Azul (+97,25%), Avianca (+31,91%) e ABSA (+16,3%). No mercado internacional, a queda observada pela TAM foi de 14,31%. A GOL também reportou queda nos volumes de carga transportada, de 3,17% no mercado doméstico e de 32,5% no mercado internacional. A companhia detém 25,68% do mercado nacional e 1,04% do mercado internacional (considerando apenas as empresas nacionais).
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
economia
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»ENTREVISTA » CARLOS THADEU DE FREITAS ECONOMISTA-CHEFE DO CNC
“O Brasil está morno e o RN está bem na foto”
FOTOS:ADRIANO ABREU
« ECONOMIA » Economista-chefe da CNC explica como a combinação de juros e inflação em alta travam o Brasil e analisa que o setor de serviços favorece o RN
VINÍCIUS MENNA Repórter
m 2014 morno para a economia brasileira. Essa é a expectativa para o ano feita por Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ex-diretor do Banco Central por dois mandatos e ex-diretor financeiro da Petrobras, Carlos Thadeu expôs suas projeções para o ano de 2014 durante palestra ministrada em Natal na semana passada, durante a reinauguração do edifício-sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/RN). Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o economista explica os motivos para acreditar que o Brasil deve crescer na faixa de 2%. Mesmo considerando que o Brasil está bem com relação às reservas cambiais, na geração de empregos e também no comércio, ele alerta para fatores como a alta dos juros, inflação crescente e um possível saldo baixo da balança comercial neste ano. Para o Rio Grande do Norte, no entanto, as coisas podem ser um pouco diferentes, segundo ele.
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O que aconteceu no Brasil nos últimos dois, três anos? Acabou aquela fase de desenvolvimento econômico forte porque as commodities que o Brasil exporta caíram de preço. Então isso dá um saldo menor da balança comercial. O país tem que voltar a crescer e isso demora”
Quais os rumos da economia em 2014? Quais as perspectivas de crescimento para este ano?
Então esse é um ano morno: não está quente como antes, mas também não está frio. Eu acho que esse ano vamos ter um crescimento parecido com o do ano passado, na faixa de 2%. A economia brasileira só vai crescer mais quando os investimentos voltarem mais fortes. Essa ano, o que ainda vai segurar a economia, apesar de segurar menos, é o consumo das famílias. Os investimentos estão crescendo, mas vagarosamente. Nossa economia esse ano, em termos de crescimento, vai continuar crescendo como o ano passado. Por sua vez, esse ano nós temos taxas de juros mais altas do que nós tivemos no ano passado e dessa vez nós temos também uma inflação mais alta que no ano passado, então isso também limita o crescimento econômico esse ano, que pode ficar abaixo de 2%, eventualmente, ao redor de 2%. Quais são os limitadores do crescimento este ano?
Primeiro, falta muito investimento; outra, que a taxa de juros está mais alta; e a inflação está pressionando, chegando mais per-
O Rio Grande do Norte está numa situação mais favorável primeiro porque o comércio tem crescido mais do que no resto do Brasil. Por que isso? Porque o Rio Grande do Norte tem uma economia muito pautada em serviço, que é a bola da vez”
to dos 6% do que de 5%. E as taxas de juros reais, que estavam em 2% ao ano em 2013, hoje estão em 5% ao ano. O que isso quer dizer? Que a taxa de juros brasileira está alta e não vai cair porque a inflação ainda não caiu o suficiente. Taxa de juros alta e inflação alta leva a economia a crescer menos. Saiu o dado do Banco Central de balanço de pagamento e o próprio Banco Central, que estava estimando o déficit em conta corrente em 78 bilhões de dólares, aumentou para 80 bilhões de dólares porque o saldo da balança comercial deve ser menor do que o Banco central esperava. Esse ano nós vamos ter de novo um saldo muito baixo da balança comercial, o que significa que o dólar deve continuar pressionado. O dólar pressionado significa também mais inflação, por isso é um ano difícil por natureza. Dólar pressionado, juros altos e inflação alta dificultam o crescimento. E o que poderia favorecer os números da economia brasileira em 2014?
O Brasil ainda está numa situação boa porque nós temos uma dívida externa que não é alta. As nossas reservas cambiais superam a dívida externa, então o Brasil está solvente. Não estamos bem é em termos de ter fluxos. Não quero dizer que o país esteja à beira do caos. Ele está ainda muito bem em termos de solvência, Mas é preciso diminuir o déficit público porque baixa a taxa de juros. A taxa de juros alta significa que o governo está gastando mais com juros. Por isso é preciso aumentar o saldo primário, aumentar a sua poupança. O governo vai ter que gastar menos. A questão é: Onde cortar? O governo não está gastando muito naquilo que ele sempre gastou muito, que é com pessoal – isso teve aumento muito pequeno. O problema todo são os gasto que tem na previdência, os gastos sociais também tem sido muito altos, mas ainda dá para fazer algum ajuste ainda este ano. E o que pode ser ajustado para amenizar essa situação?
O Brasil está bem do ponto de solvência da dívida, mas o país tem que volta a crescer. Todos os dados da dívida pioram se o Brasil não volta a crescer. Para que as dívidas sejam administráveis, o país tem que voltar a crescer. Os juros hoje estão crescendo mais do que a renda.
Ì QUEM? Carlos Thadeu de Freitas é economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Foi diretor do Banco Central em dois mandatos e diretor financeiro da Petrobras. Graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRN) e lecionou em na Fundação Getúlio Vargas, onde fez mestrado. Também ensinou na Universidade de Brasília (UnB), Pontifícia Universidade Católica do Rio do Janeiro (PUC-RJ) e na IBMEC.
Para que o país volte a crescer, é importante que os juros caiam. Para que os juros caiam, o Brasil tem que ter uma política fiscal mais contracionista, ajustando suas despesas. Só que esse ano não dá tempo para fazer uma reforma tributária. Então, o que ele vai fazer? Vai cortar as despesas correntes, que é o que ele já está fazendo, e as suas despesas de investimento também. E o país precisa de investimentos. Mas esse ano ele tem que dar um resultado fiscal melhor que o ano passado para que o Brasil continue sendo atrativo para o capital estrangeiro. Esse ano já está dado. Já não tem muito mais o que fazer. O país vai crescer 2%, vai ficar com uma inflação na faixa de 6%, a taxa de juro vai ficar ainda bastante elevada e teremos um saldo menor na balança comercial. O crédito também vai crescer menos esse ano porque os bancos estão emprestando menos, a não ser os bancos públicos. Hoje nós ainda temos inadimplência baixa, mas se a economia continuar crescendo muito pouco, vamos também ter problemas de inadimplência. A inadimplência afeta os juros e, por consequência,o consumo das famílias. Como o senhor vê a evolução da inadimplência este ano?
A inadimplência está baixa ainda. As pessoas ainda estão pagando em dia as duas dívidas. Isso porque a maior parte da dívida que tem crescido é dívida imobiliária e essa aí está com inadimplência baixa. Mas à medida que o desempre-
go possa aumentar um pouco, a inadimplência pode aumentar. Ainda está em patamares bastante comportados, não é ainda uma situação de risco, mas é importante que você tenha na economia brasileira um aumento de produtividade. É o que está faltando. E isso demora. O que aconteceu no Brasil nos últimos dois, três anos? Acabou aquela fase de desenvolvimento econômico forte porque as commodities que o Brasil exporta caíram de preço. Então isso dá um saldo menor da balança comercial. O país tem que voltar a crescer e isso demora. É culpa do Brasil? Não necessariamente. É culpa da mudança da economia mundial. Os juros estão subindo nos Estados Unidos, a China está crescendo menos e as commodities estão caindo de preço, então tem que começar a se ajustar. Como é que se ajusta? Gastando menos. Como fica o comércio nesse contexto?
O comércio vai continuar crescendo ainda a níveis favoráveis. O comércio deve crescer 4%, 5% ao ano. Estava crescendo a 10%, 12%, ou seja, vai crescer a metade, mas ainda é favorável porque o comércio depende do emprego e o emprego está bom. Agora, por que isso? Uma parte não é culpa do Brasil. Parte disso é culpa da mudança no cenário internacional. O senhor mencionou no início que um dos pontos que pode ajudar a economia é o consumo das famílias, mas em março esses números registraram queda. Como vai ficar o consumo este ano?
O comércio estava crescendo a 10%, 12% ao ano, e agora está crescendo na faixa de 4% a 5%. Então o consumo da família continua ainda porque a renda real vai crescer menos, mas ainda vai crescer. No ano passado, ela cresceu na faixa de 3% a 4% e nesse ano vai crescer em 2%, mas ainda vai crescer. Por isso que eu acho que o consumo da família, apesar de crescer moderadamente, ainda vai crescer. Agora, os investimentos, esses ainda demoram porque isso depende do futuro. Se os empresários sentem que vão ter uma demanda no futuro, eles investem
mais hoje. Mas para investir hoje está caro porque o custo do dinheiro aumentou, a não ser para quem investe com o dinheiro do BNDES, que é um dinheiro mais barato. Mas o custo do dinheiro aumentou, então enquanto não baixar o custo dinheiro, também nós não vamos ver os investimentos. Enquanto o governo não fizer o que tem que ser feito, as reformas, os investimentos não serão fortes. Os investimentos são a grande interrogação A Copa do Mundo deve contribuir ou não para a economia este ano?
Quem vai se beneficiar mais com a Copa do Mundo é o setor de serviços, restaurantes, bares, hotéis. O comércio deve se beneficiar agora, antes da Copa, com o pessoal que vai comprar televisão, mas ninguém compra dez televisões. A Copa é um evento, aumenta a demanda por serviços, mas depois dela você vai voltar à realidade. Esse ano vamos ter pressão de preço devido à Copa do Mundo, muito em função dos serviços. Os preços dos serviços estão crescendo 8% ao ano, acima da inflação oficial, que é de 6%. Como esses pontos afetam o cenário local?
O Rio Grande do Norte está numa situação mais favorável primeiro porque o comércio tem crescido mais do que no resto do Brasil, principalmente no ano passado, em que o comércio do estado cresceu o dobro do resto do Brasil. Por que isso? Porque o Rio Grande do Norte tem uma economia muito pautada em serviço, que é a bola da vez. E o dólar também, no nível que está, ajuda o estado, já que ele tem uma grande receita de turismo, uma das maiores do Nordeste. O Rio Grande o Norte tem uma grande vantagem porque os serviços são o que eu chamo de receita pura, não é como a indústria, que tem que ter fábricas, custos industriais. Em serviço os custos são bem menores. Acho que o Brasil está morno e o Rio Grande do Norte está bem na foto. Depois da Copa deve diminuir um pouco a demanda por serviços, mas você tem um turismo que deve continuar forte, com esse patamar de dólar que está aí.
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economia
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Resultado fiscal melhora na base « CONTAS PÚBLICAS » Impostos pagos nos primeiros meses do ano por donos de imóveis e de carros
elevam arrecadação de Estados e Municípios, que registraram superávit recorde no mês de fevereiro DIVULGAÇÃO
B
rasília - Maior arrecadação de impostos ajudam estados e municípios a apresentar resultado fiscal recorde em fevereiro. De acordo com dados do Banco Central (BC), os governo regionais (estados e municípios) apresentaram superávit primário de R$ 5,4 bilhões, o maior resultado para meses de fevereiro, na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o início do ano é um período favorável para os resultados fiscais dos governos regionais, em razão da concentração de receita de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Além da concentração de tributos, ainda há volume significativo de transferência da União”, disse Maciel. Maciel também citou a retomada da atividade econômica, o que aumenta a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal fonte de receita dos estados. De acordo com Maciel, em 12 meses encerrados em janeiro, a arrecadação de ICMS apresentou crescimento real (descontada a inflação) de cerca de 5%. Em 12 meses encerrados em agosto do ano passado, esse crescimento estava em cerca de 1%. “Temos
Dados parciais indicam que a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano ficará acima do previsto pelas prefeituras
NÚMERO
5,4 bilhões de reais foi a economia feita por Estados e Municípios para pagar juros da dívida
visto indicadores positivo da indústria, do comércio. O emprego na área de serviços mostra alta. São indícios de que a atividade está influenciando a receita desses entes”, acrescentou. Entretanto, Maciel não espera que os resultados fiscais de estados e municípios continuem tão favoráveis em todo o ano. “É
de se esperar acomodação nesse desempenho tão positivo”, enfatizou. Neste início de ano, o resultado dos governos regionais foi melhor que o do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência), que registrou déficit primário de R$ 3,38 bilhões, em fevereiro. Nos
dois meses do ano, os governos regionais registraram superávit primário de R$ 12,709 bilhões, enquanto o Governo Central atingiu R$ 9,160 bilhões. As empresas estatais federais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 602 milhões; as estaduais, superávit de R$ 696 mi-
lhões; e as municipais, superávit de R$ 89 milhões. Todo o setor público – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais – registrou superávit primário de R$ 2,130 bilhões, em fevereiro, e R$ 22,052 bilhões, nos dois primeiros meses do ano. Em 12 meses encerrados em fevereiro, o superávit primário ficou em R$ 86,138 bilhões, o que corresponde a 1,76% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo no médio e longo prazos. Neste ano, a meta do Governo Central é economizar R$ 80,8 bilhões, equivalentes a 1,55% do PIB. Os estados e municípios deverão fazer superávit primário de R$ 18,2 bilhões, correspondentes a 0,35% do PIB. No total, o superávit primário do setor público deverá fechar o ano em R$ 91,306 bilhões ou 1,9% do PIB. Apesar do ceticismo do mercado, o ministro Guido Mantega fez projeção otimista do desempenho da economia brasileira, manifestando a expectativa de um crescimento do (PIB, este ano, superior ao obtido no ano passado (2,3%), ao falar a um grupo de estudantes em aula inaugural da Escola de Economia de São Paulo (Eesp) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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Copa: segurança terá 12 mil pessoas « NATAL » Durante o período da Copa em Natal, Exército, Marinha e Aeronáutica serão responsáveis por
4.700 militares enquanto a Força Nacional e todas as polícias vão às ruas com um efetivo de 6.300 policiais ROBERTO LUCENA Repórter
D
oze mil homens vão atuar nas áreas de segurança e defesa pública durante a realização da Copa do Mundo, em Natal. Exército, Marinha e Aeronáutica serão responsáveis por 4.700 militares enquanto a Força Nacional e todas as polícias vão às ruas com um efetivo de 6.300 policiais. Áreas próximas à Arena das Dunas, Fifa Fan Fest, espaço aéreo e mar terão patrulhamento específico com barreiras físicas ou linhas imaginárias. Trânsito sofrerá alterações horas antes do início das partidas e as ações preventivas não estarão restritas aos quatro dias de jogos. O esquema de segurança pública visando a realização do Mundial na capital potiguar ainda não está completamente definido. Alguns ajustes dependem de vistorias que ainda serão realizadas e de confirmações quanto à finalização das obras de mobilidade urbana. Um outro ponto ainda é impasse e diz respeito ao aeroporto que estará em operação. Há planejamento para cada um dos aeroportos (Augusto Severo em Parnamirim e Aluízio Alves em São Gonçalo do Amarante) bem como inclui-se na lista de opções a Base Aérea de Natal (Bant). Embora algumas dúvidas permaneçam sem respostas, outras definições estão pactuadas entre todos os órgãos envolvidos na questão. À frente do processo, está um triunvirato formato por autoridades da defesa e segurança: titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Eliéser Girão; superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Norte (PF/RN), Kandy Takahashi e o comandante do 3º Distrito Naval, Vice-almirante Marcos Nunes de Miranda. Os três mantêm, há algumas semanas, uma agenda permanente de reuniões. O objetivo do batalhão de 12 mil homens oriundos das Forças Armadas, policiais militares, civis, federais, rodoviários e bombeiros é um só: garantir que o evento esportivo transcorra com absoluta tranquilidade. Entretanto, o número expressivo de militares presentes em Natal não será perceptível pela população. É o que garante o almirante Miranda ao frisar que há uma diferença entre defesa e segurança pública. “São coisas diferentes. As Forças Armadas
Ì O QUE Estrutura de segurança contará com efetivo de 12 mil pessoas das forças armadas e Força Nacional
QUANDO Durante todo o período dos jogos da Copa da Fifa em Natal
serão responsáveis pela defesa. Já a segurança pública é responsabilidade das polícias. O ideal é que a população nem veja os militares nas ruas”, coloca. A afirmação do almirante pode parecer estranha, mas há de fato um acordo entre as instituições que respeitam as normas definidas pelo Ministério da Defesa (MD). O policiamento das ruas e áreas de concentração de torcedores será feito pelas polícias. Homens da Força Nacional também atuarão nesse sentido. O planejamento aponta ainda que esses órgãos são responsáveis pelo controle de possíveis manifestações. Já dentro da Arena das Dunas, apenas segurança particular. De forma direta, as Forças Armadas só vão atuar em casos extremos, quando o efetivo policial não conseguir controlar a situação. “Teremos uma força de contingência disponível para esses casos. Mas esses homens vão às ruas apenas se a governadora solicitar e a presidenta autorizar”, afirma almirante Miranda. Embora a ação direta não seja o foco das Forças Armadas, houve – e ainda há – um planejamento extenso para a Copa do Mundo. Nesse sentido, foi criado um centro de Coordenação de Defesa de Área (CDA), no 3º Distrito Naval. A sala é equipada com computadores e monitores ligados ao Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR). “Daqui, vamos observar o que acontece no mar, céu e território de Natal”, explica o almirante. “Mas tenho confiança que não será necessária uma intervenção direta dos militares”, completa. PÁGINA 2 E 3
Entorno da Arena das Dunas terá restrições EMANUEL AMARAL
Centro de Coordenação de Defesa de Área no 3º Distrito Naval
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
natal
Em dias de jogos, haverá restrições em várias áreas « SEGURANÇA » Em dias de jogos oficiais da Copa,
o controle de trânsito nas ruas no entorno da Arena das Dunas terá início com 12 horas de antecedência
P
ara evitar o acionamento da contingência das Forças Armadas, o setor de segurança pública vai contar com o auxílio de 6.300 policiais oriundos das diversas polícias e da Força Nacional. O controle de acesso às áreas de restrição será feito por agentes da secre-
EMANUEL AMARAL
BATE-PAPO
taria de Mobilidade Urbana (Semob), Guarda Municipal e Polícia Militar. O controle do trânsito próximo ao estádio será iniciado 12 horas antes dos jogos. Já o bloqueio de ruas e avenidas no entorno da praça esportiva será implantado seis horas antes das partidas.
À frente da coordenação das ações que serão protagonizadas pelo efetivo está o presidente da Comissão Estadual de Segurança Pública de Defesa Civil para Grandes Eventos (Coesge/RN), delegado da PF/RN, Paulo Henrique Oliveira Rocha. O delegado conta que os órgãos envolvidos no pla-
nejamento estão realizando os últimos encontros para ajustar algumas pendências. Pairam dúvidas sobre como será o trânsito próximo à Arena, bem como o acesso ao local – devido às obras de mobilidade no local – e trajeto por onde vão passar as delegações. Por outro lado, já foram definidos pelo menos seis Pontos de Verificação Veicular (PVVs). Tais pontos são barreiras fixas que contarão com a presença de pelo menos 20 agentes públicos. O acesso ao PVV só é permitido com ingresso do jogo ou identificação adequada. Os moradores serão cadastrados previamente e cada carro receberá um adesivo para cada jogo. “São barreiras fixas ao redor da Arena. Por lá, vão passar apenas pessoas a pé ou carros autorizados”, diz Paulo Henrique. O diretor do departamento de engenharia de trânsito da Semob, Marconi Spínola, explica que os
Ì OPERAÇÃO COPA DO MUNDO Efetivo envolvido – 12 mil homens: Marinha – 1.500 Exército – 2.500 Aeronáutica – 700 Força Nacional – 300 Demais órgãos: Polícia Militar Polícia Federal Polícia Rodoviária Federal Polícia Civil Itep Bombeiros Guarda Municipal Semob Samu Defesa Civil
PVVs serão fixados em cruzamentos e ao longo da Prudente de Morais [confira mapa]. A vistoria e exigência da apresentação de documentação começam seis horas antes do início das partidas, no entanto, as barreiras estarão dispostas antes disso. “O trabalho da Semob em conjunto com a PM e Guarda Municipal começa na madrugada. Nos dias 13, 16, 19 e 24 de junho, estaremos nas ruas a partir das 0h01”, coloca. Toda a estrutura pensada para os jogos da Copa será colocada em teste no dia 3 de maio, quando América e ABC disputam mais uma partida na Arena das Dunas. Além desses detalhes, foram estabelecidas outras regras que vão mudar a rotina do natalense durante os quatros dias de jogos na cidade. A TRIBUNA DO NORTE colheu informações junto a vários órgãos e mostra quais alterações vão afetar o cotidiano da cidade. Confira.
1 Ponto de Verificação Veicular (PVV) O que é? Barreira fixa de fiscalização e triagem de veículos autorizados. Cerca de 30 homens da Semob, Guarda Municipal e PM vão agir no local.
vice-almirante Marcos Nunes de Miranda comandante do 3º Distrito Naval
“Só vamos atuar se houver um pedido formal” O fato de o novo titular da Sesed ser um militar da reserva, ajuda na comunicação entre defesa e segurança pública?
A comunicação sempre existiu. Nunca houve problema. Não vai mudar nada com o novo secretário. Vai continuar bom como já era antes. São quase cinco militares em Natal durante a Copa. A população vai sentir a presença das Forças Armadas em quais setores?
A força de contingência das Forças Armadas só será acionada caso haja um colapso da segurança pública. Importante frisar que só vamos atuar se houver um pedido formal da governadora com ordem da presidenta da República. Particularmente, tenho muita confiança que a segurança pública do RN será muito capaz. A presença da delegação dos Estados Unidos é um fator preocupante? Há uma preparação específica para essa equipe?
O trabalho está sendo feito considerando todas as equipes. Evidentemente que o jogo dos EUA – que é a maior potência do mundo – faz com que a gente tenha uma preocupação maior. Mas o planejamento é de forma a atender a todas delegações. Temos auxílio da Abin que vai trabalhar conosco e a segurança pública. Não diria que teremos uma segurança reforçada por causa dos EUA. É claro que há uma atenção maior. A busca de informação de inteligência também é maior, mas estamos preparados para todas as delegações. Teremos a presença de militares de onde?
Do Exército está vindo um batalhão de infantaria de Campina Grande-PB e João PessoaPB. Da Marinha está vindo uma fragata de escolta com aeronaves embarcadas do Rio de JaneiroRJ. A Força Aérea terá reforço com a presença de aeronaves.
Quando será instalado? Nos dias de jogos – 13, 16, 19 e 24 de junho. Qual horário? A fixação do PPV começa às 0h01 de cada dia de jogo, no entanto, a triagem e bloqueio do trânsito começam seis horas antes dos jogos. Sendo assim, temos os seguintes horários de início das atividades: Dia 13 (sexta-feira) – 7h; Dia 16 (segunda-feira) – 13h; Dia 19 (quinta-feira - feriado de Corpus Christi) – 13h; Dia 24 (terça-feira) – 7h Onde será instalado? Serão seis PPVs localizados nos seguintes pontos: * Esquina das avenidas Mor Gouveia e São José; * Esquina das avenidas Prudente de Morais e Miguel Castro; * Esquina das avenidas Romualdo Galvão e Miguel Castro; * Esquina da avenida Norton Chaves e BR-101 * Esquina das ruas Paulo Lira com Raimundo Chaves * Avenida Prudente de Morais, em Candelária
2 Área de Restrição Comercial (ARC) O que é? Linhas imaginárias – de aproximadamente 2 quilômetros – que serão demarcadas no mapa e incluída na legislação local. Decreto seria publicado até hoje. Qual a delimitação territorial da ARC em Natal? A cidade contará com duas ARCs: uma no entorno da Arena das Dunas e outra nas proximidades da Fortaleza dos Reis Magos, onde será realizada a Fifa Fan Fest. Além disso, as principais avenidas que levam a estes locais também serão fiscalizadas. O que não pode ser comercializado nessas áreas? Não há proibição de comercialização de qualquer produto. A restrição é com relação à publicidade das marcas que não são parceiras da Fifa.
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Espaço Aéreo
Estacionamento
Haverá restrições no espaço aéreo de Natal nos quatro dias de jogos. As medidas de restrição aérea estabelecidas pela Aeronáutica seguem critérios de segurança internacionais e manutenção dos níveis dos serviços de tráfego aéreo, com mínimo impacto para a aviação comercial. A dimensão das três áreas é calculada a partir da localização da Arena, ficando assim estabelecido: * reservada (branca) – poderão voar todas as aeronaves que têm plano de voo e código transponder ligado, ou seja, todas as aeronaves identificadas; * restrita (amarela) – raio de 7 milhas náuticas ou 12,6km, não poderão entrar as aeronaves da aviação geral e táxi aéreo; * proibida (vermelha) – raio de 4 milhas náuticas ou cerca de 7,2km, só poderão entrar aeronaves de segurança e de captação de imagens previamente autorizadas pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). - O tempo de restrição será de uma hora antes e três horas após as partidas. - Para assegurar a segurança do espaço aéreo, a Aeronáutica em Natal contará com duas aeronaves: caça F-5M de alta performance e de ataque leve A-29 Super Tucano. - As aeronaves estarão estacionadas em uma fragata de escolta que estará atracada no mar de Natal.
Quem optar por ir de carro ao estádio terá onze opções de estacionamento: - Hiper de Capim Macio - Shopping Via Direta - Campus da UFRN - Natal Shopping - Carrefour - Rodoviária - Cemure (ao lado da rodoviária) - Sesi/Senai - Caic de Lagoa Nova - Midway Mall - Hiper Lagoa Nova Nos locais onde há cobrança, permanecerá o valor vigente. O deslocamento entre o estacionamento e a Arena das Dunas será feito a pé ou através de ônibus credenciados, chamados de shuttles. Esses veículos estão autorizados a passar pelos PVVs.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
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ALEX RÉGIS
BATE-PAPO Paulo Henrique Oliveira Rocha Presidente da Coesge/RN e delegado da PF/RN
“O Brasil vai receber policiais de todos os países” Há algum tipo de atividade especial voltada para delegação dos EUA?
Não há uma atividade especial para a equipe americana, mas, dado o contexto mundial e histórico, é inegável que a seleção americana traz uma série de problemática que as outras seleções não trazem. Atenção maior da segurança durante os jogos da Copa do Mundo em Natal será no entorno da Arena das Dunas, mas outras áreas terão restrições e reforço no efetivo
10 Centro de Treinamento Natal contará com dois Centros de Treinamento Oficiais (COTs) onde as seleções vão realizar exercícios um dia antes das partidas. O COT “A” é o estádio Frasqueirão, em Ponta Negra. O COT “B” está localizado no campus da UFRN.
Algum tipo de ameaça?
Com relação a ameaças, o exemplo que sempre uso foi o que aconteceu nas Olimpíadas de 1972, em Munique. Não era a Alemanha o alvo, era Israel. Assim como hoje o alvo é o Brasil, pode ser os EUA. É uma terceirização de ameaça. Os EUA inspiram mais cuidado. Isso é inegável. Assim como, agora, a Rússia também tem cuidado. Virão policiais americanos para Natal?
Existe uma estrutura de centro de cooperação internacional que vai receber policiais de todos os países. Esse centro vai funcionar na Academia de Polícia Federal, em Brasília. Esses policiais vão acompanhar as seleções para auxiliar no nosso trabalho. Quando a seleção se desloca, por exemplo, os EUA, vêm pelo menos dois policiais acompanhando o time para ficar no estádio. Da mesma forma o Uruguai, Itália e etc. Já se sabe quantos vêm para Natal?
9 Central de controle e monitoramento Natal estará vigiada por câmeras de monitoramento. Todas as imagens serão enviadas para duas centrais: Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Escola de Governo; e central da Coordenação de Defesa de Área (CDA), no 3º Distrito Naval.
Se os países tiverem condições de mandar mais policiais, pode enviar. Na África do Sul, a média da presença de policiais estrangeiros nesse centro de cooperação era de 8 policiais. Os EUA tinham 32. O Governo Brasileiro vai custear a ida de dois. Esse é o plano padrão. Se eles tiverem condições, mandam outros. E isso deve acontecer com os EUA. Como vão funcionar as área de restrição de segurança?
São basicamente dois perímetros: um dentro do estádio – onde estão as catracas, mas antes de chegar, temos algumas barreiras que são chamadas de Pontos de Verificação Veicular (PVVs). A partir de cada PVV, só passam pessoas a pé e carros credenciados e viaturas oficiais caracterizadas. E dentro do estádio?
Dentro do estádio, a segurança é totalmente privada, mas há uma contingência preparada para interferir. E com relação às manifestações?
5 Aeroportos Ainda não há uma definição sobre qual aeroporto estará em operação durante o evento esportivo. A coordenação de segurança e defesa confirma apenas que há estudos e estratégias para três situações: * Apenas o Augusto Severo em operação; * Apenas o Aluízio Alves em operação; * Ambos aeroportos operando (Aluízio Alves com a aviação civil e o Augusto Severo com o tráfego das delegações e autoridades). Em todos os casos, o uso da Bant também é uma possibilidade sondada.
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Fifa Fan Fest
Manifestações
Moradores
Será realizada na praia do Forte durante um mês. Haverá shows musicais e transmissão dos jogos da Copa. No local, também serão montados PVVs e a ARC é válida para o setor. Duas linhas de ônibus serão criadas especialmente para levar os torcedores para o local. Uma linha vai circular pela Roberto Feire/Salgado Filho e a outra vai pela Via Costeira.
As possíveis manifestações contra a realização da Copa serão combatidas por homens das polícias e Força Nacional. Para conter os manifestantes, o Estado irá receber, nos próximos dias, um tanque anti-tumulto equipado com canhões d’água.
Quem mora nas proximidades da Arena das Dunas será, a partir da segunda semana de abril, cadastrado pelo Semob. Além dos nomes dos moradores, a organização local quer saber quantos carros e vagas de garagem existem em cada residência. O levantamento é essencial para funcionamento correto dos PVVs. Além disso, não será permitido estacionar veículos nas ruas. Carros e motos estacionados em local proibido serão guinchados.
Serão analisadas pelos homens da Força Nacional e outros policiais. Sobre essa questão, o Estado vai receber, em maio, um caminhão anti-tumulto. DIVULGAÇÃO
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Poder Judiciário
« ARTIGO »
Sobre Thomas Jefferson
ANELLY MEDEIROS [ anellymedeiros@hotmail.com ]
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MARCELO ALVES DIAS DE SOUZA
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Procurador Regional da República
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Opinião
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JUÍZA HADJA RAYANNE DE HOLANDA ALENCAR Presidente da AMARN
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Associação dos Magistrados Brasileiros e as associações estaduais, incluindo a Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte, irão protocolar requerimento junto aos tribunais solicitando a alteração dos respectivos regimentos internos visando a eleição direta para escolha dos presidentes e vice-presidentes das Cortes. No RN, a entrega será feita pela presidente da AMARN, juíza Hadja Rayanne de Holanda Alencar. Atualmente, a escolha é feita pelos desembargadores. O ato tem como objetivo a democratização plena do Judiciário. Sobre esse assunto, tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados as PECs 15/2012 e a 187/2012 para alterar o artigo 96 da Constituição Federal para dispor sobre a eleição dos órgãos diretivos dos tribunais de segundo grau. De acordo com a presidente da Amarn, essa questão é uma bandeira permanente da magistratura brasileira. A ideia de mudar a forma de escolha dos presidentes e vice-presidentes dos Tribunais Estaduais, Regionais do Trabalho e Federais é uma unanimidade entre as associações dos magistrados??
Sim. Todas as associações estaduais e as representações nacionais AMB- Associação dos Magistrados Brasileiros, AJUFE- Associação dos Juízes Federais e ANAMATRA- Associação Nacional dos Juízes do Trabalho estão à frente dessa questão que é considerada bandeira permanente da magistratura, significando dizer que só temos autorização de parar quando a mudança for implementada. Na última consulta feita aos magistrados em 2007, 87% dos magistrados consideram a mudança essencial para a evolução do Poder Judiciário. De lá para cá esse percentual só vem crescendo. A senhora acha que a demo-
cratização plena do Judiciário vai realmente acontecer?? E o que isso irá mudar na prática?
A via da mudança regimental, que passa pelo convencimento dos Tribunais é mais difícil. Boa parte dos Desembargadores tem resistência a medida. Mas esperamos que o pedido seja acatado em alguns Tribunais. Entretanto, a via legislativa está crescendo. As PECs estão avançando e esperamos que brevemente seja aprazada a votação da Comissão Especial da Câmara.dos Deputados. O Projeto de democratização já passou na Comissão da Constituição e Justiça. A medida é justa, é democrática. A forma atual de escolha de presidente e vicepresidente dos Tribunais está ultrapassada. A administração hoje deve ser participativa e democrática. Não existe nenhuma razão pela qual o juiz não possa votar na pessoa que irá representá-lo.
mbora considerado como a representação do ideal republicano (além de “Founding Father” dos Estados Unidos da América e o seu terceiro Presidente), há quem fale mal de Thomas Jefferson (1742-1826). Gore Vidal (1925-2012), por exemplo, em seu romance “Burr” (1973), afirma, pondo as palavras na boca da sua personagem principal, ser Jefferson “um homem que só pensa em poder e que nunca diz o que realmente está pensando”. Mas aí devemos dar o desconto de se tratar de um romance e de ser o “delator”, Aaron Burr (1756-1836), que foi Vice-Presidente dos EUA no primeiro mandato de Jefferson, um dos maiores inimigos políticos do “pai do republicanismo americano”. Doutra banda, é fato que Thomas Jefferson, bem nascido na Virgínia (à época colônia inglesa na América), fazendeiro, plantador de tabaco, foi “possuidor” de algumas centenas de escravos. Teria mantido, inclusive, um longo e clandestino relacionamento com Sarah “Sally” Hemings (17731835), gerando, com ela, meia duzia de filhos. Uma contradição para quem defendia, acertadamente, que “todos os homens são iguais”. Mas mesmo aqui, a meu ver, devemos dar o desconto do momento histórico. A escravidão ainda era algo arraigado na mentalidade e na economia do “establishment” (e da sociedade, como um todo) americano, só vindo a ser de fato abolida, à custa de guerra civil e muito sangue, décadas após a era de Jefferson (no Brasil, aliás, lembremos, isso se deu
ainda mais tarde). Isso sem falar que, como a história bem registra, Jefferson lutou, com os recursos do seu tempo, contra a escravidão. Do seu rascunho original da “Declaração de Independência Americana”, diz-se, constava uma denúncia à escravidão, que foi cortada pelo Congresso. Mais tarde, já após a vitória sobre a Inglaterra, sua tentativa de abolir a escravidão nos EUA foi batida no Congresso por apenas um voto. Talvez, como queria o nosso Nélson Rodrigues (1912-1980), toda unanimidade seja mesmo burra. Ou, parodiando Walt Whitman (1819-1892), o político, em certa medida, deva mesmo ser contraditório, pois há de conter (representar) multidões. De minha parte, acredito, Thomas Jefferson foi, num exemplo de amalgama quase perfeito, um grande jurista e político (além de ter sido arquiteto, arqueólogo, bibliófago, inventor, poliglota etc. etc. etc.). Como homem do direito, tomada a profissão na sua acepção mais estrita, Jefferson foi aluno de George Wythe (1726-1806), o precursor do ensino jurídico nos EUA (já mencionado aqui na semana passada). Inscrevendo-se na “ordem dos advogados” (sugestivamente chamada nos EUA, pelo menos para o meu gosto, de “bar”) da Virgínia, ele monta banca de advocacia em 1767 e, perante as cortes de então, milita ativamente na profissão até, pelo menos, 1773. Como homem do direito e da política, Jefferson, entre outras coisas, representou a Virgínia no famoso “Second Continental Congress” (1775), a assembleia que, a história conta, acabou virando, com o desenrolar dos acontecimentos, o Congresso americano.
Pelo Congresso Continental, Jefferson foi indicado para a comissão encarregada de elaborar o que veio a se tornar, tendo sido ele o seu principal escrevinhador, a “Declaração de Independência do Estados Unidos da América” (de 04 de julho de 1776). Não é demais lembrar o legado da “Declaração de Independência” para os direitos humanos, influindo, diretamente, por exemplo, na conformação da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” (1789) e da “Declaração Universal dos Direitos Humanos” (1948). Durante sua vida política (sempre mesclada com o direito), Jefferson exerceu inúmeros papéis e ocupou importantíssimos cargos. Foi revolucionário, Governador, diplomata na França, exerceu influência (embora mais indireta) na redação da Constituição do EUA, foi o primeiro Secretário de Estado do recém-criado país, foi seu Vice-Presidente e, finalmente, Presidente por dois mandatos (1801-1808). No que atine à política partidária (às vezes posta em segundo plano por alguns mais soberbos, mas que é de suma importância na história
de qualquer povo), Jefferson foi o primeiro grande nome do antigo Partido Democrata-Republicano americano, sendo seguido por James Madison (1751-1836), James Monroe (1758-1831) e John Quincy Adams (1767-1848). E o mais importante: o nome de Thomas Jefferson estará para sempre vinculado aos ideais republicanos, tão caros para nós. Naquele período crucial da história, indo além da ideia da monarquia constitucional (inglesa), defendida por John Locke (1632-1704), Thomas Jefferson, provavelmente influenciado por Thomas Paine (1737-1809) e o seu “Senso Comum” (1776), partiu para algo mais radical: o republicanismo. Se “todos os homens são iguais”, ideia mestra do republicanismo, a regra da hereditariedade, ínsita à monarquia, deve ser abolida levando essa junto. Só a república é compatível com esse direito de igualdade, inerente e inalienável, dos homens. E a coisa, no que toca à forma de governo e ao tratamento igualitários a todos os cidadãos, a partir daí deslancha... Por fim, para quem não sabe, Thomas Jefferson, assim como John Adams (1735-1826, seu antecessor na Presidência dos EUA), faleceu, caprichosamente, no dia 04 de julho de 1826, exatamente no dia do cinquentenário da ratificação da “sua” “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, considerado, também, o dia da independência dos EUA. E assim declara-se, no instante da passagem (involuntária, é verdade), como sói acontecer com os grandes homens (e a despeito dos seu poucos detratores), independente da vida para entrar na história.
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A última edição da Quinta Jurídica, da Justiça Federal, discutiu os detalhes do projeto do novo Código Comercial que promete melhorar o ambiente de negócios do país. De acordo com um dos palestrantes, o presidente da comissão de juristas, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, o anteprojeto do novo Código Comercial “é uma proposta evolucionária”, na qual foi incluída “o que há de mais moderno no mundo” em questão comercial. “Queremos modernizar e evoluir a legislação comercial brasileira. Vamos entregar um novíssimo, original e avançado Código Comercial, que contempla todos os segmentos na modernização da legislação empresarial”, afirma o ministro. O Desembargador Federal Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, integrante do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, também participou da palestra que trouxe o tema: “Aspectos relevantes do Direito Empresarial à luz do Novo Código Comercial”.
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Lei Geral da Copa
O I Congresso Norte-Nordeste de Defensores Públicos realizado em Natal, na última quinta e sexta-feira, trouxe para discussão a Lei Geral da Copa e o direito do torcedor. Na abertura do evento que aconteceu no Hotel Magestic, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, recebeu das mãos do presidente da ADPERN, Francisco de Paula Leite Sobrinho e da presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), Patrícia Ketterman, a Comenda Defensor Público Honorário concedida pela Associação do RN. O deputado foi um dos defensores da aprovação da PEC Defensoria para Todos, há duas semanas em Brasília. Henrique Alves agradeceu a homenagem e disse que a votação foi uma vitória da sociedade brasileira. “O legislativo apenas reconheceu o significado e o interesse público da proposta”, disse o presidente. A PEC Defensoria para Todos prevê a presença de um Defensor Público em cada uma das comarcas do país. A Classe luta agora pela aprovação da matéria no Senado Federal.
tn família
TODOS OS DOMINGOS NA TRIBUNA DO NORTE
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
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FOTOS: EMANUEL AMARAL
SURFISTA
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MARRENTO
JUNIOR SANTOS
O pequeno Victor Santos, de apenas 4 anos, surfa há seis meses e chama atenção nas praias onde pratica o esporte. O garoto divide seu tempo entre a escola de alfabetização, o surf e outros esportes pouco comuns para a idade: ciclismo, quadriciclo e o skate
Com o incentivo dos pais, Victor Santos começou a surfar há seis meses. Nas praias que frequenta para praticar o esporte (Ponta Negra e Pipa) chama a atenção pela boa técnica com tão pouca idade
EVERSON DE ANDRADE Repórter
essa bateria descarrega quando?” É o questionamento que o comerciante Marcel Soares do Nascimento, 30 anos, faz ao filho Victor Santos, 04 anos, durante a entrevista para esta matéria. O garoto, foco da conversa, não conseguia parar de “surfar” com a barriga sobre uma das cadeiras da redação enquanto a entrevista acontecia. Sempre que era questionado sobre qualquer coisa, ele apresentava a mesma resposta: “não sei”. Afinal, o que ele sabe é surfar e gastar sua energia com isso. Há seis meses, desde quando o pai ensinou-o a surfar, o garoto virou atração das praias por onde passa. Natural de São Paulo, o filho da pernambucana Wilma Lopes, 36 anos, chama a atenção de crianças e adultos nas praias de Ponta Negra ou Pipa (suas favoritas) quando esta sobre a sua
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prancha. “Alguns pais vêem ele surfando e pedem para tirar uma foto para mostrar aos filhos e incentivá-los para a prática de alguma atividade física”, diz a mãe. A família fixou-se na capital potiguar há cinco meses e, desde então, o garoto divide seu tempo entre a escola, onde Victor está cursando a alfabetização, o surf, o ciclismo, quadriciclo e o skate. Diferente da maioria das crianças, o garoto não gosta de brincar com os brinquedos convencionais. Seus divertimentos restringem-se aos esportes radicais e qualquer outra atividade em que o seu corpo esteja em movimento. No que diz respeito às atividades aquáticas, o garoto pode ser considerado avançado em relação aos demais da sua idade. Aos nove meses já praticava natação, aos dois anos e meio já sabia nadar sozinho sem ajuda de nenhum aparelho de apoio, como bóias ou coletes. “Ano passado a gente estava na casa de um
amigo, então ele pegou um anel e jogou na piscina de três metros de profundidade. E depois disse “pega lá Victor’”, o pai, orgulhoso, completa a história revelando, que apesar do desafio, ninguém acreditava que o garoto fosse ao menos tentar o feito. “Ele desceu uma vez não achando, a gente disse: para deixar pra lá. Ele desceu a segunda vez e quando voltou estava com o anel na mão”, finalizou Marcel. O surf entrou na vida do garoto através do pai, que já pratica o esporte desde os 15 anos, chegando a participar de algumas competições do circuito amador. Porém, a iniciativa de subir na prancha veio do garoto, que vendo seu mentor nas ondas pediu para tentar também subir nela. “Coloquei ele em pé na prancha, e quando soltei o Victor foi sozinho de primeira”, completou Marcel. Quando o garoto começou a pedir muito para ir surfar com frequência, o pai passou a treiná-lo, com técnicas
básicas de como ser levado pela onda sem correr perigo de afogamento, e ficar em pé. Todavia, o pai garante que não existe pressão, e o garoto tem a liberdade de tomar qualquer rumo quando ficar mais velho. “Para ele o surf ainda é uma brincadeira, um divertimento”, completa Marcel. A família que vive em Natal, mas também tem casa em Pipa, revela que as amizades do garoto são basicamente os amigos de surf, porém, todos são bem mais velhos que ele. “Eles apostam corrida e bateria quando estão surfando”, revela a mãe. Mas a faceta “marrenta” do garoto começa a se revelar em momentos como esses. “Ele é muito marrento”, diz Marcel. Ele chega em lugar e faz amizade com todo mundo, se dá bem com todo mundo, mas se um garoto tenta fazer algo com ele, o Victor vai logo pra cima sem medo da idade”, revela o pai. Na escola, toda essa energia, gera dor de cabeça para os professores e responsáveis. “O tio da pe-
Para ele (Victor), o surf ainda é uma brincadeira, um divertimento” MARCEL SOARES Pai de Victor Santos
rua (transporte escolar) e a coordenadora da escola falam que ele é eletricidade pura”, diz Wilma. Tanta eletricidade que até surgiram reclamações. “Ele estava pendurado na escada da escola e a professora morrendo de medo dele se machucar”, como resultado a mãe colocou-o de castigo. De fato, medo parece não ter muito significado para o garoto. Enquanto Victor continua surfando na cadeira, o repórter pergunta do que ele tem medo. E como recompensa, recebe a única resposta do garoto em toda a entrevista: “Eu não tenho medo de nada”, diz. Os pais destacam que os praticantes do surf de Natal são bastante receptivos. Devido à estatura a própria prancha usada por Victor foi adquirida de um outro surfista mirim da capital, o pequeno FabrícioRocha,quejábrilhaemcampeonatosparacrianças.Enquantoisso, o filho de Marcel já se prepara paraoseusegundocampeonatonacategoria petit, que acontecerá em Pipa no próximo dia 12 de Abril.
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
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Banco do Nordeste anuncia edital para concurso
MP avalia impactos de obra sobre Rio Doce
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Banco do Nordeste realizará, neste semestre, concurso público voltado para candidatos de nível médio, visando ao provimento de vagas de Analista Bancário, em toda sua área de atuação – região Nordeste e norte de Minas Gerais e Espírito Santo. O edital do Concurso será divulgado até o dia 7 de abril, tendo como instituição organizadora a Fundação Getúlio Vargas. Serão ofertadas, inicialmente, 12 vagas, sendo duas para o Ceará e uma para cada um dos demais Estados, ficando o restante dos classificados como cadastro de reserva. Em sua última seleção, realizada em 2010, para cadastro de reserva, o Banco convocou 1.892 aprovados. De acordo com o diretor de Estratégia, Administração e TI da Instituição, Nelson Antônio de Souza, a previsão é que pelo menos mais 500 pessoas serão convocadas até a data de término da validade do concurso, 9 de junho de 2014.
Remuneração
A remuneração inicial é de R$ 2.043,36. Os benefícios adicionais são: auxílio-refeição (R$ 509,89), Auxílio Cesta de Alimentação (R$ 397,33) e AuxílioCreche (R$ 330,71). A jornada de trabalho é de 30 horas semanais. O aprovado terá também possibilidade de ingressar nos planos de saúde e previdenciário da empresa.
Ministério Público fará audiência pública nesta segunda-feira (31), com a SIN, SEMURB, IDEMA, IBAMA, SEMARH e IGARN, para debater o impacto das obras do Pro-transporte no Rio Doce, localizado na zona norte da cidade. O projeto existente para o local prevê a transposição de curso d’água do Rio Doce na via implantada mediante construção de bueiro metálico com diâmetro de 2,00 metros. Essa é uma das preocupações que o Ministério Público Estadual irá colocar em discussão na audiência da próxima semana, tendo em vista os impactos em razão do confinamento do rio com o bueiro e possível aterramento do local. A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente lembra, por exemplo, quando da implantação de bueiros no Rio Pitimbu, sob a BR 101, entre Natal e Parnamirim, que tem acelerado o assoreamento do rio e alterado negativamente tanto a quantidade, quanto a qualidade de suas águas. Foi solicitada uma posição da Semurb sobre a obra, tendo em vista que em 2010 a Prefeitura de Natal contratou a consultoria do IBAM para estudar ambientalmente a área e a consultoria registrou expressamente que o traçado pretendido atravessará uma área bastante frágil da ZPA-9, região ainda virgem e sujeita a inundações.
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ENTREVISTA COM O DIRETOR DA FLYTOUR VIAGENS, CLAYTON ARMELIN • PÁGINA 9
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Editora: Cledivânia Pereira [ cledivania@tribunadonorte.com.br ] Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 30 de março de 2014
Prédios e história abandonados « URBANIZAÇÃO » Não há dados sobre abandono de prédios públicos ou particulares em Natal. Mas só no Centro
Histórico, estima-se que 30% dos prédios estejam abandonados. Problema se espalha por outras áreas da cidade IGOR JÁCOME Repórter
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les estão espalhados por toda cidade. Alguns passam despercebidos, mesmo carregando história em suas velhas paredes. Outros são obras caras, novas, que já estão em ruínas pela falta de cuidado. Natal tem dezenas, talvez centenas de prédios e terrenos abandonados pelos seus respectivos donos – seja poder público ou privado. A certeza sobre a quantidade não existe. De certo, apenas os problemas de meio ambiente, segurança e saúde gerados por eles. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) não possui um dado global sobre a quantidade de imóveis em condições de abandono na cidade. De acordo com Floresia Pessoa, secretária adjunta de Planejamento Urbanístico e Ambiental, “os técnicos não dariam conta de todos”. O setor conta com seis servidores que se dividem em vários projetos. A equipe teve um acréscimo recente de dez bolsistas. “A responsabilidade do prédio é do dono. O poder público só intervém em caso de risco à saúde, quando tem lixo, ou quanto está causando outro tipo de problema à vizinhança”, explica. Mas em casos como o do Hotel Reis Magos, na Praia do Meio, a grande repercussão em torno da possibilidade de implosão ou tombamento da obra gerou um estudo na região. Em todo o bairro, foram registrados 34 imóveis fechados. “Nós percebemos que são espaços potenciais e que a área precisa de um planejamento urbanístico. É prejudicial quando temos tantos espaços fechados”, diz a secretária. As regiões mais antigas são as que apresentam mais casos de abandono. Apesar de não apontar um número exato, a Semurb estima que entre 25% e 30% dos imóveis do Centro Histórico de Natal estejam nesta situação. Um deles é o da antiga Faculdade de Direito, localizada ao lado do Teatro Alberto Maranhão. Não fosse a presença de um vigilante contratado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), proprietária do imóvel, a situação poderia estar pior, por causa da ação de vândalos. De todo modo, a segurança não evita o desgaste da estrutura. As colu-
nas do muro estão rachadas, cercadas por raízes de árvores antigas, algumas já perderam tijolos. Na parte de dentro, parte do forro está pendurada. “Isso é uma vergonha. Um prédio como esse podia ser uma escola, uma secretaria de estado, um laboratório da universidade. Fica juntando rato, barata, insetos que trazem doença para o povo”, diz o auxiliar Pedro Francisco dos Santos, 49. Um prédio onde funcionou parte da Semurb, na Ribeira, entra nesta lista. O lixo se espalha pelo terreno e usuários de drogas aproveitam buracos nos muros e nas paredes da edificação para consumirem os entorpecentes, segundo os vizinhos. “Quando chega a noite ninguém pode ficar do lado de fora. Principalmente as moças. Só se tiver acompanhada”, afirma a pensionista Valdecir dos Santos, de 69 anos. Ela lembra que o prédio foi fechado cerca de meia década atrás. Quando a reportagem chegou ao local, dois jovens saiam de dentro do prédio. O depósito de lixo em locais como esse é uma das principais preocupações do poder público. Além do incômodo do mal cheiro, o acúmulo de resíduos causa o surgimento de animais peçonhentos e insetos – entre eles o Aedes Aegypti, o mosquito da dengue. Durante o trabalho de combate ao mosquito, no ano passado, os agentes de endemias encontraram 17% dos imóveis de Natal fechados – não necessariamente abandonados. “Nesses casos, tentamos contato com o proprietário. No último caso, os agentes invadem o local com autorização judicial”, explica o coordenador. A população também reclama da situação de prédios como o número 105 na esquina das ruas Frei Miguelinho e Nísia Floresta, cuja marquise ameaça cair. “Já caíram pedaços grandes aqui. Imagina se pega na cabeça de alguém. Um prédio desse, histórico, deixam acabar assim. Ele podia ser um posto de saúde para os moradores daqui. Quem quer atendimento tem que ir para as Rocas”, reclama o comerciate Jurandi Alves de Macêdo, que tem seu negócio em frente ao prédio.
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Detalhes de prédios abandonados em Natal ADRIANO ABREU
O prédio do Hotel Reis Magos é um dos imóveis desocupados
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Mais IPTU para prédios abandonados
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« URBANIZAÇÃO » Sem legislação que proíba ou puna quem abandona imóveis, a Secretaria Municipal de Tributação
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estuda o aumento gradativo de IPTU para esses casos. Para o Centro Histórico, lei de ocupação deverá ser reeditada
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ão há legislação que proíba o abandono de prédios em Natal, mas a Prefeitura está avaliando projetos que coíbam ou “desestimulem” a prática. Uma delas é o aumento progressivo de impostos como o IPTU (Imposto
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Predial Territorial Urbano). A informação é da secretária de Tributação, Aila Maria Cortez de Oliveira. “Nós nos reunimos com a Semurb e estamos avaliando essa possibilidade”, coloca. A secretária adjunta da Se-
murb, Floresia Pessoa, confirma a possibilidade, mas avalia que a medida talvez não seja suficiente para impedir casos de abandono. “Temos que ver até que ponto isso daria certo. Será que os donos desses prédios teriam condições de pagar? Al-
guns querem reformar, mas não têm condições. Acho que não resolveria o problema”, coloca. No caso do Centro Histórico da cidade, a Semurb prepara a reedição de uma lei que visa o incentivo à revitalização da região. Segundo a secretária, vários pro-
jetos estão em andamento na Ribeira, devido a linhas de crédito lançados com o incentivo do Governo Federal. A gestora ainda explicou que outro instrumento do poder público contra o abandono dos imóveis é o tombamento. Po-
rém, apenas os imóveis com comprovado valor cultural e/ou histórico podem passar pelo procedimento. Ainda assim, a Prefeitura não teria condições de tombar todos. Veja, abaixo, alguns dos prédios visitados pela reportagem.
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Faculdade de Direito
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Antigo Arquivo Municipal e Alimentar EMANUEL AMARAL
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RAYANE MAINARA
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Ministério Público EMANUEL AMARAL
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Os únicos ocupantes do prédio são o vigilante contratado pela universidade e um cachorro.Parte do revestimento já caiu.O terreno está sujo,cheio de folhas e as raízes se enroscam às grades enferrujadas nos muros. O prédio foi usado duas décadas pelo Governo do Estado e depois cedido ao Tribunal de Justiça do RN. Há vários anos,a estrutura histórica que abrigou a antiga Faculdade de Direito está fechada sem qualquer utilização.Desde 2012,a UFRN tenta restaurar o prédio.Os recursos já estão garantidos pelo PAC das Cidades Históricas e o processo de licitação deve ser concluído até o final deste ano.A ideia é que o espaço se torne um centro de cultura e cidadania.
Na esquina das ruas Frei Miguelinho e Nísia Floresta, Ribeira,o imóvel de número 105 já recebeu o arquivo municipal e a Alimentar – órgão da Prefeitura.O local está fechado há anos e oferece risco aos transeuntes.Pedaços da marquise estão caindo.O revestimento de concreto de algumas de suas colunas já cedeu.Moradores já fizeram vários contatos com a Prefeitura,mas não houve retorno.O comerciante Jurandi de Macêdo teme que algo mais grave possa acontecer.“Estou cansado de ver pedaço de laje cair”,coloca.A reportagem tentou entrar em contato com a coordenação da Defesa Civil do município,mas as ligações não foram atendidas.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPE) investiga a compra de um imóvel,que custou R$ 850 mil aos cofres públicos.Ele estava abandonado há seis anos.Desde que a compra foi efetuada em abril de 2008 pelo exprocurador geral de Justiça,José Augusto Peres,nada foi feito com o imóvel. Sem ocupação adequada,o prédio virou alvo de vândalos e foi depredado ao longo dos últimos anos.O caso ganhou visibilidade nas últimas semanas através da imprensa.Os procuradores não admitiram que houve erro na condução do caso.
Sandra Celeste
Presépio de Natal
Central da Agricultura Familiar
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EMANUEL AMARAL
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EMANUEL AMARAL
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EMANUEL AMARAL
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O prédio onde já funcionou o Pronto Socorro Sandra Celeste,no cruzamento das avenida Coronel Estevam e Bernardo Vieira,não tem mais teto.Comerciantes da região dizem que algumas pessoas levaram as vigas e as telhas.A fiação também. As paredes estão sujas,cheias de cartazes de shows e anúncios comerciais.Os buracos onde ficavam janelas e portas foram fechados com tijolos,após denúncias de que usuários de drogas invadiam o local.Ainda assim,eles usariam, até hoje,a estrutura,pulando os muros.“Está fechado,acho que há quatro anos. Tudo que tinha ai levaram”, diz a comerciante Helena Cristina,44.
Depois de vários anos abandonado,o Presépio de Natal aguarda uma restauração para se tornar o espaço cultural do Branco do Brasil.Ele foi inaugurado em 2006,com custos de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos.Depredada,a obra traçada por Oscar Niemeyer é hoje um local propício para o consumo de drogas.“Roubaram portas, vidraças,esquadrilhas,fiação,lâmpadas,até umas obras,umas telas...”,lembra Joab Ewerton,instrutor de auto-escola.Colchões deixados no local denunciam que pessoas dormem no local.As paredes,que já foram brancas,estão sujas,têm buracos.Arte, apenas dos grafites coloridos.O lixo também se acumula.
A estrutura inaugurada em 2010 nunca funcionou para seu devido fim. Atualmente,apesar do empreendimento ainda aparentar boas condições, já existem marcas da falta de manutenção no local.Lâmpadas penduradas,um buraco aberto no estacionamento e o acúmulo de lixo são alguns dos sinais.De acordo com moradores e proprietários de estabelecimento da região,moradores de rua utilizam o local como moradia.O estacionamento é utilizado pelos frequentadores da região normalmente.Pelo menos R$ 3 milhões foram investidos pelo Governo do Estado.
Hotel Reis Magos
Delegacia da Receita Federal
Semurb
O hotel está fechado há 18 anos,é o motivo de uma recente polêmica sobre o seu futuro. Vários estudos estão sendo feitos para embasar o valor histórico do empreendimento.Desde sua compra,na década de 1970,ocorreram várias ações judiciais e protestos contra e a favor da demolição. Nesse período,12 projetos já foram apresentados pelo grupo proprietário.
Pode até aparecer abandonado,mas a Receita Federal garante que o terreno onde começou a ser construída a nova sede de sua delegacia regional,na avenida Prudente de Morais,está apenas com as obras paralisadas.Hoje,no local,só se enxerga muros de arrimo e colunas.Ninguém trabalha no local.A construção começou em janeiro de 2009,com previsão de conclusão em 2012.A obra foi paralisada um ano depois.
O prédio que já serviu à Semurb,na Ribeira,hoje serve de refúgio a assaltantes.A informação é de moradores do bairro.“Ninguém pode ficar na calçada.Dá medo”, revela a pensionista Valdecir dos Santos,69 anos.Com os muros e paredes derribados,o local atualmente é utilizado como ponto de consumo de drogas. Muito lixo e mato estavam acumulados no que hoje é uma ruína
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
natal
3porquatro
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POR ANNA RUTH DANTAS
« CLAYTON ARMELIN » FOTOS: MAGNUS NASCIMENTO
A Copa vai deixar um legado de boa imagem do Brasil” N
o segmento de turismo, o início do trabalho foi na área administrativa da operadora CVC. Nos anos 80, uma empresa que tinha apenas três lojas. Nas primeiras férias que marcou no então novo emprego, Clayton Armelin perguntou para direção da agência se poderia destinar dez dias do período para estagiar em outra área da empresa. Era uma espécie de dedicar parte das férias a um investimento pessoal, tentar conhecer um pouco mais daquele tipo de serviço que lhe era pouco conhecido. O gesto de dedicar parte das férias para um estágio na própria empresa onde trabalhava apenas sinalizava o que viria anos depois: o empreendedorismo do então jovem empregado. “Foi com aquele estágio que despertei para o tino comercial e empresarial”, lembra. Clayton permaneceu 26 anos na CVC, uma carreira iniciada na empresa como auxiliar de cobrança e chegou a diretor nacional de produtos. Mas novamente, depois desses quase 30 anos de empresa, ele resolveu dar uma nova guinada, algo muito típico dos empreendedores. Foi aí que abriu a Flytour Viagens, empresa integrante do grupo Flytour, que tem 40 anos de atuação. O grupo tem sete empresas, é uma das maiores emissoras de bilhetes áreos da América Latina. Na conta de “business travel” atende mais de 17 mil empresas. A empresa da qual Clayton Armelin é sócia opera diretamente com os agentes de viagens. “É uma fábrica de produto que oferecemos para os agentes. Foi inaugurada em maio de 2012 e ano passado vendeu 22% acima da meta. E esse ano queremos dobrar”, afirma o empresário, que participou em Natal do Fórum Estadual de Turismo. Nessa entrevista Clayton Armelin faz uma radiografia do setor, admite que os produtos oferecidos pelas agências são os mesmos e o diferencial vem no atendimento e na qualidade do serviço. Acompanhe o 3 por 4 desta semana:
então decidimos pela Flytour Viagens.
Mas acho que vai ficar o legado como uma imagem boa para o turismo aqui no Brasil. Muitas coisas estão sendo feitas, mas muitas também já foram entregues e isso, com certeza, ajuda. Acho que é um fator motivador”
Traz um lastro sim. Hoje a Flytour completa 40 anos, é uma empresa consolidada. O empresário Elói (Elói D’Ávila, diretor da empresa) é muito respeitado no Brasil e fora. E ele precisava, realmente, ter um braço dentro do grupo para o segmento do lazer. O que o levou (o diretor do grupo Flytour, Elói) a buscar essa nova empresa, da qual eu me tornei sócio, foi o fato de que como ele atende 17 mil empresas a gente imagina e acontece que essas 17 mil geram um número muito grande de funcionários e eles (os funcionários) tiram férias. E como fazer isso? Vamos captar as férias desses funcionários? Foi a partir disso que surgiu a nova empresa. A coisa engrenou e hoje temos tanto nesse segmento de corporativo vendendo lazer, como também o atendimento às agências de viagens. Nosso crescimento com as agências de viagens está sendo muito bom. Eu costumo dizer que todo início tem uma certa preocupação. É como quando um fabricante lança um carro novo. Existe o receio, alguém espera o vizinho comprar para poder comprar. Isso em 2012 foi um ano de provas, que conseguimos demonstrar. Em 2013 vendemos mais de 102 mil passageiros, que é uma marca boa para praticamente um ano de operação. É um número que talvez algumas operadoras levassem cinco ou seis anos para ter um volume desse. Logicamente, que isso é aliado a marca do grupo Flytour que é muito forte. O que a operadora do senhor traz de diferencial? O senhor hoje concorre com a empresa onde atuou por quase 30 anos (a CVC)?
Não foi um passo arriscado sair de uma empresa consolidada como a CVC, onde o senhor era diretor, para abrir sua própria empresa?
Acho que não. Existem ciclos. Há as coisas chamadas ciclos que um dia a tendência é ser renovada. Isso aconteceu para mim. A CVC é uma excelente empresa. Aprendi muita coisa, conheci duas pessoas fantásticas, que são o Guilherme Paullus e o Walter Patriani (diretores da CVC), são pessoas que adoro. Aprendi muito e acho que chegou o momento de ter uma coisa própria, galgar um futuro seu. Esses 26 anos foram magníficos, mas chega uma hora que o ciclo precisa ser renovado e eu percebi isso e nós
O senhor abrir uma empresa dentro do grupo de uma marca que já tem 40 anos lhe oferece mais segurança?
Nós entendemos que o turista vai uma vez para Porto Seguro. Na segunda vez que ele quer viajar, com essas facilidades, ele começa a pensar em outros destinos um pouco mais caros”
Não tem muita coisa para oferecer de diferencial porque em questão de destino, veja, se oferece Natal o mesmo hotel que a Flytour trabalha outras operadoras também trabalham. O diferencial nosso é o preço competitivo. Diria hoje que é um preço melhor do mercado. Inclusive, em outubro (de 2013), recebemos da Aviesp (Associação das Agências de Viagens do Estado de São Paulo) o prêmio eleitos pelos agentes de viagem como a melhor condição comercial. Aliado a isso, trabalhamos o que eu chamo o projeto Presença, onde procuramos crescer em várias capitais nacionais e internacionais com um tratamento diferenciado para nosso passageiro. A gente consegue ter um trabalho muito diferenciado com o passageiro. O fato da gente dividir os nossos passageiros em vários ônibus para que eles possam chegar mais rápido aos seus hotéis, quando desembarcam na cidade de destino, isso
já é um diferencial. Há uma equipe de atendimento, em trabalho com os receptivos locais. O turismo é a arte de bem receber. Hoje o passageiro necessita disso. O avião é o mesmo, o hotel é o mesmo. Então o que difere? É o trato, o contato diadia. A nossa equipe de terra junto com os passageiros. Qual sua aposta de destino hoje?
Hoje no Brasil o Nordeste, sem dúvida, ainda chama atenção do turista. O primeiro turista, aquele de primeira viagem, a grande opção dele ainda é Porto Seguro porque o tempo de vôo, saindo de São Paulo, é no máximo duas horas e isso faz o produto ser muito competitivo em questão de preço. Hoje você pensar um turista que nunca viajou e quer viajar com a família, uma das primeiras opções que o leva é ir para Porto Seguro. Se ele vai fechar a viagem ou não, é aí que entra aquele fato de trabalhar o passageiro. O agente de viagem sendo bem treinado, se o passageiro chega com uma dúvida, consegue trabalhar o passageiro dentro da loja. Hoje há uma facilidade de parcelamento. O turista enxerga muito isso. Se você tiver um facilitador de vender um pacote até dez vezes é muito bom. A média da família hoje para uma viagem é de três pessoas. Encarece se ele tem que pagar tudo de uma vez, mas se divide o pacote fica muito melhor. Hoje Porto Seguro hoje é o destino mais vendido. Mas nós entendemos que o turista vai uma vez para Porto Seguro. Na segunda vez que ele quer viajar, com essas facilidades, ele começa a pensar em outros destinos um pouco mais caros. E no exterior? Qual sua aposta?
Hoje o Caribe é muito procurado. Está em grandes promoções. Punta Cana está surpreendendo muito. Diria que o
Caribe hoje é a terceira ou quarta viagem já planejada de uma família. Ele já conheceu o Nordeste, o desejo é fazer uma viagem internacional. E é aquela coisa de quando chega de viagem: é história do cabelereiro. Existe toda uma magia nisso. O que ficará após a Copa do Mundo? O que vai restar desses preços que estão sendo cobrados por hotéis e restaurantes?
Em questão de estágio estamos preparados. Sobre a Copa para o lazer interno, diria que os turistas já estão pensando em outras alternativas. Não é o turista apaixonado pela Copa. Há modificação do calendário escolar devido a Copa e estamos montando algumas coisas paralelas a Copa. As companhias aéreas fizeram uma redução de preço, mas já afugentou muito. Pós-Copa vejo que esse é um ano de muito trabalho, tem também as eleições, acho que o nome do Brasil está sendo muito divulgado, apesar de alguns problemas. Mas acho que vai ficar o legado como uma imagem boa para o turismo aqui no Brasil. Muitas coisas estão sendo feitas, mas muitas também já foram entregues e isso, com certeza, ajuda. Acho que é um fator motivador.
Ì QUEM Clayton Armelin veio de uma família de seis irmãos, com reduto em Santo André. Dentro da família, a doutrina praticada pelo pai era que todos os filhos deveriam fazer o curso de SENAI, para formação da indústria. “Eu tive que fazer e fiz o curso de torneiro mecânico”, lembra, ressaltando que “não era o que queria, mas deixou o pai feliz”. Ainda cursando o colegial recebeu convite para trabalhar na área administrativa da CVC, em 1985. Naquela época da CVC tinha apenas três lojas. Chegou a diretor da empresa e hoje Clayton Armelin comanda sua própria operadora de viagem.
Internet compete com agência?
Hoje você tem alguns veículos de internet que, realmente, competem. Mas eu diria o seguinte, causa medo? Diria que não. Hoje o turista que compra através de uma agência de viagem tem algo que a internet não tem: assistência. Qualquer problema que envolva hotel, aéreo, hoje a agência de viagem está muito mais preparada. A agência tem suporte da operadora e a operadora tem o suporte 24 horas por dia. Você quer ter preço ou a tranqüilidade e confiança de ser assistido na sua viagem? Isso hoje é um grande diferencial.
E Ì BATE VOLTA Quem decide o destino da viagem? - É a mulher. Falo por experiência própria, sou casado, pai de duas meninas. Quando era eu e minha mulher, quem decidia era a mulher. É aquela história, você quer ter razão ou ser feliz? Hoje em uma família o peso muito grande é a esposa e os filhos. O principal fator de decisão é a esposa.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
natal “Ilegítimo é o Governo cheio de Força e vazio de Poder”
« ELIANA LIMA »
Do jurista Goffredo da Silva Telles Jr
elianalima@tribunadonorte.com.br
FOTOS JOAONETOFOTOS.COM
A diferente
Natal é uma cidade atípica. Pano para as mangas de uma excelente tese. Estudo a se aprofundar. Curiosidades saltitantes. Costuma dizer o empresário Mário Barreto que Natal é tão diferente que conseguiu quebrar gigantes como a CocaCola e é o único lugar no mundo onde pão se compra no horário da tarde – enquanto a tradição lota as padarias pela manhã.
Faz sentido
O empresário pernambucano Lula Vasconcelos, que investe no RN, não se conforma com o atendimento sem a qualificação devida. Atenta que em Natal os funcionários das mais diversas áreas de consumo costumam pedir desculpa em vez de dar obrigado. Ou seja, a velha frase “desculpe qualquer coisa”, como a desculpa pelo “tem, mas tá faltando”, etc e mais. Ao contrário de dizer obrigado pelo elogio recebido.
Retrato
Dia desses, um empresário chegou a uma loja de construção com uma lista de compras que somaria cerca de 30 mil reais. Diante do valor alto, o funcionário chamou o dono para atender ao cliente, que queria o melhor produto e pagaria à vista. Na conversa, eis que o celular do proprietário toca, ele atende e dá as costas para o cliente para conversar mais à vontade. Quando se virou, deparou-se com um cliente vermelho de raiva, que disse: “Olha, você não merece essa minha compra, não. Fica com sua ligação que eu vou procurar outro lugar”.
Sem história
Dia desses, diante das notícias nas páginas dos jornais informando sobre o fim de investimentos, o juiz federal Ivan Lira desabafou no Twitter: “NATAL, terra do ‘já teve’. Sinto tristeza pelo caráter efêmero de muitos estabelecimentos de lazer/gastronomia da nossa cidade. Coisas boas de repente desaparecem. Quando em vez vou a um bar ou a um restaurante com a minha família e encontro a placa “vende-se” ou similar. Isso merece um diagnóstico acadêmico ou de instituições sérias como SEBRAE, FECOMÉRCIO etc. É preciso mudar essa sina de parte do empreendedorismo natalense!”.
Visão
Provocado pela coluna com a frase do empresário Lula Vasconcelos, Ivan Lira completou: “Como leigo arrisco o pitaco de que um dos vetores do fiasco, em muitos casos, é o “achismo” conflitando com o profissionalismo. Acho que confundem ser arrojado com ser inconsequente. E os órgãos de consultoria e qualificação são tão acessíveis...
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3 1 – NA MÍDIA
a custo baixo... SENAC, SEBRAE etc.. Resta descobrir uma “vacina”.... um preventivo... para esses empreendedores de risco incerto (ou cego)”.
Priscila Freire e Guilherme Galvão
2 - FLASHES
Danielle Costa e Robson Andrade
Ideia
E o sensato juiz sugeriu: “Que tal campanhas publicitárias dos segmentos oficiais de fomento à área (Ministério da Micro e Pequena Empresa e congêneres do Estado e do Município), estimulando cautelas e eficiência para os empreendedores? Tudo com carinho e empatia. Como disse, é só um pitaco...”.
3 - SININHOS
Casadóns-apaixonadóns: Mariana Rebelo e Marcelo Sá
4 - ESPORTE
Camila Dantas e Dudu Machado
5 - HOLOFOTES
Leandro e Ilana Albuquerque
E assim...
Quem diria...os governos – federal e estaduais – defenderam com afinco a realização da Copa do Mundo no Brasil em nome do progresso, com o tal “legado”, e de levar as potencialidades brasileiras – naturais e empreendedoras – ao conhecimento do planeta.
...E agora?
A contagem regressiva para o mundial de futebol já começou e o que se vê é que o tal do “legado” ainda não se pronunciou. Até o momento, obras propaladas em verso e prosa não saíram das promessas e vemos transtornos por algumas obras em andamento, que não se tem ainda ideia do resultado. De concreto, os pomposos estádios. Melhor, arenas.
Sofismas
E os governantes que falavam tanto em vender a imagem das belezas do Brasil ao mundo, agora se calam diante da realidade que o mais leigo esperava. Todo o mundo tomou conhecimento das entranhas de um país que envergonha o seu povo diante do caos em áreas essenciais como saúde, educação, segurança, habitação. O
4 mundo tomou conhecimento dos esgotos da corrupção do Brasil varonil. Conheceu a revolta do povo brado retumbante que não quer mais se calar diante de promessas que terminam em descalabros.
Vergonha
Em vez de belezas, o mundo conheceu as vísceras do Brasil. Problemas significativos com criminalidade, destacando-se venda e consumo de drogas, sequestros-relâmpagos, domínios dos “morros” por bandidos. Etc e mais. Muito mais. O mundo soube que várias cidades brasileiras – entre elas algumas que serão sede da Copa - estão no ranking das mais violentas do mundo.
Pior
O mundo soube que o pobrerico-país em que seu povo paga os impostos mais altos do mun-
5 do, gasta bilhões para os jogos do mundial, mas não investe no esporte, uma porta de incentivo para tirar jovens do cruel mundo das drogas, por exemplo. Mostrou ao mundo que jovens, em vez de frequentar escolas e esportes, estão noiados em cracolândias. Viu que polícia mal paga e sem preparo arrasta mulher trabalhadora em velocidade pelo asfalto.
Pra frente
E o país de uma gente amiga e tão contente amarga uma imagem que será difícil de apagar. Tamanha sua negatividade. Que vergonha!
Pois é
Em Natal, várias obras prometidas não saíram do papel. Nem o maior gargalo da cidade foi contemplado com as cantadas obras de mobilidade – o quarteirão que compreende o
Precaução
Hospital Walfredo Gurgel, Midway Mall, Caern, flat, livraria...e preste a inaugurar três torres com lojas comerciais e apartamentos. Enquanto isso, o túnel propalado não sai da promessa.
Então
No RN, até agora, de concreto, apenas a única obrigação que uma cidade-sede não poderia falhar: o pomposo estádio Arena das Dunas, que já está rendendo aos potiguares uma dívida mensal de R$ 10 milhões, que somará num prazo de 20 anos o mínimo de 1,3 bilhão, e o máximo superior a 2 bilhões.
Bom
A expectativa é de que durante o mundial Natal receba cerca de 12 mil japoneses, 65 mil americanos, entre 15 e 20 mil italianos, dois mil camaroneses. Como receber com o padrão Fifa? Eis a questão.
Espertos e exigentes que só, os japoneses vão colocar nos hotéis de Natal tablets que traduzem da sua língua para o português. O hotel que aceitar, vão enviar chefs para treinar suas equipes, para receber bem, também, com a sua tradicional culinária. Os italianos querem conhecer belas mulheres. Está em implantação em Natal uma central de atendimento exclusiva para turistas, com policiamento e médico de plantão. Já para a população local...Ora, bolas.
« COLMEIA » à Domingo de felicidade para Gracinha Madruga, Rodrigo Dantas, João Maria Vilela, Maia Pinto, chef Leo Tavares, radialista Jota Melo. à Segunda-feira com coro de parabéns para Regina Pinto, Emília Reis, Neide Galiza Montenegro, Marcelo Mariz, Rafael Correia de Oliveira, Augusto Macedo, Hélio Gurgel, Sávio Santana, Max Cabral, fotógrafo Esdras Rebouças.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
natal
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« GEORGE AZEVEDO » georgeazevedo@digizap.com.br
Portas abertas
Sob a batuta da empresária Sarah Muñoz, rolou um “super” fashion day, no último sábado, 22, para a reinauguração da Amour Store. A nova loja instalada no Oásis Center, em Mossoró, reuniu fashionistas, imprensa e vipérrimos que conferiram a moda praia, fitness e lingerie apresentadas em desfile recheado pelo cast Tráfego Models com trilhas da DJ Hunter. Na ocasião, a modelo transsexy Sarah Lins, causou maior frisson ao aparecer na passarela usando uma lingerie branca. Confira o registro! FOTOS: DANIEL ZUMBA E GEORGIANO AZEVEDO
A transsexy Sarah Lins, causando frisson com a moda lingerie
Sarah Muñoz em close com o Mister Mossoró, Thiago Faustino
Jacyara Coelho e a moda Amour Store
A colunista Lizana Lima não poupou elogios
Na ocasião, Georgiano Azevedo aproveitou para gravar o quadro seu quadro Por dentro da moda
Carlos Careca e Lucinha prestigiando Sarah Muñoz
Sarah Muñoz recebendo Luana Sanssano. Beijinho no ombro!
Sarah Muñoz, recebendo a jornalista Aline Linhares
Izabel Dias também foi prestigiar a empresária Sarah Muñoz
A empresária Sarah Muñoz, encerrando o seu desfile de lançamentos ao lado do cast Tráfego Models
Happy hour
Os empresários Marina Costa e João Aguiar receberam em um happening pra lá de bacana, no último dia 26, imprensa e convidados para a sessão corta fitas do Trio, que vem a ser um novo espaço com uma proposta diferenciada que une comida, música e bebida. A novidade que está localizada na Rua Mipibu, em Petrópolis, é dividido em três ambientes e entre eles há ainda um palco onde bandas tocarão músicas mais tranquilas, como jazz, blues e bossa, às sextas-feiras, e DJs farão um som de lounge, quintas e sábados. FOTOS : SUELI TIYOMI NOMIZO
Marina Costa recebendo a fashionista Nathi Faria
Marina Costa e João Aguiar, os donos da festa!
O jornalista Ulysses Freire também prestigiou Marina Costa em sua inauguração
O casal Carol Bezerra e Henrique Abreu marcaram presença na noite de inauguração
Juninho e Suzana Schott aprovaram tudo
Palone Leão e Daniella Vasconcelos conhecendo o espaço
O mister Rio Grande do Norte entre a miss Rio Grande do Norte, Cristina Alves e a miss Natal, Isabella Cecchi
Marina Costa recebendo queridíssima Simone Silva
Raiane Cavalcante, a hostess do trio
DJ AK Baumgartner foi quem comandou a noite
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
natal DIVULGAÇÃO
NELSON MATTOS FILHO avoante1@gmail.com
S
extante é um instrumento elaborado para medir a distância angular entre um astro e a linha do horizonte. Na navegação marítima ele é de grande importância, pois permite que um navegante bem treinado consiga tirar uma posição com bastante exatidão. O sextante surgiu em 1757 e há mais deduzentosanossetornouumsímbolo da navegação. Hojecomoadventodosmodernos GPS, o aparelhinho espelhado, e por isso mesmo apesar de simples muito frágil, tem ficado jogado dentro das maletas, mas vez por outra aparece um saudosista para ressuscitar sua história. Dizem que ele ainda faz parte da lista de equipamentos obrigatórios nos grandes navios comerciais e nas frotas militares e fico feliz que seja apenas por lá, pois utilizar o aparelhinho espelhado a bordo de um veleiro de oceano é um Deus nos acuda. Na prova para tirar carteira de Capitão Amador à autoridade marítima exige conhecimento dos segredos e cálculos sobre navegação astronômica e é justamente ai que o bicho pega. Os astros e seus cálculos de exatidão já tirou a alegria de muita gente boa. Certavezembarcamosumamigo que conhece tudo sobre sextante e astronomia para uma viagem até a ilha de Fernando de Noronha. Ele chegou a bordo e foi logo dizendo: Comandante, não vai ser preciso utilizar o GPS, pois as nossas posições tirarei pelo sextante. Respondi que tudo bem, mas de-
O SEXTANTE
cidi comprar mais uma boa quantidade de pilhas para alimentar o GPS. Quem vai ao mar avia-se em terra! Nem bem saímos na boca da barra da cidade de Recife o caboclo já disse para que veio e o sextante não saiu do saco. Enquanto esperava ele se recuperar liguei o GPS e como ele não se recuperou só desliguei o bicho em Noronha. Ainda
bem que comprei mais pilhas. Estou eu em Salvador e me liga Elson Fernandes, Mucuripe, o mesmo que havia ido para Fernando de Noronha, querendo fazer um passeio pela Baía de Todos os Santos até a Barra do Paraguaçu. Respondi que podia vir e marcamos dele embarcar na Ilha de Itaparica. Ele foi logo dizendo que traria o sextante e que dessa vez a história toma-
ria outro rumo. Pois bem! Elson Mucuripe, como ele é mais conhecido é um grande amigo, grande figura humana e dono de uma prosa e musicalidade acima da média, mas como tirador de ângulo é uma graça. Assim que levantamos âncora de Itaparica ele pegou o sextante para tirar a posição. Olhou, anotou, tornou a olhar, fez algumas contas e guardou o apa-
relhinho. Como quem não quer nada, mas querendo, perguntei sobre a nossa posição e ele respondeu: Acho que vou ter que refazer os cálculos mais tarde, pois por enquanto estamos na costa da Namíbia. Aondehomemdocéu?Foiumagargalhada geral a bordo. Ancoramos na Barra do Paraguaçu com o Sol nos proporcionando um belo espetáculo no crepús-
culo e depois de registrar aquele belo visual, desembarcamos para jantar na casa de Seu Lídio, um outrora comandante pelos mares da Bahia e padrinho da esposa do Mucuripe. Logo após o jantar, onde foi servida uma deliciosa moqueca de siri, lá vem o Mucuripe, meio que desconfiado e com os novos cálculos feitos, reafirmando que realmentenaquelatardeestávamosnavegando na costa africana. Danouse! Ainda bem que tenho meu GPS. Depois do jantar eu e Lucia voltamos para o Avoante e combinamos outra velejada para o dia seguinte,dessavezatéSalinasdaMargarida,masantesdesaiririamostomar café na casa do Sr. Lídio. Assim que cheguei o Mucuripe me apresentou novos cálculos e dessa vez a coisa estava bem encaminhada, pois havia um erro de “apenas” oito milhas náuticas. Ah bom, pensei que nunca mais iria me achar dentro da Baía de Todos os Santos. Como Salinas da Margarida fica a pouco mais de quatro milhas náuticas da Barra do Paraguaçu, não foi preciso o uso do sextante e para garantir que iriamos em segurança, entreguei o leme ao capitão de longo curso Lídio, e entre uma visadaeoutrafuimedivertindocom a prosa do Elson Mucuripe e me deliciandocomashistóriaseexperiência vividas pelo comandante Lídio. Elson garante que um dia ainda vai cruzar os mares do mundo munido apenas de um sextante e uma bússola. Eu não tenho dúvida disso, pois apesar do desnorteamento que passamos, ele é um grande estudioso da navegação astronômica. Namíbia! Se oriente homem!
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O AMÉRICA ADOTA UM NOVO “REI”: ARTHUR MAIA • PÁGINA 2
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Editor: Itamar Ciríaco itamar@tribunadonorte.com.br
Natal • Rio Grande do Norte • Domingo • 30 de março de 2014
»ENTREVISTA » VIOLA “Pode haver surpresas na Copa” CAMPEÃO DO MUNDO EM 1994
RAYANE MAINARA
Como foi sua passagem pela Seleção Brasileira?
Pra mim foi o máximo. Qualquer jogador de clube, como eu fui, eu acho que ele tem que almejar sempre buscar um pouco mais na sua carreira e esse um pouco mais é sempre vestir a camisa amarela, da Seleção Brasileira. Eu tive essa vontade, essa personalidade, essa sorte também, trabalhei muito para poder conquistar a Amarelinha e consegui uma coisa que poucos terão que é ser campeão pela Seleção e erguer a taça.
« COPA 2014 » Campeão mundial
em 1994, o folclórico atacante fala no risco de “zebras” aqui no Brasil CARLOS ARTHUR CRUZ Repórter
O
folclórico atacante Paulo Sérgio Rosa, o Viola, exSantos, Corinthians, Palmeiras, Vasco e campeão mundial em 1994 com a Seleção Brasileira, esteve em Natal durante a semana visitando a exposição “Brasil: um país, um mundo”. Viola foi responsável por guiar um grupo de convidados de um dos patrocinadores da mostra, e mostrou na visita algumas peças
e falou de passagens marcantes suas durante a vida de jogador de futebol profissional. Aos 45 anos, Viola admitiu que encerrou a carreira, apesar de continuar recebendo alguns convites para atuar em clubes menores. O agora ex-atleta conversou com a TRIBUNA DO NORTE e disse que por onde passa é bem recebido em função de ter tido uma sucesso na profissão de jogador. Viola ainda falou sobre como vê o processo de preparação do país para a Copa, sua passagem pela Seleção e sobre o favoritismo do
Brasil em mais um Mundial.
A Seleção está preparada ?
Você já encerrou a carreira?
Na verdade, eu já parei. Encerrei a carreira. Embora receba alguns convites ainda para poder atuar, eu prefiro agora curtir um pouco mais a família e tem a Copa do Mundo aí também e curtir esse país maravilhoso da gente. O que mais te marcou como atleta?
Já tenho muito tempo de carreira, mais ou menos uns 20 anos e graças a Deus uma carreira marcante e de bons serviços presta-
dos. Acho que todas as equipes por onde eu passei, não importa seja ela grande ou pequena, eu consegui deixar minha marca, deixar minha história, deixar amigos também e pra mim foi uma história dentro do futebol muito marcante. Todo lugar que eu vou sou muito reconhecido pelo bom trabalho que eu implantei dentro do futebol brasileiro.
Na verdade, eu já parei. Encerrei a carreira. Embora receba alguns convites ainda para poder atuar”
O futebol mudou muito. O pouco de falta de experiência que dizem que a nossa seleção tem, isso também vai faltar para as outras, porque o futebol mudou. Hoje, tem jogadores muito mais jovens do que na minha época, mas quem tem amor pela sua camisa, pelo seu trabalho, um esporte que é apaixonante no mundo todo, então eu acredito que mesmo não tendo total experiência, mas que nós sempre formamos bons atletas, bons jogadores, verdadeiros craques e eu tenho certeza que a
Seleção não deve a ninguém. Nós temos um futebol de qualidade, nós temos um futebol de força também e eu tenho certeza que se os jogadores entrarem com o pensamento que eles têm que ser operários e não milionários com certeza a Copa é nossa. Como analisa a Copa no Brasil?
É difícil até falar sobre construção, falar desse tema. Eu sempre gosto de falar de futebol que é minha área. A gente ouve todos os dias que vários estádios às vezes foram até ameaçados de sair da Copa porque houve um atraso muito grande, mas eu acredito que os bilhões que nós estamos gastando que os estádios possam ficar prontos para que a gente possa dar seguimento na Copa do Mundo e ser tudo perfeito. O Brasil é favorito?
Brasil em todas as Copas sempre foi o favorito. Se os jogadores entrarem com o pensamento que eles têm que ser operários e não milionários, com certeza a Copa é nossa. A nossa qualidade é muito grande, só que nós temos que respeitar também as outras seleções que vem aí como a Argentina, Portugal, enfim seleções que se classificaram e todas as seleções querem ser campeões. Nós temos que fazer um trabalho pouco a pouco e nossa torcida também acreditar que a gente pode chegar lá e conquistar. Numa Copa como essa, às vezes pode haver zebras, pode haver surpresas, mas a gente espera que não no nosso país.
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esporte MAGNUS NASCIMENTO
MAGNUS NASCIMENTO
O novo craque da camisa ADRIANO ABREU
Apesar de jovem e ter feito um gol comparado ao de Maradona, em 1986, Arthur Maianão se deixa deslumbrar pela fama e com pé no chão, diz desejar ser ídolo em Natal
FICHA TÉCNICA Arthur Maia, 21 anos É natuaral de Maceió. Alagoas, mas ingressou na carreira do futebol por um núcleo do Vitória/BA aos 12 anos, em sua cidade Natal mesmo. Foi profissionalizado pelo clube baiano aos 17 anos e antes de chegar ao América teve passagens pelo próprio Vitória, onde passou dois anos e disputou a série B de 2013 pelo Joinville.
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Dentro das quatro linhas, essa questão de favoritismo não pesa tanto, mas a cobrança sempre será grande dentro do América” ARTHUR MAIA Jogador do América JÚNIOR SANTOS
Arthur Maia tem contrato até o final da série B com América
A
s oportunidades nas nossas vidas podem surgir de onde menos se espera. Foi mais ou menos isso que aconteceu na carreira do meio-campista Arthur Maia, meio-campista que, sem espaço no atual elenco do Vitória, resolveu trocar um clube colocado na elite do futebol nacional pelo América e foi justamente no RN onde o atleta conseguiu ser visto mundialmente, com um gol marcado na vitória diante do Globo, domingo passado, que fez o jornal argentino “Olé” — reconhecido pelas provocações que faz com os brasileiros — comparar o feito do camisa dez americano, ao de Maradona, na Copa de 1986, no México. Feliz com a repercussão do gol, Maia acredita que tomou a decisão correta ao trocar o futebol baiano pelo potiguar e diz que pretende aproveitar o bom momento e a rápida adaptação, para escrever o nome na história do time alvirrubro. “Estava sem espaço no Vitória, quase não vinha sendo relacionado para os jogos e quando surgiu a oportunidade de transferência para o América, não pensei duas vezes. Sou de Maceió e conheço a grandeza americana, sabia que era um clube de massa e que costuma brigar bem nas competições que participa”, ressaltou. Se sentindo perfeitamente adaptado ao novo clube e a cidade, agora o jogador de 21 anos, com a ajuda da família pretende administrar bem a carreira, tudo no sentido de evitar cair nas armadilhas que o mundo do futebol costuma aprontar para os garotos talentosos, que costumam desabrochar cedo e ganhar fama repentina. “Tenho 21 anos, não parece, mas eu já sou bem rodado nesse mundo. Fui profissionalizado aos 17 anos e já vivi muitas coisas dentro do futebol. Tenho sorte por ter uma boa base familiar, uma namorada que me apoia sempre e sei bem onde pretendo chegar. Essa fama veio com o gol
que marquei, hoje as imagens rodam o mundo com muita facilidade, mas tenho de procurar mostrar meu valor a cada oportunidade que eu tiver de entrar em campo”, disse o atleta. Quanto a chance de atuar na equipe potiguar, ele disse que está tendo a oportunidade que sempre sonhou, pois conta com a confiança de todos os jogadores, da comissão técnica e conquistou o carinho dos torcedores, fatos que, somados, facilitam a adaptação no novo clube. “Essa minha estada no América está sendo da forma como imaginei, pois eu sempre busquei sonhos grandes, metas que possam alavancar a minha carreira então, mesmo com pouco tempo no clube, as coisas estão ocorrendo da melhor maneira possível. Estou muito feliz com esse início de relação com o América, espero conseguir manter tudo de bom que vem acontecendo para que, no final dessa relação, eu possa ficar marcado na história desse importante clube”, reforçou. Fora da Copa do Nordeste e com objetivo de recuperar o terreno perdido no Estadual, onde perdeu o primeiro turno do octogonal final para o Globo, Arthur Maia aposta todas as suas fichas no elenco americano e também não classifica o fato de o time ficar em segundo lugar no turno anterior como um tropeço. “Nós não realizamos uma má campanha, acabamos o primeiro turno com o mesmo número de pontos do Globo e perdemos o título apenas no saldo de gols. Isso foi questão de mínimos detalhes, foram jogos que pecamos em alguns pontos apenas e que acarretaram nessa perda. Mas no segundo turno a gente está com gás total, bem mais focado e determinado na conquista. Estabelecemos uma meta para nosso clube, fizemos três jogos e ganhamos todos e a gente pretende crescer ainda mais para ir em busca do título estadual”, destaca Arthur Maia.
BATE-BOLA
Arthur Maia/Meio campista do América Parece que você caiu como uma luva neste time do América. Era o jogador que faltava, como é essa coisa?
O grupo do América é muito bom, desdo o início do ano vem demonstrando isso através de resultados, batendo o Vitória, em Salvador, de forma convincente. Então quando você chega num grupo de qualidade e que está encaixado, fica mais fácil entrar e demonstrar um bom futebol. Comigo ocorreu assim, todos me deram confiança e me acolheram muito bem e, assim, quando tive as oportunidade pude agarrar. A questão de o América estar no Estadual como favorito ao título, prejudica o clube?
A gente sabe que o América é o clube grande do estado e temos de ter consciência disso. Dentro das quatro linhas essa questão do favoritismo não pesa tanto, mas por conta da cobrança da imprensa e da nossa torcida, por sermos um clube de grande investimento, haverá sempre uma exigência a mais. Porém, nós temos de saber assimilar essa situação da melhor forma possível e não deixar que ela se transforme em um peso para o grupo. Você é jovem, mas entrou no clássico contra o ABC e pareceu um jogador bem rodado. De onde vem essa tranquilida-
de do Arthur Maia?
Apesar dos meus 21 anos eu já passei por muita coisa dentro do futebol. Para você ter uma ideia eu subi para divisão profissional com 16 para 17 anos e dai para frente venho seguindo essa trilha, atuando e as vezes ficando no banco em busca do meu espaço. Já participei de jogos do Brasileirão, Copa do Brasil, fiz muitas viagens, convivi com jogadores bem mais experientes e aprendi bastante com isso tudo. Logo, eu já carrego uma certa experiência, o que facilita minha vida nos jogos mais difíceis, como costumam ser os clássicos. Os jovens atletas estão se preparando melhor para assumir esse tipo de responsabilidade cada vez mais cedo?
Depende muito. Eu graças a Deus agradeço a minha família e também a minha namorada que, Graças a Deus, sempre se fizeram muito presentes em minha vida. As vezes acontece de um garoto não possuir uma boa base familiar e não possuir uma estrutura formada para quando surja uma situação de risco, ele não consiga driblar. Como disse, sempre tive um apoio muito forte e isso vem mostrando o resultado agora, pois não sou de me deslumbrar facilmente com nada e nem de me deixar abater.
“A gente sabe que o América é o clube grande do Estado e tem de ter consciência disso” MAGNUS NASCIMENTO
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América joga para se manter líder « ESTADUAL » Vindo de quatro vitórias seguidas, entre Potiguar e Copa do Nordeste, alvirrubro faz o clássico contra o Alecrim, precisando vencer para seguir na liderança do segundo turno e se aproximar da final
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íder do segundo turno do Estadual e vindo de quatro vitórias seguidas, o América enfrenta hoje, às 17h, na Arena das Dunas, o Alecrim. Além de ser um clássico do futebol potiguar, a partida é considerada pelos dois times, vital para as suas pretensões. Com um jogo a menos do que os seus adversários, o alvirrubro precisa da vitória para se consolidar na liderança da tabela e ficar mais próximo do título e consequentemente da decisão do campeonato. Atingindo essa meta, de quebra, o time ainda leva as vagas da Copa do Brasil e Nordeste na próxima temporada, ano de centenário do clube alvirrubro. Para essa partida decisiva, o técnico americano, Oliveira Canindé vai poder contar com o retorno do volante Fabinho, considerado por ele, peça fundamental no esquema de jogo do América. A posição do jogador, dentro de campo, que ainda não foi decidida. Como Wálber segue fora do time, lesionado e o jovem Marcelinho parece não ter agradado na lateral direita, é provável que Fabinho seja deslocado para a direita, com o meio campo sendo formado por Márcio Passos, Denner e Arthur Maia. “Sabemos que é uma partida muito importante para as nossas pretensões dentro do campeonato e precisamos entrar focado no clássico. Não podemos perder a determinação que estamos tendo nas partidas. Vai ser uma partida muito complicada, mas estamos preparados para essa decisão”, disse Fabinho. A novidade na relação dos
JÚNIOR SANTOS
jogadores pode ser a presença do atacante Isac, que está recuperando de uma lesão que o deixou de fora do time por um longo tempo. O restante do time é o mesmo que derrotou o Santa Cruz na última rodada, por 2x0. No Alecrim, a expectativa do alviverde é conquistar mais uma vitória em clássicos, para seguir com chances de ser campeão do turno e continuar na briga pela vaga na série D do Brasileiro desse ano. A expectativa é de que o zagueiro Sidnei, o volante Danilo Lopes e o atacante Felipe Moreira reforcem a equipe no clássico, depois de um longo período entregues ao departamento médico do clube. “Teremos mais um clássico pelo frente e que, para nós, vale seis pontos”, disse o técnico alecrinense, Romildo Freire. Na quinta posição, com quatro pontos, o Alecrim vem de uma vitória sobre o ABC, que deu mais ânimo ao time.
FICHA TÉCNICA AMÉRICA ALECRIM Dida; Fabinho, Cléber, Edson Rocha e Alex Barros; Márcio Passos, Denner e Arthur Maia; Adriano Pardal, Rodrigo Pimpão (Tiago Dutra) e Max. Técnico: Oliveira Canindé
Danilo; Gilberto Matuto, Romeu, Alexandre e Diego Mipibú; Goeber, Pedro Ivo, Leomir e Gabriel; Mateus e Quirino. Técnico: Romildo Freire
Estádio: Arena das Dunas, Natal/RN Horário: 17h Árbitro: Ítalo Medeiros de Azevedo. Auxiliares: Lorival Cândido das Flores e Francisco Jailson F. da Silva.
No América, Oliveira Canindé vai poder contar com Fabinho
JÚNIOR SANTOS
Recuperado de lesão, Gilmar pode ser a novidade no time do ABC
ABC faz decisão contra o Globo Depois de vencer o Coríntians de Caicó e se manter com chances matemáticas de conquistar o título do segundo turno do Estadual, o ABC volta a campo hoje, às 18h30, para enfrentar o vice-líder da competição, o Globo, fora de casa, no estádio Barrettão, em Ceará-Mirim. A vitória é essencial para as duas equipes, já que ambas querem desbancar o América, líder do turno. O técnico alvinegro, Zé Teodoro, sabe da importância da partida de logo mais para as pretensões abecedistas dentro da competi-
ção. Qualquer outro resultado que não seja os três pontos, praticamente elimina o ABC da disputa pelo título e, consequentemente, da brigas pelas vagas da Copa do Brasil e do Nordeste em 2015, ano do seu centenário. “Seguimos vivos no campeonato e enquanto houver chances nós vamos lutar para chegar ao título. Temos um jogo muito difícil agora, fora de casa, e vamos nos preparar bem para chegar lá e buscar o resultado.”, afirmou Teodoro. Mas, para alcançar a vitória, vai ser preciso remontar o time, já que
o zagueiro Samuel e o meia Octávio, destaque do time na última partida, estão de fora, por motivo de suspensão. Suéliton, na defesa e Moisés, no meio, são as opções. Porém, com a recuperação de jogadores que estava contundidos, como o volante Somália e o atacante Gilmar, o treinador pode mudar o esquema de jogo do ABC. Vice-líder do segundo turno, com os mesmos nove pontos do América, mas com um jogo a mais, o Globo precisa vencer para tentar recuperar a liderança da competição.
FICHA TÉCNICA GLOBO ABC Rafael; Giovani, Mersinho, Robson e Renatinho Potiguar; Ricardo Baiano, Josicley, Miller e Ricardo Lopes; Romarinho e Rael.Técnico: Higor César
Bruno Fuso; Paulão, Suéliton e Bruno Perrone; Alvinho, Daniel Paulista, Somália, Moisés (Gilmar) e Guto; Lúcio Curió e Beto. Técnico: Zé Teodoro.
Estádio: Barrettão, Ceará-Mirim/RN. Horário: 18h30 Árbitro: Suélson Diógenes Medeiros Assistentes: Izac Márcio da Silva Oliveira e Ubiratan Bruno Viana
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Duelo pela vaga final no Maracanã « CARIOCA » Times empataram no primeiro jogo das semifinais e, com isso, o Fluminense joga por um
empate para avançar a decisão. Para o Vasco da Gama, o único resultado que interessa é a vitória RICARDO AYRES
Renato Gaúcho afirmou que seu time vai entrar em campo para vencer, esquecendo a vantagem
Judas Tadeu O nosso entrevistado no programa Esportes em Debate na Rádio Globo no dia de hoje será o ex-presidente do ABC, Judas Tadeu Gurgel. O eterno presidente dos alvinegros falará sobre o atual momento do clube e sobre a sua volta ao futebol do ABC. Judas Tadeu é um dos dirigentes mais injustiçados do futebol do RN. Homem de palavra Judas Tadeu tem na honestidade uma das suas maiores características. Desde que deixou a presidência do clube que Judas Tadeu tentar se aproximar para continuar dando a sua parcela de contribuição. Contudo, por conta de um
ou outro dirigente ele nunca foi bem vindo. O presidente Rubens Guilherme o convidou em outras ocasiões, mas Judas Tadeu preferiu não voltar para não rachar a direção. Com a chegada de Rogério Marinho e o retorno de Bira Marques o ex-presidente aceitou o convite na condição de não ter um cargo especifico no clube. Judas Tadeu não só está ajudando nas contratações como também está ajudando nos acordos com os jogadores que estão sendo dispensados. O eterno presidente merece toda a gratidão e respeito do mundo dos que fazem o ABC.
FLUMINENSE VASCO Diego Cavalieri, Bruno, Gum, Elivélton e Carlinhos; Valencia, Diguinho, Rafinha (Wágner) e Darío Conca; Walter e Fred Técnico: Renato Gaúcho
Martin Silva, André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon; Guiñazú, Pedro Ken e Douglas; Everton Costa, Reginaldo e Edmilson Técnico: Adilson Batista
Estádio: Maracanã Horário: 16h Árbitro: Marcelo de L. Henrique (RJ) Assistentes: Luiz Cláudio Regazone (RJ) e Michael Correia (RJ)
parando para mais uma grande decisão”, disse Renato Gaúcho, comandante do Fluminense. Adilson Batista, técnico do Vasco, pensa parecido. “Pelo que se viu na quinta-feira o Fluminense vai fazer de tudo para impedir que a gente vença o jogo e isso tornará o confronto ainda mais equilibrado, disputado e sob forte tensão. Os dois times precisam do resultado, não querem que a boa
campanha no Estadual tenha sido em vão. Portanto, vão brigar em cada dividida pela posse de bola”, disse Adilson. Ainda na linha de um jogo muito disputado, os vascaínos entendem que é fundamental aproveitar as oportunidades que aparecerem durante o confronto. “O Fluminense tem a vantagem do empate e mais uma vez vai entrar em campo pensando em segurar o ritmo de jogo, cadenciar a partida e ir conseguindo seu objetivo. Novamente vejo o Vasco tendo que tomar as iniciativas e isso vai exigir de nós um ritmo muito forte, muita pegada, rapidez na saída para o ataque, movimentação na frente e cautela para não sermos surpreendidos. Portanto, as chances serão poucas e temos que aproveitá-las para que não façam falta mais na frente”, alertou o defensor. Em termos de escalação, Renato Gaúcho evitou antecipar seus planos. A base será a mesma que atuou na quinta-feira, porém, ele vai precisar encontrar um substituto para Jean.
« PAULISTA » Alviverde precisa apenas do empate para confirmar a
vaga na final da competição. A último título foi conquistado em 2008
[ pedron@natal.digi.com.br ]
JOANA LIMA Na última quinta-feira o presidente Gustavo de Carvalho fez uma doação de R$ 300 mil aos membros que administram a construção do estádio Arena América. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, José de Vasconcelos da Rocha, agradeceu de público o gesto do deputado Gustavo de Carvalho. Até porque Gustavo de Carvalho inicialmente era contrário à construção do estádio Arena América. Com o passar do tempo e entendendo a real necessidade da construção da casa do América o próprio presidente fez questão de dizer que tinha mudado de ideia e que apoiaria incondicionalmente a construção do estádio. José Rocha, Eduardo Rocha e José Medeiros, principalmente estes três nomes, são os principais responsáveis pelo sonho do torcedor rubro. O deputado Gustavo de Carvalho vem sendo elogiador por todos os citados acima pela sua dedicação e sua competência em gerir os destinos do clube. O presidente do Conselho Deliberativo José Rocha, juntamente com o advogado e seu filho Eduardo Serrano Rocha, vem a cada dia se aproximando ainda mais do deputado Gustavo de Carvalho. Só quem ganha com isso é o América. Todos são grandes americanos e com uma larga folha de serviços prestados ao clube. A aproximação cada vez maior dos dois presidentes, José Rocha e Gustavo de Carvalho, só fortalece o clube. É assim que tem que ser. É assim que deve ser.
FICHA TÉCNICA
Palmeiras recebe o Ituano
Pedro Neto Estão cada vez mais próximos
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epois de dois empates por 1 a 1, sendo o mais recente na quinta-feira pela primeira partida da semifinal do Campeonato Carioca, Fluminense e Vasco se reencontram hoje, às 16h, no Maracanã, no Rio de Janeiro, para enfim discutirem sobre quem vai para a grande decisão do Estadual. Por ter feito melhor campanha na fase de classificação, o Tricolor tem a vantagem do empate para seguir na disputa. Ao Cruz-Maltino só resta um triunfo para evitar a eliminação. Os dois treinadores procuraram tirar lições do que aconteceu nos duelos anteriores, principalmente o de quinta-feira. Ambos concordam que o clássico mais uma vez deverá ser disputado sob forte tensão. “Vamos esperar mais um jogo tenso, ríspido, com os dois times entrando em todas as divididas para ganhar. Fluminense e Vasco querem muito esta decisão, pois precisam deste título para mostrarem que o ano vai ser bom. Portanto, ninguém vai querer entregar a classificação para o adversário. Estou me pre-
Manter a liderança
O América enfrentará hoje à tarde o Alecrim no Arena das Dunas buscando manter a liderança do segundo turno do Campeonato Estadual. O técnico Oliveira Canindé terá a volta de Fabinho que não atuou na última partida. Já Walber ainda não está confirmado na lateral. Com nove pontos na tabela de classificação o América só depende dele para ser campeão do segundo turno. Desde que assumiu o América Oliveira Canindé só conhece vitórias. Em vencendo hoje o clube rubro dificilmente será mais alcançado pelos concorrentes, muito embora ainda tenha o clássico contra o ABC no próximo final de semana.
Última bola
O ABC volta a campo hoje para enfrentar o Globo em Ceará Mirim. Com seis pontos na tabela de classificação a equipe alvinegra quer, e precisa da vitória para continuar sonhando com a conquista do segundo turno. O técnico Zé Teodoro poderá contar no jogo de hoje com Somália, Suelinton e Gilmar que não enfrentaram o Baraúnas. Entretanto, não poderá contar com Octávio e Samuel. Vencer o Globo e continuar vivo na competição. Isso é tudo o que querem os alvinegros. O ABC terá hoje a última bola para ser jogada. Se perder o jogo perde também a oportunidade de continuar sonhando com a conquista do título.
Muito proveitosa
O presidente José Vanildo esteve no Rio de Janeiro em reunião na CBF. Ele buscou resolver alguns problemas relacionados ABC e América.
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epois de ver Santos e Corinthians protagonizarem as finais das últimas cinco edições do Campeonato Paulista, o torcedor do Palmeiras está muito perto de ver seu time voltar a disputar uma decisão estadual. Hoje, às 18h30, a equipe comandada por Gilson Kleina recebe o Ituano, no Estádio do Pacaembu, em jogo único das semifinais, e precisa de uma vitória simples para garantir a classificação. Apesar do favoritismo para o jogo, o Palmeiras terá que lidar com a ansiedade de um clube que não disputa a final do Campeonato Paulista há quase seis anos. A última vez na decisão foi em 2008, quando encarou a Ponte Preta em dois jogos, nos dias 27 de abril e 4 de maio, confirmando o título com uma vitória, por 1 a 0, em Campinas, e uma goleada, por 5 a 0, no Estádio do Palestra Itália. Com uma campanha melhor do que o Ituano até o momento, o clube alviverde ganhou o direito de disputar a semifinal como mandante, mas não carrega nenhum tipo de vantagem dentro de campo: em caso de empate, a decisão será disputada nos pênaltis. Sendo assim, os comandados de Gilson Kleina poderão ter uma árdua tarefa pela frente, já que o adversá-
CÉSAR GRECO
O atacante Alan Kardec vem sendo o grande destaque do time
rio tem a melhor defesa do Campeonato Paulista. Para o goleiro Fernando Prass, o fato de a decisão ser em jogo único deixa a margem de erro ainda menor. “É mais um jogo eliminatório, pois, com esse regulamento, todo jogo é ainda mais tenso. Qualquer descuido, qualquer erro, custa a classificação. É muito mais difícil reverter resultados, desgasta a parte física e também a parte mental”, avaliou o arqueiro palmeirense. Já pelo lado do Ituano, o discurso é de bastante cautela para tentar surpreender novamente no Estadual.
FICHA TÉCNICA PALMEIRAS ITUANO Fernando Prass; Wendel, Lúcio, Tiago Alves e Juninho; Marcelo Oliveira, Wesley e Valdivia; Bruno César, Leandro e Alan Kardec Técnico: Gilson Kleina
Vagner; Dick, Alemão, Anderson Salles e Dener; Josa, Jackson Caucaia, Paulinho e Cristian; Rafael Silva e Esquerdinha Técnico: Doriva
Estádio: Pacaembu Horário: 18h30 Árbitro: Antônio R. Batista do Prado (SP) Assistentes: Fausto Augusto Viana Moretti e Luis Alexandre Nilsen (Ambos de SP)
« VILA BELMIRO »
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Santa encara a surpresa Penapolense
Gre-nal 400 na decisão no RS
Atlético faz clássico contra o América
Por mais que os jogadores e a comissão técnica do Santos adotem um discurso de humildade, o Alvinegro chega à semifinal do Campeonato Paulista com a responsabilidade de ser o grande favorito diante do Penapolense, algoz do São Paulo e indigesto para o próprio Peixe. Hoje, às 16h, o time do técnico Oswaldo de Oliveira enfrenta na Vila Belmiro a única equipe que o derrotou neste Estadual. Apesar de seu time ter a melhor campanha do Paulistão, o treinador santista não quer saber de um peso a mais para seus atletas e faz questão de elogiar o oponente.
Confirmado o favoritismo para ambos os lados, Grêmio e Inter começam hoje, às 16h, na Arena do Grêmio, a disputa pelo título do Campeonato Gaúcho. O primeiro confronto do duelo decisivo será histórico não só por se tratar de uma final, mas também por representar o 400º jogo entre os rivais. Sem vencer o Inter desde agosto de 2010, o Grêmio espera aproveitar o primeiro jogo em casa para construir uma boa vantagem. “Ser favorito ou não, quem tem que falar são vocês (jornalistas). O Grêmio está bem, estamos evoluindo e vamos chegar preparados para esse jogo”, afirmou o zagueiro Werley.
O Atlético-MG deu um importante passo para chegar à decisão do Campeonato Mineiro ao golear o AméricaMG no jogo de ida por 4 a 1, mas para confirmar a passagem para a grande final do Estadual será necessário o Galo confirmar a vantagem obtida. Atleticanos e americanos tem encontro marcado hoje, às 18h30, no Independência. Para o América-MG decidir o título será preciso superar os alvinegros com um placar de pelo menos quatro gols de diferença. A missão não é das mais fáceis, mas o volante Leandro Guerreiro entende que é possível e afirma que o clima é de confiança.
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Apito Final EVERALDO LOPES e_lopes@tribunadonorte.com.br
Um título muito festejado O cidadão e a cidadã que, neste 2014 completaram ou estão próximos de completar 56 anos, quando a Seleção Brasileira ganhou seu primeiro Mundial em 1958, na Suécia, era como se fosse mais um neném que estava chegando ao planeta Terra. É só pegar o celular, a maquininha ou até fazer uma conta simples com lápis. Se quiser alongar-se mais um pouco e tentar lembrar qual era o time do ABC FC campeão de 1958, saber o detalhe de que, com diferença de apenas 24 horas não coincidiu o time do ABC e Seleção do Brasil serem campeões na mesma data. Nesse dia, aconteceu empate de 3x3 ainda no “JL”, o ABC vencia por 3x1, o América por muito pouco não chegou à vitória, ficando apenas no 3x3, gols de Delgado (2) e Nogueira para o ABC e Saquinho (2) e Calado (contra) para os rubros, com arbitragem de Luiz Meireles. Foi festa pelo título do ABC e do Brasil campeão mundial pela primeira vez.
Um título (2) Eis o time abecedista daquele 28/06/58: Edson (falecido), Badidiu, Toré, Biró e Cadinha, Cileno, Jorginho (falecidos, os dois últimos) e Biró, Mota, Macau e Tidão. Técnico, Edésio Leitão (falecido). O presidente do ABC era o saudoso Ernani da Silveira. O Brasil é o campeoníssimo de títulos mundiais de futebol, qualquer cidadão comum sabe: o primeiro em 1958, bi em 62 e tri em 1970, embalados nos versos de Miguel Gustavo, que enalteciam: “Todos juntos vamos, pra frente Brasil, do meu coração...” O time bi-
campeão em 1962 tinha algumas caras que lembravam 58. O ABC sagrou-se também bicampeão potiguar naquele ano, estando o rival América licenciado da federação. O adversário do Alvinegro foi o primitivo Globo, caindo pelo placar de 5x0, gols de Cocó (2), Mano (2) e Wallace, por ironia do destino, os três falecidos, sendo esta a formação alvinegra: Sansão, Mauro, Gaspar, Cadinha e Danilo Damázio, Cileno, Wallace e Jorginho, Mano, Cocó e Jorge II. Técnico Tarcísio Carvalho, interino.
Um título (3) Depois do bi 58/62, houve um outro campeão antes de 70, que foi a Inglaterra em 1966 em que pese a bela campanha de Portugal, inclusive alijando o Brasil. O ano de 1966 teve como campeão potiguar o ABC, mas o direcionamento desta coluna é a coincidência do campeão mundial ser o Brasil e o campeão do RN. A oportunidade surgiu em 1970, com o time dirigido por Zagallo ter encantado o Mundo. Na
final, Brasil 4x1 Itália. No futebol potiguar mais uma vez o campeão foi o ABC, fazendo seu tricampeonato particular (5862-70). O time alvinegro de 70 era formado por Erivan, Otávio, Edson, Josemar e Preta, William, Correa e Alberi, Maia, Petinha, Oliveira e Burunga. O ABC havia se sagrado campeão uma semana antes diante do Ferroviário, empatando em 1x1 com o América, sem nada valer.
Tetra e Penta Depois de 1970 o Brasil ainda traria para sua casa os títulos mundiais de 94 e 2002, ambos fora do Brasil. Em 94, para um povo que jamais havia assistido a um Mundial (os EUA), até hoje é o país que levou mais público a uma Copa do Mundo. Brasil campeão ao derrotar a Itália nas penalidades, o Mundial que se consumou graças a um pênalti pessimamente batido por Baggio, a bola passou longe do travessão. O campeão potiguar em 94 foi o ABC.
Tetra e penta (2) A coincidência do Brasil tricampeão e mais tarde penta, ganhou o Mundial de 70 e o ABC tri Estadual, formou com este time: Capelane, Marivaldo, Edmar, Romildo e Emerson, Zelito, Quirino e Odilon, Renilson, Oliveira e Barata. Técnico, Danilo Menezes, derrotando o América, na decisão, por 3x1, tendo Caiçara como treinador. Quanto ao Penta, Brasil cam-
peão e América também, os dois em 2002, os rubros empatando na final com o Corinthians de Caicó. O time campeão de 2002 formou com Marcão, David, Márcio, Sávio e Edinho, Silva Baiano, Joassis, Cristiano e Jefferson, Leandro, jogando ainda Robson Mathis e Rogerinho, Ricardo Miranda, Washington, entre outros. Técnico, Adilson Batista, hoje treinador do Vasco.
3º Distrito Naval esclarece O 3º Distrito Naval publica nota em que esclarece que, matéria da TN veiculada na data de 27/03, sob título “Clássico servirá como evento teste, o 3º DN esclarece que não realizará patrulhamento nas áreas próximas à Arena das Dunas. As Forças Armadas testarão sua estrutura de comunicação e tecnologia da informação, e a interligação do Centro de Coordenação de Defesa da Área com o Centro Integrado de Segurança Pública, além de realizar Patrulha e Inspeção Naval no litoral. Quem assina a nota é o capitão de Fragata Cleber Ribeiro.
« CARTÃO AMARELO »
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Prova de rua estreia em Natal para ser referência « CORRIDA » Sucesso por onde passa, a Track&Field Run Series - etapa
potiguar acontece no próximo dia 13 de abril. As inscrições estão abertas FOTOS: LATIN SPORTS
O
s praticantes de corrida de rua do Rio Grande do Norte, já podem se preparar para a etapa potiguar da Track&Field Run Series, que vai acontecer no próximo dia 13 de abril, domingo, com largada prevista para às 7h, na Avenida Senador Salgado Filho, próximo ao Natal Shopping, em direção ao bairro de Cidade Satélite. A corrida faz parte de um calendário extenso de provas, promovido pela loja de material esportivo, que acontece em todo o Brasil. Inclusive, Natal vai receber duas etapas. Além dessa que acontece no próximo mês, uma outra está marcada para acontecer no dia 24 de agosto, no mesmo local. Os percursos são divididos em dois: 5 e 10km, tanto para o feminino, quanto para o masculino, além de premiações por faixa etária. A expectativa da organização da prova é reunir cerca de 1.200 participantes, número parecido com o da prova realizada em João Pessoa, no último domingo, que teve a participação de 1.500 corredores. “Limitamos o número de participantes, por ser a primeira vez que vamos fazer uma etapa em Natal. Se deixássemos, com certeza iríamos ter mais de dois mil inscritos. Então, vamos deixar o pessoal na expectativa para a segunda etapa, que acontece em agosto. A procura está sendo muito grande. As inscrições estão acabando e quem quiser participar, tem que correr, literalmente, para não ficar de fora da prova”, revelou a coordenadora da etapa, Bruna Moura. Os interessados tem duas opções para se inscrever na etapa Natal da Track&Field Run Series. Ou pelo site: www.tfrunseries.com.br ou na loja que empresta o nome corrida, que fica localizada no Natal Shopping. É cobrado uma taxa de R$ 80 e os participantes vão receber um kit com bolsa, camisa thermodry, meias de alta performance, além do número do competidor e deve ser retirado até um dia antes do evento e não serão entregues kits no dia da prova. A corrida de rua já é um dos esportes mais praticados no Brasil e no Mundo e as provas estão se espalhando rapidamente pelas cidades. Natal vem sendo reconhecida no país como
Cerca de 1.500 corredores participaram da última etapa da Track&Field Run Series, em João Pessoa
O alongamento pouco antes da prova é fundamental para os participantes das duas categorias
Mulheres garantem presença
uma das cidades que possui mais atletas de corridas de ruas. Tanto é que na etapa do último final de semana, da Track&Field, realizada em João Pessoa/PB, dos 1.500 inscritos, 300 eram potiguares. A organização da prova espera um fenômeno inverso na prova que vai acontecer no Rio Grande do Norte. “Tenho certeza de que vários corredores, não só da Paraíba, participem da prova aqui em Natal. Não existe esse tipo de prova em Fortaleza e o pessoal de lá vai vir para Natal. Para se ter uma ideia, na etapa paraibana, tivemos participantes de várias
partes do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, o pessoal do Sul e até corredores de outros países. É uma corrida nova, mas que vem se consolidando no calendário de provas de rua do Brasil”, afirmou Moura. Além da etapa de Natal, durante todo o ano acontecem corridas organizadas pela Track&Field e a Latin Sports, que faz toda a logística das provas. São, ao todo, 68 etapas dividas em 34 cidades. “Nossa meta é fazer provas de qualidade, para consolidar nossa marca no cenário de corridas de rua do Brasil”, finalizou Bruna Moura.
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
esportes
Pilotando 4x4 sem descer do salto « JEEP CLUBE » A engenheira civil Fernanda Dantas, 26 anos, está há um ano conduzindo um fora de
estrada e já conquistou lugar de destaque entre os pilotos da mais antiga entidade potiguar do esporte
O
que leva uma moça jovem e bonita a se integrar na atividade fora de estrada, um segmento esportivo do automobilismo que pela sua natureza é mais afeito aos homens? Quem faz essa pergunta à engenheira civil Fernanda Dantas, de 26 anos, recebe como resposta: a aventura e o contato com a natureza. Com pouco mais de um ano que se integrou ao Jeep Clube-RN, a mais antiga entidade do cenário off road do Rio Grande do Norte, Fernanda entre os seus colegas teve o seu sobrenome rebatizado para “Surikete”, já mostrou que é possível dirigir bem sem descer do salto. No ano passado, ela foi a primeira mulher a subir a serra de João do Vale, em Jucurutu, pela Trilha do Pacífico, considerada a mais difícil do Estado, dirigindo o Troller do pai dela, Celso Roberto (Surikato). Na semana passada, Fernanda foi a vencedora da Trilha do Batom, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, disputada em um trecho com água, lama e muita areia, entre Natal e Tibau do Sul, desta vez pilotando o primeiro 4x4 de sua propriedade um Jymmi, arrebatando de quebra o prêmio do carro mais enfeitado. Ela ingressou no movimento jipeiro influenciada pelo pai, desde que ingressou no Jeep Clube, que sempre a levava nos finais de semana para fazer trilhas. “Pai-
nho sempre gostou desse movimento e ficava me incentivando para dirigir nos locais mais fáceis das trilhas. Não tive dificuldades, pois aprendi a dirigir muito cedo, com apenas 12 anos de idade. No início ia só de copilota. Um dia ele me emprestou o Troller para eu fazer um passeio com o meu tio até Pitangui. Daí pra frente não parei mais. Os “macetes” de baixar pneus, ligar roda livre e dosar o pé para não pisar nem demais nem de menos fui aprendendo com ele”, conta Fernanda. A nova estrela do Jeep Clube afirma que agora está feliz por possuir o seu carro 4 x 4 que agora é utilizado para as trilhas e para o trabalho. Fernanda afirma que dá muito bem para conciliar o trabalho com as atividades fora de estrada. CEDIDA
Fernanda foi premiada pela bela decoração do carro
revista da
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A REVISTA DA TV É UM SUPLEMENTO DA TRIBUNA DO NORTE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.
Depois de 10 anos no ‘Pânico’, Sabrina Sato fala da ansiedade com a estreia na Record « PÁGINA 3 E 4 »
Protagonista de Joia Rara, Bruno Gagliasso se diz um ‘viciado em séries’, ele chora de rir « PÁGINA 9 »
Atração explosiva
Cauã Reymond e Cleo Pires falam das cenas de sexo tórrido protagonizadas por seus personagens na série ‘O caçador’, que estreia dia 11 na Globo « PÁGINAS 6 E 7 »
Apresentador do “The noite”, no SBT, Danilo Gentili começa a escrever seu quarto livro. Ele lançará o “Guia politicamente incorreto da comédia”, pela editora Leya. Em paralelo, produz o longa baseado em outra publicação sua, “Como se tornar o pior aluno da escola”.
Idolatria em nova versão para os palcos David Lucas, do elenco de “Divertics”, e Marcella Rica, ex”Malhação”, estarão na nova versão teatral de “Tudo por um popstar”, baseada no livro de Thalita Rebouças. Nesta montagem, o espetáculo não será um musical.
Holtz: embate em família no cinema Depois de “Amor à vida”, Álamo Facó está filmando o longa “Maresia”, de Marcos Guttman. Ele será o filho rebelde de Vera Holtz. O último trabalho da atriz na televisão foi como Dona Redonda em “Saramandaia”.
Nada de manobras perigosas Diretor de “Vitória”, novela de Cristianne Fridman, Edgard Miranda recorreu a dublês para gravar as cenas de corrida de cavalos. Nas tomadas mais fechadas, os atores montam em animais falsos, que se movimentam sobre trilhos. ARQUIVO PESSOAL
com Florença Mazza e Ana Luíza Santiago, Clara Passi e Rafaela Santos kogut@globo.com.br
Danilo Gentili abre novas frentes
patrícia kogut
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10 Para o “Arte brasileira”, do GNT. Alberto Renault, diretor de quatro temporadas do excelente “Casa brasileira”, nesta nova atração faz um retrato - por vários ângulos - da obra de oito artistas plásticos em entrevistas com os próprios e com colecionadores e curadores. O episódio de estreia, sobre Beatriz Milhazes, foi uma mostra de que vem muita coisa boa por aí.
Atua, corta, cola, pinta ANA BRANCO
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ilho de uma professora de educação artística, Thiago Mendonça, o alcoólatra Felipe de “Em família”, cresceu entre tintas, papelão e massa de modelar. Tomou gosto pelas artes plásticas ao mesmo tempo em que viu crescer o desejo de ser ator. A criação de mosaicos e pinturas acabou se tornando um hobby que ele concilia há mais de dez anos com o trabalho na TV, no teatro e no cinema. A peça de Santa Rita de Cássia (foto acima), da qual o autor Manoel Carlos é devoto, foi feita especialmente para o cenário do lar dos idosos da novela. - Minha mãe fabricava massinha com farinha de trigo para eu brincar enquanto ela corrigia provas. Com o tempo, fui criando minhas obras. Entre 2001 e 2002, um período de vacas magras como ator, percebi que até poderia me virar negociando quadros caso precisasse - diz ele, que já tem uma obra de São Francisco de Assis pronta para entrar em cena na trama das 21h. Thiago conta que já vendeu suas peças para colecionadores dos Estados Unidos, da Colômbia e da Alemanha. Uma delas era um mosaico do rosto de
Renato Russo, que ele interpretou no filme “Somos tão jovens”. O ator ainda costuma assinar a direção de arte das peças de sua companhia de teatro: - Quando faço um figurino e vejo no corpo do ator, me sinto em cena. Os dois ofícios se complementam. Antes de ser ator, sou artista. A dedicação às artes plásticas é também uma forma de aliviar a tensão das gravações. Com um papel difícil, DIVULGAÇÃO
Humor na cabeça Catarina, personagem de Juliana Paes em “Meu pedacinho de chão”, será explosiva. Suas mudanças de humor se refletirão na cor das perucas que usará. O acessório será azul na maior parte do tempo, mas o tom vai variar. Mais no site.
Amigos do Irajá
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Foi para a Paraíba Juliano Cazarré viajou para a Paraíba depois que “Amor à vida” terminou para filmar “Valeu boi”. Na foto, ele confere as cenas com o diretor, Gabriel Mascaro (de vermelho), o diretor de fotografia, Diego Garcia (centro), e Carlos Mago, ator.
Para as imperfeições técnicas do Now, serviço de conteúdo on demand da Net. Volta e meia, o espectador sintoniza lá e se depara com o aviso de que o sinal está com problemas. Essa semana, quem tentou assistir a “House of lies”, disponível no catálogo da HBO, e a “Lost” enfrentou dificuldades. A imagem travou e o freguês foi obrigado a voltar ao início do episódio.
Thiago revela que já viu de perto o alcoolismo na vida real: - Não era um amigo tão próximo, mas o ajudei. Isso me serviu de alerta - conta o ator, de 34 anos, que diz já ter tomado “alguns porres” mais jovem. - Bebia para vencer a timidez. Hoje, não me atrai, faço cara feia. A sociedade glamoriza o álcool e isso é perigoso. Muita gente tem me relatado histórias tristes desde que a novela começou.
Eles também discutem a relação Márcia Cabrita, que voltou à TV no remake de “Sai de baixo”, no Viva, gravou com Fernando Caruso uma participação em “Estranha mente”, série do Multishow. Na história, eles serão um casal. A atriz também fez um episódio de “Assuntos de família”, no GNT.
Retorno às novelas na faixa das 2h Elizângela, que esteve em “Salve Jorge”, voltará às novelas em “Falso brilhante”, de Aguinaldo Silva. Em “Senhora do destino”, do mesmo autor, ela interpretou Djenane. A personagem teve uma morte trágica ao cair da escada após uma briga com Nazaré (Renata Sorrah).
Rafael Canedo, o Ruço jovem da nova temporada de “Pé na cova”, será o protagonista da peça “O estranho caso do cachorro morto”, dirigida por Moacyr Góes. Ele interpretará um garoto com síndrome de Asperger. Sabrina Korgut, também da série, e Sílvia Buarque estão no elenco.
As tropas serão outras Dono de um cabaré em “Joia rara”, Marcos Caruso emendará a novela com “B.O. - Boletim de ocorrência”, longa de Tomás Portella com Cleo Pires, Thiago Martins e Fabrício Boliveira. As primeiras cenas serão rodadas no dia seguinte ao término das gravações.
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ANTONIO CHAHESTIAN/ RECORD
« ESTREIA »
Ela quer se reinventar Sabrina Sato faz aulas com fonoaudióloga e preparadora de elenco para estrear atração na Record: ‘Quero mostrar um lado maduro’
NILTON CARAUTA nilton.carauta@oglobo.com.br
A
entrevista com Sabrina Sato já está quase no fim quando a apresentadora, que comandará um programa nas noites de sábado na Record, ainda sem previsão de estreia, resume a importância dessa virada em sua carreira. - Estou acostumada a subestimarem a minha capacidade, até eu me questiono, tiro sarro, isso é importante para mim. É um combustível. Sabe a revolta do nerd? Que quando cresce, pega a gostosa - compara, demonstrando que quer surpreender as pessoas e relembrando situação parecida, quando, há quatro anos, deixou o posto de musa do Salgueiro para ser rainha da Vila Isabel, e ouviu críticas de como uma japonesa paulista poderia ocupar lugar de destaque numa escola tão tradicional. O sonho de apresentar um programa sozinha é antigo, afirma Sabrina. Por insegurança, ela conta que não admitia o desejo nem para os amigos mais próximos. Para deixar o “Pânico”, após dez anos, e começar essa transição, ela diz que teve de superar esse medo.
- Chegou um momento que não podia negar que não sou mais uma menina, que amadureci. Precisei encarar, lógico que dá um frio na barriga, mas me motiva. Nenhuma transformação é fácil. A minha vontade é que diminua a ansiedade da estreia, e que eu possa surpreender. Quando a expectativa é muito grande, dá um medinho - admite. A tal expectativa é percebida nos bastidores. No mural da sede da Record, em Barra Funda, São Paulo, 80% do espaço são destinados a reportagens sobre a nova contratada da casa, que ganhou um dos mais amplos camarins do lugar, já ocupado por Gugu Liberato e Eliana. Cercada de cuidados, Sabrina será dirigida por Rita Fonseca, que fazia “O melhor do Brasil”, em parceria com Cezinha, que dirige o “Legendários”. Ele foi o responsável pela transição da carreira da apresentadora Eliana, na época que a loura deixou de trabalhar para o público infantil. - A oportunidade de mostrar um outro lado é o que qualquer artista gostaria de ter na vida. E eu agradeço. Vou tentar me reinventar, sair de uma fórmula que estava dando certo. Mostrar um lado mais maduro,
PODEROSA Sabrina Sato posa no seu camarim, que já pertenceu a Gugu Liberato e Eliana, na Record
mais mulher - empolga-se. Como preparação, Sabrina tem aulas com uma fonoaudióloga e com a preparadora de elenco Fátima Toledo, considerada “linha dura” pelos atores. Fátima trabalhou com todos os atores do elenco de “Tropa de elite”, incluindo o protagonista Wagner Moura, entre outros. Ao educar a voz, ela frisa, seu desejo não é perder o sotaque caipira, e sim aguentar as duas horas e meia da atração, que se chamará “Programa da Sabrina”, sem ficar afônica. - São ensinamentos que eu precisava ter aprendido antes. Tenho que respirar pelo diafragma. Quanto às aulas com a Fátima, tem muita gente que fala: “Mas você não vai fazer filme!” E eu respondo: “Quanto mais conteúdo eu tiver, melhor.” Vou fazer sete aulas até a estreia. Fico mais de cinco horas com ela a cada sessão. Sei que em algum momento vou usar. Teve um exercício em que acabei chorando, mas não posso falar muito porque a gente assina um contrato de sigilo - entrega. Na atração, 60 minutos serão destinados ao quadro “Meu marido é o cara”, game gravado em Paulínia que consiste numa disputa de quatro casais, em que as mulheres irão testar as habilidades dos maridos. Sabrina
terá a oportunidade ainda de produzir matérias internacionais e realizará um sonho: conhecer o Japão. Apesar de inúmeros convites, a japa nunca pôde visitar o país por conta de compromissos profissionais. - A agenda nunca bateu. Vamos fazer uma temporada do programa lá. Vai ter a ver com o universo dos programas japoneses. Já tinha essa e outras ideias antes, mas não sugeria por não ter condições de realizar bem confessa. Na Record, Sabrina continuará usando vestidos curtos e sensuais, transmitindo a imagem que já enfeitiçou muitos marmanjos no “Pânico”. Calças justíssimas, antes proibidas, serão as novidades. Yan Acioli, stylist dela há nove anos, já está cuidando da produção. A ideia é que Sabrina use o modelo de um renomado estilista a cada programa. Nomes como Adriana Barra, André Lima, Patricia Bonaldi, Walério Araújo e Dudu Bertholini estão na lista. A atração também permitirá que Sabrina continue faturando com merchandising. A apresentadora, que já tem licenciamento de sapatos, maquiagem e xampu, brinca dizendo querer ganhar mais que Rodrigo Faro. Mas depois explica que, na verdade, nem sabe quanto ganha. - Gosto de gastar com coisas de mulherzinha, mas não ligo para essa parte material. Quem cuida do meu dinheiro são meus irmãos Karin e Karina. Neste mês fui a Miami com Ivete (Sangalo) apresentar o evento Brazil Foundation e chegando lá, nem dormimos, fomos viradas fazer compras. Mas não chego perto do que a mulherada gasta. Saí de lá com cinco sapatos, alguns vestidos e uma carteira em três horas - conta. Na vida pessoal, Sabrina vem experimentando uma sensação diferente há dois meses. A apresentadora é só mimos com o sobrinho Felipe, filho da irmã Karina. Ela não imaginava sentir um amor tão grande e admite que o lado mãe ficou aflorado. - Tenho muita vontade, mas não consigo fazer 500 milhões de coisas ao mesmo tempo. Este ano meu filho é programa. Não faço plano. Aos 33, não imaginava que minha vida ia ser assim. Me sinto com 20 e poucos. Conversei com meu ginecologista e ele disse que posso ter filho até os 50. Meus filhos podem me chamar de avó? Podem. Mas vou ser uma avó bem feliz. Quero ter filhos mais para frente. O jornalista viajou a convite da Record.
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TV GLOBO/JOÃO COTTA
« HUMOR »
A tela como alvo Comandado por Marcius Melhem e Marcelo Adnet, o programa ‘Tá no ar: a TV na TV’ satiriza gêneros e figuras do universo televisivo THAÍS BRITTO thais.britto@oglobo.com.br
P
ara o espectador, será mais ou menos como a experiência de assistir à TV sem o domínio do controle remoto. Sem escolha, ele irá acompanhar o trecho de um comercial para, logo na sequência, pular para uma cena da novela “Tretas da paixão”, uma parte de um reality show, um clipe polêmico ou até mesmo um discurso de um apresentador que esbraveja suas críticas contra uma emissora. Em “Tá no ar: a TV na TV”, novo humorístico capitaneado por Marcius Melhem e Marcelo Adnet, que a Globo estreia em 10 de abril, após “Doce de mãe”, a programação muda a todo instante. Com direção de núcleo de Maurício Farias, a atração já está sendo comparada ao “TV Pirata” que, no fim dos anos 1980, deixou sua marca na história do humor exatamente por satirizar formatos televisivos. - A “TV Pirata” é o que está mais na cabeça de todo mundo, mas antes dele tem um que até parece mais com o nosso, o “Satiricom”, lá da década de 1970. De qualquer forma, naquela época havia seis canais de TV no Brasil. Hoje são 250 canais para a gente sacanear. Já estava na hora de revisitar esse universo cada vez mais rico da TV - explica Melhem. O humorista dá mais detalhes sobre o formato: - Nossos quadros nem sempre terão começo meio e fim. Às vezes você vê só um pedaço do
programa, só uma frase. E a gente não faz imitações diretas de ninguém. Não vai ter um “Gavião Bueno” por exemplo, não vamos ter nomes engraçadinhos. Não queríamos apontar o dedo para ninguém, mas satirizar os gêneros. Apesar disso, está lá, no clipe do programa apresentado para a imprensa, a clássica imitação de Silvio Santos feita por Marcelo Adnet - mesmo sem legenda, é impossível não reconhecer o apresentador. A atração, aliás, é um prato cheio para o conhecido talento de Adnet para a criação de tipos diferentes. Outra faceta famosa do humorista, a de compositor de paródias musicais, também aparece. Em um dos trechos, ele é Jesus Cristo em versão rapper, contanto sua trajetória num clipe musical. O restante do elenco - formado por Carol Portes, Danton Mello, Georgiana Goes, Luana Martau, Marcio Vito, Maurício Rizzo, Renata Gaspar, Veronica Debom, Welder Rodrigues e o próprio Melhem - faz as vezes de apóstolosdançarinos. A expectativa sobre Adnet é enorme: desde que trocou a MTV pela Globo, no ano passado, o humorista ainda não emplacou um sucesso. Sua performance em “O dentista mascarado”, série de Fernanda Young e Alexandre Machado, foi alvo de muitas críticas. - Esse caso agora é diferente porque eu participei na redação final. Em “O dentista mascarado”, eu tinha acabado de entrar na Globo e precisava embarcar
TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JUNIOR
DUPLA. Marcelo Adnet e Marcius Melhem assinam a redação final da atração, que conta ainda com outros sete roteiristas BANCADA. Adnet, Renata Gaspar e Melhem em um dos esquetes do programa
rápido no projeto. Eu não tinha nenhuma relação de autoria. Quando você é autor, fica mais envolvido, sem dúvida - diz ele, afirmando não ter se abatido pelos comentários: - Estou aqui para trabalhar. Como qualquer funcionário, a gente tem bons dias, maus dias, a gente acerta, erra... Eu não tenho a menor vaidade. A crítica é livre, isso é muito natural. A junção de Melhem e Adnet - um amplamente experiente na TV aberta, outro que estourou para um público mais segmentado, na TV a cabo e na internet
- dá uma ideia do objetivo da atração, segundo o diretor Maurício Farias: ser ousado e, ao mesmo tempo, ter a audiência “o mais aberta possível”. A irreverência do programa é sua característica mais forte, na opinião de Farias: - Desta vez, a gente está conseguindo avançar no tom do humor. Para mim, isso vem de um momento... O humor tem andando por regiões mais ousadas e isso tem repercutido por todos os lados. E a TV está avançando também neste mesmo território. Acho que o público vai gostar.
revista da
«MALHAÇÃO» Globo 17:30
«JOIA RARA» Globo 18:00
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« NOVELAS »
«ALÉM DO HORIZONTE» Globo 20:00
«EM FAMÍLIA» Globo 21:00
«CHIQUITITAS» SBT 20:30
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«PECADO MORTAL» RECORD 22:10
SEGUNGA-FEIRA Palhares salva Antônio de um acidente com os carros, e o menino o chama de pai. Anita reconhece no motorista do carro o rosto de um de seus agressores. Começa o casamento de Raíssa e João Luiz. Hernandez confirma para Anita que Antônio viajou com Bruna no mesmo dia em que ela e Ben fugiram.
Amélia se desespera ao ver que Pérola sumiu e deduz que Manfred está com ela. Dália esconde de Ernest que sua neta está com Manfred. Marlene aproveita a ausência de Manfred para comprar comida e foge com Pérola, mas é surpreendida com a presença dele no meio da estrada.
Inês se encanta com Jorge. Lili descobre que a missão de levar William até a Comunidade é um teste imposto por LC e Angelique. Kleber diz a verdade a Fátima sobre a morte de Ana Rosa. Fátima entrega para William o dossiê de Kleber e Ana Rosa. Marlon recobra a consciência depois de beijar Lili.
Jairo fica surpreso com a sugestão de Juliana de se casar com ele. Clara fica preocupada com a insuficiência cardíaca de Cadu. Marina manda de presente para Cadu uma foto dele com Clara. Juliana pede que Luiza seja testemunha de seu casamento.
Junior diz para Maria Cecília que acha que o pai, José Ricardo, mandou matar Miguel para afastá-lo de Gabriela. Maria Cecília diz que não acredita que José Ricardo seja capaz disso e pede para o noivo não exagerar. Eduarda transforma o visual de Shirley para o chá de panela do casamento de Maria Cecília.
Picasso diz para Caravaggio que está correndo risco de vida na prisão. Ele pede novo acordo com Patrícia e diz que entregará todos os inimigos de Carlão em troca de sua transferência. Dorotéia vai até o gabinete de Patrícia para tirar satisfações sobre o beijo que ela deu em Carlão.
Manfred ameaça matar Marlene caso ela tente fugir. Dália conta a Ernest que Manfred está com Pérola. Lola e Aurora vão para o hospital dar à luz. Marlene foge. Manfred nota que Pérola está doente e pede ajuda a Gertrude. O delegado descobre onde Pérola está escondida.
Lili explica para Marlon o que houve enquanto ele esteve sob o efeito da máquina. Thomaz aceita namorar Fernanda. Lili avisa a André, Celina e Guto que Marlon seguirá fingindo. Álvaro reclama de Jorge para Inês. Fátima conta para Lili que LC matou sua mãe. Cacá fica com ciúmes de Rita.
Juliana comunica para toda a família que vai se casar com Jairo. Shirley diz a Rafaela que será mais objetiva para conquistar Laerte. Virgílio busca Luiza na faculdade e a leva para almoçar fora. Ele propõe que ela faça uma viagem para se afastar de Laerte.
Regina diz para a neta, Maria Cecília, não lhe chamar de avó devido à idade. Após Junior escutar o pai atender um telefonema e perguntar se era Miguel, ele passa a desconfiar de que o filho de Valentina está vivo. Junior questiona Valentina, que tenta desconversar.
Dorotéia mostra a gravação em que Carlão admite não saber o que Patrícia quer com ele. Patrícia fica confusa e Dorotéia diz que ele ainda a ama. Carlão e Otávio provocam um falso atentado para despistar a contadora da banca de bicho. Lívia vai para a cama com Anjo.
A polícia não encontra Pérola. Gertrude vai ao esconderijo com o médico, que diz que Pérola precisa ser internada. Manfred discorda. Gaia morre. Gertrude vai comprar remédios, e o farmacêutico liga para a polícia. A polícia chega ao local e Manfred agarra Pérola.
Lili explica a William o plano de LC. Marlon coloca em prática o plano para a fuga de Celina, André e Guto. Priscila não acredita nos sentimentos de Heloísa por Flávio. William decide colocar uma fórmula falsa dentro do pingente. Flávio pede Heloísa em casamento.
Os idosos convencem Miss Lauren a manter Felipe como médico. Shirley compra um haras e pensa em chamar Virgílio para conhecê-lo. André percebe que Luiza está distante, mas ela não conta o que a aflige. Cadu pergunta se Clara quer trabalhar no bistrô.
Junior chama a atenção de Armando por mandar Beto ficar vestido de CupCake. Dani está no hospital e Fernando consola Carol. Dani passa por uma cirurgia. Matilde acha Brunilda na escada. Chico chega à conclusão de que o acidente com a Dani foi ocasionado pela aranha.
A emissora não enviou o capítulo.
A emissora não enviou o capítulo.
Angelique leva a fórmula para ser analisada. Heloísa termina o namoro com Flávio. Breno descobre que a fórmula é falsa. Priscila joga em Marcelo o banho do guru da fertilidade. LC culpa Angelique por ter perdido a fórmula. LC encontra as impressões de Assis no maçarico.
Clara diz a Cadu que não quer trabalhar no bistrô. Branca aproveita uma viagem de Ricardo e procura Chica. Virgílio tranquiliza Helena dizendo que Luiza não sente nada por Laerte. Luiza tenta se lembrar de alguns acordes da música que Laerte.
Maria Cecília avisa a Junior que sua avó é pior que Eduarda. Regina lembra do cantor português e insinua que a neta seja periguete. Apesar de tudo o que aconteceu com Dani, ela continua arrogante. A menina esnoba Maria e diz que não quer brincar com a boneca Laura.
A emissora não enviou o capítulo.
Último capítulo
Matias tenta beijar Celina. Lili revela o plano de William para Marlon. Celina incentiva Keila a se separar de Kleber. Messias avisa a LC das visitas que Lili está fazendo para William. Angelique supõe que a fórmula esteja escondida na casa de Vó Tita, e LC decide ir para Tapiré.
Helena se irrita ao ver Luiza saindo do carro de Shirley. Virgílio aceita acompanhar Shirley até o haras novo dela. Clara pede que Marina a libere do trabalho para que ela ajude Cadu no bistrô. Shirley convida Laerte e Verônica para um jantar em sua casa.
Tomás Ferraz, que na verdade é Tobias, não gosta de ver que Beto também será seu dançarino. Carol chega ao quarto das meninas no momento em que Ernestina, que na verdade é Matilde, está maltratando Dani. Matilde para, porém afronta Carol antes de deixá-las sozinhas.
A emissora não enviou o capítulo.
Reprise do último capítulo
Lili tenta defender Vó Tita para LC. Jorge e Inês ficam juntos. Thomaz aconselha Marcelo a ter uma conversa com Priscila. Lili tenta avisar a Kleber sobre a ida de LC a Tapiré. LC invade a casa de Fátima e se surpreende ao saber que ela é filha de Ana Rosa.
Dulce vê as fotos dos bebês do orfanato, mas não reconhece André nelas.Juliana e Jairo se casam no cartório, com as presenças de Luiza, Chica, Helena e Clara. Jairo vê televisão enquanto Juliana arruma a cozinha.
TERÇA-FEIRA O suposto fantasma de Caetano atrapalha o namoro de Abelardo e Bernardete. Ben e Sofia discutem. Zelândia e Caetano comemoram o afastamento de Abelardo e Bernardete. Anita e Júlia vão à instituição de menores procurar o psicólogo que atendeu Antônio. QUARTA-FEIRA Anita e Júlia entrevistam os internos, sob a desculpa de fazer uma reportagem. Anita descobre que os internos têm celulares e diz que conseguirá o celular com o qual Antônio gravou seu vídeo com Ben. Bárbara e Serguei ajudam Ben e Sidney a reatar sua amizade. QUINTA-FEIRA O time do Destaque consegue levar a final para os pênaltis, e Sidney e Ben vibram. Antônio humilha Bruna. Micaela conta para Meg e Flaviana sobre a noite que passou com Martin. Bruna confirma para Anita que levou um celular para Antônio na instituição. SEXTA-FEIRA Sidney provoca Sofia, que disfarça seus ciúmes. Sofia e Anita encontram Caetano e dão uma lição de moral no pai, que promete se esforçar para que as filhas voltem a se orgulhar dele. Sofia comemora o mau resultado de Ben no simulado, pensando em voltar com ele para os Estados Unidos. SÁBADO Não há exibição.
Não há exibição.
Não há exibição.
NATÁLIA BOERE natalia.boerel@oglobo.com.br
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tores que invariavelmente surgem nas listas das personalidades brasileiras mais sexies, Cleo Pires e Cauã Reymond não negam o próprio poder de sedução. Muito menos têm problemas em usar o sex appeal quando um personagem exige. Será o caso agora com a série “O caçador”, que estreia dia 11, depois do “Globo repórter”. Na atração, os dois protagonizam um caso com direito a sequências de sexo tórrido. Mas nada que tire o sono da dupla. - Gravei uma cena com o Cauã que foi uma coisa mais explícita, numa piscina. E com o Alejandro (Claveaux, que forma um triângulo com os dois na série) foi mais de movimentação, de suor. Fiquei à vontade com os dois. A gente tinha uma troca bacana, aberta, legal - conta Cleo. A atriz afirma lidar bem com as sequências mais quentes, mas admite que as cenas do seriado mexeram com o namorado, o também ator Rômulo Arantes Neto. - Ele tem ciúmes e eu também teria. Quando você ama, cuida. Rômulo prefere não ver cenas específicas, mas não deixa de me prestigiar. E confia em mim e confia nele - explica. Cauã também diz não ter nenhum tipo de constrangimento com sequências de sexo. - Nunca tive - garante ele. Cleo imediatamente rebate: - Você tem um pouco. - Você acha? - pergunta. - Acho - diz ela. E Cauã logo se justifica citando uma situação específica: - Teve uma hora em que eu precisei tirar a sunga, né? Pela primeira vez com a bunda de fora. Já tinha ficado em “Falsa loura” (filme de Carlos Reichenbach, de 2007), mas era uma cena em que o personagem estava andando. E com a Cleo eu tive que ficar numa posição delicada. O meu constrangimento era pela posição, não por estar pelado. Na série, uma criação de Marçal Aquino, Fernando Bonassi e José Alvarenga Junior, Cauã faz o ex-policial André, que se torna um caçador de recompensas. O protagonista se envolve com a cunhada Kátia (Cleo), casada com seu irmão, o delegado Alexandre (Claveaux). Mais um personagem que deve mexer com a libido alheia, assim como o sedutor
Amores brutos
Amantes em cena, Cauã Reymond e Cleo Pires falam da doentia relação dos seus personagens na série ‘O caçador’, que estreia dia 11 na Globo
FOTO: GUSTAVO STEPHAN/AGRADECIMENTO: ITANHANGÁ GOLF CLUB
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Parceiros. Cauã e Cleo dizem encarar de forma natural as gravações das cenas de sexo da série policial
Leandro, de “Amores roubados”, microssérie exibida em janeiro. - A gente faz personagens que mexem com a fantasia das pessoas, é natural que isso transborde. Quando estou fazendo um personagem, a sensualidade é intencional. Mas, na vida, não. Só se estou interessado em alguém. Mas eu fiquei anos casado (com a atriz Grazi Massafera, de quem se separou no fim do ano passado) e não estava interessado em ninguém - explica Cauã. Sem ressalvas, Cleo fala que às vezes também usa o seu poder de sedução fora do vídeo. - A sensualidade pode ser intencional quando você quer despertar isso em alguém. Acho que a gente já é bem grandinho para saber - provoca a atriz. Para Cleo, Kátia se relacionaria com os dois irmão de qualquer forma, independentemente de quem fosse seu marido. - A traição passa pelo fato de ela não saber o que fazer com suas emoções e achar um lugar para escapar, ao invés de resolver suas questões. Alexandre é uma espécie de porto seguro, uma coisa firme. Com o André é mais “vamos pirar” - compara. Codiretor da série, em parceria com José Alvarenga Júnior, Heitor Dhalia explica que a indecisão sentimental de Kátia é genuína. E provoca ainda mais sofrimento na personagem, que é bipolar e desequilibrada. - Quem está dividido sempre sofre. É meio tragédia grega, são duas paixões reais. Ela está muito balançada pelos dois - adianta ele, que dirigiu uma das sequências picantes entre Kátia e Alexandre: Eles estão transando e ouvem uma ligação de André na secretária eletrônica. Isso deixa a relação ainda mais apimentada. É como na vida, acho que ciúme e tesão andam juntos. Para Cauã, mais do que um fetiche, Kátia representa um refúgio para André, personagem que ficou preso por três anos após sofrer uma injustiça: Kátia é a única pessoa que o procura quando ele sai da cadeia. Eles têm uma relação doentia. Ela representa dúvida e confusão, mas é o único laço afetivo que sobrou. “O caçador” exigiu preparação do elenco. Cauã, que usa em cena 14 tatuagens falsas - vindo de uma gravação, ele chegou à entrevista com os desenhos no corpo -, fez aula de tiro na coordenadoria de recursos espe-
Cena. Cauã e cenas q protag como o André
Teve que p sunga posiç com a const era p estar CAUÃ R
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revista da
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TV GLOBO/RENATO ROCHA MIRANDA
Na trama de “O caçador”, André (Cauã Reymond) é um ex-policial preso injustamente. Renegado pela família, ele vira um caçador de recompensas para provar a sua inocência. - Queríamos mostrar como ele refaria a sua vida dentro do país hostil em que vivemos na atualidade. As pessoas estão muito agressivas - explica José Alvarenga Júnior. De acordo com o diretor, André “é um cara com altos conflitos”. Já a série é classificada por ele como um “drama criminal”. - A base é o drama humano, são as reconciliações impossíveis, as maiores traições.
Teve uma hora em que precisei tirar a sunga, e fiquei numa posição delicada com a Cleo. O meu constrangimento era por isso, não por estar pelado” CAUÃ REYMOND
Rômulo tem ciúmes, eu teria. Quando você ama, você cuida. Ele prefere não ver cenas específicas” CLEO PIRES
ciais (CORE) da Polícia Civil. E Cleo resolveu emagrecer por conta própria: Queria ficar fisicamente mais frágil, porque eu sou forte. Achei que a personagem tinha que ser até mais magra do que estou. Não faço dieta, sou muito hedonista. Tinha que ter começado a gravar agora, que fiquei disciplinada. Cleo também teve aulas de tiro e aprendeu como explorar áreas de risco na Academia da Polícia Civil do estado do Rio. Mas a preparação já foi para outro trabalho, o filme “Boletim de ocorrência”. No longa de Tomas Portella, que começa a ser rodado no dia 8, a atriz interpreta uma policial recém-formada: A personagem se torna policial por uma motivação pouco honrosa, para se vingar do ex-namorado. Mas, no desenrolar das coisas, e também por orgulho, resolve se provar para todo mundo e acaba se tornando uma ótima policial. Após o fim das gravações de “O caçador”, previstas para terminar em maio, Cauã roda o filme “Língua seca”, de Homero Olivetto. Ele ainda está em cartaz como o traficante Playboy em “Alemão”, longa de José Eduardo Belmonte do qual também é produtor: Esse filme me realizou como ator e como produtor associado. Eu fui coprodutor no “Se nada mais der certo” (de 2008, também de Belmonte), mas, na época, isso não era um objetivo. No “Alemão”, já era. Tanto que também sou coprodutor do “Tim Maia” (de Mauro Lima, com
estreia prevista para julho). Aos 33 anos, o ator conta que o interesse pelo “outro lado das câmeras” é fruto da maturidade na profissão. - No começo da carreira, quando assistia às cenas, olhava para mim. Com o tempo, fui ganhando um olhar para o diretor de arte, o de fotografia. Hoje em dia, eu consigo parar de me olhar e ver o trabalho do meu colega. Talvez seja um dos motivos que fizeram com que eu quisesse ter uma voz ativa não só no lugar do ator em cena, como no lugar da criação. Cleo, de 31, também tem um lado criativo que pode ser acionado “em algum momento”: Compus uma música com meu pai, Orlando (Morais, casado com a sua mãe, Gloria Pires), chamada “Areia firme”. Quero ser cantora. Às vezes gosto da minha voz, mas nem sempre. Sou afinada. Não sei se eu não tenho talento nenhum, ou se o meu medo de mexer nisso de alguma forma me fez não desenvolver esse talento. Mas amo música e não queria morrer sem fazer isso. Cauã conta que até pensou em tocar violão. Mas... - Percebi que quando o violão chegava na minha mão as pessoas iam tomar um café, ao banheiro. E que o talento estava na mão dos outros. Eu tinha outras coisas para fazer da vida.
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Entre tiros e muita correria
TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR
Cena. Cauã e Cleo em uma das cenas quentes que protagonizam na série, como os amantes André e Kátia
Alexandre Alejandro Claveaux Delegado de polícia que não mede esforços para perseguir e prejudicar o seu irmão, André (Cauã Reymond). Alexandre suspeita que ele tenha um caso com sua mulher, a bipolar e problemática Kátia (Cleo Pires). - É o irmão que caça André, os laços familiares se desfazem - adianta José Alvarenga Júnior.
Marinalva Nanda costa Ex-prostituta que, para tentar refazer a sua vida, vira evangélica. André passa os seis primeiros episódios da série procurando por ela. - Marinalva é a pessoa-chave para desvendar toda a história do André. A dificuldade é que ela precisa voltar ao passado para abrir o futuro para ele - explica o diretor.
Lopes Ailton Graça Delegado a quem André respondia antes de ser preso. É Lopes quem sugere que ele, um hábil investigador, vire caçador de recompensas. - Eu, Cauã e Alejandro acompanhamos por um tempo o trabalho dos policiais, convivemos com eles no dia a dia, para entender como era o lado racional deles dentro das missões - conta Ailton. TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR
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Drama criminal
TV GLOBO/ESTEVAM AVELLAR
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TV GLOBO/JOÃO COTTA
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Saulo Jackson Antunes Policial e pai de André e Alexandre. Morre logo no primeiro episódio. Fiz com Cauã uma das cenas mais difíceis da minha vida. Tive que estudar muito e mergulhar de forma profunda nos meus aprendizados, porque não poderia usar uma lágrima - comenta Jackson.
Mercedes Cecília Audi Mulher dedicada de Saulo e mãe de Alexandre e André. Não acredita na inocência do filho que foi preso injustamente. - Mercedes se dedicou ao marido de maneira integral e não abdicou dessa devoção, o que fez dela uma mãe pouco flexível - diz Alvarenga.
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MULTISHOW/ DIVULGAÇÃO
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ílvio Guindane tinha uma ideia há mais de dez anos: fazer um projeto que falasse de um anti-herói, usasse uma relação familiar forte e fosse ambientada no subúrbio, mas não na “favela que a gente está acostumado a ver nos filmes”, ele diz. Surgiu assim a série “Acerto de contas”, que o Multishow estreia nesta quarta, às 22h30. Na trama, Sílvio interpreta Dante, um homem que sai da cadeia disposto a se vingar das pessoas que destruíram sua vida depois de ficar sete anos preso. Entra os alvos estão seu próprio irmão, Quinho (Ângelo Paes Leme). - Chamei o Leonardo Gudel, que comanda o roteiro e escreve a série comigo. Além disso, para dirigir, convidei o José Joffily, que conheço há muitos anos e tem muitos filmes neste estilo. Sabia que o Zé saberia falar desse assunto. Minha grande preocupação era não fazer só uma série de ação, do tiro pelo tiro. Tudo acontece através de uma discussão humana - explica Sílvio. O programa marca a primeira investida do Multishow nas tramas policiais e é exemplo de como o gênero anda popular na TV brasileira. Na Globo, “O caçador”, que estreia dia 11, já chega na sequência de “A teia”, que termina nesta terça. Já a Record, que há alguns anos investe no gênero, promete para este ano uma segunda temporada de “A lei e o crime”, série de 2009 que trazia no elenco Ângelo e Sílvio, envolvidos agora com “Acerto de contas”. O canal MGM, que este ano também estreou nas séries policiais com “Força de elite”, garantiu uma segunda leva de episódios. Sílvio diz que é possível ver o surgimento de uma produção de gênero mais forte no Brasil. - Acho que, claro, a Lei da TV Paga está abrindo muitos caminhos, mas tem ainda outra coisa: o público está ficando mais exigente, e isso muda as coisas nas TVs aberta e fechada. Acho que as produções estão chegando com mais qualidade. Além disso, tenho visto uma inclusão maior de gente de cinema trabalhando em televisão. O mercado de cinema também mudou: não há mais espaço para filmes médios. Então há uma gama de profissionais caminhando para a TV. Para Rogério Gomes, diretor de “A teia”, a novidade não é bem o gênero, mas a forma: As séries policiais sempre existiramnaTV.Em1979,porexemplo,aGlobo produziu o “Plantão de polícia”, seriado de sucesso. A mudança fica a critério do formato: com um arco dramático aberto, deixando o gancho para o próximo episódio, mantendo uma única história sendo contada em diversas partes,
1 TV GLOBO/ ESTEVAM AVELLAR
1. Acerto de contas. Silvio Guindane vive o protagonista Dante 2. A teia. Trama inspirada em fatos reais é protagonizada por João Miguel que contracena com Fernando Alves Pinto e Michel Melamed 3. O caçador. Cauã Reymond, aqui ao lado de Ailton Graça, vive um ex-policial na série
5. Força de elite. A série foi a primeira aposta do MGM no gênero e terá segunda temporada
Entre tiros e muita correria
2 TV GLOBO/ ESTEVAM AVELLAR
3 RECORD/ MUNIR CHATACK
4. A lei e o crime. Caio Junqueira viveu um inspetor de polícia na série, exibida em 2009
4 MGM/MARCOS PACHECO
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« CAPA »
Estreia de ‘Acerto de contas’, a primeira série policial do Multishow, reforça a popularidade do gênero nos canais brasileiros e gerando diversas temporadas. José Alvarenga Júnior, que divide a direção de “O caçador” com Heitor Dhalia, destaca que o crescimento da produção tem entre suas explicações o fator financeiro. E afirma que “com o barateamento que o mundo digital trouxe para a TV foi possível baixar custos e investir num gênero que é caro por natureza”. Além disso, ele crê que as séries policiais têm características que atraem o público em geral, mas já vê um jeito exclusivamente brasileiro nas produções locais: O gênero policial traz em si algo de game. Você joga com as expectativas do público o tempo todo. Esses elementos estão numa série policial feita na Dinamarca ou no Japão. O que caracteriza as diferenças é a personalidade do personagem. No caso do Brasil, o personagem normalmente se vê lutando sozinho, já que as instituições de segurança muitas vezes são frágeis e desorganizadas. Autor de séries como “A lei e o crime” e “Fora de controle”, na Record, Marcílio de Moraes acha que é cedo para se falar num gênero policial brasileiro. Segundo ele, faz falta no país a tradição do romance policial na literatura, em comparação
a países como EUA e Inglaterra, por exemplo. Mas são exatamente as peculiaridades brasileiras o maior desafio dos roteiristas que desejarem investir no gênero, na opinião dele. - A grande dificuldade de escrever série policial no Brasil é que a nossa polícia tem muito pouco prestígio. É difícil você colocar o policial como herói. Existe muita corrupção, desvio de conduta e o índice de solução de crimes é baixíssimo. Para fazer uma série crível, verossímil, você tem que encarar isso. Não dá para colocar um monte de heróis, resolvendo crimes complicadíssimos, todos honestos. Neste sentido, talvez daí é que vá surgir um gênero policial genuinamente brasileiro. Mesmo assim, o desejo do público brasileiro por justiça é um dos motivos do sucesso do gênero, de acordo com Marcello Coltro, vice-presidente executivo da Chello Latin America, dona da MGM: Existe um interesse pelas séries de ação e criminais e isso não é uma característica apenas do público brasileiro. Em pesquisas, a audiência se conecta positivamente aos temas relacionados à justiça e um desejo da vitória do mocinho versus o bandido. Isso vem desde os tempos do western e dos super-heróis.
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A TV DE... Bruno Gagliasso SIMONE MARINHO
Qual é o seu programa preferido? Gosto muito de séries, sou completamente viciado. Até evito assistir no meio de um trabalho grande, como uma novela, porque não consigo acompanhar na velocidade de que gosto. Estou ansioso para o retorno de “Game of Thrones”. Além de “Game of Thrones”, quais séries recentes chamaram a sua atenção? “Mad men” e “True Detective”, que é fenomenal. Matthew McConaughey está brilhante. Como ele é bom! Escolhas certas fazem a diferença para um ator. Você se identifica com algum personagem de seriado? Qual? No ritmo que estou de trabalho e de gravações, estou me sentindo o próprio Jack Bauer (de “24 horas”). A que programa assiste quando tem insônia? Vários. Eu tenho muita insônia. Nesses
momentos revejo filmes de que gosto e também assisto ao canal Off.
para perceber que faz tempo que não assisto a desenhos animados!
Do que gosta no Off? Os documentários são maravilhosos, e as imagens são lindas.
Programa musical: Sem dúvida, o “The Voice”. Tanto o nosso quanto o americano. Alto nível de emoção e entretenimento.
Qual modalidade esportiva você acompanha? O UFC, sou assinante do canal Combat. Reúno os amigos para assistir em casa. Sou fã de Anderson Silva, Minotauro, Erick Silva, Cigano&
O que faz você rir? “A grande família”.
Cena de novela inesquecível: A banana que o Reginaldo Faria deu no final de “Vale tudo”. O personagem denunciava uma inversão de valores que ainda é real no país. E, para falar de uma outra cena que também me marcou muito, e que adorei fazer: a do último capítulo de “América”, quando meu personagem, Junior, cita um trecho de Oscar Wilde para sua mãe, Neuta. Uma cena linda e emocionante.
Para ver acompanhado: Porta dos Fundos. Coloco no canal do YouTube, conecto à TV e fico rindo horas com a minha mulher (a atriz Giovanna Ewbank).
Que papel de novela gostaria de ter feito? Gostaria muito de ter feito o Alexandre Toledo, papel de Guilherme Fontes em “A viagem”.
Desenho animado: “He-man” e “Os Jetsons”. Mas dá
Que novela gostaria de rever? “Que rei sou eu?”
ganhou espaço. Entrou apenas como a prima nordestina da Amélia (Bianca Bin) e passou a circular em vários núcleos. Hoje, toda vilania passa por ela. Como a invenção que Amélia já namorou Manfred (Carmo Dalla Vecchia). Acredita que Zefinha realmente é uma pessoa má?
percebe que está sendo manipulada.
O que faz você chorar? Choro de rir com o “Modern family”!
Gosto muito de séries, sou completamente viciado. Até evito assistir no meio de um trabalho grande, como uma novela, porque não consigo acompanhar na velocidade de que gosto.”
JOGO RÁPIDO... DIVULGAÇÃO
Na reta final de “Joia rara”, Cristiane Amorim vem chamando atenção como Zefinha. Moradora do Rio há 9 anos, a atriz baiana conquistou Amora Mautner, a diretora-geral da novela, ao fazer uma participação no seriado “As Cariocas”. O trabalho acabou lhe rendendo um convite para “Cordel encantado” e para a trama das 18h, que chega ao fim na sexta. Imaginava que a personagem iria crescer? Estou muito feliz. Zefinha realmente
Acredita que Zefinha realmente é uma pessoa má? Ela é ingênua, mas tem uma falha de caráter. Quer crescer na vida, passou fome, e acaba sendo usada. Não
Acredita que ela pode se regenerar? Tudo pode acontecer. No início, ela deu provas de que havia se arrependido ao salvar Franz (Bruno Gagliasso) de uma emboscada, mas depois enveredou para outro caminho. Acho que Zefinha não merece ser presa, mas terminará com um emprego bem aquém da sua ambição. Ela só começou a perceber como Manfred era perigoso ao ser sequestrada por ele.
Clube dos cinco
O outro lado da rua
TCM 15h30 (EUA, 1985) de John Hughes. Comédia Se tem um cara que compreendeu a juventude da década de 1980, ele se chama John Hughes. Neste que é seu segundo filme como diretor, ele dá uma aula de como fazer um bom filme de high school, sem precisar de mais do que cinco atores e um cenário. Na trama, os tais cinco adolescentes que se comportaram mal na escola ficam de castigo durante um sábado. Em princípio, eles não se entendem e são completamente diferentes - o bad boy, o esportista, o nerd, a patricinha e a esquisita - mas, no fundo, vão descobrir que compartilham as dores e as delícias da juventude.
AXN, 18:00 (BRASIL, 2004) de marcos bernstein. Drama. Os grandes Fernanda Montenegro e Raul Cortez são o grande trunfo do filme, espécie de “Janela indiscreta” da terceira idade de Copacabana. Ela é uma senhorinha que acredita ter testemunhado um assassinato. .
Simplesmente amor TBS, 22:00
(EUA/ frança/ reino unido, 2003) de Richard Curtis. Comédia romântica. Exercício do gênero em seu ápice, o longa entrelaça histórias românticas fofas na semana do Natal e Ano Novo.
Zefinha realmente ganhou espaço. Entrou apenas como a prima da Amélia e passou a circular em vários núcleos.”
FILMES DE HOJE DIVULGAÇÃO
A pequena sereia Telecine Fun, 16:25 (EUA, 1989) de Ron Clements e john Musker. Animação. Depois de alguns filmes não tão bem sucedidos nos anos 1980, a Disney voltou aos trilhos com o sucesso desta adaptação de Hans Christian Andersen.
FIQUE DE OLHO
Para seguir na sessão de nostalgia dos anos 1980, o Telecine Cult programou para hoje outro clássico da década, também dirigido por John Hughes e com Molly Ringwald no elenco, é claro: “Gatinhas e gatões” vai ao ar às 18:30.
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Clube do assinante Promoções e descontos renovados a cada domingo ALEXSANDRA BORGES
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NILTON CARAUTA nilton.carauta@oglobo.com.br
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oucas horas após desembarcar no Rio, depois de passar férias em Boston, nos EUA, ao lado da família e de amigos, Sam Alves já estava posando para a foto que ilustra esta página. O cantor recebeu a Revista da TV em sua casa, no Recreio, na semana passada, para falar sobre o lançamento do seu primeiro álbum, que chega às lojas terça-feira. Depois de vencer o “The Voice Brasil”, ele não parece preocupado com a pressão para manter o sucesso com as massas. E explica que sua principal meta é seguir na música e “tocar o coração das pessoas”. - Não tenho uma fórmula para o sucesso, mas minha vida tem sido marcada pelos problemas que enfrento. Essa é mais uma etapa que vou superar. Creio que com amor e dedicação, minha música irá permanecer. Tudo que a gente conquista é, em primeiro lugar, por graça de Deus, e depois, pelo trabalho que a gente faz. Ralou, conseguiu, conquistou... Meus pais me ensinaram assim. Assinei com uma grande gravadora, mas tenho que ralar se quiser continuar nesse nível - diz Sam, que foi deixado numa caixa de papelão ainda bebê na porta da casa dos pais adotivos, em Fortaleza. O disco terá 11 faixas, a maioria delas consagradas em suas aparições ao longo do reality, como “Halleluya”. O trabalho é predominante em inglês, a segunda língua do cantor, que se mudou com a família para os EUA quando tinha pouco mais de quatro anos. Sam gravou tudo em janeiro e conta ter participado de todos os detalhes: da escolha do repertório até os arranjos. - Tive total liberdade. Mesmo nos dias em que obrigatoriamente não precisava estar em estúdio, estava lá. O CD traz uma canção de minha autoria (“Be with me”), que compus há dois anos - conta Sam, que gravou
Um cantor que imprimle seu esti o
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ainda “Você existe em mim”, cantada na semifinal do programa em homenagem à Claudia Leitte, sua técnica durante o programa da Globo. O estilo de Sam também estará presente no encarte do CD. Ele explica que além da música, imprime sua personalidade também na forma de se vestir.
- Quando trabalhava no banco, o pessoal perguntava: “Você é artista?” Nas fotos de divulgação quis mostrar um lado mais elegante, mas usei colete e gravata com zíper - adianta. Reservado ao falar da vida pessoal, Sam diz que sente falta de uma relação. - Meu foco está na carreira.
Eduardo Rodrigues, Liv Brandão seriaais@oglobo.com.br
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SOBE Discovery mandou bem em apostar na ficção. “Klondike” tem um ou problema, mas é promissora!
DESCE “Grimm” já está se repetindo: a fábula de João e Maria, que inspirou o episódio exibido na semana passada pelo Universal, já tinha sido usada.
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« COMEDY CENTRAL, QUARTAS, 20H »
Uma família muito louca aprontando altas confusões FOTOS DE DIVULGAÇÃO
Ah, os anos 80, a década que nos deu sitcoms inesquecíveis que retratavam o cotidiano familiar como “Um amor de família”, “Três é demais”, “Caras e caretas”, entre muitas (muitas!) outras, agora aparece retratada justamente em uma... sitcom. “The Goldbergs” estreou na última semana e é sempre exibida às quartas, 20h, no Comedy Central, acompanhando as desventuras da família-título, profundamente inspirada na vida do criador, Adam F. Goldberg. As roupas e os cabelos de gosto
duvidosíssimo estão lá, bem como todo o comportamento típico do período e o modus operandi de uma casa sem gadgets hoje indispensáveis para a classe média, como celular, mp3player, TV a cabo... A nostalgia serve como pano de fundo para as piadas. Wendi McLendon-Covey é Beverly Goldberg, a matriarca neurótica, gritalhona (aliás, todo mundo grita o tempo todo) e superprotetora. Jeff Garlin é o pai, Murray Goldberg, um brutamontes. Os dois têm três filhos, que aprontam as maiores confusões,
como diria o narrador da “Sessão da tarde”, outro ícone daquela época. Outro elemento importante do núcleo é o avô Albert “Pops” Solomon, interpretado por George Segal. O personagem, um senhorzinho do tipo babão, que encara como missão ensinar o neto caçula - Adam, inspirado no criador, que registra todas as lembranças da família e cuja versão adulta serve de narradora para a trama - a faturar as menininhas. - Eu acho que os Goldbergs são uma família engraçada, eles são divertidos com eles mesmos, tem muita piada uns com os outros e acho que toda família no mundo deveria ser assim, divertida - aconselha Segal, do alto de seus 80 anos e com as memórias da década perdida fresquinhas em mente. - O fato de eles serem disfuncionais torna tudo muito mais divertido. Ator de filmes como “Um toque de classe” e “Quem tem medo de Virginia Woolf?”, pelo qual concorreu ao Oscar de ator coadjuvante em 1967 com o papel de Nick, Segal diz ter se encantado com o atual trabalho na leitura dos roteiros. - A série é algo bem divertido, que me faz dar risada. Então se me faz sorrir, eu tenho uma experiência muito boa e isso vale a pena - conclui o veterano.
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Batalha renovada O drama épico “Vikings” foi renovado para sua terceira temporada, que terá dez episódios e irá ao ar nos Estados Unidos em 2015. No Brasil, a segunda temporada estreia nesta quarta-feira, no NatGeo, às 20h. O programa é um prato cheio para quem se interessa pelos hábitos culturais daquele povo e curte cenas de batalha.
Marvel Aposta A primeira série da Marvel produzida pelo Netflix, “Demolidor”, começará a ser rodada em julho, em Nova York, nos Estados Unidos. O projeto é ambicioso e prevê 60 episódios de uma hora de duração. Torcemos para que seja melhor do que “Agents of S.H.I.E.L.D.”.
Jogo de tensão A quarta temporada de “Game of thrones” estreia em 6 de abril na HBO e, a cada aperitivo, a expectativa aumenta. Em vídeo liberado esta semana, o diretor Alik Sakharov revela: “Essa será uma das temporadas mais fortes”. Ou seja, preparem os corações!
Um homem e três grandes sucessos da televisão Ele é nada menos que o homem por trás de três séries que marcaram a vida de muita gente nos anos 1990/2000: Darren Star foi roteirista e produtor executivo de “Sex and the city”, “Barrados no baile” e “Melrose”. No Brasil no mês passado para ministrar um curso no Programa Globosat de Roteiristas, ele disse que hoje em dia - 10 anos após o fim das aventuras de Carrie e cia! - está bem mais difícil emplacar uma série... - Muito mais! A competição é enorme. As séries não têm tempo para se estabelecer. Se a audiência não for grande de cara, são logo canceladas. Acho que televisão é sobre desenvolver a relação entre público e personagem. E às vezes isso não acontece em duas semanas... - opina.
Sex and the city. Miranda, Samantha, Charlotte e Carrie: amigas inseparáveis na série ambientada em Nova York Star, que atualmente aguarda o destino de um piloto que escreveu, acredita que seus três maiores sucessos tinham algo em comum: Acho que eram sobre personagens que criaram uma família uns com os outros. Os jovens de
“Barrados no baile” eram assim. Em “Melrose”, por mais louca que a história foi se tornando, eles eram uma família naquele prédio. E em “Sex and the city”as pessoas mais importantes nas vidas daquelas mulheres eram umas às outras, não os homens. E ele conta que os personagens mais legais de escrever eram também os mais difíceis: É divertido criar os mais escandalosos como a Amanda, de “Melrose” ou a Samantha, de “Sex and the city”. A maioria das pessoas não é daquele jeito, então é legal se imaginar ali (risos).
Barrados no baile. Trama sobre adolescentes de Beverly Hills
Melrose. Moradores do mesmo prédio e muito encrenqueiros
Isabelle Lindote isabelle.lindote@oglobo.com.br
o que vem por aí
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CENA VIRTUAL DEU NA TV E FEZ SUCESSO NA INTERNET VEJA OS VÍDEOS EM oglobo.com.br/revistadatv
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Índio bom de bola
“SporTV repórter” volta hoje (22h) das férias com histórias interessantes na bagagem. A repórter Manuela Franceschini foi até a Amazônia conhecer o lugar onde a ideia de um cacique apaixonado por futebol mudou a vida de uma aldeia indígena. No interior do Pará, a tribo Kyikatejê formou o primeiro time de futebol indígena profissional do país, o Gavião Kyikatejê Futebol Clube. Aru Sompré, o capitão do time, homem-gol e guerreiro referência para a aldeia, diz a Manuela que se perguntava por que tinha nascido índio quando era criança, mas que agora entende a razão: para jogar futebol. FOTOS DE DIVULGAÇÃO
Bom companheiro Danilo Gentili mostrou que é mesmo um bom colega de trabalho e foi ao “Programa do Ratinho”. O apresentador contou a Carlos Massa que usa cuecas boxer, arrancando gritinhos da plateia.
Fome de bola
Após ser alvo de críticas, Neymar deu um tapa na cara da sociedade, fez dois gols e acabou com jejum de 39 dias sem marcar. Foi na partida entre Barcelona e Vigo pelo Campeonato Espanhol.
A repórter Manuela Franceschini com Aru Sompré, capitão do time Kyikatejê
Redonda oriental
Os anti-golpe
“A bola”, série do “Esporte espetacular” (Globo, 9h50) dirigida por Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone, chega ao fim neste domingo. O último episódio aporta na Tailândia e mostra o esporte mais praticado por lá: o sepak takraw, um misto de futevôlei e muay thai. A disciplina e o equilíbrio da sociedade oriental também estão presentes na atividade.
A série documental “Militares pela democracia”, no ar a partir de amanhã (TV Brasil, 23h30), mostra grupos de militares que eram contra e reagiram ao golpe de 1964 dentro dos quarteis.
Lobas no auge
Lama gulosa
A morte do vilão Hermes (Alexandre Nero), em “Além do horizonte”, foi, no mínimo, bizarra. O personagem foi engolido por uma areia movediça.
As poderosas peruas de “Cinquentinha”, série de Aguinaldo Silva exibida em 2009, estão de volta ao Viva a partir de amanhã (23h10). Na atração, Marília Gabriela, Maria Padilha, Susana Vieira e Betty Lago dão vida às viúvas de Daniel (José Wilker).
Dentro da ordem Homens e mulheres que trabalham no Departamento de Trânsito da Filadélfia são os protagonistas de “Proibido estacionar”, série documental que estreia quarta no A&E (21h30).
Nutricionista Fátima Nunes explica propriedades do feijão e dá dicas de prepará-lo de forma saudável. www.facebook.com/tribunarn
ASTROLOGIA
SOCIAL
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PÁGINAS 4 A 7
Não saia de casa sem ler as previsões astrológicas de Cláudia Hollander para hoje.
Tudo sobre a sociedade natalense nas colunas de Hilneth Correia, Liege Barbalho e Jota Oliveira.
CRIE SITUAÇÕES INUSITADAS MISTURANDO NUM SÓ LOOK VÁRIOS TIPOS DE ESTAMPAS • PÁGINA 8
PAULO COELHO
Conheça a história do nagual, espécie de feiticeiro, segundo as tradições indígenas mexicanas PÁGINA 2
tnfamília Coma
Editor: Isaac Ribeiro - tnfamilia@tribunadonorte.com.br
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feijão! Principal representante do grupo das leguminosas, o feijão é fonte de vitaminas B1, B2, B3 e B9, proteínas e minerais. Consumido
diariamente, cozido sem adição de carnes gordurosas, ele é um forte aliado na prevenção e controle de doenças como diabetes, colesterol alto, hipertensão, trombose, patologias cardíacas e intestinais
ISAAC RIBEIRO repórter
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reto, carioca, fradinho, branco, verde, azuki, roxo, jalo, rajado, rosinha, vermelho, macassar, marrom, fava, bolinha, de corda... a variedade é grande. Grande também é a quantidade de propriedades benéficas do feijão, um dos símbolos nacionais, para o nosso organismo. Consumido diariamente, cozido sem adição de carnes gordurosas, ele é um forte aliado na prevenção e controle de doenças como diabetes, colesterol alto, hipertensão, trombose, patologias cardíacas e intestinais e até mesmo câncer. Principal representante do grupo das leguminosas, o feijão é fonte de vitaminas B1, B2, B3 e B9, proteínas e minerais como potássio, ferro, fósforo, cálcio, cobre, zinco e magnésio. De acordo com a nutricionista Fáti-
ma Nunes é o grande número de vitaminas e minerais que faz o feijão ser usado milenarmente na nossa alimentação — principalmente o magnésio, o ferro e o zinco, extremamente importantes para mais de 200 reações metabólicas. “Então, nesse contexto, é um alimento que, como a gente diz, sustenta. Um prato de almoço sem o feijão fica incompleto.” Outro destaque da leguminosa é a quantidade de fibras, o que faz melhorar bastante o trânsito intestinal e servir de prevenção ao câncer de intestino. Para se ter uma ideia, cada 100 g do tipo carioca, cozido, oferece 8,5 g de fibra. E não tem essa de que está de dieta e não pode comer feijão. Além de ser pouco calórico, ele ativa a saciedade, aumentando a sensação de satisfação após as refeições. Quem nunca ouviu falar que feijão da “sustância”?
Dupla perfeita
No dicionário Aurélio, a expressão “feijão-com-arroz” é classificada como “aquilo que é de cada dia; o comum, o habitual”. E é assim que deve ser na mesa. O prato mais popular do País é uma combinação de vitaminas, minerais e aminoácidos. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a dupla quando consumida junta garante a absorção de mais de 80% das proteínas lisina, do arroz, e metionina, do feijão. “A gente recomenda, como nutricionista funcional, usar todos os dias o feijão. A não ser em casos específicos de pessoas que tenham hemacromatose, que é a ferritina al-
CAMILA KAU
e até mesmo câncer
ta, ou tenha uma intolerância, uma alergia, mas mesmo assim a gente dá algumas dicas de tirar esse estufamento que o feijão provoca”, esclarece Fátima Nunes. Ela também recomenda não comer apenas um tipo de feijão. Afinal, a variedade é tanta... Mas cada um tem pequenas alterações em suas propriedades, para mais ou para menos. O mais consumido pelos brasileiros é o carioca, dominando o mercado nacional. A região que mais consome é a Sudeste, cerca de 218 g por dia, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísta (IBGE). Porém, o consumo anual desse alimento tem caído bastante da década de 60 para os dias de hoje — de 23kg para 17kg.
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Alimento mais que completo
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
tn família « PAULO COELHO »
O Nagual Elias e a segunda chance
C
arlos Castaneda conta como o mestre do seu mestre, Julian Osório, se transformou em um nagual - espécie de feiticeiro, segundo certas tradições mexicanas. Julian trabalhava como ator em um teatro itinerante no interior do México. Entretanto, a vida de artista era apenas um pretexto para fugir das convenções impostas por sua tribo: na verdade, o que Julian mais gostava era beber e seduzir mulheres – qualquer tipo de mulher, que encontrava durante suas apresentações teatrais. Exagerou tanto, exigiu tanto da saúde, que terminou contraindo tuberculose. Elias, um feiticeiro muito conhecido entre os índios iaques, dava seu passeio vespertino quandoencontrouJuliancaídonocampo;sangrava pela boca, e a hemorragia era tão intensa, que Elias - capaz de ver o mundo espiritual - percebeu que a morte do pobre ator já estava próxima. Usando algumas ervas que carregava na bolsa, conseguiu estancar a hemorragia. Depois, virou-se para Julian:
- Não posso curá-lo – disse. – Tudo que podia fazer, já fiz. Sua morte já está bem próxima. - Não quero morrer, sou jovem – respondeu Julian. Elias, como todo nagual, estava mais interessado em comportar-se como um guerreiro - concentrando sua energia na batalha da sua vida-doqueajudandoalguémquenuncatinha respeitado o milagre da existência. Entretanto, sem conseguir explicar porque, resolveu atender o pedido. - Vou às cinco da madrugada para as montanhas – disse. – Espere-me na saída do povoado. Não falte. Se você não vier, vai morrer antes do que pensa: seu único recurso é aceitar meuconvite.Nuncapodereirepararodomque você já fez ao seu corpo, mas posso desviar seu avanço até o precipício da morte. Todos os seres humanos caem neste abismo, mais cedo ou mais tarde; você está a alguns passos dele, e não posso fazê-lo recuar. - O que pode fazer então? - Posso fazer com que caminhe pela borda do abismo. Vou desviar seus passos para que
“Elias, um feiticeiro muito conhecido, dava seu passeio vespertino quando encontrou Julian caído no campo; sangrava pela boca, e a hemorragia era tão intensa, que Elias percebeu que a morte do pobre ator já estava próxima.”
(MÉDICO E PROFESSOR DA UFRN - BOUCINHAS_JC@HOTMAIL.COM)
Voltando à acupuntura pela orelha
O
pula de D. Juan, Florinda, esta comentou: - É importante para todos nós examinar o caminho do nagual Julian à beira do abismo. Nos faz entender que todos temos uma segunda chance, mesmo que já estamos muito próximos de desistir. Castaneda concordou: examinar o caminho de Julian significava entender sua extraordinária luta para manter-se vivo. Entendeu que esta luta era travada segundo a segundo, sem qualquer descanso, contra os hábitos errados e a autopiedade. Não era uma batalha esporádica, mas um esforço disciplinado e constante para manter o equilíbrio; qualquer distração ou momento de debilidade poderia arrojá-lo no abismo da morte. Só havia uma maneira de vencer as tentaçõesdesuaantigavida:enfocartodaasuaatenção na beira do abismo, concentrar-se em cada passo, manter a calma, não ter apego a nada além do momento presente. Achoquetodasestasliçõesservemparacada um de nós.
(PSIQUIATRA - PAULAABORBA@HOTMAIL.COM)
« JORGE BOUCINHAS » assunto é dos mais palpitantes, mas, por já ter sido anteriormente tratado nesta coluna, estava sendo deixado um pouco de lado. Não obstante, a oportunidade da realização da Jornada Médica de Aurículo-Acupuntura, a ter lugar em Curitiba, sob orientação do autor deste Artigo e visando revisão e aprofundamento dos tópicos estudados em tão importante setor da área da saúde, leva-o a ser aqui revisto. Recorde-se que as últimas décadas têm visto um interesse crescente, em todo o globo, pelas técnicas de saúde orientais. Yoga, Acupuntura, Qigong, Taijiguan, Shiatzu, Farmacologia Chinesa, Macrobiótica, Medicina Ayurvédica, entre outras, têm-se difundido, ora complementando ora antagonizando as práticas de saúde ocidentais comumente adotadas. Contrariamente ao que se pensa sobre a Acupuntura, há uma especialidade dela, que seguiu um caminho diverso. Tem raízes fincadas tanto no Ocidente quanto no Oriente, e do primeiro é que partiu o despertar moderno dos orientais para o tema. Trata-se da Aurículo-Acupuntura, talvez melhor dita Auriculoterapia (AT), de tradição na bacia do Mediterrâneo e de codificação indiscutivelmente vinculada ao clínico francês Paul Nogier. Vale iniciar escrevendo algo sobre a nomenclatura. A denominação Auriculoterapia foi e é a preferida pela Escola Francesa, embora após reunião da OMS em Lyon, em 1990, tenha-se dado preferência à denominação preferida pelos chineses: Aurículo-Acupuntura. Já o termo Auriculomedicina foi cunhado por Paul Nogier para indicar o emprego da detecção pelo pulso, tendo aplicação até fora da AT, mas ultimamente em especial os seguidores de uma chinesa. a Profa. Huang tem tentado fazer valer o termo como denominação para sua Escola específica de AT. Hipócrates, o Pai da Medicina, no Século Vº AC escreveu, em “Geração”, que cauterizações atrás da orelha eram passíveis de serem usadas como recurso anticoncepcional. O também médico grego Cipeclades preconizava cortes nos vasos sanguíneos da parte posterior da orelha para curar tanto a impotência sexual quanto a esterilidade masculina. Também se encontram elementos de AT no Egito Antigo e na Turquia. Igualmente na China, quiçá cerca de 600 a 400 AC, como referido no Ling Shu, há descrições sobre a orelha referindo relações com os Me-
você siga pela enorme extensão desta margem entre a vida e a morte; pode andar para a direita ou para a esquerda, mas, enquanto você não cair nele, continuará vivo. O nagual Elias não esperava grande coisa do ator, um homem preguiçoso, libertino, e covarde. Ficou surpreso quando, às cinco da manhã do dia seguinte, encontrou-o esperando num dos extremos do lugarejo. Levou-o para as montanhas, ensinou-o os segredos dos antigos naguais mexicanos, e com o tempo Julian Osório se transformou num dos mais respeitados feiticeiros iaques. Nunca ficou curado da tuberculose, mas viveu até os 107 anos, sempre caminhando na beira do abismo. Quandochegouomomentoadequado,começou a aceitar discípulos, e foi o responsável pelo treinamento de Don Juan Matus, que por sua vez ensinou as antigas tradições a Carlos Castaneda. Castaneda, com sua série de livros, terminou popularizando estas tradições no mundo inteiro. Uma tarde, conversando com outra discí-
ridianos. No Nei Jing se afirma que a natureza das doenças poderia ser determinada pela inspeção da forma, cor e deformações da orelha, e recomenda-se o uso da sangria da mesma para tratamento de cefaléias e síndromes dolorosas. Na dinastia Jin (265-420 AC) foi instituída a massagem global da orelha como forma de melhorar a saúde global. A Acupuntura e a Moxabustão (aquecimento intenso dos pontos acupunturais) auriculares surgiram na dinastia Tang (608-907 DC). Na dinastia Ming (1386-1644 DC) as massagens auriculares em crianças tornaram-se progressivamente mais e mais populares. É interessante lembrar que, no vetusto subcontinente indiano, mesmo no antiquíssimo Livro da Ciência da Vida (Ayurveda) consta já que tinham os drávidas (primeiros habitantes civilizados conhecidos lá, anteriores à invasão ariana) deixado idéias sobre pontos de Acupuntura sistêmicos e, em especial, constam alguns pontos esparsos de orelha, com indicações bem precisas. Uma das subunidades do conjunto dos Vedas, datada de cerca de 3.000 AC, é chamada Suchiveda justamente por tratar do que se indicava como a ciência de perfurar o corpo com agulhas, com finalidades curativas. No século XVII um médico português, Zacutus Lusitanus, retomou Hipócrates, passou a cauterizar a orelha para dores do quadril (tudo descrito em sua obra Zacuti Lusitani Praxis Medica admiranda). No século seguinte o conhecido Valsalva descreveu uma técnica de tratamento das odontalgias por meio de cauterizações auriculares, e, no posterior, um médico de Parma, Itália, Ignas Colla, relatou os efeitos de cauterizações retro-auriculares, sobre as ciáticas. Neste mesmo século abundaram, na região de Lyon, França, relatos de médicos interessados nos métodos de Colla. O fato é que dizer AT é dizer do já citado lionês, Paul Nogier. Mas não mais se tocará maiormente nele e no que se passou depois dele, de vez que já foi bem visto em Artigo de Janeiro do ano passado. Importa mais saber que o Brasil, em que pesem suas dificuldades econômico-sociais, é hoje um país relativamente em evidência no setor. Vale a pena até lembrar que, em 1997, o Terceiro Simpósio Internacional de Auriculoterapia e Auriculomedicina teve lugar na cidade do Natal, com 387 assistentes vindo de dezenas de países, tendo preponderado os chineses, os franceses, os alemães e os argentinos. O assunto vale a pena e será continuado. Até lá!
« PAULA BORBA » Transtorno de pânico
P
oderia dizer que uma média de uma pessoa por semana chega ao consultório com sintomas de transtornodepânico.Otranstornotemumaprevalência de 3% a 5% da população mundial, sendo considerado um grave problema atual de saúde pública. A preocupação não fica só na questão dos números. Seria ótimo que todos fizessem este diagnóstico. A preocupação é que o diagnóstico ainda é feito tardiamente, estimando-se que apenas um terço tenha o correto diagnóstico e com isso tendo severas consequências ao individuo que sofre. O Transtorno de Pânico (TP) ficou popularmente conhecido e às vezes é generalizado a outras doenças numa visão leiga. No entanto, o transtorno de pânico éumaentidadenosológicaespecíficacaracterizadapor recorrentes crises de intenso mal-estar súbito, ou seja, sem necessariamente ser desencadeado por um fator estressor. O indivíduo apresenta um repertório de sintomas físicos como uma pressão no peito, respiração ofegante e ansiosa, sensação de sufocação, sensação de coração acelerado, tontura, entre outros, os quais simulam doenças de condição médica geral. Por isso, o paciente procura de imediato uma unidade de emergência, sendo atendido por médicos clínicos gerais quemuitasvezesnãoestãoaptosadiagnosticarotranstorno. São solicitados inúmeros exames subsidiários e quando nada se observa dizem que o paciente está “estressado”. Contudo esse paciente sai frustrado do atendimento, com a certeza de que estaria prestes a ter um ataque cardíaco ou um estado de morte iminente e nãoseconvencedanormalidadedosexames.Passaentão a procurar várias especialidades médicas iniciandoumaverdadeiraperambulaçãoaprocuradeumdiagnóstico. Como os ataques de pânico em geral surgem semfatoresestressores,estandoopacienteemcasa,em um restaurante, cinema, ou seja, ambientes inesperados para uma crise de mal-estar súbito, isso vai gerando uma sensação de perda do controle das crises e reforçando a ideia de que seja uma doença grave de fato. É claro que é conduta apropriada fazer os diagnósticos diferenciais com doenças cardíacas, doenças da tireoide, doenças pulmonares e uso de substancias psicoativas nos atendimentos de emergência. Porém sem tamanhademoranestainvestigação.Infelizmenteospacienteschegamaconsultardezoumaismédicoseagastar até uma década em peregrinação por diversas clínicas, antes de serem corretamente diagnosticados. O TP geralmente se inicia no fim da adolescência ou no adulto jovem. Alguns estudos sugerem haver um segundo pico de incidência, mais tardio, entre os 35 e os 40 anos de idade. Os extremos de idade como infância e idosos tem sido cada vez mais relatado em estudos específicos sobre o tema. As mulheres são duas vezes mais vulneráveis que os homens. O curso, ao longo da vida, é em geral crônico e flutuante. Trinta a
50% dos pacientes podem seguir com sintomas moderados e 50% apresentam recuperação em longo prazo. A procura do tratamento logo após o início dos sintomas influencia significantemente este prognóstico. Eventos como a morte de pessoas próximas, separaçõesouperdasemgeralpodemseassociarcomaagudizaçãodascrises.Agenéticatemsuaimportância,sendoobservadoqueparentesbiológicosemprimeirograu de pessoas com TP têm um risco 4 a 7 vezes maior de desenvolverem TP em relação à população geral. Ospacientespodemterumataqueouváriosnamesma semana. À medida que os ataques de pânico se repetem, aumenta a severidade dos mesmos, além de se desenvolver outros sintomas como a hipocondria, fobias em geral, depressão e uma ansiedade especifica que é o temor de lugares onde a fuga ou socorro esteja indisponível no caso de ocorrer os ataques de pânico que se chama agorafobia. Se o diagnóstico torna-se tardio podem se desenvolver limitações em suas rotinas como faltas ao emprego, problemas conjugais e familiaresecomportamentosdeesquivasocial.Podemchegar até a pedir demissão ou serem demitidos do trabalho e com a evolução da doença, sentem-se incapaz de sairdesacompanhadoemdistânciaumpoucoalémdas proximidades de sua casa. Restringem-se em dirigir, viajar, aceitar convites sociais devido ao “medo de passar mal e não ser acudido”. O surgimento de todas estas outras condições psiquiátricas além do comprometimento no desempenho diário são muitas vezes em função da demora no diagnóstico correto. É importante ressaltar que estes pacientes percebem-se como doentes físicos ou emocionais e, portanto, não devem ser rotulados como “não ter nada” ou tantos outros estigmas como histeria, “piti” ou doenças neurovegetativas. Pelo contrário, são pacientes que sofrem auto depreciação e desmoralização da sociedade merecendo uma atenção especial daqueles com quem convive. Em busca da redução da ansiedade, os pacientes com transtorno de pânico tornam-se vulneráveis a fazer abuso de álcool e outras substâncias psicotrópicas. Percentuais consideráveis apresentam dificuldades conjugais, problemas financeiros e até pensamentos suicidas.Aspreocupaçõeshipocondríacastambémsão frequentes nestes transtornos. Estes pacientes ficam em estado de alerta quanto a sua saúde ou de familiares, percebendo qualquer sintoma como catastrófico, numa interpretação irracional. Passam por cardiologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas os quais por vezes seguem com a solicitação de exames complementares, até chegar a avaliação psiquiátrica. Passam por esta imagem de “procuradores de doença” na visão dos amigos, familiares e até profissionais de saúde, só postergando o diagnóstico correto.
« ANTÔNIO LUIZ RIOS »
( ECONOMISTA )
Mônica, Cebolinha, Cascão e o hábito de leitura das crianças
N
umerosos estudos demonstram que as crianças que leem têm mais facilidade de aprendizagem e melhor rendimento escolar. Ante tal constatação e a certeza de que os livros são caminhos obrigatórios na busca do conhecimento e formação dos indivíduos, é fundamental toda iniciativa que estimule o hábito de leitura na população infanto-juvenil. Nesse sentido, as feiras de livros cumprem missão importante, ao desenvolverem atrações lúdicas para as crianças que as visitam, seja em companhia das famílias ou nos programas coletivos organizados pelas escolas. Há toda uma magia nesse contato tão próximo entre os leitores mirins, as obras e os autores, cuja presença, autógrafos e interação com o público são fatores estimulantes ao ingresso dos
pequenos no universo fascinante da leitura. Corroborou minha crença sobre a impor- “As feiras de livros cumprem missão tância para as crianças dessa integração de importante, ao autores e leitores, a XVI Bienal Internacional desenvolverem do Livro do Rio de Janeiro, de 29 de agosto a 8 de setembro de 2013. No evento, foi possível atrações lúdicas para as crianças que as testemunhar, em numerosas oportunidades, visitam, seja em o encantamento que o livro pode causar no púcompanhia das blico infantil, quando apresentado como algo famílias ou nos que instrui, educa, diverte e ensina de modo programas coletivos atrativo e instigante. organizados pelas De modo mais especial, observei esse fenômeno ao lançarmos a coleção “Biblioteca da escolas. Há toda uma Turma”, série com seis livros multidisciplina- magia nesse contato res, voltada ao apoio didático, que trata de ci- tão próximo entre os leitores mirins, as vilizações antigas, animais pré-históricos, esportes olímpicos, Floresta Amazônica, crian- obras e os autores.” ças no mundo e arte nos museus brasileiros. A
alegria e a energia do contato entre o público mirim e o autor, Maurício de Souza, eram sintomas inequívocos de que Mônica, Cascão e Cebolinha estavam conquistando novos e perenes leitores. Esse caráter lúdico também reforça a importância do e-book, em suas distintas formas, como fator indutor da leitura no público infantil. Também foi possível verificar isso na Bienal do Rio de Janeiro, ao lançarmos plataformas e aplicativos. Esses livros “conversam” com a criança do Século XXI numa linguagem que ela entende e gosta desde os primeiros impulsos da consciência. Enfatizada a importância das feiras, não podemos, contudo, subestimar o insubstituível e crucial papel das escolas e das famílias no estímulo das crianças. A última edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, elabo-
rada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), mostra algo interessante: os professores são, hoje, os principais incentivadores da leitura, ultrapassando as mães, que figuram em segundo lugar. O mesmo estudo mostra que esse processo de estímulo tem funcionado, pois no universo dos estudantes (64% da população), o nível de leitura atingiu 3,41 exemplares per capita nos três meses anteriores à realização da pesquisa. Desse total, 2,21 livros são indicados pelas escolas, divididos em didáticos (1,72) e literatura (0,49). Com certeza, podemos e devemos avançar ainda mais, conduzindo nossas crianças e jovens ao universo do livro.
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
tnfamília
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FOTOS: JUNIOR SANTOS
Alimento
BATE-PAPO
mais que completo Baixo índice glicêmico e alta quantidade de fibras, vitaminas e minerais é o que faz o feijão ser ótimo para a prevenção de doenças como o diabetes, patologias cardíacas e diversos tipos de câncer. Algumas de suas substâncias são capazes de diminur risco de trombose e hipertensão quantidade de fibras, vitaminas e de minerais é o que faz o feijão ser ótimo para a prevenção de doenças como o diabetes, patologias cardíacas e diversos tipos de câncer. Mas é preciso comer todos os dias e sem adição de carnes. A combinação de fibras solúveis e insolúveis do grão faz diminuir os índices de glicose e de insulina nos diabéticos, sem contar que a composição de sua massa ativa a saciedade e controla a glicemia. Estudos têm comprovado a eficácia do feijão no controle das taxas de glicose. Uma investigação realizada na Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos, avaliou as variações glicêmicas de adultos com diabetes tipo 2 ao comerem apenas arroz ou combinado com feijão. Exames posteriores revelaram que a quantidade de glicose no sangue de quem comeu arroz com feijão era significantemente menor. Outro estudo, desenvolvido no Canadá, na Universidade de Toronto, revelou que diabéticos que investiram numa alimentação rica em feijão e outras leguminosas, como ervilha e lentilha, apresentaram colesterol mais baixo do que quem investiu em pão e arroz integrais. A nutricionista Fátima Nunes observa que as vitaminas e os minerais presentes na composição da leguminosa tornam o sangue mais alcalino. “E hoje falamos muito de alimentos mais alcalinos. As leguminosas como feijão são alimentos alcalinos. Todo alimento alcalino previne câncer; todo alimento ácido provoca câncer. Então, nesse contexto, como o feijão é uma leguminosa, ele previne o câncer por ser um alimento alcalino.”
A
Contra o câncer
O baixo índice glicêmico do feijão é considerado o principal trunfo na luta contra o câncer, já que ele faz a liberação da glicose para o sangue ser bastante lenta, evitando grandes quantidades de insulina para lançar açúcar no interior das células. Há fortes evidências que o excesso desse hormônio na corrente sanguínea está direta-
Fátima Nunes nutricionista
Com relação ao preparo? Algumas pessoas não se dão muito bem com o feijão, ficam com gases. O que fazer?
Feijão nosso de cada dia Confira algumas características desse símbolo nacional PRETO X MARROM Valores nutricionais para 100g de feijão cozido
NO PRATO Consumo médio de feijão, per capita (grama/dia), de acordo com o IBGE Por faixa etária
Por faixa de rendimento
Por região Norte
Adolescente
183,9
Até R$296
Adulto
186,9
De R$296 a R$571
207,2
Idoso
161,1
De R$571 a R$1.089
190,3
Mais de R$1.089
127,5
195,5
142,2
QUEDA LIVRE O consumo anual de feijão pelos brasileiros tem caído desde a década 60. 23 kg 1960
Nordeste
152
Centro-Oeste
206,2 Sudeste
147,4 16 kg 1980
17 kg 1990
16 kg 2000
218,1
17 kg 2010
Feijão Marrom
77 cal
76 cal
Proteína
4,5 g
4,8 g
Fibras
8,4 g
8,5 g
Calorias
Sul
20 kg 1970
Preto
Cálcio
29 mg
27 mg
Ferro
1,5 mg
1,3 mg
Potássio
256 g
255 g
Magnésio
40 mg
42 mg
Fósforo
88 mg
87 mg
2 colheres
PROPORÇÃO IDEAL
de arroz para
1 concha de feijão
PROPRIEDADES DE ALGUNS TIPOS
Carioca (marrom) Domina o mercado nacional. Uma concha média, com 100 gramas, tem apenas 76 calorias.
Preto Obrigatório na feijoada, ele é escuro devido à presença de antocianina, um pigmento de ação antioxidante.
Fradinho Tem a capacidade de baixar o colesterol ruim já comprovada. Mas comê-lo em forma de acarajé anula esse efeito positivo.
Jalo Comum em Minas Gerais, é rico em proteínas: em uma concha média, são 6,1 gramas do nutriente. No feijão-carioca, esse valor é de 4,8 gramas.
Rajado O destaque nele é a quantidade de fósforo, mineral que atua junto com o cálcio na prevenção da osteoporose.
Roxo Consumido em Minas Gerais, no Paraná e em Goiás, é rico em fibras: em uma concha, são 11,5 gramas da substância. No carioca, são 7,5 gramas.
Branco O diferencial está na presença de faseolamina, que dificulta a absorção de carboidratos. A farinha desse feijão é rica na substância.
Fontes: IBGE / Embrapa / Conab
mente ligado ao aparecimento de tumores no organismo. A partir de experiências feitas com cobaias, no Laboratório de Prevenção do Câncer da Universidade do Colorado (EUA), cientistas comprovaram que o consumo de feijão cozido fez reduzir a incidência de câncer de mama em 70%. Por possuir grandes quantidades de polifenóis, a leguminosa também tem forte ação contra os radicias livres, responsáveis por danos nas células e geradores de tumores. Além dessa ação antioxidante, algumas substâncias são capazes de diminuírem o risco de trombose e hipertensão.
Carne gordurosa
O feijão possui muitas pro-
priedades benéficas, tudo bem. Mas não adianta lotar a panela de carnes gordurosas na hora do preparo; pois, apesar de dar um gosto bem peculiar, apreciado por muitos, perde-se o caráter saudável e os princípios nutricionais. Sem contar que a digestão fica ainda mais lenta. A nutricionista Fátima Nunes recomenda prepará-lo com beterraba e a folha de couve. A primeira é ótima para o coração e a segunda possui propriedades anticancerígenas. A nutricionista também indica a parceria clássica feijão com arroz todos os dias. A complementação de aminoácidos gerada pela combinação dos dois é suficiente até mesmo para que as pessoas diminuam a quantidade de carne no prato,
ou até mesmo baní-la da dieta. Ela critica quem retira o feijão ou o arroz, ou ambos, da alimentação diária, sob a alegação de estar fazendo dieta. “Não dá certo! A combinação é do arroz com o feijão. Por isso que o famoso prato do brasileiro ainda é para a gente estar indicando. Você fazer uma dieta só com salada e grelhados, isso não existe. Tem que ser com feijão, arroz, a salada, e quem não é vegetariano, alguma proteína de origem animal”, indica Fátima Nunes. Há quem reclama da formação de gases, após comer feijão. Nesses casos, a nutricionista sugere colocá-lo de molho, durante a noite, junto com uma cebola, dispensando a água no dia seguinte e usando uma nova para o cozimento.
Longe de casa
Isso tudo serve para quem tem sempre feijão à disposição para comprar. Mas e quem mora no exterior? A engenheira de sistemas, Antonieta Garcia, deixou Natal para ir morar em Turim, na Itália, onde vive há sete anos, e diz comer feijão a cada três meses. “Mas sou um caso particular, porque estou deixando de comer carne. Então, o meu feijão, quando faço, é diferente.” Antonieta conta não ser tão difícil encontrar feijão preto para vender no comércio na cidade italiana. Porém, ele é considerado comida exótica. “Por isso não tem muita variedade de marcas e é produto importado. “Tem uma feira enorme com coisas exóticas... do mundo todo. Lá, encontro até mamão.”
Há pessoas que têm disbiose, que é a disfunção da mucosa da muscosa intestinal como um todo, mas o primeiro alimento a avisar isso é o feijão, pela quantidade de gases que a casca provoca. São aquelas pessoas que almoçam feijão e com meia hora a barriga está bem avolumada, parecendo um bombo. Então, vai uma dica boa pra gente utilizar no feijão: você deixa ele de molho, coloca uma cebola dentro, coloca folhas de louro, no outro dia despreza aquela água. Antigamente diziam que perde o valor nutritivo. Mas não perde tanto. E em uma outra água, você vai cozinhar o feijão botando essa cebola dentro. Ela capta essa substância que é tão provocativa de gases dentro do organismo. E aí, você pode comer feijão todo dia e fazer como criança. Quem tem essa sensibilidade maior a ter gases, tem que comer o feijão machucado sempre, como a gente faz com criança, quando começa, com seis meses, a introduzir o feijão na dietinha dela. E sempre com vegetais dentro. Um dos vegetais mais importantes é a beterraba, que é ótima para o coração, pois tem substâncias bioativas para o coração; e a folha de couve, que evita câncer. Então, dois vegetais importantes : couve e beterraba não podem faltar dentro do feijão. E comer feijão todo dia; seja uma criança, um desnutrido, obeso, hipertenso ou seja um atleta. Mas, e no caso da feijoada, que é bem carregada de carnes gordurosas? Tem gente que quando se fala em feijão, lembra logo de feijoada...
Noventa por cento das pessoas que vêm pela primeira vez no consultório, todos os dias que faz feijão coloca carne de charque dentro. Aí, perdeu todo o princípio nutricional do feijão, porque a gordura da carne ela quela, digamos assim; age como uma cola nos nutrientes que acabamos de falar, que são os minerais. Então, tem que evitar usar carne dentro da feijão. E isso o torna, para quem tem gases, menos digestivo. Então, o feijão fica ainda mais pesado, quando você usa carne dentro, porque o tempo de digestão é mais lento.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Nós, humanos, somos muito maleáveis e nos adaptamos facilmente a novas circunstâncias, sejam elas positivas (o que é evidente) ou negativas. Se uma fatalidade paralisa uma pessoa e ela não pode mais caminhar, a dor é brutal: mas em poucos meses ela irá se adaptar à nova condição. Nossa adaptação a grandes mudanças positivas é mais difícil do que se pensa: quando tudo vai bem, vem o medo de que uma tragédia irá chegar! A adaptabilidade é uma das nossas boas virtudes. Ela não deve ser confundida com a acomodação, tendência de alguns de ir ficando onde está. Quando uma pessoa se acomoda a uma condição favorável, não faz mais que agir com bom senso. Porém, muitos se acomodam em contextos negativos. Acomodar-se em um relacionamento amoroso de má qualidade, que faz mal à autoestima de uma pessoa, é medo de enfrentar uma transição dolorosa.(Flávio Gikovate)
Parabéns!
O nosso abraço de parabéns para Gracinha Madruga, Michelle Elali, o advogado Rodrigo Dantas, maquiador Tácio Melo, a amiga e colaboradora deste colunista por muitos anos, Quézia de Andrade Sena. Nesta segunda, dia 31, recebem os vivas antecipados da coluna Max Cabral Aty, Rafael Correia, Emília Reis, Neide Galiza Montenegro e Gustavo Hollanda.
JOÃO NETO
Saúde
JOÃO NETO
Este colunista cuidando do sorriso em tratamento periódico com a competente periodontista e endodontista Herbene Ramalho Pessoa Lopes.
jotaoliveira@tribunadonorte.com.br
Carpe Diem!
tn família
Jota Oliveira
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O advogado Rodrigo Dantas, em idade nova, com os vivas da coluna
Ana Cláudia, em mimo para o muso Max Aty, rasgando folhinha amanhã
Sabor de Dez! ADELINO MARINHO empresário e proprietário da Padaria Mercatto Gosto de cozinhar para minha família nos finais de semana. Não sou nenhum expert portanto quando tomo a iniciativa procuro fazer pratos saudáveis e rápidos. O salmão grelhado agrada as crianças. Em especial este salmão do Alasca , que é mais saboroso do que o chileno ,pois vem de águas mais frias , a carne é mais “gorda” , mais macia e de sabor mais marcante. Um prato saboroso e com a cara do almoço em família. Receita de Salmão do Alaska ao molho de Alcaparras Salmão: 1 kg de filé de salmão do Alaska Pimenta, sal e azeite à gosto. Acompanhamentos: - Arroz Primavera Ingredientes: Bacon, cenoura, abobrinha, ervilha. - Batata Gratinada: Cortadas em rodelas, molho branco e gratinar. Modo de preparo: (Salmão) Cortar o salmão em postas médias e
dispor em uma assadeira. Temperar com sal, pimenta do reino ou branca e azeite. Levar ao forno a temperatura de 160° por 20 à 25 minutos. Molho: Cortar os pimentões (vermelho, verde e amarelo) em cubos pequenos, juntar as alcaparras e o champignons fatiados. Cobrir os ingredientes com bastante azeite, e finalizar com salsinha picada. Arroz: Cozinhar o arroz branco em água e sal por aproximadamente as 5 minutos, escorrer e reservar. Fritar o bacon até dourar, desprezando a pele mais dura. Cozinhar a cenoura e abobrinha ao dente e reservar. Cozinhar as ervilhas congeladas por 3 minutos em água fervente, escorrer e reservar. Batata: Descascar as batatas, cortar em rodelas de aproximadamente 3 centímetros e cozinhar na água com um pouco de sal até ficar ao dente. Reservar.
Molho Bechamel: Em uma panela média derreter a manteiga e adicionar a farinha de trigo formando uma farofa e dourar um pouco. Adicionar o leite integral aos poucos, mexendo sempre para não formar grumos até obter um creme espesso. Temperar com noz
moscada, sal e pimenta do reino à gosto. Montagem: Dispor as batatas cozidas em uma assadeira e cobrir com um pouco do molho e levar ao forno p gratinar com queijo mussarela ou parmesão. Rendimento: 4 porções.Bom apetite!
O que sobrou do Guns N’ Roses « SHOW » Turnê nacional da banda norte-americana já passou por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Próximas cidades visitadas serão Curitiba (30/3), Florianópolis (1/4), Porto Alegre (3/4), Recife (15/4) e Fortaleza (17/4) DIVULGAÇÃO
POR JOTABÊ MEDEIROS Agência Estado
S
ão Paulo, 27 (AE) - O grupo Guns N’Roses é uma espécie de história sem-fim do rock. Quando você pensa que viu o último capítulo, eis que eles ressurgem para mais um episódio. Na última quarta-feira, a banda de Axl Rose fez a quarta parada de sua nova turnê nacional, que, com shows em 9 cidades diferentes do Brasil, inclusive na vizinha Recife, dia 15. O culto, entretanto, parece ser sempre contínuo: até chegarem a São Paulo, eles tocaram para 13 mil pessoas no Rio de Janeiro; 20 mil pessoas os viram em Belo Horizonte e 11 mil estiveram no seu show em Brasília. Há 3 anos, o grupo fechou o Rock in Rio para 100 mil pessoas sob um dilúvio (com direito até a queda de Axl Rose no palco encharcado). Quais bandas conseguem tais proezas hoje em dia? Formado atualmente, além de Axl, por DJ Ashba (guitarra), Dizzy Reed (teclados), Tommy Stinson (baixo), Richard Fortus (guitarra), Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra), Chris Pitman (teclados) e Frank Ferrer (bateria), o Guns N’ Roses mantém os fundamentos principais de seu espetáculo: no mínimo uma hora de atraso (em Belo Horizonte quebraram a escrita, foram só 25 minutos) para começar o show, um formidável comboio de guitarristas para suprir a ausência de um (Slash) e lampejos de rock’n’roll que lembram aquela que foi uma das grandes bandas da História. No ano que vem, o Guns completa 30 anos de sua formação (a estreia nos palcos foi um ano de-
Formada em 1985, a banda contava com Axl Rose, Slash na guitarra solo, e ainda Duff, Steven e Izzy
No Guns N’ Roses “atual”, Axl Rose tenta manter perfil de rebelde
pois, em 1986). Seus primeiros álbuns, Appetite for Destruction (1987), G N’ R Lies (1988), Use Your Illusion I (1991) e Use Your Illusion II (1991) estão entre os bons discos de hard rock da História, especialmente o primeiro. Mas, após um período de abusos contínuos de aditivos e de sucessivos rompimentos entre os integrantes, o grupo entrou numa fase de extinção, girando por aí como um espectro dos anos 1990 - há 6 anos, lançaram um disco de inéditas, Chinese Democracy, que não convenceu como uma retomada de
seu ímpeto criativo. Serão 27 músicas no set list, uma jornada para satisfazer qualquer fã. Abrem com Chinese Democracy e fecham com Paradise City. No meio disso, tudo que um seguidor espera: Welcome to the Jungle, It’s So Easy, Live And Let Die, You Could Be Mine, Sweet Child Of Mine, November Rain, Don’t Cry, Knockin’ on Heaven’s Door, entre outras. Apesar de extenso, há poucas surpresas no repertório, uma delas a inclusão de uma cover do The Who, The Seeker, que ainda não tinham tocado no Brasil.
Quando está bem cuidado, Axl Rose ainda lembra o grande performer que foi, e que influenciou muitos outros que surgiram nas décadas seguintes. Nessa turnê, nos contatos que tiveram até agora com o País, estiveram em um estúdio de TV em Brasília, visitaram o Templo da Boa Vontade, na Asa Sul de Brasília, mais um câmpus universitário. E falaram algumas amenidades para a imprensa brasileira. “É muito bom sentir o calor do público do Brasil”, disse Axl Rose. A abertura no Anhembi será do grupo Doctor Pheabes.
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
tn família Expo
Feira A tradicional Feira de Artes de Petrópolis acontece nos dias 5 e 6 de abril, na Praça das Flores, das 10h às 22h. A Feira chega a sua 10ª edição e vai reunir várias tipologias artísticas e culturais.
São Paulo será a primeira a receber exposições do museu temporário da Gucci, que vai usar a área do terceiro andar do shopping JK Iguatemi como espaço oficial da exposição Gucci Museo Forever Now. A expo será aberta ao público no dia 29 de maio.
Autismo
Estrutura
No próximo dia 2 de abril é comemorado Dia Mundial do Autismo. Em Natal, a data será comemorada com atividades em escolas e com uma passeata organizada por mães de autistas, no domingo, dia 6. JOVINHO
Em noite de longos e paletó, casal Juliana/Lula Barreto
Hi-tech
De aliança na mão direita, Elísio Galvão e Renata Santa Rosa
BLOGJOTAOLIVEIRA
Em chuva de arroz, Daniele/Doca Abreu, Rosali/Moacir Pinheiro
Clics sob as lentes do Bobflash dos melhores momentos da noitada Only Women, pilotada por Erika Nesi para brindar sua idade nova
Chique Toinho Silveira nos preparativos para sua festa de aniversário, que esse terá como tema Budha Bar – Dubai. Noitada chique, para seletos convidados, que estão sendo participados pessoalmente. Ai que tudo! O Versailles Cidade Jardim será o palco da noitada, que acontece próximo dia 25 de abril.
Passarela
e-Commerce
O estilista Geová Rodrigues, radicado em Nova York, pilota burburinho fashion nesse domingo, em São Paulo. O motivo? A apresentação do preview de sua coleção Spring/Summer 2015 durante um trunk show exclusivo.
A Amazon já assinou contrato com grandes editoras de livros do país e se prepara para iniciar a venda de livros físicos pela internet até o início de maio. Os desafios logísticos e tributários do país atrasaram o início da venda oficial.
Congresso discute as tendências do setor de enfermagem « SAÚDE » InterPele 2014, voltado para profissionais
da área, acontece na cidade de Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, entre os dias 14 e 17 de abril
A
Área Vip Skol e Backstage Premium com acesso ao frontstage, são algumas das bossas que a Viva Promoções está preparando para o Natal Music, que acontece próxima sexta, na Praça de Eventos do Arena das Dunas. No palco? Ivete Sangalo, Bell Marques, Wesley Safadão&Garota Safada. BLOGJOTAOLIVEIRA
A Luxottica, fabricante dos óculos de sol Ray-Ban, fechou um acordo para projetar, desenvolver e distribuir óculos com base no Google Glass, do Google, potencialmente levando a nova tecnologia a um mercado mais amplo.
gora, a cada dois anos, 3M organiza em 2014 o 3º Congresso Internacional de Prevenção de Lesões de Pele – InterPele, o único inteiramente dedicado a este assunto no Brasil. Com o tema “Prevenção é para todos”, o congresso, com foco educacional, apresenta uma atualização de conceitos e discussões de temas relevantes, assim como tendências do segmento de enfermagem. O objetivo é desmistificar a prevenção de lesões de pele como um procedimento caro e restrito, e disseminar as boas práticas para que a prevenção se torne uma prática diária e acessível em todas as instituições. A segurança do paciente, a assistência com qualidade e a otimização de recursos são requisitos fundamentais e desejados por qualquer instituição de saúde. “A 3M possui e incentiva programas educacionais para o desenvolvimento de práticas assistenciais seguras com a finalidade de prevenir eventos adversos que comprometam a qualidade dos serviços e protejam os pacientes”, explica Marina Caldeira, gerente de produto da divisão de Soluções para Cuidados Crítico e Crônico da 3M. Palestrantes de renome internacional – e líderes de opinião no mercado –, entre eles, Gastón Cartagena, Farmacêutico
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responsável pelo desenvolvimento de diretrizes para a prevenção; Denise Mix, enfermeira Estomaterapeuta e Mestre em Enfermagem; Mikel Gray, Mestre em Enfermagem Pediátrica e Doutor em fisiologia do trato urinário inferior, e Renata Virginia Consuegra, enfermeira especializada no cuidado e prevenção de úlceras de pressão; proporcionarão aos participantes informações relevantes, reunindo o que há de mais recente em evidências científicas e conceitos em Prevenção de Lesões de Pele com tecnologia e práticas disponíveis no mercado. Quatro temas, que formam os pilares da prevenção de lesões de pele, serão abordados: Prevenção das úlceras por pressão, Prevenção das lesões por umidade, Prevenção das lesões por fricção (Skin Tears) e Prevenção de lesões provocadas por adesivos médicos.
Concurso científico
Com o objetivo de incentivar e reconhecer as boas práticas em inovação de prevenção de lesões de pele, a 3M também promove durante o InterPele 2014 o concurso científico Talentos da América Latina. Com o tema “Inovação em Prevenção de Lesões de Pele”, a ação é direcionada para todos os profissionais da saúde que tenham assistência direta com o paciente e tem o objetivo
de motivar estes profissionais a incorporar a prevenção de lesões de pele em sua prática diária. Os três melhores projetos serão reconhecidos com premiação no jantar de encerramento, dia 16, e o trabalho vencedor receberá um troféu e será divulgado no site do Congresso e na página da 3M durante todo o ano de 2014.
Lançamento de produtos
Dois lançamentos também serão apresentados durante o Interpele 2014, o 3M Cavilon™ Limpador de Pele sem Enxágue e a Bandagem Elástica Sem Látex 3M™ Coban™ LF de Corte Manual. O 3M Cavilon™ Limpador de Pele sem Enxague, pertencente a já reconhecida linha 3M Cavilon™, é recomendado para a prevenção de Dermatite Associada à Incontinência (DAI). Esta solução remove urina, fezes e outras sujeiras de maneira eficiente e suave, sem comprometer a integridade da pele do paciente. Por ser pronto para usar e sem enxágue, reduz o tempo gasto pela enfermagem na higienização e o risco de contaminação cruzada, dispensando o uso de bacias. Já a Bandagem Elástica Sem Látex 3M™ Coban™ LF de Corte Manual é essencial para fixação de curativos e dispositivos, compressão, imobilização e outros usos que requerem uma fixação confiável e macia.
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Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
tn família JOVINHO
Inauguração
O presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves, destacou que, assim que a pauta do Legislativo federal for liberada, vai incluir na Ordem do Dia do Plenário projeto de resolução que institui o Prêmio Câmara Cascudo para Promoção do Folclore Brasileiro. A expectativa é votar as matérias restantes até a primeira semana de abril. »» A premiação será concedida a instituições e projetos com contribuições relevantes à promoção da cultura popular em diferentes categorias. A concessão do prêmio será feita pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, através de proposições dos parlamentares, mediante inscrição dos candidatos. Serão entregues diploma e medalha cunhada com a imagem de Luiz da Câmara Cascudo, em homenagem ao potiguar, estudioso do folclore brasileiro. A sessão solene será realizada no mês de dezembro de cada ano, antes do recesso parlamentar, em homenagem ao aniversário de Cascudo.
Filantropia
Uma elogiável iniciativa da oncologista Rochele Faria: ela está promovendo uma campanha de arrecadação de produtos, como aveia, maizena, sustagem e leite integral para atender a pacientes de famílias carentes, oriundos do interior do Estado, atendidos pela Liga-Norteriograndense contra o Câncer. Após o término do tratamento, eles recebem estes mantimentos e são encaminhados às suas cidades de origem. As doações podem ser feitas no showroom Andréa Moura, no espaço América, 1º andar, sala 119. A ação seguirá até o dia 17 de abril.
Em noite Fecomércio, o anfitrião Marcelo Queiroz com o pres. da Câmara Federal, Henrique Eduardo
Páscoa Num ato de celebração, fraternidade e fé, o grupo Reviver está convidando suas integrantes para festejarem a Páscoa. O encontro acontecerá nesta quarta-feira, a partir das 16h30, no Renata Motta Gastronomia. A organização tem como objetivo comum auxiliar na detecção precoce do câncer em mulheres com baixo nível de informações sobre a doença, acesso restrito à saúde pública e pouca disponibilidade monetária para custear seus exames. Wellington Jr. Barbalho e Amarílis. Ele aniversariando terça-feira
Touro 21/04 a 20/05 O fato de a nova Lunação acontecer em seu setor espiritual aconselha você a evitar o excesso de badalações e compromissos. Até seu aniversário o ideal é você desacelerar o ritmo e alternar as horas de agito com outras de sossego, para prevenir o estresse. DICA: faça vista grossa às provocações.
Gêmeos 21/05 a 20/06 O Sol e a Lua ativam o seu setor das amizades e fazem com que a fase ótima para você viajar, passear e divertir-se na companhia de amigos. Curtir aqueles com os quais você tem afinidade será ainda mais gratificante. DICA: aceite a pessoa amada exatamente como ela é e não crie atritos por bobagens.
Agora o Sol e a Lua, juntos, magnetizam intensamente o ponto mais elevado de seu céu natal. Eles anunciam uma Lunação muito propícia para você realizar-se e projetar-se. O sucesso, a nível social e profissional, está mais do que nunca ao seu alcance, portanto vá fundo! DICA: descanse e respeite seus limites.
Leão 22/07 a 22/08 Sua necessidade de sair da rotina e viver novas situações está em alta graças ao Sol e à Lua. Nesses astros estimulam seu espírito de aventura e favorecem as viagens e tudo o que lhe tire da rotina, de preferência na companhia de quem você gosta. DICA: evite que a monotonia atrapalhe sua vida afetiva.
Virgem 23/08 a 22/09 A concentração existente em seu setor do inconsciente torna as próximas semanas ótimas para você mergulhar em seu próprio psiquismo e auto-analisar-se. Procure entender melhor suas reais necessidades e motivações. DICA: seu desejo de intimidade está em alta e você pode passar ótimos momentos a dois.
Alerta!
Nessa época de declaração do Imposto de Renda, aumentam as tentativas de aplicação de golpes via email. A Receita Federal alerta que quadrilhas especializadas em crimes pela internet continuam utilizando mensagens eletrônicas que servem como meio para a obtenção ilegal de informações fiscais, bancárias e cadastrais do contribuinte. São e-mails com links ou arquivos em anexo que infectam computadores com vírus e outros programas que permitem o acesso ilegal aos dados. É bom ficar atento(a).
Memorial O abraço da coluna para Leonardo Lopes Pereira
O talentoso Veloso Neto com aniversário terça-feira
Parabéns para o Cônego José Mário pelo seu aniversário
» ANIVERSÁRIOS » eee Os parabéns da coluna para os aniversariantes da semana: Márcia Uchoa, Themis da Costa Ferreira, Neide Galiza Montenegro, Regina Pinto, Riane Barbosa, Ivanaldo Henrique Bezerra, Cássia Lima, Cássia Gurgel, Wellington Júnior Barbalho e Veloso Neto.
Cardiologista Marcel Guedes de volta a Natal, após residência médica em São Paulo, em clic com o renomado Antônio Carlos Barreto
Libra 23/09 a 22/10 O Sol e a Lua estão bem próximos e passam a movimentar ainda mais suas relações pessoais. Eles tornam esta fase excelente para você compartilhar as coisas. Você anda mais sociável, capaz de entrosar-se com todos e de aliar-se aos outros em torno de interesses comuns. DICA: será mais fácil dar e receber afeto.
Escorpião 23/10 21/11 O astro-rei Sol e a Lua estão unidos e ativam seu setor do trabalho, por isso tornam as semanas vindouras ideais para você organizar-se e cuidar de pequenas coisas do cotidiano. DICA: você pode purificar-se através de uma dieta saudável e natural, rica principalmente em fibras, frutas, cereais e vegetais.
Sagitário 22/11 a 21/12 O astro-rei Sol e a Lua dão a maior força aos assuntos sentimentais e fazem com que se inicie uma Lunação muito divertida e gratificante para você, que pode sair, passear e curtir a alegria de viver. Aproveite para afastar as preocupações e distrair-se. DICA: os amores e encontros estão muitíssimo beneficiados.
Criado pela Secretaria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do RN, o Memorial da Justiça Potiguar Desembargador Vicente de Lemos agora integra o universo virtual. Documentos podem ser acessados no endereço tjrn.jus.br que inicialmente estará apresentando parte do acervo disponível. O internauta pode conhecer processos emblemáticos como o da passagem do bando de Lampião, pelo Rio Grande do Norte, e o episódio ligado à Coluna Prestes, em São Miguel, nas primeiras décadas do século passado, além de decisões, discursos e fotos históricas.
« CINEMA » ★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA
Começa uma nova Lunação Câncer 21/06 a 21/07
Elegância de Inna Rossana Montenegro FOTOS:LIEGEBARBALHO.COM
CLÁUDIA HOLLANDER
O Sol e a Lua fazem conjunção em seu signo e anunciam uma Lua nova muito especial para você, que tende a sentir-se com a corda toda. Você pode concentrar-se em si e em seus próprios interesses. DICA: mantenha seus canais receptores bem abertos e deixe-se energizar plenamente durante estes dias.
» VÁRIAS »
Posse
O jornalista, publicitário e escritor Públio José tomou posse na última sexta-feira como sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. A solenidade e os cumprimentos aconteceram no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales, ao lado da sede do IHGRN.
«HORÓSCOPO » Áries 21/03 a 20/04
Charme e simpatia em dose dupla das irmãs Tavares Elda e Elcinha, em evento festivo
JOÃO NETO
liegebarbalho@tribunadonorte.com.br
Câmara Cascudo
No abraço desta colunista, a matriarca Neide Galiza Montenegro, com aniversário amanhã
Liege Barbalho
Com informação confirmada pelo ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, durante recente visita ao nosso Estado, a inauguração oficial do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, que aconteceria no dia 15 de abril, foi adiada para 10 de maio. Para que tudo esteja de acordo com a programação, a Agência Nacional de Aviação Civil pediu às companhias aéreas que encaminhem cronograma contendo as informações das transferências dos voos, para que sejam realizadas as mudanças e adequações necessárias para que ocorra o início das operações.
Capricórnio 22/12 a 20/01 A união da Lua com o Sol em Áries, seu signo de concepção, assinala um excelente período para suas iniciativas no sentido de instalar-se melhor e mais confortavelmente em casa. Os negócios com imóveis estão favorecidos e você pode até mudar-se para um local melhor. DICA: converse mais com seu par.
Aquário 21/01 a 19/02 As energéticas vibrações do Sol e da Lua atingem harmoniosamente seu signo e fazem com que as próximas semanas sejam muito dinâmicas e propícias para você agitar sua vida. Sua necessidade de ação e de novos estímulos está em alta, por isso você curtirá os passeios, viagens e excursões. DICA: aprender será estimulante.
Peixes 20/02 a 20/03 O Sol e a Lua inauguram uma nova Lunação e anunciam semanas ótimas para você cuidar das coisas concretas e organizar-se melhor. Seu senso prático está em alta e você pode sair-se bem em tudo o que exija pé no chão. DICA: aproveite a fase para aumentar os ganhos e conquistar uma situação financeira estável.
★★★ SOS MULHERES AO MAR (12 anos, nacional) Moviecom 1. Sessões 14h, 16h, 18h, 20h, 22h / Cinemark 1. Sessões 22h10 / Cinemark 4. Sessões 12h35 (sáb/dom), 14h45, 16h55, 19h, 21h10, e 23h15 (sab) / Cinemark 5. Sessões 12h50, 17h05 / Cinépolis 4 Natal Shop Sessões 13h, 15h30, 18h, 20h30 / Cinépolis 5 Norte Shop. Sessões 14h15, 16h45, 19h, 21h30. Adriana (Giovanna Antonelli) não está em um bom momento: ela não consegue uma editora para publicar seus livros e, para ganhar a vida, legenda filmes pornôs. Para piorar, seu marido decide pedir o divórcio. Em meio à fossa da separação, ela descobre que o ex fará um cruzeiro ao lado da nova namorada, uma estrela da TV. Incentivada pela irmã Luíza (Fabíula Nascimento), as duas decidem embarcar no mesmo cruzeiro para que Adriana tenha a chance de reconquistá-lo. A empregada Dialinda (Thalita Carauta), que tenta ajudar a patroa a todo custo, também acaba embarcando nesta aventura. Direção: Cris D’amato. ★★★ TINKER BELL: FADAS E PIRATAS (Livre, dublado) Moviecom 2. Sessões 15h20 e 17h10 / Cinemark 3. Sessões 14h. Quando uma mal compreendida fada, rouba o pozinho mágico azul do Refúgio das Fadas e foge para se unir aos piratas da Skull Rock, Tinker Bell e suas amigas fadas precisam embarcar em uma aventura para devolver o pozinho ao seu lugar de origem. Durante a perseguição, o mundo de Tink vira de cabeça para baixo:
ela e suas amigas descobrem que seus respectivos dons foram trocados. Direção: Peggy Holmes.
★★ ALEMÃO (16 anos, nacional) Moviecom 2. Sessões 19h e 21h20. Cinco policiais (Caio Blat, Gabriel Braga Nunes, Marcello Melo Jr., Milhem Cortaz e Otávio Muller) estão infiltrados no Complexo do Alemão (RJ), em uma operação secreta: elaborar o plano de invasão para a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) na comunidade. Poucos dias antes, a identidade dos agentes é descoberta por Playboy (Cauã Reymond), o chefe do tráfico. Em meio à tensão crescente, os traficantes começam uma caçada incessante para eliminar os policiais da comunidade. Direção: José Eduardo Belmonte. ★★ NEED FOR SPEED (12 anos, dublado e legendado) Moviecom 3. Sessão (dub) 16h25 e 21h15. Tobey, um mecânico participa de corridas em um circuito de rua não oficial, luta para manter a oficina de sua família funcionando. Para salvar a empresa ele se associa a um rico e arrogante ex-piloto da Nascar, mas quando Tobey está prestes a fechar um grande negócio o mecânico cai em armadilha do novo sócio. Após dois anos na prisão, o mecânico empreende uma busca por vingança nesta versão cinematográfica para o famoso game. Direção: Scott Waugh
Natal - Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
tn família
» RENATA & WAGNER »
Não à Smsung...
É um absurdo a marca não ter autorizada na cidade. Precisei de um técnico, o mais próximo é no Recife e só para vir atender tem uma taxa de R$ 425.00. Bom né?!!! Tentei duas oficinas na cidade : uma não tem previsão de atendimento e a outra só levando no local.
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Com a bênção dos pais Sebastião Alves de Oliveira e Maria Marilene Lyra de Oliveira e Leorivan Alves Cabral e Maria do Céu da Costa Cabral RENATA
LIRA & WAGNER CABRAL uniram-se em cerimônia elegante no Convento Sta. Antônio, a belíssima Igreja do Galo, no Centro da Cidade do
Natal. MOMENTO LINDO – quando a “tia do coração” Violeta Maia adentrou a igreja levando as alianças. Após a Cerimônia os noivos receberam os convidados
no Spaço Guinza para celebrar a vida numa noite produzida pela Casa de Idéias Chrystian de Saboya. Buffet do Guinza, decoração Chrystian e Amorosa,
cerimonial Cybelle Parente, Bolo Tereza Vale, doces Kyara Bezerra. Justifiquei minha ausência, mas sou daquelas que torcem pela felicidade de Renata.
Vamos Revivetes!!!
Chegou o momento do ponta pé anual em busca dos nossos sonhos “A Unidade Móvel” para trabalhar na prevenção do câncer de mama. Vários passos já demos, mas a caminhada é longa... Nesta quarta-feira estaremos reunidas no Espaço Renata Motta para celebrar a Pascoa, nos confraternizarmos com as associadas e conquistar novas sócias. Essa é a nossa meta... Sintam-se convidadas e participe, quarta-feira, 16:30h em Renata Motta.
» UM MIX SHOW! » Akira é um fofo com as suas mãos que aliviam e nos curam. É um dom!!! Eu adoro esse amigos, desde os primeiros tempos de sua sua chegada à cidade. Sábado a
Conferindo a semana
...* A Vortice Dance Company, vem a Natal com o mais famoso conto de vampiros da literatura, Drácula. A apresentação será nesta quarta, às 21h, no Teatro Riachuelo... * A UFRN sediará, de quarta a sexta, o II Encontro Científico de Comunicação Organizacional - II ECCO, cujo tema principal é “organizações, discursos e identidades”...* Nesta quarta, o Juiz Federal do Trabalho, Carlos Antônio Chagas Júnior, lançará o livro de ficção infantojuvenil “Elder e a Estrela de Jali”, às 19h, na Saraiva do Midway Mall.
Resgate de Zuzu
Chegando convite da amiga Hildegard Angel para a abertura da 17ª edição do programa OCUPAÇÃO, que resgata a memória de uma das mulheres mais singulares da nossa história ZUZU ANGEL. Convite assinado pelo Itaú Cultural para a abertura neste 1º de abril, em São Paulo. Pela primeira vez a moda ocupa a pauta da OCUPAÇÃO com curadoria de Hildegard Angel, Itaú Cultural e Valdy Lopes Jr. Exposição poderá ser visitada até 11 de maio.
hilnethcorreia@tribunadonorte.com.br
HOJE: Graça Madruga, Rafael Correia de Oliveira, Mariane Smith, Regina Pinto, Quézia de Andrade Sena...SEGUNDA : Neide Galiza Montenegro, Max Cabral, Emília Reis... TERÇA : Ricardo Santos Brito, Luciano Moraes, Cláudio Macel Cabral... QUARTA : Mag Teixeira, Júnior Teixeira, Carlos Peixoto, Marcelo Dourado, Acácia Azevedo, Conceição Almeida, Yuri Leite, Érika Baumaier
Hilneth Correia
Parabéns para vocês
nossa querida René Silveira chamou um número de amigos e fez uma festa produzida por Chrystian de Saboya...E ele escreveu “juntou pela casa um sem fim
» TARDE DE LULUZINHAS » Na tarde da sexta-feira, 21 de abril, a nossa mais querida quituteira Marta Dantas reuniu as “amigas do peito”
num almoço maravilhosoooooo. Tudo lá é maravilhoso! Ela estava cercada do carinho de Milson,
Fio de azeite
...Fui conhecer aprovei !!! Excelente restaurante executivo no nosso Tirol. Serviço e sabor excelentes. Parabéns Marisio Neto. ... De dar parabéns para Lindalva Maia. Recentemente encontreia na clinica do médico Luiz Felipe e ela está ótima.
Finalmente o descanso em paz!
Depois de muita burocracia o amigos Gianni Gaberllini, marido de Tamara, já foi cremado e suas cinzas repousam nas suas terras em Parnamirim.
Ela: a delicadeza da solidão
★ RUIM ★ ★ REGULAR ★ ★ ★ BOM ★ ★ ★ ★ ÓTIMO ★ ★ ★ ★ ★ EXCELENTE ✩ ESTREIA
l RIO 2 (Livre, dublado/legendado) Moviecom 4. Sessões 14h, 16h15, 18h30, 20h45 / Moviecom 6. Sessões 3D: 14h45, 17h, 19h15, 21h30 / Cinemark 7. Sessões 13h15 (sab/dom), 15h30, 17h45, 20h / Cinemark 1. Sessões 12h10 (sab/dom), 14h40, 17h10, e 19h40 (exceto seg/ter) / Cinemark 2. Sessões 3D: 10h40 (sab/dom), 13h, 15h30, 18h, 20h30, e 23h (sab) / Cinemark 6. Sessões 3D: 12h40, 15h10, 17h40, 20h, 22h20 / Cinemark 7 (dub). Sessões 3D: 11h30 (sab/dom),
dos filhos Jorge, Luiz Felipe, das noras e dos netos. O mix de amigas foi colhido por Marluce Diniz.
Negra agregou amigos. Noite com buffet divino de Renata Motta, doces Anna & Cláudia, Bolo Tereza Vale. Mesmo no estaleiro fui rapidamente abraçar o amigo.
Em tempo
« CINEMA »
★★★ NAMORO OU LIBERDADE? (14 anos, dublado e legendado) Moviecom 3. Sessões (dub) 14h20 e 19h10 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessão (leg) 13h45 e 18h45 / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessões (dub) 15h e 20h. Jason (Zac Efron) levava uma vida de festas, farra e diversão, sem relacionamentos sérios. Após tentar ajudar um amigo superar o fim de um casamento, aos poucos começa a se envolver com uma mulher que muda seu jeito de pensar sobre relacionamentos, até chegar o momento onde deverá escolher entre a liberdade da vida de solteiro ou o compromisso de um namoro. Direção: Tom Gormican
de patuás: sal grosso, pimentas, alecrins, romãs, velinhas e muitas palavras de sorte como... amor, ternura, vida, paixão, sorte, claro...” A casa charmosa em Ponta
13h50, 16h20, 18h50, e 23h50 (sab) / Cinemark 7 (leg). Sessões 3D: 21h20 / Cinépolis 1 Natal Shop. Sessões 3D: 12h (sab), 14h30, 17h, 19h30, 22h / Cinépolis 2 Natal Shop. Sessões 3D: 13h30, 16h, 18h30, 21h /Cinépolis 6 Natal Shop. Sessões 12h40 (sab), 15h, 17h30, 20h / Cinépolis 1 Norte Shop. Sessões 3D. Sessões 12h (sab), 14h30, 17h, 19h30, e 22h (sex/sab) / Cinépolis 2 Norte Shop. Sessões 3D: 13h30, 16h, 18h30, 21h / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessões 3D: 12h45, 15h15, 17h45, 20h15 / Cinépolis 6 Norte Shop. Sessões 13h55, 16h30, 18h55, 21h45. Blu, Jade e seus três filhos estão vivendo a perfeita vida doméstica na Cidade Maravilhosa. Quando Jade decide que as crianças precisam aprender a viver como pássaros reais, ela leva toda a família em uma aventura pela Amazônia. Enquanto Blu tenta se adaptar com os novos vizinhos, ele se preocupa com a possibilidade de perder Jade e as crianças para o mundo selvagem. Direção Carlos Saldanha.
★★★ O GRANDE HERÓI (16 anos, legendado) Moviecom 5. Sessões 16h50 e 21h35 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões 21h15. Baseado numa história real. Quatro
membros do esquadrão especial SEAL são designados a capturar ou matar o líder talibã Ahmad Shahd, porém apenas um dos integrantes do grupo consegue sobreviver a missão. Direção: Peter Berg
★★★ 300: A ASCENÇÃO DO IMPÉRIO (16 anos, dublado e legendado) Moviecom 5. Sessões (dub) 14h35, 19h25 / Cinemark 3. Sessões (leg) 15h50, 18h10, 20h25, 22h40 / Cinépolis 5 Natal Shop. Sessões (3D) (leg) 16h15 / Cinépolis 6 Natal Shop. Sessões (3D) (leg) 22h30 / Cinépolis 3 Norte Shop. Sessões (dub) 17h30 e 22h15 / Cinépolis 4 Norte Shop. Sessão (3D) (leg) 17h15 Baseado na HQ Xerxes, de Frank Miller, a épica saga leva a ação para um inédito campo de batalha – o mar – à medida que um general grego tenta unir a Grécia ao liderar o grupo que mudará o curso da guerra. Os gregos irão enfrentar forças Persas, lideradas por Xerxes (Rodrigo Santoro), um mortal que virou deus, e por Artemesia, uma vingativa comandante da marinha persa. Direção: Noam Murro l VIDAS AO VENTO (12 anos, legendado) Cinemark 1. Sessões 19h30 (só seg/ter).
A animação conta a vida do designer de aviões Jiro Horikoshi e os principais acontecimentos históricos que afetaram sua trajetória. O jovem Jiro sonha em voar e desenhar aviões, inspirado pelo designer aeronáutico italiano Caproni. Não podendo tornar-se piloto por ter miopia desde a infância, Jiro entra na divisão de aviões de uma grande empresa de engenharia japonesa em 1927. Ele conhece e se apaixona por Nanoko, desfruta de sua amizade com o colega Honjo e traz grandes inovações para o mundo da aviação. Direção Hayao Miyazaki.
l ENTRE NÓS (14 anos, nacional) Cinemark 5. Sessões 14h55, 19h20, 21h50 / Cinépolis Natal Shop. Sessões 14h15, 16h45, 19h15, 21h45. Isolados numa casa de campo, jovens amigos decidem escrever e enterrar cartas destinadas a eles mesmos, para serem abertas dez anos depois. Porém, após uma tragédia ocorrida naquele mesmo dia, os amigos ficam dez anos sem se ver. Agora, este reencontro irá trazer à tona antigas paixões, novas frustrações e um segredo mal enterrado. Direção Paulo Morelli / Pedro Morelli.
Poucos filmes conseguem retratar a solidão com tamanha delicadeza quanto“Ela”(Her),filme de Spike Jonze que levou o Oscar de Melhor Roteiro Original este ano.O longa conta a história de Theodore,que trabalha escrevendo cartas e passa por uma profunda solidão após se separar da esposa.Seu ofício,por si só,já é solitário,e em casa mais solidão o aguarda.Ele tenta driblar o vazio que sente por meio de jogos e bate-papos virtuais que não suprem sua necessidade de manter um relacionamento de verdade com alguém.Então,ele instala um sistema operacional baseado em realidade virtual e passa a se relacionar com a voz feminina que ouve. Acaba tendo com ela um envolvimento tão forte que ultrapassa a barreira entre o real e o imaginário. A relação entre os dois vai além da cumplicidade;eles começam a ser parte um do outro e Samantha – a namorada sem rosto – transforma para sempre a vida do
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protagonista.O filme acaba sendo um grande espelho que mostra o quão frágeis são as relações no mundo em que vivemos,onde sobra pouco tempo para contatos interpessoais mais profundos.Assim,os indivíduos,muitas vezes,terminam se refugiando no meio eletrônico para preencherem o vácuo emocional de suas vidas. (Márcia Regina Ribeiro)
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tnfamília
Natal • Rio Grande do Norte Domingo, 30 de março de 2014
Vestido e blazer Iorane para Yolla usado com brinco e sandália Tereza Tinoco
Vestido Têca usado com calça Caos para Yolla e sandália Dumond
Blusa e cinto Toli usada com saia e botas Tereza Tinôco
MISTURA
FINA
Blazer e calça Caos para Yolla usado com blusa Bain Douche e acessórios Sol Bijoux
Vestido Têca, acessórios Sol Bijoux e bolsa Jorge Bischoff
NEWS:::::::::::::::::::::: Fotógra fo: Alex Cos ta ; Direção de mod a: Georg e Azevedo ; Styling : David Tavares Beleza: ; Lucas Vie ira (Sinv al de Souza); Modelo : Thairra ne Sena (Tráfego Models).
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A nossa equipe Glam embarca hoje com destino a São Paulo para conferir de perto a 37ª edição do SPFW. O evento que tem início amanhã, 31 de março, segue até o próximo dia a 04 de abril, no Parque Cândido Portinari, e apresentará a temporada de Verão 2015. Como já anunciamos, o line up terá o retorno de Paula Raia e os novatos Lilly Sarti, Giuliana Romanno, Lolitta e o potiguar Wagner Kallieno. Fique ligadinho em nossas colunas que estaremos contando tudo que acontece por lá! Já que o assunto é SPFW, quem está confirmadíssima no desfile de Verão 2015 da Colcci é a übermodel Gisele Bündchen. A top, que esteve presente na edição passada do evento, abrilhantará a passarela acompanhada de Sean O’Pry, modelo número um no ranking do Models.com no próximo dia 2 de abril. Arrasou!! Como já anunciamos, quem fará a sua estréia na 37ª edição do SPFW é o estilista potiguar Wagner Kallieno. O seu desfile de Verão 2015 está marcado para acontecer no dia 04 de abril, data que Kallieno também festeja idade nova. No nosso portal Mais Glam você confere sob os cliques de Ítalo Gaspar a model Regina Krilow como “star” da campanha de seu Inverno 2014. O styling leva assinatura de Fabio Ishimoto e do mossoroense Kaio Assunção, a beleza ficou a cargo de Max Weber. Acesse! O estilista potiguar, Geová Rodrigues prepara para logo mais em São Paulo, um trunk show exclusivo com o preview de sua coleção Spring/Summer 2015. A new collection que traz muita renda, brocado e trabalho com aplicação e drapeado é composta por 15 vestidos, 10 tops e acessórios em uma série limitada. E olha só, durante a SPFW, a coleção vai ser mostrada no studio de Tutu Cardoso de Almeida. Tendo como inspiração a Copa do Mundo no Brasil, a adidas Originals lançou no último sábado, 22, sua primeira colaboração com uma marca brasileira, trata-se da carioca Farm. Uma série de peças, incluindo jaquetas, camisetas, tops, tênis e o conjunto firebird (a tradicional jaqueta com calça esportiva), ganha as estampas tropicais da Farm, com desenhos de abacaxis e tucanos. Tudo já se encontra a venda nas lojas físicas e no ecommerce de ambas as marcas. Vale conferir! Em Mossoró, a empresária Sarah Muñoz reuniu fashionistas, imprensa e vipérrimos, para a reinauguração da Amour Store, no Oásis Center. O Burburinho fashion aconteceu no último sábado, 22, e contou com pocket show do cast Tráfego Models que apresentou a moda praia, fitness e lingerie com trilhas da Dj Hunter. Por lá, quem causou maior frisson ao aparecer na passarela usando uma lingerie branca foi com a presença da transsexy Sarah Lins. O registro completo você pode ver no nosso portal Mais Glam. Em uma “super” parceria com a mammy Zoraide Azevedo as irmãs Helena e Eloah Belmont realizaram um “fashion day” badaladíssimo para apresenta um preview da coleção de inverno 2014 da S.Deisgn. Tudo rolou na última quarta-feira, 26, na Maison Tráfego com direito a fashion show recheado pelo cast Tráfego Models. Entre os convidados, registramos, Elizenir Rosado e Andrea, Roberta Rosado, Silvana Escóssia, Daniela Rosado, Karen Praxedes, Lizana Lima, Lidiana Lopes e muito mais. Hoje é o último dia de competições da primeira etapa em 2014 do Nordeste Open de Jiu-Jitsu. O evento que está rolando no Ginásio do SESI é considerado a maior competição esportiva indoor do Estado e uma das melhores competições de Jiu-Jitsu do Nordeste. E é claro, vamos está por lá fazendo o registro.
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Você já imaginou misturar num só look estampas florais, animais e póas? Se não, prepare-se para exercitar sua “mente” fashion e criar situações bem inusitadas. Saindo do convencional, o mix de estamparias cai bem para mulheres mais exuberantes que têm a segurança de arrasar na proposta, ou seja, a ideia não é aconselhável para aquelas que não têm conhecimento de moda e adoram copiar “o look do dia” das amigas. Na dúvida procurem por peças prontas, muitas já tem o mix aplicado, assim como os tecidos. Vai encarar?
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Calça Caos para Yolla usado com camisa Estrela Viva, sandália Tereza Tinoco, acessórios Sol Bijoux e óculos A Graciosa
Vestido Estrela Viva usado com blazer Yolla, acessórios Sol Bijoux, sandália e bolsa Santa Lolla
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ASSINANTE TEM VANTAGENS ESPECIAIS PARA O SHOW DO RAPPA, EM PIPA
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50% DE DESCONTO EM ATÉ DOIS INGRESSOS PARA MARIA DO CARITÓ
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UM SHOW DE
VANTAGENS
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Natal • Rio Grande do Norte Domingo • 30 de março de 2014
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show Ă” PALAVRA DO EDITOR
Tributo a um clĂĄssico do rock
O
O mĂşsico Sandro Peretto revive a obra do eterno Beatle John Lennon. Assinante da TN tem 50% em atĂŠ um ingresso (Valor inteiro) ohn Lennon se foi hĂĄ 34 anos, mas sua personalidade e sua mĂşsica continuam fortes entre fĂŁs dos Beatles de todas as geraçþes. O mĂşsico Sandro Peretto, integrante da banda All You Need is Love – o grupo cover oficial dos Fab Four na AmĂŠrica Latina – revive o astro inglĂŞs no espetĂĄculo “Tribute Imagine – John Lennonâ€?, prĂłximo dia 12 de abril, no Teatro Riachuelo. Assinantes da TRIBUNA DO NORTE terĂŁo 50% de desconto em atĂŠ um ingresso por pessoa. O show reproduz parte da apresentação clĂĄssica que John Lennon fez em 30 de agosto de 1972 no Madison Square Garden, em Nova Iorque. O show sĂł foi liberado por Yoko Ono em 1986, sendo lançado em fita VHS e disco. Foi um sucesso enorme nos Estados Unidos, seis anos apĂłs Lennon ter sido assassinado. O “Tribute Imagineâ€? ĂŠ produzido por Anselmo Ubiratan, e faz um apanhado geral da carreira de Lennon. NĂŁo hĂĄ mudanças de
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figurino, e o espetĂĄculo corre como se fosse um show tradicional de rock. O repertĂłrio mescla sucessos da carreira solo de Lennon com os inevitĂĄveis hits dos Beatles. Começa com “Come togetherâ€? e segue por outras como “Power to the peopleâ€?, “Jealous guyâ€?, “In my lifeâ€?, “Revolutionâ€?, “Womanâ€?, “The ballad of John e Yokoâ€?, “Instant karmaâ€?, “Mind gamesâ€?, “Imagineâ€?, Happy xmasâ€?, “Stand by meâ€?, “Don’t let me downâ€?, entre outras. Sandro Peretto reproduz com fidelidade o figurino e atĂŠ as falas do ex-Beatle, promovendo um revival emocionado para quem presta atenção nos mĂnimos detalhes. A semelhança vocal com Lennon costuma impressionar as plateias. No palco, ele ĂŠ acompanhado por Rubinho Moraes (teclado), Marcus Rampazzo (guitarra, do grupo Beatles 4Ever), Renato Almeida (bateria) e CĂŠsar Kiles (baixo) – os dois Ăşltimos tambĂŠm integram o All We Need is Love. HĂĄ ainda um trio de afi-
Clube do Assinante foi reformulado e passa a ser agora um guia de vantagens, promoçþes e descontos exclusivos para o assinante da Tribuna do Norte. AlĂŠm de receber, no conforto da sua casa ou trabalho, informação com anĂĄlise e profundidade, cadernos especiais, as melhores colunas e a credibilidade do mais completo conteĂşdo jornalĂstico do Estado, o assinante da Tribuna conta tambĂŠm com vantagens como: 50% de desconto em vĂĄrios eventos mensais, entre shows, peças de teatro adulto e infantil, espetĂĄculos de dança e humor no Teatro Riachuelo e Teatro Alberto MaranhĂŁo; promoçþes semanais de ingressos para sessĂľes no Moviecom e Cinemark; descontos diversos em mais de cem estabelecimentos comerciais; e parcerias inĂŠditas que trazem benefĂcios Ăşnicos para o assinante. E na nossa primeira edição, o Departamento de Marketing traz para vocĂŞ vantagens imperdĂveis para o mĂŞs de abril. Confira os seus benefĂcios, aproveite as nossas promoçþes e aguarde o que ainda estĂĄ por vir. Assine a Tribuna e seja bem vindo a um mundo de vantagens!
nadas backing vocals e o saxofonista MĂĄrio LĂşcio Marques. Os integrantes do All You Need Is Love jĂĄ tocaram no mitolĂłgico estĂşdio Abbey Road, no qual os Beatles gravaram quase todo seu repertĂłrio. Viajaram no Ă´nibus do grupo, se apresentaram seis vezes no lendĂĄrio Cavern Club (lĂĄ foram parabenizados pelo primeiro empresĂĄrio dos Beatles, Alan Williams, e por Dave Jones, dono do Cavern Club) e tocaram
no encerramento oficial do Annual Beatles Convention, a Beatle Week, em Liverpool, na Inglaterra, para mais de 100 mil pessoas. Serviço: Tribute Imagine – John Lennon. Dia 12 de abril, no Teatro Riachuelo. Desconto de 50% em atÊ 01 ingresso (valor inteiro) por assinante em qualquer setor do teatro, de acordo com a disponibilidade. A apresentação do cartão Ê obrigatória.
Os descontos oferecidos pelas empresas associadas e anunciadas são vålidos durante o mês de abril de 2014. A cada mês ocorrem alteraçþes na listagem. No caso de assinaturas feitas por empresas, uma pessoa deverå ser nomeada como titular do cartão. Os descontos oferecidos não serão cumulativos.
RicĂŠlia Santiago
Gerente de Marketing : RicÊlia Santiago Editor : Carlos Peixoto Repórter: Tådzio França Atendimento aos assinantes: Halicene Dantas, Alexsandra Borges e Cibelle Ribeiro End.: Av. Duque de Caxias, 106, Ribeira CEP: 59010-200. Fone: 4006-6100 R-6261-6262 E-mail: clube@tribunadonorte.com.br Fax: 4006-6120 www.tribunadonorte.com.br/clube.php
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show DIVULGAĂ‡ĂƒO
mo tĂłrios co ĂŁ o a ig r b o e eu n rio, hits repertĂł l m a ( a p a z q u o c ĂŠ u â€? , a d “ M i n h a “ O q u e s o b r o u usĂľesâ€?, il , â€? e ) d o r r do que , “Pesca y J o e â€? , “ R e z a â€? a ix e d “Me s. , “He baratoâ€? â€?, entre outro “Vapor .A S d ria ha a â€?, “MisĂŠ nĂŞ ĂŠ acompan atila e v r tur lic letra fo A nova ento de um ap ra o çante, a g e m d o n a d m a a a ç ic g pa sa mĂşs pelo lan da, que entre çþes lid e m e n ppa estĂĄ a i e h n a c a a te e v o d a b o d a s a s i n f o r m a inteioca O R ncontrar r a c o t ve p ree gru p Ăş b l i c o appa e promo ertĂłrio da para prĂłximo a c r R a p o e m a o gadas a re os fĂŁs. No r as mĂşcom dat iguares: serĂĄ n artir das v t ĂĄ o n p ot ntrar ração e entaçþes, as n os clĂĄso os fĂŁs p bril, em Pipa, a . A banc n e s e e m ir r a r A e alco co das ap dia 19 d ena Pipa Open o o show de Rappa 9 O 1 idem o p e estrada. A for a a r iv i c iĂŁ a d s d a o s a i a n c r , o o ic a s d a c , lo m s n 20h i e o r .â€? c a a n .. x r t Ma 20 a resen em fim A band iguares no prĂł a Tribuna tem sicos de u a l d o R a p p a ĂŠ F a r i a s da vai ap isco, “Nunca t . O feriat o a r d t s d u nte s po mação b a t e r i a ) , L a a ĂŁ f do novo seus muitos hit ta contan i s s o s ) e Fal( A r e o . n a t d w a o p i guit ra ralha oba h ( L P s o ao lado o de Semana Sa skaraveĂŁ e n d t m a n s b e ir U ção da xo), Xa DJ Neg abril, ciais ne e do feste om as bandas p resenta inada por (bai oz), alĂŠm dos ano s p c a e u a b s d c m a n a v a s id ( rĂĄ aind Jo, e o DJ pern expand ção de arte ĂŠ as uidou de c ĂŁ o c a p e s . vantage mitindo r c u e e e r pi i p jĂĄ S s , d e e s a a A u n o . lh da unte, q tral pead . n a N n o a “ e r m a arena , . ir C a s s a e “ t e n p m o Ăľ e p om io A erviço: 19/04, Ă s 20h, n ĂŞ que ojeç c s mag S r i s s p s s ĂĄ JosĂŠ Pin o disco do Ra e is ĂŞ a a C r a n r m t d p u l i o s f le u “N o ad . Dia a. Voc O nov ais para ano em que me al contr projetadas em a d a s ia mand s desO Rappa t u v ia de Pip o s a t i ra v h p o , jĂĄ ir s iz “O en e atento en A s fĂŁ im...â€? Pipa Op una fiqu As imag . â€? e s t ĂŁ o s i n t o n RapBrasilâ€? e riasâ€?. b o ca tem f ra o deleite do eiro foi ri m e d T ĂŠ a b d o jornal ante s tam d’O pa e fĂŠ im im.. singles passado. O pr â€?, depois aĂram d s novas cançþe â€?, “Dou- ĂŠ assin ncios veiculados n sso para o a t e m f erso temĂĄtico a social, s c ) o niv Ătic Entre a onte ĂŠ logo ali termi- aos anĂş ganhar um ingre d e o a n ra quem tem fĂŠ Boa noicom o u lam poesia e cr rovocatiriz ia mo “ p ( c a p s s r um ago ĂŁo “O ho or!â€?, â€?Sequenc os su- saiba co e me n t , e “Anjo s s a o l i , e t i p â€? s r m i e a s v a r g ĂŠ m e e h i t u v A e n e n q e u r . r s a e q o w s “Auto stras d , hip hop tor, sim da rastejaâ€?. O starĂŁo no sho como o q u e p r o c u r a p desapaĂ´â€?, amo b i e e iro e m r a d g e te, Xang ggae, rock, du o g r u p o p e o nalâ€? e “V banda tambĂŠm v io d e de t R , n e a a a r h d a a e d in ju d m m fa tura ia cessos do, o a Favela da Roc periĂŞncia ue dera periĂŞnc a x e n a o m id c u e funk q eficiente. A ex complee r palco ĂŠ a e neiro. O c o n t i n u o novo show s vo cenĂĄa J o ld musica m a visual: o n telas pao o c m a o t c rs men ontaine c a iz il t rio u
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(v % n una ev al M al or a c s. A ent us in om ss os ic i i d te iro pr nan o e nau ) n a d te stĂĄ gu os e a da d ra po tĂŠ Tr io nt u ibu Are os m n n fĂs ing a te a ico r m s d ess ev o en da
a ce xĂŠ b fe Ă´ m a a se sta r a A eir ren ian . p rĂĄ O re as se o na raça o e fes na tril serĂŁ e o d ta d ve tiv da ha o fo Sa e ab lens e ev nto al N s D s so as p rrĂł W ng ri e, en in a un no ritu so esl alo l. A no p tos aug tal M as e ras ça ra tro m n ey , B s a rĂł do ur u m ço de com m s q um Sa el tra xim es al sic s ali g m e l f d to n u a a M ç Ăľ o tĂĄ a so ent VIP me ran em rno tad adr ĂĄre dĂŁo ar es dia dio te s e aç s c nta de in c d a, ad a d so qu Iv 04 pa gic xclu ĂŁo, om ção pa AS teg am o es loca os, e 22 lta es, ete po ra am siv ban pr , d lco de SI ran po tĂĄd liz 100 m rĂŁo e o , e n i i N s a n a ( derĂĄ vit ente os, hei aça is e pra so co A te e o. d % l m o d e r s a a s p P s p d a qu n N d s a n a eop e ce ista esc r fi po bar os e e a pa(n lgum e d to e TE o C a ba ra e o e viv l o r en ve ), c lh as sic es ac lita ĂŁo p eve m a ter LU lad ntr n“T os. e e . i a e j b s s o I a O m ve ar o ma r e n tr a “B em Te b on on rĂĄ tĂŠ ĂŁo B a ar te pr u b ro ntr pĂş ado aer po rĂĄ na nĂşn ĂŠm lin to d ser um 50 E D , os “ b D t e c a a im d “ Iv el m ck e o e a lic s a x um l p cio po e) e v ob in % O “ n ĂŠ N e fo h te eb iu st pe ar o ça ba e al Sor a d i m co ara s di de fi . O end tido gre de a ĂĄ n e u v ce d S ra . ge ba ve a co base ndo m egri te g O nv sab vu ca as a f e sre ação leb ua ang Ive c â€? m r l Na ite e lga r a si Ăs m om te h d , e et aâ€? ra pa ira de rad s d alo te ta pa r co do ten nan ico re tam os h “Ma o be ntre aliz , “F nd , e s a ĂŠc ĂŠ a s l M r m s to t v s i “A gga b ts d nd ijo ou ad est eâ€?, m a, S ado m d eu 5 no s ada mu us a o o g no ao e ĂŠ a “ s ic sh an jo s M xĂŠ eâ€?, m c a B a ve â€? ela tras oâ€?, â€?, a A o p alv , na ez Âş D how . A sa ce te ow h ra e o i “ . e r a d e i n a r n n E e A V â€? u q u A m s da o re u do r m . ar a n d m d t u m e r m d D do re ge o e ta a o e a n tou tra p na e q r ( en bro d e gr ta es â€? E m u u r n s tru an out â€?, , “B s, ĂĄ “ va tro co d ass da ue BA a F d e c aso A ov viol Be os ro “P e by Flo . Iv s lo s n a b on se . A a, em eio s D ela ). É ont o a arA s l ll e 90 cl eq ez e b r ej o a c p pa us ba ri po un tr o e N no g r d ui im ĂĄ ga vas nda elo . ĂĄss ue a r ye o so O m ra suc ian tm r 2 as arĂĄ m or d â€? n a e n c . ev ico a ar e da u, m car rit a a es a a o 0 a em p es co â€? e a de ira ha anç io a m E n s leg so br de no a ar c q â€? lin m “A “V fo ra Ăľe do va , ue ar arc av o s a ria s m e o trio s d bri a n m t i â€? r oa ev s, q ei an al d ol , im o c mo um “N a s d a x do ais sh el e es l: r t ĂŠ e c e Ă ue a s do e 2 o aç on r b b ico s f e B S s f re ow ĂŠtr o af d o fr d o o 0 ĂŁo h a r la es el ĂŁs c co iad po esp m B ente ura lo d inĂc 14 j ch eci can a, v uâ€? tas l m en m t e ĂŁ ĂĄ W i n e e icl do aâ€? um , se . ais te o o d a n d o p t B Na tra es Ec et to , t b no s, da Car o an ida nan a ba e 33 ell ofic asl eir q od op a t a n s e y lĂŠ ro s D na o nat a. nd an Ma ial t a. ue as ro red l M fo Sa ico rit sh un tal pas ale Bel a C os e rr da f u p n m a ĂŁ Ăłr ow as ; a sa ns l f hic ss tr o, o ops o de ic e a r dĂŁo io d , f go do e d ez le po a n a r r a , d o s u d ar c tar s m o p ti ov ĂĄ s , n u gr a h e tĂ no ant d om u p a l rom
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mĂşsica
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Celebração
A cantora baiana Ivete Sangalo vem no pique comemorativo de seus 20 anos de carreira, e vai cantar todos os seus sucessos desde a banda Eva atĂŠ os dias de hoje
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Solo
Bell Marques farĂĄ seu primeiro show solo em territĂłrio potiguar. Os fĂŁs dos ex-Chiclete com Banana conhecerĂŁo as novas mĂşsicas do cantor e tambĂŠm vĂŁo ouvir os hits mais famosos FOTOS: DIVULGAĂ‡ĂƒO
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ForrozĂŁo
Astro pop do novo forró cearense, o galã Wesley Safadão vai encantar as fãs e botar a arena para dançar com os vårios sucessos da banda Garota Safada e as suas novas músicas
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Ă” BATE-PAPO
WESLEY SAFADĂƒO - Cantor â?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?šâ?š
p m n m hi id n vu , s. te W ĂŁ ais te o C o no edi Ban e da ante de B cio o jĂĄ pa cle o aâ€? m se s Na tra es o Ec no , da ar an da an ba 33 ell fic ste to , to bo l e l p t n n ira qu d ĂŠ a y a ro s D na o at a. nd an Ma ial s t ro red l M fo Sa ico . e d as rit sh un tal pas ale Bel a C os e rno po ĂŁo us r m fad a Ăłr ow as ; a sa ns l f hic str , o ps de ic e a r ĂŁo io d , f go do e d ez le a t o po a n a r r a , d o s u m p a d r c r s tig ov ĂĄ s , n ur gru a ho e tĂp no anto do om um p a l c rom ua a f e u a A a n p ra je, ica al r g fo . Ve gr o er. ase pr re te r d d c n i Be e m a h o tr d co o rĂł rd an o c o a, s com aze os a a v sta m ad de ll m t eiac er ro u b er r nd rra ers de ode eire , o e r ta eg o f s at m rv sgo o c a r o m p a r n e j o g a e o r r t a - p i l i d o s d o sta l i s t a a d , e , a x Ăł m ĂŠ s a c a m. a q n t i a n o q ĂŠ , i s t d e n t Co u s m ç a u e a r u or n e a o r . m ro . fir s t Ă p E a i a a f ĂŁ ic c l s en s t o d a tre a n o vi t o sta
O que ĂŠ o novo projeto “Paradiseâ€?? Como surgiu a ideia?
O projeto Paradise surgiu quando decidimos fazer um DVD diferente do que jĂĄ havĂamos gravado anteriormente e bem diferente do que o forrĂł estĂĄ acostumado a ver. Fizemos um show num palco aberto, numa praia paradisĂaca e no fim de tarde entrando pela noite. Palco baixinho e bem pertinho do pĂşblico. É um projeto bem legal. Como vocĂŞ define o forrĂł que o Garota Safada faz hoje em dia? É algo mais que forrĂł?
Eu canto forró. Sou forrozeiro, mas, ao mesmo tempo, sou muito eclÊtico e escuto de tudo. Talvez por isso goste de inovar e misturar alguns ritmos ao forró em algumas de nossas músicas. O que mudou nas bandas de forró desde que vocês começaram nesse meio, hå cerca de dez anos?
As bandas hoje estĂŁo, na minha opiniĂŁo, mais profissionais. Caprichando mais em
suas produçþes e com tomando muito mais cuidado com suas músicas, letras e etc. Hoje as bandas tambÊm cresceram muito e conseguiram conquistar mais espaço no mercado. AtÊ que ponto uma superprodução no palco Ê importante para o público?
Toda superprodução impressiona. E em show nós artistas precisamos impressionar. Cenårio com efeitos e bonito gera um impacto muito positivo e ajuda a deixar o show mais gostoso. Qual a importância do Rio Grande do Norte na sua carreira? O potiguar Ê animado?
ConstruĂ parte do sucesso da minha carreira nesse estado. Tenho um carinho enorme pelo RN e pelo povo potiguar. Todo mundo ĂŠ muito animado e eu me sinto em casa ao tocar por aĂ. AlĂŠm disso, tenho muitos amigos verdadeiros nesse estado. O que o SafadĂŁo gosta de escutar quando estĂĄ em casa ou fora dos shows?
Tudo. Sou muito eclÊtico e escuto de tudo mesmo. Serviço: Festival Natal Music. Dia 04 de abril, na praça de eventos do estådio Arena das Dunas. Ingressos na Stalker (Cidade Jardim, Midway e Norte Shopping), e TIM da Prudente. Preços: R$100 (inteira) e R$50 (meia), e R$130 na årea VIP. Assinantes com carteira do Clube têm 50% de desconto na compra nos pontos de venda. Mais informaçþes pelos 4006-6120 ou 4006-6121.
������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 6 TRIBUNA DO NORTE • Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 30 de março de 2014
teatro FOTOS:DIVULGAĂ‡ĂƒO
Solteira sem perder a ternura
Maria do Caritó�?
O texto tem muito humor e poesia. Mesmo sendo uma historia universal, acho que o nordestino se identifica muito mais com as personagens, com a forma que foram criadas pelo pernambucano Newton Moreno. JĂĄ passamos por Recife e Salvador e isto ficou bastante evidente.
EspetĂĄculo “Maria do CaritĂłâ€? ĂŠ uma comĂŠdia de humor nordestino. Assinante da Tribuna paga meia em atĂŠ dois ingressos
Apesar dos vĂĄrios papĂŠis dramĂĄticos que vocĂŞ jĂĄ fez, acredita que o pĂşblico te identifica mais com as comĂŠdias? Por quĂŞ?
Acho que tenho um jeito meio palhaça! Adoro fazer comÊdia e acho que o público percebe isto.
É uma história de amor, fÊ e esperança. Estes temas são universais e atemporais�
U
ma solteirona Ă beira de um ataque de nervos – mas sem perder a esperança e o humor jamais. O premiado espetĂĄculo “Maria do CaritĂłâ€? virĂĄ a Natal nos prĂłximos dias 05 e 06 de abril, no Teatro Riachuelo, trazendo doses de comĂŠdia cheias de cores e elementos da cultura popular nordestina. Lilia Cabral ĂŠ produtora da peça e tambĂŠm a protagonista: Maria do CaritĂł, uma virgem de 50 anos em busca do amor, ainda que tardio. As desventuras da solteirona dĂŁo muito pano pra manga. Ela quer casar, mas a cidade e a famĂlia boicotam, por acreditar que ela ĂŠ uma santa. AlĂŠm das confusĂľes, Maria recorre a todos os tipos de simpatia para arranjar um marido. As situaçþes se sucedem e os atores se dividem em vĂĄrios papĂŠis. O cenĂĄrio foi inspirado pela ingenuidade poĂŠtica do Nordeste, e a trilha sonora ĂŠ executada ao vivo, com os atores cantando e tocando. Lilia Cabral falou ao CLUBE DO ASSINANTE sobre seu papel e as inspiraçþes da peça. Leia:
“Maria do CaritĂłâ€? tem um forte contexto nordestino. Como as diferentes plateias do paĂs reagem a esse humor tĂŁo peculiar?
Maria do Caritó Ê uma história de amor, de fÊ e de esperança. Estes temas são universais e atemporais. Então, a história desta santa/guerreira que tran-
sita entre o sagrado e o profano chega muito bem a todos. A encenação usa as linguagens do circo, do teatro, do melodrama. Jå apresentamos a peça no Sul, Sudeste e Centro-oeste e o público reagiu sempre muito bem. Qual o papel da trilha sonora
LILIA CABRAL atriz
Quais são seus projetos para alÊm dessa peça?
Maria de CaritĂł faz de tudo para arranjar um bom marido na trama? Que tipo de mĂşsica ĂŠ tocada?
É uma trilha muito eclĂŠtica! E muito divertida tambĂŠm. O que Maria do CaritĂł tem em comum – alĂŠm do Ăłbvio – com outra famosa personagem solteirona sua, a Amorzinho de “Tietaâ€? (1989)?
Acho que a fÊ e a crença de que, cedo ou tarde, encontrarão o amor. Maria do Caritó não descansa. Faz promessas, mandingas, consulta santos e ciganos. Persevera, persevera, persevera... Para você, o que promete cativar mais as plateias nordestinas em
Estou lançando o filme “JĂşlio Sumiuâ€?, e começarei a gravar em breve a prĂłxima novela das 9 da TV Globo. Mas agora meu foco ĂŠ Maria do CaritĂł. Estou muito feliz em apresentar o espetĂĄculo no maravilhoso Teatro Riachuelo. Adoro o RN e serĂĄ um grande prazer estar em Natal para mostrar um pouco mais do meu trabalho alĂŠm da TV e do cinema. Serviço: Maria do CaritĂł. 05 e 06/03 no Teatro Riachuelo. Preços: R$40 (balcĂŁo), R$90 (frisas, plateia B), R$120 (plateia A e camarote). Desconto de 50% em atĂŠ dois ingressos para assinante da Tribuna do Norte.
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������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 8 TRIBUNA DO NORTE • Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 30 de março de 2014
cinema A volta do defensor “CapitĂŁo AmĂŠrica 2: O Soldado Invernalâ€? estreia no dia 10 de abril, com a nova aventura do herĂłi mascarado da Marvel
U
m dos lançamentos mais aguardados do mĂŞs pelos fĂŁs dos quadrinhos adaptados para o cinema, “CapitĂŁo AmĂŠrica 2: O Soldado Invernalâ€? ganharĂĄ as telonas no prĂłximo dia 10 de abril. Sob a direção de Anthony e Joe Russo, o filme mostra Steve Rogers procurando se adaptar ao mundo moderno apĂłs os eventos cataclĂsmicos de “Os Vingadoresâ€?. O assinante da TRIBUNA DO NORTE poderĂĄ ganhar um par de convites para assistir o filme em qualquer sala de cinema, de segunda a quintafeira, em salas 2D. Steve Rogers, o CapitĂŁo AmĂŠrica (Chris Evans), estĂĄ vivendo tranquilamente em Washington DC, e tentando se ajustar ao sĂŠculo XXI. AtĂŠ que um colega da organização S.H.I.E.L.D. ĂŠ atacado, e ele se vĂŞ preso em uma rede de intrigas que ameaça colocar o
mundo em risco. Unindo forças com a agente Natasha Romanoff, a ViĂşva Negra (Scarlett Johansson), o CapitĂŁo AmĂŠrica luta para expor a conspiração enquanto enfrenta assassinos profissionais enviados para silenciĂĄ-lo a todo o momento. O CapitĂŁo e a ViĂşva terĂŁo mais um companheiro para ajuda-los a enfrentar a trama maligna, o FalcĂŁo (Anthony Mackie). O maior inimigo a ser combatido serĂĄ uma surpresa para Steve Rogers: um antigo amigo seu, James “Buckyâ€? Barnes (Sebastian Stan), que sofreu uma lavagem cerebral e foi transformado em um assassino russo, o Soldado Invernal. Uma participação especial ĂŠ a de Robert Redford, que dĂĄ vida a Alexander Pierce, lĂder da S.H.I.E.L.D. O filme ĂŠ a continuação de “CapitĂŁo AmĂŠrica: O Primeiro Vingadorâ€?, de 2011.
FOTOS: DIVULGAĂ‡ĂƒO
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James “Buckyâ€? Barnes ĂŠ o velho amigo do CapitĂŁo AmĂŠrica que se torna o vilĂŁo Soldado Invernal
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A agente Natasha Romanoff, mais conhecida por ViĂşva Negra, se juntarĂĄ ao CapitĂŁo no combate
3
O Falcão Ê o novo personagem que entra na trama para se tornar o braço direito do Capitão AmÊrica
Sintonia corporal e mental na E2 A mente sĂŁ em um corpo sĂŁo ĂŠ uma fĂłrmula antiga que segue mais atual do que nunca. A clĂnica E2 Corpo e Mente ĂŠ procurada por aqueles que desejam manter a silhueta em harmonia com o bem estar, atravĂŠs de tratamentos baseados em equipamentos de ponta e uma equipe que inclui mĂŠdico, nutricionista e fisioterapeuta. “O foco ĂŠ a parte corporalâ€?, afirma a responsĂĄvel tĂŠcnica e fisioterapeuta Emily Vasconcelos. Limpar o organismo atravĂŠs dos procedimentos ‘detox’ (eliminação de toxinas) e reduzir medidas estĂŁo entre os serviços mais procurados. HĂĄ tratamentos contra gordura localizada, flacidez e estrias, ao lado de massagens relaxantes e shiatsu. HĂĄ lipoaspiração sem cortes e carboxiterapia. Uma novidade ĂŠ a aplicação de enzimas em cima da ĂĄrea desejada. O resultado ĂŠ rĂĄpido. Serviço: E2 Corpo e Mente. Rua Raimundo Juvino Oliveira, 2400, Lagoa Nova. Tel.: 3222-2070. Desconto de 50% (Ă vista) no seguinte pacote: avaliação, drenagem linfĂĄtica, esfoliação, manta, modeladora, heccus, lipo sem corte.
Steve Rogers, o CapitĂŁo AmĂŠrica, ainda estĂĄ se adaptando ao sĂŠculo XXI, atĂŠ surgirem novos perigos Recursos para afinar a silhueta