Edicao 01-02-13

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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

ANO XIV - Nº 2.413

R$ 1

“Cadê a Cuba que me prometeram?”

ATENDIMENTO (75)3225-7500

redacao@tribunafeirense.com.br

a blogueira cubana Yoani fala com exclusividade à Tribuna SEMPRE CRÍTICA Yoani comemorando pelo Twitter:

Incrível! Me chamaram para dizer-me que já estava pronto meu passaporte. Acabam de me entregar! Yoani, seis tuítes (e poucas horas) depois:

Human Rights Watch considera Cuba como o país mais repressor da América Latina

Yoani Sánchez, conhecida no mundo todo por criticar a vida em Cuba e cobrar liberdade na ilha dos irmãos Castro, conseguiu quarta-feira do governo o passaporte que a autoriza a viajar para o exterior, depois de

inúmeras negativas. Nesta sexta-feira, a Tribuna Feirense faz uma edição especial com a entrevista concedida por ela em novembro, quando um grupo de feirenses viajou até Havana e lhe entregou uma passagem para a Bahia,

para ser usada quando finalmente pudesse sair. Nesta edição especial e histórica, há também um álbum de fotos coloridas da ilha, que apesar do empobrecimento que se aprofunda há décadas, não perde a beleza.

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política

Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

César Oliveira cesaroliveira@tribunafeirense.com.br

Cuba: poesia e silencioso desespero

C

uba, com paisagem cinematográfica e cadência musical, é uma porção de terra arrodeada de política e história por todos os lados. Mas o mar que a rodeia e cuja língua lambe a Avenida Malecón, nas tardes de fúria, não é só um componente geográfico, mas o aceiro intransponível entre o cinza cotidiano da escassez e a liberdade de tentar um futuro sem dono e sem medo, do outro lado. Mas, é tanto mar, tanto mar... Cuba foi explorada e abusada por ditadores, mafiosos e grupos econômicos que degradavam os costumes e o orgulho de seu povo, até que Fidel, Guevara e Cienfuegos, tomaram o poder a bordo do Granma e da revolução comunista, que acabaria por incendiar o imaginário esquerdista mundial e conquistar o coração dos jovens. Nos tempos em que capitalismo e socialismo ocupavam lados opostos, Cuba tornou-se um desafio permanente e inquebrantável aos Estados Unidos, até porque um inimigo externo próximo e ameaçador é ideal para a manipulação do orgulho nativo. A verdade é que, se Cuba foi vítima de tentativas de invasão, atentados, contrapropaganda, e, por fim, de um embargo que já dura 25 anos, estes não foram o bastante para destruir as fronteiras ideológicas montadas na ilha. Dos líderes da revolução, Guevara, incontrolável, foi mandado à Bolívia, para espalhar a revolução. Acabou fuzilado. Seu túmulo e dos 12 seguidores, pode ser visitado na modorrenta Santa Clara. Cienfuegos, corajoso, bem humorado, popular, morreu em misterioso acidente de avião, deixando a Fidel a liderança única da revolução. A partir daí, ela trilhou seu caminho de miséria e glória. O certo é que o regime ditatorial implantado por Fidel Castro vendeu seu alinhamento ideológico como maneira de criar um sistema que parecesse autossustentável e bem sucedido e servisse de propaganda ao comunismo soviético. Os benefícios iniciais da libertação de Cuba foram desaparecendo à medida que o regime endurecia e passava a cultivar o personalismo, a repressão, a supressão da liberdade de expressão, o controle da comunicação como instrumento de manipulação, o imoral incentivo à delação, perseguição a homossexuais, tortura e eliminação de opositores como maneira de perpetuação do poder. Os rublos enviados pela Rússia, supostamente em troca do açúcar, garantiam um padrão de vida de boa qualidade, com alimentação, universalização da educação e da saúde e criação de uma potência esportiva, que mantinha o povo satisfeito. Enquanto isto, o líder russo, Kruschev, instalava mísseis em uma base cubana, que só foram retirados pela coragem de Kennedy, presidente dos EUA, em um dos momentos cruciais da história da humanidade. Com a falência da Rússia, o regime mostrou seu verdadeiro tamanho. A carência absoluta de produtos, a famosa “caderneta” reduzida a raros alimentos, a fome cotidiana, a existência de classes privilegiadas, a dependência dos dólares que as famílias no exterior enviam, a corrupção e roubo sistemático ao Estado como forma de sobrevivência, apenas atestam a falência de um sistema que insiste em não sair da vida real para entrar na História. Educados para o medo, os cubanos ainda tateiam como fazer oposição à enferma ditadura. Como ouvi de uma moradora: o medo é uma ilha. Ele te mantém afastado. Cuba tem uma beleza e simplicidade cativantes e musicalidade explosiva. O povo, belo, com 85% das pessoas com educação superior; alegre na penúria, honesto, por vezes de uma inocência surpreendente. Um povo ainda calado. Cuba es la poesía y la desesperación siliencioso.

Cuba

Tuiter: cesaroliveira10

A Tribuna Feirense publica, nesta edição, uma entrevista internacional. Realizada em Cuba, a entrevista com a dissidente Yoani Sánchez é um grande esforço de reportagem. Na oportunidade foi entregue a ela uma passagem para vir ao Brasil assim que conseguisse o passaporte com a nova Lei de Imigração. O que conta aqui não é julgamento do regime, mas a ousadia de sair de Feira de Santana e correr o risco de entrevistar a principal opositora do governo cubano. É fazer jornalismo na sua mais pura essência. O contato inicial com a blogueira foi realizado por Dado Galvão, jornalista de Jequié e autor do documentário Conexão Cuba-Honduras. A entrevista foi realizada por mim, o jornalista Rafael Velame, com apoio do vereador do PT, Ângelo Almeida. A filmagem e fotos foram realizadas pelo publicitário Xiko Mello. As fotos da cidade foram de Xiko Mello e Rafael Velame.

@A UNE, que anunciava festa em seu site, só foi emitir uma nota sobre os estudantes mortos em Santa Maria, 4 dias depois. É o tamanho dela. @Com a luz mais barata o brasileiro vai poder trabalhar até mais tarde para pagar o aumento geral que vem com o reajuste da gasolina. @Wagner levou 6 anos esperando o desastre para consertar o ferry-boat. Neste ritmo é melhor orar para Moisés abrir uma passagem para a ilha. @Depois do mascote e do cartaz, certamente que o Brasil vai perder a Copa. Afinal, miséria só vem em penca. @A dor que as famílias inalaram é tão letal quanto a fumaça da boate, embora terrivelmente mais lenta! @A única comprovação definitiva da biologia é que pelo tempo que se pendura nas tetas públicas Sarney é mamífero. @A verdade é que a China, com o apetite e o poder que tem, ainda vai causar um estrago no mundo. É só esperar... @Comida por peso é tão ruim que você come em gramas e engorda em quilo. @Sarney diz que não gosta de olhar para trás quando deixa um cargo! Tem razão. Abismos dão medo. @Brasileiro é vítima do trânsito, drogas, álcool e do jeitinho!

César Oliveira Uma ilha, dois barcos

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manhã ainda não era nua e um barco de 18 metros cortava a enseada da praia de Las Coloradas, em Oriente, na costa cubana, procurando sinais de onde ancorar. A dificuldade e escuridão acabou levando o barco a uma área de manguezais, onde encalhou. O Alegria de Pio, comprado por Fidel Castro ao, ironicamente, norteamericano, Robert B. Erickson, em 1943, por US$ 40mil dólares, cumpria sua missão. Era 2 de Dezembro de 1956. Sete dias antes, em 25 de Novembro, Fidel, Che Guevara e um grupo de 82 homens, com uma pequena quantidade de armas, haviam partido do porto de Tuxpan, na costa do México, para uma viagem de 2.000 km. A bordo, navegava o sonho de liberdade para Cuba. O desembarque foi comparado por Che a um naufrágio. Ele disse, depois: “todo o barco apresentava um aspecto ridiculamente trágico: os homens tinham a angústia refletida no rosto e apertavam o estômago com as duas mãos”. Os homens desceram e começaram a marchar pela areia, exaustos da travessia. Naquela manhã, o silêncio seria cortado pelas rajadas de metralhadoras. As tropas do governo esperavam o desembarque de Fidel e seus guerrilheiros. Apenas 20 escaparam. A maioria morreu abraçada à areia e sal da pátria cubana. Fidel, seu irmão Raul, e Che, foram para Sierra Mestra, iniciar a revolução que livrou a ilha da inaceitável exploração que vivia. O barco, depois chamado de Granma, que vem de Grandmather, gíria americana para avó, pode ser visto no Memorial Granma. A liberdade que ele transportou, a revolução, o barco imaginário de Fidel, também perdeu-se e encalhou e o povo cubano viu-se novamente prisioneiro de sua própria redenção.

Hemingway, como nenhum outro escritor no século passado, aliou a literatura a um estilo de vida aventureiro. Vencedor do Nobel, viveu em Paris quando era uma Festa, foi correspondente de guerra na Espanha, onde apaixonou-se pelas touradas, caçava na África, bebia em Veneza e em todos os bares decentes do mundo. Tornou-se assediado e teve uma vida amorosa turbulenta. Afinal, como disse, Fitzgerald, quando se conheceram em Paris:”Você vai precisar de uma mulher a cada livro”. A exposição excessiva e cerco da mídia e do show-business tornou-o um prisioneiro, o que ele passou a detestar. Certa vez, após dois dias em alto-mar, pescando com o amigo Joe Russell, dono do Sloppy Joe’s Bar, chega a Havana. Acabaram ficando quatro meses. Nos anos 40, após morar no Hotel Ambos Mundos, acabou comprando a Finca Vigia, a 25 km de Havana, onde encontrou a “liberdade de desligar o telefone”, ou receber visitas indesejadas, como dizia, encontrando condições para escrever. O barco em que Hemingway gostava de navegar era o Pilar, com 12 metros, que havia comprado em Nova Iorque, em 1934, por US$ 7.545 dólares. O nome refere-se à Virgem do Pilar, de Zaragoza, na Espanha, refúgio dos pescadores, e a sua segunda esposa, que foi sua amante, quando ele ainda era casado, e a quem ele chamava por este nome. Ao lado de Gregório Fuentes, segundo capitão, piloto, imediato, marinheiro, Hemingway, quando não estava bebendo, “mi daiquiri en El Floridita, mi mojito, en La Bodeguita”, ou escrevendo algo como o extraordinário O Velho e o Mar, estava navegando na costa cubana. Com o Pilar ele vigiou submarinos alemães durante a guerra, atirou em tubarões e pescou Merlin. O refugiado da fama havia encontrado a liberdade a bordo do seu barco. Cuba é assim. Enquanto o Granma trouxe um homem livre que fez de Cuba uma prisioneira, o Pilar, levou um homem refugiado que encontrou na ilha sua liberdade. Una isla, dos barcos.


opinião

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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013 redacao@tribunafeirense.com.br

Glauco Wanderley

Sala de espera para ambulâncias

Com fotos de ambulâncias paradas no pedágio, o deputado estadual Carlos Geilson (PTN) foi ao Ministério Público Federal pedir providências. Ele classificou como um “abuso” o fato das ambulâncias, mesmo dispensadas de pagar a tarifa, serem obrigadas a ficar na fila, retardando viagens que muitas vezes são feitas com paciente em estado grave, necessitando de atendimento urgente.

divulgação

Responsabilidade “O poder público não pode se furtar da sua responsabilidade em cumprir, manter e assegurar a ordem em nossa cidade”. Quem declarou isso foi o secretário de Meio Ambiente, Roberto Tourinho, referindo-se à ação de combate à poluição sonora, desencadeada pela secretaria.

Sábias palavras, mas que no geral não condizem com a realidade. O que ocorre em Feira de Santana como regra é justamente o oposto. O poder público negligencia sua responsabilidade e todo mundo se sente à vontade para fazer o que dá na telha. Aí vira Feira.

Parabéns ao Meio Ambiente se de fato pretende mudar essa história. No entanto há um longo caminho a percorrer, já que o pedestre não pode andar na rua, tomada por barracas de ambulantes e mercadorias de lojistas, mesas de bar, carros. Os carros na rua têm sua trajetória interrompida o tempo todo pelos

quebra-molas, erguidos ao gosto dos moradores de cada rua. A fila dupla reina. Estabelecimentos comerciais privatizam com cones vagas de estacionamento. As propagandas de todo tipo são exibidas onde os divulgadores bem querem e entendem... Faltaria página para falar de tudo.

Feira é assim

Na praça de Simões Filho, duas ambulâncias ficam retidas no pedágio

Enfim uma boa notícia na educação O governo do estado lança hoje (01) o Portal da Educação (www.educacao.ba.gov. br), em solenidade no Instituto Anísio Teixeira (IAT). A ideia é que a página deixe de ser tão somente burocrática e instrumento de propaganda das “realizações” do governo no setor. Ela deve passar a ser usada por estudantes, pais e sociedade como um todo. A promessa é que as verbas recebidas

por cada escola estarão relacionadas ali. A nota dos alunos (Boletim online) ficará disponível para que os responsáveis possam consultá-la. A página terá aulas, com mais de dois mil conteúdos educacionais. O novo Portal traz áreas de interatividade, como a Rede Social Espaço Aberto, na qual estudantes e educadores podem produzir, compartilhar e aprender em tempo real. Os estudantes podem publicar, diretamente no

Portal, uas produções culturais e científicas. O Portal também conta com o espaço de Boas Práticas para as escolas divulgarem experiências que desenvolvam para melhorar o ensino e a aprendizagem. “Estamos disponibilizando uma série de mídias e tecnologias livres para professores e estudantes do ensino fundamental e médio, com jogos, animações, simulações. O Portal terá, por

exemplo, editor de áudio e de vídeo”, explica Yuri Wanderley, coordenador geral da rede Anísio Teixeira. Segundo o governo, cada unidade escolar terá uma página no novo Portal, onde estarão disponíveis o Sistema Transparência na Escola (com receitas e despesas), Boletim Online, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além de outros dados.

Transporte não sai da pauta Alberto Nery (PT), que vem da presidência do Sindicato dos Rodoviários, propõe a extinção do Conselho de Transportes, que só se reúne para aumentar passagem. Edvaldo Lima (PP), que foi motorista de empresa de ônibus e do sindicato da mesma categoria mas no nível estadual, quer dar um jeito de fazer com que seis empresas atuem no serviço na cidade, a fim de que haja concorrência. Ele alega que já foi assim quando Feira tinha menos da metade da população, enquanto hoje

se vive um monopólio. A população utiliza todos os meios de que dispõe para cobrar, praticamente todos os dias, providências contra o péssimo serviço prestado no setor. Apenas o governo ainda não anunciou novidade alguma que venha a amenizar o sofrimento do usuário. O tema, que foi um dos principais da campanha eleitoral, vai continuar presente, está claro.

ASSIM FALOU ANDRÉ (?), funcionário de cooperativa do Hospital da Mulher

“A questão, sr. prefeito, não é apontar culpa se é da gestão anterior. Isso nós sabemos. Mas como podemos ficar sem pagar as contas, transportes, alimentação, sem dinheiro? Tenha compaixão de nós. Já passamos do limite da humilhação.” os pagamentos que não saem desde Tarcízio ameaçam a imagem de Ronaldo. Na quarta, o prefeito aunciou que pagará dezembro em 3 vezes, começando em fevereiro

GERALDO REIS, diretor geral da Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos do estado da Bahia

ISAÍAS DE DIOGO, vereador

FAIXA EXIBIDA EM BRASÍLIA QUANDO OS PREFEITOS SE REUNIRAM COM O GOVERNO FEDERAL

“Hoje, graças a Deus, através dos nossos trabalhos sociais, “A presidenta da UPB, Maria “Feira tende a cumprir um papel o Feira X não aparece mais nas estatísticas dos bairros Quitéria, e os prefeitos baianos semelhante ao que Campinas violentos de Feira de Santana.” presentes na luta dos hoyts” cumpre para São Paulo.” analisando a geração de empregos em 2012

o vereador presidiu a Associação de Moradores José Sarney, que promove ações sociais no bairro

Quitéria nega tanto a ignorância quanto a colocação das faixas pela UPB e diz que mandou investigar quem foi


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entrevista

Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

A cubana que ousa mostrar que Cuba não é o paraíso Enquanto aguarda liberação para viajar ao exterior, a blogueira (e agora sobretudo tuiteira) Yoani Sánchez segue na cobrança de melhores condições de vida para a população. Nesta semana mesmo registrou no microblog no qual escreve com o celular: “A sala Avelino, do hospital “A dependente”, parece mais a locação de um filme de horror e abandono do que um local para curar-se”. Compartilhada com o mundo pela intervet, esta visão crítica do país onde quase tudo é controlado pelo governo mas quase tudo é precário, transformou Yoani em celebridade, Recentemente a presidente do Brasil disse que daria visto para você ir ao Brasil. Você acha que esta decisão pode ajudála a conseguir o visto ou atrapalha? Eu penso que toda pessoa por menor cidadão que seja, um funcionário ou o político mais famoso, qualquer um, poderia ajudar, com o apoio nas redes sociais, uma frase, um tuíte. Todo mundo pode. Porque é uma injustiça. Meus antecedentes criminais são limpos. Não estou sendo julgada em um tribunal, nem tampouco tenho segredos de estado. Como você lida com as acusações de que é financiada por inimigos do regime? É natural que me acusem, é a contrainformação. Eu vivo minha realidade, eu vivo como um cubano. Eu não poderia falar de algo que não fosse a minha verdade. Você não acha humilhante, destrutivo para a alma do cubano, haver duas moedas, um peso cubano e o CUC? É totalmente humilhante. Essa é uma esquizofrenia econômica, uma dualidade monetária, uma esquizofrenia entre a moeda que a pessoa recebe como salário e a moeda de que necessita para sobreviver. Esta moeda

mundialmente amada e odiada. Alguns a consideram um exemplo de coragem, um símbolo de luta contra a opressão. Outras têm Yoani como uma traidora, alguém a serviço de potências capitalistas, que desejam ver o fim do regime socialista cubano, visto ainda por muitos como um ideal de justiça e igualdade na Terra. As condições em que Yoani vive em Cuba foram testemunhadas por um grupo de feirenses, que esteve com ela, gravou entrevista e entregou uma passagem comprada para que ela venha ao Brasil se receber autorização do governo, que este ano decidiu afrouxar as exigências para que os

cidadãos viajem ao exterior. Se puder finalmente sair – Yoani já teve a viagem negada muitas vezes, porém antes da liberalização das regras – ela virá à Bahia. Em Jequié, para o lançamento de um documentário da qual é personagem. Em Feira para retribuir a visita e debater sem medo a Cuba dos irmãos Castro e a Cuba sonhada pelos que anseiam por liberdade. A seguir, a entrevista concedida em novembro por Yoani, aos colunistas da Tribuna, César Oliveira e Rafael Velame, que foram acompanhados pelo publicitário Xiko Mello e pelo então vereador do PT, Ângelo Almeida.

Rafael Velame (na esquerda) , Ângelo Almeida (de boina) e César Oliveira entrevistaram Yoani Sánchez em casa em Havana

CUC, popularmente chamado chalito, e com o nome oficial de “peso conversível”, é na realidade um fantasma do dólar. Um dólar mais caro. O peso cubano só funciona para o transporte público, os cinemas, comprar o jornal Grama e produtos no mercado racionado. Pode-se usar o peso cubano como moeda nacional para comprar produtos agrícolas no mercado livre, mas a um preço que não tem nenhuma relação com o salário. A outra parte da economia é em peso conversível.

Há algo no hipotálamo, de rebeldia, para ser despertado

Esta economia parece maior que a oficial Sim, a economia subterrânea, invisível, é mais forte, mais viva. Por exemplo, eu li que alguns países da América Latina, como México, Uruguai, Cuba, creio que Venezuela também, foram declarados como “países que haviam erradicado a fome”. Mas eu pensei imediatamente: “Como? Como cada família cubana consegue por um prato de comida na mesa?” Ela põe de forma ilegal. Não há gente morrendo de fome na rua por quê? Porque o sistema funciona pela ilegalidade, o roubo de recursos, o desvio de recursos do estado, a remessa de estrangeiros, a prostituição. Então, existe uma série de elementos não legais, que somados sustentam a alimentação da população. Diante destas

condições não há protesto? Lamentavelmente se perdeu a cultura cívica do protesto. Eu gostaria que meu país tivesse um sindicato forte que protestasse, mas em Cuba faz dois anos que o sindicato principal, mais importante e único autorizado no país, anunciou aos trabalhadores que ia a começar um processo de despedi-los. Imagina, o Sindicato anuncia que vai despedir? É um absurdo e os trabalhadores não protestaram. Agora minha esperança qual é? É esse mesmo cubano que está aqui, calado, que vai trabalhar como neurocirurgião, de bicicleta, porque não tem um carro, que recebe um salário de menos de vinte dólares por mês, que tem que aplaudir os discursos

políticos, calado. Esse mesmo cubano toma um avião e vai para o Rio de Janeiro ou Bahia, ou sei lá em Brasília. Três meses depois está protestando no trabalho. O patrão tem que afastá-lo, ele já se sente um homem demitido. Não é um problema genético. Não temos um dano genético. A conjuntura, o cenário, é que é um problema. Mas há algo no hipotálamo, de rebeldia, para ser despertado. O comunismo

tentou derrotar o que é inderrotável que é o sentimento, pois ele pode ser limitado, reprimido, uniformizado, mas não derrotado. Esta foi a derrota do comunismo? Isto e também o desejo revolucionário próprio de cada um. Por exemplo durante muitos anos em Cuba as pessoas não tinham um motivo para trabalhar mais e melhor. Para que? Não iam viver melhor, ter uma casa maior, um carro novo. Então, por que trabalhar mais e melhor? As pessoas ficaram no conformismo e também era uma forma de esperar subsídio. Há que romper com tudo isso. Tem esperanças de que o fim de Fidel ou desperte essa rebeldia que você falou? Bem, em 31 de julho de 2006, o dia em que se anunciou a doença de Fidel Castro, neste momento se você me tivesse feito essa pergunta , o 31 de julho pela tarde, eu te responderia que tudo mudaria com a morte de Fidel Castro. Fidel Castro não morreu, ficou doente e foi pouco a pouco se distanciando da cena pública. Agora, sua morte não teria significado político como há 6 anos. Sim, mas Fidel tinha

É tudo uma utopia. Há um grupo familiar no poder. É muito decepcionante

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entrevista

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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

Isto não é uma revolução já faz muito tempo. Revolução não dura cinco décadas

Yoani sabe que suas críticas ao regime provocam ódio dentro e fora de Cuba, mas diz que “escolheu ser livre a cada dia”

uma repercussão mundial, uma liderança mundial reconhecida. Raul não tem esta representação, esta importância, esta história. Isto não facilitaria a mudança? Fidel Castro tinha um poder histórico, um carisma pessoal em uma personalidade extrovertida, muito extrovertida, que podia opinar de agricultura, filosofia, cozinha doméstica e determinar tudo. Prefiro que o governante do meu país seja um bom administrador a um homem carismático. Normalmente não são bons administradores. Raul Castro é diferente. Essa troca de homem carismático, todo poderoso, onipresente, por um líder mais discreto, não me parece má. Me parece mau que esta troca não tenha sido por decisão popular, mas por via genealógica e sanguínea. Por que Raul? Porque tem aí um clã familiar. Ao final é tudo mentira. Não tem melhoria. É tudo uma utopia. Há um grupo familiar no poder. É muito decepcionante. Você não acha que a saída de Fidel, pelo nome que tem, libertaria um pouco a ousadia? É possível, mas eu penso que agora a pressão fundamental que há sobre os ombros de Raul Castro para acelerar o processo de mudança é sua própria vida. Seu tempo está passando, e do seu irmão já passou. É uma questão

de data, é uma questão de dizer que dia é. Raul Castro é um homem octagenário, qualquer dia podemos acordar com a mesma notícia de 31 de julho de 2006. Seu tempo está passando e não há um sucessor. Como dizem por aqui, não há mal que dure cem anos, nem corpo que lhe resista. Alguma notícia do estado real de Fidel? Não, isso é secretíssimo também. E eu tenho 37 anos e escutei em minha vida umas 300 vezes a notícia da morte de Fidel Castro. Sou muito cética. Eu, anos atrás, já o enviei ao passado. Há uma canção muito linda que diz: “hoje vais entrar em meu passado, no passado da minha vida”. Fidel Castro pertence ao passado da minha vida, no meu projeto de vida trabalho como se ele já não existisse. Qual foi o fato que fez com que seu coração mudasse? Eu era uma doutrinada, eu era um produto correto do sistema. Em um momento, isso acabou. Cheguei à idade de 15 anos. Meu pai trabalhava em um trem, quando soube da crise econômica, a ausência de combustível. Minha mãe trabalhava em táxi de produção. Não havia combustível, não havia carros. Minha família caiu de imediato em um abismo econômico muito forte. Meu pai acreditava, mas logo lhe

Cadê a Cuba que me prometeram? Por que tenho que calar?

O turismo traz danos, como prostituição, perda de valores sociais, éticos e morais, um grande mercado ilegal ocorreu que toda sua juventude, todos seus anos de trabalho, abnegação, trabalho voluntário e congregações militares, não servia para alimentar seus filhos. Isso foi um golpe muito duro em minha família. Cresci abrindo meus olhos ao mundo ideológico e fazendo perguntas. Já havia caído o muro de Berlim, a União Soviética se desmembrava. Era muito difícil seguir acreditando em algo. Depois encontrei meu esposo Reinaldo Escobar, jornalista, excelente em sua profissão. Trabalhava no Diário Oficial e nos anos da Perestroika e Glasnost [quando o presidente soviético Mikhail Gorbachev fez a abertura política e econômica que culminou no fim do comunismo no Leste europeu], ele acreditou que pudéssemos viver em um país livre, crítico e real. O resultado foi que o expulsaram. Nunca mais lhe permitiram exercer sua profissão. Teve que sobreviver como mecânico de elevador. Neste momento nos conhecemos. Ele vivia um desengano, vivia revoltado. O desengano dele era de adulto e o meu era de adolescente. Isso completou muitas coisas. Então apareceu em minha vida

um elemento importante que foi a tecnologia, a internet. Eu me graduei em Filologia Hispânica. Sempre gostei muito de ler, a leitura foi muito importante em meu curso, que me permitiu ler além das fronteiras, os livros proibidos. Reinaldo Arena, Cabrera Infante, Solo Valdez. Depois me especializei em letras e tecnologia. Foi um processo, mas a pergunta, como um lampejo, a faísca principal, era: Por que o país onde vivo não se parece com aquele exemplo de vida? Cadê a Cuba que me prometeram? Por que tenho que calar? Eles não cumpriram o pacto social, por que eu tenho que cumpri-lo? Em um povo tão educado, essa pergunta não deveria ser feita por um número maior de pessoas? Ela é maciça. Mas cada pessoa responde diferente. A maioria dos meus compatriotas responde essa pergunta pensando somente na migração. “Este não é o país que me prometeram, logo me vou”. Eu digo: “Este não é o país que me prometeram, vou ficar para tentar mudá-lo”. Apesar do embargo americano parece que vem

avançando a expansão do turismo em Cuba. Você tem a esperança de que esse turismo sendo cada dia mais forte possa ser usado como instrumento de externalizar o que está aqui e, de fora para dentro, levar as pessoas a protestar? Bem essa pergunta tem uma resposta complexa porque tenho meus próprios dilemas interiores, começando por exemplo por minha própria experiência. Sei que nos anos 90, quando se abriu a ilha ao turismo, entraram pessoas que nos ajudaram a melhorar economicamente, trazendo roupas, comida, objetos de limpeza, informações, livros, tecnologia. Turistas que vinham para uma casa de família e depois voltavam para seu país deixavam roupas, algum dinheiro. Se constituíram em um elemento de prosperidade, autonomia, acesso a informação. Sou um exemplo disso. Trabalhei durante 14 anos como professora de espanhol para alemães e aprendi muito. Aprendi a ver a realidade com os olhos de quem chega. Isso é muito importante porque às vezes quando se está muito tempo em um lugar quebrado, destruído, não vemos a destruição, a injustiça, porque se torna normal. Agora, o turismo traz danos, como prostituição, perda de valores sociais, éticos e morais, um grande mercado ilegal. Esta é a parte negativa. E também serve de suporte econômico ao sistema. Há um medo de que ao mudar o sistema haja um descontrole. Há algo

de bom a preservar da revolução? Como fazer a mudança de forma equilibrada? Isto não é uma revolução já faz muito tempo. Revolução não dura cinco décadas. Revolução é um impulso, uma faísca, uma mudança de movimento, causando um processo. Faz muito tempo que não temos uma revolução. Claro que a situação poderia ser pior. Agora, cada elemento positivo da realidade cubana, quando saímos de perto, não é exatamente como parece. Por exemplo a criminalidade. Em Havana, tem uma taxa de criminalidade provavelmente muito menor que no Rio de Janeiro, em São Paulo. Em primeiro lugar toda a vida do indivíduo está em constante vigilância como um big brother orweliano. Claro que diminui a criminalidade porque o tempo todo se pensa que estão olhando, controlando. Outra situação é por exemplo o Comitê de Defesa a cada cem metros. Em cada quadra há um. Então os criminosos estão limitados. E a educação? Eu fui uma estudante em Cuba dos anos 80 e 90, tenho um filho 17 anos que nasceu entre os anos 90 e 2000. Tenho bastante experiência na educação de Cuba, eu gosto da educação. Para os pobres há uma escola. Eu gosto da educação em Cuba, que é obrigatória. Não gosto do excesso de ideologização, da distorção da história, da manipulação ideológica e política, do culto à personalidade. A educação é como o alpiste

Um professor secundário tem um salário menor que 25 dólares ao mês. Ninguém mais quer. É melhor trabalhar como barman CONTINUA NA PÁGINA 6


6 que te dão por acertar a rota. Agora há falta de professores qualificados. Por quê? Porque os salários são baixos, rui ns. Um professor secundário básico tem um salário menor que 25 dólares ao mês. Ninguém mais quer ser professor, não existe estímulo. É melhor trabalhar como barman. E a saúde pública ? A saúde pública é mito. Agora, os mitos do ideal de saúde publica e educação em Cuba, como surgiram? Nos anos de subsídios dos médicos, bilhões de rublos [moeda da Rússia, que sustentava Cuba antes da extinção da União Soviética], petróleo, comida, materiais, maquinários que entravam neste país em uma proporção inacreditável. Nesse momento da história nacional fomos mais dependentes de uma potência estrangeira. Nesse momento o país podia ter uma infraestrutura educativa e de saúde publica que não tinha relação com a produtividade do país. Como foi construído o mito da saúde? No Brasil, o governo tentou a permissão de entrada dos estudantes de medicina cubana. Como está a saúde aqui? Uma pessoa vai a um hospital em Cuba e pode encontrar uma grande contradição. Por exemplo vamos fazer de conta que há uma máquina muito sofisticada de tomografia axial computadorizada do governo. Mas não há aspirina. Tem um neurocirurgião, muito especializado, mas não tem um termômetro. Não é uma análise metafórica, é uma experiência de vida. Meu filho há seis anos teve uma cirurgia de apendicite. Nós tivemos que ir ao mercado ilegal, mercado negro, mercado subterrâneo, para comprar fio, linha, para conseguir seringas, agulhas, agulhas para colocar no soro. Além de precisar trazer presentes para médicos, enfermeiras, etc. Claro que isto não está escrito em nenhum lugar, está subentendido: se tu és meu paciente e eu vou e não levo nenhum presente, a próxima vez vou ter que esperar muito. “Não

entrevista

Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013 tem material, agora não posso, etc.” Nós estamos apresentando a você, um convite para que vá ao Brasil. Lá vamos te pedir licença para que você possa fazer um debate na Universidade. Nos três meses que você poderá estar fora se for liberada pelo governo, está disposta a fazer vários debates no Brasil? Teme represália ao voltar? Eu sou uma democrata autodidata. Sou uma pessoa que acredita no debate, na polêmica, na diferença, na pluralidade e tudo isso me encanta. Escutar opiniões que é uma questão difícil, eu gosto. Me encanta viajar precisamente para poder ter esse intercâmbio, porque quando uma pessoa escuta a realidade de outras pessoas aprende muito, aprende da própria realidade quando escuta e compara o bom e o mau de sua realidade. É muito importante para mim, especialmente porque é uma viagem de crescimento espiritual, pessoal, profissional. Eu adoraria. Claro que há represália. Sempre há. Claro que pensei nisso, sempre pensei. Mas a cada dia que levanto, mais meu desafio pessoal é tratar de comportarme como uma pessoa livre. Então o custo desta represália é infinitamente menor que a gratificação de ser livre. Já não me deixam trabalhar na mídia do meu país, não me deixam viajar, aparecer na TV. Qual é a próxima represália? Prender-me, me matar. Já não há mais nada. Estamos te entregando esta passagem para que de alguma forma haja voz e para contribuirmos com voce e a causa da liberdade de expressão. Em algum momento haverá uma forma de comunicação que eles não poderão barrar. Eu gostaria muito. Leio muitas histórias do Brasil. Porque quando conectava a internet, eu lia muitas mensagens do Brasil. Como é que funciona? Como é que você consegue tuitar? Bem, isso é um quesito muito importante. Twitter é um sistema que pode ser atualizado de um telefone inteligente que tenha conexão com

a internet ou um PC que esteja conectado à internet, ou um tablet. Eu crio meus tuítes e os mando, eu não posso ler, não posso conhecer as tendências, não posso conversar, mas posso emitir tuítes e essa é uma missão vital. Isso tem mudado o espectro informativo do mundo nos últimos 2 anos. Se pôde denunciar por exemplo através do twitter, faz pouco tempo, que houve uma epidemia de cólera em Cuba. Podese fazer uma campanha para libertar ativistas, por exemplo. Parece que as pessoas aqui hoje estão mais familiarizadas com o Facebook. As pessoas gostam mais. O problema com o Facebook para Cuba é que tem que alugar a internet. O twitter não. Vai com você em qualquer telefone celular. Mesmo sem a conexão com a internet pode ter acesso ao twitter. Por exemplo quando vocês chegaram, eu estava escrevendo algumas reflexões sobre a Assembleia Nacional, porque um jornal disse que ela era o parlamento cubano. Estava a refletir que nosso parlamento não vem “parlar” . Vem aprovar, escutar, aplaudir. Você tem muita gente hoje com você? Creio que sim, cada vez mais. Chegam constantemente mensagens de pessoas desconhecidas. “Yoani, eu tenho acesso, leio o que escreve, te parabenizo por valentia, inteligência, pode contar comigo.” Isso ocorre constantemente, de pessoas que querem fazer algo, mas têm medo. Há muita gente. Twitteiros, blogers, ativistas, músicos de hip hop que fazem músicas críticas. Há uma efervescência, uma ebulição. Há uma efervescência cultural? Claro que o governo é um monopólio muito forte, mas se o governo um dia autoriza que essas bolsas patrióticas diferentes tenham um minuto na televisão nacional, seria outra coisa. Falando de literatura, Pedro Juan Gutiérrez é um bom autor? Eu gosto muito. Um magnífico cronista da realidade. Ademais ele vive no Centro, em bairro que impacta muito, com uma verdade muito crua, muito forte.

Cubano aprecia a vista na avenida Malecón, em Havana

Mensagem de Yoani para o mundo

Gostaria de mandar uma mensagem a todas as pessoas do mundo, especialmente àqueles que leem meus textos no twitter, que seguem se aproximando. Envio um cumprimento agora e agradeço a todos vocês que têm os olhos e o coração nesta ilha e aos muitos ativistas, blogueiros, twitteiros, alternativos, pessoas comuns que estamos fazendo o programa de informação de ativismo, da ilegalidade, aqui mesmo. Essa mensagem de agradecimento é também acompanhada de uma mensagem de esperança. Esperança no sentido de que sinto que hoje aqui em Cuba, estamos vivendo um momento de mudança, um ponto de inflexão, que não é atrelado nem à reforma que se articula no poder, nem aos titulares da imprensa, nem ao discurso político. A mudança fundamental para Cuba hoje é a que está no interior dos cidadãos. Um mudança reflexiva para tolerância, para democracia e pluralidade. Isso me dá muita esperança em saber que uma geração de cubanos, a geração dos meus filhos, meus netos, encontrará um país mais plural. Obrigada.

Memorial Granma, onde está o barco que levou Fidel a Cuba e outras armas da Revolução

A propaganda da Revolução ainda impregna as paredes de Cuba

VEJA NA PÁGINA 12 MAIS FOTOS DE CUBA


cultural

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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

Jornalista vence concurso literário O livro de contos Piolhos-de-cobra, escrito pelo jornalista Marcondes Araújo, que trabalha como editor de textos na TV Subaé, foi o vencedor do XI Prêmio Literário Livraria Asabeça, realizado em 2012. A premiação é organizada pela livraria virtual, com apoio da Scortecci, editora paulista especializada em pequenas tiragens. A premiação é justamente a publicação da obra em uma tiragem de 150 exemplares. O resultado foi divulgado nesta quinta (31). Participaram autores de várias partes do país. Somente na lista de menções honrosas, encontram-se nomes que vão do Pará ao Rio Grande do Sul, passando por todas as regiões do Brasil. Piolhos-de-cobra, que dá nome ao livro, é um conto curto (veja reprodução nesta página), sobre uma avó que odiava os gongos que povoavam a casa e acabou sendo salva por eles. Embora há anos se dedique à literatura nas horas vagas, esta foi apenas a segunda vez que o

jornalista se inscreveu numa premiação. Com uma série de contos que dariam para três livros e um romance sobre Lampião e o cangaço, ao modo do realismo fantástico, Marcondes acredita que a premiação aumenta a chance de ter seus escritos publicados. “Esta editora já emplacou um prêmio Jabuti, o prêmio mais importante da literatura brasileira. E teve mais duas ou três indicações para este mesmo prêmio, além de um prêmio Machado de Assis, que é outro importante, da Academia Brasileira de Letras. Embora seja pequena, a Scortecci tem importância no cenário nacional. Ter um livro publicado por ela é uma credencial para pelo menos ser lido com atenção numa editora maior. Porque você envia um livro para avaliação de uma editora e não tem garantia nem de que vai ser lido”, comenta.

Lulus Sabulosus Cilindroiulus é o nome científico do artrópode popularmente conhecido como piolho-de-cobra, e que nós aqui chamamos de gongo. Criaturinha insignificante e sorrateira, que caminha com centenas de perninhas quase imperceptíveis e se enrodilha na forma de espiral ao sentir-se ameaçada, e faz um barulhinho de crosh, semelhante ao da casca de ovo, quando inadvertida ou propositalmente esmagada por um pé. E aí transforma-se numa pequena posta de massa branca misturada a fragmentos pretos e luzidios, que são os restos de sua frágil couraça estilhaçada. Pois são esses seres, até uma segunda apreciação inúteis, que infestavam o casarão de minha avó. Espalhavam-se aos milhares pelo quintal, invadiam a cozinha, o corredor, os quartos, os banheiros, a sala de estar, subindo pelas paredes, escondendo-se em frestas, ou se enrodilhando embaixo dos móveis.

Piolhos-de-cobra

“Tirem esses malditos gongos daqui!”, gritava minha avó, à beira de um ataque de nervos. E lá ia meu avô, meu pai, meus tios ou a empregada passar os pés ou a vassoura nos gongos, chutando ou varrendo os espirais incômodos e inofensivos de volta para o quintal. Minha avó era uma mulher de gênio forte, voluntariosa, orgulhosa e independente. Meu avô não a suportou mais e morreu do coração. Os filhos trataram muito cedo de se casar e se dispersaram pelo mundo. Raramente a visitavam. Ela ficou sozinha no casarão. Eu que sempre a procurava, insistindo para que desse um passeio comigo pela cidade. Recusava com firmeza e mau humor. Comprei para ela uma cadeira de balanço, um aparelho de televisão de 29 polegadas e uma antena parabólica. As duas últimas, despesas inúteis. Todas as vezes que a visitava encontrava-a recostada na cadeira de balanço, na sala de estar, com a televisão desligada. Entrava pela porta dos fundos, que ela só fechava na hora de dormir, atravessava a cozinha e

Cultura e Lazer

Sandro Penelu Grupo de Dança-Teatro da Uefs SHOWS AO VIVO SEXTA-FEIRA 01/02 na XI Bienal do Recôncavo O Grupo DançaTeatro da Universidade Estadual de Feira de Santana se apresenta na XI Bienal do Recôncavo, em São Félix, nesta sexta, dia 01/02, com o espetáculo “Eles não querem nada”, às

19h. Em seguida, haverá palestra da professora doutora Jolanta Rekawek, sobre “Memória transcultural em cena: os processos criativos do Grupo de Dança-Teatro da Uefs”. A programação ainda terá o workshop “Nove pontos - o corpo no espaço tridimensional - técnica da dança”, ministrado pelo professor mestre Frank Kurt Händeler, dançarino

“Não se preocupe comigo. Sei muito bem como me defender”, dizia, com um ar soturno. Compreendi, finalmente, o que queria dizer. Um dia, ao chegar ao casarão, ouvi, ainda do lado de fora, o estampido de um tiro. Abri o portão com violência, corri pelo oitão, cheguei no quintal, encontrei, como sempre, a porta da cozinha aberta e entrei, alcançando num salto o corredor. E vi o que tinha ocorrido: minha avó estava lá, recostada na cadeira de balanço, olhando para mim. E um homem caído no meio do corredor. Aproximei-me com cuidado, o coração palpitando de medo e apreensão, acendi a luz do corredor e vi o corpo do homem, ainda segurando uma navalha e com um buraco de bala no meio da testa. Aos seus pés, a posta branca de um gongo estilhaçado. Olhei para minha avó: ainda saia fumaça pelo cano do 38 niquelado que ela segurava com as duas mãos. “Salva pelo gongo, vovó”, balbuciei. “Não, salva pelo silêncio, o silêncio da solidão”, respondeu-me.

chegava no imenso corredor, cheio de quartos vazios e trancafiados. De longe a avistava, balançando-se levemente na cadeira, os olhos fechados, cochilando, ou olhando para dentro de si, quem sabe remoendo mágoas do passado. Aproximava-me lenta e silenciosamente, para não acordá-la, mas sempre era denunciado pelos gongos, que se espalhavam aos montes por toda a casa, sem que a velha tivesse mais forças e disposição para expulsálos. Um passo em falso e eu pisava num deles: crosh. O barulhinho, que em qualquer outro ambiente passaria totalmente despercebido, reverberava no corredor, no silêncio do casarão, e minha avó despertava dos sonhos acalentados pela solidão infinita. “Sou eu, minha avó”, apressava-me em me anunciar. “Esses malditos gongos!”, era só o que respondia. Eu sentava ao seu lado, perguntava sobre sua saúde, se precisava de alguma coisa. “Só quero que tirem daqui esses gongos imundos”, respondia. Nunca perguntava pelos filhos, pelos outros netos. Mas me dirigia um mal disfarçado olhar de gratidão quando me despedia.

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SÁBADO 02/02

e coreógrafo alemão, também integrante do grupo. A Bienal do Recôncavo é considerada o maior festival de artes da Bahia. São expostas 240 obras selecionadas entre as 1.515 inscritas. São obras na área de desenho, escultura, fotografia, grafite, gravuras, instalações, novas experiências, objetos, performance, pintura e vídeo artes.

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Exposição mostra funcionários e alunos da Uefs Com o tema “O milagre de um sorriso”, encontrase para a visitação pública a exposição fotográfica “Uefs, Feliz 2013”, no hall do prédio da Reitoria da própria Uefs. As fotografias são de autoria do professor

Balmukund Patel, membro do Departamento de Saúde e do Programa de PósGraduação em Desenho, Cultura e Interatividade da Uefs. As imagens retratam pessoas da comunidade

acadêmica e tem como objetivo “mostrar a alegria de muitos que trabalham ou estudam na Uefs”. A curadoria é da professora Mávis Dill Kaipper, do

Departamento de Letras e Artes , com montagem de Carolina de Assis Santana Silva, estudante do curso de Administração. *Mais dicas culturais em: www.infcultural. blogspot.com


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esporte

Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

Nino de novo pronto para o retorno ORDACHSON GONÇALVES

vai nos desmotivar, pois o Fluminense tem condições de fazer uma grande competição. Chega de brigar por fuga de rebaixamento. O Fluminense é grande e tem tradição na Bahia”, disparou. Nivaldo Araújo Carneiro Filho, 32 anos, o Nino, tem uma forte relação com o Fluminense de Feira. Notabilizou-se no futebol em 2006 jogando pelo Touro do Sertão, na conquista do torneio Serba, chamado de Campeonato Nordestinho. Passou por clubes como Confiança/SE, Treze/PB, Sport/PE dentre outros. Voltou ao tricolor feirense onde jogou em 2008 e 2009 e acabou sendo punido com uma suspensão de dois anos do futebol por ter sido pego utilizando medicamento que continha substância proibida. O exame foi feito após uma partida contra o Bahia, válida pela semifinal do Baianão de 2009.

Após 1.386 dias o atacante Nino poderá voltar a vestir a camisa do Fluminense de Feira em uma competição oficial. O atleta está à disposição do técnico Zanata para a partida deste domingo (3), contra o Vitória da Conquista, pela terceira rodada do Campeonato Baiano 2013. O jogador cumpriu dois anos de suspensão por uso de substância proibida em 2009. O retorno estava previsto para a Copa Governador do Estado, no segundo semestre do ano passado, mas acabou não acontecendo por conta de uma contusão. No final de 2012 Nino chegou a jogar o primeiro amistoso da fase de pré-temporada, inclusive marcando um gol, mas novamente sofreu uma contusão. Recuperado, ele trabalhou durante esta semana para aprimorar o condicionamento físico. O retorno do ‘xodó’ da torcida

ao time deverá acontecer após uma partida em que as falhas dos atacantes significaram a perda de dois pontos importantes, que poderiam manter a equipe na liderança do certame estadual. Os gols perdidos no empate em 0 a 0, com o Atlético de Alagoinhas, no último domingo, repercutiram em todo o estado. Questionado sobre a fase dos concorrentes, Nino exalta o trabalho dos

Embora tenha um desempenho positivo com a conquista de medalhas de ouro, prata e bronze em competições nacionais, sulamericanas e panamericanas, a Associação Rodrigues, de jiu-jitsu e MMA, em Serrinha, padece do mal comum a quase todas as agremiações de esporte amador: a falta de apoio, público ou privado. “Os resultados são bons, mas poderiam ser melhores se tivéssemos apoio”, ressalta o professor Yuri Rodrigues, presidente da Associação, que existe há 23 anos. Segundo ele, os atletas que conseguem viajar para competir fora de Serrinha bancam os custos do próprio bolso,

competições. Yuri cobra, principalmente do poder público, uma política de incentivo ao esporte. “Desde 1990 a Associação Rodrigues vem promovendo um trabalho sócioesportivo de qualidade em Serrinha. O jiu-jitsu é um importante instrumento na formação dos nossos jovens, pois contribui para a disciplina Associação Rodrigues no Sul-americano de Jiu-jitsu, em Salvador e respeito ao mais fraco”, argumenta. “Queremos que a classe conquistar medalhas ou recebem ajuda de política olhe para a gente deixam de fazê-lo familiares ou de alguns e faça alguma coisa pelo por falta de dinheiro comerciantes. Outros esporte”, reivindica. para se deslocar até as com potencial para

Após suspensão e contusões, Nino quer se superar

companheiros, mas diz que o desejo é jogar. “É mais difícil para a gente ficar de fora olhando. Quero estar lá ajudando, brigando com meus companheiros. O grupo aqui é muito bom”, observa. CONFIANTE Ele também acredita em uma boa campanha no certame estadual deste ano. “Vencemos na estreia, mas no domingo empatamos. Isso não

Bahia de Feira folga mas trabalha duro O Bahia de Feira estará folgando na rodada deste domingo (3), pelo Campeonato Baiano. Mas isso não significa vida mansa para os atletas. Pelo contrário. O trabalho foi intensificado durante a semana. O técnico Arnaldo Lira está buscando corrigir os erros do time. O Tremendão só volta a campo na quarta-feira (6), quando enfrenta a Jacuipense, em Serrinha. O Bahia de Feira ocupa atualmente a segunda colocação no campeonato, com quatro pontos ganhos. O líder Serrano tem seis. O período de preparação também está servindo para a busca de mais reforços.

“Ainda precisamos de mais um atacante. Isso não quer dizer que vamos encerrar o nosso ciclo de contratações porque estaremos sempre com nossas portas abertas para a chegada de bons atletas”, declarou o presidente do Conselho Deliberativo, Jodilton Souza. Os contatos para a chegada de reforços, segundo o dirigente, estão bem adiantados. “Mas por enquanto vamos manter em sigilo o nome e só revelar no momento em que este atleta chegue aqui e assine contrato. Esta medida é de prevenção para evitar que nossos planos sejam atrapalhados”, justifica o presidente Tiago Souza.

Academia de Serrinha cobra apoio do governo

Fundado em 10.04.1999 www.tribunafeirense.com.br / redacao@tribunafeirense.com.br Fundadores: Valdomiro Silva - Batista Cruz - Denivaldo Santos - Gildarte Ramos Editor - Glauco Wanderley Diretor - César Oliveira Diretora Financeira - Márcia de Abreu Silva Editoração eletrônica - Maria da Piedade dos Santos

OS TEXTOS ASSINADOS NESTE JORNAL SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES. Rua Quintino Bocaiuva - 701 - Ponto Central CEP 44075-002 - Feira de Santana - PABX (75)3225.7500/3223.6180


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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

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COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL DO SEMIÁRIDO DA BAHIA LTDA SICOOB COOPERE CNPJ: 73.398.646/0001-42 – NIRE 294.000.1789-4 EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA A Presidente do Conselho de Administração da COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL DO SEMIÁRIDO DA BAHIA LTDA – SICOOB COOPERE, no uso das atribuições conferidas pelos arts. 40 e 74, VI, do Estatuto Social, convoca seus delegados, que nesta data totalizam 100 (cem), em condições de votar, para reunirem-se em ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA, a ser realizada na Casa da Cultura/Casa Brasil, situada à Rua José Linhares, 170, Centro, Valente/BA, por falta de acomodações suficientes na sede da cooperativa, no dia 03 de março de 2013, obedecendo aos seguintes horários e quoruns para sua instalação, sempre no mesmo local, em cumprimento ao que determina o Estatuto Social: em primeira convocação, às 07h (sete horas), com a presença de 2/3 (dois terços) dos delegados; em segunda convocação, às 08h (oito horas), com a presença de metade mais um do número de delegados; e, em terceira e última convocação, às 09h (nove horas), com a presença de, no mínimo, 10 (dez) delegados, para deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Prestação de contas do exercício de 2012, compreendendo o Relatório Gestão, Balanço, Demonstrativo da Conta de Sobras e Perdas, Parecer Conselho Fiscal e Parecer da Auditoria Externa; 2) Aprovação da fórmula de cálculo de distribuição das sobras do exercício 2012; 3) Aprovação da destinação das sobras apuradas; 4) Eleição dos membros do Conselho Fiscal; 5) Aprovação do valor do orçamento global de custeio da Diretoria Executiva; 6) Fixação do valor da cédula de presença dos membros do Conselho Administração e do Conselho Fiscal; 7) Aprovação do Plano de Atividades do exercício de 2013.

de do de

de

O registro de chapas deverá ser protocolado na sede da Cooperativa, no período de 04/02 a 21/02/2013, das 09h00 às 17h00h. Valente-BA, 31 de janeiro de 2013. _______________________________ Maria Vandalva Lima de Oliveira Presidente do Conselho de Administração

Cooperativa de Crédito Rural do Semiárido da Bahia Ltda – SICOOB Coopere Rua J. J. Seabra, 161 – Centro – Valente – BA – CEP: 48.890-000 CNPJ: 73.398.646/0001-42 – Fone: (75) 3263-2337 – e-mail: direx@sicoobcoopere.coop.br

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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

DECRETO INDIVIDUAL N.º 215/2013

DECRETO INDIVIDUAL N.º 219/2013

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear AILTON ARAUJO RIOS, para o cargo de Diretor do Departamento das Administrações Regionais, da Secretaria Municipal de Governo, símbolo DA-1.

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear ISAC ROBERTO FARIA, para o cargo de Diretor do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento Educacional, da Secretaria Municipal de Educação, símbolo DA-1.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

PAULO SÉRGIO AQUINO DE AZEVEDO SOUZA SECRETÁRIO MUNICIPAL GOVERNO

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

JAYANA BASTOS MIRANDA RIBEIRO SECRETÁRIA MUNICIPAL EDUCAÇÃO

DECRETO INDIVIDUAL N.º 216/2013

DECRETO INDIVIDUAL N.º 221/2013

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear ALFREDO REGO NETO, para o cargo de Chefe da Divisão de execução de Obras, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, símbolo DA-2.

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear JOÃO DOS SANTOS, para o cargo de Chefe da Divisão da Administração Regional I, da Secretaria Municipal de Governo, símbolo DA-2.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

JOSÉ FERREIRA PINHEIRO SECRETÁRIO MUNICIPAL DESENVOLVIMENTO URBANO

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

PAULO SÉRGIO AQUINO DE AZEVEDO SOUZA SECRETÁRIO MUNICIPAL GOVERNO

DECRETO INDIVIDUAL Nº 217/2013

DECRETO INDIVIDUAL Nº 222/2013

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear GERALDO PASSOS DE ATAIDE, para o cargo de Chefe da Divisão Administrativa, do Instituto da Previdência de Feira de Santana, símbolo DA-2.

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear MARCELO SAMPAIO TRINDADE, para o cargo de Oficial de Gabinete, da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, símbolo DA-3.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013.

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

ANTÔNIO ALCIONE DA SILVA CEDRAZ DIRETOR PRESIDENTE DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DE FEIRA DE SANTANA

JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

ANTONIO CARLOS BORGES DOS SANTOS JÚNIOR SECRETÁRIO MUNICIPAL DO TRABALHO TURISMO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

DECRETO INDIVIDUAL Nº 218/2013

DECRETO INDIVIDUAL N.º 223/2013

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear ROSANE COSTA SILVA, para o cargo de Chefe da Divisão de Arquivo e Expediente, do Gabinete do Prefeito, símbolo DA-2.

O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear ELIETE DIAS DE ALMEIDA, para o cargo de Diretora do Departamento de Ações e Apoio Administrativo, da Superintendência Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON/FSA, vinculada ao Gabinete do Prefeito, símbolo DA-1.

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013. JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013. JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

SUZANA OLIVEIRA FERREIRA MENDES SUPERINTENDENTE MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR– PROCON/FSA

DECRETO INDIVIDUAL N.º 220/2013 O Prefeito Municipal de Feira de Santana, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, RESOLVE nomear ANTONIO CARLOS DALTRO COELHO, para o cargo de Diretor-Presidente, da Diretoria Executiva da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, símbolo DA-S. Gabinete do Prefeito Municipal, 30 de janeiro de 2013. JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO MUNICIPAL

MARIO COSTA BORGES CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO


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Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

Novos filiados do PT fazem formação O Partido dos Trabalhadores de Feira de Santana, reúne nesta sexta-feira (01), diversos nomes da política estadual e nacional para apresentar aos novos filiados a história e propostas do partido. O evento intitulado “Plenária de Formação Politica”, acontece na Câmara de Dirigentes Lojistas, a partir das 18h00. Entre os palestrantes, o deputado federal, Josias Gomes, com palestra sobre “PT: 10 anos de governo”; o deputado estadual, Yulo Oiticica, abordando o tema “PT e as relações com os movimentos sociais”; e

o secretario estadual de organização, Everaldo Anunciação, sobre “Organização e desafios para o PT”. Os novos membros já vão participar do processo interno de votação do partido este ano. “Aqueles que garantirem sua presença na plenária e tiverem suas filiações aprovadas estarão aptos a participar do PED 2013, que é um momento importante pela democracia, na história do partido e da política brasileira”, considera o secretário municipal de organização, Ângelo di.vianfs@ig.com.br

Itamar Vian

Arcebispo Metropolitano

Luzes no Caminho

O tempo é agora Sempre existiu a comparação entre jovens e velhos. As culturas determinam quem está em vantagem. No passado, a velhice vinha coroada de sabedoria. Hoje, ser jovem é símbolo do sucesso. A história da humanidade está cheia de jovens e velhos que venceram. E de jovens e velhos que fracassaram. A história registra crianças prodígios e idosos que amadureceram em sua arte. MOZART, aos cinco anos, já compunha maravilhosas melodias. Sócrates, com 23 anos, confundiu o sofista Protágoras, com o dobro de sua idade. Newton, aos 21 anos, já elaborara a Lei da Gravidade. Santo Antônio morreu aos 36 anos. Cristo morreu, aproximadamente, aos 33 anos. Mas temos brilhantes exemplos do outro lado. Santo Antão manteve-se lúcido até morrer aos 105 anos. Picasso fez obras primas aos 92 anos e Marc Chagall pintou, com maestria, até sua morte, aos 98 anos. EXISTE também o outro lado, o da inutilidade. Há idosos amargos e jovens irresponsáveis. Há velhos com apenas 18 anos e há jovens depois dos 80. Não se trata de uma questão de tempo. É questão de escolha, bem ou mal feita. ENVELHECEMOS, em qualquer idade, se fecharmos os olhos ao novo, se o novo nos assusta e aposentamos nossos ideais. Envelhecemos quando pensamos demais em nós mesmos, em nosso comodismo e em nossos interesses. Somos velhos quando deixamos de lutar. ESTAMOS todos matriculados na escola da vida e o mestre se chama tempo. E esse mestre é um juiz inflexível. O passado serve como referência e não como desculpa. O carro precisa de retrovisor, mas é perigoso dirigir olhando para ele. A vida está em nossa frente. Na juventude aprendemos, na velhice compreendemos. Nos olhos dos jovens fulgura a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz. A IDADE, nós criamos. Podemos ser jovens ou velhos. Não devemos contar a idade, mas festejar a vida. Nem a tristeza do passado, nem o medo do futuro, mas a alegria do presente. O romano Catão começou a estudar grego aos 80 anos. Quando questionado, justificou-se: se não o fizer agora, quando o farei? O TEMPO de Deus é agora. Agora é o tempo de partilhar, de lutar, de ser feliz. Agora, se for o caso, é o tempo de recomeçar. À semelhança do bom ladrão, podemos amadurecer em qualquer idade, até nos cinco minutos finais.

Almeida. “O PT de Feira de Santana está preparado para assumir novos desafios, principalmente no que diz respeito à relação com os movimentos sociais e os trabalhadores, através dos sindicatos. Cada novo membro é de suma importância para

essa construção”, avalia Ângelo. O evento está sendo organizado pelas secretarias municipais de Organização e Formação Política, que têm como secretários Ângelo Almeida e Ivannide Santa Bárbara, respectivamente. rafaelpintocordeiro@gmail.com

Rafael Pinto Cordeiro Advogado - Especialista em Administração Pública

Alvarás de Funcionamento e Lei de Acesso à Informação O incêndio de uma casa de show ocorrido na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul não só abreviou a vida de centenas de jovens como aflorou na população do país inteiro um sentimento de dúvida e desconfiança em relação à efetiva fiscalização pelos poderes públicos quanto à segurança dos estabelecimentos privados de entretenimento. O padrão encontrado nas cidades brasileiras é que as empresas em geral, ao iniciar suas atividades comerciais, solicitem um alvará de funcionamento ao órgão público correspondente, que irá vistoriar e fiscalizar o local quanto às normas relativas à higiene, poluição do meio ambiente, costumes, ordem, tranquilidade e segurança pública. Em virtude dessa atividade fiscalizatória, o poder público está autorizado por lei a cobrar taxas pelos respectivos serviços, a exemplo da Taxa de Licença de Localização (TLL), da Taxa de Vigilância Sanitária e Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF), cobradas, de regra, em razão da metragem do estabelecimento e anualmente. Já está em vigor, desde, o ano de 2012, a Lei de Acesso a Informações (Lei nº 12.527/2011), que estabelece que órgãos e entidades públicas devem divulgar, independentemente de solicitações, informações de interesse geral ou coletivo, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto legal; é a chamada Transparência Ativa. Existe a possibilidade, também, do cidadão acionar individualmente os órgãos e entidades públicas, que devem fazer uso da tecnologia da informação e manter ferramentas de busca para acesso aos seus bancos de dados. No atual estágio tecnológico e de democracia a divulgação prévia facilita e agiliza o acesso por qualquer pessoa, inclusive com a redução dos custos da máquina administrativa, além de fomentar o desenvolvimento de uma cultura de transparência e controle social na administração pública. É de se pensar uma lista pública de alvarás de funcionamento (sanitários, ambientais, etc), divulgada através de todos os meios disponíveis, inclusive em sítios da internet, contendo, entre outras informações peculiares a cada caso: 1) o nome do estabelecimento, 2) o número adequado e máximo de pessoas que o ambiente comporta, 3) a quantidade de saídas de emergência e 4) o prazo de validade do alvará, bem como 5) as datas das últimas vistorias. O objetivo é que essa informação possa servir como instrumento ao cidadão para colaborar com a fiscalização do regular funcionamento das casas de espetáculos, de saúde, e alimentação, por exemplo, afinal, informação é poder e “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição (...)”.

adilson-simas@bol.com.br

Adilson Simas FEIRA ONTEM

Zé Festinha, momo magro Autorizado pelo festeiro prefeito José Falcão da Silva, o secretário de Turismo Itaracy Pedra Branca anunciou na quintafeira, 6, que a partir da micareta marcada de 19 a 22 de abril de 1975, o Rei Momo seria escolhido por concurso entre candidatos locais. Hilquias Carvalho foi o vencedor. Rei Momo do Carnaval de Salvador e sempre contratado para também comandar a folia momesca desta cidade, Ferreirinha desabafou em entrevista concedida ao Diário de Notícia, jornal da capital pertencente à rede associada de

Assis Chateaubriand, quando indagado sobre a decisão do prefeito feirense: - Olha seu repórter, desde 1973, quando tomou posse, que na micareta de Feira de Santana quem reina é o prefeito Zé Festinha...

Marechal do ouvido corrupto Com 45 candidatos a vereador (o triplo do número de vagas na câmara), a disputa eleitoral de 1976 se transformou numa verdadeira guerra interna no MDB. Sem contar a concorrência da forte chapa da Arena, também com 45 nomes. No afunilamento da campanha o partido foi fazer comício em São José, no povoado de Jacu, terra do candidato Hermes Sodré. Anunciado para discursar, o postulante Aloísio Lima ardilosamente faz sua média com o “marechal” Hermes Sodré, mas procurando atrair para si alguns votos: - Eu sei que

esta é a casa de meu companheiro Hermes, mas se sobrarem uns votinhos, por favor, guardem para mim! Último orador entre os candidatos a vereança, e já com o microfone, Hermes reage aflito: - Aloísio, prestei atenção em seu discurso e quero dizer uma coisa: meus ouvidos estão corruptos de ouvir essa conversinha. Não vai sobrar voto não!...

Programa bom para dormir

Com o pseudônimo “Seu Oscar”, o titular da coluna “Rádio Feirense”, que circulou na edição de sábado, 9 de dezembro de 1961 do jornal “Gazeta do Povo”, elogiou na primeira nota o programa “Para ouvir, sentir e amar” apresentado

diariamente das 23 às 24 horas por Dalsic Dutra “pelas ondas da Rádio Sociedade de Feira de Santana”. Após afirmar que “a legião de ouvintes da velha guarda” ganhou finalmente um grande programa

com desfile de cantores famosos da MPB como Anísio Silva e tantos outros, o titular da coluna elogia a seleção musical: - O sonoplasta da ZYR3 capricha escolhendo músicas lentas e sonolentas...


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especial

Feira de Santana, sexta-feira 1º de fevereiro de 2013

Cuba carcomida e bela

Túmulo dos cães e gatos de Hemingway, na Finca La Vigia, onde ele morou.

Gerações de cubanos. O que viu as mudanças e o que espera revê-las.

El Floridita, o bar mais famoso de Havana

Café com arte, na fábrica de rum Legendário

Mulheres cubanas degustam o melhor charuto do mundo.

Nada é tão velho ou desnecessário que não possa ser comercializado.

A música, de elevada qualidade, está presente em toda parte

Um dos carrões americanos antigos que serve de táxi coletivo


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