Edicao 28-12-12

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FEIRA DE SANTANA, SEXTA-FEIRA 28 DE DEZEMBRO DE 2012

ANO XIV - Nº 2.408

R$ 1 redacao@tribunafeirense.com.br

Lagoa sem água e cheia de casas Com pouca água devido à seca e às permanentes invasões, a antes imponente Lagoa Salgada vai desaparecendo

5 A casa construída dentro do que seria espaço da lagoa e as inúmeras construções em volta mostram o quanto a área está densamente habitada. A água que resta no manancial ainda serve à comunidade. Apesar da evidente poluição, ainda são encontrados peixes na parte que ainda resiste aos invasores e se mantém viva

Exposição coletiva no Parque do Saber Artistas do interior e capital se encontram em Feira de Santana

9 UEFS bem em ranking internacional

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Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

polĂ­tica


opinião

Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

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redacao@tribunafeirense.com.br

Glauco Wanderley 2012: ano do renascimento A Tribuna aproximouse do final de 2011 com uma sentença de morte. O editor e fundador Valdomiro Silva saía da sociedade. Em comum acordo com o sócio Cesar Oliveira eles vieram encerrando as assinaturas até o ponto de zerá-las, já que não se tinha certeza da continuidade do periódico. Mas Cesar decidiu prosseguir e me convidou para assumir a editoria. Ao longo do ano o jornal retomou boa parte das assinaturas, fez mudanças na apresentação gráfica e manteve a linha crítica e independente que sempre o caracterizou. A Tribuna Feirense é aliada de Feira de

Santana, equidistante de qualquer grupo ou figura política. É uma publicação que tem lugar garantido na história do município, sempre em defesa da comunidade. Não é jornal para publicação de releases (que no jargão da profissão é a matéria enviada pelas assessorias de imprensa). É jornal que busca ouvir a comunidade, levantar questões e cobrar dos governantes soluções. Constantemente a Tribuna desagrada a quem espera, como autoridade, viver cercada tão somente de elogios. Paciência. Igualmente nós precisamos de paciência e resignação, para ir em frente a despeito das

dificuldades impostas pelo mercado de poucos leitores e anunciantes. Em geral, o governo é o grande anunciante e no caso de uma publicação de uma cidade do interior, a prefeitura normalmente é a principal fonte de recursos. Se não com propaganda, ao menos com a divulgação obrigatória de atos oficiais. Porém mesmo neste segmento, a participação da Tribuna é inversamente proporcional à credibilidade que o jornal possui. A credibilidade vem da nossa independência e talvez também seja esta independência que afasta

a publicidade legal. Quem quiser pode constatar isso no site da Transparência Municipal, na página da secretaria municipal de Fazenda. Faça a busca por Pagamentos a V E M PROPAGANDA LTDAME TRIB, a razão social da Tribuna Feirense. Cada página exibe 14 resultados. Estes 14 suficientes para exibir todos os pagamentos feitos pela prefeitura à Tribuna em 2011 e 2012, e, “de quebra”, mais 3 feitos em 2010. Concentremonos no ano vigente. Acompanhe a tabela abaixo (não incluímos a Folha do Norte por desconhecimento da razão social).

Acabou o troca-troca O governo Tarcízio Pimenta chega ao fim no próximo dia 31 com apenas três secretários remanescentes do grupo que assumiu em 1 de janeiro de 2009. A imensa instabilidade no primeiro escalão reflete a falta de rumo da administração que se finda. Restaram daquele grupo somente Flailton Frankles (Transportes e Trânsito), Milton Brito (Chefe de Gabinete) e Antônio Carlos Coelho (Meio Ambiente). No início deste ano, em entrevista a mim na Tribuna, Tarcízio minimizou a importância deste excesso de trocas recorrendo a uma comparação com o governo Dilma, onde houve uma “faxina” de ministros suspeitos de corrupção, o que não impedia a presidente de gozar de altas taxas de aprovação. A comparação foi um bom argumento de defesa, mas o tempo mostrou que também no governo Dilma a instabilidade administrativa atrapalhou o desempenho, o que hoje se reflete no baixo crescimento, nas críticas até mesmo de governistas e na desconfiança sobre o futuro da economia. Já o governo Tarcízio não fracassou porque trocou muito de secretários. A troca excessiva é apenas sintoma do que foram seus quatro anos à frente da prefeitura.

Jovem feirense em Brasília

Há que se observar que a Folha do Estado, que recebeu mais, circula 6 dias por semana, enquanto a Tribuna é um semanário. Façamos porém uma conta. O valor recebido pela Tribuna, dividido por 12 (os meses do ano) e depois por 4 (número de semanas por mês) daria R$

577,41 de publicidade oficial por edição. Se atribuíssemos este valor a cada edição da Folha do Estado, teríamos 577,41 x 6 (número de dias de circulação por semana) x 4 (semanas por mês). Resultado: R$ 13.858. Mas, afortunadamente, a Folha do Estado recebeu em 2012 um valor que corresponde

a R$ 57.636,50 mensais. Amém! Há de estar assegurada a sobrevivência de pelo menos um jornal impresso na cidade. Quanto a nós, leitor e/ou assinante da Tribuna, dependemos de você. Se considera importante e necessário que a cidade possua um órgão de comunicação na trincheira por uma

cidade melhor, compre, leia, divulgue, assine a Tribuna Feirense. Um apelo que dirijo mesmo àquele que eventualmente se aborreceu ou se sentiu atingido direta ou indiretamente por nossa abordagem dos fatos. A permanência da Tribuna é também a garantia de que seu adversário político ou aquele de quem você discorda receberá tratamento igual.

Militante do PT e engajado na causa da juventude negra, Felipe Freitas mudou-se esta semana para Brasília, nomeado assessor da gaúcha baiana Luiza Bairros, ministra chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. “Nesta nova função acompanharei as ações do programa Juventude Viva, lançado recentemente com o objetivo de enfrentar os altos índices de mortalidade da juventude negra no Brasil”, informa Felipe. Com um feirense em tão importante missão e sendo Feira um lugar com tão elevados índices de homicídio (e quem morre em geral é preto e pobre), espera-se que finalmente os olhos de quem pode fazer algo se voltem para esta cidade, onde por enquanto reina o crime e vigora a omissão.

Yoani chances

A entrevista de Yoani Sánchez, principal opositora da ditadura cubana, enganchou na tradução e ficou para 2013. Mas vai sair. Há chances de ser no dia 11 de janeiro.

ASSIM FALOU ANGELO ALMEIDA

GRAÇA PIMENTA, deputada estadual (PR)

falando como membro do diretório estadual do PT sobre a presença do trio de vereadores petistas eleitos, no evento de apresentação do secretariado de Ronaldo

sabe, a partir de terça-feira...

CARLOS GEILSON, deputado estadual (PTN)

JOSÉ RONALDO, prefeito eleito

comentando a nomeação por Ronaldo de secretários indicados pelo PSDB e pelo PMDB, enquanto o secretário do próprio Geilson permanece na fila

em reconhecimento ao ex-vereador e futuro secretário de Meio Ambiente, Roberto Tourinho, que contribuiu para fazer a caveira de Tarcízio Pimenta

“Acredito que nós estamos sim precisando “Até tentei, mas ele não está interessado demonstrar ao povo de feira que o PT vai em falar sobre isso. Está focado em ser oposição, que vai fazer a fiscalização concluir o mandato” ao governo” a esposa de Tarcízio Pimenta garante que não tratou de 2014 com o marido. Quem “Tenho que parabenizar os companheiros, “Ele foi muito importante nestes últimos que foram mais felizes do que eu” anos na política de Feira de Santana”


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cidade

Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

UEFS entre as 200 melhores iberoamericanas

O Scimago Institutions Ranking (SRI) 2012 mostra a UEFS na 181ª posição no ranking Iberoamericano (Espanha, Portugal e América latina e Caribe) entre 1.401 instituições de ensino superior, e na 118ª posição no ranking de universidades da América Latina e Caribe (mesmas posições de 2011). Entre as universidades brasileiras listadas no SRI, a UEFS ocupa a 57ª posição de um total de 370 instituições. O SRI é produzido pela SCOPUS®, uma base de dados sobre a produção científica mundial mantida pela Elsevier, uma das mais importantes editoras mundiais de revistas científicas. O ranqueamento das universidades leva em conta cinco indicadores, construídos com dados da publicação de artigos e

citações dos mesmos por outros artigos em todo o mundo, no período de 2006 a 2010. O primeiro indicador é a Produção científica, que contabiliza todos os artigos publicados pelas universidades no período da avaliação. O segundo é a Colaboração Internacional, que mede o percentual de artigos publicados em coautoria com pesquisadores de universidades estrangeiras. O terceiro é Índice Normalizado, que mede o quanto os artigos de pesquisadores de uma universidade são citados em comparação com média internacional. O quarto é o Q1, que mede o percentual de artigos de autores de uma dada universidade publicados em revistas científicas que estão entre os 25% de maior prestígio no

mundo. E o quinto é a Taxa de Excelência, que mede quantos artigos de autores de uma universidade estão entre os 10% mais citados do mundo. No período de 2006 a 2010 a UEFS teve 680 artigos catalogados na SCOPUS®, com 1 em cada 5 em coautoria com pesquisadores estrangeiros. Os artigos de pesquisadores da UEFS tiveram Índice de Normalização de 0,8. Isso significa que são citados com uma frequência apenas 20% menor que a média mundial, o mesmo resultado das três instituições no topo do ranking: USP (Brasil), Unam, (México) e Unicamp (Brasil). O SRI Iberoamérica mostra ainda que 26,2% (1 em cada 4) dos artigos de pesquisadores da UEFS são publicados nas revistas científicas de maior

prestígio no mundo. Na USP, primeira colocada, esse percentual é de 37,7%. Mais informações sobre o ranking podem ser consultadas em www. scimagoir.com. A maioria dos indicadores da UEFS são semelhantes aos das universidades no topo do ranking. A diferença está na Produção Científica, que nas primeiras cinco colocadas varia de 15.000 a 44.610 artigos publicados, contra apenas 680 da UEFS. “As universidades que lideram o ranking têm essa alta produção científica devido ao tamanho destas instituições [muito maiores que a UEFS] e a atividades de pesquisa e pósgraduação consolidadas há mais tempo e em mais áreas de conhecimento”, justifica nota oficial distribuída pela universidade estadual.

Aprovado projeto coibindo som alto

O governo do estado apresentou na manhã desta quinta-feira (27) no estacionamento da prefeitura 80 veículos novos para servir à Polícia Militar (40 carros e 40 motos). “Quando eu assumi, em junho, uma das promessas que fiz para a sociedade foi que ia lutar junto ao nosso comandante geral para que aumentasse a frota de Feira de Santana. Entrei aqui com 17 veículos e hoje estamos colocando 40 viaturas em serviço. Agradeço ao comandante geral e, especialmente, ao deputado Zé Neto, que lutou muito pra que isso acontecesse”, declarou o coronel Adelmário Xavier, responsável pelo Comando de Policiamento Regional Leste (CPMRL).

A Assembleia Legislativa aprovou na quarta-feira (26), o projeto de autoria do deputado Carlos Geilson (PTN), que determina uso de fone de ouvido em aparelhos sonoros no interior dos transportes coletivos intermunicipais na Bahia. Quem desobedecer pode ser repreendido pelo motorista e “convidado” a desembarcar. Geilson diz que os passageiros de ônibus, micro-ônibus, vans, ferry boats, catamarãs e trens são obrigados a ouvir música em volume acima do recomendado por médicos. O deputado afirma que há queixa até dos motoristas de ônibus, de que o som alto prejudica a concentração e impede que eles observem defeitos no funcionamento do veículo, bem como o aviso sonoro de parada. Para se tornar lei na Bahia, a matéria precisa ser sancionada pelo governador Jaques Wagner.

Trapalhadas tumultuam fim do governo Tarcízio BATISTA CRUZ Se o final de um governo bem avaliado já é melancólico, imagine aquele que está numa situação oposta. Os últimos dias são terríveis. É o caso do governo de Tarcízio Pimenta. Como disse anonimamente um “fiel” assessor do quase ex-prefeito, “ele está colhendo o que plantou”. A correria desembestada rumo ao fim se acelerou depois do dia 7 de outubro. Primeiro foram as quase 200 demissões dos ocupantes dos cargos de confiança (só na parte pública) e outras centenas nas quatro cooperativas que mantêm contrato para prestação de mão de obra com a prefeitura (o lado do “funcionalismo” que poucos conhecem). Já em dezembro, houve o corte de 20% nos recursos de hospitais e laboratórios que prestam atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), referentes ainda ao mês de outubro, o que quase gerou um colapso no atendimento e coincidiu com a saída do secretário Getúlio Barbosa a duas semanas do fim do mandato. Ainda nesta quinta (27), auxiliares de enfermagem que trabalham para cooperativas faziam paralisação reivindicando pagamento de salários. O governo se meteu em outra confusão ao publicar na reta final um edital de seleção e contratação de funcionários para o SAMU com a desculpa de que era preparação para implantação do SAMU regional. Mas não admitia que os demitidos participassem do processo. Perdeu na Justiça, como de outras vezes, e a seleção parou.

Foi também o Judiciário, através da desembargadora Maria Karaoglan, quem suspendeu a construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Queimadinha, no Loteamento Parque da Boa Vista. Atendeu reclamação de Cristóvão Peixoto, que foi à Justiça para dizer que é dono do terreno, que estaria sendo invadido pela municipalidade, já que não houve pagamento de indenização. O governo municipal se enrolou com o Instituto de Previdência de Feira de Santana. A prefeitura não repassou a parte patronal, relativa aos salários dos servidores, desde setembro e o rombo passou de R$ 4,7 milhões. A situação pode prejudicar tanto o IPFS como o município, explica o presidente Antônio Carlos Machado, pois Feira correria o risco de ficar impedida de assinar convênios ou receber recursos do governo federal, por falta do atestado de regularidade previdenciária. Afinal o Executivo acabou anunciando um acordo de parcelamento em 60 vezes, com o pagamento começando no mandato do sucessor, em 10 de janeiro. O Natal passou em branco, em meio a queixas de comerciantes, que acreditam que as luzes incentivam os consumidores a irem às compras. Iluminação natalina só de particulares ou no campus da UEFS. A prefeitura não se manifestou. Aliás, até mesmo um festejo de um dia só, bem mais simples e barato (o caruru de Santa Bárbara no Centro de Abastecimento), virou crise político-religiosa e só ocorreu porque comerciantes do local, inconformados com o anúncio da suspensão da festa se organizaram para fazê-la de qualquer modo.


cidade

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Lagoa Salgada perde terreno para casas

BATISTA CRUZ

Com a falta de chuva, a área da lagoa está quase toda coberta de vegetação. O sumiço ainda que temporário da água estimula os invasores a construir cada vez mais para dentro da lagoa

BATISTA CRUZ Uma cerca com apenas dois fios de arame farpado, que teve as estacas fincadas há cerca de um mês, num dos lados da ampla e plana área, é o aviso de que ali é o limite. A construção de casas dentro da Lagoa Salgada, localizada na extrema zona leste da cidade, não pode passar da cerca. A intenção pode ter sido das melhores. Mas chegou atrasada. O estrago ambiental está feito, embora continue a acontecer. A Lagoa Salgada vem perdendo área com rapidez. E as autoridades ambientais nada fazem para evitar o pior: a degradação total. Maior lagoa – 109 hectares – de um município que

teve muitas, os ambientalistas veem a cada dia as margens da Salgada serem empurradas para o centro. De acordo com a lei, as casas só poderiam ser construídas a partir de cem metros de distância da margem maior (a faixa onde a água vai nos períodos de cheia). Entretanto, ao contrário da norma, as casas estão quase cem metros dentro do que seria a lagoa se não estivesse sendo sistematicamente aterrada. Há muito não respeitam os limites. Diferentemente das outras lagoas da cidade, a Salgada não é tomada pela taboa. Sua vegetação é rasteira e devido à falta de chuva

Lagoa do Subaé secando As taboas secas, morrendo, mostram que a seca que há quase dois anos castiga inclemente a região afeta diretamente a Lagoa do Subaé, entre o bairro Parque Lagoa do Subaé e a BR 324. Moradores mais antigos dizem que nos últimos 15 anos a lagoa perdeu mais de 20 metros desde a margem. O carroceiro Edelson dos Santos, que mora no bairro há mais de duas décadas, aponta para umas pedras. “Era ali que a água ficava. E não precisava ser nos períodos de chuva”. Na visão dele, as casas

não estão invadindo as margens da lagoa. Ela é quem está se recolhendo. “As casas são as mesmas há vários anos”, garante. Mas é fácil perceber que são muitas as construções novas. Um campo de futebol existe há anos às margens da lagoa. “Aqui a gente não interrompe os nossos babas por causa das águas da lagoa”, diz José da Silva Nonato, que mora no bairro há 18 anos. “O terreno é plano, não sei por que não enche mais. Isto é muito preocupante para todos nós”, alarmase.

está em grande parte seca. É visível que a área de cota máxima foi invadida. A cerca, diz um morador, foi colocada por Ari Anunciação, presidente da Associação dos Moradores do Loteamento Lagoa Salgada. As construções, geralmente de um vão apenas, avançam silenciosamente, mas não vagarosamente e foram iniciadas há muito tempo. Ruas tortas, que ainda não têm nomes, foram formadas. Outras estão em vias de formatação. Todos os lotes, diz um morador, têm donos, mas ninguém apresenta documentação que comprove. Um homem que mora bem próximo da cerca afirmou que

pagou R$ 2 mil pela casa onde mora. Mas afirma que o ex-dono, como todas as primeiras pessoas que se apresentam como proprietárias dos lotes, ganhou o terreno da Associação. Informado sobre a ilegalidade de construir dentro da lagoa, promete que sai, desde que paguem a ele o valor justo. “Não invadi. Comprei a casa. Acredito que não seria justo ser obrigado a deixar sem que receba um valor que possa comprar outra em outro local”, diz o homem, que pediu para não ser identificado, por temer problemas futuros. Segundo ele,

muitas pessoas dizem ser donas do amplo terreno. À frente da casa deste homem, pedreiros e ajudantes, dentro de poucos dias, deixarão outro imóvel em ponto de madeira. Desta vez com mais de três cômodos. “Depois que colocar as telhas não tem quem me tire daqui”, dispara a alegre proprietária. “O que a gente tá vendo aqui, moço, é a realização do sonho da casa própria. Tem muito esforço e suor nestas paredes”, argumenta. Outro proprietário de uma casa diz que sabia do problema por construir dentro da área da lagoa. “Mas o que a gente pode fazer, moço? Mesmo uma casa de

um vão representa muito para a gente, porque todo mundo que fez sua casinha aqui imediatamente se livrou do aluguel. Depois, com muito esforço, a gente foi acabando. Mas ainda falta muito. O importante é que no momento me dou por satisfeito pelo que consegui”. Em muitos lotes as sapatas das casas estão construídas. Problemas estruturais existem aos montes. Não existem redes de saneamento ou de abastecimento de água, pelo menos oficial. A eletricidade vai até um certo ponto, com os medidores do consumo fixados à frente das casas. A grande maioria não os tem.


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esporte

Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

De saia e de chuteira ORDACHSON GONÇALVES Demoram a se arrumar. Ajeitam os cabelos, as unhas, e vestem roupas bem ousadas. Fazem questão de exibir todo o charme e sensualidade. Tudo isso para ir ao campo de futebol. Mas não se trata de futebol feminino ou de animadoras de torcida. É o tradicional “baba de saia”, que neste período de final de ano invade os campos de várzea. A alegria, irreverência e descontração marcam uma forma de confraternização e reencontro de amigos. O bom humor é indispensável. O bom futebol, nem tanto. O placar do “baba”, pouco importa. O que eles, ou “elas” querem, é se divertir. A brincadeira, que na maioria dos locais acontece no feriado de Natal, é uma tradição de anos. Na Cidade Nova já acontece há mais de duas décadas. Segundo Rodrigo Nunes, o bairro foi o pioneiro nesta iniciativa na cidade. “Desde o início da década de 90 acontece o nosso Baba de Saia. E a cada ano a diversão é maior. O lema aqui é brincar e se divertir em paz”, salienta.

Fim de ano, não de mundo: as falsas baianas quando caem no baba não têm hora de parar

Quanto ao pioneirismo, há controvérsias. No conjunto Wilson Falcão, os organizadores contestam a informação, e dizem que foi lá que a tradição se iniciou. “Quando começamos a fazer a nosso Baba de saia, não existia em nenhum lugar aqui em Feira. Depois disso virou moda”, reivindica Luciano Portugal. No conjunto Oyama Figueiredo, a tradição é mais recente, realizada há cerca de 10 anos. Quem participa garante que apesar de não ser o mais antigo, é o mais animado. Criatividade não falta. A condução

Flu com defesa completa Um dos reforços do Fluminense para o Campeonato Baiano é o zagueiro Valdo, 33 anos, que chega para dar um toque a mais de experiência no sistema defensivo do Touro do Sertão. O atleta que já teve passagens pelo Bahia de Feira e Feirense vai lutar por uma posição no setor, que já conta com Jadson, Jefferson e Rogério, que também atua como volante. Mirivaldo de Jesus Souza, o Valdo, se profissionalizou no Feirense em 2008, onde por três anos foi titular. No ano passado foi para o Boa Esporte, depois teve uma passagem no Bahia de Feira e no começo deste ano voltou ao Feirense, onde

fez parte do time terceiro colocado no Campeonato Baiano. O atleta tem 1,87 metro, 80 quilos e goza da confiança do treinador Zanata, responsável direto pela sua vinda para o tricolor feirense. “É mais um atleta experiente que vem se somar aos garotos que temos aqui. Conheço seu potencial e com certeza é uma das apostas minhas pessoais para o Baiano”, disse Zanata. Com a chegada de Valdo, a zaga fica completa, já que conta com Jadson, Jefferson, Rogério e o novato Cláudio Iago, recém promovido das divisões de base.

O goleiro Jair, eleito o melhor do Campeonato Baiano em 2011, acertou o seu retorno do Joinville para defender o Bahia de Feira no Baianão 2013. Uma fratura no dedo indicador impediu a sequência de treinos com

bola no Joinville. O atleta se machucou em um lance de dividida no jogo-treino contra o Metropolitano, no mês de fevereiro. O torcedor do Tremendão não aceitou a saída de Jair, que participou da conquista

para o campo é uma carroça, complemente ornamentada para a ocasião. “E é igual a coração de mãe, sempre cabe mais um”, completa Maciel Júnior, que participa da brincadeira desde o primeiro ano. Outro aspecto comum dos babas de saia é o atraso para começar. A justificativa é a demora para a arrumação. Depois que a bola rola, a festa não tem hora para acabar. “Tem uns caras aqui que incorporam a verdadeira mulher. Demoram mais de uma hora para se arrumar. Experimentam várias

roupas”, explica Tiago Silva, integrante do baba de saia do Wilson Falcão. O atraso para se vestir acaba sendo justificado pelo nível das vestimentas. Muitos aproveitam a oportunidade para homenagear mulheres queridas, como as mães, irmãs, esposas e até as sogras. As homenageadas, entretanto, não demonstram muita satisfação com o que vêem. “Ainda bem que é só uma vez no ano”, consola-se Juliana Gomes, esposa de um dos adeptos do baba do Oyama Figueiredo.

Gamela perdoa o Bahia O presidente do Feirense, Dilson Gamela, revelou à imprensa da capital nesta semana que o Bahia não pagou o valor do empréstimo do zagueiro Alyson, que estava no Esquadrão este ano. Segundo Gamela o Bahia deve R$ 25 mil ao Feirense referente ao valor do empréstimo. Porém afirmou que não vai cobrar o valor ao Tricolor, porque não precisa do dinheiro. O presidente do Feirense criticou o Bahia por “investir em jogadores com

idade avançada, que não têm compromisso com o clube”, esquecendo assim de dar valor aos jovens atletas. Gamela afirmou que o zagueiro Alyson recebeu propostas do Resende (RJ), União Barbarense (SP) e América (RN). A preferência do dirigente é que o jogador atue no time carioca. Alyson jogou pelo Bahia em três partidas da série A, contra a Ponte Preta no Moisés Lucarelli e em Pituaçu, além do jogo contra o Coritiba em Curitiba.

Paredão do Tremendão está de volta do Campeonato Baiano de 2011. Logo após o Campeonato Baiano de 2011, Jair foi contratado pelo Bahia, mas não teve nenhuma oportunidade no time titular. Com 32 anos, Jair passou por clubes baianos,

como o Feirense e Fluminense de Feira, além de passagens pelo Itumbiara (MG) e Alecrim (RN). Em 2011 foi para o Bahia de Feira, conquistando o título baiano e de melhor goleiro.


opinião

Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

Luzes no Caminho

Itamar Vian Arcebispo Metropolitano

As lições do relógio

di.vianfs@ig.com.br

Poucos ditadores ou instituições, no mundo, tiveram o poder do qual dispõe o relógio. Ele controla nossas idas e vindas, controla o início e o fim de qualquer atividade. Ele nos informa a hora de deitar e levantar. É ainda ele que nos alerta se estamos atrasados ou se, eventualmente, ainda temos de esperar. Centenas de vezes, ao dia, ele é consultado por todos. Nas salas, mesas, gabinetes, no alto das torres, nos carros, no pulso, ele está dirigindo nossa vida.

A MAIORIA dos relógios, prudentemente, nos lembra o dia de hoje. Este é o dia mais importante de nossa vida. É o único tempo que é nosso. É tão importante que dele pode depender a eternidade toda. Tempo é um precioso presente que Deus nos dá. E porque é um presente, devemos cuidar dele com carinho. O tempo empregado da melhor maneira é o tempo que gastamos servindo as pessoas, especialmente as mais necessitadas: doentes, idosos, pobres, deficientes, drogados...

NO RELÓGIO está a preocupação com o tempo. Todos sabemos o que é o tempo, mas ficamos encabulados sempre que alguém nos pede para defini-lo. Ele é igual para todos, mas ao mesmo tempo é diferente. Alguns insistem que ele passa rapidamente, outros são do parecer que ele demora. Na realidade, ele não anda nem devagar, nem rápido demais. Ele não passa, nós é que passamos.

OUTRA atitude prudente é não jogar para o futuro as nossas decisões, porque Deus oferece sempre, e a todos, o perdão, mas não garante a ninguém o dia de amanhã. O tempo de Deus é hoje. O passado deve ser entregue à misericórdia, o futuro à providência. Peregrinos sem previsão de chegada temos em mãos a preciosa moeda do presente.

SABEMOS, com certeza: cada volta do ponteiro do relógio nos garante que chegamos mais perto do final. De vez em quando, os relógios param. Num belo dia, nossa vida também vai parar, sem direito a consertos, pilhas novas ou prorrogação.

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TEMPO bem vivido e bem dividido traz realização. O livro do Eclesiastes lembra: Cada coisa tem seu tempo neste mundo e Jesus Cristo diz que o tempo é como uma nuvem que passa. Sempre mais fiquemos atentos, para não desperdiçar nada do tempo. É com ele que vivemos, nos realizamos e preparamos a eternidade. “Cada um colherá aquilo que tiver semeado” (Gl 6,7).

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Roquinho do carburador e injeção eletrônica deseja aos clientes e amigos um Próspero Ano Novo!


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cultura

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Cultura e Lazer

Sandro Penelu

sandropenelu@gmail.com

CD com inéditas do Rei do Baião SHOWS AO VIVO

Canções inéditas na voz de Luiz Gonzaga serão lançadas no CD “O Samba do Rei do Baião”, em fase final de produção. Apesar do nome, o disco inclui fado, marchas carnavalescas, mazurca e outros gêneros. É um trabalho conjunto de Gonzaga com Teo Azevedo e a participação, entre outros, de Socorro Lira, Oswaldinho da Cuíca e Oswaldinho do Acordeon, além dos músicos

Papete e Chico Salles, forrozeiro, violeiro e membro da Academia Brasileira de Cordel. A produção é do jornalista Assis Ângelo, pesquisador e biógrafo de Gonzaga. O lançamento faz parte das comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. A produção artística do Rei do Baião contém 625 gravações, além de composições que ele nunca gravou, mas que chegaram a fazer sucesso na voz de outros intérpretes, entre os quais Cyro Monteiro, Jamelão e Ester de Abreu.

SEXTA-FEIRA 28/12 ATRAÇÃO

LOCAL

HORA

ENDEREÇO

GALEGUINHO

SportBar

22

SANDRO PENELÚ

Quiosque do Mazinho

21

Praça de Alimentação

MARIZELYA E OS COISINHO

Botekim Tematic Bar

22

Av. João Durval

TERCETO DE PAU E CORDA

Cidade da Cultura

21

Conj. João Paulo

Rua S. Domingos

Luciano dos Anjos lança Diztravando SÁBADO 29/12 O poeta feirense Luciano dos Anjos lançou, no último final de semana, o seu livro de poesias, intitulado “Diztravando”. A obra aborda entraves do cotidiano, em que o autor, de forma lúdica e às vezes solene, dá uma lição de civilidade e nobreza aos desavisados que tentam obstruir sua caminhada. Segundo o autor, é “resposta à altura” aos desaforos do dia a dia. Luciano dos Anjos é estudante

de teologia, poeta e compositor letrista. ATRAÇÃO LOCAL HORA Publicou, em 2008, o livreto de trava: “Dosanjos e as travas”. Em 2009, lançou Quiosque do “O alpinista de estrelas”. Em 2011, ALAN OLIVEIRA 21 Mazinho publicou o livreto de poemas “Vereda insólita” e em 2012, “O arguidor”. URI BECHEN O Biongo 21 Integrou, em 2011, uma seleção internacional de antologia peruana, em WILLIAN DE CASTRO E BALANEJOS Johnnie Club 22 homenagem ao poeta Cesar Vallejo. Em 2012, fez parte da antologia espanhola, em MAIRI MONTE ALEGRE Cidade da Cultura 21 homenagem ao poeta Miguel Hernández e participou da 22ª mostra de poemas, em Mais dicas culturais em: www.infcultural.blogspot.com Governador Valadares (MG).

ENDEREÇO Praça de Alimentação - Centro Rua Edelvira de Oliveira – Pt. Central Rua S. Domingos Conj. João Paulo


cultural

Diversidade artística no Parque do Saber ORDACHSON GONÇALVES 30 obras, 15 mentes, e um viés: a diversidade. A exposição coletiva “Arte e Expressão”, em cartaz no Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo reúne artistas de Feira de Santana e região em variados estilos, mas com uma linguagem uníssona, remetendo o público à reflexão sobre temas atuais e cotidianos. Participam da mostra coletiva os artistas plásticos: Ade Ribeiro, Ronaldo Lima, Luiz Oliveira, Tom Alvez, Linda Côrtes, Tereza Mazzoli, Carolina Mendes, Moema Gusmão, Cledes Raw, Paulo Mello, Sandra Lopes, José Pimentel, Nadja Pitombo, Alberto Reis e Regina Costa. Uma das artistas feirenses que compõem a mostra é Linda Côrtes, que volta a expor na cidade depois de alguns anos. Para o Parque do Saber ela trouxe quadros que expressam uma mistura de cores e combinações, de sensações e relações. “É uma forma de compartilhar, de maneira

A mostra, que seria encerrada em dezembro, foi prorrogada até janeiro, no Parque do Saber

muito particular, inúmeras histórias, reflexões e experiências”, simboliza Linda. Outra artista da terra que retoma as exposições em sua cidade natal é Ade Ribeiro. Ela mantém o estilo impressionista, característica peculiar em seus trabalhos, mas inova com a utilização de materiais recicláveis, como metal e até pó de cupim. “É uma forma de fazer as pessoas despertarem para o uso consciente. Transformar em arte aquilo que seria descartado”, defende Ade Ribeiro.

Já bastante conhecido por suas esculturas de ferro e outros metais, Ronaldo Lima também mostra seu talento diante das telas. A proposta é a mesma das obras feitas a partir de ferros retorcidos. “Procuro mostrar a esperança do homem, mantida mesmo diante de situações adversas”, pontua. Com cores fortes, vibrantes, e que exaltam a cultura africana e a natureza, os quadros de Nadja Pitombo ganham um destaque especial na mostra. A artista feirense é sobrinha do consagrado

Dival Pitombo. “Gosto do primitivismo. Busco explorar as matrizes africanas, o povo negro e em especial a figura da mulher negra”, ressalta. A outra artista feirense que compõem a mostra é Regina Costa. Seus trabalhos possuem traços marcantes e bem definidos, e com contrastes sutis. A artista septuagenária só começou a pintar há cerca de 15 anos, mas mostra que a maturidade é um ingrediente indispensável para a qualidade de um trabalho artístico.

da cultura africana, mas, como boa baiana, me identifico muito com estas poderosas entidades, cheias de mistérios, caprichos, sensualidade, cores, vaidade e personalidade marcante. Suas características são

iguais às dos seres humanos, por isso me abraço com eles em regozijo à vida”, declara. Paulo Mello, também natural de Salvador, trouxe para o Parque do Saber quadros sobre o orixá regente do ano, responsável

pela comunicação entre humanos e divindades. Alberto Reis explora com um talento nato os recursos tecnológicos. E mostra que a modernidade pode ser uma aliada da sensibilidade artística.

Da tridimensionalidade aos orixás Em suas obras, a soteropolitana Cledes Raw apresenta um estilo próprio, com ícones da cultura africana representados através das imagens e pinturas dos orixás. “Não sou estudiosa

O interior nas telas A vida nas pequenas cidades do interior, as conversas na beira da calçada, os vendedores de rua e a interação das pessoas. A artista Moema Gusmão, natural de Cruz das Almas, trouxe para o Parque do Saber a representatividade do interior da Bahia. Outro artista natural de Cruz das Almas é Luiz Oliveira. Já participou de exposições em países da

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Feira de Santana, sexta-feira 21 de dezembro de 2012

Europa e nos EUA. Para Feira de Santana trouxe obras que exploram a beleza feminina em todas as suas formas e cores. Tereza Mazzoli, de Nova Canaã, mas radicada em São Paulo, passeia pelo figurativismo e abstracionismo. A diversidade de estilos e idéias também é uma marca forte. “A pintura é a melhor maneira de revelar o mundo e as personalidades”, teoriza.

Cores e traços da capital Artistas soteropolitanos que compõem a exposição retratam vários aspectos da capital. O fascínio pelo mar é evidente nos trabalhos de Tom Alves. Ele é conhecido por transmitir em suas obras a simbiose entre o surreal e o simbólico, intrigando a todos que se deparam com as suas criações. As cores e movimentos do mar são as principais fontes de inspiração. Carolina Mendes explora outro viés: a vida

nas grandes cidades, o isolamento, o destino e, por vezes, a solidão de quem vive nas metrópoles. As pinturas a óleo e acrílica revelam um olhar melancólico. Sandra Lopes explora cores vibrantes e formas geométricas para representar situações cotidianas. A artista revela que suas obras evidenciam sua maneira particular e cada vez mais profunda de olhar a vida.

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Seminário de Música atrai alunos de toda a Bahia JULIANA VITAL O Seminário de Música de Feira de Santana é o mais antigo empreendimento cultural da cidade ainda em funcionamento. Fundado em 1962, foi incorporado à Universidade Estadual de Feira de Santana em 1985, a princípio vinculado ao departamento de letras e artes, passando a funcionar, posteriormente, como unidade do Centro Universitário de Cultura e Arte - CUCA. Conhecido Bahia afora, o curso atrai alunos de vários municípios. O aluno do curso 3° semestre de Licenciatura em Música e candidato ao Seminário, Jailton Nunes Marques, 42 anos, veio da cidade de Jacobina. Jau Nunes, como é conhecido em sua cidade, desenvolve projetos musicais há mais de 20 anos. Para ele, o seminário de música é uma referência para o interior baiano. “Mesmo fazendo a Licenciatura, busco o Seminário para me aperfeiçoar em um instrumento específico que é o piano. Isso irá me ajudar na regência das minhas aulas em minha cidade. A música para mim é uma semente de cultura que faz mudar o ser humano”, filosofa. Para o candidato Elivaldo Martins de 32 anos, o seminário irá lhe proporcionar um crescimento musical profissional já que o seu principal interesse é a certificação. Elivaldo é pedagogo e sua iniciação musical se deu na igreja que frequenta. Ele realiza projetos musicais há quatro anos em sua cidade, Retirolândia, através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). “O Seminário de Música em Feira é muito conhecido por sua qualidade e quero levar experiências musicais diferenciadas das já vividas por mim e pelo meus alunos na igreja”, comenta.

Para Caroline Parente, coordenadora do Seminário, “o curso básico é muito procurado, pois traz experiências diversificadas e aprendizados diferenciados até mesmo para quem já atua na área artística e musical. Até mesmo os alunos do curso de Licenciatura procuram o curso básico do Seminário pois querem vivenciar essa experiência musical de qualidade”, afirma. Porém os 50 anos de Seminário foram cheios de oscilações. Em 1965 chegou a ser encerrado por falta de verbas. Muitas crises foram vivenciadas e até hoje sua estrutura é precária diante do que poderia ser ofertado para o seu público. Atualmente são ministrados cursos de clarineta, flauta doce, flauta transversal, metais (trompete, trombone, bombardino), piano, saxofone, violão, violino e violoncelo. Além das oficinas de acordeon, bateria, teclado, técnica vocal e violão popular. No início deste ano foram realizadas 523 matrículas, sendo 267 para as oficinas, 234 para o curso básico e 22 para o pré-vestibular. No processo seletivo para o curso básico do Seminário de Música, realizado entre os dias 10 e 14 de dezembro, no Anfiteatro da UEFS e no CUCA, os 309 candidatos foram avaliados em sua percepção rítmica e melódica e apreciação musical. O seminário de música realiza anualmente eventos como o enccuca (encontro de corais), concerto do grupo de câmara, audições, formaturas, recitais didáticos e o projeto 5 e meia, sendo que este último acontece uma vez por mês durante o período letivo.

OS TEXTOS ASSINADOS NESTE JORNAL SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES. Rua Quintino Bocaiuva - 701 - Ponto Central CEP 44075-002 - Feira de Santana - PABX (75)3225.7500/3223.6180


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