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Paula Lopes, presidendete do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM)
PANDEMIA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MULHERES VÍTIMAS DE AGRESSÃO PELO ISOLAMENTO SOCIAL DO COVID-19
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Paris, uma das cidades mais românticas do mundo, foi o cenário escolhido para o editorial de Dia dos Namorados da Sommer, fotografado em fevereiro.
Estima-se que no Brasil, a cada ano mais de 2 mil mulheres sofrem de violência, e vem de todas as classe sociais com vários níveis de escolaridade e profissão. Agora, com o isolamento social esse índice cresceu assustadoramente, mesmo com todas as medidas protetivas através de ações governamentais não impede a violência doméstica dentro dos lares. Esse é o assunto da nossa matéria de capa da edição dessa semana, onde entrevistamos Paula Lopes presidente do CDDM. Na coluna Life Style o nosso colunista colaborador traz algumas artesãs do projeto do governo, “Alagoas dando ás mãos”. Ainda na coluna seis uma entrevista com o advogado Gustavo Ferreira e na coluna ZIK notinhas diversas.
Zenita Almeida Editora
Neste período em que permaneçamos #emcasa e em distanciamento físico, a Breda Kids tem opções para não deixar as festas juninas passarem em branco. Camisas xadrez e quadriculados são perfeitas para complementar o look dos meninos na festa do arraiá sem sair de casa.
Natura promove semana da beleza “Aqui tem Natura” com descontos de 50% em diversos produtos. Pode comprar com as consultoras ou pelo espaço digital, e fazer pedidos por WhatsApp das lojas físicas espalhadas por todo Shoppings do nordeste com retirada em modelo drive-thru.
Zenita Almeida | Editora especialmente convidado zenitaalmeida@gmail.com Diagramação | Jonathan Canuto
Presidente - José Paulo Gabriel dos Santos Dir. Adm/financeiro - Flávio Miguel Peixoto Editor Geral - Ricardo Castro
Dir. Comercial - Marilene Canuto Comercial: 082.3311.1330 Redação: 082.3311.1328
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#VOZESPRETAS
LIFE STYLE
POR WILSON SMITH @_WILSONSMITH
Fabiano Gomes é Editor do Blog O Cara Fashion (@ocarafashion), aos 33 anos, ele é Bibliotecário e Cientista da Informação, com extensão em Jornalismo de Moda. O conteúdo que compartilha nas redes sociais e no blog é realmente impecável. Além das pautas de moda, as sociais também estão sempre presentes em sua narrativa. Em entrevista ao suplemento ele nos concedeu um depoimento que dá início a série #VOZESPRETAS, que irá aparecer com frequência por aqui. Sobre a relevância dos influenciadores digitais no atual cenário ele reforça: “Acredito que o papel dos influenciadores neste momento é de grande importância. Uma vez que temos voz dentro uma comunidade, precisamos saber levar informação e posicionamento de forma transparente ao nosso público. Se você não estiver influenciando de maneira positiva e transparente a comunidade de seguidores e leitores que te acompanham, seu trabalho não está sendo feito”, fica a reflexão.
GALERIA DIGITAL
A valorização do trabalho handmade sempre foi um pilar em nossa linha editorial, e é com muita alegria que compartilhamos com vocês o lançamento da Galeria Alagoas Feito à Mão, no espaço digital www.alagoasfeitaamao.com. br, é possível conhecer, negociar e adquirir peças de mestres, artistas populares, designers e artesãos alagoanos. Um projeto do Governo de Alagoas e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo. O site está no ar com mais de 500 produtos anunciados. Nossa coluna fez uma curadoria de 5 marcas encabeçadas por empreendedoras criativas e que tem produtos genuínos e especiais. Vale conferir!
A Flor de Caroá é uma marca que mantém o regionalismo em seu DNA. É idealizada pela sertaneja de Batalha-AL, Júlia Ferreira. | @flordecaroa
A Designer Solange Arruda comanda a marca que leva seu nome e desenvolve acessórios e itens de decoração, as icônicas mandalas em crochê já estão no mercado há 15 anos. | @solangearruda
A Trapilho Chic é uma marca alagoana handmade que tem Carol Couto como Diretora Criativa. O ateliê trabalha com artesãs que foram capacitadas profissionalmente junto com a ONG MANDAVER. | @trapilhochic
A artesã Petrúcia Lopes cria peças de vestuário e decoração com o bordado filé. Sempre com um olhar contemporâneo, sem perder suas raízes culturais.| @ateliepetrucialopes
A Zicota é comandada por Josse Leah, é uma marca handmade de moda, acessórios e decoração em crochê. As criações são modernas e cheias de identidade. | @zicotaoficial
CAPA
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PANDEMIA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MULHERES VÍTIMAS DE AGRESSÃO PELO ISOLAMENTO SOCIAL DO COVID-19 DA REDAÇÃO | FOTOS DE ARQUIVO
No início da pandemia entre o mês de março e abril, quando governos estaduais e municipais adotaram medidas de isolamento social no combate ao Covid-19 o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), anunciou um aumento de 10% no número de chamadas ao Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher. Em São Paulo, o número de casos de violência contra a mulher aumentou 30% durante a quarentena, de acordo com o Núcleo de Gênero e o Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo. Pesquisas afirmam que a cada dez mulheres vítimas de feminicídio, sete são mortas dentro de casa. Em alguns estados como o Rio de Janeiro, o aumento de violência doméstica foi de 50%. No Rio Grande do Norte, as promotorias de justiça já registram mais de 20% de aumento de medidas protetivas de urgência. Neste aspecto, a casa é um espaço muito perigoso para as mulheres. O Estado e o poder público necessitam de planos emergenciais para garantir a proteção e sobrevivência dessas vítimas da violência. As mulheres são a maioria nos trabalhos mais precários, informais e sem proteção social. Neste cenário de pandemia, o cuidado com filhos, devido ao fechamento das escolas, há uma sobrecarga nas tarefas domésticas, porque as mulheres, mesmo trabalhando fora, já assumem quase que exclusivamente as tarefas domésticas.
Em Maceió. O número de mulheres protegidas pela Patrulha Maria da Penha, que fiscaliza o cumprimento das medidas protetivas, aumentou 146% de janeiro a 26 de maio de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Com a pandemia e o decreto de isolamento social, casais estão passando mais tempo juntos, o que pode ocasionar brigas e discussões, elevando, assim, o número de casos de violência contra a mulher. O serviço da Patrulha Maria da Penha acontece apenas na capital alagoana. Além da Patrulha Maria da Penha, existem outras entidades que desenvolve ações para o combate á violência doméstica, a exemplo da Comissão dos Direitos Humanos(CDH), Comissão Especial da Mulher(CEM) e Cw, a quem o TUDO bateu um papo com a presidente Paula Lopes. O que é o Centro de Defesa dos Direitos das Mulheres e existe desde quando? É uma ONG composta por mulheres advogadas, psicólogas e voluntárias. Existe desde 2016 e foi oficializada 2018. É uma casa de acolhimento as mulheres vítimas de violência e tem por finalidade ajudar em mecanismo que elas possam ser resiliente em transformação social através de alfabetização de direitos, atendimento humanizado sem julgamento e o encaminhamento multiprofissional.
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CAPA
O que motivou a fundar essa ONG? No ano de 2016 eu Paula Lopes e minha sócia – na época – Kandysse Melo, abrimos um escritório o Melo & Lopes Advocacia aqui na cidade de Maceió. Ali nós atendíamos causas criminais, cível, trabalhista e previdenciária. Recebíamos diariamente, da capital e do interior, vários casos de mulheres em estado vulneráveis economicamente e social. Nunca deixamos uma sequer, de ser assistida, tanto que o escritório passou a ser carinhosamente chamado “Escritório da Mulher”. Aqueles casos foram se tornando volumosos e nos sensibilizou a pensar em criar um projeto maior que pudéssemos oferecer algo mais a essas mulheres desamparadas. Foi ai que criamos a ONG Centro de Defesa dos Direitos das Mulheres/CDDM. Como funciona o CDDM Auxiliamos a todos os tipos nas medidas necessárias. Existem vários tipos de casos de violência e, para cada caso exige orientações divergentes. Orientamos e auxiliamos nos procedimentos, as formas de denúncias, damos apoio psicológico, encaminhamos para postos de saúde e quando violência sexual, para o RAVVS que é realizado pelo Hospital da Mulher. Quais as ações já realizadas? Nesses dois anos realizamos atividades diárias, quem conhece o trabalho da ONG sabe a rotina de atendimentos, palestras, atividades, seminários e eventos que realizamos. Nós realmente vivemos a ONG e somos muito orgulhosas de trabalhar nessa instituição tão necessária para as mulheres vítimas. Ultimamente, com a quarentena estamos substituindo nossas discussões presenciais por Lives e já realizamos até um seminário nacional onde discutimos os Direitos Humanos das Mulheres e a necessidade de Políticas Públicas durante a Pandemia, além de semanalmente realizarmos a entrega de cestas básicas, leite e roupas. O cddm tem parceria com outras entidades? Sim, temos parceria com diversas profissionais, até porque todo o nosso trabalho é composto por voluntárias, e
outras entidades feministas como o Instituto ANIS que fica em Brasília e com a Rede Nacional de Advocacia Popular – RENAP, assim como outras ONGs que seguem a mesma linha de transformação social como o Centro de Recuperação e Educação Nutricional/CREN e o Instituto MandaVer, no Vergel. Você acha que o número de violência doméstica cresceu no isolamento social consequente do covid-19? Sim, com certeza. No início do isolamento, onde foi necessários todos ficar em casa, percebemos um silêncio absurdo, mas nós que trabalhamos na rede, assim como a OAB e a Patrulha Maria da Prenha fomos aos meios de comunicação para divulgar os canais de atendimento, conseguimos através da OAB fazer com que as Medidas Protetivas que já existiam fossem prorrogadas durante a pandemia, e com que a Delegacia interativa atendesse casos de violência que não fosse física. Vimos que o silencio foi sendo quebrado e muitas mulheres que estavam sob a pressão dentro dos lares, sendo agredidas, denunciaram seus agressores. Qual a fonte de recursos para manter essa ONG? A CDDM é uma ONG que sobrevive através da ajuda das próprias mulheres que são atendidas pelo serviço. Em nosso perfil de assistidas são 88,8% de trabalhadoras autônomas, diaristas, artesãs, vendedoras, que contribuem com o pouco que tem para não deixar nosso projeto morrer. Não temos nenhum tipo de ajuda do Governo, e ainda nenhum projeto fomentado por qualquer instituição, pois com apenas dois anos de existência nossa ONG não tem ainda o tempo de maturação, o Marco Legal das ONGs para ser financiada por editais diversos. Com isso buscamos angariar recurso com as nossas voluntárias que são professoras universitárias, pesquisadoras e algumas mulheres políticas da nossa região que se compadecem da nossa luta e nos ajudam com eventos proporcionando que a nossa fala pelo protagonismo dessas vítimas, sejam ouvidas e ecoadas diante de todo o mundo.
INTERVIEW
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DIREITO ELEITORAL COM
DR. GUSTAVO FERREIRA Advogado especialista em direito eleitoral, Professor Universitário, Especialista em Direito Processual pelo CESMAC, Mestre em Direito Público pela UFAL e Doutor em Direito pelo DINTER da PUCRS, além de membro fundador do IDEA.
O adiamento das eleições é uma realidade? Na verdade, hoje é mais uma possibilidade do que uma realidade, tudo dependerá como estará á situação da pandemia no Brasil ao final deste mês de junho, mais tardar começo de Julho. Esse cenário será o parâmetro para o adiamento ou não das eleições de Outubro deste ano. Esse prazo pode ultrapassar 2020 obrigando os mandatos a serem prolongados? O objetivo é que não ultrapasse 2020 e não haja a prorrogação de mandatos. Democracias trabalham com regularidade e alternância de poder, inclusive fazendo eleições em situações extremas com conflitos armados, epidemias. Prorrogar mandatos pode gerar um precedente perigoso, com riscos a própria democracia. Contudo, num cenário muito ruim pode haver o prolongamento dos mandatos por alguns meses. Esperamos que isso não aconteça. Na impossibilidade do adiamento, a campanha pode se dar apenas na esfera digital? Em verdade, a hipótese de adiamento é para a campanha não ser 100% digital. Temos nossa tradição de campanhas na rua (caminhadas, comícios, visitas, por exemplo) e nem todos os brasileiros têm acesso á internet ou a internet de qualidade, o que tornaria a eleição elitizada. Além do mais, o ser humano é gregário, precisa do contato olho no olho, do aperto de mão, do abraço, desconsiderar isso é desconsiderar a própria natureza humana, com todo respeito às opiniões em sentido contrário.
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ZIK
POR ZENITA ALMEIDA @ZENITALMEIDA ZENITAALMEIDA@GMAIL.COM ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: RUA HELIO PRADINES, Nº293 / 101 PONTA VERDE MACEIÓ – AL – 57035-220
COVID-19
Um estudo publicado na revista científica Jama Ophtamology, liderado pelo oftalmologista Ping Wu, do Yichang Central People’s Hospital, em Hubei, na China, aponta que o novo coronavírus pode estar presente na lágrima de pacientes infectados pela covid-19. Os pesquisadores analisaram 38 pessoas internadas em um centro hospitalar na província de Hubei. Em 28 (73,7%) pacientes, foi detectado o novo coronavírus nas amostras nasofaríngeas e, em dois destes (5,2%), foi detectado o mesmo vírus tanto na conjuntiva (membrana mucosa que forra o globo do olho e o une as pálpebras), quanto nas amostras nasofaríngeas.
REABERTURA
Com abertura do comércio popular mais famoso de São de São Paulo, a Rua 25 de março, abriu as portas das lojas e o que não faltou foi tumulto de gente indo as compras sem nenhum tipo de proteção contra o CoronaVirus. Educar o povo brasileiro a usar máscara vai ser difícil.
HERCOSUL
Sempre atenta às necessidades do mercado e preocupada em garantir um apoio de excelência, a Hercosul Alimentos Ltda lançou um novo canal de contato exclusivo para clientes lojistas. Ciente de que com a pandemia o distanciamento físico transformou as formas de fazer negócios e também as relações com os diversos públicos, a presença e o acompanhamento deve seguir com qualidade e espaços digitais como a internet e o telefone são ótimos aliados para facilitar este contato. Por isso, a empresa lançou um SAC dedicado inteiramente aos clientes lojistas, com o e-mail saccliente@hercosul.com.br e também com o telefone (51) 999122881 para seguir próxima e zelar pela qualidade em todas as pontas do negócio.
Happy Birthday para Izabel Pinheiro com saúde e paz na superação da pandemia
Simone Bert também apagou mais uma velinha na última sexta feira
ESTILISTA
Inovar e abusar da tecnologia são passos que vêm sendo utilizados por muitos empresários para driblar a crise e reinventar as formas de funcionamento durante este período de incertezas. Assim fez o estilista alagoano Augusto Christoff, que utilizou recursos virtuais para criar um editorial de lançamento da sua nova coleção de moda ‘Virtual Love’, em comemoração ao dia dos namorados. A proposta de campanha uniu rostos reais com corpos de manequins e cenários fictícios. “Nossos modelos tiraram as fotos em suas residências, com fundo neutro, e fotografei as peças da nova coleção em manequins. Então, transformei as fotos em ilustrações virtuais e uni os arquivos. Como tudo era um processo online, pude criar um cenário fictício inspirado em jogos virtuais”, explica Augusto.
VACINA
Em parceria com o Instituto Butantan, o laboratório chinês Sinovac Biotech , o estado de São Paulo começa a testar a vacina contra o coronavirus em humanos, no próximo mês de julho. Nove mil voluntários passarão pela etapa final de testes da vacina, para comprovação de eficácia e segurança