UNIVERSIDADE: ALTA E SOFIA 1º Aniversário da inscrição como Património Mundial SONS DA CIDADE Por Coimbra Património Mundial A iniciativa SONS DA CIDADE retoma parte das premissas da iniciativa “Coimbra Vibra!” que, em 2003, no âmbito de Coimbra, Capital Nacional da Cultura, constituiu um ponto alto do Programa de Música e de Artes do Som, recriando a paisagem sonora da cidade com a intervenção de vários grupos de músicos e crianças. O antecedente mais próximo de nós, no entanto, não é a grande composição musical colectiva de R. Murray Schafer, mas o surgimento, em Setembro de 2013, do Arquivo Sonoro do Centro Histórico de Coimbra (ASCHC), um projecto do JACC – Jazz ao Centro Clube, com a coordenação artística de Luís Antero. Um dos objectivos do Arquivo Sonoro, a par da documentação do património sonoro da cidade e da interpretação e valorização paisagem sonora de Coimbra, é o seu uso criativo, permitindo um outro olhar (ou melhor, uma outra escuta) da Cidade de Coimbra. Para os SONS DA CIDADE, o JACC e Luís Antero colocam o Arquivo Sonoro ao dispor de músicos convidados (entre os quais se contam nomes como A Jigsaw, Srosh Ensemble ou Birds are Indie). Ao todo, são 7 concertos, no que constitui um convite à deambulação pela cidade de Coimbra, passando por alguns dos edíficos principais classificados pela UNESCO, como o Colégio das Artes, o Colégio de Santo Agostinho e o Colégio de São Tomás. O programa dos SONS DA CIDADE abre com uma sessão no Colégio das Artes (Departamento de Arquitectura), dedicado à(s) Ideia(s) de Cidade, com a participação de associações, grupos informais e indíviduos que, com a sua actividade e reivindicações têm protagonizado novas perspectivas e desafios à Cidade de Coimbra. Já há noite e chegados à Baixa de Coimbra, quatro palcos acolhem concertos para (quase) todos os gostos.
PROGRAMA :: COLÉGIO DAS ARTES / 14H30 Ideia(s) de Cidade
Sessão moderada pelo Arq.º José António Bandeirinha, com a participação de Coimbra em Transição, Improve Coimbra, Pedro Rocha Santos, Linhas Cruzadas e Inês Prazeres. Comentadores: Carlos Fortuna, Carina Gomes, João Aidos, Pedro Machado (a confirmar)
:: COLÉGIO DAS ARTES / 16H00 Luís Antero :: MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO / 16H45 A Jigsaw :: Claustros do Colégio de Santo Agostinho (Misericórdia de Coimbra | FPCEUC) / 17H30 Srosh Ensemble :: LARGO DO ARCO DE ALMEDINA / 18H15 Birds are Indie :: CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA (ÁTRIO) / 19H00 Basso 3 :: CERCA DE S. BERNARDO (Escadas/Espelho de Água) / 19H45 Berea :: COLÉGIO DE S. TOMÁS (Palácio da Justiça) / 20H30 Marcelo dos Reis e Miguel Mira :: PRAÇA 8 DE MAIO / 21H00 Bianca Gismonti Trio + Big Band do Conservatório de Música de Coimbra + Combo da TONE Music School :: ESCADAS DA IGREJA DE S. TIAGO (PRAÇA VELHA) / 22H00 Canção de Coimbra com António Ataíde :: SALÃO BRAZIL / 23H00 Fachada + Dj's RU( :: PÁTIO DA INQUISIÇÃO / 23H00 Forrócatu
SINOPSES Luís Antero
Músico autodidacta por devoção, iniciou as suas investidas na área musical no alvor dos anos 90 do século passado na cidade de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, Portugal, onde hoje habita. Para além disso é um entusiasta convicto das gravações sonoras de campo, desenvolvendo profissionalmente acções no âmbito da programação e coordenação cultural. É um dos poucos, se não mesmo o único, em Portugal, activamente dedicado à perpetuação da memória fonográfica através de field recordings (gravações de campo). Luís Antero tem vindo, desde 2008, a documentar a paisagem sonora das zonas da Beira e Serra da Estrela, construindo um legado importantíssimo de uma ruralidade que muitos julgam já completamente perdida, não só dos cantares, das vozes ou das histórias, mas também dos inúmeros sons que pululam nessas áreas de modo quase imperceptível e são, igualmente, parte fulcral na definição da identidade desses locais. Mas não é só o mundo rural que lhe interessa: também os espaços industriais chamaram a sua atenção (Barreiro, numa colaboração com o Out.Fest que visa um relacionamento da noção de património com o experimentalismo musical) e, como agora se dá testemunho, os urbanos. No caso, o levantamento das particularidades acústicas do centro histórico de Coimbra, numa iniciativa do Jazz ao Centro Clube. A Jigsaw
Foi em Coimbra que, há mais de dez anos, os portugueses A Jigsaw começaram a fazer canções. Profundamente inspirados pela música popular norte-americana, João Rui e Jorri deitaram mãos ao fascinante e inesgotável legado da folk, da country e do blues, criando uma música embalada pelas margens do Mondego mas abençoada pelo espírito do Mississippi. Desde o primeiro EP, em 2004, até ao bem recebido Drunken Sailors & Happy Pirates, lançado no final de 2011 e apresentado pelo cativante single «The Strangest Friend», os A Jigsaw foram apurando uma alquimia que os tornou populares quer em Portugal, quer além-fronteiras. Com três álbuns editados (Letters From The Boatman chegou em 2007, Like The Wolf em 2009), os autores de «Lovely Vessel» apostaram forte nos seus espectáculos ao vivo, marcados pelo imaginário da mitologia sulista dos Estados Unidos, e pela forma como instrumentos como violino, banjo ou contrabaixo ajudam a tornar real esse mesmo quadro de fantasia. Numa altuar em que preparam o sucessor de Drunken Sailors & Happy Pirates, os A Jigsaw acederam ao convite do Jazz ao Centro Clube darem outra vida aos sons Arquivo Sonoro do Centro Histórico de Coimbra. Nem por
acaso, o seu novo disco tem como inspiração nem mais nem menos do que a Lusa Atenas. Srosh Ensemble
O Srosh Ensemble é um projecto criado a partir de uma iniciativa do Serviço Educativo da Casa da Música com vista a criar uma comunidade de músicos e artistas relacionados com a música experimental e a arte sonora. O ensemble concentra o seu trabalho na criação de esculturas sonoras, instrumentos não convencionais e intervenções sonoras em espaços específicos, nas áreas da sound art, field recordings, acusmática, manipulação electrónica, soundscape e indeterminismo. No âmbito dos SONS DA CIDADE, os Srosh Ensemble farão uma residência artística em Coimbra (acolhidos pelo Jazz ao Centro Clube, no seu Salão Brazil). Além do seu principal dinamizador Henrique Fernandes, estarão envolvidos, neste trabalho de criação, Miguel Pipa e João Ricardo (OCP). Birds are Indie
As dúvidas (e algumas certezas) convergem no mais recente trabalho discográfico deste trio de Coimbra, fazedores de uma pop íntima e sincera, baseada em canções que umas vezes nascem alegres e outras vezes tristes, consoante ditam os dias. Amantes da palavra, apresentam, nesta ocasião, uma narrativa única e provavelmente irrepetível sobre a Cidade onde vivem e os seus sons. Basso 3
Trio de contrabaixistas de Coimbra, formato inusitado e que só por si já reserva algumas surpresas ao ouvinte, Miguel Falcão, José Miguel Pereira e Álvaro Rosso respondem ao convite do JACC preparando um trabalho onde as paisagens sonoras da cidade de Coimbra servem de tela para a composição em tempo real.
BEREA
André Tejo é licenciado em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, músico experimentalista e locutor na Rádio Universidade de Coimbra, onde já apresentou programas como Origami, Metro, Velcro, Autobahn ou Kepler. Produz sobre vários e distintos alter egos (Anders Blickmann, Latin People With Breathing Problems, Berea, Rephrase), movimentando-se num espectro que nos pode levar do ruidismo mais abstracto ao techno mais convencional Marcelo dos Reis e Miguel Mira
Marcelo dos Reis é um guitarrista que trabalha na área do jazz e da improvisação livre. Nos últimos anos tem actuado em grupos de formação variável, onde teve a oportunidade de colaborar com Elliott Sharp, Burton Greene, Burkhard Beins, Manuel Mota, Liz Allbee, Evan Parker, Klára Doležálková, Carlos "Zíngaro", Toshimaru Nakamura, Andrea Neumann, Théo Ceccaldi, Werner Dafeldecker, Kátia Sá, Angélica Salvi. Em 2014 editou dois discos pela JACC Records: “Xisto” e “Zero Sum” têm sido muito bem recebidos pela crítica nacional e internacional. Lecciona formação musical a crianças e jovens, desenvolvendo também acções pedagógicas para público em idade escolar no âmbito do serviço educativo do Jazz ao Cento Clube. Miguel Mira (violoncelo) é um dos mais activos improvisadores nacionais, cuja actividade musical se estende pelas últimas quatro décadas. Cada vez mais reconhecido, sobretudo em virtude do trabalho com Gabriel Ferrandini e Rodrigo Amado, no Motion Trio deste último. :::::::::::::::::::: Big Band do Conservatório de Música de Coimbra
Este coletivo surge como forma de proporcionar experiências performativas, no âmbito do grande ensemble, aos alunos do curso profissional e curso livre de Jazz do Conservatório de Música de Coimbra. Esta formação centra a sua ação numa escolha de repertório abrangente, enaltecendo as potencialidades e singularidades deste tipo de agrupamento, sem descurar os aspectos histórico-culturais, que associados ao repertório próprio, conferem aos alunos uma percepção da linguagem idiomática característica de cada período.
Combo da TONE Music School
Formado por alunos e professores da escola de música TONE: Teresa Berardo (voz), Rui Sousa (bateria), Lourenço Taborda (piano), Filipe Furtado (guitarra) e João Freitas (baixo), este combo interpreta temas clássicos do cancioneiro norte-americano. Bianca Gismonti Trio
Nascida numa família de músicos, Bianca sente a música como parte natural do seu ambiente desde muito cedo. Tendo iniciado o estudo do piano aos dez anos de idade, ela ingressou no bacharelado de música da UFRJ em 2001. Antes deste período ela já tinha começado a sua carreira profissional, fazendo algumas tournées internacionais ao lado de seu pai, o mundialmente famoso compositor Egberto Gismonti. No período da faculdade Bianca fez parte de grupos experimentais como o eletro-acústico “Ofelex” e logo em seguida do “Trio Arcano”, de música autoral. Nessa época ela iniciou uma profunda parceria com a amiga e colega pianista Cláudia Castelo Branco, consolidando o “Duo Gisbranco”. Com dois CDs gravados pelo selo Delira - “Gisbranco” e “Flor de Abril”, elas apresentam músicas próprias assim como arranjos de compositores consagrados da MPB, em shows pela América do Sul e Europa. Os últimos três anos foram marcados por uma grande inspiração e composições, levando Bianca a experimentar novos caminhos ao lado de seu marido, o baterista Julio Falavigna. Juntos, gravaram o álbum “Sonhos de Nascimento” (Biscoito Fino). Este projeto contou com a participação de amigos e músicos especiais, entre eles Yuri Popoff, Vitor Santos e Naná Vasconcellos. António Ataíde "Canção de Coimbra"
Nasceu em Maio de 1968 em Aveiro. Com 10 anos de idade já entoava algumas das canções do seu ídolo (José Afonso) e é sem duvida daqui que lhe surgem as actuais influências e registos na sua forma de cantar e interpretar. O Becas, como lhe chamam carinhosamente, é uma das vozes que quando canta continua a prestar homenagem a todos os que cantaram e sentiram Coimbra na sua passagem e percurso. Frequentou o conservatório em canto entre 1996 e 1999 e participou nas gravações do CD e DVD do “Quinteto de Coimbra”, grupo do qual fez parte integrante durante 17 anos. Iniciou a sua carreira no fado pela mão de grandes nomes como António Portugal e António Pinho Brojo, sendo presentemente frequentemente acompanhado por um outro nome incontornável da Balada de Coimbra – Rui Pato, com quem, aliás, se encontra a preparar novo projecto discográfico. No seu
passaporte, traz carimbos dos 4 cantos do mundo, onde actuou e representou por várias vezes as cores da nossa bandeira. Organizou durante a Expo 98, a semana do fado de Coimbra. Em Junho de 2010 actuou nas Festas da Cidade de Lisboa ao Lado de Luiz Goes e Fernando Machado Soares, sendo considerado uma das mais marcantes vozes da Canção de Coimbra na Actualidade. Forrócatu
Este projeto é uma iniciativa de estudantes brasileiros que surgiu em 2007, em Bolonha, Itália, com o intuito de promover a música brasileira fora das fronteiras nacionais. Com ênfase nos tradicionais estilos e ritmos da música nordestina e a partir da clássica sonoridade dos trios de forró, composta por Acordeão, Cavaquinho e Percurssões, o grupo executa além de composições e arranjos próprios, clássicos de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e seus seguidores. Fachada
Fachada é um autor e intérprete que já não precisará de grandes apresentações, dono de uma discografia já muito considerável e aclamada, é uma das figuras cimeiras da canção lusófona contemporânea. Cumpriu em 2013 um ano sabático, descansando da produção de discos e dos concertos ao vivo, após o ritmo fulgurante de 2 edições por ano e estrada incessante de lés a lés do país, que o impôs como uma das vozes mais ouvidas e seguidas da sua geração. "No último dia 24 de Abril, Fachada esteve entre os músicos que assinalaram na Praça do Comércio, em Lisboa, os 40 anos do 25 de Abril. No dia seguinte, juntamente com Francisca Cortesão e João Correia, esteve no Lux, também na capital portuguesa, a tocar 'Os Sobreviventes' de Sérgio Godinho. Agora é o regresso mesmo regresso. NOTA: único concerto com entrada paga. Lotação limitada.