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á alguns meses atrás - mais propriamente em Maio deste ano - escrevi o segundo editorial para a versão impressa da tvPRIME. Na altura, o tema de capa era a série “Glee”. Como sabem a revista número dois nunca chegou a ser impressa e agora, ironicamente, o número dois da edição digital também é o “Glee”. Mas ao relê-lo notei que mantém a sua relevância intacta (à excepção do final da última temporada de “Perdidos”). Mas também me fez recordar aqueles meses de trabalho, meses recheados de alegria e emoção, em torno de algo único e original. Fez-me lembrar as pessoas que nele participaram e que tudo fizeram para garantir a sua qualidade. E fez-me lembrar que depois da nossa tvPRIME outros vieram para fazer algo semelhante. Por todas estas razões (e por algumas mais) fica aqui o referido texto: Sopram ventos de mudança. Com o mês de Maio chega ao fim uma das séries mais emblemáticas dos últimos anos: “Perdidos” (o nosso primeiro tema de capa). Referência na ficção do novo milénio, o seu final tem gerado uma enorme expectativa e especulação, espelhados nos 900 mil dólares pedidos aos anunciantes, por um spot de 30 segundos durante o último episódio. Agora procuram-se fórmulas mágicas com cópias (mais ou menos) baratas, constroem-se acções de marketing (mais ou menos) extravagantes, contratamse nomes (mais ou menos) sonantes e, no final, nada disso funciona. Mas é de onde menos se espera, de um formato até aqui inexplorado, que surge um novo filão: “Glee” (nosso tema de capa). Outros o seguirão, estou certo. Repetindo a fórmula e aumentando a divulgação. Acontece que o formato original será sempre superior à cópia porque, sem pretensões, foi pensado e executado única e exclusivamente a pensar nas pessoas que dele iriam desfrutar. Para nós, aqui na tvPRIME, são tempos empolgantes com projectos que prometem elevar a fasquia, tornar o panorama das séries cada vez mais nobre, sem perder a originalidade. Particularmente, espero com toda a sinceridade que, no que promete ser um ano frenético ao nível das estreias, se criem formatos para o espectador se divertir, genuinamente. No fim, são esses que lembramos.

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Um forte abraço a todos, Marco António dos Reis If it’s Primetime TV, it’s on TV Prime!

As imagens usadas têm direitos reservados e são propriedade dos seus respectivos donos. Dezembro 2010 | tvPRIME | 3


26 Spartacus: Gods of the Arena

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SUMÁRIO

Scott Pilgrim Contra o Mundo

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ZOOM 06 Todas as notícias das séries e filmes que estão para chegar...

SÉRIES 10 Tema de Capa ‘Glee’ chegou finalmente em DVD. A 2ªTemporada prepara-se para entrar em Portugal 14 Apanha-me se Puderes A 2ªTemporada chega este mês a Portugal na FOX

14 Apanha-me se P


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A Origem

Puderes

18

10

Glee

SÉRIES (continuação)

18 The Big C 20 Top 10 Séries de 2010 24 V Os Visitantes estão a chegar a Portugal 26 Spartacus: Gods of the Arena

DVD

CINEMA

30 Especial Filmes do Natal 32 Estreias de Dezembro 35 A Chegar Scott Pilgrim Contra o Mundo 36 Críticas Machete 22 Balas

28 Lançamentos de Dezembro 29 Destaque do Mês A Origem Dezembro 2010 | tvPRIME | 5


ZOOM “THE SIMPSONS” GANHAM 23ª TEMPORADA

A série animada de Matt Groening, “The Simpsons”, prepara-se para mais um ano de vida. A FOX anunciou recentemente que os habitantes amarelos de Springfield irão ter uma 23ª temporada. Sim, leu bem, são 23 anos de aventuras, com 27 Emmy pelo caminho. A série é já a mais longa da história da televisão americana em horário nobre, detém também o recorde da série com mais vozes convidadas. Se nesta temporada foram notícia, entre outros, as vozes de alguns membros da série “Glee”, a nova temporada irá trazer as vozes de Halle Berry, Paul Rudd, Ricky Gervais, Rachel Weisz, Jon Hamm, Kristen Wiig, Alyson Hannigan, Joe Mantegna, Kareem Abdul-Jabbar, Martha Stewart e Katy Perry.

“COMMUNITY” COM ESPECIAL DE NATAL ANIMADO Com a aproximação da época natalícia, vão-se diversificando as apostas dos canais na esperança de conseguir reunir as famílias em torno da televisão. É o que acontece com a série “Community”, da NBC, que colocará no ar, no próximo dia 9, um episódio especial animado. A técnica usada para a recriação das personagens e ambientes da série será a stop motion, usada por exemplo em “Wallace & Gormit”. De acordo com declarações do criador e produtor da sitcom, Dan Harmon, o episódio será em tudo semelhantes aos restantes, com a particularidade de ser animado. Com o título “Abed’s Uncontrollable Christma”, terá como fundo a personagem de Abed (Danny Pudi) que descobre um dia que se transformou num boneco animado. Perante este “chamamento” procura levar os amigos a reinterpretar o Natal. A série “Community” vai agora na segunda temporada de grande sucesso, explorando de forma mordaz a forma como as minorias americanas voltam à escola, depois de meia vida passada a trabalhar. Além do natural choque de idades com os restantes jovens universitários, a sitcom procura explorar a diversidade humana em detrimento dos preconceitos raciais. A estória centra-se num grupo de estudo liderado por Jeff (Joel McHale), que aprende a respeitar e ajudar os outros elementos mais fracos. O toque de insanidade é dado por Pierce (Chevy Chase), um homem rico e absolutamente inconveniente e grosseiro. MAR Dezembro 2010 | tvPRIME | 6


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JULIA LOUIS-DREYFUS EM “VEEP”, DA HBO

actriz Julia Louis-Dreyfus, conhecida pela sua personagem Elaine Benes em “Seinfeld“, foi escolhida para o papel principal na comédia da HBO intitulada “Veep“. Para já apenas com o piloto previsto, a actriz irá incorporar Selina Meyer, uma antiga senadora que descobre que ser vice-presidente dos EUA não é nada do que estava à espera. De acordo com o Entertainment Weekly, a actriz está bastante empenhada em fazer vingar esta nova sitcom, depois de cinco anos de CBS e de “The New Adventures of Old Christine“, série esta que lhe valeu um Emmy.

“DEXTER” REGRESSA PARA 6ªTEMPORADA

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nosso assassino favorito vai regressar para uma sexta temporada. A Showtime decidiu renovar a série Dexter, depois do 10º episódio ter batido o segundo recorde de audiências, obtendo cerca de 2, 5 milhões de espectadores (mais 43% que o episódio de estreia da quinta temporada). Em 2008, a Showtime renovou a série para duas temporadas, o que não acontecerá agora, uma vez que o elenco principal precisa de renegociar os contratos antes do inicio de uma provável sétima temporada. Espera-se que a “season finale”, que será a 12 de Dezembro, estabeleça um novo recorde de audiências, numa temporada que muitos consideram como uma lufada de ar fresco, muito devido à vertente ”Bonnie & Clyde” a que se tem assistido.

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ZOOM

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“MGM” SALVA... POR AGORA!

a notícia que muitos esperávamos. O tribunal federal aprovou o pedido de Concordata da MGM, dando o OK para a sua reestruturação e o seu ressurgimento em meados de Dezembro, ao abrigo do Chapter 11 (Capítulo 11). Assim a Metro-Goldwyn-Mayer poderá por em curso o seu plano de recuperação incluindo os novos membros do conselho de administração Frederic Reynolds e Jason Hirschhorn, conforme noticiado pela tvPRIME. Finalmente o leão poderá rugir de novo, sem o perigo de ser pela última vez!

“CELA 211” VENCEDOR (DE 8) DOS GOYA 2010 Em dia de desilusão ibérica pela decisão da FIFA em não nos honrar com a organização do Mundial de Futebol de 2018, nuestros hermanos comemoram os prémios Goya. Os Goya são uma espécie de Óscares Castelhanos e, este ano, o grande vencedor foi o filme “Cela 211″. Com realização de Daniel Monzón – guionista de formação que escreveu esta adaptação, da obra de Francisco Pérez Gandul, em conjunto com Jorge Guerricaechevarría – o filme relata um motim de uma prisão, centrado em duas personagens: um dos encarcerados que lidera o motim e um jovem guarda prisional que se faz passar por um dos presos, na esperança de sobreviver a toda aquela violência. Depois de ter estreado com muito boa receptividade junto do público espanhol, o filme consegue agora nada mais nada menos que oito Goya, entre o de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Actor Principal e Melhor Actor Revelação. 8 | tvPRIME | Dezembro 2010


“THE FIGHTER” COM MARK WAHLBERG E CHRISTIAN BALE

REGRESSO DE HILARY SWANK COM “THE RESIDENT”

A Paramount disponibilizou mais dois trailers de The Fighter, que conta com Mark Wahlberg, Christian Bale e Amy Adams nos principais papéis. The Fighter é um drama sobre boxe, onde “Irish” Micky Wards (Mark Wahlberg) percorre um difícil trajecto até chegar ao título mundial de pesos leves. Micky tem a ajuda do seu meio-irmão Dicky Eklund (Christian Bale), um ex-lutador que se tornou treinador após se envolver com drogas e crimes. No primeiro trailer, mais completo, temos uma noção da parte dramática da história, enquanto a segunda montagem é mais direccionada para os combates e treinos de “Irish” Micky Wards.

Está aí o primeiro cartaz do novo filme de Hilary Swank, actriz galardoada com dois Óscares para Melhor Actriz Principal com os filmes “Os Rapazes Não Choram” e “Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos”. O seu novo trabalho intitulado “The Resident” marca a estreia de Antti Jokinen na realização de longas metragens, depois de um percurso no mundo dos vídeos musicais (Nightwish, Will Smith, Eminem e Korn). O guião do filme foi desenvolvido entre Jokinen e Robert Orr, com textos de Erin Cressida Wilson (“A Secretária”) e conta a história de uma médica que, depois de se mudar para um loft em Brooklyn, começa a perceber que senhorio tem por si uma obsessão doentia e perigosa. O filme com estreia agendada para 11 de Março nos EUA, traz de volta o actor Christopher Lee (o famoso Conde Dracula dos anos 60 e 70) e Jeffrey Dean Morgan (o The Comedian em “Watchmen”). Dezembro 2010 | tvPRIME | 9


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A série que revolucionou o novo século televisivo, reinventa o universo dos musicais de uma forma personalizada e com a consciência do formato e do meio em que está inserida.

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série não é um produto acabado e tem o mérito de saber que é apenas uma nova forma de olhar os musicais. Longe vão os tempos em que a Broadway e Hollywood enriqueciam o universo artístico com magníficas obras. São diferentes espectadores, são diferentes artistas, são diferentes palcos. Agora, a televisão é capaz de colocar o entretenimento na sala de estar das famílias com uma qualidade extraordinária e as produções televisivas, atentas, têm demonstrado uma enorme vontade de subir o nível para próximo do cinematográfico. E é assim que “Glee” surge, capaz de agradar a mais novos e a mais velhos, com grandes números musicais cantados por talentosos adolescentes. É, acima de tudo, uma forma mais séria de demonstrar que existe muito talento nas novas gerações, capazes de emocionar, sem recurso a modelos menores de concursos sensacionalistas e reality shows.

BREVE HISTÓRIA DOS MUSICAIS Foi naturalmente no teatro que surgiu o musical. No século XVI, surge em Florença um “canto encenado” que dará origem à ópera no século seguinte,

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século de Händel. Esta evoluirá durante os séculos, quer na sua temática, quer na sua linguagem. Mantendo a tradição por toda a Europa, ainda regista níveis de enorme popularidade no século XIX, quando pontificavam compositores como Puccini e Verdi. Em oposição à Ópera Séria, para elites, surge no século XVIII um movimento de maior sátira e comicidade, de linguagem mais simples e de encontro à realidade popular. Com enorme força em Londres e acompanhando a revolução industrial, o burlesco ou opereta rapidamente ganham uma enorme importância popular, sendo exportada, através dos emigrantes ingleses, para Nova York onde ocupa a Avenida Broadway (de resto, até hoje). Já no final do séc. XIX, dois compositores ingleses – William Gilbert e Arthur Sullivan – marcam a base para os musicais modernos, criando de forma consonante música, letras e enredo. Estes musicais têm uma particular evolução ainda com as Vaudevilles, teatros que são a génese da nossa revista do século XX, onde em lugar de uma história única, existiam segmentos (geralmente) de sátira social e com elementos musicais. No cinema, o início dos musicais confunde-se com o primeiro filme sonoro, “O Cantor de Jazz”, filme sobre o preconceito de existirem músicos de Jazz

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brancos. O crescimento do género é imediato e, entre 1927 e 1930 são produzidos mais de 80 musicais. As décadas seguintes são profícuas em produções que, no entanto, aproveitam sucessos musicais existentes (do teatro), em lugar de os criar para a construção da história. A chamada “Era de Ouro dos Musicais” vem com os anos 60 e o fim da II Grande Guerra. Sucessos como “Singing In The Rain” com Gene Kelly, “Mary Poppins” com Julie Andrews, “My Fair Lady” com Audrey Hepburn, marcam aquilo que de melhor a indústria foi capaz de criar. Paralelamente, surgiam musicais alternativos, de enredos mais exigentes para o espectador, onde as criações de Bob Fosse “Cabaret”, “Chicago” e “All That Jazz” marcaram a diferença. Até aos anos 80, o modelo clássico do musical vai-se esgotando em produções como “A Chorus Line”, dando espaço ao surgimento do off-Brodway, porta de entrada para uma nova vaga marcada por “The Rocky Horror Picture Show” e “Jesus Crist Superstar”. A década de 90 é marcada em termos da estrutura dos musicais pela resistência das animações da Disney que termina com o final de século.

do guião. Murphy e o seu colega em Nip/Tuck, Brad Falchuk, sugeriram que “Glee” fosse adaptado a televisão. O guião foi reescrito e entregue na FOX que o aceitou em 15 horas. Segundo Murphy, esta aceitação imediata deveu-se, em grande parte, ao enorme sucesso de “American Idol”. A partir daqui, é a história de “Glee”.

E o novo século traz-nos uma nova versão do musical, com Baz Luhrmann e o seu “Moullin Rouge!”, onde a história é “cosida” com temas que são sucessos musicais pré-existentes. É neste novo movimento de redescoberta cíclica que “Glee” se enquadra, de forma inteligente e despretensiosa, assumindo o universo estudantil (à semelhança de “Grease”) e aproveitando os grandes temas dos últimos 50 anos.

Sue, que é fabulosamente interpretada por Jane Lynch, vencedora com esta personagem do Emmy em 2010, é um ser visceralmente ganhador. O seu único propósito é conseguir repetir a vitória no campeonato nacional de Cheerleading. Para isso, sente que deveria ter o apoio total e incondicional da escola, bem como os seus fundos, sendo contra toda e qualquer actividade que não a sua. Dedica, assim, grande parte do seu dia a infernizar a vida de Shuster e dos seus alunos.

ORIGEM E ENREDO Criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, a série surge como a sequência lógica da série “Popular”, também ela criada por Murphy numa parceria com Gina Matthews. A história de “Glee” gira em torno de um professor de espanhol, Will Shuster (interpretado por Matthew Morrison) que luta arduamente para conseguir manter aberto o seu Glee Club (ou Grupo Coral) acarinhado com o nome New Directions. Contra este grupo está a professora de educação física e coreógrafa das Cheerleaders (animadoras da equipa), Sue Sylvester.

A HISTÓRIA POR DETRÁS DA HISTÓRIA “Glee” foi concebido por Ian Brennan originalmente como um argumento de cinema, baseado na sua vida de estudante e cantor de couro em Illinois. Escrita em 2005, não conseguiu cativar o interesse de nenhum produtor durante anos, até Mike Novick entrar na equação. Novick era seu amigo há bastantes anos e colega de ginásio de Ryan Murphy, a quem deu uma cópia 12 | tvPRIME | Dezembro 2010

Os alunos de Shuster são uma amálgama de jovens com diferentes motivações: Finn Hudson (Cory Monteith) é a jovem estrela da equipa de futebol do liceu que se vê numa encruzilhada entre a súbita gravidez da sua namorada Quinn Fabray (Dianna Agron) e a sua crescente paixão pela marginalizada Rachel. Rachel Berry (Lea Michele) é uma fantástica cantora. Líder natural dos New Directions, não esconde o sonho de tornar-se numa grande estrela


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da Broadway. Com uma paixão secreta por Finn, vai aproveitando as aulas de canto para o conquistar. No fim, e apesar de ostracizado pelos colegas da equipa de futebol, Finn e Rachel acabam por assumir a relação. Com Finn entra para o grupo o seu melhor amigo e colega de futebol “Puck” (Mark Salling), o verdadeiro pai da criança que Finn e Quinn esperam. O seu ar duro vai-se esfumando à medida que a música vai tomando conta de si. No grupo, acaba por ter uma atracção natural pelas Cheerios Santana e Brittany, bem como uma empatia pela também judia Rachel. Ao grupo juntam-se ainda Santanna e Brittany (Naya Rivera e Heather Morris), duas Cheerleaders infiltradas por Sue, Mercedes (Amber Riley), uma negra com peso a mais (e um tremendo talento), e Kurt (Chris Colfer), um rapaz homossexual que é vilipendiado por quase todos os seus colegas. Tudo se complica na vida de Shuster quando descobre que a gravidez da sua mulher Terri (Jessalyn Gilsig) é uma farsa, tendo esta planeado comprar o bebé de Quinn (que seria para adopção). É então que Shuster se envolve emocionalmente com uma das suas colegas, a professora Emma Pillsbury (Jayma Mays), uma conselheira escolar com obsessão por limpezas. É no meio deste turbilhão de emoções que vamos vendo todo o talento deste elenco, com emocionantes interpretações que oscilam entre sucessos Pop/Rock e clássicos da Broadway. De resto, parte do elenco foi retirado de musicais da famosa avenida, entre os quais Rayn Murphy e Lea Michele. Essencialmente, a série aborda o que é ser adolescente nos Estados Unidos, mas também o que é ser diferente. Diferente nos hábitos sociais, nos gostos, na cor da pele, na orientação sexual. E demonstra que devemos sempre lutar para podermos ser verdadeiros connosco, pois só assim poderemos ser felizes.

A 2ª TEMPORADA Esta 2ª temporada terá muitas atracções. Para começar, e depois do grande sucesso do especial “The Power of Madonna”, iremos ver o especial “Britney/Brittany” dedicado à música de Britney Spears e o especial “The Rocky Horror Show”. Teremos também participações especiais de Gwyneth Paltrow e Carol Brunett. Na trama iremos partir do desencontro de Shuster e Emma (que tem um novo namorado). Finn e Rachel estão mais apaixonados que nunca, enquanto surge um novo aluno, Sam (Chord Overstreet) que promete agitar as águas. Ganha o lugar de Finn na equipa de futebol e o coração de Quinn, de novo capitã das Cheerios. Sue tenta uma aliança com Shuster para tentarem eliminar a nova treinadora da equipa de futebol, por esta lhes retirar parte dos fundos. Resta saber quanto tempo esta aliança durará…

PRÉMIOS Estreada em Maio de 2009, a série obteve uma crítica fantástica, tendo sido nomeada para 19 Emmy, quatro Globos de Ouro e mais de 57 outros prémios. Acabou por vencer o Globo de Ouro em 2010 para Melhor Série Musical/Comédia e os Emmy para a participação especial de Neil Patrick Harris como Lynch e a realização de Murphy no episódio piloto. [MAR] Dezembro 2010 | tvPRIME | 13


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TEMPORADA 2

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APANHA-ME SE PUDERES

Estreia: Quinta-feira, dia 09 de Dezembro, às 22h20 (FOX)

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om o nome original de “White Collar” (Colarinho Branco), em Portugal passou a chamar-se “Apanha-me Se Puderes” e foi tal o seu sucesso que a FOX irá estrear já no próximo dia 9 a 2ª temporada (pelas 22h20).

A história junta dois homens de passados e princípios bem diferentes. Neal Caffrey (Matthew Bomer) é um homem charmoso e culto, hábil com as palavras e um sucesso entre as mulheres. Condenado por crimes de “colarinho branco”, tem a hipótese de sair sob a alçada do agente do FBI que o prendeu, com a condição de o ajudar nas suas investigações policiais. O agente do FBI é Peter Burke (Tim DeKay), um agente pouco sofisticado mas arguto, que vê em Neal o seu complemento para uma parceria imparável. Assim, iniciam uma série de investigações onde os conhecimentos de arte e falsificações de Caffrey vão fazendo a diferença, bem como a sua capacidade de persuasão e a facilidade com que ele vai ludibriando a verdade. No entanto, ele vive amarrado ao passado e ao grande amor da sua vida que desaparecera sem explicação. A amizade entre Caffrey e Burke vai crescendo, passando o agente a também procurar o paradeiro desta mulher. A série, que tem no dilema da possível fuga o seu grande leitmotif , apresenta uma narrativa descontraída, com acção quanto baste, sempre regada de bom humor. No fundo, agarrou no conceito do filme “Catch Me If You Can”, do mestre Steven Spielberg, onde Leonardo DiCaprio e Tom Hanks faziam, respectivamente, os papéis de criminoso e agente do FBI. No filme, o “vigarista” DiCaprio passa o seu tempo de golpe em golpe, a fugir de Hanks. Estas duas personagens são baseadas em duas pessoas reais, que de facto passaram por esta situação. No fim, o “vigarista” foi preso e passou a ajudar o agente. Ao contrário do filme, esta segunda parte da história é a parte que a série reflecte.

“Apanha-me Se Puderes” é uma criação de Jeff Eastin, também ele produtor executivo, e terá a quinta-feira como a sua noite na FOX, tendo reposição ao domingo (23h55). [MAR]

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Mais do que uma série de polícias e ladrões, “Apanha-me Se Puderes” conta a história de uma improvável amizade entre dois homens com formas bem diferentes de olhar a vida. Aos poucos vão construindo uma grande amizade, com base no respeito, na admiração mutua e num enorme sentimento de confiança e amizade.

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Neal Caffrey (Matthew Bomer)

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Género: Comédia, Crime, Drama e Mistério Criada por: Jeff Eastin Elenco: Matthew Bomer, Tim DeKay, Willie Garson, Tiffani Thiessen, Sharif Atkins, Natalie Morales, Marsha Thomason Emissão: Quintas-feiras, às 22h20 Repetição: Domingos, às 23h55



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Quando somos confrontados com a nossa mortalidade, encaramos o nosso percurso por esta vida de frente, sem subterfúgios nem desculpas, e acabamos a fazer a pergunta: o que é que eu realmente queira fazer?

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streada em meados de Agosto na Showtime com resultados acima da média, a série “The Big C” apresenta aos expectadores a luta contra o cancro com uma visão bem diferente da habitual. Ao contrário do que vem sendo usual em televisão no que diz respeito a este tema, esta série fá-lo de forma leve e com algum humor, sem que isso se torne numa paródia ou desrespeito à doença e a quem dela padece. A história foi idealizada pela actriz Darlene Hunt que, na sua estreia no formato (ela que tinha mais experiência em séries como “90210” ou “Will & Grace”), um dia chegou à conclusão de que uma boa parte das pesso18 | tvPRIME | Dezembro 2010

as que conhecia com Cancro, não se mostravam abaladas ou deprimidas. Pelo contrário, encaravam a doença com muito bom humor. Esse foi o ponto de partida que a impulsionou a escrever sobre o tema com um olhar bem diferente. [Revelações] A série que passou por ter um nome original de “The C-Word” - reminiscências dos tabus quebrados por “The L-Word” - mas que acabaria por assumir a identidade de “The Big C”, conta a história de uma mulher que é confrontada com a doença. Cathy Jaminson é uma esposa e mãe dedicada que lecciona em Minneapolis. Vive uma vida muito reservada e repleta de obrigações, pensando

sempre em primeiro lugar no seu marido, no seu filho mimado e no seu irmão (que vive temporariamente com ela). Quando recebe a notícia que tem Cancro de Pele e que deverá ter mais 18 meses de vida, decide viver o restante da sua vida de forma diferente, passando a seguir os seus impulsos e a viver cada momento como se fosse o último. Tal como acontecera com a personagem principal da série “Breaking Bad - Ruptura Total”, onde esta (Bryan Cranston) ao descobrir ter um Cancro altera o seu comportamento, também Cathy acaba por afectar o seu núcleo familiar de forma definitiva. Decide não dizer nada ao seu marido, filho e


Este tipo de série é apelidado pelos americanos de Dramedy ( Dramédia = Drama + Comédia), podendo igualmente ser apelidado de Comédia Dramática visto encerrar em si um lato tema Dramático narrado em tom de comédia. Assim e durante toda a temporada, a série vai oscilando entre momentos de maior tenção dramática e de maior divertimento (alguns hilariantes), marcando um ritmo diferente e muito menos previsível. Tal como na anteriormente referida “Breaking Bad - Ruptura Total” ou em “United States of Tara - As Taras de Tara”, a série “The Big C” expõe de forma decisiva a forma avassaladora como esta doença vai corroendo a forma de pensar dos seus pacientes, demonstrando igualmente o fantástico desgaste que provoca naqueles que lhe estão mais próximos. [MAR]

irmão, acabando estes por não compreender a súbita alteração de humor e comportamento. Além das alterações de humor estão as novas amizades, encabeçadas pela vizinha Marlene (Phyllis Sommerville), uma senhora que no passado era muito desagradável com Cathy. No papel desta mulher está Laura Linney, actriz que conhecemos do cinema com os filmes “The Truman Show - A Vida em Directo” ou “Mistic River”. Ao lado de Laura está Oliver Platt como um marido “desintegrado” que parece estar sempre no sentido contrário das coisas, nunca sabendo realmente o que se está a passar, ainda que se passe mesmo ao seu lado.

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As Melhores Séries de 2010 Perguntámos ao longo das últimas semanas aos nossos leitores qual a série do ano em 2010. A votação, como era de esperar, foi massiva e revelou o que há algum tempo desconfiávamos. Mas comecemos pelo início…

10º Lugar: “Modern Family” A série que quebrou com ideias pré-definidas em relação às comédias, consegue entrar à justa nesta lista. Na história acompanhamos 3 núcleos da mesma família que, de tão disfuncional que é, chega a funcionar. Numa prova de que os opostos não só se atraem como até funcionam bem, temos um pouco de tudo. Núcleo 1 – Jay (Ed O’Neill) é o patriarca sexagenário que vive com Gloria (Sofia Vergara), uma colombiana fogosa com metade da sua idade. Com eles vive ainda o filho de Glória, fruto de uma relação anterior. Núcleo 2 – A filha de Jay, Claire (Julie Bowen), vive uma típica vida de dona de casa de subúrbio. Obcecada por controlar tudo e todos, tenta passar aos seus três filhos valores e comportamentos que ela própria 20 | tvPRIME | Dezembro 2010

não tinha na adolescência. O seu marido Phill (Ty Burrell) é um agente imobiliário hilariante, perdido entre as tentativas de aproximação a Jay, o encantamento por Glória, ou na sofisticação falhada com que brinda os seus filhos e mulher. Núcleo 3 – Mitchell (Jesse Tyler Ferguson) é o outro filho de Jay. Vive maritalmente com o seu companheiro Cameron (Eric Stonestreet) e a sua filha adoptiva vietnamita. Ao longo da vida, a indiferença do pai pelo facto de ser gay deram-lhe o mote para viver revoltado, no que é apenas uma demonstração de enorme insegurança. Escrita de forma brilhante e inteligente, a série criada por Steven Levitan e Christopher Lloyd expõe as assimétricas relações familiares modernas, reflexo de uma restruturação que vem vindo a ser desenhada ao longo das últimas décadas.


9º Lugar: “The Walking Dead” Depois de uma das mais aguardadas estreias deste ano, no que toca a séries de televisão, a série arrebatou tudo e todos, fazendo já parte deste TOP 10. Para quem conhece a banda desenhada em que se baseia, sabe de antemão que esta não é uma vulgar história de zombies, ou com um enredo baseado somente num grupo de sobreviventes à procura de melhor sorte. O que faz com que esta história seja tão diferente dos restantes zombie tales, é o desenvolvimento das suas personagens e a forma humana como acompanhamos as decisões tomadas. Em poucas linhas podemos explicar que, a adaptação da novela gráfica da Image Comics com o mesmo nome, foi criada

“Caged Heat” - Jared Padalecki as Sam, Misha Collins as Castiel, Rachel Miner as Meg, Jensen Ackles as Dean in SUPERNATURAL on The CW. Photo: Michael Courtney/The CW ©2010 The CW Network, LLC. All Rights Reserved.

8º Lugar: “Supernatural”

em 2003 por Robert Kirkman e com arte de Tony Moore (substituído por Charlie Adlard a partir da edição número 7) e conta a viagem

de um grupo de sobreviventes a um Apocalipse zombie. A tvPRIME fez desta série a sua capa do primeiro número da sua nova Edição Digital. Esta é uma a história de enorme sucesso. Com um número de seguidores muito consistente e já no seu sexto ano, a série fantástica conta a história de dois irmãos, Sam (Jared Padalecki) e Dean (Jensen Ackles), que lutam contra as forças do mal. Criados pelo seu pai para eliminarem as ameaças com que se deparam durante a noite, vivem com a expectativa de vingarem a morte da mãe, às mãos de uma força Supernatural. Após um período de tempo afastados, reencontram o seu pai que traz uma novidade: ele descobriu uma forma de apanhar o Demónio que matou as suas mães. Se leu esta sinopse até ao fim, poderá muito bem estar entre os milhares de seguidores em todo o mundo desta verdadeira série de culto.

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7º Lugar: “FlashForward”

Foi a decepção do ano. Surgiu com honras de substituta de Lost e acabou ela mesma perdida. Sem conseguir assumir os níveis de mistério que a série da ilha conseguiu, FlashForward foi sempre uma sombra de si mesma. A estação televisiva ABC – tal como as restantes estações de televisão americanas – tentou, durante o ano de 2009, de forma mais ou menos afincada encontrar um substituto de Lost. Foi neste contexto que FlashForward surgiu, envolta em mistério e com promoções fantásticas, fazendo a imaginação trabalhar de forma determinada. No entanto, a série nunca atingiu as expectativas, que é o mesmo que dizer, o patamar de Lost. Nem ao nível da crítica, nem ao nível das audiências. E não atingiu, porque era impossível. Quando as expectativas estão contrapostas com algo que existe há mais de meia década como referência de qualidade, estamos sempre perante uma derrota garantida, um esforço inglório. E isto com Lost no auge do mistério, prometendo desvendar todos os segredos num final explosivo. Deu-se então a ressaca dos primeiros episódios, altura em que se começou a olhar para a série FlashForward de forma mais equilibrada, esquecendo as expectativas erradamente criadas e apreciando-se apenas os momentos de entretenimento que cada episódio nos dava. Desta forma, pudemos facilmente desfrutar de 40 interessantes minutos semanais em torno dos 2 minutos e 17 segundos do “apagão”. Para os que não conhecem a história, a humanidade cai inanimada durante dois minutos e dezasseis segundos. Quando acorda, o caos está instalado: aviões que se despenharam contra edifícios; automóveis que chocaram em cadeia; incêndios generalizados; mortos; feridos. O fenómeno é mundial e, aos poucos, todos vão começando a perceber que o que viram foi o futuro. Um INEVITÁVEL futuro! No centro da trama está um agente, Mark Benford (Joseph Fiennes), que, após o apagão, irá iniciar uma luta contra o tempo na tentativa de evitar o regresso ao alcoolismo com a consequente perda da mulher e filha. Ao seu lado está o seu colega no FBI, o agente Demetri Noh (John Cho). Demitri não viu nada durante o apagão, concluindo que estaria morto à data dos acontecimentos futuros. 22 | tvPRIME | Dezembro 2010


6º Lugar: “24” Finalmente, Jack Bauer e companhia saíram de cena. Já não era sem tempo, dirão uns… que pena, dirão outros. A verdade é que a personagem de Kiefer Sutherland ocupou uma década nas nossas televisões e ficará para sempre ligado à história da televisão deste século. Quando surgiu a série fascinou tudo e todos. O conceito era absolutamente electrizante. Em tempo real (mesmo) os 24 episódios acompanhavam cada minuto do dia de um agente da CTU (Unidade Contra-Terrorismo) envolvido numa conspiração para assassinar o candidato presidencial Palmer (Dennis Haysbert). A conspiração ia ganhando contornos ainda mais empolgantes à medida que íamos vendo o envolvimento de alguns “insuspeitos”, bem como a forma heróica com que Bauer lutava contra o tempo. No fim e num final de eleição, viria a pagar o preço da sua abnegação com a vida da sua própria esposa. Vencedora de Emmy e Globo de Ouro, a série criada por Robert Cochran e Joel Surnow entrou a partir daqui numa espiral descendente, sustentada em sucessivas ameaças nucleares e tentativas de assassinato do presidente da América. 5º Lugar: “Mad Men” Por detrás de todos os casos de enorme sucesso, está uma história interessante e digna de contar e tornar a contar. Era uma vez um argumentista chamado Matthew Weiner. Em 1999 criou uma série chamada The Sopranos. Todas as estações de televisão disseram que a série não tinha lugar no panorama televisivo americano… todas menos a HBO! E The Sopranos foi um sucesso que catapulta a HBO para o reconhecimento do público e da crítica. Em 2007, o mesmo Matthew Weiner ofereceu à HBO a série Mad Men. A estação disse que não era uma boa série para filmar, juntamente com todas as outras estações de televisão americanas… mais uma vez, todas menos uma: a AMC. E aqui está o início do que é uma das maiores séries dos últimos anos, vencedora – pela primeira vez na história – de três Emmy para Melhor Série Dramática consecutivos. De forma resumida, Mad Men segue as vidas dos homens e mulheres que trabalham em Nova Iorque, na década de 60, numa competitiva agência de publicidade. Don Draper (Jon Hamm), a personagem principal, é o bem sucedido director criativo da Sterling Cooper. Casado com Betty (January Jones), pai de dois filhos, Draper é a figura do anti-herói, um homem discreto e atormentado por um passado problemático que procura ocultar de toda a gente e a todo o custo. A série mostra-nos um mundo, afinal, não tão diferente do nosso, onde tudo é uma criação de Marketing, como bem o exprime Don numa das suas falas: «O que chamas amor foi inventado por tipos como eu para vender nylons.» [MAR] VEJA COMO TERMINA ESTE TOP NA PRÓXIMA EDIÇÃO


ANÁLISE

séries

T1: © Warner Bros. International Television

TEMPORADA 1

Estreia: Terça-feira, dia 14 de Dezembro, às 21h30 (FOX) En Dezembro chega à FOX Portuguesa “V”, baseada na série que fez furor nos anos 80 “V – A Batalha Final”. A série que estreou nos EUA em 2009, encerrava sobre si uma enorme expectativa e não desiludiu. Com as promessas de grandes surpresas, por parte dos produtores, foi nos efeitos visuais que se fez sentir a diferença, especialmente para quem viu a série original. O primeiro episódio foi, de resto, um recorde de audiência, conseguindo juntar os mais novos, ávidos para conhecer a novidade, e os mais velhos, movidos pelo natural saudosismo. A quebra nos resultados dos episódios seguintes foi notória e natural, mas a ABC já garantiu a segunda temporada (prestes a estrear nos EUA).

A BASE INALTERÁVEL A matriz da estória permanece, como não poderia deixar de ser, sem alterações de fundo: sobre as principais cidades do mundo, subitamente, ficam a pairar naves espaciais gigantescas – as naves mãe – com seres aparentemente idênticos aos humanos, que dizem “vir em paz”. [Revelações] Liderados pela sua rainha, a implacável Anna (Morena Baccarin) e apelidados de Visitantes, vão demonstrando ao 24 | tvPRIME | Dezembro 2010

mundo a sua superioridade tecnológica e clínica, curando inclusivamente doenças até aqui incuráveis. Com a crescente onda de simpatia humana, vão recrutando alguns escolhidos, os Embaixadores. Estes têm permissão para viver na nave mãe e conhecer a cultura dos Visitantes, passando depois a ser os líderes de movimentos de simpatia a favor dos Visitantes. No entanto, as intenções destes Visitantes são bastante diferentes. Debaixo da máscara humana estão lagartos que pretendem subjugar a raça humana. No meio destes terríveis invasores existe uma resistência, a “5ª Coluna”, com elementos infiltrados. Juntamente com algumas pessoas na terra irão iniciar uma rebelião contra os Visitantes. Particularmente, a rainha Anna pretende recrutar Tyler Evans (Logan Huffman). Para isso, ordena à sua filha Lisa (Laura Vandervoort) que o seduza, mas, no entanto, Lisa apaixona-se por ele.


ANÁLISE

séries

Género: Drama e Ficção Científica Criada por: Kenneth Johnson Elenco: Elizabeth Mitchell, Morris Chestnut, Joel Gretsch, Logan Huffman, Laura Vandervoort, Morena Baccarin, Scott Wolf Emissão: Terças-feiras, às 21h30 Repetição: Sábados, às 23h10, e Domingos, em horário flexível

Os planos de Anna complicam-se ainda mais quando a mãe de Tyler, a agente do FBI Erica Evans (Elizabeth Mitchell), toma conhecimento de toda a conspiração e se alia à “5ª Coluna”.

e merecedores da atenção “superior”.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Em Portugal, a série estreia a 14 de Dezembro, às 21h30, na FOX. Tendo emissão prevista para a terça-feira de cada semana, e terá a repetição ao sábado (23h10) e ao domingo (horário flexível). [MAR]

“V” é uma criação de Kenneth Johnson e tem como produtores executivos Jace Hall, Steve Pearlman, Scott Peters, Yves Simoneau, Scott Rosenbaum, Jeffrey Bell. A sua produção está a cargo da The Scott Peters Company em associação com a HDFilms, Warner Bros. Television e Visitors Films.

A série encerra em si uma surpresa irónica para os mais velhos. Assim, teremos oportunidade de rever a rainha da série original, passados todos estes anos. A actriz Jane Badler, que originalmente era a rainha Diana, irá participar como mãe da nova Anna.

A METÁFORA RELIGIOSA Para além de toda a estória está uma forte metáfora com a religião e, de certo modo, com o fanatismo. Tal como em todas as religiões, são produzidos “milagres”, demonstrações de superioridade acompanhada de gestos de congregação. São escolhidos e formados líderes. São evangelizados seguidores que tudo farão para ser dignos Dezembro 2010 | tvPRIME | 25


SPARTACUS GODS OF THE ARENA

Género: Acção, Aventura, Biografia Criada por: Steven S. DeKnight Elenco: Dustin Clare, John Hannah, Lucy Lawless, Manu Bennett, Peter Mensah Emissão: A 1ª temporada estreia a 21 de Janeiro 2011 (Starz Media).

26 | tvPRIME | Dezembro 2010


ANÁLISE

séries

À medida que a grelha de Janeiro de 2011 vai ganhando consistência, vãose assumindo os desafios e as novas apostas das estações. A Starz assume uma forte aposta para dia 21, altura em que irá estrear a mini-série “Spartacus: Gods of Arena”. A mini-série terá seis episódios, dandonos a conhecer o prelúdio da história de Spartacus: Blood and Sand, série que analisámos aqui recentemente. No centro do argumento estará a ascensão de Quintus Lentulus Batiatus (John Hannah) a partir do momento em que recebe a Casa Batiatus de seu pai. Movido por uma ambição desmedida e inflamada pela sua implacável esposa Lucrécia (Lucy Lawless), Quintus procura projectar ainda mais a Casa Batiatus. Sabendo que já produz os maiores e mais temidos gladiadores de Cápua, ele quer um lugar cravado nos livros de história. Para que tenha sucesso, ele precisa de um gladiador imparável e aposta tudo na formação de Gannicus (Dustin Clare), um homem que luta com a facilidade com que respira. No entanto, muitos inimigos espreitam a derrota de Quintus e seu protegido. [REVELAÇÕES] Desta forma, os produtores e argumentistas conseguem corresponder aos pedidos do público e trazer de volta as apaixonantes personagens de Hannah e Lawless, que pouca hipótese tinham de escapar à chacina do último episódio na primeira temporada. Saliente-se ainda as interpretações de Jaime Murray no papel de Gaia, amiga oportunis-ta de Lucrécia, Marisa Ramirez no papel de escrava e dos lutadores Peter Mensah (Oenomaus) e Manu Bennett (Crixus). De notar que o surgimento desta mini-série aparece como consequência do facto de ter sido diagnosticado cancro a Andy Whitfield (Spartacus). Assim, a produção decidiu esperar pela sua recuperação e idealizou esta mini-série para minimizar o tempo de espera junto dos fãs. No entanto, o actor teve uma recaída e a Starz pondera agora o que fazer em relação ao papel de Spartacus. Ficam os votos da equipa para que ele recupere. [MAR]

Lucretia e Batiatus (Lucy Lawless e John Hannah) Dezembro 2010 | tvPRIME | 27


LANÇAMENTOS

dvd

EM DESTAQUE DEZEMBRO

BD/DVD ZON SHREK PARA SEMPRE!

BD/DVD CLMC PREDADORES

BD/DVD ZON A SAGA TWILIGHT ECLIPSE

BD/DVD ZON A ORIGEM

BD COMBO/DVD ZON O APRENDIZ DE FEITICEIRO

DVD UNIVERSAL BATALHA NO ESPAÇO GALACTICA

DVD CLMC 24 - SÉRIE 8

BD/DVD ZON O ÚLTIMO AIRBENDER

JANEIRO BD/DVD ZON JANTAR DE IDIOTAS

BD/DVD ZON FANTASIA/FANTASIA 2000

28 | tvPRIME | Dezembro 2010

O nome não deixa muito à imaginação. O filme “Jantar de Idiotas” tem como acontecimento central um jantar entre idiotas. Tim (Paul Rud) é um empresário em ascensão. Perante a possibilidade de ser promovido como executivo é convidado pelo presidente da empresa para um jantar diferente, em que cada executivo da empresa leva o seu idiota. Com um dilema moral e a pressão da namorada para não ceder, Tim acaba por conhecer um funcionário do IRS chamado Barry (Steve Carell). Barry revela-se um idiota tão grande que se torna impossível não o levar ao jantar. Realizado e produzido por Jay Roach, que já havia sido responsável por “Um Sogro do Pior” e “Austin Powers - O Espião Irresistivel”, a edição em Blu-ray e DVD terá como extras apanhados com o nome “Schmuck Ups” e cenas das filmagens com o nome “The Biggest Schmucks in the World”. Terá ainda cenas apagadas na versão de cinema e a edição em Blu-ray terá as curtas “The Men Behind the Mousterpieces”, “Meet The Winners” (uma montagem dos convidados do infame jantar) e “Paul and Steve: The Decision” (um gozo da conferencia de imprensa de LeBron James). Tudo isto com uma imagem 1.85:1 widescreen, 1080p de resolução e um som DTS-HD 5.1 Master Audio.


DESTAQUE DO MÊS

dvd No princípio era “A Origem”

Warner ™ Todos os direitos reservados

C

oncluída que estava a primeira metade do ano cinematográfico de 2010, estava chegada a altura de dar as boas-vindas ao segundo semestre, aquele que tem por hábito brindar os cinéfilos de todo o Mundo com os títulos mais aclamados pela crítica. Numa primeira fase, os tradicionais blockbusters inundaram as salas de cinema. Depois de “Toy Story 3” ter feito as delícias de miúdos e graúdos, chegava este “A Origem” de Christopher Nolan (“The Dark Knight”). Não só arrecadou o primeiro lugar nas bilheteiras, como arrancou um punhado de apreciações positivas. Aos 62,8 milhões de dólares feitos no fim-de-semana de estreia, o filme de Nolan aliou avaliações de se tirar o chapéu na Variety, New York Times, LA Times e Rolling Stone, o mesmo é dizer, fez o grand slam. Leonardo DiCaprion, Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page encabeçavam o elenco da obra que muitos apontaram de imediato como um dos favoritos aos Óscares de 2010. Para aqueles que não conhecem a história, DiCaprio lidera um grupo de exploradores que, através de uma técnica apurada ao longo do tempo (e com o auxílio de poderosos fármacos), entram nos sonhos dos seus alvos para lhes conseguirem roubar os seus segredos. Passaram alguns meses e chega agora ao circuito caseiro o DVD, com os bónus habituais. Mas para quem quer espreitar um pouco da mente de Nolan, então a edição de Blu-ray é a surpresa de Natal

TEXTO POR BRUNO RAMOS E BASÍLIO PAULO de que estavam à espera. Na edição de DVD temos pequenos documentários sobre cada uma das sequências mais marcantes do filme. Todas boas, mas sem grandes surpresas. No entanto e na edição de Blu-ray teremos acesso a conteúdos alucinantes sobre a ciência do sonho e o subconsciente, um louco prologo animado sobre como a personagem de DiCaprio e equipa foram recrutados pala Cobol Engineering para completar a extracção de Saito e, melhor que tudo, a possibilidade de ver o filme em “Modo de Extracção”. E nesta altura o caro leitor estará agora a pensar o que é isto do “Modo de Extracção”? Seguramente já viu em DVD um extra clássico, em que se explicam determinados aspectos técnicos de algumas cenas. Aqui e entrando no modo em questão, podemos ver o filme tranquilamente e, quando chegados às cenas em questão, o filme pausa e entra um dos 14 documentários de cinco minutos, conduzido pelo próprio Nolan. Por exemplo, na cena da “gravidade zero” com a personagem Joseph Gordon-Levitt, o filme pausa e Nolin entra em cena a explicar como a filmou, dando detalhes de produção como a sua inspiração no filme de Stanley Kubrick “2001: Odisseia No Espaço”, ou a forma consistente com que os extras da cena vomitavam por todo o cenário. No fim retomamos o filme… fantástico, não? Se estava à espera de uma desculpa para comprar um leitor de Blu-ray, este pode mesmo ser o momento ideal para o fazer! Dezembro 2010 | tvPRIME | 29


um sapatinho a transbordar

de magia A

TEXTO POR ANA LUÍSA HENRIQUES magia do Natal

da Dreamworks para a quadra natalícia. Depois de já

transporta-se

ter estreado este ano “Shrek para Sempre” e “Como

para a sétima

Treinares o Teu Dragão”, o estúdio apresenta um filme

arte com as variadas es-

de heróis e vilões com uma mensagem didáctica re-

treias dedicadas à época

cheada de muita acção. Numa sátira aos super-heróis,

natalícia, desde o popular

o maléfico vilão da cidade, que nunca consegue ganhar

“Harry Potter e os Tal-

uma batalha, finalmente derrota o bom da fita e fica sem

ismãs da Morte – Parte

ninguém para enfrentar. É aí que tem

1” até à promessa fran-

uma super-ideia: criar um novo herói…

cesa “O Mágico”.

o que vai resultar em muitas dores de cabeça! O filme é realizado por Tom Mc-

Os seguidores das aventu-

Grath, que já tinha co-dirigido os dois

ras criadas por J.K. Rowl-

filmes “Madagáscar”.

ing já podem ver a primeira parte de “Harry Potter e os Talismãs das Morte”,

“As Aventuras de Sammy: A Passagem

que conta, pela primeira vez, com o

Secreta” em 3D chega

português Eduardo Serra como Di-

a 8 de Dezembro e leva

rector de Fotografia. O filme estreou

o espectador a embar-

a 18 de Novembro e ultrapassou os

car numa viagem pelos

200 mil espectadores na sua primei-

mares,

ra semana de exibição em Portugal.

do a tartaruga Sammy

A segunda parte da última aventura

durante os 50 anos

de Harry Potter deverá chegar aos

em que esta enfrenta os maiores peri-

cinemas no Verão de 2011.

gos para voltar a casa e reencontrar

acompanhan-

a amiga Shelby. O filme belga conta A 1 de Dezembro chega “Mega-

uma história de amor e amizade, tendo

mind” em 3D, o filme de animação

como pano de fundo o aquecimento

30 | tvPRIME | Dezembro 2010


global.

Ben

Stassen

“O Mágico” chega a 23

assina a realização e

de Dezembro, a partir

tem como último tra-

de uma história original

balho “Os Mosconau-

de Jacques Tati, sendo

tas no Mundo da Lua”,

uma

também em 3D, onde

este autor. A história

conta às crianças um

versa sobre um mágico

dos maiores acontec-

decadente e uma fã

imentos da história: a

que vai mudar a sua

chegada à Lua.

vida, mostrando que o

homenagem

a

cinema francês de aniNa mesma data chega

mação está vivo e reco-

ainda aos cinemas “As

menda-se.

Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada”, a terceira aventura a partir da saga de C.S.

Na quadra natalícia há filmes para todos os gostos,

Lewis, que será apresentada também em 3D. A película

destacando-se os dirigidos aos públicos mais jovens

marca o primeiro capítulo da saga sob a responsabi-

e à família… e se falar em família pode fazer lembrar

lidade da 20th Century Fox, depois da Disney ter es-

grandes

tado à frente dos dois primeiros filmes e ter desistido

sugerimos que acom-

desta produção. Na nova aventura, realizada por

panhe as novas aven-

Michael Apted, uma neblina malévola ameaça

turas da família Focker

tomar a terra mágica e os heróis da história vão

em “Não há Família

ter de vencê-la antes que Nárnia se perca para

Pior”, com estreia mar-

sempre.

cada para dia 23 de

confusões,

Dezembro. A 16 de Dezembro estreia o filme Disney deste Natal, “Entrelaçados”, em 3D. A 50ª longa-metragem dos estúdios Walt Disney retoma a tradição dos contos de fadas, desta vez inspirada em Rapunzel, dos irmãos Grimm. A história da rapariga presa numa torre

Qualquer que seja a sua escolha, a

e do encantador bandido Flynn

sétima arte é sempre uma boa aposta!

promete muita diversão e aven-

Tenha um Bom Natal cheio de filmes!

tura, numa hilariante e frenética fuga de pôr os cabelos em pé. Dezembro 2010 | tvPRIME | 31


ESTREIAS

cinema

ESTREIAS EM DESTAQUE DEZ/JAN

DIA 1

MEGAMIND

JOGO LIMPO

CELA 211

A TEMPO E HORAS

SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO

AS CRÓNICAS DE NÁRNIA: A VIAGEM DO CAMINHEIRO DA ALVORADA 3D

ENCONTRO EM NOVA IORQUE

DIA 8

AS AVENRURAS DE SAMMY 3D

DIA 16 ENTRELAÇADOS

STONE - NINGUÉM É INOCENTE

32 | tvPRIME | Dezembro 2010

O AMOR É MELHOR A DOIS

Com o incontornável selo da Disney, o filme “Entrelaçados” (“Tangled“ no título original) traz às salas de cinema um das personagens mais importante no universo infantil clássico: Rapunzel. No original o filme conta com as vozes de Mandy Moore e Zachary Levi, ficando a versão portuguesa a cargo das vozes de Pedro Caeiro e Barbara Lourenço. O filme tem na realização da dupla Byron Howard/Nathan Greno (“Bolt”) e as fantásticas músicas do premiado Alan Menken (“A Pequena Sereia”, “A Bela e o Monstro”, “Aladdin”, “Pocahontas”, “Hércules” e “O Corcunda de Notre Dame”).


DIA 23 NÃO HÁ FAMÍLIA PIOR!

O MÁGICO

Dia 23 marca a chegada às salas de “Não há Família Pior” - “Little Fockers” no seu título original - o terceiro filme da série da saga cómica que teve início com “Um Sogro do Pior” em 2000 e teve em “Uns Compadres do Pior” a sua sequela, no ano de 2004. Paul Weitz realiza o filme que marca o regresso de Ben Stiller (Gaylord “Greg” Focker) e Robert De Niro (Jack Byrnes) aos papéis principais (e antagónicos) de genro e sogro, respectivamente. Com eles regressam também Teri Polo (Pamela Byrnes-Focker), a mulher de Greg (e centro da “disputa”) e Blythe Danner (Dina Byrnes), a esposa de Jack. Também de volta no papel de mãe de Greg está Barbra Streisand (Rozalin Focker), que regressa depois de no segundo filme ter feito a dupla paterna com Dustin Hoffman (Bernie Focker). Como também vem sendo hábito nas comédias de Stiller está de volta Owen Wilson (Kevin Rawley), o ex-namorado de Pam e favorito de De Niro. A história essa é simples: Greg entra numa crise de meia-idade, entre os seus deveres de pai de duas crianças de 5 anos e o seu trabalho. Esta instabilidade faz com que Jack, um ex-agente da CIA o decida pôr à prova... de novo.

DIA 30

SKYLINE - O ALVO SOMOS NÓS

ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS

EU SEI QUEM ME MATOU

BURLESQUE

THE NEXT THREE DAYS

MANHÃS GLORIOSAS

O TURISTA

JANEIRO 2011

TRON - O LEGADO

Dezembro 2010 | tvPRIME | 33

ESTREIAS

cinema

ESTREIAS EM DESTAQUE DEZ/JAN



A CHEGAR

cinema

SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD

“Scott Pilgrim Contra o Mundo” é o mais aguardado filme do momento, baseado numa banda desenhada de Bryan Lee O’Malley e inspirada em videojogos, este lançamento pretende deliciar muitos fãs desta BD.

início de uma grande aposta a este nível de filmes de aventura com fantasia à mistura.

A nível comercial é sempre óptimo, não só por estrear numa boa altura do ano, mas porque depois do filme, com certeza se venderá mais BD, surgiO enredo desenrola-se em torno de Scott, um jorão jogos para tudo o que é consola e, neste caso, vem guitarrista que se apaixona pela rapariga mais propagar-se-á a grande guitarra que Scott Pilgrim cobiçada da escola. Tudo parece correr bem até toca e que todos querem ter. perceber que para ficar com a rapariga dos seus sonhos tem de derrotar os seus sete ex-namoraUm filme para toda a família que dará muito que dos. falar a nível crítico, comunicação social e ao grande público, pelo menos é isso que se espeUm filme que atrai bastante os admiradores de BD, ra depois de estar a ser um grande sucesso no videojogos e fantasia, visto este filme estar repleto estrangeiro. de aventuras surreais, de uma adrenalina fantasiada e de uma animação típica de banda desenhada Será que Scott Pilgrim passará ao próximo nível ou jogo. com o seu grande prémio? Ou ficará apenas com um grande GAME OVER? [RS] Espera-se muito deste filme, visto ser algo que está bastante na moda, como por exemplo, o “SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO” recente “Kick Ass”. Como tal, é, em parte, um ESTREIA NAS SALAS DE CINEMA risco lançar outro tão idêntico a nível temático e A 8 DE DEZEMBRO de realização, no entanto podemos ter com isto o Dezembro 2010 | tvPRIME | 35


CRÍTICA

cinema

MACHETE MACHETE

Depois de “À Prova de Morte” e “Planeta Terror” terem homenageado o género exploitation, surge agora “Machete”, que foi inspirado por um falso trailer criado especialmente para Grindhouse, a versão completa (um filme duplo) que incluía “À Prova de Morte” e “Planeta Terror”.

construção deste argumento, torna “Machete” num dos filmes mais divertidos do ano. Quanto a Danny Trejo, um actor que nos habitou à sua posição de secundário, tem aqui a sua oportunidade como actor principal, dando-nos uma soberba interpretação de um mexicano duro de roer.

Em “Machete”, Robert Rodriguez explora alguns temas intemporais, como a xenofobia ou o estereótipo “Machete” dificilmente será considerado como um hispânico, como se de um filme lowbudget se tratas- divertimento aceitável, mas é isso que o torna num se, usando as típicas técnicas deste subgénero. dos mais originais filmes de acção dos últimos anos. Tratando-se de um filme que explora o género exploitation, sabemos de antemão que iremos ter gore, nudez e violência em elevadas quantidades, transmitindo uma sensação de exagero e sem compromisso moral. Mas são todas essas particularidades que valorizam este filme, tornando-o deliciosamente ridículo. Com um elenco de luxo, que inclui Robert De Niro, Jessica Alba, Steven Seagal, Michelle Rodriguez, Jeff Fahey, Don Johnson, Lindsay Lohan e Cheech Marin, bem como um maravilhoso processo criativo na 36 | tvPRIME | Dezembro 2010

Prós: Para todos os fãs do género exploitation: este filme não irá desiludir. Um dos mais originais filmes de acção dos últimos anos, com um elenco de luxo. Exagerado e descomprometido. Contras: Para os que não conhecem ou entendem o género exploitation, este filme poderá parecer demasiado ridículo e moralmente errado. [HP]

NOTA: 8/10


CRÍTICA

cinema

22 BALAS 22 BULLETS

“22 Balas” chega agora aos cinemas para provar, mais uma vez, que os filmes franceses continuam com a qualidade a que nos têm habituado. Desta vez, com uma história a um ritmo alucinante que pretende prender todo o público. O filme desenrola-se a partir de um antigo mafioso, Charly Mattei, que depois de tantos anos de crime, decidiu dedicar mais tempo à família, trazendo uma certa paz e tranquilidade à sua vida. Contudo, o crime persegue-o e Charly é encontrado num parque de estacionamento ferido por 22 balas. Incrivelmente, e para mal de muitos, Charly não morre e vai à procura do seu rival, aquele que teve a coragem de o tentar matar, mas que, surrealmente, falhou. A realização do filme é algo motivante porque os planos mostrados, o ritmo dado a cada passagem ou mudança de plano, cada imagem focada ou plano aproximado, tem tudo uma razão de ser e consegue transmitir tudo o que a cena precisa para ser perceptível. A cena do ataque no parque de estacionamento foi algo a que deram bastante atenção, e com toda a lógica, visto ser o central do filme. Mais uma vez poderia ter caído no mau gosto e no exagero, tornando pouco credível a cena, mas não, conseguiram de uma forma que me surpreendeu, mostrar o necessário com a intensidade pedida, que cortará a respiração ao público mais sensível.

tanto impacto. Um elenco bem consistente que consegue manter o filme sólido do princípio ao fim, sem quebras e sem desenquadrar nenhuma personagem, revelando que existe, sem dúvida, um bom trabalho de direcção e realização, conseguindo no final transmitir aquele ambiente de intrigas, traições, amor e ódio, tudo muito credível e até reconhecível no nosso dia-a-dia. Ainda de salientar é a banda sonora e as cantorias de Charly, não só bastante ricas e com leitura, mas muito bem colocadas em certas partes do filme, transportando o público para outros tempos e lugares, por vezes tentando mostrar cheiros e sabores para que o impacto em certas cenas fosse mais forte. Todos os cenários e paisagens foram muito bem pensados e com um toque cinematográfico incrível. Ao longo do filme vamos vendo quadros cada vez mais penetrantes e com um seguimento lógico no enredo. Algo tipicamente francês é o tentar embelezar aquilo que por vezes é dramático, tornando-o, desta forma, ainda mais profundo.

“22 Balas” não é algo inovador nem entretenimento, é um filme que vale pela qualidade e pela moral que a construção dramática quer trazer. Uma luta constante entre a traição e lealdade, entre o amor e o ódio, trabalho e família, dever e obrigação, tudo lutas que Uma realização que deu bastante atenção aos sentimentos das tentamos superar dia após dia e que de forma resumida, e mais personagens e às sensações vividas, dando ao público uma riqueza pesada, é representada neste filme. [RS] de personagens inacreditável. É de salientar o actor principal, Jean Reno, que com tanta força e entrega interpretou o seu papel, por vezes frio e sério, outras vezes frágil e melancólico. Charly tem toda uma riqueza de personagem que faz com que o filme tenha

NOTA: 6/10 Dezembro 2010 | tvPRIME | 37



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