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Pedro Miguel Mateus pedro.sm@tvprime.pt
EDITOR ADJUNTO Hugo Pagani
COLABORAM NESTA EDIÇÃO: Ana Isabel Alves, Carla Filipa Santos, Catarina Lopes, Filipa de Lima, Inês Jesus, Joana Isabel Carreto João Costa, Marco Almeida, Nuno Fernandes, Pedro Ponte, Pedro Rodrigues, Renata Curado Rita da Nova, Rita Santana, Sara Karim, Susana Cigano
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e há tradição que caracteriza a cultura Lusitana, é a de se apropriar dos títulos originais de séries ou filmes e, numa espécie de fusão entre as capacidades de um psicólogo e um vidente, dar um título português absolutamente... original.
Desde tenra idade que tenho acompanhado este processo criativo extraordinário, do qual têm resultado momentos que, confesso, conseguem ser hilariantes e deprimentes, conforme o momento e a companhia. Claro que compreendo que alguns títulos são extremamente complicados de traduzir – sim, porque é disso que se deveria de tratar – e ficam com uma sonoridade estranha. Nesta edição, por exemplo, analisamos a série ‘Leverage’ que, numa tradução à letra deveria assumir o estranho título de ‘Alavancagem’. Sim, concordo que não é um dos nomes mais apelativos... mas daí a chamar-lhe ‘Jogo de Audazes’ vai uma distância. Claro que não é caso único. Para que não me acusem de favoritismo, e porque estamos inundados deste tipo de traduções livres, num outro canal ‘How I Met Your Mother’ (‘Como Conheci a Tua/Vossa Mãe’) foi apresentado com o brilhante título ‘Foi Assim Que Aconteceu’. Mas há situações ainda mais emblemáticas daquilo que digo! Depois de o canal de cabo que transmite a série ‘Lie To Me’ (‘Mente-me’) ter achado por bem que seria desapropriado andar às voltas com uma tradução, o canal generalista achou que desapropriado era não o reinventar e chamou-lhe ‘O Rosto da Mentira’. Por entre toda esta erupção de originalidade, um canal – o de estado – mantém-se “preguiçosamente” fiel aos criativos americanos. À série ‘Vampire Diaries’ chamou ‘Diários de um Vampiro’, a ‘Grey’s Anatomy’ chamou ‘Anatomia de Grey’, ao ‘Mentalist’ chamou ‘O Mentalista’, a ‘Bones’ chamou ‘Ossos’ e a ‘Supernatural’ chamou ‘Sobrenatural’. E quando não há tradução, deixa-se estar em inglês, como no caso de ‘Mad Men’. Para mim, e ainda assim, há uma variante desta tradição que está apenas ao alcance de alguns predestinados. Em alguns casos e de forma absolutamente revolucionária, o título em português não tem nada a ver com o próprio título em português. Confuso? Eu explico com um caso prático. Nomeado para o Óscar de Melhor Filme em 2011 está ‘True Grit’ (‘O Verdadeiro Grão de Areia’). Realizado pelos irmãos Cohen, é um reboot do filme de 1969, com o lendário John Wayne. Na altura (vejam os anos desta tradição) decidiram chamar-lhe ‘A Velha Raposa’. Agora reavaliaram e decidiram-se por ‘Indomável’. É caso para aplicar uma outra tradição Portuguesa e dizer que no Brasil ainda foi pior... ‘Bravura Indômita’! Forte abraço e espero que gostem da edição deste mês. Marco António dos Reis
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Fevereiro 2011 | tvPRIME
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» 22 EPISODES
» » SUMÁRIO
15 BOARDWALK EMPIRE
4 tvPRIME | Fevereiro 2011
30 CSI + CSI: MIAMI
ZOOM [06] ON TV [10] SÉRIES [14] CINEMA [46] KIDS [94]
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40 HEROES
34 DONAS DE CASA DESESPERADAS
66 ÓSCARES 2011
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87 AS VIAGENS DE GULLIVER
76 TRON Fevereiro 2011 | tvPRIME
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ZOOM Temos uma óptima notícia para os fãs da série ‘Spartacus: Blood and Sand’: o actor australiano Liam McIntyre passa a assumir o papel principal, o que significa que haverá uma segunda temporada. Durante muito tempo pensava-se que havia a possibilidade desta série ser cancelada, uma vez que Andy Whitfield, que interpretou o papel na primeira temporada, foi forçado a abandonar a série devido a problemas de saúde. A produção da nova temporada terá início em Abril, na Nova Zelândia. A estreia está prevista para Janeiro de 2012.
Liam McIntyre é o novo Spartacus
‘Californication’
5ª temporada assegurada As renovações estão aí. Esta é uma época pródiga em renovações, estando desde já garantida mais uma temporada para a polémica ‘Californication‘. A série de David Duchovny passa assim para uma restrita lista de séries que chegam às cinco temporadas, depois do recorde de audiência alcançado neste arranque de 4ª temporada, aproximando-se do milhão de espectadores. Mas esta não é a única surpresa da Showtime para este início de ano. Também ‘Nurse Jackie‘ e ‘United States of Tara‘ irão voltar em 2011, mais propriamente no final de Março. Também a série ‘The Borgias‘ regressará no início de Abril com direito a episódio duplo.
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Mais três anos de teorias ‘A Teoria do Big Bang’ (‘The Big Bang Theory’), a série da CBS que estreou em Setembro de 2007, vai na quarta temporada e foi confirmada a sua renovação por mais três anos. A sitcom conta com cinco personagens, os físicos Sheldon (Jim Parsons) e Leonard (Johnny Galecki), a atraente e sociável Penny (Kaley Cuoco) e os ‘nerds’ Howard (Simon Helberg) e Raj (Kunal Nayyar), no elenco principal. Em 2010, ‘A Teoria do Big Bang’, ganhou o prémio de melhor série de comédia no People’s Choice Awards. Em Portugal, a série passa no canal Sony Entertainment TV e na RTP2.
ABC renova seis séries antecipadamente O canal de televisão americano ABC, decidiu renovar seis das suas séries televisivas antecipadamente. O drama médico ‘Anatomia de Grey’ e o seu spin-off, ‘Clínica Privada’, são duas das séries que, devido ao seu sucesso, terão uma nova temporada. Também na lista, podemos encontrar a comédia ‘Uma Família Muito Moderna’ que na última edição dos prémios Emmy levou para casa seis estatuetas, incluindo o prémio de Melhor Comédia e Melhor Argumento. Ainda de referir as séries ‘Castle’, ‘Cougar Town’ e ‘The Middle’ que irão igualmente ter nova temporada no Outono. Existem também rumores de que a série ‘Irmãos e Irmãs’ estará na sua última temporada e de que ‘Donas de Casa Desesperadas’ estará no ar por mais dois anos, ainda que os contratos das suas actrizes principais expirem no final desta temporada. Fevereiro 2011 | tvPRIME
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ZOOM Prequela de Alien substituída por ‘Prometheus’
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oi finalmente anunciado oficialmente que um novo projecto de Alien está a ser desenvolvido por Ridley Scott, que realizou ‘Alien – O 8º Passageiro’, em 1979. A 20th Century Fox anunciou que este projecto chamar-se-á ‘Prometheus’, e tem estreia marcada para 8 de Junho de 2012, nos Estados Unidos. Mas as novidades não ficam por aqui. O site Deadline anuncia que o que era para ser uma prequela, muito possivelmente será algo “mais original”. O argumento, que foi originalmente escrito por Jon Spaihts, foi reescrito por Damon Lindelof e Ridley Scott, surgindo daí ‘Prometheus’. Quanto ao elenco, somente Noomi Rapace está confirmada para já, sabendo-se que irá existir outro papel feminino que está a ser, aparentemente, disputado entre Charlize Theron e Angelina Jolie. Para encerrar o elenco principal, ficam a faltar três nomes masculinos, que devem ser anunciados nas próximas semanas. Agora que este projecto foi oficialmente anunciado, espera-se que nas próximas semanas mais nomes sejam confirmados para este elenco.
Naomi Watts junta-se ao elenco do biópico de J. Edgar Hoover Depois de rumores apontarem o nome de Charlize Theron para o papel de secretária de Hoover, este foi atribuído a Watts. Theron abandona o projecto para integrar o papel de Rainha Má no filme ‘Branca de Neve e o Caçador’ (com estreia prevista para 2012). O biópico de J. Edgar Hoover contará com a realização de Clint Eastwood. Esta será a primeira colaboração entre DiCaprio e Eastwood.
8 tvPRIME | Fevereiro 2011
Clint Eastwood vai realizar remake de ‘A Star is Born’, com Beyoncé Knowles A possibilidade de um novo remake de ‘A Star is Born’ já é falado há algum tempo, mas agora surgem mais novidades acerca deste projecto. O site Deadline anunciou que Clint Eastwood irá realizar este remake, que conta com Beyoncé Knowles no papel principal, já confirmada para este projecto no ano passado. O filme, que o estúdio da Warner Bros. tem mantido em constante desenvolvimento nos últimos anos, ainda não tem um papel masculino confirmado, existindo rumores que anunciam Will Smith e Robert Downey Jr. como principais candidatos. A produção desta quarta adaptação do musical ‘A Star is Born’ terá início no Outono deste ano, estreando em 2012.
Anne Hathaway e Tom Hardy em ‘The Dark Knight Rises’
A Warner Bros. acaba de anunciar que Anne Hathaway e Tom Hardy têm presença confirmada no novo filme de Christopher Nolan, ‘The Dark Knight Rises’. Este filme será, assim, a sequela do aclamado ‘O Cavaleiro das Trevas’. Anne Hathaway irá protagonizar o papel de Catwoman, que ganhou a corrida, pelo papel, a
actrizes como Keira Knightley, Jessica Biel ou Kate Mara. 2011 será, portanto, um ano em grande para a actriz que, recentemente, confirmou a sua participação em ‘Glee’ e irá ainda apresentar a cerimónia de entrega dos Óscares, a 27 de Fevereiro, juntamente com James Franco. Por sua vez, Tom Hardy irá
reunir-se de novo com o director Christopher Nolan depois do sucesso do filme ‘A Origem’. O actor irá protagonizar o vilão Bane, conhecido por ser um dos mais inteligentes e poderosos inimigos de Batman. ‘The Dark Knight Rises’ tem estreia marcada para 20 de Julho de 2012, nos Estados Unidos.
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ON TV por João Costa
T.O.: ‘Sherlock Holmes’ « REALIZAÇÃO: Guy Ritchie « ELENCO: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams e Mark Strong « ARGUMENTO: Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg « Género: Aventura, Mistério, Crime « Distribuição: Columbia Tristar Warner ‘Sherlock Holmes’ estreia este mês nos canais TVC. Pela primeira vez em televisão, podemos ver Robert Downey Jr. a interpretar o famoso detective. ‘Sherlock Holmes’ arranca quando, após condenado à morte por vários crimes, Lord Blackwood (Mark Strong) regressa dos mortos, trazendo com ele um plano que pode destruir todo o país. Apesar da história e do twist final não serem brilhantes, também não são previsíveis “à primeira vista”, e tenho a certeza que o filme irá agradar aos espectadores. Robert Downey Jr. ganhou o Globo de Ouro para melhor actor, e a verdade é que o merece totalmente. A química entre ele e Jude Law, que interpreta Watson, leva-nos a momentos bastante divertidos, que apenas fazem com que o filme se torne ainda melhor. Mark Strong continua perfeito como vilão e Rachel McAdams também faz a sua parte sem comprometer, mas sem deslumbrar. Não sendo uma obra perfeita (longe disso), Sherlock Holmes é excelente devido à sua boa história e excelente elenco, e sem dúvida que é recomendado para quem ainda não viu ou deseja rever o filme de Guy Ritchie.
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ON TV por João Costa
T.O.: ‘Shutter Island’ « REALIZAÇÃO: Martin Scorsese « ELENCO: Leonardo DiCaprio, Emily Mortimer, Mark Ruffalo e Ben Kingsley « ARGUMENTO: Laeta Kalogridis « Género: Drama, Mistério, Thriller, Terror « Distribuição: Zon Lusomundo ‘Shutter Island’ chega agora aos canais TV Cine, e prepare-se para um dos grandes filmes que 2010 nos deu. ‘Shutter Island’ acompanha o Marshal Teddy Daniels e o seu parceiro, Chuck Aule, quando estes são chamados ao hospital psiquiátrico de Ashecliffe em Shutter island, para investigar o desaparecimento de uma perigosa paciente. Com um twist final que nunca é escondido do espectador, Scorsese apresenta-nos um tenebroso ambiente e uma envolvente história que nos deixa na dúvida em todos os momentos. ‘Shutter Island’ quer brincar com a mente do público, e consegue-o de forma exemplar. Mais uma vez, DiCaprio brinda-nos com uma interpretação notável, ao nível das melhores do ano, e Michelle Williams, que faz um trabalho espectacular, coloca-se ao lado das melhores actrizes secundárias de 2010. A componente técnica no filme (especialmente em HD ou Digital) também merece nota máxima. Se já viu, aproveite para rever este grande filme de Scorsese. Se ainda não viu, deixe-se levar até ‘Shutter Island’, pois esta será uma viagem que tão cedo não vai esquecer. Fevereiro 2011 | tvPRIME
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ON TV por Hugo Pagani
T.O.: ‘Mulholland Drive’ « REALIZAÇÃO: David Lynch « ELENCO: Naomi Watts, Laura Harring, Justin Theroux « ARGUMENTO: David Lynch « GÉNERO: Drama, Thriller « DISTRIBUIÇÃO: Atalanta Filmes Após o sucesso obtido com ‘Twin Peaks’ no início dos anos 90, David Lynch quis regressar à televisão ao apresentar um episódio piloto de 125 minutos da série ‘Mulholland Drive’, ao canal ABC, que acabou por abandonar o projecto. O estúdio francês Studio Canal Plus chegou a acordo com Lynch, decidindo financiar uma longa-metragem, que obrigou à filmagem de cenas adicionais para completar o que se viria a tornar em mais uma obra-prima de um cineasta que não se rege pelo comum. Depois de ‘Estrada Perdida’ (‘Lost Highway’) e antes de ‘Inland Empire’, David Lynch traz-nos um filme que pode ser considerado como a segunda parte de uma trilogia vivida no subconsciente, ‘Mulholland Drive’. Em ‘Mulholland Drive’ afundamo-nos profundamente num mundo de sonhos, inveja, corrupção e identidades perdidas, onde somos forçados e desafiados a descortinar um sem número de camadas, paralelismos e nuances.
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As similaridades que perseguem o universo de David Lynch estão bem patentes em ‘Mulholland Drive’, onde temos a visão da inocência presente na mulher loura, sendo a morena o total oposto, sinal de rebeldia e desejo. O erotismo, o desejo proibido, ou mesmo a invasão de privacidade que revela um dark side que necessita de ser confrontado, são temas recorrentes no universo do cineasta. Se ‘Estrada Perdida’ relatava a fuga psicogénica de Fred Madison após ter assassinado a sua mulher, ‘Mulholland Drive’ mostra-nos um mundo de sonhos e ilusões vividas no subconsciente da nossa personagem. Tudo para descobrir que a realidade acaba sempre por destruir o sonho. Naomi Watts tem uma das interpretações mais fortes da sua carreira com Betty, a inocente rapariga que perspectiva uma vida de sonho, como estrela de cinema. Laura Harring também apresenta uma interpretação fabulosa, como a amnésica femme fatale, Rita. Não poderei deixar de enunciar uma das sequências que ficará na história do cinema, onde Rebekha Del Rio interpreta uma versão espanhola do clássico de Roy Orbinson, ‘Crying’, que serve de fio condutor entre o sonho e a crua realidade para que despertamos. ‘Mulholland Drive’ é uma visão das fugas que o nosso subconsciente cria, como forma de fugir a uma realidade frustrada, que em nada se compara à vida de sonho que sempre desejámos ou perspectivámos.
Fevereiro 2011 | tvPRIME
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BOARDWALK EMPIRE
18 J. J. ABRAMS
30 CSI + CSI MIAMI
34 DONAS DE CASA DESESPERADAS
séries
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2011 © All rights reserved to HBO
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Criada por Terence Winter para a HBO e com o fabuloso Steve Buscemi a liderar um grande elenco, conta ainda com a magia de Martin Scorsese e Mark Wahlberg na sua produção executiva! Em poucas palavras, não é uma série, é um vício! Fevereiro 2011 | tvPRIME
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grande plano
Grande vencedor da edição de 2011 dos Globos de Ouro, esta é a grande série do ano! Buscemi encontra aqui um papel que parece feito por medida.
Texto por Marco António dos Reis tvPRIME | Fevereiro | Fevereiro 2011 2011 6 tvPRIME 16
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‘Boardwalk Empire’
GRANDE PLANO 2011 © All rights reserved to HBO
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ara muitos é a melhor série desde ‘Os Sopranos’ e não é por acaso! Na base da sua criação está o nome de Terence Winter, também envolvido na série de culto onde brilhou James Gandolfini e companhia. Vencedor de prémios como o Emmy ou o Edgar Award, Terence trouxe para a televisão a história retirada das páginas do livro ‘Boardwalk Empire: The Birth, High Times, and Corruption of Atlantic City’, de Nelson Johnson. E tal como no passado, a estação escolhida foi a HBO, ainda numa fase de “lamber as feridas”, após ter rejeitado a fabulosa série ‘Mad Men’, criada, por ironia, pelo escritor/produtor Matthew Weiner (colega de Terence em ‘Os Sopranos’). Na linha da frente deste projecto esteve sempre Steve Buscemi, actor de ‘Reservoir Dogs’ e de ‘Fargo’, com quem Terence já havia trabalhado em ‘Os Sopranos’. De resto, o actor havia realizado um episódio especial com o título de ‘Walk Like a Man’, escrito pela dupla
Winter/Van Patten, premiado com o Writers Guild Award. Para fechar esta “linha da frente” está o nome de Martin Scorsese, que além de Produtor Executivo – ao lado de Terence, Van Patten e Mark Wahlberg – também realizou o piloto. Com todo este génio em harmonia, só poderíamos estar perante uma enorme série, com textos empolgantes, uma história serpenteante e actuações fabulosas onde se destaca – claro está – Steve Buscemi. [Revelações] A história baseia-se no ambiente que rodeou a criação e a exploração da famosa “Lei Seca”, nos EUA. Buscemi interpreta Enoch “Nucky” Thompson (baseado no falecido Enoch L. Johnson), uma personagem que manipula habilmente uma boa parte da classe política americana, controlando de forma impiedosa o negócio do jogo. Num cocktail de violência e mulheres, “Nucky” opera em Atlantic City, emerso
num dia-a-dia de extorsões, contrabando e falsificações. Como tal, o surgimento desta lei de proibição apresenta-se como uma extraordinária oportunidade de negócio que ele não vai deixar escapar. Aqui poderemos acompanhar a ascensão do submundo criminoso de emigrantes italianos e irlandeses em solo americano, com o natural crescendo de violência. Como bónus, podemos ainda ver algumas das figuras mais emblemáticas das “famílias” americanas e o nascimento de “Al Capone”. A série, que já venceu os Globos de Ouro para Melhor Série Dramática e Melhor Actor Principal (Buscemi) no seu ano de estreia, prepara-se para fazer história nos próximos anos de televisão, para deleite de todos. Ficha técnica: T.O.: ‘Boardwalk Empire’ | PRODUÇÃO: HBO | ELENCO: Steve Buscemi, Michael Pitt, Kelly MacDonald, Michael Shannon e Paz de la Huerta | CRIAÇÃO: Terence Winter | ARGUMENTO: Terence Winter | GÉNERO: Drama, Acção | PORTUGAL: Por definir
Fevereiro 2011 | tvPRIME
17
por Hugo Pagani
18 tvPRIME | Fevereiro 2011
Š Gaye Gerard / Paramount
perfil
J.J. ABRAMS Quando falamos de Jeffrey Jacob Abrams, mais conhecido como J. J. Abrams, lembramo-nos de algumas das séries mais emblemáticas dos últimos anos, como é o caso de ‘A Vingadora’ ou ‘Lost – Perdidos’. Nascido em Nova Iorque a 27 de Junho de 1966, Jeffrey Jacob Abrams cedo revelou a sua paixão pelo cinema, ao gravar filmes de super 8mm com apenas oito anos. Abrams é um inventivo argumentista e produtor de televisão, que recentemente se tornou também realizador, criando algumas das séries mais vistas da televisão, bem como alguns dos maiores blockbusters dos últimos anos.
» Fevereiro 2011 | tvPRIME
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perfil A sua carreira começou de forma nefasta, ao escrever o argumento de ‘Milionário Instantâneo’, em 1990, e ‘O Regresso de Henry’, em 91, filmes que se tornaram facilmente esquecíveis. Também foi o autor da história de ‘Eternamente Jovem’, uma comédia romântica de 1992 com Mel Gibson, que foi um hit, comparativamente com os filmes anteriores. Abrams ainda coescreveu os argumentos de ‘Armageddon’ (1998) e ‘Não Brinques com Estranhos’ (2001). A sua primeira abordagem na televisão foi com a série ‘Felicity’, onde trabalhou com o seu amigo de infância Matt Reeves, tendo durado quatro temporadas (1998-2002) e onde tinha Keri Russell e Scott Foley nos papéis principais. Mas a primeira grande marca de Abrams foi com a série ‘A Vingadora’, um drama de espiões que durou cinco temporadas e trouxe Jennifer Garner, a actriz principal, às luzes da ribalta, ressuscitando também o canal ABC, que se debatia na altura com uma verdadeira “crise” de audiências. Em 2004 surgiu o verdadeiro fenómeno, que gerou uma mudança e definiu uma nova cultura no que diz respeito a séries de
Quando ‘Lost – Perdidos’ estava no auge, Abrams decidiu aventurar-se na realização, com a terceira parte de ‘Missão: Impossivel’, que foi bem recebido pela crítica quando estreou em 2006. Mas a sua carreira como realizador teve o verdadeiro boom em 2009, com o renascimento da saga ‘Star Trek’, que foi aclamado pela crítica e pela legião de fãs, de uma das mais adoradas sagas da sétima arte. Para além da realização, Abrams trabalhou novamente com Matt Reeves, na produção do low-budget ‘Cloverfield’ (2008), um projecto que esteve envolto num secretismo absoluto (um hábito em J. J. Abrams), até a altura da sua estreia. Neste momento, Abrams tem bastantes projectos a decorrer, tanto no cinema como na televisão. Depois de ter visto a série que estreou em 2010, ‘Undercovers’, ser cancelada, Abrams volta ao ataque com ‘Alcatraz’, um drama que explora os mistérios da famosa prisão de Alcatraz, em São Francisco. No cinema, Abrams vai estrear o seu novo projecto como produtor, intitulado ‘Super 8’, no decorrer deste ano. Em 2012, conta-se com a sequela do aclamado ‘Star Trek’ e uma provável sequela de ‘Cloverfield’, numa carreira cada vez mais ocupada.
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20 tvPRIME | Fevereiro 2011
televisão. Referimo-nos a ‘Lost – Perdidos’, um thriller misterioso e envolvente que nos levou a teorizar e a venerar cada episódio no que foi uma das melhores séries da década.
flash foward por Marco António dos Reis
ESTREIA
‘EPISODES’ 22 tvPRIME | Fevereiro 2011
Ficha técnica: T.O.: ‘Episodes’ * PRODUÇÃO: Dean Devlin e John Rogers * ELENCO: Matt LeBlanc, Stephen Mangan, Tamsin Greig e John Pankow * CRIAÇÃO: David Crane e Jeffrey Klarik * ARGUMENTO: David Crane e Jeffrey Klarik * GÉNERO: Comédia * PORTUGAL: Por definir
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Estava prevista para o início de Janeiro deste ano, mas os senhores da Showtime e BBC Two decidiram antecipar a estreia... e em boa hora o fizeram!
série ‘Episodes’ estreou nos EUA, e logo com episódio duplo. Criada por David Crane – o mesmo que trouxe à televisão as séries ‘Friends’ e ‘Joey’ – e Jeffrey Klarik, a série apresentava-se com enorme potencial… e não defraudou as expectativas.
A
O primeiro episódio arrancou, como não podia deixar de ser, com a apresentação da história e dos personagens principais. E aqui, o primeiro sinal de inteligência. Os autores fizeram uma bela gestão de expectativas, apresentando apenas parte do elenco neste piloto. [Revelações] Para quem não conhece a história, um casal de autores ingleses, Beverly e Sean Lincoln (os
actores Stephen Mangan e Tamsin Greig) vencem, pelo 4º ano consecutivo, o prémio (está implícito que é um ‘BAFTA’) para melhor série do ano. São então abordados pelo excêntrico dono de uma estação televisiva americana, representado por John Pankow (o Ira de ‘Mad About You – Doido Por Ti’). O Presidente – que habilmente nunca revela a estação que comanda, embora seja clara a analogia às gigantes NBC ou ABC – convence-os a irem para Los Angeles, de modo a reescreverem-na para o público americano. Mas nem tudo é o que parece… a série vai sofrendo desvios consecutivos e hilariantes nesta americanização.
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Mas o ponto alto – por agora – dá-se no 2º episódio, com a entrada em cena de Matt LeBlanc a fazer de... Matt LeBlanc. A química entre a dupla inglesa e o actor americano, potenciada pelo texto absolutamente fantástico, revela o que poderá ser o maior rival de ‘Modern Family’ para o ano de 2011. Esta é uma comédia fresca, que combina de forma inteligente o humor inglês (mais subtil) e o americano (mais evidente). Traz também uma mistura entre personagens de ficção e uma personagem real (ainda que caricaturada). Em suma, os dois primeiros episódios auguram qualquer coisa de muito bom!
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Fevereiro 2011 | tvPRIME
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flash foward por João Costa
A
NBC precisava de dar uma nova vida ao género de super-heróis na televisão e, com o fim de ‘Heroes’ e a queda de audiências ano após ano, surgiu ‘The Cape’. Mas parece que ainda não é desta que vai conseguir recuperá-las, pois apesar de um primeiro episódio com potencial, esperava-se mais desta grande aposta televisiva, cheia de clichés do género. Vince Faraday (interpretado por David Lyons) é, aparentemente, o único bom polícia dentro de uma força
24 tvPRIME | Fevereiro 2011
policial corrupta. Na cidade, e devido à presença do vilão e serial killer Chess, muitos agentes estão a mudar-se para a ARK, uma companhia policial privada. Após alguns acontecimentos, Faraday decide que o seu lugar também é na ARK. Mas assim que encontramos o presidente da companhia, Peter Fleming, associamos de imediato a sua personagem ao vilão Chess, algo que se confirma ainda antes de Faraday começar a trabalhar para a ARK, pois o vilão revela-se e incrimina
ESTREIA
‘THE CAPE’ o protagonista dos crimes cometidos. Após dado como morto e ser acusado dos crimes, Faraday torna-se Cape, o super-herói misterioso, que era o preferido do seu filho. Tudo isto parece muito forçado para ser rápida a entrada do super-herói em cena, e são provocados alguns sorrisos, não pelos melhores motivos, mas sim porque fica claro que o argumento de Tom Wheeler precisava de mais algumas horas de trabalho.
Apesar dos fracos momentos iniciais, a história ganha outro interesse. No entanto, nunca deixa de ser bastante fraca e pouco envolvente, e as personagens também são desinteressantes e pouco desenvolvidas. ‘The Cape’ começou mal entre a crítica, mas ainda existe esperança para os próximos episódios. Contudo, esperava-se mais desta grande aposta da NBC, que fica longe dos objectivos com este primeiro episódio e, sobretudo, “não chega aos calcanhares” de ‘Heroes’.
T.O.: ‘The Cape’ | PRODUÇÃO: Universal Media Studios | ELENCO: David Lyons, Keith David, Summer Glau, James Frain, Jennifer Ferrin, Ryan Wynott, Martin Klebba, Dorian Missick, Vinnie Jones, Raza Jaffrey e Izabella Miko | CRIAÇÃO: Tom Wheeler | ARGUMENTO: Craig Titley, Bill Wheeler e Tom Wheeler | GÉNERO: Super Heróis, Acção, Aventura e Drama | PORTUGAL: Por Definir
Fevereiro 2011 | tvPRIME
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séries tv por Susana Cigano
‘Jogos Audazes’ S
Alavanca Poderosa
e, quando a série foi inicialmente transmitida nos EUA em finais de 2008, tivessem dito aos seus criadores Chris Downey e John Rogers que, em Julho de 2010, iria ser anunciada a renovação da quarta temporada de ‘Leverage’, duvido que ambos acreditassem no que lhe estavam a dizer. A verdade é que esta série, que mistura drama com crime e um pouco de mistério teve um início algo atribulado e estava, tvPRIME | Fevereiro | Fevereiro 2011 2011 6 tvPRIME 26
inicialmente, preparada para ter o final da sua história quando a primeira temporada terminasse. Porém, ‘Leverage – Jogo de Audazes’ mostrou ser uma agradável surpresa e, de acordo com a crítica, tem mantido um desempenho consistente. Mas de que trata, afinal, o enredo de ‘Leverage – Jogo de Audazes’? De um modo geral, a história gira em torno de Nate Ford, interpretado por Timothy Hutton, um homem que durante toda
a vida trabalhou para uma companhia de seguros como investigador de fraudes. Quando essa mesma companhia de seguros recusa pagar um tratamento experimental para a doença do seu filho e este acaba por falecer, Nate Ford forma e lidera um grupo de ladrões profissionais que desempenham, de uma certa forma, o papel de ‘Robin Hood’ moderno, roubando aos que enriquecem através de esquemas ilegais e
SÉRIES TV
dinheiro sujo. Para além da liderança e dos planos brilhantes de Nate Ford, podemos contar com a participação de mais quatro elementos, cada um deles com a sua área de especialização. Sophie Deveraux (Gina Bellman) e Parker (Beth Riesgraf) são os dois elementos femininos da equipa, sendo que
Sophie, uma actriz britânica, é especialista no roubo de objectos de arte e Parker tem um gosto especial em ser carteirista e abrir cofres. Resta-nos, apenas, dois elementos do grupo: Alec Hardison (Aldis Hodge) e Eliot Spencer (Christian Kane). Alec é o hacker do grupo, especialista em computadores e auto-proclamado geek,
enquanto que Eliot, numa vertente algo mais violenta, é praticante de artes marciais e especialista em armas. Em Portugal, ‘Leverage – Jogo de Audazes’ começou a ser transmitida em Março de 2009 e, actualmente, podemos assistir à sua segunda temporada todas as Quintas-feiras às 21h30 no canal AXN.
Ficha técnica: T.O.: ‘Leverage’ | PRODUÇÃO: Dean Devlin e John Rogers | ELENCO: Timothy Hutton, Gina Bellman, Aldis Hodge, Christian Kane, Beth Riesgraf | CRIAÇÃO: John Rogers, Chris Downey | ARGUMENTO: John Rogers, Chris Downey | GÉNERO: Drama | PORTUGAL: AXN
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Fevereiro Fevereiro 2011 2011 | tvPRIME | tvPRIME
SÉRI ES TV
Havai Força Especial
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awaii – Força Especial’ está prestes a estrear em Portugal, e já com uma nomeação para os Globos de Ouro, só podemos esperar algo de bom desta série. E o que podemos dizer do primeiro episódio é que foi divertido e tem um bom elenco (especialmente a parte secundária). Não é revolucionário, mas serve de forma excelente para entretenimento depois de mais um dia de trabalho. O elenco é liderado por Alex O’Loughlin, que interpreta a personagem de Steve McGarret,
um homem cujo pai foi assassinado e concordou em ser o líder de uma equipa formada pelo governador do Hawaii, sendo o objectivo apanhar os maiores criminosos da cidade. No entanto, o grande destaque é Scott Caan, que faz um trabalho notável como o sarcástico e sempre mal-humorado Danny Williams. Os outros membros da equipa são Chin Ho Kelly (Daniel Dae Kim), o polícia acusado injustamente de corrução, e Kono Kalakaua (Grace Park), que é polícia, ama o surf e é prima de Chin Ho. Ambos estão
sempre a provocar-se e a entrar em brigas, mas acabam por se dar bem. As cenas de acção são muito boas e bem coreografadas, e todo o elenco demonstra um grande trabalho. A série é muito divertida, tem grandes momentos de acção e uma boa história. Não há nada aqui que não se goste, mas, como já disse, não é revolucionário, servindo apenas como uma hora de excelente entretenimento. Texto Por João Costa
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T.O.: ‘Hawaii Five-O’ | PRODUÇÃO: Kurtzman Orci Paper Products em associação com 101st Street Productions e CBS Productions | ELENCO: Alex O’Loughlin, Scott Caan, Daniel Dae Kim e Grace Park | CRIAÇÃO: Leonard Freeman | ARGUMENTO: Leonard Freeman | GÉNERO: Crime, Acção | PORTUGAL: 3 Fevereiro, na FOX
SÉRIES TV
Lie to Me 3ª Temporada
«A verdade está escrita nas nossas caras» – é o mote para esta série. Vista pela crítica como uma “lufada de ar fresco” nas séries criminais, a verdade é que ‘Lie To Me’ prima pelo conceito. O caso real do Dr. Paul Elkman é a inspiração para uma série sobre a verdade, a mentira e as formas de as distinguir. Cal Lightman, interpretado por Tim Roth, é um especialista em detectar mentiras, uma espécie de “polígrafo humano” que, através de expressões corpo-
rais, consegue perceber a verdade por detrás das palavras. Em conjunto com Gillian Foster (Kelli Williams), Eli Loker (Brendan Hines) e Ria Torres (Monica Raymund) constitui uma equipa especial do Lightman Group. O objectivo é o de combater o crime, mas o método é inovador. Já na terceira temporada, o seu trabalho continua e é posto à prova pelas relações que se vão estabelecendo entre os membros. Fora da empresa, a vida de Cal complica-se quando
aplica os seus conhecimentos sobre mentiras à sua filha adolescente. Não perca a oportunidade de aprender a descobrir as mentiras que lhe contam, dia 23 de Fevereiro às 22h20, na Fox. A partir daí, acompanhe o Lightman Group todas as quartas à mesma hora. Texto Por Rita da Nova
T.O.: ‘Lie To Me’ | PRODUÇÃO: 20th Fox Television | ELENCO: Tim Roth, Kelli Williams, Brendan Hines, Monica Raymund | CRIAÇÃO: Samuel Baume | ARGUMENTO: Samuel Baume | GÉNERO: Drama/ Crime | PORTUGAL: Fox
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séries de culto por Sara Karim
Las Vegas Miami Nova Yorque O fenómeno ‘CSI’, que conta com dois spin-offs, é já uma referência no que toca a séries policiais.
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T6: TM & © 2010 CBS Studios Inc. All Rights
Estreou em 2000, nos Estados Unidos, e mantém-se até hoje com novas temporadas em canais por todo o Mundo.
vertentes da série ‘CSI’.
Misturando a complexidade dos vários crimes com um lado mais dramático e sensível, ao juntar as próprias vidas dos investigadores, as séries ‘CSI: Las Vegas’, ‘CSI:Miami’ e ‘CSI: Nova Iorque’ continuam a acompanhar os seus espectadores com novos crimes, novas tecnologias e novos dramas.
Em todas as séries de ‘CSI’, as personagens mantêm-se. Os fãs podem seguir a equipa de Las Vegas com Gil Grissom (William Petterson) e Catherine Willows (protagonizada por Marg Helgenberger) desde 2000, assim como é possível focarem-se no carismático Horatio H. Cane (David Caruso) e na sua equipa especializada, desde 2002, na série de Las Vegas. A manutenção do elenco poderá constituir-se como um ponto forte da série, permitindo uma certa continuidade e proximidade com os espectadores.
Em 2011 estreia no AXN a 10ª temporada de ‘CSI: Las Vegas’. O canal passa ainda a 7ª temporada da série de Nova Iorque e a 8ª temporada de ‘CSI: Miami’. Já a Fox Crime está um pouco mais atrasada nas temporadas, passando, contudo, as três
‘CSI: Nova Iorque’, criada em 2004, representa uma série mais sombria e mais sangrenta do que qualquer uma das anteriores, mas a determinação dos especialistas forenses na descodificação dos crimes é uma constante e liga-a ao
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SÉRIES DE CULTO
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streou em 2000, nos Estados Unidos, e mantém-se até hoje com novas temporadas em canais por todo o Mundo. O fenómeno ‘CSI’, que conta com dois spin-offs, é já uma referência no que toca a séries policiais.
SÉRIES DE CULTO
‘CSI: Las Vegas’ e ao ‘CSI: Miami’. Através das mais variadas técnicas, desde a medicina legal à balística, as várias equipas tentam compreender os crimes, analisando o mais pequeno detalhe e tendo sempre como objectivo a construção de um puzzle que revele as circunstâncias do crime e as razões do criminoso. As equipas do CSI têm ainda em conta as vítimas, procurando fornecer-lhes o máximo de paz de espírito possível, dadas as circunstâncias.
um lugar privilegiado no que toca a séries de culto. Nos EUA, esta é transmitida pela CBS, em Portugal podemos ver as três vertentes de ‘CSI’ na Fox Crime ou no AXN, transmitidas regularmente em ambos os canais. Quer seja em Miami, Las Vegas ou Nova Iorque, os crimes continuarão a acontecer e poderemos contar com estas equipas altamente especializadas do ‘CSI’ para os desvendar e dar-nos a tranquilidade de “mais um crime resolvido”.
O fenómeno ‘CSI’, ao fim de quase 11 anos de existência, dá provas da sua versatilidade e promete continuar a ocupar T6: TM & © 2010 CBS Studios Inc. All Rights
Ficha técnica: T.O.: ‘CSI: Crime Scene Investigation’ | PRODUÇÃO: CBS Televison Studios | ELENCO: Laurence Fishburne, Marg Helgenberger e George Eads | CRIAÇÃO: Ann Donahue e Anthony E. Zuiker | GÉNERO: Policial, Drama | PORTUGAL: FOX Crime (6ª Temporada) e AXN (10ª Temporada) T.O.: ‘CSI: Miami’ | PRODUÇÃO: CBS Televison Studios | ELENCO: David Caruso, Emily Procter e Adam Rodriguez | CRIAÇÃO: Ann Donahue, Carol Mendelsohn e Anthony E. Zuiker | GÉNERO: Policial, Drama | PORTUGAL: FOX Crime (6ª Temporada)
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capa Texto por Rita da Nova
Donas de Casa
Desesperada Estão de volta com novas personagens, novas conspirações... e o “velho” desespero! O “desespero” continua! Criada em 2004, a série ‘Donas de Casa Desesperadas’ já nos habituou a mistérios e constantes revelações a cada temporada. Desde essa altura que acompanhamos as vidas de Bree Van de Kamp (Marcia Cross), Susan Mayer (Teri Hatcher), Lynette Scavo (Felicity Huffman) e Gabrielle Solis (Eva Longoria), que só aparentemente são donas de casa convencionais. Se não as conhece, nós apresentamo-
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-las sucintamente. Bree é uma mulher conservadora e perfeccionista, que depois da morte do marido embarca numa busca obcecada pela vida perfeita que julga ter tido outrora. Susan é o seu oposto – uma mãe solteira trapalhona e desajeitada, que encontra em Mike Delfino uma nova oportunidade para a sua vida amorosa. Romance é coisa que não falta a Lynette Scavo, casada com Tom. Tendo deixado a sua promissora carreira para tomar conta
as
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T.O.: ‘Desperate Housewives’ « PRODUÇÃO: Cherry Alley Productions, Cherry productions, Touchstone Television e ABC Studios « ELENCO: Marcia Cross, Teri Hatcher, Felicity Huffman e Eva Longoria « CRIAÇÃO: Marc Cherry « ARGUMENTO: Marc Cherry « GÉNERO: Comédia/ Drama « PORTUGAL: Fox Life
dos filhos, esta dona de casa debate-se constantemente entre a vida profissional e familiar. E, por fim, temos Gabrielle. Ex-modelo, habituou-se à vida luxuosa que o seu marido lhe proporciona. O cenário idílico desaparece quando é confrontada com uma gravidez indesejada. Poderia desde já dizer-se que ‘Donas de Casa Desesperadas’ é uma série dedicada a mulheres, mas pode afirmar-se que tem vindo a conquistar um amplo público masculino, atraído pelo misto de mistério e comédia que caracteriza os episódios. Já na sétima temporada, a vida em Fairview está longe de perder o interesse. Quais são, então, os desenvolvimentos mais importantes que a série de Marc Cherry nos traz?
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Depois de muitos danos causados, seguidos de uma ausência prolongada, Paul Young está de volta à vida em Wisteria Lane. E não regressa sozinho, fazendo-se acompanhar da sua misteriosa esposa, Beth (Emily Bergl). Ocupa a casa de Susan e Mike, forçados a mudarem-se por questões financeiras para um apartamento alugado. Contudo, este não é o único novo morador na rua mais desesperada da televisão. Depois de Angie Bolen, há uma nova dona de casa no bairro. Vanessa Lynn Williams, que conhecemos de ‘Betty Feia’, é a mais recente aquisição do elenco. Juntamente com Bree e um novo personagem masculino, protagonizará um dos principais triângulos amorosos da temporada.
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E por falar em Bree, antigos segredos serão revelados e, alguns, afectarão profundamente a família Solis. Outro drama familiar desenrola-se na casa dos Scavo, que já esperam o quinto filho. Nesta temporada não deixaremos de contar com o drama habitual, pontuado com uma ironia muito particular desta série. Uma aposta na constante renovação de elenco e em histórias paralelas que prendem o espectador ao longo de várias temporadas, faz de ‘Donas de Casa Desesperadas’ um dos maiores sucessos dos nossos tempos. Recorde-se que a série já venceu sete Emmy Awards e três Golden Globes. Dramas, traições, mortes, confrontos, paixões, crimes… Quem disse que a vida de uma dona de casa é aborrecida? A estreia está marcada na Fox Life, dia 28 de Fevereiro às 22h15, com novos episódios todas as segundas-feiras à mesma hora.
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séries tv Texto por Filipa de Lima
FOI ASSIM QUE
ACONTECEU A
história de como Ted Mosby conheceu a mãe dos seus filhos continua com a sexta temporada de ‘Foi assim que aconteceu’, que estreou em 2010. Desde 2005 que Ted Mosby narra a sua vida e a dos seus quatro amigos Barney Stinson, Lily Aldrin, Marshall Eriksen e Robin Scherbatsky, em Nova Iorque. A quinta temporada terminou com o episódio ‘Dopplegangers’, em que, mais do que uma
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referência aos cinco sósias do grupo, é uma retrospectiva da evolução de cada uma das personagens. Ted, um arquitecto em início de carreira com grandes sonhos, que também procura incansavelmente a sua alma gémea. Barney, um empresário de sucesso confiante nas suas conquistas do sexo oposto, mas que finalmente se deixou conquistar pelo amor por Robin, que acabou por não resultar. Robin, uma mulher independente
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Copyright T6: © 2010 Twentieth Century Fox Film
que procura singrar na sua carreira como jornalista, mas que desta vez põe o amor em primeiro lugar quando recebe uma proposta de trabalho em Chicago, que recusa para ficar em Nova Iorque com Don, seu colega e namorado, que recebendo a mesma proposta a aceita imediatamente. E Lily e Marshall, a imagem do casal perfeito. Na sexta temporada, os resultados deste crescimento fazem-se ver. Ted encontra um novo amor, mas será este ‘a tal’ que tanto procura? Barney deixa de lado a sua postura indiferente aos sentimentos e mostra-se pronto a conhecer o seu pai. Robin assume
mais naturalmente a sua faceta emocional, recuperando histórias do passado. E Lily e Marshall finalmente receberam o sinal divino que procuravam para tentarem ter o seu primeiro filho. Mas as mudanças nunca são pacíficas e lineares, muito menos as que ocorrem dentro de nós. Para isso é bom contar com os amigos, e no meio de peripécias e de tentativas de ajuda mais ou menos bem sucedidas, este cinco amigos continuam inseparáveis, cinco anos após o primeiro episódio da sitcom da CBS.
T.O.: How I Met Your Mother | Produção: Carter Bays, Pamela Fryman, Rob Greenberg, Craig Thomas Criação: Carter Bays, Craig Thomas | Elenco: Josh Radnor, Alyson Hannigan, Jason Segel, Cobie Smulders e Neil Patrick Harris | Género: Comédia/ Romance | Portugal: Foxlife Fevereiro 2011 | tvPRIME
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séries tv Por Carla Guerreiro Santos
...Salvem a líder da cla
a Série, aclamada pela crít na cerimónia internacional de volta com os seus sup uma segunda temporada c 40 tvPRIME | Fevereiro 2011
HEROES...
aque, salvem o mundo
tica e duas vezes nomeada l dos Globos de Ouro, está per-heróis favoritos, para com o nome ‘generations’. Fevereiro 2011 | tvPRIME
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T. O.: ‘Heroes’ | Produção: Tim Kring, Dennis Hammer, Allan Arkush e Greg Beeman | Criação: Tim Kring | Elenco: Milo Ventimiglia, Santiago Cabrera, David Anders, Kristen Bell, Jack Coleman, Dana Davis, Noah Gray-Cabey, Greg Grunberg, Ali Larter, James Kyson Lee, Masi Oka, Hayden Panettiere, Adrian Pasdar, Zachary Quinto, Sendhil Ramamurthy, Leonard Roberts e Cristine Rose | Argumento: Mark Neveldine, Brian Taylor | Género: Drama, Ficção Científica, Suspense | Portugal: Setembro de 2007, Segunda Temporada no MOV
A primeira temporada de ‘Heroes’, série que estreou na NBC Universal Television em Setembro de 2006, chegou por fim ao canal MOV no dia 18 de Janeiro deste ano, e agora, um mês depois, estreia a segunda temporada, intitulada ‘Generations’ (‘Gerações’). Projectada à semelhança das histórias das bandas desenhadas, a série gira em torno de pequenas narrativas sobre as várias personagens que serão um pano de fundo para “a grande acção global da série”. É-nos mostrada a forma como os super-heróis se adaptam às suas habilidades e os efeitos que produzem nas suas vidas. Entre eles destacam-se Peter Petrelli (Milo Ventimiglia), o enfermeiro altruísta que tem o “dom” de absorver os poderes dos outros, e Claire Bennet (Hayden Panettiere), uma jovem cheerleader, cuja capacidade de se regenerar automaticamente desperta grande interesse em alguns vilões da série, entre eles o terrível e monstruoso Sylar (Zachary Quinto), que possui um dom semelhante ao de Peter, só que para absorver os poderes tem de matar. A primeira temporada, designada como ‘Primeiro volume’ intitulado “Genesis”, tem, por outro lado, várias pessoas comuns que investigam as origens e extensão destas habilidades, como Mohinder Suresh (Sendhil Ramamurthy), um geneticista que continua a pesquisa do seu falecido pai sobre tais dons, enquanto Noah Bennet (Jack Coleman), pai de Claire, representa uma organização secreta conhecida apenas como a “Companhia”, a qual procura ajudar as pessoas quando descobrem as
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suas habilidades, e assim minimizar possíveis consequências catastróficas (embora por detrás tenha um objectivo bem mais obscuro). Interessantes são os encontros casuais (ou se calhar não tão casuais) que as personagens têm umas com as outras, sem saberem que os seus destinos estão interligados. Na primeira temporada, que contou com 23 episódios, a trama começa com Isaac Mendez (Santiago Cabrera), um pintor com capacidade de desenhar o futuro e que ao fazê-lo prevê uma explosão nuclear em Nova Iorque. É apenas com o juntar de forças dos vários super-hérois que se poderá impedir esta catástrofe, desde o poder de Matt Parkman (Greg Grunberg), polícia de Los Angeles com o dom de ler as mentes das pessoas, ao de Niki Sanders (Ali Larter), uma stripper de Internet com um problema de transtorno dissociativo de identidade e superforça, de Micah Sanders (Noah Gray-Cabey) filho de Niki que tem o poder de comunicar com máquinas, ao simpático e aparentemente “inadaptado” Hiro Nakamura (Masi Oka), que se mostra um verdadeiro mestre na manipulação do tempo e espaço, e, por fim, de Nathan Petrelli (Adrian Pasdar), um político e candidato ao Congresso com a habilidade de voar, irmão de Peter e o mais céptico de todos, o único que não quer ou prefere não acreditar na sua habilidade. Esta segunda temporada, que tem apenas 11 episódios devido à greve dos roteiristas em 2007, conta-nos o que aconteceu depois da explosão, mas centra-se na actividade da “Companhia”, nas suas pesquisas
sobre o vírus Shanti e as suas possibilidades. Desta vez, os Heróis juntam-se uma vez mais para tentar impedir o lançamento deste vírus mortal e evitar, consequentemente, uma pandemia global. Será que vão conseguir? Apesar do seu cancelamento em Fevereiro de 2010, ‘Heroes’ foi um grande fenómeno. A primeira temporada, que conta com 23 episódios, garantiu nos Estados Unidos uma média de 14,3 milhões de telespectadores por episódio, o que valeu à NBC a audiência mais alta de uma série dramática em cinco anos, enquanto a segunda temporada atraiu uma média de 13,1 milhões de espectadores. Tendo em conta o seu grande sucesso, foi feita uma extensão da série na Internet a 19 de Janeiro de 2007, designada ‘Heroes 360 Experience’, posteriormente renomeada como ‘Heroes: Evolutions’, criada para explorar o universo destes super-heróis e fornecer informações sobre a mitologia da série, à qual, enquanto série de Sci-fi, foram incluídos vários elementos de ficção científica, tais como a “Companhia”, a lenda de Takezo Kensei, as pinturas futuristas, o vírus Shanti, a revista de banda desenhada ‘9th Wonders’, entre outros. ‘Heroes’ estreou em Portugal em Setembro de 2007 no canal FOX, já tendo sido emitida a 4ª temporada. Agora passa pelo canal MOV, todos os dias, de segunda a sexta, às 20.50h, com o início da segunda temporada marcado para 18 de Fevereiro.
séries tv por Joana Isabel Carreto
Vem aí a 2ª temporada de
‘Regras do Jogo’
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SÉRIES TV
A
2ª temporada de ‘Regras do Jogo’ estreou, na AXN, no passado dia 14 de Janeiro. Esta série de comédia fala acerca das várias fases pelas quais se passa numa relação amorosa, vistas pelos olhos de Adam (Oliver Hudson) e Jennifer (Bianca Kajlich), que estão prestes a casar; Jeff (Patrick Warburton) e Audrey (Megyn Price), que estão casados há já muito tempo; e Russell (David Spade), um solteiro que não pretende deixar de o ser. Esta série de humor mostra-nos assim que as relações entre namorados/casados dificilmente são lineares, dado que todos os casais passam por altos e baixos, momentos
melhores e piores. No entanto, nada como passar por uma relação para realmente perceber isto. Esta 2ª temporada começa por parecer o desvanecimento da paixão na relação entre Jeff e Audrey, dado que estes decidem dormir em quartos separados, devido ao problema do ressonar de Jeff. Audrey sente-se feliz pois encontra assim uma maneira de descansar. Jeff, por sua vez, sente-se como se já nem casado estivesse! É com este problema que se desenrola o 1º episódio e, por conseguinte, toda a 2ª temporada.
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56 THE FIGHTER O ÚLTIMO ROUND
67 ÓSCARES 2011
76 TRON O LEGADO
CINEMA
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»»ESTREIAS 3.FEV
CISNE NEGRO (CLMC)
GREEN HORNET 3D (CTW)
SECRETARIAT (ZON)
CASINO JACK - O DINHEIRO DOS OUTROS (ZON)
O DISCURSO DO REI (ZON)
SEXO SEM COMPROMISSO (ZON)
OUTLANDER - A VINGANÇA (ZON)
SANCTUM (3D)
SOMEWHERE ALGURES (PRIS)
BUDAPESTE (CLMC)
10.FEV
THE FIGHTER - ÚLTIMO ROUND (VCM)
17.FEV
INDOMÁVEL (ZON)
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»
ESTREIAS««
17.FEV
24.FEV
DESPOJOS DE INVERNO (ZON)
127 HORAS (CLMC)
O DILEMA (ZON)
BLUE VALENTINE - SÓ TU E EU (ZON)
GNOMEU E JULIETA (ZON)
MANHÃS GLORIOSAS (ZON)
SOU O NÚMERO QUATRO (ZON)
MARÇO
CARLOS (ZON)
ÉPOCA DAS BRUXAS (PRIS)
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RED CARPET
SECRETARIAT
03 FEV. T.O.: ‘Secretariat’ REALIZAÇÃO: Randall Wallace ELENCO: Diane Lane, John Malkovich, Scott Glenn e James Cromwell ARGUMENTO: Mike Rich Género: Drama, Desporto Distribuição: ZON Lusomundo
‘Secretariat’ chega a Portugal já este mês e os motivos para uma ida ao cinema que o filme nos oferece não podiam ser melhores. Produzido pela Walt Disney Pictures, o filme é realizado por Randall Wallace (realizador de ‘We Were Soldiers’ e argumentista de ‘Braveheart’) e protagonizado por Diane Lane e John Malkovich.
carismático treinador, Penny vai ser a responsável pela ascensão de Secretariat, um cavalo pouco prometedor que acaba por vencer a Tripe Crown.
Chamado por muitos como «O Sonho Possível de Diane Lane», devido à sua história real e à excelente prestação da actriz como Penny Chenery, ‘Secretariat’ tem A história de ‘Secretariat’ (baseada tudo para ser um filme emocionante em factos reais) fala-nos de Penny e inspirador para ver em família. Chenery (Diane Lane), uma dona de Resta esperar por 3 de Fevereiro, casa que decide entrar no negócio data de estreia nacional, para da família, as corridas de cavalos, descobrir se consegue corresponder após a morte do seu pai, apesar da às expectativas. falta de conhecimento que tinha sobre o assunto. Contra todas as expectativas, e com a ajuda de Lucien Laurin (John Malkovich), um TEXTO POR JOÃO COSTA
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T.O.: ‘The Dilemma’ REALIZAÇÃO: Ron Howard ELENCO: Channing Tatum, Jennifer Connelly, Kevin James, Vince Vaughn e Winona Ryder ARGUMENTO: Allan Loeb Género: Comédia Distribuição: ZON Lusomundo
Quão longe vamos pelo nosso melhor amigo? É a questão que o novo filme de Vince Vaughan e Kevin James coloca ao contar a história de dois amigos que enfrentam momentos críticos nas suas vidas. Ronny, o “solteirão”, e Nick, o “bem casado” são os melhores amigos desde a faculdade e entram agora numa parceria numa empresa de design, onde adoptam um projecto que se revela a oportunidade de uma vida. A confiança é, então, um elemento-chave para o sucesso destes dois amigos e juntamente com a namorada de Ronny e a mulher de Nick, prevêem-se grandes conquistas. A reviravolta dá-se quando Ronny vê Geneva, a mulher de Nick, a beijar outro homem. Ronny tenta encontrar explicações para o sucedido e, ao
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O DILEMA
24 FEV. mesmo tempo, procura também a melhor maneira de contar ao seu amigo, tendo em conta que este se encontra totalmente embrenhado no seu projecto. Este é, então, o dilema: Ronny divide-se entre contar a Nick o que viu e pôr em causa um trabalho que poderá lançar a sua empresa ou esperar por um timing melhor, realizar o negócio e só depois revelar a verdade. ‘O Dilema’ mostra-nos a dificuldade de dizer a verdade a quem gostamos, principalmente se os nossos próprios interesses estiverem envolvidos! Vince Vaughan e Kevin James são dois actores que já se revelaram um must have em várias comédias, resta saber se juntos formam uma boa equipa e se conseguem elevar o nível de boa disposição. TEXTO POR SARA KARIM Fevereiro 2011 | tvPRIME
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BLUE VALENTINE
24 FEV. T.O.: ‘Blue Valentine’ REALIZAÇÃO: Derek Cianfrance ELENCO: Ryan Gosling, Michelle Williams e John Doman ARGUMENTO: Derek Cianfrance, Cami Delavigne, Joey Curtis GÉNERO: Drama, Romance
DISTRIBUIÇÃO: ZON Lusomundo
‘Blue Valentine’, um drama romântico que conta com Ryan Gosling e Michelle Williams nos principais papéis, estreou pela primeira vez no festival de Sundance do ano passado, acabando por ganhar o
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Prémio do Júri. Passou ainda pelo Festival de Cannes e de Toronto, tendo sido considerado por muitos como um dos melhores filmes do ano. Esta é uma história de amores perdidos e de amores encontrados, de momentos que passam e que são recordados, quando um casal (Dean e Cindy) decide tentar salvar o seu casamento, num retrato cru e cativante.
O estúdio decidiu recorrer desta decisão, alegando que uma classificação para maiores de 17 iria decerto prejudicar o sucesso deste filme. Em Dezembro, a MPAA acabou por reconsiderar a classificação para R (menores de 17 têm que ser acompanhados por um adulto).
A realização foi da responsabilidade do estreante Derek Cianfrance, que anteriormente realizou algumas curtas-metragens e alguns documentários de televisão. O argumento foi escrito também por Cianfrance, juntamente com Cami Delavigne e Joey Curtis.
TEXTO POR HUGO PAGINI
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‘Blue Valentine’ foi alvo de alguma polémica depois de ter obtido a classificação de NC-17 (restrito a menores de 17), devido a uma sequência psicologicamente mais forte.
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SEXO SEM COMPROMISSO
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T.O.: ‘No Strings Attached’ REALIZAÇÃO: Ivan Reitman ELENCO: Ashton Kutcher, Cary Elwes, Lake Bell, Kevin Kline, Olivia Thirlby e Natalie Portman ARGUMENTO: Elizabeth Meriwether Género: Comédia/Romance Distribuição: ZON Lusomundo
‘Sexo sem Compromisso’ é uma comédia romântica que conta com a participação, nos papéis principais, de Ashton Kutcher e Natalie Portman (recentemente nomeada Melhor Actriz, na categoria Drama, com ‘Black Swan’). O filme, realizado por Ivan Reitman (‘Gostbusters’ e ‘Up in the Air’) e escrito por Elizabeth Meriwether, conta-nos a história de dois melhores amigos, Emma (Portman) e Adam (Kutcher), que um dia decidem fazer sexo. Para manterem a sua amizade, fazem um pacto e iniciam uma amizade “colorida” sem obrigações e exigências, que os coloca numa situação mais complicada do que parecia. Conseguirão manter uma relação “casual”? Ou será o fim da sua amizade? Uma história dos nossos dias, emergente de uma sociedade fundada na necessidade de uma carreira profissional e em encontros efémeros, onde é cada vez mais difícil manter um relacionamento. O elenco conta ainda com Cary Elwes (‘Glory’), Kevin Kline (‘Wild Wild West’), Lake Bell (‘It’s Complicated’) e Olivia Thirlby (‘Juno’) e tem estreia marcada para o dia 10 de Fevereiro, em Portugal.
TEXTO POR CARLA GUERREIRO SANTOS
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T.O.: ‘Somewhere’ REALIZAÇÃO: Sofia Coppola ELENCO: Benicio Del Toro, Elle Fanning, Chris Pontius e Stephen Dorff ARGUMENTO: Sofia Coppola Género: Drama Distribuição: PRIS Audiovisuais
‘Algures’ é o mais recente filme de Sofia Coppola, afastada da realização desde 2006, que nos mostra a vida de um famoso actor de Hollywood, Johnny Marco (Stephen Dorff). Uma vida recheada de mulheres, festas e álcool, mas vazia de sentido e objectivos. Johnny vive no Chateau Marmont, um local conhecido de Los Angeles frequentado por celebridades de Hollywood, onde passa a maior parte do tempo sozinho, a beber cerveja, a vaguear com o seu Ferrari e a tomar comprimidos. Porém, quando a sua filha Cleo, de 11 anos, é deixada pela mãe à porta do quarto de hotel de Johnny, as coisas mudam. Pai e filha desenvolvem um relacionamento que não existia.
17 FEV. Por entre os pequenos momentos entre ambos, as tardes a jogar Guitar Heroe, as partidas de pingue-pongue, a ida a Roma para a entrega de um prémio a Johnny, um dia inesquecível na piscina, momentos que escorrem com um realismo que nos recorda os filmes sem acção da Nouvelle Vague, nasce uma forte cumplicidade entre Cleo e Johnny. Mas mais que isso, é com este novo relacionamento que Johnny se apercebe da necessidade de reavaliar a sua vida leviana e de excessos e de mudar o seu comportamento. ‘Algures’ mostra-nos precisamente como a entrada de uma pessoa na nossa vida pode provocar a mudança de que tanto precisávamos e que muitas vezes não sabíamos precisar. ‘Algures’ tem data prevista de estreia em Portugal a 17 de Fevereiro de 2011. TEXTO POR CARLA GUERREIRO SANTOS Fevereiro 2011 | tvPRIME
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SOMEWHERE - ALGURES
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THE FIGHTER
10 FEV. T.O.: ‘The Fighter – Último Round’ REALIZAÇÃO: David O. Russell ELENCO: Mark Wahlberg, Christian Bale e Amy Adams ARGUMENTO: Scott Silver, Paul Tamasy GÉNERO: Biográfico, Drama DISTRIBUIÇÃO: Valentim de Carvalho Multimédia
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‘The Fighter – Último Round’ é um filme biográfico centrado na vida do boxeur profissional “Irish” Micky Ward, interpretado por Mark Wahlberg, no seu difícil trajecto até tornar-se campeão mundial de pesos leves.
amizade com Micky Ward, bem como às similaridades das suas origens, e por considerar Micky um herói local, lutou contra todas as probabilidades.
Micky Ward, apesar de ser um pugilista batalhador viveu sempre na sombra do seu irmão, que tem a sua possibilidade de redenção ao regressar ao mundo do pugilismo como treinador de Micky.
Inicialmente, o papel de Dicky Eklund era para ter sido interpretado por Brad Pitt ou Matt Damon, mas devido a conflitos de agenda, ambos tiveram que recusar. Wahlberg acabou por oferecer o papel a Christian Bale, que teve de perder bastante peso (à imagem do que sucedeu em ‘O Maquinista’) devido à dependência das drogas que Eklund enfrentou.
Para que a sua interpretação fosse a mais verdadeira possível, Para isso ele conta com a ajuda possibilitando um maior realismo do seu meio-irmão, Dicky Eklund, nos hábitos e maneirismos do interpretado por Christian Bale, pugilista, Micky esteve sempre uma antiga lenda do pugilismo presente nos bastidores, tendo que desperdiçou os seus talentos vivido temporariamente com o ao envolver-se no mundo do crime seu irmão na casa de Wahlberg, e das drogas. durante a fase de pré-produção.
Esta é uma história verídica e inspiradora de dois irmãos que, contra todas as expectativas, se aproximam com o objectivo de ganhar o título mundial de pesos leves, acabando por redimir os seus passados e dar finalmente à sua cidade o orgulho que esta tanto espera. Este projecto interessou bastante a Mark Wahlberg devido à sua
‘The Fighter – Último Round’ é um filme aclamado pela crítica e que muito certamente vai estar entre os nomeados na próxima edição dos Óscares.
TEXTO POR HUGO PAGINI
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INDOMÁVEL 17 FEV. T.O.: ‘True Grit’ REALIZAÇÃO: Joel Coen e Ethan Coen ELENCO: Jeff Bridges, Matt Damon, John Brolin e Haille Steinfeld ARGUMENTO: Joel Coen, Ethan Coen e Charles Portis Género: Western/acção Distribuição: ZON Lusomundo
Depois de ‘Este País Não É Para Velhos’, ‘Destruir Depois de Ler’ e ‘Um Homem Sério’, Joel e Ethan Coen voltam ao grande ecrã com ‘Indomável’, um remake do filme de 1969 que conta com a participação de John Wayne. Em ‘Indomável’, na versão dos Irmãos Coen, contamos com a presença de Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin nos papéis principais, assim como de Hailee Steinfeld, uma estreante que interpreta uma rapariga de 14 anos que pretende vingar a morte do seu pai. O filme conta a história de Mattie Ross (Hailee Steinfeld), cujo pai foi morto por um assassino contratado e do qual Mattie deseja vingar-se. A rapariga contrata um U.S. Marshall (Jeff Bridges) para que este a ajude nesta campanha de vingança e acompanha-o ao longo de todas as aventuras e desventuras em busca do assassino. A história passa-se no Oeste dos EUA e foi criada por Charles Portis. A Mattie Ross e a Reuben J. “Rooster” Cogburn (o U.S. Marshall contratado) junta-se um Ranger do Texas (protagonizado por Matt Damon), que procura também, por razões pessoais, o assassino do pai de Mattie.
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Este improvável trio segue viagem e proporciona uma série de peripécias que prometem antever uma história marcante e, ao mesmo tempo, cheia de acção, como é já típico dos filmes de Ethan e Joel Coen. Ao contrário do que se possa pensar, que ‘Indomável’ será uma mera versão recente do filme protagonizado por John Wayne em 1969 e que contava também com participações de Dennis Hopper e Robert Duvall, ‘Indomável’ tem apenas em comum com o seu anterior filme a base da história. Os realizadores explicam que o seu filme está, de certa forma, mais fiel à história criada por Charles Portis, ao contrário do ‘True Grit’ (em português ‘A Velha Raposa’) de John Wayne, que apenas se baseia ligeiramente na obra de Portis. Assim, espera-se um filme inovador que, apesar de poder ser classificado como um remake, não será, certamente, uma cópia do seu antecessor, mas antes uma nova abordagem da história aliada ao génio tanto dos irmãos Coen como do elenco de luxo. TEXTO POR SARA KARIM
03 FEV. T.O.: ‘The Green Hornet’ REALIZAÇÃO: Michel Gondry ELENCO: Seth Rogen, Jay Chou, Christopher Waltz, Cameron Diaz e Tom Wilkinson Género: Acção / Comédia / Crime Distribuição: Columbia TriStar Warner
Falar de ‘Green Hornet’ é recuar até aos anos 30 e perceber o impacto que esta criação de George W. Trendle e Fran Striker teve no público, que rapidamente tornou este programa num dos mais bem sucedidos da história radiofónica americana. Digo radiofónica porque as aventuras do vigilante nocturno Green Hornet, a persona do jornalista Britt Reid, começaram por ser divulgadas na rádio, mas o seu sucesso foi tão grande que, apenas quatro anos depois da sua estreia, esta criação começou a ser apresentada no cinema em formato de curta-metragem. Além da rádio, e de pequenas aparições no cinema, também a banda desenhada e a televisão fizeram parte da longa vida que Green Hornet já tem, portanto é de
estranhar que esta saga não tenha chegado ao cinema mais cedo, mesmo que já tenham existido tentativas para isso desde os anos 90. Mas com tantas histórias por onde pegar, todas elas com pequenas particularidades, vai ser interessante ver que pedaços foram adaptados por Seth Rogen e Evan Goldberg nesta nova versão de ‘Green Hornet’, interpretada pelo próprio Rogen e ainda com Jay Chou, no papel do fiel Kato, Christopher Waltz e Cameron Diaz, com realização de Michel Gondry (‘O Despertar da Mente’).
TEXTO POR MARCO ALMEIDA Fevereiro 2011 | tvPRIME
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GREEN HORNET
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O DISCURSO DO REI 10 FEV. ‘O Discurso do Rei’ é um filme baseado na história verídica do Rei George VI de Inglaterra (Colin Firth), que é ajudado por um fonoaudiólogo australiano, Lionel Logue (Geoffrey Rush), a superar o seu problema de disfemia. Após a morte do seu pai, o Rei George V, e a abdicação ao trono do seu irmão, Rei Edward VIII (Guy Pearce), para esposar uma mulher divorciada, facto considerado um escândalo naquela altura, o Princípe Albert, Duque de York, torna-se Rei George VI. Devido ao seu problema de gaguez, o Rei possuía um grande medo de falar em público e após o seu discurso de encerramento na British Empire Exhibition, em Wembley, no dia 31 de Outubro de 1925, ter sido uma verdadeira provação tanto para ele quanto para o público, Albert começou a visitar o excêntrico Logue, contratado pela esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter). Com o seu país à beira de uma guerra contra a Alemanha, precisava-se de um verdadeiro líder, forte e carismático, que soubesse inspirar o seu povo.
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T.O.: ‘The King’s Speech’ REALIZAÇÃO: Tom Hooper ELENCO: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Guy Pearce, Michael Gambon, Timothy Spall e Jennifer Ehle Argumento: David Seidler Género: Drama, histórico Distribuição: ZON Lusomundo
Toronto International Film Festival de 2010, na categoria de People’s Choice Award, e ainda nos Globos de Ouro de 2011, em que Colin Firth recebeu o prémio para Melhor Actor Drama. Para os prémios BAFTA, teve 14 nomeações, entre elas, Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Actriz Secundária e Melhor Banda Sonora.
Nos Globos de Ouro foi igualmente nomeado para Ao longo do tempo, vendo que Melhor Filme Drama, Melhor os exercícios que praticam Realizador, Melhor começam a dar fruto, Albert Actor Drama, Melhor Actriz continua com as suas lições. Secundária e Melhor Logue ajuda-o no relaxamento Argumento. dos músculos e no controlo da respiração e ainda procura O filme parece possuir as raízes psicológicas para a todos os ingredientes para o sua gaguez, que se revelam sucesso: em primeiro lugar terem uma relação com a uma história interessante, infância severa do Duque. que nos conta a vida de um rei Por entre confidências e que, apesar de tudo, não era longas conversas, nasce uma para ser rei. Acima de tudo, verdadeira amizade entre tem este carácter realista, Albert e Logue. que desconstrói a imagem de A verdadeira provação do um homem todo-poderoso, Rei George VI chega no dia colocado no pedestal por ser a da declaração de guerra figura máxima de Inglaterra, e contra a Alemanha, a 1939, compõe-no como uma pessoa em que lhe é dado um texto de carne e osso, comum, igual de três páginas para ler na a todos nós. Um ser humano rádio, com apenas 40 minutos com dificuldades e defeitos. para praticar. Conseguirá ter Mas o que lhe dá maior sucesso na sua tarefa? “humanismo” é o seu trauma, a sua infância difícil, que lhe ‘O Discurso do Rei’ é um trouxe como consequência filme que tem sido bastante a gaguez, a qual precisa de aclamado pela crítica e que ultrapassar para desempenhar apresenta uma pontuação de o seu papel de monarca. Esta é 8.5 (entre 0 e 10) no site Imdb. a componente importante. Além disso, foi alvo de várias nomeações e tem arrecadado O esforço de Albert, as sessões alguns prémios, como no com Logue e os exercícios
intermináveis, ou seja, um caminho de aprendizagem que nem sempre pensamos existir para aqueles que nasceram no topo. Porque os reis, os políticos, as divas de Hollywood parecem-nos demasiado perfeitos e grandiosos para terem, afinal de contas, de ultrapassar primeiro uma série de obstáculos. Em segundo lugar, o elenco, constituído por actores que já deram provas do seu profissionalismo e competência para desempenhar este tipo de personagens, que requerem alguma responsabilidade e trabalho, como Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter. Tal vê-se, sobretudo, com Colin Firth, não só em ‘O Discurso do Rei’, mas também com o seu papel em ‘Um Homem Singular’, de 2009, que lhe valeu mais alguns prémios e nomeações. Nestes dois filmes, não é o Colin Firth das comédias românticas que nos aparece (‘Amor Acontece’, ‘Diário de Bridget Jones’), mas sim o Colin Firth de um filme dramático, apesar do seu ar introspectivo e sério estar sempre presente, em qualquer género. As expectativas são, portanto, grandes. Agora é só esperar que chegue às salas de cinema. ‘O Discurso do Rei’, o mais nomeado na 68ª Cerimónia dos Globos de Ouro, tem data de estreia marcada para 10 de Fevereiro de 2011. TEXTO POR CARLA GUERREIRO SANTOS
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Depois de um começo dificil entre ambos, em que Logue insiste em chamar o Duque de “Bertie” (alcunha utilizada na família real), desenvolvem um curso de tratamento pouco ortodoxo, mas com um grande objectivo: o Rei deve superar a sua gaguez e fazer um discurso para toda a nação de maneira a unir o seu povo e prepará-lo para a batalha. Para tal, conta ainda com o apoio da sua família e de Winston Churchill.
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SANCTUM 17 FEV. T.O.: ‘‘Sanctum’ ’ REALIZAÇÃO: Alister Grierson ELENCO: Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson, Dan Wyllie, Christopher Baker, Allison Cratchley, John Garvin, Sean Dennehy Argumento: John Garvin e Andrew Wight Género: Suspense, Drama Distribuição: ZON Lusomundo
É já no próximo dia 17 de Fevereiro que estreia nos cinemas portugueses o filme ‘Sanctum’ (que, em Português, significa “santuário”). Este filme, de um teor dramático e recheado de suspense, foi realizado com base na vida do mergulhador Andrew Wight (um dos argumentistas e produtores do filme), que correu perigo de vida durante uma expedição de mergulho que fez juntamente com o seu filho adolescente ao longo da costa australiana. Nessa altura, Andrew ficou preso numa caverna debaixo de água, após uma forte tempestade. Até serem resgatados, o mergulhador e o filho lutaram ao máximo, durante dois dias, pela sua
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sobrevivência. É, portanto, acerca desta perigosa expedição ao fundo dos oceanos que gira todo o filme, em que os mergulhadores lutam com todas as suas forças para que consigam chegar a casa sãos e salvos. Tem como elenco Richard Roxburgh (‘Moulin Rouge: Amor em Vermelho’), Rhys Wakefield, Alice Parkinson, Dan Wyllie, Christopher Baker, Allison Cratchley, John Garvin, Sean Dennehy; argumento de John Garvin e Andrew Wight; produção de Ben Browning, James Cameron, Ryan Kavanaugh, Michael Maher, Peter Rawlinson e Andrew Wight, tendo sido dirigido por Gary Johnstone. TEXTO POR JOANA ISABEL CARRETO
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127 HORAS 24 FEV. T.O.: ‘127 Hours’ REALIZAÇÃO: Danny Boyle ELENCO: James Franco, Kate Mara, Amber Tamblyn e Clémence Poésy ARGUMENTO: Danny Boyle GÉNERO: Aventura/ Drama/ Thriller DISTRIBUIÇÃO: Castello Lopes Multimédia
Dia 24 de Fevereiro chega a Portugal o novo filme do realizador de ‘Quem Quer Ser Bilionário?’, com um argumento que promete impressionar todos os espectadores. ‘127 Horas’ conta a história verídica de Aron Ralston, na película protagonizado por James Franco, um montanhista que fica preso num canyon no Utah, Estados Unidos da América. O realizador confessou querer há muito contar este caso de 2003 através do cinema. O livro escrito pelo verdadeiro Aron Ralston, ‘Between a Rock and a Hard Place’, constitui-se como a principal inspiração para o filme. Durante cinco penosos dias, Ralston debate-se com a sua solidão e com uma rocha que lhe pesa no braço, esperando que alguém o salve.
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dfdfdfdsfddddddddddddddddddd Enquanto essa incapacidade de dddddddddddddddddddddddddd libertar-se nos envolve, somos dddddddddddddddddddddddddd levados a conhecer o seu passado ddddddddddddddddddddddddddd através de flashbacks. ddddddddddddddddddddddddddd O dddddddddddddddddddddddddd recurso a recordações em dddddddddddddddddddddddddd momentos de maior tensão não é ddddddddddddddddddddddddd. uma novidade no estilo de realização dehgjghghjgjghgh Danny Boyle, uma característica hjgjgfhj que confere um carácter muito jpjlh e intimista ao filme. pessoal hjkhkjh É hjhjhjhj depois de muitas horas sem quaisquer sinais de salvamento que Aron Ralston toma uma decisão de coragem que vai mudar a sua vida. A verdade é que consegue salvar-se, sim. Este não é o principal mistério. A que custo é que o alpinista consegue sobreviver? É esta a questão.
A resposta para esta pergunta trouxe casos de desmaio, indisposição e choque nas sucessivas exibições de POR JOÃO COSTA TEXTO POR JOÃO COSTA ‘127 Horas’ TEXTO em diversos festivais de cinema, incluindo o de Toronto, onde foi necessária intervenção médica. Danny Boyle traz-nos mais uma reflexão acerca do poder do destino e sobre a perseverança humana em tempos de adversidade, com um enredo emocionante. Porque, afinal, «não há força mais poderosa do que a vontade de sobreviver».
TEXTO POR RITA DA NOVA Fevereiro 2011 | tvPRIME
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dfdfdfdsfddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddd. hgjghghjgjghgh hjgjgfhj jpjlh hjkhkjh dfdfdfdsfddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddddddddddd ddddddddddddddddddddddddd. hgjghghjgjghgh hjgjgfhj
A Grande Noite
ÓSCARES 2011 Texto por Marco António dos Reis
A
espera está quase a terminar! No dia 27 de Fevereiro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas atribuirá os Óscares de 2011, no Kodak Theater, em Hollywood.
Hathaway – prevê-se também muita música e dança. Mas o forte da festa é mesmo o conjunto de segundos que precede cada frase de:
«... and the Oscar goes to...»
A maior festa do cinema, que terá em Portugal transmissão na TVI, conta este ano com uma dupla inédita formada por James Franco (nomeado com o filme ‘127 Horas’) e Anne Hathaway (‘O Diabo Veste Prada’ e ‘Amor é o Melhor Remédio’).
E este ano esses momentos deverão ser electrizantes, uma vez que se prevê uma cerimónia com um leque de filmes premiados muito vasto, dada a diversidade e qualidade das películas a concurso.
A aposta da Academia é clara: conquistar o público mais jovem com uma cerimónia dinâmica e descontraída. E atendendo aos dois mestres de cerimónia – especialmente
Comecemos então pelo fim: Melhor Filme. Quase todos têm possibilidades, pelo que se afiguram como favoritos aqueles que estão também nomeados para a melhor
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ESPECIAL: ÓSCARES 2011 Fevereiro 2011 | tvPRIME
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ESPECIAL: ÓSCARES 2011
© 2010 Fox Searchlight Pictures
realização. E neste exercício, por uma mera questão de critério, se retirarmos os filmes com actuações mais poderosas, aqueles que devem render o Óscar de Melhor Actor/ Actriz a Colin Firth e Natalie Portman (‘O Discurso do Rei’ e ‘Cisne Negro’, respectivamente), ficamos com os grandes favoritos: ‘A Rede Social’ de David Fincher, ‘The Fighter – Último Round’ de David O. Russell e ‘Indomável’ dos irmãos Ethan e Joel Coen. E aqui todas as apostas São válidas.
O desempate deverá ser feito mesmo pelas segundas escolhas dos“elos mais fracos”
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NOTA
ESPECIAL: ÓSCARES 2011
© 2010 Paramount Pictures
Nos argumentos, vantagem para o Original de Christopher Nolan com ‘A Origem’ e para o Adaptado ‘127 Horas’. De resto, ‘A Origem’ poderá levar a maior parte dos Óscares técnicos (Efeitos Visuais, Montagem), enquanto os artísticos deverão ir para ‘Indomável’ (Fotografia, Direcção Artística). Finalmente, a noite deverá abrir com as vitórias de Geoffrey Rush e Helena Bonham
© 2010 Paramount Pictures
Carter com as suas interpretações em ‘O Discurso do Rei’. Como grandes rivais estão Christian Bale e Melissa Leo, ambos em ‘The Fighter – Último Round’.
A verdade é que estas apostas são tão válidas como outras, com outra lógica... e são estas apostas, e são estas incertezas, que fazem desta a noite mais mágica do cinema.
© 2010 Colombia Pictures
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por Rita Santana
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“Eu apenas quero ser perfeita” é o mote para um dos mais brilhantes enredos vistos nos cinemas. O tão esperado ‘Cisne Negro’ chega agora às nossas salas e promete fazer vibrar todo o público com a sua história contagiante. Nina é uma jovem bailarina da New York City Ballet, uma rapariga simples e bastante trabalhadora que sonha, como todas as outras, em ser a bailarina principal da companhia, ser a grande Rainha dos Cisnes no ‘Lago dos Cisnes’. Nina é uma artista brilhante que com todo o seu mérito e luta consegue o papel. No entanto, não será um trabalho fácil, pois não só terá a grande responsabilidade de ser o Cisne Branco, que tanto se adequa a si, como o seu grande oposto, o Cisne Negro. Um autêntico retrato do mundo artístico e da competição, exigência e pressão que acontece no dia-a-dia daqueles que trabalham arduamente para serem perfeitos na sua arte. Um excelente trabalho de pesquisa psicológica e social dos artistas, conseguindo retratar aquilo que passa na cabeça de todos, tocando nos pontos em que realmente se sentem fragilizados, atacados e que os atormenta interiormente. Não é mais um filme que fixa os medos artísticos no nervosismo da entrada em palco, mas sim o que está por detrás disso, mostrando todo o trabalho que Nina faz na construção da personagem e do árduo trabalho de ensaios tvPRIME | Fevereiro | Fevereiro 2011 2011 6 tvPRIME 72
para que conseguisse ser prefeita nos seus movimentos.
lezar ainda mais todos estes quadros, dando um toque único, especial e artístico.
É fabulosa a forma como as imagens são direccionadas para os locais e para os pormenores que realmente mais importam ou atormentam Nina. Um exemplo disso são os ensaios, o olhar para as outras colegas, os olhares que as outras lhe dirigem, as conversas que as outras fazem, a ideia de que tudo está contra ela e que todas querem o seu papel, a admiração pela bailarina mais velha, o desejo de ser tão admirada como ela e até mesmo a revolta que a leva a uma libertação por maus caminhos. As entradas em cena durante o espectáculo, o que acontece nos camarins, os olhares e pensamentos, todos tão reais que por vezes nos fazem sentir incomodados. Tantos traços de argumento tão bem pensados e conseguidos que revelam um enorme estudo e uma grande sensibilidade para conseguir falar de um assunto que ainda é tão escondido na nossa sociedade.
É admirável a banda sonora que acompanha todo o filme, pois acredito que certas cenas só são o que são devido à grande banda sonora que têm por trás, que as intensifica, passo a passo, nunca deixando o filme morrer.
Imagens e planos admiráveis, quadros lindos a nível de luz, cor e ritmo. As cenas finais da apresentação do bailado estão muito bem construídas e conseguem de forma resumida dar a conhecer o bailado. Um bom gosto a nível dos efeitos especiais, sem nenhum tipo de exagero e justificados com a situação psicológica de Nina. Coreografias e guarda-roupa que vêm embe-
É de salientar a brilhante prestação de Natalie Portman na interpretação de Nina, que lhe traz, sem dúvida, o auge da sua carreira com este trabalho em ‘Cisne Negro’. Toda a sua construção de personagem está fabulosa, o trabalho a nível de corpo e de dança, a criação do psicológico da personagem e a transformação de Cisne Branco para Cisne Negro dão-lhe, merecidamente, o Globo de Ouro de melhor Actriz num filme dramático. ‘Cisne Negro’ é uma maravilhosa viagem ao mundo do espectáculo que nos leva ao outro lado do belo, das luzes, das cores, dos aplausos, aquele lado místico e secreto que faz resultar aquilo que vemos em palco. Uma viagem única, absorvente, por vezes aterrorizante, mas que resulta naquilo que Nina sempre quis, sentir a perfeição.
9/10
EM CENA T.O.: ‘Black Swan’ | Realização: Darren Aronofsky | Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Winona Ryder, Benjamin Millepied, Ksenia Solo, Kristina Anapau, Janet Montgomery e Sebastian Stan | Argumento: Mark Heyman, Andres Heinz e John McLaughlin | Género: Drama | Distribuição: Castello Lopes Multimédia
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EM CENA
O PREÇO DA TRAIÇÃO T.O.: 'Chloe' « REALIZAÇÃO: Atom Egoyan « ELENCO: Julianne Moore, Liam Neeson e Amanda Seyfried « ARGUMENTO: Erin Cressida Wilson « Género: Drama, Suspense « Distribuição: ZON Lusomundo ‘O Preço da Traição’ chegou a Portugal no inicío deste ano. Com um grande elenco e realizado por Atom Egoyan, é óbvio que temos aqui algum material com potencial. No remake de ‘Nathalie’, somos apresentados a Catherine, que, desconfiada de que o seu marido, David, um carismático professor, a esteja a trair, contrata uma prostituta, Chloe, para o seduzir e ver como este reage. Mas a partir deste momento, nada corre como planeado para Catherine. Atom Egoyan fez bem a separação entre o original e este remake, porque a determinada altura temos um filme completamente diferente do original, e com conceitos de desejo e traição distintos entre ambos. Julianne Moore tem uma interpretação mui-
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to boa e o mesmo se pode dizer de Liam Neeson, mas quem merece todo o destaque é Amanda Seyfried. Descolando dos papéis de menina bonita, a actriz tem aqui uma personagem complexa que prova o seu talento e o grande futuro que tem pela frente. Apesar dos pontos positivos, também é bom dizer que quanto mais se aproxima do fim, menos interessante se torna o filme, até à sua conclusão algo simplista e comum. No entanto, não deixa de ser um filme recomendado para um público adulto à procura de um thriller erótico. Texto por João Costa
7.5/10
EM CENA
O AMOR É O MELHOR REMÉDIO T.O.: ‘Love and Other Drugs’ | Realização: Edward Zwick | Elenco: Anne Hathaway, Hank Azaria, Jake Gyllenhaal e Oliver Platt | Argumento: Charles Randolph, Marshall Herskovitz e Edward Zwick | Género: Comédia/ Romance | Distribuição: Castello Lopes Multimédia Esta tão esperada comédia romântica chega agora às salas de cinema, trazendo com ela muitos risos, lágrimas, muita paixão e um romantismo bastante peculiar. Esta é a história do típico homem que atrai tudo o que é mulher e que acha que a seta do cupido nunca o atingirá, Jamie. No entanto, a vida troca-lhe as voltas e apaixona-se por Maggie, uma mulher diferente e com uma personalidade bastante vincada. Jamie acaba de lançar a grande bomba dos fármacos, o famoso Viagra, como tal, a sua carreira está no auge, tal como o seu romance. No entanto, a sua paixão não é fácil, pois Maggie tem Alzheimer, o que faz com que ela própria se defenda de qualquer tipo de relação. Mais uma comédia romântica com o famoso enredo do amor fingidamente não correspondido por algum contratempo do destino. Uns textos muito bem conseguidos, com uma lógica de pensamento de ambas as personagens bastante inteligente, conseguindo criar jogos entre eles que animam a relação peculiar dos dois e que, como tal, suscita interesse no público, conseguindo tornar
estas duas personagens bastante cativantes e que deliciam os mais frios ou os mais lamechas, pois estes dois são um misto disso. É realmente importante o fundamento desta história, o facto de uma rapariga jovem estar doente e não poder fazer o que os outros saudáveis podem, tornando difícil a aceitação da doença, não só por ela mesmo, mas pelos outros. Neste caso, quererá um rapaz novo, bem na vida e saudável, viver o resto da sua vida com uma pessoa doente? Uma excelente representação por parte dos actores principais e até mesmo do caricato irmão de Jamie. A actriz Anne Hathaway está bastante bem neste papel tão forte que é o de Maggie, com a clara ajuda do seu par Jake Gyllenhaal, que consegue trazer aquele traço cómico que o filme pede. Sem dúvida que a melhor conclusão para este filme é que o amor é o melhor remédio, uma comédia romântica tocante, mas bastante divertida que atrairá bastante aqueles que tanto gostam de se divertir com as caricatas aventuras de dois apaixonados. Texto por Rita Santana
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TRON:
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EM CENA T.O.: ‘TRON: Legacy’ « REALIZAÇÃO: Joseph Kosinski « ELENCO: Jeff Bridges, Garrett Hedlund, Olivia Wilde, Micheal Sheen « ARGUMENTO: Edward Kitsis e Adam Horowitz « Género: Acção / Aventura Distribuição: ZON Lusomundo ‘TRON: O Legado’ tem uma vantagem que tantas outras tentativas de Blockbuster não se podem orgulhar: A mega produção de uma companhia como a Walt Disney Pictures, que mais do que criar filmes, tem a capacidade de criar imagens de marca. Logo no início da obra, o espectador é assaltado pelo logótipo da lendária Disney, que se reinventa no universo digital de ‘TRON’, permitindo assim ao espectador entrar desde o início no ambiente do filme, começar a viagem para fora da sala de cinema e penetrar na fantasia digital como o protagonista Sam Flynn (Garrett Hedlund) entra na velha máquina, seguindo as passadas de seu pai Kevin Flynn (Jeff Bridges). Na onda recente de remakes que tem marcado o circuito comercial do cinema norte-americano, aparece esta reinvenção do clássico sci-fi ‘TRON’ (1982). O original deixou um legado de fãs acérrimos, repletos de sonhos de cidades dentro do computador, circuitos como auto-estradas e gladiadores digitais, todo um novo mundo que fez crescer água na boca por esta sequela que chegou 28 anos depois, que, para além de atrasada, fi-
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cou aquém das expectativas. ‘TRON: O Legado’ é um bom filme, que não estando ao nível de ‘AVATAR’ consegue oferecer a quem o visiona um espectáculo de efeitos visuais delicioso. No entanto, as personagens e o argumento acabam por se perder no meio de todo o deslumbre artístico, para o qual também contribui a banda sonora fenomenal a cargo dos mestres da electrónica Daft Punk, que voltam ao trabalho para animar um universo onde encaixam que nem uma luva. Concluindo, estamos perante uma obra onde a compensação ao espectador, principalmente aquele que não teve o prazer de conhecer o original, aparece maioritariamente no chamado “Eye Candy”, não só pelos brilhantes ambientes futuristas, mas também pelo encanto da bela actriz Olivia Wilde, conhecida pelo seu papel “13” na série ‘House’. Texto por Pedro Rodrigues
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T.O.: ‘The Tourist’ « REALIZAÇÃO: Florian Henckel von Donnersmarck « ELENCO: Johnny Depp, Angelina Jolie e Paul Bettany « ARGUMENTO: Florian Henckel von Donnersmarck « Género: Thriller, Comédia, Drama « Distribuição: Columbia Tristar Warner ‘O Turista’ conta com o realizador do brilhante ‘A Vida dos Outros’, com dois protagonistas como Johnny Depp e Angelina Jolie e a bela cidade de Veneza como cenário, as expectativas eram elevadas. No entanto, ‘O Turista’ não cumpre o esperado. Angelina Jolie é Elise, uma sedutora mulher que, a pedido de Alexander Pearce, um homem que roubou muito dinheiro a um gangster, conhece um estranho no comboio para Veneza, Frank (Johnny Depp), e ilude as autoridades a pensarem que este é o procurado ladrão. A história é a primeira desilusão, que no meio de tantos twists e reviravoltas, nunca chega a ser muito envolvente, apesar de entreter. No trabalho dos actores, Angelina Jo-
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lie e Johnny Depp desiludem. Sem química, e sem interesse, parece que ambos os actores participaram neste filme para “matar” tempo até aos seus próximos projectos. O melhor mesmo são as excelentes paisagens de Veneza e, apesar de tudo, o filme apresenta-se como um thriller romântico com toques de comédia e acção, e deverá satisfazer o público que for assistir, se este não for com grandes expectativas. Texto por João Costa
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UNIVERSO PARALELO T.O.: Complexo: Universo Paralelo | Realização: Mário Patrocínio e Pedro Patrocínio | Género: Documentário | Distribuição: Valentim de Carvalho Multimédia
‘Complexo: Universo Paralelo’ é o mais recente documentário português realizado por quem vivenciou todo o ambiente que existe no famoso Complexo do Alemão. Este documentário vai para além daqueles a que estamos habituados. Toda aquela ideia de distância que por vezes se vê nos documentários, a locução carregada de eufemismo, tentando tornar o documentário algo com uma certa intelectualidade ou elitismo, toda a ideia de algo encenado e por vezes pouco tocante é totalmente destruída neste documentário em que os actores principais são comuns moradores do complexo, que vivem a sua vida lutando cada dia por um dia diferente. Este documentário, a meu ver, é tudo menos algo a que se chame documentário, é uma palavra demasiado fria e que menospreza esta obra de arte, uma lição de vida, umas imagens carregadas de emoções e vivências reais, lágrimas reais, imagens reais, tudo tão verdadeiro que por vezes quase que se consegue sentir o cheiro, o calor, o frio, tudo o que nós, no nosso dia-a-dia, não damos a mínima importância. Brilhantemente realizado e construído, com quadros bem pensados em que acredito com certeza que haveria mais pessoas e mais
famílias a passar e viver o mesmo pelo qual aquelas estavam a passar, no entanto, acho que fizeram uma excelente escolha dos quadros. Optaram por centralizar-se numa família bastante problemática, que vivia numa casa pequena, modesta e sem condições, uma mãe de família desempregada, de seu nome Dona Célia, e que tinha de sustentar os seus filhos com muito custo, a filha mais velha era deficiente, o marido alcoólico, e, por infeliz sorte, esta família ainda vivia neste complexo paralelo. Focam também o Seu Zé, aquele que faz com que este complexo evolua, se torne algo civilizado, luta pelo bem-estar dos habitantes, pelo ambiente e pela segurança de todos, basicamente é ele que gere tudo, como um pai para todo o complexo e para todos os que lá moram. Foi de um risco imenso terem conseguido entrevistar os traficantes e os gangs que atacavam pela zona, mas, sem dúvida, que era essencial ouvir a sua parte da história, tentar perceber como é que aquilo tudo é feito e como é que acontecem estes roubos, ataques e vandalismos. É interessante a atenção que deram a um dos habitantes, um cantor de rap, Mc Playboy, que, ao contrário da maior parte dos vizinhos, vive economicamente bem. Também já tinha passado pelas mesmas condições, mas conseguiu vingar no mundo da música, portanto, consegue olhar para o que está a acontecer com outros olhos, levantando algumas questões e ideias bastante interessantes relativamente ao desenvolvimento do complexo e das pessoas que lá vivem. Mc consegue, de certa forma, desmistificar o que pas-
sa pela cabeça daqueles que desejam uns ténis de marca e que os vêem no ladrão: “se o ladrão tem, se o ladrão vive bem, então, quero ser ladrão.” Para completar as imagens quentes e lindíssimas que nos transportam para o Brasil, apesar de tudo animado e caloroso, junta-se uma banda sonora constituída por vários sons brasileiros e até mesmo o famoso estilo rap tão ouvido por aqueles jovens. Um factor que me deixou admirada, pois são poucas as vezes que o focam de uma maneira respeitável, foi a simples e sentida representação da fé nestas pessoas que nada têm, apenas a esperança de um dia melhor. Estas apoiam-se na fé de uma forma apaixonante, com uma simplicidade e entrega que mostra claramente que o ser humano necessita de acreditar em algo e que isso lhe dá força para seguir em frente e viver mais um dia para além das pedras que lhe surgem no caminho. O ‘Complexo: Universo Paralelo’ ensina-nos que a nossa vida não é tão complexa como parece, pois existe um Universo paralelo ao nosso que, apesar das inúmeras dificuldades que vive, continua a lutar pelas coisas mais simples e significantes na vida, por um pouco de paz. Os meus sinceros parabéns a todos os que estiveram a viver este Universo e por dividirem um pouco da vossa aprendizagem com todos nós. Texto por Rita Santana
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COMPLEXO:
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HEREAFTER - OUTRA VIDA T.O.: ‘Hereafter’ « REALIZAÇÃO: Clint Eastwood « ELENCO: Matt Damon, Cécile De France, Bryce Dallas « ARGUMENTO: Peter Morgan « GÉNERO: Drama « DISTRIBUIÇÃO: Columbia TriStar Warner O que vem a seguir à vida? ‘Hereafter’ levanta a questão colocada por nós, desde que existiu conhecimento de que a vida tinha um fim. Existirá um destino após a morte? Será o vazio e a escuridão o que nos espera? Clint Eastwood prova com este projecto que o seu percurso enquanto realizador tem uma rota completamente diferente da sua carreira como actor, cujos papéis icónicos incluíram personagens duras, com pouco sentido de humor e que usualmente eram motivadas pela vingança. Nos seus projectos anteriores, Eastwood permite que a história flua de forma natural, entre personagens com desejos e ambições simples. ‘Hereafter’ apresenta-nos um argumento que nos envolve em três histórias que se cruzam e onde as personagens desejam algo impalpável e abstracto. A forma como o filme nos é relatado, transmite-nos a sensação de que algo trágico, superior ou mágico irá suceder a estas três personagens, numa sucessão de eventos que gera um clima de suspense eficaz. Mas esse clima começa a dissipar-se ao longo
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do filme, que apesar de se recusar em criar especulações e apresentar uma resposta a uma questão que assombra a humanidade, se torna inconsequente e desapontante, num final tedioso, que se assemelha às concepções de um drama romântico. Quanto ao elenco, Matt Damon apresenta uma interpretação segura e credível, o que já não sucede tanto com Cécile De France, que não convence emocionalmente, numa interpretação demasiado entorpecida. Bryce Dallas Howard é uma agradável surpresa, num papel secundário que demonstra a fragilidade e consequências das relações humanas. ‘Hereafter’ acaba por ser uma produção de encher o olho, com uma premissa que promete não deixar ninguém indiferente. Mas devido à sua narrativa inconsequente, muito possivelmente será um filme esquecível, que encaramos com fácil indiferença. Texto por Hugo Pagani
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BIUTIFUL T.O.: ‘Biutiful’ « REALIZAÇÃO: Alejandro González Iñárritu « ELENCO: Javier Bardem, Maricel Álvarez, Hanaa Bouchaib « ARGUMENTO: Alejandro González Iñárritu « GÉNERO: Drama « DISTRIBUIÇÃO: Castello Lopes Multimédia
‘Biutiful’, que de belo só tem o nome, é o quarto filme de Alejandro González Iñárritu, cineasta que nos habitou a quadros crus e frios sobre o destino. Nesta viagem sombria por uma Barcelona ocupada por pobreza, imigrantes ilegais e crime, seguimos Uxbal, que vive uma vida sofrida. Para além de lidar com a pobreza, viver à margem da lei e possuir um estranho dom, Uxbal tem um destino trágico e inalterável. O desenrolar dos acontecimentos é algo que não é belo, mas real. Iñárritu não procura o fácil, mas sim mostrar que o destino é algo ao qual não podemos escapar. Através de uma fotografia soturna e magnífica, seguimos uma personagem em busca de redenção e de um destino melhor para aqueles que ama, no pouco tempo que lhe resta. Em ‘Biutiful’, seguimos somente uma história, ao contrário de anteriores trabalhos de Iñárritu, focada somente em Uxbal, magnificamente interpretada por Javier Bardeem, num dos melhores papéis da sua carreira. Esta é uma visão sombria, mas não desesperante, retratada de forma fantástica pelo cinematógrafo Rodrigo Pietro, que tem como pano de fundo uma Barcelona desconhecida. Este filme será de certo considerado por muitos como deprimente, por outros como um quadro da vida real, mas o que será unânime é que ‘Biutiful’ não nos deixa indiferentes. Texto por Hugo Pagani
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EM CENA
72 HORAS T. O.: ’The Next Three Days’ | Realização: Paul Haggis Elenco: Russell Crowe, Elizabeth Banks, Liam Neeson, Brian Dennehy, Olivia Wilde e Jason Beghe | Argumento: Paul Haggis, Fred Cavayé | Género: Crime, Drama, Romance | Distribuição: Lionsgate Texto por Carla Guerreiro Santos John Brennan (Russell Crowe) é um professor universitário que mantém uma vida normal até a sua esposa, Lara (Elizabeth Banks), ser presa e acusada de assassinar a chefe com quem teve uma discussão acesa. Apesar de Lara alegar a sua inocência, é vista a sair da cena do crime e as suas impressões digitais estão na arma utilizada para o assassinato. Entretanto, John continua a sua luta para manter a família unida, criando o filho sozinho, e continua a dar aulas, procurando por todos os meios provar a inculpabilidade da mulher. Após três anos de vários recursos negados pela justiça e a possibilidade de Lara cumprir uma pena de 20 anos, e ainda a sua tentativa desesperada de suicídio, John percebe que só há uma saída: elaborar um plano de fuga perfeito para tirar a esposa da prisão. Plano que será antecipado pela transferência da mulher para outra prisão. Embora a falta de experiência e as estatísticas estarem contra si, John decide arriscar tudo o que tem para salvar a mulher que ama. John e Lara terão apenas 72 horas para fugir. Numa corrida contra o tempo, John irá provar que não há nada mais perigoso do que um homem com tudo a perder; um homem que lutará até ao fim para restituir aquilo que lhe foi retirado injustamente. Esta é a premissa inicial de “The Next
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Three Days”, um remake do filme francês “Pour Elle”. Para a construção do seu plano, John conta com a ajuda de Damon Pennington (Liam Neeson), ex-presidiário que conseguiu escapar da prisão sete vezes e autor de um livro sobre a história das suas fugas. Damon vai-lhe dar instruções e métodos de escape que não são meras directrizes, mas antes procedimentos extraordinários e perfeitos. Mas antes, Damon questiona até que ponto John está disposto a ir: “Consegue matar um guarda? Deixar o seu filho num posto de gasolina? Porque para fazer isto, é nessa pessoa que terá de se tornar”, diz-lhe. Como na grande parte dos filmes americanos deste género, não só John Brennan segue em frente com o seu objectivo como o faz cuidadosamente. Para esse efeito, monta um quadro em sua casa, com todos os pormenores, ideias, mapas e fotos de que precisa. No entanto, não é o que nos é mostrado que torna o filme interessante e não é por acaso que durante os seus 122 minutos pressentimos que há algo que não sabemos de todo e que é a peça-chave. ’72 Horas’ é um filme que, apesar da sua peculiaridade e estranheza, transporta-nos e envolve-nos na acção, como se fossemos nós os personagens em fuga, como se sentíssemos o mesmo desespero e medo de John e Lara. Mas ao mesmo tempo, enquanto espectadores, estamos sempre na expectativa do que vai acontecer na cena
seguinte, ansiosos por saber e confusos pela impossibilidade de desvendar as próximas cenas. Paul Haggis, que escreveu os argumentos de ‘Million Dollar Baby’, ‘Colisão’ e ‘Cartas de Iwo Jima’ desenvolve a acção em torno do planeamento e fuga do casal, porém sem esclarecer a verdade dos factos: Lara matou ou não a sua chefe? As evidências são claras, mas nem por um momento John acredita nelas e permanecemos nesta dúvida durante muito tempo. Apesar de inicialmente sentirmos estar perante um drama um pouco estático, a acção e o suspense vão surgindo até sermos completamente atingidos emocionalmente pela personagem de Russel Crowe, que como em todos os seus filmes nunca nos desilude com a sua peculiar seriedade, os seus olhos semi-abertos e uma aparente serenidade que se revela uma coragem extraordinária. No entanto, em ’72 Horas’ Crowe destaca-se sobretudo pelas cenas de solidão, a partir das quais podemos ver o desespero mudo de John que justifica as suas decisões.
7/10
AS VIAGENS DE GULLIVER
90 A BELA E O MONSTRO
kids
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KIDS Texto por Pedro Podrigues
‘As Viagens de Gulliver’ © Century Fox
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os primórdios do cinema enquanto indústria, no tempo dos primeiros grandes estúdios, estavam em voga as adaptações dos grandes clássicos da literatura, pelo que 90% dos filmes eram argumentos adaptados. Até aos dias de hoje a tendência manteve-se, mas no último ano cresceu exponencialmente um outro fenómeno, o remake. Sim, depois do recente ‘Karate kid’ (2010) ou o regresso de ‘Tron: Legacy’(2010), chega agora de Hollywood a sexta adaptação para cinema do grande clássico da literatura ‘As viagens de Gulliver’, de Jonathan Swift. Aviso aos fãs do romance para ter em conta que apenas poderão vislumbrar os nomes, as geografias e alguns pequenos traços da acção presente na história original, já que este novo “Jack Black’s Travels” apresenta-
-nos um Gulliver renovado, como um nerd de meia-idade que ainda não descobriu bem como crescer, preso a um trabalho como estafeta numa redacção há 10 anos, que joga ‘Guitar Hero’ e brinca ao ‘Star Wars’. É Jack Black vintage, igual a si próprio e com a mesma atitude desde a catapulta ‘Tenacious D’, num filme onde usufrui de 80% de screen time que dificilmente consegue justificar. Longe de aproveitar a posição denunciadora e crítica que o romance homónimo teve em relação à política, este ‘As viagens de Gulliver’ apresenta-se como uma comédia romântica ligeira. Conta a história do pobre fracassado que parte à aventura para impressionar a miúda gira (Amanda Peet) e acaba numa terra onde todas as pessoas são minúsculas. Entre voltas e reviravoltas, o gigante ameaçador
torna-se no herói e vive a rivalidade entre o povo da ilha Liliput e os malvados Blefuscian. Apesar de todas as lacunas do argumento, ‘As viagens de Gulliver’ é um filme tecnicamente competente, que mesmo não sendo brilhante cumpre a sua função de entretenimento, já que todas as fórmulas testadas o transformam no “Filme-pipoca” do mês (será necessário comentar o 3D apenas como estratégia comercial?). No fim, a clássica “dança-cantoria” de todo o elenco numa epifania catártica que falha o seu propósito de lavar o sabor agridoce de um filme que, apesar da promessa de gigante, não encheu bem as medidas. T.O.: ‘Gulliver’s Travels’ | REALIZAÇÃO: Rob Letterman | ELENCO: Jack Black, Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet e T.J. Miller | ARGUMENTO: Joe Stillman e Nicholas Stoller | Género: Aventura / Comédia | Distribuição: Castello Lopes Multimédia
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© Disney Studios
A magia está de volta
‘Fantasia’ & ‘Fantasia 2000’
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pós a controvérsia gerada pelas inúmeras informações sucessivamente divulgadas, chega finalmente o lançamento de ‘Fantasia’ e ‘Fantasia 2000’ em Disney DVD e Disney Blu-Ray. Estes dois filmes, lançados a 19 de Janeiro, são apresentados pela primeira vez em alta definição, sendo que ‘Fantasia’ conta com sete décadas de distância em relação ao original de 1940 enquanto que ‘Fantasia 2000’ será relançado pela primeira vez desde o seu lançamento original, ocorrido em 1999. Segundo a própria Disney, estas duas obras «são lançadas a partir do seu cofre e por um período limitado». Depois da longa espera necessária até este lançamento, temos por fim a hipótese de assistir a estas duas obras-primas, em DVD e Blu-Ray, com toda a genialidade e originalidade que lhes foi impressa por Walt Disney. ‘Fantasia’ é um filme feito de momentos e segmentos, é um musical que é muito mais do que isso – é uma obra de arte extravagante que reúne em si um fantástico espectáculo de som e imagem, para
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Texto por Renata Curado além da magia sempre presente. Ao longo de cerca de duas horas, a Philadelphia Orchestra é conduzida pelo maestro Leopold Stokowski, conferindo uma vivacidade e magia às diversas situações e personagens.
James Algar é comum às duas obras, o que lhes confere mais coesão e reforça o seu carácter semelhante. Agora, é possível assistir a estas duas obras em DVD e Blu-Ray graças a um restauro digital possibilitado pela tecnologia. Também graças à Destaque inevitável para o principal tecnologia, neste caso concreto a do segmento de ‘Fantasia’: ‘O aprendiz Blu-Ray, a experiência de assistir a de feiticeiro’, onde assistimos à ‘Fantasia’ e ‘Fantasia 2000’ ganha história de Mickey Mouse como uma outra dimensão, permitindo que um aprendiz de feiticeiro que, ao estes clássicos intemporais sejam apropriar-se do chapéu do seu agora desfrutados por cinéfilos mestre, acaba por envolver-se em de todas as idades e gerações, de situações de grande confusão e uma forma que não foi possível até comicidade. Relativamente a ‘Fantasia agora. Sem dúvida, uma aquisição 2000’, apesar do seu carácter indispensável em qualquer colecção singular, faz de forma clara um de filmes Disney, um clássico update de ‘Fantasia’, onde podemos para ver e rever vezes sem conta, destacar novas interpretações de juntando a magia Disney com a grandes peças de música clássica, “magia”possibilitada pelo Blu-Ray. que conferem ao filme grande parte da sua já mencionada singularidade. Será possível adquirir ‘Fantasia’ e ‘Fantasia 2000’ num pack que inclui Nesta obra assistimos ainda ao o Blu-Ray e o DVD, para além de retorno do já abordado episódio ‘O inúmeros extras, onde podemos aprendiz de feiticeiro’, uma vez que destacar ‘Destino’, a curta-metragem os produtores de ‘Fantasia 2000’ não de animação nomeada para um conseguiram imaginar a obra sem Óscar em 2003, que resulta de uma este episódio. colaboração entre dois visionários: Walt Disney e Salvador Dalí. Ao nível da realização, o nome de
MERMAID MELODY
Na base desta mágica história está Luchia Nanami, uma Princesa Sereia do Reino do Pacífico Norte que chega à Terra e, no mundo dos seres humanos, procura encontrar o rapaz que ela salvara de um naufrágio sete anos antes, e que entregara ao cuidado da sua pérola cor-de-rosa. Esta é a premissa para entrarmos no mundo mágico de ‘Mermaid Melody’, criada pelo japonês Michiko Yokote na boa tradição anime, que tem encantado crianças um pouco por todo o mundo. Em Portugal podemos ver todos os sábados e domingos às 11.30h e às 19.00h, no canal Panda
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KIDS
Edição Especial
A Bela e o Monstro O Mundo Encantado de Belle TEXTO DE ANA ISABEL ALVES
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‘Bela e o Monstro’, é um dos grandes e memoráveis clássicos da Disney, que ainda hoje encanta e faz sonhar crianças de todo o Mundo. O filme tem como pano de fundo o romance entre a Bela e o enfeitiçado Monstro, que para voltar ao normal tem que aprender a amar. Um clássico que perdura na memória de infância de todos nós e que procura também trazer um pouco de fantasia e magia, relembrando valores como amor, amizade, perdão ou partilha. A história surge nesta fita em pequenos episódios da vida de Bela, enquanto residente no castelo do Monstro.
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No primeiro episódio, uma errada interpretação das palavras leva a uma grande discussão entre os protagonistas, e para solucionar a situação os seus amigos planeiam um pedido de desculpa fingido que, contudo, complica ainda mais a situação. Com este primeiro momento, é fácil perceber o seguimento do filme. Com uma sequência comercial, como que de uma série televisiva se tratasse, quebra o ritmo a que o primeiro filme inspirador ‘A Bela e o Monstro’ nos habituou, deixando, assim, muito a desejar este 'A Bela e o Monstro: O Mundo Encantado de Belle’. Por detrás de um título muito apelativo, esconde-se uma decepção crassa.
Š Disney Studios
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