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Revista Trimestral U2Only/U2PortugalNET

U2 INBLOG

Flash U2 em Fez OP Novo Álbum...Outra vez? Já!? Reportagem A Objectiva de Corbijn Nº1 - 2ª Série ◦ Abril, Maio, Junho ◦ Distribuição gratuita

Revista sem qualquer interesse comercial. Destina-se a ser distribuída de forma totalmente gratuita entre os fâs da banda sobre o propósito de manter os mesmos informados sobre o mundo U2. Venda proibida.


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U2 INBLOG ° Editorial Olá

Ficha Técnica Director Silva Marques Editor Executivo Diogo Afonso Colaboradores Diogo Afonso Fly Shades Popmart Silva Marques Design U2INBLOG Contactos u2only@gmail.com u2portugalnet@gmail.com

U2INBLOG ◦ 3

Estamos de volta Após um longo interregno, o U2INBLOG voltou...e para durar. Agora com uma edição trimestral, renovamos a imagem e conteúdo. Uma equipa de quatro pessoas trás novas rubricas, entre elas OP, um artigo de opinião; Reportagem, um artigo sobre determinado tema ou personalidade e Flash, um álbum fotográfico sobre um dado acontecimento. Brevemente o nosso local da internet estará novamente online, fiquem atentos Para assinar o jornal, basta enviar um mail para u2only@gmail.com ou u2portugalnet@gmail.com Boas Leituras


OP

Crítica a um “Crítico… pouco Indie” I Por Fly Shades I

- Quando andava no secundário, a “cena indie” de hoje em dia, tinha outros nomes: chamávamos-lhes gótico, punk, música de vanguarda, urbanodepressiva, som da frente e, outros nomes. Quem não se lembra de dois marcos dos anos 80 e 90: o jornal Blitz e António Sérgio com o seu “Som da Frente” na Comercial? Todas essas tribos tinham algo em comum (que eu também tive: a roupa negra, o gel no cabelo, quando não era o cabelo com sabão azul no caso dos punks, um gosto pelo que era diferente em tudo o que era arte, uma espécie de solidão que comungávamos uns com os outros, porque não queríamos ser confundidos com a “carneirada” e, principalmente, um princípio que era comum a todos: éramos anti-música comercial). E, posso dizer, como o máximo de sinceridade que quase todas essas tribos gostavam dos mesmos grupos, apesar de se nomearem de diferentes nomes. O Blitz e António Sérgio foram os grandes responsáveis pela introdução e divulgação em Portugal dessas bandas. Espantem-se agora com o nome de bandas que, na altura, eram consideradas “indie”: Xutos e Pontapés”, R.E.M., Pink Floyd, Jesus and Mary Chain, Cure, Cult, Peter Murphy, Lou Reed, Rolling Stones, The Doors, The Chameleons, Sétima Legião, New Order, Joy Division, Bauhaus, Lloyd Cole, Suzanne Vega, The Smiths, The The, The Waterboys, Pixies, Mão Morta, Simple Minds, Resistência, The Pogues, regra geral todas as bandas cujo nome se iniciava por The, e claro os U2. Foi António Sérgio a introduzir o Boy em Portugal. O Zé Pedro apresentou o “I will follow” ao Kalu, e “Morte Lenta” ficou com a bateria daquela música. Foi também António Sérgio – que seguíamos religiosamente de madrugada – a apresentar-nos a bela “October”, com aquele piano, e aquela divina voz de Bono. Também foi ele que nos deu a ouvir, pela primeira vez, em Portugal, na íntegra (diga-se de passagem que o gravei), o “Wide Awake In America”, que na altura era de venda restrita nos EUA. Nas escolas, discutia-se se “Under a Blood Red Sky” era Rock, Heavy Metal, ou som de Vanguarda, e não se chegava a nenhuma conclusão. Em minha casa, discutia-se que sonoridade era aquela dos quatro primeiros discos dos U2. Lembro-me duma que durou uma tarde a propósito do War, com o meu irmão mais velho e um colega. A conclusão a que chegámos foi que aquilo não tinha definição, ou se tivesse era Música de Vanguarda, com Música Celta. Veja-se o Sunday Bloody Sunday, e aquela que, para mim, foi durante muito tempo, a mais bela música dos U2: “Drowning Man”, dedicada a Adam Clayton – padrinho de casamento de Bono-, por este. Tudo isto para “dizer”, que as bandas que referi - às quais acrescento agora as da editora 4AD –, passaram de “indie” a mainstream, assim como as bandas indie de hoje, vão ser amanhã, mainstream. U2INBLOG ◦ 4


OP

Crítica a um “Crítico… pouco Indie” I Por Fly Shades II - Isso tudo para afirmar a minha quase estupefacção perante uma crítica (anacrónica, e muito pouco construtiva) recente de natureza “indie”, que li acerca do último disco dos U2, NLOTH. Anacrónica, porque, como referi, no futuro, as bandas que essas pessoas, hoje admiram e gostam, vão passar a mainstream. É ela a efectuada na Pitchfork por Ryan Dombal. Antes de partir para a análise e crítica da mesma, também tenho, provavelmente, a maior das críticas ao NLOTH: 50 e poucos minutos de excelente música é muito, muito pouco para a maior e melhor banda do Mundo, para a banda que “espalhou” que tinha mais de 50 canções, mas espere-se pelo próximo álbum, e venham lá mais 11 ou 12, ou 15, ou 20, ok, Bono & Cª?

III - Vamos pois à excessiva e, muito mal-educada, crítica de Ryan Dumbal. Perdoem-me se não traduzir as suas frases, que são mais que compreensivas pela linguagem, e que são as que se seguem: “From 1980 to 2000, it was difficult to tell exactly what the next U2 album would sound like.” É com todo o devido respeito que afirmo que este Senhor devia ter umas lições de História, não de história da música, mas dessa nobre ciência que ensina ao Homem que nunca deve esquecer os acontecimentos do passado, para os não deixar repetir no presente e no futuro. Entre 1980 e 1989, “reinou” na Europa um Regime totalitário social-fascista intitulado Estalinismo; na Irlanda do Norte, país segregado do resto da República da Irlanda, de onde vêm os fab four de Dublin havia uma guerra civil entre os Nacionalistas (IRA incluído), e Unionistas; nos EUA, o Reagonomics baseado em Milton Friedman e no Monetarismo levou à pobreza milhões de americanos, à guerra da America com países da América do Sul, com a instalação nesses países de verdadeiros governos fantoches, ao agudizar da Guerra Fria com a URSS com o famoso programa Guerra das Estrelas; e em África o Ocidente assistia pávida e serenamente ao Apartheid, e à fome no Continente Negro. Alguém tinha de fazer algo, nem que fosse só denunciar estas situações; e os U2, nuns anos 80 onde a imagem valia mil palavras, assumiram essa posição, ao chamarem à atenção para tudo isso. O IRA ameaçou-os de morte; além do que seria o Live Aid sem a participação dos U2; Bono e Ally teriam passado duas semanas na Etiópia senão fosse o Live Aid? As ONG`s a que os U2 aderiram, os concertos de beneficiência que deram a favor dos mineiros, da Amnistia Internacional, contra o Apartheid, que acordou consciências e levou milhares de fãs a agir teria sucedido? Teriam existido outra banda nos anos 80 com tanta consciência social como os Clash tinham tido nos anos 70? U2INBLOG ◦ 5


OP

Novo Álbum...Outra vez? Já!? Por Popmart

...Então mas ainda na segunda-feira foi lançado o No Line On The Horizon! Pois é, o novo álbum dos U2 ainda agora foi lançado tendo sido disco de platina (20 mil cópias) no espaço de horas, e já começam a surgir rumores sobre o seu sucessor. Sim, os U2 entraram numa rotina preguiçosa de lançar álbuns a cada 4 anos (por média) desde os anos 90, mas há excepções à regra. Quem não se lembra do Zooropa (inicialmente pensado para ser um EP, mas evoluiu para o mais alternativo e oblíquo álbum dos U2), lançado a meio da Zoo TV Tour, apenas um ano e meio depois do Achtung Baby? Ao que tudo indica, os U2 preparam-se para fazer a dobradinha, tal como há 16 anos! E membros da banda confirmam-no. Sabe-se que sobrou bastante material das últimas sessões de gravação, iniciadas em Marrocos, de onde saiu No Line On The Horizon. Também se sabia que uma das hipóteses iniciais era um álbum duplo, com os títulos "Darknes" e "Daylight" para cada disco. Por outro lado, há vários meses que os U2 têm como garantida intenção de lançar mais material rapidamente e que tinham assente a ideia de dois álbuns. Então, o Bono confirmou na segunda-feira aquilo que Larry Mullen Jr já havia avançado: a intenção de lançar um novo disco lá para meados de 2010 com base no que não foi incluído no mais recente lançamento. O Bono confirmou ainda que este segundo registo será mais pacífico, contemplativo e reflectivo do que No Line On The Horizon. Os rumores dão conta de que o novo registo irá abarcar algumas paisagens sonoras mais experimentais que foram guardadas para este projecto. Isto corrobora a ideia de que os U2 sempre tiveram nos seus planos lançar um álbum do tipo Zooropa ou Passengers, tal como as primeiras fontes de informação sugeriam em 2007, aquando das sessões em Marrocos - exactamente como referi no artigo para a BLITZ em Janeiro de 2008 (recordam-se?).

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OP

Novo Álbum...Outra vez? Já!? Agora aquilo que consta é que o álbum até já tem título!: ... Songs Of Ascent (pela boca do Bono e mencionado em letras garrafais no booklet do mais recente lançamento). Para quem não sabe, poderá ser uma referência aos Salmos dos Degraus da Subida na Bíblia (e "ascent" é sinónimo espiritual para... "Elevation"!) que fazem referência à peregrinação a Jerusalém. Bono também sugere que o single de apresentação de Songs Of Ascent possa vir a ser "Every Breaking Wave" - tema que a revista Q referiu e descreveu aquando do final das sessões de gravação de No Line On The Horizon como uma densa canção pop com sobreposição de diversas camadas electrónicas e que abre com o verso «Every sailor knows that the sea is a friend made enemy». O livro da edição limitada de No Line On The Horizon tem fotos que incluem (propositadamente) o nome de temas não incluídos no alinhamento final: "Tripoli" (que foi escutada por alguns jornalistas em Novembro e descrita como bastante épica, algo experimental, electrónica e dividida em secções distintas), "Kingdom Of Your Love", "Thank You For The Day", "Not As Yet", "Diorama" e "Pilgrim's Lack Of Progress - House Of Abraham". Por outro lado, até mesmo uma versão polida de "Winter" (canção de 6 minutos incluída no filme Linear que é um bónus do mais recente álbum) poderá estar presente no futuro disco. Cá estaremos à espera da sequela de No Line On The Horizon e do que se seguirá. Entretanto, parece que o segundo single de No Line On The Horizon será "Magnificent" - por agora, a minha preferida e a mais bem recebida pelo público, críticos e fãs. Seria a melhor opção para segundo single e para recuperar da recepção morna a "Get On Your Boots" em airplay que não é o típico primeiro single....(uma vez mais) tal como aconteceu com o Achtung Baby em 1991 em que "The Fly" - atípico single de estreia com recepção morna - foi rapidamente substituído pelo bem mais apelativo às massas "Mysterious Ways"!

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Magnificent / Magnífico Magnífico Magnífico Eu nasci, eu nasci Para estar contigo Neste espaço e tempo Depois disso e já que não tinha a menor ideia Só para quebrar a rima Esta loucura pode deixar um coração negro e azul Só o amor Só o amor pode deixar tal marca Mas só o amor Só o amor pode curar tal cicatriz Eu nasci, eu nasci Para cantar para ti Não tive uma escolha, mas para te levantar E cantar qualquer canção que queiras Dou-te de volta a minha voz Do útero o meu primeiro choro, Foi um alegre barulho Só o amor Só o amor, pode deixar tal marca Mas só o amor Só o amor pode curar tal cicatriz Justificando até que morremos Tu e eu glorificaremos Magnífico Magnífico Só o amor Só o amor pode deixar tal marca Mas só o amor Só o amor une os nossos corações Justificando até que morremos Tu e eu glorificaremos Magnífico Magnífico U2INBLOG ◦ 8



Flash

U2 em Fez

U2INBLOG ◦ 10


Reportagem

A Objectiva de Corbijn Nos inícios dos anos 80, quando o apresentaram ao fotógrafo que a revista «New Musical Express» lhes enviou, Bono deixou bem claro que um dia seria outra pessoa, recordando hoje: «Pedi-lhe que me fizesse alto, elegante, inteligente, com um grande sentido de humor… mas constatou: 'ou seja, queres ser como eu'». Anton Corbijn, o fotógrafo que hesitou em trabalhar com um desconhecido chamado Paul Hewson (Bono), começou então a construit a percepção que o mundo teria de um grande grupo rock contemporâneo. Quando lhe ofereceram trabalho pela primeira vez, pensou que os U2 eram um grupo 'heavy', devido ao nome, e não quis saber mais nada, mas, em 1982 aceitou realizando a foto interior do 'War'. A partir daí, realizou todas as capas de álbuns dos U2. Ali começou uma história em imagens, que dura há 23 anos, agora revestida por uma aura mítica e que Cosbijn recidiu reunir num livro de 3 Kg intitulado «U2 & I», sendo também o nome de uma exposição que o fotógrafo criou aquando do lançamento do livro. Joy Division foi o primeiro mito musical a ser fotografado por Corbijn, logo depois chegaria vez dos U2, a quem consagrou como icono com «The Joshua Tree». Foram à Califórnia, ao deserto, para procurar uma boa imagem para a capa do disco, que se iria chamar «Desert songs» ou «The two Américas», mas, Corbijn fixou-se nas famosas árvores, que apaixonaram Bono. O ambiente era de diversão, mas tiveram de se pôr muito sérios para as fotos, ainda por cima, morriam de frio, pois estavam no Inverno. Segundo Bono, «retrata mais a musica do que o músico». O branco e o preto da maioria dos seus trabalhos, despe a personagem, e questiona a pessoa… para elaborar um personagem novo, mas mais antêntico. É um criador de identidads do mundo do rock que, naturalmente, também acabou a trabalhar em video. Tornou-se imprescindível para muitos grupos e cantores, como os Depeche Mode. Metallica, REM, Red Hot Chili Peppers, Rollins Band, David Sylvian, Joni Mitchell, Nick Cave, Mercury Rev, Iggy Pop, David Bowie e Elvis Costello solicitaram os seus serviços.

U2INBLOG ◦ 11


Edição Abril, Maio e Junho de 2009

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U


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