UALGZINE / Doutoramentos
Pedro Julião desenvolve projeto de investigação com impacto na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
“da criação sustentada de uma rede de contactos para o sucesso do projeto de investigação”. Num mundo onde “a internacionalização do conhecimento é marca”, uma vez que “a investigação não fica contida num determinado meio académico nem termina na publicação de artigos científicos”, o investigador português considera “necessário investir em criar sinergias que trazem vantagens na qualidade da investigação a uma escala global”, sendo “a publicação de artigos apenas uma janela de diálogo entre pessoas que partilham de preocupações semelhantes”. Sobre a importância de levar a investigação além-fronteiras o atual clínico defende que este processo “possibilita outras vantagens, como por exemplo a maior facilidade na criação de redes de investigação e na partilha do conhecimento.” Todavia, no que diz respeito ao diálogo entre academia e empresas e, mais especificamente, à valorização e integração dos doutorados no meio industrial, o doutorando da UAlg deixa algumas pistas de reflexão:
estarão os doutoramentos do nosso país a preparar os doutorandos para serem posteriormente integrados no mercado de trabalho em contextos empresariais? Estarão as empresas preparadas (a nível estrutural e organizacional) para integrar estes quadros e aproveitar o seu grau de especialização como potencializadores do desenvolvimento das empresas? A resposta, essa, parece fazer parte daquele que Pedro Julião descreve como “um caminho ainda por explorar”. Defende que Portugal não deve ser um país para doutores, mas “um país que aproveita os seus recursos altamente qualificados em prol do desenvolvimento das suas empresas, pois potencia, assim, o seu próprio desenvolvimento.” Considera que “a aplicabilidade do conhecimento no meio empresarial é de extrema importância”, mas reforça, contudo, que é preciso não esquecer “que
as universidades possuem um dever cívico mais amplo. O conhecimento apropriado e desenvolvido nestas instituições deve ter impacto na sociedade e nas pessoas, promovendo a sua evolução e melhoria da qualidade de vida”. Recuperando Confúcio, e a sua célebre afirmação de que “A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez adquirido”, Pedro Julião investiga para a comunidade, para o futuro de um país com cada vez mais anos de vida e que precisa preparar-se para receber da melhor forma possível esta realidade. Com término previsto para 2025 o projeto de investigação de Pedro Julião é, para já, o motor que move toda a ambição deste investigador de 42 anos que, como nos conta, nos tempos livres dá particular importância ao tempo de qualidade passado com família e amigos, pois são eles a âncora que lhe permite “resistir aos ventos e marés que nos acompanham ao longo da vida e da construção do nosso percurso pessoal e profissional”.
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