UALGZINE / Colégio Doutoral
A interação da investigação produzida no seio da Universidade do Algarve - onde se incluem os programas doutorais - com o meio empresarial também beneficiará da participação da universidade, através de UI&D (Unidades de Investigação e Desenvolvimento), em dois laboratórios colaborativos (CoLAB) criados em 2021: o Laboratório Colaborativo de Aquacultura Sustentável e Inteligente
(S2AQUA), com a presença do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA); e o Laboratório Colaborativo para o Conhecimento e Inovação em Turismo (KIPT), com a presença do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR). Por sua vez, o GreenCoLab, que promove o crescimento económico e a inovação da biotecnologia marinha, tem sede e um laboratório no
Campus de Gambelas, e a sua interação com a universidade verifica-se através de docentes integrados no Centro de Ciências do Mar (CCMAR). Os CoLAB são, assim, estruturas que têm como objetivo principal criar emprego qualificado e emprego científico, através da definição e implementação de agendas de investigação e de inovação, num ambiente empresarial.
COLABs promovem sinergias únicas entre academia, indústria e sociedade Hugo Pereira terminou o doutoramento em CIÊNCIAS DO MAR, DA TERRA E DO AMBIENTE, em 2019. O seu projeto de doutoramento focou-se na valorização de uma estirpe autóctone da Ria Formosa (microalga), Tetraselmis sp. CTP4, utilizando o conceito de biorrefinaria.
O seu doutoramento foi realizado em colaboração com três empresas (Necton, Allmicroalgae e Sparos) e dois centros de investigação (Centro de Ciências do Mar e Laboratório Nacional de Energia e Geologia). Como o próprio explica, “contou ainda com a contribuição de muitos alunos de mestrado e licenciatura que fizeram os seus trabalhos e teses de fim de curso inseridos nas diferentes atividades realizadas”. Neste sentido, refere, “dada P. 6
a elevada multidisciplinaridade do plano, o doutoramento ensinou-me que os processos colaborativos, que juntam pessoas provenientes de áreas científicas distintas e com diferentes valências, trazem, sem dúvida, benefícios mais significativos e um maior estímulo ao desenvolvimento do nosso trabalho”. No final do mestrado, realizou a dissertação em biotecnologia de microalgas na Necton. Nessa altura, percebeu que esta seria uma área científica a que se gostaria de dedicar no futuro. No final desse período, obteve uma bolsa de investigação no grupo Marbiotech do Centro de Ciências do Mar da UAlg, que lhe permitiu continuar a desenvolver trabalho na área das microalgas, mais relacionado com as ciências biomédicas. Após essa fase, ganhou uma nova bolsa no mesmo grupo de investigação, financiada no âmbito de um projeto internacional (SABA-1), que consistia no isolamento de novas espécies ricas em lípidos. “Estas duas bolsas forneceram-me a experiência e currículo necessários para concorrer e ser bem-sucedido na atribuição de uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na mesma área de investigação”, confidencia Hugo Pereira.
O início do meu projeto de doutoramento foi uma continuação natural do trabalho que já estava a realizar anteriormente, conjugando-se tudo nesse sentido. A principal motivação para o iniciar deveu-se ao enorme desafio de assumir um plano que reunia os meus principais interesses de investigação, uma vez que o mesmo contemplava toda a cadeia de valor da indústria de biotecnologia de microalgas. Sobre o seu projeto de doutoramento, explicou-nos, resumidamente, que numa primeira fase, se procedeu à otimização do crescimento desta nova espécie de microalga à escala laboratorial no grupo Marbiotech, e consequente aumento até à escala industrial nas instalações da empresa Allmicroalgae S.A. (Pataias, Leiria). Posteriormente, explica, “em colaboração com o investigador Gangadhar Katkam (CCMAR), aplicámos um método inovador desenvolvido pelo próprio, que permitiu a separação de diferentes ingredientes da biomassa de microalgas em compostos de alto e médio