Global Online - Especial Ferrroviário

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EDITORIAL

BOAS NOVAS A 13ª edição de Negócios nos Trilhos, uma das mais importantes feiras do setor metroferroviário da América Latina, realizada em São Paulo, evidenciou a importância que o transporte ferroviário ganhou na estrutura logística do País. Muitos dirão que a atenção ainda é acanhada diante dos desafios que devem ser vencidos. Pode ser, mas o que se constata é que o movimento de carga na malha ferroviária aumentou e – melhor ainda – sofisticou-se, com investimentos na diversificação de equipamentos empregados e serviços prestados. Há muita expectativa quanto ao impacto do novo modelo de concessão e à atuação do governo, agora sob a batuta da presidente Dilma Rousseff. O que se pode afirmar é que, definitivamente, a ferrovia brasileira está em um momento inédito. Boa leitura!

EXPEDIENTE

SUMÁRIO NOVEMBRO 2010

www.globalonline.net.br DIRETOR Joris Van Wijk

MANAGER Barbara Nogueira EXECUTIVA DE CONTAS Kelly Lima

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MARKETING Eliane Nunes

MOMENTO DECISIVO Dirigentes de associações analisam o setor ferroviário e o novo modelo de concessão.

REDAÇÃO Editora Valeria Bursztein (MTB – 39.287) Jornalista Sonia Moraes Revisão Adriana Pepe DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Miguel Angelo

As opiniões expressas nos artigos e pelos entrevistados não são necessariamente as mesmas da UBM Brazil. Redação, Administração, Publicidade e Correspondência: Alameda Tocantins, 75 Alphaville – São Paulo / SP Tel.: (11) 4686-1935 – Fax: (11) 4686-1926 info@ubmbrazil.com.br www.ubmbrazil.com.br

INVESTIMENTOS NOS TRILHOS Companhias aceleram injeção de recursos para ampliar e equipar a malha com o objetivo de dar conta do aumento do volume transportado.

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ENTREVISTA Ministro dos Transportes reafirma compromisso federal para o desenvolvimento da modalidade de transporte.



ESPECIAL

MOMENTO DECISIVO Dirigentes de associações analisam o setor ferroviário e o novo modelo de concessão Sonia Moraes

pesar de o modal ferroviário ter tido um avanço significativo desde o processo de privatização, ocorrido em 1996, sua extensão, de 28.476 km, é insuficiente para atender ao volume de carga existente. A malha, além de pequena, tem boa parte subutilizada, com vários trechos abandonados. "Há gargalos extremamente críticos a serem eliminados", afirma o diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça. Ele informou que o programa de obras do governo federal inclui a construção de 15 mil km de ferrovia até 2025, o que aumentará para 45 mil km a malha ferroviária e elevará de 25% para 32% a participação do modal na matriz de transporte do País. Apesar da expansão estimada, o setor considera que a extensão ainda está abaixo do ideal, que é de 52 mil quilômetros, segundo cálculos do diretor da ANTF. Com 25% de participação na matriz de transporte, a ferrovia brasileira é a sexta colocada no ranking mundial. Na Rússia, 81% da movimentação de carga ocorre por fer-

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rovia; no Canadá, 46%; na Austrália e nos Estados Unidos, 43% e, na China, 37%, conforme os dados do Ministério dos Transportes divulgados pela ANTF. Em produtividade, a ferrovia brasileira está em sétimo lugar na classificação mundial, segundo o diretor da ANTF. Os Estados Unidos estão na primeira posição; a China, na segunda; a Índia, na terceira; a Rússia, na quarta; a Ucrânia, na quinta, e o Canadá, na sexta. Em extensão de malha, o País ocupa o décimo lugar. Para demonstrar o quanto melhorou o desempenho do modal ferroviário após a privatização, o diretor da ANTF destaca que ao longo de 14 anos foram investidos R$ 35 bilhões nas ferrovias do País. "Só neste ano foram aplicados R$ 3 bilhões e, até 2015,esse valor deverá ser superado", estima. Conforme o diretor da ANTF, o montante calculado para o investimento no setor ferroviário será aplicado em manutenção e melhoria das vias, tecnologia, capacitação de profissionais e novos ramos. Por parte da indústria ferroviária, os investimentos previstos para os próximos quatro anos somam R$ 100 bilhões, que serão utilizados na expansão de vias, sendo 50% para atender ao TAV, dentro do PNLT (Plano Nacional de Logística de Transporte), e o restante para atender ao programa de mobilidade do País. De 2003 a 2009 foram investidos pelas empresas R$ 1 bilhão, quantia aplicada na construção de novas fábricas e em modernas tecnologias.

ALTERNATIVA LOGÍSTICA Segundo Vilaça, a demanda no setor ferroviário continua aquecida, o que ocorre devido à demonstração de que há alternativa logística no uso deste modal para o transporte de car-

ga. "Nos últimos quatro anos inauguramos 42 terminais intermodais. Além dos tradicionais produtos, como minérios e siderúrgicos, a ferrovia transporta hoje carros em CKD (completamente desmontados), bobinas, papel, areia, cimento e plástico", destaca o diretor da ANTF. "Estamos diversificando os produtos", comenta Vilaça. "Já temos vagões frigoríficos para o transporte de carnes e suínos e também vagões tanques para o transporte de combustível. Precisamos investir para ganhar produtividade", afirma. De acordo com as previsões da ANTF, em 2010 devem ser transportados 313 mil contêineres por ferrovia. No primeiro semestre foram movimentados 115.817 contêineres neste setor. O executivo destacou ainda que é possível elevar para até 45% a participação da ferrovia na matriz de transporte. "Para assegurar o crescimento deste setor, o segredo é comprar o equipamento e fazer girar o negócio na forma mais barata possível".

AQUISIÇÕES Diante das perspectivas de crescimento do setor ferroviário, o presidente do conselho da ANTF, Marcelo Spinelli, prevê que sejam comprados pelo setor 2.100 locomotivas, 40 mil vagões e 4 mil carros de passageiros nos próximos dez anos. "Há espaço para a produção de locomotivas no País", afirma Spinelli. O conselho da ANTF acrescentou que é imprescindível investir também em pessoal técnico. "Nos próximos dez anos serão necessários de 10 mil a 15 mil novas pessoas técnicas para o setor ferroviário", alertou. "A ALL, a Vale e a FCA devem formar 150 engenheiros ferroviários. Estamos tratando do assunto, já que se trata de um apagão neste setor".

Spinelli lembrou ainda que na primeira fase o grande marco do governo no setor ferroviário foi a privatização. Na segunda etapa, destaca a postura do governo Lula em tornar marcante o investimento na ferrovia. No próximo estágio, o grande desafio para a presidente eleita, Dilma Rousseff, será a modernização da malha ferroviária, que ainda é muito antiga.

NOVO MODELO DE CONCESSÃO Sobre o novo modelo de concessão que propõe o estabelecimento de metas de produção por trecho, e não por atividades globais, o presidente do Conselho da ANTF disse que no contrato atual não há uma obrigação de investimento direto, e sim de acordo com a produção. "Concordo que há uma fragilidade neste contrato, pois o trecho abandonado e de baixa densidade confere à ferrovia uma má imagem", destacou Spinelli. Ele chamou a atenção para o fato de existir desconforto com relação à tarifa. "Um dos pontos favoráveis deste novo modelo de concessão está no fato de que as distorções serão corrigidas e haverá um forte movimento pró-ferrovia. Encaramos esta mudança de maneira saudável e correta. É uma prestação de serviço público, e quero que isso evolua de forma clara e produtiva". O diretor geral da entidade esclareceu que, quando o contrato de concessão foi elaborado, a lógica era o governo ficar livre do sistema ferroviário, que tinha um custo anual de US$ 200 milhões. "Hoje a lógica é outra. O governo não encaminha os problemas fundamentais existentes atualmente", disse Figueiredo, criticando o contrato atual de concessão. "Não há dúvida de que esta mudança é necessária para tornar a ferrovia competitiva", afirmou.

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ESPECIAL

INVESTIMENTOS NOS TRILHOS

Companhias aceleram injeção de recursos para ampliar e equipar a malha com o objetivo de dar conta do aumento do volume transportado Sonia Moraes

iante do crescimento da demanda pelo uso da ferrovia para o transporte de cargas no território brasileiro, as operadoras MRS Logística e ALL (America Latina Logística) investem em projetos para melhorar a eficiência e a produtividade dos serviços. O diretor comercial da ALL, Sérgio Nahuz, disse, durante a 13.ª edição de Negócios nos Trilhos, realizado em São Paulo, que a ALL tem investido fortemente no transbordo para acelerar a movimentação de carga. "Em 2009, demorávamos 65 horas para movimentar os vagões no terminal que fica à margem esquerda do porto de Santos (SP). Com a melhora na gestão, conseguimos reduzir esse tempo para 40 horas, e a estimativa é de diminuir em mais cinco horas o tempo de giro neste terminal", explica Nahuz. Os terminais que a ALL opera têm capacidade nominal para 800 mil toneladas de carga. Com a reestruturação e a melhora na gestão, a empresa conseguiu aumentar em 50% a capacidade de estocagem, agilizando o

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fluxo dos vagões. "Com isso, minimizamos os problemas de paradas de caminhões no local", disse o diretor comercial. Nahuz destacou que a ALL tem feito grandes investimentos em Rondonópolis (MT). Por ser um dos projetos mais importantes para o transporte de grãos, a empresa decidiu acrescentar, em 2010, R$ 300 milhões aos R$ 700 milhões que investe anualmente nesse trecho. "Estamos investindo na malha para carregar mais", disse o diretor. Para confirmar o bom desempenho que a empresa vem registrando neste setor, o diretor comercial da ALL comentou que o volume aumentou de 106 mil toneladas de carga movimentada pela empresa em 2006, quando assumiu o controle da Brasil Ferrovias, para 120 mil toneladas brutas em 2010. De toda a movimentação da ALL, 65% são de mercadorias a granel (incluindo todas as commodities) e 35% de cargas industriais.

TERMINAL RETROPORTUÁRIO Para melhorar em 16% a movimentação de grãos no porto de São Francisco do Sul (SC), a ALL está investindo cerca de R$ 7 milhões na construção de um terminal retroportuário em parceria com a Global Logística, que já tem nesse local um armazém e um terminal que fazem a movimentação de carga industrializada da ALL, principalmente contêineres e produtos siderúrgicos.


Com a conclusão das obras, prevista para março de 2011, o terminal terá capacidade estática para 30 mil toneladas e contará com três silos verticais e um horizontal, que possibilitarão a operação de milho, soja e farelo de diversos clientes, como a Bunge, a Seara e a ADM. Nahuz declarou que a ALL tem expectativa de reduzir de 30 para 20 horas o tempo de movimentação de cargas no porto de São Francisco do Sul. A malha ferroviária da ALL tem 21.300 km de extensão, abrangendo os Estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e as regiões de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza, na Argentina. A frota da empresa é composta de 1.095 locomotivas, 31.650 vagões e 650 veículos rodoviários, entre próprios e agregados.

NOVO MODELO OPERACIONAL A MRS Logística, concessionária que controla, opera e monitora a malha sudeste da rede ferroviária federal, decidiu mudar o modelo operacional com o objetivo de melhorar a produtividade e ampliar sua receita, que no primeiro semestre de 2010 totalizou R$ 1,155 milhão, quantia 17,4% superior aos R$ 983.500 registrados no mesmo período de 2009. "Estamos começando a ter congestionamento de tráfego na ferrovia, mas não adianta colocar mais trem porque não aumenta a capacidade. É preciso colocar trens mais longos com o máximo número possível de vagões", disse o diretor de Desenvolvimento da MRS, Henrique Aché Pillar. Ele destacou também que a MRS não vai parar de comprar locomotivas, mas reduzirá a quantidade. A empresa já anunciou para 2011 a compra de 90 locomotivas, no valor de R$ 450 milhões. Além disso, vai implantar novo sistema de sinalização na malha. "É uma tecnologia inédita que permitirá operar os trens com mais segurança", disse Pillar. "Vamos adquirir equipamentos que possibilitem uma manutenção mais eficiente da via, com intervalos reduzidos". A MRS também pretende implantar novos terminais para concentrar as cargas. "A ideia é de que esse terminal seja implantado até o final de 2011 e começo de 2012", disse Pillar. A MRS encerrou o primeiro semestre com aumento de 12,9 milhões de toneladas transportadas em relação

ao mesmo período de 2009, alcançando o patamar de 68,7 milhões de toneladas. Com esse volume, a companhia registra um crescimento de 23,1% e atinge o melhor primeiro semestre de sua história. A MRS foi responsável pelo escoamento de aproximadamente 29,5% do volume total exportado pelo Brasil, alcançando 42 milhões de toneladas transportadas, um acréscimo de 23,5% sobre o primeiro semestre de 2009.

TRANSPORTE DE MINÉRIOS A Vale, que controla a FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), investiu US$ 5,15 bilhões em logística de 2004 a 2008. Em 2009, aplicou US$ 1,98 bilhão e, em 2010, US$ 2,6 bilhões. "Para 2011 já temos aprovados US$ 5 bilhões, que serão aplicados em projetos de logística", destacou o diretor comercial da Vale FCA, Fabiano Bodanezi Lorenzi.

Fotos: Divulgação

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ESPECIAL

Segundo a companhia, os investimentos em logística serão destinados principalmente ao suporte das operações de minério de ferro, carvão e potássio, sendo que US$ 3,246 bilhões estão alocados em ferrovias/portos e US$ 1,136 bilhão em navegação. Outros US$ 632 milhões serão gastos no segmento de transporte de carga geral. O projeto CLN 150 consiste em investimentos na EFC (Estrada de Ferro Carajás) e no terminal marítimo de Ponta da Madeira para aumentar a capacidade do sistema logístico do Norte para 150 Mtpa, em linha com a expansão da capacidade das operações de mineração de Carajás. O investimento estimado para este projeto é de US$ 2,986 bilhões, com despesas de US$ 1,289 bilhão em 2011. Outro projeto da Vale, previsto para o segundo semestre de 2012, tem por objetivo aumentar a capacidade de transporte do Sistema Norte em 90 Mtpa. Os investimentos no terminal marítimo de Ponta da Madeira incluem um berço adicional e equipamentos no quarto píer, bem como a duplicação de 605 km de ferrovia e a construção de um ramal ferroviário de 90 km para conectar a Serra Norte com a Serra Sul de Carajás.

ATENDER À DEMANDA A Transnordestina Logística também se prepara para atender ao aumento da demanda. O gerente comercial da empresa, Miguel ngelo Barroso Andrade, informou que entre as cidades de Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE) estão sendo investidos R$ 248 milhões em 96 km de ferrovia de bitola mista (larga, de 1,6 m; e métrica, de 1 m), com trilhos do tipo UIC 60, sendo esse o primeiro trecho a ser entregue para operação da futura ferrovia. "Das obras de infraestrutura, 97% já estão concluídos", destacou Andrade. Ao todo, a ferrovia Transnordestina terá 1.728 km de extensão, com um custo total de R$ 5,4 bilhões. O principal acionista da empresa, o Grupo CSN, entrará com um aporte de recursos próprios da ordem de R$ 1,36 bilhão, sendo todo o restante proveniente de fundos governamentais, entre os quais o Finor (Fundo de Investimento no Nordeste), que trabalha com recursos provenientes de renúncia fiscal (neste caso, da própria CSN); o FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste), que trabalha com recursos provenientes da Sudene (Superintendência do Nordeste); o BNDES

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Foto: Divulgação

(Banco Nacional de Desenvolvimento Social); o FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste); e a estatal Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. A Ferrovia Transnordestina liga a cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, aos portos de Pecém (CE) e de Suape (PE).



ESPECIAL / ENTREVISTA

"MODAL

FERROVIÁRIO PRECISA E PODE SER EXPANDIDO PARA SUA MELHOR UTILIZAÇÃO" Ministro dos Transportes reafirma compromisso federal para o desenvolvimento da modalidade de transporte

Sonia Moraes

epois de um longo período em estado de abandono, relegada a segundo plano entre as prioridades de investimentos do País, a ferrovia retoma sua importância e passa a ser uma opção imprescindível para ajudar no escoamento de carga no território nacional. "A ferrovia brasileira saiu da condição de crescimento vegetativo e medíocre a partir da década de 1990, com a transferência para a iniciativa privada, o que trouxe um alento para o setor", destacou o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, durante a 13ª edição da feira Negócios nos Trilhos, uma das mais importantes do setor metroferroviário da América Latina, realizada em São Paulo. "Hoje podemos verificar o crescimento do setor no transporte de carga e o nível de produtividade, com elevação de 139 bilhões em 1999 para 267 bilhões de toneladas em 2008 no volume de mercadorias movimentadas por trem", disse o ministro.

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Passos ressaltou também que o setor ferroviário, que vivia à margem das prioridades nos governos anteriores, é hoje um tema central do presidente Lula. "Da ferrovia de Carajás, em Açailândia (MA), vamos chegar até Anápolis (GO). Temos mais de mil quilômetros de ferrovia construída. Com a conclusão desta obra, prevista no PAC2, a Ferrovia Norte–Sul abrangerá uma área de 1,8 milhão de km2, de Anápolis até Estrela D’Oeste, no interior de São Paulo, o que corresponde a 21,8% do território brasileiro, onde vivem 15,5% da população. Esse trecho vai permitir a ligação com a malha ferroviária paulista e, consequentemente, com o porto de Santos. O ministro falou que a Ferrovia Transnordestina, do Piauí até o porto de Suape (PE), deve ficar pronta em 2012. Essa ferrovia unirá as três pontas mortas do sistema ferroviário do Nordeste: Missão Velha (CE), Salgueiro (PE) e Petrolina (PE). "Temos mais de mil homens trabalhando neste trecho, no qual estão sendo gastos R$ 120 milhões por mês", disse Passos. Ele ainda frisou: "Temos hoje mais de 5 mil km de ferrovias na ordem do dia do governo". Ao relembrar a trajetória do setor ferroviário no País até o início da trajetória de crescimento, o ministro dos Transportes disse que, durante essa expansão o setor conviveu com crises econômicas que trouxeram um efeito paralelo de desinvestimento


e desequilíbrio na matriz de transporte do País. "Da nossa matriz energética, 47% são de fonte renovável, mas infelizmente nossa matriz de transporte de carga tem uma distorção", destacou Passos. "Apesar do bom momento, o modal ferroviário precisa e pode ser expandido para sua melhor utilização", disse Passos. Segundo o ministro, o papel de destaque do transporte ferroviário veio para ficar, independentemente de governo. "É um setor que trabalhará em ritmo crescente. Ao todo serão acrescentados 15 mil km de novas ferrovias no País", disse Passos, comentando que "as reuniões do setor, antes pautadas pelas inquietações, têm hoje preocupações focadas no futuro".

TREM DE ALTA VELOCIDADE Sobre o Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro, o ministro dos Transportes disse que a licitação está em curso e deverá ser definida até 16 de dezembro. "O TAV traz um aspecto novo de deslocamento nas grandes capitais. É um sistema de transporte que poderá substituir o modal aeroviário", disse Passos. Para o diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, este trem é uma oportunidade de selecionar tecnologia para o transporte de alta velocidade. "O Brasil é um mercado importante e pode liderar a implantação do Trem de Alta Velocidade na América do Sul", disse Figueiredo. O diretor da ANTT não revelou nomes, mas declarou que três grandes grupos disputarão a concessão para as obras do TAV no Brasil.

Fotos: Divulgação

Apesar do bom momento, o modal ferroviário precisa e pode ser expandido para sua melhor utilização. É um setor que trabalhará em ritmo crescente. Ao todo serão acrescentados 15 mil km de novas ferrovias no País Paulo Sérgio Passos – ministro dos Transportes

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