Esta pequena brochura, que faz o balanço na UCCLA no período de 2013 a 2024, é dedicada a todos os colaboradores que exerceram ou exercem funções neste período, sem os quais não teria sido possível realizarem-se as ações que adiante exemplificam e a saber:
– Alda Moreira; – Ana Pereira; – Ana Ribeiro; – Anabela Carvalho; – Anabela Rebelo; – Anabela Simão; – António Lampreia; – Carlos Brito; – Carmen Frade; – Catarina Amaro da Costa;
– Clara Santos; – Filomena Nascimento; – Irene Alves; – Isabel Cruz; – João Guimarães; – José Bastos; – José Ferreira; – Manuel Almeida; – Manuela Gil; – Miguel Santos;
Dedicamo-la, ainda, aos responsáveis das cidades associadas, que atualmente são em número de 65, e bem assim às entidades apoiantes que também se referenciam, sendo os munícipes e cidadãos de umas e de outas destinatários e razão de ser da criação da UCCLA, e que são:
– ADP – Águas de Portugal Internacional, Portugal;
– Africonsult – Consultores de Engenharia, Lda., Angola;
– Água Grande, São Tomé e Príncipe;
– Almada, Portugal;
– Angoche, Moçambique;
– Angra do Heroísmo, Portugal;
– Assomada, Cabo Verde;
– AULP – Associação das Universidades de Língua Portuguesa, Portugal;
– Bafatá, Guiné-Bissau;
– Baucau, Timor-Leste;
– BDO & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda., Portugal;
– Beira, Moçambique;
– Belas, Angola;
– Belém, Brasil;
– Benguela, Angola;
– Bissau, Guiné-Bissau;
– BNI – Banco de Negócios Internacional, Angola;
– Bolama, Guiné-Bissau;
– Braga, Portugal;
– Brasília, Brasil;
– Cacheu, Guiné-Bissau;
– Câmara Municipal de Salvador –Câmara de Vereadores, Brasil;
– Carris, Portugal;
– Cascais, Portugal;
– Cazenga, Angola;
– CEAL – Centro de Estudos da Administração Local, Portugal;
– EMEP – Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia, Cabo Verde;
– Ermera, Timor-Leste;
– Fortaleza, Brasil;
– Fundação Inatel, Portugal;
– Fundão, Portugal;
– Gabu, Guiné-Bissau;
– GALP Energia SGPS, S.A., Portugal;
– Gebalis, Portugal;
– Governo Civil da Região de Oio, Guiné-Bissau;
– Guimarães, Portugal;
– Huambo, Angola;
– Icolo e Bengo, Angola;
– Ilha de Moçambique, Moçambique;
– Inhambane, Moçambique;
– Kilamba Kiaxi, Angola;
– Lisboa, Portugal;
– Luanda, Angola;
– LUSA – Agência de Notícias de Portugal, S.A., Portugal;
– Macau, China;
– Mandlakazi, Moçambique;
– Maputo, Moçambique;
– Mértola, Portugal;
– Montepio Geral, Portugal;
– M`Banza Congo, Angola;
– Nampula, Moçambique;
– Observatório da China, Portugal;
– Odivelas, Portugal;
– Oecussi Ambeno, Timor-Leste;
– Oeiras, Portugal;
– Olivença, Espanha;
– Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal, Portugal;
– Parques do EDT – Sociedade de Promoção e Gestão de Parques Empresariais do Entre Douro e Tâmega S.A., Portugal;
– Ponta Delgada, Portugal;
– Porto, Portugal;
– Praia, Cabo Verde;
– Quelimane, Moçambique;
– Ribeira Grande de Santiago, Cabo Verde;
– Rio de Janeiro, Brasil;
– Sal, Cabo Verde;
– Salvador, Brasil;
– Santiago de Compostela, Espanha;
– Santo António do Príncipe, São Tomé e Príncipe;
– São Filipe, Cabo Verde;
– São Paulo, Brasil;
– São Vicente, Cabo Verde;
– SRS Advogados, Portugal;
– TAAG – Linhas Aéreas de Angola, Angola;
– Talatona, Angola;
– TAP Portugal, Portugal;
– Viana, Angola;
– Vila Praia do Bilene, Moçambique;
– Vila de Sintra, Portugal;
– Viqueque, Timor-Leste;
– Visabeira Global, Portugal;
– Xai-Xai, Moçambique.
BALANÇO
I. A primeira associação intermunicipal internacional criada após a Revolução de Abril de 1974 foi a UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, pela DECLARAÇÃO DE GEMINAÇÃO MÚLTIPLA E SOLIDÁRIA DAS CAPITAIS DE PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESA, assinada no dia 28 de junho de 1985, sublinhando-se que era subscrita “em consonância com a ponderação das extraordinárias possibilidades abertas pelos laços linguísticos, históricos, culturais, de tradição e amizade que unem todos os países da comunidade lusófona”.
O impulso deveu-se a Nuno Kruz Abecasis, que esteve no exercício do cargo de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entre 1980 e 1989.
II. A sede foi sempre em Lisboa, inicialmente na Avenida 24 de Julho, n.º 118, passando posteriormente para a Rua de São Bento, n.º 640 e, a partir de setembro de 2016, para a Avenida da Índia, n.º 110.
III. Atualmente, para além das 65 cidades associadas e 24 empresas apoiantes, de todos os países de língua oficial portuguesa, passaram tam-
“reforço da solidariedade entre os povos de língua portuguesa por não haver futuro sem memória”
“crescente afirmação
de
um mundo multipolar nos nossos dias”
atividade na candidatura a projetos que justifiquem a sua apresentação por uma associação não governamental.
bém a fazer, posteriormente, parte da UCCLA as cidades de Olivença e Santiago de Compostela, por compreensíveis razões da ordem da língua portuguesa e da História, para além de Macau, de geminação múltipla logo em 1985.
IV. A UCCLA detém 100% da Associação UrbÁfrica, Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento Urbano, criada em 25 de novembro de 1999, com o propósito de complementar a
V. Desde a sua constituição, e até 2009, a presidência da Comissão Executiva da UCCLA, constituída por cinco membros e quatro vogais, pertencia estatutariamente à cidade de Lisboa. Por efeito da alteração estatutária introduzida naquele ano de 2009, a Presidência da Comissão Executiva, com mandato de dois anos, passou a ser eletiva, tal como os membros dos demais órgãos, incluindo o Secretário-geral.
VI. A UCCLA teve como presidentes da Comissão Executiva, os presidentes das Câmaras Municipais ou entidades equivalentes seguintes:
Mandato Nome Cargo
1980-1989 Nuno Kruz Abecasis (Criação)
1989-1996 Jorge Sampaio
1996-2002 João Soares
2002-2004 Pedro Santana Lopes
2004-2007 António Carmona Rodrigues
2007-2009 António Luís Santos da Costa
2009-2011 João Henrique Barradas Carneiro
2011-2013 Bento Bento
2013-2015 Ulisses Correia e Silva
2015-2017 David Simango
2017-2019 José Cassandra
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Prefeito Municipal de Salvador da Bahia (Brasil)
Governador Provincial de Luanda (Angola)
Presidente da Câmara Municipal da Praia (Cabo Verde)
Presidente da Câmara Municipal de Maputo (Moçambique)
Presidente do Governo Regional do Príncipe (São Tomé e Príncipe)
2019-2021 O Tin Lin/Alexis Tam (dezembro 2020) Chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa
2022-2024 Carlos Moedas
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Portugal)
Como Secretários-gerais e Secretários-gerais adjuntos, estes nomeados pelos Secretários-gerais com parecer prévio da Comissão Executiva, teve os seguintes:
Mandato
Secretário-geral
1985-1997 Manuel Maria de Menezes Pinto Machado -
1998-2001 Manuel Casimiro de Jesus Chantre
2002-2004 António Luciano de Sá Homem de Gouveia
2004 Paulo Jorge Patrão Miraldo2004-2009 Francisco José de Andrade Lopo de Carvalho -
2009-2012 Miguel Anacoreta Correia2012-2019 Vítor Manuel Sampaio Caetano Ramalho2019-2021 Vítor Manuel Sampaio Caetano Ramalho2022-2024 Vítor Manuel Sampaio Caetano Ramalho -
Secretário-geral Adjunto
António Luciano de Sá Homem de Gouveia
Afonso Gomes da Silva (Luanda); Carla Maria Gisela Loyo Pequito Antunes (Lisboa); José Alexandre Saraiva Lemos (Salvador)
Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Vítor Ramalho, Secretário-geral da UCCLA
“vertiginosas mudanças no mundo, quer por impactos naturais, como sucedeu com a pandemia da Covid-19, quer por profundas alterações geopolíticas”
VII. Relativamente à UrbÁfrica, dirigida por um Conselho Diretivo, teve os seguintes presidentes:
Mandato Nome
2000-2001 Manuel Chantre
2001-2004 António Homem de Gouveia
2004-2009 Francisco Lopo de Carvalho
2010-2013 Miguel Anacoreta Correia
2014-2017 Vitor Ramalho
2019-2022 Vitor Ramalho
2022-2026 Vitor Ramalho
Dado o facto de nas últimas décadas e meia a UCCLA ter sido, de forma continuada e durante onze anos consecutivos, em mandatos elegíveis, o mesmo Secretário-geral, justifica a apresentação do balanço das atividades desenvolvidas nesse período, de 2013 a 2024, sobretudo as iniciativas que integraram objetivos que acrescentaram mais-valias à organização.
O balanço justifica-se acrescidamente, tanto mais quanto é certo que durante este período ocorreram vertiginosas mudanças no mundo, quer por impactos naturais, como sucedeu com a pandemia da Covid-19, quer por profundas alterações geopolíticas. As mudanças em causa não poderiam deixar de se repercutir nos objetivos prosseguidos pela UCCLA, decorrentes de um desafio comum que respeita aos países de língua portuguesa, no caso, a prosseguir pelas cidades.
VIII.No balanço que concerne este período, as consequências da queda da bipolaridade, quebrando o equilíbrio e a previsibilidade existente entre os dois blocos mundiais, deu lugar à unipolaridade, conduzindo à universalização da democra-
cia liberal em países que experimentavam regimes autoritários, de direita ou de esquerda, e isso verificou-se também em países de língua oficial portuguesa que têm cidades associadas da UCCLA. Como é do domínio público, a unipolaridade é hoje uma realidade do passado, perante a crescente afirmação de um mundo multipolar nos nossos dias.
IX. Entre as iniciativas que se destacam, no período de 2013 a 2024, e que passaram a ficar associadas à UCCLA sublinham-se as seguintes:
• Casa dos Estudantes do Império - Homenagem aos associados;
• Comemoração do dia 10 de Junho, na cidade de Olivença;
• Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP;
• Curso Livre História de Angola;
• Encontro de Escritores de Língua Portuguesa;
• Exposições de artistas plásticos;
• Fórum de Economistas das Cidades de Língua Portuguesa;
• Iniciativas solidárias;
• Mercado da Língua Portuguesa;
• Notícias UCCLA, redes sociais e comunicaçãoProjetos inovadores dentro do objeto da UCCLA;
• Parcerias com instituições nacionais e internacionais;
• Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa;
• Programas na área da Educação;
• Projetos internacionais - Apresentação de candidaturas;
• Reuniões e encontros.
“consolidar a aprendizagem ao longo da vida, hoje tão indispensável”
“língua portuguesa, uma das mais faladas no mundo e nas redes sociais e a primeira do Atlântico Sul”
Casa dos Estudantes do Império -
Homenagem aos associados
Esta iniciativa, projetada logo no início do primeiro mandato, visava homenagear os associados da Casa dos Estudantes do Império.
Tratando-se de uma instituição criada sob o regime anterior, em 1943, com o propósito de acolher os estudantes das ex-colónias portuguesas que desejassem e pudessem assim continuar os estudos universitários em Portugal, teriam nessa instituição um local de convívio e beneficiar de alguns apoios sociais.
A sede foi em Lisboa, num edifício no Arco do Cego, abrindo mais tarde delegações em Coimbra e no Porto.
Com o advento dos processos de descolonização, a seguir à segunda guerra mundial, a partir da independência do Gana, em 1957, esses jovens admitiram que o objetivo da autodeterminação e independência dos territórios de onde eram originários seria uma realidade. Passaram, assim, a mobilizarem-se com esse
Lisboa, Casa dos Estudantes do Império, 1961
propósito, em debates promovidos na instituição, abreviadamente designada por CEI, e na publicação de ensaios e livros de poesia, novelas, em que estava em causa a procura do conhecimento e da identidade desses territórios.
Da crescente consciencialização da luta anticolonial até à organização de uma saída coletiva clandestina de Portugal, com o objetivo de participarem diretamente na luta pela autodeterminação e independência dos territórios de que eram originários, foi um passo. De tal forma, que a saída clandestina de mais de cem jovens ocorreu em 1962, tendo a Polícia política encerrado a CEI em 1965.
Os associados da CEI publicaram duas Antologias Poéticas, uma de Angola e São Tomé e Príncipe, e outra de Moçambique, 22 livros de bolso da coleção “Autores Ultramarinos” e um boletim, denominado “Mensagem”, bem como outras edições.
A homenagem promovida consistiu na reedição dos 22 livros de bolso, a que a UCCLA fez anexar um estudo sobre esses livros, da autoria da docente universitária da Faculdade de Letras de Lisboa, Prof. Doutora Inocência Mata.
Exposição nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, evocativa da história da CEI
Acrescida a estas publicações foi também republicada a “Mensagem”, fac-simile da que a associação, criada na passagem do 50.º aniversário da extinção da CEI, publicou pela passagem desse cinquentenário da extinção da instituição pela PIDE.
Paralelamente a estas iniciativas, foi levada a efeito uma exposição nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, evocativa da história da CEI.
Foram promovidas duas sessões, uma em Coimbra, em parceria com a Universidade de Coimbra, e outra em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. A primeira sessão contou com intervenções dos associados e a segunda, com fundamentação científica, versou a importância do papel que a CEI teve, convocando-se para o efeito vários historiadores. As duas sessões deram lugar a publicações com as intervenções de todos os intervenientes.
Foram convidados para participarem centenas de personalidades, com destaque para os ex-Presidentes da República de Cabo Verde, Pedro Pires, de Moçambique, Joaquim Chissano, de Portugal, Jorge Sampaio, de São Tomé e Príncipe, Miguel Trovoada, a viúva de Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, bem como os ex-Primeiros-ministros França Van Dunem, de Angola, Pascoal Mocumbi, de Moçambique, e Mário Machungo, de Moçambique.
De realçar que a UCCLA disponibilizou, ainda, uma listagem com os nomes de todos os associados da Casa dos Estudantes do Império, existentes na Torre do Tombo, em Lisboa. Todas estas informações estão referenciadas e acessíveis numa página criada para o efeito, no site da UCCLA, através da ligação https:// www.uccla.pt/casa-dos-estudantes-do-imperio .
O facto de, em todos os atuais países de língua portu-
Homenagem Casa dos Estudantes do Império em Coimbra e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa
guesa, os então jovens associados da CEI terem sido altos dirigentes de partidos e movimentos políticos que coordenaram as lutas de libertação nacional e após as independências assumirem as lideranças dos respetivos países, justificou plenamente a homenagem levada a efeito, com grande impacto público.
Apesar de grande parte desses, então jovens, terem estudado em Portugal e pertencido à CEI, formando-se politicamente nesse período e nessa instituição, constitui hoje um fator de reforço da solidariedade entre os povos de língua portuguesa por não haver futuro sem memória. Tanto mais que a CEI foi - e é - um elemento comum à história de todos os nossos povos.
No final foram também publicados mais dois livros sobre a CEI, um editado pelas Edições 70 e outro pela UCCLA, que incluíam as intervenções havidas na sessão da Universidade de Coimbra.
Foram ainda realizados três documentários sobre a história da CEI, que passaram na RTP e promovido um debate também na RTP, com os ex-Presidentes e ex-Primeiros-ministros dos países de língua portuguesa que, enquanto jovens, foram associados da CEI.
É útil ter presente que o regime autoritário anterior ao 25 de Abril de 1974, foi comum a todos os povos, mas também ao povo português que dele se libertou após a Revolução de Abril, dando lugar ao reconhecimento dos atuais países africanos lusófonos.
Livro homenagem Casa dos Estudantes do Império
Comemoração do dia 10 de Junho em Olivença
Para além das cidades de língua portuguesa de todos os países, hoje em número de 65, e de 24 entidades apoiantes, a UCCLA integra ainda cidades que não são de países que adotaram a língua portuguesa como língua oficial.
É o caso da Região Administrativa Especial de Macau, que aquando da transição para a República Popular da China, reconfirmou que o português seria, nessa região, a língua oficial durante 50 anos, dando-se o facto de Macau ter sido fundadora da UCCLA.
Também Santiago de Compostela, na Região Autónoma da Galiza, Espanha, passou a ser associada, a 19 de abril de 2017, dado o português ser originário do galaico-português.
De igual modo a cidade de Olivença aderiu e é associada da UCCLA, desde 27 de maio de 2019, em atenção às relações históricas existentes e considerando que mais de um milhar de oliventinos tem reconhecida a dupla nacionalidade, a portuguesa e a espanhola, derivado da ascendência portuguesa.
Desde a adesão à UCCLA que a cidade de Olivença promove as comemorações do dia 10 de Junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com a solenidade que a data justifica, integrando nela atividades culturais e convidando personalidades portuguesas de referência a intervirem, escritores e historiadores.
Comissão Temática
de Promoção e Difusão da Língua
Portuguesa dos Observadores
Consultivos da CPLP
Curso Livre
História de Angola
O curso de História de Angola tem como personalidade convidada para o lecionar, o historiador Oliveira Pinto, autor da obra com o mesmo nome, sendo ministrado durante 6 ou 7 meses por ano (no início de cada ano), uma vez por semana, das 18 às 20 horas.
Pode ser frequentado presencialmente, ou online através das plataformas da UCCLA, e procede-se a uma ampla divulgação para todos os que se queiram inscrever.
O êxito alcançado no primeiro ano, 2018, justificou a repetição nos subsequentes, com assinalável reconhecimento por todos os que o têm frequentado.
A UCCLA participa e é quem preside, atualmente, à Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP.
Esta comissão integra instituições de âmbito cultural que a ela se associam como entidades observadoras da CPLP, desde universidades a fundações públicas ou privadas, organizando um plano anual de iniciativas para o qual concorrem as entidades que dela fazem parte, aprofundando desta forma o intercâmbio que tem como essência a defesa da língua portuguesa, uma das mais faladas no mundo e nas redes sociais e a primeira do Atlântico Sul.
O plano prevê debates e leva a efeito iniciativas no próprio auditório da CPLP sempre que se justificar.
Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP)
A sua primeira realização foi na cidade de Natal, no Brasil, seguindo-se a cidade de Luanda, em Angola, e nos últimos anos tem decorrido na cidade da Praia, em Cabo Verde, e vai na 12.ª edição.
Os EELP na cidade da Praia resultaram de um protocolo estabelecido entre a UCCLA e a Câmara Municipal da Praia, no período que cobre o presente balanço, contando com o apoio da EMEP, de que a UCCLA e a Câmara da Praia são os únicos associados.
Exposições de artistas plásticos
A bonita galeria da “Casa das Galeotas”, que serve de sede à UCCLA, tem sido palco, desde setembro de 2016, de várias exposições de artistas plásticos lusófonos, ordenadas por ordem alfabética.
A primeira exposição, em 2016, foi evocativa de Angola e a mais recente, em 2024, de Portugal, coincidente com a passagem do cinquentenário do 25 de Abril. Esta última exposição teve por título “Liberdade - Portugal, lugar de encontros”, coincidente com a presentação do livro fotográfico de Alfredo Cunha, apoiado pela Comissão das Comemorações do Cinquentenário de Abril.
Todas as exposições levadas a efeito têm um curador de reconhecido e público mérito e são acompanhadas de um catálogo impresso pela Câmara Municipal de Lisboa.
Os encontros contam sempre com a participação de escritores de referência de todos os países de língua portuguesa, por vezes também da Região Administrativa Especial de Macau, de Goa e da Galiza.
Há um tema previamente consensualizado entre as entidades organizadoras, com intervenções das entidades convidadas, seguido de amplo debate e visitas a universidades, bibliotecas e escolas.
No final de cada encontro é publicado um livro com todas as intervenções havidas.
Fórum de Economistas das Cidades de Língua
Portuguesa
O 1.º Fórum de Economistas das Cidades de Língua Portuguesa, uma coorganização da UCCLA e da Delegação do Centro e Alentejo da Ordem dos Economistas, realizou-se no dia 25 de maio de 2019 - Dia de África, no auditório da Casa das Galeotas.
Tomou a palavra nele o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Vice-Primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, e várias personalidades dos países de língua portuguesa, responsáveis pelas
Ordem dos Economistas dos respetivos países ou de instituições equiparadas.
Foram convidados e participaram economistas de universidades de referência e jornalistas especializados na área da economia.
A iniciativa deu lugar à publicação de um livro que integrou todas as comunicações apresentadas, com grande divulgação e reconhecimento.
Esta primeira iniciativa gerou uma nova associação, denominada ALECON - Associação Lusófona de Economia que é copromotora do 2.º Fórum, em associação com a UCCLA e a Ordem dos Economistas. Este segundo fórum foi projetado decorrer no dia 27 de setembro de 2024 e, à semelhança do primeiro, envolveu convidados de reconhecido mérito dos países de língua oficial portuguesa.
Iniciativas solidárias
As naturezas dos objetivos da UCCLA envolvem, naturalmente, iniciativas solidárias com origem em fenómenos naturais que afetam bens ou pessoas ou que tenham impactos por ações humanas, frequentemente conflituais.
Dos mais relevantes destacam-se os apoios recolhidos e enviados para a população de Chã das Caldeiras, na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, por ocasião da erupção do vulcão que ciclicamente assola a Ilha, em 2014; e a recolha de bens para as populações afetadas pelo ciclone IDAI, na Beira, em Moçambique, em 2019, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, o apoio financeiro concedido ao município da Beira, em parceria com associações de solidariedade e com a Câmara Municipal de Cascais.
De salientar que a UCCLA foi a gestora/fiscalizadora do apoio financeiro da Câmara Municipal de Lisboa, por delegação desta, na reabilitação de um edifício municipal na cidade da Beira.
A UCCLA promoveu, em 2021, uma reunião online, com as suas cidades associadas, de solidariedade para com as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique. Participaram mais de cem representantes, resultando na emissão de um comunicado para a promoção de uma ação de sensibilização para apoio às populações.
Por ocasião da pandemia da Covid-19 e por iniciativa da UCCLA foi publicado um livro, intitulado “Cultura em tempos de Pandemia”, que possibilitou a inclusão de textos sobre a pandemia, de escritores que voluntariamente se associaram a esta iniciativa. Face ao confinamento obrigatório, a UCCLA sempre atenta às suas cidades/regiões e empresas não poderia deixar de disponibilizar toda a informação útil sobre as medidas que os governos dos diversos países estavam a tomar.
Reunião online, com as suas cidades associadas, de solidariedade para com as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique.
Mercado da Língua
Portuguesa
Com início em 2019, o Mercado da Língua Portuguesa - que se realiza no Mercado da Vila, em Cascais - é uma iniciativa que, com diversas formas de expressão, revela a identidade de cada um dos países de língua portuguesa presentes, através de mostras de artesanato, gastronomia, literatura, música, retratando as especificidades de cada um.
O “Mercado da Língua Portuguesa”, que tem como objetivo homenagear a língua portuguesa e a união das várias culturas pelo mundo, tem a duração de três dias, com muita afluência, mercê da criteriosa seleção de todos quantos a ela aderem.
A preocupação de valorizar o “Mercado da Língua Portuguesa”, em resultado da experiência obtida em anos anteriores, motiva de sobremaneira para que, em
Notícias UCCLA, redes sociais e comunicação
- Projetos inovadores
dentro do objeto da UCCLA
A publicação “Notícias UCCLA” passou, desde 2016, a ser um instrumento comunicacional de referência da UCCLA, garantindo-se a regularidade mensal, objetivo que correu paralelamente com várias plataformas/redes sociais criadas para a divulgação das iniciativas da UCCLA. A “Notícias UCCLA” tem hoje milhares de leitores que voluntariamente manifestam vontade de se inscreverem e é por este veículo que se divulgam as principais iniciativas que se promovem.
Tem havido a preocupação de se incluírem no sítio da UCCLA novos projetos de interação com municípios ou com munícipes, nomeadamente a “MetaMarfose”, que procura valorizar tudo o que diz res-
peito à preservação dos oceanos e à sua importância. A criação da rede Lisboa Cidade da Aprendizagem, que a UCCLA integra, e a “Aprendizagem ao longo da vida”, um projeto por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que, desde logo, contou com a participação de 47 entidades que se associam ao projeto através da inclusão de atividades que contribuem para o reforço do conhecimento em múltiplos e variados domínios.
São exemplos que, pela via da comunicação, permitem consolidar a aprendizagem ao longo da vida, hoje tão indispensável, considerando a vertiginosa evolução a que assistimos no mundo, em todos os domínios.
Parcerias
com
instituições nacionais e internacionais
São inúmeras as parcerias que a UCCLA estabeleceu com entidades suas associadas ou com associações que complementam os objetivos estatutários.
Entre as nacionais, a UrbÁfrica, associação detida a 100% pela UCCLA, está filiada na Plataforma das Organizações Não Governamentais, e também com a Associação da Calçada Portuguesa, que tem por objetivo trabalhar e dinamizar a arte de bem-fazer a calçada portuguesa a Património Imaterial da Humanidade.
Homenagear os poetas africanos, brasileiros e timorenses, através de tertúlias poéticas, foi o propósito de
um projeto cultural da Associação de Moradores e Empresários do Parque das Nações, em conjunto com as embaixadas dos países lusófonos da CPLP e do Casino de Lisboa, a que a UCCLA se associou em 2018 e 2019.
No plano empresarial, a UCCLA tem participação com a associada Câmara Municipal da Praia, na empresa EMEP - Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia.
Ainda no plano internacional, a UCCLA participa em iniciativas com a UCCI -União das Cidades Capitais Ibero-americanas e com o Fondo Galego.
Prémio de Revelação Literária
UCCLA-CMLisboaNovos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa
Criado em 2015, este prémio tem como objetivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa, ficção (romance, novela e conto) e poesia, em língua portuguesa, por novos escritores.
Em 2025, será apresentada a obra literária vencedora do prémio e será a sua 10.ª edição. A divulgação do prémio, apresentado, em regra, no dia 5 de maio, dia da língua portuguesa, na Feira do Livro de Lisboa, premeia o candidato selecionado entre centenas de candidaturas que anualmente a UCCLA recebe.
Só podem concorrer, a este prémio, quem nunca tenha publicado uma obra literária e que seja escrito em português. A seleção da obra vencedora é feita por um júri que integra personalidades de referência de países de língua oficial portuguesa.
Nos últimos anos a Câmara Municipal de Lisboa associou-se à iniciativa através do pagamento de um valor pecuniário ao vencedor, o qual participa, também, como convidado no EELP que anualmente se realiza na cidade da Praia, Cabo Verde. A edição dos livros premiados está a cargo da editora “Guerra e Paz”, responsável também pela distribuição.
Programas na área da Educação
No domínio da dinamização de iniciativas pedagógicas integradas, objetivo que a UCCLA tem prosseguido, são inúmeros os programas educacionais para crianças que foram concebidos para o efeito.
A rede “A SUL” foi concebida, em 2017, para crianças de estabelecimentos de ensino que interagem com a UCCLA, envolvendo também docentes com o propósito de lhes fornecer ferramentas adequadas à função sobre a realidade de países e cidades de língua portuguesa. Este objetivo é complementado com jogos motivacionais e incentivadores à curiosidade das crianças que decorrem na galeria da Casa das Galeotas, aproveitando-se as exposições de artistas plásticos dos países de língua portuguesa patentes no espaço.
Como se referiu, são inúmeros os programas concebidos para as crianças, nomeadamente “A SUL”, “Participar e Brincar”, “Construir Futuros de Educação”, “CRIE - Criando, Inovando e Empregando - cultura, artesanato e turismo, novas dinâmicas da economia criativa”, em Cabo Verde, participação no projeto “Participação das Crianças na Preservação do Rio: Cidades mais inclusivas e resilientes - RiverChild” e “LER - Moçambique”.
A UCCLA leva a efeito, em parceria com embaixadas dos países de língua oficial portuguesa, pequenos projetos que têm destinatários e objetivos comuns, participando ainda em Feiras do Livro organizadas por cidades associadas da UCCLA e procedendo ao envio de livros para bibliotecas e outras instituições que aproveitem à fruição das crianças.
Projetos internacionais
- Apresentação de candidaturas
As candidaturas apresentadas durante o período do presente balanço, da UCCLA e da UrbÁfrica, à União Europeia ou ao Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e que foram ou estão a ser executadas de acordo com os contratos estabelecidos são:
“Cluster da Cooperação Portuguesa da Ilha de Moçambique”, em Moçambique;
Obras de requalificação do arquivo municipal da Beira, em Moçambique;
Construção de um liceu na Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe;
“Projeto de desenvolvimento de energias domésticas sustentáveis na cidade de Bissau” - FUMUKABA, na Guiné-Bissau;
“Solução Participada para Plásticos Marítimos” na Ilha de Moçambique, em Moçambique;
“Nosso Património, Nossa Riqueza: da valorização do património local à promoção do turismo cultural sustentável e gerador de rendimento local”, na Ribeira Grande de Santiago, em Cabo Verde;
“Promover a Apicultura Inclusiva no Leste da Guiné-Bissau”;
“Descentralização e Participação Comunitária na Gestão de Resíduos Sólidos na cidade de São Tomé”, em São Tomé e Príncipe;
“Reforço da Governação Urbana, Inclusão social e Promoção do Empreendedorismo em Díli, Timor-Leste”;
Rede Temática de Cidades UCCLA: “Proteção Civil” e “Proteção e Valorização dos Centros Históricos”.
Reuniões e encontros
No balanço que concerne este período, tiveram lugar diversas reuniões e encontros com personalidades de renome, como por exemplo Bispo da Diocese do Uige, Dom Emílio Sumbelelo, em 2019; General Higino Carneiro, em 2017; Helder Vaz, em 2017; Ministro da Administração Estatal de Timor-Leste, Tomás do Rosário Cabral, em 2024; Pedro Pires, em 2019; presidente da Câmara de Olivença, Manuel J. González Andrade, em 2018; presidente do Governo Regional do Príncipe, Filipe Nascimento, em 2020.
General Higino Carneiro
Bispo daDiocese
PedroPires-FotoInstitutoPedro
Presidente da Câmara de Olivença, Manuel J. González Andrade HelderVaz
Presidente do Governo Regional do Príncipe, Filipe Nascimento
Ministro da Administração Estatal de Timor-Leste, Tomás do Rosário Cabral
Apoio:
(...) Pai:
Afinal tu e a minha mãe não morreram mas os símbolos Texas Jack mudaram e eu também
E alinhamos palavras agora bandos de sécuas ávidos sorvendo ruivos grãos de sol no tropical silo plúmbeo das nuvens
Eu deixo nesta canção de alforria para ti, meu pai como um feixe de caniços verdes agitados no bronze da manhã chorando gotas de um cacimbo de solidão ao longo das esguias hastes espetadas nas margens das húmidas ancas sinuosas dos rios.
E nestes versos te escrevo e neles guardo escondidos por enquanto, meu pai os póstumos projectos
mais belos no silêncio e mais fortes na espera porque nascem e renascem no meu não cicatrizado ronga ibérico semi-ronga afro-banto coração.
Meu resgatado primeiro Craveirinha moçambicano!
Parte final do poema “ao Pai” de José Craveirinha, português de Alzejur, “resgatado moçambicano”