Cartilha Posse Responsável de Animais

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APRESENTAÇÃO Somente no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dentre estes, 10 milhões são gatos e 20 milhões são cães. Em cidades grandes como Goiânia estima-se que para cada cinco habitantes há um cachorro e que destes, 10% estão abandonados. Em cidades menores a situação não é muito diferente. Há casos em que esse número chega a ¼ da população humana do local. Esta situação gera um problema de saúde pública considerável e que nos leva a pensar na posse responsável como uma possível solução. Porém, é importante lembrar que antes de adotar um animal é preciso pensar nas condições físicas, mentais e principalmente financeiras que este ato exige.

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GUARDA RESPONSÁVEL Muitas pessoas acabam adquirindo (comprando ou adotando) um animal de estimação por impulso, sem levar em consideração alguns fatores importantes para tomar esta decisão. Antes de optar pela companhia de um animal de estimação é necessário estar atento às seguintes informações: 1. Características do animal, como: tamanho quando adulto (no caso de adquirir um filhote de cão) para adequação do espaço físico; expectativa de vida: cães e gatos podem viver por volta de 15 anos, então a família deve ter em mente que o animal precisará de atenção, carinho e cuidados durante toda a vida; 2. Características comportamentais: ativos, calmos, carentes ou brincalhões. Este tipo de informação torna-se importante para adequar o comportamento do animal à rotina diária do novo proprietário; 2

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3. Custos profiláticos: vacinas, vermífugos, higiene e tratamentos de saúde em casos de enfermidades, castrações dos animais a fim de evitar crias indesejáveis ou mesmo fuga de animais; 4. Custo com alimentação; 5. Tempo disponível para interagir com o animal e lhe dar atenção; 6. Aceitação de todos os membros da família com a vinda de um animal para casa; 7. Acomodações: manter o animal sempre em um local protegido do sol, frio, chuva e correntes de vento. Deve-se também ser distante do local onde ele faz suas necessidades fisiológicas. Fornecer um tapete, pano ou cobertor para que ele possa se aquecer, principalmente à noite e em dias mais frios. Se optar por uma casinha, verificar o tamanho adequado para que ele possa se acomodar UFG, Catalão, 2015

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confortavelmente. Se possível, optar por um lugar de acomodação que seja mais próximo da família. Também, manter a vasilha de comida em lugar seco e protegida do sol e uma vasilha com água potável suficiente à disposição do animal, em lugar limpo, arejado e com sombra. Trocar a água diariamente e manter as vasilhas de água e comida sempre limpas, lavando-as com água e sabão.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DE SE TER ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO? De acordo com recentes estudos médico-veterinários, a companhia desses animais para o ser humano produz os seguintes efeitos benéficos: a) Efeitos psicológicos: auxilia no tratamento da depressão, estresse e ansiedade, além de melhorar o humor; 4

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b) Efeitos fisiológicos: menor pressão arterial e frequência cardíaca, maior expectativa de vida e estímulo a atividades saudáveis; c) Efeitos sociais: socialização de idosos, pessoas com necessidades especiais e melhora no aprendizado e socialização de crianças.

PORQUE TEMOS TANTOS CÃES E GATOS DE RUA? Uma cadela/gata pode gerar ao final de 10 anos mais de 80 mil descendentes. Deve-se considerar que não existe lar para todos esses animais, então muitos acabam nas ruas sofrendo maus tratos por parte de pessoas e outros animais. Existem ainda os riscos de atropelamentos, mordeduras contra pessoas, transmissão de doenças e poluição do meio ambiente com sua urina e fezes.

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CASTRAÇÃO Seis benefícios da castração: 1. Reduz a marcação de território; 2. Reduz as fugas; 3. Reduz a agressividade; 4. Reduz o risco de câncer; 5. Reduz a superpopulação; 6. Aumenta a longevidade.

O QUE É POSSE COLETIVA? A posse coletiva é uma realidade comum nas cidades e se trata da “adoção” de um animal por um grupo de pessoas. A posse 6

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coletiva é tida como um ato de compaixão e de sensibilização com a situação em que se encontra o animal. Porém, somente os cuidados com a alimentação e água não são suficientes para a manutenção da saúde desses animais. Eles devem ser desverminados, vacinados, receber controle periódico contra pulgas e carrapatos e devem ser abrigados de forma correta em épocas de frio e chuva. Além disso, deve-se estabelecer quem cuidará do animal nos finais de semana/feriados e férias escolares. E, em caso de doença, quem se responsabilizará pelos cuidados veterinários e financeiros com o animal?

O QUE FAZER SE ENCONTRAR UM ANIMAL ABANDONADO? A primeira coisa a fazer quando se encontra um animal na rua perambulando sozinho é garantir que ele realmente não tenha um UFG, Catalão, 2015

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dono. Cães e gatos, principalmente gatos, costumam passear nas ruas sem seus donos e podem facilmente ser confundidos com animais errantes. Esta é uma conduta errada, porque os animais tendo proprietário devem andar nas ruas com guia (no caso dos cães). Para se certificar de que aquele animal não tem dono é interessante colocar fotos em redes sociais e alertar os moradores ao redor de que foi encontrado um animal perdido. Cuidado antes de se aproximar do animal, pois ele pode morder ou atacar!

COMO REAGIR EM CASO DE ATAQUE? Primeiramente não se deve chegar perto de um animal de maneira que sua integridade física seja colocada em risco. Os animais de rua podem ser bastante agressivos e causar sérios danos quando ferem uma pessoa. É bom lembrar que os animais que mais ofere8

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cem risco de ataque são fêmeas com filhotes, animais se alimentando e machos aglomerados ao redor de uma ou mais fêmeas. Em caso de ataque deve-se procurar um posto de saúde para que as vacinas sejam atualizadas (tétano e raiva). Nunca arrisque sua saúde tentando resgatar um animal muito agressivo. Tenha cautela e peça ajuda.

MAUS TRATOS É CRIME! Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998: Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: UFG, Catalão, 2015

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Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Maus tratos se caracterizam por: abandono; manter animal preso por muito tempo sem comida e contato com seus donos/responsáveis; deixar animal em lugar impróprio e anti-higiênico; envenenamento; agressão física, covarde e exagerada; mutilação; utilizar animal em shows, apresentações ou trabalho que possa lhe causar pânico e sofrimento; não procurar um veterinário se o animal estiver doente, etc. Para ter certeza de que o caso realmente se 10

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trata de maus tratos é preciso ter evidências e testemunhas que comprovem as ações, obtendo o maior número de informações possíveis que identifiquem o agressor. Em caso de abandono ou atropelamento, anote a placa do carro para identificação e o mais importante é não ter medo de fazer a denúncia, pois um animal também é uma vida. Também podem ser feitas denúncias anônimas pelo Disque Denúncia (197).

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REFERÊNCIAS: Costa RM. Métodos de esterilização cirúrgica e não cirúrgica no controle populacional de cães e gatos. [Monografia]. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Escola de Veterinária, 2004. Tatibana LS, Costa-Val AP. Relação Homem Animal de Companhia e o Papel do Médico Veterinário. Revista Oficial do Conselho Regional de Medicina Veterinária no Estado de Minas Gerais. 2009; 103:18-12. Brasil. Lei nº8566 de 17 de outubro de 2007. Dispõe sobre a posse responsável de cães e gatos no município de Goiânia. Diário Oficial da União, Goiânia (20 jan 2008); Sec.1:67. Brasil. Decreto nº24.645 de 11 de novembro de 1930. Dispõe sobre medidas de proteção aos animais. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro (10 jul 1934); Sec. 103: 46. 12

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