Jornal ufg 66

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Jornal

UFG

Mala Direta Postal

Básica

9912341620-DR/GO

UFG BRASIL

CORREIOS

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Comunidade

PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – ANO IX – Nº 66 – AGOSTO DE 2014

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o Participação da comunidade acadêmica é primordial para melhoria da qualidade de vida na universidade. Confira nessa edição ações que convidam todos a colaborarem na segurança (pág. 10) e na sustentabilidade da instituição (pág. 4 e 5)

Cooperação

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Jornal UFG

EDITORIAL

Kharen Stecca*

Participação da comunidade

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Jornal UFG está em seu nono ano de circulação. Tivemos algumas interrupções, como a ocorrida recentemente, devido à greve dos servidores técnico-administrativos, mas a publicação nunca deixou de ser prioridade por parte da Assessoria de Comunicação (Ascom), bem como da gestão da UFG. Como sempre é tempo de renovação, em 2014, traremos novidades para esse veículo que serão implementadas ao longo dos próximos meses. Lançamos nesta edição uma campanha para convocar os pesquisadores da UFG a divulgar suas pesquisas. A universidade e a produção científica cresceram, dessa forma, é imprescindível mostrar à sociedade os resultados desse crescimento. O Jornal UFG é um dos meios de divulgação oferecidos à comunidade acadêmica, como também o Portal UFG, o Boletim Informativo, as redes sociais e o contato direto com a imprensa. Para construir a comunicação na universidade, temos uma certeza: precisamos da participação de todos. Participe da pesquisa a ser feita sobre o Jornal UFG, mande sugestões de pauta e diga o que você pensa de nossas publicações, por meio de nosso e-mail jornalismo.ascom@ufg.br. Com seu apoio, poderemos aperfeiçoar a cada dia a divulgação de nossa universidade e a discussão de temas importantes para a sociedade. Seguindo este mesmo princípio da importância da participação da comunidade em assuntos relevantes aos meios social e acadêmico, dois assuntos institucionais são destaques nesta edição: o Plano de Logística Sustentável da UFG e a segurança nos câmpus. O Plano de Logística Sustentável (PLS) é uma proposta que visa otimizar atividades realizadas pela UFG, para promover a sustentabilidade na instituição, como a diminuição do consumo de alguns materiais, a melhoria do recolhimento de resíduos de forma a facilitar a reciclagem e a conscientização da comunidade sobre a necessidade de evitar o desperdício. São ações importantes que só sairão do papel quando houver envolvimento total da comunidade acadêmica. Da mesma forma, enquadra-se a questão da segurança na UFG. Com o aumento dos índices de criminalidade em toda a sociedade, o espaço da universidade não estaria ileso a isso. No entanto, pensar a segurança apenas pontualmente, com coerção e vigilância, não tem surtido efeito significativo tanto na sociedade quanto no interior das universidades. Cabe também à academia buscar caminhos e alternativas para mudar esse quadro. A gestão da UFG, em um processo contínuo, vem desenvolvendo diversos projetos e ações, apresentados na matéria Mudanças procuram fortalecer a segurança na universidade, e convocado seus membros a pensarem nesse processo, dando à comunidade acadêmica não só mais segurança, mas voz e atuação direta na construção e manutenção dela. A UFG acredita que a solução dos problemas não deve ser discutida unilateralmente e que qualquer decisão a ser tomada seja feita a partir de um processo construído e entendido por todos. Sendo assim, sinta-se a vontade para trazer suas sugestões para a universidade. Contamos com você! *Coordenadora de Imprensa da Ascom

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UFG

Publicação da Assessoria de Comunicação Universidade Federal de Goiás ANO IX – Nº 66 – AGOSTO DE 2014 Tiragem: 10.000 exemplares ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus Samambaia C.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GO Tel.: (62) 3521-1310 /3521-1311 www.ufg.br – jornalismo.ascom@ufg.br – www.ascom.ufg.br

DESTAQUE

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Goiânia, agosto de 2014

CÂMPUS EM FOCO

Comunidade acadêmica é alertada sobre e-mails falsos

O Centro de Recursos Computacionais (Cercomp) alerta sobre casos em que integrantes da comunidade acadêmica têm recebido e-mails, solicitando dados de acesso ao Portal UFGNet e informações pessoais. Nesses e-mails, há também a tentativa de encaminhar o usuário para algum endereço na internet, visando ao preenchimento de cadastro ou à instalação de programas. O Cercomp esclarece que esses e-mails, apesar de conterem textos que se apresentam como institucionais, são falsos e devem ser desconsiderados. A UFG não solicita dados dos usuários por e-mail e não pede para que os membros da comunidade acadêmica realizem procedimentos de cadastro ou de instalação de software. Em caso de dúvida, entre em contato com o Cercomp pelos telefones: 3521-1079 / 1090 / 1142. Veja exemplo de e-mail falso enviado por desconhecidos: __________________________________

De : ufg.br <afkarez@prover.com.br> Seg, 19 de Mai de 2014 07:37 Assunto : manutenção de conta Responder para : ufg.br <webmailalertteam01@gmail.com> Nossa Exsteem WebMail Caro usuário, Nossos registros indicam que sua conta não foi atualizado como parte de nossa manutenção de conta regular. Nossos novos servidores SSL verificar cada conta para a atividade e sua informação foi escolhido aleatoriamente para verificação. O nosso centro de gestão se esforça para servir o nosso usuário de e-mail com um e-mail melhor e seguro. Preencha o formulário abaixo para confirmar os detalhes de sua conta. 1 Nome e Sobrenome: 2 E-mail: 3 Usuário: 4 Senha: 5 Digite a senha novamente: 6 número de telemóvel: NOTA: Um SMS de confirmação será enviado para o número de celular que você provid uma vez que a atualização for concluída. Se suas informações de conta pode resultar em limitação conta não atualiza. Suporte WebMail © Copyright 2014

UFG começa a receber pedidos para uso do nome social Ester Sales, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia, e Renato Neves Cordeiro, do curso de graduação em História, foram os primeiros estudantes da UFG a formalizarem, no dia 2 de julho, o pedido para uso do nome social. A solicitação foi feita na secretaria do Centro de Informação, Documentação e Arquivo (Cidarq), no Câmpus Samambaia, na presença do reitor da UFG, Orlando Amaral, e de pró-reitores. De acordo com a Resolução n° 14, de maio de 2014, do Conselho Universitário da UFG, técnico-administrativos, professores e alunos da universidade, além de pessoas ex-

ternas que participam de projetos de extensão, cujo nome de registro civil não reflita sua identidade de gênero, podem requerer a adoção de um nome social nos registros acadêmicos em todas as instâncias internas da universidade. Interessados em entrar com processo para uso do nome social devem solicitar o formulário de requerimento na secretaria do Cidarq e devolvê-lo preenchido no mesmo local. O processo é autuado e encaminhado para os setores competentes, que deverão adequar a utilização do novo nome em registros, como exemplo, listas de presença de aulas, em eventos acadêmicos e nas cerimônias de colação de grau.

Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves; Próreitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Alexandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fiarovanti; Pró-reitora de Extensão e Cultura: Giselle Ferreira Ottoni Cândido; Pró-reitor de Administração e Finanças: Carlito Lariucci; Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos: Geci José Pereira da Silva; Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária: Elson Ferreira de Morais. Jornal UFG – Coordenadora de Imprensa e editora-geral: Kharen Stecca; Editora: Michele Martins; Conselho editorial: Cleomar Rocha, Luís Maurício Bini, Pablo Fabião Lisboa, Reinaldo Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos Telles; Projeto gráfico e editoração eletrônica: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Reportagem: Camila Godoy, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Revisão: Letícia Braz; Estagiários: Dúnia Esper e Elisangela Lopes; Bolsista: Adriana Cristina da Silva, Águita Araújo; Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG.


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ENTREVISTA

Goiânia, agosto de 2014

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José Alexandre Diniz Filho

Por reconhecimento e mérito Michele Martins

Como o senhor recebeu a notícia da sua eleição para compor a Academia Brasileira de Ciências?

Fui sondado inicialmente por um colega da Embrapa-Cenaragen, de Brasília, Dario Grattapaglia, que me pediu para enviar alguns dados para concorrer à eleição de novos membros da ABC. Recebi a notícia da indicação em dezembro, alguns dias depois de ter sido convidado pelo reitor Orlando Amaral para assumir a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da UFG. Foi uma honra receber essa indicação. Fazer parte de uma sociedade científica é sempre algo muito positivo para o pesquisador, pois este passa a ter acesso a informações importantes e mais contato com outros pesquisadores da área. No caso de algumas sociedades, como a ABC, esse ingresso não é voluntário, pois depende de uma seleção e/ou escolha. Nesses casos, além das vantagens usuais de fazer parte da sociedade, essa participação é também um mérito acadêmico e científico. Assim, entendo essa indicação como um reconhecimento das atividades de pesquisa e formação de recursos humanos que desenvolvi nos últimos 20 anos na UFG, desde que conclui meu doutorado.

Por quanto tempo o senhor integrará a ABC? Qual a sua função junto à entidade?

A ABC é uma sociedade científica e, a partir do momento que sou eleito, faço parte por tempo indefinido. Não tenho uma função espe-

Foto: Carlos Siqueira

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m um país como o Brasil, onde a maior parte da produção científica e dos representantes das sociedades científicas se concentra nas Regiões Sudeste e Sul, o ingresso de um pesquisador de uma instituição goiana em uma das mais importantes entidades científicas do País deve ser comemorado e interpretado como uma chance de projetar ainda mais o valor das pesquisas e do trabalho dos pesquisadores da Região Centro-Oeste. Em maio deste ano, o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, José Alexandre Felizola Diniz Filho, tomou posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) depois de uma eleição que revelou seu mérito acadêmico e científico. Fundada em 1916, a ABC é uma entidade sem fins lucrativos, que contribui para o estudo de temas importantes para a sociedade, sobretudo, subsidiando cientificamente a formulação de políticas públicas e dando pareceres para a tomada de decisões relevantes ao desenvolvimento técnico-científico do País. Docente da UFG desde 1994, José Alexandre Diniz Filho possui um currículo de destaque. Ele desenvolve pesquisas na área de Ecologia e Meio Ambiente e atua junto a outras instituições científicas nacionais, como Capes e CNPq, e internacionais, como a Linnean Society, de Londres (FLS). Em entrevista para o Jornal UFG, o pró-reitor esclarece como será sua atuação na comissão de Ciências Biológicas da ABC. Confira!

cífica ou cargo. Espero que a minha atuação seja na divulgação da ABC junto à sociedade, na participação em discussões sobre temas estratégicos e em eventos. Como tenho experiência editorial, talvez haja possibilidade de contribuir como editor-associado na revista principal da Academia, Anais da Academia Brasileira de Ciências, e/ou no periódico Pesquisa Antártica Brasileira. Penso também em participar de algum grupo de estudo.

De que forma a entidade conduz os seus grupos de estudo?

Acredito que estudos de temas estratégicos sejam uma das atuações mais importantes da ABC. Ao longo de sua existência, a Academia tem apoiado e gerado uma série de documentos sobre assuntos importantes e estratégicos para o País, como a Amazônia no século XXI, a problemática da água no Brasil e a aprendizagem infantil. Esses pareceres desenvolvidos pela ABC partem de estudos realizados por pesquisadores reunidos em grupos de estudo e de trabalho em diversas áreas. Atualmente, existem grupos que desenvolvem pesquisas sobre Amazônia, Biocombustíveis, Doenças Negligenciadas, Educação Científica, Imunobiológicos e Indústria, Mudanças Ambientais Globais, Mulheres para a Ciência, Recursos Hídricos e Recursos Minerais. Além disso, há uma série de eventos promovidos ou apoiados pela ABC.

Que tipo de atuação a ABC efetua nos órgãos governamentais brasileiros?

Entendo que a atuação seja principalmente como órgão consultivo, pronunciando-se sobre temas polêmicos, o que é importante para que a sociedade passe a ter subsídio sério para a tomada de decisões. Especificamente na minha área de atuação, lembro bem do impacto de um estudo realizado pela ABC sobre o Código Florestal Brasileiro que foi divulgado em 2011. O documento foi muito elogiado por cientistas e pesquisadores, tanto pelo caráter científico quanto pela importância estratégica de uma entidade de prestígio se pronunciar em relação a um assunto polêmico que, no final, seria decidido sob um grande componente político e que poderia privilegiar interesses econômicos independente das consequências para a sociedade.

De que forma a entidade pode ajudar o desenvolvimento científico do Centro-Oeste?

Pela distribuição dos membros eleitos, há uma participação muito pequena da ABC no Centro-Oeste, em termos proporcionais. Podemos tentar ampliar essa atuação. Já conversei com alguns membros que conheço sobre esse assunto. Em termos estratégicos, não há dúvidas que as questões ligadas à agricultura, ao agronegócio, à biodiversidade e à biotecnologia são importantes no Centro-Oeste e em todo o Brasil. Esses temas, por exemplo, têm sido prioritários nas redes de pesquisa do Programa Centro-Oeste do MCTI/CNPq/Capes/FAPs. Vale ressaltar que há outras áreas importantes e que é preciso que os pesquisadores identifiquem em quais delas há competência e potencial de investigação e inovação tecnológica.

"Acredito que estudos de temas estratégicos sejam uma das atuações mais importantes da ABC"


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INSTITUIÇÃO

Jornal UFG

Goiânia, agosto de 2014

Plano de Logística Sustentável da UFG propõe ações para redução dos impactos ambientais e promoção da responsabilidade socioambiental dentro da universidade

Adriana Cristina

Sustentabilidade ambiental e Serena Veloso

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eduzir o uso de papel e copos plásticos, descartar o lixo de forma adequada, desligar as lâmpadas da sala ao sair e fechar corretamente a torneira são pequenas ações que podem contribuir para a redução de impactos ambientais e para o incentivo às práticas sustentáveis dentro da universidade. Com a intenção de modificar a cultura do desperdício, do consumo sem consciência ambiental e da má utilização de recursos e materiais entre a comunidade universitária, a UFG lançou em março deste ano o Plano de Logística Sustentável (PLS). Esse plano foi instituído com base na Instrução Normativa nº 10, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que estabelece a necessidade da elaboração de um Plano de Gestão Logística e Sustentável por parte de toda Administração Pública. A UFG é a primeira do setor público no Estado de Goiás a implementar um planejamento para gestão sustentável. O projeto, desenvolvido pela instituição e norteado pela cartilha da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) do Ministério do Meio Ambiente, que surgiu a partir da formulação de políticas de desenvolvimento sustentável.

Primeiros passos Concebido em 2013, o plano da UFG foi elaborado, a partir da necessidade de organização das ideias e ações ambientais, com a mobilização das Pró-Reitorias de Administração e Finanças (Proad) e de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos (Prodirh) e a colaboração da comunidade acadêmica. “O plano procura dar consistência a várias ações isoladas já realizadas na universidade e busca institucionalizá-las e aprimorá-las”, ressaltou o reitor da UFG, Orlando Amaral, durante o lançamento do PLS. Para institucionalizar as ações do projeto, foi instaurada a Política Ambiental e Sustentável da UFG, que pode ser acessada no site do PLS (www. sustentabilidade.prodirh.ufg.br) Com a execução do PLS, a universidade planejará ações e metas dentro do período de validade do plano: 2014 e 2015. “Os objetivos do plano são fazer com que unidades acadêmicas e órgãos administrativos repensem todos os seus processos para que deem uma melhor utilização aos recursos naturais e desenvolver um programa de educação ambiental que envolva todos os colaboradores da UFG”, pontuou o professor da Escola de Engenharia Civil (EEC/UFG) e presidente da Comissão Gestora do PLS da UFG, Emiliano Lôbo de Godoi. Entre as ações previstas, estão racionalização do uso da água e energia, redução do material de consumo, gerenciamento de resíduos e atividades de conscientização à comunidade acadêmica, sendo essa última um dos mais importantes objetivos do plano, segundo o membro da Comissão Gestora do PLS e economista da Coordenação de Monitoramento Institucional da Prodirh, Everton Wirbitzki da Silveira: “Ao englobar práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços e ações

Resultado da pesquisa sobre sustentabilidade aplicada aos servidores da Reitoria embasará ações do projeto piloto do PLS de divulgação, educação ambiental, conscientização e capacitação, o PLS se propõe a, pedagogicamente, instituir uma consciência coletiva a respeito da importância do ambiente e da economia dos recursos disponíveis”, disse. Um projeto piloto será implantado primeiramente no prédio da Reitoria, com a mobilização dos servidores efetivos, terceirizados, esta-

Práticas de sustentabilidade na universidade 4 1

Redução do consumo de copos descartáveis

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giários e bolsistas, já que eles vivenciam o cotidiano da unidade. O projeto piloto será lançado no início do mês de agosto durante a Semana da Sustentabilidade na Reitoria.

Priorização da compra de produtos, equipamentos e serviços sustentáveis

Melhoria da qualidade de vida dos servidores

Redução do consumo de resmas de papel A4

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Economia no uso de água

Racionalização do consumo de energia elétrica


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INSTITUIÇÃO

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em prática

PLS em ação

Acompanhamento e avaliação

O plano terá atuação em sete eixos temáticos:

Todas as atividades do plano serão monitoradas e terão suas metas divulgadas a cada seis meses, podendo ser acessadas no site do PLS, além de comporem um relatório anual. “Ações rotineiras podem interferir positivamente para a contenção financeira, redução do desperdício e diminuição do impacto ambiental”, observou Everton Wirbitzki. Além disso, uma pesquisa, elaborada pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da UFG, com o apoio de alunos do curso de Relações Públicas da Agência Simetria, da Faculdade de Comunicação e Informação (FIC), foi aplicada aos servidores lotados nos órgãos que integram a Reitoria. Nessa pesquisa, foram avaliadas as noções dos servidores sobre medidas tomadas no dia a dia para reduzir gastos e promover a sustentabilidade em cada departamento. De acordo com Emiliano Godoi, atualmente, a comunidade acadêmica da UFG, de todas as Regionais, abrange mais de 25 mil pessoas, o que corresponderia a uma cidade de médio porte do Estado de Goiás. Dessa forma, sistematizar o plano em toda a instituição pode representar um grande desafio. “O sucesso desse projeto depende do engajamento e da participação de toda a universidade. Espero que possamos servir de exemplo para outras instituições”, comentou o presidente da Comissão Gestora do PLS. Algumas das preocupações imediatas da comissão também estão relacionadas à compra de recursos e às contratações de serviços, tendo em vista o processo de expansão da universidade nos últimos seis anos, o que gerou aumento nos dispêndios com diversos materiais e serviços. Diante desse cenário, as ações do PLS buscarão formas para viabilizar a compra de itens sustentáveis.

Material de consumo

Educação ambiental

Deslocamento de pessoal

Compras e contratações sustentáveis

Cada eixo é coordenado por representantes de unidades acadêmicas e de órgãos administrativos, responsáveis pelo levantamento de medidas já existentes dentro da instituição. Serão verificados os pontos mais críticos relacionados ao eixo de atuação para propor e viabilizar soluções, por meio da conscientização.

Qualidade de vida no trabalho

Energia elétrica, água, esgoto e telefonia Gerenciamento de resíduos

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Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde do Hospital das Clínicas (HC)

Redução do consumo de combustíveis e uso de alguns menos agressivos ao ambiente

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Utilizar canecas ou garrafas próprias; criar campanhas de conscientização para incentivar a redução do uso de copos descartáveis. Meta: Reduzir o consumo em até 2%.

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Adquirir impressoras que imprimam frente e verso; preferir comunicação via mensagens eletrônicas; reaproveitar folhas impressas para confecção de blocos de rascunho. Meta: Reduzir o consumo em até 2%.

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Oferecer atividades físicas e rotinas antissedentarismo. Meta: Ter a participação de 30% de unidades e órgãos.

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Adquirir veículos biocombustíveis e ares-condicionados e eletrodomésticos com selo Procel; adequar aos critérios ambientais às especificações dos materiais de consumo. Meta: Adequar, pelo menos, 5% das especificações técnicas voltadas às contratações sustentáveis.

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Monitorar o consumo de água e esgoto em edificações; criar campanhas para o uso racional e o não desperdício de água; instalar torneiras automáticas e bacias sanitárias com baixa vazão. Meta: Reduzir gastos em 2%.

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Elaborar cartilha e informativos para orientações sobre o programa para a comunidade do hospital; criar uma comissão interna de gerenciamento de resíduos; capacitar profissionais. Meta: Alcançar a implantação em 100%.

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Evitar o desperdício no uso da energia elétrica; elaborar projetos arquitetônicos que permitam o fluxo de ar natural no prédio; criar projetos com sistemas de condicionamento de ar com maior eficiência; realizar reformas nas instalações elétricas dos prédios antigos. Meta: Reduzir gastos em 2%.

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Capacitar pessoal para direção veicular eficaz; adquirir veículos que utilizam combustíveis menos agressivos ao meio ambiente. Meta: Reduzir consumo em 5%.

Infográficos: Dúnia Esper

Como pode ser feito:


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MESA-REDONDA

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Escolas criativas estimulam a inovação educacional em prol da cooperação Equipe Ascom e TV UFG

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m um contexto no qual a educação no Brasil recebe constantes críticas quanto à falta de investimentos, eficiência e alcance na formação dos cidadãos, muitas alternativas para a reformulação de projetos pedagógicos e de metodologias de ensino têm se difundido no meio educacional do País. Uma das alternativas que tem chamado atenção de pesquisadores são as escolas criativas, instituições de ensino que recriam concepções, fundamentos, valores e práticas por meio da transdisciplinaridade e da ecoformação. As escolas criativas também defendem a adoção de valores essenciais para a convivência, como solidariedade e cooperação entre indivíduos. Para falar sobre o assunto, o Jornal UFG e o programa Conexões, da TV UFG, reuniram três pesquisadoras da Rede Internacional de Escolas Criativas (Riec): as professoras do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), da cidade de Orleans, Santa Catarina, Marlene Zwierewicz; da Escola Vila de Fortaleza, Ceará, Patrícia Limaverde, e da Universidade Federal de Goiás (UFG), Marilza Vanessa Rosa Suanno.

O que são as escolas criativas e como funciona a Rede Internacional de Escolas Criativas (Riec) ? Marilza Suanno: Essa rede é composta por pesquisadores atuantes em vários países, sob coordenação do Grupo de Assessoramento Didático, da Universidade de Barcelona, liderado pelo professor Saturnino de la Torre. Nós da Riec identificamos escolas que possuam vivacidade e energia produtiva como diferencial. Esses tipos de escolas são denominadas criativas. Em parceria com o professor Saturnino de la Torre, a professora Marlene Zwierewicz produziu a primeira pesquisa no Brasil sobre esse assunto, que resultou em um livro. Temos expandido essa pesquisa a vários Estados para identificar escolas que conseguem romper com a lógica disciplinar tradicional, que fragmenta o conhecimento por disciplinas, horários ou livros didáticos. Queremos identificar como os educadores promovem o diálogo entre disciplinas e constroem projetos nos quais os sujeitos não somente absorvem conteúdos, mas pensam as relações que os temas de estudo apresentam entre si. Constatamos, nos eventos que já produzimos, que as escolas têm uma relação com a comunidade de seu entorno, muitos professores têm energia produtiva e que os ambientes podem se tornar mais criativos a partir de uma liderança. A nossa concepção de criatividade é que os espaços e as oportunidades nos tornam mais criativos. A criatividade não é inata do sujeito, cada um desenvolve esse potencial. Marlene Zwierewicz: A ideia das escolas criativas não propõe a criação de um novo modelo, mas sim a iniciativa de potencializar o que já existe de criativo e transdisciplinar nas diferentes instituições e níveis educacionais (da educação infantil à pós-graduação). Propomo-nos a encontrar programas que possuam viés criativo, transdisciplinar e ecoformador, com indícios de criatividade para poten cializá-los. Portanto, a ideia da Rede Internacional de Escolas Criativas é perceber o que já existe e valorizar, por meio de publicações, eventos e seminários, o que os educadores talvez nem perceberam que já estão fazendo de criativo. Patrícia Limaverde: O que acho importante em relação às escolas criativas, não é somente a criatividade pela criatividade, a inovação pela inovação. Por trás dessas propostas inovadoras, criativas e transdisciplinares, há um propósito que é a formação de sujeitos transformadores, criativos e inovadores. Há uma demanda da sociedade para que instituições comecem a ser transformadas por indivíduos congregadores, a partir de habilidades desenvolvidas. As escolas criativas permitem o desenvolvimento do indivíduo criativo e atuante no mundo.

Como, a partir dos conceitos de ecoformação e interdisciplinaridade, é possível formar cidadãos mais capacitados para intervir no mundo? Marlene Zwierewicz: A transdisciplinaridade parte da perspectiva de trabalhar a ligação existente entre diversos tipos de conhecimento por meio de projetos que conseguem conectar os conhecimentos já institucionalizados com os encontrados na própria vida. Nicolescu Basarab tem um conceito bastante claro sobre a transdisciplinaridade, ele diz que transdisciplinar é o que está além, entre as disciplinas e, portanto, o que está entre as descobertas a serem feitas pelas ciências são as demandas que a escola criativa contribui para perceber. Já a ecoformação se concentra no momento em que conectamos o conhecimento também à realidade que nos cerca, na perspectiva de trazer preocupações relacionadas ao planeta Terra e à vida. Nisso, existem três preocupações centrais: o bem-estar individual, o bem-estar social e a preocupação ambiental. A escola criativa propõe esses tipos de discussões, porque acredita que não é possível educar sem perceber que a educação tem um papel extremamente relevante para iniciativas em prol da preservação. Marilza Suanno: É interessante perceber que as escolas têm seguido por caminhos distintos para entender que o ser humano precisa ser educado para além da cognição. Pensar na formação do ser humano é pensar a partir de uma razão sensível; significa educar para a formação de conceitos, para a capacidade de leitura crítica da realidade e para ser capaz de construir uma reflexão transformadora propositiva, mas conduzindo o sujeito a pensar em seus valores e sua postura em relação ao mundo. Na escola criativa, os indivíduos se transformam, porque começam a se preocupar com a coerência da sua relação com o meio ambiente. Preocupam-se com a alimentação, o modo de ser, as próprias prioridades nesse mundo que nos atropela com tanto trabalho, correria e atividades e também com o tempo necessário para estar em contato com a natureza. Essas escolas estão formando sujeitos capacitados a rever valores, princípios e opções. Patrícia Limaverde: A escola moderna investiu muito na fragmentação dos conteúdos das disciplinas. A partir do momento que ocorreu essa fragmentação, houve o deslocamento dos contextos. A transdisciplinaridade busca as conexões entre o conhecimento e as condições para que esse conhecimento proporcione a transformação do contexto social. As escolas criativas consideram o que está além de seus muros e procuram fazer a conexão entre conteúdos diferentes. Isso reintegra o sujeito, porque se estamos diante de coisas descontextualizadas, sem um sentido real perceptível para o sujeito que está em formação, acabamos valorizando demais o aspecto cognitivo intelectual em detrimento das habilidades sociais, das emoções e dos sentimentos. A transdisciplinaridade permite a inclusão de outros conhecimentos como os populares, os artísticos, o autoconhecimento e a espiritualidade. O que pode ser dito sobre os exemplos de escolas criativas em Santa Catarina? Marlene Zwierewicz: Ao norte de Santa Catarina, temos o exemplo da Universidade Regional de Blumenau (Furb). Ao sul, na cidade de Orleans, há o Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), e outras instituições em Gravatal e Urussanga. Há também o exemplo da rede municipal de Balneário Rincão que é interessante, porque todas as escolas municipais estão envolvidas na busca pela valorização da criatividade. Um dos projetos


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dagogia logosófica. O que essa escola oferece e que nos pareceu importante para a formação do ser humano é a forma como conduz a formação do sujeito, sensibilizando-o a olhar para si mesmo. A escola educa as crianças para a reflexão e o autoconhecimento, para dialogarem sobre valores e princípios. É uma escola na qual os estudantes apresentam um ótimo resultado na aprendizagem dos conteúdos que estão no currículo e também aprendem a se conhecer e a se tornar pessoas potencialmente mais equilibradas. Outro exemplo é o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) da UFG. Esse é um colégio complexo por oferecer educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, além da formação de professores por meio do mestrado em Educação. Destacaria também o trabalho do estágio transdisciplinar desenvolvido pela unidade de Inhumas da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que possui um projeto para estudantes de Pedagogia a partir de uma

ao redor, então elas podem estar em qualquer lugar. Contudo, uma das grandes preocupações dos pais é se elas dão conta do conteúdo e de fazer com que ele tenha sentido para as crianças. Grande parte dos conteúdos que recebemos, a partir de um ensino voltado para a memorização, escapam-nos da memória, porque, nesses casos, preparamos-nos para uma avaliação pontual. O objetivo das escolas criativas é justamente o contrário: que apropriemos sim dos conhecimentos historicamente acumulados, mas que encontremos sentido nesses conhecimentos e os ressignifiquemos para poder intervir na realidade. Em função de todo o avanço tecnológico, uma escola que concentra o ensino no quadro de giz, na fala do professor e no máximo em um livro didático por unidade curricular acaba sendo um ambiente pobre para a realidade de hoje. Nesse sentido, a ideia que temos e que as escolas hoje discutem é valorizar o conhecimento científico sem as crianças sairem do conhecimento,

Patrícia Limaverde

Marilza Suanno

Marlene Zwierewicz

parceria entre a universidade e a escola. A intenção é que o estagiário identifique e os ajude a perceber as potencialidades naquela escola. O primeiro movimento é este, identificar o que aquela escola tem desenvolvido.

porque no momento que elas aprendem algum elemento manipulando, como a Patrícia Limaverde falou, elas estão conseguindo se apropriar de um conceito e, ao mesmo tempo, ver como ele funciona na realidade. Assim, nós não temos preocupação de que as propostas da escola criativa não darão conta do conteúdo necessário, ao contrário, levamos isso muito a sério e pensamos que é necessário sim dar conta do conteúdo, mas o significado desse conteúdo e o que ele vai possibilitar intervir. Então, que não seja uma simples memorização, mas que seja o fortalecimento da resiliência, para que as pessoas possam enfrentar suas diversidades e construir um mundo mais solidário. Marilza Suanno: Tenho acompanhado uma escola em Inhumas, que teve um excelente resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esse índice reflete muito pouco a realidade das escolas, no entanto, essa escola possui uma equipe altamente comprometida com a aprendizagem das crianças. Por exemplo, o texto que a criança produz é lido por vários professores e coleguinhas, ou seja, essa iniciativa dá sentido ao ato de produzir textos, porque serão lidos. Dessa forma, trata-se de uma escola criativa. Precisamos dar aos professores mais autonomia pedagógica para estabelecerem sentidos naquele ambiente e para ajudarem as crianças a perceberem melhor o mundo, formando crianças que tenham uma visão local, mas também uma visão planetária. Penso que a universidade, na formação de professores, precisa estar mais presente nas escolas, com as crianças e os jovens. Para que haja o impacto das escolas criativas em âmbito nacional, elas podem nos ajudar a pensar as necessidades da escola e da convivência dos sujeitos com os conhecimentos e a formação humana.

Fotos: Carlos Siqueira

que tem se destacado é o de reconstruir a identidade desse município, uma vez que ele foi recentemente emancipado e a população busca criar um vínculo de pertencimento frente a essa realidade e descobrir qual a vocação do município. Antes pensávamos: qual é a responsabilidade da educação com a organização da cidade? Por meio da escola criativa, percebemos a vinculação do conhecimento com a realidade. Uma das potencialidades do município, percebida no decorrer das pesquisas desenvolvidas por crianças do primeiro ao quinto ano, foi o reaproveitamento do papel. Uma das metas estabelecidas no projeto elaborado por professores, estudantes e gestores de uma escola foi a de ter ao final de um ano o reaproveitamento de 100% do lixo de papel. Todo papel foi destinado a uma fábrica que se transformou em uma agente ambiental valorizada pelas crianças. No início de 2014, foram organizados novos projetos, cuja meta das escolas é ter, além do papel zero, o plástico e o lixo orgânico zero.

Professora Patrícia, como a Escola Vila, no Ceará, funciona? Patrícia Limaverde: A Escola Vila iniciou seu trabalho em 1981 e oferece educação infantil e ensino fundamental até o nono ano. É uma escola transdisciplinar e os conteúdos são aplicados no cotidiano da escola a partir de aulas em laboratórios. Ao todo, são oito laboratórios e cinco aulas integrativas. A qualquer momento, podemos encontrar na Escola Vila mais alunos fora da sala de aula do que dentro, porque eles estão sempre nesses espaços aplicando seus conteúdos disciplinares. Por exemplo, no laboratório de horta, pomar, farmácia viva e jardim, eles plantam; calculam áreas; estudam o princípio ativo de determinada erva medicinal, o valor nutritivo, o nome científico de determinada fruta ou hortaliça e o preparo desses alimentos. Cada turma cuida de uma cultura de erva medicinal, de hortaliça, do pomar ou do jardim. O objetivo é reaproximar o ser humano ao contato com os elementos da natureza. Outro exemplo é o laboratório de manutenção de ambientes, onde é ensinado como deixar o ambiente sempre limpo e harmônico; pequenos consertos hidráulicos e elétricos; como consertar uma cadeira e também como reparar uma camisa. Há também o laboratório de fauna com vários animais: um bode, uma cabra, uma jumenta, tartarugas, coelhos, patos, galinhas. Os estudantes criam um laço com esses animais. Tem ainda o laboratório de tecnologias alternativas, onde estudam reciclagem, e o forno solar para secar alimentos e outros. Professora Marilza, quais são os exemplos de escolas criativas em Goiás? Marilza Suanno: O primeiro exemplo de escola criativa identificado em Goiás foi o Colégio Logosófico de Goiânia que trabalha a pe-

Seria possível aplicar o modelo de escolas criativas no ensino público brasileiro em larga escala? Marilza Suanno: É preciso que fique bem claro que não existe um modelo de escola criativa. Temos alguns indicativos de como identificar uma escola que tenha características de dialogar com o mundo e a atualidade. São escolas que criam, produzem e que se reinventam. Elas já existem, mas precisamos identificar o potencial de cada uma e, a partir disso, elaborar projetos ecoformadores para romper com a fragmentação do conhecimento. Sim, temos como fazer isso em larga escala. O grande problema é que as políticas pedagógicas são impostas. Patrícia Limaverde: Trabalhamos com escolas particulares e da rede pública. Já trabalhamos com todas as escolas da rede municipal da cidade Cruz, no interior do Ceará. Sempre buscamos, a partir do contexto de cada escola e região, fazer com que as escolas consigam realizar seus próprios projetos. Acho que é uma iniciativa extremamente emancipadora, capaz de causar grandes repercussões em um país. Essas escolas conseguem suprir a expectativa dos pais quanto à aprovação de seus filhos no Vestibular ou às metas educacionais estabelecidas pelos governos? Marlene Zwierewicz: Se resumirmos o conceito criado pelo Saturnino de la Torre de que escolas criativas são escolas que recriam, transcendem, valorizam e transformam a realidade


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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Goiânia, agosto de 2014

Pesquisa investiga propriedades de planta do Cerrado para tratamento do vitiligo Previsão é que em três ou quatro anos seja possível a transferência de tecnologia da universidade para o setor privado para a produção de medicamentos fitoterápicos

da o o: t n m a ime co d s c o; ain are tore in s r p a a c us o a a f dó e e n ca as, do s m cid na a e tres o C he cio em s n ela e; sist is (e o sc á r ad o na de est nid os d cio i ça imu líbr emo e). n i e o u s ad do aut seq çõe ied – de ra ns – alte a –

Tratamentos e inovações

Preservação do Cerrado

A doença não possui tratamento definitivo, mas algumas alternativas são usadas para estimular a repigmentação da pele, como uso de corticoides, fotoquimioterapia, terapias orais ou tópicas com psoraleno, medicamentos imunomoduladores tópicos, laserterapia e, em alguns casos, terapias cirúrgicas, por meio de enxerto ou transplante de melanócitos, procedimento que transfere células produtoras do pigmento da pele de áreas com tecidos saudáveis para áreas despigmentadas. De acordo com o coordenador da pesquisa, a mama-cadela tem sido utilizada pela população há anos para fins terapêuticos, mas de forma empírica e indiscriminada, o que pode causar certos danos à saúde, como a toxicidade no fígado. “Todo medicamento tem o fator toxicidade. Se há um aumento substancial da dosagem podem ser desencadeados efeitos tóxicos, mas se o medicamento for utilizado de forma sistemática, com orientação médica, são grandes as chances de sucesso”, observou. A pesquisa teve a etapa de processamento finalizada – quando se desenvolve fórmulas farmacêuticas – e agora os pesquisadores estudam o desenvolvimento de formas para uso tópico e oral. A previsão é que em três ou quatro anos seja possível a transferência de tecnologia da universidade para o setor privado para a produção dos medicamentos fitoterápicos. Por meio do Núcleo de Informação Tecnológica (NIT) da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) da UFG, a universidade poderá negociar as fórmulas originais com empresas interessadas, reinvestindo os recursos arrecadados nas pesquisas desenvolvidas pela instituição. Os testes da eficácia das formulações em humanos ficará a cargo das próprias empresas, segundo regulamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A extração de matéria-prima do Cerrado de forma consciente, sem causar grandes impactos ambientais, é também uma das preocupações dos pesquisadores da Faculdade de Farmácia, que priorizaram no desenvolvimento do estudo a restauração do bioma, detentor de 5% da biodiversidade do planeta. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do Brasil. Fatores como desmatamento, queimadas e expansão da fronteira agrícola foram responsáveis pela degradação de quase metade da cobertura vegetal, causando a perda de espécies de plantas com substâncias ativas de grande potencial utilizadas na cura e no tratamento de diversas doenças. Por isso, conjuntamente à etapa de processamento das substâncias pela Faculdade de Farmácia, estão sendo realizados estudos para viabilizar a reposição dos recursos extraídos do Cerrado, em parceria com o agrônomo João Carlos Mohn Nogueira, da Emater (Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária), e a Embrapa. “Temos que criar mecanismos e estratégias para explorar o Cerrado de forma racional, não destrutiva. Nossa abordagem tem esse diferencial, porque estamos pensando na parte agronômica”, afirmou o coordenador da pesquisa.

Adriana Cristina

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esquisadores da Faculdade de Farmácia (FF) da UFG estão desenvolvendo pesquisa científica com plantas originárias do Cerrado para produção de medicamentos para tratamento do vitiligo, doença não contagiosa que provoca a despigmentação da pele. O estudo se baseia na produção de extratos padronizados das furanocumarinas (psoraleno e bergapteno), substâncias encontradas na planta mama-cadela, cujo nome científico é Brosimum gaudichaudiI Trecul (Moraceae). Coordenada pelo professor da Faculdade de Farmácia, Edemilson Cardoso da Conceição, a pesquisa é realizada em parceria com o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Osvaldo Freitas. Também estão envolvidos um doutorando do Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica, um mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e alunos de iniciação científica dos cursos de Farmácia e Engenharia Florestal, todos da UFG. “A mama-cadela produz uma série de substâncias, entre elas, as chamadas furanocumarinas, que atuam nos melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento melanina, e estimulam a repigmentação da pele”, explicou o professor Edemilson Cardoso. Segundo ele, o objetivo da pesquisa é viabilizar formulações para produção de medicamentos fitoterápicos de forma sistemática e com fundamentação científica.

Fotos: Carlos Siqueira

Serena Veloso

s l ada cola cia o m n i í m m e e r t e ag ist po s co , qu ore ento nteira de ex com t a n s F tam fro a a ado, o planta sadas d m s o r de ansã Cer s de esqui o p cie xp e e eaçam espé a não am meras l aind a inú dicin e m

Em destaque, as diferenças de pigmentação em uma pele afetada pela doença e o professor Edemilson Cardoso da Conceição e a mestranda Maria Cristina apresentando a matéria processada da planta mama-cadela


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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Goiânia, agosto de 2014

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Laboratório da UFG utiliza Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) para mapeamento ambiental Aparelho alcança até 700 m de altura e coleta imagens que podem servir para agricultura de precisão

Aulas práticas

Águita Araújo

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O professor Manuel Ferreira ressalta que a utilização desses equipamentos pelo Lapig tem caráter apenas acadêmico e científico. Os aparelhos são utilizados nas disciplinas de graduação, mestrado e doutorado, quando envolvem conceitos de Geotecnologia.

Lapig

Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa/UFG), está desenvolvendo e aprimorando técnicas de mapeamento de áreas agrícolas, urbanas e de florestas mediante o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants). Os equipamentos foram adquiridos por meio da iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO)em 2013. Os Vants são similares a um aeromodelo, porém, utilizados para a captação de imagens georreferenciadas, com coordenadas geográficas, de forma totalmente autônoma. O professor do Iesa responsável pelo equipamento, Manuel Eduardo Ferreira, explica que os dois Vants, sob cuidados do Lapig, são aparelhos de pequeno porte com uma câmera digital e um GPS, que registram informações durante o voo, em altitudes de 100 até 700 metros. Assim, cria-se uma sequência de fotografias que forma a imagem da superfície a ser mapeada, podendo depois realizar um mapa temático e alguma análise de determinado fenômeno associado à região registrada. As regiões de cultivos agrícolas são as que requerem maiores demandas de monitoramento. Segundo Manuel Ferreira, a prática, mais conhecida como agricultura de precisão, pode ser feita em várias fases do cultivo, no plantio, no crescimento da

Os Vants são pré-programados e controlados pelo software Emotion, que seleciona a resolução espacial da imagem a ser registrada

Lapig

grafia, Andrelisa Santos de Jesus, com participação de outros docentes do Iesa, além da contribuição de professores dos cursos de Engenharia Ambiental, UFG, e de Zootecnia, Universidade de Brasília (UnB). Em média, dez estudantes tanto de graduação quanto do mestrado da UFG também participam da pesquisa. De acordo com a professora Andrelisa Santos, o projeto surgiu mediante uma demanda da Defesa Civil do município de Silvânia, que sofre com processos erosivos, alagamentos e enchentes desde o período colonial. Dessa forma, a análise visa detectar áreas de risco à sociedade para conter a perda de solo e os deslizamentos. O encerramento do estudo está previsto para dezembro de 2015.

Áreas urbanas Por serem equipamentos que não voam por muito tempo, em geral por 30 minutos, os Vants adquiridos são adequados para o mapeamento de pequenas áreas, em torno de 400 hectares por voo. O perímetro urbano e as nascentes da Cidade de Goiás estão sendo monitorados pelo Lapig, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente dessa cidade, para detectar áreas com risco de inundações e enchentes, bem como avaliar as Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Essa parceria trará benefícios diretos para os moradores da cidade, pois as águas do Rio Vermelho e de outros córregos, com grandes volumes em época de chuva, podem inundar áreas do Sítio Histórico.

planta e na colheita. “As imagens servem ao agricultor para que ele tenha uma ideia da área de plantio, bem como das coordenadas das áreas deficientes em termos de nutrientes ou que estão sendo atacadas por pragas. Dessa forma, o fertilizante ou o produto de combate à praga podem ser aplicados de forma pontual, evitando que toda a propriedade seja afetada”, esclareceu o professor. Além disso, os Vants também são utilizados no mapeamento topográfico de áreas urbanas ou rurais, destacando a declividade do terreno ou a presença de erosões. Por meio do GPS, calcula-se a altitude do voo e, então, forma-se uma nuvem de pontos com altimetria (medida das alturas) para gerar uma representação da superfície, ou seja, um modelo digital do relevo da região. Esse recurso está sendo utilizado no projeto de pesquisa e extensão Processos erosivos em Silvânia, Goiás, do Iesa em parceria com o Lapig. O estudo está sob coordenadoria da professora de Geo-

Adriana Cristina

Similares a aeromodelos, os equipamentos são de fácil manuseio

A universidade é extremamente favorecida com esses equipamentos, porque os estudantes aprendem na teoria e na prática Professor Manuel Ferreira afirma que conceitos de fotogrametria e de imageamento por satélite são empregados na prática pelos estudantes


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Jornal UFG

SEGURANÇA

Goiânia, agosto de 2014

Mudanças procuram fortalecer a segurança na universidade Comunidade acadêmica reflete sobre qualidade de vida nos câmpus da UFG e medidas que ampliam segurança Silvânia Lima Carlos Siqueira

Ações valorizam participação da comunidade Uma pesquisa sobre violência, conflitos e crimes, inédita entre as universidades, com três frentes de trabalho, envolvendo docentes e discentes das Faculdades de Ciências Sociais (FCS) e de Informação e Comunicação (FIC), está em andamento. Com uma visão mais ampla sobre violência, o trabalho objetiva subsidiar a elaboração do Plano de Segurança da UFG. Outra atividade, um tipo de ação no Bosque, constitui um espaço de manifestações sobre o Bosque Auguste Saint-Hilare, no Câmpus Samambaia, para incentivar a comunidade a dizer o que pensa sobre sua utilização. O evento ocorrerá nos dias 19 e 20 de agosto, com estrutura para apresentações de música, teatro, vídeo e fotografia, além de painéis e urnas para os interessados em expor suas opiniões e sugestões.

A ronda motorizada reforça o serviço de vigilância no Câmpus Samambaia

Trabalho integrado amplia estrutura de vigilância Desde 2010 está em vigor um novo projeto de segurança na UFG. O serviço terceirizado realizado pela empresa Tecnoseg inclui diagnóstico de todas unidades e setores da universidade e propostas de implantação de medidas de segurança em curto e longo prazo. A partir do resultado da pesquisa, são realizadas reuniões com a presença de dirigentes do Cegef para discussão e sensibilização das medidas a serem tomadas juntamente às unidades acadêmicas, aos órgãos e setores da universidade. Apoiado pelo Sistema Integrado de Segurança (SIS), o projeto faz avaliações constantes das análises de risco, ameaças e vulnerabilidade, em cada localidade da instituição. Outra ação de destaque é o treinamento da vigilância com base no guia de Procedimento Operacional Padrão (POP), realizado pelo Cegef em todas as Regionais. Um importante ganho dessa mobilização por mais segurança e qualidade de vida nos Câmpus da UFG diz respeito à consolidação da filosofia do trabalho integrado entre os diversos organismos que atuam nos limites da instituição, não só aqueles diretamente envolvidos com a segurança, mas também de colaboradores que atuam nas áreas de telecomunicação, construção civil, limpeza, manutenção e paisagismo, por estarem inseridos no cotidiano da universidade. Divulgação Geseg

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uestões relacionadas à segurança dentro dos câmpus universitários têm sido pensadas e discutidas pelas universidades federais de todo o País. Na UFG, já há algum tempo, o assunto se tornou pauta permanente, levando a administração, gradativamente, a tomar medidas, a fim de garantir a tranquilidade dos transeuntes e o bom convívio comunitário em todos os seus câmpus. A instituição amadurece sua política de segurança na busca por caminhos de garanti-la, preservando as características peculiares do ambiente universitário. Ampliação da estrutura física, reformulação e urbanismo dos espaços de convivência, reforço na vigilância e implantação de medidas de segurança são algumas das ações que estão sendo realizadas em todas as Regionais. O próprio setor de segurança foi reformulado e hoje consiste na Gerência de Segurança Patrimonial (Geseg) da UFG, órgão ligado ao Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef). Suas atividades incluem a elaboração de planos de segurança e normas reguladoras; serviços de operação preventiva contra acidentes e de defesa do patrimônio público, e registro e investigação de anormalidades. Atualmente, há 532 pessoas envolvidas com a segurança na universidade, entre vigias, vigilantes terceirizados e do quadro efetivo da UFG, em parceria com as Polícias Militar, Civil e Federal e os bombeiros civis. Além dos postos fixos de vigilância, alguns câmpus da UFG dispõem, ainda, de ronda motorizada.

Ocorrências e providências no Câmpus Samambaia No Câmpus Samambaia, onde é registrado o maior número de demandas junto à Geseg, uma série de medidas de segurança foi implantada. O monitoramento por meio de imagens na parte interna dos prédios já é uma realidade desde 2012. Recursos próprios da ordem de R$ 6,5 milhões estão sendo investidos em equipamentos necessários ao monitoramento externo de todo o câmpus, o que inclui a melhoria da iluminação. De acordo com dados da Geseg, nesse câmpus, a média de ocorrências registradas nos últimos nove anos é de 320 por ano; em 2013, foram 379 ocorrências atendidas. Com o intuito de proteger o patrimônio público, outras medidas de segurança foram implantadas com sucesso, no Câmpus Samambaia, como exemplo, displays nas portas de laboratórios, permitindo o acesso somente por meio de senhas, e cabos de aço em computadores. A principal delas, contudo, foi a instalação das passarelas cobertas nas laterais dos prédios, que pôs fim ao desnecessário trânsito de pessoas no interior das unidades acadêmicas. “Isso por si só reduziu sobremaneira o número de furtos nas unidades do Câmpus Samambaia”, afirmou Elias Magalhães da Silva, gerente de Segurança Patrimonial da UFG. Ao fortalecimento de outras medidas preventivas, atribuem-se alguns resultados positivos. Por exemplo, o investimento em pavimentação e sinalização do Câmpus Samambaia reduziram os acidentes de trânsito – em 2010, foram registradas 29 ocorrências, já em 2013, foram 10 ocorrências. Da mesma forma, a redução dos focos de incêndio – em 2011, houve um caso e, nos últimos dois anos, nenhum – está relacionada às ações do Grupo Tático Operacional (GTO), criado para atuar na prevenção de acidentes, furtos e roubos.

Polícia no Câmpus?

Gerência de Segurança da UFG • Câmpus Colemar Natal e Silva – (62) 3209-6003 / 3209-6296 • Câmpus Samambaia – (62) 3521-1093 / 3521-1337

Treinamento de vigias e vigilantes de todas as unidades da UFG busca padronizar os procedimentos operacionais

Historicamente, devido ao legado deixado pela Ditadura Militar, a presença da polícia costuma não ser bem vista e aceita dentro dos câmpus. O diretor do Cegef, Marco Antônio de Oliveira, informa que não há nenhum impedimento legal da entrada da polícia na instituição, ou seja, as Polícias Militar, Civil e Federal, solicitadas ou não, podem atuar nos câmpus universitários. Antes que cresça pela comunidade universitária algum tipo de sentimento de ameaça à qualidade da vida acadêmica, tornam-se ainda mais importantes a reflexão sobre os vários tipos de violência e ações de combate, o reforço da segurança interna e outras medidas preventivas, a fim de manter a tranquilidade nesses espaços destinados, por natureza, ao ensino, à produção científica, à cultura e ao convívio social.


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VIDA ACADÊMICA

Liga de Inventores estimula criatividade e valorização do conhecimento popular Projeto ligado ao Grupo PET-Engenharias (Conexões e Saberes) destaca inovações que podem ser patenteadas ou somente divulgadas à sociedade

Principais atividades da Liga de Inventores: Estimular a criatividade e a capacidade inventiva, por meio de encontros, palestras e workshops; Estabelecer conexões de saberes; Documentar o trabalho de inventores e suas invenções; Ofertar cursos de formação em propriedade intelectual; Promover mostras fotográficas e audiovisuais sobre invenções, além de divulgar trabalhos de inventores.

Erneilton Lacerda

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ocê consegue imaginar o que seria de sua vida sem luz elétrica? E sem telefone? Esses bens já são tão comuns no cotidiano da maioria das pessoas, que parecem existir desde sempre. Tornou-se impensável viver sem eles. É por isso que a criatividade (e o uso dela para o bem comum) deve ser celebrada e divulgada. Afinal, inventar não é algo fácil e exige dedicação e persistência. Mesmo aquelas invenções que parecem simples à primeira vista, provavelmente, requereram um árduo trabalho intelectual e físico. Nesse sentido, para estimular a criatividade e capacidade inventiva dos estudantes e também valorizar o conhecimento popular, foi criada a Liga de Inventores da UFG, vinculada ao Grupo PET (Programa de Educação Tutorial/Capes) Engenharias (Conexão de Saberes), da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação (EMC). O projeto da Liga foi concebido em 2008, porém as atividades foram iniciadas juntamente com a criação do Grupo PET, em 2009. Com quinze membros-fundadores, entre docentes e estudantes, a Liga de Inventores desenvolve atividades como cursos de formação e encontros sobre propriedade intelectual, e mostras audiovisuais e fotográficas. Além disso, segundo o presidente da Liga, professor Getúlio Antero de Deus Júnior, é realizada “uma catalogação para divulgar os inventores independentes, que, geralmente, nos são indicados por professores e estudantes.

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Goiânia, agosto de 2014

João Garrote, de 74 anos, é um desses inventores independentes descobertos pela Liga. Procurador da União aposentado, suas criações têm espaço garantido nas mostras. Em entrevista à TV UFG, João Garrote disse que inventar é se atentar àquilo que falta em nosso cotidiano. “A necessidade é a mãe das criações”, afirmou. A TV UFG, inclusive, já exibiu vídeos sobre algumas das invenções dele, como um barbeador que permite ao usuário escolher o ângulo da lâmina, facilitando a depilação. Ele explica: “A falta de mobilidade em alguns modelos atrapalha o corte, já que não permite que as lâminas fiquem em um ângulo paralelo ao rosto”.

Dessa forma, colocamos em prática um dos objetivos do projeto, que perpassa a valorização e divulgação do conhecimento e inventos populares”. O Laboratório de Engenharia de Multimeios (Engemulti) é o principal suporte para essa catalogação. A intenção, afirma o presidente da Liga de Inventores, não é patentear deliberadamente as invenções que surgem. “Às vezes, você tem uma invenção e não quer patentear, e sim que a humanidade copie. Existem descobertas e conhecimentos para serem

divulgados e não para serem patenteados”, ressalta ele citando o fato de Santos Dumont, em 1909, não ter patenteado o avião Demoiselle, o menor do mundo à época. Com a decisão do inventor brasileiro, a patente do modelo percussor dos ultraleves se tornou pública e livremente utilizável por qualquer pessoa. “Em casos como esses, a troca de saberes com a comunidade se sobrepõe aos interesses comerciais”, diz Getúlio Antero Júnior. Os investimentos na Liga são escassos, visto que ela é mantida com uma ver-

ba de custeio oferecida pelo Grupo PET e com a colaboração da EMC. Entretanto, a relevância acadêmica da Liga é inversamente proporcional à aplicação de recursos. Getúlio Antero Júnior discorre que há uma influência positiva na vida acadêmica dos estudantes membros, pois “participar dos trabalhos permite que o aluno saia da ‘zona de conforto’ das disciplinas e comece a querer inventar ou fazer coisas diferentes. Há um despertar para o diferente e o novo”. Estudante do quarto período de Engenharia Elétrica, João Paulo Barbosa corrobora as palavras de Getúlio Antero Júnior. “Desde que ingressei no Grupo PET, interessei-me em participar da Liga de Inventores. Estar nela melho-

rou a visão que eu tinha, até então, da universidade e do meu curso, já que passei a conhecer ambos mais profundamente”. Para Wallison Carvalho da Costa, também estudante do quarto semestre de Engenharia Elétrica, ser membro da Liga influencia positivamente sua vida acadêmica: “O projeto me envolve em atividades que estão além do conhecimento técnico transmitido na sala de aula. Por meio da Liga e do Grupo PET, entendemos a importância de se trabalhar em equipe e desenvolvemos nossa oratória”. Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes): http://www.emc.ufg.br/pet telefone: (62) 3209-6402

O estudante João Pedro Reis Lopes e o professor Getúlio de Deus, durante o III Encontro de Propriedade Intelectual na Graduação da UFG, ao lado de João da Silva Garrote que recebeu um certificado pelo seu trabalho como inventor


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Jornal UFG

COMUNICAÇÃO

Goiânia, agosto de 2014

Universidade aperfeiçoa comunicação pela internet Entenda como as mudanças foram pensadas e como as informações podem ser encontradas com maior facilidade no novo Portal UFG Camila Godoy

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Portal UFG está de cara nova. Totalmente reformulado, o que hoje está na tela é resultado do levantamento, da categorização e da remodelação de todas as informações da página de acordo com suas funcionalidades. Os conteúdos dos menus e submenus do Portal foram hierarquizados para, posteriormente, ocorrer o desenvolvimento do projeto da estrutura física, ou seja, do novo layout. Todas as mudanças na página eletrônica da universidade ficaram a cargo de uma equipe multidisciplinar das áreas de Comunicação Visual e Informática – formada por profissionais da Assessoria de Comunicação (Ascom), Media Lab, Centro de Recursos Computacionais (Cercomp) e Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (Ciar) – coordenada pelo professor da Faculdade de Artes Visuais (FAV), Cleomar Rocha, também coordenador do Media Lab. A partir de análises de outros portais, como o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de Brasília (UnB) e da Harvard University, essa equipe buscou alinhar soluções de interfaces de usuário ao projeto da UFG. De acordo com o designer gráfico da Ascom, Reuben Lago, o principal objetivo das mudanças é criar uma identidade visual, uma vez que há páginas da instituição que não têm ao menos a marca da UFG: “As pessoas, ao abrirem a página de alguma faculdade, por exemplo, precisam saber que ela se trata de uma unidade da Universidade Federal de Goiás”. A equipe multidisciplinar também observou as normas de acessibilidade e os padrões de usabilidade definidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) durante o desenvolvimento do projeto. “O Portal precisava ser o mais eficiente possível nesses dois quesitos”, afirmou o designer gráfico.

As normas direcionaram a criação do layout do Portal, que recebeu traços característicos de horizontalidade. O banner da página principal, as fotos e os recursos visuais apresentam essa característica. Cleomar Rocha explicou que esse critério representa o espaço geográfico de Goiás, a horizontalidade das áreas de conhecimen-

to e o fato da universidade abrir novos horizontes. “A ideia principal do Portal é representar o que a UFG é: produtora e disseminadora do conhecimento”, acrescentou. Agora, o próximo passo da equipe é estender as mudanças do Portal UFG para outros departamentos. Pelo cronograma, as próximas páginas a serem renovadas serão as das

Pró-Reitorias, seguindo as dos órgãos administrativos e das unidades acadêmicas articulados ao domínio UFG que estiverem interessados na transformação. Apesar dos benefícios, nenhum deles será obrigado a aderir ao projeto de reorganização de conteúdo e layout. Em consonância com a política da instituição de preservar a autonomia de órgãos e unidades, é

facultativo a contratação de outros profissionais para desenvolver esse trabalho. Além dessas mudanças mencionadas, a equipe multidisciplinar está acompanhando os resultados e sempre que for encontrada alguma deficiência, a página eletrônica poderá ser alterada: “O Portal UFG não é algo imutável”, completou Cleomar Rocha.


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INFORMAÇÃO

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Goiânia, agosto de 2014

Restaurante Universitário sob análise Pesquisa semestral avalia a opinião do usuário quanto aos serviços prestados pelos restaurantes universitários da UFG Águita Araujo

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ais de três mil refeições são servidas diariamente pelos Restaurantes Universitários (RUs) dos Câmpus Samambaia e Colemar Natal e Silva, Regional Goiânia, da UFG. Com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo RU e pelo Restaurante Executivo (RE), a Pró-Reitoria de Assuntos da Comunidade Universitária (Procom), responsável pelos restaurantes, promove semestralmente a Pesquisa de Avaliação dos Usuários. A última foi realizada no período de 03 a 07 de dezembro de 2013 e está disponível no site da Procom (www.procom.ufg.br). Aspectos como higiene, perfil dos comensais, espaço físico e cardápio foram avaliados na pesquisa, que durou cinco dias, escolhidos aleatoriamente, sem agendamento prévio com a empresa. Participaram do estudo 566 usuários, maioria dos estudantes, dos três restaurantes. Apesar de 75% dos usuários terem apontado vários itens como pontos fortes, o resultado da pesquisa assinala que alguns aspectos ainda requerem maior atenção e precisam ser melhorados. Com o intuito de ressaltar a importância da contribuição dos usuários no aprimoramento da qualidade dos restaurantes, o Jornal UFG fez uma enquete com alguns estudantes que frequentam o RU do Câmpus Samambaia, para fazer um levantamento sobre as principais questões que eles gostariam de esclarecer sobre os serviços prestados pelo estabelecimento. As perguntas pontuadas pelos frequentadores foram respondidas pelo pró-reitor de Assuntos da Comunidade, Elson Ferreira de Morais, e pelas nutricionistas da Procom, Gilciléia Inácio de Deus e Sara Cristina Nogueira. Confira!

Haverá a ampliação do Restaurante Universitário, para evitar filas e tumultos? Elson Ferreira: A ampliação do espaço faz parte do plano de gestão do reitor Orlando Amaral, que prevê a reforma do RU do Câmpus Colemar Natal e Silva e a construção de mais um RU no Câmpus Samambaia. Porém, para que essas propostas sejam executadas ao longo da gestão, é necessário obter recursos destinados para isso. Com a reforma, prevemos a melhoria na acessibilidade para os portadores de necessidades especiais e no fluxo dos usuários. A respeito da acessibilidade, o que está previsto para atender melhor à demanda de portadores de necessidades especiais? Elson Ferreira: A ideia é começar a resolver essa questão, independente da reforma do restaurante ou da criação de um novo. No que diz respeito ao espaço físico, já estamos encaminhando algumas ações para o Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef). Já em relação ao atendimento de logística dentro do restaurante, estamos dialogando com a empresa que presta o serviço de alimentos no RU, a Real Food, para que seus funcionários atendam aquelas pessoas que precisam de auxílio. No quesito sustentabilidade, há a possibilidade de se trocar os copos descartáveis por outro utensílio não descartável? Elson Ferreira e Sara Nogueira: O uso do copo descartável atende às recomendações da vigilância sanitária. Quando se usa copos de vidro, alumínio ou plástico, há riscos de acidente, além de contaminação em decorrência do acúmulo de bactérias, uma vez que a manutenção da higiene desses utensílios é mais difícil. Po-

rém, tem sido estudada a possibilidade do uso de copos de inox, com higienização feita pela máquina de lavar industrial. Muitos estudantes relatam não gostar de peixe e sugerem que ele seja retirado do cardápio. O que pode ser feito para tornar esse alimento mais gostoso? Gilciléia Inácio e Sara Nogueira: O consumo de peixe é necessário, por ser uma fonte de proteína, ter baixo teor de gordura saturada e conter alguns ácidos graxos importantes na promoção da saúde, como exemplo, o Ômega 3. No final de abril, solicitamos a mudança da espécie do peixe, por outra com cheiro e sabor mais suaves e melhor textura, que tem sido combinada com molhos diferenciados ou empanada com menor retenção de gordura. Temos observado, a partir da quantidade de quilos servidos por dia, que essa espécie de peixe tem sido mais aceita. Além disso, o peixe é servido somente uma vez por semana e não será retirado do cardápio por ser uma das estratégias do programa Universidade Saudável. Os veganos (pessoas que optam por não consumir alimentos de origem animal) possuem uma dieta mais restrita. O RU atende à necessidade desses consumidores? Gilciléia Inácio e Sara Nogueira: No cardápio, só é previsto preparações ovolactovegetarianas. Quando a preparação tem leite, queijo ou ovo, os vegetarianos têm a alternativa de se alimentar de arroz, feijão, salada e a guarnição, quando feita à base de legumes. O atendimento aos veganos é um assunto a ser avaliado. Porém, essa inclusão para atender aos veganos tem sido feita em ocasiões de eventos na Universidade.

ASPECTOS AVALIADOS EM PESQUISA DA UNIVERSIDADE Ambiente agradável e espaço suficiente

Fornecimento Opção proteica para Qualidade dos Utensílios e móveis de serviços no ovolactovegetarianos alimentos sempre são práticos e prazo sempre variada boa/adequada sempre limpos para consumo

Câmpus Colemar Natal e Silva Cardápio RU UFG é um aplicativo gratuito lançado em maio deste ano pelo Grupo Startrupe, formado pelos estudantes do curso de Ciências da Computação da UFG, Hugo de Almeida, João Carlos Ferreira e José Ricardo Guimarães pelo ex-aluno do mesmo curso, Richiely Batista. O aplicativo fornece o cardápio diário do Restaurante Universitário, além de informações sobre horários de funcionamento e preços. Isso permite, por exemplo, que o usuário só se desloque ao restaurante se o cardápio for de seu agrado. As informações oferecidas pelo aplicativo são colhidas do blog, criado por estudantes dos cursos de Nutrição e de Engenharia de Software da UFG, RU sem mistérios (rusemmisterios.blogspot.com).

Câmpus Samambaia (Almoço) Câmpus Samambaia (Jantar) Câmpus Samambaia (Sábado) Restaurante Executivo

Ponto forte

Requer mais atenção

Necessita ser melhorado


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Jornal UFG

OPINIÃO

Goiânia, agosto de 2014

ARTIGO

Renan Neves Urzeda¹

F

Jane Mary Rosa Azevedo¹

Marcelo Fouad Rabahi ²

umar é um vício antigo, assim como o conhecimento das consequências nocivas das inúmeras substâncias presentes no tabaco para o organismo. Durante muitos anos, o tabagismo esteve vinculado a vantagens sociais, romances, aventuras, inteligência e beleza. Um ideal construído e vendido pela Indústria do Tabaco, por meio de propagandas, filmes e celebridades. Ao longo da história, o que era hábito transformou-se em vício, e inúmeros estudos reforçam os efeitos maléficos à saúde. Fumar se tornou uma ação intolerável e condenável em ambientes públicos, pois provoca problemas de saúde tanto no indivíduo que fuma, quanto no fumante passivo. Várias são as doenças relacionadas ao tabagismo: neoplasias, problemas cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica, alterações da saúde bucal, incapacidades funcionais, imunossupressão e agravamento de doenças infecciosas, entre diversas condições de saúde que culminam na piora da qualidade de vida e na redução dos anos de vida. Diante do esforço realizado pelas Organizações Governamentais e de Saúde de diversos países, no intuito de conscientizar as populações sobre os perigos do cigarro, o consumo desse produto vem reduzindo e, no Brasil, o número de fumantes segue em queda desde 2006, atingindo 11,3% da população maior de 18 anos, em 2014, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, o governo federal limita o consumo do cigarro por meio de impostos e leis e ampliação do acesso à informação e ao tratamento do tabagismo. A partir desta situação, em que o cigarro vem sendo duramente combatido, a Indústria do Tabaco tenta se manter lucrativa, por meio de produtos inovadores e desvinculados ao cigarro tradicional, adotando, por vezes, o discurso do auxílio e incentivo à cessação, de forma despretensiosa e irresponsável. Como exemplo dessa política de sobrevivência, encontramos os cigarros eletrônicos. Tais cigarros são dispositivos que imitam o cigarro tradicional, porém sem a necessidade da queima. Funcionam por meio de uma bateria, um nebulizador e uma lâmpada led que lembra a brasa, liberando doses diversas de nicotina e outras substâncias químicas e produzindo um vapor inodoro e incolor. Esse produto inovador é vendido em diversos formatos, cores e sabores, prometendo auxílio na cessação do ato de fumar, entrega de menor quantidade de nicotina e inofensividade do vapor para o fumante passivo. E é dessa forma que o produto é apresentado pela Indústria Tabaqueira. Infelizmente, nem todas as promessas estão sendo cumpridas, de modo que a agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) não aconselha a utilização do cigarro eletrônico, alegando

Pesquisador, a

Ainda são todos cigarros! que faltam estudos que comprovem os efeitos das doses de nicotina e outras substâncias presentes nele, além de questionar se existe de fato algum benefício em seu uso como dispositivo auxiliar para a cessação do ato de fumar. A Indústria do Tabaco aposta na liberação de percentuais menores de nicotina, com cartuchos de diferentes doses, declarando que esse fator é primordial na luta pela cessação, mas se esquece de promover campanhas reais com esse propósito. Pelo contrário, a indústria investe pesado em propaganda e não exerce nenhuma atitude para controle das vendas. Por outro lado, Raquel Grana, cientista da Universidade da Califórnia, já demonstrou que a dosagem de cotinina, produto do metabolismo da nicotina, presente na saliva de indivíduos que fumam, está mais relacionada à quantidade de tragadas realizadas pelo indivíduo, do que aos percentuais de nicotina entregues nos diferentes tipos de cartuchos de cigarros eletrônicos. Outra questão posta em xeque por estudos científicos é a relação do cigarro eletrônico com o fumante passivo. Fuoco e colaboradores demonstraram, por meio do estudo da concentração e do tamanho de partículas de cigarros tradicionais e eletrônicos no ambiente, que a diferença não foi significativa para a quantidade de partículas exaladas. Fator reforçado pelo estudo de Flouris e colaboradores, que constataram que a quantidade de cotinina sérica em fumantes passivos de cigarros tradicionais e de cigarros eletrônicos também não foi estatisticamente diferente. A partir da opinião de especialistas e de pesquisas sobre esse produto, é que a Organização Mundial de Saúde planeja classificar os cigarros eletrônicos assim como os cigarros tradicionais, controlando as vendas e propagandas, para evitar que a população seja ludibriada por um novo produto que fornece velhos problemas de saúde. No Brasil, a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida pela Resolução da Diretoria Colegiada, número 46, de agosto de 2009, por considerar a inexistência de dados científicos que comprovem a eficiência e a segurança para o manuseio desse dispositivo. Espera-se que o posicionamento do governo brasileiro resista às investidas da Indústria Tabaqueira e que esse novo produto, de características chamativas e glamorosas, seja envolvido pela realidade de que a nicotina e outras substâncias químicas presentes ainda provocam milhares de mortes, pois, afinal, são todos cigarros. 1 Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - UFG 2 Professor da Faculdade de Medicina - UFG

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EM TEMPO

15

Goiânia, agosto de 2014

Carlos Siqueira

Jornal UFG

Tudo pronto? Hora de viajar! Silvânia Lima

A

Coordenadoria de Assuntos Internacionais (CAI), juntamente aos representantes das Pró-Reitorias de Graduação (PRPG), de Assuntos Comunitários (Procom) e de Administração e Finanças (Proad), com a presença do vice-reitor Manuel Rodrigues Chaves, reuniu o grupo de estudantes da UFG que fará intercâmbio internacional no segundo semestre deste ano. A intenção do encontro era dar orientações sobre os cuidados que os estudantes devem ter no país estrangeiro, os procedimentos que devem estar atentos, a fim de melhor aproveitar a experiência acadêmica no exterior, ao retornarem para a UFG, e, especialmente, sobre a documentação necessária para a viagem e para o aproveitamento das disciplinas ou do estágio. O destino dos cerca de 250 estudantes selecionados é variado, abrangendo praticamente todos os continentes. A maioria parte para os Estados Unidos, seguido de Canadá, França, Alemanha, Holanda, Portugal, Itália, Moçambique, entre outros. O intercâmbio é possibilitado por programas que oferecem bolsas por meio de editais divulgados pela CAI. A Coordenadoria também torna público editais em que o estudante viaja por conta própria, geralmente para a realização de estágio. Nem sempre o intercâmbio é

confirmado para a primeira opção de instituição pretendida, mas ainda assim a maioria dos estudantes não deixa passar a oportunidade. A estudante do curso de Engenharia Ambiental, Mariana de Amorim Bento, vai para Murray, em Kennedy, Estados Unidos, cursar inglês por seis meses e, depois, disciplinas relacionadas à sua área de formação. Segundo ela, a busca pelo intercâmbio foi pelo interesse em aperfeiçoar o inglês e melhorar o currículo. Ampliar os conhecimentos sobre a língua e a cultura norte-americana também motivou o estudante de Engenharia de Computação, Leonardo Alves Moreira de Melo, que segue para a Universidade de Purdue, em Rammond, Indiana, Estados Unidos. Aliar o conhecimento de novas culturas à oportunidade de crescimento pessoal e acadêmico leva Victória Guimarães Ernesto, do curso de Nutrição, a Porto, em Portugal. Com o mesmo pensamento e já focando na possibilidade de abrir caminhos para o futuro mestrado e doutorado em instituições de tecnologias mais avançadas, os estudantes de Engenharia, Elze Pinheiro Lima Neto (Elétrica) e Danillo Lobo Faria (de Computação), seguem para Fontys, Eindhoven, Holanda. Para Viviane Cipriano Mota Sousa, do curso de Direito, a ida a Granada, Espanha, vai alargar seus horizontes, pois possibilitará entender melhor os princípios que norteiam o seu curso. Já Leonardo Rodrigues de Souza, do curso de Ciências Sociais, que irá para Mendonza, Argen-

tina, pretende aprender sobre ciência política e conhecer um pouco mais o país vizinho na América Latina. A CAI se colocou à disposição dos intercambistas para auxiliar nas eventuais dificuldades dos preparativos para a viagem, especialmente em relação ao visto, à contratação de seguro e à elaboração do Plano de

Estudo/Estágio. Em 2013, 400 estudantes de graduação da UFG participaram de intercâmbio internacional promovido pela CAI. A Coordenadoria fica no prédio da Reitoria, no Câmpus Samambaia. Para informações, envie um e-mail para cai@ufg.br ou ligue nos telefones (62)3521-1165/1274/1006.

Núcleo de Línguas apoia pretendentes a intercâmbio Os estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG) devem estar atentos às oportunidades de preparação para intercâmbio. Com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e da Coordenadoria de Assuntos Internacionais (CAI), o Núcleo de Línguas (NucLi), sediado na Faculdade de Letras (FL), oferece cursos gratuitos de língua estrangeira, nas Regionais Goiânia, Catalão e Jataí, para estudantes que atendam a pré-requisitos definidos em edital com inscrições até 8 de agosto de 2014. Em breve, essa oportunidade se estenderá para servidores docentes e técnico-administrativos. Até agora está garantida a oferta de cursos de inglês, mas os de francês e espanhol ainda não foram confirmados. Mais informações: Núcleo de Línguas (NucLi) – Faculdade de Letras (Câmpus Samambaia) Contato: www.isf.mec.gov.br – Profa. Maria Cristina Ferreira (Coordenadora)

Português para estrangeiros A UFG avança na sua internacionalização com a contratação de um professor para a área de Português para Estrangeiros. Integrado ao quadro efetivo da Faculdade de Letras (FL), Giuliano Castro inicia suas atividades na universidade com o Curso de Imersão (intensivo), no período de 22 de julho a 08 de agosto. O curso semestral de Português para Estrangeiros terá duas turmas no segundo semestre de 2014. Esses cursos são voltados prioritariamente aos intercambistas estrangeiros da graduação. A efetivação de um docente abre novas perspectivas para a área, inclusive de desenvolvimento de pesquisas.

Onde fica a seção de achados e perdidos no Câmpus Samambaia? Larissa Rodrigues de Oliveira Estudante de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Artes Visuais (FAV)

Carlos Siqueira

Elisângela Lopes

COMUNIDADE PERGUNTA Os agentes de segurança da UFG são orientados a entregar na Central de Segurança todos os objetos encontrados, onde seus donos poderão reclamá-los. A Central de Segurança do Câmpus Samambaia funciona na entrada do Câmpus que dá acesso ao Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal e a do Câmpus Colemar Natal e Silva fica localizada na Escola de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental (EEC). Nos casos em que é possível identificar o dono e a qual unidade ele está vinculado, os seguranças entregam o objeto na secretaria da unidade acadêmica, para facilitar a devolução. Caso seja encontrado algum objeto perdido na universidade, a orientação é entregar à equipe de segurança da UFG. Elias Magalhães, Presidente do Centro de Seleção da UFG

Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef) - Gerência de Segurança

Câmpus Samambaia / Telefone: (62) 3521-1093 | Câmpus Colemar Natal e Silva / Telefones: (62) 3209-6296 / 6003 / 6077


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Jornal UFG

MEIO AMBIENTE

Goiânia, agosto de 2014

Câmpus florido em época de seca Espécie de Ipê Rosa encanta a comunidade do Câmpus Samambaia Michele Martins

A

cada ano, inúmeras árvores de Ipês fazem sucesso junto à comunidade acadêmica do Câmpus Samambaia. "Primeiro florecem os Ipês Rosas, depois os Roxos, os Amarelos e por último os Brancos", comentou o diretor do Herbário da UFG, Ângelo Rizzo. No caso dos Ipês Rosas, a floração tem início no mês de maio e permanece até o final de julho. De acordo com o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Heleno Dias Ferreira, além de encantar a paisagem, a função das flores na natureza é atrair os polinizadores, responsáveis por fecundar as plantas com os grãos de pólen. "As abelhas mamangava (Bombus sp.) e pássaros, como o beijaflor, são os principais polinizadores dos Ipês. As pétalas duram algumas semanas e, após a fertilização, começam a cair para dar início à formação do fruto e da semente. Por serem bastante leves, a dispersão das sementes dos Ipês é feita pelo vento. Esse processo é denominado anemocoria", explicou o professor. Heleno Dias esclareceu também que o Ipê Roxo, cujo nome científico é Handroanthus impetiginosus, é a espécie nativa de Goiás, já as espécies de Ipês Rosas, Brancos e Amarelos encontradas no Câmpus Samambaia da UFG não são nativas, pois são originais da região da Mata Atlântica. Elas foram introduzidas no Estado em projetos de arborização urbana. A alteração do nome científico do Ipê Rosa foi estabelecida pelo pesquisador brasileiro João Rodrigues de Mattos, em 1970, para Handroanthus avellanedae, pois essa espécie pertencia anteriormente ao gênero Tabebuia avellanedae.

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