Jornal ufg 72

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JORNAL

Impresso Especial

Carlos Siqueira

9912229887-DR/GO UFG CORREIOS

ANO IX – Nº 72 MAIO 2015

Cotas na pós-graduação UFG é a primeira universidade pública do país a adotar cotas para pretos, pardos e indígenas em todos os cursos de mestrado e doutorado p.14 e 15

Projeto em parceria com a Embrapa Hortaliças, estuda formas de reduzir o uso de agrotóxicos no tomate p. 4

Mesa-redonda discute as demandas da agricultura familiar e os incentivos para a comercialização de seus produtos p. 6 e 7

Laboratório de Processamento de Imagens (Lapig) desenvolve portal Radiografia das Pastagens do Brasil p. 8 e 9


Opinião

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JORNAL

EDITORIAL

Conquistas acadêmicas e sociais Michele Martins*

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pesar dos esforços em efetivar várias ações afirmativas ao longo da última década, ainda é evidente a ausência de negros/as e indígenas em cursos de pósgraduação e no corpo docente das instituições de ensino superior no Brasil. Na reunião do Conselho Universitário no dia 24 de abril, em mais um esforço para mudar essa realidade, a UFG tomou uma decisão inédita no país: a aprovação da resolução que estabelece a reserva de 20% das vagas dos cursos de mestrado e doutorado de todos os programas de pós-graduação da UFG para pretos, pardos e indígenas.

A existência de cotas em alguns programas de pósgraduação já é conhecida no âmbito das universidades federais, tais como: UFBA, Museu Nacional/UFRJ, UFPE, UnB e UFPA; contudo, essa decisão representa uma novidade porque a UFG é a primeira a adotar tal normativa para os 69 programas de pós-graduação que possui. Membros da comunidade acadêmica da UFG e dos movimentos sociais ligados às questões étnico-raciais manifestaram-se com orgulho sobre essa conquista que reforça a política de ações afirmativas da instituição. Leia mais depoimentos sobre essa conquista nas páginas 14 e 15. Já no campo da segurança alimentar e em relação à preservação ambiental, as universidades públicas também estão entre as principais instituições que contribuem para a garantia de práticas alimentares saudáveis e para alternativas de manejo sustentável das áreas de plantio. Contudo, todo o conhecimento produzido pela universidade somente poderá

promover alguma transformação da realidade política, social e econômica, quando for devidamente assimilado, reconhecido e compartilhado. Por esse motivo é que na edição de maio do Jornal UFG, a nossa equipe se empenhou em abordar temas como a agricultura familiar, a produção agrícola e a preservação ambiental. Para marcar o mês de realização da Feira Agro Centro-Oeste Familiar na UFG, nossos leitores poderão conferir uma mesa-redonda sobre agricultura familiar, cujo foco foi a dinâmica em torno da comercialização dos produtos produzidos por agricultores familiares. Atualmente, Goiás têm 90 mil famílias de agricultores familiares (tradicionais e assentadas) responsáveis por 32% do PIB do agronegócio brasileiro. A discussão sobre a comercialização de 87% da mandioca, 70% do feijão e 58% do leite produzidos no país deve ser ampliada na sociedade, na esperança de influenciar a adoção de políticas públicas eficientes para o setor.

Na matéria Manejo de produtos minimiza uso de agrotóxicos no cultivo do tomate, saiba como uma pesquisa da UFG procura alternativas para elevar a produção de tomates sem que haja uso indiscriminado de agrotóxicos para garantir elevada taxa de produtividade. Confira, ainda, a matéria Radiografia das Pastagens do Brasil, que informa sobre o projeto multi-institucional que criou um sistema de informações geográficas online, cujo objetivo é identificar e promover o uso mais eficiente das áreas de pastagens. Esperamos que esses e outros assuntos informem e agradem aos nossos leitores. *Coordenadora de Imprensa da Ascom

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Publicação da Assessoria de Comunicação Universidade Federal de Goiás ANO IX – Nº 72 – MAIO DE 2015 www.jornalufgonline.ufg.br – Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves; Pró-reitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Alexandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fioravanti; Pró-reitora de Extensão e Cultura: Giselle Ferreira Ottoni Cândido; Pró-reitor de Administração e Finanças: Carlito Lariucci; Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos: Geci José Pereira da Silva; Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária: Elson Ferreira de Morais. – Jornal UFG – Coordenadora de Imprensa: Michele Martins; Editora: Angélica Queiroz; Conselho editorial: Angelita Pereira de Lima, Cleomar Rocha, Luís Maurício Bini, Pablo Fabião Lisboa, Reinaldo Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos Telles; Projeto gráfico e editoração: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Reportagem: Angélica Queiroz, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Revisão: Fabiene Batista e Bruna Tavares; Estagiários: Thaíssa Veiga (Jornalismo); Bolsistas: Laís Brito (Fotografia); Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf ) da UFG; Tiragem: 7.000 exemplares ASCOM Reitoria da UFG – Câmpus Samambaia Caixa Postal: 131 – CEP 74001-970 Goiânia – GO Tel.: (62) 3521-1310 /3521-1311 www.ufg.br – www.ascom.ufg.br jornalismo.ascom@ufg.br @ufg_oficial


Julia Mariano

Angélica Queiroz

E

staria o futuro dos impressos ameaçado pela inserção das novas tecnologias na vida cotidiana? Esse foi um dos pontos levantados por um dos mais importantes historiadores da atualidade, o professor francês Roger Chartier, durante entrevista concedida ao Programa Conexões, da TV UFG, e ao Jornal UFG. Confira aqui os destaques da conversa que também abordou temas como educação e história.

Como o senhor percebe a livraria, o livro e a biblioteca no contexto atual? A aposta fundamental é preservar o conhecimento em suas várias formas: o mundo da cultura impressa e os múltiplos usos que o mundo digital permite. Em cada uma das instituições da cultura escrita – a escola, a biblioteca, a livraria – existe essa coexistência ou concorrência. A tecnologia pode ajudar ao permitir ler sem uma biblioteca ou encontrar um texto que anteriormente era de difícil acesso. O uso do computador pode claramente auxiliar na aprendizagem, mas é importante manter a presença da cultura impressa em todas as suas formas, para que não seja desenvolvida a ideia que um mundo pode totalmente ser substituído por outro: o passado impresso pelo futuro ou o presente digital. E, daí, é necessária a presença do livro na sua forma tradicional na escola. Por isso, precisamos manter e proteger a presença das livrarias e das bibliotecas.

O livro vai continuar existindo?

Os historiadores não são profetas, acho que ninguém sabe essa resposta. Há uma visão que seria racional de aceitar, que não há equivalência entre o digital e o impresso e que é preciso organizar uma coexistência dessas plataformas por meio de uma concorrência entre as várias formas de

acesso ao livro, ao jornal e à informação. Mas o curioso é que há indícios contraditórios. Por um lado, evidentemente, há uma ilha dominante da equivalência que pode esvaziar as bibliotecas ao disponibilizar os livros nos computadores e há uma perspectiva na qual a cultura escrita tradicional impressa desaparece. Por outro lado, a porcentagem de vendas de livros eletrônicos é ainda muito reduzida, menos de 5% em quase todos os países do mundo. As únicas exceções são a Grã-Bretanha, com 12%, e um crescimento forte nos EUA, com quase 25%. No entanto, ainda há muita incerteza.

O uso do computador pode claramente auxiliar na aprendizagem, mas é importante manter a presença da cultura impressa em todas as suas formas, para que não seja desenvolvida a ideia que um mundo pode totalmente ser substituído por outro: o passado impresso pelo futuro ou o presente digital. Como pode ser avaliada a ideia de evolução histórica, na qual as coisas naturalmente se substituem? Ninguém pode controlar uma evolução porque é algo que não depende do ser humano, é a soma de cada ação pessoal em um novo padrão de comportamento. Por outro lado, o papel das políticas culturais é atuar para proteger as

Há uma visão que seria racional de aceitar, que não há equivalência entre o digital e o impresso e que é preciso organizar uma coexistência dessas plataformas por meio de uma concorrência entre as várias formas de acesso ao livro, ao jornal e à informação. Mas o curioso é que há indícios contraditórios. livrarias, desenvolver as bibliotecas e manter a cultura impressa nas escolas. Neste caso, existe uma tensão entre coisas que dependem de nós e coisas que não dependem de nós. Existe um conflito entre as práticas dos indivíduos, as decisões dos que têm poder e o funcionamento das instituições. Desta maneira, nós não podemos pensar que este tipo de fenômeno está totalmente controlado pela vontade dos cidadãos ou dos poderes. Ao mesmo tempo, não podemos pensar que essas decisões não têm um efeito: elas podem reforçar ou corrigir esta evolução coletiva, não controlada por ninguém e que se traduz nos comportamentos. A liberdade era uma das promessas da internet, com a comunicação gratuita, imediata e a possibilidade de um espaço público para realizar finalmente o que era um sonho das luzes no século XVIII: cada indivíduo na posição de leitor e escritor, cada um recebendo informação e escrevendo críticas, opiniões e ideias. Agora temos essa possibilidade técnica, mas precisamos examinar também o aspecto contrário deste sonho realizado.

Atualmente várias formas de representação do passado são acessíveis: ficção, cinema, literatura e, também, as produzidas pelos historiadores e pesquisadores. Como o senhor avalia essas representações e o papel da história?

Durante muito tempo, os historiadores pensavam ou desejavam ter o monopólio sobre a representação do passado. Efetivamente, há duas formas dominantes de concorrência com os historiadores: a ficção que pode retratar a história de uma forma muito mais poderosa do que as que podem descrever os historiadores e, também, todas as formas de memória. Entre essas três formas dominantes da presença do passado no presente, o importante é compreender que cada uma dessas formas obedece a sua própria lógica, seus próprios desejos e necessidades e que não é possível, outra vez, estabelecer uma equivalência. A memória não é a história nesse sentido. A história é uma disciplina de conhecimento sobre arquivos, tratamentos, técnicas e formas de escrita; e a memória corresponde a outras necessidades. Não quero dizer que não possam estar juntas, mas são duas lógicas diferentes. Já na ficção, os historiadores também não devem estar numa posição de crítica dizendo: “isso não é exatamente o que aconteceu”. O que se pode fazer é mostrar que a ficção não é equivalente ao saber controlado, que é o saber da história. Fazendo isso, a concorrência pode se transformar em uma coexistência pacífica.

Entrevista

Incertezas sobre o futuro do digital e do impresso

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4 Pesquisa

Projeto da Escola de Agronomia, em parceria com a Embrapa Hortaliças, estuda formas de reduzir resíduos deixados por produtos químicos no fruto

Angélica Queiroz

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echeado, no molho da massa ou fresco na salada. Quase impossível pensar em muitas das nossas receitas sem o tomate, fruto amplamente cultivado e consumido em todo o mundo. No entanto, há um problema: ele é atualmente um dos produtos mais contaminados por agrotóxicos devido a sua suscetibilidade às pragas. Os resíduos deixados pelo uso de produtos químicos podem causar sérios danos à saúde tanto de quem consome como de quem trabalha na plantação e colheita do tomate. Atentos a isso, pesquisadores de todo o mundo têm estudado formas de minimizar essa contaminação.

Divulgação

Natural da cidade de Goianápolis, cidade conhecida na região como a “terra do tomate”, a professora da Escola de Agronomia (EA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Abadia dos Reis, se dedica à pesquisas sobre o manejo de produtos como forma de minimizar o uso dos químicos para combater as doenças do tomate. Atualmente, a docente participa de um projeto de fitossanidade em parceria com a Embrapa, que envolve pesquisadores de todo o país. Abadia dos Reis lembra que hoje as pessoas têm acesso a mais informações e, por isso, o consumidor está cada vez mais exigente. Segundo ela,

Para a professora, químicos podem ser utilizados em quantidade que não deixe resíduos no fruto os Centros de Abastecimento, assim como grandes redes de supermercados, já fazem testes de amostragem para detectar se os produtos que recebem estão contaminados. Portanto, a pesquisadora destaca que o produtor precisa se adaptar e que o papel da universidade é envolver os alunos nesse tipo de trabalho para que, no futuro, eles possam ser agentes dessa mudança de mentalidade.

Mancha Bacteriana

Em seus trabalhos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, Abadia dos Reis estudou formas de controlar a mancha bacteriana, uma das doenças

Fotos: Carlos Siqueira

Manejo de produtos minimiza uso de agrotóxicos no cultivo do tomate Tomate é atualmente um dos produtos mais contaminados por agrotóxicos mais destrutivas para a cultura do tomate. A mancha bacteriana pode levar à redução dos frutos, escaldadura pela exposição ao sol e depreciação da qualidade do tomate, isso sem falar dos gastos com agroquímicos para o controle da doença e outras medidas de manejo. Atualmente, o comércio não dispõe de muitos produtos com bons níveis de resistência à mancha bacteriana. Desta forma, o manejo da mancha bacteriana tem sido baseado na pulverização de defensivos de forma preventiva. Como esses produtos apresentam diversas desvantagens, pesquisadores como a professora Abadia, trabalham para achar maneiras mais eficientes para o controle da doença. Em projeto desenvolvido na Escola de Agronomia entre novembro de 2014 e março deste ano, Abadia dos Reis chegou à conclusão de que com a adubação equilibrada, o preparo correto do solo e o uso da tecnologia como aliada, é possível inserir o produto químico alternado ao biológico, diminuindo a contaminação e os custos da produção.

Desinformação

A produção agrícola de tomate no Brasil é bastante desenvolvida, tendo grande importância na economia do Sudeste e Centro-Oeste, sendo São Paulo o maior produtor de tomate de

“mesa” e Goiás o maior produtor de tomate industrial, onde estão localizadas as maiores empresas de processamento do fruto. Abadia dos Reis explica que os produtos químicos são como remédios, necessários apenas quando a planta adoece. Segundo ela, existem produtos adequados que podem ser utilizados em quantidade que não deixe resíduos no fruto, mas há muita desinformação. “Nem todos os produtos que estão no mercado funcionam”, alerta. Além disso, a professora afirma que os conhecimentos passados no boca-a-boca podem causar muitos equívocos. “Estou sempre com os produtores. Outro dia alguém me contou que estava usando produto veterinário na planta. É claro que isso não tem como dar certo”, conta. O produtor, no entanto, não é o vilão da história. Segundo Abadia dos Reis, os produtos adequados podem custar caro e, como falta assistência técnica, muitos ficam perdidos. “O ideal seria que um Engenheiro Agrônomo, assim como o médico, receitasse o produto adequado por meio do receituário agronômico, mas isso raramente acontece. Falta mais fiscalização e orientação”, lamenta a professora que lembra que é possível encontrar orientação sobre os produtos adequados no site do Ministério da Agricultura, informação ainda desconhecida por grande parte dos produtores.


De cara nova

JORNAL

Jornal UFG ganha novo projeto gráfico e editorial, com roupagem mais moderna e atraente Serena Veloso

N

“A tentativa é modernizar a aparência do jornal. Isso também vai interferir no aspecto editorial: a maneira de escrever passa a ser mais dinâmica, com a articulação de elementos visuais que auxiliem no entendimento do texto, como gráficos, infográficos e ilustrações”, explica o designer gráfico do Jornal UFG, Reuben Lago, que também enxerga na reestruturação a possibilidade de tornar a leitura do jornal mais prazerosa.

Imagens: Ascom/UFG

o mês de comemoração do aniversário de nove anos do Jornal UFG, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da UFG, responsável pela publicação, traz algumas novidades para o leitor, que já deve estar se surpreendendo ao longo das páginas com as mudanças no projeto gráfico e editorial realizadas a partir desta edição. De cara nova, o jornal ganhou uma nova identidade visual influenciada por elementos mais sofisticados, com conteúdos mais fluidos, utilização de nova ti-

pografia, organização da página de forma mais leve e inserção de mais recursos gráficos.

Para direcionar a proposta de aperfeiçoamento tanto do conteúdo como do projeto visual, a Ascom realizou ampla pesquisa com a comunidade universitária, por meio de questionários online e entrevistas de campo, sobre a recepção do jornal para identificar as percepções sobre o veículo. De acordo com a coordenadora de imprensa da Ascom e editora do Jornal UFG, Michele Martins, os resultados prévios apontaram para a necessidade de pensar numa nova proposta de articulação das informações. “A partir dos primeiros resultados ficou claro que o projeto editorial precisava ser reestruturado de forma mais dinâmica”, comenta Michele Martins. Os dados conclusivos da pesquisa devem ser divul-

gados no mês de junho, no portal UFG. A proposta de reformulação é estudada desde 2014. Além da pesquisa com os leitores do Jornal UFG, foi feita uma análise de cerca de 30 publicações institucionais nacionais e internacionais, nas quais foram identificados aspectos visuais mais relevantes e modernos que inspiraram a estruturação do novo design. Apesar das mudanças, a ideia é manter os elementos que conferem uma identidade ao jornal. “Para que não houvesse uma grande ruptura com relação ao padrão visual já encontrado no Jornal UFG, mantivemos alguns elementos aprovados pelos leitores e que convidam ao acesso”, acrescenta Reuben Lago.

Nova marca reorganiza os elementos com mais fluidez e leveza

Novo design Da capa à última página é possível observar uma série de alterações visuais no intuito de valorizar ainda mais o conteúdo produzido pelo Jornal UFG. A matéria principal ganha mais destaque com a nova organização da capa, agora com a marca da UFG inserida no sentido vertical para dar mais visibilidade às chamadas dos textos, principal convite à leitura das páginas seguintes. Além disso, o impresso ganha também mais duas páginas coloridas, além das outras três já existentes, nas quais podem ser exploradas matérias sobre pesquisas e projetos de extensão da universidade, com a inclusão de mais recursos imagéticos. A reforma no projeto gráfico também acompanha a tendência atual dos impressos em promover maior interação com o público, incentivando a participação na produção dos conteúdos. Sendo assim, foi criada uma nova sessão na página 2, onde serão publicadas, a cada edição, fotos do Instagram da UFG registradas pela

Interatividade

comunidade universitária, proporcionando acesso direto aos produtos digitais institucionais da Universidade. Para aqueles que apreciam as editorias de Entrevista, Mesa-redonda e Opinião, foi pensada uma nova organização textual que permite uma leitura mais dinâmica e sucinta. “Essas são as páginas em que temos os maiores acessos e retorno dos nossos leitores”, destaca Reuben Lago. O Jornal UFG continua aberto a contribuições e participação do leitor com o envio de opiniões e sugestões de pauta para o e-mail <jornalismo. ascom@ufg.br> ou pelo telefone de contato da Ascom: 3521-1311. O conteúdo do jornal também pode ser conferido pela internet, no site <www.jornalufgonline.ufg.br>. A Ascom acredita que a colaboração de todos é imprescindível para a construção de uma comunicação baseada no amplo diálogo entre a UFG e seu público e com o objetivo de consolidar o Jornal UFG como um instrumento para socialização da produção científica, ações e serviços desenvolvidos no âmbito da UFG.

Para ter acesso a todo o conteúdo digital produzido pela Ascom, interaja em nossas redes sociais. Com seu smartphone, tablet ou notebook também é possível acessar diretamente a página do Jornal UFG através do QR CODE (imagem ao lado), utilizando o programa específico para seu aparelho.

Evolução do projeto gráfico do Jornal UFG ao longo dos anos


Mesa-redonda

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Comercialização dos produtos da agricultura familiar Ascom, Rádio Universitária e TV UFG

O último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2006, revelou que os agricultores familiares respondem por mais de 84% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil. Eles ocupam 24% da área cultivada e empregam 74% da mão de obra do setor agropecuário. Mesmo com pequena disponibilidade de área cultivável, a agricultura familiar é responsável pela produção de 87% da mandioca, 70% do feijão e 58% do leite, sendo responsável por 32% do PIB do agronegócio brasileiro.

Apesar dos bons resultados, ainda é preciso incentivar a produção familiar e, principalmente, a comercialização de seus produtos. Para discutir o tema, a mesaredonda dessa edição, realizada pelo Jornal UFG em parceria com o Programa Conexões da TV UFG e com a Rádio Universitária, convidou a professora da Escola de Agronomia da UFG, Graciella Corcioli, o especialista em cooperativismo, Mauro Pereira e o representante da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Goiás, Luiz Carlos do Nascimento. Você pode participar das próximas mesas-redondas enviando sugestões de temas e convidados pelo telefone: 3521-1311 ou jornalismo.ascom@ufg.br

Mais informações sobre a Agro Centro-Oeste no QR Code ao lado ou acesse o site: www.agro.ufg.br/agrocentro

A agricultura familiar é responsável por uma parte significativa da produção agropecuária brasileira, mesmo assim parece ser “discriminada”. Por quê? Graciella – Apesar desse tema estar sendo divulgado atualmente, inclusive por meio de esforços do Governo Federal para que a agricultura familiar cresça, nós ainda temos uma discriminação contra esses produtos, e esses agricultores familiares enfrentam sérias dificuldades na sua produção e comercialização. Embora a comunidade tenha interesse em consumir esses itens, o agricultor não consegue colocá-los na mesa do consumidor final da melhor maneira possível, não conseguindo, também, melhores rendimentos com a sua produção. Luiz – Estamos trabalhando nesse sentido de divulgação desde 2003 e Goiás ainda está aquém em relação aos outros estados da federação. Vemos muita desconfiança por parte do poder público municipal, por parte do agricultor familiar em querer ser inserido no contexto da comercialização e até uma falha do próprio governo em divulgar mais a agricultura familiar.

Mauro Pereira

...o fato do mercado não ser totalmente voltado para o agricultor familiar, é um motivo para que ele não apareça tanto nas grandes discussões na mídia, porque tudo é voltado para o grande. Mauro – Acreditaram, no final do século passado, após a Revolução Verde, na existência do agronegócio voltado para a grande produção, fato que fez com que vários agricultores deixassem o campo. No entanto, percebemos que a agricultura familiar continua existindo e é ela que coloca os produtos na nossa mesa. Os empresários do agronegócio produzem commodities. Hoje, todo o debate vem sendo retomado nas universidades. Por saberem da qualidade e do seu valor social, as pessoas querem consumir os produtos provenientes da agricultura familiar,

o que é muito bom, pois os alimentos saudáveis e o trabalho que está sendo realizado no campo são cada vez mais divulgados. Na minha opinião, o fato do mercado não ser totalmente voltado para o agricultor familiar, é um motivo para que ele não apareça tanto nas grandes discussões na mídia, porque tudo é voltado para o grande. Então, não existe tecnologia para os pequenos, não existe maquinário para os pequenos, não existem formas de implemento para que eles possam trabalhar no coletivo, no associativismo. Creio que, retomando a discussão, isso será revertido ao longo do tempo.

Onde são comercializados esses produtos? Como é o mercado, principalmente para o consumidor individual?

Luiz – Hoje, institucionalizado na parte comercial, nós temos um programa e uma lei: o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que é operacionalizado pela Conab, e a Lei 1947, de junho de 2009, a Lei da Merenda, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ou seja, esses são dois caminhos institucionais para a comercialização. Nas minhas palestras, eu falo sempre o seguinte: o PAA seria como o ensino fundamental do agricultor familiar, no entanto, a Lei da Merenda estaria em um patamar maior, como o ensino médio, e o caminho para que o produtor chegue ao seu ápice seria o mercado. Atualmente o agricultor tem dificuldades, mas acessa o mercado. O PAA, na minha concepção, tem ajudado bastante esse agricultor a entender o que é o mercado lá fora.

Graciella – Esses produtos da agricultura familiar, quando saem desses dois programas que o Luiz citou, vêm para a mesa do brasileiro da mesma maneira dos outros produtos, como o leite, o arroz ou o feijão, que são comprados no supermercado. Por exemplo, o leite: a maior parte do leite produzido que chega na mesa do brasileiro, advém da agricultura familiar, porém, o agricultor apenas fornece esse produto para uma empresa de grande porte, um laticínio ou indústria, que fica com a maior parte do rendimento. Dessa forma, o consumidor vai consumir um queijo que foi produzido com o leite proveniente da agricultura familiar, mas, como existe muita fiscalização e normas para esses produtos serem processados, quem fica com a maior parte do lucro é a grande empresa. Portanto, o agricultor coloca seus produtos no mercado, mas eles passam por um “atravessador”, que seria a indústria. A dificuldade do agricultor está em ter que passar por esse caminho. Se pensarmos no agricultor como um trabalhador ou um comerciante que vai inserir o seu produto diretamente na mão do consumidor final, poderíamos pensar nos dois programas que colocam o produto nas entidades – asilos, escolas, hospitais – e, também, através das feiras livres que ocorrem em todas as cidades. Mas esses canais ainda são pequenos, o que o agricultor precisa alcançar é o mercado comum, como os supermercados, aonde o consumidor final vai para adquirir a maioria dos produtos. Mauro – A agricultura familiar talvez encontre ainda um grande espaço, que são as Ceasas. Todas as frutas e verduras que consumimos na cidade, não são produzidas por grandes proprietários mas, sim, por agricultores familiares. As cooperativas e associações são a forma que eles têm para acessar melhor esses espaços.

Com a comercialização como está hoje, o produtor consegue uma renda para manter a produção e, ao mesmo tempo, sua qualidade de vida?

Luiz – No caso específico do PAA, se levamos em consideração a necessidade do produtor, o valor de oito mil reais anual, disponibilizado pelo Governo Federal, não seria suficiente. Mesmo com


Fotos: Guarany Neto

Graciella Corcioli

É preciso considerar que a agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos, mas menos de 15% do total de agricultores familiares produzem esses alimentos. Graciella – É preciso considerar que a agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos, mas menos de 15% do total de agricultores familiares produzem esses alimentos. A maioria dos agricultores está em situação precária no campo. Os recursos do PAA e do Pnae vêm para atender ao agricultor que ainda não encontrou nenhum canal de comercialização. Além disso, como o agronegócio exporta matéria-prima, o Brasil perde dinheiro porque a comercializa. Da mesma forma, a agricultura familiar comercializa matéria-prima, e é preciso beneficiar e industrializar esses produtos para agregar valor. Dessa maneira, acredito que o agricultor poderia ter uma renda melhor, mas tudo isso só vai funcionar bem o dia em que conseguirmos alcançar a maioria dos agricultores. Senão, fica uma agricultura familiar interessante, mas apenas para parte desses agricultores que produzem bem e conseguem comercializar. Apesar disso, a grande maioria não vive essa realidade.

As políticas públicas para esses produtores estão sendo bem aplicadas?

Mauro – Creio que os produtores que estão inseridos nas cooperações têm um pouco mais de conhecimento e as cooperativas conseguem fornecer uma assistência técnica para eles. Assim, os agricultores que estão juntos conseguem ter uma renda melhor. Fizemos um estudo em algumas cooperativas e encontramos agricultores que conseguem comercializar até R$ 10 mil mensais com leite, frutas, verduras e até nas próprias feiras locais, mas esses agricultores necessitam de uma assistência técnica tanto na produção como também na própria gestão dessas cooperativas. Atualmente, o estado não consegue oferecer essa assistência a todos e, a partir desse fato, temos alguns que conseguem uma renda que não ultrapassa R$ 300,00 por mês. Sobre esses R$ 8 mil que o gover-

no oferece, é um valor muito baixo, é o mesmo que dizer para essa família continuar pobre. O agronegócio pode vender, por agricultor, até R$ 100 mil, sendo que o agricultor familiar só pode vender R$ 8 mil ao ano. Isso tem que ser discutido e mudado. A legislação tem que mudar porque senão esses agricultores vão continuar pobres no campo.

Luiz – O problema não é só a tecnologia, mas, também, a burocracia. Às vezes o produtor se sente intimidado a participar do PAA e do Pnae em função da aprovação da documentação, que é uma coisa que ele não está acostumado, ai é onde entra o cooperativismo e o associativismo, porque ele precisa ter alguém para ajudá-lo. Se você quer que uma política alcance o seu resultado, é preciso dar condições.

Graciella – Se nós considerarmos o mapa do Brasil, é possível observar que é descendente a maneira como os recursos públicos são colocados dentro das regiões. Temos as regiões Sul e Sudeste pegando boa parte dos recursos e das políticas públicas disponibilizadas para a agricultura familiar, depois o Centro-Oeste e, por último, o Norte e o Nordeste. Isso acontece muito em função da falta de outras políticas mais importantes como, por exemplo, a educação básica. Existem estudos que falam que a baixa utilização de tecnologia pelo agricultor está diretamente ligada ao seu grau de escolaridade. Quanto menor é a educação que ele tem, maior a dificuldade para o acesso à assistência técnica e a programas que viabilizariam a sua produção. Se nós temos problemas na educação do meio urbano, no meio rural é muito pior. Dessa forma, é preciso mexer em uma série de questões para que o agricultor tenha acesso a essas políticas que estão disponíveis. Cerca de 40% dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por exemplo, ficam no Sul e Sudeste, sendo que a maioria dos agricultores familiares estão no Nordeste. Portanto, quem recebe esses benefícios é quem está mais apto a responder a toda essa burocracia que é imposta. Mauro – Eu acredito que o recurso federal não é mal aplicado no campo, a equalização do recurso para os grandes e pequenos produtores é que não está sendo feita. Os cursos universitários de ciências agrárias formam profissionais para trabalhar com a produção da porteira para dentro, mas a principal demanda dos agricultores é por assessoramento da porteira para fora, principalmente na busca de mercados. O que um profissional de ciências agrárias precisa saber para apoiar as cooperativas da agricultura familiar na busca por mercados?

Mauro – Acredito que os estudantes ainda precisam ser preparados para trabalhar com gente, que é o fundamental de tudo. Percebo que a universidade deixou um pouco de trabalhar com pessoas, os técnicos começaram a pensar em máquinas e em produtos que resolvem os problemas da lavoura e deixam de conversar com as pessoas. Da porteira para fora, esses técnicos têm ainda que ter conhecimento da legislação, porque as cooperativas e as associações estão inseridas dentro do arcabouço jurídico também. Esses profissionais precisam entender o mercado e trabalhar pensando, também, na agricultura familiar. O grande negócio não precisa tanto disso porque tem alguém que pensa para ele. Dessa forma, para a agricultura familiar, esses profissionais têm que pensar em produtos diferenciados. Isso é o que o cooperativismo traz hoje: novos desafios para esses técnicos que estão saindo das universidades, porque existem novos fatores que vão exigir muito deles. Graciella – É um desafio porque temos um Brasil gigantesco, com diversos agricultores. Nós te-

mos, por exemplo, agricultores familiares no sudeste e sudoeste de Goiás que são extremamente diferentes dos do norte do Estado. É um universo muito diverso, e formar profissionais que vão trabalhar com esses agricultores é um desafio muito grande para a Escola de Agronomia e, principalmente, na UFG, que está inserida em uma região que é muito voltada para o agronegócio. Temos uma dificuldade grande em fazer com que os alunos se interessem pelo tema da agricultura familiar, para mostrar que existem oportunidades de emprego nessa área e políticas voltadas para esse agricultor, mas temos professores que trabalham nessa temática e tentam formar um profissional que tenha um horizonte muito maior que o agronegócio.

Luiz Carlos do Nascimento

Se você quer que uma política alcance o seu resultado, é preciso dar condições. Luiz – Eu fico muito satisfeito quando chega um agrônomo ou técnico para conversar comigo sobre o PAA, disposto a entender o produtor, o que ele quer produzir, como ele quer produzir, quais são as dificuldades, quer dizer, ser um amigo. O campo é grande, com muitas oportunidades acessíveis.

A Agro Centro-Oeste Familiar, que acontece na UFG de 13 a 16 de maio, consolidou-se como a maior feira de exposição dos produtos da agricultura familiar de Goiás. De que forma o evento pode apoiar a comercialização dos produtos da agricultura familiar?

Graciella – A função desse evento é expor os produtos da agricultura familiar para que o consumidor possa conhecê-los. Sendo assim, durante os quatro dias de Agro Centro-Oeste receberemos o público em geral para conhecer esses produtos e verificar o que é que a agricultura tem para oferecer para o consumo familiar. Além disso, o evento visa buscar discussões a respeito dos temas mais relevantes para a agricultura familiar que temos hoje. Vamos ter seminários, cursos, mesas-redondas e uma programação cultural muito apropriada que reverencia a agricultura familiar regional e a comida tradicional. É um evento para diversos públicos e deixo aqui um convite para todos participarem, porque será um evento muito rico que dará voz ao agricultor e para a comunidade urbana saber o que é essa agricultura familiar da qual muito se fala, mas ninguém vê. Mauro – A exposição também propicia mercados futuros. Além da dona de casa, os empresários podem vir conhecer os produtos industrializados desses produtores. Assim, além dos debates que são muito importantes, o evento também proporciona a abertura de possíveis mercados para esses agricultores.

Mesa-redonda

a Lei da Merenda, o produtor ainda não conseguiu acessar, como um todo, essa política pública do Pnae. Os produtores reclamam do valor e eu, infelizmente, tenho que dizer a eles que fica difícil para a Conab solicitar um aumento sendo que, no ano passado, em função da falta de tecnologia e entendimento do cooperativismo e do associativismo, nós tivemos que devolver para a União cinco milhões de reais. Não tem como fazer encaminhamentos para aumentar o valor do programa, sendo que eu ainda estou devolvendo dinheiro para a União, mas, se você me perguntar friamente, eu afirmo que esse valor realmente ainda não é o ideal.

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Desenvolvido em parceria com a Presidência da República e fundações nacionais e internacionais, projeto do Lapig comprova que uso eficiente das áreas de pastagens é estratégico para o país Angélica Queiroz

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omo desmatar menos, diminuir a emissão de gases poluentes e ao mesmo tempo aumentar a produção de alimentos, inclusive carne, para uma população mundial crescente? Pesquisadores do Laboratório de Processamento de Imagens da Universidade Federal de Goiás (Lapig/ UFG) apostam que a solução para a questão é investir no uso eficiente das pastagens. O laboratório desenvolveu, em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/ PR), um estudo pioneiro no país: o projeto Radiografia das Pastagens do Brasil.

A cooperação técnica, assinada no início de 2014, já tem como resultado um portal público (www.pastagem. org), inédito no país, onde é possível, por meio de um sistema de informações geográficas online, avaliar as pastagens em qualquer lugar do Brasil. Mais de 20 pesquisadores da UFG, entre professores, bolsistas de

Reuben lago

Ciência e Tecnologia

Radiografia das Pastagens do Brasil

Fotos: Missão Exploratória AULP

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iniciação científica, mestrandos e doutorandos participam do projeto que já comprovou que o uso mais eficiente das áreas de pastagens é fundamental para o alcance das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, para alavancar a produção de alimentos e exportação, adaptando-se às mudanças climáticas. Ainda em desenvolvimento, o projeto começou em parceria com a Stanford University, nos Estados Unidos, que já resultou em vários artigos publicados. O projeto também despertou o interesse da Gordon and Betty Moore Foundation – fundação americana conhecida por desenvolver projetos para a melhoria da qualidade de vida para as gerações futuras – que investiu mais de 500 mil dólares na pesquisa. Além disso, o projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

Uso eficiente das pastagens é estratégico Para o coordenador do Lapig e do projeto Radiografia das Pastagens do Brasil, Laerte Guimarães Ferreira, a grande preocupação do mundo hoje é com a segurança alimentar e o Brasil é uma das grandes potências agrícolas mundiais. Como desmatar já não é mais uma opção viável, a saída, segundo ele, está em ocupar melhor as áreas já desmatadas. Para o pesquisador, as pastagens que hoje ocupam cerca de 25% do território brasileiro (172 milhões de hectares), constituem reservas de terra mais baratas e ecologicamente corretas. Por isso, Laerte Ferreira ressalta que hoje é estratégico para o país ter uma pecuária mais eficiente.

O coordenador explica que a conversão de terras em larga-escala resultou em severa fragmentação dos ecossistemas, na baixa lotação e produtividade das pastagens. Ele conta que, no Brasil, a média de ocupação bovina

para cada hectare é de 1,2 cabeças de gado. O ideal é que essa lotação bovina fosse de 2 a 3 por hectare. Essa intensificação é necessária para o aumento de produção e produtividade em uma área cada vez menor.

Além da baixa ocupação, estima-se que a degradação afete ao menos 30% da área com pastagens cultivadas, com significativos impactos nas emissões de gases de efeito estufa. Laerte destaca que recuperar essas pastagens é estratégico, mas tem custos relativamente altos: R$ 2.500 por hectare, aproximadamente. Além disso, é necessário levar em conta que o processo de ruminação dos bovinos gera gás metano e é preciso compensar via aumento do carbono (sequestrado) no solo. Tudo isso precisa ser trabalhado para que o Brasil tenha uma pecuária ambientalmente correta que, segundo ressalta o pesquisador, é mais produtiva e mais sustentável.


9 Com o objetivo de transformar o portal em referência internacional, a equipe do projeto está trabalhando para atualizar o mapa de pastagens, que já tem milhares de propriedades cadastradas no sistema. Pesquisadores estão viajando pelo país para conhecer melhor as pastagens. “Nós entendemos de imagens de satélite e mapas, mas não entendíamos nada de pastagens. Então percebemos que precisávamos colocar a botina e pisar no campo”, contou Laerte Ferreira.

No âmbito científico, o pesquisador conta que a meta agora é desenvolver métodos mais eficazes para monitorar a qualidade das pastagens, determinar os fluxos de água e carbono e a forma como estes variam com o manejo e uso. “Pastagens melhor manejadas são mais eficientes em transferir água para a atmosfera, contribuindo para as chuvas e raízes mais profundas que sequestram mais carbono, minimizando o efeito estufa”, detalhou o coordenador do projeto.

Com relação às políticas públicas, os pesquisadores do Lapig estão trabalhando para desenvolver ferramentas que permitam monitorar a eficiência de investimentos públicos e privados na recuperação de pastagens degradadas. O Governo Federal criou em 2010 o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), através do qual, o crédito subsidiado é disponibilizado para a recuperação de pastagens, mas a capacidade de medir e monitorar estes impactos tem sido limitada, porque as informações sobre a extensão e as condições das pastagens ainda são dispersas, pouco detalhadas e desatualizadas. Além disso, o governo carece de ferramentas para fiscalizar se o produtor está realmente utilizando o dinheiro para recuperar pastagens. Sobre a conscientização dos proprietários rurais, Laerte Fer-

Pesquisadores do Lapig viajam pelo país para conhecer melhor as pastagens brasileiras

reira lembra que compete aos órgãos governamentais levar essas informações. Ele acredita que as próprias pressões do mercado vão fazer com que o produtor queira se adaptar. “O fato é que o clima do mundo está mudando e esse alerta da crise da água vai servir para abrir os olhos e mudar a mentalidade das pessoas”. “Uma nação como esta, de tal geografia, história, economia, política, línguas, crenças, rituais e valores dá-nos uma lição de vida. Primeiramente, por representar a diversidade tão cara ao modelo civilizatório predominante; segundo, por causar em seus visitantes o incômodo questionamento sobre o sentido e a sustentabilidade desse mesmo modelo ocidental de desenvolvimento que alimentamos diariamente”, relatou.

Pastagem em Alta Floresta, na Bacia Hidrográfica do Rio vermelho

Lapig é referência no país A pesquisa também trouxe melhorias para a estrutura do Lapig. Graças aos recursos deste e de outros projetos, o laboratório da UFG é hoje referência no país quando o assunto é processamento de imagens. “Entre as universidades federais, este é certamente o laboratório com a melhor estrutura computacional e equipamentos para pesquisa de ponta em sensoriamento remoto”, garante Laerte. Segundo o pesquisador, toda esta estrutura de pesquisa é também vital para a graduação e pós-graduação na UFG, através de cursos de excelência em sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas, acesso às bases de dados, interação com pesquisadores de outras instituições nacionais e internacionais, entre outros. Ele ressalta, ainda, o trabalho de extensão realizado pelo Lapig, já que todos os dados e informações geradas através dos projetos de pesquisa, dissertações e teses são públicos e disponibilizados de forma interativa e amigável através do portal do laboratório (www.lapig.iesa.ufg.br). Estrutura de pesquisa atende cursos de graduação e pós-graduação na UFG

Ciência e Tecnologia

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No entanto, a professora acredita que a frequência e a intensidade do uso exagerado de jargões e termos técnicos têm diminuído: “Com a popularização do conhecimento e o acesso quase irrestrito aos saberes, não há mais espaço para o distanciamento entre linguagem técnica e linguagem leiga. É claro que existe um limite, porque há termos que são conceituais, porém, já é possível observar a busca cada vez maior por uma linguagem mais democrática, funcional e socialmente relevante”, defende.

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Os moradores do Nordeste e do Sul brasileiro, por exemplo, falam a mesma língua, mas utilizam expressões e sotaques tão diferentes que às vezes pode se tornar complicado para ambos entenderem com exatidão o significado do que cada um diz. Da mesma forma, há falares específicos de grupos profissionais, como de advogados, analistas de sistemas, engenheiros, policiais e médicos, que desenvolveram vocabulários próprios de sua profissão para expressarem ideias específicas de seu ofício, mas que, quando aparecem em contextos diferentes, dificultam o

Para a professora da Faculdade de Letras (FL), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Vânia Cristina Casseb Galvão, o exagero no uso de jargões e termos técnicos por profissionais foi utilizado durante muito tempo como forma de manutenção de determinados papéis. Ela explica que essa prática era utilizada não apenas para que os profissionais se comunicassem, mas também, para se diferenciarem do restante da sociedade, demonstrando um conhecimento exclusivo.

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pesar de o Brasil ser um país com apenas um idioma oficial, o português, diversas alterações têm acontecido ao longo dos anos na escrita e, principalmente, na fala dos brasileiros. Isso acontece porque as pessoas fazem rearranjos de acordo com as suas necessidades comunicativas. Esse fenômeno, chamado de variação linguística, pode ser compreendido através de diferenças históricas, sociais e regionais.

entendimento de quem não pertence a esse grupo.

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Camila Godoy

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Quando o excesso de linguagem técnica por profissionais atrapalha o entendimento da comunidade

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A incompreensão da Língua Portuguesa

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Comunicação

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No curso de Direito da UFG, o juridiquês, linguagem excessivamente técnica e rebuscada utilizada nos processos judiciais, já foi praticamente abolido da formação dos estudantes. Isso acontece porque, apesar do cumprimento e o exercício das leis serem para todos os cidadãos, eles só ocorrem através de critérios processuais que são definidos por normas, teoricamente estudadas e compreendidas apenas em uma Faculdade de Direito. No entanto, segundo a coordenadora do curso de Direito da UFG, Sílzia Pietrebom, “se o processo e o interesse são da parte, sendo o advogado apenas seu representante, como ele pode escrever em um processo frases inteiras em la-

tim, com documentos e termos que a própria parte não compreende?”.

Por isso, a coordenadora do curso de Direito acredita que o advogado deve mostrar sua cultura por meio de seu conhecimento e técnica, mas fazendo bom uso da língua portuguesa, sendo objetivo em suas colocações e usando corretamente as expressões: “Nessa área a atenção com o português não só é importante, como fundamental. Diria até que é mais importante ler e escrever bem no Direito, do que falar bem, já que ele está envolvido em um conjunto de procedimentos que são escritos por advogados e juízes. Então, o êxito na profissão depende da forma de se expressar em nosso idioma”, opina.

Português e Saúde Na área da saúde, a preocupação com a língua portuguesa e a democratização da linguagem técnica também é uma constante. A professora da FL, Vânia Casseb, lembra que se um profissional, por exemplo, fizer uma carta de indicação para algum colega, sobre um paciente que está com alguma doença grave, e escrever isso de maneira errada, pode levar o colega a dar continuidade ao tratamento de forma equivocada. Igualmente, se o paciente não compreender com exatidão o seu diagnóstico, pode não realizar o tratamento com eficácia.

Vania Casseb destaca que até a linguagem das bulas de remédios se tornou mais acessível ao longo do tempo. Ela explica que, há dez anos, a bula era produzida para que os médicos entendessem e explicassem o conteúdo aos pacientes, mas, na prática, isso não acontecia. Hoje, há uma linguagem voltada diretamente para o entendimento do paciente.

A coordenadora do curso de Enfermagem da UFG, Ruth Minamisava,

explica que, em sua unidade acadêmica, os professores se preocupam em ensinar aos alunos os termos técnicos da área logo no início do curso. Só que, com o passar do tempo, devido às disciplinas práticas, os docentes se empenham em explicar a necessidade de traduzir esses termos técnicos para o paciente. No entanto, Ruth Minamisava ressalta que há casos em que a própria explicação de algum quadro clínico exige prévios conhecimentos sobre biologia, que muitas vezes o paciente não domina. “Existem diversas situações no dia a dia dos profissionais da saúde: há casos em que não temos tempo para explicar tudo aos pacientes, mas também há situações em que eles não estão interessados em entender. Existem pacientes que terão que conviver com alguma doença por um longo período, então, procuramos ensinar tudo sobre o seu estado de saúde, para que ele próprio se monitore e conheça o seu estado clínico. Cada caso é único”, relata.

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E quando a falta do Português é o problema? Nos cursos da área de exatas, além do uso exagerado de termos técnicos e de abreviações de palavras, os estudantes se deparam com uma literatura predominantemente inglesa e por causa disso, já se tornou comum para profissionais da área o aportuguesamento de algumas palavras. O coordenador do curso de Sistemas de Informação da UFG, Vinícius Sebba Patto, acredita que por lidar com uma área extremamente globalizada e que evolui rapidamente, a informática foi se desenvolvendo em uma cultura predominantemente da língua inglesa. “Nós temos uma literatura muito mais atualizada no idioma inglês do que no português”, observa. Para o estudante do quinto período do curso de Sistemas de Informação da UFG, Gaspar Monteiro, os profissionais da área se acostumaram tanto a desenvolverem seus raciocínios em inglês, que independente de seu local de origem, bons materiais só são encontrados em inglês: “Os poucos materiais encontrados no português têm qualidade inferior aos encontrados na língua inglesa. Todas as minhas buscas são em inglês. Desisti de procurar materiais em português”, afirma. Vinícius Sebba explica que essa cultura faz com que muitos alunos não se preocupem com o estudo do português. “Isso é muito perigoso e, se acontece, esses estudantes encontram dificuldades até para elaborarem trabalhos acadêmicos e concluírem o curso. Sem falar naqueles casos em que, ao entrarem no mercado de trabalho, há aqueles que assumem cargos administrativos ou que optam pela carreira acadêmica. Nessas situações, eles serão ainda mais exigidos. Precisarão desenvolver as ideias de forma lógica, deixar o texto coeso e usar os recursos linguísticos de forma correta”, lembra.

Comunicação

Linguagem jurídica

Fotos: Carlos Siqueira

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Cultura

Fotos: Laís Brito

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Processo de criação tipográfica utiliza tipos móveis (caracteres moldados com metal) organizados em uma matriz na qual é feita a composição para impressão

Ateliê tipográfico retoma processo artesanal de produção

Primeira tipografia reativada no Estado de Goiás se tornou parte do acervo histórico da UFG e, também, instrumento pedagógico para a comunidade universitária

Ateliê Tipográfico resgata a tradição das artes gráficas datada do século XV que prevaleceu durante quatro séculos como principal método de impressão

Mais do que resgatar esses processos de produção, o Ateliê Tipográfico é um espaço de preservação da história das artes gráficas em Goiás, aberto para a visitação do público que pode não só conhecer de perto o equipamento, mas, também, observar todo o processo de produção e criação tipográfica. “A ideia é reativar as máquinas antigas e fazer um museu vivo, no qual as máquinas

Serena Veloso

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funcionariam e produziriam textos que de certa forma tenham nuances históricas”, explica Sigeo Kitatani Júnior. As visitas guiadas podem ser realizadas, por agendamento, das 08h00min às 17h00min, no Ateliê Tipográfico da UFG, localizado no prédio do Cegraf, no Câmpus Samambaia. O espaço também oferece palestras e cursos em tipografia abertos à comunidade.

Após longa data em desuso, antigo maquinário de linotipo é reativado para a produção de livros e pequenas peças gráficas

esgatar o passado e reinventar o futuro. Com esta proposta, o Ateliê Tipográfico do Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG reativou, no final de 2014, o maquinário da antiga Imprensa Universitária e retomou uma tradição nas artes gráficas que se mantém desde o século XV e que, ao longo dos anos, foi sendo substituída pelo uso das novas tecnologias nos processos gráficos. A iniciativa partiu de servidores do próprio Cegraf, interessados em recuperar esse patrimônio material da universidade. “Atualmente, a demanda e a exigência de produção em tempos cada vez menores, fez com que essas máquinas fossem abandonadas. Portanto, para resgatar os valores históricos, artísticos e culturais dessa técnica, o Cegraf tomou essa iniciativa,” destaca o coordenador do espaço, Sigeo Kitatani Júnior.

Essa é a primeira tipografia reativada em Goiás. As antigas impressoras tipográficas e a linotipo, algumas utilizadas eventualmente, outras guardadas em um depósito durante anos, dão vida, novamente, a obras praticamente esculpidas, com técnicas que remontam um caráter artesanal. Adquiridas na década de 1960, durante a implantação da Imprensa Universitária da UFG, as máquinas estão agora a pleno vapor, sendo utilizadas na impressão de pequenos livros e outras peças gráficas. Dois livros já foram lançados pelo Cegraf por meio da impressão tipográfica: Orchideas, de Leodegária de Jesus, que integra a Coleção Cidade de Goiás; e a coletânea de poemas do artista plástico Oscar Fortunato, intitulada Tipo Assim. No momento, está em processo de produção a obra Cântico dos Cânticos, texto bíblico do Antigo Testamento.

Maquinário da antiga Imprensa Universitária da UFG ficará exposto no espaço, aberto à visitação

Serviço de impressão tipográfica

As obras impressas por meio da tipografia passam anteriormente pelo crivo do Conselho Deliberativo do Cegraf, que recebe as propostas dos interessados em produzir um livro pela Gráfica da UFG e analisa a viabilidade do desenvolvimento da publicação nesse formato, a partir da observação de características como o tamanho do livro e os elementos gráficos. Já as obras que recebem financiamento da Universidade e chancela do selo da Editora UFG, passam pelo Conselho Editorial para que sejam aprovadas, definindo o tipo de impressão (tipográfica ou moderna) e recebendo o vínculo institucional. As orientações para os interessados em enviar propostas de livros para produção pela Gráfica UFG ou pela Editora UFG estão disponíveis na página do Cegraf: www.cegraf.ufg.br


Ministrado por professores do curso de Administração da Regional Goiás da UFG, a capacitação teve a participação de 42 candidatos de 18 escolas em processo eleitoral, situadas tanto no município, como em áreas rurais. O treinamento envolveu diversas disciplinas de administração e gestão institucional, como gestão de pessoas, elaboração de projetos para as escolas, contabilidade e responsabilidade fiscal. “Essa é a maior carência das escolas, pois na parte pedagógica os professores já possuem uma formação”, destacou o coordenador do curso, Juliano Avelar Moura, que adiantou a continuidade da parceria para realização da capacitação nas próximas eleições escolares.

Conheça os programas de mobilidade da UFG Dois editais estão com inscrições abertas. Alunos de graduação devem estar atentos às datas e procedimentos de inscrição Caroline Pires

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Universidade Federal de Goiás oferece aos estudantes de graduação a possibilidade de cursarem componentes curriculares de seu curso em instituições de ensino, universidade ou regionais diferentes de sua origem. Atualmente, a UFG conta com três tipos de mobilidade acadêmica para estudantes de graduação. Confira:

Programa de Mobilidade Estudantil (PME) Permite que estudantes de graduação estudem em outra universidade por até dois semestres. As inscrições para o ingresso no segundo semestre de 2015 estão abertas até o dia 22 de maio. O aluno da UFG que tenha interesse em participar do PME, deve procurar a coordenação de seu curso e conferir se atende aos critérios para participar do programa.

Publicado edital geral para intercâmbio em instituições estrangeiras A Coordenação de Assuntos Internacionais (CAI) divulgou o edital geral para estudantes de graduação da UFG interessados em realizar intercâmbio acadêmico em instituições estrangeiras, ainda neste ano, sem apoio financeiro. Todas as despesas decorrentes da mobilidade ficarão a cargo dos estudantes. Cada graduando poderá apresentar candidatura a somente uma instituição estrangei-

Programa de Mobilidade entre as Instituições Públicas de Ensino Superior no Estado de Goiás (PMIPES) Permite que estudantes de graduação estudem em outra instituição diferente da sua de origem, no Estado de Goiás. Integram o PMIPES estudantes de graduação da UFG, IF Goiano, IF Goiás e UEG. As inscrições estão abertas até o dia 22 de maio. Para iniciar o processo de participação no PMIPES, o aluno deve encaminhar um pedido ao coordenador do seu curso, que será analisado segundo o acordo de cooperação das instituições de ensino e o projeto pedagógico de cada curso. Programa de Mobilidade Interna (PMI)

Permite que estudantes de graduação estudem em outra Regional da UFG diferente da sua de origem. Segundo o calendário acadêmico, o edital do PMI será divulgado no dia 1º de novembro de 2015.

ra por vez, que decidirá sobre a aceitação ou não do aluno. O cumprimento das regras do edital possibilitará que o vínculo entre o estudante e a UFG seja mantido durante a realização das atividades acadêmicas no exterior e promoverá a liberação oficial do estudante para a realização da mobilidade.

Confira o edital no QR Code ao lado ou acesse o site da CAI www.cai.ufg.br

Louriene Fagundes, Bacharel em Estudos Literários

Me formei no início de 2014. Como faço pra ter acesso às fotos produzidas pela equipe da UFG? Alexia Ferraz

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andidatos à direção de escolas municipais da Cidade de Goiás participaram do primeiro curso de “Formação e Gestão para Habilitação ao Cargo de Diretor das Escolas da Rede Pública de Ensino do Município de Goiás”. O curso, realizado em setembro e outubro de 2014, é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Secretaria Municipal de Educação da Cidade de Goiás, tem o objetivo de atender aos novos critérios no processo de escolha dos gestores das instituições, que exige habilidade gerencial das escolas por parte dos candidatos. Desde o ano passado, a seleção para o cargo de direção de unidade escolar no município passou a ser realizada por meio de processo eleitoral, com votação

de servidores, professores e pais de alunos.

Daiana Stasiak, Coordenadora de Relações Públicas Ascom/UFG A Universidade Federal de Goiás possui a Resolução Cepec 1309 que regulamenta os procedimentos para as cerimônias de Colação de Grau. O parágrafo único, do artigo 41, prevê que “os concluintes que não contratarem serviços de fotografia em conjunto com a comissão de formatura serão atendidos pela equipe de fotografia da UFG, assim como todos os demais concluintes”.

No seu caso, informamos que, até o ano de 2014, as fotos das cerimônias eram entregues em DVDs para um dos membros da comissão de formatura, cadastrados por meio do formulário de colação de grau. Aquele que retirasse o DVD tornava-se responsável por repassar aos demais colegas os arquivos das fotos. A Assessoria de Comunicação aguardava o período de um semestre e, se nenhuma pessoa viesse buscar, os materiais eram encaminhados para a direção da Unidade Acadêmica. A partir de 2015, a Assessoria de Comunicação optou por utilizar uma plataforma eletrônica para facilitar o acesso de todos os concluintes às fotografias, para isso criou um perfil no Flickr, um site de hospedagem e partilha de imagens fotográficas. As imagens podem ser acessadas por meio do endereço (www.flickr.com/photos/ colacaoufg). Até o mês de maio, a Regional Goiânia publicou 19 álbuns que correspondem às colações de Goiânia e Cidade de Goiás, no total são 17.228 fotografias que já foram acessadas 36.395 vezes.

Aberta seleção para incubação de empresas e projetos O Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) da UFG recebe incrições para incubação de empresas e projetos de base tecnológica entre os dias 11 e 15 de maio. Serão selecionados 20 empreendimentos, que receberão o apoio em infraestrutura, assessoramento e recursos para interação com o setor empresarial, entre outros benefícios.

Confira o edital no QR Code ao lado ou acesse o site da CEI www.incubadora.ufg.br

13 Universidade

Serena Veloso

Divulgação

Regional Goiás oferece capacitação para candidatos à direção de escolas

COMUNIDADE PERGUNTA


Aprovado sistema de cotas para pós-graduação na UFG Instituição é a primeira universidade pública do país a adotar cotas para pretos, pardos e indígenas em todos os cursos de mestrado e doutorado

Angélica Queiroz

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Conselho Universitário da UFG aprovou resolução para estabelecimento de cotas raciais e ações afirmativas para todos os seus programas de pós-graduação ‘stricto sensu’. A minuta do documento, elaborada por uma comissão de docentes da UFG, foi aprovada na Câmara de Pesquisa e Pós-graduação e no Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (Cepec) da UFG e determina que, pelo menos 20% das vagas oferecidas, sejam reservadas para pretos, pardos e indígenas. A resolução já está em vigor e terá vigência por 10 anos, podendo ser prorrogada após futura avaliação.

A UFG é a primeira instituição pública do país a implementar o sistema de cotas na pós-graduação. “Em alguns cursos de algumas instituições isso já é feito, mas de forma isolada, não como uma política institucional”, detalha o Pró-reitor de Pós-graduação da UFG, José Alexandre Diniz Filho. Segundo ele, o Governo Federal, ao expandir a política de inserção social e cotas em concursos públicos, deixou claro que a desigualdade das condições iniciais continua se refletindo em um ponto mais alto, na inserção do mercado de trabalho, profissional e acadêmico. Para ele, a pós-gradua-

ção está situada em uma posição intermediária entre as cotas iniciais na graduação e a inserção no mercado de trabalho, por isso a necessidade da criação de cotas para o mestrado e o doutorado. O pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, reforça que a adoção das cotas na pós-graduação deve refletir no perfil de que quem segue a carreira universitária e é uma posição coerente da instituição com relação às políticas de inclusão priorizadas nos últimos anos. “Essa conquista é importante para os estudantes da graduação cogitarem com maior convicção a continuidade dos estudos na pós-graduação. Não que necessariamente eles precisem das cotas, mas é evidente o impacto simbólico dessas reserva, já verificado no âmbito da graduação”.

O reitor da UFG, Orlando Amaral acredita que o perfil da sociedade ainda não está devidamente representado na Universidade. Para ele, uma iniciativa como essa amplia as possibilidades de formação em nível superior, essencial para que as pessoas possam concorrer a postos de trabalho mais valorizados. “A expectativa é de que, ao longo dos dez anos de vigência da resolução haja, por exemplo, inclusão de mais professores pretos, pardos e indígenas no quadro de docentes da universidade”, afirma.

Estou satisfeita e muito honrada por ter sido graduada nesta Universidade e agora ter a chance de tentar uma pós-graduação através do sistema de cotas na mesma instituição. Pela desigualdade social, preconceitos e discriminação que sofremos, essa é uma oportunidade valiosa. Eu, particularmente, acho uma decisão importante e sábia porque, sem as cotas, poderíamos até tentar, mas devido às desigualdades, seria muito mais difícil que conseguíssemos ingressar. Com a existência das cotas isso se torna mais viável (Maria de Fátima Karajá é indígena e recém-graduada em Letras/Espanhol pela UFG. Ela ingressou na universidade oito anos após ter deixado o ensino médio e integra o número ainda pequeno de índios diplomados na área.)

Fotos: Carlos Siqueira

Ações Afirmativas

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Confira alguns pontos da Resolução • No caso de processos seletivos nos quais o candidato concorre à vaga de um orientador específico, o edital deverá prever um número adicional de vagas para cotistas calculado pelo somatório das vagas ofertadas pelo programa, garantindo a proporção mínima de 20%. • Os programas de pósgraduação realizam processos seletivos com diferentes formatos e adotando diferentes critérios, seguindo calendário específico, mas todos deverão adotar as cotas • Os candidatos pretos, pardos ou indígenas classificados dentro do número de vagas oferecido para ampla concorrência não serão computados para efeito do preenchimento das vagas reservadas

• A resolução aprovada permite que as Coordenadorias dos Programas de Pós-Graduação, se acharem necessário, promovam atividades complementares para aumentar ao máximo as possibilidades de permanência dos cotistas em seu corpo discente • A PRPG publicará instrução normativa para que os programas de PósGraduação da UFG saibam como adequar seus editais à nova regra • A concessão de bolsas específicas para os cotistas está prevista atualmente por meio de edital conjunto da CAAF/PRPG, com recursos próprios da UFG • O número de vagas oferecidas para livre concorrência e para cotistas em cada processo seletivo será fixado em edital


15 A ideia de adoção de cotas já está mais consolidada na sociedade, por isso tivemos mais discussões técnicas sobre como fazer ao invés de discutir se deveria ser feito ou não (Pró-reitor de Pós-graduação da UFG, José Alexandre Diniz Filho)

A UFG adota, desde 2008, ações afirmativas com o objetivo de reparar ou compensar desigualdades sociais e preconceitos, ou discriminações de raça, entendendo a adoção destas políticas como princípios constitucionais. Na UFG, a institucionalização das ações afirmativas ocorreu a partir da implantação do programa UFGInclui, antecipando a política nacional de reserva de vagas definida na Lei 12.711/2012 e regulamentada pelo Decreto 7.824 de 11 de outubro de 2012. Outro ponto de destaque nessa trajetória foi a criação da Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF), em 2014. “A CAAF representa a consolidação das ações afirmativas na UFG e a adoção das cotas na pósgraduação implica novos desafios para a efetiva inclusão e respeito às diferenças”, afirma a coordenadora da CAAF, Luciene Dias. No âmbito da pesquisa, a pró-reitora de Pesquisa e Inovação, Maria Clorinda Fioravanti, acrescenta que já existe a concessão de bolsas para a iniciação científica por meio do programa PIBIC-AF, do CNPq, com recursos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Sepir). “Podemos tentar estender essa iniciativa para a pós-graduação”, propõe a pró-reitora.

Foto produzida para a campanha Sejam bem-vind@s tornou evidente a nova cara da Universidade e foi elogiada pela comunidade acadêmica

Etapas para a criação da resolução Agosto 2014

Início das discussões com o PPG em Antropologia Social e discussões internas no gabinete/PRPG/PRPI/CAF/PJ;

Setembro 2014

Criação da comissão e Aprovação da Concepção das cotas PPI na pós-graduação pela CPPG (Câmara de Pesquisa & Pós-Graduação);

Novembro 2014

Aprovação da minuta de Resolução na CPPG;

Novembro 2014

Audiência pública para apresentação da minuta para a Comunidade;

Fevereiro de 2015

Aprovação da resolução na CEPEC;

Abril de 2015

Aprovação final pelo CONSUNI

Aluno precisa ter perfil Cada programa de pós-graduação possui seu próprio processo seletivo e, mesmo com a resolução, as coordenadorias continuarão tendo autonomia para definir critérios específicos para o ingresso dos alunos. Segundo explica José Alexandre Diniz, ao realizarem seus processos seletivos, os programas devem adotar critérios de seleção que sejam adequados ao perfil do programa e garantam um bom desenvolvimento das atividades de pesquisa do estudante no curso. “A cota não pode ser entendida como flexibilização dos requisitos para o ingresso. A cota resolve apenas a questão da concorrência”, ressalta José Alexandre Diniz.

Pós-Graduação em números

A ideia de criar cotas na pós-gradu-

ação começou como uma demanda do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS), da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), que sugeriu a publicação de um edital de seleção com reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas, em meados de 2014. O coordenador do PPGAS, Camilo Albuquerque de Braz, relata que a aprovação no PPGAS foi unânime e, destaca a importância dos pesquisadores da UFG e dos movimentos sociais: “A atuação dessas pessoas é fundamental para subsidiar esse tipo de política e servir de modelo para outras instituições do país”, opina.

A proposta foi levada então à Próreitoria de Pós-graduação da UFG que ampliou a discussão, envolvendo as demais Pró-reitorias, o Gabinete da Reitoria, a CAAF e a Procuradoria Jurídica que, juntos, decidiram adotar uma ação mais ampla da política de cotas e levar a discussão aos órgãos colegiados superiores da instituição. Segundo o Pró-reitor de Pósgraduação da UFG, José Alexandre, o processo de diálogo sobre as cotas na pós foi tranquilo, diferente de quando a Universidade aprovou as cotas para a graduação. “A ideia de adoção de cotas já está mais consolidada na sociedade, por isso tivemos mais discussões técnicas sobre como fazer do queao invés de discutir se deveria ser feito ou não”, relata.

É uma decisão importante para que nós pretos, pardos e indígenas possamos continuar os estudos. Muitas vezes somos desestimulados a prestar o mestrado porque o número de pessoas brancas é maior. A aprovação de cotas na pós-graduação nos motiva a acreditar em uma universidade mais plural, com mais docentes pretos, pardos e indígenas, contribuindo para o processo educacional e para a diversidade. A existência de cotas na pós-graduação da UFG nos estimula a tentar a seleção aqui, porque assim, podemos dar continuidade ao estudo em uma universidade que já conhecemos e com maior facilidade para escolher um orientador de acordo com linha de pesquisa e afinidades (Apesar das dificuldades financeiras e diferenças culturais, Marta Quintiliano, do Quilombo Vó Rita, em Trindade, acaba de se formar em Relações Públicas pela UFG. Ela é a segunda quilombola formada nesse curso no país.)

Programas de Pós-Graduação: 69 Doutorados: 33 Mestrados Acadêmicos: 66 Mestrados profissionais: 8

Confira a íntegra da resolução no QR Code ao lado ou acesse o site da PRPG www.prpg.ufg.br

Ações Afirmativas

Cotas na graduação não são suficientes


Galeria

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Outro olhar

Nesses nove anos de exist锚ncia, o Jornal UFG conta com a sensibilidade do fot贸grafo Carlos Siqueira, que captura por suas lentes uma outra forma de ver a Universidade. Confira mais fotos pelo site (google.com/+CarlosSiqueiraFotografo/photos)


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