Jornal da UFOPA - ANO 1, N.0

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Jornal da UFOPA

JORNAL DA

UFOPA

Foto: Maria Lúcia Morais

UFOPA inicia formação de professores da Educação Básica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ Ano I, n.º 0 - Comemorativo do 1.º Aniversário de Criação da UFOPA - Santarém - Pará, novembro de 2010

Professores de Educação Básica em curso de graduação

Maria Lúcia Morais

Uma universidade em construção MAZ Engenharia

Em seu primeiro ano de existência, a UFOPA investe mais de nove milhões de reais na implementação de infraestrutura adequada para melhor acomodação de seus alunos, professores e técnicos. A estruturação de corpo técnicodocente qualificado, através de concursos públicos, é outro desafio da universidade que tem como missão promover a integração amazônica através do saber. Página 3

Futuro bloco de salas especiais do Campus Tapajós

Laboratório de Arqueologia estuda ocupação do Baixo Amazonas

UFOPA atua na formação de docentes do Pará

Foto: Maria Lúcia Morais

forma mais integrada”. Oportunidade – Promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em parceria com as secretarias de educação dos estados e dos municípios e as instituições públicas de Ensino Superior, o PARFOR tem o objetivo de promover cursos superiores gratuitos e de qualidade a professores de escolas públicas sem formação adequada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). As licenciaturas do PARFOR são ministradas de forma presencial e à distância, nas seguintes modalidades: cursos de primeira licenciatura para professores sem graduação; de segunda licenciatura para licenciados atuando fora da área de formação; e de formação pedagógica, para bacharéis sem licenciatura. “Uma das vantagens do PARFOR é que o Governo Federal paga uma bolsa de incentivo para os professores, e os municípios uma ajuda de custo para os alunos”, explica Seixas Lourenço. “Tive sorte de ser contemplada e estou muito feliz de estar na UFOPA”, afirma a professora Maria Dalva Nogueira Sousa, da Escola Princesa Isabel, de Santarém, que leciona há vinte anos na rede pública de ensino. “Não tenho graduação e estava fazendo uma universidade particular”, explica a educadora, que, graças ao PARFOR, agora cursa gratuitamente licenciatura em Letras na UFOPA. “Todo esse conhecimento que estou recebendo vou repassar para os meus alunos. Estou levando daqui uma nova proposta de ensino, principalmente sobre leitura”. Para o educador Euclides Cerdeira Melo, da comunidade ribeirinha de Vista Alegre do Capixauã, em Santarém, que também está cursando licenciatura em Letras pelo PARFOR, o programa também veio em boa hora para realizar o sonho do curso superior. “Os conteúdos que estão sendo ministrados são riquíssimos não só para a sala de aula, mas para toda a comunidade. Estou aproveitando o máximo e espero sair daqui com uma nova visão, principalmente sobre a Amazônia”, explica Melo, que é responsável por uma turma multisseriada do fundamental. A educadora Maria Eli Moreira, de 58 anos, é outra que se mostra entusiasmada com a oportunidade, apesar das dificuldades. Professora da comunidade de São José do Rio Curuá, pertencente ao município de Santarém, uma localidade que, em suas palavras, “nem luz tem”, localizada “da hidrelétrica para baixo”, Maria Eli possui 25 anos de magistério e somente agora, através do PARFOR, está cursando licenciatura integrada em História e Geografia. “Para minha surpresa fui selecionada e estou aqui recebendo conhecimento”.

Foto: Maria Lúcia Morais

Promover a formação superior dos professores de escolas públicas da Amazônia é o objetivo da UFOPA, no âmbito do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), do Ministério da Educação (MEC). No primeiro semestre deste ano, a Universidade selecionou 1752 educadores da região, de um total de 3700 inscritos. A meta é oferecer, anualmente, cerca de duas mil vagas para professores sem formação superior que atuam na rede pública de ensino. “O nosso desafio é manter esse ritmo de ofertas de vagas nos próximos anos, já que a demanda do Oeste do Pará é grande, algo em torno de dez mil professores sem formação superior”, explica o reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço. Segundo o reitor, o PARFOR vem ao encontro da filosofia da UFOPA de formar recursos humanos qualificados, principalmente para atuar na educação. “Sempre tive a clareza que essa nova universidade tinha que ter uma forte atuação na formação de docentes para a Amazônia, por isso, desde o início, houve um forte compromisso nosso de formar professores”. As aulas presenciais do primeiro semestre aconteceram em julho, em sete polos regionais: Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná e Santarém. Nos meses seguintes, as aulas presenciais serão ministradas apenas nos finais de semana, totalizando 400 horas de aula. Aproximadamente 87 professores da UFOPA, com pós-graduação, estão envolvidos no projeto. “O PARFOR está sendo ministrado por mestres e doutores. A idéia é essa: fazer com que o aluno tenha contato, logo de início, com o que há de melhor na universidade”, afirma o Prof. Seixas Lourenço. Além da licenciatura em Pedagogia, outras quatro licenciaturas integradas foram oferecidos pela universidade: Letras (Português e Inglês); História e Geografia; Química e Biologia; e Matemática e Física. “É um projeto arrojado, com um alcance fantástico, que deve contribuir para a melhoria do ensino dos alunos da Amazônia”, afirma a Profa. Terezinha Pacheco, coordenadora geral do PARFOR na UFOPA. As graduações terão a duração de sete semestres e a previsão é que a capacitação dos professores seja continuada, através da oferta de cursos de pós-graduação pela universidade. “O processo de profissionalização da UFOPA é contínuo, porque o conhecimento é dinâmico, por isso a atualização tem que ser permanente”, explica Terezinha Pacheco. Além de formar professores, o programa deverá habilitar os educadores para práticas de planejamento, gestão escolar e atividades de pesquisa e extensão. “Essas ações devem orientar a uma futura mudança curricular do Ensino Médio e Fundamental, preparando esse aluno de

EDIÇÃO DE LANÇAMENTO

Inaugurado em agosto, o Laboratório de Arqueologia Curt Nimuendajú dará apoio a projetos de pesquisa e de salvamento arqueológico na região. Página 7

Novo modelo acadêmico

Alunos do Parfor participaram de aulas presenciais em julho

Mais de mil educadores da rede pública de ensino do Oeste do Pará estão cursando licenciaturas integradas na UFOPA, através do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Página 8

A partir de 2011, a UFOPA adotará novo modelo acadêmico, com 33 formações graduadas, gerais e específicas, com grade curricular interdisciplinar. Outra inovação é a utilização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como forma de acesso à universidade, seguido de avaliações internas de progressão próprias, baseadas no desempenho acadêmico de cada aluno. Páginas 4 e 5


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Jornal da UFOPA

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Com a palavra, o reitor

Prof. Dr. José Seixas Lourenço Reitor Pro Tempore da Universidade Federal do Oeste do Pará

Lenne Santos e Maria Lúcia Morais

EXPEDIENTE

comunicaufopa@gmail.com Fone: (93) 3064-9075

“A UFOPA está disposta a sair na frente não apenas no ensino, mas também na pesquisa arqueológica na Amazônia”, afirmou o reitor, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, durante a inauguração oficial do Laboratório de Arqueologia Curt Nimuendajú, ocorrida no dia 11 de agosto, em Santarém (PA). Situado no Campus Tapajós, o Laboratório possui 120 metros quadrados de área construída e servirá de apoio para a curadoria de materiais arqueológicos, análises laboratoriais, reserva técnica e pesquisas realizadas na região. O reitor ressaltou ainda que a UFOPA incluiu, em sua estrutura acadêmica, a graduação em Antropologia e Arqueologia, no âmbito do Instituto de Ciências da Sociedade, além da realização do concurso para docentes, no qual seis profissionais foram aprovados para a área de Arqueologia. “Pretendemos antecipar a convocação desses profissionais para atuarem em salvamentos arqueológicos realizados pelo Laboratório, o que nos permite vislumbrar um bom futuro para a Arqueologia em Santarém”. Pesquisas - “Estamos muito contentes de iniciar Arqueologia em Santarém com esse espaço, pois o município tem muito potencial para se tornar um polo de pesquisa arqueológica na Amazônia”, afirmou Denise Schaan, coordenadora do Laboratório Curt Nimuendajú e do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Arqueologia Amazônica (NEPAM), da Universidade Federal do Pará (UFPA). Durante a inauguração, a arqueóloga disse estar impressionada “com o grande número de sítios arqueológicos situados na região do Oeste do Pará e com a rapidez com que esses sítios estão sendo destruídos”. Segundo Schaan, o Laboratório começou a nascer em 2008, a partir da disponibilização de uma casa de apoio às pesquisas do NEPAM, situada na antiga área da Sudam, e da obtenção de recursos para a reforma

A arqueóloga Denise Schaan durante a inauguração do Laboratório

Foto: Maria Lúcia Morais

Foto: Lenne Santos

É com imensa satisfação que damos início à publicação do jornal institucional da UFOPA, com o objetivo de informar aos docentes, técnicos em educação, alunos e comunidade em geral sobre os principais fatos, acontecimentos e ações que marcarão a história da primeira universidade pública federal sediada no interior da Amazônia. Como os leitores poderão ver, nesta primeira edição, os desafios – e os avanços também – são muitos para uma universidade que se propõe a ser um vetor de desenvolvimento local e de integração regional, através de uma arquitetura acadêmica inovadora, baseada na interdisciplinaridade e voltada à formação competente e cidadã de seus estudantes. Em seu primeiro ano de existência, a UFOPA tem-se empenhado na formação de corpo técnico-docente qualificado e na ampliação de sua infraestrutura. Mais de nove milhões de reais estão sendo investidos em obras estruturantes, como a construção do prédio do Instituto de Ciências da Educação (ICED), no Campus Rondon, e do Bloco de Salas Especiais de Ensino, no Campus Tapajós, que visam à melhor acomodação de alunos e servidores. A implementação de novo modelo acadêmico, com 33 cursos de graduação, e a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como via exclusiva de acesso a esses cursos são outras inovações adotadas pela nossa universidade com o objetivo de melhor atender às demandas de uma região com uma economia e cultura peculiares. Por isso, temos a certeza que a implementação de uma universidade federal no Oeste do Pará significa um novo impulso para a modernização desta região historicamente marcada pelo extrativismo vegetal e mineral e com índice de desenvolvimento humano abaixo da expectativa. Universidade Federal do Oeste do Pará A expansão da rede de Ensino Superior pública e a consequente José Seixas Lourenço ampliação do investimento em Ciência e Tecnologia promoverão a inclusão Reitor social e terão um significativo impacto no processo de desenvolvimento Raimunda Monteiro social, o que inclui a Educação Básica. Exemplo disso é o Plano Nacional de Vice-Reitora Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), já em plena Rodrigo de Araújo Ramalho Filho execução pela UFOPA em vários municípios da região, com os professores Pró-Reitor de Ensino de Graduação leigos de escolas municipais e estaduais recebendo formação graduada em José Antônio de Oliveira Aquino suas respectivas áreas de ensino. Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação Tecnológica Vale lembrar que UFOPA já nasceu como uma universidade de porte Aldo Gomes Queiroz médio, formada a partir das instalações, recursos humanos e materiais da Pró-Reitor de Planejamento Institucional UFPA e UFRA em Santarém, incluindo os núcleos da UFPA em Oriximiná, Arlete Moraes Pró-Reitora de Administração Óbidos e Itaituba e as antigas instalações da SUDAM em Santarém. Dessa forma, suas atividades devem impactar, de forma positiva, uma vasta área de mais de 500 mil quilômetros quadrados, que envolve 20 municípios das JORNAL DA UFOPA regiões do Baixo Amazonas e Sudoeste Paraense. Seu formato multicâmpi, Alda Lima Fernandes com polos em Santarém (sede), Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Coordenadora de Comunicação Óbidos e Oriximiná, tem por objetivo a universalização das oportunidades de Maria Lúcia S. S. Morais formação qualificada à maioria dos municípios, com fixação de competências Editora do Jornal da UFOPA em vários locais, como forma de reduzir as assimetrias regionais. Este Reportagem: modelo institucional permitirá o desenvolvimento socioambiental de cada Lenne Santos (DRT-PR 3413) Maria Lúcia Morais (DRT-MG 06261) subespaço da região Oeste do Pará, servindo, ao mesmo tempo, de polo integrador desses subterritórios entre si e com as demais áreas da Amazônia. Revisão: Júlio César da Assunção Pedrosa Dada a sua localização privilegiada, no coração da Amazônia continental, a UFOPA tem a clara vocação para tornar-se uma Universidade da Fotos: Daniel Ramalho, Lenne Santos e Maria Lúcia Morais Integração Amazônica, aberta aos demais estados da região, bem como aos Diagramação e Arte Final: países pan-amazônicos. Também faz parte dos objetivos e missões da Eduardo F. Azevedo UFOPA a cooperação internacional transfronteiriça, com a construção de vínculos institucionais duradouros em atividades de pesquisa, formação de Impressão: profissionais e extensão, em temas de interesse comum entre os parceiros, Universidade Federal do Oeste do Pará formando uma rede multi-institucional com a participação dos estados Campus Rondon brasileiros amazônicos e dos países-membros do Organização do Tratado da Coordenadoria de Comunicação Cooperação Amazônica. A Amazônia passa então a ser vista como o lugar Av. Marechal Rondon, s/n - Caranazal privilegiado de uma experiência pioneira e criativa, cabendo ao Governo CEP: 68040-070 Federal a responsabilidade de lidar com esse imenso patrimônio como uma Santarém – Pará questão regional, nacional e global. Comentário, críticas e sugestões:

desse espaço e para a realização de pesquisas arqueológicas na área do Porto de Santarém, através de convênio firmado entre a UFPA, a Fadesp, a Companhia Docas do Pará e a empresa Cargill Agrícola S/A. Desde então, o Laboratório colabora com o projeto de salvamento arqueológico do porto da CDP e com o da BR-163 (Santarém-Cuiabá), que estuda o patrimônio arqueológico na área de influência da rodovia. Os pesquisadores estão recolhendo materiais, como peças cerâmicas, para proceder à datação. O objetivo é estabelecer um padrão de ocupação no Baixo Amazonas. Nimuendajú - O nome do Laboratório de Arqueologia da UFOPA é uma homenagem ao etnólogo alemão Kurt Unkel (1883-1945), que chegou ao Brasil em 1903, com o desejo de viver entre os índios da América do Sul. Fixou-se inicialmente em São Paulo, mudando-se depois para Belém, onde residiu até o fim de sua vida. Tornou-se reconhecido internacionalmente por sua enorme contribuição à Etnologia e à Arqueologia, feita ao longo de quatro décadas de trabalho de campo. Foi o primeiro a mapear sítios de terra preta na região de Santarém, além de identificar o grande sítio Tapajós, que jaz sob a cidade. Nimuendajú foi o nome dado a Unkel pelos Guarani de Araribá, indígenas do Oeste de São Paulo. Nos anos 20 naturalizou-se brasileiro, aportuguesando seu prenome para Curt e adotando o nome com o qual os Guarani o batizaram.

Palestra debate direitos indígenas O auditório Wilson Fonseca, da UFOPA, ficou lotado durante a palestra “A Antropologia e os povos indígenas do Brasil”, ministrada no dia 10 de agosto pelas antropólogas Manuela Carneiro da Cunha, professora titular da Universidade de Chicago, e Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, coordenadora do Programa de Pesquisas sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro (PINEB). Promovido pelo Instituto de Ciências da Sociedade, o evento propiciou um intenso debate sobre temas polêmicos, como identidade, história e direito indígena; demarcação de terras indígenas; emancipação dos povos indígenas, entre outros. O debate foi mediado pelo Prof. Dr. Florêncio Vaz de Almeida, da UFOPA. Doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e ex-presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Profa. Manuela Carneiro da Cunha falou sobre o seu percurso na Antropologia, que se cruza com a história recente dessa ciência no Brasil. “Percebi que os antropólogos no Brasil não podiam se furtar de questões que nos eram colocadas, como o que é ser indígena”, afirmou. “Antes a história indígena não era estudada, conhecida”. Preconceito - “Cada vez mais os povos indígenas tem maior consciência sobre seus direitos e uma relação mais simétrica com antropólogos e arqueólogos”, afirmou, durante o evento, a antropóloga Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Segundo Maria Rosário, apesar dos avanços, como o maior número de indígenas nas universidades, ainda é grande o preconceito com relação aos direitos dos povos indígenas.


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Programa disponibiliza bolsas a estudantes de baixa renda Maria Lúcia Morais

explica Jonnes Pedroso. Do total de 111 inscritos, 96 foram contemplados com 192 bolsas, sendo 20 de moradia, 57 de alimentação, 58 de transporte e 57 de auxílio didático-pedagógico. As bolsas são de seis meses e cobrem o período de julho a dezembro deste ano. Renovação – Segundo Jonnes Pedroso, em 2009 a instituição contava com 107 bolsistas. Desse total, 77 solicitaram renovação de bolsa este ano, por meio de edital publicado em fevereiro, e apenas 34 obtiveram a renovação. Além dos documentos pessoais e acadêmicos dos bolsistas, foram analisados documentos que comprovam a vulnerabilidade social do solicitante, como comprovantes de renda dos familiares e faturas da conta de energia elétrica. O processo foi realizado pela PróReitoria de Extensão (PROEX) da Universidade Federal do Pará (UFPA), instituição tutora da UFOPA. Outras bolsas de auxílio estudantil também foram disponibilizadas, através de editais específicos publicados no primeiro semestre do ano. Destinada aos alunos do curso intensivo de Pedagogia (turma de 2008), a bolsa de auxílio acadêmico intervalar contemplou os seis candidatos inscritos. Ao curso de Ciências Biológicas de Oriximiná foram destinadas 26 bolsas a 17 acadêmicos. Baseada em uma política afirmativa, a universidade também destinou 30 bolsas para 10 membros de populações indígenas matriculados nos cursos de Direito (2 bolsistas), Sistemas de Informação (2 bolsistas), Pedagogia (2 bolsistas), Biologia (2 bolsistas), Letras (1 bolsista) e Matemática (1 bolsista). Os cotistas indígenas foram contemplados com o valor total de bolsas de R$ 510,00 (moradia + alimentação + material didáticopedagógico).

Encontro discutiu qualidade de vida no trabalho Lenne Santos

Cerimônia de recepção dos novos servidores da UFOPA

Em seu primeiro ano de existência, a UFOPA investe na formação de corpo técnico-docente qualificado, por meio da realização de concursos públicos, e na ampliação de sua infraestrutura para melhor acomodação de alunos, professores e servidores. Mais de nove milhões de reais foram investidos em obras estruturantes, como a construção do prédio do Instituto de Ciências da Educação (ICED), no Campus Rondon, e do bloco de salas especiais de ensino, no Campus Tapajós. “Até o primeiro semestre de 2011 teremos um conjunto moderno de prédios para abrigar principalmente salas de aula e laboratórios”, afirma o reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço. Com relação aos recursos humanos, atualmente a UFOPA possui 176 docentes em exercício, incluindo 90 professores recém-empossados por meio de concurso público, 73 remanescentes da UFPA e UFRA, 10 redistribuídos e três removidos. Desse total, 96 possuem mestrado e 72 doutorado. Do total de 332 técnicos administrativos em educação previstos no quadro geral de servidores, a universidade já conta com 129 servidores em exercício, sendo 68 recém-empossados, 36 oriundos da UFRA, 25 da UFPA, além de uma servidora redistribuída da Universidade Federal de Roraima. Segundo informações da Pró-Reitoria de Planejamento Institucional, em 2010 a UFOPA realizou três concursos para docência em diversas áreas do conhecimento, além de dois concursos para cargo de técnico administrativo em educação, nos níveis médio e superior. Dos 90 professores nomeados nos dois primeiros concursos para docentes (Editais 01/2009 e 02/2010), 56 possuem mestrado e 34 doutorado. Do total de 68 servidores que já entraram em exercício aprovados no primeiro concurso para técnico em educação (Edital 02/2009) - 14 possuem curso de especialização e três de mestrado. A previsão é de que os aprovados nos concursos restantes (Editais 02 e 03 de 2010) sejam nomeados até o início do próximo ano.

Infraestrutura – “Fomos muito bem-sucedidos na captação de recursos humanos e financeiros. Agora o nosso maior desafio é a infraestrutura”, afirmou o Prof. José Seixas Lourenço, durante a cerimônia de recepção dos novos técnicos administrativos em educação, ocorrida no final de julho. Atualmente a UFOPA possui quatro obras licitadas em andamento no município de Santarém. Localizado no bairro Caranazal, o Campus Rondon, antigo Campus da UFPA em Santarém, abrigará a sede do Instituto de Ciências da Educação (ICED), onde funcionarão as diversas licenciaturas oferecidas pelo instituto, incluindo suas coordenações administrativas e acadêmicas. Orçado em R$3.924.950,00, o prédio do ICED, que deverá ficar pronto em fevereiro de 2011, terá quatro andares e abrigará vários laboratórios e salas de aula . Outra importante obra do Campus Rondon é a ampliação da Biblioteca Rui Barata, no valor de R$323.349, já concluída. Com dois andares, a biblioteca abrigará, em 360m² de área construída, dois salões para o acervo bibliográfico e outro para os leitores, além de salas individuais de leitura e elevador para portadores de necessidades especiais. As duas obras são de responsabilidade da construtora EMOB Ltda. Situado no bairro Salé, no antigo Campus da UFRA em Santarém, o Campus Tapajós também possui duas importantes obras em andamento, segundo o prefeito da U F O PA , E d u a r d o P a m p l o n a . O r ç a d a e m R$4.887.820,00, a construção do bloco de salas especiais de ensino, realizada pela MAZ Engenharia, iniciou-se em agosto deste ano e deverá durar oito meses. Com dois pavimentos, o prédio abrigará dez salas de aula, além de salas de professores e de reuniões, laboratórios, lanchonetes, espaço de convivência e dois grandes auditórios com capacidade para 250 pessoas cada. Já a construção e a adaptação do prédio provisório da Reitoria, que abrigará a administração superior da UFOPA, serão concluídas em dezembro. Orçada em R$343.968,05, a obra é realizada pela construtora Betel Comércio e Serviços Ltda.

Biblioteca Rui Barata: reforma concluída

Foto: Maria Lúcia Morais

Os servidores da UFOPA conheceram o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), que apresenta novos paradigmas para a saúde no ambiente de trabalho em organizações federais. A apresentação foi feita pela Diretora de Saúde e Qualidade de Vida da UFPA, Maria Josefa Juviniano, durante o 1º Encontro de Saúde e Qualidade de Vida promovido pela Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (DDGP) nos dias 17 e 18 de agosto. “Já estamos planejando atividades que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida de nossos servidores”, afirmou Eliane Diniz, da DDGP. Maria Josefina reuniu-se com servidores dos Campus Rondon e Tapajós e abordou assuntos como licenças médicas, insalubridade, acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho. Realizou-se também reunião de orientação com a equipe da Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida da UFOPA/DGDP/PROPLAN. Ela esclareceu sobre os novos paradigmas na atenção à saúde dos trabalhadores de órgãos federais. “Quando eu sonego uma informação ao meu colega eu estou, de certa forma, adoecendo este colega. Temos de lançar sobre nossos servidores um olhar processual, levando em conta a sua vida na totalidade. Se ele está com problemas pessoais, isso se refletirá no ambiente profissional, mesmo que saiba separar as duas coisas”. A política de atenção à saúde dos servidores públicos federais está em discussão no Ministério do Planejamento desde 2003. Faz parte dessa política a construção do perfil epidemiológico dos servidores públicos federais, entre outras ações que visam reduzir as licenças por motivo de saúde. Atualmente existem no Pará 23 unidades do governo federal onde atuam 17 mil servidores públicos.

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Foto: Lenne Santos

Com o objetivo de auxiliar financeiramente os alunos de baixa renda nas despesas relacionadas ao estudo universitário, a UFOPA mantém, desde 2009, o Programa Bolsa Permanência, que atualmente conta com 164 alunos-bolsistas, contemplados com 292 bolsas mensais divididas em quatro modalidades: moradia (37), no valor de R$ 300,00; material didático-pedagógico (108), que disponibiliza R$110,00 para auxílio na aquisição de livros e apostilas; transporte (68), que contribui com R$100,00 mensais para o custeio de gastos com a meia-passagem estudantil; e alimentação (79), no valor de R$100,00. Para concorrer às bolsas, os estudantes devem ficar atentos à publicação do edital, que estipula as regras, prazos e número de bolsas disponíveis, e preencher formulário no sítio www.proex.ufpa.br. Os interessados podem inscrever-se em até três modalidades de bolsas, desde que não se ultrapasse o valor de R$ 600,00. As bolsas podem estender-se até o período de 12 meses, com possibilidade de renovação. Como a UFOPA já dispõe agora de orçamento próprio para gerir o Bolsa Permanência, a seleção dos novos bolsistas, ocorrida no primeiro semestre deste ano, foi realizada pela Pró-Reitoria de Planejamento Institucional (PROPLAN), através de comissão formada pelos servidores Jonnes Pedroso, da Coordenação de Informação Institucional; Ocicley Maciel Vidal, da Diretoria de Planejamento; e Alcione Lima de Freitas, da Proplan. Além da análise da documentação pessoal e acadêmica dos solicitantes, os alunos participaram de entrevistas. “Nós tínhamos que distribuir essas bolsas de forma justa, porque elas já estavam previstas no orçamento. Só não foi contemplado quem não compareceu na entrevista ou não conseguiu comprovar, de fato, sua vulnerabilidade social”,


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A nova estrutura acadêmica da UFOPA No seu primeiro processo seletivo, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) oferece 1200 vagas de ingresso - entre as quais, 50 vagas exclusivas para indígenas -, distribuídas igualmente nos turnos matutino, vespertino e noturno (400 vagas cada). Os interessados puderam inscreverse gratuitamente para o processo seletivo da UFOPA no período de 15 de setembro a 24 de outubro pela internet, no endereço eletrônico http://www.ceps.ufpa.br. Foi preciso indicar, no ato de inscrição, a edição do ENEM (2009 ou 2010) a ser considerada na seleção, além da ordem de preferência do turno que se pretende cursar. Somente são admitidos candidatos portadores de certificado de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, ou de diploma de curso superior registrado. O candidato que não apresentar a documentação comprobatória necessária perderá o direito à vaga, ficando automaticamente cancelada a sua classificação. O ENEM foi realizado pelo INEP/MEC nos dias 6 e 7 de novembro em todo o país. De acordo com o Edital n.º 8, de 23 de agosto de 2010 (Diário Oficial da União), o processo seletivo habilita para admissão à UFOPA no seu semestre inicial, intitulado Formação Interdisciplinar I, comum e obrigatório a todos os ingressantes em nível de graduação, independentemente do instituto, programa ou curso que pretendem cursar na universidade. Serão admitidos, em primeira chamada, os 1150 inscritos com melhor classificação no ENEM, com notas superiores a zero nas provas objetivas e de redação. A classificação dos candidatos será feita em ordem decrescente da média obtida no resultado do ENEM. Em caso de empate, a classificação dos candidatos obedecerá sucessivamente aos seguintes critérios: maior nota em redação; idade do candidato (será classificado o candidato de maior idade cronológica). A relação dos aprovados será divulgada no endereço eletrônico http://www.ufopa.edu.br. Segundo o Prof. Dr. Rodrigo de Araújo Ramalho Filho, Pró-Reitor de Ensino de Graduação, o modelo pedagógico tradicional, que inclui os nove cursos existentes na UFOPA – Engenharia Florestal, Sistema de Informação, Direito, Letras, Pedagogia, Física Ambiental, Geografia, Matemática e Biologia – continuará sem matrículas iniciais, até a conclusão das turmas já existentes, cuja última entrada se deu em 2010. Com relação às cotas, Rodrigo Ramalho explica que serão criadas 50 vagas especiais, para uso exclusivo de candidatos indígenas, sob critérios a serem definidos em edital próprio. Inovação – Outra inovação da UFOPA é o Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), responsável pela oferta da Formação Interdisciplinar I, que será ministrada em três turnos, com 400 alunos cada, e contará com os módulos: Sociedade, Natureza e Desenvolvimento; Origem e Evolução do Conhecimento; Lógica, Linguagem e Comunicação;

Estudos Integrativos da Amazônia; e Seminários Integradores I e II. “Esses conteúdos fazem parte do projeto pedagógico de todos os cursos. Nesse momento o aluno terá contato com a atuação dos institutos através dos seminários integradores, discutirá grandes temas regionais, nacionais e mundiais, e poderá se submeter, de forma mais consciente, a qualquer escolha, nas diferentes áreas de conhecimento oferecidas pelos institutos, em função do seu desempenho acadêmico”. De acordo com o edital, a nova estrutura acadêmica da UFOPA organiza-se em cinco institutos temáticos destinados a produzir ensino, pesquisa e extensão com forte apelo amazônico: Ciências da Educação; Ciências da Sociedade; Ciências e Tecnologia das Águas; Biodiversidade e Florestas; e Engenharia e Geociências. Organizados em programas, os institutos serão responsáveis pela oferta de 33 formações graduadas - 13

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gerais e 20 específicas - assim como pelas formações pós-graduadas lato e stricto sensu. “A UFOPA se organiza de maneira completamente diferente das outras universidades, na medida em que possui cinco institutos temáticos, definidos em função do contexto amazônico, oferecendo programas integrados de graduação e de pós-graduação e voltados à produção de conhecimento científico relacionado à educação, sociedade, biodiversidade, águas, subsolo, solo e atmosfera”, explica o Prof. Rodrigo Ramalho. Ciclos – Ainda segundo o edital, os 33 cursos de graduação serão distribuídos em diferentes ciclos de formação e a UFOPA adotará o Índice de Desempenho Acadêmico (IDA) discente como princípio geral de progresso para o preenchimento das vagas disponíveis nos níveis subsequentes ao semestre inicial. Correspondente à Formação Graduada Geral, o Primeiro

UFOPA 2011: FORMAÇÕES GRADUADAS - GERAIS E ESPECÍFICAS CENTRO

1.º CICLO – FORMAÇÃO GRADUADA GERAL

VAGAS/TURNOS

CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR

Formação interdisciplinar 1 400h: semestre obrigatório e comum para todos os alunos

M – 400 V – 400 N – 400

INSTITUTOS

1.º CICLO– Formação Graduada Geral: Bacharelado Interdisciplinar

2.º CICLO– Formação Graduada Específica: Licenciaturas Integradas e Bacharelados

Licenciaturas Interdisciplinares: Ciências Naturais e Matemática CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO (9 Cursos)

Ciências Humanas Linguagens e Códigos Bacharelado Interdisciplinar em Ciências da Educação

Agroecologia BIODIVERSIDADE E FLORESTAS (6 Cursos) Química de Produtos Naturais CIÊNCIAS DA SOCIEDADE (6 Cursos)

ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS (7 Cursos) TECNOLOGIA DAS ÁGUAS (5 Cursos)

M / V /N

Vagas/ Turnos

Matemática-Física Química-Biologia História-Geografia Língua Portuguesa-Inglês Pedagogia: · Educ. Infantil - Primeiros anos · Educação Especial · Gestão e Coord. Pedagógica

50 50 50 50

M V N N

30 V 40 M 30 N (T:300)

Agronomia Engenharia Florestal Zootecnia Farmácia

40 M 40 M + 40 V 40 M 40 M (T:200)

Estudos Jurídicos Ciências da Sociedade

Direito Antropologia e Arqueologia Economia (Recursos Naturais) Planejamento e Desenvolvimento Regional

50 V 50 M 50 N 50 N (T:200)

Ciência e Tecnologia Ciências da Terra

Engenharia Física Geofísica Geologia

50 M+50V 25 V

Ciência da Computação

50 M (T:200)

Biologia (Aquática ou Vegetal) Engenharia de Aquicultura Engenharia de Pesca

50 M 50 M 50 V (T:150)

Ciências da Informação e da Computação Ciências Biológicas Ciência e Tecnologia das Águas

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Fonte: PROEN/UFOPA

Ciclo conta com 13 cursos, sendo 10 bacharelados e três licenciaturas interdisciplinares, que habilitam a um primeiro diploma universitário. Esse Ciclo compreenderá ainda a Formação Interdisciplinar II, voltada à formação comum de cada instituto, além de mais quatro semestres de estudos para conclusão dos Bacharelados Interdisciplinares de cada Instituto, ou a cinco semestres, no caso das licenciaturas interdisciplinares. Referente à Formação Graduada Específica, o Segundo Ciclo habilita a um segundo diploma universitário e compreende 20 cursos de graduações específicas – cinco licenciaturas integradas e 15 bacharelados específicos –, com número variável de horas e de semestres, também oferecidos pelos institutos. O Terceiro Ciclo corresponde à Formação Pós-Graduada stricto e lato sensu, que compreende cursos de Especialização, Mestrado Profissional, Mestrado Acadêmico e Doutorado, em função de cada projeto pedagógico. Além do bacharelado interdisciplinar em Ciências da Educação, o Instituto de Ciências da Educação oferecerá, no primeiro ciclo, licenciaturas interdisciplinares em Ciências Naturais e Matemática, Ciências Humanas, e Linguagens e Códigos. No segundo ciclo, haverá graduações específicas em Matemática e Física, Química e Biologia, História e Geografia, Língua Portuguesa e Inglês, além de Pedagogia com habilitações específicas em Educação Especial, Educação Infantil e Gestão e Coordenação Pedagógica. O Instituto de Biodiversidade e Florestas terá dois programas de bacharelado: um deles em Agroecologia (1º Ciclo), com graduações específicas em Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia; e outro em Química de Produtos Naturais (1º Ciclo) com graduação específica em Farmácia (2º Ciclo). O Instituto de Ciências da Sociedade terá dois bacharelados interdisciplinares no primeiro ciclo – Estudos Jurídicos e Ciências da Sociedade – com graduações específicas, no segundo ciclo, em Direito, Planejamento e Desenvolvimento Regional, Antropologia e Arqueologia, e Economia. Os bacharelados em Ciência e Tecnologia, Ciências da Terra, e Ciências da Informação e da Computação (1º Ciclo), com graduações específicas em Engenharia Física, Geofísica, Geologia e Ciência da Computação (2º Ciclo), respectivamente, serão oferecidos pelo Instituto de Engenharia e Geociências. O Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas terá bacharelado em Ciências Biológicas (1º Ciclo), com formação graduada específica em Biologia (2º Ciclo); e bacharelado em Ciência e Tecnologia das Águas (1º Ciclo), com formações graduadas específicas em Engenharia de Aquicultura e Engenharia de Pesca (2º Ciclo).


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