Amplitude da dança e seus benefícios como atividade física loreta renzi

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LORETA MARJORY RENZI

AMPLITUDE DA DANÇA E SUAS RELAÇÕES COM OS BENEFÍCIOS COMO ATIVIDADE FÍSICA

Universidade Nove de Julho São Paulo 2013


LORETA MARJORY RENZI

AMPLITUDE DA DANÇA E SUAS RELAÇÕES COM OS BENEFÍCIOS COMO ATIVIDADE FÍSICA

Trabalho

de

Conclusão

de

Curso

apresentado ao departamento de Educação da

Universidade

Nove

de

Julho

Uninove, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharelado Sob a orientação metodológica do Prof.° Ms. Antonio Sergio Milani Gomes.

São Paulo 2013


AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer imensamente aos olhares ocultos do místico, Deus, Deuses, e toda a forma que transcende o espírito, por todas as formas de auxílio que até hoje obtive, sincera gratidão à singela linha da fé que move montanhas, e que reascende a chama da alma. Agradeço, humildemente, a todos os que puderam me acompanhar até o momento, que estiveram ao meu lado, me apoiando, compreendendo, se emocionando junto à mim, pelas conquistas, pelas vitórias, tristezas e alegrias, pessoas queridas como minha mãe Sonia, meu tio Nelter, meu pai Alberto, minha amiga-irmã sempre perto mesmo que longe, Brunna, e todos os meus amigos que me deram as mãos em momentos tão difíceis, mas ocorrendo também a troca de criatividades, expressões, sentidos artísticos de base comediante. Finalmente, meus profundos agradecimentos ao orientador Professor Mestre Antônio Sérgio Milani Gomes, com o qual tive a oportunidade de aprender muito sobre Trabalho de Conclusão de Curso, e ainda, obter a possibilidade de uma utilização destes não somente como mero trabalho, mas sim, como um trabalho para minha vida. A todos os que passaram por minha vida assim como todas as situações, aprendizados, buscas, anseios, desejos, sentidos amplos e existenciais, muitíssimo obrigada!


RESUMO

Entende-se por dança, uma forma de simetria ou assimetria de movimentos organizados por meio de ritmo e uma série de elementos coreográficos, estruturados ou não (LABAN, 1978; ALMEIDA, 2009). Percebe-se diante de diversos estudos, que a dança teve sua origem no sagrado, como dança ritual, em tempos imemoriais (SBORQUIA 2002). Contudo, hoje, podese notar a presença do padrão estético de movimento, assim como alguns fatores midiáticos (CORREIA 2006), onde denota certo tipo de movimento para cada modalidade de dança. O movimento expressivo contém uma transcendência do indivíduo onde traz seus próprios significados, observando seu fator de criatividade podendo ser ministrado unido aos padrões estéticos observados na atualidade. Quanto à dança, como atividade física, de forma aeróbia, em intensidade moderada, além de poder auxiliar o indivíduo em sua qualidade de vida e saúde, pode ainda, auxiliar em tratamentos e como prevenções de doenças como Transtornos mentais, HIV, Diabetes tipo I e Câncer, pois tais doenças junto às atividades físicas seguem a mesma base de protocolo de atividades físicas. De cunho acadêmico, por meio de pesquisa bibliográfica, o presente estudo pretende identificar, comparar e analisar, as questões históricas da dança em diferentes contextos, suas questões culturais, as movimentações expressivas em meio aos padrões estéticos da mesma, e seus benefícios como atividade física. Palavras – Chave: Dança e Movimento Expressivo; Dança e Atividade Física, Movimento Expressivo, Dança Expressiva.


ABSTRACT

Means for dance, a shape of symmetry or asymmetry of movement organized through a series of rhythm and choreographic elements , structured or not ( Laban, 1978; Almeida 2009). It can be seen on various studies , that the dance had its origin in the sacred , as ritual dance in ancient times ( SBORQUIA 2002) . However , today , one can notice the presence of the aesthetic pattern of movement, as well as some media factors ( BELT 2006) , which denotes a certain kind of movement for each type of dance . The expressive movement contains a transcendence of the individual which brings its own meanings , watching his creativity factor can be administered together with aesthetic patterns observed today. On the dance , such as physical activity , aerobically , at moderate intensity , and can assist the individual in their quality of life and health , can also assist with treatments and preventions of diseases such as mental disorders , HIV , Diabetes Type I and Cancer , for such diseases with physical activities follow the same basic protocol of physical activities . Academic imprint , by means of literature , this study aims to identify, compare and analyze the historical issues of dance in different contexts , their cultural needs , drives significant amid the aesthetic standards of the same , and its benefits as physical activity . Key Words: Dance and Expressive Movement, Dance and Physical Activity, Expressive Movement, Expressive Dance.


SUMÁRIO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

2. METODOLOGIA ................................................................................................................ 3

3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA DANÇA ......................................................................... 4

3.2.O MOVIMENTO EXPRESSIVO E A DANÇA .............................................................. 6

3.3 DANÇA E SEUS BENEFÍCIOS COMO ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ...................................................................................................... 13

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 17

5. REFERÊNCIAS............................................................................................................... 179


1. INTRODUÇÃO

Compreende-se a dança como forma de arte corporal, em que o indivíduo realiza diante de complementos e fatores (LABAN 1978), ministrados ou não por um coreógrafo, agregando uma série de linguagens ligadas aos sentidos expostos pelo indivíduo ou grupo, unida ao ritmo e música (ALMEIDA 2009). As culturas da dança são amplas. Destas, compreende sua origem no sagrado, como dança ritual (SBORQUIA 2002), chegando hoje, à um padrão estético ou midiático, com base em academicismo ou pelas imagens transpassadas pela mídia (CORREIA 2006), não se tornando uma regra para esta se ocorrer. O Movimento Expressivo na dança transcende o indivíduo. Para este, na dança pode ser um caminho para se conectar ao seu próprio Self (ALMEIDA 2009), onde o movimento expressivo sobre suas relações externas ou internas são expostas de modo silencioso, onde a arte é visada, com isto, o indivíduo que dança pode atender à estes sentidos, podendo sentir-se de forma equilibrada, onde seu corpo, sua mente e espírito podem se encontrar em harmonia, sem que haja de forma, uma obrigatoriedade em realizar um passo coreográfico estruturado e estético, tornando a sua própria arte, como uma forma de além de individuação, uma individualidade, e até mesmo um coletivo, diante de sua relação social por meio do grupo em que se encontra para realizar esta dança. Das relações com a atividade física, a dança enquadra-se como atividade física aeróbia – se não estruturada - ou exercício físico – caso estruturada, como no Balé Clássico -, e desde que realizada por 30 minutos ao dia na intensidade moderada entre 3 a 5 vezes por semana, ela pode ser benéfica para indivíduos com Câncer, Diabetes tipo 1, HIV e Transtornos mentais. Cada modalidade de dança pode se enquadrar em estilos diferentes de atividade/exercício físico, onde unido à arte da expressão, ou a arte simplesmente, poderá auxiliar nos indivíduos com as citadas doenças, assim como, prevenir ou simplesmente auxiliar na qualidade de vida de indivíduos sem as doenças. Conforme se vivencia, as pesquisas foram realizadas diante de situações do dia-a-dia de bailarina, das quais se encontram as questões atuais: „os elementos principais para a base desta dança são estas‟. De cunho acadêmico, por meio de pesquisa bibliográfica, o presente 1


estudo pretende identificar, comparar e analisar, as questões históricas da dança em diferentes contextos, suas questões culturais, as movimentações expressivas em meio aos padrões estéticos da mesma, e seus benefícios como atividade física.

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2. METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica ocorre por meio de consultas à livros, artigos científicos, periódicos e bibliotecas digitais. O site Scielo e Capes são citados como renomadas fontes que proporcionam tais pesquisas (TRAINA E JUNIOR 2009). Conforme Lakatos e Marconi (1991) na pesquisa bibliográfica há um tema; um plano de trabalho; a identificação; a localização; a compilação; o fichamento; a análise e interpretação e redação, a fim de nortear o pesquisador, objetivando sua proposta. Para esta pesquisa, foram utilizadas das palavras-chave: Dança e Movimento Expressivo; Dança e Atividade Física, Movimento Expressivo, Dança Expressiva, nos sites e livros, utilizando os anos de 1978 até a atualidade intercalando às informações com as questões que permeiam as questões de condições e qualidade de vida dos indivíduos, e atividade física no auxílio para doenças como HIV, Diabetes tipo 1 e Câncer.

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3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA DANÇA

Diante de todo o contexto social, existente e capacitado, formalmente ou não, compreende-se uma história. Dentre a dança e o movimento, permeia-se também um contexto histórico, os quais embasados estão no início desta, na concepção de dança ritual como movimento expressivo do homem, suas bases academicistas, assim como, segmentadas ou estruturadas, algumas citações de modalidades de dança, e por fim, a dança na atualidade. “A dança é uma das formas mais antigas de comunicação criativa do homem (...). Ela é criada e recriada a cada instante” (ALMEIDA, 2009 p:15). Para Laban (1978), as danças religiosas obtinham um fator de sintonia com “poderes sobre-humanos, os quais segundo entendia, dirigiam os acontecimentos da natureza, e determinavam o seu destino pessoal bem como o de sua tribo”. Partindo disto, a dança adquiriu uma caracterização física, diante das imposições humanas, como “personificações”, onde se encaixavam harmonizações entre “pensamento-movimento” (LABAN, 1978 p: 44). Para Langendonck (2009 apud FERNANDES, ROCHA E ALCADES 2011), a dança, nos períodos Paleolítico e Mesolítico, ligava-se a critérios de sobrevivência, em sentido ritual, a fim de evitar que a natureza inibisse a sua caça e pesca. Oliveira V. (2001 apud GARIBA 2005) cita que a dança foi uma das mais importantes formas de atividade física na antiguidade. De acordo com Penna (1993), a dança sagrada não obtém referência com frequência nos textos clássicos. Entretanto, cita Maribel Portinari, que em seu livro História da dança, haviam “rituais ao redor do fogo, dentro das cavernas, em épocas anteriores ás primeiras civilizações (...)” (PENNA 1993 p: 83), assim como Scárdua (2012), que cita sobre tipos de danças rituais, as quais obtém origem em critérios ritualísticos, no sagrado, visando ligação com o natural, imitando ciclos, mandalas, entre outros. Laban (1978 p:44) cita que: “Nas danças religiosas, o homem representava esses poderes sobre-humanos os quais, segundo entendia, dirigiam os acontecimentos da natureza, e determinavam o seu destino pessoal bem como e de sua tribo. A seguir, o homem conferiu uma expressão física a certas 4


qualidades por ele observadas nesses poderes sobre-humanos e, ao elaborar essas personificações das ações de esforço, o homem primitivo descobriu a harmonização do rumo dos acontecimentos; através de seu pensamento-movimento, caracterizou então o poder subjacente a tudo como um deus de gesticulação deslizante”. Fernandes (2009) afirma que a dança foi uma maneira de o ser humano comunicar-se, louvar, divertir-se. Para Laban (1978), a dança mímica foi uma das iniciais da dança ritual. Cunha (2010 p. 15) declara que as danças eram praticadas “com sentido sagrado e ritualístico em festas e rituais ligados aos Deuses, suas oferendas, celebrações”. Xavier (2008) cita sobre origem artística unida à dança, obtendo inserção de acordo com a invasão dos árabes ao Egito, com caracteres de miscigenação à critério de festividades, nascimento, vida, magia. Conforme Cavasin (2004 p:2) os gregos utilizavam a dança como forma de educação para as lutas: “(...) os melhores bailarinos se tornavam os melhores guerreiros”. De acordo com Nanni (2003), a dança como forma de espetáculo obteve ligação entre educação e arte com a dança. Entre a história da dança, no percorrer pelo teatro, manifestado de várias formas incluindo como macabra com a imposição do medo, Cavasin (2004) cita a Igreja Renascentista, que, reprimiu tais manifestações pelo motivo destas serem „objetos do demônio‟, como culto a estes pela visão da Igreja. Sborquia (2002) afirma que nem todos realizaram tal repressão, como os camponeses, que mantinham a cultura pagã da dança, como expulsão de doenças. Para Sborquia (2002 p:10) no século XIX, na Revolução Industrial, ocorreu a “idade de ouro do balé, numa forma de evasão da realidade (...), com o simbolismo de uma dança em que a preocupação essencial parecia ser a negação da terra e da gravidade”. “O balé nasceu do cerimonial da corte e dos divertimentos da aristocracia” (SBORQUIA 2002 p: 9). As artes restringiam-se à Igreja, como “símbolo de riqueza e poder” e, conclui, que o balé surgiu da necessidade “da classe feudal decadente (...) espalhando-se por toda a Europa”. De acordo com Sborquia (2002 p: 11), a ponta na sapatilha surgiu a fim de que a bailarina dance na ponta dos dedos, no balé, a fim de negar a gravidade. John Weaver, no ano de 1721, escreveu Anatomical and Mechanicals Lectures Upon Dancing, o qual fornece “os primeiros fundamentos para que a dança se beneficiasse dos conhecimentos do corpo humano”. Repercursores da dança moderna, como Isadora Duncan, 5


Laban e Jacques Dalcrose questionaram o balé, a fim de trazer novas perspectivas da dança em um sentido mais amplo. (NANNI 2003: p 15) No Brasil, a dança surge com os Índios, de acordo com Bogéa (2002 apud FERNANDES, ROCHA E ALCADES 2011) em critérios também ritualísticos, e hoje, uma extensa cultura dançante permeia o Brasil de acordo com suas regiões. Reconhece-se que a dança, na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 é integrada ao bloco de conteúdo junto à Atividade Rítmica e Expressiva, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (MILANI ET. ALL. 2009), área que se expõe como dança educativa nas escolas e de fundamentação importante ao desenvolvimento do aluno. Na dança do ventre, em surgimento ritualístico no Egito, Mesopotâmia e povos Sumérios, hoje se encontra com padrões estéticos, distantemente, ligada ao ritual quanto à dança do ventre, contemplada pela história. A mesma obtém uma infinidade de características padronizadas e pouco simbólicas em profundidade do indivíduo que expressa a dança (PENNA 1993). Foram necessárias fusões como as danças chamadas tribais, que também possuem sua história, porém hoje com fusões, para realizações dos sentidos rituais por meio das danças, trazendo a emoção e o sentindo profundo da dança junto aos padrões estéticos. Atualmente, a dança possui um padrão estético, que exclui as verdades internas do indivíduo que dança. Tais verdades internas são esboçadas por meio do movimento expressivo (ALMEIDA 2009). Utilizada esporadicamente com ideais individuais, que respeitam os valores de cada indivíduo, a dança expressiva não é vista nas danças específicas como o balé, como dança do ventre e danças de salão, ou então, obtendo o mesmo significado para os seus praticantes. A Educação Física é a base da dança, já que o movimento se trata do corpo, e o corpo, do homem que utiliza dos movimentos. Independente de faixa etária. (ANDRÉ 2009).

3.2 O MOVIMENTO EXPRESSIVO E A DANÇA

O movimento é a parte essencial da dança, compreende a integração dos aspectos psicológicos e corporais. Integra-se aos movimentos hoje, padronizados, estéticos, conforme no capitulo anterior. Dentre as movimentações, há uma flexibilidade existente entre a cultura inserida, entre os fatores de existência do indivíduo e suas emoções. Contudo, não se visualiza 6


além de uma coreografia bem elaborada, o real sentido do ser que dança. Com base nestas vivências encontradas, parte-se a indagação sobre o movimento expressivo, unidos ou não, aos padrões estéticos e sob a mídia que leva as informações demonstradas por muitos bailarinos atuais. Para Nanni (2002), a dança é um movimento que nasce com o homem. Podemos entender que a dança sempre esteve unida ao homem, por ser de fato, parte da movimentação ritmada, ou não ritmada, como afirma Laban (1978), em sua obra, com fatores de esforço a movimentações próprias do organismo vivo, quanto à pulsações cardíacas e ritmo respiratório como exemplo. Iniciados (2011, p:79) afirmam que: “(...) o Movimento é manifestado em tudo no Universo, que nada está parado, que tudo se move, vibra e circula”. Quanto à dança, Almeida (2009 p: 15) cita que: “o movimento expressivo é a forma de trabalho que busca ampliar a consciência e autoconhecimento ao retomar o caráter ancestral da dança: o contato com o mistério da vida.”. “(...) o corpo é o instrumento através do qual o homem se comunica e se expressa (LABAN 1978, p: 88) Para Almeida (2009 p: 15), a dança “tem uma peculiaridade que diferencia de outras formas de expressão, que é o fato de ela existir sempre no presente”. Laban (1978) detalha formas do movimento enquanto ritmo, circunstância, complexidade, estímulo e resposta, diversos estilos de movimento, os quais podem ser criados e recriados (ALMEIDA 2009). Laban (1978) afirma que o individuo deve treinar as bases conscientes de seus esforços, para quaisquer tipos de situação que se encontre na vida, e o mesmo reconhece tal sentido, e isso também é seguido na movimentação, a forma de andar, correr, como exercícios, e assim como os movimentos expressivos também de alguma forma são treinados a serem „liberados‟, somos educados a isto: “(...) é manifestação das mais importantes e talvez mesmo a própria fonte da possibilidade da educação do movimento, o que é da mais capital importância não somente para o ator-bailarino, como também para o desenvolvimento do indivíduo.” (LABAN 1978 P: 39). Almeida (2009) afirma que “O movimento expressivo trabalha justamente com a consciência e integração dos opostos físicos e psíquicos”. Este movimento expressivo é 7


transformado em dança. Os sentidos das danças específicas se encaixam em padrões específicos de movimentos, ou seja, padrões. Na dança pura, Laban (1978) afirma que não há uma obrigatoriedade em expressar um sentido padronizado ou direto em conjunções de formas de visualizações, já que seu objetivo é a expressão e a sua observação, como cita: “a

dança

pura

não

possui

uma

história

descritível.

Frequentemente é impossível esquematizar o conteúdo de uma dança em palavras, embora sempre se possa descrever o movimento. Na dança pura, o espectador não poderia saber que um movimento de agarrar rapidamente estaria expressando avidez ou qualquer outra emoção relativa (...), experienciaria seu significado por intermédio do interjogo de ritmos e formas, que na dança contam sua própria estória, acontecimento frequente num mundo de valores e desejos definidos logicamente.” Entende-se, de acordo com Sborquia (2002) que se pode tanto realizar separações artísticas, quanto uma união de sentidos. Estas dependem única e exclusivamente, do Ser que irá compor a dança: realizá-la de forma improvisada - fluxo livre - quanto de forma estruturada - específica, coreografada. Nesse caso, hoje, tem-se tornado uma liberalidade a questão da alternativa expressiva, importante na modalidade escolhida de dança. Principalmente, as solo. De acordo com Fontanella (1995 apud SBORQUIA 2002), o corpo não pode realizar a dança, se não houver o homem, o pensamento racional e sentimento. Entende-se que com isso, a dança não pode ocorrer de maneira vazia: “O corpo não dança, a razão não dança. O homem dança. Há um embalo tão humano e racional quanto natural quando o homem dança. Natureza, entorno, som, convívio, alegria, ritmo, enlevo, existência, convivência” (FONTANELLA 1995 p. 19-21 apud SBORQUIA 2002 p: 8). De acordo com Laban (1978 p: 23) “o movimento, em dança pura, não necessita adaptar-se aos caracteres, às ações, às épocas e às situações (...)”, já em danças representativas (SBORQUIA 2002), há a necessidade das interpretações de épocas e sentidos relacionados às temáticas escolhidas (LABAN, 1978). A dança pura busca o sentido próprio do homem, sem que tenha que se basear em alguma temática obrigatória. É a liberdade de movimento, de

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acordo com seus próprios sentidos expressivos, ou não, como cita “busca de valores intangíveis e basicamente indescritíveis” (LABAN 1978 p: 23). Sborquia (2002) afirma que o indivíduo tem a possibilidade de ser moldado a sua cultura, quanto moldar a própria cultura, diante do estilo de expressão que se esboça. “(...) movimento não é necessariamente dança”, afirma Sborquia (2002). Mas, dança é movimento, a qual se destaca dos movimentos comuns à sociedade, ao dia a dia, como movimento dançado, citado por Laban (1978). Essas bases educativas quanto ao movimento e dança, partem logicamente da dança educação a qual tem uma base na infância, surtindo em efeitos tais como criatividade e liberdade de criação. Sabendo claro, que tais liberdades têm seus fluxos de controle (FERNANDES, 2001). O padrão e a mídia com os bailarinos, que dançam e levam a visão desta dança, conjunta para a sociedade, e a sociedade compreende como verdade. Chamado processo de criatividade, em fatores que influenciam e são influenciados pelo indivíduo que se expressa em arte. (SBORQUIA 2002). As influências que partem da sociedade, da cultura quanto aos professores, profissionais da dança são de importância (FREIRE 2001). Algumas imagens sobrepostas sobre as danças podem transformar as idéias existentes de um indivíduo, de outro meio artístico, e fazer com que desista de suas bases por conta de fatores midiáticos (CORREIA 2006), assim como, fazer com que as pessoas aprendam tal modalidade desconhecendo os demais benefícios totalitários. A dança possui uma vasta biblioteca, a qual pode transcender à cultura, a visão e a imagem social. A dança expressiva, composta ou não por movimentos padronizados, sequenciados, específicos, estéticos, podem ser considerados como arte de execução, assim como a música e o teatro, formalmente ou informalmente (FREIRE 2001). Marques (1999 p: 89 apud FREIRE 2001 p 45) afirma que a dança ou dança educação pode utilizar de várias bases de ensino, assim, incluso o movimento expressivo. Cita que: “a naturalidade, a espontaneidade, a totalidade e capacidade de auto-tudo sugeridas como essenciais e objetivos primeiros da „dança criativa‟ não se distanciam muito tanto como possibilidades educacionais quanto um ideal a ser perseguido na contemporaneidade (...)”. 9


Fernandes (2001 p:1) cita a pré-expressividade, a qual em forma é introduzida em dança educação, tanto na fase da infância, quanto adulta, pois conforme a autora, “estimulam a expressividade adulta”, como segue: “A pré-expressividade e a Forma Fluida lidam com uma sensibilidade presente nos primeiros anos de vida, daí sua importância na Dança-Educação: estimular a percepção e reconquista desta sensibilidade pelos adultos e fortalecê-la nas crianças, promovendo uma conexão fluida entre processos físicos, emocionais e cognitivos,, contribuindo para uma sociedade mais humana”. (FERNANDES, 2001, p: 1).

Compreende-se que, dança educação, de acordo com Fernandes (2001), não se restringe somente às escolas e à infância, mas sim, de uma forma complexa, que atua como parte de cada modalidade, onde há sua necessariedade de ser inclusa de forma honesta, e não somente visando aspectos técnicos, mecânicos. Dentre as propriedades da dança, Freire (2001) cita em dança-educação – já que citamos a importância dela na infância – também como forma de integrações culturais, de gênero, inclusive ao que se diz respeito às capacidades físicas de um individuo com deficiência física. O movimento expressivo, as composições coreográficas, as situações da dança também se encaixam neste caso, pois há uma relação mito e mídia quanto ao que se diga respeito ao corpo, formas e situações diferentes (FREIRE 2001, CORREIA 2006). O movimento humano, com todas as suas implicações mentais, emocionais e físicas é o denominador comum à arte dinâmica do teatro. As ideias e sentimentos são expressos pelo fluir do movimento e se tornam visíveis nos gestos, ou audíveis na música e nas palavras. (LABAN 1978, p. 29). “Dançar é vivenciar e exprimir, com o máximo de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o futuro e com seus deuses.” (SBORQUIA 2002 p: 15). Para Laban (1978 p. 24), a dança pode ser tangível em tipos de abordagens, e intangível, quanto critérios religiosos. Cita que “neste contexto, os gestos se seguem uns aos outros de acordo com uma sequencia completamente irracional, apesar de cada um dos gestos usados na

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adoração poder ser também encaixado num plano de ação de trabalho”, quanto à expressividade dos movimentos. Penna (1993 p: 156) cita o corpo como uma casa do homem, o qual obtém ligação do invisível, com o visível, do tangível, com o intangível. Esta pode ser realizada por meio da dança, expondo de fato, o que considera sagrado. Como cita, conforme síntese de sentidos que podem ser unidos, a fim de produzir equilíbrio interno – psicológico – e externo – ambiente, adaptações, social, cultural, entre outros. O homem se movimenta a fim de satisfazer uma necessidade. Com sua movimentação tem por objetivo atingir algo que lhe é valioso. (...) Entretanto, há também valores intangíveis que inspiram os movimentos. (LABAN, 1978 p: 19 apud ALMEIDA 2009 p: 20). De acordo com Almeida (2009 p: 20), é exposto uma forma expressiva de dança das quais obtém formatos simbólicos e míticos, os quais “fornece um outro modo de perceber a vida”. “Dançar é, antes de tudo, estabelecer uma relação ativa entre o homem e a natureza, é participar do movimento cósmico e domínio sobre ele. (...) como o mito, a dança é um indicador de transcendência” (GARAUDY 1980 p. 14 apud SBORQUIA 2002 p. 15). Paxton, citado por Kaltenbruner (1998 apud FREIRE 2001, p: 50) cita que o fator da movimentação espontânea não coreografada ou como diz “planejada”, podendo acontecer sem ocorrência de estorvos, é uma forma social muito prazerosa. Laban (1978) afirma uma necessidade de nitidez da movimentação expressada pelo bailarino, a fim de que o seja compreendido pelos indivíduos que o assistem. “Uma análise que se baseie nos fatores de movimento propicia o pensar em termos de movimento, ao passo que uma explanação do funcionamento do corpo, como dobrar, esticar, torcer, tende a enfatizar um conhecimento mecânico ao invés de um expressivo” (LABAN 1978 P: 88). Fernandes (2001) cita Laban, o qual trabalha com Corpo-Expressividade-FormaEspaço, chamada Labanálise, a qual lapida os movimentos do indivíduo, ou, o individuo orienta a própria lapidação de tais movimentos para si mesmo, dentro destes parâmetros. Embora parâmetros, todos os movimentos são baseados nesta forma de visão, onde o corpo se expressa da sua forma em um certo local, ou o objeto animado existe, transmite seus sentidos de acordo com algumas variáveis, formas geométricas, no local desejado, nas amplitudes, velocidades, escolhidas ou não (LABAN, 1978). Complementando, Fernandes (2001 p: 1),

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cita que: “as quatro categorias estão sempre presentes em todo movimento, porém com diferentes graus de importância ou destaque”. Para Freire (2001), leva-se em consideração o fator de não conceituações de beleza quanto aos movimentos expressos pelo aluno. Não há bonito e feio, nem padrões estéticos. Os objetivos do movimento expressivo são movimentações de forma inspiradas, pensadas única e exclusivamente pelo aluno, assim talvez, refletidas, neste momento. Fernandes (2001) cita a importância da visualização mental dos objetivos individuais, perante um grupo, ou de acordo com um tema. Conforme a autora, isso possibilita a relação externo e interno, visível e invisível, tangível e intangível, também citado por Laban (1978). Tais movimentos, citados como genuínos, podem encontrar contradições, conforme Fernandes (2001), quanto a fragmentações e complexidades, estéticas e amplitudes das relações entre criatividade, arte, e ao que já se encontra sobreposto pela cultura, sociedade, padrões midiáticos e talvez, estéticos, aceitos. Na categoria Expressividade, a forma fluida contribui ao fluxo livre, conforme Fernandes (2001). Porém, esta forma fluida se direciona ao corpo em ideia,visualização. Contudo, o professor orienta o aluno, e há uma liberalidade no fluxo das reflexões. Brasileiro (2001 apud SBORQUIA 2002 p: 16) afirma que: “Reconhece que o universo artístico, de uma forma geral, toma uma reorientação conceitual mundial, em que não existe uma única referência estética. Essa mudança pode ser observada em diversas ações/significações, frente às produções artísticas”. Para Strazzacappa (2001 apud SBORQUIA 2002) afirma que “toda a dança, não importa qual a estética que lhe é inerente, surge da „magia‟ e adquire diversas funções a partir de três motivações principais: a expressão, o espetáculo e a recreação.” Sborquia (2002) conclui que esta magia interdepende dos valores e sentidos empregados pelo individuo que se expressa. Fernandes (2001) cita a importância da expressividade por meio da dança, e que ainda sendo sob um aspecto informal, pode ser mesclada, embora também cite que, seus aspectos visuais possam ser reconhecidos como desinteressantes, já que suas bases não são estéticas, mas, há uma alusão à sensação de medo, do composto ou complexo se perder, uma forma de que não seja aberta à todos, e ainda vivenciamos a ideia da elite, vivida em épocas anteriores, 12


dos quais a arte tinha uma predominância maior pela Igreja, e não era qualquer um que a praticava, conforme descrito no capítulo anterior. A dança além dos seus padrões estéticos, ou das formas como são demonstradas via protocolos, estilos e modalidades, podem ser mescladas pelo indivíduo, de uma forma livre, como dança pura (LABAN 1978), ou, interligada à modalidade escolhida. Embora não haja tal procedimento nas escolas de dança específicas, o aluno pode fazer esta inter-relação e administrá-la da forma que compreender melhor. É claro que, diante da cultura em que se encontra, é necessário uma consciência destes valores, a fim de não se fazer visto de formas incongruentes pela sociedade. Destas, compreendem-se a criação, a imaginação e o equilíbrio ou não, de suas formas de imagens para com sua própria dança.

3.3 DANÇA E SEUS BENEFÍCIOS COMO ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Diversos são os estudos que afirmam que a atividade física auxilia o indivíduo a manter uma qualidade de vida relacionadamente positiva junto à saúde positiva, e conforme a Organização Mundial da Saúde, permitir de certa forma um equilíbrio mental, possibilitando a capacidade de relacionar-se socialmente, assim como manter o estado físico, desde que com um acompanhamento adequado, diante de suas caracterizações e anseios (GUIMARÃES, FERNANDES E SIMAS 2011). Nota-se que poucos estudos estão relacionados a atividade física com o tratamento do câncer, porém, este encontra-se em desenvolvimento, e o protocolo citado por Spinola, Manzzo e Rocha (2007) provém de Courneya; Mackey; Quinney (2004). Este protocolo cita o sistema aeróbio para atividades físicas, o que pode auxiliar para prescrição de exercícios para indivíduos com câncer. A dança pode auxiliar os indivíduos que possuem problemas de saúde de ordem psicológica ou física, pois se encaixa nos padrões de atividade física, e, dependendo da modalidade, exercício estruturado, como Balé Clássico, Hip Hop, Jazz, entre outras modalidades (GUIMARÃES, FERNANDES E SIMAS 2011). A dança livre pode auxiliar ao indivíduo com transtornos mentais. Os transtornos mentais ocorrem, em diversas vezes, conforme Roeder (1999) por fatores que são influenciados diante das condições de vida e 13


oportunidades que são apresentadas ao indivíduo. Obtendo o conhecimento do auxílio que a dança proporciona como atividade física (PEREIRA 2009), realizando frequentemente e moderadamente, desta, pode-se obter uma melhora nos níveis de ansiedade patológica, psicose, estresse, entre outros (ROEDER, 1999). Com atividade física moderada, o qual a dança se encaixa, não se dispensa a visita ao médico, nem seus tratamentos, assim como Diabetes tipo 1, HIV, Câncer e os Transtornos Mentais, e sim, disponibilizam auxílio no tratamento, já que os níveis de hormônios responsáveis são aumentados ou equilibrados, proporcionando uma sensação de bem-estar corporal e mental ao indivíduo, além de regeneração das células (SPINOLA, MANZZO, ROCHA, 2007). Do protocolo, a conjunção de movimentos segmentados, estruturados ou apenas fluídos - livre movimentação -, desde que igual ou maior que 30 minutos, de 3 a 5 vezes por semana, com acompanhamento de outras atividades físicas, a fim de não se obter over training (PEREIRA, 2009, ROEDER, 1999, EIDAM, LOPES E OLIVEIRA, 2005). Cita Ministério da Saúde (1996 apud ROEDER 1999 p: 63) que: “o conceito de saúde se caracteriza como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida, incluindo uma participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos sociais devem saber satisfazer suas necessidades, identificando suas aspirações, em harmonia com o meio ambiente.” De acordo com Roeder (1999), existem processos particulares, no que se refira à saúde mental. Quanto a esta, prejudicada, a atividade física pode oferecer auxílio. “Nesse contexto, encontra-se a Educação Física, que através de um estilo de vida mais ativo, busca contribuir para a saúde mental das pessoas com transtornos mentais, melhorando assim, sua condição de vida” (ROEDER, 1999 p: 67). Assim como a corrida, caminhada, a dança pode contribuir com a recuperação do indivíduo, nos fatores de resposta do organismo no que se refere à sua parte intrínseca até suas funções psicológicas, por estar “próximo à camada que abriga sentimentos e emoções, quanto ao córtex motor o qual capacita o indivíduo ao exercício” (ROEDER 1999 p: 68). Para Pereira (2009), a dança pode interiorizar o indivíduo, fazendo com que ele obtenha melhoras significativas no cognitivo, já que une a liberdade das movimentações, junto às 14


atividades físicas que são promovidas pelo corpo por meio da dança. Pereira (2009) cita a dança como forma de o indivíduo encontrar sua individuação, característica pessoal, intrínseca e que corresponde à sintonia consigo mesmo, numa questão psicológica harmoniosa, que também passa por fases, porém, acarreta num processo de bem estar emocional (VIRNO, 2002). Os transtornos mentais compreendem depressão, psicose, ansiedade patológica e o estresse, que é causado por estes penúltimos. “Uma alternativa interessante é a participação dos indivíduos em diversos estágios e diversas atividades, que o levem a ter contato com o potencial positivo, reforçando o aumento da cognição e estados de humor (TKACHUK et al, 1999, apud ROEDER 1999, p: 69). Relacionando o HIV à atividade física, os exercícios são mais estruturados, porém também aeróbicos, mas já é levado em consideração o fator Exercício Físico. Onde o balé pode ser indicado, assim como outras modalidades com maior cadência de estrutura de exercícios e treinos. Essa cadência é recomendada para que auxilie na diminuição do nível de estresse do indivíduo. Embora o HIV seja uma doença que afete a produção dos linfócitos, diretamente ligada com o fator Físico, distinguido pela OMS, ocorrem também, ansiedade e depressão nos indivíduos soropositivos, o que requer um tratamento complexo, com vários estilos de atividades e exercícios estruturados, assim como objetivo também, de se obter além do aumento de contagem de linfócitos TCD4+, sejam controlados efeitos colaterais dos antiretrovirais (EIDAM, LOPES E OLIVEIRA, 2005). Para Eidam, Lopes e Oliveira (2005), a AIDS não possui cura, porém, a utilização da promoção e saúde num composto de atividades-físicas, anti-retrovirais, exames, dieta, controle do estresse e emoções, fazem parte de um procedimentos de cuidado e melhora da qualidade de vida no indivíduo: “A prática regular de exercícios físicos, com frequência semanal de 3 a 5 vezes por semana pode proporcionar ao portador do vírus HIV, que utiliza terapia anti-retroviral combinada: redução da gordura do tronco, com redistribuição da gordura, atenuando assim, a lipodistrofia, diminuição do IMC (índice de massa corporal) e aumento da massa corporal magra” (EIDAM, LOPES E OLIVEIRA 2005 p: 84). Entende-se dentro dos protocolos que: a atividade física aeróbia pode ser combinada: exercícios de dança estruturados, intensidade moderada, já que os exercícios de alta 15


intensidade podem influenciar negativamente na estrutura do tratamento. Quanto à frequência, recomenda-se 3 a 5 vezes na semana e à duração, 20 a 60 minutos ao dia. O modo recomendado é aeróbio, sendo o tipo de exercício que envolva grandes grupos musculares, mantidos no mesmo ritmo de exercício, envolvendo os componentes de aptidão cardiorrespiratória, força e resistência muscular localizada, flexibilidade e composição corporal (EIDAM, LOPES E OLIVEIRA 2005, p: 87). No caso do Diabetes Tipo I, o controle da alimentação junto à insulinoterapia é um dos principais tratamentos utilizados de acordo com Kawali, Andriolo e Ferreira (2003). Diante do estudo destes autores, os resultados são positivos em indivíduos com diabetes, os quais entendem como atividade física “predomínio de exercícios físicos aeróbios (caminhadas, corridas, danças e esportes coletivos)” (KAWALI, ANDRIOLO E FERREIRA, 2003 p: 51). Dos protocolos utilizados, são: intensidade moderada, frequência cardíaca de 60 a 70% ajustado à idade, com as aplicações de insulina conforme acompanhamento médico e diante do protocolo utilizado por Kawali, Andriolo e Ferreira (2003). Os resultados competem uma redução significativa das pressões arteriais sistólicas e diastólicas, também resultando na melhoria do colesterol, não ocorrendo interferência nos triglicérides. Com este estudo, entende-se que a atividade física seguindo os protocolos, pode assegurar uma melhoria metabólica, desde que com a regularidade nos exercícios, junto à rotina destes indivíduos. A dança pode favorecer para com estes indivíduos em todas as suas modalidades, desde que não seja de alta intensidade, e com média de atividade entre 30 minutos. É necessário que o profissional de Educação Física esteja ciente do quadro do cliente, a fim de monitorar os exercícios corretamente. Se tratando do câncer, um distúrbio de produção de células defeituosas, as quais proporcionam um crescimento anormal destas células, que podem ocorrer em um ou mais órgãos (SPINOLA, MANZZO, ROCHA, 2007). As relações do câncer com a atividade física quanto a tratamento ou prevenção são positivas, de acordo com Spinola, Manzzo e Rocha (2007), desde que de intensidade também moderada. De acordo com Spinola, Manzzo, Rocha (2007), o programa de exercícios recomendado surge como terapia, onde se pode encaixar a dança, desde que em 30 minutos contínuos aplicados por dia, 3 vezes na semana, surtindo vários benefícios, auxiliando no tratamento,

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atenuando efeitos colaterais do mesmo, ou prevenindo da doença, agindo como atenuante dos efeitos da neoplasia maligna ou benigna. Entende-se que o utilizar do movimento expressivo na dança, tanto nos padrões de estética, como atividade estruturada de forma aeróbica, com acompanhamento de outros tipos de atividades, como caminhada, corrida e em alguns casos, de forma anaeróbica, com exercícios resistidos, incluindo o alongamento (EIDAM, LOPES E OLIVEIRA, 2005, SPINOLA, MANZZO, ROCHA, 2007, KAWALI, ANDRIOLO E FERREIRA 2003), o indivíduo obtém uma melhora significativa, um auxílio, diante dos protocolos, onde se cita nos artigos referidos pelos autores, já que para a dança precisa-se da utilização do grupamento muscular, do corpo, além da arte, da criatividade. A principal necessidade do profissional é reconhecer o quadro do indivíduo, a fim de identificar os métodos de treinamento diante da dança e dentro das suas limitações, a fim de recuperá-lo, ou apenas auxiliá-lo, e a do indivíduo, a de se obter um comprometimento transcendente com a dança e seriedade com o programa de exercícios.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Identifica-se, a questão cultural que permeou na antiguidade, pela dança, em forma ritual, dos quais os contextos foram se transformando conforme o passar do tempo, diante de diversas influências, perdendo certas características e sentidos. A visão do sagrado foi corrompida, diante de visões externas que não convinham com a situação real exposta. Com isso, criou-se uma imagem midiática desde os tempos remotos, onde a própria dança do ventre no Egito, obtinha uma ligação com os Deuses, e vista na invasão ao país, obteve uma alteração, já tendo uma divulgação como dança sexual, como afirma Sborquia (2002), entre outros estudos perante a dança do ventre, que aqui é citada como exemplo. O balé obteve seu início de uma forma artística, sendo padronizada pela Igreja, ou seja, os padrões vieram de uma cultura religiosa, porém, também como a dança do ventre, a critério de apresentar e distrair aos espectadores. A dança de salão, hoje, tornou-se recreativa, onde as pessoas se encontram para dançar, e aprendem os passos, com critérios de integração. Então, o que há com o indivíduo que dança? Realiza-se uma pergunta da qual não se sabe responder ao certo. A sociedade compreende da forma que está?

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A movimentação expressiva ficou destacada por causa dessa separação. A humanidade, no decorrer de sua história, foi se separando em diversos fragmentos. Corpo, Mente, Alma. Contudo, não se deveria dançar com o corpo. Mas sim com a alma. Hoje, visa-se os aspectos de Integração, por meio da dança-educação. Nas modalidades escolhidas, raramente o indivíduo expõe seus objetivos, anseios, desejos. Ele é obrigado a realizar o padrão de movimento. Não há uma escolha, a não ser diante da dança contemporânea. Mesmo assim, a dança contemporânea não é tão expressa em todos os lugares, como dança de salão, dança do ventre e balé. Dentre isto, faz-se a necessidade de objetivar a aula, pensando no indivíduo que dança. Refletir, analisar esses sentidos. Acostumar-se com o padrão, é excluir à si mesmo, objetivar uma forma de criatividade transformada. E o indivíduo passa a fazer reproduções, ou criações com aquilo que aprendeu. Mas não fora disso. A ideia é identificar estas razões, e comparar. A liberdade de sentidos faz parte da integração Corpo, Mente e Alma. Além dos benefícios da integração, criatividade, bem-estar, o corpo também se beneficia, não somente os aspectos psicológicos ou criativos. A atividade física é vista como um oposto ao sedentarismo. Onde o indivíduo deve se movimentar de alguma forma. Diante da movimentação exigida nos parâmetros, para se obter uma boa saúde, é necessário ter uma regularidade nestes exercícios. Com isto, o padrão de exercícios aeróbicos, dentro dos protocolos citados, auxilia o indivíduo em uma boa qualidade de vida, uma resistência maior para se conseguir solucionar problemas do dia-a-dia. A dança é uma atividade física aeróbia, e pode ser prescrita para o indivíduo, a fim de cerca-lo unido aos tratamentos - ou prevenções como promoção e saúde, de benefícios ou de auxílios. Conclui-se que, a dança possui uma amplitude que permeia o ser humano. Trata-se de movimentação, fluidez de imaginação, utilização dos três aspectos de integração individual. E pode ser realizada individualmente ou em grupo. E ainda, pode ser formada com intenção de espetáculo. A fim de transcender as ideias e ideais existentes na sociedade, com relações aos mitos levados pelos poucos estudos realizados com relação a esta. A dança como benefício geral, abrange a todos, sem discriminação, sem ser voltada a nenhuma raça, etnia, gênero específico. A dança abrange o Ser Humano, pois o ser humano, assim como a dança, é movimento.

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