O papel da gestão escolar na capacitação e liderança no espaço educacional odair josé da silva

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O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR NA CAPACITAÇÃO E LIDERANÇA NO ESPAÇO EDUCACIONAL Odair José da Silva¹

RESUMO O presente artigo tem por objetivo refletir, segundo alguns conceitos teóricos, sobre a importância do papel da gestão escolar na capacitação e liderança no espaço educacional. Na prática, foi realizada uma pesquisa de campo (entrevista) com um diretor, um diretor-adjunto, cinco professores do 1º ciclo do Ensino Fundamental (C.B.I e C.B.II), três professores do 2º ciclo, cinco inspetoras de alunos, duas cozinheiras, duas auxiliares de serviços gerais e uma secretária de uma escola no município de Porto Real (RJ). O método utilizado foi investigativo e indutivo com a utilização de questionário semiestruturado com perguntas fechadas e abertas. O objetivo da pesquisa foi identificar o papel de liderança da gestão e o nível de satisfação dos liderados. O resultado da pesquisa mostra uma questão preocupante: o despreparo da gestão e de toda equipe para lidar com as situações que ocorrem no ambiente escolar.

Palavras – chave: Gestão. Capacitação. Liderança.

Introdução

Devido às dificuldades observadas pela falta de capacitação por parte dos gestores municipais, resolvemos escolher este tema como objeto de pesquisa, baseando-se na importância da capacitação no espaço escolar. Com muita frequência, observamos nos corredores de âmbito escolar grupos de inspetores de disciplina e docentes discutindo a falta de capacitação e motivação da equipe. Encontramos também, nos conselhos de classes e encontros semanais dos docentes, reclamações relacionadas à falta de preparo para o desempenho da função. O referido artigo proporciona uma reflexão sobre as dimensões do espaço escolar e a importância do gestor escolar para o bom funcionamento do espaço. Analisamos que a educação é um processo, e não um produto a ser entregue de forma padronizada. A democratização deve ser buscada enquanto instrumento para promover a qualidade, portanto um novo conceito se expressa menos em termos de produção de documentos anuais ou planos e mais em termos de processo de trabalho conjunto e de longo prazo, envolvendo toda a equipe da escola e comunidade. ¹ Graduado em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco. Pós-graduando em Gestão Integrada e Práticas Pedagógicas pela Universidade Cândido Mendes.


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A gestão democrática participativa constitui o modo próprio de organização e funcionamento das escolas públicas. Isso as diferencia, pois nelas as experiências educativas envolvem necessariamente o exercício da cidadania. Alunos, pais, professores, funcionários e membros da comunidade, ao participarem da vida escolar, educam e são educados na construção de um bem público comum. Diante do exposto, a temática como capacitar o espaço escolar enfatiza uma reflexão em torno da articulação entre diferentes procedimentos na gestão democrática das escolas públicas, e também apresenta o respeito que há entre às diferenças e aos conflitos sociais, observando diretrizes legais e a ética social. A LDB estabeleceu que a gestão da escola se faz com a comunidade escolar e local. Isso significa que é necessário compartilhar ações com outros atores da sociedade. É importante que se tenha a visão do total. Por isso, a importância de um duplo movimento: da gestão para a comunidade escolar e desta para a escola. Ao realizar esses dois movimentos, entende-se estar atentos às mudanças sociais e procurar agir de modo autônomo e responsável. É daí a importância de estabelecer parcerias com reciprocidade. Temos várias instâncias escolares de gestão. A participação de novos atores na gestão escolar, a descentralização do poder e a delegação de responsabilidades precisam ser compatibilizadas com a reorganização e o fortalecimento dos órgãos colegiados de gestão.

Formas institucionais de participação contribuem para o crescimento

democrático, pois expressam acordos sobre modos de coordenar e articular ações na escola. A liderança do gestor é fundamental na implementação de ações compartilhadas. As ações de gestão democrática trazem consigo uma concepção educativa que valoriza a autonomia da escola e dos sujeitos que a fazem. Ao analisarmos e compararmos os avanços na escola que tem uma liderança democrática, enxergarmos claramente, através de ações e resultados internos e externos, a sua “cara”. Quando um diretor pensa em ditar ordens para serem executadas, pensa em ações para os outros executarem sem ouvir a opinião dos envolvidos e não busca parcerias e nem cobra das outras instituições corresponsáveis pela educação, com certeza não chegará a um resultado plausível, estará fadada ao fracasso. A capacitação da equipe é fundamental para o desenvolvimento do grupo liderado.

Desenvolvimento

O presente artigo científico foi abordado a partir de método de pesquisa indutivo.


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Para coleta de dados, foi utilizado questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas em que os envolvidos na pesquisa respondiam questionamentos relacionados à capacitação e à forma de liderança encontradas em seu ambiente de trabalho. Para uma gestão escolar comprometida com a capacitação de seus colaboradores e alunos, a educação é um processo, e não um produto a ser entregue de forma padronizada. A democratização deve ser buscada enquanto instrumento para promover a qualidade, portanto um novo conceito se expressa menos em termos de produção de documentos anuais ou planos e mais em termos de processo de trabalho conjunto e de longo prazo, envolvendo toda a equipe da escola . Atualmente, vivemos a era da informação e temos em nossas mãos uma infinidade de soluções cada vez mais surpreendentes e poderosas e devemos utilizá-las para um melhor preparo de toda equipe escolar. Conforme Ferreira (2008), a gestão escolar atravessa nos dias de hoje uma fase de profundas transformações que se traduzem em diferentes medidas e têm por objetivos redefinir o conceito de escola; reconhecer e reforçar sua autonomia; promover associação entre escolas e sua integração em territórios educativos mais vastos; adotar modalidades de gestão específicas e adaptadas à diversidade das situações existentes. Esse modelo de gestão é coerente com as tendências da educação observadas em outros países, como o Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Alemanha (LÜCK et al., 2008). A gestão escolar, sob a perspectiva democrática, tem características e exigências próprias. Suas particularidades orientam a eficácia escolar como aprendizagem significativa dos alunos de modo que conheçam o seu mundo, a si mesmos e tenham instrumentos adequados para enfrentarem seus desafios na vida educacional. A falta dessa eficácia consistiria em uma ameaça à legitimidade do sistema escolar. Além disso, existem outros fatores que dificultam a implantação da gestão democrática. De acordo com Ferreira (2008), esses fatores incluem a cultura autoritária do ensino, ausência de recursos financeiros, desmotivação de professores e a falta de uma estrutura que favoreça a participação dos pais. Nesse sentido, um aspecto a ser destacado refere-se ao ineditismo da gestão democrática como princípio da educação nacional em um texto constitucional. O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar. No entendimento de Silva,


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A capacitação e a participação favorece a experiência coletiva, ao efetivar a socialização de divisões e a divisão de responsabilidades. Ela afasta o perigo das soluções centralizadas, efetivando-se como processo de co-gestão e, proporcionando um melhor clima na organização institucional.(SILVA, 2001, p.54)

A prática na tomada de decisões naturalmente cria a consciência de participação e o envolvimento nas relações que dizem respeito à escola e ao seu clima organizacional. Sob esse aspecto, Lück (et al., 2008, p.18) afirma que “a abordagem participativa na gestão escolar demanda maior envolvimento de todos os interessados no processo decisório da escola, mobilizando-os, da mesma forma, na realização das múltiplas ações de gestão”. Do mesmo modo, esta abordagem amplia o acervo de habilidades e de experiências que podem ser aplicadas na gestão das escolas, enriquecendo-as e aprimorando-as. Contudo, a gestão participativa educacional pressupõe mudanças na estrutura organizacional e novas formas de gestão. No processo de implantação de um sistema de gestão participativo nas escolas é possível identificar algumas práticas comuns entre os gestores, como por exemplo: dedicação de tempo à capacitação profissional e ao desenvolvimento de um sistema de acompanhamento escolar, e ao desenvolvimento de experiências pedagógicas características da reflexão-ação (LÜCK et al., 2008). Segundo Galego (1993, p.51), a participação na gestão escolar pode ser entendida da seguinte maneira: o poder efetivo de colaborar ativamente na planificação, direção, avaliação, controle e desenvolvimento do processo educativo. Ou seja, o poder de intervenção legitimamente conferido a todos os elementos da comunidade educativa, entendendo esta como o conjunto de pessoas e grupos dentro e fora dos estabelecimentos escolares ligados pela ação educativa [...]. Ferreira (2008, p.09) relata que “toda vez que se propõe uma gestão democrática da escola [...] tenha efetiva participação de pais, educadores, alunos e funcionários da escola, isso acaba sendo considerado como coisa utópica”. É preciso que os pais sejam chamados, não apenas para ouvirem sobre o desempenho escolar de seus filhos ou para contribuírem nas festas e campanhas. É importante a participação que leva à reflexão e à tomada de decisão conjunta. Este avanço depende do grau de consciência política dos diferentes segmentos e interesses envolvidos na vida da escola. Os princípios e práticas democráticas na organização e gestão educacional poderão trazer importante contribuição, não só ao clima da escola, mas, também, à democratização num âmbito global. No entanto, a busca de novas formas de organização e gestão da escola parece ser tarefa difícil, devido às raízes históricas da escola, que estão marcadas pela


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centralização e pelo autoritarismo. O que não se pode é tomar os determinantes estruturais como desculpa, para não se fazer nada, esperando que se transforme a sociedade, para depois transformar a escola. É na prática escolar quotidiana, que precisam ser enfrentados os determinantes mais imediatos do autoritarismo, enquanto manifestação num espaço restrito, dos determinantes estruturais mais amplos da sociedade (SILVA, 2001). Partindo desta ideia, para concretizar uma gestão participativa educacional, é necessário que em cada escola, a comunidade vá conquistando seu espaço de participação. O processo inicial de formação da consciência crítica e autocrítica na comunidade é ponto relevante, para elaborar o conhecimento adequado dos problemas que afetam o grupo. O acesso a novos conhecimentos, a trocar de experiências, a construção de concepções próprias embasadas em vivências e conhecimentos culturalmente acumulados, viabilizam a interação de forma significativa na sociedade. É nessa perspectiva que a educação deve caminhar, de forma participativa, organizada e significativa, enfrentando os desafios, superando-os, almejando sempre o sucesso da aprendizagem do aluno e consequentemente a sua permanência na escola. Segundo Moran, A educação tem que surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo o momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói a partir de constantes desafios de atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e a criatividade. (MORAN,2000)

É muito pertinente refletir a respeito de como promover, articular, envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar. Essa é uma discussão amplamente debatida no contexto atual quando se pensa na função social da escola enfatizando ações tão importantes para promover uma articulação que garanta o sucesso da gestão escolar e como construir a autonomia na escola. A autonomia envolve fundamentalmente, quatro dimensões básicas: administrativa, jurídica, deliberativa e financeira. A autonomia administrativa elabora e gerencia seus planos, programas e projetos. A direção escolar coordena um processo que envolve relações internas e externas. Seus Diretores são eleitos de acordo com a competência profissional e a liderança dos candidatos; o conselho escolar que tem a função deliberativa, consultiva e fiscalizadora; a autonomia jurídica está relacionada à elaboração de normas e orientações escolares instituídas na comunidade escolar. A autonomia financeira diz respeito à existência de recursos financeiros para o pleno funcionamento da escola, podendo ser total ou parcial. Segundo a LDB (Lei 9394/96), compete a escola “administrar seu pessoal e seus recursos financeiros”. (art. 12 II).


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Conclusão

Este artigo possibilitou o entendimento sobre a gestão escolar e liderança bem como a importância da capacitação dos atores envolvidos no processo em caráter amplo e abrangente. Além disso, contribuiu para que gestores escolares reflitam sobre as bases da gestão, para o norteamento do seu trabalho, de forma conjunta e integrada. E também contribui para que os gestores compreendam processos da escola e do efeito do seu próprio trabalho sobre a dinâmica dos estabelecimentos de ensino. A escola é uma instituição multidimensional que deve atuar amplamente relacionada aos aspectos da vida do aluno, ao bem-estar físico (saúde, higiene, alimentação), ao desenvolvimento como ser social e cultural e à qualificação como ser político. As soluções virão sempre de um trabalho de equipe envolvendo professores, funcionários, os próprios alunos, voluntários e serviços sociais da comunidade. Ademais, cabe ao diretor um longo processo de preparar a escola e os professores para receberem, acolherem e dialogarem com os pais de forma compreensível, respeitosa e produtiva. Os efeitos de uma boa gestão sobre essa organização se fazem paulatinamente. Para tanto, é necessário promover ações inovadoras e estas, por sua vez, requerem lideranças democráticas. Tais lideranças coordenam intervenções coletivas sobre a organização presente, modificando alguns aspectos e preservando outros. Uma liderança democrática procura construir a identidade do ambiente escolar junto com os demais integrantes da comunidade, reconhecendo o papel de cada um.

REFERÊNCIAS BALL, Stephen J; MAINARDES, Jefferson. Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011. GADOTTI, Moacir. Escola cidadã: questões da nossa época. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2010. GALEGO, F. Gestão e participação numa escola secundária. Lisboa: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, 1993. HORA, Dinair Leal da. Gestão educacional democrática. 2 ed. São Paulo: Alínea e Átomo, 2010. BRASIL. Lei 9394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 17 mar. 2013.


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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. Goiânia, GO: Alternativa, 2004. LÜCK, Heloisa et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5.e.d. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. LÜCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. TEIXEIRA, Hélio Janny. Da administração geral à administração escolar. São Paulo: Edgard Blucher, 2003.


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ANEXOS

ANEXO I: FORMULÁRIO DE PESQUISA

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PÓS GRADUANDO: ODAIR JOSÉ DA SILVA CURSO:GESTÃO INTEGRADA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS UNICAM- UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

1. Data do preenchimento do questionário: ___/___/___ Horário: ___:___ 1.1. Sexo: Masc. (

) Fem. (

) 1.2. Idade:__________

1.3. Estado civil:Solteira/o ( ) Casada/o ( ) Companheira/o ( ) Separada/o ou Divorciada/o( ) Viúva/o ( ) 1.4. Tem filhos/as: Sim ( ) Não ( ) Quantos? ________Masculino ( ) Feminino ( ) 2. Profissão: _______ 2.1. Função ou Cargo Atual que exerce _________ 2.2. Quanto tempo você trabalha na sua função atual?______ 2.3. Sua atividade atual está de acordo com o cargo/função para o qual você foi contratada? Sim ( ) Não ( ) 2.4. Se não, qual a função que exerce realmente _________ 2.5. Participou de cursos ou treinamentos nos últimos 2 anos para atividade que exerce? ( ) Sim ( ) Não Se sim quais e em que ano? ________ 2.6. Tem outra atividade remunerada? Sim ( ) Não ( ) 3. Escolaridade:

Médio ( ) Universitário: ( ) completo ( ) incompleto ( ) Qual curso __________ Pós-Graduação: ________ Especialização em : ____________________________________ Mestrado ( ) Doutorado ( )

4. Faixa Salarial: Até 01 salário mínimo ( ) 01 a 03 salários mínimos ( ) 04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários mínimos ( )


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5- Você se considera um profissional motivado e capacitado? Justifique ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6-Você considera que a Direção desta instituição esta capacitada para esta função(Gestão)? Justifique Sim ( ) Não ( ) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7-.O que você considera como principal função de um diretor Escolar: ( ) Cuidar do bem estar da Escola e principalmente do patrimônio municipal. ( ) Cuidar do bem estar da escola e de toda comunidade escolar garantindo um aprendizado de qualidade e capacitação para todos os professores e funcionários . Nome: ______________________________________________________________ (Pode ser apenas o primeiro nome, apelido ou pseudônimo, se preferir):


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