Forjados na Selva

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FORJADOS NA SELVA QUATRO DÉCADAS DA 23ª BRIGADA DE INFANTARIA DE SELVA

1976

2016 1


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SE UM BATALHÃO TEM MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR, IMAGINE UMA BRIGADA INTEIRA!

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EXPEDIENTE PRODUÇÃO 23ª Brigada de Infantaria de Selva DIREÇÃO GERAL General de Brigada Anisio David de Oliveira Junior CONSELHO EDITORIAL Tenente-Coronel Renato Costa Nery da Silva Tenente-Coronel Luiz Claudio Talavera de Azeredo Tenente-Coronel Eduardo da Cunha Veiga Cabral Major Marcelo Barros de Carvalho Major André Gianasi Júnior 2º Tenente Renata Maria Cals Theophilo Maciel Rolim Subtenente Emiliano Felippini dos Santos Subtenente Leonardo Aguiar de Araujo 1º Sargento Paulo Christino de Oliveira Júnior 2º Sargento Asllen Antognioni de Brito Mantuan 2º Sargento Odimar Valdecir de Almeida Goulart 3º Sargento Diego Dal’osto Lopes Soldado José Bruno da Silva Araújo Editor responsável Ulisses Pompeu de Miranda REDAÇÃO Ulisses Pompeu de Miranda Luciana Marschall REVISÃO Mariuza Giacomin Luciana Marschall PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Cildo Rodrigues FOTOGRAFIAS Acervos das Organizações Militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva Acervos pessoais disponibilizados às Organizações Militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva Soldado Salatiel Lopes Rosa Soldado Elvles Sousa da Silva Soldado Arison Oliveira Monteiro Jordão Nunes Breno Pompeu Evangelista Rocha Apoio Institucional: Centro de Comunicação Social do Exército EDIÇÃO Banzeiro Comunicação

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IMPRESSÃO Gráfica Correio

23ª Brigada de Infantaria de Selva Endereço: Folha 23, Quadra Especial S/N, Nova Marabá - Marabá - PA www.23bdainfsl.eb.mil.br

TIRAGEM 1.500 exemplares


Palavra do Comandante Senhoras e senhores, 40 anos! De 1976 até agora, “A Pioneira da Amazônia” cumpriu, com louvor, a integralidade de suas missões. Operações militares, inovações doutrinárias, construção de novas instalações, ações cívico sociais, entre outras atividades, em sua maioria desenvolvidas na nossa valiosa e querida Amazônia brasileira; construíram uma rica cronologia que enche de orgulho os antigos e atuais integrantes da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. Neste contexto, é imperioso destacar também a atuação das Organizações Militares como indutoras de desenvolvimento social. A história da participação da Brigada na região é muito interessante porque caminha junto com o progresso da nossa área. É com satisfação, portanto, que agradecemos aos que colaboraram para dar vida a este livro ao mesmo tempo em que convidamos todos a compartilharem conosco os propósitos desta obra: rememorar as vibrantes conquistas do passado, homenagear a todos que nos antecederam e estimular os que nos sucederão. Parabéns, 23ª Brigada de Infantaria de Selva! A Selva nos une, a Amazônia nos pertence! SELVA!

General de Brigada AnIsio David de Oliveira JUnior

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Linha do tempo das quatro

A 23ª Brigada de Infantaria de Selva é instalada em Santarém, no oeste do Pará, com a seguinte composição: 50º BIS, 51º BIS, 52º BIS, 53º BIS e Companhia de Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva

Junho de 1976

Novembro de 1976

Ano de criação da Banda de Música da 23ª Brigada de Infantaria de Selva O Exército cria o 33º Pelotão de Polícia do Exército, que começa suas atividades na Vila Militar Presidente Costa e Silva

1977

1985

1986

1987

Criação da 23ª Companhia de Comunicações de Selva

A Brigada é transferida de Santarém para Marabá

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O 23º Batalhão Logístico de Selva é criado em Marabá através do Decreto nº 92.171


décadas da 23 BDA INF SL a

É criado o Posto Médico da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, que em 1997 se transforma em Hospital de Guarnição de Marabá

1989

1993

O General de Brigada Uchôa e o Soldado Gilson Sena de Jesus compõem a Canção da Brigada

Ano de criação do 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva, que ocupa as instalações da 3ª Companhia de Infantaria do 51º BIS em Tucuruí A 23ª Brigada de Infantaria de Selva envia o primeiro contingente de militares da Amazônia para missão de paz no Haiti

2000

2004

2005

O 52º BIS é classificado como “Força de Ação Rápida Regional”

2009

2014

A 23ª Brigada de Infantaria de Selva completa 40 anos de instalação homenageando personalidades que contribuíram com as atividades desenvolvidas em sua área de responsabilidade

2016

O segundo contingente é enviado para a minustah

O 1º Grupo de Artilharia de Campanha é transferido do Rio de Janeiro para Marabá, recebendo a denominação de 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva

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a d a g i r b 23 a i r a nt a de inf de selva A

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em 2016, a mais completa grande unidade de infantaria de selva do exército brasileiro completa quatro décadas somando 11 organizações militares e área de atuação em três estados

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Construção das instalações físicas do quartel general em 1982

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mais completa grande unidade de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro chegou a Marabá em 26 de novembro de 1976, transferida de Santarém, no Oeste Paraense, onde foi instalada no dia 9 de junho do mesmo ano. A 23ª Brigada Infantaria de Selva, batizada de “Brigada Marechal Soares de Andrea”, é a pioneira das brigadas de selva do Brasil. Atuando na porção oriental da Amazônia e subordinada ao Comando Militar do Norte, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva é composta por 11 organizações militares, entre unidades e subunidades, e sua implantação pelo Comando do Exército teve como uma de suas finalidades precípuas, cumprir

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a missão de realizar a ação de presença na Amazônia. Dentre os objetivos iniciais estavam treinar a tropa em ambiente operacional de selva, estimular o desenvolvimento regional por meio de ações subsidiárias, atendendo à necessidade de promover a ocupação e o desenvolvimento ordenado da região e garantir os poderes constituídos, além da manutenção da Soberania Nacional. A “Brigada da Transamazônica” - como ficou conhecida - foi de extrema importância no desenvolvimento da região, uma vez que a partir de sua implementação passou a enquadrar quatro Batalhões de Infantaria de Selva, sendo três localizados às margens da Rodovia Transamazônica, em Marabá,

Altamira e Itaituba. A quarta unidade está localizada em Imperatriz, no Maranhão, às margens da Rodovia BR-010, a Belém-Brasília. Com características peculiares, permitindo atuação em cenários e situações diversas, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva está apta a agir com flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade, o que garante otimização e efetividade dos meios empregados. A “Brigada Marechal Soares de Andrea” recebeu esse nome em homenagem ao Marechal Francisco José de Souza Soares de Andrea, posteriormente Barão de Caçapava, que pacificou a Província do Grão-Pará na década de 1840.


Atualmente, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva possui 4.522 militares, constituindo-se na mais completa Grande Unidade de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro.

cOMANDO MILITAR DO NORTE

PRIMEIRA PASSAGEM DE COMANDO DO cmn APÓS SUA IMPLANTAÇÃO PELO EXÉRCITO BRASILEIRO EM 2013

No ano de 2013, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva deixou de integrar o Comando Militar da Amazônia (CMA) passando a ser

subordinada ao Comando Militar do Norte (CMN), a partir de 13 de março, data de implantação do CMN em Belém - PA.

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Uma Brigada cuja área supera a superfície da maioria dos países Importantes rodovias, ferrovias, projetos de mineração, hidrElétricas e quatro grandes rios compõem o cenário geográfico onde está estabelecida a 23ª Brigada de Infantaria de Selva

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GEOGRAFIA DA 23a BDA INF SL

990.000 Km² de área

11%

do território nacional é a área aproximada que ocupa

133

municípios em sua jurisdição

3

usinas hidrelétricas

3

unidades da Federação

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A

23ª Brigada de Infantaria de Selva, dentro do Sistema de Proteção Integrada, é responsável por uma área de aproximadamente 990 mil quilômetros quadrados, abrangendo 133 municípios e compreendendo parte dos estados do Pará, Maranhão e Tocantins. A área, maior destinada a uma Brigada no País, situa-se na Amazônia Oriental e corresponde a mais de 11% do território nacional. O território abrange riquezas naturais e grandes obras erguidas pelas mãos dos homens ao longo da história. A Floresta Amazônica na região apresenta diversidade biológica, com mais de 2.500 tipos de árvores, 30 mil tipos diferentes de plantas e vegetais e cerca de 20% de toda a quantidade de espécies animais catalogadas em todo o mundo.

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A área de Proteção Integrada da Brigada é cortada por grandes rios - como Araguaia, Tocantins, Xingu e Tapajós - que irrigam a região e são fontes de recursos e vias de transporte vitais para quem a habita. As águas também são a força para parte da produção energética do país. Ao longo dos rios amazônicos foram erguidas as Usinas Hidrelétricas de Tucuruí, Estreito e Belo Monte. No rio Tocantins, em Tucuruí, está situada a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira, com capacidade geradora instalada de 8.370 MW e o segundo maior vertedouro do mundo. A Usina Hidrelétrica de Belo Monte em funcionamento parcial no rio Xingu, próximo ao município de Altamira, terá potência instalada de 11.233 MW. Esse detalhe a tornará a terceira maior hidrelétrica do mundo, fazendo com que Belo Monte supere Tucuruí como a maior usina totalmente brasileira.

O minério existente principalmente na região sudeste do Estado do Pará destaca a importância econômica da região, prospectada a partir do Projeto Grande Carajás. Hoje a mineração continua rendendo frutos em Parauapebas, Eldorado do Carajás e Canaã dos Carajás, onde a Vale opera um dos maiores empreendimentos minerais do mundo, produzindo, entre outros, o melhor minério de ferro do planeta. Nesta área há trechos, ainda, da Ferrovia Norte-Sul, da Estrada de Ferro Carajás, da Rodovia Transamazônica (BR-230), terceira maior do Brasil, com 4.223 km de comprimento, e da Rodovia BR163, a Cuiabá–Santarém. No Pará, a Transamazônica atravessa relevantes cidades e ao longo dela estão situados os municípios de Marabá, Altamira e Itaituba, sedes de organizações militares da “Brigada da Transamazônica”.


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Marabá abraça a maior Sete organizações militares, três vilas residenciais, dois clubes recreativos e uma Seção Fluvial do Exército estão localizados no município

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omo cidade sede de uma região próspera (sudeste do Pará) Marabá é um município privilegiado por uma malha viária bastante diversificada, com três rodovias federais, uma estadual, um aeroporto de médio porte, uma estrada de ferro e ainda dois rios navegáveis, um deles um dos maiores da Amazônia: Tocantins. É também em Marabá, desde 1973, que começaram a se instalar na região as seguintes unidades do Exército: o 52º BIS, a 23ª Bda Inf Sl, o 23º B Log, 1º GAC, 33º PE, Companhia de Comunicações e Companhia de Comando. Isso sem contar as três vilas militares que também foram construídas e funcionam como bairro na cidade. A economia de Marabá é bastante diversificada, com bases na mineração, indústria, agropecuária, comércio e turismo de negócios. A própria família militar, com cerca de 10 mil pessoas, contribui com seus salários a fortalecer a economia do município. Atualmente, o município é o quarto mais populoso do Pará, com 262.085 habitantes em 2015, segundo o (IBGE), e com o 4º maior produto interno bruto (PIB) do estado em 2013, com 5,2 bilhões de reais. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,668, considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvol-

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vimento/2010, sendo considerado um dos municípios mais dinâmicos do Brasil. Marabá tem, como característica, uma grande miscigenação de pessoas e culturas, que faz jus ao significado popular do seu nome: “filho da mistura”. A cidade também ficou conhecida como Capital do Ouro e da

Castanha, pois a extração da castanha-do-pará foi a base da economia por cinco décadas. Na década de 1980, o garimpo de ouro em Serra Pelada ocasionou uma explosão demográfica sem precedentes na história do município.


parte dos quarteis

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Altamira é o maior município do Brasil Com uma área de 159.695,938 km², Altamira vive explosão populacional e o desafio de preservar uma floresta encantadora

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ltamira, no oeste do Pará, foi considerado até 2009 o maior município do mundo em extensão territorial, com uma área de 159.695,938 km², sendo maior que dez estados brasileiros, além do Distrito Federal e vários países como Portugal, Islândia, Irlanda, Suíça, entre outros. Sua população em 2015 era de 106.768 habitantes. É neste município que está situado o 51º Batalhão de Infantaria de Selva. A rodovia Transamazônica atravessa o município no sentido leste-oeste numa extensão de 60 km, ligando Altamira a Belém (800 km), Marabá (500 km), Itaituba (500 km) e Santarém (500 km). Característica notória do município é sua hidrografia: Altamira está cravada às margens do rio Xingu, com sua série de afluentes e cachoeiras que se distribuem por toda a região. Desde 2009 Altamira atrai atenções por ser a cidade mais próxima da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cujo impacto divide opiniões. Os cidadãos locais no geral aprovam a obra, apesar de admitirem que o inchaço populacional trouxe problemas.

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O empreendimento de R$ 30 bilhões fez a população altamirense saltar de 100 mil segundo o Censo de 2010, para mais de 140 mil, na avaliação da prefeitura. A agricultura (arroz, cacau, feijão, milho, pimenta-do-reino) e a pecuária são as principais atividades econômicas do município. A Flona de Altamira é uma das portas de entrada para a Terra do Meio, situada entre os rios Xingu e Tapajós. Cercada por terras indígenas, a região possui uma das maiores áreas de floresta relativamente não perturbadas na Amazônia Oriental.

A região é de importância crítica para a vida selvagem, abrigando numerosas espécies animais ameaçadas, incluindo onças, jacarés-açus, macacos-aranha, cuxiú da cara branca e tamanduás. As maiores concentrações remanescentes de mogno no Brasil estão localizadas na Terra do Meio e nas terras indígenas dos arredores. A Floresta Nacional de Altamira é também importante para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas proximidades, funcionando como zona tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia e Curuá.


A força de Imperatriz no sul do Maranhão Segunda maior cidade do Estado, Imperatriz é a casa do 50º BIS há 43 anos e possui uma economia pujante

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mperatriz e o 50º Batalhão de Infantaria de Selva têm uma ligação íntima há 43 anos. É a segunda cidade mais populosa do Estado do Maranhão, com 253.123 habitantes e sede da região metropolitana do Sudoeste maranhense. A cidade se estende pela margem direita do rio Tocantins, e é atravessada pela Rodovia Belém-Brasília, situando-se na divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins. Imperatriz possui um posicionamento estratégico não só ao estado do Maranhão, mas também para toda a Amazônia Oriental, pois está num cruzamento entre a soja de Balsas, no sul do Maranhão, a extração de madeira na fronteira com o Pará, a siderurgia em Açailândia e a agricultura familiar no resto do estado, com destaque para a produção de arroz. Além dessas potencialidades, o município conta também com intensa atividade extrativista, principalmente na reserva do Ciríaco. Para dar suporte logístico a toda essa produção, Imperatriz assume postura de centro regional, pois através do Complexo atacadista do Mercadinho e do Centro

Varejista do Calçadão, a produção do sul do Maranhão, norte do Tocantins e leste do Pará é escoada. Para tanto, Imperatriz conta com a Rodovia BR-010 (Belém-Brasília), com um dos maiores rios do país, o rio Tocantins, com a ferrovia Norte-Sul e com a Estrada de Ferro Carajás. Além disso, por Imperatriz passam as principais linhas de transmissão de energia elétrica do Maranhão e de outros estados. Hoje, por força de seu grande desem-

penho nos setores do comércio e da prestação de serviços, Imperatriz ocupa a posição de segundo maior centro político, cultural e populacional do estado, segundo maior PIB do Maranhão e 165º do Brasil com PIB de R$ 5.039.597,00, superada apenas pela capital São Luís. A história e o desenvolvimento de Imperatriz deram-lhe diversos títulos, entre eles o de “Portal da Amazônia - Capital da Energia” e, mais recentemente, o lacônico e charmoso ITZ.

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As belezas da “cidade pepita” Itaituba cresceu sob o símbolo dos garimpos de ouro no Rio Tapajós, onde está sediado o 53º BIS, no coração da selva amazônica

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taituba é o décimo quinto município mais populoso do Pará e um dos principais centros econômicos do oeste do Estado. Possui o décimo terceiro maior produto interno bruto, sendo considerada cidade de médio porte, e um dos núcleos urbanos que apresentam crescimento econômico acelerado no interior

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do Brasil. É neste município que está estabelecido o 53º Batalhão de Infantaria de Selva. A antonomásia de Itaituba é “cidade pepita”, ficando famosa pela intensa atividade de mineração de ouro no Vale do Rio Tapajós, bem como pela grande diversidade de paisagens naturais, tais como as praias de rio que se formam durante a época de seca, as corredeiras d’água localizadas próximas ao distrito de São Luiz do Tapajós e o Parque Nacional da Amazônia. A BR-163, entre Cuiabá a Santarém, é a principal ligação rodoviária do município, que também tem no Rio Tapajós uma importante veia de escoamento de sua produção. Em Itaituba, a Rodovia Transamazô-

nica é cortada pelo Rio Tapajós. A travessia de carros, de cargas e de passageiros é feita por balsa. O acesso aéreo é feito pelo Aeroporto de Itaituba, localizado a 5 quilômetros do Centro da cidade em área adjacente à BR-230 (Rodovia Transamazônica). Há serviço regular de táxi. Atualmente, o aeroporto conta com voos comerciais regulares, de transporte de passageiros e de cargas, conectando Itaituba com as demais cidades da região e do país. Além disso, empresas de táxi aéreo de menor porte oferecem voos para distritos e vilarejos mais afastados do centro urbano da cidade, bem como para os inúmeros garimpos de ouro da região e municípios vizinhos.


Tucuruí: a cidade da luz a com a 4 UHE do mundo Usina Hidrelétrica de Tucuruí mudou radicalmente a base econômica e as perspectivas da cidade mais antiga da região sudeste do Pará

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ucuruí é um município famoso por abrigar a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira: a Usina Hidrelétrica Tucuruí, construída e operada desde 22 de novembro de 1984 pela Eletronorte. É lá também que está localizado o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva, uma unidade ligada à 23ª Brigada. O município possui 107.189 habitantes e é a mais antiga localidade ainda existente no sudeste do Pará, sendo fundada como colônia militar portuguesa em 1779. O imenso lago artificial formado ao se barrar o rio Tocantins possui 2 875 quilômetros quadrados de área e criou um novo ecossistema na região, com 1 700 ilhas, sendo toda esta área, até 200 metros em seu entorno, pertencente à Eletronorte, ou seja, ao Governo Federal. Hoje, são necessários 35 dias para que toda a água do lago da Usina Hidrelétrica Tucuruí – um total de 45,8 bilhões de metros cúbicos – seja renovada. Além da usina hidrelétrica, principal fonte econômica do município, a economia também desenvolve-se em outros setores. No setor primário predominam o extrativismo

vegetal, a agricultura rudimentar, a pecuária extensiva e a pesca, com a implantação de um projeto de tanques rede na região do lago. No setor secundário, ainda pouco expressivo, destaca-se a construção civil e a indústria de laticínios, que abastece a região com leites, iogurtes e queijos. O setor terciário, predominante no município, apresenta comércio diversificado e serviços como agências bancárias, casa lotérica e estabelecimentos de ensino e saúde. Na década de 1970, iniciaram-se os trabalhos para a construção da hidrelétrica e o município começou a ganhar a infraestrutura necessária.

A usina teve sua primeira etapa concluída em 1984 e foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, com potência instalada de 4.000 megawatts. A segunda etapa é concluída apenas em meados de 2007 elevando a capacidade para 8.000 megawatts. A Usina Hidrelétrica de Tucuruí mudou radicalmente a base econômica, a população e as perspectivas da cidade, que pode ter sua história dividida em dois momentos muito distintos: o antes e o depois da hidrelétrica. Essa usina hidrelétrica formou um lago imenso, onde foram formadas ilhas com a mais diversa quantidade de espécies.

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organizaçþes militares


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de o ã h l a t a b 50 a v l e s de ia r a infant o

Imagem aérea da construção do 50º BIS em Imperatriz, em 1974

Imperatriz é a sede do 50º Batalhão de Infantaria de Selva. instalado na cidade há 43 anos, o 50º bis é uma referência no sul do estado do maranhão

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L

ocalizado em Imperatriz, no Maranhão, o 50º Batalhão de Infantaria de Selva, que leva o nome de Batalhão Capitão-Mor Moniz Barreto, foi criado por meio do Decreto Nº 71.785, de 31 de janeiro de 1973. O batalhão passou a ser subordinado à 23ª Brigada de Infantaria de Selva

em 15 de dezembro de 1976, com a criação da Grande Unidade. A origem dele, no entanto, remonta ao ano de 1973 quando, em 20 de junho, o 24º Batalhão de Caçadores, sediado em São Luís (MA), destacou para Imperatriz a 2ª Companhia de Fuzileiros. Em 27 de setembro de


1973, a Subunidade passou a se chamar 1ª Companhia do 50º Batalhão de Infantaria de Selva e foi subordinada diretamente à 8ª Região Militar, sediada em Belém (PA). A tropa que foi o embrião do Batalhão Capitão-Mor Moniz Barreto era formada, na época, por 60 militares do Núcleo-Base e 104 soldados recrutas. No mesmo ano a organização passou a ter autonomia administrativa. Cerca de um ano depois, em 12 de dezembro de 1974, a 1ª

1º hasteamento do pavilhão nacional no 50º BIS em 2 de novembro de 1973

Companhia transformou-se finalmente no 50º Batalhão de Infantaria de Selva, ficando definida a data de seu aniversário como 31 de agosto no Centro de Documentação do Exército. O 50º Batalhão de Infantaria de Selva é composto por três Subunidades, sendo duas de Fuzileiros e uma de Comando e Apoio. Dentre as missões do Batalhão Capitão-Mor Moniz Barreto estão a defesa da

Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem; a formação de contingentes de reservistas bem preparados e adestrados a serem mobilizados; a garantia dos pleitos eleitorais; auxílio à Defesa Civil no apoio às vítimas de enchentes e outras calamidades; participação em Ações Cívico Sociais; e cooperação com os demais órgãos federais, estaduais e municipais, quando solicitada a participação.

Tropa sendo vacinada na década de 1980

Inspeção do Comandante da 8ª Região Militar em 1991

Militares em transposição do curso d’água em 1986

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SAIBA MAIS: O nobre Antônio Moniz Barreto, que dá nome ao Batalhão, foi Capitão-Mor do Maranhão entre os anos de 1622 e 1643, quando morreu gloriosamente em batalha, durante a expulsão dos holandeses de São Luís. O combate principal travou-se no Outeiro da Cruz, em 1642, onde Moniz Barreto derrotou os holandeses e os fez recuar, desorganizados, até os muros do Convento do Carmo, onde foram definitivamente vencidos. Ali também morreria, de armas na mão, o heroico comandante.

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o ĂŁ h l a t 51 ba a i r a nt a de inf de selva o

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O

Forte Ambé, construído em Altamira Em mais de quatro décadas de no ano de 1892, serviu como residênexistência, o 51º Batalhão de cia oficial do senador Coronel José Infantaria de Selva mantém Porfírio, principal responsável pela emansua posição estratégica cipação do município. A colina na qual no alto da Colina da Volta situava-se a fotificação abriga, hoje, o 51º Grande do Rio Xingu

Batalhão de Infantaria de Selva. A unidade foi criada pelo Exército Brasileiro em 31 de Janeiro de 1973, visando a presença das

forças armadas nesta parte do território nacional. A nova Organização Militar recebeu em 15 de janeiro de 1975 o destacamento precursor, oriundo do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, sediado em Belém. Os pioneiros foram os responsáveis pela seleção e a primeira incorporação de conscritos, que tiveram como primeiro comandante o Major de Infantaria Aldo da Paz Lopes.

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Em 24 de fevereiro de 1977, a unidade passou a ser subordinada à 23ª Brigada de Infantaria de Selva. Mais de 20 anos depois, em 1999, o Batalhão destacou uma Subunidade para a cidade de Tucuruí (PA), com a finalidade de garantir a segurança do complexo hidrelétrico que se instalara naquela localidade, hoje sob a responsabilidade do 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva. Em 2006, a unidade foi designada como única Organização Militar de Corpo de Tropa em toda a Região Amazônica, responsável pela formação dos sargentos de carreira do Exército, fruto da nova sistemática de ensino determinada para esse fim. Em 2009, o 51º BIS integrou o 9º Contingente do Batalhão de Infantaria de Força de Paz, “Brazilian Battalion” (BRABATT/9), designando um Pelotão de Fuzileiros para participar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). No mesmo ano, o Batalhão participou do Projeto Rondon - ação coordenada pelo Ministério da Defesa - que viabilizou o trabalho voluntário de professores e estudantes universitários nos municípios da região, contribuindo para o desenvolvimento social e permitindo-lhes conhecer um pouco mais sobre a realidade brasileira. Ainda em 2009, o comandante do Exército agraciou o 51º BIS com sua denominação e estandarte históricos, passando o Batalhão a ser chamado de “Batalhão Capitão-Mor Bento Maciel Parente”, uma homenagem ao ícone militar português responsável pela manutenção do domínio de Portugal na região, bem como pela defesa da Colônia contra agressões externas, ao mesmo tempo em que estendia essa conquista para o interior. Em 2014, a “Sentinela do Xingu”, como ficou conhecida a Organização Militar, contribuiu na formação de um novo contingente de militares para a estabilização do Haiti, fornecendo uma companhia de fuzileiros para o BRABATT/20.

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51o BIS engloba treze municípios Em quatro décadas de existência, o 51º BIS manteve vivos os ideais de Pedro Teixeira, Bento Maciel Parente e tantos outros heróis da conquista e desenvolvimento da Amazônia, adestrando-se para garantir a soberania brasileira na região e contribuindo para a contínua projeção da imagem do Exército na Região do Médio Xingu. O Batalhão é uma unidade tradicional, adaptada ao espírito de renúncia, sacrifício e dedicação que o serviço militar

em solo amazônico exige, mantendo sua posição estratégica no alto da Colina da Volta Grande do Xingu, como “sentinela” sempre presente. Atualmente, o 51º BIS compreende uma Subunidade Escolar, uma Companhia de Comando e Apoio, três Companhias de Fuzileiros e uma Base Administrativa. Possui área de responsabilidade de 131.957 mil Km², englobando os municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Anapu,

Pacajá, Brasil Novo, Uruará, Medicilândia, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Gurupá, Melgaço e Portel. A área patrimonial do Batalhão é limitada pelo rio Xingu, por áreas urbanas da cidade de Altamira e por florestas revestidas de vegetação de selva primária e secundária, onde se localizam duas Bases de Instrução Militar, nas quais são realizadas diversas atividades operacionais da Organização Militar.

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de o ã h l a t a b 52 LVA E S E D IA ntAR infa o

Há 43 anos era fundado o 52º BIS. o pioneiro desta região e atualmente classificado como “Força de Ação Rápida Regional” é uma referência para a comunidade marabaense

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G

arantir o desenvolvimento das regiões sul e sudeste do Pará e atuar como força de pacificação permanente foram os pressupostos estratégicos da criação do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, o “Pioneiro da Transamazônica”, que atualmente conta com 785 militares.

O primeiro pelotão chegou a Marabá, onde a Organização Militar está situada, no dia 31 de janeiro de 1973. Os militares foram deslocados, por via aérea, da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, sediado em Belém. Seis meses depois, em junho, chegaram à cidade os outros dois pelotões.

A instalação do 52° BIS está relacionada aos diversos fatores e conflitos existentes na região, destacando o Programa de Integração Nacional (PIN), criado pelo Governo Federal, com o intuito de colonizar a região Amazônica e a Guerrilha do Araguaia, que serviu como alerta para que as autoridades governamentais da época criassem as Unidades Militares nesta área.

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Diante desse contexto, a decisão de transferir a 3ª Companhia do 2º BIS representou o pioneirismo da presença militar na região e também na Rodovia Transamazônica, principal acesso terrestre à floresta tão cobiçada mundialmente. Desde sua criação, o 52º BIS colabora com a ordem e o progresso da cidade de Marabá, principalmente aos menos favorecidos que nas décadas de 70 e 80 sempre buscaram no “Pioneiro da Transamazônica” a garantia de seus direitos, tendo em vista ser um dos poucos representantes do Estado na cidade à época, conhecido pela comunidade marabaense como a “Polícia do 8”, em referência ao marco em que o batalhão se encontra na rodovia. Com o estabelecimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na cidade, o 52º BIS voltou-se prioritariamente para sua atividade fim, com constantes treinamentos para defesa externa e garantia da Lei e da Ordem. Além disso, permaneceu executando ações subsidiárias em favor da população carente da Amazônia Oriental, por meio de prestação de serviços e apoio aos municípios da região. Destaca-se, neste contexto, as constantes mobilizações dos militares para o socorro à população da Marabá Pioneira, por ocasião das enchentes dos Rios Tocantins e Itacaiunas, como os primeiros registros nos meses de janeiro e fevereiro de 1985, onde o batalhão abrigou cerca de 80 famílias em 250 barracas de 10 praças na Folha 28. O 52º BIS

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Cerimônia de Formatura no quartel do 52º no ano de 1978

também sempre esteve atuando diretamente na garantia da lei e da ordem nas eleições nos municípios desta região da Amazônia Oriental, com o primeiro registro datado de 15 de novembro de 1982, sendo essa atividade comumente realizada até os dias atuais. A mão amiga da tropa também se faz presente à população, através de Ações Cívico Sociais (ACISO), sendo o seu primeiro registro datado de 27 de dezembro de 1973, através de um convênio com a FUNRURAL para assistência ao trabalhador do campo. Naquele ano, a atuação se deu em Ma-

rabá, nas aldeias da etnia Suruí, em “São Domingos das Latas”, em Itupiranga, na Vila Landim, em São João do Araguaia, e Vilas Apinagés, Santa Rita, Santa Luzia e São José. Desde então, o 52º BIS se faz presente nas comunidades do sul e sudeste do Pará através desta atividade. O 52º BIS também integrou o 9º e 20º Contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), com uma Companhia de Fuzileiros de Selva e integrantes da Companhia de Comando e Apoio, participando da bela história que as tropas brasileiras vêm escrevendo no Haiti.


O “Pioneiro da Transamazônica” foi instalado com apenas 30 homens

52o BIS nasceu com apenas 30 militares O 52º Batalhão de Infantaria de Selva foi criado pelo Decreto Nº 71.785, de 31 de janeiro de 1973, tendo como sede a cidade de Marabá. O primeiro pelotão, originado da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, da cidade de Belém, era constituído por 30 militares comandados pelo capitão Manoel Valter de Carvalho Lima. Esse efetivo foi, também, o

primeiro núcleo de uma Organização Militar ao longo da Rodovia Transamazônica. A partir de 1º de novembro de 1973 foi concedida autonomia administrativa ao Batalhão e ao longo dos anos diversas portarias modificaram sua estrutura até sua composição atual. Em 24 de julho de 2000 a Unidade se tornou “Força de Ação Rápida Regional”, sendo

o pioneiro nesta classificação operacional na Amazônia Oriental. Atualmente, no conjunto arquitetônico localizado às margens da rodovia, estão situados o pavilhão de comando e os pavilhões das três companhias de Fuzileiros de Selva, da Companhia de Comando e Apoio, da Base Administrativa e do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva.

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o ã h l a 53 bat a i r a nt a inf de a v l e s de o

Em Itaituba, o 53º Batalhão de Infantaria de Selva prepara seu efetivo de 720 militares para atuação em uma área de 6.740.000 m² em 7 municípios do oeste do Pará

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Emprego do “Batalhão Tapajós” > Executar operações de combate, ofensivas e defensivas, em áreas de selva, em quaisquer condições climáticas e meteorológicas > Participar de operações aeromóveis e aerotransportadas > Participar de operações contra forças irregulares > Participar de ações subsidiárias > Participar de operações de garantia da lei e da ordem

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S

endo uma unidade de selva, voltada à preparação diuturna de seus quadros e na formação de reservistas aptos a atuar neste ambiente, o 53º Batalhão de Infantaria de Selva (53º BIS), ou apenas Batalhão Tapajós, também executa ações subsidiárias e colabora com órgãos de segurança pública na pacificação da área conhecida como “Tapajós-Cachimbo”, participando de operações de desarmamento, por meio do estabelecimento de postos de bloqueio e controle de estradas e, ainda, na assistência às populações carentes. Esta unidade do Exército Brasileiro está sediada em Itaituba, no sudoeste do Pará, e é subordinada à 23ª Brigada de Infantaria de Selva desde 1976. Foi criada, no entanto, três anos antes, em janeiro 1973, ficando sob a gestão direta da 8ª Região Militar, sediada em Belém. As instalações foram concretizadas a partir de 7 de janeiro de 1975, tendo como primeiro comandante interino o capitão de Infantaria Luiz Fragoso de Albuquerque. A primeira incorporação de recrutas da unidade aconteceu em 3 de março de 1975, somando 165 soldados. Deste efetivo, somente nove eram cidadãos itaitubenses, os demais vieram do excesso de contingente do 8º Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Santarém. O batalhão teve como primeiro comandante efetivo o major de Infantaria Wanderley Gomes de Moraes, que o assumiu o posto em 14 de junho de 1975. Com a instalação da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, o 53º Batalhão de Infantaria de Selva passou a ser subordinado, em 15 de dezembro de 1976, à nova grande unidade criada. O aniversário do Batalhão Tapajós é comemorado no dia 2 de janeiro, haja vista que neste dia, em 1918, foi criado o 45º Batalhão de Caçadores, do qual se originou o 1º Batalhão de Infantaria de Selva, que mais tarde seria o embrião do 53º BIS. Esta Organização Militar é composta por três Companhias de Fuzileiros de Selva e uma Companhia de Comando e Apoio, possuin do

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área de 6.740.000 m², o equivalente a 674 campos de futebol, banhada, em parte, pelo rio Tapajós. O terreno é uma extensão das edificações da unidade e revestido de selva primária, dispondo de quatro bases de selva onde são realizadas a maioria das atividades operacionais do batalhão.

A área de jurisdição do 53º Batalhão de Infantaria de Selva, que possui empreendimentos de alta sensibilidade econômica, como a Mineração Rio do Norte, abrange os municípios de Itaituba, Trairão, Novo Progresso, Jacareacanga, Aveiro, Rurópolis e Placas, todas no Pará.


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de o p u 1 gr a i r a artilh a h n a p m a c de a v l e s de o

Sediada em Marabá desde 6 de junho de 2005, o 1º GAC SL é a única unidade de artilharia do Exército na Região da amazônia oriental e possui um invejável acervo histórico

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EXECUÇÃO DE TIRO DE SALVA DURANTE SOLENIDADE MILITAR NO AQUARTELAMENTO DA UNIDADE

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regimento floriano durante a campanha da força expedicionária brasileira na 2ª guerra mundial

C

onsiderada a mais antiga unidade de Artilharia, descendente direta da Velha Corporação criada por Gomes Freire, o 1° GAC Sl foi criado em 24 de setembro de 2004, assumindo o acervo-histórico da 1ª/23ª GAC SL (OM pioneira de Artilharia de Selva) e está sediado em Marabá desde o dia 6 julho de 2005, dentro do que estabeleceu o plano de reestruturação do Exército Brasileiro. Criado pela Carta Régia de 16 abril de 1736, com a missão de guarnecer as fortalezas que defendiam a cidade do Rio de Janeiro, reunindo durante todo século XVIII todas as bocas de fogo existentes naquela guarnição, ela tornou-se a primeira Unidade de Artilharia criada no Brasil. Mas foi em 1857 que a OM veio a receber seu integrante mais ilustre, pois foi naquele ano que sentou praça e prestou o seu Juramento à Bandeira, Floriano Peixoto, o seu patrono, o “Marechal de Ferro” e consolidador da República.

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Mas o 1º GAC Sl não se destaca exclusivamente por sua antiguidade e a presença de personalidades ilustres em sua galeria dos antigos comandantes. O Regimento Floriano participou do cerco a Montevidéu, na consolidação da Independência e contribuiu de forma decisiva nas operações da Guerra do Paraguai com importantes feitos militares para o Brasil, das quais se destacam: Ilha da Redenção, as batalhas Tuiuti, Lomas Valentinas, Rendição de Humaitá e a Campanha da Cordilheira. Após o término da guerra da Tríplice Aliança, retornou ao Rio de Janeiro sob o comando de Deodoro da Fonseca. Citam-se ainda as participações nos seguintes da história do Brasil: Canudos, Proclamação da República, bloqueio aos navios da Marinha na Baía de Guanabara, Movimento Tenentista e Revolução Constitucionalista.

A unidade juntou a seus feitos as gloriosas páginas vividas pela Força Expedicionária Brasileira (FEB). Combateu em Monte Castelo, realizando mais de 45 missões de tiro e lançando aproximadamente 6.000 granadas em apenas um dia. Combateu ainda em Montese, Castelnuovo, La Sierra e Camaiore. Em 31 de março de 1964, o Regimento Floriano traduziu a vontade popular e participou do estabelecimento da ordem na contra-revolução democrática, entrando em posição de tiro na divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Por este e outros feitos, o Regimento foi condecorado com a Cruz de Combate 1ª Classe, a Ordem do Mérito Militar e a Ordem do Mérito das Forças Armadas, mais alta comenda do Ministério da Defesa. É a única organização militar expedicionária na Amazônia.


Búfalo, bastante resistente, é animal símbolo do 1º GAC

Búfalo é meio de transporte o no 1 GAC sl

Em Marabá, o Grupo de Artilharia de Campanha usa como um dos meios de transporte o búfalo, animal com grande força física, ideal para vencer as áreas íngremes da floresta no trans-

porte de suprimentos e equipamentos, em caso de necessidade. É um animal que suporta uma carga equivalente ao seu próprio peso, o que facilita o transporte de material.

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o ã h l a t a b 23 o C I T lOGÍS a v l e de s o

Com um quadro operacional de 537 militares, o 23° Batalhão Logístico de Selva dá a sustentação necessária às operações da 23ª Brigada DE INFANTARIA DE SELVA

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Vista aérea do 23º Blog, situado na Rodovia Transamazônica, em Marabá

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O

23º Batalhão Logístico de Selva foi criado pelo Decreto nº 92.171, de 18 de dezembro de 1985, com a finalidade de proporcionar o apoio necessário para as operações da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. O aquartelamento da Unidade foi construído durante dois anos, entre 1986 e 1987, sendo que no dia 30 de janeiro de 1988 foi hasteado, pela primeira vez, o Pavilhão Nacional na Unidade, que teve como primeiro comandante o Coronel de Infantaria Marcos Roberto Ferreira. Com quase três décadas de existência, o batalhão tem participado de diversas operações militares, tanto de preparo como de emprego, nas quais, superando as dificuldades impostas pelas características da Região Amazônica, sempre atendeu às necessidades logísticas da 23ª Brigada de Infantaria de Selva.

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Atualmente, o 23º B Log Sl é composto pela Companhia de Comando e Apoio (Cia C Ap), pela Companhia Logística de Suprimento (Cia Log Sup), pela Companhia Logística de Manutenção (Cia Log Mnt) e pela Companhia Logística de Saúde (Cia Log Sau). Localizado às margens da Rodovia Transamazônica, na cidade de Marabá, município de posição geográfica privilegiada e polo regional econômico, além de sua atividade-fim, o 23º B Log Sl participa ativamente das atividades cívico-sociais na comunidade marabaense, apoiando os esportes, as campanhas de vacinação e o socorro às vítimas de enchentes, entre outras atividades. Capaz de atuar nas funções logísticas que lhe são afetas, o Batalhão tem como lema: “União, Integração de Esforços e Trabalho em Conjunto”. O 23º B Log está sempre pronto para levar às unidades da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, a logística na medida certa.

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de o ã r d a u q s e 3 2 a v l e s de a i r a l cava o

Criado há doze anos, o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva é uma unidade singular no âmbito do exército brasileiro e fortalece a segurança da Usina Hidrelétrica de Tucuruí

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E

m 31 de dezembro de 2004, o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva, localizado em Tucuruí e também conhecido como “Esquadrão Lanceiros da Selva”, foi criado a partir do 23º Pelotão de Cavalaria Mecanizado, então localizado em Marabá. Sua origem se deu a partir da Portaria 642, de 24 de setembro daquele mesmo ano, publicada no Boletim do Exército Nº 040, em 1º de outubro. O 23º Pelotão de Cavalaria Mecanizado havia sido criado, por meio da Portaria 275, em 13 de Maio de 1998, e era diretamente subordinado ao Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. Os recursos humanos e materiais do pelotão foram deslocados da capital do Rio de Janeiro, oriundos do 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado, ocupando naquele momento as instalações da 3ª Companhia do 51º Batalhão de Infantaria de Selva (51º BIS), que retornou à sua sede atual, em Altamira.

Como subunidade independente e com autonomia administrativa, o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva tem organização atípica - em pessoal e material - em relação às demais tropas da Cavalaria do Exército Brasileiro, por ser o único Esquadrão de Cavalaria de Selva do país. É constituído, em seu Quadro de Cargos, por Comando e Estado-Maior, dois Pelotões de Exploradores, um Pelotão de Fuzileiros Mecanizado, um Pelotão de Comando e Apoio e uma Base Administrativa tipo Subunidade (SU). Peça de manobra dotada de grande mobilidade e flexibilidade, o Esquadrão de Tucuruí está apto a operar em ambiente de selva, em ações para Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou em operações de defesa externa, principalmente, nas missões típicas da Arma de Cavalaria: o reconhecimento e a segurança. O espírito da Arma de Cavalaria e a busca da ampliação do nível de operacionalida-

de do Esquadrão balizam o preparo e o emprego da Organização Militar. Apesar de sua curta existência, a tropa já contribuiu três vezes com o Batalhão Brasileiro de Força de Paz no Haiti (BRABAT). Em 2009 foram enviados àquele país 34 militares, em 2011 outros 54 militares e em 2014 mais 78 homens. Nestas ocasiões, estes militares muito contribuíram para a notoriedade e credibilidade da Organização Militar junto à Brigada de Infantaria de Selva e ao Exército Brasileiro. Os seus integrantes orgulham-se de pertencerem à única unidade de Cavalaria de Selva do Exército Brasileiro, realizando um engrandecedor trabalho em prol do desenvolvimento na sua região de atuação. O Centro de Documentação do Exército considera como data de aniversário do “Esquadrão Lanceiros da Selva” o dia 13 de maio, data de criação do 23º Pelotão de Cavalaria Mecanizado.

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de a i h n a p m o 23 c s e õ ç a nic u com de selva a

23ª Companhia de Comunicações de Selva tem a missão precípua de prestar apoio de comunicações eficiente e eficaz à 23ª Brigada em suas ações e operações

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A

23ª Companhia de Comunicações de Selva foi criada pelo Decreto nº 23.189, de 29 de agosto de 1986 como parte orgânica da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. Constante do projeto de Modernização da Força Terrestre (FT90), teve a construção de suas edificações iniciadas no ano de 1988. Seus primeiros integrantes desenvolviam suas atividades em um núcleo instalado junto ao 23º Batalhão Logístico de Selva. A criação efetivou-se pela Portaria Ministerial nº 046-Res, de 16 de outubro de 1986, com a denominação inicial de 23ª Companhia de Comunicações e posteriormente foi alterada pela Portaria Ministerial nº 013-Res, de 7 de maio de 1987, para 23ª Companhia de Comunicações de Selva. Suas instalações iniciais estavam localizadas na Rodovia Transamazônica, Km 7, em Marabá–Pará. Atualmente, essas instalações são ocupadas pelo 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva. Em 13 de junho de 2005 deixou suas instalações iniciais e foi transferida para o Quartel General Integrado da 23ª Brigada de Infantaria de Selva.

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Companhia de Comando a da 23 brigada de infantaria de selva Braço direito da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, a Companhia de Comando também completa em 2016 40 anos de existência

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A

Companhia de Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, localizada atualmente na Folha 23, Quadra especial – Nova Marabá, foi criada juntamente com a 23ª Brigada de Infantaria de Selva em 9 de junho de 1976. Funcionou, primeiramente, no aquartelamento do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, vindo a ocupar as atuais dependências em 30 de setembro de 1987, juntamente com o Cmdo da 23ª Bda Inf Sl.

Com a missão de apoiar o Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva em pessoal e material e, ainda, prover a sua segurança, a Companhia de Comando participa de todas as operações em que a Brigada é empregada, propiciando o suporte em recursos humanos e administrativos necessários ao funcionamento do Comando da 23ª Bda Inf Sl.


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33 pelotão de o cit r é ex o d a políci o

Criado em 1987, o 33º Pelotão de Polícia do Exército desenvolve distintas ações previstas dentro do quadro de suas responsabilidades

R

ealizar patrulhamento ostensivo, escolta e guarda de presos, escolta e segurança de autoridades e segurança de instalações estão entre as ações desenvolvidas pelo 33º Pelotão de Polícia do Exército. Criado em Marabá no dia 4 de junho de 1.987, a organização do pelotão passou a ser realizada a partir de 1° de janeiro de

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1988 e em 1989 sendo incorporada a primeira turma do contingente. A partir de então se iniciaram os trabalhos de construção de suas dependências, inicialmente situadas na Vila Militar Presidente Costa e Silva. Três anos depois, em 1992, o Pelotão PE passou a ocupar as atuais dependências, na área do Quartel General

Integrado da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, permanecendo mais próximo do Comando da Brigada, otimizando a execução de suas missões. O principal papel da Polícia do Exército é assegurar a manutenção da disciplina e o cumprimento das leis, ordens e regulamentos, fundamentando-se nos princípios de


“orientar o responsável, corrigir o irresponsável e prender o incorrigível”. Anualmente, os componentes do pelotão são submetidos a diversos estágios para adequadamente desempenharem suas funções. Dois deles são o Estágio de Adestrador de Cães e o Estágio de Motociclista Militar, ambos com participação de mi-

litares de toda a guarnição, além de representantes das Forças Auxiliares e entidades municipais, estaduais e federais, aumentando o congraçamento entre o Exército Brasileiro e os demais órgãos de Segurança Pública. São realizados também o Estágio de Policial de Dia, visando preparar e ni-

velar o conhecimento dos sargentos que tiram o serviço em prol da Guarnição de Marabá, e também o Estágio de Prevenção de Acidentes com Motocicleta, ministrado a todas as Organizações Militares de Marabá e com foco na diminuição dos acidentes de moto sofridos por militares na cidade.

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braço forte - ANO DE INSTRUÇÃO

E

m todo o Brasil, o ano de instrução é planejado e conduzido pelos Comandantes das OM’s, de acordo com as diretrizes das Brigadas, alinhadas com as determinações dos Comandos Militares de Área e do Comando de Operações Terrestres (COTER). Corresponde a todas as atividades compreendidas entre os preparativos para a solenidade de incorporação e a baixa dos soldados do efetivo variável, englobando as instruções dos períodos de Instrução Individual Básica (IIB) e do período da Instrução Individual de Qualificação (IIQ), além das instruções para os quadros, adestramentos e atividades específicas, tais como as competições esportivas. Na área da 23ª Bda Inf Sl, desde sua criação, o ano de instrução é ministrado de acordo com as peculiaridades das Organizações Militares situadas em área de selva.

Competição Militar de Corrida com Toros na Guarnição de Marabá em 2004

Acampamento dos recrutas do 51º BIS em 2004

Operação boina da 23ª Cia Com Sl em 1990

Solenidade de abertura da primeira Olimpíada da 23ª Bda Inf Sl em 1989

primeira incorporação no 50º bis em 1975

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Simulação de acidente em exercício da Base Logística de Brigada executada pelo 23º B Log Sl em 2015


Adestramento do 23º Pelotão de Cavalaria MecanizadO em 2000

Instruções de técnicas Aeromóveis no 53º BIS em 2011

Ginástica com toros no treinamento físico militar do 23º B Log Sl em 1992

Equipes esportivas do 52º BIS nas olimpíadas da Brigada de 1989

Guarnição da Peça da 1ª Bateria de Obuses do 1º GAC SL em 2005

Execução da técnica de Infiltração fluvial da “espinha de peixe” do 51º BIS em 2014

Instrução de transposição do Curso D´água do 52º BIS em 1998

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Braço forte - Estágio de Adaptação à Vida na Selva

O

Estágio de Adaptação à Vida na Selva (EAVS) é ministrado para todos os militares do efetivo profissional recém-chegados às unidades do Exército Brasileiro na região amazônica, sempre no início de cada ano de instrução. Neste estágio, o militar tem o primeiro contato com as dificuldades inerentes e específicas do combate em áreas de selva.

EAVS do 52º BIS em 2013

EAVS do 53º BIS em 2011

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EAVS da Guarnição de Marabá em 2016

EAVS no 50º BIS em 1996


Braço forte Estágio Básico do Combatente de Selva

O

Estágio Básico do Combatente de Selva (EBCS) é ministrado para todo o efetivo de soldados incorporados no respectivo ano de instrução. No EBCS, o soldado recém incorporado tem as primeiras instruções de vida na selva e realiza sua iniciação nas técnicas específicas para capacitá-lo a operar no ambiente de selva.

EBCS do 53º BIS em 2016

EBCS do 50º BIS em 2008

EBCS de Marabá em 1993

EBCS do 52º BIS em 1983

EBCS do 52º BIS em 1989

instrução de ofidismo no eBCS do 51º bis em 1998

EBCS do 50º BIS no Rio Tocantins em 1996

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Braço Forte - Preparo: Solenidades militares, inspeções e reuniões

Comandante Militar do Norte na Guarnição de Marabá em 2016

Passagem de Comando da 23ª Bda Inf Sl em 1980 do Gen Jejuhy para o general Jesus. Quem presidiu a solenidade foi o comandante militar da Amazônia general de exército Rosalvo Eduardo Jansen, contando com a participação do então governador do Pará, coronel Alacid Nunes

Entrega da Boina aos novos alunos do Curso de Formação de Sargentos no 51° BIS em 2016

Abertura da Reunião de Comando em Marabá em 1990

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Formatura do Dia da Infantaria no 50 BIS em 1995


Reunião de Comando da 23ª Bda Inf Sl em 1995 em Altamira

Inspeção do Cmt da 23ª Bda Inf Sl- 53° BIS - 2012

Visita da Escola de Comando e Estado-Maior do exército à Marabá em 1983

Passagem de Comando da 1ª Bateria do 23º GAC Sl em 2002, unidade englobada pelo 1º gac sl em 2005

Visita de Inspeção ao 50° BIS em 1978

Visita do Comandante Militar da Amazônia ao 52° BIS em 1982

Visita do Ministro do Exército ao 23° B Log Sl - 1991

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Braço Forte - Preparo: reconhecimentos, operações e exercícios militares

E

m 40 anos a 23ª Bda Inf Sl foi empregada e conduziu diversas operações militares para assegurar o adequado nível de preparo de sua tropa. A seguir, o leitor acompanha um mosaico fotográfico de uma parcela representiva das diferentes atividades de adestramento realizadas.

1º GAC Sl na Operação Curionópolis em 2000

23ª Bda Inf Sl em Serra Pelada no ano de 2015

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1º GAC Sl na Operação Timboteua em 2013

23ª Bda Inf Sl em Serra Pelada no ano de 1983


23º B Log Sl na Operação Tarauacá em Tefé-AM no ano de 1996

Embarque do 53º BIS para a Operação Tarauacá em 1996

marcha através selva do 50º bis em 1975

51º BIS na Operação Assurini em 2011

52º BIS na Operação Amapá em 1996

53º BIS na Operação Cachimbo em 1995

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Apresentação para o Comandante Militar da Amazônia no PC da Brigada durante Manobra em Roraima em 1982

Marcha através selva do 53º BIS em 2015

Exercício de Mobilização realizado pelo 52º BIS em 1996

Operação Xingu em 2012

Jogos de Guerra da 23ª Bda Inf Sl em 2008

Manobra em Roraima em 1982

comandante militar do norte na operação terra do meio em 2014

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Operação Ajuricaba em 2005

Operação Surumu em Roraima no ano de 1995

Operação Amazônia Oriental em Vitória do Xingu - ano de 2015

Operação TUCURUÍ em 2013

Operação Transamazônica em 2012

Operação TUCURUÍ em 2013

Marcha Fluvial da Operação Terra do Meio no rio Iriri em 2014

Operação Transamazônica em 2012

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Braço Forte - Emprego: operações de garantia da lei e da ordem e em apoio à ordem econômica

Operação Barragem A 23ª Bda Inf Sl desenvolveu a Operação Barragem em 2007, com o objetivo de preservar o patrimônio da União, realizando Operações de GaranOPERAÇÃO Real Plus - 1994 tia da Lei e da Ordem, de maneira emergencial e temporária, restabeleA 23ª Brigada de Infantaria de Selva empenhou-se na Operação Real cendo a Ordem Pública e mantendo as instalações da Usina Hidrelétrica Plus , de 07 a 22 de julho de 1994, empregando grande parte de seu de Tucuruí. Participaram da Operação o Comando da 23ª Bda Inf Sl, o 51º efetivo na segurança da troca da moeda nacional, do Cruzeiro Real BIS, o 52º BIS, o 1º GAC Sl, o 23º B Log Sl, o 23º Esqd C Sl, a 23ª Cia Com Sl, a Cia C/Bda, e o 33º Pel PE. pelo Real.

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Operação Eldorado A Brigada executou de 19 a 23 de Abril de 1996 a Operação Eldorado, em Eldorado do Carajás, proporcionando segurança durante o velório e enterro das vítimas, além de executar Ação Cívico Social (ACISO) no município de Curionópolis.

Operação ItacaiÚnas A Brigada executou de 23 de outubro a 8 de novembro de 1996 a Operação Itacaiúnas, na retomada do controle de Serra Pelada e desarmando os moradores da região de Operações. A Operação Itacaiúnas exigiu um esforço especial da 23ª Bda Inf Sl, pois foi desencadeada durante a realização de um exercício de adestramento na fronteira do estado do Amapá com a Guiana Francesa. Tal fato determinou a interrupção do exercício e o desdobramento imediato das tropas da Brigada no terreno.

Operação Pará/Pacajá 2005 Em decorrência da morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, houve o desencadeamento da Operação Pará/Pacajá 2005 entre 16 de fevereiro de 2005 e 16 de dezembro de 2005, com o objetivo de cooperar na pacificação da área, atuar em operações de segurança, apoiar ações policiais e realizar operações de desarmamento. A operação foi conduzida pelo Comando da 23ª Bda Inf Sl e contou com a participação de todas as Organizações Militares integrantes da Brigada e outras tropas do Exército Brasileiro.

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Braço Forte - Emprego: Operações Conjuntas, Interagências e Garantia de Votação e Apuração

Apoio ao IBAMA realizado pelo 51º BIS em Altamira em 1999

Grupo de Trabalho Araguaia - apoio do 23 BatalhãoLogístico de Selva em Xambioá

Apoio aos brigadistas realizado pelo 50º BIS em Imperatriz-MA em 2008

Operação de Garantia da Votação e Apuração - realizada pela 23 Brigada de Infantaria de Selva em Marabá - PA em 1986

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Explosão de Pista Ilegal no Amapá na faixa de fronteira com a Guiana Francesa durante a Operação Agata 8 em 2014

Explosão de Pista Ilegal no Amapá na faixa de fronteira com a Guiana Francesa durante a Operação Agata 8 em 2014

OPERAÇÃO APYTEREWA - 23º batalhão logístico de Selva operando em São Félix do Xingú - PA em 2016

Operação de Garantia da Votação e Apuração - realizada pelo 52º BIS em Parauapebas - PA em 2010

Operação de Garantia da Votação e Apuração - realizada pelo 50º BIS EM XAMBIOá - TO realizadA em 2008

Operação HilEia Pátria na região de Moraes Almeida em 2014

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s e õ s s i m s a u D

iti a H o n 23ª Brigada de infantaria de selva participou de duas operações de paz nos anos de 2009 e 2014, integrando a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti

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N

os anos de 2009 e 2014, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva foi responsável por treinar e enviar ao Haiti dois contingentes do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABAT-9 e depois BRABAT-20), integrando a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti. A experiência da 23ª Brigada foi a primeira em que militares brasileiros trocaram os exercícios de combate e defesa da floresta amazônica por uma selva de pedra, sem infraestrutura e com muita miséria. Os preparativos para as duas operações ocorreram em Marabá. Na primeira, em 2009, foram enviados ao país um grupo de 888 militares do Exército, além de outras forças militares. Naquele ano, foram empregados 393 militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, sendo 28 do 50º BIS, 81 do 51º BIS, 141 do 52º BIS, 27 do 53º BIS, 9 do 1º GAC de Selva, 43 do 23º B Log de Selva, 2 do Comando da Brigada, 15 da Cia Com, 28 do 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva e 16 do 33º Pel PE.

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O contingente de 2014 da 23ª Brigada de Infantaria Selva foi integrado ao 20º Batalhão de Infantaria de Força de Paz Brasileiro (BRABAT 20) da Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti. No total foram enviados 634 militares da Brigada, sendo 54 do 50º BIS, 81 do 51º BIS, 149 do 52º BIS, 140 do 53º BIS, 11 do 1º GAC de Selva,

73 do 23º B Log de Selva, 3 do Cmdo Bda, 7 da Cia Cmdo, 26 da Cia Com, 78 do 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva e 12 do 33º Pel PE. No segundo contingente, militares da Brigada foram deslocados a partir do dia 13 de maio de 2014 e retornaram ao Brasil até o dia 13 de dezembro, data do desembarque do último voo.


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o ã M e te r o braço f s a n m é b m a amiga t ruas do Haiti

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Os homens das forças de paz da 23ª Brigada de Infantaria de Selva colaboram na reconstrução do Haiti, incluindo a realização de ações sociais e a limpeza das áreas. O Haiti é o país mais pobre das Américas. Em janeiro de 2010, foi atingido por um terremoto que atingiu principalmente a capital do país e matou cerca de 220 mil pessoas. Mais de 2,3 milhões foram deslocadas e muitas não conseguiram retornar às suas casas.

Depois que o 20º contingente retornou ao Brasil, no dia 29 de maio de 2015, como parte das comemorações do Dia Internacional do Peacekeeper, a Prefeitura de Marabá, por intermédio da Secretaria de Agricultura, inaugurou o Bosque BRABAT – Soldados da Paz. No evento, foram plantadas 200 mudas de árvores nativas por autoridades militares que participaram de missões da Organização das Nações Unidas e por alunos da rede municipal.

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Mão Amiga: Apoio à EDUCAÇÃO e AO Desenvolvimento Social

Visita de colegiais ao 50º BIS em 1997

Apoio ao Projeto Rondon no Sudeste do Pará realizado em 2015

Desfile Cívico Militar de 7 Setembro no ano de 1982. Culto às tradições Regionais em Marabá

Desfile Cívico Militar de 7 Setembro, participação do 53º BIS em Itaituba - PA em 1980

Apoio da Banda de Música da 23ª Bda Inf Sl a atividades escolares em Araguaína no ano de 2016

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Desfile Cívico Militar de 7 Setembro, participação do Pelotão de Cavalaria Mecanizado em Marabá no ano de 1998


Entrega de Bandeira Nacional a entidades escolares realizada pela 23ª Bda Inf Sl em Marabá em 1989

Realização do recrutinha por 1 dia na 23ª Cia Com Sl em Marabá-PA em 2000

Palestra em escola do ensino fundamental de Marabá no ano de 2014

Projeto Soldado Cidadão em Marabá no ano de 2008

Reforma da Escola Municipal João Rodrigues da Silva, realizada pelo 51º BIS em Altamira em 1993

Assistência à comunidade ribeirinha realizado pelo 51º BIS no rio Iriri em 2014

Visita de Escolares às instalações do 52º BIS em 1983

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Mão Amiga: Apoio à Saúde

Ação Cívico Social (ACISO) realizada pelo 50° BIS na Localidade de Palmares-MA em 1997

Ação Cívico Social (ACISO) realizada pela 23ª Bda Inf Sl em Roraima - RR no ano de 1982

Ação Civico Social (ACISO) realizada pelo 51° BIS em Altamira-PA em 1975

Ação Civico Social (ACISO) realizada pelo 52° BIS em São Domingos do Araguaia em 1983

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Apoio à Campanha de vacinação de animais realizada pelo 51° BIS em AltAmira-PA em 1992


Apoio ao Combate À malária realizado pelo 53º BIS na localidade de Moraes de Almeida, em 1983

Distribuição de gêneros alimentícios realizada pelo 50º BIS no Sul do Maranhão em 1990 Apoio no coMbate À Dengue realizado pelo 51° BIS em Altamira- PA em 2002

Operação de combate À DENGUE realizada pela 23ª Cia Com sl em Marabá-PA em 2016

Projeto Zica Zero, realizado pelo 23º Esqd C Sl em Tucuruí no ano de 2016

Apoio À III meia Maratona Pakatejê realizado em Bom Jesus do Tocantins no ano de 2014

Pista de Combate ao Aedes Aegipty realizada pela Cia de Cmdo da 23ª Bda Inf Sl em Marabá no ano de 2015

Combate ao mosquito da malária realizado pelo 52º BIS na área rural de São Geraldo do Araguia em 1998

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Mão Amiga: Apoio à Defesa Civil, Preservação do Meio Ambiente e Resgates

Resgate e apoio às famílias atingidas por enchentes realizado pelo 23° ESqd C Sl em Tucuruí em 2014

Distribuição de alimentos realizada pelo 50°BIS em Imperatriz em 1990

Conscientização Ambiental apoiada pela 23ª Bda Inf Sl no Oiapoque - AP em 2012

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Plantio de árvores realizado pelo 51º BIS em Altamira em 1998


Resgate e apoio a famílias atingidas por Enchente realizado pelo 51° BIS em Altamira- PA em 1999

Resgate da indígena que se encontrava perdida na mata realizado pelo 51º BIS em uruará em 2016

Apoio à localização de Funcionário da Vale na Floresta Nacional dos Carajás, realizado pelo 52º BIS em Parauapebas - PA em 2015

Resgate e apoio às famílias atingidas por enchentes realizado pelo 50° BIS em Imperatriz -MA em 2003

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Campanha “plante o verde da nossa bandeira” comemorativa ao Dia da Bandeira de 2015

Resgate e apoio às famílias atingidas por enchentes realizado pelo 51° BIS em Altamira- PA em 1999

Resgate e apoio às famílias atingidas por Enchente realizado pelo 50° BIS em Imperatriz -MA em 2004

Resgate e apoio às familias atingidas por enchentes realizado pelo 50° BIS em Imperatriz -MA em 2002

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Resgate e apoio às familias atingidas por enchentes realizado pelo 52° BIS em Marabá no ano de 2009

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FAMÍLIA MILITAR: integração e apoio O Hospital da Guarnição de Marabá, desde seu estabelecimento como Núcleo, sempre se constituiu em suporte fundamental à família militar da 23ª Bda Inf Sl.

Competição Infantil de Natação para a família militar realizada pelo 51º BIS em Altamira no ano de 1980

Comandante da 23ª Bda Inf Sl presidindo A passagem de comando do núcleo do Hospital de Guarnição de Marabá em 1994

Culto ecumênico no 50º BIS em 2002

Curso de Extensão Cultural da Mulher 2016

Comandante do Exército visitando o Hospital de Guarnição de Marabá em 2014

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Estágio Boina da Mirim realizado em Marabá na semana da Criança em 1994


Apoio do 23º Esqd CAV Sl ao Círio de Nazaré em 2010

Estágio de Adaptação à Vida na Selva na Guarnição de Marabá em 2012

encontro com a reserva ativa 2016

Participação da Banda de Música da 23ª Bda Inf Sl em concerto realizado no estádio Municipal de Marabá com a participação da FamÍlia Militar em 1990

Projeto Soldado por um dia do 50ª BIS no ano de 1990

Inauguração da Vila Militar Presidente Costa e Silva em 1987

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a m u e o d a d l o Um s a m u a r a p o ã ç can a d a g i r B nde a r g Atualmente sargento reformado do Exército Brasileiro, Gilson Sena de Jesus relembra o ambiente de uma missão em Roraima em que compôs a Canção da 23ª Brigada de infantaria de selva

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“Quando cheguei próximo da minha cama havia uma folha de papel e uma caneta ao lado e veio o pensamento de fazer alguma coisa inspirada na operação, então escrevi o poema todo de uma vez. Deixei ali e no outro dia o pessoal leu, já foi gostando e já foi espalhando a canção”. Gilson Sena de Jesus

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Ouça a Canção da Brigada acessando este QR Code

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ara mim é motivo de muito orgulho. Eu fico emocionado ao ver todo mundo cantando esta canção e em fazer parte da história da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. É maravilhoso”, diz, sorrindo, o sargento reformado do Exército Brasileiro, Gilson Sena de Jesus. Morador de Marabá, responsável por escrever a primeira versão da letra e compor a música que hoje representa a “Brigada Pioneira” e que é assinada por ele e pelo general Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa. Citando os guardiões das florestas e dos rios e atribuindo a força dos guerreiros militares ao coração da selva, a canção já teve pelo menos duas letras antes da publicada oficialmente. Os primeiros versos foram rabiscados pelo então soldado Jesus em

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1993, a princípio como “Canção da Operação Surumu”, batizada em homenagem ao rio localizado ao norte do Estado de Roraima, onde os militares cumpriam uma missão. Acostumado a rabiscar poesias e frases durante as missões, o então soldado conta que ele e quatro colegas estavam em Boa Vista, jogando dominó após o jantar, quando o então capitão Paulo Cícero Jacinto de Menezes, mais tarde coronel e chefe do Estado Maior da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, ordenou que todos fossem dormir para iniciarem cedo as missões do dia seguinte. Sem sono e com as ideias bastante claras, veio a inspiração. A canção, dezenas de vezes repetida entre os militares, logo chegou aos ouvidos do general Paulo Roberto Yog de Miranda

Uchôa, então comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. Desconhecendo a canção, buscou saber dentre os oficiais do que se tratava e após saber que o então soldado havia escrito a composição para a operação, quis ouvir toda a música, cantada pelos militares reunidos. “O general adorou! Ele é compositor de canções militares e tem toda a sensibilidade para a música. Não só gostou, como tocou pra frente. Quando chegamos à Brigada partimos para a banda, o mestre colocou a música, fez a partitura, transformaram um hotel em estúdio, fizemos coral e gravamos a canção em fita cassete, na época”, relata. A fita com a gravação e a letra foram enviadas em seguida para todas as unidades que participaram da operação.


Canção da 23a Brigada de Infantaria de Selva Letra: General Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa e Cabo Gilson Sena de Jesus Música: General Uchôa Sou guerreiro da Amazônia Brasileira Das florestas e dos rios guardião; Garantindo tremular nossa bandeira Defendendo palmo a palmo nosso chão. Minha força vem do coração da selva, Que tornei minha aliada pra vencer Nosso brado é a homenagem do guerreiro Que nos enche de orgulho e de poder.

Vinte e três a pioneira Das Brigadas de selva do Brasil A Amazônia é o berço e o chão Verde altar para o guerreiro em oração “Senhor tu que ordenaste ao guerreiro da selva” Não importa onde quer que seja a luta. O que importa é se a ameaça for hostil; Pelos rios, pela selva, pelos ares, Lá estaremos em defesa do Brasil. União tropa de elite adestramento, Altivez, vigor moral e vibração; Conte com a Pátria com valor de seus guerreiros Da Amazônia vinte e três é a tradição.

Memórias de um general Relembrando o contexto em que foi eleita internamente a Canção da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, o general Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa relembra um café da manhã em um dos dias da Operação Surumu, quando ouviu ao longe alguns soldados cantando uma música que eles haviam composto. Chamei o líder, o Cabo Gilson, que cantarolou a música que haviam feito, com título e letra específica para a operação Surumu. “Gostei da iniciativa, principalmente porque se tratavam de soldados que estavam à retaguarda, mas vibrando e homenageando seus companheiros de 1º escalão”. Com sua experiência na composição de canções militares, General Uchôa recorda que sugeriu algumas mudan-

ças na música e na letra, que foram prontamente aceitas e orientou para treinarem com os demais membros da Companhia de Comando para cantarem, em homenagem aos demais participantes, quando da formatura final na área de concentração. “Foi um sucesso. Em vista disso, decidi que, enquanto durasse a lembrança daquela operação, aquela seria, para todos os efeitos, a Canção da Brigada. Entretanto, me comprometi com meu substituto que iria propor, em futuro breve, a canção propriamente dita. Mais tarde, fiz mais alguns ajustes na música, alterei o estribilho e fiz a letra. Desta forma, é com orgulho que vejo, hoje, a canção da 23ª Bda com letra do General Uchôa e Cabo Gilson de Jesus e música do General Uchôa”.

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Banda de música a da 23 bda inf sl Com 39 anos de existência, a Banda de Música da 23ª Brigada de infantaria de selva desempenha importante papel como instrumento fortalecedor do moral da tropa

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om vasto e eclético repertório e agradando aos mais variados gostos por onde quer que se apresente, a Banda de Música da 23ª Brigada de Infantaria de Selva foi criada um ano após a instalação da “Brigada Pioneira”, em 1977, no comando do general de Brigada Waldemar de Araujo Car-

valho. Formada por um efetivo inicial de 16 componentes, teve como primeiro mestre de música o subtenente Horácio de Souza e estava sediada no quartel do 52º Batalhão de Infantaria de Selva. Em 30 de agosto de 1991, no comando do General de Brigada Valdesio Guilher-

a Banda de Música da 23ª Brigada de infantaria de selva é composta de 35 músicos qualificados

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apresentação da Banda de Música para a comunidade de marabá em 2015

me de Figueiredo, foi transferida para a Companhia de Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, onde permanece atualmente. A Banda de Música desempenha importante papel no contexto do Exército Brasileiro, sendo um instrumento fortalecedor do moral da tropa. Sua contribuição junto à tropa se deve ao fato de ela ser responsável por manter a vibração e o garbo das unidades. Por essa razão, a profissão militar sempre se valeu de hinos, canções e marchas militares em tempos de guerra ou de paz. Além disso, a Banda de Música constitui um valioso meio de comunicação social no seu imperioso papel de relações públicas do Exército Brasileiro junto à sociedade marabaense, proporcionando, assim, um estreitamento entre ambos. Outro papel de destaque da Banda de Música diz respeito ao sentimento de patriotismo que ela produz na cidade e em municípios vizinhos levando, por meio dos acordes musicais, o culto ao civismo e à tradição militar, gerando assim sentimento nacionalista através de desfiles cívicos, retretas, concertos musicais e hinos pátrios. Estão vinculadas à Banda da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, também, as bandas de música dos quarteis de Imperatriz (50º BIS), Altamira (51º BIS) e Itaituba (53º BIS).

Banda da 23ª Brigada desfila em Marabá em 1978

Passagem de Comando no 50º BIS, em Imperatriz na década de 1990

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Foco na preservação do meio ambiente

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questão ambiental e a preservação dos recursos naturais são temas presentes na 23ª Brigada de Infantaria de Selva desde a década de 1970, quando foram criadas as Organizações Militares da Brigada. Desde então, a manutenção do patrimônio ambiental no entorno dos quartéis é das características das Unidades da “Pioneira da Amazônia. Ao longo dos anos, apesar do desmatamento nos arredores das cidades, as Organizações Militares continuaram mantendo uma boa cobertura vegetal em torno dos quartéis e das vilas residenciais das famílias militares. Selva!

ÁREA DO 53º BIS EM 2016

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ÁREA DO 53º BIS EM 1975


a h in v l Se e o r Pionei s e r a it l i m vivem entre As duas onças são mascotes do 52º BIS e vivem em recintos arejados e bem cuidadas por uma equipe bem treinada

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onça pintada é o principal símbolo da 23ª Brigada de Infantaria de Selva e também de outras 11 organizações que orbitam em torno dela. O animal é o maior felino da selva amazônica e o quartel do 52º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva) cuida de dois exemplares deste animal.

O mais popular e mais velho foi batizado de Pioneiro, uma alusão ao fato de que o batalhão é o Pioneiro da Transamazônica. Ele chegou ao quartel há 11 anos, depois de ter sido capturado por caçadores em uma fazenda no oeste do Pará. Pioneiro é bastante popular na cidade de Marabá e participa de solenidades militares no interior do 52º BIS, sempre dentro de padrões de segurança previamente avaliados. Selvinha, a fêmea, tem nove anos de idade e é mais arisca, não sendo autorizada a participar de solenidades. Ela foi encontrada em uma área de fazenda com cerca de dois meses de idade. Caçadores haviam matado sua mãe e as autorida-

des ambientais fizeram uma consulta ao comando do 52º BIS se não queria adotar mais um animal. Os dois animais vivem em recintos distintos e bem arejados dentro do 52º BIS e são cuidados por três tratadores. A onça-pintada está fortemente associada à presença de água e é notável como um felino que gosta de nadar. Tem uma mordida excepcionalmente poderosa, mesmo em relação aos outros grandes felinos. Isso permite que ela fure a casca dura de répteis como a tartaruga e de utilizar um método de matar incomum: ela morde diretamente através do crânio da presa entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro.

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Depoimentos e memórias sobre a Experiências inesquecíveis

Dúvida na localização “A 23ª Brigada de Infantaria de Selva surgiu da necessidade de proporcionar permanente presença de uma tropa eficiente na região conhecida como “Bico do Papagaio”, bem como às suas imediações, área essa que, à época, apresentavase bastante problemática em termos de segurança, palco recente da Guerrilha do Araguaia. Consta que nos estudos iniciais relacionados à criação dessa Grande Unidade houve dúvidas quanto à escolha de melhor localização de seu Comando, despontando então as cidades de Santarém (que dispunha de melhor infraestrutura e Marabá, melhor centralizada, prevalecendo a opção pela segunda, em decorrência de sua localização estratégica”. General de Brigada Manoel de Jesus e Silva

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“Eu me sinto muito à vontade quando venho ao 50º BIS. Batalhão que tive a singular oportunidade de comandar por duas vezes. Vejo as instalações atuais e me recordo das várias melhorias implantadas. Ali vivenciei muitas experiências inesquecíveis. Uma das maiores contribuições da Brigada para a região se refere à maior sensação de segurança entre Marabá e Imperatriz, hoje muito maior do que antes, para a qual contribuiu substancialmente a presença e atuação das tropas da Brigada, de diferentes formas e em diversos momentos, ao longo dos anos. Coronel Guilherme Baptista Ventura

Pioneiro no 50º BIS

“Decisivo em minha vida” “Incorporei como soldado no 51º BIS na primeira turma de conscrição do Batalhão, em 1975. Dei baixa no final do mesmo ano ao término do serviço militar. Tornei-me empresário com atuação em diferentes ramos na cidade de Altamira, tendo sido ainda secretário de Viação e Obras do município na década de 1990. Atualmente, sou diretor-presidente da Associação Comercial, Industrial e Agro Pastoril de Altamira. “Eu falo do batalhão com muita satisfação porque eu acredito que ele foi decisivo na minha vida”. Milton Elias Fischer, empresário

“Sou um dos pioneiros da implantação do Batalhão de Infantaria de Selva aqui em Imperatriz. Me desloquei de São Luís integrando o primeiro destacamento enviado para fundar o 50º BIS e até minha passagem para a reserva trabalhei muitos anos como motorista do comandante do Batalhão. É uma grande alegria ver a atual situação do batalhão e sua ampla estrutura após 40 anos. É muito bom verificar também como a cidade cresceu e melhorou”. Luiz Gonzaga, 3º Sgt R/1 do Quadro Especial


trajetória da 23a Brigada de selva Operações marcantes

Operação inesquecível Servi no Pelotão de Cavalaria Mecanizado em Marabá e vi sua transferência para Tucuruí em 2004. Participei de diversas operações, dentre as quais a que eu julgo mais interessante foi Ajuricaba, em função da Operação de Junção do Esquadrão com a tropa paraquedista. Todas as vezes em que a cidade Tucuruí necessitou de apoio, o Esquadrão prestou auxílio, empregando seus soldados e seu material”. 2º Sgt José Alexandre Marques da Silva

“Atuei no 51º BIS a partir da segunda metade da década de 1990. Ali pude aplicar ensinamentos adquiridos em minha formação e adquiri novos conhecimentos com os militares mais experientes. Inicialmente ocupei a função de comandante do Pelotão de Fuzileiros, mas após o conhecimento do comandante do batalhão que eu era estudante de engenharia mecânica, logo me designou para assumir o pelotão de manutenção e transporte, onde permaneci por quase dois anos. Para mim, a participação em várias operações é algo inesquecível, marcante mesmo”. George Luiz Rosário Brasil, ex-oficial no 51º BIS

Lições para sempre

Marcou a carreira “Tenho contato próximo com o Exército Brasileiro porque minha origem foi ali. Fui convidado para o cargo que ocupo hoje em função de estar no EB e ter essa experiência. Eu servi no Rio de Janeiro e em Belém, mas quando estava indo para Itaituba, para atuar na 23ª Brigada, coincidiu com essa oportunidade de ser convidado para trabalhar na Vale e a gente sabia que depois de três ou quatro anos teria de estar no mercado de trabalho. A Brigada tem papel importante nesta região e já presenciamos o apoio às comunidades carentes e em outras áreas. Tivemos situação de brigadista da empresa em que trabalho desaparecido na selva por dois dias e quando obtivemos o apoio da Brigada no dia seguinte ele foi encontrado”.

“A Brigada exerce papel fundamental nesta região e veio se instalar pioneiramente em uma época, onde, por exemplo, não havia a presença do Judiciário. Era a Brigada que fazia o papel do Judiciário e quando havia briga de vizinho quem resolvia era o Exército Brasileiro. Isso é um papel histórico desempenhado na região e que a organização continua desempenhando, além de ser a primeira faixa de proteção, mais próxima da fronteira, que temos de defesa de um patrimônio incalculável que é a Amazônia brasileira. Não tive o prazer de servir na Brigada, sou da 8ª Região, mas a Brigada é integrante da 8ª Região Militar e é mística. O EB é uma das principais escolas de vida que nós temos em todos os sentidos, de disciplina de vida, de noções administrativas, de fluxo de trabalho, de gestão de pessoas e de liderança”. Jônatas dos Santos Andrade, juiz do Trabalho

Germano Salustiano Neto, responsável pela segurança institucional da Vale

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Ajuda às vítimas de acidente aéreo

PROJETO RONDON O biólogo, ambientalista e presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Noé Von Atzingen, por exemplo, travou o primeiro contato com os militares quando chegou nesta cidade, pelo Projeto Rondon, em 1976, ainda como aluno da Universidade de São Paulo (USP). O projeto, que é do Governo Federal e executado por universitários e professores, sempre teve apoio do Exército Brasileiro na região amazônica. “Naquela época era um programa do governo militar, sendo que havia relação muito íntima entre o quartel de Marabá e os integrantes desse projeto”, relembra, acrescentando que os estudantes ficaram ilhados na Marabá Pioneira na grande enchente de 1980, tendo sido socorridos pelo Exército.

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Sargentos do Quadro Especial do 51º BIS relataram que em 1990, quando ainda não havia Corpo de Bombeiros em Altamira, um avião da TABA (Transporte Aéreo da Bacia Amazônica) sofreu um acidente a cerca de 1.000 metros da cabeceira 7 do Aeroporto de Altamira. Homens do 51º BIS realizaram o resgate dos 19 sobreviventes do voo PT-ICA. Com relação às operações militares foram relembradas operações de preparo, como a Surumu e operações de emprego como a Operação Carajás e a operação destinada a procurar os acusados de assassinar a missionária Dorothy Stang, no município de Anapu. Vários dos sargentos presentes relataram que, em 1996, participavam da Operação Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa e, na mesma noite que chegaram, após o jantar, foram acionados para retornarem para o garimpo de Serra Pelada, em Curionópolis, onde deveriam atuar na Operação Itacaiunas, realizando desarmamento e controle dos moradores da região daquele garimpo.

Amigo do EB em Itaituba O químico Francisco Trentino, nascido em 18 de setembro de 1938, de 78 anos, é colaborador emérito do Exército em Itaituba e presidente da SOAMEX (Sociedade de Amigos do Exército). “Estou em Itaituba há 23 anos, vim para dirigir uma multinacional alemã do ramo de mineração, e acabei gostando da cidade e resolvendo ficar. As ações sociais e os eventos junto à comunidade realizados pelo 53º BIS, aproximaram a população de Itaituba do Exército Brasileiro. Uma das ações da qual eu participei foi a arrecadação, conjuntamente com o Batalhão, de recursos a fim de viabilizar o envio de 11 crianças para cidade de Bauru (SP) para realização de correção de fissura de lábio e palato.


A missão continua Ao juntar-me à família da 23ª Brigada de Infantaria de Selva - a Pioneira da Amazônia - na condição de seu comandante, ao início das comemorações de seus 40 anos de criação, o faço com muito júbilo e profundas reflexões. Júbilo pela oportunidade de servir nesta já tradicional e conceituada Grande Unidade do nosso glorioso Exército Brasileiro, atualmente, a mais completa Brigada Operacional da Amazônia, com destacado e reconhecido trabalho em prol do nosso Brasil, notadamente na atuação em defesa da Pátria e da Amazônia Oriental. Quando de sua criação, serviu para ocupação e interiorização da região Centro-Norte do território brasileiro, como importante fator de integração nacional. Uma pletora de louros e vitórias ratifica o nome da 23ª Bda Inf Sl no seio da operacionalidade do Exército Brasileiro, quer nas missões de garantia da lei e da ordem, quer como força de pacificação, quer em missões de operações de paz e em missões de alento às populações desassistidas (Operações tipo Ação Cívico-Social) e, ainda, na preservação do meio ambiente. Enfim, todas as vertentes de atuação traduzem o eficiente e efetivo trabalho dos integrantes da Brigada. É do dever e da responsabilidade de manter as tradições, a eficiência operacional e o reconhecimento que advêm minhas reflexões neste momento, como comandante. O desafio de assumir esta missão só não é maior do que a vibração e a disposição de enfrentá-lo! É um privilégio receber, como minha primeira nomeação de Oficial General, tão distinta honraria. Com o exemplo de nossos devotados antecessores e com a inabalável confiança do Guerreiro de Selva, que temos pulsando em nossos corações de soldados, prosseguiremos no cumprimento da Missão! SELVA! General de Brigada Eugênio PACELLI Vieira Mota

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GALERIA DE COMANDANTES DA 23a

Gen Bda Waldemar de Araújo Carvalho 28 de janeiro de 1977 a 27 de janeiro de 1978

Gen Bda Sylvio Ferreira da Silva 27 de janeiro de 1977 a 18 de janeiro de 1979

Gen Bda José Antonio Nogueira Belham 27 de abril de 1987 a 23 de janeiro de 1989

Gen Bda Gilson de Aguiar 11 de maio de 1995 a 5 de janeiro de 1996

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Gen Bda Ivan Jejuy Affonso da Costa 18 de janeiro de 1979 a 21 de janeiro de 1980

Gen Bda José Siqueira Silva 23 de janeiro de 1989 a 20 de abril de 1990

Gen Bda Adalberto Bueno da Cruz 5 de janeiro de 1996 a 20 de novembro de 1997

Gen Bda Edson Sá Rocha 20 de janeiro de 1997 a 13 de janeiro de 2000

Gen Bda Mário Lúcio Alves de Araújo 19 de maio de 2008 a 27 de abril de 2010

Gen Bda Humberto Francisco Madeira Mascarenhas 27 abril de 2010 a 17 de agosto de 2012

Gen Bda Manoel de Jesus e Silva 21 de janeiro de 1980 a 8 de maio de 1981

Gen Bda Tirteu Frota 20 de abril de 1990 a 22 de abril de 1991

Gen Bda Rui Monarca da Silveira 13 de janeiro de 2000 a 31 de janeiro de 2002


BRIGADA DE INFANTARIA DE SELVA

Gen Bda Ary Vaz de Mello da Fonseca 22 de maio de 1981 a 27 de janeiro de 1983

Gen Bda Adriano Aurio Pinheiro da Silva 27 de janeiro de 1983 a 17 de fevereiro de 1984

Gen Bda Valdesio Guilherme de Figueiredo 22 de abril de 1991 a 26 de abril de 1993

Gen Bda Carlos Tabajara da Costa Torino 31 de janeiro de 2002 a 18 de dezembro de 2002

Gen Bda Mario Cesar Azevedo Silveira 17 de fevereiro de 1984 a 8 de janeiro de 1986

Gen Bda Paulo Roberto Yog de Mirando Uchôa 26 de abril de 1993 a 26 de abril de 1994

Gen Bda Jairo César Nass 2 de maio de 2003 a 22 de abril de 2005

Gen Bda Mauro Pereira Wolf 22 de janeiro de 2005 a 18 de maio de 2006

Gen Bda Walter da Costa Reis 8 de janeiro de 1986 a 27 de abril de 1987

Gen Bda Mário Luiz Monteiro Muzzi 26 de abril de 1994 a 11 de maio de 1995

Gen Bda José Wellington Castro 18 de maio de 2006 a 19 de maio de 2008

General Bda Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira 17 de agosto de 2012 a 2 de setembro de 2014

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Nós fizemos e somos parte da história. 40 anos é só o começo. Selva!

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1. Marcas

REALIZAÇÃO:

APOIO INSTITUCIONAL:

Marca FHE duas cores

PATROCÍNIO:

1.1. Versão duas cores É a versão de uso preferencial das marca FHE e POUPEX e deve ser utilizada, sempre que possível, em todas as manifestações visuais das Empresas. Variações de cores ou formas não são permitidas. Para sua reprodução, utilizar apenas os originais das marcas, que podem ser encontrados no CDRom anexo a este Manual.

Marca POUPEX duas cores

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