Elben M. Lenz CĂŠsar
DE HOJE EM DIANTE Categoria: Espiritualidade / Ética / Vida cristã
Copyright © 2015, Elben M. Lenz César
Primeira edição: Setembro de 2015 Coordenação editorial: Bernadete Ribeiro Revisão: Natália Superbi Diagramação: Bruno Menezes Capa: Angela Bacon Foto da capa: (c) iStock.com/ognianm
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) César, Elben M. Lenz, 1930De hoje em diante / Elben M. Lenz César. — Viçosa, MG : Ultimato, 2015. ISBN 978-85-7779-136-1 1. Autoajuda - Aspectos religiosos 2. Cristianismo 3. Meditações 4. Vida cristã I. Título. CDD-242.2
15-06916 Índices para catálogo sistemático: 1. Autoajuda : Meditações : Cristianismo
242.2
Publicado no Brasil com autorização e com todos os direitos reservados Editora Ultimato Ltda Caixa Postal 43 36570-000 Viçosa, MG Telefone: 31 3611-8500 Fax: 31 3891-1557 www.ultimato.com.br
A marca FSC é a garantia de que a madeira utilizada na fabricação do papel deste livro provém de florestas que foram gerenciadas de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, além de outras fontes de origem controlada.
Que a imensa graça de Deus seja misteriosamente derramada sobre todos nós que desejamos e precisamos afirmar a plenos pulmões: “Tal coisa nunca mais!”.
Comecem de novo a viver uma vida séria e direita e parem de pecar. – 1 Coríntios 15.34
Abreviaturas AM – A Mensagem (Eugene Peterson) ARA – Almeida Revista e Atualizada BV – A Bíblia Viva NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
De agora em diante, vivam o resto da sua vida aqui na terra de acordo com a vontade de Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas. No passado vocês já gastaram bastante tempo fazendo o que os pagãos gostam de fazer. Naquele tempo vocês viviam na imoralidade, nos desejos carnais, nas bebedeiras, nas orgias, na embriaguez e na nojenta adoração de ídolos. E agora os pagãos ficam admirados quando vocês não se juntam com eles nessa vida louca e imoral e por isso os insultam. – 1 Pedro 4.2-4
Sumário
Apresentação
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1. Ansiedade nunca mais!
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2. Brigas nunca mais!
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3. Falta de misericórdia nunca mais!
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4. Inveja nunca mais!
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5. Raiva nunca mais!
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6. Impaciência nunca mais!
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7. Preguiça nunca mais!
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8. Indecisão nunca mais!
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9. Esquecimento nunca mais!
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10. Pornografia nunca mais!
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11. Álcool nunca mais!
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12. Profanação nunca mais!
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13. Procrastinação nunca mais!
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14. Lembranças ruins nunca mais!
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15. Medo nunca mais!
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16. Mentiras nunca mais!
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17. Parar no meio do caminho nunca mais!
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18. Olhar só para baixo nunca mais!
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19. Correr atrás do vento nunca mais!
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20. Euforia nunca mais!
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21. Insensatez nunca mais!
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22. Injustiça social nunca mais!
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23. Confissão egocêntrica nunca mais!
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24. Minha própria vontade nunca mais!
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25. Drogas nunca mais!
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26. Intervalos dolorosos nunca mais!
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27. Hipocrisia nunca mais!
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28. Oscilar nunca mais!
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29. Impulsos maquiavélicos nunca mais!
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Um epílogo pastoral
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Apresentação
O autor de Eclesiastes supõe que “é melhor não prometer nada do que fazer uma promessa e não cumprir” (Ec 5.5). Já o presidente da Fundação para Pesquisa da Aids supõe que “é melhor tentar e falhar do que nunca tentar” (IstoÉ, 22/4/2015, p. 10). Pelo contexto, percebe-se que o livro de Eclesiastes se refere a pessoas que fazem promessas apressadas, irrefletidas e interesseiras. Promessas com o propósito não de corrigir algum comportamento errado, mas de pressionar a generosidade de Deus. Promessas tão vulgares que não têm valor evangélico algum. De Hoje em Diante trata de promessas de natureza ética. Da parte de pessoas que se enxergam e já sabem quais são as suas desvirtudes, suas manhas, seus vícios, suas excentricidades, sua feiura moral e seus pontos de vulnerabilidade. Com
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de hoje em diante
muita intensidade e sinceridade, elas querem alcançar vitória sobre essa bagagem toda que entristece o Espírito Santo e traz inquietação para sua consciência e sofrimento para seus queridos. Elas dizem de si para si, por exemplo: “Pornografia nunca mais!”, “Ansiedade nunca mais!”, “Álcool nunca mais!”, “Parar no meio do caminho nunca mais!”, “Drogas nunca mais!” e assim por diante. A resolução contida na pequena frase “de hoje em diante” é uma porta continuamente aberta para os amargurados de espírito. Significa um desejo de mudança tão sério que nos faz assumir um compromisso privado (só eu com os meus botões) ou menos privado (só eu e os que me rodeiam). Na maior parte das vezes a decisão é feita na presença e com a ajuda de Deus. A história do povo de Deus na antiga e na nova aliança, a história da Igreja e a nossa própria história mostram exaustivamente que um só “de hoje em diante” nem sempre é suficiente. Naturalmente há casos raros de pessoas que se ajoelham, se demoram e choram diante do Senhor, confessam suas fragilidades e, por fim, anunciam o seu “de hoje em diante” – e nunca mais voltam atrás. Por causa da queda, por causa da natureza humana, por causa da cultura sacrificada pelo Maligno e por causa do próprio Maligno, a oferta do pecado é muito insistente e sua reincidência, muito comum. Enquanto Deus exclama “Sejam santos porque eu sou santo”, o Diabo exclama “Sejam pecadores porque eu sou pecador”. O “sejam santos” só vai esmagar o “sejam pecadores” quando o crente conseguir desobedecer aos desejos de sua natureza humana (Gl 5.16) por meio de frequentes “de hoje em diante”. A vitória sobre o pecado não é automática nem por conta exclusiva de Deus. Daí a necessidade de outros e mais outros “de hoje em diante”.
APRESENTAÇÃO
Todos concordamos com João quando ele escreve que o alvo mais alto é não voltar a pecar qualquer pecado em qualquer tempo e em qualquer situação. Porém – continua o bom velhinho – “Se alguém cometer pecado [ou quebrar um dos compromissos de santidade], temos um Amigo-Sacerdote na presença do Pai: Jesus Cristo, o justo” (1Jo 2.1, AM). Em todos os lamentáveis casos de reincidência, há lugar para mais um “de hoje em diante”, caso não haja cinismo de nossa parte, caso não queiramos pecar mais uma vez para que a graça de Deus aumente muito mais ainda (Rm 5.20). Antes de cada novo “de hoje em diante”, precisamos nos arrepender e confessar a nossa triste reincidência (1Jo 1.9). Se Deus perdoasse o mesmo pecado uma só vez, estaríamos todos igualmente perdidos! Talvez a maior prova de sabedoria de Salomão reside no fato de ele admitir que seu povo podia pecar várias vezes no decorrer da história, mas, se ele se arrependesse e orasse, seus pecados seriam perdoados vezes após vezes (1Rs 8.33-34). Um dos mais notáveis “de hoje em diante” foi proferido não por um sacerdote de Israel nem por um cristão, mas por Naamã, um militar sírio da mais alta patente, depois de sua conversão ao monoteísmo: “De agora em diante eu não vou oferecer sacrifícios e ofertas que são completamente queimadas a nenhum deus, a não ser a Deus, o Senhor” (2Rs 5.17). As palavras do salmista vêm a calhar: “Tenho pensado na minha maneira de agir e prometo [de hoje em diante] seguir os teus ensinamentos. Com toda a pressa e sem demora, procuro obedecer aos teus mandamentos” (Sl 119.59-60).
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Ansiedade nunca mais!
De hoje em diante, com a ajuda de Deus, vou me disciplinar no que diz respeito à ansiedade. Farei isso a partir do Sermão do Monte. Ali está o impulso original que devo abrigar, alimentar e expandir. Jesus desaconselha a ansiedade e mostra a sua inutilidade. Ele me diz para eu não me preocupar com as necessidades básicas de cada dia, tanto de hoje como de amanhã (Mt 6.25-34). O exercício diário que me imponho voluntariamente é repudiar tantas vezes quantas forem necessárias qualquer sentimento impregnado de aflição, angústia, ansiedade, desconfiança, inquietação, medo, preocupação e tormento. Não será fácil por causa da minha natureza humana e por causa da cultura na qual vivo. É possível também que eu já tenha adquirido
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de hoje em diante
o vício da ansiedade. Porém, vou reagir, vou lutar, vou resistir, na esperança de que Deus me cure desse mal. A preocupação natural com a provisão de coisas realmente necessárias, como moradia, alimentação, educação, saúde, previdência social, quando não exagerada, não pode ser chamada de ansiedade. Mas, se esse cuidado valoriza mais o ter do que o ser, se esse cuidado inclui milhares de coisas supérfluas, se esse cuidado me deixa neurastênico, percebo claramente que estou diante da ansiedade. Estou ciente de que a ansiedade pode provocar distúrbios de saúde, como úlcera péptica, colite, asma e até doenças do coração. Sei também que ela pode tornar a minha vida e a vida dos que me rodeiam numa grande chatura ou mesmo num inferno. É muito desagradável conviver com uma pessoa demasiadamente ansiosa. Estou consciente de que a ansiedade é um pecado contra Deus, porque põe em dúvida o seu cuidado, a sua soberania, o seu amor, a sua providência. Logo atrás da ansiedade, está a incredulidade. É pecado por mais uma razão: o tempo e a energia gastos exageradamente com os cuidados desta vida – o que comer, o que beber e o que vestir – deveriam ser dedicados à expansão do reino de Deus, como Jesus explica no Sermão do Monte (Mt 6.33). Para ser bem-sucedido na minha resolução de hoje, vou rever e memorizar textos que insistem no cuidado de Deus por mim: “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá” (Sl 37.5); “Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá” (Sl 55.22); “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (Fp 4.6); “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1Pe 5.7). Mais uma providência pode me ajudar: não negar a minha ansiedade quando pessoas queridas disserem que sou ansioso
ansiedade nunca mais!
nem quando a consciência e o Espírito me acusarem do pecado da ansiedade! Se eu agir assim, o Senhor certamente vai me curar, pois só ele pode fazer isso. De hoje em diante a guerra contra a ansiedade está declarada e já começou!
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