Refeições Diárias com os Discípulos :: Leia um trecho

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Refeições

Diárias COM OS DISCÍPULOS



elben m. lenz César

Refeições

Diárias COM OS DISCÍPULOS


refeições diárias COM OS DISCÍPULOS Categoria: Espiritualidade / Inspiração / Vida cristã

Copyright © Elben M. Lenz César, 2013 Primeira edição: Novembro de 2013 Preparação e revisão: Claudete Agua de Melo Revisão de conteúdo: Délnia M. C. Bastos Diagramação: Bruno Menezes Capa: Ana Cláudia Nunes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) César, Elben M. Lenz, 1930Refeições diárias com os discípulos / Elben M. Lenz César. – Viçosa, MG : Ultimato, 2013. ISBN 978-85-7779-100-2 1. Cristianismo 2. Devoções diárias 3. Meditações 4. Vida cristã 5. Vida religiosa I. Título. 13-11646

CDD – 242.2

Índices para catálogo sistemático: 1. Devoções diárias : Reflexões : Conduta de vida : Cristianismo

242.2

P ublicado no B rasil com autorização e com todos os direitos reservados

E ditora U ltimato Ltda . Caixa postal 43 36570-000 Viçosa, MG Telefone: 31 3611-8500 — Fax: 31 3891-1557 www.ultimato.com.br

A marca FSC é a garantia de que a madeira utilizada na fabricação do papel deste livro provém de florestas que foram gerenciadas de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, além de outras fontes de origem controlada.


Ao leitor Organizado com seis meditações diárias por semana, o devocionário Refeições Diárias com os Discípulos não está preso ao calendário. Suprimimos qualquer menção a dia e mês para deixar o leitor livre para escolher por onde começar e fazer o seu próprio plano de leitura ao longo do ano.


Legenda AM – A Mensagem (Eugene Peterson) ARA – Almeida Revista e Atualizada AS21 – Almeida Século 21 BJ – A Bíblia de Jerusalém BH – Bíblia Hebraica BP – Bíblia do Peregrino CIN – Cartas às Igrejas Novas (Phillips) CNBB – Tradução da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CT – Tradução da Comunidade de Taizé CV – Cartas Vivas EP – Edição Pastoral EPC – Edição Pastoral-Catequética HR – Novo Testamento na Tradução de Huberto Rohden NBV – Nova Bíblia Viva NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje NVI – Nova Versão Internacional


Sumário

Apresentação 9 1. À mesa com Tiago 13 2. À mesa com Pedro Primeira Carta

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Segunda Carta

198

3. À mesa com João

243

Primeira Carta

245

Segunda Carta

290

Terceira Carta

297

4. À mesa com Judas

309



Apresentação

O cristão não pode ser preguiçoso em sua vida devocional. Antes de ler as notas de rodapé hoje tão comuns em nossas Bíblias, ele precisa fazer esforço próprio para entender o texto lido. Isso vai gerar mais conhecimento, mais certeza e mais emoção. Milhares e milhares de crentes têm o hábito saudável de ter algum livro de devoções diárias em sua hora silenciosa. Mas essa leitura não dispensa a leitura cuidadosa da Palavra de Deus, antes ou depois, de acordo com a preferência de cada um. Como resultado direto de minhas leituras bíblicas, todos os dias pela manhã, acabo de preparar mais um devocionário. Os anteriores foram Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos (2003), Refeições Diárias com os Profetas Menores (2004), Refeições Diárias com Jesus (2010) e Refeições Diárias no Partir do Pão e na Oração (2011). Os quatro primeiros volumes foram feitos a partir do livro de Salmos, dos doze profetas menores (de Oseias a Malaquias), dos quatro Evangelhos (de Mateus a João) e do livro de Atos dos Apóstolos. Este devocionário, Refeições Diárias com os Discípulos, foi escrito a partir das Cartas Gerais, escritas por Tiago, Pedro, João e Judas.


Refeições Diárias com os Discípulos

A arte de ler a Bíblia e orar regularmente, principais ingredientes de uma vida cristã saudável, é uma preciosa herança da reforma protestante. Para uma quantidade enorme de fiéis, esse hábito é uma obrigação. Para muitos essa obrigação foi transformada em um delicioso e proveitoso prazer. Foi isso que aconteceu comigo. Assim como há dependentes de drogas químicas, eu me considero e me sinto dependente das Escrituras e da oração, para manter minha comunhão com Deus e ter uma vida emocional a mais equilibrada possível. A fartura de alimento espiritual é tanta que eu tenho um desejo quase incontido de repartir um pouco do maná celestial com amigos e leitores. Convido-o, pois, para assentar-se à mesa com os discípulos que ouviram, contemplaram e tocaram o Senhor – quatro escritores das assim chamadas Cartas Gerais (sete ao todo). Ao assentar-se à mesa com Tiago, ele lhe dirá: A língua amarrada faz mais do que a língua solta. O evangelho nos transfere da pocilga para o salão de festas. A irmã de salto alto não deve desprezar a irmã de chinelo de dedo.

Ao assentar-se com Pedro, ele lhe dirá: A ordem “sejam santos porque eu sou santo”, na vigência da dura lei, não foi engavetada na vigência da maravilhosa graça. A mutilação do “eu” começa em casa e continua na igreja. Se não suportássemos as injustiças, o mundo seria uma praça de guerra.

Ao assentar-se com João, ele lhe dirá: Se estivermos sempre em sintonia com o Espírito Santo, o espírito imundo pode nos peneirar, mas nunca nos derrotar! Se não houver choro e lágrimas para consertar o que está errado, o divórcio entre as trevas e a luz é inevitável. O pecador se desliga do Pai das luzes e vai viver com o pai das trevas. Ninguém sabe quando a escuridão vai acabar por completo e quando a verdadeira luz vai chegar. Mas esse sigilo não nos impede de abrir a janela para que a luz comece a entrar. —

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Apresentação

Ao assentar-se à mesa com Judas, ele lhe dirá: Não vou deixar minha Bíblia aberta na sala de visitas nem na estante, mas no criado-mudo, ao lado da minha cama! Preciso amar o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo.

Que Deus me ajude a arrebatar do fogo os que estão se queimando sem me queimar! E. César P.S.: Escrevi este devocionário em meu escritório em Viçosa e também num apartamento da Praia do Morro (Guarapari, ES), no Chalé do Turvo (Guaraciaba, MG), na Pousada Sossego da Pampulha (Belo Horizonte, MG), num apartamento da Praia das Virtudes (Guarapari, ES) e na Pousada Águas Cristalinas (Cachoeira de Macacu, RJ). Porque Djanira, minha esposa, me deixou dar essas escapadas, o leitor há de convir que faço justiça em dedicar este livro a ela.

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À mesa com Tiago

Tiago conhecia bem aquelas palavras de Jesus “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) e “Quem me vê vê também aquele que me enviou” (Jo 12.45). No entanto, ele faz questão de separar as duas primeiras pessoas da Santíssima Trindade ao se apresentar como “servo de Deus [o Pai] e do Senhor Jesus Cristo [o Filho]”. Ele sabia tanto quanto João que “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1, ARA). Tiago não chama a si mesmo de profeta (como Jeremias), nem de precursor (como João Batista) nem de apóstolo (como Pedro). Ele é servo (um escravo) de Jesus, que era ao mesmo tempo seu Salvador e Senhor e seu irmão carnal por parte de Maria (Mt 13.55). Ele não havia sido pescador (como os filhos de Zebedeu), nem publicano (como Mateus), nem perseguidor (como Paulo). Tiago havia sido um cético: até o sepultamento de Jesus nem ele nem seus três irmãos criam no nascimento virginal nem na divindade do Senhor, como João registra no Evangelho que leva o seu nome (Jo 7.5). Só depois da ressurreição de Jesus é que ele chegou a fazer a mesma profissão de fé de Tomé e chamou o seu meio-irmão de “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20.28).


Refeições Diárias com os Discípulos

Por se referir tantas vezes à oração em sua carta (1.5-7; 4.3; 5.17-18) e porque, segundo a tradição, seus joelhos tinham grossos calos por permanecer muito tempo ajoelhado, Tiago tinha o simpático apelido de “Joelhos de camelo”. Os conselhos de Tiago são muito práticos, lógicos, fáceis de entender e difíceis de praticar. Ele não usa de artifícios, não rodeia, não escreve difícil nem se omite.

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Segunda-feira semana 1

Dispersão negativa e dispersão positiva Envio saudações a todo o povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro. (Tg 1.1b)

Espalhar e reunir, dispersar e congregar – estes são verbos com sentidos opostos. É mais comum espalhar do que reunir. Mas Deus fez ambas as coisas, sempre de acordo com a sua soberania e para a glória do seu nome. Tanto a história de Israel como a história da Igreja começam com dispersão. Para permanecerem juntos e ficarem fortes, os descendentes de Noé intentaram construir uma torre que chegasse até o céu. Ela seria um marco ao redor do qual toda a humanidade permaneceria junta e se tornaria forte, não para o bem, mas para o mal. Para enfraquecer o grupo e criar obstáculo para ele, o Senhor lhes confundiu as línguas, forçando-os a se espalharem pelo “mundo inteiro” (Gn 11.1-9). Outra dispersão, não voluntária mas circunstancial, provocada outra vez pelo Senhor, aconteceu em Jerusalém. O episódio usado por Deus para provocar uma dispersão quase que em massa dos primeiros cristãos foi a perseguição movida contra eles pelos principais sacerdotes e pelo rei Herodes (ver At 8.1). Graças a essa perseguição, que provocou o apedrejamento de um diácono (Estêvão) e a degola de um apóstolo (Tiago), os discípulos se estabeleceram em muitas outras cidades próximas e distantes, cumprindo-se assim a vontade de Deus, expressa na Grande Comissão: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15). A frase “a união faz a força” expressa uma verdade, mas a sua possível forma negativa – “a dispersão enfraquece” – nem sempre o faz. Ela pode reduzir a nada um movimento poderoso, como foi o caso da dispersão dos quatrocentos seguidores de Teudas quando ele morreu (At 5.36). Porém, no que diz respeito à Igreja, a dispersão fazia parte dos planos de Deus. Graças a ela, o evangelho se espalhou pelos quatro cantos do mundo. A morte de Teudas provocou uma dispersão que acabou com o seu movimento. A morte de Jesus, seguida da sua ressurreição, provocou uma dispersão positiva – o movimento do cristianismo cresceu. Teudas perdeu e Jesus ganhou! G Deus ajunta e Deus espalha. Bendito seja o nome do Senhor!

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