REVISTA - Dois por Nove, Minas Cult

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MINAS


COLAB OR AD OR E S

Ronaldo Fraga

Melissa

Juliano Januzzi Coordenador Geral do Centro de Arte Popular - Cemig


MUSEU

Referência Cultural Localizado na Rua Gonçalves Dias, a poucos metros da Praça da Liberdade, está o Centro de Arte Popular - Cemig, que faz parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade. Inaugurado em 2012 e com um acervo de aproximadamente 800 peças, o espaço carrega a riqueza e a diversidade das manifestações culturais populares. Há a presença de diversos trabalhos de vários artistas que traduzem no barro, na madeira, no tecido e em outros materiais, o mundo em que vivem. Artistas de várias regiões do estado, como o Vale do Jequitinhonha, Divinópolis, Ouro Preto e Sabará, possuem suas obras expostas nesse museu. Ele é composto por quatro salas de exposições de longa duração, além de dois ambientes separados para mostras temporárias, que conduzem o visitante a conhecer, através da arte, um pouco da origem, história e cultura de cada artista. Abaixo, segue uma entrevista com o Diretor do Museu Juliano Januzzi.

Boa tarde, fale-me um pouco sobre suas tarefas aqui no museu e sobre suas novas experiências adquiridas aqui. Sou formado em administração e minha função no museu é Coordenador Geral. Aqui cuido do pessoal, coordenação administrativa, operacional, financeira e programação cultural, enfim de todos os aspectos para um espaço como esse funcionar. Quando e de quem foi a ideia de resgatar a cultura popular de forma tão profunda? Essa iniciativa vem do governo do Estado. À medida que foi se configurando um Circuito Cultural e delimitando quais os equipamentos iriam compor esse circuito, o próprio Estado chegou à conclusão que é importante ter um equipamento como esse, que trouxesse esse tipo de trabalho com acesso gratuito para a população. O Centro de Arte Popular teve uma boa aceitação da sociedade? Perguntamos isso pelo fato de ser um museu com obras tão especificas. Sem dúvidas. O CAP é um museu muito diferente dos outros, mas ao

mesmo tempo é um trabalho de resgate da cultura que é do estado, que faz parte dessa sociedade, que é inegável. Então acho que não há como as pessoas não se apropriarem desse espaço e não se sentirem à vontade aqui. É uma oportunidade para o visitante ter o contato com toda produção artística presente em Minas Gerais. Representa um único espaço com cultura popular de diferentes cidades. Quais foram os curadores das obras do museu? As obras são doadas ou emprestadas? O processo de conceituação do espaço foi criado da seguinte forma: primeiramente existia uma curadoria antropológica, que foi criada pelo professor Ricardo Gomes Lima, especialista em cultura popular no Brasil. Então definiu-se os recortes e acervos que as salas deveriam ter. A partir disso, tivemos dois curadores, que foram a Eliane Guglielme e o Mário Santos, os quais, tendo como base o mapeamento formado, foram atrás das obras de arte. Mas isso foi um trabalho feito em parceria também com o Estado, porque a Secretaria

de Cultura tem um acervo muito grande, e a partir dessas lacunas foram buscadas outras obras em instituições e com colecionadores particulares, que representam 40% do total que temos hoje. Você tem pretensão de aumentar o acervo do museu? Sim, sem dúvidas. Esse é um papel de qualquer espaço museológico que tem um acervo ou que quer ter um acervo. Independente de você expor ou não isso em certo momento, você está sempre buscando aumentar o número de obras, já que assim existe a possibilidade de se trocar as coleções que estão em exposição ou fazer exposições itinerantes. De onde vem a verba para manter a instalação e todos os funcionários? O financiamento do espaço é feito por duas fontes. Quem financia operacionalmente todo o custo de manutenção do espaço, de equipamentos e funcionários é o Estado; e quem faz a programação cultural é o projeto de Lei Federal. Atualmente quem está entrando nos projetos daqui é a Cemig, mas futuramente pode ser qualquer empresa que se interessar por esse projeto.


MODA

Ronaldo à brasileira Mineiro de Belo Horizonte, Ronaldo Fraga é um dos estilistas que expressa uma criatividade única e infinita em suas coleções. Formado em estilismo na Universidade Federal de Minas Gerais e com pós-graduação em uma escola de design em Nova York e em Saint Martins School de Londres, ele deu início a sua carreira em 1996, quando lançou sua marca no Phytoervas Fashion, com uma coleção nada convencional chamada “Eu Amo Coração de Galinha”. A partir daí, em 1998, após desfilar na Casa dos Criadores, que é um evento de jovens novos talentos, ele foi convidado para fazer parte da line-up do São Paulo Fashion Week. Atraindo, nesse evento, o olhar de um grande público, Ronaldo passa a ser visto como um estilista de grande importância na Moda Brasileira. Em seus desfiles, se diferencia por “contar histórias” através de suas criações. Suas coleções sempre partem de um tema que, de uma maneira ou outra, se relaciona com a cultura brasileira e nunca passa batido. Ele não segue tendências, mas quer causar um impacto nos olhos de quem está vendo o que criou, com um estilo próprio e diferenciado. Apaixonado pelo Brasil, sempre busca uma referência do país para ser transformada em roupas e fazer parte de passarelas, das araras e para serem vestidas nas ruas. Suas inspirações são diversas, e alguns exemplos que fizeram parte de suas coleções são: Zuzu Angel, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Rio São Francisco, Nara Leão, dentre outras.

Em clima de Copa do Mundo no Brasil, no SPFW Verão 2014, Ronaldo desenvolveu uma coleção em que o tema era futebol. A partir das histórias que ouvia do pai e buscando referências desse esporte nas décadas de 1930, 40 e 50, ele criou peças fiéis ao tema, mas sem deixar de lado aquela pegada artesanal e ousada, que traduzem o seu trabalho como estilista. Assim, foram criados uniformes com brasões personalizados, camisetas com listras, bermudões, saias com bolas, em que tudo tinha um shape mais amplo e folgado. A cartela de cores foi bem extensa, já que foi utilizado desde o branco e o marfim, até o vermelho, pink, verde e preto. Essa coleção mais uma vez mostra como Ronaldo tem um trabalho totalmente autoral e regionalista e busca sempre associar isso com a arte e com a cultura brasileira. Isso aparece tanto na área da moda, como em outras áreas e projetos em que atua, sendo um exemplo recente o lançamento do seu livro “Ronaldo Fraga: Caderno de Roupas, Memórias e Croquis”, que retrata suas inspirações para as suas criações de 1996 a 2012 e também mostra como sua trajetória profissional sempre carrega um lado cultural e diferenciado no mercado.


A Cultura Popular entre

quatro paredes Acessรณrios conceituais acompanhados de histรณria e cultura traduzem o universo do Centro de Arte Popular Cemig

Bermuda, blazer sobre camiseta, tudo acervo Ronaldo Fraga.


Blusa acervo Ronaldo Fraga. Blazer e calรงa acervo pessoal

Blusa acervo Ronaldo Fraga, casaco acervo pessoal


Blusa e saia acervo Ronaldo Fraga

Legenda da Foto


Saia acervo Ronaldo Fraga Saia e blusa acervo Ronaldo Fraga, blazer acervo pessoal. Botas, R$249,90, Melissa


Vestido acervo Ronaldo Fraga, top acervo pessoal

Saia e blusa acervo Ronaldo Fraga. Sandรกlias, R$89,90, Melissa


Calรงa e blusa acervo Ronaldo Fraga. Botas, R$249,90, Melissa

Bermuda e blusa acervo Ronaldo Fraga, casaco acervo pessoal. Sandรกlias, R$169,90, Melissa


Blusa acervo Ronaldo Fraga, hotpant, casaco e meias acervo pessoal. Botas, R$229,90, Melissa

Vestido acervo Ronaldo Fraga


Chemise sobre camisa, acervo Ronaldo Fraga. Camisa e jaqueta (usado como saia) acervo pessoal

Saia acervo Ronaldo Fraga. Lenรงo (usado como blusa) e casaco acervo pessoal


Bermuda Ronaldo Fraga, blusa acervo pessoal. Sapatos, R$169,90, Melissa


CULT URA

Luxo Popular Peças artesanais, de formatos, cores e materiais variados invadem a loja do Centro de Arte Popular - Cemig. Aposte em objetos únicos e que além de serem um Luxo, são verdadeiras obras de arte.

Jot Missp, Papelaria – R$2.300,00

Oratório, Papel cartão – R$125,00

Divino, Madeira – R$480,00

Folia de Reis, Madeira – R$590,00 Mulher e Filho, Madeira - R$540,0 reais

Bailarina, Sementes – R$250,00

Mulher Muringa, Argila – R$120,00

Boneca sentada, Argila - R$ 1.000,00


Calça e blusa acervo Ronaldo Fraga. Casaco preto e laço de véu acervo pessoal

A boneca esquecida do museu Em um clima de abandono, uma boneca do museu foi esquecida na oficina, junto de parte da Cultura Brasileira


Vestido (usado do lado contrårio) acervo Ronaldo Fraga. Lenço acervo pessoal

Hotpant e chemise acervo Ronaldo Fraga, sutiĂŁ e meias acervo pessoal. Sapatos, R$169,90, Melissa


Saia e blusa acervo Ronaldo Fraga. Casaco, bota e meias acervo pessoal. Chapéu Brechó Relicário

Vestido e casaco (usado do lado avesso) acervo Ronaldo Fraga. Casquete Brechó Relicário, meias acervo pessoal


Blusa, hotpant e meias, tudo acervo pessoal. Casquete Brechรณ Relicรกrio


Bermuda acervo Ronaldo Fraga, casaco acervo pessoal


Casaco e vÊu (usado como laço) acervo pessoal, saia acervo Ronaldo Fraga. Sapatos, R$139,00, Melissa


Vestido acervo Ronaldo Fraga, casaco e meias acervo pessoal. Sapatos, R$139,00, Melissa Saia, sutiĂŁ sobre blusa e meias, tudo acervo pessoal. ChapĂŠu acervo Armatrux, sapatos, R$169,90, Melissa


Blazer e bermuda acervo Ronaldo Fraga, camisa acervo pessoal

Chemise e saia acervo Ronaldo Fraga, sutiรฃ acervo pessoal. Laรงo Brechรณ Relicรกrio


Casaco e saia acervo Ronaldo Fraga, cropped acervo pessoal


Vestido sobre camiseta e chemise, tudo acervo Ronaldo Fraga. Meias acervo pessoal, sapatos, R$129,90, Melissa


EXPEDI ENT E

PRODUÇÃO DE MODA E REDAÇÃO Poliane Fernandes e Raphaella Sarti FOTOS Gustavo Romanelli MODELOS Fernanda Teo e Sofia Meinberg DESIGN Camila Moraes BELEZA Guilherme Baptista e Stefania Felix




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