BENEDITO - Carlos Eduardo Guedes

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Centro Universitário UNA Instituto de Comunicações e Artes

Carlos Eduardo Guedes

Bendito Entre as Mulheres Benedito

Portifólio de conclusão de curso apresentado como disciplina de Projeto Experimental como requisito para obtenção do grau de bacharel em Moda. Professor orientador: Fabrícia Figueiró Área: Criação Produto final: Desenvolvimento de Coleção

Belo Horizonte 2017 / 2° Semestre



Resumo: O seguinte trabalho tem como objetivo apresentar a marca de moda Benedito, bem como sua coleção de estréia, “Bendito entre as mulheres”, baseado no artigo “Quando O Ofício é Arte”, que aborda a arte do barro e sua importância para as mulheres e cultura do Vale do Jequitinonha.

Palavras Chave: Moda, Desenvolvimento de Coleção, Vale do Jequitinhonha, Barro, Artesanato Abstract: This work aims to introduce the fashion brand Benedito as its debut collection “Bendito entre as mulheres”, based on the text “When Craft is Art”, about the Clay’s craftwork and its importance to Vale do Jequitinhonha’s women and culture. Keywords: Fashion, Collection Developing, Vale do Jequitinhonha, Clay, Craftwork


Benedito

Bendito Entre as Mulheres - 2018/2019

[currículo] Formação Figurinista/Senac Minas 2015 Bacharelado em Moda/Centro universitário UNA 2014 - 2017

Experiência Profissional Pilotista Fev. - Agosto 2016 Estágio Curricular /Black Camel

Carlos Eduardo Guedes

Moda / Designer

Nome: Carlos Eduardo Guedes Soares Data de Nascimento: 02/03/1996 Naturalidade: Minas Novas Nacionalidade: Mineiro

Telefone: (31) 9 98682720 E-mail: caduguess@gmail.com Instagram: @cadu_guedes

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Costureiro/Modelista 2016 Freelancer Outros: Assistente de produção em evento de liquidação 2016 Minas Shopping Produtora: Zoka Vassalo

Habilidades e Aptidões Responsabilidade e organização Criatividade Facilidade em trabalho em equipe Conhecimentos avancados em Corel Draw e Pacote Office

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briefing de negรณcio


Benedito

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[descrição da marca] Benedito é uma marca de roupas atemporais, que tem como identidade trabalhar a “cor local”. A marca tambem tem apelo sustentável, no sentido de trabalhar com resíduos têxteis e upcycling. A Benedito carrega consigo o gosto pelo artesanal, trabalhando técnicas e texturas em um tons terrosos, característicos da marca, que referenciam as origens de seu criador e as obras de barro do Vale do Jequitinhonha. Traduzindo tudo isso em um criação simples, elegante e autoral, a marca busca ganhar seu espaço e se tornar referência ao apreço pelas memórias e pela brasilidade.

[elementos de estilo]

Poesia > Temas abordados Brasilidade > Temas abordados, produção local Aplicações, uso de materiais nobres, Sofisticação > acabamentos [nicho] Atelier. Modista e Prêt-à-porter de difusão

[segmento] [estilo da marca]

DominanteModerno

ComplementarCriativo

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Eveningdress Wear

[gênero] Masculino e feminino

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[canais de distribuição] De inicio, a marca vai abrir uma loja em Belo Horizonte, e também contará com presença em feiras e eventos para divulgação da mesma.

[margem de preço] Os valores variam entre o mais barato, R$140,00 em tops básicos ao mais caro, R$5000, em peças mais trabalhadas, como vestidos e conjuntos.

[diferenciais no produto] Benedito traz uma nova história em cada coleção, abordando sempre temas regionais e focando em texturas e manipulações têxteis diferenciadas, estimulando os sentidos como o tato e a visão.

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[concorrentes]

PAULA RAIA Paula Raia é uma marca da arquiteta de formação de mesmo nome que abriu a grife em 2010. Raia trás em suas coleções uma ligação emocional com o natural e a fluidez do cotidiano, além de levar em seus desfiles uma imagem do seu universo poético na qual é transmitido em seu uso de tecidos leves e materiais simples porém, sofisticados.

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JOÃO PIMENTA João Pimenta é uma marca masculina brasileira que faz roupas para um homem contemporâneo e real. Nascido em São Sebastião do Paraíso em Minas Gerais, partiu para São Paulo com o sonho de ser estilista, não tendo a moda masculina como o seu foco principal, depois de um tempo mudando para esse segmento por enxergar maiores oportunidades. Usando da alfaiataria como seu elemento principal, a marca busca inspirações em contrapontos como o masculino e feminino, lixo e luxo.

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Benedito

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RONALDO FRAGA Ronaldo Fraga é a marca do estilista Ronaldo Fraga que é formado em Design de Moda pela Universidade Federal de Minas Gerais. Os desfiles da marca são geralmente teatrais, suas coleções levam temas que privilegiam a identidade cultural brasileira, sendo este um de seus maiores diferenciais.

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[painel de estilo] As peças benedito prezam pela elegância e criatividade, não deixando de lado o conforto. Busca-se fazereferências à alfaiataria tradicional, adaptando-a a um público moderno e antenado. O uso de detalhes como matérias delicadas e modelagens assimetricas oferecem interesse visual às peças.

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pĂşblico alvo


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O perfil do público alvo da Benedito inclui homens e mulheres numa faixa etária de 35 a 45 anos. Pertencem às classes B e C, com renda mensal de R$3,748 a R$9,370, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atuam em áreas executivas ou ligadas ao Design e Arte.

[público alvo]

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Possuem forte ligação ao afeto familiar e, apesar de morarem em grandes centros urbanos, buscam viajar para lugares calmos e aconchegantes, onde possam estar conectados com a natureza e desfrutar de sua intimidade. Nas regiões urbanas, sua inserção se dá em ambientes culturais, como shows de MPB ( Marisa Monte, por exemplo) e eventos locais, mas acima de tudo buscam e tem o apreço a memória pessoal. Uma figura que exemplificaria bem o perfil do cliente benedito é a atriz Maitê Proença. [27]


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identidade de marca


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[logomarca] A escolha de “Benedito” se deu pelas memórias e afetos implicados no nome e sua relação com o criador da marca. Sendo o nome de seu avô materno, a palavra evoca o ambiente interiorano, bem como a simplicidade, a tranquilidade e o gosto pelo artesanal e caseiro. A fonte usada para a logo é “1942 report”, que que simula os carácteres gerados por uma máquina de datilografar, referenciando o gosto da marca pelo artesanal e pelo rústico. O uso da cor preta, na logo, se deu pela sua elegância e atemporalidade, além de facilitar a aplicação em mídias. A logo apresenta, ainda, duas variações, que se adaptam às aplicações, em formatos quadrados e verticais.

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[monocromia]

[malha de ampliação] 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

A malha de ampliação é usada para se obter ampliação acerca da posição dos elementos existentes na marca e deve ser usada caso haja necessidade de ampliação do logotipo. Caso não haja possibilidade de usar meios de reprodução digital da marca, deve-se usar a malha para a construção manual.

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[área de proteção]

[usos indevidos]

Alteração de Cor

A marca possui uma área de proteção que deve ser rigorosamente respeitada. Sua finalidade consiste em priorizar legibilidade e organização dos elementos ao redor. Por conseguinte, nenhum elemento gráfico deve ultrapassála. O tamanho da área de proteção se dá pela largura das barras laterais da logomarca, na proporção estabelecida. Em outras palavras, a distância mínima das extremidades da marca para qualquer deve ser da largura do espaçamento designado.

[redução máxima] 1cm 3cm

A redução excessiva de um logotipo pode dificultar sua leitura, compreensão e reconhecimento, podendo prejudicar a marca financeiramente ou socialmente no meio empregado. Recomenda-se usa as medidas acima como limite de redução.

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Efeitos Inadequados

Alteração de Proporções

Remoção das Barras Laterais

Alteração de Fonte

Alteração da Expessura

A marca buscou formular uma família cromática que atendesse suas principais teses. Foi utilizado o preto para a logo, bem como o branco, para sua correspondente monocromia. Já a identidade visual da marga gira em torno de tons terrosos, além do cinza, que equilibra e unifica os demais tons. Qualquer alteração no logotipo da marca é totalmente proibida, devendo ser aplicada apenas nas versões disponibilizadas neste documento. Aqui estão disponibilizados exemplos de usos incorretos que podem ocorrer: não altere a cor; não altere a tipografia; não altere a espessura; não altere as proporções; não remova as barras laterais e não use efeitos inadequados. Para efeitos de divulgação da marca, é extremamente proibido a utilização de seu logotipo em materiais não autorizados pela empresa.

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[família tipográfica]

[família cromática]

Além da fonte “1942 report”, usada na logo, também foram usadas na identidade visual da marca as fontes “Butler Stencil” e “Fenix Std”. A fonte Butler Stencil, por suas formas elegantes e modernas, dando um perfeito contraste com a rusticidade da logo, foi escolhida para os títulos. Já a fonte Fenix Std, por sua legibilidade e simplicidade, foi usada nos textos.

A marca buscou formular uma família cromática que atendesse suas principais teses. Foi utilizado o preto para a logo, bem como o branco, para sua correspondente monocromia. Já a identidade visual da marga gira em torno de tons terrosos, além do cinza, que equilibra e unifica os demais tons.

1942 Report ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Butler Stencil ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Fenix Std ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789

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RGB - R0 G0 B0 CMYK - C0 M0 Y0 K100 Pantone - Solid Coated 4563

RGB - R255 G255 B255 CMYK - C0 M0 Y0 K0 Pantone - Solid Coated 7541

RGB - R244 G245 B246 CMYK - C3 M2 Y2 K0 Pantone - Solid Coated 7541

RGB - R134 G103 B85 CMYK - C42 M55 Y64 K20 Pantone - Solid Coated 469 U

RGB - R169 G135 B15 CMYK - C35 M45 Y54 K5 Pantone - Solid Coated 4655 U

RGB - R0 G0 B0 CMYK - C16 M28 Y31 K0 Pantone - Solid Coated 481 U

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[papelaria]

Cartão de Visitas Cartão Craft, 250g 5x10 cm

Tag Cartão Craft, 250g 3x14 cm

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Embalagem Menor CartĂŁo Craft, 350g 25x25x7 cm

Embalagem Maior Papel Craft, 120g 45x25x15 cm

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Brinde 1 Lenรงo em Voil 30x70 cm

Brinde 2 Prato de Barro 20x20 cm

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Papel de Carta Papel Reciclado, 120g Tamanho A4

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Envelope Cartão Craft, 120g 5x10 cm

Capa de CD Cartão Craft, 250g 12x12 cm

Carimbo 7x1 cm

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briefing de coleção


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Bendito entre as mulheres é a coleção de estréia da marca Benedito, e tem como tema a cerâmica popular do Vale do Jequitinhonha. A inspiração deuse a partir de um processo do autor, natural do Vale do Jequitinhonha, de valorizar suas origens, trabalhando “a cor local” e explorando o sentimento de pertencimento. O intuito foi prestigiar a cultura da região, a cerâmica, as artesãs, e o Vale em si. O nome Bendito entre mulheres deve-se em especial ao artesão Amaury Ferreira, morador da região de Minas Novas. Amaury é figura importante quando se fala sobre a arte do barro, arte esta dominada em sua maioria por mulheres.

[bendito entre as mulheres]

A coleção foi dividida em quatro famílias sendo elas: “Mãos Criadores de Vida”, que trata da questão do processo de construção da cerâmica. “Artefatos de Gênero”, fala sobre a inserção da figura masculina na arte do barro. Já na família “O Vale”, é tratado o contexto onde são produzidas as cerâmicas, mostrando a riqueza e a pobreza dessa terra. Por fim, em “Noivas da Seca” é mostrada toda a delicadeza e a beleza desta arte, tão ligada ao universo feminino, se inspirando nas bonecas e utensílios domésticos. Com formas limpas e contemporâneas fazendo jus à simplicidade do interior, tecidos como o brim cru e a seda são usados criando um contraste entre riqueza e pobreza e ainda a risca de giz como o tradicional, o formal que vem carregado em alfaiataria pesada. Os bordados em linha e em barro trazem toda a feminilidade das bonecas para a coleção. Para remeter a matéria prima da cerâmica, foram utilizadas cores como cinza e os tons terrosos. Os diferenciais e manipulações foram pensados para retratar desde a delicadeza das bonecas, em bordado com flores, até em estampas que fazem referência a seca da região. Foram desenvolvidos em conjunto com o artesão Amaury, peças e acessórios em barro, botões e canudilhos para bordado, complementando e enriquecendo a coleção. “Esta coleção é uma homenagem as pessoas do Vale, à riqueza cultural e às minhas origens. Preservar a cultura brasileira e enxergar a elegância da simplicidade é o que precisamos. Chique é olhar para si mesmo e encontrar verdade”, afirma Edurdo Guedes, criador da Benedito. A marca olha para mulheres que tem beleza de dentro para fora, que se vestem de cultura e gentileza.

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[macrotendência]

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Dentre as macrotendência dos próximos meses, a mais relevante para a marca é a fusão pancultural. Numa época em que o homem está conectado em tempo integral, e, já que a distância não torna um problema, podemos nos inserir de modo simples à outras realidades culturais. No campo da moda, esta questão pode ser percebida no conceito do “multilocal”, que busca misturar referências e valorizar ideias das diferentes culturas e sua diversidade sem necessariamente se apropriar delas. Pode-se fazer um paralelo com a imagem do “caçador-colecionador”, que explora temas e tradições dos mais distantes locais. O “multilocal” aborda o sentimento de pertencimento em uma sociedade globalizada, um sentimento de pertencimento que não se restringe às distâncias físicas. [51]


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[tendências da estação] As tendências de verão 2018 selecionadas para a coleção buscam se adequar aos gostos do público alvo. Da esquerda para a direita, a alfaiataria acinturada foi usada por Givenchy, Dries Van Notten e Altazurra. As listras horizontais foram percebidas nas marcas Exo, Philip Lim e Celine. O uso do balonê se fez presente nas marcas Mary Katrantzou, Valentino e Giambattista Valli. Já a sobreposição de saias foi usada pelas marcas Carolina Herrera, Oscar de la Renta e Naeem Khan.

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coresdominantes

Barro CMYK - C36 M29 Y37 K1 Pantone - 15403TPX

Terracota CMYK - C15 M71 Y92 K3 Pantone - 17-1340 TPX

Carvão CMYK - C0 M0 Y0 K100 Pantone - Black 6C

Céu do Vale CMYK - C31 M6 Y0 K0 Pantone - 15-4105 TPX

coresintermediárias [cartela de cores] Para o verão 2018/2019 a Benedito investe desde os tons terrosos, característicos da marca e referenciando o barro, até cores mais pesadas como cinza e preto, também seguindo a proposta do tema. As cores na coleção contam a historia do barro, começando pelo cinza, representando o material em sua forma crua e, posteriormente em sua forma final, em tons terrosos e no branco.

Giz CMYK - C0 M0 Y0 K0 Pantone - 11-0501 TPX

Cru CMYK - C7 M9 Y19 K9 Pantone - 11-0571 TPX

Oleio CMYK - C36 M56 Y53 K7 Pantone - 16-0940 TPX

Terra Roxa CMYK - C20 M46 Y75 K21 Pantone -17-1134 TPX

corestonalizantes

Memória CMYK - C27 M57 Y73 K5 Pantone - 16-1327 TPX

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Pele CMYK - C9 M25 Y38 K0 Pantone - 12-0911 TPX

Sertão CMYK - C27 M169 Y33 K13 Pantone - 14-4102 TPX

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Vida CMYK - C52 M27 Y92 K11 Pantone - 15033443 TPX


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Algodão 100% algodão Miracle R$19,90 mt

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Brim Crú 100% algodão Express R$14,00 mt

Crepe Coenizado 100% poliéster Express R$ 29,90 mt

Crepe Satin 100% poliéster, Kanto da Moda R$17,00 mt

[cartela de tecidos] Crepe Voil 100% poliéster Express R$16,90 mt

Juta 100% juta Loja do Couro R$14,00 mt

Risca de Giz 100% poliéster Miracle Tecidos R$9,00 mt

Tricoline 100% algodão Kanto da Moda R$15,00 mt

Tricoline 100% algodão Kanto da Moda R$15,00 mt

Tropical misto 100% algodão Miracle R$45,00 mt

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Seda 100% seda Visual R$79,90 mt

Os tecidos escolhidos para a coleção traduzem a essência do Vale. Utilizando tecidos estruturados como o brim e o algodão dando a idéia de rigidez do barro, além de remeterem à arquitetura local, ao mesmo tempo o crepe e a seda pura, sinônimos que requinte e elegância, dão um toque de feminino e harmônico para as peças, criando a ideia de contraponto entre riqueza e pobreza do Vale.

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Botão de camisaria Fama Aviamentos Pct RS20,00 uni

Botões de Barro Exclusivos Pct RS$70,00 100uni

Canudilhos de Barro Exclusivos pct RS70,00, 100uni

Colchete Fama Aviamentos Pct RS17,00, 50 uni

Entretela Termocolante Fama Aviamentos R$14,00

Flores de Barro Exclusivas Pct RS20,00, 10uni

Lantejoula Versati Aviamnetos Pct RS15,00 100g

Miçanga Versati Aviamentos, Pct RS50,00, 2000 uni

Zíper de Braguilha Fama aviamentos Pct RS5,00, 10 uni

Zíper Invísivel Fama Aviamentos Pct RS5,00, 10 uni

[cartela de aviamentos] Os aviamentos foram pensados para serem o diferencial da coleção. Em conjunto com um artesão do Vale do Jequitinhonha, foram desenvolvidos botões, canutilhos e flores em barro para aplicação nas peças.

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[cartela de matérias] As matérias desenvolvidas foram pensadas para materializar o tema. Manipulações que lembram a textura do barro e fazem referência a construção das peças, as estampas e aplicações carregam a delicadeza do feminino.

Remodelagem Entrelaçamento de Tecido

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Remodelagem Sobreposição em Camadas

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Remodelagem Nervuras

Sublimação Estampa Sertão

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Sublimação Estampa Flores de Barro 1

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Sublimação Estampa Flores de Barro 2

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Superfície Bordado Casarão

Superfície Aplicação Cheia de Flores de Voil

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Superfície Aplicação em Degradê de Flores de Voil

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Superfície Aplicação de Peças em Barro

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Superfície Mix de Aplicações

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famílias

looks

Mãos Criadoras de vida

2 Vestido Longo 2 Maxi Coletes 1 Colete 1 Terno 3 Vestidos Midi 3 Macacões 2 Ternos 4 Maxi Camisas 2 Saias 1 Cropped 1 Maxi Colete 2 Camisa 1 Colete 1 Vestido Midi 1 Blazer 1 Calça 2 Macacões 2 Ternos 1 Colete 1 Saia Longa 1 Vestido Longo 1 Cropped 2 Saia Midi 3 Macacões 2 Coletes 1 Caça 1 Camisa 1 Vestido Midi 4 Vestidos Longos 1 Camisa 2 Saias Midi 1 Blusa 2 Blazer 5 Macacões 1 Vestido Midi

Artefatos de gênero

[mapa de coleção] O Vale

Noivas da Seca

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cores

tecidos formas

matéria

Cinza Tropical Marrom misto

XeA

Cinza Tropical misto Preto Branco Risca de Marrom giz

XeA

Nervuras Aplicação de flores

Azul Branco

Crepe

XeA

Estampa Sertão Bordado em linha

Marrom 1 Marrom 2 Nude Branco

Brim crú Seda Crepe

XeA

Estampa floral Aplicação de flores Matéria em camadas Nervuras

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unificador Cintura marcada Uso da alfaiataria


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Silhueta Ampulheta

[formas e silhuetas] Na coleção são usadas as silhuetas X e A, que dialogam com o tema através de cintura marcada e modelagens amplas na parte de baixo, traduzindo uma alma sólida e ao mesmo tempo feminina.

Silhueta Triângulo

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bendito entre as mulheres


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[mãos criadoras de vida] Retrata o processo de construção da cerâmica e suas artesãs. Os elementos usados foram o cinza para representar o barro, com bordados monocromáticos, mostrando a cerâmica antes do processo da queima. Tambem usou-se do entrelaçamento, que faz referência a construção, ao entrelaçamento do barro ate que chegue ao ponto de peça pronta.

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[artefatos de gênero] A inspiração veio da obra “Artefatos de gênero na arte do barro”, que consta na fundamentação teórica do trabalho e que mostra a inserção da figura masculina na arte do barro. Foram usados elementos ditos como masculino nessa família, o uso pesado da alfaiataria tradicional e tecidos como a risca de giz para representar tal questão.

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[o vale] Esta família representa o contexto social de onde é produzida a cerâmica, fala sobre o Vale como um todo. Bordados com casarões e uma estampa denominada “sertão” representam a família, foi trabalhada a assimetria para simbolizar a dualidade do Vale entre riquezas e pobrezas.

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[noivas da seca] Inspirada no livro honônimo, retrata a cerâmica esua reação com a feminilidade:, vistos nas bonecas e utensílios. Elementos presentes são o uso dos tons terrosos, a delicadeza do bordado em barro e a aplicação de flores em tecido. O nome vem das artesãs do vale, cujos maridos, em época de estiagem, saiam para trabalhar fora, enquanto estas ficavam e cuidavam da casa, da família e do ofício do barro. [120]

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[painel artĂ­stico]

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[painel de segmentação]

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segmentação

conceito

fashion

comercial

Vestidos

4

7

5

Macacão

-

4

9

Blazer

5

1

2

Maxi colete

2

-

1

Colete

1

2

4

Calça

3

2

2

Saia

3

1

3

Camisa

2

2

1

Cropped

1

-

2

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[looks escolhidos]

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[fichas tĂŠcnicas]

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INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA

QUANDO O OFÍCIO É ARTE: Cerâmica Popular do Vale do Jequitinhonha

[artigo] ALUNOS: Carlos Eduardo Guedes Soares PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A): Geanneti Tavares Salomon ÁREA DE PESQUISA: Comunicação e Artes LINHA DE PESQUISA: História, Imagem e Cultura

BELO HORIZONTE 2017 / 1 Carlos Eduardo Guedes Soares

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QUANDO O OFÍCIO É ARTE: Cerâmica Popular do Vale do Jequitinhonha

Artigo apresentado como requisito de avaliação do Curso de Graduação em Moda do Centro Universitário Una para aprovação parcial na disciplina TIDIR VI (PRÉTCC). Professora: Geanneti Tavares Salomon Produto final TCC: Coleção de Moda

BELO HORIZONTE 2017 / 1 QUANDO O OFÍCIO É ARTE: Cerâmica popular do Vale do Jequitinhonha* Carlos Eduardo Guedes Soares1

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* Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação para obtenção do título de bacharel no curso de moda, do Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário UNA. Graduando em moda no Instituto de Comunicação e Artes - ICA. E-mail: caduguess@gmail.com

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RESUMO Este artigo desenvolve uma temática a respeito da relação entre artista e artesão, procurando apontar a interligação entre os processos criativos de ambos e a importância das práticas artesãs para a criação do artista. Essas teorias são utilizadas para observar o artesanato produzido na região do Vale do Jequitinhonha, localizado no Nordeste de Minas Gerais, em especial a imagem de D. Izabel, mulher pioneira na prática da arte do barro, procurando perceber a relação dos artesãos daquela região como a arte. Pesquisas e visitas a museus e comunidades locais do vale foram usados como base para a fundamentação teórica presente neste artigo. Sendo este um artigo com o proposito final de uma coleção de moda, foi observada a coleção “Costela de Adão” do estilista mineiro Ronaldo Fraga. Palavras-chaves: Artesanato. Arte do barro. Oficio. Jequitinhonha.

INTRODUÇÃO

A vida interiorana mineira traz consigo em seus ofícios as experiências locais, deixando assim marcas registradas em cada trabalho artesanal, ali produzido, fazendo com que, através da memória, sejam passadas os ensinamentos de cada artesão. Permite observar sentidos que são dados por quem cria um trabalho de arte tradicional, que entre mãos sábias, acaba sendo sempre uma arte recriada. Este estudo tem como objetivo geral a valorização da identidade do Vale do Jequitinhonha, chamando atenção para a produção artesanal e, dentro disso, trabalhar a relação entre artista e artesão, identificando o artesanato como base técnica para a arte e afirmando sua importância. O Vale do Jequitinhonha, que já foi conhecido por riquezas minerais, mostra que sempre teve algo muito maior do que isso, a arte do barro. A cerâmica do Vale do Jequitinhonha mais que peças utilitárias ou decorativas, são símbolos, documentos que têm lugar significativo na história. Pretende-se afirmar a cerâmica popular desta região como expressão artística e como maior riqueza do Vale, não só culturalmente falando, mas também economicamente. Dentro disso, busca-se mostrar seu processo de criação e produção, a relação espírito material e as tradições na passagem de gerações. Ainda pretende-se abordar as então denominadas “mulheres de barro”, mulheres estas que dão vida a arte de modelar o barro, mas que não deixam de lado os afazeres do lar. Um ponto que podemos relacionar o ofício de se moldar o barro com a memória pela moda, foi a coleção “Costela de Adão” Verão 2003/04 do estilista mineiro Ronaldo Fraga, desfilada na passarela da São Paulo Fashion Week. Uma coleção que baseada nesta cerâmica produzida no Vale do Jequitinhonha.

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construir arte com exatidão, aprender a trabalhar com tal tipo de material seja ele a tela, o tecido ou até o barro, elemento principal que discutiremos ao longo deste trabalho.

1. ARTE E OFÍCIO Qual é a linha que separa a arte do artesanato? Segundo Mário de Andrade (1963), por trás de todo artista há um artesão; é como se o artesanato fosse somente uma base técnica para a arte. E é disso que se trata a cerâmica do Vale do Jequitinhonha. A receita do artefazer da cerâmica é passada de geração para geração, mas somente as técnicas da escolha e da modelagem do barro. O talento é o que se põe a mais assim como a individualidade de cada artesão. Nenhuma peça é igual a outra. Em entrevista feita por Mattos (2001) Salete, ceramista da comunidade Comercinho do Vale do Jequitinhonha, descreve: Vou pegando o barro e já vem aquela vontade de trabalhar… já vem aquela espécie na cabeça. Assim, também, se eu for fazer aquela peça que veio no pensamento e eu trocar por outra, não dá certo. Só dá certo aquela que veio no pensamento. Tem este mistério no meio. Só dá certo aquela que veio no pensamento [sic.].

Por certo os senhores conhecem a anedota espanhola do moço poeta que, desejoso de fazer poemas sublimes, se dirigiu ao maior poeta do tempo e lhe perguntou como é que este lhe fazia versos. E o grande poeta respondeu: no princípio do verso põe-se a maiuscula e no fim a pontuação. ‘E no meio?’ indagou o moço. E o grande poeta: ‘hay que poner talento’... (ANDRADE, 1963 p. 15)

Essa anedota faz-se compreender a importância do artesanato na arte. Quando ele diz “no princípio do verso põe-se a maiúscula e no fim a pontuação”, essa “receita” é a parte da arte que pode ser ensinada, a parte técnica. O que não se ensina é a objetivação, a concretização da verdade interior de cada artista, a solução pessoal de cada um no fazer. A técnica pessoal é inensinável, cada qual tem a sua para poder se expressar com legitimidade, pois assim, como afirma Mattos (2007), sobre o pensamento de Bachelard “Mas, o barro reage penetrando também nas mãos e no coração do ceramista, fazendo renascer nele, a consciência da mão do trabalho, desperta em nós o ser ativo. Pois, toda mão é consciência de ação. Ainda como afirma Mattos (2007) sobre o pensamento de Bachelard e LeviStraus:

Há uma certa poesia na fala da ceramista quando descreve o início de seu processo criativo. Esse desejo, essa inquietação, é fruto da arte e do ofício do barro.

se pode dizer, com Bachelard (1986, p. 53), que o artista do barro exercendo sua arte “sobre uma matéria amorfa, submete essa matéria a certas restrições: ele a despedaça e a modela, impondo-lhe limites... Tal como diz Levi Strauss (1986, p. 29), o trabalho do ceramista “consiste, justamente, em impor uma forma a uma matéria que anteriormente não tinha nenhuma”.

vivência se transforma e produz inúmeros desdobramentos, inúmeras criações, mantendo sempre um sutil compromisso com as forças tradicionais da cerâmica do Jequitinhonha. Assim, nas peças produzidas pelos artistas do barro, caminham as interferências que a cultura local absorve da cultura mais ampla. As mãos criadoras de vida. (MATTOS, 2007, p.204)

2. CERÂMICA POPULAR DO VALE DO JEQUITINHONHA Munari reflete sobre a relação entre a função e a beleza dos objetos: Ao pormos sobre um móvel, em nossa casa, um vaso etrusco antigo - que consideramos belo, bem proporcionado e construído com exatidão e economia - não devemos deixar de ter em mente que esse vaso tinha uma utilização: provavelmente, continha o azeite. Nesse tempo, o recipiente para o azeite foi feito por um designer da época. Então a arte e a vida avançam a par: não havia objetos de arte para olhar e objetos vulgares para usar. (MUNARI, 1982, p. 18.)

No tempo mencionado por Munari, não havia distinção entre o artista e o artesão, pois importava muito mais a utilidade, a função de uso. Não se criava somente com o objetivo de fruição, beleza era mais uma consequência, do que de fato, um dos fatores determinantes da criação.

O artesanato feito de barro tem origem ligada ao povo indígena, de fabricar cerâmicas com funções utilitárias, como pratos, panelas e potes. Segundo Mattos (2007) os próprios artistas se reportam à origem indígena ao se referirem a sua arte. A cerâmica do Vale, mais do que peças utilitárias ou decorativas, são símbolos, documentos que têm lugar significativo na história.

1.1 O Vale do Jequitinhonha

Segundo Mario de Andrade (1963), a arte se confunde quase que inteiramente com o artesanato, pelo menos nos processos de movimentar o material. Se nesse processo de movimentar o material a arte se confunde com o artesanato, até onde vai essa linha tênue entre o artista e o artesão? Afirmemos então que todo artista tem de ser artesão, tem de aprender as técnicas para

Impossível falar dessa arte sem antes apontar seu contexto, onde é criada e quem as faz. A história do Vale do Jequitinhonha já foi antes contada pelas suas riquezas minerais, sendo explorado até a exaustão e depois abandonado à própria sorte quando esses recursos aparentemente

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acabaram. Foi diagnosticada como uma das áreas mais pobres do Brasil.: “Parada no tempo: como é a vida no Vale do Jequitinhonha, um dos lugares mais pobres do Brasil. ” (ISTO É MINAS, 1993) As cidades do Vale foram criadas em virtude da exploração de minérios, surgindo daí o nome de cidades como Minas Novas, Diamantina, Pedra Azul, Berilo, Turmalina, Malacacheta etc. como aponta Dalglish (2006). Depois de ser reconhecido, de um modo pejorativo, pela população nacional como “bolsão de pobreza”, “região problema”, “vale da miséria” ou “ferida de subdesenvolvimento”, o Vale é hoje visto pela sua arquitetura colonial, sua riqueza artesanal e principalmente pelas suas belas cerâmicas.

A escolha de um bom barreiro envolve toda uma pesquisa anteriormente feita pelo artesão, pois não é qualquer barro que serve. Em entrevista feita por Mattos (2001) Adail3 relata esse processo: É muito difícil porque tem o barro, muitos bolo de barro que é metade areia e a outra metade é barro. aquele que tem areia não serve. Então, tem que escolher. Não é só chegando lá e ir rancando e trazendo. Porque tem um tipo de barro que poca [sic.] no queimar, que quebra no fazer. Ele poca no queimar, porque tem areia. É modi de areia. E o outro quebra é por modi qui [sic.] tem terra e o barro fica fraco. O problema dele é esse.

Ainda em entrevista feita por Mattos (2001) a ceramista Salete acrescenta: O barro que é bom mesmo tem que ter um pouco de areia, que eles fala aqui [sic.] esmeril. Tem que ter o esmeril do barro – aquela areia fininha, um pouquinho – porque o barro sem areia num dá. Quando a gente começa a cavar, a gente vê o corte. Isso a gente aprendeu com minha mãe e meu pai. Tem que ter aquele corte macio. Desde pequenininho, minha mãe sempre levava a gente.

1.2 A Cerâmica

Essa matéria - prima - argila tirada do solo - é também a mais ‘bruta’ entre as conhecidas e utilizadas pelo homem… e não sem razão que outras mitologias comparam a obra do criador a da ceramista. (Lévi - Strauss)

A terra, a água, o ar e o fogo, partindo destes elementos básicos as peças são moldadas, colocadas para secar e depois levadas ao forno para queima. De acordo com Dalglish (2006) a produção da cerâmica do Vale do Jequitinhonha sempre esteve ligada ao cotidiano das artesãs, esse trabalho no barro é passado de geração para geração. Ainda hoje, as ceramistas seguem as mesmas técnicas usadas por suas mães e avós, no manuseio, na pintura e na queima. Primeiro vem a pesquisa de um bom barreiro e muitas vezes o barro tem que ser buscado muito longe como conta Mattos (2001) sobre Dona Eva, ceramista da comunidade Campo Alegre no Vale do Jequitinhonha: “Dona Eva, como a maioria dos outros ceramistas, tem que buscar o barro muito longe. Para ajudá-la, alguns netos, sempre, costumam acompanhá-la. ” Dona Izabel Mendes, ou como é conhecida na região, Mestre Izabel2, relata a Mattos (2007), que quando se vai começar em um novo barreiro; é preciso que a lua esteja na fase minguante como ela diz: “é uma lua fraca porque, se começar a tirar o barro em fase de lua forte, o barro daquele barreiro fica fraco e as peças quebram na hora da queima. E sendo iniciado na lua fraca que o barro fica mais forte”. Essa superstição que ela conta é levada muito a sério na escolha e na retirada do barro. 2 Mestre Izabel ceramista de Santana do Araçuaí, mulher pioneira na prática da arte do barro, da qual trataremos no capitulo seguinte. [160]

Dessa maneira, o barro que é utilizado na confecção das peças tem que ser bem limpo e deve conter uma pequena porção de areia “esmeril” segundo Salete, isso para que massa fique resistente e não quebre durante o processo da queima. Antes de ser moldado o barro é tratado e transformado, como conta Mattos (2001): só depois que o barro é transformado em um pó bem fino é que a ele é, pouco a pouco, adicionada a água, tornando-se, com o amassar manual, uma substância úmida e plástica… É somente após todo esse processo que o barro está pronto para ser modelado.

A partir desse tratamento o barro está pronto para ser modelado, em alguns casos pode ser armazenado em sacos plásticos para manter a umidade. Mattos (2007) conta que alguns ceramistas deixam a massa armazenada nesse estado para conseguir trabalhar nos períodos chuvosos, e também relata que quanto mais tempo a massa ficar guardada desta forma mais ela se torna maleável. Na modelagem das peças as técnicas mais utilizadas são o “repuxo” e outra feita a partir de “cordões”, “roletes de barro que são apoiados na tábua em forma de espiral”. A modelagem de algumas peças é mais complexa, pois exige que os ceramistas acrescentem detalhes, depois que as peças já estão parcialmente secas. Essa é uma parte muito delicada do trabalho, pois os ceramistas têm que ter muito controle sobre o ponto exato do secamente que lhes permita inserir esses detalhes. Caso contrário, haverá problemas com a aderência dos mesmos. (...). Ao ficarem prontas, elas são colocadas à sombra para secar e só depois de secas são levadas ao forno para a queima. A queima também é uma fase delicada. (MATTOS, 2001, p.95)

3 Adail é marido de Salete, ceramista da comunidade de Comercinho no Vale do Jequitinhonha MG [161]


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Bendito Entre as Mulheres - 2018/2019 as peças são postas à sombra para secar. Depois de secas, são pintadas e levadas ao forno para queimar; algumas precisam ser pintadas e queimadas novamente. (MATTOS, 2007)

A queima acontece depois que a cerâmica já esta seca; é a fase mais delicada de todo o processo e deve ser observado o tempo todo pelo artesão. Mattos (2007) conta que em agosto de 2006, em Santana do Araçuaí, tentou acompanhar Mestre Izabel em um processo de queima: Não dei conta. A noite estava gelada, cerca de 10ºC. D. Izabel se levantou a noite inteira para olhar as peças que estavam no forno. O cansaço de seu rosto, que se pode ver na fotografia acima [Ver figura 1 dos anexos], mostra a intensidade do esforço por ela realizado. Seus filhos não queriam que ela se levantasse, mas ela não admitia que outra pessoa fizesse o controle. Eles iam, mas ela ia junto com eles insistindo em dizer que só de olhar a cor do fogo ela conhecia quando as peças estavam no ponto exato.

3. Mulher de Barro

Cabe a mulher a cerâmica, pois a argila de que são feitas os potes é fêmea como a terra e em outras palavras, tem alma de mulher. (Lévi – Strauss)

A última fase desse processo é a pintura das peças. Em alguns casos ela deve ser feita anteriormente ao processo de queima. Quase todas as tintas utilizadas são conseguidas de forma natural, muitas vezes feitas do próprio barro. De acordo com Mattos (2007), a coloração branca, por exemplo, é dada a partir do “oleio”, é uma parte mais preta do barro que é retirada a 1,5 de profundidade do solo. Esse barro escuro se torna branco após a queima. “As roupas ficam tão brilhantes a ponto de pensar que foi utilizada purpurina na pintura. ” D. Izabel conta que dava brilho às peças da maneira como tinha aprendido com sua mãe. Depois de a peça estar pronta, ela a alisava com uma semente chamada “olho de boi”. Depois de muitos anos com essa técnica, ela teve a idéia de fazer uma água de barro para passar sobre as peças, para ver que efeito teria. Quando viu que elas ficavam brilhantes, passou a fazer a mesma experiência com o barro de outras cores. (MATTOS, 2007, p. 201)

Essa técnica da água de barro, desenvolvida pela Dona Izabel é a que hoje é utilizada como tinta por vários outros ceramistas no Vale.

O termo Mulher de barro faz referência a Mestre Izabel, artesã que realiza importante trabalho de pesquisa com materiais encontradas na natureza. A escolha de tal artesã como inspiração não se deve apenas a isso, mas também a sua importância, e por “trazer vida” para grande parte de sua comunidade, como conta Mattos (2007): “trazer vida para grande parte da comunidade de Santana do Araçuaí, introduzindo, de modo gratuito, muitas pessoas, economicamente carentes, na arte do barro e, através desse seu gesto, proporcionando-lhes um renascer”. Dona Izabel diz a Matos (2007); que foi sua mãe quem a incentivou a modelar e a usar o forno de lenha para queimar as peças, “Eu aprendi a mexer com o barro com a minha mãe (D. Vitalina), que também aprendeu com a mãe dela (D. Cartola), que também aprendeu com a mãe dela”. Inicialmente, as peças de barro que ela fazia eram, além dos utilitários – potes, panelas, filtros – objetos de adorno, tais como boizinhos, cavalos, cavaleiros, pequenas bonecas, pássaros repousando nas árvores, ou de devoção – os presépios. Depois começou a fazer potes com motivos diferentes e conta que ficava muito feliz quando as pessoas da comunidade os admiravam. Com um sotaque que é peculiar lá do Vale, D. Izabel diz: “O povo tinha era um encante, quando eu fazia, que tinha mês de leilão que eu fazia aquelas coisas mais bonitas, aqueles galinhos, presépio”. (MATTOS, 2007)

D. Izabel tem a sensibilidade para fazer as cores, explorando os materiais que encontra na natureza. Ela vai percebendo, aos modos da tradição, as possibilidades de cores do material em seu estado mais natural e dali vai desmembrando diferenças mínimas entre elas. (MATTOS, 2007, p.202) Resumindo, podemos dizer que, apesar das peças de cerâmica apresentarem as mais variadas formas, seu processo de confecção, com pequenas variações, obedece a várias etapas. A primeira é a retirada do barro. A escolha dele envolve todo um aprendizado, pois não é qualquer barro que pode ser utilizado na modelagem. Ele tem que ser bem limpo e não ter terra, mas deve conter uma porção pequena de areia muito fina, para que a massa fique mais resistente durante o processo de queima. Depois de escolher e recolher esse tipo de barro, é preciso transportá-lo até o local de trabalho onde será deixado e dividido em pequenas porções para que sequem ao sol. Os pequenos torrões resultantes, depois de secos, serão quebrados com amassadura (algumas vezes é utilizado o pilão), e transformados em pó. Esse pó é peneirado para que fique bem fino e livre de todas as impurezas. Depois de umedecido e amassado, é feita a massa para modelar as peças. Essa massa, assim preparada, se bem acondicionada em sacos plásticos para manter a umidade, costuma durar uns três meses. Alguns ceramistas costumam deixar a massa nesse estado para conseguir trabalhar no período das chuvas e dizem que quanto mais tempo a massa ficar guardada assim mais ela se torna maleável. Algumas peças são iniciadas por “repuxo”, outras por “pavios” e, conforme a peça, os ceramistas costumam, também, abrir a massa com um cilindro. Os instrumentos de modelagem são principalmente os dedos dos ceramistas, sabugo de milho, pedaços de cuia, estiletes de madeira, facas e pano, sempre umedecido em água. Depois de moldadas,

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Ainda de acordo com Mattos (2007), por influência do mercado externo, ela começou a fazer noivas, cavaleiros e mães alimentando crianças, em tamanhos muito grandes, cerca de um metro de altura, o que a fez famosa por todo o país e no exterior. Vale ressaltar ainda, que sobre a diversa contribuição de tal, para a cultura brasileira, D. Izabel foi premiada em 1º lugar no “Premio Unesco de Artesania para America Latina y el Caribe”, em 2004. Ao redor de Dona Izabel formou-se uma escola, como ela afirma a Mattos (2007), em que todo o grupo familiar e muitos vizinhos aprenderam a trabalhar; “Eu fiquei ensinando pros [sic.] outros. Eu ensinava prá um, prá outro ... Até hoje em dia. E cada um vai fazendo no seu modo. Melhorou [163]


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a situação de tantas pessoas que não sabia o que fazer”. Assim como os artesãos de sua família, quanto os demais de sua comunidade, tem seguido seus trabalhos e ensinamentos até hoje como ela própria diz, “ao modo deles”. Além de utilizar todo conteúdo deste artigo como base teórica para a construção de uma coleção de moda, Mestre Izabel e suas mãos criadoras de vida serão inspiração para a coleção, intitulada “Bendito Entre as Mulheres”. A coleção tem o intuito da valorização cultural da arte do Vale do Jequitinhonha. A marca “Benedito” foi criada com o mesmo intuito inspiracional: trabalhar a cor local é identidade da marca. O nome “Benedito” se refere a simplicidade e por remeter a um nome interiorano. A simplicidade, porém, trazida com sofisticação nos detalhes e tons terrosos, tons estes que nos lembram o ambiente dessa região e também o trabalho dessas belas artesãs, que moldam o barro com tanta delicadeza, assim como as peças da marca trazem o moldar a mão, através de suas modelagens detalhadas. Com base em pesquisas de concorrentes e inspirações, a Benedito chegou até o trabalho magnífico de Ronaldo Fraga que trouxe a importância do trabalho artesanal do Vale do Jequitinhonha e toda a atmosfera envolvida nessa região para uma coleção de roupas. O estilista mineiro Ronaldo Fraga, em sua coleção verão 2003/4, também buscou inspiração no artesanato das bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha, e na cultura do local para criar suas peças. A coleção denominada Costela de Adão leva o ar interiorano, os tons e a graça da região. Ronaldo captou do local, que muitas vezes é apresentado como somente uma região de pobreza econômica, a sua grande riqueza cultural e a beleza da natureza exuberante que o local abriga. (LAGE, 2012)

A estética das peças, o corte, a silhueta e as cores se assemelham a roupas das bonecas. Vestidos bordados com motivos florais e rostos de bonecas estampando as peças, traziam para a passarela toda a atmosfera da cerâmica do Vale. As modelos tinham uma expressão que retratava as bonecas de barro, o olhar singelo e reflexivo, além de parecerem queimadas pelo sol. [Ver figura 2 e 3 dos anexos] Pouco antes de desfilar sua coleção, Ronaldo comentou que seu maior desafio foi dar sofisticação a um trabalho tão simples como o do Vale do Jequitinhonha. Em entrevista ele revela: É um trabalho muito feminino, muito delicado e que já estava na hora de ser apropriado pela memória do país”, afirmou. “Só se fala de pobreza no Vale do Jequitinhonha, mas se esquecem de dizer que elas (as artesãs) sabem transformar barro em ouro. (LAGE, 2012)

de escultura de noivas e madrinhas de beleza sem par: femininas, caboclas, brasileiras. As mãos hábeis das figurinistas vão imprimindo no barro a outra face de um Brasil a se descobrir. Ronaldo eleva o olhar para esse horizonte, mergulhando no imaginário que fervilha nos dedos que marcam cinturas onde antes avia gargalos de moringa. Seu olhar aguçado vai soprando vida nas roupas. Brinco, batom, penteado e estampa abrem um viés borbulhante de sensualidade represada. As memórias afetivas são agora objetos de valor e escrevem outra história4. (GARCIA apud LAJE, 2012)

Assim como Ronaldo, a Benedito quer estabelecer o diálogo entre cultura brasileira e o mundo contemporâneo. Fazendo questão de, primeiramente, valorizar riquezas locais, atentando o olhar para as belezas simples do país. Tendo como moderno o estilo dominante da marca e complementares os estilos criativo e dramático. Levando os tons terrosos e o vermelho e branco como as principais cores da coleção, destacando-se também as silhuetas de formas simples e delicadas fazendo jus a simplicidade interiorana, desse modo a marca pretende trabalhar com tecidos crus adicionando bordados e tingimentos naturais, além de desenvolver junto a ceramistas locais, botões e vidrilhos feitos a partir do barro. A coleção será dividida em cinco famílias, que serão nomeadas com nomes de artesãs: Dona Izabel, Zezinha, Salete, Maria e Ulisses.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todo artista, antes de ser conhecido como tal, aprende o ofício de artesão, não sendo o único caminho, mas um dos mais importantes caminhos para a realização de um trabalho digno e gratificante. A relação que se encontra entre o artista e o artesão vai além do ofício, mas também dos singelos detalhes em cada momento de seus trabalhos. Dar vida a uma matéria amorfa e transforma-la através de seu trabalho, lhe dando uma forma e um valor subjetivo, é o ponto que entrelaça o artista e o artesão. Ao longo de décadas o Vale do Jequitinhonha vem sendo conhecido por um local de pobreza extrema, sendo adjetivado pejorativamente de “região problema”, “Vale da Miséria” e “bolsão de pobreza”. Apontar o olhar para outros aspectos dessa região, mostrando os trabalhos culturais e artesanais que são realizados durante gerações, é algo de enorme importância para entendermos melhor e conhecermos algo que pouco se fala e pouco se vê, de uma terra que já sofreu com problemas climáticos e econômicos.

Ainda sobre o contraste entre a pobreza conhecida desta região e a delicadeza do trabalho dessas mulheres, Garcia ressalta: A argila ganha vida, moldada no desejo de uma felicidade sem trincas. E germina sob a forma

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Trecho do texto de Carol Garcia sobre a coleção Costela de Adão do estilista Ronaldo Fraga. [165]


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ABSTRACT This article develops a thematic about the relation between artist and artisan, trying to point the interconnection between the creative process of both. The importance of artisan practices for the creation of the artist. These theories are used to observe the handicrafts produced in the region of Vale do Jequitinhonha, located in the northeast of Minas Gerais, especially the image of Mrs. Izabel, a pioneer woman in the art of clay art. Trying to perceive the relation of the artisans of that region as art. Research and visits to museums and local communities in the Vale are used as a basis for the theoretical foundation presented in the article. Being an article for the final purpose of a fashion collection, it was observed the collection “Costela de Adão” by the stylist from Minas Gerais Ronaldo Fraga.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Mario. O baile das quatros artes. Editora: Livraria Martins, São Paulo SP, 1963 CRESPO, Adriana. A necessidade da arte. Editora: faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, 2014. DALGLISH, Lalada. Noivas da seca: cerâmica popular do Vale do Jequitinhonha. Editora: UNESP 2º edição, São Paulo SP: 2006.

Key words: Handicrafts. Art of Clay Art. Job. Jequitinhonha

DALGLISH, Lalada. Tradição e Identidade na Cerâmica Popular do Vale do Jequitinhonha. Editora: UNESP, São Paulo SP: 2006. Disponível em: http://abca.art.br/n33/12lalada.html. Acesso em: 01/06/2017 ISTO É MINAS. Parada no tempo: como é a vida no Vale do Jequitinhonha, um dos lugares mais pobres do Brasil. Edição nº 87, Belo Horizonte MG: 1993 LAGE, Barbara Dias. Moda e cultura: um estudo da cultura em Minas Gerais a fim de levantar traços que marquem suas identidades na moda. Belo Horizonte MG, 2012. Disponível em: http:// www.ppgd.uemg.br/wp-content/uploads/2013/07/B%C3%A1rbara-Dias-Lage.pdf. Acesso em: 02/07/2017

MATTOS, Sônia Missagia. Artefatos de gênero na arte do barro (Jequitinhonha). Editora: Edufes, Vitoria ES, 2001. MATTOS, Sônia Missagia. Mãos Criadoras de Vida: ceramistas do Vale do Jequitinhonha. Editora: Habitus, Goiania Goias, 2007. Disponivel em: http://revistas.ucg.br/index.php/habitus/ article/view/384/320. Acesso em: 01/06/2017 MUNARI, Bruno. A arte como oficio. Editora: Presença, 1982.

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APÊNDICE

ANEXO

(Figura 1) http://seer.ucg.br/index.php/habitus/article/viewFile/384/320

(Painel de inspiração da coleção Mulher de Barro)

(Figura 2 e 3) http://www.ppgd.uemg.br/wp-content/uploads/2013/07/B%C3%A1rbara-Dias-Lage. pdf

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