Centro Universitário Una Instituto de Comunicação e artes Bárbara Vicentin Natasha Guimarães Stefânia Felix
Bagagem de uma não história
Belo Horizonte 2014
Portfólio de conclusão de curso apresentado à disciplina de Projeto Experimental, como requisito para obtenção de grau de Bacharel em Moda.
Área: Criação de acessórios Feminino e Masculino
Orientadora: Mariana Rodrigues
Dedicatória Bárbara Vicentin Neste grande momento, concluo mais essa etapa da minha vida com
muita alegria e mais certeza ainda de que fiz a escolha certa. Agradeço, primeiramente a Deus, que me guiou e me deu forças nas horas mais difíceis. Chegar até aqui não foi fácil, e seria impossível sem as pessoas que mais amo ao meu lado, por isso, agradeço a minha família, principalmente aos meus queridos pais, Paulo e Rosângela, pelo amor, dedicação, abdicação e cumplicidade. O caminho foi longo e não conseguiria percorrê-lo sozinha. Por isso, agradeço também a meu namorado Rodrigo que compartilhou meus momentos de sucesso e dificuldades, assim como a minha grande amiga Raissa. Enfim, estendo meu agradecimento a todos que, de alguma forma, colaboraram e acreditaram no meu sonho. Eu amo muito todos vocês!
Dedicatória Natasha Guimarães Dedico este momento aos meus pais, Marcos e Regina, aos quais agradeço pelo apoio ao curso, que escolhi, e por oferecer a mim e a minhas irmãs os melhores estudos e oportunidades possíveis. Amo-os mais do que tudo e sei que todos os esforços empreendidos por eles foram feitos com a melhorar das intenções. Agradeço, de coração, às
minhas irmãs, melhores amigas e companheiras, Nathalia e Isabela; à nossa nova paixão, Cecília, sobrinha amada, nossa princesa; aos meus avós, Geraldo e Marlene pelo carinho incondicional; ao meu querido padrinho Maurício e minha saudosa madrinha Roseli, sempre no meu coração; a todos os familiares, amigos e professores que torceram por mim. Não poderia deixar de me lembrar dos (as) amigos (as) que fiz durante todos esses anos de curso, cujas amizades pretendendo manter para sempre. Que todos nós possamos ter muitos sucesso na carreira que abraçamos e sejamos felizes em nossas escolhas.
Dedicatória StefâniaFelix Após viver grandes momentos nesses três anos de curso, concluo mais essa etapa da minha vida, com muita alegria. Agradeço, primeiramente a Deus, que sempre colocou as pessoas certas em meu caminho, me guiou e me deu forças quando, em algum momento, achava que fosse fraquejar. Em seguida, agradeço a meu Anjo, por acreditar em mim e contribuir para a realização deste sonho. Chegar até aqui não foi fácil, e seria impossível se não tivesse ao meu lado as pessoas a quem tanto amo. Para isso, foi necessária a ajuda de minha família, principalmente de meus queridos pais e irmão, Tânia, Nilson e Victor, pelo amor, dedicação e por tudo que fizeram por mim. E ao meu namorado Yuri, por incentivar meus sonhos, ser sempre tão positivo, amoroso, companheiro e me ajudar em todos os momentos da minha vida O caminho foi longo e, felizmente, graças a vocês, consegui
atravessá-lo.
Vocês
foram
maravilhosos!
Finalizo,
estendendo meu agradecimento a todos que, de alguma forma colaboraram , confiaram e acreditaram na concretização de meu sonho. Eu amo muito a todos vocês, esta vitória é nossa!
Sumário Curriculum -------------------------------------------------------------------------01 Briefing de negócio (DNA da marca) ---------------------------------------07 Estilo / Atributos -------------------------------------08 Nicho/ segmento/ gênero ----------------------------09
Concorrentes ------------------------------------------ 10 Canais de dist. / Margem de p. / Diferenciais----13 Público alvo ------------------------------------------------------------------------14 Painel de público alvo ----------------------------------16 Identidade da marca --------------------------------------------------------------18 Briefing de coleção -------------------------------------------------------------- 34 Bagagem de uma não história---------------------- 35 Memorial descritivo -----------------------------------36 Painel de inspiração -------------------------------- 66 Painel de macrotendência ------------------------ 68 Painel de tendência --------------------------------- 70 Cartela de Cores ----------------------------------------------------------------77 Cartela de Tecidos -------------------------------------------------------------81 Cartela de aviamentos ----------------------------------------------------------85 Cartela de matérias --------------------------------------------------------------88 Descritivo de processo criativo das famílias --------------------------------- 91 Mapa de coleção ----------------------------------------------------------------- 92
Descritivo do processo de desenvolvimento de coleção ------------------ 93
Sumário Tipo de apresentação ------------------------------------------------------94 Acessórios Selecionados ------------------------95 Mapa de coleção -------------------------------------------------------------97 Acessórios --------------------------------------102
Trapos e farrapos-------------------------------103 Rota da Fortuna-------------------------------105 Gypsy--------------------------------------------106 O Mago------------------------------------------108 Painel artístico- --------------------------------110 Painel de segmentação- acessórios ----------114 Anexos__________________________________________115 Bibliografia -----------------------------------------------------------------135
Curriculum Bárbara Vicentin Sou Bárbara Vicentin, tenho 22 anos e sou natural de Andradas-MG. Em 2009 fui aprovada no vestibular para o curso de Administração na IBMEC, onde cursei quatro períodos e mais um período de RELAÇOES INTERNACIONAIS, quando decide trocar novamente de curso, por não me identificar com a
profissão. Foi então que decidi me ingressar no Curso de bacharelado em moda, no Centro Universitário Uma, no segundo semestre de 2011, juntamente com o Curso Tecnológico de Marketing, o qual deixei pouco tempo depois, a fim de me dedicar ao que realmente queria para minha vida. Durante os períodos do curso, trabalhei em alguns eventos de moda ligados à faculdade. Auxiliei nos backstages de alguns desfiles para a loja AMOR EM PEDAÇOS, atuando também como assistente de compras no MTP, além de cursar modelagem com a liz Brasil. Em 2012 comecei a trabalhar na Ellus, como vendedora e consultora de estilo. No meio deste ano fui, junto com professora Mariana Rodrigues, para Bournmouth, na AUCB, onde fiz um curso de textiles3d. Em 2013, fiz, no SENAC, o curso de Costureira, e de técnicas básicas de consultoria, na Quali Consulting.
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Em 2013, retomei meu curso de inglês. Agora, em 2014, fiz um curso básico de fotografia na Escola de Imagem e iniciei o curso de consultoria de imagem e personalshoper ,na AEA, e também o curso de visagismo com philliphalowell. Meu objetivo profissional, de início, é criar um site de consultoria de imagem personalizado com serviços de personalshopper e visagismo
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Curriculum Natasha Guimarães Meu nome é Natasha Guimarães Martins Barros, 24 anos, estudante de Moda. Natural de Belo Horizonte, resido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Sempre me interessei por moda,
design e artes. Na época do vestibular, no final de 2009, passei em Moda e também em Design de Interiores. Com medo do que sempre escutava sobre o mercado ruim que a Moda tinha em Belo Horizonte, escolhi o Design de Interiores na Faculdade INAP. Estava no 2º semestre quando percebi que não estava feliz e novamente fiz a prova na UNA para o curso de MODA. Passei, e resolvi seguir adiante. Hoje, percebo que o curso me fez ter uma visão ampla sobre a profissão. Durante a minha trajetória, dentro do curso, estagiei em 2012 no Minas trend Preview. Fiz a maquiagem do videoclipe da cantora de rap Zaika dos Santos – Desabafo em 2013, onde exerço o cargo (de maquiagem) desde julho do mesmo ano. Fiz vários cursos de Maquiagem Profissional em Belo Horizonte e São Paulo, entre 2013 e 2014.
Participei do Congresso na Universidade de Palermo em Buenos Aires, “Encuentro Latino de la Moda”. Sou fluente em Inglês, concluindo o curso no CCAA em 2013.
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Tenho interesse em História da Arte, História da Moda e Pesquisas de Tendências. Depois de formada, pretendo fazer outros cursos relacionados a essas áreas, porém meu maior interesse é seguir a área da Maquiagem. Maquiagens para editoriais, passarela, teatro, e me aprofundar na Maquiagem artística e de caracterização.
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Curriculum Stefânia Felix Sou Stefânia Félix Santos, tenho 23 anos e sou natural de Belo Horizonte-MG. A moda esteve presente em minha vida desde os 15 anos de idade, quando comecei a desfilar. Tirei meu registro profissional de modelo e manequim e atuei até 2010, quando resolvi focar nos estudos. Em 2010 fui aprovada no vestibular para o curso de publicidade e propaganda, na Newton Paiva, onde cursei três períodos, mas, por não me identificar com a profissão, resolvi mudar de curso. Foi então que decidi, contra a vontade de toda minha família, ingressar no Curso de Bacharelado em Moda, no Centro Universitário Una, no segundo semestre de 2011. Durante os períodos do curso, trabalhei em alguns eventos de moda ligados à faculdade, auxiliei nos backstages de alguns desfiles internos da Una, fiz parte da equipe da Beleza, fazendo cabelo e maquiagem, e trabalhei no Minas trend preview em 2013.
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Em 2012 montei uma loja virtual em sociedade com minha amiga e cunhada, Jennifer Veloso. A Laço Raro vende roupas e acessórios multimarcas e faz entregas para todo o país. A cada nova coleção fazemos um catálogo, onde faço a produção de moda e
beleza. Ainda em 2014 iremos começar a fabricar nossas próprias peças. E temos a intenção de abrir uma loja física em 2015. Em 2013 me profissionalizei como maquiadora e atualmente também trabalho como freelance, nessa área. Meu objetivo profissional é montar a loja física da Laço Raro e desenhar suas próprias coleções. Continuar conciliando o trabalho de maquiadora com a Laço Raro é minha intenção, pois são duas coisas que me realizam profissionalmente.
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Briefing de negócios (Dna da marca) Descrição geral da marca Nome da marca: O nome da marca Clãn foi escolhido a partir das junções das palavras “Clã”, em português, e “Clan”, em inglês, uma vez que ambas significam Tribo.
Descrição genérica: A Clãn tem como objetivo criar, em seu segmento, acessórios femininos e masculinos. Através da sintetização de várias culturas, a Clãn propõe uma marca criativa e de personalidade, traduzindo a mulher contemporânea que busca tradições diferenciadas. Nossa
missão é despertar nos brasileiros e, porque não dizer, nas pessoas do mundo inteiro, uma nova visão sobre outras culturas.
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Estilo Acessórios exclusivos, que se destaquem pela originalidade, conforto e praticidade. O ponto forte da marca é a riqueza de beneficiamentos. Para atingir esse objetivo foram utilizadas estampas, mistura de tecidos e de outros materiais.
O estilo da marca é o casual. Acessórios para o dia a dia de um público com o estilo de vida livre e aventureiro.
Atributos Espirituais: Físicos:
Liberdade, criatividade
Mistura de materiais, modelagens
funcionais e
confortáveis, estampas exclusivas, beneficiamentos inusitados
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Nicho Prêt-à-porter de difusão
Segmento Casual
Gêneros Feminino e masculino
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Concorrentes BO.BĂ”
A marca tem como público-alvo mulheres inteligentes, antenadas e com muito estilo, sendo que seu diferencial estå nas modelagens, nas estampas bem marcantes, nos bordados bem trabalhados, priorizando as roupas noturnas, sempre com muito brilho e glamour. •Concorrente de
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Concorrentes Cantão
•As roupas da Cantão se apresentam como um símbolo de alegria e de cor no cenário fashion, destacando também cores vivas e vibrantes. As estampas alto-astral e os tecidos leves e soltinhos proporcionam liberdade às mulheres que vestem a marca. O espírito “Flower Power”, eternizado no movimento hippie dos anos 70, acompanha as roupas Cantão, definindo ainda mais sua identidade alegre e espontânea. •Concorrência de estilo
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Concorrentes Langak
Marca brasileira, que traz em suas coleçþes bordados, traços e acabamentos manuais, conferindo-lhe a originalidade de seus
produtos. Desenvolve moda atemporal. Concorrente direto.
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Canais de distribuição Atacado e varejo. A marca possui uma loja física, em Belo Horizonte, bem como uma loja virtual para maior conforto do consumidor e fornecimento a grandes multimarcas.
Margem de preços Produto de menor valor – Lenços: R$45,00 Produto de maior valor – Bolsa de couro: R$800,00 Média de preço – R$352,85
Diferenciais da marca no produto A Clãn se tem como diferencial a mistura de materiais, modelagens funcionais e confortáveis, estampas exclusivas e beneficiamentos inusitados. Através desses diferenciais, são apresentadas cores e elementos que remetem ao tema escolhido.
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Público-alvo O público-alvo da marca Clãn
são homens e mulheres que
geralmente fazem parte da classe média, com nível de escolaridade superior, de quaisquer etnias, com faixa etária entre 20 e 30 anos, solteiros ou sem filhos. São moradores de áreas montanhosas ou
litorâneas, de clima tropical, temperado. Trabalha com pessoas e/ou animais, ou meio ambiente, com salário médio de 4 mil reais, e, se estudante, da área de artes, comunicação, ciências sociais e humanas. Vivem com parentes ou dividem moradia com amigos. Possuem um estilo de se vestir único, característico de vida saudável, livre de formalidades e valorização do conforto. Assim, procuram facilidade na hora de comprar, não são apreciadores de shoppings e não costumam percorrer longas distâncias para esse fim. Gostam de locais em que possam se sentir “em casa”, onde se identifiquem com os vendedores e com o espaço em si, uma decoração nostálgica. Claro que, além disso, buscam comprar peças versáteis, de boa qualidade, já que suas atividades o requerem, ou seja, de estampas diferentes com temas culturais, esportivos, e/ou ecológicos. A modelagem deve ser confortável sem perder o estilo. Adoram acessórios, sendo que alguns os carregam como amuletos e/ou os acumulam como lembranças, por serem elementos que traduzem sua personalidade. São pessoas do mundo e não de um só lugar.
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Dentre suas atividades de lazer, têm inclinação por viagens a destinos exóticos, ecológicos, onde possam praticar seus esportes, ficar em contato com a natureza, relaxar e conhecer de fato a cultura local. Gostam de se sentir inteiramente conectados com a população, hospedando-se, geralmente, em casas de moradores ou, às vezes, se acampam, buscando, como destino, lugares nada turísticos, mas sim onde os habitantes locais indicam e gostam. Suas atividades esportivas facilitam novas amizades, de forma a nunca estarem sozinhos, mesmo que tenham ido sem companhia. Assim, nutrem amizades por todo o mundo, ao lado de pessoas que levam estilo de vida parecido com o seu. Mesmo quando não estão viajando, praticam religiosamente suas atividades esportivas, como surf, skate, treking,
escalada, ciclismo, bodyboarding, slackline , etc. O estilo musical é diversificado e sem preconceitos, mas, dentre os principais, estão, o reggae e o rock clássico, rendendo-se, eventualmente, a um forró para dançar, ou até a um pagode, em um churrasco ou barzinho, com os amigos. Já que não frequentam baladas ou festas desse tipo, preferem uma diversão mais informal, como encontros em casa, luau, bares locais, etc. São pessoas que procuram cuidar do bem estar físico e psicológico, otimistas, sonhadores e amantes da vida, sem luxo, mas de amigos, saúde, persistência e força de vontade para seguir seus sonhos.
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Manual de identidade da marca
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Capa escrito Briefing da coleção
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Capa coleção
Resumo O povo cigano apresenta características que nos permitem várias possibilidades de criação. Sua cultura é rica de elementos e cores capacitando, assim, a utilização exagerada de roupas e acessórios. Por serem viajantes, eles acabam trazendo elementos culturais dos lugares, por onde passam, para a sua própria cultura. Como são considerados nômades, viajam por todo o território e por isso
carregam junto ao corpo tudo o que conseguem, muitas camadas de roupas, suas bagagens, além dos acessórios de ouro, pois fazem uso deles para permuta por serviços prestados. Os ciganos sempre
/ Abstract viveram em grupos, atualmente não são tão numerosos, mas estes ainda persistem em suas características iniciais.
Neste outono/inverno 2015, a marca Clãn apresenta a coleção “Bagagem de uma não história”, que surgiu através da curiosidade das estilistas Bárbara, Natasha e Stefânia, baseada na vida dos ciganos. Todo o mistério envolvido pela cultura cigana, o espírito viajante e o sentimento de liberdade foram usados como inspiração nos acessórios.
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Abstract The Roma people presents characteristics that give us many possibilities of creation. Their culture is rich in elements and colors, the exaggerated use of clothing and accessories. Like travelers, they usually up bringing cultural elements of the places through which they passed to their own culture. How were considered nomadic, traveling throughout the country and so carried close to the body all they could, many layers of clothes, plus their luggage accessories gold, as were using them to barter for services rendered, Gypsies have always lived in groups currently are not as numerous, but they
/ Abstract This fall / winter 2015 still persist in their initial characteristics. collection presents brand ClĂŁn "Baggage of a non story" that emerged through
the
curiosity
of
designers
Barbara,
Natasha
and Stefânia about life Gypsies. The whole mystery wrapped by gypsy culture, the traveler spirit and the feeling of freedom were used
as inspiration to this accessories.
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Introdução Os ciganos são um conjunto de populações nômades, supostamente de origem indiana, que vivem espalhados por quase todas as regiões do mundo. São um dos mais antigos povos que persistem até hoje, apesar de não terem uma nação. Segundo uma reportagem publicada em setembro de 2008, na revista Super Interessante, são divididos em três principais etnias, Rom, Calon e Sinti. Seu universo é muito antigo e cheio de histórias. Por falta de registros não se sabe ao certo até onde suas histórias são verdadeiras ou se são apenas lendas passadas por gerações. Os ciganos transmitem suas tradições oralmente, por isso nos as informações aqui prestadas foram baseadas em suposições. Os ciganos são povos com diferentes cores, crenças, costumes e rituais, que, apesar de todas as diferenças possuem uma característica que os une: o espírito viajante. Eles não se sentem pertencentes a um único
lugar, prezam a liberdade, vivem o hoje, não criam raízes e procuram manter a unidade familiar. A comunidade cigana é organizada através da família. Um homem é sempre nomeado por mérito para ser o líder. Ainda segundo a Revista Super Interessante, hoje em dia ainda existem cerca de 15 milhões de ciganos espalhados pelo mundo. Sua estética é bastante forte, atualmente, e faz com que vários estilistas renomados se inspirem neles para elaborarem suas coleções.
Disponível em: < http://super.abril.com.br/cultura/saga-cigana-447715.shtml> Acesso em: 15 de setembro de 2013.
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Neste artigo, há uma exposição do universo cigano, suas origens, histórias, estilo de vida, estética e influência na moda atual. E, como resultado da pesquisa, foi desenvolvida uma coleção de acessórios inspirados na estética e estilo de vida ciganos.
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Justificativa O universo cigano é extremamente rico visualmente, refletindo um vasto campo de investigação para criadores de qualquer área do design, e se encaixa na macrotendência atual divulgada por pesquisadores, como WGSM, bureau Stylesight e Vicunha. A última cita a Biodynamic, que seriam estilos simplificados de viver e de adaptação fácil a qualquer lugar. Discorre, inclusive, sobre a própria tradição cigana e comunidades itinerantes que trazem cores vibrantes e com exuberância. Complementa, também, apresentando um senso coletivo que está em voga em todo o mundo, principalmente quando se trata da consciência ecológica. (ESTADÃO online, 2013). Além da Bureau Stylesight, que em uma matéria da revista Elle (2013), cita 4 tendências que se convergem, acentuando ainda mais o tema deste trabalho: Sentiment: explora o artesanato que está sendo ameaçado pela era digital. Os materiais trazem aplicações que aguçam não apenas o olhar, mas também os ouvidos e o tato. As cores são fortes, mas os tecidos são leves. Quietude: É a tendência que celebra o prazer do silêncio em meio ao caos do mundo moderno. Allegory: (...) visa nos levar a um mundo imaginário, onde mito e magia revelam reinos desconhecidos. A renda é uma das apostas, não de um modo romântico, mas com mistério e sensualidade. Símbolos místicos e seres mitológicos (...) Rapture: (...) alegria extrema e um jeito mais leve de ver a vida. (ELLE online, 2013) Disponível em: < http://blogs.estadao.com.br/moda/2013/08/05/vicunha-aponta-4-macrotendencias-para-o-inverno-2014/> Acesso em: 02 de Novembro de 2013.
Disponível em: < http://elle.abril.com.br/materia/de-olho-no-futuro-stylesight-mostra-astendencias-para-o-inverno-2014> Acesso em: 02 de Novembro de 2013.
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Segundo Malcolm Gladwell, autor do livro O ponto da virada (2009), acredita-se na ideia de que haja uma tendência envolvendo pequenos fatores
capazes
de
desencadear
comportamentos
e
modos
semelhantes, em grande parte, de uma população, ao que pode ser chamada, no mundo da moda, de macrotendência. Tais fatores vêm do fato de o mundo estar, constantemente, nos últimos tempos, passando por episódios críticos, ambientais, sociais e econômicos, levando grande parte da população a mudar seu comportamento frente à vida. Destacam-se, entre esses episódios, a ameaça do fim do mundo, catástrofes ambientais (Taiti, Japão, Haiti, etc.), crise econômica generalizada, epidemias e assim sucessivamente. Por que pensar no futuro se ele é tão incerto? Viver intensamente cada momento e valorizá-lo é o melhor a se fazer. Seria então possível fazer uma analogia com os boêmios, amantes da boa vida, apreciadores exímios de tudo que ela oferece. E os ciganos representam muito bem esse estilo de vida, cujo nome bem se adequa, devido aos Rom que migraram da Boêmia (parte da atual Checoslováquia) , mas que até hoje é utilizado, às vezes, de maneira pejorativa pela sociedade para falar de vagabundos e adeptos de vida fácil e errante.
“Cultivar o passado só se justifica enquanto maneira de manter usos, costumes e preservar valores. Preparar-se para o futuro significa abrir mão de viver o presente e o cigano tem por lema que a vida se vive apenas no presente. O futuro é incerto. A morte repentina, a que todos estão sujeitos, pode jogar por terra todo um futuro brilhante e pacientemente construído. Ao fazer isso, o indivíduo não viveu seus dias. Preparou-se para um futuro que jamais chegar Por esse motivo, o dinheiro, para os ciganos, tem um valor enquanto atende suas necessidades imediatas. É um instrumento para chegar ao que precisa para viver seu dia a dia” (BAÇAN, 1999, p.16).
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Esse povo, desde o inicio, tem se desprendido de padrões sociais, sendo muitas vezes incompreendidos, caçados e rejeitados em todas as partes do mundo, como está narrado no site historianet.com.br, por Denize Carolina Auricchio Alvarenga da Silva, historiadora e
educadora, trazendo à nossa lembrança fatos, desde as perseguições promovidas pela Igreja Católica até o holocausto. E, mesmo assim, não abandonaram seus costumes e tradições ciganas. Pelo contrário, espalharam sua arte e alegria e difundiram o entretenimento por todos os lugares por onde passavam. De tempos em tempos se mudavam de cidade ou de estado para ganhar a vida e o mundo, com suas artes como:
peças
teatrais,
apresentações
musicais
e
dançantes,
espetáculos circenses e ainda, artesanatos variados. Com todas as características mencionadas, bem como com seu estilo de vida, foram condicionados a adaptar seu vestuário. No livro Os filhos do vento (1999), o autor afirma que, para os ciganos, sempre foi
de praxe se adaptar à cultura dos países por onde passavam. Qualquer que fosse a religião e os costumes, eles os acolhiam para si. Assim, em teoria, não haveria do que acusá-los, o que, na prática, não foi sempre assim, como dito no parágrafo anterior. Diante dos indícios que surgiram na Índia e no Egito, talvez tenham eles carregado um pouco da indumentária desses lugares, como o uso de véus, lenços, amarrações, acessórios de cabeça, como tiaras, turbantes e joias. Mas não é só isso, nas apresentações artísticas uma roupa mais exuberante com cores e brilho era necessária, já que a dança pedia leveza e movimento. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=965>.
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O fato de serem nômades não permitia que eles portassem grandes volumes ou quantidades. Assim, as peças precisavam ser bastante versáteis, sem considerar que, além das joias em excesso, recebidas como forma de pagamento pela realização de algum serviço ou venda
de algum objeto, lembrando-se de que o ouro não se desvalorizava e era moeda de troca em qualquer que fosse o próximo destino. De acordo com Baçan (1999, p. 18), “uma característica comum a todos os ciganos é sua natural inclinação para tudo que é fantástico ou maravilhoso”. Indo de encontro à macrotendência atual citada, e por admirar uma visão tão fascinante da vida, o tema para a próxima coleção da Clãn se inspira neste povo de trajetória tão forte, capaz de sobreviver a todas as intempéries e obstáculos sociais. Essa força é o que se pretende passar em cada peça da coleção de acessórios outono/inverno, trazendo o espírito de liberdade e aventureiro para
quem os carregar.
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Objetivos Objetivo Geral Investigar a importância dos ciganos na moda atual
Objetivos Específicos •
Estudar a origem dos ciganos
•
Pesquisar sobre o estilo dos ciganos tradicionais
•
Analisar a influência cigana na moda
•
Catalogar elementos visuais dos ciganos para desenvolver a coleção de acessórios
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Metodologia Para a realização do artigo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Segundo Marina de Andrade Marconi, autora do livro Fundamentos da Metodologia Científica: A pesquisa bibliográfica, ou de fonte secundária, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação aos termos de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicações orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (MARCONI, 2006, p.185).
A pesquisa bibliográfica forneceu um embasamento para que fosse possível escrever o artigo descritivo. O estudo descritivo pretende retratar com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade, através de pesquisas históricas, qualitativas, biografias, entrevistas, documentários, e do que mais for possível valer de informação crédula e de qualidade para uma leitura interessante e verídica. Haguette (1992) afirma que os métodos qualitativos evidenciam as
especificidades de um fenômeno em termos de suas origens e de sua razão de ser. A pesquisa qualitativa foca a qualidade da pesquisa, sua essência e visa a compreender, a descrever ou a gerar uma hipótese sobre um assunto determinado.
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Segundo Lakatos (2009), partindo da ideia de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar suas raízes, sua origem, para compreender sua natureza e função. Portanto, o método histórico consiste em investigar
acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade atual. Abordou-se o universo cigano em um artigo descritivo, em meio a diversificados pontos de vista, opiniões e estudos. Foi feita uma análise criteriosa da situação, a fim de que se chegasse a uma resposta ideal ou próxima a ela. Isso se deu pelo fato de os ciganos não pertencerem a lugar nenhum, terem suas histórias, leis, a diferença deste estilo de vida no surgimento e nos dias atuais, além da visão, cercada de preconceitos, que a sociedade estabelece em relação a essa variedade de situações. A documentação é escassa e dispersa. Sendo um grupo que se expressa, sobretudo oralmente, os ciganos não deixaram registros escritos por vários séculos. Portanto, ciganólogos e historiadores buscam fontes historiográficas escritas, informações indiretas sobre os grupos. Pouco se tem de depoimentos orais dos ciganos sobre a sua própria história, sobretudo no Brasil. (Revista Panorama, Nov. 2011)
Foi catalogado o máximo de informações que pudessem servir de subsidio para o desenvolvimento de uma coleção de acessórios.
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Desenvolvimento
Origem dos ciganos Existem diversos mitos sobre a verdadeira origem dos ciganos, sendo que pesquisas diversas são realizadas, à procura de uma afirmação
mais consistente sobre a existência desse povo tão misterioso. Com mais de 3.000 anos de história, os ciganos são um povo simples e, em sua maioria, verdadeiros artistas. De vida nômade, deslocam-se em grupos compostos por familiares, que, há décadas, formam caravanas abrigando-se em tendas e grutas. Vivem de alimentos quase sempre roubados ou furtados, também do artesanato em metal (cobre) e madeira, da cartomancia e quiromancia. A música é uma atividade executada pelos homens, onde a poesia se manifesta no canto e na dança. (RIEMMA, 2009; FARELLI, 1995). O nome cigano vem de “intocáveis”, refletindo na maneira incomunicável com os demais (RIEMMA, 2009). Há vários estudos
sobre o passado dos ciganos, também conhecidos como rom. A maioria dos estudiosos acredita na origem indo-europeia, e, apesar de ser considerada a teoria mais próxima da verdade, existem pesquisadores que contestam esta afirmação (AVRAHAM, [s.d]). Para Avraham ([s.d], p.00), “O fato de que o povo rom chegou à Europa proveniente de algum lugar da Índia não significa que tenham vindo de sua terra de origem”.
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Avraham desacredita na hipótese de etnia indiana, levando em conta não só a dúvida de onde realmente vieram, mas também em estudos que ligam os ciganos aos indianos. Porém, a hipótese que sustenta a afirmação em algumas pesquisas é de que o idioma romani tenha origem
indo-europeia. “Jean Paul Cléber, ocultista francês, mostra-se propenso a aceitar a tese de que os ciganos são originários do norte da Índia. Sua tese se baseia em certas correlações linguísticas (...)” (FARELLI, 1995, p.22). Segundo Avraham [s.d], o idioma não é o suficiente para definir qualquer etnia, sendo que os ciganos também possuem fatores contrários ao contexto, diminuindo a ideia de que surgiram na Índia. Se devêssemos levar a sério uma hipótese de que se baseia somente no idioma para determinar a origem do povo, chegaríamos à conclusão de que quase todos os norte-africanos vieram da Arábia, que os judeus ashkenazim são uma tribo germânica, que os judeus sefarditas são simplesmente espanhóis (...) (AVRAHAM, Sándor, [s.d.], p.00).
Segundo Baçan (1999), ao longo de sua jornada, o povo rom adquirira culturas de vários países, dificultando pesquisas feitas sobre a reconstrução de seu surgimento. A divisão de opinião entre estudiosos faz com que o verdadeiro assunto em si seja indefinido. “Se as lendas justificam o caráter nômade dos ciganos, para os cientistas permanece o grande mistério a ser explicado (...)” (BAÇAN, 1999, p.7). Existe ainda a consideração de que esse povo seja de origem
egípcia, onde alguns ciganos e estudiosos recorrem à Bíblia
para
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chegar a essa conclusão, associando a um texto de Ezequiel ([s.d.] apud SILVA, [s.d.], cap. 30, versículo 20) “Dispersarei os egípcios entre as nações, eu os disseminarei em diversos países”, conforme passagem da bíblia, citada por Denize Carolina Auricchio da Silva.
Esse trecho constitui um exemplo de que eles eram conhecidos como egípcios, quando chegaram à Europa. A hipótese de que possam ter vindo do Egito faz com que haja dificuldades em esclarecer a real veracidade. Mesmo assim, há “a falta de elementos egípcios no dialeto cigano” (SILVA, [s.d.], p.00), onde, mesmo tendo vários indícios bíblicos sobre sua origem egípcia, ainda há divergências de opiniões em que pesquisas apontam para o surgimento indiano, afirmando que, “ao chegarem à Europa, se apresentavam como nobres egípcios. Mas, na verdade, os ciganos têm ascendência hindu.” (RIEMMA, 2009, p. 2.064). Sendo assim, a origem indiana permanece com mais força entre alguns
estudiosos, o que se leva a afirmação de Baçan, através de estudos de outros cientistas.
No século XIX, August Friedrich Pott demonstrou cientificamente a origem indiana do romani e provou sua ligação com outras línguas (...) Ficava, assim, estabelecida a origem indiana dos ciganos, o que foi confirmado antropologicamente principalmente por B. Ely, que comparou cor, pigmentação de pele, índices cefálicos, sangue, pressão e outros dados, concluindo pela semelhança entre os hindus e os ciganos. (BAÇAN, 1999, p. 7).
Trecho bíblico citado pela autora Denize Carolina Auricchio da Silva.
49
O estilo dos ciganos As roupas constituem uma das características mais importantes da cultura cigana. São simbólicas dentro dos seus costumes, retratam as tradições do passado e as eternizam; representam sua versatilidade, adaptabilidade e criatividade. Essa adaptabilidade os ajudou a sobreviver até os dias de hoje, e também foi responsável por compor ainda mais as vestimentas ciganas. A possível origem indiana pode ter sido responsável pelo gosto exagerado por joias e acessórios, além do comprimento recatado das saias. As passagens pela Ásia e pelo Egito podem ter influenciado o uso de véus e lenços; pela África, as cores, a valorização do colo e abdômen, e assim por diante. Segundo o livro Astrologia dos Ciganos, “Não há um traje cigano, mas uma maneira cigana de trajar. (...) Muitas vezes a pobreza é total nos acampamentos e eles vestem-se de trapos (...)” (FARELLI, 1995, p.34), mas geralmente fazem uso de cores fortes e tecidos
brilhantes As mulheres vestem-se de cores vivas, com grandes saias rodadas superpostas até o tornozelo, rodadas e fartas. As blusas são curtas e decotadas, de forma a valorizar o colo, despindo os ombros, pescoço, saboneteiras e ventre, sendo este último, em algumas culturas mulçumanas, sinal de fertilidade. Além de xales, fitas, rendas, que possuem um significado simbólico dentro de cada família cigana, segundo o livro os Filhos do Vento (1999), o uso de lenços coloridos como instrumento de cura é um segredo antigo que pouco se conhece.
50
As mulheres casadas usam o diklo, lenço de seda no cabelo que não necessariamente cobre toda sua extensão. Se a mulher retira o lenço em público ou deixa de usá-lo, isto é extremamente mal visto, um sinal de desrespeito ao marido ou chamamento de viuvez. Com suas saias rodadas, de ramagens coloridas de vermelho e amarelo, com suas pulseiras e brincos de ouro, seus Talismãs de meias-luas de prata, seus berloques de marfim de lápis-lazúli, correntes de moedas douradas no pescoço, tranças com fitas, lenços e medalhões, as ciganas caminharam por todo o Sind (FARELLI, 1995, p. 34).
Os homens não ficam para trás, compondo um visual elegante e exuberante. Camisas bordadas, de mangas amplas e longas, calças largas e gavião baixo, cintos largos ou longas faixas coloridas presas à cintura, chapéus variados e lenços na cabeça e colo. O preto é usado somente como cor complementar, a menos quando usado nos rituais de magia junto com o branco e o vermelho, já que muitos pertencem à umbanda, cujas cores são tradicionais e, já que não são adeptos ao luto, por não se
apegarem ao passado, não cultivam o hábito de usar preto nessas ocasiões. As joias também aparecem no vestuário masculino. Cordões de ouro, brincos de argola, pulseiras, anéis fazem parte da indumentária cigana como elementos de proteção, assim como as famosas moedas de ouro puro, prata e cobre, usadas como pingentes dos acessórios, além de serem, esses metais, instrumentos de canalização de energias positivas, fazendo parte de amuletos e talismãs no mundo todo.
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Cita Baçan que “segundo a alquimia, o cobre é o metal de Vênus, planeta cintilante, que produz no homem e na natureza, o desenvolvimento do amor, do senso estético de beleza, criatividade,
delicadeza e arte” (BAÇAN, 1999, p.31). Ainda, segundo o livro Astrologia dos Ciganos, andar descalços também faz parte do misticismo cigano. Para eles é uma maneira de descarregar a energia negativa na terra e propiciar a entrada de energia positiva vinda do céu e dos astros. Os ciganos não se preocupam em comprar roupas novas, mas estão sempre produzidos ao máximo com aquilo que possuem. Em uma cerimônia tradicional ou em uma festa, não abrem mão de seus trajes completos, e usam e abusam dos lenços coloridos nos cabelos, coletes bordados e enfeitados com pedrarias, exploram a criatividade, os recursos naturais e a habilidade artesanal. As roupas são sempre em tecidos luminosos, cheios de cores, como vermelho, verde, laranja, azul, etc., ressaltando a alegria do momento. Esse povo é e sempre foi nômade, sem residência fixa. Vivem viajando em suas caravanas e montando acampamentos provisórios, e, para peregrinos, o corpo é a maneira mais prática e segura de carregar seus pertences. Assim, o resultado da vestimenta é um mix de muitos componentes, mas que, de uma maneira muito especial, torna-se harmônico e belo. Nunca dispensam suas joias, pois o objetivo é enfeitar e proteger, e não demonstrar riqueza, ao contrário dos demais povos. O título do livro de Herta Müller, prêmio Nobel de Literatura, poderia também, intitular este hábito cigano: “Tudo o que eu tenho trago comigo”.
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Existe um ditado cigano que traduz lindamente o espírito gitano: “A terra é minha pátria, o céu é o meu teto e a liberdade é a minha religião”. (Cigana Sttrada [do Clã Calon] ) em (ROMAI online, [s.d.]) Não menos importante que sua origem, crenças religiosas e tradições, o
ofício desse povo é outro fator de influência na vestimenta cigana. As profissões mais tradicionais, segundo a Cigana Sttrada, para o blog da empresa Kumpania Romai do Brasil, circulam pelas artes, como não poderia deixar de ser, já que, como cigana, também afirma, que o mais importante para eles é a interação com a natureza, respeitando-a e gratamente utilizando de maneira correta o que ela proporciona. Dessa forma são geralmente artesãos, ferreiros, dançarinos, domadores de cavalos e outros animais, músicos, artistas de circo, tarólogas, quiromantes e atores. Ou seja, trabalhos que exigem mobilidade, exuberância e versatilidade, onde as sobreposições, lenços e sapatos baixos ou até o não uso destes, se tornam adequadíssimos. A cigana
também afirma que o mais importante para eles é a interação com a natureza, respeitando-a e gratamente utilizando-a de maneira correta o que ela oferece. Não se pode esquecer também de como os ciganos se espalharam por todo o mundo, formaram espécies de clãs, onde se diferem em algumas peculiaridades mas mantendo a essência gitana. Dentre tais peculiaridades estão algumas características no vestuário, devido ao clima ou à cultura forte da região onde estão, principalmente nos dias atuais, quando, infelizmente, segundo o site da embaixada cigana do http://www.kumpaniaromai.com.br/textos/tradi%E7aocigana.htm Cigano
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Brasil, os jovens ciganos, querem cada vez mais se parecer com jovens não ciganos, ficando difícil a identificação desse grupo, por sua vestimenta. A globalização vem, aos poucos, descaracterizando não só os ciganos como a tantas outras culturas em suas indumentárias.
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A influência cigana na moda atual Alguns elementos do estilo cigano estão sendo trazidos para a moda atualmente. Chamado de Gypsy, este estilo é inspirado no misticismo, estilo de vida e cultura do povo cigano, mas também carrega referências dos anos 70. Segundo o site Significados
Online, os ciganos são alegres, ligados ao canto, música, dança, artes e adivinhações. Cores, estampas étnicas, florais, couros, tecidos fluidos, franjas, e
muitos acessórios têm presença forte nesse estilo. Por ser um povo viajante, a melhor maneira de carregar seus pertences é no corpo, vindo daí a grande mistura de elementos e sobreposições. Vários estilistas e marcas fizeram referências ao estilo Cigano/ Gypsy, nos últimos desfiles e temporadas, tanto nacionais quanto internacionais. Na semana de moda em Milão, verão 2012, Emilio Pucci desfilou uma coleção com referências ciganas: mistura de estampas, comprimentos longos, fendas, recortes, decotes e riqueza de acessórios. De forma sexy, a marca ressaltou a beleza e a feminilidade da mulher. Segundo o site Mondo Moda:
Disponível em < http://www.significados.com.br/gypsy/> Acesso em: 20 de novembro de 2013. ¹ Disponível em:< http://mondomoda.org/2011/12/28/verao-2012-emiliopucci/>. Acesso em: 17 de novembro 2013.
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Sob o comando criativo de Peter Dundas, a Primavera/Verão 2012 da Emilio Pucci apresenta um novo olhar para os cansados ciganismos dos anos 70, na renda e nos grafismos. Para isto, ele adicionou pitadas de rock, gótico e glam, resultando numa coleção sexy, jovem e contemporânea, com tops, saias e vestidos fluídos, blusas amplas, numa cartela de cores que destaca o preto, o vermelho e branco.
Figura 2 Pucci- Verão 2012. Fonte- Imagem extraída do site Elle[1]
[1]
Figura 3 Emilio Pucci- Verão 2012. FonteImagem extraída do site Elle[1]
Endereço eletrônico da imagem: http://elle.abril.com.br/desfiles
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Já, no Brasil, a marca Oh, Boy! foi inspirada nos hábitos ciganos para a coleção, apresentada no Fashion Rio, verão 2014, com tecidos leves e esvoaçantes, decotes, estampas e várias aplicações de moedas, brilhos e retalhos. Nos acessórios, sandálias de couro, bolsas de franjas, além de maxi brincos, pulseiras, maxi colares e cintos. Segundo o próprio site da marca: A Coleção Verão 2014 da Oh, Boy! conta a história de um grupo de amigas que se aventura em uma caravana Gypsy. Durante a jornada, elas descobrem um mundo cheio de novos sons, sabores, referências e uma forma renovada de olhar para este modo de viver nômade e milenar. A troca de saberes multiculturais é inevitável: elas ensinam aos ciganos que a urbanidade pode ser confortável, esportiva e rebelde, enquanto descobrem as tradições folk e aprendem que preservar o diferente pode resultar em uma experiência divertida, sofisticada e, acima de tudo, cheia de liberdade...
Endereço eletrônico da imagem: http://elle.abril.com.br/desfiles
Endereço eletrônico da imagem: http://elle.abril.com.br/desfiles Disponível em:< http://www.ohboy.com.br/verao2014/release.html>. Acesso em: 10 de novembro de 2013
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Figura 5 Oh, boy- verão 2014. - Imagem extraída do site Elle[1]
Figura 6 Oh, boy- verão 2014. Imagem extraída do site Elle[1]
No São Paulo Fashion Week Inverno 2014, a Cavalera desfilou uma coleção inspirada no Oriente, e seus acessórios lembram os mesmos usados pelos ciganos: colares de moedas, muitos broches de ouro velho e correntes, cintos de tecido colorido e com muitas voltas, anéis,
brincos e bolsas. Segundo o site Press Pass: Na busca por novas inspirações, o diretor criativo da Cavalera, Alberto Hiar, pegou a estrada rumo ao oriente. Pelo caminho, a força da Turquia, a culinária do Líbano, as paisagens da Indonésia e as cores da Índiaum roteiro recheado de diferenças, onde a convivência de católicos, judeus, muçulmanos e budistas cria múltiplas referências culturais. Alberto deparou-se com um novo olhar e uma inesgotável fonte criativa. A força religiosa e as tradições muçulmanas tão vivas nesse trajeto motivam o diretor criativo a redesenhar um pouco da sua própria história - que descende do Líbano -, por meio de um itinerário rico e, acima de tudo, emocionante. Disponível em:< http://. presspass.com.br/2013/10/30/release-cavalera-inverno-2014/>. Acesso em 10 de novembro de 2013
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Figura 9 Cavalera- Inverno 2014. . Imagem extraída do site Elle
Figura 12 Cavalera- Inverno 2014. Imagem extraída do site Elle[1]
A Têca, para o desfile de inverno 2014, do São Paulo Fashion Week, não só se inspirou no movimento Art Nouveau, mas também trouxe uma influência gypsy em suas peças. Vestidos longos de tecidos fluidos, franjas, muitas estampas, transparência, decotes profundos, recortes, além dos acessórios, bolsas, lenços, cintos, maxi
brincos, chapéus e
colares. Segundo o site Closet Online: Para o inverno 2014 da Têca, Helô Rocha trouxe o perfume do art nouveau com estampas florais e shapes orgânicos misturados a uma pegada mais gypsy, combinando bem as décadas de 20 e 70. A estilista continua apostando em vestidos longos e vaporosos, transparência, cintura marcada e muita seda. As estampas trazem motivos florais como nos abajures dessa famosa escola artística, enquanto as modelagens super fluidas remetiam a uma ideia setentista. Endereço eletrônico da imagem: http://elle.abril.com.br/desfiles. Endereço eletrônico da imagem: http://elle.abril.com.br/desfiles. Disponível em: <http://closetonline.com.br/tag/inverno-2014>. Acesso em: 10 de novembro de 2013.
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Figura 13 Têca- Inverno 2014. Imagem extraída do site Elle[1]
Figura 14 Têca- Inverno 2014. Imagem extraída do site Elle[1]
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Elementos Visuais Ciganos
Figura 1 Imagem retirada do site Pinterest[1]
Figura 2 Imagem retirada do site Pinterest
Figura 4 Imagem retirada do site Pinterest
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Figura 5 Imagem retirada do site Pinterest[1]
Figura 9 Imagem retirada do site Pinterest[1]
Figura 8 Imagem retirada do site Pinterest[1]
Figura 12 Imagem retirada do site Pinterest
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Conclusão Depois de finalizada toda a pesquisa, foi possível chegar à conclusão de que a falta de registros da história dos ciganos causa grande mistério sobre esse povo e aguça a criatividade de historiadores e artistas, já que se torna possível fantasiar sem limites. Os ciganos mesclam culturas dos países por onde passam, dificultando a exploração de sua origem. Ao longo do tempo, uma lenda foi se construindo em torno deles, e transformando-os em personagens, grandes aventureiros, belas mulheres místicas e sensuais, homens fortes e cheios de suspense. Nos dias de hoje, a maioria dos ciganos vive em grande pobreza e todo o
glamour dedicado a eles já não faz tanto sentido. No entanto, este artigo não pretende desmistificar essa lenda, mas sim explorar o valor contido nesses personagens e histórias que têm como conteúdo um pouco de cada parte do mundo, e as lendas criadas por cada lugar por onde esses peregrinos passam causando curiosidades e indagações.
Inspirados nesse povo interessante, foi criada a coleção de Outono/Inverno 2014 da marca Clãn, intitulada de “Bagagem de uma não história”, objeto principal deste trabalho, em que são desenvolvidos acessórios extraídos através da cartomancia e quiromancia, sendo essas importantes tradições ciganas, como também, as cores, o ouro, prata e o cobre, relembrando também suas pedrarias.
63
Referências BAÇAN, Lourivaldo Perez. Ciganos, Os Filhos do Vento. A Casa do Mago das Letras, L P B Edições, 1999. BELLEY, Mariana. Vicunha aponta 4 macrotendências para o inverno 2014. Agosto
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Frota.
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64
MARSIGLIA, Luciano. A saga cigana. A história e os segredos do povo
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65
Painel de inspiração
66
Painel de Macrotendência Das macrotendências de comportamento e consumo apresentadas pela WGSN, para o inverno 2015, a que mais se aproxima da coleção “Bagagem de uma não história” da marca Clãn é a Modern Myth (mito moderno). Os consumidores, que se identificam com a ideias, são considerados sonhadores, buscam na história, nas diversas culturas e tradições, um novo sentido para a cultura moderna. A Coleção “Bagagem de uma nova história” apresenta, a seguir, um pouco dos mitos ciganos, o seu lado místico, a forma de descobrir o futuro, através de bolas de cristal, ou ler o destino na palma da mão. Essa temática está traduzida na própria coleção através dos tecidos, bordados
e estampas.
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Painel de Tendência As tendências para o próximo ano, e provavelmente a longo prazo, vão em direção ao bem estar, espiritual, emocional, físico e social. Uma nostalgia rodeada de tempos que nossos pais ou avós viveram. A vontade de conhecer e desbravar tudo e todos. Superar limites e desafios pessoais. O mundo tem se cansado do vazio virtual da falta
de pazeres táteis, da artificialidade gastronômica, social… Começam a buscar uma alimentação natural, saudável e orgânica, prestar mais atenção na natureza, a apreciar mais aquilo que é real, que pode ser sentido. Dessa forma, são apresentadas modelagens confortáveis, estampas criativas, preocupações sócio-ambientais e versatilidade que traduzem os próximos passos da moda.
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Mistura de texturas
CAROLINA HERRERA Nova York
BCBG MAX AZRIA Nova York
3.1 PHILLIP LIM Nova York
71
Uso de cintos
MICHAEL KORS NOVA YORK
Donna Karan Nova York
BALENCIAGA Paris
72
Bolsa Tiracolo
Ralph Lauren Nova York
DIESEL BLACK GOLD Nova York
Christopher Kane Londres
73
Estampa Corrida
CHANEL Nova York
BURBERRY PRORSUM LONDRES
DIANE VON FURSTENBERG Nova York
74
Estampa Localizada
HOUSE OF HOLLAND Londres
Victoria Backham Nova York
Isabel Marant Paris
75
Lenรงos
Viviene Westwood Paris
Burbarry Londres
DKNY Nova York
76
Cartela de cores A coleção “Bagagem de uma não história” apresenta em sua cartela de cores uma divisão de cores entre as dominantes, intermediárias e tonalizantes. As matizes dominantes, escolhidas para a coleção, foram neutras, que variaram entre os tons de marrom e cinza, as intermediárias, azul, mostarda e laranja, e as tonalizantes, o rosa claro, verde, marrom avermelhado e o bordô. A escolha das cores teve como fundamento alguns pontos importantes, primeiramente por ser uma coleção inspirada nos ciganos, ou seja, exuberância de cores. Porém, é necessário salientar que, de
acordo com pesquisa realizada, foi possível entender que a variedade de cores vem de muitos séculos passados, quando ainda não havia tinturas artificiais, sintéticas. Eram usados métodos naturais para tingir os tecidos, por isso a escolha de cores primárias, mas em tons terrosos. Isso pelo fato de serem nômades e terem suas vestes afetadas pelo tempo, pela poeira, sol e chuva.
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Dominantes Verde Campina Pantone5615 C C62 M46 Y75 K32
Pântano Pantone 7532 C C75 M68 Y67 K90
Ferreiro PantoneWarm Gray C C52 M45 Y49 K11
Terra seca Pantone4705 C C40 M62 Y69 K 27
Geleiras Pantone 7535 C C28 M21 Y33 K0
78
IntermediĂĄrias Azul mistĂŠrio Pantone7546 C74 M67 Y41 K24
Moeda Pantone126 C C38 M45 Y100 K14
Laranja Erenita Pantone 173 C C10 M81 Y92 K2
79
Tonalizantes
Poção do amor
Verde floresta
Pantone435 C
Pantone7483
C19 M26 Y21 K0
C81 M39Y92K35
Marceneiro Pantone 1675 C C26 M87 Y100 K22
Copas Pantone 1815 C C29M100 Y85 K36
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Cartela de tecidos A Clãn desenvolveu sua coleção de bolsas, mochilas, cases,
necessaires, cintos, utilizando tecidos como o couro natural, camurça sintética, tweed e suede, em tons terrosos e areia. Rendas e malhas aplicadas em xales e lenços. As escolhas desses tecidos vieram a partir do inverno enfrentado pelos ciganos, com seus tecidos pesados e grossos, utilizando também algumas misturas de materiais.
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Suede
Largura: 1,40m Preço: 19,90
Fornecedor: Armarinho Souza Reis
Moletom
Largura: KG Preço:21,90
Fornecedor: Erika Tecidos
Ponto roma Largura: 1,40 Preço: 89,97
Fornecedor: Euro Têxtil
Lã de tweed Largura: 1,40m Preço: R$70,00
Fornecedor: Visual
Tunid Laargura: 1,40m Preço: 39,90
Fornecedor: CIA dos Tecidos
Malha trabalhada Largura: KG Preço: 15,00
Fornecedor: Erika Tecidos
Camurça sintética Largura: 1,40m Preço: R$26,00
Fornecedor: Pedrosa Couros
Lã Tweed Windsor Largura: 1,40m Preço: R$48,00 Fornecedor: TCA Com. LTDA
Renda Loren Largura: 1,40m Preço: R$78,00 Fornecedor: HP MP LTDA
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Renda de algodão Largura: 1,40m Preço: R$50,00 Fornecedor:Visual
Renda Coreana Largura: 1,40m Preço: R$110,00 Fornecedor:Xime nez e J LTDA
Couro
Couro
Largura: Retalho
Largura:Retalho
Preço: R$7,00
Preço: R$7,00
Fornecedor: Pedrosa
Fornecedor: Pedrosa
Couro Largura: Retalho Preço: R$7,00 Fornecedor: Pedrosa
Renda Largura: 1,40m Preço:R$30,00 Fornecedor:CIA dos tecidos
Couro Largura: Retalho Preço: R$7,00 Fornecedor: Pedrosa
Couro
Couro
Largura: Retalho
Largura: Retalho
Preço: R$7,00
Preço: R$7,00
Fornecedor: Pedrosa
Fornecedor: Pedrosa
83
Couro
Couro
Couro
Largura: Peça
Largura: Peça
Largura: Peça
Preço: R$92,00
Preço: R$92,00
Preço: R$92,00
Fornecedor: Pedrosa
Fornecedor: Pedrosa
Fornecedor: Pedrosa
Malha de
poliéster Largura: 1,40m Preço: R$26,00 Fornecedor:
Largura: 1,40m Preço: R$ Fornecedor: Casa das fábricas
Sintético Largura: Peça Preço: R$20,00 Fornecedor: Erika tecidos
Casa das fábricas
84
Cartela Aviamentos Os aviamentos utilizados são, em sua maioria, de metal, nos banhos prata e envelhecido.. Passamanarias, cordões e pingentes tiveram aplicação em bolsas e lenços, propiciando acabamentos delicados e um toque de cor nos tecidos .
85
Nome:237-10 Preço:ouro: R$ 5,86 Rendimento:1 peça Fornecedor: Altero
7759-2 Preço: :4,68 Rendimento: 50 peças Fornecedor: Altero
12100-80 Preço: 8,70 Rendimento: Fornecedor: Altero
Cursor dupla face Preço: 7,62 Rendimento: 4 peças Fornecedor: Alpino
Fivela para cinto Preço: R$12,00 Rendimento:1 peça Fornecedor: Altero
Nome: 124-10 Preço: 5,80 Rendimento: Fornecedor: Altero
OV com verniz Preço: Rendimento: Fornecedor: Altero
OV com verniz Preço: Rendimento: Fornecedor: Altero
Nome:1018-15 Preço: 11,52 Rendimento: Fornecedor: Altero
Fivela Inj com verniz Preço: R$5,02 Rendimento:4 peças Fornecedor: Altero
Ziper de metal Preço: 5,00 Rendimento: 10 peças Fornecedor: Alpino
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Nome: Placas carta Preço: 20,00 Rendimento: 24 peças Fornecedor: Idéia fixa
Passamanaria Preço: 9,00 Rendimento: 4Metros Fornecedor: Casa das fábricas
Nome: Cordão Preço: 5,60 Rendimento: 2 Metros Fornecedor: Casa das fábricas
Mosquetão ch180-25 Preço: 7,62 Rendimento:2 peças Fornecedor: Altero
Passamanaria Preço: 23,00 Rendimento: 7m Fornecedor: Casa das fábricas
Passamanaria Preço: 9,00 Rendimento: 4 Metro Fornecedor: Casa das fábricas
Regulador de mochila Preço: R$0,10 Rendimento: 10 peças Fornecedor:Xodó couros
Cordão Preço: 5,60 Rendimento: 2 Metros Fornecedor: Casa das fábricas
Placa Preço: R$3,40 Rendimento: 10 peças Fornecedor: Altero
87
Cartela de matérias Superfície •Sublimação
88
Cartela de matĂŠrias Beneficiamento Tingimento do cordĂŁo
89
Cartela de matérias Remodelagem
•Patwork
de diferentes tipos e cores de
couros
•Mistura de materiais, renda com lã de tweed
90
Descritivo do processo criativo das famílias O tema proposto está apresentado através das seguintes famílias:
•
Trapos e farrapos é a família de lenços, xales e bolsas soltas em que são usados tecidos como rendas e malhas estampadas.
•
Rota da fortuna é a família dos cintos e cartucheiras em que são usados muito couro, rebites e fivelas.
•
Gypsy tem como coleção bolsas femininas, onde a Clãn usa suede, couro e tecidos como o tweed. É uma coleção cheia de cores em seus aviamentos e em suas estampas. Com modelagens diferenciadas.
•
O mago é a coleção masculina em que se procurou adicionar muito couro e pouca cor. Bolsas e mochilas com diferentes modelagens e recortes.
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Família Trapos e Farrapos
Família Rota da Fortuna
Família Gypsy
Família O Mago
1 conceitualcom capuz e muita cor
1 conceitualCartucheira
1 conceitual1 mochila
1 conceitual1 mochila
4 Fashionsabertura braço e pescoço
4 fashions- 2 4 fashions- 1 cartucheiras e bolsa, 1 case, 2 cintos 1 nécessaire, 1 mochila.
4 fashions-2 mochilas, 2 bolsas (pasta)
10 ComerciaisTradicional, retangular e quadrado
10 comerciais- 5 carteiras, 5 cartucheiras e 2 cintos
10 comerciais43 mochilas, 4 bolsas, 2 malas, 1 case.
10 comerciais- 3 bolsas, 3 mochilas, 2 cases, 2 necessaires.
Descritivo do processo de desenvolvimento da coleção Para que se iniciasse o processo criativo,
foi necessária a
realização de pesquisas bibliográficas para uma investigação mais profunda sobre o tema. Pelo fato de os ciganos passarem sua cultura e crenças de pai pra filho, através do “boca-a-boca”, e não por registros, a pesquisa foi baseada em suposições e estudos sobre o tema.
A coleção “Bagagem de uma não história” tenta traduzir a história, cultura e valores ciganos através das peças produzidas. A mistura de materiais, o exagero de elementos e estampas sobre o universo cigano produzem originalidade para cada peça. A modelagem foi pensada para trazer praticidade e conforto a quem usa.
93
Tipo de apresentação final Serão apresentados todos os produtos confeccionados pela marca Clãn, em uma instalação ao final do curso.
94
95
97
Famílias
Conceitual
Fashion
Comercial
Trapos e Farrapos
1. Xale com renda e bolso.
1 Echarpe com gola de renda
1 Lenço com mistura de texturas 1 Lenço com mistura de tecidos e penduricalhos em volta 1 Lenço com textura 1 Echarpe com tecido felpudo 1 Lenço pintado a mão 1 Xale felpudo Tie dye 1 Cachecol com capuz 1 Lenço Tie Dye 1 Poncho gola marrom 1 Poncho azul
1 Bolsa em renda com fundo de Lã de Tweed 1 Bolsa em Lã de Tweed com renda 1 Bolsa de renda preta com franjas
FamĂlia
Conceitual
Fashion
Comercial
Rota da fortuna
1.Cartucheira estilo colete
1 Cartucheira em couro com bolsos 1 Cartucheira em retalhos de couro 1 Cinto com misturas de passamanarias e moedas 1 Cinto de couro e rebites
1 Cinto de moedas 1 Cinto de moedas e passamanaria 1 Cartucheira com bolsos laterais e fivela 1 Cartucheira tweed e couro 1 Cartucheira com detalhes de moedas 1 Cinto de placas duplo 1 Cinto de placas 1 Cinto com peças de baralho 1 Cartucheira em couro com detalhes de bolsos na lateral 1 Cartucheira de couro com bolso
Família
Conceitual
Fashion
Comercial
Gypsy
1. Mochila de dupla face
1 bolsa de suede, franjas e passamanaria 1 Mochila com detalhes em couro e passamana rias 1 Necessaire com mistura de tecidos e aviamentos 1 Bolsa saco tweed
1 Case 1 Bolsa com alça em corda e napa de couro na tampa. 1 Mochila de couro com tampa estampada 1 Bolsa em couro com aplicação de tecido 1 Necessaire de tecido com tampa de couro 1 Mochila em lã de tweed e couro 1 Mochila com tecido bordô e estampa 1 Bolsa estampada com penduricalhos na base 1 Bolsa estampada com penduricalhos na base 1 Case com fecho em couro e tecido
Família
Conceitual
Fashion
Comercial
O Mago
1. Uma mochila que vira bolsa
1Case estampa com alça removível 1 Bolsa com napa e couro 1 Mochila em lã de tweed verde 1 bolsa desestruturada em lã de tweed
1 Mochila com alça transversal 1 Mochila com tampa em napa de couro 1 Mochila com estampa 1 Mochila em couro e suede 1 Bolsa com alça transversal 1 Mochila em couro e lã de tweed 1 Bolsa com bolsos recortados 1 Bolsa estilo mala 1 Case 1. Bolsa com detalhes e alça em passamanaria
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Trapos e Farrapos
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Trapos e Farrapos
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Rota da fortuna
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Gypsy
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Gypsy
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O Mago
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O Mago
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Painel ArtĂstico-Trapos e Farrapos
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Painel ArtĂstico- Rota da Fortuna
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Painel ArtĂstico-Gypsy
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Painel ArtĂstico- O Mago
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Painel de segmentação Famílias
Conceitual Fashion
Comercial
Trapos e Farrapos
1 Xale com bolso
1 Xales 2 Ponchos 5 Lenços 1 Echarpe 1 Cachecol
Rota da fortuna
1 2 Cartucheira Cartucheiras 2 Cintos
5 Cartucheiras 5 Cintos
Gypsy
1 Mochila
2 Bolsas 1 Mochila 1 Nécessaire
4 Bolsas 3 Mochilas 2 Case 1 Nécessaire
O mago
1 Mochila
1 Mochilas 2 Bolsas 1Case
5 Mochilas 4 Bolsas 1 Case
1 Echarpe 3 Bolsas
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Bibliografia BAÇAN, Lourivaldo Perez. Ciganos, Os Filhos do Vento. A Casa do Mago das Letras, L P B Edições, 1999. BELLEY, Mariana. Vicunha aponta 4 macrotendências para o inverno
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FAZITO, Dimitri. Revista Antropológica. Vol. 49. São Paulo: [S.n.], Jul./Dez., 2006. HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia. 3.ed.rev. e atual. Petrópolis: Vozes, 1992, 224p. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica / Marina de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. -6. ed. – 3. Reimpr. – São Paulo : Atlas 2006. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica / Eva Maria Lakatos, Marina de Andrade Marconi. – 5. ed. – 3. Reimpr. – São
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